Ligações soldadas

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Resumo sobre Ligações Soldadas em Estruturas Metálicas

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  • Instituto Federal de Cincia, Educao e Tecnologia do Maranho - IFMA

    Engenharia Civil Estruturas Metlicas

    So Lus - 2015

    Ligaes soldadas ALUNOS:Fabiano Teixeira

    Kathleen Santana Joo Pedro de Mello

    Rafaella Gondim Thayna Nazareno

  • Instituto Federal de Cincia, Educao e Tecnologia do Maranho - IFMA

    Engenharia Civil Estruturas Metlicas

    So Lus - 2015

    Ligaes soldadas Trabalho apresentado para

    avaliao na disciplina de Estruturas Metlicas, do curso de Engenharia Civil, turno integral, do Instituto Federal do Maranho, ministrada pelo professor Andr Muller.

  • 1

    1. INTRODUO

    A soldagem o mais importante processo de unio de metais usado

    industrialmente. Apresenta aplicaes muito variadas que abrangem desde a

    construo de itens simples, de baixa sofisticao, muitas vezes usados em

    aplicaes de pouca responsabilidade, at estruturas e componentes sofisticados

    que, caso falhem, podem colocar em risco a vida humana, causar danos ao

    ambiente e gerar enormes prejuzos. Em muitas destas aplicaes, a soldagem

    pode complementar ou competir com outros processos de unio (unio

    mecnica, colagem e outros) e de fabricao (como a fundio, conformao

    mecnica e a usinagem), sendo importante, para o sucesso da aplicao, a

    correta escolha e aplicao do processo de soldagem a ser usado. A seguir

    faremos uma apresentao simples dos processos mais usuais de soldagem.

    2. DEFINIO

    A solda utilizada na fabricao e recuperao de peas, equipamentos

    e estruturas. A soldagem tem por definio, como sendo um processo de unio

    de materiais por meio da fuso de um ou ambos os materiais em contato.

    Cotidianamente ouvimos que o ato de soldar a prpria solda, mas na verdade,

    solda o resultado do processo de soldagem.

    Ento o termo soldagem (welding) o processo de unio de materiais, a

    solda (weld) o resultado deste processo. similar, por exemplo, a Fundio e

    Fundido (ou pea fundida) e Laminao e Produto laminado (por exemplo, uma

    chapa).

    3. CINCIA DA SOLDAGEM

    As principais soldas utilizadas em estruturas metlicas so as de energia

    eltrica. A fuso do material se d por um arco eltrico entre um eletrodo e a

    pea matriz. Assim, de forma geral, apresentamos abaixo (Fig. 1.1) um esquema

    geral deste processo.

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    Figura 1.1: Cincia da Soldagem.

    O arco eltrico se fecha entre o eletrodo energizado e o metal base. Por

    aquecimento ocorre fuso do eletrodo que preenche ou interliga os espaos

    formando a poa de fuso. Em toda solda eltrica necessrio que o material

    fundido seja protegido do ar atmosfrico, a fim de no gerar impurezas na solda.

    Esse isolamento feita de vrias formas, contudo, o mais usual e comum a

    utilizao injeo de gases inertes (ou expulsadores do ar atmosfrico) no

    instante da soldagem. Estes tomam conta do espao local da soldagem,

    impedindo a presena do ar atmosfrico.

    H tambm os revestimentos dos eletrodos e preenchimentos de

    eletrodos tubulares, que quando da sua fundio, esses revestimentos e

    preenchimentos, tornam-se gases inertes.

    4. CUIDADOS GERAIS

    Por se tratar de um procedimento fsico-qumico, a soldagem requer

    alguns cuidados peculiares para que se obtenha os resultados esperados. Logo

    de esperar que esses cuidados estejam nos ramos da fsica e qumica.

    Nas soldagens em estruturas metlicas deve-se ter extrema ateno as

    retraes causadas pelos resfriamento da solda, o que causa distores nas

    estruturas. Logo deve-se prever a sequncia mais adequada para as etapas de

    soldagem, de uma forma tal que a distoro de uma pea seja compensada por

    outra. Alm disso, h a ocorrncia de tenses residuais devido ao aquecimento

    no uniforme das partes metlicas. Assim, em determinadas aplicaes,

    1.Revestimento de Fluxo 2.Vareta (Alma) 3.Gs de proteo 4.Poa de fuso 5.Metal base 6.Metal de solda 7.Escria solidificada

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    necessrio, por exemplo, o pr-aquecimento do metal base e seu resfriamento

    gradual, e no brusco. Por fim a escria oriunda do processo deve ser removida

    aps o resfriamento da soldagem

    5. CLASSIFICAO DE ELETRODOS

    Os eletrodos so classificados segundo sua aplicao a determinada

    espcie de processo de soldagem, levando em conta posio de soldagem e

    outras variveis relacionadas a soldabilidade do ao, ou seja, o grau de facilidade

    de unio que um ao possui por solda. A classificao mais utilizada a baseada

    na norma americana ASTM, a qual expomos abaixo:

    Figura 1.2: Classificao ASTM.

    6. DEFEITOS EM SOLDAS

    As soldas podem apresentar vrios tipos de anomalias. Dentre as

    principais temos:

    a) Fraturas a frio: diz respeito ao efeito do alto aquecimento de fuso no

    material da solda e do material adjacente do metal base. A camada

    adjacente do material base sofre modificaes na sua microestrutura,

    diferenciando-se do resto da base, logo essa zona termicamente

    afetada torna-se frgil e mais suscetvel a falhas;

    b) Fraturas a quente: a solda durante sua consolidao pode ser

    contaminada por impurezas (enxofre e fsforo, por exemplo), tendo

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    estas, uma solidificao a temperatura distinta a do material da solda,

    vindo a ocorrer tenses internas e rachaduras por isso;

    c) Fuso Incompleta: falha de corrente ou insuficincia da mesma;

    d) Porosidade: incorporao de bolhas de gs durante o processo de

    soldagem, causada por excesso de corrente ou grande distncia do

    eletrodo para o metal base;

    e) Incluso de Escria: ocorre em soldagens com vrios passes, onde

    no realizada a remoo da escria dos passes anteriores.

    7. INSPEO E CONTROLE

    As soldagens devem sempre ocorrer sob condies de controle tcnico e

    qualidade. Para isso devem ser obedecidos procedimentos e cuidados

    especficos em norma, como os da norma americana AWS American Welding

    Society. Esta norma tambm indica os requisitos mnimos de qualificao

    profissional para os executantes de solda. H tambm a necessidade de haver

    uma inspeo que garanta a qualidade e segurana das soldas. Essas inspees

    podem ser por meio visual ou por ensaios no destrutivos, como o raio X e

    semelhantes.

    8. CLASSIFICAO QUANTO A POSIO E TIPOS CONSTRUTIVOS

    Nas ligaes por solda encontramos diversas formas e maneiras de

    executar estas unies. H situaes que encontraremos chanfros e estes de

    variadas geometrias. A posio de como vai ocorrer a soldagem tambm

    classificada. Existe uma importncia fundamental quanto a posio de soldagem,

    uma vez que para alguns casos, certas posies so limitadas ou at mesmo

    proibidas, como no caso da soldagem sobrecabea. Em relao a estas

    disposies construtivas, apresentamos a seguir algumas destas variaes,

    ressaltando que sua terminologia pode ser diferente de regio para regio. Assim

    temos:

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    Figura 1.3: Tipologia de juntas.

    Figura 1.4: Penetraes parciais e totais.

    Figura 1.5: Tipologia de chanfros.

  • 6

    Figura 1.6: Posies de soldagem.

    9. SIMBOLOGIA

    Para nortear e uniformizar a comunicao de projetos convencionou-se

    uma padronizao de simbologia de projetos de soldagem. Essa padronizao

    segue norma brasileira, contudo, a norma brasileira segue a simbologia da norma

    americana AWS. A seguir veremos a simbologia bsica e alguns exemplos:

    Figura 1.7: Simbologia bsica para soldagens.

    Figura 1.8: Tipos de chanfros e soldas.

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    Figura 1.9: Especificao de posicionamento e tipo de solda.

    Figura 1.10: A esquerda especificao de projeto, a direita a compreenso.

    10 Elementos construtivos para projeto

    10.1 Soldas de entalhe

    A solda por entalhe consiste em uma emenda com penetrao da solda entre

    as peas ligadas. Neste tipo de solda, a penetrao entre as peas pode ser total ou

    parcial. Quando ocorre penetrao total da solda, a espessura efetiva dada pela

    espessura do menor metal-base. Se a diferena entre a espessura das duas chapas

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    for superior a 10 mm, necessrio que se faa um chanfro conforme mostrado na

    figura abaixo para proporcionar uma melhor distribuio de tenses entre as peas.

    Figura 2.1: Espessura de ligaes soldadas com penetrao total

    Fonte: PFEIL, 2009

    Em ligaes soldadas por entalhe com penetrao parcial, a equao para

    determinao da espessura efetiva da ligao depende da magnitude do ngulo

    da raiz do entalhe. Se o ngulo for superior a 60, a espessura efetiva da ligao

    igual profundidade y do entalhe. Se este ngulo estiver contido no intervalo 45

    60, a espessura efetiva do entalhe ser dada pela profundidade y - 3mm,

    conforme mostrado na figura abaixo:

    Figura 2.2: Espessura de ligaes soldadas com penetrao parcial

    Fonte: PFEIL, 2009

    Desconta-se os ltimos 3mm da ligao em V com penetrao parcial e

    ngulo de raiz inferior a 60 porque considera-se que, nesta regio, h pouco metal

    de solda efetuando a ligao entre as peas.Logo, se os chanfros tiverem formato

    de J ou U, mesmo com o ngulo no intervalo 45 60, podemos considerar

    que a espessura efetiva igual prpria profundidade y da ligao. Se a

    soldagem tiver proteo gasosa ou com fluco no ncleo em posies plana e

    horizontal, tambm se pode definir .

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    Tabela 2.1: Espessura da garganta efetiva de soldas de penetrao parcial

    Fonte: ABNT, 2008

    A NBR 8800/2008 Projeto de estruturas de ao e de estruturas mistas de ao

    e concreto de edifcios, em seu item 6.2.6.1, prev limitaes ao uso de soldas de

    penetrao. A norma afirma que a espessura da solda deve ser definida em funo

    da pea de maior espessura na ligao. A ligao pode ser menor que a espessura

    da menor chapa desde que seja atingida a resistncia de clculo necessria da

    ligao. Neste caso, devem ser tomadas precaues durante o pr-aquecimento

    para garantir a qualidade da solda.

    A NBR 8800/2008 probe o uso de ligaes por entalhe com penetrao

    parcial em peas fletidas. Por fim, a norma prev espessuras efetivas mnimas para

    gargantas de solda em ligaes com penetrao parcial, com o objetivo de garantir

    que ocorra a fuso entre metal e base.

  • 10

    Tabela 2.2: Espessura mnima da garganta efetiva de uma solda de penetrao parcial

    Fonte: ABNT, 2008

    2.2 Soldas de filete

    Para simplificar o clculo, as ligaes com filete so idealizadas como

    tringulos retngulos, conforme mostra a figura abaixo:

    Figura 2.3: Identificao dos elementos da ligao de filete

    Fonte: Arquivo pessoal Adaptado de: PFEIL, 2009

    Na maioria dos casos, a ligao por filete tem 2 lados, ou pernas, iguais e a

    designao do filete remete ao tamanho desta perna. Por exemplo, pode-se dizer

    que se tem um filete de 6mm, ou seja, um filete com 2 pernas iguais de 6mm.

  • 11

    Quando as pernas tiverem comprimentos diferentes, a denominao do filete ser:

    comprimento da perna menor em mm x comprimento da perna maior em mm.

    Figura 2.4: Espessura efetiva da garganta para ligaes de filete com pernas de mesmo comprimento

    e de comprimentos diferentes Fonte: Arquivo pessoal

    Adaptado de: PFEIL, 2009

    A rea efetiva de uma ligao de filete dada pela multiplicao da menor

    espessura possvel da garganta da ligao, que igual espessura t, multiplicada

    pelo comprimento efetivo da ligao . Logo, a rea efetiva da ligao descrita

    pelas frmulas a seguir:

    Para ligaes de filetes com duas pernas iguais:

    Para ligaes de filetes com pernas diferentes:

    Se as soldas de filete forem feitas por processo de arco submerso, podem ser

    adotados valores menos conservadores para a espessura t, uma vez que o processo

    apresenta boa confiabilidade. Logo, o valor de t ser determinado pelas equaes a

    seguir:

    Se b 10 mm,

    Se b < 10 mm,

    Sendo que b igual menor perna da ligao, se estas tiverem

    comprimentos diferentes.

    Segundo a NBR 8800/2008, o comprimento efetivo da solda, geralmente,

    igual ao comprimento total da solda uniforme, incluindo os retornos de extremidade.

    No entanto, a norma aponta duas situaes de exceo a essa regra. A primeira

    exceo ocorre nas ligaes extremas de elementos submetidos a solicitaes

    normais. Para esta configurao de ligao, o comprimento total da solda deve ser

    multiplicado por um fator de reduo , descrito pelas equaes abaixo:

  • 12

    Sendo:

    = comprimento total da solda

    = tamanho da perna do filete de solda

    Analisando a frmula acima, podemos perceber que o fator s ser um fator

    redutor (

  • 13

    O tamanho mximo permitido para soldas de filete tambm descrito na NBR

    8800/2008. A norma faz as seguintes recomendaes

    Se a solda ocorrer ao longo da borda de uma chapa ou perfil de espessura

    inferior a 6,35 mm: .

    Se a solda ocorrer ao longo da borda de uma chapa ou perfil de espessura

    igual ou superior a 6,35 mm: .

    Este desconto de 1,5mm tem a funo de evitar a fuso da quina da chapa.

    Com relao dimenso do comprimento efetivo da ligao, a NBR

    8800/2008 faz as seguintes recomendaes:

    As recomendaes acima tambm so vlidas para cada pedao de uma

    solda de filete intermitente.

    Para soldas de filete longitudinais em extremidades de peas tracionadas, o

    comprimento efetivo das soldas no pode ser inferior distncia transversal entre

    elas.

    Geralmente, as soldas de filete podem se estender at o limite das peas

    ligadas, podem ser interrompidas antes destas ou podem ocupar todo o permetro

    da ligao, dependendo da rea efetiva de ligao necessria. No entanto, em

    algumas situaes, o comprimento efetivo das ligaes precisa ser limitado. As

    excees so listadas a seguir:

    Em juntas de sobreposio na qual a solda passa pela borda de um elemento

    tracionado, a solda deve ser interrompida a uma distncia mnima da borda

    tracionada igual perna do filete. A ilustrao a seguir foi retirada da NBR

    8800/2008 e mostra o sentido no qual a solda deve ser realizada nesta

    condio:

  • 14

    Figura 2.5: Filetes de solda prximos de bordas tracionadas

    Fonte: ABNT, 2008

    Para ligao de elementos sujeitos a fadiga progressiva, o filete deve

    contornar os cantos, se estendendo a uma distncia mnima igual menor de

    duas condies: o dobro do comprimento da perna do filete ou a largura da

    parte ligada.

    Soldas realizadas em lados opostos de um mesmo plano devem ser

    interrompidas no canto comum s duas.

    2.3 Soldas de tampo em furos ou rasgos

    A rea efetiva de uma solda de tampo em furos ou rasgos igual rea

    nominal dos prprios furos ou rasgos na superfcie de contato.

    A NBR 8800/2008 impe que o dimetro dos furos no pode ser inferior

    espessura da pea furada acrescida de 8 mm nem superior a 2,25 vezes a

    espessura da solda.

    Para soldas de tampo em rasgos, a norma citada determina que o

    comprimento do rasgo no pode ser superior a 10 vezes a espessura da chapa e a

    largura no pode ser inferior espessura da pea com o rasgo acrescida de 8 mm.

    As extremidades dos rasgos devem ser arredondadas com raio superior ou igual

    espessura da pea que contem o rasgo.

    Com relao espessura da ligao soldada de tampo com furos os rasgos,

    a NBR 8800/2008 prev as seguintes limitaes:

    Se a espessura do elemento que contm o furo ou rasgo inferior a 16 mm: a

    espessura da ligao igual espessura da pea.

  • 15

    Se a espessura do elemento que contm o furo ou rasgo igual ou superior a

    16 mm: a espessura da ligao igual , no mnimo, metade da espessura da pea

    ou 16 mm.

    2.4 Soldas de filete x soldas de entalhe

    As soldas de filete e de entalhe correspondem aos tipos de solda mais

    utilizados em projetos. necessrio que se distinga como cada uma delas atua na

    ligao de elementos metlicos para que se escolha a melhor opo para cada

    situao.

    A principal vantagem da solda de filete sobre a solda de entalhe o custo.

    Como a solda de entalhe requer que se faa um chanfro nas peas que sero

    ligadas, esta demanda mais mo de obra e energia, aumentando os custos. Alm

    disso, o processo de chanfrar as peas aumenta o tempo necessrio para execuo

    da ligao.

    No entanto, a ligao soldada de entalhe consiste numa ligao mais

    eficiente, por ser capaz de fazer uma transmisso uniforme de esforos. A ligao

    soldada por entalhe de penetrao total faz com que as duas peas ligadas

    trabalhem como uma s pea contnua.

    Figura 2.6: Fluxo de tenses em solda de filete e em solda de penetrao total

    Fonte: IME

    Alm dos fatores custo e desempenho em servio, o projetista deve

    considerar tambm as necessidades construtivas de cada uma dessas ligaes. A

    ligao por filete sempre exige que uma das peas se estenda alm da largura da

    outra. Logo, em algumas situaes, a ligao por filete gera ressaltos que poderiam

    ser evitados, como no exemplo a seguir:

  • 16

    Figura 2.7: Exemplo de situao em que se deveria usar uma solda de entalhe por questes

    construtivas Fonte: IME

    11 Resistncia da Solda

    A resistncia de clculo depende to tipo de solda e de qual tipo de tenso

    est atuando, mas tanto para solda de entalhe como para solda de filhete a

    resistncia de clculo da solda dada em funo da rea efetiva da solda.

    11.1Solda de Entalhe

    Tambem conhecido como solda de penetrao, a sua area efetiva dada

    pela formula abaixo

    Aw=te*l

    onde,

    te=espessura efetiva

    l=comprimento efetivo.

    Sua resistncia de clculo tambm em funo da rea AMB do metal base,

    igual ao produto do comprimento da solda pela espessura da pea mais delgada.

    Para tenses de compresso ou trao paralelas ao eixo da solda de

    penetrao total ou parcial no necessrio fazer sua verificao.

    11.1.1Solda de entalhe de penetrao total

    Quando sujeitas a tenses perpendiculares ao eixo da solda de compresso

    ou trao, sua resistncia obtida com base no escoamento do metal base.

    Rd= (AMB *fy)/ga1

    Quando sujeitas a tenso de cisalhamento, a solicitao de calculo

    calculada por soma vetorial na dirao da area efetiva, a resistncia de projeto Rd

    dada pela seguinte expresso:

    Rd= AMB (0,6*fy)/ga1

  • 17

    11.1.2Solda de entalhe de penetrao parcial

    Quando sujeitas a tenses perpendiculares aso eixo da solda de compresso

    ou de trao, sua resistncia determinada pelo menor valor das duas expresses a

    seguir.

    a)metal base

    Rd= (AMB *fy)/ga1

    b)metal da solda

    Rd= (Aw*fw)/gw1

    Onde,

    fw= tenso resistente do metal da solda;

    gw1=1,25 para combinaes normais, especiais ou de construo;

    gw1=1,05 para combinaes excepcionais.

    Quando sujeitas a tenso de cisalhamento, considerada apenas a tenso

    paralela ao eixo da solda, a resistncia de projeto Rd dada pela seguinte

    expresso:

    Rd= Aw(0,6*fw)/gw2

    Onde,

    gw2=1,35 para combinaes normais, especiais ou de construo;

    gw2=1,15 para combinaes excepcionais.

    11.2 Solda de filete

    As resistencias de calculo so dadas em funo de sua rea:

    Aw=t*l

    Onde,

    t=espessura da garganta.

    Analago a solda de entalhe, esforos de compresso e trao atuando em

    direo paralela ao eixo logitudinal da solda no levado em conta para efeito de

    resistncia.

    Esforos solicitantes em qualquer direo no plano perpendicular ao eixo

    longitudinal sero calculados seus efeitos, sendos esses esforos considerados

    como cisalhante.

    Rd= Aw(0,6*fw)/gw2

  • 18

    Contudo quando o eixo tiver uma inclinao a>0 a resistncia da solda de

    filete subestimada, por isso a norma NBR8800 apresenta uma alternativa de

    calculo de Rd em funo do a.

    Quando a ligao concentrica com trechos de solda posicionados

    longitudinalmente e transversalmente a fora, a resistente de calculo Rdt e Rdl so

    calculados pela formula anterior e somados para resultar em Rd, ou pode-se tomar

    Rd como (1,5Rdt + 0,85Rdl) se o resultado for maior que o anterior.

    11.3 Solda de tampo

    Conhecida tambm como solda de furo, utilizada para transmitir foras

    paralelas s superfcies de contato em ligaes por superposio ou para evitar a

    intabilidade ou separao das partes sobrepostas, assim as tenses atuantes nela

    que tem que se considerar para efeito de calculo so as de cisalhamento.

    Rd= Aw(0,6*fw)/gw2

    11.4 Resumo

    A tabela abaixo foi tirada da norma NBR8800, onde ela faz um resumo das

    formulas de resistncia de calculo da solda dependendo do seu tipo.

  • 19

    Tabela 3.1: Resumo das frmulas de resistncia Fonte: ABNT, 2008

    12 Distribuio de Esforos nas Soldas

    12.1Composio dos Esforos em Soldas de Filete

    Nas soldas de filete, admite-se que as tenses de cisalhamento sejam

    aplicadas na seo da garganta, independente da direo do esforo aplicado.

  • 20

    Onde: t a garganta;

    l o comprimento da solda;

    Ao multiplicarmos as tenses pela espessura , obtemos os esforos por

    unidade de comprimento. Esses esforos somados vetorialmente devem produzir

    uma fora resultante inferior :

    Emendas Axiais Soldadas

    Observando a distribuio de tenses cisalhantes em regime elstico nos

    filetes longitudinais de solda, visvel que as maiores tenses ocorrem nas

    extremidades das emendas. Portanto, a deformao plstica no cordo de solda

    inicia-se nas extremidades e estende-se ao centro com o aumento das solicitaes.

    Contudo, se a ligao for longa, essa redistribuio no ocorrer na regio central

    antes da ruptura nas regies mais tensionadas. A norma, ento, limita o

    comprimento de solda, reduzindo o comprimento L para o clculo do comprimento

    efetivo .

  • 21

    Nas emendas transversais, as tenses so consideradas uniformemente

    distribudas. Portanto utiliza-se o comprimento real L. Porm, a norma delimita um

    comprimento mnimo de trespasse entre os elementos soldados:

    Garantindo assim, que no haver uma rotao excessiva na ligao.

    12.2 Ligao Excntrica por Corte

    Considerando uma ligao soldada de um chapa em consolo, com uma carga

    excntrica.

    A fora F aplicada tem excentricidade em relao ao centro de gravidade da

    rea de solda. Esse sistema pode ser reduzido a uma fora centrada F e um

    momento aplicado . A tenso de cisalhamento provocada pela fora centrada F

    em um ponto qualquer do cordo de solda

    J a tenso cisalhante causada pelo momento calculada por:

    Decompondo:

  • 22

    Onde o momento polar da rea de solda em relao ao centro de

    gravidade.

    12.3 Soldas com Esforos Combinados de Cisalhamento e Trao ou

    Compresso

    12.3.1 Soldas Longitudinais

    Considerando uma solda entre a mesa e a alma de uma seo I, submetido a

    um esforo cortante V e um momento fletor M, os diagramas dados por RESMAT:

    Para soldas de entalhe, a largura b igual espessura da chapa da alma.

    Para solda de filete, b a soma das gargantas dos dois cordes de solda.

    A norma determina que esse tipo de ligao pode ser dimensionado

    desconsiderando os efeitos das tenses normais, considerando apenas as tenses

    de cisalhamento.

    Entretanto, efeitos de cargas concentradas devem ser considerados. A tenso

    vertical nas soldas de filete deve ser combinada vetorialmente com a tenso

    horizontal:

    Soldas Transversais

    Em uma ligao entre uma viga e uma coluna, considerando um esforo

    cortante V e um momento M.

    O esforo cortante produz uma tenso cisalhante vertical. Como a mesa do

    perfil no possui uma grande capacidade de suporte, consideramos apenas os

    cordes de solda da alma:

    J o momento fletor produz tenses normais , dadas por:

  • 23

    A tenso mxima aplicada na solda uma soma vetorial entre a tenso

    vertical e a tenso horizontal:

    13. COMBINAO DE SOLDAS COM CONECTORES

    A rigidez do tipo de ligao utilizado influencia o trabalho conjunto de solda e

    conectores.

    Em construes novas, no possvel considerar que os parafusos estejam

    trabalhando em conjunto com soldas, exceto parafusos em ligaes por corte.

    Neste caso, com soldas longitudinais de filete, a contribuio dos parafusos deve

    ser limitada a 50% da resistncia do grupo de parafusos em ligao por apoio.

    Nas construes pr-existentes, nas quais feito um reforo por solda, os

    rebites ou parafusos de alta resistncia em ligaes por atrito j existentes podem

    ser considerados para resistir s solicitaes da carga permanente j atuando. As

    solicitaes devidas aos novos carregamentos devem ser resistidas pelas soldas

    de reforo que forem acrescentadas ligao.

    EXEMPLOS

    1) Uma chapa de ao 12 mm, sujeita trao axial de 40 kN, est ligada a uma

    outra chapa 12 mm formando um perfil T, por meio de solda. Dimensionar a

    solda usando eletrodo E60 e ao ASTM A36.

  • 24

    Fonte: PFEIL, 2009.

    Soluo:

    Admitindo carga varivel de utilizao, temos o seguinte esforo solicitante de

    clculo:

    Dimensionamento com solda de filete

    Para filete de solda com valor mnimo de perna indicado na Tabela 4.2 (b = 5

    mm), temos:

    Fonte: PFEIL, 2009.

    Metal da solda:

    O que significa que o dimensionamento satisfaz com folga.

    Dimensionamento com solda de entalhe de penetrao total

    O que significa dizer que o dimensionamento satisfaz com muita folga.

  • 25

    2) Um perfil VS de 500 mm x 61 kg/m est solicitado em uma seo por um

    momento M = 170 kNm e um esforo cortante V=200 kN (solicitaes de

    carga varivel). A juno da mesa com a alma feita por solda de filete com

    5,0 mm de perna. Verificar esta juno, sem considerar a existncia de

    tenses na alma oriundas de efeitos locais, como, por exemplo, cargas

    concentradas. Ao ASTM A36 (MR250); eletrodo E60.

    Fonte: PFEIL, 2009.

    Soluo:

    A tenso de cisalhamento que atua na garganta da solda :

    A tenso resistente de projeto referida garganta da solda :

    - Metal da solda

    Para a verificao do perfil, as tenses cisalhantes junto solda no so

    determinantes, uma vez que so menores do que as tenses cisalhantes na altura

    da linha neutra.

    Quanto combinao de tenses normais e de cisalhamento na solda, de acordo

    com a NBR8800, nas soldas de ligao de mesas e almas de perfis soldados, o

  • 26

    dimensionamento da solda pode ser feito com as tenses de cisalhamento sem

    considerar as tenses normais de trao ou compresso, paralelas ao eixo da solda.

  • 27

    REFERNCIAS ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 8800: Projeto de estruturas de ao e de estruturas mistas de ao e concreto de edifcios. Rio de Janeiro, 2008. 237p. INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA. Ligaes soldadas. Rio de Janeiro. 37 slides color.

    MARQUES, P. V. Soldagem: Fundamentos e Tecnologia, Belo Horizonte: Editora UFMG, 2007. PFEIL, Michle; PFEIL, Walter. Estruturas de ao: dimensionamento prtico. 8ed. Rio de Janeiro: LTC, 2009. 357p.