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Grupo de Comunicação
CLIPPING 28 de agosto de 2019
DIA NACIONAL DO VOLUNTARIADO
2
Grupo de Comunicação
SUMÁRIO
ENTREVISTAS ............................................................................................................................... 4
Desenvolvimento do setor de Petróleo e Gás no Estado de SP foi debatido em evento no Instituto de Engenharia ................................................................................................................................... 4
SECRETARIA DE INFRAESTRUTURA E MEIO AMBIENTE ....................................................................... 6
CONDEMAT participa de workshop sobre gestão de resíduos sólidos .................................................... 6
Alumínio é a segunda cidade que mais consumiu eletricidade no Estado em 2018 ................................. 7
Funcionários de Ilhabela participam de capacitação do Município VerdeAzul .......................................... 8
Hortas comunitárias estimulam à produção sustentável de alimentos ................................................... 9
Segundo Cetesb, maioria dos municípios paulistas destina seus resíduos em locais adequados ............. 10
Equipe da Prefeitura impede a invasão de área em Mogi das Cruzes .................................................. 11
Gestão e desenvolvimento sustentável do turismo ........................................................................... 12
Cidade sedia ‘Congresso Cidades Sustentáveis do Noroeste Paulista’ ................................................. 13
Focos de queimadas são preocupantes no Município ........................................................................ 14
Polícia Ambiental apreende equipamentos usados em pesca subaquática irregular no Rio Paraná .......... 15
Fiscalização constata devastação de árvores nativas e aplica multa de R$ 13,2 mil a dono de sítio em Iepê
................................................................................................................................................. 16
Cetesb constata descarte de tilápias mortas no Córrego do Limoeiro .................................................. 17
VEÍCULOS DIVERSOS .................................................................................................................. 18
Reunião com governadores sobre a Amazônia termina sem medidas concretas ................................... 18
Queimada atinge área de reserva ambiental em Castilho .................................................................. 20
Fogo em área de preservação ambiental em Castilho ....................................................................... 22
Brasil perdeu 71 milhões de hectares de vegetação nativa ................................................................ 23
Brasil perdeu 71 milhões de hectares de mata em 30 anos, diz MapBiomas ........................................ 26
FOLHA DE S. PAULO .................................................................................................................... 28
OPINIÃO: Recuperação do rio Pinheiros e saúde pública ................................................................... 28
O QUE A FOLHA PENSA: A razão calcinada ..................................................................................... 29
Bolsonaro usa fogo como cavalo de troia para pauta antiambiental .................................................... 30
Painel: Anulação de sentença de Moro no STF surpreende até ministros que defendem freio na Lava Jato ................................................................................................................................................. 31
Crise na Amazônia tem de ser ponto de inflexão para oposição brasileira, diz Noam Chomsky .............. 33
Para salvar Amazônia, é preciso vender estatais, opina WSJ ............................................................. 36
Em meio a crise, Bolsonaro prioriza críticas a reservas indígenas em reunião com governadores da Amazônia ................................................................................................................................... 37
Mônica Bergamo: STF nega absolvição sumária de ex-primeira dama Marisa Letícia ............................ 39
O pastelão amazônico .................................................................................................................. 41
O dia do fogo e o pulo do sapo ...................................................................................................... 42
ESTADÃO ................................................................................................................................... 44
Planalto quer melhorar imagem no exterior .................................................................................... 44
A nossa Amazônia ....................................................................................................................... 46
A degradação da Presidência ........................................................................................................ 48
Trump pressiona para liberar exploração madeireira em Tongass, maior floresta dos EUA .................... 50
Incêndios na Bolívia expõem problemas políticos para Evo Morales .................................................... 52
3
Grupo de Comunicação
Governo Johnny Bravo ................................................................................................................. 53
Despoluição do Rio Pinheiros vai dar certo se for transparente, diz ativista ......................................... 55
Pelo menos 18 marcas, como Timberland e Kipling, suspendem compra de couro do Brasil .................. 58
E as abelhas continuam morrendo ................................................................................................. 59
VALOR ECONÔMICO .................................................................................................................... 61
Governo estuda decreto para proibir queimadas .............................................................................. 61
GDSolar investirá R$ 800 mi até 2021 ........................................................................................... 62
Governo diz ter US$ 30 bi a receber de países ricos ......................................................................... 63
Suécia e Noruega fazem alerta sobre investimento .......................................................................... 64
Bolsonaro usa reunião sobre floresta para atacar reserva ................................................................. 65
Subsídio cresce 60% nas contas de energia de distribuidoras em 2018 .............................................. 67
Setor de etanol cobra promessas de Trump .................................................................................... 69
França pode tentar bloquear acordo até 2022 ................................................................................. 70
4
Grupo de Comunicação
ENTREVISTAS Veículo1: Difundir
Veículo2: JorNow
Veículo3: Notícias do Trecho
Data: 27/08/2019
Desenvolvimento do setor de Petróleo e
Gás no Estado de SP foi debatido em
evento no Instituto de Engenharia
O Instituto de Engenharia realizou nesta
segunda-feira, 26 de agosto, o workshop
“Como o Estado de São Paulo pode colaborar
para o desenvolvimento da indústria de
Petróleo e Gás”. O evento teve apoio do
Governo do Estado de São Paulo, por meio
da Secretaria de Infraestrutura e Meio
Ambiente, de grandes empresas do setor,
como Shell, Petrobras, Equinor, Total, Petrogal
Brasil, RepsolSinopec e representantes de
diversas entidades, como Fiesp, IBP, Ipem-SP,
Saipem, OneSubsea, entre outras.
O evento teve como objetivo dar as boas-
vindas do Estado de São Paulo às diversas
operadoras e concessionárias de exploração e
produção de petróleo e gás da Bacia de
Santos, conhecer seus planos de investimento
e necessidades para ampliação de suas
operações na Baixada Santista. Um dos pontos
destacados foi que com essas ações, o Brasil
tem potencial para ser o 4º maior explorador
de petróleo e gás do mundo ficando atrás
somente dos Estados Unidos, Rússia e Arábia
Saudita, de acordo com o secretário executivo
de gás natural do Instituto Brasileiro de
Petróleo, Luiz Costamilan.
Para Eduardo Lafraia, presidente do Instituto
de Engenharia, esse mercado tem força para
ser um grande alavancador da economia
nacional e o IE quer ser um ponto focal dessas
discussões. “Ficamos muito felizes com esse
primeiro encontro e já projetamos o próximo
que focará em gás. Foi mostrado que o
potencial de exploração da bacia de Santos é
enorme e vai trazer um retorno importante e
fundamental para a economia tanto do Estado
de São Paulo, mas como do Brasil”.
Já para o secretário de Infraestrutura e Meio
Ambiente do Estado de São Paulo, Marcos
Penido, nesse momento, o Brasil tem uma
grande disputa com o mundo para ter uma
produção maior e eficiente. “Temos aqui uma
grande oportunidade com a Bacia de Santos e
o pré-sal de gerar emprego e desenvolvimento
para o nosso País. Não podemos perder essa
oportunidade e temos que ter consciência e
utilizar o tempo a nosso favor, pois o petróleo
pode ser usado neste momento, mas não
sabemos no futuro. Isso mostra que o Estado
de São Paulo está aberto e esse é o momento
para crescermos”.
Patrícia Ellen da Silva, secretária de
Desenvolvimento Econômico do Estado de São
Paulo, afirmou que o Brasil tem alguns pontos
de incerteza, mas o não o Estado paulista.
“Temos um poder muito grande e que já foi
demonstrado com eficiência nesses sete
meses de 2019. O governador João Doria
reuniu um grupo de secretários bem técnicos e
que dão resultado, pois neste período, olhando
nossos números, os dados e fatos são
positivos. As carteiras de investimentos
levantadas pela InvestSP são de R$ 14 bilhões
e, com os dados da Piesp, o valor salta para
R$ 75 bilhões, crescimento de 20 bilhões em
relação ao mesmo período do ano passado”.
O evento teve três painéis, sendo o primeiro
uma mesa redonda com a visão das
operadoras, os planos de desenvolvimento
delas para a Bacia de Santos e os gargalos de
infraestrutura do local. Já o segundo falou
sobre a infra de apoio existente e a
convergência da indústria de P&G e por
último, os temas de Pesquisa e
Desenvolvimento com foco nos desafios
5
Grupo de Comunicação
tecnológicos associados as competências das
universidades foram abordados por
representantes da Unicamp, USP e Unesp.
Este evento foi uma iniciativa do Instituto de
Engenharia e da Secretaria de Infraestrutura e
Meio Ambiente do Governo de São Paulo. O
próximo encontro no IE vai abordar o tema
Gás.
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=30129493&e=577
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
n=30129494&e=577
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=30150144&e=577
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6
Grupo de Comunicação
SECRETARIA DE INFRAESTRUTURA E
MEIO AMBIENTE Veículo1: Jornal Ouvidor
Veículo2: Condemat
Data: 27/08/2019
CONDEMAT participa de workshop sobre
gestão de resíduos sólidos
Jornal Ouvidor / Noticias
por Assessoria de Imprensa Condemat
Com 11 cidades e o maior contingente
populacional depois da Capital, o CONDEMAT -
Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios
do Alto Tietê é um dos convidados do
workshop 'Consórcios intermunicipais para
gestão e gerenciamento de resíduos sólidos:
experiências e alternativas', que a Secretaria
de Estado de Infraestrutura e Meio Ambiente
(SIMA) promove nesta quinta-feira (29/08),
em São Paulo.
Realização do Comitê de Integração de
Resíduos Sólidos, o workshop tem o objetivo
de discutir as iniciativas regionais na busca de
soluções para os problemas que os resíduos
sólidos geram nos municípios, assim como as
dificuldades e os avanços. O evento será das 9
às 17 horas e o painel do CONDEMAT está
marcado para 10 horas, com as participações
do prefeito de Guararema, Adriano Leite, e do
coordenador da Câmara Técnica (CT) de
Gestão Ambiental, Daniel Teixeira de Lima.
'A solução regionalizada para os resíduos
sólidos é uma prioridade do Conselho de
Prefeitos do CONDEMAT que, desde 2017, tem
promovido diversas ações para atingir esse
objetivo, como capacitações de técnicos,
fortalecimento da coleta seletiva e,
principalmente, a cooperação técnica para
elaboração do Plano Regional de Gestão
Integrada de Resíduos Sólidos', destaca o
prefeito Adriano Leite, presidente do Conselho
Fiscal do CONDEMAT.
Desde o início deste ano, o CONDEMAT tem
atuado em parceria com a SIMA para a
construção do Plano Regional, atualmente na
fase de diagnóstico. A meta do Alto Tietê é ser
uma das primeiras regiões do Estado a ter
uma solução integrada para os resíduos
sólidos. 'Os municípios, através do
CONDEMAT, estão empenhados com o Estado
para estabelecer as melhores diretrizes para
uma solução sustentável, ou seja, que respeite
o meio ambiente, mais econômica e com o
cuidado social necessário', diz o coordenador
da CT.
Além do CONDEMAT, também participam do
workshop o Cioeste - Consórcio Intermunicipal
da Região Oeste, Consimares - Consórcio
Intermunicipal de Manejo de Resíduos Sólidos,
Civap - Consórcio Intermunicipal do Vale do
Paranapanema e o IPT - Instituto de Pesquisas
Tecnológicas.
O evento acontece no auditório Van Acker, na
sede da SIMA - Avenida Professor Frederico
Hermann, 345, 6º andar, Pinheiros.
Informações pelo email ([email protected]).
http://jornalouvidor.com.br/noticia/condemat-
participa-de-workshop-sobre-gestao-de-
res/15413
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
n=30146032&e=577
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7
Grupo de Comunicação
Veículo: O Democrata
Data: 27/08/2019
Alumínio é a segunda cidade que mais
consumiu eletricidade no Estado em 2018
Alan Vianni
A Secretaria de Infraestrutura e Meio
Ambiente (SIMA) divulgou o 'Anuário de
Energéticos por Município do Estado de São
Paulo 2019 ano base 2018', mostrando que os
paulistas consumiram 29,5% de etanol
hidratado, 1,8% eletricidade e 2,5% de gás a
mais em 2018 do que em relação ao ano
anterior. De acordo com o estudo, foram
consumidos em 2018 9,9 bilhões de litros de
etanol contra 7,6 em 2017, 132 TWh perante
130 TWh de eletricidade e 5,5 bilhões m³
diante de 5,4 bilhões m³ de gás natural.
'Em 2018, tivemos um aumento expressivo no
consumo de etanol veicular e a redução de
5,3% no uso de derivados de petróleo. Essa
substituição refletiu na queda da emissão de
monóxido de carbono na atmosfera', explica o
secretário de Infraestrutura e Meio
Ambiente, Marcos Penido. Alumínio está
entre as principais cidades consumidoras de
eletricidade, ocupando o segundo lugar com
3,5% (4,6 TWh). Em primeiro está a capital
São Paulo com 20,6% do total (27 TWh),
seguido por Alumínio, Campinas 2,5% (3,2
TWh), Guarulhos 2,4% (3,2 TWh) e Santo
André com 2,1% (2,8 TWh).
E os municípios que mais consumiram gás
natural em 2018 foram São Paulo (18,7%),
Cubatão (6,8%), Santa Gertrudes (4,9%),
Jacareí (4,6%) e Santo André (4,4%).
'Este documento é um instrumento para que
os gestores municipais também possam
fomentar políticas públicas relacionadas ao
planejamento energético regional, alinhadas
aos conceitos de sustentabilidade, preservação
ambiental e a uma economia voltada ao bem-
estar social', comenta o subsecretário de
Infraestrutura, Glaucio Attorre.
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=30150145&e=577
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8
Grupo de Comunicação
Veículo: Prefeitura Ilhabela
Data: 27/08/2019
Funcionários de Ilhabela participam de
capacitação do Município VerdeAzul
Funcionários da Secretaria de Meio Ambiente
de Ilhabela participaram, na semana passada,
de uma capacitação promovida pelo
Programa Município VerdeAzul (PMVA),
do Governo do Estado, em Caraguatatuba
(SP). O objetivo, de acordo com a pasta
responsável, foi auxiliar os interlocutores na
construção dos relatórios e na execução de
tarefas.
Foram abordados diversos temas, como poda,
arborização urbana, coleta seletiva, educação
ambiental e tratamento de esgoto.
O treinamento foi ministrado por José Walter
Figueiredo Silva, coordenador do PMVA.
O programa
Lançado em 2007 pelo Governo do Estado de
São Paulo, por meio da Secretaria de Estado
do Meio Ambiente, na época, o Programa
Município VerdeAzul tem o inovador
propósito de medir e apoiar a eficiência da
gestão ambiental com a descentralização e
valorização da agenda ambiental nos
municípios.
Assim, o principal objetivo do PMVA é
estimular e auxiliar as prefeituras paulistas na
elaboração e execução de suas políticas
públicas estratégicas para o desenvolvimento
sustentável do estado de São Paulo.
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=30155477&e=577
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9
Grupo de Comunicação
Veículo: Jornal Cidade
Data: 27/08/2019
Hortas comunitárias estimulam à
produção sustentável de alimentos
Em Lençóis Paulista, são desenvolvidas ações
que buscam integrar a sustentabilidade e a
produção sustentável de alimentos, como é o
caso das hortas comunitárias. A primeira horta
criada com esta finalidade e a mais tradicional,
está localizada no bairro Cecap, onde existem
13 lotes. A proposta foi ampliada para mais
dois bairros, sendo uma no Jardim Caju com
11 lotes e mais recentemente no Jardim
Carolina que conta com mais 12 lotes.
Os cuidadores das hortas são pessoas da
própria comunidade ou da própria comunidade
que contemplam o projeto. As áreas são
concedidas pela Prefeitura com o objetivo de
promover a produção de alimentos orgânicos
de forma sustentável, além de dar utilidade
para terrenos urbanos que estavam ociosos,
muitas vezes sendo usados para descarte
irregular de lixo. Os lotes de hortas, dos três
bairros mencionados, produzem grande
variedade, principalmente de hortaliças e
legumes. Alface, almeirão, chicória, couve,
repolho, cenoura, beterraba, rabanetes, entre
outros itens, são os mais comumente
encontrados. A renda gerada com a venda
incrementa o orçamento das famílias e
estimulam a alimentação saudável nos bairros
e comunidades, assim como também são
doados alimentos para algumas instituições
sociais como por exemplo: Asilo, Apae, Casa
Abrigo Amorada. O projeto envolve a
organização das associações de bairros.
No Jardim Ubirama e na Casa Mãe Piedade
também há projetos de hortas comunitárias,
porém em lotes únicos e produção em menor
escala. As hortas comunitárias fazem parte do
Programa Município Verde Azul como um
dos critérios da diretiva "Município
Sustentável" para a produção sustentável de
alimentos.
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=30153400&e=577
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10
Grupo de Comunicação
Veículo: Jornal de Itatiba
Data: 28/08/2019
Segundo Cetesb, maioria dos municípios
paulistas destina seus resíduos em locais
adequados
https://s3-sa-east-
1.amazonaws.com/multclipp/arquivos/noticias
/2019/08/28/30168008/30168008_site.jpg
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11
Grupo de Comunicação
Veículo: O Diário
Data: 27/08/2019
Equipe da Prefeitura impede a invasão de
área em Mogi das Cruzes
O Diário de Mogi / Notícias
A Prefeitura de Mogi recebe diariamente uma
média de três denúncias de tentativa de
invasões de áreas no município. A maioria não
se concretiza, porque a fiscalização consegue
coibir. As informações, muitas vezes, chegam
pela própria população, que ajuda neste
monitoramento.
Ontem de manhã, por exemplo, a Secretaria
Municipal de Segurança Pública conseguiu
evitar a ocupação irregular na rua Maria
Joaquina de Oliveira Ruiz, no Jardim Santos
Dumont, em um local de proteção ambiental
próximo ao rio Jundiaí. O trabalho foi feito
com a participação da Guarda Municipal.
Segundo informações da Secretaria, a área
cobiçada tinha cerca de mil metros quadrados
e já estava demarcada com mourões e arame
farpado. Todo material foi apreendido pelas
equipes. Também foi desmontada uma ponte
de madeira improvisada nas proximidades.
O secretário municipal de Segurança, Paulo
Roberto Madureira Sales, disse que o
monitoramento é feito de forma permanente
pelas equipes específicas que fazem esse tipo
de fiscalização, com ajuda de diversos órgãos
como a Cetesb, policias Ambiental e
Militar, Patrulha Rural, além da colaboração da
população. Segundo ele, o número de
denúncias aumenta ainda mais e ultrapassa
cinco chamados aos finais de semana.
Sales disse que normalmente as equipes
conseguem identificar os problemas e chegar
na hora da mudança das famílias. Ele explica
que muitas vezes, a ação é coordenada por
grupos organizados de movimentos de sem
terras, que chegam até a contratar ônibus
para trazer as pessoas. Chegam ao local,
limpam o entorno e iniciam as construções
durante a madrugada para que as casas sejam
ocupadas no dia seguinte.
Quando são avisadas a tempo, as equipes de
trabalho da Prefeitura levam as máquinas e
derrubam os barracos. Ao se deparar com
casas já ocupadas, a Prefeitura é obrigada a
ingressar imediatamente com pedido de
reintegração de posse. Apenas neste ano,
Sales estima que já conseguiu evitar 2,5 mil
tentativas de invasão e derrubar cerca de 1,8
mil casas em construção.
Na opinião dele, há uma cobiça maior na
região do Alto Tietê por áreas em Mogi pela
estrutura que a cidade oferece no que se
refere a serviços públicos. Os locais com mais
registros destes casos são Oropó, Fazenda
Rodeio, Rio Abaixo, Rio Acima, Biritiba Ussu,
entre outros.
'A fiscalização já evitou a formação de muitas
favelas na cidade. O problema é que quando
um grupo consegue ocupar uma área, abre
caminho para várias outras pessoas que vão
se juntando no espaço. Não podemos permitir
isso até porque as tentativas de invasões
ocorrem em áreas públicas ou protegidas pela
legislação ambiental', comenta.
Denúncias sobre ocupações irregulares podem
ser feitas à Prefeitura pelo telefone 153, da
Central Integrada de Emergências Públicas
(Ciemp).
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=30135216&e=577
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12
Grupo de Comunicação
Veículo1: O Imparcial
Data: 28/08/2019
Gestão e desenvolvimento sustentável do
turismo
https://visualizacao.boxnet.com.br/#/?t=0081
2955D0A5FF01A9915D2EEB9B0BF502000000
A39E91CAC1054CCC88DB4A3E0E566FC82E37
0BA50868494605DC43AA213EDE2B6BB2D22F
3918393B9C377B1951AA5B759258035B4EBA
CDADBC736B2B93C4F52DF195BB074C2806D
C6AF9AC71113E73E8
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13
Grupo de Comunicação
Veículo: O Extra. Net
Data: 28/08/2019
Cidade sedia ‘Congresso Cidades
Sustentáveis do Noroeste Paulista’
Prefeitura de Femandópolis
Teve início na manhã desta segunda-feira, 26,
em Fernandópolis o 3o CONCISUS (Congresso
Cidades Sustentáveis do Noroeste Paulista),
evento realizado pela Secretaria Municipal de
Meio Ambiente de Femandópolis e
Universidades Brasil Programa de pós-
Graduação Stricto Sensu Mestrado em
Ciências Ambientais.
O Congresso, em mais um ano traz uma
programação diversificada para receber
estudantes do ensino fundamental e médio e
estudantes de graduação, pós-graduação e
profissionais das diversas áreas do
conhecimento, que poderão se integrar, expor
suas experiências e trabalhos em relação ao
meio ambiente e ainda assistir palestras sobre
temáticas e inovações em soluções
ambientais.
Toda a programação acontece na Universidade
Brasil e segue até a próxima quarta-feira, dia
28. Na manhã desta segunda, 26, a palestra
com o tema ‘Energia Fotovoltaica: Desafios e
Projetos’ foi ministrada por José Gama da
Silva (Diretor e Eng. Eletrotécnico da Héstia
Energy). Na sequência, o tema abordado foi
‘Inovação no Brasil: Exemplos de sucesso
voltados à sustentabilidade ambiental', com o
palestrante Rafael Vidal Aroca (Docente e
Pesquisador da Universidade Federal de São
Carlos).
Para esta terça, 27, o palestrante André
Lobanco Cavalini (Gerente de Setor
Técnico e Eng. Civil da SABESP), vai
abordar o tema: ‘Estações de Tratamento de
Esgoto: Desafios e Projetos’. ‘O Papel do
Ministério Público na Preservação do Meio
Ambiente’ também entra na pauta do dia,
ministrado por Marcelo Antônio Francischette
da Costa (Promotor de Justiça do Ministério
Público do Estado de São Paulo). Na
sequência, o palestrante Paulo Fraga da Silva
(Docente e Pesquisador da Universidade
Mackenzie), falará sobre ‘Bioética e Inovação'.
No dia 28, o tema será ‘Tecnologias
Sustentáveis em Aquicultura’, com o Grupo
Ambar Amaral e o ‘Uso de Aeronaves
Remotamente Pilotadas em Agricultura de
Precisão', pela Empresa X-Mobots.
O evento também contará com apresentações
de trabalhos e visitas técnicas.
https://visualizacao.boxnet.com.br/#/?t=0081
2955D0A5FF01A9915D2EEB9B0BF502000000
243E55887EEA89592E62C44BB57046698B73
71349155206BE6A763C13560008358490D1E
CCF5400428862037F0C9F0F02955ACB4062F2
41AD20896FB0428C44B957B3980E8DD37246
D5C30E8F48DF829
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14
Grupo de Comunicação
Veículo: Diário de Sorocaba
Data: 28/08/2019
Focos de queimadas são preocupantes no
Município
https://visualizacao.boxnet.com.br/#/?t=0081
2955D0A5FF01A9915D2EEB9B0BF502000000
2F7D5AF4A7BA9A229121BD9CC79A99B2E4F6
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15
Grupo de Comunicação
Veículo: G1 Presidente Prudente
Data: 27/08/2019
Polícia Ambiental apreende equipamentos
usados em pesca subaquática irregular no
Rio Paraná
Dois pescadores profissionais foram flagrados
pela fiscalização, nesta terça-feira (27), à
jusante da usina hidrelétrica de Porto
Primavera, em Rosana.
Por G1 Presidente Prudente
Equipamentos de pesca foram apreendidos em
Rosana — Foto: Polícia Militar Ambiental
A Polícia Militar Ambiental apreendeu nesta
terça-feira (27) equipamentos utilizados
irregularmente por dois pescadores
profissionais que praticavam a captura
subaquática de peixes no Rio Paraná, à
jusante da usina hidrelétrica de Porto
Primavera, em Rosana (SP).
A fiscalização recolheu uma embarcação, um
motor de popa, um arbalete, uma roupa de
mergulho, um par de nadadeiras, um cinto de
lastro, uma máscara de mergulho e um
snorkel.
Durante patrulhamento náutico pelo Rio
Paraná, os policiais flagraram os dois homens
no ato da pesca subaquática e da captura de
espécies nativas.
Os envolvidos, ao perceberem a aproximação
da equipe de fiscalização, arremessaram ao rio
o arbalete e o pescado nativo. No entanto, os
militares conseguiram recuperar e apreender o
arbalete.
Os pescadores receberam dois autos de
infrações ambientais, com a sanção de
advertência, pelo uso de petrecho não
permitido e pela proibição da captura de
espécies com arbalete.
Além disso, os homens ainda responderão pelo
crime ambiental previsto no artigo 34 da lei
federal 9.605/98.
Equipamentos de pesca foram apreendidos em
Rosana — Foto: Polícia Militar Ambiental
https://g1.globo.com/sp/presidente-prudente-
regiao/noticia/2019/08/27/policia-ambiental-
apreende-equipamentos-usados-em-pesca-
subaquatica-irregular-no-rio-parana.ghtml
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16
Grupo de Comunicação
Veículo: G1 Presidente Prudente
Data: 27/08/2019
Fiscalização constata devastação de
árvores nativas e aplica multa de R$ 13,2
mil a dono de sítio em Iepê
Homem de 54 anos, proprietário do imóvel,
informou que não possuía autorização para
realizar as intervenções, segundo a Polícia
Militar Ambiental.
Por G1 Presidente Prudente
Desmatamento foi constatado em propriedade
rural em Iepê — Foto: Polícia Militar Ambiental
A Polícia Militar Ambiental aplicou nesta
terça-feira (27) uma multa de R$ 13,2 mil ao
proprietário de um sítio na zona rural de Iepê
(SP) no qual a fiscalização constatou a
devastação de árvores nativas.
A corporação informou que, durante
patrulhamento preventivo, uma equipe policial
deparou-se no local com o corte isolado de 44
árvores nativas das espécies candeia e leiteiro.
Ainda durante a fiscalização, foram
encontrados vegetações suprimidas e resto de
sub-bosque (cipó) empurrados na borda de
uma mata.
Os policiais realizaram a sobreposição de
imagens com uso do aplicativo Google Earth e
verificaram a supressão de parte de um
fragmento de uma mata em estágio inicial de
regeneração, área considerada objeto especial
de preservação, no total de 0,06832 hectare.
Um homem de 54 anos, proprietário do
imóvel, informou aos policiais que não possuía
autorização para realizar as intervenções.
Desmatamento foi constatado em propriedade
rural em Iepê — Foto: Polícia Militar Ambiental
Diante disso, ele recebeu um auto de infração
ambiental, no valor de R$ 13,2 mil, por
“explorar ou danificar floresta ou qualquer tipo
de vegetação nativa ou de espécies nativas
plantadas, localizadas fora de área de reserva
legal averbada, de domínio público ou privado,
sem aprovação prévia do órgão ambiental
competente”.
Além disso, a polícia também aplicou-lhe um
outro auto de infração ambiental, na
modalidade de advertência, por “destruir ou
danificar florestas ou qualquer tipo de
vegetação nativa ou de espécies nativas
plantadas, objeto de especial preservação,
sem autorização ou licença do órgão ambiental
competente”.
Desmatamento foi constatado em propriedade
rural em Iepê — Foto: Polícia Militar Ambiental
https://g1.globo.com/sp/presidente-prudente-
regiao/noticia/2019/08/27/fiscalizacao-
constata-devastacao-de-arvores-nativas-e-
aplica-multa-de-r-132-mil-a-dono-de-sitio-
em-iepe.ghtml
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17
Grupo de Comunicação
Veículo: G1 Presidente Prudente
Data: 27/08/2019
Cetesb constata descarte de tilápias
mortas no Córrego do Limoeiro
http://g1.globo.com/sp/presidente-prudente-
regiao/videos/v/cetesb-constata-descarte-de-
tilapias-mortas-no-corrego-do-
limoeiro/7876137/
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18
Grupo de Comunicação
VEÍCULOS DIVERSOS Veículo: Correio Brazilense
Data: 28/08/2019
Reunião com governadores sobre a
Amazônia termina sem medidas
concretas
Reunião do Conselho de Governo (foto:
Marcos Corrêa/PR)
A reunião entre o governo federal e
governadores da região Amazônica terminou
sem medidas concretas, mas com
sinalizações. O governo flexibilizou o discurso
e acenou em rever o uso do Fundo Amazônia -
- palco das primeiras polêmicas antes da
eclosão da crise sobre as queimadas.
Anunciou, ainda, que, até a próxima quinta-
feira (5/9), o ministro-chefe da Casa Civil,
Onyx Lorenzoni, irá à Amazônia se reunir com
governadores a fim de consolidar 'agendas
conjuntas' propostas pelos gestores estaduais.
Por critérios militares -- e até políticos --,
Onyx dividirá a reunião em dois blocos. Em
um dos encontros, conversará com gestores
de estados abrangidos pelo Comando Militar
do Norte: Flávio Dino (PCdoB), do Maranhão;
Helder Barbalho (MDB), do Pará; e Waldez
Góes (PDT), do Amapá. Durante a reunião,
Helder e Dino foram os únicos governadores
que, em alguns momentos durante a reunião
desta terça-feira (27/8), se posicionaram com
um tom menos alinhado ao discurso
governista.
Em outro bloco, Onyx dialogará com
governadores de estados abrangidos pelo
Comando Militar da Amazônia, do Acre,
Gladson Camelli (PP), do Amazonas, Wilson
Lima (PSC), de Rondônia, Marcos Rocha (PSL),
de Roraima, Antônio Denarium (PSL), além
dos governadores do Tocantins, Mauro
Carlesse (DEM), e do Mato Grosso, Mauro
Mendes (DEM). Todos esses se mostraram
mais sensíveis e alinhados ao tom governista,
de defesa do desenvolvimento sustentável, e
propensos a discutir possíveis mudanças à
política ambiental no país.
Regularização fundiária
Embora defendida por todos os governadores
presentes, a regularização fundiária foi
sustentada de forma mais comedida por Dino.
'Eu espero que, nas suas reflexões, o governo
federal leve em conta os argumentos que
apresentamos, uma vez que a seara final de
arbitramento será o Congresso, de maneira
que não concordo com a agenda de
retrocessos ambientais, porque não é o
caminho para desenvolver a Amazônia.
Mostramos que a legislação existente já
permite o uso sustentável do desenvolvimento
amazônico. Precisamos é do cumprimento da
lei', declarou.
Durante a reunião, o presidente Jair Bolsonaro
disse que o governo deve 'buscar soluções'
para o desenvolvimento sustentável no
Congresso. 'Temos o Parlamento que nós
vamos provocá-lo, com apoio dos senhores. Já
conversei também com o (Ronaldo) Caiado
(governador de Goiás), com o Hélder
(Barbalho), conversei brevemente contigo, na
Bahia, que tem esse problema. No Rio, a
estação ecológica evita que o estado possa
faturar alguns bilhões por ano no turismo, no
caso de Angra (dos Reis)', destacou. A
questão ambiental, para ele, deve ser
conduzida com racionalidade. 'E não com essa
quase que selvageria como foi conduzida ao
longo dos últimos anos', disse.
As ponderações de Bolsonaro não deixaram
evidentes exatamente quais serão os próximos
passos adotados pelo governo, analisou Dino,
mas ele se mostrou contrário à revisão da
legislação ambiental para fins de ampliação da
exploração do solo amazônico. 'Percebemos
essa ideia de alterar a legislação, e não
consideramos que esse é o caminho correto.
Reitero, precisamos cumprir a legislação, pois
ela permite que se separe quem quer produzir
nos termos da lei, de modo sustentável,
daqueles que têm visão predatória. Essa ideia
de mudar a legislação achando que isso vai
nos tirar da crise vai, na verdade, aprofundar
a crise', criticou.
Fundo Amazônia
Outra crítica levantada diz respeito ao Fundo
Amazônia, que os governadores cobram o uso
dos recursos para medidas preventivas e
combativas ao desmatamento ilegal e aos
incêndios. O ministro do Meio Ambiente,
Ricardo Salles, explicou que o governo não
tem a intenção de extinguir, mas, sim, rever
prioridades. '(Queremos) fazer com que
recursos do fundo efetivamente o que se
pretende, que é a implementação dos ZEEs
(zoneamentos ecológico-econômicos),
amplamente frustrados em cada um dos
estados, seja por razões jurídicas, por
19
Grupo de Comunicação
discussões de falta de infraestrutura, inclusive
de equipes, etc. (Queremos) ter nos ZEEs o
objetivo concreto a ser perseguido', frisou.
A expectativa é estruturar um sistema que
seja eficiente por parte de manejo florestal e
que possibilite a definição de estratégias de
Estado. 'As últimas prioridades atribuídas ao
Fundo Amazônia até então, do ponto de vista
da ordem de precedência e importância,
tínhamos questões muito menos relevantes
divididas e foram muito bem identificadas,
quando fizemos levantamento dos projetos,
um descontrole absoluto sobre critérios de
escolha, ausência de sinergia de estratégia,
inclusive geográfica', explicou.
O monitoramento do uso dos recursos do
Fundo Amazônia é outro quesito estudado.
'Algo que seja factível de verdade, que seja
monitorável, que possa ser construído. Da
mesma forma, quando falamos da
regularização fundiária, que é tema
fundamental, para o estabelecimento da
segurança jurídica, das atribuições e
responsabilidades daqueles que alterem sua
regularização prestigiada', ressaltou.
A explicação de Salles foi elogiada por
Barbalho. Contudo, em um tom crítico,
ressaltou que as ponderações apresentadas
pelo ministro são bem diferentes das
sinalizações anteriores do governo,
personificadas por Bolsonaro, de inviabilizar o
Fundo por repassar recursos a Organizações
Não-Governamentais (ONGs). 'Se a lógica do
ministério é por um lado desejar 'ter ciência
daquilo que for feito' ou 'rever o critério de
prioridades', isso é muito diferente de dizer
que 'não queremos mais o Fundo Amazônia,
não desejamos mais utilizar o fundo'. Por uma
comunicação que, pelo que acabei de lhe
ouvir, me parece muito diferente da narrativa
colocada no nascedouro dessa crise', avaliou.
http://www.multclipp.com.br/verNoticia.aspx?
c=0&n=30150350&e=577
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20
Grupo de Comunicação
Veículo: G1 S J Rio Preto / TV TEM
Data: 27/08/2019
Queimada atinge área de reserva
ambiental em Castilho
De acordo com o Corpo de Bombeiros, o
trabalho de combate às chamas está sendo
feito no local na tarde desta terça-feira (27).
Outros dois incêndios de grandes proporções
foram registrados na região.
Por G1 Rio Preto e Araçatuba
Incêndio de grandes proporções atinge área
em Castilho — Foto: Reprodução/TV TEM
Uma queimada de grandes proporções atinge
uma área de reserva ambiental em Castilho,
na tarde desta terça-feira (27).
De acordo com o Corpo de Bombeiros, o fogo
começou na noite de segunda-feira (26) em
uma plantação de cana-de-açúcar, se
espalhou rapidamente e atingiu a área de
reserva ambiental.
Moradores disseram em entrevista à TV TEM
que a situação é recorrente na região e que
escutaram o barulho da vegetação queimando
durante toda a noite.
Queimada atinge área de reserva ambiental
em Castilho
“Enquanto as famílias moravam aqui, não
tinha esse problema. Depois que houve a
desapropriação, essa cena é comum. Muitos
animais silvestres habitam aqui. É realmente
muito triste”, afirma Valéria Monção, dona de
casa.
Em nota, a assessoria da Companhia
Energética de São Paulo (Cesp),
concessionária responsável pela área de
preservação ambiental, informou que apura o
que teria causado a queimada e a dimensão
dela.
A companhia também afirmou que, assim que
tiver um posicionamento oficial, irá se
pronunciar.
Segunda queimada
Incêndio em área de preservação permanente
mobiliza bombeiros em Castilho
Em Castilho (SP), uma queimada também
atingiu uma área de preservação permanente
no dia 20 de agosto. Ao todo, foram mais de
20 de combate às chamas.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, o fogo
destruiu uma área conhecida como Vila dos
Operadores, às margens do Rio Paraná.
Incêndio atinge área em Castilho — Foto:
Reprodução/TV TEM
21
Grupo de Comunicação
A queimada chegou a ser controlada na
mesma noite, mas as chamas retornaram pela
manhã.
Moradores ficaram assustados porque o fogo
chegou bem próximo a um condomínio que
fica no local.
Terceira queimada
Incêndio atinge ilha em rio que fica na região
noroeste paulista
No dia 10 de agosto, a Ilha Cumprida, uma
das maiores de água doce do centro sul
brasileiro, localizada em Castilho (SP), na
divisa do Mato Grosso do Sul, também pegou
fogo.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, as
chamas duraram três dias e destruíram uma
extensa área. Por onde o fogo passou,
restaram apenas cinzas e troncos de árvores
queimados.
Segundo os moradores da região, o fogo
começou no fim de semana, mas por causa do
vento e da vegetação bem seca, se alastrou
com facilidade. As causas da queimada ainda
continuam em investigação.
Fumaça na ilha dá para ser vista de longe no
Rio Paraná — Foto: Reprodução/TV TEM
A Ilha Comprida, que já foi habitada e tem 18
mil quilômetros de extensão, era distrito de
Três Lagoas (MS).
Ela fica no meio do Rio Paraná, na divisa com
o Estado de São Paulo, em um trecho que faz
parte do reservatório da hidrelétrica de Porto
Primavera.
A área é uma RPPN (Reserva Particular do
Patrimônio Natural) e pertence a
concessionária da usina. Sem moradores há
quase 20 anos, a ilha é refúgio de várias
espécies de aves, répteis e mamíferos.
Um vídeo gravado por um pescador mostra
um veado campeiro nadando no meio do Rio
Paraná para tentar fugir do incêndio. (Veja
abaixo)
Incêndio atinge área verde de ilha no Rio
Paraná na região de Castilho
https://g1.globo.com/sp/sao-jose-do-rio-
preto-aracatuba/noticia/2019/08/27/incendio-
atinge-area-de-reserva-ambiental-em-
castilho.ghtml
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22
Grupo de Comunicação
Veículo: Bom Dia SP
Data: 28/08/2019
Fogo em área de preservação ambiental
em Castilho
BOM DIA SP/TV GLOBO/SÃO PAULO Data
Veiculação: 28/08/2019 às 07h18
Duração: 00:04:40
+ informações
um grande incêndio está destruindo uma área de preservação ambiental em
Castilho, alguns animais não conseguir escapar morreram
https://visualizacao.boxnet.com.br/#/?t=0081
2955D0A5FF01A9915D2EEB9B0BF502000000
C4731B54D0AE7223A237AF03593B1BB44F80
67DB7E42AD429720B7C9A5E26105DADCCFD
3D584803D6E5DB86F3C2C60492EB7C39F9F5
84656D33713F60D5C6CBB097E1F6B39C1FCF
3E4A145ACC76326CC
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23
Grupo de Comunicação
Veículo: Portal Terra
Data: 28/08/2019
Brasil perdeu 71 milhões de hectares de
vegetação nativa
O Brasil perdeu 71 milhões de hectares de
vegetação nativa nos últimos 30 anos - área
maior que a ocupada pela Amazônia - em
decorrência de desmatamento e queimadas,
entre outros fatores, apontam dados do
MapBiomas.
Como esse desmatamento ocorreu sem
planejamento ambiental e agrícola, boa parte
dessas áreas tornaram-se abandonadas, mal
utilizadas ou entraram em processo de erosão,
ficando impróprias para produção de alimentos
ou qualquer outra atividade econômica.
A restauração florestal pode diminuir parte
desse prejuízo ao possibilitar a recuperação
estratégica de 12 milhões de hectares de
vegetação nativa em todo o país até 2030,
conforme estabelecido no Plano Nacional de
Restauração Ecológica. Dessa forma, seria
possível sequestrar 1,39 megatonelada (Mt)
de dióxido de carbono (CO2) da atmosfera,
interligar fragmentos naturais na paisagem e
ainda aumentar em 200% a conservação da
biodiversidade.
As estimativas constam no sumário para
tomadores de decisão do relatório temático
"Restauração de Paisagens e Ecossistemas",
lançado na sexta-feira (23/08), no Museu do
Meio Ambiente do Instituto de Pesquisas
Jardim Botânico, no Rio de Janeiro.
O documento é resultado de uma parceria
entre a Plataforma Brasileira de Biodiversidade
e Serviços Ecossistêmicos (BPBES, na sigla em
inglês), apoiada pelo programa BIOTA-
FAPESP, e o Instituto Internacional de
Sustentabilidade (ISS), e foi elaborado por um
grupo de 45 pesquisadores, de 25 instituições
do país.
"O sumário mostra que as questões
ambientais [conservação e restauração
ecológica] e a produção agrícola são
interdependentes e podem caminhar juntas,
sem prejuízo para nenhum dos lados. Pelo
contrário, ela só traz benefícios diretos, como
a disponibilização de polinizadores para as
culturas agrícolas, a conservação da água e do
solo e, principalmente, a possibilidade de
certificação ambiental da produção, permitindo
agregar valor", disse à Agência FAPESP
Ricardo Ribeiro Rodrigues, professor da Escola
Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da
Universidade de São Paulo (Esalq-USP) e um
dos autores do documento.
O sumário destaca que o Brasil tem grandes
oportunidades para impulsionar a restauração
e a recuperação da vegetação e, com isso,
aumentar a geração de benefícios
socioeconômicos e ambientais, minimizar a
competição de florestas com áreas agrícolas e
contribuir para combater as mudanças
climáticas.
No entanto, para que as oportunidades se
tornem realidade, o país não pode retroceder
em suas políticas ambientais de redução do
desmatamento, conservação da biodiversidade
e impulsionamento da recuperação e da
restauração da vegetação nativa em larga
escala, ponderam os autores.
Reserva legal
O fim da obrigatoriedade da Reserva Legal, as
reduções das alternativas de conversão de
multas e a extinção dos fóruns de colaboração
e coordenação entre atores governamentais e
da sociedade seriam perdas irreparáveis para
uma política de adequação ambiental,
afirmam.
Os autores também ponderam que Brasil tem
assumido o papel de líder em negociações
ambientais internacionais e qualquer ruptura
desse caminho, além de afastar
oportunidades, vai afugentar mercados
internacionais consumidores de produtos
agrícolas. Isso porque, cada vez mais, esses
agentes se pautam pela produção e pelo
consumo sustentáveis, incluindo políticas de
não consumo de produtos provenientes de
áreas desmatadas.
"O Brasil não deveria ter nenhuma dificuldade
de colocar seus produtos agrícolas no mercado
internacional, pois o diferencial poderia ser
uma agricultura sustentável praticada em
24
Grupo de Comunicação
ambientes de elevada diversidade natural.
Isso é um ativo que nenhum outro país tem",
avaliou Rodrigues.
Aumento de produtividade
De acordo com o documento, a intensificação
sustentável da pecuária brasileira é um
processo-chave para aumentar a
produtividade do setor e liberar as áreas
agrícolas de menor produtividade para o
cumprimento de leis e metas ambientais.
O aumento da produtividade média da
pecuária brasileira de 4,4 para 9 arrobas por
hectare por ano permitiria não só a atingir a
meta brasileira de recuperar 12 milhões de
hectares de vegetação nativa até 2030, como
também zerar o desmatamento ilegal e liberar
30 milhões de hectares para a agricultura.
"Três quartos da área agrícola brasileira são
ocupados hoje pela pecuária, com baixíssima
produtividade média. Se tivéssemos uma boa
política agrícola, voltada à tecnificação da
pecuária, seria possível aumentar a
produtividade da atividade e, assim, liberar
pelo menos 32 milhões de hectares de
pastagem para outras culturas, mantendo a
mesma quantidade de cabeças de gado atual",
disse Rodrigues.
O aumento da produtividade das pastagens
nos próximos 30 anos seria suficiente,
considerando o Brasil como um todo, para
garantir o cumprimento de leis e metas
ambientais, como pode ser confirmado nos
resultados regionais, afirmam os
pesquisadores.
Metas de produção
Na Amazônia, por exemplo, para atender a
todas as metas de produção agrícola e
florestal, de desmatamento ilegal zero e de
recuperação da vegetação nativa - visando
legalizar ambientalmente as propriedades
rurais e ainda potencializar os serviços
ecossistêmicos -, seria preciso ampliar a
produtividade das pastagens do nível atual de
46% para 63-75% do seu potencial
sustentável, em 15 anos.
Na Mata Atlântica, esse mesmo processo
necessita de um aumento dos atuais 24%
para 30-34% do seu potencial, sendo que tal
incremento é possível apenas aplicando o
conhecimento básico de manejo de pastagens.
No Cerrado, bastaria sair dos 35% vigentes
para 65% do seu potencial sustentável até
2050 para harmonizar expansão agrícola
sustentável, restauração em áreas prioritárias
e desmatamento ilegal zero. "Não há nenhuma
justificativa para o desmatamento que está
acontecendo na Amazônia e no Cerrado agora,
porque estamos gerando ainda mais pecuária
de baixa produtividade", afirmou Rodrigues.
Segundo o documento, o aumento da
produtividade nas áreas já agrícolas e a
adoção de modelos econômicos alternativos
nas áreas com menor potencial agrícola -
como aquelas com restrições à produção
mecanizada, as ocupadas por vegetação
nativa, florestas nativas com aproveitamento
econômico sustentável e sistemas
agroflorestais biodiversos - também são
essenciais para alavancar os benefícios
financeiros diretos e indiretos em curto prazo.
Somando a exploração econômica das áreas
marginais restauradas com fins comerciais,
como sistemas agroflorestais biodiversos, e o
ganho proporcionado pelo uso destas áreas
para compensação de Reserva Legal de
propriedades rurais com débito ambiental,
torna-se financeiramente viável a reconversão
de áreas agrícolas marginais para vegetação
nativa.
Exemplos
Em Paragominas, no Pará, em apenas quatro
anos, propriedades de pecuária irregulares
ambientalmente e de baixa produtividade
regularizaram suas exigências ambientais
legais e aumentaram a produtividade da
agropecuária em quatro vezes e ainda
passaram a explorar a Reserva Legal de forma
sustentável, plantando madeira e frutíferas
nativas, diversificando a produção, exemplifica
o sumário.
"Há vários outros exemplos de projetos de
pecuária sustentável no país, em que são
tecnificadas as melhores áreas para a
pastagem e as áreas marginais, que são as
Áreas de Preservação Permanente [APPs] para
25
Grupo de Comunicação
proteção da água, do solo e da biodiversidade.
As áreas agrícolas de menor aptidão agrícola,
que cabem no conceito de reserva legal, são
ocupadas com florestas econômicas
biodiversas, para a recuperação ambiental e
produtiva da propriedade", disse Rodrigues.
Fonte: Elton Alisson | Agência FAPESP
https://visualizacao.boxnet.com.br/#/?t=0081
2955D0A5FF01A9915D2EEB9B0BF502000000
8B486D53CBAF76297C5CD4072B491EE13F3F
5B2D77D6B03D8328D3997BC8A15FCF3A17A2
5A0FB360372AF5A5EB35546E4D840F2C79C0
42F20B8CD86B2B7E627758D1D42153A3F259
474AAA738E96DDF2
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26
Grupo de Comunicação
Veículo: O Vale
Data: 28/08/2019
Brasil perdeu 71 milhões de hectares de
mata em 30 anos, diz MapBiomas
Motivos principais da destruição ambiental
foram os desmatamentos e as queimadas, que
tiraram o equivalente ao território somado de
cinco estados do país; para cientistas, "país
não pode retroceder na política ambiental"
Da redação@jornalovale | @jornalovale
Desmatamentos e queimadas destruíram no
Brasil 71 milhões de hectares de vegetação
nativa nos últimos 30 anos, área equivalente a
de cinco estados do país juntos: São Paulo,
Paraná, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Ceará.
O território perdido equivale ainda a uma área
maior do que as terras públicas federais na
Amazônia Legal, estimadas em 67,4 milhões
de hectares.
É o que apontam dados do MapBiomas,
iniciativa do Observatório do Clima em
parceria com uma rede colaborativa de
entidades, empresas, universidades e
cientistas, incluindo pesquisadores do Inpe
(Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Como o desmatamento ocorreu sem
planejamento ambiental e agrícola, boa parte
das áreas está abandonada, mal utilizada ou
entrou em processo de erosão, imprópria para
a produção de alimentos ou qualquer atividade
econômica.
Mas há esperança, de acordo com a pesquisa.
A restauração florestal pode diminuir parte
desse prejuízo ao possibilitar a recuperação de
12 milhões de hectares de vegetação nativa
em todo o país até 2030.
"Dessa forma, seria possível sequestrar 1,39
megatonelada (Mt) de dióxido de carbono
(CO2) da atmosfera, interligar fragmentos
naturais na paisagem e ainda aumentar em
200% a conservação da biodiversidade",
informa o estudo.
As estimativas constam do relatório temático
"Restauração de Paisagens e Ecossistemas",
lançado na última sexta-feira no Museu do
Meio Ambiente do Instituto de Pesquisas
Jardim Botânico, no Rio de Janeiro.
Elaborado por 45 pesquisadores de 25
instituições do país, o documento é resultado
de uma parceria entre a Plataforma Brasileira
de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos,
apoiada pelo programa Biota da Fapesp
(Fundação de Apoio à Pesquisa de São Paulo),
e o Instituto Internacional de
Sustentabilidade.
"As questões ambientais [conservação e
restauração ecológica] e a produção agrícola
são interdependentes e podem caminhar
juntas, sem prejuízo para nenhum dos lados",
disse Ricardo Ribeiro Rodrigues, um dos
autores do documento, à Agência Fapesp.
"Pelo contrário, ela só traz benefícios diretos,
como a disponibilização de polinizadores para
as culturas agrícolas, a conservação da água e
do solo e, principalmente, a possibilidade de
certificação ambiental da produção, permitindo
agregar valor."
No entanto, segundo os pesquisadores, para
que as oportunidades se tornem realidade, o
país não pode retroceder em suas políticas
ambientais de redução do desmatamento,
conservação da biodiversidade e
impulsionamento da recuperação e da
restauração da vegetação nativa em larga
escala.
Trata-se de crítica indireta à política ambiental
do governo Jair Bolsonaro (PSL), que tem sido
duramente criticada no Brasil e no exterior,
especialmente relacionada ao desmatamento
da Amazônia.
"O fim da obrigatoriedade da Reserva Legal,
as reduções das alternativas de conversão de
multas e a extinção dos fóruns de colaboração
e coordenação entre atores governamentais e
da sociedade seriam perdas irreparáveis para
uma política de adequação ambiental",
afirmam os cientistas.
Joly afirma que 'diversidade de espécies traz
vantagens em ações de recuperação'
De acordo com Carlos Joly, professor da
Unicamp (Universidade Estadual de Campinas)
e membro da coordenação do Biota-Fapesp, o
Brasil tem a oportunidade de desenvolver "um
programa de recuperação da vegetação nativa
ímpar no mundo para áreas florestadas da
Mata Atlântica e Amazônia". O motivo é a
diversidade de espécies em projetos de
restauração. "Há projetos grandes e bem-
27
Grupo de Comunicação
sucedidos de restauração em andamento em
países como a China, mas a diversidade de
espécies usadas é baixa, pois a variedade que
possuem é muito menor do que a encontrada
na Mata Atlântica e na Amazônia", disse o
pesquisador.
Segundo ele, a alta diversidade de espécies
encontrada nesses biomas brasileiros permite
que a restauração seja muito mais funcional.
"Além das vantagens comuns, como a
melhoria da estabilidade do solo e o aumento
na retenção de água, um programa de
restauração com alta diversidade de espécies
permite incluir plantas que podem ser fontes
de alimentos ou que são importantes para
manutenção de polinizadores, como abelhas",
afirmou Joly.
https://www.ovale.com.br/_conteudo/brasil/2
019/08/86219-brasil-perdeu-71-mi-de-
hectares-de-mata-em-30-anos--diz-
mapbiomas.html
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Data: 28/08/2019
28
Grupo de Comunicação
FOLHA DE S. PAULO OPINIÃO: Recuperação do rio Pinheiros e
saúde pública
Sucesso do projeto dependerá da inclusão da
sociedade
Pedro Mancuso
A relação entre saúde e saneamento básico é
grande e complexa, dada a interação com vários
setores, incluindo o direito —haja vista que a
Política Nacional de Recursos Hídricos foi
instituída pela lei 9.433, de 1997, fixando
fundamentos, objetivos, diretrizes e instrumentos
capazes de indicar claramente a posição e a
orientação pública no processo de gerenciamento
dos recursos hídricos.
Apesar desse suporte legal, porque o rio
Pinheiros chegou à situação atual? Foram várias
as causas, não cabe aqui discuti-las, mas
podemos, sim, apontar uma delas: o
extraordinário crescimento demográfico
privilegiou o entorno dos diversos mananciais de
água da região metropolitana de São Paulo.
O que fazer? Acreditamos que as ações
planejadas para despoluir o rio Pinheiros estão no
rumo certo, pois sua proposta de
operacionalização inclui a somatória de esforços
de várias áreas e órgãos do governo, o que
garante as precondições políticas e estratégicas
para seu sucesso.
Ela prevê implantações de estações de
tratamento de esgoto, em áreas informais nas
sub-bacias, para fazerem o tratamento
diretamente nos córregos. Assim, suas águas
chegarão ao Pinheiros já tratadas.
Trata-se de uma concepção interessante e
factível. Entretanto, acreditamos que seja a
primeira etapa de um trabalho que enxergamos
maior: a reversão das águas do rio Pinheiros
para a represa Billings. Evidentemente, essa
reversão só poderá ser feita após a adequação
qualitativa das águas do rio Pinheiros aos
padrões legais exigido para a represa.
Assim, será possível compatibilizar lazer,
paisagismo, transporte, geração de energia e,
além disso, torná-la um manancial de água
passível de potabilização de forma mais segura.
Ou seja, na direção dos múltiplos usos do
recurso, em conformidade com a lei 9.433. Esta
deve ser a segunda parte do trabalho.
Dessa forma, aumenta-se a segurança hídrica de
São Paulo e de outros municípios
consideravelmente.
Para tanto, uma pesquisa ora em andamento na
Faculdade de Saúde Pública da USP, voltada para
a recuperação de águas poluídas de rios urbanos,
e que tem apresentado resultados promissores,
pode contribuir para esse importante projeto,
que é um desejo de todo paulistano.
Além disso, a instituição tem larga experiência
em trabalhos com reúso e segurança da água,
controle de proliferação de insetos, educação
ambiental e outros ligados ao tema. Todos com a
visão voltada para a administração da saúde, e
não para a administração da doença.
Entendemos que esse projeto atenda a uma
demanda da sociedade. Logo, o sucesso da
implantação dependerá da inclusão dessa
sociedade. Isso certamente garantirá seu
necessário apoio, cabendo ao poder público dar
condições para que todos façam a sua parte:
disposição adequada de lixo em locais escolhidos
por ambas as partes e interligação dos esgotos
domésticos nas redes coletoras que ainda serão
implantadas.
Pedro Mancuso
Engenheiro e professor doutor do Departamento
de Saúde Ambiental da Faculdade de Saúde
Pública da USP
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2019/08/
recuperacao-do-rio-pinheiros-e-saude-
publica.shtml
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Data: 28/08/2019
29
Grupo de Comunicação
O QUE A FOLHA PENSA: A razão calcinada
Em vez de conter, Bolsonaro alimenta espetáculo
de desinformação sobre Amazônia
Não é fácil debater os desafios da Amazônia nem
sequer quando há interlocutores de boa-fé
interessados na compreensão e na elucidação de
seus principais problemas.
A interação complexa de variáveis como a
oscilação climática, a ação humana e as linhas de
continuidade e ruptura da política pública, bem
como da sua execução no nível do terreno,
dificulta o diagnóstico. A escolha da melhor
forma de intervir tampouco é simples.
Raia ao impossível tentar desembaraçar esse
novelo em meio à epidemia de desinformação e
má-fé que arrebata da direita à esquerda,
manifesta-se dentro e fora do país e acomete
chefes de Estado e autoridades responsáveis pelo
assunto.
Emmanuel Macron, o presidente francês dedicado
a alimentar uma altercação pueril com o seu
homólogo brasileiro, pôs-se a fazer conjecturas
sobre um estatuto internacional para a região
amazônica.
Ao recorrer a tal disparate, cujo efeito prático
limita-se a atiçar a paranoia nacionalista de
grupos influentes no Palácio do Planalto, Macron
parece mais interessado em prolongar a baixaria,
de olho em dividendos políticos domésticos, do
que em colaborar para a mitigação do desmate e
das queimadas.
Mas os campeões do engodo, das ideias fora de
lugar, das grosserias e das provocações baratas
nesse episódio são, sem dúvida, autoridades
brasileiras, a começar do presidente Jair
Bolsonaro (PSL).
Vá lá que cidadãos, celebridades e políticos locais
e estrangeiros demonstrem ignorância ou
difundam falsidades acerca do que lhes é distante
ou sobre o que não têm responsabilidade. Não é
aceitável a governantes do Brasil —obrigados a
bem informar e a agir conforme a melhor ciência
disponível— tomar parte desse picadeiro.
Como o espetáculo não pode parar, ele
prosseguiu nesta terça (27), na reunião de
Bolsonaro com governadores da região
amazônica. Em vez de enfocar as medidas para
combater o desflorestamento e os incêndios, o
presidente preferiu ocupar os ouvidos dos chefes
estaduais com mais uma teoria conspiratória sem
alicerce nos fatos.
Sua decisão de não mais demarcar terras
indígenas, segundo o mandatário brasileiro, seria
a causa das queimadas. Com isso insinuou, de
novo irresponsavelmente, que haja ação
orquestrada de ONGs por trás dos incêndios
florestais.
Jair Bolsonaro se perde nesses espasmos
sincopados de que brotam retalhos de
pensamento e ideias coxas. Enfrenta a sua
primeira crise de grandes proporções, em que
precisa mobilizar recursos humanos e materiais,
no Brasil e no exterior, e transmitir uma linha de
ação clara a seus comandados.
Mas a mensagem não chega; nem sequer é
formulada. A cabeça do presidente gira em falso
nos preconceitos de sempre. Calcinados ficam a
razão e o bom senso.
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2019/08/
a-razao-calcinada.shtml
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Data: 28/08/2019
30
Grupo de Comunicação
Bolsonaro usa fogo como cavalo de troia
para pauta antiambiental
Presidente explora Amazônia em campanha
contra áreas protegidas e terras indígenas
Jair Bolsonaro deve ter apagado da memória o
texto que leu no teleprompter há cinco dias. O
pronunciamento do presidente na TV, no auge da
tensão em torno das queimadas da Amazônia,
falava com orgulho da conservação da vegetação
nativa do Brasil e elogiava a "lei ambiental
moderna" do país. Agora, ele acha que isso é um
problema.
O presidente chamou governadores da região a
Brasília para discutir a devastação das florestas.
Se algum deles esperava dinheiro ou projetos de
preservação, teve que se contentar com o papel
de figurante na cruzada antiambiental do
Planalto.
O encontro foi motivado pelas queimadas, mas
Bolsonaro preferiu fazer um ato para vender sua
agenda contra a cooperação internacional e a
favor de mudanças na legislação das unidades de
conservação. Com apoio de alguns governadores,
ele reforçou suas críticas à demarcação de terras
indígenas e lançou a ideia de rever reservas
ambientais.
O fogo na Amazônia virou um cavalo de troia
para a pauta do presidente, nas palavras de um
participante da reunião. Bolsonaro explorou um
nacionalismo mal-acabado para fazer propaganda
de suas obsessões contra áreas protegidas.
Para quem buscava medidas concretas contra o
desmatamento, Bolsonaro era um personagem
inconveniente na sala. Lá pela segunda hora da
reunião, ele interrompeu uma explicação técnica
sobre o Fundo Amazônia para reclamar pela
sétima vez de áreas indígenas e quilombolas, que
"inviabilizam" o agronegócio.
O debate sobre a atividade econômica nessas
regiões pode até interessar às comunidades, mas
o presidente já deixou claro que está mais
empenhado em favorecer ruralistas e
mineradoras americanas.
Bolsonaro mostrou também que não aprendeu
nada com os últimos episódios. Ele continua
desprezando dados oficiais. Na reunião, militares
mostraram imagens de satélite para comprovar o
resultado do combate às queimadas. Mais tarde,
o presidente insistiu que a situação foi
"potencializada" pela imprensa.
Bruno Boghossian
Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É
mestre em ciência política pela Universidade
Columbia (EUA).
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/bruno-
boghossian/2019/08/bolsonaro-usa-fogo-como-
cavalo-de-troia-para-pauta-antiambiental.shtml
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Data: 28/08/2019
31
Grupo de Comunicação
Painel: Anulação de sentença de Moro no
STF surpreende até ministros que defendem
freio na Lava Jato
Marco zero A decisão da Segunda Turma do STF
de anular a condenação imposta por Sergio Moro
ao ex-presidente do Banco do Brasil Aldemir
Bendine surpreendeu até entusiastas de um freio
de arrumação nos métodos da Lava Jato. Em
temperatura e pressão normais, analisa um
ministro do Supremo, a argumentação do habeas
corpus teria dificuldade de prosperar. O veredito,
portanto, deve ser lido como o sinal mais enfático
de que o ambiente na corte mudou sob impacto
da chamada Vaza Jato.
Terceiro elemento
O voto de Cármen Lúcia a favor de Bendine
causou impacto entre integrantes do STF. Como
o caso foi apreciado na ausência de Celso de
Mello, a aposta era a de que, se o réu
conseguisse a anulação da sentença, seria por
benefício de um empate por dois a dois, com a
ministra votando contra, alinhada a Edson
Fachin.
Pegou
Colegas de Cármen Lúcia, porém, dizem que ela
anda “reflexiva” e que parece ter se convencido
de que, de fato, em alguns momentos, a omissão
do Supremo abriu brechas para abusos.
Nem no luto
Essa narrativa foi fartamente explorada pelo
ministro Gilmar Mendes durante o julgamento de
Bendine. O caso foi à Turma no mesmo dia em
que o Uol, do Grupo Folha, e o The Intercept
relataram que procuradores reagiram com ironia
e teorias da conspiração às mortes da mulher e
do irmão de Lula.
Sete palmos
Na sessão, Mendes criticou duramente os
diálogos obtidos pelo The Intercept. Disse que
eram reveladores de “gente sem sensibilidade
moral, com uma mente muito obscura, soturna”.
Forcinha
A vitória obtida por Deltan Dallagnol no Conselho
Nacional do Ministério Público foi creditada a uma
mudança de posição da procuradora-geral,
Raquel Dodge, e do conselheiro Sebastião
Caixeta. Com o apoio deles, o CNMP enterrou a
possibilidade de reavaliar queixa da senadora
Katia Abreu (PDT-TO) contra o procurador.
De onde não se espera
A guinada de Dodge, que ora critica, ora apoia os
procuradores, foi ironizada por aliados que
tratam sua inconstância como sintoma de
“dilema militante”.
Menos um
Dodge pediu nesta terça (27) o arquivamento de
inquérito contra Renan Calheiros (MDB-AL) em
caso que envolvia a OAS. Já são 14 as
investigações arquivadas. O senador ainda
enfrenta dez.
Menos é mais
Dirigentes de siglas que acompanham a crise em
torno das queimadas na Amazônia dizem que,
ainda que inadvertidamente, o presidente francês
Emmanuel Macron dá discurso a Jair Bolsonaro
sempre que fala de “status internacional” à
região.
Passa a batata
O presidente almoçou com governadores da
região amazônica após reunião nesta terça (27).
Foi a primeira vez que esteve com Flávio Dino,
do MA, desde que o chamou de o pior governador
entre “os de Paraíba”. Os dois pouco falaram.
Dino se entreteve com o secretário de Governo,
Luiz Eduardo Ramos.
Abre o cofre
Pelas contas de senadores que negociam o
pacote do chamado pacto federativo, estados e
municípios do Sul e do Sudeste ganhariam, no
conjunto, uma folga de caixa que se aproxima de
R$ 50 bilhões entre este ano e 2026.
Abre o cofre 2
Só a moratória dos precatórios, cujo texto é de
autoria do senador José Serra (PSDB-SP), geraria
economia de R$ 7 bilhões ao ano (R$ 42 bilhões
até 2026). Sul e do Sudeste puxam a lista de
devedores.
Abre o cofre 3
Soma-se a isso a proposta de extinguir a lei
Kandir, que injetaria mais R$ 4 bilhões nas
finanças estaduais neste 2019. Sul e Sudeste
seriam, de novo, os principais beneficiários, pois
são os que mais exportam.
Parte que me cabe
Em compensação, estados de Norte e NE seriam
agraciados com a maior fatia dos recursos da
cessão onerosa. Segundo dados do senador Cid
Gomes (PDT-CE), seu estado receberia R$
692,57 mi, enquanto SP, por exemplo, cerca de
R$ 93 mi.
Data: 28/08/2019
32
Grupo de Comunicação
Visita à Folha
Carlos Murillo, presidente da Pfizer Brasil, visitou
a Folha nesta terça (27), onde foi recebido em
almoço. Estava acompanhado de Cristiane Silva
dos Santos Blanch, gerente sênior de
Comunicação Corporativa, e Jô Ristow, vice-
presidente da CDN.
TIROTEIO
Parece que o presidente foi chamado à lucidez e
pôs o interesse do país acima de preconceitos e
do desejo de inflar conflitos
Do deputado Marcelo Ramos (PL-AM), após o
Planalto ter baixado o tom das falas sobre a
ajuda financeira oferecida por Macron no G7
https://painel.blogfolha.uol.com.br/2019/08/28/a
nulacao-de-sentenca-de-moro-no-stf-
surpreende-ate-ministros-que-defendem-freio-
na-lava-jato/
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Data: 28/08/2019
33
Grupo de Comunicação
Crise na Amazônia tem de ser ponto de
inflexão para oposição brasileira, diz Noam
Chomsky
Linguista americano afirma que, com PT
desacreditado, esquerda está completamente
apática
Patrícia Campos Mello
SÃO PAULO
A esquerda brasileira está apática e deveria se
unir em torno da crise na Amazônia para fazer
uma oposição real a Jair Bolsonaro.
Para o linguista americano Noam Chomsky, 90,
ícone da esquerda mundial e que está no Brasil,
a esquerda de vários países abraçou o combate à
mudança climática e a defesa do meio ambiente
como formas de fazer oposição a líderes
populistas de direita.
“O Brasil ainda não desenvolveu uma oposição [a
Bolsonaro]. É preciso que a crise na Amazônia
funcione como um ponto de inflexão para a
oposição”, diz Chomsky.
O linguista americano Noam Chomsky, em hotel na
zona oeste de São Paulo - Danilo Verpa/Folhapress
O linguista tem visitado o Brasil uma vez por
ano, ao lado de sua mulher, a tradutora e
pesquisadora em linguística Valéria Chomsky,
que é carioca.
Na última vez em que esteve no país, em
setembro de 2018, sua agenda foi apertada.
Visitou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
na prisão, em Curitiba, reuniu-se com os então
candidatos Fernando Haddad (PT) e Ciro Gomes
(PDT) e se encontrou com o amigo Celso
Amorim, ex-ministro das Relações Exteriores.
Desta vez, o acadêmico passou mais tempo
descansando. Visitou Poços de Caldas, um de
seus lugares favoritos no país, e comeu cupuaçu.
Conhecido como “Elvis da Academia”, Chomsky
não passou despercebido em São Paulo e foi
abordado várias vezes nas ruas de Perdizes,
bairro onde estava hospedado.
Qual é a sua impressão sobre o Brasil hoje?
Dez anos atrás, o Brasil era um dos países mais
respeitados do mundo, e Lula era um dos
principais estadistas no palco global. Agora, o
Brasil virou motivo de chacota. Está se
transformando em pária internacional e pode
sofrer até boicotes por causa da Amazônia.
Como o senhor vê a estratégia de comunicação
de Bolsonaro?
Sua retórica é muito atraente para parte da
população. Isso está ocorrendo no mundo todo.
Nos EUA, [Donald] Trump é muito eficiente, sabe
como deixar as multidões inflamadas e direcionar
o ódio e o ressentimento das pessoas para bodes
expiatórios.
Bolsonaro faz o mesmo. As políticas
socioeconômicas adotadas nas últimas gerações,
principalmente na era neoliberal, foram muito
prejudiciais à grande maioria da população.
Nos EUA, houve crescimento, mas os salários
reais dos americanos estão abaixo do que eram
nos anos 1970. A concentração de riqueza tem
um efeito imediato sobre o sistema político —
uma das razões para o declínio da democracia na
Europa e outros lugares.
Nos EUA, desde os democratas clintonianos, o
partido vem se afastando da classe trabalhadora.
O fato mais importante da eleição presidencial de
2016 foi o colapso de ambos os partidos —Bernie
Sanders saiu do nada, não tinha recursos, a
mídia o odiava, e quase ganhou a indicação.
Data: 28/08/2019
34
Grupo de Comunicação
O Partido Republicano foi dominado por alguém
que o establishment detestava. Estamos vendo o
colapso das instituições de centro, por causa de
raiva e ressentimento, que são explorados por
demagogos como Trump, Bolsonaro, Matteo
Salvini, Viktor Orbán.
Mas há movimentos de resistência muito
promissores. Na Europa, o DiEM25 [Movimento
Democracia na Europa em 2025, para combater
a mudança climática e gerar empregos] e o
Extinction Rebellion [grupo internacional para
evitar a extinção em massa devido às mudanças
climáticas] tiveram muitas conquistas.
Nos EUA, há uma guinada para a esquerda entre
os democratas. O Movimento Sunrise tem jovens
que pressionam o Congresso, com muito ativismo
direto, e que conseguiram algo inimaginável há
alguns anos —fazer o Green New Deal entrar na
agenda.
Do outro lado, temos o que Steve Bannon
articulou de forma clara, um esforço para criar
uma Internacional Reacionária liderada pela Casa
Branca, e que inclui gente como as ditaduras do
Golfo, como a Arábia Saudita, o país mais
reacionário do mundo, Egito sob a ditadura de
Abdul Fatah al-Sisi, Israel que migrou para a
extrema-direita, [Narendra] Modi na Índia,
Bolsonaro, Orbán, Salvini e Nigel Farage
[defensor do brexit].
Alguns argumentam que, se o Partido Democrata
migrar demasiadamente para a esquerda, pode
perder votos dos moderados...
Sim, pode. Programas mais progressistas podem
afastar alguns eleitores mais ricos e
conservadores, e a mídia vai atacar sem trégua
esses programas.
Aliás, não me surpreenderia se a eleição
americana de 2020 for muito parecida com a
brasileira de 2018, com onda massiva de
propaganda enganosa transmitida em redes
sociais. No Brasil foi absolutamente chocante,
acho que nos EUA não chegaria a esse nível.
Uso de dados e microdirecionamento, tudo isso
será usado. Pode ser mais refinado nas próximas
eleições, mas é muito tentador para ser ignorado
pelos partidos.
A esquerda no Brasil está fragmentada e sem
uma liderança clara. O que deveria fazer para se
reorganizar?
O PT está desacreditado devido às acusações
graves de corrupção, que têm base, afinal de
contas. Se Lula pudesse reaparecer, seria o tipo
de pessoa que conseguiria reconstruir uma
esquerda ativa e forte.
Mas, durante a campanha do ano passado, que
ele poderia ganhar, silenciaram-no com uma
pena que, mesmo que se acredite nas acusações
contra ele, são, no mínimo, dúbias.
Ele não podia nem fazer pronunciamentos, ou
dar entrevistas —não fazem isso nem com
assassinos condenados. Era uma maneira de
garantir que uma campanha incrivelmente forte
em redes sociais colocasse uma figura de direita
no poder.
Minha impressão é que a esquerda brasileira está
completamente desordenada, há muita apatia, as
pessoas estão apenas assistindo a tudo que está
acontecendo, pensando “não podemos fazer nada
então vamos esperar passar”.
Que tipo de autocrítica a esquerda no Brasil
deveria fazer?
Especificamente em relação ao PT, o partido
deveria refletir sobre seus erros, porque se
juntou à cultura generalizada de corrupção no
país. Eles não inventaram essa cultura. Durante
o governo Fernando Henrique Cardoso devia ser
até pior, mas juntar-se a essa cultura foi um erro
enorme.
Eles também não conseguiram fazer com que os
beneficiários dos programas sociais, como o
Bolsa Família, entendessem que o partido era
responsável por essas políticas.
Data: 28/08/2019
35
Grupo de Comunicação
Recentemente o ex-presidente do Uruguai Pepe
Mujica reconheceu que o governo de Nicolás
Maduro é uma ditadura. O senhor concorda?
A avaliação que ele faz sobre o governo Maduro é
correta. Maduro fez muitas coisas erradas, a
política econômica foi atroz, decisões
equivocadas. E, durante todo esse período,
houve constante sabotagem feita pelos EUA e
pelas elites, chegando ao ponto de apoiar
abertamente um golpe militar.
O governo Maduro tem reagido à oposição
popular de forma violenta e opressiva, e as
últimas eleições presidenciais tiveram problemas
sérios. Obviamente, as sanções de Trump
transformaram uma crise em uma catástrofe.
Mas o senhor acredita que se trata de uma
democracia?
Há elementos democráticos. Ao contrário do que
dizem muitos críticos estrangeiros, a imprensa é
razoavelmente livre, há enormes críticas ao
governo e apoio à oposição. O governo é
repressivo, mas a imprensa continua crítica. E
Maduro merece a crítica.
O senhor vê oposição eficaz a líderes populistas
de direita no mundo?
Sim, em muitos países. Nos Estados Unidos, a
migração dos integrantes mais jovens do Partido
Democrata para posições do [Green] New Deal,
de democracia social.
Bernie Sanders é uma das figuras políticas mais
populares no país, assim como Elizabeth Warren.
Na Europa, a mesma coisa. Já o Brasil ainda não
desenvolveu uma oposição [a Bolsonaro]. Talvez
agora, no contexto de duras críticas
internacionais à destruição da Amazônia, isso
surja. Talvez a partir disso surja a oposição real
que deveria estar sendo feita.
É preciso que a crise na Amazônia funcione como
um ponto de inflexão para a oposição. Se a crise
na Amazônia continuar, o mundo inteiro vai
sofrer.
Estamos chegando a um ponto em que os danos
ambientais são irreversíveis. Se passar disso,
será o fim da vida humana organizada no
planeta.
E temos gente como Trump e Bolsonaro negando
que exista aquecimento global e adotando
políticas que o exacerbam.
Para mim, eles são os maiores criminosos da
história. Hitler queria matar todos os judeus, mas
essas pessoas estão dizendo: “Vamos matar toda
a sociedade, destruir tudo e ter lucros”.
Noam Chomsky, 90
Considerado o fundador da linguística moderna, o
americano é professor emérito do Massachusetts
Institute of Technology (MIT) e professor da
Universidade do Arizona.
Também é filósofo e autor de mais de cem livros.
Ativista de esquerda e um dos acadêmicos mais
citados, é crítico da política externa americana,
do capitalismo e ganhador de inúmeros prêmios
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2019/08/
crise-na-amazonia-tem-de-ser-ponto-de-
inflexao-para-oposicao-brasileira-diz-noam-
chomsky.shtml
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Data: 28/08/2019
36
Grupo de Comunicação
Para salvar Amazônia, é preciso vender
estatais, opina WSJ
Para jornal financeiro dos EUA, 'abrir a economia
fará mais para proteger a floresta do que fizeram
os governos socialistas antes de Mr. Bolsonaro'
As queimadas atropelaram a agenda das
privatizações no exterior. O Wall Street Journal,
na seção de opinião, notoriamente à direita, não
no noticiário, ainda tenta juntar as duas coisas.
Sua coluna voltada à América Latina, sob o título
“O que você não leu sobre o Brasil”, saudou as
privatizações listadas por Paulo Guedes pouco
antes de São Paulo escurecer.
Cita analista financeiro de Nova York, para quem
o Brasil pode vender US$ 90 bilhões até 2020 e
R$ 250 bilhões até 2022, inclusive partes ou toda
a Petrobras. E argumenta que “abrir a economia
fará mais para proteger a floresta do que fizeram
os governos socialistas antes de Mr. Bolsonaro”.
Proteger a natureza seria “valor cultural” do
Primeiro Mundo que só chegará quando o Brasil
“criar a riqueza necessária para cuidar do
ambiente”.
Em seguida, o WSJ publicou editorial na mesma
linha, destacando em enunciado que “países ricos
são melhores na proteção do planeta”. Em suma,
proteger a Amazônia “é mais provável com as
políticas de Bolsonaro para a Previdência e a
venda das estatais”.
O Financial Times não chegou a tanto, mas
dedicou análise de página inteira para criticar que
Bolsonaro anda se mostrando “mais interessado
em falar de armas, fé e Amazônia” do que das
reformas.
Isso, num momento em que “o Brasil se arrisca a
cair em recessão no segundo trimestre e Guedes
está buscando reformas econômicas, inclusive
um esforço de privatização”.
TSUNAMI NÃO VEIO
Também o espanhol El País deu longa análise
sobre “o fantasma da recessão” no Brasil, “onde
não chegou o ‘tsunami de investimentos’
esperado com a reforma da Previdência”.
Ouvindo economistas de Itaú e outros, destaca
problemas como uma possível redução no
crescimento da China e o “investimento público
parado”.
NYT & FAZENDEIROS
Com atraso de um mês em relação à capa da
revista The Economist sobre a Amazônia, o New
York Times impresso de terça (27) abriu foto da
floresta em chamas no alto da primeira página,
em cinco das seis colunas. Mas a chamada dizia
apenas:
“O mundo pode estar revoltado com as
queimadas, mas os locais estão indignados com o
que eles veem como forasteiros tentando decidir
como os brasileiros devem administrar a sua
própria terra.”
SUJEIRA
Queimadas e outras pautas não sufocaram de
todo o noticiário externo sobre "Os problemas de
sujeira com a Operação Lava Jato", no título da
revista americana The Atlantic (acima). Do jornal
espanhol El País ao canadense La Presse,
passando por sites engajados como Canary e
Grayzone, a atenção às revelações prossegue.
Nelson de Sá
Jornalista, foi editor da Ilustrada.
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/nelsonde
sa/2019/08/para-salvar-amazonia-e-preciso-
vender-estatais-opina-wsj.shtml
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Data: 28/08/2019
37
Grupo de Comunicação
Em meio a crise, Bolsonaro prioriza críticas
a reservas indígenas em reunião com
governadores da Amazônia
Queimadas ficaram em segundo plano no
encontro do presidente com estados que pediram
auxílio do governo
Gustavo Uribe
Ricardo Della Coletta
BRASÍLIA
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) deixou em
segundo plano a série de queimadas pelo país e
priorizou críticas a terras indígenas em reunião
nesta terça-feira (27) com os governadores da
Amazônia Legal.
No encontro, promovido no Palácio do Planalto,
Bolsonaro fez questão de questionar cada
autoridade estadual sobre o percentual de áreas
indígenas em seus estados e chamou de
“irresponsabilidade” a política de demarcação
adotada por governos anteriores.
“A Amazônia foi usada politicamente desde o
[presidente Fernando] Collor para cá”, disse.
“Aos que me antecederam, foi uma
irresponsabilidade essa política adotada no
passado, usando o índio ao inviabilizar esses
estados”, ressaltou.
A expectativa inicial era de que o encontro
discutisse políticas para evitar novos incêndios
criminosos. Na chegada ao encontro, os
governadores do Amazonas, Pará e Roraima
defenderam, por exemplo, que o governo
brasileiro aceitasse o montante de US$ 20
milhões (cerca de R$ 83 milhões) oferecido pelos
países do G7.
O auxílio ofertado pelas economias mais
industrializadas do mundo foi anunciado pelo
presidente da França, Emmanuel Macron, que
tem trocado críticas com Bolsonaro sobre a onda
de incêndios na Amazônia.
O Palácio do Planalto chegou a informar
jornalistas que a verba seria recusada, mas na
manhã desta terça-feira (27) Bolsonaro disse que
pode aceitar o montante caso Macron peça
desculpas por ter chamado o brasileiro de
“mentiroso” e recue da sua defesa de um status
internacional para a Amazônia.
O tema, no entanto, foi pouco abordado na
reunião entre o mandatário e os governadores.
Em seu discurso, o presidente afirmou que
muitas terras indígenas têm “aspecto
estratégico”, que há índios que não falam
português e ressaltou que uma das intenções das
demarcações é inviabilizar o país no campo
econômico.
"Se eu demarcar agora, o fogo na floresta
amazônica acaba em dois minutos", disse. "Eles
querem a nossa soberania e que nós possamos
decidir o futuro da Amazônia com racionalidade.
Ninguém quer destruir a Amazônia", acrescentou.
A reunião foi transmitida ao vivo pela televisão
do governo e pelas redes sociais de Bolsonaro.
Em boa parte do encontro, o presidente
discursou com foco em seu eleitorado, olhando
diretamente para a câmera, e não para os
governadores presentes.
“Com todo o respeito aos que me antecederam,
foi uma irresponsabilidade essa política adotada
no passado no tocante a isso, usando o índio
como massa de manobra”, afirmou. “Essa
questão ambiental tem de ser conduzida com
racionalidade, não com esta quase selvageria
como foi feita nos outros governos”, afirmou.
Em discurso, o presidente anunciou que até a
quinta-feira da próxima semana fechará um
pacote de medidas, com sugestões dos
governadores presentes, para a região
amazônica. Ele não explicou detalhes sobre as
propostas.
Bolsonaro aproveitou ainda a reunião para
retomar as críticas ao presidente da França.
“O que o Macron acabou de dizer, de que a
internacionalização da Amazônia está aberta, não
Data: 28/08/2019
38
Grupo de Comunicação
deixa de ser uma realidade na cabeça dele.
Temos que nos unir para preservar o que é nosso
e garantir a nossa soberania”, disse.
Participaram da reunião convocada por Bolsonaro
os governadores do Maranhão (Flávio Dino), Pará
(Helder Barbalho), Mato Grosso (Mauro Mendes),
Amazonas (Wilson Lima), Rondônia (Marcos
Rocha), Tocantins (Mauro Carlesse), Amapá
(Waldez Góes) e Roraima (Antonio Denarium),
além do vice-governador do Acre, Wherles
Rocha.
Eles reagiram de forma diferente às declarações
de Bolsonaro. Enquanto alguns endossaram as
críticas do mandatário e disseram que terras
indígenas e quilombolas engessam o
desenvolvimento dos seus estados, coube a
Barbalho e a Dino adotarem um tom mais
moderado.
Barbalho inclusive fez um contraponto ao
presidente nas críticas a Macron. Ele disse que,
diante de uma crise ambiental da magnitude
atual, o país tem perdido “muito tempo” com a
troca de acusações com francês.
“Acho que estamos perdendo muito tempo com o
Macron, temos que cuidar dos nossos problemas
e sinalizar para o mundo a diplomacia ambiental
que é fundamental para o agronegócio”, disse.
O governador paraense defendeu ainda que o
país aceite as ofertas internacionais de ajuda e
utilize os recursos disponíveis no Fundo
Amazônia. "Todos nós sabemos das dificuldades.
Se existe recurso disponível no Fundo Amazônia,
nós devemos utilizar esses recursos", declarou o
governador.
O tema da oferta de ajuda internacional
repercutiu do outro lado da Praça dos Três
Poderes. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia
(DEM-RJ), opinou que o país não deve rejeitar o
auxílio estendido pelos líderes do G7.
"O Brasil não deve abrir mão de nenhum real",
disse. Maia afirmou que o governo tem soberania
para decidir como alocar os recursos e que, por
isso, não deveria recusá-los.
Na reunião de Bolsonaro com governadores,
Flávio Dino pontuou que o país não pode se isolar
na arena internacional. "O diálogo com outros
países é imprescindível. Se o Brasil se isola, ele
se expõe a sanções comerciais gravíssimas
contra os nossos produtores", afirmou.
O governador de Roraima, Antonio Denarium,
usou sua fala na reunião para apoiar a fala de
Bolsonaro.
"O Estado de Roraima tem sido penalizado nos
últimos 30 anos pelas políticas ambientais e
indigenistas", pontuou. "Hoje o Ibama chega e
multa todo mundo sem nenhum direito de
defesa." Declarações no mesmo sentido foram
feitas pelos representantes de Tocantins e
Rondônia.
O governador do Mato Grosso, Mauro Mendes,
destacou que o agronegócio brasileiro pode ser
prejudicado caso haja uma piora na imagem do
Brasil no exterior. "A questão ambiental é o abre
alas para o agro brasileiro. Se ela for
prejudicada, o nosso agro terá problemas", disse.
Apesar da fala, ele criticou o presidente francês e
disse que Macron atua para tentar criar
"possíveis barreiras verdes" para produtos
brasileiros no exterior. "O que me preocupa mais
é essa guerra de comunicação que está sendo
patrocinada pelos nossos concorrentes
internacionais".
https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2019/0
8/em-meio-a-crise-bolsonaro-prioriza-ataques-a-
reservas-indigenas-em-reuniao-com-
governadores-da-amazonia.shtml
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Data: 28/08/2019
39
Grupo de Comunicação
Mônica Bergamo: STF nega absolvição
sumária de ex-primeira dama Marisa Letícia
Depois da morte dela, em 2017, o então juiz
Sergio Moro já havia negado pedido semelhante
O STF (Supremo Tribunal Federal) negou pedido
dos advogados de Lula para que a ex-primeira-
dama Marisa Letícia fosse absolvida
sumariamente dos processos a que respondia
quando estava viva.
EU NEGO
Depois da morte dela, em 2017, o então juiz
Sergio Moro negou pedido semelhante e apenas
extinguiu a punibilidade de Marisa.
SINGULAR
Os defensores recorreram ao STF. Só um dos
ministros, Ricardo Lewandowski, votou a favor do
pedido. O julgamento foi realizado no plenário
virtual da corte.
GELO
Na terça (27), mensagens reveladas pelo UOL e o
site The Intercept Brasil mostraram procuradores
da Lava Jato ironizando a morte da ex-primeira-
dama e o luto de Lula, tanto no velório dela
quanto no do neto Arthur, 7.
MUITA RAIVA
A reportagem gerou um desabafo de Marlene
Silva, nora de Lula e mãe de Arthur. “Esses
senhores [procuradores] não são humanos, não é
possível, deu náusea, nojo, tristeza,
perplexidade, indignação, raiva, muita raiva,
choro... o que estão fazendo conosco!”, disse ela
em uma rede social fechada aos amigos. “Nos
deixem em paz.”
NÃO PODE
A atriz Janine dos Reis de Souza diz ter sido
excluída de um comercial da Caixa Econômica
Federal após a produção encontrar postagens
dela em redes sociais com críticas a Jair
Bolsonaro.
VOCÊ NÃO
“Um dia depois do trabalho concluído, me
avisaram que acharam meu posicionamento. E
que portanto não usariam a minha imagem”, diz
ela.
FOI ANTES
Uma cláusula do contrato com a CEF obrigava a
atriz a “não se manifestar publicamente, inclusive
através de redes sociais, sobre o governo
federal” ou sobre o presidente. Mas ela alega que
as críticas foram postadas meses antes da
assinatura.
NÃO FOI ISSO
A CEF afirma que não existe orientação sobre a
conduta pessoal de seus contratados. As
agências teriam apenas que “preservar a da
imagem do banco”. A agência Artplan nega que o
motivo do corte tenham sido as críticas e diz que
outros atores também não entraram no material
final.
POSE
A atriz Sonia Braga concedeu entrevista à revista
Vogue Brasil de setembro; ela dedica a atuação
no filme “Bacurau” a Marielle Franco e diz que
“geralmente acontece deste jeito: os filmes
aparecem e estou pronta para eles”
EU QUERO
Prefeitos de todo o país vão pleitear os recursos
que as nações do G7, as mais ricas do mundo,
estão oferecendo ao Brasil.
EU TAMBÉM
Como Jair Bolsonaro desdenhou da ajuda, Jonas
Donizette, prefeito de Campinas e da Frente
Nacional de Prefeitos (FNP), e Bruno Covas,
prefeito de SP e vice-presidente de Mudanças
Climáticas da entidade, vão formalizar uma
solicitação aos embaixadores dos países pedindo
que os recursos sejam destinados aos
municípios.
NA GRADE
A TV Bandeirantes oferece nesta quarta (28)
almoço no Espaço Traffô, em SP, para apresentar
a grade de programação de 2020. Uma das
novidades é a exibição do reality de finanças “Me
Poupe”, com Nathalia Arcury.* O canal dela tem
3,9 milhões de inscritos no YouTube.
TALHER
Data: 28/08/2019
40
Grupo de Comunicação
O Secretário de Comunicação, Fabio Wajngarten,
e a mulher dele, Sophie, recebem nesta quarta
(28), Dia Nacional do Voluntariado, convidados
para um jantar seguido de palestra de Fábio
Silva, do Transforma Brasil, especialista no tema.
TALHER 2
Entre os convidados estão Luiz Antônio Nabhan
Garcia e os empresários Elie Horn e Meyer Nigri
SINAL...
O advogado Alberto Toron fará nesta quarta (28)
um desagravo aos colegas Dora Cavalcanti,
Augusto Arruda Botelho e Nelson Jobim no 25º
Seminário Internacional de Ciências Criminais. Os
três foram envolvidos em um inquérito criminal
“indevidamente, por conta do exercício da
advocacia”, diz ele
.... AMARELO
Na semana passada, a PF pediu à Justiça para
acessar documentos que mostrassem tratativas
dos profissionais com a Odebrecht.
LUZ, CÂMERA, AÇÃO
Os atores Selton Mello, Fabiula Nascimento e Zé
Carlos Machado compareceram ao lançamento da
série “Sessão de Terapia”, no Rooftop Augusta,
em SP, na segunda (26). As atrizes Lívia Silva e
Cecília Homem de Mello também passaram por
lá.
CURTO-CIRCUITO
Maria Bethânia e Liniker fazem show para
convidados em festa de 50 anos da Natura. Nesta
quarta (28), na Casa Natura Musical.
O documentário “Plantão Judiciário”, de Daniel
Brunet, será exibido nesta quarta (28). Às 8h30,
na Universidade Cruzeiro do Sul, e às 19h na
Unip.
O A.C. Camargo Cancer Center anuncia expansão
com quatro novas unidades e a ampliação da de
Santo André.
Marisa Orth e Miguel Falabella são os mestres de
cerimônia do Prêmio Master Imobiliário. Nesta
quarta (28), às 19h, no Clube Monte Líbano.
por BRUNA NARCIZO, BRUNO B. SORAGGI,
GABRIEL RIGONI e VICTORIA AZEVEDO
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabe
rgamo/2019/08/stf-nega-absolvicao-sumaria-de-
ex-primeira-dama-marisa-leticia.shtml
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Data: 28/08/2019
41
Grupo de Comunicação
O pastelão amazônico
Faria bem Bolsonaro em evitar o pastelão, falar
menos e aceitar o dinheiro europeu
O tema Amazônia virou pastelão, ou pâtisserie.
Na segunda-feira (26), Macron afirmou que a
ONU e a comunidade internacional deveriam
atribuir “estatuto internacional” à Amazônia,
violando a soberania territorial brasileira.
Quando me perguntam sobre o que é o tal do
globalismo, costumo citar as estruturas
supranacionais elitizadas, não eleitas e distantes
das necessidades do cidadão comum. Macron
acaba de prover um exemplo adicional. Nos anos
1960, a França de Charles de Gaulle
implementou um bloqueio militar e aduaneiro de
Mônaco, cercando com tanques de guerra o
minúsculo país de 20 mil habitantes que ocupa
uma área inferior a 5% da ilha de Manhattan.
Exigia que Mônaco cobrasse impostos mais altos
das companhias e cidadãos franceses operando
no principado. O bullying fez o príncipe Rainier
capitular. Agora, o presidente francês julga que o
Brasil não cuida bem da Amazônia. O consolo é
que Macron não é de Gaulle.
O objetivo de Macron com a histeria ambiental é
bloquear o acordo UE-Mercosul. Após a reunião
do G7 no fim de semana, declarou que hoje não
assinaria o acordo em razão da Amazônia.
Macron está defendendo o lobby mais poderoso
da Europa: os agricultores franceses viciados em
subsídios.
Não foi diferente com De Gaulle. Durante as
reuniões para instituir a Comunidade Europeia,
em 1965 e 1966, deixou a cadeira da França
vazia até que o país fosse agraciado com um
poder de veto sobre política agrícola.
Não fossem as proteções alfandegárias e não
alfandegárias, a Europa jamais produziria um
grão sequer de açúcar, e talvez até outros grãos.
Desse modo, o Brasil e países pobres como
Guatemala, Moçambique e Índia veem obstruídos
os benefícios da globalização.
Há consequências práticas do protecionismo
agrícola. Mais de 20 milhões de brasileiros vivem
na região amazônica, quase a metade abaixo da
linha da pobreza. São pessoas de carne e osso, e
não monstros violadores do “pulmão do mundo”
(uma expressão falaciosa, aliás). Precisam
sobreviver por meio da produção, em geral
produtos agrícolas, que poderiam ser escoados
mais facilmente ao mundo desenvolvido que ao
mercado consumidor brasileiro ao sul.
Como afirma Leandro Narloch em seu artigo do
dia 26 no The Wall Street Journal,
desenvolvimento é precondição da preservação
sustentável.
O pequeno agricultor amazônico costuma
observar o Código Florestal, particularmente
quanto ao limite utilizável de apenas 20% do
terreno. Porém, sofre dificuldade em obter
energia, combustível e vias de escoamento, e
perpetua-se uma produção de mera subsistência.
Boa parte do problema ambiental se deve aos
ambientalistas, profissionais do obstáculo ao
desenvolvimento. A vasta maioria considera que
a atividade econômica baseada em lucro e trocas
voluntárias é a causadora da crise ambiental.
Narloch abraça soluções mais capitalistas:
defende a permissão para mineração sustentável
nas extensas áreas indígenas, a construção de
hidroelétricas de baixo impacto e a adoção de
manejo sustentável da madeira extraída. Não há
dicotomia “mercado” versus “ambiente”: na
verdade, o mercado é amigo do ambiente.
O ambientalismo é no fundo um movimento de
elite. Os aumentos de preços derivados das
proibições de atividades e produtos acertam em
cheio o bolso dos mais pobres em nome de
atender as suscetibilidades do ambientalista com
condições financeiras.
Faria bem o presidente Bolsonaro em evitar o
pastelão, falar menos e aceitar o dinheiro
europeu.
Helio Beltrão
Engenheiro com especialização em finanças e
MBA na universidade Columbia, é presidente do
instituto Mises Brasil.
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/helio-
beltrao/2019/08/o-pastelao-amazonico.shtml
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Data: 28/08/2019
42
Grupo de Comunicação
O dia do fogo e o pulo do sapo
A resposta tardia à crise ambiental precisa vir
seguida de forte ação
Chamadas de hot spots, por reunir diversos tipos
de crimes, incluindo altíssima incidência de
desmatamento, Altamira e outras cidades no
Pará estão há tempos entre as mais violentas do
Brasil e do mundo.
As causas sobrepostas da violência passam pela
história da exploração predatória da floresta,
urbanização descontrolada, por negligência e
corrupção pública que atrasam nosso
desenvolvimento.
O Dia do Fogo, como foi batizado o último dia 10,
foi expressão máxima da certeza da impunidade
dos grupos que exploram de forma criminosa a
região.
A denúncia, que precisa ser apurada até o fim,
diz que os incêndios nas margens da BR 163
foram combinados em um grupo de WhatsApp
com mais de 70 pessoas, entre sindicalistas,
produtores rurais, comerciantes e grileiros.
O suposto motivo seria demonstrar apoio às
ideias do presidente Bolsonaro de desmontar a
capacidade de fiscalização da legislação
ambiental e de perdoar as multas de quem as
descumpre.
Há somente três fiscais do Ibama em Altamira —
maior município brasileiro, sem autonomia para
executar ações.
Quando o perverso plano vazou, o grupo
começou a reforçar a versão mentirosa sobre os
mandantes dos incêndios, disseminada pelo
próprio presidente da República, que os atribuiu
às ONGs.
Não é a primeira vez, e temo não ser a última,
em que crimes são praticados como decorrência
direta do discurso de incitação à violência e de
ações irresponsáveis de desmanche de políticas
públicas essenciais.
Só que dessa vez o governo brasileiro
subestimou severamente a escala da
preocupação nacional e global com a Amazônia e
precisou voltar atrás.
Uma recente pesquisa do Ibope revelou que 96%
dos brasileiros querem que o governo reduza o
desmatamento ilegal.
A grande maioria, incluindo eleitores do
presidente, quer ver ações mais energéticas para
contê-lo e diminuir a “limpeza ilegal” de terras.
Fora do Brasil, a reputação do país foi
gravemente ferida pelos incêndios na Amazônia,
passando de modelo global de conservação
florestal a pária internacional em tempo recorde.
Vimos os principais líderes mundiais se
manifestarem pedindo ação contra o fogo. O
governo brasileiro prejudicou as relações do país
com aliados, incluindo França, Finlândia, Irlanda,
Alemanha, Noruega e Reino Unido.
A resposta tardia à crise precisa vir seguida de
forte ação. Está dada a chance para o governo
mudar por completo o rumo da atual política
antiambiental e começar a aliviar a tensão nos
hot spots da região amazônica.
Os três poderes do Estado precisam cessar o
desmanche e os retrocessos nas legislações
ambientais, em especial a flexibilização de
licenças e das reservas legais.
O Congresso precisa entender que, se apoiar as
propostas de armar a população civil, com
benesses especiais para áreas rurais, estará
potencialmente dando aval à política de incentivo
aos crimes contra o meio ambiente e contra seus
defensores.
O caso de Altamira nos mostra como essas
questões são intrinsecamente relacionadas em
um país que enfrenta muitos desafios em se
fazer cumprir a lei.
Estudos de organizações de ponta como Inpe,
Imazon, ISA, MapBiomas e Observatório do
Clima mostram que a floresta é muito mais
valiosa de pé, seja pela sobrevivência da nossa e
de tantas outras espécies que precisam dela para
regular o clima global, seja pelas inúmeras
descobertas que ainda estão por vir com o
incentivo à biotecnologia.
Data: 28/08/2019
43
Grupo de Comunicação
Com as novas tecnologias é absolutamente
possível aumentar a produtividade da
agroindústria sem desmatar mais.
Que a crise aguda nos ajude a pular da panela e
agir antes de assinar nossa lenta e dolorosa
sentença de morte. Afinal, quero crer que
sejamos mais inteligentes que os sapos.
Ilona Szabó de Carvalho
Empreendedora cívica, mestre em estudos
internacionais pela Universidade de Uppsala
(Suécia). É autora de “Segurança Pública para
Virar o Jogo”.
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ilona-
szabo/2019/08/o-dia-do-fogo-e-o-pulo-do-
sapo.shtml
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Data: 28/08/2019
44
Grupo de Comunicação
ESTADÃO Planalto quer melhorar imagem no exterior
Coluna do Estadão
Por entender que as embaixadas do Brasil
permanecem “aparelhadas” pelos governos
anteriores, o Planalto puxou para si a missão de
melhorar a imagem de Jair Bolsonaro no exterior.
Nessa visão, os atuais diplomatas, ainda
alinhados com o pensamento de “esquerda”,
estariam fazendo corpo mole na hora de
defender o Brasil e falhando na comunicação dos
feitos do presidente, como, por exemplo, “o
combate à corrupção”. O governo planeja
eventos em Londres, Paris e Washington com a
presença de representantes de veículos de
comunicação locais.
Despetização.
Apesar de o Itamaraty já estar mudando
embaixadores em pontos estratégicos, o Planalto
vê ainda com desconfiança diplomatas em vários
postos no exterior.
Otimistas.
A Frente Parlamentar Agropecuária estava tão
confiante no seguimento da tramitação da PEC
que libera atividades de agricultura e pecuária
em terras indígenas que já havia até escolhido
um relator para a Comissão Especial: Arthur Maia
(DEM-BA).
A regra…
Depois da “vaza jato”, os tribunais redobraram a
atenção com pedidos do Ministério Público. Em
Brasília um pedido do MP-DF está deixando o TJ
distrital de cabelo em pé.
…é clara.
Um dos endereços para busca e apreensão
oferecidos pelos procuradores é de uma
embaixada, que goza de inviolabilidade em razão
da convenção de Viena (1961) e imunidade
diplomática. A trapalhada gerou desconforto
geral.
Biu!
A primeira reunião em Brasília do líder do
Solidariedade na Câmara, Augusto Coutinho (SD-
PE), nesta semana, foi uma caminhada às 7 da
matina na residência oficial do presidente da
Casa. O convite veio do próprio Rodrigo Maia.
Trincheira.
O senador Cid Gomes (PDT-CE) leu linha por
linha da conclusão do inquérito da PF sobre
Rodrigo Maia, de quem não é aliado. Na opinião
dele, não tem nada. “É pura retaliação”, afirma.
Vem Pra Câmara.
Carla Zambelli (PSL-SP) convidou movimentos de
rua para acompanhar a votação do pacote
anticrime pelo grupo de trabalho na próxima
terça-feira.
CLICK.
Bruno Covas (2.º à esq.), torcedor do Santos, na
festa dos 105 anos do Palmeiras: aplaudido ao
prometer apressar a autorização para reforma
das portarias do clube.
Apuração.
A Polícia do Senado Federal ouviu na sexta-feira
o jornalista Vinicius Guerrero, que defendeu em
vídeo o assassinato do presidente Bolsonaro e de
seus filhos. A peça viralizou na internet. O
ministro Sérgio Moro (Justiça) também pediu à
Polícia Federal para apurar o caso.
Apuração 2.
Guerrero teria confessado os crimes de ameaça e
injúria. A Coluna não conseguiu contato com ele.
O procedimento investigatório foi instaurado a
pedido do senador Flávio Bolsonaro. A conclusão
será encaminhada ao MPF.
Água…
O programa da Sabesp e do governo de SP para
despoluir o Rio Pinheiros, cartão-postal da
capital, traz duas inovações: contratos de
performance, em que o contratado só recebe se
cumprir metas, e o uso de miniestações que vão
tratar diretamente a água dos córregos poluídos.
…limpa.
Data: 28/08/2019
45
Grupo de Comunicação
Associadas à implantação das redes de esgoto, a
alternativa é o pulo do gato para que a iniciativa
dê certo até 2022, como promete João Doria.
PRONTO, FALEI!
Fabiano Contarato, senador (Rede-ES): “Como
humanista, aceito defender a internacionalização
do mundo. Enquanto o mundo me tratar como
brasileiro, lutarei para a Amazônia ser nossa.”
COM REPORTAGEM DE ALBERTO BOMBIG,
JULIANA BRAGA E MARIANNA HOLANDA.
COLABORARAM ELIANE CANTANHÊDE, GLAUCO
DE PIERRI E CIRO CAMPOS
https://politica.estadao.com.br/blogs/coluna-do-
estadao/planalto-quer-melhorar-imagem-no-
exterior/
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Data: 28/08/2019
46
Grupo de Comunicação
A nossa Amazônia
A velha ambição disfarçada de filantropia de
fachada não prevalecerá
Antonio Hamilton Martins Mourão*, O Estado de
S.Paulo
No contexto de uma campanha internacional
movida contra o Brasil, ressurgiu a antiga
pretensão de relativizar, ou mesmo neutralizar, a
soberania brasileira sobre a parte da Região
Amazônica que nos cabe, a nossa Amazônia.
Acusações de maus-tratos a indígenas, uso
indevido do solo, desflorestamento descontrolado
e inação governamental perante queimadas
sazonais compõem o leque da infâmia despejada
sobre o País, a que se juntou a nota diplomática
do governo francês ofensiva ao presidente da
República e aos brasileiros.
O Brasil não mente. E tampouco seu presidente,
seu governo e suas instituições.
Em primeiro lugar, porque o Brasil tem a seu
lado a História, sobre a qual, em consideração à
memória nacional, nos devemos debruçar.
A Amazônia que nos pertence foi conquistada no
tempo em que só a ação intimorata garantia
direitos. Depois da expulsão dos franceses de
São Luís (1615) e da fundação do forte do
Presépio, a futura Belém (1616), corsários
ingleses e holandeses foram combatidos e
expulsos da foz do Rio Amazonas. A União
Ibérica (1580-1640) ofereceu oportunidade para
que bandeirantes e exploradores rompessem as
Tordesilhas, um desenvolvimento histórico que
tem na primeira navegação da foz à nascente do
Amazonas (1637), façanha cometida por Pedro
Teixeira, seu marco definitivo.
Foram fortalezas que prefiguraram a ocupação e
a delimitação da Amazônia brasileira. Foi a
catequese que aglutinou os indígenas sob a
proteção da cruz, favorecendo a miscigenação
que fomentou o povoamento da região. A
fundação do forte de São José do Rio Negro, na
confluência do Rio Negro com o Solimões (1663),
reuniu em seu entorno índios barés, baniuas e
passés, dando origem à povoação que viria a se
transformar na cidade de Manaus.
Após a Independência, em nossa primeira
legislatura, quando a pretensão estrangeira de
impor um monopólio de navegação no Amazonas
ousou atribuir aos brasileiros a pecha de
ignorantes, coube ao Senado devolvê-la,
lembrando que cabia aos brasileiros a primazia
dos descobrimentos sobre a região, conforme
atestado pelo próprio Humbolt.
E no início do século 20, enquanto a Europa se
dilacerava nos campos de batalha da 1.ª Guerra
Mundial, um dos nossos maiores soldados,
Cândido Mariano da Silva Rondon, completava
sua campanha sertanista (1915-1919) em Mato
Grosso levantando cartograficamente os vales do
Araguaia e as cabeceiras do Xingu; descobrindo
minas de sulfeto de ferro, ouro, diamantes,
manganês, gipsita, ferro e mica; e o mais
importante, fazendo amigas as nações
nhambiquara, barbados, quepi-quepi-uats,
pauatês, tacuatés, ipoti-uats, urumis, ariquemes
e urupás, que ao final da ciclópica empreitada
apontavam para as armas dos exploradores e
diziam: “Enombô, paranã! Dorokói pendehê”
(“joguem no rio, a guerra acabou”).
Epopeia consumada, mas por concluir, na qual o
Brasil jamais prescindiu da cooperação das
nações condôminas desse patrimônio reunidas no
Pacto Amazônico, que comemorou, no ano
passado, 40 anos de sua assinatura, o qual, pela
sua finalidade e sua clareza de propósitos,
dispensa protagonismos de última hora movidos
por interesses inconfessáveis. Se existisse algum
protagonismo nacional na Amazônia sul-
americana compartilhada por nove países, algo
que o Brasil nunca avocou, ele seria, pelos
números, pela presença e pela História,
brasileiro.
Se a História dá razão ao Brasil em qualquer
debate sobre a Amazônia, cabe colocar, em
segundo lugar, que ele tem a seu favor os fatos.
Não há país que combine legislação ambiental,
produtividade agropecuária, segurança alimentar
e preservação dos biomas com mais eficiência,
eficácia e efetividade do que o Brasil. Não
bastassem todos os dados legais e científicos,
sobejamente conhecidos, que comprovam essa
assertiva, tomem-se não as palavras, mas os
atos do governo brasileiro no sentido de
combater queimadas e apurar crimes de toda
natureza praticados na Região Amazônica, o que
desqualifica as desproporcionais acusações e
agressões desferidas contra o País por causa do
meio ambiente.
Data: 28/08/2019
47
Grupo de Comunicação
E se não bastassem a História e os fatos, cabe
apontar o que se revela nas declarações oficiais,
nas confidências mal escondidas, nas entrelinhas
dos comunicados e no ecorradicalismo incensado
pela imprensa: a velha ambição disfarçada por
filantropia de fachada.
É inacreditável que, num momento em que
guerras comerciais e protecionismos turvam o
horizonte mundial, e são publicamente
condenados em todas as instâncias internacionais
responsáveis, líderes de países europeus
venham, individualmente ou em conjunto, tomar
iniciativas contra o livre-comércio, procurando
sabotar acordos históricos como o firmado entre
a União Europeia e o Mercosul e entre este e os
países da Associação Europeia de Livre-Comércio
(Efta) – Noruega, Suíça, Islândia e Liechtenstein.
Como é inacreditável que pessoas que até há
pouco tempo ocupavam cargos públicos se
esqueçam de uma das linhas mestras da
diplomacia do Brasil, a de preservar a liberdade
de interpretar a realidade do País e de encontrar
soluções brasileiras para os problemas
brasileiros, conforme colocadas pelo chanceler
Horácio Lafer em 1959.
Nada disso prevalecerá. O Brasil não tem tempo
a perder. Com trabalho, coragem e determinação
ele encontrará o seu destino de grandeza: ser a
mais pujante e próspera democracia liberal do
Hemisfério Sul.
E por qualquer perspectiva, da preservação ao
desenvolvimento, da defesa à segurança, da
História ao Direito, a nossa Amazônia continuará
a ser brasileira. E nada exprime melhor isso do
que a canção do internacionalmente reconhecido
Centro de Instrução de Guerra na Selva: À
Amazônia inconquistável o nosso preito,/ A nossa
vida por tua integridade/ A nossa luta pela força
do direito/ Com o direito da força por validade.
*VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA
https://opiniao.estadao.com.br/noticias/espaco-
aberto,a-nossa-amazonia,70002985255
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Data: 28/08/2019
48
Grupo de Comunicação
A degradação da Presidência
Faria bem ao presidente Jair Bolsonaro aprender
a ter modos no exercício do cargo
Notas e Informações, O Estado de S.Paulo
O presidente Jair Bolsonaro só diz as
barbaridades que diz porque não lhe são
interpostos a contento os devidos freios, se não
jurídicos, de natureza ética. A rigor, o que ocorre
é exatamente o oposto. De seus fiéis apoiadores,
uma parcela estimada em 30% dos eleitores, e
de seu círculo próximo de colaboradores - alguns
deles, na verdade, meros bajuladores -, o
presidente tem recebido o incentivo incondicional
e barulhento para agir exatamente como tem
agido, ou seja, estimulando conflitos em vez de
ser o agente primaz da pacificação de um país
esgarçado.
De outros segmentos da sociedade, incluindo
algumas autoridades, o que se observa é, no
máximo, uma certa resignação diante da
absoluta inadequação de Jair Bolsonaro para o
elevado cargo ao qual foi alçado. Com
frequência, costuma-se dizer que “ele (o
presidente) é isso”, “ele é assim mesmo”, como
se a aceitação de um padrão de comportamento
que amesquinha a Presidência da República não
fosse muito grave.
É evidente que há focos de indignação na
sociedade, até mesmo entre aqueles que
votaram em Bolsonaro, diante dos impropérios
do presidente, cada vez mais frequentes. Mas
estes nem de longe são capazes de levá-lo à
reflexão sobre suas palavras e ações. Fiel à sua
conhecida natureza autoritária, Jair Bolsonaro
desqualifica qualquer opinião diferente da
vassalagem ou da adulação.
O resultado não poderia ser pior. Sentindo-se à
vontade para proceder como se a dignidade do
cargo fosse um luxo excessivo e descartável, o
presidente Bolsonaro tem impingido
constrangimentos atrás de constrangimentos aos
brasileiros ciosos da moralidade pública, da ética
e da altivez que deve ter o ocupante da
Presidência da República.
Há poucos dias, um desses apoiadores mais
santanários de Jair Bolsonaro publicou no perfil
oficial do presidente no Facebook uma inominável
grosseria contra a primeira-dama da França,
Brigitte Macron. Na visão do sujeito, a recente
animosidade entre Emmanuel Macron e o
presidente brasileiro, por conta da crise
ambiental na Região Amazônica, seria fruto da
“inveja” do presidente francês diante da “beleza”
da primeira-dama brasileira, Michelle Bolsonaro.
O mínimo que se poderia esperar é que a tolice
de um fã destrambelhado fosse ignorada. Mas o
presidente Jair Bolsonaro não só a comentou,
como a endossou. “Não humilha, cara. Kkkkkkk”,
respondeu o chefe do Poder Executivo, usando
linguagem de um adolescente carente de riqueza
vocabular.
A baixeza do presidente do Brasil mereceu pronta
resposta de sua contraparte francesa. O
presidente Emmanuel Macron veio a público na
segunda-feira passada dizer que tem “amizade e
respeito pelo grande povo brasileiro” e disse
esperar que o Brasil “tenha rapidamente um
presidente que se comporte à altura”.
Este foi apenas mais um lamentável episódio de
uma série de atitudes do presidente Jair
Bolsonaro que, pouco a pouco, têm degradado a
Presidência da República. Não faltam exemplos
nesses pouco mais de oito meses de mandato,
indo desde a defesa da tortura como ação de
Estado até a negação da Ciência.
O presidente Jair Bolsonaro, ao contrário do que
possa parecer, não age irrefletidamente. Não é
crível supor que tenha feito o comentário que fez
a respeito dos atributos físicos da primeira-dama
francesa, apenas para ficar no caso mais recente,
sem sopesar as reações às suas baixarias. Se
não há cálculo político, no mínimo há um desleixo
moral que só viceja no mais alto cargo executivo
da República porque a ele não é dado o devido
combate.
Parece cada vez mais claro que Jair Bolsonaro
optou por radicalizar ainda mais seu discurso e
suas ações a fim de manter acesa a chama do
Data: 28/08/2019
49
Grupo de Comunicação
que acha ser a militância mais aguerrida. Essa é
uma atitude infantojuvenil que não cabe ao
presidente da República, representante
constitucional do povo brasileiro. O País já
assistiu a essa prática e os resultados não foram
bons. Faria bem ao presidente Jair Bolsonaro
aprender a ter modos no exercício do cargo. Se
não por educação e liturgia, por proveito pessoal.
https://opiniao.estadao.com.br/noticias/notas-e-
informacoes,a-degradacao-da-
presidencia,70002985240
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Data: 28/08/2019
50
Grupo de Comunicação
Trump pressiona para liberar exploração
madeireira em Tongass, maior floresta dos
EUA
A medida afetaria uma abrangente política da
administração Clinton de proteção ambiental,
conhecida como Roadless Rulle, que tem
sobrevivido a décadas de ataques legais
Redação, O Estado de S.Paulo
O presidente americano, Donald Trump, instruiu
seu secretário da Agricultura, Sonny Perdue, a
tentar liberar mais da metade da Floresta
Nacional de Tongass, no Alasca, de restrições de
desmatamento impostas há quase 20 anos. A
informação foi divulgada pelo jornal The
Washington Post, citando três pessoas com
conhecimento no assunto, após uma discussão
privada entre o presidente e o governador do
Estado, Michael Dunleavy.
A medida, se avançar, sujeitará parte da
Tongass, de 16,7 milhões de acres, a potenciais
projetos de extração de madeira, energia e
mineração. A medida afetaria uma abrangente
política da administração Clinton de proteção
ambiental, conhecida como Roadless Rulle, que
tem sobrevivido a décadas de ataques legais. A
política, assinada dias antes de o presidente
deixar o cargo, em 2001, impediu a construção
de estradas em mais de 50 milhões de acres de
florestas nos EUA.
A floresta de Tongass, no Alasca Foto: Paul A.
Robbins/Forest Service/W.Post
De acordo com o Post, Trump assumiu um
interesse pessoal sobre "manejo florestal", um
termo que ele disse no ano passado ter
"redefinido" desde que assumiu o cargo, em
2017.
Políticos têm, há anos, disputado o destino da
Tongass, um enorme trecho do sudeste do Alasca
repleto de antigos pinheiros, cedros e rios ricos
em salmão. O presidente George W. Bush tentou
reverter a política de Clinton, mas foi impedido
por um juiz federal.
A decisão de Trump tem um peso, no momento
em que os funcionários do Serviço Florestal
haviam planejado mudanças no sentido contrário
para o gerenciamento da floresta, retomando
uma batalha que o governo anterior pretendia
resolver.
Em 2016, no governo Obama, a agência finalizou
um plano para eliminar gradualmente a prática
de extração de madeira na Tongass em até uma
década. O Congresso determinou que mais de
5,7 milhões de acres da floresta devem
permanecer protegidos sob quaisquer
circunstâncias. Se o plano de Trump for bem
sucedido, isso poderá afetar 9,5 milhões de
acres.
A madeira corresponde a uma pequena fração
dos empregos no sudeste do Alasca - pouco
menos de 1%, de acordo com a organização de
desenvolvimento regional Southeast Conference,
comparado aos 8% do processamento de frutos
do mar e aos 17% do turismo.
Mas os habitantes do Alasca, incluindo o
governador republicano e a senadora Lisa
Murkowski, do mesmo partido, pressionam
Trump a isentar seu Estado da regra ambiental,
que não permite estradas, exceto quando o
Serviço Florestal aprova projetos específicos, e
impede a extração comercial de madeira.
Em um comunicado, Murkowski disse que toda a
delegação do Alasca no Congresso e o
governador procuraram bloquear a política de
Clinton. “Nunca deveria ter sido aplicada ao
nosso Estado e está prejudicando nossa
capacidade de desenvolver uma economia
sustentável para a região Sudeste, onde menos
de 1% da terra é privada”, disse ela.
Os líderes do Alasca encontraram agora um
poderoso aliado no presidente Trump. Falando a
repórteres em 26 de junho, após se encontrar
com ele durante uma escala do Air Force One
para reabastecimento na Base Aérea de
Elmendorf, o governador disse que o presidente
"acredita nas oportunidades no Alasca". "Ele tem
Data: 28/08/2019
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Grupo de Comunicação
feito tudo o que pode para trabalhar conosco em
nossas preocupações de mineração, de extração
de madeira; falamos sobre as tarifas também.
Estamos trabalhando em um monte de coisas
juntos, mas o presidente se importa muito com o
Estado do Alasca."
Trump expressou apoio para derrubar as
isenções em Tongass durante a conversa com o
governador, de acordo com três pessoas que
falaram sob condição de anonimato sobre o
assunto. No início deste mês, Trump disse a seu
secretário para emitir um plano com esse
objetivo, segundo as fontes.
Não está claro quanto de extração de madeira
ocorreria na Tongass se as restrições federais
fossem levantadas porque o Serviço Florestal
teria de alterar seu plano de manejo para uma
potencial nova venda de madeira. O plano de
2016 identificou 962.000 acres como adequados
para exploração comercial e sugeriu que não
mais do que 568.000 acres deveriam ser
utilizados.
John Schoen, um ecologista aposentado da vida
selvagem que trabalhou na Tongass para o
Departamento de Pesca e Caça do Alasca, foi
coautor de um documento de pesquisa de 2013
que descobriu que aproximadamente metade das
grandes árvores antigas da floresta tinham sido
derrubadas no século passado. As grandes
árvores remanescentes fornecem um hábitat
crítico para os ursos marrons, os cervos Sitka,
uma ave de rapina chamada North Goshawk e
outras espécies, acrescentou.
Trump tem conversado frequentemente com seus
assessores sobre como administrar as florestas
do país e assinou uma ordem executiva no ano
passado com o objetivo de aumentar a
exploração madeireira, agilizando as revisões
ambientais federais desses projetos.
O presidente foi amplamente ridicularizado
depois de sugerir durante uma visita a Paradise,
a comunidade californiana devastada por um
incêndio em 2018, que os Estados Unidos
poderiam conter esses desastres seguindo o
modelo da Finlândia, que não sofre graves
incêndios florestais porque o país nórdico dedica
"muito tempo" a capinar suas florestas. / W.
POST
https://internacional.estadao.com.br/noticias/ger
al,trump-pressiona-para-liberar-exploracao-
madeireira-em-tongass-maior-floresta-dos-
eua,70002985429
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Data: 28/08/2019
52
Grupo de Comunicação
Incêndios na Bolívia expõem problemas
políticos para Evo Morales
Adversários de Morales atribuem incêndios à
campanha do governo de distribuição de terras
gratuitamente para camponeses
Anatoly Kurmanaev e Monica Machicao, The New
York Times
LA PAZ, BOLÍVIA - Em meio ao alarme
internacional diante dos incêndios na Amazônia
brasileira, a Bolívia enfrenta os próprios incêndios
devastadores. Para enfrentar a calamidade, o
presidente Evo Morales aceitou a ajuda
internacional. “Toda a cooperação oferecida é
bem-vinda, independentemente de ser oferecida
por organizações internacionais, celebridades ou
pelos presidentes que prometeram ajudar", disse
Morales na cidade de Cochabamba, onde faz
campanha pelo quarto mandato.
Os incêndios são uma característica regular da
temporada de seca no norte da América do Sul.
Mas esse ano foi diferente. Os incêndios na
floresta de Chiquitano, Bolívia, e na região
amazônica do Brasil foram muito maiores e mais
espalhados do que nas temporadas anteriores.
Isso despertou a preocupação internacional e, no
caso do Brasil, indignação diante do pouco caso
do presidente Jair Bolsonaro em relação à
gravidade do problema.
Morales disse ter recebido telefonemas dos
presidentes da Espanha, Chile e Paraguai nos
dias mais recentes, todos oferecendo ajuda. A
recuperação será lenta. Podem ser necessários
até 200 anos para que as florestas da Bolívia se
recuperem, disse Miguel Crespo, diretor do grupo
ambiental sem fins lucrativos Probioma. “Nunca
vi uma tragédia ambiental nessa escala", disse
ele. No início, Morales tentou reduzir a
importância do incêndio, que se espalha por
quatro estados desde o início de agosto.
Mas, em um país já galvanizado pela controversa
tentativa de reeleição de Morales, a reação ao
incêndio assumiu fortes tonalidades políticas. A
constituição da Bolívia impede Morales de se
candidatar novamente, e ele foi derrotado em um
referendo que teria permitido o quarto mandato.
Quando recorreu aos tribunais para eliminar o
limite à reeleição, a resposta foi o protesto nas
ruas. Agora, muitos criticam Morales pela
lentidão na resposta aos incêndios.
Já em 24 de agosto, o fogo tinha destruído quase
2,5 milhões de acres de floresta no estado
oriental de Santa Cruz, o dobro da área
incendiada na semana anterior. As chamas
estavam se aproximando da cidade de Santa
Cruz. Especialistas ambientais dizem que o fogo
ameaça cerca de 500 tipos de animais, incluindo
onças, antas e 35 espécies ameaçadas. E a
câmara do comércio da Bolívia previu que o fogo
reduzirá pela metade o produto interno bruto do
país este ano.
Os adversários de Morales atribuem os incêndios
descontrolados à campanha do governo de
distribuição de terras gratuitamente para
camponeses, abrindo novas áreas para o
agronegócio. Essas políticas garantiram a Morales
um amplo apoio entre os pobres, ao mesmo
tempo satisfazendo os apetites dos grupos
empresariais conservadores do país. Mas o custo
foi a exposição de vastas áreas à exploração,
terras que são limpas com a queimada, dizem os
críticos.
A autoridade de gestão de terras da Bolívia
calcula que 87% dos incêndios tenham começado
como queimadas ilegais iniciadas pelos
agricultores. Depois de ignorar os incêndios
inicialmente, Morales enviou soldados e três
helicópteros para combatê-los agora. Mas a
maior parte do trabalho de controle das chamas
é realizado por voluntários e estudantes.
Em seus 13 anos de governo, Morales lutou para
equilibrar suas supostas prioridades ambientais e
a necessidade política de produzir rápidos
resultados econômicos. O governo dele aprovou
pelo menos quatro leis e seis decretos ampliando
o uso agrícola de áreas florestais frágeis desde
2013, por exemplo.
A autoridade de gestão de terras da Bolívia disse
que o desmatamento teve alta de 200% depois
que o governo quadruplicou a área de
desmatamento permitida para os pequenos
produtores em 2015. “O governo desencadeou
um desastre ambiental", disse Crespo. “Em
grande medida, essa tragédia é o resultado do
populismo do governo e uma visão de
desenvolvimento com base no agrobusiness.” /
TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL
https://internacional.estadao.com.br/noticias/nyt
iw,incendios-bolivia-evo-morales,70002984945
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Data: 28/08/2019
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Grupo de Comunicação
Governo Johnny Bravo
O estilo de Bolsonaro guarda, de fato,
semelhanças com o do topetudo personagem dos
anos 1990, do Cartoon Network
Vera Magalhães, O Estado de S. Paulo
De todas as declarações polêmicas que Jair
Bolsonaro já deu nos seus oito meses de
mandato, poucas competem em nonsense com
uma do dia 6 deste mês. Questionado sobre a
indicação de Eduardo Bolsonaro para a
embaixada em Washington, se irritou com a
imprensa e soltou essa: “A imprensa tem de
entender que eu, Johnny Bravo, Jair Bolsonaro,
ganhou, porra!”.
Exibir apelidos privados é algo que a maioria das
pessoas procura evitar, pelo natural
constrangimento. Bolsonaro não só demonstrou
orgulho como repetiu a dose em outra ocasião –
o que torna um pouco mais difícil que ele diga,
agora, que não disse o que disse, outra de suas
bossas recentes.
Johnny Bravo é um personagem dos anos 1990,
do Cartoon Network. Seu character design é o de
um sujeito marombado, narcisista, machista e
burro. O que já torna estranho o orgulho de
evocar a alcunha.
Governadores estranharam insistência em pautas
alheias à crise Foto: Marcos Corrêa/PR
Há, inclusive, um episódio da segunda temporada
em que Johnny Bravo ascende ao poder, meio
por acaso. Todos os políticos da cidade são
acometidos de uma intoxicação alimentar, e a
legislação local determina que o “maior idiota da
cidade” assuma.
Bravo, então, passa a governar segundo critérios
estritamente pessoais: destrói uma livraria para
construir uma esfinge com seu rosto, decreta que
funcionárias devem trabalhar de biquíni,
transforma um parque público num
estacionamento e prende os oposicionistas. Até
ser destituído.
O estilo de Bolsonaro guarda, de fato,
semelhanças com o do topetudo. Suas
declarações desde que revogou a comunicação
institucional e inventou a paradinha do Alvorada
versaram sobre temas como cocô, ataques à
imprensa e à ciência, investida contra o pai
assassinado do presidente da OAB e a acusação
de que ONGs queimam a Amazônia.
Ao focar na exploração de terras indígenas na
reunião de ontem dos governadores da Amazônia
que deveria tratar da emergência ambiental,
Bolsonaro fez com que os presentes saíssem de
lá com a certeza de que sua pauta pessoal
sempre estará acima das questões de Estado.
“Foi bastante constrangedor ver o descolamento
do presidente da realidade”, disse à Coluna um
dos participantes (que, atenção, não era o
comunista Flávio Dino).
Assim, não é de estranhar que ele se abespinhe
quando questiona do sobre a indicação do filho, e
que ache normal dar o “filé” ao rebento. A sem-
cerimônia com que isso é defendido por
Bolsonaro Bravo, no entanto, começa a
preocupar os que têm de conviver
institucionalmente com ele – prefeitos,
governadores, funcionários públicos,
congressistas, procuradores, ministros do
Supremo… A lista é enorme, e ninguém fora do
círculo dos puxa-sacos está disposto a aceitar
coisas que seriam caricatas até em desenho
animado, como ofender a mulher de um chefe de
Estado e recusar dinheiro internacional por birra.
MEIO AMBIENTE: Ex-ministros pedirão a Maia
ação do Congresso na crise
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, receberá
hoje ex-ministros do Meio Ambiente, o presidente
Data: 28/08/2019
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Grupo de Comunicação
da OAB, Felipe Santa Cruz, e representantes do
setor produtivo, que entregarão a ele carta
pedindo a interferência do Congresso na crise
ambiental desencadeada pelo desmatamento e
agravada pelas queimadas na Amazônia. A
entrada de Maia no debate na semana passada
irritou Bolsonaro, que sugeriu que, se ele quer
ajudar, deve destinar recursos do Fundo
Partidário para conter as queimadas.
DINHEIRO SIM: Doria faz road show na
Alemanha em busca de investimentos
E Bolsonaro acabou dando ao governador João
Doria, seu potencial adversário em 2022, mais
uma chance de fazer um contraponto a seu
estilo. Enquanto o presidente se indispôs com a
Alemanha (e Noruega, e França), o governador
paulista inicia hoje um giro pelo país, com
previsão de anúncios de investimentos de R$ 1
bilhão e criação de 400 novos empregos.
https://politica.estadao.com.br/noticias/geral,gov
erno-johnny-bravo,70002985414
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Data: 28/08/2019
55
Grupo de Comunicação
Despoluição do Rio Pinheiros vai dar certo
se for transparente, diz ativista
Plano apresentado pela gestão Doria promete
investimento de R$ 1,5 bilhão. Fundador do
Movimento Volta Pinheiros diz que é preciso ter
certeza que esse é um projeto para a cidade,
'não só um passo eleitoral do governo'
Entrevista com Marcelo Reis, publicitário e
ativista do Movimento Volta Pinheiros
Tulio Kruse, O Estado de S.Paulo
Fundador do Movimento Volta Pinheiros, o
publicitário e ativista Marcelo Reis cobra do
governo estadual transparência e um cronograma
"mês a mês" da despoluição do Rio Pinheiros até
2022. Ele acredita no sucesso do plano,
apresentado pela gestão João Doria (PSDB), que
promete investimento de R$ 1,5 bilhão, a ser
pago de acordo com o desempenho de empresas
na limpeza do curso d´água.
Fundador do Movimento Volta Pinheiros diz que é preciso ter certeza que esse é um projeto para a
cidade Foto: VALERIA GONCALVEZ/ESTADAO
O Volta Pinheiros funciona como uma espécie de
“guerrilha midiática”, segundo Reis, ao chamar a
atenção para o esgoto jogado no Pinheiros por
meio de ações de marketing. Eles já colocaram
bonecos infláveis de cocô no rio e uma cápsula
do tempo, com cartas de crianças para o ano de
2020, no Parque do Povo, zona sul de São Paulo.
Caso o plano de despoluição dê certo, Reis
acredita que o movimento deve se tornar
“vigilante” e participar do esforço de manutenção
da orla.
“Precisamos ter certeza que esse projeto não é
só um passo eleitoral do governo. Esse projeto é
para a cidade”, afirma Reis.
O que o senhor achou do plano de R$ 1,5 bilhão
para despoluir o Rio Pinheiros, divulgado pela
Sabesp?
Conversando com vários atores, que entendem
profundamente sobre esse tema, percebemos
que tem o sonho de um projeto realmente
plausível ali. A própria Sabesp (Companhia de
Saneamento Básico do Estado de São Paulo) já
veio até nós para apresentar, pedindo apoio,
para conscientizar as pessoas. E a gente tem
sempre a mesma opinião, muito transparente
com a Sabesp: façam deste um projeto aberto,
coletivo, para que as pessoas possam consultar e
acessar.
A gente questionou bastante o desassoreamento,
que por si só não leva a lugar nenhum e já foi
feito. Mas o plano de investimento de R$ 1,5
bilhão tem todo o sentido, do ponto de vista do
saneamento. É tudo o que a gente vem
estudando com relação à limpeza: a
descentralização, os parceiros serem cobrados
por performance e não por volume de esgoto
coletado, ter mini-estações que cubram os 14
córregos que deságuam no rio, fazer a limpeza
para que o destino final não receba a poluição
crua e nua. O projeto faz sentido, é plausível.
O que está faltando agora, e que o governo
precisa apresentar para que isso não pareça
campanha política é: cadê o projeto? Com data,
com cronograma, com as empresas?
Abram o projeto para as pessoas, coloquem
“deadlines” (prazos), como acontece em qualquer
grande empresa de infraestrutura quando
apresentar qualquer projeto. Somos acionistas do
governo do Estado. A gente quer saber quando
começa e termina, como estará em 2021, qual é
o passo a passo.
Por que é importante abrir o projeto dessa
forma? O que pode ser feito a partir do momento
que o governo divulga esse cronograma?
Transparência é colocar os atores civis, ONGs,
SOS Mata Atlântica, a USP (Universidade de São
Paulo), as empresas de saneamento privado,
todo mundo da mesa para discutir o projeto. Isso
não pode ser resolvido pelo político e pelo
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consórcio que vai ganhar dinheiro em cima do
saneamento.
É colocar os atores sociais ao lado do governo,
participando, discutindo, entendendo, ouvindo.
Se não puder abrir para todo mundo participar,
tem de ao menos ouvir algumas pessoas idôneas,
para a sociedade saber o que está acontecendo.
Outra coisa: transparência é contar para onde
vão esse R$ 1,5 bilhão (da despoluição), e os R$
70 milhões do desassoreamento. Como será
usado o nosso dinheiro? A gente precisa saber.
O governo pode não conseguir fazer o que se
propõe até 2022. Se as pessoas virem que o
projeto está andando e virem seriedade, o
governador pode até ter outros interesses
políticos, querer virar presidente, mas vamos
perceber que há um projeto sério e dar
continuidade. Não é um projeto de governo, é de
Estado.
O Brasil nunca fez isso. O governo do Estado e a
Sabesp têm uma oportunidade de ouro, de
transformar um problema em sonho. Eles têm na
mão o desejo de 20 milhões de pessoas, que
pode se transformar em um exemplo para o
Brasil.
É um projeto de cidadania, de como reconstruir a
credibilidade do povo brasileiro com a classe
política. Perto de problemas como saúde,
educação e segurança, parece que o rio é
bobagem. Mas não é.
A questão do saneamento tem (relação) com
doenças, qualidade de vida, lazer, economia,
emprego formal e informal. Esse governo tem na
mão um projeto histórico, e é para fazer disso
um legado para o País. Este rio não é um
problema, é uma solução. Quem colocar esse
projeto à frente será lembrado eternamente por
essa cidade
Qual é o papel da sociedade civil para que a
despoluição tenha sucesso? O empresariado da
cidade deveria ter alguma responsabilidade nesse
esforço?
Sem a participação da população, isso não vai
acontecer. Para engajar as pessoas, perceber que
empresas idôneas – que não têm a ver com a
política – participam é uma demonstração de que
o projeto ganhou força. É vital que o governo
apresente um projeto detalhado, de longo prazo,
mês a mês, semestre a semestre, para que
consiga colocar para dentro a credibilidade de
CEOs de grandes marcas. Só assim as pessoas
vão acreditar que ali existe um projeto.
O que discutimos não é se é viável ou não. É
viável, sim. Não tem uma pessoa de empresa de
saneamento que não fale: em quatro anos, o rio
para de feder e volta a ter aspecto “convivível”.
O que está sendo discutido agora é credibilidade
política. Precisamos ter certeza que esse projeto
não é só um passo eleitoral do governo. Esse
projeto é para a cidade.
Infelizmente, hoje o político está tendo de provar
que não usa a coisa pública para interesses
partidários. Transparência é o primeiro passo
para ter credibilidade. Aí sim vamos conseguir
cobrar que alguém não jogue bituca na rua, não
jogue plástico na rua, não jogue óleo na pia. Se
os pais não cuidam da casa, é impossível cobrar
o filho.
E se esse plano fracassar e a sociedade não se
mobilizar?
É impossível ter um projeto sério que não visa a
mobilização das pessoas. Isso envolve vários
políticos. Se você torce contra determinado
governador, não vai torcer contra a sua cidade.
Não acredito que um projeto desse, feito com
seriedade, não ganhe o abraço das pessoas.
Como foi a faixa de bicicleta, a faixa de ônibus há
muitos anos atrás, como foi a (Lei) Cidade
Limpa. É impossível não abraçar.
(A sociedade) Não vai abraçar só se chegar em
2021 e não vermos nada acontecendo. Não há a
menor possibilidade de isso acontecer se o
projeto for transparente.
No melhor cenário possível, e se o projeto der
certo e o governo alcançar as metas? O que
acontece com o Movimento Volta Pinheiros
quando o rio voltar?
O movimento terá de ser vigilante, e espero que
tenha importância e credibilidade. Por isso,
precisamos ter muito cuidado agora e saber qual
é o projeto. Daqui a algum tempo, vamos ter de
deixar de ser “guerrilha midiática” e se
transformar em um movimento vigilante.
Uma vez que o rio estiver limpo, podemos
começar a convidar marcas para participar da
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Grupo de Comunicação
manutenção: restauração de ciclovia, implantar
transporte público, quem vai colocar o primeiro
restaurante. O movimento pode se desenvolver
de diversas formas, sempre convidando as
pessoas a ocupar. Quando as pessoas ocupam,
não tem mais como deixar degradar.
https://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/
geral,despoluicao-do-rio-pinheiros-vai-dar-certo-
se-for-transparente-diz-ativista,70002985473
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Data: 28/08/2019
58
Grupo de Comunicação
Pelo menos 18 marcas, como Timberland e
Kipling, suspendem compra de couro do
Brasil
Empresas alegam a alta das queimadas na
Amazônia como motivo para a boicote, alerta
entidade que representa o setor em carta ao
ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles
Giovana Girardi, O Estado de S.Paulo
SÃO PAULO - Pelo menos 18 marcas de roupas e
calçados internacionais, como Timberland,
Kipling, Vans e The North Face, solicitaram a
suspensão de compras de couro do Brasil por
causa das queimadas na Amazônia.
A informação foi passada nesta terça-feira, 27,
pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil
(CICB), associação que representa as empresas
produtoras de couro, em carta enviada ao
ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.
“Recentemente, recebemos com muita
preocupação o comunicado de suspensão de
compras de couros a partir do Brasil de alguns
dos principais importadores mundiais. Este
cancelamento foi justificado em função de
notícias relacionando queimadas na região
amazônica ao agronegócio do País. Para uma
nação que exporta mais de 80% de sua produção
de couros, chegando a gerar US$ 2 bilhões em
vendas ao mercado externo em um único ano,
trata-se de uma informação devastadora”,
escreve José Fernando Bello, presidente
executivo do CICB.
“Entendemos com muita clareza o panorama que
se dispõe nesta situação, com uma interpretação
errônea do comércio e da política internacionais
acerca do que realmente ocorre no Brasil e o
trabalho do governo e da iniciativa privada com
as melhores práticas em manejo, gestão e
sustentabilidade. Porém, é inegável a demanda
de contenção de danos à imagem do país no
mercado externo sobre as questões amazônicas”,
continua a entidade, que na sequência, lista
alguns exemplos de empresas que fizeram esse
pedido.
Na carta, foram citadas: Timberland, Dickies,
Kipling, Vans, Kodiak, Terra, Walls, Workrite,
Eagle Creek, Eastpack, JanSport, The North Face,
Napapijri, Bulwark, Altra, Icebreaker, Smartwoll
e Horace Small.
Bello afirma ainda que a entidade está tentanto
reverter o quadro, mas pede “ao ministério uma
atenção especial sobre a realidade que já nos é
posta, com a criação de barreiras comerciais por
importantes marcas ao produto nacional”.
Alta nas queimadas
A Amazônia, do início do ano até esta terça-feira,
já sofreu 43.421 focos de incêndio neste ano.
Somente neste mês foram 27.497 –valor mais
alto que a média para o mês inteiro registrada
nos últimos 21 anos, que foi de 25.853 focos,
segundo dados do Programa Queimadas, do
Inpe. Para o bioma, este é o mais número de
focos de incêndio para o mês desde 2010,
quando houve 45.018. Mas aquele foi um ano de
seca histórica na região.
Agosto em geral tem mais fogo, porque é o início
da temporada seca na Amazônia. Apesar disso,
este ano está um pouco mais úmido que nos
anteriores. Tanto a Nasa quanto o Instituto de
Pequisa Ambiental da Amazônia (Ipam),
mostraram que os incêndios deste ano estão
relacionados com a alta do desmatamento na
região. Alertas feitos pelo Deter, do Inpe,
indicam para uma alta de quase 50% no
desmatamento entre agosto do ano passado e
julho deste ano, na comparação com os 12
meses anteriores.
https://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/
geral,pelo-menos-18-marcas-como-timberland-e-
kipling-suspendem-compra-de-couro-do-
brasil,70002985937
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Data: 28/08/2019
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E as abelhas continuam morrendo
A Comissão Europeia em Bruxelas tomou uma
decisão que aguardávamos há seis anos sobre a
luta contra a mortalidade das abelhas
Gilles Lapouge , colunista
Está na moda censurar a União Europeia por sua
inércia, seus encargos, sua lentidão, suas inúteis
palavras paralisantes entre nações. Este mês, no
entanto, ela fez um esforço.
Em 17 de julho, no meio das férias de verão, a
Comissão Europeia em Bruxelas tomou uma
decisão que aguardávamos há seis anos sobre a
luta contra a mortalidade das abelhas. Qual a
decisão? Bruxelas desistiu de atualizar os
princípios de avaliação de risco dos pesticidas
responsáveis pelas mortes de abelhas. Ela pediu
à Autoridade Europeia para a Segurança dos
Alimentos (EFSA) que analisasse o assunto.
Portanto a decisão foi adiada até o verão de
2O21, o que permitirá que sejam realizados
novos “testes com abelhas”. Como as abelhas
cumpriram esse novo prazo das autoridades
europeias? Resignadas, diríamos.
A decisão de Bruxelas prolonga o infortúnio das
abelhas (e o da Terra, uma vez que a polinização
realizada por esses insetos é totalmente ligada à
vegetação, aos campos, às florestas, aos jardins
e, portanto, aos homens). Mas há trinta anos os
homens assistem, perplexos à morte maciça de
abelhas (lembro-me de ter escrito um artigo no
Estado de S. Paulo). Desde então, o desastre foi
confirmado. O desaparecimento de insetos,
incluindo abelhas, está se acelerando. A revista
científica PloS One informa que, desde 1989, a
quantidade de insetos voadores caiu 75% em
sessenta “áreas protegidas” na Alemanha.
A ciência se indagou se tal morte de insetos
poderia ser explicada pelo clima. No entanto,
essa hipótese foi rejeitada: nem calor, nem frio,
nem iluminação, nem nitrogênio no solo, nada
disso fornece uma explicação coerente para esse
colapso da população de insetos. Portanto, não
se trata de uma causa natural, mas uma causa
externa, uma manipulação dos homens.
Pela lógica, a diminuição dos insetos voadores
deve ter efeitos fatais para aves, cuja
alimentação é parcialmente vinda desses insetos.
De fato, em 2018, o CNRS e o Museu de História
Natural de Paris semearam consternação ao
anunciar que 30% da população de aves
selvagens desapareceu na França em quinze
anos (e encontramos os mesmos resultados em
quase toda a Europa) Até os caminhantes,
mochileiros, amantes, poetas, ficam
impressionados com a escassez dos pássaros e
seus cantos.
O ministro da Ecologia da França, o notável
Nicolas Hulot, com o qual Macron havia obtido
seu “álibi ecológico”, anunciara esse desastre em
2 de março de 2008 frente à Assembleia Nacional
com as seguintes palavras: “Tenho vergonha”.
Alguns meses depois, ele renunciou, deixando
Macron, no domínio ecológico, entregue às suas
habilidades e retórica.
Essa “vergonha” significa: foi provavelmente uma
das muitas dificuldades que Nicolas Hulot
encontrou à frente durante sua presença no
ministério francês. Não há dúvida de que, no
caso das abelhas, como no caso dos glifosatos, e
em outras batalhas, Nicolas Hulot encontrou os
mesmos silvicultores das finanças e trevas, os
mesmos pelos quais Hulot, com sua ineficaz
espada teve que voltar. Ele foi derrotado: os
fabricantes de produtos mortais, que se
contorciam como vermes, ou melhor, como
escorpiões, montavam barricadas sempre que
um de seus atraentes venenos corria o risco de
ser denunciado pelos cientistas. E, como essas
empresas poderosas, essas “hidras”, com dez mil
braços, dispõem, na falta de moralidade, de
enormes estoques de prata que sua química lhes
dá, eles conseguem facilmente convocar
Data: 28/08/2019
60
Grupo de Comunicação
batalhões de cientistas, pesquisadores, prontos
para adiar indefinidamente as decisões drásticas
que devem ser tomadas.
Foi o que aconteceu em Bruxelas: os países
membros, camuflados por trás da Comissão,
rejeitaram a decisão sobre os principais
inseticidas neonicotinóides e, tanto pior se
enquanto isso, as colônias se obstinassem em
morrer, como elas têm o costume de fazer.
/Tradução de Claudia Bozzo
https://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/
geral,e-as-abelhas-continuam-
morrendo,70002985491
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Data: 28/08/2019
61
Grupo de Comunicação
VALOR ECONÔMICO Governo estuda decreto para proibir
queimadas
Por Cristiano Zaia | De Brasília
Diante da crise com os incêndios na Amazônia, o
governo avalia baixar um decreto para proibir o
uso do fogo em todo o território nacional por um
período de dois meses por causa das estiagens. A
medida vem sendo estudada para regulamentar
mais ainda as queimadas legais no país.
"Já encaminhei uma minuta de decreto para a
Casa Civil e, se não houver nenhum problema
legal, o presidente pode assinar nos próximos
dias", disse ao Valor o ministro Ricardo Salles.
"Não é tão simples fazer a proibição peremptória,
precisa ser transitória. Tem comunidades
tradicionais que usam o fogo como parte da sua
cultura", acrescentou. Só ficariam livres do
decreto as queimadas para fins fitossanitários
(usadas para doenças e pragas em pastos e
lavouras).
O ministro já havia aventado a possibilidade do
decreto há dois dias, ainda admitiu que alguns
governos estaduais já publicaram decretos nesse
sentido conforme o rigor do clima seco em suas
regiões, outros não proíbem e há os que proíbem
mas não cumprem. A Casa Civil vem ponderando
que a proibição deve se restringir a unidades de
conservação ambiental.
O governador do Maranhão, Flávio Dino, por
exemplo, editou na segunda-feira decreto
proibindo o uso de fogo nesse "período crítico" e
que prevê práticas sustentáveis com o intuito de
conciliar a preparação de áreas para agricultura e
a proteção ambiental. "Achamos que esse é o
mecanismo útil para que possamos sair desse
quadro emergencial."
O artigo 38 do Código Florestal, de 2012, já
prevê as chamadas "queimadas legais" em todo
Brasil para atividades agropecuárias e florestais,
em unidades de conservação e para pesquisa
científica, desde que autorizadas por órgãos
ambientais. Quem queimar áreas já abertas ou
para desmatar sem autorização, está sujeito a
uma multa de R$ 1 mil por hectare. Por outro
lado, o órgão que fiscaliza precisa provar a
origem do eventual "uso irregular do fogo" - se a
queima for acidental ou causada por terceiros, o
produtor não é penalizado.
Rodrigo Justus, assessor técnico da Confederação
da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), lembra
que os Estados costumam vedar a queimada
geralmente entre junho e setembro, auge do
clima seco, para evitar incêndios. E voltam a
permitir as queimadas quando aparecem as
chuvas, de outubro a abril.
Em casos de desmatamento previsto em lei e
usado para abrir novas áreas de plantio - no caso
do bioma amazônico, o máximo permitido para
desmatar é de 20% da propriedade -, é preciso
retirar a madeira e cercar a área, antes de
queimar, além de comunicar vizinhos. Trata-se
da queima controlada que, se bem conduzida,
guarda baixo risco do fogo se espalhar e causar
um incêndio. "A queima autorizada só é feita
para abrir área, geralmente na agricultura
familiar ou assentamentos. Usar fogo na
agricultura moderna é ter prejuízo na certa e
você perde 10% de produtividade."
Assuero Veronez, presidente da Federação de
Agricultura do Acre, admite que o desmatamento
ilegal é uma realidade na região, mas adverte
que as queimadas também podem ter natureza
acidental, como cigarro jogados em estradas e
mesmo queima de lixo.
Nesta semana, o Instituto Chico Mendes (ICMBio)
alertou que, além de supostos incêndios
criminosos, os órgãos da força-tarefa deslocados
para a Amazônia também têm atuado em
incêndios naturais, facilitados pelo clima seco.
https://www.valor.com.br/brasil/6410127/govern
o-estuda-decreto-para-proibir-queimadas
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Data: 28/08/2019
62
Grupo de Comunicação
GDSolar investirá R$ 800 mi até 2021 Por Rodrigo Polito | Do Rio
O grupo brasileiro GDSolar, especializado em
construção e operação de usinas solares
fotovoltaicas, prevê investir R$ 800 milhões até o
fim de 2020. Com isso, o investimento total da
companhia, desde a sua criação, em 2015,
alcançará R$ 1,2 bilhão no fim do próximo ano.
Os investimentos serão destinados a duas novas
áreas de negócio da companhia: uma voltada
para comercialização de energia e outra para
mobilidade elétrica. Com relação à primeira, a
estratégia é construir usinas solares fotovoltaicas
para fornecer energia para consumidores livres,
por meios de contratos de longo prazo (PPAs,
sigla em inglês de "power purchase agreement").
A empresa já está construindo projetos com
capacidade total de 50 megawatts-pico (MWp,
unidade de potência de projetos de energia solar)
para atender o novo negócio. O objetivo é dobrar
esse número para 100 MWp até o fim de 2020.
Na área de mobilidade, a companhia pretende
iniciar nos próximos meses a operação de um
sistema de abastecimento e locação de veículos
elétricos, únicos ou para frotas completas, com
fornecimento de energia solar, no Estado de São
Paulo. A solução é voltada para o público que
depende de um veículo para fazer entregas,
transporte urbano ou coleta de lixo.
A frota planejada inicialmente pela GDSolar inclui
18 ônibus biarticulados, 50 caminhões de lixo e
30 veículos urbanos de carga (VUCs). O modelo
de negócio prevê a locação dos veículos, com a
responsabilidade operacional sendo da GDSolar
Mobilidade Elétrica, empresa do grupo GDSolar
criada para esta finalidade.
A ideia é que os veículos sejam abastecidos em
pontos criados pela GDSolar Mobilidade Elétrica.
O fornecimento de energia para esses pontos
será feito por uma usina de 5 MWp em
construção pelo grupo. "Não adianta ter um
veículo elétrico abastecido na ponta por uma
termelétrica a combustível fóssil. Estamos
trabalhando no ciclo renovável", afirmou Ricardo
Costa, fundador e presidente do grupo GDSolar.
Com os novos negócios, a companhia mudou sua
estrutura. Foi criada a holding GDSolar. Abaixo
dela estarão a GDSolar Energia, primeira unidade
de negócio do grupo e responsável pelo
desenvolvimento de projetos no modelo de
geração distribuída (GD) remota, a GDSolar
Mobilidade Elétrica e a GDSolar Comercializadora,
que ficará responsável pelos projetos voltados
para o mercado livre.
Antes das novas áreas de negócio, a GDSolar
atuava basicamente na construção de parques
solares para arrendamento de energia por
empresas de diversos setores, como
telecomunicações, financeiro, de varejo e bebidas
- este negócio ficará a cargo da GDSolar Energia.
Até o fim deste ano, o portfólio da empresa será
composto por 27 usinas, com 100 MWp de
capacidade, evitando a emissão de 1,6 toneladas
de dióxido de carbono por mês. Entre os
principais clientes do grupo hoje estão Itaú,
Claro, Oi, TIM e Magazine Luiza.
Os novos investimentos serão realizados com
recursos próprios da companhia e financiamentos
A GDSolar tem como acionistas Costa e outros
três executivos, além do fundo Bravia. O grupo
projeta triplicar o faturamento em 2019, ante o
ano anterior, porém não revela os números por
questões estratégicas.
A companhia não descarta uma possível oferta
pública inicial de ações (IPO na sigla em inglês)
no futuro. Segundo o presidente da GDSolar
Energia, Alexandre Gomes, porém, neste
momento, o objetivo da empresa é o
amadurecimento do setor de energia solar.
https://www.valor.com.br/empresas/6410045/gd
solar-investira-r-800-mi-ate-2021
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Data: 28/08/2019
63
Grupo de Comunicação
Governo diz ter US$ 30 bi a receber de
países ricos
Por Assis Moreira | De Genebra
Depois de recusar a ajuda de emergência do G-7
para combater queimadas e fazer o
reflorestamento da Amazônia, o governo
brasileiro faz agora cobranças à França e a
outros países desenvolvidos sobre compromissos
financeiros não respeitados.
Em nota publicada pelo Itamaraty e que dá a
linha para a reação de representantes brasileiros
no exterior, o governo diz que o país já reduziu
emissões de gases de efeito estufa provenientes
de desmatamento, cujo valor estimado é de US$
30 bilhões, e aguarda pagamento por parte de
França e outros países ricos.
O presidente francês, Emmanuel Macron, disse
que decidiu levar a questão da Amazônia ao G-7
por se tratar de uma "crise internacional". Em
postagem no Twitter com imagens de queimadas
na Amazônia, o primeiro-ministro do Canadá,
Justin Trudeau, disse: "Não podemos ficar
inativos enquanto nosso planeta queima". O
presidente dos EUA, Donald Trump, ausentou-se
no G-7 do debate sobre clima e biodiversidade,
alegando compromissos bilaterais.
O governo nem menciona o G-7, falando que
acompanha notícias na imprensa sobre "um
suposto lançamento de novas iniciativas
relacionadas à Amazônia". O texto diz, em
direção dos países "que estão aventando a
possibilidade de lançar tais iniciativas", que
vários instrumentos já existem na Convenção-
Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do
Clima (Unfccc), para financiar atividades de
redução do desmatamento e de reflorestamento.
Lembra que, na aprovação em 2015 do Acordo
de Paris contra mudanças climáticas, os países
desenvolvidos se comprometeram a mobilizar
US$ 100 bilhões por ano em financiamento
climático para nações em desenvolvimento até
2020, "compromisso que não está sendo
cumprido nem remotamente".
https://www.valor.com.br/brasil/6410119/govern
o-diz-ter-us-30-bi-receber-de-paises-ricos
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Data: 28/08/2019
64
Grupo de Comunicação
Suécia e Noruega fazem alerta sobre
investimento
Por De São Paulo
Os governos da Suécia e da Noruega fizeram
alertas sobre o investimento de empresas de
seus países no Brasil, depois da crise gerada pela
disparada dos incêndios na Amazônia.
No caso da Suécia, ela vai investigar os
investimentos de seus fundos de pensão públicos
no Brasil e em toda a América do Sul, informou o
ministro sueco das Finanças, Per Bolund.
Esses fundos administram um patrimônio de R$
650 bilhões e são responsáveis por administrar
os recursos para aposentadoria de toda a
população do país.
"Somos críticos ao fato de [Jair] Bolsonaro e o
governo brasileiro não assumirem suas
responsabilidades de atender ao Acordo de Paris.
Por isso é importante saber quais efeitos os
investimentos suecos podem ter", disse o
ministro, que não soube estimar o volume de
investimentos dos fundos que possam estar
impactando negativamente a Amazônia.
Já o governo norueguês pediu às empresas do
país ativas no Brasil que garantam que elas não
contribuam para a destruição da Amazônia.
Representantes da petrolífera Equinor, da
fabricante de fertilizantes Yara e da produtora de
alumínio Norsk Hydro, na qual o país norueguês
é o principal proprietário, participaram de reunião
ontem com o ministro do Clima e Meio Ambiente,
Ola Elvestuen, para discutir as queimadas na
Amazônia.
Já Erna Solberg, premiê da Noruega, integrante
da Associação Europeia de Livre-Comércio (Efta
na sigla em inglês), lamentou o "péssimo
momento" do acordo comercial recém-concluído
com o Mercosul, o qual prevê compromissos com
ambiente, trabalho decente e combate à
corrupção. (Com agências noticiosas)
https://www.valor.com.br/brasil/6410121/suecia
-e-noruega-fazem-alerta-sobre-investimento
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Data: 28/08/2019
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Grupo de Comunicação
Bolsonaro usa reunião sobre floresta para
atacar reserva
Por Fabio Murakawa e Renan Truffi | De Brasília
Convocada sob o pretexto de discutir a questão
das queimadas na floresta amazônica, a reunião
entre o presidente Jair Bolsonaro e governadores
da região da Amazônia Legal, nesta terça-feira,
no Palácio do Planalto, serviu, na verdade, para
unificar o discurso crítico à demarcação de terras
indígenas e à política de ambiental de governos
anteriores. No encontro, Bolsonaro reforçou
críticas ao presidente francês, Emmanuel Macron,
com quem vem trocando críticas desde o início
da crise.
A dissidência foi aberta pelos governadores do
Pará, Hélder Barbalho (MDB), e Flávio Dino
(PCdoB). Barbalho disse a Bolsonaro que o países
esta "perdendo muito tempo" com as críticas de
Macron. Dino afirmou que "não é o momento
para rasgar dinheiro". Era uma referência à
recusa de Bolsonaro em aceitar a ajuda de US$
20 milhões do G-7 para o combate aos incêndios
e aos cortes promovidos por Alemanha e
Noruega no Fundo Amazônia por discordância
sobre a politica ambiental do país.
Falando ao vivo na TV pública, Bolsonaro e os
governadores se revezaram nas críticas a um
licenciamento ambiental "rigoroso" e a um
"excesso" de áreas de proteção. Logo no início da
reunião, o presidente questionou os
governadores, por exemplo, sobre o porquê de
tantas terras demarcadas. "Temos em torno de
40% do território tomado por terras indígenas.
Por que tantas terras indígenas?"
A pergunta foi respondida pelo governador de
Roraima, Antonio Denarium (PSL), que tem
referendado o discurso de Bolsonaro. "Isso foi
fruto de uma política de terra indigenista. As
áreas indígenas e as ONGs de todo o Brasil estão
concentradas nessas áreas das nossas riquezas",
criticou.
Bolsonaro listou, em tom de indignação, alguns
novos pedidos de demarcações que estariam
sobre sua mesa. "A gente está mostrando para o
mundo, para o Brasil em especial, onde nós
chegamos com essa política ambiental que não
foi usada de forma racional", disse.
O governador do Tocantins, Mauro Carlesse
(DEM), minimizou a questão das queimadas ao
dizer que isso acontece todos os anos por causa
da seca. Ele aproveitou ainda para enfatizar a
dificuldade que tem de escoar produtos do
Estado para outras partes do país devido às
reservas indígenas na Ilha do Bananal.
O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes
(DEM), apoiou Bolsonaro nas críticas. "O que me
preocupa mais é essa guerra de comunicação
que se estabeleceu, que está sendo patrocinada
pelos nossos concorrentes mundiais", disse.
"Macron está surfando nas cinzas da Amazônia,
mas não está preocupado com o ambiente. Ele
pretende criar barreiras para os produtos
brasileiros." Mendes defendeu que os governos
possam retirar as riquezas que estão sob os
territórios indígenas.
Já o governador do Amazonas, Wilson Lima
(PSC), disse que não é possível preservar a
Amazônia enquanto os moradores dessas regiões
passam dificuldades. "Não há como preservar a
biodiversidade com pobreza. Enquanto nosso
povo estiver passando fome não vai dar para
preservar", disse.
Em determinado momento, o ministro do
Gabinete de Segurança (GSI), Augusto Heleno,
tomou a palavra para criticar o passado colonial
da França e chamar de "molecagem" as falas de
Macron sobre o ambiente no Brasil.
Foi quando Barbalho fez uma reprimenda,
dirigindo-se a Bolsonaro. "Estamos perdendo
muito tempo com o Macron. Temos que cuidar do
nosso país e tocar a vida", afirmou. "Nós temos
que cuidar dos nossos problemas. É preciso
sinalizar para o mundo a diplomacia ambiental,
que é fundamental para o agronegócio."
Barbalho pediu ao ministro do Meio Ambiente,
Ricardo Salles, "uma manifestação" de que os
Data: 28/08/2019
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Grupo de Comunicação
recursos do Fundo Amazônia são importantes
para o Brasil. Ele se queixou de declarações de
Salles e de Bolsonaro que passavam a impressão
de desdém em relação a centenas de milhares de
dólares congelados por Alemanha e Noruega por
discordâncias quanto à politica ambiental
brasileira.
Para ele, a comunicação feita pelas autoridades
federais na reunião, de que o dinheiro é
importante, era "muito diferente da que foi
colocada no início desta crise".
Flavio Dino defendeu o fundo como "uma
ferramenta da qual nós não podemos abrir mão".
O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva,
afirmou que evoluiu a ação dos militares no
combate às queimadas na Amazônia. Ele disse
que Chile e Equador vão ceder aeronaves.
Questionado sobre a ajuda francesa, ele disse
que o assunto cabe ao Itamaraty, mas disse
acreditar que no momento, "não é o caso". Sobre
a falta de recursos das Forças Armadas para
honrar os contratos, acrescentou que conta com
o desbloqueio de parte da verba nos próximos
dias.
Sobre o combate ao fogo na Amazônia, Azevedo
disse que a operação de Garantia da Lei e da
Ordem (GLO) está operando com dois comandos
militares, do Norte e da Amazônia, com tropas do
Exército, Marinha e Aeronáutica, e que a chegada
das chuvas na região oeste reforçou o trabalho
dos militares. O ministro adiantou que os
recursos já foram liberados.
Em parecer enviado ao Supremo Tribunal Federal
(STF) a Advocacia-Geral da União (AGU)
manifestou-se favorável pela destinação inicial de
R$ 500 milhões do fundo da Petrobras para
conter o desmatamento na Amazônia. O
montante é quase metade do que havia sugerido
a Procuradoria-Geral da República: R$ 1,2 bilhão.
O advogado-geral da União, André Mendonça,
afirma que esta é a solução que permitirá
atender o problema das queimadas, sem
descuidar dos valores destinados a políticas para
a educação infantil e bem-estar das crianças,
outra finalidade do fundo. (Colaboraram Andrea
Jubé e Luísa Martins)
https://www.valor.com.br/brasil/6410123/bolson
aro-usa-reuniao-sobre-floresta-para-atacar-
reserva
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Data: 28/08/2019
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Grupo de Comunicação
Subsídio cresce 60% nas contas de energia
de distribuidoras em 2018
Por Rodrigo Polito | Do Rio
O total de subsídios cobrados dos clientes das
distribuidoras de energia para garantir o
suprimento de fonte renovável, com exceção de
grandes hidrelétricas, a pequenos e médios
consumidores livres cresceu cerca de 60% em
um ano. O valor relativo a esse apoio passou de
R$ 1,9 bilhão, em 2017, para cerca de R$ 3
bilhões no ano passado, de acordo com dados do
Ministério de Minas e Energia (MME).
Pela regulação atual do setor elétrico, os
chamados consumidores "especiais", empresas
com demanda de 500 quilowatts (kW) até 2,5
megawatts (MW), que contratam energia de
projetos de fontes "incentivadas" (eólica, solar,
biomassa, e pequena central hidrelétrica)
possuem desconto de 50% na tarifa de uso da
rede de distribuição (Tusd). Os outros 50% são
cobrados na tarifa das distribuidoras.
Segundo a secretária-executiva do MME, Marisete
Pereira, o impacto do subsídio foi o principal
motivo para o governo retomar a discussão sobre
redução gradual dos limites de migração de
consumidores do mercado cativo para o livre. A
ideia é que ao longo dos próximos anos os
consumidores deixem de ser especiais e
comprem energia no mercado livre de qualquer
fonte, eliminando o subsídio.
"É uma forma de permitir que esses
consumidores adquiram energia de qualquer
fonte, não apenas de fontes incentivadas. Isso
faz com que os subsídios não cresçam", explicou
ao Valor.
Na segunda-feira, o MME prorrogou para 7 de
setembro o prazo para recebimento de
contribuições para a consulta pública que discute
a ampliação do mercado livre, para dar mais
tempo aos interessados se manifestarem.
Pela proposta do MME, o limite de migração de
consumidores totalmente livres (que podem
comprar energia de qualquer fonte) passará de 2
MW para 1,5 MW a partir de janeiro de 2021. A
partir de julho de 2021, o limite cairá
novamente, para 1 MW. E, em janeiro de 2022,
para 500 kW.
Além disso, pela proposta, até o fim de janeiro
de 2002, deverão ser feitos estudos sobre as
medidas regulatórias necessárias para permitir a
abertura do mercado livre para consumidores
com carga inferior a 500 kW. A ideia é que o
cronograma de abertura total do mercado de
energia elétrica (incluindo consumidores
residenciais) tenha início em janeiro de 2024.
Por outro lado, as distribuidoras de energia se
queixam de uma abertura maior do mercado
livre, o que estimula a saída de consumidores do
mercado regulado. Pereira explica que a proposta
do governo considerou os dois aspectos: o custo
do subsídio e o efeito da migração de clientes
para o mercado livre. "Essa migração não
causaria perturbação ou desequilíbrio para as
distribuidoras", disse ela.
Com relação à reforma do marco legal do setor
elétrico, o ministério planeja encaminhar a
proposta sobre o assunto por meio de
aprimoramento em um dos dois projetos de lei
(PLs) relativos ao tema que já tramitam no
Congresso.
"A ideia é contribuir para a melhoria de projetos
que estão em tramitação no Congresso", disse
ela. Segundo a secretária-executiva, essa é uma
orientação do ministro Bento Albuquerque.
Os PLs em trâmite no Congresso são fruto das
discussões relativas à consulta pública (CP) 33,
lançada em 2017 pelo ministério e que debateu
com o mercado as bases para uma ampla
reforma do setor.
No início deste ano, porém, o MME criou um
grupo de trabalho para discutir a modernização
do setor elétrico. O grupo, que teve como ponto
de partida os resultados da CP 33, tem prazo
para concluir o trabalho no início de outubro.
A ideia, explicou Pereira, é aproveitar o que já foi
feito no âmbito da CP 33, fazer um diagnóstico e
apresentar aperfeiçoamentos. "Sempre me refiro
à CP 33. Concluído o diagnóstico, identificaremos
o que podemos oferecer com melhorias no
projeto", afirmou.
Questionada se a mesma estratégia pode ser
adotada para o plano de capitalização da
Eletrobras, ou seja, aproveitar um PL na Câmara,
a secretária-executiva disse que a forma de
apresentação do tema no Congresso ainda será
definida pelo governo com o presidente da
Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Sobre o PL que traz a solução jurídica para o
déficit causado pelo risco hidrológico, que trava a
Data: 28/08/2019
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Grupo de Comunicação
liquidação mensal do mercado de curto prazo de
energia em R$ 7 bilhões, ela disse esperar que
ele seja aprovado logo pelo Senado.
https://www.valor.com.br/brasil/6410107/subsidi
o-cresce-60-nas-contas-de-energia-de-
distribuidoras-em-2018
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Data: 28/08/2019
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Grupo de Comunicação
Setor de etanol cobra promessas de Trump
Por Dow Jones Newswires
O Cinturão do Milho dos Estados Unidos tem
muita influência em Washington - especialmente
no momento. E isso está vindo a calhar para as
empresas de etanol, que têm perdido algumas
batalhas para o setor de combustíveis fósseis.
No último ano, políticas que obrigam que a
gasolina vendida nos EUA inclua biocombustível
feito de milho colidiram contra o alívio dado pelo
governo Trump às refinarias de petróleo em um
complicado sistema que mantém o fluxo de
combustível produzido com o cereal. E essa briga
entre as indústrias chegou ao ápice na semana
passada.
O debate se dá sobre o Padrão de Combustíveis
Renováveis, ou RFS (na sigla em inglês), o
primeiro estabelecido pelo Congresso como parte
de uma lei de energia de 2005 e expandido
significativamente em 2007. O RFS obriga que
grandes quantidades de etanol sejam misturadas
na gasolina.
Quase toda a gasolina dos Estados Unidos
contém 10% de etanol graças à lei, e a política
tem beneficiado a demanda por milho. Pequenas
refinarias impuseram objeções, dado que muitas
enfrentam problemas logísticos para misturar o
produto. O custo de comprar os crédito no lugar
de fazer a mistura pode ser elevado e,
eventualmente desastroso. Todo ano, muitas
refinarias pedem isenções à Agência de Proteção
Ambiental (EPA), e lobistas de milho e de etanol
têm protestado contra essas isenções -
especialmente diante outros desafios econômicos
enfrentados atualmente por Washington, como a
disputa comercial com Pequim.
Trump prometeu uma expansão do programa de
etanol enquanto candidato, mas traçou uma linha
tênue entre os grupos conflitantes. No início do
mês, por exemplo, a EPA concedeu isenções de
mistura de etanol para 31 refinarias, mais do que
quatro vezes o nível de 2015.
Grupos de lobby de milho e etanol ficaram
furiosos, e os preços das ações de empresas
como Pacific Ethanol, Green Plains e Renewable
Energy Group caíram. No fim da semana
passada, uma concessão parece ter começado a
tomar forma - a agência Reuters informou que o
governo Trump estava considerando aumentar as
cotas de mistura de biocombustível nos próximos
anos.
As ações das empresas de etanol inicialmente
pularam ante a notícia. E os preços do etanol,
que caíram mais de 20% desde junho,
recuperaram parte das perdas, embora os do
milho tenham ficado estáveis, mas por causa de
informações "baixistas" relacionadas à safra dos
EUA.
O negócio de milho em geral é muito maior que o
etanol, e o Departamento de Agricultura dos EUA
(USDA) estimou que a produção americana
alcançará 353 milhões de toneladas nesta safra,
enquanto a Associação de Combustíveis
Renováveis (RFA) diz que as concessões às
refinarias cortarão a demanda em 5,7 milhoes de
toneladas - a EPA tem atrelado as isenções que
concede à demanda por milho.
É bom ter amigos em altos postos, mas as
refinarias podem ter um aliado mais poderoso do
que Donald Trump - o mercado.
https://www.valor.com.br/agro/6409911/setor-
de-etanol-cobra-promessas-de-trump
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Data: 28/08/2019
70
Grupo de Comunicação
França pode tentar bloquear acordo até
2022
Por Assis Moreira | De Genebra
O governo francês pode ser tentado a arranjar
todo pretexto para bloquear a ratificação do
acordo de livre-comércio União Europeia-
Mercosul pelo menos até 2022, ano em que
Emmanuel Macron buscará a reeleição à
Presidência do país. É com esse cenário que
trabalham diferentes fontes na Europa que
conhecem Macron, negociações comerciais, o
tamanho da irritação francesa com Jair Bolsonaro
e a dimensão da "onda verde" na cena política
europeia.
Sob a pressão ecologista, Macron aproveitou as
queimadas na Amazônia e as reações de
Bolsonaro para partir para o lado "verde". O
bom resultado dos Verdes franceses, com 13,5%
na eleição para o Parlamento Europeu, ameaça
agora o partido macronista La République en
Marche (LM) para as eleições municipais do ano
que vem.
Macron já avisou que o texto do acordo UE-
Mercosul não é suficiente - ou seja, será preciso
reabrir o tratado, o que já dá espaço para a
Europa pressionar o Brasil a respeitar
engajamentos sobre clima e desmatamento.
Paris não disse o que desejaria reabrir no acordo.
A julgar pelas posições de Macron, analistas
acham que sobra para ele buscar incluir no
tratado algum mecanismo de sanção vinculado à
implementação de compromissos ambientais.
Mas o entendimento geral entre negociadores é
de que isso não passa de jeito nenhum no
Mercosul, ainda mais vindo como pressão de
Macron. O acordo é resultado de troca de
concessões que formam um certo equilíbrio. "Se
reabrir o acordo, mata tudo", diz uma fonte.
Certas fontes consideram curioso que a lógica de
reabrir o tratado tenha o pressuposto de que o
acordo UE-Mercosul interessa muito mais ao
Brasil do que aos europeus. É que quem cortará
tarifas altas é o Mercosul, o mercado fechado que
vai se abrir é o Cone Sul. De seu lado, os
europeus estão fechados no setor agrícola e não
abrem, apenas oferecem pequenas cotas, num
comércio administrado. Na ponta do lápis, quem
está pagando o preço maior é o Mercosul,
argumenta uma importante fonte.
Atualmente, o que existe de concreto é um
acordo político do qual nem sequer foi feita a
revisão jurídica do texto. Alguns "ajustes
marginais" poderiam ocorrer, mas sem impacto
maior, como já foi o caso em outras negociações
da UE.
No acordo entre a UE e o Canadá, diante da
revolta das regiões belgas, os dois lados tiveram
que introduzir um "instrumento interpretativo",
com a mesma força jurídica, para deixar claro
que o tratado não limitaria a capacidade dos
governos de adotar medidas ambientais, de
saúde pública e outras.
Quando a UE negociou um acordo de associação
com a Ucrânia, a Holanda lançou um referendo
popular não obrigatório contra a ratificação do
entendimento. Apesar da aprovação do
referendo, a negociação foi concluída, mas com
uma "interpretação" esclarecendo que o acordo
de associação não implicava uma futura adesão
da Ucrânia à UE.
Assim, a inclusão de algum documento anexo
varia conforme a preocupação manifestada antes
da ratificação do acordo. Com sua influência na
cena europeia e a pressão política interna,
Macron pode torpedear a ratificação do acordo
UE-Mercosul por um bom tempo, atrasando os
benefícios para as empresas dos dois blocos.
https://www.valor.com.br/brasil/6410115/franca
-pode-tentar-bloquear-acordo-ate-2022
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