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CLIPPING 27 de dezembro de 2019
Monumento Natural da Pedra do Baú
Criado em 28 de dezembro de 2010
2
Grupo de Comunicação
SUMÁRIO
ENTREVISTAS ............................................................................................................................... 4
Curso aborda ações iniciais nos acidentes com produtos químicos na Grande SP ................................... 4
SECRETARIA DE INFRAESTRUTURA E MEIO AMBIENTE ....................................................................... 5
Plantas aquáticas invadem toda a prainha de Cardoso ....................................................................... 5
Lago abaixo da ponte do Jardim Japonês da Represa fica azul ............................................................. 6
MP quer acordo para Rio Corumbataí ser protegido ............................................................................ 7
Vazamentos de água ..................................................................................................................... 8
Litoral de São Paulo tem 14 praias impróprias para banho .................................................................. 9
Vazamento de tinta azul atinge lago da Represa .............................................................................. 10
Desenvolve SP vai financiar projetos de despoluição do Rio Pinheiros ................................................. 11
Cetesb diz que litoral de São Paulo tem 14 praias impróprias para banho ........................................... 12
Litoral paulista tem 14 praias impróprias para banhistas .................................................................. 12
Parte baixa do bairro ainda não recebeu obras de urbanização .......................................................... 13
Encontro debate economia circular no planejamento da gestão de resíduos sólidos .............................. 14
Sabesp e agência de fomento Desenvolve SP assinam protocolo de intenções ..................................... 15
Prefeitura articula para liberar parte do Complexo da Marta .............................................................. 16
Cetesb vistoria área onde houve vazamento de petróleo em Guararema ............................................ 17
Cetesb vistoria área em Guararema onde houve vazamento de petróleo durante furto ......................... 18
Polícia investiga origem de vazamento em afluentes da Represa de Rio Preto ..................................... 19
Sistema de abastecimento de água de SP está com 57% da capacidade ............................................. 20
Sabesp atrasa, mas conclui abastecimento no Recreio ..................................................................... 21
VEÍCULOS DIVERSOS .................................................................................................................. 22
Jabuti é resgatado após 'botar fogo' em casa na Inglaterra ............................................................... 22
Bicho-preguiça é resgatado ao tentar atravessar rodovia em SP ........................................................ 23
Novo marco do saneamento é teste para setor privado levar esgoto com preço justo a metade do Brasil 24
FOLHA DE S. PAULO .................................................................................................................... 27
O QUE A FOLHA PENSA: Salgada e suja ......................................................................................... 27
OPINIÃO: Por uma nova matriz de desenvolvimento ........................................................................ 28
Painel: Governo tenta liberar recursos, mas, descrentes, parlamentares não aparecem em Brasília ....... 29
Petrobras aumenta preço do gás de cozinha em cerca de 5% ........................................................... 31
Hidrelétricas atingem menor nível desde 2014, mas analistas descartam racionamento ....................... 32
Em documento, chefes de fiscalização do Ibama alertam para risco de apagão ................................... 34
Mônica Bergamo: Juiz das garantias pode tirar Fachin de processos da Lava Jato ................................ 36
ESTADÃO ................................................................................................................................... 38
Por custo e sustentabilidade, empresas retomam autoprodução de energia ........................................ 38
Ministério da Economia defende redução de 'distorções' em conta de luz ............................................ 40
Energia e PIB .............................................................................................................................. 41
Leonardo DiCaprio critica garimpo em terras indígenas na Amazônia ................................................. 42
VALOR ECONÔMICO .................................................................................................................... 43
Tarifa residencial de energia promete alívio .................................................................................... 43
Utopia ambientalista é novo polo político ........................................................................................ 44
3
Grupo de Comunicação
RenovaBio dá esperança a indústrias de base ................................................................................. 46
Plataforma negocia venda de ‘crédito verde’ ................................................................................... 48
4
Grupo de Comunicação
ENTREVISTAS Veículo1: Portal do Governo SP
Veículo2: O Dia / SP
Data: 26/12/2019
Curso aborda ações iniciais nos acidentes
com produtos químicos na Grande SP
Evento foi promovido em 17 de dezembro e
ocorreu na sede da Companhia Ambiental do
Estado de São Paulo, na capital
DownloadDivulgação/Cetesb
O curso “Ações Iniciais de Resposta aos
Acidentes Tecnológicos de Origem Química – 1º
no Local” foi promovido pela Companhia
Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb),
em 17 de dezembro, para aprimorar os
procedimentos iniciais das instituições que
habitualmente são as primeiras nos cenários de
acidentes com produtos químicos na Região
Metropolitana da capital.
A presidente da Cetesb, Patrícia Iglecias, e
o secretário Marcos Penido, da SIMA,
participaram da abertura do evento, em São
Paulo, ao lado da diretora de Controle e
Licenciamento Ambiental da Companhia, Zuleica
Maria de Lisboa Perez, e de Ronaldo Malheiros,
da Câmara Temática Metropolitana para Gestão
de Riscos Ambientais.
Também estiveram presentes representantes de
prefeituras, Defesas Civis, DAEE, Sabesp,
Comgás, Transpetro e USP, entre outros, além
dos técnicos do Setor de Atendimento a
Emergências da agência ambiental paulista, que
organizou o evento juntamente com a ESC
(Escola Superior Cetesb).
Temas
Entre as palestras, foram abordados os “Riscos
Associados a Vazamentos em Redes de
Distribuição de Gás Natural”, “Furto de
Combustíveis em Dutos” e o “Sistema de
Comando de Operações e Emergências”.
“O trabalho vem sendo feito, em uma área tão
sensível, em que todos necessitam estar sempre
preparados, para uma resposta a situações de
risco”, disse Patrícia Iglecias sobre as
atividades do curso. A dirigente destacou o tema
dos desastres, com efeitos para o meio ambiente
e a população, lembrando que a resposta deve
ser feita adequadamente por todos os envolvidos
nos atendimentos.
De acordo com o secretário Marcos Penido,
duas palavras-chave são interação e prevenção.
“Então, precisamos trabalhar juntos e estar
preparados. Se conseguirmos salvar uma vida,
não tem preço. Daí a importância dessa sinergia,
com todos compartilhando todo o trabalho e
conhecimentos”, destacou.
O gestor também lembrou a participação do
Instituto Geológico (IG), junto com a Defesa
Civil, que associados às informações da
Cetesb, devem agir para prevenir os acidentes.
“A grande ótica deve ser o cuidado com o meio
ambiente, mas principalmente com as pessoas e,
afinal, a vida. E ver que o nosso trabalho valeu a
pena e que salvamos vidas”, concluiu.
http://www.saopaulo.sp.gov.br/ultimas-
noticias/curso-aborda-acoes-iniciais-nos-
acidentes-com-produtos-quimicos-na-grande-
sp/
http://cloud.boxnet.com.br/sea9cjq
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5
Grupo de Comunicação
SECRETARIA DE INFRAESTRUTURA E
MEIO AMBIENTE Veículo: A Cidade / Votuporanga
Data: 27/12/2019
Plantas aquáticas invadem toda a prainha
de Cardoso
http://cloud.boxnet.com.br/tp6mdsr
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6
Grupo de Comunicação
Veículo: DHoje Interior / SJRP
Data: 27/12/2019
Lago abaixo da ponte do Jardim Japonês
da Represa fica azul
http://cloud.boxnet.com.br/r8c738l
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7
Grupo de Comunicação
Veículo: Jornal Cidade / Rio Claro
Data: 27/12/2019
MP quer acordo para Rio Corumbataí ser
protegido
http://cloud.boxnet.com.br/qraru3r
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8
Grupo de Comunicação
Veículo: Jornal de Itatiba
Data: 27/12/2019
Vazamentos de água
http://cloud.boxnet.com.br/s2luhpr
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9
Grupo de Comunicação
Veículo1: Diário do Rio Claro
Veículo2: O Dia / SP
Veículo3: Rádio Jovem Pan
Veículo4: Cruzeiro do Sul online /
Sorocaba
Veículo5: Último segundo / IG
Veículo6: Folha da Região online /
Araçatuba
Veículo7: Isto É online
Veículo8: UOL Notícias
Data: 27/12/2019
Litoral de São Paulo tem 14 praias
impróprias para banho
http://cloud.boxnet.com.br/rp7l9gd http://cloud.boxnet.com.br/u6fs6ej http://cloud.boxnet.com.br/s6lqbtt http://cloud.boxnet.com.br/sd23v54 http://cloud.boxnet.com.br/whtej34
http://cloud.boxnet.com.br/rg6xwzj http://cloud.boxnet.com.br/sqt4jcx
http://cloud.boxnet.com.br/rhgbnm2
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10
Grupo de Comunicação
Veículo: Diário da Região / SJRP
Data: 27/12/2019
Vazamento de tinta azul atinge lago da
Represa
Funcionários fizeram barreira de contenção
para evitar dano maior
Marco Antonio dos Santos
Guilherme Baffi
Funcionários fazem a sucção do material azul
que atingiu a água da represa
A Polícia Ambiental e a Companhia
Ambiental do Estado de São Paulo
(Cetesb) foram acionadas na tarde desta
quinta-feira, 26, para investigar o vazamento
de um líquido azul, que chegou ao lago 2 da
Represa Municipal de Rio Preto. Uma barreira
foi colocada pelo Serviço Municipal Autônomo
de Água e Esgoto (Semae) no local para
conter o produto. O caso pode gerar multa de
R$ 7 mil ao responsável pela substância.
Segundo Washington Carvalho, administrador
do Parque da Represa, o vazamento foi
comunicado por ele ao Semae, à Cetesb e à
equipe de fiscalização de postura da Prefeitura
por volta de meio-dia.
De acordo com Carvalho, os fiscais da
Prefeitura identificaram o ponto inicial do
vazamento na frente de uma distribuidora de
tintas, instalada na avenida Aniloel Nazareth,
marginal da rodovia BR-153, próximo do
prédio da Central de Flagrantes.
"Existia uma referência de uma distribuidora
de tinta, que já tinha sido fiscalizada
anteriormente. Fomos até o local. Na frente,
identificamos um granulado azul, que tinha
sido lavado do chão. Ninguém conseguiu
informar quem lavou e que horas ocorreu
isso", diz Carvalho.
Segundo o tenente da Ambiental Emerson
Mioranci, não foi constatada mortandade de
peixes. Mesmo assim, técnicos da Cetesb
fizeram a coleta do material para que seja
feita a análise de composição. "Pelo que
verificamos, o vazamento aparentemente não
é tóxico e não foi de grandes proporções, mas
estamos checando."
Em nota, o Semae informou que todas as
medidas preventivas foram adotadas para
proteger a Represa e foram acionados os
órgãos ambientais. "Foi feita uma barreira de
contenção, evitando assim que o líquido
atingisse todo o lago 2. O material sedimentou
dentro da barreira de contenção e está sendo
retirado por sucção, por meio de um veículo
de hidrojato do Semae". Ainda segundo a
autarquia, o líquido não atingiu o lago 1 e o
abastecimento de água feito pela Estação de
Tratamento de Água (ETA) não foi
prejudicado.
"Os técnicos do Semae acreditam que se trata
de tinta para tingimento de roupa. A previsão
é que até as 18 horas [de quinta] os trabalhos
estejam finalizados e o problema solucionado,
sem maiores danos", finaliza a autarquia.
Já a Cetesb informou, também em nota,
que a fonte causadora não havia sido
identificada. "A Cetesb, em conjunto com a
Prefeitura e o Semae, continuará na busca da
possível fonte", finalizou.
Por meio de nota, a Secretaria de Meio
Ambiente informou que abriu processo para a
identificação de responsabilidade quanto ao
descarte irregular. "Apesar da fiscalização ter
tido sucesso na localização do ponto de onde
partiu o descarte, não houve flagrante e
haverá investigação para apuração de
responsabilidade. A multa para este tipo de
descarte irregular parte de cerca de R$ 7 mil",
alerta a Prefeitura. (Colaborou Millena
Grigoleti)
http://cloud.boxnet.com.br/voelqu4
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11
Grupo de Comunicação
Veículo: Diário Comercial / Empresas &
Negócios
Data: 27/12/2019
Desenvolve SP vai financiar projetos de
despoluição do Rio Pinheiros
http://cloud.boxnet.com.br/t2g35zd
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12
Grupo de Comunicação
Veículo: Diário Comercial
Data: 27/12/2019
Cetesb diz que litoral de São Paulo tem
14 praias impróprias para banho
http://cloud.boxnet.com.br/rkm6tht
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Veículo: Diário do Grande ABC
Data: 27/12/2019
Litoral paulista tem 14 praias impróprias
para banhistas
http://cloud.boxnet.com.br/vv7dnlo
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13
Grupo de Comunicação
Veículo: Diário do Grande ABC
Data: 27/12/2019
Parte baixa do bairro ainda não recebeu
obras de urbanização
http://cloud.boxnet.com.br/yxxodcnd
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14
Grupo de Comunicação
Veículo1: O Dia / SP
Veículo2: SBT interior.com
Data: 27/12/2019
Encontro debate economia circular no
planejamento da gestão de resíduos
sólidos
http://cloud.boxnet.com.br/wzyg8ud
http://cloud.boxnet.com.br/tzmtzw2
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15
Grupo de Comunicação
Veículo1: RD Repórter Diário
Veículo2: Isto É online
Veículo3: Diário do Grande ABC online
Veículo4: Portal Terra
Data: 27/12/2019
Sabesp e agência de fomento Desenvolve
SP assinam protocolo de intenções
http://cloud.boxnet.com.br/s58lewa
http://cloud.boxnet.com.br/t8q9nl2
http://cloud.boxnet.com.br/v9bo3rd
http://cloud.boxnet.com.br/ukbqrjh
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16
Grupo de Comunicação
Veículo: Leia Notícias / Botucatu
Data: 27/12/2019
Prefeitura articula para liberar parte do
Complexo da Marta
http://cloud.boxnet.com.br/qprd72z
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17
Grupo de Comunicação
Veículo: Diário TV / TV Globo
Data: 26/12/2019
Cetesb vistoria área onde houve
vazamento de petróleo em Guararema
DIÁRIO TV 2ª EDIÇÃO/TV GLOBO/MOGI DAS
CRUZES
Data Veiculação: 26/12/2019 às 19h26
Duração: 00:00:46
Transcrição
Não há texto a ser exibido.
http://cloud.boxnet.com.br/t4pt9d9
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18
Grupo de Comunicação
Veículo: G1 Mogi das Cruzes e Suzano
Data: 26/12/2019
Cetesb vistoria área em Guararema onde
houve vazamento de petróleo durante
furto
Segundo a Companhia Ambiental do
Estado de São Paulo, produto vazou durante
furto do petróleo, mas a empresa já fez o
reparo da tubulação e iniciou a limpeza da
área.
Por G1 Mogi das Cruzes e Suzano
Petróleo vazou em área de Guararema após duto ser
quebrado. — Foto: João Augusto Figueiredo/Divulgação
A agência de Mogi das Cruzes da
Companhia Ambiental do Estado de São
Paulo (Cetesb) informou nesta quinta-feira
(26), que vistoriou uma área em Guararema,
onde houve um furto de petróleo na segunda-
feira (23), e o produto vazou para o solo.
Segundo a Cetesb, durante a visitoria foi
constatado que o duto da Transpetro foi
recuperado e o processo de limpeza e
remoção do produto vazado iniciado. "No
momento, a Cetesb analisa o ocorrido e
estuda qual penalidade será aplicada",
destacou em nota.
Ainda de acordo com a companhia, na
segunda-feira técnicos do Setor de
Atendimento a Emergências da Cetesb
foram acionados pela Transpetro, que
notificou uma queda de pressão, em um duto
situado na cidade de Guararema. Uma equipe
da Transpetro identificou, no Km 58 da
Rodovia Ayrton Senna, um furto de óleo cru,
ao encontrar no duto uma válvula acoplada,
utilizada para retirada do produto.
De acordo com o boletim de ocorrência
registrado no DP de Guararema, o
representante da Transpetro informou que os
custos com o reparo do duto são de R$ 2,5
milhões, e que uma carreta que era utilizada
para transportar o óleo foi apreendida com
cerca de 200 litros do produto. Ninguém foi
preso.
A reportagem do G1 questionou a Transpetro
na segunda-feira, mas até o momento não
recebeu resposta.
https://g1.globo.com/sp/mogi-das-cruzes-
suzano/noticia/2019/12/26/cetesb-vistoria-
area-em-guararema-onde-houve-vazamento-
de-petroleo-durante-furto.ghtml
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19
Grupo de Comunicação
Veículo: SP Record / SJRP
Data: 26/12/2019
Polícia investiga origem de vazamento em
afluentes da Represa de Rio Preto
SP RECORD/RECORDTV/SÃO JOSÉ DO RIO
PRETOData Veiculação: 26/12/2019 às 18h52
Duração: 00:02:02
Transcrição
Não há texto a ser exibido.
http://cloud.boxnet.com.br/s5eeusv
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20
Grupo de Comunicação
Veículo: G1 São Paulo
Data: 26/12/2019
Sistema de abastecimento de água de SP
está com 57% da capacidade
Sistema Cantareira, no entanto, está abaixo
desse nível e ficou dois meses em alerta.
Por SP2
Sistema de abastecimento da região metropolitana está com 57% da capacidade
Os reservatórios de água que atendem a
região metropolitana de São Paulo estão com
mais de 57% da capacidade de
armazenamento nesse início de verão, época
em que o consumo de água pode aumentar
até 30%.
A situação é melhor do que a vivida em 2014,
quando os reservatórios estavam em situação
muito crítica, com armazenamento negativo,
explorando o chamado volume morto. Desde
então, os volumes estão se recuperando, mas
ainda é necessário ter cuidado com o
consumo.
No fim do ano, o sistema Cantareira - o mais
importante para a região metropolitana - ficou
no nível de alerta, abaixo dos 40% de
capacidade. Na quarta-feira (25), saiu dessa
marca, mas por apenas 0,4%, uma situação
que está longe de ser confortável.
“Se a gente tiver chuvas médias, nossas
projeções apontam que a gente consegue
ultrapassar os níveis de 60%. Isso dá
segurança para que a gente possa passar por
mais um ciclo de operação e chegar ao
próximo verão sem nenhum tipo de problema,
sem nenhum percalço”, diz o superintendente
de produção de água da região metropolitana,
Marco Antônio Lopes Barros.
“A situação do Cantareira, se persistir como
está, pode começar a preocupar muito a partir
da metade do ano que vem”, diz Pedro Cortes,
professor da Universidade de São Paulo (USP).
A Sabesp destaca que é importante continuar
economizando. Atualmente o consumo na
região metropolitana é 10% menor do que
antes da crise hídrica.
https://g1.globo.com/sp/sao-
paulo/noticia/2019/12/26/sistema-de-
abastecimento-de-agua-de-sp-esta-com-
57percent-da-capacidade.ghtml
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21
Grupo de Comunicação
Veículo: RD Repórter Diário
Data: 26/12/2019
Sabesp atrasa, mas conclui
abastecimento no Recreio
http://cloud.boxnet.com.br/rfjmnzq
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Veículo: G1 São Carlos e região
Data:
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22
Grupo de Comunicação
VEÍCULOS DIVERSOS Veículo: G1 Natureza
Data: 26/12/2019
Jabuti é resgatado após 'botar fogo' em
casa na Inglaterra
O animal causou um incêndio acidental
quando estava sozinho em casa na cidade de
Great Dunmow, na Inglaterra. "Esse jabuti de
45 anos pode parecer zangado, mas é seu dia
de sorte", disseram os bombeiros.
Por BBC
Um jabuti com "cara de zangado" foi
resgatado depois de ter provocado um
incêndio em uma casa na cidade de Great
Dunmow, na Inglaterra.
O réptil de 45 anos estava sozinho em casa no
dia de Natal quando esbarrou e derrubou em
uma lâmpada de calor próximo de sua cama,
em um quarto da residência.
Jabuti é resgatado após 'botar fogo' em casa
na Inglaterra — Foto: Essex Fire and Rescue
via BBC
Os bombeiros foram chamados por volta das
16h30 (horário local), depois que os vizinhos
ouviram alarmes e encontraram fumaça
saindo da casa.
O gerente dos bombeiros, Gary Wain, disse
que o jabuti "agora espera continuar a viver
uma vida longa e feliz".
"Isso mostra o quanto é importante ter
alarmes de fumaça em todos os andares da
sua casa", afirmou.
"Mesmo se você não estiver em casa, eles vão
alertar qualquer pessoa que esteja perto ao
primeiro sinal de incêndio", disse Wain.
"Esse jabuti teve um Natal de muita sorte —
ele tem 45 anos e continuará a viver uma vida
longa e feliz, graças aos alarmes de fumaça".
Depois dos bombeiros chegarem ao local, o
fogo foi extinto e a casa ficou sem fumaça em
25 minutos. Ninguém se feriu.
Um post no Facebook dos bombeiros da cidade
afirmou: "Esse jabuti de 45 anos pode parecer
zangado, mas é seu dia de sorte. Nossas
equipes de plantão deixaram suas famílias
para apagar o fogo e deram a ele um feliz
Natal".
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/1
2/26/jabuti-e-resgatado-apos-botar-fogo-em-
casa-na-inglaterra.ghtml
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23
Grupo de Comunicação
Veículo: G1 Santos e região
Data: 26/12/2019
Bicho-preguiça é resgatado ao tentar
atravessar rodovia em SP
Resgate aconteceu na manhã desta quinta-
feira (26) em Guarujá. Após ser capturado,
bicho-preguiça foi levado para seu habitat
natural.
Por G1 Santos
Bicho-preguiça é resgatada ao tentar
atravessar rodovia em Guarujá (SP) — Foto:
Divulgação/Prefeitura de Guarujá
Um bicho-preguiça foi capturado por fiscais
municipais de Guarujá, no litoral de São Paulo,
ao tentar atravessar uma rodovia na manhã
desta quinta-feira (26). Após a captura a
equipe devolveu o animal para o habitat
natural.
O bicho-preguiça foi avistado pela equipe de
fiscais enquanto atravessava a Estrada de
Pernambuco, por volta das 10h, próximo à
Praia do Perequê. Para evitar que algum
motorista atingisse o mamífero, a equipe
resgatou o animal.
Após o resgate, sob orientações da Polícia
Ambiental, os fiscais devolveram o bicho-
preguiça para a mata.
https://g1.globo.com/sp/santos-
regiao/noticia/2019/12/26/bicho-preguica-e-
resgatado-ao-tentar-atravessar-rodovia-em-
sp.ghtml
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24
Grupo de Comunicação
Veículo: El País
Data: 26/12/2019
Novo marco do saneamento é teste para
setor privado levar esgoto com preço
justo a metade do Brasil
Projeto abre caminho a empresas para
estender rede de água e esgoto a 100 milhões
de brasileiros até 2033 com 700 bilhões de
investimento. Críticos temem prejuízo a
cidades mais pobres e tarifas abusivas
HELOÍSA MENDONÇA
São Paulo –
A Câmara aprovou, no início do mês, o texto-
base do projeto que estabelece um novo
marco legal do saneamento básico no Brasil,
um dos maiores gargalos do país. Até hoje,
quase metade da população brasileira não
possui acesso à rede de esgoto. Um dos
pontos principais do projeto, que agora segue
para votação no Senado em 2020, abre
caminho para que iniciativa privada atue com
mais força no setor e institui um regime de
licitações para que os municípios escolham as
empresas que irão prestar serviços de
abastecimento de água, coleta e tratamento
de esgoto. Acabando, assim, com o direito de
preferência pelas companhias públicas
estaduais de saneamento. De um lado,
apoiadores do projeto defendem que essa
abertura irá trazer mais eficiência, competição
e investimentos, enquanto a ala da oposição
teme que a mudança da regra prejudique os
municípios mais pobres - que não seriam tão
atrativos. Também há um temor de que as
tarifas subam sem controle e que uma
insegurança jurídica seja instaurada no setor.
No cerne do texto também está a criação de
uma nova meta de universalização de acesso
ao saneamento no país, que foi estabelecida
para até dezembro de 2033. Todos os novos
contratos terão que ter esse objetivo no
horizonte. No caso dos acordos já vigentes, os
chamados “contratos de programa”, haverá a
possibilidade de se adequar à nova meta até
março de 2022, podendo assim renovar o
contrato por mais 30 anos. O ministro da
economia, Paulo Guedes, tem se mostrado um
entusiasta do projeto aprovado na Câmara e
acredita que o saneamento básico repetirá a
ampliação de acesso pela qual passou o
mercado de telefonia celular após a
privatização das companhias telefônicas em
1998. Até então, o Brasil dependia somente
do Estado para investir em telecomunicações e
o brasileiro enfrentava filas de ano para
conseguir comprar uma linha cara, apelando
para o aluguel de telefones. “Ninguém tinha
saneamento e agora vai ter”, declarou em
uma palestra em Brasília em dezembro.
Na avaliação de especialistas, os avanços nos
serviços de saneamento têm sido muito
lentos. Hoje, o investimento anual na área é
menos da metade do necessário, segundo
Percy Soares Neto, diretor da Associação
Brasileira das Concessionárias Privadas de
Serviços Públicos de Água e Esgoto (Abcon).
São necessários, de acordo com estudos, 700
bilhões de reais para bater a meta de
universalizar o saneamento até 2033.
“Precisamos de 45 bilhões por ano. E o país
não consegue investir mais do que 11 bilhões
de reais anualmente. É muito aquém do que o
consumidor brasileiro precisa”, explica Soares
Neto.
O mau desempenho traz consequências para a
população e sobrecarrega o sistema de saúde.
De acordo com a Organização Mundial da
Saúde (OMS), cada dólar investido em água e
saneamento resulta em uma economia de 4,3
dólares em saúde.
Para o diretor da Abcon, o novo marco legal
possui três novos pilares: competição,
qualidade de regulação e prestação
regionalizada. "O ponto principal de mudança
realmente é abrir um espaço de competição
entre públicas e privadas. A empresa pública
que quiser prestar serviço terá que ser mais
competitiva que seu concorrente. Será preciso
melhorar o serviço e mostrar uma capacidade
de investimento e ter uma tarifa adequada",
afirma.
Soares Neto ressalta que, do total de
investimentos feitos no país em saneamento,
20% vem do setor privado, ainda que ele
esteja presente em apenas 6% dos
municípios. "O investimento é muito maior
proporcionalmente'.
Regulação centralizada
A Agência Nacional de Águas (ANA), hoje
responsável por regular o acesso e o uso dos
recursos hídricos, passará, segundo o novo
marco legal, a desempenhar o papel de
reguladora do setor de saneamento básico.
Caberá à agência estabelecer padrões de
qualidade, padronizar metas do setor e
determinar tarifas. “Hoje temos 50 agências
25
Grupo de Comunicação
reguladoras no setor de saneamento no país,
sem uma harmonia. É confuso para o setor de
infraestrutura. O investidor que vem de fora
se pergunta: qual a regra de regulação que
tenho que seguir? Fica difícil de entender”, diz
Soares Neto.
O diretor da ABES, Alceu Bittencourt, pondera
que apesar de ser interessante colocar uma
agência federal para atuar no setor, ela ainda
não tem capacidade de operar os serviços.
"Hoje você possui nos Estados agências
reguladoras que já acumularam experiência,
possui uma regulação que avançou muito.
Como a maior parte da operação é
regionalizada, há subsídio cruzado que
permite operar em cidades pequenas.Não
precisa começar do nada. Colocar a ANA é
uma boa proposta, mas colocá-la assim é uma
operação autoritária", afirma Bittencourt.
Na avaliação do diretor da ABES, extinguir os
“contratos de programa” - sem concorrência e
fechados diretamente entre os titulares dos
serviços e as concessionárias- também é
polêmico. “Poderiam aumentar a força do
privado sim, mas sem desmontar as
companhias públicas existentes, combinar
público e privado, fazer subconcessões. Muitos
contratos precisam definir melhor as metas,
mas acho que deveria ser uma opção dos
municípios abrir ou não para licitação, mas
continuar evoluindo na regulação de todos”,
explica.
A proposta aprovada na Câmara prevê
também que o saneamento passe a ser
prestado em blocos de municípios de forma
regionalizada. Esse item do texto tenta
responder às críticas da oposição, que alega
que municípios muito pequenos poderiam ficar
desassistidos já que não são viáveis
financeiramente. Ao aglutinar municípios
viáveis - com resultado positivo no equilíbrio
de receita e despesa- e inviáveis, a operação
continuaria atrativa.
Soares Neto afirma que hoje 58% das
operações privadas no país estão em
municípios de 20.000 habitantes. “Se
município pequeno não interessa como alega a
oposição, por que mais da metade está
neles?”, questiona.
Viviane Borges, presidente da Associação dos
Engenheiros da Sabesp, alerta que, em tese, a
ideia de aglutinar os municípios parece
interessante, mas na prática é muito mais
complexa. “Busque uma região onde você tem
um município grande superavitário e um bloco
de minoritários que poderiam ser agregados a
esse negócio. A união de blocos regionais não
é algo fácil. Há regiões no interior do Nordeste
em que todos os municípios são deficitários.
Por isso precisamos ver essa regionalização na
prática”, afirma.
Borges ressalta que o Brasil está indo na
contramão da tendência dos países europeus.
“Os países já passaram por operações
privadas e agora elas estão sendo regidas por
empresas públicas. Os motivos são três: falta
de investimento, ineficiência e alta de tarifas.
Essas foram as reclamações”, afirma.
Bittencourt concorda que, no mundo, são
pouquíssimos os países que fizeram um
sistema inteiramente privado. “Você precisa
ter uma ação do governo planejando e
organizando. O centro de uma mudança não
deveria ser privilegiar público ou privado e sim
a promoção da eficiência. A preocupação
central é que do jeito que foi proposto pode
desorganizar o setor”, explica.
BNDES como articulador da agenda
O Banco Nacional de Desenvolvimento
(BNDES) tem se proposto a assumir um papel
relevante no novo marco do saneamento. O
chefe do Departamento de Estruturação de
Parcerias 1 do banco, Guilherme Albuquerque,
afirmou que os projetos do BNDES para a
atração de capital privado para saneamento
estimam investimentos de 61,7 bilhões de
reais ao longo dos próximos 35 anos. Desse
total, 15,9 bilhões de reais estão previstos
para os primeiros cinco anos.
Para o presidente do banco, Gustavo
Montezano, não faltam recursos para investir
e sim uma melhor gestão do dinheiro. “A
gente quer ser o principal articulador nacional
na agenda do saneamento. Com o S de social,
ele [social] é o nosso carro-chefe, porque
como a gente pode pensar em educação para
quem não tem saneamento, em saúde para
quem não tem saneamento, desenvolvimento
econômico e proteção ambiental, sem
saneamento. Para isso é necessário
modelagem financeira e conversar com
investidores, político”, afirmou. "Se Deus
quiser, com a aprovação do Marco do
Saneamento, a gente abre uma nova fase de
tratamento de água, de proteção de água e de
proteção ambiental para o povo brasileiro”,
defendeu.
26
Grupo de Comunicação
https://brasil.elpais.com/brasil/2019-12-
26/novo-marco-legal-do-saneamento-e-teste-
para-o-setor-privado-levar-esgoto-a-preco-
justo-para-metade-do-brasil.html
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Data: 27/12/2019
27
Grupo de Comunicação
FOLHA DE S. PAULO O QUE A FOLHA PENSA: Salgada e suja
Praia de Itaquanduba, em Ilhabela (SP), que de
regular, em 2016, passou a ser avaliada como
péssima - Eduardo Anizelli/Folhapress
A abertura da temporada de verão escancara
mais um descalabro provocado pelo vexatório
atraso brasileiro em saneamento básico.
Nas 31 cidades litorâneas que mais recebem
visitantes, consideradas prioritárias pelo
Ministério do Turismo por seu potencial de
geração de empregos e de renda, 42% dos
trechos de praia monitorados tiveram suas águas
avaliadas como ruins ou péssimas.
Isso significa que o local ficou impróprio para
banho em ao menos 1 de cada 4 medições feitas
entre novembro de 2018 e outubro de 2019. O
levantamento feito pela Folha seguiu normas
federais: considerou o trecho impróprio quando
verificada a presença de mais de 1.000
coliformes fecais a cada 100 ml.
A detecção desses organismos constitui um
indicativo de que esgoto e outras fontes de
contaminação chegam ao mar. Não surpreende
que isso ocorra em um país onde apenas 52,4%
da população tem acesso à rede de esgoto.
O restante dos dejetos acaba lançado em cursos
d’água ou simplesmente escorre a céu aberto;
nas regiões costeiras, a sujeira invariavelmente
chega ao oceano.
O problema não está restrito às regiões de menor
renda: no estado mais rico do país, o número de
praias consideradas péssimas quase dobrou
neste ano, de 16 para 29 dos 177 pontos
monitorados. Não custa lembrar que o
saneamento está longe de ser universalizado em
São Paulo: coletam-se 90% dos dejetos, mas só
65% são tratados.
No país como um todo, a situação tem piorado, o
que se mostra ainda mais vergonhoso: praias
com avaliação ruim ou péssima, que eram 29%
em 2016, são hoje 35%.
Balneários com águas sujas, que causam
doenças e desconforto, espantam turistas e
fazem com que se percam recursos que poderiam
aquecer a economia das cidades. Mas são muito
mais amplos, infelizmente, os impactos da falta
de saneamento no atraso do país.
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2019/12/
salgada-e-suja.shtml
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Data: 27/12/2019
28
Grupo de Comunicação
OPINIÃO: Por uma nova matriz de
desenvolvimento
Ciclo virtuoso só virá sob a ótica da
sustentabilidade
Jaques Wagner
Em tempos de praias nordestinas invadidas pelo
óleo, queimadas na floresta amazônica e total
desleixo do atual governo pela política ambiental
do país, há a necessidade de uma urgente
articulação e coordenação de iniciativas —
públicas e privadas, tributárias, regulatórias,
fiscais, de financiamento e de planejamento—
que resultem em um ciclo virtuoso de
crescimento econômico sustentável, gerador de
emprego e renda, redutor de desigualdades e
promotor de desenvolvimento com políticas de
preservação do meio ambiente.
E, para se produzir um conjunto sustentável de
investimentos, com mais empregos e renda,
estimulado por novas cadeias verdes e
produtivas, é preciso propor políticas públicas
provenientes de reformas estruturais e de um
novo processo socioeconômico que representem
um arranjo para o desenvolvimento com
preservação ambiental.
Para avançar no tema tomamos como base o
trabalho da Cepal (Comissão Econômica para
América Latina e o Caribe), que enfatiza a
articulação e coordenação de políticas públicas e
privadas para alavancar esses investimentos com
base no tripé econômico, social e ambiental.
Para tal, já está em funcionamento a
Subcomissão Temporária do Grande Impulso
para Sustentabilidade Ambiental, que funcionará
no âmbito da Comissão de Meio Ambiente (CMA)
do Senado. Caberá ao colegiado apresentar
ideias para alavancar os investimentos nacionais
e estrangeiros com o objetivo de gerar emprego
e renda, reduzir desigualdades e falhas
estruturais, além de promover sustentabilidade e
investimentos em energias renováveis.
Hoje a rede de proteção social está em colapso
com a rápida deterioração do ambiente
econômico. O governo federal tem dirigido sua
atenção para uma política financeira que não tem
sido capaz de apontar soluções para as crises do
emprego e da renda —e muito menos para a do
meio ambiente. Assim, há um senso de urgência
para que o Senado, considerando sua tradição,
apresente propostas que ajudem o país a superar
essa grave crise com avanços em seu sistema de
políticas públicas.
No Brasil, a crise climática tende a se agravar. A
crise hídrica nem se fala. Menor disponibilidade
hídrica afetará culturas agrícolas, tais como
milho, mandioca, arroz e trigo, essenciais para a
agricultura de subsistência, que alivia a pobreza
no campo. Além disso, o aquecimento global
tornará mais frequentes, duradouros e intensos
os eventos climáticos extremos, tais como
enchentes, secas, ondas de calor e de frio,
tempestades e ressacas do mar.
Assim, o desafio que se apresenta também deve
ser enfrentado a partir de um arcabouço de
pensamentos que privilegie um conjunto de
iniciativas que produzam um ciclo virtuoso de
crescimento econômico, geração de empregos,
desenvolvimento de cadeias produtivas e
diminuição dos impactos ambientais —ao mesmo
tempo em que se recupera a capacidade
produtiva do capital natural. E tudo isso junto e
ao mesmo tempo.
Se por um lado a crise da sustentabilidade impõe
novos contornos, dados pelos limites da biosfera,
nos quais o desenvolvimento poderá ocorrer, por
outro lado traz novos motores do crescimento
econômico com maior igualdade, incluindo os
investimentos resilientes e de baixo carbono. A
transição para uma matriz produtiva e de
consumo sustentável, resiliente e de baixa
emissão de carbono pode ser uma alavanca para
mudar estruturalmente o estilo de
desenvolvimento mais sustentável, no seu tripé
econômico, social e ambiental.
Assim, esse novo arranjo verde para o
desenvolvimento sustentável, mais conhecido
como o “big push” ambiental, ao fundir temas
estruturais do desenvolvimento latino-americano,
vai promover amplo debate na subcomissão com
representantes sindicais, empresariais e da
sociedade civil, como cientistas, juristas,
ambientalistas, intelectuais e ativistas. O nosso
objetivo é subsidiar novas propostas legislativas
que façam o país caminhar para esse novo
arranjo verde.
Jaques Wagner
Senador (PT-BA), ex-governador da Bahia (2007-2014) e ex-ministro da Defesa (2015) e da Casa Civil (2015-2016, gestão Dilma)
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2019/12/
por-uma-nova-matriz-de-desenvolvimento.shtml
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Data: 27/12/2019
29
Grupo de Comunicação
Painel: Governo tenta liberar recursos, mas,
descrentes, parlamentares não aparecem
em Brasília
Até o último minuto
Sem ter cumprido a promessa de liberar todo o
valor de emendas combinado com parlamentares
em troca da aprovação da reforma da Previdência
neste ano, R$ 20 milhões por deputado, o
governo se esforça para para liberar recursos no
apagar das luzes.
Até o último minuto 2
Nesta quinta (26), o general Luiz Eduardo Ramos
(Secretaria de Governo), reuniu-se com Gustavo
Canuto (Desenvolvimento Regional), para
empenhar todas as emendas previstas no
orçamento da pasta.
Mar morto
A dificuldade em garantir o dinheiro desanimou
congressistas que costumam fazer romaria a
ministérios, entre Natal e Ano Novo, para
assegurar recursos para seus redutos eleitorais.
“Pescaria improdutiva”, disse um líder que
desistiu de tentar alguma ajuda em Brasília.
Volante
As emendas que estão sendo empenhadas por
Moro neste final de ano têm como foco ações na
segurança pública que poderiam dar palanque
aos parlamentares, como compra de
armamentos. Em 2020, o ministro espera
convencê-los a investir em inteligência.
Chance de novas regras para renovação de
rádio e TVs serem aprovadas são mínimas,
dizem dirigentes partidários
Fora do ar
As chances de prosperar no Legislativo qualquer
endurecimento das regras para outorga e
renovação de rádios e TVs são mínimas.
Congressistas lembram que as principais
lideranças de DEM, MDB e PSDB são detentoras
de emissoras.
Maioria do PT do Recife quer aliança com
PSB em eleição na capital, dizem petistas
Com quem será?
Hoje,amaioria do PT do Recife defende apoiar o
deputado João Campos (PSB) para a prefeitura
da capital no lugar de lançar a prima dele, Marília
Arraes (PT), dizem petistas.
Fiel da balança
A decisão sobre uma aliança ou não entre o PT e
o PSB são tratadas com cautela por líderes
petistas. Pernambuco é considerado estado
chave na manutenção da aliança nacional entre
os dois partidos.
Moro demonstra a parlamentares decepção
com sanção a juiz das garantias
Criatura ou criador
Logo após Jair Bolsonaro sancionar o juiz das
garantias, Sergio Moro disparou mensagens e
demonstrou estar decepcionado. Para a cúpula
do Congresso, o ministro passou por cima de
tentativa do presidente de proteger seu filho
Flávio e, ao bradar contra a decisão, tentou fazer
valer a força de sua popularidade, dando
munição à plateia virtual à qual Bolsonaro é tão
sensível. Parlamentares avaliam que Moro entrou
em terreno pantanoso e como, resposta, recebeu
recado de quem é que manda.
Teus sinais
Senadores alinhados ao ministro avaliam que
Bolsonaro agiu de caso pensado para enfraquecer
Moro ao manter trecho para o qual ele defendia o
veto. A sombra do ex-juiz, que tem 53% de
ótimo/bom contra 30% do presidente, no
Datafolha, incomodaria o mandatário, que teme
uma ameaça em 2022.
Colheita
Bolsonaro segue alvo de ataque nas redes sociais
por causa de sua decisão. A resposta do
presidente a um internauta no Facebook, em que
diz ser inconstitucional a lei que ele próprio
sancionou, surpreendeu ministros do STF,
parlamentares e inquilinos do Planalto.
Não segura a onda
Deputados entendem que, com a mensagem,
Bolsonaro acenou a seu eleitorado na tentativa
de se blindar de ainda mais críticas. Dizem que,
se realmente pensasse que o trecho fere a Carta,
bastaria tê-lo vetado.
Não segura a onda 2
Apesar de críticos ao juiz das garantias, até
mesmo auxiliares jurídicos do presidente
acreditam que a figura está nos limites da
Constituição.
Foice
Senadores que vão brigar no Supremo pela
inconstitucionalidade da medida alegam que
houve invasão do Legislativo em uma
competência exclusiva do Judiciário. A ação,
Data: 27/12/2019
30
Grupo de Comunicação
porém, enfrentará resistências no Supremo. Ao
menos cinco ministros da corte são a favor da lei.
Dono da bola
A tentativa de o CNJ (Conselho Nacional de
Justiça) regulamentar a aplicação da criação do
juiz de garantias não é um consenso entre atuais
e ex-ministros de tribunais superiores. Para
Marco Aurelio, do STF, cabe ao governo editar
um decreto estabelecendo os limites da atuação
dos magistrados.
Dono da bola 2
Gilson Dipp, ex-presidente do STJ, acredita que é
atribuição do Congresso editar nova lei prevendo
os efeitos da atuação da atuação da nova figura
jurídica.
Tiroteio
Não é à toa que a cultura esteja sob ataque.
Quanto mais autoritário o governo, mais incisiva
na busca por liberdade será a arte
Do deputado Túlio Gadelha (PDT-PE), sobre
ataque à sede do programa Porta dos Fundos
após episódio que retrata Jesus como
homossexual
https://painel.blogfolha.uol.com.br/2019/12/27/governo-tenta-liberar-recursos-mas-incredulos-parlamentares-nao-aparecem-em-brasilia/ https://painel.blogfolha.uol.com.br/2019/12/27/maioria-do-pt-do-recife-quer-alianca-com-psb-em-eleicao-na-capital-dizem-petistas/
https://painel.blogfolha.uol.com.br/2019/12/27/moro-demonstra-a-parlamentares-decepcao-com-sancao-a-juiz-das-garantias/
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Data: 27/12/2019
31
Grupo de Comunicação
Petrobras aumenta preço do gás de cozinha
em cerca de 5%
GLP ficará mais caro a partir deste sexta
Júlia Moura
SÃO PAULO
A Petrobras irá reajustar o preço do gás de
cozinha em cerca de 5% a partir desta sexta-
feira (27), segundo a Folha apurou. A alta vale
para todos os tipos de GLP (gás liquefeito de
petróleo), que inclui botijões de uso doméstico
(13 kg) e industrial (embalagens acima de 13
kg).
Segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo,
Gás Natural e Biocombustíveis), o preço médio
do botijão de 13 kg era de R$ 69,11 em
novembro.
Este é o terceiro aumento seguido no preço do
gás para botijões de 13 quilos. Em novembro, a
companhia reajustou em 4% o preço do gás de
cozinha. Em outubro, a alta foi de 5%.
Após seis ajustes no ano (cinco aumentos e uma
queda de 8,2%), o combustível tem alta
acumulada de quase 10% no ano.
A política de preços da Petrobras prevê o
acompanhamento de longo prazo das cotações
internacionais, usando médias de 12 meses, com
o objetivo de evitar o repasse ao consumidor
brasileiro de efeitos sazonais, como aumento do
consumo durante o inverno no hemisfério norte.
O ano tem sido de aumento generalizado no
setor de gás. Houve também alta expressiva no
gás natural. Dentre junho de 2018 e junho de
2019, o preço deste gás entregue a distribuidoras
subiu, em média no país, quase 30%.
O preço do gás natural vendido pela Petrobras
também acompanha a variação das cotações
internacionais de óleos combustíveis e a taxa de
câmbio. É ajustado a cada três meses, de acordo
com a evolução dos indicadores em trimestres
anteriores.
A alta em 2019 tem forte impacto da escalada do
dólar a partir do período eleitoral, quando a
moeda norte-americana chegou a bater a casa
dos R$ 4,10. Neste ano, o dólar foi a R$ 4,26 e
agora está na casa de R$ 4,063.
O governo Jair Bolsonaro (sem partido) considera
o setor de gás estratégico e iniciou um programa
para reduzir a pressão de preços no setor. O
projeto prevê a redução da participação da
Petrobras no gás e aumento da concorrência
privada. O pacote em gestação inclui ainda
outros três pilares: revisão do modelo tributário
do setor, incentivo ao uso do gás para geração
de energia e novo marco jurídico para a
distribuição, para apoiar a figura dos
consumidores livres de gás (que podem negociar
o produto sem a distribuidora).
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/12
/petrobras-aumenta-preco-do-gas-de-cozinha-
em-cerca-de-5.shtml
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Data: 27/12/2019
32
Grupo de Comunicação
Hidrelétricas atingem menor nível desde
2014, mas analistas descartam
racionamento
Chuvas abaixo da média histórica em período
tradicionalmente de boas precipitações puxa
queda do setor
SÃO PAULO | REUTERS
As hidrelétricas do Sudeste do Brasil, que
concentram os maiores reservatórios, estão com
o menor nível de armazenamento desde 2014,
em meio a chuvas bastante abaixo da média
histórica mesmo em um período tradicionalmente
de boas precipitações.
Os lagos das usinas hídricas, principal fonte de
geração no país, estão com capacidade abaixo
dos piores momentos de 2001, ano em que os
brasileiros enfrentaram um racionamento de
eletricidade, mas analistas e o governo por ora
descartam riscos de falta de energia em 2020.
Segundo especialistas ouvidos pela Reuters, há
um considerável parque de termelétricas a ser
acionado para atender a uma demanda que não
tem crescido com vigor nos últimos anos, além
de uma oferta bem maior proveniente de usinas
eólicas e solares que não existiam no passado.
A projeção de continuidade da atual condição
seca em janeiro, no entanto, deve pressionar as
contas de luz, ao manter cobranças adicionais
geradas pelas bandeiras tarifárias. Sem mudança
no quadro hídrico, ainda, o governo poderá
decidir acionar termelétricas mais caras para
atender à demanda, o que também gera custos
que posteriormente são repassados às tarifas.
"Não vejo riscos de suprimento. O sistema está
bastante seguro, temos capacidade de geração
suficiente para aguentar", disse à Reuters o
consultor Ricardo Lima, sócio-diretor da Tempo
Presente e ex-conselheiro daCâmara de
Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
Ele destacou que há muitas termelétricas não
acionadas e lembrou que um órgão do governo, o
Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico
(CMSE), acompanha as condições para avaliar se
é necessário despachar usinas além do previsto
em programas computacionais que guiam a
operação do sistema de energia.
Esse despacho adicional poderá ser exigido em
janeiro caso as projeções atuais de chuvas não
melhorem até meados do primeiro mês de 2020,
disse o presidente da Copel Energia, Franklin
Kelly Miguel.
"Nossa visão sobre possibilidade de racionamento
em 2020 é zero. Mas pode sair mais caro...
temos esse problema. Atendimento à demanda,
teremos, mas o custo será alto. Se escorregar
mais um pouco a entrada do 'período úmido'
podemos ter acionamento das térmicas já em
janeiro", afirmou.
As hidrelétricas do Sudeste/Centro-Oeste
estavam na quarta-feira com 20% da
capacidade, contra 26,5% no mesmo dia de 2018
e 18,6% em 2014, pior registro do histórico. Em
2001, o menor volume alcançado foi de quase
21%, segundo dados do ONS (Operador Nacional
do Sistema Elétrico).
As chuvas nos lagos das usinas em dezembro
estão projetadas em 85% da média histórica,
contra apenas 62% da média em novembro,
quando começou o período geralmente favorável
para as chuvas nos reservatórios, que vai até
abril, apontou a CCEE.
BANDEIRA TARIFÁRIA
Como ainda não há indicações de chuvas perto
da média em janeiro, projeções pessimistas
devem influenciar negativamente a definição pela
Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), na
sexta-feira, da bandeira tarifária da conta de luz
válida para janeiro.
A bandeira tarifária aumenta custos para os
consumidores em momentos de baixa oferta de
energia, quando sai do patamar verde para
amarelo ou vermelho. Ela está atualmente no
nível amarelo, que gera cobrança extra de 1,343
real para cada 100 quilowatts-hora.
"Pelo menos amarela deve ficar, amarela ou
vermelha", disse Franklin.
Janeiro, em pleno "período úmido" das
hidrelétricas, tem registrado bandeira verde nas
tarifas desde 2017.
GOVERNO TRANQUILO
Além dos especialistas, o governo também não
vê possibilidade de racionamento de energia
elétrica em 2020.
O Ministério de Minas e Energia disse em nota
nesta semana que "não haverá falta de energia,
Data: 27/12/2019
33
Grupo de Comunicação
mesmo que haja crescimento da economia acima
de 2,5%".
A afirmação da pasta foi endossada pelo
presidente Jair Bolsonaro em sua conta no
Twitter na segunda-feira (23), após uma
reportagem do jornal O Globo no final de semana
ter afirmado que haveria um setor do governo
preocupado com riscos de racionamento.
Em linha com as autoridades, o ONS afirmou à
Reuters nesta quinta-feira que "não há risco ao
suprimento de energia em 2020".
Rumores sobre a possibilidade de falta de energia
têm surgido com relativa frequência no Brasil
nesta década, em meio a uma deterioração do
quadro hidrológico, mas não houve novas
restrições compulsórias ao consumo depois de
2001.
O racionamento naquele ano levou a duros
ataques ao governo do então presidente
Fernando Henrique Cardoso, o que ajudou a
tornar as possibilidades de falta de energia um
tabu entre políticos no país ao longo dos últimos
anos
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/12
/hidreletricas-atingem-menor-nivel-desde-2014-
mas-analistas-descartam-racionamento.shtml
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Data: 27/12/2019
34
Grupo de Comunicação
Em documento, chefes de fiscalização do
Ibama alertam para risco de apagão
Orçamento enviado ao Congresso prevê corte de
31%; número de fiscais cai 55% em uma década
Fabiano Maisonnave
MANAUS
Com um orçamento um terço menor e número de
fiscais em queda, servidores de carreira do
Ibama advertem sobre o risco de o órgão
ambiental federal sofrer um “apagão” no ano que
vem. Eles criticam o estabelecimento de metas
impraticáveis impostos pela direção e a
nomeação de gestores com pouca experiência na
área ambiental.
O principal alerta foi dado na semana passada
por meio de um requerimento assinado por 22
dos 26 chefes estaduais de fiscalização e obtido
pela Folha. Dirigido à coordenadoria geral de
Fiscalização Ambiental, o documento propõe 12
medidas, “sob pena de interferir de forma direta
e até mesmo inviabilizar a execução das ações de
fiscalização ambiental previstas no Plano
Nacional Anual de Proteção Anual (Pnapa) 2020”.
Prestes a ser publicado via portaria, o Pnapa é
aprovado pela presidência do Ibama e estabelece
o número de operações a serem feitas ao longo
do ano, incluindo o período, quantidade de fiscais
e custo. O combate ao desmatamento na
Amazônia faz parte desse planejamento.
Para o Pnapa 2020, a previsão é de que haja um
número de operações parecido ao estabelecido
para este ano, 1.259. As condições para a
execução, porém, serão mais adversas.
No projeto de lei do Orçamento enviado ao
Congresso, o corte para 2020 foi de 31%, ficando
em R$ 256 milhões. O Orçamento foi aprovado
na semana passada, mas a versão final ainda
não está publicada.
Para a fiscalização, estão previstos R$ 76,8
milhões em 2020, um corte de 25% em relação a
este ano. Uma fonte próxima do assunto ouvida
pela reportagem alerta que, com esse teto, não
haverá espaço para a captação de recursos do
Fundo Amazônia, formado por doações,
principalmente da Noruega.
Em abril de 2018, o Ibama obteve R$ 140
milhões do fundo, para serem usados por 36
meses. Até agora, foram usados apenas R$ 57
milhões (41%). Como se trata de recurso
financeiro, o dinheiro do fundo precisa se
adequar ao teto, mesmo se tratando de doação a
fundo perdido.
Outra preocupação é a falta de pessoal para o
campo. O Ibama conta com cerca de 720 fiscais
para todo o país, contra 1.600 em 2009 —
redução de 55% ao longo de dez anos.
Entre as medidas pedidas pelos chefes de
fiscalização estão a realização urgente de
concurso para fiscais e para outros cargos técnico
e a liberação sem atrasos de recursos
orçamentários para a execução das operações.
Outra demanda é a nomeação exclusiva de
servidores de carreira para cargos de gestão.
Quase todos os superintendentes estaduais
escolhidos pelo governo Bolsonaro são de fora do
Ibama. Além disso, o diretor de fiscalização é um
major da PM de São Paulo, Olivaldi Azevedo.
O requerimento pede também o fim da mordaça
imposto pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo
Salles, que proibiu o contato direto dos
servidores do Ibama com a imprensa.
“O emprego de estratégias de comunicação de
forma a ampliar a percepção da sociedade
quanto à atuação da fiscalização ambiental visa
promover maior dissuasão dos ilícitos
ambientais”, afirma o documento.
Os quatro chefes da fiscalização que não
assinaram são do Amazonas, do Rio de Janeiro,
do Espírito Santo e de Santa Catarina. O nome
formal da função é chefe da Ditec (Divisão
Técnico-Ambiental).
O requerimento aponta uma dissonância entre o
Pnapa e as metas globais e intermediárias anuais
do Ibama. Ambas foram publicadas em
novembro —com seis meses de atraso, já que se
referem ao período de 1º de junho a maio de
2020.
“Das cinco metas globais definidas na portaria do
Ministério do Meio Ambiente, três são atividades-
meio como a digitalização de processos que, em
sua maioria, independem dos servidores da
carreira e são atividades executadas por
terceirizados”, afirma Elisabeth Uema, secretária-
geral da Associação Nacional dos Servidores
Ambientais (Ascema).
Segundo Uema, outra preocupação dos
servidores é com a meta global de realizar ações
Data: 27/12/2019
35
Grupo de Comunicação
ostensivas contra desmatamento na Amazônia
em 80% “do número de alertas mais crítico”. “A
portaria utiliza o termo ‘alertas mais críticos
registrados’ sem definir o que seriam esses
alertas e quais os parâmetros a serem utilizados
para categorizá-los”, afirma.
Curiosamente, nenhuma das cinco metas globais
tem temas do meio ambiente urbano. No início
da gestão, Salles afirmou que a prioridade na
pasta seria temas como saneamento básico,
gestão de resíduos sólidos e qualidade do ar.
Com relação às metas intermediárias, que
orientam o trabalho setorial das equipes,
servidores apontam a ausência de temas
tradicionais, como a fiscalização de pesca
marítima e dos demais biomas, como o cerrado,
combate ao tráfico de animais e o julgamento de
multas.
Ueda afirma que há o temor de que as metas
globais e intermediárias provoquem perdas
salariais, já que cerca de 40% da remuneração
vem de gratificação por cumprimento das metas.
Uma das apreensões é de o cálculo dessas
gratificações seja feito de forma retroativa, ou
seja, que a avaliação das metas leve em conta os
cinco meses anteriores à sua divulgação.
No requerimento dos chefes de fiscalização, a
recomendação é para a revisão tanto das metas
intermediárias quanto globais. “Caso contrário,
faz-se necessário rever as ações propostas no
Pnapa que não estejam vinculadas ao
cumprimento da meta estabelecida, considerando
que a mesma impacta diretamente no salário dos
servidores.”
Em dois emails diferentes, a reportagem da Folha
solicitou esclarecimentos sobre o estabelecimento
de metas e o Pnapa, mas só obteve resposta
sobre a segunda demanda.
Via assessoria de imprensa, o Ibama informou
que as metas poderão ser revisadas e que a
demora em sua publicação “ocorreu em razão da
necessidade de adequação das metas à nova
metodologia do governo federal, mais
precisamente do Ministério da Economia.”
O órgão ambiental assegurou que, para o cálculo
da gratificação, “as metas não são retroativas, e
sim proporcionais ao período restante. A demora
em publicar a metas não prejudicará o servidor.”
Sobre a definição de “alertas mais críticos”, o
Ibama afirma que “algoritmos de computação
desenvolvidos a partir de critérios previamente
estabelecidos pelo Ibama definirão alertas de
desmatamento prioritários para atendimento”.
Contradizendo o que afirmam seus servidores, o
Ibama afirma que a digitalização de processos
não é feita por terceiros e tem como meta
melhorar o tempo de resposta para as demandas
via Lei de Acesso a Informação (LAI).
Finalmente, sobre a política de comunicação, o
órgão ambiental federal diz que “entende que é
importante apresentar à sociedade o trabalho
realizado pelo Instituto. Não se trata de rever
qualquer tipo de estratégia de comunicação.”
O QUE FAZ O IBAMA
Criação
22 de fevereiro de 1989
Atribuições
O órgão executa as políticas nacionais de meio
ambiente. Com poder de polícia ambiental, é
responsável pela fiscalização e controle
ambiental, incluindo desmatamento da
Amazônia, tráfico de animais e agrotóxicos.
Também emite licença ambiental e autorizações
de uso de recursos
naturais. Outras funções incluem apoio em
emergências ambientais e programas de
educação ambiental
https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2019/1
2/em-documento-chefes-de-fiscalizacao-do-
ibama-alertam-para-risco-de-apagao.shtml
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Data: 27/12/2019
36
Grupo de Comunicação
Mônica Bergamo: Juiz das garantias pode
tirar Fachin de processos da Lava Jato
A expectativa é grande entre advogados que
atuam em casos da operação
A criação do juiz das garantias, que investiga,
mas não julga, levanta no STF (Supremo Tribunal
Federal) a discussão sobre o destino das
investigações da Operação Lava Jato, hoje nas
mãos do ministro Edson Fachin.
VETO
Como condutor delas, Fachin não poderia ser
também relator de processo que surgir a partir
do inquérito.
EM DEBATE
Ministros dizem que o tribunal ainda terá que
debater soluções. Uma das possibilidades é que,
encerradas as investigações, os casos sejam
redistribuídos a outros magistrados.
NA ESPERA
A expectativa é grande entre advogados que
atuam em casos da operação.
TUDO CERTO
A Câmara dos Deputados não deve se mobilizar
para derrubar os vetos de Jair Bolsonaro no
projeto de lei anticrime. Mesmo parlamentares de
esquerda consideram que o presidente manteve
a linha garantista das regras, vetando apenas
temas laterais.
LENTO
Alguns assuntos, portanto, podem ser tema
ainda de discussão, mas sem uma concentração
de esforços máxima para modificar o que saiu do
gabinete presidencial depois da promulgação da
proposta.
NADA A DECLARAR
Devem ficar sem resposta os ataques de Carlos
Bolsonaro, filho de Jair Bolsonaro, à área de
comunicação do governo.
NA DELA
Na quarta (25), ele escreveu no Twitter: “É
lamentável somente nós lutarmos para mostrar o
que tem sido feito de bom 24h ao dia enquanto
se vê uma comunicação do governo que nada
faz!”.
GANGORRA
O prestígio de Carlos no universo político já foi
mais alto. Antes, qualquer fala dele era lida
imediatamente como recado do pai —o que agora
não ocorre.
LUPA
A busca pelo termo “Porta dos Fundos” no Google
cresceu 420% de terça (24) para quinta (26).
O aumento foi registrado após a sede da
produtora, no Rio, ter sido alvo de um atentado
na terça (24).
PÉ NA AREIA
A atriz Nanda Costa estampa a capa da revista
Marie Claire de janeiro, que chega às bancas no
domingo (29); em entrevista à publicação, ela
afirmou que congelou seus óvulos e pretende
engravidar após o fim da novela “Amor de Mãe”,
da TV Globo, na qual ela atualmente trabalha
NO COMANDO
Rose Di Matteo, mãe dos filhos de Gugu Liberato,
apresentou requerimento à Justiça pedindo para
ser a inventariante dos bens deixados por ele. Ela
afirma que, além de companheira dele por quase
duas décadas, é também a representante legal
de Sofia e Marina, as gêmeas e filhas caçulas que
teve com o apresentador.
VIDA DURA
Na petição, ela afirma que está passando, com as
filhas, por “dificuldades de toda natureza”, já que
Gugu, como “provedor”, sempre se
responsabilizou por tudo.
EM MEU NOME
Em um testamento assinado em 2011, Gugu
excluiu Rose do usufruto e da administração dos
bens deixados aos filhos. E determinou que a
inventariante de sua herança e curadora das
crianças fosse a irmã dele, Aparecida Liberato.
CRISE
Rose diz que, na época, os dois passavam por
“uma crise na união”. Depois disso, reataram. Na
semana passada, ela anunciou que vai à Justiça
também para pedir o reconhecimento de união
estável que alega ter mantido com Gugu —o que
lhe daria direito à metade da herança.
PURA AMIZADE
A família do apresentador afirma que ela está
sendo induzida e mal aconselhada por “terceiros
não contemplados no aludido testamento”.
Pessoas ligadas aos parentes de Gugu dizem
ainda que Rose era amiga dele e mãe dos filhos
—mas não mulher dele.
Data: 27/12/2019
37
Grupo de Comunicação
OFICIAL
Empresas dos setores de comércio e serviços no
estado de São Paulo criaram 18.409 vagas de
empregos formais em outubro. No mesmo mês
do ano passado, o saldo foi de 21.715 postos
com carteira assinada.
OFICIAL 2
De janeiro a outubro de 2019, foram acumulados
10.181.831 vínculos formais de trabalho. Em
2018, o total ficou em 10.018.179. Os dados são
da FecomercioSP.
NA BATUTA
O violinista Sergei Eleazar de Carvalho e o ator e
pianista Davi Campolongo participaram da
apresentação do maestro João Carlos Martins
com o Quinteto Brasileiro de Cordas, assim como
os também violinistas André Rodrigues e Cintia
Nunes. O evento ocorreu no sábado (21), na
Casa Tegra, em São Paulo.
CURTO-CIRCUITO
O cinema Petra Belas Artes promove a última
sessão do seu Noitão. Na sexta (27), a partir das
23h30.
A deputada Carla Zambelli se casa na sexta (27).
Em Mairiporã, em São Paulo.
O hotel Emiliano, no Rio, faz sua festa de
Réveillon com apresentações de samba da
Mangueira e do DJ Bee Alvezz. Na terça (31).
com BRUNO B. SORAGGI e VICTORIA AZEVEDO;
colaborou BIANKA VIEIRA
Mônica Bergamo
Jornalista e colunista.
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabe
rgamo/2019/12/juiz-de-garantias-levanta-no-stf-
discussoes-sobre-lava-jato.shtml
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Data: 27/12/2019
38
Grupo de Comunicação
ESTADÃO Por custo e sustentabilidade, empresas
retomam autoprodução de energia
Grupos como Ambev, Unipar e Braskem investem
em projetos eólicos e solares, de olho na redução
de despesas com compra de energia no mercado
e para se adaptar a demandas por maior
eficiência
Wellington Bahnemann, O Estado de S.Paulo
Os investimentos em autoprodução de energia
elétrica voltaram ao radar das grandes
indústrias. Incentivadas pela redução nos custos
das fontes renováveis de energia, pelo aumento
dos preços da eletricidade e por compromissos
ambientais para tornar as suas operações mais
sustentáveis, empresas de diferentes segmentos
passaram a investir ou firmar parcerias para
viabilizar a construção de novos
empreendimentos eólicos e solares.
O movimento retoma uma tendência registrada
entre a segunda metade dos anos 90 e o início
dos anos 2000, quando indústrias
eletrointensivas investiram na construção de
novas hidrelétricas para ter acesso a uma fonte
de energia mais barata. Foi nesse contexto que
grandes empresas de mineração e siderurgia do
País, como Vale, Votorantim, Alcoa e CSN,
participaram da implementação de
empreendimentos como Machadinho (RS/SC),
Estreito (TO/MA) e Igarapava (MG/SP).
Restrições ambientais para a construção de
novos projetos hidrelétricos, até então a fonte de
energia elétrica mais barata, e o surgimento do
mercado livre reduziram drasticamente os
investimentos em autoprodução nos últimos 15
anos. A promessa de reduzir a conta de luz em
30% “da noite para o dia”, por meio da
negociação direta com geradores ou
comercializadores, fez com que as indústrias
optassem pela migração para o ambiente livre de
contratação.
Com o advento de novas tecnologias e modelos
de negócio, o investimento em autoprodução tem
atraído, desta vez, não apenas os
eletrointensivos, mas também indústrias que
desejam uma pegada mais sustentável e
eficiente para as suas operações. É o caso da
cervejeira Ambev. A empresa definiu duas metas
até 2025: consumir 100% da sua energia elétrica
de fontes renováveis e reduzir em 25% as
emissões de carbono em toda a sua cadeia de
valor.
Um dos primeiros passos para o cumprimento da
estratégia foi a parceria com o fundo de
investimento Casaforte para a construção de uma
usina eólica de 80 MW de capacidade na Bahia. A
cervejeira firmou contrato de R$ 600 milhões
para compra de energia por 15 anos para
viabilizar o projeto, que vai atender a 100% da
demanda das fábricas da Budweiser e 100% das
unidades fabris no Nordeste. “O projeto vai
representar 35% da nossa meta de consumo”,
afirmou o vice-presidente de Sustentabilidade e
Suprimentos da Ambev, Rodrigo Figueiredo.
Para cumprir os outros 65%, Figueiredo afirmou
que a Ambev aposta em usinas solares e em
outros projetos eólicos. Além dessa frente, a
Ambev também anunciou a construção de 31
usinas solares, no modelo de geração distribuída,
para abastecer os seus quase 100 centros de
distribuição pelo Brasil. A cervejeira firmou
contratos de dez anos no valor de R$ 140
milhões com quatro empresas, que investirão R$
50 milhões nas 31 plantas.
Unipar
Fruto dos ganhos de escala e do aumento de
eficiência das turbinas, o preço da energia eólica
teve uma queda substancial nos últimos dez
anos. Em 2009, quando a fonte entrou com mais
força nos leilões de energia nova, os investidores
vendiam a oferta entre R$ 130/MWh e R$
150/MWh. Hoje, esses valores variam entre R$
80/MWh e R$ 100/MWh. Essa expressiva redução
chamou a atenção da Unipar Carbocloro, que foi
o primeiro consumidor livre do País a firmar um
contrato de migração para o mercado livre em
1999 com a estatal Copel.
No começo de novembro, a Unipar constituiu
uma joint venture com a geradora AES Tietê para
a construção de um parque eólico de 155 MW na
Bahia, um investimento total de R$ 620 milhões.
Quando estiver operando em 2023, a usina
fornecerá energia suficiente para 30% da
demanda por energia elétrica do grupo. Os
outros 70% serão adquiridos no mercado livre,
mas a ideia é ampliar a participação da
autoprodução.
“Se existirem novas opções de projetos, vamos
considerar a possibilidade”, afirmou o presidente
da Unipar, Aníbal do Vale. Hoje, a energia
Data: 27/12/2019
39
Grupo de Comunicação
elétrica representa em torno de 40% dos custos
variáveis da empresa química.
A Braskem também demonstra interesse em
projetos de fontes renováveis. A empresa firmou
um contrato de 20 anos com a francesa EDF no
valor de R$ 400 milhões, que está viabilizando a
construção de uma usina eólica de 33 MW na
Bahia do Complexo Folha Larga.
O diretor de Energia da petroquímica, Gustavo
Checcucci, disse que a Braskem também avalia
investimentos em fontes renováveis. Com 25%
da demanda suprida por autoprodução, a
empresa tem intenção de ampliar o porcentual,
mas sem cravar uma meta. “A autoprodução é
um modelo diferente. A expectativa é que você
seja mais competitivo do que em um contrato no
mercado livre, mas o risco também é maior
porque a indústria assume a gestão do ativo.”
https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,
por-custo-e-sustentabilidade-empresas-
retomam-autoproducao-de-energia,70003137253
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Data: 27/12/2019
40
Grupo de Comunicação
Ministério da Economia defende redução de
'distorções' em conta de luz
Para a Secretaria de Avaliação, Planejamento,
Energia e Loteria, a redução dos encargos
contribuiria para baixar o preço final ao
consumidor de energia elétrica
Lorenna Rodrigues, O Estado de S.Paulo
A Secretaria de Avaliação, Planejamento, Energia
e Loteria (Secap), do Ministério da Economia
defendeu a redução de “distorções existentes” no
preço da energia cobrado do consumidor
brasileiro, entre eles o fim de encargos setoriais
embutidos na tarifa de energia elétrica.
Esses encargos incluem subsídios para políticas
públicas, taxas de fiscalização e custos
relacionados à operação do sistema. De acordo
com o estudo, o forte aumento dos encargos
setoriais contribuiu para tornar a tarifa brasileira
a 6ª mais cara de 22 países analisados. A
depender da metodologia, o preço da conta de
luz do brasileiro é o 3º mais alto.
Para a Secap, a redução dos encargos
contribuiria para baixar o preço final ao
consumidor de energia elétrica, beneficiando
famílias e indústrias e aumentando a
competitividade da economia brasileira.
Segundo o estudo, a tarifa média de energia
elétrica cresceu 241% entre 2001 e 2018, acima
da inflação medida pelo IPCA, que oscilou 181%
no mesmo período. “A energia elétrica tem se
tornado mais cara em termos reais, impactando
o poder de compra da população e a
competitividade da economia”, afirma o estudo.
A secretaria ressalta que os encargos setoriais
foram um dos principais responsáveis pelo
aumento tarifário, principalmente depois da
Medida Provisória nº 579/2012, editada pela ex-
presidente Dilma Rousseff na tentativa de reduzir
o preço da energia elétrica ao consumidor. A
medida permitiu a renovação antecipada de
concessões de usinas, transmissoras e
distribuidoras que venciam entre 2015 e 2017 e
criou subsídios para permitir uma redução, em
um primeiro momento, na conta de luz. “[A MP]
promoveu uma tentativa artificial de redução das
tarifas de energia elétrica”, afirma a Secap.
O estudo pondera que enquanto algumas
despesas são necessárias para a segurança do
sistema, há subsídios embutidos nos encargos
que não se justificam, gerando distorções nos
preços sem qualquer benefício aos consumidores
do sistema elétrico. “O mais adequado seria
descontinuar os subsídios, ou encontrar outro
meio para seu financiamento”, defende.
Entre os subsídios que deveriam ser reavaliados
de acordo com a Pasta está a Conta de
Desenvolvimento Energético (CDE), a Conta de
Consumo de Combustíveis (CCC), o Programa de
Incentivo às Fontes Alternativas de Energia
Elétrica (Proinfa), a Pesquisa e Desenvolvimento
(P&D) e Eficiência Energética (EE) e o Encargo de
Serviço de Sistema (ESS).
“A racionalização dos encargos setoriais deve ser
encarada como uma agenda prioritária na
modernização do setor elétrico, retirando
subsídios cruzados, tornando mais claros os
sinais de preços e permitindo que todas as fontes
compitam em mesmas bases. Trata-se de uma
agenda com potencial de redução do custo final
da energia elétrica, insumo fundamental para o
aumento da produtividade, motor do crescimento
econômico”, completa o estudo.
https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,
ministerio-da-economia-defende-reducao-de-
distorcoes-em-conta-de-luz,70003137129
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Data: 27/12/2019
41
Grupo de Comunicação
Energia e PIB
Luiz Paulo Ferreira Pinto Fazzio*
Se queremos que o Brasil cresça, precisaremos
reconhecer as ideias, teses, que inspiraram
lógicas e raciocínios a partir dos quais foram
construídas políticas públicas que resultaram em
ineficiência. Inteligência, disciplina, organização,
racionalidade e efetividade são valores e
princípios que devem ser empregados no
processo de construção de regras para que o
setor elétrico brasileiro contribua para os
objetivos constitucionais fundamentais do Brasil.
O emprego da ideia de utilizar grande quantidade
de financiadores indiretos, como, por exemplo,
os consumidores de energia elétrica, para
financiar atividades que não os beneficiam, que
não beneficiam o sistema elétrico: (1) distorce o
preço da tarifa de energia; (2) reduz a
produtividade e a (3) competitividade do setor
industrial; (4) diminui o poder de compra dos
consumidores; e (5) não contribuí para o
crescimento econômico do Brasil.
No atual modelo de encargos setoriais que
compõe a tarifa de energia elétrica, um desses
encargos, o custo da Conta de Desenvolvimento
Energético (CDE), se equipara com o custo de
distribuição, é maior do que o custo de
transmissão, e compete com o custo de geração.
As quotas da CDE pagas pelos consumidores, que
até 2014 eram entre R$ 1 a 2 bilhões, estão hoje
no patamar de R$ 20 bilhões. As principais
despesas da CDE são com descontos tarifários
(subsídios).
Esses subsídios se destinam, dentre outras, a
classes de consumidores como rurais, irrigantes e
consumidores livres que adquirem energia de
fontes incentivadas. Finalidades que não tenham
potencial de melhorar o sistema elétrico, e/ou
que não contribuam com os objetivos
fundamentais da prestação do serviço público de
energia elétrica, como, por exemplo, descontos
concedidos a produtores rurais e irrigantes,
tornam o Brasil mais caro e menos competitivo.
O emprego preciso de instrumentos é uma das
soluções para corrigir distorções como essas. O
financiamento para subsídio a produtores rurais e
irrigantes deve se dar por meio do Orçamento
Geral da União, evitando distorção de preço da
energia elétrica e seus efeitos negativos. A
melhoria dos processos de organização do
interesse difuso, para contrapor propostas de
proliferação de subsídios, é outra solução.
A tarifa de energia elétrica brasileira é a terceira
mais cara entre 22 países, quando as tarifas são
comparadas por meio das taxas de câmbio
ajustadas pela paridade de poder de compra. Há
estimativa, em valores de 2018, de que a
redução de R$ 1,00 na tarifa de energia elétrica,
num horizonte de 10 anos, impacte
positivamente o PIB em R$ 4,388 bilhões.
Diagnosticar (contribuir para ele) e corrigir
estruturas e processos que gerem resultados
ineficientes, que comprometam o processo que
leva ao atingimento de objetivos constitucionais
fundamentais do Brasil, como garantir o
desenvolvimento nacional e reduzir as
desigualdades sociais e regionais (art. 5º da
Constituição Federal), é responsabilidade do
Estado e de todos os setores lesados, sobretudo
os que tenham maior capacidade de organização
e defesa de interesses.
*Luiz Paulo Ferreira Pinto Fazzio, advogado e
sócio da Advocacia L. P. Fazzio
https://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-
macedo/energia-e-pib/
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Data: 27/12/2019
42
Grupo de Comunicação
Leonardo DiCaprio critica garimpo em terras
indígenas na Amazônia
O ator e ativista ambiental compartilhou em suas
redes sociais uma imagem de um protesto dos
povos Yanomami e Ye'kwana que escreveram,
com seus corpos, a frase “Fora Garimpo”
Redação, O Estado de S.Paulo
SÃO PAULO - O ator e ativista ambiental
Leonardo DiCaprio criticou nesta quinta-feira, 26,
o garimpo em terras indígenas no Brasil. Ele
compartilhou em suas redes sociais uma imagem
de um protesto dos povos Yanomami e Ye'kwana
que escreveram, com seus corpos, a frase “Fora
Garimpo”.
“Apesar de as leis brasileiras considerarem ilegal
a mineração nas terras indígenas Yanomami,
milhares de garimpeiros entraram recentemente
no Parque Yanomami, uma das maiores reservas
indígenas do Brasil, espalhando malária e
contaminando rios com mercúrio”, escreveu
DiCaprio junto à foto.
O ator lembra ainda que houve corte no
orçamento de fiscalização do Ibama na Amazônia
neste ano, “deixando as áreas protegidas
vulneráveis à exploração”.
A imagem compartilhada por DiCaprio foi
redistribuída no início da semana pelo Instituto
Socioambiental, organização que luta pelos
direitos indígenas, depois de ter sido divulgada
inicialmente em 26 de novembro. Segundo o ISA,
em novembro, durante fórum de lideranças
indígenas, realizado na comunidade Watoriki, na
Terra Indígena Yanomami (RR), os Yanomami e
os Ye’kwana denunciaram a invasão de seu
território por 20 mil garimpeiros.
De acordo com a ONG, foram relatados no
evento “graves impactos da extração mineral em
suas terras”. As denúncias foram compiladas em
uma carta entregue às autoridades. A
organização lembrou também um estudo da
Fiocruz feito em comunidade do Rio Uraricoera,
na TI Yanomami, que revelou que mais 90% dos
participantes da pesquisa apresentavam alto
índice de contaminação por mercúrio. O estudo é
de 2016.
“A última vez que houve uma invasão dessa
escala foi na década de 1980, quando cerca de
um quinto da população indígena morreu de
violência, malária, desnutrição, envenenamento
por mercúrio e outras causas”, escreveu ainda
DiCaprio, citando dados divulgados pelo ISA.
“Não queremos repetir essa história de
massacre”, disse, reproduzindo trecho da carta
das lideranças.
O presidente Jair Bolsonaro defende a liberação
de mineração em terras indígenas e disse, desde
as eleições, que não demarcaria "nenhum
centímetro" a mais de terra para os povos
indígenas.
https://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/geral,leonardo-di-caprio-critica-garimpo-em-terras-indigenas-na-amazonia,70003137172
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Data: 27/12/2019
43
Grupo de Comunicação
VALOR ECONÔMICO Tarifa residencial de energia promete alívio
Após anos em trajetória de alta, as tarifas
residenciais de energia elétrica devem mostrar
queda em 2020. Entre os principais fatores de
alívio para o próximo ano, especialistas apontam
a expectativa de menor custo das distribuidoras
com compra de energia e a quitação do
empréstimo bilionário chamado “conta-ACR”, que
pesava sobre a conta de luz desde 2014.
A TR Soluções, empresa de tecnologia
especializada em tarifas de energia, prevê um
recuo de 0,1%, em média, aos consumidores
residenciais em 2020. O cálculo leva em conta os
reajustes tarifários de 38 distribuidoras. Num
monitoramento mais restrito, com as 19
distribuidoras consideradas no Índice de Preços
ao Consumidor Amplo (IPCA), a projeção é de
queda de 0,7% das tarifas, em média.
Já o impacto sobre a inflação deve ser
praticamente nulo em 2020, prevê a TR. Nos
cálculos da empresa, a energia elétrica deve
contribuir com leve deflação de 0,06 ponto
percentual na composição do índice geral, já
levando em conta previsões de acionamento das
bandeiras tarifárias.
Na mesma linha, a consultoria Thymos Energia
projeta uma redução média de 3,08% na conta
de luz no próximo ano, com queda de 1,12%
estimada para consumidores residenciais e
outras unidades conectadas à rede de baixa
tensão.
Segundo especialistas, um dos fatores que
devem aliviar a pressão sobre as tarifas é a
expectativa de menor custo com contratação de
energia em 2020. Helder Sousa, diretor de
Regulação da TR, diz trabalhar com uma melhora
do risco hidrológico (GSF, no jargão setorial) em
comparação com 2019, além de um Preço de
Liquidação das Diferenças (PLD, referência para
contratos de energia no mercado de curto prazo)
um pouco menor.
As distribuidoras repassam o custo do risco
hidrológico aos consumidores por meio das
bandeiras tarifárias, mas nem sempre esse
sistema arrecada toda a quantia necessária. De
acordo com projeções da Thymos, a arrecadação
com o regime de bandeiras em 2020 deve atingir
R$ 5,6 bilhões, e será um dos atenuantes das
tarifas no ano.
O custo com o risco hidrológico que não é
capturado pelas bandeiras é arcado pelas
distribuidoras no momento e, posteriormente,
repassado aos consumidores nos reajustes
tarifários.
A pressão sobre as tarifas de energia também
será suavizada pelo fim da cobrança da “conta-
ACR”, mecanismo que repassava recursos às
distribuidoras que enfrentaram dificuldades na
crise hídrica de 2014.
O empréstimo contraído para lastrear a conta, de
R$ 21,2 bilhões, venceria em abril de 2020, mas
foi quitado em setembro deste ano, após
negociações envolvendo Agência Nacional de
Energia Elétrica (Aneel), Ministério de Minas e
Energia e Câmara de Comercialização de Energia
Elétrica (CCEE). De acordo com a Aneel, o
pagamento antecipado proporcionou um alívio de
R$ 8,4 bilhões nas tarifas de energia elétrica,
sendo R$ 6,4 bilhões em 2019 e R$ 2 bilhões em
2020. Em termos percentuais, o fim da dívida
permitirá reduções médias nas tarifas de 3,6% e
1,2%, nessa ordem.
Por outro lado, joga contra uma queda mais forte
das tarifas o orçamento da Conta de
Desenvolvimento Energético (CDE), maior
encargo incidente sobre a tarifa de energia. A
cota CDE Uso, parte do orçamento que é paga
pelo consumidor, alcançou R$ 20,1 bilhões em
2020, 23,8% superior a 2019. Esse acréscimo
está relacionado principalmente à suspensão do
fornecimento de energia da Venezuela para
Roraima, devido à crise vivida pelo país vizinho.
Com isso, o estado está sendo abastecido com
energia mais cara, produzida por usinas
termelétricas.
https://valor.globo.com/brasil/noticia/2019/12/2
7/tarifa-residencial-de-energia-promete-
alivio.ghtml
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Data: 27/12/2019
44
Grupo de Comunicação
Utopia ambientalista é novo polo político
Por Humberto Saccomandi
Ainda é comum ouvir no Brasil que a reação
europeia aos problemas ambientais brasileiros é
protecionismo disfarçado ou neocolonialismo.
Isso é miopia, pois perde de vista o ponto
principal, que é o aparente surgimento de um
novo polo na política ocidental: a utopia
ambientalista. Essa deve ser uma megatendência
deste século, que afetará vários aspectos de
nossas vidas: o modo como produzimos,
consumimos, nos alimentamos. A ativista sueca
Greta Thunberg deu uma cara ao movimento.
Há mais de dois séculos a política no Ocidente é
dominada por uma contraposição entre a utopia
da liberdade e a utopia da igualdade, que deram
origem à maioria dos modernos partidos de
direita e de esquerda, respectivamente. Essas
ideias são centrais no Iluminismo e irromperam
violentamente na Revolução Francesa, de 1789.
São resumidas no primeiro artigo da Declaração
dos Direitos do Homem e do Cidadão, daquele
mesmo ano: “Os homens nascem e são livres e
iguais em direitos”.
Ascensão de um polo político ambiental terá
enorme impacto
Desde então discute-se o que é ser livre e ser
igual, mas essas duas utopias formam a base da
política ocidental, que o Brasil herdou. É
importante lembrar que esses conceitos nunca
penetraram totalmente em sistemas políticos não
ocidentais. Frequentemente tentamos ver o
restante do mundo sob a ótica dessa dicotomia
direita x esquerda. Isso é um equívoco.
A história do Ocidente sugere que os países que
souberam equilibrar ou combinar melhor as
utopias da liberdade e da igualdade são os que
mais prosperaram. Possivelmente, com o tempo,
a concorrência entre elas foi refinando esses dois
polos, que competem, porém também colaboram
entre si e se influenciam. Assim, querer eliminar
o outro lado é contraproducente.
Assistimos agora ao que parece ser um
fenômeno político novo: a ascensão da utopia
ambientalista, que coincide e se alimenta da
preocupação com o aquecimento global e suas
consequências. Essa expansão tem várias
frentes, como a crescente importância dos
partidos verdes, a penetração da agenda
ambiental nos demais partidos, e um ruidoso
movimento não partidário, que tem capturado os
corações e mentes de jovens pelo mundo.
Partidos verdes não são novidade. Surgiram na
década de 1970, na Nova Zelândia e na Europa.
Mas, nos últimos anos, estão crescendo e se
tornando atores políticos mais relevantes. Os
partidos verdes são mais fortes nos países mais
prósperos do norte da Europa. Estão no governo
na Dinamarca, Suécia, Finlândia, em
Luxemburgo, mas também em Portugal e na
Nova Zelândia. O bloco verde é o quarto maior
no Parlamento Europeu. O presidente da Áustria
é do partido verde. Os verdes são uma opção de
governo na Alemanha, caso a premiê Angela
Merkel (democrata-cristã) perca o apoio do
Partido Social Democrata. A CDU, de Merkel, e os
verdes já governam, juntos, o terceiro maior
Estado alemão, Baden-Württemberg. Pesquisas
indicam que os verdes podem se tornar o
segundo maior partido no país. Toda essa
proximidade do poder é algo inédito.
Essa prevalência nas áreas mais ricas da Europa
pode indicar que, satisfeitas necessidades básicas
e avançadas as agendas de liberdade e de
igualdade, a preocupação ambiental sobe junto à
população. Onde são fortes, os verdes em geral
parecem representar uma ameaça maior aos
partidos tradicionais de centro-esquerda. Mas
também se tornam um aliado provável de
governos da esquerda. Há exceções, como a
Letônia e a Lituânia, onde os verdes formaram
um bloco com partidos agrários de direita.
Mas a utopia ambientalista não se resume a
partidos verdes. O discurso ambiental vem há
tempos penetrando nos partidos tradicionais, da
esquerda à direita. Partidos de esquerda parecem
mais abertos ao tema, mas há vários exemplos à
direita também. Na Alemanha, Merkel decidiu
fechar gradualmente as usinas nucleares do país,
medida apoiada pelos ambientalistas, e promove
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uma agressiva política de conversão energética
para fontes renováveis.
E a utopia ambientalista transcende ainda a
política partidária. O movimento de greves de
estudantes convocado por Greta Thunberg
driblou a estrutura política tradicional e falou
diretamente aos jovens. Quando a ativista sueca
ataca os governos, não faz distinção entre
esquerda e direita. Todos estão fracassando no
combate ao aquecimento e em outros temas
ambientais importantes.
Assim, quando o presidente francês, Emmanuel
Macron, ou outro político europeu, critica as
queimadas no Brasil, não é mais por
protecionismo nem por colonialismo. É pela
própria sobrevivência política, num ambiente
eleitoral cada vez mais sensível ao tema
ambiental. Na Austrália, o governo do premiê
liberal Scott Morrison, que rejeita o combate ao
aquecimento global, está sob forte críticas num
momento em que o país vive uma onda calor
recorde e incêndios florestais devastadores.
Não está claro quanto nem como essa utopia
ambientalista penetrará em locais onde as
utopias liberal e igualitária avançaram menos,
como no Brasil e em outras partes
subdesenvolvidas do mundo, onde necessidades
básicas ainda não foram satisfeitas. Karl Marx
previa que o comunismo, um produto extremo da
utopia igualitária, avançaria nos países europeus
mais ricos. Acabou tomando o poder primeiro na
atrasada Rússia czarista.
A utopia ambientalista tem o potencial para
trazer mudanças sócio-econômicas de dimensão
similar às geradas pelas utopias iluministas, que
transformaram o mundo nos últimos dois
séculos. A União Europeia ameaçou neste mês
adotar tarifas relacionadas às emissões de
carbono de seus parceiros comerciais. É bem
provável que os países que saírem à frente na
adoção da economia circular (que prevê que os
produtos devem ser projetados e feitos para
serem totalmente reciclados e reaproveitados)
vão barrar a entrada de produtos que não
cumprirem com esse requisito.
Os mercados mudarão para se adaptar à utopia
ambientalista. Empresas serão cada vez mais
cobradas. Segundo estudo do Conselho
Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento
Sustentável (CEBDS), divulgado na recente
conferência do clima de Madri, só 30% das
empresas brasileiras desenvolveram algum plano
de descarbonização e só 10% têm o plano em
andamento para ser finalizado até 2022. Isso não
atende à geração Greta. Hoje essa utopia é mais
forte na Europa. Mas e amanhã?
Humberto Saccomandi é editor de Internacional.
Escreve mensalmente às sextas-feiras
E-mail: [email protected]
https://valor.globo.com/politica/coluna/utopia-
ambientalista-e-novo-polo-politico.ghtml
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RenovaBio dá esperança a indústrias de
base
O avanço de políticas de descarbonização da
matriz de transportes em vários países a partir
do próximo ano - o RenovaBio é o exemplo
caseiro desse movimento - está melhorando as
expectativas de um aumento da produção de
etanol não apenas entre as usinas brasileiras.
Começa a crescer também o otimismo entre as
indústrias de base, que amargam há uma década
o refluxo de investimentos desse setor depois de
terem surfado no forte movimento de construção
de novas plantas no início do século.
Três indústrias de bens de capital consultadas
pelo Valor relatam terem percebido recentemente
um aumento da demanda por investimentos em
expansão de capacidade por novas destilarias
anexas a usinas de açúcar para o próximo ano,
além de projetos para o processamento de milho.
Além do cenário de expansão da demanda
interna por causa do RenovaBio - programa de
estímulo à produção de biocombustíveis que
acabou de entrar em vigor -, os industriais citam
uma expectativa positiva com a demanda da
China, que formalmente começa em 2020 sua
política de mistura de 10% de etanol na gasolina
(E10). A retomada, porém, ainda é lenta, seja
por dificuldade de mais empresas investirem em
novas plantas, seja por ainda haver capacidade
ociosa nas usinas.
“Já temos contratos na carteira para entrega em
2020 que apontam para um crescimento do
nosso faturamento de mais de 40% em 2020,
para R$ 300 milhões”, disse Rogério Fanini
Junior, diretor de operações da NG Metalúrgica,
com fábrica em Piracicaba, um dos principais
polos da indústria de bens de capital para as
usinas de etanol.
A companhia aproveitou a nova onda de
interesse em etanol de milho para se especializar
na área. Após entregar no início do segundo
semestre equipamentos da nova usina de milho
da Inpasa em Sinop (MT), a NG já fechou um
novo projeto milho para a cooperativa mato-
grossense Alcooad Indústria de Etanol, criada por
produtores de grãos do Estado, em Nova
Marilândia. E tem mais três consultas em
andamento para a construção de usinas de
etanol de milho para o próximo ano, afirma
Fanini Junior.
Principal fabricante de destilarias prontas do país,
a JW Equipamentos, de Sertãozinho, já tem
projetos sendo orçados para 2020 de três novas
destilarias completas em usinas de cana que
produzem hoje apenas açúcar e uma usina à
base de milho em conjunto com a conterrânea
Sermasa.
Neste ano, os projetos entregues pela JW se
concentraram em novas destilarias e soluções
para otimizar recursos, como tanques de vinhaça
(subproduto da fabricação de etanol que vira
adubo no campo) ou equipamentos para reduzir
consumo de vapor, para ser aproveitado em
plantas de cogeração de energia, diz Murilo
Grecchi, gerente comercial da companhia.
A Sermasa também tem recebido mais consultas
para máquinas em destilarias de cana, o que
pode impulsionar o faturamento da companhia
em 30% no próximo ano, ante aproximadamente
R$ 60 milhões esperado para este ano. “Vai
depender de fecharmos projetos de etanol para
2020 e de açúcar para 2021”, afirma Gilberto
Santoro, CEO da companhia.
Ainda é cedo, porém, para se falar em uma nova
fase na indústria de base que atende usinas.
Segundo Luis Carlos Junior Jorge, presidente do
Centro Nacional das Indústrias do Setor
Sucroenergético e Biocombustíveis (CEISE Br), a
carteira de projetos industriais que está sendo
montada para 2020 deve ficar no máximo 5%
acima da carteira entregue neste ano, sustentada
por investimentos guiados pelo RenovaBio. “O
programa vai bonificar a usina que for mais
eficiente e, para ter nota maior, ela precisa
investir em equipamentos mais modernos”.
Jorge alerta que muitas indústrias de base
brasileiras podem acabar perdendo o bonde dos
investimentos em usinas de etanol de milho para
estrangeiras por estarem descapitalizadas. “A
gente deveria estar adaptando nossa tecnologia
de produção de etanol. Os EUA já têm histórico,
mas faltaria pouco para tomarmos a liderança”. A
dificuldade dessas indústrias é, avalia, a falta de
linhas de financiamento com melhores condições,
com carência e taxas menores ao tomador. “Não
adianta o governo só olhar o aumento de
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produção de etanol, mas como aumentar”,
defende.
Atualmente há cerca de 20 indústrias de base da
região de Sertãozinho e Piracicaba que estão
fechadas, e as indústrias metalúrgicas e
mecânicas dessas regiões, que superam 1 mil
empresas, estão com ociosidade de até 30%,
estima o presidente do CeiseBr. Muitas só estão
ativas no ramo porque optaram por atender
também a outros setores, como os de óleo e gás,
papel e celulose, energia elétrica, entre outros.
Ninguém nega, porém, o potencial para novos
projetos de etanol. Apenas para atender as
estimativas do mercado de dobrar a produção do
biocombustível a partir de milho em quatro anos,
seria necessário a construção de ao menos sete a
dez usinas no Centro-Oeste, calcula o diretor da
NG. Para atender as perspectivas do RenovaBio
de aumentar o consumo de etanol no país em 18
bilhões de litros em dez anos, Grecchi, da JW,
calcula que seria preciso adicionar duas a três
destilarias de etanol no país por ano - sem
considerar eventuais reativações de usinas hoje
paradas.
Na atual temporada (2019/20), o Brasil deve
produzir cerca de 35,5 bilhões de litros de etanol,
de acordo com a última estimativa divulgada pela
Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Desse total, 1,7 bilhão de litros é feito a partir do
processamento de milho - o volume mais que
dobrou na comparação com a safra anterior,
puxado pelos projetos de Mato Grosso.
https://valor.globo.com/agronegocios/noticia/20
19/12/27/renovabio-da-esperanca-a-industrias-
de-base.ghtml
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Plataforma negocia venda de ‘crédito verde’
Conhecida na última década por certificar a
produção da cadeia da cana-de-açúcar com
critérios de sustentabilidade ambiental e social, a
iniciativa Bonsucro, sediada em Londres, quer
agora alavancar a participação de produtores e
consumidores através de sua nova plataforma de
negociação de créditos atrelados aos certificados.
Atualmente, apenas 4% da área de cana do
mundo é certificada pela organização, sendo que
só 24% dos produtos certificados são vendidos
com “prêmio” pelo cumprimento dos requisitos
de sustentabilidade.
Lançada no fim de outubro, a plataforma online
da Bonsucro é um marketplace de créditos de
sustentabilidade associados à produção de cana,
açúcar, etanol e melaço da cana. Com o
mecanismo, os compradores-membro da
organização - usinas que compram cana de
fornecedores, indústrias de alimentação, de
combustíveis e tradings representando seus
clientes - podem adquirir créditos Bonsucro sem
terem que comprar o produto certificado.
Os produtores, por sua vez, podem vender
créditos associados à parcela de sua produção
que é certificada pela organização, enquanto os
produtos físicos podem ser negociados
normalmente no mercado, mas sem eventuais
prêmios associados, dado que o “serviço” de
sustentabilidade é negociado na plataforma. Um
crédito Bonsucro corresponde a uma tonelada de
cana, açúcar ou melaço certificados, ou a um
metro cúbico de etanol.
A ideia de dissociar o produto certificado do
“serviço sustentável” (os créditos Bonsucro)
surgiu diante da dificuldade que compradores
encontram ao tentar comprar açúcar certificado,
já que muitos países impõem restrições à compra
da commodity - como cotas por país, enquanto
os certificados estão concentrados no Brasil. “O
mercado de açúcar é um dos mais regulados. Por
isso, a compra de produto certificado não tem
cresce tão rápido quanto o não certificado”,
afirma Rafael Seixas, responsável pelo
monitoramento e avaliação da certificação global.
A concentração no Brasil, que responde por 80%
a 90% das certificações Bonsucro, não se dá
apenas por causa da liderança do país nesse
mercado - até porque a Índia tem disputado com
o país este lugar nas últimas duas safras.
Segundo Lívia Ignácio, coordenadora regional da
Bonsucro, as usinas brasileiras têm facilidade
para conseguir a certificação porque 80% dos
requisitos já estão na lei. “O que geralmente falta
é um plano de atuação ambiental”.
Já em outros países, sobretudo na Ásia e na
África, a legislação é mais frouxa quanto às
regras ambientais e trabalhistas - como ausência
de políticas de salário mínimo ou de limites de
carga horária semanal -, o que distancia mais as
usinas de outros países para o atendimento dos
requisitos da Bonsucro, acrescenta.
Algumas negociações de créditos Bonsucro
dissociados da produção já vinham ocorrendo nos
últimos anos, mas eram feitas de forma mais
“artesanal” e sem referência de preços, o que
gerava distorção nos valores atribuídos aos
créditos, conta Seixas. Com a plataforma,
produtores e compradores apresentam suas
ofertas e podem determinar os valores conforme
parâmetros desse mercado, que serão mais
transparentes.
Mesmo manualmente, as negociações de créditos
Bonsucro mais do que dobraram no ano passado,
passando de 300 mil créditos em 2017 para 700
mil créditos em 2018. Neste ano, o volume deve
chegar a mais de 800 mil, e a expectativa é que
supere 1 milhão em 2020.
Com a plataforma, a Bonsucro vai além do
objetivo de reconhecer boas práticas dos
produtores. Parte dos recursos negociados irão a
um fundo que financiará projetos de impacto,
incentivando práticas para quem ainda não é
certificado.
Ignácio reconhece que a expansão da certificação
ainda depende do aumento da demanda dos
compradores, hoje limitada às grandes
multinacionais que têm compromissos e metas
de sustentabilidade para reportar todo ano.
Apenas 21 compradores industriais são hoje
membros da organização e podem participar do
marketplace de créditos Bonsucro. “Nossa
estratégia agora é ampliar esse interesse para os
compradores regionais, até porque o mercado
global de açúcar não é tão livre”, acrescenta.
https://valor.globo.com/agronegocios/noticia/20
19/12/27/plataforma-negocia-venda-de-credito-
verde.ghtml
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