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LIVRO DE RESUMOS e PROGRAMA

LIVRO DE RESUMOS e PROGRAMA - ces.uc.pt · de acordo com o crescimento do País sendo reflexo e expressão da época em que se inseriam. Porém com a extinção das Ordens, por

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LIVRO DE RESUMOS

e PROGRAMA

I SIMPÓSIO INTERNACIONAL ESPAÇOS DE CISTER:

ARQUITECTURA E MEMÓRIA

2 Universidade da Beira Interior 8 e 9 de Março de 2012

Organização:

Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura UBI (Prof. Ana Maria Tavares Martins)

Departamento de Letras UBI (Prof. António Santos Pereira)

Associação Portuguesa de Cister (Prof. José Albuquerque Carreiras)

Em colaboração com:

Abadia de Santa Maria de Oseira, Galiza, Espanha

Museu dos Lanifícios – UBI, Covilhã, Portugal (Drª Paula Fernandes, Drª Helena Correia)

Mestre Josué Milheiras, Prof. Cláudia Beato, Prof. Ana Rita Ochoa, Prof. Mafalda Teixeira de Sampayo,

Prof. Miguel Moreira Pinto, Prof. Paulo Carvalho, Prof. Michael Mathias e o apoio dos Prof. Mário Freire,

Prof. Vítor Cavaleiro e Prof. Henrique Santos

Comissão Científica:

Prof. António Santos Pereira

Prof. Ana Maria Tavares Martins

Prof. José Albuquerque Carreiras

Secretariado:

D. Isabel Taborda

D. Conceição Geraldes

Coordenação da exposição de Frei Luis Alvarez, monge de Santa Maria de Oseira, no Museu dos

Lanifícios - Real Fabrica dos Panos:

Prof. Ana Maria Tavares Martins

Prof. José Albuquerque Carreiras

Prof. Cláudia Beato

O Simpósio corresponde a 4 créditos no âmbito da formação obrigatória em temáticas opcionais dos

estágios de ingresso na Ordem dos Arquitectos (O.A.)

Ana Maria Tavares Martins (ed)

Universidade da Beira Interior, Covilhã 2012

ISBN: 978-989-97602-1-9

tiragem: 100 exemplares

I SIMPÓSIO INTERNACIONAL ESPAÇOS DE CISTER:

ARQUITECTURA E MEMÓRIA

Universidade da Beira Interior 8 e 9 de Março de 2012 3

A Ordem de Cister foi fundada em 1098 por Roberto de Molesme e

introduzida em Portugal no séc. XII. Os seus mosteiros estiveram desde

o início associados ao desenvolvimento de Portugal e prosperaram

de acordo com o crescimento do País sendo reflexo e expressão da

época em que se inseriam. Porém com a extinção das Ordens, por

decreto em 1834, os Cistercienses abandonaram Portugal para não

mais regressarem.

Este Simpósio pretende alertar a comunidade científica, e sobretudo

os arquitectos e todos os que trabalham com o Património, para a

particularidade deste bem cultural e arquitectónico que é o legado

cisterciense. Desapareceram os monges mas os edifícios que

habitaram mantiveram-se: uns adaptados a novos usos, outros alvos

do infortúnio encontrando-se em ruína.

Na actualidade o legado arquitectónico cisterciense é alvo de

reabilitação segundo os moldes da contemporaneidade. Pretende-

se neste Simpósio apresentar diversos estudos de caso não só

portugueses como também internacionais. Pretende-se igualmente

explorar a linguagem arquitectónica e os princípios estéticos

subjacentes à arquitectura cisterciense, seja a do séc. XII ou a

aplicada no século XXI. Haverá campo de discussão multidisciplinar,

partilha de saberes e experiencias, encontrando-se aberto o debate.

I SIMPÓSIO INTERNACIONAL ESPAÇOS DE CISTER:

ARQUITECTURA E MEMÓRIA

4 Universidade da Beira Interior 8 e 9 de Março de 2012

PROGRAMA

1º DIA - 8 DE MARÇO - 5ª FEIRA

8h30m - Recepção dos Participantes

9h00m – ABERTURA

Reitor da Universidade da Beira Interior (ou vice-reitor seu representante)

Presidente da Faculdade de Engenharia da Universidade da Beira Interior (ou

seu representante)

Presidente da Associação Portuguesa de Cister

Representante da Comunidade Cisterciense do Mosteiro de Stª Mª de Oseira

Presidente do Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura

Presidente do Departamento de Letras

Director do Mestrado integrado em Arquitectura

PAINEL 1 - ESPAÇOS DE CISTER - MEMÓRIA I

Moderação: José Luis Albuquerque Carreiras

9h30m - Os Cistercienses na transição da Idade Média para a Moderna em

Portugal e na Covilhã em particular.

António Santos Pereira, Departamento de Letras da Universidade da Beira

Interior (Portugal)

10h15m - O conjunto conventual de S. Bento de Cástris e o cumprimento do

paradigma cisterciense: a escolha do locus e as imposições da clausura

estrita.

Antónia Fialho Conde, Departamento de História da Universidade de Évora

(Portugal) / CIDEHUS

11h00m - DEBATE

11h15m – CAFÉ

PAINEL 2 - ESPAÇOS DE CISTER – REABILITAÇÃO DO PATRIMÓNIO

Moderação: Ana Maria Tavares Martins

11h30m - O Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça no centro da regeneração

urbana.

João Pedro Falcão de Campos, Arquitecto (Portugal)

12h15m - Arquitecturas cistercienses adaptables: la experiencia de los

I SIMPÓSIO INTERNACIONAL ESPAÇOS DE CISTER:

ARQUITECTURA E MEMÓRIA

Universidade da Beira Interior 8 e 9 de Março de 2012 5

monasterios sevillanos.

Eduardo Mosquera Adell, Departamento de Historia, Teoría y Composición

Arquitectonicas de la Universidad de Sevilla (España) / María Teresa Pérez

Cano, Departamento de Urbanistica de la Universidad de Sevilla (España)

13h00m - DEBATE

13h15m - ALMOÇO

PAINEL 3 - ESPAÇOS DE CISTER – ARQUITECTURA I

Moderação: Eduardo Mosquera Adell

14h30m - Minimalismo Cisterciense do século XII ao século XXI

Ana Maria Tavares Martins, Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura

da Universidade da Beira Interior / APOC / C-MADE / CITAD (Portugal)

15h15m - A presença cisterciense no espaço urbano: o caso do antigo

convento das Bernardas de Tavira.

Catarina Almeida Marado, Departamento de Artes e Humanidades – FCSH –

Universidade do Algarve / CES-UC

16h00m - DEBATE

16h15m - CAFÉ

PAINEL 4 - ESPAÇOS DE CISTER - VIVÊNCIAS

Moderação: María Teresa Pérez Cano

16h30m - "O mosteiro cisterciense do século XXI"

José Luis Albuquerque Carreiras, Associação Portuguesa de Cister (Portugal)

17h15m - Vida y Obra en el Monasterio de Santa María de Oseira, Galicia

Ir. Luis Alvarez, monge do Mosteiro de Santa María de Oseira (Galícia,

España)

18h00m - DEBATE

Museu dos Lanifícios / Exposição de Frei Luis Alvarez

I SIMPÓSIO INTERNACIONAL ESPAÇOS DE CISTER:

ARQUITECTURA E MEMÓRIA

6 Universidade da Beira Interior 8 e 9 de Março de 2012

18h15m - Deslocação para o Museu dos Lanifícios

18h30m - visita à exposição da Obra de Frei Luis Alvarez

(comentada e apresentada pelo próprio)

Programa Social

19h30m - visita livre ao Museu dos Lanifícios

20h00m – JANTAR

I SIMPÓSIO INTERNACIONAL ESPAÇOS DE CISTER:

ARQUITECTURA E MEMÓRIA

Universidade da Beira Interior 8 e 9 de Março de 2012 7

PROGRAMA

2º - DIA - 9 DE MARÇO - 6ª FEIRA

PAINEL 5 - ESPAÇOS DE CISTER – ARQUITECTURA II

Moderação: Catarina Marado

9h30m - Los monasterios de la Orden del Císter en Castilla y León. El

monasterio de Santa María de Moreruela

José Luis Campano Calvo, Departamento de Construcción y Agronomía de la

Universidad de Salamanca (España)

10h15m - Sencillez cisterciense vs. exuberancia benedictina. Estética

moderna en antiguos monasterios.

Natalia Juan García, Departamento de Historia del Arte de la Universidad de

Zaragoza (España)

11h00m - DEBATE

11h15m - CAFÉ

PAINEL 6 - EAPAÇOS DE CISTER - MEMÓRIA II

Moderação: Natalia Juan

11h30m - Arqueologia dos Coutos de Santa Maria de Aguiar em Figueira de

Castelo Rodrigo

Michael Mathias, Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura da

Universidade da Beira Interior (Portugal)

12h15m - Tomar e Castelo Branco: pontos de partida para a fundação de um

Estado Templário

Augusto Brandão, Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura da

Universidade da Beira Interior (Portugal)

13h00m - DEBATE

13h15m - ALMOÇO

I SIMPÓSIO INTERNACIONAL ESPAÇOS DE CISTER:

ARQUITECTURA E MEMÓRIA

8 Universidade da Beira Interior 8 e 9 de Março de 2012

PAINEL 7 - ESPAÇOS DE CISTER - REABILITAÇÃO DO PATRIMÓNIO II

Moderação: Michael Mathias

14h30m - O Sítio de Maceira Dão – notas de uma investigação

Mariana Ferreira, Arquitecta /APOC (Portugal)

15h15m - Proposta de reabilitação sustentável de Santa Maria de Maceira

Dão (Fornos de Maceira Dão, Portugal)

Manuela Lopes, Mestrado Integrado em Arquitectura, Departamento de

Engenharia Civil e Arquitectura da Universidade da Beira Interior (Portugal)

16h00m - DEBATE

16h15m - CAFÉ

16h30m - FILME "Dos Homens e dos Deuses"

Apresentado pelo Prof. José Luís Albuquerque Carreiras, seguido de debate

moderado pelo Ir. Luis Alvarez

19h00m - ENCERRAMENTO

com apresentação do livro “Mosteiros Cistercienses da Região das Beiras: um

percurso pela Arquitectura e Memória” de Ana Maria Tavares Martins e Jorge

Braga da Costa apresentado pelo Vice-Reitor Prof. Doutor Victor Cavaleiro e

pelos Professores Doctores, María Teresa Pérez Cano, Eduardo Mosquera Adell

e Natália Juan García

I SIMPÓSIO INTERNACIONAL ESPAÇOS DE CISTER:

ARQUITECTURA E MEMÓRIA

Universidade da Beira Interior 8 e 9 de Março de 2012 9

I SIMPÓSIO INTERNACIONAL ESPAÇOS DE CISTER:

ARQUITECTURA E MEMÓRIA

10 Universidade da Beira Interior 8 e 9 de Março de 2012

CV

ANTÓNIO SANTOS PEREIRA [email protected]

António dos Santos Pereira é doutorado pela Faculdade de Letras da Universidade de

Lisboa, agregado e catedrático pela Universidade da Beira Interior. Iniciou a carreira na

Universidade dos Açores, tendo ali estagiado na área das Fontes e Problemática do

Saber Histórica e publicado o primeiro volume das Fontes para a História dos Açores,

Vereações de Velas (S. Jorge 1559-1570-1571), em 1984, e A Ilha de S. Jorge (Séculos XV-

XVII), três anos depois. Integrou a UBI em 1987 tendo participado no lançamento dos

cursos de Sociologia, Ciências da Comunicação e Letras. A história dos descobrimentos

mereceu-lhe o estudo Portugal. O Império Urgente, em dois volumes, editado pela

Imprensa Nacional, em 2003. O aprofundamento desta linha de investigação fê-lo

integrar o Centro de História de Além-Mar da Universidade Nova de Lisboa em 1999. Os

factores do desenvolvimento, a história regional e local, os nacionalismos, o iberismo, as

livrarias antigas, os autores clássicos, a implantação e o evoluir do regime liberal e a

história da imprensa periódica, diversificam as temáticas das suas publicações de que

constituem a melhor expressão Portugal Descoberto, vol. I: Cultura Medieval e Moderna;

Portugal Descoberto, vol. II: Cultura Contemporânea e Pós-Moderna, em 2008, e Portugal

Adentro: do Douro ao Tejo. O Milénio Beirão, em 2009. Como Director do CES da UBI,

iniciou o projecto que levou à edição de Regionalização: Textos Oportunos, em 1998, e

de O Parlamento e a Imprensa Periódica Beirã em Tempos de Crise (1851-1926), em 2002.

De forma recorrente, tem apresentado estudos sobre as questões da Identidade que

tiveram a expressão na obra Representações da Portugalidade em cuja coordenação

colaborou, editada em 2011, ano em que mereceu o Prémio de Mérito Científico

Universidade da Beira Interior/Santander, na área das Letras. É o actual director do

Museu de Lanifícios, Centro de Documentação e Arquivo Histórico.

OS CISTERCIENSES NA TRANSIÇÃO DA IDADE MÉDIA PARA A MODERNA EM

PORTUGAL E NA COVILHÃ EM PARTICULAR.

ANTÓNIO SANTOS PEREIRA

UBI: Departamento de Letras e Museu dos Lanifícios,

UNL e UA: Centro de História de Além-mar.

RESUMO

Um cacho de invenções, no âmbito civilizacional; o desenvolvimento urbano; a

multiplicação do livro pela imprensa, como fenómeno particularmente citadino; a

afirmação de um estado centralizado e do poder do Príncipe, no âmbito político; o

aparecimento da Reforma e da Contra Reforma na esfera religiosa mas com várias

implicações na sociedade em geral, cada vez menos iletrada e a aspiração ao

enriquecimento em economia mais mercantil em membros de vários estados sociais,

I SIMPÓSIO INTERNACIONAL ESPAÇOS DE CISTER:

ARQUITECTURA E MEMÓRIA

Universidade da Beira Interior 8 e 9 de Março de 2012 11

impuseram transformações visíveis em um mundo mais largo por força dos

Descobrimentos e dotado de maior mobilidade, até ao nível social. Propomo-nos conferir

como tais transformações implicaram com a importância de Cister e das outras ordens

religiosas no caso português e no covilhanense, em particular, entre os séculos XV e XVI.

Sem dúvida, para perceber a importância que Cister teve na História Portuguesa, impõe-

se uma observação atenta sobre a sua implantação durante a Reconquista e o seu

posicionamento em outros momentos decisivos, observando a sua ligação aos principais

poderes, particularmente ao Monarca. Não restam dúvidas sobre a proximidade entre D.

Afonso Henriques e o abade de Claraval, S. Bernardo. Observaremos que estiveram na

criação e no financiamento da Universitas Portucalensis e tiveram responsabilidades na

formação das elites cultas do país desde a origem. Sabemos ainda que modelaram em

padrão de sobriedade a arquitectura portuguesa e reuniram algumas das mais

importantes livrarias no espaço luso. Consideraremos ainda se outras marcas de

sobriedade, para além da arquitectura, como a simplicidade na satisfação quotidiana

das necessidades fundamentais, na alimentação, no vestuário, na habitação e até na

festa, ainda vigentes nas nossas práticas sociais, devem ser radicadas neles. De facto, a

ordem de Cister marcou a cultura portuguesa em todas as suas expressões, desde a

esfera material e político-administrativa até à esfera espiritual. O nascimento de Portugal

coincide com os seus primeiros estabelecimentos no país no século XII, em movimento

idêntico ao da Reconquista e que atinge o espaço da Covilhã, onde se estabeleceram

antes de qualquer outra Ordem. No espaço da sua Abadia, na Boidobra, se

normalizaram as relações entre os homens bons da Covilhã e os cavaleiros da alcaidaria-

mor da Ordem do Templo de Castelo Branco depois de décadas de tensões. Os

domínios da abadia covilhanense estendiam-se desde o Douro à Cova da Beira e

parece-nos haver algum mistério nas razões que levaram à sua extinção para além das

alterações civilizacionais que enumeramos. Tentaremos explicar estas no facto de alguns

estabelecimentos cisterciense demonstrarem alguma incapacidade de adaptação aos

novos tempos, na transição da Idade Média para a Modernidade não conseguindo

vencer o isolamento e a dependência de outras instituições localizadas muito longe,

como Alcobaça, demonstrando, portanto, falta de liderança local, afastamento de um

espaço urbano dinâmico que funda a riqueza mais na transformação manufactureira do

que na agricultura, incapacidade de concorrência no plano espiritual com os dois

conventos franciscanos, empenhados junto das gentes, e mais de uma dezena de

freguesia, só no espaço da então nobre vila, concorrentes por rendas para satisfação

dos benefícios eclesiásticos, uma delas com presunção a sede diocesana, como Santa

Maria da Covilhã, afinal com o mesma invocação na protecção celeste.

I SIMPÓSIO INTERNACIONAL ESPAÇOS DE CISTER:

ARQUITECTURA E MEMÓRIA

12 Universidade da Beira Interior 8 e 9 de Março de 2012

CV

ANTÓNIA FIALHO CONDE [email protected]

Habilitações académicas: Julho de 2005 – Doutoramento em História pela Universidade

de Évora com a dissertação O mosteiro de S. Bento de Cástris e a Congregação

Autónoma de Alcobaça (1567-1776) / 1995 – Mestrado em Recuperação do Património

Arquitectónico e Paisagístico pela Universidade de Évora com a dissertação intitulada

Mosteiro de S. Bento de Cástris (Évora ) - Bases para uma Proposta de Valorização

Histórico-Arquitectónica.

Cargos Actuais: Professora Auxiliar da Universidade de Évora; Directora do Departamento

de História da Universidade de Évora; Adjunta das Comissões de Curso do Mestrado

Erasmus Mundus TPTI Techniques, Patrimoines, Territoires de l’Industrie e do Mestrado de

Gestão e Valorização do Património Cultural; Docente do Erasmus Mundus TPTI –

Techniques, Patrimoines, Territoires de l’Industrie –Convénio Universidade de Évora, Paris I

Panthéon Sorbonne, Universidade de Pádua; Enseignant de Référence da Universidade

de Pádua (2011-2013) do Master em Ciências Históricas (Techniques, Patrimoine, Territoire

de l’Industrie – TPTI); Membro do Centro de Investigação de História, Culturas e

Sociedades da Universidade de Évora (CIDEHUS-UE); Membro do Laboratório HERCULES -

HERANÇA CULTURAL, ESTUDOS E SALVAGUARDA – da Universidade de Évora

Principais áreas de Investigação: Monaquismo feminino cisterciense no período

moderno; Património e Cultura Material; Arquitectura militar (período moderno); História e

Historiografia da Mulher

Algumas publicações desde 2009 (monaquismo cisterciense feminino):

-Cister a Sul do Tejo. O mosteiro de S. Bento de Cástris e a Congregação Autónoma de

Alcobaça (1567-1776), Lisboa, Edições Colibri, Dezembro de 2009.

- “Do claustro ao século: o Canto e a Escrita no mosteiro de S. Bento de Cástris, Évora”, in

Olhares sobre as Mulheres – Homenagem a Zília Osório de Castro, CESNOVA, Faculdade

de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, 2011, pp. 243-254.

- “Espaço literário feminino. A obra de Maria de Mesquita Pimentel”, in Espaços e

Paisagens. Antiguidade Clássica e Heranças Contemporâneas. Línguas e Literatura.

Idade Média, Renascimento, Recepção. Associação Portuguesa de Estudos

Clássicos/Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos. Coimbra, 2009.

O CONJUNTO CONVENTUAL DE S. BENTO DE CÁSTRIS E O CUMPRIMENTO DO

PARADIGMA CISTERCIENSE: A ESCOLHA DO LOCUS E AS IMPOSIÇÕES DA

CLAUSURA ESTRITA.

ANTÓNIA FIALHO CONDE

Departamento de História da Universidade de Évora /CIDEHUS

Largo dos Colegiais, 2/ 7000 Évora / Portugal

tel.:+351 266 740 800 | fax: +351 266 740 806

RESUMO

Durante a medievalidade, a urbe eborense viu surgir dentro da cerca nova ou

fernandina espaços conventuais que acompanharam a afirmação das ordens

I SIMPÓSIO INTERNACIONAL ESPAÇOS DE CISTER:

ARQUITECTURA E MEMÓRIA

Universidade da Beira Interior 8 e 9 de Março de 2012 13

mendicantes, bem como uma acentuada proliferação de opções de vida cenobítica

(masculina e feminina) a partir de finais do século XV; porém, o espaço fora das muralhas

não deixou de ser opção, até como forma de um retiro mais integral. Definem-se em

relação aos espaços fora da cerca fernandina zonas preferenciais para instalação

dessas Casas, entre as zonas Oeste e Norte da cidade, como foram os casos do mosteiro

de S. Bento de Cástris (feminino) e dos conventos da Cartuxa e do Espinheiro, instalando-

se ainda alguns em espaço peri-urbano.

Para os mosteiros cistercienses, sabemos da tipologia dos sítios propícios à sua instalação,

e que pode ser orientada segundo três grandes linhas: a relação do sítio com o poder

eclesiástico e civil; a sua proximidade em relação a grandes vias de ligação, e a

topografia e hidrografia dos sítios. Neste contexto, o grupo de mulheres devotas que

originaria a comunidade organizada de S. Bento de Cástris conheceu uma pré-instação

junto dos muros do burgo (século XII), e, cumprindo as exigências de Cister e da afiliação

a Alcobaça, afastou-se da cidade e instalou-se num início de vale orientado a sul onde a

captação de água estava assegurada, junto à antiga ermida de S. Bento. A

organização do espaço edificado do mosteiro foi amplamente influenciada pelas

imposições pós-tridentinas de clausura estrita, muitas delas expressas em Tratados de

Clausura, definindo espaços de acesso e de restrição à comunidade religiosa, tanto a

nível dos espaços edificados como dos não edificados, sendo estes considerados

espelho da clausura.

O edifício e as suas dependências dominam uma área superior a 30 hectares, com

cercas distintas e zonas de horto associadas a engenhosas redes de captação de água,

além de importantes estruturas de transformação, o mosteiro possibilitou ao longo do

tempo uma relação com a envolvente que o tornou parte integrante da história da

região. As suas estratégias de ocupação e aproveitamento dos solos e de gestão dos

recursos a nível do extenso e variado património que possuía, característicos de uma

comunidade eminentemente rural, acabam por o tornar único no panorama conventual

da cidade e da região, tornando-se agente activo no curso da sua própria história: de

facto, períodos de declínio e crise noutras comunidades cistercienses femininas em

Portugal significaram reafirmação da parte desta comunidade, de que o final do século

XVIII foi exemplo.

O tempo foi marcando a sua presença neste conjunto com mais de setecentos anos de

história num hibridismo de vocabulários e influências artísticas que o tornam único. Ao

conjunto gótico inicial juntaram-se as campanhas manuelinas e grandes obras estruturais

no século XVII, dada a necessidade de expansão do edifício; o século XVIII, que

marcaria a saída temporária das religiosas para Odivelas em 1776, acabaria por significar

um espantoso investimento sobretudo a nível decorativo. O mosteiro resistiu às invasões

napoleónicas, e subsistiu enquanto comunidade monástica até 1890, data da morte da

última religiosa, Joana Isabel Baptista.

I SIMPÓSIO INTERNACIONAL ESPAÇOS DE CISTER:

ARQUITECTURA E MEMÓRIA

14 Universidade da Beira Interior 8 e 9 de Março de 2012

CV

JOÃO PEDRO FALCÃO DE CAMPOS [email protected]

João Pedro Falcão de Campos nasceu em Lisboa em 1961. Licencia-se em Arquitectura

pela FA-UTL (Faculdade de Arquitectura, Universidade Técnica de Lisboa) em 1984.

Efectua um estágio no âmbito do IAESTE, na Faculdade de Arquitectura de Cracóvia,

Polónia, em 1984. Trabalha na Suiça e em Itália, respectivamente com o Arq.º Jean

Gerard Giorla e com a Arq.ª Anna Maria Linty, entre 1985 e 1986. Em 1987 abre o seu

próprio atelier. Colabora como atelier associado, com o arquitecto Álvaro Siza de 1993 a

2003 e com o arquitecto Gonçalo Byrne desde 1993. Professor Associado Convidado,

responsável pela disciplina de Projecto III, no Instituto Superior Técnico-UTL, desde 2004.

Professor Convidado na Escola Técnica Superior de Arquitectura da Universidade de

Navarra, Pamplona, durante 2010.

Principais prémios:

Menção Honrosa na III Trienal de Arquitectura de Arquitectura de Sintra, em 1998, com a

Casa Saraiva Lima na Quinta da Foz em Alcácer do Sal; Seleccionado com a Casa

Saraiva Lima em Famais do Meio, Santa Catarina, Alcácer do Sal, para a fase final do

Prémio Secil de Arquitectura 2002 e para o Prémio bienal de arquitectura

contemporânea da União Europeia – Prémio Mies Van der Rohe 2003; Nomeação com a

Casa Carlos Barros, Aroucas, Castro Marim para a V Bienal Iberoamericana de

Arquitectura e Urbanismo em 2006; Selecção final para o European Prize for Urban Public

Space 2006, nomeação para o Prémio Bienal de Arquitectura Contemporânea da União

Europeia – Prémio Mies van der Rohe 2007, e nomeação para o Prémio “Secil de

Arquitectura 2007”, com a Requalificação da Zona Envolvente ao Mosteiro de Santa

Maria de Alcobaça, em co-autoria com o Arq. Gonçalo Byrne.

O MOSTEIRO DE SANTA MARIA DE ALCOBAÇA NO CENTRO DA REGENERAÇÃO

URBANA.

JOÃO PEDRO FALCÃO DE CAMPOS, ARQUITECTO

Travessa Marquês de Sampaio nº 10, 1200 – 262 Lisboa

Tel. 21 390 0988 / Fax 21 3954106

RESUMO

A Plaza Mayor é uma tipologia bem evidente no desenho urbano, a partir do séc. XVI.

Caracteriza-se por ser um espaço de planta rectangular, delimitado em todo o seu

contorno por edifícios de igual altura e com um tratamento único das suas fachadas,

sendo a planta térrea ritmada por uma sequência de arcos a demarcar o perímetro. É

um espaço que encontra na história da forma da cidade, espaços antecessores, como

os terreiros envolventes aos mosteiros, ou lugares definidos por muros defensivos

destinados a servirem de local de reunião da colectividade. Encontram na Ágora grega

a sua génese, pela forma rectangular ou trapezoidal, rodeada por pórticos, com arcarias

a delimitar esta área predominantemente comercial, apesar de originalmente ser palco

I SIMPÓSIO INTERNACIONAL ESPAÇOS DE CISTER:

ARQUITECTURA E MEMÓRIA

Universidade da Beira Interior 8 e 9 de Março de 2012 15

de funções exclusivamente políticas.

Nas primeiras estruturas urbanas romanas, muitas vezes projectaram-se praças no

encontro com as ruas principais de acesso, perpendiculares entre si. O centro era

constituído por um campo aberto usado encontro, mercado e reunião da comunidade

e dos acontecimentos políticos. Posteriormente, no conceito da cidade renascentista, a

praça recupera a importância que tivera nas cidades gregas e romanas. Como

materialização das novas ideias sobre cidades existentes, vários núcleos urbanos são

destruídos com a finalidade de definir novas ruas e consequentemente abrirem-se

praças, respondendo também à necessidade de espaços livres para celebrar festas,

torneios, jogos e corridas de touros, actividades que a sociedade da segunda metade

do séc. XIV e do séc. XV, estava muito aficionada. Muitas praças apresentam

desigualdades no edificado, mas ao nível térreo a solução de arcaria em todo o seu

perímetro concentrava e dava unidade à disparidade formal do edificado. Quando a

uniformidade se apresenta total, significa que foram praças definidas e edificadas de

raiz, onde todos os volumes construídos pertencem ao mesmo plano. Este plano

centralizador e regulador começa a ser implementado a partir do séc. XV, durante o

reinado de Felipe II. Destacavam-se a presença, no piso térreo, de edifícios públicos, que

muitas vezes interrompiam a repetição das fachadas.

Algumas das concepções arquitectónicas do Renascimento encontram-se retratadas na

Praça Maior. Uma delas é a necessidade de tratar o espaço exterior da mesma maneira

que o interior. Uma rua, ou uma praça são espaços exteriores que se relacionam com os

edifícios e simultaneamente com a cidade. A forma de definição é a mesma que se

utiliza nos salões, galerias, pórticos, ou pátios dos palácios. É fácil estabelecer este

paralelismo, com as soluções compósitas que se definiam nos claustros e pátios dos

palácios, com o tratamento das fachadas das novas praças, que são igualmente

grandes pátios urbanos.

Segundo Bruno Zevi, estas praças “são belas apesar de não terem no seu interior nenhum

edifício de notável valor, sendo belas porque são autênticas na sua concepção

espacial, personalizadas no seu vazio interior.”

Na realidade, as fachadas que definem a praça têm um tratamento arquitectónico

muito mais cuidado e mais ostensivo que as fachadas dos mesmos edifícios, que

comunicam com as ruas exteriores às praças. Desta forma, acentua-se o carácter interior

da praça, semelhante a um pátio de um palácio.

Nesta abordagem à estrutura urbana da denominada Plaza Mayor, pretende-se

estabelecer uma relação formal e conceptual com a adequação do Claustro das

Amoreiras ao tecido urbano da cidade de Alcobaça. Estando este claustro integrado na

composição arquitectónica de elevado valor patrimonial, que é o Mosteiro de

Alcobaça, é de extrema importância conjugar de forma acertada a sua nova utilização.

I SIMPÓSIO INTERNACIONAL ESPAÇOS DE CISTER:

ARQUITECTURA E MEMÓRIA

16 Universidade da Beira Interior 8 e 9 de Março de 2012

CV

MARÍA TERESA PÉREZ CANO [email protected]

María Teresa Pérez Cano, doctora arquitecta y profesora titular del Departamento de

Urbanística y Ordenación del Territorio en la Escuela Técnica Superior de Arquitectura de

Sevilla. Dirige un Grupo de Investigación dedicado a la problemática del Patrimonio y el

desarrollo urbano y territorial en Andalucía. Su tesis doctoral dedicada al sistema de

conventos de Sevilla, recibió dos premios de investigación. Ha dirigido tres tesis doctorales

sobre temáticas de monasterios y conventos de Portugal, además de otras dos

dedicadas a diferentes cuestiones de las ciudades históricas portuguesas. Dentro de su

actividad profesional, en colaboración con el profesor Mosquera Adell ha realizado

restauraciones en el Real Monasterio de Santa Clara de Sevilla y fue redactora del Plan

Director de Usos de La Cartuja de Sevilla. Coordinó para el Ayuntamiento de Sevilla un

programa de rehabilitación de diecisiete monasterios y conventos. Es directora de

diversos planes urbanísticos de protección (El Rocío, Ronda…) que incluyen importantes

bienes de interés cultural. Ha participado en la protección individualizada de diferentes

monumentos, zonas y conjuntos arqueológicos, conjuntos históricos, jardines históricos,

sitios históricos, incluyendo elementos integrados en declaraciones Patrimonio de la

Humanidad por la UNESCO. Autora de numerosas publicaciones entre las que cabe

recordar las destinadas a monasterios y conventos o al urbanismo y la protección del

Patrimonio.

CV

EDUARDO MOSQUERA ADELL [email protected]

Eduardo Mosquera Adell, doctor arquitecto y catedrático de Historia de la Arquitectura

en la Escuela Técnica Superior de Arquitectura de Sevilla. Es coordinador del Máster en

Arquitectura y Patrimonio Histórico organizado por la Universidad de Sevilla con el Instituto

Andaluz del Patrimonio Histórico y el Patronato de la Alhambra y Generalife. También

coordina el Programa de Doctorado de Arquitectura y el Programa de Doctorado

“Arquitectura y Patrimonio Cultural-Ambiental” con la Universidad Central de Chile.

Dentro de las tesis doctorales que ha dirigido deben destacarse las dedicadas a

monasterios cistercienses y otros contenedores históricos. Dentro de su actividad

profesional, en colaboración con la profesora Pérez Cano ha realizado restauraciones en

el Real Monasterio de Santa Clara de Sevilla y fue redactor del Plan Director de Usos de

La Cartuja de Sevilla. También ha participado en la redacción de planes urbanísticos

destinados a la protección de ciudades históricas de Andalucía, en las provincias de

Sevilla, Huelva y Málaga. Ha recibido diversos premios a su labor investigadora. Entre sus

publicaciones destacan las dedicadas a la arquitectura contemporánea en Andalucía,

o las dedicadas a arquitecturas históricas como palacios y monasterios y conventos.

También ha tratado cuestiones teóricas sobre la tutela y gestión del Patrimonio Histórico.

Ha pronunciado conferencias sobre sus investigaciones en España, Portugal, Francia,

Italia, Venezuela, México y Chile.

I SIMPÓSIO INTERNACIONAL ESPAÇOS DE CISTER:

ARQUITECTURA E MEMÓRIA

Universidade da Beira Interior 8 e 9 de Março de 2012 17

ARQUITECTURAS CISTERCIENSES ADAPTABLES: LA EXPERIENCIA DE LOS MONASTERIOS

SEVILLANOS.

EDUARDO MOSQUERA ADELL

Dep. de Historia, Teoría y Composición Arquitectónicas de la Universidad de Sevilla (España) MARÍA

TERESA PÉREZ CANO Dep. de Urbanística y Ordenación del Territorio de la Universidad de Sevilla (España)

La ciudad de Sevilla ha mantenido una especial relación con el Cister, gracias a los tres

monasterios que allí se implantaron tras la conquista castellana de la medina andalusí, en

la Baja Edad Media. Concretamente fueron dos cenobios femeninos, el Real Monasterio

de San Clemente y el Monasterio de Santa María de las Dueñas, situados en el recinto

intramuros, y otro masculino, el más meridional de Europa, en sus cercanías, conocido

como el Monasterio de San Isidoro del Campo. Esta intervención tratará de cada uno de

ellos, en tanto que este conjunto de monasterios representa, según el caso, una fórmula

diferenciada de solución en el tiempo para una casa y una comunidad, partiendo

además de condicionantes fundacionales también diferentes. Así, San Isidoro del Campo

fue fundación cisterciense que prosperó solamente durante 130 años. La comunidad fue

expulsada entonces y la casa pasó a la órbita jerónima (primero a ermitaños jerónimos y

luego a los regulares de dicha orden). Experimentó luego los rigores de la exclaustración,

con un breve paréntesis de regreso jerónimo. Su complicada vida monacal, se ha visto

compensada por la entidad del monasterio, que posibilitó su conversión en el primer

monumento declarado, en 1872, de la provincia de Sevilla. Estudiaremos el lugar donde

se implantó y expondremos las características de sus espacios cistercienses. El

establecimiento de monjas cistercienses de Santa María de las Dueñas sufrió los mayores

padecimientos. A pesar de que experimentó una vida de seis siglos, los efectos de las

disposiciones desamortizadoras acabaron en primer lugar con su inmueble. Para ello fue

rápidamente demolido, mientras que la comunidad recorrió un complicado itinerario por

diversas casas hasta su disolución. Es un caso claro de memoria perdida irremisiblemente.

Con los escasos datos disponibles realizaremos una aproximación a este lugar

cisterciense. El Real Monasterio de San Clemente, el más temprano de todos ellos, es sin

embargo, el único superviviente, tanto como casa, como manteniéndose su comunidad.

Un breve paréntesis bajo la ocupación francesa (1810-12) no le aparta de esa larga línea

de más de siete siglos en que subsiste como la casa de regulares más antigua de Sevilla.

Un dato muy interesante, si se tiene en cuenta que nos encontramos ante una ciudad

que acogió a más de 90 fundaciones conventuales durante el Antiguo Régimen. Edificio

declarado monumento, San Clemente refleja con claridad una compleja historia

material, por la que el convento se reconstruyó sobre sí mismo, con numerosos cambios y

adaptaciones de las primitivas estructuras monacales. Esta trayectoria se analizará hasta

llegar a la situación actual, en que conviven usos culturales con los tradicionales usos

monacales desde 1992, nuevas ordenaciones arquitectónicas y viejas estructuras

edificatorias. La imagen, la funcionalidad y, en general la cualidades arquitectónicas de

estos espacios que acogen la vida espiritual cisterciense, serán explicados para este

monumento declarado en 1970.

I SIMPÓSIO INTERNACIONAL ESPAÇOS DE CISTER:

ARQUITECTURA E MEMÓRIA

18 Universidade da Beira Interior 8 e 9 de Março de 2012

CV

ANA MARIA TAVARES MARTINS [email protected]

Ana Maria Tavares Martins (Porto, 1973). Arquitecta, docente do Departamento de

Engenharia Civil e Arquitectura da Universidade da Beira Interior (DECA-UBI),

investigadora do C-MADE (Centre of Materials and Building Technologies) da

Universidade da Beira Interior e do CITAD (Centro de Investigação em Território,

Arquitectura e Design). Licenciada em Arquitectura, em 1997, pela Faculdade de

Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa (FA-UTL). Doutorada (Arquitectura:

Reabilitação Arquitectónica e Urbana) pela Escola Técnica Superior de Arquitectura da

Universidade de Sevilha (ETSA-US), em 2011, com a tese intitulada “As arquitecturas de

Cister em Portugal. A actualidade das suas reabilitações e a sua inserção no território”

orientada pelos Professores Eduardo Mosquera Adell e María Teresa Pérez Cano da

mesma universidade, tendo sido Bolseira (BD) da Fundação para a Ciência e a

Tecnologia (FCT). Tem diversos trabalhos publicados e em curso sobre a presença

Cisterciense em Portugal, sobretudo na área do Património arquitectónico e urbano e no

que respeita à reabilitação, salvaguarda e gestão do mesmo. Os seus interesses de

investigação centram-se na Arquitectura monástico - conventual, integrando a História e

a Teoria da Arquitectura, e na Reabilitação Arquitectónica e Urbana

Algumas publicações:

-Arquitecturas Cistercienses - entre la memoria y la realidad: una aproximación

contemporánea del patrimonio cisterciense portugués; e_rph REVISTA ELECTRONICA DE

PATRIMONIO HISTORICO, Universidad de Granada (Dpto. De Historia del Arte); nº 9,

Dezembro 2011

- Património Arquitectónico Cisterciense: um contínuo testemunho in “Actas do Simpósio

Património em Construção”; LNEC; pp. 25-32

- AS BEIRAS BERÇO DE CISTER EM PORTUGAL: MARCAS DE 9 SÉCULOS DE ARQUITECTURA in

“Actas del IV Congreso Internacional sobre el Císter en Portugal y en Galicia”; Tomo II;

Ediciones Monte Casino; Zamora 2010; pp.881-904 - Cistercian Architectural Heritage as

Cultural Landmarks in “Heritage 2010 – Heritage and Sustainable Development”; Vol. 2;

Ed. Green Lines – Institute for Sustainable Development; Junho 2010; pp.1023-1034

- A Arquitectura Religiosa nas Beiras nos primórdios da Nacionalidade in Catálogo da

exposição “Arte, Poder e Religião nos Tempos Medievais – a identidade de Portugal em

construção”; Ed. Câmara Municipal de Viseu; Viseu, 2009

- O Mosteiro como espaço de recuperação do corpo e do espírito in Mosteiro e Saúde –

Cerca, Botica e Enfermaria in “Actas do III Encontro Cultural de São Cristóvão de Lafões”;

São Cristóvão de Lafões, 2008

- Espaço Monástico: da Cidade de Deus à Cidade do Homem in “Estudos em

Homenagem ao Prof. Doutor José Amadeu Coelho Dias” – vol. 1; Ed. FLUP; Porto 2006; pp.

85-107

- ARQUITECTURAS DEL CÍSTER EN PORTUGAL: rehabilitaciones recientes in “Actas del III

Congreso Internacional sobre el Císter en Galicia y en Portugal” – tomo I; Ediciones Monte

Casino; Zamora, 2006; pp. 769-788

I SIMPÓSIO INTERNACIONAL ESPAÇOS DE CISTER:

ARQUITECTURA E MEMÓRIA

Universidade da Beira Interior 8 e 9 de Março de 2012 19

MINIMALISMO CISTERCIENSE DO SÉCULO XII AO SÉCULO XXI

ANA MARIA TAVARES MARTINS

Dep.to de Engenharia Civil e Arquitectura da Universidade da Beira Interior

Calçada Fonte do Lameiro, s/n, 6200-001 Covilhã. Portugal

+351 275 329 722

RESUMO

Os Mosteiros Cistercienses, quer sejam filiados, quer sejam fundados

apresentam características próprias que ao longo do tempo vão sendo

adaptadas ao sabor dos gostos e pensamentos de cada época.

De facto, com esta comunicação, pretende-se apresentar os princípios,

fundamentos e bases do ideal cisterciense, assim como a sua materialização

arquitectónica, de grande simplicidade e ascetismo, tanto na sua génese

inicial, sobretudo no século XII, como no início do novo milénio.

Para que seja possível estabelecer uma relação entre as bases e princípios

referidos com o século XXI serão tomados como exemplo dois Mosteiros

Cistercienses: o Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça (Portugal) e o Mosteiro

de Novy Dvur (Republica Checa). Ambos apresentam, no séc. XXI,

características profundamente relacionadas com o espírito cisterciense do

séc. XII. Consequentemente podendo-se afirmar que muitas das reabilitações,

levadas a cabo em mosteiros cistercienses, tanto nacionais como

internacionais, tiveram que fazer a ponte entre o conceito de simplicidade e

austeridade cistercienses primitivas e o conceito de mínimo, nos moldes como

é hoje entendido, no âmbito da Teoria da Arquitectura.

Deste modo existem questões para as quais é necessário procurar uma

resposta. Quais os ideais arquitectónicos cistercienses e como se

materializaram na realidade ao longo do tempo? Como foi entendida, de

modo arquitectónico, a espiritualidade cisterciense desde a “Apologia” de S.

Bernardo até aos nossos dias? Qual o legado cisterciense, tendo em conta os

ideais subjacentes e a materialização dos mesmos, ao longo do tempo? Qual

a possível relação entre a reabilitação contemporânea e os ideais

cistercienses?... E a criação arquitectónica cisterciense de raiz, terá lugar no

séc. XXI?

I SIMPÓSIO INTERNACIONAL ESPAÇOS DE CISTER:

ARQUITECTURA E MEMÓRIA

20 Universidade da Beira Interior 8 e 9 de Março de 2012

CV

CATARINA ALMEIDA MARADO [email protected]

Catarina Almeida Marado (Coimbra, 1972). Arquitecta (1995), com Diploma

de Estudios Avanzados em Urbanística e Ordenamento do Território (2003) e

doutorada em Arquitectura pela Universidade de Sevilha (2007), com bolsa

da Fundação Calouste Gulbenkian.

Investigadora de pós-doutoramento no Centro de Estudos Sociais da

Universidade de Coimbra, com bolsa atribuída pela FCT.

Docente convidada no Departamento de Artes e Humanidades da

Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade do Algarve.

Docente visitante no Master en Arquitectura y Patrimonio da Universidade de

Sevilha, desde 2009.

Tem diversos trabalhos publicados na área do património arquitectónico e

urbanístico, dedicados essencialmente ao estudo da articulação entre

ordenamento do território e salvaguarda do património.

Os seus actuais interesses de investigação centram-se na relação entre

arquitectura monástico-conventual e urbanística portuguesa.

I SIMPÓSIO INTERNACIONAL ESPAÇOS DE CISTER:

ARQUITECTURA E MEMÓRIA

Universidade da Beira Interior 8 e 9 de Março de 2012 21

A PRESENÇA CISTERCIENSE NO ESPAÇO URBANO:

O CASO DO ANTIGO CONVENTO DAS BERNARDAS DE TAVIRA

CATARINA ALMEIDA MARADO

DAH, FCHS, Universidade do Algarve / CES-UC

Campus de Gambelas / 8005-139 Faro / Portugal

+351 289800900 (ext. 7627)

RESUMO

O importante papel que a Ordem de Cister desempenhou na formação e

consolidação do território português é indiscutível. Porém, a sua participação

na construção dos núcleos urbanos é bastante menos evidente. Esta

circunstância, é obviamente justificável por razões históricas, mas também por

questões relativas à sua própria religiosidade, que levou os seus monges a

escolher lugares isolados, preferencialmente em vales, para se instalarem.

No entanto, podemos falar em presença cisterciense no espaço urbano,

sendo que esta se fez essencialmente no feminino. De facto, foram as

comunidades de monjas que procuraram as cidades para se implantarem.

Nesta comunicação pretende-se explorar este tema, inicialmente de forma

mais abrangente, contextualizando este fenómeno no quadro geral da

instalação das diferentes comunidades femininas no contexto urbano, para

depois aprofundar um caso específico da presença de uma casa de

religiosas da Ordem de Cister na cidade. Trata-se do Mosteiro de Nossa

Senhora da Piedade – também conhecido por Convento das Bernardas –

localizado em Tavira.

Na análise deste espaço monástico, serão discutidas essencialmente as

questões referentes à sua relação com o espaço urbano: tipologia de

localização, inserção no sistema conventual da cidade e participação nos

processos de transformação da forma urbana, desde a sua fundação até aos

dias de hoje.

I SIMPÓSIO INTERNACIONAL ESPAÇOS DE CISTER:

ARQUITECTURA E MEMÓRIA

22 Universidade da Beira Interior 8 e 9 de Março de 2012

CV

JOSÉ LUIS ALBUQUERQUE CARREIRAS [email protected]

Licenciado em Engenharia Civil e em História. Mestre em Hidráulica e Recursos

Hídricos. Professor Coordenador do Instituto Politécnico de Tomar.

Investigador e autor de comunicações, conferências e artigos científicos em

vários domínios das Ciências da Engenharia e das Ciências Sociais e, em

particular, sobre a Ordem Cisterciense.

Fundador (2008) e presidente da Associação Portuguesa de Cister.

Organizador do I Colóquio Internacional “Cister, os Templários e a Ordem de

Cristo” (2011) e co-editor das respectivas actas, organizador do Colóquio “700

anos da extinção da Ordem do Templo” (2012), co-organizador do IV

Congresso Internacional “Cister em Portugal e na Galiza” (2009) e co-editor

das respectivas actas, co-organizador do Congresso Internacional “Mosteiros

Cistercienses – Passado, Presente e Futuro” (Junho de 2012), co-organizador

deste colóquio.

I SIMPÓSIO INTERNACIONAL ESPAÇOS DE CISTER:

ARQUITECTURA E MEMÓRIA

Universidade da Beira Interior 8 e 9 de Março de 2012 23

O MOSTEIRO CISTERCIENSE DO SÉCULO XXI

JOSÉ LUIS ALBUQUERQUE CARREIRAS

Associação Portuguesa de Cister (APOC)

http://www.cisterportugal.blogspot.com/

RESUMO

A Ordem Cisterciense teve a sua génese no mundo beneditino, no final do

século XI, desde uma proposta de uma observância mais rigorosa da Regra e

dos costumes monásticos. Depois de tempos iniciais difíceis, centenas de

mosteiros cistercienses foram fundados nos séculos XII e XIII e neles milhares de

monges viveram uma vida de oração e de trabalho.

Os mosteiros cistercienses medievais foram importantes centros de

desenvolvimento agrícola e pólos de Cultura e Espiritualidade. Estas

características foram em geral mantidas nas épocas posteriores, malgrado os

períodos de crise, as divisões e as reformas que atravessaram a história dos

cistercienses.

A falta de vocações monásticas no mundo contemporâneo, em especial no

chamado Ocidente cristão, levou a que os mosteiros de hoje tenham que

adaptar a sua vivência ao reduzido número de monges que neles habita.

Essa adaptação começa numa reinterpretação e mais racional utilização dos

espaços monásticos, em particular nos mosteiros antigos, primordialmente

dimensionados para grandes comunidades de monges.

Apesar de todas as dificuldades próprias dos tempos de hoje, o monge

cisterciense contemporâneo continua a centrar a sua austera vida na busca

de Deus, organizando-a no respeito pelo “ora et labora” estipulado por S.

Bento. Esta vida tão estranha às aspirações mundanas dos homens de hoje,

não deixa no entanto de fascinar todos os que com ela contactam.

Locais de incessante louvor a Deus, os mosteiros cistercienses são também

verdadeiros centros de cura de almas. É esta a função das hospedarias

monásticas onde, fiéis à ancestral tradição de acolhimento beneditina, todos

os mosteiros cistercienses recebem aqueles que procuram restabelecer o

corpo e o Espírito num ambiente de Paz e Silêncio.

I SIMPÓSIO INTERNACIONAL ESPAÇOS DE CISTER:

ARQUITECTURA E MEMÓRIA

24 Universidade da Beira Interior 8 e 9 de Março de 2012

CV

IR. LUIS ALVAREZ

Fr. Luis de Osera, nace en Madrid en el año 1946. Cursa estudios de arte en el

Circulo de Bellas Artes de la Gran Via y tras una etapa de actividad

profesional dedicada a la decoración comercial: como los escaparates de

grandes almacenes (El Corte Inglés de Madrid), alta cosmética,(Revlon

Internacional, Guerlain,etc.) diseño de modas, estands, etc. se sitúa en

Londres como escaparatista y diseñador de modas, de una boutique de la

alta sociedad londinense (Cordoba). Las experiencias fuertes de una vida

frivola, le hacen recapacitar y empender el camino de la conversión, que

culmina en Osera en 1975.

Desde 1980, comienza su fase de exposiciones en el monasterio, lo que le

permite proyectarse sin abandonar la estricta clausura.

En este orden, realiza exposiciones sobre San Benito, San Bernardo, Los

Fundadores del Cister, Los ángeles, Joyería, esmaltes, cerámica, terracotas,

asuntos diversos como el Vino, de carácter analógico-simbólico o las

orientadas por la doctrina pontificia, para los eventos eclesiales. En la

actualidad, está ilustrando un nuevo y único caso de la Biblia, con 72 libros

iluminados perícopa a pericopa, que resultará un total de unas 25000

ilustraciones. A esto, se añaden otras muchas diversas obras, como “mini-

icónos”, regalados a los peregrinos (realizados unos 8.000), pedidos privados,

etc.

I SIMPÓSIO INTERNACIONAL ESPAÇOS DE CISTER:

ARQUITECTURA E MEMÓRIA

Universidade da Beira Interior 8 e 9 de Março de 2012 25

VIDA Y OBRA EN EL MONASTERIO DE SANTA MARÍA DE OSEIRA, GALICIA

IR. LUIS ALVAREZ

Abadía de Santa María de Oseira, Ourense, España

RESUMO

SINTESIS DEL TEXTO : EL ARTISTA EN EL MONASTERIO

TESIS: El arte, es una actividad sacral por su origen y su misión es orientar al ser

humano hacia la contemplación del Misterio Divino. El monje artista, por su

propia vocación, debe exclusivizar sus obras hacia la transcendencia.

EL MONJE ARTISTA

El monje artista es un llamado en cada uno de los momentos de la sociedad,

a la consagración de sus capacidades creativas, para ofrecer a la sociedad

exponentes de arte que emanen sentido de sacralidad y transcendencia.

El arte no puede, en si mismo ser otra cosa que exponente de su realidad

óntica: manifestación de la Divinidad transcendental, Belleza.

Cuando el arte deja de estar orientado en esta perspectiva, deja de ser arte

para objetualizarse funcionalmente, al servicio de intereses diversos,

El arte es para el monje artista, una expresión de su oración, su actividad

íntima y su sentido existencial. Todo lo debe hacer, para que sea un canto de

gloria, alabanza y adoración del Misterio para el que ha sido llamado.

I SIMPÓSIO INTERNACIONAL ESPAÇOS DE CISTER:

ARQUITECTURA E MEMÓRIA

26 Universidade da Beira Interior 8 e 9 de Março de 2012

CV

JOSÉ LUIS CAMPANO CALVO [email protected]

José Luis Campano Calvo, doctorando por la U.P.M. en Técnicas y Sistemas

de la Edificación.

La tesis desarrollada lleva el título “El monasterio de Moreruela. Análisis de la

patología de los muros y bóvedas de la iglesia”.

Profesor Titular de Construcción I y IV en la titulación de Ingeniería de la

Edificación en la Escuela Politécnica Superior de Zamora. Universidad de

Salamanca.

Arquitecto Técnico por la U.P.M. Experto en Gestión del Patrimonio por la

U.S.A.L.

Máster de Postgrado en Técnicas y Sistemas de Edificación por la U.P.M.

Desde el año 1970 vengo realizando intervenciones de restauración y

rehabilitación en diferentes edificios históricos de Zamora y Salamanca.

I SIMPÓSIO INTERNACIONAL ESPAÇOS DE CISTER:

ARQUITECTURA E MEMÓRIA

Universidade da Beira Interior 8 e 9 de Março de 2012 27

LOS MONASTERIOS DE LA ORDEN DEL CISTER EN CASTILLA Y LEÓN.

EL MONASTERIO DE SANTA MARIA DE MORERUELA

JOSÉ LUIS CAMPANO CALVO

Dpto. de Construcción y Agronomía. Universidad de Salamanca.

Escuela Politécnica Superior de Zamora. Campus Viriato. 49022 Zamora. España.

Telf. +34980545000, ext.3625

RESUMO

La cultura europea llegó a Castilla con la aparición del estilo románico de la

mano de los monjes benedictinos franceses, más tarde, los monjes

cistercienses introducirían el estilo gótico.

Esta comunicación tiene como objetivo principal, dar a conocer la fundación

y la propagación de los monasterios de la orden del Císter, por las tierras de

Castilla y León, centrando la atención en el monasterio de “Santa María de

Moreruela”. El segundo de los objetivos es cómo se realizaban los diseños de

las iglesias cistercienses; las fases constructivas, llevadas a cabo en el

monasterio por los canteros, y la evolución de las bóvedas en el periodo de

tiempo que transcurrió, desde que se iniciaron las obras, hasta la terminación

de la iglesia del monasterio de Moreruela.

Los signos lapidarios, que aparecen en los elementos constructivos de los

edificios históricos cistercienses de la provincia de Zamora, realizados por

canteros que trabajaban en las obras, y que poseían diferentes grados de

profesionalización.

Los orígenes del monasterio de Santa maría de Moreruela que datan del siglo

XII, habiéndolo tratado algunos historiadores, como el primero de los enclaves

cistercienses construido en la Península Ibérica; a pesar de su ruina es

considerado como uno de los grandes exponentes del Patrimonio Cultural de

la provincia de Zamora.

El monasterio de Moreruela, como resultado de las actuaciones, que se

inician en el siglo XII y que continuaron abiertas hasta el siglo XVII.

La construcción con cubiertas de bóvedas románicas, qué evolucionando en

el transcurso de la construcción de la Iglesia, desde el cañón a la ojiva, que

pueden verse en la cabecera del monasterio de Moreruela, con diseños de

muros más esbeltos y de mayores luces, debido a los cambios que se fueron

introduciendo en los elementos estructurales.

Las bóvedas existentes y su posible restauración, sin que se lleguen a perder

las características que actualmente poseen.

I SIMPÓSIO INTERNACIONAL ESPAÇOS DE CISTER:

ARQUITECTURA E MEMÓRIA

28 Universidade da Beira Interior 8 e 9 de Março de 2012

CV

NATALIA JUAN GARCÍA [email protected]

Natalia Juan García es Doctora en Historia del Arte y profesora del

Departamento de Historia del Arte de la Universidad de Zaragoza desde 2005.

Su especialidad es la arquitectura monástica de los siglos XVII y XVIII, fruto del

estudio del monasterio barroco de San Juan de la Peña (Huesca),

perteneciente a la orden benedictina. Sobre este edificio realizó su Tesis

Doctoral que fue defendida el 8 de enero de 2009 y obtuvo el Premio

Extraordinario de Doctorado.

Ha publicado algunos libros sobre este monasterio a raíz de recibir diferentes

Premios de Investigación, al tiempo que con esta misma temática ha asistido

a diferentes Congresos Nacionales e Internacionales.

Su principal línea de investigación está centrada en el estudio del mundo

monástico de estos siglos así como todo lo relacionado con su arte, su

arquitectura, su rehabilitación, su patrimonio y su cultura.

I SIMPÓSIO INTERNACIONAL ESPAÇOS DE CISTER:

ARQUITECTURA E MEMÓRIA

Universidade da Beira Interior 8 e 9 de Março de 2012 29

SENCILLEZ CISTERCIENSE VS. EXUBERANCIA BENEDICTINA. ESTÉTICA MODERNA

EN ANTIGUOS MONASTERIOS

NATALIA JUAN GARCÍA

Departamento de Historia del Arte / Universidad de Zaragoza

Facultad de Filosofía y Letras C/Pedro Cerbuna nº 12/ 50009 / España

976 76 10 00 ext. 20 61 / 976 76 21 14

RESUMO

Esta comunicación analiza cómo, a pesar de que la arquitectura cisterciense

y la benedictina parten de una misma raiz común, resultan sustancialemente

diferentes. Se estudia el particular modo de vida de las comunidades

benedictinas en España con el fin de comprobar cómo su observancia

religiosa afectó a la forma y distribución arquitectónica de sus monasterios. Se

incide en la problemática de las casas reformadas y/o construidas durante la

Edad Moderna, subrayando que tan sólo se erigieron de nueva planta dos

conjuntos monásticos en todo el país. Sin embargo, tanto los monasterios

reformados como los levantados ex novo incluyeron en sus proyectos

constructivos celdas para cada monje en vez de dormir en una estancia

común, tal y como había recomendado San Benito en origen. La

documentación consultada permite determinar que los monjes benedictinos

españoles de los siglos XVII y XVIII, vivieron en celdas individuales que

estuvieron compartimentadas en diferentes ambientes: alcoba, cuarto de

estar, sala de estudio e incluso sala de visita para recibir huéspedes. Estos

espacios fueron decorados de manera fastuosa, con un rico mobiliario y

lujosos enseres, una práctica que contravenía el voto de pobreza de la Regla

que profesaban. Si bien la posesión de objetos exclusivos les alejaba de la

sencillez monacal que debían seguir, les acercaba a la moda y a la estética

del momento. La moderna idea de individualidad y de intimidad generada

por cada monje al decorar su celda particular supuso la construcción de un

espacio propio sobre el que es necesario reflexionar en este foro.

I SIMPÓSIO INTERNACIONAL ESPAÇOS DE CISTER:

ARQUITECTURA E MEMÓRIA

30 Universidade da Beira Interior 8 e 9 de Março de 2012

CV

MICHAEL MATHIAS [email protected]

Natural da República Federal de Alemanha, estudou Arqueologia proto e pré-

histórica, História antiga e Geologia na Philipps-Universität em Marburg/Lahn

RFA. Defendeu a sua tese de doutoramento “Estudos sobre cerâmica

medieval no norte de Hesse” em 1989 na mesma universidade e exerce

funções de docente na UBI desde 1990 no Departamento de Engenharia Civil

e Arquitectura na área da História de Arquitectura e de Recuperação do

Património. É o responsável do Centro de Estudo e Protecção do Património

da UBI e participou na elaboração dos PDM’s dos concelhos de Figueira de

Castelo Rodrigo e Vila Velha de Ródão a partir de 1991 na área do património

cultural. Orienta desde 1996 o projecto multidisciplinar de estudo e

reabilitação do Castelo de Castelo Melhor – CAMARQREAB, no concelho de

Vila Nova de Foz Côa e faz consultadorias arqueológicas no âmbito de

recuperação de edifícios no centro histórico da Covilhã.

Born in the Federal Republic of Germany, studied Archaeology , Ancient

History and Geology at the Philipps-University of Marburg/Lahn RFA. His

doctoral theses on “Studies on medieval ceramics in the North of Hesse” was

defended in 1989. Since 1990 works as a lecturer at the Department of Civil

Engineering and Architecture at the UBI

ARQUEOLOGIA DOS COUTOS DE SANTA MARIA DE AGUIAR EM FIGUEIRA DE

CASTELO RODRIGO

MICHAEL MATHIAS

Dep.to de Engenharia Civil e Arquitectura da Universidade da Beira Interior

Calçada Fonte do Lameiro, s/n, 6200-001 Covilhã. Portugal

+351 275 329 722

RESUMO

A comunicação que se pretende apresentar não é o resultado de uma

campanha de trabalhos de campo, mas a exposição de motivações e

objectivos de um futuro projecto que tem como finalidade de estudar o

Mosteiro de Santa Maria de Aguiar, Concelho de Figueira de Castelo Rodrigo,

Distrito da Guarda, Portugal, em relação ao seu enquadramento territorial e

os seus vestígios arqueológicos. O autor colaborou na equipa da Universidade

da Beira Interior do PDM do Concelho de Figueira de Castelo Rodrigo entre

I SIMPÓSIO INTERNACIONAL ESPAÇOS DE CISTER:

ARQUITECTURA E MEMÓRIA

Universidade da Beira Interior 8 e 9 de Março de 2012 31

1990 e 1993 na área do Património Cultural.

O Mosteiro cisterciense de Santa Maria de Aguiar foi supostamente fundado

pelo primeiro rei de Portugal D. Afonso Henriques ou pelo rei de Leão

D.Fernando II. Certamente existia uma comunidade monástica na região, que

adoptou as regras cistercienses e se mudou para um novo sítio para construir

o mosteiro. Os dois reis doaram direitos e propriedades a Santa Maria de

Aguiar para salientar a sua importância quer para Leão quer para Portugal.

A partir dos estudos existentes, de documentos históricos e arqueológicos,

surgiu o desafio de localizar os sítios mencionados nos mesmos para a sua

integração no plano das servidões. Como resultado do tempo e meios

limitados à nossa disposição muitos sítios ficaram com localizações incertas e

sem protecção.

Neste ponto de situação põem-se a pergunta: em que medida a

investigação arqueológica seria capaz de contribuir para a resolução dos

problemas que os estudos dos documentos não podem fazer?

The presentation that follows is not a report on materialized field work but the

exposition of the motives and objectives of a possible project that aims to

study the Monastery of Santa Maria de Aguiar, Figueira de Castelo Rodrigo,

Portugal in the territory and its archaeological remains. The author participated

from 1990 to 1993 in the survey of the Cultural Heritage with the framework of a

Director’s Plan of the “Concelho de Figueira de Castelo Rodrigo”.

The cistercian monastery of Santa Maria de Aguiar is supposed to be founded

by the first Portuguese King D. Afonso Henriques or by the King D. Fernando II

of Leon. Sure is that there was already a monastic community established in

this area, which may have adopted cistercian rules, and moved to a new site

to build it’s monastery. Both kings granted rights and territories to the

monastery to underline it’s importance for Portugal and Castella and Leon.

Based on the existing studies of historical documents by historians and

archaeologists arouse the challenge of surveying and spotting the sites

mentioned in the documents for the “Director’s Plan” in order to protect them.

As a result within the limited time and measures at our disposal, many sites

remained in locations uncertain and unprotected.

At that point the question is, what could archaeological investigation

contribute to resolve problems which documentary studies cannot ?

I SIMPÓSIO INTERNACIONAL ESPAÇOS DE CISTER:

ARQUITECTURA E MEMÓRIA

32 Universidade da Beira Interior 8 e 9 de Março de 2012

CV

MARIANA FERREIRA [email protected]

2002 – 2010 Mestrado em Recuperação do Património Arquitectónico e Paisagístico –

Universidade de Évora

Dissertação de mestrado com o tema Mosteiro Cisterciense de Santa

Maria de Maceira Dão – Contributos para a sua Conservação e a sua

Valorização

1994 – 2000 Licenciatura em Arquitectura – Faculdade de Arquitectura da Universidade

Técnica de Lisboa

EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL

2000 – 2011 Integra o atelier 9H – Arquitecturas Associadas, Lisboa, participando em

diversos projectos em colaboração ou em co-autoria

2005 – 2008 Integra a sociedade Socer, Imobiliária e Investimentos, S.A., Lisboa, como

vogal do Conselho de Administração

Desde 2005 Colabora na sociedade RB Portugal, Indústria e Comércio de Resinas, Lda.,

Lisboa, como assistente de Direcção

Desde 2004 Mantém actividade independente como arquitecta desenvolvendo

trabalho nas áreas de projecto e de consultoria no âmbito da intervenção

em património

1996 – 1997 Colabora no atelier Nobre Leitão, Lisboa, participando em diversos projectos

COMUNICAÇÕES | PUBLICAÇÕES

Nov 2011Mosteiro cisterciense de Santa Maria de Maceira Dão – contributos para a sua

conservação e valorização cultural [Comunicação e artigo], Simpósio

“Património em Construção” – contextos para a sua preservação, Laboratório

Nacional de Engenharia Civil, Lisboa, 2011

Out 2005 “Produção de Adobe nas Matas do Louriçal”, in Arquitectura de Terra em

Portugal, Argumentum, Lisboa, 2005, p. 263

Set 2005 Mosteiro de Santa Maria de Maceira Dão – contributo para a sua conservação

e valorização [Comunicação e artigo], III Congresso Internacional sobre Cister

na Galiza e em Portugal, Ourense, Espanha

Set 2003 Construção em Adobe – Quinta dos Cozinheiros, Matas do Louriçal

[Comunicação], 1º Seminário Arquitectura de Terra em Portugal, Delegação

da Fundação Convento da Orada, Lisboa

I SIMPÓSIO INTERNACIONAL ESPAÇOS DE CISTER:

ARQUITECTURA E MEMÓRIA

Universidade da Beira Interior 8 e 9 de Março de 2012 33

O SÍTIO DE MACEIRA DÃO – NOTAS DE UMA INVESTIGAÇÃO

MARIANA PINTO DA ROCHA JORGE FERREIRA

Rua General Pimenta de Castro, nº 11 – 7º Dto. / 1700-217 Lisboa / PORTUGAL

+351 919394740

RESUMO

O mosteiro cisterciense de Santa Maria de Maceira Dão é um conjunto edificado de

reconhecido valor e assume-se como um exemplo singular do nosso património,

carenciado de investigação e de acção a vários níveis.

Este mosteiro tem a sua origem numa primitiva comunidade regular instalada perto da

igreja de Santa Maria de Moimenta que é transferida, em determinada altura, para o

sítio de Maceira Dão, sensivelmente, a 5 km para oeste da cidade de Mangualde, no

Distrito de Viseu.

O antigo edifício monástico está implantado em situação de pequeno declive, num vale

protegido a norte pela Serra de Fagilde, na margem direita da chamada ribeira dos

Frades, que é afluente do rio Dão. Encontra-se, ainda hoje, integrado em meio rural e

isolado, numa propriedade agrícola a que se chama localmente Quinta do Convento.

Na sua envolvente próxima encontramos, por um lado, os factores naturais

determinantes à escolha do local de implantação do mosteiro como:

a presença da água;

a existência de condições para a prática agrícola;

e os recursos de madeira, pedra e outros materiais nas proximidades.

Por outro lado são evidentes vários testemunhos das intervenções realizadas pela

comunidade monástica na propriedade, nomeadamente:

a modelação dos terrenos;

diversos elementos ligados à hidráulica;

e várias construções de apoio ao mosteiro e às suas actividades como, por exemplo,

a capela de Nossa Senhora da Cabeça, o pombal e a eira, o lagar, a casa da

quinta da Granja e os moinhos da Silveira, entre outros.

Por todas as razões podemos afirmar que a localização de Maceira Dão corresponde à

desejável situação de implantação dos mosteiros cistercienses masculinos sendo, neste

aspecto, verdadeiramente exemplar.

Entendendo, assim, que a importância do mosteiro não reside apenas no edifício

monástico mas também na sua envolvente e na teia de relações que se gera em torno

da actividade agrícola, procuramos, então, desenvolver uma aproximação mais

exaustiva à situação e ao sítio do mosteiro de Maceira Dão, contextualizando a

implantação do edifício e referenciando-o a uma determinada envolvente. É nosso

objectivo contribuir, deste modo, para um conhecimento mais profundo do conjunto e,

enfim, para a sua conservação e valorização.

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CV

MANUELA LOPES

Aluna finalista do Mestrado Integrado em Arquitectura, Departamento de

Engenharia Civil e Arquitectura da Universidade da Beira Interior (Portugal)

PROPOSTA DE REABILITAÇÃO SUSTENTÁVEL DE SANTA MARIA DE MACEIRA DÃO

(FORNOS DE MACEIRA DÃO, PORTUGAL)

RESUMO

Coloca-se uma questão: Santa Maria de Maceira Dão, poderá este mosteiro

Cisterciense em ruína, isolado, actualmente pouco valorizado e esquecido,

tornar-se novamente num local de reflexão, introspecção para os dias de

hoje?

Os mosteiros cistercienses foram erguidos em vales, locais onde o solo é fértil,

com acesso à água, e isolados da agitação da vida urbana tal como se

encontra patente na Regra de São Bento.

Para os Cistercienses a depuração associada à simplicidade constitui o novo

critério estético traduzindo-se pelo rigor das linhas, pureza das formas,

luminosidade e o claro-escuro.

A arquitectura e arte cisterciense eram o mais simples e depurada possível,

pois os monges não se podiam distrair para poderem contemplar, de corpo e

alma, a prática da devoção e meditação Religiosa.

O Mosteiro de Santa Maria de Maceira Dão é alvo de uma proposta de

reabilitação, no âmbito do Mestrado Integrado em Arquitectura da

Universidade da Beira Interior, com base nos ideais da ordem de Cister à qual

pertenceu. Foi entendido como um local de reencontro entre o Ser e a

Natureza, um espaço dedicado à reflexão, à meditação, ao culto do corpo e

da alma que é materializado através desta proposta de reabilitação em

curso.

O Mosteiro de Santa Maria de Maceira Dão fará parte de uma proposta de

reabilitação que se aponta como um exemplo de sustentabilidade tendo por

base os princípios de autarcia experimentados pela Ordem de Cister. Este

Mosteiro é assim dotado de novos espaços que se adaptam a novas

situações e usos, mas sem perder os valores do passado como ponte para o

futuro.

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