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PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS - PCN
� Os Parâmetros Curriculares Nacionais — PCN — são referências
para o Ensino Fundamental e Médio de todo o país. O objetivo
dos PCN é garantir a todas as crianças e jovens brasileiros,
mesmo em locais com condições socioeconômicas
desfavoráveis, o direito de usufruir do conjunto de
conhecimentos reconhecidos como necessários para o exercício
da cidadania. Não possuem caráter de obrigatoriedade e,
portanto, pressupõe-se que serão adaptados às peculiaridades
locais.
3
Ensino Fundamental 1.ª a 4.ª série
� Têm como objetivo estabelecer uma referência curricular e apoiar a revisão e/ou elaboração da proposta curricular dos estados ou das escolas integrantesdos sistemas de ensino. Os PCN de 1.ª a 4.ª série estão divididos em 10volumes:
� Volume 1 — Introdução aos PCN
� Volume 2 — Língua Portuguesa
� Volume 3 — Matemática
� Volume 4 — Ciências Naturais
� Volume 5.1 — História e Geografia
� Volume 5.2 — História e Geografia
� Volume 6 — Arte
� Volume 7 — Educação Física
� Volume 8.1 — Temas Transversais — Apresentação
� Volume 8.2 — Temas Transversais — Ética
4
Volume 9.1 — Meio Ambiente
Volume 9.2 — Saúde
Volume 10.1 — Pluralidade Cultural
Volume 10.2 — Orientação Sexual
5
Ensino Fundamental - 5.ª a 8.ª série
� Estabelecem, para os sistemas de ensino, uma base nacional comum nos currículos e servem de eixo norteador na revisão ou elaboração da proposta curricular das escolas.
� Volume 1 — Introdução aos PCN
� Volume 2 — Língua Portuguesa
� Volume 3 — Matemática
� Volume 4 — Ciências Naturais
� Volume 5 — Geografia
� Volume 6 — História
� Volume 7 — Arte
� Volume 8 — Educação Física
6
Volume 9 — Língua Estrangeira
Volume 10.1 — Temas Transversais — Apresentação
Volume 10.2 — Temas Transversais — Ética
Volume 10.3 — Temas Transversais — Pluralidade
Cultural
Volume 10.4 — Temas Transversais — Meio Ambiente
Volume 10.5 — Temas Transversais — Saúde
Volume 10.6 — Temas Transversais — Orientação
Sexual
Volume 10.7 — Temas Transversais — Trabalho e
Consumo
Volume 10.8 — Temas Transversais — Bibliografia
7
Ensino Médio
� Os PCN para o Ensino Médio têm por objetivo auxiliar os educadores na reflexão sobre a prática diária em sala de aula e servir de apoio ao planejamento de aulas e ao desenvolvimento do currículo da escola. Os documentos estão assim apresentados:
� Bases Legais;
� Linguagens, Códigos e suas Tecnologias (Língua Portuguesa, Língua
� Estrangeira Moderna, Educação Física, Arte e Informática);
� Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias (Biologia, Física,
� Química, Matemática);
9
A LDB de 1996, nossa segunda Lei de Diretrizes e Bases
(BRASIL, 1996), determina alguns elementos para o tema dos
recursos financeiros para a educação (art. 68 a art. 77). No
art. 68 são apresentados os recursos públicos a serem
aplicados na educação:
I – receita de impostos próprios da União, dos estados, do
Distrito Federal e dos municípios;
II – receita de transferências constitucionais e outras
transferências;
III – receita do salário-educação e de outras contribuições
sociais;
IV – receita de incentivos fiscais;
V – outros recursos previstos em lei.
10
Podemos constatar que a Lei nº 9.394/96 (LDB) introduziu alguns
mecanismos que melhoraram a questão do financiamento da
educação pública. Como assinala Melchior (1997, p. 77), mudanças
importantes foram introduzidas pela lei maior da educação, entre
outras: 1) estabelecimento do conceito de receita líquida para aferir o
cumprimento da vinculação constitucional por parte dos entes
federativos (União, estados, Distrito Federal e municípios), (art. 69, §
1º, II). Operações de crédito por antecipação da receita orçamentária
não poderão ser consideradas receita de impostos (art. 69, § 2º, III).
A recepção de créditos adicionais por parte da receita estimada dos
impostos implicará o reajuste da vinculação orçamentária (art. 69, §
3º, IV). Deverá haver acerto trimestral entre receita e despesa
prevista e a que for realizada com a respectiva incidência da
vinculação constitucional para a educação (art. 69, § 4º, V)
12
FNDE� O governo criou um fundo monetário para cuidar da
manutenção do ensino, chamado Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação (FNDE), com responsabilidade
sobre as despesas de manutenção da escola, como fonte de
arrecadação de recursos e repasse diretamente para os
sistemas de ensino, para sua aplicação na educação,
funcionamento de programas e projetos e universalização do
ensino fundamental.
� Para a administração destes recursos, a escola teve que criar
um conselho representativo para deliberar sobre a aplicação
deste fundo nas escolas e para sua prestação de contas
13
O FNDE foi criado como fonte adicional ao financiamento do
ensino: trata-se de uma contribuição patronal (2,5% da folha de
pagamento das empresas) destinada ao ensino fundamental,
suplantando os recursos públicos destinados à manutenção e ao
desenvolvimento deste grau de ensino. Tal contribuição é
chamada salário-educação e constitui um fundo com recursos
consideráveis: cerca de 1,5 bilhões de dólares por ano. Somente
são isentos de contribuir para ele os órgãos do próprio Poder
Público e suas autarquias e instituições de ensino públicas e
privadas. Com os recursos, tanto da Quota Estadual quanto da
Quota Federal, constroem-se e reformam-se escolas, compram-
se equipamentos escolares e treinam-se os professores.
O Ministério da Educação não tem qualquer atuação na
distribuição da Quota Estadual e os estados que mais contribuem
são os que mais recebem.
14
Já relativamente à Quota Federal, da qual o MEC pode dispor de acordo
com seus próprios critérios, o bom senso indica que ela deveria ser
distribuída para corrigir desequilíbrios regionais, concentrando recursos
nos estados e municípios mais pobres.
Tal procedimento seria um poderoso instrumento de política
educacional. O problema fundamental referente à distribuição dos
recursos do FNDE é a demanda por recursos muito superior (cerca de
duas a três vezes) à sua disponibilidade.
Por outro lado, a própria flexibilidade na aplicação do recurso deste
Fundo, assim como o seu volume, tornam-no alvo de pressões
clientelistas as mais diversas. Deputados e políticos em geral tentam
direcionar a aplicação dos recursos de acordo com os seus interesses, o
que é feito de duas maneiras: ou obtendo do Ministro da Educação boa
acolhida para suas propostas ou incluindo no orçamento da União
emendas específicas para beneficiar determinados municípios.
15
Com a correta utilização do FNDE, eliminadas as
pressões políticas sobre o seu uso, há possibilidade
de com ele serem feitos investimentos criativos,
tanto na construção de escolas como na melhoria da
formação dos professores, os quais, na atual
situação, estão se tornando o ponto de
estrangulamento que impede a melhoria do ensino
fundamental no país.
FONTE: GOLDENBERG, José. O repensar da
educação no Brasil. Estudos Avançados, São
Paulo, 1993. p. 110-113.
16
É através do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
(FNDE) que as escolas recebem anualmente, em suas contas
bancárias, recursos financeiros. Cada uma recebe um valor X,
de acordo com o número de alunos matriculados do ano
anterior, ficando sob sua responsabilidade utilizar os recursos,
de acordo com as decisões dos órgãos colegiados da escola e
com as seguintes finalidades:
T aquisição de material permanente;
T manutenção, conservação e pequenos reparos da unidade
escolar;
T aquisição de material de consumo necessário ao
funcionamento da escola;
17
T capacitação e aperfeiçoamento de
profissionais da educação;
T avaliação de aprendizagem;
T implementação de projeto
pedagógico e desenvolvimento de
atividades educacionais.
19
Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) consiste no
repasse anual de recursos às escolas públicas do ensino
fundamental estaduais, municipais e do Distrito Federal e às
do ensino especial mantidas por organizações não
governamentais (ONGs), desde que registradas no Conselho
Nacional de Assistência Social (CNAS). Este recurso é
transferido às Unidades Escolares através de conta bancária
da escola, ou seja, do órgão colegiado da escola, como por
exemplo, conta em nome da APP – Associação de Pais e
Professores. Este órgão é responsável pela aplicação dos
recursos, em conformidade com as normas determinadas
pelo FNDE.
20
Este recurso é transferido às Unidades Escolares através de
conta bancária da escola,ou seja, do órgão colegiado da
escola, como por exemplo, conta em nome da APP –
Associação de Pais e Professores. Este órgão é responsável
pela aplicação dos recursos, em conformidade com as normas
determinadas pelo FNDE.
As escolas, junto com a gestão escolar, o órgão colegiado e o
conselho fiscal do órgão colegiado devem encaminhar a
prestação de contas, como balanço financeiro, previsão
orçamentária, declaração da ciência do conselho fiscal para a
Prefeitura ou Secretaria da Educação, de acordo com o vínculo
que estabelece.
22
O FUNDESCOLA significa Fundo de Fortalecimento da
Escola. Este programa visa a universalização do ensino
fundamental, vindo para fortalecer a autonomia das
escolas. É um programa desenvolvido pelo Ministério
da Educação, em parceria com as Secretarias de
Educação estaduais e municipais.
O FUNDESCOLA está sendo desenvolvido em zonas de
atendimento prioritário, nos estados do Norte e do
Centro-Oeste do Brasil, sendo este atendimento
financiado através de recursos federais e de
empréstimos junto ao Banco Mundial.
23
O programa atualmente atende oitenta municípios na
região Norte e Centro-Oeste. Suas ações estão
relacionadas a quatro componentes financiáveis,
levando em consideração:
a)padrões mínimos de funcionamento das escolas;
b) processo de desenvolvimento das escolas;
c) planejamento e provisão de vagas;
d) gestão e desenvolvimento dos sistemas
educacionais.
24
A execução deste programa orienta-se por estratégias
básicas, como o fortalecimento da escola através da
elaboração do PDE por toda a comunidade escolar, visa ao
bom funcionamento da escola e melhor aprendizagem dos
alunos, ou seja, a qualidade do ensino.
Para a escola receber este fundo, ou seja, o recurso, um dos
requisitos é apresentar seu Plano de Desenvolvimento da
Escola (PDE), que consiste, como já estudamos, num
documento em que se apresenta o conjunto de ações que a
escola pretende e propõe-se a desenvolver para melhorar,
garantir a qualidade do ensino, bem como as ações para o
desenvolvimento do processo administrativo e pedagógico
da unidade escolar.
26
O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica
e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB)
atende toda a educação básica, da creche ao ensino médio.
Substituto do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do
Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef),
que vigorou de 1997 a 2006, o FUNDEB está em vigor desde
janeiro de 2007 e se estenderá até 2020.
É um importante compromisso da União com a educação
básica, na medida em que aumenta em dez vezes o volume
anual dos recursos federais. Além disso, materializa a visão
sistêmica da educação, pois financia todas as etapas da
educação básica e reserva recursos para os programas
direcionados a jovens e adultos.
27
A destinação dos investimentos é feita de acordo com
o número de alunos da educação básica, com base
em dados do censo escolar do ano anterior. O
acompanhamento e o controle social sobre a
distribuição, a transferência e a aplicação dos
recursos do programa são feitos em escalas federal,
estadual e municipal por conselhos criados
especificamente para esse fim. O Ministério da
Educação promove a capacitação dos integrantes dos
conselhos.
28
A educação básica compreende a Educação Infantil,
Fundamental do 1º ao 9º ano e o Ensino Médio
(incluindo a EJA – Educação de Jovens e Adultos).
Sendo assim, a distribuição dos recursos financeiros é
feita de acordo com os dados do censo escolar do ano
anterior.
Os recursos do FUNDEB serão utilizados pelos
governantes dos estados, Distrito Federal e municípios
em ações consideradas de manutenção e
desenvolvimento do ensino público, de acordo com a Lei
nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, em seu art. 70.
29
O FUNDEB foi instituído após o Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento do Ensino
Fundamental e Valorização do Magistério
(FUNDEF), regulamentado pela Lei Federal nº
9.424, de 24 de dezembro de 1996 a dezembro
de 2006.
30
A partir do mês de janeiro de 2007 sai de cena o FUNDEF e entra
o FUNDEB, que, assim como seu antecessor, se caracteriza como
um fundo de natureza contábil, formado por recursos dos próprios
estados e municípios, além de uma parcela de recursos federais,
cuja finalidade é promover o financiamento da educação básica
pública brasileira.
Para cobrir as despesas com as demais faixas da educação, agora
incorporadas ao FUNDEB (o FUNDEF atendia somente o ensino
fundamental), os estados e municípios irão colaborar com o fundo
não mais com 15%, mas sim com 20% da sua receita proveniente
de impostos e transferências, aumentando dos 15% que eram até
dez/2006, para 16,66% em 2007, 18,33% em 2008 e, de 2009
em diante, 20%.
31
Já a União aplicará no FUNDEB dois bilhões de reais
em 2007, 3 bilhões em 2008, 4,5 bilhões em 2009 e a
partir de 2010 sua colobaração será de, no mínimo,
10% do total de recursos do Fundo (algo em torno de
5,5 bilhões de reais). O FUNDEB (Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e
de Valorização dos Profissionais da Educação) destina
recursos para a educação infantil, no ensino
fundamental e no ensino médio, inlcusive na
modalidade de educação de jovens e adultos.
34
Estudos e análises referentes ao financiamento da educação têm
auxiliado na compreensão da organização e da gestão da
educação frente ao financiamento. O Brasil vem ganhando
destaque no quesito economia da educação. Estes estudos,
discussões e análises sobre o financiamento que vêm se
efetivando em nosso país são complexos, envolvem todos os
entes federados (União, estados, Distrito Federal e municípios),
sem esquecer da esfera privada. Sendo este um tema complexo e
indispensável para o êxito e a qualidade na educação, a
compreensão da estrutura e das bases do financiamento do
ensino é uma necessidade de e para toda a comunidade escolar,
pois envolve o trabalho dos gestores educacionais, de todos os
profissionais da educação, pais de alunos, bem como a
comunidade local.
35
O sistema educacional brasileiro, sua organização conforme a
Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 2004) e a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB/1996) (BRASIL,
1996), concretizam-se através da divisão das incumbências,
competências e responsabilidades entre as esferas: União,
Estados e Municípios, englobando também o que se refere ao
financiamento e à manutenção dos diferentes níveis e
modalidades da educação e do ensino no Brasil.
A forma de organização do gerenciamento do financiamento da
educação faz com que seja necessário um trabalho direcionado à
descentralização, sendo outro desafio na educação a
democratização do processo decisório nas diferentes esferas
governamentais.
36
Como todo processo educacional está direcionado ao
fazer democrático, descentralizado, neste contexto,
caro(a) acadêmico(a), mudando o foco de um governo
com tendência a concretizar o trabalho voltado à
descentralização, diminuindo a centralidade do âmbito
educacional, o financiamento da educação não poderia
ficar nas mãos de alguns.
Neste foco, observe-se o quadro a seguir, extraído do
livro “Gestão Educacional – uma questão
paradigmática” (LÜCK, 2006, p. 82):
37
Passagem da centralização da autoridade para a sua descentralização
CENTRALIZAÇÃO DESCENTRALIZAÇÃO
*Construção de mecanismos
externos de controle da gestão.
* Tomada de decisão distante
do âmbito de ação.
* Competências técnicas
localizadas de forma
especializada em âmbito
central.
*Construção de mecanismos de
autoridade de gestão, pela
unidade de atuação.
* Tomada de decisão próxima
do ambiente ação.
* Competências técnico-
políticas construídas e
disseminadas por todo o
sistema.
38
A garantia de uma educação eficaz está diretamente
ligada ao financiamento da educação, pois o
financiamento público da educação garante o acesso e
permanência do aluno na escola, sendo este um
direito de uma educação gratuita e para todos.
O regime de colaboração, ou seja, a descentralização,
tem influência direta sobre o processo orçamentário
da educação e sua execução, o que implicaria
conhecer como funciona o financiamento da educação
no Brasil.
40
Apresentarei resumidamente os princípios
que devem nortear a administração pública,
não somente referente ao financiamento da
educação, mas em todas as ações de um
gestor escolar. Estes princípios encontram-se
no artigo 37 da Constituição Federal de 1988
(BRASIL, 2004). Vejamos:
41
Legalidade Obedecer ao que a Lei prescreve.
Moralidade Aplicar os recursos de forma correta, primando pela ética, deacordo com a Lei, resguardando o
interesse público.
Impessoalidade Atender aos interesses da comunidade, de forma impessoal.
Publicidade Divulgar os débitos e créditos de forma ampla. Mostrar todasas aquisições realizadas,
procurando sempre focar um objetivo
perante as ações.
Eficiência (falar e fazer) Realizar o que foi combinado e/ou prometido com os recursosoriundos da educação, mostrar
trabalho à comunidade,resultados...
42
GESTÃO FINANCEIRA: PASSOS FUNDAMENTAIS
� Todas as ações voltadas ao bom funcionamento da
escola e de suas atividades necessitam seguir
alguns passos primordiais para a qualidade da
educação, ou seja, da aprendizagem, que é o
principal objetivo da educação. Com este olhar, o
financiamento da educação é a chave mestra, o
alicerce para algumas ações se concretizarem.
Para tanto é necessário o gestor e sua equipe
gestora estarem atentos ao:
43
Planejar: o planejamento de ações voltadas ao
financiamento deve, em primeira instância,ser
oriundo de discussões coletivas, ou seja, entre a
equipe do colegiado, em assembleias...
Desta forma, é indispensável pensar, planejar
sobre quem serão os beneficiados com esta ou
aquela ação, equipamentos e materiais que serão
necessários para pôr em prática o planejado,
realizar uma previsão orçamentária, período de
execução do plano. Neste prisma, o olhar
quantitativo é importante para o êxito da ação.
44
Executar: no ato de pôr em prática o
planejamento, é fundamental registrar todos
os recursos gastos, acompanhar diretamente o
trabalho que está sendo executado; afinal de
contas, você, gestor (a), deve olhar e analisar,
através dos olhos da sua comunidade escolar,
pois na qualidade de líder/gestor da
comunidade, você os representa.
45
Prestar contas: durante a execução dos trabalhos e,
principalmente, após o término do trabalho, é
imprescindível a prestação de contas em mínimos
detalhes à comunidade e à unidade que a financiou. A
prestação de contas deve ser apresentada, analisada pelo
Conselho Fiscal da Associação de Pais e Professores/APP
de cada unidade escolar, em reuniões de pais,
assembleias gerais, ou seja, ser constante e/ou
mensalmente. Aos órgãos financiadores devem ser
prestadas contas conforme os prazos estabelecidos
legalmente. Isto deve ser realizado de acordo com a
realidade de cada município, Estado e/ou outras
instâncias.
46
De acordo com Perrenoud (2000, p. 103):
[...] administrar os recursos de uma escola é fazer
escolhas, ou seja, é tomar decisões coletivamente. Na
ausência de projeto comum, uma coletividade utiliza os
recursos que tem, esforçando-se, sobretudo, para
preservar uma certa equidade na repartição dos
recursos. Por essa razão, se não for posta a serviço de
um projeto que proponha prioridades, a administração
descentralizada dos recursos pode, sem benefício visível,
criar tensões difíceis de vivenciar, com sentimento de
arbitrariedade ou de injustiça pouco propício à
cooperação.
47
Através desta afirmação constata-se que o
planejamento financeiro elaborado e
executado em consonância com o coletivo,
com o conselho escolar e seu Projeto Político-
Pedagógico, irá favorecer o sucesso no
alcance de resultados mais eficazes e
positivos, satisfazendo a comunidade escolar.
50
Nas novas formas de organizar a escola e a natureza do
trabalho pedagógico, bem como o auxílio na aplicação dos
recursos financeiros da escola, o gestor deve procurar
coordenar os trabalhos apontando-os para a
democratização. Esta medida de democratização, ou seja,
gestão democrático-participativa, busca inovações para a
escola. Para tanto, é importante e fundamental a
implantação de Conselhos Escolares.
Esta forma de organizar os trabalhos no chão da escola
junto com o gestor escolar proporciona um trabalho voltado
à transparência das ações realizadas na e pela escola. O
Conselho Escolar é um suporte fundamental para enriquecer
e fundamentar o trabalho do gestor (a) escolar.
51
CONSELHO ESCOLAR� Caro(a) acadêmico(a), os conselhos escolares são órgãos de
deliberação coletiva, auxiliam a estrutura de gestão da escola.Nestes termos trago a definição da palavra por Cury (2000, p.47): Conselho vem do latim consilium. Por sua vez, consiliumprovém do verbo consulo/ consulere, significando tanto ouviralguém quanto submeter algo a uma deliberação de alguém,após uma ponderação refletida, prudente e de bom senso.Trata-se, pois, de um verbo cujos significados postulam a viade mão dupla: ouvir e ser ouvido. Obviamente a recíprocaaudição se compõe com o ver e ser visto e, assim sendo,quando um Conselho participa dos destinos de uma sociedadeou de partes destes, o próprio verbo consulere já contém umprincípio de publicidade.
52
A representação da comunidade escolar acontece através
do Conselho Escolar. Trata-se de uma estrutura em forma
de colegiado, composta por representantes dos segmentos
da comunidade escolar, constituindo-se de discussões de
caráter consultivo e/ou deliberativo. A implementação do
Conselho Escolar permite que diferentes setores da
sociedade possam contribuir e participar da gestão da
escola de forma democrática e institucionalizada. Consta
da LDB a instituição dos conselhos escolares (APP –
Associação de Pais e Professores, Conselho Deliberativo,
Grêmio Estudantil etc.), nas escolas públicas de educação
básica.
53
As associações de pais e professores ( APPs) têm
por finalidade colaborar com a qualidade do
ensino almejada pela comunidade escolar, com o
encaminhamento de ações que fazem parte dos
anseios familiares, da função, objetivos e metas
da Unidade Escolar à qual pertencem. Às APPs
compete dinamizar e estabelecer vias de
participação da comunidade, no processo de
tomada de decisão e no desenvolvimento das
ações da escola.
54
A equipe gestora da escola deve estar atenta às formas de
colaboração para que sejam incentivadas, já que os membros
que compõem as APPs são pais de alunos, professores e
desenvolvem seu trabalho voluntariamente. Nos tempos
atuais o voluntariado está quase em extinção.
As APPs são importantes para o compartilhamento das
relações de poder no interior do ambiente escolar, pois
contribuem na ampliação e diversificação das atividades
desenvolvidas pelos profissionais da educação e sua gestão.
Assim como a Associação de Pais e Professores, outro
conselho escolar importante nas instituições de ensino é o
grêmio estudantil.
55
O grêmio estudantil tem por finalidade defender os
direitos dos alunos promovendo assim a
participação efetiva dos alunos na política, na vida
cultural, na arte e em todos os âmbitos que
envolvem o processo de construção do
conhecimento. A atribuição primordial do grêmio é
representar os alunos das unidades escolares nos
colegiados, promovendo assim o pleno exercício da
cidadania dos jovens estudantes.
56
As principais características do grêmio escolar são as seguintes:
� Promove atividades políticas, culturais e
recreativas, de acordo com o regimento
interno da escola a que pertence;
� Constitui-se um espaço de expressar
vontades e reivindicações dos estudantes.
57
Função do Conselho Escolar
O Conselho Escolar deve ser o espaço em
que se discutem as questões educativas
e seus desdobramentos na prática
político-pedagógica da escola. Nesse
sentido, o Conselho Escolar tem as
seguintes funções:
59
a) Deliberativas: quando decidem sobre oprojeto político-pedagógico e outros assuntosda escola, aprovam encaminhamentos deproblemas, garantem a elaboração denormas internas e o cumprimento dasnormas dos sistemas de ensino e decidemsobre a organização e o funcionamento geraldas escolas, propondo à direção as ações aserem desenvolvidas. Elaboram normasinternas da escola sobre questões referentesao seu funcionamento nos aspectospedagógico, administrativo ou financeiro.
60
b) Consultivas: quando têm um caráter
de assessoramento, analisando as
questões encaminhadas pelos diversos
segmentos da escola e apresentando
sugestões ou soluções, que poderão ou
não ser acatadas pelas direções das
unidades escolares.
61
c) Fiscais (acompanhamento e
avaliação): quando acompanham a
execução das ações pedagógicas,
administrativas e financeiras, avaliando
e garantindo o cumprimento das normas
das escolas e a qualidade social do
cotidiano escolar.
62
d) Mobilizadoras: quando promovem a
participação, de forma integrada, dos
segmentos representativos da escola e da
comunidade local em diversas atividades,
contribuindo, assim, para a efetivação da
democracia participativa e para a melhoria da
qualidade social da educação.FONTE: BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica.
Programa Nacional de Fortalecimento dos conselhos escolares, 2004. p.
38-39. v. 1.
63
Atribuições do Conselho Escolar
As atribuições do Conselho Escolar
dependem do Regimento Interno de cada
unidade de ensino. Dada a autonomia para a
elaboração do Regimento Interno das
instituições, a gestão da escola deve levar
em consideração as determinações básicas
do regimento da Rede à qual a escola
pertence.
64
Neste contexto, indicamos, a seguir, algumasentre tantas outras atribuições do Conselho
Escolar:
� Elaborar o Regimento Interno da escola;
� Coordenar , elaborar, discutir, alterar, senecessário, o Regimento Escolar;
� Convocar assembleias-gerais da comunidadeescolar ou de seus segmentos;
� Propor e coordenar alterações curriculares naunidade escolar, respeitada a legislaçãovigente;
� Participar da elaboração do calendário escolar;
65
Acompanhar a evolução dos indicadores educacionais
(abandono escolar, aprovação, aprendizagem, entre
outros);
Aprovar o plano administrativo anual, elaborado pela
gestão da escola, sobre a programação e a aplicação
de recursos financeiros;
Fiscalizar a gestão administrativa, pedagógica e
financeira da unidade escolar, entre
outros.
66
A efetivação destas atribuições e outras aqui não
mencionadas é aprendizado que faz parte do ato
democrático no processo de gestão escolar. Cada
Conselho Escolar deve chamar a si a discussão de
suas atribuições prioritárias, em conformidade com
as normas da legislação em vigor. Neste processo
deve ser considerada a autonomia da escola
(prevista na LDB) e o seu empenho no processo de
construção de um projeto político-pedagógico
coerente com objetivos e prioridades bem definidos
em função das reais necessidades da comunidade na
qual a escola se insere.
67
Para o exercício dessas e de outras atribuições é
indispensável considerar que a qualidade que se
pretende atingir é a qualidade social, ou seja, a
realização de um trabalho escolar que represente,
no cotidiano vivido, crescimento intelectual,
afetivo, político e social dos envolvidos.
FONTE: Adaptado de: BRASIL. Ministério da Educação. Programa
nacional de fortalecimento dos conselhos escolares. Brasília: SEB,
2004. p. 45-48. v.1.
68
Eleição e composição do Conselho Escolar
� Quando a escola exerce a democracia de fato, os membros do
Conselho Escolar podem ser eleitos por um representante de
cada segmento da escola, sendo eles: professores, pais,
alunos... (conforme a realidade de cada instituição)
� Os conselhos escolares são compostos por representantes dos
mais diversos segmentos da unidade escolar, sendo eles: pais,
alunos, professores, gestão escolar/gestor e por demais
funcionários do estabelecimento. Estes são exemplos, pois a
composição dar-se-á conforme o que consta no Regimento
Interno da escola, mas com observação na legislação vigente.