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DISCIPLINA TEOLÓGICADISCIPLINA TEOLÓGICADISCIPLINA TEOLÓGICA

REALIZAÇÃO:

Igreja Renovação em Cristo

História História da Igrejada IgrejaHistória da Igreja

REALIZAÇÃO:

Igreja Renovação em Cristo

ITER – Instituto Teológico Renovação História da Igreja 1

INSTITUTO TEOLÓGICO RENOVAÇÃO - ITER

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Sobre o livro Didático

Categoria - Religiões - Cristianismo

Execução - 2017

3ª Edição

Título Original: História da Igreja

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Produção Editorial, Coordenação e Revisão Teológica

Pr. Abdón Solís

Índice Catálogo Sistemático

1- Teologia – Religião – História

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INTRODUÇÃO

A matéria HISTÓRIA DA IGREJA compreende o estudo cronológico dos acontecimentos desde o início da Igreja Apostólica até os tempos modernos.

Os cristãos nutrem um interesse especial pela história porque nela estão firmados os fundamentos de sua fé. Portanto, a história da Igreja é um assunto de enorme relevância para o cristão que deseja conhecer sua herança espiritual para imitar os bons exemplos do passado e evitar erros que a Igreja cometeu ao longo dos séculos.

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HISTÓRIA DA IGREJA

I. DEFINIÇÕES e ORIGEM DEFINIÇÃO DE HISTÓRIA - A palavra “história” vem do substantivo grego historia, que é derivado do verbo grego historeo. Essa palavra foi usada pelos gregos da Antiguidade e significava originariamente aprender pela pesquisa ou investigação. A História pode ser definida como relato interpretado do passado humano socialmente importante, baseado em dados verídicos organizados, reunidos pelo método científico a partir de fontes arqueológicas, literárias ou vivas. DEFINIÇÃO DE IGREJA - A Palavra grega para igreja é “Ecclesia”, quer dizer literalmente dizer “chamados para fora”. É um chamado à separação do mundo. A primeira vez que Jesus menciona a palavra Igreja está em Mateus 16.13-19. Ele declarou: “e sobre esta pedra edificarei a minha igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”. 1. O que é a Igreja? A Igreja é formada pelas pessoas que, assim como Pedro, tiveram uma revelação de Deus, em seus corações, de quem realmente é Jesus Cristo. Não um simples profeta, nem um simples milagreiro, mas o Filho de Deus. 2. Qual é a Pedra sobre a qual ela está edificada? Os católicos romanos dizem que é Pedro. Mas o que será que Pedro mesmo diz? “E, chegando-vos para ele, pedra viva, reprovada, na verdade, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa” (1Pe 2.4). “Eis que ponho em Sião a pedra principal da esquina, eleita e preciosa; E quem nela crer não será confundido. E assim para vós, os que credes, é preciosa, mas, para os rebeldes, a pedra que os edificadores reprovaram, essa foi a principal da esquina” (1Pe 2.6,7). A Pedra era a declaração de Pedro ao qual Jesus fez um trocadilho de palavras e mostrou que Pedro era uma “pedra” (petros), mas quando Jesus diz “Esta Pedra” (petra) Ele fala “Rocha” – tem a ver com a declaração inabalável que Pedro acabara de fazer. DEFINIÇÃO DE HISTÓRIA DA IGREJA - A história da Igreja é o relato interpretado da origem, progresso e impacto do Cristianismo sobre a sociedade humana, baseado em dados organizados, reunidos pelo método científico a partir de fontes arqueológicas, documentais ou vivas. Ela é a história interpretada e organizada da redenção da humanidade e da terra. A obra do Espírito Santo acrescenta um elemento sobrenatural à História da Igreja. Deus é transcendente na criação, mas imanente na história e na redenção do Seu povo. A ORIGEM DA IGREJA - A Igreja de Cristo sempre existiu na mente e coração do Pai, desde antes da fundação do Universo. “Como também nos elegeu nEle antes da fundação do mundo, para que fossemos santos e irrepreensíveis...” (Ef 1.4). O Novo Povo de Deus surgiu dentro do antigo povo e como cumprimento das profecias do Antigo Testamento. Ao princípio a Igreja foi considerada como uma seita do judaísmo (At 24.5; 28.22). Há um sobrepor de um sobre o outro. A Igreja é formada dentro do ventre de Israel. Em uma ordem lógica, podemos admitir que:

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Apesar de Jesus haver aceitado o título Cristo, o “Messias de Israel” de seus seguidores mais chegados, proibiu-lhes, contudo, proclamarem essa verdade entre o povo, antes que Ele ressuscitasse dentre os mortos. Mas deviam esperar o batismo do Espírito Santo, para então serem testemunhas em todo o mundo. Jesus formou a Igreja quando começou a chamar seus Apóstolos, porém tem-se por costume, dizer que a oficialização disto ocorreu com a vinda do Poder do Espírito Santo no dia de Pentecostes (Atos 2). O Espírito Santo, desde então, ficou morando permanentemente na Igreja, não em sua organização ou mecanismo, mas como possessão individual e pessoal do verdadeiro cristão. Plenitude do tempos - Em Gl 4.4, Paulo chama a atenção para a era histórica da preparação providencial que antecedeu a vinda de Cristo à terra em forma humana: “Vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho...”. Marcos também indica que a vinda de Cristo aconteceu quando tudo já estava preparado na terra (Mc 1.15). Além dos judeus, os gregos e romanos contribuíram na preparação religiosa para a vinda de Cristo. Cada uma dessas culturas, ao seu tempo, pela providência divina, criou as condições da sociedade em que a Igreja realizou suas primeiras conquistas.

II. PERÍODOS DA HISTÓRIA DA IGREJA A divisão da História da Igreja em períodos é apenas um recurso artificial para colocar os dados da história em segmentos facilmente perceptíveis, estudando-os um de cada vez. Esta divisão ajudará o estudante a guardar os fatos essenciais, além de auxiliar na memorização, obtendo a visão de mundo daquele período específico.

Veja a divisão dos seis períodos da História da Igreja organizados cronologicamente:

1) A IGREJA APOSTÓLICA. Desde Pentecoste (30 d.C.) até a morte de João (100 d.C.).

2) A IGREJA PERSEGUIDA. Desde a Morte de João (100 d.C.) até ao Edito

de Constantino (313 d.C.).

3) A IGREJA IMPERIAL. Desde o Edito de Constantino (313 d.C.) até a Queda de Roma (476 d.C.).

4) A IGREJA MEDIEVAL. Desde a Queda de Roma (476 d.C.) até a Queda de

Constantinopla (1453 d.C.).

5) A IGREJA REFORMADA. Desde a Queda de Constantinopla (1453) até o Fim da Guerra dos Trinta Anos (1648).

6) A IGREJA MODERNA. Desde o Fim da Guerra dos Trinta Anos (1648) até o

Século Vinte.

Deus fundou a Igreja

Jesus Cristo formou a Igreja

O Espírito Santo confirmou a Igreja.

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1. A IGREJA APOSTÓLICA (At 2.42-47)

Portanto, a Igreja de Cristo iniciou sua história com um movimento de caráter mundial, no dia de Pentecostes, no fim da primavera do ano 30, cinquenta dias após a ressurreição do Senhor Jesus, e dez dias depois de sua ascensão ao céu. A construção do alicerce da Igreja com base na vida, morte e ressurreição de Cristo e sua fundação entre os judeus são importantes para se compreender a gênese do Cristianismo. O crescimento gradual da Igreja nas fraldas do judaísmo e a ruptura desses laços no Concílio de Jerusalém antecedem a pregação do Evangelho aos gentios por Paulo e outros, e também o surgimento do Cristianismo como uma “seita” separada do judaísmo. Ressaltaremos também o papel fundamental dos Apóstolos nesse período.

DIVISÕES DESTE PERÍODO

A. A Igreja Pentecostal (Início da Igreja Primitiva) - desde a ascensão de Cristo e Pentecoste (30 d.C.) ao Martírio de Estevão (35 d.C.).

B. Expansão da Igreja Primitiva - do martírio de Estevão (35 d.C.) até o Concílio de Jerusalém (50 d.C.).

C. A Igreja entre os gentios – do Concílio de Jerusalém (50 d.C.) até o martírio de Paulo (68 d.C.).

D. A Era Sombria – do martírio de Paulo (68 d.C.) até a morte de João (100 d.C.).

A. A Igreja Pentecostal - de Pentecoste (30 d.C.) ao Martírio de Estevão (35 d.C.). Desde o derramamento do Espírito Santo, a comunidade daqueles primeiros anos foi também chamada com muita propriedade, "Igreja Pentecostal". Observamos nessa época, inúmeras conversões e milagres, e uma vida em fraternidade. Outra característica era, porém, a falta de expansão missionária. A Igreja permanecia em seu próprio território quando deveria avançar com a evangelização (Mc 16.15).

Primeiras conversões; movimentos de evangelização.

Instituição do diaconato (At 6.1-7)

Primeira perseguição culminando com o martírio de Estêvão (At 7.54-60).

1. Seu Início: O Dia de Pentecoste, 30 a.D. 2. Seu Revestimento: O Espírito Santo. 3. Localização: A Cidade de Jerusalém. 4. Seus Membros: a) Hebreus b) Judeus, Gregos ou Helenistas c) Prosélitos. 5. Seus dirigentes: Tiago (irmão de Jesus), Pedro e João. 6. Seu Governo: Os Doze Apóstolos. 7. Suas Doutrinas:

a) O Caráter Messiânico de Jesus. b) A Ressurreição de Jesus. c) A Volta de Jesus.

Desde Pentecoste (30 d.C.) até a morte de João (100 d.C.)

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8. Seu Testemunho Evangélico. 9. Seus Milagres: através do Espírito Santo. 10. Seu espírito de Fraternidade: "Comunhão de Bens". 11. O único defeito da Igreja Pentecostal: Falta de Zelo Missionário.

O início da Igreja Primitiva – Caracterizava quase que “a visão ideal de Deus”. A Igreja era como uma “sociedade alternativa”. Ela cuidava de seus “membros” de tal maneira que havia uma completa independência do Estado. Ninguém tinha falta de coisa alguma, ao contrário, tudo lhes era em comum. Além disso, na Igreja Primitiva, se cumpria o que Jesus havia dito: “E todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou terras, por amor de meu nome, receberá cem vezes tanto, e herdará a vida eterna” (Mt 19.29). A Igreja Primitiva viveu por um período “ideal dado por Deus” de uma sociedade separada - segundo o que se pode chamar de verdadeira Família de Deus. Forma - Algumas pessoas olham para Igreja, como uma espécie de lugar, onde a gente “se aguenta”, até Jesus voltar. Ao invés disso, a Igreja Primitiva se olhava como “a comunidade do futuro”. É como se alguém dissesse: “Daqui a pouco este mundo vai passar, tudo vai terminar, todas as culturas e sociedades passarão e a única sociedade que vai restar será a Igreja”. Esse era o pensamento, eles viam a si mesmos como “Cidadãos do Reino de Deus” ou “Cidadãos da Era porvir”. Práticas - Tanto tempo quanto foi possível. A igreja primitiva buscou a unanimidade. Estar juntos, nas orações, no partir do pão, na comunhão em geral. Organização - Apesar de ter algumas bases, a organização da Igreja foi surgindo à medida da necessidade. Jesus chamara seus apóstolos, surgiram depois profetas, então necessitaram de diáconos, anciãos e outros ministérios.

Credo – As crenças dos cristãos primitivos eram muito simples: Todos os seus pensamentos sobre a vida cristã tinham como centro a pessoa de Cristo: Criam em Deus, o Pai; em Jesus como Filho de Deus, Senhor e Salvador; criam no Espírito Santo; criam no perdão dos pecados e na eminente Segunda Vinda de Jesus.

Crer, entretanto, que a Igreja Primitiva era imaculada e sem defeitos é um romantismo que não encontra respaldo na História da Igreja e nem no Novo Testamento. Aliás, o próprio NT foi escrito tendo em vista as necessidades surgidas no dia a dia da Igreja. As epístolas, na maioria das vezes, foram escritas para corrigir a postura doutrinária de uma determinada igreja local ou para combater uma heresia incipiente.

Problemas - Toda organização humana tem problemas. Os apóstolos foram criados a vida inteira dentro do judaísmo, que era bem preconceituoso. Isso trouxe algumas influências, divisões e golpes de favoritismo, mesmo dentro da Igreja Primitiva. A ponto de, por diversas vezes, os próprios apóstolos precisarem se corrigir. Mesmo a Igreja Primitiva não era perfeita, passava por diversos erros e problemas (ver At 6). Contexto de vida da Igreja Primitiva - A igreja começou em Jerusalém e foi se expandido conforme a Palavra de Jesus. Esta expansão às vezes foi voluntária – através da evangelização, e outras foi involuntária, através da perseguição. Nesta época, Roma dominava grande parte da terra conhecida. O governo local, em Jerusalém, era exercido por um representante de Roma, questões menores ficavam a cargo de representantes judeus. Roma estava sendo dominada pelo pensamento

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grego. Era uma época onde a cultura helênica se tornara muito forte nos lugares conquistados por ela. Perseguições e Heresias - O Evangelho precisaria enfrentar oposições dos judeus ortodoxos, filósofos gregos, o paganismo e a religião do Império Romano. Desde o começo, os discípulos de Jesus precisaram enfrentar diversos tipos de perseguição. Havia tanto perseguições físicas como intelectuais. No que diz respeito às distorções da Palavra de Deus, chamamos de heresias. A maior parte destas heresias era criada por pessoas de alguma forma associadas à Igreja, embora nem sempre fosse assim. Desde o começo, a Igreja já enfrentava problema com os Judaizantes, aqueles que queriam que o Evangelho seguisse os moldes do judaísmo. Por causa disto, para tentar conter este problema, o apóstolo Paulo precisou escrever diversas cartas às igrejas. Outro tipo de perseguição intelectual vinha por conta de membros da Igreja aliados a pensadores gregos ou então a tradições helênicas. Nos primeiros séculos, havia muitas heresias tentando bombardear a Igreja – um dos pais da igreja disse que combater a heresia era como tentar combater Hidra – uma serpente da mitologia grega que tinha sete cabeças e cada vez que uma delas era cortada crescia outra em seu lugar. Por isso, vamos nos reservar a citar somente duas doutrinas e nomes destacados na época: Gnosticismo – o termo vem do grego gnose = conhecimento. É a ideia de que somos salvos através do conhecimento. E por vezes um conhecimento secreto. Às vezes era alinhada a idéia de sucessivas reencarnações para obtenção deste conhecimento até que se chegasse a um plano mais elevado. Estas ideias datavam vários anos antes de Cristo e seu alcance vem até os dias de hoje. Era a heresia mais “fértil” nos dias dos apóstolos, a ponto de Paulo, João e Judas mencionarem ataques contra esta doutrina. Também outros pais da Igreja, como Inácio de Antioquia, escreveram diversos livros apenas para tentar defender a fé cristã da contaminação desta heresia. Simão, o Mago - Simão foi o precursor do Simeonismo (significa dar dinheiro para comprar a bênção de Deus, o que parece muito comum em nossos dias). Podemos conhecer mais sobre ele na própria Bíblia em Atos 8.4-24. Os documentos históricos (como “História Eclesiástica” de Eusébio de Cesareia) nos mostram que ele deu muito trabalho à igreja. Ele fez uso dos pensamentos gnósticos, criando heresias e se afirmando como um deus, chegando até a dizer que ele era uma outra “encarnação de Cristo”. Conseguiu convencer membros importantes do governo de Roma e fez oposição à igreja por um tempo.

B. Expansão da Igreja Primitiva - do martírio de Estevão (35 d.C.) até o Concílio de Jerusalém (50 d.C.).

A morte de Estêvão, registrada no capítulo 7 de Atos, desencadeou uma tremenda perseguição contra a Igreja. Essa perseguição forçou os discípulos de Jesus, com exceção dos apóstolos, a se espalharem pelas regiões da Judeia e Samaria. Em outras palavras, eles foram obrigados a fugir de Jerusalém, pois aquela perseguição lhes custaria a vida. Porém, à medida que eles se dispersavam, pregavam o Evangelho em toda parte. O Evangelho estava se espalhando; agora, por causa da perseguição, não estaria mais restrito apenas a Jerusalém, mas muita gente, em outros lugares, teria a oportunidade de ouvir pela primeira vez as boas noticias a respeito de Cristo.

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Além disso, essa época, apesar de curta — apenas quinze anos — é de alta significação, pois se decidiu uma importantíssima questão: se o Cristianismo devia continuar como uma obscura seita judaica, ou se devia transformar-se em Igreja cujas portas permaneceriam para sempre abertas a todas as raças: realizou-se nesse período o Primeiro Concílio da Igreja Cristã em Jerusalém, em 50 d.C. Quando se iniciou este período, a proclamação do Evangelho estava limitada à cidade de Jerusalém e às aldeias próximas; os membros da igreja eram todos israelitas por nascimento ou por adoção. Quando terminou, a igreja já se havia estabelecido na Síria, na Ásia Menor e havia alcançado a Europa. Além disso, os membros da Igreja agora não eram exclusivamente judeus; em alguns casos predominavam os gentios. O idioma usado nas assembleias na Palestina era o hebraico ou aramaico, porém, em outras regiões bem mais povoadas o idioma usado era o grego. Vejamos alguns importantes eventos desses anos:

Diáspora cristã judaica - Nesse tempo o Evangelho chega a Antioquia da Síria, cerca de 480 km de Jerusalém.

Conversão de Saulo de Tarso (At 9.1-9)

Conversão do gentio Cornélio (At 10.9 - 11.17)

Integração de Paulo na Igreja de Antioquia (At 11.25,26)

Separação e envio dos primeiros missionários (At 13.2,3). Primeira Viagem Missionária de Paulo.

Evangelização de grandes cidades e centros urbanos: Antioquia, Listra, Derbe, Icônio, Salamina, etc. (At 13 e 14).

Primeiro Concílio de Jerusalém (At 15).

C. A Igreja entre os gentios – do Concílio de Jerusalém (50 d.C.) até o martírio de

Paulo (68 d.C.).

Para conhecimento sobre os acontecimentos dos vinte anos posteriores ao Concílio de Jerusalém dependemos do livro de Atos, Epístolas de Paulo e, talvez, do primeiro versículo da primeira carta de Pedro, que se refere, possivelmente, a países visitados por ele.

Nesse tempo foi escrita a maior parte dos livros do Novo Testamento, dentre eles, os quatro Evangelhos (cerca de 60 a 70 a.D.), todas as Cartas Paulinas (com exceção de Gálatas) e as Epístolas Gerais (com exceção das três cartas do apóstolo João).

Fatos importantes:

o A Obra Missionária alcança todo o Império Romano – “o campo é o mundo” para a Igreja da época, conforme Mateus 13.

o Segunda e Terceira Viagens Missionárias de Paulo e sua equipe. O Evangelho chegou à Europa começando na cidade de Filipos (At 16). Os principais líderes da época foram Paulo, Pedro e Tiago (irmão do Senhor).

o Acontece a primeira perseguição imperial contra os cristãos (64 d.C.). Milhares foram presos, torturados e mortos, entre eles, Pedro (67 d.C.) e Paulo (em 68 d.C.).

Perseguições Imperiais - o primeiro grande desafio da Igreja. A princípio, o governo romano considerava a Igreja Cristã como uma das seitas do judaísmo, e como tal, uma religio licita. Durante essa época, foi Roma quem impediu que os cristãos fossem perseguidos de forma mais acirrada pelos judeus. As leis romanas acabavam favorecendo os cristãos e impedindo que algumas atrocidades acontecessem. Isso estava prestes a mudar.

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Posteriormente, com o crescimento da fé cristã, Roma passou a ver a Igreja como distinta do judaísmo. À medida que crescia, o Cristianismo passou a sofrer cada vez mais oposição por parte da sociedade pagã e do próprio Estado. Foi o imperador Nero que iniciou uma das mais sangrentas perseguições da história da Igreja. Nero (60 d.C.) - Nero tinha um caráter assustador. Muitos cristãos achavam que Nero era a Besta do Apocalipse, o próprio anticristo, pois o nível de crueldade praticada por ele contra os cristãos era assustador. Na noite entre 18 e 19 de julho do ano 64, Roma sofreu um desastroso incêndio que se estendeu por seis dias e seis noites, destruindo dez dos catorze bairros da cidade. Nos dias seguintes, em um clima de exasperação e de horror, começou a circular a notícia de que Roma havia sido queimada por ordem do imperador Nero, tendo ordenado o incêndio com o propósito de reconstruir a cidade de acordo com um projeto arquitetônico que a tornaria ainda mais majestosa. Como a plebe se mostrasse cada vez mais ameaçadora, Nero, para aplacar o seu furor, encontrou um bode expiatório naquela que os romanos consideravam uma "seita religiosa" de origem oriental: os cristãos. Começou assim um período de perseguições que, com poucos intervalos, viria a estender-se por cerca de três séculos em todo o Império Romano. Nero organizou grandiosos espetáculos com o objetivo de aplacar a sede de vingança dos cidadãos romanos, durante os quais os cristãos sofriam todo tipo de suplícios antes de serem mortos: homens, mulheres, velhos e crianças, eram presos e encarcerados, lançados aos leões na arena e devorados pelas feras, outros eram envoltos em betume, amarrados em postes e incendiados para iluminar o palco tétrico do Coliseu Romano ou do Circo de Calígula (Circo de Nero). O exemplo de Roma serviu para difundir em todo o império uma espécie de palavra de ordem: "non licet esse christianos" (não é lícito ser cristão). Os apóstolos Pedro e Paulo sofreram o martírio em Roma no governo de Nero. Suicidou-se em junho de 68 d.C. D. A Era Sombria – do martírio do apóstolo Paulo (68 d.C.) até a morte de João

(100 d.C.).

A última geração do primeiro século (do ano 68 a 100) chamamos de “Era Sombria” em razão de as trevas da perseguição estarem sobre a Igreja. Nessa época foram escritos os últimos livros do NT.

Entretanto a formação do Novo Testamento com os livros que o compõem, como Cânon, não foi imediata: algumas igrejas aceitavam somente alguns livros como inspirados e outras, livros diferentes. Gradualmente os livros do NT, tal como usamos hoje, conquistaram a proeminência de Escritura inspirada. O Apocalipse foi escrito nessa época para alentar uma igreja perseguida, demonstrando o senhorio de Jesus na História. No fim da Era Apostólica encontramos luz e sombras misturadas nos relatos que se referem à Igreja. As normas de caráter eram elevadas, porém o nível da vida espiritual era inferior ao que se manifestava nos primitivos dias apostólicos. Neste período (80 d.C.) o imperador Domiciano proibiu totalmente o culto cristão e renovou o decreto que obrigava todos a cultuarem o imperador. Nesta fase as igrejas da Ásia muito sofreram com a perseguição.

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O General Tito (70 D.C.) - Citado aqui propositalmente, Tito não gerou propriamente uma perseguição contra os cristãos. Na verdade, cumpriu as profecias que Jesus deu sobre a destruição do Templo de Jerusalém. As tropas romanas do general Tito tomam a cidade de Jerusalém em 8 de setembro de 70 d.C. através de muito sangue e destruição. O Templo é incendiado e os habitantes são deportados como escravos. O Templo, construído por Salomão em 970 a. C., reconstruído pelo povo judeu após o regresso a Jerusalém, findo o Cativeiro Babilônico e reconstruído também por Herodes em 19 a. C., era o símbolo e o centro do poder religioso e político dos judeus. Somente o muro ocidental de sustentação da esplanada do Templo permaneceria em pé. Seria chamado mais tarde de “O Muro das Lamentações”. A destruição do Templo constitui de resto um elemento determinante para a fé cristã, que se separa então, cada vez mais, de suas origens judaicas. Este evento se reveste de interesse pelos detalhes de como as profecias foram cumpridas cabalmente e nos mínimos detalhes. Para ver com mais exatidão, leia História dos Hebreus, de Flávio Josefo. Domiciano - Foi imperador romano de 81 até 96 d.C. As fontes clássicas descrevem-no como um tirano cruel e paranoico, localizado entre os imperadores mais odiados ao comparar a sua vileza com as de Calígula ou Nero. Nesta época o apóstolo João, que vivia em Éfeso, foi preso e exilado na ilha de Patmos.

O DESTINO DOS APÓSTOLOS Paulo – foi martirizado por ordem de Nero em 68 d.C. Como cidadão romano, porém, foi tratado com mais respeito. Reservaram-lhe a espada como instrumento de morte. O Livro dos Mártires assim narra a sua morte: “Também o apóstolo Paulo sofreu sob esta primeira perseguição de Nero [...] Os soldados chegaram e o tiraram da cidade para o lugar das execuções, onde, depois de ter orado, deu seu pescoço à espada”. Pedro - crucificado talvez em 67 d.C. Pedro foi conduzido ao circo de Nero para ser crucificado. Tinha cerca de setenta anos. Pediu a seus algozes que o crucificassem de cabeça para baixo, porque não se sentia digno de morrer do mesmo modo que Jesus morrera. João - Nos primeiros anos da Igreja, evangelizou os samaritanos. De acordo com Clemente de Alexandria, João ordenou bispos em Éfeso e outras províncias da Ásia Menor. Muitas escolas acreditam que ele tenha visitado o Egito. Escreveu o quarto Evangelho, três Epístolas e o Apocalipse, escrito quando exilado na ilha de Patmos, durante a perseguição de Domiciano (93-98). João foi enviado de Éfeso a Roma, onde se afirma que foi lançado num caldeiro de óleo fervendo. Escapou milagrosamente, sem dano algum. Diz a tradição que morreu possivelmente em Éfeso, de morte natural (100 d.C).

Tiago, irmão de João - Foi o primeiro entre tantos feridos pela espada do rei Herodes. Tiago foi decapitado talvez em 46 d.C. Foi o primeiro apóstolo mártir. André - Evangelizou na Ásia Menor, na Capadócia e possivelmente na Rússia. De acordo com os "Atos de André e Bartolomeu", ambos pregaram em nações do Oriente Médio ou Europa Oriental. É certo que André tenha pregado também em Éfeso e Ásia Menor. Dizem que pereceu em uma cruz em formato de X, mais tarde conhecida como “Cruz de Santo André”.

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Filipe - Diz a tradição que o apóstolo Felipe viajou ao Egito, Etiópia (África) e ao Norte, rumo à Grécia onde viveu em Hierápolis, cidade da Frígia, tendo pregado o Evangelho na Palestina, grande parte da Ásia Menor, na Gália (atual França) e nas nações vizinhas, trazendo seus bárbaros à luz da fé. Mais tarde, foi apedrejado, crucificado e morto em Hierápolis, no ano 80 d.C.

Simão, o Zelote - Da mesma forma que Felipe, Simão parece ter ido primeiro ao Egito, no entanto, parece ter voltado através da África do Norte, Espanha e Bretanha (segundo uma determinada tradição). Ele deve ter voltado por terra à Ásia Menor e de lá se juntado à outros Apóstolos orientais na Pérsia. Deste ponto pode ter viajado com Judas pela Mesopotâmia e Síria, encontrando o martírio na Pérsia.

Tomé - Foi um, dos mais influentes e produtivos dentre os vários apóstolos que foram para o Oriente, incluindo Bartolomeu, André, Simão e Judas. Há evidências de que tenha viajado não só à Pérsia, Síria, Armênia, toda a região da Caldéia (Pérsia), mas até mesmo à Índia, onde fora atingido por uma lança durante uma de suas viagens missionárias para estabelecer a igreja lá, talvez em 72 d.C.

Bartolomeu (Natanael) - Assim como Tomé, era um viajante e a tradição o localiza em áreas como Índia, Armênia, Irã, Síria e por algum tempo na Grécia, com Felipe (Frígia). Outra tradição diz que o apóstolo morreu por esfolamento em Albana, atual Derbent, na província russa de Daguestão junto ao Cáucaso em 51 ou 60 d.C.

Mateus (Levi) - O primeiro dos quatro evangelistas, Mateus, destinou-se aos judeu-cristãos, objetivando demonstrar-lhes que era Jesus o Messias prometido de Israel. Diz a tradição que ele, após a ascensão de Jesus, pregou na Palestina e em seguida na Etiópia, onde ressuscitou a filha do rei. Esteve também na Arábia e na Pérsia, veio a morrer martirizado na Etiópia, talvez em 72 d.C.

Judas (Tadeu) - A tradição diz ter evangelizado na Mesopotâmia, Palestina, Síria e a Arábia. É localizado na Armênia nos anos de 43 a 66, onde se juntou a quatro outros Apóstolos do Oriente. Fica claro que o Apóstolo Judas era ativo principalmente na Armênia, Síria e Norte da Pérsia, onde foi martirizado.

Tiago o Menor - Aparentemente, permaneceu na Galileia na maior parte de seu ministério, viajando, certa vez, à Armênia. Eusébio de Cesareia narra que sua conduta piedosa e atuante provocou a fúria dos sacerdotes judeus, em especial o sumo sacerdote Anás II, que instigaram as turbas a trucidarem o apóstolo, apedrejando-o até a morte por volta do ano 62. d.C.

Matias - o apóstolo escolhido para substituir o traidor Judas Iscariotes foi apedrejado e depois decapitado.

Tiago, o irmão de Jesus - o líder da igreja em Jerusalém foi atirado de mais de 30 metros de altura do alto do pináculo do Templo ao se recusar a negar sua fé em Cristo. Quando eles descobriram que ele havia sobrevivido à queda, seus inimigos o espancaram até a morte. Talvez em 62 d.C.

Não é tão importante saber como os apóstolos morreram. O que importa é o fato de que todos eles estavam dispostos a morrer pela sua fé. Se Jesus não tivesse ressuscitado, os discípulos o saberiam. Ninguém morreria por alguma coisa que se sabe ser uma mentira. O fato de que todos os apóstolos estavam dispostos a morrer horrivelmente, recusando-se a negar a sua fé em Cristo é uma tremenda evidência de que eles verdadeiramente testemunharam a ressurreição de Jesus Cristo.

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2. A IGREJA PERSEGUIDA (1Pe 4.12-16) Introdução - Os séculos II e III foram tempos de sucessivas perseguições movidas pelos imperadores romanos. Apesar de não ser contínua, contudo se repetia, por vezes, durante anos seguidos. Por mais de dois séculos um exército de milhares de mártires cumpriram At 1.8 ao custo da própria vida (Fp 2.17; Hb 11.36-38). Entretanto a evangelização prosseguiu superando todos os obstáculos, até mesmo a morte (Ap 2.10,13). A primeira geração de cristãos era tida como relacionada com os judeus, uma seita oriunda do judaísmo, mas a partir do ano 70 com a destruição de Jerusalém o Cristianismo ficou isolado sem nenhuma lei que protegesse os seus seguidores.

Estas perseguições duraram até o ano 313 AD, quando Constantino, o primeiro Imperador Romano “cristão”, fez cessar todos os propósitos de destruir a Igreja.

No início do segundo século, os cristãos já estavam radicados em todas as nações e em quase todas as nações, e alguns crêem que se estendia até a Espanha e Inglaterra. O número de membros da comunidade cristã subia a muitos milhões. A famosa carta de Plínio (governador da Bitínia - hoje Turquia) ao Imperador Trajano, declara que os templos dos deuses estavam quase abandonados, enquanto os cristãos em toda parte formavam uma multidão, e pertenciam a todas classes , desde a dos nobres, a até a dos escravos.

Motivos das perseguições - O Paganismo em suas práticas aceitava toda forma e objeto de adoração que iam surgindo, inclusive ao Imperador, enquanto os cristãos rejeitavam qualquer forma ou objeto de idolatria. Por essa razão o povo considerava os cristãos como “antissociais” e “ateus”, pois segundo eles, não tinham deuses. As reuniões secretas dos cristãos despertaram suspeitas. O Cristianismo considerava todos os homens iguais. Não havia distinção entre seus membros, nem em suas reuniões, por isso foram considerados como “niveladores da sociedade”, portanto, “anarquistas”, “perturbadores” da ordem social. Além disso, também eram acusados de Canibalismo, Incesto, Falta de patriotismo, ódio à raça humana, anti-família, causa de catástrofes e pobreza. Mais tarde, passaram a ser perseguidos só por terem o nome de cristãos. “Mas, se sofrer como cristão, não se envergonhe disso; antes, glorifique a Deus com esse nome” (1Pe 4.16).

Alguns dos Perseguidores - Depois de Nero e Domiciano, vieram:

1. Trajano (98 a 117 d.C.) - Estabeleceu como Lei, que todo cristão acusado de qualquer coisa que não negasse a fé, seria castigado, não tendo acusação ficaria livre. Mandava crucificar e lançar às feras.

2. Adriano (117 a 138 d.C.) - Fez uma forte perseguição. Morreu em agonia, gritando, “Quão desgraçado é procurar a morte e não encontrar”.

3. Marco Aurélio (161 a 180 d.C.) - Mandava decapitar e lançar às feras. Apesar de possuir boas qualidades como homem e governante reconhecido pelo povo como sendo justo, foi acérrimo perseguidor dos cristãos. Opunha-se, pois, aos cristãos por considerá-los inovadores. Milhares foram decapitados e devorados pelas feras na arena.

Desde a morte de João (100 d.C.) até ao Édito de Constantino (313 d.C.)

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4. Severo (193 a 211 d.C.) - Mandava decapitar e lançar às feras. Iniciou uma terrível perseguição que durou até à sua morte em 211 AD. Possuía uma natureza mórbida e melancólica; era muito rigoroso na execução da disciplina. Tão cruel fora o espírito do imperador, que foi considerado por muitos como o anticristo.

5. Décio (249 a 251 d.C.) - Décio observava com inveja o poder crescente dos cristãos e determinou reprimi-lo. Mandou que os cristãos tivessem que se apresentar ao Imperador para comunicar a religião. Quem renunciava recebia um certificado, quem não renunciava, era considerado criminoso, conduzido às prisões e sujeito às mais horrorosas torturas.

6. Diocleciano (305 a 310 d.C.) - A última, mais sistemática e mais terrível de todas as perseguições deu-se neste governo. Em uma série de éditos determinou-se que:

1. Todos os exemplares da Bíblia fossem queimados. 2. Todos os templos construídos no Império fossem destruídos. 3. Todos os pertencentes às ordens clericais fossem presos. 4. Ninguém seria solto sem negar sua fé em Cristo. 5. Pena de morte para quem não adorasse aos deuses. 6. Prendiam os cristãos dentro dos templos e depois ateavam fogo. 7. Consta que o imperador erigiu um monumento com esta inscrição “em honra

ao extermínio da superstição cristã”.

Pais da Igreja e os Textos Patrícios Foram conhecidos como “Pais da Igreja”, aqueles que vieram depois dos apóstolos. Os “Pais” são chamados assim, não por seus ensinos, como é o caso dos apóstolos. Eles viveram em tempos por muitas vezes confusos e alguns deles erraram bastante em várias de suas afirmações. Mas eles “expuseram suas cabeças” para levar o Evangelho ao mundo e para estabelecer a base da Igreja. Os que testemunharam o primeiro Concílio, perto do ano 300 d.C. dizem que estes homens vinham para as reuniões, muitos deles cheios de cicatrizes de chicotes e com marcas profundas da perseguição. Os chamados textos “Patrícios” ou “Patrística” é a coleção dos textos escritos por estes e outros homens que deram suas vidas a serviço da difusão da fé logo na era pós-apostólica. São textos que nos ensinam muito sobre como viviam os primeiros cristãos, como era a liturgia de culto, como eram realizados os batismos, quais eram as ênfases da Igreja, etc. Vejamos alguns Pais da Igreja: Clemente de Roma - Para alguns, ele pertencia à família real, para outros, ele era colaborador do apóstolo Paulo. A principal obra de Clemente de Roma é uma carta redigida em grego, endereçada aos crentes da cidade de Corinto (talvez em 98 d.C.).

Inácio - Provável discípulo de João, bispo em Antioquia, foi condenado no ano 107 d.C. por não adorar a outros deuses. Foi morto como mártir, lançado para as feras no anfiteatro romano, no ano 108 ou 110 enquanto o povo festejava.

Policarpo - Bispo em Esmirna, na Ásia Menor, morreu no ano 155. Ao ser levado perante o governador e instado a abandonar a fé e negar o nome de Jesus, assim respondeu: “Oitenta e seis anos o servi, e somente bens recebi durante todo o tempo, como poderia eu agora negar ao meu Salvador?” Policarpo foi queimado vivo.

Justino Mártir - Era um dos homens mais competente de seu tempo, e um dos principais defensores da fé. Seus livros, que ainda existem, oferecem valiosas informações acerca da vida da Igreja nos meados do segundo século. Seu martírio deu-se em Roma, no ano 166 d.C.

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Irineu (130-200) – Foi presbítero em Lyon (França). Influenciado por Policarpo e Justino, Irineu contribuiu na refutação contra heresias como o gnosticismo.

Orígenes (185-254) - cognominado Orígenes de Alexandria ou Orígenes de Cesareia. Teólogo, filósofo e escritor de grande erudição. Inspirados em Orígenes muitos escritores cristãos desenvolveram suas obras.

Os Efeitos Produzidos pelas Perseguições - As perseguições produziram uma Igreja pura, pois conservava afastados todos aqueles que não eram sinceros em sua confissão de fé. Ninguém se unia à Igreja para obter lucros ou popularidade. Somente aqueles que estavam dispostos a ser fiéis até a morte, se tornavam publicamente seguidores de Cristo.

A Igreja multiplicava-se - Apesar das perseguições ou talvez por causa delas, a Igreja crescia com rapidez assombrosa. Ao findar-se o período de perseguição, a Igreja era suficientemente numerosa para constituir a instituição mais poderosa do império.

Apesar de considerarmos as perseguições o fato mais importante da História da Igreja no segundo e terceiro séculos, outros fatos importantes aconteceram neste período que devem ser observados. Vejamos:

O Cânon Bíblico - Os escritos do Novo Testamento foram finalizados, entretanto a formação do Novo Testamento com os livros que o compõem, como cânon, não foi imediata. Gradualmente os livros do NT tal como usamos hoje, conquistaram a proeminência de Escritura Inspirada.

Muitos livros antes de serem finalmente reconhecidos como canônicos foram duramente debatidos, revelando assim, tão somente o cuidado da Igreja e também a responsabilidade que envolvia a canonização. Antes do ano 400 d.C. todos os livros estavam aceitos. Em 367, Atanásio, patriarca de Alexandria, publicou uma lista dos 27 livros canônicos, os mesmos que hoje possuímos; essa lista foi aceita pelo Concilio de Hipona (África) em 393. O reconhecimento e fixação do Cânon do Novo Testamento ocorreu no 3º Concilio de Cartago, em 397 d.C. Nessa ocasião, foi definitivamente reconhecido e fixado o Cânon do Novo Testamento.

A definição de um Credo (Concílio de Nicéia 325d.C.) - Outra característica que distingue esse período é sem dúvida, o desenvolvimento da doutrina. Na era apostólica a fé era do coração, uma entrega pessoal à vontade de Cristo. Entretanto no período que agora focamos a fé gradativamente passara a ser mental, era uma fé do intelecto, fé que acreditava em um sistema rigoroso e inflexível de doutrinas. O conhecido Credo dos Apóstolos, a mais antiga e mais simples declaração da crença cristã, foi escrito durante esse período.

Escolas Teológicas - Nesta época surgiram três Escolas Teológicas: Uma em Alexandria, outra na Ásia Menor e outra na África. Os maiores vultos da história do Cristianismo passaram por essas escolas: Orígenes, Tertuliano e Cipriano.

Aparecimento de seitas e heresias - Juntamente com o desenvolvimento da doutrina teológica, desenvolviam-se também as seitas e heresias na Igreja Cristã. Os cristãos não só lutaram contra as perseguições, mas contra as heresias e doutrinas corrompidas. Vejamos algumas delas:

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a. Os Gnósticos (do grego gnosis, “sabedoria”, “conhecimento”) acreditavam que o Deus Supremo é espírito absoluto e causa de todo bem, enquanto a matéria é completa e irremediavelmente má. O propósito é então escapar deste corpo que aprisiona o espírito. Diziam que a humanidade de Cristo era apenas aparente. Os gnósticos foram muito combatidos pelo apóstolo João que, em suas epístolas, fazia questão de mostrar ser o Senhor Jesus verdadeiro homem e verdadeiro Deus. O gnosticismo visava também conciliar todas as religiões, unindo-as através da gnose que, segundo ufanavam-se, era um conhecimento mais profundo.

b. Os Agnósticos (do grego agnosis “não saber”). Negava a capacidade humana de conhecer a Deus. “A mente finita não pode alcançar o infinito”, declara o agnóstico. Mas há grande diferença entre conhecer a Deus no sentido absoluto e conhecer algumas coisas acerca de Deus. Não podemos conhecê-lo inteira e perfeitamente, mas podemos ter uma concepção da sua Pessoa. As Escrituras baseiam-se no pensamento de que é possível conhecer a Deus; por outra parte, elas nos avisam que por agora “conhecemos em parte” (1Co 13.12).

c. Os Ebionitas. Do hebraico evyonim que significa “pobre”. Eram judeus-cristãos que insistiam na observância da Lei e dos costumes judaicos, inclusive a circuncisão. Negavam a divindade de Jesus. É o embrião da doutrina cristológica das Testemunhas de Jeová. Rejeitavam as cartas escritas por Paulo.

d. Os Maniqueus. De origem persa, foram chamados por esse nome, em razão de seu fundador ter o nome de Mani. Acreditavam que o universo compõe-se do reino das trevas e da luz e ambos lutam pelo domínio do homem. Rejeitavam a Jesus, porém criam em um “Cristo celestial”.

e. O Marcionismo - foi uma seita religiosa cristã do século II. Márcion tenta introduzir o gnosticismo no cristianismo em 160 d.C. tendo maior influência entre os anos 135 e 200 d.C. Falava da existência de dois deuses – o deus do Antigo Testamento, que era mau e do Novo Testamento que era bom. Chegou a ter missionários, bispos e até mártires. Penetrando no cristianismo, absorveu várias de suas doutrinas, rejeitando outras. Ensinava que a encarnação, o nascimento e sexo eram coisas sujas. Os Apologistas (defensores da fé genuína)

1. Justino, o Mártir (100 - 165) - Grego natural da Palestina, levou sua vida viajando como os filósofos de então, ensinando o cristianismo como filosofia perfeita. Foi decapitado no ano 165 d.C.

2. Tertuliano (160 - 220) - Advogado cartaginês, já em meia idade convertido ao Cristianismo, era portador de dons extraordinários. Possuía pensamento agudo, linguagem vigorosa. Em muitos escritos refutou falsas acusações contra a fé cristã.

O Imperador Constantino

Em 313, o Imperador Constantino acabou com as perseguições, abraçando a fé cristã. Na próxima aula estudaremos o terceiro período, a Igreja Imperial, momento este em que a Igreja passa de perseguida para perseguidora.

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3. A IGREJA IMPERIAL (2Pe 2.20-22)

No ano 305, quando Diocleciano abdicou ao trono imperial, a religião cristã era terminantemente proibida, e aqueles que a professassem eram castigados com torturas e morte. Logo após a abdicação de Diocleciano, quatro aspirantes à coroa estavam em guerra. Os dois rivais mais poderosos eram Majêncio e Constantino.

Em batalha travada sobre a ponte Mílvio, Constantino venceu o exército de Majêncio em 312, vitória que mais tarde ele atribuiu ao “Deus cristão”. Segundo a tradição, na noite anterior à batalha, Constantino sonhou com uma cruz luminosa, e nela estava escrito em latim: “Sob este sinal vencerás”. Constantino ordenou que seus soldados empregassem para a batalha o símbolo que se conhece como “Labarum”, e que consistia na superposição de duas letras gregas, X e P. Após esta vitória Constantino fez aliança com Licínio e com Maximino os outros dois pretendentes à coroa.

Constantino ganhou fama de soldado brilhante, pois nunca perdeu uma batalha, mas seu feito mais notável foi ter sido o primeiro imperador a reconhecer e oficializar a fé cristã. Apesar disso, ele só se deixou batizar no finalzinho da vida.

Em 325 Constantino convocou o Concílio Ecumênico de Nicéia, que normatizou os cânones cristãos. Em 326 iniciou a construção de Constantinopla (atual Istambul), transferindo para lá a sede oficial do governo, que sempre havia sido Roma. A nova cidade foi inaugurada em 330. Dali, Constantino governou até a morte, em 337. O Édito de Constantino

No ano 313 o Imperador Constantino, considerado primeiro imperador cristão, proclamou o Édito de Milão, reconhecendo oficialmente a fé cristã como religião do Estado, cessando as perseguições religiosas no Império, principalmente contra os cristãos, tornando legal a sua prática e adoração.

Em 323 Constantino alcançou o posto supremo de Imperador, e o Cristianismo foi então favorecido: os templos pagãos que eram mantidos pelo Estado em todo o Império, com a conversão de Constantino passaram a ser concedidos à Igreja e ao clero cristão, sendo restaurados e novamente abertos em toda parte.

O Édito de Constantino e suas Consequências. Com o Édito de Constantino o cristianismo deixou de ser inimigo deste mundo, e dele se tornou um feliz participante. Os cultos de adoração aumentaram em esplendor, é certo, porém eram menos espirituais e menos sinceros do que no passado.

Aos poucos as festas pagãs foram incorporadas aos rituais da Igreja, porém com novos nomes que se “adequassem” ao cristianismo. A adoração a Vênus e Diana foi substituída pela adoração à virgem Maria. As imagens dos mártires começaram a aparecer nos templos, como objetos de reverência.

1. Pontos Positivos: * Fim das perseguições * Cessação dos sacrifícios pagãos * Instituição do domingo como dia de descanso e adoração * A crucificação foi abolida * O infanticídio foi reprimido * As lutas de gladiadores foram proibidas.

Apesar de os triunfos do Cristianismo haverem proporcionado boas coisas ao povo, contudo a sua aliança com o Estado, inevitavelmente devia trazer, como de fato trouxe, maus resultados para a Igreja:

Desde o Édito de Constantino (313 d.C.) até a Queda de Roma (476 d.C.)

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2. Pontos Negativos: * Todos na igreja por decreto * Costumes pagãos introduzidos na igreja * Mundanismo, secularismo * Dedicação de templos pagãos ao culto cristão.

3. Resultados da União da Igreja com o Estado: * Interferência do Imperador no governo da igreja * Privilégios concedidos ao clero * Doações oficiais às igrejas.

4. O Culto na Igreja: A celebração da Eucaristia tornou-se uma cerimônia imponente, tornando a pregação menos importante.

Muitíssimos pagãos entraram na Igreja sem conversão. O culto aos santos é um exemplo frisante dessa tendência. Era natural que se atribuísse veneração aos mártires e a outros homens e mulheres, famosos por sua santidade. Para essa gente que estava acostumada aos deuses das suas cidades e aos seus lugares sagrados, e que não era convertida o bastante, a veneração dos santos transformou-se rapidamente em adoração.

Os santos passaram a ser considerados como pequenas divindades cuja intercessão era valiosa diante de Deus. Os lugares onde nasceram e viveram passaram a ser considerados santos. Surgiram as peregrinações. Começaram a venerar relíquias, partes de corpos e objetos que pertenceram aos santos e a tributar a esses objetos poderes miraculosos. Tudo isto foi fácil para aqueles que ainda persistiam nas superstições do paganismo. A idéia do culto aos santos foi mais acentuada no caso da Virgem Maria.

O Império Romano era cristão. Em toda parte os bispos governavam as igrejas, porém uma pergunta surgia constantemente: Quem governará os bispos? Esse questionamento lançaria as bases do governo eclesiástico central, em Roma.

Heresias da época.

1. Arianismo - Fundada no século IV por Ário, um presbítero de Alexandria, no Egito. A sua doutrina baseava-se essencialmente no princípio da negação de Cristo como divindade. Para eles, Cristo era uma criatura elevada, por ser Filho de Deus, mas criatura. A Igreja estava ainda em processo de discussão de suas doutrinas e dogmas. Um dos principais assuntos nessa época era a existência da Trindade, ou seja, o mistério de Deus Uno e Trino ao mesmo tempo.

Diante desta situação foi realizado o primeiro Concílio Ecumênico da história, convocado pelo Imperador Constantino, em 325. Teve como objetivo solucionar os problemas que dividiam a cristandade, causados pelo arianismo. O Arianismo ainda existe.

2. Apolinarianismo - Nascido por volta de 310, Apolinário, bispo de Laodicéia ensinava que o Filho de Deus não assumiu por completo a natureza humana, e que o processo de encarnação limitou-se a induzir o Logos a ocupar o lugar da psique de Jesus. Segundo tal doutrina, Jesus não passaria de meio homem e meio Deus. A sua doutrina foi condenada pelo Concílio de Constantinopla em 381 a.C.

3. Pelagianismo - Promovida por Pelágio, clérigo britânico do século IV, sustenta basicamente que todo homem nasce “moralmente neutro”, sendo capaz, por si mesmo, sem qualquer influência divina, de salvar-se quando assim o desejar. Agostinho combateu o pelagianismo defendendo que o pecado original de Adão foi herdado por toda a humanidade carecendo da graça divina.

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Principais Líderes do Período

1. Eusébio de Cesáreia (260-340) – Incentivado por Constantino, Eusébio fez a narração da primeira história do cristianismo, coroando-a com a sua imperial adesão a Cristo.

2. Jerônimo (331-420) - Erudito das Escrituras e tradutor da Bíblia para o latim. Sua tradução é conhecida como a Vulgata, ou “Bíblia do Povo”. Apesar de não haver relatos históricos de sua conversão, sabe-se, porém, que ele foi batizado quando tinha entre 19 e 20 anos. Como monge que era, começou a defender o Celibato. 3. Atanásio (293 –373) - Patriarca de Alexandria, foi um dos mais destacados pais da Igreja. Ainda diácono, contribuiu decisivamente para a condenação da heresia ariana em 325 no Concílio de Nicéia.

4. Ambrósio de Milão (339 – 397) - Teólogo e líder da Igreja, foi preceptor de Agostinho, a quem discipulou e batizou. Era honrado por todos não somente como intelectual, mas principalmente como amoroso pastor de almas. Em suas obras, procurou combater energicamente o arianismo.

5. João Crisóstomo ( 345 – 407) - Foi um teólogo e escritor cristão, arcebispo de Constantinopla. Destacou-se pela sua inflamada retórica.

6. Agostinho (354 – 430) - Bispo de Hipona, Agostinho é considerado o maior teólogo da Igreja Primitiva. Grande intérprete e sistematizador das doutrinas cristãs. Deixou mais de 600 obras, entre as quais “Confissões”, “Santíssima Trindade” e “Cidade de Deus”.

Alguns Acontecimentos desse Período.

Ano 367: Concílio de Hipo. Ratificação dos 66 livros da Bíblia.

Ano 386: São Jerônimo prepara a tradução latina da Bíblia (Vulgata).

Ano 400: Maria passa a ser considerada “mãe de Deus”. Começa a intercessão pelos mortos.

Ano 431: Instituição do culto a Maria no Concílio de Éfeso.

Ano 451: Surge a doutrina da virgindade perpétua de Maria.

Adoração a Maria - A falsa adoração a uma deusa-mãe, rainha dos céus, senhora, madona etc. teve início na antiga Babilônia e se espalhou pelas nações até chegar a Roma. Os gregos adoravam Afrodite; em Éfeso, a deusa era Diana; Isis era o nome da deusa no Egito. Muitos desse tipo de adoradores "aderiram" ao catolicismo em Roma para ficarem mais próximos do poder.

Conclusão - Este foi o período que marcou a aparente vitória da Igreja, porém vimos aqui o fracasso desta instituição paganizada. A “pseudo igreja” entrava por outro caminho.

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4. A IGREJA MEDIEVAL (Gl 1.8-11)

Introdução - Neste capítulo veremos o Período da Igreja na Idade Média (séculos V a XV). Foi o período mais longo e trágico da história da Igreja Cristã, cerca de mil anos: Dez séculos de distanciamento dos princípios, doutrinas e práticas bíblicas. Quase todas as vozes foram silenciadas. Esse foi também um período de protestos por uma práxis, na Igreja, que correspondesse aos ditames da Palavra de Deus.

A Igreja mais era uma força política que uma extensão do Reino de Deus na terra. O papa tornara-se senhor absoluto da Igreja que se estendia por todo o território do antigo Império Romano. Aquela que antes dependia só de Deus, tornara-se agora um negócio de homens.

I. A IGREJA MEDIEVAL

1. A Vida da Igreja - O declínio moral e espiritual pelo qual passava a Igreja nesse período refletia-se em todos os seus aspectos, em todos os lugares. Embriaguez e adultério eram os menores vícios de um clero apodrecido. Por toda Europa o número de sacerdotes envolvidos em escândalos era bem maior que os de vida honesta. Entre eles prevalecia a ignorância e o abandono de seus deveres para com suas igrejas. Eram acusados de roubo e venda de ofícios.

2. O Culto e a Religião Popular - Era ministrado ao povo sacramentos que ocupavam a maior parte da adoração: a) batismo; b) confirmação; c) eucaristia; d) penitência; e) extrema unção; f) ordem; g) matrimônio.

Os sacerdotes ensinavam que o simples cumprimento desses sacramentos era fator determinante para a salvação. A missa era o elemento central do culto, celebrada com muito esplendor por meio de cerimônias, movimentos, vestimentas caríssimas, música solene e belíssimos templos, tudo com objetivo de impressionar o espírito através dos sentidos.

3. As Riquezas da Igreja - Desde o Imperador Constantino o clero vinha isento do pagamento de impostos. Governos posteriores dispuseram que só fossem ordenados para o sacerdócio os de “pequena fortuna”, de poucas posses, de pouca ou nenhuma formação. Assim, a Igreja passou a receber não só ofertas dos fiéis, mas foram-lhe doadas muitas extensões de terras, inúmeros edifícios para fins religiosos. A Igreja tornou-se rica na Europa chegando a dominar a quarta parte dos territórios da França, Alemanha e Inglaterra. Rendas incalculáveis enchiam os cofres da Igreja, isso sem falar do dinheiro arrecadado na venda das indulgências.

4. As Indulgências - (do latim indulgentia, que provém de indulgeo, “para ser gentil”). As indulgências foram concedidas no início da Igreja Católica para reduzir as penitências severas que muitas vezes resultavam em torturas, mutilações e em vários casos a morte. Durante a Idade Média documentos divulgavam indulgências de centenas ou mesmo milhares de anos. A fim de corrigir tais abusos o 4º Concílio de Latrão (1215) decretou que indulgências não deviam ter mais de 40 dias. Apesar das restrições, o final da Idade Média viu o crescimento considerável de abusos, tais como a livre venda de indulgências por profissionais “perdoadores”. Muitos afirmavam que “assim que uma moeda tilinta no cofre, uma alma sai do purgatório”.

Desde a Queda de Roma (476 d.C.) até a Queda de Constantinopla (1453 d.C.).

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5. O Papado.

a) Origem: A palavra papa significa “pai”. Tudo começou com Constantino presidindo o 1º Concílio das Igrejas (313). Depois foi construído a primeira basílica em Roma. Em 402 Inocêncio I dizendo-se governante das Igrejas exigiu que todas as controvérsias fossem levadas a ele. Em 440, Leão I aumentou sua autoridade, sendo visto por alguns historiadores como o primeiro papa. Em 445 o Imperador Romano Valentiniano III reconheceu a pretensão do papa de exercer autoridade sobre as igrejas. Até o ano 500 todos os bispos ocidentais foram chamados assim. Aos poucos, restringiram esse tratamento aos bispos de Roma, que valorizados, entenderam que a capital do Império desfeito deveria ser sede da Igreja.

b) As Tradições: No segundo século surgiu uma tradição propalada por Irineu de que tanto Paulo como Pedro, haviam fundado e dirigido aquela igreja. Assim, mais e mais foi se solidificando a lenda de que Pedro havia fundado a igreja em Roma e transferido para lá o seu pontificado.

II. MONASTICISMO

Já a partir de 250 d.C., ao perceber que a Igreja não seguia os mesmo padrões que antes, muitos começaram a questionar: Isso realmente é igreja ? Isso realmente é vida cristã? Isso deu origem a um movimento conhecido como Monasticismo. Mono significa “sozinho”. Monasticismo é o movimento dos monges e freiras e cresceu ao longo dos anos, até por volta de 1.450 d.C. Com o passar do tempo, os monges se tornaram muito populares. Entre seus principais nomes destacamos Martinho de Tur (316 – 397), fundador de mosteiros no Ocidente e Benedito de Núrsia (480 – 547) que fundou a mais famosa ordem de monges do Ocidente – “Os Beneditinos”. Pontos Positivos do Monasticismo: a. Oração; b. Missão (os monges iam até nos países bárbaros); c. Cópias das Escrituras (eles copiaram as Escrituras por um longo tempo); d. Primeiras Faculdades (Foram os monges quem criaram as primeiras faculdades, pois devido à vida de estudo, eles detinham o saber). Pontos Negativos: a. Perda de relevância com o tempo. Eles não viviam no mundo, com o tempo, como podiam aconselhar problemas diários?; b. Surgiram duas classes de cristãos (nominal / religioso); c. Começaram a dar ênfase aos seus méritos e viver uma espécie de “salvação pelas obras”.

III. FEUDALISMO (500 a 1453 d.C.) Com a queda do Império Romano por volta de 476 d.C., os povos bárbaros foram conquistando as regiões do império. Foi surgindo um novo modelo político-cultural chamado de Feudalismo, época dos “senhores feudais”, conhecida como “O período Negro” da história da humanidade. Muita opressão, fome, peste e devassidão por parte da Igreja, enfraquecendo ainda mais o cristianismo verdadeiro, já muito raro nestes tempos. Neste período, o Papa começou a ganhar ainda mais autoridade e presidir sobre o mundo. Junto aos reis geralmente ficava um Bispo, representante do Papa. A Religião ganhou um poder supersticioso e absoluto sobre a vida. IV. ISLAMISMO (600 d.C.) Religião que surgiu por volta do século VI. Fez forte oposição ao Cristianismo, sendo seu líder conhecido como Maomé ou Muhammad. O Islamismo acredita em Deus (chamando-o de Allah), nos anjos, no Antigo Testamento, e inclusive em Jesus (mas apenas como um profeta, menor do que Maomé). Sua escritura sagrada chama-se Corão ou Alcorão como alguns preferem. Já nos 100 primeiros anos o Islamismo cresceu absurdamente devido ao enfraquecimento da fé cristã e também ao modo como o Islamismo difunde sua doutrina.

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V. O GRANDE CISMA DO ORIENTE (1.054 d.C.)

Tanto a igreja católica ocidental, liderada por Roma, como a ala oriental, liderada por Constantinopla, já havia incorporado em suas práticas e liturgias vários pontos que seriam questionados de forma incisiva pela Reforma do século XVI. Pontos estes que deram lugar à separação entre o leste e o oeste, culminando, em 1054 no Grande Cisma, que separou definitivamente a Igreja Católica Apostólica em Igreja Católica Romana e a Igreja Ortodoxa. O cisma ocorreu na cidade de Constantinopla.

Principais razões para o Grande Cisma:

a) A Controvérsia Iconoclasta, uma discordância contra a utilização de imagens. Iconoclastia ou Iconoclasmo (do grego eikon, “ícone”, imagem, e klastein, “quebrar”, portanto “quebrador de imagem”) foi um movimento político-religioso contra a veneração de ícones e imagens religiosas no Império Bizantino que começou no início do século VIII e perdurou até ao século IX. Os iconoclastas acreditavam que as imagens sacras seriam ídolos, e a veneração e o culto de ícones por consequência, - idolatria.

b) Falta de predisposição tanto do papa, em Roma, como do Patriarca em Constantinopla de se submeterem um ao outro.

c) Diferenças culturais existentes entre o oriente e o ocidente. A Igreja oriental foi ficando cada vez mais introspectiva, monástica e mística. A Igreja ocidental, mais inovadora e eclética na absorção de práticas pagãs.

VI. ABSURDOS EM NOME DE CRISTO a. As Cruzadas (1.096 - 1.272 d.C.) - Objetivavam “converter”, por quaisquer meios, inclusive à espada, povos e nações ao cristianismo. Eram Expedições de caráter militar organizadas pela Igreja, para combaterem os inimigos do cristianismo e libertarem a Terra Santa (Jerusalém) das mãos desses infiéis. O termo Cruzadas passou a designá-lo em virtude de seus adeptos (os chamados soldados de Cristo) serem identificados pelo símbolo da cruz bordado em suas vestes. A Igreja sempre defendia a participação dos fiéis na Guerra Santa, prometendo a eles recompensas divinas, como a salvação da alma e a vida eterna, através de sucessivas pregações realizadas em toda a Europa. b. A Inquisição, ou Santa Inquisição foi uma espécie de tribunal religioso dentro do sistema jurídico da Igreja Católica Romana, criado na Idade Média, cujo objetivo era combater as heresias, condenando todos aqueles que eram contra os dogmas pregados pela Igreja Católica. Começou no século XII na França para combater a propagação do sectarismo religioso, em particular, em relação aos cátaros e valdenses. Entre os outros grupos que foram investigadas mais tarde foram os fraticellis e os hussitas (seguidores de Jan Hus). Fundado pelo Papa Gregório IX, o Tribunal do Santo Ofício da Inquisição mandou para a fogueira milhares de pessoas que eram consideradas hereges, por praticarem atos considerados bruxaria, heresia ou simplesmente por serem praticantes de outra religião. VII. MOVIMENTOS DE PROTESTO

A partir do ano 1.000 d.C. ocorreram os movimentos executados pela Igreja oficial, por monges, acadêmicos e também pessoas do povo geral que se levantaram em

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nome do Evangelho. A Igreja oficial estava corrompida e também foi seu período de maior riqueza material na história. O Papa era Inocêncio III.

Já no início do século XII surgiram vários movimentos de oposição à atitude do clero e ao estado moral da Igreja por parte de vários homens. Vejamos alguns:

1. Os Valdenses (1170). Liderados por Pedro Valdo, um comerciante de Lyon, na França, que distribuiu todo o seu dinheiro entre os pobres vindo a tornar-se um evangelista itinerante. A ele juntaram-se grandes multidões que faziam frente à Igreja espiritualmente enfraquecida. Ainda que perseguidos pela inquisição papal continuaram sempre ativos no ensino do Evangelho e na distribuição de manuscritos parciais das Escrituras.

2. Francisco de Assis (1.208). Segundo testemunhos, Francisco de Assis foi um dos homens que teve, ainda que por pouquíssimo tempo, contato com os Valdenses e também foi inspirado pelas suas vidas. Era praticamente analfabeto, e pouco entendia das Escrituras. Também é bom frisar que tanto no começo do movimento Valdense, como também a respeito dos demais personagens desta época, todos só conheciam o Catolicismo, nenhum deles era completamente livre desta influência.

Certa vez um homem de seu tempo disse: “Você quer perder a fé? Vá ao Papa em Roma! Você quer recuperar a fé? Vá a Francisco em Assis!”. Francisco é talvez o maior exemplo do movimento que foi conhecido nesta época como “Monges Místicos” a classe de monges que era menos esclarecida, e que buscava a vida de Deus no amor ao próximo. O romanismo criou diversos mitos em torno de São Francisco de Assis que não corresponde às ênfases de sua vida, mas sua verdadeira história realmente marcou seu tempo. 3. Tomás de Aquino (1.274). Foi o principal Teólogo da Igreja. Tomás de Aquino se destacou por ser um dos melhores de seu tempo em dialética. Escreveu várias obras, dentre elas, a principal “Teologia Sistemática” que não chegou a terminar.

VIII. PERÍODO PRÉ-REFORMA O Estopim havia sido aceso - A Igreja romana estava sobrecarregada de pecados: salvação “adquirida” através de sacramentos ditados pelos bispos, Cruzadas, inquisições, matanças, exploração, impostos, riqueza, indulgências, “venda do céu”, pecados perdoados por dinheiro, venda de batismos, até em nome de antepassados, muitos do clero não conheciam a Bíblia, já que haviam sido ordenados simplesmente por questão política. Assim era a Europa: uma grande bomba e o estopim estava aceso. As universidades germinavam mais e mais, pensadores e estudiosos começavam a questionar por que não se ensinava as Escrituras. O poder da Igreja já havia começado cada vez mais a depender dos reis e governadores locais, as práticas da Igreja e os poderes vigentes começavam a ser discutidos em todos os lados. Nessa época Deus levanta precursores de uma Grande Reforma que viria:

1. John Wycliffe (1328 - 1384). Queria reformar a Igreja romana através da eliminação dos clérigos imorais e pelo despojamento de sua propriedade, que, segundo ele, era a fonte da corrupção. As habilidades de Wycliffe influenciaram na preparação do caminho para a Reforma na Inglaterra. Ele deu aos ingleses sua primeira Bíblia no vernáculo e criou o “grupo lolardo” ou “Movimento Lollardy) para proclamar ideias evangélicas entre o povo simples da Inglaterra.

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2. João Huss (1373 - 1415). Jan Hus, reformador, nascido na Boêmia (hoje Rep. Tcheca). Apoiado, de início, pelas autoridades, traduziu o NT para o tcheco e publicou vários livros: sobre a glorificação do sangue de Jesus, contra a adoração das imagens, Vida e Paixão de Cristo segundo os quatro Evangelhos, etc. Excomungado, posteriormente foi sentenciado à fogueira, sendo queimado no próprio dia da condenação. Hus pregava o Sacerdócio Universal dos Crentes, no qual qualquer pessoa pode comunicar-se com Deus sem a mediação sacramental e eclesial.

Antes de ser queimado, Hus disse as seguintes palavras: “Vocês hoje estão queimando um ganso (Hus significa ‘ganso’ na língua boêmia), mas dentro de um século, encontrar-se-ão com um cisne. E este cisne vocês não poderão queimar”. Costuma-se identificar Martinho Lutero com esta profecia, que 102 anos depois pregou suas 95 teses em Wittenberg, e frequentemente é identificado com um cisne.

IX. A EVOLUÇÃO DO CATOLICISMO ROMANO – Séc. V a XV

400 – Maria passa a ser considerada “mãe de Deus” e os católicos começam a interceder pelos mortos;

431 – Instituição do culto a Maria no concílio de Éfeso;

451 – Surge a doutrina da virgindade perpétua de Maria;

503 – É criada a doutrina do purgatório;

554 – 25 de dezembro oficializado como data do nascimento de Cristo;

600 – Gregório, o Grande, torna-se o primeiro Papa.

787 – Instituição do culto às imagens e às relíquias no 2º Concílio de Nicéia;

850 – Concílio de Paiva. Instituição do rosário e da coroa da virgem Maria e da doutrina da Transubstanciação;

880 – Início da canonização dos santos;

1073 – Instituída a doutrina do celibato pelo Papa Hildebrando;

1095 – No Concílio de Clermont a Igreja Católica cria as indulgências;

1100 – Institui-se o pagamento pelas missas e pelo culto aos santos;

1184 – A “Santa Inquisição” é estabelecida no Concílio de Verona;

1229 – A Igreja Católica proíbe aos leigos a leitura da Bíblia;

1317 – João XII ordena a reza “Ave Maria”;

1500 – Celebrada a primeira missa no Brasil.

Vimos aqui cerca de mil anos de história, um período de protestos por uma ortodoxia na Igreja segundo os ditames da Palavra de Deus, ao custo da própria vida. Veremos na próxima aula, que estes protestos resultaram na Reforma Protestante proporcionando liberdade de acesso à Palavra de Deus e um novo tempo para os fiéis que agora descobriam o caminho de relacionamento direto com o Senhor.

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5. A IGREJA REFORMADA (2Tm 3.16)

Notas Importantes A Reforma foi um “divisor de águas” na história da Igreja, separando católicos e protestantes. Apesar disso, Martinho Lutero, por muito tempo ainda depois do início da Reforma, queria “reformar a Igreja Católica” e não formar uma outra igreja. Conforme já estudamos, em épocas anteriores ao período de Lutero, muitas vozes reformadoras se levantaram dentro da Igreja, ao custo da própria vida, contra os desvios doutrinários, eclesiais, éticos, morais e comportamentais do clero. Os ventos da Reforma foram ajudados por diversos fatores: homens de Deus cheios de coragem, pessoas com sede das Escrituras e até reis, imperadores e outros governantes que tinham apenas interesse político.

Os reformadores não eram pessoas perfeitas, ainda tinham muito da Teologia da época em suas mentes, alguns deles concordaram com matanças, outros incitaram revoluções armadas, alguns cometeram favoritismo para com os ricos, outros eram anti-judeus e também em determinado momento cometeram “absurdos” em nome da fé. Alguns pequenos grupos se disseram protestantes apenas para se livrar do poder de Roma, e cometiam saques, faziam guerras, invadiam propriedades e cometiam todo tipo de torpeza. Apesar disso, mesmo em meio ao “joio”, o “trigo” apareceu, e mesmo em meio ao chumbo, o “ouro” deu o seu brilho – um brilho que iria mudar a história da Humanidade a partir daí. I. SÍNTESE DO PERÍODO

O período da Reforma Protestante ocorre entre 1453 e 1648, abrangendo cerca de dois séculos. O ano que assinala o começo da Reforma é 1517. O movimento da Reforma trouxe à Igreja a liberdade de acesso à Palavra de Deus e um novo tempo para os fiéis que agora descobriam o caminho de relacionamento direto com o Senhor. Contudo, devido às muitas disputas teológicas decorrentes daquele momento, as missões não foram prioridade imediata para os seus líderes. Nesse período se destacaram ações de restabelecimento dos princípios espirituais da fé bíblica, não formalista, e de comunhão individual do crente com Cristo.

II. OS PRINCIPAIS LÍDERES DA REFORMA

1. Martinho Lutero (1483 – 1546). Nasceu em Eisleben, Alemanha, em 10 de novembro de 1483. Nascido em uma família muito pobre, recebeu o nome de Martin Luther. Aos treze anos, passou a estudar na Escola Franciscana de Magdeburg e anos depois em Eisenach. Aos dezoito anos, Martinho obteve o grau de Bacharel em Filosofia na Universidade de Erfurt. Mas a alma de Lutero suspirava por Deus, acima de todas as coisas. Vários acontecimentos influenciaram-no a entrar na vida monástica, passo que entristeceu profundamente seu pai, o qual vendo que seus rogos eram inúteis e que todos os seus anelantes planos acerca do filho iam fracassar, quase enlouqueceu.

O jovem Martinho Lutero dedicou-se por completo à vida no mosteiro, empenhando-se em realizar boas obras a fim de agradar a Deus e servir ao próximo através de orações por suas almas. Dedicou-se intensamente à meditação, às autoflagelações, às muitas horas de oração diárias, às peregrinações e à confissão. Quanto mais tentava ser agradável ao Senhor, mais se dava conta de seus pecados. Aos vinte e

Desde a Queda de Constantinopla (1453 d.C.) até o Fim da Guerra dos Trinta Anos (1648).

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quatro anos, em 1507, Lutero foi ordenado sacerdote. Em 1508, começou a lecionar Teologia na Universidade de Wittenberg. Lutero recebeu seu Bacharelado em Estudos Bíblicos em 1508. Dois anos depois, visitou Roma, de onde regressou bastante decepcionado.

Em 1512, Martinho Lutero graduou-se Doutor em Teologia e, no mesmo ano, foi recebido no Senado da Faculdade Teológica com o título de “Doutor em Bíblia”. Em 1515, foi nomeado vigário de sua ordem tendo sob sua autoridade onze monastérios. Durante esse período, estudou grego e hebraico, para aprofundar-se no significado e origem das palavras utilizadas nas Escrituras - conhecimentos que logo utilizaria para a sua própria tradução da Bíblia. Sua alma anelava pela Palavra de Deus, e pelo conhecimento de Cristo. Meditando dia e noite na epístola aos Romanos, Lutero finalmente convenceu-se de que a salvação é pela graça, mediante a fé somente em Jesus. Nascia o reformador. A alma de Lutero dessa forma saiu da escravidão. Depois dessa experiência, pregava diariamente; em certas ocasiões, até três vezes ao dia. A fama do jovem monge espalhou-se até longe.

Em 31 de outubro de 1517, cento e dois anos depois de Jan Hus expirar na fogueira, o "cisne" afixou, na porta da Igreja em Wittenberg, as suas noventa e cinco teses contra as indulgências. O teor das 95 teses é que Cristo requer o arrependimento e a tristeza pelo pecado e não a penitência. Foi desse ato que nasceu a Grande Reforma Protestante. Lutero, agora amparado nas Escrituras, levanta protestos contra a venda de indulgências e contra toda teologia que se encontrava por detrás dela.

Em agosto de 1518, Depois de fazer pouco caso de Lutero, dizendo que ele seria um "alemão bêbado que escrevera as teses", e afirmando que "quando estiver sóbrio mudará de opinião", o Papa Leão X escreveu uma refutação acadêmica às suas teses. Nela, mantinha a autoridade papal sobre a Igreja e condenava as teorias de Lutero como um desvio e uma apostasia. Lutero replicou de igual forma (academicamente), dando assim início à controvérsia. Em 25 de maio de 1521, Martinho Lutero foi declarado fugitivo e herege, proscrevendo suas obras.

Compôs o mais famoso hino da Reforma: “Ein Feste Burg ist unser Gott”, isto é: “Castelo forte é o nosso Deus”. Mas, a maior obra de toda a sua vida, sem dúvida, foi dar ao povo alemão a Bíblia na sua própria língua - depois de voltar a Wittenberg.

Depois de abandonar o hábito de monge, Lutero resolveu deixar por completo a vida monástica, casando-se com Catarina Von Bora, freira que também saíra do claustro, por ver que tal vida é contra a vontade de Deus. É difícil concebermos a magnitude das coisas que devemos atualmente a Martinho Lutero. O grande passo que deu para que o povo ficasse livre para servir a Deus. Antes dele, o sermão nos cultos era de pouca importância, mas Lutero fez do sermão parte importantíssima no culto. Ele mesmo servia de exemplo para acentuar esse costume: era pregador de grande porte. Considerava-se como sendo nada; a mensagem saía-lhe do íntimo do coração: o povo sentia a presença de Deus.

Aos sessenta e dois anos pregou seu último sermão. Vivia sempre esperando que o Papa conseguisse executar a repetida ameaça de queimá-lo vivo. Contudo não era essa a vontade de Deus: Cristo o chamou enquanto sofria dum ataque ao coração, em Eisleben, cidade onde nascera, em 1546. 2. Zwínglio (1.520) - Paralela à Reforma de Lutero, surgiu na Suíça um reformador chamado Úlrico Zwínglio. Nasceu na Suíça em 1484. Em 1506 Zwínglio tornou-se padre, embora o seu interesse pela religião fosse mais intelectual do que espiritual. Em 1520 Zwínglio passou por uma profunda experiência espiritual e dois anos depois

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iniciou a pregação do Evangelho, baseando-se tão somente na Escritura Sagrada. O Papa Adriano VI proibiu-o de pregar. Nesse mesmo ano o governo de Zurique tornou-se, oficialmente, protestante. Em 1531 estourou a guerra entre as províncias católicas e as protestantes, liderados por Zurique. Zwínglio, homem de gênio forte, morreu no campo de batalha, em outubro de 1531. 3. João Calvino (1.533) - Jean Calvin nasceu na França, em 1509. Calvino converteu-se à fé evangélica por volta de 1533. Assumiu o pastorado da Igreja reformada e escreveu para a mesma as célebres “Ordenanças Eclesiásticas”. Por catorze anos, enfrentou grandes lutas com as autoridades civis e algumas famílias influentes (os “libertinos”). Apesar de estar constantemente enfermo, desenvolveu intensa atividade como pastor, pregador, administrador, professor e escritor. Produziu comentários sobre quase toda a Bíblia. O reformador faleceu aos 55 anos, em 1564. 4. John Knox (1.517) - Pai do Presbiterianismo. Nasceu em 1513 na Escócia. Em 1522 prosseguiu os seus estudos na Universidade de Glasgow. Ele aprendeu grego e hebraico num período posterior. Em 1540 é ordenado padre. Em 1545 Knox professou pela primeira vez a fé protestante influenciado lendo Agostinho e Jerônimo descobrindo os grandes temas das Escrituras: graça, fé, pecado, justificação. Logo Knox estava na Inglaterra pregando para a crescente congregação que havia reunido. Em 1555 regressou a Escócia, onde influenciou o nascimento dos princípios do presbiterianismo. Faleceu em Edimburgo em 1572. É sua a célebre frase: “Senhor, dá-me a Escócia ou então morrerei!”

III. A REFORMA NA INGLATERRA

A Reforma na Inglaterra começou de maneira diferente. A Igreja Católica, mesmo sendo muito rica em terras, dependia da proteção do Estado. Henrique VIII, rei da Inglaterra, foi excomungado pelo papa após o rei dissolver seu casamento, repetindo o ato, de acordo com seus interesses políticos, casando-se seis vezes. O rompimento oficial deu-se em 1534, quando o Parlamento inglês aprovou o Ato de Supremacia, que colocava a Igreja sob a autoridade do rei. As propriedades da Igreja Católica passaram às mãos do rei e da nobreza. Todos os dogmas da Igreja Católica foram mantidos, exceto a autoridade papal, que devia se submeter à do rei. Nascia, assim, a Igreja Anglicana, gerando insatisfação entre católicos e protestantes. Portanto, as razões da separação entre o Estado e a Igreja da Inglaterra não foram religiosas, mas políticas e econômicas. IV. A CONTRA REFORMA

A Igreja Católica Romana cada vez mais perdia espaços no quadro geopolítico europeu, além de sofrer pesadas perdas de fiéis. Procurando impedir o avanço da Reforma Protestante, ela realizou sua própria reforma nos padrões mais tradicionais do catolicismo, também conhecida como a Contra Reforma. A Igreja Católica tentaria combater o protestantismo e restaurar a hegemonia do Catolicismo por meio de doutrina e força. Para alcançar tal objetivo a Igreja precisou tomar algumas atitudes:

1. A reativação da Inquisição, ou Tribunal do Santo Ofício. A Inquisição foi criada no século XIII para julgar e punir os hereges. Ela reassumiu esse papel, no século XVI, e obteve muita força nas monarquias católicas de Portugal e Espanha. 2. A Companhia de Jesus, criada em 1534 por Inácio de Loyola, com o objetivo de divulgar o catolicismo, principalmente por meio da educação. Organizados em moldes quase militantes, os jesuítas foram muito importantes para a defesa do catolicismo e sua propagação na América e na África.

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3. O Concílio de Trento - No campo doutrinário, o papa Paulo III organizou o Concílio de Trento (1545-1563) para definir quais as novas posturas católicas. De forma geral, todos os dogmas e sacramentos condenados pelos protestantes foram reafirmados. 4. O Índice de Livros Proibidos - Foi criado em 1564. Tratava-se de uma lista de livros proibidos elaborada pelo Tribunal do Santo Ofício. Toda obra impressa deveria passar pela análise do Tribunal que o “recomendava ou não” aos católicos. Na realidade a Igreja estava censurando obras artísticas, científicas, filosóficas e teológicas. Um cientista que teve suas obras reprovadas foi Galileu Galilei. 5. A Infalibilidade Papal - Foi reafirmada a infalibilidade do papa, defendendo sua autoridade sobre todos os católicos. 6. As obras e sacramentos foram mantidos como fundamentais para a salvação. 7. Seminários - Foram criados para formação intelectual e religioso dos padres. 8. Proibida a venda de indulgência e relíquias eclesiásticas. 9. Celibato - Foi mantido o celibato clerical (proibindo casamento de padres e freiras). Apesar da Reforma não ter conseguido “reformar” a Igreja Católica, ela acabou tendo alguns pontos positivos também para eles – nunca mais o Catolicismo desceu ao nível que estava antes deste tempo.

V. PRINCÍPIOS DA IGREJA REFORMADA - 1.Somente a Escritura; 2. Pessoal, o relacionamento com Deus é acessível a todos; 3. Espiritual, é possível o homem relacionar-se diretamente com Deus.

VI. PRINCIPAIS RESULTADOS DA REFORMA - 1.Tradução da Bíblia na língua do povo; 2. Todos têm acesso a Palavra; 3. Restauração de princípios bíblicos; 4. O sacerdócio universal de todos os crentes.

VII. OS CINCO PONTOS - Os 5 Pontos do Calvinismo, sistema teológico exposto e defendido por João Calvino.

1. Depravação Total: Todos os homens nascem totalmente depravados, incapazes de se salvar ou de escolher o bem em questões espirituais; 2. Eleição Incondicional: Deus já predestinou quem vai para o céu e quem vai para o inferno; 3. Expiação Limitada: Jesus Cristo morreu na cruz para pagar o preço do resgate somente dos eleitos; 4. Graça Irresistível: A Graça de Deus é irresistível para os eleitos, isto é, o Espírito Santo acaba convencendo e infundindo a fé salvadora neles; 5. Perseverança dos santos: Todos os eleitos vão perseverar na fé até o fim e chegar ao céu. Nenhum perderá a salvação.

Os 5 Pontos do Arminianismo, sistema de Teologia formulado por Jacobus Arminius (1560-1609), teólogo da Igreja Holandesa, que resolveu refutar o sistema de Calvino.

1. Capacidade Humana (Livre-arbítrio) - Todos os homens embora sejam pecadores, são livres para aceitar ou recusar a salvação de Deus; 2. Eleição Condicional - A eleição divina só acontece mediante a fé em Cristo; a predestinação, citada na Bíblia, acontece com base na presciência de Deus. 3. Expiação Ilimitada - Cristo morreu por todos os homens e não somente pelos eleitos; 4. Graça Resistível - Os homens podem resistir à Graça de Deus e não serem salvos; 5. Decair da Graça - Homens salvos podem perder a salvação caso não perseverem na fé até o fim.

Os Cinco Solas - Os reformadores lutaram e deram a vida para que a Bíblia fosse exposta de maneira sincera ao povo surgindo daí alguns lemas latinos que resumiam a doutrina protestante. Em 1996, vários líderes e teólogos cristãos se uniram em

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Cambridge para formular uma declaração doutrinária que ficou conhecida como Declaração de Cambridge. Essa declaração uniu esses lemas que juntos são conhecidos como as “Cinco solas da Reforma”, as doutrinas básicas da fé protestante. Sola Scriptura (somente a Escritura); Solus Christus (somente Cristo); Sola gratia (somente a graça); Sola fide (somente a fé); Soli Deo gloria (glória somente a Deus).

CONCLUSÃO. Vimos nesta aula uma pequena noção do que foi a Reforma, bem como alguns pensamentos teológicos que nos afetam hoje. Na próxima aula veremos os principais movimentos pós Reforma, compreendendo assim toda nossa história como cristãos.

6. A IGREJA MODERNA (Jd 3)

I) O DESENVOLVIMENTO DA REFORMA

O movimento da Reforma começou a se espalhar por todos os lados. Muito da maneira como se interpretava e vivia o Evangelho começou a ser repensado. Após alguns anos, houve o “aquecimento” da fé em algumas regiões, e o “esfriamento” da fé em outras. Mas a Palavra se espalhava como há muito tempo não acontecia. Isso gerava corações inflamados, pessoas inspiradas, verdadeiras chamas acesas para “iluminar o mundo”.

Muitos movimentos surgiram. Numerá-los, aumentaria muito o escopo desta apostila, então vamos citar apenas os mais importantes por nós conhecidos:

Luteranos - A ruptura de Lutera com os católicos, em 1517, lançou as bases para a expansão do protestantismo. Os luteranos condenavam o comportamento moral dos padres católicos e acreditavam que a salvação estava nas escrituras sagradas. Anglicanos – Como vimos anteriormente, o rei inglês Henrique VIII (1491-1547) queria anular seu primeiro casamento para se unir a outra mulher. Após a recusa do papa Clemente VII, ele rompeu com a Igreja Católica e criou a Anglicana em 1534, ficando livre da interferência papal. Presbiterianos - Inspirados no teólogo francês João Calvino, pregavam a predestinação divina: ou seja, só os eleitos por Deus se salvariam. O teólogo holandês Arminius criaria depois outra vertente do presbiterianismo: o Arminianismo. Batistas - O movimento anabatista já existia quando Lutero começou a questionar a Igreja Católica. Mas, como outras correntes protestantes, o movimento só ganhou expressão após a Reforma. Acabou dando origem à Igreja Batista. Metodistas - Surgiram na Inglaterra no século XVIII, propondo reformar a Igreja Anglicana. Baseadas na crença da salvação pela fé em Cristo, as ideias metodistas não conseguiram mudar os anglicanos, mas deram origem a uma nova corrente protestante. Seu principal líder foi John Wesley. Pentecostais - Começaram a aparecer no início do século XX como uma dissidência dos metodistas. No Brasil, em 1910, foi fundada a Congregação Cristã do Brasil; no ano seguinte, a Assembleia de Deus, e em 1962, a Igreja Deus é Amor. Neopentecostais - Os neopentecostais caracterizam um cunho, por vezes, bem diferente da reforma protestante. Surgiram nos anos 1970.

Desde o Fim da Guerra dos Trinta Anos (1648) até o Século XX.

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Observe o gráfico a seguir que mostra a Ramificação dos principais Movimentos e Denominações que surgiram a partir da Reforma Protestante, inclusive no Brasil:

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II) UM “NOVO TEMPO” DE DEUS NA IGREJA A partir do século XVIII (1700 em diante) começou uma época conhecida como “Época dos Grandes Avivamentos”. Períodos e lugares onde Deus trabalhou de maneira tão especial que, às vezes, países inteiros eram sacudidos pela chama do Evangelho. Por volta desse mesmo período, surgiram as “Missões Modernas” – pessoas inflamadas pelo fogo do desejo de levar a verdade a almas no mundo todo, a salvação até os confins da terra, ofereciam suas vidas para ir a terras desconhecidas, aprender novas culturas, infiltrar-se no meio de pessoas absolutamente estranhas e com costumes, às vezes, extremamente diferentes.

III) OS PRIMEIROS AVIVALISTAS

Nos primeiros cinquenta anos do século XVIII as igrejas da Inglaterra, a oficial e a dissidente, entraram em decadência. Os cultos eram formalistas, dominados por uma crença intelectual, mas sem poder moral sobre o povo. A Inglaterra foi despertada dessa condição, por um grupo de pregadores sinceros dirigidos pelos irmãos John e Charles Wesley e George Whitefield. A partir desses homens surgem os Grandes Avivamentos da Igreja Moderna no mundo inteiro.

John Wesley (1703 – 1791) – “O tição tirado do fogo”. O ministério do “evangelista do coração ardente” foi repetidamente caracterizado pelo poder do Espírito Santo. A história da sua conversão é bem conhecida: o ambiente piedoso do seu lar na primeira infância, sua intenção através da juventude no sentido de disciplinar metodicamente o seu corpo para uma vida santa, sua experiência missionária de dois anos na América do Norte e sua profunda piedade, mas falta de certeza da salvação — são frequentemente citados. Aos 35 anos, em maio de 1738, viveu o seu novo nascimento, influenciado pelos irmãos morávios. Em 1739, Wesley começou a pregar "o testemunho do Espírito" como um conhecimento pessoal interior, e fundou sociedades daqueles que aceitavam seus ensinos. Pregou na Grã-Bretanha e nas colônias norte-americanas. Os seguidores de Wesley foram chamados “metodistas”, e Wesley aceitou sem relutância esse nome. Na Inglaterra foram conhecidos como “metodistas wesleyanos”, e antes da morte de seu fundador, contavam-se aos milhares. Sofreu durante muitos anos violenta oposição da Igreja Anglicana. Faleceu em março de 1791, em Londres. George Whitefield (1714 – 1770) – “O Príncipe dos pregadores ao ar livre”.

Talvez o evangelista mais conhecido do século XVIII. Ajudou a espalhar o Grande Despertar na Grã-Bretanha e, principalmente, nas colônias britânicas norte-americanas. Enquanto jovem, sua sede de Deus o tornou consciente de que o Senhor tinha um plano para sua vida. Pregou durante 35 anos na Inglaterra e nos Estados Unidos, quebrou as tradições estabelecidas a respeito da pregação e abriu o caminho para a evangelização de massa. Durante um período de vinte e oito dias fez a incrível façanha de pregar a 10 mil pessoas diariamente. Não havia prédio no qual coubessem os auditórios e, nos países onde pregou, armava seu púlpito nos campos, fora das cidades. A vida de Jorge Whitefield era um milagre.

Charles Wesley (1707 – 1788) – “O Célebre Compositor”. Líder do movimento metodista juntamente com seu irmão mais velho John Wesley. Se João Wesley foi o mentor das doutrinas do Metodismo, Carlos Wesley foi o poeta e cantor do mesmo movimento, cujos hinos enriqueceram a coleção hinológica a partir de seu tempo. Enquanto hoje centenas de pessoas leem o padrão de doutrinas, milhares cantam os hinos.

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IV) “HERÓIS DA FÉ” DA IGREJA MODERNA

Deus levantou muitos outros homens neste período. Será impossível nomear e relatar detalhadamente a história desses “heróis da fé”. Só destacaremos alguns:

Jonathan Edwards (1703 – 1758) “O Grande Despertador” Nasceu em East Windsor, Connecticut EUA. Célebre missionário aos índios americanos. Aos vinte anos de idade foi separado para o ministério. Há dois séculos o mundo fala do famoso sermão “Pecadores nas mãos de um Deus irado” e dos ouvintes que se agarravam aos bancos pensando que iam cair no fogo eterno. Jonathan Edwards, entre os homens, era o vulto maior nesse avivamento, que se intitulava “O Grande Despertamento” um dos maiores dos tempos modernos. Começou na Nova Inglaterra, em 1740. De uma época de maior decadência entre a população escassa da Nova Inglaterra, a Igreja de Cristo despertou e foram arrebatadas de 30 a 50 mil almas do inferno durante um período de dois a três anos.

Charles Finney (1792 – 1875). “Apóstolo de Avivamentos”.

Nasceu em Warren, EUA. Diz-se acerca deste pregador, que, depois de ele pregar em Governeur, no Estado de New York, não houve baile nem representação de teatro na cidade durante seis anos. Calcula-se que, durante os anos de 1857 e 1858, mais de 100 mil pessoas foram ganhas para Cristo pela obra direta e indireta de Finney. Dormiu na terra para acordar na Glória, nos céus. Faltavam-lhe apenas treze dias para completar 83 anos de vida aqui na terra. Mas aprouve a Deus levá-lo antes.

George Müller (1805 - 1898) – “Apóstolo da Fé” Foi no século XIX que Deus acrescentou este nome à lista dos heróis da fé: “Pela fé, George Müller levantou orfanatos, alimentou milhares de órfãos, pregou a milhões de ouvintes ao redor do mundo e ganhou multidões de almas para Cristo”. George Müller nasceu na Prússia; seus pais que não conheciam a Deus. Gastou seus primeiros anos de estudo nos mais desenfreados vícios, chegando, certa vez, a ser preso por vinte e quatro dias. Aos vinte anos de idade, contudo, houve uma completa transformação na vida desse moço. Foi nesses dias, depois de sentir-se chamado para ser missionário, que passou dois meses hospedado no famoso orfanato de A.H. Frank. Começava o grande ministério do “Apóstolo da fé”. Charles Spurgeon (1834 – 1892). “O Príncipe dos Pregadores” Charles Haddon Spurgeon nasceu em Kelvedon, Inglaterra. Quando era ainda pequeno, foi por Deus convencido do pecado. Foi salvo aos quinze anos de idade. Spurgeon escreveu muitos livros e inspirado pelo exemplo de George Müller, fundou e dirigiu o orfanato de Stockwell. Pela fé levantou prédio após prédio e alimentou centenas de crianças desamparadas. Quando alguém perguntava a Spurgeon a explicação do poder na sua pregação, o “Príncipe de Joelhos” apontava para a loja que ficava sob o salão do Metropolitan Tabernacle e dizia: “Na sala que está embaixo, há trezentos crentes que sabem orar. Todas as vezes que prego, eles se reúnem ali para sustentar-me as mãos, orando e suplicando ininterruptamente”. Dwight Lyman Moody (1837 – 1899). “Célebre Ganhador de almas” Nasceu nos EUA. Em 16 de novembro de 1899, no meio de sua campanha em Kansas City, com auditórios de 15 mil pessoas, pregou seu último sermão. É provável que soubesse que seria o último: certo é que seu apelo era ungido como poder vindo do Alto e centenas de almas foram ganhas para Cristo.

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V) MISSÕES MODERNAS

Willian Carey (1761 – 1834) “O pai das Missões Modernas” Nasceu na Inglaterra no século XVIII. Ainda menino aprendeu com seu pai a profissão de sapateiro. Carey foi um dos fundadores da Sociedade Batista Missionária de Londres, Inglaterra. Como missionário na Índia, evangelizou, fundou escolas e traduziu a Bíblia para inúmeras línguas e dialetos do país. Antes de embarcar às missões pregava sobre o tema: “Esperai grandes coisas de Deus; fazei grandes coisas para Deus”. Hoje Carey é chamado “Pai das missões modernas”.

Hudson Taylor (1832 – 1905) “O pai das Missões no interior da China” James Hudson Taylor nasceu em Yorkshire na Inglaterra em 1832, em um lar evangélico. Quando criança, Hudson costumava ouvir o seu pai falar sobre a China: “Por que não há mais missionários que vão para a China? Há milhões de chineses que não sabem absolutamente nada sobre Jesus” - reclamava seu pai. O pequeno Hudson com apenas cinco anos dizia: “Eu vou, eu serei um missionário na China!”. Deus honrou seu desejo e Hudson Taylor tornou-se um dos maiores missionários da Igreja Moderna e o célebre fundador da Sociedade Missionária na China. Taylor viveu na China por 51 anos. A Sociedade que ele iniciou foi responsável pelo envio de mais de 800 missionários ao país que começaram 125 escolas e diretamente resultou na conversão de 18 mil almas, também como no estabelecimento de mais de 300 estações de trabalho com mais de 500 colaboradores locais em todas as dezoito províncias. Taylor era conhecido por sua sensibilidade à cultura chinesa e zelo pelo evangelismo. Taylor foi citado como um dos europeus mais significantes a visitar a China no Século XIX.

John Hyde (1865-1912) “O Homem que Orava”. Foi missionário durante quase vinte anos na Índia. A oração passou a ser sua ocupação principal. Suas orações produziram resultados impressionantes: um avivamento em 1910 na Índia e muitas conversões diárias. John Hyde Ganhou mais de 100 mil indianos para Cristo.

VI) OUTROS NOMES DE DESTAQUE EM MISSÕES

David Brainerd (1718 – 1747). Arauto aos “peles vermelhas” na América do Norte. Robert Morrison (1782-1834). Missões na China, primeiro a traduzir a Bíblia ao chinês Adoniram Judson (1788 - 1850). Missionário na Índia e na Birmânia. Robert Moffat (1795 - 1883). Pioneiro em missões na África do Sul. David Livingstone (1813 - 1873). Missões no Interior da África. John Paton (1824 - 1907). Trabalhou nas Ilhas do Pacífico. Pastor Hsi (1836 - 1896). Amado líder chinês.

VII) OUTRAS COMUNIDADES MISSIONÁRIAS NA IGREJA MODERNA

Os Puritanos - O nome é originado da vontade de purificar-se dos resquícios católicos romanos. A idéia puritana expandiu-se também para a purificação da sociedade por parte dos seus seguidores. Um dos mais famosos puritanos é John Bunyan, autor do famoso livro “O Peregrino”. Um grupo de puritanos desembarcou na América do Norte e deu origem a diversas comunidades de discípulos. Este movimento surgiu no século XVII.

Os Pietistas – O Pietismo originou-se no meio da Igreja Luterana, no final de 1600, e propunha reformas à tradição protestante que já se acomodava. Phillip J. Spener (1631-1705) é considerado o Pai do Pietismo. Os pietistas influenciaram grandemente o trabalho missionário de sua época.

A Missão Halle - Esta foi a primeira missão europeia a enviar missionários. Nasceu de uma união com o governo dinamarquês e os pietistas em Halle (1694).

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Os Morávios - Esta é uma das comunidades mais impressionantes da história. O testemunho histórico diz que eles mantiveram uma oração contínua, revezada, que durou 100 anos ininterruptamente. Influenciaram muitas vidas com a verdadeira fé, inclusive o já citado John Wesley, pai do Metodismo. Um a cada sessenta Morávios era missionário. Por vezes, se vendiam como escravos (sem opção de retorno) para fazer missão, e outras, mesmo sabendo que ficariam doentes, entravam e passavam a viver em colônias de leprosos para pregar, esperando somente na Vida Eterna. VIII) HISTÓRIA DOS PROTESTANTES NO BRASIL

1824 - Primeiras Igrejas Luteranas no sul do Brasil. 1835 - Primeiros missionários metodistas. 1859 - Primeira Igreja Presbiteriana no Brasil no Rio de Janeiro RJ. 1871 - Primeira Igreja Batista no Brasil em Santa Bárbara SP. 1903 - Primeira Igreja Presbiteriana Independente do Brasil em São Paulo SP. 1910 - Fundada a Congregação Cristã do Brasil. 1910 - Chegada de Gunnar Vingren e Daniel Berg em Belém PA. 1911 - Início das Assembleias de Deus. 1951 - Fundada a Igreja do Evangelho Quadrangular em São João da Boa Vista SP. 1956 - Fundada a Igreja “O Brasil para Cristo” em Pirituba SP. 1958 - Fundada a Igreja do Nazareno em Campinas SP. 1962 - Fundada a Igreja “Deus é Amor” em São Paulo SP. 1967 - Fundada a Igreja Metodista Wesleyana em Nova Friburgo RJ. 1977 - Fundada a IURD no Rio de Janeiro. 1980 - Fundada a Igreja da Graça de Deus no Rio de Janeiro. 1986 - Fundada a Igreja Renascer em Cristo em SP. 1999 - 1º Congresso da Visão Celular no Brasil em São Paulo.

IX) O MOVIMENTO PENTECOSTAL (Início do século XX)

O Avivamento da Rua Azusa Em 1905, um pequeno grupo de crentes afro-americanos, famintos por avivamento foi expulso da 2ª Igreja Batista de Los Angeles, EUA. Eventualmente, eles começaram a se reunir em uma casa na Rua Bonnie Brae, onde os sinais de avivamento e manifestações espirituais começaram a juntar um crescente número de participantes. O improvável líder desse grupo foi William Joseph Seymour. Para Seymour, a mensagem da hora era o renovo de Pentecostes, evidenciado pelo enchimento do Espírito Santo. Como a mensagem do fogo do avivamento começou a se espalhar pela cidade de Los Angeles, os crescentes ajuntamentos superlotaram a casa. Finalmente, um prédio desocupado em mal estado na Rua Azusa Nº 312 foi alugado. O primeiro culto na Missão da Rua Azusa aconteceu no dia 14 de abril de 1906. Por três anos, o avivamento continuou essencialmente 24 horas por dia, sete dias por semana, com uma participação de, às vezes, até mil pessoas. Pessoas do mundo todo vieram para receber esse avivamento. O que tem sido chamado de “maior avivamento mundial” resultou, em nossos dias, em um vasto exército de mais de 600 milhões de crentes cheios do Espírito, tocando cada nação da terra. O avivamento da Rua Azusa durou apenas três anos, mas foi instrumental na criação do movimento Pentecostal, que é o maior segmento da Igreja Evangélica hoje. William H. Durham recebeu seu batismo no Espírito Santo em Azusa, formando missionários na sua igreja em Chicago, como E. N. Bell (fundador da Assembleia de Deus dos EUA), Daniel Berg (fundador da Assembleia de Deus no Brasil) e Luigi Francescon (fundador da Congregação Cristã no Brasil).

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As Assembleias de Deus no Brasil - De 1910 até os dias atuais a maior Igreja Pentecostal de todos os tempos foi fundada a 18 de junho de 1911, na cidade brasileira de Belém, capital do estado do Pará. Toda a sua história está marcada por fatos sobrenaturais, acontecimentos evidentes da presença do Espírito Santo. Os missionários suecos Daniel Berg e Gunnar Vingren foram os apóstolos tomados por Deus para o lançamento das primeiras sementes. O Senhor os aproximou por ocasião de uma convenção de igrejas batistas reavivadas, em Chicago, quando sentiram o chamado para terras distantes. Da igreja pioneira de Belém irradiou-se a obra pentecostal a todas as regiões do Brasil.

X) A VISÃO CELULAR NO MUNDO - surgiu na década de 1960 na Coréia do Sul. O movimento celular nasceu com o pastor David (Paul) Yonggi Cho, que implantou em sua Igreja “Full Gospel Church” uma estratégia de evangelismo e reuniões nas casas dos membros, denominada “Grupos Familiares”. A Igreja de Cho obteve um crescimento sem precedentes na história. Estima-se que hoje a Igreja do Evangelho Pleno tenha mais de 1 milhão de membros e 500 missionários. Por causa disso, tornou-se uma inspiração para milhares de igrejas ao redor do mundo.

XI) VISÃO CELULAR NO BRASIL – A Visão Celular no Brasil inicia-se no final dos anos 90 através do pastor colombiano Cesar Castellanos implantando o G12. Na propagação desta Visão no Brasil, devemos destacar a Igreja Batista da Lagoinha em Belo Horizonte MG, além do Ministério Internacional da Restauração (MIR) em Manaus AM. O MIR tem sido a principal referência de Igreja na Visão Celular no Modelo dos 12 (M12) no Brasil e internacionalmente. O líder mundial do M12 é o apóstolo Rene Terra Nova. Além de propagar a visão em células, como um retorno ao cristianismo primitivo, o M12 vive também a visão apostólica, pois acredita na atualidade deste ministério.

XII) A IGREJA HOJE - A igreja de hoje se ramificou de todos os movimentos que vimos anteriormente. Bons ramos surgiram e também ramos maus. Depois de 1517 vimos as Igrejas Reformadas. No início do século XX vimos o Movimento Pentecostal e por fim estamos experimentando uma época em que muitos movimentos infelizmente se tornaram neopentecostais e outros liberais. O liberalismo teve um grande impacto na igreja, apesar da neo-ortodoxia. Como resultado, surgiu o ecumenismo, o feminismo, a teologia gay e o esvaziamento das igrejas.

Num passado recente, tanto as igrejas reformadas como as igrejas pentecostais centralizavam-se em torno de temas como “A Glória de Deus”, “Santidade”, “Novo Nascimento”, “Volta de Cristo”, “a Eternidade”. Infelizmente, como característica dos dias de hoje, grande parte do pentecostalismo se transformou em neopentecostalismo, e a ênfase passou a ser na terra. “Prosperidade”, “Sucesso”, “Dinheiro”, passaram a ser os grandes temas em detrimento dos temas anteriores.

Do outro lado (tradicional/histórico), temos hoje, em muitos lugares um verdadeiro esfriamento. Nas universidades Teológicas temos os chamados “Teólogos Liberais” - homens que defendem que os milagres, a ressurreição de Cristo, a história de profetas e heróis da fé são apenas fábulas para nos transmitir verdades interiores, reduzindo o cristianismo à ética ou apenas a puro civismo, a causa básica do grande esfriamento da Europa.

Nesta época, confusa sobre certos ângulos - vemos que Deus sempre levanta um remanescente – homens e mulheres fieis, Igrejas “sadias” e bons movimentos. Nem sempre eles conseguem chegar aos holofotes da mídia, mas com certeza os faróis do céu estão apontados sobre eles. Pessoas das mais diferentes denominações tem sustentado o Evangelho – na intenção, na vida e na fidelidade.

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CONCLUSÃO

A Igreja continua sua jornada nesta terra - peregrina, espalhada por todos os cantos, até o dia que o seu Senhor a chamar - então, haverá “um só rebanho e um só pastor”. As virgens prudentes ainda estão por aí, e as néscias também, o “trigo” e o “joio” continuam crescendo juntos (Mt 25.2; 13.30). Em tudo isto, mais de dois mil anos depois, a multidão de peixes continua sendo pescada (Mt 13.47). Deus continua exercendo sua longanimidade (2Pe 3.9) e sua promessa continua firme: “...edificarei a minha igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18b). Conclusão? Não! Continuação... A história da Igreja ainda não findou nesta terra – ela continua em nós!

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BIBLIOGRAFIA

BÍBLIA DE ESTUDO PLENITUDE – Sociedade Bíblica do Brasil.

ARAÚJO, Cristiano. CIEB - Apostila História da Igreja

CAIRNS, Earle E. O Cristianismo através dos Séculos. Vida Nova, 2008.

HURLBUT, Jesse Lyman. História da Igreja Cristã. Editora Vida, 1979.

BOYER, Orlando S. Heróis da Fé. CPAD, Rio de Janeiro, 1999.

Sites relacionados.

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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

14º MÓDULO BACHAREL: Julho/Agosto 2017

DISCIPLINA: História da Igreja

DOCENTE: Ap. Natanael Solís Meza

NÚCLEO: El Shaddai SP

DIA/AULA: Quarta-feira

DATA

AULA

PÁG.

CONTEÚDO

OBS.

19/07/17

3 - 7

* Apresentações

* Leitura do Plano de Ensino

Introdução

I. Definições

II. Períodos da Igreja

1) Igreja Apostólica

8 - 12

Igreja Apostólica (2ª parte)

26/07/17

13 - 16

2) Igreja Perseguida

17 - 19

3) Igreja Imperial

02/08/17

20 - 24

4) Igreja Medieval

25 - 28

5) Igreja Reformada

09/08/17

29 – 36

6) Igreja Moderna

CONCLUSÃO

Avaliação e Entrega de Trabalho

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ITER - PLANO DE ENSINO - CURSO DE TEOLOGIA (BACHAREL)

DISCIPLINA: HISTÓRIA DA IGREJA DOCENTE: Ap. Natanael Solís CARACTERIZAÇÃO DA DISCIPLINA

EMENTA: A disciplina contém: Objetivos Gerais e Específicos, Conteúdo Programático, Metodologia, Sistema de Avaliação,

Cronograma de Desenvolvimento da Disciplina e Bibliografias Gerais, Especificas e Anexas ou Complementares.

OBJETIVOS GERAIS

o A disciplina HISTÓRIA DA IGREJA objetiva apresentar ao aluno um breve relato da trajetória de sofrimento e glória da Igreja, desde seu início até a atualidade.

o A disciplina HISTÓRIA DA IGREJA visa mostrar fatos relacionados com a estrutura da Igreja, com sua atuação no decorrer dos séculos e sua história, tendo Cristo como sua inabalável Pedra sustentadora. Também serão destacadas as características de algumas das várias denominações evangélicas.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

No intercurso do programa pretende-se: o Levar o aluno a conhecer detalhes da História da Igreja. o Esclarecer, através de breves exposições a Ordem Cronológica de cada período da Igreja. o Discutir através de aulas dialogais e expositivas, sobre a importância de cada Período da História da Igreja e seu

significado para a Igreja Atual.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:

Introdução I. Definições II. Períodos da Igreja

1. Igreja Apostólica 2. Igreja Perseguida 3. Igreja Imperial 4. Igreja Medieval 5. Igreja Reformada 6. Igreja Moderna

Conclusão

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

CAIRNS, Earle E. O Cristianismo através dos Séculos. Vida Nova, 2008. HURLBUT, Jesse Lyman. História da Igreja Cristã. Editora Vida, 1979. BOYER, Orlando S. Heróis da Fé. CPAD, Rio de Janeiro, 1999.

METODOLOGIA DE ENSINO As aulas serão ministradas obedecendo a seguinte metodologia:

o Expositivo-dialogais. o Leituras e análises de textos selecionados. o Audiovisuais (Slide/Multimídia/Vídeos). o Trabalhos escritos pesquisas/resenhas.

SISTEMÁTICA DE AVALIAÇÃO:

A Avaliação será baseada nos seguintes critérios: Seminários\dinâmicas em grupos\pesquisas escritas\ participação\ trabalho em classe\aulas expositivas\vídeo aula e pesquisa de campo e Provas. AVALIAÇÃO E TRABALHOS:

o Elaboração de Trabalho estipulado pelo professor. Trabalho Individual ou em Grupo. o Siga as orientações da Metodologia Científica a serem adotadas no trabalho. Serão enviadas ao aluno via e-mail.