Livro Abelhas

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    DEDICATRIA

    AOS MEUS PAIS

    De vocs que recebi o Dom mais precioso do universo: A vida. Inspiraram-me

    a certeza de suas presenas e a segurana de seus passos guiando os meus.

    Carinho de suas vozes, a esperana dos seus sorrisos, o conforto de suas

    lgrimas, o brilho dos seus olhares me fez to grande quanto o amor de vocs

    por mim.

    Se eu pudesse lhes fazer eternos ... eternos eu lhes faria.

    A vocs, pais, no mais que com justia, dedico este trabalho.

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    AGRADECIMENTOS

    A DEUS

    Grandes foram as lutas, maiores as vitrias.

    Sempre estiveste comigo.

    Muitas vezes, pensei que este momento nunca chegaria. Queria recuar ou parar,

    no entanto, O Senhor sempre estava presente, fazendo de minha fraqueza,uma fora.

    No cheguei ao fim, mas ao incio de mais uma caminhada.

    Por isso, digo: Obrigado.

    (Isaias 55.10-11)

    AOS MEUS PROFESSORES

    Ensinar crer, acreditar que se pode contribuir para a formao de um carter e

    compartilhar de tua prpria existncia. Aos meus professores, pelas lies do

    saber, pela orientao constante, pela dedicao, pelos elogios que me fizeram,

    pela compreenso e renncias pessoais, por repartirem suas existncias, e,

    um agradecimento especial a minha Professora de Portugus Lycia Nascimento e

    ao Professor Marcos Magoga, pela valiosa ajuda na reviso deste trabalho, minha

    homenagem e gratido

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    METODOLOGIA

    Este trabalho o resultado de onze meses de pesquisa. Procurei fazer tudo

    de forma clara e compreensiva.

    Muitas pesquisas foram feitas, em livros, enciclopdias, revistas, internet, e,

    principalmente com a ajuda de profissionais, professores pesquisadores e

    especialistas no assunto. Visitei apirios e meliponirios, vi na prtica como tudo

    funciona e escrevi aqui tudo o que aprendi.

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    AUTOR

    Luza Camelo Freire, nasceu em Recife/PE, no dia 06 de abril de 1989,

    atualmente estuda na stima srie do ensino fundamental II.

    Desde os primeiros anos escolares j demonstrava sua habilidade para a

    pesquisa, que despertava a ateno da professora. Sempre foi uma boa aluna e

    elogiada pelos professores. Concluiu em 2001 o nvel intermedirio do curso de

    ingls.

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    SUMRIO

    PARTE I

    Introduo 11

    Histrico 12

    01. Abelhas sociais 14

    01.1. Abelhas solitrias 14

    01.2. Abelhas parasitas 15

    02. A importncia das abelhas 15

    03. A rainha e o vo nupcial 17

    03.1. A Rainha 17

    03.2. O vo nupcial 18

    04. Como nascem as abelhas 21

    05. Os zanges 22

    06. As operrias 23

    07. Ciclo evolutivo das abelhas 26

    08. Como trazem o alimento 27

    09. Anatomia das abelhas 28

    09.1. A cabea 2809.2. O trax 30

    09.3. O abdome 31

    10. Comunicao das abelhas 33

    10.1. Comunicao das espcies 33

    11. As abelhas e a polinizao 34

    12. Produtos e alimento das abelhas 35

    12.1. O mel 35

    12.1.1. Sabor e colorao do mel 36

    12.1.2. Nutrientes do mel 3712.1.3. Composio qumica do mel 37

    12.1.4. Composies do mel 38

    12.1.5. Umidade do mel 39

    12.2. O plen 40

    12.3. A gelia real 41

    12.3.1. Como conservar a gelia real 42

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    12.4. A prpolis 42

    12.5. Apitoxina O veneno das abelhas 4412.6. A cera 44

    13. Apicultura & Meliponicultura 45

    14. Apicultura e a histria 45

    15. O apirio 46

    16. Apicultura migratria ou mvel 47

    17. Criao, vestimenta e utenslios 48

    17.1. Vestimenta 48

    17.2. Utenslios 50

    17.2.1. . Fumegador 5017.2.2. Como preparar e aplicar a fumaa 50

    17.2.3. Formo do apicultor 51

    17.2.4. Espanador 51

    17.2.5. Facas e garfos desoperculadores 51

    17.2.6. Pegador de quadros 51

    17.2.7. Centrfugas 52

    17.2.8. Outros equipamentos 52

    18. A colmia 52

    18.1. Tipos de colmia 53

    19. O espao abelha 54

    20. Tela excludora 55

    21. O alvado 55

    22. Escolha do local para o apirio 55

    23. A gua 57

    24. A flora das abelhas com ferro 58

    25. Construes das colmias 60

    26. Incio da criao de abelhas 6027. Captura do enxame 61

    28. Manejo das abelhas com ferro 64

    29. A inspeo da colmia 65

    30. O que verificar nas caixas 66

    31. Processo de enxameagem 68

    32. Estrutura dos ninhos 70

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    33. Nidificao 71

    34. Desenvolvendo o apirio 7135. Alimentao artificial das abelhas 72

    36. Fortalecendo a famlia 73

    37. Multiplicao das colmias 75

    38. Como saber qual a rainha 76

    39. Plantas txicas para as abelhas 78

    40. Doenas das abelhas 79

    41. Inimigos das abelhas 81

    41.1. Formigas 81

    41.2. Aranhas 8241.3. Pssaros 82

    41.4. Piolho das abelhas 82

    41.5. Ratos 83

    41.6. Sapos e rs 83

    41.7. Percevejos 83

    41.8. Traas da cera 84

    41.9. Outras abelhas 84

    41.10. Patos e angolinhas 84

    42. O que fazer em casos de acidentes 85

    PARTE II 87

    43. Abelhas sem ferro importncia 88

    43.1. Introduo 88

    44. Meliponicultura abelhas s/ ferro 90

    45. Por que criar abelhas sem ferro? 90

    46. Quem so essas abelhas? 91

    47. Instalao do Meliponrio 93

    47.1. Tipos de caixas racionais 9348. Ferramentas do dia a dia 93

    48.1. Formo 94

    48.2. Faca, esptula 94

    48.3. Mangueira 94

    49. Escolha do local para criar 94

    50. Escolha da espcie 95

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    51. Manejo do meliponrio 96

    51.1. Povoamento do meliponrio 9651..2. Captura e atrao de enxames 97

    51.3. Diviso de colnias 97

    51.3.1. Diviso em trigonas 99

    51.3.2.. Diviso de meliponas 99

    51.4. Reviso das caixas 100

    51.5. Coleta e conservao do mel 101

    52. Cuidados gerais 102

    53. Conhea algumas abelhas nativas 103

    53.1. Mirim preguia 10353.2. Guaraipo 104

    53.3. Manduri 104

    53.4. Mandaaia 104

    53.5. Ira 104

    53.6. Jata da terra 105

    53.7. Mirim guau 105

    54. Flora das abelhas nativas 105

    55. Abelhas exticas 106

    56. Curiosidades sobre as abelhas 109

    57. Mel & culinria/Receitas 110

    58. Dvidas mais comuns 114

    59. Dicionrio 121

    60.. Concluso 126

    61. Bibliografia 127

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    INTRODUO

    As abelhas chegaram ao Brasil, atravs dos Jesutas que estabeleceram suas

    misses no sculo XVIII, nos territrios que hoje fazem fronteira entre o Brasil e o

    Uruguai e no noroeste do Rio Grande do Sul. Essas abelhas, provavelmente se

    espalharam pelas matas quando os jesutas foram expulsos dessas regies.

    Em 1839 o padre Antonio Aureliano mandou vir colmias de Portugal e

    instalo-as no Rio de Janeiro. Em 1841 j haviam mais de 200 colmias instaladas na

    Quinta Imperial. Em 1845, colonizadores alemes trouxeram abelhas da Alemanha

    (as espcies Nigra e Apis mellifera) e iniciaram a apicultura nos estados do Sul.

    Entre 1870 a 1880, Frederico Hanemann trouxe abelhas italianas (Apis

    mellifera lingstica) para o Rio Grande do Sul. Em 1895, o padre Amaro Van

    Emelen trouxe abelhas da Itlia para o nosso Estado, Pernambuco.

    Em 1906, Emlio Schenk tambm importou abelhas italianas, porm vindas

    da Alemanha. Com certeza, alm destas, muitas outras abelhas devem ter sido

    trazidas para o Brasil por imigrantes e viajantes procedentes da Europa, mas, no

    houve registro desses fatos. bom registrar que atualmente existem no Brasil,

    muitas abelhas africanizadas. Assim, iniciou-se a apicultura no Brasil, assunto que

    detalharemos mais adiante, no decorrer de nosso trabalho.

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    HISTRICO

    A Abelha um inseto que pertence a ordem dos himenpteros e a famlia

    dos apdeos ou apidae. Existem milhares de espcies, entretanto, so conhecidas

    cerca de vinte mil espcies diferentes. As abelhas do gnero Apis mellifera so as

    melhores para a polinizao, ajudando a agricultura na produo de mel, gelia real,

    cera, prpolis e plen.

    As abelhas so insetos sociais que vivem em colnias. Antes mesmo do

    surgimento do homem na Terra, elas j existiam. Exerceram importante papel entre

    egpcios, gregos e romanos.

    No Egito, existe at hoje a dana tpica chamada Passo da Abelha. Na

    Grcia elas eram valorizadas no comrcio e na literatura. Tanto que as antigas

    moedas gregas, numa das faces estampavam uma abelha como smbolo de riqueza.

    Os romanos veneravam-nas como smbolo de admirao e de defesa de territrio.

    Por muito tempo na Frana, constitua grande honra receber uma medalha

    de ouro estampando uma colmia povoada de abelhas douradas. Lus XII, muitas

    vezes, usava seu pomposo manto real todo bordado de abelhas douradas como sinal

    de bondade.

    Como foram desde os primrdios da humanidade, smbolo de defesa,

    riqueza e tema de escritos do sbio Aristteles, hoje tambm as abelhas continuam

    sendo produtoras de alimentos naturais riqussimos, essenciais para a humanidade.

    O mel produzido por estas abelhas acha-se espalhada pela Europa, sia e

    frica. A apicultura a tcnica de explorar racionalmente os produtos deste inseto eexiste desde o ano 2400 aC.. Os egpcios e gregos desenvolveram as rudimentares

    tcnicas de manejo que s foram aperfeioadas no final do sculo XVII por

    apicultores como Lorenzo Langstroth (que desenvolveu as bases da apicultura

    moderna).

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    Inseto trabalhador e disciplinado, que convive num sistema de muita

    organizao. Em cada colmia existem cerca de 60 mil abelhas e cada colnia

    constituda por uma nica rainha, dezenas de zanges e milhares de operrias. Elas

    podem ser consideradas de acordo com seus hbitos ou outras convenincias, em

    trs categorias: sociais, solitrias e parasitas.

    Em nossa pesquisa apresentamos prioridade as abelhas sociais que segundo

    cientistas servem de exemplo para o homem.

    importante sabermos que as abelhas importadas (Apis mellfera) para o

    Brasil so as abelhas com ferro, as quais, possuem veneno (apitoxina) e as abelhasnativas (abelhas indgenas) so as abelhas sem ferro, estas, so mais dceis e no

    possuem veneno. As abelhas com ferro produzem mais mel que as nativas, por

    isso elas so preferidas pelos apicultores. As nativas, ou seja, as que no tm ferro,

    produzem menos mel e so economicamente inviveis. Aquele que as cria so

    chamados de meliponicultores, na maioria dos casos, esta criao apenas por

    hobby. A famlia apidae, a qual pertencem as abelhas, possui duas subfamlias:

    1. Meliponinae So sem ferro, as chamadas indgenas, vivem em regies

    subtropicais e tropicais. Possuem trs tribos: Lestrimellitini, Trigonini e

    Meliponini;

    2. Apinae Encontramos os gneros Apis e Bombus que possuem ferro. No

    gnero Apis tem quatro espcies, entre elas o Apis Mellifera que a espcie

    mais utilizada para a produo de mel em todo o mundo. Apesar de nossas

    abelhas indgenas no possurem ferres, elas no so muito utilizadas para a

    produo de mel, por que, como j dissemos antes, sua produo baixa em

    relao as abelhas sociais do grupo das africanizadas;

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    Apis Mellifera Adansonii Habitam da frica do Sul at o sul do Saara. So

    abelhas muito agressivas, polinizadoras e enxameadoras. Foram introduzidas no

    Brasil por volta de 1956;

    Apis Mellifera Lingistica Chamadas de Abelhas Italianas, so encontradas

    na Itlia e no litoral norte da Iugoslvia. So muito mansas, ficam calmas nos

    favos quando se faz o manuseio, so pouco enxameadoras. Foram introduzidas

    no Brasil por volta de 1875/1890;

    Apis Mellifera Mellifera Chamadas tambm de Abelhas do Reino, so

    encontradas por quase toda a Europa. So muito mansas, mas ficam agitadas

    durante o manuseio.

    1. ABELHAS SOCIAIS

    So as que vivem em enxames, em grande nmero de indivduos no mesmo

    ninho e onde h diviso de trabalho e separao de castas. As castas so os

    membros da colmia, normalmente uma rainha, zanges e operrias. Embora sejam

    a minoria dentre as vrias espcies, este tipo de abelha, trazem em si o que

    realmente caracteriza a essncia do reino das abelhas.

    Nossa pesquisa e estudo est voltado para as abelhas sociais.

    1.1. ABELHAS SOLITRIAS

    So as que vivem sozinhas e morrem antes que seus filhos atinjam a fase

    adulta. Constrem ninhos no cho, em fendas de pedras e rvores, em madeira

    podre ou em ninhos abandonados por outros insetos. Normalmente as fmeas

    fecundadas preparam cuidadosamente o ninho, suprem cada clula com uma

    quantidade adequada de alimento preparado a base de plen e mel e colocam o ovo

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    sobre essa camada de alimento. A seguir, cobrem cada clula, fecham o ninho por

    fora e vo embora.

    01.2. ABELHAS PARASITAS

    So um tipo de abelha que se utiliza apenas do trabalho e do alimento que o

    hospedeiro (abelha) armazenou. Na maioria dos casos, a abelha parasita invade os

    ninhos, coloca seus ovos nas clulas j prontas e providenciadas pelo hospedeiro e

    deixa que seus filhos se desenvolvam aos cuidados deste. Em alguns casos, a

    parasita passa a conviver com o hospedeiro e pode, at mesmo, desenvolver algum

    tipo de trabalho em conjunto.

    Um outro tipo de parasitismo interessante encontrado num gnero de

    abelhas (Lestrimelitta, conhecida popularmente por abelha-limo) socialmente bem

    evoludas. As espcies deste grupo (duas) constrem seus prprios ninhos, porm, o

    material de construo so roubados de outros ninhos de espcies afins, como

    jatitubiba, abelha-canudo, etc. Essas abelhas saem em grande nmero - pois suas

    colnias chegam a ter milhares de indivduos - invadem o ninho das outras e da

    levam o material que necessitam. Esses ataques duram, s vezes, vrios dias e

    acabam morrendo muitas delas.

    Outro aspecto que essas parasitas passam a defender o ninho conquistado

    contra pilhagens ou parasitas secundrios enquanto levam o material roubado. As

    abelhas-limo so to bem adaptadas a este tipo de comportamento que sequer

    possuem as corbculas (rgo situado no ltimo par de pernas destinado a coleta deplen).

    2. A IMPORTNCIA DAS ABELHAS

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    As abelhas so, sem dvida, os insetos de maior utilidade para o homem.

    Dizemos, para o homem, porque na natureza todos os seres so teis e tem sua

    razo de ser, fazendo parte de um contexto geral, no qual o prprio homem tem o

    seu lugar.

    Elas vivem em sociedade, so extremamente organizadas e produtivas. Alm

    de produtora de alimentos, de ser o principal agente polinizador das flores,

    aumentando a produo de frutos e sementes, a abelha uma educadora.

    Todas as pessoas, desde crianas at os idosos devem aprender a lidar com as

    abelhas ou ao menos entender um pouco como vive esta sociedade. Nesse manejo,as pessoas aprendem a se organizar e a trabalhar em cooperativismo, como elas

    fazem.

    So Insetos Sociais, porque conseguiram atingir certo grau de

    desenvolvimento, agrupando-se em comunidades, nas quais existe ntida

    distribuio dos trabalhos e responsabilidade entre os indivduos. Todos

    contribuindo para um fim comum: a sobrevivncia do grupo.

    Polinizao o transporte do plen dos estames de uma flor at a partefeminina de outra; deste modo, obtm-se as sementes que produziro uma nova

    planta. Em alguns casos, o plen transportado pelo vento, mas h plantas que

    dependem dos animais, especialmente insetos, para que ocorra a polinizao. As

    abelhas so um dos insetos polinizadores mais importantes, j que visitam muitas

    flores. Quando pousam sobre uma flor, seu corpo fica coberto de plen e, ao visitar

    a flor seguinte, parte do plen se desprende, polinizando a planta.

    As abelhas so muito importantes para a agricultura. Muitas plantas que

    cultivamos, e sobretudo as rvores frutferas (ex: macieira) dependem dos insetos

    para sua polinizao. Algumas vezes, at colmias artificiais so instaladas perto

    das plantaes para favorecer a fecundao e, deste modo, contribuir para a

    obteno de uma colheita mais rica e abundante.

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    As abelhas, porm, fazem a polinizao das flores e ainda nos fornecem cera,

    gelia real, mel, plen e prpolis. Todos os produtos so muito aproveitados como

    alimento natural ou com finalidades medicinais de preveno e cura.

    3. A RAINHA E O VO NUPCIAL

    03.1. A RAINHA

    A rainha a personagem central e a mais importante da colmia. Afinal,

    dela que depende a harmonia dos trabalhos da colnia, bem como, a reproduo da

    espcie. Seus movimentos so lentos e solenes, sempre circundada por uma corte de

    operrias que a servem, alimentando-a com a gelia real.

    A abelha rainha de uma colmia facilmente identificada, por ser ela

    visivelmente mais longa (maior), o tamanho da rainha quase duas vezes o das

    operrias e tambm maior que o zango, vive cerca de 3 a 6 anos. No entanto a

    partir do terceiro e quarto ano a sua fecundidade decai. A sua nica funo, do

    ponto de vista biolgico, a postura de ovos, j que ela a nica abelha feminina

    com capacidade de reproduo. Mas a abelha rainha desempenha um importante

    papel do ponto de vista social: Ela responsvel pela manuteno do chamado

    Esprito da Colmia, ou seja, pela harmonia e ordenao dos trabalhos da colnia.

    Consegue manter este estado de harmonia produzindo uma substncia especial

    denominada ferormnio, a partir de suas glndulas mandibulares que distribuda

    para todas as abelhas da colmia, a qual impede o desenvolvimento sexual feminino

    das operrias, impossibilitando-as de se reproduzirem. por esse motivo que em

    uma colnia tem sempre uma nica rainha. Caso aparea outra rainha na colmia,

    ambas lutaro at que uma morra.

    Na verdade, a rainha nada mais do que uma operria que atingiu sua

    maturidade sexual. Ela nasce de um ovo fecundado e criada numa clula especial,

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    diferente dos alvolos hexagonais que formam os favos. A rainha criada numa

    cpsula chamada realeira, na qual alimentada pelas operrias com a gelia real,

    produto riqussimo em protenas, vitaminas e hormnios sexuais. preciosamente,

    esta superalimentao que a tornar uma rainha, diferenciando-a das operrias. A

    gelia o nico e exclusivo alimento da abelha rainha, durante toda a sua vida.

    A abelha rainha leva de 15 a 16 dias para nascer e, a partir da

    acompanhada por muitas operrias, as quais so encarregadas de garantir sua

    alimentao e seu bem estar. Aps o quinto dia de vida, a rainha comea a fazer

    vos de reconhecimento em torno da colmia. E a partir do nono dia, ela j estpreparada para realizar o seu vo nupcial, quando ento, ser fecundada pelos

    zanges. A rainha escolhe dias quentes e ensolarados, sem ventos fortes, para

    realizar o vo nupcial.

    03.2. O VO NUPCIAL

    Somente os zanges mais fortes e rpidos conseguem alcana-la aps detectaro ferrormnio. Localizada a princesa, d-se incio cpula. No entanto, os vrios

    zanges que conseguirem, tero morte certa e rpida, pois seus rgos genitais

    ficaro presos ao corpo da rainha, que continuar a copular com quantos zanges

    forem necessrios para encher a sua espermoteca. Em mdia a rainha fecundada

    por 8 a 10 zanges. Este smen, coletado durante o vo nupcial, ser o mesmo

    durante toda sua vida. Nesta fase a rainha fica na condio de hermafrodita.

    O vo nupcial que a rainha faz o nico de sua vida. Ela jamais sairnovamente da colmia, a no ser para acompanhar parte de um enxame que

    abandona uma colmia, para formar uma nova. Ao regressar de seu vo nupcial, a

    rainha se apresenta bem maior e mais pesada. Passar a ser tratada com ateno

    especial por parte das operrias, que a alimenta com a gelia real e cuidam de sua

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    higiene. Se a jovem rainha for devorada por um pssaro durante seu vo nupcial,

    sua colmia de origem fica irremediavelmente fadada a extino.

    Uma ocasio grave quando elas percebem que a me de todas j no tem a

    mesma energia . Sendo uma famlia forte, decididamente no se permite

    enfraquecer. Ento concluem que hora de chamar visa uma nova rainha. Numa

    colmia forte sempre h realeiras (cpsulas onde nascem as abelhas) em construo:

    uma questo de sobrevivncia no caso de algum acidente acontecer com a rainha.

    Sendo esta, porm, prolfica, no permitido a estas realeiras desenvolverem-se

    normalmente (a no ser nestas ocasies especiais). Neste caso, uma rainha cujaenergia se acaba sinal para as realeiras seguirem seu curso. Tendo garantida uma

    ou mais princesas em formao, necessrio eliminar a velha me. Uma abelha

    comum nunca ferroa uma rainha; ela sequer lhe d as costas. Assim so obrigadas a

    usar uma maneira formal, uma bola em torno da rainha velha, e ali, vo sufocando-a

    at a morte; a rainha, compreendendo sua sina, no procura resistir. Terminada esta

    etapa, comeam a nascer as novas princesas. S pode haver uma rainha na colmia

    e a primeira que emerge logo procura as outras realeiras para as destruir. Se duasnascem simultaneamente, lutam entre si e vence a que for mais forte. A nica

    sobrevivente segue seu curso normal, para se tornar mais uma rainha completa.

    interessante que neste momento toda a famlia dependa de um nico indivduo para

    sua sobrevivncia.

    Outra situao diferente quando uma colmia se torna pequena para a

    populao das abelhas e no h mais espao para trabalhar. Um grupo de operrias

    comea a construir vrias realeiras onde a rainha levada a depositar ovos

    fecundados. Passado o perodo normal de incubao a primeira princesa nasce e seu

    instinto bsico fora a tentar destruir as outras realeiras ainda no abertas.

    A rainha tambm no aceita a presena da princesa, mas as operrias j

    decidiram que outras princesas devem nascer; e o objetivo no substituir a mestra,

    20

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    e sim dividir a famlia em um ou mais enxames, portanto no permitem as lutas

    naturais.

    Depois que as princesas nascem, um grupo de operrias dirige-se aos

    reservatrios de mel e enchem seus estmagos at no caber mais uma gota. Este

    grupo, normalmente bem numeroso, prepara-se para partir. Por algum mecanismo

    desconhecido convocam a rainha para a viagem. Logo sai da colmia uma nuvem

    de abelhas, a rainha entre elas e alguns zanges. O enxame no vai muito longe.

    Pousa em alguma rvore ali por perto, e algumas abelhas mais experientes, na

    qualidade de batedoras, partem em busca de um novo local para habitar.Quando as abelhas escoteiras retornam h um conselho para decidir qual o

    rumo a tomar. Uma vez tomada a deciso elas partem para um vo mais longo. O

    enxame pode ainda parar outras vezes. s vezes, o local escolhido no agrada ao

    grupo, que ento aguarda por ali, para que nova pesquisa seja feita. Se um apicultor

    tentar colocar este enxame voador em uma caixa, ele poder ou no aceitar a

    moradia, dependendo das informaes trazidas pelas escoteiras.

    Enquanto isso, a colmia-me pode decidir por lanar outros enxames, destavez acompanhados por rainhas virgens, ou ficar como est. Esses enxames

    posteriores ao primeiro em geral so menos numerosos e tm menos condies de

    sobreviver. muito comum a colmia ficar com poucas abelhas, chegando perto de

    se acabar, ainda mais as que contam com apenas uma chance de ficar sem rainha.

    Quando o grupo encontra o lugar adequado, comea a construo do novo

    ninho. As abelhas engenheiras escolhem ento o ponto mais central que pode ser

    chamado de teto; ali, formam um bolo e comeam a gerar calor usando a reserva de

    mel que trouxeram no papo. As abelhas que ficaram no centro da bola, encarregam-

    se de produzir a cera e logo possvel visualizar uma fina folha de cera vertical se

    formando. Em seguida, algumas abelhas iniciam a construo dos alvolos

    hexagonais, de ambos os lados da lmina, seguindo uma intrincada arquitetura que

    aproveita todos os espaos e ngulos da melhor maneira possvel.

    21

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    Os alvolos so construdos de forma a terem uma leve inclinao para

    cima, evitando que seu contedo escorra para fora.

    Na construo dos favos as abelhas encostam-se uma nas outras pelas patas e

    comeam a secretar e mastigar pequenas escamas de cera, pouco depois, amoldam

    at completar o favo.

    4. COMO NASCEM AS ABELHAS

    Trs dias aps a fecundao, a abelha rainha comea a desovar, botando um

    ovo em cada alvolo. Uma rainha pode botar cerca de trs mil ovos por dia. Durante

    o seu ciclo, as abelhas passam por quatro etapas muito diferenciadas. So elas:

    Ovo;

    Larva;

    Ninfa;

    Adulto.

    Assim, como as borboletas sofrem uma metamorfose, as larvas so muito

    diferentes dos adultos e seu corpo sofre mudanas muito importantes durante seu

    desenvolvimento. Os ovos so formados nos dois ovrios da rainha e ao passarem

    pelo oviduto podem ou no serem fertilizados pelos espermatozides armazenados.

    Os ovos fertilizados, do origem as abelhas operrias e os dos no fertilizados,

    nascero os zanges. Este fenmeno (do nascimento dos zanges a partir de ovos

    no fecundados) conhecido cientificamente como partenognese. Portanto, o

    zango, nasce sempre puro de raa, por originar-se de ovo no fecundado.

    interessante saber como a abelha rainha determina quais os ovos que sero

    fertilizados (que daro origem as operrias), e quais os que originaro os zanges. O

    processo assim: as abelhas constrem alvolos de dois tamanhos: um menor,

    22

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    destinado a criao de larvas de operrias, e outro maior, onde nascero os zanges.

    Antes de ovular, a abelha rainha mede as dimenses do alvolo com suas patas

    dianteiras.

    Constatando ser um alvolo de operria, a rainha, ao introduzir seu abdmen

    para realizar a postura, comprime sua espermoteca, liberando assim,

    espermatozides que iro fecundar o ovo que ser depositado no alvolo. Caso a

    rainha verifique que o alvolo destinado a zanges, ela simplesmente introduz o

    abdmen no alvolo, sem comprimir sua espermtica, depositando assim, um ovo

    no fecundado. importante que o apicultor saiba destas diferenas porque, caso o lote de

    esperma presente na espermtica da rainha se esgote, todas as abelhas nascero de

    ovos no fecundados, dando origem somente a zanges. Neste caso, o apicultor

    dever substituir imediatamente sua rainha, para evitar que a colnia desaparea

    pela falta de operrias, que garantem alimentao, higiene e demais servios da

    colmia.

    05. OS ZANGES

    Os zanges so abelhas machos, sendo mais largos e fortes que qualquer

    abelha. No possuem ferro, no coletam plen ou nctar, no produzem cera e no

    possuem glndulas odorferas. A nica funo dos zanges a fecundao das

    rainhas virgens.

    Por no possuir rgos de trabalho, o zango no faz outra coisa a no servoar procura de uma rainha virgem para fecund-la.

    Eles nascem 24 dias aps a postura do ovo e atingem a maturidade sexual

    aos 12 dias de vida. Vivem de 80 a 90 dias e dependem nica e exclusivamente das

    abelhas operrias para sobreviver: so alimentados por elas, e por elas so expulsos

    23

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    da colmia nos perodos de falta de alimento (isso acontece, normalmente no

    inverno, s vezes eles morrem de fome e frio).

    Quase duas vezes maiores que as operrias, a presena de zanges numa

    colmia sinal de que a colnia est em desenvolvimento e de que existe alimento

    em abundncia.

    Apesar de no possuir rgos de defesa ou de trabalho, ele dotado de

    aparelhos sensitivos excepcionais, que pode identificar, pelo olfato ou pela viso,

    rainhas virgens a dez quilmetros de distncia.

    Os zanges costumam agrupar-se em determinados pontos prximos scolmias onde ficam a espera de rainhas virgens. Quando descobrem a princesa

    partem todos em perseguio rainha, para copular em pleno vo, o que acontece

    sempre acima dos 11 metros de altura. No vo nupcial, uma mdia de oito a dez

    zanges conseguem realizar a faanha (somente os mais fortes e rpidos). Mas eles

    pagam um preo alto pela proeza: aps a cpula, seu rgo genital rompido,

    ficando preso a cmara do ferro da rainha. Logo aps o zango morre.

    06. AS OPERRIAS

    So as fmeas que so no fecundadas porque seu aparelho reprodutor no

    se desenvolve, fica atrofiado e so e as de menor porte na famlia, embora

    constituem o maior nmero de populao, podendo situar entre 50 e 80 mil por

    enxame. Estas abelhas possuem cesta de plen, vescula melfera, glndulas de

    veneno, odorferas, ferro, etc.

    A abelha operria responsvel por todo o trabalho realizado no interior da

    colmia, obedecendo a uma rgida distribuio dos servios de acordo com

    sucessivas transformaes que acontecem em seu organismo no decorrer de suas

    vidas. As abelhas operrias encarregam-se da higiene da colmia, garantem o

    alimento e gua de que a colnia precisa coletando plen e nctar, produzem a cera,

    24

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    com a qual constrem os favos, alimentam a rainha, os zanges e as larvas por

    nascer e cuidam da defesa da famlia.

    Alm destas atividades, as operrias ainda mantm uma temperatura estvel,

    entre 33o e 36o c, no interior da colmeia, produzem e estocam o mel que assegura a

    alimentao da colnia, aquecem as larvas (crias) com o prprio corpo em dias frios

    e elaboram a prpolis, substncia processada a partir de resinas vegetais, utilizadas

    para desinfetar favos e paredes e vedar frestas.

    Resumidamente, as operrias respondem por todo trabalho empreendido na

    colmia. Elas nascem 21 dias aps a postura do ovo (trs dias a menos que ozango), e podem viver at seis meses, em situaes excepcionais de pouca

    atividade, mas seu ciclo de vida normal no ultrapassa os 60 dias, pois seu tempo de

    vida varia de acordo com o clima e a atividade da colmia.

    Mas apesar de curta, a vida das operrias das mais intensas. E esta

    atividade j comea momentos aps o nascimento, quando ela executa o trabalho de

    faxina, limpando alvolos, assoalho e paredes da colmia. Da a denominao de

    faxineira. A partir do quarto dia de vida, a operria comea a trabalhar na cozinhada colmia, com desenvolvimento de suas glndulas hipofarngeanas, ela passa a

    alimentar as larvas da colnia e sua rainha.

    Neste perodo de sua vida, que vai at o 14o dia, so chamadas de nutrizes,

    essas abelhas ingerem plen, mel e gua, misturando esses ingredientes em seu

    estmago. Em seguida , esta mistura, que passou por uma srie de transformaes

    qumicas, regurgitada nos alvolos em que existam larvas. Esta mistura servir de

    alimento s abelhas por nascer.

    Com o desenvolvimento das glndulas hipofarngeanas, produtoras de gelia

    real, as operrias passam a alimentar tambm a rainha que se alimenta,

    exclusivamente, dessa substncia. Elas tambm so chamadas de amas.

    De nutrizes, as operrias so promovidas a engenheiras, a partir do

    desenvolvimento de suas glndulas cergenas, o que acontece por volta do seu nono

    25

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    dia de vida. Com a cera produzida por estas glndulas, as abelhas engenheiras

    constrem os favos e paredes da colmia e fecham as clulas que contm mel

    maduro ou larvas. Alm desde trabalho, estas abelhas passam a produzir mel,

    transformando o nctar das flores que trazido por suas companheiras. At esta

    fase, as operrias no voam.

    A partir do 21o dia de vida, as operrias passam por nova transformao:

    elas abandonam os trabalhos internos na colmia e se dedicam a coleta de gua,

    nctar e prpolis, e a defesa da colnia. Nesta fase, que a ltima de sua existncia,

    as operrias so conhecidas como campeiras.

    Tempo de Vida

    das

    Operria

    s

    Atividades Exercidas

    1 a 3 dias Fazem a limpeza e reforma polindo os alvolos

    3 a 7 dias Alimentam com mel e plen as larvas com mais de trs dias

    7 a 14 dias Alimentam as larvas com idade inferior a trs dias com gelia

    real. Tambm neste perodo, algumas cuidam da rainha12 a 18 dias Fazem limpeza no lixo da colmia

    14 a 20 dias Segregam a cera e constrem os favos

    18 a 20 dias Defendem a colmia contra inimigos e contra o apicultor

    desprevenido21 dias em diante Trazem nctar, plen, gua e prpolis, at a morte

    7. CICLO EVOLUTIVO DAS ABELHAS

    TEMPO OPERRIA RAINHA ZANGO

    1o ao 3o dia Ovo Ovo vulo

    3o dia Ecloso do Ovo Ecloso do Ovo Ecloso do Ovo

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    3o ao 8o dia Larva Larva Larva

    8o dia Larva Clula Operculada Larva8o ao 9o dia A clula

    operculada; a larva

    tece o casulo

    A larva tece o

    casulo

    A clula

    operculada; a larva

    tece o casulo10o ao 10o dia Pr-pupa Pr-pupa Tece o casulo

    11o dia Pr-pupa Pupa Pr-pupa

    12o dia Pupa Pupa Pr-pupa

    16o dia Pupa Inseto Adulto Pupa

    21o dia Inseto Adulto - -

    24o dia - - Inseto Adulto

    1o ao 3o dia Incubao e

    limpeza

    Rainha Jovem Vive s para

    Colmia4o dia Comea a

    alimentar as larvas

    Rainha Jovem Vos para Fora

    5o dia Alimenta as larvas Vo Nupcial Procura rainha

    para fecundar5o ao 6o dia Alimenta as larvas

    jovens, produzgelia, faz os

    primeiros vos

    para fora

    A rainha

    alimentada

    Procura rainha

    para fecundar

    8o ao 12o dia Produz gelia real,

    produz cera, faz os

    1os vos de

    reconhecimento

    A rainha comea a

    engordar

    Se acasalar, morre

    13o ao 19o dia Trabalhos de

    campeira

    Inicia a Postura Se acasalar, morre

    21o ao 30o dia Trabalhos de

    Campeira

    Pe Ovos Se acasalar, morre

    31o dia Campeira Pes Ovos Se acasalar, morre

    31o ao 45o dia Campeira Pe Ovos Morre

    31o ao 45o dia Coleta Plen e

    nctar

    Pe Ovos -

    27

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    55o dia Morre Pes Ovos -

    729o ao 1450o

    dia- Pode voar com

    todas as abelhas

    mais velhas, no

    processo de

    enxameao.

    Morre.

    8. COMO TRAZEM O ALIMENTO

    Elas colhem o nctar das flores com suas compridas lnguas (tambm

    chamadas de glossas), o produto armazenado em sua vescula melfera (papo de

    mel) que tambm transporta a gua coletada. Quando retornam colmia as

    campeiras transferem o nctar que colheram para as (abelhas) engenheiras, e estas,

    por sua vez, vo retirar o excesso de umidade e transform-lo em mel.

    Alm do nctar das flores, as campeiras trazem outro importante alimento

    para a colmia: o plen, conhecido como po das abelhas, que tambm estocado

    nos favos. As campeiras coletam em suas cestas de plen, situadas nas tbias das

    patas traseiras.

    Finalmente, as campeiras coletam a resina que ser transformada em

    prpolis com o auxlio de suas mandbulas e penugens que transportada nas cestas

    de plen.

    9. ANATOMIA DAS ABELHAS

    O corpo da abelha dividido basicamente em trs partes:

    28

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    CABEA, TORX E ABDOME

    9.1. A CABEA

    o centro sensorial da abelha porque nela esto seus rgos sensoriais que

    lhe permitem saber o que se passa a seu redor. Atravs dos grandes olhos

    compostos, podem orientar-se em seus vos e distinguir as cores das flores.

    Nas antenas possuem os sentidos da audio, do olfato e do tato,

    imprescindveis quando se encontram na escurido da colmia. Pelo cheiro podem

    reconhecer suas companheiras e detectar seus inimigos. Nas suas duas antenas,

    esto localizadas as chamadas cavidades oftlmicas, rgos bastante desenvolvidos,

    que tm a importante funo de captar odores como o de floradas, por parte das

    campeiras, ou odor de rainhas virgens por parte dos zanges. Os zanges

    apresentam cerca de 30.000 cavidades oftativas, as operrias cerca de 4000 a 6000 e

    a rainha cerca de 3000 cavidades.

    Tambm na cabea est localizado o complexo sistema visual das abelhasque composto por trs ocelos ou olhos simples, situados na parte frontal da cabea

    e dos olhos compostos, localizados nas laterais da cabea, os quais, so constitudos

    por milhares de omatdeos, formando um conjunto de olhos interligados. Apesar de

    fixos, estes olhos so capazes de enxergar bem e a longas distncias. Os zanges

    apresentam 13.000 omatdeos, as operrias cerca de 6.500 e a rainha, 3000.

    Ainda na cabea esto localizadas trs importantes glndulas: as mandibulares,

    que dissolvem a cera e ajudam a processar a gelia real que alimentar a rainha, ashipofarngeanas que funcionam do 5o ao 12o dia de vida da operria e transformam

    o alimento comum em gelia real. Alm das glndulas e dos rgos de sentido,

    ainda esto situados na cabea das abelhas o bucal e os sacos areos, que se

    interligam no abdmen.

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    As abelhas e vespas tm dois pares de asas membranosas bem desenvolvidas,

    sendo o par anterior maior que o posterior.

    Resumimos abaixo o que faz parte do centro sensorial das abelhas:

    - As Antenas so responsvel pelo olfato;

    - Os Olhos Compostos so localizados na lateral da cabea e so responsveis

    pela viso da abelha e que so ainda formados por milhares de omatdeos

    (pequenos olhinhos);

    - Os Olhos Simples (ocelos) - auxiliam na percepo da luz e se localizam na

    parte da frente da cabea;

    - As Mandbulas - na rainha e no zango servem para abrir as clulas e nas

    operrias servem para moldar os favos, coletar o prpolis e segurar algo que

    tenha entrado na colmia;

    - A Glossa (lngua dos insetos) - serve para sugar o nctar das flores.

    envolvida pelos palpos labiais e maxilares que servem de proteo para a

    glossa;

    - As Glndulas Salivares e Faciais.

    9.2. TRAX

    O trax da abelha formado por trs segmentos: o primeiro, ligado

    cabea, chama-se Protrax; a mediana, Mesotrax; e o terceiro ligado ao

    abdmen, Metatrax.

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    Os rgos de locomoo da abelha esto situados em seu trax: as seis

    patas, divididas em seis segmentos, e seus dois pares de asas. Tambm esto

    alojados no trax: o esfago das abelhas e os espirculos (rgos de respirao).

    Os pares de patas diferem entre si, possuindo cada um deles uma funo

    diferente. Na primeira parte do trax esto instaladas as patas anteriores, as quais

    so forradas por plos microscpicos e que servem para limpar as antenas, os olhos,

    a lngua e a mandbula; Na segunda parte esto as patas medianas que possuem um

    esporo, cuja funo a limpeza das asas e a retirada do plen acumulado nos

    cestos das patas posteriores, estas instaladas na ltima parte do trax e que secaracterizam pela existncia das cestas de plen, pentes e espinhos, cuja finalidade

    retirar as partculas de cera elaboradas pelas glndulas cergenas alojadas no

    ventre.

    o centro locomotor da abelha e nele encontramos:

    a) Trs pares de patas:

    As patas anteriores onde as abelhas possuem uma estrutura que serve

    tambm para limpar as antenas e reteno do plen na corbcula (espcie decesta para armazenar);

    As patas medianas, nas quais encontramos uma quantidade muito

    grande de plos que so utilizados para limpar o trax da abelha;

    As patas posteriores, onde encontramos a corbcula, formado por

    uma franja de plos nas tbias posteriores;

    b) Dois pares de asas;c) Glndulas Salivares e Glndulas das Patas.

    9.3. ABDOME

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    O abdome abriga a maioria dos rgos das abelhas. Nele esto situados a

    vescula melfera (que transforma o nctar em mel e ainda transporta a gua

    coletada no campo para a colmia), o estmago das abelhas (conhecido como

    ventrculo), seu intestino delgado, as glndulas cergenas (responsveis pela

    produo de cera) e as traquias ou espirculos (rgos de respirao).

    No abdome dos zanges est localizado seus rgos reprodutores,

    constitudo por um par de testculos, duas glndulas de muco e pnis.

    Exatamente na extremidade do abdmen est localizada a arma de defesa

    das abelhas: seu temvel ferro. Para a abelha rainha, o ferro nada mais do queum instrumento de orientao que visa localizar as clulas dos favos onde ir

    ovular, ou ento, de defesa, utilizado para picar outra rainha que porventura, tenha

    nascido ao mesmo tempo, com a qual, travar uma luta de vida ou morte pela

    liderana dentro da colmia. importante saber que a rainha s ataca outra rainha,

    s utilizar seu ferro, contra outra que queira tomar seu trono.

    Outro ponto interessante que o ferro da rainha liso, aps penetrar e

    injetar o veneno, ele volta ao seu estado normal, o que no acontece com asoperrias. As operrias tm o ferro em forma de serrote, que aps penetrar em algo

    mais duro, como a pele do homem, fica preso puxando parte dos seus rgos

    internos, o que ocasiona a sua morte, logo em seguida.

    Assim, para as operrias, o ferro uma importante defesa, por meio do

    ferro que as abelhas se defendem, injetando no inimigo uma toxina que, em grande

    quantidade, pode ser fatal. Basta dizer que uma pessoa picada por mais de 400 ou

    500 abelhas tem morte certa. No entanto, o veneno das abelhas, em doses reduzidas

    e adequadamente administradas, empregado em vrios pases, principalmente nos

    Estados Unidos e Rssia, no combate a doenas como reumatismo, nevralgias,

    transtornos circulatrios e vrias outras doenas.

    tambm no abdome que esto localizados os rgos de reproduo

    femininos: vagina, ovrios (dois), espermateca (bolsa onde a rainha armazena os

    32

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    espermatozides dos zanges que a fecundaram) e a glndula de odor que tem

    importante papel de possibilitar a identificao entre as abelhas. por causa deste

    cheiro caracterstico que uma abelha no aceita por uma outra colmia que no

    seja a sua. Cada abelha tem a sua colmia, saindo e retornando precisamente sempre

    para o mesmo alvo (entrada do ninho). Desta forma ela nunca erra de casa, pois se

    isso acontecer, ela ser picada e morta. Esse fato somente no ocorrer se na hora

    do pouso errado, ela estiver carregada de nctar e plen, neste caso, a abelha

    muito bem recebida e integrada a famlia (nova colmia).

    O abdmen o local de armazenamento do corpo da abelha e coberto de

    plos, nele encontramos:

    a) Aparelho reprodutor;

    b) Estmago de mel;

    c) Estmago verdadeiro;

    d) Os intestinos;

    e) Aparelho circulatrio;f) Aparelho respiratrio;

    g) Aparelho digestivo;

    h) Gnglios nervosos;

    i) Glndulas salivares, glndulas de veneno, entre outras;

    10. COMUNICAO E ORIENTAO DAS ABELHAS

    As abelhas, em sua maioria, so dotadas de processo de orientao

    excepcional de comunicao que baseado, principalmente, tendo o sol como

    referncia. Porm essa comunicao varia de acordo com a espcie da abelha.

    33

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    Para retornar colmia, as campeiras aprendem a situar sua habitao assim

    que fazem os primeiros vos de treinamento e reconhecimento. importante saber

    que todas as abelhas possuem a rara propriedade de enxergar a luz do sol (que seu

    referencial mesmo nos dias nublados e encobertos), graas a sua sensibilidade

    radiao ultravioleta emitida pelo sol. As abelhas, nem sempre utilizam o mesmo

    sistema de orientao, para guiar suas companheiras em relao as fontes de

    alimento recm descobertas. Neste caso, quando querem informar sobre a

    localizao e fontes de alimentos, algumas abelhas campeiras transmitem a

    informao por meio de um sistema de dana. Quando a fonte de alimento estsituada a menos de cem metros da colmia, a campeira executa uma dana em

    crculo, e, quando a fonte de alimento est localizada a mais de cem metros, a

    campeira dana em requebrado. Nas duas situaes, a campeira indica a direo da

    fonte de alimento pelo ngulo da dana, em relao ao por do sol.

    10.1. COMUNICAO EM ALGUMAS ESPCIES

    Existem espcies onde as campeiras chegam com alimento correndo em

    ziguezague e produzindo um som que estimula a sada de outras abelhas, e, estas,

    por suas vez, vo procura da fonte que tenha o mesmo odor do alimento trazido

    pelas primeiras. Isso ocorre com as abelhas Jata, Mirim e Mosquito.

    Na espcie Bombus, a coletora chega com o plen e as outras campeiras

    comem parte deste plen. Depois partem para procurar uma fonte de plen com o

    mesmo cheiro.

    As abelhas do gnero Trigonisca, Frieseomelitta, e Duckeola informam sobre

    a fonte de alimento correndo e batendo nas companheiras, soltando o cheiro do

    alimento.

    34

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    A espcie Ira tambm reparte o alimento produzindo um som caracterstico,

    e quando em grupo de aproximadamente 50 abelhas j conhece o odor do

    alimento e o som, este sai em busca de nova fonte.

    Em espcies de Partamona, a campeira vai at a colmia, estimula a sada de

    outras campeiras e vai guiando-as at a fonte liberando uma substncia produzida

    por uma glndula mandibular para orient-las.

    Outras espcies podem guiar-se apenas pelo som, para indicar a distncia da

    fonte colmia, como a Melipona, ou ainda, guiar-se apenas pelo odor da amostra

    de alimento trazida pela primeira coletora.

    11. AS ABELHAS E A POLINIZAO

    Polinizao o transporte do plen dos estames de uma flor at a parte

    feminina de outra, deste modo, obtm-se as sementes que produziro uma nova

    planta.

    Em alguns casos, o plen transportado pelo vento, mas h plantas que

    dependem dos animais, especialmente de insetos para que ocorra a polinizao.

    As abelhas so um dos insetos polinizadores mais importantes, j que

    visitam muitas flores. Quando pousam sobre uma flor, seu corpo fica coberto de

    plen e, ao visitar a flor seguinte, parte do plen se desprende, polinizando a planta.

    Elas so muito importantes para a agricultura. Muitas das plantas quecultivamos, e sobretudo as rvores frutferas (a pereira, a macieira, etc), dependem

    dos insetos para sua polinizao.

    Algumas vezes, colmias so instaladas perto das plantaes para favorecer

    a fecundao e, deste modo, contribuir para a obteno de uma colheita mais rica e

    abundante.

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    12. PRODUTOS E ALIMENTOS DAS ABELHAS

    12.1. O MEL

    Conhecido desde antigidade, o mel durante muito tempo, era o nico

    produto doce usado pelo homem em sua alimentao, at ser substitudo

    gradualmente por acares, como o extrado da cana. o melhor e mais antigo

    adoante para uso familiar e industrial com mercado (venda) sempre garantido.

    Mel o produto alimentcio produzido pelas abelhas a partir do nctar dasplantas, que vivem sobre algumas espcies vegetais e algumas espcies de abelhas

    recolhem, transformam, combinam com substncias especficas prprias,

    armazenam e deixam amadurecer nos favos da colmia.

    lquido, espesso, pastoso, em geral tm cor amarelada, raramente

    acastanhada ou avermelhado, excepcionalmente esverdeado.

    Dos produtos fornecidos pelas abelhas, o mel sem dvida o mais conhecido.

    Este o produto final da elaborao pelas abelhas do nctar retirado das flores e

    submetido a transformaes qumicas dentro do seu corpo e depois, j nas clulas,

    de evaporao, sob a ao do calor e ventilao dentro da colmia. O homem

    utiliza-se fartamente do mel como alimento, entretanto, sem desconhecer suas

    qualidades medicinais.

    O mel, na verdade, o nico produto que contm protenas e diversos sais

    minerais e vitaminas essenciais nossa sade. ainda um alimento de alto

    potencial energtico e de conhecidas propriedades medicinais. Alm disso, um

    dos poucos alimentos de reconhecida ao antibactericida, que contm em

    propores equilibradas: fermento, vitaminas, minerais, cidos e aminocidos.

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    Cada abelha vive em mdia seis semanas. Quando o alimento diminui, todas

    as atividades so interrompidas e a colmia vive do mel armazenado na poca da

    fartura.

    12.1.1. SABOR E COLORAO DO MEL

    Produto processado a partir do nctar das flores, o mel tem sua cor e sabor

    diretamente relacionada com a predominncia da florada. Com relao a colorao,

    h basicamente os mis claros e os escuros. Geralmente, os de colorao clara

    apresentam sabor e aroma mais suaves que os escuros e por isso so mais

    apreciados. No entanto, os mis mais escuros so mais ricos em protenas e sais

    minerais, sendo portanto, mais ricos no ponto de vista nutritivo.

    Alm de protena e sais minerais, o mel apresenta ainda em sua constituio

    protenas, enzimas, hormnios, partculas de plen e de cera, aminocidos,

    dextrinas e um grande nmero de cidos que apresenta o PH do mel, seu grau de

    acidez 3,9. Mais adiante, no decorrer de nossa pesquisa, mostraremosdetalhadamente toda esta composio de vitaminas do mel.

    Ao contrrio do que muitas pessoas acreditam, a maioria dos mis puros,

    genunos, acabam cristalizando-se (aucarando) com o tempo. importante

    esclarecer ainda que as qualidades dependem tambm das espcies produtoras e das

    matrias primas que empregam. Por exemplo, quando possuem sabor e aromas

    delicados, provm de nctares de plantas aromticas, como a laranjeira, a accia,

    etc. Outros, possuem sabor amargo, quando as abelhas visitaram com insistncia

    flores como os pinheiros. Outro fator que influencia suas qualidades como se

    extraem os favos.

    quele que escorre sem qualquer presso mais puro e mais claro o

    chamado mel virgem. Informaremos mais adiante estes detalhes quando chegarmos

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    no item da apicultura (criao de abelhas com ferro) e meliponicultura (criao de

    abelhas sem ferro).

    12.1.2. NUTRIENTES DO MEL

    O mel contm em cada 100 gramas: clcio 04 mg; fsforo 19 mg; ferro 0,7

    mg; carbohidratos 75 mg., o que perfaz, um total calrico de 310 calorias. Um

    indivduo normal deve ingerir hidratos de carbono na quantidade necessria, ou

    seja, de 67 gramas por quilo de peso corporal ao dia para manter suas atividades.

    Exemplo: Uma criana precisa em mdia de 150 g de hidrato de carbono ao dia.

    Cada sach de 7 gramas de mel fornece ao organismo em torno de 31,10 calorias e

    7,6 de hidrato de carbono, portanto, o mel um alimento energtico.

    12.1.3. COMPOSIO QUMICA DO MEL

    A exata composio do mel : Efeitos do mel no organismo:

    gua: de 12,7 a 27,0% Imunolgico

    Glicose: de 24,7 a 36,9% Antibacteriano

    Levulose: de 40,2 a 43,6% Antiinflamatrio

    Sacarose: de 00,00 a 10,1% Analgsico e sedativo

    Cinzas: de 00,03 a 00,09% Hiposensibilizador

    12.1.4. COMPOSIES ESPECFICAS DAS VITAMINAS DO

    MEL

    Vitaminas Vitamina A, Vitamina B (Tiamina), Vitamina B2 (Riboflavina),

    Vitamina B5 (cido Pantotnico), Vitamina B6 (Piridoxima), Vitamina B (cido

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    Flico), Vitamina C (cido Ascrbico), Vitamina H (Biotina), Vitamina PP

    (Niaciamina, niacina, cido nicotnico);

    Sais minerais Clcio, fsforo, enxofre, potssio, cloro, ferro, mangans,

    cobre, slica, sdio;

    Enzimas Invertase, diastase, lipase, inulase, glicose-oxidase, catalase e

    fosfatase cida;

    Protenas e aminocidos - Prolinas, lisina, cido glutmico, cido asprtico,

    arginina, cistina, glicina, histidina, isoleucina, leucina, metionina, felilalanina,

    serina, treonina, triptofano e tirocina.

    Temos ainda na composio do mel: cetonas e aldedose os cidos e seus

    teres.

    12.1.5. UMIDADE DO MEL

    A presena de umidade no mel normal, no entanto nele tambm existem

    levedos que podem ativar a fermentao desde que existam condies favorveis,

    como: ar e umidade alta.

    A umidade ideal no mel de 16,8 17%, o que permitir que este possa ser

    guardado por muitos meses sem perigo de fermentar.

    Acima de 21% de umidade, o mel fica, sujeito a fermentao em curto

    espao de tempo, no aceito na comercializao, ou somente com grande desconto

    no preo, j que, vai depender de desumidificao com perda de peso.

    A umidade alta do mel no depende unicamente de favos operculados ou

    maduros, mas tambm das condies geogrficas do clima e do nctar, de acordo

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    com a sua origem botnica, e at da prpria linhagem das abelhas. Por exemplo: em

    regies com elevada umidade do ar, o mel igualmente afetado com uma maior.

    Para corrigir esta caracterstica do mel, o apicultor deve adotar os seguintes

    procedimentos:

    1. Antes de centrifugar os favos, em caso de existncia de favos ainda no

    totalmente operculados ou mesmo maduros, recomenda-se mant-los numa sala

    ou cmara, com circulao de ar quente 35o C, durante 24 horas, afim de

    reduzir substancialmente o teor de umidade final.

    2. Abrir a tampa do tambor ou lata e aquecer em banho-maria a uma

    temperatura de 40 45oC durante umas 12 horas, mexendo o mel vez ou outra,

    para ajudar na evaporao da gua.

    3. Usar um desumidificador industrial. Centrifugar e processar o mel, sempre em

    dias secos com baixa umidade.

    4. Colher sempre que possvel, favos completamente operculados. Para conhecer e

    controlar a umidade do seu mel, o apicultor, precisa ter um refratmetro de

    bolso ou de mesa, instrumento destinado medir o teor de umidade do produto.

    12.2. O PLEN

    Conhecido tambm como o po das abelhas, o plen um produto

    riqussimo em protenas, vitaminas e hormnios de crescimento, encerrando todos

    os elementos indispensveis vida dos organismos vivos. Sua importncia tanta

    que basta dizer que, na falta de plen, as abelhas no sobrevivem. um produto to

    perfeito que, at hoje, o homem no conseguiu elaborar um substituto que pudesse

    ser fornecido s abelhas.

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    Apesar de ser riqussimo em vitaminas (principalmente A e P), protenas e

    hormnios, o plen ainda no muito empregado como produto medicinal. No

    entanto, pesquisadores soviticos asseguram que o plen apresenta ao eficaz nos

    casos de anemia, regulariza o funcionamento dos intestinos, abre o apetite, aumenta

    a capacidade de trabalhar, baixa a presso arterial e aumenta a taxa de hemoglobina

    no sangue.

    Estudiosos franceses demonstraram que cobaias alimentadas com pequenas

    doses de plen, acusaram desenvolvimento mais rpido, acelerado e ganho de peso.

    O plen no remdio, e sim um alimento que fortalece o organismo.

    INDICAES:

    a) Fortificante geral para desgaste fsico e intelectual;

    b) Descongestiona a prstata, rins e fgado;

    c) Melhora a pele e fortifica os cabelos;

    d) Estimula o pncreas, combatendo o diabetes;

    e) Favorece a fertilidade;

    f) Nos transtornos de gravidez e menopausa;

    g) Nas afeces orgnicas funcionais (corao, estmago, vescula e digesto).

    12.3. GELIA REAL

    um produto natural, secretado pelas glndulas hipofaringeanas das abelhas

    jovens (com 3 a 12 dias de vida adulta) e contm notveis quantidades de protenas

    (43a 48%), lipdeos (8 a 11%), carboidratos, vitaminas, hormnios, enzima,

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    substncias minerais, fatores vitais especficos, substncias biocatalisadoras nos

    processos de regenerao das clulas que desenvolve uma importante ao

    fisiolgica. Na colmia, utilizada na alimentao das larvas de abelhas operrias

    at o terceiro dia de vida, e das larvas dos zanges.

    Indiscutivelmente na natureza no tem outro alimento to rico e poderoso

    como a gelia real.

    Mas, este produto mais conhecido como alimento por excelncia, da

    rainha. Pode-se dizer que, graas a gelia real a abelha rainha superior, em relao

    s operrias. A rainha que alimentada com a gelia durante toda sua vida, atinge

    o dobro do tamanho da operria, possui um aparelho sexual desenvolvido que lhe

    permite uma fecundao extraordinria e a sua vida longa (chega at a cinco

    anos), enquanto a vida mdia das operrias de 5 a 6 semanas.

    um alimento semelhante ao mel. uma substncia fluida e clara,

    ligeiramente aromtica e adstringente. Sua produo lucrativa, mas depende de

    conhecimentos especiais.

    Para o homem, a gelia real tem ao vitalizadora e estimulante do

    organismo, aumenta o apetite e tem comprovado efeito antigripal. No se conhece,

    na biologia e medicina, outra substncia com semelhante efeito sobre o

    crescimento, longetividade e reproduo das espcies.

    utilizada pelo homem na fabricao de cosmticos para a pele, ajuda no

    desenvolvimento mental da criana, no tratamento do raquitismo (fraqueza dos

    ossos), regulariza as funes do sistema nervoso, cardiovascular, aparelhos

    respiratrios, digestivos, rins, fgado e diminui o stress.

    12.3.1. COMO CONSERVAR A GELIA REAL

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    Quando pura, guardar na geladeira em frasco escuro e bem fechado.

    Quando misturada com mel pode ser guardada em ambiente normal, sem

    colocar na geladeira.

    Fatores que prejudicam sua conservao: calor excessivo, luz, ar com

    processamento inadequado.

    O ar provoca oxidao da gelia real.

    A melhor tcnica para conservao a liofilizao ou sua transformao em p.

    12.4. PRPOLIS

    Constituda de resinas vegetais que as abelhas coletam de determinadas

    rvores, cera, plen e cidos e gorduras, a prpolis uma substncia que as abelhas

    processam para fechar frestas da colmia, soldar peas e componentes mveis da

    sua moradia e ainda, diminuir a entrada do alvado nas pocas frias. A prpolisgarante a pureza e higiene das abelhas e de seu habitat. As campeiras so obrigadas,

    ao entrar ou sair da colmia, a passar por um corredor revestido de prpolis, o que

    um verdadeiro banho desinfetante. Com essa operao de limpeza elas so

    desinfetadas das bactrias que so destrudas pela prpolis. As virtudes teraputicas

    desse produto das abelhas so relatadas atravs da histria. Os egpcios a usavam

    para embalsamar mortos antes de enfaix-los. Sua ao bacteriana ajudou na

    conservao dos corpos.

    Seu maior interesse para o homem, no entanto, sua ao antibitica e anti-

    sptica. As abelhas empregam a prpolis para impermeabilizar e envernizar as

    paredes da colmia. Alm disso, qualquer corpo estranho (pequenos animais

    mortos, como camundongo) que no consiga remover para fora da colmia,

    encapado com uma camada de prpolis para impedir ou retardar o processo de

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    putrefao. Dessa forma, o cadver do animal fica mumificado com a camada de

    prpolis e seu processo de decomposio retardado por vrios anos.

    Alm de propriedades antibiticas, a prpolis apresenta ao imunolgica,

    anestsica, cicatrizante e antiinflamatria. Comercialmente, a prpolis vendida em

    soluo, e em concentraes variveis. O produto foi testado experimentalmente e

    aprovado em doenas como faringites, cncer de garganta, pulmo e infeces

    gerais, em diferentes concentraes.

    Outras doenas comuns que so tratadas com a prpolis: acne, calos,

    dermatose, verrugas, urticrias, queimaduras, eczemas, furnculos, herpes,

    amigdalite, faringite, laringite, piorria, aftas, rouquido, cistite, corrimento,

    prostatite, vaginite, gripe, tosse, bronquite, lcera, halitose, colite, etc.

    A prpolis, sem dvida, um dos produtos apcolas de maior eficcia,

    quanto aos princpios ativos transmitidos da planta ao homem. Por ser um produto

    muito potente, largamente utilizado na Europa, Rssia e Estados Unidos e utilizado

    muito pouco ainda no Brasil, os estudiosos recomendam o seu uso com cautela, sem

    exagero e sempre com pouca constncia (mximo de 90 dias), pois a prpolis

    possui a propriedade comprovada de um antibitico natural. Assim, ela no deve ser

    usada por perodos longos, apesar de no possuir contra indicaes.

    12.5. APITOXINA - O VENENO DAS ABELHAS

    Apesar de ser um produto letal para o homem, quando aplicado em grandespropores, o veneno das abelhas um consagrado medicamento contra diversos

    distrbios e afeces. Em pases como Estados Unidos e Rssia, o veneno das

    abelhas um remdio popular indicado contra vrias doenas. Sem dvida, o

    tratamento contra reumatismo, base dessa substncia bastante conhecido. Mas a

    apitoxina, como conhecido o veneno, empregada com sucesso em tratamento

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    contra nefrites e nevralgias, nas afeces cutneas, doenas oftlmicas, na reduo

    da taxa de colesterol no sangue e contra a hipertenso arterial.

    No Brasil, a apitoxina praticamente desconhecida. Nos Estados Unidos ela

    administrada por meio de picadas naturais das abelhas, injees subcutneas,

    pomadas, inalaes e at mesmo por comprimidos.

    12.6. CERA

    A cera elaborada pelas abelhas para a construo e manuteno dos favos(que servem para depsito de mel) de suas colmias, tambm aproveitada pelo

    homem. Segundo estudos cientficos, a abelha para produzir 1 (um) Kg. de cera

    consome em mdia 7 a 8 Kg. de mel.

    Esse material utilizado na fabricao de velas com a vantagem de serem

    aromticas. Da cera produzida pelas abelhas o homem tambm usa para fabricar

    lpis de cor, confeco de cosmticos, produtos farmacuticos e odontolgicos,

    tintas, lentes telescpicas, mobilirio, material de depilao, para fazer

    impermeabilizantes, etc.

    13. APICULTURA & MELIPONICULTURA

    Somente para esclarecer, vamos distinguir a diferena entre apicultor de

    meliponicultor. A apicultura a criao de abelhas com ferro que so

    importadas, as trazidas para o Brasil, como j vimos no incio de nosso trabalho. E

    meliponicultor o criador de abelhas sem ferro, que so as nativas (ou indgenas)

    do Brasil.

    As abelhas importadas produzem muito mais mel que as nativas, por esse

    motivo existe no Brasil muitos apicultores, pois no vivel economicamente ser

    meliponicultor. Existem alguns poucos criadores de abelhas nativas (como: uruu,

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    mandaaia, jandara, etc), alguns deles so pesquisadores, outros colecionadores e

    tambm por lazer. No descartamos a comercializao do mel dessas abelhas,

    apenas sua produo inferior s abelhas importadas.

    14. A APICULTURA E A HISTRIA

    o ramo da agricultura que estuda as abelhas produtoras de mel e as

    tcnicas para explor-las, convenientemente, em benefcio do homem. Inclui

    tcnicas de criao de abelhas, a extrao e comercializao do mel, cera, gelia

    real e prpolis.

    Atualmente, China, Mxico e Argentina so os principais pases

    exportadores; Alemanha e Japo os maiores importadores. A apicultura uma

    atividade muito antiga, suas origens esto na pr-histria. So famosos os desenhos

    descobertos nas cavernas da Espanha, mostrando o homem primitivo colhendo o

    mel de um enxame, com o auxlio de uma escada de cordas presa ao topo de um

    barranco. Antigos registros do Egito, Mesopotmia e Grcia descrevem fatos sobrea criao de abelhas. A Bblia faz inmeras referncias ao mel e enxame de abelhas.

    Portanto, o homem e as abelhas j se conhecem h muitos sculos.

    A explorao dessa atividade sempre foi feita de forma rudimentar e

    antieconmica, obtendo-se o mel e a cera em pequenas quantidades, pouco se

    interessando pela vida no interior da colmia. Os enxames eram quase totalmente

    destrudos no momento da colheita do mel, tendo que se refazer a cada ano. Mas,

    com o conhecimento adquirido atravs dos tempos, hoje o convvio com a abelha

    bem diferente. esta modernizao que vamos tentar mostrar para vocs, da melhor

    maneira possvel, em nosso trabalho.

    O apicultor a pessoa que se encarrega de cultivar os produtos

    proporcionados pelas abelhas. As colmias artificiais que o homem fornece s

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    abelhas so muito variadas e tm evoludo com o tempo. As mais rsticas, eram

    simples troncos ocos ou cestos de vime. Hoje em dia, utilizam-se diferentes tipos de

    caixas que so muito mais prticas e fceis de manejar.

    O apicultor sabe qual o melhor momento para colher o mel e que

    quantidade pode extrair sem prejudicar as abelhas produtoras. Tira unicamente os

    favos que contm mel maduro e os coloca em uma mquina centrfuga e, em

    seguida, extrair o mel sem quebrar os favos, os quais, podem ser utilizados

    novamente. Antes de angarraf-lo, filtra-o para que fique livre dos restos de cera.

    15. O APIRIO

    O progresso do apirio depender, em grande parte, do meio ambiente que ele

    est instalado, onde vivem e trabalham estes insetos, por isso, caber ao apicultor, o

    correto manejo das abelhas, para obter resultados positivos no desenvolvimento do

    apirio.

    16. APICULTURA MIGRATRIA OU MVEL

    quando existe mudana de local dos conjuntos de colmias (apirios), de

    uma regio para outra, acompanhando as floradas e objetivando a maior e melhor

    produo de mel e tambm para a prestao de servios de polinizao.

    Nos Estados Unidos, a apicultura mvel praticada por grande nmeros de

    apicultores que viajam com milhares de colmias, ao longo de centenas de

    quilmetros, atravs de vrios estados em busca de flores para suas abelhas e

    tambm para fazer a polinizao.

    Para o desenvolvimento desta modalidade de explorao altamente

    especializada, necessrio uma tecnologia adequada, complementada tambm com

    equipamentos apropriados para facilitar a manipulao das colmias, permitir fcil

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    transporte e proporcionar a necessria resistncia para os constantes deslocamentos

    das colmias.

    Os extensos pomares e outras culturas j reclamam a presena urgente de

    abelhas para manter sua frutificao e qualidade da produo e encontram na

    apicultura migratria a grande soluo, a exemplo dos pases com agricultura

    desenvolvida.

    A nova modalidade de explorao apcola, alm de significar um incentivo

    para a apicultura industrial, tambm o caminho para possibilitar a prestao de

    servios de polinizao com abelhas nos pomares e culturas.

    Apicultura migratria o caminho para atender as necessidades de

    polinizao dos pomares e culturas para a produo de sementes e frutas. E o Brasil,

    como um dos principais produtores de alimentos do mundo no pode dispensar a

    participao das abelhas para garantir a produo. Os outros insetos de polinizao,

    esto sendo destrudos pela aplicao, cada vez mais intensa e descontrolada de

    defensivos agrcolas.

    17. CRIAO, VESTIMENTA E UTENSLIOS

    J mostramos em nosso trabalho, como vivem e do que se alimentam as

    abelhas. Agora mostraremos como podemos cri-las, de forma que se possa

    aproveitar sua produo excedente de mel, cera, prpolis e gelia real. Isso o que

    se chama de apicultura racional: a criao de abelhas, com o objetivo de colher asua produo, sem causar prejuzos a colnia.

    Mas antes de dominar as tcnicas e manejo de criao das abelhas, o

    apicultor deve conhecer os equipamentos, ferramentas e, principalmente, a

    indumentria, a vestimenta com que ir trabalhar. Afinal, criar abelhas no a

    mesma coisa que criar coelhos ou ovelhas. As abelhas no so animais dceis, elas

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    tratam de defender a sua famlia contra qualquer tipo de ameaa, portanto, so

    defensivas, e atacam todos os que consideram suspeitos com ferro, pelo qual,

    injetam veneno na vtima. Assim, para trabalhar com abelhas o apicultor deve, antes

    de tudo, estar adequadamente vestido, para defender-se de eventuais picadas. Como

    j falamos no decorrer do trabalho, o veneno das abelhas pode at matar o homem

    quando aplicado em grande quantidades (por cerca de 400 abelhas).

    17.1. VESTIMENTA

    A vestimenta bsica composta por uma mscara, um macaco, um par de

    luvas e um par de botas. Estas peas podem ser feitas pelo prprio produtor, mas

    prefervel compr-las, at que o apicultor esteja perfeitamente familiarizado com a

    atividade. O melhor tipo de mscara a de pano, com visor de tela metlica, pintada

    com tinta preta e fosca, que permite melhor visibilidade. Esse tipo de mscara

    sustentado por chapu de palha ou vime e fechada com um longo cardao que

    amarrado sobre o macaco.

    As luvas devem ser finas o suficiente para que o apicultor no perca

    totalmente o tato (fator de importncia na manipulao das abelhas). As luvas de

    plstico, muitas vezes no so resistentes s ferroadas e tem o inconveniente de no

    permitir a evaporao do suor das mos, o que dificulta os trabalhos e cujo odor

    pode irritar as abelhas. As luvas de couro fino e brancas, so as mais indicadas.

    O macaco deve ser construdo de uma nica pea. Ele tambm deve ser

    largo, folgado o suficiente para no criar aderncia junto ao corpo, o que permitiria

    a ferroada da abelha. As extremidades do macaco (mangas e pernas) devem ser

    arrematadas em elstico, para impedir a entrada de abelhas na vestimenta e o tecido

    deve ser resistente para defender o corpo de ferroadas. O tecido brim bastante

    utilizado e oferece uma boa proteo.

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    Finalmente, as botas. As melhores so as de borracha, branca, de cano

    mdio ou longo, sobre o qual ajustada a bainha do macaco. As botas usadas por

    tcnicos em eletricidade, pode ser um exemplo.

    Toda a indumentria do apicultor deve ser de cor clara, pois as abelhas so

    sensveis s tonalidades escuras, especialmente ao preto e ao marrom. As abelhas

    tm verdadeira averso a estas cores, que provocam o seu ataque. As cores mais

    indicadas so: o branco, o amarelo e o azul-claro, tons que no as irritam.

    17.2. UTENSLIOS

    17.2.1. FUMEGADOR

    No s a indumentria que defende o apicultor das ferroadas das abelhas.

    Um utenslio indispensvel para qualquer tipo de trabalho o fumegador. Sua

    funo a de diminuir a agressividade das abelhas. um utenslio realmente

    obrigatrio na apicultura, principalmente com as abelhas africanizadas.

    Existem diferente tipos e tamanhos de fumegadores. Para quem est

    iniciando na atividade, o tipo mais apropriado o fumegador de fole manual,

    constitudo por um fole, como o prprio nome diz, que acoplado a uma fornalha

    dotada de grella, na qual se queima o material que produzir a desejada fumaa. Os

    de tamanho grande, so preferveis, porque garantem fumaa por maior espao de

    tempo.

    Ao contrrio do que algumas pessoas imaginam, a fumaa produzida pelo

    fumegador no tonteia ou sufoca as abelhas. Na verdade, a fumaa utilizada

    para criar a falsa impresso de um incndio na colmia. Assim, ao primeiro sinal de

    fumaa, elas correm e engolem todo o mel que podem, para salvar o alimento em

    caso de necessidade, em caso de fuga. Isto faz com que as abelhas desviem a

    ateno do apicultor que pode ento, trabalhar com mais tranqilidade. Alm disso,

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    as abelhas, com seus papos lotados de mel, ficam pesadas e tm mais dificuldade

    para ferroar.

    17.2.2. COMO PREPARAR E APLICAR A FUMAA

    Os materiais mais apropriados para a produo de fumaa so de origem

    vegetal, como exemplo: serragem grossa.

    O importante que a fumaa no seja jamais produzida por materiais que

    possam irritar ou molestar as abelhas, como leo de qualquer natureza, querosene,gasolina e produtos que desprendam odor forte ou mau cheiro. A fumaa deve ser

    fria e limpa, em resumo, essa fumaa, deve ser usada aos poucos, em pequenas

    quantidades, para no irrit-las.

    17.2.3. FORMO DE APICULTOR

    uma ferramenta praticamente obrigatria e utilizada para abrir o teto da

    colmia que normalmente soldado caixa pelas abelhas com a prpolis. Servetambm para separar e desgrudar as peas da colmia.

    17.2.4. ESPANADOR

    empregado para remover as abelhas dos quadros da colmia sem feri-las.

    Normalmente, feito de crina animal. Na falta deste instrumento, alguns apicultores

    utilizam penas de aves como espanador.

    17.2.5. FACAS E GARFOS

    So instrumentos utilizados para destampar os alvolos dos favos, liberando,

    assim, o mel armazenado.

    17.2.6. PEGADOR DE QUADROS

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    Trata-se de uma ferramenta, relativamente til: compostas de duas tenazes

    de funcionamento simultneo, ela remove facilmente os quadros de colmia,

    mesmo queles que estejam soldados com prpolis entre si. Alm de facilitar o

    manuseio dos quadros da colmia, este instrumento diminui o risco de

    esmagamento das operrias.

    17.2.7. CENTRFUGAS

    So equipamentos destinados extrao de mel sem provocar danos aos

    favos, que, podero, desta forma, serem reaproveitados. H basicamente dois tipos

    de centrfugas: a facial e a radial, sendo esta ltima, considerada a mais prtica.

    No entanto, apesar das vantagens que apresenta, a centrfuga no deve ser

    adquirida prontamente pelo apicultor no incio. Ela s se justifica em casos de

    determinados volumes de produo. Uma alternativa para os apicultores iniciantes

    a aquisio da centrfuga em regime de cooperativa: todos pagam por ela e todos

    usam.

    17.2.8. OUTROS EQUIPAMENTOS E FERRAMENTAS

    A apicultura moderna dispe de diversos aparelhos e ferramentas que

    auxiliam e facilitam o trabalho com as abelhas. Estes instrumentos, no entanto, so

    recomendados a apicultores com larga experincia que coletam um grande volume

    das colmias e j dominam uma certa tcnica e manejo.

    18. COLMIA

    Colmia o nome dado ao local em que as abelhas habitam. A apicultura

    racional nasceu quando o homem desenvolveu o sistema de quadros mveis

    instalados em colmias. Antes disso, o homem simplesmente colhia o mel das

    abelhas que viviam em abrigos naturais, como ocos de rvores, fendas de pedras,

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    etc., ou procurava cri-las em caixas rsticas de madeira, cestos de palhas e outros

    recipientes, entretanto, os resultados no eram dos melhores. A retirada do mel das

    colmias naturais quase sempre nica, por causa dos estragos provocados

    colnia, a famlia enxameia ou acaba morrendo.

    No caso da criao de abelhas em caixas rsticas a produo de mel muito

    pequena e o produto no de boa qualidade, pois ele obtido espremendo-se os

    favos que so recortados e removidos das colmias. Na apicultura racional, este

    problema foi solucionado com a criao dos quadros mveis. Trata-se de uma

    inveno bem feita para os apicultores, que surgiu no final do sculo XIX. Mas

    cada dia, vem sendo aperfeioada para melhor servir a apicultura.

    A apicultura moderna, racional que permite a produo de grandes

    quantidades de mel, plen e outros produtos de grande comercializao, comeou

    com o desenvolvimento desse sistema e consiste em induzir as abelhas a

    construrem seus favos em quadros dispostos verticalmente na colmia, construda

    para abrigar a famlia. Esse sistema oferece uma srie de vantagens.

    O sistema de quadros mveis permite que o apicultor inspecione o interior

    da colmia e intervenha sempre que for necessrio: eliminando favos velhos,

    controlando focos de pragas (como traas), trocando a posio dos quadros,

    prevenindo a enxameao. Esse sistema tambm permite a utilizao de lminas de

    cera alveolada que produzem enormemente o trabalho das abelhas, possibilita o

    emprego de alimentadores artificiais (que garantem alimento famlia durante o

    outono e inverno), permite o reaproveitamento dos favos, e, mais importante: a

    contnua colheita do mel.

    Alm dessas vantagens, as colmias dotadas de quadros mveis, podem ser

    fortalecidas com a introduo de um quadro de mel ou de crias de outra colmia.

    Falaremos sobre esse aspecto mais adiante, no decorrer do trabalho.

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    18.1. TIPOS DE COLMIAS

    Conhece-se hoje, mais de 300 tipos diferentes de colmia que variam em

    funo de adaptao climtica, manejo, etc., mas todas elas, apresentam a mesma

    constituio bsica: um fundo, um assoalho, um ninho (que compartimento

    reservado ao desenvolvimento da famlia), a melgueira (compartimento onde

    armazenado o mel), os quadros (nos quais so moldados os favos de mel ou de cria)

    e uma tampa (que reveste toda a colmia).

    Todas estas peas: assoalho, ninho, melgueiras, quadros e tampa so

    mveis, podem ser retiradas a qualquer momento, o que facilita o trabalho de

    interveno do apicultor. Outra vantagem: por ser mvel, esse sistema permite que

    a colmia receba mais melgueiras na poca de floradas abundantes, aumentando a

    produo de mel e por outro lado, seja reduzida nos perodos de dificuldade (outono

    ou inverno). Por causa dessa facilidade de mobilidade, este tipo de colmia (o nico

    utilizado pelos verdadeiros apicultores) chamado de mobilista.

    Diferentes materiais podem se empregados na construo das colmias:

    madeiras, fibra de vidro, amianto, concreto, isopor, etc. No entanto, a maioria delas,

    por razes de praticidade e economia so feitas de madeira, contudo, no s o

    material das colmias que diferem. Existem muitos modelos de colmias, porm a

    mais indicada a colmia Langstroth, ou Americana.

    Idealizada por um dos pais da apicultura, o pastor Lorenzo Langstroth, este

    tipo de colmia a mais utilizada em todo o mundo e recomendada pela

    Confederao Brasileira de Apicultura e o Ministrio da Agricultura.

    19. O ESPAO ABELHA

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    Langstroth desenvolveu sua colmia quando descobriu o que se chama hoje

    de espao abelha, que o menor espao livre que possa existir no interior de uma

    colmia para permitir a livre movimentao delas.

    O espao abelha foi uma descoberta muito importante. Ele a prpria

    referncia da abelha no interior da colmia. As abelhas vedam, com prpolis, todas

    as frestas inferiores a 4,8 mm e constrem favos nos espaos superiores a 9,5 mm.

    Ao descobrir essa caracterstica das abelhas, Langstroth desenvolveu um tipo de

    colmia, composta por dez quadros que mantm entre si e entre as paredes, a segura

    distncia de 9mm, em mdia. Isto conseguido com o uso dos quadros de

    Hoffmann, dotados de espaadores automticos, ou seja, que j mantm o chamado

    espao abelha, entre si.

    Por trata-se de um objeto de preciso e exatido, em termos de dimenses e

    medidas, no aconselhvel ao apicultor iniciante, produzir suas prprias colmias.

    mais fcil, prtico e econmico adquiri-las j prontas.

    20. TELA EXCLUDORA

    Outro importante avano da apicultura racional a tela excludora (na verdade

    uma chapa perfurada) que no permite, o deslocamento da rainha do ninho para a

    melgueira, onde poderia depositar seus ovos e comprometer o mel. A tela

    excludora, instalada entre o ninho e a melgueira, permite apenas e to somente a

    passagem das operrias do ninho para a melgueira, onde depositaro o mel que, no

    tempo certo, ser colhido pelo apicultor.

    21. O ALVADO

    O Alvado a porta da colmia. um acessrio regulvel e de grande

    importncia para a defesa da famlia. Trata-se de um sarrafo que instalado na

    entrada da colmia, de forma a permitir a entrada e sada das abelhas. Nos perodos

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    de frio, esta porta reduzida, para conservar maior calor no interior da colmia. Nas

    pocas de floradas ou de calor, esta abertura aumentada.

    22. ESCOLHA DO LOCAL PARA O APIRIO

    O Apirio um conjunto de colmias, devidamente instalado em local

    preferivelmente seco, batido pelo sol, de fcil acesso, suficientemente distante de

    pessoas e animais, provocando o isolamento das abelhas. O Apirio, sofrer durante

    toda sua existncia, a interferncia de fatores do meio ambiente, tais como:

    temperatura, umidade, chuvas, floraes, ventos, pssaros predadores, insetos

    inimigos, etc.. O meio ambiente, no qual est instalado o apirio, onde vivem e

    trabalham as abelhas, ser em grande parte, responsvel pelo progresso ou no,

    conforme sejam as condies favorveis. Portanto, caber ao apicultor, o empenho

    da apicultura racional, ou seja, o correto manejo das abelhas, para obter resultados

    positivos no desenvolvimento do apirio.

    A localizao do apirio um dos fatores mais importantes para o sucessoda apicultura. Vale a pena gastar um pouco de tempo na identificao do melhor

    local da propriedade para sua instalao.

    Antes de instalar suas colmias, o apicultor deve levar em conta a

    disponibilidade de gua e alimentos (floradas) para suas abelhas, procurar proteg-

    las de ventos fortes, correntes de ar, de muito sol e muita umidade. Contudo, a

    maior preocupao do apicultor, deve ser com relao a segurana de pessoas e

    animais. Este ponto muito importante.

    Naturalmente, o acesso ao apirio deve ser fcil, a fim de economizar tempo

    e reduzir os trabalhos do apicultor. No entanto, as colmias devem estar distantes

    200 a 300 metros, no mnimo, de qualquer tipo de habitao, estradas

    movimentadas e criaes de animais, afinal, as abelhas so seres muito sensveis a

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    odores exalados por animais e pelo homem e irritam-se com qualquer tipo de

    movimentao anormal que ocorra nas proximidades da colmia.

    Para prevenir o ataque de inimigos naturais das abelhas, deve-se manter o

    gramado do apirio bem limpo, livre de mato e de rvores altas que dificultem o

    vo das campeiras. A utilizao de protetores antiformigas nos cavaletes

    importante pois um ataque de formigas a enxames pequenos pode destruir toda a

    famlia de abelhas.

    Produtores comerciais de mel, cera e gelia real costumam proteger suas

    colmias, construindo uma espcie de galpo aberto que abriga o apirio de chuvas

    fortes e da incidncia direta do sol. Alm de proporcionar uma defesa mais

    adequada contra as variaes climticas, esse tipo de proteo mais econmico

    para o apicultor j que aumenta a vida til das caixas. Um apirio deve ter uma

    distncia de pelo menos cinco quilmetros de outro.

    23. A GUAAssim como para o homem, a gua tambm, um elemento vital para as

    abelhas; ela entra na composio do mel, da cera e da gelia real produzida pela

    famlia. Por isso, muito importante que tenha gua limpa e em abundncia

    prxima ao apirio. Caso no exista nenhuma nascente nem um curso dgua

    prximo ao apirio, o apicultor dever providenciar o seu fornecimento. Esta

    providncia deve ser tomada antes da instalao das caixas, para no perturbar o

    trabalho das colnias.

    Existem vrias formas de transportes da gua at o apirio. Pode-se, por

    exemplo, canaliz-la at um barril dotado de torneira mantida aberta, de forma a

    deixar que a gua simplesmente pingue sobre um pano colocado sobre madeira.

    Pode-se trazer ainda a gua, canalizando-a, atravs de bambus ou tubulaes de

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    forma que ela caia pingando sobre um pano, num ponto prximo ao apirio. No

    existe, entretanto, uma receita pronta. Tudo vai depender das condies da

    propriedade, como tambm, da criatividade do apicultor. As abelhas,

    particularmente, precisam de gua levemente salgada.

    24. FLORA DAS ABELHAS COM FERRO

    A flora apcola o que se pode chamar de pastagem das abelhas. das

    flores que as abelhas recolhem o nctar e o plen, que vo alimentar a colnia.

    Boas fontes de plen e nctar contribuem para aumentar a produo do

    apirio. Por isso, sempre que possvel, o apicultor deve cuidar da florada, antes da

    instalao do apirio.

    Existem plantas que produzem flores com elevada concentrao de nctar,

    outras que produzem bastante plen e outras que fornecem igualmente plen e

    nctar. Infelizmente, no existe o pasto apcola ideal. Uma espcie vegetal de alto

    potencial apcola o eucalipto, pode no se adaptar a propriedade do apicultor. Para

    o apicultor iniciante, o pasto apcola composto por monocultura deve ser evitado,

    por proporcionar alimento s abelhas durante uma nica poca do ano. A

    explorao do pasto apcola de monocultura, s se justifica na atividade comercial,

    quando o apicultor realiza a chamada apicultura migratria. Neste caso, o produtor,

    leva suas colmias a pomares ou culturas de florao, transferindo-as para outro

    pasto assim que termina a florada.

    A apicultura fixa, praticada principalmente por pequenos produtores, em

    pequenos stios, hobbistas e por iniciantes mais indicada a explorao do pasto

    nativo (das floradas da prpria regio). Depois, o apicultor pode fazer a melhoria

    dessa pastagem, introduzindo variedades de maior valor apcola, desde que se

    adaptem a sua propriedade.

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    Prximo ao apirio devem ser cultivadas plantas aromticas e medicinais

    pois seu odor atrai muito as abelhas e diversifica ainda mais as fontes de alimento

    das colnias.

    O mais importante, na formao do pasto apcola, que o apicultor procure

    identificar as espcies mais apropriadas e adaptadas sua propriedade.

    Mostraremos abaixo uma pequena lista de plantas apcolas:

    Nome Vulgar Nome Cientfico Perodo de Florao*

    Abacateiro Persea Gratssima Julho a outubro

    Alecrim Holocalix Glaziovvi Maio a agosto

    Azalia M