Upload
others
View
0
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA
LETÍCIA REIS DE OLIVEIRA
BIOINSETICIDAS BASEADOS EM Bacillus thuringiensis: HISTÓRICO,
APLICAÇÕES E TENDÊNCIAS
Lorena
2014
2
LETÍCIA REIS DE OLIVEIRA
BIOINSETICIDAS BASEADOS EM Bacillus thuringiensis: HISTÓRICO,
APLICAÇÕES E TENDÊNCIAS
Trabalho de Conclusão de curso de
graduação apresentado à Escola de
Engenharia de Lorena da Universidade
de São Paulo como requisito parcial para
a conclusão da Graduação do Curso de
Engenharia Bioquímica
Orientador: Prof. Dr. Júlio Cesar dos
Santos
Lorena
2014
AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIOCONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA AFONTE
Ficha catalográfica elaborada pelo Sistema Automatizadoda Escola de Engenharia de Lorena,
com os dados fornecidos pelo(a) autor(a)
DE OLIVEIRA, LETICIA REIS BIOINSETICIDAS BASEADOS EM Bacillusthuringiensis: HISTÓRICO, APLICAÇÕES E TENDÊNCIAS /LETICIA REIS DE OLIVEIRA; orientador PROF. DR. JULIOCESAR DOS SANTOS. - Lorena, 2014. 39 p.
Monografia apresentada como requisito parcialpara a conclusão de Graduação do Curso de EngenhariaBioquímica - Escola de Engenharia de Lorena daUniversidade de São Paulo. 2014Orientador: PROF. DR. JULIO CESAR DOS SANTOS
1. Bacillus thuringiensis. 2. Defensivosagrícolas. 3. Controle biológico. I. Título. II. DOSSANTOS, PROF. DR. JULIO CESAR , orient.
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente à Deus, por toda a sabedoria e inteligência dada para a
realização desta monografia e por ter me sustentado durante toda a faculdade.
Sem Ele, eu nada seria.Toda honra e toda glória lhe seja dada.
À minha família, por todo apoio e oração, por toda a preocupação e amor. Em
especial à minha mãe, que no decorrer deste trabalho veio a falecer. Ela, mesmo
de longe, sempre me apoiou e sempre me deu forças para continuar, dizendo que
tudo ficaria bem, ainda que não aos meus olhos não houvesse caminho. Apesar
de não estar mais conosco, dedico este trabalho a ela.
Aos meus amigos e amigas, que por serem muitos não irei citá-los, para que
ninguém se sinta menosprezado. Cada um de vocês é muito importante pra mim.
À vocês todos, o meu muito obrigada. Por todas as noites viradas, todas as notas
bem sucedidas, mas principalmente aquelas matérias fechadas pela misericórdia
divina; todas as comemorações, todos os abraços de conforto e orações, em
especial neste momento difícil. Não imaginava o carinho que sentiam por mim. Só
tenho a agradecer a Deus pela amizade de cada um.
Às meninas que moraram e moram comigo, por sempre saberem como me
apoiar.
À ABU (Aliança Bíblica Universitária) por ser uma família e por me permitir saber
o verdadeiro significado de corpo de Cristo.
Ao meu namorado, Elias, por todo o carinho, amor e compreensão. Obrigada por
sempre estar ao meu lado. Não poderia ter pedido a Deus melhor presente.
Aos professores desta disciplina, Tatiane e Marcus, e ao meu orientador, Júlio,
pela paciência e compreensão e por toda a disposição em ajudar.
E finalmente, à Escola de Engenharia de Lorena, USP, pela oportunidade de
poder realizar o meu sonho e finalmente tornar-me uma engenheira.
6
“Louvarei ao Senhor em todo
o tempo, o seu louvor estará
continuamente em minha
boca”
Salmos 34:1
7
OLIVEIRA, L.R. Bioinseticidas baseados em Bacillus thuringiensis: Histórico,
Aplicações e Tendências/ Letícia Reis de Oliveira; Orientador Prof. Dr. Júlio
Cesar dos Santos—Lorena, 2014. 39 f. (Monografia apresentada como requisito
parcial para a conclusão do Curso de Graduação de Engenharia Bioquímica -
Escola de Engenharia de Lorena da Universidade de São Paulo).
RESUMO
Os defensivos agrícolas, mais comumente conhecidos por agrotóxicos,
possuem papel fundamental no setor agrícola, controlando pragas e doenças que
assolam as plantações e consequentemente afetam a produtividade alimentícia.
Porém, com a necessidade de aumento de produção, utiliza-se uma maior
quantidade desses produtos, o que gera um uso indiscriminado. Este fato levanta
questões sobre os riscos envolvidos neste tipo de uso, levando à busca por
alternativas menos agressivas ao meio ambiente e à população. É neste contexto
que os defensivos biológicos apresentam-se como alternativa. Dentre os
biopesticidas, os mais utilizados são os bioinseticidas, destacando-se os produtos
à base da bactéria Bacillus thuringiensis. No presente trabalho, fez-se uma
discussão sobre os principais aspectos ligados aos biopesticidas, com ênfase no
histórico, aplicações e tendências ligados aos produtos baseados neste
microrganismo. Espera-se que este mercado cresça continuamente a fim de que
em um futuro próximo, os biopesticidas possam ser aliados aos defensivos
químicos, substituindo-os gradativamente, para que se ofereça mais qualidade de
vida à população e obtenha-se um mundo mais sustentável e ecologicamente
correto.
Palavras-chave: Biopesticidas, defensivos agrícolas, controle biológico,
agrotóxicos, manejo integrado de pragas, Bacillus thuringiensis.
8
ABSTRACT
Pesticides, most commonly known for agrochemicals, have a fundamental
role in the agricultural industry, controlling pests and diseases that ravage crops
and consequently affect food productivity. However, the need to increase
production causes a use of a greater amount of these products, which generates
an indiscriminate use. This fact raises questions about the risks involved in this
type of use, leading to a search for less harmful alternatives for the environment
and the population. In this context, organic pesticides are presented as alternative.
Among the biopesticides, the most used are insecticides, highlighting the products
based on the bacterium Bacillus thuringiensis. In this review, there was a
discussion about the main aspects related to biopesticides, with emphasis on
historical, applications and trends related to products based on this organism. It is
expected that this market will grow steadily so that in the near future, biopesticides
can be allies to chemical pesticides, replacing them gradually, so that it provides
better quality of life to the people and allowing a more sustainable and ecologically
correct world.
Palavras-chave: Biopesticides, pesticides, biological control, agrochemicals,
integrated pest management, Bacillus thuringiensis.
9
10
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 11 2 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................................... 12
2.1 DEFENSIVOS AGRÍCOLAS ................................................................................................ 12
2.1.1 HISTÓRICO ............................................................................................................ 12
2.1.2 DEFINIÇÃO ............................................................................................................. 14
2.1.3 VANTAGENS E DESVANTAGENS ........................................................................ 15
2.2 DEFENSIVOS BIOLÓGICOS, MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS E CONTROLE BIOLÓGICO ................................................................................................................................. 17
2.2.1 HISTÓRICO ............................................................................................................ 17
2.2.2 DEFIINIÇÃO ........................................................................................................... 18
2.2.3 VANTAGENS E DESVANTAGENS ........................................................................ 19
2.2.4 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS ..................................................................... 21
2.2.5 CONTROLE BIOLÓGICO ....................................................................................... 21
2.3 Bacillus thuringiensis, Bt., E SUA APLICAÇÃO COMO BIOINSETICIDA .................... 23
2.3.1 DESCOBERTA ....................................................................................................... 23
2.3.2 DEFINIÇÃO Bt ....................................................................................................... 24
2.3.3 MODO DE AÇÃO DO Bt ....................................................................................... 25
2.3.4 SELEÇÃO DE SUBESPÉCIES .............................................................................. 26
2.3.5 APLICAÇÕES ......................................................................................................... 27
2.3.6 MERCADO E TENDÊNCIAS .................................................................................. 30
3 CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 33
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................ 35
11
12
1. INTRODUÇÃO
Atualmente o nosso planeta abriga cerca de 7 bilhões de pessoas e estima-se
que a população cresça em torno de 83 milhões por ano. Caso esta taxa de
crescimento seja mantida, haverá 9 bilhões de pessoas vivendo no planeta até
2050, sendo possível atingir-se 10 bilhões até o final do século. Para se atender à
demanda por alimentos desta população, será necessário ampliar a produtividade
agrícola consideravelmente de uma forma sustentável, uma vez que as áreas
agricultáveis não serão ampliadas (KINKARTZ, 2011).
Com o aumento da produtividade, aumenta-se o uso dos defensivos agrícolas,
substâncias que foram introduzidas ao longo do tempo para o combate a pragas e
doenças, as quais causam prejuízos consideráveis aos agricultores e em algumas
situações, se não houver um controle, podem comprometer boa parte da
produção. Um exemplo é a lagarta Helicoverpa armigera, que recentemente gerou
perdas de cerca de R$ 2 bilhões para a agricultura, segundo dados do Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA, 2014).
Essa necessidade de expansão da produção agrícola poderá resultar em
aumento na dependência da utilização de pesticidas químicos. O uso
indiscriminado dessas substâncias, no entanto, pode comprometer à
produtividade da lavoura, prejudicando ao ser humano, tanto pelo manuseio do
produto quanto pelos resíduos deixados nos alimentos, e ao meio ambiente,
causando poluição da água, ar e principalmente do solo (UENF, 2014).
Portanto, a busca, no setor agrícola, pelo uso de métodos mais sustentáveis e
menos agressivos ao meio ambiente vem se intensificando nos últimos anos. Esta
busca envolve a necessidade de mudança de práticas e conceitos e, neste
sentido, a FAO (Food Agriculture Organization) definiu um método para o cultivo
agrícola sustentável, chamado MIP - Manejo Integrado de Pragas. Esse método
utiliza diversas técnicas de controle que, combinadas de forma dinâmica e
harmoniosa, conferem à cultura um modelo sustentável que leva em conta os
interesses dos produtores e os impactos na sociedade e no ambiente (PAPA;
CELOTO, 2014). Uma das técnicas utilizadas é o controle biológico, no qual são
utilizados os biopesticidas.
13
São denominados biopesticidas os produtos feitos a partir de microrganismos,
substâncias naturais ou os que advêm de plantas geneticamente modificadas,
que realizam o controle de pragas e pestes (AIRES, 2014).
O presente trabalho tem por finalidade apresentar o conceito de inseticidas
biológicos ou bioinseticidas, com particular ênfase nos produtos baseados no
microrganismo Bacillus thuringiensis, além de apresentar aspectos ligados ao
histórico, suas aplicações e tendências, comparando também os defensivos
químicos com os biológicos.
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. DEFENSIVOS AGRÍCOLAS
2.1.1. HISTÓRICO
Desde a antiguidade as pragas assolam plantações e preocupam o ser
humano. Registros bíblicos mencionam nuvens de gafanhotos que destruíram
lavouras inteiras no século XIII a.C. Nesta época eram utilizados rituais religiosos
e magias pelo povo grego e romano para o combate dessas pragas (BRAIBANTE;
ZAPPE, 2012).
Ao longo dos anos o homem procurou meios para combater essas
adversidades. Foram utilizados compostos à base de arsênio, mercúrio e enxofre
no combate a piolhos e outras pragas, além de compostos orgânicos naturais
como o piretro, oriundo de plantas do gênero Chrysanthemum cinerariaefolium
(ALVES FILHO, 2002).
Durante a Segunda Guerra Mundial, inseticidas orgânicos sintéticos
começaram a ser utilizados em larga escala a fim de proteger os soldados de
doenças como a malária. Para garantir essa proteção, as pesquisas voltadas a
inseticidas se intensificaram e a indústria de defensivos agrícolas teve um grande
crescimento. Surge, desta forma, como um marco para a química, o inseticida
conhecido como DDT (1,1,1-tricloro-2,2-di(ρ-clorofenil) etano), cuja estrutura
molecular esta representada na figura 1 (SILVA; COSTA, 2014).
14
Figura 1: Representação da molécula do DDT.
Fonte: Silva; Costa, 2014.
O DDT tornou-se conhecido pela sua eficiência, baixo custo e facilidade de
produção, o que auxiliou em seu uso indiscriminado. O sucesso deste produto fez
com que muitos outros compostos organossintéticos fossem produzidos
(SOARES; PORTO, 2008).
No entanto, apesar desse organoclorado se mostrar efetivo por continuar
agindo por um longo tempo após sua aplicação, é justamente esta alta
estabilidade que lhe confere aspectos negativos. Este composto se acumula na
natureza após várias aplicações, e, devido às suas características lipofílicas, ou
seja, solúvel em gorduras, ele se acumula no tecido adiposo dos organismos
(CARRARO, 1997).
Em virtude destas características, procurou-se desenvolver novos compostos
com eficiência no controle de pragas, sendo sintetizados os organofosforados e
os carbamatos (SILVA; COSTA, 2014).
Os organofosforados foram desenvolvidos pela indústria química durante a
Segunda Guerra Mundial, sendo utilizados como armas químicas. Estes produtos
possuem uma maior eficiência se comparado aos organoclorados, além de
apresentarem baixa estabilidade, permanecendo por menos tempo no meio
ambiente (BRAIBANTE; ZAPPE, 2012, FUTINO; FILHO, 1991).
Outro grupo de compostos, os carbamatos, possuíam eficiência ainda maior
que os organofosforados, tornando-se menos perigosos aos seres humanos.
Apresentavam também uma maior especificidade em insetos, já que estes não
conseguiam se desintoxicar tão facilmente quanto os animais de sangue quente.
As pragas agrícolas foram, no entanto, desenvolvendo resistência a estes
compostos ao longo do tempo (BRAIBANTE; ZAPPE, 2012).
15
A resistência desenvolvida pelos microrganismos aos defensivos agrícolas e a
expiração de patentes industriais são fatores que incentivaram a indústria de
defensivos à busca constante de novos ativos mais eficientes e com um menor
custo (FUTINO; FILHO, 1991).
2.1.2. DEFINIÇÃO
Defensivos agrícolas, também conhecidos por agrotóxicos, pesticidas,
praguicidas ou produtos fitossanitários, são produtos químicos, físicos ou
biológicos usados no controle de seres vivos considerados nocivos ao homem,
sua criação e suas plantações. Dentre estes termos, o termo agrotóxico é o
utilizado pela legislação brasileira (SCHIESARI, 2014).
Segundo National Research Council (2000), os agrotóxicos são substâncias
ou misturas de substâncias químicas utilizadas para prevenir, destruir, repelir ou
inibir a ocorrência ou efeito de organismos vivos capazes de prejudicar as
lavouras agrícolas.
Há ainda o conceito utilizado pela Lei nº 7.802, de 11 de Julho de 1989, que
define agrotóxicos como “ os produtos e os agentes de processos físicos,
químicos ou biológicos, destinados ao uso nos setores de produção, no
armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na
proteção de florestas, nativas ou implantadas, e de outros ecossistemas e
também de ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a
composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de seres
vivos considerados nocivos; substâncias e produtos, empregados como
desfolhantes, dessecantes, estimuladores e inibidores de crescimento”
(PLANALTO, 2014).
Os principais tipos de defensivos, incluindo os agrícolas e com outras
aplicações, são: herbicidas, inseticidas, fungicidas, bactericidas, acaricidas,
agentes biológicos de controle, defensivos á base de semioquímicos e produtos
domissanitários (SCHIESARI, 2014; SILVA; COSTA, 2012):
Herbicidas – eliminam ou impedem o crescimento de ervas daninhas.
São classificados de acordo com: sua atividade (de contato ou
sistêmicos), uso (aplicados no solo, pré-emergentes ou pós-
emergentes) e modo de ação sobre o mecanismo bioquímico da planta.
16
Também podem ser divididos em herbicidas não seletivos (destroem
todas as plantas) e seletivos (agem somente sobre a praga,
preservando a lavoura);
Inseticidas – feitos à base de substâncias químicas ou agentes
biológicos com a finalidade de eliminar insetos. Há três grandes tipos de
inseticidas: os organossintéticos, os inorgânicos e os botânicos ou
bioinseticidas;
Fungicidas – são agentes físicos, químicos ou biológicos destinados a
combater os fungos;
Acaricidas – controlam ou eliminam ácaros, principalmente em frutas
cítricas;
Agentes biológicos de controle – organismos vivos que atuam por meio
de uma ação biológica como a de parasitismo ou de competição com a
praga;
Defensivos à base de semioquímicos – semelhantes aos feromônios
naturais. Liberam no ar pequenas doses de produto capaz de atrair e
capturar insetos. São específicos para cada espécie de praga e agem
em concentrações reduzidas e de baixo impacto ambiental;
Produtos domissanitários – destinam-se às regiões urbanas, com suas
principais categorias de produtos divididas em: inseticidas domésticos,
moluscicidas, rodenticidas (combate a ratos) e repelentes de insetos
(SILVA; COSTA, 2012).
2.1.3. VANTAGENS E DESVANTAGENS
Os defensivos agrícolas resultam em diversas vantagens, dentre as quais se
destacam:
a) Controle de doenças e pragas;
b) Aumentam a disponibilidade de alimentos e diminuem seus custos;
c) Geram mais lucro aos agricultores, pois parte da produção potencial de
alimentos é destruída por pragas e doenças;
d) Controlam a maioria das pragas de maneira mais rápida, a baixos custos e
com relativo efeito residual;
17
e) Os avanços nas pesquisas e desenvolvimento relacionados à engenharia
genética e biotecnologia melhoram a eficiência dos produtos.
Porém, apesar de vários aspectos positivos, também apresentam algumas
desvantagens, como as citadas abaixo, as quais são referentes principalmente ao
uso de defensivos químicos:
a) Resistência genética desenvolvida pelos microrganismos pelo processo de
seleção natural, nos quais alguns microrganismos, os mais resistentes,
desenvolvem imunidade ao produto aplicado, neste caso, os agrotóxicos;
b) Boa parte dos defensivos possui largo espectro atingindo não somente os
organismos desejados como os considerados predadores naturais e
parasitas, os quais controlam razoavelmente as pragas;
c) Conforme a resistência genética se desenvolve, há a necessidade de se
aplicar os defensivos com uma maior frequência e doses maiores. A partir
do momento que eles não são mais efetivos, são trocados por outros
produtos com ativos mais efetivos e assim o circulo vicioso continua;
(MILLER; SPOOLMAN, 1990);
d) Deslocam-se no meio ambiente através do vento e da água da chuva
sendo levados a locais distantes daquele de aplicação, podendo
contaminar as águas, o solo e afetar a saúde humana (CARRARO, 1997);
e) Magnificação biológica – concentrações de defensivos com lenta
degradação podem ser transmitidas por milhares de vezes na cadeia
alimentar;
f) Ameaças de curto e longo prazo à saúde humana devido ao uso,
fabricação e exposição aos agrotóxicos, como o desenvolvimento de
câncer (MILLER; SPOOLMAN, 1990).
Cada vez mais, a agricultura sustentável do século XXI exige medidas
alternativas para o controle e manejo de insetos que sejam seguras
ambientalmente e que permitam um menor contato do ser humano com os
defensivos agrícolas sintéticos. Logo, os defensivos biológicos podem ser
utilizados como opção e, dentre eles, o mais utilizado são os microrganismos
entomopatogênicos como o Bacillus thuringiensis (CAPALHO et al, 2005).
18
2.2. DEFENSIVOS BIOLÓGICOS, MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS E
CONTROLE BIOLÓGICO
2.2.1. HISTÓRICO
O controle biológico de pragas é uma prática bem antiga. Os pioneiros desta
tática foram os chineses, no século III a.C., quando eles observaram que formigas
do gênero Oecophylla smaragdina reduziam as populações de pragas dos citros.
Em 1602 houve o primeiro registro de controle biológico com parasitoides
através do uso de Apanteles glomeratus no combate ao parasitismo da lagarta-
das-crucíferas (Pieris sp.).
Porém, somente em 1888, na Califórnia, EUA, obteve-se o primeiro programa
de controle biológico clássico de sucesso usado no controle da cochonilha Icerya
purchasi pela introdução da joaninha australiana Rodolia cardinalis.
Até a década de 50, os agentes biológicos eram usados como método de
controle isolado (BRUMATTI; SOUZA, 2009). Em meados dos anos 70, este
cenário começa a mudar após o aumento nos custos dos defensivos agrícolas
devido à alta dos preços de petróleo, abrindo espaço para difundir as tecnologias
de base biológica, alternativas aos defensivos químicos.
Entre a década de 40 e 70, o uso de agrotóxicos aumentou cerca de dez
vezes, o que levou as instituições públicas norte-americanas e europeias a
intensificar as pesquisas em tecnologias de controle de pragas que conciliassem
os cuidados ao meio ambiente, utilizando métodos biológicos, tratos culturais e
variedades adequadas junto com o controle químico (FUTINO; FILHO, 1991).
Surge, então, o MIP (Manejo Integrado de Pragas). A partir desta técnica, o
controle biológico foi incorporado a este manejo onde podem ser utilizados outros
métodos de controle, como o cultural, o mecânico, por comportamento, o físico e
a resistência de plantas a insetos.
Desde então, este mecanismo tem sido praticado utilizando cerca de mil
espécies de inimigos naturais no controle de cerca de 300 espécies de pragas em
350 programas de controle biológico desenvolvidos mundialmente (BRUMATTI;
SOUZA, 2009).
19
2.2.2. DEFINIÇÃO
Biopesticidas, em sua definição mais ampla, são organismos vivos ou
produtos naturais derivados desses organismos que matam populações de
pragas (COUTINHO et al., 2010).
Segundo Glare et al. (2012), este termo tem sido aplicado com foco em
preparações contendo microrganismos vivos, englobando compostos botânicos e
semioquímicos, por exemplo, os feromônios. Em uma definição mais restrita
também são chamados de agentes de controle de pragas microbianas (bactérias,
vírus, fungos, protozoários e nematóides) ou compostos bioativos (como
metabólitos), os quais são produzidos diretamente a partir destes micróbios,
sendo utilizados para suprimir as populações de pragas, incluindo insetos,
patógenos e plantas daninhas.
Podem ser divididos em três categorias principais:
(1) Pesticidas microbianos - contêm um microrganismo (bactéria, fungo, vírus,
protozoários ou alga) como ingrediente ativo. Podem controlar muitos tipos
diferentes de pragas, apesar de cada ingrediente ativo ser específico para
cada praga-alvo. Por exemplo, há certos fungos que controlam ervas-
daninhas, e outros que matam determinados insetos. Os pesticidas
microbianos mais conhecidos são os derivados da bactéria Bacillus
thuringiensis, ou Bt, que pode controlar certos insetos em repolho, batata e
outras culturas. O Bt produz uma proteína que é prejudicial para as pragas
de insetos específicos. Esses defensivos precisam ser continuamente
monitorados para garantir que não se tornem capazes de prejudicar
organismos não-alvo, incluindo os seres humanos.
(2) Plantas derivadas de biopesticidas ou PIPs (Proteínas incorporadoras nas
plantas) – as plantas produzem substâncias pesticidas provenientes de
material genético que tenha sido adicionado a ela. Por exemplo, pode-se
introduzir o gene da proteína produzida pelo Bt em uma planta, fazendo
com que esta, e não o microrganismo produza a toxina que mata a praga,
conforme figura 2.
(3) Controle biológico - utiliza substâncias que controlam pragas através de
mecanismos não-tóxicos. Inclui substâncias que interferem no crescimento
20
ou acasalamento, como os reguladores de crescimento, ou substâncias
que repelem ou atraem pragas, como feromônios (GUPTA; DIKSHIT, 2010;
COUTINHO et al., 2010).
Os biopesticidas geralmente são aplicados como formulados de base líquida,
grânulos dispersíveis em água, pó-molhável ou pastilha. Destas quatro formas
pode-se encontrar o mesmo produto formulado, e o que define a escolha são os
requisitos da cultura (THAKORE, 2006).
Há três objetivos principais nas formulações destes defensivos: conferir
estabilidade ao produto durante estocagem e aplicação, facilitar aplicação do
produto e proteger o microrganismo e os cristais das condições adversas do
ambiente (BRAR et al., 2006, ANGELO et al., 2010).
Figura 2 - Modo de ação de Plantas derivadas de biopesticidas
Fonte: Coutinho et al, 2010.
2.2.3. VANTAGENS E DESVANTAGENS
Os defensivos biológicos apresentam uma série de vantagens como, por
exemplo, a segurança para os seres humanos e outros organismos não-alvo, a
redução de resíduos contidos nos alimentos, o aumento da atividade de outros
inimigos naturais e a recuperação da biodiversidade nos ecossistemas tratados
(CAPALHO et al., 2005).
21
Uma grande vantagem dos biopesticidas é a sua baixa toxicidade para os
polinizadores, e compatibilidade com outros inimigos naturais, tais como
parasitoides himenópteros Além disso, apresentam alta especificidade, facilidade
de multiplicação, dispersão e produção, possibilidade do uso da engenharia
genética para criar plantas mais resistentes à pragas (plantas Bt), tecnologia de
aplicação semelhante à utilizada para defensivos químicos, controle mais
duradouro, evita desequilíbrios e ressurgência de pragas, custo de
desenvolvimento e registro relativamente baixo Eles também podem ser utilizados
em rotação com os defensivos sintéticos para atrasar a resistência a pragas por
quebra de pressão a partir de um único mecanismo de ação, ou em combinação
com estes proporcionando um efeito adicional, ou no mínimo sinérgico (GLARE et
al., 2012; PAPA ; CELOTO, 2014).
A desvantagem do controle biológico é que ele requer planejamento e
gerenciamento intensivos, pois pode demandar tempo, controle, paciência,
educação e treinamento. Para que haja sucesso utilizando esse controle é
necessário um grande entendimento da biologia da praga e a de seus inimigos
(BRUMATTI; SOUZA, 2009).
Deve-se ter muito cuidado ao utilizar pesticidas em um programa de controle
biológico, pois muitos inimigos naturais de pragas são sensíveis a eles, e, em
alguns casos pode acarretar mais gastos que o uso de apenas pesticidas
químicos. Além disso, os resultados do uso de defensivos biológicos não são tão
drásticos ou rápidos como aqueles do uso de pesticidas químicos, pois a maioria
dos inimigos naturais ataca somente tipos específicos de animais, ao contrário
dos pesticidas de amplo espectro. Outro problema é a dificuldade em criar
organismos predadores ou parasitas em laboratório, quer seja em hospedeiro
natural ou artificial. Quando os agentes de biocontrole são criados sobre
hospedeiros naturais, há uma maior dificuldade para sua multiplicação. Além da
grande dificuldade em se imitar o ambiente de criação natural dos insetos, os
custos com mão de obra são dispendiosos, representando cerca de 80% dos
custos de produção de um laboratório (BRUMATTI; SOUZA, 2009).
22
2.2.4. MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS
O histórico do Manejo Integrado de Pragas (MIP) está relacionado à
Revolução Verde, que ocorreu na década de 1960, mudando o conceito de
controle de pragas e alertando à população sobre o uso excessivo de defensivos
químicos (PAPA; CELOTO, 2014).
A Universidade Federal de Lavras, UFLA (2014), define o MIP como “uma
filosofia de controle de pragas que procura preservar e incrementar os fatores de
mortalidade natural, através do uso integrado de todas as técnicas de combate
possíveis, selecionadas com base nos parâmetros econômicos, ecológicos e
sociológicos, visando a manter a densidade populacional de um organismo abaixo
do nível de dano econômico”.
O Manejo Integrado é um método ecologicamente correto, cujo objetivo é unir
diversas táticas de manejo as quais quando combinadas de forma dinâmica e
harmoniosa, conferem à cultura um modelo sustentável levando em consideração
os interesses dos produtores e os impactos na sociedade e no ambiente. Ele é
considerado a melhor estratégia para o controle das pragas agrícolas.
Dentro das técnicas de manejo integrado existe o controle biológico. Devido à
crescente pressão mundial para que o ambiente seja preservado, além de
maiores exigências do mercado internacional em relação à qualidade dos
produtos comercializados (a chamada produção integrada), esta forma de
controle tende a ser mais utilizada, aliada a alternativas, como o uso de
feromônios sexuais, armadilhas para coleta de pragas em massa, plantas
resistentes, entre outras (PAPA; CELOTO, 2014).
2.2.5. CONTROLE BIOLÓGICO
O controle biológico pode ser definido como uma ciência que trata da ação de
organismos (predador, parasita ou patógeno) na regulação das populações de
seus hospedeiros e suas presas, sejam eles insetos pragas ou ervas daninhas.
Estes organismos são chamados de agentes de controle populacional e ocorrem
naturalmente nos ecossistemas (BRUMATTI; SOUZA, 2009).
23
Este controle é uma das estratégias utilizadas pelo Manejo Integrado de
Pragas (MIP), sendo bastante usado em sistemas agroecológicos, assim como na
agricultura convencional. Sua aplicação é baseada na utilização de recursos
genéticos microbianos, insetos predadores e parasitóides para o controle de
pragas nos sistemas de produção agrícola (COUTINHO et al., 2010).
Pode ser dividido em dois grupos principais, controle biológico natural e
controle biológico aplicado. O controle biológico natural é o controle que ocorre
sem a interferência humana, ou seja, da maneira que é encontrado na natureza.
Ele baseia-se no combate das pragas pelas espécies nativas, reduzindo o número
de indivíduos da espécie indesejada. Por outro lado, o controle biológico aplicado
envolve a intervenção do homem para eliminar a peste mediante introdução,
manipulação e aplicação de organismos capazes de agir de forma contrária a
pragas (BIOMED, 2013).
Para obter resultados eficientes, todo programa de controle biológico deve
começar reconhecendo quais são os inimigos naturais da "praga-alvo" (organismo
principal que causa danos econômicos as lavouras). Uma vez identificada a
espécie e o comportamento da praga em questão, há o desafio dos centros de
pesquisa em relação à reprodução desse inimigo natural em larga escala e com
custo reduzido.
Além disso, há alternativas que consistem em se desenvolver práticas
culturais como rotação de culturas, uso de plantas como "quebra-vento", cultivos
em faixas, entre outros, aumentando a diversidade de espécies e a estabilidade
ecológica do sistema, dificultando assim, a reprodução da praga (PAPA;
CELOTO, 2014).
Os microrganismos entomopatogênicos são encontrados em abundância na
natureza, causando doenças em ácaros e insetos. Considerando que existem
mais de 2,5 milhões de insetos na natureza e que para cada inseto há um
microrganismo associado (fungo, bactéria ou vírus), verifica-se que o potencial de
controle de pragas com a utilização de inseticidas biológicos é muito grande
(BIOMED, 2013).
Dos bioinseticidas à base de microrganismos entomopatogênicos, os mais
utilizados são os produzidos por bactérias, como o Bt, o qual será abordado no
tópico 2.3, pela facilidade de fermentação em meio líquido e da formulação do
inseticida (PAPA; CELOTO, 2014).
24
2.3. Bacillus thuringiensis, Bt., e sua aplicação como bioinseticida
2.3.1. DESCOBERTA
O Bacillus thuringiensis, popularmente conhecido por Bt, foi descoberto em
1902 por Ishiwata no Japão, através da criação de Bombix mori. Em 1911, ele foi
isolado por Berliner a partir de larvas de Ephestia kuehniella, na cidade de
Thüringe, na Alemanha, de onde é originário seu atual nome.
Na Europa, entre 1920 e 1930, foram realizados os primeiros ensaios
utilizando o Bt, para o controle de Ostrinia nubilalis, lepidóptero da família
Pyralidae. Entre 1930 e 1940, vários testes foram realizados contra outras
espécies de lepidópteros, nos Estados Unidos e na Europa (AZAMBUJA et al.,
2010). No final da década de 30, na França foi comercializado o Sporeine, um
produto formulado à base de Bt (MARTINELLI; OMOTO, 2005). A partir da
década de 50 o Bt foi disponível comercialmente nos Estados Unidos através do
produto Thuricide (FUTINO; FILHO, 1991).
Em 1987, pela primeira vez, genes de Bt responsáveis pela produção de
proteínas inseticidas foram introduzidos e expressos em plantas de fumo. Alguns
anos depois, os cientistas obtiveram plantas que expressavam de modo efetivo os
genes desse microrganismo, possibilitando a utilização comercial de plantas
geneticamente modificadas resistentes a pragas.
A ampla toxicidade do B.t., cujas proteínas e esporos são podem atingir 150
espécies de pragas, sua permanência como agentes letais potentes em pelo
menos um ano, facilidade de produção em meio de culturas artificiais
(fermentadores) e baixa propagação natural em campo foram essenciais à sua
industrialização (FUTINO; FILHO, 1991).
Atualmente, no caso do controle biológico, B. thuringiensis é o microrganismo
mais utilizado em nível mundial (AZAMBUJA et al., 2010).
25
2.3.2. DEFINIÇÃO Bt
O Bacillus thuringiensis é uma bactéria gram-positiva, entomopatogênica,
aeróbica ou facultativamente anaeróbica, naturalmente encontrada no solo.
Esta espécie, assim como outras bactérias, pode manter-se em latência na
forma de endósporos, mediante condições adversas.
Durante a fase de esporulação, este patógeno formam cristais proteicos que
se acumulam na periferia dos esporos em um dos polos da célula, conforme
figura 3. Estes cristais são compostos por uma ou mais proteínas Cry, também
chamadas de δ-endotoxinas ou Insecticidal Crystal Proteins (ICPs). Tais proteínas
são altamente tóxicas e específicas para alguns insetos, sendo inócuas para a
maioria dos outros organismos, incluindo insetos benéficos (BOBROWSKI et al.,
2003).
Os cristais de diferentes linhagens de Bt podem conter diferentes proteínas
com ação inseticida (ICP), as quais são tóxicas para diferentes grupos de insetos
(MARTINELLI; OMOTO, 2005).
No controle microbiano dos insetos, o Bt apresenta-se como melhor
alternativa, mostrando-se também um bom candidato à obtenção de formulações
comerciais, bem como à engenharia genética de plantas (AZAMBUJA et al.,
2010).
Figura 3 – Microscopia eletrônica de Bacillus thuringiensis. a) Microscopia eletrônica de uma célula esporulante, mostrando o esporo (S) e o cristal de forma bipiramidal (C). b) Microscopia eletrônica de esporos (S) e cristais (C).
Fonte: Sauka et al., 2010.
26
2.3.3. MODO DE AÇÃO DO Bt
As toxinas Cry possuem um modo de ação que envolve uma série de etapas
desde a ingestão dos cristais proteicos até a liberação das toxinas e consequente
morte do inseto-praga suscetível ao Bt.
Da maneira como são sintetizadas, as proteínas Cry apresentam-se como
protoxinas sem ação entomopatogênica, necessitando ser ativadas para que
tenham efeito tóxico. Elas são ingeridas por via oral e seu mecanismo de ação
pode ser descrito através das seguintes etapas:
(I) Após a ingestão, as protoxinas são solubilizadas em pH alcalino (em
torno de 10) no intestino médio dos insetos e, em seguida, processadas
por proteases específicas, originando um fragmento resistente a ação
de proteases (polipeptídeos de menor tamanho) que, por sua vez, é
considerado a toxina inseticida na sua forma ativada. Essa etapa
determina à especificidade do produto a base de B. thuringiensis à
espécie alvo, tanto pela alcalinidade do sistema digestivo quanto pela
composição e estrutura dos cristais de B. thuringiensis.
(II) A toxina Cry ativada reconhece receptores específicos situados na
membrana das células epiteliais do intestino médio do inseto, ligando-
se de forma irreversível a eles. Estudos mostram que um inseto pode
apresentar, em quantidade variável, diversas classes de receptores que
podem ser reconhecidos por diferentes toxinas.
(III) Em seguida, a toxina induz a formação de poros nesta membrana, os
quais alteram a permeabilidade das células, pois provoca o
desequilíbrio iônico entre o citoplasma e o meio externo à célula. Como
consequência, ocorre a lise celular e a ruptura da integridade intestinal,
levando à paralisia e morte do inseto (MARTINELLI; OMOTO, 2005;
CAPALHO, 2005; AZAMBUJA et al., 2010).
Este modo de ação pode ser ilustrado pelas figuras 4 e 5. O espectro de
atividade inseticida destas toxinas é estreito devido ao seu modo de ação.
27
Figura 4 - O Bt e o modo de ação das proteínas Cry. (A) Durante a fase de multiplicação as bactérias sintetizam proteínas (ICPs) que se acumulam na periferia dos esporos (e) na forma de cristais (c). (B) (1) Ingestão pela lagarta de esporos de Bt contendo cristais. (2) Após a ingestão da bactéria pelo inseto, os cristais são solubilizados no suco gástrico alcalino. As protoxinas constituintes dos cristais são ativadas. (3) Na região do intestino médio, as toxinas se ligam a receptores sitio-específicos do epitélio levando à formação de poros na membrana e causando a lise celular.
Fonte: Bobrowski et al., 2003.
Figura 5 – Ampliação da figura 4. Mostra os cristais da bactéria, o microrganismo Bt e a toxina ativada.
Fonte: Azambuja et al., 2010.
2.3.4. SELEÇÃO DE SUBESPÉCIES
A busca de linhagens de Bt com alta atividade tóxica e diferentes
especificidades a insetos é de extrema importância tanto para a produção de
novos biopesticidas como para a utilização destas linhagens como fonte de genes
para a obtenção de plantas geneticamente modificadas resistentes a insetos
(BOBROWSKI et al., 2003).
28
Batista et al.(2004), por exemplo, selecionaram, entre 300 subespécies de
Bacillus thuringiensis, as efetivas simultaneamente contra larvas de Spodoptera
frugiperda e Anticarsia gemmatalis (Lepidoptera Noctuidae), Anthonomus grandis
(Coleoptera: Curculionidae), Aedes aegypti e Culex quinquefasciatus (Diptera
Culicidae). Dentre as selecionadas somente duas obtiveram resultados
significativos nas cinco espécies de insetos.
Em outro trabalho, Valicente e Fonseca (2004) estudaram 17 subespécies
do Bacillus thuringiensis, que foram testadas em larvas de Spodoptera frugiperda,
testando a susceptibilidade deste inseto às subespécies do Bt em questão, em
diferentes condições. Dentre os resultados obtidos verificou-se que a maior
mortalidade de larvas foi causada pelo B. thuringiensis tolworthi (95,8%) e a
menor, causada pelo B. thuringiensis kurstaki (2,7%).
Ainda, segundo o trabalho de Monnerat et al. (2003), 15 estirpes de
Bacillus thuringiensis foram isoladas de diferentes partes de algodão e uma
estirpe a partir do solo onde estas plantas se encontravam. Dentre as estirpes
isoladas da planta, seis mataram larvas de A. gemmatalis e S. frugiperda e a
subespécie isolada do solo também se mostrou tóxica aos dois lepidópteros
testados.
2.3.5. APLICAÇÕES
O Bt é o biopesticida mais utilizado no mundo. É utilizado principalmente para
controlar boa parte das pragas de insetos de maior importância econômica, as
quais em sua maioria pertencem à ordem dos lepidópteros, como a lagarta-
americana, Heliothis sp., Earias spp., Spodoptera sp., e Plutella sp. (GUPTA;
DIKSHIT, 2010).
Pode ser aplicado em culturas de algodão, arroz, tomate, couve-flor, repolho, e
outras culturas comerciais (THAKORE, 2006).
Na América do Norte, produtos à base de Bt são empregados no controle de
pragas florestais, principalmente Lymantria díspar, Choristoneura fumiferana e
C.occidentalis. Na Austrália, são utilizados para controle de pragas em algodão,
frutíferas, ornamentais, fumo, entre outras culturas. Na América Latina, Cuba e
29
México, seu uso é em especial no controle de pragas nas culturas do algodão,
banana, batata, citros, hortaliças, fumo, milho, pastagens.
Estes países são os únicos com produção própria destes biopesticidas,
tornando-os competitivos em relação aos produtos químicos.
Já na China, estes produtos são usados contra pragas de grandes culturas,
florestas e hortaliças. No Egito, utilizam-se para controle de pragas do algodão
(POLANCZYK; ALVES, 2003).
As tabelas 1 e 2 mostram, respectivamente, os agentes de controle utilizados,
as culturas para as quais são efetivos e as pragas para as quais são eficazes, e a
ordem e a quantidade de insetos susceptíveis ao Bacillus thuringiensis.
Tabela 1 - Espécies de insetos suscetíveis a Bacillus thuringiensis
Fonte: Polanczyk; Alves,2003.
30
Tabela 2 - Inseticidas biológicos registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA) para uso agrícola
Agente de
controle
Cultura Praga
Bacillus
thuringiensis
Abacaxi, abobrinha, alfafa,
algodão, álamo, amendoim, arroz,
batata, brócolis, cana-de-açúcar,
café, citros, couve, couve-flor,
coco, eucalipto, fumo, mandioca,
maçã, maracujá, melão, milho,
pastagens, repolho, soja, tomate,
trigo, uva
Anticarsia gemmatalis, Brassolis astyra,
Condylorrhiza vestigialis, Strymon basalides,
Spodoptera frugiperda, Ascia monuste orseis,
Dione juno juno, Manduca sexta paphus, Eacles
imperialis magnifica, Plutella xylostella, Tuta
absoluta, Mocis latipes, Alabama argilacea,
Trichoplusia ni, Erinnys ello, Pseudoplusia
includens, Rachiplusia nu, Helicoverpa sp.,
Helicoverpa armigera, Neoleucinodes
elegantalis, Diatraea saccharalis, Ecdytolopha
aurantiana, Grapholita molesta, Diaphania
nitidalis, Agyrotaenia sphaleropa, Thyrinteina
arnobia
Baculovirus
anticarsia
Soja Anticarsia gemmatalis
Beauveria
bassiana
Crisântemo, eucalipto, erva-mate Gonipterus scutellatus, Hedypathes betulinus,
Tetranychus urticae
Metarhizium
anisopliae
Cana-de-açúcar Mahanarva fimbriolata
Steinernema
puertoricense
Cana-de-açúcar Sphenophorus Levis
VPN-HzSNPV Algodão, soja Helicoverpa sp., Helicoverpa zea
Thrichoderma
stromaticum
Cacau Moniliophthora perniciosa
Fonte: Papa; Celoto, 2014
31
2.3.6. MERCADO E TENDENCIAS
A eficácia e especificidade das cepas de Bt e suas toxinas no controle de
insetos praga, favoreceu a formulação de biopesticidas à base deste patógeno, e
desde o primeiro produto lançado na França em 1938, mais de 100 formulações
foram colocados no mercado mundial, sendo atualmente responsáveis por mais
de 90% do faturamento com bioinseticidas.
O continente americano é responsável por 50% deste mercado, principalmente
os Estados Unidos. Canadá e a América Latina representam apenas de 8 a 10%
do total (POLANCZYK; ALVES, 2003).
No continente Europeu, o maior mercado individual de biopesticidas é a
Espanha, seguida pela Itália e França. Apesar de o mercado de biopesticidas não
ter crescido conforme as expectativas da década de 1990, há uma grande
expectativa e elevadas oportunidades, que poderiam aumentar o mercado total
em 2020.
Os biopesticidas geralmente mais utilizados são os biofungicidas
(Trichoderma), bioherbicidas (Phytopthora) e bioinsecticidas (Bacillus
thuringiensis).
Segundo Hall e Menn (1999) os defensivos biológicos têm recebido um
aumento de exposição em canais científicos e têm chegado a um maior
conhecimento dos leigos. Apesar de representarem uma pequena fração do
mercado mundial de defensivos, espera-se que nos próximos anos os
biopesticidas cresçam a uma taxa de 10-15% ao ano em contraste aos 2% dos
pesticidas químicos.
Na Índia, o consumo de biopesticidas aumentou ao longo do tempo, conforme
gráfico 1 (GUPTA; DIKSHIT, 2010).
32
Gráfico 1 – Crescimento do consumo de biopesticidas na Índia de 1994 a 2006
Fonte: Gupta; Dikshit, 2010.
De acordo com notícia publicada por Gottems (2014), o mercado de
biopesticidas irá mais do que dobrar nos próximos 10 anos. A perspectiva é de
que representem uma fatia de cerca de 7% do total global do mercado de
pesticidas, atingindo o valor de US$ 4,5 bilhões em 2023 em vendas.
Este crescimento pode ser explicado pelo aumento da preocupação com
tecnologias ecologicamente corretas, mudanças climáticas e os impactos
causados na agricultura. Assim, os produtores, consumidores e reguladores estão
sendo atraídos por técnicas mais sustentáveis e ecológicas (GOTTEMS, 2014).
Além disso, a descoberta de novos pesticidas sintéticos tem se tornado mais
difícil e dispendiosa. Estima-se que as empresas precisam rastrear cerca de
140.000 produtos químicos para encontrar um novo pesticida sintético,
comercialmente aceitável. Também o valor exigido para desenvolver um novo
pesticida sintético é muito alto (mais de US $ 250 milhões) e leva cerca de 10
anos.
Em contraste, o custo para desenvolver um biopesticida é da ordem de U$ 3-5
milhões e leva cerca de três anos para chegar ao mercado nos EUA. A principal
razão para isto é que um biopesticida comercial pode ser descoberto rastreando-
se uma quantidade bem menor de microrganismos do que o número de moléculas
necessárias para um pesticida sintético (GLARE et al, 2012).
No Brasil a realidade não é diferente. Considerado um dos países que mais
consome agrotóxicos no mundo, está atraindo investimentos agora para a área de
biopesticidas, desde as menores empresas até as grandes multinacionais de
tecnologia agrícola. A imagem do controle biológico que era mais ligada às
lavouras orgânicas e de agricultura familiar começa a se focar no
33
desenvolvimento de produtos voltados para a agricultura comercial, como forma
de complementar e reduzir a aplicação de produtos químicos no controle de
pragas.
O novo segmento de mercado ganhou proporção no Brasil através da
propagação na última safra da lagarta Helicoverpa armigera nas grandes culturas,
como soja, milho e algodão. Os prejuízos causados, somente na pluma, somam-
se R$ 10,7 bilhões. Como o país não possuía defensivos químicos contra a
lagarta autorizados para a comercialização, muitos produtores buscaram soluções
alternativas para combater a lagarta.
O cultivo de amendoim é um dos cultivos comerciais que usa biopesticidas há
anos. No Brasil, este produto sofre com a contaminação de um fungo, que pode
gerar intoxicação alimentar quando ingerido e pode ser cancerígeno e mutagênico
(GOTTEMS, 2014).
Recentemente uma nova estirpe mais ativa de Bt foi produzida, o que
aumentou o desempenho e a aceitação de produtos comerciais, ampliando o seu
uso contra as pragas de outros insetos (COUTINHO et al., 2010).
De acordo com GLARE et al. (2012), em 2009 os biopesticidas representaram
uma taxa de 3,5% do mercado global de pesticidas ($1,6 bilhões). O mercado de
defensivos biológicos é dominado pelos produtos a base de bactérias (tabela 3).
As previsões de vendas para biopesticidas em geral e para o Bt estão
representadas nas tabelas 3 e 4.
Tabela 3 – Estimativa do mercado global para todos os tipos de biopesticidas, incluindo os bioquímicos até
2014 ($US milhões). a) Incluindo protozoários e nematoides. b) taxa de crescimento anual.
Produto 2008 2009 2014 TCAb % 2009-2014
Bacterias 893.6 1194.3 2516.5 16.1
Fungos 113.3 150.6 288.9 13.9
Predadores 98.4 128.0 247.2 14.1
Vírus 60.1 80.0 155.5 14.2
Outros a 34.6 47.1 91.9 14.3
Total 1200.0 1600.0 3300.0 15.6
Fonte: Glare et al., 2012.
34
Tabela 4 – Estimativa de vendas de biopesticidas microbiológicos por tipo para o ano de 2010.
($US milhões). a) Produtos baseados na bactéria Bacillus thuringiensis.
Fonte: Glare et al., 2012.
As perspectivas indicam que o crescimento dos defensivos biológicos é
contínuo e será consideravelmente maior do que o previsto para o mercado de
pesticidas sintéticos (GLARE et al, 2012).
Há espaço no mercado brasileiro para ambos os tipos de defensivos, tanto os
químicos quanto os biológicos (ABRAPA, 2013).
3. CONCLUSÃO
Devido ao fato do controle de pragas com pesticidas químicos gerar diversos
problemas, incluindo a resistência aos inseticidas, os surtos de pragas
secundárias, riscos de segurança para os humanos e animais domésticos, a
contaminação dos lençóis freáticos, a diminuição da biodiversidade e outras
preocupações ambientais, tornou-se evidente a necessidade de uma alternativa
que pudesse substituir parcial ou integralmente esse tipo de defensivo.
Aliado a isso, tanto o governo quanto a sociedade passaram a requerer
produtos que apresentassem menor risco à saúde e ao ambiente. Então, os
defensivos biológicos se apresentaram como solução para os problemas
ocasionados e esta necessidade de desenvolver pesticidas menos danosos
transformou-se em uma prioridade mundial.
Biopesticida
Estimativa de Vendas ($)
America do Norte
Europa Ásia e Austrália
America Latina
Africa e Oriente Médio
Total
Total Bt a 72.0 27.57 74.75 30.19 6.28 210.79
Outra Bactéria 23.94 6.30 14.05 4.56 0.40 49.25
Vírus 5.57 7.47 23.90 3.80 0.48 41.22
Fungos 15.85 5.64 18.85 35.96 0.78 77.08
Nematóides e outros 9.4 7.50 0.95 0.16 0.13 18.14
Total 126.76 54.48 132.5 74.67 8.07 396.48
35
A partir de então, os estudos para produção de defensivos biológicos foram
intensificados e, por apresentarem maior especificidade, não apresentarem danos
aos humanos ou outros seres que não sejam seus alvos e por não acumularem
resíduos no ambiente, estes começaram a conquistar seu espaço no mercado de
pesticidas. Destacam-se os biopesticidas microbiológicos baseados em bactérias,
dentre eles, o mais conhecido, o Bacillus thuringiensis, o qual pode ser aplicado
em diversas culturas e suas subespécies permitem com que ele seja utilizado
para uma ampla gama de pragas. É esta versatilidade que confere destaque a
este bioinseticida.
Não há dúvida de que os defensivos biológicos podem desempenhar um papel
fundamental no controle das pragas e contribuir significativamente para a redução
do consumo de pesticidas químicos. Portanto, este mercado possui muitas
expectativas de crescimento nos próximos anos e de investimentos de grandes
empresas neste setor, na busca por uma agricultura mais sustentável e menos
agressiva ao meio ambiente.
36
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABRAPA, 2013. Disponível em: <http://www.abrapa.com.br/noticias/Paginas/Biodefensivos-ganham-espaco-sobre-quimicos.aspx>. Acesso em: 10 Out.2014. ALVES FILHO, J.P. Uso de agrotóxicos no Brasil: controle social e interesses corporativos. São Paulo: Annablume, 2002. ANGELO, E.A.; VILAS-BÔAS, G.T.; CASTRO-GÓMEZ, R.J.H. Bacillus thuringiensis: características gerais e fermentação. Londrina: Semina Ciências Agrárias, 2010. vol. 31, n. 4, p. 945-958. AIRES, L. Biopesticidas podem ser boa alternativa ao uso de agrotóxicos, 2014. Disponível em : <http://www.ecycle.com.br/component/content/article/35/1442-biopesticidas-podem-ser-boa-alternativa-ao-uso-de-agrotoxicos.html >. Acesso em 23 Set.2014. AZAMBUJA, A.O. et al. Ecotoxicologia de Bacillus thuringiensis. Revista Biotecnologia Ciência & Desenvolvimento. Ano XI. Nº 38, 2010. BATISTA et al.Estirpes de Bacillus thuringiensis efetivas contra insetos das ordens Lepidoptera, Coleoptera e Diptera. Pesq. agropec. bras., Brasília, v.39, n.1, p.11-16, jan. 2004. BIOMED. Aula controle biológico. Disponível em: <http://people.ufpr.br/~microgeral/BIOMED2013aulacontrolebiologico.pdf>. Acesso em 16 Out.2014. BOBROWSKI, V.L et al. Genes de Bacillus thuringiensis: uma estratégia para conferir resistência a insetos em plantas. Santa Maria: Cienc. Rural, 2003. vol.33 no.5. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84782003000500008&lang=pt>. Acesso em 10 Set.2014. BRAIBANTE, M.E.F. ; ZAPPE, J.A. A química dos agrotóxicos. Vol. 34, N° 1, p. 10-15, Fev. 2012.
37
BRAR, S.K. et al. Recent advances in downstream processing and formulations of Bacillus thuringiensis based biopesticides. Process Biochemistry, Quebéc, v. 41, n. 2, p. 323-342 2006. Disponível em <http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S13595113050 03041>. Acesso em: 06 Out. 2014 BRUMATTI, C.R. ; SOUZA, C.W.O. Controle Biológico. UFSCAR: Programa de pós-graduação em biotecnologia, 2009. Disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/17571140/Controle-Biologico> Acesso em 15 Set.2014. CAPALHO et al. Bacillus Thuringiensis. Revista Biotecnologia Ciência & Desenvolvimento. Ano VIII. p.78-85 Nº 34, 2005. CARRARO, G. Agrotóxico e meio ambiente: uma proposta de ensino de ciências e de química. UFRS, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 1997. COUTINHO et al. Produção de Biopesticidas. FEUP.Faculdade de Engenharia Universidade do Porto, 2010. FUTINO, A. M; SALLES FILHO,S. A biotecnologia na agricultura brasileira: A indústria de defensivos agrícolas e o controle biológico. São Paulo: Agricultura em São Paulo, 1991. v. 38, p. 45-88. GLARE, T. et al. Have biopesticides come of age?. Trends in biotechnology, v. 30, n. 5, p. 250-258, 2012. GOTTEMS, L. Mercado dos biopesticidas deve crescer US$ 4,5 bilhões até 2023. Publicado em 11.Fev.2014. Disponível em <http://www.agrolink.com.br/culturas/soja/noticia/mercado-dos-biopesticidas-devem-crescer-us--4-5-bilhoes-ate-2023_191603.html>. Acesso em 16 Out. 2014. GUPTA, S.G; DIKSHIT, A.K. Biopesticides: An eco-friendly approach for pest control. Journal of Biopesticides (Special Issue) p. 186 – 188, 2010. HALL, F. R.; MENN, J. J. Biopesticides: Use and Delivery. New Jersey: Humana Press, 1999. KINKARTZ, S. Crescimento populacional e o desafio da alimentação, 2011.
38
Disponível em: <http://www.dw.de/crescimento-populacional-e-o-desafio-da-alimenta%C3%A7%C3%A3o/a-15486766> Acesso em 22 Set.2014. MAPA. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Programa de supressão da Helicoverpa armigera, 2014. Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/PROGRAMA%20SUPRESSAO%20BAHIA%202013%20-%20MAPA%20_2_.pdf> Acesso em 22 Set.2014. MARTINELLI, S. ; OMOTO, C. Resistência de insetos a plantas geneticamente modificadas. Revista Biotecnologia Ciência & Desenvolvimento. Ano VIII. p.67-77 Nº 34, 2005. MILLER , G.T; SPOOLMAN, S.E. Living in the Environment. Belmont, C.A.: Wadsworth, 1990, p.550. MONNERAT, R. et al. Isolamento e caracterização de estirpes de Bacillus thuringiensis endof[iticas de algodão. Embrapa: 2003. NATIONAL RESEARCH COUNCIL. The future role of pesticides in US agriculture. Washington, D.C.: National Academy Press, 2000. PAPA, G. ; CELOTO, F.J. Cresce o uso de inseticidas biológicos na agricultura. Ilha Solteira, 2014. Disponível em :<http://www.revistacampoenegocios.com.br/cresce-o-uso-de-inseticidas-biologicos-na-agricultura/> Acesso em 22 Set.2014. PLANALTO, 2014. Lei nº 7.802, de 11 de Julho de 1989. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7802.htm>. Acesso em 08 Out.2014 POLANCZYK,R.; ALVES,S. Bacillus thuringiensis: Uma breve revisão. Agrociencia. Vol. VII. Nº2, p.1-10, 2003. SCHIESARI, L. Defensivos Agrícolas. Como evitar danos à saúde e ao meio ambiente, 2014. SILVA, M.F.O. ; COSTA, L.M. A indústria de defensivos agrícolas. BNDES Setorial 35, p. 233 – 276, 2012.
39
SOARES, W.L.; PORTO, M.F.S. Aspectos teóricos e práticos associados a decisão de uso de agrotóxicos: uma abordagem integrada entre a agricultura, meio ambiente e saúde pública. Rio Branco, Acre, 2008.Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural. THAKORE, Y. The biopesticide market for global agricultural use. Industrial Biotechnology. Massachusetts, v. 2, n. 3, p. 194-208, 2006. UENF. Defensivos Agrícolas, 2014. Disponível em : <http://www.uenf.br/uenf/centros/cct/qambiental/so_defensivos.html> Acesso em 22 Set.2014 UFLA. Universidade Federal de Lavras. Conceitos Básicos do Manejo Integrado de Pragas. Depto de Entomologia, Lavras, MG, 2014. Disponível em <http://www.den.ufla.br/siteantigo/Professores/Ronald/Disciplinas/Notas%20Aula/MIPFlorestas%20conceitos%20mip.pdf> Acesso em 16 Out.2014. VALICENTE, F.H; FONSECA, M.M. Susceptibilidade da lagarta-do-cartucho do milho, Spodoptera frugiperda, a diferentes isolados de Bacillus thuringiensis. Revista Brasileira de Milho e Sorgo,Vol. 3, No 01, 2004.