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LEONEL FRANCA, PADRE BIO WIKIPEDIA Leonel Edgard da Silveira Franca (São Gabriel , 6 de janeiro de 1893 Rio de Janeiro, 3 de setembro de 1948) foi um sacerdote católico e professor brasileiro. Entrou para a Companhia de Jesus em 1908, ordenando-se sacerdote em 1923. Foi então paraRoma, onde doutorou-se em teologia e filosofia na Universidade Gregoriana. De volta ao Brasil, foi professor do Colégio Santo Inácio (Rio de Janeiro). Lecionou história da filosofia, psicologia experimental e químicano Colégio Anchieta, em Nova Friburgo. Foi membro do Conselho Nacional de Educação em 1931 e vice-reitor do Colégio Santo Inácio (Rio de Janeiro). Teve papel destacado na fundação da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e foi, também, seu primeiro reitor. Em 1947 recebeu o Prêmio Machado de Assis. Algumas de suas obras são: Noções de história da filosofia, de 1918; Apontamentos de química geral, de 1919; A Igreja, a Reforma e a Civilização, de 1922; Pensamentos espirituais, publicada postumamente em 1949. O JESUÍTA LEONEL FRANCA Fundador e primeiro reitor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro , Padre Leonel Edgard da Silveira Franca S.J. nasceu em 06 de janeiro de 1893, em São Gabriel, Rio Grande do Sul, de família baiana. Homem de profunda influência cultural e religiosa no Brasil, Padre Leonel Franca dedicou cerca de seus últimos dez anos à fundação e consolidação da primeira universidade particular do país. Conferencista de cultura profunda e vasta, suas palestras representavam acontecimento intelectual de primeiro plano. Nessas ocasiões levava a auditórios lotados figuras ilustres como Epitácio Pessoa, Pandiá Calógeras, Jackson de Figueiredo, Alceu Amoroso Lima, Sobral Pinto e Murilo Mendes. Ingressou na Companhia de Jesus em 1908, depois de completados os estudos no Colégio Anchieta em Nova Friburgo, RJ. Já se manifestava então a insuficiência

Leonel Franca, Padre

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LEONEL FRANCA, PADRE

BIO WIKIPEDIALeonel Edgard da Silveira Franca (São Gabriel, 6 de janeiro de 1893 — Rio de Janeiro, 3 de setembro de 1948) foi um sacerdote católico e professor brasileiro.

Entrou para a Companhia de Jesus em 1908, ordenando-se sacerdote em 1923. Foi então paraRoma, onde doutorou-se em teologia e filosofia na Universidade Gregoriana.

De volta ao Brasil, foi professor do Colégio Santo Inácio (Rio de Janeiro). Lecionou história da filosofia, psicologia experimental e químicano Colégio Anchieta, em Nova Friburgo.

Foi membro do Conselho Nacional de Educação em 1931 e vice-reitor do Colégio Santo Inácio (Rio de Janeiro). Teve papel destacado na fundação da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e foi, também, seu primeiro reitor. Em 1947 recebeu o Prêmio Machado de Assis.

Algumas de suas obras são:

Noções de história da filosofia, de 1918; Apontamentos de química geral, de 1919; A Igreja, a Reforma e a Civilização, de 1922; Pensamentos espirituais, publicada postumamente em 1949.

O JESUÍTA LEONEL FRANCA

Fundador e primeiro reitor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Padre Leonel Edgard da Silveira Franca S.J. nasceu em 06 de janeiro de 1893, em São Gabriel, Rio Grande do Sul, de família baiana. Homem de profunda influência cultural e religiosa no Brasil, Padre Leonel Franca dedicou cerca de seus últimos dez anos à fundação e consolidação da primeira universidade particular do país. Conferencista de cultura profunda e vasta, suas palestras representavam acontecimento intelectual de primeiro plano. Nessas ocasiões levava a auditórios lotados figuras ilustres como Epitácio Pessoa, Pandiá Calógeras, Jackson de Figueiredo, Alceu Amoroso Lima, Sobral Pinto e Murilo Mendes.

Ingressou na Companhia de Jesus em 1908, depois de completados os estudos no Colégio Anchieta em Nova Friburgo, RJ. Já se manifestava então a insuficiência cardíaca que o acompanharia por toda a vida. Em 1910 iniciou o curso de letras, próprio da formação dos jesuítas e em 1912 seguia para Roma onde cursou o triênio de Filosofia na Universidade Gregoriana. Voltou ao Rio em 1915 e iniciou o magistério no Colégio Santo Inácio. Seu primeiro livro, "Noções de História da Filosofia" surgiu como prolongamento das aulas que ministrava, texto que se tornaria um "best seller", sendo lido, citado e usado em cursos de Filosofia até os dias de hoje.

Em 1920 retornou a Roma para o curso de Teologia de quatro anos tendo sido ordenado Sacerdote em 1923, ano em que publicou uma obra de grande fôlego, também um "best seller", "A Igreja, a Reforma e a Civilização". No ano seguinte doutorou-se em Filosofia e Teologia e em novembro de 1925 completou, em Oya na Espanha, o último ano da formação jesuítica, a chamada "Terceira Provação".

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De volta ao Brasil, Leonel Franca ensinou aos estudantes jesuítas no Colégio Anchieta, em Nova Friburgo, onde estudara anos antes. Transferiu-se definitivamente para o Rio de Janeiro em 1927, onde publicou suas obras mais importantes como "O Divórcio" e "A Psicologia da Fé" e foi nomeado para o Conselho Nacional de Educação, do qual foi um dos fundadores em 1931. De volta ao Brasil, Leonel Franca ensinou Filosofia durante um ano aos estudantes jesuítas, em Nova Friburgo. Transferiu-se definitivamente para o Rio de Janeiro em 1927, onde publicou várias obras importantes, entre as quais "A Psicologia da Fé", "O Divórcio", “O Problema de Deus” e, talvez a mais notável delas, “A Crise do Mundo Moderno”. Em 1939 o Concílio Plenário dos Bispos do Brasil decidiu criar a Universidade Católica do Brasil, no Rio de Janeiro. Dom Sebasitão Leme, Cardeal Arcebispo do Rio encarregou seu conselheiro, Pe. Franca, de incumbir-se desta missão. Em outubro de 1940 decreto Presidencial criava as "Faculdades Católicas", que começaram a funcionar no ano seguinte, tendo como seu Reitor o próprio Pe. Franca. Em 1945 as "Faculdades Católicas" passariam a ser Universidade e dois anos depois, Pontifícia, a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, PUC-Rio. Apesar da sua saúde extremamente debilitada, Pe. Franca continuou dirigindo a Universidade, dada sua liderança inconteste, provavelmente o mais ilustre Padre no país, tanto pela sua cultura, como pela santidade de vida, até sua morte a 03 de setembro de 1948.

ARTIGO SOBRE ELEhttp://cristianismopatriotismoenacionalismo.blogspot.com.br/

2011/09/padre-leonel-franca-por-victor-emanuel.html

Por Victor Emanuel Vilela Barbuy

Padre Leonel Franca

Um dos mais eminentes pensadores brasileiros de todos os tempos, bem como um dos mais notáveis vultos da verdadeira cruzada pela recristianização da Sociedade Brasileira que teve

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lugar nas primeiras décadas do século XX, o Padre Leonel Franca, mais brilhante filho espiritual de Santo Inácio de Loyola do Brasil do novecentismo, nasceu em São Gabriel, no Rio Grande do Sul, a seis de janeiro de 1893. Filho de pais baianos e sobrinho do Bispo Dom Antônio Macedo Costa, que, ao lado de Dom Vital, sustentou até o fim a posição da Igreja contra a maçonaria durante a denominada “Questão Religiosa”, no reinado de D. Pedro II, Leonel Edgard da Silveira Franca passou os primeiros anos de sua vida na Cidade do Salvador, onde estudou inicialmente em um pequeno colégio alemão e mais tarde no Colégio Vieira, da Companhia de Jesus. Aos treze anos de idade foi estudar em outra instituição de ensino pertencente aos jesuítas, o Colégio Anchieta, em Nova Friburgo, Rio de Janeiro. Ingressou na Companhia de Jesus no ano de 1908, ordenando-se sacerdote em 1923. Doutor em Teologia e Filosofia pela Universidade Gregoriana de Roma, foi membro do Conselho Nacional de Educação, pertenceu ao Centro Dom Vital, fundado em 1922 por Jackson de Figueiredo, e lecionou diversas disciplinas no Colégio Anchieta, em Nova Friburgo, e no Colégio Santo Inácio, no Rio de Janeiro, de que chegou a vice-reitor. “Artífice clarividente da primeira Universidade Católica”, na expressão do Padre Henrique Vaz [1], foi o primeiro reitor de tal instituição, que não é senão a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

Falecido em 1948, o Padre Leonel Franca não foi apenas um dos mais importantes vultos do pensamento brasileiro, mas também um exemplo de fé, civismo e vida espiritual, bem como de coragem, como bem demonstrou em 1942, ao desafiar o Estado Novo de Vargas, escrevendo a Plínio Salgado, então exilado em Portugal, belíssima carta a respeito da Vida de Jesus, obra-prima deste tão grande quanto injustiçado pensador patrício, mestre ímpar de Cristianismo e de Brasilidade, sustentando que tal obra era “a joia de uma literatura” [2].

Descrito por Dom Odilão Moura como uma pessoa de “inteligência penetrante e nítida”, de “erudição vastíssima” e “extraordinário poder de síntese”, que leu “quase todos os filósofos modernos”, assimilando-lhes o pensamento e refutando-lhes os erros [3], o Padre Leonel Franca filiou-se, intelectualmente, à escolástica tomista, se tornando um dos mais abalizados discípulos brasileiros do Anjo das Escolas (Santo Tomás de Aquino). Embora não tenha escrito “obras técnicas de filosofia”, como assinala o Padre Henrique Vaz [4], o Padre Leonel Franca nos legou, segundo pondera o mesmo autor, “páginas filosóficas de grande valor e penetração” [5], como muitas das páginas de sua obra Noções de História da Filosofia - até hoje o melhor compêndio de História da Filosofia feito no Brasil -, sem falar nas tantas páginas imorredouras de obras comoPsicologia da Fé, O problema de Deus, A Igreja, a Reforma e a Civilização e, sobretudo, de A crise do Mundo Moderno, obra de que trataremos nas próximas linhas.

Originalmente publicada em 1941, pela Livraria José Olympio Editora, a obra A crise do Mundo Moderno foi considerada pelo Padre Henrique Vaz o “mais bem sucedido ensaio brasileiro no campo da filosofia da cultura” [6]. Em tal obra, o Padre Leonel Franca demonstra que o Mundo Moderno vive uma grave “crise de almas e de instituições”, sofrendo a “civilização moderna” um “abalo profundo”, que “atormenta as consciências e desorganiza a convivência humana, em todos os seus graus, familial, nacional, internacional”. Vítima de um processo de “desintegração fatal” muito bem descrito pelo autor de O problema de Deus, a “civilização moderna perdeu a sua unidade e, com ela, o segredo da vida, da ordem e da paz”, caindo no mais grosseiro materialismo. Isto porque não percebeu a “civilização moderna” que “a matéria divide” e “o espírito unifica”, que “a matéria é princípio de separação e multiplicidade”, ao passo que “o espírito eleva e universaliza”, e, por fim, que é no equilíbrio entre o espírito e a matéria que a natureza humana encontra o “segredo de sua expansão individual e social” [7].

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Além e acima da profunda crise social, econômica e política vivida pelo Mundo Moderno, há a crise do Homem, a crise que se processa no “interior das almas”. Isto porque a “civilização moderna” afastou Deus, destino supremo da Pessoa Humana, dos corações, o substituindo pela “Ciência ou a Raça, o Estado ou o Partido”, o que provocou grande “anarquia interior” a que o ínclito sacerdote jesuíta e pensador patrício denomina a “tragédia da alma moderna”, isto é, o “desamparo angustioso de um ser racional que perdeu o rumo de seus destinos” [8].

Repousa aí, pois, a “raiz profunda da crise de civilização que nos acabrunha”, crise esta, antes e acima de tudo, espiritual, atingindo os “fundamentos da própria vida humana, pessoal ou coletiva” [9].

Proclamando-se otimista, o Padre Leonel Franca afirma ver na crise do Mundo Moderno o limiar, “a aurora de uma idade nova” em que os progressos técnicos e científicos integrar-se-iam na “harmonia de uma cultura” que restituísse à “vida o seu sentido e a sua plenitude”. E proclama, outrossim, a urgência de se restituir a esta “civilização periclitante” as “forças interiores que asseguram a todo esforço social a sua vitalidade”, com a consciência de que “a secularização de uma cultura é sintoma de dissolução e prenúncio de morte” e de que somente um “dinamismo espiritual” é capaz de salvar a vida de uma cultura e de conservar “o equilíbrio de todos os seus elementos” [10].

Encerraremos o presente artigo transcrevendo o trecho final de A crise do Mundo Moderno:

“O cristianismo tem as dimensões da história humana. Para todas as eras e em todos os problemas Cristo é luz da vida e os que o seguem, sal da terra. As agonias do mundo contemporâneo hão de encontrar, numa meditação mais profunda das suas palavras que não passam, uma resposta pacificadora. E uma cristandade nova, cuja estrutura mal nos é dado antever, mas cujos sinais precursores repontam em toda a parte, poderá congregar uma humanidade melhor numa fase mais elevada de sua penosa ascensão espiritual.

“Neste momento de angústias e ansiedades, do fundo das nossas consciências cristãs irrompe um grito d’alma que é uma prece e um programa de ação:

Domine salva nos perimus! [“Senhor, salvai-nos, que perecemos!”]” [11].

[1] VAZ, SJ, Pe. Henrique. O pensamento filosófico no Brasil de hoje. In FRANCA, S.J., P.e. Leonel. Noções de História da Filosofia. 21ª ed. Com nota bibliográfica adicional e um suplemento O pensamento filosófico no Brasil de hoje, pelo Pe. Henrique Vaz, SJ. Rio de Janeiro: Livraria Agir Edtora, 1973, p. 364.

[2] FRANCA, SJ, Leonel. Carta a Plínio Salgado. In SALGADO, Plínio. Vida de Jesus. 22ª ed. São Paulo: Voz do Oeste, 1985, pp. IX/XI

[3] Moura, OSB, D. Odilão. Ideias católicas no Brasil: Direções do pensamento católico do Brasil no século XX. São Paulo: Convívio, 1978, pp. 138-9.

[4] VAZ, SJ, Pe. Henrique. O pensamento filosófico no Brasil de hoje, cit., loc. cit.

[5] Idem, loc. cit., nota 127.

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[6] Idem, loc. cit., nota 127.

[7] FRANCA, SJ, Padre Leonel. A crise do Mundo Moderno. 2ª ed. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1942, p. 289.

[8] Idem, pp. 291-292.

[9] Idem, p. 292.

[10] Idem, p. 293

[11] Idem, p. 294.

*Artigo publicado na Gazeta de Jarinu a 12 de agosto de 2011 (ano I, n. 33, p. 9).

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