Upload
lindomarvc
View
223
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
7/23/2019 Livro Julio Dias
1/140
Julio Cesar de Sousa Dias
GESTO E OPERAOPORTURIA: EXPERINCIAEM CINGAPURA
7/23/2019 Livro Julio Dias
2/140
7/23/2019 Livro Julio Dias
3/140
7/23/2019 Livro Julio Dias
4/140
Repblica Federativa do Brasil
Dilma RousseffPresidenta da Repblica
Secretaria de Portos (SEP)
Jos Lenidas CristinoMinistro Chefe
Ministrio dos Transportes
Paulo Srgio PassosMinistro dos Transportes
Agncia Nacional de Transportes Aquavirios (ANTAQ)
Diretoria Colegiada
Pedro Brito Diretor-Geral SubstitutoFernando Jos de Pdua Costa Fonseca Diretor Interino
Mrio Povia Diretor Interino
Superintendncia de Navegao Interior
Adalberto Tokarski
Superintendncia de Administrao e Finanas
Albeir Taboada Lima
Superintendncia de Navegao Martima e de Apoio
Andr Luis Souto de Arruda Coelho
Superintendncia de Fiscalizao e Coordenao
Bruno de Oliveira Pinheiro
Superintendncia de Portos
Jos Ricardo Ruschel dos Santos
7/23/2019 Livro Julio Dias
5/140
Julio Cesar de Sousa Dias
GESTO E OPERAOPORTURIA: EXPERINCIAEM CINGAPURA
7/23/2019 Livro Julio Dias
6/140
6
JULIO CESAR DE SOUSA DIAS
2012 ANTAQ
SEPN Quadra 514, Conjunto E,Edifcio ANTAQ, Biblioteca - 5 Andar.
55 61 2029-6597, [email protected] 70760-545
Permitida a reproduo sem ns lucrativos, parcial, por qualquer meio,
se citado a fonte.Impresso no Brasil
Centro de Informao em Transporte AquavirioEditora
Direo Editorial:Jos Antonio Machado do Nascimento.Projeto grco:Flvio Madera e Rafael Duarte.Capa:Flvio Madera.
Foto capa:Canal do Panam - ACP.Reviso:Lvia Resende Lara.
Assessoria de Comunicao (ASC)Assessora de Comunicao Social: Yara Rodrigues da Assuno.
Relaes pblicas: Maria Inez Vaz Dias Albuquerque.
D541g Dias, Jlio Cesar de Sousa
Gesto e operao porturia: experincia em Cingapura/Jlio Cesar de Sousa Dias. Braslia: Editora ANTAQ, 2013.
140p.
ISBN 978-85-64964-04-4
1 Gesto porturia. 2 Portos. 3 Cingapura. I- ttulo
CDD 387.57
7/23/2019 Livro Julio Dias
7/140
7
GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA
APRESENTAOA criao da editora ANTAQ algo a ser comemorado no Governo Federal.
Representa o renascimento do debate tcnico-cientco em transporte aquavirio
e a promoo do acesso informao como forma de despertar na sociedade o
senso crtico sobre regulao.
Durante anos a rea de transportes se ressentiu de uma estrutura editorial
que fosse moldada nos exemplos das melhores casas literrias do pas e que
pudesse reunir textos relevantes que contribussem para o desenvolvimento do
Brasil. Essa estrutura a Editora ANTAQ, que projetar de forma mais ampla a
Poltica Nacional de Transportes para o modal aquavirio.
Os primeiros livros da Editora apresentam profissionais como
administradores, advogados, bibliotecrios, economistas, engenheiros e jornalistas
para dissertar sobre gua de lastro, scalizao porturia, impacto regulatrio,
dragagem, hidrovias, canal do panam e suas relaes com o comrcio exterior
brasileiro, a gesto porturia, a legitimidade das agncias reguladoras, a navegao
de cabotagem entre outros assuntos.
Com os primeiros volumes da coleo a Editora abre um novo caminho para
a infraestrutura da pesquisa em transporte aquavirio, ao congregar teoria e prtica
para melhorar as possibilidades de dilogo entre a ANTAQ e a sociedade brasileira.
Diretoria da ANTAQ
7/23/2019 Livro Julio Dias
8/140
Fonte:Julio/PSA/2007.
7/23/2019 Livro Julio Dias
9/140
9
GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA
Glossrio...........................................................................................................
Lista de Siglas...................................................................................................
Prefcio.............................................................................................................
CAPTULO 1
AUTORIDADE DO PORTO DE CINGAPURA PSA
(PORT OF SINGAPORE AUTHORITY)...........................................................
1.1. Estabelecimento da Autoridade do Porto de Cingapura e de
sua estrutura organizacional...............................................................
1.2. Estrutura organizacional da Autoridade do Porto de
Cingapura.............................................................................................
CAPTULO 2
O PORTO DE CINGAPURA............................................................................
2.1. Verdadeiro hubport internacional................................................
2.2. Servios prestados pela Autoridade do Porto de Cingapura......
2.2.1. Zona de Livre Comrcio Free Trade Zone (FTZ).............
2.2.2. Tecnologia da informao no negcio porturio................
2.2.3. Servios de continer diferenciados...................................
CAPTULO 3
TERMINAIS DO PORTO DE CINGAPURA....................................................
3.1. Terminais conteineiros de Cingapura...........................................
3.1.1. Terminal Tanjong Pagar.......................................................
3.1.2. Terminal Keppel...................................................................
13
19
27
31
33
36
41
44
49
51
52
59
63
64
66
67
SUMRIO
7/23/2019 Livro Julio Dias
10/140
Fonte:Julio/PSA/2007.
7/23/2019 Livro Julio Dias
11/140
11
GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA
SUMRIO
3.1.3. Terminal Brani......................................................................
3.1.4. Terminal Pasir Panjang........................................................
3.2. PSA distripark...............................................................................3.3. Terminais de mltiplo-uso.............................................................
CAPTULO 4
AUTORIDADE PORTURIA E MARTIMA
(MARITIME PORT AUTHORITY - MPA).........................................................
CAPTULO 5
SERVIO DE PRATICAGEM E APOIO PORTURIO
(REBOCADORES) EM CINGAPURA.............................................................
5.1. Aspecto regulatrio.....................................................................
CAPTULO 6
PARMETROS DE DESEMPENHO PORTURIO.........................................
CAPTULO 7
CUSTO PORTURIO.......................................................................................
CAPTULO 8
ELABORAO DE PLANO DIRETOR PORTURIO.....................................
8.1. Horizontes de planejamento.........................................................
8.2. Fatores que inuenciam o planejamento porturio.....................
8.3. Ferramentas do planejamento porturio......................................
Consideraes Finais.......................................................................................Bibliograa.........................................................................................................
Anexo 1.............................................................................................................
68
70
7375
79
91
92
95
101
113
115
116
118
127131
134
7/23/2019 Livro Julio Dias
12/140
Fonte:Julio/PSA/2007.
7/23/2019 Livro Julio Dias
13/140
13
GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA
GLOSSRIOBunker o leo combustvel martimo, o combustvel de navios.
Cadeia de fornecimento- o grupo de fornecedores que supre as necessidades
de uma empresa na criao e no desenvolvimento dos seus produtos. No est
limitada ao uxo de produtos ou informaes no sentido fornecedor-cliente. Existe
tambm um uxo de informao, de reclamaes e de produtos, entre outros,
no sentido cliente-fornecedor.
Carga Paletizada- aquela transportada por meio depallets. Pallet um acessrio
formado por um estrado sobre cuja superfcie se podem agrupar e xar as
mercadorias constituindo uma unidade de carga.
Circuito fechado ou circuito interno de televiso (CFTV) - closed-circuit television
um sistema de televiso que distribui sinais provenientes de cmeras localizadas
em locais especcos, para um ou mais pontos de visualizao.
CITOS- um Sistema Integrado de Gesto Empresarial - (Enterprise Resource
Planning)especializado no comando e controle de informaes e recursos para
os terminais de continer. Controla todas as atividades, desde a movimentao
de veculos, motoristas de caminhes, transtineres e guindastes de ptio,portineres, contineres, pilotos de equipamentos e de veculos, monitoramento
dos contineres refrigerados, alocao de recursos e entrada e sada nos portes.
Distriparks - so modernos complexos logsticos, de grande escala, que
proporcionam uma maior facilidade na realizao das operaes de
distribuio de carga num nico local, em reas prximas a um porto de grande
movimentao. Estabelecendo um contato direto com os terminais de continer
e recorrendo ao uso da tecnologia de ltima gerao nas reas da informao
e telecomunicaes, permite uma maior eccia na articulao do transporte
7/23/2019 Livro Julio Dias
14/140
14
JULIO CESAR DE SOUSA DIAS
GLOSSRIO
multimodal com incidncia no trnsito de navios. Os distriparks oferecem espao
para armazenamento temporrio de cargas, para operaes de carga e descarga
e para o seu transporte. A valorizao dos distriparks resulta das facilidades
propiciadas pelos servios, que podem ser prestados por eles para uma vasta
e diversa clientela, onde se destacam a agrupamento, rotulagem, controle de
qualidade, embalagem, unitizao, classicao de material e faturamento.
ERP (Enterprise Resource Planning) - Em portugus, sistemas integrados de
gesto empresarial - SIGE, so sistemas de informao que integram todos os
dados e processos de uma organizao em um nico sistema.
Estao de Carga de Continer (Container Freight Station CFS) - local designado
pelos transportadores martimos para o recebimento da carga a ser colocada
em contineres, ou o local apropriado para a realizao da desova das cargas
do continer.
Fumigao- a desinfeco realizada com produtos volteis (gs), usada para
desinfetar materiais que no podem ser submetidos desinfeco lquida. Os
produtos normalmente utilizados so o formol e o permanganato de potssio.
Grupo 2S- a classicao dada pela Autoridade do Porto de Singapura - PSA
das cargas perigosas de risco intermedirio, que podem ser movimentadas nos
terminais, mas devem ser carregadas e descarregadas diretamente. S podem
ser armazenadas em ptios especcos para carga perigosa. Existem os Grupos
1 e 3, cujo primeiro refere-se a cargas explosivas, altamente inamveis e/ou
txicas, tendo restrio de bero. O Grupo 3 abrange as cargas com baixo risco
de exposio, podendo ser movimentadas e armazenadas no ptio de carga geral
dos terminais, mas com a devida segregao.
Hinterlndia- derivao da palavra Hinterlandque a rea de inuncia de um
porto no territrio ou pas ou pases ao qual o porto pertence ou tem proximidade.
A zona de inuncia representa a parcela de mercado que um porto tem em
relao aos demais portos que servem mesma regio geogrca.
7/23/2019 Livro Julio Dias
15/140
15
GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA
GLOSSRIO
Horrio de Solicitao de Servio- chamado em Cingapura de Service Requested
Time SRT, trata-se da hora em que o agente martimo solicita o servio de
praticagem.
Hubport - ou porto concentrador aquele porto, como o nome sugere, que
concentra cargas e linhas de navegao.
Intercmbio Eletrnico de Dados (Eletronic Data Interchange EDI) - uma
rede de acesso direto aos clientes do provedor, permitindo a conexo entre os
sistemas eletrnicos de informao entre empresas, independentemente dos
sistemas e procedimentos utilizados no interior de cada uma dessas empresas.
Joint Venture- ou empreendimento conjunto uma associao de empresas,
que pode ser denitiva ou no, com ns lucrativos, para explorar determinado(s)
negcio(s), sem que nenhuma delas perca sua personalidade jurdica.
Non Vessel Operating Commom Carrier (NVOCC) - uma empresa que no
proprietria de navios ou de contineres. Elas captam cargas fracionadas no
mercado, armazenam as mercadorias em contineres e compram espaos emnavios, que sero operados pelos Armadores propriamente ditos, chamados
freight forwarders.
Peao - a fixao da carga ou continer nos pores ou conveses da
embarcao, visando evitar sua avaria pelo balano do mar.
RoRo- abreviao de Roll-on/Roll-off, a operao de carga ou descarga de
veculos dos navios para o ptio, onde os veculos so as cargas que rodam
para fora e para dentro, se movimentam por sua prpria conta, em contraste
ao des/carregamento com a necessidade de um equipamento de manuseio do
continer, tal como guindaste, transtiner ou reach stacker, chamado lift-on/lift-off .
Teoria das las- um ramo da probabilidade que estuda a formao de las,
atravs de anlises matemticas precisas e propriedades mensurveis das las.
7/23/2019 Livro Julio Dias
16/140
7/23/2019 Livro Julio Dias
17/140
7/23/2019 Livro Julio Dias
18/140
18
JULIO CESAR DE SOUSA DIAS
TERMINAIS DO PORTO DE CINGAPURA
Fonte:Julio/PSA/2007.
7/23/2019 Livro Julio Dias
19/140
19
GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA
LISTA DE SIGLASAATS -Asia Automobile Terminal Singapore
(Terminal Automobilstico da sia em Cingapura)
AIS -Automatic Identication System (Sistema de Identicao Automtica)
ANTAQ - Agncia Nacional de Transportes Aquavirios
ATM -Advanced Transhipment Management (Gesto de Transbordo Avanado)
B2B Business To Business(negcio por negcio)
BPMS - Berth Planning & Monitoring System
(Sistemas de Planejamento e Monitoramento de Bero)
CDC - Consolidated Distribution Centres(Centros de Distribuio Consolidada)
CFS - Container Freight Station(Estao de Carga de Continer)
CFTV - Circuito fechado ou circuito interno de televiso
CIMOS - Computerized Integrated Marine Operations System
(Sistema Integrado de Operaes Martimas)
CITOS - Computerized Integrated Terminal Operations System
(Sistema Integrado de Operao do Terminal)
CNRS - Container Number Recognition System
(Sistema de Reconhecimento do Nmero do Continer)
7/23/2019 Livro Julio Dias
20/140
20
JULIO CESAR DE SOUSA DIAS
LISTA DE SIGLAS
COB - Immigration Clearance On Board(Liberao de Imigrao Bordo)
CoCs Certicate of Compliance(Certicados de Competncia)
Con/HNB - Contineres por Hora de Navio no Bero
Con/HNP - Contineres por Hora de Navio no Porto
Con/HSN - Contineres por Hora de Servio do Navio
Con/HTP - Contineres movimentados por Hora de Trabalho do Portiner
COSCO - China Ocean Shipping Company
CPCS - Collaborative Port Community Solution
(Soluo Colaboradora da Comunidade Porturia)
CREW - System Computorisation of Record for crew Clearance System
(Sistema Computadorizado de Registro de Liberao de Tribulao)
CSI - Container Security Initiative(Iniciativa de Segurana de Continer)
CST - Conrmed Service Time(Conrmao do Horrio do Servio)
ECDIS - Electronic Chart Display and Information System
(Sistema de Informao e Exibio de Mapa Eletrnico)
EDI - Eletronic Data Interchange (Intercmbio Eletrnico de Dados)
ENC - Eletronic Navigational Chart (Mapa Eletrnico de Navegao)
ERP - Enterprise Resource Planning
(Sistemas Integrados de Gesto Empresarial)
FEDI Financial Eletronic Data Interchange
(Intercmbio Eletrnico de Dados Financeiros)
7/23/2019 Livro Julio Dias
21/140
21
GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA
LISTA DE SIGLAS
FMSS - Full Mission Shiphandling Simulators
(Simulador Completo de Movimentao de Navio)
FTZ - Free Trade Zone(Zona de Livre Comrcio)
GLCs - Government Linked Companies(Companhias Ligadas ao Governo)
GOC General Operating Conditions
GRT Gross Register Tonnage (Tonelagem Porte Bruto TPB) ha hectare(s)
HARTS - Harbour Craft Transponder System
(Sistema de Transponder de Pequenas Embarcaes)
HCSC - Harbour Craft Security Code
(Cdigo de Segurana de Pequena Embarcao)
ICA - Immigration CheckPoint Authority(Autoridade de Vericao de Imigrao)
IMC Internacional Maritime Centre
(Centro Martimo Internacional de Excelncia)
IMO - International Maritime Organization(Organizao Martima Internacional)
ISC - Integrated Simulation Centre(Centro Integrado de Simulao)
ISPS Code International Ship and Port Faclity Security Code
(Cdigo Internacional para proteo de Navios e Instalaes Porturias)
JTC Jurong Town Corporation(Corporao da Cidade de Jurong)
KD - Keppel Distripark(Parque Industrial)
KDNet - Keppel Distripark Net(Rede do Parque Industrial de Keppel)
LOLO - Lift On Lift Off(entrada e sada de contineres do porto)
7/23/2019 Livro Julio Dias
22/140
22
JULIO CESAR DE SOUSA DIAS
LISTA DE SIGLAS
Ltd Limited(Limitada)
MINT Fund - Maritime Innovation and Technology Fund
(Fundo de Inovao Martima e Tecnolgica)
MPA - Maritime Port Authority (Autoridade Martima e Porturia)
MPT - Multi-Purpose Terminals(Terminais de Mltiplo-Uso)
MSC - Mediterranean Shipping Company
MSI - Maritime Safety Information (Informao de Segurana Martima)
NYK and K Line - Nippon Yusen Kabushiki Kaisha and Kawasaki
Kisen Kaisha Ltd.
OHBC - OverHead Brigde Crane(Guindaste sobre Ponte Rolante)
PDP - Plano Diretor Porturio
PIL - Pacic Internacional Lines (Linhas Internacionais do Pacco)
PMTS - Prime Movers Tracking System
(Sistema de Rastreamento do Movimento Inicial)
PPST - PIL-PSA Singapore Terminal
PPT - Pasir Pajang Terminal (Terminal de Pasir Pajang)
PPW - Pasir Panjang Wharves (Cais de Pasir Panjang)
PSA - Port Singapore Authority(Autoridade do Porto de Cingapura)
Pte Private (Privado)
7/23/2019 Livro Julio Dias
23/140
23
GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA
LISTA DE SIGLAS
PTI - Pre-trip inspection(inspeo pr-viagem)
RH Recursos Humanos
RMS - Resource Management System
(Sistema de Gerenciamento de Recursos)
RoRo Roll-on/Roll-off
S$ - Singapure Dollar (Dlar de Cingapura)
SCP - Singapore Cooperation Programme(Programa de Cooperao de Cingapura)
SMA Singapore Maritime Academy(Academia Martima de Cingapura)
SOS - Ship Operations System(Sistema de Operao de Embarque)
SPECS - Singapore Engineering and Consultancy Services Ltda
(Servios de Engenharia e Consultoria de Cingapura Ltda.)
SRT - Service Requested Time(Horrio de Solicitao de Servio)
SSSA - Ship Self-Security Assessement
(lista de vericao e avaliao prpria da segurana da embarcao)
SW Sembawang Wharves(Cais de Sembawang)
TCM - Total de Contineres Movimentados
TEU Twenty-foot Equivalent Unit (Unidade Equivalente a 20 ps)
THB - Total de Horas no Bero
THP - Total de Horas no Porto
7/23/2019 Livro Julio Dias
24/140
24
JULIO CESAR DE SOUSA DIAS
LISTA DE SIGLAS
THS - Total de Horas de Servio
TI Tecnologia de Informao
TNB - Tempos do Navio nos Beros
TNO - Tempo No-Operacional
TO - Tempo Ocioso
TOB - Tempo Operacional do Bero
TPB - Tonelagem Porte Bruto
TSB - Tempo de Servio do Bero
VOMC - Vessel Operations, Monitoring & Control System
(Sistemas de Controle, Operao e Monitoramento do Navio)
VPA - Vessel Plan Analyzer (Sistema de Anlise do Plano de Navio)
VPS - Vessel Planning Systems(Sistema de Planejamento de Navio)
VTIS - Vessel Trafc Information System
(Sistema de Informao de Trfego de Navio)
VTIS - Vessel Trafc Information System
(Sistema de Informao de Trfego Martimo)
VTS - Vessel Trafc Service(servio de trfego de navio)
YCS - Yard Consolidation System(Sistema de Consolidao de Ptio)
YOMC - Yard Operations, Monitoring & Control System(Sistema de Controle, Operao e Monitoramento de Ptio)
7/23/2019 Livro Julio Dias
25/140
25
GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA
LISTA DE SIGLAS
YOS - Yard Operations System(Sistema de Operao de Ptio)
YPS - Yard Planning Systems(Sistema de Planejamento de Ptio)
YSM - Yard Space Manager(Sistema de Gesto de Espao de Ptio)
7/23/2019 Livro Julio Dias
26/140
26
JULIO CESAR DE SOUSA DIAS
TERMINAIS DO PORTO DE CINGAPURA
Fonte:Julio/PSA/2007.
7/23/2019 Livro Julio Dias
27/140
27
GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA
PREFCIOEste livro visa apresentar e difundir a experincia e os conhecimentos
adquiridos no Curso de Gesto e Operaes Porturias promovido pelo Governo
de Cingapura, impulsionado pela Embaixada do Brasil em Cingapura, subsidiado
pela Agncia Nacional de Transportes Aquavirios ANTAQ e ministrado pelo
Instituto da Autoridade do Porto de Cingapura, no perodo de 24 de outubro a 6 denovembro de 2007.
Este curso faz parte do Programa de Cooperao de Cingapura (Singapore
Cooperation Programme SCP), que oferece treinamentos premiados, ou seja, sem
custo, com hospedagem e pequena ajuda nanceira para custear necessidades
imprevistas, tudo isso patrocinado pelo Ministrio das Relaes Exteriores do
Governo de Cingapura, bastando apenas que o pas de origem fornea passagens
e meia diria para manuteno alimentcia.
A real izao desse treinamento s foi possvel devido ao convite
encaminhado pela Embaixada do Brasil em Cingapura Agncia Nacional de
Transportes Aquavirios ANTAQ, dado o interesse desse rgo em enviar um
representante do Brasil. A Embaixada, na pessoa de sua Conselheira Tatiana
Rosito, cooperou fundamentalmente para que a indicao do Brasil fosse efetivada,
sendo o elo entre a ANTAQ e a Diretoria de Cooperao Tcnica do Ministrio das
Relaes Exteriores de Cingapura (Technical Cooperation Directorate of Ministry of
Foreign Affairs).
Essa Diretoria responsvel pela administrao do Programa de
Cooperao de Cingapura, que tem por objetivo compartilhar a experincia do
progresso da Repblica de Cingapura com outros pases em desenvolvimento, alm
de propiciar a interao e troca de experincias entre esses pases.
A assistncia tcnica do Programa baseia-se no antigo ditado chins: D
a um homem um peixe, voc o alimentar por um dia. Ensine um homem a pescar
e voc o alimentar por toda a vida.
A SCP foi estabelecida em 1992 e desde ento tem treinado mais de 40.000participantes advindos de todos os pases ao redor do mundo. Este nmero se eleva
numa ordem de 5.000 pessoas anualmente.
7/23/2019 Livro Julio Dias
28/140
28
JULIO CESAR DE SOUSA DIAS
PREFCIO
O Curso de Gesto e Operaes Porturias conduzido pelo Instituto da
Autoridade do Porto de Cingapura(Port Singapore Authority Institute)e era oferecido
duas vezes ao ano at o ano de 2008, sendo que a partir de 2009 oferecido apenas
uma vez, num perodo de 10 dias, para uma turma de no mximo 25 alunos. Tem
por objetivo prover os participantes com o conhecimento adquirido atravs da
experincia da PSA Corporation na gesto da dinmica operacional e administrativa,
com nfase no planejamento, organizao e uso dos recursos para assegurar um
nvel mais elevado possvel de servios aos usurios do porto.
Os tpicos abordados so:
Introduo instituio PSA
Papel e funes dos portos;
Administrao do servio martimo;
Controle de trfego e navegao;
Planejamento e Operaes de terminais de carga geral;
Operaes de armazenamento;
Operaes de carregamento;
Operaes de navios comuns e conteineiros;
Planejamento da armazenagem no navio;
Operaes de transferncia no cais;
Indicadores do desempenho das operaes;
Segurana porturia;
Regulamentos porturios referentes carga perigosa;
Conceitos modernos na segurana martima;
Seleo de equipamento de manuseio de carga;
Preo (tarifa) dos servios porturios;
Aplicao da tecnologia de informao nos portos;
Desenvolvimento de recursos humanos;
Trabalho em equipe e comunicao.
Buscou-se abordar neste livro os tpicos mais relevantes e de maior
interesse para as atividades desenvolvidas pela ANTAQ, de forma a fornecer
subsdios para a elaborao de um modelo a ser alcanado por meio da regulaodos servios porturios empreendidos pela Agncia.
7/23/2019 Livro Julio Dias
29/140
7/23/2019 Livro Julio Dias
30/140
Fonte:Julio/PSA/2007.
7/23/2019 Livro Julio Dias
31/140
31
GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA
AUTORIDADE DO PORTO DE CINGAPURAPSA (PORT OF SINGAPORE AUTHORITY)
A Autoridade do Porto de Cingapura foi estabelecida em 1964, sendo
que somente em 1996, seguindo a tendncia regulatria mundial, segmentou sua
estrutura em duas corporaes: a Autoridade Porturia e Martima (Maritime Port
Authority MPA), com funo regulatria e a PSA Corporation Ltd, entidade comercial
que trata da operao martima e porturia da instituio.
Em 25 de agosto de 1997, um Projeto de Lei passou pelo parlamento com a
nalidade de transformar a Autoridade do Porto de Cingapura (PSA) em corporao,
visando garantir que o porto permanecesse atendendo s evolues do setor
martimo e s exigncias do mercado. Foi uma forma de aprimorar o aproveitamento
das novas oportunidades de negcios e responder mais ecientemente aos desaos
futuros.
A PSA se tornou uma corporao em 1 de outubro de 1997. A nova PSA
Corporation agora teria como funo manter sua atividade principal de explorao
dos terminais de continer de Cingapura e expandir os investimentos, as operaes
e o desenvolvimento dos terminais de continer internacionalmente. Tambm se
engajaria no desenvolvimento de atividades de armazenagem e logstica e de
harbour-front, ou seja, a PSA Corporation iria gerir um centro de negcios comercial,
o World Trade Centre, alm de atividades de turismo, o Centro de Cruzeiro (terminal
de turismo martimo) e os terminais de ferry-boate o centro de exposies de
Cingapura, o Singapore Expoem Changi.
Captulo 1
7/23/2019 Livro Julio Dias
32/140
32
JULIO CESAR DE SOUSA DIAS
CAPTULO 1 - AUTORIDADE DO PORTO DE CINGAPURA PSA (PORT OF SINGAPORE AUTHORITY)
Figura 1: Harbour front com o VIVO City (shopping) no centro da fotoFonte: Julio/PSA/2007
Em 1996, a empresa iniciou seu projeto alm-mar, implantando o primeiro
terminal conteineiro fora de Cingapura, em Dalian, China.
Em dezembro 2003, a PSA sofreu uma reestruturao, criando-se a PSA
International Private Limited, principal empresa holdingdo Grupo PSA. Comexpanso internacional, atualmente a segunda maior operadora porturia do
mundo, com operaes e investimentos em 29 terminais em 17 pases atravs da
sia, Europa e Amricas, com uma capacidade global de 111 milhes de TEUs e
um total de mais de 66 km de comprimento de cais.
Vamos entender um pouco da evoluo organizacional da Administrao
do Porto de Cingapura e como isso inuenciou seu crescimento.
7/23/2019 Livro Julio Dias
33/140
33
GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA
CAPTULO 1 - AUTORIDADE DO PORTO DE CINGAPURA PSA (PORT OF SINGAPORE AUTHORITY)
Figura 2: Porto de Cingapura em 1819Fonte: PSA (http://www.singaporepsa.com/corporate/heritage.html [acesso em 17/7/2009])
1.1. Estabelecimento da Autoridade do Porto de Cingapura e
de sua estrutura organizacional
O Porto de Cingapura existe desde 1819, quando o Sr. Thomas Stamford
Bingley Rafes fundou o local hoje conhecido como Cingapura.
Aps a II Guerra Mundial, o porto passou a ser administrado gradualmente
ao Governo de Cingapura, tendo em vista que antes da independncia do pas
em 1959, o porto tinha suas atividades realizadas por empresas privadas que
realizavam desde a armazenagem at a movimentao de cargas. A partir de
1863, essas atividades caram por conta da empresa Tanjong Pagar Dock.
Porm, com o aumento das atividades martimas e porturias, aumentodo congestionamento e da falta de fornecimento adequado de infraestrutura e
instalaes martimas pela Tanjong Pagar Dock, o governo britnico expropriou
a empresa em 1905. Em 1913, com o intuito de se ter um porto convel ao
comrcio, criou-se uma administrao governamental, que cou conhecida como
Diretoria do Porto de Cingapura (Singapore Harbour Board).
7/23/2019 Livro Julio Dias
34/140
34
JULIO CESAR DE SOUSA DIAS
CAPTULO 1 - AUTORIDADE DO PORTO DE CINGAPURA PSA (PORT OF SINGAPORE AUTHORITY)
Com o governo independente, os lderes governamentais de Cingapura
inauguraram uma poltica ambiciosa de intensiva e rpida industrializao para
fornecer emprego e para abrir novos caminhos para o crescimento econmico.
Desta forma, em 1960 o governo realizou um estudo para analisar a
reestruturao de todas as operaes porturias incluindo as funes do Conselho
do Porto de Cingapura, do Departamento da Marinha e do ramo Martimo do
Departamento de Obras Pblicas. Este estudo visou garantir que todas as
operaes porturias e as tomadas de deciso cassem sob uma autoridade,
eliminando a duplicidade de funes. O resultado do estudo foi o estabelecimento
da PSA em 1 de Abril de 1964, por meio do Decreto 1963 Autoridade do Porto de
Cingapura. Essa organizao consolidada funcionava como um ramo estatutriono mbito do Ministrio das Comunicaes e Informaes.
A PSA assumiu as funes, os ativos e passivos do Conselho do Porto
de Cingapura, o funcionamento dos servios de praticagem e as funes
anteriormente empreendidas pelo Departamento da Marinha. As suas principais
atividades eram fornecer e manter os servios e as facilidades no porto, regular
e controlar a navegao dentro dos limites do porto e das proximidades, prover
os servios de praticagem, prover e manter adequado e eciente o sistema de
sinalizao nutica nas guas territoriais de Cingapura e, o mais importante,promover o uso, a melhoria e o desenvolvimento do porto.
Em 2 de fevereiro de 1996, alguns dos servios da PSA, do Departamento
Martimo e do Conselho Martimo Nacional de Cingapura foram fundidos para
formar a Autoridade Martima e Porturia de Cingapura (Maritime and Port
Authority MPA), um rgo estatutrio vinculado ao Ministrio das Comunicaes
e Tecnologia da Informao. Tal mudana se deu com a nalidade de criar uma
estrutura mais dinmica e integrada.
Atualmente, a MPA tem total responsabilidade pela regulao do porto
e dos servios de transporte martimo, enquanto PSA administra e opera os
terminais de continer e de carga, dentre outros negcios e servios comerciais.
Formada em um momento em que em todo o mundo os portos estavam sendo
privatizados para dar-lhes exibilidade e autonomia para se reposicionarem
comercialmente, a MPA tem como misso proteger o interesse estratgico
martimo de Cingapura e promover Cingapura como um grande porto e centro
martimo internacional.O Governo de Cingapura tornou a PSA uma corporao em outubro
de 1997, ou seja, transformou-a em entidade corporativa uma pouco mais
7/23/2019 Livro Julio Dias
35/140
35
GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA
CAPTULO 1 - AUTORIDADE DO PORTO DE CINGAPURA PSA (PORT OF SINGAPORE AUTHORITY)
desvinculada do Governo, com objetivos claros, estabelecendo um conselho cujos
membros foram escolhidos com base em suas experincias e conhecimentos,
bem como, administradores que possussem objetivos comerciais e poderes
para levantar fundos nos mercados de capital privado.
Essa alterao permitiu muitos incentivos comerciais, antes aplicados
apenas em rmas privadas, o que colaborou para distanciar ainda mais do
Governo de Cingapura as Companhias Ligadas ao Governo (Government
Linked Companies GLCs), como era o caso da PSA. Os incentivos comerciais
permitiram reformas administrativas, j pensadas enquanto empresas pblicas,
porm com um foco mais comercial, e reformas que estabeleceram um ambiente
mais competitivo. Porm, o motivo principal da alterao societria da PSA foidar maior responsabilidade e autonomia nas decises acerca dos investimentos,
receita e despesa e estratgia comercial, que anteriormente cavam nas mos
do Governo de Cingapura.
Essa separao garantiu um nvel de negcio em que as GLCs no
tivessem nenhuma vantagem ou desvantagem competitiva em relao s
organizaes privadas que operam no mesmo mercado de risco.
Figura 3: Evoluo Comercial do Porto de CingapuraFonte: Apresentao de K. Raguraman
EVOLUO COMERCIAL DAS OPERAES DO TERMINAL PORTURIO
rgoGovernamental
Agncia PblicaAutnoma
Empresa Pblica(Sociedade Annima)
EmpresaPrivada
Governo
Nacional
Governo
Nacional +
Comercial
Governo
Comercial +
Nacional
Privado
Comercial
Conselho do Portode Cingapura
(SingaporeHarbourBoard)
Autoridade doPorto de Cingapura
(PSA) 1964 &Corporao da cidadede Jurong (JTC) 1965
Porto de Jurong
(Jurong Town Corp.)
Corporao PSA1 outubro de 1997
Autoridade Martima ePorturia (MPA)
2 janeiro de 1996
Jurong Port Pte Ltd1 janeiro de 2001
7/23/2019 Livro Julio Dias
36/140
36
JULIO CESAR DE SOUSA DIAS
CAPTULO 1 - AUTORIDADE DO PORTO DE CINGAPURA PSA (PORT OF SINGAPORE AUTHORITY)
Figura 4: Estrutura Organizacional da PSA aps se tornar corporao em 1997Fonte: Paper Historical Assessment of the Port of Singapore Authority and its
progression towards a High-Tech Port
1.2. Estrutura organizacional da Autoridade do
Porto de Cingapura
Desde a sua criao em 1964, o PSA tornou-se cada vez mais gil, exvel
e orientada ao cliente. O esquema abaixo mostra a evoluo da organizao da
empresa desde que se tornou uma corporao em 1997, tendo assumido estrutura
e operaes de uma empresa privada, porm com o governo de Cingapura
como nico acionista.
Essa nova estrutura permitiu PSA operar mais ecientemente como
uma organizao comercial. A criao dos Grupos de Negcios Estratgicos e
de Desenvolvimento Estratgico apresentou muitas vantagens. Cada diviso de
negcios independente, comercialmente exvel e tem grande controle sobre
seus custos, o que no era possvel enquanto o Governo de Cingapura estava
envolvido. Os dois grupos estratgicos da PSA esto discriminados a seguir:
Presidente(Conselho de Diretores)
GrupoPresidencial
Vice Grupo Presidencial (Negcios Internacionais)Vice Grupo Presidencial (Operaes do Terminal)
Grupo de Negcios
Estratgicos
Grupo de Desenvolvimento
Estratgico
DivisoLogistica
Terminal deconteiner
NegciosInternacionais
Diviso dePropriedades
Diviso deEngenharia
DivisoFinanceira
Diviso deRecursosHumanos
Diviso deTecnologia
da Informao
Diviso deDesenvolvimento
Corporativo
Auditoria interna
7/23/2019 Livro Julio Dias
37/140
37
GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA
CAPTULO 1 - AUTORIDADE DO PORTO DE CINGAPURA PSA (PORT OF SINGAPORE AUTHORITY)
A Grupo de Negcios Estratgicos, formado por:
1. Diviso de Terminal de Continer, que tem sido o forte do porto e
continua sendo o centro do negcio da PSA;
2. Diviso de Negcios Internacionais, formada em 1996, que tem sido o
brao internacional da PSA nas oportunidades de negcios no exterior.
3. Diviso de Logstica, novo foco de negcios da PSA, que buscou
e continua a perseguir projetos de negcios com corporaes
multinacionais envolvidas com servios e produtos de alto valor agregado.
B Grupo de Desenvolvimento Estratgico.
Este Grupo mantem a PSA mais focada no cliente, pelo melhoramento
contnuo da produtividade por meio do desenvolvimento dos recursos humanos
e uso inovador da tecnologia na gesto porturia. Este Grupo formado pela
Diviso de Servios Corporativos, Diviso de Engenharia, Diviso Financeira,
Diviso de Recursos Humanos, Diviso de Tecnologia da Informao e Diviso
de Propriedades.
Sob a Diviso de Negcios Internacionais funciona o Servio Porturioe Martimo Ltda, uma subsidiria totalmente controlada, que prov servios
especializados e tecnolgicos para os portos estrangeiros. Em 1972, esta empresa
realizou operaes de empurradores,ferrys, coleta de derramamento de leo,
coleta de resduos slidos e reparos e manuteno de navios. Depois, expandiu
seu papel para fornecer servios de consultoria de abrangncia porturia, martima
e de computao em Cingapura e nos outros pases. Em 1986, a empresa mudou
seu nome para Servios PAM Ltda. (PAM Services Ltd.).
Concomitantemente, criou-se a Servios de Engenharia e Consultoria
de Cingapura Ltda. (Singapore Engineering and Consultancy Services Ltda
SPECS) outra empresa da PSA com atuao regional. Em 1987, esta se
especializou em fornecer servios de consultoria de engenharia porturia
em Cingapura e tambm em outros pases ao redor do mundo. Passou a ser
denominada em 1990 como SPECS Consultoria Ltda (SPECS Consultants Ltd.). A
empresa continua atualmente compartilhando sua especialidade em projetos de
engenharia porturia e em construo e manuteno de portos com sua clientelainternacional, como a China e o Yemen. Por meio dessas duas organizaes, a
PSA tem como meta ser um dos maiores operadores-proprietrios da logstica
7/23/2019 Livro Julio Dias
38/140
38
JULIO CESAR DE SOUSA DIAS
CAPTULO 1 - AUTORIDADE DO PORTO DE CINGAPURA PSA (PORT OF SINGAPORE AUTHORITY)
mundial de porto e terminais de continer, dando suporte aos negcios logsticos,
mantendo uma longevidade de crescimento em termos lucrativos e de aumento
de projetos no exterior.
Essas empresas subsidirias provem servios porturios e conteineiros
ao redor do mundo, pois realizar a manuteno de operaes no estrangeiro
demanda uma enorme quantidade de recursos, e a PSA no est apta a cuidar
sozinha de toda essa operao, tanto no exterior como dentro de Cingapura. Como
resultado de todos esses acontecimentos, a PSA se ocupa da tomada de decises
da empresa, enquanto as subsidirias tomavam conta das operaes estrangeiras.
Chefe ExecutivoPrincipal
Assessoria de comunicao
Chefe ExecutivoOperacional
Diviso
Operacional
Diviso de
Engenharia
Diviso de
Tecnologia daInformao
Assessoria JurdicaComercial
Chefe ExecutivoFinanceiro
Contrataes eAquisies
TerminalMulti-Propsitos
Segurana dosTerminais
Distripark
Sade eSegurana
Diviso Financeira e deContabilidade
Diviso deRecursos
Humanos
Figura 5: Estrutura Organizacional da PSA nos Terminaisde Cingapura (Porto de Cingapura)
Fonte: PSA
No curso do desenvolvimento da estrutura da PSA, alguns servios
signicantes foram transferidos para as subsidirias, desde a navegao bsica
at sosticada engenharia e servios de tecnologia da informao. Com essa
transferncia, as empresas subsidirias infundiram novo conhecimento nasorganizaes dos outros pases, o que os permitiu projetar, implantar e administrar
o funcionamento dos terminais independentemente. Na realidade, devido a essa
7/23/2019 Livro Julio Dias
39/140
39
GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA
CAPTULO 1 - AUTORIDADE DO PORTO DE CINGAPURA PSA (PORT OF SINGAPORE AUTHORITY)
Figura 6: Estrutura organizacional de um terminal conteineiro oude um porto sugerida pela PSA
Fonte: PSA
transferncia, os clientes puderam aprender e realizar nos portos em que atuavam
o trabalho que a PSA vinha realizando no Porto de Cingapura, caracterizando-se
uma transferncia de conhecimento.
Com todo o conhecimento gerencial porturio adquirido ao longo dos
anos, a PSA Corporation sugere que um terminal conteineiro deve possuir
subordinado ao Administrador desse terminal, um Departamento de Operaes
e de Engenharia, de Recursos Humanos, Financeiro, Comercial e de Tecnologia
da Informao, o Departamento de Operaes e de Engenharia pode ser um
s ou estar separado, um de Engenharia e outro de Operaes, porm, to
integrados que funcionariam como um s, devido extrema proximidade e
impacto de suas aes.O organograma a seguir apresenta a estrutura organizacional ideal,
sugerida pela PSA, com as funes de cada rea da administrao.
- Despesa- Receita- Financeiro- Pagamentos- Ativos
- Atracao- Logstica- Operao deCarregamento/Descarregamento- Planejamentode Estiva- Planejamentode Ptio- Estao de Carga deContiner 2 (CFS)
- Planejamento eProjeto- Manuteno deEquipamentoPorturio- Manuteno deInfraestrutura- Compras eAquisies
- Recrutamento- Treinamento- Sade eSegurana- Pagamento dePessoal- Bem-estarPessoal- ResponsabilidadeSocial
- Desenvolvimentocomercial- Pesquisa deMercado- Desenvolvimentode Negcios
- Desenvolvimentode Programas- Suporte deSistemas- Sistemas eSuporte ao Cliente
Departamentode Operaes
Departamentode En genharia
Departamentode RH
DepartamentoFinanceiro
DepartamentoComercial
Departamentode TI
Administrador do Terminal
7/23/2019 Livro Julio Dias
40/140
40
UIR CAVALCANTE OLIVEIRA
Fonte:Julio/PSA/2007.
7/23/2019 Livro Julio Dias
41/140
41
GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA
O PORTO DE CINGAPURA
Em 2011, os terminais conteineiros de Cingapura movimentaram 29,37
milhes de TEUs, correspondendo a 530,5 milhes de toneladas de cargastransportadas, enquanto que os terminais fora de Cingapura pertencentes PSA
Internacional Private Limitedmovimentaram 27,72 milhes de TEUs, somando
uma movimentao global do Grupo PSA de 57,09 milhes de TEUs, alcanando
a movimentao de 156 mil contineres diariamente por todo o Grupo PSA. Este
valor corresponde a uma queda de 8,9% em relao ao ano de 2010, por fora das
crises que esto ocorrendo nos pases europeus e nos Estados Unidos, alm do
terremoto que abalou o Japo.
Porm, relativo aos terminais de Cingapura, houve um crescimento de 9,71%
na movimentao em relao ao ano anterior.
No ano de 2010, a movimentao do grupo PSA foi recorde mundial,
alcanando 65,12 milhes de TEUs, tendo os terminais de Cingapura realizado
cerca de 1/5 do transbordo mundial de contineres e movimentado quase a metade
do total de transbordo conteineiro no mundo. Nos terminais do Porto de Cingapura
80% da movimentao de continer transbordo.
Captulo 2
7/23/2019 Livro Julio Dias
42/140
42
JULIO CESAR DE SOUSA DIAS
CAPTULO 2 - O PORTO DE CINGAPURA
TEU(milhes)
Terminais de Cingapura
Total do Grupo PSA Corporation no mundo
No ano de 2009, o Porto de Cingapura foi considerado o porto conteineiro
mais movimentado do mundo pela sexta vez consecutiva. Em 2010 e 2011, o
porto cou atrs apenas do Porto de Changai, China. A ttulo de exemplo, a cada
2 ou 3 minutos um navio chega ou parte do Porto de Cingapura.
Alm disso, o porto considerado o melhor em conectividade, possuindo
600 destinos para 123 pases ao redor do mundo, Cingapura os interliga por meio
de 200 linhas (conectividade mdia de 3 destinos/linha), com sadas dirias para
os maiores portos do mundo. Comparativamente, o Porto de Anturpia, maior emnmero de destinos atualmente, possui 800 destinos interligando-os por meio de
300 linhas (conectividade mdia de 2,67 destinos/linha).
Grco 1: Evoluo da movimentao de continer daPSA no mundo e no Porto de Cingapura
Fonte: PSA
7/23/2019 Livro Julio Dias
43/140
43
GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA
CAPTULO 2 - O PORTO DE CINGAPURA
Em torno de 150 mil navios fazem escala em Cingapura anualmente,
representando, 2,12 bilhes de Tonelagem Porte Brutoque passaram no porto
em 2011, fornecendo 43,2 milhes de toneladas de combustvel no abastecimento
de navios, sendo considerado o centro mundial de fornecimento de bunker,combustvel de navios.
Isso possvel devido aotranshipment, ou seja, transbordo, atividade de
transferncia de contineres ou carga geral ou a granel de um navio ou veculo
para outro dentro do porto, atividade esta realizada com excelncia pelo Porto
de Cingapura. Devido sua localizao estratgica, que absorve a corrente
comercial martima norte-sul e leste-oeste do Oceano Pacco e do Oceano
ndico, acentuando-se a utilizao do porto com a abertura do Canal de Suez,
alm da cultura comercial adquirida desde a fundao do pas por mercadores
chineses, britnicos, portugueses e indianos, o porto aprimorou durante todos
esses anos seu servio de transbordo com tamanha ecincia e eccia, que
hoje ele umhubportinternacional exemplar.
Figura 7: Ligaes de Cingapura com os pasesmais importantes do mundo comercialmente.
Fonte: PSA
7/23/2019 Livro Julio Dias
44/140
44
JULIO CESAR DE SOUSA DIAS
CAPTULO 2 - O PORTO DE CINGAPURA
Para maiores detalhes sobre os terminais da PSA ao redor do mundo,
veja o Anexo 1.
2.1. Verdadeiro Hubport Internacional
Para se entender melhor como o Porto de Cingapura alcanou este status,
devemos adentrar na questo comercial do transporte.
O arranjo tpico de comercializao Produtor-Armazenagem-Embarque-
Armazenagem-Consumidor.
No modelo de Gesto de Transbordo Avanado (Advanced Transhipment
Management ATM), utilizado pela PSA, no h na cadeia comercial a armazenagem
fsica, ocorrendo o seguinte arranjo: Produtor - Embarque - Armazenagem Virtual -
Consumidor. Armazenagem virtual consiste no produto car estocado no continer
no ptio do terminal porturio aguardando sua compra ou expedio e no em
armazns comuns na cidade ou no prprio porto. Neste modelo ocorre um menortempo de chegada do produto ao mercado e menores custos de conservao de
bens e de transporte, minimizando os danos no manuseio do produto.
Figura 8: Projetos ao redor do mundo e sua movimentaoFonte: PSA Internacional (http://www.internationalpsa.com/home/default.html)
[acessada em janeiro/2012]
7/23/2019 Livro Julio Dias
45/140
45
GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA
CAPTULO 2 - O PORTO DE CINGAPURA
Com a utilizao do transbordo e do ATM, a PSA busca prestar o servio
de Concentrador Avanado (Forward Hubbing). Esse servio permite que os
produtos sejam vendidos na gua (selling on waters), no aguardando o produto
ser vendido primeiramente para depois ser embarcado, diminuindo-se o tempo
para entrega e o custo de manuteno do bem e armazenagem na origem.
O produto que no for vendido durante o trajeto ca estocado nos
terminais da PSA, at a conrmao de novas encomendas, o que diminui o
tempo de entrega, tendo em vista que a PSA localiza-se mais perto dos mercados
consumidores, isto relacionado aos mercados Intra-Asiticos, Trans-Paccos e
ndico.
Figura 9: Localizao estratgica e correntes comerciaisque o Porto de Cingapura absorve
Fonte: PSA
A Figura 10 abaixo demonstra os tipos de cadeias de transporte.
Primeiramente, a que se d diretamente entre os fornecedores e os compradores
(atacadistas/revendedores) das cargas. Este tipo de cadeia no muito usual no
comrcio exterior, mas comum em mbito nacional. O segundo uxo representa
o transporte realizado por meio de portos martimos ou uviais, ou ainda por
terminais porturios de uso privativo, a cadeia mais utilizada hoje em nossopas. O terceiro e ltimo o estado da arte do comrcio martimo internacional,
realizado por meio de um porto concentrador.
7/23/2019 Livro Julio Dias
46/140
46
JULIO CESAR DE SOUSA DIAS
CAPTULO 2 - O PORTO DE CINGAPURA
EXEMPLOS DE CADEIA DE TRANSPORTE
Terrestre
Martimo
Fornecedor
Fornecedor Porto
Porto
HUB
Porto
Porto
AtacadistaRevendedor
AtacadistaRevendedor
Fornecedor
Atacadista / Revendedor
No Brasil, dever-se-ia denir politicamente e tecnicamente quais portos
so potenciais concentradores nacionais e internacionais, o que facilitaria o
direcionamento de investimentos pblicos em sua infraestrutura, estabelecendo-
se prioridades e o papel dos portos numa intermodalidade logstica aperfeioada,
administrando corretamente tambm os investimentos na infraestrutura terrestre.
Como o transbordo fez de Cingapura um dos maiores portos de continer
do mundo? Tomemos como exemplo a questo aeroporturia: por que as pessoasvo para So Paulo - Guarulhos para pegar um vo para Londres? Por que no
voam diretamente de sua cidade de origem? Talvez porque o lugar de origem
Figura 10: Tipos de Cadeia de TransporteFonte: Dias, (2012), adaptado de Raguraman. 2008
No Brasil, o Porto de Santos, Porto de Suape, Porto de Pecm, Porto
do Itaqui e o Porto de Sepetiba poderiam ser portos concentradores nacionais,
caso a cabotagem fosse fortalecida, podendo alguns desses, no futuro, serem
portos concentradores internacionais. Para tanto, deve-se avaliar qual porto
profundo e abrigado naturalmente, se tem proximidade com as rotas martimas
internacionais e com os grandes centros produtores e comerciais nacionais,
bom acesso aquavirio e terrestre. O Porto de Cingapura o exemplo perfeito
de um porto concentrador internacional nato e pleno, isto favorecido tambm
pelo tamanho do pas.
7/23/2019 Livro Julio Dias
47/140
47
GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA
CAPTULO 2 - O PORTO DE CINGAPURA
Figura 11: Exemplo da malha de conectividade entre portos sem transbordoFonte: PSA
da viagem no possua vos diretos para o destino que se prope ou porque os
vos correspondentes s ocorram uma vez por semana. A mesma coisa ocorre
com Cingapura na questo porturia. Os navios que fazem uma linha Japo-Brasil
deveriam esperar um perodo maior para carreg-los para apenas um destino,
alm do que, a viagem em si demoraria outro perodo talvez ainda maior. Mas
se algum quiser mandar produtos para o Brasil, no precisa esperar completar
um navio s para este m, nem sequer um continer necessrio preencher,
manda por meio de outro que vai para o Porto de Cingapura, onde encontrar
outros navios ou cargas conteinerizadas com destino ao Brasil ou a outros pases
que posteriormente iro para o Brasil, dando maior exibilidade e aumento de
opes no trato comercial.A gura abaixo representa o que o transbordo traz como benefcio para o
comrcio internacional: diminuio de quantidades de linhas, com isso, diminuio
do nmero de navios, e aumento de opes para transaes comerciais.
7/23/2019 Livro Julio Dias
48/140
48
JULIO CESAR DE SOUSA DIAS
CAPTULO 2 - O PORTO DE CINGAPURA
Sem transbordo, se cada navio se conectasse com todos os portos, a
quantidade de jornadas necessrias seria como apresentado acima.
Com o transbordo em Cingapura, diminui-se drasticamente o nmerode jornadas, mantendo-se a conectividade, com uma maior frequncia e menor
quantidade de navios, ou seja, torna mais rpido e eciente o comrcio martimo.
Figura 12: Exemplo da malha de conectividade com um porto de transbordoFonte: PSA
7/23/2019 Livro Julio Dias
49/140
49
GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA
CAPTULO 2 - O PORTO DE CINGAPURA
800
700
600
500
400
300
200
100
01985 1990 1995 2000 2005 2008
Transshipment
Empties
Full
45.0
17.8
70.2118.7
26.8
31.2
186.4
316.3
415.450.2
82.7
109.1
59.2
109.1
148.6
Grco 2: Desenvolvimento da movimentao de continer no mundo (milhes)Fonte: Hosfra University
2.2. Servios prestados pela Autoridade do Porto de Cingapura
A PSA tem excelncia na prestao de Servios de Continer:
armazenagem, transbordo e movimentao. Porm, para que estes sejam
prestados adequadamente, necessrio saber o papel e o signicado de um porto
no transporte martimo e se ter bem denido a misso do porto e os princpios
pelos quais esta misso ser alcanada, que termina sendo to importante
quanto a prpria misso.
A Autoridade do Porto de Cingapura estabeleceu como misso ser o
porto de escala mundial, conhecido pela melhor prestao de servio e sucesso
em parcerias. Para alcance dessa misso, a PSA tem por princpios estar
comprometida com a excelncia, ajustando as normas para contnuo melhoramento
dos resultados e inovando em todos os aspectos do negcio porturio; dedicada
aos usurios, buscando antecipar e conhecer suas necessidades; focada nas
pessoas, agindo com respeito, nutrindo e suportando um ao outro; integrada
globalmente, construindo sua fora globalmente abraando a diversidade eoptimizando suas operaes.
7/23/2019 Livro Julio Dias
50/140
50
JULIO CESAR DE SOUSA DIAS
CAPTULO 2 - O PORTO DE CINGAPURA
Para saber o papel e o signicado de um porto basta falar o seu nome
e todos raciocinam: comrcio, importao e exportao. Basicamente isto
que um porto faz, um facilitador do comrcio, um prestador de servio, onde
possvel a intermodalidade de transportes associada magnitude de cargas
movimentadas. No Brasil, em torno de 95% do comrcio exterior realizado por
meio dos portos. Nos outros pases e em Cingapura no diferente.
Porm para se denir melhor este papel, deve-se identicar quais os
usurios ou clientes do porto e suas expectativas. Em larga escala, trs clientes
ou comunidades podem ser identicados: a Comunidade Martima (Carrier
Community),Transportadores (Haulier and Logistic Community)e os Exportadores
e Importadores (Shipper Community).A Comunidade Martima composta pelos Armadores, Rebocadores,
Praticagem e Fornecedores de Combustvel de navio. Os Transportadores
abrangem os Transportadores Terrestres, os Agentes de Transporte e os demais
Operadores dos modais de transporte em geral. Os Exportadores e Importadores
abrangem os Donos das cargas, os Consignatrios e os Distribuidores das cargas.
importante denir tambm quais os rgos Governamentais que atuam
no porto, no caso de Cingapura, a Agncia Reguladora, chamada Autoridade
Martima e Porturia (Maritime and Port Authority MPA), as AutoridadesAduaneira, Sanitria e de Sade, de Imigrao e Vistoria.
Em Cingapura foram identicadas as expectativas dos clientes por
segmento: a Comunidade Martima requer atracao imediata na chegada,
rpido tempo de resposta para o incio da operao, alta taxa de carregamento
e descarregamento do navio, transmisso de dados remota e monitoramento em
tempo real; os transportadores esperam eciente processo de entrada no porto,
transmisso de dados sem o e monitoramento em tempo real; os exportadores
e importadores desejam baixo tempo de trnsito e transporte, fretes baixos e alta
conectividade com mercados.
Segundo os transportadores martimos, a qualidade dos servios
conteineiros denida como: alta taxa de produtividade (do navio e total do
portiner); servios de alta conabilidade; sem perda ou dano aos contineres;
ampla variedade de servios; exibilidade dos servios.
A PSA identica como caractersticas de um servio a intangibilidade,
a indivisibilidade e no armazenagem. Em termos de servio porturio, algumasperguntas devem ser levantadas para vericar a viabilidade de um porto:
7/23/2019 Livro Julio Dias
51/140
51
GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA
CAPTULO 2 - O PORTO DE CINGAPURA
A demanda por servios porturios derivam da demanda por atividades
do comrcio?
Um porto deve se alto sustentar?
Um porto no consegue manter seus servios a 100%?
Num nvel macro, para um porto sobreviver, alguns fatores so
necessrios, especialmente: a existncia de uma hinterlndia, aAtividades
econmicas em pleno vigor (economia aquecida); boa infraestrutura; efetivo
suporte de rede (segurana da TI); eciente processo de trabalho (burocracia);
eciente uso dos recursos; capacidade e vontade das pessoas envolvidas.
Para se atingir alguns desses quesitos necessrio considerar os
seguintes aspectos: manter a mo-de-obra em baixa quantidade, capacitando-a
para multi-tarefa e com emprego de novos mtodos de trabalho; estrutura
administrativa horizontalizada; estabelecer a rea de operaes e de engenharia
num mesmo departamento, em grande proximidade; operao 24h/dia, 7 dias/
semana; colocar as pessoas certas no comando; praticar a rotao de funes.
Em sntese, segundo a PSA, para se ter um bom porto e, num sentido
mais amplo, para se ter um bom empreendimento, deve-se possuir os 4Ms:
Manejo (Gesto Management);
Mo-de-obra (Men);
Mquinas (Equipamentos Machines);
Mtodos (Sistema, Processo Methods).
2.2.1. Zona de Livre Comrcio Free Trade Zone (FTZ)
Uma questo crucial para que o transbordo tivesse logro e alavancasse o
Porto de Cingapura como um Porto Concentrador Internacional foi a sensibilidade
e valorizao do Governo de Cingapura ao comrcio martimo, proporcionando a
reduo dos impostos sobre os produtos de transbordo, o que permitiu a criao
de uma Zona de Livre Comrcio (FTZ)no porto.
7/23/2019 Livro Julio Dias
52/140
52
JULIO CESAR DE SOUSA DIAS
CAPTULO 2 - O PORTO DE CINGAPURA
As vantagens derivadas do uso de uma Zona de Livre Comrcio so:
i. Taxas no incidem sobre os produtos enquanto permanecem estocados
na FTZ. Existem apenas algumas documentaes aduaneiras e outras
formalidades quando os produtos tributveis vo sair da FTZ;
ii. Produtos na FTZ podem ser destrudos, exibidos ou transferidos para
outras zonas;
iii. Usurios na FTZ tem permisso de armazenar e separar em volumes
seus produtos sem formalidades aduaneiras ou pagamento de taxas, a
no ser que estes produtos tenham a nalidade de entrar em territrio
aduaneiro;iv. O armazenamento de produtos importados na FTZ sem pagamento
de taxas aduaneiras ou de fornecimento de segurana, evitando assim a
vinculao com o capital de giro;
v. Produtos sujeitos s restries quantitativas de importao podem ser
armazenados na FTZ quando so para reexportao;
vi. Amostras de produtos para propsitos de classicao e tributao
podem ser retiradas na FTZ antes de serem levadas para territrio
alfandegado;vii. Comerciantes no so sujeitos a limitao de tempo na armazenagem
de seus produtos dentro da FTZ. Eles podem esperar por condies mais
favorveis do mercado para reexportar ou trazer seus produtos para a
rea alfandegada.
2.2.2. Tecnologia da Informao no negcio porturio
Observa-se que a Tecnologia da Informao (TI) uma formidvel
ferramenta para suprir as expectativas dos usurios do porto. Tendo em vista isso,
a PSA investiu fortemente em TI e criou um conjunto de produtos que formam
a coluna vertebral de sua Soluo Colaborativa da Comunidade Porturia
(Collaborative Port Community Solution - CPCS). Esta a primeira soluo
Negcio por Negcio (Business to Business B2B) de uma comunidade
porturia de amplitude nacional, o que transformou a indstria de uma plataforma
comum multi-grupo para uma comunidade porturia proativa e colaboradora.
7/23/2019 Livro Julio Dias
53/140
53
GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA
CAPTULO 2 - O PORTO DE CINGAPURA
Figura 13: Unicao do Sistema PorturioFonte: http://www.por tnet.com/products.html [acesso em 14/7/2009]
Com a unificao dos processos por meio da CPCS, criou-se um
ambiente que optimiza os recursos com a sincronizao de diversas atividades
e informaes do negcio porturio.
Sabe-se que o Transporte Martimo a nvel mundial um processo
complexo que envolve uma intensa interao e coordenao entre todos os
usurios do porto e o porto em si. Atravs de um uxo de informaes, o grupo
PSA simplicou a coordenao multitarefa e multigrupo, o que permitiu cruzar
os vrios agentes e usurios que atuam no porto tornando todo o processo
optimizado e integrado.
A Comunidade dos Exportadores/Importadores enviam uma Ordem
de Remessa Eletrnica, chamada Shipping Order, por meio do programa
CARGOD2Dpara a Transportadora Martima (Agente Martimo) ou os Armadores.
Esta ordem tambm encaminhada ao Transportador Terrestre, Trucking
Order, pelo Sistema da Comunidade de Transporte (Haulier Community System).
Atravs do que chamam de Mecanismo de Optimizao de Frete de Transporte(Haulier Fleet Optimisation Engine), selecionado o melhor caminho e motorista
necessrios para a operao. Ao mesmo tempo, a informao mandada
TRANSPORTADOR & LOGSTICA- Transportadores Terrestres- Agentes de transporte
- Operadores de logstica IntermodalAreo e Martimo
RGOS GOVERNAMENTAIS- Agncia Reguladora (MPA)- Autoridade Aduaneira- Autoridade Sanitria e de Sade- Autoridade de Imigrao e Vistoria
COMUNIDADE MARTIMA- Armadores- Rebocadores
- Praticagem- Fornecedores deCombustvel de navio
EXPORTADORES/IMPORTADORES- Dono de carga- Consignatrios- Distribuidores
7/23/2019 Livro Julio Dias
54/140
54
JULIO CESAR DE SOUSA DIAS
CAPTULO 2 - O PORTO DE CINGAPURA
eletronicamente para o PORTNETcom instrues para a movimentao
porturia.
O PORTNET agrega todos os dados eletrnicos de movimentao
de continer e de navios que passam pelos Terminais da PSA em Cingapura,
consolidando e sincronizando inteligentemente as transaes e informaes de
todos os atores do processo logstico para uma eciente e convel cadeia de
fornecimento.
As funcionalidades do PORTNET incluem a solicitao de servios,
expedio de documentos, consulta e monitoramento dos navios e contineres,
e o faturamento. O ordenamento de servios abrange o requerimento de bero
de atracao pelo armador, segundo o seu cronograma de chegada no porto, e apraticagem de rebocadores e empurradores. O gerenciamento de documentao
pelo sistema engloba a ordem de entrega e nota de embarque, manifesto de carga,
ordem de armazenagem e liberao, plano de abertura e instrues de estiva.
O PORTNET permite a consulta e monitoramento dos navios e
contineres movimentados em todos os terminais do Porto de Cingapura,
mostrando o cronograma de atracao de navio, a localizao e estado do
continer e do navio, as temperaturas dos contineres refrigerados, dentre
outras funes.O faturamento engloba o intercmbio eletrnico de EDI nanceiro (FEDI)
dos faturamentos porturios, os encargos e faturamentos de PORTONET online.
Alm disso, o sistema alimenta e recebe informaes de sistemas externos de
autoridades governamentais e porturias (para liberar operao, declarao de
carga perigosa e liberao aduaneira de carga) e sistemas dos usurios do Porto.
Outros participantes do processo recebem ou transmitem mensagens
comerciais estruturadas e apresentam permisses (aviso de entrada e de sada
e permisses de transbordo, por exemplo) e declaraes, como as declaraes
de embarque online, por meio do TRADENET. Antes que os contineres sejam
carregados, o Armador garante o melhor navio em termos de conectividade e
aloca o melhor espao nesse navio em termos de carregamento/descarregamento
e estabilidade, tudo por meio do EZShip eALLIES .O PORTNET e o
TRADENETso sistemas de apurao de documentos.
A respeito da entrada e sada de contineres do porto (Lift On Lift Off -
LOLO), a PSA possui o Sistema de Fluidez de Passagem no Porto (Flow-ThroughGate System), o qual permite a passagem rpida pelo porto com autopaginao,
ou seja, reconhecimento do caminho e do continer por meio de cmeras de
7/23/2019 Livro Julio Dias
55/140
55
GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA
CAPTULO 2 - O PORTO DE CINGAPURA
vdeo colocadas em lugares estratgicos no porto. Isto possvel porque este
sistema possui um subsistema de reconhecimento do nmero do continer,
chamado Sistema de Reconhecimento do Nmero do Continer (CNRS).
Alm disso, com a total automao e o no uso de documentos na liberao
dos motoristas (sistema real de porto sem papel), so necessrios apenas 25
segundos no processamento total, entrada/pega ou entrega do continer/sada.
Devido a este sistema, passam pelo porto uma mdia 700 caminhes
por hora e nos perodos de grande movimento e at 8 mil caminhes por dia.
O processo de Fluidez de Passagem inicia com a pesagem do caminho
pela balana eletrnica no porto e o motorista (previamente cadastrado) passa
seu carto de identicao no leitor e recebe um nmero de identicao. Comisso, um sinal automaticamente recebido pelo transponder localizado na cabine
do caminho e o nmero do continer capturado pelo CNRS atravs do sistema
CFTV do porto. O peso do caminho, a identicao do motorista, do caminho
e o nmero do continer so conferidos no manifesto (submetido com 36 horas
de antecedncia) e liberados. Por m, o sistema de paginao automtica diz ao
motorista a posio exata no ptio onde o continer dever ser empilhado ou
resgatado.
Para proporcionar uma viso holstica de todo o processo, TRAVIS,uma ferramenta de gesto e informao de negcios, rene e apresenta as
necessidades organizacionais e todo conhecimento negocial por meio de
relatrios com detalhes sobre o transbordo de cargas, movimentao, tempo
de permanncia e desempenho do navio.
PORTNET Mobilepermite aos usurios acesso s informaes e
interao em tempo real com toda a Comunidade Porturia a qualquer hora,
em qualquer lugar, atravs de qualquer dispositivo mvel. Essas informaes
disponveis em tempo real incluem o estado do continer e sua posio atual que
podem ser encaminhadas para um dispositivo mvel do cliente automaticamente,
ou, fornecidas quando solicitadas por esse, conforme denio dada pelo usurio
anteriormente. Isto permite um planejamento mais eciente dos recursos e presta
um melhor servio ao cliente na movimentao da carga.
7/23/2019 Livro Julio Dias
56/140
56
JULIO CESAR DE SOUSA DIAS
CAPTULO 2 - O PORTO DE CINGAPURA
Figura 14: Porto de entrada do Porto de Cingapura
Alm desses sistemas, existem o Sistema de Informao de Trfego de Navio(Vessel Trafc Information System VTIS),que integra os seguintes componentes:
radares do porto, sistema de gerenciamento de ancoragem, GPS, carta nutica
eletrnica, modelagem do espao martimo (batimetria). Para o uso da praticagem e
dos rebocadores/empurradores, existe o sistema CIMOS (Computerized Integrated
Marine Operations System), Sistema Integrado de Operaes Martimas, que
estabelece o cronograma para a realizao das manobras necessrias para atrao
e desatracao dos navios, sem que haja perda excessiva de tempo.
Todas as informaes desses sistemas so compiladas no Sistema
Integrado de Operao do Terminal (Computerized Integrated Terminal Operations
System CITOS).
O CITOS um Sistema Integrado de Gesto Empresarial10 (Enterprise
Resource Planning)especializado no comando e controle de informaes e recursos
para os terminais de continer. Controla todas as atividades, desde a movimentao
de veculos, motoristas de caminhes, transtineres e guindastes de ptio,
portineres, contineres, pilotos de equipamentos e de veculos, monitoramento
dos contineres refrigerados, alocao de recursos e entrada e sada nos portes.
Esse sistema realiza a optimizao de algoritmos, por meio do Sistema de
Planejamento, aperfeioando a denio de regras e operaes para obteno do
melhor resultado possvel nas atividades porturias ou na soluo de problemas.
Acompanha em tempo real essas atividades por meio de transmisso de dados
via wirelesstrocados com o Sistema Central de Controle (Sala de Controle Central),
alm de planejar e dirigir toda operao de movimentao de continer, por meio
do Sistema de Operaes.
7/23/2019 Livro Julio Dias
57/140
57
GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA
CAPTULO 2 - O PORTO DE CINGAPURA
O planejamento comea 72 horas antes do navio chegar, quando o armador
solicita um bero e encaminha instrues para estiva e instrues de conexes
PSA atravs do PORTNET.
Praticagem eRebocagem
PORTNET
PORTNETPlataformaeletrnicas
de negciosda PSA
Sistemas de Gesto eEngenharia
Sistemas de RecursosHumanos
Sistemas de Finanas ede Faturamento
Sistemas de Gestode Informao
CITOSSistema deERP daPSA
Planejamentode Porto
Planejamentode Bero
Planejamentode Ptio
Planejamento deArmazenagem
Planejamentode Recursos
Expedidores
Fornecedoresdos navios
Abastecedores
Amadores Amadores Amadores Amadores
Caminhoneiros
Transportadores
Distribuidores
Operaes doPorto
Operaesentre terminais
Operaesde veculos
Operaesde Bero
Operaesde Ptio
Centro Controle
Operaes deGuindaste Remoto
MARINET
TRADENET
Figura 15: Esquema de integrao dos Sistemas PORTNET e CITOS com os demaissistemas utilizados no Porto de Cingapura
Fonte: PSA
Uma vez atracado, os portineres descarregam os contineres destinados
a outros portos e carregam os advindos de outros navios. Os veculos que
carregam os contineres (Prime Movers)so controlados individualmente via
GPS e distribudos dinamicamente entre os navios.
Os Prime Movers se posicionam na rea de espera de continer no
ptio, onde os transtineres iam os contineres dos veculos e os empilham
no ptio. A sequncia reversa ocorre quando a entrega se faz do ptio para umnavio em conexo.
7/23/2019 Livro Julio Dias
58/140
58
JULIO CESAR DE SOUSA DIAS
CAPTULO 2 - O PORTO DE CINGAPURA
Os contineres no so empilhados de forma aleatria. Quando
a informao introduzida no sistema por meio do PORTNET, o CITOS
automaticamente gera os planos de estiva e de programao de ptio, baseados
nos seguintes aspectos:
estabilidade do navio (para o planejamento de estiva);
peso do continer;
destino do continer;
tamanho;
necessidades especiais (tais como, contineres refrigerados, de carga
perigosa, de cargas fora-de-medida e de escala rpida).
Isso tudo permite maximizar o uso dos espaos terrestres e optimizar sua
recuperao, rastrear a localizao de cada continer e maximizar a produtividade
dos recursos por meio de planejamento futuro.
Para este planejamento utiliza-se o Sistema de Planejamento que se
subdivide nos Sistemas de Planejamento e Monitoramento de Bero (Berth
Planning & Monitoring System BPMS), de Planejamento de Ptio (Yard Planning
Systems YPS), de Planejamento de Navio(Vessel Planning Systems VPS)e node Gerenciamento de Recursos (Resource Management System RMS).
O Sistema Central de Controle consiste dos Sistemas de Controle,
Operao e Monitoramento do Navio(Vessel Operations, Monitoring & Control
System VOMC), de Controle, Operao e Monitoramento de Ptio (Yard
Operations, Monitoring & Control System YOMC)e de Anlise do Plano de
Navio (Vessel Plan Analyzer VPA).
O Sistema de Operaes composto por um Sistema de Operao de
Embarque (Ship Operations System SOS), Sistema de Operao de Ptio (Yard
Operations System YOS), Sistema de Consolidao de Ptio (Yard Consolidation
System YCS),Sistema de Gesto de Espao de Ptio(Yard Space Manager
YSM), Sistema de Rastreamento do Veculo Carregador (Prime Movers tracking
System PMTS), Sistema de Fluidez de Passagem no Porto (Flow-Through Gate
System)e demais interfaces dos equipamentos de operao, como portineres,
transtineres e veculos.
Em suma, o CARGOD2D utilizado para as operaes de remessae embarque de mercadorias, o CITOS e CIMOS para as operaes dos
terminais, o Sistema da Comunidade de Transporte (Haulier Comunity System)
7/23/2019 Livro Julio Dias
59/140
59
GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA
CAPTULO 2 - O PORTO DE CINGAPURA
para as operaes intermodais e os sistemas EZShip, ALLIES eTRAVISpara
as operaes de carregamento/descarregamento e navegao do navio, sendo o
PORTNETo gerenciador e agregador de todas as informaes desses sistemas.
O PORTNET a primeira soluo no negcio porturio de amplitude
nacional que habilita todos os atores que participam do comrcio martimo e
porturio a gerir com facilidade a complexa operao de carga e todo o processo
de transporte martimo. Em 2007, uma pesquisa do Banco Mundial citou o
sistema como um fator-chave para o sucesso do Porto de Cingapura, pelo papel
simplicador e integrador do complexo processo que envolve a movimentao
e monitoramento da carga em todo o mundo.
O aprimoramento dado pela TI possibilitou PSA atender, em apenas umdia, mais de 60 navios e movimentar mais de 70 mil TEUs, com uma troca de 2
milhes de mensagens nesse mesmo perodo. A PORTNETgera notveis 130
milhes de transaes anualmente.
Com essas solues, a PSA fortaleceu a atuao de toda a Comunidade
Porturia e a capacitou com um conjunto de servios inovadores, agregando valor
s suas operaes de navio e de movimentao de contineres. Esta comunidade
pde dar enorme salto na economia de custos e na ecincia operacional, com um
aumento superior a 50% na eccia da utilizao dos recursos. No seu conjunto,a economia global da indstria est estimada para mais $ 100 milhes de dlares
americanos, num perodo de trs anos.
2.2.3. Servios diferenciados de continer
Alm dos servios normais de continer, a PSA criou o Departamento
de Servios de Continer (Container Services Department)com a nalidade de
fomentar a prestao de um servio diferenciado e personalizado, aprimorando
o manuseio de cargas especializadas, como carga perigosa e refrigerada, de
forma peculiar, eciente e convel.
Este Departamento oferece os seguintes servios:
Refrigerao (ReeferCare): dispe de 24 horas de apoio tcnico para
garantir o bom funcionamento dos contineres refrigerados (frigorcos) epara acompanhar regularmente as temperaturas, garantindo a integridade
da carga. Possui 5 mil pontos de refrigerao (tomadas). Dispe ainda de
7/23/2019 Livro Julio Dias
60/140
60
JULIO CESAR DE SOUSA DIAS
CAPTULO 2 - O PORTO DE CINGAPURA
servios de manuteno e reparo, incluindo o fornecimento de peas e
servios. Um diferencial neste servio a atmosfera controlada, no qual
o Sistema de Monitoramento de Refrigerao Computadorizada controla
a temperatura dos produtos continerizados conforme solicitao ou
especicao do cliente;
Carga Perigosa (ChemCare): inclui a classicao e o monitoramento
das cargas perigosas (Dangerous-Goods), anlise quantitativa dos riscos
e outros servios como fumigao11, armazenamento de carga perigosa,
classicao e segregao de contineres de carga perigosa;
Cuidado com a carga (BoxCare): disponibilidade de cuidados com as
cargas no porto (Ondock facilities), alm de toda uma gama de servios decontiner, desde armazenagem, inspeo pr-viagem (Pre-trip inspection
- PTI)para frigorcos, vistoria de continer (raio-X de continer), reparo
e lavagem.
Em sntese, todo este rol de servios disponibilizado pela PSA traz
como benefcios:
amplo acesso aos mercados, acarretando maior possibilidade deescolha dos transportadores;
operao ininterrupta e conabilidade do servio;
customizao dos servios;
informaes em tempo real;
transaes porturias convenientes(Point N Click).
Estes benefcios, por sua fez, reduzem tempo e custo para os
transportadores e consumidores nais.
7/23/2019 Livro Julio Dias
61/140
7/23/2019 Livro Julio Dias
62/140
62
UIR CAVALCANTE OLIVEIRA
Fonte:Ju
lio/PSA/2007.
7/23/2019 Livro Julio Dias
63/140
63
GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA
TERMINAIS DO PORTO DE CINGAPURA
Cingapura um pas-cidade, situado em uma ilha ao sul da pennsula
malasiana, com 710,2 km2, e populao aproximada de 5 milhes de pessoas.Para ns de comparao a ilha de Cingapura equivalente ilha de Upaon-Au
(Ilha Grande, em Tupi-Guarani), onde se encontra a cidade de So Lus, capital
do Maranho, cuja rea de 905 km2, ainda maior que a ilha de Cingapura.
Captulo 3
Figura 16: Comparao da ilha da Cidade de So Lus com a ilha de Cingapura
7/23/2019 Livro Julio Dias
64/140
64
JULIO CESAR DE SOUSA DIAS
CAPTULO 3 - TERMINAIS DO PORTO DE CINGAPURA
Apesar de pequena e de sua alta densidade populacional, a ilha de
Cingapura abriga um dos maiores portos do mundo, composto de 7 terminais:
4 terminais conteineiros: Tanjong Pagar, Keppel, Brani ePasir Pajang;
3 terminais de mltiplo-uso: Pasir Pajang, Sembawang eJurong.
Todos os terminais so administrados pela PSA Corporation, exceto o
terminal de Jurong, que administrado por uma empresa privada, Porto Privado
de JurongLtda (Jurong Port Pte Ltd).
3.1. Terminais conteineiros de Cingapura
A PSA opera 4 terminais conteineiros em Cingapura de forma to
integrada e contnua que funcionam como apenas 1 terminal, tornando-se um
dos maiores complexos porturios de continer do mundo.
Figura 17: Terminais do Porto de Cingapura
7/23/2019 Livro Julio Dias
65/140
65
GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA
CAPTULO 3 - TERMINAIS DO PORTO DE CINGAPURA
O seu mais novo terminal, Pasir Pajang Terminal (PPT), pode movimentar
enormes conteineiros com capacidade de 13.000 TEUs, como o caso do Emma
Marski,ou outros ainda maiores, caso o portiner alcance todas as 22 las de
continer do navio. As pontes dos portineres so controladas por controle remoto,
permitindo ao operador movimentar acima de 6 portineres ao mesmo tempo.
Os 4 terminais conteineiros juntos formam um dos maiores portos de
continer refrigerado (reefer)do mundo, com mais de 5.000 pontos destinados a
esse tipo de continer, como mencionado anteriormente, movimentando mais de
1 milho de contineres frigorcos nos ltimos anos.
Figura 18: Via expressa que liga os terminais Keppel, Tanjong Pagare Brani ao terminal de Pasir Panjang
Fonte: Julio/PSA/2007
7/23/2019 Livro Julio Dias
66/140
66
JULIO CESAR DE SOUSA DIAS
CAPTULO 3 - TERMINAIS DO PORTO DE CINGAPURA
3.1.1. Terminal Tanjong Pagar
Teve sua construo nalizada em 1972. Possui 8 beros num total de
2.300 metros de comprimento de cais, com profundidade variando entre 11 e
14,8 metros, onde so operados 29 portineres. Possui uma rea de ptio de
85 ha para estocagem de continer, existindo mais de 58 transtineres para
operao no ptio.
Figura 19: Terminais conteineiros do Porto de CingapuraFonte: PSA
7/23/2019 Livro Julio Dias
67/140
67
GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA
CAPTULO 3 - TERMINAIS DO PORTO DE CINGAPURA
3.1.2. Terminal Keppel
O Terminal Keppel comeou a operar em 1991. Este possui 14 beros,totalizando 3.200 metros de cais, com profundidade de 9,8 at 15,5 metros, onde
existem 42 portineres em operao. A rea de estocagem de continer de 100
ha, e dispe de 114 transtineres em operao.
A capacidade de empilhamento dos terminais de Keppel e Brani de
7 contineres.
Neste terminal, foi criado um terminal privado, restrito Pacific
Internacional Lines - PIL,chamado PIL-PSA Singapore Terminal (PPST), advindo
de uma Joint Venture12entre as duas empresas. O PPST ir operar 3 beros do
terminal Keppel.
Figura 20: Vista do Terminal Tanjong PagarFonte: PSA
7/23/2019 Livro Julio Dias
68/140
68
JULIO CESAR DE SOUSA DIAS
CAPTULO 3 - TERMINAIS DO PORTO DE CINGAPURA
3.1.3. Terminal Brani
Seu primeiro bero teve sua construo autorizada em 1990, sendo
aberto operao em 1992, tornando-se o terceiro terminal conteineiro do Porto
de Cingapura. Ele foi construdo numa ilha ligada ao territrio de Cingapura por
uma ponte.
Possui 9 beros de atracao, 2,6 km de cais, 80 ha de rea de ptio para
continer e profundidade mxima de 15 metros. So operados 32 portineres e
108 transtineres nesse terminal.
Figura 21: Transtiner com capacidade de 40 ton. eempilhamento de 7 contineres
Fonte: Julio/2007/PSA.
7/23/2019 Livro Julio Dias
69/140
69
GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA
CAPTULO 3 - TERMINAIS DO PORTO DE CINGAPURA
Figura 22: Vista dos Terminais Keppel e BraniFonte: PSA.
Figura 23: Foto area dos Terminais Keppel, Tanjong Pagar e BraniFonte: GoogleMaps
7/23/2019 Livro Julio Dias
70/140
70
JULIO CESAR DE SOUSA DIAS
CAPTULO 3 - TERMINAIS DO PORTO DE CINGAPURA
3.1.4. Terminal Pasir Panjang
Sua operao iniciou em 1997, mas foi ocialmente aberto em 2000.
hoje o maior terminal conteineiro de Cingapura. Possui terminais privativos
advindo deJoint Venturescom alguns Armadores, como a China Ocean Shipping
Company - COSCO Container Lines, cujo terminal chama-se COSCO-PSA
Terminal,e a Mediterranean Shipping Company(MSC).
Possui atualmente 23 beros, totalizando 7,9 km de cais, onde operam 87
portineres, tendo uma rea de ptio de 335 ha, com 44 pontes rolantes (bridge
cranes)e acima de 15 transtineres sobre trilhos e profundidade mxima de
bero de 16 metros. A PSA foi pioneira na criao de uma superestrutura quefoi replicada em muitos portos ao redor do mundo: a chamada Bridge Crane
(Ponte Rolante, no Brasil), que uma espcie de Transtiner sobre Ponte,
onde o guindaste de iamento e empilhamento de contineres rola por cima de
uma ponte de concreto, alcanando a altura de empilhamento de 7 contineres.
Existe ainda nesse terminal 3 beros RoRo, que constituem o Terminal
Automobilstico de Pasir Panjang.
Figura 24: Pontes rolantes do Terminal Pasir PanjangFonte: PSA.
7/23/2019 Livro Julio Dias
71/140
71
GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA
CAPTULO 3 - TERMINAIS DO PORTO DE CINGAPURA
A PSA juntamente com a MPA terminou as Fases I e II deste terminal.
As fases III e IV de ampliao do terminal para atendimento da demanda futura
de continer esto em andamento. Estas fases iro acrescentar mais 16 beros,
elevando a capacidade esttica total do Porto de Cingapura de 35 para 50 milhes
de TEUs em 2018.
Figura 25: Vista do Terminal Pasir PanjangFonte: PSA.
Figura 26: Foto area do Terminal de Pasir PanjangFonte: GoogleMaps
7/23/2019 Livro Julio Dias
72/140
72
JULIO CESAR DE SOUSA DIAS
CAPTULO 3 - TERMINAIS DO PORTO DE CINGAPURA
A produtividade mdia de movimentao de continer do Porto de
Cingapura, somando-se todos os seus 4 terminais conteineiros, de 3.310 TEU/h,
tendo alcanado a marca de 70 mil TEU/dia, o equivalente a movimentar 32,4
contineres de 40 ps por dia por bero, considerando a operao contnua de
365 dias por ano, 7 dias por semana e 24 horas por dia, incluindo o tempo de
espera entre operaes, o tempo ocioso e o tempo no operacional.
Singapore
Nagoya
Hamburg (Stevedore B)
Pusan
Los Angeles
Port Klang
Tilbury
Hamburg (Stevedore)
Melbourne (P&O)Brisbane (Patricks)
Melbourne (Patricks)
Sydney (Patricks)
Brisbane (P&O)
Adelaide (CSX)
Fremantle (P&O)
Philadelphia
0 500 1,000 1,500 2,000 2,500 3,000 3,500
Source: Drewry (2007)
PRODUTIVIDADE
Com a nalidade de proporcionar conforto e agilidade aos funcionrios
e usurios dos terminais de Cingapura, h um sistema de nibus dentro dos
terminais que permite o deslocamento dos funcionrios entre os beros ou entre
os terminais de Keppel, Tanjong Pagar e Brani.
Grco 3: Comparao da produtividade TEU / hora de Cingapura com osmaiores portos conteineiros do mundoFonte: Apresentao de K. Raguraman
7/23/2019 Livro Julio Dias
73/140
73
GESTO E OPERAO PORTURIA: EXPERINCIA EM CINGAPURA
CAPTULO 3 - TERMINAIS DO PORTO DE CINGAPURA
3.2. PSA Distripark13
Armazenagem e distribuio so servios auxiliares importantes em um
porto de escala global. Para atender as necessidades dos usurios, 4 Distriparks
so geridos pela PSA, oferecendo 500 mil m2de espao para estocagem perto dos
terminais porturios de Cingapura. O mais moderno deles o Keppel Distripark,
aberto em 1993, que tem 14,6 metros de altura e visa suportar os sistemas high-
rack(prateleiras altas) de armazenagem e de retirada automatizada.
Os outros trs distriparks so Tanjong Pagar Distripark, Pasir Panjang
Distripark eAlexander Distripark.
O Keppel Distripark (KD) um ultramoderno complexo de distribuio
de cargas, que oferece uma vasta instalao de armazenagem. Ele conecta o
terminal de continer ao transporte areo, permitindo que a carga seja entregue
rapidamente do porto e para o porto. Este Distripark tem 45 armazns, variando
de 1.000 a 5.100 m2, totalizam 113 mil m2de rea de armazenagem. Possui:
ptio para empilhamento de 2.500 continer; estacionamento para caminhes e veculos;
7.502 m2de prd