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1 Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos LEI Nº 13.019, DE 31 DE JULHO DE 2014. Mensagem de veto Vigência (Vigência) (Vigência) Estabelece o regime jurídico das parcerias voluntárias, envolvendo ou não transferências de recursos financeiros, entre a administração pública e as organizações da sociedade civil, em regime de mútua cooperação, para a consecução de finalidades de interesse público; define diretrizes para a política de fomento e de colaboração com organizações da sociedade civil; institui o termo de colaboração e o termo de fomento; e altera as Leis n os 8.429, de 2 de junho de 1992, e 9.790, de 23 de março de 1999. A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1 o Esta Lei institui normas gerais para as parcerias voluntárias, envolvendo ou não transferências de recursos financeiros, estabelecidas pela União, Estados, Distrito Federal, Municípios e respectivas autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista prestadoras de serviço público, e suas subsidiárias, com organizações da sociedade civil, em regime de mútua cooperação, para a consecução de finalidades de interesse público; define diretrizes para a política de fomento e de colaboração com as organizações da sociedade civil; e institui o termo de colaboração e o termo de fomento. CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 2 o Para os fins desta Lei, considera-se: I - organização da sociedade civil: pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos que não distribui, entre os seus sócios ou associados, conselheiros, diretores, empregados ou doadores, eventuais resultados, sobras, excedentes operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, bonificações, participações ou parcelas do seu patrimônio, auferidos mediante o exercício de suas atividades, e que os aplica integralmente na consecução do respectivo objeto social, de forma imediata ou por meio da constituição de fundo patrimonial ou fundo de reserva; II - administração pública: União, Estados, Distrito Federal, Municípios e respectivas autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista prestadoras de serviço público, e suas subsidiárias;

LEI Marco Regulatorio

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LEi do marco regulaptorio 2015

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    Presidncia da Repblica Casa Civil

    Subchefia para Assuntos Jurdicos

    LEI N 13.019, DE 31 DE JULHO DE 2014.

    Mensagem de veto Vigncia (Vigncia) (Vigncia)

    Estabelece o regime jurdico das parcerias voluntrias, envolvendo ou no transferncias de recursos financeiros, entre a administrao pblica e as organizaes da sociedade civil, em regime de mtua cooperao, para a consecuo de finalidades de interesse pblico; define diretrizes para a poltica de fomento e de colaborao com organizaes da sociedade civil; institui o termo de colaborao e o termo de fomento; e altera as Leis nos 8.429, de 2 de junho de 1992, e 9.790, de 23 de maro de 1999.

    A PRESIDENTA DA REPBLICA Fao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

    Art. 1o Esta Lei institui normas gerais para as parcerias voluntrias, envolvendo ou no transferncias de recursos financeiros, estabelecidas pela Unio, Estados, Distrito Federal, Municpios e respectivas autarquias, fundaes, empresas pblicas e sociedades de economia mista prestadoras de servio pblico, e suas subsidirias, com organizaes da sociedade civil, em regime de mtua cooperao, para a consecuo de finalidades de interesse pblico; define diretrizes para a poltica de fomento e de colaborao com as organizaes da sociedade civil; e institui o termo de colaborao e o termo de fomento.

    CAPTULO I

    DISPOSIES PRELIMINARES

    Art. 2o Para os fins desta Lei, considera-se:

    I - organizao da sociedade civil: pessoa jurdica de direito privado sem fins lucrativos que no distribui, entre os seus scios ou associados, conselheiros, diretores, empregados ou doadores, eventuais resultados, sobras, excedentes operacionais, brutos ou lquidos, dividendos, bonificaes, participaes ou parcelas do seu patrimnio, auferidos mediante o exerccio de suas atividades, e que os aplica integralmente na consecuo do respectivo objeto social, de forma imediata ou por meio da constituio de fundo patrimonial ou fundo de reserva;

    II - administrao pblica: Unio, Estados, Distrito Federal, Municpios e respectivas autarquias, fundaes, empresas pblicas e sociedades de economia mista prestadoras de servio pblico, e suas subsidirias;

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    III - parceria: qualquer modalidade de parceria prevista nesta Lei, que envolva ou no transferncias voluntrias de recursos financeiros, entre administrao pblica e organizaes da sociedade civil para aes de interesse recproco em regime de mtua cooperao;

    IV - dirigente: pessoa que detenha poderes de administrao, gesto ou controle da organizao da sociedade civil;

    V - administrador pblico: agente pblico, titular do rgo, autarquia, fundao, empresa pblica ou sociedade de economia mista competente para assinar instrumento de cooperao com organizao da sociedade civil para a consecuo de finalidades de interesse pblico;

    VI - gestor: agente pblico responsvel pela gesto da parceria, designado por ato publicado em meio oficial de comunicao, com poderes de controle e fiscalizao;

    VII - termo de colaborao: instrumento pelo qual so formalizadas as parcerias estabelecidas pela administrao pblica com organizaes da sociedade civil, selecionadas por meio de chamamento pblico, para a consecuo de finalidades de interesse pblico propostas pela administrao pblica, sem prejuzo das definies atinentes ao contrato de gesto e ao termo de parceria, respectivamente, conforme as Leis nos 9.637, de 15 de maio de 1998, e 9.790, de 23 de maro de 1999;

    VIII - termo de fomento: instrumento pelo qual so formalizadas as parcerias estabelecidas pela administrao pblica com organizaes da sociedade civil, selecionadas por meio de chamamento pblico, para a consecuo de finalidades de interesse pblico propostas pelas organizaes da sociedade civil, sem prejuzo das definies atinentes ao contrato de gesto e ao termo de parceria, respectivamente, conforme as Leis nos 9.637, de 15 de maio de 1998, e 9.790, de 23 de maro de 1999;

    IX - conselho de poltica pblica: rgo criado pelo poder pblico para atuar como instncia consultiva, na respectiva rea de atuao, na formulao, implementao, acompanhamento, monitoramento e avaliao de polticas pblicas;

    X - comisso de seleo: rgo colegiado da administrao pblica destinado a processar e julgar chamamentos pblicos, composto por agentes pblicos, designados por ato publicado em meio oficial de comunicao, sendo, pelo menos, 2/3 (dois teros) de seus membros servidores ocupantes de cargos permanentes do quadro de pessoal da administrao pblica realizadora do chamamento pblico;

    XI - comisso de monitoramento e avaliao: rgo colegiado da administrao pblica destinado a monitorar e avaliar as parcerias celebradas com organizaes da sociedade civil nos termos desta Lei, composto por agentes pblicos, designados por ato publicado em meio oficial de comunicao, sendo, pelo menos, 2/3 (dois teros) de seus membros servidores ocupantes de

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    cargos permanentes do quadro de pessoal da administrao pblica realizadora do chamamento pblico;

    XII - chamamento pblico: procedimento destinado a selecionar organizao da sociedade civil para firmar parceria por meio de termo de colaborao ou de fomento, no qual se garanta a observncia dos princpios da isonomia, da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculao ao instrumento convocatrio, do julgamento objetivo e dos que lhes so correlatos;

    XIII - bens remanescentes: equipamentos e materiais permanentes adquiridos com recursos da parceria, necessrios consecuo do objeto, mas que a ele no se incorporam;

    XIV - prestao de contas: procedimento em que se analisa e se avalia a execuo da parceria quanto aos aspectos de legalidade, legitimidade, economicidade, eficincia e eficcia, pelo qual seja possvel verificar o cumprimento do objeto da parceria e o alcance das metas e dos resultados previstos, compreendendo 2 (duas) fases:

    a) apresentao das contas, de responsabilidade da organizao da sociedade civil;

    b) anlise e manifestao conclusiva das contas, de responsabilidade da administrao pblica, sem prejuzo da atuao dos rgos de controle;

    XV - termo aditivo: instrumento que tem por objetivo a modificao de termo de colaborao ou de termo de fomento celebrado, vedada a alterao do objeto aprovado.

    Art. 3o No se aplicam as exigncias desta Lei:

    I - s transferncias de recursos homologadas pelo Congresso Nacional ou autorizadas pelo Senado Federal naquilo em que as disposies dos tratados, acordos e convenes internacionais especficas conflitarem com esta Lei, quando os recursos envolvidos forem integralmente oriundos de fonte externa de financiamento;

    II - s transferncias voluntrias regidas por lei especfica, naquilo em que houver disposio expressa em contrrio;

    III - aos contratos de gesto celebrados com organizaes sociais, na forma estabelecida pela Lei no 9.637, de 15 de maio de 1998.

    Art. 4o Aplicam-se as disposies desta Lei, no que couber, s relaes da administrao pblica com entidades qualificadas como organizaes da sociedade civil de interesse pblico, de que trata a Lei no 9.790, de 23 de maro de 1999, regidas por termos de parceria.

    CAPTULO II

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    DA CELEBRAO DO TERMO DE COLABORAO OU DE FOMENTO

    Seo I

    Normas Gerais

    Art. 5o O regime jurdico de que trata esta Lei tem como fundamentos a gesto pblica democrtica, a participao social, o fortalecimento da sociedade civil e a transparncia na aplicao dos recursos pblicos, devendo obedecer aos princpios da legalidade, da legitimidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade, da economicidade, da eficincia e da eficcia, alm dos demais princpios constitucionais aplicveis e dos relacionados a seguir:

    I - o reconhecimento da participao social como direito do cidado;

    II - a solidariedade, a cooperao e o respeito diversidade para a construo de valores de cidadania e de incluso social e produtiva;

    III - a promoo do desenvolvimento local, regional e nacional, inclusivo e sustentvel;

    IV - o direito informao, transparncia e ao controle social das aes pblicas;

    V - a integrao e a transversalidade dos procedimentos, mecanismos e instncias de participao social;

    VI - a valorizao da diversidade cultural e da educao para a cidadania ativa;

    VII - a promoo e a defesa dos direitos humanos;

    VIII - a preservao, a conservao e a proteo dos recursos hdricos e do meio ambiente;

    IX - a valorizao dos direitos dos povos indgenas e das comunidades tradicionais;

    X - a preservao e a valorizao do patrimnio cultural brasileiro, em suas dimenses material e imaterial.

    Art. 6o So diretrizes fundamentais do regime jurdico de fomento ou de colaborao:

    I - a promoo, o fortalecimento institucional, a capacitao e o incentivo organizao da sociedade civil para a cooperao com o poder pblico;

    II - a priorizao do controle de resultados;

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    III - o incentivo ao uso de recursos atualizados de tecnologias de informao e comunicao;

    IV - o fortalecimento das aes de cooperao institucional entre os entes federados nas relaes com as organizaes da sociedade civil;

    V - o estabelecimento de mecanismos que ampliem a gesto de informao, transparncia e publicidade;

    VI - a ao integrada, complementar e descentralizada, de recursos e aes, entre os entes da Federao, evitando sobreposio de iniciativas e fragmentao de recursos;

    VII - a sensibilizao, a capacitao, o aprofundamento e o aperfeioamento do trabalho de gestores pblicos, na implementao de atividades e projetos de interesse pblico e relevncia social com organizaes da sociedade civil;

    VIII - a adoo de prticas de gesto administrativa necessrias e suficientes para coibir a obteno, individual ou coletiva, de benefcios ou vantagens indevidas, em decorrncia da participao no respectivo processo decisrio ou ocupao de posies estratgicas;

    IX - a promoo de solues derivadas da aplicao de conhecimentos, da cincia e tecnologia e da inovao para atender necessidades e demandas de maior qualidade de vida da populao em situao de desigualdade social.

    Seo II

    Da Capacitao de Gestores, Conselheiros e Sociedade Civil Organizada

    Art. 7o A Unio, em coordenao com os Estados, Distrito Federal, Municpios e organizaes da sociedade civil, instituir programas de capacitao para gestores, representantes de organizaes da sociedade civil e conselheiros dos conselhos de polticas pblicas, no constituindo a participao nos referidos programas condio para o exerccio da funo.

    Art. 8o Ao decidir sobre a celebrao de parcerias previstas nesta Lei, o administrador pblico considerar, obrigatoriamente, a capacidade operacional do rgo ou entidade da administrao pblica para instituir processos seletivos, avaliar as propostas de parceria com o rigor tcnico necessrio, fiscalizar a execuo em tempo hbil e de modo eficaz e apreciar as prestaes de contas na forma e nos prazos determinados nesta Lei e na legislao especfica.

    Pargrafo nico. A administrao pblica adotar as medidas necessrias, tanto na capacitao de pessoal, quanto no provimento dos recursos materiais e tecnolgicos necessrios, para assegurar a capacidade tcnica e operacional de que trata o caput deste artigo.

    Seo III

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    Da Transparncia e do Controle

    Art. 9o No incio de cada ano civil, a administrao pblica far publicar, nos meios oficiais de divulgao, os valores aprovados na lei oramentria anual vigente para execuo de programas e aes do plano plurianual em vigor, que podero ser executados por meio de parcerias previstas nesta Lei.

    Art. 10. A administrao pblica dever manter, em seu stio oficial na internet, a relao das parcerias celebradas, em ordem alfabtica, pelo nome da organizao da sociedade civil, por prazo no inferior a 5 (cinco) anos, contado da apreciao da prestao de contas final da parceria.

    Art. 11. A organizao da sociedade civil dever divulgar, em seu stio na internet, caso mantenha, e em locais visveis de suas sedes sociais e dos estabelecimentos em que exera suas aes, todas as parcerias celebradas com o poder pblico.

    Pargrafo nico. As informaes de que tratam este artigo e o art. 10 devero incluir, no mnimo:

    I - data de assinatura e identificao do instrumento de parceria e do rgo da administrao pblica responsvel;

    II - nome da organizao da sociedade civil e seu nmero de inscrio no Cadastro Nacional da Pessoa Jurdica - CNPJ da Secretaria da Receita Federal do Brasil - RFB;

    III - descrio do objeto da parceria;

    IV - valor total da parceria e valores liberados;

    V - situao da prestao de contas da parceria, que dever informar a data prevista para a sua apresentao, a data em que foi apresentada, o prazo para a sua anlise e o resultado conclusivo.

    Art. 12. A administrao pblica dever divulgar pela internet os meios para apresentao de denncia sobre a aplicao irregular dos recursos transferidos.

    Seo IV

    Do Fortalecimento da Participao Social e da Divulgao das Aes

    Art. 13. (VETADO).

    Art. 14. O poder pblico, na forma de regulamento, divulgar, nos meios pblicos de comunicao por radiodifuso de sons e de sons e imagens, campanhas publicitrias e programaes desenvolvidas por organizaes da sociedade civil, no mbito das parcerias com a administrao pblica, com previso de recursos tecnolgicos e linguagem adequados garantia de acessibilidade por pessoas com deficincia.

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    Art. 15. Poder ser criado, no mbito do Poder Executivo federal, o Conselho Nacional de Fomento e Colaborao, de composio paritria entre representantes governamentais e organizaes da sociedade civil, com a finalidade de divulgar boas prticas e de propor e apoiar polticas e aes voltadas ao fortalecimento das relaes de fomento e de colaborao previstas nesta Lei.

    1o A composio e o funcionamento do Conselho Nacional de Fomento e Colaborao sero disciplinados em regulamento.

    2o Os demais entes federados tambm podero criar instncia participativa, nos termos deste artigo.

    Seo V

    Dos Termos de Colaborao e de Fomento

    Art. 16. O termo de colaborao deve ser adotado pela administrao pblica em caso de transferncias voluntrias de recursos para consecuo de planos de trabalho propostos pela administrao pblica, em regime de mtua cooperao com organizaes da sociedade civil, selecionadas por meio de chamamento pblico, ressalvadas as excees previstas nesta Lei.

    Pargrafo nico. Os conselhos de polticas pblicas podero apresentar propostas administrao pblica para celebrao de termo de colaborao com organizaes da sociedade civil.

    Art. 17. O termo de fomento deve ser adotado pela administrao pblica em caso de transferncias voluntrias de recursos para consecuo de planos de trabalho propostos pelas organizaes da sociedade civil, em regime de mtua cooperao com a administrao pblica, selecionadas por meio de chamamento pblico, ressalvadas as excees previstas nesta Lei.

    Seo VI

    Do Procedimento de Manifestao de Interesse Social

    Art. 18. institudo o Procedimento de Manifestao de Interesse Social como instrumento por meio do qual as organizaes da sociedade civil, movimentos sociais e cidados podero apresentar propostas ao poder pblico para que este avalie a possibilidade de realizao de um chamamento pblico objetivando a celebrao de parceria.

    Art. 19. A proposta a ser encaminhada administrao pblica dever atender aos seguintes requisitos:

    I - identificao do subscritor da proposta;

    II - indicao do interesse pblico envolvido;

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    III - diagnstico da realidade que se quer modificar, aprimorar ou desenvolver e, quando possvel, indicao da viabilidade, dos custos, dos benefcios e dos prazos de execuo da ao pretendida.

    Art. 20. Preenchidos os requisitos do art. 19, a administrao pblica dever tornar pblica a proposta em seu stio eletrnico e, verificada a convenincia e oportunidade para realizao do Procedimento de Manifestao de Interesse Social, o instaurar para oitiva da sociedade sobre o tema.

    Pargrafo nico. Os prazos e regras do procedimento de que trata esta Seo observaro regulamento prprio de cada ente federado, a ser aprovado aps a publicao desta Lei.

    Art. 21. A realizao do Procedimento de Manifestao de Interesse Social no implicar necessariamente na execuo do chamamento pblico, que acontecer de acordo com os interesses da administrao.

    1o A realizao do Procedimento de Manifestao de Interesse Social no dispensa a convocao por meio de chamamento pblico para a celebrao de parceria.

    2o A proposio ou a participao no Procedimento de Manifestao de Interesse Social no impede a organizao da sociedade civil de participar no eventual chamamento pblico subsequente.

    Seo VII

    Do Plano de Trabalho

    Art. 22. Dever constar do plano de trabalho, sem prejuzo da modalidade de parceria adotada:

    I - diagnstico da realidade que ser objeto das atividades da parceria, devendo ser demonstrado o nexo entre essa realidade e as atividades ou metas a serem atingidas;

    II - descrio pormenorizada de metas quantitativas e mensurveis a serem atingidas e de atividades a serem executadas, devendo estar claro, preciso e detalhado o que se pretende realizar ou obter, bem como quais sero os meios utilizados para tanto;

    III - prazo para a execuo das atividades e o cumprimento das metas;

    IV - definio dos indicadores, qualitativos e quantitativos, a serem utilizados para a aferio do cumprimento das metas;

    V - elementos que demonstrem a compatibilidade dos custos com os preos praticados no mercado ou com outras parcerias da mesma natureza, devendo existir elementos indicativos da mensurao desses custos, tais como:

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    cotaes, tabelas de preos de associaes profissionais, publicaes especializadas ou quaisquer outras fontes de informao disponveis ao pblico;

    VI - plano de aplicao dos recursos a serem desembolsados pela administrao pblica;

    VII - estimativa de valores a serem recolhidos para pagamento de encargos previdencirios e trabalhistas das pessoas envolvidas diretamente na consecuo do objeto, durante o perodo de vigncia proposto;

    VIII - valores a serem repassados, mediante cronograma de desembolso compatvel com os gastos das etapas vinculadas s metas do cronograma fsico;

    IX - modo e periodicidade das prestaes de contas, compatveis com o perodo de realizao das etapas vinculadas s metas e com o perodo de vigncia da parceria, no se admitindo periodicidade superior a 1 (um) ano ou que dificulte a verificao fsica do cumprimento do objeto;

    X - prazos de anlise da prestao de contas pela administrao pblica responsvel pela parceria.

    Pargrafo nico. Cada ente federado estabelecer, de acordo com a sua realidade, o valor mximo que poder ser repassado em parcela nica para a execuo da parceria, o que dever ser justificado pelo administrador pblico no plano de trabalho.

    Seo VIII

    Do Chamamento Pblico

    Art. 23. A administrao pblica dever adotar procedimentos claros, objetivos, simplificados e, sempre que possvel, padronizados, que orientem os interessados e facilitem o acesso direto aos rgos da administrao pblica, independentemente da modalidade de parceria prevista nesta Lei.

    Pargrafo nico. Sempre que possvel, a administrao pblica estabelecer critrios e indicadores padronizados a serem seguidos, especialmente quanto s seguintes caractersticas:

    I - objetos;

    II - metas;

    III - mtodos;

    IV - custos;

    V - plano de trabalho;

    VI - indicadores, quantitativos e qualitativos, de avaliao de resultados.

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    Art. 24. Para a celebrao das parcerias previstas nesta Lei, a administrao pblica dever realizar chamamento pblico para selecionar organizaes da sociedade civil que torne mais eficaz a execuo do objeto.

    1o O edital do chamamento pblico especificar, no mnimo:

    I - a programao oramentria que autoriza e fundamenta a celebrao da parceria;

    II - o tipo de parceria a ser celebrada;

    III - o objeto da parceria;

    IV - as datas, os prazos, as condies, o local e a forma de apresentao das propostas;

    V - as datas e os critrios objetivos de seleo e julgamento das propostas, inclusive no que se refere metodologia de pontuao e ao peso atribudo a cada um dos critrios estabelecidos, se for o caso;

    VI - o valor previsto para a realizao do objeto;

    VII - a exigncia de que a organizao da sociedade civil possua:

    a) no mnimo, 3 (trs) anos de existncia, com cadastro ativo, comprovados por meio de documentao emitida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, com base no Cadastro Nacional da Pessoa Jurdica - CNPJ;

    b) experincia prvia na realizao, com efetividade, do objeto da parceria ou de natureza semelhante;

    c) capacidade tcnica e operacional para o desenvolvimento das atividades previstas e o cumprimento das metas estabelecidas.

    2o vedado admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocao, clusulas ou condies que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu carter competitivo e estabeleam preferncias ou distines em razo da naturalidade, da sede ou do domiclio dos concorrentes ou de qualquer outra circunstncia impertinente ou irrelevante para o especfico objeto da parceria.

    Art. 25. permitida a atuao em rede para a execuo de iniciativas agregadoras de pequenos projetos, por 2 (duas) ou mais organizaes da sociedade civil, mantida a integral responsabilidade da organizao celebrante do termo de fomento ou de colaborao, desde que:

    I - essa possibilidade seja autorizada no edital do chamamento pblico e a forma de atuao esteja prevista no plano de trabalho;

    II - a organizao da sociedade civil responsvel pelo termo de fomento e/ou de colaborao possua:

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    a) mais de 5 (cinco) anos de inscrio no CNPJ;

    b) mais de 3 (trs) anos de experincia de atuao em rede, comprovada na forma prevista no edital; e

    c) capacidade tcnica e operacional para supervisionar e orientar diretamente a atuao da organizao que com ela estiver atuando em rede;

    III - seja observado o limite de atuao mnima previsto em edital referente execuo do plano de trabalho que cabe organizao da sociedade civil celebrante do termo de fomento e colaborao;

    IV - a organizao da sociedade civil executante e no celebrante do termo de fomento ou de colaborao comprove regularidade jurdica e fiscal, nos termos do regulamento;

    V - seja comunicada administrao pblica, no ato da celebrao do termo de fomento ou de colaborao, a relao das organizaes da sociedade civil executantes e no celebrantes do termo de fomento ou de colaborao.

    Pargrafo nico. A relao das organizaes da sociedade civil executantes e no celebrantes do termo de fomento ou de colaborao de que trata o inciso V do caput no poder ser alterada sem prvio consentimento da administrao pblica, no podendo as eventuais alteraes descumprir os requisitos previstos neste artigo.

    Art. 26. O edital dever ser amplamente divulgado em pgina do stio oficial do rgo ou entidade na internet.

    Pargrafo nico. As pessoas jurdicas de direito pblico interno e as entidades personalizadas da administrao podero criar portal nico na internet que rena as informaes sobre todas as parcerias por elas celebradas, bem como os editais publicados.

    Art. 27. O grau de adequao da proposta aos objetivos especficos do programa ou ao em que se insere o tipo de parceria e ao valor de referncia constante do chamamento pblico critrio obrigatrio de julgamento.

    1o As propostas sero julgadas por uma comisso de seleo previamente designada, nos termos desta Lei.

    2o Ser impedida de participar da comisso de seleo pessoa que, nos ltimos 5 (cinco) anos, tenha mantido relao jurdica com, ao menos, 1 (uma) das entidades em disputa.

    3o Configurado o impedimento previsto no 2o, dever ser designado membro substituto que possua qualificao equivalente do substitudo.

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    4o A administrao pblica homologar e divulgar o resultado do julgamento em pgina do stio oficial da administrao pblica na internet ou stio eletrnico oficial equivalente.

    Art. 28. Somente depois de encerrada a etapa competitiva e ordenadas as propostas, a administrao pblica proceder verificao dos documentos que comprovem o atendimento pela organizao da sociedade civil selecionada dos requisitos previstos no inciso VII do 1o do art. 24.

    1o Na hiptese de a organizao da sociedade civil selecionada no atender aos requisitos exigidos no inciso VII do 1o do art. 24, aquela imediatamente mais bem classificada ser convidada a aceitar a celebrao de parceria nos mesmos termos ofertados pela concorrente desqualificada.

    2o Caso a organizao da sociedade civil convidada nos termos do 1o deste artigo aceite celebrar a parceria, proceder-se- verificao dos documentos que comprovem o atendimento aos requisitos previstos no inciso VII do 1o do art. 24.

    3o O procedimento dos 1o e 2o ser seguido sucessivamente at que se conclua a seleo prevista no edital.

    Art. 29. Exceto nas hipteses expressamente previstas nesta Lei, a celebrao de qualquer modalidade de parceria ser precedida de chamamento pblico.

    Art. 30. A administrao pblica poder dispensar a realizao do chamamento pblico:

    I - no caso de urgncia decorrente de paralisao ou iminncia de paralisao de atividades de relevante interesse pblico realizadas no mbito de parceria j celebrada, limitada a vigncia da nova parceria ao prazo do termo original, desde que atendida a ordem de classificao do chamamento pblico, mantidas e aceitas as mesmas condies oferecidas pela organizao da sociedade civil vencedora do certame;

    II - nos casos de guerra ou grave perturbao da ordem pblica, para firmar parceria com organizaes da sociedade civil que desenvolvam atividades de natureza continuada nas reas de assistncia social, sade ou educao, que prestem atendimento direto ao pblico e que tenham certificao de entidade beneficente de assistncia social, nos termos da Lei no 12.101, de 27 de novembro de 2009;

    III - quando se tratar da realizao de programa de proteo a pessoas ameaadas ou em situao que possa comprometer a sua segurana;

    IV - (VETADO).

    Art. 31. Ser considerado inexigvel o chamamento pblico na hiptese de inviabilidade de competio entre as organizaes da sociedade civil, em razo

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    da natureza singular do objeto do plano de trabalho ou quando as metas somente puderem ser atingidas por uma entidade especfica.

    Art. 32. Nas hipteses dos arts. 30 e 31 desta Lei, a ausncia de realizao de processo seletivo ser detalhadamente justificada pelo administrador pblico.

    1o Sob pena de nulidade do ato de formalizao de parceria prevista nesta Lei, o extrato da justificativa previsto no caput deste artigo dever ser publicado, pelo menos, 5 (cinco) dias antes dessa formalizao, em pgina do stio oficial da administrao pblica na internet e, eventualmente, a critrio do administrador pblico, tambm no meio oficial de publicidade da administrao pblica, a fim de garantir ampla e efetiva transparncia.

    2o Admite-se a impugnao justificativa, desde que apresentada antes da celebrao da parceria, cujo teor deve ser analisado pelo administrador pblico responsvel.

    3o Havendo fundamento na impugnao, ser revogado o ato que declarou a dispensa ou considerou inexigvel o chamamento pblico, e ser imediatamente iniciado o procedimento para a realizao do chamamento pblico, conforme o caso.

    Seo IX

    Dos Requisitos para Celebrao do Termo de Colaborao e do Termo de Fomento

    Art. 33. Para poder celebrar as parcerias previstas nesta Lei, as organizaes da sociedade civil devero ser regidas por estatutos cujas normas disponham, expressamente, sobre:

    I - objetivos voltados promoo de atividades e finalidades de relevncia pblica e social;

    II - a constituio de conselho fiscal ou rgo equivalente, dotado de atribuio para opinar sobre os relatrios de desempenho financeiro e contbil e sobre as operaes patrimoniais realizadas;

    III - a previso de que, em caso de dissoluo da entidade, o respectivo patrimnio lquido seja transferido a outra pessoa jurdica de igual natureza que preencha os requisitos desta Lei e cujo objeto social seja, preferencialmente, o mesmo da entidade extinta;

    IV - normas de prestao de contas sociais a serem observadas pela entidade, que determinaro, no mnimo:

    a) a observncia dos princpios fundamentais de contabilidade e das Normas Brasileiras de Contabilidade;

  • 14

    b) que se d publicidade, por qualquer meio eficaz, no encerramento do exerccio fiscal, ao relatrio de atividades e demonstraes financeiras da entidade, includas as certides negativas de dbitos com a Previdncia Social e com o Fundo de Garantia do Tempo de Servio - FGTS, colocando-os disposio para exame de qualquer cidado.

    Pargrafo nico. Sero dispensados do atendimento ao disposto no inciso III do caput os servios sociais autnomos destinatrios de contribuies dos empregadores incidentes sobre a folha de salrios.

    Art. 34. Para celebrao das parcerias previstas nesta Lei, as organizaes da sociedade civil devero apresentar:

    I - prova da propriedade ou posse legtima do imvel, caso seja necessrio execuo do objeto pactuado;

    II - certides de regularidade fiscal, previdenciria, tributria, de contribuies e de dvida ativa, de acordo com a legislao aplicvel de cada ente federado;

    III - certido de existncia jurdica expedida pelo cartrio de registro civil ou cpia do estatuto registrado e eventuais alteraes;

    IV - documento que evidencie a situao das instalaes e as condies materiais da entidade, quando essas instalaes e condies forem necessrias para a realizao do objeto pactuado;

    V - cpia da ata de eleio do quadro dirigente atual;

    VI - relao nominal atualizada dos dirigentes da entidade, com endereo, nmero e rgo expedidor da carteira de identidade e nmero de registro no Cadastro de Pessoas Fsicas - CPF da Secretaria da Receita Federal do Brasil - RFB de cada um deles;

    VII - cpia de documento que comprove que a organizao da sociedade civil funciona no endereo registrado no Cadastro Nacional da Pessoa Jurdica - CNPJ da Secretaria da Receita Federal do Brasil - RFB;

    VIII - regulamento de compras e contrataes, prprio ou de terceiro, aprovado pela administrao pblica celebrante, em que se estabelea, no mnimo, a observncia dos princpios da legalidade, da moralidade, da boa-f, da probidade, da impessoalidade, da economicidade, da eficincia, da isonomia, da publicidade, da razoabilidade e do julgamento objetivo e a busca permanente de qualidade e durabilidade.

    Pargrafo nico. (VETADO):

    I - (VETADO);

    II - (VETADO);

  • 15

    III - (VETADO).

    Art. 35. A celebrao e a formalizao do termo de colaborao e do termo de fomento dependero da adoo das seguintes providncias pela administrao pblica:

    I - realizao de chamamento pblico, ressalvadas as hipteses previstas nesta Lei;

    II - indicao expressa da existncia de prvia dotao oramentria para execuo da parceria;

    III - demonstrao de que os objetivos e finalidades institucionais e a capacidade tcnica e operacional da organizao da sociedade civil foram avaliados e so compatveis com o objeto;

    IV - aprovao do plano de trabalho, a ser apresentado nos termos desta Lei;

    V - emisso de parecer de rgo tcnico da administrao pblica, que dever pronunciar-se, de forma expressa, a respeito:

    a) do mrito da proposta, em conformidade com a modalidade de parceria adotada;

    b) da identidade e da reciprocidade de interesse das partes na realizao, em mtua cooperao, da parceria prevista nesta Lei;

    c) da viabilidade de sua execuo, inclusive no que se refere aos valores estimados, que devero ser compatveis com os preos praticados no mercado;

    d) da verificao do cronograma de desembolso previsto no plano de trabalho, e se esse adequado e permite a sua efetiva fiscalizao;

    e) da descrio de quais sero os meios disponveis a serem utilizados para a fiscalizao da execuo da parceria, assim como dos procedimentos que devero ser adotados para avaliao da execuo fsica e financeira, no cumprimento das metas e objetivos;

    f) da descrio de elementos mnimos de convico e de meios de prova que sero aceitos pela administrao pblica na prestao de contas;

    g) da designao do gestor da parceria;

    h) da designao da comisso de monitoramento e avaliao da parceria;

    i) da aprovao do regulamento de compras e contrataes apresentado pela organizao da sociedade civil, demonstrando a compatibilidade entre a alternativa escolhida e a natureza e o valor do objeto da parceria, a natureza e o

  • 16

    valor dos servios, e as compras passveis de contratao, conforme aprovado no plano de trabalho;

    VI - emisso de parecer jurdico do rgo de assessoria ou consultoria jurdica da administrao pblica acerca da possibilidade de celebrao da parceria, com observncia das normas desta Lei e da legislao especfica.

    1o No ser exigida contrapartida financeira como requisito para celebrao de parceria, facultada a exigncia de contrapartida em bens e servios economicamente mensurveis.

    2o Caso o parecer tcnico ou o parecer jurdico de que tratam, respectivamente, os incisos V e VI do caput deste artigo conclua pela possibilidade de celebrao da parceria com ressalvas, dever o administrador pblico cumprir o que houver sido ressalvado ou, mediante ato formal, justificar as razes pelas quais deixou de faz-lo.

    3o Na hiptese de o gestor da parceria deixar de ser agente pblico ou ser lotado em outro rgo ou entidade, o administrador pblico dever designar novo gestor, assumindo, enquanto isso no ocorrer, todas as obrigaes do gestor, com as respectivas responsabilidades.

    4o Dever constar, expressamente, do prprio instrumento de parceria ou de seu anexo que a organizao da sociedade civil cumpre as exigncias constantes do inciso VII do 1o do art. 24 desta Lei.

    5o Caso a organizao da sociedade civil adquira equipamentos e materiais permanentes com recursos provenientes da celebrao da parceria, o bem ser gravado com clusula de inalienabilidade, e ela dever formalizar promessa de transferncia da propriedade administrao pblica, na hiptese de sua extino.

    6o Ser impedida de participar como gestor da parceria ou como membro da comisso de monitoramento e avaliao pessoa que, nos ltimos 5 (cinco) anos, tenha mantido relao jurdica com, ao menos, 1 (uma) das organizaes da sociedade civil partcipes.

    7o Configurado o impedimento do 6o, dever ser designado gestor ou membro substituto que possua qualificao tcnica equivalente do substitudo.

    Art. 36. Ser obrigatria a estipulao do destino a ser dado aos bens remanescentes da parceria.

    Pargrafo nico. Os bens remanescentes adquiridos com recursos transferidos podero, a critrio do administrador pblico, ser doados quando, aps a consecuo do objeto, no forem necessrios para assegurar a continuidade do objeto pactuado, observado o disposto no respectivo termo e na legislao vigente.

  • 17

    Art. 37. A organizao da sociedade civil indicar ao menos 1 (um) dirigente que se responsabilizar, de forma solidria, pela execuo das atividades e cumprimento das metas pactuadas na parceria, devendo essa indicao constar do instrumento da parceria.

    Art. 38. O termo de fomento e o termo de colaborao somente produziro efeitos jurdicos aps a publicao dos respectivos extratos no meio oficial de publicidade da administrao pblica.

    Seo X

    Das Vedaes

    Art. 39. Ficar impedida de celebrar qualquer modalidade de parceria prevista nesta Lei a organizao da sociedade civil que:

    I - no esteja regularmente constituda ou, se estrangeira, no esteja autorizada a funcionar no territrio nacional;

    II - esteja omissa no dever de prestar contas de parceria anteriormente celebrada;

    III - tenha como dirigente agente poltico de Poder ou do Ministrio Pblico, dirigente de rgo ou entidade da administrao pblica de qualquer esfera governamental, ou respectivo cnjuge ou companheiro, bem como parente em linha reta, colateral ou por afinidade, at o segundo grau;

    IV - tenha tido as contas rejeitadas pela administrao pblica nos ltimos 5 (cinco) anos, enquanto no for sanada a irregularidade que motivou a rejeio e no forem quitados os dbitos que lhe foram eventualmente imputados, ou for reconsiderada ou revista a deciso pela rejeio;

    V - tenha sido punida com uma das seguintes sanes, pelo perodo que durar a penalidade:

    a) suspenso de participao em licitao e impedimento de contratar com a administrao;

    b) declarao de inidoneidade para licitar ou contratar com a administrao pblica;

    c) a prevista no inciso II do art. 73 desta Lei;

    d) a prevista no inciso III do art. 73 desta Lei;

    VI - tenha tido contas de parceria julgadas irregulares ou rejeitadas por Tribunal ou Conselho de Contas de qualquer esfera da Federao, em deciso irrecorrvel, nos ltimos 8 (oito) anos;

    VII - tenha entre seus dirigentes pessoa:

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    a) cujas contas relativas a parcerias tenham sido julgadas irregulares ou rejeitadas por Tribunal ou Conselho de Contas de qualquer esfera da Federao, em deciso irrecorrvel, nos ltimos 8 (oito) anos;

    b) julgada responsvel por falta grave e inabilitada para o exerccio de cargo em comisso ou funo de confiana, enquanto durar a inabilitao;

    c) considerada responsvel por ato de improbidade, enquanto durarem os prazos estabelecidos nos incisos I, II e III do art. 12 da Lei no 8.429, de 2 de junho de 1992.

    1o Nas hipteses deste artigo, igualmente vedada a transferncia de novos recursos no mbito de parcerias em execuo, excetuando-se os casos de servios essenciais que no podem ser adiados sob pena de prejuzo ao errio ou populao, desde que precedida de expressa e fundamentada autorizao do dirigente mximo do rgo ou entidade da administrao pblica, sob pena de responsabilidade solidria.

    2o Em qualquer das hipteses previstas no caput, persiste o impedimento para celebrar parceria enquanto no houver o ressarcimento do dano ao errio, pelo qual seja responsvel a organizao da sociedade civil ou seu dirigente.

    3o A vedao prevista no inciso III do caput deste artigo, no que tange a ter como dirigente agente poltico de Poder, no se aplica aos servios sociais autnomos destinatrios de contribuies dos empregadores incidentes sobre a folha de salrios.

    Art. 40. vedada a celebrao de parcerias previstas nesta Lei que tenham por objeto, envolvam ou incluam, direta ou indiretamente:

    I - delegao das funes de regulao, de fiscalizao, do exerccio do poder de polcia ou de outras atividades exclusivas do Estado;

    II - prestao de servios ou de atividades cujo destinatrio seja o aparelho administrativo do Estado.

    Pargrafo nico. vedado tambm ser objeto de parceria:

    I - a contratao de servios de consultoria, com ou sem produto determinado;

    II - o apoio administrativo, com ou sem disponibilizao de pessoal, fornecimento de materiais consumveis ou outros bens.

    Art. 41. vedada a criao de outras modalidades de parceria ou a combinao das previstas nesta Lei.

    Pargrafo nico. A hiptese do caput no traz prejuzos aos contratos de gesto e termos de parceria regidos, respectivamente, pelas Leis nos 9.637, de 15 de maio de 1998, e 9.790, de 23 de maro de 1999.

  • 19

    CAPTULO III

    DA FORMALIZAO E DA EXECUO

    Seo I

    Disposies Preliminares

    Art. 42. As parcerias sero formalizadas mediante a celebrao de termo de colaborao ou de termo de fomento, conforme o caso, que ter como clusulas essenciais:

    I - a descrio do objeto pactuado;

    II - as obrigaes das partes;

    III - o valor total do repasse e o cronograma de desembolso;

    IV - a classificao oramentria da despesa, mencionando-se o nmero, a data da nota de empenho e a declarao de que, em termos aditivos, indicar-se-o os crditos e empenhos para sua cobertura, de cada parcela da despesa a ser transferida em exerccio futuro;

    V - a contrapartida, quando for o caso, e a forma de sua aferio em bens e/ou servios necessrios consecuo do objeto;

    VI - a vigncia e as hipteses de prorrogao;

    VII - a obrigao de prestar contas com definio de forma e prazos;

    VIII - a forma de monitoramento e avaliao, com a indicao dos recursos humanos e tecnolgicos que sero empregados na atividade ou, se for o caso, a indicao da participao de apoio tcnico nos termos previstos no 1o do art. 58 desta Lei;

    IX - a obrigatoriedade de restituio de recursos, nos casos previstos nesta Lei;

    X - a definio, se for o caso, da titularidade dos bens e direitos remanescentes na data da concluso ou extino da parceria e que, em razo dessa, houverem sido adquiridos, produzidos ou transformados com recursos repassados pela administrao pblica;

    XI - a estimativa de aplicao financeira e as formas de destinao dos recursos aplicados;

    XII - a prerrogativa do rgo ou da entidade transferidora dos recursos financeiros de assumir ou de transferir a responsabilidade pela execuo do objeto, no caso de paralisao ou da ocorrncia de fato relevante, de modo a evitar sua descontinuidade;

  • 20

    XIII - a previso de que, na ocorrncia de cancelamento de restos a pagar, o quantitativo possa ser reduzido at a etapa que apresente funcionalidade;

    XIV - a obrigao de a organizao da sociedade civil manter e movimentar os recursos na conta bancria especfica da parceria em instituio financeira indicada pela administrao pblica;

    XV - o livre acesso dos servidores dos rgos ou das entidades pblicas repassadoras dos recursos, do controle interno e do Tribunal de Contas correspondentes aos processos, aos documentos, s informaes referentes aos instrumentos de transferncias regulamentados por esta Lei, bem como aos locais de execuo do objeto;

    XVI - a faculdade dos partcipes rescindirem o instrumento, a qualquer tempo, com as respectivas condies, sanes e delimitaes claras de responsabilidades, alm da estipulao de prazo mnimo de antecedncia para a publicidade dessa inteno, que no poder ser inferior a 60 (sessenta) dias;

    XVII - a indicao do foro para dirimir as dvidas decorrentes da execuo da parceria, estabelecendo a obrigatoriedade da prvia tentativa de soluo administrativa com a participao da Advocacia-Geral da Unio, em caso de os partcipes serem da esfera federal, administrao direta ou indireta, nos termos do art. 11 da Medida Provisria no 2.180-35, de 24 de agosto de 2001;

    XVIII - a obrigao de a organizao da sociedade civil inserir clusula, no contrato que celebrar com fornecedor de bens ou servios com a finalidade de executar o objeto da parceria, que permita o livre acesso dos servidores ou empregados dos rgos ou das entidades pblicas repassadoras dos recursos pblicos, bem como dos rgos de controle, aos documentos e registros contbeis da empresa contratada, nos termos desta Lei, salvo quando o contrato obedecer a normas uniformes para todo e qualquer contratante;

    XIX - a responsabilidade exclusiva da organizao da sociedade civil pelo gerenciamento administrativo e financeiro dos recursos recebidos, inclusive no que diz respeito s despesas de custeio, de investimento e de pessoal;

    XX - a responsabilidade exclusiva da organizao da sociedade civil pelo pagamento dos encargos trabalhistas, previdencirios, fiscais e comerciais relativos ao funcionamento da instituio e ao adimplemento do termo de colaborao ou de fomento, no se caracterizando responsabilidade solidria ou subsidiria da administrao pblica pelos respectivos pagamentos, qualquer onerao do objeto da parceria ou restrio sua execuo.

    Pargrafo nico. Constaro como anexos do instrumento de parceria:

    I - o plano de trabalho, que dele parte integrante e indissocivel;

    II - o regulamento de compras e contrataes adotado pela organizao da sociedade civil, devidamente aprovado pela administrao pblica parceira.

  • 21

    Seo II

    Das Contrataes Realizadas pelas Organizaes da Sociedade Civil

    Art. 43. As contrataes de bens e servios pelas organizaes da sociedade civil, feitas com o uso de recursos transferidos pela administrao pblica, devero observar os princpios da legalidade, da moralidade, da boa-f, da probidade, da impessoalidade, da economicidade, da eficincia, da isonomia, da publicidade, da razoabilidade e do julgamento objetivo e a busca permanente de qualidade e durabilidade, de acordo com o regulamento de compras e contrataes aprovado para a consecuo do objeto da parceria.

    1o O processamento das compras e contrataes poder ser efetuado por meio de sistema eletrnico disponibilizado pela administrao pblica s organizaes da sociedade civil, aberto ao pblico via internet, que permita aos interessados formular propostas.

    2o O sistema eletrnico de que trata o 1o conter ferramenta de notificao dos fornecedores do ramo da contratao que constem do cadastro de que trata o art. 34 da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993.

    Art. 44. O gerenciamento administrativo e financeiro dos recursos recebidos de responsabilidade exclusiva da organizao da sociedade civil, inclusive no que diz respeito s despesas de custeio, investimento e pessoal.

    1o (VETADO).

    2o Os encargos trabalhistas, previdencirios, fiscais e comerciais relativos ao funcionamento da instituio e ao adimplemento do termo de colaborao ou de fomento so de responsabilidade exclusiva das organizaes da sociedade civil, no se caracterizando responsabilidade solidria ou subsidiria da administrao pblica pelos respectivos pagamentos, qualquer onerao do objeto da parceria ou restrio sua execuo.

    Seo III

    Das Despesas

    Art. 45. As parcerias devero ser executadas com estrita observncia das clusulas pactuadas, sendo vedado:

    I - realizar despesas a ttulo de taxa de administrao, de gerncia ou similar;

    II - pagar, a qualquer ttulo, servidor ou empregado pblico com recursos vinculados parceria, salvo nas hipteses previstas em lei especfica e na lei de diretrizes oramentrias;

  • 22

    III - modificar o objeto, exceto no caso de ampliao de metas, desde que seja previamente aprovada a adequao do plano de trabalho pela administrao pblica;

    IV - (VETADO);

    V - utilizar, ainda que em carter emergencial, recursos para finalidade diversa da estabelecida no plano de trabalho;

    VI - realizar despesa em data anterior vigncia da parceria;

    VII - efetuar pagamento em data posterior vigncia da parceria, salvo se expressamente autorizado pela autoridade competente da administrao pblica;

    VIII - transferir recursos para clubes, associaes de servidores, partidos polticos ou quaisquer entidades congneres;

    IX - realizar despesas com:

    a) multas, juros ou correo monetria, inclusive referentes a pagamentos ou a recolhimentos fora dos prazos, salvo se decorrentes de atrasos da administrao pblica na liberao de recursos financeiros;

    b) publicidade, salvo as previstas no plano de trabalho e diretamente vinculadas ao objeto da parceria, de carter educativo, informativo ou de orientao social, das quais no constem nomes, smbolos ou imagens que caracterizem promoo pessoal;

    c) pagamento de pessoal contratado pela organizao da sociedade civil que no atendam s exigncias do art. 46;

    d) obras que caracterizem a ampliao de rea construda ou a instalao de novas estruturas fsicas.

    Art. 46. Podero ser pagas com recursos vinculados parceria, desde que aprovadas no plano de trabalho, as despesas com:

    I - remunerao da equipe dimensionada no plano de trabalho, inclusive de pessoal prprio da organizao da sociedade civil, durante a vigncia da parceria, podendo contemplar as despesas com pagamentos de impostos, contribuies sociais, Fundo de Garantia do Tempo de Servio - FGTS, frias, dcimo-terceiro salrio, salrios proporcionais, verbas rescisrias e demais encargos sociais, desde que tais valores:

    a) correspondam s atividades previstas para a consecuo do objeto e qualificao tcnica necessria para a execuo da funo a ser desempenhada;

  • 23

    b) sejam compatveis com o valor de mercado da regio onde atua e no superior ao teto do Poder Executivo;

    c) sejam proporcionais ao tempo de trabalho efetiva e exclusivamente dedicado parceria celebrada;

    II - dirias referentes a deslocamento, hospedagem e alimentao nos casos em que a execuo do objeto da parceria assim o exija;

    III - multas e encargos vinculados a atraso no cumprimento de obrigaes previstas nos planos de trabalho e de execuo financeira, em consequncia do inadimplemento da administrao pblica em liberar, tempestivamente, as parcelas acordadas;

    IV - aquisio de equipamentos e materiais permanentes essenciais consecuo do objeto e servios de adequao de espao fsico, desde que necessrios instalao dos referidos equipamentos e materiais.

    1o A remunerao de equipe de trabalho com recursos transferidos pela administrao pblica no gera vnculo trabalhista com o ente transferidor.

    2o A inadimplncia da organizao da sociedade civil em relao aos encargos trabalhistas no transfere Unio a responsabilidade por seu pagamento.

    3o Sero detalhados, no plano de trabalho, os valores dos impostos, contribuies sociais, Fundo de Garantia do Tempo de Servio - FGTS, frias, dcimo-terceiro salrio, salrios proporcionais, verbas rescisrias e demais encargos sociais incidentes sobre as atividades previstas para a execuo do objeto, de responsabilidade da entidade, a serem pagos com os recursos transferidos por meio da parceria, durante sua vigncia.

    4o No se incluem na previso do 3o os tributos de natureza direta e personalssima que onerem a entidade.

    5o (VETADO).

    Art. 47. O plano de trabalho poder incluir o pagamento de custos indiretos necessrios execuo do objeto, em proporo nunca superior a 15% (quinze por cento) do valor total da parceria, desde que tais custos sejam decorrentes exclusivamente de sua realizao e que:

    I - sejam necessrios e proporcionais ao cumprimento do objeto;

    II - fique demonstrada, no plano de trabalho, a vinculao entre a realizao do objeto e os custos adicionais pagos, bem como a proporcionalidade entre o valor pago e o percentual de custo aprovado para a execuo do objeto;

    III - tais custos proporcionais no sejam pagos por qualquer outro instrumento de parceria.

  • 24

    1o Os custos indiretos proporcionais de que trata este artigo podem incluir despesas de internet, transporte, aluguel e telefone, bem como remuneraes de servios contbeis e de assessoria jurdica, nos termos do caput, sempre que tenham por objeto o plano de trabalho pactuado com a administrao pblica.

    2o Despesas com auditoria externa contratada pela organizao da sociedade civil, mesmo que relacionadas com a execuo do termo de fomento e/ou de colaborao, no podem ser includas nos custos indiretos de que trata o caput deste artigo.

    3o A seleo e a contratao pela organizao da sociedade civil de equipe envolvida na execuo do termo de fomento e/ou de colaborao devero observar os princpios da administrao pblica previstos no caput do art. 37 da Constituio Federal.

    4o A organizao da sociedade civil dever dar ampla transparncia aos valores pagos a ttulo de remunerao de sua equipe de trabalho vinculada execuo do termo de fomento ou de colaborao.

    5o No podero fazer jus remunerao de que trata este artigo pessoas naturais que tenham sido condenadas por crimes:

    I - contra a administrao pblica ou o patrimnio pblico;

    II - eleitorais, para os quais a lei comine pena privativa de liberdade;

    III - de lavagem ou ocultao de bens, direitos e valores.

    6o O pagamento de remunerao da equipe contratada pela organizao da sociedade civil com recursos destinados pela administrao pblica no gera vnculo trabalhista com o poder pblico.

    7o A inadimplncia da organizao da sociedade civil em relao aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais no transfere administrao pblica a responsabilidade por seu pagamento nem poder onerar o objeto do termo de fomento ou de colaborao ou restringir a sua execuo.

    8o Quando os custos indiretos forem pagos tambm por outras fontes, a organizao da sociedade civil deve apresentar a memria de clculo do rateio da despesa, vedada a duplicidade ou a sobreposio de fontes de recursos no custeio de uma mesma parcela dos custos indiretos.

    Seo IV

    Da Liberao dos Recursos

    Art. 48. As parcelas dos recursos transferidos no mbito da parceria sero liberadas em estrita conformidade com o cronograma de desembolso aprovado, exceto nos casos a seguir, nos quais ficaro retidas at o saneamento das impropriedades:

  • 25

    I - quando houver fundados indcios de no ter ocorrido boa e regular aplicao da parcela anteriormente recebida, na forma da legislao aplicvel, inclusive quando aferidos em procedimentos de fiscalizao local, realizados periodicamente pela entidade ou rgo repassador dos recursos e pelos rgos de controle interno e externo da administrao pblica;

    II - quando verificado desvio de finalidade na aplicao dos recursos, atrasos no justificados no cumprimento das etapas ou fases programadas, prticas atentatrias aos princpios fundamentais da administrao pblica nas contrataes e demais atos praticados na execuo da parceria ou o inadimplemento da organizao da sociedade civil com relao a outras clusulas bsicas;

    III - quando a organizao da sociedade civil deixar de adotar as medidas saneadoras apontadas pela administrao pblica ou pelos rgos de controle interno ou externo.

    Art. 49. No caso de o plano de trabalho e o cronograma de desembolso preverem mais de 1 (uma) parcela de repasse de recursos, para recebimento de cada parcela, a organizao da sociedade civil dever:

    I - ter preenchido os requisitos exigidos nesta Lei para celebrao da parceria;

    II - apresentar a prestao de contas da parcela anterior;

    III - estar em situao regular com a execuo do plano de trabalho.

    Art. 50. A administrao pblica dever viabilizar o acompanhamento pela internet dos processos de liberao de recursos referentes s parcerias celebradas nos termos desta Lei.

    Seo V

    Da Movimentao e Aplicao Financeira dos Recursos

    Art. 51. Os recursos recebidos em decorrncia da parceria sero depositados e geridos em conta bancria especfica, em instituio financeira pblica indicada pela administrao pblica, e, enquanto no empregados na sua finalidade, sero obrigatoriamente aplicados em cadernetas de poupana, se a previso de seu uso for igual ou superior a 1 (um) ms, ou em fundo de aplicao financeira de curto prazo ou operao de mercado aberto lastreada em ttulos da dvida pblica, quando o prazo previsto para sua utilizao for igual ou inferior a 1 (um) ms.

    Pargrafo nico. Os rendimentos das aplicaes financeiras, quando autorizados nos termos do art. 57, sero obrigatoriamente aplicados no objeto da parceria, estando sujeitos s mesmas condies de prestao de contas exigidas para os recursos transferidos.

  • 26

    Art. 52. Por ocasio da concluso, denncia, resciso ou extino da parceria, os saldos financeiros remanescentes, inclusive os provenientes das receitas obtidas das aplicaes financeiras realizadas, sero devolvidos entidade ou rgo repassador dos recursos, no prazo improrrogvel de 30 (trinta) dias do evento, sob pena de imediata instaurao de tomada de contas especial do responsvel, providenciada pela autoridade competente do rgo ou entidade titular dos recursos.

    Art. 53. Toda a movimentao de recursos no mbito da parceria ser realizada mediante transferncia eletrnica sujeita identificao do beneficirio final e obrigatoriedade de depsito em sua conta bancria.

    Pargrafo nico. Os pagamentos devero ser realizados mediante crdito na conta bancria de titularidade dos fornecedores e prestadores de servios.

    Art. 54. Em casos excepcionais, desde que fique demonstrada no plano de trabalho a impossibilidade fsica de pagamento mediante transferncia eletrnica, em funo das peculiaridades do objeto da parceria, da regio onde se desenvolvero as atividades e dos servios a serem prestados, o termo de colaborao ou de fomento poder admitir a realizao de pagamentos em espcie, observados cumulativamente os seguintes pr-requisitos:

    I - os pagamentos em espcie estaro restritos, em qualquer caso, ao limite individual de R$ 800,00 (oitocentos reais) por beneficirio e ao limite global de 10% (dez por cento) do valor total da parceria, ambos calculados levando-se em conta toda a durao da parceria;

    II - os pagamentos em espcie devero estar previstos no plano de trabalho, que especificar os itens de despesa passveis desse tipo de execuo financeira, a natureza dos beneficirios a serem pagos nessas condies e o cronograma de saques e pagamentos, com limites individuais e total, observando o previsto no inciso I;

    III - os pagamentos de que trata este artigo sero realizados por meio de saques realizados na conta do termo de fomento ou de colaborao, ficando por eles responsveis as pessoas fsicas que os realizarem, as quais:

    a) prestaro contas organizao da sociedade civil do valor total recebido, em at 30 (trinta) dias a contar da data do ltimo saque realizado, por meio da apresentao organizada das notas fiscais ou recibos que comprovem os pagamentos efetuados e que registrem a identificao do beneficirio final de cada pagamento;

    b) devolvero conta do termo de fomento ou de colaborao, mediante depsito bancrio, a totalidade dos valores recebidos e no aplicados data a que se refere a alnea a deste inciso;

    IV - a responsabilidade perante a administrao pblica pela boa e regular aplicao dos valores aplicados nos termos deste artigo permanece com a organizao da sociedade civil e com os respectivos responsveis consignados

  • 27

    no termo de colaborao ou de fomento, podendo estes agir regressivamente em relao pessoa fsica que, de qualquer forma, houver dado causa irregularidade na aplicao desses recursos;

    V - a regulamentao poder substituir o saque conta do termo de fomento ou de colaborao pelo crdito do valor a ser sacado em conta designada pela entidade, hiptese em que a responsabilidade pelo desempenho das atribuies previstas no inciso III deste artigo recair integralmente sobre os responsveis pela organizao da sociedade civil consignados no termo de colaborao ou de fomento, mantidas todas as demais condies previstas neste artigo;

    VI - ser considerado irregular, caracterizar desvio de recursos e dever ser restitudo aos cofres pblicos qualquer pagamento, nos termos deste artigo, de despesas no autorizadas no plano de trabalho, de despesas nas quais no esteja identificado o beneficirio final ou de despesas realizadas em desacordo com qualquer das condies ou restries estabelecidas neste artigo.

    Seo VI

    Das Alteraes

    Art. 55. A vigncia da parceria poder ser alterada mediante solicitao da organizao da sociedade civil, devidamente formalizada e justificada, a ser apresentada na administrao pblica em, no mnimo, 30 (trinta) dias antes do trmino de sua vigncia.

    Pargrafo nico. A prorrogao de ofcio da vigncia do instrumento deve ser feita pela administrao pblica, antes do seu trmino, quando ela der causa a atraso na liberao dos recursos, limitada ao exato perodo do atraso verificado.

    Art. 56. A administrao pblica poder autorizar o remanejamento de recursos do plano de aplicao, durante a vigncia da parceria, para consecuo do objeto pactuado, de modo que, separadamente para cada categoria econmica da despesa, corrente ou de capital, a organizao da sociedade civil remaneje, entre si, os valores definidos para os itens de despesa, desde que, individualmente, os aumentos ou diminuies no ultrapassem 25% (vinte e cinco por cento) do valor originalmente aprovado no plano de trabalho para cada item.

    Pargrafo nico. O remanejamento dos recursos de que trata o caput somente ocorrer mediante prvia solicitao, com justificativa apresentada pela organizao da sociedade civil e aprovada pela administrao pblica responsvel pela parceria.

    Art. 57. Havendo relevncia para o interesse pblico e mediante aprovao pela administrao pblica da alterao no plano de trabalho, os rendimentos das aplicaes financeiras e eventuais saldos remanescentes podero ser

  • 28

    aplicados pela organizao da sociedade civil na ampliao de metas do objeto da parceria, desde que essa ainda esteja vigente.

    Pargrafo nico. As alteraes previstas no caput prescindem de aprovao de novo plano de trabalho pela administrao pblica, mas no da anlise jurdica prvia da minuta do termo aditivo da parceria e da publicao do extrato do termo aditivo em meios oficiais de divulgao.

    Seo VII

    Do Monitoramento e Avaliao

    Art. 58. A administrao pblica est incumbida de realizar procedimentos de fiscalizao das parcerias celebradas antes do trmino da sua vigncia, inclusive por meio de visitas in loco, para fins de monitoramento e avaliao do cumprimento do objeto, na forma do regulamento.

    1o Para a implementao do disposto no caput, o rgo poder valer-se do apoio tcnico de terceiros, delegar competncia ou firmar parcerias com rgos ou entidades que se situem prximos ao local de aplicao dos recursos.

    2o Nas parcerias com vigncia superior a 1 (um) ano, a administrao pblica realizar, sempre que possvel, pesquisa de satisfao com os beneficirios do plano de trabalho e utilizar os resultados como subsdio na avaliao da parceria celebrada e do cumprimento dos objetivos pactuados, bem como na reorientao e no ajuste das metas e atividades definidas.

    3o Para a implementao do disposto no 2o, a administrao pblica poder valer-se do apoio tcnico de terceiros, delegar competncia ou firmar parcerias com rgos ou entidades que se situem prximos ao local de aplicao dos recursos.

    Art. 59. A administrao pblica emitir relatrio tcnico de monitoramento e avaliao da parceria e o submeter comisso de monitoramento e avaliao designada, que o homologar, independentemente da obrigatoriedade de apresentao da prestao de contas devida pela organizao da sociedade civil.

    Pargrafo nico. O relatrio tcnico de monitoramento e avaliao da parceria, sem prejuzo de outros elementos, dever conter:

    I - descrio sumria das atividades e metas estabelecidas;

    II - anlise das atividades realizadas, do cumprimento das metas e do impacto do benefcio social obtido em razo da execuo do objeto at o perodo, com base nos indicadores estabelecidos e aprovados no plano de trabalho;

    III - valores efetivamente transferidos pela administrao pblica e valores comprovadamente utilizados;

  • 29

    IV - quando for o caso, os valores pagos nos termos do art. 54, os custos indiretos, os remanejamentos efetuados, as sobras de recursos financeiros, incluindo as aplicaes financeiras, e eventuais valores devolvidos aos cofres pblicos;

    V - anlise dos documentos comprobatrios das despesas apresentados pela organizao da sociedade civil na prestao de contas;

    VI - anlise das auditorias realizadas pelos controles interno e externo, no mbito da fiscalizao preventiva, bem como de suas concluses e das medidas que tomaram em decorrncia dessas auditorias.

    Art. 60. Sem prejuzo da fiscalizao pela administrao pblica e pelos rgos de controle, a execuo da parceria poder ser acompanhada e fiscalizada pelos conselhos de polticas pblicas das reas correspondentes de atuao existentes, em cada esfera de governo.

    Pargrafo nico. As parcerias de que trata esta Lei estaro tambm sujeitas aos mecanismos de controle social previstos na legislao.

    Seo VIII

    Das Obrigaes do Gestor

    Art. 61. So obrigaes do gestor:

    I - acompanhar e fiscalizar a execuo da parceria;

    II - informar ao seu superior hierrquico a existncia de fatos que comprometam ou possam comprometer as atividades ou metas da parceria e de indcios de irregularidades na gesto dos recursos, bem como as providncias adotadas ou que sero adotadas para sanar os problemas detectados;

    III (VETADO);

    IV - emitir parecer tcnico conclusivo de anlise da prestao de contas final, com base no relatrio tcnico de monitoramento e avaliao de que trata o art. 59 desta Lei;

    V - disponibilizar materiais e equipamentos tecnolgicos necessrios s atividades de monitoramento e avaliao.

    Art. 62. Na hiptese de no execuo ou m execuo de parceria em vigor ou de parceria no renovada, exclusivamente para assegurar o atendimento de servios essenciais populao, a administrao pblica poder, por ato prprio e independentemente de autorizao judicial, a fim de realizar ou manter a execuo das metas ou atividades pactuadas:

  • 30

    I - retomar os bens pblicos em poder da organizao da sociedade civil parceira, qualquer que tenha sido a modalidade ou ttulo que concedeu direitos de uso de tais bens;

    II - assumir a responsabilidade pela execuo do restante do objeto previsto no plano de trabalho, no caso de paralisao ou da ocorrncia de fato relevante, de modo a evitar sua descontinuidade, devendo ser considerado na prestao de contas o que foi executado pela organizao da sociedade civil at o momento em que a administrao assumiu essas responsabilidades.

    Pargrafo nico. As situaes previstas no caput devem ser comunicadas pelo gestor ao administrador pblico.

    CAPTULO IV

    DA PRESTAO DE CONTAS

    Seo I

    Normas Gerais

    Art. 63. A prestao de contas dever ser feita observando-se as regras previstas nesta Lei, alm de prazos e normas de elaborao constantes do instrumento de parceria e do plano de trabalho.

    1o A administrao pblica fornecer manuais especficos s organizaes da sociedade civil por ocasio da celebrao das parcerias.

    2o Eventuais alteraes no contedo dos manuais referidos no 1o deste artigo devem ser previamente informadas organizao da sociedade civil e publicadas em meios oficiais de comunicao.

    3o O regulamento poder, com base na complexidade do objeto, estabelecer procedimentos diferenciados para prestao de contas, desde que o valor da parceria no seja igual ou superior a R$ 600.000,00 (seiscentos mil reais).

    Art. 64. A prestao de contas apresentada pela organizao da sociedade civil dever conter elementos que permitam ao gestor da parceria avaliar o andamento ou concluir que o seu objeto foi executado conforme pactuado, com a descrio pormenorizada das atividades realizadas e a comprovao do alcance das metas e dos resultados esperados, at o perodo de que trata a prestao de contas.

    1o Sero glosados nas prestaes de contas os valores que no atenderem ao disposto no caput deste artigo e nos arts. 53 e 54.

    2o Os dados financeiros sero analisados com o intuito de estabelecer o nexo de causalidade entre a receita e a despesa realizada, a sua conformidade e o cumprimento das normas pertinentes.

  • 31

    3o A anlise da prestao de contas dever considerar a verdade real e os resultados alcanados.

    4o A prestao de contas da parceria observar regras especficas de acordo com o montante de recursos pblicos envolvidos, nos termos das disposies e procedimentos estabelecidos conforme previsto no plano de trabalho e no termo de colaborao ou de fomento.

    Art. 65. A prestao de contas e de todos os atos que dela decorram dar-se-, sempre que possvel, em plataforma eletrnica, permitindo a visualizao por qualquer interessado.

    Art. 66. A prestao de contas relativa execuo do termo de colaborao ou de fomento dar-se- mediante a anlise dos documentos previstos no plano de trabalho, nos termos do inciso IX do art. 22, alm dos seguintes relatrios:

    I - Relatrio de Execuo do Objeto, elaborado pela organizao da sociedade civil, assinado pelo seu representante legal, contendo as atividades desenvolvidas para o cumprimento do objeto e o comparativo de metas propostas com os resultados alcanados, a partir do cronograma acordado, anexando-se documentos de comprovao da realizao das aes, tais como listas de presena, fotos e vdeos, se for o caso;

    II - Relatrio de Execuo Financeira, assinado pelo seu representante legal e o contador responsvel, com a descrio das despesas e receitas efetivamente realizadas.

    Pargrafo nico. O rgo pblico signatrio do termo de colaborao ou do termo de fomento dever considerar ainda em sua anlise os seguintes relatrios elaborados internamente:

    I - relatrio da visita tcnica in loco realizada durante a execuo da parceria, nos termos do art. 58;

    II - relatrio tcnico de monitoramento e avaliao, homologado pela comisso de monitoramento e avaliao designada, sobre a conformidade do cumprimento do objeto e os resultados alcanados durante a execuo do termo de colaborao ou de fomento.

    Art. 67. O gestor emitir parecer tcnico de anlise de prestao de contas da parceria celebrada.

    1o No caso de parcela nica, o gestor emitir parecer tcnico conclusivo para fins de avaliao do cumprimento do objeto.

    2o No caso de previso de mais de 1 (uma) parcela, a organizao da sociedade civil dever apresentar prestao de contas parcial, para fins de monitoramento do cumprimento das metas do objeto vinculadas parcela liberada.

  • 32

    3o A anlise da prestao de contas de que trata o 2o dever ser feita no prazo definido no plano de trabalho aprovado.

    4o Para fins de avaliao quanto eficcia e efetividade das aes em execuo ou que j foram realizadas, os pareceres tcnicos de que tratam o caput e o 1o deste artigo devero, obrigatoriamente, mencionar:

    I - os resultados j alcanados e seus benefcios;

    II - os impactos econmicos ou sociais;

    III - o grau de satisfao do pblico-alvo;

    IV - a possibilidade de sustentabilidade das aes aps a concluso do objeto pactuado.

    Art. 68. Os documentos includos pela entidade na plataforma eletrnica prevista no art. 65, desde que possuam garantia da origem e de seu signatrio por certificao digital, sero considerados originais para os efeitos de prestao de contas.

    Pargrafo nico. Durante o prazo de 10 (dez) anos, contado do dia til subsequente ao da prestao de contas, a entidade deve manter em seu arquivo os documentos originais que compem a prestao de contas.

    Seo II

    Dos Prazos

    Art. 69. A organizao da sociedade civil est obrigada a prestar as contas finais da boa e regular aplicao dos recursos recebidos no prazo de at 90 (noventa) dias a partir do trmino da vigncia da parceria, conforme estabelecido no respectivo instrumento.

    1o A definio do prazo para a prestao final de contas ser estabelecida, fundamentadamente, de acordo com a complexidade do objeto da parceria e integra a etapa de anlise tcnica da proposio e celebrao do instrumento.

    2o O disposto no caput no impede que o instrumento de parceria estabelea prestaes de contas parciais, peridicas ou exigveis aps a concluso de etapas vinculadas s metas do objeto.

    3o O dever de prestar contas surge no momento da liberao da primeira parcela dos recursos financeiros.

    4o O prazo referido no caput poder ser prorrogado por at 30 (trinta) dias, desde que devidamente justificado.

  • 33

    5o A manifestao conclusiva sobre a prestao de contas pela administrao pblica observar os prazos previstos no plano de trabalho aprovado e no termo de colaborao ou de fomento, devendo dispor sobre:

    I - aprovao da prestao de contas;

    II - aprovao da prestao de contas com ressalvas, quando evidenciada impropriedade ou qualquer outra falta de natureza formal de que no resulte dano ao errio; ou

    III - rejeio da prestao de contas e a determinao da imediata instaurao de tomada de contas especial.

    6o As impropriedades que deram causa s ressalvas ou rejeio da prestao de contas sero registradas em plataforma eletrnica de acesso pblico, devendo ser levadas em considerao por ocasio da assinatura de futuras parcerias com a administrao pblica, conforme definido em regulamento.

    Art. 70. Constatada irregularidade ou omisso na prestao de contas, ser concedido prazo para a organizao da sociedade civil sanar a irregularidade ou cumprir a obrigao.

    1o O prazo referido no caput limitado a 45 (quarenta e cinco) dias por notificao, prorrogvel, no mximo, por igual perodo, dentro do prazo que a administrao pblica possui para analisar e decidir sobre a prestao de contas e comprovao de resultados.

    2o Transcorrido o prazo para saneamento da irregularidade ou da omisso, no havendo o saneamento, a autoridade administrativa competente, sob pena de responsabilidade solidria, deve adotar as providncias para apurao dos fatos, identificao dos responsveis, quantificao do dano e obteno do ressarcimento, nos termos da legislao vigente.

    Art. 71. A administrao pblica ter como objetivo apreciar a prestao final de contas apresentada, no prazo de 90 (noventa) a 150 (cento e cinquenta) dias, contado da data de seu recebimento, conforme estabelecido no instrumento da parceria.

    1o A definio do prazo para a apreciao da prestao final de contas ser estabelecida, fundamentadamente, de acordo com a complexidade do objeto da parceria e integra a etapa de anlise tcnica da proposio e celebrao do instrumento.

    2o O prazo para apreciar a prestao final de contas poder ser prorrogado, no mximo, por igual perodo, desde que devidamente justificado.

    3o Na hiptese do descumprimento do prazo definido nos termos do caput e dos 1o e 2o em at 15 (quinze) dias do seu transcurso, a unidade responsvel pela apreciao da prestao final de contas reportar os motivos

  • 34

    ao Ministro de Estado ou ao Secretrio Estadual ou Municipal, conforme o caso, bem como ao conselho de polticas pblicas e ao rgo de controle interno correspondentes.

    4o O transcurso do prazo definido nos termos do caput e do 1o sem que as contas tenham sido apreciadas:

    I - no significa impossibilidade de apreciao em data posterior ou vedao a que se adotem medidas saneadoras, punitivas ou destinadas a ressarcir danos que possam ter sido causados aos cofres pblicos;

    II - nos casos em que no for constatado dolo da organizao da sociedade civil parceira ou de seus prepostos, sem prejuzo da atualizao monetria, impede a incidncia de juros de mora sobre dbitos eventualmente apurados, no perodo entre o final do prazo referido no caput deste pargrafo e a data em que foi ultimada a apreciao pela administrao pblica.

    Art. 72. As prestaes de contas sero avaliadas:

    I - regulares, quando expressarem, de forma clara e objetiva, a exatido dos demonstrativos contbeis, a legalidade, a legitimidade e a economicidade dos atos de gesto do responsvel;

    II - regulares com ressalva, quando evidenciarem impropriedade ou qualquer outra falta de natureza formal de que no resulte em dano ao errio;

    III - irregulares, quando comprovada qualquer das seguintes ocorrncias:

    a) omisso no dever de prestar contas;

    b) prtica de ato de gesto ilegal, ilegtimo ou antieconmico, ou de infrao a norma legal ou regulamentar de natureza contbil, financeira, oramentria, operacional ou patrimonial;

    c) dano ao errio decorrente de ato de gesto ilegtimo ou antieconmico;

    d) desfalque ou desvio de dinheiro, bens ou valores pblicos.

    Pargrafo nico. A autoridade competente para assinar o termo de fomento ou de colaborao a responsvel pela deciso sobre a aprovao da prestao de contas, tendo como base os pareceres tcnico e financeiro, sendo permitida delegao a autoridades diretamente subordinadas, vedada a subdelegao.

    CAPTULO V

    DA RESPONSABILIDADE E DAS SANES

    Seo I

    Das Sanes Administrativas Entidade

  • 35

    Art. 73. Pela execuo da parceria em desacordo com o plano de trabalho e com as normas desta Lei e da legislao especfica, a administrao poder, garantida a prvia defesa, aplicar organizao da sociedade civil parceira as seguintes sanes:

    I - advertncia;

    II - suspenso temporria da participao em chamamento pblico e impedimento de celebrar termos de fomento, termos de colaborao e contratos com rgos e entidades da esfera de governo da administrao pblica sancionadora, por prazo no superior a 2 (dois) anos;

    III - declarao de inidoneidade para participar em chamamento pblico ou celebrar termos de fomento, termos de colaborao e contratos com rgos e entidades de todas as esferas de governo, enquanto perdurarem os motivos determinantes da punio ou at que seja promovida a reabilitao perante a prpria autoridade que aplicou a penalidade, que ser concedida sempre que a organizao da sociedade civil ressarcir a administrao pelos prejuzos resultantes, e aps decorrido o prazo da sano aplicada com base no inciso II deste artigo.

    Pargrafo nico. A sano estabelecida no inciso III do caput deste artigo de competncia exclusiva do Ministro de Estado ou do Secretrio Estadual ou Municipal, conforme o caso, facultada a defesa do interessado no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias da abertura de vista, podendo a reabilitao ser requerida aps 2 (dois) anos de sua aplicao.

    Seo II

    Da Responsabilidade pela Execuo e pela Emisso de Pareceres Tcnicos

    Art. 74. (VETADO).

    Art. 75. O responsvel por parecer tcnico que conclua indevidamente pela capacidade operacional e tcnica de organizao da sociedade civil para execuo de determinada parceria responder administrativa, penal e civilmente, caso tenha agido com dolo ou culpa, pela restituio aos cofres pblicos dos valores repassados, sem prejuzo da responsabilidade do administrador pblico, do gestor, da organizao da sociedade civil e de seus dirigentes.

    Art. 76. A pessoa que atestar ou o responsvel por parecer tcnico que concluir pela realizao de determinadas atividades ou pelo cumprimento de metas estabelecidas responder administrativa, penal e civilmente pela restituio aos cofres pblicos dos valores repassados, caso se verifique que as atividades no foram realizadas tal como afirmado no parecer ou que as metas no foram integralmente cumpridas.

    Seo III

  • 36

    Dos Atos de Improbidade Administrativa

    Art. 77. O art. 10 da Lei no 8.429, de 2 de junho de 1992, passa a vigorar com as seguintes alteraes:

    Art. 10...........................................................................

    ..............................................................................................

    VIII - frustrar a licitude de processo licitatrio ou de processo seletivo para

    celebrao de parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou dispens-los

    indevidamente;

    ..............................................................................................

    XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorporao, ao patrimnio

    particular de pessoa fsica ou jurdica, de bens, rendas, verbas ou valores pblicos

    transferidos pela administrao pblica a entidades privadas mediante celebrao de

    parcerias, sem a observncia das formalidades legais ou regulamentares aplicveis

    espcie;

    XVII - permitir ou concorrer para que pessoa fsica ou jurdica privada utilize bens,

    rendas, verbas ou valores pblicos transferidos pela administrao pblica a entidade

    privada mediante celebrao de parcerias, sem a observncia das formalidades legais ou

    regulamentares aplicveis espcie;

    XVIII - celebrar parcerias da administrao pblica com entidades privadas sem a

    observncia das formalidades legais ou regulamentares aplicveis espcie;

    XIX - frustrar a licitude de processo seletivo para celebrao de parcerias da

    administrao pblica com entidades privadas ou dispens-lo indevidamente;

    XX - agir negligentemente na celebrao, fiscalizao e anlise das prestaes de

    contas de parcerias firmadas pela administrao pblica com entidades privadas;

    XXI - liberar recursos de parcerias firmadas pela administrao pblica com

    entidades privadas sem a estrita observncia das normas pertinentes ou influir de qualquer

    forma para a sua aplicao irregular. (NR)

    Art. 78. O art. 11 da Lei no 8.429, de 2 de junho de 1992, passa a vigorar acrescido do seguinte inciso VIII:

    Art. 11...........................................................................

    .............................................................................................

    VIII - descumprir as normas relativas celebrao, fiscalizao e aprovao de

    contas de parcerias firmadas pela administrao pblica com entidades privadas. (NR)

    CAPTULO VI

  • 37

    DISPOSIES FINAIS

    Art. 79. (VETADO).

    Art. 80. O Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores - SICAF, mantido pela Unio, fica disponibilizado aos demais entes federados, para fins do disposto no 2o do art. 43 desta Lei, sem prejuzo do uso de seus prprios sistemas.

    Art. 81. Mediante autorizao da Unio, os Estados, os Municpios e o Distrito Federal podero aderir ao Sistema de Gesto de Convnios e Contratos de Repasse - SICONV para utilizar suas funcionalidades no cumprimento desta Lei.

    Art. 82. (VETADO).

    Art. 83. As parcerias existentes no momento da entrada em vigor desta Lei permanecero regidas pela legislao vigente ao tempo de sua celebrao, sem prejuzo da aplicao subsidiria desta Lei, naquilo em que for cabvel, desde que em benefcio do alcance do objeto da parceria.

    1o A exceo do que trata o caput, no se aplica s prorrogaes de parcerias firmadas aps a promulgao desta Lei, exceto no caso de prorrogao de ofcio prevista em lei ou regulamento, exclusivamente para a hiptese de atraso na liberao de recursos por parte da administrao pblica.

    1o A exceo de que trata o caput no se aplica s prorrogaes de parcerias firmadas aps a entrada em vigor desta Lei, exceto no caso de prorrogao de ofcio prevista em lei ou regulamento, exclusivamente para a hiptese de atraso na liberao de recursos por parte da administrao pblica. (Redao dada pela Medida provisria n 658, de 2014)

    1 A exceo de que trata o caput no se aplica s prorrogaes de parcerias firmadas aps a entrada em vigor desta Lei, exceto no caso de prorrogao de ofcio prevista em lei ou regulamento, exclusivamente para a hiptese de atraso na liberao de recursos por parte da administrao pblica. (Redao dada pela Lei n 13.102, de 2015)

    2o Para qualquer parceria referida no caput eventualmente firmada por prazo indeterminado antes da promulgao desta Lei, a administrao pblica promover, em prazo no superior a 1 (um) ano, sob pena de responsabilizao, a repactuao para adaptao de seus termos a esta Lei ou a respectiva resciso.

    Art. 84. Salvo nos casos expressamente previstos, no se aplica s relaes de fomento e de colaborao regidas por esta Lei o disposto na Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, e na legislao referente a convnios, que ficaro restritos a parcerias firmadas entre os entes federados.

    Pargrafo nico. Os convnios e acordos congneres vigentes entre as organizaes da sociedade civil e a administrao pblica na data de entrada em vigor desta Lei sero executados at o trmino de seu prazo de vigncia, observado o disposto no art. 83.

  • 38

    Art. 85. O art. 1o da Lei n 9.790, de 23 de maro de 1999, passa a vigorar com a seguinte redao:

    Art. 1o Podem qualificar-se como Organizaes da Sociedade Civil de Interesse Pblico as pessoas jurdicas de direito privado sem fins lucrativos que tenham sido

    constitudas e se encontrem em funcionamento regular h, no mnimo, 3 (trs) anos, desde

    que os respectivos objetivos sociais e normas estatutrias atendam aos requisitos

    institudos por esta Lei. (NR)

    Art. 86. A Lei no 9.790, de 23 de maro de 1999, passa a vigorar acrescida dos seguintes arts. 15-A e 15-B:

    Art. 15-A. (VETADO).

    Art. 15-B. A prestao de contas relativa execuo do Termo de Parceria perante o rgo da entidade estatal parceira refere-se correta aplicao dos recursos pblicos

    recebidos e ao adimplemento do objeto do Termo de Parceria, mediante a apresentao

    dos seguintes documentos:

    I - relatrio anual de execuo de atividades, contendo especificamente relatrio

    sobre a execuo do objeto do Termo de Parceria, bem como comparativo entre as metas

    propostas e os resultados alcanados;

    II - demonstrativo integral da receita e despesa realizadas na execuo;

    III - extrato da execuo fsica e financeira;

    IV - demonstrao de resultados do exerccio;

    V - balano patrimonial;

    VI - demonstrao das origens e das aplicaes de recursos;

    VII - demonstrao das mutaes do patrimnio social;

    VIII - notas explicativas das demonstraes contbeis, caso necessrio;

    IX - parecer e relatrio de auditoria, se for o caso.

    Art. 87. As exigncias de transparncia e publicidade previstas em todas as etapas que envolvem o termo de fomento ou de colaborao, desde a fase preparatria at o fim da prestao de contas, naquilo em que for necessrio, sero excepcionadas quando se tratar de programa de proteo a pessoas ameaadas ou em situao que possa comprometer a sua segurana, na forma do regulamento.

    Art. 88. Esta Lei entra em vigor aps decorridos 90 (noventa) dias de sua publicao oficial.

  • 39

    Art. 88. Esta Lei entra em vigor aps decorridos 360 (trezentos e sessenta) dias de sua publicao oficial. (Redao dada pela Medida Provisria n 658, de 2014)

    Art. 88. Esta Lei entra em vigor aps decorridos 360 (trezentos e sessenta) dias de sua publicao oficial. (Redao dada pela Lei n 13.102, de 2015)

    Braslia, 31 de julho de 2014; 193o da Independncia e 126o da Repblica.

    DILMA ROUSSEFF Jos Eduardo Cardozo Guido Mantega Miriam Belchior Tereza Campello Cllio Campolina Diniz Vincius Nobre Lages Gilberto Carvalho Lus Incio Lucena Adams Jorge Hage Sobrinho

    Este texto no substitui o publicado no DOU de 1.8.2014