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LEVANTAMENTO E AVALIAÇÃO DE
ASPECTOS E IMPACTOS AMBIENTAIS
EM UMA INDÚSTRIA DO SETOR
MADEREIRO COM BASE NA ISO 14001
MARCELO MORAES SILVA (UFPA)
Em um ambiente de produção onde cada vez mais se discute questões
referentes ao meio ambiente e impacto ambiental torna-se necessário
pensar e rever alguns processos produtivos. O presente artigo
apresenta um estudo qualitativo sobre a ótica da norma ISO 14001 em
um processo produtivo de madeira numa serraria. O estudo demonstra
impactos ambientais relacionados à sua produção diária, onde duas
atividades das oito levantadas apresentam forte influencia sobre o
meio ambiente. O total de atividades foi classificado contendo
impactos ambientais moderados sobre o meio. A empresa estudada não
realiza monitoramento ambiental, mas foi esclarecida sobre atividades
que influência o meio ambiente.
Palavras-chave: Impactos ambientais, ISO 14001, Gestão Ambiental.
XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.
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Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.
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1. Introdução
Desastres no meio-ambiente são apresentados vez ou outra pela mídia isso ocorrer por
diversas causas – resíduos descartados nos mananciais, vazamentos de tanques
transportadores de combustíveis, nuvens de gases tóxicos pairando sobre os distritos
industriais e circunvizinhança. Mas se houver uma análise observam-se falhas geradas nos
processos precedentes a estas operações. Algo ocorre nas operações de forma inadequada.
Sem consequências em curto prazo, mas talvez consideráveis importantes em longo prazo no
caso do Impacto ambiental de produtos não recicláveis ou processos produtivos que
consomem grande quantidade de energia. Assim os assuntos relacionados ao impacto
ambiental são de responsabilidade da Administração da produção. A boa notícia surge da
maneira geral com as indústrias de maneira geral já observam e reconhecem suas
responsabilidades, em resposta as pressões de legisladores, órgãos reguladores, consumidores
e comunidade local.
2. Meio ambiente, desenvolvimento econômico e sustentável.
É importante entender que assuntos mais abrangentes como a responsabilidade ambiental são
intimamente ligados a decisões corriqueiras tomadas por gerentes de produção. Muitas
decisões dizem respeito ao lixo. Decisões operacionais durante o projeto de produtos e
serviços afetam de maneira significativa a utilização de materiais no curto prazo, assim como
a reciclagem em longo prazo. (SLACK, 2009)
Os produtos fornecidos pelo sistema produtivo para atender às demandas da sociedade
possuem uma história que se inicia com a obtenção dos recursos necessários do sistema
natural e termina com a destinação pós-consumo. Esta pode ser uma destinação final (aterro
sanitário, incineração etc.) ou um retorno para o ciclo produtivo com reciclagem, reuso etc..
(VALLE, 2014).
Segundo Ballou (2006) o ciclo de vida de um produto pode ser entendido como o conjunto
das fases que compõem esta história do produto. Vale ressaltar que esse conceito é diferente
do ciclo de vida de um produto no mercado (sob a ótica do marketing), o qual se refere às
fases de lançamento do produto, de crescimento, de maturidade e saturação/declínio.
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Figura 1 – Ciclo de vida de um produto
Fonte: Ciclo Vivo, 2010.
Este olhar mais amplo sobre o ciclo de vida é importante para evitar a doção de soluções que
sejam eficientes em uma determinada fase, mas que possam ser prejudiciais em outra. Por
exemplo, a escolha de um novo componente para um determinado produto deve levar em
conta não apenas os ganhos na qualidade e no retorno financeiro, mas também questões
relacionadas às características da sua obtenção (como a não utilização de trabalho escravo,
trabalho infantil, o respeito às populações indígenas, a minimização do impacto ambiental,
por exemplo) e às características pós-consumo (como a forma de descarte, a possibilidade de
separação e reciclagem etc.).
Quando se fala em meio ambiente pode se observa a posição de destaque por esse tema
alcançado entre as preocupações de toda a sociedade. A tendência em muitos países é a
transferência de reponsabilidades para o fabricante sobre a destinação correta aos produtos
fabricados, ao fim de sua vida útil. Assim surge a necessidade de analisar os projetos desses
produtos, tornando-os menos agressivos ao meio ambiente e, em muitos casos, mais duráveis,
obedecendo ao conceito de sustentabilidade.
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Para Slack (2009) atingir sustentabilidade significa reduzir, ou pelo menos estabilizar, a carga
ambiental. Diminuir a população não seria possível. Diminuir o nível de afluência não só seria
tremendamente impopular como também pioraria o problema, pois existe correlação entre
baixos níveis de afluência e altos níveis de natalidade. O único fator que podemos mudar é a
maneira com que criamos produtos e serviços. Nada poderia ser mais relacionado com as
funções de um gerente de produção.
Segundo Valle (1995), quando os custos dos impactos ambientais não são assumidos pelos
causadores do problema essa conta será paga por toda a sociedade. Com o intuito de
padronizar as ações que deveriam ser tomadas nessa nova ótica de proteger o meio ambiente,
a Organização Internacional de Normalização (ISO – International Organization for
Standardization) criou um sistema de normas que convencionou se designar pelo código ISO
1400.
3. ISO 14000
Surgiu nos últimos anos à introdução do padrão ISO 14000, que tem um sistema de
gerenciamento ambiental dividido em três seções, que cobrem planejamento inicial,
implementação e avaliação de objetivos. Essa norma trata basicamente da Gestão Ambiental
da empresa como um todo. Tendo como objetivo criar um Sistema de Gestão Ambiental que
auxilie as empresas a cumprirem suas responsabilidades em relação ao meio ambiente que
permeia a organização dentro de conceitos e procedimentos sem perder de vista características
e valores regionais. As normas ISO 14000 se aplicam às atividades industriais, extrativistas,
agroindustriais e de serviços certificando as instalações da empresa, linhas de produção e
produtos que satisfaçam os padrões de qualidade ambiental.
A ISO 14000 faz alguns requerimentos específicos, incluindo:
a) Compromisso da alta gerência com a administração ambiental;
b) Desenvolvimento e comunicação de uma política ambiental;
c) Estabelecimento de requerimentos que sejam relevantes do ponto de vista legal e
regulador;
d) Estabelecimento de objetivos e metas ambientais;
e) Estabelecimento e atualização de um programa ambiental específico ou programas
pensados para atingir os objetivos e metas;
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f) Implementação de sistemas de apoio como treinamento, controle operacional e
planejamento de emergência;
g) Monitoramento e medida frequentes de todas as atividades operacionais;
h) Procedimento para auditoria completa a fim de rever o funcionamento e a adequação
do sistema.
4. Caracterização do setor madeireiro e da empresa estudada.
A Amazônia brasileira é uma das principais regiões produtoras de madeira tropical no mundo,
atrás apenas da Malásia e Indonésia (OIMT, 2006). A exploração e o processamento industrial
de madeira estão entre suas principais atividades econômicas – ao lado da mineração e da
agropecuária (Veríssimo et al., 2006). O setor madeireiro impulsiona de forma direta a
economia de dezenas de municípios da Amazônia.
Por mais de três séculos, a atividade madeireira esteve restrita às florestas de várzea ao longo
dos principais rios da Amazônia. Durante esse período, a extração de madeira era
extremamente seletiva e seus impactos eram bem pequenos. A partir da década de 1970, com
a construção de estradas estratégicas de acesso na Amazônia (BR 010 e BR 230), a
exploração madeireira tornou-se uma atividade de grande importância na região. Três fatores
contribuíram para esse crescimento do setor madeireiro. Primeiro, a construção das estradas
possibilitou o acesso a recursos florestais em florestas densas de terra firme ricas em madeiras
de valor comercial. Segundo, o custo de aquisição dessa madeira era baixo, pois a extração
era realizada sem restrição ambiental e fundiária. E finalmente, o esgotamento dos estoques
madeireiros no Sul do Brasil, combinado com o crescimento econômico do País, criou uma
grande demanda para a madeira Amazônica (Veríssimo et al., 1998).
A empresa estudada está localizada no município de Abaetetuba, nordeste paraense. Situada
as margens do rio Maratauíra, o qual banha a frente da cidade. Recebe sua matéria prima em
grande parte no porto de sua serraria, mas também efetua pedidos de vendedores de outros
municípios provenientes de acesso via rodovia. Na serraria é feito o processamento e
beneficiamento da madeira para produzir diversos tipos de perfis de madeira como: ripa,
perna-manca, ripão e tábua.
5. Aspectos e impactos ambientais
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Os conceitos de aspecto e impacto ambiental estão explicitados na norma ISO 14000, a qual
define o primeiro como um elemento das atividades, produtos ou serviços de uma organização
que pode interagir com o meio ambiente.
Assim os aspectos organizacionais de uma empresa estão diretamente relacionados ao
processo de produção e também as atividades geradoras de impactos positivos e negativos
junto ao meio ambiente.
Quanto aos impactos ambientais, Seiffert (2011) salienta como sendo “qualquer modificação
no meio ambiente, adversa ou benéfica, que resulte, no todo ou em partes, dos aspectos
ambientais da organização”.
Dessa forma, os impactos ambientais englobam uma relação explicita de causa e efeito,
podem contribuir positivamente ou não.
Com a resolução do conselho nacional do meio ambiente (CONAMA), considera-se impacto
ambiental, qualquer alteração nas propriedades físicas, químicas e biológicas do meio
ambiente causadas por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades
humanas.
De acordo com Valle (2011), o mapeamento dos aspectos que podem afetar o meio ambiente
em uma determinada área ou instalação de uma organização é um primeiro passo para o
equacionamento e a solução dos problemas ambientais que a afligem.
Os aspectos costumam ser avaliados pelos impactos exercidos sobre as três óticas em que se
divide tradicionalmente o meio ambiente físico: as águas, o solo, e o ar.
A avaliação de aspectos/impactos deve iniciar-se com a elaboração de listagens dos processos
existentes em cada departamento, com a participação do maior número possível de
funcionário (SEIFFERT, 2011).
Para Seiffert (2011), na determinação da situação operacional da ocorrência dos
aspectos/impactos ambientais, estes devem ser enquadrados dentro de uma das seguintes em
que ocorrem ou possam vir ocorrer.
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A seguir é demonstrado no quadro 1 os aspectos e impactos ambientais em virtude da situação
operacional.
Quadro 1 – Caracterização de aspectos e impactos ambientais em virtude da situação
operacional.
Situação
Operacional
Descrição Exemplo
NORMAL (N) Associados à rotina diária,
inclusive manutenção.
Geração de resíduos sólidos na
operação de Estação de Tratamento
de Esgoto.
ANORMAL (A)
Associados a operações não
rotineiras (reformas de instalações,
parada e partidas programadas de
processos, testes, manutenções,
alterações em rotinas por motivos
específicos).
Manutenção do lavador de gases.
EMERGÊNCIA
(E)
Associados a situações não
planejadas, de emergências
(vazamentos, derramamentos,
colapsos de estruturas,
equipamentos ou instalações,
incêndios, explosões etc.)
inerentes à atividade/operação que
possam causar impacto ambiental.
Resíduos oleosos no tanque de
combustível.
Fonte: Seiffert, (2011).
Após a caracterização de cada impacto ambiental deve-se analisar a consequência de cada um
conforme o quadro 2.
A utilização nesta etapa de pessoal com capacitação inadequada sem a devida assistência de
um profissional com perfil mais adequado pode ser extremamente prejudicial à fase seguinte
de avaliação de impactos ambientais. (SEIFFERT, 2011)
Quadro 2 – Enquadramento de consequência/ magnitude/ impactos ambientais
Descrição Abrangência Local Regional Global
Impacto ambiental potencial de magnitude
desprezível; Degradação ambiental sem
consequência para o negócio e para a imagem da
empresa, totalmente reversível com ações de
controle.
BAIXA 20 25 30
Impactos potenciais não enquadráveis, como
baixo ou alto, mas capaz de alterar a qualidade
do meio ambiente; Degradação ambiental com
consequências para o negócio e a imagem da em
presa, reversíveis com ações de controle
MÉDIA 40 45 50
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/mitigação; Potencial para gerar
reclamações de partes interessadas.
Impacto potencial de grande magnitude;
Degradação ambiental com consequências
financeiras e de imagem irreversíveis mesmo
com ações de controle.
ALTA 60 65 70
Fonte: Seiffert (2011)
Em cada impacto ambiental que ocorre em situações normais ou anormais, a frequência deles
deve ser analisada conforme o quadro 3.
Quadro 3 – Enquadramento de frequência de aspectos/impactos ambientais
Frequência Descrição Pontos
BAIXA Ocorre menos de uma vez/mês; Reduzido número de aspectos
ambientais associados ao impacto. 10
MÉDIA Ocorre mais de uma vez/mês; Médio número de
aspectos ambientais associados ao impacto; 20
ALTA Ocorre diariamente; Elevado número de aspectos ambientais
associados ao impacto. 30
Fonte: Seiffert (2011)
Já em relação a situação operacional de emergência, a probabilidade deve ser analisada
conforme mostra o quadro 4.
Quadro 4 – Enquadramento de probabilidade de aspectos/impactos ambientais.
Frequência Descrição Pontos
BAIXA
Ocorre menos de uma vez/mês; Existência de
procedimentos/controle/gerenciamento adequados dos
aspectos ambientais.
10
MÉDIA
Ocorre mais de uma vez/mês; Existência de
procedimentos/controle/gerenciamento inadequados dos
aspectos ambientais.
20
ALTA
Ocorre diariamente; Inexistência de
procedimentos/controles/gerenciamentos inadequados dos
aspectos ambientais; Elevado número de aspectos ambientais
associados ao impacto.
30
Fonte: Seiffert (2011)
Dessa forma Seiffert (2011) afirma que, após o enquadramento de probabilidade de
aspectos/impactos ambientais faz-se a somatória das pontuações obtidas através da aplicação
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dos critérios de análise, consequência e frequência/probabilidade devem ser somadas e os
resultados comparados com o quadro 5.
Quadro 5 – Critérios de enquadramento de impactos ambientais
Enquadramento do impacto Amplitude de pontos
Desprezível (D) Pontuação total menor que 50
Moderado (M) Pontuação total entre 50 e 70
Crítico ( C ) Pontuação total acima de 70 Fonte: Seiffert (2011)
6. Método de Pesquisa
Na pesquisa utilizaram-se duas modalidades: a Pesquisa Bibliográfica e uma pesquisa de
campo caracterizada por um questionário e análise de processo.
De acordo com Ganga (2012) a pesquisa bibliográfica pode ser considerada como uma
pesquisa exploratória. É muito comum, neste tipo de pesquisa, um processo investigativo não
muito formalizado, utilizando-se muitas vezes de entrevistas não padronizadas como
instrumento de coleta de dados.
A pesquisa bibliográfica é uma modalidade de estudo e análise de documentos de domínio
científico tais como livros, periódicos, enciclopédias, ensaios críticos, dicionários e artigos
científicos. (GANGA, 2012).
A presente pesquisa está classificada como uma pesquisa do tipo exploratória que utilizou
métodos qualitativos. Ganga (2012), afirma que o foco da pesquisa exploratória é de analisar
sob que ótica está sendo observado, e que geralmente as pesquisas qualitativas são
classificadas como exploratórias.
7. Resultados
7.1. Foco no processo da empresa
Harrington (1997) define processo como um grupo de tarefas interligadas logicamente, que
utilizam os recursos da organização para gerar os resultados definidos, de forma a apoiar o
seu objetivo.
A empresa em questão tem como seus principais produtos perfis em madeira como: tábua,
ripa, ripão, perna-manca e varas. O processo abordado foi o beneficiamento da madeira. A
madeira passa pelo processo de corte e plainagem. Os principais aspectos ambientais gerados
na linha de produção são: serragem, ruídos e ocupação de aterro.
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Para Oliveira (2009), fluxograma é uma técnica de representação gráfica que utiliza de
símbolos previamente convencionados, permitindo a descrição clara e precisa do fluxo ou
sequência de um processo, bem como sua análise e redesenho.
A seguir na figura 2 é demonstrado o fluxograma do processo analisado na empresa.
Figura 2 – Fluxograma do processo da empresa
Ordem Setor
1 Porto
2 Porto
3 Pátio
4 Serraria
5 Serraria
6 Serraria
7 Serraria
8 Pátio
Operação Transporte Inspeção Espera Armazenagem
Fazer a plainagem da madeira
Transportar para o pátio de estocagem
Se houver peças grandes(toras,blocos)dividi-las em partes menores
Transportar madeira para o corte
Inserir madeira na máquina de corte
Símbolos Descrição dos passos
Receber a madeira no porto
Analisar e limpar matéria-prima
Transportar madeira para plainagem
Fonte: Seiffert (2011)
7.2. Análise de aspectos e impactos ambientais na empresa
De acordo com a matriz de aspectos e impactos ambientais em anexo, foram encontrado os
seguintes impactos ambientais no processo produtivo da madeira: contribuição para o
esgotamento dos recursos naturas, ocupação de aterro e incômodos a comunidade.
Ainda de acordo com a matriz de correlação entre aspectos e impactos ambientais, os
principais aspectos ambientais encontrados foram: transito com embarcações pesadas,
resíduos de madeira, consumo de energia elétrica, ruídos e produção de serragem.
Após o levantamento dos aspectos e impactos ambientais do processo produtivo, foi
preenchida a matriz de aspectos e impacto ambiental em anexo, onde os mesmos foram
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analisados e classificados de acordo com vários itens como: requisitos legais existentes,
significância do impacto gerado, existência ou não de ações para controle, entre outros.
5. Conclusões
Os aspectos e impactos ambientais levantados do processo produtivo da serraria estão de
acordo com as exigências da norma ISO 14001.
O fluxograma apresentado do processo do processo produtivo facilitou o conhecimento em
relação aos aspectos e seus possíveis impactos ambientais gerados no processo produtivo da
empresa, o fluxograma é uma importante ferramenta no que diz respeito ao reconhecimento
de atividades de um processo.
Em observância pode se constatar que nenhum impacto apresenta um plano de ação corretivo
ou até mesmo uma preocupação por parte da empresa. O único controle identificado pela
pesquisa é a remoção da serragem quando esta atinge um nível crítico em relação a
quantidade dentro da serraria, existe uma espécie de reboque o qual é atrelado a uma
motocicleta para destinar a serragem em locais próximos como terrenos baldios e margens de
rios. Há também uma transferência para locais distantes como margens de ramais, estradas e
lixões. Alguns moradores próximos fazem a retirada da serragem com a autorização da
empresa para aterrar seus terrenos uma vez que esses são em locais de várzeas.
A presente pesquisa realizada serve de feedback para a empresa conhecer os aspectos e
impactos ambientais relacionados a sua atuação produtiva para poder constituir medidas de
tratamento corretivas e permanentes.
É possível identificar os aspectos que necessitam de tratamento imediato são referentes às
atividades que utilizam energia elétrica, produzem ruídos e serragem.
A partir da pesquisa a empresa pode compreender melhor o que uma gestão ambiental focada
na redução dos impactos ambientais relativos a sua produtividade.
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REFERÊNCIAS
ADISSI, P. J. et al. Gestão ambiental de unidades produtivas. 1 ed. Rio de Janeiro: Elsevier.2013.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14001: Sistemas de gestão ambiental –
requisitos para orientação para o uso. Rio de Janeiro, 2004.
DIAS, Reinaldo. Gestão Ambiental: responsabilidade social e sustentabilidade. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2011.
ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO. XXXVI, 2014, Curitiba, Paraná.
Levantamento e avaliação de aspectos e impactos ambientais em uma indústria do setor metal-mecânico com
base na ISO 14000. Curitiba, 2014.
SLACK, N.; CHAMBERS, S.; e JOHNSTON, R. Administração da Produção. São Paulo: Atlas, 2009.
BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos/logística empresarial. Porto Alegre: Bookman,
2006.
VALLE, R. e DE SOUZA, R. G. Logística Reversa. São Paulo: Atlas, 2014.
OIMT. 2006. Reseña anual y evaluación de la situación mundial de las maderas. 2006. Organización Internacional de las Maderas Tropicales. Yokohama, Japón. OIMT. 210 p.
Veríssimo, A.; Souza Jr., C.; Stone, S. & Uhl, C. 1998. Zoning of timber extraction in the Brazilian Amazon: A test case using Pará State. Conservation Biology, 12 (1):1-10.
Análise do ciclo de vida de um produto. Ciclo Vivo. Disponível em
:<http://ciclovivo.com.br/public/img/noticias/ciclo-vida.jpg>. Acesso em 19 de março de 2015.
SEIFFERT, Mari Elizabete Bernadini. ISO 14001 Sistemas de Gestão Ambiental: Implantação
objetiva e econômica. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2011.
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ANEXO A – Matriz de aspecto e impacto ambiental
IDENTIFICAÇÃO
Atividade/operação Aspecto ambiental Impacto ambiental Código
MATRIZ A
1. Receber a madeira no porto Transito com
embarcações
pesadas.
Incômodos à
comunidade RN56
2. Analisar e limpar matéria prima Resíduos de madeira Ocupação de aterro RS18
3. Se houver peças grandes (toras,
blocos) dividi-las em partes
menores.
Consumo de energia
elétrica.
Contribui para o
esgotamento dos
recursos naturais
RN19
4. Transportar madeira para o
corte.
Consumo de energia
elétrica.
Contribui para o
esgotamento dos
recursos naturais
RN20
5. Inserir madeira na máquina de
corte.
Ruídos; Produção de
serragem; Consumo
de energia elétrica.
Incômodos a
comunidade;
Ocupação de aterro;
Contribui para o
esgotamento dos
recursos naturais
RN56;
RS18;
RN20
6. Transportar madeira para
plainarem.
Consumo de energia
elétrica.
Contribui para o
esgotamento dos
recursos naturais
RN20
7. Fazer a plainarem da madeira Produção de
serragem; Consumo
de energia elétrica.
Ocupação de aterro;
Contribuição para o
esgotamento dos
recursos naturais.
RS18;
RN20
8. Transportar para o pátio de
estocagem
Consumo de energia
elétrica
Contribui para o
esgotamento dos
recursos naturais
RN20
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ANEXO B – Caraterização dos impactos ambientais.
Atividade/operação Situação Incidência Classe
1. Receber a madeira no porto Normal Sob
controle
Adverso
2. Analisar e limpar matéria prima Normal Sob
controle
Benéfico
3. Se houver peças grandes (toras, blocos)
dividi-las em partes menores
Normal Sob
controle
Adverso
4. Transportar madeira para o corte Normal Sob
controle
Benéfico
5. Inserir madeira na máquina de corte Normal Sob
influência
Adverso
6. Transportar madeira para plainarem Normal Sob
controle
Benéfico
7. Fazer a plainagem da madeira Normal Sob
influência
Adverso
8. Transportar para o pátio de estocagem Normal Sob
controle
Benéfico
ANEXO C – Enquadramento de frequência, probabilidade e enquadramento dos
aspectos e impactos ambientais.
IDENTIFICAÇÃO VERIFICAÇÃO DE IMPORTÂNCIA
Atividade/operação Consequência Frequência/
probabilidade Categoria
Quadro 2 Quadro 3 e 4 Quadro 5
1. Receber a madeira no porto 20 30 Moderado
2. Analisar e limpar matéria prima 20 30 Moderado
3. Se houver peças grandes (toras,
blocos) dividi-las em partes menores 20 30 Moderado
4. Transportar madeira para o corte 20 30 Moderado
5. Inserir madeira na máquina de corte 40 30 Moderado
6. Transportar madeira para
plainagem. 20 30 Moderado
7. Fazer a plainagem da madeira 40 30 Moderado
8. Transportar para o pátio de
estocagem 20 30 Moderado
ANEXO D – Avaliação de significância dos impactos ambientais
IDENTIFICAÇÃO AVALIAÇÃO DE SIGNIFICÂNCIA
Atividade/operação
Requisitos
legais
Demanda
de partes
interessada
Opções
estratégica
s
Enquadrament
o
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15
s
1. Receber a madeira no porto Não significativo
2. Analisar e limpar matéria
prima Não significativo
3. Se houver peças grandes
(toras, blocos) dividi-las em
partes menores Não significativo
4. Transportar madeira para o
corte Não significativo
5. Inserir madeira na máquina de
corte X X X
Significativo
6. Transportar madeira para
plainagem
Não significativo
7. Fazer a plainagem da madeira X X X Significativo
8. Transportar para o pátio de
estocagem Não significativo