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Lixo Marinho encontrado na
pesca artesanal - Paraná
Leticia K. Procopiak - UTFPR
Maurício de Castro Robert – Associação MarBrasil
Juliana Kuvada - UTFPR
Juliana Takano - UTFPR
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Departamento de Química e Biologia
Laboratório de Educação Ambiental
LIXO MARINHO
O lixo marinho é definido como
qualquer resíduo sólido descartado,
depositado ou abandonado nos
ambientes marinho ou costeiro, por
qualquer fonte. (COE & ROGERS, 2000; UNEP 2009)
PRINCIPAIS FONTES
Frequentadores das praias.
Lixo de cidades costeiras.
Sistemas de drenagem de rios e
esgotos.
Navios e barcos de pesca.
Plataformas de petróleo.
PRINCIPAIS DANOS
O enredamento e a ingestão por peixes, aves,
tartarugas, mamíferos marinhos e invertebrados
bentônicos;
Introdução de espécies exóticas, através da
dispersão de plásticos flutuantes;
Prejuízos à navegação e às atividades pesqueiras;
Diminuição das receitas advindas do turismo.
Contaminação de peixes e outros organismos
que fazem parte da alimentação humana.
Degradação dos atributos estéticos e da beleza
cênica do ambiente.
Objetivos:
• Avaliar a composição do lixo marinho
apanhado pelas pescarias artesanais de
arrasto de fundo realizadas em Shangri-lá e
Matinhos, PR
• Caracterizar a natureza do lixo marinho
quanto ao tipo e provável fonte de origem
• Gerar índices de abundância em massa do
lixo marinho segundo a sua natureza.
• Apontar possíveis variações sazonais nos
índices de abundância dos principais
componentes do lixo marinho.
Metodologia:
• Amostragem
– Integrada ao programa de “Monitoramento da
Pesca” do Projeto REBIMAR - Recuperação da
biodiversidade marinha e dos estoques
pesqueiros na plataforma rasa do Estado do
Paraná através da instalação de Recifes
Artificiais de Recrutamento Larval (RRL) e de
um Sistema Anti-Arrasto (SAA).
–Pescaria de arrasto.
Período de amostragem
• Amostragens mensais de outubro de 2009
a junho de 2011.
• Foi interrompida entre março e maio de
2010 e 2011, devido ao período de defeso
do camarão.
Figura 1 - Mapa dos cinco setores na plataforma continental rasa do estado do Paraná.
FONTE – Programa de Monitoramento Ambiental do Projeto REBIMAR (pedido de Licença
de Instalação) (2008).
Amostras • Separação de material biológico
• Congelamento
• Triagem no laboratório
• Lavagem
• Secagem
• Pesagem
• Separação em categorias
–Composição do material
–Fonte poluidora
Índice de Abundância do Lixo (IAL)
• Calculado conforme a Captura por Unidade de
Esforço (CPUE).
• Unidade: Massa (g)/h(horas).número de redes.
• CPUE é proporcional à densidade da população dos
recursos pesqueiros capturados por determinada
pescaria ou frota pesqueira.
• IAL é proporcional à densidade de lixo capturado
por determinada pescaria ou frota pesqueira
Resultados e Discussão
• Os materiais foram agrupados em 11 categorias de acordo com a composição.
–Categorias: alumínio, borracha–látex, borracha–
poliuretano, celofane, linha de nylon, papel, plástico–corda ou cabo, plástico lâmina, plástico–moldado, silicone e tecido de nylon e/ou algodão.
• Amostras analisadas: –Matinhos: 41 amostras, 259 itens;
–Shangri-lá: 44 amostras, 206 itens.
• Ocorrência dos itens: –Alta: plástico, sacolas plásticas, embalagens
plásticas e monofilamentos de nylon.
–Média: embalagem de cigarro, embalagem de preservativo, copo plástico descartável e sachet de maionese.
–Baixa: lata de alumínio, protetor de ouvido, garrafa PET e papel em geral.
• Tipos de materiais encontrados
• Plástico:
–Ocorreu com frequências similares tanto em
Matinhos como em Shangri-lá.
• Embalagens de outros países:
–possivelmente trazidas pelas correntes marinhas
e por embarcações que utilizam os terminais
portuários de Antonina e Paranaguá.
• Resíduos de pesca:
–Proveniente da atividade pesqueira local ou da pesca esportiva.
–Monofilamento de nylon, rede de pesca, pedaços de boia e isca fluorescente.
–Monofilamentos de nylon e redes de pescas perdidas no mar podem provocar a pesca-fantasma.
• Plástico – lâmina: – Sacolas plásticas, embalagem plástica (salgadinho,
bolacha, embalagem de bala).
– Grande quantidade de produtos industrializados produzidos, embalados e consumidos.
– Grande quantidade de sacolas plásticas que são utilizadas a cada compra.
• Papel: – Baixa frequência.
– Facilmente degradado.
• Latas de alumínio: – Baixa ocorrência.
– Devido ao aumento do número de catadores de materiais recicláveis.
• O material foi classificado em categorias, de acordo
com a origem, ou seja, o provável agente poluidor.
–Categorias: turismo e/ou comunidade, pesca e
origem estrangeira.
• Em ambas as regiões, o lixo proveniente do turismo
e/ou comunidade local está presente em todos os
períodos analisados, e é a categoria que possui a
maior ocorrência de lixo ao longo das estações.
• Materiais que apareceram com maior frequência
– Plásticos, os monofilamentos de nylon, as embalagens de
bala e as sacolas plásticas
• Classificação por composição
– 1º Plástico-lâmina
– 2º Linha de nylon
• Classificação por fonte poluidora
– 1º Turismo e/ou comunidade
– 2º Pesca
• Esperava-se encontrar maiores quantidades de lixo no verão, porém isso não ocorreu.
–Coleta de lixo é intensa, a quantidade de caminhões de coleta, de garis e de catadores de materiais recicláveis aumenta.
–Ocorrem inúmeras campanhas de conscientização.
• Primavera/2009 - Período que apresentou uma
maior ocorrência de lixo tanto em Matinhos quanto
em Shangri-lá.
• Resíduo de pesca:
–Não há uma grande variação nas frequências, com exceção do verão de 2010 para o caso de Shangri-lá. Há uma maior quantidade de pessoas praticando a pesca esportiva e podem ocorrer perdas do equipamento
• Comparando os anos de 2009, 2010 e 2011 houve uma redução na quantidade de lixo do turismo e/ou comunidade em Matinhos e em Shangri-lá se manteve praticamente constante.
O que fazer para reduzir o problema?
- Instruir o turista e/ou comunidade como dispor o
seu resíduo corretamente.
• Perda de material na pesca de arrasto é
inevitável
– Estimular o pescador a utilizar materiais
biodegradáveis, que se desintegrariam ao longo
do tempo.
– Educação Ambiental com os pescadores e com
a comunidade.
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