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¹ Graduanda em Engenharia Civil Faculdade Kennedy[email protected] , [email protected] ²Professor Orientador: Engenheiro Civil com especialização em estruturas de Concreto e Aço pela UFMG, Professor de Estruturas de Concreto Armado da Faculdade Kennedy [email protected] Light Steel Framing: Descrição do método construtivo e precauções na sua execução Light Steel Framing: Description of the constructive method and precautions in its execution Priscila Rafaela de Avelar¹ Tamara de Matos Vieira Passos¹ Ronilson Flávio de Souza² Resumo O Brasil vem passando ao longo dos anos por um expressivo avanço no setor construtivo.Em meio aos diversos polos e produtos em que o país se destaca em sua produção, temos em evidência o aço e com isso surge a necessidade e o benefício de aplicá-lo no setor construtivo, havendo assim a importância de enfatizar o método Light Steel Framing (LSF), que se resume em um método construtivo de perfis em aço leve e que atende perfeitamente os quesitos referentes à industrialização e racionalização, quesitos estes muito almejados pelo setor da construção civil. Tal sistema está presente no Brasil desde meados do ano de 1990, e vem crescendo ese expandindo. Assim como as patologias decorrem de qualquer método construtivo, com o LSF não seria diferente, e o fato de não haver uma norma da Associação Brasileira de Normas Técnicasespecifica sobre esse método aumenta as chances de ocorrência de falhas, visto que as normas técnicas fornecem todas as condições, bem como restrições para projeto e execução.Devido à inovação do método e a recente implantação do mesmo na cidade de Belo Horizonte e região metropolitana, estudos de caso e visitas in loco são extremamente complicadas. Portanto foi através de vasta revisão bibliográfica,realizada por meio de manuais, normas técnicas correlacionadas ao LSF, publicações técnicas, e trabalhos acadêmicos publicados, que as etapas de execução de edificações em LSFforam descritas.Nos capítulos posteriores do artigo, as patologias que acometem as estruturas de aço foram citadas, além de recomendações para correta montagem e execução do sistema. Palavras– chave: Light Steel Framing. Construção em aço. Patologias.Edificações. Abstract

Light Steel Framing: Descrição do método construtivo e ... · steel and with that the need arises and the benefit of applying it in the construction sector, thus emphasizing the

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¹ Graduanda em Engenharia Civil Faculdade [email protected], [email protected]

²Professor Orientador: Engenheiro Civil com especialização em estruturas de Concreto e Aço pela UFMG, Professor de Estruturas de Concreto Armado da Faculdade Kennedy [email protected]

Light Steel Framing: Descrição do método construtivo e precauções na sua execução

Light Steel Framing: Description of the constructive method and precautions in its execution

Priscila Rafaela de Avelar¹

Tamara de Matos Vieira Passos¹

Ronilson Flávio de Souza²

Resumo

O Brasil vem passando ao longo dos anos por um expressivo avanço no setor construtivo.Em meio aos

diversos polos e produtos em que o país se destaca em sua produção, temos em evidência o aço e com

isso surge a necessidade e o benefício de aplicá-lo no setor construtivo, havendo assim a importância de

enfatizar o método Light Steel Framing (LSF), que se resume em um método construtivo de perfis em aço

leve e que atende perfeitamente os quesitos referentes à industrialização e racionalização, quesitos estes

muito almejados pelo setor da construção civil. Tal sistema está presente no Brasil desde meados do ano

de 1990, e vem crescendo ese expandindo. Assim como as patologias decorrem de qualquer método

construtivo, com o LSF não seria diferente, e o fato de não haver uma norma da Associação Brasileira de

Normas Técnicasespecifica sobre esse método aumenta as chances de ocorrência de falhas, visto que as

normas técnicas fornecem todas as condições, bem como restrições para projeto e execução.Devido à

inovação do método e a recente implantação do mesmo na cidade de Belo Horizonte e região

metropolitana, estudos de caso e visitas in loco são extremamente complicadas. Portanto foi através de

vasta revisão bibliográfica,realizada por meio de manuais, normas técnicas correlacionadas ao LSF,

publicações técnicas, e trabalhos acadêmicos publicados, que as etapas de execução de edificações em

LSFforam descritas.Nos capítulos posteriores do artigo, as patologias que acometem as estruturas de aço

foram citadas, além de recomendações para correta montagem e execução do sistema.

Palavras– chave: Light Steel Framing. Construção em aço. Patologias.Edificações.

Abstract

The Brazil has been going through the years by a significant advance in the construction sector. In the midst

of the various poles and products in which the country stands out in its production, we have the evidence of

steel and with that the need arises and the benefit of applying it in the construction sector, thus emphasizing

the Light Steel Framing (LSF), which is summarized in a constructive method of light steel profiles that

perfectly meets the requirements of industrialization and rationalization, which are very much desired by the

construction industry. Such a system has been present in Brazil since the middle of 1990, and has been

growing and expanding. As the pathologies are derived from any constructive method, the LSF would not be

different, and the fact that there is no specific Brazilian standard of norms on this method increases the

chances of failure, since the technical norms provide all The conditions, as well as restrictions for design

and execution. Due to the innovation of the method and the recent implantation of the same in the city of

Belo Horizonte and metropolitan region, case studies and on-site visits are extremely complicated.

Therefore, it was through a vast bibliographical revision, made through manuals, technical norms correlated

to the LSF, technical publications, and published academic papers, that the stages of execution of buildings

in LSF were described. In the later chapters of the article, the pathologies that affect steel structures were

mentioned, as well as recommendations for correct assembly and execution of the system.

Keywords: Light Steel Framing. SteelConstruction.Pathologies. Buildings.

1INTRODUÇÃO

A construção civil pode ser considerada como um dos principais setores

econômicos do país. Por ser uma cadeia produtiva complexa, é composta de atividades

que contemplam desde a extração mineral até a comercialização de imóveis. Sobre o

crescimento do setor nos últimos anos, são apontados diversos fatores como sendo

responsáveis, por exemplo: o aumento da renda familiar e do emprego, a maior oferta de

crédito imobiliário e a redução de tributos de diversos insumos da construção.

Os métodos construtivos tradicionais ainda são os mais utilizados, mas ao longo

do tempo, novas tecnologias e materiais surgem com propostas atrativas e inovadoras.

Uma dessas propostas construtivas é o sistema de Light Steel Framing (LSF), utilizado

no Brasil a pouco mais de duas décadas, também denominado como sistema

autoportante de construção a seco em aço.

Conhecido mundialmente e empregado há muitos anos, principalmente em países

como os Estados Unidos e Japão, para atender a demanda do crescimento populacional,

o LSF traz consigo vantagens como: processo industrializado, redução do prazo de

execução, material mais leve, menos desperdício e a perda de materiais reduzidos. O

processo é considerado industrializado por prescindir de diversas características, tais

como: mão de obra qualificada, produção em série e em escala, padronização e controle

das etapas do projeto e da execução.

Como toda e qualquer tecnologia, quando importada, sofre adaptações de

execução em acordo com os locais aplicados, com o LSF não foi diferente. Foi e continua

sendo necessário que os projetos sejam adaptados ao clima e a cultura do Brasil.

Comumente as vantagens são muito divulgadas visto que, através delas, é

possível conquistar novos públicos e mercados. Todavia, como qualquer método, é

necessário que se estude também os pontos que não são favoráveis a sua utilização

para que se avalie a viabilidade do método como um todo,pois como em todos os

processos construtivos, as edificações em LSF podem sofrer patologias ao longo do

tempo. Chama-se de patologia na construção civil, qualquer deformidade existente ou

simplesmente o que foge do estado normal em que tal obra, de acordo com o assunto em

questão, deveria estar. Espera-se com o desenvolvimento deste artigo alcançar os

principais objetivos: aumentar o conhecimento técnico a respeito do sistemaLight Steel

Framing e suas particularidades, e analisar os principais detalhes construtivos e sua

correta execução, que por sua vez são fundamentais para que patologias sejam evitadas.

2Descrição do Método Construtivo LSF

2.1 Definição

A definição em português do termo LightSteel Framingé “Light” = leve, “Steel” =

aço e “Framing” que deriva da palavra “Frame” = esqueleto. De acordo com Rodrigues

(2006) o LSF é uma estrutura (esqueleto) de aço leve, que possui vários elementos

ligados entre si, funcionando juntos para que as cargas solicitantes possam ser resistidas

adequadamente. É um sistema construtivo composto além do sistema estrutural, do

sistema de fundação,isolamento termo acústico fechamento interno e externo, e

instalações elétricas e hidráulicas, que são denominados subsistemas. “A estrutura em

LSF é composta basicamente pelas paredes, pisos e cobertura. Juntos, eles são

responsáveis pela integridade estrutural da edificação” (SANTIAGO; FREITAS e

CASTRO, 2012).O LSF possui uma diversidade muito ampla de aplicações. Pode ser

empregado por partes, ou mesmo estar associado a outras modalidades construtivas. Por

exemplo: usado como fechamento externo e/ou interno, ou somente cobertura. No

mercado brasileiro o steel frame é empregado principalmente em obras residenciais e de

classe média. (Campos 2010). Mas, com o passar do tempo e evolução do método,

outros ramos e instituiçõescomo hospitais e escolas estão utilizando o LSF como sistema

construtivo.

2.2 Composição da estrutura

O LSF é um método construtivo em que sua estrutura é composta em sua totalidade

por perfis de aço e elementos de fechamento. É de suma importância que os perfis

utilizados estejam em conformidade com a NBR 15253:2014, pois assim as chances de

ocorrência de falha diminuem consideravelmente.

A estrutura de sustentação sugerida para as edificações em LSF utilizam perfis leves de aço zincado por imersão a quente e formados a frio, a partir de bobinas de açogalvanizado Z180 conforme definido na Norma NBR 7008, produzidos, no Brasil, em grande escala, pelas Usinas Siderúrgicas Usiminas, CSN e Vega / Arcelor Mittal. Os perfis são formados a frio a partir de bobinas de aço galvanizado e apresentam dimensões definidas pelo calculista, dentre os perfis padronizados pelas Normas ABNTNBR 6355:2003 e NBR 15.253:2005. (PENNA ,2009. p.33)

2.3 Etapas construtivas

Por serem compostas de diversos subsistemas, as edificações em LSF devem ser

planejadas em sua totalidade compatibilização de projetos. Os projetos tanto estrutural,

arquitetônico e executivo devem ser extremamente detalhados para que as chances de

falha e/ ou ocorrência de patologias sejam mínimas.

2.3.1 Métodos construtivos

O LSF pode ser construído utilizando três métodos: o stick, onde os perfis são

cortados no canteiro de obras, o método por painéis, onde os painéis,

contraventamentos, lajes e telhados são fabricados na indústria e o modular, no qual os

módulos são totalmente pré-fabricados e sendo entregues na obra já com acabamentos.

(Santiago, Freitas e Castro, 2012), esquema de construção mostrado na figura 2.1.

Figura 2.1 - Esquema de construção portante em LSF

Fonte: Manual de construção em aço, Steel Framing: Arquitetura, 2012, p.14

2.3.2Fundação

A escolha do tipo de fundação depende de alguns fatores como topografia, tipo de solo

etc. Mas como a estrutura é mais leve que uma construção tradicional de concreto, pode-

se utilizar a fundação rasa, tipo radier, mostrada na figura 2.2.

Figura 2.2: Fundação tipo radier

Fonte: Portal Metálica, 2015

2.3.3 Painéis Estruturais

Como cita Hoffman (2015) as paredes que formam a estrutura são chamadas de

painéis estruturais ou autoportantes e são constituídos por uma vasta quantidade deperfis

galvanizados, que são denominados montantes separados entre si 400 ou 600 mm.

Geralmente são ligados por parafusos autobrocantes e autoatarraxantes. Esses painéis

são responsáveis por distribuir as cargas e levá-las até a fundação.

“Os painéis são compostos por elementos verticais de seção transversal tipo Ue que são

denominados montantes, e elementos horizontais de seção transversal tipo U

denominados guias”. (SANTIAGO; FREITAS e CASTRO, 2012 p. 32). O fechamento dos

painéis pode ser feito por vários materiais, mas, normalmente, para fechamento externo

utilizam-se placas cimentícias ou placas de OSB (orientedstrandboard) que são painéis

estruturais de tiras de madeira, geralmente provenientes de reflorestamento, orientadas

em três camadas perpendiculares, o que aumenta sua resistência mecânica e rigidez, e

chapas de gesso acartonado internamente. Esta última não possui função estrutural.

De acordo com Santiago, Freitas, Crasto (2012) para compor a edificação, como

qualquer outra, é necessáriorealizar aberturas para os vãos de portas e janelas.Assim

torna-se indispensável à utilização de vergas, que são elementos estruturais capazes de

redistribuir os esforços ao longo das montantes sem ocasionar danos a estrutura. Para

evitar a rotação da verga são instaladas ombreiras, que são montantes inseridos nas

laterais dos vãos para suportar as cargas redistribuídas (figura 2.3)e servem como apoio

para as vergas. Estendem-se desde a guia inferior do painel até a guia da verga.

Figura 2.3 - Distribuição dos esforços através da verga para ombreiras

Fonte: Manual de construção em aço, Steel Framing: Arquitetura, 2012, p.34.

2.3.4. Estabilização da Estrutura

Conforme Santiago, Freitas, Crasto (2012) os montantes por si só não resistem a

esforços horizontais que solicitam a estrutura. Como por exemplo, os esforços

provocados por ventos. Esses esforços podem ocasionar muitos danos à estrutura como

perda de estabilidade, deformações e até mesmo levá-la ao colapso. Para evitar esse

tipo de situação, a estrutura deve possuir ligações rígidas que irão transferir esses

esforços para as fundações. O método mais comum de estabilização da estrutura em

LSF é o contraventamento em “X”, que consiste em utilizar fitas em aço galvanizado

fixadas na face do painel cuja largura, espessura e localização são determinadas pelo

projeto estrutural. O outro método é o diafragma rígido que consiste em placas estruturais

que fornecem um aumento da resistência do painel, uma vez que absorvem as cargas

laterais que solicitam a estrutura.

2.3.5 Laje e Piso

No LSF as lajes podem ser de dois tipos, secas ou úmidas, de acordo com o

contrapisoe método a ser utilizado pelo construtor. Santiago, Freitas, Crasto (2012)

definem a laje úmida como sendo aquela em que se utiliza uma chapa metálica ondulada

aparafusada às vigas e preenchida com concreto. Além disso, serve também como base

para o contrapiso. É importante ressaltar que é necessário utilizar telas soldadas para

evitar fissuras no piso devido à retração hidráulica do concreto. Para um bom isolamento

acústico é instalado uma camada de lã de vidro entre a chapa de aço ondulada e o

concreto, protegendo a lã com polietileno para evitar a umidificação durante a

concretagem.Quando se fala em laje seca refere-se à laje que é composta por placas

rígidas de OSB, cimentícias ou outras que sãofixadas á estrutura do piso.As vigas de piso

transmitem as cargas para os painéis e também servem de estrutura de apoio do

contrapiso.Os pisos,assim como os painéis, utilizam perfis galvanizados, dispostos na

horizontal e obedecem à mesma modulação dos montantes.

2.3.6 Cobertura

As coberturas do LSF podem ser compostas por lajes úmidas ou por telhado

convencional. Geralmente, a estrutura do telhado é composta por madeira. Neste

métodoé substituída por perfis metálicos(figura 2.4).Para cobertura podem ser utilizados

diversos tipos de telha. “O sistema de cobertura deve formar um sistema multicamada,

visando proporcionar a estanqueidade combinada com a proteção da estrutura contra a

ação do intemperismo, visando ao aumento da vida útil da edificação e o não surgimento

de patologias.” (LIMA 2013, p. 39).

Figura 2.4 - Telhado estruturado com caibros em um Laboratório na Universidade Federal

de Ouro Preto – MG

Fonte: Manual de construção em aço, Steel Framing: Arquitetura, 2012, p.66.

2.3.7 Fechamento Vertical

No Brasil, os produtos mais utilizados para o fechamento das construções em LSF

são o OSB e a placa cimentícia para fechamento externo e interno; o gesso acartonado

também pode ser usado, mas somente em aplicações internas. As placas OSB podem

ser utilizadas no fechamento dos painéis, forros, pisos e no substrato da cobertura do

telhado. Porém, quando utilizados em áreas externas e molháveis, deve ser aplicado um

impermeabilizante. (Crasto, 2005).Essas placas são achadas no mercado em vários

tamanhos, mas para a devida utilização no sistema LSF, as mesmas devem ter a sua

menor espessura igual a 9,5 mm, por ter a obrigatoriedade de possuir a propriedade de

função estrutural. Após a instalação das placas cimentícias, serão realizadas as

instalações elétricas e hidráulicas, embutidas no interior dos painéis, onde os eletrodutos

e tubos passarão por furos realizados na alma dos perfis.

No mercado existe uma grande variedade de conexões e ligações utilizadas nas

estruturas metálicas. Nas construções em LSF, as ligações por parafusos são as mais

eficientes.Podem ser executadas tanto no canteiro quanto nas fábricas, e permitem

¹COZZA, Eric. Uma nova era para o aço. techné, São Paulo, n. 36, p. 18-23, set/out. 1998.

² MCKAIG, Thomas H. Building Failures – Case studies in construction and design. New York :

McGraw-Hill Book Company, 1962.

a ligação entre os vários componentes da edificação. (Crasto, 2005). Diversos autores

destacam também que podem ocorrer patologias devido às variações dimensionais

provocadas pela temperatura e pela umidade, portanto devem ser previstas no projeto

juntas de dilatação de 3 mm entre as placas.

3 Patologias em estruturas de aço

As edificações devem oferecer condições de uso, segurança e conforto para que

as atividades ali desempenhadas ocorram sem interferências. Uma das principais

interferências que ocorrem é o surgimento de patologias, que além de incomodarem os

usuários muitas vezes pela estética, podem comprometer e muito a segurança e

estabilidade da edificação. Assim tornam-se indispensáveis os estudos de patologiase

suas causas. Através desses estudos é possível encontrar soluções que eliminem ou

mitiguem as causas das manifestações patológicas, para que a vida útil da edificação

seja mantida e preservada. Tratando-se de estruturas de aço (estruturas metálicas)

Cozza¹(1998, apudCASTRO, 1999, p.16), divide as principais patologias das estruturas

de aço em três categorias: adquiridas, transmitidas e atávicas.

Patologias adquiridas: são patologias estruturais que ocorrem devido à ação de

elementos externos, e ou agentes agressivos como líquidos corrosivos, atmosfera

poluída, incêndios, vibrações, etc. Estas patologias resultam geralmente da falta de

manutenção e preparo inicial da estrutura. Como exemplo principal deste tipo de

patologia podemos citar a corrosão.

Patologias transmitidas: decorrerem da falta de conhecimento técnico dos envolvidos

na fabricação ou montagem da estrutura.A título de exemplo temos: a falta de prumo,

furos em locais diferentes dos locais projetados, etc.

Patologias atávicas: aquelas resultantes da falta de planejamento e da má concepção

do projeto. Exemplos claros são erros de cálculo, escolha de perfiscom espessura e

resistência inadequada. Comprometem a segurança, funcionalidade e a vida útil da

estrutura. São difíceis de serem reparadas e normalmente exigem uma recuperação de

alto custo.

De acordo com Mckaig²(1962, apudCASTRO, 1999, p.17), as patologias em

edificações têm sua origem relacionada a três fatores: a ignorância, descuido ou cobiça

do homem. O mais frequente desses fatores diz respeito à ignorância que neste caso é a

falta de conhecimento técnico para realizar determinada tarefa. O descuido é relativo a

um controle de qualidade deficiente, por parte dos envolvidos no processo de execução.

A cobiça infelizmente expõe os usuários a situações indesejáveis, poisem detrimento da

redução de custos, a qualidade final da edificação e a segurança ficam comprometidas.

Campos (2010), demonstra através dos estudos de caso por ela realizados, que as

principais patologias em edificações construídas em LSF são: fissuras, rodapés

danificados, descascamento de pintura, umidade, trincas nas paredes, dilatações e

movimentações térmicas além dos ruídos. Outra desvantagem citada é a dificuldade de

fixar objetos pesados nas paredes. Formas de solução e prevenção para estas anomalias

também são mencionadas no trabalho como: correta execução de juntas, correta

impermeabilização e revestimento das paredes, isolamento térmico e acústico. Outras

recomendações estão descritas no capítulo cinco deste artigo.

4NormatizaçãoNacional LSF

Ainda não existe uma norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas que

abranja a montagem do sistema Light Steel Framing, embora tenhamos a NBR 14762,

que é a norma para dimensionamento de estruturas de aço constituídas por perfis

formados a frio, e se encaixa perfeitamente para o sistema. Mas tendo em vista a

ascensão do método no país, é de extrema importância estipular padrões para que a

segurança e integridade da edificação sejam garantidas, e possíveis patologias evitadas.

Segundo Nakamura (2003) é fundamental utilizar de algum tipo de padronização

nos processos produtivos, e as normas técnicas garantem exatamente essa

padronização. Representam respectivamentepara os consumidores, a garantia no que diz

respeito a padrões mínimos de qualidade e para o produtor/construtor, significa maior

controle de produtos e processos, aumento da produtividade e da qualidade.

O LSF ainda pode ser considerado um método construtivo novo, pois está sendo

empregado efetivamente no Brasil a pouco mais de uma década. Sem normatização

nacionalespecífica, iniciativas da comunidade técnica nacional juntamente com o governo

fornecem suporte para toda a cadeia produtiva. Uma destas iniciativas é oSINAT,

Sistema Nacional de Avaliação Técnica de produtos inovadores e sistemas

convencionais. Tem como meta estimular a inovação tecnológica e aumentar a

competitividade do setor produtivo. Avalia o comportamento provável ou potencial do

produto, processo ou sistema para a construção, quando não existem normas técnicas

prescritivas específicas aplicáveis ao produto, a fim de que o desenvolvimento

tecnológico do setor da construção civil ocorra de forma adequada. O SINAT é um projeto

integrante do PBQP-H, Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat,

criado por meio do Ministério das Cidades para organizar o setor da construção civil no

tocante, a melhoria da qualidade do habitat e a modernização produtiva.

4.1 Procedimento SINAT

Conforme a portaria N º 550, de 11 de novembro de 2016, publicada noDiário

Oficial da União, nº 218, de 14 de novembro de 2016, Seção 1, pág. 126, o produtor, o

fabricante, o proponente ou o detentor do produto, processo ou sistema, solicita ao

SINAT uma avaliação técnica. Esta é realizada por meio de instituições técnicas

avaliadoras (ITA’s) que são formadas por pessoas jurídicas, independentes, capacitadas

e habilitadas. Para analisar o produto, o SINAT possui diretrizes para avaliação técnica

de produtos inovadores (DIRETRIZ SINAT). É um documento de referência que contém

requisitos e critérios de desempenho, bem como métodos de avaliação a serem adotados

na avaliação técnica. A Diretriz Nº003- Revisão 2, de maio de 2016 trata do LSF,

“Sistemas construtivos estruturados em perfis leves de aço zincado conformados a frio,

com fechamentos em chapas delgadas”(Sistemas leves tipo “Light SteelFraming”).

Os métodos de avaliação incluem ensaios laboratoriais e de campo, simulações

(modelos matemáticos), cálculos, análises qualitativas e inspeções técnicas.Os

resultadosda avaliação,sepositivos, são emitidos através de uma DATec (documento de

avaliação técnica). Esse documento contém informações relativas às condições de

execução/operação, uso e manutenção do produto inovador, mas não confere

exclusividade sobre a produção ou comercialização do produto, processo ou

sistema.Auxilia na redução de riscos nos processos de tomada de decisão e quanto à

aptidão técnica ao uso, considerando-se fundamentalmente requisitos de desempenho

relativos à segurança, habitabilidade e sustentabilidade.É importante salientar que a

DATec tem caráter provisório e prazo de validade de dois anos. Após esse prazo o

proponente pode requerer a renovação. Também poderá ser revogado durante o prazo

de validade se houver alteração do produto ou do uso, sem a devida avaliação e se for

identificado desempenho não satisfatório do produto.

4.2DATec Light Steel Framing

A única DATec relacionada ao LSF é a de número 14-A Sistema Construtivo a

seco da empresa Saint Gobain- Light Steel Framing. Foi emitida em julho de 2015 e

encontra-se vencida.

5 Recomendações para prevenção de patologias

Neste item, estarão listados em forma de tópicos, detalhes construtivos e

recomendações extraídas da Diretriz SinatNº003- Revisão 2, de maio de 2016 que trata

do LSF, “Sistemas construtivos estruturados em perfis leves de aço zincado conformados

a frio, com fechamentos em chapas delgadas”(Sistemas leves tipo “Light SteelFraming”)

e da Datec14-A Sistema Construtivo a seco da empresa Saint Gobain- Light Steel

Framing, que se executados corretamente diminuirão grande parte das chances de

ocorrência de patologias.

Para cada tipo de unidade habitacional e para cada local de implantação é

essencial que seja elaborado um cálculo estrutural específico, por profissional

habilitado, com a respectiva memória de cálculo.

Para a proteção do aço dos perfis quanto ao aspecto da corrosão, em regiões

rurais ou urbanas, considera-se como satisfatória a adoção de perfis com

revestimento de zinco, (que protege o perfil contra corrosão) tanto para a estrutura

das paredes, lajes e cobertura (perfis protegidos das intempéries).

Deve ser evitado o desenvolvimento de corrosão galvânica que é um processo que

ocorre quando metais de diferentes potenciais eletrolíticos estão em contato,

verificando-se se não há este tipo de risco, como por exemplo, o contato de

tubulações de cobre ou esquadrias de alumínio com o aço zincado.

Para os perfis metálicos, o controle das dimensões e do revestimento de zinco, é

muito importante. Esses requisitos devem ser comprovados a cada lote entregue

em obra por certificado de conformidade do fornecedor de bobina.

Para os parafusos e chumbadores, os requisitos de resistência à corrosão devem

ser comprovados por certificado de conformidade do fornecedor que acompanha

cada lote entregue na obra;

Para as placas cimentícias, a comprovação dos requisitos de resistência à flexão,

absorção de água e variação dimensional é feita pelos ensaios de controle da

produção do fabricante, com validação desses controles realizados por laboratório

de terceira parte a cada seis meses; portanto, a cada lote entregue em obra existe

o certificado de conformidade do fabricante e o relatório de ensaio de terceira parte

com validade de seis meses;

No caso da estanqueidade à água de edifícios, são consideradas fontes de

umidade externas e internas. As primeiras provêm da ascensão de umidade do

solo pela fundação e infiltração de água de chuva pelas fachadas, lajes expostas e

coberturas; A outra fonte é decorrente de processos de uso e limpeza dos

ambientes, vapor de água gerado nas atividades normais de uso, condensação de

vapor de água e vazamentos de instalações. É fundamental realizar a análise da

estanqueidade já que, se esta for garantida diversas patologias serão evitadas.

O projeto deve especificar detalhes construtivos que minimizem o contato da base

da parede (perfis e chapas de vedação) com a água proveniente de ações de uso

e de lavagem do piso, e que pode acumular nessa região. Rodapés impermeáveis

ou embasamento acima do piso, com produtos impermeabilizantes, são possíveis

soluções de detalhes construtivos para esta finalidade.

Na utilização de sistemas de pisos constituídos com chapas de OSB em áreas

molhadas ou molháveis, devem existir detalhes do sistema de impermeabilização

que impeçam a infiltração da água até estas chapas, constando no manual do

usuário a especificação do tempo de durabilidade deste sistema e o procedimento

para sua manutenção.

O tratamento fungicida contra cupins é sempre obrigatório em placas de OSB.

Verificar o tipo de impermeabilização prevista para evitar percolação de umidade

da fundação para as paredes. Prever também que a laje-piso, em contato com o

solo, seja de concreto com no mínimo 100mm de espessura, relação água-cimento

menor que 0,52, com consumo de cimento da ordem de 350kg por metro cúbico

de concreto.

Antes da fixação da guia ao piso, cola-se sobre o piso (com adesivo asfáltico, ou

selante à base de poliuretano), na posição do eixo das paredes, uma manta

asfáltica de 3 mm de espessura por, pelo menos, 200 mm de largura, evitando

contato direto do perfil metálico com o piso e possibilitando um cobrimento das

laterais do quadro estrutural de aproximadamente 50 mm de altura;

Prever revestimento cerâmico nas paredes do banheiro e box, e nas regiões da pia

de cozinha e do tanque na área de serviço até, no mínimo, 1,50 m de altura. Nas

paredes das áreas secas e nas paredes de fachada, aplica-se pintura de base

acrílica. Pra evitar percolação da água, devem ser previstassobre as arestas das

placas cimentícias, cantoneiras de aço zincado (mínimo Z180) com parafusos

similares aos utilizados para fixação das chapas que, posteriormente, são

revestidas com massa acrílica e pintadas.

Modificações em paredes ou cobertura, como abertura de vãos para

posicionamento de novas esquadrias ou supressão de paredes, não são

recomendadas se não constarem no projeto original.

Na interface entre instalações hidráulicas e perfis de aço são utilizadas arruelas

plásticas ou espuma expansiva. A tubulação é fixada aos perfis de aço da parede,

com tiras plásticas ou espuma de poliuretano, para que sejam evitadas

movimentações.

As paredes estruturais devem apresentar resistência ao fogo por um período

mínimo de 30 minutos, assegurando neste período condições de estabilidade,

estanqueidade e isolação térmica, no caso de edificações habitacionais de

atécinco pavimentos.

Tendo em vista que as paredes são vazadas e podem servir como câmara para o

acúmulo de gases, não se permite a passagem da tubulação de gás pelo interior

das paredes desse sistema construtivo.

Para paredes onde serão fixados armários, pias ou outros elementos com carga

maior do que 11,5kgf por ponto defixação devem ser previstos reforços realizados

com madeira de pinus, com dimensões de 200 mm de largura e 20 mm de

espessura.

Antes de iniciar a instalação do forro deve-se definir a posição das luminárias e

equipamentos que serão instalados junto ao forro (por exemplo, ventiladores

de teto), tomando-se a precaução de prever os recortes nas chapas com

pequena folga, possibilitando que o perfeito acabamento das luminárias ou

outros equipamentos seja feito com o arremate dessas peças.

6 METODOLOGIA

Por se tratar de um método relativamente recente e por ser aplicado em construções de

padrão médio a elevado, foi difícil identificar e ter acesso a visitas à edificações

construídas com o método LSF em Belo Horizonte e região. Sabe-se que estudos de

caso são excelentes estratégias de pesquisas científicas. Mas diante de tais

inconvenientes, a pesquisa bibliográfica tornou-se a principal ferramentaparaalcançar os

objetivos propostos que por sua vez eram obter maior conhecimento técnico sobre o LSF

e analisar os procedimentos para correta execução, juntamente com as recomendações

de uso a luz da Diretriz do Sinat,e com as principaisnormas técnicas nacionais, tornando

este artigo uma boa opção inicial para pesquisas futuras concernentes a correta

execução e formas de evitar patologias em edificações em LSF.

7CONCLUSÃO

É clara e evidente a necessidade de modernização e industrialização do setor da

construção civil no Brasil se comparado a países mais desenvolvidos. Os procedimentos

que por lá são rotina, aqui ainda são considerados novidades. Um fator que pode ser

tratado como causa disso, é a cultura nacional que ainda enxerga a maneira tradicional

de construir como sendo a mais segura e confiável, descartando ainda antecipadamente

métodos construtivos com caráter inovador.

O LSF em contrapartida já obteve grande evolução no país, mesmo considerado

um método relativamente recente. Como todo e qualquer projeto, os concebidos em

perfis leves de aço devem ser muito bem detalhados para minimizar a ocorrência de

falhas durante a execução.É um sistema estrutural que possui características próprias de

trabalho desde a etapa de concepção até a entrega final da obra. Cuidados devem ser

observados para não incorrer em erros construtivos, facilmente evitáveis através de

planejamento e fiscalização eficientes.

A revisão bibliográfica foi à ferramenta mais importantepara obtenção de dados.

Através das publicações nacionais como “Manual de construção em aço: Steel Framing:

Arquitetura” (Santiago, Freitas e Crasto, 2012), “Manual de construção em aço: Steel

Framing: Engenharia” (Rodrigues, 2006), Diretriz Sinat Nº003 e trabalhos acadêmicos, foi

possível identificar as etapas do método, desenvolver um conhecimento maior sobre as

interfaces dos seus sistemas complementares, instalação, uso e manutenção.Também foi

constatado que a principal origem das patologias tem relação direta com a falta de

observância dos procedimentos corretos de cálculo e montagem e execução da estrutura.

A ausência e insuficiência de orientação aos clientes (usuários) também configuram uma

potencial causa das mazelas que podem acometer as edificações. Por isso é

indispensável que o manual de uso e operação, geralmente entregue juntamente com as

chaves da edificação seja claro e contenha itens como, especificações técnicas e

memorial descritivo da edificação, restrições quanto a ocupação, cargas e usos não

compatíveis, procedimentos básicos para reparos e periodicidade de

manutenção.Somente a combinação do uso e manutenção adequados, pode aumentar a

durabilidade das edificações, seja qual for o sistema construtivo.

REFERÊNCIAS

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