Lingua Portuguesa III Parte1

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    Oficina

    Lngua Portuguesa III - Parte I

    Autora

    Prof. Mrcia Arouca

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    Oficina de Lngua Portuguesa III - resumo e resenha

    SumrioAULA 1: Resumo e resenha (2 horas/aula).

    AULA 2: Definio de resumo, condies de produo e exerccios (2 horas/aula).

    AULA 3 : Procedimentos de sumarizao, apagamento e exerccios (2 horas/aula).

    AULA 4: Procedimentos de sumarizao, generalizao e exerccios (2 horas/aulas).

    AULA 5: Procedimentos de sumarizao, referncia ao autor do texto-fonte, contexto de produo e exerccios (2 horas/aula).

    AULA 6: Gneros textuais: resumo e resenha (1 hora/aula).

    AULA 7: Caractersticas do gnero resenha (1 hora/aula).

    AULAS 8 e 9: Exerccios sobre caractersticas da resenha em texto j trabalhado e em texto novo (3 horas/aula).

    AULA 10: Presena da voz do resenhador e da voz do autor do texto (2 horas/aula).

    AULA 11: Exerccios de fixao: a) anlise de resenhas: ttulo, assunto, referncia ao autor da obra resenhada e citaes; b) anlise de resenhas: seleo lingustica de verbos e definio de objetivo da resenha (2 horas/aula).

    AULAS 12 e 13: Macroestrutura da resenha: introduo, desenvolvimento e concluso (2 horas/aula).

    AULAS 14 e 15: Macroestrutura da resenha exerccios de resumo e resenha (3 horas/aula).

    AULAS 16 e 17: Recursos de organizao textual de resenhas (3 horas/aula).

    AULA 18: Operaes de referncia ao autor do texto-fonte (estabelecimento da ponte entre a resenha e a obra resenhada) (1 hora/aula).

    AULA 19: Mecanismos de introduo de relaes da obra resenhada com outras obras citao de outros autores que corroborem com a avaliao do resenhista (1 hora/aula).

    AULA 20: Coeso e coerncia organizadores textuais (1 hora/aula).

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    IntroduoCaro(a) aluno(a),

    Voc j cursou ou conhece as oficinas de Lngua Portuguesa I e II?

    A oficina de Lngua Portuguesa I traz uma reviso dos principais contedos de ortografia e gramtica

    tratados no ensino mdio.

    As oficinas de Lngua Portuguesa II e esta tm como objetivo melhorar a sua competncia de leitor de

    textos cientficos e tcnicos. Na oficina de LP II, voc aprendeu a fazer anotaes e fichamentos.

    Esta oficina Lngua Portuguesa III d continuidade a anterior e com ela voc aprende a fazer

    resumos e resenhas.

    Claro que melhor seguir a ordem proposta, mas as oficinas so independentes e podero ser cursadas

    segundo o seu interesse.

    O importante que voc aprenda com elas e aperfeioe a sua condio de leitor.

    Aula I - Resumo e Resenha

    Objetivo: Apontar as condies para a produo de texto: quem (produtor do texto), para quem (leitor) e para qu (objetivo do texto).

    Ler um texto implica desvendar diversos aspectos que o compem, de sua estrutura organizao da

    linguagem que o autor empregou. H textos de diversos tipos: alguns contam histrias, defendem

    posicionamentos; outros explicam determinados fatos ou fenmenos, e outros, ainda, informam sobre outro

    texto.

    Voc comear sua experincia com a leitura sistematizada de textos que informam o contedo de outro

    texto, chamado de texto-fonte.

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    1 Leia os textos

    Texto 1Desenvolvimento sustentvel

    Marina Ceccato Mendes

    O atual modelo de crescimento econmico gerou enormes desequilbrios; se, por um lado, nunca houve tanta riqueza e fartura no mundo, por outro lado, a misria, a degradao ambiental e a poluio aumentam dia a dia. Diante dessa constatao, surge a ideia de Desenvolvimento Sustentvel (DS), buscando conciliar o desenvolvimento econmico com a preservao ambiental e, ainda, ao fim da pobreza no mundo.

    As pessoas que trabalham na Agenda 21 escreveram a seguinte frase: A humanidade de hoje tem a habilidade de desenvolver-se de uma forma sustentvel, entretanto preciso garantir as necessidades do presente sem comprometer as habilidades das futuras geraes em encontrar suas prprias necessidades. Essa frase toda pode ser resumida em poucas e simples palavras: desenvolver em harmonia com as limitaes ecolgicas do planeta, ou seja, sem destruir o ambiente, para que as geraes futuras tenham a chance de existir e viver bem, de acordo com as suas necessidades (melhoria da qualidade de vida e das condies de sobrevivncia). Ser que d para fazer isso? Ser que possvel conciliar tanto progresso e tecnologia com um ambiente saudvel?

    Acredita-se que isso tudo seja possvel, e exatamente o que propem os estudiosos em Desenvolvimento Sustentvel (DS), o qual pode ser definido como: equilbrio entre tecnologia e ambiente, relevando-se os diversos grupos sociais de uma nao e tambm dos diferentes pases na busca da equidade e justia social.

    Para alcanarmos o DS, a proteo do ambiente tem de ser entendida como parte integrante do processo de desenvolvimento e no pode ser considerada isoladamente; aqui que entra uma questo sobre a qual talvez nunca se tenha pensado: qual a diferena entre crescimento e desenvolvimento? A diferena que o crescimento no conduz automaticamente igualdade nem justia sociais, pois no leva em considerao nenhum outro aspecto da qualidade de vida a no ser o acmulo de riquezas, que se faz nas mos apenas de alguns indivduos da populao. O desenvolvimento, por sua vez, preocupa-se com a gerao de riquezas sim, mas tem o objetivo de distribu-las, de melhorar a qualidade de vida de toda a populao, levando em considerao, portanto, a qualidade ambiental do planeta.

    O DS tem seis aspectos prioritrios que devem ser entendidos como metas: (a) a satisfao das

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    necessidades bsicas da populao (educao, alimentao, sade, lazer etc.); (b) a solidariedade para com as geraes futuras (preservar o ambiente de modo que elas tenham chance de viver); (c) a participao da populao envolvida (todos devem se conscientizar da necessidade de conservar o ambiente e fazer cada um a parte que lhe cabe para tal); (d) a preservao dos recursos naturais (gua, oxignio etc.); (e) a elaborao de um sistema social garantindo emprego, segurana social e respeito a outras culturas (erradicao da misria, do preconceito e do massacre de populaes oprimidas, por exemplo, os ndios); e (f) a efetivao dos programas educativos.

    Na tentativa de chegar ao DS, sabemos que a Educao Ambiental parte vital e indispensvel, pois a maneira mais direta e funcional de se atingir pelo menos uma de suas metas: a participao da populao.

    MENDES, Mariana Ceccato. Desenvolvimento e natureza: estudos para uma sociedade sustentvel. So Paulo: Cortez, 1995. p. 429.

    Texto 2

    MENDES, Mariana Ceccato. Desenvolvimento e natureza: estudos para uma sociedade sustentvel. So Paulo: Cortez, 1995. 429 p.

    Mendes (1995) trata de fatos desencadeadores da ideia de desenvolvimento sustentvel (DS), apresentando o modelo de crescimento econmico como um dos maiores geradores de desequilbrios entre progresso, homem e natureza. Ela cita a definio de DS formulada pelas pessoas que se ocupam do tema e seus posicionamentos, para levantar questionamentos sobre a possibilidade de conciliao entre progresso e tecnologia com ambiente saudvel. Para justificar seus questionamentos, a autora estabelece a diferena entre crescimento e desenvolvimento, afirmando que o primeiro no conduz igualdade e justia sociais; e o segundo conduz gerao de riquezas, mas com a preocupao na melhoria de qualidade de vida e, portanto, na qualidade ambiental do planeta. Nesse sentido, Mendes argumenta que, embora tenha seis aspectos prioritrios que devam ser entendidos como meta, o DS s ser efetivo e, por ns, alcanado, se a proteo ao ambiente for considerada, por toda a populao, como parte integrante do processo de desenvolvimento e no isolada dele.

    Palavras-chave: Desenvolvimento sustentvel. Proteo ao ambiente. Participao da populao.

    Comparando os textos 1 e 2, podemos dizer que o tema o mesmo: Desenvolvimento sustentvel, porm se percebe algumas caractersticas que os diferenciam, tais como:

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    a) A escolha, pelo autor, de um tema para discutir e de uma tese para defender.b) A escolha de palavras adequadas para expressar o seu posicionamento. c) A escolha de elementos que o estruturam (argumentos, questionamentos, exemplos etc.).d) A extenso do texto (tamanho).e) A forma como os autores dialogam com seus leitores etc.

    2 Observe atentamente os textos 1 e 2 e responda ao que seguem.

    a) Sobre o texto 1 podemos afirmar que:

    ( ) um artigo de opinio. ( ) uma crnica.

    ( ) uma notcia. ( ) uma resenha.

    b) Que caracterstica do texto induziu voc a escolher tal alternativa? Explique.__________________________________________________________________________________________________________________________________

    c) Sobre o texto 2, podemos afirmar que

    ( ) um artigo de opinio. ( ) uma crnica.( ) um resumo. ( ) uma resenha.

    d) Que caracterstica do texto induziu voc escolher tal alternativa? Explique.

    ___________________________________________________________________________________________________________________________________

    Muitas caractersticas estabelecem diferenas entre os textos produzidos, classificando-os de acordo com suas condies de produes (quem produz o que, para que e para quem o texto produzido). Assim, pode-se afirmar que as caractersticas observadas no texto 2 configuram a produo de resumo.

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    Aula 2 - Definio de resumo / condies de produo

    Objetivo: Definir o que um resumo e apresentar as condies para a sua produo.

    Resumo um texto informativo-referencial que compreende a apresentao dos pontos principais de um texto-fonte, de forma a dispensar a sua consulta (Cf. MACHADO, et al. 2004). Sua estrutura forma composicional (BAKHTIN, 1979) apresenta palavras-chave e contm apenas um pargrafo com, no mximo, 500 palavras (Cf. ABNT, NBR 6028:2003).

    Sabendo que as condies de produo determinam as informaes que so selecionadas do texto-fonte para compor o resumo, leia os textos e responda s questes que lhes seguem:

    Texto 3 (Resumo 1)Tempos de Paz

    Com a direo de Daniel Filho, Tempos de Paz volta a 18 de abril de 1945. Durante anos,

    centenas de pessoas foram torturadas pelo regime de Getlio Vargas, mas com a presso

    externa decorrente do fim da 2 Guerra Mundial, vrios presos polticos ganharam a liberdade.

    Segismundo (Tony Ramos) um ex-oficial da polcia poltica de Vargas que agora teme que

    suas vtimas resolvam se vingar. Ele trabalha como chefe da seo de imigrao na Alfndega

    do Rio de Janeiro, tendo por funo evitar a entrada de nazistas. Em uma averiguao habitual,

    ele interroga Clausewitz (Dan Stulbach), um ex-ator polons que, por recitar Carlos Drummond

    de Andrade, lhe foi enviado por um subalterno.

    Para convencer que no nazista, Clausewitz precisa usar todo o seu talento como ator.

    EPIPOCA. Disponvel em: . Acesso em: 15 mai. 2009.

    Texto 4 (Resumo 2)Liderado por William Naraine, o Double You foi formado em 1991 e, apenas um

    ano depois, estourou com Please Dont Go, msica mais tocada em danceterias e

    rdios naquele ano. Completando dezesseis anos e mais de cinco milhes de discos

    vendidos, o grupo lana seu primeiro DVD, gravado na Limelight, famosa casa noturna

    paulistana. O repertrio rene os sucessos da banda, entre eles: Shes Beautiful,

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    Looking At My Girl, Run To Me, Whos Fooling Who, a msica que fez o Double You estourar em todo o

    planeta e mais trs inditas. O DVD traz ainda regravaes de U2 e Bryan Adams (With or Without You e Everything I Do (I Do It For You), respectivamente), e lbum de fotos com os bastidores da apresentao.

    DVDs. Disponvel em: . Acesso em: 13 jun. 2009.

    Texto 5 (Resumo 3)

    RESUMO

    A argumentatividade uma das principais caractersticas dos artigos de opinio. Por meio dela o falante/

    escritor persuade, convence e direciona a interpretao do ouvinte/leitor uma determinada concluso. Nesse

    mbito, este trabalho de concluso de curso tem como objetivo analisar a argumentao em artigos de

    opinio do jornalista Carlos Heitor Cony, publicados no jornal Folha de So Paulo, a fim de verificar como a argumentatividade se manifesta em tais textos. Para atingir esses objetivos apoiamos as anlises em Koch

    (2002; 2004; 2006; 2007), em Ducrot (1980) e em Plato & Fiorin (1998). A pesquisa caracterizada como

    um estudo documental, com abordagem qualitativa e uma anlise interpretativista do fenmeno lingustico.

    As anlises mostram que a argumentao se materializa nos textos de Cony por meio de tipos diferentes de

    argumentos, a saber: argumentos baseados em provas concretas, no consenso, na competncia lingustica,

    no raciocnio lgico e em autoridades de determinadas reas de conhecimento.

    Palavras-chave: Argumentao. Artigos de opinio.

    VALENTIM, A. A argumentatividade em Cony. 42f. (Monografia). Curso de Letras. Faculdade Anchieta. So Bernardo do Campo, 2008.

    Texto 6 (Resumo 4)

    Crepsculo

    Em Crepsculo, o objeto da paixo da protagonista um vampiro. Assim, soma-se paixo

    um perigo sobrenatural temperado com muito suspense, e o resultado um romance

    repleto das angstias e incertezas da juventude o arrebatamento, a atrao, a ansiedade

    que antecede cada palavra, cada gesto, e todos os medos. Isabella Swan chega nublada

    e chuvosa cidadezinha de Forks ltimo lugar onde gostaria de viver. Tenta se

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    adaptar vida provinciana na qual aparentemente todos se conhecem, lidar com sua constrangedora falta

    de coordenao motora e se habituar a morar com um pai com quem nunca conviveu. Em seu destino, est

    Edward Cullen. Ele lindo, perfeito, misterioso e, primeira vista, hostil presena de Bella o que provoca

    nela uma inquietao desconcertante. Ela se apaixona. Ele, no melhor estilo amor proibido, alerta: Sou

    um risco para voc. Ela uma garota incomum. Ele um vampiro. Ela precisa aprender a controlar seu

    corpo quando ele a toca. Ele, a controlar sua sede pelo sangue dela. Em meio a descobertas e sobressaltos,

    Edward , sim, perigoso: um perigo que qualquer mulher escolheria correr. Nesse universo fantasioso, os

    personagens construdos por Stephenie Meyer humanos ou no se mostram de tal forma familiares em

    seus dilemas e seu comportamento que o sobrenatural parece real. Meyer torna plausvel a paixo de uma

    garota de 17 anos por um vampiro encantador.

    CREPSCULO. Disponvel em: . Acesso em: 17

    mai. 2009.

    Texto 7 (Resumo 5)

    A casa ecolgica: uma proposta que rene tecnologia, conforto e coerncia com os princpios

    ambientais

    Cristina E. Alvarez UFES

    RESUMO

    A Casa Ecolgica foi idealizada objetivando demonstrar procedimentos adequados do ponto de vista

    ecolgico na construo civil e abrigar atividades relacionadas educao ambiental. Destaca-se que o

    conceito de Casa Ecolgica passa, necessariamente, pela adoo de critrios coerentes com a poltica

    de gerenciamento ambiental, quer seja na escolha dos materiais construtivos, como nas tcnicas de

    aproveitamento dos condicionantes naturais, no tratamento dos resduos oriundos do uso e na busca de

    racionalizao e eficincia energtica. O sistema construtivo bsico adotado denomina-se viga-laje, j

    testado anteriormente na Estao Cientfica do Arquiplago de So Pedro e So Paulo. Tal tcnica foi

    escolhida em funo de o sistema possibilitar a unio dos aspectos positivos da madeira com a resistncia

    do ao proporcionando grande flexibilidade nas solues arquitetnicas, com garantia de durabilidade e

    pouca manuteno. Alm disso, o sistema permite o desmonte e remonte da edificao em outro local de

    condies semelhantes condio desejvel para a Casa , rapidez de montagem, facilidade de manuteno

    e possibilidade de desenvolvimento de habitao de interesse social por ajuda mtua e/ou mutiro.

    Palavras-chave: Casa ecolgica.Tecnologia. Gerenciamento ambiental.

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    oficina

    ALVAREZ, C. E. A casa ecolgica: uma proposta que rene tecnologia, conforto e coerncia com os princpios ambientais. Disponvel em: . Acesso em: 11 mai. 2009.

    No quadro, voc encontrar as condies de produo dos resumos lidos (1, 2, 3, 4 e 5). Faa a correspondncia

    entre os resumos e as colunas, indicando:

    O objetivo do resumo.

    O perfil do destinatrio potencial.

    Os possveis meios de veiculao.

    Os possveis autores.

    Resumo Objetivo DestinatrioMeio de

    veiculaoAutor

    Resumo 1( ) Dar informaes

    e incitar o leitor a comprar/ler o livro

    ( ) gosta de filme

    ( ) internet( ) loja ou sites

    de produtos venda

    Resumo 2( ) Dar informaes

    e incitar o leitor a comprar o DVD.

    ( ) gosta de rock

    ( ) jornal ( ) pesquisador

    Resumo 3( ) Dar informaes

    centrais sobre um artigo cientfico

    ( ) pesquisador ou estudante da rea

    ( ) revista ( ) estudante

    Resumo 4( ) Dar informaes

    sobre um trabalho acadmico

    ( ) gosta de ler romance

    ( ) revista cientfica

    Resumo 5( ) Dar informaes e

    incitar o destinatrio a assistir filmes

    ( ) professor ( ) biblioteca

    Analisando as condies de produo, observa-se que os objetivos de alguns resumos possuem

    caractersticas comuns entre si. Explicite-as.

    __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    Assim como alguns objetivos se assemelham, ao mesmo tempo, eles estabelecem diferenas em relao

    aos outros. Explicite a principal diferena entre os resumos.

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    oficina

    __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    As informaes que selecionamos para elaborar um resumo dependem das condies de produo, isto ,

    do autor, do destinatrio e da finalidade para a qual o resumo produzido. Considerando que voc um

    aluno de graduao e precisa fazer resumos, indique as condies que envolvem essa produo.

    Autor: _____________________________________________

    Destinatrio: _____________________________________________

    Meio de veiculao: _____________________________________________

    Objetivo do resumo: _____________________________________________

    Indique o que voc aprendeu at aqui, sobre a elaborao de resumos.

    Pesquise outros resumos em diferentes meios de comunicao. Observe que os resumos sempre tratam de

    outro texto (texto-fonte), remetem-se ao autor e contm as ideias principais do texto original.

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    oficina

    Aula 3 - Procedimentos de sumarizao - apagamento

    Objetivo: Entender os processos para a produo da sumarizao de um texto.

    Sumarizao

    Quando se l ou se ouve um texto qualquer, depreendem-se suas informaes principais. A depreenso no

    um processo aleatrio, mas gerado pela capacidade humana de ler/ouvir, interpretar e selecionar os fatos

    julgados importantes guardar. A seleo de informaes um dos processos que se utiliza na sumarizao

    de um texto. A sumarizao essencial na produo de resumos, pois, por meio dela, exclui-se informaes

    desnecessrias e reformula-se outras, para que o texto produzido seja coerente com o texto-fonte e fique

    compreensvel. Veja a sumarizao do texto que segue:

    O progresso, da forma como vem sendo feito, tem acabado com o ambiente ou, em outras palavras, destrudo o planeta Terra e a Natureza maravilhosa que temos.

    Sumarizao: O progresso tem destrudo o planeta Terra.

    Informaes excludas:

    da forma como tem sido feitoacabado com o ambienteem outras palavrasnaturezamaravilhosa que temos

    Excluir informaes um procedimento que faz parte do processo de elaborao de resumos. A esse

    procedimento d-se o nome de apagamentos, os quais so feitos durante a sumarizao. Assim, os

    apagamentos realizados no texto se referem :

    a) Circunstncias que envolvem o fato (da forma como tem sido feito).b) Termos explicativos (em outras palavras). c) Repetio de termos sinnimos ou redundantes (ambiente, natureza, acabado).d) Expresses atitudinais julgamento de valor (maravilhosa que temos).

    Agora a sua vez. Sumarize os perodos que seguem e, medida que for sumarizando, sublinhe no texto

    as informaes excludas, isto , os apagamentos feitos por voc.

    a)O homem precisa satisfazer suas diversas necessidades e, para isso, sempre recorre Natureza, retirando dela tudo aquilo de que precisa: plantas, madeiras, animais e outros recursos. Chamamos esse ato de explorao.

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    oficina

    Assinale as alternativas que se referem s informaes excludas e descreva-as:

    ( ) qualificadores ou especificadores: diversas

    ( ) circunstncias que envolvem o fato:

    ( ) termos sinnimos ou redundantes:

    ( ) processos:

    ( ) termos explicativos:

    ( ) justificativas:

    ( ) expresses atitudinais:

    ( ) exemplos:

    b)

    Aos poucos, a explorao descontrolada das florestas faz desaparecer animais, vegetais, gua, fauna, flora e outros recursos que demoram ser renovados pela natureza.

    Sumarizao:

    Assinale as alternativas que se referem s informaes excludas e descreva-as:

    ( ) qualificadores ou especificadores:

    ( ) circunstncias que envolvem o fato:

    ( ) termos sinnimos ou redundantes:

    ( ) processos:

    ( ) termos explicativos:

    ( ) justificativas:

    ( ) expresses atitudinais:

    ( ) exemplos:

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    oficina

    c) Em se tratando de ambiente urbano, muitos so os aspectos que direta ou indiretamente, afetam a grande maioria dos habitantes: pobreza, criminalidade, poluio etc. Esses fatores so relacionados como fontes de insatisfao do homem com o meio urbano. Mesmo assim, as cidades continuam exercendo um forte poder de atrao devido sua heterogeneidade, movimentao e possibilidades de escolha.

    Sumarizao:

    Pobreza, criminalidade, poluio etc. afetam os habitantes urbanos,

    embora as cidades exeram atrao sobre as pessoas pela

    heterogeneidade, movimentao e possibilidades de escolha.

    Assinale as alternativas que se referem s informaes excludas e descreva-as:

    ( ) qualificadores ou especificadores:

    ( x ) circunstncias que envolvem o fato: direta ou indiretamente

    ( x ) termos sinnimos ou redundantes:ambiente urbano

    ( ) processos:

    ( ) termos explicativos:

    ( ) justificativas:

    ( ) expresses atitudinais:

    ( ) exemplos:

    d)

    O processo de seleo natural est aumentando cada vez mais, principalmente devido a fatores praticados pelo homem, como: desmatamento, urbanizao e poluio na natureza. O ser humano um dos elementos do ecossistema, portanto, ele est relacionado aos outros seres, inclusive em conexo com os fatores abiticos, como o clima. Caso comecem a desestrutur-lo, consequentemente estaro desenvolvendo graves problemas para si prprios tambm. O aquecimento global j est apresentando suas consequncias. Um dos exemplos foi o ciclone extratropical que abalou o Litoral Norte do RS e regio metropolitana de Porto Alegre. PRESERVAR o meio ambiente preservar a vida. Disponvel em: < http://www.artigonal.com/meio-ambiente-artigos/preservar-o-meio-ambiente-e-preservar-a-vida-474038.html>. Acesso em: 2 jun. 2009.

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    oficina

    Sumarizao:

    A seleo natural aumenta devido ao desmatamento, urbanizao e poluio.O Homem pertence ao ecossistema, em conexo com os outros seres e fatores abiticos. Prejuzos aos ecossistemas so prejuzos para o homem.

    Assinale as alternativas que se referem s informaes excludas e descreva-as:

    ( ) qualificadores ou especificadores:

    ( ) circunstncias que envolvem o fato:

    ( ) termos sinnimos ou redundantes:

    ( ) processos:

    ( ) termos explicativos:

    ( ) justificativas:

    ( ) expresses atitudinais:

    ( ) exemplos:

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    Aula 4 - Procedimentos de sumarizao / generalizao

    Objetivo: Aprofundar os conhecimentos sobre procedimentos de sumarizao

    Reformulao de informaes

    Outro tipo de procedimento usado no resumo a reformulao das informaes, por meio do uso de termos

    genricos. Veja a reformulao feita na sumarizao do prximo texto:

    Texto 8

    Piau tem doze espcies de animais em extino

    O Piau tem doze espcies de animais em extino. So a ararinha-azul, a arara-azul grande e a araponga do Nordeste; e o gato-do-mato-pequeno, o gato-maracaj, o gato-palheiro, a jaguatirica, a ona-pintada, o peixe-boi-marinho, o tamandu-bandeira, o tatu-bola e o tatu-canastra. O veterinrio do Ibama no Piau, Jos Lacerda Luz explica que o motivo das aves sofrerem mais ataques que os outros animais uma questo de costume. No Piau, no existe o hbito da caa e a alimentao de rpteis como em outros Estados. Cerca de 97% dos animais apreendidos so aves e muitos destes animais tambm so mantidos em ambiente domstico.

    PIAU tem doze espcies de animais em extino. Disponvel em: < http://www.natureba.com.br/natureza/animais-ameacados-de-extincao.htm >. Acesso em: 09 jun. 2009. Texto adaptado.

    Sumarizao:

    O Piau tem doze espcies de animais em extino. So as aves e os mamferos. O veterinrio do Ibama explica que o motivo das aves sofrerem mais ataques que os outros animais o fato de, no Piau, no existir o hbito da caa e a alimentao de rpteis, como em outros Estados.

    Reformulaes:

    a) Ararinha-azul, arara-azul grande e araponga do Nordeste por aves.

    b) Gato-do-mato-pequeno, gato-maracuj, gato-palheiro, jaguatirica, ona-pintada, peixe-boi-marinho, tamandu-bandeira, tatu-bola e tatu-canastra por mamferos.

    c) Discurso direto por indireto: citao reformulada.

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    oficina

    Informaes

    excludas:

    a) A ararinha-azul, a arara-azul grande e a araponga do Nordeste; e o gato-do-mato-pequeno, o gato-maracaj,

    o gato-palheiro, a jaguatirica, a ona-pintada, o peixe-

    boi-marinho, o tamandu-bandeira, o tatu-bola e o tatu-

    canastra;

    b) Jos Lacerda Luz.c) Uma questo de costume.No Piau, no existe o hbito da caa e a alimentao de rpteis

    como em outros Estados. Cerca de 97% dos animais apreendidos

    so aves e muitos destes animais tambm so mantidos em

    ambiente domstico.

    Agora a sua vez. Sumarize os trechos que seguem, fazendo as reformulaes necessrias. Em seguida,

    sublinhe no texto as informaes excludas e descreva as reformulaes feitas:

    a) O desmatamento e a consequente destruio dos habitats a principal causa da ameaa de extino

    para os animais, especialmente para os pssaros que tm uma estreita relao com a vegetao, como est

    ocorrendo com a gralha violeta, um dos mais belos pssaros do Paran, da mesma famlia da gralha azul,

    ave smbolo do estado. Outro exemplo o papagaio-da-cara-roxa, que vive exclusivamente nas florestas

    litorneas do sul de So Paulo e Paran. Os dados divulgados por rgos ambientalistas indicam que hoje

    existem somente 4 mil indivduos dessa espcie. Por ser restrita ao seu habitat, uma ave vulnervel,

    pois qualquer alterao no ambiente pode ser muito arriscada para sua sobrevivncia. Mas no s um

    problema de desmatamento. Essa espcie est includa na rota do trfico de animais silvestres, graas ao

    pssimo hbito que muitas pessoas tm de cri-las em cativeiro.

    SZPILMAN, Marcelo. A fauna ameaada de extino. Disponvel em: . Acesso em: 10 jun. 2009.

    Sumarizao:

    Reformulaes:

  • 19

    oficina

    Assinale as alternativas que se referem s informaes excludas e descreva-as:

    ( ) qualificadores ou especificadores:

    ( ) circunstncias que envolvem o fato:

    ( ) termos sinnimos ou redundantes:

    ( ) processos:

    ( ) termos explicativos:

    ( ) justificativas:

    ( ) expresses atitudinais:

    ( ) exemplos:

    b) Abrigando em seu territrio 20% das espcies que compem a fauna e a flora do planeta, o Brasil

    considerado atualmente o pas de maior diversidade biolgica. No entanto, de acordo com o Ibama, esto

    hoje sob risco de desaparecimento no pas , 109 aves, 67 mamferos, 29 insetos, nove rpteis, um anfbio,

    um artrpode, um coral, um peixe e um crustceo e 106 espcies vegetais. Algumas aves esto praticamente

    extintas, como a arara-azul-pequena e o tiet-de-coroa. Entre as espcies vegetais mais ameaadas esto

    acapu, arnica, barbasco, bico-de-guar, bromlia, caapi, figueira-da-terra, canelinha, castanheira, cerejeira,

    cip-escada-de-macaco, cravina-do-campo, dracena-da-praia, gonalo-alves, gueta imbuia, ingarana,

    jaborandi, jacarand-da-bahia, jequitib, lelia, marmelinho, milho-cozido, mogno, oitiboi, leo-de-nhamu,

    pau-amarelo, pau-brasil, pau-cravo, pau-rosa, pinheiro-do-paran, quixabeira, rabo-de-galo, samambaiau-

    imperial, sangue-de-drago, sucupira, ucuuba e violeta-da-montanha.

    EXTINO das espcies: floresta morta. Disponvel em: . Acesso em: 10 jun. 2009.

    Sumarizao:

    Reformulaes:

    Assinale as alternativas que se referem s informaes excludas e descreva-as:

  • 20

    oficina

    ( ) qualificadores ou especificadores:

    ( ) circunstncias que envolvem o fato:

    ( ) termos sinnimos ou redundantes:

    ( ) processos:

    ( ) termos explicativos:

    ( ) justificativas:

    ( ) expresses atitudinais:

    ( ) exemplos:

    c) Ao derrubar as florestas, o homem remove sistemas biolgicos complexos, multiestruturados,

    extremamente diversificados e estveis. Ao instalar a agricultura convencional, altamente mecanizada e

    dependente do uso extensivo de fertilizantes artificiais, herbicidas e pesticidas, coloca em seu lugar sistemas

    simples e instveis. Reduzindo a diversidade e recobrindo vastas reas com monoculturas, surgem pulges,

    cigarrinhas, lesmas, besouros, lagartas, percevejos, vespas, aranhas e outros insetos capazes de alterar

    todo o precrio equilbrio.

    EXTINO das espcies: floresta morta. Disponvel em: . Acesso em: 10 jun. 2009.

    Sumarizao:

    Reformulaes:

    Assinale as alternativas que se referem s informaes excludas e descreva-as:

    ( ) qualificadores ou especificadores:

    ( ) circunstncias que envolvem o fato:

    ( ) termos sinnimos ou redundantes:( ) processos:( ) termos explicativos:

    ( ) justificativas:

    ( ) expresses atitudinais:

    ( ) exemplos:

  • 21

    oficina

    d) A vegetao uma das caractersticas do meio mais importante para a manuteno dos animais.

    Intervenes na vegetao produzem efeitos diretos na fauna, pela reduo, aumento, ou alterao de dois

    atributos chaves, que so o alimento e o abrigo. Desta forma, a composio da vida silvestre alterada

    com as mudanas na vegetao. Vrias espcies de animais atuam de forma crucial na manuteno e

    restaurao dos ambientes naturais, principalmente nas florestas tropicais, onde cerca de 90% das espcies

    vegetais arbreas so polinizadas e suas sementes dispersas por animais. Os principais polinizadores so

    as abelhas, vespas, mariposas, borboletas, besouros, morcegos e beija-flores, e na disperso das sementes,

    pode-se citar o macaco-prego, mono-carvoeiro e a cutia. Essas espcies de animais e vegetais se encontram

    organizadas, em cadeias qumicas alimentares, interagindo na polinizao e disperso. Portanto, uma

    floresta fragmentada e pobre em animais uma floresta condenada morte.

    VEGETAO no Brasil: fauna e flora brasileira. Disponvel em: . Acesso em: 10 jun. 2009.

    Sumarizao:

    Reformulaes:

    Assinale as alternativas que se referem s informaes excludas e descreva-as:

    ( ) qualificadores ou especificadores:

    ( ) circunstncias que envolvem o fato:

    ( ) termos sinnimos ou redundantes:

    ( ) processos:

    ( ) termos explicativos:

    ( ) justificativas:

    ( ) expresses atitudinais:

    ( ) exemplos:

  • 22

    oficina

    Aula 5 - Procedimentos de sumarizao/referncia ao autor do texto-fonte/contexto de produo

    Objetivo: Aprofundar os conhecimentos sobre o tema de sumarizao com foco na meno ao autor que

    produziu o texto.

    Formas de meno ao autor do texto fonte

    Outro procedimento do processo de sumarizao a meno ao autor e aos atos por ele realizados na

    produo do texto. As aes realizadas pelo autor dizem respeito ao posicionamento dele diante de um fato,

    indicao do contedo do texto, organizao das ideias etc. Esses atos no esto explcitos no texto-

    fonte, mas so interpretados pelo produtor do resumo, que usa processos (verbos) adequados para se referir

    a tais aes.

    Releia o texto 2 e observe os atos atribudos e as formas de mencionar o autor do texto-fonte, pelo produtor

    do resumo. Os atos esto em negrito; as formas de meno esto em itlico.

    MENDES, Mariana Ceccato. Desenvolvimento e natureza: estudos para uma sociedade sustentvel. So Paulo: Cortez,

    1995. 429 p.

    Mendes (1995) trata de fatos desencadeadores da ideia de desenvolvimento sustentvel (DS), apresentando o modelo

    de crescimento econmico como um dos maiores geradores de desequilbrios entre progresso, homem e natureza.

    Ela cita a definio de DS formulada pelas pessoas que se ocupam do tema e seus posicionamentos, para levantar

    questionamentos sobre a possibilidade de conciliao entre progresso e tecnologia com ambiente saudvel. Para

    justificar seus questionamentos, a autora estabelece a diferena entre crescimento e desenvolvimento, afirmando

    que o primeiro no conduz igualdade e justia sociais; e o segundo conduz gerao de riquezas, mas com a

    preocupao na melhoria de qualidade de vida e, portanto, na qualidade ambiental do planeta. Nesse sentido, Mendes

    argumenta que, embora tenha seis aspectos prioritrios que devam ser entendidos como meta, o DS s ser efetivo,

    e por ns alcanado, se a proteo ao ambiente for considerada, por toda a populao, como parte integrante do

    processo de desenvolvimento e no isolada dele.

    Palavras-chave: Desenvolvimento sustentvel. Proteo ao ambiente. Participao da populao.

    Veja, agora, a classificao dos recursos gramaticais das formas de meno, dos atos e o sentido produzido

    pelas aes atribudas:

  • 23

    oficina

    Forma de meno e atosClassificao

    gramaticalSentido produzido

    Mendes nome substantivo proximidade com o autor

    trata processo no presente apresentao do contedo

    apresentando processo no gerndioreforo apresentao do contedo

    ela marca de pessoa referncia ao autor

    cita processo no presente incio da problematizao

    levantar processo no infinitivo problematizao do contedo

    justificar processo no infinitivo justificativa problematizao

    autora nome substantivo recategorizao do autor

    estabelece processo no presente reforo justificativa

    afirmando processo no gerndiotomada de posio sobre o contedo

    argumenta processo no presente persuaso ao leitor

    O texto 9 o resumo de um captulo de livro que trata de questes relacionadas s pores de gua doce

    existentes no Brasil. Leia-o, e tomando como exemplo o exerccio anterior, complete o quadro que o segue:

    Texto 9SALATI, E.; LEMOS, H. M.; SALATI, Eneida. gua e o Desenvolvimento Sustentvel. In: REBOUAS, A. C.; BRAGA, B.; TUNDISI, J. G. (Org.). guas doces no Brasil: capital ecolgico, usos mltiplos, explorao racional e conservao. 3. ed. So Paulo: ABC - IEA/USP, 2006, p. 37-62.

    Salati et al. (2006) falam sobre a importncia da gua para o planeta e de seu uso consciente. Segundo os autores, a gua um dos recursos naturais mais importantes e sua utilizao deve ser feita de maneira a no comprometer a disponibilidade para as geraes futuras. Eles afirmam que um dos maiores desafios atuais para o desenvolvimento sustentvel minimizar os efeitos da escassez permanente ou sazonal e da poluio da gua. Para tal minimizao, Salati et al. sugerem a gesto do suprimento e da demanda por meio da adoo de polticas e aes relativas quantidade e qualidade da gua, desde sua captao at o sistema de distribuio, e de tcnicas racionais de uso para evitar o desperdcio. Os autores ressaltam que os novos projetos para atender a demanda devem conceber uma perspectiva de sustentabilidade econmica, social e ambiental, exigindo tanto a explorao cuidadosa de novas fontes, quanto medidas para estimular o uso mais consciente da gua.

    Palavras-chave: gua. Desenvolvimento sustentvel.

  • 24

    oficina

    Formas de mencionar e atos atribudos ao autor do texto-

    fonteClasse gramatical Sentido produzido

    Os exerccios feitos por voc forneceram o passo a passo do processo de sumarizao. Agora que voc j

    o conhece, faa uma sntese, reunindo os procedimentos que o compem.

    As atividades realizadas at aqui objetivaram apresentar o processo de sumarizao. Comeamos com

    pequenos trechos de textos, passamos por trechos mais longos e chegamos ao texto integral. Agora a

    vez de voc elaborar resumos de textos. No se esquea dos procedimentos aprendidos e da estrutura do

    resumo.

    Texto 10

    Distribuio e preservao da gua no planeta Terra

    A Terra bem que poderia ser chamada de Planeta gua ou de Planeta Azul,

    como a denominou o astronauta russo Gagarin, pois cerca de 2/3 (71%)

    de sua superfcie coberta por oceanos e mares. As terras emersas, que

    formam os continentes e ilhas, destacam-se apenas como manchas.

    As guas que ocorrem na natureza formam a hidrosfera, que tem um volume

    de 1,46 bilhes de quilmetros cbicos. Essa elevada disponibilidade de gua no globo estimulou uma

    poltica de desperdcio dos recursos hdricos em diversas partes do mundo, inclusive no Brasil, mas

    apenas 0,007% desse volume total est disponvel para o consumo humano. Essas guas se distribuem

    em reservatrios areo, superficiais, isto , na atmosfera, nos oceanos, mares, rios, lagos, lagoas,

    pntanos e depsitos artificiais e de subsuperfcie (guas subterrneas), e se integram em um circuito

    fechado, formando o Ciclo das guas ou Ciclo Hidrolgico.

    O volume de gua que evapora dos oceanos cerca de 47.000 km/ano maior que o fluxo que nele

    precipita. Esse valor excedente indica o volume de gua que transferido dos oceanos para os

  • 25

    oficina

    continentes durante os processos de evaporao e precipitao. A gua retorna aos oceanos pela

    precipitao direta e pelo escoamento dos rios e de fluxos subterrneos. Assim, a quantidade total de

    gua na Terra permanece constante.

    Apesar da afirmao imprecisa de leigos de que a gua est acabando, a quantidade de gua na Terra

    praticamente invarivel desde a sua origem, ocorrendo apenas o acrscimo de uma frao diminuta,

    denominada de gua juvenil, que expelida pelos vulces. A gua que hoje utilizamos a mesma gua

    que os dinossauros bebiam. O que tem sido alterado o aumento da demanda, e da sua distribuio

    nos reservatrios naturais e artificiais e a perda de sua qualidade, o que eleva o seu custo e aumenta

    a excluso social.

    Trs principais problemas agravam o quadro de disponibilidade hdrica mundial: (i) a degradao dos

    mananciais; (ii) o aumento exponencial e desordenado da demanda; e (iii) o descompasso entre a

    distribuio das disponibilidades hdricas e a localizao das demandas, pois as guas esto distribudas

    de forma heterognea, tanto no tempo como no espao geogrfico. Assim, a escassez hdrica tem gerado

    instabilidades e conflitos econmicos e socioambientais, os quais tendem a agravar-se com o tempo.

    Por isso, imprescindvel que a gua seja tratada como um recurso estratgico, para que o seu uso

    sustentvel seja lastreado no seu uso racional, no fortalecimento institucional, em marcos regulatrios,

    no planejamento e gesto integrada, na disponibilidade de recursos financeiros, e, principalmente, no

    respeito ao princpio de que todos tm direito gua de qualidade, um bem fundamental vida.

    Atualmente, mais de 1 bilho de pessoas no mundo no tm gua suficiente para suprir as suas demandas

    domsticas, que segundo a Organizao Mundial de Sade OMS de 200 litros/dia. Estima-se que,

    em 30 anos, haver 5,5 bilhes de pessoas vivendo em reas com moderada ou elevada escassez de

    gua. Alguns eventos agravam o cenrio tanto da oferta como da demanda de gua doce no mundo, tais

    como o crescimento demogrfico associado a padres de consumo no sustentveis. Estima-se que o

    crescimento populacional aumentou trs vezes no decorrer do sculo XX, passando de 2 para 6 bilhes

    de habitantes. Nesse mesmo perodo, a demanda de gua aumentou sete vezes, isto , passou de

    580 km/ano para aproximadamente 4 mil km/ano. Esses dados tornam-se relevantes na medida em

    que previsto que a populao mundial estabilize-se, por volta do ano 2050, entre 10 e 12 bilhes de

    habitantes, o que representa cerca de 5 bilhes a mais que a populao atual. Outro fator que agrava o

    cenrio da utilizao das guas no mundo a gesto ineficiente dos recursos hdricos em basicamente

    todas as atividades antrpicas, como ocorre na agricultura, na indstria e nos sistemas de abastecimento

    pblico de pases, onde o desperdcio de gua, como em algumas regies brasileiras, superior a 60%.

    Nesse quadro de indisponibilidade de gua doce, constata-se que a escassez hdrica j est instalada

    na Arbia Saudita, Arglia, Barbados, Blgica, Burundi, Cabo Verde, Cingapura, Egito, Kuwait, Lbia,

    Jordnia e Tailndia, e poder ocorrer em mdio prazo na China, Estados Unidos, Etipia, Hungria,

    Mxico, Sria e Turquia. No caso do Brasil, que dispe de cerca de 12% de toda a gua doce do

    planeta, cerca de 89% do volume total esto concentrados nas regies Norte e Centro-Oeste, onde

    esto localizadas apenas 14,5% da populao. Para as regies Nordeste, Sudeste e Sul, onde esto

  • 26

    oficina

    distribudos 85,5% da populao, h disponvel apenas 11% do potencial hdrico do pas. Alm da natural

    carncia para o atendimento da demanda de abastecimento pblico e privado, essa heterogeneidade

    de distribuio das guas gera eventos crticos tais como cheias catastrficas e perodos cclicos de

    secas.

    BARROS, Jorge G. do Cravo. Origem, distribuio e preservao da gua no Planeta Terra. Disponvel em: . Acesso em: 11 jun. 2009.

    Jorge Gomes do Cravo Barros assessor em Geologia da 4 Cmara de Meio Ambiente e

    Patrimnio

    Cultural do MPF.

    Texto 11

    Biodiversidade: a vida e seus semelhantesCarlos Vogt

    Como transformar conhecimento em valor econmico,

    parece ser o lema

    mais constante e a preocupao mais exasperante das sociedades contemporneas espalhadas pelo mundo e empilhadas,

    em diferentes nveis, na pirmide do desenvolvimento.

    O desafio dessa transformao motiva e acompanha os esforos de sociedades desenvolvidas

    e de sociedades emergentes, que lutam para se estabelecerem como parceiros nos cenrios da

    competitividade internacional.

    E a surge o primeiro paradoxo da retrica da globalizao que, como tantos outros, procura, no discurso,

    harmonizar as contradies de que se faz, com ferocidade, s vezes, o doce engano de que com a

    competio d-se tambm a ajuda mtua.

    atuao crescente e conscientizao amadurecida dos formadores de opinio, dos tomadores de

    deciso, de parcelas importantes das populaes organizadas em instituies cada vez mais atuantes

    na afirmao dos direitos e deveres de cidadania, foi-se formatando, a partir j dos anos 1960, a

    concepo, consolidada depois, em 1972, em Estocolmo e reafirmada em 1992, no Rio de Janeiro, de

    que a Terra um sistema coeso e integrado no qual possvel ver, com clareza, a sistematicidade das

    relaes entre as partes vivas do planeta plantas, micro-organismos e animais e as suas partes no

    vivas rochas, oceanos, rios e atmosfera.

    Constituem-se, assim, os conceitos de ecossistema, de desenvolvimento sustentvel e a compreenso

  • 27

    oficina

    moderna do termo biodiversidade, utilizado, ento, como se pode ler na pgina do Programa Biota

    Fapesp, para definir a variabilidade de organismos vivos, flora, fauna, fungos macroscpicos e micro-

    organismos, abrangendo a diversidade de genes e de populaes de uma espcie, a diversidade de

    espcies, a diversidade de interaes entre espcies e a diversidade de ecossistemas, conforme o

    artigo 7 da Conveno sobre a Diversidade Biolgica, celebrada na Conferncia Internacional sobre

    Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Eco ou Rio-92.

    Em 1994, o Decreto Legislativo n 2 aprovou, no Brasil, a Conveno, embora o tema j estivesse tratado

    na Constituio Federal de 1988, no seu artigo 225 que consagra o direito de todos os brasileiros ao

    meio ambiente ecologicamente equilibrado, o que, em contrapartida nos obriga a todos ao compromisso

    de preservao de todas as espcies.

    Desse modo, veem-se, na Constituio, no pargrafo 4 desse artigo, garantidos em lei de preservao a

    Floresta Amaznica, a Mata Atlntica, a Serra do Mar, o Pantanal e a Zona Costeira, todos considerados

    patrimnios nacionais. Outras leis e cdigos tratam de outros temas relacionados ao equilbrio ecolgico,

    preservao de sistemas complexos de vida, biodiversidade, de maneira que, do ponto de vista legal,

    mesmo havendo necessidade de seu aprimoramento contnuo, o pas est alinhado com as grandes

    preocupaes e tendncias internacionais relativas questo.

    Ao lado do sistema legal cresceu e organizou-se todo um sistema institucional que, alm dos atores

    tradicionais, como as universidades, os sindicatos, as associaes de classe, passou a incluir um

    nmero muito grande de organizaes no governamentais (ONGs) voltadas ao tema e que tm tido um

    papel definidor nas polticas de preservao ambiental e nas aes efetivas para sua operacionalidade,

    de modo que no seria exagero dizer meio ambiente e ecologia so hoje tpicos de excelncia nos

    avanos de cidadania que a sociedade brasileira vem vivenciando e conquistando de alguns anos para

    c.O tema da biodiversidade est, como dissemos, relacionado a essas questes, mas envolve tambm

    um aspecto econmico que lhe intrinsecamente constitutivo e envolve ainda uma possibilidade real de

    sua transformao em riqueza, o que lhe dado pela biotecnologia.

    De fato, a grande extenso territorial brasileira, a enorme variedade de espcies que a povoa, e o

    potencial tecnolgico hoje disponvel para sua transformao em valor econmico, uma vez feito o

    seu mapeamento e consolidado o seu conhecimento cientfico, tornam a biodiversidade do Brasil uma

    riqueza efetiva e um desafio permanente.

    A sua riqueza est estimada, pelo que se anuncia nos estudos do IPEA, em cerca de 4 trilhes de dlares;

    o desafio reside em no violentarmos o equilbrio dessa vida diversa e mltipla e nem permitirmos

    que outros o faam, fazendo sua bioprospeco sem, contudo, agredir os seus sagrados direitos

    existncia, consagrados pela Constituio.

    Como se trata de um tesouro vivo, preciso aprender a explor-lo sem esgotar-lhe a vida que , ela

    prpria, a razo primeira e ltima de seu imenso valor econmico e social para a qualidade de vida do

    homem na Terra.

    Mltiplo e desigual, no espelho de seu ambiente, o homem aspira unidade que hoje, mais do que nunca,

  • 28

    oficina

    ele aprendeu, no se sustenta, sequer como aspirao, fora do conhecimento e do reconhecimento de

    si no outro.Produzir riqueza, apropriando-se, pelo conhecimento e pela tecnologia, da natureza e da diversidade

    manifesta e recndita das vidas que a habitam, requer o fino equilbrio entre nosso legtimo desejo

    de bem-estar constante e a constncia de nosso compromisso consciente com a preservao das

    condies dessa variedade de vidas.

    nico em suas caractersticas de pensamento e linguagem, o homem tambm distinguido, no pelo

    fato de viver em sociedade, mas porque precisa construir a sociedade para viver. E nessa construo,

    que cultural, poltica e econmica, o outro social s adquire densidade plena na imagem biodiversa da

    natureza e seus semelhantes.

    VOGT, Carlos. Biodiversidade: a vida e seus semelhantes. Disponvel em: . Acesso em: 12 jun. 2009.

    Para leituraH variados instrumentos para a realizao de trabalhos acadmicos, que visam facilitar a aquisio de

    conhecimento e favorecer ao estudo.

    O Resumo um desses instrumentos.

    Mas, o que resumir?

    De forma bem direta pode-se afirmar que a apresentao seletiva e concisa de um contedo um resumo,

    isto , colocamos em poucas palavras as ideias, informaes e conceitos que foram desenvolvidas pelo

    autor no decorrer do texto.

    O objetivo dessa tcnica conseguir distinguir e apreender o que realmente essencial, o que

    relevante.

    Resumir implica a identificao dos tpicos principais, do texto, ignorando comentrios e julgamentos.

    Para Plato e Fiorin (1995), resumir um texto significa condens-lo a sua estrutura essencial sem perder

    de vista trs elementos:

    1. As partes essenciais do texto.2. A progresso em que elas aparecem no texto.3. A correlao entre cada uma das partes.

    Caso o texto a ser resumido for narrativo, deve-se observar os elementos de causa e as sequncias

    de tempo; se for descritivo, os aspectos visuais e espaciais; e, em caso de texto dissertativo, a

    organizao e construo das ideias.

    Ateno:

    O resumo desenvolvido com as prprias palavras de quem o produz, pois o resultado da leitura

    de um texto, portanto uma produo pessoal. No , em hiptese alguma, apenas um apanhado de

    frases soltas. Ele deve apresentar ideias centrais (o argumento) daquilo que est sendo resumido, as

  • 29

    oficina

    ideias apresentadas devem manter relaes e o texto deve ser compreensvel.

    Como desenvolver um resumo?

    Para se desenvolver um resumo e obter um bom resultado final, deve-se:

    1. Ler atentamente o texto, com a finalidade de identificar o assunto em pauta.2. Fazer outras leituras ou quantas forem necessrias para selecionar ideias principais e anotar as

    mais relevantes.

    3. Identificar palavras-chave: elas so usadas para imprimir as ideias fundamentais e devem servir de ponto de partida para o resumo.

    4. O ideal resumir cada pargrafo e depois outro do prprio resumo, assim as ideias estaro bem sintetizadas.

    5. Observar, todo o tempo, se o texto est ficando coerente e se a sequncia, entre os pargrafos est lgica e fazer os ajustes necessrios.

    6. Ficar atento, pois o resumo no um comentrio crtico. Quem o escreve, deve-se ater s ideias do autor; no pode, em hiptese alguma, emitir sua opinio e, sim, ser fiel s ideias apresentadas

    no texto original.

    Referncias Bibliogrficas:

    Fiorin, Jos Luiz; Plato, Francisco. Para entender o texto: leitura e redao, 10. ed. So Paulo: tica, 1995.

    B. RESENHA

    Objetivo: Aprender a elaborar e ler uma resenha

    A resenha um texto que remete a outro texto (texto base/fonte ou obra resenhada); por isso mesmo um metatexto, assim como o resumo. Como todo e qualquer gnero de texto, elaborar e/ou ler uma resenha implica o uso de determinadas tcnicas e estratgias de leitura e de redao.

    Como j vimos em aulas anteriores, fazemos resumos com diferentes objetivos. Um desses objetivos fazer uma resenha.Resenha um gnero muito encontrado em revistas (cientficas ou no) e em jornais. Tambm um texto muito requisitado na vida acadmica de qualquer aluno.Pode-se dizer que a resenha um texto que remete a outro texto, uma obra que pode ser: um livro, um captulo de livro, um filme, uma pea de teatro, uma aula, entre outras coisas, ou seja, tudo pode

    Aula 6 - Gneros textuais: resumo e resenha

  • 30

    oficina

    ser resenhado.E como fazer uma resenha?

    Fazer uma resenha escrever um resumo da obra resenhada acompanhado de crticas a essa obra. Lembre-se de que toda Resenha contm um Resumo, embora cada um desses gneros apresente tambm caractersticas prprias.

    Leia os quadros com ateno:Resumo e Resenha

    RESUMODe que se trata? Sumarizao do contedo de uma obra.

    Como ler um texto para fazer um

    resumo?

    Selecionar as informaes relevantes (anote, sublinhe,

    marque as ideias principais da cada pargrafo do texto

    base/fonte).

    Apagar as informaes subsidirias os indicadores de

    circunstncias (advrbios) e de qualificao (adjetivos); os

    exemplos.

    Utilizar os procedimentos de generalizao e de substituio.

    Reescrever (reconstruir o texto com informaes sintticas).

    Para que fazer um resumo?

    Para estudar: selecionar informaes economiza tempo,

    facilita a compreenso da obra e aperfeioa o hbito da

    leitura. Para entender o pensamento do autor e expor a

    compreenso da obra pelo leitor.

    Para escrever determinados gneros textuais que exigem

    procedimentos de sumarizao como a resenha, o artigo

    cientfico, parecer, projeto de pesquisa etc.

    Como caracterizar um resumo?

    Por se referir a um texto base/fonte.

    Pelo fato de manter apenas as ideias principais do texto

    base/fonte.

    Ser breve e sinttico.

    No ser opinativo, isto , o autor do resumo seleciona as

    ideias do autor do texto fonte, mas no emite sua opinio,

    seu julgamento sobre o texto.

  • 31

    oficina

    RESENHA

    De que se trata?

    A resenha uma produo completa: deve conter as informaes

    mais importantes (de acordo com o ponto de vista do produtor

    da resenha) sobre o objeto (resumo) e argumentos que o

    avaliem, sendo, portanto, um trabalho que exige maturidade

    intelectual.

    Como ler um texto para fazer uma

    resenha?

    Selecionar as informaes relevantes (anote, sublinhe,

    marque as ideias principais da cada pargrafo do texto

    base/fonte) e elaborar um resumo.

    Assumir e defender um determinado ponto de vista sobre a

    obra resenhada.

    Reorganizar o texto (reconstruir o texto com informaes

    sintticas e deixar clara sua avaliao da obra resenhada).

    Para que fazer uma resenha?

    O objetivo da resenha fazer uma anlise crtica, dando

    informaes sobre e avaliando o objeto resenhado, a fim de

    ajudar o leitor a tomar uma deciso; por essa razo fundamental

    uma avaliao criteriosa por parte de quem elabora a resenha.

    .Como voc deve ter observado, a resenha requer maturidade intelectual. Isso significa que, alm de selecionar as informaes principais do texto que voc leu, necessrio estabelecer relaes com outros textos, com outros dados de conhecimento, desenvolver a capacidade de sumarizao, de interpretao e de crtica justificada.

    Com o resumo, voc sumariza; com a resenha, voc tambm avalia.

    Escrever e ler so experincias nicas. Cada autor traz suas vivncias guardadas na memria, adquiridas nas leituras, nos dilogos com diferentes interlocutores, ou seja, a maneira como o indivduo se expressa est atrelada sua experincia e sua leitura de mundo. Esse tambm um dos requisitos para ler/construir uma resenha.

    Aula 7 - Caractersticas do gnero Resenha

    Objetivo: Conhecer os resumos e avaliaes.

    Elaborar/ler uma resenha implica, como voc j viu, conhecer resumos e avaliaes. Exige conhecimento de mundo e de estratgias de linguagem. Vamos acompanhar voc na leitura de uma resenha de um livro, com intervenes para que voc v se familiarizando com os traos pertinentes ao gnero.

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    S para lembrar: a resenha pode ser feita sobre um livro, um captulo, um fato, um filme, uma aula, um lbum de msica, uma notcia etc.

    H uma ligao permanente entre a resenha de uma obra e a obra resenhada, isto , desde o ttulo da resenha que, normalmente nos remete obra resenhada at a crtica mais ou menos contundente a essa obra resenhada.

    Quando se critica a obra (texto-base), pode-se fazer isso por meio de adjetivos, de citaes do prprio autor da obra, de comparaes com outras obras que tratem do mesmo tema etc., com o intuito de justificarmos nosso posicionamento.

    No exemplo a seguir, o ttulo do livro (obra a ser resenhada) Carandiru (antigo presdio, hoje demolido). O ttulo da resenha Parada no Inferno. O autor da resenha, Guilherme Werneck, provavelmente escolheu esse ttulo porque Carandiru onde ficava o presdio tambm uma parada do metr de So Paulo; inferno, pois um presdio que reunia tantos e to diversos criminosos assemelha-se, ao ver do resenhador, a um inferno mesmo.

    Quando se faz uma resenha, alm de informar, ao leitor, o nome da obra resenhada e o autor da obra resenhada. Outras informaes necessrias so em quantas partes ou captulos o texto resenhado divide-se, ou quantas so as pginas que compem a obra. Esse caminho facilita a leitura da resenha e dirige o leitor para esta ou aquela obra, de acordo com o que o leitor necessita para seu conhecimento ou para um trabalho acadmico, por exemplo.

    O Prefcio, o ndice, o ttulo dos captulos no texto-base podem facilitar o encontro dessas informaes.

    importante perceber que uma resenha apresenta certas marcas lingusticas bem prprias como: No primeiro captulo..., De acordo com o autor..., Na segunda parte.... Isto , todo o texto de uma resenha, a todo o momento, remete-nos obra em questo (obra resenhada) e ao seu autor.

    As crticas do resenhador podem aparecer logo aps o resumo da obra ou durante o resumo como no exemplo que voc vai ler.

    O objetivo de uma resenha , alm de avaliar criticamente uma obra, indicar ao leitor se ele deve ou no ler aquela obra, se a obra ou no til para o que o leitor almeja. Ao ler uma resenha, o leitor fica sabendo se a obra interessante ou no para ele, se deve ou no ler o livro ou que foi resenhado, assistir ao filme, comprar o lbum de msica, o CD etc. Para isso, o resenhador deve deixar claro seu posicionamento a respeito da obra, argumentando cada ponto de vista, cada crtica feita.

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    muito comum, em resenhas, referncias a outras obras que se assemelhem a que est sendo criticada, uma vez que o produtor da resenha deseja sempre justificar, ao leitor, a sua crtica. Da a necessidade de conhecimento dessas outras obras ou at de aumento de conhecimento, pois podemos ler tambm algumas referncias usadas pelo resenhador que tenham- nos instigado.

    Veja essa parte no exemplo:

    Uma parada no inferno

    Guilherme Wernek

    VARELLA, Drauzio. Estao Carandiru. So Paulo: Companhia das Letras, 2001. 297 pginas. Disponvel em: .

    Como procurar a verdade em um ambiente onde o silncio confunde-se com a arte de esconder o que se faz, fez e pensa? Estao Carandiru (Companhia das Letras, 297 p., R$26,00), de Drauzio Varella, oferece a resposta de forma inteligente e gradual, reservando ao leitor o nus das concluses. Um livro que permite conhecer, com olhar distante, mas envolvente, um dos aspectos mais sombrios da realidade do pas.

    Observe que o autor da resenha j nos informa nesse primeiro pargrafo o autor da obra, a editora, o nmero de pginas e o nome do livro, ao mesmo tempo em que usa os adjetivos inteligente e gradual, mais sombrios, distante e envolvente .

    Mdico reconhecido, sobretudo por sua luta conta a AIDS, Varella comeou seu trabalho de

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    preveno na Casa de Deteno de So Paulo o Carandiru (INSERIR LINK PARA CARANDIRU) em 1989. Ao clinicar na cadeia, seu universo de ao expandiu-se para alm do tratamento de detentos infectados pelo HIV ou com tuberculose. Do contato com os presos e seus problemas, que muitas vezes ultrapassam os limites da medicina, que nasce toda a riqueza da obra.

    (RIQUEZA DA OBRA)

    Reportagem de Drauzio Varella sobre a Casa de Deteno de So Paulo apresenta sociedade um retrato objetivo do universo daqueles que vivem no maior presido do pas.

    Para narrar sua experincia no maior presdio do pas, Varella opta por sobrepor pequenas histrias, descrevendo os cdigos que regem a vida de funcionrios e detentos, encarcerados juntos em um Barril de plvora.

    O resenhador expressa que o autor da obra narra uma experincia e coloca a expresso barril de plvora entre aspas mostrando que esta foi cunhada pelo prprio autor.

    Do livro, ou seja, uma citao direta.

    O livro dividido em duas partes. Na primeira, praticamente uma introduo, h uma descrio detalhada do presdio que abriga hoje mais de sete mil presos , com suas instalaes, divises de pavilhes e dinmica prpria. Nas primeiras historias que compem a segunda parte, o talento narrativo se impe. Valendo-se da relao ntima que se estabelece entre mdico e paciente, Varella consegue abrir brechas na lei do silncio que impera nos presdios. Com isso, constri uma viso abrangente e livre de preconceitos.

    O resenhador resume como o livro foi escrito: sua forma, suas partes, sem deixar de adjetivar: descrio detalhada; viso abrangente e livre de preconceitos, afirmaes que ele justifica.

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    Para se aproximar o mximo possvel da realidade, o tratamento que Varella dispensa a linguagem. Impressiona sua capacidade de transcrever fielmente o modo de falar pelos pavilhes do Carandiru. As histrias ligam-se umas s outras num crescente que acompanha o prprio processo de adaptao do autor instituio em que trabalha. Isso permite ao leitor acompanhar as dvidas e perplexidades que surgem do convvio mais prximo com presos.

    Argumento de um dos porqus de se ler o livro: linguagem fiel s personagens; histrias que se entrelaam [resumo] o autor da resenha elabora um jogo discursivo entre resumo e avaliao.

    Na introduo, o autor diz que no se prope a denunciar um sistema penal antiquado, apontar solues para a criminalidade brasileira ou defender direitos humanos de quem quer que seja. De fato, Varella mostra que o encarceramento no leva barbrie, mas sim ao desenvolvimento de regras bastante rgidas para preservar a integridade do grupo. Contudo, impossvel no tomar partido. As violaes de direitos humanos e o descaso com que so tratados no s os detentos, mas tambm os funcionrios do sistema carcerrio, conduzem a um reflexo sobre a validade de presdios como esse, onde convivem reincidentes e presos que esperam julgamento, alcaguetes e pistoleiros, travestis e estupradores. Todos merc da superlotao, de instalaes em estado de calamidade, de ratos, insetos e fungos que contribuem para o depauperamento fsico e moral.

    Descrio detalhada com citaes do prprio autor. Mais argumento para a leitura de um livro que retrata uma realidade hostil que provoca obrigatria reflexo do leitor.

    Embora o tema seja denso, Varella abre janelas para que o leitor respire, dosando humor, observao e crtica de forma eficaz. O resultado um livro de cadncia acelerada, que prende a ateno do comeo ao fim.

    No entanto, mesmo valendo-se de uma forma que muitas vezes se aproxima da crnica, a fico passa longe de Estao Carandiru. O livro um exerccio de objetividade e tem a preciso que provm de anos de observao. Se outro episdio ganhou dimenses maiores do que deveria, isso no importa, porque o livro revela-se uma grande reportagem, dessas que andam cada vez mais raras na imprensa.

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    Educao 96, outubro, 1999.

    O autor da resenha continua avaliando a obra, utiliza, inclusive, uma crtica negativa, mas informa ao leitor da resenha que o livro prende a ateno do comeo ao fim. Em outras palavras, um texto a ser lido e sobre o qual se deve refletir, mesmo que atualmente o Carandiru, presdio tenha sido desarticulado, sabemos que h outros tantos pelo Brasil afora.

    Aulas 8 e 9 - Exerccios sobre caractersticas da resenha

    Objetivo: Exercitar as caractersticas da resenha a partir do texto trabalhado

    Voc vai entrar em contato com a leitura de mais resenhas. Existem vrias possibilidades para escrever uma resenha. Ela pode ser comercial (sobre um filme, um livro, um objeto de arte, um artigo de revista etc.) e pode ser acadmica (sobre um artigo cientfico, sobre uma dissertao de mestrado, uma tese de doutorado, um livro de referncia etc.). H varias possibilidades tambm porque voc pode fazer uma resenha para diversos interlocutores (consumidor, professor, avaliador, integrante de banca de anlise de textos etc.) com diversos objetivos (fazer crtica positiva, fazer crtica negativa, despertar o interesse do leitor para ler/assistir a/comprar a obra resenhada/propiciar ao leitor uma viso geral das obras que esto circulando sobre um mesmo assunto etc. Voc se lembra? Esto sempre presentes as condies de produo: para quem escrevo, sobre o qu, com que objetivo? Neste primeiro momento, sero trabalhadas algumas resenhas para voc pode observar alguns movimentos de texto que acompanham a organizao deste gnero.

    Resenha (Texto 1):

    http://www1.folha.uol.com.br/folha/publifolha/ult10037u352120.shtml

    Voc j leu Parada no inferno, de Guilherme Werneck. Leia agora o texto Caos de So Paulo tem lgica, de Gilberto Dimenstein, e responda o que se pede no quadro que estar na sequncia.

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    Caos de So Paulo tem lgica

    GILBERTO DIMENSTEIN, do Conselho Editorial

    Quem vive em So Paulo e no quer enlouquecer v-se forado a resignar-se imprevisibilidade do caos.

    Acabamos desenvolvendo uma relao de dio e amor com a cidade: oferece os melhores empregos, as melhores exposies, as melhores chances de negcios, os melhores restaurantes e o maior aglomerado de pessoas interessantes. Viver aqui sinnimo de possibilidade de progredir.

    Mas tambm a cidade das impossibilidades. Sentimo-nos refns: o pior trnsito, a pior poluio, a pior paisagem, as piores enchentes, a pior qualidade de vida entre as capitais.

    Juntamos a tal ponto esses extremos da impossibilidade e da possibilidade que, em alguns bairros, aprendemos antes a implantar malhas de fibra tica, conectadas com o sculo XXI, do que eficientes sistemas de esgoto.

    O caos paulistano, porm, no catico. Tem uma lgica, uma explicao. No livro So Paulo, da coleo Folha Explica, a urbanista Raquel Rolnik conseguiu juntar os fragmentos histricos que explicam o caos, desde a fundao da cidade at nossos dias.

    A histria de So Paulo a histria de uma comunidade partida, que gera, ao mesmo tempo, opulncia e excluso. Isso explica o trnsito infernal: j no comeo do sculo, havia propostas de montar um sistema integrado de bonde, trem, metr e nibus, a exemplo de Nova York e Buenos Aires.

    A lgica excludente fez que So Paulo preferisse abrir espao para veculos sobre pneus e ficssemos refns dos congestionamentos, com poucas alternativas de transportes pblicos.

    Num texto simples e saboroso, Raquel mostra, passo a passo, a construo da desordem de uma cidade, destruda por polticas urbanas erradas, dominao dos especuladores imobilirios, corrupo, migraes explosivas. Os pobres foram sendo expelidos para longe, os ricos entrincheiravam-se em bairros-jardins, num movimento que prosseguiu na periferia e nos enclaves como shopping centers e condomnios de luxo.

    So Paulo reflexo de seus erros e do desastre social brasileiro, marcado pela m distribuio de renda. O caos est, agora, produzindo uma nova conscincia urbana. Numa reao, comparvel ao

    Livro explica a beleza e o caos da cidade e tenta entender o

    trnsito

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    que ocorreu em Nova York, cada vez mais gente imagina que se sentir refm no uma condio intrnseca do paulistano.

    So Paulo, de Raquel Rolnik, o livro didtico disponvel para introduzir o leitor interessado no conhecimento das foras que movem e desenham o traado urbano e social de uma cidade.

    Folha Explica So Paulo Autora: Raquel Rolnik Editora: Publifolha Pginas: 88 Quanto: R$ 17,90

    Exerccios

    Exerccio 1

    Ttulo da obra

    Ttulo da resenha

    Autor da obra

    Autor da resenha

    Relao entre ttulos de obra e de resenha

    Texto 1

    Texto 2

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    Exerccio 2Contedo temtico da resenha

    Citaes na ResenhaMarcas textuais de resenha

    Texto 1

    Parada no inferno

    Foco nas condies de vida no presdio

    Barril de plvora.

    A denunciar um sistema penal antiquado, apontar solues para a criminalidade brasileira ou defender direitos humanos de quem quer que seja.

    Referncias ao autor da obra. Na introduo..; referncia ao autor, sua profisso (mdico), nmero de pginas, linguagem utilizada; o livro dividido em duas partes...

    Texto 2

    O caos de So Paulo tem lgica

    Exerccio 3

    Resumo Avaliao Justificativa da avaliao

    Texto 1

    Uma parada no inferno

    O livro descreve o presdio com suas instalaes, divises de pavilhes com dinmica prpria e conta as histrias dos detentos e dos funcionrios do sistema carcerrio

    O livro deve ser lido e prende a ateno do comeo ao fim.

    Possui linguagem fiel ao modo falar do presidirio; entrelaamento de histrias que permite ao leitor acompanhar as perplexidades que surgem do convvio com os presos; o livro um exerccio de objetividade, preciso; tema denso, mas o autor dosa humor, observao e crtica.

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    oficina

    Texto 2

    O caos de So Paulo tem lgica

    Do autor do texto-base

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    Gabarito

    Aula 3

    a) O homem explora a Natureza para satisfazer suas necessidades

    plantas, madeiras, animais e outros recursos

    Aula 4

    Exerccio 1

    Ttulo da obra

    Ttulo da resenha

    Autor da obra

    Autor da resenha

    Relao entre ttulos de obra e

    de resenha

    Texto 1 CarandiruParada no

    infernoDrauzio Varella

    Guilherme Werneck

    Carandiru presdio

    comparado parada (metr)

    no inferno

    Texto 2So Paulo

    O caos de So Paulo tem lgica

    Raquel Rolnik

    Gilberto Dimenstein

    So Paulo hoje cidade que tem uma explicao histrica, lgica

    para o seu caos.

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    Exerccio 2Contedo temtico da

    resenhaCitaes na Resenha

    Marcas textuais de resenha

    Texto 1 - Parada no inferno

    Foco nas condies de vida no presdio

    Barril de plvora.

    A denunciar um sistema penal

    antiquado, apontar solues para a

    criminalidade brasileira ou defender direitos

    humanos de quem quer que seja.

    Referncias ao autor da obra. Na introduo..; referncia ao autor,

    sua profisso (mdico), nmero de pginas, linguagem utilizada; o

    livro dividido em duas partes...

    Texto 2 -O caos de So Paulo

    tem lgica

    Foco nas condies caticas de vida na cidade de So Paulo

    No hReferncia ao livro, ao

    autor (urbanista) Raquel mostra...

    Exerccio 3

    Resumo Avaliao Justificativa da avaliao

    Texto 1- Uma parada no inferno

    O livro descreve o presdio com

    suas instalaes, divises de

    pavilhes com dinmica prpria

    e conta as histrias dos

    detentos e dos funcionrios do sistema carcerrio

    O livro deve ser lido e prende a ateno do

    comeo ao fim.

    Possui linguagem fiel ao modo falar do presidirio;

    entrelaamento de histrias que permite ao leitor

    acompanhar as perplexidades que surgem do convvio

    com os presos; o livro um exerccio de objetividade,

    preciso; tema denso, mas o autor dosa humor,

    observao e crtica.

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    Texto 2. O caos de So Paulo tem

    lgica

    So Paulo uma cidade de grandes

    oportunidades, porm, catica, em funo de erros que so

    explicados historicamente por polticas

    urbanas inadequadas

    O livro didtico e saboroso e deve ser lido.

    Num texto simples e saboroso, Raquel mostra,

    passo a passo, a construo da...

    ...disponvel para introduzir o leitor interessado no

    conhecimento das foras que movem e desenham o traado urbano e social de

    uma cidade.