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Código de Organização e de Procedimento da Administração Pública do Estado de Sergipe Lei Complementar nº 33 de 26 de dezembro de 1996  Índice Parte Assunto TÍTULO I DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ESTADUAL CAPÍTULO I DO CONCEITO DOS OBJETIVOS FUNDAMENTAIS E DA ESTRUTURA (artigos 1º a 3º) Artigo 1º Do Conceito Artigo 2º Dos Objetivos Fundamentais Artigos 3º Da Estrutura CAPÍTULO II DOS PRINCÍPIOS GERAIS (artigo 4º) Artigo 4º Da Enunciação CAPÍTULO III DA ESTRUTURA ADMINISTRATIVA DOS PODERES, DO MINISTÉRIO PÚBLICO E DO TRIBUNAL DE CONTAS (ARTIGOS 5º A 21) Seção I Da Direção Superior (artigos 5º a 7º) Artigo 5º Da Direção na Administração Direta Artigo 6º Da Direção na Administração Indireta Artigo 7º Dos Auxiliares Imediatos Seção II Da Administração Direta (artigos 8º a 10º) Artigos 8º Da Composição Artigo 9º Da Criação dos Órgãos Artigo 10

Lei Complementar Nº 33 de 1996

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  • Cdigo de Organizao e de Procedimento da Administrao Pblica do Estado de Sergipe

    Lei Complementar n 33 de 26 de dezembro de 1996

    ndice Parte Assunto TTULO I DA ADMINISTRAO PBLICA ESTADUAL CAPTULO I DO CONCEITO DOS OBJETIVOS FUNDAMENTAIS E DA ESTRUTURA (artigos 1 a 3) Artigo 1 Do Conceito Artigo 2 Dos Objetivos Fundamentais Artigos 3 Da Estrutura CAPTULO II DOS PRINCPIOS GERAIS (artigo 4) Artigo 4 Da Enunciao CAPTULO III DA ESTRUTURA ADMINISTRATIVA DOS PODERES, DO MINISTRIO PBLICO E DO TRIBUNAL DE CONTAS (ARTIGOS 5 A 21) Seo I Da Direo Superior (artigos 5 a 7) Artigo 5 Da Direo na Administrao Direta Artigo 6 Da Direo na Administrao Indireta Artigo 7 Dos Auxiliares Imediatos Seo II Da Administrao Direta (artigos 8 a 10) Artigos 8 Da Composio Artigo 9 Da Criao dos rgos Artigo 10

  • Da Hierarquia Seo III Da Administrao Indireta (artigos 11 a 16) Subseo I Das Entidades em Geral (artigos 11 a 15) Artigo 11 Da Criao e da Extino das Entidades Artigo 12 Das Caractersticas Centrais Artigo 13 Da Autonomia Artigo 14 Da Explorao de Atividade Econmica Artigo 15 Da Especialidade dos Fins Subseo II Da Criao das Empresas Pblicas e Sociedades de Economia Mista (artigo 16) Artigo 16 Da Criao Seo IV Das Deliberaes (artigos 17 a 21) Artigo 17 Da Autonomia Artigo 18 Dos Impedimentos Artigo 19 Do Indeferimento ou Arquivamento Tcito Artigo 20 Da Fundamentao das Decises Artigos 21 Da Publicao CAPTULO IV DAS TECNCAS DE GESTO (artigos 22 a 59) Seo I Das Disposies Preliminares (artigos 22 a 24) Artigo 22 Da Discriminao Artigo 23 Das Finalidades Artigo 24 Da Responsabilidade pela Aplicao Seo II

  • Do Planejamento (artigos 25 e 26) Artigo 25 Dos Objetivos e Instrumentos Artigo 26 Das Funes Seo III Da Coordenao e da Articulao (artigos 27 a 28) Artigo 27 Do Objetivo Artigo 28 Da Atuao Articulada Seo IV Da Superviso (artigo 29) Artigo 29 Do Objetivo Seo V Da Descentralizao e da Desconcentrao (artigos 30 a 34) Artigo 30 Do Objetivo Artigo 31 Dos Planos de Prtica da Descentralizao Artigo 32 Dos Planos de Prtica da Desconcentrao Artigo 33 Da Atribuio de Prestao de Servios a Terceiros Artigo 34 Da Execuo de Programas por outros rgos ou Entidades Seo VI Do Controle (artigos 35 a 59) Subseo I Do Controle em Geral (artigos 35 a 37) Artigo 35 Do Conceito Artigo 36 Da Finalidade Artigo 37 Das Modalidades Subseo II Do Controle Interno (artigos 38 a 50) Artigo 38 Dos Meios de Controle Interno Artigo 39

  • Da Fiscalizao Hierrquica Artigo 40 Do Recurso Administrativo Artigo 41 Da Interposio do Recurso Artigo 42 Da Fundamentao das Decises Artigo 43 Da Inexigibilidade de garantia de Instncia Artigo 44 Da Omisso ou Recusa de Prtica de Ato Artigo 45 Dos Efeitos do Recurso Artigo 46 Da Interveno de Terceiro Artigo 47 Da Desistncia e da Renncia do Recurso Artigo 48 Da Preveno de Dano Artigo 49 Do Prazo Recursal Artigo 50 Da Expirao do Prazo Recursal Subseo III Do Controle Externo (artigos 51 a 59) Artigo 51 Da Sujeio ao Controle Externo Artigo 52 Do Controle Legislativo Artigo 53 Da Finalidade do Controle Legislativo Artigo 54 Dos Meios de Controle Legislativo Artigo 55 Dos Limites do Controle Legislativo Artigo 56 Da Fiscalizao Contbil, Financeira, Oramentria, Operacional e

    Patrimonial Artigo 57 Do Controle Judicial Artigo 58 Dos Meios de Controle Judicial Artigo 59 Da Dispensa do Dever de Recurso CAPTULO V DOS SISTEMAS DE ATIVIDADES AUXILIARES (artigos 60 e 61) Artigo 60

  • Da Organizao Artigo 61 Da Estrutura e Subordinao CAPTULO VI DAS FORMAS DE ATUAO ADMINISTRATIVAS (artigos 62 a 99) Seo I Das Formas Em Geral (artigo 62) Artigo 62 Da Enunciao Seo II Do Ato Administrativo (artigos 63 a 89) Subseo I Das Disposies Preliminares (artigo 63) Artigo 63 Do Conceito Subseo II Da Existncia, da Validade, da Eficcia e da Executoriedade do Ato

    Administrativo (artigos 64 e 67) Artigo 64 Da Existncia Artigo 65 Da Validade Artigo 66 Da Eficcia Artigo 67 Da Executoriedade Subseo III Dos Requisitos de Validade do Ato Administrativo (artigos 68 a 73) Artigo 68 Da Enunciao Artigo 69 Da Competncia Artigo 70 Da Forma Artigo 71 Do Motivo Artigo 72 Do Objeto Artigo 73 Da Finalidade Subseo IV

  • Da Invalidade do Ato Administrativo (artigos 74 a 77) Artigo 74 Das Normas Gerais Artigo 75 Do Ato Inexistente Artigo 76 Do Ato Nulo Artigo 77 Do Ato Anulvel Subseo V Da Revogao do Ato Administrativo (artigos 78 a 84) Artigo 78 Do Conceito Artigo 79 Da Iniciativa Artigo 80 Do Sujeito Ativo Artigo 81 Da Competncia Artigo 82 Do Efeito Repristinatrio Artigo 83 Da Forma e Das Formalidades da Revogao Artigo 84 Do Ato Irrevogvel Subseo VI Do Ato Administrativo Dependente da Vontade do Interessado (artigos 85 e

    86) Artigo 85 Do Conceito Artigo 86 Da Enunciao Subseo VII Do Ato Administrativo de Controle (artigos 87 e 88) Artigo 87 Do Conceito Artigo 88 Da Enunciao Subseo VIII Do Ato Administrativo Instrumental de Outro Ato (artigo 89) Artigo 89 Do Conceito Seo III

  • Do Regulamento (artigos 90 a 98) Artigo 90 Do mbito de Aplicao Artigo 91 Do Conceito Artigo 92 Da Hierarquia Normativa Artigo 93 Da Eficcia Artigo 94 Das Vedaes Artigo 95 Da Forma Artigo 96 Do Projeto Artigo 97 Das Remisses Artigo 98 Da Manifestao da Procuradoria-Geral do Estado Seo IV Do Contrato ou do Convnio (artigo 99) Artigo 99 Do Regime Jurdico CAPTULO VII DOS BENS PBLICOS (artigos 100 a 106) Artigo 100 Da Enunciao Artigo 101 Do Domnio Pblico Artigo 102 Das Vedaes em Geral Artigo 103 Da Responsabilidade dos Agentes Pblicos Artigo 104 Das Normas Especiais sobre Alienao de Bens Imveis Artigo 105 Das Normas Especiais sobre Alienao de Bens Mveis Artigo 106 Das Normas Especiais Relativas a Veculos CAPTULO VIII DAS RELAES ENTRE A ADMINISTRAO E OS ADMINISTRADOS (artigos

    107 a 144) Seo I Dos Princpios Gerais (artigos 107 a 112) Artigo 107

  • Do Regime Jurdico Artigo 108 Do Direito a Informaes Artigo 109 Do Direito de Petio e Certido Artigo 110 Do Direito ao Devido Processo Legal Artigo 111 Do Direito ao Contraditrio e Ampla Defesa Artigo 112 Do Direito Publicidade dos Atos Oficiais Seo II Do Procedimento Administrativo (artigos 113 a 144) Subseo I Das Disposies Preliminares (artigo 113) Artigo 113 Do mbito de Aplicao Subseo II Dos Princpios Especficos (artigo 114) Artigo 114 Da Enunciao Subseo III Dos Casos de Instaurao Obrigatria do Procedimento (artigo 115) Artigo 115 Da Enunciao Subseo IV Do Curso do Procedimento (artigos 116 a 133) Artigo 116 Das Fases Artigo 117 Das Formas de Iniciativa Artigo 118 Dos Interessados Artigo 119 Dos Deveres Gerais dos Interessados Artigo 120 Da Absteno Artigo 121 Da Recusa Artigo 122 Da Instruo Artigo 123 Das Medidas Cautelares Artigo 124

  • Das Provas Artigo 125 Do nus da Prova Artigo 126 Das Provas Especficas Artigo 127 Das Alegaes Finais Artigo 128 Das Diligncias Complementares Artigo 129 Do Relatrio Artigo 130 Da Deciso Artigo 131 Das Outras Causas de Extino do Procedimento Artigo 132 Do Tempo dos Atos Procedimentais Artigo 133 Do Lugar dos Atos Procedimentais Subseo V Do Regime dos Prazos (artigos 134 a 140) Artigo 134 Da Fixao Artigo 135 Da Continuidade Artigo136 Da Contagem Artigo 137 Dos Prazos para Despachos e Decises Artigo 138 Da Ampliao dos Prazos Artigo 139 Do Procedimento de Urgncia Artigo 140 Do Prazo para Concluso do Procedimento Subseo VI Da Notificao (artigos 141 a 144) Artigo 141 Do Dever de Notificar Artigo 142 Da Dispensa Artigo 143 Da Forma Artigo 144 Do Contedo CAPTULO IX

  • DAS RELAES ENTRE A ADMINISTRAO E OS SERVIDORES PBLICOS CIVIS (artigos 145 a 161)

    Artigo 145 Do Regime Jurdico Artigo 146 Das Diretrizes Bsicas de Valorizao dos Servidores Pblicos Civis Artigo 147 Do Conceito de Servidor Pblico Civil Artigo 148 Do Cadastro dos Servidores Artigo 149 Dos Quadros de Pessoal Artigo 150 Do Conceito de Cargo Pblico Artigo 151 Da Classificao dos Cargos Pblicos Artigo 152 Do Provimento dos Cargos Efetivos Artigo 153 Do Provimento dos Cargos em Comisso Artigo 154 Da Transformao de Cargos Pblicos Artigo 155 Do Conceito de Funo de Confiana Artigo 156 Do Investidura em Funo de Confiana Artigo 157 Do Aumento de Despesas e da Estruturao de Carreiras Funcionais Artigo 158 Do Calendrio de Pagamento de Pessoal Artigo 159 Da Proibio de Servios Gratuitos Artigo 160 Do Afastamento na Aposentadoria Compulsria Artigo 161 Da Declarao de Bens CAPTULO X DAS RELAES DA ADMINISTRAO PBLICA ESTADUAL COM

    ADMINISTRAES DOS DEMAIS ENTES FEDERAIS (artigos 162 a 166) Artigo 162 Do mbito de Aplicao Artigo 163 Das Normas Gerais Artigo 164 Da Vedao de Cooperao Tcnica e Financeira Artigo 165 Da Colaborao Recproca para Execuo de Leis, Servios ou Decises Artigo 166

  • Do Protocolo de Intenes TTULO II DAS OUTRAS DISPOSIES (artigos 167 a 184) CAPTULO I DAS DISPOSIES GERAIS (artigos 167 a 179) Artigo 167 Do Conceito de Lei Especfica Artigo 168 Da Extenso de Prerrogativas Artigo 169 Do Conceito de Servios de Publicidade Artigo 170 Do Programa Estadual de Desburocratizao Artigo 171 Da Inabilitao para o Exerccio de Cargo, Funo ou Emprego Pblico Artigo 172 Da Vedao de Despesas sem Interesse Pblico Artigo 173 Da Vedao de Tratamento Discriminatrio ao Aposentado Artigo 174 Da Cooperao com o Ministrio Pblico Artigo 175 Da Dispensa de Reconhecimento de Firma Artigo 176 Da Utilizao de Meios Tcnicos Artigo 177 Da Mudana de Orientao Administrativa Artigo 178 Da Extenso das Normas Sobre a Legalidade Artigo 179 Dos Servidores Pblicos Militares CAPTULO II DAS DISPOSIES TRANSITRIAS (artigos 180 a 182) Artigo 180 Da Elaborao do Manual de Redao de Atos Oficiais Artigo 181 Do Prazo para Atualizao dos Estatutos dos Servidores Pblicos Civis Artigo 182 Da Lei Especial sobre Bens Pblicos CAPTULO III DAS DISPOSIES FINAIS (artigos 183 e 184) Artigo 183 Da Vigncia Artigo 184 Da Revogao de Disposies em Contrrio

  • LEI COMPLEMENTAR N 33 DE 26 DE DEZEMBRO DE 1996

    Institui o Cdigo de Organizao e de Procedimento da Administrao Pblica do Estado de Sergipe

    O GOVERNADOR DO ESTADO DE SERGIPE, Fao saber que, iniciando o processo legislativo e havendo a Assemblia Legislativa aprovado a iniciativa, eu sanciono, sob a forma de Lei Complementar, o seguinte Cdigo de Organizao e de Procedimento da Administrao Pblica do Estado de Sergipe.

    TTULO I DA ADMINISTRAO PBLICA ESTADUAL

    CAPTULO I

    DO CONCEITO, DOS OBJETIVOS FUNDAMENTAIS E DA ESTRUTURA

    Artigo 1 Do Conceito

    Entende-se por Administrao Pblica Estadual o conjunto de rgos e entidades criados para o desempenho da funo administrativa do Estado de Sergipe.

    Pargrafo nico

    Integram tambm a Administrao Pblica Estadual as entidades de direito privado, criadas pelo Estado para explorao de atividade econmica.

    Artigo 2 Dos Objetivos Fundamentais

    A Administrao Pblica Estadual ter por objetivos fundamentais: I a construo de uma sociedade estadual livre, justa e solidria; II a garantia do desenvolvimento estadual; III a erradicao da pobreza e da marginalizao e a reduo das desigualdades sociais e regionais, no mbito territorial do Estado; IV a promoo do bem de todos, sem preconceitos de origem, raa, sexo, cor, idade, religio e quaisquer outras formas de discriminao sem causa.

    Pargrafo nico

  • O alcance dos objetivos fundamentais da Administrao Pblica Estadual far-se- pela priorizao dos seguintes meios operacionais: I combate sistemtico sonegao tributria e improbidade administrativa; II controle popular dos atos administrativos; III valorizao dos servidores pblicos; IV adoo de plano de carreira dos servidores pblicos civis; V precedncia da administrao fazendria e de seus servidores fiscais, dentro das respectivas reas de competncia e jurisdio administrativa, sobre os demais setores administrativos; VI melhoria dos padres de atendimento ao pblico, notadamente nas reas de sade e educao; VII controle dos elementos causadores de degradao do meio ambiente.

    Artigo 3 Da Estrutura

    A Administrao Pblica Estadual compe-se: I da Administrao Direta, constituda por rgos que se integram na estrutura administrativa do Poder Legislativo, do Poder Executivo, do Poder Judicirio, do Ministrio Pblico e do Tribunal de Contas do Estado; II da Administrao Indireta, constituda pelas seguintes entidades que se integram na estrutura administrativa do Poder Executivo do Estado:

    a) autarquias; b) fundaes pblicas; c) empresas pblicas; d) sociedade de economia mista; e) demais entidades sob controle direto ou indireto do Estado.

    CAPTULO II

    DOS PRINCPIOS GERAIS

    Artigo 4 De Enunciao

    A Administrao Pblica Estadual, no desempenho da funo administrativa, reger-se- pelos princpios gerais: I do Estado de Direito, significando a conformao da funo administrativa ao direito positivo e reviso judicial dos atos que a expressam; II da legalidade, significando a estrita submisso da funo administrativa lei, sem desvios ou abusos de competncia, e unicamente para a realizao do especfico interesse pblico que determinou a outorga dessa mesma competncia;

  • III da impessoalidade, significando o exerccio da funo administrativa de modo a no configurar promoo pessoal de agentes ou autoridades pblicas, nem discriminaes constitucionalmente injustificadas; IV da moralidade, significando o dever de conformar a funo administrativa aos padres tico-constitucionais de probidade, decoro e boa-f; V da publicidade, significando a adequada divulgao oficial dos atos de individualizao da funo administrativa, para conhecimento dos seus especficos destinatrios, do pblico em geral, e para a produo dos efeitos que lhes so prprios; VI da proporcionalidade, significando que, no desempenho da funo administrativa suscetvel de agravar a situao jurdica dos administrados, somente se adotaro providncias cujas extenso e intensidade sejam indispensveis para a realizao do correspondente interesse pblico; VII da motivao, significando a obrigatria explicitao das razes de fato e de direito que autorizam ou determinam o exerccio da funo administrativa; VIII da supremacia do interesse pblico, significando a prevalncia dessa interesse sobre o meramente individual ou corporativo, se incompatveis, assegurando-se a estes, quando for o caso, as compensaes previstas em lei; IX da indisponibilidade do interesse pblico, significando a vedao de qualquer comportamento administrativo que importe renncia total ou parcial de poderes, salvo autorizao legal; X da reviso, significando o reexame dos atos administrativos independentemente de provocao, para invalid-los sempre que praticados em desconformidade ordem jurdica, salvo nos casos de prescrio, decadncia ou grave comprometimento segurana das relaes jurdicas, objetivamente demonstrado, ou revog-los por inconvenincia ou inoportunidade; XI da deciso executria, significando a execuo das decises administrativas sem a necessidade de uso prvio da via judicial, desde que prevista em lei ou quando o ingresso em juzo for manifestamente incompatvel com a preservao do interesse pblico em causa; XII da responsabilidade patrimonial, significando que as pessoas jurdicas de direito pblico e as de direito privado prestadoras de servios pblicos respondero pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurando o direito de regresso contra o agente responsvel nos casos de dolo ou culpa.

    Pargrafo 1

    A enunciao dos princpios constantes deste artigo no exclui outros, deles decorrentes, ou resultantes do regime e dos princpios adotados pela Constituio da Repblica Federativa do Brasil e pela Constituio do Estado de Sergipe.

    Pargrafo 2

    Os princpios de que trata este artigo, exceo dos referidos nos incisos X e XI do seu caput, so extensivos s entidades estatais exploradoras de atividade econmica.

  • CAPTULO III DA ESTRUTURAO ADMINISTRATIVA DOS PODERES DO MINISTRIO PBLICO E DO TRIBUNAL DE CONTAS

    Seo I

    Da Direo Superior

    Artigo 5 Da Direo na Administrao Direta

    A Administrao Estadual Direta ser superiormente dirigida: I no mbito do Poder Executivo, pelo Governador do Estado; II no mbito do Poder Legislativo, do Poder Judicirio, do Ministrio Pblico e do Tribunal de Contas do Estado, nos termos da legislao prpria de cada um desses Poderes ou rgos.

    Artigo 6 Da Direo na Administrao Indireta

    A Administrao Indireta, no mbito do Poder Executivo, ser superiormente dirigida pelo Governador do Estado.

    Artigo 7 Dos Auxiliares Imediatos

    Como dirigente superior da Administrao Pblica Direta e Indireta do Poder Executivo, o Governador ser imediatamente auxiliado pelos Secretrios de Estados, pelo Procurador-Geral e pelo Defensor-Geral do Estado.

    Pargrafo nico

    Pelos atos que referendarem, nas respectivas reas de competncia, os Secretrios de Estado, o Procurador-Geral e o Defensor-Geral do Estado respondero solidariamente com o Governador.

    Seo II Da Administrao Direta

    Artigo 8

    Da Composio

    A Administrao Estadual Direta compreende: I no mbito do Poder Executivo, os rgos integrados na estrutura administrativa da Governadoria, das Secretarias, da Procuradoria-Geral e da Defensoria-Geral do Estado; e

  • II no mbito dos Poderes Legislativo e Judicirio, assim como do Ministrio Pblico e do Tribunal de Contas, os indicados na legislao prpria de cada um desses Poderes ou rgos.

    Artigo 9 Da Criao dos rgos

    Os rgos da Administrao Direta dos Poderes Executivo e Judicirio sero criados por lei especfica e os do Poder Legislativo por decreto legislativo especfico, dos quais constaro a denominao, a estrutura, as atribuies e competncias, bem como os cargos, funes e respectivas remuneraes.

    Pargrafo nico

    Nos rgos estruturados sob forma colegiada, ser assegurada a participao das entidades legalmente representativas dos servidores estaduais diretamente interessados na discusso e deliberao dos temas de natureza profissional e previdenciria.

    Artigo 10 Da Hierarquia

    Os rgos da Administrao Direta relacionam-se entre si por vnculos hierrquicos, conforme o disposto no artigo 5 deste Cdigo.

    Seo III Da Administrao Indireta

    Subseo I

    Das Entidades em Geral

    Artigo 11 Da Criao e da Extino das Entidades

    As entidades da Administrao Indireta, inclusive as subsidirias, sero criadas por lei especfica, da qual constaro a denominao, a estrutura, as atribuies e competncias, e, sempre que se tratar de autarquias e fundaes pblicas, constaro tambm os cargos, funes e respectivas remuneraes.

    Pargrafo 1

    Tambm por lei especfica que se promover a transformao, fuso, ciso, incorporao, privatizao ou extino de qualquer das entidades da Administrao Indireta, inclusive as subsidirias, aps obedecidos os critrios de comprovao de relevante interesse pblico em parecer fundamentado do rgo de planejamento do Poder ao qual pertena a entidade.

  • Pargrafo 2

    Os atos deque trata o pargrafo 1 deste artigo, quando relativos s empresas pblicas, sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pelo Estado, sero complementados nos termos das leis civis e comerciais, conforme o caso.

    Pargrafo 3 A personalidade jurdicas das autarquias e fundaes pblicas ser conferida pelas respectivas leis de criao, devendo seus estatutos ser aprovados por Decreto, quando a entidade pertencer ao Poder Executivo, ou por Ato da respectiva Mesa, quando pertencer ao Poder Legislativo ou Judicirio.

    Artigo 12 Das Caractersticas Centrais

    So caractersticas centrais das entidades da Administrao Indireta, alm da criao, estruturao, denominao e fixao de atribuies e competncias por lei especfica: I autarquias:

    a) personalidade de direito pblico; b) patrimnio, receita e quadro de pessoal prprios; c) desempenho de atividades exclusivamente pblicas, inseridas

    nas atribuies constitucionais do Estado de Sergipe. II fundaes pblicas: a) personalidade de direito pblico; b) patrimnio prprio, formado por bens originariamente livres do

    Estado de Sergipe, ou do Estado de Sergipe e de outras fontes, para assegurar a realizao do fim especfico da entidade;

    c) desempenho de atividade que, suscetvel de execuo tambm pelo setor privado, corresponda a um dever constitucional do Estado de Sergipe;

    d) receita e quadro de pessoal prprios. III empresas pblicas: a) personalidade de direito privado; b) organizao sob qualquer das formas admitidas em direito; c) capital exclusivo do Estado ou em participao com o de outras

    pessoas estatais ou de entidades da respectiva Administrao Indireta, desde que a maioria do capital seja do prprio Estado de Sergipe;

    d) receita e quadro de pessoal prprios. IV sociedades de economia mista:

  • a) personalidade de direito privado; b) organizao sob a exclusiva forma de sociedade annima; c) capital formado por associao entre o Estado de Sergipe ou

    qualquer de suas entidades da Administrao Indireta e a iniciativa privada, ficando com o prprio Estado ou com a sua entidade a maioria das aes com direito a voto;

    d) receita e quadro de pessoal prprios.

    Artigo 13 Da Autonomia

    As entidades da Administrao Indireta sero dotadas de autonomia administrativa, patrimonial e financeira.

    Pargrafo nico Para os fins da coordenao, superviso e controle de que trata o Captulo IV deste Ttulo, as entidades da Administrao Indireta vincular-se-o s Secretrias de Estado ou aos rgos da Administrao Direta que por essas tcnicas de gesto sejam responsveis perante o Governador do Estado ou o Chefe de Poder, em cuja rea de atribuies estiver enquadrada sua principal atividade.

    Artigo 14 Da Explorao de Atividade Econmica

    A explorao de atividade econmica, por entidades da Administrao Pblica Estadual, s ser admitida por imperativo de segurana do Estado, ou para a realizao de relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.

    Pargrafo 1

    A criao de subsidirias das entidades a que se refere este artigo s poder ocorrer quando houver correlao de fins.

    Pargrafo 2

    Depender de lei especfica a participao do Estado ou de suas empresas pblicas ou sociedades de economia mista no capital de empresa privada.

    Pargrafo 3

    A empresa pblica, a sociedade de economia mista e outras entidades que explorem atividade econmica, sujeitam-se ao regime jurdico prprio das empresas privadas, inclusive quanto s obrigaes trabalhistas e tributrias.

    Pargrafo 4

    As empresas pblicas e as sociedades de economia mista no podero gozar de privilgios fiscais no extensivos s do setor privado.

  • Artigo 15 Da Especialidade dos Fins

    As entidades da Administrao Indireta somente podero atuar no mbito da sua competncia e unicamente para a realizao dos fins que inspiraram a sua criao.

    Subseo II Da Criao das Empresas Pblicas e Sociedades de Economia Mista

    Artigo 16

    Da Criao As empresas pblicas e as sociedades de economia mista e respectivamente subsidirias, somente sero criadas mediante proposta em que fique evidenciada a sua viabilidade tcnica, administrativa e econmico-financeira.

    Pargrafo 1

    A proposta de criao ser formalizada por rgo colegiado de no mnimo 5 (cinco) membros profissionalmente qualificados, designados pelo Governador do Estado, devendo um deles, pelo menos, ser estranho aos quadros da Administrao Pblica.

    Pargrafo 2

    A lei de criao da empresa pblica e da sociedade de economia mista, e de suas subsidirias, dever conter as seguintes especificaes mnimas: I denominao, que, no caso de empresa pblica, ser sempre precedida da expresso Empresa Pblica, por extenso ou abreviadamente (E.P.); II sede e objeto; III constituio, competncia e funcionamento dos seus rgos; IV Secretaria de Estado a que se achem vinculadas para efeito de controle, inclusive mediante recurso administrativo; V tcnicas de controle de gesto que permitam, sobretudo, uma correta formulao das polticas institucionais e a subsequente avaliao dos seus resultados; VI regime fiscal da entidade e participao do Estado nos resultados obtidos; VII normas especiais de acautelamento de decises relativas a investimentos, fazendo-as preceder e acompanhar de estudos e avaliaes demonstrativas da relao custo-benefcio econmico-social, visando a mais razovel utilizao dos recursos disponveis;

  • VIII normas sobre a aplicao de excedentes econmicos e financeiros, para garantia da manuteno do normal processo de expanso da entidade; IX regime jurdico do seu pessoal, com exigncia de prvia aprovao em concurso pblico de provas, ou de provas e ttulos, para provimento dos respectivos empregos, salvo o dos empregos de confiana, e observado o disposto no pargrafo 1 do artigo 152 deste Cdigo; X formas adequadas de participao dos servidores na gesto e no controle da entidade; XI normas disciplinadoras de prestao de contas da entidade; XII princpios de gesto; XIII formas de extino; XIV a finalidade e o mbito de interveno do Governo do Estado na entidade; XV limite das despesas com pessoal ativo e inativo, que no poder exceder ao fixado em Lei Complementar para o Estado de Sergipe, nos termos do artigo 169 da Constituio Federal, com as adaptaes que se fizerem necessrias; XVI limite das despesas com publicidade, em cada exerccio financeiro; XVII quadro geral de pessoal, compreendendo todos os empregos, inclusive os de confiana e as funes gratificadas; XVIII sujeio s normas gerais de licitao e contratao.

    Pargrafo 3

    As empresas pblicas, as sociedades de economia mista e suas subsidirias podero ser criadas para prestao de servios pblicos ou para a explorao de atividade econmica.

    Pargrafo 4

    A lei a que se refere o pargrafo 2 deste artigo no poder, sob qualquer pretexto, delegar ao Poder Executivo a competncia para disciplinar as especificaes mnimas ali referidas.

    Pargrafo 5

    As empresas pblicas, sociedades de economia mista e subsidirias, que explorem servios pblicos estaduais, o faro na qualidade de delegadas do Poder Pblico, e no de concessionrias ou permissionrias.

  • Pargrafo 6

    Observado o disposto no caput e nos pargrafos anteriores deste artigo, os estatutos ou atos constitutivos sero elaborados de forma a possibilitar a sua adequao s caractersticas da atividade desenvolvida pela empresa pblica, sociedade de economia mista ou sua subsidiria.

    Seo IV Das Deliberaes

    Artigo 17

    Da Autonomia As deliberaes das entidades da Administrao Indireta somente sero suspensas, alteradas ou desfeitas nos casos e formas previstos nesta e em outras leis.

    Artigo 18 Dos Impedimentos

    Nenhum dirigente de rgo ou entidades da Administrao Pblica Estadual poder deliberar a respeito de matrias em que tenha interesse, ou relativamente s quais sejam interessados cnjuge, parentes consaguneos, ou afins, em linha reta ou at o terceiro grau da linha colateral, ou por adoo.

    Pargrafo nico

    Os impedimentos a que se refere este artigo estendem-se ao companheiro, conforme definido em lei.

    Artigo 19 Do Indeferimento ou Arquivamento Ttico

    Todo rgo ou entidade da Administrao Pblica Estadual obrigado a deliberar sobre peties, representaes ou reclamaes que lhe sejam endereadas por particulares, em matria da sua competncia, no prazo de 30 (trinta) dias contados da data de protocolo na respectiva repartio, salvo disposio legal em contrrio.

    Pargrafo nico

    A falta de deliberao no prazo referido neste artigo equivale a indeferimento ou arquivamento para fins de impugnao, salvo nos casos previstos em lei.

    Artigo 20 Da Fundamentao das Decises

    As deliberaes de rgos e entidades da Administrao Pblica Estadual sobre peties, representaes ou reclamaes de particulares sero motivadas, nos termos deste Cdigo, ressalvada a hiptese prevista no artigo anterior.

  • Artigo 21 Da Publicao

    Na Administrao Pblica Estadual, as deliberaes de efeito externo sero publicadas no Dirio Oficial do Estado, na ntegra ou resumidamente.

    CAPTULO IV DAS TCNICAS DE GESTO

    Seo I

    Das Disposies Preliminares

    Artigo 22 Da Discriminao

    As aes da Administrao Pblica Estadual, visando alcanar os objetivos fundamentais estabelecidos no artigo 2 deste Cdigo, observaro as seguintes tcnicas de gesto; I planejamento; II coordenao e articulao; III superviso; IV descentralizao e desconcentrao; V controle.

    Artigo 23 Das Finalidades

    As tcnicas de gesto devero ser observadas pelos rgos e entidades da Administrao Pblica Estadual, especialmente para os seguintes fins: I a eficiente execuo dos programas oficiais de trabalho e a observncia das normas legais que disponham sobre a atividade prpria do rgo ou da entidade; II a boa e correta aplicao e guarda dos dinheiros, bens e valores do Estado e de qualquer das suas entidades; III o irrestrito respeito aos direitos individuais, coletivos e difusos, constitucional ou legalmente assegurados.

    Artigo 24 Da Responsabilidade pela Aplicao

    A aplicao das tcnicas de gesto, na Administrao Pblica Estadual, ficar a cargo: I dos Secretrios de Estado, quanto s entidades da Administrao Indireta e rgos do Poder Executivo, exceo da Procuradoria-Geral e da Defensoria-Geral do Estado;

  • II do Procurador-Geral e do Defensor-Geral do Estado, quanto aos rgos constitutivos da Procuradoria-Geral e da Defensoria-Geral do Estado, respectivamente; III dos dirigentes superiores, na forma do inciso II do artigo 5 deste Cdigo, quanto aos rgos administrativos do Poder Legislativo e do Poder Judicirio, assim como do Ministerio Publico e do Tribunal de Contas do Estado, respectivamente, no que couber.

    Pargrafo 1

    No mbito das respectivas competncias, os Secretrios, o Procurador-Geral e o Defensor-Geral do Estado expediro instrues para a execuo das leis, decretos e regulamentos estaduais.

    Pargrafo 2

    Os dirigentes e chefes, em todos os nveis hierrquicos da Administrao Pblica Estadual, respondero solidariamente pela inobservncia das tcnicas de gesto de que trata este Captulo.

    Seo II Do Planejamento

    Artigo 25

    Dos Objetivos e Instrumentos A ao governamental, em todos os rgos e entidades da Administrao Direta e Indireta, do Poder Executivo Estadual, obedecer a planejamento que objetive promover o desenvolvimento econmico e social do Estado, e compreender a elaborao, acompanhamento e avaliao dos seguintes instrumentos, devidamente integrados: I plano plurianual; II diretrizes oramentrias; III Oramentos anuais IV - planos e programas estaduais, regionais e, se for o caso, setoriais.

    Artigo 26 Das Funes

    Entre as funes de planejamento incluem-se: I a identificao dos aspectos de planejamento institucional necessrios para atingir os objetivos e metas governamentais; II - a anlise de viabilidade tcnico-administrativa dos programas e projetos constitutivos dos instrumentos de planejamento;

  • III - o acompanhamento e avaliao da execuo dos programas e projetos referidos no inciso II deste artigo; IV - a verificao e a realizao de ajustes necessrios consecuo dos objetivos e metas previstas nos programas e projetos a que se referem aos anteriores incisos deste artigo.

    Pargrafo nico Dever constar dos planos e programas governamentais a indicao dos rgos e entidades responsveis pela sua execuo.

    Seo III Da Coordenao e da Articulao

    Artigo 27

    Do Objetivo

    As aes da Administrao Pblica Estadual e, especialmente, a execuo dos planos e programas de Governo, sero desenvolvidos de maneira coordenada e articulada, objetivando a otimizao dos seus recursos humanos e materiais.

    Pargrafo 1

    Os atos que institurem planos e programas devero estabelecer a quem caber a coordenao geral, regional e, se for o caso, setorial.

    Pargrafo 2

    Quando no ficar expressamente estabelecido a quem competir a coordenao de que trata este artigo, a mesma ser atribuio do rgo de planejamento da Administrao Pblica Estadual.

    Artigo 28 Da Atuao Articulada

    Sem prejuzo da hierarquia, do controle e da orientao tcnica, considerar-se-o articulados entre si, em consonncia com os respectivos fins, para efeito de atuao conjunta, os rgos e entidades da Administrao Pblica Estadual, visando a eliminar a disperso de esforos e a duplicidade de aes.

    Pargrafo 1

    Os rgos e entidades que operem numa mesma rea territorial do Estado devero atuar de forma coordenada e articulada, com o objetivo de assegurar a programao e a execuo integrada dos servios estaduais.

    Pargrafo 2

  • Os rgos e entidades estaduais que exeram atividades ou aes assemelhadas s de seus congneres federais ou municipais, numa mesma rea territorial do Estado, devero com eles articular-se para uma atuao conjunta, buscando evitar disperso de esforos e de recursos.

    Seo IV Da Superviso

    Artigo 29

    Do Objetivo Os rgos da Administrao Direta e as entidades da Administrao Indireta, do Poder Executivo Estadual, esto sujeitos superviso tendo por objetivo: I - a observncia da correspondente legislao e dos objetivos fundamentais da Administrao; II - a execuo dos programas governamentais; III - a coordenao dos rgos e entidades supervisionados, para harmonia de atuao conjunta; IV - a avaliao da gesto administrativa; V - a fiscalizao da aplicao, utilizao e guarda de dinheiros, bens e valores pblicos; VI - a economicidade na prestao dos servios; VII - a realizao dos objetivos previstos nos atos constitutivos dos rgos e das entidades; VIII - a harmonizao da atuao das entidades com a poltica e a programao governamentais; IX - a eficincia da gesto dos rgos e das entidades; X - a autonomia administrativa, patrimonial e financeira das entidades.

    Pargrafo nico

    A superviso cabe aos Secretrios de Estado ou autoridades que pela mesma sejam responsveis perante o Governador do Estado, de acordo com as respectivas reas de competncias em que se enquadrem as atividades dos rgos subordinados e das entidades vinculadas.

  • Seo V Da Descentralizao e da Desconcentrao

    Artigo 30

    Do Objetivo A descentralizao e a desconcentrao tm por objetivo possibilitar maior agilidade s decises, bem como situar os servios e as funes o mais prximo possvel dos administrados, dos fatos, das necessidades que precisem ser atendidas ou dos problemas que devam ser resolvidos.

    Artigo 31 Dos Planos de Prtica da Descentralizao

    A descentralizao dever ser posta em prtica nos seguintes planos: I - da Administrao Estadual Direta para a Indireta; II - da Administrao Estadual para as Administraes Municipais; III - da Administrao Estadual para a iniciativa privada.

    Artigo 32 Dos Planos de Prtica da Desconcentrao

    A desconcentrao dever ser posta em prtica nos seguintes planos: I - dentro dos nveis hierrquicos da Administrao Estadual; II - dentro das atividades enquadradas nas respectivas reas de competncias das Secretarias de Estado e de outros rgos que lhes sejam equivalentes; III - dentro de reas geogrficas situadas no territrio estadual.

    Artigo 33 Da Atribuio de Prestao de Servios a Terceiros

    O Estado poder atribuir a prestao de servios pblicos: I - a particulares, sob o regime de concesso ou de permisso, nos termos previstos em lei, sempre, porm, atravs de licitao; II - a entidades de Administraes Municipais, mediante autorizao legislativa, que fixe os termos das relaes entre o Estado e a entidade, no que se refere prestao do servio, remunerao, fiscalizao, vigncia ou validade, e resciso do respectivo instrumento; III - a entidades da prpria Administrao Estadual Indireta, independentemente de licitao, quando autorizado por lei, que fixe os termos das relaes entre o Estado e a entidade, quanto ao modo de prestao do servio, de remunerao e de fiscalizao.

  • Artigo 34

    Da Execuo de Programas por outros rgos ou Entidades Ressalvados os casos de manifesta impraticabilidade ou inconvenincia, a execuo de programas estaduais de carter nitidamente local poder ser atribuda a rgos ou entidades municipais incumbidas de servios iguais ou assemelhados.

    Pargrafo nico

    Os rgos e entidades estaduais responsveis pelos programas cuja execuo tenha sido atribuda a outros, conforme previsto no caput deste artigo, exercero o necessrio controle e a indispensvel fiscalizao sobre a mesma execuo, devendo a liberao de recursos ser condicionada ao fiel cumprimento dos objetivos e metas previstos no respectivo instrumento de atribuio.

    Seo VI Do Controle

    Subseo I

    Do Controle em Geral

    Artigo 35 Do Conceito

    Para os fins deste Cdigo, entende-se por controle o conjunto de meios destinados a exercer vigilncia, orientao e correo da atuao da Administrao Pblica Estadual.

    Pargrafo nico

    No mbito da Administrao Pblica Estadual, o controle, que se exercitar em todos os rgos e entidades e em todos os nveis, resultar: I da hierarquia, abrangendo aspectos de legalidade, de oportunidade e de convenincia da atuao administrativa; II da vinculao administrativa, nos termos da lei de criao das entidades da Administrao Indireta.

    Artigo 36 Da Finalidade

    O controle ter por fim assegurar, especialmente, os princpios constitucionais da impessoalidade, publicidade, moralidade e legalidade, prevenindo e corrigindo eventuais atos lesivos aos administrados, a estes e Administrao reciprocamente, ou somente Administrao.

    Pargrafo 1

  • O controle ser exercido pela Administrao, de ofcio ou mediante provocao dos administrados.

    Pargrafo 2

    Para estimular o controle mediante provocao, a Administrao dever: I divulgar, regular e periodicamente, os meios de controle disposio dos administrados, como e quando podero ser utilizados; II incentivar os administrados, inclusive com prmios ou recompensas, a participar do controle da atuao administrativa; III assegurar celeridade no exerccio do controle, devendo comunicar oficialmente, a quem o provocou, quais as providncias adotadas e os resultados obtidos.

    Artigo 37 Das Modalidades

    So modalidades de controle da atuao administrativa: I o controle interno prpria Administrao; II o controle externo exercido pelo Poder Legislativo, com o auxlio do Tribunal de Contas, quando for o caso, sobre as matrias indicadas na Constituio Estadual; III o controle externo exercido pelo Poder Judicirio.

    Pargrafo 1

    O controle interno ter natureza meramente administrativa e em nenhuma hiptese a deciso da Administrao ter os atributos da coisa julgada, embora se torne definitivamente administrativamente.

    Pargrafo 2

    A todos que participem da atividade de controle da Administrao sero asseguradas as garantias prprias a quantos se encontrem na situao de defesa de direitos lesados, ou ameaados de leso, ou na de denunciante de atuaes administrativas em desacordo com este Cdigo.

    Pargrafo 3

    O controle ser feito sob as formas preventiva, concomitante e subsequente atuao administrativa, e abranger aspectos de oportunidade, convenincia

  • e legalidade, ou apenas de legalidade, conforme o caso, sem prejuzo do disposto no caput do artigo 56 deste Cdigo.

    Subseo II Do Controle Interno

    Artigo 38

    Dos Meios de Controle Interno O controle interno ser feito, basicamente: I pela fiscalizao hierrquica; II pelo recurso administrativo; III pelas prestaes ou tomadas de contas, nos casos e formas previstos em lei.

    Artigo 39 Da Fiscalizao Hierrquica

    A fiscalizao hierrquica ser exercida pelos rgos superiores sobre os que lhes sejam subordinados, de forma permanente, independentemente de ordem ou solicitao.

    Pargrafo 1

    Para o fim do disposto no caput deste artigo, o superior hierrquico velar, principalmente: I pela execuo adequada dos programas a cargo do rgo subordinado; II pela observncia das leis, regulamentos, instrues e demais normas a que se sujeite a atividade especfica do rgo controlado; III pelo acompanhamento da execuo das atribuies desempenhadas pelos rgos subordinados, de modo a orient-los no sentido do aprimoramento do servio e aumento da produtividade, elevando os nveis de eficincia.

    Pargrafo 2

    As ordens e instrues expedidas pelo rgo controlador, se manifestamente ilegais, no obrigaro o controlado, assegurado a este, em caso de dvida fundada, solicitar daquele que as expea por escrito. No ser lcito, entretanto, ao rgo controlado recusar-lhes cumprimento por razes de oportunidade e convenincia.

    Pargrafo 3

    Desde que previsto em lei, o superior hierrquico poder avocar atribuies originariamente cometidas a um seu subordinado, que, neste caso, ficar desonerado de toda e qualquer responsabilidade pelo que a respeito vier a ser resolvido.

  • Artigo 40

    Do Recurso Administrativo Considera-se recurso administrativo qualquer meio capaz de propiciar a reviso das decises da Administrao Pblica Estadual, a fim de confirm-las ou desconfirm-las, total ou parcialmente.

    Artigo 41 Da Interposio do Recurso

    O recurso ser interposto voluntariamente pelos interessados, salvo quanto ao hierrquico, que poder ser interposto tambm pelo prprio agente que proferiu a deciso recorrida, conforme dispuser a lei.

    Artigo 42 Da Fundamentao das Decises

    A deciso do recurso ser fundamentada, podendo a autoridade competente para decid-lo, a ttulo de fundamentao, aceitar as razes do recorrente, as informaes do recorrido ou de rgos tcnicos que se manifestarem nos respectivos autos, ou motiv-las com razes prprias.

    Pargrafo nico A autoridade ou rgo competente para conhecer e decidir o recurso, gozar de ampla liberdade de reexame do ato recorrido, sendo-lhe lcito, inclusive, agravar os efeitos da deciso recorrida.

    Artigo 43 Da Inexigibilidade de Garantia de Instncia

    Para efeito de interposio do recurso administrativo, no ser exigida garantia de instncia, seja qual for a sua modalidade.

    Artigo 44 Da Omisso ou Recusa de Prtica de Ato

    Admitir-se- recurso administrativo para suprir omisso ou recusa da autoridade em praticar o ato requerido.

    Artigo 45

    Dos Efeitos do Recurso O recurso administrativo ter com efeito normal o devolutivo, admitindo-se, como exceo, o efeito suspensivo, quando interposto por servidor pblico e nos demais casos previstos em lei especfica.

    Pargrafo 1

  • Para os fins do disposto no caput deste artigo, entende-se por: I efeito devolutivo, aquele que no impede a execuo do ato recorrido enquanto no decidida a matria versada no recurso, cessando, a partir da interposio deste, a competncia da autoridade recorrida para pronunciar-se sobre a matria em questo. II efeito suspensivo, aquele que impede a execuo do ato recorrido enquanto no decidida a matria versada no recurso.

    Pargrafo 2

    Com o fim de prevenir leses de difcil, incerta, impossvel ou retardada reparao ao recorrente ou Administrao Pblica Estadual, a autoridade competente poder, no despacho de recebimento do recurso, e motivamente, declarar que o recebe no efeito suspensivo.

    Artigo 46 Da Interveno de Terceiro

    Ser assegurada a interveno de terceiro no recurso administrativo sempre que a deciso for suscetvel de lhe causar dano material ou moral.

    Pargrafo nico A interveno de terceiro dar-se- por iniciativa prpria, ou, quando previamente conhecido, por obrigatria notificao da Administrao, aplicando-se-lhe, no que couber, as normas previstas nos artigos anteriores.

    Artigo 47 Da Desistncia e da Renncia do Recurso

    A parte poder desistir do recurso ou a ele renunciar, expressa ou tacitamente.

    Pargrafo nico

    A desistncia ou a renncia do recurso no liberar a autoridade competente do dever de apurar os fatos, sempre que a matria exceder o mbito dos direitos disponveis de quem o interps.

    Artigo 48 Da Preveno de Dano

    No sendo o caso de recurso, por no haver ainda ato de que se deseje recorrer, assegurado a qualquer pessoa dirigir-se Administrao Pblica Estadual, desde que o faa por escrito e fundamentadamente, para prevenir-se de iminente dano material ou moral.

  • Artigo 49 Do Prazo Recursal

    O prazo para a interposio de recursos administrativos ser de 120 (cento e vinte) dias, salvo disposio legal em contrrio.

    Artigo 50 Da Expirao do Prazo Recursal

    vedada Administrao Pblica Estadual conhecer de recurso intempestivo, disso devendo dar cincia a quem o houver interposto.

    Pargrafo 1

    A critrio da Administrao, a vedao do caput deste artigo no se aplicar se ainda em curso o prazo para impugnao judicial e desde que no haja jurisprudncia sumulada dos Tribunais Superiores contrria pretenso do recorrente.

    Pargrafo 2

    Ser lcito, ainda, Administrao receber o recurso interposto fora do prazo, se o ato recorrido for manifestamente ilegal.

    Subseo III Do Controle Externo

    Artigo 51

    Da Sujeio ao Controle Externo Os rgos dos Poderes do Estado, as entidades da Administrao Indireta, o Tribunal de Contas e o Ministerio Publico do Estado, esto sujeitos ao controle externo do Poder Legislativo e do Poder Judicirio, nas respectivas reas de competncias.

    Artigo 52 Do Controle Legislativo

    O controle legislativo o exercido pela Assemblia Legislativa sobre atos do Poder Executivo, inclusive os da Administrao Indireta, do Tribunal de Contas e do Ministerio Publico Estadual.

    Artigo 53 Da Finalidade do Controle Legislativo

    O controle Legislativo tem por finalidade assegurar a conformidade da atuao da Administrao Pblica aos objetivos fundamentais do Estado e da sociedade.

    Artigo 54 Dos Meios de Controle Legislativo

  • So meios de controle legislativo, alm de outros previstos na Constituio e nas leis: I as verificaes e concluses de comisses parlamentares de inqurito; II os pedidos de informaes; III a convocao de dirigentes de rgos e entidades da Administrao Direta e Indireta do Poder Executivo Estadual, inclusive de Secretrios de Estado, do Tribunal de Contas e do Ministrio Pblico Estadual; IV a co-participao no desempenho de atos da funo administrativa; V o desempenho de funo jurisdicional especfica; VI a fiscalizao em matria contbil, financeira, oramentria, operacional e patrimonial, de qualquer dos Poderes do Estado, do Tribunal de Contas, do Ministrio Pblico Estadual, dos rgos da Administrao Indireta e das entidades de direito privado criadas pelo Estado para explorao de atividade econmica.

    Artigo 55 Dos Limites do Controle Legislativo

    O controle legislativo obedecer aos limites previstos na Constituio Federal.

    Artigo 56 Da Fiscalizao Contbil, Financeira, Oramentria,

    Operacional e Patrimonial A fiscalizao contbil, financeira, oramentria, operacional e patrimonial do Estado e das entidades da Administrao Estadual Indireta, quanto legalidade, legitimidade, economicidade e razoabilidade, assim como da aplicao das subvenes e renncias de receitas, ser exercida pela Assemblia Legislativa, mediante controle externo.

    Pargrafo 1 A Assemblia Legislativa exercer o controle externo atravs de decises de suas Comisses Tcnicas e do Plenrio, com auxlio do Tribunal de Contas do Estado.

    Pargrafo 2 Prestar contas ao Tribunal de Contas, no prazo mximo de 120 (cento e vinte) dias contados a partir do encerramento do exerccio financeiro, qualquer pessoa fsica ou entidade pblica que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre

  • dinheiro, bens e valores pblicos, ou pelos quais o Estado responda, ou que, em nome deste, assuma obrigaes de natureza pecuniria.

    Pargrafo 3 Para os efeitos do caput deste artigo, os Poderes Legislativo, Executivo e Judicirio, e, ainda, o Ministrio Pblico e o Tribunal de Contas do Estado mantero sistema de controle interno, de forma integrada, com a finalidade de: I avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execuo dos programas de governo e dos oramentos do Estado; II comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto eficcia e eficincia da gesto oramentria, financeira e patrimonial nos rgos e entidades da Administrao Estadual, bem como da aplicao de recursos pblicos por entidades de direito privado; III Exercer o controle das operaes de crdito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres do Estado; IV apoiar o controle externo no exerccio da respectiva misso institucional.

    Pargrafo 4

    Os responsveis pelo controle a que se refere o pargrafo 3 deste artigo, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela daro cincia ao Tribunal de Contas do Estado, sob pena de responsabilidade solidria.

    Pargrafo 5

    Qualquer pessoa fsica ou jurdica parte legtima para denunciar, perante o Tribunal de Contas, irregularidades ou ilegalidades em matria contbil, financeira, oramentria, operacional e patrimonial.

    Artigo 57 Do Controle Judicial

    O controle judicial aquele que se exerce privativamente pelo Poder Judicirio sobre a atuao administrativa de qualquer dos Poderes, das entidades de Administrao Indireta, do Tribunal de Contas e do Ministrio Pblico do Estado de Sergipe.

    Artigo 58 Dos Meios do Controle Judicial

    So meios especficos de controle judicial:

  • I o mandado de segurana; II a ao popular; III o habeas data; IV o mandado de injuno; V a ao civil pblica; VI o habeas corpus; VII a ao direta de inconstitucionalidade.

    Artigo 59 Da Dispensa do Dever de Recurso

    A Administrao Pblica Estadual poder deixar de recorrer de decises judiciais sempre que sobre a matria j existir jurisprudncia sumulada do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justia, do Tribunal Superior do Trabalho e do Tribunal de Justia do Estado de Sergipe, nas respectivas reas de competncia.

    Pargrafo nico A dispensa de dever de recurso ser objeto de despacho fundamentado: I do Governador do Estado, no mbito da Administrao Direta e Indireta, do Poder Executivo, ouvida a Procuradoria-Geral do Estado; II dos Dirigentes Superiores, no mbito dos Poderes e rgos referidos no inciso II do artigo 5 deste Cdigo, indicados nos termos da legislao prpria de cada um desses Poderes e rgos.

    CAPTULO V DOS SISTEMAS DE ATIVIDADES AUXILIARES

    Artigo 60

    Da Organizao Sero organizadas sob a forma de sistemas as atividades de pessoal, material, patrimnio, planejamento, oramento, estatstica, administrao financeira, contabilidade e auditoria, e servios gerais ou auxiliares, alm de outras atividades auxiliares comuns a todos os rgos da Administrao Estadual que necessitem de coordenao central.

    Pargrafo 1

    Os servios correspondentes ao exerccio das atividades de que trata este artigo consideram-se integrados no sistema respectivo e ficam, consequentemente, sujeitos orientao normativa, superviso tcnica e fiscalizao especfica do rgo central do sistema, sem prejuzo da subordinao ao rgo em cuja estrutura administrativa estiverem integrados.

    Pargrafo 2

  • O dirigente do rgo central de cada sistema responsvel pelo fiel cumprimento das leis e regulamentos pertinentes e pelo funcionamento eficiente e coordenado do sistema.

    Pargrafo 3 Os responsveis pelos diversos rgos competentes dos sistemas tm o dever de atuar de modo a imprimir o mximo rendimento e a reduzir os custos operacionais da Administrao.

    Pargrafo 4

    Junto ao rgo central de cada sistema poder funcionar uma comisso de coordenao, cujas atribuies e composio sero definidas em decreto.

    Artigo 61 Da Estrutura e Subordinao

    A estruturao dos sistemas de que trata o artigo 60 deste Cdigo e a subordinao dos respectivos rgos centrais sero estabelecidas em decreto.

    CAPTULO VI DAS FORMAS DE ATUAO ADMINISTRATIVA

    Seo I

    Das Formas em Geral

    Artigo 62 Da Enunciao

    A Administrao Pblica Estadual atuar, principalmente mediante as seguintes formas, obedecido o regime jurdico institudo neste Cdigo: I ato administrativo; II regulamento; III contrato e convnio.

    Pargrafo nico

    O disposto neste artigo no excluir a atuao, segundo as formas de direito privado, desde que compatveis com a natureza da atividade administrativa, o seu formalismo e os fins a que se prope alcanar.

    Seo II Do Ato Administrativo

    Subseo I

    Das Disposies Preliminares

  • Artigo 63 Do Conceito

    Para os efeitos deste Cdigo, considera-se ato administrativo a declarao unilateral da Administrao Pblica, no exerccio da funo administrativa, e em cumprimento a normas de direito administrativo, destinada a produzir efeitos jurdicos em situao correta.

    Pargrafo 1 O ato administrativo deve ser enunciado com clareza e preciso suficientes para a determinao dos efeitos jurdicos pretendidos e compreender necessariamente: I a indicao da norma de outorga da competncia para a prtica do ato, assim como do dispositivo que estiver sendo aplicado; II a identificao do agente que expediu o ato, com expressa referncia ao uso de competncia originria, delegada ou subdelegada, conforme o caso; III o destinatrio do ato; IV a motivao do ato; V o objeto do ato; VI a data em que o ato foi praticado; VII a assinatura do agente que expediu o ato; VIII a determinao da publicao oficial do ato, sempre que exigida.

    Pargrafo 2

    Equipara-se a ato administrativo o praticado por quem esteja fazendo as vezes da Administrao Pblica, em regime de concesso, permisso ou autorizao de servios ou de obras pblicas, ou de permisso ou autorizao de uso privativo de bem pblico, assim como o praticado por quem, no integrando a Administrao, se ache no desempenho de ofcio ou funo pblica.

    Subseo II Da Existncia, da Validade, da Eficcia

    e da Executoriedade do Ato Administrativo

    Artigo 64 Da Existncia

    Considera-se existente o ato administrativo que rena todos os elementos do seu conceito, tal como formulado no caput do artigo 63 deste Cdigo.

    Artigo 65 Da

    Validade

  • Considera-se vlido o ato administrativo quando observadas as exigncias legais para a sua formao e expedio.

    Artigo 66 Da Eficcia

    O ato administrativo eficaz somente quando apto a produzir os efeitos a que se destina.

    Pargrafo 1

    Considera-se apto a produzir os efeitos a que se destina o ato administrativo no sujeito a condio suspensiva, a termo inicial de vigncia, a modo, ou aos atos de controle previstos nos artigos 87 e 88 deste Cdigo.

    Pargrafo 2

    Sem prejuzo do disposto no pargrafo anterior, o ato administrativo de efeito externo s se tornar eficaz a partir de sua publicao no Dirio Oficial do Estado, salvo nos casos em que o sigilo seja imprescindvel segurana da sociedade e do Estado, nos termos da lei.

    Pargrafo 3

    Sempre que possvel, e desde que no importe fraude aplicao deste Cdigo, a publicidade referida no pargrafo 2 deste artigo, poder ser substituda pela cincia pessoal e direta do destinatrio do ato, reconhecendo-se a este o direito de dispens-la, se de outro modo tomar conhecimento inequvoco do ato.

    Pargrafo 4

    Dentre outras situaes previstas em lei, presume-se o conhecimento oficial do ato sempre que o interessado esteja presente no momento da sua prtica ou intervenha no procedimento administrativo destinado a produzi-lo e revele conhecer-lhe o contedo.

    Artigo 67 Da Executoriedade

    O ato administrativo executrio, logo que eficaz.

    Pargrafo 1 O cumprimento das obrigaes e o respeito pelas limitaes que derivam de um ato administrativo podem ser impostos coercitivamente pela Administrao sem recurso prvio ao Judicirio, desde que a imposio seja feita pelas formas e nos termos admitidos por lei.

    Pargrafo 2

  • No executrio o ato: I cuja eficcia esteja suspensa; II de que tenha sido interposto recurso com efeito suspensivo; III sujeito a aprovao ou homologao.

    Pargrafo 3 A deciso de proceder a execuo administrativa ser previamente notificada ao seu destinatrio.

    Subseo III Dos Requisitos de Validade do Ato Administrativo

    Artigo 68

    Da Enunciao Para os fins deste Cdigo, consideram-se requisitos de validade do ato administrativo a competncia, a forma, o motivo, o objeto e a finalidade.

    Artigo 69 Da Competncia

    Todo ato administrativo supe para a sua vlida emisso a existncia de prvia lei que habilite a Administrao a pratic-lo e dentro dos termos dessa especfica habilitao.

    Pargrafo 1

    A competncia dar-se- em razo da matria, do grau hierrquico, do lugar e do tempo, conforme estabelecida em lei.

    Pargrafo 2

    A competncia irrenuncivel, improrrogvel e intransfervel, admitido, contudo, o deslocamento do seu exerccio mediante delegao, desde que expressamente prevista em lei.

    Pargrafo 3

    O ato de delegao dever atender aos seguintes requisitos: I referncia expressa lei que o autorizou; II a indicao da autoridade delegante e do rgo em que atua;

  • III A indicao da autoridade delegatria, IV a matria objeto da delegao e os atos que lhe digam respeito; V o prazo de sua vigncia, em cuja falta se considerar feita por tempo indeterminado; VI a publicao no Dirio Oficial do Estado, como requisito de eficcia.

    Pargrafo 4

    vedada a subdelegao, salvo se a lei dispuser em contrrio, aplicando-se-lhe, no que couber, as normas sobre delegao.

    Pargrafo 5

    Sempre que atuar no uso de delegao de competncia, o delegatrio far expressa meno de que atua nessa qualidade, com indicao do respectivo ato e do Dirio Oficial que o publicou.

    Pargrafo 6

    Durante o prazo da delegao, a autoridade delegante somente poder exercer novamente a competncia sobre a matria delegada mediante avocao a ser feita caso a caso, motivadamente.

    Pargrafo 7

    Na hiptese do pargrafo anterior, no se admitir a avocao se o ato do delegatrio houver sido impugnado administrativa ou judicialmente.

    Pargrafo 8

    A delegao de competncia admite desfazimento durante a sua vigncia, de ofcio ou mediante provocao escrita e fundamentada de interessado, sem que implique modificao da competncia relativamente aos atos j praticados pelo delegatrio, que por eles continuar responsvel.

    Pargrafo 9

    Os atos praticados no desempenho de delegao sero de exclusiva responsabilidade do delegatrio, admitida, todavia, a responsabilidade solidria do delegante sempre que tiver cincia prvia do mau uso da delegao, ou, conhecendo-o posteriormente, a tempo de corrigi-lo, omitir-se em faz-lo.

    Pargrafo 10

  • A delegao de competncia no exime o delegante do dever de fiscalizar o seu uso pelo delegatrio.

    Pargrafo 11

    A delegao de competncia entende-se sempre inspirada no propsito de imprimir maior rapidez e objetividade s decises administrativas, situando-as na proximidade dos fatos, pessoas ou problemas a atender.

    Pargrafo 12

    So excludos do regime da delegao de competncia os ato que, pela prpria natureza das funes exercidas pelo delegante e pelo delegatrio, sejam entre si incompatveis ou importem contrariedade ao processo da respectiva formao. Igualmente indelegvel a competncia, se o ato pressupe conhecimentos especializados ou requisitos prprios de habilitao do delegante.

    Pargrafo 13

    Alm da delegao de competncia, admitida a delegao de assinatura de correspondncia oficial, de outros documentos, ou de atos de simples instruo de procedimento administrativo.

    Pargrafo 14

    A desinvestidura ou o afastamento temporrio do delegante no faz cessar a delegao de competncia, porm, faz desaparecer a de assinatura.

    Artigo 70 Da Forma

    O ato administrativo deve ser praticado por escrito, salvo disposio legal em contrrio ou em razo de urgncia objetivamente comprovada e no simplesmente alegada.

    Pargrafo 1 Salvo disposio legal em contrrio, a forma escrita no exigvel para os atos emanados de rgos colegiados, no se lhes dispensando todavia o registro em ata ou outro instrumento que a substitua.

    Pargrafo 2 Relacionam-se com a forma do ato administrativo as formalidades a observar, como tais entendidas as que constituam o conjunto de atos ou fatos, ainda que meramente rituais, exigidos por lei para segurana da formao, expresso ou execuo da vontade administrativa.

    Pargrafo 3

  • Toda formalidade essencial validade do ato administrativo, salvo disposio legal em contrrio.

    Pargrafo 4

    Observado o disposto no pargrafo anterior, consideram-se no essenciais validade do ato administrativo as formalidades: I omitidas ou defeituosamente realizadas, desde que se tenha produzido o resultado desejado sem ocorrncia de leso a direito do administrado; II prescritas com o simples propsito de assegurar a boa marcha interna dos assuntos administrativos; III estabelecidas para acautelar direitos disponveis dos administrados, quando omitidas ou defeituosamente praticadas sem protesto, reclamao ou outro recurso de quem os titularize.

    Pargrafo 5

    Sempre que a lei no prescrever forma especfica, ter-se- como vlido o ato administrativo, quanto a esse requisito, pelo exclusivo fato de haver-se praticado por escrito.

    Artigo 71 Do Motivo

    Nenhum ato administrativo poder ser validamente praticado seno com base em razes de fato ou de direito, previstas ou no em lei.

    Pargrafo 1

    Sem prejuzo do dispositivo no caput deste artigo, o autor dever proceder a motivao do ato de efeito externo, em linguagem clara e concisa.

    Pargrafo 2

    Na motivao devero ser observados ainda os seguintes requisitos: I a indicao da norma e do dispositivo em que se amparar o ato; II a exatido dos fatos levados em conta para a expedio do ato; III e enunciao da relao de pertinncia lgica entre os fatos ocorridos e o objeto do ato, tendo em vista os fins para os quais for praticado.

    Pargrafo 3

  • A motivao deve ser contempornea da prtica do ato, ou anterior a ela, admitindo-se, como exceo, a motivao posterior, em se tratando de atos vinculados, sempre que seja possvel demonstrar, inequivocamente, que as razes que lhe determinaram a prtica realmente existiam tal como disposto em lei.

    Artigo 72 Do Objeto

    O objeto do ato administrativo deve ser lcito, possvel, e exprimir-se na criao, modificao, enunciao, certificao ou extino de situaes jurdicas concernentes a pessoas, coisas, ou atividades cujo exerccio se ache sob a responsabilidade da Administrao Pblica.

    Artigo 73 Da Finalidade

    O ato administrativo observar unicamente a finalidade especfica prevista, explcita ou implicitamente, na norma de outorga da competncia para a sua emisso, no sendo lcito Administrao Pblica Estadual substitu-la por outra, ainda que de interesse pblico, ou dela desviar-se para atendimento a interesses meramente privados.

    Pargrafo nico

    Cada categoria ou tipo de ato administrativo corresponder a uma finalidade especfica.

    Subseo IV Da Invalidade do Ato Administrativo

    Artigo 74

    Das Normas Gerais A invalidade do ato administrativo reger-se- por este Cdigo, aplicando-se-lhe supletivamente, no que couber, as normas sobre os defeitos dos atos jurdicos previstas no Cdigo Civil.

    Pargrafo 1 A invalidade compreende a inexistncia, a nulidade e a anulabilidade do ato administrativo, segundo o disposto especialmente nesta Subseo.

    Pargrafo 2 Os agentes administrativos, sempre que derem causa invalidade do ato administrativo, devero ser responsabilizados disciplinarmente, sem prejuzo da responsabilidade civil e criminal que a espcie comportar.

    Pargrafo 3

  • Na hiptese do pargrafo anterior, sempre que o ato invlido tambm causar prejuzo a terceiro, observar-se- o disposto no art. 37, 6, da Constituio da Repblica Federativa do Brasil, e no art. 25, 3, da Constituio do Estado de Sergipe.

    Pargrafo 4 No se sujeitar invalidade o ato administrativo meramente irregular, assim entendido o que, praticado em desconformidade lei, em nada interfira com a segurana e certeza do seu objeto, com o fim a realizar ou com as garantias de direitos dos administrados.

    Pargrafo 5 O ato referido no pargrafo anterior poder ser, a todo tempo, corrigido de ofcio ou por provocao do interessado, devendo o ato retificador ser produzido pela mesma forma e com a idntica publicidade do ato retificado.

    Pargrafo 6

    A retificao produzir os seus efeitos a partir da data do ato retificado.

    Pargrafo 7 Salvo disposio legal em contrrio, o ato administrativo desfazer-se- por invalidade, pela mesma forma e com obedincia s mesmas formalidades com que foi praticado.

    Pargrafo 8

    O ato administrativo praticado por entidades da Administrao Indireta poder ser invalidado pelo rgo a que se encontrem vinculadas, desde que nos casos expressamente previstos em lei.

    Artigo 75 Do Ato Inexistente

    Para os fins desta Lei, considera-se inexistente o ato que no rene os elementos do seu conceito, tal como formulado no caput do artigo 63 deste Cdigo.

    Pargrafo nico Independentemente de prvio pronunciamento administrativo ou judicial, o ato inexistente a ningum obrigar.

    Artigo 76 Do Ato Nulo

  • Ser nulo o ato administrativo assim expressamente considerado por lei e, especialmente, o praticado: I em desconformidade com os princpios enunciados no artigo 4 deste Cdigo; II com vcio de incompetncia em razo da matria; III com total omisso da forma prescrita em lei ou com desateno s formalidades legalmente previstas para a sua vlida formao, expedio ou execuo, inclusive as relativas ao respectivo procedimento, ressalvado o disposto no artigo 70, pargrafo 4, deste Cdigo; IV com base em motivo materialmente inexistente ou desajustado sua espcie; V - Sem motivao, ou com motivao viciada por inexatido, VI com vcio de pertinncia lgica entre o motivo e o objeto, tendo em vista a finalidade a que se destinava; VII com objeto:

    a) impossvel; b) constitutivo de crime ou contraveno; c) ininteligvel; d) indeterminado.

    VIII com desvio de finalidade, para atender interesse privado; IX com usurpao de poderes; X sob coao irresistvel; XI em conseqncia de ato administrativo anteriormente invalidado, revogado ou por outra forma j extinto; XII com infrao das normas reguladoras da formao da vontade a ser manifestada por rgos colegiados; XIII com ofensa a direitos indisponveis consagrados nas Constituies Federal e Estadual.

    Pargrafo 1 A todo tempo, a nulidade poder ser declarada pela Administrao, de ofcio ou por provocao de qualquer pessoa.

    Pargrafo 2 A nulidade opera retroativamente, desconstituindo os efeitos j produzidos e, alm disso, impedindo os que o ato deveria normalmente produzir, se vlido fosse.

  • Pargrafo 3

    O disposto no pargrafo 2 no impede a atribuio de efeitos jurdicos a situaes de fato decorrentes de ato nulo, sempre que o exija a comprovada boa-f do seu destinatrio ou de terceiros, ou quando a decretao da nulidade comprometa gravemente a segurana das relaes jurdicas, o que deve ser objetivamente demonstrado caso a caso.

    Pargrafo 4

    O ato nulo no admite ratificao, reforma ou converso.

    Artigo 77 Do Ato Anulvel

    anulvel o ato administrativo cujos vcios no estejam compreendidos no artigo 76 deste Cdigo e o que a lei expressamente declare como tal.

    Pargrafo 1

    Na via administrativa, o ato anulvel somente ser deconstitudo por iniciativa do seu destinatrio, mediante recurso, ou, dentro do prazo do recurso, pelo prprio rgo que o praticou ou por ato de rgo que lhe seja hierarquicamente superior, atuando de ofcio.

    Pargrafo 2

    A desconstituio do ato auulvel ter eficcia retroativa, salvo quanto permanncia: I dos seus efeitos, relativamente a terceiros de boa-f; II dos seus efeitos patrimoniais, relativamente ao sujeito afetado pela anulao, sempre que necessrio para evitar-lhe dano injusto e enriquecimento ilcito da Administrao.

    Pargrafo 3

    Salvo disposio legal em contrrio, a anulao do ato na via administrativa est sujeita ao prazo previsto no artigo 49 deste Cdigo.

    Pargrafo 4 O ato anulvel admite convalidao mediante: I ratificao, reforma ou converso;

  • II decurso do prazo para a sua impugnao sem que esta haja sido apresentada, ou quando tenha sido recusada anteriormente, sem exame da sua procedncia; III aceitao do seu destinatrio, manifestada expressa ou tacitamente.

    Pargrafo 5

    Para os fins do pargrafo anterior, considera-se: I ratificao, o ato administrativo mediante o qual o rgo competente confirma o ato anulvel, suprindo o vcio de que padecia; II reforma, o ato administrativo destinado a conservar do ato reformado a parte no afetada de ilegalidade; III converso, o ato administrativo pelo qual se transfere de uma categoria para outra, que o torne vlido, o ato anteriormente praticado.

    Pargrafo 6

    A ratificao, a reforma ou a converso admitida apenas quando ainda em curso o prazo para a impugnao do ato ou at o momento em que for proposta, perante o Judicirio, a respectiva ao de anulao.

    Pargrafo 7

    Quando existirem diversos interessados no ato, a sua aceitao por parte de um deles no retira aos demais o direito de impugn-lo.

    Pargrafo 8

    No cabe aceitao quando se tratar de direitos indisponveis por parte de quem os titularize.

    Subseo V Da Revogao do Ato Administrativo

    Artigo 78

    Do Conceito

    O ato administrativo admite, como forma de extino, a sua desconstituio por outro ato administrativo, sempre que se torne inconveniente ou inoportuno ao interesse pblico, respeitados os efeitos j produzidos.

    Artigo 79 Da Iniciativa

  • O ato administrativo pode ser revogado de ofcio ou mediante petio escrita e fundamentada de qualquer pessoa, fsica ou jurdica.

    Artigo 80 Do Sujeito Ativo

    Somente a Administrao Pblica Estadual pode revogar seus atos administrativos.

    Pargrafo nico

    A nenhum dos Poderes ou rgos referidos no artigo 5 deste Cdigo, entretanto, dado revogar atos administrativos uns dos outros, salvo disposies constitucionais em contrrio.

    Artigo 81 Da Competncia

    So competentes para a prtica do ato de revogao o rgo que o expediu tanto quanto o que lhe seja superior no exerccio do poder hierrquico, desde que no exaurida a competncia para dispor novamente sobre a matria.

    Pargrafo nico

    Quando se tratar de entidade da Administrao Pblica Indireta, a revogao do ato por quem lhe seja estranho somente admitida desde que prevista expressamente em lei.

    Artigo 82 Do Efeito Repristinatrio

    Sempre que por um novo ato vier a ser revogado o ato revogatrio, entende-se que o seu efeito o de restabelecer a situao originariamente criada pelo primeiro ato, salvo disposio em contrrio.

    Artigo 83 Da Forma e Das Formalidades da Revogao

    Sero observadas, na revogao do ato administrativo, a forma e as formalidades prescritas para o ato que se pretende revogar.

    Artigo 84 Do Ato Irrevogvel

    No pode ser revogado o ato: I inexistente, nulo ou anulvel;

  • II que esteja sob apreciao judicial, quanto competncia para pratic-lo, finalidade que o inspirou, e, quando for o caso, forma; III por qualquer forma j exaurido; IV praticado no exerccio de vinculao legal, salvo se esta houver deixado de existir; V de controle de outros atos; VI que somente se forme pela integrao da vontade de diferentes rgos administrativos; VII constitutivo de direito em favor dos seus destinatrios, salvo mediante consentimento expresso destes, tratando-se de direitos disponveis; VIII que a lei declare como tal.

    Subseo VI Do Ato Administrativo Dependente da Vontade do Interessado

    Artigo 85

    Do Conceito Para os efeitos deste Cdigo, considera-se ato administrativo dependente da vontade do interessado aquele em que a manifestao dessa vontade condiciona a sua formao ou a sua eficcia.

    Artigo 86 Da Enunciao

    Dependem da manifestao da vontade do interessado, dentre outros estabelecidos neste Cdigo ou em leis especiais, os atos de: I permisso, pelo qual se atribui ao interessado o uso privativo de bem pblico; II autorizao, pelo qual se libera ao interessado o desempenho de certa atividade, ou o uso privativo de bem pblico; III admisso, pelo qual se faculta ao interessado a sua incluso em estabelecimentos administrativos para desfrutar dos respectivos servios; IV licena, pelo qual se faculta ao interessado a realizao de atos materiais ou o desempenho de certa atividade, que anteriormente lhe era vedado; V dispensa, pelo qual se exonera o interessado do cumprimento de obrigao legalmente exigida.

    Pargrafo 1

  • A permisso, a autorizao e a dispensa entendem-se discricionrias e precrias, ficando a sua expedio a critrio do rgo competente, assim como seu desfazimento por revogao.

    Pargrafo 2

    Admitir-se-, como exceo, permisso com prazo de vigncia previamente definido, durante o qual no poder ser revogado.

    Pargrafo 3 A admisso e a licena entendem-se vinculadas e definitivas, no sendo lcita a recusa da sua expedio, quando o interessado demonstrar haver satisfeito as exigncias legais.

    Pargrafo 4 O desfazimento dos atos enumerados no caput deste artigo por invalidade, revogao ou cassao, conforme o caso, dever ser precedido de audincia do interessado, com garantia de defesa, em procedimento administrativo.

    Pargrafo 5 Para o fim do disposto no pargrafo anterior, entende-se como cassao e extino do ato por ilegalidade na sua execuo.

    Subseo VII Do Ato Administrativo de Controle

    Artigo 87

    Do Conceito

    Considera-se ato administrativo de controle, o praticado para prevenir ilegalidades ou inconvenincias, no mbito da Administrao Pblica Estadual.

    Artigo 88 Da Enunciao

    So atos de controle dentre outros: I homologao, pela qual, vinculadamente, se atribui eficcia ou se afirma a validade de ato anterior, de rgo de mesma ou de outra pessoa jurdica, ou de particulares, mediante exame da sua legalidade. II aprovao, pela qual se faculta a expedio de outro ato ou, se j expedido, lhe atribui eficcia, mediante exame de sua legalidade, convenincia e oportunidade, seja o ato controlado emanado de rgos da mesma pessoa ou de outra pessoa de direito pblico, seja de particulares;

  • III visto, pelo qual se afirma a legalidade do ato controlado, sob o aspecto meramente formal.

    Subseo VIII Do Ato Administrativo Instrumental de Outro Ato

    Artigo 89

    Do Conceito

    Para os fins deste Cdigo, considera-se ato administrativo instrumental, aquele que utilizado como meio de expedio de outro ato administrativo, tais como o Ato, o Decreto, a Resoluo, a Portaria, a Instruo, a Circular, a Ordem Interna de Servio, o Ofcio, o Despacho, o Memorando.

    Pargrafo 1

    So da competncia privativa: I das Mesas dos Poderes Legislativo e Judicirio, o Ato; II do Governador do Estado, o Decreto; III dos rgos colegiados, a Resoluo; IV dos Secretrios de Estados, ou a estes equiparadores; de Diretores Gerais; de Dirigentes de Autarquias e Fundaes Pblicas e outras autoridades administrativas, quando esta for a espcie de ato estabelecida em lei, a Portaria.

    Pargrafo 2

    Os demais atos administrativos instrumentais so de competncia comum aos agentes administrativos, atuando nessa qualidade.

    Pargrafo 3 A redao oficial dos atos a que se refere este artigo, inclusive no tocante sua forma e estrutura, dever constar de manual a ser aprovado pelo Governador do Estado, quando no mbito do Poder Executivo, ou pelas respectivas Mesas, quando se tratar dos Poderes Legislativo e Judicirio.

    Seo III Do Regulamento

    Artigo 90

    Do mbito de Aplicao

    As disposies desta seo aplicam-se atividade administrativa que se deva desenvolver sob a forma de regulamento ou ato equivalente.

  • Artigo 91 Do Conceito

    Para os efeitos deste Cdigo, considera-se regulamento, ou ato equivalente nas esferas dos Poderes Legislativo e Judicirio, a declarao unilateral, de carter geral e abstrato, editada privativamente, no primeiro caso, pelo Governador do Estado, ou, no segundo caso, pelas Mesas dos mesmos Poderes, com a exclusiva finalidade de assegurar a fiel execuo da Lei ou de Decreto Legislativo.

    Pargrafo nico

    A Lei ou o Decreto Legislativo a que se refere o caput deste artigo, ser unicamente aquele cuja aplicao esteja na dependncia de iniciativa da Administrao Pblica Estadual.

    Artigo 92 Da Hierarquia Normativa

    Nenhum regulamento, ou ato equivalente ser editado seno em carter subalterno Lei ou ao Decreto Legislativo, e destes dependente, e nenhum ato administrativo, ou norma de inferior hierarquia, poder contrari-los, sob pena de nulidade.

    Artigo 93

    Da Eficcia Para que produza os seus efeitos, o regulamento ou ato equivalente a que se refere esta seo, ter que ser publicado no Dirio Oficial do Estado.

    Artigo 94 Das Vedaes

    Sem prejuzos do disposto nos artigos anteriores, vedado: I incluir no regulamento ou no ato equivalente matria estranha Lei ou ao Decreto Legislativo regulamentado; II revogar regulamento ou ato equivalente da Lei ou ao Decreto Legislativo em vigor, sem que outro regulamento ou ato equivalente seja simultaneamente expedido; III fazer constar de regulamento ou ato equivalente, ostensiva ou dissimuladamente, qualquer restrio liberdade e propriedade de pessoas; IV - expedir regulamento que no seja como meio de disciplina e controle da discrio administrativa, de modo a assegurar-se uniformidade de comportamento da Administrao e igualdade de tratamento a quantos tenham de com esta se relacionar;

  • V expedir regulamento que configure, explcita ou implicitamente, delegao legislativa; VI constar de regulamento artigo que revogue disposies em contrrio no especificadamente indicadas.

    Artigo 95 Da Forma

    O regulamento, expedido por Decreto, na esfera do Poder Executivo, ou o ato equivalente, nas esferas dos Poderes Legislativo e Judicirio ser, numerado em ordem cronolgica, contendo o prembulo, o texto, e o encerramento, e, aps as assinaturas do Chefe do respectivo Poder e das autoridades que o referendarem.

    Pargrafo 1 Integraro o prembulo: I o ttulo, compreendendo a epgrafe e a ementa; II a autoria do regulamento ou ato equivalente; III o fundamento legal; IV - Os considerandos, quando for o caso; V a ordem de execuo.

    Pargrafo 2 Constaro do texto do regulamento ou ato equivalente, as disposies relativas matria regulamentada.

    Pargrafo 3 O regulamento ou ato equivalente ser encerrado com: I a clusula de vigncia; II a clusula revogatria; III o fecho, compreendendo o local, dia, ms e ano de sua expedio, e a referncia aos anos da Independncia e da Repblica.

    Artigo 96 Do Projeto

  • Incumbe s Secretarias de Estado, ou rgos que lhes sejam equiparados, dar incio elaborao do projeto de regulamento, observadas as respectivas reas de competncia.

    Pargrafo nico O projeto de regulamento dever fazer-se acompanhar de circunstanciada exposio de motivos, de forma a possibilitar, o mais possvel, a correta apreenso do seu texto, a utilidade e a convenincia de sua expedio, e, ainda, a indicao das normas legais e regulamentares vigentes sobre a matria.

    Artigo 97 Das Remisses

    Nos regulamentos, devero ser evitadas as remisses puras e simples a dispositivos de outros regulamentos e, quando inevitveis, devero ser feitas de modo a que permitam a apreenso do seu sentido sem o auxlio do texto em causa.

    Artigo 98 Da Manifestao da Procuradoria-Geral de Estado

    No mbito da Administrao Pblica Estadual Direta e Indireta, Do Poder Executivo, nenhum projeto de regulamento poder ser encaminhado ao Governador, sem prvia manifestao da Procuradoria Geral do Estado.

    Seo IV Do Contrato ou do Convnio

    Artigo 99

    Do Regime Jurdico

    A atuao administrativa que se deva desenvolver sob a forma de contrato ou convnio obedecer s normas editadas pela Unio e pelo Estado, nos termos das Constituies Federal e Estadual.

    Pargrafo nico Salvo as excees legais, as obras, servios, compras e alienaes sero contratados mediante processo de licitao, em que se assegure igualdade de condies a todos os concorrentes em clusulas que estabeleam as obrigaes de pagamento, mantidas as condies efetivas da proposta, nos termos da lei, a qual somente permitir as exigncias de qualificao tcnico-econmica indispensveis garantia do cumprimento das obrigaes

    CAPTULO VII DOS BENS PBLICOS

  • Artigo 100 Da Enunciao

    So pblicos os bens, de qualquer natureza: I pertencentes ao Estado de Sergipe, ou a qualquer das suas autarquias ou fundaes pblicas; II os que, no pertencendo ao Estado, ou a suas autarquias ou fundaes pblicas, estiverem afetados realizao de servio pblico.

    Artigo 101 Do Domnio Pblico

    Ao conjunto de bens referidos no artigo 100 deste Cdigo, dar-se- o nome de domnio pblico cujo regime jurdico ser estabelecido em lei especial.

    Pargrafo 1 A lei referida no caput deste artigo dispor especialmente sobre: I a classificao dos bens pblicos quanto sua destinao; II a afetao e a desafetao dos bens pblicos; III a inalienabilidade, impenhorabilidade e imprescritibilidade dos bens pblicos; IV os bens do domnio hdrico e do domnio terrestre; V as formas de aquisio e alienao dos bens pblicos; VI as formas de utilizao dos bens pblicos pelos administrados; VII o inventrio e a contabilizao dos bens pblicos; VIII a conservao dos bens pblicos e quais os rgos e agentes por ela responsveis; IX o reaproveitamento e a movimentao de material inservvel para a repartio, rgo ou entidade que o possua ou dele seja proprietria.

    Pargrafo 2

    O regime jurdico do domnio pblico no excluir a aplicao subsidiria de normas de direito privado, civil ou comercial.

    Artigo 102 Das Vedaes em Geral

  • Aos rgos e entidades da Administrao Pblica Estadual vedado efetuar, em favor de clubes ou outras sociedades civis, de carter esportivo ou de lazer, inclusive os que congreguem servidores ou empregados pblicos e seus familiares: I contribuies pecunirias, a qualquer ttulo; II despesas de construo, reforma, ampliao ou manuteno de suas dependncias e instalaes; III cesso, a ttulo gratuito, de bens mveis e imveis.

    Pargrafo nico Excetuam-se da vedao de que trata o caput deste artigo as despesas com a manuteno de creches e escolas para atendimento pr-escolar, nos termos da lei.

    Artigo 103 Da Responsabilidade dos Agentes Pblicos

    O agente pblico que, por ao ou omisso, culposa ou dolosa, der causa a danos a bens do domnio pblico, ser obrigado a promover o respectivo ressarcimento, sendo com ele solidariamente responsvel o superior imediato que deixar de adotar as providncias indispensveis recomposio do Errio.

    Artigo 104 Das Normas Especiais Sobre Alienao de Bens Imveis

    A alienao de bens imveis da Administrao Pblica Estadual Direta, das autarquias e das fundaes, ser precedida de: I demonstrao da necessidade ou utilidade da alienao; II autorizao legislativa, nos termos da Constituio Estadual; III avaliao; IV concorrncia, salvo nas hipteses indicadas em lei.

    Pargrafo 1 Os bens imveis, cuja aquisio haja derivado de procedimentos judiciais ou de dao em pagamento, podero ser alienados por ato da autoridade competente, observadas as seguintes normas: I demonstrao da necessidade ou a utilidade da alienao; II avaliao;

  • III adoo de procedimento licitatrio, na modalidade indicada em lei.

    Pargrafo 2 Os bens imveis doados Administrao Direta ou Indireta de qualquer outra esfera do Governo, cessadas as razes que justificaram a sua doao, revertero ao patrimnio da pessoa jurdica doadora, sendo vedada a sua alienao a terceiros pelo beneficirio.

    Artigo 105 Das Normas Especiais Sobre Alienao de Bens Mveis

    A alienao de bens mveis, dispensada a autorizao por lei, ser precedida de: I - demonstrao da necessidade ou a utilidade da alienao; II avaliao; III licitao, salvo nos casos indicados em lei.

    Artigo 106 Das Normas Especiais Relativas a Veculos

    Os veculos automotores de transporte rodovirio da Administrao Pblica Estadual so classificados, para fins de utilizao, nas seguintes categorias: I de representao funcional; II de uso exclusivo em servio.

    Pargrafo 1

    Os veculos de representao funcional so de uso privativo: I do Governador do Estado; II do Vice-Governador do Estado; III dos Secretrios de Estado, ou a estes equiparados; IV dos Membros da Assemblia Legislativa e do Tribunal de Justia, dos Procuradores de Justia e dos Conselheiros do Tribunal de Contas.

    Pargrafo 2

    So veculos de servio os de uso exclusivo em: I transporte de servidores em servio; II transporte de material da Administrao; III atividades relativas segurana pblica, sade pblica, defesa do Estado, fiscalizao e coleta de dados ou informaes, e outras prprias da Administrao Pblica.

  • Pargrafo 3

    vedada a contratao de veculos de terceiros, salvo quando comprovadamente mais vantajosa para a Administrao Pblica Estadual, ou quando para o atendimento de situaes excepcionais, de relevante interesse pblico, mediante autorizao fundamentada das autoridades referidas no artigo 5 deste Cdigo.

    CAPTULO VIII DAS RELAES ENTRE A ADMINISTRAO E OS ADMINISTRADOS

    Seo I

    Dos Princpios Gerais

    Artigo 107 Do Regime Jurdico

    As relaes entre a Administrao Pblica Estadual e os administrados regem-se pelo disposto neste Cdigo, e especialmente neste Captulo, sem prejuzo das demais normas que lhes sejam aplicveis.

    Artigo 108 Do Direito a Informaes

    Todos tm direito a receber da Administrao Pblica Estadual informaes de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que sero prestadas no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindvel segurana da sociedade e do Estado, nos casos previstos em leis.

    Pargrafo nico

    A alegao da necessidade de sigilo ser devidamente fundamentada pela autoridade competente e comunicada ao interessado no mesmo prazo a que se refere o caput deste artigo.

    Artigo 109 Do Direit