7
Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos LEI Nº 12.850, DE 2 DE AGOSTO DE 2013. Vigência Define organização criminosa e dispõe sobre a investigação criminal, os meios de obtenção da prova, infrações penais correlatas e o procedimento criminal; altera o DecretoLei n o 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal); revoga a Lei n o 9.034, de 3 de maio de 1995; e dá outras providências. A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: CAPÍTULO I DA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA Art. 1 o Esta Lei define organização criminosa e dispõe sobre a investigação criminal, os meios de obtenção da prova, infrações penais correlatas e o procedimento criminal a ser aplicado. §1 o Considerase organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional. §2 o Esta Lei se aplica também: I às infrações penais previstas em tratado ou convenção internacional quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente; II às organizações terroristas internacionais, reconhecidas segundo as normas de direito internacional, por foro do qual o Brasil faça parte, cujos atos de suporte ao terrorismo, bem como os atos preparatórios ou de execução de atos terroristas, ocorram ou possam ocorrer em território nacional. Art. 2 o Promover, constituir, financiar ou integrar, pessoalmente ou por interposta pessoa, organização criminosa: Pena reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa, sem prejuízo das penas correspondentes às demais infrações penais praticadas. §1 o Nas mesmas penas incorre quem impede ou, de qualquer forma, embaraça a investigação de infração penal que envolva organização criminosa. §2 o As penas aumentamse até a metade se na atuação da organização criminosa houver emprego de arma de fogo. §3 o A pena é agravada para quem exerce o comando, individual ou coletivo, da organização criminosa, ainda que não pratique pessoalmente atos de execução. §4 o A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois terços): I se há participação de criança ou adolescente; II se há concurso de funcionário público, valendose a organização criminosa dessa condição para a prática de infração penal; III se o produto ou proveito da infração penal destinarse, no todo ou em parte, ao exterior; IV se a organização criminosa mantém conexão com outras organizações criminosas independentes;

Lei de Organização Criminosa - Lei 12.850

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Muito boa essa lei para você que está começando os estudos com o direito Penal

Citation preview

  • PresidnciadaRepblicaCasaCivil

    SubchefiaparaAssuntosJurdicos

    LEIN12.850,DE2DEAGOSTODE2013.

    Vigncia

    Define organizao criminosa e dispe sobre ainvestigao criminal, os meios de obteno da prova,infraes penais correlatas e o procedimento criminalalteraoDecretoLeino2.848,de7dedezembrode1940(CdigoPenal) revogaaLei no9.034, de 3 demaio de1995edoutrasprovidncias.

    APRESIDENTADAREPBLICAFaosaberqueoCongressoNacionaldecretaeeusancionoaseguinteLei:

    CAPTULOI

    DAORGANIZAOCRIMINOSA

    Art. 1o Esta Lei define organizao criminosa e dispe sobre a investigao criminal, os meios deobtenodaprova,infraespenaiscorrelataseoprocedimentocriminalaseraplicado.

    1o Considerase organizao criminosa a associao de 4 (quatro) oumais pessoas estruturalmenteordenada e caracterizada pela diviso de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ouindiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prtica de infraes penais cujas penasmximassejamsuperioresa4(quatro)anos,ouquesejamdecartertransnacional.

    2oEstaLeiseaplicatambm:

    I s infraespenais previstasem tratadoou conveno internacional quando, iniciadaaexecuonoPas,oresultadotenhaoudevesseterocorridonoestrangeiro,oureciprocamente

    II s organizaes terroristas internacionais, reconhecidas segundo as normas de direito internacional,porforodoqualoBrasilfaaparte,cujosatosdesuporteaoterrorismo,bemcomoosatospreparatriosoudeexecuodeatosterroristas,ocorramoupossamocorreremterritrionacional.

    Art.2o Promover, constituir, financiar ou integrar, pessoalmente ou por interposta pessoa, organizaocriminosa:

    Penarecluso,de3(trs)a8(oito)anos,emulta,semprejuzodaspenascorrespondentessdemaisinfraespenaispraticadas.

    1o Nas mesmas penas incorre quem impede ou, de qualquer forma, embaraa a investigao deinfraopenalqueenvolvaorganizaocriminosa.

    2o Aspenasaumentamseatametadesenaatuaodaorganizaocriminosahouverempregodearmadefogo.

    3o Apenaagravadaparaquemexerceocomando, individualoucoletivo,daorganizaocriminosa,aindaquenopratiquepessoalmenteatosdeexecuo.

    4oApenaaumentadade1/6(umsexto)a2/3(doisteros):

    Isehparticipaodecrianaouadolescente

    II se h concurso de funcionrio pblico, valendose a organizao criminosa dessa condio para aprticadeinfraopenal

    IIIseoprodutoouproveitodainfraopenaldestinarse,notodoouemparte,aoexterior

    IVseaorganizaocriminosamantmconexocomoutrasorganizaescriminosasindependentes

  • Vseascircunstnciasdofatoevidenciarematransnacionalidadedaorganizao.

    5oSehouver indciossuficientesdequeo funcionriopblico integraorganizaocriminosa,poderojuizdeterminarseuafastamentocautelardocargo,empregooufuno,semprejuzodaremunerao,quandoamedidasefizernecessriainvestigaoouinstruoprocessual.

    6o Acondenaocom trnsitoem julgadoacarretarao funcionriopblicoaperdadocargo, funo,empregooumandato eletivo e a interdiopara o exerccio de funo ou cargo pblico pelo prazo de 8 (oito)anossubsequentesaocumprimentodapena.

    7o Sehouver indcios departicipaodepolicial nos crimesdeque trata esta Lei, aCorregedoria dePolciainstaurarinquritopolicialecomunicaraoMinistrioPblico,quedesignarmembroparaacompanharofeitoatasuaconcluso.

    CAPTULOII

    DAINVESTIGAOEDOSMEIOSDEOBTENODAPROVA

    Art.3oEmqualquerfasedapersecuopenal,seropermitidos,semprejuzodeoutrosjprevistosemlei,osseguintesmeiosdeobtenodaprova:

    Icolaboraopremiada

    IIcaptaoambientaldesinaiseletromagnticos,pticosouacsticos

    IIIaocontrolada

    IVacessoaregistrosdeligaestelefnicasetelemticas,adadoscadastraisconstantesdebancosdedadospblicosouprivadoseainformaeseleitoraisoucomerciais

    Vinterceptaodecomunicaestelefnicasetelemticas,nostermosdalegislaoespecfica

    VIafastamentodossigilosfinanceiro,bancrioefiscal,nostermosdalegislaoespecfica

    VIIinfiltrao,porpoliciais,ematividadedeinvestigao,naformadoart.11

    VIII cooperao entre instituies e rgos federais, distritais, estaduais e municipais na busca deprovaseinformaesdeinteressedainvestigaooudainstruocriminal.

    1o Havendo necessidade justificada de manter sigilo sobre a capacidade investigatria, poder serdispensada licitao para contratao de servios tcnicos especializados, aquisio ou locao deequipamentosdestinadospolciajudiciriaparaorastreamentoeobtenodeprovasprevistasnosincisosIIeV.(IncludopelaLein13.097,de2015)

    2o Nocasodo1o, ficadispensadaapublicaodeque trataopargrafonicodoart. 61 da Lei n8.666, de 21 de junho de 1993, devendo ser comunicado o rgo de controle interno da realizao dacontratao.(IncludopelaLein13.097,de2015)

    SeoI

    DaColaboraoPremiada

    Art. 4o O juiz poder, a requerimento das partes, conceder o perdo judicial, reduzir em at 2/3 (doisteros)apenaprivativadeliberdadeousubstitulaporrestritivadedireitosdaquelequetenhacolaboradoefetivaevoluntariamentecomainvestigaoecomoprocessocriminal,desdequedessacolaboraoadvenhaumoumaisdosseguintesresultados:

    Iaidentificaodosdemaiscoautoresepartcipesdaorganizaocriminosaedasinfraespenaisporelespraticadas

    IIarevelaodaestruturahierrquicaedadivisodetarefasdaorganizaocriminosa

    IIIaprevenodeinfraespenaisdecorrentesdasatividadesdaorganizaocriminosa

    IV a recuperao total ou parcial do produto ou do proveito das infraes penais praticadas pelaorganizaocriminosa

  • Valocalizaodeeventualvtimacomasuaintegridadefsicapreservada.

    1o Em qualquer caso, a concesso do benefcio levar em conta a personalidade do colaborador, anatureza,ascircunstncias,agravidadeearepercussosocialdofatocriminosoeaeficciadacolaborao.

    2o Considerando a relevncia da colaborao prestada, o Ministrio Pblico, a qualquer tempo, e odelegadodepolcia,nosautosdoinquritopolicial,comamanifestaodoMinistrioPblico,poderorequererourepresentaraojuizpelaconcessodeperdojudicialaocolaborador,aindaqueessebenefcionotenhasidoprevistonaproposta inicial,aplicandose,noquecouber,oart.28doDecretoLein3.689,de3deoutubrode1941(CdigodeProcessoPenal).

    3oOprazoparaoferecimentodedennciaouoprocesso,relativosaocolaborador,podersersuspensopor at 6 (seis)meses, prorrogveis por igual perodo, at que sejam cumpridas asmedidas de colaborao,suspendendoseorespectivoprazoprescricional.

    4o Nas mesmas hipteses do caput, o Ministrio Pblico poder deixar de oferecer denncia se ocolaborador:

    Inoforolderdaorganizaocriminosa

    IIforoprimeiroaprestarefetivacolaboraonostermosdesteartigo.

    5oSeacolaboraoforposteriorsentena,apenapoderserreduzidaatametadeouseradmitidaaprogressoderegimeaindaqueausentesosrequisitosobjetivos.

    6o Ojuiznoparticipardasnegociaesrealizadasentreaspartesparaaformalizaodoacordodecolaborao, que ocorrer entre o delegado de polcia, o investigado e o defensor, com a manifestao doMinistrioPblico,ou,conformeocaso,entreoMinistrioPblicoeoinvestigadoouacusadoeseudefensor.

    7o Realizado o acordo na forma do 6o, o respectivo termo, acompanhado das declaraes docolaborador e de cpia da investigao, ser remetido ao juiz para homologao, o qual dever verificar suaregularidade,legalidadeevoluntariedade,podendoparaestefim,sigilosamente,ouvirocolaborador,napresenadeseudefensor.

    8oOjuizpoderrecusarhomologaopropostaquenoatenderaosrequisitoslegais,ouadequlaaocasoconcreto.

    9oDepoisdehomologadooacordo,ocolaboradorpoder,sempreacompanhadopeloseudefensor,serouvidopelomembrodoMinistrioPblicooupelodelegadodepolciaresponsvelpelasinvestigaes.

    10. As partes podem retratarse da proposta, caso em que as provas autoincriminatrias produzidaspelocolaboradornopoderoserutilizadasexclusivamenteemseudesfavor.

    11.Asentenaapreciarostermosdoacordohomologadoesuaeficcia.

    12. Aindaquebeneficiadoporperdo judicialounodenunciado,ocolaboradorpoderserouvidoemjuzoarequerimentodaspartesouporiniciativadaautoridadejudicial.

    13. Sempre que possvel, o registro dos atos de colaborao ser feito pelosmeios ou recursos degravao magntica, estenotipia, digital ou tcnica similar, inclusive audiovisual, destinados a obter maiorfidelidadedasinformaes.

    14.Nosdepoimentosqueprestar,ocolaboradorrenunciar,napresenadeseudefensor,aodireitoaosilncioeestarsujeitoaocompromissolegaldedizeraverdade.

    15. Em todososatosdenegociao, confirmaoe execuo da colaborao, o colaborador deverestarassistidopordefensor.

    16.Nenhumasentenacondenatriaserproferidacomfundamentoapenasnasdeclaraesdeagentecolaborador.

    Art.5oSodireitosdocolaborador:

    Iusufruirdasmedidasdeproteoprevistasnalegislaoespecfica

    IIternome,qualificao,imagemedemaisinformaespessoaispreservados

  • IIIserconduzido,emjuzo,separadamentedosdemaiscoautoresepartcipes

    IVparticipardasaudinciassemcontatovisualcomosoutrosacusados

    Vnotersuaidentidadereveladapelosmeiosdecomunicao,nemserfotografadooufilmado,semsuaprviaautorizaoporescrito

    VIcumprirpenaemestabelecimentopenaldiversodosdemaiscorrusoucondenados.

    Art.6oOtermodeacordodacolaboraopremiadadeverserfeitoporescritoeconter:

    Iorelatodacolaboraoeseuspossveisresultados

    IIascondiesdapropostadoMinistrioPblicooudodelegadodepolcia

    IIIadeclaraodeaceitaodocolaboradoredeseudefensor

    IVasassinaturasdorepresentantedoMinistrioPblicooudodelegadodepolcia,docolaboradoredeseudefensor

    Vaespecificaodasmedidasdeproteoaocolaboradoresuafamlia,quandonecessrio.

    Art.7oOpedidodehomologaodoacordosersigilosamentedistribudo,contendoapenasinformaesquenopossamidentificarocolaboradoreoseuobjeto.

    1o As informaes pormenorizadas da colaborao sero dirigidas diretamente ao juiz a que recair adistribuio,quedecidirnoprazode48(quarentaeoito)horas.

    2oOacessoaosautosserrestritoaojuiz,aoMinistrioPblicoeaodelegadodepolcia,comoformadegarantiroxitodasinvestigaes,assegurandoseaodefensor,nointeressedorepresentado,amploacessoaos elementos de prova que digam respeito ao exerccio do direito de defesa, devidamente precedido deautorizaojudicial,ressalvadososreferentessdilignciasemandamento.

    3oOacordodecolaboraopremiadadeixadesersigilosoassimquerecebidaadenncia,observadoodispostonoart.5o.

    SeoII

    DaAoControlada

    Art.8o Consiste a ao controlada em retardar a interveno policial ou administrativa relativa aopraticadapororganizaocriminosaouaelavinculada,desdequemantidasobobservaoeacompanhamentopara que a medida legal se concretize no momento mais eficaz formao de provas e obteno deinformaes.

    1o O retardamento da interveno policial ou administrativa ser previamente comunicado ao juizcompetenteque,seforocaso,estabelecerosseuslimitesecomunicaraoMinistrioPblico.

    2oAcomunicaosersigilosamentedistribudadeformaanoconterinformaesquepossamindicaraoperaoaserefetuada.

    3oAtoencerramentodadiligncia,oacessoaosautosserrestritoaojuiz,aoMinistrioPblicoeaodelegadodepolcia,comoformadegarantiroxitodasinvestigaes.

    4oAotrminodadiligncia,elaborarseautocircunstanciadoacercadaaocontrolada.

    Art.9oSeaaocontroladaenvolvertransposiodefronteiras,oretardamentodaintervenopolicialouadministrativa somente poder ocorrer com a cooperao das autoridades dos pases que figurem comoprovvelitinerriooudestinodoinvestigado,demodoareduzirosriscosdefugaeextraviodoproduto,objeto,instrumentoouproveitodocrime.

    SeoIII

    DaInfiltraodeAgentes

    Art. 10. A infiltrao de agentes de polcia em tarefas de investigao, representada pelo delegado de

  • polciaourequeridapeloMinistrioPblico,apsmanifestaotcnicadodelegadodepolciaquandosolicitadano curso de inqurito policial, ser precedida de circunstanciada,motivada e sigilosa autorizao judicial, queestabelecerseuslimites.

    1o Nahiptesederepresentaododelegadodepolcia,o juizcompetente,antesdedecidir,ouviroMinistrioPblico.

    2oSeradmitidaainfiltraosehouverindciosdeinfraopenaldequetrataoart.1oeseaprovanopuderserproduzidaporoutrosmeiosdisponveis.

    3o A infiltrao ser autorizada pelo prazo de at 6 (seis) meses, sem prejuzo de eventuaisrenovaes,desdequecomprovadasuanecessidade.

    4oFindooprazoprevistono3o,orelatriocircunstanciadoserapresentadoaojuizcompetente,queimediatamentecientificaroMinistrioPblico.

    5o No curso do inqurito policial, o delegado de polcia poder determinar aos seus agentes, e oMinistrioPblicopoderrequisitar,aqualquertempo,relatriodaatividadedeinfiltrao.

    Art.11.OrequerimentodoMinistrioPblicoouarepresentaododelegadodepolciaparaainfiltraodeagentesconteroademonstraodanecessidadedamedida,oalcancedastarefasdosagentese,quandopossvel,osnomesouapelidosdaspessoasinvestigadaseolocaldainfiltrao.

    Art. 12. O pedido de infiltrao ser sigilosamente distribudo, de forma a no conter informaes quepossamindicaraoperaoaserefetivadaouidentificaroagentequeserinfiltrado.

    1oAsinformaesquantonecessidadedaoperaode infiltraoserodirigidasdiretamenteao juizcompetente, que decidir no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, aps manifestao do Ministrio Pblico nahiptesederepresentaododelegadodepolcia,devendoseadotarasmedidasnecessriasparaoxitodasinvestigaeseaseguranadoagenteinfiltrado.

    2oOsautoscontendoasinformaesdaoperaodeinfiltraoacompanharoadennciadoMinistrioPblico,quandoserodisponibilizadosdefesa,assegurandoseapreservaodaidentidadedoagente.

    3o Havendo indciossegurosdequeoagente infiltradosofre risco iminente,aoperaoser sustadamediante requisiodoMinistrioPblicooupelodelegadodepolcia, dandose imediata cinciaaoMinistrioPblicoeautoridadejudicial.

    Art. 13. O agente que no guardar, em sua atuao, a devida proporcionalidade com a finalidade dainvestigao,responderpelosexcessospraticados.

    Pargrafonico.Nopunvel,nombitodainfiltrao,aprticadecrimepeloagenteinfiltradonocursodainvestigao,quandoinexigvelcondutadiversa.

    Art.14.Sodireitosdoagente:

    Irecusaroufazercessaraatuaoinfiltrada

    IItersuaidentidadealterada,aplicandose,noquecouber,odispostonoart.9odaLeino9.807,de13dejulhode1999,bemcomousufruirdasmedidasdeproteoatestemunhas

    III ter seu nome, sua qualificao, sua imagem, sua voz e demais informaes pessoais preservadasduranteainvestigaoeoprocessocriminal,salvosehouverdecisojudicialemcontrrio

    IV no ter sua identidade revelada, nemser fotografadoou filmadopelosmeiosde comunicao, semsuaprviaautorizaoporescrito.

    SeoIV

    DoAcessoaRegistros,DadosCadastrais,DocumentoseInformaes

    Art. 15. O delegado de polcia e oMinistrio Pblico tero acesso, independentemente de autorizaojudicial,apenas aos dados cadastrais do investigado que informem exclusivamente a qualificao pessoal, afiliaoeoendereomantidospelaJustiaEleitoral,empresas telefnicas, instituies financeiras,provedoresdeinterneteadministradorasdecartodecrdito.

  • Art. 16. As empresas de transporte possibilitaro, pelo prazo de 5 (cinco) anos, acesso direto epermanentedojuiz,doMinistrioPblicooudodelegadodepolciaaosbancosdedadosdereservaseregistrodeviagens.

    Art. 17. As concessionrias de telefonia fixa ou mvel mantero, pelo prazo de 5 (cinco) anos, disposio das autoridadesmencionadas no art. 15, registros de identificao dos nmeros dos terminais deorigemededestinodasligaestelefnicasinternacionais,interurbanaselocais.

    SeoV

    DosCrimesOcorridosnaInvestigaoenaObtenodaProva

    Art.18.Revelaraidentidade,fotografaroufilmarocolaborador,semsuaprviaautorizaoporescrito:

    Penarecluso,de1(um)a3(trs)anos,emulta.

    Art. 19. Imputar falsamente, sob pretexto de colaborao com a Justia, a prtica de infrao penal apessoa que sabe ser inocente, ou revelar informaes sobre a estrutura de organizao criminosa que sabeinverdicas:

    Penarecluso,de1(um)a4(quatro)anos,emulta.

    Art. 20. Descumprir determinao de sigilo das investigaes que envolvam a ao controlada e ainfiltraodeagentes:

    Penarecluso,de1(um)a4(quatro)anos,emulta.

    Art.21. Recusarouomitirdadoscadastrais, registros,documentose informaesrequisitadaspelo juiz,MinistrioPblicooudelegadodepolcia,nocursodeinvestigaooudoprocesso:

    Penarecluso,de6(seis)mesesa2(dois)anos,emulta.

    Pargrafonico.Namesmapenaincorrequem,deformaindevida,seapossa,propala,divulgaoufazusodosdadoscadastraisdequetrataestaLei.

    CAPTULOIII

    DISPOSIESFINAIS

    Art. 22. Os crimes previstos nesta Lei e as infraes penais conexas sero apurados medianteprocedimentoordinrioprevistonoDecretoLein3.689,de3deoutubrode1941 (CdigodeProcessoPenal),observadoodispostonopargrafonicodesteartigo.

    Pargrafonico.Ainstruocriminaldeverserencerradaemprazorazovel,oqualnopoderexcedera 120 (cento e vinte) dias quando o ru estiver preso, prorrogveis em at igual perodo, por decisofundamentada,devidamentemotivadapelacomplexidadedacausaouporfatoprocrastinatrioatribuvelaoru.

    Art.23. Osigiloda investigaopoderserdecretadopelaautoridade judicialcompetente,paragarantiada celeridade e da eficcia das diligncias investigatrias, assegurandose ao defensor, no interesse dorepresentado, amplo acesso aos elementos de prova que digam respeito ao exerccio do direito de defesa,devidamenteprecedidodeautorizaojudicial,ressalvadososreferentessdilignciasemandamento.

    Pargrafonico. Determinadoodepoimentodo investigado,seudefensor terasseguradaaprviavistadosautos, ainda que classificados como sigilosos, no prazomnimo de 3 (trs) dias que antecedem ao ato,podendoserampliado,acritriodaautoridaderesponsvelpelainvestigao.

    Art.24. Oart.288doDecretoLeino2.848,de7dedezembrode1940 (CdigoPenal),passa a vigorarcomaseguinteredao:

    AssociaoCriminosa

    Art.288.Associaremse3(trs)oumaispessoas,paraofimespecficodecometercrimes:

    Penarecluso,de1(um)a3(trs)anos.

    Pargrafonico.Apenaaumentaseatametadeseaassociaoarmadaousehouveraparticipaodecrianaouadolescente.(NR)

  • Art.25. Oart.342doDecretoLein2.848,de7dedezembrode1940 (CdigoPenal),passa a vigorarcomaseguinteredao:

    Art.342....................................................................................

    Penarecluso,de2(dois)a4(quatro)anos,emulta.

    ..................................................................................................(NR)

    Art.26.RevogaseaLeino9.034,de3demaiode1995.

    Art.27.EstaLeientraemvigorapsdecorridos45(quarentaecinco)diasdesuapublicaooficial.

    Braslia,2deagostode2013192odaIndependnciae125odaRepblica.

    DILMAROUSSEFFJosEduardoCardozo

    EstetextonosubstituiopublicadonoDOUde5.8.2013Edioextra

    *