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Tradução Degmar Ribas Júnior

CB4D

Rio de Janeiro

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O

NUZU 0BAD1AS, LIVRO DE

O INÍQUO Veja Homem do Pecado.

OADE O terceiro filho citado de Simeão (Gn46.10) e cabeça de uma das famílias tribais(Êx 6.14,15). Seu nome não aparece na listade Números 26.12-14,

OBADIAS Pelo menos 12 homens têm estenome no AT. 1. Um descendente de Davi (1 Cr 3.21). 2. Um dos chefes da tribo de Issacar (1 Cr 7.3).3. Um gadita que se juntou a Davi emZiclague (1 Cr 12.9). 4. Um benjamita, descendente de Saul eJÔnatas (1 Cr 8.38; 9.44). 5. Um levita (1 Cr 9.16), aparentemente idên-tico a Abda (Ne 11.17), que foi o fundador deuma família de porteiros (Ne 12.25). 6. Um zebulonita (1 Cr 27.19). 7. Um dos príncipes de Josafá que ensinou alei nas cidades de Judá (2 Cr 17.7). 8. Um levita que supervisionava os traba-lhadores que reparavam o Templo sob o go-verno de Josias (2 Cr 34.12). 9. Um líder israelita, descendente de Joabe,que retornou da Babilônia (Ed 8.9). 10. Um sacerdote que selou a aliança na épo-ca de Neemias (Ne 10.5). 11. Um administrador ou governador encar-regado do palácio de Acabe e Jezabel (1 Rs18.3-16). Desde sua mocidade ele era umhomem temente a Deus. Durante a perse-guição de Jezabel, Obadias escondeu 100 rofetas em duas cavernas. Enviado por Aca-e para procurar pastagens para os cavalos

e mulas reais, Obadias foi encontrado porElias. Subsequentemente Obadias fez umarranjo para que Acabe se encontrasse comElias no monte Carmelo, onde os profetas deBaal foram mortos, Um selo antigo com otexto hebraico “A Obadias servo do rei” podefazer referência a este servo de Acabe. Aidentificação deste Obadias no Talmudebabilônico (Sanhedrin 395) com o profetaObadias é duvidosa. 12, Um profeta que é melhor conhecido pelolivro que leva o seu nome. Nenhuma infor-mação está disponível sobre ele, pessoalmen-te. Seu livro parece indicar que ele era umcidadão de Judá. E muito duvidoso que pos-sa ser identificado com o capitão do reiAcazias (2 Rs 1.13-15), como faz o Pseudo-Epifânio na obra The Lives of íhe Propkets.Nem é provável que a tradição talmúdicaseja correta ao identificá-lo como um prosé-lito de origem edomita. Quanto à data dosescritos de Obadias, veja Obadias, Livro de.

S. J. S.

OBADIAS, LIVRO DE Na disposição atu-al da Bíblia Hebraica este livro é listado comoo quarto dos Profetas Menores, A LXX o co-loca em quinto lugar.

Autor

Veja Obadias, o 12" homem listado acima.

Tema O tema distinto deste livro é a reprovação que o profeta faz em relação aos edomitas,

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0BAD1AS, LIVRO DE OBEDE-EDOM

por seu orgulho ao se regozijarem pelas des-graças que aconteceram a Jerusalém.

EsboçoEsboçoEsboçoEsboço Sendo o mais curto dos livros do AT, ele pos-sui apenas um capitulo dividido em 21versículos. I. Queda de Edom de sua Posição de For-

taleza, w. 1-9 II. Orgulho, a Causa da Condenação de

Edom, w. 10-14 III. O Juízo de Deus sobre Edom, w, 15,16 IV. Superioridade Final de Israel, w. 17-21

DataDataDataData Nenhuma data específica é expressa para sedefinir com precisão a atividade de Obadias.Ela parece estar defini ti va mente ligada auma época em que uma terrível desgraçaaconteceu na cidade de Jerusalém, e os edo-mitas alegremente se orgulharam do fato deque eles, por causa de sua localização geo-gráfica, estavam imunes a esta tragédia. Auestão crucial é a data da calamidade deerusalém descrita nos w, 11-14. As invasões significativas às quais Jerusa-lém foi submetida durante os vários perío-dos do AT foram: (1) Por Sisaque durante oreinado de Roboâo (1 Rs 14.25,26); (2) Pelosfilisteus e arábios enquanto Jeorão era rei(2 Cr 21.16,17; 2 Rs 8.20); (3) Pelo rei Joásde Israel enquanto Amazias governava emJerusalém (2 Rs 14.13,14); (4) Pelos edomi-tas que atacaram Judá durante o reinado deAcaz (2 Cr 28.17); (5) Por Nabucodonosor,que nâo só invadiu Judá, mas reduziu Jeru-salém com seu Templo a ruínas durante osanos 605-586 a.C. (2 Rs 24.1ss.), O conteúdo de Obadias, de acordo com o con-senso geral de estudiosos da atualidade, pa-rece refletir mais particularmente as condi-ções durante o reinado de Jeorão, em aprox.848-841 a.C., ou a época da destruição lite-ral de Jerusalém em 586 a.C. O ponto maiscrucial são as interpretações dos versículos11-14. Eles refletem uma completa devasta-ção e destruição final de Jerusalém? Ou sereferem a uma invasão, saque e pilhagemque nâo resultaram em sua destruição nemem um exílio que pôs fim ao reino de Judá?Esta invasão de que os edomitas participa-ram parece ser melhor datada no reino deJeorão. Esta opinião tem sido defendida porDelítzsch, Kleinert, Orelli, Kirkpatrick eArcher (ef. bibliografia). A relação literária entre Obadias 1-9 e Jere-mias 49.7-22 também merece uma séria con-sideração. Embora eles possam ter usadouma fonte comum, parece bastante prová-vel que Jeremias, em sua extensa passagem,reflita o conhecimento de Obadias. Isto fa-vorecería uma data anterior para o livro deObadias. Também foi sugerido que Joel, emseu livro, reflete o conhecimento de Obadiasnas seguintes referências: Joel 3.19, cf.

Obadias 10; Joel 3.3, cf. Obadias 11; Joel1.15; 2,1; 3.4,7,14, cf. Obadias 15; Joel 3.8,cf. Obadias 18. Esta possibilidade da mes-ma forma apontaria um período anteriorpara Obadias.

Bibliografia. Gleason L. Archer, A Surveyof Old Testament Introductíon, Chicago.Moody Press, 1964, Frank E Gaebelein, FourMinor Prophets, Chicago. Moody Press, 1970.Theodore Laetseh, Bible Commentary on theMinor Prophets, St. Louis. Concordia, 1956.Samuel J. Sehultz, The Old TestamentSpeaks, Nova York. Harper e Row, 1960.

S. J. S.

OBAL OBAL OBAL OBAL Filho de Joctã, o irmão de Pelegue efundador de uma tribo árabe na linhagemde Sem (Gn 10.25-29). Ele é chamado de Ebal(q.v.) em 1 Crônicas 1.22.

OBEDE 1. Filho de Boaz e Rute, a moabita. Ele foi opai de Jessé, avô de Davi, e ancestral do Se-nhor Jesus (Rt 4.17,21,22; 1 Cr 2.12; Mt 1.5;Lc 3.32). 2. Filho de Eflal, filho de Zabade, um dosvalentes de Davi. Ele era da tribo de Judá,descendendo da única filha remanescente deSesã, que foi casada com um escravo egípcioa fim de preservar a descendência da famí-lia (1 Cr 2.34-38). 3. Um dos valentes de Davi (1 Cr 11.47).Nada mais se sabe a seu respeito. 4. Um dos filhos de Semaías, o filho deObede-Edom. Embora seja citado como umporteiro do Templo, ele também é chamado,com seus irmãos, de homem valente, e podeser a mesma pessoa mencionada no item 3acima (1 Cr 26.6,7). 5. Pai de Azarias, um dos capitães que se-guiram Joiada ao restaurar Joás ao trono deJudá (2 Cr 23.1).

OBEDEOBEDEOBEDEOBEDE----EDOMEDOMEDOMEDOM 1. Obede-Edom, o geteu, foi provavelmenteum levita cujo local de nascimento foi Gate-Rimom, uma cidade levítica de Dã (Js 19.45).No episódio da morte de Uzá, quando Daviprocurou mudar a arca da casa de Abinada-be, os utensílios santos foram colocados nacasa de Obede-Edom, nas proximidades deJerusalém, a oeste desta cidade, por trêsmeses (2 Sm 6.1-11; 1 Cr 13.13). QuandoDeus manifesta dam ente abençoou a casa deObede-Edom, Davi tomou coragem e, destavez, agindo de acordo com a lei, levou a arcapara Jerusalém (2 Sm 6.12ss,; 1 Cr 15.25).Talvez este tenha sido o mesmo Obede-Edomque era da família coraíta, cujos membrosforam designados como porteiros para o Tem-plo (1 Cr 15.24; 26.4,8,15). É especificamen-te declarado que Deus o havia abençoado(26.5), e esta é uma referência a 1 Crônicas13.14. Uma vez que tinha o dom para a mú-

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OBEDE-EDOM OBEDIENC1A

siea, ele e alguns de seus filhos também fo-ram designados como músicos do Templo (1Cr 15.16,18; 16.5,38). 2. Filho de Jedutum, um levita designadocomo porteiro no Templo (1 Cr 16.38), 3. O tesoureiro ou administrador dos uten-sílios do Templo nos dias de Amazias. Elefoi levado cativo por Joás de Israel (2 Cr25.24).

P. C. J.

OBEDIÊNCIA OBEDIÊNCIA OBEDIÊNCIA OBEDIÊNCIA As palavras hebraicas e gre-gas traduzidas como “obedecer” ou “obedi-ência” são geralmente shama‘ e as formascognatas de akouo. O significado básico deambas é “ouvir”. De fato, muitas vezes que otradutor se confronta com estas palavras eseus eognatos, é muito difícil determinar sea tradução mais apropriada é “ouvir” ou “obe-decer”. Esta dificuldade, porém, oferece umavisão profunda do conceito bíblico básico deobediência, um conceito que ocorre tanto noAT como no NT. Embora a obediência expresse uma ação queexiste nas relações humanas comuns (taiscomo discípulos aos mestres ou filhos aospais), sua referência mais significativa é ade um relacionamento que deve existir en-tre o homem e Deus. Deus revela-se a simesmo ao homem por sua voz e palavras. Aspalavras devem ser ouvidas. Isto obviamen-te envolve uma recepção física das palavrascom uma suposta compreensão mental deseu significado. Mas em termos da recepção da revelação deDeus pelo homem, este fato em si não é umouvir verdadeiro. A atitude de ouvir verda-d ei ram ente está ligada à fé que reçebe aPalavra divina e a traduz em ação. E umaresposta de fé. E uma resposta positiva eativa, não meramente ouvir e considerar deforma passiva. Ouvir é agir. Em outras pa-lavras, ouvir realmente a Palavra de Deus éobedecer à Palavra de Deus. No NT, a idéiade se assumir a responsabilidade de obede-cer à Palavra ouvida, ou de se colocar soòesta responsabilidade, é claramente enfati-zada pelo termo hupakouo, uma composiçãodos termos “sob” e “ouvir”. Muitas passagens referentes ao ouvir e àobediência obviamente têm em vista esteaspecto de resposta positiva e ativa. “Quemtem ouvidos para ouvir, ouça" (Mt 11.15; cf.13.9,43; Ap 2.7,11,17,29; 3.6,13,22; 13.9).Veja Ouvido. O homem sábio é aquele que“ouve estas minhas [do Senhor Jesus] pala-vras e as pratica” (Mt 7.24). “As minhas ove-lhas onvem a minha voz, e... me seguem" (Jo10.27). Com respeito à revelação que haviarecebido em Patmos, João disse: “Bem-aventurado(s)... os que ouvem as palavrasdesta profecia, e guardam as coisas que nelaestão escritas” (Ap 1.3). Não há nenhumadicotomia entre o ouvir e o obedecer. O ou-vir verdadeiro é a obediência. A fé em si en-

volve obediência. O Senhor Jesus, Paulo eTiago deixam bem claro que a verdadeira féemana da obediência.

S.N.G.No AT, pelo fato de Abraão ter crido em Deuse obedecido à sua voz, todas as nações daterra se tornaram benditas (Gn 15.6; 22.18;26.4,5). Obedecer à voz de Deus é equiva-lente a guardar a sua aliança (Êx 19.5; cf.23.20-22); portanto, os israelitas promete-ram ser obedientes quando o Livro da Ali-ança /oi ratificado com a aspersão de san-gue (Êx 24.7,8). A re-dedicação do povo paraobedecer à lei era uma parte básica das ceri-mônias de renovação de aliança (Dt 27.1-10;30.2,8,20; Js 24.24-27). Ao castigar o rei Saul por sua obediênciaincompleta, Samuel ensinou a grande ver-dade ae que obedecer é melhor do que sacri-ficar (1 Sm 15,22). Em séculos posteriores, anação foi repetidamente advertida por suadesobediência a Deus e à sua lei (Is 42.24;Jr 3.13; 7.23-28; Sf 3.2; Ne 9.17,26). A obe-diência, ou a falta dela, pode ser tanto inte-rior, do coração (Pv 3.1), ou meramente ex-terior, no sentido de uma obediência força-da (SI 72.8-11). No NT, Paulo fala da “obediência da fé” (ou“por fé”) por parte dos cristãos (Rm 1.5; cf.At 6.7). A frase em grego é a mesma que foiutilizada em Romanos 16.26, onde ele escre-ve que o evangelho conduz à “obediência dafé”. O apóstolo está, evidentemente, referin-do-se ao desejo de Deus de que os gentios, aoouvirem o evangelho, obedeçam-no receben-do-o pela fé, confiando em seus termos (cf. 1Pe 1.2,22; 1 Jo 3.23). Paulo adverte quantoao terrível castigo que aguarda aqueles quese recusam a obedecer ao evangelho de nos-so Senhor Jesus Cristo (2 Ts 1.8; cf. Rm 2.8;1 Pe 2.7,8). Ele elogia os coríntios por suaobediência ao evangelho de Cristo que pro-fessavam (2 Co 9.13). Como nm exemplo de obediência, Paulo ePedro apontam para o Senhor Jesus Cristoque “humilhou-se a si mesmo, sendo obedi-ente até à morte” (Fp 2.8; cf. 1 Pe 2.18,21).Paulo fala da obediência de Cristo ao fazer aexpiação pelos pecadores, em contraste coma desobediência de Adão e seus descenden-tes (Rm 5.19). A declaração em Hebreus 5.8de que Ele “aprendeu a obediência, por aqui-lo que padeceu”, deve significar que Cristofez da experiência de obedecer ao Pai algoreal. Ao agir assim, Ele cumpriu o propósitoeterno da Divindade vivendo toda a sua vidacomo nosso representante, obedecendo e so-frendo em nosso lugar e por nossa causa,satisfazendo completamente a lei, em todosos seus aspectos (J. O. Buswell, Jr., A Syste-matic Theology of the Christian Religion,Grand Rapids. Zondervan, 1962, II, II, II, II, lllss,).Veja Obediência de Cristo, A Palavra de Deus exorta os servos (escra-vos) a obedecerem a seus senhores (Ef 6.5-8;

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OBEDIÊNCIA OBRAS DE DEUS

Cl 3.22; 1 Tm 6.1; Tt 2.9); os cristãos, a obe- decerem a seus líderes (Hb 13.17); as mu- lheres, a obedecerem a seus maridos (Tt 2.5; Ef 5.22-24; 1 Pe 3.1-6); e os filhos, a obede- cerem a seus pais (Ef 6.1; Cl 3.20; cf. Pv 6.20; 23.22; 29.15). Portanto, os crentes como um todo são caracterizados como "filhos obedi- entes” (1 Pe 1.14; cf. Em 6.16,17; Hb 5.9). A desobediência aos pais é considerada uma marca da depravação humana (Rm 1.30) e um sinal dos últimos dias (2 Tm 3.2). Os cris- tãos são ensinados a obrigar cada pensamen- to humano a se render em obediência a Cristo (2 Co 10.5). O mais alto nível de obediência para o cris-tão é fazer a vontade de Deus de todo o cora-ção (Rm 6.17), e não por uma mera compla-cência exterior. Ele possui um espírito deobediência que cria dentro de si o desejo deobedecer no pensamento e através de atitu-des (por exemplo, Mt 5.28,44; 19.21,22). Ocristão tem a mente de Cristo (Fp 2.5), poisa Palavra de Deus está dentro de seu cora-ção e ele deleita-se em fazer a vontade deDeus (SI 40.8; cf Hb 10.5-9), Veja Exemplo.

J. R.

OBEDIÊNCIA DE CRISTO Esta obediên-cia inclui a aceitação voluntária de Cristoem relação à encarnação, quando Deus Paifalou com o Filho no passado eterno, comoregistrado no Salmo 40.6-8 (cf. Hb 10.5-10).Sua vida de obediência perfeita ao Pai émostrada por Ele ter “nascido de mulher,nascido sob a lei” (G1 4.4), e por ter guarda-do a lei de forma perfeita. Ele cumpriu avontade de Deus em seu nascimento (Lc2.21,22,39), em sua infância (Lc 2.52), emseu batismo (Mt 3.15), em sua tentação, naqual triunfou sobre Satanás em contrastecom Adão que caiu (Mt 4.1-11; Lc 4.1-13), epor toda a sua vida (Jo 4.34; 6.38; 8.29,46;15.10; 17.4; At 3.14; 2 Co 5.21; Hb 4.15).Ninguém poderia convencê-lo de desobedi-ência a Deus ou à sua lei (Jo 8.46; Hb 5.8,9).Embora tenha lutado contra o horror de suafutura condenação, ao ser feito pecado pornós, carregando nossos pecados em seu pró-prio corpo no madeiro (2 Co 5.21; 1 Pe 2.24),ainda assim, Ele submeteu-se, em obediên-cia, até sua morte na cruz (Fp 2.8). E costume dividir a obediência de Cristo emduas fases: sua vida de obediência ativa eseu sofrimento e morte, ou sua obediênciapassiva. Sua obediência ativa então toma-se a base da justiça que nos é imputada; esua obediência passiva, a expiação por nos-sos pecados e nosso perdão. A divisão não étotalmente satisfatória; porém seu sofrimen-to teve início antes da cruz, e o mérito desua morte sacrificial reside em sua vida sempecado, completamente santa (1 Pe 1.18,19).Cristo e Adão são uma antítese (Rm 5.12-19). Através do primeiro Adão, o pecado e a

morte entraram no mundo; através do segun-do, a justiça e a vida (vv. 12,17), Pela deso-bediência de Adão, todos se tornaram peca-dores e morreram espiritual mente; atravésda obediência do Senhor Jesus Cristo, todosos que estão nele tornam-se justos e vivos(v. 19; ef. 1 Co 15.22). A perfeita obediênciado Salvador deve ser o nosso exemplo (Hb12.1,2; 1 Pe 2.21). Veja Obediência.

R. A. K.

OBIL Um ismaelita que montava camelos,e que foi designado superintendente sobreos camelos do rei Davi (1 Cr 27.30).

OBLAÇAO Uma oferta voluntária a Deus. A palavra é freqüentemente encontrada na versão KJV em inglês, tanto em Levítico quanto nos profetas maiores. Ela é usada para traduzir três palavras hebraicas: minha, a palavra geral para oferta; t:ruma, que é freqüentemente traduzida como ‘‘ofer- tas movidas”; e qorban, usada em relação a uma oferta de manjares. Os termos hebrai- cos incluem ofertas de todos os tipos, desde a oferta pacífica até utensílios de ouro e pra- ta ou mesmo uma terra dedicada ao Senhor (Ez 48.12), Em Números 31.50, existe uma nota distinta de propiciação, mas sua ênfa- se usual é um reconhecimento geral da ele- vada honra e bondade de Deus. As vezes, a oblação pode expressar uma cons- ciência no ofertante de que ele pertence a Deus. Desde que o Senhor Jesus Cristo fez sua oferta única e suficiente, o crente passou a ter a obrigação de ofertar seu próprio corpo (um “sacrifício vivo”, Rm 12.1), como um “sa- crifício de louvor” (Hb 13.15). Cada crente tem o dever de oferecer o melhor de si, seus dons, para a obra do Senhor (Fp 4.18). Veja Sacrifícios.

M. A. K.

OBOTE Um dos acampamentos dos israeli-tas no deserto, o primeiro depois de parti-rem de Punom (q.v.; a moderna Feinan), nasproximidades da fronteira de Moabe (Nm21.10,11; 33.43,44). Uma possível identifi-cação é ‘Ain el-Weiba no lado oeste de Arabã.Nelson Glueck, porém, sugeriu et-Telah, 24quilômetros ao norte de Feinan (na obra TheOther Síde ofthe Jordan, p, 50).

OBRA Veja Trabalho. OBRAS DE DEUS A doutrina de Deus éfreqüentemente dividida em: natureza deDeus e obras de Deus. A primeira trata daontologia, enquanto a segunda está interes-sada na relação com o universo. As princi-pais obras de Deus são as seguintes. 1. O decreto. O decreto em seu sentido pri-mário é singular, quando Deus tem apenasum plano que inclui tudo. Em que Ele “faz

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OBRAS DE DEUS OBRAS DO HOMEM

todas as coisas segundo o conselho de suavontade” (Ef 1,11). Por conveniência, porém,as características individuais deste planopodem ser chamadas de decretos. A teologia reformada coloca grande ênfasena doutrina do decreto, enquanto que nateologia arminiana ela é de menor importân-cia. E por causa desta diferença na ênfaseque surge boa parte dessa tensão entre es-sas duas escolas de teologia. As Escrituras ensinam que o decreto de Deusfoi feito na eternidade passada (At 15.8; Ef1.4; 2 Tm 1.9), era baseado na sabedoria deDeus (SI 104.24; Pv 3.19; Ef 3.10,11), e com-preendia todas as coisas (Ef 1.11). As características importantes dentro do de-creto de Deus sâo a sua escolha de criar, depermitir que o homem caia, de justificar os elei-tos, e de ignorar os não-eleitos e sujeitá-los aocastigo eterno, do qual tornam-se merecedo-res por causa dos pecados que praticaram.Embora seja difícil para a mente finita com-preender o plano infinito de Deus, e, emboranada aconteça fora da vontade ou decreto deDeus, é útil lembrar que Deus não desejatudo o que por fim acontece (2 Pe 3.9), e quenem. tudo é da plena vontade e agrado de Deus (2 Pe 3.7). Por esta razão, é conveniente dis-tinguir entre aquelas coisas que sãoconsentidas diretivamente ou eficaz mente(ativamente), e aquelas que são consentidasde uma forma permissiva (como uma conces-são). Veja Vontade de Deus. 2. Criação. A criação é um ato do Deus trino:do Pai (Gn 1.1), do Filho (Jo 1.3) e do Espíri-to Santo (Gn 1.2J. Foi um ato livre da vonta-de de Deus, quando não havia nada na na-tureza divina que necessitasse deia. A Bí-blia ensina que a criação foi ex nihilo e porordem e decreto divinos (Gn 1.1, et al.).Entre as coisas que foram criadas por Deusestão os anjos (SÍ 148.2,5; Cl 1.16), Satanáse as hostes de demônios (Is 14.12-15; Ez28,12-19; 2 Pe 2.4; Jd 6), os céus e a terra(Gn 1.1), as plantas e a vida animal (Gn1.11,12,20-22,24,25), e também o homem ea mulher (Gn 1.26,27; 2.21-24). Uma vez que o universo foi criado por Deus, aBíblia ensina que este foi um meio de revelarDeus ao homem (SI 19.1-3). O conteúdo destarevelação é "seu eterno poder, como também asua própria divindade”, e nesta base todos “sâo,por isso, indesculpáveis” (Rm 1.20).Finalmente, por causa do pecado do homem,a criação foi amaldiçoada (Gn 3.14,17-19) eno momento "geme e suporta angústias” porsua redenção (Rm 8.19-22). Além disso, du-rante esta era presente, Satanás ainda temalgum domínio (Jo 14.30; 16.11; 2 Co 4.4);mas, em algum tempo futuro, todas as coi-sas deverão ser restauradas a Deus e gover-nadas por Jesus Cristo (Ap 11.15; 19.6-21;20.4). Após o reinado milenial de Cristo, oscéus e a terra serão purificados ou destruídospelo fogo (2 Pe 3.7). Veja Criação.

3. Preservação, Esta é a atividade de Deuspela qual Ele mantém tudo o que criou (Ne9.6; Cl 1.17; Hb 1.3). Embora todos os teístasconcordem que Deus preserva sua criação,há um desacordo sobre o método pelo qualEle o faz. O deísta afirma que é pela lei na-tural. Outros têm sugerido que a manuten-ção se dá através de uma criação contínua.A melhor resposta é que Deus coopera emtodas as operações da matéria e da mente.Sem essa cooperação, nenhuma força ou pes-soa pode ria continuar a existir ou a agir (At17.28; 1 Co 12.6). 4. Providência. Deus não só preserva suacriação, mas exerce um controle soberanosobre ela (SI 103.19). Este controle é chama-do de providência. A providência de Deus ésua operação dentro do tempo para execu-tar seu decreto. Os meios empregados no exercício da provi-dência podem ser as leis da natureza (Gn8.22; SI 107.24), os milagres (Ex 14,21-31;Js 24.31; Jz 2.7,10), a sua Palavra (Dt 17.18-20), os seus juízos (Is 10.12; 28.21,22; Jr50.25), a razão do homem (Is 1.18; At 6.2),as circunstâncias externas (1 Co 16.9; G14.13), sonhos e visões (Mt 2.13,19,20; At16.9,10; 22.17,18), e agentes especiais, par-ticularmente os anjos (Dn 6.22; 10.5-21;12,1). Veja Providência. 5. Salvação. Embora seja dito que a obra dacriação é uma obra das mãos de Deus (SI 8),a, salvação é realizada pelo braço de Deus(Êx 15.16; Jo 12,38), e por seu Filno (Jo 5.36;10.25,38; 17.4), e ao custo de seu Filho.Embora a salvação tenha sido consumadacom a morte de Cristo (Jo 19.30), a realiza-ção completa de seus benefícios é futura. Navolta do Senhor, os cristãos serão salvos dasenfermidades do corpo e da maldição de Deussohre o mundo (Rm 8.18-23; 1 Co 15.42-44),e trazidos à semelhança perfeita de Cristo(Rm 8.29; 13.11; Hb 10.36; 1 Pe 1.5; 1 Jo 3.2).As Escrituras ensinam que a salvação sebaseia na graça por meio da fé, totalmenteseparada das obras (Rm 3,27,28; 4.1-8; 6.23;Ef 2.8). É somente depois da salvação que oscrentes sâo exortados a produzir boas obras(Ef 2.9,10; Tt 3.5-8; Tg 2.20); de fato, taisobras sâo o produto e as evidências naturaisda nova vida em Cristo (G1 5.16,22-24; 1 Jo).Veja Deus; Milagres; Salvação; Trabalho.

P. D, F.

OBRAS DO HOMEM OBRAS DO HOMEM OBRAS DO HOMEM OBRAS DO HOMEM Os termos hebraicosina^seh , mcla’ka, e o grego ergon são geral-mente as palavras que ficam por trás daspalavras “obra” e “ação” no texto das Escri-turas. Embora as Escrituras refiram-se àsobras de Deus Pai e às obras de nosso Se-nhor na terra, neste artigo a consideraçãoestá restrita às obras dos homens; não tantocom obras no sentido de trabalho árduo eocupação, mas no sentido de ações que mos-tram o caráter moral dos homens. Tais obras

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OBRAS DO HOMEM OBSTINAÇÃO

são citadas coletivamente, geral mente noplural, embora o singular possa ser usado(G1 6.4). Há toda uma classe de usos que se referemaos feitos pecaminosos dos homens que mos-tram a sua maldade moral e espiritual. In-cluídas aqui estão as obras perversas e más(Cl 1.21 e 2 Jo 11; cf. Lc 13,27; Jo 3.19; 7.7; 1Jo 3.12), as obras da carne (G15.19), as açõespecaminosas ou ímpias (Jd 15), as obras dastrevas (Rm 13.12), e as obras infrutíferas dastrevas (Ef 5.11). Por meio de um contraste, as boas obras sãoaquelas ações que Deus aprova em seus fi-lhos. As nossas boas obras são a evidênciade um caminhar digno do Senhor (Cl 1.10);elas devem ser o adorno das mulheres, e pormeio delas as viúvas são conhecidas (1 Tm2.10; 5.10), da mesma forma que Dorcas éreconhecida como alguém que era “cheia deboas obras” (ou notável pelas boas obras; At 9.36) . Mas os homens não são excluídos, pois Tito é exortado a ser um exemplo de boasobras (Tt 2.7). As boas obras devem ser consideradas comouma consequência da salvação (“obras dig-nas de arrependimento”, At 26.20); na ver-dade, a execução de boas obras é um dos pro-pósitos para os quais os crentes são salvos(Ef 2.10; Tt 2.14). Tais ações são produzidasna vida não por qualquer bondade inata nohomem, mas pelo uso correto das Escrituras(2 Tm 3.17) e pela graça de Deus operandoem seu interior (2 Co 9.8; cf. 2 Ts 2.17; Fp1.6). Elas podem ser consideradas como sen-do o fruto do Espírito ou o resultado dele (G15.22ss.). O exemplo de Jesus Cristo que ex-pulsou demônios pelo Espírito de Deus (Mt12.28; cf. Lc 4.14; At 10.38), e a instrução doapóstolo Paulo em 1 Coríntios 12.1-11 reve-lam que toda obra genuína e duradoura paraDeus deve ser feita no poder do Espírito San-to (cf 1 Ts 1.5: Rm 15.18ss,; 1 Co 2.4; 2 CoÇ.6; 2 Tm 1.7; At 4.29-31,33; Hb 2.4). E a tais obras que Paulo refere-se quandofala da “obra da fé” e da “fé que atua peloamor”(l Ts 1.3; 2 Ts 1.11; G15.6). A referên-cia está relacionada às boas obras que bro-tam da fé, É exatamente a isto que Tiagorefere-se quando fala das obras que mostramque a fé é vital e real; na verdade, uma féque não mostra tal evidência, não é fé demodo algum - ela está morta (Tg 1.21-25;2.14-26). Visto que as boas obras são a evi-dência da fé e o produto da graça de Deus,elas trazem glória a Deus, e não ao homem(Mt 5.16). Veja Convivência; Fé. Mas, há aqueles que supõem que suas pró-prias obras são boas e suficientes para ga-nhar o mérito e a aceitação da parte de Deus.Tais indivíduos são chamados de “aqueles...que são das obras da lei” (G1 3,10), As obrasda lei são aquelas ações legais pelas quaisos homens procuram ser aceitos por Deus(ISBE, V, 3105). Elas são o curso de ação

exigido pela lei (Rm 3.27; Gl 2.16; 3.2,5,10;às vezes chamadas simplesmente de “obras",cf. Rm 4.2,6; Ef 2.8,9). Aquilo que Deus fez edeterminou como um requisito, é mal usadopelo homem em seu esforço arrogante embusca da autojustificação. Mas tal curso éinútil e pode apenas resultar na maldição ena condenação por parte de Deus (Gl 2.16,21;3,10-14). As obras da lei, juntamente com as obras dacarne, também são chamadas de “obras mor-tas" no sentido de que são obras desprovi-das de fé na graça salvadora de Deus (Hb6.1; 9.14).

Bibliografia. Herbert Braun, “Poieo etc”.,TDNT, VI, 458-484. Georg Bertram, “Ergon”,TDNT, II, 635-655. John Gerstner, "GoodWorks”, BDT, pp. 253ss. W. L. Walker, “Work,Works”, ISBE, V, 3105.

S. N. G.

OBRAS PODEROSAS Veja Milagres; Sinal.

OBSCURIDADE Nos dicionários, esta pa-lavra geralmente denota um estado de nãoser facilmente percebido, fraco, indefinido,não facilmente entendido. Quando acompa-nhada por uma palavra como “total”, ela de-nota a completa ausência de luz. Na versãoKJV em inglês, apenas o segundo conceito éencontrado quando o termo “obscuridade” tra-duz as seguintes palavras hebraicas: (1) ’opel,“penumbra”, “escuridão", denotando a obscu-ridade da cegueira (Is 29.18); (2) hoshek, “es-curidão”, “ignorância”, equíparando a obscu-ridade à escuridão (Is 58.10; 59.9); (3) ’i$hon,a leitura de Kethíb em Provérbios 20.20, jun-tamente com hoshek, significa a “pupila” ou ocentro da escuridão, isto é, a “escuridão to-tal” (ou “densas trevas”); a leitura Qere,'eshun, significa “tempo de trevas.”

OBSERVAÇÃO A palavra grega paratere-sis, significando “um olhar intenso e cuida-doso”, “observação”, é usada uma vez emLucas 17.20, “O Reino de Deus não vem comaparência [ou observação] exterior”. O Teinode Deus não se desenvolve na Era do evan-gelho de uma maneira que possa ser visivel-mente observado. Ele já está presente (Mt12.28; Mc 1.15; Lc 11.20) em seu primeiroestágio nos corações dos homens. Ele entra-rá em seu estágio visível na segunda vindade Cristo (Mt 6.10; Ap 20.4).

OBSERVADOR DE ESTRELAS Veja As-tronomia; Magia.

OBSTINAÇÃO De acordo com 2 Pedro 2.10,aqueles que vivem na carne são “obstinados”(gr. authades), atrevidos e arrogantes. Emcontraste, aqueles que são escolhidos comobispos e anciãos não devem ser arrogantes(ou soberbos), nem se irar facilmente (Tt 1.7),

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OBSTINAÇÃO OCUPAÇOES

Cena de uma caça hitita de Carquemis. Museu Arqueológico de Ancara

mas devem ser humildes (1 Pe 5.5,6) e mo-derados (1 Tm 3.3). 0 termo é encontradouma vez no AT, na descrição poética que Jacófez de seus filhos Simeão e Levi (Gn 49.6).

OBSTINADO ou DE DURA CERVIZ OOBSTINADO ou DE DURA CERVIZ OOBSTINADO ou DE DURA CERVIZ OOBSTINADO ou DE DURA CERVIZ O termo obstinado (heb. q''sheh ‘oreph, gr.sklerotrachelos) foi aplicado somente à na-ção de Israel tanto no AT quanto no NT. Eleé aparentemente derivado da idéia de um boiteimoso e rebelde que se recusa a receber ojugo. Quando usada metaforicamente, essaexpressão transmite a idéia de teimosia ouobstinação, juntamente com arrogância, eestá associada à falta de fé em Deus e à re-jeição à sua vontade revelada. O próprio Deus foi o primeiro a empregaressa denúncia (Êx 32.9; 33.3,5). Moisés tam-bém a utilizou em uma oração a respeito deIsrael (Êx 34,9), e mais tarde em uma refe-rência direta à nação (Dt 9.6; cf. 9.13; 10.16;31.27). Ezequias empregou essa figura em 2

Crônicas 30.8 e esse conceito também apa-rece em 2 Crônicas 36,13; Provérbios 29.1 eJeremias 17.23. Estêvão, em Atos 7.51, cha-ma sua geração de obstinada por causa desua teimosa descrença. Para uma expressãosemelhante, veja Dureza de Coração.

OCIDENTE O termo comum para ocidenteno AT é o heb. yctm, “mar” (por exemplo, Gn12.8; Dt 3,27). Este é um resultado da geo-grafia da Terra Santa, com a expansão domar Mediterrâneo no ocidente. Outros ter-mos hebraicos traduzidos como “ocidente”falam do lado do “pôr-do-sol” (Js 23.4; Zc8,7)ou o “poente” (por exemplo, SI 75.6; Is 45.6).No NT o termo grego dysme, “cair” do sol, éuma palavra comum para ocidente (porexemplo, Mt 8.11; 24.27).

OCIOSIDADE Preguiça ou indolência que,de acordo com a literatura da sabedoria heb.leva à pobreza (Pv 19.15; Ec 10.18). Um an-tigo Faraó havia acusado os queixosos isra-elitas de ociosidade (Êx 5.8-17). A palavraargos no NT (Mt 12.36; 20.3,6; 1 Tm 5.13)significa “inativo” ou “inútil”.

OCRA Pai de Pagiel, o príncipe da tribo deAser a quem Moisés e Arâo foram instruídosa escolher quando estavam no monte Sinai(Nm 1.13; 2.27; 7.72-77; 10.26).

OCUPAÇÕES As diversas artes e ofícios,profissões e ocupações dos tempos bíblicosnão eram tão claramente delineados comoem nossa sociedade moderna. Havia poucosespecialistas e mais homens do tipo “versá-til”. Na sociedade predominantemente cam-pestre, a maioria das pessoas vivia em pe-quenas cidades comparáveis às aldeias da

Várias etapas da construção de um navio, como retratado na tumba de Ti em Sakkara,

Egito, LL

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OCUPAÇÕES OCUPAÇÕES

Europa medieval. Cada comunidade era umgrupo de famílias de lavradores que diaria-mente ia para os campos, cultivava seu pró-prio alimento e, literalmente, fabricava to-das as suas ferramentas, vestimentas, e ar-tigos que supriam outras necessidades. Mas a Palestina dominava as rotas comer-ciais internacionais da época. Os morado-res tinham um desejo natural pelos luxosque só podiam ser obtidos no Egito, Feníciaou Babilônia, Portanto, alguns começarama produzir mais produtos agrícolas, ou afazer mais objetos do que precisavam local-mente a fim de ter mercadorias para per-muta. Os israelitas aprenderam muitas desuas habilidades a partir do contato comseus vizinhos canaueus e fenícios, A especi-alização desenvolveu-se especialmente nascidades maiores e perto delas. As famíliasempregavam, no mesmo ofício, clãs que pos-teriormente des envolveram-se tornando-seassociações (por exemplo, Ne 3.8). As cri-anças naturalmente seguiam a profissão deseus pais. Os membros destas associaçõestendiam a viver e trabalhar em seus pró-prios povoados (por exemplo, 1 Cr 4.14,21,23), em certas localidades, ou em certasruas das cidades (Jr 37.21). Os hebreus eram praticamente o único povodo antigo Oriente Próximo que consideravao trabalho com as próprias mãos como umaatividade dignificante, ao invés de degradan-te. Os egípcios consideravam os pastores deovelhas como uma abominação (Gn 46.34),entretanto, através desta humilde ocupação,Moisés aprendeu valiosas lições de lideran-ça, e Davi ascendeu e assentou-se no trono.Neemias era um copeiro do rei, enquanto queAmós ganhava o seu sustento como pastorde ovelhas e cultivador de sicômoros. Porvárias vezes a ociosidade é condenada emProvérbios e os homens são exortados aaprender a trabalhar com as formigas (Pv6.6-11), O sábado foi criado para atestar adignidade do trabalho, dando ao homem umdescanso merecido no sétimo dia (WalterDuckat, Beggar to King, pp. xv-xxiii l. Além dos textos das Escrituras, o conhecimen-to de artes e ofícios do mundo bíblico chegouaté nós de várias maneiras. Primeiro, existea tremenda provisão de registros escritos daMesopotâmia, Síria e Egito. Estima-se que95% das tábuas cuneifonnes nos idiomassumério e acádio são de conteúdo econômico,mencionando um grande número de ofícios etratados comerciais. Em segundo lugar, exis-tem as pinturas e modelos encontrados emmuitas tumbas egípcias, extremamente rea-listas e detalhados, de servos desempenhan-do suas tarefas. Em terceiro lugar, existemos próprios artefatos, as ferramentas, e osprodutos atestando a habilidade - ou a faltadela - por parte do antigo negociante (vejaFerramenta). O trabalho ao oleiro é especial -mento iluminado pelos incontáveis cacos de

cerâmica e vasos inteiros encontrados nas ci-dades e tumbas escavadas na Palestina. Maisde uma centena destas ocupações é especifi-camente mencionada na Bíblia Sagrada, ou éo objeto de alguma alusão pelos efeitos do tra-balho realizado. AçougueiroAçougueiroAçougueiroAçougueiro---- Veja Ocupações: Cozinheiro,Adivinho. Adivinho. Adivinho. Adivinho. Veja Adivinhação. Agricultor. Um cultivador do solo (Gn 9.20;Mt 21.33; et al\ em termos modernos, um la-vrador. O termo “Agricultor” não é usado naversão RSV em inglês, que traduz o termo bí-blico como “arrendatário” na parábola da vi-nha contada pelo Senhor Jesus (Mt 21.33-41;Mc 12.1-9; Lc 20.9-16), porque os lavradoresnão eram os donos da vinlia. Em 2 Cr 26,10 foidito que o rei Uzias “era amigo da agricultu-ra”, um homem afeiçoado à agricultura, A pa-lavra heb. «fama significa literalmente o chãoou o solo, uma maneira idiomática de expres-sar o seu prazer pela agricultura. Deus é descrito figurativameute em João 15.1como um agricultor ou lavrador (georgos,lit., um “trabalhador do solo”) ou “viticultor”.Uma congregação cristã é mencionada comosendo a “lavoura de Deus” (1 Co 3.9); a suaterra ou fazenda cultivada. Veja Agricultu-ra; Ocupações: Lavrador2. Aio. Aio. Aio. Aio. As palavras “aio” (G1 3.24,25) e “instru-tor” (1 Co 4.15) podem não ser um equiva-lente rigorosamente preciso do termo gregopaídagogos. A metáfora de Paulo era muitomais profunda do que nosso idioma é capazde expressar. O paídagogos (lit., líder domenino) não era um instrutor nem um tu-tor, mas um servo cuja responsabilidade erasupervisionar a criança da casa. Ele não sóa conduziria de maneira segura para a esco-la e no retomo dela, mas também tinha aincumbência de prover que ela tivesse ascompanhias certas e que iria crescer no am-biente moral e ético correto. Este, Paulo dizaos gaiatas, era o papel da lei. Era o servode Deus que deveria guiar os homens eafastá-los dos caminhos maus até que fos-sem levados ao Salvador. Veja Educação; Escolas Hebraicas. Ama. A tarefa da ama não era uma ocupa-ção formal nos tempos bíblicos, mas o cuida-do carinhoso dos pais por seus filhos tem sidoconhecido desde a criação do homem (Nm11.12; 1 Ts 2.7), Uma ama-seca era às vezesempregada para cuidar do filho de uma ou-tra mulher (2 Sm 4.4; 2 Rs 11.2). Ela pode-ría ocasionalmente permanecer em seu car-go por toda a vida, como no caso da ama deRebeca (Gn 24.59; 35.8). Por ocasião da mor-te da mãe verdadeira ou suposta, uma ama-de-leite era encontrada para amamentar acriança (Êx 2.7-9). Veja Ama.Apaseentador. A palavra “apascentador”geralmente significa o protetor ou aquele quecuida de animais domesticados (ovelhas,bodes etc.) que andam em bandos, rebanhosou manadas (cf. Gn 13.7,8; 26,20). Os filhos

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OCUPAÇÕES OCUPAÇÕES

de Jaeó, Saul, e muitos outros, cuidavam dogado. Apascenta dores de Saul, de Davi e,posteriormente, de outros reis, estavam en-tre os principais oficiais do governo (1 Sm21.7; 1 Cr 27.29; 2 Cr 26.10; 32.27-29). Oapascentador geralmente não era dono dorebanho, mas um assalariado. Três palavrashebraicas são traduzidas como pastor naBíblia Sagrada: 1. O termo heb. ro'eh é a palavra geral paraqualquer tipo de pastor (Gn 13.7,8 etc,). 2. O termo heb. noqed ocorre apenas duasvezes no AT (Am 1.1; “pastores”, 2 Rs 3.4),De acordo com uma opinião, a palavra signi-fica “aquele que identifica ou marca as ove-lhas”, uma vez que identificar a lã com dife-rentes tingimentos é o método usado paradistinguir as ovelha de diferentes rebanhos.Uma outra opinião é que o termo noqed serefere a um pastor de uma variedade especi-al de ovelhas, que em árabe é chamada denaqad e notada por suas patas troncudas,por sua cabeça de formato peculiar, e lã ex-celente (ovelha federq). Uma terceira opiniãoé que o termo noqed refere-se a um membrode uma associação de pastores ou criadoresde ovelhas e vendedores. O verbo nqd é usa-do em relação ao rei Mesa na Pedra Moabita(1.30). O substantivo aparece em tábuas deUgarite, onde os pastores tinham uma posi-ção de associados, e o termo acádio nakidu,da mesma forma, indica uma associação depastores. Estudiosos escandinavos modernosquestionam a interpretação tradicional deque a passagem de Amós sugere que o profe-ta era de origem leiga e que o rei de Moabeera rico, defendendo que o termo noqed su-gere uma origem sacerdotal tanto para Amóscomo para Mesa. Veja Ocupações: Pastor. 3. O termo hebraico boqer é o termo usadoem Amós 7.14 (boieiro), quando o profeta des-creve sua ocupação antes de seu chamadoprofético. Veja Ocupações: Pastor,

_ D.W.D.e J. R. Arte, Artífice. Uma arte é um trabalho fei-to com as mãos que exige alguma habilida-de especial. Aqueles que fazem este traba-lho são chamados de artesãos ou artífices.O termo heb. harash indica especialmenteaquele que entalha madeira ou grava metal(veja Ocupações: Carpinteiro, Entalhador).Nos tempos bíblicos, os artífices frequente-mente trabalhavam em famílias e grupos (1Cr 4.14). Eles se congregaram juntos comomembros de associações depois ao exílio (Ne3.8,31), mas, anteriormente, a maior partedas artes era executada em casa tanto porhomens como por mulheres. Havia um sen-timento de companheirismo entre os artífi-ces (Is 41.6,7). Durante os primeiros séculosdepois que o povo hebreu retomou à Palesti-na vindo do Egito, eles tinham pouca habili-dade técnica (cf. 1 Rs 5.6), mas aprenderamcom os cananeus e fenícios (2 Cr 2.7,14), Trêsséculos mais tarde, mil artífices e ferreiros

foram levados cativos juntamente com o reiJoaquim para a Babilônia (2 Rs 24.14,16).Oficinas eram mantidas por artífices, comopor exemplo no caso do oleiro (Jr 18.2). Al-gumas seções das cidades eram frequente-mente ocupadas por oficinas do mesmo ofí-cio, com entalhadores de madeira em umaseção, carpinteiros em outra, artífices de ouroe prata em outra etc. As pessoas em Jerusa-lém podiam comprar pão na rua dos padei-ros (Jr 37.21). No NT os termos gregos teckne (ocupação,ofício, habilidade; At 17.29, “arte”; 18.3; Ap18.22) e technites (artífice, artesão, projetis-ta; At 19.24,38; Hb 11.10, “construtor”) têmuma grande variedade de significados, defabricante de tendas e artífices em metais aarquiteto (Hb 11.10). A lista de artes e artífices é longa. Veja Ocu-pações separadamente,

A. W. W.Artífice. Artífice. Artífice. Artífice. Veja Ocupações: Entalhador.Artífice em cobre. Artífice em cobre. Artífice em cobre. Artífice em cobre. Um trabalhador emmetal, geral mente chamado de caldeireiro.Os trabalhadores em metal, especialmentecom bronze, cobre ou ferro estavam entre osprimeiros especialistas na história antiga(Gn 4.22). Os israelitas fizeram contato comos queneus (q.v.) muito cedo, e estes eramconsiderados uma tribo de ealdeireirosseminômades. O mais famoso artífice emcobre e bronze foi um judeu mestiço, Hirãode Tiro, a quem Salomão trouxe, por causade sua notável habilidade e talento, parafabricar os objetos de bronze para o Templo(1 Rs 7.13-46). Paulo menciona que umlatoeiro de nome Alexandre lhe havia cau-sado muitos males (2 Tm 4.14). Veja Mine-rais e Metais: Cobre. Artífíce em metal. Artífíce em metal. Artífíce em metal. Artífíce em metal. Veja Minerais e Metais;Ocupações: Artífice em cobre, Artífice emouro, Refmador, Artífice em prata, Ferreiro.Artífíce em ouro. Artífíce em ouro. Artífíce em ouro. Artífíce em ouro. Um artesão que produzutensílios, ornamentos e jóias de ouro. Umadas artes mais antigas, o ofício de refinar emoldar o ouro, era praticada pelos antigossumerianos e pelos egípcios pré-din ás ticos(isto é, anteriores a 3100 a.C.). Portanto nãoé de se surpreender que o servo de Abraãopudesse dar a Rebeca um pendente de ouroe duas pulseiras de ouro (Gn 24.22). A pas-sagem em Neemias 3.8,31,32 sugere quedepois do exílio os ourives em Jerusalém sereuniram em uma associação. Durante a Idade Média do Bronze (2100-1500 a.C.) os ourives desenvolveram umatécnica conhecida como “granulação”, na qualpequenos glóbulos de ouro colocados em de-sennos eram soldados a um objeto de ouro.O AT revela outros processos usados pelosourives: (1) a fabricação de ídolos de fundi-ção (“imagens fundidas”, Nm 33.52 etc.) eoutros objetos de ouro maciço como, porexemplo, as argolas para a arca (Êx 25.12);(2) a fabricação de imagens como o queru-

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OCUPAÇÕES OCUPAÇÕES

bim e o castiçal de ouro batido (Èx 25.18,31,36) ; (3) a laminaçâo ou revestimen- to de folhas de ouro extremamente finas, istoé, a folhagem a ouro (Ex 25.11; 1 Rs 6.20; Is40.19); (4) a solda (Is 41.7); (5) a fabricaçãode fios de ouro cortando a folha de ouro emcordões delgados (Ex 39.3); (6) a gravaçãode imagens (Jr 10.14); e, (7) a montagem dejóias em peças filigranadas de ouro (Ex 23.20;39.6,13,16). Veja Jóias; Minerais e Metais; Ouro; Ocupa-ções; Artífice em Metal.

J. R.Artífice em prata. Artífice em prata. Artífice em prata. Artífice em prata. A única pessoa especi-almente citada na Bíblia como um artíficeda prata é Demétrio, que fazia nicho? de pra-ta da deusa Ártemis (ou Diana) em Efeso (At 19.24) . Ele, aparentemente, pertencia a umaassociação de prateiros ou artesãos naquelacidade. Além de refinar seu metal e fabricar vasos ejóias, o artífice em prata consertava baixelas,Ele usava um fogo muito quente para aque-cer um objeto até que estivesse suficiente-mente maleável para ser novamente traba-lhado. Depois de ter soldado qualquer partefaltante, tais como apoios ou cabos, ele pre-enchia fúros e rachaduras com uma solda deprata. Usando um martelo ele também po-dia corrigir qualquer deformidade ou amas-sado. Assim como a maioria dos outros artí-fices, ele, geral mente, executava seu traba-lho agachado no chão. Veja Minerais e Metais: Prata; Ocupações:Ferreiro, Purificador de Prata, Refinador.Banqueiro. Banqueiro. Banqueiro. Banqueiro. O banco como nm sistema detroca, crédito e juros, desenvolveu-se na Ba-bilônia, entre os fenícios e nas cidades gregado Oriente Próximo. Os sumérios davam no-tas promissórias e mantinham registros deempréstimos emitidos por seus templos an-tes de 2000 a.C. No Egito helenístico haviaum banco do governo em Alexandria, e agên-cias bancárias nas aldeias que emprestavamdinheiro a indivíduos, recebiam impostos efaziam pagamentos em contas do tesouro,semelhantes aos bancos nas cidades gregas.Os judeus eram proibidos pela lei de Moisésde cobrar juros de outros judeus, embora ti-vessem a permissão de cobrar juros dos gen-tios (Dt 15.3). Para a proteção dos tesouros,seus administradores dependiam do palácioe do Templo (1 Rs 14.26), enquanto os nomenscomuns agiam por seus próprios meios íGn 24.25) , depositando-os com os seus vizinhos(Ex 22.7), ou mesmo enterrando-os (Js 7.21).Entretanto, são mencionados serviços ban-cários simples executados por indivíduospara outros indivíduos; (1) Os “cambistas”(Mt 21.12; Mc 11.15), no pátio dos gentiosdo Templo, trocavam dinheiro estrangeiropor metade de um siclo que era exigido decada judeu no Dia da Expiação (Êx 30,11-15). Além disso, nos dias de Jesus, teorica-mente, as moedas judaicas eram as únicas

que serviam para ser apresentadas comoofertas. As moedas romanas, que traziam es-tampadas as cabeças de imperadores, queeram tidos como deuses, eram consideradasparticularmente ofensivas. Por causa da au-sência de dinheiro de prata com inscriçõeshebraicas, porém, a metade de um siclo erapaga em moedas de prata tirianas. As me-sas destes cambistas foram derrubadas peloSenhor Jesus, porque eles eram desonestose estavam cobrando tarifas exorbitantes (Mt21.13). (2) Os “banqueiros” (Mt 25.27, ou os“bancos”) foram mencionados pelo SenhorJesus como pagando juros legítimos sobre assomas com eles depositadas (cf. Lc 19.23).Veja Banco; Cambistas. Barbeiro Barbeiro Barbeiro Barbeiro (heb. gullab). O substantivo (Ez5.1) vem de uma raiz hebraica que signifi-ca “tosquiar ou barbear”. Esta profissão erabem conhecida no Egito e na Mesopotâmiaantigos, como é visto nas inscrições e de-senhos arqueológicos. Os antigos barbei-ros usavam como seus instrumentos lâmi-nas retas, pentes e tosquiadores, algunsdos quais foram encontrados em tumbasegípcias (ANEP #80-83). Exigia-se que osegípcios mantivessem seus cabelos corta-dos e suas barbas raspadas, porque a bar-ba era um símbolo de divindade e, apenasao Faraó era permitido usar uma barba(falsa). Por esta razão, José se barbeouantes de ser levado à presença do Faraó(Gn 41.14), Veja Cabelo. Bordadeira. Bordadeira. Bordadeira. Bordadeira. No bordado, o desenho é costu-rado sobre o tecido acabado apenas para or-namentação. O brocado é um tecido pesadoentrelaçado com um desenho em relevo. Pelofato do termo hebraico raqam simplesmentesignificar fazer algo (tecido) diversificado, nãose sabe ao certo qual é o produto em questão.As cortinas para o Tabemáeulo e qs vestesdo sumo sacerdote eram bordadas (Ex 26.36;27.16; 28.39; cf. 35.35; 38.23). A realeza e anobreza de todos os vizinhos de Israel gosta-vam de vestes bordadas, dos cananeus naépoca de Débora (Jz 5.30) aos fenícios, reisdo mar (Ez 26.16) que as obtinham atravésdo comércio com o Egito (Ez 27.7), com a Síria(v. 16), e vários centros na Assíria (v. 23). OSalmo 45.14 descreve a princesa real vindocom vestes bordadas para se casar com o rei.Israel é retratada figurativ amente como ten-do sido adornada pelo Senhor Deus com te-cido bordado (Ez 16.10,13,18). Monumentos da Assíria e da Babilônia re-tratam vestes reais com desenhos bordados,e baixo-relevos assírios do século VIII a.C.imitam em detalhe os padrões complexos dascoberturas bordadas (W. Corswant, A Dicti-onary of Life in Bible Times, Nova York.Oxford Univ. Press, 1960, p. 110). Veja Ocupações: Bordado ou Bordadura,Tecelão, Bordado ou Bordadura. Bordado ou Bordadura. Bordado ou Bordadura. Bordado ou Bordadura. Trabalho debordador (heb. ma‘aseh roqem); bordado

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OCUPAÇÕES OCUPAÇÕES

(heb. riqma). Era feito com linho, lã e atéfios metálicos de ouro ou prata (Ex 39.3), àsvezes tecidos ou trançados, às vezes costu-rados. Este foi provavelmente o caso no com-plexo modelo do querubim (Ex 26.1). Tal bor-dado e costura finos formavam a vestimentaapropriada dos reis e rainhas (Jz 5.30; SI45.13ss,), mas também era encontrada navestimenta dos pobres do Oriente Próximo.Era muito usado nos ornamentos doTabemáculo (Ex 26.36; 27.16; 36.37; 38,18)e nos traies dos sacerdotes (Êx 28.39; 39.29).O trabalno de aplicação de romãs coloridas,intercalado com campainhas era provavel-mente usado na orla da veste do sacerdote(Ex 28.33). Tanto os babilônios quanto osegípcios eram habilidosos em tal trabalho, edaí a origem da habilidade dos israelitas,Além disso, Deus dotou certos israelitas “doespírito de sabedoria” para que a sua des-treza ultrapassasse a habilidade natural(Keil e Delitzsch sobre Ex 28.3). Veja Ocupações: Bordadeira.

tttt R. R. R. R. A. K. Boticário. Boticário. Boticário. Boticário. Tradução das seis ocorrências dotermo heb, roqeah em algumas versões (Êx30.25,35; 37.29; 2 Cr 16.14; Ne 3.8; Ec 10.1).A palavra também pode ser traduzida como“perfumista” (q.v, ), Caçador, Caça. Caçador, Caça. Caçador, Caça. Caçador, Caça. Apôs seu estabelecimentoem Canaã, poucos, se não nenhum israelita,ocupavam-se da caça como uma vocação. Ospatriarcas, porém, viviam como seminõma-des, e Esaú “foi varão perito na caça, varãodo campo” ou um homem que vivia ao ar li-vre (Gn 25.27; cf. 27.5,30) num tempo em queo eervo e outros animais de caça eram abun-dantes em Canaã. O termo “caçador” é usa-do metaforicamente para os tiranos milita-res, como no caso de Ninrode (q.v.; Gn 10.9)

e para os opressores dos judeus (Jr 16.16).Veja Caçar. Calafate. Calafate. Calafate. Calafate. A tarefa do calafate era encher asjunções em barcos de madeira de forma atorná-los à prova d’água (Ez 27.9,17). O pri-meiro passo de seu trabalho era separar edesembaraçar os fios das cordas feitas decânhamo. Eles eram escolhidos e batidos atétornarem-se uma es topa macia e flexível(heb. n‘‘oret, Jz 16.9; Is 1.31), chamada, hoje,de calafeto. A estopa era pressionada e amar-rada em fios, de forma apertada, por cinzéisfeitos de madeira ou metal entre as bordas.Depois disso, eles eram untados com breuderretido para deixá-los impermeáveis. VejaOcupações: Construtor de Navios.Camareiro. Camareiro. Camareiro. Camareiro. No AT o termo “camareiro” é atradução do termo heb. sarís, significando“eunuco”, ou oficial encarregado dos aposen-tos privativos de um rei ou nobre. Na KJV otermo heb. é traduzido como “camareiro” em2 Reis 23.11; Ester 1.10,12,15; 2.3,14,15,21;4.4,5; 6.2,14; 7.9. Na versão RSV em inglêso termo “camareiro” é usado apenas em 2Reis 23.11 e Ester 1.10, enquanto em outrastambém é utilizado em Jeremias 51.59. Osoficiais do sexo masculino nos palácios anti-gos eram freqüentemente emasculados, vis-to que tinham acesso aos aposentos das mu-lheres. Potifar, embora casado, foi denomi-nado um eunuco de Faraó (heb. saris; LXXspadon) em Gênesis 37.36; 39.1. Isto talvezexplique as intenções de sua esposa com re-lação a José, hem como sua fúria contra al-guém que ele supôs ser um sedutor que seaproveitou de uma situação injusta. No NT, o termo “camareiro” é usado duasvezes. Em Atos 12.20 iê-se: “ton epi toukoitonoa", “aquele que é encarregado do quar-to de dormir" (ou camarista). W. Dittenber-

O interior do templo de Baco em Baalbek, Líbano, mostra a habilidade dos pedreiros do período

romano, HFV

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OCUPAÇÕES OCUPAÇOES

ger (Orientis Graeci Inscriptions Selectae[1903-5], No. 256, 5) cita uma inscrição da-tada de 130 a.C. que menciona um oficial que“era encarregado do quarto de dormir darainha”. Assim, Blasto era sem dúvida algu-ma um oficial altamente confiável e influen-te. Erasto (q, v.) é chamado de “o camareiro[gr. oíkonomos] da cidade” (Rm 16.23; “te-soureiro da cidade” ou “procurador”). VejaOcupações: Tesoureiro.

t E. J. V. Cambista. Cambista. Cambista. Cambista. Veja Ocupações: Banqueiro. Cantor. Cantor. Cantor. Cantor. Veja Menestrel; Música; Ocupações; Músico. Carcereiro. Carcereiro. Carcereiro. Carcereiro. O guarda de uma prisão (At 16,23,27,36) , Veja Carcereiro; Prisão.Carpinteiro. Carpinteiro. Carpinteiro. Carpinteiro. O termo heb, karask é um ter-mo geral para qualquer modelador de madei-ra, marceneiro, o que faz acabamento, o quefabrica caixões, e o que esculpe a madeira, as-sim como o carpinteiro em si. Por causa da fal-ta de boa madeira nativa, carpinteiros egípci-os tornaram-se mestres em seu ofício. A acáciatroncuda cresce nos desertos ao longo do Nilo,mas o cedro, o cipreste, o abeto e o pinheiro,eram importados do Líbano, e o ébano e ou-tras madeiras tropicais da África central. Con-seqüentemente, um trabalho considerável eradespendido para se obter o efeito desejado comuma quantidade mínima de madeira. As tá-buas eram cortadas, aplainadas e formadascom uma serra, enxó e cinzel de bronze, e ali-sadas com um pedaço de arenito. Elas eramunidas com pinos de madeira-de-lei e junçõesde mitra (W. C. Hayes, “Daily Life in AncientEgypt”, Everyday Life in Ancient Times, Wa-shington. National Geograpliic, 1951, p. 108;veja também ANEP #123). Exceto por aqueles que construíram o Taber-náculo e sua mobília, Israel tinha poucos senão nenhum carpinteiro habilidoso até umperíodo avançado de sua história. Davi fezum acordo com o rei Hirão de Tiro para en-viar carpinteiros e pedreiros fenícios paraconstruir seu palácio, e mais tarde o Templo(2 Sm 5.11; 1 Rs 5.18; 1 Cr 14.1; 22.15). Naépoca dos reis Joás e Josias, porém, Judáteve carpinteiros capazes de reparar o Tem-plo (2 Rs 12.11; 22.6; 2 Cr 24.12; 34.11). Em597 a.C., mil carpinteiros e ferreiros habili-dosos foram levados de Jerusalém para aBabilônia juntamente com o rei Jeconias eoutros da nobreza, como cativos (Jr 24.1;29.2; cf. 2 Rs 24.14-16). O texto em Esdras3.7 sugere que os pedreiros e carpinteirosfenícios foram contratados para ajudar a re-construir o Templo depois do exílio. No NT, somente José (Mt 13.55) e o SenhorJesus (Mc 6.3) são chamados de carpintei-ros. O termo gr. tekton tem um significadoamplo incluindo “construtor” bem como “car-pinteiro”, mas de acordo com Justino Már-tir, Jesus fez arados e jugos (Trypho 88).Várias ferramentas do carpinteiro sáo men-cionadas por todo o AT. O machado (q,v.) de

Deuteronômio 19.5 tinha uma cabeça de fer-ro e um cabo de madeira (cf, 2 Rs 6.5,6). Aferramenta de Jeremias 10.3 era provavel-mente um enxó ou cinzel. Um machado é mencionado no Salmo 74.6. Na época de Je- remias, os carpinteiros usavam martelos e pregos de pedra (Jr 10.4) bem como cavilhas e encaixes. A serra era manejada por um úni- co homem (Is 10.15), feita de lâminas de pe- derneira com bordas dentadas, montada em uma estrutura, ou de bronze e mais tarde de ferro. Furos eram feitos com uma broca que girava para frente e para trás com um arco e fio. O texto em Isaías 44.13 descreve como um artífice de imagens de escultura marca e mede seu pedaço de madeira com cordel, lápis e riscador, e compasso ou calibradores. Várias destas ferramentas pertencentes ao período do AT foram encontradas em Gezer e em ou- tros locais na Palestina, Veja Artífice.

J. R.Cerâmica. Cerâmica. Cerâmica. Cerâmica. A arte de moldar, modelar e co-zer o barro, ou as coisas feitas de barro cozi-do. Esta é uma das artes mais antigas da ex-periência humana. Veja Ocupações: Oleiro.Cobrador de Impostos. Cobrador de Impostos. Cobrador de Impostos. Cobrador de Impostos. Veja Publicano.Conselheiro. Conselheiro. Conselheiro. Conselheiro. Este termo é empregado emdiversos sentidos: (1) um oficial do governo, dajustiça (Dn 3.2,3); (2) um oficial da corte, umconselheiro do rei (2 Sm 15.12; Is 19,11); (3)em sentido geral, como uma pessoa sábia quedá conselhos (Pv 11.14; 12.20; 15.22; 24.6); (4)o Messias, indicando sua sabedoria (Is 9.6); e,(5) um membro do Sinédrio (Mc 15.43). Os reis, nos tempos antigos, reuniam váriosconselheiros em torno de si, da mesma for-ma que os governantes têm seus conselhei-ros e membros de gabinete. Davi tinha oconfiável Aitofel (q.u.), que foi sucedido porJoiada e Abiatar. Além disso, Jônatas (tiode Davi), Husai, o arquita, e Joabe frequen-temente agiam como conselheiros (1 Cr27.32-34). Nabueodonosor mantinha muitosaltos oficiais como conselheiros em sua cor-te (Dn 3.24,27; 4.36). O rei Artaxerxes daPérsia tinha sete conselheiros (Ed 7.14,15,28; 8.25). Veja Ocupações: Copeiro, O perigo de conselheiros imaturos pode servisto no caso de Roboâo (1 Rs 12.6-19) e doconselho totalmente ímpio, no caso deAcazias (2 Cr 22.2-4). Construtor. Construtor. Construtor. Construtor. Nos dias do AT, os edifícioseram geralmente construídos de pedras outijolos de lama com vigas de madeira no te-lhado. A construção das casas dos israelitasera frequentemente rústica antes do perío-do salomônico. Construtores cananeus ehicsos, porém, haviam demonstrado umanotável habilidade de engenharia e de ar-qnitetura na construção de sólidos muros decidades e portas fortificadas. Bezalel (q.v.),Aoliabe e outros haviam aprendido as habi-lidades dos artífices egípcios e foram poste-riormente dotados pelo Espírito para serem

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OCUPAÇOES OCUPAÇOES

Forno e mó de uma padaria em Pompéia, V,Carcavallo

os edificadores do Tabernáculo (Êx 31.2-11;35.30-35; 36.1-4,8). Salomão empregou mes-tres construtores fenícios para supervisionarseus trabalhadores na construção do Tem-plo (1 Rs 5.18). De vez em quando, os cons-trutores eram necessários para reparar oTemplo (2 Rs 12.11; 22.6), e também o fo-ram para reconstrui-lo depois do exílio (Ed3.10, Ne 4.5,18). Veja Arquitetura; Ocupa-ções: Oleiro, Carpinteiro, Pedreiro. 0 uso figurativo das palavras hebraicas egregas é significativo. Deus é citado como oedificador divino por estabelecer Israel (SI69.35; 102.16; Jr 12.16); por edificar o tro-no de Davi (SI 89.4); por reconstruir Israel(Is 58,12; 61.4; 65.21; Jr 31.4,28; 42.10; Ez36,10; Am 9.11); por reconstruir Jerusalém(SI 147.2); por escolher a pedra de esquinaque os edificadores rejeitaram (SI118,22,23), Este fato é citado no NT e refe-re-se a Cristo (Mt 21.42; Mc 12.10; Lc 20,17;At 4.11; 1 Pe 2.7). Foi dito que os cristãossão edificados sobre Cristo, como o funda-mento (1 Co 3.9-11; 1 Pe 2,5ss.; At 9.31; Rm15.20; Ef 2.20). O cristão deve edificar so-bre Cristo (1 Co 3.11), e deve ser edificadona fé (At 20.32; 1 Co 8,1); ele também deveedificar usando a doutrina como material(G1 2.18; 1 Co 3.10). Serão dados galardõesaos edificadores fiéis (1 Co 3.14).

R. H. B.Construtor de Navios, Construtor de Navios, Construtor de Navios, Construtor de Navios, Nenhum constru-tor de navios aparece na história antiga deIsrael; isto por causa da costa litorânea sua-ve e limitada com poucos portos e pouca oca-sião para o comércio marítimo. O Egito, po-rém, usava navios para o comércio ao longoda costa mediterrânea até Biblos, muito tem-po antes de 2500 a.C. Os anais de Senefru(aprox. 2650 a.C.) referem-se a 40 navios,cada nm com aprox. 179 pés de comprimen-to. Davi (aprox. 1000 a.C.) fez uma aliançacom Hirão de Tiro para buscar na Fenícia omaterial necessário para a construção doTemplo (2 Sm 5.11). Salomão, com a ajudados fenídos, construiu “naus” no mar Ver-melho e estendeu o seu comércio até Ofir (1

Rs 9.26-28). Sem dúvida, estes navios foramcriados pelos fenícios, como sens navios mer-cantes enviados para a distante Társis íq.v.),na Espanha (1 Rs 10.22). Estes podem tertido de 30 a 50 remos duplos que se estendi-am desde os conveses mais baixos, com umúnico mastro e velas acima. Josafá tentoureabrir o comércio no mar Vermelho (1 Rs22,48). Posteriormente, Tiro dominou estasrotas de navegação (Ez 27). Judas Macabeupreparou um porto em Jafa (1 Mac 14.5); osromanos fizeram o mesmo em Cesaréia. O projeto do navio era provavelmente feitopor um carpinteiro-mestre de navios, Ele eseus assistentes usavam ferramentas comoserras, plainas, raspadeiras e martelos. Osconstrutores de navios de Tiro obtinham ci-prestes (ou faias) de Senir para os conveses,cedro das montanhas do Líbano para osmastros, carvalhos de Basã para os remos,madeira de pinho das ilhas dos quiteus paraos bancos - os quais eles ornamentavam commarfim engastado - linho fino bordado doEgito para as velas, e tintura azul e púrpu-ra de Elisá (Chipre) para colorir os toldos(Ez 27.4-7). A junção era calafetada com pi-che, que precisava ser substituído de tem-pos em tempos (Ez 27.9,27). Veja Navios.

J.W. W. eJ. R.Copeiro. Copeiro. Copeiro. Copeiro. A palavra ocorre três vezes na ver-são KJV em inglês, uma vez no singular eduas vezes no plural. Porém o termo heb.mashqeh ocorre com mais freqúência. O“mordomo” do Faraó era um copeiro (Gn 40,1-42.13). Salomão tinha copeiros (1 Rs 10.5; 2Cr 9.4). O único copeiro mencionado pelonome é Neemias, copeiro de Artaxerxes(Longímano), em Neemias 1.11. Seu primei-ro dever, descrito em Neemias 2.1, aparente-mente envolvia a responsabilidade de prote-ger o rei de algum envenenamento, talvez atéprovando primeiro o que o rei viría a beber,no próprio copo do rei. Portanto, a vida do reiestava nas mãos de seu copeiro que, obvia-mente, seria um homem de confiança, e su-postamente de grande qnalificação, capaz deaconselhar o rei em assuntos de estado. VejaOcupações: Despenseiro, Conselheiro,Cortador de Madeira. Cortador de Madeira. Cortador de Madeira. Cortador de Madeira. Veja Cortar; Ocu-pações: Lenhador. Cozinheiro. Cozinheiro. Cozinheiro. Cozinheiro. Nas casas, geralmente eram asmulheres das famílias que cozinhavam (Gn18.6; 27.9; 2 Sm 13.8; Mc 1.31; Lc 10.40; Jo12.2), Os homens, porém, também sabiamcozinhar (Gn 25.29; Jz 6.19; 2 Rs 4.38). Nascasas ricas, um escravo ou servo geralmentepreparava a refeição principal do dia, noentardecer do dia anterior (Lc 15.22,23;17.8). Cozinhar também incluía a tarefa dematar o animal e cortar a sua carne, vistoque a palavra heb. tabbah para “cozinheiro”significa “matador”. Não havia açougueirosprofissionais nas cidades de Israel, porqueos cidadãos comuns da classe média só co-

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OCUPAÇOES OCUPAÇÕES

Uma loja de vinho em Pompéia. HFV

miam carne nos dias de festa ou em outrasocasiões especiais. Cozinheiros profissionais do sexo masculinoeram empregados em centros religiosos emIsrael, como no caso de cozinheiro de Samuelque preparou uma coxa (espádua) para Saul(1 Sm 9.23,24). Eles sem dúvida trabalha-vam na corte real (cf. 1 Rs 4.22,23). Os reistambém recrutavam mulheres cozinheirasconforme o sistema social cananeu, comoSamuel advertiu (1 Sm 8,13). Vejo Ocupações: Padeiro. Modelos de tumbas egípcias representamcenas de cozinha como matar animais, moergrãos e fazer bebidas fermentadas. As cenasem pinturas, em monumentos, e tumbas re-tratam atendentes suprindo seu senhor e suaesposa com provisões, incluindo a carne degado (VBW, II, 125). O texto em Gênesis40.20 registra a festa de aniversário do Faraópara todos os seus servos. O mais antigomenu real conhecido aparece na esteia deAssurnasirpal II, no qual ele descreve suafesta dada para 69.574 pessoas na dedica-ção de seu novo palácio em Cala, em 879 a.C.O cozimento era feito geralmente sobre umfogo aberto no pátio da casa. Quando a car-ne era assada, um animal inteiro normal-mente era colocado diretamente sobre asbrasas ou em um espeto, bem cozido de for-ma que a carne pudesse ser facilmente reti-rada e comida com os dedos. Muitas pesso-as, porém, preferiam cozinhar a carne naágua ou a fogo lento em uma panela (Jz 6.19;Jr 1.13; Ez 11.3,7; 24.3-5; Mq 3.3). Os discí-pulos de Jesus gostavam de comer peixe as-sado sobre brasas (Lc 24.42; Jo 21.9). VejaAlimentos; Cerâmica.

J. R.Criador de Ovelhas. Criador de Ovelhas. Criador de Ovelhas. Criador de Ovelhas. O termo heb. noqed éusado tanto para o apascentador como Amós(1.1), quanto para um grande criador e pro-prietário, ou vendedor, tal como o rei deMoabe (2 Rs 3.4), O termo mais tarde veio aser usado em relação ao dono de uma raçasuperior de ovelhas. Veia Ocupações; Pastor.Curtidor. Curtidor. Curtidor. Curtidor. O processo de curtir peles pelo usodo limão, o suco de certas plantas, a cascaou folhas de certas árvores, é uma arte anti-

ga. Os israelitas aprenderam a arte de cur-tir com os egípcios que eram altamente ha-bilidosos. Este era um dos mais importan-tes comércios do Egito, onde o couro era ex-tensivamente usado para o trabalho orna-mental. A demanda por peles era tâo gran-de ali, que eles eram incapazes de fornecer osuficiente, e uma forma de tributo extorqui-do de nações dominadas era o fornecimentode peles. A curtição desenvolveu-se a partir da neces-sidade ae transformar uma pele de algo quefacilmente se decomporia em um materialque duraria quase que indefinidamente. Istoé feito mergulhando a pele em um líquidocontendo ácido. Na antiga Palestina e Síriaas casas dos curtidores estavam geralmentelocalizadas a beira-mar pela facilidade dedescarte de líquidos indesejáveis, e pela con-veniência de se obter a água salgada usadano processo de curtição. Os tanques eramfeitos de alvenaria de pedras e com argamas-sa. As peles de ovelhas e cabras eram be-suntadas do lado da carne com limão, depoiseram dobradas e deixadas por um tempo atéo pêlo se soltar. Após o pêlo e o material decarne terem sido removidos, as peles eramnovamente tratadas com limão e farelofermentante. Eles eram geralmente curtidoscom sumagre. Depois de secar, um dos ladosda pele era escurecido através da fricção comuma solução de vinagre e pedaços de cobre.Lascas de carvalho eram usadas nas cerca-nias de Hebrom ao se fazer odres de couro(Js 9.4,13; Mt 9.17). A curtição não era tida como algo bom entreos judeus. Ela era acompanhada de odoresdesagradáveis e era cerimonialmente conta-minante, porque os animais mortos eram con-siderados imundos. Simão o curtidor encontrouamizade e comunhão entre os cristãos. Isto nãolhe teria sido concedido pelos judeus (At 9.43;10.6,32). Pedro hospedou-se na casa de Simãoem Jope. Isto indica que Pedro estava desen-volvendo uma atitude mais liberal em relaçãoàs regras cerimoniais.

C.K. H.Despenseiro. Despenseiro. Despenseiro. Despenseiro. Um administrador dos negó-cios, do lar, e da propriedade de uma pessoade posses. Os deveres de um despenseirogeralmente incluíam responsabilidades taiscomo a supervisão das refeições, as finançasdomésticas, os servos, o cuidado com as cri-anças da família, os rebanhos, e o cultivo doscampos. Um exemplo do AT é Eliézer, o ad-ministrador/despenseiro de Abrão (Gn 15.2).No NT, a palavra grega mais comum paraadministrador é oikonomos, que significa“governante ou gerente de uma casa'’ (Lc12.42; 16.1,3,8). Por causa de seu valorilustrativo eficaz, o termo é usado em rela-ção aos líderes cristãos como os bispos e após-tolos (Tt 1.7 ; 1 Co 4.1,2). O termo também éaplicado aos cristãos em geral (1 Pe 4.10).Doutor. Doutor. Doutor. Doutor. O termo grego didaskalos (Lc 2.46)

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OCUPAÇÕES OCUPAÇÕES

Múmias egípcias no Louvre, Paris. LM

na verdade significa “mestre”; e nomodi-daskalos (Lc 5.17; At 5.34), “mestre da lei”.A partir de Lucas 5.21 fica claro que os “dou-tores” eram escribas (veja Escriba) ou expo-sitores profissionais da lei do judaísmo. Elespossuíam uma instrução especial e tinhamque passar por exames rigorosos antes deserem reconhecidos oficialmente. Posteríor-mente, as suas tradições, junta mente com asde outros mestres proeminentes, foram re-gistradas no Talmude. Saulo de Tarso foiinstruído por um destes doutores, Gamaliel(q.o.), que pertencia à escola liberal de Hilel,do partido farisaíco. Veja Doutor; Rabi; Ocu-pações: Doutor da Lei. Doutor da Lei. Doutor da Lei. Doutor da Lei. Doutor da Lei. Oito dos nove usos do termogrego nomikos no NT referem-se aos homensversados na lei religiosa. Os doutores da leisão normalmente associados aos fariseus (Lc7.30; 11,44,46; 14.3). O doutor da lei tambémera chamado de escriba, rabi e doutor, e ti-nha uma função praticamente idêntica à doescriba (q.u.). Sua tarefa era estudar, inter-pretar e ensinar a lei escrita e oral de Israel,bem como decidir questões relacionadas a ela.O compromisso dos doutores da lei com asalvação pela lei era tal que eles rejeitavama pregação de João Batista, relacionada aoconselho e ao propósito de Deus para eles(Lc 7.30). Eles também procuraram colocaro Senhor Jesus à prova através de pergun-tas difíceis (Mt 22.35; Lc 10.25). O Senhor Jesus condenou os doutores da lei por aumentarem os fardos do povo e por es- conderem a chave do conhecimento (ou a chave da ciência; Lc 11.45-52), e não hesitou em desafiá-los e repreendê-los (Lc 14.3). Paulo menciona Zenas, um doutor (ou intér- prete) da lei que era cristão (Tt 3.13), talvez um jurisconsulto secular que havia feito uma profissão de fé. Veja Ocupações: Doutor; Rabi; Escriba.

R. B. D.Embalsamador. Embalsamador. Embalsamador. Embalsamador. Os egípcios empregavamembalsamadores profissionais porque dese-javam preservar o corpo da decomposição. Deacordo com Gênesis 50.2 aqueles que embal-

samaram o corpo de Jacó eram médicos dacorte. Veja Embalsamar; Ocupações: Médico.Entalhador. Entalhador. Entalhador. Entalhador. Entalhes em madeira e marfim(q.o.; ANEP #125-132) de alta qualidade ar-tística eram feitos por povos que rodeavam osisraelitas. Habitantes amorreus de Jerieó, ca-naneus na Fenícía e, especialmente, artíficesegípcios demonstraram tais habilidades. Po-rém, a influência da adoração ao Senhor eli-minou das imagens de arte israelitas os ídolose os motivos lascivos nascidos da idolatria. Otrabalho de Bezalel e Aoliabe no Tabemáculo(Êx 31.1-5) e de outros noTemploíl Rs 6.18,29-35) revelava a arte que era pura como tam-bém bela. Paredes e portas esculpidas, enta-lhes de botões de lótus e flor-de-lis, mobília demadeira de oliveira recoberta de ouro, equerubins eram criados para simbolizar a pre-sença do Senhor, e se encaixavam nos padrõesde adoração que apontavam para Deus comoEspírito, ensinando a conduta correta. A ver-são KJV em inglês utiliza tais termos comoartífice, gravador e entalhador para se referirao artesão deste tipo. Veja Ocupações: Escultor. Escravo. Escravo. Escravo. Escravo. Veja Ocupações: Servo; Serviço. Escriba. Escriba. Escriba. Escriba. Veja Escriba; Rabi; Ocupações: Doutor da Lei. Escultor. Escultor. Escultor. Escultor. Este artista-artífice era perito ementalhar ou cinzelar vários materiais duros

Desenho da reconstrução de uma plaea de marfim, Megido

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OCUPAÇÕES OCUPAÇOES

Uma cena da oficina de um trabalhador em metal, mostrando seis homens assoprando o fogo para aumentar sua intensidade, O homem a a a a direita derrama ouro ou prata líquidos. Da tumba de

Mererula, Sakkara. LL

tais como pedras, pedras preciosas, marfim,ossos e metais. Ele produzia selos ou escara-velhos, estátuas e imagens (cf. At 17.29), pla-cas em baixo-relevo, e esteias inscritas,Hirão de Tiro era um entalhador-mestre,juntamente com as suas outras habilidades<2 Cr 2.7; 1 Rs 7.36). Com uma ferramentade gravar (he.ret) ou estilete (cf. Is 8,1) Arãoesculpiu os detalhes de um bezerro de ouroou novilho sobre a aparência rústica quehavia feito (Ex 32.4). Inscrições em pedrastambém são citadas como obras esculpidas(Êx 32.16; 39.6,30; Jó 19.24; Jr 17.1; cf. Is49.16). Veja ídolo; Jóias; Ocupações: Enta-lhador; Selo, Sinete. Fabricante de Tendas. Fabricante de Tendas. Fabricante de Tendas. Fabricante de Tendas. O mais eminentefabricante de tendas da história foi o após-tolo Paulo (At 18.3). Tanto os homens comoas mulheres (por exemplo, Áqüila e Priscila)ocupavam-se neste comércio. Eles primeirotinham que tecer o pano da tenda em seusteares. Na Palestina eram usados pêlos decamelos e cabras que fornecem um materialmarrom escuro, quase preto (Ct 1,5). Entãoos fios compridos e estreitos eram costura-dos juntos. As cordas que eram atadas seri-am mais tarde amarradas às estacas ao sefixar a tenda (Is 54.2). Uma vez que Paulo veio de Tarso na Cilícia,ele estava, sem dúvida alguma, treinadopara fazer tendas da lã ou dos pêlos das ca-bras da Cilícia. Este material era chamadode cilicium em latim; era superior em suacapacidade de fornecer abrigo durante amaioria das chuvas torrenciais. Sendo umouco rígido, porém, o tecido era mais difícile ser cortado e montado do que os outrospanos, de forma que esta atividade se tor-nou um comércio distinto. Com base, porém,nas versões latinas mais antigas de Atos18.3, onde lê-se kctarius para a palavra gre-ga skenopoíos, alguns têm pensado que Pau-lo era na verdade um trabalhador em couro.Veja Tenda.

. . . . . . . . JJJJ ---- R lR lR lR l

FerreiroFerreiroFerreiroFerreiro1111. . . . Veja Minerais e Metais; Ocupa-ções: Artífice em Meta).

Ferreiro’. Ferreiro’. Ferreiro’. Ferreiro’. Quando o ferro tanto quanto ocobre tomaram-se abundantes na Palestina(após 1200 a.C.), os trabalhadores em metaltornaram-se ferreiros. Antes das vitórias deSaul e Davi, os filisteus impediam que osisraelitas tivessem seus próprios ferreiros efizessem armas mais modernas. Consequen-temente, quando os hebreus precisavam afi-ar ou consertar suas ferramentas, eles eramforçados a descer até os ferreiros filisteus (1Sm 13.19-22). Pelo fato de o ferreiro usar foles feitos decouro e soprar ar através de tubos de barrosobre o carvão com o qual ele derretia seusmetais, era chamado de “aquele que assopra”(Is 54.16). Por utilizar martelos e bigornapara dar forma ao ferro depois de estar der-retido, ele também era chamado de aquele“que alisa com o martelo” e aquele “que batena bigorna” (ou safra; Is 41.7). O processode fundir e amolar o forro ainda não haviasido desenvolvido nos tempos do AT. Portan-to, todas as ferramentas de ferro eram pro-duzidas e afiadas pelo golpeamento; “O fer-reiro faz o machado, e trabalha nas brasas,e o formata com martelos, e o lavra com aforça do seu braço” (Is 44.12). Os implemen-tos produzidos para o trabalho, guerra e vidadoméstica eram bastante variados e nume-rosos para serem mencionados aqui. VejaMinerais e Metais: Ferro; Ocupações; Artífi-ce em cobre, Artífice em ouro, Refinador,Artífice em prata. Fiação, Fiação, Fiação, Fiação, Mulheres fiaram o azul, a púrpura,o escarlate, o linho fino e o pêlo de cabra (Êx35.25,26) para as cortinas do Tabernáculo. Afiação era, aparentemente, uma das muitasatividades domésticas da mulher virtuosa (Pv31.13-19). Os lírios do campo possuem uma

Capacete de gladiador de bronze, século lí d.C, BM

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OCUPAÇÕES OCUPAÇÕES

beleza admirável sem o trabalho árduo e sema necessidade de fiação (Mt 6.28; Lc 12.27).Existem evidências literárias e arqueológicaspara a compreensão de que a fiação e a tece-lagem foram desenvolvidas muito cedo emtodas as áreas do antigo Oriente Próximo, Asprincipais fibras vegetais usadas eram o al-godão e o linho; as fibras animais eram prin-cipalmente a lã, o pêlo de cabra e o pêlo decamelo. As fibras eram enroladas nas rocas(Pv 31.19a), ou bolas, ou ainda os fios torci-dos de fibras eram contidos em cilindros defiar. Nestes, os fios a serem unidos ou tecidoseram formados pela mão esquerda enquantoas fibras eram passadas em volta do polegare dos dois primeiros dedos. A palma direitagirava o fuso (Pv 31.196) por meio da poliaredonda fixada à sua haste, torcendo, assim,o fio tecido no fuso. A fiação era o passo pre-paratório necessário para o processo de te-cer. Veja Pano; Roca; Ocupações; Tecelão.

H. E, Fi,Fundição. Fundição. Fundição. Fundição. Quando Isaías (1.25) fala de pu-rificar a escória e tirar o metal impuro, eleestá se referindo a um processo de purifica-ção ou fundição para separar o metal de seuminério pelo calor. Da mesma forma, são fei-tas referências em Jó 28.1,2 à purificação doouro e à fundição do cobre do minério. Taismetais como ouro, prata, cobre, chumbo, es-tanho e ferro eram purificados e usados naPalestina durante os tempos do AT. VejaMinerais e Metais; Ocupações: Refinador.Fundi dor. Fundi dor. Fundi dor. Fundi dor. Veja Ocupações: Refinador, Ar-tífice em ouro, Artífice em prata, Entalha-dor; Imagem de Escultura. Jardineiro. Jardineiro. Jardineiro. Jardineiro. Palavra usada apenas em João20.15. A palavra gr. kepouros (lit., “vigia dojardim”) evidentemente se refere ao vigia(q.v.); cf. o “guarda de vinhas” (Ct 1,6; cf.8.11, “guardas”). Durante a temporada,quando os frutos estavam amadurecendo, ovigia normalmente descansava em uma“choça” ou “cabana” (Jó 27.18), uma “chou-pana” ou “palhoça” (Is 1.8), que era um abri-go ou cabana no campo. Ele guardava osfrutos de ladrões e de animais predadores,como por exemplo, das raposas (Ct 2.15).Não se esperava que ele fizesse algum tra-balho manual no jardim. No Egito e na Mesopotâmia os jardineiros -no sentido moderno da palavra - eram eomu-mente empregados pela realeza e pela nobre-za. Eles eram, frequentemente, escravos cul-tos. O palácio do século XIV a.C. dos reis ca-naneus de Ugarite tinha um pátio que pos-suía um jardim. O texto em Neemias 2.8 men-ciona o “guarda do jardim do rei” ou o “guar-da do bosque do rei” (heb. par des, uma pala-vra de origem persa que significa um parqueou pomar fechado; veja Plantas: Bosque ouFloresta). Veja Plantas: Jardim.

. . . J-R* Joalheiro. Joalheiro. Joalheiro. Joalheiro. Veja Jóias; Ocupações: Artífice

em prata, Artífice em ouro. Juiz. Juiz. Juiz. Juiz. Veja Juiz, Julgando; Ocupações: Dou-tor da Lei. LLLLavandeiro. avandeiro. avandeiro. avandeiro. Um lavandeiro era uma pes-soa, homem ou mulher, empenhados na lim-peza de tecidos (Is 7.3; MI 3.2; Mc 9.3). Otrabalho do lavandeiro era de dois tipos, de-pendendo se ele lidava com novos tecidos dotear ou com vestes manchadas que já havi-am sido usadas. Ele limpava roupas sujasmergulhando-as e pisando-as em água mis-turada com uma substância alcalina obtidaa partir de cinza de plantas (traduzida emalgumas versões como “potassa” em Ml 3.2).Conseqüentemente, o lavandeiro era carae-teristicamente chamado de “pisador” ou“calcador” (do heb. kabas). Por cansa do maucheiro envolvido, tal trabalho era executadoem um “campo” ou em um lugar fora da ci-dade, onde houvesse água e pedras nas quaisas vestes pudessem ser pisadas, e espaço

Í

iara secá-las e alvejá-las ao sol (2 Rs 18.17;s 7.3; 36.2). Veja Campo do Lavandeiro. Um

agente limpador às vezes usado pelolavandeiro era o natrâo (salitre) importadodo Egito e misturado com argila branca (Pv25.20; Jr 2.22). O material recém - tecido (o pano não enco-lhido de Mt 9.16; Mc 2.21) tinha que passarpela remoção de óleos ou gomas naturaisantes do fingimento. O tecido era completa-mente encharcado e pisado a fim de filtrá-lo, então alvejado com vapores de enxofre, efinalmente prensado na prensa do lavandei-ro. Veja Ocupações: Tingidor. A limpeza, alvejamento ou branqueamentorealizada pelo lavandeiro deu ocasião às des-crições do caráter purificado produzido peloperdão dos pecados (SI 51.7; Jr 4.14). Assim,em Zacarias 3.4, a remoção das “vestes su-jas” de Josué, o sumo sacerdote, simboliza-va a remoção de sua iniqüidade por parte deDeus. O texto em Isaías 1.18 descreve o per-dão do Senhor como conferindo um caráter“branco como a neve”.

J. W. W.Lavrador'. Lavrador'. Lavrador'. Lavrador'. Veja Agricultura; Ocupações:Agricultor, LavradorLavradorLavradorLavrador1111. . . . Embora este termo não apareçaem algumas versões, como a KJV em inglês,que normalmente traduz o grego georgioncomo “agricultor” (veja Ocupações: Agricul-tor), a palavra é encontrada na maioria dasversões modernas em 2 Timóteo 2.6 e Tiago5.7. A versão NASB em inglês traz o termo“lavrador” também em Isaías 28.24; 61.5;Jeremias 14.4; 31.24; 51.23; Joel 1.11; Amós5.16; Gênesis 9.20. Outros termos que des-crevem o lavrador são “o que lavra” (1 Co9.10), “viticultor” (Jo 15.1; Mt 21.33ss; a notamarginal da versão NASB em inglês traz otermo “lavrador arrendatário”). A atividade econômica dominante no perío-do antigo da nação de Israel era a agricultu-ra. Amaioriadas pessoas, portanto, vivia em

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OCUPAÇÕES OCUPAÇÕES

Modelo de barco egípcio com remadores, de aprox. 2000 a,C. BM

aldeias ou cidades muradas perto de seuscampos, e saía durante o dia para lavrá-las.Visto que boa parte da terra é montanhosa,muito cedo os habitantes construíram ter-raços com as rochas supeTabundantes paraestenderem os limites de sua terra arável.Ricos proprietários de terra podiam ter mãode obra extra (Lc 15,17,19). Estes eram es-cravos ou trabalhadores contratados (Lv25.6; Jó 7.1,2). Os trabalhadores diurnos emIsrael deveríam ser pagos após o final decada dia de trabalho (Lv 19.13; Dt 24.14; Mt20.1-16), e o seu salário não podia ser retido(Ml 3.5; Tg 5.4). Um israelita que vendessea si mesmo como um servo contratado paraum outro israelita, nâo deveria ser tratadocomo um escravo, mas como um homem con-tratado, cujo contrato de serviço terminariano ano do jubileu (q.u; Lv 25.40,50,53).Quanto às temporadas agrícolas, méto-dos de plantio, e produtos agrícolas, vejaAgricultura.

J. R.Lenhador. Chamado de “raehador de le-nha”, o lenhador em Israel era normalmen-te um cativo ou escravo uma vez que o tra-balho de cortar madeira para fogueiras eraconsiderado uma tarefa manual. Forçados aservir a toda a comunidade de Israel, osgibeonitas tornaram-se lenhadores etiradores de água (Js 9.21,23,27; cf. Dt29.11). Os lenhadores do rei Hirão, tme cor-tavam madeira nas montanhas do Líbanopara fomecê-la ao Templo de Salomão, po-rém, eram lenhadores experientes e preci-savam ser pagos por seu trabalho (2 Cr 2.10).O juízo a ser infligido ao Egito por Nabuco-donosor é comparado a um exército de lenha-dores vindo com machados para desmataruma floresta (Jr 46,22,23). Geralmente, tra-balhavam de dois em dois, com a conseqüentepossibilidade de um ferimento acidental, oude morte, se a cabeça do machado do parcei-ro se desprendesse (Dt 19.5). Veja Cortar,Mágico. Veja Magia, Mágico. Marinheiro. Marinheiro. Marinheiro. Marinheiro. A palavra heb. mallah é deri-vada de melah, “sal”, e em Ezequiel27.9,27,29 e João 1.5 tem a idéia de “nave-gador” ou aquele que ajuda a conduzir umnavio. Uma outra palavra heb., shatim, é

encontrada em Ezequiel 27.8 e significa “re-madores”. Os israelitas eram primeiramen-te um povo do pastoreio e da agricultura, etinham pouco interesse em seguir a vidamarítima. Os fenícios eram os grandes na-vegadores dos tempos do AT; daí as referên-cias em Ezequiel 27 a “marinheiros” nalamentação sobre Tiro. Os marinheiros egípcios subiam e desciamo Nilo e percorriam com regularidade o marMediterrâneo e o mar Vermelho. A Histó-ria do Marinheiro Naufragado remonta aoperíodo do Reino Médio (Adolf Erman, TheAncient Egyptians, Nova York. Harper Tor-chbook, 1966, pp. 29-35), e um papiro do sé-culo XI a.C. comenta a viagem de Wen-Amon para conseguir madeira na Fenícia(ANET, pp. 25-29). No NT, os marinheiros são mencionadoscomo presenciando a destruição da Babilô-nia dos últimos dias (Ap 18.17-19). Os “ma-rinheiros” ou “marujos” que lidavam com onavio agitado pela tempestade, no qual Pauloestava sendo levado prisioneiro para Roma,fizeram a sondagem, lançaram as âncoras, eentão tentaram escapar no bote do navio (At27.27-30). Veja Navios.

S. F. B. e J. R.Médico ou Clínico. Médico ou Clínico. Médico ou Clínico. Médico ou Clínico. Tanto o termo heb.rope’, de rapa’, “curar”, “consertar”, como otemo gr. iati-os, significam alguém que cura,o equivalente ao que chamamos hoje de mé-dico ou especialista em medicina (Ex 15.26;Jr 8.22). Os médicos eram altamente esti-mados no Egito da época de Imhotep, a par-tir da terceira Dinastia em diante, e deixa-ram vários papiros antigos descrevendo suaspráticas médicas e cirúrgicas. O código deHamurabi, em aprox. 1750 a.C., indica umalto nível de organização médica na Babilô-nia. O mesmo ocorre em outros textos, quetrazem um registro de prescrições de drogasde origem animal e mineral, além das ervas.Os médicos são mencionados pela primeiravez no AT no embalsamamento de Jacó parao sepultamento (Gn 50.2), Asa foi condena-do por procurar médicos ao invés de buscarao Senhor em primeiro lugar; ele não colo-cou sua principal e verdadeira confiança paraser curado em Deus. Em segundo lugar, éprovável que estes supostos médicos nâo pas-sassem de feiticeiros pagãos, que nâo eramverdadeiros médicos (2 Cr 16.12). Jó falametaforicamente de seus confortadores comomédicos que não valem nada (Jó 13.4). O Senhor Jesus Cristo utiliza este termo deuma forma proverbial por duas vezes, umavez em relação a si mesmo (Lc 4.23), e outraem relação ao seu ministério (Lc 5.31; cf. Mt9.12; Mc 2.17). O milagre da cura da mulherque tinha um fluxo de sangue foi ainda maismaravilhoso, uma vez que ela havia ido amuitos médicos e estava agora financeira-mente falida (Mc 5,26; Lc 8.43). Por causa

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OCUPAÇÕES OCUPAÇÕES

de seu ministério de cura, os cristãos hoje sereferem freqüentemente ao Senhor Jesuscomo o Grande Médico. Paulo chamou Lucasde “o médico amado1’ (Cl 4.141, sugerindo queLucas pode ter tido um treinamento seme-lhante ao de Galeno (130-200 d.C.l, oanatomista, fisiologista e médico grego.Veja Doença; Cura, Saúde,

R. A. K.Mestre, Mestre, Mestre, Mestre, Veja Educação. Minerador, Mineração. Minerador, Mineração. Minerador, Mineração. Minerador, Mineração. Veja Minerais eMetais; Mineração. Mordomo. Mordomo. Mordomo. Mordomo. Um oficial na casa de um rei ououtro dignitário, responsável pelos vinhos eoutras bebidas (lit., aquele que serve bebi-das; Gn 40.1-23; 41.9). A tradução “copeiro”é usada em outras passagens (1 Rs 10.5; 2Cr 9.4; Ne 1.11). Veja Ocupações: Copeiro.Músico. Músico. Músico. Músico. Músicos profissionais tocavam nascortes do antigo Egito, Assíria e Babilônia, eeram conhecidos também entre os cananeuse fenícios. Parece que o rei Davi introduziucantores e instrumentistas profissionais nopalácio e no Templo de Israel (2 Sm 19.35; SI68.25; Ec 2.8). Os músicos do Templo eramdesignados das classes dos levitas (1 Cr 15.16-22). Enquanto cantavam na dedicação doTemplo de Salomão, eles se vestiam de linhofino e permaneciam “para o oriente do altar”(2 Cr 5.12). Muitos dos títulos dos salmos in-dicam que os salmos foram escritos para omúsico chefe ou diretor do coral. Da mesma

forma, Habacuque afirmou que sua oração nocap. 3 era “Para o cantor-mor sobre os meusinstrumentos de música” ou “Ao mestre decanto. Para instrumentos de cordas” (Hc 3.19).Há alguma evidência de grupos musicais noIsrael antigo. Em 1 Reis 4.31 os famosos sá-bios, Etã, Hemã, Calco! e Dara, são chama-dos de “filhos de Maol”; mas em 1 Crônicas2.6 eles são citados como filhos de Zerá, umjudaíta. Em hebraico, o termo Maol signifi-ca “dançar”; por esta razão, imagina-se queestes homens eram membros de um grupoorquestral ou de dança (IDB, III, 227). Noantigo Oriente Próximo, a música e a sabe-doria eram freqüentemente associadas. Veja Música; Menestrel.

J.R.Navegador. Navegador. Navegador. Navegador. Veja Ocupações: Marinheiro;Navio. Negociante. Negociante. Negociante. Negociante. Muitos dos antigos textoscuneiformes da Macedônia lidam com o co-mércio entre os sumérios e seus vizinhos. AAssíria e a Babilônia tornaram-se uma dasmaiores áreas comerciais da Antiguidade (cf.Is 47.15; Na 3.16). Em acádio, o negocianteera chamado um tamkarum. Ele era um ci-dadão livre que comprava e vendia merca-dorias ou emprestava dinheiro por sua pró-

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iria conta. Seu negócio era regulado pelaseis civis, tais como o código de Hamurabi, e

por certos estatutos da lei pública relativosa licenças e impostos de transporte. Já em1950 a.C. os assírios haviam estabelecidovárias colônias de negociantes ou estaçõesde comércio na Capadóeia, 800 quilômetrosa noroeste de Assur (W, F. Leemans, The OldBabylonían Merchant, Leiden. Brill, 1950).Nos séculos seguintes, as tábuas de Mari, aleste da Síria, falam de missões de comérciolevando carregamentos de estanho paraAlepo e para Hazor, na Palestina. As cartasde Amarna (q.v. ) contém muitas evidênciasdo comércio internacional entre o Egito,Canaã e Mesopotâmia no século XIV a.C.No segundo milênio a.C., o negociante qua-se que invariavelmente viajava pelas váriasaldeias e povoados levando as suas própriasmercadorias. As três raízes hebraicas queformam as palavras para negociante e co-merciante (sahar, rahal, e tur) significamcircular por vários locais ou explorar. Mes-mo nos tempos do NT, a palavra gregaemporos (Mt 13,45; Ap 18.3 etc.) significa umnegociante viajante, diferente de um kapelos,um vendedor ambulante puramente local (cf.2 Co 2.17). Para a sua proteção mútua, osnegociantes frequentemente andavam emcaravanas, como por exemplo os midianitasque compraram José para vendê-lo como es-cravo no Egito (Gn 37.25). O comerciantecarregava sua mercadoria e a vendia direta-mente aos consumidores ou nos mercadospúblicos nas portas das cidades (2 Rs 7,1;Ne 13.15-21). Ele freqüentemente compra-va seus produtos de alguém que os fazia em

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OCUPAÇOES OCUPAÇOES

Fabricarão de tijolos ao longo do Nilo. O barro molhado é despejado em uma forma de madeira, que entào é levantada e utilizada para repetição do processo. Tijolos secos ao sol duram por um longo

tempo em uma terra onde há escassez de chuva. HFV

casa (Pv 31.24), para que nenhum interme-diário se envolvesse. Somente na época de Salomão o comércioestrangeiro tornou-se um grande negócio emIsrael. Mesmo então, esta atividade era ummonopólio real. Salomão obteve ajuda deHirâo de Tiro na construção e na guarniçãode uma frota comercial que estava baseadaem Eziom-Geber (1 Rs 9,26-28; 10.11,22).Seus negociantes permutavam os Lingotes decobre extraídos cias minas em Arabá, e osprincipais produtos agrícolas para exporta-ção - azeite, grão e vinho - pelo ouro e pro-dutos exóticos da Arábia e dalém. Salomãotambém fazia negócios com as caravanas dodeserto (1 Rs 10.15). Calcula-se que a rai-nha de Sabá viajou quase 2.000 quilômetrosaté Jerusalém a fim de visitar a corte de Is-rael em uma missão comercial (1 Rs 10.1-10). O seu propósito era, supostamente, fir-mar um acordo comercial com Israel, queabrangia a compra e a venda de incenso eespeciarias ícf. Ct 3.6), ouro e pedras precio-sas, e a exportação destes artigos para ou-tros povos através do território de Salomão.Seus agentes também compravam cavalosem Kue (Cilíeia) e carros no Egito, e entãoos revendiam para os governantes das cida-des-estado siro-hetéias (1 Rs 10.28,29).Depois que a Capital do Reino do norte foimudada para Samaria, Israel estabeleceuestreitas relações comerciais tanto com aFenícia quanto com os arameus/sírios. O rei

Acabe assinou um acordo comercial com Ben-Hadade de Damasco para que seus negoci-antes pudessem montar bazares (ou “ruas”)nas cidades destes dois governantes (1 Rs20.34). Do século IX a.C. até o século VII a.C.os negociantes marítimos fenícios estavamem seu apogeu. Isaías em seu oráculo comrelação a Tiro faz referência aos navios deTársis - navios mercantes que navegavampara a Sardenha e para a Espanha - com afinalidade de negociar com as nações e bus-car a sua receita no comércio de grãos do valedo Nilo, e também para a sua prática de co-lonização de lugares distantes, estabelecen-do os seus negociantes como príncipes (Is23.1-8). Em profecias ainda mais detalhadas,Ezequiel lista as nacionalidades e os produ-tos que contribuíram para o enriquecimentode Tiro (Ez 27.1-27; 28.4,5,18). O Senhor Jesus, educado na agitada Nazaré,que dominava as rotas comerciais pelaGaliléia e pelo vale de Esdraelom, cresceuconsciente da vida comercial. Ele comparouo reino dos céus a um negociante de pérolasque em uma de suas viagens encontrou umapérola de grande valor, talvez em uma lojaárabe ou na mão de um mergulhador ao lon-go do mar Vermelho (Mt 13.45). O Senhorfalou de um convidado para uma festa decasamento que rejeitou o convite alegandoestar compromissado com o seu comércio (gr.emporia, Mt 22,5). O senhor que partiu emuma longa viagem e confiou as suas proprie-

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OCUPAÇOES OCUPAÇÕES

Cerâmica mieênica no Museu de Rodes. Mimosa

dades aos seus servos, esperava que eles lhegerassem lucros, negociando (Mt 25.14-16),Veja Comércio; Viagem e Comunicação; Pe-sos, Medidas e Moedas.

J. R.Oleiro. Oleiro. Oleiro. Oleiro. Vasos de barro moldados por um olei-ro por volta de 5000 a.C. foram encontradosem Jerico. Por volta de 2000 a.C. o uso daroda de um oleiro - embora um pouco anteri-or entre os egípcios e os sumérios - foi inici-ado na Palestina. Esta roda consistia de umpar de discos de pedra (Jr 18.3), um sobre ooutro. O disco inferior era virado pelo pé dooleiro, e o disco superior, no qual o barro eracolocado, era virado pelo disco inferior. A rodaexigia um uso Tépido das mãos para dar for-ma ao vaso a partir de um pedaço de barro,ao invés de trabalhar com uma forma rígida.Assim, o oleiro desenvolvia grande habilida-de, criação e variedade. Por causa de sua des-treza, algumas famílias eram colocadas a ser-viço especial dos reis (1 Cr 4.23). Cuidados amente elaborados, as formas e osdesenhos eram usados com muita regulari-dade a qualquer tempo e em qualquer local.Estes desenhos eram freqüentemente fixadospor decreto em forma e decoração. O vaso aca-bado era polido ou pintado, e então colocadoem um forno para endurecer. Pelo fato dosestilos de cerâmica mudarem freqüentemen-te, e pelos pedaços de potes quebrados serempraticamente indestrutíveis, os arqueólogosusam cacos de cerâmica para datar os acha-dos de acordo com uma cronologia de cerâmi-ca cientifica mente elaborada. Veja Cerâmica.

J. W, W.Oleiro ou Fabricante de Tijolos. Oleiro ou Fabricante de Tijolos. Oleiro ou Fabricante de Tijolos. Oleiro ou Fabricante de Tijolos. O pri-meiro relato de fabricação de tijolos na Bi-blia Sagrada está relacionado com a Torrede Babel (Gn 11.3). Na planície aluvial en-tre os rios Tigre e Eufrates, tanto o tijolo secoao sol para a parte interior das paredes, comoo tijolo queimado no forno para o revestimen-to externo, eram usados como pedras desdeos tempos antigos. Dizem que os egípcios consideravam a fabri-cação de tijolos como uma ocupação não sau-dável. O texto em Êxodo 5 registra as expe-riências amargas dos israelitas como escra-vos no Egito, quando eram obrigados a fazertijolos. Primeiro usavam a palha que lhes era

fornecida como aglutinante. Mais tarde re-ceberam ordens para juntar sua própria pa-lha, e finalmente restolho (Êx 5.7,11,12).Foi anteriormente levantada uma crítica comrelação a este relato, pois alguns pensaramque os egípcios não utilizavam palha; porémas evidências arqueológicas são suficientespara provar eme o relato bíblico é verdadei-ro. Joseph P. Free cita um antigo documen-to egípcio, o Papyrus Anastasi, que contémo lamento de um oficial que tinha que erigiredifícios na fronteira egípcia. Ele alegava quenão podia trabalhar, dizendo: “Estou despro-vido das condições necessárias. Não há pes-soas para fazer tijolos e não há palha” (Ar-chaeology and Bible History, pp. 91-92). Em1883, Naville desenterrou os silos de arma-zenamento de Tell el-Maskhuta na frontei-ra da terra de Gósen. Ele identificou o lugarcomo Pitom, onde os israelitas faziam tijo-los. As paredes eram feitas de séries de tijo-los secos ao sol, e alguns eram feitos com pa-lha enquanto outros não.

Jarro e taça de ouro de Alacahuyuk, Turquia, de aprox. 22ÚÚ a.C. Aucara

As dimensões dos tijolos egípcios variavam.Tinham de 35 a 50 centímetros de comprimen-to; de 16,5 a 21,5 centímetros de largura; e 11,5a 17,5 centímetros de espessura. Eles eramformados em moldes de madeira depois que obarro estivesse completamente mergulhado emisturado com palha ou outro material vege-tal (cf. Na 3.14). Um oleiro especialista no Egi-to, em tempos recentes, foi conhecido por fa-bricar cerca de 3.000 tijolos por dia. Os judeus aprenderam a arte da fabricaçãode tijolos com os egípcios, e na maior parteseguiram seu método de secá-los ao sol, em-bora o forno de tijolos seja mencionado naépoca de Davi (2 Sm 12,31). Os fabricantesde tijolos frequentemente desenvolviamgrande habilidade artística, produzindo azu-lejos lindamente decorados para pisos, reves-timentos, fachadas e altares. Veja Tijolo.

R. H. B.

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OOJPAÇÕES OCUPAÇÕES

/ Máscara mortuária de ouro, de Micenas, de

aprox. 1400 a.C, Mimosa

Padeiro (heb. ’opeh). Existem 11 ocorrênciasda palavra utilizada para padeiro nasEscrituras. Sete estão relacionadas à expe-riência de José na prisão com o copeiro e opadeiro do Faraó (Gn 40.1-41.13). Em seusonho, o padeiro-mor viu três cestos de pãesbrancos sobre sua cabeça, com o cesto maisalto contendo todo tipo de alimentos assa-dos (40.16,17). Os padeiros egípcios sâo co-nhecidos por terem feito 38 variedades debolos e 57 de pães. Eles eram obrigados aprestar rígidas contas do seu suprimento demateriais ao supervisor do celeiro de seusenhor. A tumba do século XII a.C. de Ra-messés III, retrata cenas da padaria real.Na vida cotidiana, as mulheres geralmentefaziam os assados para suas famílias (Lv26.26; mas veja Gn 19.3). As meninas eramfrequentemente recrutadas pelos reis feudaisde Canaã para servirem como padeiras, um

Í ladrão que Samuel advertiu que os reis desrael seguiríam (1 Sm 8.13). No entanto, uma cidade frequentemente possuía um ho-mem que assava para a comunidade, e oslevitas assavam os pães para o Tabemáeulo.A massa era preparada misturando-se a fa-rinha de trigo com água fervente, e então eraamassada. Um pequeno pedaço da massa dodia anterior era fragmentado e colocado naágua antes da mistura para agir como fer-mento ou levedura. Havia três maneiraspara assar o pão. O método mais primitivoera fazer fogo sobre grandes pedras planas,ajuntar as brasas, colocar um pedaço demassa de forma achatada sobre as pedrasaquecidas, e cobri-la com as brasas (1 Rs19.6). Uma segunda maneira era assar amassa em uma chapa redonda de ferro ouem uma panela (algumas referências trazemos termos assadeira ou caçoula; Lv 2.5; 6.21;1 Cr 9.31; 23.29). Uma fogueira era feita em

uma cova para formar carvões quentes so-bre os quais a chapa era colocada (Is 44.19).O método mais desejável era usar um forno(q.v.) com carvões no fundo a partir de umfogo feito na noite anterior. O padeiro cessa-va de atiçar o fogo durante a noite enquantoo fermento fazia efeito na massa amassada.Os carvões ardiam sem chama por toda anoite, dessa forma aquecendo o forno com-pletamente, e rompiam em chamas pelamanhã quando o padeiro abria a porta doforno (Os 7.4,6). Ele removia os carvões eaplicava a massa plana nas paredes quen-tes, ou a colocava em uma assadeira. Duran-te o processo, o bolo teria que ser virado paragarantir um assado por completo (cf. Os 7.8).Deus descreveu Israel como uma nação adúl-tera, cujo povo, em suas luxúrias, era táoquente quanto um forno de pão (Os 7,1-6).Enquanto Jeremias estava na prisão, Deuso colocou sob o favor do rei Zedequias, queordenou que o profeta recebesse pão diaria-mente da rua dos padeiros, do suprimentopúblico, até que o pão da cidade estivesseesgotado (Jr 37.21), A associação de padei-ros havia supostamente se localizado pertodo lado oeste de Jerusalém, talvez nas pro-ximidades da Torre dos Fomos (Ne 3.11; vejaJerusalém: Portas e Torres). Veja Alimentos: Pão; Ocupações: Cozinheiro.Parteira. Uma mulher que ajuda as mãesno parto. No período bíblico, no momento doparto, as mulheres ajoelhavam-se ou agacha-vam-se sobre um banco de nascimento on umpar de pedras chamadas em hebraico de'abnayim (1 Sm 4.19; Êx 1.16). De acordo compapiros médicos do Egito, do segundo milê-nio a.C., a parteira segurava a criança, cor-tava o cordão umbilical e lavava-a. Estatue-tas indicam a parteira segurando um objetocom a forma de um chifre com um acessóriocom a forma de um gancho ou uma colher,provavelmente um instrumento obstétricoprimitivo (H. (H. (H. (H. Rand, “Figure-Vases in AncientEgypt and Hebrew Midwives”, IEJ, XX[1970], 209-212). De acordo com Ezequiel16.4 ela teria esfregado o bebê com sal comoum antiséptico, e o envolvido em panos, eentão tratou de conseguir que alguém avi-sasse o pai (Jr 20,15). As duas únicas mulheres cujos nomes sãoregistrados, que são especificamente desig-

Pâes achatados assados em Pompéia, 79 d,C. HFV

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OCUPAÇÕES OCUPAÇÕES

Um capitel e base de coluna coríntios de Epidauro,

Grécia. Os pedreiros tinham que ter grande habilidade para esculpir estes capitéis. Mimosa

nadas como parteiras na Bíblia são Sifrá ePuá (Êx 1.15-21). No entanto, uma parteiraajudou Raquel durante seu difícil trabalhode parto dando à luz a Benjamim (Gn 35.17),e uma outra auxiliou Tamar quando ela deuà luz a seus gêmeos (Gn 38.28). Noemi e ou-tras mulheres da comunidade estavampresentes quando Rute deu à luz a Obede(Rt 4.13-17). Mulheres estavam assistindoquando a mulher de Finéias morreu duran-te o parto de seu filho (1 Sm 4.20). Pastor. Pastor. Pastor. Pastor. O termo é usado em seu sentido na-tural em várias passagens bíblicas para re-ferir-se a^ pessoas envolvidas no cuidado dasovelhas. As vezes o dono cuidava de suas pró-prias ovelhas (Gn 4.2); outros confiavam seusrebanhos a seus filhos (1 Sm 17.34); e outrosusavam servos ou assalariados (Jo 10.12,13).Em geral, os pastores eram divididos em trêsclasses: (1) os nômades que vagavam comsuas ovelhas aonde quer que pudessem en-contrar relva e água (por exemplo, os ama-lequitas, 1 Sm 30.1,17,20); (2) os pastoresestabelecidos que sempre apascentavamsuas ovelhas na mesma área geral (Gn 29.2-13); e (3) os pastores que guiavam os reba-nhos de um rico proprietário de pasto empasto (Gn 37.12-17), Era o dever do apascentador conduzir seurebanho a pastagem e água fresca (SI 23.2).Em alguns casos isto exigia longas viagens

pela zona rural. Nas terras bíblicas era cos-tume o pastor ir adiante de suas ovelhas aoinvés de guiá-las (Jo 10.41. Uma outra tarefanecessária era a de proteger o rebanho deanimais selvagens (1 Sm 17.34,35) e de la-drões (Jo 10.1). A noite os pastores levavamas suas ovelhas para um lugar de abrigo eproteção, como um aprisco ou um cercadonatural {veja Aprisco), onde eles as contavampara certificar-se de que nenhuma havia sedesviado (Jr 33.13; cf. Lc 15.3-7). Na épocade cordeiros o pastor dedicava uma atençãoespecial às cordeiras e cordeiros (Is 40.11). O equipamento comumente necessário parao trabalho do pastor incluía uma vara ou bor-dão (heb. skebet, cf. Êx 21.20) para bater nospredadores, e um cajado com uma curva emuma das extremidades (SI 23.4). Este últimoinstrumento, semelhante a uma cana, serviapara vários propósitos, desde apoiar-se (cf. Êx21.19; Zc 8.4) até controlar o rebanho. A fun-da também era unia arma padrão para o pas-tor (1 Sm 17.40). Outros itens eram um alforje(1 Sm 17.40) para carregar pequenos perten-ces, uma capa, e às vezes um instrumentomusical com o qual o pastor passava o tempo.Em muitos casos um ou mais cães acompa-nhavam o rebanho (Jó 30.1). Visto que a vida do pastor em muitos aspec-tos é um paralelo com os relacionamentosespirituais, os escritores bíblicos o usam re-petidas vezes como uma ilustração eficaz dasexperiências no reino espiritual. Por todo oantigo Oriente Próximo os governantes es-tavam acostumados a se retratarem como ospastores do povo. O mais antigo uso conhe-cido do termo neste sentido foi o de Kudur-Mabug, rei de Elão (aprox. 1900 a.C.). Apósrelatar uma façanha militar, ele expressouo desejo de se tomar alguém como um “pas-tor amado”. No Antigo Testamento, o Senhor é o Pastorde seu povo (Gn 49.24; SI 23; Is 40.11). Pasto-res infiéis espalharam o rebanho do Senhor,mas quando Cristo voltar Ele os ajuntaránovamente das extremidades da terra e colo-cará sobre eles pastores fiéis (Jr 23.1-6; Ez34.11-16,22-31). Naquele dia, Israel e Judádeverão se unir sob um único Pastor, o Mes-sias (Ez 37.24). Os pastores inescrupulososque fizeram o povo de Deus se desviar cairãosob a sua condenação (Ez 34.2-10). No Novo Testamento, o Senhor Jesus Cristodeclarou ser o bom pastor que dá a sua vidapor suas ovelhas (Jo 10.11), que é conhecidopor suas ovelhas (v. 14), e que um dia será oPastor do aprisco unido de todos os redimidosde Deus (v. 16; veja também Hb 13.20; 1 Pe2.25; 5.4). Como seu Mestre (Jo 10.1-14), osLíderes das igrejas do NT devem fazer o tra-balho de um pastor, alimentando e protegen-do o rebanho (At 20.28-31). O mesmo deveré enfatizado por Pedro (1 Pe 5.1-4), que, re-feriudo-se a Cristo como o Sumo Pastor, su-geriu que os presbíteros são sub-pastores.

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OCUPAÇÕES OCUPAÇÕES

A típica alvenaria herodiana com uma “estrutura" em torno de cada bloco aparece no muro ocidental do Templo em Jerusalém. MIS

Veja Animais, I. 12. t D. W. B.

Pedreiro. Pedreiro. Pedreiro. Pedreiro. O pedreiro era um homem quetrabalhava com pedras (1 Cr 22.15; artíficeem obra de pedra), alguém habilidoso nãosó em cavar ou extrair pedras e formatá-las(1 Cr 22,21, mas também em construir mu-ros (2 Rs 12.12; 22.6, onde os “pedreiros”eram literalmente “construtores de muros").Na região montanhosa da Palestina, o calcáriomaleável é abundante, Ele era um excelentematerial de construção para estruturas pú-blicas e para as casas dos ricos. Os cidadãoscomuns, porém, mal podiam se dar ao luxode ter uma casa de pedra cortada por causado tempo de construção, e do preço envolvidona extração e no corte das pedras, além dotransporte. Dessa forma, não existiam pedrei-ros experientes em Israel no início da monar-quia, e assim tanto Davi (2 Sm 5.11; 1 Cr 14.1)quanto Salomão (1 Rs 5.18) ti veiam que ob-ter artesãos hábeis através do rei Hirão. Comoa extração de pedras exigia menos habilida-de, Salomão enviou um grupo de israelitasrecrutados para as montanhas do Líbano paraescavar e transportar a pedra para o seu Tem-plo (1 Rs 5.13-17). Um grande bate-estaca de metal era usadopara a extração de pedras, de forma que arocha fosse golpeada repetidamente (Jr23,29). O instrumento de talhar pedras tam-bém podia martelar cunhas de madeira einfiltrá-las até que elas se expandissem epartissem as rochas, Este profissional dei-xava as pedras com o formato de blocos de

construção usando uma picareta ou enxó (1Rs 6.7). Este era o tipo de ferramenta em-pregada no corte do aqueduto de Ezequias(2 Rs 20.20; 2 Cr 32.30) de ambas as extre-midades até o meio, como os trabalhadorescontam nas famosas inscrições de Siloé. Umbom pedreiro era capaz de cortar pedras comtanta precisão, que nenhuma medida de ar-gamassa seria necessária para assentar asua parede. O mestre-de-obras inteligenteesforçava-se para preparar um alicerce sóli-do (Mt 7.24-27; 1 Co 3.10-13). Os construto-res (SI 118.22) trabalhavam a partir de umplano preparado ou “planta” (1 Cr 28.11),usando um fio de linho e nro bordão ou cana

A maior pedra nas pedreiras em Baalbek, nas proximidades do templo de Júpiter, nunca foi

utilizada, Imagina-se que ela pese 2.000 toneladas e seja a maior pedra já cortada do mundo

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OOJPAÇOES OCUPAÇÕES

Barcos e redes de pesca na antiga Tiro

de medir (Ez 40.3), e uma linha de prumo(Am 7.7; Zc 4,10). Veja Arquitetura; Casa.Na Palestina, os pedreiros também talhavamtumbas nas cavernas naturais ou faziam co-vas fundas nos penhascos de calcário (Is22.16). Foram freqüen tem ente escavadascâmaras laterais, situadas logo após a salade entrada (veja Sepultura; Túmulo). Ostalhadores de rochas cavavam cisternas pro-fundas, escadas e túneis de água subterrâ-neos em Gibeão, Hazor, Laquis, Megido e emoutras cidades. Durante a monarquia, mui-tos edifícios tinham grandes bases de pila-res de pedras. Os pedreiros também cinze-lavam vasos de pedra, tanques de fingimen-to, e roletes para telhados de barro, comotambém monumentos para inscrições reaiscomo, por exemplo, a Pedra MoabitaUma das braçadeiras de bronze das portasde um palácio de Salmaneser III em BalawatTetrata um pedreiro com um cinzel e ummartelo esculpindo uma imagem real (ANEP#364). Veja Arquitetura; Casa; Pedra Angular.

J. R.Perfu mista ou Perfumador Perfu mista ou Perfumador Perfu mista ou Perfumador Perfu mista ou Perfumador (heb. roqmh).As palavras comumente usadas para descre-ver um perfumista, quer se tratasse de umhomem (‘'boticário”) ou de uma mulher(“confeccionista”), referia-se a alguém quecompunha um ungüento. Os ingredienteseram óleos (Ec 10.1), especiarias, goma, re-sina, ou outras substâncias extraídas deraízes, cascas de árvore, folhas, ou flores,fervendo-as ou cozendo-as; e elas eram mis-turadas para produzir ungüentos odoríferose cosméticos atraentes. As flores eramesmagadas quando comprimidas em um sacoue era encharcado em azeite ou mergulha-o em gordura ou óleos quentes a 65°C. De-pois de queimar raízes ou cascas aromáticase reduzi-las a pó, este poderia ser usado emforma seca, como um sachê (Ct 3.6), ou guar-dado em uma bolsa (Ct 1.13). O desejo gran-demente difundido por ungüentos e perfu-mes fez com que a arte do perfumista se tor-nasse alta mente respeitada. Pessoas especial mente nomeadas serviam nosacerdócio, e produziam o azeite da santaunção misturando mirra, canela aromática,cálamo aromático, cássia e azeite (Ex 30.22-33). O incenso sagrado consistia de quatroperfumes: estoraque, ônica, gálbano e incen-so puro (w. 34,35). O incenso egípcio e osóleos de unção tinham cerca de 16 ingredi-entes. A corte do rei exigia um serviço seme-lhante (1 Sm 8.13). O grande palácio de Mari(século XVIII a.C.) tinha seus próprios per-fumistas que forneciam ungüentos e perfu-mes em abundância para a família real, ofi-ciais e soldados. Nos dias de Neemias, osperfumistas eram organizados em uma as-sociação e ajudaram a reparar o muro deJerusalém (Ne 3.8). Os perfumistas também compunham espe-

ciarias que eram usadas paia o sepultamen-to dos mortos (2 Cr 16,14). De acordo com oprocesso egípcio de embalsamamento, espe-ciarias e perfumes foram, sem dúvida algu-ma, empregados no sepultamento de Jacó ede José (Gn 50.2,3,26; veja Embalsamar). Osperfumes eram aplicados em móveis e rou-pas assim como em pessoas em festividadese banquetes reais (SI 45.8; Pv 7.17; Ct 4,11).Veja Perfume; Ungüento; Incenso; Plantas,os ingredientes individuais; Especiarias.

J. W, W. e J. R.Pesca. Pesca. Pesca. Pesca. Esta era uma atividade procurada pormuitos palestinos, especialmente no mar daGaliléia, no antigo lago Huleh, no Jordão, eem ribeiros próximos à costa mediterrânea.Muita pesca também era feita no Egito, noNilo e em seus pântanos (Nm 11.5; Is 19.8),onde os Faraós e nobres freqüentemente pes-cavam por esporte. Os fenícios pescavam emTiro e Sidom (Ez 26.5,14), e exportavam pei-xes para cidades como Jerusalém (Ne 13.16),onde havia uma porta específica para a en-trada de peixe, e provavelmente um mercadode peixe (2 Cr 33.14). Veja Animais, V.12.Vários métodos foram usados pelos pesca-dores antigos. O texto em Jó 41.7,26 menci-ona arpões de pesca e arpões farpados. Deacordo com a arte assíria e egípcia, a pesca-ria com linha e anzol era um esporte predi-leto, como agora. As varas não eram usadas,mas simplesmente uma linha com um anzol(q.v.), como em Isaías 19.8; Mateus 17.27.Os principais métodos comerciais emprega-vam redes (q.v.). Eles eram de dois tipos prin-cipais: (1) rede de arremesso (heb. herem,também usada em caçadas; gr. amphibles-tron), mencionada em Ezequiel 26.5;, 32.3;47.10; Hebreus 1.15-17; Marcos 1.16. E umarede circular com boas tramas, com cerca de5 metros de diâmetro e afundadores dechumbo em torno da borda (cf. Êx 15.10). Se-

farando uma longa linha ligada ao centroa rede em sua mão esquerda, o pescador junta a rede com a sua mão direita e a arre-

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OCUPAÇÕES OCUPAÇÕES

messa com um largo movimento circular deseu braço sobre uma área de água rasa per-to da praia, onde observa um cardume depeixes. Içando o centro da rede, ele anda comdificuldade pela água para segurar a presa.(2) A rede de arrasto ou traineira (heb.mikmeret; gr. sagene), é mencionada emIsaías 19.8; Habacuque 1.15,16; Mateus13.47. A metade da rede de arrasto é carre-gada em um barco, e a outra metade em ou-tro barco. Os barcos então separam-se, arre-ando a rede enquanto vão envolvendo umagrande área de água. Tendo navegado emdireção à praia, as duas tripulações entãocomeçam a puxar suas respectivas extremi-dades da rede, encerrando assim os váriospeixes e trazendo-os para a terra na praia(Mt 13.48). As duas tripulações também po-dem fechar um círculo na água e arrastar ospeixes para dentro de seus barcos (Lc 5.4-9).Estudos recentes ajudam a explicar o moti-vo do protesto de Pedro em Lucas 5.5. Foidescoberto que à noite os peixes no mar daGaliléia se qjuntam debaixo da íngreme en-costa leste, ou naquelas partes profundas dolago onde as fontes minerais borbulham.Pela manhã, os peixes nadam para as águasrasas, ou perto da foz do Jordão onde encon-tram muito alimento na água entrando nolago, ou perto das Sete Fontes em Betsaida,nas proximidades de Cafarnaum. Portanto,os pescadores usam redes de arrasto à noiteem águas profundas, mas empregam suasredes de arremesso em águas rasas duranteo dia. Tal informação indica claramente quea grande pesca de Lucas 5.6-9 foi certamen-te miraculosa. Além de apanhar os peixes, a tarefa do pes-cador incluía salgar e vender o peixe, como

O rei Tutancaitiom do Egito capturando com arpão peixes eu animaia marinhos no Nilo. LL

também consertar redes e manter o barcoem boas condições (Ez 26.5; Mc 1.19). Algunsestudiosos têm suspeitado que a família deZebedeu, que era capaz de empregar servoscontratados (Mc 1.20), tinha uma licençapara vender peixes em Jerusalém. Tsto porsua vez explica por que o outro discípulo queestava com Pedro, que muitos pensam serJoão, teria sido conhecido do sumo sacerdo-te (Jo 18.15,16). No AT, o conceito de pesca é usado metafori-camente para ilustrar o iuízo (Ec 9.12; Ez29.4; Hc 1.14-17). Por toaa a história desdeos dias dos profetas, Deus enviou muitos“pescadores” e muitos “caçadores” para “apa-nhar” e julgar os filhos de Israel (Jr 16.16).No NT, por outro lado, a idéia de pesca é to-mada pelo Senhor Jesus para retratar a mis-são completa da Igreja: “Vinde após mim, eeu vos farei pescadores de homens” (Mt 4.19;Mc 1.17; Lc 5,10). Cf. Wilhelm H. Wuellner,The Meaning of Fishers ofMen”, Filadélfia.Westminster Press, 1967. Assim, o símbolodo peixe usado pela igreja primitiva está emconformidade com a comissão de nosso Se-nhor para sermos pescadores de homens.Além disso, as cinco letras gregas da pala-vra grega para “peixe”, ichthus, como umanagrama, sugere a confissão lesous ChristosTheos Uios Soter (“Jesus Cristo, Deus, Filho,Salvador”).

J. R.Porteiro. Porteiro. Porteiro. Porteiro. A palavra do AT sho‘er, “portei-ro”, no sentido de vigia, é quase que exclusi-vamente encontrada em Crônicas, Esdras eNeemias. A LXX e o NT usam thyroros, “por-teiro”, e a Vulgata, portarius, “zelador”. Os levitas foram destinados para vários pos-tos no Templo, com a finalidade de guardá-lo de dia e de noite (1 Cr 9.17-26; 26.1-19; 2Cr 8.14; 31.14; 35.15; Ed 2.42; Ne 7.1-3;12.25,45). Não menos que 4.000 destes por-teiros são mencionados (1 Cr 23.5) para im-pedir que pessoas não autorizadas entras-sem no pátio santo e o profanassem. Quan-do estava planejando o golpe contra a iní-qua rainha Atalia, Joiada, o sacerdote, to-mou a precaução de indicar porteiros extrasdentre os levitas trazidos de outras cidadesdejudã (2 Cr 23.1-7,19). As portas da cidade (2 Sm 18.26; 2 Rs7.10,11), edifícios públicos, casas particula-res (Mc 13.34), e até apriscos de ovelhas (Jo10.3) eram cuidadosamente guardados vi-sando a segurança de todos os interessados.Esta confiança e responsabilidade tambémeram conferidas às mulheres que eram con-sideradas maduras e ajuizadas. Mulherescuidando das portas são vistas em duas ex-periências de Pedro: no momento em que elenegou a Cristo (Jo 18.16,17), e, posteríormen-te, em sua libertação da prisão (At 12.13).Veja Guarda; Ocupações; Vigia.

R. V. U.Pranteador. Pranteador. Pranteador. Pranteador. Nos tempos bíblicos, pranteado-

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OCUPAÇÕES OCUPAÇÕES

res profissionais eram contratados para elogi-ar o falecido e para lamentar sua morte (Am5.16; veja também 2 Cr 35.25; Ec 12.5; Jr9.17-20). Por tenderem a ser mais emocionais e maisintensas em suas expressões, a maioria des-tes pranteadores profissionais eram mulheres(Jr 9.17,20). Durante o lamento e o gemido emvoz alta (Mc 5.38), flautas eram geralmentetocadas, como no episódio da morte da filha deJairo (Mt 9.23). As notas altas e melancólicasda flauta contribuíam para a atitude fúnebredos corações entristecidos (Jr 48.36). Veja La-mentar ou Luto. Publicano. Publicano. Publicano. Publicano. Um cobrador de impostos parao governo romano. Purificador. Purificador. Purificador. Purificador. Veja Ocupações: Re fina dor,Artífice em Metal. Purificador de Prata. Purificador de Prata. Purificador de Prata. Purificador de Prata. Veja Minerais e Me-tais; Ocupações: Refinador, Artífice em prata.Rubi, Rubi, Rubi, Rubi, Um título de respeito para um judeuestudioso ou mestre da lei. Veja Rabi; Ocu-pações: Doutor da Lei. Refinador. Refinador. Refinador. Refinador. O processo de assegurar a pu-reza de um metal ou líquido era denomina-do refino. Esta idéia é representada pelaspalavras hebraicas sarap e zaqaq. Unger(Bible Dictionary, pp, 915ss.) é da opiniãode que uma distinção bastante uniforme foiobservada aqui, a primeira palavra se refe-rindo à fundição do metal, e a segunda àpurificação dos líquidos por filtragem; mascom o passar do tempo, o termo zaqaq tam-bém começou a ser usado com relação ao ouroe à prata (1 Cr 28.18; 29.4). O processo mais antigo de fundição consis-tia em se colocar o minério diretamente emuma fogueira ao ar livre. Mais tarde, váriostipos de fornos foram inventados para inten-sificar o calor (Ez 22.22). No refino, o metalera re-aquecido em um cadinho até passar aum estado líquido (Pv 17.3; 27.21) e a escó-ria ou as impurezas eram removidas atra-vés de um fundente ou solvente como porexemplo um álcali (Is 1.25). Um fole era usa-do pelo refinador (Jr 6.29). Geralmente oartífice em ouro e o artífice em prata faziamo seu próprio refino, ao passo que os escra-vos eram usados no processo de fundição.De forma figurada, Deus é o refinador doscorações dos homens (Is 1.25; 48.10; Zc 13.9;Ml 3.2,3). Veja Minerais e Metais; Ocupações: Artíficeem ouro, Artífice em prata.

B. C. S.Secretário ou Amanuense. O verbo saparem hebraico significa escrever ou relatar; osubstantivo derivado soper é comumente tra-duzido como “escriba”. Estes homens eramescritores e registradores profissionais. Numaépoca em que poucos sabiam ler ou escrever,a função deles era essencial. Veja Escriba.Em várias passagens no AT o nome comumpode não representar a função de uma for-ma literal, uma ve2 que o ofício descrito émais enfatizado. A versão RSV em inglês

marcou esta distinção traduzindo o termocomo “secretário” em vários casos. Homenscomo Seraías, Seva, Sebna e Safâ (2 Sm 8.17;20.25; 2 Rs 18,18; 22.8) eram membros im-portantes do conselho do rei, e podiam por-tar um título de Secretário de Estado. Foisugerido que Esdras, embora um escriba nosentido religioso, pode ter possuído o títulode Secretário de Estado para assuntos judai-cos (Ed 7). Jeiel estava encarregado da reu-nião de todas as tropas deUzias (2 Cr 26.11),e o escriba de 2 Reis 12.10 era um secretáriofinanceiro, ou um tesoureiro. Baruque é citado como o secretário particu-lar de Jeremias, uma posição muito seme-lhante à dos nossos dias (Jr 36.4). Silvano (1Pe 5.12) serviu deste modo tanto a Pedro,como provavelmente a Paulo (1 Ts 1.1).

P. C. J,Semeador. Semeador. Semeador. Semeador. Veja Agricultura; Ocupações:Lavrador. Sentinela. Jerias, o sentinela à Porta deBenjamim que prendeu Jeremias, leva o tí-tulo literal de “senhor da supervisão” quevárias versões traduzem como “capitão daguarda” (Jr 37.13). O título heb. descreve afunção do homem cujo dever supremo eravigiar e guardar. A palavra “sentinelas” aoinvés de “guardas” descrevería melhor ossoldados em Atos 5.23; 12.6,19, bem comoos oficiais em 2 Reis 11.5; 22.4; 1 Crônicas9.19, homens destacados para guardar emanter as portas. Abner e seus homens es-tavam cumprindo o dever de sentinelas pro-tegendo o rei Saul, mas dormiram no mo-mento em que Davi furtivamente levou alança e a bilha de água de Saul (1 Sm 26.7-16). Da mesma forma, os soldados que guar-davam o sepulcro do Senhor Jesus Cristoestavam trabalhando como sentinelas (Mt27.66; 28.4,11). Servo. Servo. Servo. Servo. Aquele que presta serviço, voluntá-rio ou não, para outra pessoa. Quatro pala-vras principais em hebraico expressam esterelacionamento: (1) na'ar, um homem jovem,um atendente (Nm 22.22) que doava seu ser-viço ou que recebia uma remuneração, comoGeazi se considerava (2 Rs 4.12; 5.20-27); (2)Wsharet, um ministro do Templo (J11.9,13)ou oficial do rei (2 Cr 17.19; Et 1.10), ou ain-da um servo doméstico de posição elevada (1Rs 10.5); (3) sakir, um servo contratado (Ex12.45; Jó 7.1), que portanto poderia se recu-sar a executar uma tarefa; e (4) ‘ebed, umescravo (Dt 5.15) ou servo que executava tra-balhos manuais. Devido ao seu uso, o últi-mo termo foi estendido em seu significadocomo uma referência aos anjos (Jó 4,18), aosprofetas (Jr 7.25), e a todos os verdadeirosadoradores de Deus (Is 54.17; 56.6) comoseus servos. No NT, são encontradas várias palavras gre-gas para servo: (1) doidos, o equivalente exa-to de ‘ebedi (2) pais, como o termo hebraicona‘ar, também significa “menino”, “jovem”,

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OCUPAÇÕES OCUPAÇÕES

Um contingente de soldados egípcios. LM

ou “servo”; (3) diukonos, um servo ou assis-tente, daí um diácono; (4) oiketes, um servodoméstico (Rm 14.4; 1 Pe2.18); (5) hyperetes,lit., “despenseiros”, um assistente, subordi-nado (1 Co 4.1), ou ministro, frequentemen-te de uma posição bastante elevada como porexemplo um magistrado (Mc 14.54,65). Na economia israelita, o escravo era geral-mente um servo doméstico em uma famíliareal ou rica, ao invés de um trabalhador daagricultura ou da indústria. Leis com res-peito a tais escravos são registradas emExodo 21; Lv 25; e Deuteronômio 15.12-18;23.15,16. Há, porém, uma grande quantida-de de informações relacionadas à escravidãono antigo Oriente Próximo, que podem serencontradas nos códigos das leis e em docu-mentos econômicos privados. O último seestende desde os primeiros registrossumerianos na Mesopotâmia, até as tábuasdas cidades hetéias, de Alalakh e Ugarite naSíria, até os papiros aramaicos de Elefantina(q.v.) no Egito. Veja Serviço. Dirigindo-se a alguém de posição mais ele-vada ou a uma autoridade, era costume quea pessoa se referisse a si mesma como umservo ou escravo do superior, expressando,deste modo, submissão (Gn 50.18; 2 Rs 1.13;Lc 2,29; At 4.29). Portanto, Paulo frequen-temente referia-se a si mesmo como um ser-vo de Jesus Cristo (Rm 1.1; Fp 1.1; Tt 1.1).Até mesmo o Senhor Jesus se consideravaum servo de seu Pai, por ter viudo fazer suavontade e realizar sua obra (Jo 4,34; 5.30,36; 8,28,29). Veja Servo do Senhor.

J. R.Soldado, Soldado, Soldado, Soldado, A nação de Israel não possuiu umexército organizado ou soldados profissionaisaté o início da monarquia sob o governo dorei Saul. Antes disso, em um momento deemergência um líder militar, como Gideão,convocava o povo a pegar em armas soandouma trombeta ou enviando mensageiros (Jz

6.34,35). Outras nações, porém, tiveramexércitos permanentes muitos séculos antesde Israel. Na Babilônia, de acordo com o código deHamurabi, muitos dos soldados no exércitoregular eram proprietários de terras da pe-quena nobreza, e eram convocados a deixaras suas obrigações feudais por um ano ou maispara servir ao rei. Outros eram recrutadosou contratados (ilegalmente) como substitu-tos para se engajarem em campanhas estran-geiras (§§ 26-41, ANET, pp. 167ss.). Em Ugaríte, os soldados na guarnição re-cebiam salários regulares em prata. As ci-dades-estado cananitas mantinham peque-nas forças armadas consistindo de solda-dos rasos (recrutados dentre as pessoascomuns), e guerreiros profissionais. Estesúltimos eram escolhidos da classe aristo-crática hereditária, e eram conhecidos pelonome indo-europeu de maryannu. Eleseram os cocheiros. Devido ao seu equipa-mento militar superior, que eles eram res-ponsáveis por manter por sua própria con-ta, ocupavam uma posição privilegiada ele-vada na sociedade semi-feudal cananita.Somente um rei podia elevar um plebeu auma posição de maryannu, o que era apro-ximadamente equivalente a um “cavalei-ro” (I. Mendelsonn, “SamuePs Denunciati-on of Kingship ín the Light of the AkkadianDocuments from Ugarit”, BASOR #143[1956], pp. 18ss.). Samuel advertiu Israelque um rei daria início a esta classe, e istose tornou realidade durante o reinado deSalomão (1 Rs 9.19; 10.26). A partir de Davi, e daí por diante, a naçãoteve várias categorias de soldados. Em pri-meiro lugar havia uma unidade de guerrei-ros de elite que consistia de uma espécie deequipe geral para o rei. Estes eram os heróisescolhidos de Davi, seus famosos Trinta Va-lentes (2 Sm 23.8-35). No exército permanen-te havia uma segunda classe, os mercenários

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OCUPAÇOES OCUPAÇÕES

estrangeiros (por exemplo, 2 Cr 25.6). Os

âuereteus e os peletens, comandados porenaia (2 Sm 20.23; 23.22ss.), eram desta categoria; eles agiam como nma força especi-al de até 600 homens para guardar o palácio,os “servos" de Davi (2 Sm 15.18). Na terceiracategoria estavam os soldados do exércitonacional sob o comando de Joabe (2 Sm 8.16; 20.23) , o exército do povo, que era recrutadopara o serviço apenas quando necessário. Emquarto lugar estavam as tropas da guarni-ção em território ocupado (como em Edom, 2Sm 8.14) e aqueles que vivam nas fortalezas(2 Cr 11.5-12) e as conduziam, tais como ascidadelas recentemente escavadas em Arade(q.o.) e Berseba. No Novo Testamento, os soldados romanossão frequentemente mencionados. Pelo fatoda província de Judá estar subordinada a umgovernador ou procurador na época do mi-nistério do Senhor Jesus, as legiões de Romaestavam constante mente presentes no país.Seu dever era manter a ordem nas ruas emcaso de tumulto, guardar prisioneiros e exe-cutar criminosos. Por esta razão muitas tro-pas estavam disponíveis em Jerusalém naépoca da Páscoa, porque Pilatos podia sem-pre esperar problemas por parte das multi-dões acrescidas durante as festividades ju-daicas. Acredita-se que Roma possuía qua-tro legiões regulares (de 3.000 a 6.000 ho-mens cada) estacionadas na Palestina quan-do Pôncio Pilatos era governador. Além dis-so, três outras foram levadas para a Síria noinício do reinado de Nero. Veja Exército; Guerra.

J. R.Talhador de Pedra. Talhador de Pedra. Talhador de Pedra. Talhador de Pedra. Veja Ocupações: Pe-dreiro. Tecelão, Tecelagem. Tecelão, Tecelagem. Tecelão, Tecelagem. Tecelão, Tecelagem. Tecelagem é a manu-fatura de tecidos ou o entrelaçamento de fiosou juncos. Tecer fios era o primeiro passonecessário para a produção de tipos maisgrosseiros de tecidos mais freqiientementeusados nos tempos bíblicos. O fio era feito apartir das fibras da lã e do linho (Lv 13.47),dos pêlos de cabras (Ex 35.26) e dos pêlos decamelos (Mt 3.4). O tear era o principal equipamento do tece-lão. A palavra “tear” nâo ocorre em algumasversões, porém ocorre em outras (Jz 16.13,14; Is 38.12; 1 Sm 17.7; 1 Cr 11.23; 2 Sm21.19). O propósito do tear era facilitar o en-trelaçamento dos fios da trama ou tecido queera levado para frente e para trás em ângu-los certos até os fios da urdidura. Três tiposde teares eram de uso comum no antigo mun-do mediterrâneo - o tear horizontal ou de solo,e duas variedades de tear vertical. O primei-ro deles já era conhecido no Egito pré-dinás-tico, e ainda é o mais comum entre os povosnômades por ser fácil de transportar. O tearde solo é sem dúvida alguma o tipo que Dalilapossuía quando teceu no tear as tranças deSansão enquanto dormia (Jz 16.13,14).

Os fios urdidos (heb, shHhi, Lv 13.48-59) sãoesticados entre dois pólos de madeira sepa-rados por estacas colocadas no chão. Os fiosde urdidura pares são passados por tearesde fios ligados a uma haste em cruz. Na pri-meira posição esta haste é erguida para le-vantar os fios pares e formar um abrigo so-bre os fios ímpares. Através do “abrigo” épassada a lançadeira com o fio da tramaenrolado nesta como um carretei. Estefilamento da trama é “batido” junto com osfilamentos da trama anteriores com umaripa ou vareta plana removível (o “pino” ou“batedor”, heb. yated, de Jz 16.14) a fim detornar o tecido apertado ou firme, Na se-gunda posição a liaste em cruz é deixadasolta na urdidura, e o tecelão puxa para sio “eixo” (heb. manor, 1 Sm 17.7), que estádebaixo dos fios ímpares e sobre os fios pa-res. Esta ação forma um novo “abrigo" comos fios ímpares, agora por cima. O tecido épassado por meio de uma lançadeira, e no-vamente batido no lugar. O produto resul-tante antes de ser cortado para fora do teaT(Is 38.12) é chamado de “teia". O tecelãocompetente passa a sua lançadeira parafrente e para trás muito rapidamente, umafigura vivida da rápida, porém monótona,repetição dos dias aparentemente infinitosdos inválidos (Jó 7.6). A largura do tecidoera limitada pelo comprimento do braço dotecelão para empurrar a lançadeira atra-vés da urdidura. No tipo mais antigo de tear vertical, os fiosda urdidura, sozinhos ou em grupos, eramsuspensos de uma estaca horizontal em doispostes verticais, e eram mantidos esticadospor diversos pesos pequenos feitos de pedrasou de barro cozido. A urdidura tinha que serbatida para cima, O tecelão podia mudar deposição com frequência, e portanto podia fa-zer tecidos muito mais largos. Uma vez quepesos de tear são encontrados nas escava-ções de todas as cidades da Idade do Ferrona Palestina, fica evidente que este tipo detear era comum em Israel. Várias cidadesem Judá parecem ter sido centros da indús-tria de tecidos, a partir da presença de vári-os pesos de tear e tanques de fingimento. OAT indica que uma associação de tecelões delinho havia se desenvolvido durante a mo-narquia Í1 Cr 4.21), e estes profissionaiseram chamados de “obreiros em linho". O outro tear vertical possuía duas varas ho-rizontais, uma vara de urdidura na parte su-perior e uma vara de tecido na parte inferior,capazes de girar a fim de enrolar a teia en-quanto ela era feita. Dois tecelões ficavam,um de cada lado do tear, e passavam a lança-deira para frente e para trás através de abri-gos alternados, batendo o tecido para baixo.Embora este tipo de tear já estivesse em usono Egito durante a 12a Dinastia, ele só se tor-nou comum na Palestina nos tempos do NT(Louisa Bellinger, “Cloth”, IDB, I, 650-655).

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OCUPAÇÕES OCUPAÇOES

0 tecelão produzia padrões estampados nateia, (1) usando diferentes fios de urdiduracoloridos; (2) alternando as cores na urdiduraou trama; (3) fazendo uma combinação de (!)e (2) para formar um “trabalho xadrez” (Ex28.39); e (4) operando fios de urdidura espe-ciais através de apenas uma porção daurdidura (James A. Patch, “Weaving”, ISBE,V, 3077ss.). Para obter tecidos mais pesadosou mais, fortes, vários fios eram trançadosjuntos (Éx 26.1,36 etc.). Veja Vestuário; Ocupações: Tingidor,Bordadeira, Fiação, Fabricante de Tendas.

t J. R. Tesoureiro. Tesoureiro. Tesoureiro. Tesoureiro. Os tesoureiros tinham postosmuito importantes nos tempos bíblicos. EmIsrael havia três ofícios deste tipo: (1) um te-soureiro sacro que tinha a supervisão do te-souro da casa do Senhor (cf. Js6.24; 1 Rs 7,51; 1 Cr 9.26; 2 Cr 5.1; Ne 13.12,13; Ed 2.68ss.;Jo 8.20; Mc 12.41-43; Lc 21.1; Mt 27.6); (2;um tesoureiro real que supervisionava os te-souros da casa do rei (1 Rs 14.26; 15.18; 2 Cr32.27); e (3) os tesoureiros provinciais da co-roa que tinham a custódia dos depósitos re-ais fora de Jerusalém (1 Cr 27,25). O tesoureiro sacro na época de Davi eraSebuel, que era o oficial chefe encarregadodos tesouros do Templo como um todo (1 Cr 26,24) . (Em 1 Cr 26.20, a leitura “Aías” temsido mais bem traduzida como “seus irmãos”,de acordo com a LXX.) Sob o comando deSebuel estavam Jeieli e seus filhos (cf. 1 Cr26.22 com 23.8) que eram encarregados darenda e dos gastos dos fundos (1 Cr 29.8),dos utensílios santos, e da provisão para ossacrifícios do Templo; e Selomite (ou Selo-mote,l Cr 26.28), auxiliados por seus irmãos,que eram encarregados das ofertas voluntá-rias que haviam sido dedicadas dos despojosde guerra (1 Cr 26.20ss.). Os tesouros sacros eram localizados nas câ-maras do Templo (1 Cr 28.11). Os tesourossobre os quais Jeieli e seus sucessores ti-nham responsabilidade incluíam metais epedras preciosas, incenso, vasos, grãos, vi-nho, óleo e as vestes dos sacerdotes (2 Rs14.14; 1 Cr 29.8; Ed 2.69; Ne 7.70; 13.5). Otesouro sob a responsabilidade de Selomitee seus sucessores abrangia os despojos gan-hos em batalha que haviam sido dedicadospor Josué, Samuel, vários reis e oficiais noexército (Js 6.18,19; 1 Rs 7.51; 2 Rs 12,18; 1Cr 26.26ss.; 2 Cr 5.1). Esta riqueza deveriaser usada para a manutenção do Templo (ICr 26.27). Os quatro porteiros chefes de Je-rusalém eram responsáveis pela segurançados tesouros sagrados (1 Cr 9.26ss.). O papel que Jeieli e seus filhos desempe-nhavam foi assumido por Selemias, o sacer-dote, e por certos levitas na época de Nee-mias. Ele os designou como tesoureiros so-bre os depósitos em Jerusalém, e os incum-biu com a tarefa de cobrarem o dízimo dogrão, do vinho e do óleo, e a sua distribui-

ção aos levitas e cantores (Ne 13.10ss.; cf.10.38; 12.44). Na época dos Macabeus, aestrutura dupla do tesouro sacro parece tersido mantida, uma vez que é feita uma men-ção de valores pertencentes aos sacrifíciosdo Templo, depósitos de riqueza para umacustódia segura do Templo, e a preserva-ção de registros significativos (1 Mac 14.19;2 Mac 3.6ss.). O tesoureiro real na administração de Davi eraAzmavete, que estava sobre o tesouro da co-roa em Jerusalém (1 Cr 27.25). Jônatas, o fi-lho de Uzias, era encarregado dos tesouros dasprovíncias do rei no campo, nas cidades, nasaldeias e torres fora de Jerusalém. O tesouroreal em Jerusalém estava na casa do rei, epreservava pedras e metais preciosos, arma-duras e escudos, óleos preciosos e especiarias,grãos e vinho (2 Rs 20.13; 2 Cr 32.27). Os te-souros reais nas áreas urbanas e rurais forade Jerusalém parecem ser depósitos regionaisparticularmente adaptados para a conserva-ção de gado, ovelhas e produtos agrícolas. Um certo Sebna é descrito em Isaías 22.15como o “tesoureiro” que estava sobre a casareal. No entanto, o termo soken é mais cor-retamente traduzido como “mordomo”. A suaposição era a de um administrador ou des-penseiro do palácio. Os tesoureiros (aram. gdabrayya’) são men-cionados entre os vários oficiais babilôniosque foram convocados por Nabucodonosorpara comparecerem à consagração da imen-sa estátua de ouro (Dn 3.2ss.). Ciro, o reipersa, ordenou que Mitredate, o tesoureiroreal (heb. gizbar), tirasse da casa de seusdeuses os utensílios que haviam sido trazi-dos do Templo de Jerusalém por Nabucodo-nosor, e que os entregasse a Sesbazar, o reide Judã (Ed 1.7-11). Artaxerxes I (465-425a.C.) promulgou um decreto ordenando quetodos os tesoureiros (aram. gizbar, uma pa-lavra emprestada do persa ganzabara) naprovíncia “dalém do rio” ajudassem Esdrascom as provisões necessárias para a sua vi-agem a Jerusalém (Ed 7.2 lss.; cf. Et 3.9; 4.7).No NT, há menção de um certo Erasto, o te-soureiro ou procurador (gr. oikonomos) dacidade de Corinto, que envia suas saudaçõesà igreja em Roma juntamente com as sauda-ções finais da Epístola aos Romanos (Rm16.23). O eunuco etíope é descrito como“mordomo-mor" (ou alto oficial) de Candace,rainha dos etíopes, “o qual era superinten-dente de todos os seus tesouros” (At 8.27,RSV). Veja Ocupações: Camareiro, Mordomo.

E. R. D.Tingidor. Tingidor. Tingidor. Tingidor. Os israelitas estavam familiariza-dos com coisas tingidas desde os tempos maisremotos, embora o processo não seja descritono AT. Tinturas de púrpura, azul, carmesime escarlate eram usadas em tecidos. Púrpuraera símbolo de nobreza (Mc 15.17ss.i. Ape-nas os reis a possuíam, porque afirmava-seque seu valor equivalia ao seu peso em prata.

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OCUPAÇÕES ÓDIO, ODIAR

, 4,', -

Um ‘‘odre” de pele da cabra

Os cananeus comercializavam a púrpura (q.v.) já em 1500 a.C., de acordo com textos e ruínas de um estabelecimento onde se fazia o processo de tingimento, que foi encontrado em Ugaríte na Síria. Os fenícios (Ez 27.7, 16,24) mantinham sua arte de fazer as tin- turas púrpura e azul a partir de crustáceos, como um segredo, O pigmento era removido da glândula do molusco, e após tratamento tornava-se púrpura clara ou escura, depen- dendo da exposição e adição de outros ingre- dientes. Lídia, de Tiatira, era uma vendedora de púrpura (At 16.14). Carmesim e escarla- te eram obtidos de insetos quermes ou cochinilhas que se alimentam de certas es- écies de carvalho vivo na Turquia e no sul a Europa. Peles de carneiro tingidas de ver- melho foram usadas na construção do Taber- náculo (Êx 25.5; 26.14). Esta tintura ainda é usada na Síria na fabricação de chinelos e outros artigos de couro. Salomão solicitou ao rei Hirão de Tiro que lhe enviasse um homem habilidoso para tra- balhar “em púrpura, e em carmesim, e em azul” (2 Cr 2.7). Os israelitas mais tarde adquiriram o segredo do tingimento dos fe- nícios e mantiveram monopólio na arte em algumas seções. Várias cidades palestinas eram aparentemente centros dos grupos de tingimento (cf. 1 Cr 4.21). Em Tell Beit Mir- sim estima-se que 30 casas tinham dois tan-

ques de pedra redondas para tingimento.Cada tanque possuía uma pequena abertu-ra na parte superior através da qual o fioera mergulhado, e um aro sulcado para apa-nhar as tinturas salpicadas. Um grupo ju-deu de vendedores de púrpura é menciona-do em uma lápide no centro têxtil de Hierá-polis, perto de Colossos. Veja Ocupações: Lavandeiro. _ _ C.K. H.

Vigia. Uma sentinela ou guarda. Estes vigiaseram colocados como policiais nas ruas dacidade (Ct 3.3; 5.7), sobre os muros de cida-des fortificadas (2 Sm 18.24; 2 Rs 9.17-20; Is62.6), nas torres de vigia do deserto (2 Rs18.8; 2 Cr 20,24), ou sobre algum monte ele-vado (Jr 31.6). Em Ezequiel 3,17-21 e 33.2-9o profeta é designado como um vigia (on ata-laia) para advertir Israel contra a sua mal-dade e perigo espiritual, Habacuque tomouposição nas torres de vigia espirituais de suanação para ouvir o que Deus lhe diría sobreo juízo vindouro (Hc 2,1). Veja Ocupações:Sentinela. Vitieultor. Veja Ocupações: Lavrador, Agri-cultor; Plantas: Videira, Vinha.

Bibliografia. Walter Duekat, Beggar toKing. AU the Oceupations of Bíblical Times,Garden City, N, ¥.: Doubleday, 1968, comextensa bibliografia. R. J. Forbes, Studies inAncient Technology, 9 vols., Leiden. E. J.Brill, 1955-1964. Madeleine S. e J. LaneMiller, “Arts and Crafts”, “Professions andTrades”, Encyclopedía of Bible Life, NovaYork. Harper, 1944, pp. 88-118, 332-356.James A. Patch, “Crafts^, ISBE, II, 734-737.Roland de Vaux, Ancient Israel, trad. porJohn McHugh, Nova York. McGraw-Hill,1961, Donald J. Wiseman, “Arts and Crafts”,NBD, pp. 89-93.

J. R.

ODEDE ou OBEDE 1. Pai de Azarias, um profeta no reinado deAsa de Judá (aprox. 911-869 a.C.), que en-controu Asa, em seu retomo, após derrotaros etíopes (2 Cr 15.1-7). No entanto, no ver-so 8, a profecia é atribuída a Obede. 2. Um profeta do Senhor (de aprox. 735 a.C.)em Samaria, que viveu no reinado de Peca, reide Israel, e Acaz, rei de Judá (2 Cr 28.9). Pecainvadiu Judá e levou 200.000 pessoas de voltaa Samaria. Odede encontrou o exército vitori-oso com os prisioneiros e os advertiu sobre aira de Deus. Neste protesto juntaram-se aOdede alguns dos chefes de Efraim. Os cati-vos foram bem tratados e libertados em Jericó.

ÓDIO, ODIAR Odiar (ou ter uma extremaaversão a alguém) pode ser uma obra da “car-ne" (Rm 8.7; G1 5.19ss.) e sinal de falta deregeneração (1 Jo 3.15). Aqueles que não sâoregenerados têm um ódio desmesurado emrelação a Deus (Êx 20.5; SI 83.2; Rm 1.30), à

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ÓDIO, ODIAR OFERTA PACÍFICA

luz (Jo 3,20), aos justos (SI 35,19; 69.4; Jo15.15), ao próximo (Tt 3.3). Estes odeiam oscristãos POT serem discípulos de Cristo (Le6.22; 21.17; Jo 15.18-25; 17.14). Mas o ódio pode ser uma marca de espiritua-lidade. O povo de Deus deve ativamente odi-ar o pecado e o mal (SI 97.10; 119.104,128,163;Jd 23). Este povo deve até mesmo odiar a pró-pria vida por amor a Cristo (Lc 14,26; Jo 12,25) . Entretanto, o ódio como atitude malintencionada é incompatível com a vida cris-tã (1 Jo 2.9,11; 3.15; 4.20), Os cristãos nãodevem odiar o próximo (Mt 5.43ss.; Lc 6.27ss.j,mas, como Deus, devem odiar a iniquidade(SI 26.5; 101.3; 139.2188.; cf. 2 Cr 19.2).

Bibliografia. Werner Foerster “Echthrosetc.”, TDNT, II, 811-815, O Mitchel, “Mtseo”,TDNT, IV, 683-694.

ODRE ODRE ODRE ODRE Os recipientes mais usados antiga-mente no Oriente, e mesmo em nossos dias,eram feitos de couro. Geralmente se usavaa pele de cabra ou cabrito, embora tambémfosse usada a pele de outros animais comovaca, camelo ou búfalo. A cabeça e os pésdo animal eram cortados e a pele era reti-rada. Geral mente, a pele era curtida e de-fumada, as aberturas eram costuradas e àsvezes seladas com piche, e assim a “garra-fa” ou o “odre” estava pronto para ser usa-do. Era um recipiente extremamente por-tátil, pois podia ser levado às costas, cheiode água ou leite. Além disso, era um dosartigos mais essenciais em qualquer lar. Osodres eram até mesmo usados como bate-deira; quando cheios de leite, eram sacudi-dos até que o leite se transformasse em umamanteiga gordurosa. Com o uso, a pele esticava e secava e, com otempo, podia se romper. Esse é o ponto naparábola de Jesus sobre o vinho novo emodres velhos (Mt 9.17). O vinho novo vai fer-mentar e expandir; como o odre velho nãopode mais se expandir, vai se romper e o vi-nho será derramado. Também eram utilizados garrafas e jarrosfeitos de barro, mas esses eram frágeis e sequebravam facilmente. Para os perfumesmais caros, havia pequenos frascos de vidro,ouro ou prata. Veja Botija.

P. C. J.

OEL OEL OEL OEL Um dos sete filhos de Zorobabel (1Cr 3.20).

OPEL OPEL OPEL OPEL Como um nome peculiar o termo étraduzido “outeiro”, “fortalezas” (Is 32.14),ou “baluarte” (Mq 4.8). As vezes é um nomecomum. Outras, um nome próprio, como de-veria ser em relação a um distrito na capitalde Samaria (2 Rs 5,24). O nome é frequentemente associado comuma seção da antiga Jerusalém fortificadapelos antigos reis. Parece ter sido a base alta

no monte oriental localizado ao norte da ci-dade primitiva de Davi, e exatamente ao sulda atual cidade murada de Jerusalém (ao sulda área do Templo). O rei Jotão a fortificou(2 Cr 27.3), como fez Manasses (2 Cr 33.14).Ela posteriormente tornou-se a residênciados servos do Templo (Ne 11.21).

OFENSA OFENSA OFENSA OFENSA Singular e plural, a palavra ocorrefreqüentemente no NT. Mas, raramente noAT. Parece haver duas idéias básicas - qual-quer tropeço ou deslize da própria pessoa, equalquer ocasião de tropeço ou deslize de umaoutra pessoa. Oséias fala do Senhor castigan-do Efraim e Judá até que eles reconhecessemsua ofensa ou culpa (Os 5.14,15). Paulo, ci-tando Isaías 8.14, fala de uma “pedra de tro-peço e rocha de ofensa” (Rm 9.33), referindo-se a Cristo como a rocha sobre a qual Israeltropeçou. Pauio também adverte os coríntiospara que não cometam qualquer ofensa, ousejam a causa de tropeço de qualquer pessoaí 1 Co 10.32). Veja Pedra de Tropeço.

Bibliografia. G. Stahlin, “Skandalon etc”.,TDNT, VII, 339-358.

OFERTA OFERTA OFERTA OFERTA Veja Sacrifícios: Libaçâo. OFERTA DE BEBIDA OFERTA DE BEBIDA OFERTA DE BEBIDA OFERTA DE BEBIDA Veja Sacrifícios.

OFERTA DIÁRIA OU SACRIFÍCIO OFERTA DIÁRIA OU SACRIFÍCIO OFERTA DIÁRIA OU SACRIFÍCIO OFERTA DIÁRIA OU SACRIFÍCIO VejaSacrifícios.

OFERTA MOVIDA OFERTA MOVIDA OFERTA MOVIDA OFERTA MOVIDA Veja Sacrifícios.

OFERTA PACÍFICA OFERTA PACÍFICA OFERTA PACÍFICA OFERTA PACÍFICA Veja Sacrifícios.

Um vaso de pedra calcária do período herodiano,

de Ofel. Museu Arqueológico da Palestina

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OFERTA PELO PECADO OGUE

OFERTA PELO PECADO Veja Sacrifícios,

OFERTA QUEIMADA Veja Sacrifícios.

OFERTA VOLUNTÁRIA Veja Sacrifícios. OFICIAL1. Pessoa que ocupa um cargo que é uma posição de autoridade. Na Bíblia Sa- grada, tal posição era geralmente obtida por herança ou por nomeação. Veja Oficial2.

OFICIAL1 De forma geral, o termo designa um funcionário da corte real, como um prín- cipe, mordomo, camareiro, supervisor, intendente e outros. 1. Heb. nissab (1 Rs 4.5 etc.) refere-se a in- tendentes designados por Salomão para gerenciar centros administrativos reeém- estabelecidos. Também foi usado em rela- ção a um governante interino de Edom fl Rs 22.47). 2. Heb. saris denota um eunuco em uma cor- te estrangeira (Gn 37.36) ou na corte de Is- rael (1 Rs 22.9 etc.). 3. Heb. paqíd significa um supervisor designa- do por um outro em uma posição de autoridade mais elevada (Gn 41.34; Jz 9.28; 2 Cr 24.11 etc.). Moisés designou tais pessoas para manter a organização necessária entre os israelitas que estavam em viagem (Nm 31.14,48). 4. A palavra heb. raò significava uma “gran- de personalidade'', ou alguém que tinha au- toridade em virtude de seu relacionamento com o rei na corte persa (Et 1.8). 5. Heb. shoter refere-se a pessoas que ocu- pavam cargos de natureza secundária, como aqueles que estavam sob os capatazes no Egi- to (Ex 5.6,14 etc.); os assistentes dos anciões nos tempos mosaicos (Nm 11.16 etc.); os aju- dantes em tempos de guerra (Js 1.10 etc.). Eles podem ter sido originalmente escribas ou escrivães, uma vez que a raiz da palavra é eognata ao termo aeádio sataru, que signi- fica “escrever”. 6. Heb. ’sar refere-se a um príncipe ou al- guém da família real ou do gabinete real (1 Rs 4.2; Ed 7.28 etc.), freqüentemente servin- do como um oficial do exército (2 Cr 32.3; Ne 2.9Ò). Veja Oficial1. 7. Gr. praktor significa um sub-ofieial de um tribunal, como um meirinho ou guardião (Lc 12.58). 8. Gr, hyperetes originalmente significava um assistente on “sub-remador”. No século I d.C,, a palavra significava um carcereiro (Mt 5.25), João usa o termo para designar os intendentes ou magistrados dó Sinédrio enviados pelos sumos sacerdotes para prender o Senhor Je- sus (Jo 7.32,45ss.; 18.3,12, 18,22), os quais tinham o direito de acusá-lo em um tribunal (Jo 19.6; veja também At 5.22,26).

H. E. Fi.

OFÍCIO REAL DE CRISTO Veja Jesus, Ofícios de.

OFIR , 1. Um descendente de Sem através de Eber e Joctã (Gn 10.29; 1 Cr 1.23). 2. O território ocupado pelos descendentes de Ofir estava localizado na península arábia sudoeste, ou na vizinha Somália, na África, exatamente defronte do estreito golfo de Aden, A índia e a África também têm sido sugeridas como um possível local. Jerônimo e Josefo a situavam na índia (Josefo, Ant. viii. 6.4). Foi provavelmente uma estação no caminho para as naus de Salomão no comér- cio entre a índia e o porto de Israel em Eziom- Geber (1 Rs 9.26-28). Existem muitas refe- rências ao ouro fino que vem desta área íl Rs 9.28; Jó 22.24; 28.16; SI 45.9; Is 13,12). A única referência não-bíblica a Ofir está no fragmento encontrado em Tell Qasileh, ao norte de Jafa. Na inscrição do século VIII a.C., lê-se: “Ouro de Ofir para Bete-Horom, trinta si cios”. Outros produtos desta área eram árvores de almugue ou sândalo, prata, pedras preciosas, marfim, macacos e luxos orientais similares. Veja Ouro.

G. A. T.

OFNI Uma das cidades contadas entre as 12 dadas por Josué à tribo de Benjamim (Js 18.24). Um acordo geral identifica esta cida- de com a moderna Jifna, ou Jufna, quatro quilômetros a noroeste de Betei, fora da es- trada Nablus.

OFRA 1. Uma cidade em Benjamim (Js 18.23), uma vez exposta aos saqueadores filisteus (1 Sm 13.17,18). Ela deve provavelmente ser iden- tificada com a moderna et-Taiyibeh, oito quilômetros a norte de Miemás, e seis quilô- metros e meio a leste de Betei (Beitin). Veja Efraim, Cidade de. 2. Cidade natal de Gideão (Jz 6.11,24; 8.27,32), do clã de Abiezer, localizada no ter- ritório de Manassés, provavelmente na fron- teira sul da planície de Esdraelom, ao pé do monte Gilboa. Gideão recebeu o seu chama- do, construiu um altar ao Senhor, deixou-se cair na idolatria (Jz 8.27), e foi sepultado aqui (Jz 8.32). 3. Filho de Meonotai da tribo de Judá (1 Cr 4.14), um descendente de Quenaz e Otniel.

OGUE Um rei amorreu de Basã, cujo domí- nio - que abrangia 60 cidades, do rio Jaboque até o monte Hermom - foi conquistado por Moisés e pelos israelitas (Nm 21.33-35; Dt 3.1-5). Os habitantes, exceto o rei, foram exterminados (Dt 3.6-11), e seu território foi ocupado pela meia tribo de Manassés (Dt 3.13; 29.8). Ogue foi o último dos refains (q.v.) ou a raça dos gigantes daquele distrito, e possuía um leito de ferro com nove côvados de compri- mento por quatro côvados de largura, que estava preservado em Rabã-Amom (Dt 3.11;

1413

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OGUE OLHOS, VEO DOS

Rabá dos filhos de Amom), Seu “leito” temsido interpretado como um sarcófago enfei-tado com ferro, um divã decorado com ferropara ser colocado em sua tumba para seucorpo como nas tumbas de Jerico, ou umdólmen de blocos de basalto (suporte de fer-ro), encontrado frequentemente na Transjor-dânia. Veja Gigante.

OLEIRO Veja Ocupações: Oleiro. OLHO O olho representa o órgão da visãopara os homens e os animais, e é usado emmuitas aplicações figuradas. Os olhos sãoafetados pela idade, pelas emoções, pelo sonoe pela morte. Eles mostram as qualidadesemocionais, tais como a generosidade (Pv22.9), avareza (SI 10.8), arrogância (Is 2.11;5.15; 2Rs 19.22), inveja (1 Sm 18.9; Pv 28.22;Mc 7,22), desejos ímpios (Is 3.16; 2 Pe 2.14;1 Jo 2.16), Eles são usados por Deus em umsentido antropomórfico, mostrando a suaonis ciência, Para as mulheres no antigo Egito e na Babi-lônia, era comum pintar os olhos, mas entreos hebreus esse costume é mencionado prin-cipalmente em relação às mulheres de máreputação. As pálpebras superiores e inferi-ores eram escurecidas com um pó negro deantimônio ou de estíbio. No entanto, os tra-dutores da versão KJV em inglês algumasvezes traduziram a palavra “olhos” como“rosto”. Assim, Jezabel pintava, na verdade,a região em volta dos olhos (2 Rs 9.30). Jere-mias diz “ainda que te pintes em volta dosteus olhos com o antimânio” (Jr 4.30; cf. Ez23.40). Veja Olhos, Pintando os. A palavra “olhos” é usada de muitas outrasmaneiras; (1) uma fonte (q.v.), como a palavrahebraica é traduzida algumas vezes, provavel-mente derivando dos olhos como uma fonte delágrimas (cf. Jr 9.1); (2) cor ou brilho, uma vezque o olho brilha como os metais ou as jóias(Ez 1.4; 8.2; 10.9); (3) face (Nm 14.14); (4) su-perfície visível da terra (Êx 10.5,15; Nm 22.5); (5) testa, como em “entre teus olhos” (Êx 13.9); (6) presença, como em “diante dos olhos” (Gn23,11, hebr.); (7) opinião individual, como naexpressão “nos vossos olhos” (Gn 19.8); (8) fa-vor ou ira, como em “põe sobre ele os olhos” (Jr39,12; Am 9.8, hebr.). A frase “guardou-o comoa menina [ou pupila] do seu olho” (Dt 32.10; SI17.8) significa preservar alguma coisa comcuidado especial.

E. C. J,

OLHO, CEGAMENTO DO Veja Punição. OLHOS BONS A expressão grega ophthal-mos haplous consta em Mateus 6.22 e Lucas11.34 e significa “olho simples" ou “olho bom”,A palavra haplous significa “simples” e re-presenta o olho transmitindo a imagem denm objeto que é visto clara e fixamente. O“olho simples” corno a luz ou lâmpada do cor-

Oa povos, antigos do Oriente Próximo temiam o olho mau. Neste mosaico de Antíoquia da Síria, do inicio da era cristã, todos os tipos de

ataque são feitos ao olho mau, HFV

po é forte; não é confuso e pode se enfocar com perfeição, com uma visão limpa sobre o seu objeto.

OLHOS, PINTANDO OS O costume de pin- tar os olhos é muito antigo, e estava bem estabelecido no Egito desde os tempos pré- dinásticos. O material usado era moído numa paleta de pedra e era frequentemente guar- dado em pequenos recipientes de alabastro, tubos de madeira ou recipientes similares. A preferência antiga era por uma cor verde (crisocala ou malaquita), mas posteriormen- te o negro (galena) tomou-se mais popular. Uma forma negra é conhecida nos tempos modernos como fyohl (ou kajal), uma pala- vra derivada do Árabe. O kaial era aplicado nas extremidades das pálpebras com os de- dos ou com aplicadores especiais cilíndricos. A borda negra resultante supostamente dava um brilho contrastante ao olho. Embora usa- da originalmente como um cosmético, a pin- tura dos olhos também aparece como uma prescrição para doenças nos olhos. Na Bíblia, o uso da pintura dos olhos sem- pre tem associações com o mal. O verbo he- braico kahal, “pintar [os olhos]”, aparece so- mente em Ezequiel 23.40, numa descrição dos esforços de uma adúltera para atrair as suas vítimas. A pintura dos olhos (hebr. puk) é mencionada duas vezes, relacionada com maquiagem. Jezabel pintou os olhos antes de ir ao confronto com Jeú (2 Rs 9,30), O texto em Jeremias 4.30 compara Judá e Jerusalém a uma mulher que aumenta os seus olhos com pinturas, em uma tentativa de garantir a libertação por meio da sedu- ção. Aqui o verbo é qara\ simplesmente ‘rasgar", e também “tornar maior ou mais amplo”, ressalta a aparência dos olhos pin- tados. Veja Olho.

C. E. D.

OLHOS, VÉU DOS Uma frase difícil usada

1414

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OLHOS, VEU DOS OMBREIRA DA PORTA

em Gênesis 20,16 e que tem diferentes inter-pretações. Se as palavras referem-se a Abra-ão, a idéia pode ser a de que Abraão, ao sedeclarar como o marido de Sara, estaria agin-do como um véu para aqueles que pudessemdesejá-la. Se as palavras referem-se ao dinhei-ro recebido por Abraão, o dinheiro pode serum véu para protegê-la do desejo libertino dosoutros. E mais provável que a frase se refiraao dinheiro, como uma compensação ou comoum “presente que acalma... para que quandonos encontrarmos, talvez ele me perdoe” (cf.Gn 32.21; Jó 9.24; KD, I, 241).

OLÍBANO OLÍBANO OLÍBANO OLÍBANO Veja Incenso; Plantas: Incenso. OLIMPAS OLIMPAS OLIMPAS OLIMPAS Um dos santos em Roma a qnemPaulo enviou saudações (Rm 16.15). Ele podeter sido uma das pessoas da casa de Filólogoque também é mencionado na saudação.

OLIVAL OLIVAL OLIVAL OLIVAL Veja Plantas: Oliveira. OLIVEIRA OLIVEIRA OLIVEIRA OLIVEIRA Veja Plantas. OLIVEIRAS, MONTE DAS OLIVEIRAS, MONTE DAS OLIVEIRAS, MONTE DAS OLIVEIRAS, MONTE DAS Veja Monte dasOliveiras.

OLMEIRO ou FREEXO OLMEIRO ou FREEXO OLMEIRO ou FREEXO OLMEIRO ou FREEXO Uma árvore. VejaPlantas,

OMOMOMOM 1. Filho de Pelete, que juntou-se à rebeliãode Corá contra Moisés (Nm 16.1). 2. A cidade egípcia de Om, conhecida pelosgregos como Heliópolis. Situava-se na atualMatariyeh, um subúrbio a nordeste do Cai-ro. Embora importante como um centro reli-gioso, Om nunca alcançou proeminência po-lítica, Foi notável por sua adoração ao sol,associada aos deuses Re-Harakhte, Atum eKhepri, e representada pela fênix e pelo tou-ro Mnevis. Re tornou-se importante a partirda Quinta Dinastia. Dessa época em diante,o nome deste deus passou a fazer parte datitularidade do rei, sendo “filho de Re” umdos cinco títulos reais. Mais tarde, a teolo-gia de Om influenciou as doutrinas do ato-nismo. A cidade de Om parece ter sido cha-mada de Per-Atum, “a Casa de Atum” e, con-sequentemente, pode ser a Pitom (q.v.) deÊxodo 1.11 (Erie P. Uphill, “Pithom and Ra-amses. Their Location and Significance”,JNES, XXVII [1968], 292-299; XXVIII[1969], 32-39). Veja Egito; Êxodo, O José casou-se com Asenate, uma mulher egíp-cia cujo pai era sacerdote de Om (Gn 41.45,50;46.20). Por causa de sua ligação com a adora-ção ao sol, Om é mencionada em Jeremias43.13 como “Bete-Semes... na terra do Egi-to”. Em algumas versões lê-se “Heliópolis”,cujo significado, “cidade do sol”, aproxima-sedo termo hebraico Bete-Semes, “casa do sol”.A passagem declara que Nabucodonosor des-truiria “os monumentos sagrados de Helió-

polis”. As colunas ou monumentos eram em-blemas da adoração ao sol e uma coluna úni-ca, erigida por Sesóstris I (1971-1928 a.C.), éo único remanescente em Om que testifica daantiga importância religiosa da cidade. Em Ézequiel 30.17 uma profecia contra o Egi-to pronuncia que os homens jovens de Om cai-ríam pela espada, e, que os sobreviventes se-riam levados ao cativeiro. Nesta passagem, lê-se nos Textos Massoréticos ’awen, “idolatria”,para ’on. Algumas versões o traduzem comoAven, enquanto outras registram “Heliópolisou Om”. Existe a possibilidade de que tambémse pretendesse dizer Om em Isaías 19.18, ondese menciona que uma cidade no Egito seráchamada de Iraeres {q.v.). O texto heb. é tra-duzido como “Cidade da Destruição” (q.v.) emalgumas versões. Lendo-se heth onde temos Ac,como é freqüentemente sugerido aqui, temostraduções que trazem a expressão “Cidade doSol”, que é equivalente a Heliópolis. Em épo-cas posteriores o historiador grego Heródotorelatou que os sacerdotes de Heliópolis eramconsiderados os mais instinidos antíquáriosegípcios (II, 3). Uma tradição local faz de Heliópolis um lu-gar de parada para a Família Sagrada naépoca da fuga de Belém. Um, sicômoro, ouuma figueira brava chamada Arvore da Vir-gem, tem sido considerado o recurso mágicodas mulheres que esperam obter a fertilida-de. Nas proximidades, há uma fonte cujaágua doce contrasta com a qualidade salo-bra de outros poços dos arredores, A tradi-ção atribui esta distinção a um antigo mila-gre do menino Jesus.

C. E. D.

OMAR OMAR OMAR OMAR O segundo filho de Elifaz, o primo-gênito de Esaú com sua esposa Ada (Gn36.11; 1 Cr 1.36). Êle é citado como um doschefes da terra de Edom (Gn 36.15), e pre-sume-se que seu nome sobreviva em Amir,uma tribo árabe a leste do Jordão.

OMBREIRA OMBREIRA OMBREIRA OMBREIRA As duas ombreiras ou tiras daparte superior na estol a do sumo sacerdotevinham da parte de trás, sobre os ombros, eeram amarradas na parte frontal. Elas eramfeitas de estofo azul, púrpura, carmesim elinho fino retorcido. Uma pedra de ônix (ouberilo) portando o nome de seis das tribos deIsrael era ligada a cada ombreira. Estas pe-dras çram chamadas de “pedras de memó-ria” (Ex 28.7,12,25; 39.4,7,18).

OMBREIRA DA PORTAOMBREIRA DA PORTAOMBREIRA DA PORTAOMBREIRA DA PORTA 1. Característica arquitetônica que significabatente ou pilar. A palavra hebraica ’ayil ou“pilar” (Ez 40.9ss.) refere-se a uma parte daestrutura ou à ornamentação de um portal.Ela é derivada de ’ul, que significa “proje-tar”. Dessa forma, ela poderia ser uma par-te proeminente da parede on a pilastra queforma o umbral da abertura, ou ainda uma

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OMBREIRA DA PORTA OMOPLATA

verdadeira coluna sobre a parede, ao ladoda abertura. A palavra hebraica ’amma, que pode ser tra-duzida como “umbral” ou “bases do limiar”(Is 6.4), significa “pinos” ou “alicerces”, por-tanto o ‘local da porta”. A palavra hebraicarnfzuza representa as partes que formam oumbral da porta (Êx 12.7). O fato de seremelementos separados e destacáveis é mostra-do em Juizes 16.3. Em alguns casos, eleseram quadrados (Ez 41.21), indicando queeram geralmente arredondados e possivel-mente feitos de madeira. A palavra hebrai-ca saph (2 Cr 3.7) é na verdade o “limiar” oua “soleira”, e refere-se ao elemento de pedrana base da porta que ocupa a abertura entreos umbrais. Veja Pórtico.

OMBRO OMBRO OMBRO OMBRO A palavra gr. para ombro (omos)ocorre desde Homero, e é frequente na Sep-tuaginta (47 vezes no AT e na Apócrifa, HR),e nos trabalhos dos escritores contemporâne-os (Josefo, Ant. iii.7.2; 8.9). No NT, ela apare-ce apenas em Lucas 15.5 (o bom pastor colo-ca a ovelha perdida sobre os ombros) e emMateus 23,4 (como uma figura dos fardos co-locados pelos fariseus sobre o povo). É a tradução usual de três palavras hebrai-cas no AT: shoq (mais hteralmente “perna”ou “coxa”, por exemplo, Êx 29.22,27; Lv 7.32-34; 10.14,15, coxa do animal sacrificial);shekem (a parte superior das costas, abaixodo pescoço; por exemplo, Gênesis 21,14;24,15; 49.15; Js 4.5, portanto sempre no sin-gular); e no sentido comum katea (por exem-plo, Ex 28.12; Nm 7.9; Jz 16.3; Is 46.7). Porduas vezes, ao se referir a uma parte de umanimal sacrificado, o termo “ombro" é utili-zado para traduzir o termo rirotri, normal-mente traduzido como “espádua” (Nm 6.19;Dt 18.3). O ombro era usado para muitas coisas, in-clusive para carregar fardos, apoiar vestes eempurrar. É aplicado a coisas inanimadas,como por exemplo: à parte lateral de um edi-fício (1 Rs 6.8); ao mar da Galiléia (Nm 34.11) ; ao “lado” ou declive de uma cidadeconstruída sobre um monte (Js 15,8,10ss.; 18.12) ; ao declive de uma montanha (Gn48.22; Is 11,14); poeticamente, a expressão“morará entre oa seus ombros”, significamorará entre as montanhas que ele ama -Sião e Moriá (Dt 33.12); os lados de umportão (Ez 41.2,26); os suportes de um eixo(1 Rs 7.30,34); e os detalhes nas ombreirasda veste do sacerdote (Êx 28.7). Também ocorrem vários usos metafóricos: (1)O membro sobre o qual um fardo é colocado(Is 9.6, “O principado está sobre os seus om-bros”; Is aí as 22.22, “Porei a chave da casa deDavi sobre o seu ombro”). Desta expressãovem a frase “servir a Deus com o ombro” (Sf3.9, anotação marginal da versão ASV eminglês), e também “retiraram os seus ombros”(Ne 9.29, isto é, recusaram a responsabilida-

Parte do batente de um portào em Micenas, Grécia, datado do século XIII a.C, Observe os orifícios na parte auperior e na parte inferior onde um poste podería ser inserido para

suspender a porta. HFV

de de guardar a lei). (2) O membro sobre o qual recaem os golpes ou as punições (Is 9.4, “a vara que lhes feria os ombros”). (3) “Virar [ou voltar] as costas [ou os ombros]” signifi- cava “ir embora” (1 Sm 10.9; Js 7.12; Jr 48.39); consequentemente a frase contida no Salmo 21,12, ‘Tu lhes farás voltar as costas [om- bros]”, significa “colocar em fuga”.

J. W. R.

OMEGA OMEGA OMEGA OMEGA Omega é a última letra do alfabe- to grego, e Alfa é a primeira. Em seu uso metafórico, o seu significado seria “o fim” ou “o último”. O costume judaico era usar a, pri- meira e a última letra do alfabeto heb; Álefe e Tau, como um símbolo da totalidade de qualquer coisa. João segue este uso em Apo- calipse ao falar do Senhor como “o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim” (Ap 1.8). A frase é usada novamente em Apocalipse 21.6 com o sentido de que Deus é o princípio e o fim não só de todo o tempo e de toda a criação, mas de todo o significado da existência. E de extrema importância para a cristologia do NT notar que exatamente a mesma frase é aplicada a Cristo em Apocalipse 22.13, e também a frase “o Primeiro e o Último” em Apocalipse 1.17; 2.8; 22.13.

P. C. J.

ÔMER ÔMER ÔMER ÔMER Veja Pesos, medidas e moedas.

OMOPLATA OMOPLATA OMOPLATA OMOPLATA A única referência ao “omoplata”

1416

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OMOPLATA ONIPRESENÇA

na Bíblia Sagrada está em Jó 31.22 e significa oencaixe ou osso ao qual o braço está ligado,

ONÃONÃONÃONÃ 1. Um dos cinco filhos de Sobal, filho de Seir,o horeu (Gn 36.23,20; 1 Cr 1.40,38). 2. Filho de Jerameel da tribo de Judá, de suasegunda esposa Atara; pai de Samai e Jada(1 Cr 2.26,28; cf. 2.3-5,25). 3. O segundo filho de Judá a quem a filha deSua, um cananeu, deu à luz (Gn 38.2-4; 1 Cr2.3). Onâ, praticando o coítus interruptus (deonde vem o termo “onanismo”), recusando-se, deste modo, a entrar em um relaciona-mento matrimonial levirato apropriado coma viúva de seu falecido irmão, foi morto peloSenhor (Gn 38.6-10) na terra de Canaà (Gn46.12; Nm 26.19). Veja Casamento.

ONAGRO ou BURRO SELVAGEM ONAGRO ou BURRO SELVAGEM ONAGRO ou BURRO SELVAGEM ONAGRO ou BURRO SELVAGEM VejaAnimais, II 30,

ONESÍFORO ONESÍFORO ONESÍFORO ONESÍFORO Um amigo cristão de Éfesoque não só ministrou ao apóstolo Paulo ali,mas que, enquanto esteve em Roma duran-te a segunda prisão de Paulo, o procurou ecuidou dele(2Tm 1.16-18). Na segunda epís-tola de Paulo a Timóteo, Onesíforo é um da-queles que recebem as saudações do apósto-lo (2 Tm 4.19).

ONÊSIMO ONÊSIMO ONÊSIMO ONÊSIMO Foi o escravo fugitivo de File-mom em cujo favor Paulo escreveu a Epísto-la a Filemom. O texto em Colossenses 4.9 orelaciona com Colossos. Fugindo de seu se-nhor, Onésimo foi para Roma, esperandoescapar da prisão em meio à sua numerosapopulação. Ali, de alguma maneira, ele co-nheceu Paulo e, através do apóstolo conver-teu-se, mostrou-se “útil'’ e caríssimo paraPaulo. Recusando-se a reter seus serviçossem o conhecimento e consentimento de seusenhor, Paulo enviou Onésimo de volta soba proteção de Tíquico (Cl 4.7-9), juntamentecom seu primoroso apelo epistolar por seufilho espiritual. Não há dúvida de que File-mom atendeu o apelo de Paulo. Veja Filemom, Epístola a.

ÔNICA Vejú Animais, V.9; e Plantas.

ONIPONIPONIPONIPOTÊNCIA OTÊNCIA OTÊNCIA OTÊNCIA Este é um termo teológicoque se refere ao poder ilimitado de Deus, ape-sar de não ser encontrado na Bíblia Sagrada.Embora não exista palavra uo hebraico à qualcorresponda exatamente, El Shaddai ouShaddai (48 vezes no AT) é traduzido comoDeus Todo-Poderoso (Gn 17.1; Jó 5.17 etc.).Provavelmente, significa “Deus dais)montanha(s)”, com montanhas significandomajestade ou força, e sendo o lugar ondeDeus mostra o seu poder em grandes tem-pestades (SI 29.4-6). Yahweh S‘ba’ot e 'EloheS‘ba ’ot aproximam-se do significado do ter-mo, referindo-se ao Senhor dos Exércitos ou

Deus dos Exércitos (SI 24.10; Is 2.12; 6.3,5; 8.13; Jr 35.17; 38.17). Uma vez que nos tem- pos antigos, os potentados eram conhecidos pelas posições e pelo número de seus séqüitos e exércitos, era uma designação muito apro- priada de Deus ao povo ao AT. No NT, a palavra grega pantokrator é en- contrada dez vezes, embora seja apenas uma vez traduzida como “onipotente” em algumas versões (Ap 19.6). Ela é usada na LXX para traduzir Yahweh 6'jm’ot, Senhor dos Exér- citos, Seu significado literal é “Todo Podero- so” ou “Onipotente”. A onipotência de Deus não significa que Ele faça qualquer coisa, uma vez que a sua oni- potência é governada por sua vontade, e esta por sua vez é governada pelo seu caráter. Ele não pode desejar fazer nada que seja contrá- rio ao seu caráter (por exemplo, Deus não pode mentir, Tt 1.2, ou negar-se a si mesmo, 2 Tm 2.13). Ao mesmo tempo, a sua vontade não pode ser identificada com o seu poder. Isto negaria tanto a sua personalidade como o seu caráter. As Escrituras falam da onipotência de Deus de várias maneiras. Não há nada difícil de- mais para Ele (Gn 18.14; Jr 32.17); nada pode atrapalhar o seu propósito (Is 43.13); com Deus todas as coisas são possíveis (Mt 19.26; Mc 10.27; Lc 18.27). A onipotência de Deus também é mostrada indiretamente pelo fato de que “tudo é possível ao que crê” (Mc 9.23), e “nada vos será impossível” (Mt 17.20). Nada pode escapar de seu poder, seja na natureza (Is 43.13; Dn 4.35; Am 9.2,3; cf. Mt 10.30; Lc 12.7), ou na história (Is 10.5,15; 28.2; 45.1; Jr 25,9; 27.6; 43.10), Uma distinção deve ser feita entre a potentia absoluta de Deus - seu poder direto e absolu- to. Por exemplo, Ele desejou e o mundo foi cri- ado; Cristo falou e um homem foi curado; Cristo andando sobre as águas, além de outros exem- plos - e a potentia ordinata, quando Ele tra- balha através de causas secundárias. Veja Deus,

R. A. K.

ONIPRESENÇA ONIPRESENÇA ONIPRESENÇA ONIPRESENÇA Embora nem o substanti-vo onipresença nem o adjetivo onipresentesejam encontrados nas Escrituras, a BíbliaSagrada pressupõe a presença de Deus emtodos os lugares. A fim de se guardar do pan-teísmo - a idéia de que Deus é tudo e tudo éDeus - e para que não se confunda Deus e omundo, é aconselhável definir a onipresençadizendo que todas as coisas são ígualmentepresentes para Deus e estão igualmente sobo seu poder e autoridade (1 Rs 8.27; 2 Cr 2.6;SI 139; Is 66.1; At 17.28). Ele está isento detodas as limitações de espaço, tanto subjeti-vamente como objetivamente. Ele é tantotranscendente para o mundo como inerentea ele. O liberalismo coloca toda a sua ênfasesobre a inerência de Deus e ignora a suatranscendência; a neo-ortodoxia enfatiza a

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ONIPRESENÇA ONR1

sua transcendência e negligencia a suainerência. Ao mesmo tempo, devemos nosguardar das teorias que sugerem que Deusestá meramente presente por meio de suavontade ou de seu poder, e dessa forma lhenegam a personalidade total (Jr 23.24,onipresença e onisciência; cf. S\ 139.2,9ss.;1 Rs 8.27; Is 66.1). As aparições teofânicas não estabelecem a lo-calização de Deus em um único local em ex-clusão de outro, mas apenas que Ele escolheuse revelar de uma forma em particular, e emum determinado lugar. Os altares e locais emque Deus habita (Nm 10.35; 1 Rs 8; Jo 1.14; Cl2.9; Jo 14,23; Ef 2,21,22; Ap 21,3) não o res-tringem a lugares específicos, mas são, antes,locais designados para a adoração. Esta dou-trina é de grande conforto ao crente, visto queela lhe garante a presença pessoal de Deuspara protegê-lo de qualquer tentação, inimigoe perigo (Is 43.2; Dn 3.25,27),

R. A. K.

ONISCIÊNCIA ONISCIÊNCIA ONISCIÊNCIA ONISCIÊNCIA Este termo não aparece nasEscrituras, seja em sua forma nominal ouadjetiva, contudo a Bíblia ensina que Deusconhece todas as coisas oompletamente e per-feitamente. Deus sabe em um grau infinitotudo o que é real ou possível. Seu conheci-mento do que é real é visto no fato dele co-nhecer: quando um pardal cai (Mt 10.29); onúmero ae fios de cabelo em nossa cabeça (Mt10.30); os pensamentos e intentos do coração(SI 139); o futuro, particularmente de Israel,seu povo (Dt 30.1-8; Is 65-66; Ml 3.16-4.6).O conhecimento que Deus tem daquilo que épossível é visto em revelações daquilo quepodería ter sido (Is 48.18; Mc 11.21). O co-nhecimento de Deus é eterno (At 15.18); in-compreensível (SI 139.6; Rm 11.33); e onis-ciente (SI 104.24; Ef 3.10). A questão sobre a existência do tempo e doespaço para Deus, ou se estas categorias ouclassificações existem apenas para o homemfinito, tem sido, há muito tempo, objeto dediscussão na teologia. Com o surgimento daneo-ortodoxia - e seu ensino de qne não hátempo ou espaço para Deus, e que, portanto,a verdade eterna, que é sem tempo e semespaço, não pode vir diretamente ao homem,mas deve vir indiretamente como mito, sím,-bolo ou saga - a questão tem se agravado. Esuficiente dizer que se não há tempo ou es-paço para Deus, isto diz respeito a Deus emsua essência, Uma vez que não o conhece-mos dessa forma, a questão é algo que nãoafeta o seu relacionamento conosco, Alémdisso, é desnecessário que Deus seja atem-poral e ilimitado. Sua onipresença faz comque o espaço não seja nm problema, e suaonisciência remove os empecilhos relaciona-dos aos problemas do tempo.

R. A. K.

ÔNIX ÔNIX ÔNIX ÔNIX Veja Jóias.

Partê do palácio inacabado de Onri, que ele começou em Tirza antes de mudar-se para

Samaria. HFV

ONO ONO ONO ONO Uma cidade reconstruída juntamentecom Lode (Lida) por Semede, um benjamita(1 Cr 8.12), O fato de seu nome aparecer comoVnu ou Inw nos registros de Karnak de Tut-mósis III, mostra que Ono foi fundada antesdo estabelecimento das tribos na época deJosué. Depois do exílio, seus habitantes ju-deus, juntamente com os de Lode e Hadide,totalizavam 725 pessoas (Ed 2.33; Ne 7,37).O vale no qual a cidade estava situada eraconhecido como “vale de Ono”. Foi aqui queSambalate e Gesém tentaram enganar Nee-mias em uma reunião (Ne 6.2). Ela é prova-velmente o “vale dos Artífices” (Ne 11.35), Egeralmente identificada com a modernaKefrAna, que fica situada a noroeste de Lida.

ONRIONRIONRIONRI 1. Um benjamita, filho de Bequer (1 Cr 7.8). 2. Um judaíta, filho de Inrí (1 Cr 9.4). 3. Chefe da tribo de Issacar no reinado deDavi, e filho de Micael (1 Cr 27.18). 4. Sexto rei de Israel, fundador da dinastiade Onri (1 Rs 16.15-28). Onri aparece pri-meiro como um comandante do exército sobElá, envolvido no cerco da cidade filistéiade Gibetom. Antes que o cerco estivessecompletado, uma palavra chegou até oacampamento israelita de que Zinri, umoutro oficial do exército, havia assassinadoElá e reivindicado o trono. O exército nocampo imediatamente proclamou Onri rei.Ele, imediatamente, abandonou o cerco afim de mover-se contra Zinri em Tirza. Arivalidade durou apenas sete dias, quandoZinri escolheu perecer destruindo com fogoo seu quartel general. No entanto, um ou-tro rival apareceu na pessoa de Tíbni, filhode Ginate. Onri, apoiado pelo exército e pelogrupo de profetas, lutou contra Tibni, quemanteve um apoio muito popular por qua-tro anos. A guerra civil finalmente teve fimcom a morte de Tibni. Onri foi, sem dúvida alguma, um governantemais capaz e mais importante do que o re-

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ONRI ORAÇÃO

gistro bíblico indica na breve menção de seureinado {1 Rs 16.23-28). Uma vez que o nomede seu pai não é expresso, embora o pai deTibni seja reconhecido, ele bem pode ter sidoum não - israelita que ganhou proeminên-cia através de suas habilidades militares.Isto pode explicar o apoio popular dado aTibni, e a dificuldade em reconhecer Onricomo rei nos círculos da Judéia. Entre suas conquistas, a escolha estratégi-ca do monte de Samaria como sua capital émais patente. Este monte, comprado deSemer por dois talentos de prata, era de for-ma incomum bem localizado para uma fácildefesa. Seu valor estratégico fica evidencia-do por seu repetido desprezo das invasõessírias e assírias. O monte foi finalmente cap-turado por Sargão em 721 a.C., mas somen-te depois de um cerco de três anos. Onri demonstrou uma forte liderança em ter-ras estrangeiras bem como em casa. Embo-ra tenha perdido terreno para os sírios du-rante os dias da luta civil no início de seureinado, recuperou estas perdas em outrasáreas. Desenvolveu um extenso comércio comas nações vizinhas e viu Samaria tornar-seuma parte importante das rotas de carava-nas. Sua aliança com os fenícios tornou pos-sível muitas vantagens econômicas, Embo-ra o casamento de seu filho Acabe comJezabel fosse trazer resultados desastrososposteriormente, novas áreas de comércio econtatos estrangeiros fortaleceram Israelnaquele momento. Onri foi capaz de subju-gar Moabe e requerer um pesado tributo deseus habitantes. Detalhes desta prática sãodados na famosa Pedra Moabita (q.u.) quefoi estabelecida em comemoração à posteri-or libertação de Moabe nos dias de Acabe.Os registros assírios mais tarde atestam aimportância do reinado de Onri, referindo-se a Israel como a “Terra da Casa de Onri”pelos 100 anos seguintes. Onri foi assim res-ponsável por colocar Israel no mapa do mun-do. Veja Samaria. Embora Onri tenha acrescido grande rique-za e prestigio a Israel, ele falhou em edifiearum forte alicerce espiritual. A avaliação ju-daica posterior de seu reinado afirma queele “fez pior do que todos quantos foram an-tes dele” (1 Rs 16.25,26). Ostracos descober-tas em Samaria dão testemunho de seusincretismo e apostasia, pelo uso dos nomestanto de Baal como do Senhor,

K. M. Y.

OOLA OOLA OOLA OOLA Um nome simbólico (sugerindo acismática tenda sagrada de Israel) usado emEzequiel 23 para o reino de Samaria. A infi-delidade de Israel e Judá era retratada sim-bolicamente nas pessoas de Oolá e Oolibá,que se tornaram prostitutas mesmo estandocasadas com o Senhor. As atividades de Ooláforam retratadas com detalhes sensacionaispara mostrar a crueldade do pecado de Isra-

el em contraste com o cenário do imutávelcaráter de Deus (Ez 23.49). A infidelidadede Israel, iniciada no Egito, incluía o envol-vimento político com a Assíria e a adoraçãosincretista (Ez 23.5-10). Na justiça poética,essas mesmas amantes tomaram-se minis-tros do julgamento divino (Ez 23.9,10). Oreino de Samaria foi derrotado e aprisiona-do pela Assíria em 722 a.C.

OOLIABE OOLIABE OOLIABE OOLIABE Veja Aoliabe,

OOLIBÁ OOLIBÁ OOLIBÁ OOLIBÁ Veja Oolá. OOLIBAMAOOLIBAMAOOLIBAMAOOLIBAMA 1. Esposa de Esaú, neta de Zibeão, um horeu(Gn 36.20,25; cf. v.2). Em Gênesis 36.2, estáescrito que Zibeão é heveu, porém no versí-culo 20 há um horeu (Kittel), isto é, o nomedado aos primeiros habitantes do monte Seir(Gn 14.6), cujos nomes pessoais eramsemíticos, para distinção dos horeus, da Pa-lestina central, que eram [(ritmos não-semíticos, chamados heveus em hebraico (Gn 34.2) (E. A. Speiser, AASOR, XIII [1931-32],26-31). O nome de Oolibama não é encon-trado em outras listas das esposas de Esaú(Gn 26.34; 28,8,9). 2. Chefe de um clã edomita (Gn 36.41; 1 Cr1.52).

OPALA OPALA OPALA OPALA Veja Jóias.

ORAÇÃOORAÇÃOORAÇÃOORAÇÃO

O Vocabulário BíblicoO Vocabulário BíblicoO Vocabulário BíblicoO Vocabulário Bíblico A terminologia da oração é rica e variada naBíblia Sagrada. O termo geral hebraico étepilla, de uma forma do verbo palal\ o ter-mo grego é proseuche, onde o passivo médioé proseuchomai. A idéia básica da palavrahebraica é a intercessão, e da palavra gregaé o voto, mas essa etimologia não é mais odeterminante de seu significado. As duaspalavras podem ser usadas de forma abran-gente para qualquer tipo de solicitação, in-tercessão ou ação de graças (veja Súplica).A oração é descrita como o ato de “invocar onome do Senhor" desde os dias de Sete (Gn4.26) até a época em que o “Senhor” se reve-lou como o Salvador, Jesus Cristo (cf. J12.32,com Rm 10,9,12,13). Os cristãos identificam-se com aqueles que invocam seu nome (1 Co 1.2) . Outras expressões do AT são “suplicar”ou “procurar o favor” de Jeová {pi‘el de hala,literalmente “tornar-se agradável à suaface”), “curvar-se em adoração” (shaha),“aproximar-se” (nagash), “ver” ou “encon-trar” para suplicar (paga3, “implorar” {za'aq)para reparar uma falta, “pedir” (sha’al), “su-plicar” 1‘athar) ou “comparecer perante a facedo Senhor”. Além de proseuchomoai,, os au-tores do NT usam os termos “implorar”(deomai), “solicitar” (aiteo) ou simplesmen-te “pedir” (erotao) quando se referem à ora-

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ORAÇÃO ORAÇÃO

çào. Ao contrário de proseuchomai, essaspalavras não sào caracteri Stic ame nte “reli-giosas” e podem denotar pedidos dirigidostanto aos homens quanto a Deus. Entre aspalavras mais específicas para oração estãoentygkano (“interceder”), proskyneo (“ado-rar”), e eucharisteo (dar graças).

Antigo TestamentoAntigo TestamentoAntigo TestamentoAntigo Testamento Não havia a exigência de uma postura parao exercício da oração e, na maioria das ve-zes, as orações eram feitas em pé (por exem-plo, 1 Sm 1.26); a grande oração da sinagogahebraica deveria ser chamada de “oração empé” ÍAmidah), Entretanto, em certas ocasi-ões, as pessoas podiam orar ajoelhadas (1 Es8.54) ou prostradas (1 Rs 18.42) com as mãosestendidas (1 Rs 8.22,54; Is 1.15) ou levan-tadas (SI 63.4; cf. 1 Tm 2.8). Essas oraçõeseram sempre feitas de frente para o Temploporque era o lugar onde Deus navia dito queo seu nome estaria (1 Rs 8.29,30). Após adestruição do Templo, às vezes as oraçõeseram feitas em direção a Jerusalém (Dn6.10). Entretanto, Salomão reconheceu ini-cialmente, “Eis que os céus e até o céu doscéus te não poderíam conter, quanto menosesta casa que eu tenho edificado” (1 Rs 8,27 ).A postura, o local onde a oração era feita, eas necessidades pelas quais se faziam assúplicas, não representavam a principal pre-ocupação dos autores hebreus. No AT, a oração pode ser adequadamentedescrita em termos dos grandes homens deIsrael que aparecem muitas vezes como gran-des interc es sores perante Deus em nome dopovo. Nessa função, eles manifestaram umaincrível coragem e persistência. Abraão im-plora a Deus pela peeadora Sodoma, insis-tindo de forma obstinada no número de jus-tos pelos quais a cidade podería ser poupa-da (Gn 18.22-33). Jacó luta com o anjo (Gn 32.24-32), uma ex-periência que foi interpretada no próprio ATem termos de oração (Os 12.4). Moisés pede para seu nome ser apagado dolivro da vida, se Deus não perdoar aquelesque adoraram o bezerro de ouro (Êx 32.31ss.;cf. Nm 14.13-19). As orações relativas à ex-periência do exílio são feitas com o mesmoespírito de intercessão, mas com uma ênfa-se maior na humildade, ua confissão e noarrependimento; por exemplo, as orações deDaniel (Dn 9.3-19), Esdras (Ed 9.5-15) eNeemias (Ne 1.5-11), A grande oração daaliança expressa em Neemias 9.10 represen-ta toda a nistória sagrada desde Abraão atéEsdras com suas características de pecado,confissão, perdão, renovação, e votos de fi-delidade à lei de Deus. Nesse último período, a oração também as-sumiu aspectos comunitários. O livro dosSalmos ó o livro de orações do AT, abran-gendo todo tipo imaginável de oração - lou-vor, súplica, intercessão e ação de graças.

Provavelmente, a maioria dos Salmos eraoriginalmente composta como expressões depiedade individual, porém eles logo foramadotados pelo culto conjunto da comunidadeisraelita. Seu título genérico é tf-hillim, ou“louvores” (q.v.), em um sentido mais amplo,embora alguns Salmos sejam chamados de“orações” (fpiliim como, por exemplo, o Sal-mo 72.20 no final do Livro 2 dos Salmos).Muitos outros salmos também poderíam, deuma forma geral, receber essa classificação.Merecedores de particular atenção são oschamados Salmos imprecatórios, nos quaiso justo sofredor identifica de tal forma os seusinteresses com os interesses de Deus, que suasúplica pOT vingança é acompanhada por umcorolário, uma oração pela derrota de seusinimigos, Essa “intercessão ao reverso” podeser vista em vários Salmos, como por exem-plo nos de número 109, 137 e 140, que sãosimplesmente um exemplo especial de súpli-cas queixosas pela libertação das condiçõesde tribulaçâo daqueles que sofrem injusta-mente em toda a Bíblia (cf, as frases “Espe-ra no Senhor", 27.14; “Até quando... Senhor...até quando?”, 13.1; e “Desperta, por que dor-mes, Senhor?”, 44.23). É esse tipo de oraçãoque forma a base da oração escatológica doNT (cf. Lc 18.7; Ap 6.10). Na outra extremidade do espectro estão asorações penitenciais nas quais o justo torna-se mais consciente de seus pecados do quede seus inimigos externos, e suplica o per-dão divino, muitas vezes com uma urgênciaidêntica e quase escatológica (por exemplo,SI 32, 38, 51), Tem sido afirmado, com mui-ta veracidade, que quando os homens sofremofensas, eles clamam por justiça; mas quan-do pecam, oram pedindo misericórdia. En-tretanto, a resposta do AT a essas duas ora-ções é a mesma; a 'justiça” (sedeq), o “amorconstante” (kesed), a “fidelidade” ( emana) ea “verdade” Cemet) de Jeová.

Novo TestamentoNovo TestamentoNovo TestamentoNovo Testamento 1. Jesus nos Sínóticos, A vida sinótica deJesus é uma vida de oração, espeeialmenteem Lucas. Jesus tinha o hábito de se retirarpara um lugar isolado a fim de orar, muitasvezes antes do nascer do sol e até mesmodurante toda a noite (Mc 1.35; Lc 5,16; 6.12).Lucas menciona a oração nas ocasiões dasgrandes crises do ministério do Senhor Je-sus: no batismo (3.21,22), na escolha dos dozeapóstolos (6,12ss,), na confissão de Pedro(9.18ssJ e na transfiguração (9.28ss.). Osúltimos dias de Jesus em Jerusalém, antesde sua paixão, foram divididos entre o ensi-no diário no Templo e a oração noturna nomonte das Oliveiras (Lc 21,37ss.). Em Lucas,o discurso escatològico é dado como exemplodo primeiro (21.20-33) e a agonia no jardimcomo exemplo da última (cf. 22.39ss.). Esse comportamento tornou-se um modelopara a comunidade cristã primitiva (cf. At

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ORAÇAO ORAÇÃO

1.14,24; 2.42,46; 5.20,21,42; 6.4,6; 10.9;12.5ss.;16.25; 20.7ss.), e o próprio Senhor Je-sus tomou-se, para o crente, o grande exem-plo da oração vigilante e sincera (cf. “Vigiai eorai”, Mc 14.38; Lc 21.36). Segundo Lucas, atémesmo duas de suas palavras na cruz são ora-ções - palavras de intercessão (23.34) e de con-fiança (23.46). A última, baseada no Salmo31.5, equivale a uma oração que o Talmuderecomenda que os judeus fiéis Façam todas asnoites antes de dormir (‘■'Nas tuas mãos, en-trego o meu espírito”, Berahoth 5b).Inicialmente, parece que o Senhor Jesus nãohavia ensinado seus discípulos a participa-rem de sua vida de oração, ao contrário deJoão Batista e outros mestres religiosos (Lc5.33). Mas quando pediram (Lc 11,1), Ele en-sinou-lhes a oração do “Pai Nosso”, que veio aser chamada de “Oração do Senhor” (Mt 6.9-13; Lc 11.2-4). Embora a maior parte dessaoração possa ser considerada um paralelo coma adoração judaica na sinagoga (por exem-plo, o Kaddisk das lamentações: “Santificadoe exaltado seja o sen grande nome, no mundoque Ele criou, de acordo com a sua vontade.Que Ele estabeleça seu reino durante a nos-sa vida... rapidamente e em um futuro próxi-mo.,,”). A menção direta do “Pai” (Lc 11.2)torna toda essa oração especialmente cristã.Não se trata de uma oração que une os ho-mens de todas as crenças, mas ela é distinta-mente a oração daqueles que são “filhos deDeus” através e Jesus Cristo (cf, a formaaramaiea do verbo “Aba” que aparece em duasgrandes passagens relacionadas à “adoção”,a saber, Romanos 8.15 e Gaiatas 4.6). Dessaforma, o Senhor Jesus transferiu aos discí-pulos a especial consciência de Deus como“Pai”, o que para eles se tornou a base de todaa súplica (cf. Jo 20.17). Sua própria oração noGetsêmaní é um eco da oração ao “Pai” emdiversos pontos (por exemplo, “Aba”, “tenta-ção”, “Seja feita a tua vontade”). O Senhor Jesus advertiu contra a hipocri-sia, a incoerência e a monotonia das ovações(Mt 6.5-8), mas não contra a ousadia ou apersistência. Embora Ele insista que o “Paisabe o que vos é necessário antes de vós lhopedirdes” (Mt 6.8; cf. v. 32), Jesus recomen-dou a insistência em duas de suas parábolas(Lc 11.5-13; 18.1-8), especialmente em rela-ção às realidades do Espírito Santo (11.13),e à vindicaçâo finai (18.7ss.). A determina-da expectativa da consumação, enunciadapor Jesus em “Venha o teu reino” tem o seueco no termo “maranata” de 1 Coríntios 16.22e na expressão equivalente “Ora, vem, Se-nhor Jesus”, de Apocalipse 22.20. Veja Ora-ção do Senhor. Outras ênfases memoráveis no ensino de Je-sus sobre a oração são: (a) Sua exclusão de todaansiedade quanto às coisas materiais (Mt6.11,19-34); (5) Sna radical garantia de que aoração do crente será atendida (Mt 7.7; 18.19;Mc 11.23ss.); e (c) Sua inseparável ligação en-

tre a oração e o perdão (Mt 6.12,14; 7.1-12;18.15-22; Mc 11.25; cf. Mt 5.23ss.). No homem,a relação entre a oração e Deus depende desua relação com os outros homens; o perdãovem pela oração, e se não houver um perdãomútuo, a própria oração será ineficaz. 2. Aíos. Se Lucas é o evangelho da oração, olivro que o acompanha, Atos, mostra a igre-ja primitiva como uma comunidade de ora-ção. Os discípulos oram enquanto esperampelo Espírito Santo (Lc 24.53; At 1.14) e de-pois de sua vinda as principais práticas dajovem igreja podem ser resumidas entre “en-sinar”, “dividir os bens”, “distribuir o pão” e“orar” (2.42-45). Lucas descreve essa vidainicial de oração como perseverante e dota-da de uma concordância (por exemplo, 1.14;2.42,46). Como no evangelho de Lucas, a ora-ção acompanha as crises de decisão (At 1.24),de libertação (4.24ss.; 12.5; 16.25) ou de con-fiança (7.60). Ela também está permanente-mente associada à prática da imposição demãos, e à vinda do Espírito Santo sobre in-divíduos ou grupos (6.6; 8.14-17). 3. Paulo, A contribuição paulina à teologia daoração do NT é a sua grande ênfase na açãode graças. O fato de todas as suas epístolas,exceto Gálatas e Tito, terem uma expressãode ação de graças ou bênção de Deus logo deinício, ou pouco depois da saudação, não podeser explicada apenas como uma mera formaepistolar, pois está enraizada na teologiapaulina. Paulo acreditava que toda oraçãodeve incluir a ação de graças (Fp 4.6; Cl 4.2),pois as ações de graças (eucharístia) faziamcom que a glória ascendesse a Deus pela gra-ça içhuris) que havia descido sobre nós emJesus Cristo (cf. 2 Co 1.11; 4.15; 9.11ss.). A ação de graças era a resposta, plantadapelo Espírito Santo no coração dos homens,pelos grandes atos redentores de Deus (porexemplo, o nosso “Amém”, 2 Co 1.20-22).Junto com ela, Paulo fala sobre aquela ins-piração pela qual o crente, que vive entre asprimi cias e a colheita, espera a completaredenção concedida por Cristo (Rm 8,15-25).As vezes, essas orações não eram expressaspor palavras, porém formadas dentro do co-ração pelo Espírito de Deus (Rm 8.26,27), eàs vezes eram feitas em “línguas”, inteligí-veis somente por Deus ou por aqueles quetinham o dom da interpretação (1 Co 14, es-pecialmente os versículos 2,14,15). A extensão do interesse de Paulo pela ora-ção pode ser vista na forma como ela servepara uni-lo espiritualmente às igrejas (mes-mo no assunto da disciplina, 1 Co 5.3ss.). Amais generalizada de suas epístolas, Efésios,está inserida em uma estrutura de oração elouvor (cf. Ef 1.3-14,15-23; 3.1,14-19,20,21)ue se tornou o veículo de suas mais profun-as declarações sobre a Igreja. O ensino ge-ral de Paulo sobre a oração foi muito bemresumido em 1 Timóteo 2.1-9. 4. Hebreus é importante não pelo seu ensino

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ORAÇÃO ORAÇAO DO SENHOR

direto sobre a oração, mas por causa de suadoutrina a respeito do Senhor Jesus Cristocomo o Grande Sumo Sacerdote que, por suaintercessão junto ao Pai, toma possível aoração cristã. 5. Tiago está preocupado com o uso correto eerrado da língua (S.lss. l. O errado inclui ofalso ensino (3.1), a blasfêmia Í3.9), as quei-xas (4.11; 5.9) e os juramentos (5.12); o usocorreto inclui a oração pela sabedoria (l.5ss.),pela justiça (5.4-8), pela cura e pelo perdão(5.13-20). Tiago reconhece que existe algochamado “pedido impróprio” (4.3) quando diz“pedis mal”, e previne contra a inconstânciaae alguém que pretende se submeter a Deusenquanto está, na verdade, procurando osseus próprios objetivos (1.7ss.; 3.8ss.; 4;4,8ss.).Ele ensina que a oração, oferecida com fé, é“eficaz” (em grego energoumene), quando tra-balhada e reforçada pelo Espírito Santo, eassim alcançará muitas coisas (5.15,16). 6. João. O Senhor Jesus viveu em uma comu-nhão tão íntima com Deus Pai, que a primeirade suas orações, que João teve a inspiração deregistrar, foi uma ação de graças que o Pai játinha ouvido dele (Jo 11.41ss.). Quando Ele diz“Pai, glorifica o teu nome”, vem a resposta “Jáo tenho glorificado, e outra vez o glorificarei”(12,28), A oração junto ao túmulo de Lázarono capítulo 11, e a voz do céu no capítulo 12,não foram registradas para exaltar o próprioSenhor Jesus, mas para mostrar que o seupoder e glória não são somente seus; eles per-tencem Aquele que o enviou (11.42; 12.30) edevem ser invocados através da oração. Aque-les que acusam João de negar a humildade e ahumanidade do Senhor Jesus, desconhecemJoão 12.27 (“E que direi eu?”), onde Jesus exi-be toda a fraqueza da natureza humana queEle assumiu em si (cf. Em 8.26). Em seu discurso de despedida, Jesus deu aosdiscípulos várias garantias de resposta àoração (14.13ss.; 15.7,16; 16.23ss.). Essa ora-ção é feita “em nome de Jesus" (cf. “segundosua vontade”, 1 Jo 5.14) e representa umadas bênçãos que se tornou possível pelo fatode Jesus ir “para o Pai” (14.125; 16.24-28).Essa promessa não é uma forma de mágicapela qual o homem manipula Deus de acor-do com seus próprios desejos, mas é semprequalificada pela vontade de Deus ou pelonome de Jesus Cristo. Paulo e Judas teriamacrescentado que ela diz respeito à oraçãoque está sendo elaborada dentro do crentepelo Espírito (Ef 6.18; Jd 20). A oração mais longa do NT se encontra emJoão 17. Jesus ora novamente por aquelaglorificação que vem com a cruz (vv. 1-5),pelos seus discípulos (w. 6-19) e pela IgrejaCristã que viria a existir (vv. 20-25). E uma oração pela unidade, porém o objeti-vo dessa unidade é a missão mundial da Igre-ja que é “enviada” e reunida em um só cor-po, “para que o mundo creia que tu me envi-aste" (veja os versículos 17ss,,21,23), Dessa

forma, foram estabelecidas a vida e a obrada Igreja em todas as épocas, envolvida pelaoração de seu Senhor e Sumo Sacerdote, quese santificou por ela, entregando-se à mortepara benefício dela. Veja Intercessão; Súplica; Ação de Graças;Adoração.

Bibliografia. William E. Biederwolf, HowCan God Answer Prayer? Nova York. Revell,1910. Heinrich Greeven, “Euchomai etc.”,TDNT, II, 775-808. O. Hallesby, Prayer,Minneapolis. Augsburg, 1931. JamesHastings, The Christian Doctrine of Prayer,Nova York. Scribneris, 1915. FriedrichHeiler, Prayer, Londres. OxfordUniv. Press,1932. A. Maillot, “Prayer”, A Companion tothe Bible, ed. por J. J. von Allmen, NovaYork. Oxford Univ. Press, 1958, pp. 329-334.J. G. S. S. Thomson, The Praying Christ,Grand Rapids. Eerdmans, 1959; “Prayer”,NBD, pp. 1019-1023.

J. R. M.

ORAÇÃO DO SENHOR ORAÇÃO DO SENHOR ORAÇÃO DO SENHOR ORAÇÃO DO SENHOR No NT, essa ex-pressão ocorre em uma forma mais longa (Mt6.9-13) e outra mais curta (Lc 11.2-4), poiscada evangelista registrou a forma que, na-quela época, estava sendo usada na adora-ção da igreja para onde estava escrevendo.Os elementos essenciais da oração ocorremnas duas formas, e as diferenças entre elaspodem ser explicadas em termos da tradi-ção litúrgica (por exemplo, o estilo mais lon-go de Mateus é semelhante a muitas oraçõesjudaicas, e o mais curto de Lucas é mais ca-racterístico da piedade helenista), e da tra-dução de uma oração originalmente semítica(por exemplo, a concepção do pecado comouma dívida reflete uma variação da tradu-ção da palavra aramaica hoba’). O contexto no qual a oração foi introduzida,também é diferente, Mateus introduz essaoração, como um padrão para a verdadeiraoração, em um contexto que fala sobre os trêspilares da piedade judaica: dar esmolas (Mt6.2 A), oração (6.5-15) e jejum (6.16-18). Lucasparece ter preservado a ocasião original paraa oração, registrando o pedido de um discípu-lo que queria aprender a orar, assim comoJoão Batista havia ensinado os seus discípu-los (Lc 11.1). É possível que o próprio SenhorJesus tenha ensinado diferentes orações, aoensinar em ocasiões distintas. Tanto Mateus quanto Lucas consideram aoração do Senhor como o padrão de todas asorações, assim como uma peça devocional es-pecífica dos cristãos para o uso individual ouem grupo. Ao enfocarem primeiramente suaatenção em Deus e em seu reino, e depois naspreocupações humanas, os apóstolos estãofornecendo um resumo dos temas da oração,Essa oração é melhor interpretada dentro deum sentido escatológico, pois existe em seutodo uma tensão entre o cumprimento futuro

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ORAÇÃO DO SENHOR ORADOR

e as experiências presentes que estão preven- do este cumprimento. Na petição inicial da oração existe uma súplica para a soberana afirmação da dignidade de Deus, cuja respos- ta só virá em sua plenitude na consumação de todas as coisas. Antes dessa consumação, a oração é uma solicitação missionária para a extensão da soberania de Deus sobre a vida dos homens. Essa tensão não deverá ser re- solvida, mas conscientemente mantida. Nas petições posteriores também podemos ouvir um tom escatológieo. Observe o pedido pelo “pão de cada dia” que será plenamente res- pondido no reino de Deus, assim como a ora- ção para ser libertado da prova final e irresistível e do poder do maligno que servem como um arauto da volta do Senhor. Embora a doxologia encontrada em muitos manuscritos posteriores de Mateus (6.13) seja um complemento padronizado que acom- panha 1 Crônicas 19.11, e ocorra sob mais de uma forma (cf. Didache 8.2), ela fornece uma resposta apropriada às petições da ora- ção. Deus estabelecerá a sua soberania e preservará o seu povo intacto, pois somente a Ele pertence o reino, o poder e a glória. É possível que quando Paulo resume a ora- ção dizendo “Aba, Pai” (Rm 8.15; G1 4.6), e quando Pedro fala de invocar a Deus como Pai (1 Pe 1.17), os dois apóstolos estejam fa- zendo uma alusão ã oração do Senhor. Veja Oração.

Bibliografia. J. Jeremias, The Lord’s Prayer, Filadélfia. Fortress Press, 1964. J. Eowe, The Interpretation oftke Lord’s Prayer, Evanston. Seabury-Western, 1955.

W. L. L. ORÁCULO ORÁCULO ORÁCULO ORÁCULO O oráculo, em si, era uma men- sagem divina, frequentemente transmitida através de um profeta, em resposta a uma súplica. A palavra heb. nc’um, que significa literalmente “pronunciamento”, “declaração de”, é empregada centenas de vezes para de- signar tais mensagens (por exemplo, Gn 22.16; Is 14.22; 49.18; 54.17; 56.8). Em 2 Sa-

muel 16.23 algumas versões traduzem o ter-mo heb. dabar como “resposta” ou “oráculo”.Aqui, o oráculo de Deus é o lugar onde a Pa-lavra de Deus deve ser ouvida ou a pessoaenvolvida nesta mensagem, mas a passagemnão diz nada a respeito de como o oráculo tor-nava-se conhecido ao homem. Supõe-se queem alguns casos o Urim e o Tumim eramempregados (veja Urim). Em várias passa-gens (cf. Jr 23.33-40), particularmente em tí-tulos como Isaías 13.1; 14.28; Habacuque 1.1,o termo “oráculo” é aceito em quase todas asversões desde 1950 como uma tradução dotermo heb. massa’, traduzido como “peso” emalgumas versões. Em tais passagens, a tra-dução “peso” ainda é preferida por alguns es-tudiosos da atualidade. Em algumas versões, o termo “oráculo” tam-bém é usado 17 vezes para traduzir o heb. d’bir,que designava o Santo dos Santos no Templode Salomão (1 Rs 6.5,16,19-23 etc.). Em algunstemplos da Antiguidade, o santuário ou câma-ra interior era o lugar onde os oráculos eramentregues. Mas a tradução “oráculo” baseia-seem uma etimologia imprecisa, pois a palavrad‘bir não está imediatamente ligada a dibber,“falar”, mas, antes, à raiz que significa “estaratrás ou além”. Esta questão da tradução foicausada por se seguir a tradução de Aquila,Símaco e a Vulgata. O lugar mais santo doTemplo, portanto, não era um lugar onde osoráculos eram entregues. Os oráculos pagãos abundavam na Palesti-na e eram um laço para prender e enganar opovo de Deus. O rei Acazias enviou mensa-geiros de Samaria para indagar ao deus deEcrom se havería recuperação de sua enfer-midade (2 Rs 1.2). Outros meios oraculareseram o éfode de Gideão (Jz 8.27); o éfode eos terafins on ídolos de prata no santuáriode Mica (Jz 17.4,5); e os ídolos de madeira ede pedra consultados por Israel e Judã (Os4.12; He 2.19). No NT, o termo grego ta logia é traduzido deforma consistente como “oráculos” (quatrovezes), e cada caso refere-se aos pronuncia-mentos de Deus (At 7.38; Rm 3.2; Hb 5.12; 1Pe 4.11). Os oráculos eram de Deus e conti-nham sua absoluta autoridade. Conseqüen-temente, eles requeriam uma obediênciaimplícita por parte do homem. Veja Profecia; Profeta.

E. J. Y.

ORADORORADORORADORORADOR 1. Termo encontrado apenas uma vez no ATem algumas versões (Is 3.3) como uma tra-dução do termo heb. lahash (“um sussurro”,“encanto”), e que é mais apropriadamentetraduzido como “encantador”. 2. Tradução em Atos 24.1 de várias versõesdo gr. rheíor (“porta-voz”, “advogado”). O ter-mo significa literalmente um palestrantepúblico, ou orador, alguém usando um estiloespecial e perfeito em uma apresentação. Em

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ORADOR ORFAOAtos 24.1 ele indica o palestrante profissio-nal em uma corte, isto é, Tértulo, que agiucomo um advogado dos perseguidores judeusde Paulo diante de Félix (para este uso vejaMM e Arndt), Paulo se recusou especifica-mente a usar o estilo e a técnica do orador(cf. 1 Co 2.1,4,5). 3. Várias versões utilizam a palavra “discur-so” ou “palavra” em Atos 12.21 para indicaro pronunciamento público que Herodes fezpara o povo. O verbo gr. demegoreo, somenteno NT, significa “falar para uma assembléia”(provavelmente de demos, “povo”, agoreuo,“arenga”).

G. W. K.

ORDENANÇA Seis palavras heb. são tra-duzidas como “ordenança”. As mais impor-tantes são: huqqa, “estatuto”, “decreto” (Êx12.14,17,43; Lv 1,8.3; Ez 43.11 etc.); mishpat,“julgamento” (Ex 15.25; 1 Sm 30.25; SI119.91 etc.); hoq, "estatuto”, “decreto” (Ex12.24; 18.20; SI 99.7; Ml 3.7 etc.). Cinco palavras gregas são usadas: diatage,“arranjo preciso" (Rm 13.2); dikaiorna, “umaexigência judicial” (Lc 1.6; Hb 9.1,10);dogma, “dogma”, “declaração”, “edito” (Ef2.15; Cl 2.14); ktisis, “uma instituição legal”,“um julgamento que é feito” (1 Pe 2.13);paradosis, “uma tradição que tem sido pas-sada adiante” (1 Co 11.2). Há vários tipos diferentes de ordenanças: 1. Um decreto ou regulamento, como o es-tatuto e a ordenança feita por Moisés emMara (Êx 15,25); a ordenança da Páscoa(Nm 9.14); a ordenança proclamada pelastrombetas dos sacerdotes (Nm 10.8); a or-denança referente ao estrangeiro (Nm15.15); a ordenança concedendo aos sacer-dotes o encargo das ofertas e das coisas san-tificadas (Nm 18.8); uma ordenança procla-mada por Davi (1 Sm 30.25); a referênciageral às ordenações ou exigências de Deus(Is 58.2; Lc 1.6); o governo designado comouma ordenança de Deus (Rm 13,2); as leisda natureza regulando os fenômenos natu-rais (Jó 38.33; Jr 31.35); as leis humanascomo ordenanças do homem para seremobedecidas (1 Pe 2.13). 2. Um ritual religioso, especialmente a Pás-coa (Êx 12.24,43; 13.10; Nm 9.14). 3. No plural, o termo em certas passagens serefere aos mandamentos legais e aos regula-mentos cerimoniais que foram abolidos parao crente com a vinda de Cristo (Ef 2.15; Cl2,14,20 [cf w. 14-23]; Hb9.1,10 [cf. w. 1-12]). 4. Nos tempos pós-biblicos, o termo é usadocomo uma referência às instituições de au-toridade divina encontradas na Igreja: o ba-tismo iq.v.) e a Ceia; e em algumas denomi-nações o ofício do ministério público, de ou-vir a Palavra, da oração com irmãos cren-tes, e do louvor e ações de graças. Veja Lei; Lei de Moisés; Sacramentos.

R. A, K. e C. S. M.

ORDENAR Este termo significa investir defunções ministeriais on sacerdotais (Ex28.41; 29.9,33,35); introduzir no ofício doministério cristão pela imposição das mãos(q.v.), ou por alguma outra forma; separarpelo rito ou cerimônia de consagração (q.v,).A palavra também significa estabelecer,constituir, designar, decretar. Além disso, o termo é usado em relação aosdecretos e conselhos de Deus como um sinô-nimo de “predestinar” ou “destinar”. O SenhorJesus Cristo foi constituído (ou “ordenado”)por Deus para ser o Juiz dos vivos e dos mor-tos (At 10.42). Aqueles que foram ordenadoson destinados para a vida eterna em Antio-quia creram por causa do sermão de Paulo(At 13.48). Deus ordenou vitórias para Jacó(SI 44.4), pois o que Ele ordena acontece (Lm2.17; 3.37). Paulo declara que a lei foiconferida pelos anjos diretamente a um me-diador (G1 3.19), a fim de acentuar sua ênfa-se na salvação pela graça, e somente pela gra-ça. A paz é concedida àqueles que depositamsua confiança em Deus, sabendo que Deusopera as suas boas obras neles (Is 26.12).

C. S.M.

ORE BE Um dos dois príncipes midianitas(veja Zeebe) decapitados pelos efraimitas doexercito de Gideâo (Jz 7.25) perto do Jordão,Isaías 10.26 chama este episódio de “matan-ça de Midiã junto à rocha de Orebe”. Gideãoera da tribo de Manassés. Manasses e Efraimeram ambos filhos de José. Quando os ho-mens de Efraim posteriormente criticaramGideâo por não tê-los chamado para a pri-meira batalha, a sua ira foi abrandada quan-do ele respondeu: “Deus vos deu na vossamão os príncipes dos midianitas, Orebe eZeebe; que mais pude eu logo fazer do quevós?" (Jz 8.3).

OREBE, ROCHA DE Lugar onde o exérci-to de Gideão matou o príncipe midianitaOrebe (Jz 7.25; Is 10.26) e trouxe sua cabeçapara Gideâo. O local exato é um assunto dedebate, mas é algum lugar próximo aoJordão. Veja Orebe.

OREM O terceiro filho mencionado de Jera-meel, o primogênito de Hezrom da tribo deJudá(l Cr 2.25).

ORFA Uma mulher moabita, esposa deQuiliom, filho de Elimeleque e Noemi (Rt 1.4) , Diferente de sua cunhada Rute, quan- do Noemi decidiu retornar para Belém de-pois da morte de seu marido e de seus doisfilhos, Orfa despediu-se de Noemi e retor-nou a seu povo e a seus deuses (Rt 1.14,15).

ORFAO O termo heb. yatom é traduzidouma vez como “órfão” em Lamentações 5.3,mas em outras passagens na versão KJV eminglês é traduzido como “sem pai” (Êx 22.22;

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ORFAO ORION

Is 9,17; Jr 49.11). Esta palavra hebraica (gr.orphanos) e o verbo grego aporphanizo sãousados fígurativamente para alguém que nãotem um mestre, guia ou guardião (Os 14.3;Jo 14.18; 1 Ts 2.17). Deus expressa grande preocupação por aque-les que estão destituídos de seus familiaresimediatos, como os óríaos e as viúvas. O cui-dado para com aqueles que nâo têm os paisé particularmente imposto, primeiramente,na promulgação da lei mosaica, no código daaliança (Ex 22.22) e, em segundo lugar, nocódigo que está registrado no livro de Deu-teronômio (Dt 16.11,14; 24.17). Uma partedo dízimo deveria ser dedicada ao sustentodas pessoas que estivessem nesta situação(Dt 26.12), e seus direitos de herança deve-ríam ser protegidos. Deus preocupa-se comos órfãos e com as viúvas (SI 10.14,18; 68.5;146.9; Os 14.3; cf. Jo 14.18), promete suaajuda a eles (Êx 22.23; Dt 10.18) e condenaaqueles que os oprimem (Dt 27.19; Ml 3.5).O clamor dos profetas atesta que os israeli-tas falharam em seu dever para com estes(Jó 24.3,9; SI 94.6; Is 1.23; 10.2; Jr 5.28),

R. A. K.

ÓRGÃO Veja Música.

ORGIA Tradução do termo gr. komos (G15.21; 1 Pe 4.3). A palavra também ocorre emRomanos 13.13, Ela indica um banquete ex-cessivo, que frequentemente acompanhavaas festas orgiásticas em homenagem a deu-ses pagãos como Dionísio e Zeus (como suge-rido por Sabedoria 14.23; 2 Macabeus 6.4onde a palavra gr. ocorre). Este termo pas-sou a significar uma procissão libertina depessoas embriagadas que desfilavam comtochas e música em alto volume pelas ruas,à noite, depois de uma festa (Thayer, Greek-Engliah Lexicon, p. 367).

ORGULHO Atitude de auto-exaltação, comseu conceito de superioridade, pisando arro-gantemente sobre os outros e, em sua inde-pendência espiritual, rebelando-se contraDeus com uma suposta auto-suficiência. Ouso de nove palavras hebraicas pelo AT in-dica a universalidade, natureza, efeitos econdenação do orgulho (cf. a obra de Young,Analytical Concordance to the Bibie). A revelação do NT, em relação ao orgulho, étransmitida por três palavras gregas que in-dicam muitas características da natureza eda operação do orgulho. Elas ocorrem jun-tas e também de forma alternada em Roma-nos 1.30. 1. A palavra grega alazoneia (presunção empalavras ou soberba) se refere à pretensão earrogância do alazon (“soberbo”, Rm 1.30; 2Tm 3.2), o jactancioso que usa as palavrasem seu próprio benefício e promete o que nâopode cumprir. Ela descreve o homem que ig-nora a soberania de Deus, que tenta contro-

lar a sua vida atual (1 Jo 2.16) e modelar oseu próprio futuro. 2. A palavra grega hyperephania (orgulhosoe arrogante em pensamentos) descreve o ho-mem que exalta a si próprio acima dos ou-tros, não através de atos exteriores de bazó-fia, mas com uma atitude interior do cora-ção, que ergue um altar a si próprio em seuíntimo onde realiza o seu próprio culto (“or-gulho”, Rm 1.30; 2 Tm 3.2; Lc 1.51; Tg 4,6; 1Pe 5.5; cf. Mc 7.22). 3. A palavra grega hybrís (insolente e injurio-so em atitudes) representa o orgulho que fazo homem agir com violenta e arrojada inso-lência contra Deus e os homens. Em relaçãoa Deus, hybris leva o homem a esquecer a suacriação, permite que as paixões o dominemde tal forma que a superioridade perante osdemais é conquistada através da injúria (2Co 12.10). Em Mateus 22.6, hybris se refereà insolente rejeição do homem ao convite deDeus (a forma substantiva ocorre em Roma-nos 1.30 como “insultuoso” e em 1 Tm 1.13como “injuriador”, “opressor”, “insolente”. Overbo é encontrado em Mateus 22.6; Lucas11.45; 18.32; Atos 14.5; 1 Ts 2.2; Tt 1.11). VejaGeorg Bertram, “Hybris etc.”, TDNT, VIII,295-307. O crente aprende nas Escrituras que o orgu-lho foi o pecado de Satanás (1 Tm 3.6); que eleengana o coração (Jr 49.16) e endurece a men-te (Dn 5.20), que é uma abominaçâo peranteDeus, É algo que Ele odeia (Pv 16.5; 6.16-17) eque Ele trará ajuizo (Pv 16.18). Dessa forma,o crente deverá entender a absoluta necessi-dade de que Espírito Santo implante em seuser a mente de Cristo, que é o exemplo supre-mo da humildade, e que está livre de todas asformas do pernicioso orgulho nas palavras, nopensamento e nas atitudes,

F. D. L.

ÓRION Uma notável constelação sul, per-to do equador, antigamente imaginada comlembrando a forma de um caçador. Na mi-tologia antiga, Orion, o, caçador, foi mortopela deusa Diana (ou Artemis) e colocadono céu como uma constelação. Ele é imagi-nado estando de pés atados por um ataquede Taurus (o Touro), a constelação vizinhaque contém Plêiades. Quatro das estrelas mais proeminentes deum imenso quadrilátero; as outras três es-trelas brilhantes situam-se em uma linhadiagonal no centro, e são chamadas de cintoou faixas. A gigante vermelha Betelgeuseforma o canto superior esquerdo do quadri-látero e Rígel, uma estrela branca-azul deprimeira grandeza, o canto direito inferior.Os tradutores modernos, assim como os an-tigos (por exemplo, a LXX apresenta ho orionem Isaías 13.10 e Jó 38.31; Jerônimo trazOrion em Am 5.8 e Jó 9.9) tomaram correta-mente a forma singular heb. k‘sil para refe-rirem-se a esta constelação em Jó 9.9; 38.31;

1425

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ÓRION ORVALHO

Am 5.8. Esta identificação é evidenciada pelocontexto que se refere aos céus, e tambémem cada caso se refere à constelação próxi-ma, Plèiades (heb. kimah). A forma pluralocorre em Isaías 13.10 e provavelmente in-dica Orion e outras constelações. Veja As-tronomia; Plèiades; Estrela.

G. W. K,

ORNÃ Outro nome para Araúna (q.u.; 2 Sm24.16), um príncipe jebuseu que possuía aeira no monte Moriá, que Davi comprou paralevantar um altar a Jeová (1 Cr 21.15-28), esobre o qual Salomão mais tarde erigiu oTemplo (2 Cr 3.1).

ORONTES O maior rio a oeste da Síria. Elenasce no vale Biqa‘ entre as montanhas doLíbano e do Antí-Líbano, corre para o nortepor aproximadamente 400 quilômetros, e en-tão vira para o oeste, desaguando no marMediterrâneo na Selêucia, a cidade portuá-ria da antiga Antioquia (moderna Antakya).Barnabé e Saulo (Paulo) devem ter andadoao longo de suas margens ao iniciarem suaprimeira viagem missionária (At 13.1,4). OOrontes era raso demais para ser navegável,mas o vale que ele cortava nas proximidadesda cordilheira a leste de Antioquia se tomouuma estrada para as caravanas que faziam opercurso entre Antioquia e o interior da ÁsiaMenor a caminho do extremo oriente. Três cidades importantes do período do AT,Ribla, Ha mate e Cades, localizavam-se nasproximidades do Orontes. Ribla foi o cená-rio da vitória do Faraó-Neco sobre Joacaz IIde Judá, a quem ele levou cativo (2 Rs 23.33-35), e da deposição de Zedequias por Nabu-codonosor (2 Rs 25.6,7). Hamate era umacidade localizada no extremo norte de Isra-el, que estava à altura de sua prosperidade(1 Rs 8.65). Cades foi o local de uma batalhahistórica entre os egípcios sob Ramessés II eos heteus em aprox. 1297 a.C. O avanço egíp-cio foi contido, e mais tarde as duas naçõesassinaram um tratado se comprometendo anão se agredirem mutuamente. Ambas con-cordaram em respeitar o território da outra(ANET, pp. 255-258, 199-203). Veja Antioquia 1; Líbano; Síria.

M. C. T.

ORVALHO Vapor d’água como uma nebli-na ou nuvem em torno de uma pessoa, terri-tório ou país. 1. Orvalho, vapor (heb, ‘ed). A primeira umi-dade para as plantas que foi mencionadadepois da criação (Gn 2.6); um estágio do ci-clo das chuvas (Jó 36.271. Como nos trópicosabundavam a névoa e a umidade, o orvalhoera a sua fonte de água antes do Dilúvio. Poroutro lado, E. A. Speiser deduziu ‘ed do ter-mo sumério e do termo acádio edu, uma cor-rente subterrânea de água fresca (BASOR #140 [1955], pp. 9-10; e R. Laird Harvis acve-

O rio Orontes no centro de Antioquia da Síria

dita que este denote uma inundação (BulETS, XI [1968], 177ss.). 2. Tradução do termo heb. ‘anati em Isaías44.22 e Oséias 13.3. 3. Tradução do termo heb. nes’im em Jere-mias 10.13; 51.16. 4. A nebulosidade (gr, achlus) ou escuridãocausada pelo Senhor, que chegou a cegarElimas (At 13.11). 5. A escuridão e as densas trevas (gr. zophos,também encontrado em Hebreus 12.18; 2Pedro 2.4; Jd 6,13). O apóstolo Pedro des-creve a condenação do povo inconstante oudos falsos mestres como aqueles “para osquais a escuridão das trevas eternamente sereserva” (2 Pe 2.17). 6. Tradução do termo gr. atmis (vapor ouneblina) na descrição da brevidade da vida(Tg 4.14). Veja Chuva.

J. R.

ORVALHO A “umidade espargida” é refe-rida indiscriminada mente como orvalho (istoé, a condensação do vapor de água em umasuperfície fria) e sereno (isto é, a condensaçãodo ar). A umidade e o frio são necessáriospara a formação do orvalho. Em áreas úmi-das, há menos orvalho por cansa da unifor-midade da temperatura da noite e do dia.Por causa da umidade limitada na atmosfe-ra, há pouco orvalho no deserto, embora hajauma mudança marcante de temperatura. APalestina, estando localizada perto do marMediterrâneo, sempre teve uma grande por-centagem de vapor de água na atmosfera.Os céus claros contribuem para a rápida ra-diação do calor do solo imediatamente apóso pór-do-sol. Isto por sua vez esfria a terra,de forma que a umidade no ar se condensapelo contato com objetos frios. Uma vez que o período que vai de abril a ou-tubro é seco na Palestina, o orvalho é impres-cindível para fazer reviver a vegetação. O or-valho é tão pesado que as plantas e as árvoresficam encharcadas de água. Em Juizes 6.38,a água no velo de Gideão é um indicativo dopeso do orvalho. Ele é mais pesado na costaoeste de Berseba, na planície de Esdraelom, e

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ORVALHO 0SE1ASnas fontes do Jordão abaixo do declive de Her-mom (SI 133.3). O orvalho desce misteriosa-mente (Jó 38.28); a sua origem é celestial(Gn 27.28; Dt 33.28; Ag 1.10; Zc 8.12). Ele caide repente (2 Sm 17.12), suavemente (Dt32.2), e permanece no solo por toda a noite(Jó 29.19). A superexposição ao orvalho édesconfortável (Ct 5.2; Dn 4.15,23,25,33). Eleevapora rapidamente pela manhã (Jó 7.9; Os 6.4) . O orvalho é normalmente esperado du- rante o período de colheita no verão quente(Is 18.4; Os 14.5; Mq 5.7). A sua abundânciapermite que se cultive um tipo de lavoura co-nhecida como “lavoura seca”. O orvalho é uma figura de linguagem para afertilidade abundante (Gn 27.28; Dt 33.13);ele também representa um símbolo do rema-nescente de Jaeó, abençoando todo o povo(Mq 5.7). O orvalho também serve como umafigura de linguagem para um ladrão desa-tento (2 Sm 17.12) e para a religião efêmera(Os 6.4; 13.3).

D. W. D.

OSEE Forma grega do nome do profetaOséias (Rm 9.25). Veja Oséias.

OSÉIAS1 1. O nome original de Josué (Dt 32.44), àsvezes chamado de Oséias (Nm 13.8), masmudado por Moisés para Josué (Nm 13.16).Veja Josué. 2. Filho de Azazias e um príncipe da tribo deEfraim na época de Davi (1 Cr 27.20). 3. Um dos chefes judeus que se reuniramna renovação da aliança depois do cativei-ro (Ne 10.23). 4. Filho de Elá, e último rei de Israel (2 Rs15.30; 17.1-6; 18.1,9-12). Seu reinado durounove anos (aprox. 732-722 a.C.). Parece cer-to que as demonstrações anti-assírias dePeca, o rei anterior, provocaram a ira deTiglate-Pile ser III sobre o reino e reduziuIsrael a um terço do seu tamanho original.Isto produziu um partido pró-as siri o lidera-do por Oséias, culminando com a morte dePeca e a entronização do assassino (2 Rs15.30). Porém isto trouxe uma reação desfa-vorável para Israel, pois Tiglate-Pileser IIItrouxe a pressão de seu poderio armado so-bre Oséias, de forma que este tomou-se ummero vice-rei de um poder estrangeiro. Nosanais da Assíria, o monarca vangloriava-se,“Eles destronaram seu rei Peca e eu coloqueiOséias como rei sobre eles” (ANET, p.284).Aparentes inconsistências cronológicas den-tro do registro bíblico e incríveis incongru-ências com a história assíria contemporâneatêm apresentado problemas quase insupe-ráveis aos estudiosos. Isto levou alguns a ti-rarem conclusões falsas de que houve umperíodo de nove anos entre a morte de Pecae a ascensão de Oséias quando não havia reiem Israel. Porém, uma vez que o princípiopara se entender corretamente o significado

dos números misteriosos foi descoberto, fi-cou evidente que a Bíblia continha um siste-ma perfeito de cronologia. Assim, as dataspara o reinado de Oséias são aprox. 732-722a.C. (veja Cronologia do AT). A falha de Oséias em mostrar total subser-viência ao novo monarca assírio, Salmane-ser V (727-722 a.C.), foi o anúncio do fim.Quando Oséias falhou em pagar o tributoanual e, ao invés disso, enviou emissáriospedindo assistência ao rei do Egito em So(Sais) no Delta ocidental iveja Sô), Salma-neser primeiro aprisionou o rei de Israel eentão organizou o cerco de Samaria. Depoisde três anos de cerco a cidade foi capturadapor Sargâo II, o novo governante da Assíria.O Reino do Norte chegou ao fim, e milharesforam levados cativos. Este foi o juízo deDeus sobre Israel (2 Rs 17.7).

OSÉIAS2 Um profeta do AT, do século VIIIa.C., o único profeta que viveu no Reino doNorte, e que tem um livro escrito, exceto pos-sivelmente Jonas. Seu nome significa “sal-vação” e é idêntico à forma original do nomede Josué (Nm 13.8) e de Oséias (q.v.), o últi-mo rei de Israel (2 Rs 15.30). Oséias, filho de Beeri e um contemporâneomais jovem de Amós, iniciou seu ministérioprofético antes de 753 a.C., quando JeroboãoII morreu. Não se sabe exatamente porquantotempo a sua obra de proclamar o juízo de Deussobre os pecados deste país continuou. Obje-ções a tratados feitos com o Egito (Os 7.11;12.1) podem se referir ao lato do rei Oséiaster enviado mensageiros ao rei do Egito (2 Rs 17.4) , que seria o Faraó Tefnakhte (726-716 а. C.). Se esta for a ocasião a que o profeta fazalusão, ele ministrou nos anos finais do Reinodo Norte. Sua menção de Ezequias e de seustrês predeeessores pode indicar que ele fugiupara o reino de Judá para encerrar o seu mi-nistério (Os 1.1; cf. 1.7,11; 4.15; 5.5,10,12-14; б. 4,11; 8.14; 10.11; 11.12; 12.2), Muito do que pode ou não ser aprendido doprofeta depende da interpretação que se se-gue nos caps. 1 e 3 do livro. Durante séculosestes capítulos têm sido o tema de muita dis-cussão. As várias opiniões podem, basica-mente, ser divididas em duas partes. 1, A opinião alegórica. Esta opinião tem sidodefendida por muitos intérpretes judeus ecristãos. Ela sustenta que todas as passa-gens relacionadas ao casamento e à vida fa-miliar de Oséias, tais como a ordem paratomar “uma mulher de prostituições” (1.2),devem ser entendidas figurativa mente. ODeus de Israel, pensa-se, não requerería queOséias se casasse com uma mulher corrup-ta, para então usar este relacionamento paraensinar uma lição sobre fidelidade. 2. A opinião literal. De acordo com esta opi-nião, os caps. 1 e 3 devem ser tomados jun-tos e se referirem à mesma esposa. Assim,Oséias casou-se com uma mulher chamada

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0SÉ1AS OSÉIAS, LIVRO DE

Gomer e esta deu à luz três filhos. Gomerprovou a sua infidelidade e deixou seu mari-do; mais tarde, Oséías a comprou de seuamante e a trouxe de volta novamente. Estaopinião, apesar das dificuldades obvias, é ade muitos exegetas. Certos detalhes do ocor-rido, como por exemplo a quantia exata gas-ta por Oséias ao reclamar sua mulher (3.2),não se encaixam em uma interpretação ale-górica. Também permanece o fato de que osincidentes registrados nestes capítulos con-troversos estão relacionados como se fossemeventos históricos reais. Seja qual for a opi-nião correta, os desapontamentos pessoaisde Oséias no amor certamente contribuírampara a sua delicada mensagem profética. EmOséias, a experiência humana se tomou ocanal da revelação divina. Veja Gomer.

N . U e H. A. Hoy

OSÉIAS, LIVRO DE OSÉIAS, LIVRO DE OSÉIAS, LIVRO DE OSÉIAS, LIVRO DE O primeiro dos Profe-tas Menores no eânon inglês e o décimo segun-do no eânon hebraico. Embora ele venha dasegunda metade do século VIII a.C., e Obadias,Joel, Jonas e Amós provavelmente pertençamao século IX e ao início do século VIII a.C.,Oséias parece ter sido colocado primeiro porser o mais longo dos Profetas Menores. O livro leva o nome de seu autor, e é a úni-ca fonte de informação sobre a vida e o mi-nistério de Oséias, Porém, mais é conheci-do da vida do lar de Oséias do que de qual-quer outro profeta, uma vez que este foi abase de sua mensagem ao povo de Deus(veja Oséias). Sua profecia é o único escritosobrevivente do profeta do norte para o seupróprio povo, embora Amós, um profeta dosul, que ministrou ao Reino do Norte, tam-bém tenha um livro no eânon sagrado.Snaith pensa que o cap. 7 de Oséias mostraque o profeta era um padeiro. As várias re-ferências a assuntos agrícolas podem suge-rir que Oséias tivesse alguma conexão comtais atividades.

Temas Mais ImportantesTemas Mais ImportantesTemas Mais ImportantesTemas Mais Importantes O livro de Oséias, naturalmente, se divide emduas partes: a vida doméstica do profeta (1.1-3.5) e os discursos do profeta (4.1-14.9). Nosdiscursos proféticos há três temas dominan-tes: o pecado da nação (4.1-8.14; 11.12-13.16);a certeza do juízo divino para este pecado (9.1-10.15; 11.12-13.16); e a concessão final da mi-sericórdia e do amor de Deus sobre um povoarrependido (11.1-11; 14,1-9).

Teorias de InterTeorias de InterTeorias de InterTeorias de Interpretaçãopretaçãopretaçãopretação Os primeiros três capítulos de Oséias têmconstituído um problema interpretativo tan-to para estudiosos judeus como para cristãos.Parece que Deus ordenou a Oséias que secasasse com Gômer, a meretriz. Uma ordempara fazer algo tão moralmente iníquo pare-ce contestar a justiça e a santidade de Deus.

Consequentemente, estas várias interpreta-ções surgiram a respeito dos caps. 1-3. 1. Intérpretes judeus durante os temposmedievais (Maimonides, Aben Ezra, Eimchi)defendiam que nenhum casamento assimteria realmente acontecido. O caso como umtodo foi objeto de um sonho ou visão proféti-ca. Foi semelhante à visita de Ezequiel aJerusalém (Ez 8-11). 2. Outros têm defendido que o casamentode Oséias foi uma alegoria profética. Porém,seria errado pensar ser possível deduzir qualfoi a situação real a partir de tal alegoria.Contra esta opinião repousa o fato de quenenhum significado alegórico claro pode serencontrado para o nome de Gomer. 3. Lutero e Osiander sugeriram que emboraGomer e seus filhos sejam chamados de adúl-teros, isto foi feito com propósitos parabóli-cos, e não foi na verdade o caso. 4. Gomer já era uma meretriz na época emque Deus ordenou que Oséias se casasse comela. Cada passo no relacionamento foi toma-do não pelo impulso do profeta, mas pelaordem de Deus. Isto é, o casamento do profe-ta, o nascimento de sens filhos, a dilaceraçãode sua casa, e a restauração de Gomer, acon-teceram deliberadamente como um meio peloqual Deus pôde falar com Israel (por exem-plo, Hubard, With Bands ofLove, p. 54). 5. Tomás de Aquino e Sebastian Schmidtprocuraram contornar o problema supondoque Gomer fosse uma concubina ao invés deuma esposa. E difícil ver como isto evita qual-quer uma das dificuldades. 6. E muito provável que a interpretação cor-reta tenha sido a sugerida por Gebhard. Eledefendeu que Oséias casou-se com Gomerantes de sua prostituição. Foi somente apóso casamento e o nascimento de Jezreel queGomer tomou-se infiel. Na época de seu ca-samento com Oséias ela tinha em si um es-pírito de prostituição (cf. Os 4.12; 5.4), masque ainda n&o havia se manifestado. Estainterpretação tem as vantagens de preser-var o caráter histórico do relato e a santida-de de Deus. Veja também Oséias.

MensagemMensagemMensagemMensagem Quaisquer que possam ser as dificuldadespara se determinar a interpretação correta,a mensagem básica do profeta é clara. Isra-el é a esposa de Jeová (2.19,20; cf. 2.2), Elaentrou neste relacionamento santo por in-termédio de uma aliança (6.7; 8.1). No en-tanto, como Gomer, a nação é culpada de in-fidelidade espiritual, tendo sido corrompidapela adoração a Baal (2.8,13,17; 4.13; 11.2).Mais fundamental que a idolatria é a falta deconhecimento pessoal do povo a respeito deseu Deus (4.1,6; 5.4; 6.6; 13.4). Eles rejeita-ram o contato próximo e caloroso com o cora-ção amoroso do Senhor (4.6). Eles, por sua vez,aevem se esforçar para conhecer ao SenhorJeová (6.1-3). Coordenada com a sua infideli-

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OSÉIAS, LIVRO DE OSSO

dade e rejeição do amor de Deus está a au-sência da lealdade e devoção à aliança (hesed)or parte deles (4.2; 6.4,6}; um reavivamentoe sua observância é essencial (10.12; 12.6).Embora Israel tenha caído neste nível des-prezível, o Senhor ainda o ama com uma fer-vorosa compaixão (11.8,9; 14.4), Se Israel tãosomente se arrepender (10.12; 12.6; 14.1), oSenhor terá misericórdia e o restaurará.Enquanto Amós se enfurece contra o Reinodo Norte, Oséias o defende. Em Amós estáretratada a justiça inigualável de Deus, en-quanto que em Oséias está demonstrado oamor (hesed) infalível de Deus. Assim comoLucas escreve a respeito do filho pródigo,Oséias fala da esposa pródiga.

Estilo e TextoEstilo e TextoEstilo e TextoEstilo e Texto O estilo incomum do escritor deste livro pro-põe alguns problemas difíceis para o exegeta.Ele usa uma grande variedade de figuras delinguagem ao mostrar pensamentos parale-los no padrão da poesia hebraica. O escritorfunde-se com a mensagem que entrega, aponto de frequentemente parecer estar de-fendendo a capacidade do próprio Deus. Estevigor pessoal é responsável por muitas dastransições abruptas e torna vão encaminharpartes do livro para interpolações posterio-res. Uma outra dificuldade é que o texto he-braico de Oséias é provavelmente mais alte-rado do que qualquer outro livro do AT. ALXX pode ser usada em várias passagenspara restaurar o texto. Ocasional mente, elepode ter preservado leituras superiores bemcomo frases adicionais.

EsboçoEsboçoEsboçoEsboço Título, 1.1 I. Introdução: A Mensagem Geral por Ilus-

tração, 1.2-3.5 A. O primeiro casamento de Oséias com

a meretriz Gomer, 1.2-2.23 1. Os filhos nascem e recebem nomesque simbolizam a rejeição de Is-rael, 1.2-9

2. Mensagem de conforto paraOséias a respeito de Israel, 1.10-2.1

3. Mensagem de castigo para Israel,2.2-13

4. Mensagem de restauração para Is-rael, 2.14-23

B. Novo casamento de Oséias comGomer, 3.1-5 1. A recompra e a purificação de suamulher adúltera, 3.1-3

2. O significado simbólico: por meio docativeiro Israel estará preparado paraa restauração nos dias finais, 3,4,5

II. O Tratado: A Mensagem em Detalhes por meio da Profecia, 4,1-14.8 A. O litígio de Deus: O pecado de Israel

é intolerável, 4.1-6.3 1. A acusação: falta e rejeição do co-

nhecimento prático de Deus, fi- delidade e lealdade de aliança, 4.1- 5.7

2. A sentença, 5.8-14 3. A profecia de restauração, 5.15-6.3

B, O julgamento de Deus: Israel está prestes a ser castigado, 6.4-10.15 1.0 caráter de seus pecados exige punição, 6.4-8.14

2. Descrição de sua punição, 9.1- 10.15

3. Apelo parentético por arrependi- mento, 10.12

C. O amor de Deus: Israel deve ser res- taurado, 11.1-14.8 1.0 fervoroso amor de Deus por Efraim e a futura restauração, 11.1- 11

2. Contudo, a pecadora Efraim deve primeiro ser punida, 11.12-13.16

3, Vitória final do amor de Deus, 14.1- 8

Conclusão, 14.9

Bibliografia. H, L. Ellison, The Prophetsof Israel, Grand Rapids. Eerdmans, 1969,pp. 95-167. Charles L. Feinberg, Hosea.God’s Love for Israel, Nova York. AmericanBoard of Missions to the Jews, 1947. J. B,Hindley, “Hosea", NBC, terceira ed. rev., pp.703-715. David A Hubbard, With Bands ofLove. Studies in Hosea, Grand Rapids.Eerdmans, 1968. John H. Johansen, "TheProphet Hosea. His Marriage and Message",JETS, XIV (1971), 179-184. G. A. F. Knight,Hosea. God‘s Love, Londres. SCM Press,1960. G. Campbell Morgan, Hosea. TheHeart and Holiness of God, Nova York.Revell, 1934. Charles F. Pfeiffer, “Hosea”,WBC, pp. 801-818 (com boa bibliografia).Norman H. Snaith, Mercy and Sacrifice,Londres. SCM Press, 1953; Amos, Hosea,and Micah, Londres. Epworth, 1956.Herbert F. Stevenson, Tkree PropheíicVoices, Old Tappan. Revell, 1971, pp. 95-158. James M. Ward, Hosea. A TheologicalCommentary, Nova York. Harper & Row,1966; “The Message of the Prophet Hosea”,Interpretation, XXIII (1969), 387-407.

P. D. F.

OSHEA OSHEA OSHEA OSHEA Veja Josué, OSNAPER OSNAPER OSNAPER OSNAPER Veja Asnapar; Assurbanipal. OSSO Quatro palavras são usadas para“osso” na Bíblia. 1. Na língua hebraica, a palavra gerem ê usa-da metaforicamente para designar caráter epersonalidade em Provérbios 17.22; 25.15. 2. A palavra ‘csem refere-se a osso ou substân-cia (Gn 2.23; Êx 13.19; 2 Sm 21.12); ao corpoou à estrutura física (Lm 4.8); à substância docéu, isto é, ao “verdadeiro” paraíso ou ao “pró-prio céu” (Ex 24.10); ao núcleo de um ser ou

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osso OUTEIRO DE WIORÉ

Uma vista das ruínas da antiga Ostia* HFV

local das sensações (Jó 20.11; Jr 20.9). 3. A palavra qanek é usada em Jó 31.22 epode ser traduzida como “articulação". 4. A palavra grega osteon foi traduzida como“ossos” em Mateus 23.27; Lucas 24.39; João19.36 e em alguns manuscritos de Efésios5,30 e Hebreus 11.22.

OSSUÁRIO Veja Funeral.

OSTENTAÇÃO OSTENTAÇÃO OSTENTAÇÃO OSTENTAÇÃO Veja Glória OSTIA Este era o porto para a cidade deRoma. Como muitas das grandes cidades dostempos antigos, Roma não se situava na cos-ta, mas rio acima, cerca de 23 quilômetrosde Ostia. Foi neste porto que a riqueza domundo foi derramada como tributos à sobe-rana Roma. Quando o antigo porto foi esca-vado em 1914-16, uma grande quantidadede material ilustrando a vida dos cristãosdos primeiros séculos foi trazida à luz. DeOstia até Roma partia o famoso CaminhoOstiano e, de acordo com uma forte tradiçãocristã, foi neste caminho, a cerca de dois qui-lômetros de Roma, que Paulo foi levado paramorrer e ali foi sepultado. Veja Paulo; Roma.

OSTRA Veja Animais V. 10.

OSTRACA O plural da palavra grega os-trakon, um pedaço quebrado de cerâmica.Fragmentos de cerâmica ou cacos eram lar-gamente empregados no mundo antigo parapropósitos de escrita. Como uma superfíciede escrita, eles eram muito menos caros doque as folhas de papiro, e eram freqüente-mente usados pelos pobres na redação decartas, recibos, contas etc. Os cacos de ce-râmica são mencionados nas Escrituras (Jó2.8; SI 22.15; Is 30.14), mas não como ma-teriais de escrita. Milhares de óstracos foram desenterradosno Egito e na Palestina, alguns dos quaistêm considerável importância para o perío-

do do AT. Do palácio real em Samaria (q, v.),foram escavados 75 óstracos tratando do su-primento de óleo e vinho, e foram datadosda época de Jeroboão II (aprox. 770 a.C.).Da cidade de Laquis (q.v.), vieram 21óstracos; eles foram datados de aprox. 589a.C., e, portanto, seriam contemporâneos doprofeta Jeremias. Os arqueólogos judeus en-contraram mais de 50 óstracos em Arade(q.v.), uma fortaleza fronteiriça no Negue-be. Cerca de dez são do séc. IV a.C.; os de-mais são do período pré-exílico. Escavaçõesem Hazor renderam alguns óstracos do sé-culo VIII a.C., e um foi descoberto na áreaOfel, de Jerusalém. Os cacos de cerâmicainscritos destes locais são importantes de-vido à boa luz que lançam sobre o idioma eo estilo de escrita hebraico daquela época.Vários óstracos também foram recuperadosno Egito, e estão relacionados com a pes-quisa do NT. O mais notável destes contémlinhas dos textos dos Evangelhos, atestan-do o interesse do homem comum nas Escri-turas Sagradas.

N. R. L.

OTNI Um dos filhos de Semaías, um levitacoraíta, e guarda do Tabernãculo nos diasdo rei Davi (1 Cr 26.7).

OTNIEL Filho de Quenaz, e um irmão maisnovo ou sobrinho de Calebe (Js 15.17; Jz 1.13;3.9; 1 Cr 4.13). Otniel ganhou a mão de Acsa,filha de Calebe, em casamento, capturandoQuiriate-Sefertç.o.; Js 15.15-17; Jz 1.11-13).O Senhor o usou para livrar os israelitas daopressão de oito anos por parte de Cusã-Risataíra, e a sua liderança e influência es-piritual trouxeram uma certa paz civil aosisraelitas por mais de 40 anos (Jz 3.8-11).Portanto, Otniel é considerado o primeiro dos“juizes” (veja Juiz). De acordo com a datamais antiga que é atribuída ao êxodo (1466a.C.), a magistratura de Otniel pode ser da-tada de aprox. 1375-1335 a.C. É bem prová-vel que ele seja o Otniel cujo descendente émencionado como um capitão durante o rei-nado de Davi (1 Cr 27.15).

OURIÇO Esta palavra ê a tradução do ter-mo ’anaqa. Há versões que trazem a pala-vra “geco", que é um lagarto (Lv 11.30). VejaAnimais; II. 31; IV.17, 18.

OURIVES Veja Ocupações; Refinador, Ar-tífice em ouro.

OURO Veja Minerais e Metais; Ouro; Ofir.

OUTEIRO DE MORÉ Localizado no extremoleste do vale de Jezreel (também chamado devale de Esdraelom ou vale do Armagedom; vejaJezreel 4), 20 quilômetros a oeste do rio Jordãoe 8 quilômetros a oeste/sudeste do monte Tabor, na Baixa Galiléia. O monte é mencionado na

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OUTEIRO DE MORÉ PAATE-MOABE

Bíblia em conexão com o acampamento midia-nita, que adentra pelo vale a oeste do monte (Jz6.33; cf. 7.1). As tropas de Gideão se junta-vam para revista em Ain Harod (a moderna‘Ain Jalud) ao pé do monte Gilboa, cerca de 8quilômetros a sudeste. Subindo cerca de 500metros acima do vale, o outeiro de Moré ocu-pava uma posição estratégica sobre a ligaçãoentre o vale de Jezreel e o vale de Bete-Seã(q,v.). Embora seu nome não seja citado no-vamente, o monte exerceu um papel impor-tante na história bíblica nos vilarejos de En-Dor (q.u.), Suném (q.v.), e Naim (q.v.), queestavam localizado em seus declives.

OUTEIRO DOS PREPÚCIOS OUTEIRO DOS PREPÚCIOS OUTEIRO DOS PREPÚCIOS OUTEIRO DOS PREPÚCIOS Tambémchamado de monte da Circuncisão ou Gibe-ate-Haralote. Um lugar perto de Gilgal ondea cerimônia da circuncisão, negligenciadadurante as peregrinações no deserto, foi re-alizada nos homens de Israel (Js 5.3).

OUVIDOOUVIDOOUVIDOOUVIDO 1. O órgão da audição. Ele nos garante queDeus tem habilidade de ouvir (SI 94.4). Àsvezes, o termo refere-se apenas à parte ex-terna do ouvido, a orelha, como no caso dofuro e da colocação da argola (piercing) nolóbulo da orelha do escravo hebreu como si-nal de sua escravidão perpétua e voluntária(Êx 21.6; Dt 15.16ss.; SI 40.6). Há também oexemplo da aplicação do sangue na orelhadireita do sacerdote em sua consagração (Êx29.20), e do sangue e óleo na purificação do

leproso (Lv 14.14,17). De modo figurado, falada habilidade de compreensão espiritual (Is50.4,5; contrastando com Is 6.10; Jr 6.10). 2. Usado juntamente com uma ilustraçãorural em Marcos 4.24-29. 3. O verbo arcaico significa cultivar ou arar(1 Sm 8.12; Is 30.24).

Bibliografia, Johannes Horst, “Ous etc.”,TDNT, V, 543-549. G. Kittel, “Akouo etc.”,TDNT, I, 216-225.

OVELHA OVELHA OVELHA OVELHA Veja Animais: Ovelha 1.12; Ocu-pações: Apascentador.

OVELHA MONTES OVELHA MONTES OVELHA MONTES OVELHA MONTES Veja Animais: Ovelhamontes 11.32.

OVOS OVOS OVOS OVOS Veja Alimentos.

OZÉMOZÉMOZÉMOZÉM 1. O sexto filho de Jessé, o belemita (1 Cr2.15), 2, O quarto filho citado de Jerameel (1 Cr 2.25).

OZIAS OZIAS OZIAS OZIAS O nome de um rei de Judá (Mt 1.8,9).Ozias é o equivalente grego de Uzias (cf Is1.1, LXX). Veja Uzias.

OZNI, OZNITAS OZNI, OZNITAS OZNI, OZNITAS OZNI, OZNITAS Ozni era um dos filhos deGade (Nm (Nm (Nm (Nm 26.16), também chamado deEsbom (Gn 46.16). Ele era o ancestralepônimo da “família dos oznitas”.

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