10
1 «A memória popular, hoje inserida um pouco apressadamente pela mediatização generalizada, permanece uma fonte sempre viva de sabedoria e de poesia.» Georges Jean OBJECTIVOS: Conhecer a importância da cultura popular para a criação de uma identidade nacional; Relacionar a literatura oral tradicional com as vivências de um povo; Conhecer a estrutura das adivinhas; Identificar um provérbio; Conhecer cantares e quadras populares; Conhecer e divulgar lendas;

Literatura Tradicional Oral Portuguesa

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Este trabalho tem como principal objectivo dar a conhecer um pouco da literatura tradicional oral portuguesa.

Citation preview

Page 1: Literatura Tradicional Oral  Portuguesa

1

«A memória popular, hoje inserida um pouco apressadamente pela

mediatização generalizada, permanece uma fonte sempre viva de

sabedoria e de poesia.»

Georges Jean

OBJECTIVOS:

� Conhecer a importância da cultura popular para a criação de uma

identidade nacional;

� Relacionar a literatura oral tradicional com as vivências de um povo;

� Conhecer a estrutura das adivinhas;

� Identificar um provérbio;

� Conhecer cantares e quadras populares;

� Conhecer e divulgar lendas;

Page 2: Literatura Tradicional Oral  Portuguesa

2

A adivinha é um enigma que se coloca a alguém, como jogo, par que

se descubra a resposta.

Na adivinha encontramos frequentemente repetições, rimas, frases

interrogativas, jogos de palavras (homonímia e homofonia).

Verde foi o meu nascimento

E de luto me vesti

Para dar a luz ao mundo

Mil tormentos padeci.

Solução : azeitona

Tenho uma íntima amiga

Com quem eu muito me dou,

ela sem mim não é nada,

eu sem ela nada sou.

Solução: Fechadura e

chave

Uma meia, meia feita

Outra meia por fazer

Diga lá minha menina

Quantas meias vêm a ser?

Solução: 2 meias

Somos dois irmãos

Unidos de diferente condição.

Eu vou muitas vezes à missa,

Nunca lá vi meu irmão.

Page 3: Literatura Tradicional Oral  Portuguesa

3

Os provérbios são textos anónimos, essencialmente orais, que

passam de geração em geração e traduzem uma verdade.

Neles encontramos um vocabulário simples, diminutivos, jogos de

palavras, repetições, exclamações, interrogações, figuras de estilo e um

sem número de estratégias.

«A galinha da vizinha é sempre melhor do que a minha.»

Significado: Ambicionamos sempre o que não temos.

«Quem cala consente.»

Significado: Quem for acusado de um roubo, de um crime, ou de outro facto se se mantiver calado, sem se defender, é porque aceita a acusação que lhe é feita. Mas nem sempre é verdade.

«Quem tudo quer, tudo perde.»

Significado: A ambição desmedida é a negação da prosperidade.

«Quem tem brio não tem frio.»

Significado: A vaidade permite que, mesmo mal agasalhados, não sintamos o frio.

Page 4: Literatura Tradicional Oral  Portuguesa

4

«Dá Deus nozes a quem não tem dentes.»

Significado: A felicidade, a sorte e os haveres são dádivas recebidas por quem não as sabe utilizar ou delas tirar partido.

«De pequenino se torce o pepino.»

Significado: A educação ou começa no berço ou jamais resultará.

«Quem não quer ser lobo, não lhe veste a pele.»

Significado: Os que não pretendam ser considerados maus, não devem praticar actos que a essa conclusão nos levem.

«Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura.»

Significado: A persistência, a firmeza e a constância nos nossos actos leva-nos sempre a obter o que desejamos.

«Águas passadas não movem moinhos.»

Significado: O que aconteceu já não conta, pois faz parte do passado; o que se fez ontem, já não conta para hoje.

«Quem está dentro do convento é que sabe o que vai lá dentro.»

Significado: Só quem está dentro dos problemas é que sabe a sua dimensão e, até, como resolvê-los.

Page 5: Literatura Tradicional Oral  Portuguesa

5

Os cantares e as quadras populares integram-se na nossa literatura

popular de tradição oral, trazem-nos recordações de infância, informações

etnográficas e pertencem ao nosso património cultural.

Quanto ao tema estes cantares e quadras vão desde as canções de

berço, de roda, de casamento, aos cantos de trabalho, às cantigas de festa

e romarias, às cantigas de desafio…

Vós Chamais-me Moreninha

Vós chamais-me moreninha, (bis)

isto é do pó do linho; (bis)

lá me vereis ao domingo, (bis)

como a flor do rosmaninho. (bis)

O meu amor não é este, (bis)

não é este, nem no quero; (bis)

o meu amor tem os olhos pretos, (bis)

o teu tem-nos amarelos. (bis)

Tu dizes que me queres muito. (bis)

esse teu querer é engano; (bis)

cortais pela minha vida (bis)

como tesoura no pano.(bis)

Cantiga para maçar o linho,

Recolhida em Malhada Sorda, Almeida, Guarda

Page 6: Literatura Tradicional Oral  Portuguesa

6

Senhora do Almortão

Senhora do Almo(r)tão,

Ó minha rosa encarnada,

Ao cimo do Alentejo

Chega a vossa nomeada.

Senhora do Almo(r)tão

Ó minha linda raiana,

Virai costas a Castela,

Não queirais ser castelhana!

Não queirais ser castelhana (Ai)

Nossa Senhora da Póvoa, (bis)

Minha boquinha de riso,

Minha maçã camoesa (bis)

Criada no paraíso. (bis)

Senhora do Almo(r)tão,

A vossa capela cheira:

Cheira a cravos, cheira a rosas,

Cheira à flor da laranjeira.

Cheira à flor da laranjeira (Ai)

Nossa Senhora da Póvoa, (bis)

Minha boquinha de riso,

Minha maçã camoesa (bis)

Criada no paraíso. (bis)

Cantiga Popular: Senhora do Almortão

Recolhida: Beira Baixa

Page 7: Literatura Tradicional Oral  Portuguesa

7

Page 8: Literatura Tradicional Oral  Portuguesa

8

Page 9: Literatura Tradicional Oral  Portuguesa

9

As lengalengas constituem recolhas de rimas populares que vêm do

tempo das nossas avós e, permanecem ao longo dos tempos.

Brincar com a língua é sempre um prazer!

A CRIADA LÁ DE CIMA

A criada lá de cima

É feita de papelão,

Quando vai fazer a cama

Diz assim para o patrão:

Sete e sete são catorze,

Com mais sete são vinte e um

Tenho sete namorados e não gosto de nenhum.

JOANINHA VOA VOA!

Voa, voa Joaninha

que o teu pai está em Lisboa

com um caldinho de galinha

para dar à Joaninha.

Voa, voa Joaninha,

que o teu pai está em Lisboa

com um rabinho de sardinha

para comer, que mais não tinha.

Page 10: Literatura Tradicional Oral  Portuguesa

10

UM PUM

Um pum

Dois bois

Três inglês

Quatro arroz no prato

Cinco Maria do brinco

Seis Maria dos reis

Sete pega no canivete

Oito vai ao biscoito

Nove dá esmola ao pobre

Dez vai lavar os pés

Onze os sinos de Mafra são de bronze

PUM