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 1 Tecnologias da Informação e Comunicação Educativa TICs - TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EDUCATIVA CURITIBA 2011  UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE EDUCAÇÃO COORDENAÇÃO DE INTEGRAÇÃO DE POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA CURSO DE PEDAGOGIA MAGISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL Autor  Prof. MsC João Mendes

Livro Didatico_tics- Tecnologias Da Informação e Comunicação Educativa

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    Tecnologias da Informao e Comunicao Educativa

    TICs - TECNOLOGIAS DAINFORMAO ECOMUNICAO

    EDUCATIVA

    CURITIBA

    2011

    UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANSETOR DE EDUCAO

    COORDENAO DE INTEGRAO DE POLTICASDE EDUCAO A DISTNCIA

    CURSO DE PEDAGOGIAMAGISTRIO DA EDUCAO INFANTIL E

    ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

    Autor

    Prof. MsC Joo Mendes

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    Curso de Pedagogia - Magistrio da Educao Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental UFPR

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    Tecnologias da Informao e Comunicao Educativa

    UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARAN

    ReitorZaki Akel Sobrinho

    Vice-ReitorRogrio Andrade Mulinari

    Pr-Reitora de Graduao - PROGRADMaria Amlia Sabbag Zainko

    Pr-Reitor de Pesquisa e Ps-Graduao -PRPPG

    Srgio Scheer

    Pr-Reitora de Extenso e Cultura - PROECElenice Mara Matos Novak

    Pr-Reitora de Gesto de Pessoas - PROGEPELaryssa Martins Born

    Pr-Reitor de Administrao - PRAPaulo Roberto Rocha Krger

    Pr-Reitora de Planejamento, Oramento eFinanas - PROPLAN

    Lucia Regina Assumpo Montanhini

    Pr-Reitora de Assuntos Estudantis - PRAERita de Cssia Lopes

    SETOR DE EDUCAO

    Diretora

    Andrea do Rocio Caldas

    Vice-DiretoraDeise Picano

    Coordenador do Curso de Pedagogia -Magistrio da Educao Infantil e Anos Iniciaisdo Ensino Fundamental

    Amrico Agostinho Rodrigues Walger

    Coordenadora de Tutoria

    Leziany Silveira Daniel

    Coordenadora EaD - UFPR e UABMarineli Joaquim Meier

    Coordenadora Adjunta UABGlucia Brito

    Coordenadora de Recursos TecnolgicosSandramara Scandelari Kusano de Paula Soares

    Produo de Material Didtico

    CIPEAD

    CIPEAD - Coordenao de Integrao dePolticas de Educao a Distncia

    PRESIDNCIA DA REPBLCA

    Dilma Roussef

    MINISTRIO DA EDUCAO

    Fernando Haddad

    UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL

    Diretor

    Joo Carlos Teatini de Souza Lima

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    Curso de Pedagogia - Magistrio da Educao Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental UFPR

    Contatos

    CIPEADPraa Santos Andrade, 50 Trreo

    80020-300 Curitiba PR

    Fone: (41) 3310-2657

    e-mail: [email protected]

    www.cipead.ufpr.br

    Setor de EducaoRua General Carneiro, 460 2 andar

    80060-150 Curitiba PR

    Fone:(41) 3360 5141 3360 5139

    e-mail:[email protected]

    www.educacao.ufpr.br

    Foto da capa - http://www.sxc.hu/

    photo/1191196

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    Tecnologias da Informao e Comunicao Educativa

    APRESENTAO DA DISCIPLINA

    Seja Bem-Vindo(a) Educao a Distncia da UFPR!

    Os temas escolhidos para discusso nesse material tm por objetivo

    desenvolver competncias e habilidades necessrias para apoiar sua prtica

    pedaggica.

    Apresentamos um panorama geral da sociedade contempornea caracterizada

    por mudanas e transformaes em seus vrios campos e que modificam a maneira

    como interagimos e nos comunicamos.

    No entanto, essas transformaes trazem determinados desafios. Para voc,

    enquanto educador, faz-se necessrio conhecer quais so os desafios educacionais

    que marcaro sua prtica pedaggica.

    As tecnologias de informao e comunicao podero auxili-lo nesse

    processo. A maneira como isso poder ocorrer, alm de outras problemticas que

    envolvem o assunto, sero abordados ao longo do material.

    Para cada tema propomos reflexes e atividades complementares, que

    podero ser realizadas em grupos ou individualmente, de pesquisa e ao que

    devero ser complementados com as sugestes de leitura, pois as discusses aqui

    iniciadas no se encerram nessa disciplina, mas sim permearo todo o curso

    articulando tecnologias, os diferentes modos de pensar e relacionar-se que se

    mostram nos usos das tecnologias na educao.

    Bom estudo!

    Prof. Joo Mendes

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    Curso de Pedagogia - Magistrio da Educao Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental UFPR

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    Tecnologias da Informao e Comunicao Educativa

    PLANO DE ENSINO

    1 DISCIPLINA

    TICs- TECNOLOGIAS DA INFORMAO E COMUNICAO EDUCATIVA

    2 CDIGO

    EDP- 032

    3 CARGA HORRIA TOTAL

    60 HORAS

    3.1 CARGA HORRIA PRESENCIAL

    3.1.1 Com Professor formador: 6 horas

    3.1.2 Com o tutor presencial no Polo: 6 horas

    3.2 CARGA HORRIA DISTNCIA

    Quarenta e oito (48) horas de estudos com orientao presencial e a distncia dos tutores do polo

    presencial e/ou tutores da UFPR. Estes estudos incluem a participao em fruns, chats e outros

    espaos virtuais.

    4 EMENTA

    Concepo tcnico-metodolgica do estudo em EaD. A utilizao e interao dos meios tecnolgicos

    no processo de educao. Ensino-aprendizagem e comunicao: sala de aula como espao comunicativo

    e as tecnologias da informao como recursos didticos.

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    5 OBJETIVOS

    5.1 OBJETIVO GERAL

    Possibilitar a compreenso dos desafios educacionais num contexto de transformaes da sociedade e

    aplicao das tecnologias da informao e comunicao como estratgias de inovao dos processos

    de ensino e aprendizagem.

    5.1 OBJETIVOS ESPECFICOS

    Contextualizar as transformaes da sociedade contempornea e os desafios postos escola.

    Refletir sobre o conceito de tecnologia, tecnologia educacional e a prtica pedaggica.

    Estabelecer relao entre escola, tecnologia, comunicao e aprendizagem.

    Analisar as possibilidades de uso do computador na escola como estratgia de inovao.

    6. PROGRAMA

    1 A ESCOLA NO CONTEXTO DA SOCIEDADE DA INFORMAO1.1 NOVOS DESAFIOS EDUCACIONAIS

    1.2 AS TICS E SUAS INFLUNCIAS NA SOCIEDADE

    1.3 INFORMAO E CONHECIMENTO

    1.4 NOVAS FORMAS DE APRENDER E ENSINAR

    2 REFLETINDO SOBRE O CONCEITO DE TECNOLOGIA2.1 AS TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS

    2.2 AS TICS E OS PROCESSOS DE ENSINO APRENDIZAGEM

    2.3 A RELAO ENTRE COMUNICAO E EDUCAO

    3 INFORMTICA NA ESCOLA3.1 POLTICAS PBLICAS DE IMPLANTAO DA INFORMTICA EDUCATIVA

    3.2 A ORGANIZAO DA ESCOLA PARA USO DO COMPUTADOR NO ENSINO

    3.3 OS SOFTWARES EDUCACIONAIS

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    Tecnologias da Informao e Comunicao Educativa

    8 AVALIAO

    A avaliao ser da seguinte forma:

    - Atividades presenciais com 75% de frequncia (aula na UFPR e tutoria no Polo);

    - Atividades e exerccios sobre os textos e materiais de apoio;

    - Atividades como fruns, pesquisa, produo de textos e outras que o professor considerar;

    - Leituras complementares indicadas, com registro de anlise crtica;

    - Exerccios de auto-avaliao com produo de conhecimento;

    - Prova presencial realizada ao trmino da disciplina

    4 A INTERNET

    5 FORMAO DOS PROFESSORES PARA O USO DAS TICS

    6 CONSIDERAES

    7 METODOLOGIA DE TRABALHO

    No desenvolvimento de cada tpico voc ser solicitado a refletir sobre a temtica, por meio de

    algumas questes chaves colocadas num quadro como o exemplo a seguir:

    Para tanto, ser necessrio, que voc converse com seus colegas de turma, tutor, amigos, familiares e

    anote consideraes em seu caderno ou, se preferir, insira-se no mundo da informtica utilizando um

    editor de texto. Aps nossos trabalhos, retome suas anotaes, faa as correes que achar necessrio

    e dialogue com seus colegas sobre o assunto.

    Voc tambm ser solicitado a utilizar as ferramentas do ambiente de aprendizagem virtual Moodle:

    frum e chat para realizar as atividades sugeridas e para dialogarmos. Criamos tambm atividades para

    voc resolver nos momentos presenciais junto com o tutor do seu polo.

    Quais os aspectos que voc considera importantes quanto ao uso das

    tecnologias de comunicao e informao na escola?

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    SUMRIO

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    1 A ESCOLA NO CONTEXTO DA SOCIEDADE DA INFORMAO .................1.1 NOVOS DESAFIOS EDUCACIONAIS ............................................................................

    1.2 AS TICS E SUAS INFLUNCIAS NA SOCIEDADE ........................................................

    1.3 INFORMAO E CONHECIMENTO ..............................................................................

    1.4 NOVAS FORMAS DE APRENDER E ENSINAR .............................................................

    2 REFLETINDO SOBRE O CONCEITO DE TECNOLOGIA ...................................2.1 AS TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS .............................................................................

    2.2 AS TICS E OS PROCESSOS DE ENSINO APRENDIZAGEM .........................................

    2.3 A RELAO ENTRE COMUNICAO E EDUCAO .................................................

    3 INFORMTICA NA ESCOLA ......................................................................................3.1 POLTICAS PBLICAS DE IMPLANTAO DA INFORMTICA EDUCATIVA ............

    3.2 A ORGANIZAO DA ESCOLA PARA USO DO COMPUTADOR NO ENSINO .........

    3.3 OS SOFTWARES EDUCACIONAIS ................................................................................

    4 A INTERNET ...................................................................................................................5 FORMAO DOS PROFESSORES PARA O USO DAS TICS ...........................6 CONSIDERAES .........................................................................................................REFERNCIAS ...................................................................................................................

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    Tecnologias da Informao e Comunicao Educativa

    1 A ESCOLA NO CONTEXTO DA SOCIEDADE DAINFORMAO

    Nesse incio do sculo XXI, constatamos que a sociedade produz e

    acolhe inovaes tecnolgicas em ritmo acelerado. Isso, quer se fale dos

    meios de comunicao de massa (televiso, rdio, jornais, revistas, cinema),

    quer se pense nos instrumentos de trabalho (informatizao, automao,

    robotizao), nos servios domsticos (eletrodomsticos cada vez mais

    complexos), ou mesmo na indstria do lazer (jogos, brincadeiras eletrnicas).

    Tais caractersticas configuram a chamada sociedade da informao, sendo

    esta uma sociedade contempornea em que a informao tem significativa

    importncia para o desenvolvimento das atividades humanas, utilizando

    uma diversidade de recursos para obteno, anlise e processamento de

    informaes.

    As inovaes tecnolgicas que marcam essa sociedade, segundo

    Oliveira (2008, p. 5), contribuem para que as transformaes ocorram ao

    longo da histria mudando, de tempos em tempos, o panorama da sociedade

    no mbito social, cultural, poltico, econmico, filosfico e institucional.

    FONTE: http://www.itaimpaulista.com.br/portal/colunistas/ti.jpg

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    1.1 NOVOS DESAFIOS EDUCACIONAIS

    Entre as mudanas da sociedade, destacam-se aquelas que ocorrem

    no mundo do trabalho devido insero de novas tecnologias de produo

    que passam a exigir um novo perfil de trabalhador.

    Assim, pensar os objet ivos educacionais na sociedade

    contempornea exige refletir sobre os desafios da escola na formao de

    cidados crticos e participativos para se inserirem na vida poltica e

    produtiva da sociedade. Dessa forma, como aponta Libneo (2001, p

    21), a transformao geral da sociedade repercute, sim, na educao,

    nas escolas, no trabalho dos professores.

    Considerando essa repercusso, faz-se necessria a adoo de

    novas metodologias de ensino, tendo em vista atender ao desafio do

    desenvolvimento de capacidades cognitivas e operativas para o alcance

    do pensamento autnomo, criativo, crtico, da formao geral e capacidade

    tecnolgica do trabalhador, alm de subsidiar o aluno para atuar como

    cidado, buscando, se preciso, transformar a realidade em que vive.

    Nesse sentido, a adoo de novas metodologias envolve a aplicao

    das Tecnologias de Informao e Comunicao - TICs. Ao mencionar as

    TICs, referimo-nos ao processo de insero de aparelhos eletrnicos e de

    telecomunicaes que processam, produzem e transmitem informaes,

    tais como a televiso e o rdio (inclusive audioconferncia e

    videoconferncia), o DVD, o computador e seus aplicativos, a transmisso

    via-satlite, a cabo, a Internet, entre outros.

    Para saber mais sobre as mudanas que ocorrem na sociedade causadas pelas inovaes tecnolgicas,

    leia o artigo Revolues tecnolgicas e transformaes subjetivas, de Ana Maria Nicolaci da Costa,disponvel no endereo eletrnico a seguir:

    http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-37722002000200009&lang=pt

    Aps a leitura do artigo, reflita sobre aspectos da vida cotidiana em pocas ou lugares onde recursos

    tecnolgicos como rdio, telefone, televiso e determinados aparelhos domsticos ainda eram

    desconhecidos. Para aprofundar sua reflexo, converse com pessoas de mais idade, pois isso tornar

    fcil perceber as transformaes e facilidades trazidas por esses recursos.

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    Tecnologias da Informao e Comunicao Educativa

    1.2 AS TICS E SUAS INFLUNCIAS NA SOCIEDADE

    As TICs provocam uma nova ordem de comunicao,

    caracterizando-se pela criao de novos valores, e pela possibilidade da

    constituio de uma nova sociedade e de um novo ser humano.

    Neste contexto social, os mais influenciados por elas so, certamente,

    as crianas e adolescentes, pois j nasceram e crescem convivendo com

    um mundo que, para muitos, ainda novidade e, justamente por isso,

    eles tm mais facilidade, para aprender e se acostumar a situaes novas.

    Desponta ento uma nova sociedade centrada na informao e simbolizada

    pelas TICs.

    O HOMEM BICENTENRIO

    Sinopse

    Em 2005, uma famlia americana compra um novo utenslio domstico: o

    rob chamado Andrew (Robin Williams), para realizar tarefas domsticas

    simples. Entretanto, aos poucos o rob vai apresentando traos caractersticos

    do ser humano, como curiosidade, inteligncia e personalidade prpria. o

    incio da saga de Andrew em busca de liberdade e de se tornar, na medida do

    possvel, humano.

    Aps assistir esse filme, como voc relaciona a natureza humana, a mquina

    e as relaes culturais?

    Tal aplicao justifica-se pelo papel exercido pelas TICs nas

    transformaes da sociedade e modificaes que estimulam na maneira

    como os seres humanos interagem. Portanto, antes de nos determos a

    aplicao das TICs, aos processos de ensino e aprendizagem, passaremos,

    sem a inteno de esgotar o assunto, a discutir a influncia delas na

    sociedade contempornea.

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    Curso de Pedagogia - Magistrio da Educao Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental UFPR

    A sociedade atual, de acordo com Borges (2008), se caracteriza

    pela informao e representa uma resposta dinmica da evoluo,

    ao crescimento vertiginoso de experincias, invenes, inovaes,

    dentro de um enfoque sistmico em franco desenvolvimento e

    renovador.

    Dessa forma, a sociedade da informao e do conhecimento o

    resultado de todas as transformaes pelas quais a Histria, de um

    mundo dividido em civilizaes e sociedades, veio passando sempre

    com uma perspectiva de novas mudanas. Ainda segundo esta autora,

    os dois bens de maior importncia e com caractersticas prprias, no

    ponto de vista econmico, so a informao e o conhecimento que,

    diferentemente de outros bens, no se esgotam pelo seu uso. Ao

    contrrio, aumentam medida que so utilizados, pois se agregam novos

    conhecimentos.

    1.3 INFORMAO E CONHECIMENTO

    Embora, muitas vezes, informao seja confundida com

    conhecimento e esses termos sejam at mesmo usados como sinnimo,

    eles no o so.

    Distinguindo esses dois termos, Crawford (1994), diz que a informao

    a matria-prima para o conhecimento. Ele define informao como notcia,

    fato ou dado transmitido na forma oral ou escrita e que pode ser encontrada

    tambm em objetos inanimados como um livro ou num arquivo de

    computador. Enquanto, conhecimento a capacidade de aplicar a

    informao a um trabalho ou a um resultado especfico. Tal capacidade

    somente encontrada no ser humano. Veja o exemplo a seguir, dado por

    Crawford (1994) com o fim de esclarecer a distino entre os dois termos.

    Um conjunto de coordenadas da posio de um navio ou o

    mapa do oceano so informaes, a habilidade para utilizar

    essas coordenadas e o mapa na definio de uma rota para

    o navio conhecimento. As coordenadas e o mapa so as

    matrias-primas para se planejar a rota do navio. (...)

    Somente os seres humanos so capazes de aplicar desta

    forma a informao atravs de seu crebro ou de suas

    habilidosas mos. A informao torna-se intil sem o

    conhecimento do ser humano para aplic-la

    produtivamente. (CRAWFORD, 1994, p. 21)

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    Tecnologias da Informao e Comunicao Educativa

    Embora no sejam sinnimos, na sociedade contempornea, as

    fronteiras entre informao e conhecimento so pequenas ou inexistentes.

    Esses termos se referem a bens, produtos ou servios produzidos e

    disseminados dentro de um contexto de globalizao.

    Leia o artigo Perspectivas Atuais da Educao, de Moacir Gadotti, disponvel no endereo eletrnico

    a seguir:

    http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-

    88392000000200002&lng=en&nrm=iso

    Aps a leitura, elabore um texto expressando seu entendimento de EDUCAO no contexto da

    GLOBALIZAO na era da INFORMAO.

    O referido texto no deve ultrapassar uma lauda, com fonte Arial 12, espao entre linhas simples

    (1,0) e sem pargrafo.

    Ento podemos entender que informao constituda de dados

    organizados de tal modo que apresentam coerncia e significado a qual

    pode ser armazenada, transferida ou at mesmo eliminada. J o

    conhecimento o resultado da interferncia de habilidades, capacidades e

    conhecimentos prvios do ser humano, a partir de uma informao ou um

    conjunto delas, para modificar uma situao ou processo, produzindo assim,

    novos conhecimentos.

    Busque em pelo menos trs dicionrios os significados dos termos informao e conhecimento.

    Se preferir, faa tal busca nos dicionrios on-line encontrados nos seguintes endereos eletrnicos:

    http://michaelis.uol.com.br/

    http://www.dicionariodoaurelio.com/

    http://www.dicionarioweb.com.br/

    Com base nos significados encontrados, elabore um breve texto abordando a diferena entre

    esses termos. Faa a postagaem de seu texto no Frum.

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    Curso de Pedagogia - Magistrio da Educao Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental UFPR

    1.4 NOVAS FORMAS DE APRENDER E ENSINAR

    Ao pensarmos a relao entre escola e sociedade da informao

    preciso considerar a existncia de novas formas de aprender, propiciadas

    pelas TICs. Nesse sentido, h possibilidade da escola inserir em seu contexto,

    novas formas de ensinar. Breede (1996), aponta que a escola necessita

    estar inserida no mundo contemporneo, ou seja, inserir no seu ambiente

    os avanos tecnolgicos.

    Isto nos leva a pensar num verdadeiro sent ido de educar.

    Etimologicamente, educar significa levar de um lugar para outro, o que

    pressupe no mudana fsica, mas mudana de paradigmas de pensamento.

    Na escola, levar a outro lugar proporcionar ambientes, aes

    administrativas e aes didticas, que levem o aluno a construir seu

    conhecimento, imbricando suas experincias pessoais com o conhecimento

    cientfico e possibilitando a formao de um ser humano crtico, um agente

    interveniente no mundo, sentindo-se capaz de participar de sua

    transformao.

    [...] educar colaborar para que professores e alunos

    transformem suas vidas em processos permanentes de

    aprendizagem. ajudar os alunos na construo da sua

    identidade, do seu caminho pessoal e profissional do seu

    projeto de vida, no desenvolvimento das habilidades de

    compreenso, emoo e comunicao que lhes permitam

    encontrar espaos pessoais, sociais e profissionais e

    tornando-os cidados realizados e produtivos. (MORAN,

    2000, p. 155).

    A perspectiva educacional apontada por esse autor, se relaciona

    diretamente com o desafio da escola na contemporaneidade, tendo em

    vista a formao do aluno em consonncias com as exigncias postas pelo

    Quanto produo de informaes e conhecimentos, as estruturas

    de rede permitem novas formas de produo de conhecimento e cultura

    estabelecendo ligaes entre culturas diferentes que se comunicam e

    gradativamente vo interagindo (CASTELLS, 2003). Isto provoca uma

    presso na educao por mudanas, assim como ocorre com as demais

    organizaes na sociedade.

  • 19

    Tecnologias da Informao e Comunicao Educativa

    mundo do trabalho e sua atuao como cidado numa sociedade tecnolgica.

    Como alerta Freire (1996, p. 27) a educao no pode ser uma relao

    bancria, em que o educador somente deposita contedos que os alunos

    devem memorizar, gravar e repetir.

    Esse autor destaca ainda que, nesse formato, a escola exerce um

    tipo de dominao, pois o educando em sua passividade, torna-se um objeto

    para receber paternalisticamente a doao do saber do educador, sujeito

    nico de todo o processo.

    Considerando o papel da escola na sociedade da informao, podemos

    tomar como referncia o pensamento de Freire (1997), quando diz que

    ensinar algo de profundo e dinmico, no mera transferncia de

    conhecimentos, mas sim conscientizao e testemunho de vida. Portanto,

    preciso mudar profundamente nossos mtodos de ensinar para reservar

    ao crebro humano o que lhe peculiar: a capacidade de pensar, a dominar

    as linguagens (inclusive a eletrnica) a pensar criticamente.

    Dessa forma, essa mudana de mtodos apontada por Freire converge

    para a aplicao das TICs, como estratgia de transformaes nas maneiras

    de ensinar e aprender na escola, tendo em vista a formao do aluno para

    atuar de forma crtica no meio em que vive e se inserir no mundo do trabalho.

    Como parmetros para pensar a relao entre escola e sociedade da

    informao, de forma a atingir os objetivos acima mencionados, apontamos:

    Os Quatro Pilares da Educao, propostos por Delors (2009).

    Aprender a conhecer: no visa aquisio de uma quantidadede saberes codificados, mas o domnio dos instrumentos de

    apropriao de conhecimentos. Assim, se pretende que cada um

    aprenda a compreender o mundo em que vive, de forma a subsidi-lo

    a uma vida digna, desenvolvendo suas capacidades profissionais e

    atendendo suas necessidades. Isso tendo como referncia o prazer

    de entender, conhecer e de descobrir, despertando a curiosidade e

    estimulando o senso crtico. Considera-se que o conhecimento no

    est acabado (e nunca o estar), e que pode ser enriquecido com

    qualquer experincia ligada vida e ao trabalho.

    Aprender a fazer: Isso indissocivel do aprender a conhecer.Refere-se a como ensinar o aluno a relacionar com a prtica os seus

    conhecimentos e como adapt-los a novas situaes. O aprender a

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    Curso de Pedagogia - Magistrio da Educao Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental UFPR

    Aprender a viver juntos, aprender a viver com os outros:embora apontada por Delors (2009), como tarefa rdua, pois os seres

    humanos tm a tendncia a supervalorizar as suas qualidades e as do

    grupo a que pertencem, esse pilar, busca: a descoberta do outro

    desenvolvendo a conscincia das semelhanas, diferenas e

    interdependncias entre os seres humanos (algumas disciplinas tem

    mais facilidade para possibilitar isso, como a Geografia e a Histria,

    por exemplo); o trabalho em conjunto e a capacidade de resoluo

    de conflitos.

    Aprender a ser: de acordo com Delors (2009), um princpioreafirmado ao se pensar os quatro pilares, que a educao precisa

    contribuir para o desenvolvimento total da pessoa, esprito, corpo,

    inteligncia, sensibilidade, sentido esttico e responsabilidade pessoal.

    Assim, o aprender a ser refere-se a estimular o aluno ao pensar, a

    criticidade, a formular os seus prprios juzos de valor desenvolvendo

    sua autonomia, para que assim, possa desenvolver melhor sua

    personalidade, suas capacidades e sua autonomia.

    Esse novo cidado insere-se cada vez mais na sociedade da

    informao e conhecimento na qual as TICs esto presentes, portanto,

    necessrio refletir, discutir e propiciar aos nossos alunos o acesso a novas

    formas de interagir e se apropriar de conhecimentos historicamente

    produzidos. Mas importante que esse novo cidado, conhea as

    potencialidades e possibilidades dessas ferramentas no processo

    comunicativo e que pense criticamente as influncias delas na sociedade

    em que vive.

    Como j ressaltado anteriormente, a presena da tecnologia e seus

    impactos nos diferentes campos da sociedade, justifica a necessidade da

    escola incorpor-la, de maneira reflexiva, crtica, planejada e estruturada

    nas suas aes educacionais objetivando preparar as novas geraes para

    a sociedade de informao e conhecimento.

    fazer no pode continuar mantendo o simples significado de preparar

    algum para a realizao de uma tarefa, mas sim, para evoluir tal

    realizao. Para isso, precisa-se conceber o ensino no como simples

    transmisso de prticas, mas que cada pessoa adquira competncia

    que a torne apta para enfrentar diferentes situaes.

  • 21

    Tecnologias da Informao e Comunicao Educativa

    Leia o artigo Os modelos educacionais na aprendizagem on-line, de Jos Manuel Moran, disponvel

    no endereo eletrnico a seguir.

    http://www.eca.usp.br/prof/moran/modelos.htm

    Aps a leitura do artigo, acesse tambm o Portal do Professor, no endereo eletrnico a seguir:

    http://portaldoprofessor.mec.gov.br/index.html

    Nesse portal, os professores podem compartilhar recursos educacionais envolvendo sons, cores e

    animais para o trabalho com temas diversos, alm de obter informaes sobre cursos e discusses

    relacionados implantao de TICs nos processos educacionais. Se voc ainda no o conhece,

    aproveite para fazer o seu cadastro. Assim, poder utilizar esses recursos em suas aulas.

    Ao ler o artigo e acessar o Portal do Professor, faa um relato no Frum de como as trocas deexperincias existentes nos ambientes virtuais contribuem para a formao pedaggica do professor.

  • 22

    Curso de Pedagogia - Magistrio da Educao Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental UFPR

    2 REFLETINDO SOBRE O CONCEITO DE TECNOLOGIA

    At o momento nos preocupamos em analisar os impactos da

    tecnologia na sociedade, os desafios que esse processo traz para a escola e

    o uso das TICs nesse contexto. Porm, considerando que o termo tecnologia

    no se auto-explica e que existem certos reducionismos em relao sua

    definio, passamos a seguir, ainda que de forma sucinta, a apresentar a

    problemtica que envolve o assunto.

    Ressaltamos tambm a importncia dos educadores refletirem sobre

    a importncia de se entender o que tecnologia, tendo em vista sua atuao

    profissional.

    muito comum as pessoas se referirem a tecnologia como se fossem

    objetos. Essa acepo bastante difundida na rea de marketing. Porm

    trata-se de uma definio limitada do conceito de tecnologia. De acordo

    com Bueno (1999, p. 87), tecnologia refere-se a:

    [...] um processo contnuo por meio do qual a humanidade

    molda, modifica e gera a sua qualidade de vida. H uma

    constante necessidade do ser humano de criar e interagir

    com a natureza, produzindo instrumentos desde os mais

    primitivos at os mais sofisticados. Para isso, utiliza-se do

    conhecimento cientfico para aplicar a tcnica e modificar,

    melhorar, aprimorar os produtos tendo em vista atender

    determinadas necessidades (BUENO, 1999, p. 87)

    Repare que a primeira palavra dessa citao, j evidencia que a

    tecnologia no produto, e sim, um processo. Portanto, vai muito alm de

    simples equipamentos. um conceito que tem uma conotao ampla onde

    se destaca o principal agente desse processo, o ser humano, pois como

    afirma Bueno (1999, p.86):

    ele o principal agente de tecnologia, como cincia da

    tcnica, por suas mos, seu pensamento, seu saber

    cientfico, suas aes, envolto num ambiente de trabalho,

  • 23

    Tecnologias da Informao e Comunicao Educativa

    importante esclarecer, que ao buscar um conceito de tecnologia, a

    autora no se refere especificamente aplicao da tecnologia na escola,

    mas sim, um conceito de forma geral. No entanto, o esclarecimento desse

    conceito, no contexto educacional de significativa importncia, pois

    imprescindvel que os educadores tenham claro que tecnologia refere-se a

    um processo, e no a simples insero de equipamentos na escola.

    Dessa forma, faz parte desse processo, denominado tecnologia, pensar

    criticamente a insero dos diversos aparelhos (eletrnicos ou no) nos

    processos educacionais tendo em vista estimular mudanas nas prticas

    pedaggicas.

    Concebida de forma simplista valorizando-se mais os aparelhos do que

    os seres humanos que os utilizaro, a insero das TICs na escola, pode

    resumir-se a simples tentativas de inovao. Assim, os equipamentos estaro

    na escola, mas o processo tecnolgico, pode no ocorrer.

    Nesse sentido, valorizar o professor e dar os subsdios necessrios

    para a utilizao da TICs em sua prtica pedaggica fundamental, pois

    num pensar, agir, fazer, interagir e relacionar-se com seus alunos poder

    criar condies para que eles entendam a sociedade tecnolgica na qual

    vivem.

    Apontamos anteriormente a importncia do esclarecimento sobre o

    conceito de tecnologia. No entanto, necessrio considerar que determinados

    autores, como exemplo, Sancho (2001), se referem a esse mesmo assunto,

    sem distinguir os equipamentos do processo. Veja a seguir, uma classificao

    proposta por essa autora, quanto aos tipos de tecnologia.

    Tecnologias fsicas: so as inovaes de instrumentais fsicos,tais como: caneta esferogrfica, livro, telefone, aparelho celular,

    satlites, computadores. Esto relacionadas com a Fsica, Qumica,

    Biologia, etc. (equipamentos)

    Tecnologias organizadoras: so as formas de como nosrelacionamos com o mundo; como os diversos sistemas produtivos

    num processo produtivo de pensar, agir, fazer, relacionar-se

    com os demais, avaliar, que se constroem mquinas ou

    mesmo se inaugura uma nova corrente de pensamento,

    um novo paradigma. (BUENO, 1999, p. 86).

  • 24

    Curso de Pedagogia - Magistrio da Educao Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental UFPR

    esto organizados. As modernas tcnicas de gesto pela Qualidade

    Total so um exemplo de tecnologia organizadora. (relaes com

    o mundo)

    Tecnologias simblicas: esto relacionadas com a forma decomunicao entre as pessoas, desde a iniciao dos idiomas

    escritos e falados forma como as pessoas se comunicam. So

    os smbolos de comunicao. (interfaces de comunicao)

    De acordo com Sancho (2001) estas tecnologias esto intimamente

    interligadas e so interdependentes, pois quando escolhermos uma

    tecnologia, estamos optando por um tipo de cultura, a qual est relacionada

    com o momento social, poltico e econmico no qual estamos inseridos.

    possvel detectar que essa classificao engloba tanto os

    equipamentos quanto o processo que os envolve. No entanto, importante

    ressaltar que o processo tecnolgico s ocorre quando h a participao

    efetiva do ser humano, refletindo sobre a aplicao, avaliando e propondo

    novas formas de realizar determinadas prticas, o que, muitas vezes, d

    origem a uma maneira nova prtica, ou at mesmo, a novos equipamentos.

    Entreviste dois profissionais de educao com o objetivo de detectar como eles concebem o tema

    tecnologia. Para isso, faa-lhes perguntas como as que seguem:

    Para voc, o que tecnologia?

    Quais so os principais desafios para a aplicao da tecnologia nos processos de ensino e aprendizagem?

    Tome nota das respostas dos entrevistados (no h necessidade de identific-los). Com base no

    texto das pginas 21 e 22 (Refletindo sobre o conceito de tecnologia), analise as respostas dos

    entrevistados, tendo como referncia as seguintes questes:

    H meno da tecnologia como objeto? Em caso afirmativo, quais so as evidncias?

    Considerar o ser humano (no contexto educacional: professores, diretores, coordenadores, alunos etc.) como o principal agente de tecnologia importante para amenizar os desafios da aplicao da tecnologia na escola? Por qu?

    Elabore um texto, contendo entre 450 e 500 palavras, expressando as concluses a que voc

    chegou com relao ao conceito de tecnologia e suas aplicaes no ambiente escolar.

  • 25

    Tecnologias da Informao e Comunicao Educativa

    2.1 AS TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS

    Salientamos anteriormente a problemtica que envolve o conceito de

    tecnologia. Outra discusso a respeito desse tema refere-se s tecnologia

    educacionais, a qual apresentaremos.

    Vrias so as concepes sobre o uso desses meios nos processos

    de ensino e aprendizagem.

    A tecnologia educacional, ou seja, o processo de utilizao de recursos

    didticos ou aqueles aproveitados para esse fim, historicamente, tem duas

    vertentes de uso:

    vinculada utilizao dos meios pelos meios e

    como uma frmula para atender os problemas educacionais.

    Utilizar os recursos para resolver problemas educacionais foi difundido

    no Brasil at meados dos anos de 1980, quando a tecnologia educacional

    era entendida como a relao entre a tecnologia e a educao que se

    concretizava em um conjunto dinmico e aberto de princpios e processos

    de ao educativa, resultantes da aplicao do conhecimento cientfico e

    organizados para a soluo ou encaminhamento de solues para problemas

    educacionais (NISKIER, 1993).

    http://

    FONTE: www.sxc.hu

  • 26

    Curso de Pedagogia - Magistrio da Educao Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental UFPR

    O vdeo demonstra que alguns educadores consideram que a simples

    incluso de meios eletrnicos suficiente para garantir um avano na

    educao. Entretanto, s o uso no basta; se as tecnologias educacionais

    no forem bem utilizadas, garantiram a novidade por algum tempo, mas

    no que realmente acontea uma melhoria significativa na educao.

    Muitos so os equvocos relacionados aplicao das tecnologias

    educacionais nos processos de ensino e aprendizagem. Como exemplo, h

    uma tendncia dos professores se referirem somente ao recurso computador

    e suas ferramentas, quando falamos da relao entre tecnologia e escola.

    No entanto trata-se da aplicao de todos artefatos que fazem parte da

    realidade de muitas escolas do nosso pas e, que podem ser utilizados no

    processo ensino e aprendizagem.

    Para um melhor entendimento das contribuies das tecnologias

    educacionais para o ensino e aprendizagem, Leite (2003) classifica-as em

    dois grupos denominados: tecnologias independentes e tecnologias

    dependentes. Para isso, a autora considera a dependncia ou no dos

    Em muito dos usos das tecnologias que se faz na escola atualmente,

    percebemos que dado um maior destaque ao meio, a ferramenta do que

    a metodologia de uso.

    O vdeo Tecnologia ou Metodologia, disponvel no endereo eletrnico a seguir, retrata as aplicaes

    de recursos tecnolgicos numa determinada escola, como estratgia de inovao. Veja os resultados

    dessa prtica, assistindo-o:

    http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/debaser/singlefile.php?id=11148

    Aps analisar a prtica pedaggica representada no vdeo, reflita sobre:

    Que caractersticas predominavam na aula da professora?

    Aponte a estratgia oferecida a ela para inovar sua prtica pedaggica.

    Pode-se dizer que ocorreu um processo tecnolgico ao se inserirem os recursos tecnolgicos

    nessa sala de aula? Por qu?

    Comente os seguintes questionamentos: de que servem os recursos tecnolgicos, se o mtodo

    se mantm? Cad a escola nova?

  • 27

    Tecnologias da Informao e Comunicao Educativa

    o professor estar criando condies para que o aluno, em

    contato crtico com as tecnologias da/na escola, consiga

    lidar com as tecnologias da sociedade apropriando-se delas

    como sujeito. Este tipo de trabalho ser facilitado na medida

    em que o professor dominar o saber relativo s tecnologias,

    tanto em termos de valorao e conscientizao de sua

    utilizao (ou seja, por que e para que utiliz-las), quanto

    em termos de conhecimentos tcnicos (ou seja, como utiliz-

    las de acordo com as suas caractersticas) e de conhecimento

    pedaggico (ou seja, como integr-las ao processo

    educativo). (LEITE, 2003, p. 13).

    Nessa perspectiva a aplicao das tecnologias educacionais pode

    auxiliar de forma significativa o professor a refletir sobre sua prtica

    pedaggica numa sociedade marcada por mudanas, que acabam por impor

    escola a necessidade de inovao de suas metodologias.

    As tecnologias dependentes podem ser caracterizadas como veculos

    de mdia e so mais do que simples suportes. Por exemplo, a televiso

    interfere no modo de pensar, sentir, agir, relacionar-se socialmente e adquirir

    conhecimentos.

    De acordo com Guazina (2009), apesar do largo emprego, difcil

    encontrar uma definio consensual explcita do conceito de mdia entre os

    pesquisadores sobre o tema. Seu uso predominante, pelo menos at 2004,

    parte de uma quase extenso ou decorrncia natural de conjunto de meios

    de comunicao. Para os fins da discusso aqui desenvolvida teremos como

    referncia as programaes veiculadas por vrios meios, como televiso,

    rdio, jornais, revistas, entre outros.

    Sobre o trabalho com as tecnologias dependentes, Leite (2003) ressalta

    que:

    elementos eltricos ou eletrnicos para a sua produo e/ou execuo.

    Assim, no campo das tecnologias independentes temos: cartaz, lbum

    seriado, flanelgrafo, mural, quadro de giz, entre outros, e no campo das

    tecnologias dependentes retroprojetor, televiso, vdeo cassete, gravador,

    computador, rdio, etc.

  • 28

    Curso de Pedagogia - Magistrio da Educao Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental UFPR

    2.2 AS TICS E OS PROCESSOS DE ENSINO E APRENDIZAGEM

    Voc ver durante todo o seu curso que muito se pensa, se fala e se

    discute sobre o processo de ensino e de aprendizagem que envolve as

    prticas pedaggicas na escola.

    Ao pensarmos as contribuies das TICs para esse processo,

    partimos do pressupostos, de que mesmo fora da escola, elas exercem

    um papel significativo na maneira como as pessoas aprendem. Fato este

    comprovado, pelas inmeras informaes que os alunos j levam para a

    escola, o que fica evidente quando o professor procura detectar

    conhecimentos prvios dos alunos em relao a determinados temas a

    serem trabalhados.

    Para refletirmos sobre as relaes entre TICs e processo de ensino

    de ensino e aprendizagem, faz-se necessrio buscarmos algumas

    consideraes sobre esses conceitos. O processo de ensino pode ser

    conceituado como:

    Uma sequncia de atividades do professor e dos alunos,

    tendo em vista a assimilao de conhecimentos e

    desenvolvimento de habilidades, atravs dos quais os alunos

    aprimoram capacidades cognit ivas (pensamento

    independente, observao, anlise-sntese e outras).

    (LIBNEO, 1994, p. 54).

    Dessa forma, ensinar no transmitir conhecimento produzido

    por algum, mas possibilitar a sua produo ou reconstruo, pois os

    alunos no so receptculos de conhecimentos ou informaes

    acumuladas ao longo do tempo. Quanto ao conceito de aprendizagem,

    LEITE, L. S. (Org). Tecnologia educacional: descubra suas possibilidades na sala de aula. Petrpolis:Vozes, 2003.

    Este livro traz sugestes e atividades para uma utilizao mais efetiva das tecnologias educacionais

    em sala de aula.

  • 29

    Tecnologias da Informao e Comunicao Educativa

    avaliao: diagnstico permanente da aprendizagem do educandopara retomadas sistemticas a fim de garantir que ele aprenda;

    orientao: a funo do educador muito mais a de fazer dvidasa fim de desafiar o educando a buscar respostas e desenvolver sua

    autonomia do que tirar dvidas e oferecer facilidades e frmulas

    prontas ou encurtar raciocnios e procedimentos desconstrutivos/

    reconstrutivos;

    relao pedaggica: relao que vai muito alm da aula ondeeducador e educando se encontram e defrontam, influenciam e se

    envolvem, em dependncia e autonomia, tendo como horizonte

    diminuir as dependncias e ampliar as autonomias.

    pesquisa: tanto desenvolve a parte metodolgica e terica daproduo do conhecimento como cultiva a autonomia do educando

    e o saber pensar crtico e criativo;

    elaborao prpria: desafio de reconstruir conhecimento;

    envolvimento: outras formas de se aprender que no a linearfundada em exerccios lgicos e racionais levando em conta tambm

    a dimenso afetiva no processo;

    pode se definir como:

    Um processo de assimilao de determinados conhecimentos

    e modos de ao fsica e mental, organizados e orientados

    no processo de ensino. Os resultados da aprendizagem se

    manifestam em modificaes na atividade externa e interna

    do sujeito, nas suas relaes como o ambiente fsico e social.

    (LIBNEO, 1994, p. 83).

    Nesse sentido, os alunos so sujeitos dotados de capacidade de

    anlise, de crtica e de construo ou reconstruo de pensamentos e idias

    constituindo assim, o verdadeiro aprender. Ainda sobre o conceito de

    aprendizagem, Demo (2004) afirma que para que ela ocorra, so necessrias

    algumas condies especficas, as quais requerem ateno especial por parte

    dos educadores, tais como:

  • 30

    Curso de Pedagogia - Magistrio da Educao Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental UFPR

    As TICs podem contribuir de forma efetiva para prover essas

    condies apontadas pelo autor. Tal contribuio decorre das prprias

    caractersticas como recursos que permitem proporcionar processos de

    comunicao mais participativos, tornando a relao professor-aluno

    mais aberta e interativa.

    A aula deixa de ser um espao determinado, mas tempo e espao

    contnuos de aprendizagem que podem ser caracterizados por diferentes

    estilos de professores e alunos, tecnologias e contedos (MORAN,

    2000).

    Para isso importante no se utilizar as TICs repetindo as

    metodologias do ensino convencionais. Como exemplo, ao se pensar o

    uso de um software educacional de Matemtica para o 1 ano do ensino

    fundamental, cujo contedo adio, se este material apresentar as

    simples continhas de + para que o aluno digite o resultado, no estar

    ocorrendo mudana na metodologia, ainda que o software use recursos

    de sons e animaes. Trata-se nesse caso de uma ver so

    computadorizada das metodologias convencionais.

    O uso das TICs precisa ter a funo de organizar os ambientes de

    aprendizagem (sala de aula ou virtuais) nos quais os alunos so

    encorajados a resolverem situaes problema, e o professor tanto

    identifica e respeita o estilo de pensamento de cada um, quanto os

    convida a refletirem sobre o seu pensar (pensamento reflexivo) tornando

    o ensino inovador. (GOMES, 2008).

    Voc estudou anteriormente que as TICs podem contribuir significativamente para proporcionar

    processos de comunicao mais participativos, tornando a relao professoraluno mais aberta e

    interativa. O vdeo da ATTA Mdia e Educao aborda alguns dos contrastes nas formas de interao

    no ambiente escolar. Acesse-o por meio do seguinte endereo eletrnico:

    http://www.educacert.com.br/ (clique no link autores e, em seguida, ATTA Mdia e Educao).

    Aps assistir ao vdeo, reflita sobre a questo: o que essencial e o que precisa mudar na educao

    escolar?

    Elabore um breve texto com as ideias que formou sobre o assunto e faa a postagem no Frum.Comente tambm as respostas dos seus colegas.

  • 31

    Tecnologias da Informao e Comunicao Educativa

    Antes de prosseguirmos a discusso sobre essa relao, precisamos

    explicitar o que entendemos por educao e comunicao.

    Buscando um conceito de educao, Bueno (1999), a entende como:

    um processo de relaes sociais que proporciona a

    perpetuao da espcie humana. Assim, tomamos a

    educao como a construo do prprio ser humano no

    ambiente em que este se insere; construo esta que se faz

    pelo surgimento das culturas, dos costumes, das leis, do

    prprio entendimento do ser humano enquanto ser racional

    e de relaes (BUENO, 1999, p. 76).

    2.3 A RELAO ENTRE COMUNICAO E EDUCAO

    Ampliando a discusso sobre o papel da escola perante as TICs,

    apresentamos a seguir uma reflexo sobre comunicao e educao.

    Partimos do pressuposto de que sem comunicao no h educao. Assim,

    o ato educativo um ato comunicativo, no qual, acontece uma relao

    interativa e dinmica por sujeitos diferentes (FREIRE, 1997).

    Para voc, como a comunicao dinamiza a relao

    interativa entre os sujeitos no processo de ensino e

    aprendizagem?

    FONTE: http://www.anossaescola.com

  • 32

    Curso de Pedagogia - Magistrio da Educao Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental UFPR

    Considerando a concepo da autora sobre educao, entendemos

    que o pensar esse processo, significa refletir sobre o ser humano envolto

    num ambiente repleto de informaes.

    Nesse contexto, constri-se pelas formas de comunicao tambm

    caractersticas da sociedade contempornea, ou seja, interagindo

    presencialmente com outras pessoas, falando ao telefone, falando ao celular,

    assistindo televiso, torcendo num jogo de futebol, numa sala de aula

    copiando algo do quadro, lendo uma carta, lendo jornal numa praa,

    consumindo, interagindo com computador, etc.

    Comunicao, palavra que vem do latim: communicatio,analisando-a temos: Prefixo co + raiz munis = estar encarregado

    de / expressa simultaneidade, reunio/ + terminao tio que

    refora a ideia de atividade.

    A anlise a partir da origem da palavra comunicao revela que

    esse ato no determina todo e qualquer tipo de relao, mas aquela

    relao onde haja elementos que se destacam de um fundo de

    isolamento, ou seja, h interao. Quando nos comunicamos temos a

    inteno de romper o isolamento, ou seja, participarmos de uma

    realizao em comum.

    Portanto, a comunicao humana um processo que envolve a

    troca de informaes, e utiliza os sistemas simblicos como suporte

    para este fim. Neste processo esto envolvidos uma infinidade de

    formas de se comunicar: duas pessoas tendo uma conversa face-a-

    face, ou atravs de gestos com as mos, mensagens enviadas utilizando

    a internet, a fala, a escrita que permitem interagir com as outras pessoas

    e efetuar algum tipo de troca informacional.

    Na relao comunicativa, o receptor no apenas o que recebe

    a mensagem de um emissor, mas isso se estabelece em um conjunto

    de emissores que incluem, hoje, um conjunto de recursos tecnolgicos

    ou mdias como jornal, rdio, televiso, cinema, internet, telefone, etc.

    Freire (1997), expressa que a verdadeira comunicao dialgica no

  • 33

    Tecnologias da Informao e Comunicao Educativa

    Antes de prosseguirmos com a discusso sobre a relao entre

    educao e comunicao, realize a atividade a seguir:

    FONTE: www.sxc.hu

    qual implica reciprocidade e co-participao do emissor e do receptor

    na compreenso dos significados para transformao social.

    A comunicao dialgica se estabelece nos relacionamentos entre os interlocutores, tambm, mediados

    pelas tecnologias da informao e comunicao, num processo evolutivo que vai alm da mera troca

    de mensagens.

    Leia o texto a seguir de Juan Daz Bordenave e faa um esquema utilizando palavras-chave.

  • 34

    Curso de Pedagogia - Magistrio da Educao Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental UFPR

    COMUNICAO E SOCIALIZAO

    Juan Daz Bordenave

    Lembre-se o leitor como se fez gente: sua casa, seu bairro, sua escola, sua patota. A comunicaofoi o canal pelo qual os padres de vida de sua cultura foram-lhe transmitidos, pelo qual aprendeu aser membro de sua sociedade de sua famlia, de seu grupo de amigos, de sua vizinhana, de suanao. Foi assim que adotou a sua cultura, isto , os modos de pensamento e de ao, suas crenase valores, seus hbitos e tabus. Isso no ocorreu por instruo, pelo menos antes de ir para aescola: ningum lhe ensinou propositadamente como est organizada a sociedade e o que pensa esente a sua cultura. Isso aconteceu indiretamente, pela experincia acumulada de numerosos pequenoseventos, insignificantes em si mesmos, atravs dos quais travou relaes com diversas pessoas e

    aprendeu naturalmente a orientar seu comportamento para o que convinha. Tudo isso foi possvelgraas comunicao. No foram os professores na escola que lhe ensinaram sua cultura: foi acomunicao diria com pais, irmos, amigos, na casa, na rua, nas lojas, no nibus, no jogo, nobotequim, na igreja, que lhe transmitiu, menino, as qualidades essenciais da sociedade e a natureza doser social.

    Contrariamente, ento, ao que alguns pensam, a comunicao muito mais que os meios decomunicao social. Esses meios so to poderosos e importantes na nossa vida atual, que s vezesesquecemos que representam apenas uma mnima parte de nossa comunicao total.

    Algum fez, uma vez, uma lista dos atos de comunicao que um homem qualquer realiza desdeque se levanta pela manh at a hora de deitar-se, no fim do dia. A quantidade de atos de comunicao simplesmente inacreditvel, desde o bom-dia sua mulher, acompanhado ou no por um beijo,passando pela leitura do jornal, a decodificao de nmero e cores do nibus que o leva ao trabalho,o pagamento ao cobrador, a conversa com o companheiro de banco, os cumprimentos aos colegas noescritrio, o trabalho com documentos, recibos, relatrios, as reunies e entrevistas, a visita ao bancoe as conversas com seu chefe, os inmeros telefonemas, o papo durante o almoo, a escolha do pratono menu, a conversa com os filhos no jantar, o programinha de televiso, o dilogo amoroso com suamulher antes de dormir, e o ato final de comunicao num dia cheio dela: boa-noite.

    A comunicao confunde-se, assim, com a prpria vida. Temos tanta conscincia de quecomunicamos como de que respiramos ou andamos. Somente percebemos a sua essencial importnciaquando, por um acidente ou uma doena, perdemos a capacidade de nos comunicar. Pessoas queforam impedidas de se comunicar durante longos perodos enlouqueceram ou ficaram perto da loucura.

    A comunicao uma necessidade bsica da pessoa humana, do homem social.

    (DIAZ BORDENAVE, J. E. O que comunicao. So Paulo: Brasiliense, 1982. p. 17-19.)

  • 35

    Tecnologias da Informao e Comunicao Educativa

    Consideramos que s acontece um processo de comunicao quando

    de alguma forma o contedo da mensagem interpretado pelo receptor, ou

    seja, quando observada uma resposta ao efeito da mensagem, chamado

    feedback. Por exemplo: quando enviamos uma correspondncia (carta ou

    e-mail) ou deixamos uma mensagem numa secretaria eletrnica sem receber

    resposta no estamos nos comunicando, apenas transmitimos uma

    informao.

    A comunicao ocorrer quando tivermos a resposta a nossa carta,

    e-mail ou mensagem deixada na secretaria eletrnica. No entanto,

    dependendo do contexto, o silncio pode ser uma resposta.

    Em algumas situaes, o processo de comunicao pode no se

    efetivar, pois pode acontecer a interferncia de rudos, que so todos os

    elementos que dificultam a recepo da mensagem da maneira como foi

    transmitida.

    Sobre o conceito de rudos, suas origens e suas interferncias na

    comunicao, Pimenta (2002, p. 26), afirma que:

    No emissor ou receptor. Sendo esta origem no ser humano, os rudos

    abrangem os estados mental e emocional (ansiedade, medo etc.),

    perceptual (preconceitos, diferenas culturais, religiosas etc.) e

    fisiolgico (sono, cansao, dificuldade auditiva etc.).

    No ambiente. Estes podem ser barulho, iluminao inadequada ou

    poluio visual.

    Na mensagem. So rudos como falta de clareza, velocidade de

    transmisso, construo lgica dos fatos e, principalmente, escolha

    de uma linguagem inadequada.

    Quanto as suas caractersticas, a comunicao pode ser verbal e

    no-verbal. A comunicao no-verbal tem a sua definio dificultada por

    estar associada a uma vasta gama de fenmenos, que vo desde a expresso

    facial e os gestos at a moda; desde a dana e o teatro at a msica e a

    mmica; desde o fluxo de sentimentos e emoes at o fluxo de trfego; e

    desde a territorialidade dos animais at o protocolo dos diplomatas. Ento

    comunicao no-verbal pode ser conceituada como toda a comunicao

    que acontece sem ou alm do uso das palavras.

  • 36

    Curso de Pedagogia - Magistrio da Educao Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental UFPR

    Por exemplo, o uso da simbologia uma forma de comunicao no

    verbal: sinalizao, logotipos, cones, so smbolos grficos constitudos de

    formas, cores e tipografia. Quando combinamos estes elementos grficos

    possvel exprimir idias e conceitos numa linguagem figurativa ou abstrata,

    o grau de conhecimento de cada pessoa que determina qual a sua

    capacidade de interpretao entre a comunicao no verbal para uma

    comunicao verbalizada.

    A comunicao verbal a forma discursiva, falada ou escrita, na qual

    mensagens, idias ou estados emocionais so expressos com o uso da

    palavra.

    Estes dois nveis de comunicao, o verbal e o no-verbal, se

    apresentam e atuam concomitantemente nas interaes entre indivduos,

    complementando-se (enriquecendo o discurso) ou contrapondo-se, criando

    cises entre o que o indivduo est verbalizando e o que seu corpo e

    movimento esto expressando (CORRAZE, 1982). Assim, a comunicao

    verbal utilizada para se ampliar a no-verbal e vice-versa.

    3 INFORMTICA NA ESCOLA

    A seguir procuramos apresentar, longe de esgotar o assunto, uma

    anlise mais detalhada do uso do computador como TICs, pois sua utilizao

    na escola tem uma caracterstica singular, pois permite ao aluno maior

    interao do que com os outros artefatos. Assim, no seu poder interativo

    que reside seu potencial de contribuio para o ensino e aprendizagem

    (ROCHA & CAMPOS, 2003).

    Esse aspecto percebido significativamente em nossa prtica

    pedaggica, pois quando utilizamos a televiso, vdeo e at projetor

    mult imdia, o poder de interao dos alunos, mesmo est imulados a

    Pesquise sobre a Evoluo da Comunicao, faa uma anlise sobre o assunto, publique suas

    reflexes e discuta com seus colegas no Frum - evoluo da comunicao.

  • 37

    Tecnologias da Informao e Comunicao Educativa

    Para voc, que pontos precisam ser considerados tendoem vista uma utilizao efetiva do computador no processode ensino e aprendizagem?

    O ensino isolado de informtica, como disciplina escolar, ou cursos

    de informtica onde o objeto de estudo o computador e seus

    aplicativos. O que para o autor, certamente isso permitir ao aluno

    conhecer o computador, porm, do ponto de vista educacional, isso

    no representa um meio de inovao educacional.

    A insero do computador no processo de ensino e aprendizagem

    dos contedos curriculares de todos os nveis e modalidades de

    ensino, ou seja, os contedos de uma determinada disciplina so

    desenvolvidos por intermdio do computador, caracterizando a

    chamada: Informtica Educativa.

    Ao se referir utilizao do computador no processo de ensino e

    aprendizagem das diversas disciplinas, Valente (2009), afirma que apenas

    a insero do computador na escola no se caracteriza como uma nova

    dinmica do sistema educativo.

    participar, se mantm reduzido. Dessa forma, consideramos que estes

    recursos, embora apresentem potencial de contribuio para os processos

    educacionais, na maioria das vezes no tira os alunos de certa passividade

    frente s imagens.

    J com o uso do computador, que proporciona ambientes de

    aprendizagem, o aluno interage de forma mais significativa, possibilitando-

    lhe a apropriao do conhecimento historicamente elaborado e a construo

    do prprio conhecimento.

    Quando nos referimos ao uso do computador na escola, importante

    ressaltar que os benefcios de sua utilizao esto estreitamente ligados

    concepo que os educadores tem quanto aos objetivos da implantao

    dos laboratrios de informtica na escola. Destacam-se, de acordo com

    Valente (2009), basicamente duas concepes de uso do computador na

    escola.

  • 38

    Curso de Pedagogia - Magistrio da Educao Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental UFPR

    A seguir passaremos discusso de cada um desses segmentos.

    3.1 POLTICAS PBLICAS DE IMPLANTAO DA INFORMTICA

    EDUCATIVA

    Nesse trabalho estaremos enfocando as polticas pblicas de

    implantao da Informtica na Educao, pois consideramos importante

    analisar tais polticas no contexto da experincia nacional, quanto ao uso do

    computador na escola.

    A Poltica Pblica de Informtica Educativa no Brasil teve incio na

    dcada de 1980. Inicialmente os esforos direcionaram-se em pesquisas

    sobre a insero do computador no ensino e aprendizagem como uma

    melhoria da qualidade de ensino.

    As primeiras discusses sobre essa implantao ocorreram com os

    Seminrios Nacionais de Informtica na Educao, realizados em Braslia

    durante o ano de 1981. Nesses seminrios foram definidas as primeiras

    aes a serem estabelecidas de forma a implantar os laboratrios de

    informtica nas escolas brasileiras.

    Tais aes convergiram para a implantao do Projeto Educao com

    Computadores Educom, apresentando-se como a primeira ao oficial

    com o objetivo de implantar o uso do computador nas escolas pblicas do

    pas.

    Com a implantao desse projeto, ncleos de pesquisa em informtica

    na escola, foram criados em cinco universidades pblicas (Universidade

    Federal de Pernambuco, Universidade Federal do Rio Grande do Sul,

    Universidade Federal de Minas Gerais, Universidade Federal do Rio de Janeiro

    e Universidade Estadual de Campinas).

    Estes ncleos foram responsveis pelas pesquisas e formao de

    especialistas para disseminao do uso da informtica nas escolas brasileiras.

    (OLIVEIRA, 1997, p. 35).

    As pesquisas ganharam gradualmente o apoio do Ministrio da

    Educao e do Desporto (MEC), que estimulou a implementao de

    propostas realizadas pelos tcnicos e pesquisadores envolvidos no projeto

    Educom.

  • 39

    Tecnologias da Informao e Comunicao Educativa

    No Brasil, a comunidade de pesquisadores tomou a deciso de que

    as polticas a serem implantadas deveriam estar fundamentadas em

    pesquisas aplicadas a experincias concretas tendo como local de aplicao

    a escola pblica de Ensino Mdio, o que pode ser apontado como uma

    limitao dessas iniciativas. J que a aplicao do computador aos processos

    de ensino apresenta significativo potencial de contribuio ao Ensino

    Fundamental.

    A diferena do programa brasileiro de implantao da Informtica na

    Educao em relao a pases como Frana e Estados Unidos, foi a

    descentralizao das polticas, pois no Brasil, as polticas de implantao e

    desenvolvimento no so produtos somente de decises governamentais,como na Frana, nem conseqncia direta do mercado como nos Estados

    Unidos. (VALENTE, 2009)

    Com o objetivo tambm de pesquisar as prticas pedaggicas

    mediadas pelo computador, o projeto Educom estimulou amplas pesquisas

    e abordagens de uso desse recurso. Entre elas, o computador como meio

    auxiliar para o trabalho com crianas com dificuldades de aprendizagem,

    aplicaes do computador na Educao Especial, o computador como

    suporte ao trabalho interdisciplinar, a aplicao de softwares educacionais.

    Estas pesquisas envolveram equipes multidisciplinares formadas pelos

    professores das escolas escolhidas e por um grupo de profissionais das

    universidades envolvidas no projeto.

    O objetivo principal do Projeto foi a mudana da abordagem

    educacional, ou seja, a transformao da educao centrada no ensino, na

    transmisso da informao, para uma educao em que o aluno pudesse

    aprender por meio do computador, sendo a utilizao desse recurso a

    possibilidade de mudanas das prticas pedaggicas vigentes. No entanto,

    com afirma Valente (2009) os resultados obtidos no foram suficientes

    para sensibilizar ou alterar o sistema educacional como um todo.

    Embora apresentasse resultados significativos, os pesquisadores

    envolvidos no Projeto EDUCOM cobravam do MEC uma poltica mais efetiva

    de implantao de laboratrios de informtica nas escolas pblicas.

    Em fevereiro de 1986, foi criado o Comit Assessor de Informtica para

    Educao de 1 e 2 Graus (Caie/Seps). Sua funo principal era o assessoramento

    Secretaria de 1 e 2 Graus SEPS, para implantao de laboratrios de

    informtica e estimulo ao uso dos computadores na educao bsica.

  • 40

    Curso de Pedagogia - Magistrio da Educao Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental UFPR

    Constitudo por um conjunto de pesquisadores e professores, com

    experincia ou no com a utilizao do computador na educao, esse

    comit representou o local de discusses e encaminhamentos da Poltica

    Nacional de Informtica na Educao. O comit no tinha poder deliberativo,

    e sim de assessoramento. No entanto, ele indicou aes que foram acatadas

    e implantadas pelo MEC.

    Esse comit definiu tambm, de acordo com Oliveira (1997, p. 42),

    as aes prioritrias a serem desenvolvidas pelo MEC na rea de informtica.

    Sendo elas:

    Elaborao de um documento sobre a Poltica Nacional de Informtica na Educao definindo

    aes imediatas nesta rea;

    Realizao de concursos nacionais de softwares educacionais para estimular a produo

    nesta rea;

    Ampliao do nmero de usurios por meio da implantao de Centros de Informtica

    Educacional CIEs, com mil unidades de mquinas, em convnios com as Secretarias

    Estaduais e Municipais de Educao;

    Formao de professores dos CIEs;

    Avaliao e reorientao (se preciso fosse) do Projeto EDUCOM.

    1

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    5

    Nos anos de 1986 e 1987, estas aes constituram as principais

    atividades desenvolvidas pelo MEC em relao implantao da Informtica

    na Educao. Oliveira (1997, p. 43), destaca tambm entre as aes

    desenvolvidas pelo MEC, a elaborao do documento sobre a Poltica

    Nacional de Informtica na Educao e as aes imediatas na rea, que

    teve como objetivos:

    Gerao de subsdios que contribussem para o estabelecimento de uma Poltica Nacional de

    Informtica na Educao nos nveis de Ensino Fundamental e Mdio;

    Desenvolvimento de infra-estrutura para dar suporte s secretarias de educao;

    Estmulo e disseminao das aplicaes da utilizao da Informtica Educativa aos sistemas

    estaduais e municipais de ensino;

    1

    2

    3

  • 41

    Tecnologias da Informao e Comunicao Educativa

    4

    5

    Dessa forma, tentou-se suprir as lacunas na Poltica de Implantao da

    Informtica na Educao por meio de aes a serem implantadas. Alm de

    revisar os aspectos filosficos que iriam nortear as intervenes nesta rea.

    Assim, os pressupostos que fundamentavam as reflexes sobre o uso da

    informtica nas escolas brasileiras foram revisados.

    Com base nessas revises, em 1995, foi lanado o Programa Nacional

    de Informtica na Educao PROINFO, que ganhou impulso com amplo

    apoio do MEC, porm suas aes mostraram-se ao longo do tempo insuficientes

    para garantir a implantao efetiva do uso do computador nas escolas

    brasileiras.

    Visando introduo de TICs nas escolas pblicas, de Ensino

    Fundamental e Mdio, como ferramenta de apoio ao processo de ensino e

    aprendizagem, esse projeto foi uma iniciativa do MEC, por meio da Secretaria

    de Educao Distncia SEED, criado pela Portaria n 522, de 09 de abril

    de 1997. O projeto visava tambm parcerias com os governos estaduais e

    municipais.

    Em cada estado brasileiro foi criada uma Comisso Estadual de

    Informtica na Educao visando operacionalizao do Programa a

    introduo de TICs nas escolas pblicas de ensino Fundamental e Mdio para

    estimular novas prticas educacionais e melhorar a qualidade de ensino e

    uma educao voltada para o progresso cientfico e tecnolgico, a preparao

    do aluno para o exerccio da cidadania e a valorizao do professor.

    O Programa tinha como metas: atender 7,5 milhes de alunos em

    6.000 escolas; implantar 200 Ncleos de Tecnologia Educacional (NTE);

    capacitar 1000 professores multiplicadores formados em cursos de ps-

    graduao lato sensu, realizados em parcerias com universidades e 25.000

    professores das escolas para trabalhar com recursos de telemtica em sala de

    aula; formao de 6.600 tcnicos de suporte s escolas e NTE, especializados

    em hardware e software e a instalao de 105.000 computares nas escolas

    pblicas, sendo 100.000 destinados s escolas selecionadas e 5.000 nos

    NTEs.

    Estmulo capacitao de recursos humanos para a aplicao da Informtica na Educao.

    Avaliao da validade racional e econmica da Informtica na Educao, de acordo com

    os objetivos da educao brasileira.

  • 42

    Curso de Pedagogia - Magistrio da Educao Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental UFPR

    3.2 A ORGANIZAO DA ESCOLA PARA O USO DO COMPUTADOR

    NO ENSINO

    A implantao e utilizao de artefatos tecnolgicos, particularmente o

    computador na escola, de acordo com Valente (2003) impe mudanas nos

    mtodos de trabalho dos professores, gerando modificaes no funcionamento

    das instituies e no sistema educativo.

    Dessa maneira, a implantao de laboratrio de informtica e a insero

    do computador no ensino e aprendizagem, necessita envolver todos as pessoas

    que fazem parte da escola, ou seja, a equipe pedaggica, os professores, os

    funcionrios, os alunos e comunidade. No faz sentido, colocar o computador

    sem envolvimento da escola como um todo. Pois o desafio de provocar

    mudanas no ensino no s dos professores.

    necessrio um trabalho cooperativo entre todos os agentes envolvidos

    no processo de ensino e aprendizagem mediante a socializao de problemas,

    de solues e de novos conhecimentos especficos da rea e a troca de

    informaes, pois sem o apoio da administrao central a proposta de

    implantao da informtica na escola pode no ter xito.

    Isso porque os professores e administradores envolvidos no processo

    de implantao da informtica na escola podem se deparar com situaes

    onde no podero dispor do apoio confortvel e protetor do conhecimento

    acumulado e da experincia profissional e institucional.

    Consideramos que o professor essencial no xito do uso do computador

    na educao. So necessrios subsdios por parte da estrutura da escola para

    vencer os obstculos iniciais de insegurana, incerteza, preocupaes

    envolvidos nesses processo.

    Passada mais de uma dcada da sua implantao, os resultados desse

    projeto so pouco visveis. Parte significativa das escolas brasileiras, receberam

    os computadores por iniciativas de projetos dos governos estaduais ou das

    prefeituras.

    TAJRA, S. F. Informtica na educao: professor na atualidade. So Paulo: rica, 1998.

    Neste livro, a autora apresenta em uma linguagem clara, questes bsicas sobre a informtica na

    educao.

  • 43

    Tecnologias da Informao e Comunicao Educativa

    Ressaltamos, como j afirmado em outros momentos de reflexo sobre

    a implantao das TICs na escola, que a simples presena do computador

    na escola, no conduz automaticamente a mudanas significativas no ensino

    e aprendizagem. Portanto, tais mudanas da escola com vista transformao

    no ocorrero com a simples aquisio de computadores. Por isso,

    importante que a comunidade escolar se constitua numa equipe que assuma

    esse trabalho enquanto desafio coletivo.

    Para refletir sobre o uso do computador no ensino e aprendizagem,

    as pessoas que fazem a escola no necessitam de conhecimentos

    especializados em computao. Elas precisam de conhecimentos e de

    experincias em educao, em administrao escolar e principalmente da

    prtica pedaggica.

    Dessa forma, os administradores e tcnicos tambm necessitam participar

    da implantao e uso da informtica na educao, compartilhando com os

    demais membros da escola os objetivos do uso do computador no ensino

    e aprendizagem. Assim, problemas como custos de manuteno, detalhes

    tcnicos, etc, podem ser compartilhados com os demais membros da

    escola.

    O envolvimento de toda a escola no processo de implantao e uso

    do computador na educao pode evitar tambm determinadas situaes

    que mais impedem do que estimulam tal uso. Podemos citar como exemplo,

    a posse da chave do laboratrio de informtica por administradores

    autoritrios ou por um professor, impedindo o seu uso.

    A integrao do uso do computador na escola envolve tambm

    mudanas de atitudes. Essa uma condio necessria tanto para os

    professores, como tambm para a equipe pedaggica e demais

    colaboradores, pois necessrio se perceberem como agentes formadores,

    incentivadores que atuam, sobretudo como mediadores do processo e

    co-participantes do trabalho escolar.

    Destaque tambm como importante na implantao ou na utilizao

    do computador no ensino e aprendizagem a criao de espaos e

    mecanismos democrticos de gesto. Essa uma prerrogativa fundamental

    para que se construa uma estrutura que d apoio e facilite o uso do

    computador na escola.

  • 44

    Curso de Pedagogia - Magistrio da Educao Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental UFPR

    Assim, a Aprendizagem Colaborativa Apoiada por Computador

    ACAC (Computer Supported Collaborative Learning CSCL) pode

    promover um ambiente colaborativo de aprendizagem tendo como base o

    Trabalho Cooperativo Apoiado por Computador (Computer-Supported Co-

    operative Work CSCW) que trata da cooperao em locais de trabalho,

    sendo a disciplina cientfica que possibilita desenvolver aplicaes groupware,

    preocupando-se com o estudo terico e prtico de como o trabalho se

    3.3 OS SOFTWARES EDUCACIONAIS

    Definido por Oliveira (2001, p. 73) como o programa ou o sistema

    computacional que serve como uma ferramenta para auxiliar o professor

    na tarefa de viabilizar ao aluno a interao ativa com determinado contedo

    de uma disciplina ou conjunto de disciplinas de forma ativa, os softwares

    educacionais tem um papel significativo na estratgia de inovao no ensino

    e aprendizagem escolar.

    Um software que se traduz numa verso computadorizada de um

    determinado mtodo tradicional, reduz de forma significativa o potencial

    inovador da informtica.

    Os primeiros softwares educacionais de que se tem notcia foram

    desenvolvidos nos Estados Unidos. O enfoque desses softwares era

    comportamentalista como base para o mtodo de instruo auxiliada

    por computador Computer Aided Instruction - CAI. Eles se limitavam

    a apresentar determinadas instrues que o aluno deveria realizar na

    tela. (OLIVEIRA, 2001, p. 73).

    No Brasil, as verses desses softwares vindas dos EUA foram

    denominadas Programas Educacionais por Computador - PEC. Se

    apresentavam como livros eletrnicos, com a vantagem de que o aluno

    podia escolher os nveis de atividades que lhes eram propostas a realizar.

    De certa forma, o objetivo era a substituio do professor pelosoftware. Idia essa j debatida de forma significativa, deixando claro queo professor tem um importante papel como mediador de atividades deensino e aprendizagem envolvendo o computador.

    Hoje, os softwares educacionais passam a enfatizar os ambientescolaborativos de aprendizagem, estimulando as interaes e baseando-

    se em metodologias pedaggicas que possam promover a aprendizagem

    por esforos colaborativos entre os alunos envolvidos numa determinada

    tarefa.

  • 45

    Tecnologias da Informao e Comunicao Educativa

    4 A INTERNET

    Sendo definida como uma rede mundial de computadores, ou seja,

    uma rede de telecomunicaes que permite conexo entre milhares de

    computadores com o objetivo de compartilhar ou trocar dados, a Internet

    oferece diversas ferramentas que possibilitam acesso para comunicao e

    obteno de bilhes de informaes.

    Surgiu em 1969, no contexto da Guerra Fria, com o objetivo de

    descentralizar as informaes. Assim, por exemplo, se um ataque viesse a

    ocorrer e destrusse um determinado centro de dados, as informaes

    estariam a salvo num outro centro em qualquer lugar do mundo.

    Porm seu uso popularizou-se a partir da dcada de 1980, permitindo

    romper as fronteiras dos pases disponibilizando os mais variados tipos

    de informaes, que podem ser acessadas a qualquer momento do dia ou

    da noite. Dessa forma, pode-se por exemplo, visitar lugares famosos,

    desenvolve atravs da cooperao e como o grupo interage tendo estes

    artefatos como suporte.

    Para que ocorram mudanas significativas Oliveira e Klppel (1999,

    p. 51), dizem que fundamental que o professor aprenda a escolher os

    softwares educacionais em funo dos objetivos que pretende atingir e de

    sua prpria concepo de ensino e de aprendizagem.

    Entendemos que h a necessidade do professor identificar as

    concepes e os fundamentos pedaggicos que esto permeando o software

    de forma a evitar a possibilidade de uma perspectiva reducionista do uso do

    computador na escola.

    Esse site apresenta softwares educacionais.

    http://www.logon.com.br/edulink/materias/avaliao_de_software.htm

    Nesse site h a possibilidade de adquirir via download gratuito o livro: O computador em sala de aula:

    articulando saberes.

    http://www.nied.unicamp.br/publicacoes

    ou no endereo

    http://www.nied.unicamp.br/oea/pub/livro2/index.html.

  • 46

    Curso de Pedagogia - Magistrio da Educao Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental UFPR

    fazer comprar, bater papo, comunicar-se com pessoas distantes a custos

    reduzidos, etc.

    Embora no tenha sido criada exclusivamente com objetivos

    educacionais, a Internet, oferece amplas possibilidades de aplicao como

    TICs no ensino e aprendizagem. A seguir, apresentamos algumas ferramentas

    disponveis na Internet ressaltando o potencial de aplicao delas no contexto

    escolar.

    O World Wide Web (www) refere-se a uma teia que utiliza vriosrecursos de textos, imagens, animaes, vdeos, sons, etc, dando origem a

    uma home page (pgina) ou site. Um site composto por vrias pginas,

    que podem conter link (ligao) que direcionam o usurio a outros sites. Os

    sites possuem endereo eletrnico. Veja como exemplo, o endereo

    eletrnico do site a seguir:

    www.ufpr.br

    Muitos sites podem ser utilizados como fonte de informaes para arealizao de atividades escolares, publicao de trabalhos, baixar arquivos,etc.

    O bate papo (Chat) se caracteriza como um espao virtual decomunicao entre pessoas possibilitando a comunicao em tempo real.Eles so bastante utilizados para vrias finalidades, desde o lazer, at adiscusso de temticas relacionadas a grupos de interesses, como exemplo,bate papo presente num site sobre Tecnologia Educacional, onde pessoasinteressadas no assunto podem trocar idias com outros profissionais.

    Nos sites com temtica escolar, o bate papo pode ser utilizado comoferramenta de interao entre alunos e professores, tanto da mesma escola,como de escolas ou instituies diferentes. Ele oferece a vantagem de

    permitir que, por exemplo, alunos e tutores se comuniquem ou esclaream

    dvidas em tempo real.

    O correio eletrnico (e-mail) funciona de forma semelhante a umcorreio, permitindo o envio e recebimento de mensagens. Pode-se anexar

    s mensagens arquivo contendo texto, fotos ou animaes. Oferece a

    vantagem de ser recebida a qualquer momento, de forma rpida e de baixo

    custo.

    No contexto educacional, o correio eletrnico possibilita ao aluno e

    ao professor/tutor a troca de informaes e compartilhamento de arquivos.

  • 47

    Tecnologias da Informao e Comunicao Educativa

    A lista de discusso consiste num ambiente que permite troca deinformaes, normalmente, sobre um mesmo assunto. So apresentadas,

    numa pgina, temas, perguntas, problemas, etc, e um espao onde os

    usurios digitam seus comentrios ou replicam os comentrios realizados

    por outros usurios. Nela ficam registrados os dilogos dos participantes

    sobre o tema, podendo ser analisados por quem os acessa. Essas listas so

    elaboradas por empresas ou pessoas com o objetivo de agrupar indivduos

    interessados num mesmo tema.

    Algumas listas de discusso funcionam de forma semelhante ao

    correio eletrnico. Dessa forma as pessoas precisam ser inscritas numa lista

    para receber as informaes, coment-las ou lanar novas questes para

    serem debatidas.

    Os blogs educativos so pginas da Internet que possibilitamcomentrios sobre assuntos diversos, estimulando a produo textual e

    exercitando nos estudantes o poder de argumentao, capacidade de

    interpretao, etc.

    A Internet, segundo Gonalves (2008), tornou o mundo menor

    provocando revolues dos processos de comunicao, disponibilizando

    servios, etc. estimulando assim, a democratizao das informaes e

    facilitando o acesso ao saber.

    Acesse a Biblioteca Digital no endereo: www.dominiopublico.gov.br, onde voc pode encontrar

    pinturas de Leonardo da Vinci, ler obras de Machado de Assis ou a Divina Comdia, histrias

    infantis, vdeos da TV Escola e outros documentos importantes.

  • 48

    Curso de Pedagogia - Magistrio da Educao Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental UFPR

    5 FORMAO DOS PROFESSORES PARA O USO DAS TICS

    Ao longo das discusses aqui apresentadas enfatizamos a necessidade

    de se inserir de forma crtica as TICs na prtica pedaggica. Nesse sentido,

    ao pensar a aplicao das TICs na escola, o que o educador precisa saber

    sobre elas? O que pode garantir seu preparo para a realizao desse trabalho?

    Sobre a formao de professores, Behrens (1995), afirma que:

    Neste momento de globalizao mundial, continuamos a

    tratar a formao do professor com discursos vazios de

    uma prtica apropriada e significativa. Reverter este papel

    perante a sociedade uma tarefa rdua. (BEHRENS, 1995).

    Embora seja significativo o nmero de decises e projetos,

    governamentais ou no, argumentando sobre a importncia das

    tecnologias na educao, estes projetos consideram que a incluso digital

    dos professores pode ser feita apenas por meio de cursos de capacitao, e

    se desenvolvem na prpria instituio de ensino, em universidades e centros

    de informtica. So cursos importantes, mas no so suficientes para

    propiciar mudanas na ao do professor no ambiente escolar, pois no

    ocorre uma incluso digital real deste profissional.

    Acesse os endereos:

    ht tp://www.proinfo.mec.gov.br e http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/

    paranadigital/ e procure sobre os Projetos de implantao da informtica nas escolas do Brasil e o

    Computador na sociedade do conhecimento.

    Registre no Frum as principais caractersticas observadas no processo de Incluso Digital einforme sua experincia nesse campo.

  • 49

    Tecnologias da Informao e Comunicao Educativa

    Para alcanar essa formao, o professor necessita utilizar as

    tecnologias que podero ajud-lo na elaborao de materiais de apoio,

    constituindo-se como valiosos recursos para o ensino de diversas disciplinas

    do currculo, seja em sala de aula, em um trabalho coletivo, ou na dinmica

    do trabalho desenvolvido em ambientes informatizados.

    A partir do que j foi trabalhado nesta disciplina, analise as charges a seguir e reflita sobre:

    Para ser considerado includo digitalmente, faz-se necessrio que o professor

    compreenda que:

    a utilizao das tecnologias na educao pode propiciar a criao de

    novas formas de relao pedaggica, de novas formas de pensar o

    currculo e, portanto, pode tambm conduzir a mudanas no

    ambiente escolar;

    o uso das tecnologias na educao tem um potencial significativo,

    que, no est diretamente relacionado presena da mquina, mas

    sim do profissional professor que firmou um compromisso com a

    pesquisa, com a elaborao prpria, com o desenvolvimento da crtica

    e da criatividade, superando a cpia, o mero ensino e a mera

    aprendizagem.

    Neste sentido, necessrio que o professor entenda a tecnologia

    como um instrumento de interveno na construo da sociedade

    democrtica contrapondo-se a qualquer tendncia que a direcione ao

    tecnicismo, a coisificao do saber e do ser humano.

    Elabore um pequeno texto com suas concluses. Publique sua resposta no Frum Professorese TICs . Lembre de comentar as respostas dos seus colegas.

    Professor x tecnologiaProfessor + tecnologia

    FONTE: http://office.microsoft.com

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    Curso de Pedagogia - Magistrio da Educao Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental UFPR

    6 CONSIDERAES

    Ao iniciarmos as discusses a respeito das Tecnologias da Informao

    e Comunicao Educativa, abordamos as caractersticas da sociedade nesse

    incio do sculo XXI. Marcada por avanos cientficos e tecnolgicos essa

    sociedade produz e dissemina inovaes que invadem o cotidiano dos seres

    humanos, modificando a maneira como interagem e se organizam.

    Dentre tais mudanas, destacamos aquelas que ocorrem no mundo

    do trabalho e que passam a exigir um novo perfil de profissional, pois o

    trabalhador apto a desempenhar tarefas menos complexas e, normalmente,

    repetitivas, passa a ter pouco espao nos processos produtivos atuais. Alm

    disso, faz-se necessria tambm a formao de cidados crticos e que

    participem ativamente da vida poltica dessa sociedade tecnolgica,

    buscando torn-la mais justa e humana.

    Isso se coloca como um desafio para a escola, pois inserida nessa

    sociedade tecnolgica, tem de preparar esse novo perfil de profissional e

    cidado. Assim, pode-se aproveitar as informaes e a familiaridade que

    nossos alunos j apresentam com as TICs, para inserir na escola novas

    maneiras de aprender e ensinar, representadas pela utilizao desses novos

    recursos.

    Para que essas estratgias atinjam seus objetivos, importante

    considerar que precisam sim, serem inseridas na escola, mas dentro da

    perspectiva de um processo tecnolgico, em que ocorre, reflexo, avaliao

    e transformao da prtica educativa, pois como ressaltado, em vrios

    momentos, a simples presena de equipamentos, no garante inovaes

    nas prticas pedaggicas.

    Destaca-se nesse contexto, o papel do educador comprometido com

    a pesquisa, com o repensar constante da sua prtica, com o senso crtico e

    criatividade, busca, junto com as demais pessoas que fazem a escola, a

    evoluo constante do processo de ensinar e aprender.

  • 51

    Tecnologias da Informao e Comunicao Educativa

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