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1 LÍNGUA INGLESA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL EM UMA ESCOLA REGULAR PRIVADA: A QUESTÃO DA AVALIAÇÃO Daniela Silveira Farias 1 RESUMO Neste artigo são discutidas questões referentes à avaliação de língua inglesa nos anos iniciais do ensino fundamental em uma escola regular privada. Assim, são apresentados o conceito de avaliação e suas funções e sua tipologia: diagnóstica, formativa e somativa. As crenças do professor têm grande influência no tipo de abordagem que será utilizada nas suas aulas, assim como no processo avaliativo. Portanto, dentro desse processo, é válido ressaltar a importância de se trabalhar com diferentes instrumentos avaliativos, e não somente com a tradicional prova escrita. Mesmo que haja a necessidade de aplicar prova escrita, é necessário que o professor tenha claro alguns critérios que a torne bem elaborada, como contextualização e parametrização. A forma como a língua inglesa é avaliada foi mudando com o decorrer dos anos, e alguns momentos merecem destaque e são apresentados neste artigo: o Pré-Científico, o Psicométrico-estruturalista e o Sociolinguístico-integrativo. Toda atividade avaliativa deve ser coerente com a forma que o professor trabalhou os conteúdos nas aulas, para que os alunos entendam o objetivo de estarem sendo avaliados. Mais do que isso, é preciso que haja reflexão sobre o processo avaliativo, para que o professor consiga direcionar sua prática pedagógica e para que o aluno reconheça onde houve progresso e quais aspectos precisam ser reforçados. Palavras-chave: Avaliação. Instrumentos avaliativos. Ensino de língua inglesa. Anos iniciais do ensino fundamental. 1 Discente do Curso de Letras do Centro Universitário La Salle Unilasalle, matriculada na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II, sob a orientação da Profª Ms. Maria Alejandra Saraiva Pasca. E-mail: [email protected]. Data de entrega: 8 de dezembro de 2015.

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LÍNGUA INGLESA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL EM UMA

ESCOLA REGULAR PRIVADA: A QUESTÃO DA AVALIAÇÃO

Daniela Silveira Farias1

RESUMO

Neste artigo são discutidas questões referentes à avaliação de língua inglesa nos anos

iniciais do ensino fundamental em uma escola regular privada. Assim, são apresentados o

conceito de avaliação e suas funções e sua tipologia: diagnóstica, formativa e somativa. As

crenças do professor têm grande influência no tipo de abordagem que será utilizada nas

suas aulas, assim como no processo avaliativo. Portanto, dentro desse processo, é válido

ressaltar a importância de se trabalhar com diferentes instrumentos avaliativos, e não

somente com a tradicional prova escrita. Mesmo que haja a necessidade de aplicar prova

escrita, é necessário que o professor tenha claro alguns critérios que a torne bem

elaborada, como contextualização e parametrização. A forma como a língua inglesa é

avaliada foi mudando com o decorrer dos anos, e alguns momentos merecem destaque e

são apresentados neste artigo: o Pré-Científico, o Psicométrico-estruturalista e o

Sociolinguístico-integrativo. Toda atividade avaliativa deve ser coerente com a forma que o

professor trabalhou os conteúdos nas aulas, para que os alunos entendam o objetivo de

estarem sendo avaliados. Mais do que isso, é preciso que haja reflexão sobre o processo

avaliativo, para que o professor consiga direcionar sua prática pedagógica e para que o

aluno reconheça onde houve progresso e quais aspectos precisam ser reforçados.

Palavras-chave: Avaliação. Instrumentos avaliativos. Ensino de língua inglesa. Anos iniciais

do ensino fundamental.

1 Discente do Curso de Letras do Centro Universitário La Salle – Unilasalle, matriculada na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II, sob a orientação da Profª Ms. Maria Alejandra Saraiva Pasca. E-mail: [email protected]. Data de entrega: 8 de dezembro de 2015.

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1. INTRODUÇÃO

O trajeto escolar dos alunos no ensino regular é marcado por processos avaliativos.

Por isso, torna-se fundamental a discussão dos mesmos. Apesar de o tema avaliação já ter

sido tratado por muitos autores e profissionais da área da educação (HADJI, 2001;

ÁLVAREZ, 2002; LUCKESI, 2010; MORETTO, 2014), ainda há inquietação e dubiedade

quando o assunto é debatido. Se mesmo com todos os estudos na área ainda há hesitação

por parte dos docentes e discentes, é necessário que investigações sejam feitas e que os

resultados sejam discutidos, a fim de que mudanças significativas ocorram na prática

educacional. Álvarez Méndez (2002) afirma que “a avaliação deve estar sempre, e em todos

os casos, a serviço dos protagonistas no processo de ensino-aprendizagem e,

especialmente, a serviço dos que aprendem”. Muitos professores não consideram a

avaliação como parte deste processo, tratando-a apenas como um resultado final, e

esquecendo-se de que estes instrumentos podem guiar o trabalho docente.

Quando a discussão sobre avaliação refere-se à língua inglesa nos anos iniciais do

ensino fundamental em escolas privadas, é preciso considerar se o professor trabalha com

as quatro habilidades linguísticas em sala de aula (ouvir, falar, ler e escrever) para que seja

plausível inserir as mesmas em uma avaliação formal. É necessário que todos os

instrumentos avaliativos sejam analisados e utilizados de forma coerente com as aulas

ministradas, para que o docente consiga visualizar se os seus alunos estão progredindo ou

se algo precisa ser alterado na sua prática educacional.

Considerando que há alguns anos as escolas regulares privadas têm ensinado

inglês desde os anos iniciais, torna-se fundamental discutir o processo de avaliação

também para esses anos escolares. O que me motivou a realizar esta pesquisa foi o fato

de que, em três anos lecionando inglês na escola regular, percebi que nem sempre a prática

avaliativa recebe a atenção devida por alguns professores. Além de não ser considerada

parte do processo de ensino-aprendizagem, parece ser vista, muitas vezes, somente como

um resultado do processo. É comum, por exemplo, professores de língua inglesa não

trabalharem as quatro habilidades linguísticas em sala de aula mas cobrá-las em avaliações

formais. Em contrapartida, há professores que trabalham mais de uma habilidade com os

alunos (por exemplo, reading e listening), mas no momento de avaliar consideram apenas

a nota de uma prova escrita. Sendo assim, a principal questão deste artigo é sugerir

propostas de como os alunos dos anos iniciais do ensino fundamental de uma escola

privada podem ser avaliados na disciplina de língua inglesa.

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Este artigo está estruturado da seguinte forma: apresento o conceito de avaliação e

suas funções, discutindo as diferenças entre avaliação diagnóstica, formativa e somativa.

A seguir, descrevo como é feita a avaliação em língua inglesa, como as crenças do

professor influenciam na sua prática avaliativa e quais são alguns instrumentos avaliativos.

Posteriormente mostra as diferenças entre as abordagens comunicativa e gramatical. No

capítulo seguinte, discuto sobre o ensino de língua inglesa nos anos iniciais do ensino

fundamental, focando na questão da avaliação. Após, são apresentados critérios para uma

avaliação eficaz e eficiente, seguido da discussão a respeito do motivo pelo qual avaliamos.

No próximo capítulo são apresentadas sugestões de atividades avaliativas em língua

inglesa para os anos iniciais do ensino fundamental. Por último, discuto as implicações da

pesquisa realizada, levantando sugestões para que a prática de avaliação seja melhorada.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

A avaliação está presente em nossas vidas em diferentes contextos e não somente

no escolar. Tratando-se da avaliação na prática educacional, esta é uma questão que

normalmente é vista pelos alunos como sinônimo de pressão, nervosismo, teste e

aprovação. É muito discutida por educadores, pois alguns reduzem este processo à simples

prova escrita, muitas vezes deixando de avaliar todo o aprendizado construído pelo aluno.

Segundo Luckesi (2005), a “pedagogia do exame” ainda está presente na nossa

prática educativa. Esta é uma prática escolar muito utilizada nas escolas tradicionais e

conteudistas, onde o principal objetivo é treinar o aluno para ser aprovado em vestibulares

e no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Quando a concepção utilizada pelo

professor é a tradicional, a avaliação é considerada um resultado final de aprovação ou

reprovação, e esta não é levada em consideração no próprio processo de ensino-

aprendizagem.

Além disso, muitos professores utilizam a avaliação como forma de punir os alunos

que não estão prestando atenção na aula, ou ainda como instrumento de exclusão. Essas

decisões visam identificar quais alunos se sobressaem em uma turma. Por outro lado, há

professores que querem facilitar o seu trabalho, e utilizam instrumentos avaliativos de forma

que todos possam ser aprovados. Nesse tipo de prática, todas as atividades, mesmo que

não tenham relação com o aprendizado, valem pontos. Tanto a escola quando os pais ficam

satisfeitos, pois a valorização das notas está enraizada na nossa cultura escolar. Porém,

devemos nos questionar se aquele aluno que tem notas altas realmente aprendeu ou se

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apenas memorizou conteúdos. Da mesma forma, cabe refletir se o aluno que obteve notas

baixas pouco assimilou.

Durante décadas, o ato de avaliar era sinônimo de medir quantitativamente o quanto

um aluno aprendeu. Porém, de acordo com Álvarez (2002, p. 27) “no âmbito educativo, a

avaliação deve ser entendida como atividade crítica de aprendizagem, porque se assume

que a avaliação é aprendizagem no sentido de que por meio dela adquirimos

conhecimento”. A avaliação formativa não deve ter o objetivo de medir, classificar ou

somente aplicar testes. Através do processo avaliativo, ambos professor e aluno aprendem.

O primeiro aprende como conduzir a sua prática educativa, no que o aluno tem dificuldades

e o que é preciso ser melhorado. Já o segundo aprende a partir da própria avaliação e da

correção, do contraste com a informação que o professor lhe oferece.

A avaliação da aprendizagem precisa ser eficaz e eficiente para que todas as partes

envolvidas tenham a chance de obter sucesso. Segundo Moretto (2014, p. 115), “a

avaliação é eficaz quando o objetivo proposto pelo professor é alcançado [...] e a avaliação

é eficiente quando o objetivo proposto é relevante e o processo para alcançá-lo é racional,

econômico e útil”.

Para entender e discutir sobre o assunto avaliação na aula de LE, é importante

conceituar o termo, definir suas funções, mostrar seu uso em sala de aula, teorizar sobre

as crenças do professor quanto ao processo avaliativo e, por último, apresentar uma

taxonomia da natureza e função dos tipos de instrumentos avaliativos. Essas questões

serão apresentadas a seguir neste artigo.

2.1 Conceito de avaliação

Os atos de avaliar e de ser avaliado geram uma grande preocupação em todas as

pessoas envolvidas no processo. Nas escolas regulares, as avaliações geram muitos

questionamentos tanto de professores quanto de alunos, dos pais e da própria equipe

pedagógica. Quando o assunto é discutido em escolas privadas, muitas vezes as formas

de avaliar e o peso que os instrumentos devem ter na nota final do aluno são impostos pela

equipe pedagógica, deixando o professor sem muita liberdade para definir como avaliará

seus alunos.

A avaliação é parte do processo educacional, e deve ir muito além da simples

medição e classificação de alunos através de notas e conceitos. De acordo com os PCNs

de Língua Estrangeira a função da avaliação é

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alimentar, sustentar e orientar a ação pedagógica e não apenas constatar um certo nível do aluno. Está implícito, também, que não se avaliam só os conteúdos conceituais, mas também os procedimentais e os atitudinais, indo além do que se manifesta, até a identificação das causas. A avaliação assim entendida oferece descrição e explicação; é um meio de se compreender o que se alcança e por quê. (BRASIL, 1998, p. 79)

Se pensarmos por esse ângulo, a avaliação é uma atividade que guia o processo de

ensino-aprendizagem, já que através dela o professor tem como refletir e melhorar o ensino,

permitindo mudanças no percurso, e o aluno tem um retorno sobre o seu desenvolvimento

e progresso.

2.2 Funções da avaliação

É importante que a avaliação não seja considerada somente uma forma de medição

e classificação dos alunos. Também é válido ressaltar que tanto a avaliação feita no

cotidiano escolar quanto a avaliação formal devem ser utilizadas uma como apoio para a

outra, com a finalidade de melhorar o processo de ensino-aprendizagem. A avaliação

possui basicamente três funções:

diagnóstica: para Benfatti (2005), este é o tipo de avaliação que deve ser feito com

os alunos antes de iniciar um processo de ensino-aprendizagem. Nesta etapa é

possível verificar o conhecimento prévio individual e coletivo da turma, o que é

fundamental para o planejamento e organização dos conteúdos a serem

trabalhados. A avaliação diagnóstica permite que o professor conheça a posição do

aluno frente aos conhecimentos anteriores que servirão como base para os novos

conhecimentos;

formativa: segundo Caseiro e Gebran (2008), a avaliação formativa é a prática

contínua, que tem como principal objetivo desenvolver as aprendizagens. Este tipo

de avaliação acontece no cotidiano escolar, onde o aluno consegue identificar seus

erros e acertos, o que pode servir de estímulo para o mesmo. Aqui o professor

consegue verificar onde está acertando no processo de ensino, e quais pontos

precisa melhorar. É através da avaliação formativa, principalmente, que o professor

pode mudar a sua prática pedagógica visando alcançar melhores resultados com os

alunos. Muitas equipes pedagógicas de escolas regulares não dão muito crédito à

avaliação formativa, pois esta se distancia muito da tradicional prova escrita,

principalmente porque não visa à medição e à classificação dos alunos;

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somativa: opondo-se à avaliação formativa, a somativa constitui-se em um balanço

parcial ou total de um conjunto de aprendizagens. Um dos propósitos deste tipo de

avaliação é classificar os alunos ao final de um período de aprendizagem, de acordo

com os níveis de aproveitamento impostos pela instituição de ensino. Um conceito

atribuído à avaliação somativa é de que a mesma é “uma avaliação pontual, que

geralmente ocorre no final de um curso, de uma disciplina, ou de uma unidade de

ensino, visando determinar o alcance dos objetivos previamente estabelecidos.”

(GIL, 2006, p. 248).

É comum que alunos, pais e até mesmo professores considerem a avaliação como

pressuposto para punição ou premiação, e isso normalmente acontece com a avaliação

somativa. A avaliação formativa, por outro lado, jamais deve ser realizada com esta ideia,

pois esta parte do pressuposto de que cada aluno aprende de formas e em tempos

diferentes. Pode-se dizer que os três tipos de avaliação citados anteriormente são

importantes e necessários, todavia devem ser utilizados no momento certo de acordo com

a sua função.

2.3 Avaliação no ensino de Língua Estrangeira

No trajeto histórico das discussões sobre a avaliação em Língua Estrangeira

(doravante LE), três momentos merecem ser destacados: o Pré-científico, o Psicométrico-

estruturalista e o Sociolinguístico-integrativo. Durante o primeiro período, que aconteceu no

início dos anos 50, a LE era quase que somente direito da elite, e pessoas pobres não

deviam aprender inglês. Os professores desta época pertenciam à epistemologia

tradicional, baseavam suas atividades em ensino de gramática e tradução e isso refletia

nas avaliações, que mediam o conhecimento de regras gramaticais e vocabulário. O

período psicométrico-estruturalista, que aconteceu durante o final dos anos 50 e o final dos

anos 60, baseava-se no behaviorismo. Aqui a avaliação contemplava questões gramaticais,

léxicas e fonológicas. O último período, conhecido como sociolinguístico-integrativo, surge

no final dos anos 60. Anteriormente, os exercícios eram baseados em questões de múltipla

escolha, e aqui começam a ser trabalhadas tarefas onde o professor observa se o aluno

consegue utilizar a língua estudada em diferentes contextos.

Em termos de processos avaliativos em LE, é de extrema importância destacar e

esclarecer o significado de dois termos utilizados: test e assessment. Apesar de muitos

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autores se referirem às duas palavras como se tivessem o mesmo significado, é necessário

entender o que cada uma compreende. O primeiro termo compreende o próprio teste, que

é um método de medir a habilidade ou o conhecimento de uma pessoa em determinado

assunto, e é relacionado aos conceitos de método e medição. Segundo Brown (2007, p.

445),

Testes são instrumentos que são (na maioria das vezes) cuidadosamente projetados e que têm rubricas de pontuação identificáveis. Testes são procedimentos administrativos que ocupam períodos de tempo identificáveis em um currículo, nos quais os alunos reúnem todas as suas faculdades para oferecer o máximo desempenho, pois sabem que as suas respostas estão sendo medidas e eles estão sendo avaliados. (Tradução nossa)

Em contrapartida, o termo assessment contempla um processo contínuo de

avaliação, que abrange um domínio muito mais amplo. Justamente por ser um processo

contínuo, este acontece em todos os momentos: quando o aluno responde a uma pergunta,

quando utiliza uma nova estrutura gramatical, e até mesmo quando faz um simples

comentário, ele está sendo avaliado (mesmo que subconscientemente) pelo professor. Este

tipo de avaliação engloba diversos instrumentos avaliativos, entre eles o teste. Não há

dúvidas de que se preparados e aplicados de forma clara e coerente, os testes podem ser

instrumentos úteis de avaliação, mas com certeza não são a única forma de um professor

avaliar os seus alunos.

Se a avaliação é um processo, cabe refletir se todo o ato de ensinar envolve

avaliação, se ela acontece em todas as aulas e em todos os momentos. Para Brown (2007,

p. 445), “[...] os estudantes precisam ter liberdade na sala de aula para experimentar, para

tentar suas próprias hipóteses sobre a língua sem se sentirem julgados em relação a essas

tentativas e aos seus erros” (tradução nossa). Faz parte do papel do professor proporcionar

esse ambiente de aprendizagem para o aluno, dar oportunidades para que o mesmo utilize

a LE em diferentes contextos, sem que seja avaliado formalmente. Apesar de não estar

avaliando o aluno nesses momentos, o professor precisa observá-lo afim de analisar sua

performance, identificar em quais aspectos o aluno teve crescimento e em quais ainda

precisa melhorar. É através dessas observações que o professor consegue identificar as

necessidades individuais e coletivas dos alunos e, assim, tem como delimitar seus objetivos

e se organizar para alcançá-los.

É importante salientar que a avaliação informal consiste em instruir os alunos sobre

os caminhos pelos quais eles devem seguir, em dar feedback e em desenvolver atividades

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que proporcionem verificar a performance dos alunos. Entretanto, os resultados obtidos

com essas atividades não devem ser utilizados para julgar as competências dos alunos.

Por outro lado, a avaliação formal é especialmente feita para verificar o conhecimento dos

alunos. Quando um professor prepara uma avaliação formal, como um teste escrito por

exemplo, o que deseja verificar na aprendizagem dos alunos? O teste escrito é apenas uma

forma de avaliação formal, já que a mesma pode ser feita através de uma produção textual,

de trabalhos em grupos, de seminários, etc.

2.4 Crenças

O professor competente no ensinar e no avaliar reflete a sua forma de pensar a

educação, a sua história como aluno e a sua formação. Moretto (2014, p. 41), afirma que:

“há, no entanto, outro fator que determinará profundamente a atuação do professor: sua

concepção do conhecimento e de sua estandardização e legitimação social. A essa visão

chamamos ‘epistemologia do professor’”. Podemos afirmar que o processo de ensino é um

reflexo da concepção deste em relação ao que é o conhecimento.

Para Coelho (2006, p. 128) “as crenças são teorias implícitas e assumidas com base

em opiniões, tradições e costumes, teorias que podem ser questionadas e modificadas pelo

efeito de novas experiências”. Pode-se considerar que elas guiam o trabalho do professor,

e suas decisões são tomadas baseando-se no que ele acredita que está certo.

2.5 Instrumentos de avaliação

Instrumentos de avaliação são os recursos utilizados para a coleta e registro de

dados referentes ao processo de ensino-aprendizagem. É importante que se conheçam

os diferentes instrumentos disponíveis, porque

O conhecimento de diferentes instrumentos para a avaliação e da melhor forma de utilizá-los é um dos recursos que o professor competente deve dispor. O domínio desse conhecimento está ligado à convicção de que a avaliação não deve servir de instrumento de pressão para manter a disciplina ou fazer o aluno estudar. (MORETTO, 2014, p. 117)

Há diferentes instrumentos de avaliação, cada um com a sua função específica.

Abaixo segue um quadro baseado em Herculano (2001), com o propósito de mostrar de

maneira objetiva alguns tipos de instrumentos avaliativos, bem como a natureza e a função

dos mesmos.

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Quadro 1: Natureza e função dos tipos de instrumentos avaliativos

Tipos de instrumentos de

avaliação Natureza Função

Prova escrita objetiva

Questões diretas que possuem apenas uma resposta correta.

Avaliar o quanto o aluno apreendeu dos dados singulares e específicos do conteúdo.

Prova escrita discursiva

Questões indiretas com uma maior flexibilidade nas respostas.

Avaliar a capacidade de analisar o problema central, abstrair fatos, formular ideias e redigi-las.

Prova oral

Questões diretas e/ou indiretas feitas oralmente.

Verificar a capacidade de compreensão e produção oral.

Trabalho individual

Atividades de naturezas diversas realizadas individualmente.

Avaliar a capacidade individual do aluno de compreensão, elaboração e organização de ideias.

Trabalho em grupo

Atividades de naturezas diversas realizadas coletivamente.

Avaliar a capacidade de compreensão, elaboração e organização de ideias por meio da socialização.

Seminário

Exposição oral para um público utilizando a fala e possíveis materiais de apoio para explanação do assunto.

Avaliar a capacidade de expor oralmente um conteúdo/assunto para um determinado público.

Participação Análise feita pelo professor da participação do aluno nas atividades propostas.

Avaliar a participação do aluno nas atividades propostas.

Autoavaliação Análise oral ou escrita que o aluno faz do seu próprio processo de aprendizagem.

Permitir ao aluno se auto- avaliar julgando seu processo de aprendizagem e percebendo os pontos positivos e negativos.

Fonte: Herculano, 2001.

Após analisar o quadro 1, é possível verificar que diversos instrumentos avaliativos

podem ser utilizados. Antes de escolher qual forma será utilizada para avaliar o aluno, é

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necessário que o professor tenha consciência de que se deve avaliar apenas o que foi

ensinado. É fundamental que a orientação dada aos alunos seja clara, para que estes

saibam como proceder. Por exemplo, antes de solicitar que a turma apresente seminários

sobre algum tema, é preciso que o professor explique o que se espera desse tipo de

avaliação, e como os alunos devem desenvolver o trabalho. Independentemente do

instrumento escolhido, o professor deve refletir sobre o tipo de avaliação selecionada e

como o resultado gerado pelo instrumento será utilizado.

3 ABORDAGEM GRAMATICAL VS ABORDAGEM COMUNICATIVA

Fala-se muito sobre as diferentes abordagens no ensino de língua inglesa. Como foi

citado anteriormente, as crenças do professor influenciam diretamente no tipo de

abordagem que este utilizará em sala de aula. Normalmente essas crenças e conceitos

construídos pelo professor se dão através das suas experiências de ensino e aprendizagem

de línguas. Para Almeida Filho (1990, p.1) a abordagem é “[...] um conjunto nem sempre

harmônico de pressupostos teóricos, de princípios e até de crenças, ainda que só implícitas,

sobre o que é uma língua natural, o que é aprender e o que é ensinar outras línguas”. Se

este conceito for utilizado para analisar a prática do professor, pode-se afirmar que tudo

que ele faz em sala de aula é um reflexo da sua abordagem.

Em se tratando de língua inglesa, a abordagem muitas vezes é confundida com

método ou técnica. Para Edward Anthony (apud BROWN, 2007, p. 14), a abordagem é “um

conjunto de pressupostos sobre a natureza da linguagem, aprendizagem e ensino”

(tradução nossa). Para Mello (2000), as abordagens de ensino podem ser divididas em

duas: a gramatical e a comunicativa. A primeira considera que a língua é um sistema de

formas que obedece a regras. Quando o professor utiliza esse tipo de abordagem, o ensino

normalmente é baseado em memorização de vocabulário, leitura de tradução de textos, e

estudo apenas das regras gramaticais da língua. Já na abordagem comunicativa, parte-se

do princípio que a língua tem como objetivo a comunicação social. Diferente do que muitos

pensam, o estudo das regras gramaticais também acontece, mas não é a prioridade. O

grande objetivo aqui é trabalhar com situações contextualizadas, reais e significativas, onde

existe interação entre aluno-aluno e aluno-professor.

Normalmente, em escolas de idiomas, é vendida a ideia de que a abordagem

comunicativa é utilizada para ensinar os alunos. Entretanto, em escolas regulares privadas,

muitas vezes não há uma abordagem clara, pois muitos professores têm liberdade para

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planejar suas aulas. Diante disso, como professores devemos lembrar que o processo

avaliativo deve condizer com a abordagem utilizada em sala de aula. O capítulo seguinte

trata do ensino de língua inglesa nos anos iniciais do ensino fundamental, bem como a

forma como normalmente é realizada a avaliação.

4 A LÍNGUA INGLESA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Com o aumento do número de escolas regulares privadas que oferecem o ensino de

língua inglesa desde os anos iniciais do ensino fundamental, é valido analisar como os

professores avaliam os seus alunos. A maioria das escolas regulares adota livros didáticos

para o ensino de LE e muitos desses materiais adotados são importados e fazem parte de

coleções compostas por vários volumes.

Podemos citar algumas das coleções mais utilizadas nos anos iniciais do ensino

fundamental pelas escolas regulares privadas no RS: Fun Way, Kids’ Web e Tic Tac Toe

(Editora Richmond); You Tabbie, Spaghetti Kids (Editora Macmillan) e Hello! (Editora Ática).

Considerando minha experiência com ensino de língua inglesa nos anos iniciais do ensino

fundamental, afirmo que a maior parte dos livros oportuniza ao aluno o contato com as

quatro habilidades linguísticas, servindo como uma ótima ferramenta para o professor no

planejamento das suas aulas.

Apesar de ser importante a utilização de todas as habilidades nas aulas de língua

inglesa, muitas vezes os professores não sabem como trabalhá-las, ou até mesmo evitam

utilizá-las no cotidiano escolar. Os próprios PCNs, que deveriam servir como base para o

processo de ensino-aprendizagem, dão ênfase na habilidade de leitura, deixando as outras

três de lado:

[N]o Brasil, tomando-se como exceção o caso do espanhol, principalmente nos contextos das fronteiras nacionais, e o de algumas línguas nos espaços das comunidades de imigrantes (polonês, alemão, italiano, etc.) e de grupos nativos, somente uma pequena parcela da população tem a oportunidade de usar línguas estrangeiras como instrumento de comunicação oral, dentro ou fora do país. (BRASIL, 1998)

Para que o aluno tenha uma boa formação na língua estrangeira é necessário que

ele desenvolva as quatro habilidades linguísticas, e essa prática acontecerá com o auxílio

do professor. Enquanto o aluno trabalha com uma habilidade de forma isolada, ele pode

estar apto a resolver necessidades emergenciais, mas talvez o mesmo não aconteça com

situações reais. Portanto, é importante que, mesmo que não seja possível trabalhar com

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todas as habilidades em uma única aula, o professor adapte sua prática para que todas

sejam contempladas.

Por isso, quando o professor tem uma turma em escola regular, especificamente nos

anos iniciais do ensino fundamental, é preciso considerar alguns aspectos na hora de

planejar as aulas e a forma de avaliação:

número de alunos por turma: normalmente nos anos iniciais de escolas regulares há

em média vinte alunos por turma, e isso deve ser considerado quando planejada a

aula. Não é possível trabalhar todas as habilidades individualmente em todas as

aulas. Portanto, em algumas aulas, algumas habilidades serão priorizadas e alguns

alunos serão avaliados de maneira formativa. Quando se trabalha com a escrita, por

exemplo, não é válido solicitar uma produção textual de vinte linhas se o professor

não conseguirá corrigi-la e dar um feedback adequado para todos os alunos. Nesse

caso, mais vale a escrita bem feita de um parágrafo, onde o professor tenha a chance

de mostrar ao aluno o quê deve melhorar.

nível de inglês dos alunos: em uma turma com aproximadamente vinte alunos, sem

dúvidas teremos aqueles com o nível de inglês mais elevado (muitos frequentam

cursos de idiomas) e aqueles que quase não conhecem o idioma. É preciso que o

professor consiga trabalhar de forma que os alunos com menos conhecimento de

inglês consigam realizar as atividades e aqueles mais avançados se interessem pela

aula.

No contexto do ensino de LI em escolas privadas, percebe-se que boa parte

dos professores tende a utilizar as quatro habilidades, principalmente aqueles que

contam com um material didático adequado. É claro que não é possível trabalhar as

habilidades da mesma forma que se trabalharia com alunos de ensino médio, mas

por menor que seja o contato com a audição, fala, escrita e leitura em língua inglesa

já é válido para a formação do aprendiz. Na escola privada onde trabalho observo

que os professores realizam as atividades de listening propostas nos livros didáticos,

além de trazerem material extra como músicas e vídeos. Tratando-se da habilidade

de speaking, com os alunos dos anos iniciais, as atividades variam de leitura de

frases até diálogos e encenação de pequenas peças de teatro. Os livros didáticos

contam com atividades de reading mas, infelizmente, muitas vezes somente essas

atividades são trabalhadas. Uma sugestão é que leituras de gêneros diferentes

sejam propostas nas aulas de LI. Visando evitar a escrita somente no nível da

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palavra, atividades como escrita de pequenos parágrafos (writing) também são

propostas por alguns professores.

4.1 Avaliação em língua inglesa nos anos iniciais do Ensino Fundamental

Mesmo trabalhando as quatro habilidades linguísticas em sala de aula, é comum que

o professor avalie o aluno somente de maneira somativa através de uma prova escrita.

Algumas escolas determinam o peso de cada instrumento avaliativo na composição da nota

do aluno e, quase sempre, a prova escrita é o instrumento com maior peso. Em escolas

que trabalham dessa forma, muitas vezes o professor fica atado a este tipo de avaliação,

não podendo inovar (mesmo que tenha vontade para isso). A cultura da “prova” está tão

enraizada no contexto escolar que a maioria dos alunos tem o hábito de estudar somente

para a prova e o conteúdo que “cai na prova”.

Algumas editoras de livros didáticos de LI, como por exemplo a Editora Richmond,

oferecem aos professores acesso a um portal online que apresenta atividades extras a

serem usadas com os alunos. Ao adotarem o livro didático, os professores têm a seu dispor

nesse ambiente atividades que englobam revisões de conteúdo, projetos a serem

desenvolvidos em sala de aula, fichas de leitura sobre os livros das coleções “readers”,

jogos e, até mesmo, testes. Entretanto, apesar de os livros da Richmond para os anos

iniciais trabalharem com as quatro habilidades, os testes disponíveis no portal da editora

contemplam apenas as habilidades de leitura e escrita.

Percebo que, apesar disso, alguns professores ainda buscam trabalhar e avaliar

todas as habilidades. Em agosto de 2015 realizei um trabalho com alunos do quinto ano do

ensino fundamental no qual avaliei as habilidades de produção escrita, compreensão oral

e produção oral, além de avaliar a criatividade e o envolvimento dos alunos na tarefa

realizada. Após estudar como se perguntam informações pessoais para os outros (How old

are you? Where are you from?, Where do you live? , What is your favorite...?, etc.), os

alunos tiveram a seguinte missão: em grupos, deveriam criar um talk show. Um deles seria

o famoso a ser entrevistado (a critério dos alunos), e os outros dois seriam os

apresentadores do programa. Como preparação para as atividades, levei alguns trechos

de talk shows famosos nos Estados Unidos (Conan, Late Night Show with David Letterman,

The Ellen DeGeneres Show e The Oprah Winfrey Show) e discutimos algumas perguntas

que foram feitas. Após a discussão, os grupos tiveram duas aulas para preparar o roteiro

do talk show e ensaiar a apresentação. Mesmo tendo dito que os alunos poderiam utilizar

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uma folha para consultar na hora do teatro, muitos ficaram nervosos porque essa seria sua

primeira apresentação em inglês, já que nunca haviam feito tarefa semelhante com

professores anteriores). Mesmo com um certo receio, a grande maioria participou da

atividade, e as apresentações foram muito boas. O mais válido foi que os alunos gostaram

de fazer algo diferente, e pediram que esse tipo de avaliação seja realizada mais vezes.

Entretanto, apesar de serem divertidas e envolverem os alunos, as avaliações

diferenciadas não atraem tanto a atenção de alguns pais, que ainda pensam que somente

uma prova escrita realmente mostrará se o aluno aprendeu ou não. É importante ressaltar

que a prova escrita também tem importância, pois é necessário avaliar o conhecimento

gramatical do aluno, como ele faz uma produção textual, como interpreta um texto. Todas

as formas de avaliação deveriam ser utilizadas, dependendo do objetivo e do momento. O

que precisa ficar claro para pais e alunos é que somente o resultado de uma prova escrita

não mostra se o aluno aprendeu determinado conteúdo. E a avaliação não precisa ser

sinônimo de prova escrita, pois há outras formas de avaliar.

O professor de LE precisa refletir sobre cada turma, para considerar quais

instrumentos avaliativos melhor se adaptam às necessidades dos diferentes grupos.

Mesmo que muito bem elaboradas, algumas avaliações podem não ser utilizadas por

diferentes grupos. Ainda que haja diversos instrumentos avaliativos disponíveis, na maioria

dos casos, o professor precisa aplicar uma prova escrita, por exigência da escola. Por isso,

a seguir, apresento alguns critérios para a elaboração de uma boa prova escrita.

5 PRINCÍPIOS PARA UMA AVALIAÇÃO EFICAZ E EFICIENTE

Como já foi dito anteriormente, o momento da avaliação muitas vezes se torna um

momento de nervosismo e não é aproveitado da forma que poderia ser. Os alunos o

consideram como a hora de ver se realmente sabem o conteúdo, e muitos professores não

conseguem transformar a avaliação em algo diferente da mera cobrança de conteúdos. A

avaliação, que deveria servir como um guia no planejamento do professor, muitas vezes

vira instrumento de repreensão.

Para a visão construtivista sociointeracionista, o aluno não é somente um receptor

de informações, mas sim o construtor do próprio conhecimento. Considerando essa

perspectiva, o professor torna-se um facilitador do processo de ensino-aprendizagem e,

portanto, precisa estimular o aluno a construir o conhecimento.

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Mesmo sabendo que existem diferentes formas de avaliar, cabe lembrar que muitas

instituições de ensino ainda exigem que seja feita uma prova escrita para medir o

conhecimento dos alunos. Se a prova escrita realmente se faz necessária, ela deve ser

bem feita, para que seja possível verificar se houve aprendizagem significativa. Além disso,

a avaliação precisa ser coerente com a forma de ensinar do professor, para que o aluno

consiga entender o significado do processo avaliativo.

Quando o objetivo proposto pelo professor é alcançado pelos alunos, pode-se dizer

que a avalição foi eficaz. Já a eficiência engloba também o processo desenvolvido para

alcançar o objetivo. Considerando esses conceitos, fica claro que uma avaliação pode ser

eficaz mas não eficiente. Um bom exemplo é quando um professor pede para que os alunos

memorizem esquemas, sem dar importância ao contexto dos alunos ou a relevância do

conteúdo. Dessa maneira, os alunos memorizam informações de maneira isolada, e muitas

vezes não conseguem utilizá-las em um contexto diferente do momento da prova escrita.

Ainda sobre a prova escrita, é comum vermos exemplos de instrumentos avaliativos

mal elaborados, onde há uma necessidade exagerada de memorização, falta de

parâmetros para a correção, questões dúbias e fora de contexto. Para evitar a formulação

de provas escritas mal feitas, existem alguns critérios que podem ser seguidos (MORETTO,

2014):

contextualização: é importante lembrar que o que dá sentido a um texto é o contexto,

portanto quando a questão é contextualizada, o aluno consegue buscar apoio no

enunciado da mesma.

parametrização: tanto o professor quanto o aluno precisam ter claros os parâmetros

para correção de uma questão. Exercícios vagos, onde o que se espera do aluno

não é claro, tendem a deixar dúvidas no momento da correção. É preciso que o

professor esclareça o que ele espera do aluno.

questões “operatórias” vs “transcritórias”: o primeiro tipo de questão é aquela em que

o aluno precisa refletir e fazer relações para respondê-la. Já o segundo tipo é a

questão que o aluno normalmente memoriza para responder, muitas vezes precisa

apenas escrever algum conceito ou informação, sem que necessariamente tenham

significado para o mesmo.

Ainda que sejam considerados esses quesitos no momento de elaborar uma prova

escrita, também é válido lembrar a importância do feedback que o aluno deveria receber.

Normalmente os alunos questionam as questões incorretas, mas seria interessante, no

momento da devolução da prova, discutir com eles também as questões corretas, para que

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a turma tenha um momento de reflexão sobre as mesmas. Em alguns momentos, o

professor não consegue verificar se o aluno não sabia uma questão ou se apenas não

conseguiu se expressar; por isso, é significativo retomar e repensar o assunto, também

para reavaliar as estratégias de ensino. Apresentados alguns critérios para a elaboração

de uma boa avaliação escrita, a seguir será discutido o motivo pelo qual se avaliam os

alunos.

Diante de todos os conceitos apresentados anteriormente, a grande pergunta que

pode ser feita é “para que avaliamos os alunos?”, ou seja, qual o principal objetivo que um

professor tem quando propõe alguma atividade avaliativa. A avaliação só cumpre o seu

objetivo se consegue construir caminhos para uma melhor aprendizagem. Em outras

palavras, pode-se afirmar que a avaliação deve ter como propósito a aprendizagem

significativa, e não somente classificar e medir o desempenho dos alunos.

Anteriormente, o professor era o detentor do saber e somente passava as

informações para os alunos, pois o importante era ensinar. Considerando esse

pensamento, aprender era tarefa do aluno, e não do professor. Atualmente a ênfase do

processo está no aprender, ou seja, o professor junto com os alunos deve construir um

ambiente onde seja possível que todos elaborem o conhecimento.

Diferente da avaliação somativa, a avaliação formativa não visa a premiação ou a

punição. Nessa prática, é considerado o fato de os alunos aprenderem de maneiras e em

ritmos diferentes, o que faz toda a diferença no momento de avaliar. Certamente, para que

esse processo seja eficiente e eficaz, é necessário que o professor conheça as

necessidades de cada aluno. Quando o professor conhece cada aluno e entende como

cada um aprende, fica mais fácil planejar visando que todos alcancem o mesmo objetivo

no final do processo.

Pode-se afirmar que a avaliação tem um papel crucial no processo de ensino-

aprendizagem, pois conduz o trabalho do professor e também dos alunos. Através da

avaliação contínua dos alunos, o professor tem ferramentas para refletir sobre a sua prática,

verificando o que está funcionando e quais pontos precisam ser melhorados. Para Faria

(2003), a avaliação funciona como um processo que envolve acompanhamento e muita

reflexão para que seja possível revisar conceitos e práticas pedagógicas. Considerando

essa ideia de avaliação como um momento de reflexão e orientação da prática docente, a

seguir serão expostas algumas sugestões para avaliar os alunos dos anos iniciais do ensino

fundamental na disciplina de língua inglesa.

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6 SUGESTÕES DE AVALIAÇÃO EM LÍNGUA INGLESA NOS ANOS INICIAIS DO

ENSINO FUNDAMENTAL

Faz parte da cultura da maioria das escolas trabalhar de forma lúdica nos anos

iniciais do ensino fundamental. Para algumas pessoas, essa ludicidade é entendida como

aulas apenas com músicas e jogos, sem que essas atividades tenham um real significado.

Entretanto, a ludicidade proporciona uma maior interação entre o aluno e o aprendizado,

fazendo com que os estudantes se interessem mais pelas aulas, além de tornar os

conteúdos mais visíveis aos seus olhos. Pode-se afirmar que as atividades lúdicas facilitam

o progresso das crianças no processo de aprendizagem. É evidente que o trabalho com

crianças nessa faixa etária precisa ser diferenciado de um trabalho feito com adolescentes

ou adultos, mas também precisa ser avaliado se a criança realmente está aprendendo.

Já foi dito anteriormente que a maior parte das escolas privadas adota material

didático para o ensino de LI, o que normalmente resulta em uma boa organização das aulas.

O livro didático utilizado com alunos dos anos iniciais precisa abordar os conteúdos de

forma lúdica, tornando-se assim um aliado do professor. Um bom livro de LI precisa também

atrair os alunos que o utilizam, apresentar atividades que instiguem os alunos a buscar uma

solução, motivar os estudantes a querer aprender. O professor precisa conhecer bem o

material com que trabalha, para que possa aproveitar ao máximo as atividades propostas

– e em se tratando dos livros de LI, a maioria sugere atividades que desenvolvam as quatro

habilidades. Quando os professores acostumam seus alunos com o uso de mais de uma

habilidade em sala de aula, não há motivos para que o uso das mesmas não seja avaliado.

É indiscutível que a avaliação dos alunos nos anos iniciais do ensino fundamental não será

realizada da mesma forma que as dos alunos nos anos finais.

Quando se fala em avaliação a prova escrita sempre é lembrada; por isso, é

pertinente falar sobre como essa pode ser feita nos anos iniciais. É prudente que o

professor elabore suas provas com questões no mesmo estilo daquelas que são

trabalhadas nas atividades em sala de aula, com frases e enunciados simples (mas sempre

claros). Para muitas crianças nessa idade, o uso de recursos visuais é importante, por isso

é válido colocar ilustrações para contextualizar uma questão. Vale a pena relembrar que

toda a atividade avaliativa deve ser coerente com a prática do professor, para que o dia da

prova não se torne um momento de desespero entre os alunos, mas apenas um momento

diferente de estudo.

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Alunos dessa faixa etária tendem a se envolver muito mais com as atividades

propostas pelo professor do que alunos mais velhos, o que é uma vantagem no processo

de ensino-aprendizagem. Diversos instrumentos avaliativos podem ser utilizados sem

causar pressão e estresse nos alunos. Um bom exemplo é escolher um conto em inglês

adequado à faixa etária da turma, trabalhar gênero textual e questões de vocabulário e

pedir para que os alunos reescrevam a mesma estória em forma de história em quadrinhos.

Grande parte dos alunos gosta de desenhar e usar a imaginação e, muitas vezes, se

expressam melhor do que se expressariam respondendo às questões escritas.

Outra maneira de avaliar o aprendizado dos alunos de uma forma lúdica é realizar

projetos em grupos, montagem de painéis com o conteúdo estudado e apresentações de

teatro. Mesmo com crianças, também é possível realizar seminários sobre um livro lido.

Talvez seja mais trabalhoso realizar uma avaliação desse tipo, pois é preciso guiar os

alunos, mostrar como se apresenta um seminário e o que é esperado deles, mas o

resultado pode ser muito positivo para o aprendiz. O professor pode indicar livros

(adaptados e de acordo com o nível dos alunos) em inglês, e os alunos podem apresentar

o seminário em português, caso a habilidade de speaking não seja muito trabalhada em

sala de aula. O site www.free-ebooks.net apresenta diversos títulos de “readers” divididos

em níveis, e pode ser utilizado para esse tipo de atividade.

Desenvolver atividades avaliativas além da prova escrita exige planejamento e

reflexão sobre a turma que será avaliada. Essa reflexão é fundamental, pois é necessário

identificar as diferentes inteligências dos alunos para que, sempre que possível, seja

possível oferecer atividades que contemplem as diferentes formas de aprender. Quando

eles se envolvem com o processo, os conteúdos estudados ficam mais claros. Portanto, é

interessante desenvolver formas de avaliar que também chamem a atenção dos alunos e

que façam com que eles queiram aprender e estudar mais sobre determinado conteúdo ou

assunto.

Na escola particular onde leciono, realizei algumas avaliações diferentes da

tradicional prova escrita e, apesar de ter sido um processo trabalhoso, os resultados foram

muito positivos, pois os alunos se dedicaram para pesquisar mais sobre os conteúdos. Um

dos trabalhos feitos com as turmas de 5º ano, que visava avaliar as habilidades de leitura

e escrita, envolvia a leitura do conto “The Little Red Hen” (GALDONE, 1985). Após a leitura,

interpretação e discussão do conto, a proposta era que os alunos fizessem uma releitura

do texto, criando uma história em quadrinhos. Constatei que os alunos que não dominam

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muito a habilidade de escrita se esforçaram muito na realização da tarefa, pois a maioria

gostava de desenhar – e isso chamou sua a atenção na proposta.

Nas turmas de 4º ano, elaborei diferentes avaliações para verificar a aprendizagem

dos alunos nas habilidades de compreensão e produção oral. Na primeira, o tópico a ser

avaliado era o vocabulário referente a peças de vestuário. Os alunos destacaram bonecos

de papel e diversas peças de roupa do livro didático (Fun Way 4). Em duplas, escutaram o

áudio referente a um diálogo e vestiram os bonecos de acordo com o que ouviam. Além

das peças de roupas, eles precisavam estar atentos a qual boneco se referia a descrição e

às cores das roupas. Ao avaliar a habilidade de compreensão auditiva fica claro como é

importante que o professor fale inglês durante as aulas pois, quanto mais os alunos se

acostumam com o idioma, mais facilidade eles têm para compreender o que escutam.

Quanto à avaliação de produção oral, o conteúdo principal eram os verbos no imperativo.

Os alunos deveriam escolher uma receita simples, de sua preferência e dar uma aula de

culinária para a turma. Apesar de alguns alunos terem ficado nervosos com a ideia de

ensinar algo em inglês para os colegas, eles se divertiram muito com a atividade e alguns

ainda reproduziram em casa as receitas ensinadas pelos colegas.

Outra atividade avaliativa que, pela minha experiência, envolve bastante os alunos

é a criação de jogos contendo o conteúdo estudado. Como forma de revisão, os alunos são

divididos em grupos e devem criam um jogo* para que os demais colegas possam jogar

[*de tabuleiro, jogos de carta, memória, bingo, etc.]. Nesse tipo de tarefa a avaliação é feita

em dois momentos: no processo de construção dos jogos e no momento de jogar. Enquanto

eles planejam e montam o material, eles estudam o conteúdo, pois os jogos precisam fazer

sentido. O segundo momento, que para muitos alunos é sinônimo apenas de diversão,

contempla a aplicação dos conteúdos aprendidos, e é possível ver em quais aspectos eles

tiveram crescimento e em quais ainda precisam melhorar. É fundamental que fique claro

para a turma o objetivo da atividade, para evitar que os alunos pensem que estão apenas

jogando para passar o tempo. O professor também precisa saber o que se espera com essa

atividade e como avaliará os alunos.

É válido lembrar que, em uma turma, os alunos têm diferentes habilidades e

aprendem de diferentes maneiras. É importante que o processo avaliativo seja claro e justo

para todos os alunos, independentemente das suas diferenças e, por isso, é fundamental

que mais de um instrumento seja utilizado. Nem todos os alunos possuem ótima habilidade

de escrita. Portanto, seria injusto aplicar apenas uma prova tradicional em um contexto de

sala de aula em que as quatro habilidades são desenvolvidas.

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste estudo, conceituei e analisei questões sobre avaliação que normalmente

geram dúvidas naqueles envolvidos no processo de ensino-aprendizagem: educadores,

educandos, escola e pais. A pesquisa foi voltada para os anos iniciais do ensino

fundamental em uma escola regular privada, visto que atuo nesse contexto. O principal

objetivo do trabalho era refletir sobre aspectos importantes no que tange a prática avaliativa,

visto que muitos professores não sabem como lidar com esse momento de estudo. É sabido

que durante o trajeto escolar no ensino regular provas escritas são aplicadas, mas também

há a necessidade de mostrar a importância de não trabalhar somente com esse instrumento

avaliativo.

Avaliar não deve ser sinônimo de medir e classificar alunos, pelo contrário: deve ser

parte do processo de ensino-aprendizagem e, é através da avaliação, que tanto professor

quanto aluno devem refletir sobre os seus papéis no processo. Quando utiliza os

instrumentos avaliativos de forma consciente e coerente com as aulas dadas, o professor

consegue identificar quais objetivos seus alunos conseguiram alcançar e quais aspectos

precisam ser melhor trabalhados para que se atinjam as outras metas. Com a avaliação

diagnóstica, o professor pode verificar o conhecimento prévio dos alunos e a partir daí

planejar e organizar suas aulas.

A avaliação formativa também pode auxiliar no progresso dos alunos. Esse tipo de

avaliação, que difere da tradicional prova escrita, possibilita que o professor acompanhe e

avalie os alunos no cotidiano escolar, sendo assim possível mudar a sua prática pedagógica

para alcançar melhores resultados. Vale ressaltar que utilizar a prova escrita como

instrumento avaliativo não está errado, mas sempre que possível o professor deve planejar

e aplicar outras formas de avaliação, para que todos os alunos tenham a oportunidade de

refletir sobre sua aprendizagem.

Tratando especificamente da avaliação no ensino de língua inglesa nos anos iniciais

do ensino fundamental é interessante recordar que, devido ao grande número de escolas

que adotam o material didático, seria possível que os professores trabalhassem com as

quatro habilidades em sala de aula – pois a maioria dos materiais oferece atividades que

as contemplem. Apesar disso, ainda há professores que preferem trabalhar com apenas

uma ou duas habilidades e, consequentemente, avaliam somente as habilidades

trabalhadas. Independente da habilidade que se deseja avaliar, é necessário que o

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professor avalie aquelas trabalhadas em sala de aula, pois somente dessa maneira a prova

será um momento de estudo e reflexão para o aluno – quando ele consegue perceber que

se está sendo trabalhado da mesma maneira que se trabalha nas aulas.

O fato de eu ensinar ensino de língua inglesa nos anos iniciais do ensino

fundamental em uma escola regular privada motivou-me a buscar respostas e alternativas

para essas questões referentes à avaliação que ainda são motivo de discussão entre os

educadores. Mais do que isso, gostaria de entender melhor como é o processo avaliativo,

o que é preciso para que a forma de avaliar seja a mais clara possível para todos os

envolvidos e como esse processo poderia tornar-se uma ferramenta de auxílio na

organização e planejamento das aulas. Consequentemente, conseguiria refletir sobre os

resultados obtidos de forma que pudesse guiar minha prática docente visando a uma

melhor aprendizagem dos alunos.

Espero que este artigo possa auxiliar outros professores de língua inglesa dos anos

iniciais do ensino fundamental de escolas regulares a perceberem o quão importante os

instrumentos avaliativos são, e qual o papel dos mesmos no processo de ensino-

aprendizagem. Além disso, almejo que outros professores se interessem mais pelo

processo avaliativo, e que reconheçam que uma prática avaliativa eficiente é decisiva para

o progresso dos alunos.

ENGLISH CLASSES IN THE EARLY YEARS OF BASIC EDUCATION IN A PRIVATE

SCHOOL: ASSESSMENT ISSUES

ABSTRACT

This paper discusses the importance of using different types of assessment in the English

classes of early years of elementary education and presents the concept of assessment, its

roles and typology - diagnostic, formative and summative. Not only do teacher’s beliefs have

great influence on the approach used in the English class, but also on the assessment

process. Therefore, it is essential that teachers plan different assessment tools, and avoid

using only the traditional written test. Even if there is the need to implement a written test, it

is necessary that the teacher have clear criteria, such as contextualization and

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parametrization, to make the assessment tool a well-elaborated instrument. Assessment in

the English classes in schools has changed over the years, and some notorious periods are

presented: pre-scientific, psychometric-structuralist and integrative-sociolinguistic.

All the assessment activities should be consistent with the way the teacher worked during

the classes, so that students understand how they are being assessed. More than that, it is

necessary to reflect on the assessment process, so that the teachers can guide their practice

and students know how much progress they have made and what aspects they still need to

improve.

Keywords: Assessment. Assessment tools. English language teaching. Early years of

elementary school.

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