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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
FILIPE LUDOVICO DE OLIVEIRA TEIXEIRA
LEVANTAMENTO DAS CARACTERÍSTICAS DO SOLO E DE OBRAS DE
FUNDAÇÃO PROFUNDA NA CIDADE DE CURITIBA
CURITIBA
2019
FILIPE LUDOVICO DE OLIVEIRA TEIXEIRA
LEVANTAMENTO DAS CARACTERÍSTICAS DO SOLO E OBRAS DE FUNDAÇÃO
PROFUNDA NA CIDADE DE CURITIBA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentada ao curso de Graduação em Engenharia Civil, Setor de Tecnologia, Universidade Federal do Paraná, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil. Orientadora: Profa. Dra. Larissa de Brum Passini
CURITIBA
2019
TERMO DE APROVAÇÃO
FILIPE LUDOVICO DE OLIVEIRA TEIXEIRA
LEVANTAMENTO DAS CARACTERÍSTICAS DO SOLO E DE OBRAS DE
FUNDAÇÃO PROFUNDA NA CIDADE DE CURITIBA
TCC apresentado ao curso de Graduação em Engenharia Civil, Setor de Tecnologia,
Universidade Federal do Paraná, como requisito parcial à obtenção do título de
Bacharel em Engenharia Civil.
______________________________________
Prof(a). Dr(a) Larissa de Brum Passini
Orientador(a)
Departamento de Construção Civil,
Universidade Federal do Paraná
______________________________________
Prof(a). Dr(a) Liamara Paglia Sestrem
Departamento de Construção Civil
Universidade Federal do Paraná
______________________________________
Prof(a). Dr(a) Amanda Dalla Rosa Johann
Departamento Acadêmico de Construção Civil
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Curitiba, 26 de junho de 2019.
RESUMO
O presente Trabalho de Conclusão de Curso refere-se à caracterização do solo na região de Curitiba e projetos de fundações profundas realizadas. O trabalho tem como objetivo principal identificar os locais onde há predominância do uso de determinado elemento de fundação. Dessa forma, apresentar as soluções de fundação a serem adotadas em determinada região. Para a caracterização do solo, foram utilizadas 92 investigações, contendo 275 furos de SPT (Standard Penetration Test), disponibilizadas para o estudo. Após a separação por bairros, por obras realizadas, e disposição espacial nos diferentes mapas temáticos apresentados, foram traçados perfis de sondagem representativos para cada região que tenha um tipo específico de formação geológica em Curitiba. Os dados obtidos foram entregues a empresa a qual disponibilizou as investigações, a fim de utilizá-los para prever soluções de engenharia de fundações para seus clientes, bem como prazos e custos. Verificaram-se características distintas entre as formações geológicas apresentadas na cidade de Curitiba, em que cada qual há necessidade de diferentes elementos de fundações, sempre observando as características de cada projeto. É importante salientar que em atendimento as normas vigentes, nenhuma análise apresentada no presente trabalho poderá substituir a investigação própria e precisa no local da obra, haja vista que os solos possuem características heterogêneas e podem influenciar no dimensionamento de elementos de fundações. Conclui-se, portanto, que o trabalho possui relevância, uma vez que informa sobre as características do solo da região e subsidia os profissionais da área de geotecnia com conhecimentos prévios às investigações. Portanto, otimiza os projetos e gera economia de recursos e tempo. Palavras-chave: Geotecnia e Geologia 1. Fundações Profundas 2. Mapas 3.
Investigações Geotécnicas 4. Formações geológico-geotécnicas 5.
LISTA DE FIGURAS – CORPO DO TRABALHO
Figura 1 - Mapa de Curitiba com formações geológicas ........................................... 20
Figura 2 - Ensaio SPT ............................................................................................... 25
Figura 3 - Boletim de Sondagem ............................................................................... 26
Figura 4 - Croqui de Sondagem ................................................................................ 28
Figura 5 - Estaca Escavada ...................................................................................... 31
Figura 6 - Hélice Contínua......................................................................................... 32
Figura 7 - Estaca pré-moldada .................................................................................. 33
Figura 8 - Mapa de Curitiba/PR ................................................................................. 48
Figura 9 - Mapa de investigações SPT disponíveis em Curitiba/PR ......................... 49
Figura 10 - Mapa de obras realizadas em Curitiba/PR .............................................. 50
Figura 11 - Mapa Geológico com perfis de sondagem .............................................. 52
Figura 12 - Perfil de Sondagem Investigação 29 - Bairro Cajuru .............................. 53
Figura 13 - Perfil de Sondagem Investigação 27 - Bairro Cajuru .............................. 54
Figura 14 - Perfil de Sondagem Investigação 46 - Bairro Uberaba ........................... 56
Figura 15 - Perfil de Sondagem Investigação 13 - Bairro Água Verde ...................... 58
Figura 16 - Perfil de Sondagem Investigação 74 - Bairro São Braz .......................... 59
Figura 17 - Perfil de Sondagem Investigação 59 - Bairro Campo Comprido ............. 60
LISTA DE FIGURAS – ANEXOS
Figura I - Rebouças .................................................................................................. 65
Figura II - Água Verde .............................................................................................. 65
Figura III - Batel ........................................................................................................ 66
Figura IV - Mercês .................................................................................................... 66
Figura V - Juveve ..................................................................................................... 67
Figura VI - Cajuru ..................................................................................................... 67
Figura VII - Parolin ................................................................................................... 68
Figura VIII - Portão ................................................................................................... 68
Figura IX - Bacacheri ................................................................................................ 69
Figura X - Hauer ....................................................................................................... 69
Figura XI - Novo Mundo ........................................................................................... 70
Figura XII - Xaxim ..................................................................................................... 70
Figura XIII - Capão Raso .......................................................................................... 71
Figura XIV - Butiatuvinha ......................................................................................... 71
Figura XV - Santa Felicidade.................................................................................... 72
Figura XVI - Pinheirinho ........................................................................................... 72
Figura XVII - Cidade Industrial ................................................................................. 73
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Obras realizadas por tipo de elemento de fundação entre os anos de
2015 e 2017 ....................................................................................... 37
Gráfico 2 - Obras realizadas por bairros na cidade de Curitiba ................................. 38
Gráfico 3 - Tipos de elementos de fundação por bairros na cidade de Curitiba ........ 38
Gráfico 4 - Limite de sondagem e nível da água por bairros ..................................... 39
Gráfico 5 - Limite de sondagem e nível da água por bairros ..................................... 40
Gráfico 6 - Limite de sondagem e nível da água por bairros ..................................... 40
Gráfico 7 - Limite de sondagem e nível da água por bairros ..................................... 41
Gráfico 8 - Limite de sondagem e nível da água por bairros ..................................... 41
Gráfico 9 - Limite de sondagem e nível da água por bairros ..................................... 42
Gráfico 10 - Limite de Sondagem e Comprimento de Estaca Escavada ................... 45
Gráfico 11 - Limite de Sondagem e Comprimento de Estaca Escavada ................... 45
Gráfico 12 - Limite de Sondagem e Comprimento de Estaca Hélice Contínua ......... 46
Gráfico 13 - Limite de Sondagem e Comprimento de Estaca Pré-Moldada .............. 47
LISTA DE TABELAS – CORPO DO TRABALHO
Tabela 1 - Estados de compacidade e de consistência dos solos ABNT/NBR 6484
(2001) ................................................................................................. 27
Tabela 2 - Critérios de finalização da investigação de sondagem SPT ..................... 29
Tabela 3 - Resumo dos limites de sondagem e nível da água .................................. 42
Tabela 4 - Quantidade de Estacas Escavadas por obra realizada ............................ 43
Tabela 5 - Quantidade de Estacas tipo Hélice Contínua por obra realizada ............. 43
Tabela 6 - Quantidade de Estacas tipo Pré-Moldada por obra realizada .................. 44
LISTA DE TABELAS – ANEXOS
Tabela I - Investigações SPT Disponíveis ................................................................. 80
Tabela II - Obras em Estaca Escavada realizadas .................................................... 81
Tabela III - Obras em Estaca Hélice Contínua realizadas ......................................... 81
Tabela IIV - Obras em Estaca Pré-moldada realizadas ............................................ 81
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 16
1.1 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 16
1.2 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 17
1.3 OBJETIVO ESPECÍFICO .................................................................................... 17
2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 18
2.1 IMPORTANCIA DA IDENTIFICAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS .......... 18
2.1.1 Formação e caracterização dos solos .............................................................. 18
2.1.2 Identificação tátil-visual dos solos .................................................................... 19
2.2 CARACTERÍSTICA DO SOLO NA REGIÃO DO ESTUDO – CURITIBA/PR ...... 20
2.2.1 Formação Guabirotuba..................................................................................... 21
2.2.2 Sedimentos Aluvionares ................................................................................... 21
2.2.3 Solos Residuais ................................................................................................ 22
2.2.4 Solos Cársticos ................................................................................................ 22
2.3 CARACTERIZAÇÃO DE MAPAS ........................................................................ 23
2.4 FORMAS DE INVESTIGAÇÃO DO SOLO .......................................................... 25
2.5 FUNDAÇÕES ...................................................................................................... 29
2.5.1 Estaca Escavada .............................................................................................. 30
2.5.2 Estaca Hélice Contínua .................................................................................... 32
2.5.3 Estaca Pré-Moldada ......................................................................................... 33
3 MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................................... 34
3.1 MATERIAIS ......................................................................................................... 34
3.2 MÉTODOS .......................................................................................................... 34
3.2.1 Primeira Etapa – Classificação das sondagens por bairros ............................. 34
3.2.2 Segunda Etapa – Classificação dos Projetos ................................................... 35
3.2.3 Terceira Etapa – Gráficos e Perfis de Sondagem ............................................ 35
3.2.4 Quarta Etapa – Confecção dos Mapas............................................................. 36
4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ............................................................... 37
4.1 QUANTIDADE E TIPOS DE OBRA DE FUNDAÇÃO ANALISADAS .................. 37
4.2 LIMITE DE SONDAGEM E NÍVEL DA ÁGUA POR BAIRRO .............................. 39
4.3 PROJETOS REALIZADOS TIPO DE ELEMENTO DE FUNDAÇÃO E
QUANTIDADE DE ESTACAS ................................................................................... 42
4.4 COMPARAÇÃO ENTRE SONDAGENS E OBRAS EXECUTADAS ................... 44
4.4.1 Estaca Escavada .............................................................................................. 44
4.4.2 Estaca Hélice Contínua .................................................................................... 46
4.4.3 Estaca Pré-Moldada ......................................................................................... 46
4.5 MAPAS DE ESTUDO DA CIDADE DE CURITIBA/PR ........................................ 47
4.5.1 Mapa de Curitiba/PR ........................................................................................ 47
4.5.2 Mapa de investigações SPT realizadas............................................................ 47
4.5.3 Mapa de Obras Realizadas .............................................................................. 50
4.5.4 Mapa Geológico-geotécnico e Investigações Realizadas ................................ 51
4.5.4.1 Análise do perfil de sondagem para os Solos Aluvionares (Investigação 28 –
Bairro Cajuru) ............................................................................................................ 52
4.5.4.2 Análise do perfil de sondagem para os Solos Aluvionares (Investigação 27 –
Bairro Cajuru) ............................................................................................................ 54
4.5.4.3 Análise do perfil de sondagem para a Formação Guabirotuba (Investigação
46 – Bairro Uberaba) ................................................................................................. 55
4.5.4.4 Análise do perfil de sondagem para a Formação Guabirotuba (investigação
13 – Bairro Água Verde) ............................................................................................ 57
4.5.4.5 Análise do Perfil de Sondagem para a região de solos residuais de Migmatito
e Gnaisse (investigação 74 – Bairro São Braz) ......................................................... 58
4.5.4.6 Análise do Perfil de Sondagem para a região de solos residuais de Migmatito
e Gnaisse (investigação 59 – Bairro Campo Comprido) ........................................... 60
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 62
5.1 CONCLUSÕES QUANTO AS INVESTIGAÇÕES REALIZADAS ........................ 62
5.2 CONCLUSÕES QUANTO AS OBRAS REALIZADAS ........................................ 62
5.3 CONCLUSÕES QUANTO AOS PERFIS DE SONDAGEM E FORMAÇÕES
GEOLÓGICO-GEOTÉCNICAS DE CURITIBA .......................................................... 62
5.4 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ....................................... 63
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 64
ANEXO I – TABELA DE INVESTIGAÇÕES SPT DISPONÍVEIS NA CIDADE DE
CURITIBA/PR ........................................................................................................... 65
ANEXO II – TABELA DE INVESTIGAÇÕES SPT DISPONÍVEIS NA CIDADE DE
CURITIBA/PR ........................................................................................................... 74
ANEXO III – TABELAS DE OBRAS REALIZADAS EM CURITIBA/PR .................. 81
16
1 INTRODUÇÃO
As obras de Construção Civil, em geral, dividem-se em Superestrutura e
Infraestrutura. Para o suporte das cargas provenientes da Superestrutura é necessário
o projeto de elementos estruturais capazes de suportar e transferir tais cargas ao solo,
denominadas fundações. O conjunto da fundação com o solo é denominado elemento
de fundação (CINTRA & AOKI, 2010)
De acordo com Velloso & Lopes (2009), para um projeto de fundações, alguns
elementos são necessários ao projeto: Topografia da área, dados da estrutura a ser
construída e das construções vizinhas e, por fim, os dados Geológicos-Geotécnicos
da área, o que engloba a investigação do subsolo. Dessa forma, todos os projetos de
fundações necessitam de um ensaio de campo para reconhecimento prévio do solo
assim como a identificação e classificação de suas camadas constituintes para efeitos
de dimensionamento das fundações.
No Brasil, o ensaio comumente utilizado é o SPT – Standard Penetration Test
– em que seu método é regido pela NBR (6484). Assim, antes do início do
dimensionamento das fundações em cada obra, é realizado o ensaio SPT do solo.
Ainda que o ensaio de reconhecimento (ou sondagem do solo) não pode ser negada
em uma obra de construção civil, para fins de previsão de custo global da obra e até
mesmo do tempo de execução há como prever a profundidade e o tipo de fundação a
ser utilizada no local antes do ensaio. Tal conduta é realizada comparando-se
sondagens já realizadas em regiões próximas ao local da obra.
O presente Trabalho de Conclusão de Curso presta-se, portanto, a mapear a
região da Curitiba a partir de sondagens realizadas entre os anos de 2015 a 2017 no
que tange ao limite máximo de sondagem, nível da água e obras de fundação já
realizadas em cada bairro da cidade.
1.1 JUSTIFICATIVA
Ao receber o projeto de estruturas, o profissional responsável pelo
dimensionamento e/ou execução das fundações deve ter acesso também ao ensaio
de campo do solo para fins de cálculo e decisão sobre a melhor alternativa de
fundação e equipamento a ser utilizado. Dado o contexto, o profissional responsável
pode, inicialmente, eliminar alternativas de solução de fundações a partir do prévio
17
conhecimento do solo por meio de investigações realizadas anteriormente próximas
ao local de estudo. Logo, o presente trabalho apresenta, com caráter meramente
informativo, o levantamento de ensaios SPT na cidade de Curitiba para antever limites
de sondagem, nível da água e, consequentemente, tipo e profundidade da fundação
a ser empregada em determinado local.
1.2 OBJETIVO GERAL
O objetivo deste trabalho é a exposição do tipo solo e de elemento de
fundação a ser empregado em cada região de Curitiba para antecipar os custos e
necessidade de pessoal e equipamentos a serem utilizados. Desse modo, oferece ao
profissional e cliente elementos para o processo decisório sobre a implantação da
obra e até mesmo sobre sua viabilidade de execução, o que acarreta em economia
de tempo e de recursos.
1.3 OBJETIVO ESPECÍFICO
Realizar revisão bibliográfica sobre os tipos de investigação do subsolo e de
fundações empregadas;
Realizar levantamento de obras de fundações profundas executadas na cidade
de Curitiba entre os anos de 2015 e 2017;
Realizar levantamento de ensaios SPT disponíveis realizados na cidade de
Curitiba;
Quantificar limite de sondagem e nível da água em cada local de obra ou
sondagem realizada;
Confeccionar perfis de sondagem em cada investigação disponível;
Gerar mapas com os dados colhidos;
A partir dos perfis e dos mapas gerados, traçar regiões na cidade com tipo de
solo e possíveis soluções de obras semelhantes.
18
2 REVISÃO DE LITERATURA
Para a compreensão do estudo, será apresentado a seguir uma revisão de
literatura em que aborda os principais tópicos mencionados nas fases de materiais e
métodos, apresentação de resultados e análises.
O presente capítulo está estruturado da seguinte forma: a) formação das
rochas e solos; b) características do solo na região do estudo – Curitiba/PR c)
caracterização dos mapas utilizados no estudo; d) métodos de investigação dos solos;
e) tipos de elementos de Fundação estudados no trabalho
2.1 IMPORTANCIA DA IDENTIFICAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS
Como mencionado anteriormente, todas as cargas de uma Superestrutura são
transferidas para o solo através de elementos estruturais denominados de Elementos
de Fundações. A transferência de carga citada atribui elevação na tensão aplicada no
solo. O efeito contrário também ocorre quando é projetado um subsolo (garagens
subterrâneas por exemplo) e surge a necessidade de realizar escavações o que
provoca alívio de tensões no solo. Portanto, a Engenharia Geotécnica surge para
estudar e compreender a formação dos solos e sua influência nas fundações a serem
empregadas, a fim de mitigar riscos nas construções.
2.1.1 Formação e caracterização dos solos
De acordo com Das, Braja M. (2007), os solos são formados essencialmente
pela erosão das rochas, que podem ser de três tipos: rochas ígneas, sedimentares e
metamórficas. As características das partículas dos solos advêm, portanto, da
composição das rochas precedentes.
As rochas ígneas são formadas a partir da erupção vulcânica e resfriamento
do magma expelido na superfície. A rocha ígnea pode sofrer um processo
denominado de intemperismo, o qual é modificada por processos mecânicos e
químicos. No intemperismo físico, a variação da temperatura é responsável pela
expansão ou contração das rochas. Ocorre também a penetração de água pelas
fendas da rocha em que é congelada quando há queda de temperatura. Logo, os
processos de expansão e contração da rocha pela variação da temperatura e também
19
a pressão exercida nas fendas pelo congelamento da água são responsáveis pela
fragmentação em porções menores. As partículas recém-criadas podem ser
transportadas ou não. As partículas que permanecem formam solos denominados de
solos residuais. Os solos transportados são classificados de acordo com o agente de
transporte: por exemplo, solos transportados por correntes de água são denominados
solos aluviais, partículas transportadas pelo movimento do solo devido ao efeito da
gravidade são conceituados como solos coluviais. As rochas sedimentares originam-
se a partir da compactação e cimentação dos produtos de intemperismo e depósito
nos vazios entre partículas. Por fim, as rochas metamórficas originam-se por
alterações provenientes de temperatura e pressão, porém sem fusão. Logo, as
rochas, por meio do intemperismo, formam solos com partículas de diferentes
tamanhos e características químicas.
Para a diferenciação dos solos, recorre-se a verificação do tamanho das
partículas que o constitui. Os principais tipos de solo encontrados, e que serão a base
para a sua caracterização no presente trabalho, são Areia, Silte e Argila. Segundo a
NBR 6502/1995, a granulometria areia pode ser definida como solos com partículas
entre 2 mm e 0,06 mm. O silte é definido com partículas entre 0,06 mm e 0,002 mm.
Por sua vez a argila é definida com partículas de tamanho inferior a 0,002 mm.
2.1.2 Identificação tátil-visual dos solos
No presente trabalho, todos os dados de investigação dos solos foram obtidos
por meio do ensaio de sondagem de simples reconhecimento (será abordado de forma
detalhada adiante). Assim, a identificação do tipo de solo em cada sondagem foi
realizada de modo tátil-visual.
De acordo com a ABNT/NBR 7250 (1982), o ensaio tátil pode ser realizado
friccionando a amostra com os dedos. Por meio do processo, haverá a separação dos
solos grossos dos solos finos da amostra. A verificação visual consiste na avaliação
da predominância de tamanho dos grãos.
As areias não possuem coesão e o silte, por sua vez, forma torrões que podem
ser desfeitos com a pressão dos dedos. As argilas são plásticas e sofrem
deformações, o que possibilita serem trabalhadas e moldadas pela pressão dos
dedos.
20
Pinheiro (2018) afirma que a cor dos solos pode auxiliar na identificação do
seu tipo. Ainda segundo o autor, as areias podem possuir coloração clara por serem
ricos em quartzo. Os solos que possuem manchas cinzas podem indicar
impedimentos à drenagem. Por sua vez amostras de coloração entre o vermelho e o
amarelo podem ser ricas em óxidos de ferro, o que indica boa permeabilidade.
2.2 CARACTERÍSTICA DO SOLO NA REGIÃO DO ESTUDO – CURITIBA/PR
Figura 1 - Mapa de Curitiba com formações geológicas
21
De acordo com a Figura 1, a cidade de Curitiba é constituída por três unidades
de formação geológica, a saber: Formação Guabirotuba, Embasamento Cristalino (do
qual oriunda os solos residuais), Sedimentos Aluvionares e Solos Cásrticos.
2.2.1 Formação Guabirotuba
De acordo com Kormann (2002), a Formação Guabirotuba composta por as
argilas, os arcósios, os depósitos conglomeráticos e os depósitos carbonáticos.
As argilas, segundo Kormann (2002), possuem coloração cinza, com
tonalidades esverdeadas ou marrons e, quando não alteradas, apresentam
consistência. Podem apresentar ainda partículas de silte e areia. O grupo,
denominado de areias arcosianas estão presentes em espessuras irregulares em toda
a bacia, como afirma Neto (2001). De acordo com Kormann (2002), os depósitos
conglomeráticos são compostos por material granular (variação de diâmetro) e pode
ser composto por quartzo ou arcósias. O mesmo autor afirma ainda que os depósitos
carbonáticos são superficiais e possuem poucos metros de espessura.
Quanto aos aspectos geotécnicos da Formação Guabirotuba, Kormann (2002)
afirma que, após análises de diversos perfis, a consistência das camadas superficiais
é de média a rija e aumenta com a profundidade. O autor afirma ainda que na região
da Formação, a maioria dos limites de sondagem SPT podem chegar ser de 10 a 20
metros. Quanto ao nível freático, pode situar-se na superfície bem como a 15 metros
de profundidade. Segundo Ferreira (2004), a principal característica da Formação
Guabirotuba é o pré-adensamento do solo. De acordo com o mesmo autor, o solo é
pré-adensado pois houve processos erosivos responsáveis por remover a camada de
solo existente.
2.2.2 Sedimentos Aluvionares
Lopes (1966 apud Neto, 2001) afirma que os sedimentos aluvionares em
Curitiba se apresentam compostos por siltes e areias, com ocorrência de argila
orgânica em pequenas espessuras. São depósitos provenientes de correntes de água.
22
De acordo com a avaliação de Neto (2001), o lençol freático varia entre zero
e 6 metros. Ainda segundo o autor, a profundidade da camada de solo aluvionar pode
variar entre 6 a 16 metros.
2.2.3 Solos Residuais
De acordo com Pinto (2009), os solos residuais são caracterizados pela
heterogeneidade, portanto de propriedades difíceis de serem avaliadas e constatadas
em laboratório. Porém Neto (2001), afirma que nos migmatitos é comum a ocorrência
de areia siltosa ou silte arenoso.
Quanto as características geotécnicas, Neto (2001) afirma que o solo residual
tem profundidade média de 12 metros. Os valores de NSPT variam entre 8 e 23 golpes
e o nível freático médio é de 2 a 5 metros.
2.2.4 Solos Cársticos
Segundo Albrecht (1998), o termo carste refere-se a um terreno o qual
apresenta feições geomórficas e hidrológicas típicas de dissolução química que
podem desenvolver-se tanto a nível superficial quanto a nível subsuperficial. Portanto,
ainda de acordo com Albrecht (1998), o fenômeno da carstificação consiste de
transformações físico-químicas que se formam em uma região de rochas solúveis por
uma combinação de dióxido de carbono (CO2), água, entre outros.
Alguns indícios elencados pelo autor são utilizados para o reconhecimento do
solo cárstico tais como: formação de depressões no solo com ou sem acumulo de
água, variações no vigor da vegetação (está relacionado com o excesso ou escassez
de umidade).
Os solos cársticos são de pequena ocorrência na cidade de Curitiba, conforme
a Figura 1, logo não será abordado no presente trabalho.
23
2.3 CARACTERIZAÇÃO DE MAPAS
Os mapas podem ser conceituados da seguinte forma:
Mapa é a representação no plano, normalmente em
escala pequena, dos aspectos geográficos, naturais,
culturais e artificiais de uma área tomada na
superfície de uma Figura planetária, delimitada por
elementos físicos, político-administrativos, destinada
aos mais variados usos, temáticos, culturais e
administrativo. (IBGE, 1998)
Portanto, os mapas são representações de vários aspectos e denotam a
característica do local, sejam aspectos naturais ou não. Dessa forma podem ser
classificados da seguinte forma (IBGE, 1998):
GERAL:
São documentos elaborados sem um fim específico. Permite ao usuário
aplicações generalizadas, de acordo com a precisão geométrica e tolerâncias
permitidas pela escala.
CADASTRAL
Representação em grande escala. Possui maior nível de detalhamento e
maior precisão geométrica. Utilizada para representar cidades e regiões
metropolitanas.
TOPOGRÁFICA
Representação dos acidentes naturais e artificiais. Os elementos
planimétricos (sistema viário e obras) e os elementos altimétricos (curvas de nível)
são bem representados.
24
GEOGRÁFICA
Os detalhes planimétricos e altimétricos são generalizados. Comumente são
utilizados para representar as unidades territoriais de um país, por exemplo.
TEMÁTICA
São os mapas, em qualquer escala, com objetivo de representação
específica. Expressam conhecimentos específicos para uso geral através da
representação. Englobam os mapas de vegetação, Unidades de Relevo, Unidades de
Conservação, por exemplo.
Cartas Geotécnicas
De acordo com Santos (2014), a carta geotécnica ocupa-se do
comportamento dos diferentes compartimentos geológicos e geomorfológicos
homogêneos frente às solicitações típicas de um determinado tipo de intervenção.
Cartas de Riscos
Segundo Santos (2014) tem como objetivos delimitar em uma área ou região
já ocupada as zonas ou compartimentos submetidos a algum tipo de risco
(deslizamentos, por exemplo).
25
2.4 FORMAS DE INVESTIGAÇÃO DO SOLO
Conforme ABMS (1998), os dados Geológicos-Geotécnico da área onde há
intenção de realizar uma obra é um dado necessário ao projeto de fundação. Alguns
métodos de dimensionamento de fundações profundas utilizados no Brasil exigem
determinados coeficientes de cálculo os quais são obtidos pelo conhecimento do solo
da região da obra que, por sua vez, pode ser alcançado pela investigação prévia do
subsolo.
De acordo com Schnaid (2000), o SPT (Standard Penetration Test), constitui-
se no método de investigação em que seus resultados podem ser interpretados de
forma direta e indireta. A abordagem direta constitui-se na aplicação dos resultados
do SPT para estimar a capacidade de carga ou recalque de um elemento de fundação.
A abordagem indireta constitui-se na determinação de parâmetros do solo os quais
auxiliam a prever seu comportamento.
Figura 2 - Ensaio SPT
Fonte: https://www.engenhariaconcreta.com/sondagem-spt/ <Acessado em 07/11/2018 16:58>
26
A Figura 2 mostra a execução do ensaio SPT o qual no Brasil é regida pela
NBR 6484/2001 a qual trata da rotina do ensaio, os equipamentos a serem utilizados
e também a representação dos resultados. A execução do ensaio é extremamente
simples: crava-se um amostrador-padrão a uma altura de 75 cm em que o NSPT é o
número de golpes necessários para penetrar 30 cm no solo.
Figura 3 - Boletim de Sondagem (fonte: arquivo do autor)
27
A Figura 3 mostra um Boletim de Sondagem padrão. Na porção superior há a
identificação da empresa prestadora do serviço e do cliente. Há na parte esquerda da
sondagem o registro do número de golpes aplicados imediatamente após a passagem
dos 15 cm, 30 cm e 45 cm de solo, respectivamente. De acordo com a ABNT NBR
6484 (2001), os resultados são expressos em formas de relações entre o número de
golpes e a porção de solo penetrado quando estes não puderam ser quantificados
para 15 cm em função da consistência ou compacidade do solo. Observa-se, portanto,
na Figura 3, que os dois últimos metros da sondagem seguem a representação de
norma, em que houve 30 golpes para penetração de 25 cm, 30 golpes para penetração
de 20 cm e 30 golpes para penetração de 27 cm.
Solo Índice de Resistência
à penetração N Designação
Areia e siltes arenosos
≤ 4 Fofa(o)
5 a 8 Pouco compacta(o)
9 a 18 Medianamente compacta(o)
19 a 40 Compacta(o)
> 40 Muito compacta(o)
Argilas e siltes argilosos
≤ 2 Muito mole
3 a 5 Mole
6 a 10 Média(o)
11 a 19 Rija(o)
> 19 Dura(o)
Tabela 1 - Estados de compacidade e de consistência dos solos ABNT/NBR 6484 (2001)
O nível da água (NA) e o tipo de solo são apresentados no lado direito do
boletim de sondagem. O ensaio SPT é dotado de um amostrador padrão o qual
recolhe amostra de solo durante a perfuração e o mesmo é analisado de modo tátil-
visual. Para estabelecer o tipo de solo existente e o perfil do substrato, recorre-se
também aos dados apresentados na Tabela 1, em que os solos são classificados de
acordo com a resistência a penetração. Assim, combina-se a análise tátil-visual e a
classificação apresentada para estabelecer o tipo e o perfil do solo na região.
28
Figura 4 - Croqui de Sondagem (fonte: arquivo do autor)
A Figura 4 mostra a representação de um croqui de sondagem. De acordo
com ABMS (1998), as sondagens devem dispor-se de modo que fiquem próximas aos
limites de projeção das edificações. É recomendado que cada investigação do subsolo
tenha mais de uma sondagem pois pode haver diferenças de características do
subsolo em uma área não necessariamente muito extensa. Tais sondagens,
recomenda-se, devem ter uma distância entre 15 e 30 m.
A NBR 6484:2001 trata ainda dos critérios em que a investigação deve ser
finalizada. A Tabela 2, trata sobre os critérios, estabelecidos pela norma, para
interrupção da investigação SPT.
29
CRITÉRIO A Quando, em 3 metros sucessivos, se obtiver 30 golpes para penetração dos 15
cm iniciais do amostrador-padrão.
CRITÉRIO B Quando, em 4 metros sucessivos, se obtiver 50 golpes para penetração dos 30
cm iniciais do amostrador-padrão.
CRITÉRIO C Quando, em 5 metros sucessivos, se obtiver 50 golpes para penetração dos 45
cm iniciais do amostrador-padrão.
Tabela 2 - Critérios de finalização da investigação de sondagem SPT
Além dos critérios apresentados, há também outras possibilidades de
finalização da investigação: o profissional responsável pela obra pode solicitar a
interrupção se julgar conveniente de acordo com critérios próprios ou de projeto.
2.5 FUNDAÇÕES
Todas as cargas exercidas pelas superestruturas são transferidas para o solo
através de elementos estruturais denominados de fundações. De acordo com ABMS
(1998), as fundações podem ser classificadas em dois grandes grupos:
a) Fundações Superficiais: segundo a NBR 6122 (1996), são elementos que
transmitem as cargas para o terreno predominantemente pela distribuição de
pressão sob a base da fundação. Alguns exemplos de fundações superficiais
são as sapatas, blocos e radiers. No presente estudo, serão estudados apenas
casos com obras de fundações profundas. Portanto as fundações superficiais
não serão abordadas por fugir ao escopo do trabalho.
b) Fundações Profundas: a NBR 6122 (1996) as descreve como elemento que
transfere as cargas ao solo pela base (resistência de ponta), pela superfície
lateral (atrito lateral) ou até mesmo por uma combinação das duas. Alguns
exemplos de fundações profundas são os tubulões e as estacas. No estudo,
são apresentados apenas exemplos de obras com estacas, executadas de
diferentes formas. Portanto, não serão abordados os outros tipos de fundações
profundas.
30
As estacas dividem-se em dois grupos os quais são as de deslocamento e de
substituição. As estacas de deslocamento não promovem a retirada prévia do solo
como por exemplo a estaca pré-moldada. Por sua vez, as estacas de substituição são
executadas a partir da retirada de solo e, em seu lugar, o concreto. É o caso da estaca
escavada e da estaca do tipo hélice contínua.
A escolha por qual tipo de estaca que deverá ser executada leva em
consideração alguns fatores como tipo de solo, nível da água, acesso e até mesmo a
vizinhança. Locais onde o nível da água é muito alto inviabiliza a execução de estacas
escavadas, que por serem economicamente viáveis, é a primeira opção a ser
avaliada. Isso ocorre, pois, níveis altos de água podem impedir a estabilidade do furo
até a concretagem. O acesso ao canteiro de obras também é avaliado. Em terrenos
pequenos, maquinários grandes podem ter dificuldade de entrada e locomoção interna
especialmente se no espaço houver outros tipos de máquinas, como de
terraplenagem para escavação do solo ou do tipo bobcat, comum em obras de estaca
hélice contínua e que são responsáveis pela remoção do solo após a execução de
cada estaca. A vizinhança também deve ser analisada antes da escolha do tipo de
estaca a ser executada. Não é incomum a substituição de estacas pré-moldadas por
outra solução devido ao intenso ruído que produzem durante a execução, o que gera
incomodo e desconforto aos vizinhos da obra especialmente nas primeiras horas da
manhã. Há também o risco de formação de trincas e fissuras nas construções
adjacentes devido as vibrações inerentes a execução de estacas pré-moldadas. A
seguir será apresentado, de forma sucinta, os aspectos relevantes de cada um dos
elementos de fundação abordados no estudo.
2.5.1 Estaca Escavada
Segundo ABMS (1998), as estacas escavadas são moldadas no local após a
escavação do solo. Para a retirada de terra, podem ser utilizados sondas específicas,
perfuratrizes rotativas ou trados mecânicos/manuais. Porém esses últimos limitam a
estaca a pequenas profundidades e, consequentemente, a pequenas cargas.
31
Figura 5 - Estaca Escavada (fonte: arquivo do autor)
A Figura 5 - Estaca Escavadamostra a execução de estaca escavada. O trado
é posicionado no ponto locado previamente e inicia-se a perfuração até a
profundidade estabelecida em projeto. A cada perfuração, o trado é erguido
novamente para a limpeza e reinicia-se a perfuração. Assim que a perfuração é
encerrada, procede-se a concretagem da estaca, que pode ser feita de concretagem
usinada ou feita na própria obra. Após a concretagem coloca-se a armadura com
espera para o bloco de fundação.
A solução por estacas escavadas tem como vantagens a mobilidade e fácil
acesso do equipamento aos canteiros de obra como, por exemplo, condomínios
residenciais, o custo reduzido em relação aos demais elementos de fundação e a
possibilidade de coletar amostras do solo onde está sendo executada a obra. Porém,
deve-se tomar o cuidado com a estabilidade dos furos uma vez que podem
desintegrar-se quando o trado é retirado.
32
2.5.2 Estaca Hélice Contínua
A estaca em Hélice Contínua é moldada também no local a partir de injeções
de concreto sob pressão sem a retirada do trado.
Figura 6 - Hélice Contínua (fonte: arquivo do autor)
A Figura 6 - Hélice Contínua mostra a execução de estaca hélice contínua. A
execução consiste em perfurar com o trado até a profundidade de projeto. A seguir,
ao sinal do operador da máquina, inicia-se a injeção de concreto e, simultaneamente,
a retirada do trado. Ao final a armadura é inserida. Como o trado não é retirado antes
da concretagem, ao exemplo da estaca escavada, a hélice contínua é uma solução
que pode ser feita com a presença de lençol freático.
As vantagens da hélice contínua residem no fato de que não provocam ruídos
ou vibrações excessivas, o que evita desconforto com a vizinhança da obra. Tem
como desvantagens o acesso limitado aos canteiros de obra (pelo porte, podem não
entrar em determinados condomínios residenciais ou em terrenos de pequena área)
e os custos que podem ser mais elevados que as demais soluções.
33
2.5.3 Estaca Pré-Moldada
ABMS (1998) afirma que as estacas pré-moldadas podem ser cravadas no
terreno a partir de percussão, prensagem ou vibração. São caracterizadas por serem
estacas de deslocamento.
Figura 7 - Estaca pré-moldada (fonte: arquivo do autor)
A Figura 7 - Estaca pré-moldada mostra a cravação de estacas pré-moldadas.
A execução consiste em içar a estaca, por meio de cabos de aço, em ponto
aproximadamente a 1/3 da estaca e cravar até a profundidade de projeto. É importante
que a estaca tenha comprimento suficiente para contemplar o comprimento de projeto
e de espera da estaca. Caso a estaca não tenha o comprimento de projeto necessário,
deve-se utilizar as luvas de emenda. A utilização de estacas pré-moldadas deve ser
avaliada de modo criterioso haja vista que, por meio da cravação, pode gerar trincas
e fissuras nas construções vizinhas. Há ainda o fato de que devem ser transportadas
– o que pode gerar custos extras - e armazenadas de modo correto.
34
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Para o presente estudo, foram analisadas sondagens realizadas nos últimos
cinco anos (entre 2015 e 2017) na cidade de Curitiba. O presente capítulo está
estruturado da seguinte forma: a) Materiais utilizados; b) Métodos adotados de análise
do material e etapas de projeto como: classificação das sondagens e obras por
bairros, gráficos, perfis de sondagem e confecção dos mapas.
3.1 MATERIAIS
Foram fornecidas 92 sondagens da cidade de Curitiba (não foram
consideradas sondagens da região metropolitana) para o estudo e os relatórios de
obras realizadas. Para a confecção de planilhas de dados foi utilizado o programa
Excel versão 2017 e para os perfis de sondagem o programa AutoCAD 2017. Para os
mapas e inserção de dados, utilizou-se o programa QGIS 2.18.
3.2 MÉTODOS
Após a obtenção do material, o trabalho desenvolveu-se na seguinte
sequência:
3.2.1 Primeira Etapa – Classificação das sondagens por bairros
As sondagens foram organizadas e classificadas por bairros em Curitiba. As
sondagens que continham apenas rua e número, mas não o bairro, foram
classificadas após consulta ao Google Maps. As sondagens também foram
codificadas a fim de guardar o nome da empresa e do cliente solicitante haja vista que
são dados sigilosos. Na sequência, procedeu-se a organização dos dados em
planilhas, como limite de sondagem e nível da água. Em sondagens com mais de um
furo, prevaleceu o maior limite de sondagem e o maior nível da água encontrado.
35
3.2.2 Segunda Etapa – Classificação dos Projetos
Foram analisados apenas projetos de fundações profundas realizados pela
empresa na cidade de Curitiba entre os anos de 2015 e 2017. Foram analisados
projetos dos seguintes elementos: Estaca Escavada, Estaca tipo Hélice Contínua e
Estaca Pré-Moldada. Os projetos executados foram classificados por bairros e tipo de
estaca utilizada. A seguir, foi obtido o número e comprimento das estacas por seção
em cada obra. Semelhante ao procedimento adotado para as sondagens, em obras
que houve variação do comprimento da estaca, prevaleceu o maior comprimento de
estaca. É importante ressaltar que os dados de comprimento de estaca foram obtidos
através de relatórios de obras produzidos pelos próprios operadores das máquinas de
perfuração/cravação. São documentos para arquivo da empresa, produção de
medições e apresentação para os clientes caso solicitado.
3.2.3 Terceira Etapa – Gráficos e Perfis de Sondagem
Nesta terceira etapa, foram feitos diversos gráficos (a serem apresentados na
seção Resultados) que apresentam a quantidade e o tipo de obra, o limite de
sondagem e o nível da água predominante em cada região. São apresentados
gráficos informativos como, por exemplo, limite de sondagem e nível da água. Na
sequência, são mostrados dados em forma de tabela com o bairro, tipo de estaca
executada na obra, seção/diâmetro e quantidade. As Estacas Escavadas e em Hélice
Contínua são estacas circulares, logo cada quantidade é diferenciada pelo seu
diâmetro, os quais variam entre 30 e 60 cm. As estacas em pré-moldado são de seção
quadrada e podem variar entre 16x16 e 26x26 cm. Os gráficos referentes a cada bairro
com obras, estaca executada e quantidade estão no Anexo I. Foram também
expressos gráficos comparativos como limite de sondagem e comprimento de estaca
perfurado/cravado em cada obra quando haviam dados de sondagem disponíveis.
Para determinação do tipo de solo predominante e Nspt em cada bairro, recorreu-se
aos perfis de sondagem (apresentados na seção 4.5.4) realizadas para cada obra
estudada. Nos perfis, cada furo de sondagem está separado por distâncias iguais e
ligados quando há um mesmo tipo de solo entre eles. São também representados o
nível da água e o Nspt de cada metro de sondagem.
36
3.2.4 Quarta Etapa – Confecção dos Mapas
Após a análise dos perfis de sondagem, estabeleceu-se o tipo de solo
predominante para cada bairro analisado e, a seguir, foram inseridos os dados
referentes ao NSPT, nível da água e formação geológica do local. Foi feita, portanto,
uma análise do perfil de sondagem em função da formação geológica da região.
Foram verificados se as características de sondagem vão ao encontro das
características da formação apresentadas na literatura. Foram analisadas também as
possíveis soluções de fundações profundas na região. Dessa forma procura-se prever
o tipo de fundação e o limite de sondagem em alguma região ainda não analisada.
Cabe ressaltar, neste ponto, que apesar de poderem ser previstos esses dados a partir
da confecção dos mapas, presta-se apenas como caráter informativo não devendo,
em hipótese nenhuma, serem substituídos por investigação do subsolo no local da
obra.
37
4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
O presente capítulo abordará os seguintes itens: a) Quantidade e tipos de
elementos de fundação analisadas; b) Limites de sondagem e nível da água
apresentados; c) Análise dos projetos disponíveis; d) Estudo das características do
solo na cidade de Curitiba em função das investigações e obras realizadas.
4.1 QUANTIDADE E TIPOS DE OBRA DE FUNDAÇÃO ANALISADAS
No Gráfico 1 é apresentado a quantidade total de obras realizadas dividida
por tipo de elemento de fundação empregado.
Gráfico 1 - Obras realizadas por tipo de elemento de fundação entre os anos de 2015 e 2017
A partir do Gráfico 1, constata-se que as obras em Estaca Escavada foram
predominantes no período estudado com 13 obras no total. Foram contabilizadas
também 7 obras em hélice contínua e 9 obras em pré-moldado A seguir, a análise
prossegue no Gráfico 2 em que está descrito a quantidade e tipos de obras em cada
bairro.
Os gráficos 2 e 3 retratam a quantidade de obras executadas por bairros em
Curitiba e o número de obras por elemento de fundação em cada bairro,
respectivamente.
13
7
9
TIPOS DE FUNDAÇÕES UTILIZADAS EM CURITIBA
ESCAVADA HCM PRÉ MOLDADO
38
Gráfico 2 - Obras realizadas por bairros na cidade de Curitiba
Gráfico 3 - Tipos de elementos de fundação por bairros na cidade de Curitiba
De acordo com os Gráficos 2 e 3, 19 bairros receberam 29 obras de fundação
profunda, sendo que a Cidade Industrial foi a que teve o maior número de edificações
com estacas no total de 4 obras. O bairro Batel teve o maior número de obras em
Estaca Escavada (3 no total) ao passo que os bairros Cajuru, Bacacheri e Santa
Felicidade tiveram 2 obras em Estaca Pré-Moldada. O bairro Cidade Industrial teve
duas obras em Estacas do tipo Hélice Contínua. O bairro Santa Quitéria recebeu uma
1 2
3
11
3
11211111
1
3
11
4
OBRAS REALIZADAS POR BAIRROS
REBOUÇAS ÁGUA VERDE BATEL
MERCÊS JUVEVÊ CAJURU
PAROLIN PORTÃO BACACHERI
HAUER NOVO MUNDO SANTA QUITÉRIA
XAXIM CAPÃO RASO BUTIATUVINHA
SANTA FELICIDADE PINHEIRINHO CAMPO DO SANTANA
CIDADE INDUSTRIAL
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adas
OBRAS EXECUTADAS POR TIPO DE FUNDAÇÃO E BAIRROS
ESCAVADA HCM PRÉ MOLDADO
39
obra, porém foi executada em trilho TR-45 e, portanto, não será abordada no presente
trabalho.
4.2 LIMITE DE SONDAGEM E NÍVEL DA ÁGUA POR BAIRRO
Conforme mencionado anteriormente, foram disponibilizados 92 arquivos
contendo 275 furos de sondagem SPT com obras de estaqueamento ou não. Os
dados referentes a cada furo de sondagem, como profundidade e nível da água, são
apresentados no Anexo II. Nos gráficos 4 a 9 são mostrados os limites de sondagem
para cada bairro e na Tabela 1 o resumo dos maiores e menores limites encontrados.
Gráfico 4 - Limite de sondagem e nível da água por bairros
-25.0
-20.0
-15.0
-10.0
-5.0
0.0
-25.0
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-15.0
-10.0
-5.0
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SONDAGEM E NÍVEL DA ÁGUA
Sondagem NA
40
Gráfico 5 - Limite de sondagem e nível da água por bairros
Gráfico 6 - Limite de sondagem e nível da água por bairros
-25.0
-20.0
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SONDAGEM E NÍVEL DA ÁGUA
Sondagem NA
-25.0
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SONDAGEM E NÍVEL DA ÁGUA
Sondagem NA
41
Gráfico 7 - Limite de sondagem e nível da água por bairros
Gráfico 8 - Limite de sondagem e nível da água por bairros
-25.0
-20.0
-15.0
-10.0
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SONDAGEM E NÍVEL DA ÁGUA
Sondagem NA
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m)
SONDAGEM E NÍVEL DA ÁGUA
Sondagem NA
42
Gráfico 9 - Limite de sondagem e nível da água por bairros
RESUMO LIMITES DE SONDAGEM E NÍVEL DA ÁGUA (m)
MENOR LIMITE DE SONDAGEM 6,34
MAIOR LIMITE DE SONDAGEM 23,60
MÉDIA DOS LIMITES DE SONDAGEM 15,90
MAIOR NÍVEL DA ÁGUA 11,80
MENOR NÍVEL DA ÁGUA 0,47
MÉDIA DO NÍVEL DA ÁGUA 3,44
Tabela 3 - Resumo dos limites de sondagem e nível da água
De acordo com a Tabela 3, o menor limite de sondagem encontrado está no
bairro Centro (6,34 m) e o maior limite de sondagem localiza-se no bairro Santa
Cândida (23,60 m). O nível da água superficial encontra-se no bairro Cajuru (0,47 m)
e o nível da água mais profundo, quando encontrado, foi de 11,80 m no bairro Água
Verde. Para as sondagens analisadas, a média dos limites de sondagem é de 14,15
m e a média do nível da água é de 3,44 m.
4.3 PROJETOS REALIZADOS TIPO DE ELEMENTO DE FUNDAÇÃO E
QUANTIDADE DE ESTACAS
Na Tabela 4 está descrito as obras realizadas, por bairro, em estaca escavada
e a quantidade empregada.
-30.0
-25.0
-20.0
-15.0
-10.0
-5.0
0.0
-30.0
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SONDAGEM E NÍVEL DA ÁGUA
Sondagem NA
43
QUANTIDADE DE ESTACAS ESCAVADAS
BAIRRO OBRA DIÂMETRO DAS ESTACAS
30 cm 40 cm 50 cm 60 cm
REBOUÇAS 1 - 91 45 -
ÁGUA VERDE 1 - 98 4 -
2 83 17 34 45
BATEL
1 - 40 29 -
2 - 79 - -
3 - 40 - -
MERCES 1 1 - - -
JUVEVE 1 - - 1 -
PAROLIN 1 - 74 - -
BUTIATUVINHA 1 21 25 - -
SANTA FELICIDADE 1 - 16 21 -
CIDADE INDUSTRIAL 1 - 4 - -
2 12 - - - Tabela 4 - Quantidade de Estacas Escavadas por obra realizada
Pela Tabela 3, foram empregadas estacas escavadas de diâmetros que
variam de 30 a 60 cm. Somente no bairro Água Verde foram empregadas estacas
escavadas com diâmetro de 60 cm. A maior parte das obras foram feitas com estacas
escavadas de 30 e 40 cm. A seguir, na Tabela 5, são apresentados os dados para
estacas tipo Hélice Contínua.
QUANTIDADE DE ESTACAS HÉLICE CONTÍNUA
BAIRRO OBRA DIÂMETRO DAS ESTACAS
30 cm 40 cm 50 cm 60 cm
CAJURU 1 34 - - -
PORTÃO 1 10 37 - -
NOVO MUNDO 1 21 81 67 -
CAPÃO RASO 1 - - 54 -
PINHEIRINHO 1 46 - - -
CIDADE INDUSTRIAL 1 26 - - -
2 60 - - - Tabela 5 - Quantidade de Estacas tipo Hélice Contínua por obra realizada
44
De acordo com a Tabela 4, as obras de Hélice Contínua, em que o diâmetro
das estacas varia entre 30 e 40 cm. A maior parte das obras foi realizada com estacas
de 30 cm de diâmetro. Na sequência, a Tabela 6 apresenta os dados das obras
executadas em estaca pré-moldada.
QUANTIDADE DE ESTACAS PRÉ-MOLDADO
BAIRRO OBRA SEÇÃO DAS ESTACAS QUADRADAS
16x16 18x18 20x20 23x23 26x26
CAJURU 1 74 5 - - -
2 20 12 11 - 2
BACACHERI 1 - 33 25 -
2 12 10 3 -
HAUER 1 31 16 14 - -
XAXIM 1 38 10 - - -
SANTA FELICIDADE 1 13 8 15 10 3
2 29 35 - 35 4
CAMPO SANTANA 1 - - 4 17 - Tabela 6 - Quantidade de Estacas tipo Pré-Moldada por obra realizada
A Tabela 6 informa que as obras foram realizadas com estacas pré-moldadas
com seção quadrada que varia de 16x16 cm até 26x26 cm. A maioria das fundações
em pré-moldado foram realizadas com estacas em 16x16 cm e 18x18 cm.
Foram realizadas, no total, 1705 estacas sendo 780 estacas de modo
Escavada, 436 estacas em Hélice Contínua e 489 estacas em Pré-Moldado. Os
gráficos referentes a cada uma das obras encontram-se no Anexo I (Figuras I a XVII),
o qual faz referência a quantidade de estacas versus seção da estaca por bairro
executado.
4.4 COMPARAÇÃO ENTRE SONDAGENS E OBRAS EXECUTADAS
4.4.1 Estaca Escavada
Nos gráficos 10 e 11 estão retratados o maior limite de sondagem e maior
comprimento de estaca escavada executada em cada obra. De acordo com os
gráficos expostos e com os dados de sondagens disponíveis de cada obra, na obra
do bairro Água Verde a Estaca Escavada teve comprimento maior que o limite de
45
sondagem apresentado. Em todos os outros casos, o maior comprimento de estaca
foi menor que o limite de sondagem. O maior limite de sondagem em obra realizada
em Estaca Escavada encontra-se no bairro Juveve, com 22,18 m. A média do
comprimento das Estacas Escavadas é de aproximadamente 9 m. Alguns bairros
possuem apenas dados extraídos dos diários de obra, em que foi contratado apenas
a execução, sem acesso aos relatórios de sondagem. Portanto, em alguns bairros há
apenas dados do comprimento da estaca e não do limite de sondagem.
Gráfico 10 - Limite de Sondagem e Comprimento de Estaca Escavada
Gráfico 11 - Limite de Sondagem e Comprimento de Estaca Escavada
-15.18-17.45
-9.45
-18.15
-11-13.5 -14
-8-6.5
-10.5
-6.3
-20
-15
-10
-5
0
-20
-15
-10
-5
0
REB
OU
ÇA
S 0
1
ÁG
UA
VER
DE
01
ÁG
UA
VER
DE
02
BA
TEL
01
BA
TEL
02
BA
TEL
03
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01
CO
MP
RIM
ENTO
DA
EST
AC
A (
m)
CO
MP
RIM
ENTO
(m
)
COMPRIMENTO DE SONDAGENS E ESTACAS ESCAVADAS
LIMITE DE SONDAGEM COMPRIMENTO DA ESTACA
-22.18
-13.25
-5
-10-8 -7.5 -8 -8
-25
-20
-15
-10
-5
0
-25
-20
-15
-10
-5
0
JUV
EVE
01
PA
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01
BU
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INH
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1
SAN
TAFE
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IDA
DE
01
CID
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DU
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01
CID
AD
EIN
DU
STR
IAL
02
CO
MP
RIM
ENTO
DA
EST
AC
A (
m)
CO
MP
RIM
ENTO
(m
)
COMPRIMENTO DE SONDAGENS E ESTACAS ESCAVADAS
LIMITE DE SONDAGEM COMPRIMENTO DA ESTACA
46
4.4.2 Estaca Hélice Contínua
Conforme o Gráfico 12 e os dados de sondagens disponíveis, todos as
estacas executadas em Hélice Contínua tem comprimento menor que o limite de
sondagem de cada obra. A obra em Hélice Contínua com maior limite de sondagem
encontra-se no bairro Cajuru, com 18,12 m.
Gráfico 12 - Limite de Sondagem e Comprimento de Estaca Hélice Contínua
4.4.3 Estaca Pré-Moldada
Em conformidade com o gráfico 13 e os dados de sondagens disponíveis,
todas as obras executadas com estaca pré-moldada indicam que todas as estacas
têm comprimento inferior ao limite de sondagem. As obras com maiores limites de
sondagem foram no Bairro Cajuru, a exemplo da obra em estaca Hélice Contínua
(Gráfico 12) e Santa Felicidade, ambas com 18,45 m.
-18.12
-13.35-15
-11.5
-15-13
-9 -10 -10
-20
-15
-10
-5
0
-20
-15
-10
-5
0C
AJU
RU
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RTÃ
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CID
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STRIA
L 1
CID
AD
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DU
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L 2
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MP
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ENTO
DA
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m)
LIM
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DE
SON
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GEM
(m
)
COMPRIMENTO DE SONDAGENS E ESTACA HÉLICE CONTÍNUA
LIMITE DE SONDAGEM COMPRIMENTO DA ESTACA
47
Gráfico 13 - Limite de Sondagem e Comprimento de Estaca Pré-Moldada
4.5 MAPAS DE ESTUDO DA CIDADE DE CURITIBA/PR
A seguir serão apresentados os mapas que representam a distribuição
espacial das investigações SPT disponíveis no presente estudo em Curitiba/PR.
4.5.1 Mapa de Curitiba/PR
Na Figura 8 é mostrado o mapa da cidade de Curitiba e sua divisão por
bairros. A apresentação do mapa justifica-se para facilitar o entendimento dos mapas
a seguir. Curitiba possui, atualmente, 75 bairros em que 46 possuem dados de
investigações geotécnicas disponíveis.
4.5.2 Mapa de investigações SPT realizadas
Estão disponíveis, portanto, 92 investigações geotécnicas com sondagem
SPT na cidade de Curitiba/PR. A tabela com o número da investigação, a localização
(bairro), o limite de sondagem e nível da água estão disponíveis no Anexo II (Tabela
I), sendo que um ponto de investigação visualizado na Figura 9 pode se referir a um
ou mais furos de sondagem.
-18.45
-14.4-12.45
-15.45 -15.45-18.45
-12-8.5
-6
-12
-7-10
-12
-6-9.4
-20
-15
-10
-5
0
-20
-15
-10
-5
0
CA
JUR
U 0
1
CA
JUR
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2
BA
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1
BA
CA
CH
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CID
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1
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CO
MP
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ENTO
DA
EST
AC
A (
m)
CO
MP
RIM
ENTO
(m
)
COMPRIMENTO DE SONDAGEM E ESTACA PRÉ-MOLDADA
LIMITE DE SONDAGEM COMPRIMENTO DA ESTACA
48
Figura 8 - Mapa de Curitiba/PR
49
Figura 9 - Mapa de investigações SPT disponíveis em Curitiba/PR
50
4.5.3 Mapa de Obras Realizadas
Figura 10 - Mapa de obras realizadas em Curitiba/PR
51
A Figura 10 refere-se ao mapa de obras realizadas na cidade de Curitiba,
entre os anos de 2015 e 2017. Verifica-se, ao analisar as figuras 9 e 10, que há
elevado número de investigações geotécnicas do que obras realizadas. A justificativa
é a de que nem sempre a empresa que cedeu os dados foi contemplada com a
elaboração do projeto e/ou realização da obra haja vista que são necessários os dados
de estudo e orçamento para o cliente. Logo, há mais investigações do que projetos
e/ou obras realizadas. Obras realizadas por bairros encontram-se no Anexo III
(Tabelas II, III e IV).
4.5.4 Mapa Geológico-geotécnico e Investigações Realizadas
A Figura 11 mostra o mapa de Curitiba com as formações geológicas-
geotécnicas existentes. Foram analisados dois perfis de sondagem para a Formação
Guabirotuba e para o Solo Residual. Para os Solos Aluvionares foi analisado um perfil
de sondagem. Todas as análises, quanto ao número de golpes NSPT seguem a NBR
6484:2001 – Estados de Compacidade e Consistência dos solos. Nas investigações
de número 27, 28, 13 e 59 não está claro se a interrupção da investigação foi realizada
de acordo com a norma vigente (NBR 6484:2001) ou por determinação do
responsável pela obra. As investigações de número 46 e 74 foram interrompidas de
acordo com o item 6.4.1 inciso “c”, em que em 5 metros sucessivos, foi aplicado 50
golpes para penetração de 45 cm do amostrador-padrão. No acervo disponível, não
havia investigações ou obras realizadas na região de solo cárstico. Portanto, não
foram feitos perfis de sondagem para essa formação.
52
Figura 11 - Mapa Geológico com perfis de sondagem
4.5.4.1 Análise do perfil de sondagem para os Solos Aluvionares (Investigação 28 – Bairro Cajuru)
A investigação analisada (número 28), mostrada na Figura 12, situa-se no
bairro Cajuru e foram realizados dois furos de sondagem.
53
Figura 12 - Perfil de Sondagem Investigação 29 - Bairro Cajuru
As profundidades de sondagem estão entre 17 e 19 metros. O nível da água é
alto em relação ao furo de sondagem onde encontra-se entre 0,40 e 0,56 metros.
Como é um Solo Aluvionar, caracteriza-se pela instabilidade do furo. Conforme a
Figura 10, as soluções comumente adotadas são a hélice continua (HCM) e pré-
moldada (PM) em detrimento das estacas escavadas para as obras.
A camada de baixa resistência tem profundidade aproximada de 8 metros. Os
golpes de NSPT na referida camada estão entre 2 e 11, o que caracteriza argila mole
a média. Houve trajetos em que não foi possível obter a quantidade de golpes na
camada pois com apenas um golpe atravessou mais do que os 30 cm de camada (o
que contraria a norma vigente – NBR 6484:2001). Abaixo da camada de baixa
resistência, apresenta-se uma camada de areia com aproximadamente 1 metro, em
que o NSPT é de 14 golpes, portanto areia medianamente compacta. A seguir, há a
camada de silte, com expessura de 7 a 9 metros com números de golpes que variam
54
de 13 a 55 golpes, portanto, solo rijo e duro. A camada mais resistente compreende o
solo siltoso ao passo que a camada menos resistente compreende o solo argiloso.
Não está claro, pelos boletins de sondagem disponíveis, se a investigação foi
finalizada devido aos critérios da norma vigente ou por opção do responsável pela
obra.
O referido perfil de sondagem em Solo Aluvionar vai ao encontro das
informações apresentadas por Neto (2001) quanto ao nível da água (praticamente
superficial) porém com limite de sondagem maior (18 metros ante os 16 metros
referidos pelo autor).
4.5.4.2 Análise do perfil de sondagem para os Solos Aluvionares (Investigação 27 – Bairro Cajuru)
A investigação analisada (número 27), mostrada na Figura 13, localiza-se
também no bairro Cajuru e localiza-se na área de Solos Aluvionares.
Figura 13 - Perfil de Sondagem Investigação 27 - Bairro Cajuru
A investigação possui três furos de sondagem com a mesma configuração de
tipos de solo. Inicia-se com argila, até cerca de 6 metros de profundidade no primeiro
e terceiro furo e até 3 metros no segundo furo. Seus valores de NSPT variam entre 01
55
e 02 golpes, portanto sendo classificada como camada de argila mole. A camada
intermediária é de areia em que tem pouca espessura no primeiro e terceiro furo e
cerca de 4 metros no segundo furo. Os valores de NSPT são mais elevados no primeiro
e terceiro furo, variando entre 18 e 30 golpes, em que pode ser classificada como
areia compacta. No segundo furo, os valores de NSPT variam de 01 até 25, portanto
com presença de areia fofa até compacta. A última camada é de silte com cerca de 3
metros de espessura e valores de NSPT por volta dos 30, logo, pode ser classificado
como solo siltoso duro. Os limites de sondagem são de aproximadamente 11 metros.
Não está claro, pelos boletins de sondagem disponíveis, se a investigação foi
finalizada devido aos critérios da norma vigente ou por opção do responsável pela
obra.
Como na investigação apresentada anteriormente (Obra 28), apresenta nível
da água superficial, porém limite de sondagem menor. As características
apresentadas correspondem, portanto, às descritas por Neto (2001) para os solos
aluvionares apresentadas na investigação anterior.
4.5.4.3 Análise do perfil de sondagem para a Formação Guabirotuba (Investigação 46 – Bairro Uberaba)
A investigação realizada (número 46), mostrado na Figura 14, situa-se no
bairro Uberaba e possui dois furos de sondagem. Os dois furos iniciam-se com uma
camada de silte classificada como rija por ter entre 10 e 11 golpes. Porém possuem
uma camada de aproximadamente 5 a 6 metros de argila abaixo do silte, a qual
predominantemente varia entre 4 e 6 golpes, portanto classificada como mole. A
seguir há uma camada de silte, variando entre 1 e 3 metros de espessura. Em ambos
os furos há uma camada de areia, de aproximadamente 4 metros de espessura com
NSPT variando entre 14 a 16 golpes. Logo a areia nessa camada classificada como
medianamente compacta. Após há camada de argila até o impenetrável da sondagem
com aproximadamente 8 metros de espessura. O número de golpes varia entre 16 até
o impenetrável, portanto classificada predominantemente como argila dura. O limite
de sondagem está, aproximadamente, em 20 metros. De acordo com os boletins de
sondagem disponíveis, a investigação foi interrompida de acordo com o item 6.4.1
inciso “c” da norma vigente.
56
Nos dois furos de sondagem, o número de golpes aumenta de forma
progressiva com aumento da profundidade. Há a presença de silte e areia porém em
pequenas camadas. O tipo de solo predominante é a argila. A Formação Guabirotuba
tem como característica possuir o solo pré-adensado devido a sua formação
geológica. Portanto vai ao encontro das informações apresentadas no perfil estudado
com valores de NSPT mais elevados. Outro dado é o nível da água, em torno de 3,50
metros, de modo superficial. Logo, as características apresentadas corroboram com
as apresentadas por Neto (2001) e Kormann (2001).
Figura 14 - Perfil de Sondagem Investigação 46 - Bairro Uberaba
57
4.5.4.4 Análise do perfil de sondagem para a Formação Guabirotuba (investigação 13 – Bairro Água Verde)
A investigação realizada (número 13), apresentado na Figura 15 situa-se no
bairro Água Verde, possui três furos de sondagem e foi realizada na região da
Formação Guabirotuba. A investigação analisada possui distância de
aproximadamente 10 km da investigação anterior (Bairro Uberaba – número 46)
também na região da Formação Guabirotuba.
O único tipo de solo apresentado, nos três furos de sondagem, foi argila. O
número de golpes varia entre 4 e 55. Portanto, varia entre argila mole a dura, com o
aumento de profundidade. O limite de sondagem é de, aproximadamente, 17 metros
nos três furos. Quanto ao nível da água, varia entre 3 e 12 metros. Não está claro,
pelos boletins de sondagem disponíveis, se a investigação foi finalizada devido aos
critérios da norma vigente ou por opção do responsável pela obra.
As características apresentadas vão ao encontro das peculiaridades da
Formação Guabirotuba, uma vez que os três furos de sondagem apresentam aumento
do NSPT progressivo (significa, portanto, um solo pré adensado) e nível da água que
pode ser superficial ou profunda. A principal solução de fundação utilizada na
Formação Guabirotuba, de acordo com a Figura 10, a depender das características
de projeto, é a Estaca Escavada.
58
Figura 15 - Perfil de Sondagem Investigação 13 - Bairro Água Verde
4.5.4.5 Análise do Perfil de Sondagem para a região de solos residuais de Migmatito e Gnaisse (investigação 74 – Bairro São Braz)
A investigação número 74 situa-se no bairro São Braz, em uma região onde
há, predominantemente, Migmatito e Gnaisse. O perfil analisado, apresentado na
Figura 16, compõe-se de dois furos de sondagem com profundidade de,
aproximadamente 12 metros. Há nível da água logo no início do furo.
Ambos os furos foram identificados apenas como argila. Nos três primeiros
metros de sondagem, há uma camada de argila predominantemente mole (3 a 6
golpes). Apesar de não estar relatado na sondagem, o baixo número de golpes
encontrado nos três primeiros metros, com repentino aumento no quarto metro (de 4
e 3 golpes, no primeiro e no segundo furo para 16 e 18 golpes, respectivamente) pode
presumir a existência de aterro no local. Nos quatro metros seguintes, o NSPT varia
entre 16 e 18, o que caracteriza um solo de argila rija. A seguir há novo aumento
repentino de NSPT, para 30 e 31 golpes. Nos relatórios disponíveis, não há como
justificar o segundo aumento repentino de NSPT. Adiante, até o limite de sondagem, há
argila dura. Segundo a Figura 10, e dependendo das características de projeto (no
bairro normalmente há predominância de casas residenciais) a utilização da Estaca
59
Pré-Moldada parece ser interessante uma vez que pode trabalhar a resistência de
ponta acima dos 8 metros de comprimento, quando o número de golpes passa a ser
mais elevado.
Figura 16 - Perfil de Sondagem Investigação 74 - Bairro São Braz
A Estaca Escavada também é uma possível solução, uma vez que é o solo
parece ser competente para manter a integridade do furo caso não haja presença de
água. De acordo com os boletins de sondagem disponíveis, a investigação foi
interrompida de acordo com o item 6.4.1 inciso “c” da norma vigente, o que não se
verifica observando o perfil de sondagem.
O perfil apresentado corrobora com a constatação de Neto (2001) a respeito
dos solos residuais quanto a profundidade média. Porém apresenta nível da água
superior ante os 2 a 5 metros apresentados pelo autor. O número de golpes também
é elevado em relação ao apresentado na literatura.
60
4.5.4.6 Análise do Perfil de Sondagem para a região de solos residuais de Migmatito e Gnaisse (investigação 59 – Bairro Campo Comprido)
A investigação 59, representada na Figura 17, situa-se no bairro Campo
Comprido, onde há predominantemente a formação composta de Migmatito e
Gnaisse. O perfil analisado compõe-se de dois furos de sondagem em que um tem
6,78 metros de profundidade e o outro furo possui 14,15 metros. O nível da água do
primeiro e do segundo furo estão em 2,62 e 5,39 metros, respectivamente. A presente
investigação está a uma distância de, aproximadamente, 9 km de distância da outra
investigação realizada na mesma formação (investigação 74 – São Braz).
Figura 17 - Perfil de Sondagem Investigação 59 - Bairro Campo Comprido
Ao contrário da investigação anterior, a presente análise apresenta somente
silte e o NSPT varia entre 4 e 54 golpes. No primeiro furo, os dois primeiros metros
caracterizam-se pelo baixo NSPT (4 e 9 golpes) com mudança repentina para 21 golpes
no terceiro metro, portanto solo médio a duro. Após, no quinto metro, há uma queda
do valor NSPT, onde o silte passa a ser rijo e volta a ser duro nos dois metros finais. O
segundo furo possui pouca variação de NSPT até 10 metros de profundidade (9 a 15
61
golpes – silte médio a rijo). A partir dos 10 metros, a variação do NSPT possui maior
variação (22 a 54 golpes) embora classificado apenas como duro. A profundidade
média e o nível da água vão ao encontro do que afirmado por Neto (2001) com o nível
da água entre 2 e 5 metros e a profundidade de sondagem média de 12 metros. Porém
o NSPT do presente trabalho é maior do que o estabelecido pelo autor (registrou 54
golpes ante o máximo de 23 golpes relatado pelo autor). Não está claro, pelos boletins
de sondagem disponíveis, se a investigação foi finalizada devido aos critérios da
norma vigente ou por opção do responsável pela obra.
As possíveis soluções que podem ser utilizadas são, a depender do projeto,
Estaca Escavada devido a competência do solo em manter o furo íntegro ou Estaca
Pré-Moldada, onde terá resistência de ponta nas camadas mais profundas.
62
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
No presente capítulo serão abordadas as conclusões do trabalho e as
sugestões para futuros estudos.
5.1 CONCLUSÕES QUANTO AS INVESTIGAÇÕES REALIZADAS
Foram disponibilizados para o presente estudo 92 investigações, realizadas
entre os anos de 2015 e 2017 na cidade de Curitiba (sem relacionar a região
metropolitana). Verificou-se que a profundidade de sondagem variou entre 6 metros e
28 metros. O nível da água variou entre 0,50 metros e 12 metros.
5.2 CONCLUSÕES QUANTO AS OBRAS REALIZADAS
Independente das características de projeto, que influencia diretamente no
tipo de fundação, seção ou profundidade da estaca, verificou-se que foram utilizadas
estacas escavadas de 30 e 40 centímetros de diâmetro. Em alguns casos, foi relatado
o uso de estacas escavadas de 50 e 60 centímetros. A exemplo da estaca escavada,
utilizou-se estacas de 30 e 40 centímetros na hélice contínua, com duas obras que
utilizaram estacas de 50 centímetros. Quanto as estacas pré-moldadas, verificou-se
apenas as que possuíam seção quadrada. Verificou-se utilização predominante de
estacas com seção de 16x16 a 20x20 centímetros. Em alguns casos, verificou-se a
utilização de estacas de seção 23x23 e 26x26 centímetros.
5.3 CONCLUSÕES QUANTO AOS PERFIS DE SONDAGEM E FORMAÇÕES
GEOLÓGICO-GEOTÉCNICAS DE CURITIBA
Para a cidade de Curitiba, foi verificado que há três formações geológico-
geotécnicas predominantes: Formação Guabirotuba, Solos Aluvionares e Solos
Residuais. Há, em pequena quantidade, presença de Solo Cárstico que não foi
estudado no presente trabalho.
Foram analisadas duas investigações na região da Formação Guabirotuba e
Solos Residuais e uma investigação na região de Solo Aluvionar.
63
Quanto aos perfis da Formação Guabirotuba, houve ocorrência
predominantemente de solo argiloso em que o NSPT variou de 9 golpes até o
impenetrável ao equipamento. O nível da água está em torno dos 3,50 metros. O
elevado número de golpes, especialmente nas camadas superiores do solo vai ao
encontro da característica da Formação Guabirotuba, de conter solo pré-adensado.
No perfil de sondagem do solo aluvionar, verifica-se baixo NSPT nos primeiros 8
metros, seguido de solo resistente até o impenetrável ao equipamento. Tais
características corroboram com as características dos solos aluvionares de baixo
NSPT, e instabilidade do furo, não sendo recomendado, portanto, em uma primeira
análise, a execução de estacas escavadas na região. A profundidade, na região
Aluvionar, é de, aproximadamente, 18 metros e o nível da água superficial.
Por fim, foi analisada também a região onde predomina a formação de Solos
Residuais onde verificou-se, de modo geral, baixo NSPT nos primeiros metros com
aumento progressivo até o impenetrável ao equipamento. A profundidade média de
sondagem nos Solos Residuais está entre 7 e 16 metros e o nível da água entre nível
superficial e 6 metros.
5.4 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
Para trabalhos futuros, pode-se recomendar:
Replicar o presente estudo englobando Curitiba e a Região Metropolitana,
especialmente a cidade de São José dos Pinhais (PR), uma vez que ali são realizadas
várias obras e é um mercado emergente no que se refere a Engenharia de Fundações.
Prever a viabilidade de previsão grosseira, através de funções e/ou curvas
matemáticas, da profundidade do solo e nível da água, em locais entre duas ou mais
investigações do solo.
64
REFERÊNCIAS
ALBRECHT, Kurt João. Avaliação geológico-geotécnica de terrenos sujeitos a problemas cársticos. 1998. Tese de Doutorado – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6122: projeto e execução de fundações. Rio de Janeiro, 1996. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6484: sondagens de simples reconhecimento com SPT – Método de Ensaio. Rio de Janeiro, 2001. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6502: rochas e solos. Rio de Janeiro, 1995. FERREIRA, Carla de Castro. Aspecto do Coeficiente de Recalque de Solos da Formação Guabirotuba. 2004. Dissertação de Mestrado – Escola de Engenharia, Universidade de São Paulo, São Carlos. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Noções básicas de cartografia. 1. ed. Rio de Janeiro, 1998. KORMANN, Alessander C. Morales. Comportamento Geomecânico da Formação Guabirotuba: Estudos de Campo e Laboratório. 2002. Tese de Doutorado – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo NETO, Edmundo Talamini. Caracterização Geotécnica do Subsolo de Curitiba para o Planejamento de Ocupação do Espaço Subterrâneo. 2001. Dissertação de Mestrado – Escola de Engenharia, Universidade de São Paulo, São Carlos. SANTOS, Álvaro Rodrigues. Manual Básico para Elaboração e uso da Carta Geotécnica. 1 ed. São Paulo: Rudder, 2014
65
ANEXO I – TABELA DE INVESTIGAÇÕES SPT DISPONÍVEIS NA CIDADE DE
CURITIBA/PR
Figura I - Rebouças
Figura II - Água Verde
91
45
0
20
40
60
80
100
ESTACA ESCAVADA OBRA 01
QU
AN
TID
AD
E D
E ES
TAC
AS
OBRA
REBOUÇAS
40 cm 50 cm
0
83
98
174
34
0
45
0
20
40
60
80
100
120
ESTACA ESCAVADA OBRA 01 ESTACA ESCAVADA OBRA 02
QU
AN
TID
AD
E D
E ES
TAC
AS
OBRA
ÁGUA VERDE
30 cm 40 cm 50 cm 60 cm
66
Figura III - Batel
Figura IV - Mercês
49
79
40
29
0102030405060708090
ESTACA ESCAVADA OBRA01
ESTACA ESCAVADA OBRA02
ESTACA ESCAVADA OBRA03
QU
AN
TID
AD
E D
E ES
TAC
AS
OBRA
BATEL
40 cm 50 cm
0
1
2
ESTACA ESCAVADA OBRA 01
QU
AN
TID
AD
E D
E ES
TAC
AS
MERCÊS
67
Figura V - Juveve
Figura VI - Cajuru
0
1
2
ESTACA ESCAVADA OBRA 01
QU
AN
TID
AD
E D
E ES
TAC
AS
JUVEVÊ
0
10
20
30
40
50
60
70
80
ESTACA HÉLICE CONTÍNUAOBRA 01
ESTACA PRÉ-MOLDADAOBRA 01
ESTACA PRÉ-MOLDADAOBRA 02
QU
AN
TID
AD
E D
E ES
TAC
AS
CAJURU
30 cm 16x16 18x18 20x20 26x26
68
Figura VII - Parolin
Figura VIII - Portão
0
10
20
30
40
50
60
70
80
ESTACA ESCAVADA OBRA 01
QU
AN
TID
AD
E D
E ES
TAC
AS
PAROLIN
10
37
0
5
10
15
20
25
30
35
40
ESTACA HÉLICE CONTÍNUA OBRA 01
PORTÃO
30 cm 40 cm
69
Figura IX - Bacacheri
Figura X - Hauer
12
33
10
25
3
0
5
10
15
20
25
30
35
ESTACA PRÉ-MOLDADA OBRA 01 ESTACA PRÉ-MOLDADA OBRA 02
QU
AN
TID
AD
E D
E ES
TAC
AS
BACACHERI
16x16 18x18 20x20
31
1614
0
5
10
15
20
25
30
35
ESTACA PRÉ-MOLDADA OBRA 01
QU
AN
TID
AD
E D
E ES
TAC
AS
HAUER
16x16 18x18 20x20
70
Figura XI - Novo Mundo
Figura XII - Xaxim
21
81
67
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
ESTACA HÉLICE CONTÍNUA OBRA 01
QU
AN
TID
AD
E D
E ES
TAC
AS
NOVO MUNDO
30 cm 40 cm 50 cm
38
10
0
5
10
15
20
25
30
35
40
ESTACA PRÉ-MOLDADA OBRA 01
QU
AN
TID
AD
E D
E ES
TAC
AS
XAXIM
16x16 18x18
71
Figura XIII - Capão Raso
Figura XIV - Butiatuvinha
0
10
20
30
40
50
60
ESTACA HÉLICE CONTÍNUA OBRA 01
QU
AN
TID
AD
E D
E ES
TAC
AS
CAPÃO RASO
19
20
21
22
23
24
25
26
ESTACA ESCAVADA OBRA 01
QU
AN
TID
AD
E D
E ES
TAC
AS
BUTIATUVINHA
30 cm 40 cm
72
Figura XV - Santa Felicidade
Figura XVI - Pinheirinho
10
35
0
5
10
15
20
25
30
35
40
ESTACA ESCAVADA OBRA01
ESTACA PRÉ-MOLDADAOBRA 01
ESTACA PRÉ-MOLDADAOBRA 02
QU
AN
TID
AD
E D
E ES
TAC
AS
SANTA FELICIDADE
40 cm 50 cm 16x16 18x18 20x20 23x23 26x26
46
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
ESTACA HÉLICE CONTÍNUA OBRA 01
QU
AN
TID
AD
E D
E ES
TAC
AS
PINHEIRINHO
73
Figura XVII - Cidade Industrial
12
4
26
60
0
10
20
30
40
50
60
70
ESTACA ESCAVADAOBRA 01
ESTACA ESCAVADAOBRA 02
ESTACA HÉLICECONTÍNUA OBRA 01
ESTACA HÉLICECONTÍNUA OBRA 02
QU
AN
TID
AD
E D
E ES
TAC
AS
CIDADE INDUSTRIAL
30 cm 40 cm 30 cm
74
ANEXO II – TABELA DE INVESTIGAÇÕES SPT DISPONÍVEIS NA CIDADE
DE CURITIBA/PR
OBRA FURO BAIRRO SONDAGEM NA
1
1 CENTRO 5,77 0,90
2 CENTRO 6,34 0,90
3 CENTRO 5,03 0,90
2 4 CENTRO 19,15 1,21
3
5 CENTRO 23,04 2,63
6 CENTRO 23,21 2,97
7 CENTRO 22,05 1,56
4 8 SÃO FRANCISCO 15,45 3,35
9 SÃO FRANCISCO 15,45 3,73
5
10 ALTO DA GLÓRIA 14,67 1,49
11 ALTO DA GLÓRIA 14,68 1,48
12 ALTO DA GLÓRIA 14,67 0,79
6 13 CRISTO REI 9,75 1,92
14 CRISTO REI 9,70 1,88
7
15 CRISTO REI 11,45 3,05
16 CRISTO REI 12,45 2,95
17 CRISTO REI 11,45 2,40
8
18 JD. BOTANICO 11,10 1,30
19 JD. BOTANICO 13,25 1,20
20 JD. BOTANICO 13,34 1,40
21 JD. BOTANICO 13,35 1,10
9
22 REBOUÇAS 15,18 3,32
23 REBOUÇAS 15,18 2,83
24 REBOUÇAS 13,10 3,15
10 25 REBOUÇAS 15,45 4,02
26 REBOUÇAS 15,45 1,83
11
27 REBOUÇAS 17,30 1,80
28 REBOUÇAS 17,45 2,01
29 REBOUÇAS 16,30 2,60
12 30 ÁGUA VERDE 14,92 1,30
31 ÁGUA VERDE 15,08 1,48
13
32 ÁGUA VERDE 17,45 2,80
33 ÁGUA VERDE 17,45 3,60
34 ÁGUA VERDE 17,30 11,80
14
35 ÁGUA VERDE 17,45 4,18
36 ÁGUA VERDE 17,40 3,59
37 ÁGUA VERDE 17,45 4,10
38 ÁGUA VERDE 17,45 4,25
39 ÁGUA VERDE 17,45 4,15
40 ÁGUA VERDE 17,03 4,18
75
15
41 ÁGUA VERDE 14,30 3,10
42 ÁGUA VERDE 14,25 3,15
43 ÁGUA VERDE 14,25 3,10
44 ÁGUA VERDE 14,28 3,00
16
45 ÁGUA VERDE 9,45 0,90
46 ÁGUA VERDE 8,45 1,00
47 ÁGUA VERDE 8,45 1,10
17
48 BATEL 13,45 5,21
49 BATEL 13,45 5,07
50 BATEL 12,45 4,22
51 BATEL 13,45 3,87
52 BATEL 13,45 4,92
53 BATEL 13,41 4,02
18 54 BATEL 18,15 1,55
55 BATEL 18,10 3,58
19
56 BIGORRILHO 12,10 2,15
57 BIGORRILHO 13,08 2,10
58 BIGORRILHO 12,08 2,00
20
59 BIGORRILHO 15,30 7,65
60 BIGORRILHO 15,45 7,75
61 BIGORRILHO 15,15 7,85
62 BIGORRILHO 15,45 7,35
63 BIGORRILHO 15,45 7,85
21 64 MERCES 17,21 8,94
65 MERCES 18,05 8,51
22
66 AHU 14,48 4,05
67 AHU 11,67 3,03
68 AHU 14,49 4,22
69 AHU 12,53 4,34
23 70 JUVEVE 22,18 2,51
71 JUVEVE 19,89 2,89
24
72 JUVEVE 11,70 2,60
73 JUVEVE 11,52 3,49
74 JUVEVE 10,14 2,19
25
75 CABRAL 8,45 1,70
76 CABRAL 7,80 1,60
77 CABRAL 6,60 1,50
26
78 CAPÃO DA IMBUIA 11,45 3,05
79 CAPÃO DA IMBUIA 12,45 2,95
80 CAPÃO DA IMBUIA 11,45 2,40
27
81 CAJURU 11,25 1,10
82 CAJURU 10,30 1,00
83 CAJURU 10,27 0,75
28 84 CAJURU 18,45 0,47
85 CAJURU 17,45 0,45
76
29 86 CAJURU 17,02 1,20
87 CAJURU 18,02 1,70
30
88 CAJURU 14,25 1,99
89 CAJURU 13,35 1,10
90 CAJURU 14,36 1,80
31 91 JARDIM DAS AMÉRICAS 8,45 0,00
32 92 GUABIROTUBA 15,3 4,52
33 93 PAROLIN 8,45 0,00
34
94 PORTÃO 16,45 5,55
95 PORTÃO 16,45 5,78
96 PORTÃO 14,45 4,82
35
97 PORTÃO 20,45 2,05
98 PORTÃO 21,24 1,10
99 PORTÃO 21,12 1,05
100 PORTÃO 21,12 1,08
101 PORTÃO 21,14 1,00
102 PORTÃO 21,15 1,15
36
103 PORTÃO 23,13 2,22
104 PORTÃO 15,45 0,73
105 PORTÃO 15,3 3,04
106 PORTÃO 15,3 4,55
37
107 PORTÃO 17,1 1,60
108 PORTÃO 18,11 1,60
109 PORTÃO 19,11 1,90
38 110 PORTÃO 17,35 6,00
111 PORTÃO 17,36 5,50
39
112 VILA ISABEL 11,13 2,40
113 VILA ISABEL 11,08 2,15
114 VILA ISABEL 10,19 1,65
115 VILA ISABEL 10,11 1,75
116 VILA ISABEL 10,77 1,55
117 VILA ISABEL 10,58 1,25
118 VILA ISABEL 16,06 4,05
119 VILA ISABEL 11,68 3,90
120 VILA ISABEL 12,71 4,02
121 VILA ISABEL 12,3 4,55
122 VILA ISABEL 14,2 3,40
123 VILA ISABEL 11,68 3,90
40 124 CAMPINA DO SIQUEIRA 20,45 4,65
125 CAMPINA DO SIQUEIRA 20,45 4,20
41 126 PILARZINHO 18,45 2,80
127 PILARZINHO 13,1 1,01
42
128 BACACHERI 12,45 6,15
129 BACACHERI 12,45 1,90
130 BACACHERI 12,45 1,94
77
43 131 BACACHERI 20,19 2,40
132 BACACHERI 15,45 2,35
44
133 BAIRRO ALTO 12,15 3,15
134 BAIRRO ALTO 11,15 3,00
135 BAIRRO ALTO 13,2 2,30
136 BAIRRO ALTO 13,3 2,00
45 137 UBERABA 15,45 1,67
138 UBERABA 15,45 1,73
46 139 UBERABA 20,36 3,50
140 UBERABA 20,37 3,30
47 141 UBERABA 15,45 4,33
142 UBERABA 16,45 4,44
48 143 UBERABA 18,45 2,49
144 UBERABA 15,45 3,41
49
145 UBERABA 14,45 2,22
146 UBERABA 16,45 3,12
147 UBERABA 15,3 2,19
148 UBERABA 15,3 3,14
50 149 HAUER 12,45 1,13
150 HAUER 12,45 1,30
51 151 HAUER 14,04 1,70
152 HAUER 15,02 1,68
52 153 HAUER 15,45 0,67
53 154 FANNY 10,45 1,82
155 FANNY 10,45 1,82
54 156 FANNY 11,07 1,91
157 FANNY 14,15 1,85
55 158 NOVO MUNDO 16,15 0,50
159 NOVO MUNDO 16,18 1,50
56 160 NOVO MUNDO 14,45 1,69
161 NOVO MUNDO 13,45 0,40
57 162 FAZENDINHA 20 1,60
58
163 SANTA QUITERIA 8,03 0,45
164 SANTA QUITERIA 8,03 0,50
165 SANTA QUITERIA 9,04 0,65
59 166 CAMPO COMPRIDO 14,22 5,39
167 CAMPO COMPRIDO 6,78 2,62
60 168 CAMPO COMPRIDO 12,12 3,58
169 CAMPO COMPRIDO 10,63 1,47
61
170 CAMPO COMPRIDO 20,37 4,57
171 CAMPO COMPRIDO 18,45 4,10
172 CAMPO COMPRIDO 15,13 3,94
173 CAMPO COMPRIDO 14,45 4,37
62 174 CAMPO COMPRIDO 13,9 6,60
175 CAMPO COMPRIDO 16,25 5,80
78
176 CAMPO COMPRIDO 16,45 6,58
63
177 CAMPO COMPRIDO 20,12 4,49
178 CAMPO COMPRIDO 18,12 3,48
179 CAMPO COMPRIDO 17,20 2,71
64 180 MOSSUNGUE 16,93 7,18
181 MOSSUNGUE 15,62 7,10
65
182 SANTA CANDIDA 14,45 1,82
183 SANTA CANDIDA 13,45 0,82
184 SANTA CANDIDA 15,45 0,72
66 185 SANTA CANDIDA 23,60 5,00
186 SANTA CANDIDA 13,45 5,00
67 187 TINGUI 18,22 3,71
188 TINGUI 20,25 5,04
68 189 TINGUI 13,24 5,37
190 TINGUI 12,23 7,17
69 191 TINGUI 11,33 0,70
192 TINGUI 10,45 0,40
70 193 TINGUI 10,30 2,10
71
194 XAXIM 15,45 2,70
195 XAXIM 15,45 2,57
196 XAXIM 15,45 3,15
197 XAXIM 15,45 2,65
198 XAXIM 15,45 3,10
199 XAXIM 17,45 3,65
200 XAXIM 15,45 3,95
72 201 XAXIM 15,45 4,10
202 XAXIM 15,45 5,20
73 203 CAPÃO RASO 20,45 3,11
204 CAPÃO RASO 21,45 3,05
74 205 SÃO BRAZ 12,45 0,00
206 SÃO BRAZ 12,4 0,00
75
207 BUTIATUVINHA 21,45 2,76
208 BUTIATUVINHA 19,45 2,76
209 BUTIATUVINHA 19,45 2,82
76 210 SANTA FELICIDADE 14,1 0,95
211 SANTA FELICIDADE 14,12 0,93
77
212 SANTA FELICIDADE 13,25 2,08
213 SANTA FELICIDADE 12,1 1,68
214 SANTA FELICIDADE 13,19 1,05
78
215 SANTA FELICIDADE 16,45 3,70
216 SANTA FELICIDADE 16,45 3,45
217 SANTA FELICIDADE 17,45 3,45
79
218 SANTA FELICIDADE 17,45 -
219 SANTA FELICIDADE 14,45 -
220 SANTA FELICIDADE 15,45 -
79
80
221 SANTA FELICIDADE 8,57 4,65
222 SANTA FELICIDADE 10,59 4,15
223 SANTA FELICIDADE 8,56 3,70
224 SANTA FELICIDADE 10,66 3,75
81
225 SANTA FELICIDADE 18,45 1,90
226 SANTA FELICIDADE 17,23 3,08
227 SANTA FELICIDADE 15,25 2,78
82
228 SANTA FELICIDADE 12,45 9,10
229 SANTA FELICIDADE 14,45 10,50
230 SANTA FELICIDADE 13,45 11,10
83
231 SANTA FELICIDADE 19,11 3,80
232 SANTA FELICIDADE 18,07 2,80
233 SANTA FELICIDADE 12,8 2,17
234 SANTA FELICIDADE 8,05 2,30
84
235 ALTO BOQUEIRÃO 14,45 -
236 ALTO BOQUEIRÃO 14,15 -
237 ALTO BOQUEIRÃO 15,1 10,15
238 ALTO BOQUEIRÃO 15,3 3,70
239 ALTO BOQUEIRÃO 13,25 4,25
240 ALTO BOQUEIRÃO 11,15 -
85
241 PINHEIRINHO 15,2 2,46
242 PINHEIRINHO 16,15 2,20
243 PINHEIRINHO 16,18 2,35
244 PINHEIRINHO 16,15 2,20
245 PINHEIRINHO 15,1 2,30
246 PINHEIRINHO 15,14 2,17
247 PINHEIRINHO 16,25 2,96
248 PINHEIRINHO 18,15 2,93
249 PINHEIRINHO 16,2 3,30
250 PINHEIRINHO 15,19 4,05
86
251 PINHEIRINHO 11,3 1,46
252 PINHEIRINHO 11,45 1,42
253 PINHEIRINHO 12,3 1,42
254 PINHEIRINHO 12,15 1,39
87
255 CAMPO DO SANTANA 21,05 2,80
256 CAMPO DO SANTANA 20,2 1,80
257 CAMPO DO SANTANA 23,13 2,85
258 CAMPO DO SANTANA 23,08 3,20
259 CAMPO DO SANTANA 22,1 3,25
260 CAMPO DO SANTANA 22,1 3,25
261 CAMPO DO SANTANA 22,12 2,60
262 CAMPO DO SANTANA 22,08 2,85
88 263 CAMPO DO SANTANA 21,45 3,40
264 CAMPO DO SANTANA 22,45 3,65
89 265 UMBARÁ 11,58 2,47
80
266 UMBARÁ 11,33 3,17
90
267 UMBARÁ 15,18 1,66
268 UMBARÁ 14,3 2,40
269 UMBARÁ 16,28 2,27
270 UMBARÁ 14,29 2,65
271 UMBARÁ 16,2 3,05
272 UMBARÁ 14,35 2,30
273 UMBARÁ 13,18 1,70
91 274 CIDADE INDUSTRIAL 13,35 0,63
92 275 CIDADE INDUSTRIAL 15,45 1,38
Tabela I - Investigações SPT Disponíveis
81
ANEXO III – TABELAS DE OBRAS REALIZADAS EM CURITIBA/PR
OBRA BAIRRO
E1 JUVEVE
E2 SANTA FELICIDADE
E3 ÁGUA VERDE
E4 ÁGUA VERDE
E5 REBOUÇAS
E6 BATEL
E7 BATEL
E8 PAROLIN
E9 BATEL
E10 CIDADE INDUSTRIAL
E11 CIDADE INDUSTRIAL
E12 MERCES
E13 BUTIATUVINHA
Tabela II - Obras em Estaca Escavada realizadas
OBRA BAIRRO
HCM1 NOVO MUNDO
HCM2 PORTÃO
HCM3 PINHEIRINHO
HCM4 CAPÃO RASO
HCM5 CIDADE INDUSTRIAL
HCM6 CIDADE INDUSTRIAL
HCM7 CAJURU
Tabela III - Obras em Estaca Hélice Contínua realizadas
OBRA BAIRRO
PM1 CAJURU
PM2 BACACHERI
PM3 SANTA FELICIDADE
PM4 BACACHERI
PM5 HAUER
PM6 CAJURU
PM7 SANTA FELICIDADE
PM8 XAXIM
PM9 CAMPO DO SANTANA
Tabela IIV - Obras em Estaca Pré-moldada realizadas