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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO ARAGUAIA INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL LUIZ EDUARDO CASTRILLON FERNANDES LEVANTAMENTO PLANIALTIMÉTRICO PARA FINS DE PAISAGISMO E IRRIGAÇÃO Barra do Garças MT 2019

LEVANTAMENTO PLANIALTIMÉTRICO PARA FINS DE … Luiz... · 2019. 5. 29. · áreas paisagísticas. Por depender de um levantamento topográfico para a implantação do sistema, o

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO ARAGUAIA

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL

LUIZ EDUARDO CASTRILLON FERNANDES

LEVANTAMENTO PLANIALTIMÉTRICO PARA FINS DE

PAISAGISMO E IRRIGAÇÃO

Barra do Garças – MT

2019

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LUIZ EDUARDO CASTRILLON FERNANDES

LEVANTAMENTO PLANIALTIMÉTRICO PARA FINS DE

PAISAGISMO E IRRRIGAÇÃO

Barra do Garças - MT

2019

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil do Instituto de Ciências Exatas e da Terra do Campus Universitário do Araguaia como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil. Orientador: Dr. Euro Roberto Detomini

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Dados Internacionais de Catalogação na Fonte.

F363l Fernandes, Luiz Eduardo Castrillon. Levantamento Planialtimétrico para fins de Paisagismo e Irrigação / Luiz

Eduardo Castrillon Fernandes. -- 2019 63 f. : il. color. ; 30 cm.

Orientador: Euro Roberto Detomini. TCC (graduação em Engenharia Civil) - Universidade Federal de Mato

Grosso, Instituto de Ciências Exatas e da Terra, Barra do Garças, 2019. Inclui bibliografia.

1. Levantamento planialtimétrico. 2. Irrigação paisagística. 3.

irradiação taqueométrica. I. Título.

Ficha catalográfica elaborada automaticamente de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).

Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte.

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Este trabalho é dedicado a todos os que me apoiaram e fizeram parte da minha trajetória no curso de Engenharia Civil.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente, a Deus, por sempre me guiar e se manter presente.

Aos meus pais, Adália Silva Castrillon e Antônio Carlos Fernandes, pelo amor

incondicional, por não medirem esforços pelo filho que têm, e estarem perpetuamente

me norteando da melhor maneira possível, essenciais para a realização deste sonho.

À minha irmã Thamires Castrillon Fernandes, que apesar de mais jovem,

sempre demonstrando muita maturidade nos momentos em que mais precisei, me

inspirando como exemplo nas adversidades.

À minha família que vem continuamente me apoiando com tudo o que faço, me

aconselhando, me protegendo, e me auxiliando, principalmente a Luzia Castrillon

Tortorelli e Márcio Marini Tortorelli que me abrigaram e me garantiram uma

excelente formação.

Aos meus tios(as), e avôs(ós) que me mostraram um grande exemplo de onde a

educação e a perseverança podem levar ao inimaginável.

Aos meus professores, em especial meu Orientador Prof. Dr. Euro Roberto

Detomini, pela assistência e confiança depositada em meu trabalho.

Ao meu amigo Adimar “Ferrugem” Andrade (in memorian) pelos conselhos e

oportunidades oferecidas, mesmo que por um curto período de convívio.

À República Vegas e seus moradores, pelos momentos incríveis proporcionados,

pela experiência da irmandade, pelas histórias surreais vivenciadas e por me ensinar o

valor de verdadeiras amizades.

Aos meus amigos, da Universidade e fora dela, por todas as risadas, momentos

de descontração, e parceria.

À Universidade Federal de Mato Grosso, ao curso de Engenharia Civil e todo

seu quadro de professores e funcionários, por proporcionarem e manterem um

excelente ambiente de aprendizado durante todos esses anos.

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RESUMO

Com a crescente demanda de irrigação para áreas agrícolas no Brasil, observamos um crescimento paralelo no mercado de sistemas de irrigação para atender áreas paisagísticas. Por depender de um levantamento topográfico para a implantação do sistema, o levantamento planialtimétrico vem como uma alternativa para o reconhecimento e sondagem do espaço de estudo para sua inserção. O trabalho mostra um estudo de caso acerca do levantamento planialtimétrico de uma praça em condomínio fechado na cidade de Barra do Garças – MT, tendo como objetivo mostrar a relevância deste, bem como ressaltar seu impacto econômico, social e político, relatando a técnica de irradiação taqueométrica, materiais e softwares utilizados. Aplicando o método de irradiação taqueométrica de pontos topográficos, utilizando um teodolito eletrônico e anotando os dados dos pontos topográficos em campo, foram necessárias duas experiências para melhorarmos a precisão do levantamento, que se mostra significativa na compatibilização de projetos. Utilizamos software de criação de planilhas eletrônicas para manipulação e cálculo das distâncias horizontais e verticais necessárias a sondagem, para em seguida locarmos os pontos no software AutoCAD, gerando a planta planimétrica e planialtimétrica da praça. O resultado do levantamento mostrou-se razoável no sentido de possibilitar o cálculo da área dos principais pontos de gerenciamento do parque, o que permite uma melhor intervenção e aplicação de futuras melhorias para seus administradores.

Palavras-chave: Levantamento planialtimétrico, Irrigação paisagística, irradiação taqueométrica.

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ABSTRACT

With the growing demand for irrigation for agricultural areas in Brazil, we observed a parallel growth in the market of irrigation systems to serve landscape areas. To depends on a topographic survey for the implementation of the system, the planialtimetric survey comes as an alternative to the recognition and probing of the study space for its insertion. This work presents a case study about the planialtimetric survey of a square in a closed condominium in the city of Barra do Garças – MT, aiming to show the relevance of this, as well as the saving of water resources, social impact, reporting the techniques, materials and software used. Applying the method of tachyometric irradiation of topographic points, using an electronic theodolite and recording the data of the topographic points in the field, two experiments were needed to improve the accuracy of the survey, which is significant in the compatibility of projects. We use software to create electronics spreadsheets for manipulation and calculation of the horizontal and vertical distances required for the search, to then locate the points on AutoCAD software, generating the planimetric and planialtimetric plan of the square. The result of the survey was reasonable to allow the calculation of the area of the main points of the park, which allows a better intervention and application of future improvements for its managers.

Keywords: Planialtimetric survey, landscape irrigation, tachyometric irradiation.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Classificação de relevos ............................................................................. 34

Tabela 2 – Classificação de teodolitos segundo sua precisão ....................................... 38

Tabela 3 – Exemplo de levantamento de detalhes ........................................................ 39

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Exemplo do resultado de um levantamento planialtimétrico ....................... 19

Figura 2 – Levantamento por Irradiação ...................................................................... 21

Figura 3 – Exemplo de leitura da mira estadimétrica, ou régua graduada ..................... 23

Figura 4 – Exemplificação de leitura da distância horizontal de um teodolito até uma

régua graduada ............................................................................................................ 24

Figura 5 – Leitura da distância horizontal de um teodolito com visada inclinada ......... 26

Figura 6 – Teodolito com luneta inclinada para cima (visada ascendente) ................... 27

Figura 7 – Teodolito com luneta inclinada para baixo (visada descendente) ................ 30

Figura 8 – Esquema para a determinação de coordenadas cartesianas e projeções de

pontos ......................................................................................................................... 31

Figura 9 – Representação das curvas de nível em um mapa topográfico ...................... 32

Figura 10 – Representação das curvas mestras e secundárias ....................................... 33

Figura 11 – Exemplificação de traçado de curva de nível a partir da interpolação

numérica de cotas........................................................................................................ 34

Figura 12 – Mira estadimétrica ou topográfica ............................................................ 37

Figura 13 – Teodolito apoiado em tripé ....................................................................... 37

Figura 14 – Exemplo de Croqui de levantamento de detalhes ...................................... 39

Figura 15 – Cravando o tripé no solo ........................................................................... 40

Figura 16 – Fixando o teodolito no tripé ...................................................................... 41

Figura 17 – Níveis esférico e tubular ........................................................................... 41

Figura 18 – Eixo vertical do equipamento passando pelo ponto de instalação do mesmo

................................................................................................................................... 42

Figura 19 – Ajuste da bolha no nível esférico .............................................................. 42

Figura 20 – Ajustando o nível bolha utilizando os movimentos de extensão do tripé ... 43

Figura 21 – Nivel tubular alinhado a dois calantes ....................................................... 44

Figura 22 – Movimentação dos dois calantes ao mesmo tempo, em sentidos opostos .. 44

Figura 23 – Alinhamento do nível tubular, perpendicularmente à linha inicial ............. 45

Figura 24 – Calagem da bolha atuando no parafuso perpendicular à linha inicial ......... 45

Figura 25 – Nomenclatura de componentes do teodolito FOIF da série DT200 ............ 46

Figura 26 – Focalização da imagem no retículo do teodolito eletrônico ....................... 47

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Figura 27 – Planta de locação dos pontos levantados ................................................... 52

Figura 28 – Planta planialtimétrica da praça em condomínio fechado .......................... 54

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 13

2. OBJETIVOS ...................................................................................................... 13

2.1. OBJETIVO GERAL: ........................................................................................... 13

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS: .............................................................................. 13

3. JUSTIFICATIVA............................................................................................... 14

4. REFERÊNCIAL TEÓRICO ............................................................................. 15

4.1. IRRIGAÇÃO PAISAGÍSTICA ............................................................................ 16

4.2. TOPOGRAFIA .................................................................................................... 17

4.2.1. Planialtimetria e o levantamento planialtimétrico.......................................... 19

4.2.2. Método de levantamento topográfico por irradiação taqueométrica ............ 21

4.2.2.1. Estadimetria ou Taqueometria ........................................................................ 22

4.2.2.1.1. Método de cálculo das distâncias horizontais para visada horizontal .......... 23

4.2.2.1.2. Método de cálculo das distâncias horizontais para visada inclinada ........... 25

4.2.2.1.3. Método de cálculo das distâncias verticais para visada ascendente ............. 27

4.2.2.1.4. Método de cálculo das distâncias verticais para visada descendente............ 29

4.2.2.1.5. Projeção dos pontos levantados em coordenadas planas (X e Y) .................. 31

4.2.3. Curvas de Nível ................................................................................................ 31

4.2.4. Classificação do relevo e tipos de plantas planialtimétricas ........................... 34

4.2.5. Erros nas medidas indiretas de distâncias ...................................................... 35

5. METODOLOGIA .............................................................................................. 35

5.1. MATERIAIS DE LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO ..................................... 36

5.1.1. Teodolito eletrônico ......................................................................................... 38

5.2. PROCEDIMENTOS INICIAIS DE LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO COM

TEODOLITO ELETRÔNICO FOIF 205D .................................................................. 38

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5.3. FOCALIZAÇÃO E MANUSEIO DO TEODOLITO ELETRÔNICO EM

CAMPO... ................................................................................................................... 46

5.4. LEITURA DAS DIREÇÕES E ÂNGULOS NO TEODOLITO ELETRÔNICO ... 47

5.5. DEFINIÇÃO DOS PONTOS VISADOS EM LEVANTAMENTO ...................... 48

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................ 49

7. CONCLUSÃO .................................................................................................... 55

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 56

APÊNDICE A — TABELA DE PONTOS LEVANTADOS REFERENTE AO LEVANTAMENTO PLANIALTIMÉTRICO .............................................................. 59

APÊNDICE B — TABELA COMPLEMENTAR DE PONTOS LEVANTADOS

REFERENTE AO LEVANTAMENTO PLANIALTIMÉTRICO ............................... 61

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1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho é um estudo de caso acerca da relevância de um projeto

planialtimétrico, no que diz respeito ao paisagismo e a irrigação de áreas paisagísticas,

gerado em praça de condomínio fechado na cidade de Barra do Garças – MT. Emprega-

se o uso da topografia nesta pesquisa, que vem como uma maneira de descrever um

determinado local para posterior análise, nos mostrando informações relevantes no que

diz respeito à determinação da melhor maneira de se aproveitar do espaço e,

consequentemente dos recursos que a mesma pode oferecer (VEIGA et al. 2007).

Além da elaboração de uma planta de sondagem planialtimétrica relativa à praça

de condomínio fechado em Barra do Garças – MT, este estudo de caso tem por objetivo

mostrar o impacto social e econômico relacionado ao paisagismo e a irrigação de áreas

paisagísticas; caracterizar o levantamento topográfico utilizado na realização do projeto

planialtimétrico da praça do condomínio; relatar a experiência e as técnicas utilizadas no

levantamento, indicando a importância da compatibilização entre dados levantados em

campo para posterior análise na elaboração da planta planialtimétrica.

2. OBJETIVOS

2.1. OBJETIVO GERAL:

Elaborar uma planta de sondagem planialtimétrica para fins de irrigação de jardins em praça de condomínio fechado, na cidade de Barra do Garças – MT.

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

Indicar o impacto social e econômico relacionado ao paisagismo e a irrigação de áreas paisagísticas que o levantamento planialtimétrico pode causar;

Caracterizar o levantamento topográfico realizado em praça localizada no condomínio fechado Village Veredas, conforme NBR 13133 (1994);

Elaboração dos projetos altimétrico e planimétrico a partir de referências coletadas com teodolito eletrônico;

Indicar a importância da compatibilização entre projetos para posterior análise de dados.

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3. JUSTIFICATIVA

A crescente urbanização das cidades promove o surgimento de espaços

habitacionais, como o condomínio residencial fechado, de maneira que sua concepção

prevê centros de convivência ou de sociabilidade, e de lazer para seus moradores. A

criação desses espaços que conectam o homem à natureza, valorizam os imóveis do

condomínio e atraem compradores, mas sua utilização também prevê manutenções para

a preservação do ambiente paisagístico, o que acarreta em custos na utilização de

recursos hídricos.

Um estudo nos índices de precipitações pluviométricas da cidade de Barra do

Garças – MT nos mostra que o ano mais chuvoso entre os períodos de 1969 e 2010 teve

125 dias de precipitações significativas (igual ou acima de 10 mm), o que deixa 240

dias do ano sem precipitações relevantes na melhor das hipóteses (ALVES et al., 2011),

fazendo-se necessária a irrigação de áreas paisagísticas nos períodos mais secos para a

preservação da mesma.

Um levantamento topográfico preciso da área a ser implantada no projeto de

irrigação paisagístico é de extrema importância para um consumo mais eficiente do

mesmo. Em áreas públicas a economia pode chegar a R$ 20.000,00 por cada 10.000 m²

irrigados, já em áreas residenciais a medida envolve fatores mais complexos, mas o

controle é feito sem desperdícios (GIACÓIA NETO, 2008; RAIN BIRD, 2006).

Portanto, além do aproveitamento da água, que vem se mostrando um recurso cada vez

mais escasso e de consumo que dobra a cada ano (FREITAS, 2000), o projeto

planialtimétrico pode promover a preservação dos recursos hídricos, a conservação do

ambiente e gerar a racionalização dos gastos com recursos hídricos.

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4. REFERÊNCIAL TEÓRICO

Segundo GIACÓIA NETO (2008), paralelamente ao desenvolvimento de

sistemas e equipamentos de irrigação de Agricultura, tivemos o nascimento e a evolução

da Irrigação para atender a demanda por água em áreas paisagísticas. No Brasil, o

crescimento deste segmento é nítido nos últimos anos, e tem se espalhado por todo o

país mesmo com um mercado até então novo, e pouco difundido. O autor atribui essa

característica à falta de critérios e normas para avaliação de projetos, ausência de

parâmetros básicos, poucos profissionais e empresas realmente capacitadas

tecnicamente para a elaboração e instalação destes sistemas.

GIACÓIA NETO (2008) mostra que é possível economizar em recursos hídricos

e consequentemente financeiros, afirmando que o consumo de água utilizada para

irrigação em áreas verdes pode ser otimizado em até 50%, resultando em uma economia

em serviços de manutenção e até consumo de energia. Segundo dados da empresa RAIN

BIRD (2006) – especialista no fornecimento de produtos e serviços de irrigação

paisagística – o custo de irrigação para gramados e jardins representa em torno de 20%

a 40% do projeto paisagístico propriamente dito, dependendo de certos fatores, como

analisar o sombreamento do local, o tipo de solo, o volume de solo a ser explorado,

especificação de emissores de acordo com as plantas, incidência de ventos, taludes e

profundidade efetiva do sistema radicular do local a ser implantado o projeto de

irrigação.

A planta ou o levantamento planialtimétrico de áreas paisagísticas nos orienta a

um mapeamento do local, revelando dados como o tamanho da área e perímetro do

levantamento, desníveis e distâncias relativas aos pontos de sondagem. O trabalho

exposto aqui mostra a relevância deste tipo de levantamento para a irrigação

paisagística, bem como seu crescimento em áreas urbanas, explicando e relatando os

fatores envolvidos na produção de uma planta planialtimétrica de uma praça em

condomínio fechado em Barra do Garças – MT.

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4.1. IRRIGAÇÃO PAISAGÍSTICA

O paisagismo é uma ciência multidisciplinar, pois envolve conhecimentos de

técnicas de cultivo de plantas das ciências agrárias, na arquitetura o campo de

conhecimento arquitetônico e das leis que regem os fenômenos das paisagens, e nas

artes tem a harmonia e a possibilidade de criação, de caráter expressivo das

sensibilidades (FILHO et al., 2001, citado por ALENCAR E CARDOSO, 2015).

Já a irrigação, é um conjunto de técnicas feitas para modificar as possibilidades

agrícolas de cada região, alterando o curso natural das águas e visando corrigir a

distribuição natural desta. O interesse é compatibilizar a máxima produção com maior

eficiência (LIMA et al., 1999). Outrossim, as possibilidades podem ser também de

natureza não agrícola, como a melhoria da produção vegetacional em parques e jardins,

que é de onde surge a irrigação paisagística.

A manipulação consciente da paisagem é dada desde que a humanidade passou a

ser sedentária e a cultivar o próprio alimento, construindo assim a paisagem cultural

(FILHO et al., 2001; DEMATTÊ, 1997 citado por ALENCAR E CARDOSO, 2015).

Muitas das antigas civilizações se originaram em regiões áridas, onde a produção

alimentar só era possível com o recurso da irrigação (GIACÓIA NETO, 2008), logo

percebemos que a irrigação e o paisagismo possuem laços históricos em comum.

O desenvolvimento do paisagismo como campo disciplinar e como profissão

surgiu a partir da década de 1970, diante da crise do modelo econômico capitalista e da

emergência da questão ambiental, acompanhando as mudanças no cenário social e

político internacional (CÉZAR E CIDADE, 2003). A utilização do paisagismo nos

centros urbanos, pode ser um importante instrumento de melhoria na qualidade de vida

populacional, bem como a melhoria da qualidade ambiental. Contribui para a

diminuição do calor, elevação da umidade, diminuição da erosão, drenagem da água,

preservação ambiental, integração da fauna ao ambiente, além de valorizá-lo

esteticamente (GENGO E HENKES, 2013).

A evolução dos sistemas de irrigação, historicamente, se deve principalmente ao

desenvolvimento da agricultura, sendo comumente confundida com a história da

agricultura e da prosperidade econômica de inúmeros povos.

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Dados históricos mostram o início da pratica da irrigação nas sociedades antigas

por volta de 6000 A.C. no continente asiático, desenvolvendo suas culturas no vale dos

grandes rios Nilo, no Egito, e posteriormente, Tigre e Eufrates, na Mesopotâmia, Rio

amarelo na China e Ganges, na Índia, na intenção de aproveitar a fertilidade promovida

por suas águas, segundo MELLO & SILVA (2008), GIACÓIA NETO (2008 citado por

TREMPER, 2015).

O desenvolvimento econômico regional dessas civilizações esteve muitas vezes

ligado à irrigação, o que ocasionou uma contínua expansão demográfica, segundo

HAGAN (1967 citado por CASTRO, 2003). E nessas concentrações populacionais, os

mesmos viram a necessidade de tornar suas terras, inclusive em regiões semiáridas, cada

vez mais produtivas para manter sua subsistência, o que não seria possível sem a prática

da irrigação.

No Brasil ocorre uma situação parecida na metade do Século XX, segundo

CHIRSTOFIDIS (1999) e dados da EMBRAPA, o crescimento demográfico e a

industrialização ocasionaram significativa demanda das águas de mananciais e

reservatórios, que implicou uma maior produção de alimentos e a necessidade de

aproveitamentos hidrelétricos. A solução veio com a agricultura irrigada para satisfazer

essa demanda.

Mais tarde, segundo GIACÓIA NETO (2008) viria a preocupação com o meio

ambiente e a utilização otimizada de água, tornando os sistemas de irrigação

automatizados para paisagismo de extrema importância para o uso racional de água e

melhoria da qualidade de vida nas áreas urbanas.

4.2. TOPOGRAFIA

Com a evolução e o sedentarismo, o homem naturalmente foi se adaptando a

questões de sobrevivência, buscando conhecer o ambiente em que se encontrava. Dessa

forma, houve uma tendência de mapear a localização de posições relativamente

importantes para sua subsistência (TULER E SARAIVA, 2014), seja para descobrir

alimentos, demarcar ameaças ou posicionar-se estrategicamente contra inimigos. Logo

com o surgimento da organização social e política, e a Revolução Agrícola (cerca de

4000 a.C.) veio a necessidade de delimitar espaços para o plantio e uso da terra

(TULER E SARAIVA, 2014).

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Os primeiros registros históricos de levantamentos topográficos nos remetem ao

ano de 1400 a.C. no Egito, onde os terrenos eram divididos em lotes para a cobrança de

tributos, e nas propriedades às margens do Rio Nilo, a divisão era recomposta pelos

agrimensores da época que utilizavam cordas como único instrumento de medição.

Anos mais tarde, em meados de 1200 a.C., a evolução da geometria pelos filósofos

gregos, permite a aplicação deste recurso nos levantamentos topográficos (WOLF E

BRINKER, 1994 citado por SOUZA, 2001).

Nos últimos séculos a topografia experimentou um desenvolvimento

significativo, principalmente com os aperfeiçoamentos na mecânica de precisão e

eficiência introduzidos nos equipamentos topográficos, e no desenvolvimento da

eletrônica e da computação após a Segunda Guerra Mundial (SOUZA, 2001; TULER E

SARAIVA, 2014). As primeiras grandes inovações na área, vieram com o surgimento

do medidor eletrônico de distâncias (MED), o teodolito eletrônico e as cadernetas

eletrônicas (TULER E SARAIVA, 2014). Atualmente, conta-se com equipamentos de

elevada precisão e rapidez de levantamento de dados, podendo citar as Estações Totais,

níveis digitais e a laser, e sistemas de medições por satélite como materiais de última

geração.

Em sua origem, a palavra TOPOS, em grego, significa lugar e GRAPHEN

descrição, isto é, de uma forma bastante simples, Topografia significa descrição de um

lugar (VEIGA et al. 2007). A Topografia, segundo ESPARTEL (1987), tem por

objetivo o estudo da forma e dimensões da terra, através de projeções cotadas de

detalhes da configuração do solo. Segundo VEIGA (2007, p.1) “Às operações efetuadas

em campo, com o objetivo de coletar dados para a posterior representação, denomina-se

de levantamento topográfico”. De acordo com a ABNT, com a NBR 13133 (1994, p.3),

o levantamento topográfico é definido como:

Conjunto de métodos e processos que, através de medições de ângulos horizontais e verticais, de distâncias horizontais, verticais e inclinadas, com instrumental adequado à exatidão pretendida, primordialmente, implanta e materializa pontos de apoio no terreno, determinando suas coordenadas topográficas. A estes pontos se relacionam os pontos de detalhe visando a sua exata representação planimétrica numa escala pré-determinada e à sua representação altimétrica por intermédio de curvas de nível, com equidistância também pré-determinada e/ou pontos cotados.

A topografia, segundo BORGES (1977), comporta duas divisões principais, a

planimetria e a altimetria. Na planimetria são medidas as grandezas – distâncias e

ângulos horizontais – sobre um plano horizontal, onde sua representação é feita através

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de uma vista de cima projetadas sobre um plano horizontal. Pela altimetria, faz-se a

medição das distâncias e dos ângulos verticais que não podem ser representadas em um

plano horizontal, e por essa razão são representados sobre um plano vertical (BORGES,

1977).

4.2.1. Planialtimetria e o levantamento planialtimétrico

Segundo VEIGA et al. (2007), a planimetria nos remete à determinação de

posicionamento em um plano, utilizando um sistema de coordenadas cartesiano

(coordenadas X e Y), já a altimetria tem como objetivo nos indicar a cota de um ponto

(altura ou coordenada Z). A representação dessas informações em uma planta, carta ou

mapa, origina o chamado levantamento planialtimétrico (ou planta planialtimétrica), que

tem por finalidade fornecer o maior número possível de informações da superfície

representada para efeitos de estudo, planejamento e viabilização de projetos

(BRANDALIZE, 2009), como pode ser observado a partir da Figura 1.

Figura 1 – Exemplo do resultado de um levantamento planialtimétrico

Fonte: GOMES et al., 2016.

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Dentre suas várias finalidades, segundo GARCÍA E PIEDADE (1984 citado por

BRANDALIZE, 2009), a planta planialtimétrica é utilizada para escolher o melhor

traçado e locação de estradas, implantação de linhas de transmissão e dutos em geral,

serviços de terraplanagem, construção de açudes barragens e usinas, planejamento

urbano, peritagem e outros.

A sondagem para o levantamento em questão pode ser feita de maneiras

distintas, dependendo de fatores como o tipo de relevo, e materiais disponíveis. Neste

estudo de caso, utilizaremos o levantamento planialtimétrico por irradiação (ou método

da irradiação taqueométrica) utilizando um teodolito eletrônico como instrumento base

de medição indireta de distâncias e de ângulos.

Conforme estabelecido na NBR 13133 (1994), e considerando o propósito desse

trabalho, a classe de projeto utilizada para o levantamento planialtimétrico será a IV PA,

que prevê a seguinte metodologia:

Poligonais planimétricas da classe II P ou de ordem superior. Estações das poligonais niveladas pela classe II N ou de ordem superior. Pontos irradiados medidos taqueométricamente com leitura dos três fios sobre miras devidamente comparadas, visada máxima de 100 m, teodolito classe 2. (ABNT, 1994, p.13)

Tomando por base a metodologia citada acima, a classe II P é uma classe de

poligonal planimétrica a qual se refere ao apoio topográfico para projetos básicos,

executivos e obras de engenharia (ABNT, 1994). A classe II N se refere ao tipo de

nivelamento a ser adotado, onde esta deve utilizar o nivelamento geométrico para a

determinação de altitudes ou cotas, e vértices de poligonais para levantamentos

topográficos destinados a projetos básicos, executivos e obras de engenharia (ABNT,

1994). Já a classe 2 do teodolito, se refere à precisão do mesmo.

A classe de levantamento planialtimétrico IV PA, também recomenda o uso da

escala de desenho 1:500, a equidistância entre curvas de nível de no mínimo 1 metro. Já

a densidade de pontos a serem medidos por hectare, vai depender da declividade do

terreno. Mas de acordo com DOMINGUES (1979), para a escala de desenho 1:500,

recomenda-se utilizar a equidistância vertical de 0,5 metros para um levantamento mais

detalhado.

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4.2.2. Método de levantamento topográfico por irradiação taqueométrica

O nivelamento por irradiação taqueométrica, também conhecido como método

da Decomposição em Triângulos ou das Coordenadas Polares (ESPARTEL, 1977) é

feito a partir de um ponto, dentro ou fora da área a ser nivelada, conhecida uma linha de

referência, para medir o ângulo e as distâncias dos pontos relevantes a sondagem

(VEIGA et al., 2007; REZENDE, 2013). Uma vez demarcado o contorno da superfície a

ser levantada, o método consiste em localizar, estrategicamente, um ponto dentro ou

fora da superfície demarcada, e de onde possam ser avistados, e posteriormente

medidos, todos os demais pontos que a definem (BRANDALIZE, 2009).

Podemos observar na Figura 2 que é semelhante a um sistema de coordenadas

polares, e os dados podem ser levantados, por exemplo, a partir de um teodolito

eletrônico ou estação total, onde o equipamento fica estacionado (VEIGA et al. 2007).

Figura 2 – Levantamento por Irradiação

Fonte: VEIGA et al., 2007

Tal método é muito empregado na avaliação de superfícies relativamente planas

e pequenas, como no caso deste trabalho. Para o levantamento de dados, foi utilizado

um teodolito eletrônico como meio de aferir medidas indiretas de distância, a partir de

relações trigonométricas e uso de métodos taqueométricos.

Estação Ocupada Estação 02

Direção de

Referência

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4.2.2.1. Estadimetria ou Taqueometria

Segundo REZENDE (2013), a topografia ainda pode ser dividida em

Estadimetria ou Taqueometria, sendo a parte da topografia que estuda a medição

indireta de distâncias através da leitura de fios estadimétricos – se faz necessário a

utilização de um teodolito – em cima das miras estadimétricas (ou miras falantes) para

posterior cálculo das distâncias horizontais e verticais.

A mira estadimétrica é uma régua graduada centimetricamente, onde cada

espaço branco ou colorido (preto ou vermelho) corresponde a um centímetro, e os

decímetros são indicados ao lado da escala centimétrica (VEIGA et al. 2007), no canto

inferior de cada 10 centímetros de altura percorridos. Na Figura 3 podemos ver um

exemplo de leitura da régua graduada sob o retículo do teodolito, onde os valores estão

em metros.

O retículo do teodolito, ou estádia, por sua vez, é composta de 3 fios

estadimétricos horizontais (fio estadimétrico superior, fio estadimétrico inferior e fio

estadimétrico central ou médio) e um fio estadimétrico vertical (REZENDE, 2013).

Podemos identificá-los na Figura 3, onde H representa a distância entre o fio superior e

o inferior. Segundo BRANDILIZE (2009), o fio médio pode ser calculado como a

média aritmética entre os valores de fio estadimétrico superior e inferior, para uma

mesma leitura, também considerada uma maneira de examinar os dados levantados em

campo.

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Figura 3 – Exemplo de leitura da mira estadimétrica, ou régua graduada

Fonte: Adaptado do site da Universidade de São Paulo1

4.2.2.1.1. Método de cálculo das distâncias horizontais para visada horizontal

De acordo com BRANDALIZE (2009 citado por GARCÍA et al., 1984), o

método de cálculo das distâncias horizontais para a visada alinhada ao plano horizontal

pode ser deduzido pela Figura 4, que mostra a seguinte situação: um teodolito está

estacionado no ponto P e a mira estadimétrica no ponto Q. Direciona-se o teodolito

perpendicularmente à mira, de forma que a luneta deste fique paralela a posição

horizontal. Procede-se a leitura dos fios estadimétricos inferior (FI), médio (FM) e

superior (FS).

1 Disponivel em: <http://cmq.esalq.usp.br/Philodendros/doku.php?id=equipamentos:distancia:distancia_analogicos> Acesso em ago. 2018

Fio Estadimétrico

Superior

Fio médio

Fio Estadimétrico Inferior

H

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Figura 4 – Exemplificação de leitura da distância horizontal de um teodolito até uma régua graduada

Fonte: Garcia et al., 1984.

A distância horizontal (DH) entre o teodolito e a mira será deduzida da relação

existente entre os triângulos a'b'F e ABF, que são semelhantes e opostos pelo vértice,

onde:

F é o foco exterior à objetiva;

f é a distância focal da objetiva;

C é a constante do instrumento;

c é a distância do centro ótico do aparelho à objetiva

d é a distância do foco à régua graduada;

H é a diferença entre as leituras de fio superior (FS) e fio inferior (FI);

M é a leitura do fio médio (FM).

Temos então:

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Como:

Portanto:

O valor de C também é conhecido como a constante de Reichembach, que

assume valores entre 25 e 50 centímetros para equipamentos com lunetas aláticas, e

valor 0 para equipamentos mais modernos com lunetas analáticas (BRANDALIZE,

2009), sendo este último o caso do teodolito usado no presente trabalho.

(1)

A equação (1) determina a distância horizontal (DH) entre o teodolito (P) e a

mira estadimétrica (Q), para visadas horizontais.

4.2.2.1.2. Método de cálculo das distâncias horizontais para visada inclinada

Quando há a necessidade de se inclinar a luneta do teodolito para visarmos a

régua graduada, para cima ou para baixo, forma-se um ângulo (α) em relação ao plano

horizontal como indicado na Figura 5 (GARCÍA et al., 1984). Neste caso, segundo

BRANDALIZE (2009 citado por GARCÍA et al., 1984) a distância horizontal pode ser

deduzida da seguinte maneira:

Do triângulo AA'M, temos:

Do triângulo BB'M, temos:

Portanto:

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Figura 5 – Leitura da distância horizontal de um teodolito com visada inclinada

Fonte: GARCÍA et al., 1984

Do triângulo OMR, temos:

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Portanto

Como o valor da constante C é igual a zero para teodolitos com lunetas

analáticas, a expressão utilizada nesse trabalho é dada por:

(2)

4.2.2.1.3. Método de cálculo das distâncias verticais para visada ascendente

A Figura 6 ilustra a luneta de um teodolito (posicionada no ponto O) inclinada

para cima (visada ascendente) a um determinado ângulo (α) da direção horizontal.

Figura 6 – Teodolito com luneta inclinada para cima (visada ascendente)

Fonte: GARCÍA, 1984

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A distância vertical ou desnível (DN) entre o teodolito (ponto P) e a mira

estadimétrica (ponto Q), segundo BRANDALIZE (2009), pode ser deduzida da relação:

(3)

Onde:

QS é a diferença de nível entre teodolito e a régua graduada (DN);

RS é a altura do instrumento (I);

MQ é a leitura do fio médio (FM).

O fio médio, como dito anteriormente, também é dado por:

(4)

Onde:

FS é a leitura do fio estadimétrico superior;

FI é a leitura do fio estadimétrico inferior.

Analisando algumas relações trigonométricas do triângulo ORM, e substituindo

a Equação (2) na distância horizontal (DH), tem-se que:

Como

então,

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A constante C é igual a zero, logo

(5)

Substituindo (5) na Equação (3), temos o resultado (6):

(6)

A interpretação desse resultado, segundo BRANDALIZE (2009) se faz da

seguinte maneira: se o valor do desnível (DN) for positivo, significa que o terreno está

em aclive no sentido da medição; se o valor do desnível (DN) for negativo, significa

que o terreno está em declive no sentido da medição.

4.2.2.1.4. Método de cálculo das distâncias verticais para visada descendente

A dedução do valor de desnível entre uma régua graduada e um teodolito de

luneta inclinada para baixo (visada descendente) pode ser feita da mesma forma que no

item 4.3.1.3.3 deste trabalho (Equação 6), segundo BRANDALIZE (2009). Porém, a

altura do instrumento assumirá valor negativo, e a leitura do fio médio no retículo do

teodolito terá seu valor positivo na Equação (6).

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Figura 7 – Teodolito com luneta inclinada para baixo (visada descendente)

Fonte: GARCÍA et al., 1984

A dedução das relações será desenvolvida a seguir de acordo com a Figura 7

(BRANDALIZE, 2009 citado por GARCÍA et al., 1984).

(7)

Onde:

DN é a diferença de nível entre teodolito e mira estadimétrica;

MQ é a leitura de fio médio (FM) na régua graduada;

I é a altura do instrumento

O valor da distância RM já foi demonstrado anteriormente pela equação (5), e

substituindo-a na equação (7) temos que:

(8)

A interpretação desse resultado, segundo BRANDALIZE (2009) se faz da

seguinte maneira: se o valor do desnível (DN) for positivo, significa que o terreno está

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em declive no sentido da medição; se o valor do desnível (DN) for negativo, significa

que o terreno está em aclive no sentido da medição.

4.2.2.1.5. Projeção dos pontos levantados em coordenadas planas (X e Y)

Segundo Rezende (2013), a projeção do ponto B em X (ΔX) é dado pelo

rebatimento do alinhamento sobre o eixo cartesiano X, a projeção do mesmo em Y (ΔY)

é dado pelo rebatimento do alinhamento sobre o eixo cartesiano Y, como mostra a

Figura 8. Para o cálculo dessas projeções, temos que:

Onde (Az) é o ângulo horizontal formado pela distância horizontal de visada do

ponto B até o azimute da direção do mesmo, conforme a Figura 9. Para o presente

trabalho, a referência (Az) é a mesma em todo o levantamento e é baseada em um ponto

fixo local.

Figura 8 – Esquema para a determinação de coordenadas cartesianas e projeções de pontos

Fonte: Página do site Brainly na Internet2

4.2.3. Curvas de Nível

Uma forma usual de mapeamento da superfície terrestre de determinado local,

são as chamadas curvas de nível. Segundo BRANDALIZE (2009), curvas de nível são

representações de linhas curvas fechadas formadas pela interseção de vários planos

horizontais paralelos com a superfície do terreno. Cada uma dessas linhas pertence a um

2 Disponível em: < https://brainly.com.br/tarefa/13912523> Acesso em março de 2019.

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mesmo plano horizontal, também chamado de cota altimétrica ou nível, e entre os

planos de corte há uma relação de equidistância vertical (BRANDALIZE, 2009),

situação ilustrada na Figura 9.

Figura 9 – Representação das curvas de nível em um mapa topográfico

Fonte: BRANDALIZE, 2009

As curvas de nível podem ser classificadas, segundo seu traçado, em curvas

mestras ou principais, e secundárias. As mestras têm traçados mais espessos, cotados e

múltiplos de 5 ou 10 metros, enquanto as secundárias são menos destacadas e usadas

apenas para a complementação de informações (VEIGA et al., 2007) e estão

representadas na Figura 10.

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Figura 10 – Representação das curvas mestras e secundárias

Fonte: VEIGA et al., 2007

De modo geral, em um levantamento em curvas de nível, podemos identificar

pelas formas do terreno a sua declividade e uniformidade. A partir dessa ideia, podemos

identificar linhas importantes para outras análises técnicas, por exemplo o sentido de

caimento das águas da chuva, fator determinante em um projeto de irrigação, ou a

existência de vales e saliências de alta declividade, que apontam a necessidade de

regularização do terreno para futuras instalações.

Algumas convenções são adotadas neste trabalho para o desenho das curvas de

nível, de modo a evitar erros de interpretação gráfica (BORGES, 1977; BRANDALIZE,

2009; VEIGA et al., 2007): nenhuma curva de nível pode aparecer ou desaparecer

repentinamente, pois iniciam e terminam no mesmo ponto; duas ou mais curvas de nível

jamais poderão convergir para formar uma curva única, com exceção de paredes

verticais formadas por rocha; duas curvas de nível nunca se cruzam; a ligação entre

pontos de mesma cota para a obtenção do traçado das curvas de nível, deverá ser através

de uma linha contínua e intuitiva, sem mudanças bruscas de direção.

Para definição do traçado das curvas de nível desse trabalho, será utilizada uma

técnica de interpolação numérica das cotas a partir de uma malha triangular dos pontos

levantados. Na prática, é interpolar a posição referente a um ponto com cota igual a cota

da curva de nível que será representada (VEIGA et al, 2007), assim como demonstrado

na Figura 11.

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Figura 11 – Exemplificação de traçado de curva de nível a partir da interpolação numérica de cotas

Fonte: VEIGA et al, 2007

Primeiramente, segundo BORGES (1977), para a definição da malha triangular a

partir de pontos dispostos de maneira desordenada, devemos seguir algumas regras para

saber quais interpolações devem ser feitas e quais não devem: somente interpolar entre

pontos imediatamente próximos; não cruzar direções de interpolação; não passar uma

direção de interpolação muito perto de pontos de cota conhecida.

Após a obtenção de diversos pontos de mesma cota através do método de

interpolação, devemos ligá-los por uma linha contínua, formando a curva de nível. Caso

não forem obtidos muitos pontos de mesma cota, ou outros de outras cotas, a ligação

tenderá ao erro, e só saberemos qual a ligação correta quando tivermos outros pontos da

mesma cota e de outras cotas também (BORGES, 1977).

4.2.4. Classificação do relevo e tipos de plantas planialtimétricas

De posse da planta planialtimétrica de um terreno ou região é possível, segundo

GARCIA e PIEDADE (1984), analisar e classificar o relevo de acordo com a Tabela 1:

Tabela 1 – Classificação de relevos

Classificação Relevo Plano Com desníveis próximos de zero Ondulado Com desníveis ≤ 20m Movimentado Com elevações entre 20 e 50m Acidentado Com elevações entre 50 e 100m Montuoso Com elevações entre 100 e 1000m Montanhoso Com elevações superiores a 1000m

Fonte: GARCIA e PIEDADE, 1984

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4.2.5. Erros nas medidas indiretas de distâncias

Todas as aferições topográficas, segundo CORRRÊA (2007), se reduzem na

medida de distâncias, ângulos ou uma diferença de nível as quais estão sujeitas a erros

ocasionados pelo aparelho, observador ou condições externas. As grandezas que nos

interessam são medidas ou observadas por intermédio de nossos sentidos e com auxílio

de aparelhos, onde procura-se eliminar e reduzir as causas de alguns erros, mas como

não é possível fazê-los desaparecerem completamente, torna-se necessário calcular o

valor mais provável da grandeza (PASTANA, 2010).

De acordo com BRANDALIZE (2009) e VEIGA et al. (2007), os erros de

observação podem ser classificados como grosseiros, sistemáticos e acidentais ou

aleatórios. Erros grosseiros são causados por desatenção ou falta de cuidado do

observador, e não devem ocorrer pois não são passíveis de correção. Erros sistemáticos

são erros causados por fatores conhecidos (como temperatura, vento, pressão

atmosférica e gravidade) cuja magnitude pode ser determinada seguindo leis

matemáticas ou físicas, que não podem ser evitados, mas podem ser corrigidos desde

que tomadas as devidas precauções. Os erros acidentais ou aleatórios são aqueles que

permanecem mesmo com a correção ou eliminação de erros anteriores, e são

ocasionados por fatores estatísticos que independem do controle do observador,

tendendo a se neutralizar quando o número de observações é grande.

A utilização de métodos taqueométricos na medida óptica das distâncias, é de

suma importância para definição do limite de precisão que é possível alcançar com a

luneta estadimétrica (ESPARTEL, 1987), e por conta da previsão de erros ocorridos

durante o levantamento topográfico, é possível calculá-los e ter uma ideia do quanto

isso pode afetar o projeto final.

5. METODOLOGIA

Para o início da sondagem é importante observar algumas características do

terreno para definir o levantamento mais eficiente para o território em questão. Como o

trabalho se trata de uma praça, e relevo aparentemente sem grandes elevações verticais,

opta-se em fazer a planta planialtimétrica pelo processo de irradiação taqueométrica.

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Nesse processo se faz necessária uma observação primária dos pontos relevantes ao

projeto, para podermos locar o equipamento em um “ponto estratégico” que nos dê a

visão sem obstruções desses pontos.

5.1. MATERIAIS DE LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO

Os materiais utilizados para a realização do levantamento planialtimétrico deste

trabalho serão listados no Quadro 1.

Quadro 1 – Quadro de materiais utilizados para o levantamento planialtimétrico

Material Informações do fabricante

Teodolito Eletrônico

Marca: FOIF Série: DT Modelo: 205D Precisão: 05ʺ Classificação ABNT (1994): Classe 2

Mira Topográfica (Estadimétrica)

Material: Alumínio Altura máxima: 5m Mira do tipo encaixe Precisão: ± 5mm

Tripé Marca: FOIF Material: Alumínio

Fonte: Própria (2018)

Além dos equipamentos citados no Quadro 1, neste estudo foram também

utilizados materiais auxiliares como estacas para a marcação do ponto de

estacionamento do teodolito, fio de prumo e caderneta para anotações e verificações

durante o levantamento. As Figuras 12 e 13 mostram os modelos da mira topográfica, e

do teodolito com tripé respectivamente.

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Figura 12 – Mira estadimétrica ou topográfica

Fonte: Adaptado do site Ebah na internet 3

Figura 13 – Teodolito apoiado em tripé

Fonte: Própria (2018)

3 Disponível em: <https://www.ebah.com.br/content/ABAAAe5owAC/topografia-altimetria> Acesso em abr. 2019.

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5.1.1. Teodolito eletrônico

A denominação teodolito é dada ao aparelho topográfico que se destina

fundamentalmente a medir ângulos horizontais, porém também é capaz de obter

distâncias horizontais e verticais por taqueometria (BORGES, 1977), sendo o principal

equipamento no levantamento deste trabalho. Atualmente existem diversificadas marcas

e modelos de teodolitos, mas a NBR 13133 (ABNT, 1994) classifica os teodolitos

segundo o desvio-padrão de uma direção observada em duas posições da luneta,

conforme a Tabela 2.

Tabela 2 – Classificação de teodolitos segundo sua precisão

CLASSES DE TEODOLITOS DESVIO-PADRÃO PRECISÃO ANGULAR

1 – Precisão baixa ≤ ± 30ʺ 2 – Precisão média ≤ ± 07ʺ

3 – Precisão alta ≤ ± 02ʺ Fonte: ABNT, 1994

5.2. PROCEDIMENTOS INICIAIS DE LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO COM

TEODOLITO ELETRÔNICO FOIF 205D

Para o início do levantamento, é necessário cravar um ponto topográfico fixo de

onde o aparelho de medições será “estacionado”, nivelado e centrado. Durante a

execução de um levantamento de detalhes, é importante anotar ou gravar os dados da

leitura do equipamento e associá-los a um nome, número ou feição do ponto levantado

em cima de um croqui, para facilitar a elaboração do desenho final (VEIGA et al.,

2007). A Tabela 3 e a Figura 15 mostram um exemplo de anotação de informações do

levantamento de detalhes e croqui do levantamento de detalhes, respectivamente.

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Tabela 3 – Exemplo de levantamento de detalhes

Detalhe V H Fs Fm Fi hi Playground 0º00’00” 200º37’47” 2,234 2,043 1,853 1,608 Quadra de Volei 0º00’00” 195º42’49” 2,515 2,142 1,778 1,608 Chuveiro 0º00’00” 196º55’11” 2,189 1,827 1,467 1,608 Quadra de Basquete 0º00’00” 33º05’37” 1,536 1,413 1,291 1,608

Poço de água 1º00’00” 358º43’18” 1,379 1,219 1,060 1,608 Padrão Elétrico 0º00’00” 353º59’12” 1,021 0,845 0,669 1,608 Fonte: Elaborada pelo autor

Figura 14 – Exemplo de Croqui de levantamento de detalhes

Fonte: VEIGA et al., 2007

Definimos o "ponto estratégico” para instalar o equipamento dentro da área a ser

levantada, pois não havia obstruções para quaisquer pontos que o observador apontasse

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o teodolito, e a distância máxima de visada não ultrapassaria a distância horizontal de

100 metros prevista na NBR 13133 (ABNT, 1994) para a classe de projeto, e método de

levantamento deste trabalho.

Escolhido o vértice ou ponto de instalação do equipamento (também conhecido

como estação), posiciona-se o tripé com as pernas equidistantes do vértice e bem

cravadas – ilustrado na Figura 15 – com sua base em posição sensivelmente horizontal

para facilitar a calagem (horizontalidade da base), à uma altura onde o operador faça as

leituras do equipamento confortavelmente. Recomenda-se o uso do fio de prumo para

ajuste da base do tripé, porém alguns teodolitos eletrônicos – como o utilizado neste

trabalho – possibilitam esse ajuste com um prumo óptico utilizados em dias de vento,

não devendo se dispensar o uso do primeiro (ESPARTEL, 1987).

Figura 15 – Cravando o tripé no solo

Fonte: Tutorial para uso do Teodolito ET 05 da Marca Rude, 20134

Depois de concluir esta etapa, sempre tomando muito cuidado para não mover o

tripé, o teodolito já pode ser colocado sobre a base deste, e ser fixado com o auxílio do

parafuso de fixação. Até ser fixado, o equipamento deve estar sempre sendo segurado

com uma das mãos para evitar que caia e danifique, como demonstrado na Figura 16

(VEIGA et al., 2007).

4 Disponível em <http://www2.fsanet.com.br/Professor/Material/Material-de-Apoio/Jose-Machado-Leite-Filho/Bacharelado-em-Engenharia-Eletrica/Topografia/1a.Pratica.pdf> Acesso em abr. 2019.

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Figura 16 – Fixando o teodolito no tripé

Fonte: VEIGA et al, 2007

A próxima etapa de instalação do teodolito em campo é a centragem e o

nivelamento do mesmo. Segundo VEIGA et al. (2007), a centragem significa que, uma

vez nivelado, o prolongamento do eixo vertical (ou eixo principal) do equipamento está

passando exatamente sobre o ponto de instalação do mesmo (como mostrado na Figura

18), já o nivelamento pode ser dividido em uma etapa inicial, que utiliza o nível

esférico, e a outra etapa de precisão ou “fina”, utilizando-se de níveis tubulares, estes

ilustrados na Figura 17. O método de nivelamento e centragem do autor citado será

exposto a seguir:

Figura 17 – Níveis esférico e tubular

Fonte: Adaptado do site de apoio e-Disciplinas da USP 5

5 Disponível em <https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRhivvHhhvcnnSDjdzAI6Rd3u-GuEOxe7tKks2Kwg4ErkQ4OW_n1w> Acesso em abr. 2019.

Nível esférico

Nível

tubular

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Figura 18 – Eixo vertical do equipamento passando pelo ponto de instalação do mesmo

Fonte: VEIGA et al, 2007

No nivelamento inicial, ou também chamado de grosseiro, movimenta-se a

extensão das pernas do tripé para o ajuste do nível esférico ou bolha, como mostra a

Figuras 19 e a Figura 20.

Figura 19 – Ajuste da bolha no nível esférico

Fonte: VEIGA et al., 2007

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Figura 20 – Ajustando o nível bolha utilizando os movimentos de extensão do tripé

Fonte: VEIGA et al., 2007

O nivelamento de precisão, ou “fino”, é realizado com auxílio dos parafusos

calantes e níveis tubulares. Inicialmente alinha-se o nível tubular a dois dos parafusos

calantes como mostra a Figura 21. Girando os dois parafusos alinhados ao nível tubular,

em sentidos opostos como mostra a Figura 22, ajustamos a bolha até a posição central

do nível tubular.

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Figura 21 – Nivel tubular alinhado a dois calantes

Fonte: VEIGA et al., 2007

Figura 22 – Movimentação dos dois calantes ao mesmo tempo, em sentidos opostos

Fonte: VEIGA et al., 2007

Depois da bolha estar ajustada, giramos o equipamento em 90º graus de forma

que o nível tubular agora esteja perpendicular à linha definida anteriormente, situação

essa ilustrada pela Figura 23, e atuando somente no parafuso que está alinhado com o

nível, realiza-se o alinhamento da bolha, demonstrada na Figura 24.

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Figura 23 – Alinhamento do nível tubular, perpendicularmente à linha inicial

Fonte: VEIGA et al., 2007

Figura 24 – Calagem da bolha atuando no parafuso perpendicular à linha inicial

Fonte: VEIGA et al., 2007

Ao terminar o procedimento anterior, verifica-se a posição do prumo óptico, e se

não está sobre o ponto de instalação do equipamento, solta-se o parafuso de fixação do

equipamento e desloca-se o mesmo com cuidado até que o prumo esteja coincidindo

com o ponto. Deve-se tomar o cuidado de não rotacionar o equipamento durante este

procedimento, realizando somente uma translação do mesmo. Feito isto, deve-se

verificar se o instrumento está calado, e caso isto não seja verificado, realiza-se

novamente o nivelamento “fino”. Este procedimento deve ser repetido até que o

equipamento esteja perfeitamente calado e centrado.

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5.3. FOCALIZAÇÃO E MANUSEIO DO TEODOLITO ELETRÔNICO EM CAMPO

De acordo com o manual do fabricante, é necessário ainda o ajuste de retículo e

foco da luneta do equipamento de levantamento. Ele recomenda mirar a luneta do

teodolito em uma superfície clara para que, ao girar a ocular – componente demonstrado

na Figura 25 –, os fios do retículo se mostrem bem nítidos ao olhar.

Figura 25 – Nomenclatura de componentes do teodolito FOIF da série DT200

Fonte: Adaptado do Manual de instrução de Teodolitos Eletrônicos FOIF DT200 séries

Para a focalização dos objetos, após o ajuste de retículo, o fabricante instrui a

apontar o telescópio em um alvo e trave os comandos de chamada horizontal e vertical.

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O próximo passo é girar o botão de focalização até que a imagem fique bem nítida,

como mostra a Figura 26.

Figura 26 – Focalização da imagem no retículo do teodolito eletrônico

Fonte: VEIGA et al., 2007

Veiga et al. (2007) ainda atenta a um problema de paralaxe – fenômeno de

deslocamento aparente de um objeto em relação a um referencial causado pelo

deslocamento do observador – que caso seja verificado, deve-se realizar uma nova

focalização ao objeto.

5.4. Leitura das direções e ângulos no teodolito eletrônico

Ao final da etapa de focalização do equipamento, este finalmente estará pronto

para aferir as medições necessárias para o levantamento planialtimétrico. O teodolito

eletrônico nos fornece a leitura automática dos ângulos verticais e horizontais em seu

display, desde que regulado apropriadamente. A primeira leitura é da linha de um ponto

fixo referência para o levantamento, também conhecida como ângulo de ré, já as outras

leituras são dos pontos pertinentes ao levantamento, chamados de vante.

A primeira leitura (ângulo de ré) deste trabalho foi retirada de um poste de

concreto consolidado fora da área de levantamento, onde fixamos o ponto inicial de

ângulo horizontal igual a 0º, e ângulo vertical igual a 90º. E por se tratar de uma

referência, apenas “zeramos” o equipamento nessa localização para o levantamento das

outras visadas. A leitura dos ângulos horizontais pode ser ajustada para os chamados

azimute verdadeiro (ou geográfico) e azimute magnético, dependendo dos tipos de

materiais disponíveis para mensuração. Como não dispúnhamos de tais materiais,

optamos por utilizar uma referência local, podendo ser ajustada em trabalhos ou

levantamentos futuros, de acordo com a necessidade.

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As leituras posteriores foram feitas sempre empregando a linha de referência

(primeira leitura) como diretriz para os ângulos horizontais, dos quais crescem em

sentido anti-horário – à medida que o equipamento é rotacionado para a direita – e

iniciam e terminam nos valores de 0º até 360º respectivamente, dando início ao ciclo

novamente. No contexto dos ângulos verticais, a luneta é posicionada a 90º do eixo de

referência vertical, mas sua leitura é registrada como 0º em relação ao plano horizontal,

e assume valores positivos dependendo apenas do tipo de visada conforme os itens

4.3.1.3.3 e 4.3.1.3.4 deste trabalho.

Durante realização da leitura dos objetos em campo, conforme Veiga et al.

(2007), os fios do retículo do equipamento devem estar posicionados exatamente sobre

o ponto onde se deseja realizar a pontaria, fazendo-se a leitura do valor no display do

equipamento. O visor deste foi configurado para mostrar os ângulos em graus, minutos

e segundos. Com a régua graduada posicionada o mais próximo possível do objeto, e

paralela ao plano vertical, é feita a anotação dos fios estadimétricos médio, superior e

inferior. As leituras foram anotadas em uma caderneta, e cada ponto associado a um

croqui feito à mão com o intuito de facilitar a organização dos dados posteriormente.

É importante ressaltar que a verificação da altura do equipamento, necessária

para o levantamento, foi realizada antes do início de cada aferição e com o teodolito

devidamente estacionado, mudando seus valores a cada dia de medições. Do mesmo

modo, foram necessárias duas pessoas para a realização do levantamento, o autor deste

trabalho, e o aluno de graduação do curso de Engenharia Civil da UFMT – Centro

Universitário do Araguaia – Lucas Jorge Freitas Marinho. Enquanto um manuseia o

equipamento e anota os dados significativos do levantamento, o outro manipula a régua

estadimétrica de acordo com as instruções do primeiro.

5.5. DEFINIÇÃO DOS PONTOS VISADOS EM LEVANTAMENTO

Para a definição dos objetos relevantes ao projeto planialtimétrico, listamos os

seguintes elementos na praça:

Cantos da praça;

Postes de iluminação;

Refletores;

Quiosques;

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Playground;

Quadra de vôlei;

Chuveiro;

Quadra de basquete;

Poço d’água;

Padrão elétrico;

Assentos;

Árvores;

Vias de passagem pedestre;

Jardins;

Com os valores de ângulos horizontais, verticais, e dos fios do retículo de cada

ponto anotados em uma caderneta, em conformidade com o croqui desenhado à mão,

passamos os dados levantados a um aplicativo de criação de planilhas eletrônicas. No

aplicativo foram calculados as distâncias horizontais e verticais de cada ponto, além de

determinar seu posicionamento em coordenadas cartesianas para posterior lançamento

em programa topográfico ArcGis da empresa Esri, pelo projetista Cláudio Henrique

Benedetti, e software AutoCAD da Autodesk, pelo colega Lucas Jorge Freitas Marinho.

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Em software CAD, foram verificados pontos muito próximos, quase que se

sobrepondo um em outro. A ocorrência destes revela certa imprecisão no levantamento,

onde a leitura distâncias horizontais tiveram um erro de leitura de aproximadamente 2

milímetros para mais ou para menos, e de acordo com o posto nos capítulos 4.3.1.3.1 e

4.3.1.3.2. Erros dessa magnitude, conforme explicado por intermédio das Equação (1) e

da Equação (2), ocasiona uma inexatidão de até 20 centímetros no valor final de cálculo

de uma distância horizontal.

Esta imprecisão pode estar relacionada a erros sistemáticos ou pessoais

observados durante o levantamento. Efeitos ópticos indesejados puderam ser

visualizados ao mirar a régua estadimétrica, como a refração da luz nos horários mais

quentes que ocasionavam ilusões ópticas na observação dos pontos mais distantes. Para

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evitar este fenômeno, é recomendável fazer as leituras em horários de temperatura

amenas, como no alvorecer do dia.

Outro fator de inexatidão no levantamento dos pontos pode estar relacionado à

verticalidade da régua estadimétrica. Os cálculos de distância horizontal condicionam a

régua a estar sempre alinhada ao plano vertical da sondagem, porém a mesma não

possuía nenhum instrumento para indicar ou medir inclinações. Uma forma de corrigir

esta falha é associar um nível bolha à régua graduada, de maneira que a mesma fique o

mais vertical possível em relação ao plano horizontal.

A experiência é um fator preponderante neste tipo de levantamento, visto que

foram necessários a realização de duas verificações para se chegar ao resultado final do

trabalho aqui exposto. Erros primários, como a falta de verificação das leituras dos fios

do retículo, ou a observação de um ponto inicial que nos permita fazer o levantamento

inteiro sem uma mudança de estação, conduzem a erros que não podem ser corrigidos

posteriormente.

Uma forma de verificação de leitura dos retículos, utilizada em campo para este

estudo, se dá pela média aritmética dos fios estadimétricos superior e inferior, onde o

resultado tem que ser igual a leitura do fio médio. No primeiro levantamento, pôde ser

observado apenas em planilha vários pontos onde os resultados não se igualavam à

verificação proposta, já no segundo essa verificação era feita em campo, iniciando uma

outra leitura caso houvesse falha na verificação.

Ao ser observado o ponto inicial “estratégico”, no primeiro levantamento, não

atentamos à obstáculos visuais – que levaram ao estacionamento do equipamento em

um segundo ponto para melhor visualização de todos os pontos relevantes ao projeto –

de maneira que se faz necessária a observação de mais pontos, acarretando em

acumulações de leituras e possivelmente mais erros. No segundo levantamento foi

utilizado apenas uma estação, de forma que suas visadas possibilitavam a leitura de

todos os pontos relevantes ao projeto sem a necessidade de instalação do teodolito em

outros pontos de visada.

Em planilha, foram anotados e calculados os dados que constam No Apêndice A

e no apêndice B. No Apêndice A, (α) é o ângulo vertical medido em graus, conforme

item 4.3.1.2.2; (Az) é o ângulo horizontal medido em graus, conforme item 4.3.1.2.3;

(FS), (FM), (FI) e (H) estão em metros, conforme o item 4.3.1.2.1 deste trabalho. No

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Apêndice B, o valor de (DH) está em metros, conforme os itens 4.3.1.2.1 e 4.3.1.2.2

deste trabalho; (DN) está em metros, conforme os itens 4.3.1.2.3 e 4.3.1.2.4 deste

trabalho; e as Projeções dos pontos nos eixos X e Y estão em metros, de acordo com o

item 4.3.1.2.5 deste trabalho.

Para os dados dos Apêndices A e B, foram utilizadas 3 casas decimais de

precisão nos valores dados em metros, e os valores angulares são dados com uma

precisão de 1 segundo, sem considerar o erro do aparelho.

Após a análise dos dados levantados no aplicativo de criação de planilhas e a

transformação destes em coordenadas planimétricas, foi realizada a planta dos pontos

levantados, dado pela Figura 29. Ao todo foram levantados 89 pontos, em uma área de

aproximadamente 6483,72 m² (metros quadrados) de praça, sendo divididos em: 17

pontos de iluminação; 4 refletores; 4 Quiosques; 1 Playground; 2 pontos da quadra de

vôlei; 1 chuveiro; 1 quadra de basquete; 1 poço de água bombeável; 1 padrão de energia

elétrica; 10 assentos ou bancos; 25 árvores; 8 jardins; 10 pontos para a descrição das

vias de passeio público; e 4 pontos indicando os limites da praça.

A praça possui área de passeio e calçadas de 1243,00 m² (metros quadrados), área total

vegetada de 5014,25 m², e outras áreas estão divididas entre os quiosques (50,26 m²) e a

quadra de areia (176,21 m²). Esses dados são relevantes para o cálculo de

evapotranspiração – evaporação da água pela superfície do solo somada ao efeito de

transpiração das plantas (CASTRO, 2003) – que conduz a um estudo do consumo de

água da área vegetada na praça, dependendo da vegetação presente.

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Figura 27 – Planta de locação dos pontos levantados

Fonte: Adaptado de MARINHO, 2019.

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Para uma irrigação eficiente desta, segundo Castro (2003), também se faz

necessária uma análise de balanço hídrico – relação entre períodos de chuva e

evapotranspiração em determinado espaço de tempo – para uma indicação de déficit de

água e em qual período, pois caso o período de déficit coincida com o período em que a

planta não tolera ficar sem água, a irrigação é única alternativa para conservação da

vegetação analisada.

A partir da planta de locação dos pontos levantados, foi realizado o projeto

planialtimétrico da praça, adicionando as cotas – ou desníveis – de cada ponto com

relação ao ponto de origem do levantamento, e posteriormente as curvas de nível como

mostra a Figura 30. Os pontos não caracterizados na primeira planta foram descritos na

segunda (como mostra a legenda da Figura 30), com suas respectivas cotas numéricas.

A utilização da escala 1:700 se revelou a mais indicada para a visualização da praça em

folha tamanho A4, sendo que em folhas de tamanhos maiores podem ser utilizadas

menores escalas para uma melhor visualização.

Foi observado que o desnível no espaço analisado, com relação ao ponto de

origem do levantamento, não ultrapassa 1,0 metro, que pela Tabela 1 podemos

considerar o terreno como Plano. A única cota marcada em vermelho na Figura 30, tem

valor igual a zero, sendo que as cotas das curvas de nível do projeto planialtimétrico

foram espaçadas verticalmente em 1 metro – de acordo com a recomendação da NBR

13133 (1994).

A praça poderá passar por reformas ou adequações, e para cada adição de elementos –

como uma quadra de tênis, ou áreas de banho – é necessário um estudo das distâncias

verticais e horizontais para enquadrar o novo local no projeto. Isso ocorre por conta da

compatibilização de projetos, e consequentemente o projeto de irrigação a praça terá de

sofrer adaptações.

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Figura 28 – Planta planialtimétrica da praça em condomínio fechado

Fonte: Adaptado de BENDETTI, 2019

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7. CONCLUSÃO

Depois da finalização do projeto planialtimétrico, vemos que o levantamento

topográfico de uma praça passa por muitas etapas analíticas até sua finalização, e sua

execução leva muitos benefícios para seus utilizadores, principalmente na elaboração de

um sistema de irrigação eficiente para áreas paisagísticas. A prática na execução das

técnicas de levantamento topográfico aqui expostas se mostra mais precisa à medida que

são executadas sucessivamente, e dificilmente são colhidos dados e resultados idênticos

para uma mesma sondagem.

Uma sugestão para futuros trabalhos estaria no dimensionamento de um sistema

de irrigação para o local estudado, ou a análise de diferentes sistemas para um melhor

custo-benefício da área em questão, uma vez que a irrigação para áreas paisagísticas se

mostra em constante crescimento.

O levantamento planialtimétrico ora apresentado, para uma praça em

condomínio particular, mostrou-se relevante no sentido de possibilitar o cálculo da área

dos principais pontos de gerenciamento, tais como a de calçadas e gramados, bem como

o detalhamento de informações sobre a locação dos principais “objetos” e sobre a cota

geométrica dos mesmos; de modo que, de posse dessas informações, permitir-se-á aos

administradores que a melhor intervenção possível possa vir a ser feita, em futuros

projetos, no sentido de primar pelo uso racional de recursos hídricos para fins de

irrigação e de outros recursos físicos (quadras, construção de outros quiosques, etc.),

sem o prejuízo da estética paisagística do parque, para que o fim precípuo do lazer

social possa ser alcançado em consonância com as possibilidades econômicas que o

delimitarem. Outrossim, tal filosofia, a de conhecer para melhor gerenciar, se estende à

administração de parques e jardins públicos.

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APÊNDICE A — TABELA DE PONTOS LEVANTADOS REFERENTE AO

LEVANTAMENTO PLANIALTIMÉTRICO

Objetos levantados α Az FS FM FI Ponto de iluminação 1 0˚00'00'' 356˚47'40'' 1,127 0,943 0,759 Ponto de iluminação 2 0˚00'00'' 48˚28'19'' 1,395 1,228 1,062 Ponto de iluminação 3 0˚00'00'' 39˚23'13'' 1,657 1,471 1,285 Ponto de iluminação 4 0˚00'00'' 62˚02'47'' 1,868 1,723 1,579 Ponto de iluminação 5 0˚00'00'' 34˚16'16'' 1,542 1,496 1,45 Ponto de iluminação 6 2˚12'52'' 115˚53'02'' 2,072 1,95 1,78 Ponto de iluminação 7 0˚00'00'' 142˚53'25'' 2,012 1,925 1,839 Ponto de iluminação 8 0˚00'00'' 144˚05'32'' 2,202 2,05 1,9 Ponto de iluminação 9 0˚00'00'' 173˚26'45'' 2,172 2,016 1,861 Ponto de iluminação 10 0˚00'00'' 212˚06'10'' 1,945 1,812 1,679 Ponto de iluminação 11 0˚00'00'' 197˚19'37'' 2,225 2,052 1,85 Ponto de iluminação 12 0˚00'00'' 179˚00'52'' 2,183 1,968 1,754 Ponto de iluminação 13 0˚00'00'' 174˚25'40'' 2,139 1,862 1,585 Ponto de iluminação 14 0˚00'00'' 209˚07'14'' 2,162 1,841 1,52 Ponto de iluminação 15 2˚12'52'' 201˚52'25'' 3,123 2,751 2,382 Ponto de iluminação 16 0˚00'00'' 192˚16'50'' 2,25 1,847 1,443 Ponto de iluminação 17 0˚07'50'' 181˚09'13'' 2,3 1,9 1,5 Refletor 1 0˚00'00'' 186˚29'57'' 2,09 1,987 1,884 Refletor 2 0˚00'00'' 196˚33'36'' 2,246 1,985 1,725 Refletor 3 0˚50'00'' 180˚15'43'' 1,17 0,848 0,528 Refletor 4 0˚00'00'' 194˚45'52'' 2,21 1,855 1,5 Quiosque 1 0˚00'00'' 85˚32'54'' 1,619 1,562 1,505 Quiosque 2 0˚00'00'' 122˚43'16'' 1,907 1,821 1,735 Quiosque 3 0˚00'00'' 152˚48'19'' 1,73 1,684 1,638 Quiosque 4 0˚00'00'' 162˚47'18'' 1,905 1,803 1,701 Playground 0˚00'00'' 200˚37'47'' 2,234 2,043 1,853 Quadra de volei - p1 0˚00'00'' 195˚42'49'' 2,515 2,142 1,778 Quadra de volei - p2 0˚00'00'' 181˚42'09'' 2,126 1,799 1,47 Chuveiro 0˚00'00'' 196˚55'11'' 2,189 1,827 1,467 Quadra de Basquete 0˚00'00'' 33˚05'37'' 1,536 1,413 1,291 Poço de água 1˚00'00'' 358˚43'18'' 1,379 1,219 1,06 Padrão Elétrico 0˚00'00'' 353˚59'12'' 1,021 0,845 0,669 Banco 1 0˚00'00'' 21˚57'48'' 1,152 0,912 0,671 Banco 2 0˚00'00'' 60˚43'59'' 1,921 1,713 1,505 Banco 3 0˚00'00'' 311˚32'23'' 1,168 1,091 1,015 Banco 4 0˚00'00'' 171˚21'06'' 2,119 1,971 1,823 Banco 5 0˚00'00'' 180˚06'49'' 2,085 1,925 1,767 Banco 6 1˚00'00'' 188˚12'55'' 1,161 0,885 0,608 Banco 7 0˚00'00'' 183˚45'51'' 2,106 1,806 1,509 Banco 8 0˚08'55'' 193˚06'40'' 1,728 1,289 0,846 Banco 9 0˚00'00'' 210˚47'03'' 1,922 1,602 1,282

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Banco 10 0˚00'00'' 166˚37'39'' 1,911 1,565 1,22 Árvore 1 0˚00'00'' 20˚07'35'' 1,252 1,019 0,782 Árvore 2 0˚00'00'' 40˚16'45'' 1,827 1,576 1,329 Árvore 3 0˚00'00'' 54˚19'50'' 1,922 1,719 1,516 Árvore 4 0˚00'00'' 45˚16'59'' 1,553 1,442 1,329 Árvore 5 0˚00'00'' 11˚31'17'' 1,319 1,236 1,152 Árvore 6 0˚00'00'' 4˚23'20'' 1,448 1,414 1,381 Árvore 7 0˚00'00'' 315˚58'57'' 1,361 1,291 1,221 Árvore 8 0˚00'00'' 103˚42'19'' 2,249 2,11 1,971 Árvore 9 0˚00'00'' 252˚44'36'' 1,715 1,639 1,563 Árvore 10 0˚00'00'' 233˚31'38'' 1,802 1,761 1,719 Árvore 11 0˚00'00'' 180˚56'08'' 2,161 1,991 1,823 Árvore 12 0˚00'00'' 178˚34'07'' 2,203 2,016 1,829 Árvore 13 0˚00'00'' 180˚56'08'' 2,161 1,991 1,823 Árvore 14 0˚00'00'' 178˚34'07'' 2,203 2,016 1,829 Árvore 15 0˚00'00'' 192˚41'42'' 2,048 1,874 1,703 Árvore 16 0˚00'00'' 163˚28'04'' 2,202 1,942 1,681 Árvore 17 0˚00'00'' 198˚15'54'' 2,164 1,933 1,703 Árvore 18 0˚33'10'' 169˚17'50'' 2,863 2,518 2,172 Árvore 19 0˚00'00'' 208˚12'39'' 2,231 1,905 1,581 Árvore 20 0˚00'00'' 176˚40'57'' 2,245 1,801 1,357 Árvore 21 0˚00'00'' 183˚55'25'' 2,255 1,794 1,333 Árvore 22 0˚00'00'' 192˚00'22'' 2,194 1,762 1,328 Árvore 23 0˚00'00'' 198˚04'53'' 2,209 1,791 1,372 Árvore 24 0˚00'00'' 203˚58'00'' 2,192 1,795 1,396 Árvore 25 0˚00'00'' 209˚54'23'' 2,326 2,071 1,818 Via de passagem P1 0˚00'00'' 348˚00'48'' 1,136 0,991 0,847 Via de passagem P2 0˚00'00'' 346˚08'06'' 1,527 1,464 1,401 Via de passagem P3 0˚00'00'' 302˚47'50'' 1,611 1,565 1,519 Via de passagem P4 0˚00'00'' 262˚19'06'' 1,718 1,673 1,627 Via de passagem P5 0˚00'00'' 234˚29'23'' 1,68 1,555 1,429 Via de passagem P6 0˚00'00'' 252˚56'03'' 1,749 1,717 1,685 Via de passagem P7 0˚00'00'' 207˚40'19'' 1,862 1,829 1,794 Via de passagem P8 0˚00'00'' 129˚50'06'' 1,995 1,934 1,871 Via de passagem P9 0˚00'00'' 99˚04'32'' 2,067 1,909 1,755 Via de passagem P10 0˚00'00'' 87˚24'54'' 2,075 1,913 1,751 Canto da praça – sup. dir. 0˚00'00'' 0˚00'00'' 0,881 0,639 0,395 Canto da praça – sup. esq. 0˚00'00'' 46˚20'23'' 1,746 1,47 1,199

Fonte: Própria (2019)

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APÊNDICE B — TABELA COMPLEMENTAR DE PONTOS LEVANTADOS

REFERENTE AO LEVANTAMENTO PLANIALTIMÉTRICO

Objetos levantados DH DN I Projeção em X

Projeção em Y

Ponto de iluminação 1 36,800 -0,707 1,65 -2,058 36,742 Ponto de iluminação 2 33,300 -0,422 1,65 24,929 22,077 Ponto de iluminação 3 37,200 -0,179 1,65 23,605 28,751 Ponto de iluminação 4 28,900 0,073 1,65 25,528 13,547 Ponto de iluminação 5 9,200 -0,154 1,65 5,181 7,603 Ponto de iluminação 6 28,952 -0,253 1,65 26,048 -12,639 Ponto de iluminação 7 17,300 0,275 1,65 10,438 -13,796 Ponto de iluminação 8 30,200 0,400 1,65 17,712 -24,461 Ponto de iluminação 9 31,100 0,366 1,65 3,550 -30,897 Ponto de iluminação 10 26,600 0,162 1,65 -14,136 -22,533 Ponto de iluminação 11 37,500 0,402 1,65 -11,168 -35,798 Ponto de iluminação 12 42,900 0,318 1,65 0,738 -42,894 Ponto de iluminação 13 55,400 0,212 1,65 5,379 -55,138 Ponto de iluminação 14 64,200 0,191 1,65 -31,243 -56,085 Ponto de iluminação 15 73,471 -0,982 1,65 -27,372 -68,182 Ponto de iluminação 16 80,700 0,197 1,65 -17,165 -78,853 Ponto de iluminação 17 79,998 -0,242 1,65 -1,611 -79,981 Refletor 1 20,600 0,337 1,65 -2,332 -20,468 Refletor 2 52,100 0,335 1,65 -14,850 -49,939 Refletor 3 64,123 -0,763 1,65 -0,293 -64,122 Refletor 4 71,000 0,205 1,65 -18,094 -68,656 Quiosque 1 11,400 -0,046 1,608 11,366 0,885 Quiosque 2 17,200 0,213 1,608 14,471 -9,297 Quiosque 3 9,200 0,076 1,608 4,205 -8,183 Quiosque 4 20,400 0,195 1,608 6,036 -19,486 Playground 38,100 0,435 1,608 -13,424 -35,657 Quadra de volei - p1 73,700 0,534 1,608 -19,960 -70,946 Quadra de volei - p2 65,600 0,191 1,608 -1,949 -65,571 Chuveiro 72,200 0,219 1,608 -21,012 -69,075 Quadra de Basquete 24,500 -0,195 1,608 13,377 20,526 Poço de água 31,845 0,412 1,608 -0,710 31,837 Padrão Elétrico 35,200 -0,763 1,608 -3,688 35,006 Banco 1 48,100 -0,696 1,608 17,990 44,609 Banco 2 41,600 0,105 1,608 36,290 20,337 Banco 3 15,300 -0,517 1,608 -11,452 10,146 Banco 4 29,600 0,363 1,608 4,451 -29,263 Banco 5 31,800 0,317 1,608 -0,063 -31,800 Banco 6 55,204 0,763 1,608 -7,888 -54,638 Banco 7 59,700 0,198 1,608 -3,919 -59,571 Banco 8 88,197 -0,309 1,608 -20,007 -85,898 Banco 9 64,000 -0,006 1,608 -32,756 -54,982

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Banco 10 69,100 -0,043 1,608 15,982 -67,226 Árvore 1 47,000 -0,274 1,293 16,172 44,130 Árvore 2 49,800 0,283 1,293 32,196 37,993 Árvore 3 40,600 0,426 1,293 32,983 23,674 Árvore 4 22,400 0,149 1,293 15,917 15,761 Árvore 5 16,700 -0,057 1,293 3,336 16,363 Árvore 6 6,700 0,121 1,293 0,513 6,680 Árvore 7 14,000 -0,002 1,293 -9,728 10,068 Árvore 8 27,800 0,406 1,704 27,008 -6,587 Árvore 9 15,200 -0,065 1,704 -14,516 -4,509 Árvore 10 8,300 0,057 1,704 -6,674 -4,934 Árvore 11 33,800 0,287 1,704 -0,552 -33,795 Árvore 12 37,400 0,312 1,704 0,934 -37,388 Árvore 13 33,800 0,287 1,704 -0,552 -33,795 Árvore 14 37,400 0,312 1,704 0,934 -37,388 Árvore 15 34,500 0,170 1,704 -7,582 -33,657 Árvore 16 52,100 0,238 1,704 14,825 -49,946 Árvore 17 46,100 0,229 1,704 -14,448 -43,777 Árvore 18 69,063 -0,786 1,704 12,826 -67,862 Árvore 19 65,000 0,201 1,704 -30,727 -57,279 Árvore 20 88,800 0,097 1,704 5,139 -88,651 Árvore 21 92,200 0,090 1,704 -6,309 -91,984 Árvore 22 86,600 0,058 1,704 -18,014 -84,706 Árvore 23 83,700 0,087 1,704 -25,978 -79,567 Árvore 24 79,600 0,091 1,704 -32,334 -72,737 Árvore 25 50,800 0,367 1,704 -25,328 -44,036 Via de passagem P1 28,900 -0,713 1,704 -6,002 28,270 Via de passagem P2 12,600 -0,240 1,704 -3,019 12,233 Via de passagem P3 9,200 -0,139 1,704 -7,733 4,983 Via de passagem P4 9,100 -0,031 1,704 -9,018 -1,216 Via de passagem P5 25,100 -0,149 1,704 -20,432 -14,579 Via de passagem P6 6,400 0,013 1,704 -6,118 -1,878 Via de passagem P7 6,800 0,125 1,704 -3,158 -6,022 Via de passagem P8 12,400 0,230 1,704 9,522 -7,943 Via de passagem P9 31,200 0,205 1,704 30,809 -4,921 Via de passagem P10 32,400 0,209 1,704 32,367 1,461 Canto da praça – sup. dir. 48,600 -0,969 1,608 0,000 48,600 Canto da praça – sup. esq. 54,700 -0,138 1,608 39,572 37,764 Canto da praça – inf. esq. 100,000 -0,148 1,608 6,463 -99,791 Canto da praça – inf. dir. 85,300 -0,073 1,608 -39,645 -75,527 Jardim 1 39,900 -0,102 1,662 28,502 27,923 Jardim 2 38,600 -0,491 1,662 17,031 34,640 Jardim 3 13,500 -0,232 1,662 4,378 12,771 Jardim 4 27,100 0,313 1,662 21,214 -16,864 Jardim 5 26,400 0,188 1,662 -15,477 -21,387 Jardim 6 52,878 -0,211 1,662 9,182 -52,075

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Jardim 7 66,300 0,099 1,662 4,762 -66,129 Jardim 8 91,800 0,060 1,662 -2,347 -91,770 Fonte: Própria (2019)

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