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Vol. XVII • N° 289 • Montreal, 6 de junho de 2013 Cont. na pág 14 Foto LusoPresse. Emigração... Situação “é delicada” L ISBOA - O secretário de Estado das Comunidades reconheceu terça-feira que a atual conjuntura económica “tem ati- rado” muitos portugueses para a “‘aven- tura’ da emigração” em “circunstância deli- cadas” e sublinhou a importância de valori- zar os sucessos das comunidades, sem es- quecer os problemas. “Sabemos que esta conjuntura tem ati- rado muitos portugueses para a “aventura” da emigração, em circunstâncias por vezes extremamente delicadas, verificando-se di- versas situações difíceis que têm condici- 8042 boul. St-Michel Satellite - Écran géant - Événements sportifs Ouvert de 6 AM à 3 AM 376•BOLA 376•BOLA 376-2652 Os nossos endereços 222, boul. des Laurentides, Laval 8989, rue Hochelaga, Montréal 8900, boul. Maurice-Duplessis, Montréal 6520, rue Saint-Denis, Montréal 10526, boul. Saint-Laurent, Montréal 6825, rue Sherbrooke est, Montréal 7388, boul. Viau, Saint-Léonard 10300, boul. Pie-IX - Esquina Fleury António Rodrigues Conselheiro Natália Sousa Conselheira CIMETIÈRE DE LAVAL 5505, Chemin Du Bas Saint-Francois, Laval Transporte gratuito –––––––– Visite o nosso Mausoléu SÃO MIGUEL ARCANJO Uma família ao serviço de todas as famílias Nós vos apoiamos com uma gama completa de produtos e serviços funerários que respeitam as vossas crenças e tradições. 514 727-2847 www.magnuspoirier.com Montréal - Laval - Rive-Nord - Rive-Sud Acesso a mais de 20 instituições financeiras para vos conseguir: *Fernando Calheiros B.A.A. Courtier hypothécaire - 514-680-4702 7879 rue St Denis, Montréal, Québec H2R 2E9 *Hélio Pereira CHA 3204, rua Jarry Este 729-9494 www.ocantinho.ca RESTAURANTE Grelhados à portuguesa sobre carvão Grelhados à portuguesa sobre carvão Centre de Carreaux Céramiques Italien Inc. 8710, rue Pascal-Gagnon Saint-Léonard QC H1P 1Y8 [email protected] Affilié avec Éco Dépôt Carreaux de Céramique Temos tudo para o seu jardim BACALHAU Preço Especial LES ALIMENTS C. MARTINS 123, Villeneuve Este MOSTO 100% PURO Tels: 845-3291 845-3292

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Vol. XVII • N° 289 • Montreal, 6 de junho de 2013

Cont. na pág 14

Foto LusoPresse.

Emigração...Situação “é delicada”

LISBOA - O secretário de Estadodas Comunidades reconheceu terça-feiraque a atual conjuntura económica “tem ati-rado” muitos portugueses para a “‘aven-tura’ da emigração” em “circunstância deli-cadas” e sublinhou a importância de valori-zar os sucessos das comunidades, sem es-quecer os problemas.

“Sabemos que esta conjuntura tem ati-rado muitos portugueses para a “aventura”da emigração, em circunstâncias por vezesextremamente delicadas, verificando-se di-versas situações difíceis que têm condici-

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Página 206 de junho de 2013 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

• Permanente por computador• Pose de unhas e manicura• Depilação com cera

69, Mont-Royal est Montréal

FICHE TECHNIQUE

LusoPresseLe journal de la Lusophonie

SIÈGE SOCIAL6475, rue Salois - AuteuilLaval, H7H 1G7 - Québec, CanadaTéls.: (450) 628-0125 (450) 622-0134 (514) 835-7199Courriel: [email protected] Web: www.lusopresse.com

Editor: Norberto AGUIARAdministradora: Petra AGUIARPrimeiros Diretores:• Pedro Felizardo NEVES• José Vieira ARRUDA• Norberto AGUIAR

Diretor: Carlos de JesusChefe de Redação: NorbertoAguiarRedator-adjunto: Jules NadeauConceção e Infografia: N. AguiarEscrevem nesta edição:

• Fernando Pires• Norberto Aguiar• Osvaldo Cabral• Lélia Nunes• Raquel Cunha• Filipa Cardoso• Onésimo Teotónio Almeida• Adelaide Vilela• Lusa

Revisora de textos: Vitória Faria

Societé Canadienne des Postes - Envoisde publications canadiennes - Numérode convention 1058924Dépôt légal Bibliothèque Nationale du Québec etBibliothèque Nationale du Canada.

Port de retour garanti.

wwww.os50anos.com A nossa gente de 1963-2013

75 Napoléon | Montréal [email protected] | 514 282-9976

Silva, Langelier & Pereira s e g u r o s g e r a i s

Ao Daniel de Sá – na sua grande sesta• Por Onésimo Teotónio ALMEIDA

O breve texto abaixo é basicamente o e-mail enviadopara o World Azorean, o Café dos Açorianos no Mundo,uma rede de amizade que une um vasto número de açorianosda di-áspora. Do Açoriano Oriental, a jornalista Paula Gouveiape-diu-me um depoimento sobre o escritor Daniel de Sá poucasho-ras após a sua morte e simplesmente reencaminhei para elao e-mail que eu partilhara na r ede do WA. Fui depoisinformado que, dada a sua extensão, ela apenas tinha podidoretirar uma curta passagem e pedia-me licença para o publicarna íntegra na secção de Opinião. Acedi, evidentemente, masquis apenas fazer-lhe uma leitura a retocar alguns pormenores,já que nem o relera antes de o enviar para a rede. Aqui vai,pois, esse e-mail, quase tal como saiu momentos depois dorecebimento da triste notícia do falecimento de um grande amigo,o Daniel de Sá.

•••Recebi a notícia aqui no comboio, vindo do Porto. Telefo-

nou-me o Urbano, pois sabia-me em viagem. Profundamentetocado, telefonei logo ao Eduíno a entristecer-me com ele. Deixeimensagem. O que se seguiu foi uma chuva de telefonemas, todaa gente de todos os cantos do globo a dar-se pêsames uns aosoutros como se fôssemos uma família muito chegada e que ti-véssemos perdido um ente bem de dentro dela. Já perdi a contadesses telefonemas que me foram chegando enquanto o Alfa a-vançava para Lisboa. Foi do João de Melo (em Lisboa), doArtur Goulart (de Évora), o Vamberto (de Ponta Delgada), daminha Leonor (de Providence, que tinha recebido um telefonemado João Luís Pacheco, lá de Rhode Island, recém-chegado de S.Mi-guel), da Ana Loura (de Santa Maria e em choro convulsivo),da Maria João Ruivo (de Ponta Delgada), do Marcolino Candeias(de Angra), da Lélia Nunes (de Porto Alegre, no Brasil) e de tan-tos outros numa lamentação da grande ausência que nos acabade acontecer. Agora, enquanto escrevo este e-mail, e já depoisde ler as mensagens de vários no World Azorean, o Café dosAço-rianos no Mundo, particularmente a do FranciscoFagundes, que nos últimos anos descobriu o Daniel e o Daniela ele, para grande alegria mútua, não posso, no meio desta tristeza,esconder a doçura da amizade que, mesmo no meio de diferenças,ao lon-go dos anos todos fomos criando. O Daniel é um irmãodesta família. Todos o respeitávamos imenso e continuaremosa res-peitar a sua memória e a sua obra. Todos o reconhecíamos- eu, desde bem cedo, a meados da década de sessenta - comohomem de fortes convicções, íntegro e isento, profundamentehonesto, leal, crente de pensar por si, estudioso e amanteprofundo dos factos, implacável com fanatismos por via de sersenhor de um espírito crítico que o ajudava a discernir desvarios,crendices e pi-eguices de factos e realidades. Para além de tudo omais, era tam-bém um escritor onde punha tudo aquilo em queacreditava com a finura de linguagem que ele cultivava comesmero, devoção e brilho.

Eu perdi um irmão (a mim, ele referia-se frequentementecomo “o irmão que não tive”). Nós todos perdemos um amigo.

Morrer na ilha grande fechada...• Por Osvaldo CABRAL

H á doismestres da literaturaaçoriana contempo-rânea que ficarão nahistória como exem-plos da perfeição daescrita: Fernando Ai-res e Daniel de Sá.

Ambos admira-vam-se e nós, humil-des seguidores das su-as obras, admiráva-mos a limpidez da es-crita de ambos, desdea síntese de FernandoAires à “prosa enove-lada e tensa, plena desubentendidos, a te-cer sua urdidura atra-vés de achados lin-guísticos” de Danielde Sá, como escreveuLuis António de As-sis Brasil.

Ambos partiramquando menos se es-perava.

Daniel de Sá de-cidiu sair da sua “Ilhagrande fechada” nodia seguinte às cele-brações da SantíssimaTrindade, assumindoa sua forte convicçãoe formação religiosa,sacrificando a famíliae amigos, como oprotagonista João doreferido romance.

Ao deixar-nos,Daniel dá vida à frasemais bonita que in-ventou: “sair da ilha éa pior maneira de ficarnela”.

Daniel de Sá fica-rá para sempre na ilha,mesmo naquela quereside na memória decada um de nós.

A minha ilha es-teve sempre rodeadapelo Daniel.

Desde os tem-pos do “Correio dosAçores” até há pou-cas semanas, guarda-va com enlevo tudoo que recebia do ami-go, mentor e inspira-dor.

Era rara a semanaque o Daniel não meenviava um ‘email’, apropósito das mi-nhas crónicas nestejornal: apoiava, dis-cordava, sugeria-me,corrigia-me, inspira-va-me, acrescentava eaté me esclarecia so-bre as dúvidas mais

misteriosas da nossahistória insular.

A última, queguardo religiosamentenos meus arquivos, o-correu há pouco tem-po, dias antes de ele teradoecido.

Fiquei confusocom algo que tinha li-do na nossa impren-sa, a propósito de u-ma eventual presençade romanos, feníciose outros povos de hámilénios na ilha Ter-ceira.

Na mesma horaem que interrogavaDaniel de Sá sobre talmistério, ele respon-deu-me de rajada:“Meu Caro, para per-ceber a história dosAçores é essencial co-nhecer um pouco denáutica antiga. Aquilode os romanos teremandado por aqui é umavariante da versão fe-nícia. Ora os romanossó criaram navios paracombater Cartago. A-té então quase não osusavam. Mas eram na-vios preparados parao Mediterrâneo ape-nas, sem capacidade deviagens muito longas,tanto mais que a mai-or parte da sua capaci-dade de carga teria deser, em tais casos, paraarmazenar alimentospara os remadores, tal-vez os mais desgraça-dos condenados desempre. Os própriosfenícios, que viajavamtambém só com terraà vista, e que iam atéàs ilhas britânicas, di-ziam que no mar doNorte a terra subia ese aproximava dos na-vios. Era o fenómenodas marés, desconhe-cido no mediterrâneo.Outra razão para nãose atreverem a viajarpara longe da terra”.

Escrupuloso nassuas investigações,não o era menos so-bre os historiadores:“Não se pode dizer is-to em voz muito alta,mas antes do Dr. Joséde Torres e do Ernes-to do Canto, não sefez História credívelnos Açores, porque opróprio Gaspar Fru-

tuoso tem dias...”.O humor do Da-

niel era outra vertentecontagiante.

Vê-lo a contarhistórias do arco davelha, com o Onési-mo, na esplanada daPraia dos Moinhos,como no Verão pas-sado, era uma delíciapara o intelecto.

Tive o privilégiode apresentar um dosseus livros na tertúliade então do Solar deLalém, já lá vão unsanos, mas sempreque nos encontráva-mos, geralmente naLivraria Solmar parao lançamento de al-gum livro, dizia quetinha uma dívida paracomigo e, no seu jei-to brincalhão, per-guntava: “quando éque apresento oteu?”.

Infelizmente jánão vai a tempo ami-go Daniel.

Mas fica a certe-za de que os teus ensi-namentos, as tuas su-gestões (e a tua riquís-sima colaboração co-mo revisor), ficarãogravados na memóriadeste pobre escribaque te admirou muito.

Como disse o O-nésimo, logo apósconhecermos a tuamorte, “perdemosum irmão e um ami-go. Quem só o co-nhecia dos livros per-deu um escritor. OsAçores perderam u-ma voz. Que vai fa-zer muita, muita falta.Sobretudo quandoela, nas nossas contashumanas, ainda deve-ria intervir por mui-tos, muitos mais a-nos”.

Termino com oque Daniel de Sá es-creveu, em Novem-bro de 2010, na mor-te de Fernando Aires:“Hoje não me levan-tei. Não volto a le-vantar-me, já disse.Não me cansei da vi-da, nem da família,nem dos amigos.Nem sequer me can-sei de mim. Mas ti-nha de haver este dia.O dia de nunca mais.Até qualquer diacompanheiros”. L P

Quem só o conhecia dos li-vros perdeu um escritor. OsAçores perderam uma voz.Que vai fazer muita, muitafalta. Sobretudo quando ela,nas nossas contas humanas,ainda deveria intervir pormuitos, muitos mais anos.

Já liguei para o númerolá de casa, que para sempreguardarei de cor. Não faleicom ele porque está em sesta.Só que, desta vez, a Maria Ali-ce não me pedirá para ligarmais tarde. Está numa sestaeterna. Como a minha sau-dade.

Adeus, Daniel! L P

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Página 306 de junho de 2013 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Bilhete de Lisboa

Escapadela III• Por Filipa CARDOSO

Na manhã em que me preparava para sair de Coimbrafoi-me sugerido que não o fizesse sem visitar o Mosteiro de SantaClara a Velha, situado na margem esquerda do rio Mondego.

Mais uma vez fiquei deslumbrada com o que pude admirar.A fundação deste mosteiro data de 1283 e está ligado à Ordem

de Santa Clara. Contudo devido a litígios religiosos esta ordem foidissolvida em 1311.

Em 1314, a Rainha Santa Isabel, esposa de D. Diniz, decidiuiniciar a construção de um novo mosteiro para reinstalar as claris-sas. A custas da rainha foi também construído um hospital comcemitério e capela e um paço onde se recolheu, em 1325, quandoenviuvou.

A vida do mosteiro ficou marcada ao longo dos séculos porsucessivos alagamentos provocados pelas cheias do Mondego, oque condicionou a vida das religiosas que tiveram de altear o pisotérreo.

A situação foi-se degradando a tal ponto que levou ao aban-dono do mosteiro pelas religiosas em 1677.

O mosteiro ficou desde então abandonado, tendo os pisossuperiores sido utilizados como palheiros e curral.

Em 1910, o mosteiro foi considerado Monumento Nacionale a partir de 1930 foi sujeito a uma campanha de restauro emboracontinuasse somente a parte superior do mosteiro a ser ocupada,pois o piso térreo continuava alagado pelas águas do rio.

Em 1995 foi iniciado um ambicioso projeto de recuperação,com coordenação do arqueólogo Artur Corte-Real, que finalmentecolocou a descoberto e a seco o piso inferior da igreja e claustros.

Foi assim possível admirar o Monumento na sua totalidade,tendo sido criado um centro interpretativo com funções museoló-gicas, do espólio e história das religiosas, com auditório, loja e ca-fetaria.

No auditório assisti a dois documentários, um sobre a funda-ção e história do mosteiro e outro focando o abandono do mostei-ro e o seu resgate.

É também de salientar a valorização de todo o espaço da anti-ga cerca monástica.

O próximo destino foi S. Pedro do Sul, termas de saúde ebem-estar.

As qualidades mineromedicinais destas águas são conhecidase apreciadas há mais de dois mil anos.

Existem vestígios do que foi o Balneum Romano construídonos primeiros anos do século I da era cristã. Ao longo dos séculospodemos mencionar que D. Afonso Henriques concedeu o 1º Fo-ral Vila do Banho, D Manuel I manda construir o Hospital Realdas Caldas de Lafões e em 1894 a Rainha D. Amélia investe na suamelhoria e beneficia dos seus banhos.

Fiquei instalada do Hotel Palace, propriedade do INATEL,usufrui de vários programas de “bem-estar” no Balneário RainhaD. Amélia ficando com o suficiente relax para enfrentar a longaviagem de regresso a casa. L P

Helena Loureiro:A embaixadora de Portugal, que ajuda crianças a sonhar

• Entrevista de Raquel CUNHA

Não restam dúvidas de que Helena Loureiro é uma das maisimportantes embaixadoras da gastronomia e cultura portuguesas nomeio quebequense. Sendo assim, o LusoPresse tem os olhos semprepostos nesta empresária, acompanhando-a a par e passo no seu cami-nhar profissional. Volta e meia, sentamo-nos à conversa com ela, a fimde fazer o ponto da situação. Desta vez não foi diferente. A saber: Co-mo estão a decorrer as comemorações dos 10 anos do restaurante Por-tus Calle e a implicação da Helena como porta-voz na Fundação Rêved’enfants.

Angariar 50.000dólares

Estava previstohaver um brunch nodomingo, dia 2 de ju-nho último, no Está-dio Uniprix. Contu-do, o evento foi anu-lado porque “não sevenderam bilhetes su-ficientes”, ficando as-sim aquém das expec-tativas. Mas a HelenaLoureiro não desa-nima, e afirma estarpreparada para o pró-ximo evento de anga-riação de fundos dafundação, agendadopara o final de agosto(ainda sem data defi-nida), no MarchéBonsecours, emMontreal.

Quer entregar“um cheque de 50.000dólares” à fundaçãocuja causa a move“profundamente”. Jáangariou cerca de43.000 dólares, di-nheiro arrecadado dascontribuições do ani-versário dos 10 anosdo Portus Calle e do“projecto 1 dólar”,ou seja, “por cada al-moço vendido nosseus dois restauran-tes, um dólar vai direc-tamente para a funda-ção”.

A decisão de se

juntar à causa veio naturalmente, “sempre gos-tei muito de crianças. Como todos sabem tra-balhei 12 anos num infantário e sou mãe dedois filhos. Portanto, tudo o que toca a criançastoca-me profundamente”. O facto da fundaçãose dedicar a “concretizar o último desejo decrianças (entre os 0 e os 12 anos), com doençasincuráveis”, toca a ela e “a todos nós como se-res humanos”. Confessa ainda que “tenhomuito orgulho em ser porta-voz de uma funda-ção como esta, cuja causa acredito tanto”, eque pretende o ser “por muito mais tempo”,uma vez que as crianças de hoje são pois “oshomens e mulheres de amanhã”.

“De vento em popa”O segundo aspecto da nossa conversa foi

dissecado sobre o decorrer das comemoraçõesde uma década do restaurante Portus Calle, ummarco, pois, na nossa gastronomia. Helenaconta que “graças a Deus” estas comemorações“correm de vento em popa”, com a “casa sem-pre cheia” e, portanto, “extremamente bem”.

Saiba-se que tais comemorações tiveraminício com a Gala de Aniversário, no passadodia 20 de março, cuja reportagem encontrará

Helena Loureiro, chef dos restaurantesPortus Calle e Helena e que hoje falaao nosso jornal. Foto LusoPresse. Cont. Pág. 14, Helena...

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PROGRAMA

14h00 às 14h30 - Acolhimento e ins-crição dos membros

14h30 às 16h30 - Assembleia Geral16h30 às 17h00 - Lanche e confrater-

nização

Ordem de trabalhosAssembleia

1. Abertura da sessão2. Leitura da convocatória e constata-

ção de que esta foi enviada em termos legaise que há quorum

3. Leitura e adopção da acta da últimaassembleia geral

4. Apresentação do relatório anual deactividades de 2011-2012

a) Relatório da presidenteb) Relatório anual de actividades

5. Apresentação do relatório finan-ceiro anual e do relatório do verificador de2011-2012

6. Apreciação e aprovação dos relató-rios anuais de actividades e financeiro

7. Eleição dos novos administradores8. Modificações aos artigos 4.1 e 4.14

dos regulamentos gerais do CASCM9. Nomeação do verificador10. Fecho da assembleia geral anual

Montreal, 30 de maio de 2013Montreal, 30 de maio de 2013Montreal, 30 de maio de 2013Montreal, 30 de maio de 2013Montreal, 30 de maio de 2013

Centro de Ação Sócio-Comunitária deMontreal

Convocatória para a Assembleia-geral anualde 2013

O Centro de Acção Sócio-Comuni-tária de Montreal convida a comunidade eseus membros a assistirem à sua Assem-bleia-geral anual. Esta assembleia terá lugarno sábado, dia 15 de junho de 2013, às14h00, no CASCM, situado no 32, boul.St.-Joseph Ouest, em Montreal.

Os membros com quota em dia, inte-ressados em ter um lugar no Conselho deAdministração, poderão apresentar as suascandidaturas entre 31 de maio e 10 de junhode 2013. Teremos muito prazer em vos re-ceber.

Para mais informações, telefonar parao número (514) 842-8045 ou poderá diri-gir-se ao 32, boul. St.-Joseph Ouest.

Adélia FerreiraPresidenteC A S C M

Os Dez Mandamentosda Procissão de Passos (dois anos depois)• Por Osvaldo CABRAL

11111 º -Resgatarás, aosbiliões, os amigoscoitados do BPNe salvarás essagente aflita daSantíssima Trin-dade bancária.

2º - Vergas-tarás, até ao últi-mo cêntimo, ospobres dos refor-

ços e especialidades nalgumas ilhas, é come-ter exactamente os mesmos erros que foramcometidos pelo governo central.

Privatizar a EDA numa conjuntura decrise é outro sinal de desespero incompre-ensível.

Não há dinheiro? Mas o responsáveldas Finanças está sempre a dizer que as con-tas estão em dia e que não temos problemasde tesouraria...

Então qual é a necessidade de privatizara EDA? Para acontecer o mesmo que aoBCA?

Vende-se a EDA, que tem as contasequilibradas e é, obviamente, estratégica paraa região, mas dão-se avales de 25 milhões deeuros para a Lotaçor, SPRHI, Sinaga e afinsfalidas?

Há coisas que não se entende nestasanta terra.

•••MÁRIO – Mais um amigo que parte.

Tem sido uma razia nestes últimos anos.Mário Oliveira cultivava a alegria da amizade.E, acima de tudo, era um profissional de tu-rismo de primeira água.

Honrou – e de que maneira – a escolaTerra Nostra, por onde também passaram,com o mesmo brio, João Rodrigues, DuartePimentel e José de Paiva.

O seu amor às Furnas era de uma adora-ção contagiante, onde não faltavam osbons convívios em sua casa, depois de umamanhã de golfe aos fins de semana.

Foi um Senhor à frente dos hotéis poronde passou, incluindo na ilha Terceira, comuma percepção sensata do que pretendiamos turistas, granjeando milhares de amizadese admiradores por este mundo, devido à suaamabilidade e hospitalidade.

O turismo da região, entregue a muitarapaziada nova, devia aprender com ele, co-mo ele aprendeu, humildemente, com osseus antecessores.

•••HEITOR - Finalmente as instituições

dos Açores reconhecem o trabalho e a his-tória de Heitor de Sousa. A sua condecora-ção no Dia da Região é o culminar de umacaminhada em prol da sua terra, mas tam-bém o reconhecimento pelo excelente tra-balho que desenvolveu desde 1981 em FallRiver. Houvesse mais gente assim e a açoria-nidade nunca se perderia na imensidão dasAméricas. Deus guarde este grande homem.

mados e encherás a bolsa de desempregoaté à infinidade do pecúlio de mão de obrabarata.

3º - Incensarás os amigos gestoresdo bloco central das swaps, das PPP’s edos défices incalculáveis das empresas pú-blicas de transporte, que davam para pagarseis regiões autónomas.

4º - Extorquirás aos jovens toda a es-perança de uma vida, carregando-os de pro-pinas, recibos verdes e Anexos SS, incenti-vando-os aos gloriosos caminhos daemigração.

5º - Comungarás dos teus amigos quecursam com equivalência folclórica e nadafaltará aos reitores dessas esplêndidas uni-versidades.

6º - Excomungarás tudo o que é aço-riano; será mais fácil passar um burro noburaco da agulha, do que resolver o proble-ma do transporte aéreo para as ilhas e a te-levisão regional.

7º - Exultarás sempre a trindadeMerkel-Lagard-Durão e nós curvar-nos-emos perante o mago Gaspar.

8º - Invocarás sempre o santo nomede Belém para te resguardar; este, por suavez, invocará Nª Sª de Fátima para teinspirar no meio de tanta podridão.

9º - Não matarás Portugal...10º - ...mas darás cabo dele o mais

que puderes.****FALIDOS – A troika não se instalou

nos Açores, mas o Governo Regionalparece actuar como se ela estivesse cá.

O plano austero que o governopretende aplicar no sector da Saúde podeser uma necessidade, mas encerrar Centrosde Saúde em locais distantes e retirar servi-

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Mercearia «Soares & Filhos»:

“Mais do que um negócio, é uma família”• Reportagem de Raquel CUNHA

Uma família de mulheres fortes, aFamília Soares, é dona de uma das mais emble-máticas mercearias da nossa Comunidade: a«Soares & Filhos». O LusoPresse sentou-se àconversa com as duas simpáticas proprietárias,Fátima e Manuela, para saber mais da história,do presente e do futuro desta casa portuguesa,que vai já nas mãos da terceira geração.

Tudo começou quando o avô delas, JúlioSoares, deixou a terra, Serra del Rei (entre Peni-che e Caldas da Rainha) de onde era natural,para emigrar para o Canadá, por convite do ir-mão, Manuel Soares, que já cá se encontrava.

Manuel Soares foi um dos primeiros por-tugueses emigrados no Canadá: “Chegou nobarco italiano, Saturnia”, conta-nos FátimaSoares. “Veio para fugir do trabalho da terra,mas quando cá chegou acabou por ir trabalharpara os campos”, diz rindo-se. Acontece que“sofreu um acidente de tractor e ficou internadonum hospital, aqui, em Montreal”. Uma vezcá, “já não quis voltar e nunca mais deixou acidade... como isto (Plateau) já era a zona dosportugueses e os portugueses ajudavam-se unsaos outros, ficou por aqui”, comenta. Assim,fugido do campo, “o tio Manuel” acabou por“arranjar trabalho como pintor”.

O INÍCIO...Em agosto de 1964, chega então o avô,

Júlio Soares, “com a família”, ou seja, a avóMaria e três filhas, Júlia (mãe das proprietárias),na altura com 16 anos, Luísa, com 15 anos, eOlga, com cinco. O início “é difícil”. O avôconsegue trabalho a “lavar pratos de noite e atrabalhar nas docas de dia”, informa a Manuelaenquanto a Fátima completa, “a avó, a minhamãe (Júlia) e a tia Luísa vão trabalhar para umafábrica”.

Entretanto, o “avô sempre teve alma de

comerciante” e por isso decide “abrir uma mer-cearia com um sócio, no lugar onde hoje é orestaurante A Tasca”, conta a Manuela. Mas“o negócio não durou muito tempo, não sabe-mos bem porquê”. O certo é que em 1970, Jú-lio Soares decide abrir a «Soares & Filhos», nonúmero 130 Duluth Est, mesmo local ondeainda hoje funciona.

“Ele decide abrir com a família. Trabalha-vam todos lá: a avó Maria, nos legumes, a mãeJúlia e a tia Luísa, na caixa, e o pai Manuel JoséMesquita nas carnes”.

Manuel José Mesquita, pai das proprietá-rias, conheceu a mãe através de “negócios entrefamílias”, uma vez que eram ambos da mesmaregião. Quando a mãe (Júlia) parte para o Cana-dá, com 16 anos, iniciam uma relação por carta:“nunca mais se viram, só para casar!”, conta-

nos a Manuela, com um sorriso.Casaram depois em Portugal, e regressa-

ram ao Canadá logo depois do casamento. Ti-veram duas filhas, as actuais proprietárias, Fá-tima e Manuela.

Fátima Soares, a terceira geração da«Soares & Filhos». Foto Raquel Cunha/LusoPresse.

A mercearia «Soares & Filhos», situada no 130, rue Duluth est. Fotos Raquel Cu-nha/LusoPresse.

Do namoro contam uma história engra-çada, que faz parte do legado familiar. Duranteo namoro à distância, Manuel Mesquita foienviado para “a tropa, em Moçambique. Eledisse à mãe que tinham trocado o nome deleno meio da papelada, e que sem saber porquê,ele chamava-se agora Daniel. Ela tinha portan-to de escrever para o Daniel ao invés de Manu-el”, conta-nos a Manuela entre risos. “A mãeacreditou e durante um tempo escreveu para oDaniel”, continua a Fátima, já à gargalhada.Daniel ficou pois um nome simbólico para afamília. “Eles queriam chamar Daniel se tives-sem um filho rapaz, mas só tiveram meninas”,conta a Manuela. De modo que “Daniel é osobrinho”, filho de Olga, irmã mais nova daJúlia.

Voltando à «Soares & Filhos», é pois aber-ta já com o intuito de ser um “negócio de fa-mília”. “Trabalhavam lá todos”. Fátima recor-da que “era quase como uma casa”. Já a Manuelanos explica que “crescemos lá”, uma vez queera onde o pai e a mãe trabalhavam. Recorda-se como “ao meio-dia a avó fazia almoço paratodos, empregados e família. Nós íamos lá al-moçar e depois voltávamos para a escola”, a-crescenta sorrindo.

Com o decorrer dos anos a “tia Luísa ven-deu a parte dela, para ter mais tempo para omarido” e o “avô foi-se reformando lentamen-te”. Os pais “continuaram sempre lá a traba-lhar”. Também ambas as netas trabalharamna mercearia, “em part-time, depois da escola.Quando era preciso...”, conta a Manuela.

O TRABALHO...Cresceram a trabalhar por lá e quis o desti-

no que lá se realizassem profissionalmente.Fátima estudou turismo, e chegou ainda a tra-balhar na área durante cerca de três anos. Entre-tanto, os “pais precisavam de ajuda com a pa-pelada e gestão da loja” e como “tinham duasfilhas”, ela preferiu “ir para lá trabalhar”, dedi-cando-se a tempo inteiro ao negócio da família.“tinha 23 anos”.

Já a Manuela estudou Marketing na Uni-versidade Concórdia. Durante os estudos tam-bém trabalhou na mercearia “em part-time”.Uma vez graduada, empregou-se “numa com-panhia de importação, a Elite Group, no de-partamento de logística”. Cinco anos mais tar-de, deixa a companhia com o intuito de “ for-mar família”. Engravida e durante “cerca deum ano”, em 2002, trabalha “como caixeirano turno da tarde”, na mercearia dos pais. Tra-balhou ainda por mais dois anos na empresaSteve Madden, sempre no “ramo da logística”.Entretanto, em 2007, o cunhado da Fátima egerente da mercearia, António, morre subita-mente. É um momento “muito difícil” e a famí-lia “precisa de alguém”. Feitas as contas, a Ma-nuela decide que mais vale “trabalhar para osmeus pais, em família, do que estar a trabalharpara uma empresa estranha”. Toma a decisãoe nunca mais deixa a mercearia que a viu crescer.

OS CASAMENTOS...

Na altura da sua juventude, a Fátima recor-da que “éramos das poucas mercearias portu-guesas na zona, de modo que tínhamos sem-pre muitas encomendas. Por isso, havia semprerapazes a trabalharem nas entregas e manuten-ção da loja”. A família do futuro marido nãofoi excepção. Acabados de chegar de Portugal,o cunhado mais velho, Manuel Afonso, na al-tura com 15 anos, trabalha na loja, a quem ma-is tarde se junta o cunhado António, com 12anos, e mais tarde o actual marido, o Aníbal. AFátima casa-se com Aníbal que ainda hoje “aju-da na loja quando pode”. Juntos têm duas filhas,Vanessa (24 anos) e Sofia (21).

Oficialmente, a loja ainda pertence ao avô,agora com 90 anos e residente em Portugal.Os pais, “praticamente reformados”, “ andamentre cá e lá”. Cabe pois às duas netas tomaremconta do negócio.

Talvez a história se repita, embora comcontornos mais modernos. A Manuela conhe-ceu o seu actual marido, Roberto Linhares, viaemail, por uma amiga comum com quem am-bos trocavam emails colectivos. “ Ele viu omeu nome e escreveu-me, uma vez que ele tam-bém era português”. Ao invés de cartas, comoa sua mãe, a Manuela, na altura com 25 anos,ainda trocou “alguns emails” antes de conhecer“pessoalmente” o Roberto Linhares, comquem é casada e tem 2 filhos David (8 anos) eCristina (6).

A MERCEARIA:Aberta de segunda a sábado, a «Soares &

filhos» oferece para além dos produtos de mer-cearia portugueses e internacionais, o “melhorchouriço do Quebeque” (segundo o jornal Me-tro), informa-nos a Manuela com largo sorriso.Oferece ainda enchidos gerais, torresmos e cal-do verde caseiro (finais de semana).

Quanto à clientela, neste momento é cercade 60/40, ou seja, “mais canadianos, sobretudogente que vive nas redondezas”. Contudo, osportugueses são ainda clientes assíduos masque “compram produtos mais específicos”,conta-nos a Fátima. E acrescenta, “somos qua-se como representantes de Portugal. Existehoje em dia no Quebeque um crescente interes-se pela cultura e gastronomia portuguesa e mui-tas vezes temos clientes que foram a Portugal,provaram algo, e querem repetir. Ou curiososque querem saber mais sobre a nossa comida ecultura”, explica.

Sentem pois a «Soares & Filhos» comouma herança “não só familiar, mas tambémcultural”, destaca. “As pessoas gostam que sejaum negócio típico, de família”. E acrescentaque “temos muitos clientes que nos viram cres-cer e agora vêem os nossos filhos”.

As duas irmãs, Manuela e Fátima Soa-res, gerentes da «Soares & Filhos». FotoRaquel Cunha/LusoPresse.

L P

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Sobre crónica, diacrónica e… humor• Por Onésimo Teotónio ALMEIDA

Na Feira do Livro de Bogotá aceiteifazer uns quantos já-ques (expliquei istomuitas vezes, mas… Já que estás aqui…).Um deles deu-me especial gozo. Dialogarcom o Ricardo Araújo Pereira sobre humore crónica. Preparei-me com algum trabalhode casa anotando uns quantos parágrafosque mandei traduzir a fim de tornar menosmau o meu portunhol. A cábula ajudaria.

Com o (grande) humorista, porém, orumo da conversa é inevitavelmente incertoe acabei não usando as notas. Ficaram poissem qualquer utilidade porque uma situaçãodaquelas não se repete. Pelo menos em espa-nhol (ou o tal portunhol que é quando nósportugueses falamos português pensandoque é espanhol). Por isso lembrei-me de,antes de enviar o papel para reciclagem, co-piar-lhe as linhas que resumem o que eu te-ria dito se a conversa não se tivesse desviadopara voltas mais interessantes. Nem são ori-ginais, mas só autoplágio do que sobre cró-nicas e humor venho, há décadas, dizendo eescrevinhando por aqui e por ali:

1. Quem por temperamento nunca con-seguiu optar entre desperdiçar o seu tempoescrevendo apenas ensaio ou apenas ficçãoe, ao longo dos anos, acabou por se habituara exercitar-se alternadamente entre os doisgéneros, é forçoso que sinta a existência deum terreno intermédio. Esse é o espaço ocu-pado precisamente pelas crónicas. Nelas en-tra a preocupação com as ideias, própria doensaio, tratadas porém com a leveza devidano narrar. São histórias do quotidiano, nãocabem por isso no romance ou no conto,mas todavia une-as um ponto de vista, umtom, uma sensibilidade.

2. As crónicas não passam de mero es-boço de ensaios nunca desenvolvidos. Fica-rão para sempre nesse reduzido formato aque genericamente chamamos crónica e osanglo-americanos designam por short essay,classificação superabrangente, mas de longa,e hoje bem viva, tradição. A crónica é maisdigerível. É um ensaio diluído e adocicadoou, melhor ainda, um ensaio em mangas decamisa. Elas falam de coisas sérias, emborao humor entre à sorrelfa muitas vezes. Glo-sam o quotidiano, o mundo à nossa volta,os problemas que atravancam a vida dosmortais.

3. A crónica não é confissão, emboranasça do quotidiano, do mundo à nossa vol-ta, olhando a partir de dentro. Não é, toda-via, um olhar para dentro. Os seus temasbrotam do chão. Na sua maioria, vão fican-do amassados pelos pés que correm para a-companhar a velocidade dos dias. Algunscolho-os, outros arquivo-os, para ficarem,afinal, em eterna espera de vez. O acaso ouas circunstâncias ditam então a passagem àescrita de uns quantos, em dia e hora não a-gendados. Foi por isso mesmo que, dentrodessas coordenadas, acabei chamando às mi-nhas crónicas diacrónicas.

4. Se a crónica tem ligações de famíliachegadas ao diário, a diacrónica aconchega-se entre eles como quem não quer vestir ne-nhuma dessas armaduras porque elas lhe co-artam os movimentos, reprimem a desen-voltura e o à-vontade de andar descalça pelochão, de calções e tronco nu, para melhorsentir a doce sensação da liberdade. As pre-ocupações básicas são as mesmas. Se o en-saio se dirige ao intelecto, a ficção inclina-separa a sensibilidade. Aliás, ambos presentessempre porque, tanto numa como noutra,razão e emoção andam, como muito bemse sabe, longe de serem compartimentosestanques. As diferenças são apenas de grau.Infelizmente o ensaio fica, por via de regra,sepultado no seu habitat natural – os seusjazigos, mais conhecidos por atas de con-gressos ou revistas académicas. Por isso nacrónica as ideias vão diluídas em muito refres-co para que possam ao menos ter essa fun-ção de sacudir a mornaça, a morneza, o té-dio.

5. Não me sinto humorista. Uso o hu-mor porque me cruzo com ele, que nasce dochão, naturalmente como a vida, mas saipelos olhos no nosso olhar sobre ela. Eleestá todo lá, nela, a vida, brotando de varia-dos cantos porque o nosso dia-a-dia é umlabirinto de coincidências e imprevistos, co-erências e incoerências, surpresas e nonsense.Só na tragédia não há humor porque ela éum artifício. Quando há, é tragicomédia eisso já é completamente outra realidade.Contudo, na maior parte das nossas vidas oque temos é tragicomédia. O humor é umamaneira de olharmos para a vida tentandomanter a nossa sanidade mental, a cabeçaacima da superfície da água para podermosrespirar livremente. O humor é uma maneirasaudável de nos mantermos vivos e de to-marmos consciência de que a importânciade estarmos vivos não significa necessaria-mente que sejamos grande coisa nem que onosso valor seja algo por aí além. Ter noçãodisso exige serenidade, e o humor ajuda mui-to a tê-la e a conservá-la.

Não sei se Darwin escreveu sobre osorriso, mas na evolução humana o sorrisodeve ser um trunfo a permitir o tal survivalof the fittest. A velha frase ri melhor quemri no fim pode muito bem ser adaptada para:vive melhor quem, no fim, ri.

•••PS – Pensando melhor, essa tirada final

saiu demasiado a armar. Só metaforicamentese morre de riso, ninguém morre a rir (excetonos romances “realistas”, como a Mme Bo-vary). Se bem que o “fim” não se refira amorte, é – admito – o que parece. O famosodito que tentei parafrasear tem levado outrasvoltas, como aquela: o último a rir foi o últi-mo a entender a graça. E, nessa tecla, claroestá, são os alemães quem se torna o bomboda festa. Diz-se que eles riem três vezes comuma piada: primeiro, quando se lha conta;depois, quando se lha explica; e a terceiravez quando finalmente a percebem. L P

35 anos

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Página 706 de junho de 2013 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Arte e beleza juntasCaro leitor, na

edição do dia 9 de maio,na página 10, saiu um ar-tigo identificado pela au-tora destas linhas - BRI-LHAM TALENTOSEM SANTA CRUZ. Porengano o nome da jovemJessica foi trocado porVanessa. Peço à interes-sada as minhas sincerasdesculpas.

Outro, não devia a-contecer… Fui algo decríticas a propósito destesimples “incidente”. Er-rar é humano, o que é de-sumano é fazerem críticascom coisas tão simples,quando devem apoiar a-quelas e aqueles que, poramor à camisola, dão oseu tempo à comunidadelusa - à língua e à culturade Camões - tentando a-vançar no bom sentido.Afinal, depois do 25 deAbril, teremos nós passa-do da liberdade à anarquia?

Jessica, aqui fica parati, graça do jornal Luso-Presse, a tua bela fotoquando desfilas com ovestido feito (todo em pa-pel), pela tua boa mãe.PARABÉNS ÀS DUAS.

Saudações cordiais em louvordo DIVINO ESPÍRITO SANTO!

Ao Divino Deus, a Ele, eu peço acada dia proteção para mim, para a mi-nha família e para a minha comunidade.

O AMOR, A CARIDADE, APARTILHA são sentimentos nobresherdados do passado. E quando Deusse enlaça, no caminho do futuro, tudo égarantido na terra e nas famílias, parasempre.

Adelaide Ramos Vilela

LUSOPRESSE – Acontece com alguma regularidade rece-bermos na redação comentários e opiniões de leitores do Luso-Presse. Às vezes essas opiniões e esses comentários são pertinentes.Apesar disso, o LusoPresse, que ainda não desenvolveu a cultura doleitor/opinador, chamemo-lo assim, não tem dado eco dessas vozesque até têm muito para dizer sobre assuntos da comunidade, da si-tuação de vida em Portugal, da política canadiana, e mesmo do quese fala, ou não se fala, nas páginas deste jornal. Por serem questõescada vez mais actuais e que fazem parte do nosso dia a dia, estamoscertos que os responsáveis do LusoPresse acabarão por abrir mãodessa prerrogativa.

Tudo isto para dizer que o nosso leitor António Maria Pereiranos mandou uma nota pessoal, por sinal bem escrita, na qual pediapara darmos conta aos nossos leitores de uma notícia, cujo títuloera «O Canadá, o melhor país do mundo?», e que aparecia publicadanum jornal canadiano (com recorte em anexo).

Dirigida ao nosso diretor – atualmente de férias – AntónioMaria Pereira não deixava de comparar a vida no Canadá com aquiloque se passa neste momento em Portugal, e dizia que «... o nossoimigrante pode desta maneira justificar a decisão de vir e viver nestemaravilhoso país».

Resta acrescentar que o texto em questão colocava o Canadácomo terceiro melhor país do mundo para viver, logo atrás da Aus-trália e Suécia, segundo a Organização de Cooperação e de Desenvol-vimento Económicos, mais conhecida pela sigla OCDE.

Obrigado, Senhor António Maria Pereira. E que mande sempre!

Canadá, o melhor país do mundo

L P

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Página 906 de junho de 2013 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

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Nos 80 anos da Alfred Dallaire – Memoria

Valores pessoais e tradicionais primam• Entrevista de Raquel CUNHA

O LusoPresse teve a oportunidadede conversar com Jocelyne Légaré, presidentedo grupo Alfred Dallaire - Memoria, por viadas obras de ampliação do Mausoléu de Saint-Martin. Aproveitámos, é claro, a ocasião parasaber mais sobre a história do grupo, sua relaçãocom a Comunidade e sobre a própria entre-vistada. Fica aqui a essência da nossa entrevista.

De simpática simplicidade, Jocelyne Légaréé uma dessas mulheres-carreira inspiradoras,não só por deixar a sua marca naquilo que faz,mas pela tranquilidade e profundidade do seudiscurso; discurso de quem dedica os seus diasa ajudar os outros a enfrentarem o linear para-doxo entre a vida e a morte.

Mausoléu de Saint-MartinSituado no 2159 da avenida Saint-Martin

Este, em Laval, o Mausoléu é já conhecido danossa comunidade, considerado como um dosmais bonitos de Montreal. Foi “inaugurado nadécada de 90”, conta-nos a empresária, mas“como era muito conhecido e recomendado ealém disso, bem situado, apercebemo-nos danecessidade de criar mais espaço”, explica. Anecessidade de espaço parece resolvida uma vezque com as obras de reestruturação o espaço éagora “quatro vez maior do que antes”.

As obras de ampliação do edifício começa-ram “no verão e terminaram na primavera”,duraram, pois, quase um ano dada a “complexi-dade do projecto”. Contudo, o Mausoléu man-teve-se “aberto ao público durante todo esteprocesso”.

O resultado é que “as pessoas ficaram con-tentes. Tivemos uma celebração no passadoDia das Mães (reportagem no LusoPresse daedição passada), onde compareceram imensaspessoas. É um lugar muito bonito”, afirma.

Relação com as ComunidadesJocelyne Légaré diz que a empresa tem uma

boa relação com as diferentes comunidades deMontreal, sobretudo com a Portuguesa. “Esta-mos localizados em dois grandes pólos portu-gueses, no Plateau e em Laval”, e “temos tido,desde sempre, muitos clientes e famílias portu-guesas e contamos também com 5 empregadosportugueses a trabalharem a tempo inteiro nonosso grupo”, esclarece.

O grupo “emprega directamente cerca de80 pessoas, mas trabalhamos em conjunto comoutros grupos” e por isso será mais acertadodizer que a empresa é responsável por cerca de“200 postos de trabalho”.

Quanto ao português em si, a empresáriaconfessa que tem “um grande interesse pelalíngua e cultura portuguesas”. Chegou mesmoa aprender português “na escola” (St.-Marce-line) a cabo de uma viagem que efectuou aoBrasil com esse grupo de freiras quando tinha20 anos. A viagem realizou-se entre São Paulo(num orfanato em Itaquira) e a Amazónia efoi, segundo relata, “uma experiência marcan-te”. Regressou ao Brasil mais tarde, já na com-panhia da sua filha. E visitou também por di-versas vezes Portugal.

Jocelyne Légaré confessa que costumava“compreender a língua” se escutasse alguémfalar e que conseguia ler em português. Contu-do tem pena que com o passar dos anos tenhaperdido esse conhecimento.

Considera importante essa inserção daempresa nas diferentes comunidades, “é im-portante que as pessoas possam falar a sualíngua nativa, sobretudo em momentos tãodifíceis”, explica. E acrescenta que “isso sem-pre foi um dos grandes lemas da companhia”.Conta como o seu avô (fundador da empresa),enquanto barbeiro, ajudou a organizar um fu-

Mulher de ação, Jocelyne Légaré não descura o trabalho, como aqui, onde supervisi-ona as obras.

neral para uma senhora ucraniana sem recursosfinanceiros, transformando momentanea-mente a sua barbearia num salão funerário.Foi aí que ele “se apercebeu da importância decriar uma casa funerária mais humana e abertaàs diferentes origens, que é o que, no fundo,compõe a nossa cosmopolita cidade. Ele sem-pre foi sensível a quem vinha de fora”, explica.

Jocelyne Légaré sente-se grata pela edu-cação recebida. “Estudei num colégio de freirasitalianas. Nessa altura Montreal era ainda mui-to homogénea, no sentido cultural. Mas porfrequentar este tipo de ensino, estive sempreem contacto com as diferentes origens, muitoantes da maioria”, afirma.

Considera que é essa diversidade que fazde Montreal “uma cidade tão fantástica”. Acre-dita que ao reger uma empresa deve-se aplicarnela os seus valores pessoais, e a aceitação dosde fora foi sempre um mote integrante na famí-lia.

Por isso, entre os que trabalham na em-presa e a sua clientela, encontra-se de tudo,desde portugueses, judeus, francófonos e in-gleses, ucranianos, polacos, italianos e vietna-

mitas. A ideia foi sempre de criar uma aberturae de ajudar a “deixar as pessoas o mais confortá-vel possível num momento sempre tão difícil”.

No seu ramo é importante “ter consciên-cia dos diferentes rituais e ajudar as pessoas adarem sentido ao que estão a passar, sejamquais forem as suas crenças”.

Mulher na chefiaO interesse de Jocelyne Légaré pelo negó-

cio da família data de há 30 anos. Formada emDireito e Comunicação, a empresária praticouainda direito durante “uns anos” antes de sesentir aliciada a se juntar ao negócio que há ge-rações corre nas veias dos Alfred Dallaire. Paraela, “dirigir uma companhia é muito aliciante;é um desafio, sobretudo para nós mulheres.Trabalhamos com diferentes aspectos todosos dias, financeiros, logísticos, arquitectónicos,culturais. E lidamos com uma imensidão degente diferente. Cabe a nós dar o nosso toquepessoal, ser criativos e trazer inovação”, remata.

Como exemplo disso apresenta o caso dasucursal da St-Laurent, uma antiga sede bancá-ria, vencedora de um prémio de arquitectura.O mesmo se passou com a sucursal da ruaLaurier e com a da rua Jean Talon. “Receber es-tes prémios implica que estamos preocupadoscom as pessoas que recorrem aos nossos ser-viços, que pensamos nelas e que queremos tor-nar as nossas casas funerárias o mais agradáveispossíveis”, comenta.

Para tal têm-se empenhado no “renova-mento do negócio funerário, trazendo espaçosmais acolhedores, com mais luz. Também aarte e a beleza são importantes num momentotão definitivo”. Por isso, e por incentivar comquem trabalha a “pensar fora da caixa”, criouum espaço-biblioteca (na sucursal da Saint-Laurent) e oferece ainda secções de terapia earte terapia, numa tentativa de “aceder às pesso-as o mais que podemos, sempre numa perspec-tiva de empatia”.

O negócio de famíliaO seu avô, barbeiro de profissão, decidiu

fundar a empresa em 1933. Ainda conseguiuconciliar, por alguns anos, os dois negócios,mas acabou por se dedicar inteiramente à casafunerária. Inspirado pelo funeral ucraniano queajudou a realizar (história acima citada), ele aper-cebeu-se da “necessidade de criar uma casa fune-rária de serviço mais humanitário”. JocelyneLégaré recorda-se ainda de o ver a ir trabalhar ede como “as pessoas gostavam dele”. Tambéma sua avó trabalhava na empresa, juntamentecom a sua mãe e o seu pai. Mais tarde, tambémos seus irmãos se juntaram no negócio.

Crescer numa casa funerária “nem semprefoi fácil”, confessa. “Quando se é criança e sevê um corpo sem vida, é-se obrigado a lidarcom diferentes sensações. Por um lado, o me-do, pelo outro, o sofrimento. Começa-se a co-

Cont. Pág. 14, Valores...

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Irmandade Atlântica enlutada• Por Lélia Pereira da SILVA NUNES

“O Brasil da minha infância cresceu comigo.Continuou a ter o povo dos cafezais de Portinari,mas também o povo de Zumblick porta-bandeira do Divino.Porque foi ficando cada vez mais a sul. Até ao pampa que a gente por cá diz “as pampas”. Com castelos do Assis Brasil e rios que têm as margens imóveis. Com o vento da Lélia Nunes. Aquele vento Sul que fazia travessuras nas saias das meninas.E os rapazes à espreita, à espera de revelações.”

Daniel de Sá, In: O meu Brasil português, 2008

Um alerta de mensagem entrando, viaIphone, desvia minha atenção, na enchova-lhada manhã de segunda-feira, 27 de Maio de2013. Na tela, grita o indicativo de má notícia:“Acaba de falecer…” Dou enter e a frase secompleta “o Nosso querido Daniel de Sá”.Leio o corpo da mensagem: “Lélia acabei dereceber e não sei o que dizer. Abraço, Urbano”.

– Não diz nada, apenas deleta.– Podes apagar?– Diz que não é verdade?Corro ao telefone e vem a certeza que desta

vez o Urbano não tinha como deletar. Danielde Sá, o cidadão e homem de muitas letras, sá-bio, mestre, amigo de fé e leal por inteiro aoseu Açores, às suas crenças e valores, aos ami-gos e à sua “Calie”, filhos, netos – deixou-nos.Ou, como expressou Onésimo Almeida que,profundamente tocado, lamentava a perda doseu (e nosso) amigo e irmão, dizendo a todagente que o Daniel está em sesta, só que destavez é eterna como a saudade de todos nós. Estaé a verdade que dói. O querido amigo Danielresolveu que era hora de fazer uma longa sestae deixou-nos orfãos do seu saber, da sua ternu-ra, da sua amizade. Perdi, perdemos, os Açoresperdeu…um grande e inesquecível amigo.

Com a face lavada em lágrimas, recordo odistante Junho de 2004 quando, levada por Ur-bano Bettencourt, cheguei na Maia para conhe-cer o escritor Daniel de Sá. Deste encontro re-gistrado na crônica “Ao encontro de Daniel deSá, ecos de um percurso entre a realidade e aficção” destaco este extrato em sua memória:

A descoberta do escritor Daniel de Sá le-vou-me a um breve périplo por sua obra e des-pertou um desejo imenso de conhecer a Maia,essa freguesia pertencente ao Concelho da Ri-beira Grande, cujo povoamento foi iniciadologo após o descobrimento da Ilha de São Mi-guel, no século XV. Gaspar Fructuoso, no LivroIV, de Saudades da Terra (1591), fala das curio-sidades da freguesia, dos moinhos, do dia a diae do jeito de ser de seus habitantes. Daniel deSá a transforma em palco, num cenário aberto,para a sua ficção.

O próprio Daniel recebeu-nos à porta desua casa, na rua dos Foros, bem junto à IgrejaMatriz, que tem por orago o Espírito Santo.De imediato, um clima de camaradagem se esta-beleceu e já no instante seguinte conversáva-mos como velhos amigos. Era tanto para inda-gar e para contar. Tantos assuntos! Eu tagare-lava sem parar, como incansável faladeira quesou. Daniel, paciente, a tudo respondia e infor-mava com imensa simpatia. Missão que dividiacom Urbano Bettencourt, que com seu espíritocrítico estimulava a troca de ideias.

Entramos os três a caminhar rua abaixo,

numa palração animada, em direção a uma es-planada localizada à beira-mar. A conversa seenveredou por mil rumos: história, aspectospolíticos e sociais dos nossos países, vertentesliterárias nos Açores e no Brasil, escritores delá e de cá, encontros dos escritores açorianosno Solar de Lalém, amigos comuns e históriaspartilhadas, Festa do Espírito Santo na Maia(não poderia faltar!), o imaginário popular e ofantástico nas nossas Ilhas.

A testemunhar este encontro memorável:o mar, a terra, a Maia. Ao largo, o esplendorda verdejante paisagem contrastada com obranco das casas alinhadas nas encostas dosmorros.

Conhecer Daniel de Sá e o conjunto deobras que compreendem sua vasta bibliogra-fia, é viajar no tempo, penetrar no imaginário,é entender o processo cultural desenvolvidonos Açores, nas comunidades açorianas dadiáspora e não só. Daniel escreve da freguesiada Maia, mas engana-se quem pensar que estejaisolado, longe do mundo culto, num aquário,hermeticamente fechado. Não está. Seu espaçoé imenso. É o oceano que o rodeia na Maia ede lá se faz ouvir. E muito bem!

Calou a voz. A Irmandade Atlântica tam-bém emudece enlutada.

“Ficou-nos esta sina de permanecermosunidos. Porque somos irmãos. Continuamospor cá. Entre mar e céu, entre marés e monta-nhas. Divinos, quase. As coisas ou nós? Tudo.Uma espécie de panteísmo pressentido. Desdeo “cagarro” de Santa Maria ao “manezinho”da Ilha. Vocês continuam por cá. E nós esta-mos aí.” (Daniel de Sá, 2008)

Florianópolis, 27 de Maio de 2013Ilha de Santa Catarina, Brasil

A nossa colaboradora, Lélia Nunes, como malogrado Daniel de Sá.

L P

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TTTTTelevisão Pelevisão Pelevisão Pelevisão Pelevisão Portuguesa de Montrealortuguesa de Montrealortuguesa de Montrealortuguesa de Montrealortuguesa de MontrealVisione todos os acontecimentos da ComunidadeHorário

• Quinta-feira, 20h00• Sexta-feira, 01h00 (repetição)

• Sábado, 09h00• Domingo, 01h00 (repetição)

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Os ninhos dos paraísos fiscais...

Para quando a sua abolição?• Por Fernando PIRES

Será que as redes fraudulentas da Fi-nança dos castelos bancários mundiais estãoverdadeiramente em causa? Ou será que nãohá vontade geopolítica para pôr em causa aprática denunciada? Aqui é que a porca torceo rabo! Esta denúncia deve-se ao Consórciode jornalismo de Inquérito, levado a cabopelo jornal The Guardian, associado a «Docu-Leaks», e também do jornal francês Le Mon-de, da BBC, e da Rádio-Canada. O mundotoma assim consciência do roubo do usuráriopúblico de biliões de euros pelo banditismodo capitalismo selvagem junto de honestoscidadãos e que foram transferidos para osesconderijos dos «offshore»!

Atualmente decorre em Washington acimeira dos ministros das finanças dos G20.Será que daqui vão sair algumas medidas con-cretas? Pelos vistos, só a França e os EstadosUnidos estão dispostos a avançar contra afraude da finança bancária mundial. Mas exis-te uma explicação a tudo isto! Estes doispaíses, mais que os outros, são vítimas dasfortunas instaladas no paraíso fiscal da Suíça.Contudo, os próprios Estados Unidos nãodeixam de ter também os seus paraísos fiscaisno interior dos estados do Delaware, do Ne-vada, através do registo de empresas que aíse instalam para de maneira fraudulenta nãopagarem impostos. Quem protege essas avesde rapina fraudulentas, quando mesmo rus-sos e chineses fazem ninho nesses paraísos;e firmas de advogados e de contabilidade fa-zem negócios chorudos com esses paraísosfiscais?

No que diz respeito à Europa foi Fran-çois Hollande o primeiro a estar pronto paraagir, devido ao escândalo que provocou oseu ministro do Orçamento e de Estado, Ca-huzac, que depois se demitiu e foi expulsodo Partido Socialista. Para alem da Suíça, aEuropa conta com vários esconderijos fis-cais, tais como Mónaco, Luxemburgo (quese diz agora disposto a abandonar o sigilobancário), Áustria, Andorra, e o principadodo Liechtenstein.

Também o campeão de grande parte des-sa roubalheira é o Reino Unido, com algumasdas suas ilhas, e de outras que foram outrorasuas ex-colónias. A saber: as Ilhas Caimão,Anglo-Normandes, as Ilhas Virgens, Gi-braltar, Bermudas, Hong Kong, Irlanda,

Dubai... Ilhas que servem antes de tudo paradespistar capitais, ao fornecerem ao pólo lon-drino da City dinheiro líquido.

E que dizer das contas secretas da Sra. Ol-ga, mulher de Chouvalov, primeiro-ministrorusso, que vai agora repatriar a sua fortuna dosoffshores, assim como também do presidentedo Parlamento da Mongólia, Sangikave Buyui-tsogt, da China comunista, esta também comconta na Suíça?...

Quanto à França, ela não está imaculada!Em 2012, o Banco Nacional Paribas (BNP)detinha 61 filiais no Luxemburgo, 22 nas ilhasCaimão, 10 na Suíça, 8 em Singapura, 7 nasBermudas, 5 na Ilha Jersey, e 2 no Chipre.

Oxalá que o impacto da denúncia dos pa-raísos fiscais que François Hollande fez façaeco para que esta roubalheira fiscal feita aos ci-dadãos das nações do Norte e Sul, ponha umtravão através da justiça!

O presidente francês, devido ao caso doseu “ministro Cahuzac”, já começou por daro exemplo, criando uma lei que obriga gover-nantes, membros de gabinetes, presidentes decolectividades, altos funcionários e outrosmembros, a declararem os seus bens patrimo-niais!

Outro caso flagrante é o do centro finan-ceiro da (City of London), que serve de paraísofiscal às transacções fiscais que transitam dasilhas britânicas para a City.

Quem nos já deu e continua a dar contada roubalheira da Finança mundial, da fraudefiscal, é também Marc Roche, autor de um livrosobre esta ladroagem mundial que começoudurante a crise de 2008, até aos dias de hoje, eque países como Portugal, Grécia, Irlanda, Es-panha estão a pagar pela austeridade causadapelos bancos europeus, (Citi, JP Morgan Cha-se, Goldman Sachs), onde hoje age a impo-sição da TROIKA, onde o governo de PassosCoelho é pau mandado, acontecendo o mesmocom o Presidente da República, o Sr. CavacoSilva!

Não me enganarei se disser que a cartilhaeconómica dos nossos dirigentes portugueses,começando pelo professor Cavaco Silva, nãoé senão o mesmo catecismo de austeridade eco-nómica da Sra. Thatcher, do Sr. Reagan, do Sr.Mulroney, e agora do Sr. Harper!

Isto de a Troika andar a vender gato porlebre todos os três meses a Portugal em nomeda ajuda a uma Europa do Sul de “preguiçosos”,não é mais do que o sonho de megalomaniada Sra. Merkel com o “impulso” da hegemonia

alemã em toda a Europa!O socialista Shultz, que participou

no Congresso do Partido Socialista Por-tuguês, e é também presidente do Parla-mento Europeu, decerto que tomaria po-sição, se fosse “Chanceler”, em defesa daEuropa do Sul, visto ter ali dito o seguinte:- Nós queremos uma Alemanha europeiae não uma Europa Alemã.

O problema da Europa não “são sóproblemas de uma economia domésticanacional dos “preguiçosos da Europa doSul”, mas problemas das fraudes fiscaisde biliões de euros nos paraísos fiscais detodos os Isaltinos Morais do Norte e Sulpor esse mundo fora!

Quanto às cimeiras dos G8 e G20,não sei se elas sabem uma da outra ou seexistirá mesmo alguma coordenação nassuas intenções...

O Conselho de Estabilidade Finan-ceira (CSF) em Basileia, na Suíça, presididopor Marc Carney, governador do Bancodo Canadá, diz que as regras nacionais einternacionais revelam uns avanços detransacções de grau em grau, mas que “nãoforam ainda postas a funcionar em ne-nhum país membro do G20”. Carney, quejá foi membro da alta direção do BancoGoldman Sachs, sabe bem o que diz? Eas decisões da sua presidência no G8 jáestão a funcionar? Se tal é o caso, porquediabo funciona ainda o paraíso da “City”londrina? Espera-se, assim, do Sr. MarcCarney, que é o presidente do Concelhode Estabilidade Financeira do G20, queesteja à altura de pôr em prática a críticaque ele faz a essas regras!

Quanto à declaração final da cimeirado G20, o Sr. Carney diz o seguinte: -Nós incitamos todas as jurisdições a a-vançar na troca automática de informa-ções bancárias e de assim fazer-se regrageral. O que é que isto significa? Significaque foi confiado o poder à Organizaçãode Cooperação e Desenvolvimento Eco-nómico (OCDE), mas deixando ainda asandorinhas de qualquer país a emigrareme fazerem ninho nos paraísos das varan-das à beira-mar?!

Enquanto não houver causa judicialinternacional para pôr fim à roubalheira,nada serve andar a pregar aos peixinhos!

Ref: Le Monde, 12/04/2013.Le Devoir, 15/16/04/2013.Diário de Notícias, 25/04/2013.Diário de Notícias, 29/04/2013.

Montreal, 29/04/2013.L P

Vítor CarvalhoADVOGADOEscritórioTelef. e Fax. 244403805

2480, Alqueidão da Serra - PORTO DE MÓSLeiria - Estremadura (Portugal)

Patrícia Medeirose não Maria Medeiros...Assim é que é!

Na nossa edição passada, na localdedicada às Festas do Senhor do Santo Cristo,realizadas em Montreal, publicamos duas fo-tos. Uma referente ao andor do Ecce Home; aoutra sobre os finalistas da Escola Lusitana.Na legenda desta última foto, por erro ou al-gum descuido, a Patrícia, filha da Maria do Ro-sário e do Pedro Medeiros, ambos bem conhe-cidos desta casa, foi tida como se chamandoMaria de Medeiros. Podia ser, já que os portu-gueses têm Marias em todos os cantos, semsentido pejorativo, entenda-se. Mas manda ajustiça que o lapso seja rectificado e que a Pa-trícia Medeiros, que durante 15 dias, vá lá, foiMaria para os feitores deste jornal... passe a«ter» o seu verdadeiro nome.

À Patrícia, e já agora aos seus simpáticosprogenitores, as nossas sinceras desculpas pe-lo acontecido. L P

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«Table de l’espoir»…

Crianças com mais um «balão» de 200 mil dólares!• Reportagem de Norberto AGUIAR

Foi na segunda-feira, dia 27 de maioúltimo, que a organização «Table de l’espoir»levou a efeito a sua 18ª promoção, sempre pre-sidida por Mila Mulroney, esposa do antigoprimeiro-ministro do Canadá, Brian Mulroney,e cujo presidente executivo é o nosso compatri-ota Hermano Alves, conhecido empresário desucesso. Diga-se, desde já, que na equipa detrabalho do Hermano Alves estão mais trêsportuguesas, as irmãs Stephanie e Genie Me-deiros, e Valerie Valente. Já Janice Paulino, quetambém colabora com a organização, emboracom nome bem português, é quebequense de«souche», mas associada à nossa gente por viade casamento.

Deslocado do Hotel Reine Elizabeth paraas Galerias L’Arsenal (2020, rue William), por«razões de logística e de espaço», dir-nos-iaHermano Alves, o evento «Table de l’espoir»voltou a contar com o seu princípio de basena procura de angariar fundos para a ajuda àscrianças com necessidades da cidade: Um grupode 50 restaurantes que decidem apresentar aopúblico, num local único, durante algumas ho-ras, os seus produtos em forma de «tapas», a-poiados por artistas e/ou personalidades do«jet set» montrealense. Escusado será dizer queos restaurantes e afins oferecem os produtosgratuitamente, enquanto o público paga o seu

bilhete. Neste caso há duas categorias. Porexemplo, o bilhete que dá acesso geral «à prova»gastronómica obedece a um valor de 125.00$.Por outro lado, se o convidado tem acessoprévio à sessão de apresentação e boas-vindasdos dignitários, aqui o preço do bilhete é de200.00$.

Este ano essas premissas não fugiram àregra. E foi ver, como mais uma vez nos disseo organizador-mor, Hermano Alves, como300 convidados tomaram lugar numa sala àparte do «beberete», chamemo-lo assim, paraouvir Mila Mulroney explicar por que é que seimplica há 18 anos nesta iniciativa e como sesente feliz por poder ajudar as crianças comnecessidades, ao mesmo tempo que convidavaos presentes para participarem dos «leilões»que ali se lhe seguiriam. Na mesma ocasião fa-laram os copresidentes de Honra do eventoMichael Novak (SNC – Lavalin), NormandTremblay (Telus) e Kim McInnes (filantropo).A coordenação desta sessão dita de aberturaesteve a cargo do não menos conhecido BenMulroney, filho do outro e grande Ás da comu-nicação social canadiana.

Importante será ainda dizer que foi duran-te esta sessão de abertura de festa que foramdistinguidos com o Prémio Humanitário Lau-rie Normand-Starr, nome da fundadora do«Table de l’espoir», já desaparecida vítima decancro, Natalie e Adrian Bercovici, pela veiacomunitária que têm demonstrado à frente daFondation Générations. Foi igualmente nesteperíodo que foi feito o primeiro leilão da tarde.Um jantar na mansão dos Mulroney’s para 10pessoas e que atingiu a «módica» soma de 17mil dólares! Para que este montante fosse atin-gido, muito contribuiu a conhecida Julie Sche-neider, ao «picar» os lances amiúde... embora,no fim, tenha perdido a parada para um mece-nas para muitos desconhecido. Repare-se queo jantar em casa dos Mulronney teria (já teve aesta hora, certamente) como chef o popularRicardo, homem de livros publicados e de mui-tos programas televisivos.

Iniciada com um vinho de honra (Irreve-rente, tinto, e Via latina loureiro, verde, da firmaRocha & Rocha) prosseguida, como já vimos,pelos discursos e leilão do jantar dos Mulro-ney’s, sem esquecer a entrega do Prémio Huma-

Connie Plácido e Alda Alves na compa-nhia de Ben Mulroney. Foto LusoPresse.

Ao centro, Natalie e Adrian Bercovici,recipiendários do Prémio Humanitário.Foto LusoPresse.

nitário Laurie Normand-Starr, esta sessão ter-minaria com as fotografias da praxe e comHermano Alves a correr de um lado para o ou-tro, por muito solicitado.

Representação portuguesaO evento «Table de l’espoir» tem 18 anos.

De há cinco anos a esta parte, quem tem orien-tado os seus destinos é o nosso amigo e com-patriota Hermano Alves. Logo que chegou àsua liderança, Hermano Alves quis dar um to-que português ao evento, trazendo colabora-dores da sua origem, como acima fica demons-trado, mas também ao nível da participaçãodos restaurantes portugueses. E o que podedizer-se é que houve anos em que a participaçãogastronómica portuguesa comunitária foi si-gnificativa, com os restaurantes mais conheci-dos a dizerem que sim à iniciativa do Hermano.Este ano, porém, notou-se que a presença por-tuguesa foi muito reduzida, mesma se no dizerdo Hermano tudo está bem. «Eu compreendoe aceito que alguns deles (restaurantes) tenhameste ano recusado o nosso convite. Eles nãopodem participar sempre, como é natural. Po-de ser que para o ano venham mais. De qualquermaneira temos os 50 restaurantes como desejá-vamos», opinaria sem rancor.

O Bico e o Bitoque, que são propriedadedo próprio Hermano Alves, mais o TrateurParreira, que só por si contribuiu com 5 mildólares de produtos, e o Rocha e Rocha, nosvinhos, foram aqueles que marcaram a presençaportuguesa no «Table de l’espoir» de 2013.

Também o Schwartz’s, embora não sendoportuguês, mas com gerente luso (Frank Silva),esteve activo na sala gastronómica. Não temosa certeza se pela primeira vez...

Para concluir diremos que valeu a penapassar umas horas na Galeria l’Arsenal. Muitagente, mesmo muita gente, da organização re-cebemos dados de mil e duzentas pessoas, to-mou parte no «Table de l’espoir» - «partageonsl’espoir» 2013. Ali puderam apreciar a culináriados mais variados países, da China ao Japão,da Itália a Portugal, das Caraíbas à Polónia, epor aí fora. Também houve vinhos e outrasbebidas. Oficialmente foram os vinhos da Ro-cha & Rocha que levaram a palma.

«Les enfants de la Chorale de partageons

l’espoir» animaram musicalmente esta impor-tante promoção caritativa que acabou por re-colher – informação oficial – 200 mil dólares.

Nota: Entre o público também notámosmuitas caras lusitanas, entre elas, Connie Pláci-do, Alda Alves e Toni Ferreira (estava com aesposa Pia Mia). De representações oficiais,pensamos que ficámos pela presença única daCaixa Desjardins Portuguesa nas pessoas dosjovens conselheiros Luís Lopes e Sérgio Mar-ques. No entanto, a surpresa veio de José A.Cabrita Rodrigues, diretor geral para Portugalda VELAN, uma companhia canadiana. Cabri-ta Rodrigues estava de passagem em Montrealpara tratar de assuntos importantes relaciona-dos com as suas atribuições.

O famoso restaurante Schwartz’s tambémlá esteve. E com o seu diretor geral,Fank Silva, acompanhado do seu subor-dinado João Gonçalves. Foto Luso-Presse.

L P

Foto LusoPresse.

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na respectiva edição Virtual deste jornal.Com um evento por mês, seguiu-se, em

abril (dia 27), a “Noite Brasileira”; um manjar“tipicamente brasileiro, com feijoada, caipiri-nha, quindin e brigadeiro”; “ música e muitaanimação”. Isto porque Helena tem “uma rela-ção especial com a comunidade brasileira”, daqual tem “muita admiração” pela cultura e gas-tronomia, mas “sobretudo pela boa disposi-ção”.

Em maio, passado dia 8, voltou-se outravez para Portugal, com um “Jantar vinícola,com o produtor de vinhos português João Barbo-sa”. Com o enólogo convidado, o jantar foiservido de forma a acompanhar os “seus exce-lentes vinhos”, sobretudo do Alentejo e Riba-tejo. Mais uma vez foi “casa cheia”.

Junho é o mês de Portugal e das Comuni-dades. Helena acreditava que o dia 10 “estariapreenchido com variados eventos comemora-tivos”, de modo que agendou a sua homena-gem ao país-pátria, para o dia seguinte, dia 11.Foi surpreendida “por não haver nada no dia10”, o que considera “uma vergonha” e diz-se“chocada”. De qualquer maneira, Helena nãoé a única que se encontra desiludida pelo rumooficial das celebrações comunitárias portugue-sas... E polémicas à parte, o mês de junho se-rá, pelo menos aqui, dedicado a Portugal, coma oferta de um “copo de champanhe a todosos clientes que entrem no restaurante” para“fazermos um brinde a Portugal”, do qual He-lena se sente “orgulhosa” de ser oriunda.“Quando se pensa em comemorações, pensa-se em champanhe”, explica. Assim, “achei poisapropriado realizar um brinde colectivo ao meupaís”, com o apoio “do champanhe VeuveClicquot”. A noite chama-se “Festa do Cham-panhe”.

Em julho (dia 9) realiza-se um “Piqueni-que estival”, no terraço do restaurante, dedica-do ao verão, com grelhados e muita animação.Depois, no dia 5 de agosto é altura de homena-gear o “fiel amigo” da cozinha portuguesa.

locar mais cedo do que o normal questões perti-nentes, tais como qual o significado da vida.Mais tarde, com o desenrolar dos anos, aperce-bemo-nos de que a morte nos toca a todos eque é importante fazermos o melhor que pu-dermos desta vida terrena”.

FuturoQuanto ao futuro da Alfred Dallaire - Me-

moria, Jocelyne conta já com vários planos.Para começar, vai iniciar, prontamente, maisuma renovação de um espaço funerário, destavez em St-Martin, em Laval, projecto de quaseum bilião de dólares. Também a sucursal deBellechasse, em frente ao cemitério ucraniano,será renovada e ampliada.

Além disso, a companhia comemora esteano o seu 80º aniversário, e por isso várioseventos estão programados para o próximo

VALORES...Cont. da pág 10

outono. Ainda no âmbito dessas comemora-ções, a companhia juntar-se-á à associação decaridade Chaînon (que comemora também 80anos) e juntas organizarão um bazar de bensde luxo, a serem vendidos a preços muito apela-tivos e cujos lucros reverter-se-ão para a causaChaînon. O bazar terá lugar no dia 20 de junho,pelas 17h30, na sucursal Memoria da rua Saint-Laurent.

Por fim, daqui a 10 anos, Jocelyne Légarévê a empresa tornar-se na “maior cooperativaindependente do sector funerário” e ainda apossibilidade de oferecer cada vez mais “novosserviços e produtos às pessoas”.

Também, e com a colaboração da filhaJúlia (engenheira bioquímica), a empresa temcomeçado a dar os primeiros passos em ques-tões de ecologia, sendo a primeira casa funeráriado Quebeque a fazer parte da Green-burialcounsil, uma associação norte-americana.

HELENA...Cont. da pág 3

Será a noite do “Bacalhau em destaque”.No dia 10 de setembro é altura das vindi-

mas, e a noite será a elas dedicada. “Noite dasVindimas” é o título, com um menu relaciona-do e destaque ao “nosso vinho”. Já no dia 8 deoutubro, comemora-se o Fado, com uma“Noite de Fados”, na qual talvez “traga umconvidado, mas ainda está em suspense”.

A 5 de novembro é dia de “Gastronomiaentre amigos”, com a presença de um chef derenome, a convidar. E em Dezembro, dia 5,realiza-se a “Grande Final”, com um sorteiode uma viagem a Portugal para duas pessoas.

Feitas as contas Helena sente-se feliz e o“resultado está à vista”. Conseguiu vencer noduro mundo da restauração, com um restauranteque é já uma instituição e que “tem funcionadobem. Aliás, como sempre funcionou”, e o He-lena “cheio todos os dias, de manhã à noite”.Mais do que isso, Helena conseguiu mostrarque “Portugal não é só bailinhos e folclore” eque “temos excelentes coisas, como a comida,os queijos, o vinho, o azeite, o sal... bem podiaficar aqui até amanhã”, conclui. Portugal é poisuma país de tradição ao mesmo tempo quecosmopolita e contemporâneo. Helena mos-trou-o ao Quebeque e é por isso, volto a dizer,uma das nossas mais importantes embaixa-doras.

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EMIGRAÇÃO...Cont. da pág 1

onado negativamente a vida de muitos deles”,refere José Cesário numa mensagem divulgadaa propósito do Dia de Portugal, de Camões edas Comunidades Portuguesas, a 10 de junho.

O secretário de Estado das Comunidadeslembra que as celebrações deste ano “ocorremnum momento particularmente delicado” e ga-rante que o Governo está “a desenvolver todosos esforços possíveis para inverter a difícil situ-ação económica e financeira” em que o paísvive.

Por outro lado, José Cesário sublinhou aafirmação crescente das comunidades nos paí-ses de acolhimento, o que lhes tem dado tam-

bém maior visibilidade em Portugal.“O facto de diversas instituições terem fi-

nalmente começado a olhar para estas comuni-dades como parceiros indispensáveis para apromoção externa dos nossos interesses e parao próprio desenvolvimento local, merece umparticular destaque, percebendo-se agora per-feitamente a real dimensão humana do nossopaís, nem sempre devidamente compreendidano passado”, adiantou.

Para José Cesário, “é hoje muito claro queas comunidades portuguesas têm um potencialextraordinário” para a presença de Portugalno exterior que é preciso “aproveitar em benefí-cio do interesse nacional”.

Destacando a importância de ter políticasde ligação às comunidades, o secretário de Esta-do apontou como exemplo dessas políticasas novas permanências consulares, que permiti-ram “alargar o atendimento consular a mais deuma centena de cidades”, e o início do processode avaliação e certificação do Ensino de Portu-guês no Estrangeiro.

O governante assinalou ainda a “intensaatividade de promoção da participação cívica epolítica”, fruto da qual, disse Cesário, começama “surgir novas redes de contacto entre políti-cos, dirigentes asso-ciativos, agentes cul-turais, empreende-dores económicos epromotores sociais,que terão inequívocoimpacto na futura or-ganização das comu-nidades”.

“Por tudo isto,vale a pena celebrareste Dia de Portugal,pensando na nossadiáspora, valorizan-do tudo o que ela si-gnifica em termos desucesso, sem esque-cermos os proble-mas e as dificuldadesque muitos dos nos-sos também atraves-sam”, concluiu Cesá-rio.

O secretário deEstado das Comuni-dades aponta paraque tenham saído dopaís nos últimos a-nos entre 100 mil a120 mil portuguesespor ano e alguns es-pecialistas conside-ram que se está pe-rante uma vaga deemigração seme-lhante à verificada nadécada de 1960.

A comunicaçãosocial tem denuncia-do casos de emigran-tes portugueses emsituações de carênciaextrema em algunspaíses de acolhimen-to, como a Suíça ouo Luxemburgo.

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14 de Junho 2013

José Cesário.

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Na final contra o Whitecaps...

Impacto é campeão do Canadá!• Por Norberto AGUIAR

O Impacto de Montreal acaba de terduas semanas de sonho! Começou com a vitó-ria, por 5-3, diante do Philadelphia Union, parao Campeonato da MLS, no Estádio Saputo,no passado dia 25 de maio. Prosseguiu contrao Whitecaps, em jogo referente à segunda-mãoda final do Campeonato Canadiano de Futebol,onde o empate (2-2) lhe garantiu o título destepaís – já lá vamos – e terminou sábado passado,dia 1 de junho, em Kansas City, quando defron-tou o Sporting local, vencendo-o por 2-1, re-sultado que o catapultou para o primeiro lugarda Zona Este da Major League Soccer e segundoda geral, só atrás do FC Dallas.

Título canadianoNa nossa última edição demos conta das

dificuldades que o Impacto teria, em casa doWhitecaps, em Vancouver, para vencer o jogoda segunda-mão da final do Campeonato deFutebol do Canadá depois do empate (0-0)verificado na quarta-feira, dia 22 de Maio, emjogo disputado no Estádio Saputo. E não nosenganámos, mesmo se o Impacto acabou porregressar a Montreal na posse de tão desejado«caneco». Na altura dissemos que os montrea-lenses iriam sofrer muito se quisessem retomaro título, que lhes fugia desde 2008, ano de es-treia da competição e em que o Impacto foium justo vencedor. Também dissemos que umempate já era importante para a vitória dosquebequenses, logo que viesse por um ou maisgolos. E foi isso que aconteceu. Com o zero azero de Montreal, as duas equipas não foram,de novo, além de um empate, mas agora como placard a assinalar o 2-2. Assim sendo, ovencedor, como mandam os regulamentos daprova, foi considerado o Impacto, mesmo sedurante os 90 minutos a formação preta e azulse viu em palpos de aranha para trazer a Taçados Viajantes, é o seu nome, para a nossa cida-de.

E saber que a poucos minutos, oito para

sermos mais precisos, do final do encontroera o Whitecaps que vencia a contenda, atécom alguma justiça, isto na medida em que fo-ram os homens do Oeste a dominar grandeparte do jogo... Mas um lance de belo recorte,entre Justin Mapp – o melhor da competição,que lhe valeu um bonito troféu – e Camara queacabou por dar golo deste, numa bela cabeça acentro daquele, tudo decidiu.

Com pouco tempo para recuperar, oWhitecaps tudo tentou para marcar um outrogolo, única possibilidade de guardar o troféuem casa. Mas não foi possível pela boa organi-zação defensiva dos homens de Marco Schal-libaum.

Com a vantagem dos golos fora em casode empate, o Impacto viu-se assim campeãodo Canadá pela segunda vez. A primeira foiem 2008, ano de estreia da prova. Depois, ovencedor nos quatro anos seguintes foi sempreo Toronto FC, mesmo se esta equipa, duranteas quatro épocas, acabou sempre por ficar noslugares mais baixos da tabela classificativa doCampeonato da Major League Soccer.

Depois de uma primeira presença bastan-te meritória, onde só foi eliminada pelo SantosLaguna, uma das melhores equipas do México,nos quartos de final e em condições anormais,o Impacto sonha com uma carreira vitoriosana próxima Liga dos Campeões da CONCA-CAF, que já começa no próximo mês de a-gosto. Foi com este objectivo, de resto, que oImpacto tanto quis ganhar o Campeonatodeste país.

Primeiro lugarAinda não tinham acabado os festejos de

ter sido campeão do Canadá e já o Impactoestava comemorando outra grande vitória, di-ante do Sporting Kansas City, no terreno desteainda por cima. Também aqui a vitória não foifácil, direi mesmo que foi arrancada a ferros,depois de ter estado a perder, o Impacto atévirou o resultado, de 0-1 para 2-1, mas teve deacabar o jogo quase sufocado pela pressão doSporting, uma das melhores formações daMLS. Para além da categoria do adversário, osmontrealenses ainda tiveram de jogar com me-nos um elemento, pela escusada expulsão deNesta. Valeu o denodo dos 10 que ficaram emcampo.

Com esta importante vitória e com a der-rota do Red Bull, em casa, diante do Whitecaps,o Impacto ascendeu ao primeiro lugar da suasérie (Este) pela primeira vez na sua curta his-tória de MLS. Para mais, os montrealenses aindatêm quatro jogos a menos. Caso os vençam, oImpacto passará a líder destacado, tendo mes-mo a possibilidade de passar a comandante ge-ral do Campeonato, visto o primeiro, o FCDallas, ter neste momento mais dois pontosdo que o Impacto mas também ter mais doisjogos jogados.

Estará o Impacto às portas de fazer umagrande época, discutindo com os seus adver-sários a liderança do futebol na América? É oque vamos ver nas próximas semanas.

Fartura de golosAs duas semanas de sonho do Impacto

haveriam de começar com o jogo contra a Phi-ladelphia Union, onde Marco Di Vaio marcoutrês bons golos e ajudou assim a sua equipa avencer os americanos por 5-3.

Próximos jogosO Impacto só joga no dia 15 de junho, em ca-

sa do Columbus Crew. Depois, a 19, defronta oDynamo de Houston, no Estádio Saputo, às20h00.

Esta longa paragem tem a ver com o perío-do de jogos internacionais que aí vem. Nessa alturaas seleções nacionais estarão se batendo por umlugar no Campeonato do Mundo Brasil 2014.

Justin Mapp, a classe ao serviço do futebol, deram-lhe o título do melhor jogadordo Campeontato.

L P

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