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LIPÍDIOS - Os lipídios são substâncias encontradas nas plantas e nos
animais e que se dissolvem em solventes orgânicos não-polares
como éter, clorofórmio, benzeno e alcanos e não se dissolvem
em solventes polares como a água.
- Ao contrário dos carboidratos e proteínas que são definidos pela
sua estrutura molecular, os lipídios são definidos pela operação
física que se usa para isolá-los.
- Os lipídios desempenham funções-chave no organismo, tais
como servir de fonte e reserva de energia, constituir a estrutura
de membranas celulares e agir como hormônios.
! Devido a esta classificação, os lipídios abrangem uma grande
variedade de tipos estruturais tais como os ácidos carboxílicos
de cadeia longa (ou “ácidos graxos”), os triacilgliceróis
(triglicerídios), glicolipídios, gorduras, terpenos e esteróides.
Tópico à parte _____________________________________________________ Ácidos graxos e triacilgliceróis - Somente uma pequena porção de fração total dos lipídios é
constituída de ácidos carboxílicos livres. A maior parte da fração
lipídica dos ácidos carboxílicos se encontra como ésteres do
glicerol, ou seja, como triacilgliceróis.
2
⇒⇒⇒⇒ Os triacilgliceróis que se apresentam como líquidos à
temperatura ambiente são geralmente conhecidos como óleos
e os sólidos são geralmente chamados gorduras.
CH2OH
CHOH
CH2OH
Glicerol
CH2
CH
CH2
O
O
O
C
OR
CO
R'
CO
R"
Grupo "acil" glicerol
R, R' e R" são geralmentehidrocarbonetos de cadeialonga. Podem conter 1 oumais ligações duplas. Numtriacilglicerol típico, R, R' e R"são todos diferentes.
! Entre os triacilgliceróis encontram-se substâncias comuns como
o óleo de amendoim, o óleo de oliva, o óleo de soja, o óleo de
milho, o óleo de linhaça, a manteiga, o toucinho e o sebo, etc.
- Os ácidos carboxílicos, obtidos por hidrólise de gorduras e óleos
de ocorrência natural, geralmente têm cadeias não-ramificadas,
com um número par de átomos de carbono, e um grupo
carboxílico numa ponta da molécula.
- Os ácidos graxos mais comuns contêm 14, 16 ou 18 átomos de
carbono. Eles podem ser saturados, contendo apenas ligações
simples entre átomos de carbono, ou insaturados com até quatro
ligações duplas na molécula.
- A possibilidade de isômeros cis-trans existe nos ácidos graxos
que contêm ligações duplas, mas apenas as formas cis são
encontradas na natureza.
3
Ácidos graxos comuns Nome Átomos de C Fórmula Fonte
Saturados Ac. Butírico 4 C3H7COOH Manteiga
Ac. Capróico 6 C5H11COOH Manteiga
Ac. Caprílico 8 C7H15COOH Óleo de coco
Ac. Cáprico 10 C9H19COOH Óleo de palma
Ac. Láurico 12 C11H23COOH Óleo de coco
Ac. Mirístico 14 C13H27COOH Óleo de noz-moscada
Ac. Palmítico 16 C15H31COOH Triglicerídeos
Ac. Esteárico 18 C17H35COOH Triglicerídeos
Ac. Araquídico 20 C19H39COOH Óleo de amendoim
Insaturados Ac. Palmitoléico 16(1) C15H29COOH Manteiga
Ac. Oléico 18(1) C17H33COOH Óleo de oliva
Ac. Linoléico* 18(2) C17H31COOH Óleo de linhaça
Ac. Linolênico* 18(3) C17H29COOH Óleo de linhaça
Ac. Araquidônico* 20(4) C19H31COOH Tecido nervoso
N° de ligações duplas entre parênteses
Ácidos graxos essenciais Os ácidos graxos essenciais não podem ser sintetizados no organismo humano e devem ser incluídos na dieta alimentar. São necessários para a síntese de outras importantes moléculas do organismo e sua ausência pode resultar em falta de crescimento nas crianças.
! As proporções dos vários ácidos variam de gordura para gordura. Cada gordura tem a sua composição característica, a qual não difere muito de amostra para amostra.
4
Assim, a hidrólise da manteiga fornece também pequenas quantidades de ácidos carboxílicos saturados, com
um número par de átomos de carbono, no intervalo entre C4 – C12 (butírico, capróico, caprílico, cáprico e
láurico). A hidrólise do óleo de coco também fornece ácidos de cadeia curta e de uma grande quantidade de
ácido láurico.
5
Características físicas Gordura ou óleo PF (°C)
Manteiga 32
Sebo 42
Toucinho 31
Gordura humana 15
Óleo de oliva -6
Óleo de amendoim 3
Óleo de milho -20
Óleo de soja -16
Gorduras são sólidas à
temperatura ambiente (PF maiores de 20°C) Óleos são líquidos
(A temperatura ambiente é
maior que seus pontos de
fusão.)
A existência de insaturações nos triacilgliceróis tem um significado biológico vital, diminuem o ponto de fusão.
- Quanto mais ligações duplas nos ácidos graxos de um triacilglicerol, maior o grau de insaturação e mais baixo seu ponto de fusão. As gorduras contêm grandes quantidades de ácidos graxos saturados e são sólidas. Os óleos, por outro lado, contêm mais ácidos graxos insaturados e são líquidos.
COOH
Ac. graxo saturado
COOH
Ac. graxo insaturado (CIS)
As cadeias dos ácidos saturados estão estendidas de forma linear (com o “zigue-zague” próprio dos ângulos de ligação tetraédricos) e conseguem interagir bem umas com as outras. As cadeias insaturadas, por outro lado, não conseguem aproximar-se tão bem umas com as outras e consequentemente a insaturação CIS diminui o PF da gordura.
6
- Pelo fato dos ácidos graxos insaturados nos triacilgliceróis terem
ligações duplas, eles sofrem reações de adição típicas dos
alquenos. A adição de iodo por exemplo, constitui-se em uma base
para a determinação do grau de insaturação (quanto mais ligações
duplas no ácido graxo, mais iodo pode ser adicionado), i.e., quanto
maior o índice de iodo, mais insaturados são os ácidos graxos do
lipídio.
Hidrogenação dos triacilgliceróis ! As insaturações possibilitam também que o hidrogênio seja
adicionado às ligações duplas C=C, convertendo-as em ligações
simples.
Este processo é conhecido como “hidrogenação” e é realizado a temperaturas de 175-190°C, na presença de um catalisador (Ni).
Desta maneira, a hidrogenação de um óleo, produz uma gordura
sólida. (Neste processo está a base da importante indústria das
margarinas). A hidrogenação total é evitada, porque o triacilglicerol
completamente saturado é muito duro e quebradiço.
A gordura saturada na alimentação parece estar relacionada com o desenvolvimento de doenças cardíacas, arteriosclerose e certos
tipos de câncer em idade avançada.
- Devido a possíveis problemas de saúde, os óleos como os de milho e de açafroa, que contêm altas porcentagens de ácido linoléico (“poliinsaturados”) estão sendo cada vez mais usados para fins culinários. As gorduras semi-sólidas e as margarinas podem ser feitas a partir destas “gorduras poliinsaturadas” pelo uso de emulsificantes, ao invés da hidrogenação completa, como era hábito no passado.
7
Exemplo de hidrogenação
CH2 O C
O
CH2 O C
O
CH O CO
(CH2)7CH=CH(CH2)7CH3
(CH2)7CH=CHCH2CH=CH(CH2)4CH3
(CH2)7CH=CHCH2CH=CH(CH2)4CH3
(do ácido oléico)
(do ácido linoléico)
H2, Ni (Alta pressão)
CH2 O C
O
CH2 O C
O
CH O CO
(CH2)16CH3
(CH2)16CH3
(CH2)16CH3
Triacilglicerol de um óleo vegetal típico (líquido)
Triestearato de glicerila (gordura sólida)
! A hidrogenação modifica não só as propriedades físicas das
gorduras, como também as propriedades químicas.
As gorduras hidrogenadas rançam muito menos do que as não-hidrogenadas. O rancescimento deve-se à presença de ácidos e aldeídos voláteis, de mau odor, resultante (pelo menos em parte) do ataque do oxigênio às posições duplas, reativas da molécula. A hidrogenação, diminuindo o número de insaturações, retarda o desenvolvimento de ranço.
! A insaturação é responsável pela formação de películas resistentes quando usados em tintas. Os óleos de linhaça e tungue são muito utilizados com esta finalidade e são conhecidos como óleos secativos. As insaturações, após a evaporação do solvente, reagem com o oxigênio do ar, polimerizando e conferindo as características ao filme formado.
8
A saponificação dos triacilgliceróis: Os sabões, as micelas
⇒⇒⇒⇒ A hidrólise alcalina dos triacilgliceróis produz o glicerol e uma
mistura de sais de ácidos carboxílicos de cadeia longa. Este
processo é conhecido como saponificação.
Glicerol
+ 3 NaOH
CH2OH
CHOH
CH2OH
CH2
CH
CH2
O
O
O
C
OR
CO
R'
CO
R"
+
COOR - Na+
COOR' - Na+
COOR" - Na+
Carboxilatos de Na "Sabão"
! Os carboxilatos de cadeia longa constituem os sabões e é
exatamente a maneira como a maioria dos sabões é preparada
industrialmente.
- Na saponificação, as gorduras e os óleos são submetidos a aquecimento com hidróxido de sódio aquoso até completar a hidrólise. Feito isto, adiciona-se cloreto de sódio à mistura para provocar a precipitação do sabão. Depois que o sabão é separado, a glicerina pode ser recuperada da fase aquosa por destilação. Os sabões brutos são purificados por diversas reprecipitações. Podem ser adicionados perfumes, corantes, germicidas, abrasivos (areia ou carbonato de Na), álcool (para torná-lo transparente). Se for utilizado sal de potássio ao invés de sódio, tem-se o sabão macio ou líquido. Quimicamente, porém, o sabão permanece o mesmo.
COO Na+-
Não - polar Polar
9
! Os sais de sódio dos ácidos carboxílicos de cadeia longa
(sabões) são quase que completamente solúveis com a água
(devido a esta polaridade). Entretanto, não se dissolvem como se
esperaria, isto é, como íons individuais. A não ser em soluções
muito diluídas, os sabões existem como micelas.
- As micelas de sabão são geralmente aglomerados esféricos de
íons carboxilato que se encontram dispersos por toda a fase
aquosa. Os íons carboxilato são dispostos em grupos.
Os grupos carregados negativamente (e portanto polares) na superfície e suas cadeias de hidrocarboneto não-polares no interior.
Interior damicela
COO-Na+
COO-Na+
COO-Na+
COO-Na+
COO-Na+
COO-Na+
COO-Na+
COO-Na+
COO-Na+
ÁGUA
ÁGUA
ÁGUA
ÁGUA
ÁGUA
ÁGUAÁGUA
ÁGUA
Os íons sódio estão espalhados na fase aquosa como íons individuais solvatados. As micelas carregadas com cargas do mesmo sinal repelem-se umas às outras, e permane-cem espalhadas na fase aquosa.
! O mecanismo de “remoção da sujeira” deve-se a estas
características das micelas. A maioria das partículas gordurosas
(sujeira) são incapazes de dispersar-se na água, porque as
moléculas de água não conseguem penetrar na camada de óleo
e separar as partículas individuais umas das outras, ou mesmo
da superfície na qual elas encontram-se aderidas.
10
- As soluções de sabão são capazes de separar as partículas
individuais, porque suas cadeias de hidrocarbonetos podem “se
dissolver” (interagir) na camada oleosa.
- À medida que isto acontece, cada partícula individual desenvolve
uma camada externa de íons carboxilato e se apresenta na fase
aquosa com um exterior muito mais compatível, uma superfície
polar.
Dispersão de partículas de sujeira recobertas de óleo, por um sabão.
! Os glóbulos individuais de mesmo sinal repelem-se impedindo as
gotículas de óleo de coalescerem; forma-se uma emulsão de óleo em água dispersos em toda a fase aquosa.
- Uma grande limitação dos sabões é que ele forma coágulos
insolúveis em água dura. O sabão reage com sais de cálcio e
magnésio (principais íons constituintes da água dura) e formam
carboxilatos de cálcio e magnésio insolúveis.
Para superar este problema, outros agentes de limpeza, diferentes
dos sais de ácidos carboxílicos foram desenvolvidos. Eles são
conhecidos como detergentes sintéticos.
11
- Os detergentes sintéticos são agentes tensoativos que atuam da
mesma maneira dos sabões, eles possuem cadeias não-polares
longas de alcanos com grupos polares nas extremidades.
- Os grupos polares aniônicos da maioria destes detergentes são sulfonatos de sódio ou sulfatos de sódio (principalmente, dodecil sulfato de sódio, dodecil sulfonato de sódio e dodecil benzeno sulfonato de sódio).
- Os detergentes catiônicos são sais de amônio quaternário (Ex: cloreto
de trimetil dodecil amônio). - Um outro tipo de detergentes são os não-iônicos, não se ionizam, mas
se dissolvem porque contêm grupos funcionais polares (etoxilados de sódio).
- Antigamente, os detergentes sintéticos não eram biodegradáveis,
porque não conseguiam ser decompostos pela ação de
microorganismos. Isto porque a matéria prima dos detergentes
era derivada do tetrapropileno ramificado.
CH3CHCH2CHCH2CHCH2CH
CH3 CH3 CH3 CH3
SO2O- +Na
Alquilbenzenossulfonato de sódio, derivado do tetrapropileno
Os detergentes se acumulavam no fundo ou na superfície dos reservatórios de água, rios e lagos. Os detergentes hoje em dia (lineares) são todos completamente ou quase completamente biodegradáveis.
- Outro problema estava relacionado ao uso de sais inorgânicos
adicionados aos detergentes para “amaciar” a água e conservar
as partículas de sujeira em suspensão. O uso de fosfatos
causava a eutroficação. O fósforo (nutriente) estimulava o
crescimento de algas, consumindo o oxigênio e matando os
peixes, afetando o ecossistema.
Fosfatos proibidos → Substituição por outros sais, como citrato de Na, carbonato de Na e silicato de Na.
12
Reações do grupo carboxila dos ácidos graxos
! Como se pode esperar, os ácidos graxos sofrem as reações típicas dos ácidos carboxílicos. Eles reagem com LiAlH4, formando álcoois, com os álcoois levando a ésteres e com cloreto de tionila formando cloretos de acila.
(Álcool de cadeia longa)
(Éster metílico)
(Cloreto de acila de cadeia longa)
CH2
OHC
OR
RCH2CH2OH
CH2
OCH3
CO
R
CH2 C
O
R
Cl
(1) LiAlH4, éter
(2) H2O
SOCl2Piridina
CH3OH, H+
Reações da cadeia alquílica dos ácidos graxos saturados
- Os ácidos graxos, assim como os ácidos carboxílicos, podem sofrer α-halogenação específica quando tratados com bromo ou com cloro na presença de fósforo (Hell-Volhard-Zelinski).
CH2
OH
CO
ROH
CH CO
R+ X2P4
X
+ HX
Ac. graxo
Reações da cadeia alquenílica dos ácidos graxos saturados
- As duplas ligações das cadeias de carbono dos ácidos graxos sofrem as reações de adição características dos alquenos.
Br2
H2, Ni
KMnO4, dil
HBr
CCl4CH3(CH2)nCH=CH(CH2)mCOOH
CH3(CH2)nCH2CH2(CH2)mCOOH
CH3(CH2)nCHBrCHBr(CH2)mCOOH
CH3(CH2)n-CH-CH-(CH2)mCOOHOHOH
CH3(CH2)nCH2CHBr(CH2)mCOOH
+CH3(CH2)nCHBrCH2(CH2)mCOOH
13
A função biológica dos triacilgliceróis - A principal função dos triacilgliceróis nos mamíferos é a de servir
como fonte de energia química. Quando os triacilgliceróis são
convertidos em CO2 e H2O, por reações bioquímicas, eles
produzem 2 vezes mais quilocalorias por grama do que os
carboidratos ou as proteínas.
Os triacilgliceróis estão distribuídos por quase todos os tipos de
células do corpo, mas eles estão armazenados, principalmente, em
certos locais especializados do tecido conetivo conhecido como
tecido adiposo, constituindo a “gordura do corpo”.
- Os triacilgliceróis saturados do corpo podem ser sintetizados a partir de qualquer um dos três principais grupos de alimentos: proteínas, carboidratos e as gorduras ou óleos.
! Alguns ácidos graxos insaturados não são metabolizados e
devem fazer parte da dieta dos animais superiores.
______________________________________________________
Os fosfolipídeos - Os fosfolipídeos são lipídeos que contêm fósforo na forma de um
radical fosfato. Por exemplo, nos fosfoglicerídeos existem dois grupos acila e no lugar do terceiro, um grupo fosfato.
CH2
CH
CH2
O
O
O
C
OR
CO
R'OP OH
OH
Proveniente dosácidos graxos
Proveniente doácido fosfórico
Ligação ésterfosfórica
ÁCIDO FOSFATÍDICO
14
- Os fosfatídeos constituem um tipo de fosfoglicerídeo no qual um
radical nitrogenado forma outro éster num terminal livre do
fosfato. Este radical pode vir de aminoálcoois como a colina ou a etanolamina.
CH2
CH
CH2
O
O
O
C
OR
CO
R'OP O
OH
RadicalnitrogenadoFosfatídeo
N
Este radical pode ser:
NH2CH2CH2 OH
Etanolamina
CH2CH2 OHNCH3
CH3
CH3
+
Colina
Sai
Sai
- Os fosfatídeos resultantes são chamados fosfatidilcolina (lecitina) ou fosfatidiletanolamina (cefalina).
CH2CH2NH3
CH2
CH
CH2
O
O
O
C
O(CH2)16CH3
CO
OP O
O
(CH2)16CH3
CH2CH2 N CH3
CH3
CH3
+
-
CH2
CH
CH2
O
O
O
C
O(CH2)16CH3
CO
OP O
O
(CH2)16CH3
+
-
Uma fosfatidilcolina(Lecitina)
Uma fosfatidiletanolamina(cefalina)
!!!! Os fosfatídeos variam em composição, dependendo dos tipos de ácidos graxos ligados ao glicerol. Freqüentemente um é saturado e outro insaturado. As fosfatidilcolinas (lecitina) são os fosfolipídeos mais comuns nos tecidos. Os fosfatídeos são encontrados em membranas celulares, cérebro, tecido nervoso e fígado.
15
Os plasmalogênios constituem um outro tipo importante de
fosfoglicerídeo. Em suas moléculas um dos ésteres de ácido graxo
foi substituído por uma ligação éter a um radical alquila de cadeia
longa.
CH2CH2NH3
CH2
CH
CH2
O
O
O
CH (CH2)13CH3
CO
OP O
O
(CH2)16CH3
+
-
Um plasmalogênio
CH
Ligação éter
* Estes fosfoglicerídeos estão presentes em membranas do tecido nervoso e do coração.
! Todos estes fosfolipídeos se ionizam no pH do organismo. Os
radicais fosfóricos ficam negativamente carregados quando
perdem um íon de hidrogênio, e os radicais nitrogenados ficam
positivamente carregados neste pH.
- Os fosfolipídeos contêm uma cabeça polar que consiste de
grupos iônicos e uma parte não polar que consiste de cadeias
hidrocarbonadas. Eles são assim semelhantes aos detergentes e
de fato agem como agentes emulsificadores.
"Cauda" não-polar
"Cabeça" PolarEstrutura de um fosfolipídeo
CH3CH2CH2CH2CH2CH2CH2CH2CH2CH2CH2
OOP O
O -
CO
CH2
CH
CH2
CH3CH2CH2CH2CH2CH2CH2CH2CH2CH2CH2
CO
x
O
O
16
Existem evidências que em sistema biológicos, a distribuição
preferida consiste de arranjos tridimensionais de micelas
bimoleculares “empilhadas”.
Modelo de estrutura de
membrana.
(As moléculas de
fosfolipídeo formam
uma bicamada lipídica
ou “sanduíche”).
! Na superfície de uma célula, os fosfolipídeos fazem contato entre
os lipídeos insolúveis em água com substâncias hidrossolúveis
como proteínas.
Os fosfolipídeos estão também envolvidos no transporte de ácidos
graxos e outros processos, mas seu principal papel é o de formar as
membranas celulares.
Ex:
O
O
PO
O
CCH2
CH
CH2
C
O
OO
O
NCH2CH2(CH3)3
+
OOP O
O
C CH2
CH
CH2
CO
O
CH2CH2N (CH3)3+
O
O
-
-
Uma micela de fosfatídeo bimolecular.
- Uma membrana envolve cada célula, separando seu interior do exterior (6 a 9 mm de espessura).
Os lipídeos presentes nas membranas celulares animais são principalmente fosfolipídeos com menores quantidades de esfingolipídeos . A natureza dos ácidos graxos determina as propriedades particulares da membrana.
17
!!!! A membrana é mais do que uma “pele” que mantém uma célula unida. Ela desempenha muitas funções complexas. Por exemplo, algumas de suas proteínas são enzimas que agem dentro e fora da célula.
Sítios de “reconhecimento” são também formados, de modo que o organismo pode identificar suas próprias moléculas. Um exemplo é o marcador que corresponde ao seu grupo sangüíneo (A, B, AB ou O). Cargas elétricas nas “cabeças” dos lipídeos são cruciais para a função da célula nervosa. - Água e moléculas não polares neutras podem passar facilmente através da
membrana (é quase impermeável a moléculas carregadas e íons).
- Moléculas de proteínas que estão enterradas na membrana podem transportar através dela moléculas como glicose que de outra forma não poderiam passar por difusão. Este arranjo permite a transferência de moléculas de uma região de concentração mais baixa, para uma de concentração mais alta. →TRANSPORTE ATIVO (processo que requer energia, desloca as moléculas através da membrana na direção oposta à difusão).
Uma substância se move de uma
região de concentração mais alta para uma de concentração mais baixa.
Energia é usada para criar ou manter uma região de alta
concentração de uma substância. O transporte ativo permite à célula concentrar nutrientes e “combustíveis” presentes em concentrações mais baixas fora da membrana. Este processo envolve a manutenção de concentração relativamente alta de íons K+ e baixa de íons Na+, dentro da célula. !!!! Através do transporte ativo, a célula pode se ajustar melhor a um
ambiente externo variável e manter seu volume e pressão osmótica.
18
Esfingolipídeos Um outro grupo importante de lipídeos é o derivado da esfingosina,
os chamados esfingolipídeos.
- Os esfingolipídeos não contêm glicerol, mas têm como base o
aminoálcool esfingosina.
EsfingosinaCHNH2
CH2OH
CH3(CH2)12CH CHOH
- Um lipídeo conhecido como ceramida resulta quando um ácido
graxo reage com o grupo amina para formar uma amida.
Uma ceramida
CH
CH2OH
CH3(CH2)12CH CHOH
NH C (CH2)16CH3
O
Grupo amida
! Estas moléculas estão largamente distribuídas em pequenas quantidades
em plantas e animais.
- Os esfingolipídeos mais importantes são as esfingomielinas. Elas contêm um éster fosfórico da colina ligado ao terminal alcoólico de uma ceramida.
CH
CH2
CH3(CH2)12CH CHOH
NH C (CH2)16CH3
O
Éster fosfórico da colina
CH2CH2OOP O
O
+
-
CH
CH3
CH3
CH3
N
Uma esfingomielina
! Como contêm fósforo, as esfingomielinas podem também ser classificadas
como fosfolipídeos.
19
As esfingomielinas estão presentes na maioria das membranas de
células animais. - Os esfingolipídeos, juntamente com as proteínas e os polissacarídeos
compõem a mielina, a cobertura protetora que recobre as fibras nervosas
dos axônios.
Os axônios das células nervosas transportam os impulsos elétricos
dos nervos. !!!! A mielina em relação ao axônio é comparada ao isolante de um fio
elétrico comum.
Outro tipo de esfingolipídeo contém um carboidrato ligado à
esfingosina.
Estas moléculas são conhecidas como glicoesfingolipídeos. Eles
constituem um tipo especial de glicolipídeo, um lipídeo ligado a um
açúcar.
Um tipo de glicoesfingolipídeo é conhecido como cerebrosídeo
porque é encontrado no cérebro.
CH
CH2
CH3(CH2)12CH CHOH
NH C (CH2)16CH3
O
Um cerebrosídeo
CH
OC
HOH
HH
OH
OH
HH
H2OH
O
Contém geralmente o
monossacarídeo galac-
tose combinado com a
esfingosina e esta com
um ácido graxo.
! O leite é necessário às crianças não apenas pelo seu valor nutritivo, mas também pela galactose (formada pela hidrólise da lactose) usada para a síntese de cerebrosídeos.
20
As ceras A maioria das ceras são ésteres de ácidos graxos e álcoois,
também de cadeia longa.
CH3(CH2)n C (CH2)mCH3O
O
CH3(CH2)n C (CH2)mCH3O
O
n = 24 e 26 m = 28-30
n = 16 e 28 m = 30 e 32
Cera de abelha
Cera de carnaúba
- As glândulas da pele dos animais secretam ceras que servem
como camada protetora. Elas conservam a pele lubrificada, flexível e impermeável à água. As ceras
protegem também os pêlos, a lã, a pele dos animais e as penas das aves.
Existem nas folhas e frutos das plantas. A cera dos ouvidos, ou
cerume, constitui a camada protetora secretada pelas glândulas do
ouvido.
- Em algumas formas de vida marinha são a fonte de
armazenamento de energia tais como organismos do plancto.
Estes organismos e suas ceras constituem um importante
alimento para espécies maiores como salmões e baleias.
- A lanolina, da lã, é a cera mais importante para fins médicos. Ela
é constituída de uma mistura complexa de ésteres derivados de
33 diferentes álcoois e 36 diferentes ácidos graxos.
- A cera de abelha é usada em odontologia para fazer moldes.