12
1. Introdução Os conceitos de resistores elétricos e leis de ohm são muito importantes no estudo da física. George Simon Ohm foi um físico alemão que deu origem à Lei de Ohm: a voltagem aplicada nos terminais de um condutor é proporcional à corrente elétrica que o percorre. Figura 1: Resistor sendo percorrido por uma corrente No começo do século XIX foi verificado experimentalmente que existem resistores nos quais a variação da corrente elétrica é proporcional à variação da diferença de potencial (ddp). Simon realizou inúmeras experiências com diversos tipos de condutores, aplicando sobre eles várias intensidades de voltagens, contudo, percebeu que nos metais, principalmente, a relação entre a corrente elétrica e a diferença de potencial se mantinha sempre constante. Dessa forma, elaborou uma relação matemática que diz que a voltagem aplicada nos terminais de um condutor é proporcional à corrente elétrica que o percorre, matematicamente fica escrita do seguinte modo: V = R . i Eq. (1) Onde: • V é a diferença de potencial, cuja unidade é o Volts (V); • i é a corrente elétrica, cuja unidade é o Àmpere (A); • R é a resistência elétrica, cuja unidade é o Ohm (Ω). É importante destacar que essa lei nem sempre é válida, ou seja, ela não se aplica a todos os resistores, pois depende do material que constitui o resistor. Quando ela é obedecida, o resistor é dito resistor ôhmico ou linear. A expressão matemática descrita por Simon vale para todos os tipos de condutores, tanto para aqueles que obedecem quanto para os que não obedecem a lei de Ohm. Fica claro que o condutor que se submete a esta lei terá sempre o mesmo valor de resistência, não importando o valor da

Lei de Ohm

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Relatorio sobre pratica da lei de Ohm, avaliando resistores ohmicos e não-ohmicos.

Citation preview

  • 1. Introduo

    Os conceitos de resistores eltricos e leis de ohm so muito importantes no

    estudo da fsica. George Simon Ohm foi um fsico alemo que deu origem Lei de

    Ohm: a voltagem aplicada nos terminais de um condutor proporcional corrente

    eltrica que o percorre.

    Figura 1: Resistor sendo percorrido por uma corrente

    No comeo do sculo XIX foi verificado experimentalmente que existem

    resistores nos quais a variao da corrente eltrica proporcional variao da

    diferena de potencial (ddp). Simon realizou inmeras experincias com diversos tipos

    de condutores, aplicando sobre eles vrias intensidades de voltagens, contudo, percebeu

    que nos metais, principalmente, a relao entre a corrente eltrica e a diferena de

    potencial se mantinha sempre constante. Dessa forma, elaborou uma relao matemtica

    que diz que a voltagem aplicada nos terminais de um condutor proporcional corrente

    eltrica que o percorre, matematicamente fica escrita do seguinte modo:

    V = R . i Eq. (1)

    Onde:

    V a diferena de potencial, cuja unidade o Volts (V);

    i a corrente eltrica, cuja unidade o mpere (A);

    R a resistncia eltrica, cuja unidade o Ohm ().

    importante destacar que essa lei nem sempre vlida, ou seja, ela no se aplica

    a todos os resistores, pois depende do material que constitui o resistor. Quando ela

    obedecida, o resistor dito resistor hmico ou linear. A expresso matemtica descrita

    por Simon vale para todos os tipos de condutores, tanto para aqueles que obedecem

    quanto para os que no obedecem a lei de Ohm. Fica claro que o condutor que se

    submete a esta lei ter sempre o mesmo valor de resistncia, no importando o valor da

  • voltagem. E o condutor que no obedece, ter valores de resistncia diferentes para cada

    valor de voltagem aplicada sobre ele.

    A Lei de Ohm permite identificar um condutor hmico. Diz o seguinte:

    A Diferena de Potencial nos terminais de qualquer condutor metlico filiforme e

    homogneo, a temperatura constante, diretamente proporcional Intensidade de

    Corrente que o percorre.

    Ou seja, para um condutor ser hmico, nas condies referidas, deve apresentar

    uma relao de proporcionalidade direta entre a Diferena de Potencial aos seus

    terminais e a Intensidade de Corrente que o atravessa. Essa relao de

    proporcionalidade direta indica-nos que a Resistncia Elctrica sempre constante. A

    representao grfica da Diferena de Potencial em funo da Intensidade de Corrente

    ser uma reta a passar na origem das posies:

    Figura 2: Representao grfica da Diferena de Potencial em funo da Intensidade de Corrente num

    condutor hmico

    J um condutor no-hmico apresenta, tal como j foi dito, diferentes valores de

    Resistncia Eltrica, consoante a Diferena de Potencial aos seus terminais e a

    Intensidade de Corrente que o atravessa. Nesse caso, no h proporcionalidade direta

    entre a Diferena de Potencial aos terminais do condutor e a Intensidade de Corrente

    que o percorre. A representao grfica da Diferena de Potencial em funo da

    Intensidade de Corrente j no uma reta a passar na origem das posies. Pode ser, por

    exemplo:

    Figura 3: Exemplo de Representao grfica da Diferena de Potencial em funo da Intensidade de Corrente

    num condutor no-hmico

  • A associao de resistores muito comum em vrios sistemas, quando

    queremos alcanar um nvel de resistncia em que somente um resistor no suficiente.

    Qualquer associao de resistores ser representado pelo Resistor Equivalente, que

    equivale resistncia total dos resistores associados.

    - Associao em srie

    Em uma associao em srie de resistores, o resistor equivalente igual soma

    de todos os resistores que compem a associao. A resistncia equivalente de uma

    associao em srie sempre ser maior que o resistor de maior resistncia da associao,

    pois:

    - A corrente eltrica que passa em cada resistor da associao sempre a mesma:

    i = i1 = i2 = i3 = i4 ..

    - A tenso no gerador eltrico igual soma de todas as tenses dos resistores:

    V = V1 + V2 + V3 + V4 ..

    - A equao que calcula a tenso em um ponto do circuito : V = R . i , ento teremos a

    equao final:

    Req . i = R1 . i1 + R2 . i2 + R3 . i3 + R4 . i4 ...

    Figura 4: Assosciao de resistores em srie

    Como todas as correntes so iguais, podemos eliminar esses nmeros da

    equao, que encontrado em todos os termos:

    Req = R1 + R2 + R3 + R4 ..

    Figura 5: Circuito com a Req

  • - Associao em paralelo

    Em uma associao em paralelo de resistores, a tenso em todos os resistores

    igual, e a soma das correntes que atravessam os resistores igual resistncia do

    resistor equivalente (no que nos resistores em srie, se somava as tenses (V), agora o

    que se soma a intensidade (i)). A resistncia equivalente de uma associao em

    paralelo sempre ser menor que o resistor de menor resistncia da associao.

    Figura 6: Associao de resistores em paralelo

    - Tenses iguais: V = V1 = V2 = V3 = V4 ...

    - Corrente no resistor equivalente igual soma das correntes dos resistores:

    i = i1 + i2 + i3 + i4 ..

    - A equao que calcula a corrente em um ponto do circuito : i = V / R , logo

    V / Req = (V1 / R1) + (V2 / R2) + (V3 / R3) + (V4 / R4) ..

    Figura 7: Circuito com a Req

  • Como toda as tenses so iguais, podemos elimin-las de todos os termos da equao:

    1 / Req = (1 / R1) + (1 / R2) + (1 / R3) + (1 / R4) ..

    Quando se trabalha com apenas dois resistores em paralelo, podemos utilizar a equao

    abaixo:

    Req = (R1 . R2) / (R1 + R2)

    Graficamente, a resistncia pode ser obtida atravs do coeficiente angular da reta

    correspondente ao grfico V X I. Isso no caso de um resistor hmico e no caso de um

    resistor no-hmico, a resistncia varivel para cada valor da voltagem e a curva

    caracterstica no uma reta, conforme explicitado anteriormente nesta seo.

    2. Objetivos

    Verificar a validade da lei de ohm para uma resistncia hmica e para um

    elemento no-hmico, relacionando com os conceitos de resistncia

    equivalente (paralelo e srie);

    Traar grficos VxI;

    3. Materiais

    - Chave liga e desliga;

    - Fonte de alimentao;

    - Painel de resistores;

    - Lmpada;

    - Fios conectores;

    4. Procedimento Experimental

    Inicia-se a prtica montando um circuito simples conectando os cabos

    condutores fonte de alimentao previamente desligada, cuja est ligada em

    srie com a chave liga-desliga que por sua vez est em srie com o ampermetro

    e com o resistor. Este ltimo est em paralelo com o voltmetro. Ligamos a fonte

    e fomos alterando o potencial da fonte dez vezes e anotando os valores do

    ampermetro e do voltmetro mostrados no display dos dois multmetros. Dados

    apresentados na Tabela 1: Circuito simples com 1 resistor de 1,0k.

  • Figura 8: Circuito simples com um resistor

    Depois foi montado outro circuito com a fonte desligada com dois

    resistores em srie, os resistores tambm foram os de 1 k e 10 k. Com o

    voltmetro em paralelo em relao ao conjunto e o ampermetro em srie. Foi

    ligado a fonte, variando dez vezes a sua tenso e foi anotado os valores

    referentes a corrente e a tenso. Dados apresentados na Tabela 2: Circuito com

    resistores em srie (1k e 4,7k).

    Figura 9: Circuito com 2 resistores em srie

    Em seguida, montou-se outro circuito com a fonte desligada, porm com

    dois resistores em paralelo, os resistores usados foram o de 1 k e 4,7 k. Com

    o voltmetro em paralelo aos resistores e o ampermetro em srie. Ligamos a

    fonte e variamos aleatoriamente a tenso e anotamos os dados obtidos, que esto

    apresentados na Tabela 3: Circuito com resistores em paralelo (1k e 4,7k).

    Figura 10: Circuito com 2 resistores em paralelo

    Em sequncia, foi montado um novo circuito com a fonte desligada em

    que no lugar da resistncia de 1,0k colocamos uma lmpada para visualizar a

    relao da lei de ohm pra um circuito no-hmico. Alteramos aleatoriamente dez

    vezes a tenso da fonte e anotamos as medidas da corrente e do potencial

    apresentados pelos multmetros. Os valores esto apresentados na Tabela 4:

    Lmpada.

  • Figura 11: Circuito no-hmico

    Por fim, a fonte foi desligada e tirada da tomada de 220V. Colocou-se um

    multmetro na funo de ohmmetro e mediu-se a resistncia dos resistores

    utilizados na prtica de 1k e 10k, utilizando a escala de 20k. Alm da

    medio das resistncias pelo multmetro, utilizamos tambm a tabela de cores

    pra visualizar a resistncia. O resistor de 10k era formado de dourado, laranja,

    azul e marrom, enquanto que o resistor de 1k representado por marrom,

    preto, vermelho e dourado. Dados obtidos esto representados na Tabela 5:

    Valores das resistncias utilizadas determinadas pelo multmetro e pela tabela de

    cores.

    5. Resultados e Discusses

    5.1 Resistncia equivalente dos resistores

    5.1.1 Circuito com apenas um resistor de 1,0k

    Primeiramente, na tabela 1, esto os valores das Tenses e Correntes

    do circuito simples com o resistor de 1,0k.

    A Tenso mdia, Vmed, e a Corrente mdia, Imed, foram dados por:

    Tabela 1: Circuito simples com 1 resistor de 1,0k Tenso (V) Corrente (mA)

    Medida 1 0,07 0

    Medida 2 2,45 2,00

    Medida 3 4,11 4,10

    Medida 4 4,96 5,00

    Medida 5 5,80 5,80

    Medida 6 7,55 7,50

    Medida 7 8,30 8,32

    Medida 8 9,21 9,20

    Medida 9 11,38 11,50

    Medida 10 13,05 13,10

    Mdia 6,69 6,65

  • ;

    Calculando, assim, a Resistncia equivalente, Req, pela Lei de Ohm, temos:

    E agora, calculando a Resistncia equivalente pela inclinao da reta do grfico

    1 de VxI (Tenso em funo da corrente), em anexo, temos:

    Analisando os resultados, observa-se os seguintes valores para a resistncia

    equivalente:

    Req (fabricante) = 1,0k

    Req (Lei de Ohm) = 1,01k

    Req (grafico) = 0,998k

    5.1.2 Circuito com resistores em srie (1,0k e 10,0 k)

    Na tabela 2, esto os valores das Tenses e Correntes do circuito com os

    resistores de 1,0k e 10,0k, em srie.

    Calculando a resistncia equivalente dada pelo fabricante teremos:

    Tabela 2: Circuito com resistores em srie (1,0k e 10,0 k) Tenso (V) Corrente (mA)

    Medida 1 0,05 0,005

    Medida 2 2,52 0,235

    Medida 3 3,62 0,338

    Medida 4 5,62 0,526

    Medida 5 6,42 0,599

    Medida 6 6,87 0,641

    Medida 7 8,19 0,762

    Medida 8 9,06 0,846

    Medida 9 10,21 0,953

    Medida 10 12,04 1,125

    Mdia 6,46 0,603

  • Agora, calculando a resistncia equivalente pela Lei de Ohm, temos:

    E ento, pela inclinao da reta do grfico 2 de VxI, em anexo, temos:

    Analisando os resultados, observa-se os seguintes valores para a resistncia

    equivalente:

    Req (fabricante) = 11,0k

    Req (Lei de Ohm) = 10,77k

    Req (grafico) = 10,72k

    5.1.3 Circuito com resistores em paralelo

    Agora, na tabela 3, esto os valores das Tenses e Correntes do circuito com os

    resistores de 1,0k e 10,0k, em paralelo.

    Calculando a resistncia equivalente dada pelo fabricante teremos:

    Tabela 3: Circuito com resistores em paralelo (1,0k e 10,0k)

    Tenso (V) Corrente (mA)

    Medida 1 0,05 0

    Medida 2 1,95 2,10

    Medida 3 3,04 3,30

    Medida 4 5,02 5,50

    Medida 5 6,34 7,00

    Medida 6 6,76 7,50

    Medida 7 8,03 8,90

    Medida 8 9,33 10,30

    Medida 9 10,08 11,20

    Medida 10 12,43 13,80

    Mdia 6,303 6,96

  • Agora, calculando a resistncia equivalente pela Lei de Ohm, temos:

    E ento, pela inclinao da reta do grfico 3 de VxI, em anexo, temos:

    Analisando os resultados, observa-se os seguintes valores para a resistncia

    equivalente:

    Req (fabricante) = 0,909k

    Req (Lei de Ohm) = 0,906k

    Req (grafico) = 0,898k

    5.1.4 Resistncia equivalente da lmpada

    Na tabela 4, esto os valores das Tenses e Correntes do circuito com a lmpada.

    Neste caso no h um nico valor para a resistncia, que varia conforme a tenso

    aplicada (o grfico: VxI uma curva), conforme pode ser observado no grfico 4, que

    caracteriza o circuito no-hmico, cujo apresenta um carter exponencial. Fato este, que

    comprova que a declividade de cada ponto da curva tende a aumentar

    Tabela 4: Lmpada

    Tenso (V) Corrente (mA)

    Medida 1 0,11 7,70

    Medida 2 2,05 36,5

    Medida 3 3,11 46,2

    Medida 4 5,35 63,40

    Medida 5 6,47 70,90

    Medida 6 6,96 74,10

    Medida 7 7,80 79,20

    Medida 8 8,95 85,80

    Medida 9 10,16 92,40

    Medida 10 12,33 103,40

    Mdia 6,32 65,96

  • proporcionalmente a corrente. Por isso que os circuitos no-hmicos no obedecem a

    Lei de Ohm.-2

    Determinando valor de Req para trs valores diferentes de i, teremos:

    Primeiro ponto escolhido foi a segunda medida, assim, a resistncia local, R2,

    desse ponto :

    O segundo ponto escolhido foi a sexta medida, assim, a resistncia local, R6,

    desse ponto :

    O terceiro ponto escolhido foi a nona medida, assim, a resistncia local, R9,

    desse ponto :

    6. Concluso

    A partir do procedimento experimental, foi possvel verificar a validade da lei de

    Ohm utilizando resistores e uma lmpada, atravs da obteno dos dados experimentais

    de diferena de potencial e de corrente dos circuitos, e com o auxlio dos grficos

    plotados com tais informaes.

    Por meio destes, chega-se concluso de que a resistncia equivalente dos

    materiais utilizados esto prximos do resultado esperado, sofrendo apenas pequenos

    desvios, ocasionados possivelmente por erros experimentais de medio.

    Nos trs primeiros casos, observa-se que os resistores obedeceram lei de Ohm,

    conforme pode ser observado nos grficos 1 a 3, cujos esto em anexo, porm, a

    lmpada apresentou comportamento no-hmico, cujo tambm pode ser observado

    graficamente nos anexos (grfico 4), devido ao seu comportamento no linear,

    consequentemente no existindo um coeficiente angular bem definido, ento no se tem

    um valor exato da resistncia.

    Com isso, pde-se verificar a validade da teoria na prtica.

  • 7. Referncias

    HALLIDAY; RESNICK; WALKER. Fundamentos de Fsica

    Eletromagnetismo. 6ed. Rio de Janeiro, LTC, 2003.

    MARTINS, L.; Associao de Resistores; Disponvel em

    , acessado em 15 de abril

    de 2015.

    SANTOS, J. C. F.; Resistores e Leis de Ohm; Disponvel em

    , acesso em 13 de abril de 2015.

    S FSICA, Associao de Resistores; Disponvel em

    , acessado em 15 de abril de 2015.

    SILVA, M.A.; A lei de ohm; Disponvel em , acesso em: 13 de abril de 2015.