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Lição 3 - Discipulado e oração VERSO PARA MEMORIZAR: "Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em Mim, por intermédio da sua palavra; a fim de que todos sejam um; e como és Tu, ó Pai, em Mim e Eu em Ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que Tu Me enviaste" (Jo 17:20, 21). INTRODUÇÃO “Pedi a Deus” é uma oração tocante. Provavelmente, seu conteúdo, de alguma forma, reflita nossa experiência de vida. A oração é a maneira que temos de conversar com Deus. Nesse diálogo, vamos conhecendo aos poucos o Deus a quem seguimos e amamos. E, conforme revelado na oração acima, nesse processo nem sempre temos ou recebemos o que queremos. Afinal, como disse o teólogo e filósofo dinamarquês Soren Kierkegaard, “a função da oração não é influenciar Deus, mas especialmente mudar a natureza daquele que ora”. TEMPO E DISPOSIÇÃO PARA A ORAÇÃO Algum tempo atrás, o jornal norte- americano Chronicle of Higher Education publicou a história de uma adolescente que enviou três mil mensagens de texto num único mês. Isso significa que ela enviou em média cem mensagens por dia, ou cerca de uma mensagem a cada dez minutos do tempo em que esteve acordada. Isso significa também que essa adolescente nunca ficou sozinha por mais de dez minutos. Melhor dito: nunca ficou sozinha consigo mesma, nunca ficou sozinha com seus pensamentos, nunca ficou sozinha com seus sonhos, nunca ficou sozinha com suas esperanças. Sempre esteve com alguém, virtualmente. Durante o mês em que esteve intensamente acompanhada virtualmente, essa adolescente deve ter se esquecido de como é viver sem a presença de outros, pois ela vivia em função dos outros. Ela não sabia o que significa ficar sozinha consigo mesma.2 Creio que a experiência dessa garota não é única. Muitos adolescentes, jovens e adultos – homens e mulheres – não sabem e nunca experimentaram o que é estar a sós consigo mesmo, estar a sós consigo mesma. Sabe por quê? Porque hoje somos condicionados a interagir o tempo todo, a estar o tempo todo em companhia de alguém. Muitos não conseguem se desligar do celular, do iphone, do ipod, da internet. A dependência do ruído que vem de um aparelho portátil, canalizado direto aos ouvidos mediante um fone, aprofunda o vazio que muitas pessoas sentem. Porque na verdade

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Lição 3 - Discipulado e oração

 VERSO PARA MEMORIZAR: "Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em Mim, por intermédio da sua palavra; a fim de que todos sejam um; e como és Tu, ó Pai, em Mim e Eu em Ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que Tu Me enviaste" (Jo 17:20, 21).

INTRODUÇÃO“Pedi a Deus” é uma oração tocante. Provavelmente, seu conteúdo, de alguma forma, reflita nossa experiência de vida.A oração é a maneira que temos de conversar com Deus. Nesse diálogo, vamos conhecendo aos poucos o Deus a quem seguimos e amamos. E, conforme revelado na oração acima, nesse processo nem sempre temos ou recebemos o que queremos. Afinal, como disse o teólogo e filósofo dinamarquês Soren Kierkegaard, “a função da oração não é influenciar Deus, mas especialmente mudar a natureza daquele que ora”.

TEMPO E DISPOSIÇÃO PARA A ORAÇÃOAlgum tempo atrás, o jornal norte-americano Chronicle of Higher Education publicou a história de uma adolescente que enviou três mil mensagens de texto num único mês. Isso significa que ela enviou em média cem mensagens por dia, ou cerca de uma mensagem a cada dez minutos do tempo em que esteve acordada. Isso significa também que essa adolescente nunca ficou sozinha por mais de dez minutos. Melhor dito: nunca ficou sozinha consigo mesma, nunca ficou sozinha com seus pensamentos, nunca ficou sozinha com seus sonhos, nunca ficou sozinha com suas esperanças. Sempre esteve com alguém, virtualmente. Durante o mês em que esteve intensamente acompanhada virtualmente, essa adolescente deve ter

se esquecido de como é viver sem a presença de outros, pois ela vivia em função dos outros. Ela não sabia o que significa ficar sozinha consigo mesma.2Creio que a experiência dessa garota não é única. Muitos adolescentes, jovens e adultos – homens e mulheres – não sabem e nunca experimentaram o que é estar a sós consigo mesmo, estar a sós consigo mesma. Sabe por quê? Porque hoje somos condicionados a interagir o tempo todo, a estar o tempo todo em companhia de alguém. Muitos não conseguem se desligar do celular, do iphone, do ipod, da internet.A dependência do ruído que vem de um aparelho portátil, canalizado direto aos ouvidos mediante um fone, aprofunda o vazio que muitas pessoas sentem. Porque na verdade o que se tem no ouvido não é uma companhia, mas apenas um ruído. O mesmo ocorre com a conexão virtual online. Cria-se a ilusão de que nunca estamos sós, pois temos uma lista imensa de amigos ou seguidores, com os quais podemos fazer contato o dia inteiro, sete dias por semana.

Entretanto, fugindo da solidão, adolescentes e jovens deixam escapar a solitude. Sabe o que é solitude? É o momento sublime em que você está com você mesmo, você mesma, para poder pensar, refletir, criar, meditar. E é isso que dá sentido à nossa vida, pois somos seres pensantes.Isaías 1:18 afirma: “Vinde, pois, e arrazoemos, diz o Senhor”. Salmo 119:148 afirma: “Os meus olhos

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antecipam-se às vigílias noturnas, para que eu medite nas Tuas palavras”. Arrazoar e meditar: esses são dois exercícios espirituais que todo cristão precisa praticar.Arrazoar é dialogar com calma, com profundidade, com argumentos. Meditar é considerar, refletir, pensar.E como isso é possível? Somente é possível quando temos tempo e disposição para a oração pessoal. Somente é possível quando aprendemos a ficar a sós com nós mesmos e com Deus. Somente é possível quando arrancamos o fone dos ouvidos, quando nos desconectamos do bate-papo secular e entramos em sintonia com Deus, com calma, com paciência, como quem espera um encontro especial.Tempo e disposição para orar a Deus está em direta oposição à correria que muitos vivem no dia a dia. Assim, precisamos separar diariamente um tempo específico para a oração, bem como cultivar disposição para ficar conectado com Deus 24 horas por dia. Sei que esse é um enorme desafio, pois o mundo dá cada vez menos importância a Deus. Em relação a Deus, o mundo está off-line.

O QUE A ORAÇÃO NÃO ÉÀs vezes, é proveitoso entender algo por aquilo que esse algo não é. Vamos fazer isso com a oração a fim de entendê-la um pouco melhor.3Em primeiro lugar, oração não é mágica, uma espécie de palavra ou gesto que garante o resultado que esperamos. Quando reduzimos a oração a uma simples mágica, trivializamos Deus, criamos uma imagem e conceito caricato de Deus. Quando Jesus Cristo nos ensinou que, se pedíssemos em Seu nome, Ele atenderia ao nosso pedido (Jo 14:13), Ele certamente estava falando de algo muito mais profundo do que apenas fórmulas ou receitas que, como num passe de mágica, produzem um resultado. Ele estava falando de Seu caráter como padrão e referência para a oração eficaz.

Além disso, a oração não é algo que depende de um comportamento extra, melhor, nem de uma espiritualidade extra. Não é algo que depende de nós. A Bíblia é clara em afirmar que, na face da Terra “não há um justo sequer” (Rm 3:10). Ao contrário, a bondade de Deus depende exclusivamente de Sua graça (Ef 2:8).Em terceiro lugar, a oração não é algo que pode ser facilmente compreendido. De fato, não podemos sistematizar, prever nem condicionar o modo de Deus trabalhar (Jo 3:8). Podemos até partilhar com Deus nossas expectativas quando às nossas orações, mas Seu modo de responder depende de Seu poder, Sua criatividade, Sua vontade. Como diz Ellen G. White, “nosso Pai celestial tem mil maneiras de nos prover as necessidades, das quais nada sabemos. Os que aceitam como princípio dar lugar supremo ao serviço de Deus verão desvanecidas as perplexidades e terão caminho plano diante de si”.4Conversar com DeusO Dr. Bernard Lall alerta que muitas pessoas “consideram a oração um processo de mão única”.5 Devido a essa compreensão, trinta segundos ou um minuto de monólogo insosso são suficientes para começar ou terminar o dia. Afinal, orar é apenas dirigir a palavr a  ao Criador do Universo. Nada pode ser mais mentiroso do que este conceito da oração como processo de mão única.Na verdade, a oração é um processo comunicacional de mão dupla, descrito amplamente por Davi: “De manhã, Senhor, ouves a minha voz; de manhã Te apresento a minha oração e fico esperando” (Sl 5:3). Dois aspectos podem ser destacados da expressão davídica a respeito da oração: falamos a Deus e Ele nos fala. Essa verdade foi também realçada pelo profeta Jeremias: “Invoca-Me, e te responderei” (33:3). Assim, a oração é uma conversa com Deus, que requer tempo e disposição. Mas, como ouvir a voz de Deus?Ellen G. White afirma: “Faríamos bem se passássemos diariamente uma hora a

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refletir sobre a vida de Jesus. Devemos tomá-la ponto por ponto, e deixar que a imaginação se apodere de cada cena, especialmente as finais. Ao meditar assim em Seu grande sacrifício por nós, nossa confiança nEle será mais constante, nosso amor vivificado e seremos mais profundamente imbuídos de Seu espírito. Se queremos ser salvos afinal, temos que aprender aos pés da cruz a lição de arrependimento e humilhação”.6Como ouvir a voz de Deus? Para essa pergunta a resposta é simples e direta: Precisamos dedicar tempo de qualidade e quantidade à oração; nesse processo, certamente nossa disposição será melhorada. Só assim teremos condição de discernir a voz de Deus.

O que conversar com Deus?No processo de iniciar uma amizade com Deus, muitos cristãos enfrentam este dilema: “Não consigo orar durante muito tempo. Um ou dois minutos são suficientes; não tenho mais assunto para isso...”. Creio que esta é a realidade de muitas pessoas. O que fazer?Como estudamos na Lição 1, no processo de formação e cultivo do discipulado, a Bíblia ocupa lugar fundamental. Então, sugiro que, além de tratar de questões particulares da vida, a oração deveria se sustentar num diálogo fundamentado na Palavra de Deus. E podemos fazer isso de diversas formas. Uma delas é fazer perguntas a Deus, e permitindo que o Espírito Santo nos responda mediante as Escrituras.Vamos praticar isso: após ler o capítulo ou versículos escolhidos para seu culto pessoal, comece uma conversa com Deus fazendo-lhe as seguintes perguntas:1. O que o Senhor está querendo me dizer neste texto que acabei de ler?2. Por que o Senhor está me dizendo isso?3. De que modo o ensinamento de hoje se aplica à minha vida?4. Como posso praticar e incorporar à minha vida os ensinamentos que aprendi hoje na Sua Palavra?

As perguntas acima constituem os elementos de nossa conversa com Deus. E as respostas exigem raciocínio e tempo. Cuide para que as respostas não sejam meramente subjetivas, mas que se fundamentem no texto lido, e “traduzido” a nós pelo mesmo Espírito Santo que o revelou ao escritor bíblico. E lembre-se de que a oração é um processo comunicacional de mão dupla: falamos a Deus e Ele nos fala. Não permitamos que a oração seja tão rápida e apressada a ponto de deixarmos Deus, o nosso Criador, falando sozinho, enquanto Lhe damos as costas, porque não aprendemos a dar-Lhe tempo de qualidade e quantidade.

CONVERSAR COM DEUS A RESPEITO DOS OUTROS“Pai querido. Quero falar ao Senhor com muita urgência. Mas hoje não quero falar de mim. Quero falar pelos outros. Sim, hoje quero falar em favor dos outros. Sabe a Miriam, minha vizinha? Ontem ela recebeu uma péssima notícia: a mãe dela está com câncer e ela está arrasada. O Senhor poderia...?”.“Também quero falar do seu Antônio. Ele está desempregado, com três filhos para cuidar; o aluguel está atrasado, está faltando comida na casa dele. Eu já ajudei com uma cesta básica, mas não é suficiente; ela precisa de um emprego. Eu quero lhe pedir que...”.Os dois exemplos hipotéticos acima são comumente chamados de oração de intercessão. Paulo ensinou a respeito disso em uma de suas cartas: “Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens” (1Tm 2:1).O teólogo Bingham Hunter nos lembra de que fazer orações de intercessão em favor dos outros deveria ser uma parte regular de nossa experiência de oração. Deveríamos orar pelas necessidades dos outros, fazer uma lista de suas necessidades, ser específicos e sistemáticos em nossa intercessão e aguardar com paciência e insistência

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pela resposta do Senhor. Muitos cristãos não têm a resposta de suas orações simplesmente porque oram apenas por si mesmos.7

O EXEMPLO DE JESUS CRISTOJesus Cristo é nosso maior e melhor exemplo de uma vida de oração. Podemos aprender muitas coisas com Ele como Seus discípulos, mas quero destacar apenas três aspectos de Sua vida de oração.8Em primeiro lugar, Jesus orava a Deus como Seu Pai e usava o termo abba, mostrando que Ele Se considerava o Filho querido de Deus. Com isso, aprendemos que precisamos ter intimidade com Deus. Muitas orações não passam de monólogos friamente formais justamente porque não conhecemos nosso Pai, não temos familiaridade com o Deus a quem falamos.Em segundo lugar, aprendemos a dependência humilde e submissão obediente de Jesus a Seu Pai. Isso é evidenciado em textos como os de Mateus 26:53, João 18:11, e Lucas 22:42. A atitude de humilde submissão e dependência é fundamental para aceitar a vontade de Deus, especialmente quando Suas respostas às nossas orações não são exatamente aquilo que esperávamos.Em terceiro lugar, Jesus nos ensina Seu conhecimento da Palavra de Deus. Seja no deserto da tentação, ou no diálogo com fariseus, e mesmo na instrução aos Seus discípulos, Jesus Cristo demonstrou pleno conhecimento das Escrituras, e esse conhecimento certamente constitui a base de Seu relacionamento com o Pai. Não é possível orar com correção, e se submeter à vontade de Deus, se não conhecemos Sua Palavra. Orações poderosas são sempre sustentadas em claro conhecimento da Bíblia Sagrada. ConclusãoNão é possível um discipulado sadio e produtivo sem relacionamento com Deus. Por isso precisamos cultivar uma vida de oração. Nossas orações a Deus

devem incluir, basicamente, três grandes temas:91. Devemos orar pelo fruto do Espírito, uma vida pautada pela vontade de Deus (Gl 5:22-23). Ele é o único poder capaz de nos preparar diariamente para vivermos como autênticos discípulos do Mestre, possibilitando a formação do caráter de Deus em nós.2. Devemos orar pelos dons do Espírito (1Co 12; Rm 12; Ef 4); este é o único meio de sermos capacitados para o exercício da vontade de Deus.3. Devemos orar por sabedoria do Espírito (1Co 12; Rm 12, Ef 4); essa é a única maneira de se obter a mente de Deus. 1. Professor de Teologia no UNASP, Campus Engenheiro Coelho, na Graduação e na Pós-Graduação, na área de Teologia Sistemática. É Mestre em Teologia, e Mestre e Doutor em Ciências da Religião. Atualmente, faz Pós-Doutorado em Teologia Sistemática na Escola Superior de Teologia, São Leopoldo RS.2. Citado em Zigmunt Bauman, 44 Cartas do Mundo Líquido Moderno, Rio de Janeiro: Zahar, 2011, p. 13.3. As ideias a seguir foram adaptadas de Tony Campolo, Following Jesus Without Embarrassing God, Dallas: Word Publishing, 1997, p. 54-63.4. Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2002, p. 481.5. Bernard M. Lall, Prayer: Heavens’s Unlimited Power at Our Disposal, Berrien Springs, Michigan: Geetanjali Publishers, 1987, p. 3.6. Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2000, p. 83.7. W. Bingham Hunter, The God Who Hears, Downers Grove, Illinois: Inter Varsity Press, 1986, p. 139.8. Adaptado de W. Bingham Hunter, The God Who Hears, p. 184-186.9. Adaptado de “How to Develop a Strong Prayer Life”. In http://luke18project.com/wp-content/uploads/2011/06/how-to-develop-a-prayer-life.pdf. Acesso em 7

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de janeiro de 2014.

Discipulado e Oração (11 a 18 de janeiro de 2014) – Ligado na   Videira Publicado em 6 de janeiro de 2014por Ligado na VideiraQuando Cristo visitou Adão e Eva no Jardim do Éden, assim que a humanidade caiu, ali Ele apresentou o Plano da Redenção. Garantiu-lhes que nasceria um Descendente. E fez para eles roupas de pele – pele de cordeiro. Ali foi realizado o primeiro sacrifício, simbolizando a Sua própria morte na cruz do Calvário. Cristo também explicou para Adão e Eva que este assunto deveria ser ensinado aos filhos que nasceriam do lado de fora do Éden, e aos filhos dos filhos – e sucessivamente por todas as gerações.O nome dessa perpetuação do ensino é discipulado. Eu conto para você, e você conta para outro, que contará para outro ainda. É disso que a Lição está falando! E na verdade não é invenção de nenhuma igreja – é intrínseco ao Plano da Redenção. Foi Deus quem fez assim!“Todo verdadeiro discípulo nasce no reino de Deus como um missionário. Assim que vem a conhecer o Salvador, deseja pôr os outros em contato com Ele. A santificadora verdade não pode ficar encerrada em seu coração. Aquele que bebe da água viva torna-se uma fonte de vida. O recipiente vem a ser um doador. A graça de Cristo na alma é como uma fonte no deserto, vertendo para refrigerar a todos, e fazendo com que os prestes a perecer tenham sede da água da vida” (A Ciência do Bom Viver, capítulo “Salvo Para Servir”). Assim foi com a samaritana junto ao poço, e também com o ex-endemoniado gadareno, e repetiu-se com alguém que trouxe o evangelho ou para você ou para seus familiares.Compensa ler Deuteronômio   6 . Aqui vou colocar uma pequena parte: “Estes, pois, são os mandamentos, os estatutos e os juízos que mandou o SENHOR vosso Deus para ensinar-vos… para que

temas ao Senhor teu Deus, e guardes todos os Seus estatutos e mandamentos, que eu te ordeno, tu, e teu filho, e o filho de teu filho, todos os dias da tua vida… E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te… Quando teu filho te perguntar no futuro, dizendo: Que significam os testemunhos, e estatutos e juízos que o Senhor nosso Deus vos ordenou? Então dirás a teu filho…”. Lendo todo o capítulo notaremos que alguns dos diálogos de Jesus foram extraídos dessa passagem bíblica – e justamente porque o judeu era familiarizado tanto com o tema quanto com a metodologia da repetição dos ensinos. Mas, como nós não nos limitamos aos nossos filhos, e pregamos para mais pessoas, chamamos isso de discipulado.Pois bem. Até agora vimos, através do exemplo de Jesus, que devemos nos familiarizar com o texto sagrado.Primeiro preciso conhecer aquilo que depois vou transmitir. Na segunda semana, vimos que não basta descarregar o evangelho no ouvido alheio. Preciso, isso sim, buscar métodos adequados que possibilitem ao ouvinte não somente ouvir, mas entender o evangelho. É verdade que ele tem e deverá exercer seu livre arbítrio – eu preciso respeitar isso; mas, pela graça orientadora do Santo Espírito, devo fazer todos os sábios esforços para que ele ouça, entenda, e aceite o evangelho.E agora a Lição acrescenta mais um detalhe. Diga-se de passagem, O Detalhe. A Lição fala da oração. E já em seu verso para memorizar, temos o exemplo de nosso Salvador. Momentos antes de receber o beijo da traição dado por Judas, nosso Redentor, “levantando Seus olhos ao céu, disse: ‘Pai, é chegada a hora; glorifica a Teu Filho, para que também o Teu Filho Te glorifique a Ti… Manifestei o Teu nome aos homens… lhes dei as palavras que Tu Me deste; e eles as receberam… Eu

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rogo por eles… Santifica-os na Tua verdade; a Tua Palavra é a verdade… E não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela Tua Palavra hão de crer em Mim… Pai, aqueles que Me deste quero que, onde Eu estiver, também eles estejam comigo’” (João 17).Suponhamos que eu conte para você que falei de você para o presidente da Divisão Sul-Americana no ano passado, e que agora, em nosso novo encontro, ele tenha perguntado de você. Então, como agora você sabe disso, corre contar para seus contatos que o presidente sabe de você, se interessou e perguntou de você. Que alegria!Agora vamos aumentar o tom da conversa: “Jesus orou por você”. Jesus, irmãos! Jesus! E sabe o que isso significa? Dentre as boas coisas que significa, uma delas é que Jesus pensa em você, ama você, e ama os que dependem de você. E mais: significa que Jesus valoriza a oração. É disso que a Lição fala.Então deixemos a Lição nos falar…

Domingo – Compaixão Provada Pelo Tempo (12 de janeiro). Lembrem-se: a Lição não é sobre oração. É sobre a oração no processo do discipulado. Pense mais no “discipulado” do que na “fórmula da oração”. Mas, convenhamos, é verdade que frequentemente a oração tem assumido uma postura egocêntrica em nossa vida. É sabido que somos orientados a colocar a nossa listinha diante de Deus e até mesmo da igreja; no entanto, este instrumento divino tem servido mais para revelar o quanto pensamos em nós mesmos do que em nossos semelhantes. Infelizmente.Mas como eu não vou usar este espaço para corrigir eventuais deslizes em nosso objetivo ao orar, vou explorar dentro do contexto da Lição: tire o foco de você, e ore em favor de seu semelhante. Faça como Jesus fez.Associando isso ao tema “discipulado”, através da oração, exercite a compaixão em favor das pessoas. Se você entende que recebeu graça, deseje

essa graça para os outros. Se compreende da misericórdia divina, manifeste-a em favor dos outros. E a oração é um ótimo instrumento para isso. Faça uso dela para a salvação das pessoas.O profeta Daniel foi levado ainda jovem para o cativeiro babilônico. E, quando já idoso, lembrou-se da profecia de Jeremias, em que Deus havia prometido que Seu povo ficaria apenas 70 anos em Babilônia. Sendo assim, Daniel fez uma oração (Veja Daniel 9), pleiteando o cumprimento da Palavra de Deus. Mas veja a lógica da questão: não se retira uma grande multidão de um país para outro com tanta facilidade; e, em se demorando para os devidos preparativos, Daniel provavelmente aceitava que a resposta de Deus não seria necessariamente para o seu próprio tempo – mas nem por isso se acomodou ou foi egoísta. Se não para si, mas Daniel orou pelo povo judeu, a família de Deus, a nação que Deus amava. Daniel amava aqueles que Deus amava.O apelo da Lição é que você ore pelas pessoas por quem Jesus orou em João 17.Em sua igreja, fale para seus irmãos o nome das pessoas com quem você está ou quer estudar. Insista que os irmãos se lembrem desses nomes em suas orações. Criemos um vínculo de amor entre a igreja e as pessoas que desejamos façam parte dessa mesma igreja. Visualize aquele Dia, quando você terá a felicidade de apresentar várias e várias pessoas ao seu Salvador. Jesus vai abraçá-lo, e, no aperto do abraço, cochichar em seu ouvi: “Agradeço por você ter se preocupado com esses Meus filhos, e os ter trazido até Mim. Obrigado”.

Segunda – Tempo Para Oração (13 de janeiro). A oração é algo extraordinário. Sou um pecador, um indigno, um miserável. Já nasci para morrer. Meu futuro é a morte. Mas, aí, entra o meu maravilhoso Salvador. Ele é maravilhoso demais! Visitou Adão ainda no Éden, e assegurou-lhe a

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possibilidade de “conversa” através do que passamos a chamar de “oração”.Irmãos, que coisa extraordinária! Nosso Redentor Se permite ter comunicação instantânea e direta conosco. Nós somos pecadores, e Ele é o santo Criador do Universo!Quando Cristo assumiu a natureza humana, aceitou as limitações humanas, e passou a necessitar buscar força em Deus. Sendo assim, usou justamente o instrumento que Ele mesmo havia dado a Adão: a comunicação instantânea e direta da oração.Embora não estivesse diante do Pai na mesma condição dos pecadores, Jesus, como ser humano, precisava da oração. Separado da presença do Pai fisicamente, Jesus a Ele Se  unia espiritualmente por meio da oração.Agora, sendo eu pecador, indigno, miserável; se já nasci para morrer; e se meu futuro é a morte – por que aceito a sugestão mundana de não ter tempo para a oração? Por que não orar?É verdade que não é a oração que me salva; mas a oração me coloca em contato com o meu Salvador! Então, por que não orar? Por que não achar um tempo, e dedicar um tempo, e dar qualidade a um tempo para a oração?É dito que “atrás de todo grande homem existe uma grande mulher”. Mas, e atrás de um cristão?No teto de sua casa há uma lâmpada. Basta um clique seu, e você a faz brilhar. Mas, e o que tem atrás desse objeto? E o esforço de milhares de pessoas na instalação de fios e construção de usinas? Quantas pessoas participaram do desenvolvimento da tecnologia que possibilitou a lâmpada ser colocada no teto de sua casa, e a fazer brilhar?A vida vitoriosa de Cristo foi caracterizada pela oração – pelo tempo em oração.Ore mais, querido irmão, e incentive as pessoas a buscar Deus em oração.

Terça – Ensino Para Todos os Tempos (14 de janeiro). Tenho lembranças da minha mãe orando

conosco, quando ainda pequeninos. Lembro de quando meus filhos fechavam os olhos e juntavam as mãozinhas para a oração. Então chegou o tempo deles mesmos proferirem a oração.Quando levei minha filha para o pátio da Universidade, e suas colegas, que já estavam sujas de tintas, gritaram de longe que ela também havia passado no vestibular, ela me abraçou e sussurrou isso: “Obrigada, Senhor”.Nós fomos ensinados e ensinamos também que a oração é para todos os tempos. Não importa a ocasião, sempre é ocasião para orar.Irmãos, é muito difícil conhecer toda a Bíblia. Por mais que falemos dela para um interessado, sempre há perguntas que ou não sabemos a resposta ou não sabemos o suficiente. É difícil o aprofundamento em todas as questões. O interessado, até ele mesmo sente dificuldades em entender todas as questões que tentamos ensinar. Mas existe algo que podemos tranquilamente ensiná-lo: que orem.Ensinemos as pessoas a confiar em Deus. Que sejam ensinados a buscar a orientação diretamente do Trono Celestial. Que através da oração elas manifestem gratidão e louvor ao nosso Redentor.Essa é a vantagem da oração. Se não estamos com a Bíblia na mão, ou não há tempo disponível para um estudo, podemos no entanto fazer uma oração com nossos amigos. Eles mesmos podem ser instruídos a orar em todo e qualquer momento ou ocasião.Agora mesmo é momento para orarmos. Oremos para que haja mais interessados. Oremos por eles.

Quarta – Compaixão Para Todos os Tempos (15 de janeiro). Adão perdeu muito ao desobedecer. A natureza divina é de uma riqueza incalculável! Bem, só há uma maneira de entender “um pouco” sobre a natureza divina: prestar atenção em Jesus Cristo. Sim. Ele viveu entre nós com essa natureza. Ele é, então, a personificação da

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perfeição – todas as perfeições divinas foram reveladas nEle.Cristo tinha o senso da missão redentiva. Olhava para as pessoas e reconhecia que eles necessitavam reaprender sobre o amor e a compaixão de Deus. Esse tema era desfigurado para eles. Jesus veio para desnudar o assunto para a maltratada humanidade.Não precisou Cristo morrer por nós para que o Pai nos amasse. Não! Justamente por que nos amava é que o Pai enviou Seu Filho para fazer por nós o que fez.Ter Cristo vivido entre nós é como dizer que o Céu desceu até nós. Assim, está a “compaixão” disponível para todos nós agora, nesse exato momento, através do Mestre e de Seus discípulos. Isso mesmo! Nós somos o desdobramento da compaixão de Deus em favor daqueles que ainda não O conhecem, ou melhor, que ainda não se entregaram a Ele.Gosto desse tema. Entendo que ainda se fala muito equivocadamente sobre a natureza e o caráter de Deus. Atribui-se a Ele as desgraças que ocorrem em nosso planeta. Isso é inadmissível! E, vejam vocês, isso acaba por ser inculcado pelas pessoas, o que faz que tenham medo de Deus. Acham ser Ele um Deus cruel e vingativo.Ora, isso vai redundar no seguinte: dificuldade em voltar para Ele.Então, a Lição sobre “discipulado” quer nos ensinar que devemos não somente entregar folhetos ou dar estudo bíblico, mas revelar a compaixão divina. Amar. Ser misericordioso. Ser atencioso.Semana passada eu já havia dito que somos carinhosos ao dar uma receita de bolo para alguém. Irmãos, nós precisamos ser carinhosos sempre! Não só ao dar a receita de bolo, mas também ao dar a receita para a vida eterna! Vamos acariciar os corações demonstrando compaixão. O mundo precisa desse diferencial.

Quinta – Compaixão Reproduzida em Todos os Tempos (16 de janeiro). Interessante a Lição ter a palavra “oração” em seu título, mas

“compaixão” no seu desenrolar da semana. Isso chama a atenção. E a de hoje inclui um detalhe a mais: a palavra “reproduzida”.A compaixão é produzida em Deus. Cristo nos tem compaixão. Foi por Sua compaixão que nos foi apresentado o Plano da Redenção. Seu amor não mudou quando pecamos.A morte de Jesus demonstra que as pessoas Lhe são de um valor imenso. Sendo assim, é direito delas receberem a “nossa” atenção. Como discípulos do Mestre Redentor, a Sua compaixão é reproduzida em nós, para benefício de todas as pessoas, em todos os lugares, em todos os tempos.Como vocês sabem, devemos crescer juntamente com os desdobramentos da Lição. Na primeira, aprendemos que a Bíblia é muito importante para a vida espiritual do discípulo, que deve lê-la constantemente e ensinar seu semelhante a apreciá-la também. Na segunda, que, ao darmos instrução bíblica, devemos ser o mais inteligente possível, usando os métodos e palavras que se demonstrem os mais favoráveis às pessoas com quem nos relacionamos. A intenção é salvar!Esta terceira nos convoca à oração. Orar mais. Orar pelas atividades missionárias da igreja. Orar em favor das pessoas, desejando que elas façam parte, juntamente conosco, da grande multidão dos remidos.

Sexta – Conclusão (17 de janeiro). “Muito pouco é dito sobre o amor e a compaixão de Jesus. Cristo intercede constantemente pelos pecadores. Aqueles que cooperam com Ele devem fazer uma obra que corresponda à que Ele realiza no Céu. Jesus mantém aberta a porta do Céu para nós, e podemos fazer intercessão junto ao trono da graça, levantando mãos santas, sem ira nem dúvidas, apresentando diante dEle as pessoas pelas quais trabalhamos. Pela fé, podemos ver o Céu aberto, e o glorificado Filho de Deus, o Sumo Sacerdote de nossa salvação, suplicando pelos pecadores.

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Não é bastante pregar para as pessoas. Devemos orar em favor delas e com elas. Não podemos ajudá-las enquanto nos mantemos frios e indiferentes com elas. Devemos nos aproximar delas em simpatia e amor cristãos” (Review and Herald, 24/03/1903).

Lição 03 – Discipulado e oraçãoSemana de 11 a 18 de janeiroComentário auxiliar elaborado por Sikberto Renaldo Marks, professor titular no curso de Administração de Empresas da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ (Ijuí – RS)Este comentário é meramente complementar ao estudo da lição originalwww.cristoembrevevira.com - [email protected] – Fone/fax: (55) 3332.4868Ijuí – Rio Grande do Sul, Brasil Verso para memorizar: Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em Mim, por intermédio da Sua palavra; a fim de que todos sejam um; e como és Tu, ó Pai, em Mim e Eu em Ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que Tu Me enviaste” (João 17:20 e 21). Introdução   de sábado à tarde Podemos trabalhar para a igreja sem oração, com pouca oração ou com muita oração. Sem oração teremos resultados insignificantes; com pouca oração teremos resultados pequenos; com muita oração teremos resultados maiores. Fazer trabalho para a igreja sem oração é o mesmo que fazer separado de DEUS; com pouca oração é estar com DEUS de vez em quando; e com muita oração é estar sempre com DEUS. Fazer oração sem trabalhar é como fazer um curso superior mas nunca ter um emprego. Orai sem cessar quer dizer estar ligado com DEUS o tempo todo, orando e trabalhando. Não quer dizer estar de joelhos o tempo todo, mas em tudo o que fizermos, estar sintonizado com DEUS, e falando com Ele a qualquer momento, e com muita frequência.Já publiquei certa vez, mas nesta lição vale acrescentar um estudo feito sobre como Enoque andou com DEUS. Ele o fez por quatro maneiras. Conforme EGW (veja nas citações abaixo), tudo nos é possível fazer

também. Todos os grifos foram acrescentados.a) Em oração a DEUS – diálogo permanente com o Criador“Eles [os obreiros] não podem estar constantemente de joelhos, mas podemerguer o coração a Deus. Assim foi que Enoque andou com Deus.” (Evangelismo, 681)“Irmãos, orai no lar, em família, de noite e de manhã; orai ferventemente em vosso retiro; e enquanto empenhados em vosso labor diário, erguei a alma a Deus em oração. Foi assim que Enoque andou com Deus.” (Lar Adventista, 213)“Eles [Daniel e seus companheiros] tiveram todo o cuidado em conservar-se em contato com Deus. Oravam e estudavam, e introduziam na vida prática um espírito estrito e conscienciosamente humilde. Andavam com Deus, como Enoque andou.” (Medicina e Salvação, 276)“Enquanto empenhados em nosso trabalho diário, devemos erguer a alma ao Céu em oração. Todas as promessas da Palavra de Deus, todo o poder da graça divina, todos os recursos de Jeová, estão empenhados em   garantir-lhe o livramento . Foi assim que Enoque andou com Deus. E Deus era com ele, umsocorro presente em todas as ocasiões de necessidade. …” (Mensagens aos Jovens, 249)b) Senso da presença de DEUS   – Portar-se como um nobre na presença do Rei“E como Enoque andava com Deus? Habituou a mente   e o coração a sempre sentirem que ele   se achava na presença de Deus, e quando estava perplexo, suas orações ascendiam a Deus, para que o guardasse.” (Eventos Finais, 71)“Estamos em Cristo por uma fé viva. Ele habita em nosso coração pela nossa apropriação individual da fé. Temos a companhia da   presença divina , e aoreconhecermos essa presença, são nossos pensamentos levados cativos a Jesus Cristo. Nossos exercícios espirituais estão de acordo com a   intensidadede   nosso senso dessa companhia. Dessa maneira andou Enoque com Deus…” (Mensagens aos Jovens, 159)“Enoque andou com Deus. Ele honrou a Deus em todos os passos da vida. Em seu lar e nos negócios sempre inquiria: “Será

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isto aceitável ao Senhor?” E porlembrar-se sempre   de Deus e seguir Seus conselhos,   foi transformado em caráter , e tornou-se um santo homem, cujos caminhos agradavam ao Senhor.” (E Recebereis Poder, 95)“Enoque andou com Deus, e, a despeito disso, não viveu no meio de qualquer cidade corrompida com todas as espécies de violência e iniquidade, como Ló em Sodoma.” (Evangelismo, 68)c) Confiança total em DEUS – Fé que agrada a DEUS“Não vemos a Cristo em pessoa. É pela fé que O contemplamos. Nossa fé apega-se a Suas promessas. Foi assim que Enoque andou com Deus.” (MCP, 538)d) Servo ativo no serviço de DEUS – trabalhando pela salvação do próximo“Aquele que na verdade ama e teme a Deus, esforçando-se, com sinceridade de propósito, a cumprir a Sua vontade, colocará ao serviço de Deus, corpo, espírito, coração, alma e forças. Foi isto que se deu com Enoque.” (Meditações Matinais, 1968, pág. 190).“Enoque foi um ensinador público da verdade na época em que viveu. Ele ensinavaa verdade; vivia a verdade; e o caráter do ensinador que andava com Deus era, em todos os aspectos, harmonioso com a grandeza e santidade de sua missão.” (E Recebereis Poder, 253) Primeiro dia: Compaixão provada pelo tempoVamos a uma estória ilustrativa. Eram dois empresários novos. Estavam começando na vida empresarial. Um dos dois era ganancioso, afoito, apressado, centralizador e dominador. O outro era honesto, equilibrado, cauteloso, tratava bem as pessoas, delegava atividades e envolvia as pessoas. Num primeiro momento, o primeiro empresário saiu-se melhor, mas a médio prazo, o segundo empresário superou o primeiro. A longo prazo, o segundo empresário comprou a empresa do primeiro. Essa estória inventada tem seus paralelos reais.O que nos diz essa ilustração? A oração não pode ser como o primeiro empresário, egoísta, mas deve ser como o segundo,

altruísta. Uma oração egoísta se resume em “pedidos e agradecimentos” como se o motivo dela fosse sempre “eu”. A segunda oração envolve, além dessas duas coisas, a intercessão pelos outros, além de outros motivos, como o reavivamento e a reforma, a harmonia e unidade na igreja, projetos da igreja, e assim por diante.Daniel nos deu um exemplo de oração do segundo tipo. Nada consta de pecados que ele teria cometido e que tivessem resultado no exílio babilônico. Pelo contrário, Daniel e seus três companheiros eram tão fiéis a DEUS que até recusaram comer dos manjares do rei, algo visto como um grande privilégio. Contudo, quando Daniel ficou preocupado com o fim dos 70 anos de exílio, e do retorno para Jerusalém, ele orou. Daniel sabia a razão do exílio: a culpa pelos muitos pecados do povo. Daniel orou e se incluiu como um daqueles pecadores, embora é certo que não fosse o culpado. Ele orou dizendo “nós temos pecado contra Ti”, não que eles tenham pecado. Ele se incluiu como responsável pelo desastre da nação. E o que foi que aconteceu? Durante a oração ele foi atendido, e por essa oração, temos hoje a grande profecia dos 2.300 anos. Esta foi uma oração intercessora, não um conjunto de pedidos e agradecimentos, limitado a isso. Segunda: Tempo para oraçãoO que é a oração? Uma oração é conversar com DEUS, principalmente abrir o nosso coração a Ele. Portanto oração não se resume a pedidos e agradecimentos, mas muito mais que isso. Como somos seres sociais, a oração destina-se também aos outros. É como dar presentes a outras pessoas porque elas necessitam. A oração também destina-se aos planos da igreja, aos seus projetos, assim como aos ministérios pessoais de iniciativa das pessoas. Temos muitos assuntos para a oração. Podemos ainda tratar com DEUS sobre nossas tarefas diárias. Aliás, sobre o nosso trabalho do dia a dia podemos orar a qualquer momento. Também podemos orar pelo futuro, como por exemplo, sobre quando vier o decreto dominical, para que DEUS tenha piedade de nós e nos proteja. Não devemos ser egoístas e orar para que nada nos aconteça, pois está previsto que virão perseguições e muitos serão mortos. Mas ao menos é bom orar para

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que sejamos fortalecidos e vencedores sobre a besta.JESUS orava com frequência. Na verdade Ele orava todos os dias, e frequentemente Se retirava para orar a sós, ou com alguns poucos discípulos escolhidos por Ele. Orava de madrugada e chegava a passar muito tempo em oração. Antes de importantes decisões, como a da escolha dos apóstolos, ele orava mais intensamente. Quando Ele Se preparava para ser morto na cruz, no Jardim do Getsêmani, Ele pessoalmente bem que gostaria de ser poupado dessa hora, portanto orou pedindo que se possível não necessitasse beber daquele cálice, mas que não fosse feita a vontade dEle e sim a do Pai. E assim foi. Por vezes temos uma vontade definida sobre as coisas, mas não sabemos se esta é também a vontade de DEUS. Portanto, devemos orar por esse pedido e sempre emendar que seja feita a vontade de DEUS, que é melhor para nós. A oração que nos aproxima de DEUS e nos familiariza com Ele. Terça: Ensino para todos os temposQuem não conhece uma pessoa que fala demais? Não se consegue interromper, ela continua falando. Ela que interrompe as outras pessoas. Quando numa sala de aula, ela fala o tempo todo. Em meio a uma palestra, fica falando com as pessoas ao lado. Sinceramente, procuro evitar tais pessoas, elas me deixam nervoso. Nós queremos dialogar, não ficar calado só ouvindo. Quanto mais inteligente uma pessoa é, menos ela necessita de palavras para entender, mais ela se estressa em ouvir pessoas assim. Como é ruim estar com uma pessoa que fala demais e não respeita a vontade dos outros de dizer alguma coisa!Agora imagine DEUS, infinitamente inteligente, tendo que ouvir orações que repetem o tempo todo as mesmas palavras. Como Ele Se sente? Irá Ele atender e satisfazer quem fica rezando longo tempo sempre as mesmas palavras? Isso um dia, e outro dia, ao longo de anos, e até de séculos, sempre a mesma oração.Até mesmo as orações que não são ladainhas, mas que rodeiam muito o assunto, fazem longas introduções, que fazem uma espécie de elogio a DEUS, para então pedir alguma coisa especial, são ruins de se ouvir. Parecem também que pretendem convencer

a DEUS. A oração é para nós nos aproximarmos de DEUS, não procurar trazer DEUS até nós, nem para persuadi-Lo.Devemos ser objetivos em nossas orações, manter uma conversa agradável e proveitosa com Ele. Devemos ser diretos ao assunto, e procurar não ser repetitivos, com muitas palavras. Devemos simplesmente abrir o nosso coração a DEUS de modo sincero e elegante. Quarta: Compaixão para todos os temposHá pessoas que se dedicam aos outros o tempo todo. Madre Tereza de Calcutá foi uma delas, e sabemos de outras. Não são muitos os que têm tanta compaixão e conseguem dedicar sua vida aos semelhantes. JESUS foi uma dessas pessoas. E nem todos devem ou podem fazer isso, cada um deve dedicar-se a DEUS conforme o seu dom, capacidade e tempo.JESUS, para se dedicar aos semelhantes não fez outra coisa em Sua vida. Vivia para os outros, e morreu pelos outros. Ele bem que poderia ter trabalhado um pouco para Si mesmo, para obter fundos, algum recurso. Poderia ter sido um professor que cobrasse pelo trabalho. Ou mesmo, com Sua capacidade, poderia ter abraçado qualquer profissão rentável. Por exemplo, poderia ter um campo com lavoura e administrar de longe por meio de empregados, ganhar muito dinheiro e financiar Suas atividades por conta própria. Mas Ele não fez isso. Qualquer coisa que fizesse, mesmo se delegasse poder a outros para fazer por Ele, mesmo que administrasse de longe, ocasionalmente, e que alguém cuidasse das finanças por Ele e prestasse contas, algum tempo teria que dedicar a essa atividade. E esse tempo seria menos para a oração, menos para o ensino ou para atender ao público.O ministério de JESUS era para Ele tão importante que não admitiu que qualquer coisa, mesmo relevante, interferisse; nem mesmo trabalhar pelo Seu sustento ou pelo financiamento de Sua missão. Isso tudo foi providenciado por outras pessoas que cuidavam das necessidades de JESUS. Ele orava pelos outros, curava, ensinava, repreendia, orientava e formava líderes espirituais para o futuro. Ele estava fundando a Sua igreja, que se manteve ao longo do tempo. Ele não poderia perder

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tempo com outros compromissos pois eles interfeririam em Sua missão.Não estamos querendo dizer que todos nós devemos fazer o mesmo. Não é assim que JESUS nos serve de exemplo. Talvez um ou outro, sim, deva dedicar-se por inteiro a DEUS, mas a maioria precisa trabalhar de modo diferente. Porém todos nós devemos dedicar algum tempo, e geralmente mais que dedicamos, para os assuntos de salvação. Quinta: Compaixão reproduzida em todos os temposNós devemos orar constantemente e por tudo o que fazemos. Não temos esse costume e é uma falta. Temos pouco poder por falta de oração. O adventista em geral ora antes das refeições e ao dormir. São orações rotineiras e curtas, geralmente com as mesmas palavras. Há pouca intercessão e pouca oração pelas ações da igreja, pelos líderes e pelos interessados. Em geral, nossas orações são sempre pelos mesmos motivos já decorados. Elas quase sempre incluem um pedido para que os pecados sejam perdoados. Mas esse pedido tornou-se tão rotineiro que é dito sem pensar no que significa. É uma frase acrescentada no final da oração, mais ou menos assim: “…e perdoe os nossos pecados, amém.”Para continuar assim, tenho uma sugestão. Escrever aquilo de sempre num papel, colocar num quadro bonito e pendurar na parede. Então sempre que orarmos podemos dizer assim: “Senhor DEUS, está tudo escrito no quadro, amém.” Ridículo né? Mas o que muitos de nós fazemos é como se fosse assim, com a única diferença de, em lugar do quadro, repetem sempre as mesmas coisas. Como poderemos ter poder em uma situação assim? Precisamos mudar, precisamos aprender a orar. Quem prega poderia elaborar sermões sobre como orar.Os crentes do início do cristianismo oravam muito mais. Eles oravam pela unidade, e assim se tornaram muito unidos. Oravam pelos missionários. Oravam ao consagrar um pregador e um missionário, oravam nas despedidas e nas chegadas. Oravam durante a ausência do missionário, pelo seu trabalho. Nunca desistiam de orar, e jamais só oravam, mas também trabalhavam. É isso que nos está faltando, ser como foi Enoque. 

Resumo e aplicação – Sexta-feira, dia da preparação para o santo sábado:a)      Síntese dos principais pontos da lição

Qual o foco principal?O foco desta semana é a oração em nossa vida. Ela vem se resumindo em “pedidos” e “agradecimentos”? Orações devem ser conversas com DEUS, que sejam proveitosas. Por exemplo, podemos elaborar um sermão por meio de oração. Também podemos orar pelos interessados ou por aqueles que escolhemos para orar.

Quais os tópicos relevantes?O tópico mais relevante é que a oração deve estar associada ao trabalho. Ou seja, uma oração sem atividade missionária torna-se egoísta, um conjunto de pedidos para si. Já a oração de quem faz algo pelos outros tem um sentido missionário.Você descobriu outros pontos a acrescentar?_________________________________________________________________________ b)      Que coisas importantes podemos aprender desse estudo?Devemos orar como Daniel, dizendo “nós” não “eu”. Daniel dizia “nós pecamos”, ele se incluiu, embora fosse sempre fiel a     DEUS. Mas ele pertencia a um povo pecador, portanto, fazia parte.Que aspectos posso acrescentar a partir do meu estudo?_________________________________________________________________________ c)       Que providências devemos tomar a partir desse estudo?Orar por pessoas que queremos que se salvem, e fazer algo por elas.O que me proponho a reforçar, se for bom, ou mudar se for mau, em minha vida?_________________________________________________________________________ d)     Comentário de Ellen G. White“Deus tem na Terra uma igreja que está erguendo a lei pisada a pés, e apresentando aos homens o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. A igreja é depositária das abundantes riquezas da graça de Cristo, e pela igreja será finalmente exibida a última e plena manifestação do amor de Deus ao

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mundo, que deve ser iluminado com Sua glória. A oração de Cristo, de que a igreja fosse uma, como Ele e o Pai eram um, será afinal atendida. Será conferido o rico dom do Espírito Santo, e por Seu constante suprimento aos filhos de Deus tornar-se-ão eles testemunhas no mundo, do poder de Deus para salvação” (A Igreja Remanescente, 46). e)      Conclusão geralComo dizia o saudoso pastor Siegfrid Hofmann: “Nenhuma oração, nenhum poder; pouca oração, pouco poder; muita oração, muito poder.” É de se refletir sobre isso.Qual é o ponto mais relevante a que cheguei com este estudo?_________________________________________________________________________ Assista o comentário clicando aqui.

Auxiliar - Resumo

: João 17:20, 21 

O aluno deverá... Saber: Que a oração é um ingrediente essencial no discipulado.

Sentir: A importância e a necessidade de oração, admitindo também que ela está envolvida em mistério.

Fazer: Cultivar uma atitude de oração que permeie sua vida diária.

Esboço I. Conhecer: A oração não se trata apenas de "obter coisas".A. Mencione alguns dos grandes heróis de oração na Bíblia. Nossos ideais sobre a oração refletem a experiência deles?B. Que palavra você usaria para descrever a oração eficaz? Por que você escolheu essa palavra? O que ela diz sobre Deus? 

II. Sentir: A oração eficaz não tem uma fórmula secreta.A. Oração é comunicação com Deus, pura e simples. Que assuntos surgem com mais frequência em sua conversa com Deus? Por quê?B. É importante para você saber que Deus Se preocupa com o que você se preocupa? Como você se sente ao saber que Ele ouve sua oração?C. Por que é tão difícil dar a Deus a liberdade de responder às nossas orações em Seu próprio tempo? III. Fazer: Orar sem cessarA. Os grandes heróis de oração na Bíblia tinham Deus como uma realidade presente. Você cultiva essa realidade em sua vida?B. Sua família, amigos, colegas de trabalho percebem que você é uma pessoa de oração? Resumo: Há poder na oração. Não é que nós dizemos a Deus o que Ele deve fazer. É que, mediante a oração, pensamos e vivemos de acordo com Seus pensamentos.

 Ciclo do Aprendizado

MotivaçãoFocalizando as Escrituras: João 17:20, 21Conceito-chave para o crescimento espiritual: A oração é um ingrediente essencial no discipulado. Ela envolve muito mais do que apenas "obter respostas".

Somente para o professor: A maioria das pessoas mantém uma série de equívocos sobre a oração. Elas a tratam como se fosse algum tipo de fórmula mágica que "obriga" Deus a fazer tudo o que pedimos a Ele. Outros acreditam que, se não recebem o que pedem, não estão se esforçando o suficiente na oração ou que sua experiência espiritual é de alguma forma deficiente. A lição desta semana vai mostrar que a oração respondida não é necessariamente um

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meio confiável para avaliar a condição espiritual de alguém. Atividade de abertura: discussãoPeça que os alunos descrevam suas primeiras lembranças de experiências com a oração. Tais experiências podem incluir orações simples (por exemplo, "Agora eu me deito para dormir [...]"), envolver respostas notáveis à oração, ou envolver crises, nas quais sinceras preces parecem ter sido ignoradas. Procure oferecer um lugar seguro em que as pessoas possam compartilhar francamente sua experiência, sua fé e suas dúvidas. CompreensãoSomente para o professor: É fácil simplificar a experiência de oração, deixando a impressão de que Deus "sempre" faz isso ou que Ele "nunca" faz aquilo. Na verdade, como veremos, a oração é uma das mais misteriosas atividades de Deus em nossa experiência. Devemos sempre orar, mas não devemos alegar crédito demais pelo que acontece quando oramos.

Comentário Bíblico 

I. A oração de um justo - (Recapitule com a classe Dn 9:2-19.)Entre os aspectos interessantes da oração de Daniel estão os seguintes: Primeiro, Daniel orou na primeira pessoa do plural. Isso é significativo porque muitas vezes, quando oramos pelos outros, não nos identificamos com eles. Mas a oração de Daniel foi: "Nós temos cometido pecado e somos culpados. Temos sido ímpios e rebeldes, e nos afastamos dos Teus mandamentos e das Tuas leis" (Dn 9:5, NVI, grifo acrescentado). Ainda que Daniel seja um dos poucos personagens da Bíblia sobre o qual nada negativo esteja escrito, ele ainda se identificou com seu povo que, sem dúvida, era culpado de todas as coisas mencionadas. Quando Daniel orou, não procurou colocar a culpa "neles"; em

vez disso, usou os termos "nós" e "nos", e o verbo temos na primeira pessoa do plural. Ele se identificou totalmente com seu povo.

Depois que Daniel confessou seu pecado e o pecado de seu povo, ele exaltou a Deus em termos que reconheceram o poder majestoso de Deus. Usou palavras como "grande", "temível" (v. 4), "justo" (v. 7, NVI), "misericordioso", "perdoador" (v. 9, NVI). Em outras palavras, depois de confessar as deficiências dele e do povo, Daniel reconheceu que sua única esperança estava na misericórdia e perdão de um grande e justo Deus.

O pedido de Daniel foi simples e ao ponto: "Senhor, ouve! Senhor, perdoa! Senhor, vê e age!" (v. 19, NVI). Daniel não pretendeu dizer a Deus o que fazer. Ele apenas pediu que Deus agisse em favor de Seu povo.

Pense nisto: Embora sejamos ensinados a orar fervorosa e persistentemente, a oração de Daniel nos lembra de que devemos confiar na ação divina em nosso favor, da forma que melhor se ajuste aos Seus propósitos, não aos nossos. De que outros exemplos bíblicos de oração poderosa e eficaz você se lembra? Você já orou como Daniel? Qual foi o resultado? Por quê? II. Orar sem cessar - (Recapitule com a classe Mc 1:35.)O exemplo de Jesus Se levantando para orar enquanto ainda estava escuro, juntamente com o registro de que Ele muitas vezes passava noites inteiras em oração, levou alguns a pensar que Deus é de alguma forma honrado se sacrificamos o sono em favor de uma vida de oração mais intensa.Mas em nenhum lugar (exceto, talvez, no Jardim do Getsêmani) Jesus deu a impressão de que há alguma virtude em colocar a oração no lugar das horas de descanso.Dito isso, podemos nos lembrar de ocasiões em que estivemos tão sobrecarregados por situações e

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circunstâncias além do nosso controle, que dormir, e até mesmo comer, era praticamente impossível. Além disso, embora nossos fardos nos tivessem impedido de dormir, nossa única esperança esteve em nos apegarmos a Deus e orar como Jacó: "Não Te deixarei ir se me não abençoares" (Gn 32:26).Se tem uma coisa que aprendemos com a luta prolongada de Jacó com o anjo, e com as longas e escuras horas da experiência de Cristo no Getsêmani, é o valor da persistência e perseverança na oração.Pense nisto: A oração, como a salvação, é um assunto de fé, não de obras. Não oramos a fim de torcer o braço de Deus para que Ele nos dê o que pedimos, mas porque não podemos fazer mais nada (aonde mais poderíamos ir?). Quando você acha mais difícil orar? Como você supera essa dificuldade? Defina oração ao completar esta frase: Para mim, oração é

III. Orar sem respostas - (Recapitule com a classe 2Co 12:7-10; Lc 22:39-44.)Infelizmente, muitos cristãos, quando abrem o coração, dizendo que não recebem resposta às suas orações, são informados de que não têm fé suficiente, ou que oraram da forma "errada". Em outras palavras, se eles tivessem mais fé, ou se orassem corretamente, Deus seria obrigado a responder suas orações exatamente como desejaram.

Embora isso soe plausível na teoria, de fato, a oração não funciona assim. Oramos a um Deus totalmente sábio e amoroso, porque não podemos confiar em nós mesmos para pedir as coisas certas, ou mesmo para saber quais são as coisas certas.

O apóstolo Paulo mencionou "um espinho na [sua] carne, mensageiro de Satanás", enviado para atormentá-lo (2Co 12:7). Ninguém acusaria Paulo de ser incrédulo, entretanto, por mais que ele orasse por alívio, aparentemente

Deus permitiu que o seu pedido ficasse sem resposta.

Com o benefício da retrospectiva, Paulo foi capaz de admitir que Deus sabia o que estava fazendo. "Então, Ele me disse: A Minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza" (v. 9). Paulo concluiu: "Portanto, eu me gloriarei ainda mais alegremente em minhas fraquezas [...] Pois, quando sou fraco é que sou forte" (v. 9, 10, NVI).

Outro exemplo de oração que aparentemente ficou "sem resposta" foi a oração de Jesus no Jardim do Getsêmani (Lc 22:39-44). Com o peso dos pecados de todo o mundo em Seus ombros, ninguém censuraria Jesus por implorar que Seu Pai removesse aquele fardo. Poderíamos até argumentar que o Pai removeu tal fardo, mas somente depois que Cristo venceu o pecado, mediante Sua morte e ressurreição.

Em vez disso, Jesus Se submeteu à perfeita vontade de Seu Pai e aceitou ser tratado de acordo com a exigência do plano da salvação. Embora Jesus tivesse suficiente "fé" para Se livrar da morte, Ele também tinha suficiente "fé" para seguir em frente e fazer Sua parte na salvação da humanidade.

Pense nisto: Será que é preciso mais fé para conseguir o que queremos ou para expor nosso caso diante de Deus e aceitar o que Ele oferece, com base em Sua perfeita vontade?

 Questões para discussão:1. Você prefere adorar um Deus que pode ser persuadido a responder nossas orações, de qualquer maneira? Ou prefere acreditar em um Deus que responde as orações de tal forma que, às vezes, só entenderemos plenamente na eternidade?2. Que personagem bíblico, texto, promessa, etc., tem influenciado mais sua compreensão da oração como disciplina espiritual?

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AplicaçãoSomente para o professor: O assunto da oração é complexo e, além disso, também pode ser uma fonte de culpa. Embora algumas pessoas, ao que parece, estejam sempre prontas para compartilhar histórias sobre alguma resposta incrível à oração, para outras uma resposta verdadeira à oração é rara. Por essa razão, esse assunto deve ser apresentado com muita sensibilidade. AplicaçãoQuando Paulo instruiu os santos em Tessalônica a "[orar] sem cessar" (1Ts 5:17), Ele não estava dizendo que eles tinham que ficar continuamente ajoelhados. Ele estava dizendo que o coração e a mente deles deviam estar sempre em atitude de oração. AtividadePeça que os alunos compartilhem experiências sobre lugares inusitados ou formas incomuns que eles encontraram para orar "sem cessar".1. Simplificando, a oração é comunicação, tanto falar quanto ouvir. Deus tem falado com você? O que Ele disse?2. Como você sabe quando está orando "satisfatoriamente"?

Criatividade e atividades práticasSomente para o professor: O sucesso de uma vida de oração nada tem que ver com a quantidade de "respostas" que se recebe ou com aquilo que se recebe fisicamente como resultado da oração. O sucesso é medido mais pela qualidade da nossa comunicação com Deus, tanto falando com Ele quanto ouvindo Sua voz. AtividadeDistribua para cada aluno um pedaço de papel. Peça que cada um classifique sua vida de oração numa escala de 1 a 10, e escreva o número no papel, sem mostrar o papel a ninguém. Peça que o aluno dobre o papel e o coloque em uma caixa ou outro recipiente.Misture os pedaços de papel. Em

seguida, peça que os alunos reflitam silenciosamente sobre o que precisa melhorar em sua vida de oração (por exemplo, necessidade de orar mais, ter fé mais profunda, etc.).Finalmente, retire os papéis do recipiente, um por um, lendo cada número sem fazer qualquer comentário. Depois que todos os números forem lidos, conclua a lição, orando para que os alunos tenham uma nova experiência com Deus, como resultado de uma vida de oração mais significativa. Planejando atividades: O que sua classe de Escola Sabatina pode fazer na próxima semana como resposta ao estudo da lição

DISCIPULADO E ORAÇÃO

VERSO ÁUREO: “E não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela tua palavra hão-de crer em mim; para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.” João 17:20-21

INTRODUÇÃO: Não existe verdadeiro discipulado cristão sem dedicação à oração diária à Jesus, nosso Criador e Mantenedor. A comunhão com o Mestre divino é essencial para que haja discipulado. A igreja de Jesus é responsável por receber e transmitir a luz do evangelho aos corações das pessoas. A oração que Jesus fez em João 17, pedindo a unidade, vai cumprir-se com o derramamento do Espírito Santo sobre a terra, através da chuva serôdia. Será derramada a Chuva Espiritual para que os filhos de Deus preguem, com todo o poder e força, e haverá uma farta colheita de almas para o reino de Jesus. Os filhos de Deus que hoje estiverem pedindo o Celeste Dom, O receberão. A verdadeira unidade não é o ecumenismo como muitas confissões religiosas pretendem, mas sim a unidade dos filhos de Deus que são verdadeiros discípulos de Cristo por

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obedecer os 10 mandamentos da lei de Deus.

A oração na vida do discípulo de Jesus exerce algumas funções fundamentais:1) A oração é uma forma de servirmos a Deus. Ver Lucas 2:36-30. Oramos porque Deus nos ordena que o façamos. Ver Filipenses 4:6-72) A oração é exemplificada por Cristo e pela igreja primitiva. Ver Marcos 1:35; Atos 1:14; 2:42; 3:1; 4:23-31; 6:4; 13:1-3. Se Jesus achava que valia a pena orar, também devemos achar.

3) Deus determinou a oração como meio para que pudéssemos obter Suas soluções em inúmeras situações: a) Preparação para grandes decisões. Ver Lucas 6:12-13 b) Derrubar barreiras demoníacas na vida das pessoas. Ver Mateus 17:14-21. c) Ajuntamento de obreiros para a colheita espiritual. Ver Lucas 10:2. d) Obtenção de forças para vencer a tentação. Ver Mateus 26:41. e) Um meio de fortalecer-nos e aos outros espiritualmente. Ver Efésios 6:18-19

4) Temos a promessa de Deus que nossas orações não são em vão, mesmo se não recebemos especificamente o que pedimos. Ver Mateus 6:6 e Romanos 8:26-27.

5) Deus prometeu que quando pedirmos por coisas que estejam de acordo com Sua vontade, Ele nos dará o que pedirmos. Ver I João 5:14-15. https://pt-br.facebook.com/iasdlagoa/posts/562383583843584?stream_ref=10

Comentários Bíblicos do Dr. Bruce Cameron

Lição 3 - Discipulado e Oração - (Mateus 6)  Introdução: Como está sua vida de oração? Se você é como eu, sua resposta é “inadequada e precisa melhorar.” Nas minhas caminhadas matinais, tento orar e buscar a direção de Deus para escrever estas lições. Entretanto, minha mente é como a de um esquilo, constantemente, tentando lançar-se em outros assuntos. Se você acha que sua vida de oração poderia utilizar-se de

melhorias, vamos correr para dentro de nossos estudos bíblicos, para ver como podemos melhorar nossas conversas com Deus!

I. Preparando-se para a Oração

A. Leia Mateus 6:5 e Mateus 6:1. Quem está falando aqui? (Jesus.)

1. Sobre que norma de conduta de vida Ele está nos falando? (O trabalho realizado para a glória pessoal não será recompensado por Deus.)

2. Que tipo de recompensa está sendo discutida aqui? (Isso não pode ser a salvação, pois, então, nossas obras ganhariam a salvação. Ela deve ser algo pessoal e a recompensa será dada por Deus, aqui ou no céu.)

3. No últimos anos, fiz amizade com um grande teólogo que é, incrivelmente, humilde. Meus motivos estão sempre misturados toda vez que prego ou ensino. Uma parte dos meus motivos é fazer o meu melhor para que os outros pensem que sou muito bom e, a outra parte, é ajudar as pessoas a compreenderem melhor a Bíblia. Indaguei este santo humilde sobre isto e ele disse que também tem seus motivos misturados. Se isto é verdade para você, o que este texto quer dizer? (Ou você tenta recompensar-se, ou você tem a recompensa de Deus. Qual você prefere?)

4. Qual o princípio básico da oração que aprendemos aqui? (A oração não deveria ser sobre a glória pessoal. Ela não deveria ser sobre “buzinar em nosso próprio chifre.” { Ou, gabar-se dos próprios talentos.})

B. Leia Mateus 6:6. Por que é melhor orar em secreto? (Evita o problema de orar, para ser ouvido por outras pessoas - e Deus nos recompensa.)

1. Este problema se estende a outros aspectos do serviço da igreja - que as pessoas estão envolvidas para serem vistas? (Tenho observado que as pessoas, quando estão fazendo um pedido de oração, na igreja , querem pregar. Pessoas que tem musica especial, querem pregar. Não importa qual a parte específica do serviço da igreja, alguns querem transformá-la em um mini-sermão. Por

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que isto? Suspeito que isto tem a ver com glória pessoal.)

C. Leia Mateus 6:7-8 e 1 Tessalonicenses 5:16-18. Por um lado, é-nos dito para não ficar repetindo sempre a mesma coisa e, de outro lado, somos instruídos a "orar, continuamente”. Como você concilia estas duas idéias? (Neste momento, tenho uma prioridade de oração, para um parente próximo. É difícil para mim, evitar a "murmuração" (exatamente, a repetição da oração). Uma coisa que aprendi ao longo dos anos, está na atitude da oração. Ter uma parte de sua mente em contato com Deus, para Sua continua orientação.)

1. Você já pensou que a oração é como ter alguém falando com você? Você apreciaria a outra pessoa repetindo a mesma coisa, continuamente, como se ela tivesse a doença de Alzheimer? (Não! Tenho certeza que Deus, também, não aprecia.)

2. Se repetir está fora, como vamos deixar Deus conhecer aquelas coisas realmente importantes para nós? (Podemos apenas dizer. Ao mesmo tempo, acho que Deus entende quando falamos, repetidamente, sobre algo que é muito importante para nós. Entretanto, não deveríamos repetir, negligentemente, as mesmas palavras.)

D. Veja, novamente, Mateus 6:8. Se Deus já conhece minhas necessidades (e eu, certamente, acredito nisto) então, por que, absolutamente, preciso orar? (Isso ajuda a desbloquear a solução para os problemas, de nossa discussão prévia. Se a oração não é para alertar a Deus das coisas que Ele já conhece, então a oração deve ser, principalmente, para nosso benefício. A repetição não deveria encorajar-nos mas, compartilhar nossas mais profundas preocupações com Deus é que deveria nos encorajar.)

II. Oração Modelo

A. Leia Mateus 6:9. O que, exatamente, você acha que Jesus quer dizer com: “Vocês, orem assim"? Devemos repetir esta oração específica?

1. Se apenas recitarmos esta oração estaríamos, negligentemente, repetindo?

2. Se você estivesse ensinando alguém a orar, como você faria? (Nós fornecemos exemplos de coisas para ajudar as pessoas a aprender. Na minha própria vida de oração, considero cada parte da Oração do Senhor como um exemplo para nos ensinar a ordem e os tópicos das nossas orações. Vamos explorar isto em mais detalhes.)

B. Leia Mateus 6:9, novamente. Como devem iniciar nossas orações? (A primeira coisa é louvar {exaltar, glorificar, enaltecer, adorar}. Acho que cada oração deveria iniciar com louvor a Deus.)

1. Por que? Deus precisa de elogios para conceder nossos pedidos? (Isto volta nossa mente para o fato de que nossa prioridade essencial na vida é dar glórias a Deus. Lembra-nos da grandeza de nosso Deus – que é, também, nosso Pai! Que pensamento!)

C. Leia Mateus 6:10. Qual é o próximo tópico de nossas orações? (Quando Jesus voltar, o objetivo de Deus será alcançado e o pecado, morte e doenças irão embora. Queremos que a vontade de Deus seja feita em nossas vidas e em nosso mundo, agora mesmo. Este é o momento em que podemos falar com Deus sobre nossos objetivos e nossos problemas, na vida.)

D. Leia Mateus 6:11. Aqui, sobre o que Deus nos encoraja a orar? (Nossas necessidades! Dá-nos o que precisamos , Senhor. É ótimo orar pelos outros, mas Deus nos encoraja a orar por nós mesmos.)

E. Leia Mateus 6:12. Nas suas orações comuns, que tópicos você discute primeiro? (Meu instinto normal é pedir perdão pelos meus pecados. De certo modo, acho que esta deveria ser a ordem principal do negócio, antes de eu entrar em qualquer outra coisa mais.)

1. Por que você acha que o perdão dos pecados deve vir depois da adoração, problemas e necessidades? (Pedir perdão não reflete a prioridade essencial de Deus para nossa vida de oração.)

2. Observe o qualificador sobre o perdão. Sobre o que repousa o perdão de nossos pecados? (Leia Mateus 6:14-15: perdoar os outros.)

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a. Você tem alguém que não perdoou? Se assim for, o que as palavras de Jesus sugerem? (Que Deus não perdoará seus pecados. Este é um assunto sério.)

b. Sua atitude, em geral, é perdoar aqueles que não conseguem atender suas normas?

F. Leia Mateus 6:13 e Tiago 1:13-15. Jesus pede a Deus para não nos levar à tentação, mas Tiago diz que é impossível. Devemos apenas anular esta parte da oração, porque não temos que nos preocupar com a tentação de Deus sobre nós?

1. Leia Mateus 4:1. Aqui, Jesus está sendo conduzido pelo Espírito Santo, na tentação. Tiago está apenas confuso?

G. Vamos ler um par de outros textos que possam nos ajudar. Primeiro, leia Mateus 26:38-39. O que Jesus está pedindo aqui? (Jesus está entrando em uma época de terrível tentação. Ele, naturalmente,quer evitar isso. Ele ora para que Deus remova essa tentação.)

H. Segundo, leia Jó 1:9-12. Qual o papel de Deus nas tentações que se seguem na vida de Jó? (Deus as permitiu.)

I. Vamos ver um motivo comum entre Tiago 1:13 e esses outros textos, especialmente, Mateus 4:1? (Em nenhum desses textos vemos Deus tentando alguém. É sempre satanás quem faz a tentação. Há muito tempo eu pensava que em Mateus 4:1, o Espírito Santo tivesse guiado Jesus até satanás, antes que satanás estivesse, totalmente, preparado. Essa primeira tentação não parece ser resultado do tipo da preparação que vimos no Jardim do Éden. Assim, a tentação virá para todos nós, e acho que Jesus está pedindo que a tentação não seja autorizada a vir até nós, enquanto não somos capazes de lidar com ela. Naturalmente, o que Tiago diz sobre tentação e nosso processo de pensamento deveria soar verdadeiro para todos nós.)

J. Vejamos a última parte de Mateus 6:13. Como isso se encaixa na discussão que tivemos, quanto a Deus estar controlando quando somos tentados? (Jesus pede vitória sobre o pecado e sobre satanás.)

1. Que tópico isso sugere para nossas orações? (Deveríamos orar pelo problema de nossos pecados. Deveríamos pedir a ajuda de Deus para vivermos uma vida santa.)

2. De que outras formas podemos estar livres de satanás? (Este é o momento quando oro por minha família, por mim mesmo e as necessidades das outras pessoas, para estarem livres de satanás.)

K. A Nova Versão Internacional da Bíblia (a que usamos aqui) não contém a linguagem “ porque Seu é o reino e o poder e a glória para sempre. Amém”. Isto porque nenhum dos manuscritos antigos contém esta linguagem. Parece que alguém, ao copiar a Bíblia se empolgou e acrescentou isto. Entretanto, gosto de terminar minhas orações, assim como as iniciei - com louvor a Deus.

L. Amigo, você vai reservar algum tempo de silêncio com a Oração do Senhor (a oração em Mateus 6) e usá-la como um exemplo para sua oração a Deus?

III. Próxima semana: Discipulado das Crianças.

Vídeos da lição:http://novotempo.com/codigoaberto/videos/codigo-aberto-licao-3-discipulado-e-oracao/http://youtu.be/xiHlrJjqWiYhttp://videos.adventistas.org/pt/editoria/biblia/3-discipulado-oracao-1tri2014-esboco-escola-sabatina/http://escolateologica.org/licoes-da-biblia-licao-3-discipulado-e-oracao/https://eltuboadventista.com/mobile/watch_video.php?v=b2852c91a0e9929d88cc