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MACIEL, Ilane Gomes. SISTEMA PÚBLICO DE ESCRITURAÇÃO DIGITAL (SPED): um estudo sob sobre o impacto causado pelo SPED ao profissional contábil na cidade de Juazeiro-BA. Petrolina: FACAPE, 2009. 84 p. Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação) – Bacharelado em Ciências Contábeis, Faculdade de Ciências Aplicadas e Sociais de Petrolina (FACAPE), Petrolina, 2009.
RESUMO
O profissional contábil sempre esteve presente no desenvolvimento econômico das empresas, transmitindo seus conhecimentos para auxiliar os gestores na tomada de decisões. O Contabilista há muito tempo deixou de ser apenas aquele “Guarda-Livros”, passando a ser um profissional envolvido diretamente nos processos da empresa e participante nas tomadas de decisões. Atualmente, o mundo é dominado pela tecnologia da informação, fazendo com que as informações possam ser transmitidas de uma ponta do mundo à outra em questão de segundos. Assim, é natural que esse avanço tenha alcançado a Contabilidade, buscando uma maior integração entre as Escriturações e os usuários das informações. Nesse cenário, nasce o Sistema Público de Escrituração Digital (SPED), instituído pelo Governo Federal, através do Decreto nº 6.022/07, buscando, através da informatização, aproximar a relação entre os contribuintes e os Fiscos dos três poderes (Federal, Estadual e Municipal). O SPED é basicamente divido em três partes: Escrituração Contábil Digital (ECD ou SPED Contábil), Escrituração Fiscal Digital (EFD ou SPED Fiscal) e a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e). O SPED trouxe diversos benefícios à Classe Contábil, às empresas e à sociedade em geral. Alguns benefícios a serem destacados são a redução dos custos com a emissão e o armazenamento dos documentos em papel, a racionalização e simplificação das obrigações acessórias e o aperfeiçoamento dos serviços de Escrituração, já que evita o retrabalho para o Contabilista. O estudo mostrou através da análise dos dados coletados através do questionário que os Contabilistas da cidade de Juazeiro-BA estão se adequando de forma constante ao SPED, prestando bons serviços às empresas e se tornando profissionais cada vez mais capacitados. Palavras-chave: Contabilista, Escrituração, SPED, Nota Fiscal Eletrônica.
ILANE GOMES MACIEL
SISTEMA PÚBLICO DE ESCRITURAÇÃO DIGITAL (SPED): UM
ESTUDO SOBRE O IMPACTO CAUSADO PELO SPED AO
PROFISSIONAL CONTÁBIL NA CIDADE DE JUAZEIRO-BA
Monografia submetida à Coordenação do Curso de Ciências Contábeis, da Faculdade de Ciências Aplicadas e Sociais de Petrolina – FACAPE, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Ciências Contábeis. Orientador: Prof. Esp. Sócrates Vieira Donato
PETROLINA - PE 2009
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INTRODUÇÃO
A Contabilidade tem uma importância marcante para gerar meios efetivos na gestão
das empresas e está em constante desenvolvimento, pois está diretamente
associada à evolução da humanidade, visto que todo o seu aperfeiçoamento gira em
função de atender a própria evolução do ser humano.
É certo afirmar que os trabalhos manuais dentro das empresas, hoje em dia, estão
cada vez mais desaparecendo, devido ao surgimento de novas tecnologias a todo
momento, que são essenciais à sobrevivência da empresa no mercado de trabalho.
Segundo Sá (1998), “uma nova visão da profissão do contabilista surgiu e agora
parece estar passando por uma nova fase de gigantismo”.
Tantas mudanças ocorridas para as empresas em razão das evoluções tecnológicas
criaram muitos desafios no meio contábil, como por exemplo, o de acompanhar e se
adequar à evolução da tecnologia da informação para agilizar os processos de
Escrituração Digital dentro das empresas. Principalmente com a implantação do
Sistema Público de Escrituração Digital (SPED), que surgiu para melhorar a relação
entre o Fisco e o contribuinte.
O SPED foi instituído através do Decreto nº 6.022, de 22 de janeiro de 2007, e é
definido como o instrumento que unifica as atividades de recepção, validação,
armazenamento e autenticação de livros e documentos que integram a Escrituração
comercial e fiscal dos empresários e das sociedades empresárias, mediante fluxo
único, computadorizado, de informações. Enfim, constitui-se em mais um avanço na
informatização da relação entre o Fisco e os contribuintes, beneficiando as
empresas sob diversos aspectos, incluindo a simplificação e racionalização de
obrigações acessórias, redução de diversos custos, principalmente com a emissão e
o armazenamento de documentos em papel. E também beneficiando as
administrações tributárias, proporcionando integração administrativa, padronização e
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melhor qualidade das informações, racionalização de custos e maior eficácia da
fiscalização.
Devido a tantas mudanças, o profissional contábil sabe que a constante atualização
de seus conhecimentos é uma necessidade e uma exigência imposta pela sua área.
Sob esse aspecto Primak (2009, p. 14), enfatiza que com o avanço e aprimoramento
da tecnologia da informação, a necessidade de mudanças no perfil do profissional
contábil torna-se inevitável. Este profissional deverá estar atento às inovações e
tendências tecnológicas aplicando-as em suas atividades diárias.
A partir desta realidade, será demonstrada a evolução da profissão contábil
propriamente dita, pois o Contador não é mais aquele guarda-livros, incumbido
apenas de lembrar as empresas de pagar tributos e realizar a Escrituração Contábil
em livros e guardá-los. Com essas mudanças tecnológicas atuais, o mercado exige
profissionais muito bem qualificados e que necessitam aprender sempre. De fato, a
cada momento novidades tecnológicas surgem, tornando obsoletos muitos dos
conhecimentos anteriormente adquiridos.
Para isso, este trabalho divide-se em três capítulos, onde o primeiro demonstra o
referencial teórico que serviu de base para elaboração deste trabalho, explicando a
importância e a evolução do perfil do Contabilista até a “Era do Conhecimento”; a
essencialidade do uso da informática para a Escrituração atual; e os impactos que o
SPED e os seus subprojetos causaram para os profissionais contábeis.
O segundo capítulo traz a metodologia adotada para a realização deste trabalho.
Enquanto que o terceiro capítulo traz a análise dos dados da pesquisa de campo
feita através de um questionário de 14 perguntas aplicado aos Contabilistas da
cidade de Juazeiro-BA, visando conhecer quais os impactos que a implantação do
SPED trouxe aos profissionais desta cidade. Trazendo também as considerações
finais da autora sobre o trabalho realizado.
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1.1. TEMA
Sistema Público de Escrituração Digital (SPED): um estudo sobre o impacto causado
pelo SPED ao profissional contábil na cidade de Juazeiro-BA.
1.2. JUSTIFICATIVA
O SPED é um grande projeto que foi implementado através de um acordo nacional
para promover a atuação integrada e unificada dos Fiscos nas três esferas de
Governo (Federal, Estadual e Municipal), uniformizando o processo de coleta de
dados contábeis e fiscais, bem como tornando mais célere a identificação de ilícitos
tributários.
O SPED tem como premissas básicas um melhor ambiente de negócios para os
empresários do País, redução da concorrência desleal entre as empresas, redução
de custos para os contribuintes e para as administrações tributárias, o documento
oficial é o documento eletrônico com validade jurídica para todos os fins com a
utilização da Certificação Digital padrão Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira
– ICP Brasil, promover o compartilhamento de informações e minimizar a
interferência no ambiente do contribuinte.
A entidade deve manter um sistema de Escrituração uniforme dos seus atos e fatos
administrativos. Por meio da Resolução nº 1.020/2005, o Conselho Federal de
Contabilidade (CFC) aprovou a Norma Brasileira de Contabilidade – Técnica 2.8
(NBC T 2.8) – Das Formalidades da Escrituração Contábil em Forma Eletrônica, a
qual dispõe sobre os critérios e procedimentos para a Escrituração Contábil em
forma eletrônica, bem como sobre a sua certificação digital, validação perante
terceiros, manutenção dos arquivos e responsabilidade do contabilista.
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O Brasil ingressou em uma nova era contábil a partir do projeto SPED, isso reflete
na qualificação dos profissionais atuais, pois não serão aceitos profissionais de
contabilidade que não tenham conhecimentos de informática. O perfil do profissional
contábil mudou bastante do que existia na época do guarda-livros. Há tarefas que,
em períodos anteriores, demandavam, pela sua importância, parcela considerável do
tempo de trabalho dos profissionais, mas que hoje, em função do avanço
tecnológico, tornaram-se simples e rápidas, perdendo espaço, então, para outras
demandas que assumiram maior importância, como por exemplo, ligando o
profissional à área de gestão e controladoria da empresa que ele representa.
Este trabalho irá demonstrar os impactos causados pelo SPED ao profissional
contábil da cidade de Juazeiro-BA, tendo que se atualizar devido à evolução da
contabilidade da fase do papel para o formato digital.
1.3. PROBLEMA
Diante da sistemática atual de Escrituração na Contabilidade do Brasil, com a
implantação do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED), como os
profissionais contábeis da cidade de Juazeiro-BA estão se adaptando com a nova
realidade desse sistema?
1.4. OBJETIVOS
1.4.1 OBJETIVO GERAL
Este trabalho tem como objetivo principal demonstrar o impacto trazido aos
profissionais contábeis da cidade de Juazeiro-BA, devido à implementação do
Sistema Público de Escrituração Digital – SPED, através do Decreto nº 6.022, de 22
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de janeiro de 2007, mostrando a evolução do perfil do Contador devido ao
desenvolvimento tecnológico que ele tem que acompanhar.
1.4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Fornecer informações conceituais acerca dos tipos de técnicas contábeis;
• descrever a evolução do profissional contábil relativamente às mudanças
tecnológicas ocorridas;
• fornecer informações acerca do projeto SPED, nos critérios de segurança,
transparência, confiabilidade e redução de custos.
1.5. HIPÓTESE
A presente pesquisa demonstrará que os profissionais contábeis da cidade de
Juazeiro-BA estão acompanhando adequadamente a nova sistemática implantada
através do SPED.
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2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 A CONTABILIDADE E A ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL
2.1.1 – UMA BREVE EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA CONTABILIDADE
A história da Contabilidade confunde-se com a própria história da nossa era, fazendo
parte dela e ajudando a contá-la e registrá-la para as gerações futuras, sem mesmo
ter tido essa pretensão.
Não se sabe quem inventou a Contabilidade, mas segundo Sá (2000, p. 9), “provas
arqueológicas denunciam registros em grutas, ossos e outros materiais, contendo
manifestações da inteligência humana na percepção de meios patrimoniais,
qualitativa e quantitativamente, ou seja, constituindo a conta primitiva”. Diante das
palavras de Sá, verifica-se que o homem primitivo já demonstrava uma preocupação
em obter meios de mensurar e controlar o seu patrimônio.
Ao longo do tempo observa-se que a capacidade de expressão começava a
despontar, com a arte escrita e o desenvolvimento da aritmética, surgindo a partir
daí os primeiros registros contábeis manuscritos. Logo após, com o uso da moeda
como denominador comum, o surgimento da propriedade privada, a acumulação de
capitais e a criação da empresa em sociedade.
Até o século XVI o principal objetivo da Contabilidade era produzir informações para
o proprietário da empresa, que geralmente tinha um único dono. Não existiam
padrões uniformes para a Demonstração das Contas que eram mantidas em sigilo
pelo proprietário, não sendo comum haver uma distinção entre suas contas e as da
empresa.
A partir daí a Contabilidade foi se desenvolvendo e adaptando-se às necessidades
da sociedade. No final do Século XIX e início do Século XX, ela sofreu um impacto
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muito grande com a expansão da Indústria, especialmente na Inglaterra e nos
Estados Unidos, tendo em vista o advento da Revolução Industrial.
Além desses, outros fatos contribuíram para a ocorrência das várias transformações
que a Contabilidade vem sofrendo ao longo dos tempos, dentre as quais se
destacam: o crescimento da economia, o crescimento das organizações e o
surgimento e constante transformação da tecnologia de informações.
No Brasil, a primeira regulamentação contábil data de 1870, através do
reconhecimento oficial da Associação dos Guarda-Livros da Corte, pelo Decreto
Imperial nº 4.475. A profissão de Guarda-Livros ganhou uma nova denominação
com a Lei nº 3.384/58, onde ficou estabelecido que tais profissionais passariam a
integrar a categoria de Técnico em Contabilidade. Somente em 1945 foi criado
oficialmente o Curso Superior de Ciências Contábeis, obtendo reconhecimento em
22 de setembro de 1945, através do Decreto nº 7.988, baseado inicialmente no
método de Escrituração. A partir dos anos 60, o curso superior começou a se
desenvolver, por força de exigências legais e necessidade do mercado de trabalho.
Hoje o Brasil ocupa um lugar de destaque no meio contábil mundial.
De acordo com o Art. 1º da Res. CFC 948, de 29 de novembro de 2002, modificada
pela Res. CFC 991, de 11 de dezembro de 2003, ficou estabelecido a concessão do
Registro Profissional nos CRC’s, na categoria de Técnico em Contabilidade, aos que
ingressaram ou estiveram no Curso Técnico somente até o exercício de 2004,
independente do ano de conclusão do curso. Então a partir do ano de 2005 as
Instituições de Cursos Técnicos de Contabilidade diminuíram consideravelmente,
aumentando-se a procura pelas Instituições de Nível Superior, levando-se em
consideração que a formação técnica do profissional não atende aos requisitos
exigidos para a formação do profissional da área de Contabilidade, o que o impede
de exercer adequadamente as suas atividades e usufruir de todas as prerrogativas
previstas na legislação profissional, principalmente levando-se em consideração as
exigências do mercado de trabalho atual.
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2.1.2 O PROFISSIONAL CONTÁBIL
A profissão contábil é regulamentada pelo Decreto-Lei nº 9.295, de 27 de maio de
1946, que cria o Conselho Federal de Contabilidade e define as atribuições do
Contador e do Técnico de Contabilidade, instituindo-se o princípio básico de que
tudo o que envolve a matéria contábil constitui prerrogativa privativa de contabilistas.
São duas as categorias profissionais: Contador e Técnico em Contabilidade, com
algumas prerrogativas comuns e outras privativas somente dos Contadores.
O Contador é um profissional de Nível Superior, portador de diploma de Bacharel em
Ciências Contábeis, devidamente registrado junto ao Conselho Regional de
Contabilidade onde será exercida a atividade. Já o Técnico em Contabilidade é um
profissional de Nível Médio portador do certificado de conclusão de segundo grau,
com a habilitação de Técnico em Contabilidade, que também para exercer a
profissão terá que estar devidamente registrado no Conselho Regional de
Contabilidade de onde será exercida a atividade.
Segundo dados do CRC do Estado da Bahia, em 2008, existem 17.936 profissionais
ativos no Estado da Bahia, sendo 235 profissionais da cidade de Juazeiro, dentre
eles 82 são Contadores e 153 são Técnicos em Contabilidade, conforme é
demonstrado no quadro a seguir:
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DELEGACIA HOMENS MULHERES HOMENS MULHERES TOTALVITÓRIA DA CONQUISTA 126 86 218 77 507JUAZEIRO 51 31 106 47 235JACOBINA 16 9 96 34 155FEIRA DE SANTANA 393 288 265 104 1050ALAGOINHAS 54 40 98 51 243ITABUNA 36 16 285 108 445ILHÉUS 30 20 114 52 216JEQUIÉ 98 62 99 24 283SANTO ANTONIO DE JESUS 30 17 127 68 242GUANAMBI 20 15 112 41 188ITAMARAJU 6 5 62 19 92BOM JESUS DA LAPA 12 3 53 9 77PAULO AFONSO 8 4 45 74 131BARREIRAS 152 106 126 42 426ITAPETINGA 8 1 97 22 128BRUMADO 13 4 76 22 115IRECÊ 16 8 116 46 186SENHOR DO BONFIM 13 6 78 21 118SERRINHA 25 11 123 29 188SANTA MARIA DA VITÓRIA 4 6 71 17 98TEIXEIRA DE FREITAS 54 21 140 76 291EUNÁPOLIS 43 20 80 52 195VALENÇA 9 2 60 17 88GANDU 2 2 38 17 59IPIAÚ 19 3 66 4 92RIBEIRA DO POMBAL 31 19 60 43 153ITABERABA 12 4 42 17 75IBOTIRAMA 13 7 45 14 79CAMACAN 8 4 28 9 49CAMAÇARI 230 139 176 105 650XIQUE-XIQUE 2 0 20 3 25UBAITABA 4 1 30 8 43SANTO AMARO 16 11 51 24 102PORTO SEGURO 20 6 67 20 113SEABRA 9 5 33 21 68SALVADOR 4795 2789 2178 969 10731TOTAL 6378 3771 5481 2306 17936Fonte: Profissionais Ativos - CRC/BA 2008
CONTADORES TÉCNICOS
O profissional contábil pode atuar em várias frentes profissionais, além da própria
gestão contábil de empresas, entidades públicas e não-governamentais,
especializando-se em diversas áreas, como:
22
• Perícia Contábil: é de competência exclusiva de Contador, devidamente
registrado em CRC, a atividade de Perícia Contábil, tanto a judicial, como a
extrajudicial e a arbitral. O profissional precisa demonstrar capacidade para
pesquisar, examinar, analisar, sintetizar e fundamentar a prova no laudo pericial e no
parecer pericial contábil. As normas que disciplinam a atividade do perito contábil
são as Normas Técnicas da Perícia Contábil – NBC T 13 e as Normas Profissionais
de Perito Contábil – NBC P 2. Cada vez mais as sentenças judiciais e arbitrais
buscam estar pautadas em laudos técnicos de peritos contábeis, já que estes
propiciam o rigor de investigação, a independência e a confiabilidade de cálculos e
opiniões sobre controvérsias como apuração de haveres, lucros cessantes,
impugnações fiscais e avaliação de Patrimônio Líquido.
• Auditoria: O profissional com formação acadêmica em Ciências Contábeis,
devidamente inscrito no CRC, poderá auditar e emitir o parecer de diversas
entidades, verificando a veracidade das informações contábeis, detectando erros ou
fraudes. Existe o Auditor Independente, que é o profissional que não é empregado
da empresa em que se está realizando o trabalho de Auditoria e existe o Auditor
Interno, que é o profissional que é empregado (ou dependente econômico) da
empresa em que faz o exame da Contabilidade, e existe também o Auditor Fiscal,
que é um funcionário público, não necessariamente Contador e cujo objetivo é a
fiscalização de tributos.
• Fiscal: a fiscalização de contribuintes ou de contas de entes públicos é uma
atividade complexa e extremamente técnica, com certeza o Contabilista é o
profissional mais adequado para realizar este trabalho, já que possui um amplo
leque de conhecimentos específicos (como domínio simultâneo das normas
contábeis, fiscais, trabalhistas, previdenciárias, societárias e administrativas).
• Gestão de Empresas: esta não é uma atividade restrita a administradores, já
que os Contabilistas são conhecedores profundos de finanças, custos e fluxo de
caixa, e têm colocado suas capacidades à frente de grandes empreendimentos.
23
• Gestão Pública: esta área é muito carente de profissionais idôneos e
tecnicamente à altura de um grande país como o Brasil, pode ser incrivelmente
melhorada com a utilização das capacidades profissionais e criativas dos
Contabilistas.
• Atuarial: parte da estatística ligada a problemas relacionados com a teoria e
o cálculo de seguros. Na terminologia técnico-comercial, ATUÁRIO designa o
Contabilista especializado na Contabilidade e na Técnica dos Seguros
(previdenciários, patrimoniais e riscos complexos).
• Consultoria: há Contabilistas que adquirem experiências específicas em
determinados ramos de atividades (como planejamento tributário), e podem oferecer
aos 3 setores da sociedade (iniciativa privada, Governos e ONG´s) um leque de
soluções para as complexas questões sociais, orçamentárias e de mercado a que
tais entidades se defrontam no dia a dia.
• Ensino: universidades e centros de atualização profissional necessitam de
ótimos professores, com profundos conhecimentos contábeis, para formação de
novos profissionais e aprimoramento de outros, em dezenas de disciplinas como,
por exemplo, Contabilidade Rural, Contabilidade de Custos ou Orçamento Público.
• Pesquisa: um pesquisador contábil pode estabelecer-se como um escritor de
tempo integral, e deixando um nobre legado de pesquisas e conhecimentos para
muitas gerações;
• Controller: é um profissional ligado à alta administração da empresa,
funcionando como um “filtro” que sintetiza, analisa e compila as informações,
repassando-as no tempo certo para as pessoas certas da organização. Além de
analisar e interpretar as informações contábeis, o Controller deve transformar essas
informações em objetivos de eficiência e eficácia dentro das empresas, usando a
administração para direcionar a empresa a alcançar tais objetivos e metas. O
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Controller pode atuar nas áreas de Contabilidade Geral, Contabilidade de Custos,
Controle Patrimonial, Orçamento e Auditoria Interna.
O papel a ser desempenhado pelos profissionais da área contábil, já não tem caráter
apenas técnico. O perfil do novo Contador é de um indivíduo envolvido no processo
e participante nas tomadas de decisões.
Tais habilidades são requeridas dos profissionais, segundo Marion (2001, p. 57),
devido ao fato de que a velocidade e a adequação da informação contábil devem
acompanhar o ritmo das atuais mudanças no mundo dos negócios.
Muito do que a Contabilidade é pode ser aferido pelo que a Contabilidade realiza dentro da atividade econômica. Pode-se facilmente verificar que um sistema simples de registro e análise contábil não falta, nem mesmo na mais rudimentar das organizações. Em certas organizações pequenas, poderão ainda faltar o Economista, o Engenheiro ou o Técnico em Administração, mas certamente não faltará o Técnico em Contabilidade para “tocar” a escrituração, como vulgarmente se afirma. Isto caracteriza a essencialidade da função Contábil. E, de acordo, com a evolução da forma organizacional e com as dimensões do empreendimento, avoluma-se e enobrece-se a função contábil. O Contador torna-se também o primeiro analista das informações produzidas pelo sistema por ele montado e um dos auxiliares mais importantes dentro da entidade. (IUDÍCIBUS, 1997, p. 31).
O mercado de trabalho vem passando por significativas alterações, pois na “Era do
Conhecimento” a fase técnica vem perdendo espaço para a fase onde as
habilidades intelectuais do profissional são fatores fundamentais. As exigências de
uma sociedade mais competitiva e globalizada desencadearam uma pressão pela
profissionalização e educação continuada, exigindo que o profissional contábil seja
qualificado e com capacidade de aprender sempre, estando sempre atualizado para
oferecer os melhores serviços.
Desta forma, a atuação do Contador no cenário empresarial vem passando por
grandes transformações. O Contador deixa de ser o sujeito passivo, passando a
atuar de forma mais ativa nas empresas. E principalmente após a revolução
tecnológica a partir do ano de 1994, houve uma facilitação do trabalho contábil, pois
a informática veio diminuir o nível de “esforço braçal” no preparo das informações
25
contábeis, e abrir espaço para uma outra atividade que é o “pensar”. O Contador
precisa mais do que nunca estar preparado e qualificado para pensar e assim
auxiliar nas tomadas de decisões das empresas que ele representa.
O ambiente interno e externo dentro das organizações exige um profissional versátil
e provido de conhecimento, mantendo assim a qualidade de sua atuação. O
Contador que se limitar aos conhecimentos contábeis e se contentar em apenas
fazer para o cliente o que a Legislação Fiscal determina está definitivamente
condenado ao desaparecimento. Os tempos atuais e toda a tecnologia existente
requerem um novo perfil profissional, pois o Contador precisa estar atualizado, ter
uma visão ampla do que acontece em torno das organizações e manter-se em
constante processo de reciclagem dos seus conhecimentos, possibilitando assim
uma Educação Continuada, pois o título de graduação para o profissional nos dias
de hoje não é garantia de sucesso, sendo então necessário pós-graduações,
mestrados, participações em congressos da classe, seminários, leitura contínua e
participações de encontros empresariais, para saber das necessidades do mercado
em que atua, além da necessidade de obter conhecimentos em outras áreas, como
por exemplo, Administração e Economia, contribuindo assim para o próprio
desenvolvimento profissional e para o efetivo desempenho da gestão da empresa
que ele representa.
Outro grande desafio que surge para os Contabilistas é que eles precisam encarar o
processo de convergência do padrão brasileiro às normas internacionais de
contabilidade, instituído a partir da Lei 11.638/2007. O padrão internacional de
contabilidade exige que os Profissionais Contábeis tenham uma compreensão
ampliada das áreas econômica e financeira das empresas, dentre outras. Os
profissionais da área contábil enfrentam, portanto, uma fase de transição que está
mexendo não só com o modo como são formados, mas também com seus
processos de atualização e capacitação, além da exigência de que assumam uma
nova postura de atuação.
26
2.1.3 – AS INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
A principal finalidade da Contabilidade é fornecer informações aos diversos tipos de
usuários. Diante do exposto, observa-se que existe uma forte ligação da
Contabilidade com o processo de informação e comunicação nas empresas. Não
estando limitada a registrar os dados que afetam o patrimônio da empresa, e sim,
tendo o compromisso de transformar esses fatos contábeis, em informações que
sirvam de base para projeções, comparações, controles, planejamento, enfim, que
auxiliem a gestão e a tomada de decisão.
É comum e plenamente justificável que os usuários das informações contábeis
tenham interesses diversificados em relação à empresa. Por isso, essas informações
devem ser amplas e confiáveis. No mínimo, elas devem ser suficientes para a
avaliação da situação patrimonial da empresa e das mutações sofridas pelo seu
patrimônio.
As informações geradas pela Contabilidade devem possibilitar aos seus usuários
avaliar a situação e as tendências da empresa, com o menor grau de dificuldade
possível, para que o usuário possa planejar suas próprias operações.
2.1.4 – OS USUÁRIOS DAS INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
A Contabilidade está sempre buscando uma forma de se adequar às necessidades
de seus diversos usuários, dentro do contexto de evolução socioeconômica e
cultural desses usuários. De acordo com Marion (2002, p. 128), “o objetivo principal
da Contabilidade é o de permitir a cada grupo principal de usuários a avaliação da
situação econômica e financeira da entidade, num sentido estático, bem como fazer
inferências sobre suas tendências futuras.”
27
Existem dois tipos de usuários das informações contábeis: os usuários externos à
empresa, que concentram suas atenções, de forma geral, em aspectos mais
genéricos expressos nas demonstrações contábeis, e os usuários internos, que são
as pessoas que fazem parte da empresa e se utilizam das informações contábeis
para fins de administração da empresa, de um modo geral.
Cada um desses usuários demanda um determinado tipo de informação, de acordo
com seus interesses. Podem ser pessoa física ou jurídica, conforme o tipo de
relacionamento que mantiver com a empresa.
USUÁRIO INFORMAÇÃO DESEJADA
Acionistas
Comparar os números da empresa em relação aos anos
anteriores. Verificar se a fonte de renda está segura.
Governo
Uma contabilidade dentro dos Princípios Contábeis e da
Legislação Fiscal, demonstrando as contas com clareza, para
verificação dos valores que deram origem aos tributos recolhidos.
Clientes Pós-Venda de bens adquiridos e continuidade de fornecimento.
Fornecedores Crédito e capacidade de pagamento.
Investidores Informações sobre a empresa que permitam comparação com
outras, no sentido de fornecer subsídios para que possam
escolher qual a melhor opção de investimento. Verificar o
potencial de maximização de lucros.
Quadro 01: Usuários Externos (Fonte: IOB on line)
USUÁRIO INFORMAÇÃO DESEJADA
Proprietários/Administradores Análises em geral
Empregados em geral Medição de desempenho
Quadro 02: Usuários Internos (Fonte: IOB on line)
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2.1.5 – TÉCNICAS CONTÁBEIS
A fim de atingir sua finalidade de produzir informações úteis a diversos interessados,
que podem ser os usuários internos e os usuários externos, a Contabilidade utiliza
as seguintes técnicas:
• ESCRITURAÇÃO: é o registro dos fenômenos patrimoniais, obedecendo aos
princípios e normas contábeis consagrados pela doutrina e pela técnica, e é feito em
ordem cronológica, o que dá à Contabilidade característica de verdadeira história do
patrimônio.
O Novo Código Civil, a Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002, no seu artigo 1.179,
determina que o empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um
sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na Escrituração uniforme
de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar
anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico. Sendo dispensados
dessas exigências somente o pequeno empresário e o empresário rural, sendo-lhes
assegurados tratamentos diferenciados, conforme o artigo 970, da Lei 10.460/02.
• DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: são uma representação monetária
estruturada da posição patrimonial e financeira em determinada data e das
transações realizadas por uma entidade no período findo nessa data, exibindo a
situação do patrimônio e a sua evolução, bem como os fenômenos que o afetaram.
O objetivo das Demonstrações Contábeis de uso geral é fornecer informações sobre
a posição patrimonial e financeira, o resultado e o fluxo financeiro de uma entidade,
que são úteis para uma ampla variedade de usuários na tomada de decisões. As
demonstrações contábeis também mostram os resultados do gerenciamento, pela
Administração, dos recursos que lhe são confiados. Para atingir esse objetivo, as
demonstrações contábeis fornecem informações sobre os seguintes aspectos de
uma entidade: ativos; passivos; patrimônio líquido; receitas, despesas, ganhos e
perdas; fluxo financeiro (fluxos de caixa ou das origens e aplicações de recursos).
29
Essas informações, juntamente com outras constantes das notas explicativas às
demonstrações contábeis, auxiliam os usuários a estimar os resultados futuros e os
fluxos financeiros futuros da entidade.
É importante destacar que, após a edição da Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de
2007, que alterou parcialmente a Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976,
retificada e ratificada pela Medida Provisória nº 449, de 03 de dezembro de 2008
(transformada na Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009), foram estendidas às
sociedades de grande porte, questões relativas à elaboração e divulgação das
demonstrações contábeis, bem como da obrigatoriedade de auditoria independente
por auditor registrado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Deste modo foi
incluída no rol das demonstrações obrigatórias para publicação a Demonstração do
Fluxo de Caixa (DFC), em substituição da Demonstração de Origem e Aplicação de
Recursos (DOAR), e a Demonstração do Valor Adicionado (DVA), para as
Sociedades por Ações de capital aberto. No entanto, em relação às Sociedades por
Ações de capital fechado não estão obrigadas a elaborar a Demonstração do Valor
Adicionado.
Um dos aspectos positivos com a alteração legal é levar a uma harmonização entre
as normas contábeis nacionais com as internacionais, e deste modo o “grau de
transparência” nas demonstrações contábeis permitirá uma maior credibilidade entre
os mercados, pois refletirá a real situação econômica das empresas, ou seja, a
divulgação de demonstrações transparentes irá aumentar o nível de confiança do
público em geral, assim fortalecendo o mercado interno e servindo de estímulo para
o ingresso de recursos externos no país.
São exemplos de Demonstrações Contábeis:
• Balanço Patrimonial: que expõe os componentes patrimoniais da
empresa. É uma demonstração contábil que tem por objetivo mostrar a situação
financeira e patrimonial de uma entidade numa determinada data. Representando,
30
portanto, uma posição estática da mesma. O Balanço Patrimonial é constituído pelo
Ativo, Passivo e o Patrimônio Líquido.
O Ativo compreende os bens, os direitos e as demais aplicações de recursos
controlados pela entidade, capazes de gerar benefícios econômicos futuros,
originados de eventos ocorridos.
O Passivo compreende as origens de recursos representados pelas obrigações para
com terceiros, resultantes de eventos ocorridos que exigirão ativos para a sua
liquidação.
O Patrimônio Líquido compreende os recursos próprios da Entidade, e seu valor é a
diferença positiva entre o valor do Ativo e o valor do Passivo.
De acordo com a Lei 11.638/07, o Balanço Patrimonial foi segregado em circulante e
não circulante, como demonstrado a seguir:
Ativo Passivo
Ativo Circulante
Ativo Não Circulante
Realizável a Longo Prazo
Investimentos
Imobilizado
Intangível
Diferido *
Passivo Circulante
Passivo Não Circulante
Patrimônio Líquido
Capital Social
Reservas de Capital
Ajustes de Avaliação Patrimonial
Reservas de Lucros
Ações em Tesouraria
Prejuízos Acumulados
Fonte: Portal de Contabilidade (2009)
* O Art. 38 da Lei 11.941/09, acrescentou o Art. 299-A à Lei 6.404/76, estabelecendo que o saldo
existente em 31 de dezembro de 2008 no ativo diferido que, pela sua natureza, não puder ser
alocado a outro grupo de contas, poderá permanecer no ativo sob essa classificação até sua
completa amortização.
31
• Demonstração do Resultado do Exercício (DRE): que visa a
demonstração das variações patrimoniais, bem como o resultado econômico de um
período administrativo. Destina-se a evidenciar a formação de resultado líquido do
exercício, diante do confronto das receitas, custos e despesas apuradas, a DRE
oferece uma síntese econômica dos resultados operacionais de uma empresa em
certo período. Embora sejam elaboradas anualmente para fins de divulgação, em
geral são feitas mensalmente pela administração e trimestralmente para fins fiscais.
A DRE pode ser utilizada como indicadora de auxílio a decisões financeiras.
• Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA): que
demonstra a movimentação ocorrida nos resultados de exercícios anteriores,
podendo ser substituída, com vantagem, pela Demonstração das Mutações do
Patrimônio Líquido (DMPL), pois esta abrange as variações sofridas no exercício
por todas as contas integrantes do Patrimônio Líquido, sendo mais completa do que
a DLPA.
De acordo com a Lei 11.638/07, para as empresas S/A não existe mais a rubrica de
Lucros Acumulados. Assim, na DMPL, constará a coluna intitulada Prejuízos
Acumulados, onde serão registradas todas as movimentações que envolver o
resultado do exercício em análise.
A DMPL evidencia a mutação do Patrimônio Líquido em termos globais (novas
integralizações de capital, resultado do exercício, ajustes de exercícios anteriores,
dividendos, reavaliações, etc.) e em termos de mutações internas (no caso de
prejuízo incorporações de reservas ao capital, no caso de lucro transferências de
lucros acumulados para reservas, entre outras).
• Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC): visa mostrar como
ocorreram as movimentações das disponibilidades e o fluxo de caixa em um dado
período de tempo. O objetivo da DFC é prover informações relevantes sobre os
pagamentos e recebimentos (dinheiro, conta corrente bancária e aplicações) de uma
empresa, ocorridos durante um determinado período. Destina-se a controlar as
32
alterações ocorridas durante o exercício, no saldo de caixa e demais contas
equivalentes de caixa.
De um modo geral, a DFC indica a origem de todo o dinheiro que entrou no caixa em
determinado período, bem como o resultado do seu fluxo financeiro, permitindo ao
administrador melhorar o planejamento financeiro da empresa, e assim, evitar que o
caixa possua faltas ou ocorra excessos e que se conheça, antecipadamente, as
suas necessidades de dinheiro. Portanto a DFC permite aos gestores um melhor
planejamento financeiro e aos investidores, credores e outros usuários a
possibilidade de avaliar a capacidade da empresa honrar seus compromissos e de
gerar futuros fluxos de caixa líquidos positivos.
Com o advento da Lei nº 11.638/07 (art. 176, IV), a Demonstração de Fluxo de
Caixa (DFC) substituiu a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos
(DOAR), sendo obrigatória a sua elaboração e publicação pelas companhias
fechadas e pelas companhias abertas. Sendo que a companhia fechada com
patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de
reais) não será obrigada à elaboração e publicação da DFC.
• Demonstração do Valor Adicionado (DVA): tem como objetivo
principal informar ao usuário o valor da riqueza criada pela empresa e a forma de
sua distribuição. É um tipo de relatório contábil que apresenta informações de
natureza econômica, indicando como foi gerada a riqueza pela empresa e quais os
fatores que contribuíram para a sua geração. De acordo com a Lei n° 11.638/07, a
DVA é obrigatória para as companhias abertas.
A elaboração da DVA apresenta a riqueza gerada pela empresa, dividida pelos
elementos que a geraram (empregados, financiadores, acionistas), e a sua
distribuição. A intenção é mostrar como o resultado da empresa foi alcançado, com
a respectiva contribuição de cada parte envolvida para a produção da riqueza
33
• Notas Explicativas: embora não seja considerada uma demonstração
contábil, deve-se lembrar das Notas Explicativas, que são complementos das
demonstrações contábeis, pois integram as mesmas e se destinam a esclarecer os
principais critérios adotados na avaliação dos elementos patrimoniais e na
apropriação dos resultados, além de disponibilizarem outras informações, tornando
mais inteligíveis as demonstrações contábeis e permitindo análise mais segura do
patrimônio e de suas variações.
• ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: permite analisar os
fenômenos contábeis que afetaram o patrimônio, através de comparações e
interpretações das demonstrações contábeis, oferecendo aos usuários dados
analíticos e interpretações sobre os componentes do patrimônio e sobre os
resultados da atividade econômica desenvolvida pela entidade, tendo em vista que
as demonstrações contábeis são sintéticas e nem sempre esclarecedoras.
• AUDITORIA: técnica da Contabilidade que, através de procedimentos
peculiares, pode atestar ou certificar a eficiência e a eficácia dos controles contábeis
e administrativos praticados pela empresa, com o objetivo de emitir um parecer
sobre a sua adequação, consoante os Princípios Fundamentais de Contabilidade e
as Normas Brasileiras de Contabilidade e, no que for pertinente, a legislação
específica.
A Auditoria consiste no exame de documentos, livros, registros, inspeções, obtenção
de informações e confirmações internas e externas, obedecendo a normas
apropriadas de procedimento, objetivando verificar se as demonstrações contábeis
representam adequadamente a situação nelas demonstrada.
Neste trabalho será dado ênfase à técnica de Escrituração e à sua evolução até a
era digital.
2.1.5.1 – ESCRITURAÇÃO
34
A Escrituração é uma técnica contábil que consiste em registrar nos livros próprios,
como por exemplo, Livro Diário, Livro Razão, Livro Caixa, dentre outros, todos os
acontecimentos que ocorrem na empresa e que provocam modificações no
Patrimônio. Quanto mais completos e transparentes forem os registros da
Contabilidade, mais eficientes serão as análises e posteriores tomadas de decisões.
A Escrituração é obrigatória, conforme determina a Lei 10.406, de 10 de janeiro de
2002, o Novo Código Civil Brasileiro, nos seus artigos 1.179 e 1.180:
Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico. § 1º Salvo o disposto no art. 1.180, o número e a espécie de livros ficam a critério dos interessados. § 2º É dispensado das exigências deste artigo o pequeno empresário a que se refere o art. 970. Art. 1.180. Além dos demais livros exigidos por lei, é indispensável o Diário, que pode ser substituído por fichas no caso de escrituração mecanizada ou eletrônica. Parágrafo único. A adoção de fichas não dispensa o uso de livro apropriado para o lançamento do balanço patrimonial e do de resultado econômico.
É garantido o sigilo da Escrituração Contábil, conforme art. 1.190, da Lei nº
10.406/02, exceto em casos de fiscalização tributárias.
Art. 1.190. Ressalvados os casos previstos em lei, nenhuma autoridade, juiz ou tribunal, sob qualquer pretexto, poderá fazer ou ordenar diligência para verificar se o empresário ou a sociedade empresária observam, ou não, em seus livros e fichas, as formalidades prescritas em lei.
A Escrituração Contábil completa é útil para atender aos seguintes aspectos:
ASPECTO GERENCIAL: para subsidiar a tomada de decisões, o planejamento e
controle das atividades das organizações. A Escrituração Contábil é necessária à
35
empresa de qualquer porte como principal instrumento de defesa, controle e
preservação do patrimônio.
ASPECTO SOCIAL: para fornecer dados estatísticos que ajudem a traçar o perfil
das empresas brasileiras, demonstrando o papel de destaque que cada tipo de
empresa ocupa no cenário econômico nacional.
ASPECTO LEGAL: por meio da regular Escrituração Contábil, a empresa poderá
evitar situações de risco, como por exemplo, nos casos de:
• Falência: a mesma norma jurídica que trata do instituto da
recuperação judicial ou extrajudicial das empresas, Lei nº 11.101/05, prescreve que,
para que a falência não seja considerada fraudulenta, a empresa precisa demonstrar
por meio dos livros mercantis e dos documentos que dão suporte aos lançamentos
que suas operações guardam conformidade com os preceitos da legislação de
regência, sob pena de implicações e sanções aos sócios, administradores e
prepostos vinculados.
• Perícia Judicial: a empresa que estiver desprovida de Escrituração
Contábil revestida das formalidades, fica em situação de grande vulnerabilidade
fática diante da necessidade de comprovar, cabalmente, o cumprimento das
obrigações inerentes à área. O ônus da prova recai sempre contra a figura da
pessoa jurídica, que a faz mediante a constatação dos assentos feitos na
Contabilidade, especialmente por meio do Livro Diário.
• Dissidência Societária: as divergências que porventura surjam entre
os sócios de uma empresa poderão ser objeto de perícia para apuração dos direitos
individuais ou responsabilidades em relação aos fatos suscitados. A ausência da
Escrituração Contábil é motivo para inviabilizar melhores conclusões acerca do
patrimônio líquido pertencente à empresa, objeto de partilha entre os sócios,
impedindo que os trabalhos periciais se direcionem sobre direitos e obrigações.
36
• Fiscalização da Previdência: a legislação previdenciária exige
expressamente que as empresas mantenham uma Escrituração Contábil, sob pena
de arbitramento, com reflexos negativos aos administradores e gestores financeiros.
• Crime Tributário: a Lei nº 8.137/90, que define crimes contra a ordem
tributária, econômica e contra as relações de consumo, relaciona hipóteses nas
quais se materializam os chamados crimes contra a ordem tributária e restou
evidenciado não apenas a importância, como também a necessidade da existência
de Escrituração Contábil.
De acordo com o art. 1.177, da Lei nº 10.406/02, o profissional contábil assumiu
responsabilidade pessoal e solidária perante terceiros, relativamente aos serviços
prestados, ou seja, enquanto responsável pela Escrituração Contábil, o Contabilista
responde pessoalmente perante o seu cliente, quando praticar com culpa; e,
solidariamente com o cliente, perante terceiros, se comprovado que praticou com
dolo, podendo, inclusive, responder com seus bens patrimoniais, conforme
demonstrado a seguir:
Art. 1.177. Os assentos lançados nos livros ou fichas do preponente, por qualquer dos prepostos encarregados de sua escrituração, produzem, salvo se houver procedido de má-fé, os mesmos efeitos como se o fossem por aquele. Parágrafo único. No exercício de suas funções, os prepostos são pessoalmente responsáveis, perante os preponentes, pelos atos culposos; e, perante terceiros, solidariamente com o preponente, pelos atos dolosos.
FORMAS DE ESCRITURAÇÃO:
A Escrituração pode existir de forma manual, maquinizado, mecanizado e
informatizado.
• SISTEMA DE ESCRITURAÇÃO MANUAL: é a forma de Escrituração em
que o profissional se utiliza de caneta esferográfica para escrever os fatos contábeis
37
acontecidos na empresa. É bem difícil imaginar um profissional Contábil atualmente
se utilizando dessa forma de Escrituração, devido a toda tecnologia da informação
hoje disponível, desde simples computadores que podem ser facilmente adquiridos,
devido aos custos cada vez mais acessíveis, até softwares contábeis de última
geração existentes no mercado.
• SISTEMA DE ESCRITURAÇÃO MAQUINIZADO: é a forma de Escrituração
onde é utilizada a máquina de escrever convencional para registrar os fatos
contábeis. O profissional datilografa na máquina utilizando fichas tríplices, que são
fichas em três vias, intercaladas por papel carbono. Este método, assim como o
método manual, são muito antigos e há poucos profissionais que se utilizam dessas
formas de escrituração, devido ao crescente uso da tecnologia da informação.
• SISTEMA DE ESCRITURAÇÃO MECANIZADO: é um sistema de
Escrituração muito parecido com o Sistema Maquinizado, a única diferença é o tipo
de máquina de escrever utilizada, que contém mais recursos que a máquina de
escrever convencional. Os profissionais que trabalham com as máquinas mecânicas
são conhecidos por mecanógrafos. Essas máquinas são pouco utilizadas e de difícil
manutenção nos dias atuais.
• SISTEMA DE ESCRITURAÇÃO INFORMATIZADO: também conhecido
como Sistema de Escrituração Eletrônico. É o sistema onde o profissional Contábil
utiliza recursos tecnológicos modernos, como os computadores e softwares de
processamento de dados, para registrar todos os fatos contábeis da empresa. De
acordo com o rápido crescimento da informatização, este sistema somente tende a
crescer, devido a sua praticidade e eficácia.
Devido ao início da informatização contábil, a partir de 1970, quando o
microcomputador começou a ser inserido ativamente no fluxo das operações e
serviços das empresas, os profissionais contábeis deixaram de utilizar as antigas
máquinas, como por exemplo, a máquina de escrever, e passaram a trabalhar de
38
forma mais ágil e precisa na forma de escriturar e processar as informações
contábeis, utilizando computadores e a tecnologia da informação.
Portanto, uma Escrituração completa, além de obrigatória, é importante para a
obtenção de dados que analisados venham a se transformar em informações
pertinentes e importantes para a sobrevivência das empresas no contexto atual, com
a economia globalizada e o mercado cada vez mais competitivo.
LIVROS DE ESCRITURAÇÃO:
Existem quatro categorias de livros de escrituração, que são os Livros Fiscais, Livros
Sociais, Livros Trabalhistas e os Livros Contábeis.
• LIVROS FISCAIS: são os livros que o Fisco exige das empresas, para
registrar as atividades fiscais e controlar os tributos, nas esferas de Governo
Federal, Estadual e Municipal, como por exemplo:
Na esfera Federal: livros com o objetivo de controlar o IPI e o IR, além
da CSL.
• Livro de Registro de Inventários
• Livro de Registro de Compras
• Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR)
• Livro de Registro de Apuração do IPI
• Livro de Registro do Selo Operacional de Controle.
Na esfera Estadual: livros com o objetivo de controlar o ICMS.
• Livro de Registro de Apuração do ICMS
• Livro de Registro de Inventários
• Livro de Registro de Entradas de Mercadorias
• Livro de Registro de Saídas de Mercadorias
39
• Livro de Registro de Impressão de Documentos Fiscais
• Livro de Registro de Utilização de Documentos Fiscais e
Termos de Ocorrências.
Na esfera Municipal: livros com o objetivo de controlar o Imposto
sobre Serviços (ISS).
• Livro de Registro de Prestação de Serviços
• Livro de Registro de Contratos de Prestação de Serviços
• Livro de Recebimento de Impressos Fiscais e Termos de
Ocorrências.
• LIVROS SOCIAIS: são os livros exigidos pelo Art. 100, da Lei 6.404/76, que
registram a vida social da companhia.
• Livro de Registro de Ações Nominativas
• Livro de Registro de Ações Endossáveis
• Livro de Transferência de Ações Nominativas
• Livro de Registro de Partes Beneficiárias
• Livro de Registro de Partes Beneficiárias Endossáveis
• Livro de Atas das Assembléias Gerais
• Livro de Presença de Acionistas
• Livro de Atas das Reuniões do Conselho de Administração
• Livro de Atas das Reuniões da Diretoria
• Livro de Atas e Pareceres do Conselho Fiscal
• LIVROS TRABALHISTAS: são os livros exigidos pela Consolidação das
Leis do Trabalho (CLT), cuja fiscalização é feita pela esfera Federal.
• Livro de Registro de Empregados, cuja finalidade é
identificar o empregado, inclusive com foto, constando, ainda,
40
data de admissão, função, salário, forma de pagamento, etc., e
deve, antes de sua utilização, ser registrado no Ministério do
Trabalho.
• Livro de Inspeção do Trabalho, com o fim de que nele
seja registrada, pelo agente de inspeção, sua visita ao
estabelecimento, declarando a data e a hora do início e término
desta, assim como o resultado da inspeção, todas as
irregularidades verificadas e as exigências feitas, com os
respectivos prazos para atendimento, devendo ser anotados,
também, pelo agente da inspeção, de modo legível, os
elementos de sua identificação funcional.
• LIVROS CONTÁBEIS: são os livros utilizados para registrar os fatos
contábeis da empresa. Os principais livros contábeis são:
• Livro Diário: é um livro obrigatório pela legislação
comercial (Código Comercial), onde são registrados todos os
fatos contábeis, em ordem cronológica de dia, mês e ano.
• Livro Razão: é um livro obrigatório pela legislação fiscal
(Regulamento do Imposto de Renda - RIR), devido às
empresas obrigadas a declarar o Imposto de Renda com base
no Lucro Real (Art. 18, Lei 8.218/91), e facultativo pela
legislação comercial (Código Comercial).
• Livro Caixa: é um livro auxiliar, Nele são registrados
todos os fatos administrativos que envolvam entradas e saídas
de dinheiro.
41
• Livro Contas-Correntes: é um livro auxiliar que serve
para controlar as contas que representam Direitos e
Obrigações para a empresa.
2.1.6 – A INFORMÁTICA E A CONTABILIDADE
A informática propiciou ao profissional contábil a realização dos serviços de
Escrituração em muito menos tempo, de forma mais segura, gerando dados mais
confiáveis. Já não é possível imaginar um escritório de Contabilidade que utilize os
métodos antigos no processo de Escrituração, não só pelo tempo que demandaria e
pela perda de competitividade diante da concorrência, mas também, por imposição
do Governo, tendo em vista que várias informações que são geradas para o Fisco
atualmente só podem ser transmitidos pela Internet. Um resumo da evolução dos
sistemas de informações é demonstrado no quadro abaixo:
Período Características 1950 (Mudanças técnicas) Máquinas de contabilidade eletrônica
como principal inovação tecnológica auxiliam o processo de automação da informação.
1960 (Controle gerencial) Utilização de dispositivos de armazenamento de dados. Os mainframes eram a inovação tecnológica.
1970 (Controle gerencial) Início do enfoque aos Sistemas de Informação com a característica principal para o início da utilização de sistemas em rede.
1980 (Atividades institucionais centrais) Inserção dos computadores pessoais nas rotinas empresariais.
1990 (Atividades institucionais centrais) Integralização dos sistemas de informação pela empresa e início das atividades de conexão pela internet.
2000-2009 (Empresa sem fronteiras) Tendo como base a internet, a empresa não tem mais fronteiras e pode comunicar-se com seus clientes, fornecedores e órgãos públicos.
Quadro: A evolução dos Sistemas de Informação nas organizações
Fonte: Infortabilidade (2009)
42
As vantagens do uso da informática pela Contabilidade são diversas, como por
exemplo:
• aumento da produtividade;
• melhoria da qualidade dos serviços;
• mais estímulo para os profissionais da área;
• atendimento às exigências dos órgãos quanto ao cumprimento de prazos;
• facilidade de acesso às informações da empresa;
• maior segurança das informações;
• maior espaço físico liberado no ambiente de trabalho.
O profissional contábil que se mantém atualizado, atento às inovações tecnológicas,
possui um diferencial perante o mercado de trabalho, pois ele utiliza técnicas que
otimizam as soluções contábeis e gerenciais num ambiente de trabalho competitivo,
passando então a ser mais valorizado.
Algumas das vantagens diferenciais no mercado de trabalho que o profissional da
área contábil pode obter quando se utiliza da informática, são:
• conseguir entender os problemas complexos das empresas, das organizações sob enfoque sistêmico; • ser o profissional que gerencia os sistemas de informações contábeis das empresas; • operar aplicativos que atendam às suas necessidades de cálculos, e necessidades gráficas (aplicativos gráficos); • ser mais produtivo nas etapas de desenho, geração e criação de sistemas de informações estratégicas e operacionais; • utilizar a informática como meio eficiente para otimizar as soluções contábeis e gerenciais num ambiente empresarial competitivo; • proporcionar informações integradas aos usuários, que reflitam realidades de diversas áreas da organização; • participar ativamente da geração de sistemas de avaliação de desempenho, acompanhamento de gestão por áreas de responsabilidade, avaliação de resultados, etc. (CORNACHIONE JR. apud PRIMAK, 2009, p.15).
43
A integração entre a Contabilidade e a Informática está alicerçada, exclusivamente,
na agilidade e eficácia, possibilitando ao profissional contábil interpretar e repassar
de forma ágil e entendível as normas, leis e números da empresa ao seu cliente,
utilizando a tecnologia da informação a seu favor.
2.1.6.1 A ERA DIGITAL
A era digital já é realidade, os novos tempos exigem, cada vez mais, rapidez,
agilidade, eficácia e comunicação em tempo real. Os avanços tecnológicos resultam
da evolução das necessidades humanas, que são satisfeitas pela utilização dos
mais novos produtos que facilitam o cotidiano dos profissionais, das empresas e da
sociedade. Esses avanços têm exigido dos profissionais da Contabilidade
aprimoramento na área de tecnologia da informação e capacitação para atuar de
forma efetiva com novas ferramentas.
O mundo atual é dominado pela tecnologia da informação, fazendo com que o
conhecimento possa ser transmitido de uma ponta do mundo à outra em questão de
segundos. Assim, é natural que esse avanço tenha alcançado a Contabilidade,
buscando uma maior integração entre os registros contábeis e seus usuários,
internos e externos.
A Contabilidade Digital passa, necessariamente, pela utilização de um computador
com sistema (software) de informática apto a desenvolver os procedimentos
contábeis, utilizando-se da ferramenta de comunicação mais importante atualmente,
a internet.
É impossível imaginar a concretização dos atuais trabalhos contábeis diários sem o
uso da internet. Até mesmo porque algumas obrigações contábeis, como por
exemplo o envio de declarações aos Fiscos Federal, Estadual e Municipal, somente
podem ser transmitidas através da internet.
44
A adoção dessa sistemática vem substituindo gradualmente a emissão de livros e
documentos contábeis e fiscais em papel por documentos eletrônicos, diminuindo os
custos com a emissão de papel e sendo garantida a sua segurança através da
Certificação Digital, que garante privacidade, integridade, e validade jurídica dos
documentos.
O Certificado Digital é um documento eletrônico que identifica a pessoa jurídica (e-
CNPJ) ou a pessoa física (e-CPF), devendo ser emitido por uma entidade
credenciada pela Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil). O
certificado propicia rapidez e segurança às comunicações e transações eletrônicas,
com presunção de validade jurídica. Com o objetivo de combater a fraude e os
crimes digitais, inclusive o pishing (roubo da identidade), os certificados digitais
garantem a identificação do autor de uma transação, mensagem, documento, e
asseguram que nenhuma informação foi alterada, garantindo a sua integridade. É
um recurso tecnológico que traz como benefícios a desoneração de atividades
burocráticas, o aumento de produtividade das empresas, os avanços efetivos para
transações econômicas privadas ou com o Governo, diminuição a drástica redução
de custos operacionais e a total economia com a eliminação do uso do papel.
A “Contabilidade Digital” implica numa interação muito forte entre os Fiscos e as
empresas, através do compartilhamento de toda a Escrituração Contábil e Fiscal
produzida pelas mesmas. Este sistema consiste, não apenas na criação de
eficientes mecanismos de comunicação e compartilhamento de dados (em tempo
real) entre as empresas e as entidades governamentais, mas na substituição de
documentos físicos (nota fiscal, livros fiscais e contábeis, etc.) por documentos
digitais de igual valor jurídico para todas as finalidades, através do uso da internet e
de certificações digitais baseados nos padrões de segurança digital nacionais.
45
2.2 SISTEMA PÚBLICO DE ESCRITURAÇÃO DIGITAL (SPED)
O Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) foi instituído pelo Decreto nº
6.022, de 22 de janeiro de 2007 e faz parte do Programa de Aceleração do
Crescimento do Governo Federal do Brasil (PAC 2007-2010) – programa de
desenvolvimento que tem por objetivo promover a aceleração do crescimento
econômico no país, o aumento de emprego e a melhoria das condições de vida da
população brasileira. O SPED caracteriza-se como o instrumento que unifica as
atividades de recepção, validação, armazenamento e autenticação de livros e
documentos que integram a Escrituração Comercial e Fiscal dos empresários e das
sociedades empresárias, mediante fluxo único, computadorizado, de informações
O SPED foi instituído tendo em vista o atendimento ao disposto na Emenda
Constitucional nº 42, aprovada em 19 de dezembro de 2003, que introduziu o inciso
XXII ao art. 37, da Constituição Federal, onde determina que as administrações
tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, atuarão de
forma integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de informações
fiscais, na forma da lei ou convênio.
Foi realizado em julho de 2004, em Salvador, o I ENAT – Encontro Nacional de
Administradores Tributários, reunindo o Secretário da Receita Federal, os
Secretários de Fazenda dos Estados e Distrito Federal, e os representantes das
Secretarias de Finanças dos municípios das Capitais. O objetivo desse encontro foi
buscar soluções conjuntas nas três esferas de Governo que promovessem maior
integração administrativa, padronização e melhor qualidade das informações;
racionalização de custos e da carga de trabalho operacional no atendimento; maior
eficácia da fiscalização; maior possibilidade de realização de ações fiscais
coordenadas e integradas; maior possibilidade de intercâmbio de informações fiscais
entre as diversas esferas governamentais; cruzamento de informações em larga
escala com dados padronizados e uniformização de procedimentos.
46
No I ENAT foram aprovados dois Protocolos de Cooperação Técnica, um na área de
Cadastramento (Projeto do Cadastro Sincronizado) e outro, de caráter geral, que
viabilizasse o desenvolvimento de métodos e instrumentos que atendessem aos
interesses das respectivas Administrações Tributárias.
No final de agosto de 2005, aconteceu o evento do II ENAT, em São Paulo, onde o
Secretário da Receita Federal, os Secretários de Fazenda dos Estados e Distrito
Federal, e os representantes das Secretarias de Finanças dos municípios das
Capitais, assinaram os Protocolos de Cooperação nº 02/2005 e nº 03/2005, visando
o desenvolvimento e a implantação do SPED, consolidando de forma definitiva a
coordenação técnica e o desenvolvimento do projeto sob a responsabilidade do
Encontro Nacional dos Coordenadores e Administradores Tributários Estaduais
(ENCAT) com a participação da RFB.
A RFB afirma que o SPED consiste na modernização da sistemática atual do
cumprimento das obrigações acessórias, transmitidas pelos contribuintes às
administrações tributárias e aos órgãos fiscalizadores, utilizando-se da certificação
digital para fins de assinatura dos documentos eletrônicos, garantindo assim a
validade jurídica dos mesmos apenas na sua forma digital.
O SPED é uma nova era para todas as empresas, sem distinção. Os impactos são
sentidos em todas as áreas, desde a infraestrutura tecnológica, passando pelos
processos e procedimentos, pela comunicação e até a evolução cultural das
pessoas. Significa uma nova era nas relações entre o Fisco e os contribuintes,
certamente demandando aos profissionais de contabilidade uma postura
diferenciada, tendo que acompanhar de perto as mudanças introduzidas por este
processo e adaptar as suas habilidades e competências, nelas incluindo tanto
conhecimentos de informática até a melhoria do processo gerencial da empresa.
Algumas das áreas diretamente impactadas pelo cenário do SPED são:
47
• Tecnologia de Informação e Comunicação:
Deve-se atualizar os sistemas das empresas e implementar novas soluções para a
geração dos arquivos magnéticos definidos pelo SPED. Além disso, as empresas
têm que preparar a sua infra-estrutura de telecomunicações para garantir um
ambiente adequado ao volume de informações que serão transmitidas/recebidas na
comunicação com os Fiscos. O uso de sistemas de gestão e informação será cada
vez mais freqüente, uma vez que, fundamentalmente através destes sistemas, as
informações eletrônicas serão retiradas e processadas para que, então, sejam
transmitidas ao Fisco. Os sistemas de informação e gestão empresarial, por sua vez,
terão de trabalhar de forma cada vez mais integrada, possibilitando às empresas
uma correta manipulação das informações digitais e fornecendo segurança total
quanto à integridade de tais informações. Outra questão muito importante é que os
contribuintes estarão obrigados a efetuar a guarda dos arquivos eletrônicos, ou seja,
deverão contar com estrutura tecnológica para efetuar tal guarda digital.
• Infra-Estrutura Física:
No novo cenário, totalmente eletrônico, as empresas terão, eventualmente, que
revisar a sua infra-estrutura física, para a adequação às diversas situações que
podem ocorrer, como por exemplo: a aquisição de novos computadores para os
pontos de recebimento de notas; a disponibilização de um local para a instalação de
equipamentos para o armazenamento dos dados eletrônicos, etc.
• Pessoas:
O SPED promove a quebra de alguns paradigmas, como por exemplo, o manuseio
das notas fiscais em papel e a entrega de várias obrigações fiscais. Por este motivo,
as pessoas envolvidas nestes processos são diretamente impactadas pelas
mudanças do SPED, levando as empresas a investir em capacitação para que todos
tenham o perfeito entendimento do novo cenário, para assim estarem
completamente adequadas a esta realidade. O SPED exige uma mudança cultural
48
nos profissionais, seus processos de trabalho e mudanças de visão voltadas para o
negócio das empresas.
• Comunicações:
Como o SPED envolve várias áreas de negócios, as empresas têm que se preparar
para que os processos tenham uma comunicação eficiente, garantindo assim o fluxo
das informações, e consequentemente, o atendimento ao SPED por completo.
• Legislação:
No cenário do SPED, os Fiscos Federal, Estadual e Municipal estão integrados nos
processos fiscal-tributários do país, gerando a possibilidade da redução e
simplificação das legislações existentes. Além disso, mantendo-se esta tendência, o
número de obrigações fiscais será reduzida, gerando um ambiente de negócios
melhor para as empresas, evitando retrabalhos.
• Processos de Negócios:
O SPED promove impactos diretos em diversos processos de negócios das
empresas, como por exemplo, no faturamento (que passa a ser eletrônico), no
recebimento das notas fiscais (que também passa a ser eletrônico), no atendimento
às obrigações fiscais, nos novos prazos, entre outros.
A completa implantação do SPED busca atingir os seguintes objetivos, conforme
prevê seu portal na internet:
• Redução de custos com a dispensa de emissão e armazenamento de documentos em papel. • Eliminação do papel. • Redução de custos com a racionalização e simplificação das obrigações acessórias.
49
• Uniformização das informações que o contribuinte presta às diversas unidades federadas. • Redução do envolvimento involuntário em práticas fraudulentas. • Redução do tempo despendido com a presença de auditores fiscais nas instalações do contribuinte. • Simplificação e agilização dos procedimentos sujeitos ao controle da administração tributária (comércio exterior, regimes especiais e trânsito entre unidades da federação). • Fortalecimento do controle e da fiscalização por meio de intercâmbio de informações entre as administrações tributárias. • Rapidez no acesso às informações. • Aumento da produtividade do auditor através da eliminação dos passos para coleta dos arquivos. • Possibilidade de troca de informações entre os próprios contribuintes a partir de um leiaute padrão. • Redução de custos administrativos. • Melhoria da qualidade da informação. • Possibilidade de cruzamento entre os dados contábeis e os fiscais. • Disponibilidade de cópias autênticas e válidas da escrituração para usos distintos e concomitantes. • Redução do “Custo Brasil”. • Aperfeiçoamento do combate à sonegação. • Preservação do meio ambiente pela redução do consumo de papel.
O SPED compreende três grandes subprojetos:
• SPED Contábil ou Escrituração Contábil Digital – ECD
• SPED Fiscal ou Escrituração Fiscal Digital – EFD
• Nota Fiscal Eletrônica – NF-e.
50
Outro subprojeto integrante do SPED é o Conhecimento de Transporte Eletrônico –
CT-e.
O acesso às informações armazenadas no SPED deverá ser compartilhado com
seus usuários, no limite de suas respectivas competências e sem prejuízo da
observância à legislação referente aos sigilos comercial, fiscal e bancário. Portanto,
seus usuários não terão acesso amplo e irrestrito às informações, elas serão
disponibilizadas no limite da competência de cada usuário. Os empresários e as
sociedades empresárias também poderão acessar as informações por eles
transmitidas. (Art. 4º, do Decreto nº 6.022/07).
O cruzamento das informações econômico-fiscais está cada vez mais eficiente, pois
o trânsito dos dados eletrônicos, que antigamente estavam restritos aos papéis,
agora é feito eletronicamente pelos próprios contribuintes para as autoridades
fiscais, através de programas que validam as informações e as transmitem via
internet para o banco de dados do Governo.
O SPED manterá funcionalidades de uso exclusivo dos órgãos de registro para as
atividades de autenticação de livros mercantis, conforme art. 7º, do Decreto nº
6.022/07. Será possível, portanto, a autenticação eletrônica dos livros mercantis, que
hoje segue a disciplina da Instrução Normativa DNRC (Departamento Nacional de
Registro do Comércio) nº 102, de 25 de abril de 2006.
Muitas são as implicações legais para as empresas que não se adaptarem ou não
cumprirem as obrigações impostas pelo SPED. As penalidades vão desde multas de
cinco mil reais pela não apresentação de arquivos, como a impossibilidade de emitir
notas fiscais de vendas, por exemplo.
Segundo informação prestada em agosto de 2009, pelo Coordenador-Geral de
Fiscalização da Receita Federal do Brasil, o Sr. Carlos Sussumu Oda, os resultados
da implantação do SPED foram além da expectativa. Mais de 30 mil
estabelecimentos já aderiram à Nota Fiscal Eletrônica, com mais de 317 milhões de
51
notas fiscais emitidas. A quantidade de empresas que entregou a Escrituração
Contábil Digital ultrapassou o número de empresas obrigadas. Eram 8.232 empresas
obrigadas e 8.334 empresas enviaram os arquivos. Para a Escrituração Fiscal
Digital, são cerca de 30 mil estabelecimentos obrigados em todo o país e também
existe a expectativa de grande adesão ao cumprimento dessa obrigação acessória
(REVISTA FENACON EM SERVIÇOS – JULHO/AGOSTO 2009).
2.2.1. SPED CONTÁBIL OU ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL DIGITAL – ECD
A Escrituração Contábil Digital (ECD) é parte integrante do SPED, tendo sido
instituída pela Secretaria da Receita Federal do Brasil através da Instrução
Normativa nº 787, de 19 de novembro de 2007. A ECD foi instituída para fins fiscais
e previdenciários e deverá ser transmitida pelas pessoas jurídicas a ela obrigadas,
ao SPED, e será considerada válida após a confirmação de recebimento do arquivo
que a contém e, quando for o caso, após a autenticação pelos órgãos de registro.
A ECD é a versão digital dos livros: Diário, Razão, Balancetes Diários, Balanços,
Fichas de Lançamento e Auxiliares, quando existirem, que deverão ser assinados
digitalmente utilizando-se do e-CNPJ emitido por entidade credenciada à ICP-Brasil.
A obrigatoriedade de entrega da ECD está inicialmente relacionada às sociedades
empresárias sujeitas a acompanhamento econômico-tributário diferenciado, nos
termos da Portaria RFB nº 11.211, de 7 de novembro de 2007, e tributadas pelo
imposto de renda com base no lucro real, em relação aos fatos contábeis ocorridos a
partir de 1º de janeiro de 2008. Sendo que as demais sociedades empresárias
tributadas com base no lucro real têm a obrigatoriedade de adotar a ECD somente a
partir de janeiro de 2009, ficando facultado a adesão à ECD para as demais
sociedades empresárias. (Art. 3º, incisos I e II, da IN RFB 787/07).
Com a utilização da ECD, as empresas terão que apresentar as declarações
relativas a tributos administrados pela Secretaria da RFB de forma simplificada, com
52
vistas a eliminar eventuais redundâncias de informações. (Art. 3º, § 2º, da IN RFB
787/07).
A ECD deverá será transmitida anualmente ao SPED até o último dia útil do mês de
junho do ano seguinte ao ano-calendário a que se refira a Escrituração, devendo ser
submetido ao Programa Validador e Assinador (PVA), especificamente desenvolvido
para tal fim, sendo disponibilizado na página da RFB na internet, contendo, no
mínimo, as seguintes funcionalidades:
• validação do arquivo digital da escrituração; • assinatura digital; • visualização da escrituração; • transmissão para o SPED; • consulta à situação da escrituração.
Destaca-se que nos casos de extinção, cisão parcial, cisão total, fusão ou
incorporação, a ECD deverá ser entregue pelas pessoas jurídicas extintas, cindidas,
fusionadas, incorporadas e incorporadoras até o último dia útil do mês subseqüente
ao do evento.
As informações relativas à ECD, disponíveis no ambiente nacional do SPED, serão
compartilhadas com os órgãos e entidades, no limite de suas respectivas
competências e sem prejuízo da observância à legislação referente aos sigilos
comercial, fiscal e bancário, e poderá ser feita de forma integral ou parcial.
Como toda obrigação está sujeita a penalidade pelo não cumprimento, a Instrução
Normativa prevê que a não apresentação da ECD no prazo fixado acarretará a
aplicação de multa no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por mês-calendário ou
fração, conforme determina o art. 10º, da IN RFB 787/07. O contribuinte, portanto,
deve ficar atento ao prazo de entrega da ECD, sob pena de ter que arcar com a
elevada multa prevista na legislação.
53
2.2.2. SPED FISCAL OU ESCRITURAÇÃO FISCAL DIGITAL – EFD
A Escrituração Fiscal Digital (EFD) é parte integrante do SPED, tendo sido instituída
pelo Convênio ICMS 143, de 15 de dezembro de 2006, de uso obrigatório para os
contribuintes do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e
sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de
Comunicação – ICMS e do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI.
A nova sistemática de Escrituração Fiscal, vinculada ao SPED, unificará informações
fiscais de todos os contribuintes do ICMS e do IPI e substituirá a Escrituração em
livros fiscais no formato físico. O objetivo do Fisco é o de melhorar a eficácia na
fiscalização dos contribuintes, pois o sistema permitirá uma análise tributária sem a
presença imediata do fiscal nas empresas, que somente irá diligenciar na empresa
em caso de apurada alguma irregularidade.
Os custos com a adaptação à contabilidade digital, por parte das empresas, deverá
ser significativo. No sistema de EFD, o Fisco receberá as informações eletrônicas
em um formato específico, obrigando os contribuintes a adaptarem seus programas
contábeis e fiscais aos formatos definidos pela RFB. A EFD somente terá validade
para efeitos fiscais após a confirmação de recebimento do arquivo que a contenha,
tendo sido disponibilizado pelos Fiscos das Unidades Federadas e Fisco Federal
programa para validação do conteúdo, assinatura digital e transmissão do arquivo.
O Convênio ICMS nº 143/06, na sua cláusula oitava-A, determina que a EFD é de
uso obrigatório a partir de 1º de janeiro de 2009, a todos os contribuintes do ICMS
ou do IPI, sendo facultada a cada uma das unidades federadas, em conjunto com a
Secretaria da Receita Federal do Brasil, estabelecer esta obrigação para
determinados contribuintes durante o exercício de 2008.
A EFD substitui a Escrituração e impressão dos seguintes livros, conforme a
cláusula sétima, do Convênio ICMS nº 143/2006:
54
• Registro de Entradas;
• Registro de Saídas;
• Registro de Inventário;
• Registro de Apuração do IPI;
• Registro de Apuração do ICMS.
Com a ECD e a EFD implantados, a empresa estará dispensada de apresentar
grande parte das informações fornecidas na Declaração de Informações Econômico-
Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ) e outras obrigações acessórias relativas a outros
tributos (IPI, PIS/COFINS, etc) no âmbito Federal.
A seguir são indicadas algumas das obrigações acessórias que os contribuintes são
atualmente obrigados pelos Fiscos a entregar, conforme demonstradas no Portal do
SPED, e que poderão ser incorporados pelo SPED:
• Informações do ICMS;
• Guias informativas anuais;
• Livros de Escrita Fiscal;
• Arquivos do Convênio ICMS 57/95, o conhecido SINTEGRA;
• Informações do IPI na DIPJ;
• Detalhamento da origem do crédito no PER/DCOMP (Pedido Eletrônico de Ressarcimento ou Restituição/Declaração de Compensação), no caso de Ressarcimento de IPI;
• Coleta de dados em arquivos digitais pelo sistema SINCO (Sistema Integrado de Coleta);
• DNF - Demonstrativo de Notas Fiscais;
• DCP – Declaração do Crédito Presumido do IPI;
55
• DE – Demonstrativo de Exportação;
• DIF (Bebidas, Cigarros e Papel Imune);
• Arquivos digitais dos produtos do capítulo 33 da TIPI (obrigação acessória específica para os estabelecimentos industriais de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumaria cuja receita bruta com a venda desses produtos seja igual ou superior a 100 milhões);
• Arquivo com balancetes mensais das instituições financeiras obrigado pelo BACEN e denominado arquivo 4010;
• Arquivo de demonstrações trimestrais entregue à CVM denominado ITR;
• Arquivo com balancetes mensais das seguradoras obrigadas pela Susep.
2.2.3. NOTA FISCAL ELETRÔNICA – NF-e
A Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) é um dos subprojetos do SPED, tendo sido
implantada a partir da assinatura do Protocolo ENAT 03/2005, de 27 de agosto de
2005, que atribui ao Encontro Nacional de Coordenadores e Administradores
Tributários Estaduais (ENCAT) a coordenação e a responsabilidade pelo
desenvolvimento e implantação do Projeto NF-e, tendo sido instituída por meio do
Ajuste SINIEF 07, de 05 de outubro de 2005.
As Administrações Tributárias despendiam grandes somas de recursos para captar,
tratar, armazenar e disponibilizar informações sobre a emissão de notas fiscais dos
contribuintes. Os volumes de transações efetuadas e os montantes de recursos
movimentados crescem num ritmo intenso e, na mesma proporção, aumentam os
custos inerentes à necessidade do Estado de detectar e prevenir a evasão tributária.
Assim, o projeto NF-e justifica-se pela necessidade de investimento público voltado
para integração do processo de controle fiscal, possibilitando: melhor intercâmbio e
compartilhamento de informações entre os Fiscos; redução de custos e entraves
burocráticos, facilitando o cumprimento das obrigações tributárias e o pagamento de
impostos e contribuições e o fortalecimento do controle e da fiscalização.
56
A NF-e é um documento de existência apenas digital, emitido e armazenado
eletronicamente, que poderá ser utilizada em substituição a Nota Fiscal modelo 1 ou
1-A, pelos contribuintes do IPI ou do ICMS. Então quando a empresa emitir a NF-e,
será gerado um arquivo eletrônico contendo as informações fiscais da operação
comercial, o qual deverá ser assinado digitalmente, de maneira a garantir a
integridade dos dados e a autoria do emissor. Este arquivo eletrônico, que
corresponderá à NF-e, será então transmitido pela Internet para a Secretaria da
Fazenda de jurisdição do contribuinte que fará uma pré-validação do arquivo e
devolverá um protocolo de recebimento (chamado Autorização de Uso), sem o qual
não poderá haver o trânsito da mercadoria. Será transmitida também para a Receita
Federal, que será o repositório nacional de todas as NF-e emitidas (Ambiente
Nacional) e, no caso de operação interestadual, para a Secretaria de Fazenda de
destino da operação e Suframa, no caso de mercadorias destinadas às áreas
incentivadas.
Para acompanhar o trânsito da mercadoria será impressa uma representação gráfica
simplificada da NF-e, que é chamada de DANFE (Documento Auxiliar da Nota Fiscal
Eletrônica), em papel comum, em única via, que conterá impressa, em destaque, a
chave de acesso para consulta da NF-e na Internet e um código de barras bi-
dimensional que facilitará a captura e a confirmação de informações da NF-e pelas
unidades fiscais, conforme disposto na cláusula nona, do Ajuste SINIEF 07/05. O
DANFE não é uma nota fiscal, nem substitui uma nota fiscal, servindo apenas como
instrumento auxiliar para consulta da NF-e, pois contém a chave de acesso da NF-e,
que permite ao detentor desse documento confirmar a efetiva existência da NF-e
através do Ambiente Nacional RFB ou site da SEFAZ na Internet.
O projeto NF-e possibilita mudanças significativas no processo de emissão e gestão
das informações fiscais, trazendo diversos benefícios e vantagens às partes
envolvidas em uma transação comercial, sendo descritos a seguir, conforme
disposto no Portal Nacional da Nota Fiscal Eletrônica:
57
Benefícios para o Contribuinte Vendedor (Emissor da NF-e):
• Redução de custos de impressão; • Redução de custos de aquisição de papel; • Redução de custos de envio do documento fiscal; • Redução de custos de armazenagem de documentos fiscais; • Simplificação de obrigações acessórias, como dispensa de AIDF; • Redução de tempo de parada de caminhões em Postos Fiscais de Fronteira; • Incentivo a uso de relacionamentos eletrônicos com clientes (B2B).
Benefícios para o Contribuinte Comprador (Receptor da NF-e):
• Eliminação de digitação de notas fiscais na recepção de mercadorias; • Planejamento de logística de entrega pela recepção antecipada da informação da NF-e; • Redução de erros de escrituração devido a erros de digitação de notas fiscais; • Incentivo ao uso de relacionamentos eletrônicos com fornecedores (B2B).
Benefícios para a Sociedade:
• Redução do consumo de papel, com impacto positivo no meio ambiente; • Incentivo ao comércio eletrônico e ao uso de novas tecnologias; • Padronização dos relacionamentos eletrônicos entre empresas; • Surgimento de oportunidades de negócios e empregos na prestação de serviços ligados à Nota Fiscal Eletrônica.
58
Benefícios para as Administrações Tributárias:
• Aumento na confiabilidade da Nota Fiscal; • Melhoria no processo de controle fiscal, possibilitando um melhor intercâmbio e compartilhamento de informações entre os Fiscos; • Redução de custos no processo de controle das notas fiscais capturadas pela fiscalização de mercadorias em trânsito; • Diminuição da sonegação e aumento da arrecadação; • Suporte aos projetos de escrituração eletrônica contábil e fiscal da Secretaria da RFB (Sistema Público de Escrituração Digital – SPED).
O Protocolo ICMS 10, de 18 de abril de 2007, instituiu a obrigatoriedade do uso da
NF-e para empresas do setor de combustíveis e cigarros em todo o país, a partir de
1º de abril de 2008. Já o Protocolo ICMS 42, de 03 de julho de 2009, objetiva
escalonar a ampliação da obrigatoriedade de uso da NF-e de forma que, até o final
de 2010, estejam alcançados por esta obrigatoriedade todos os contribuintes do
ICMS que se enquadrem em pelo menos uma das seguintes situações:
• Desenvolvam atividade industrial;
• Desenvolvam atividade de comércio atacadista ou de distribuição;
• Pratiquem saídas de mercadorias com destino a outra unidade da Federação;
• Forneçam mercadorias para a Administração Pública.
Para escalonar esta ampliação de obrigatoriedade de emissão, o anexo único do
Protocolo 42/09 dividiu as atividades de indústria, comércio atacadista e distribuição
ao longo de três períodos (respectivamente, abril, julho e outubro de 2010), através
de descrições baseadas na Codificação Nacional de Atividade Econômica (CNAE),
59
tendo estabelecido uma quarta etapa, em dezembro, para as operações
interestaduais e de venda para a Administração Pública.
Muitas dessas atividades repetem produtos já descritos nas fases do Protocolo
10/07, por este motivo, existe no Protocolo 42/09 um dispositivo que diz que “Ficam
mantidas as obrigatoriedades e prazos estabelecidos no Protocolo ICMS nº 10/07,
de 18 de abril de 2007”, ou seja, os prazos do Protocolo 42/09 não se aplicam para
aquelas empresas já alcançadas pela obrigatoriedade de uso na NF-e em razão de
algum dispositivo do Protocolo 10/07, mesmo que cumulativamente pratiquem
operações descritas por alguma CNAE listada no anexo único do Protocolo 42/09.
Importante ressaltar que as Secretarias da Fazenda oferecem um software gratuito
para emissão de NF-e, sem limite de utilização. Além disso, há no mercado uma
ampla oferta de tecnologias para empresas de pequeno e médio porte, cobradas por
utilização. Os pacotes podem incluir, além da implantação do software, treinamento
dos funcionários, armazenamento das notas (obrigatório por cinco anos) e
integração com outros sistemas da empresa, como os de gestão financeira e de
planejamento de produção. Os custos variam, mas há soluções a partir de 20
centavos por nota fiscal emitida.
2.2.4. CONHECIMENTO DE TRANSPORTE ELETRÔNICO – CT-e
O Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e) é o novo modelo de documento
fiscal eletrônico, instituído pelo AJUSTE SINIEF 09, de 25 de outubro de 2007, que
tem como objetivo a implantação de um modelo nacional de documento fiscal
eletrônico para a substituição da sistemática atual de emissão dos documentos
fiscais em papel que atualmente acobertam os serviços de transporte interestadual e
intermunicipal, reduzindo custos, simplificando as obrigações acessórias dos
contribuintes e permitindo, ao mesmo tempo, o acompanhamento em tempo real das
operações comerciais pelo Fisco.
60
O conceito adotado trata o CT-e como um documento de existência apenas digital,
emitido e armazenado eletronicamente, com o intuito de documentar prestações de
serviços de transportes de cargas, cuja validade jurídica é garantida pela assinatura
digital do emitente e pela Autorização de Uso fornecida pela administração tributária
do domicílio do contribuinte.
O CT-e poderá ser utilizado pelos contribuintes do ICMS em substituição aos
seguintes documentos fiscais:
• Conhecimento de Transporte Rodoviário de Cargas, modelo 8;
• Conhecimento de Transporte Aquaviário de Cargas, modelo 9;
• Conhecimento Aéreo, modelo 10;
• Conhecimento de Transporte Ferroviário de Cargas, modelo 11;
• Nota Fiscal de Serviço de Transporte Ferroviário de Cargas, modelo 27;
• Nota Fiscal de Serviço de Transporte, modelo 7, quando utilizada em
transporte de cargas.
O CT-e também poderá ser utilizado como documento fiscal eletrônico no transporte
dutoviário e, futuramente, nos transportes Multimodais.
Os benefícios que o Projeto CT-e trará são mudanças significativas no processo de
emissão e gestão das informações fiscais, trazendo grandes benefícios para os
contribuintes, para a sociedade e para as administrações tributárias, basicamente os
mesmos benefícios instituídos pela implantação da Nota Fiscal Eletrônica.
61
Como o CT-e é um documento de existência exclusivamente digital, para acobertar a
prestação de serviço será impressa uma representação gráfica do CT-e, intitulado
DACTE (Documento Auxiliar do CT-e), em papel comum (Cláusula décima primeira,
do Ajuste SINIEF 09/07). No DACTE conterá impressa, em destaque, a chave de
acesso para consulta do CT-e na internet e um código de barras unidimensional que
facilitará a captura e a confirmação de informações do CT-e pelos Postos Fiscais de
Fronteira dos demais Estados. O DACTE não é um conhecimento de transporte,
nem substitui um conhecimento de transporte, servindo apenas como instrumento
auxiliar para consulta do CT-e no site da SEFAZ.
62
3. METODOLOGIA
A metodologia da pesquisa é entendida como o conjunto detalhado e seqüencial dos
métodos e técnicas científicas a serem utilizados ao longo da pesquisa, de tal modo
que se consiga atingir os objetivos propostos. Segundo Cervo e Bervian (2002, p.
64), “a pesquisa é uma atividade voltada para a solução de problemas teóricos ou
práticos com o emprego de processos científicos. A pesquisa parte de uma dúvida
ou problema e, com o uso do método científico, busca uma resposta ou solução”.
3.1. Objeto de Estudo
O estudo tem como objeto evidenciar o impacto causado pelo SPED ao profissional
contábil da cidade de Juazeiro-BA, mostrando a evolução do perfil do Contabilista
devido ao desenvolvimento tecnológico que ele tem que acompanhar.
3.2. Classificação da Pesquisa
Para atender aos objetivos deste trabalho monográfico, a pesquisa é classificada
como descritiva, preocupada em observar os fatos, registrá-los, analisá-los,
classificá-los e interpretá-los, sendo que o pesquisador não interfere neles. Assim,
os fenômenos do mundo físico e humano são estudados, mas não são manipulados
pelo pesquisador (ANDRADE, 2002 apud BEUREN, 2008, p. 81).
Quanto aos procedimentos, a pesquisa se caracteriza como bibliográfica e de
campo.
A pesquisa bibliográfica consiste na consulta a livros, revistas, periódicos, sites
oficiais e outras fontes, tendo por finalidade fundamentar teoricamente o estudo
realizado, por meio da apresentação de argumentos e dados arrolados
63
anteriormente por outros estudiosos. O estudo bibliográfico trará conceitos sobre as
técnicas contábeis, dando ênfase à técnica de Escrituração. Mostra também a
importância do uso da informática na contabilidade e a atualização do profissional
contábil para acompanhar essa evolução.
A pesquisa bibliográfica busca conhecer e analisar as contribuições culturais ou
científicas do passado existentes sobre um determinado assunto, tema ou problema.
Ela constitui parte da pesquisa descritiva ou experimental, quando é feita com o
intuito de recolher informações e conhecimentos prévios acerca de um problema
para o qual se procura resposta ou acerca de uma hipótese que se quer
experimentar. (CERVO; BERVIAN, 2002, p. 65 e 66).
Já o segundo procedimento utilizado é a pesquisa de campo, aplicando-se um
questionário de 14 perguntas, conforme demonstrado no anexo 1, a uma amostra de
121 profissionais de Contabilidade atuantes na cidade de Juazeiro-BA, a fim de se
verificar qual o nível de conhecimento dos Contabilistas sobre o SPED e qual o
impacto que a implantação desse sistema trouxe para a rotina de trabalho desses
profissionais.
3.3. Método de Coleta e Análise dos Dados
O método de coleta dos dados utilizado nessa pesquisa de campo foi a aplicação de
um questionário contendo 14 perguntas fechadas, dirigidas aos Contabilistas da
cidade de Juazeiro-BA.
Ressalta-se que na cidade de Juazeiro existem 189 profissionais atuantes,
cadastrados no Conselho Regional de Contabilidade. Entretanto, 41 desses
profissionais não têm um cadastro atualizado, a fim de que se possa entrar em
contato com os mesmos. A pesquisa foi aplicada, então, a 148 profissionais
cadastrados, sendo que 27 não respondeu a pesquisa. Então, do total de
64
profissionais existentes na cidade de Juazeiro, 121 profissionais colaboraram com
este estudo, respondendo o questionário.
Os questionários foram enviados, através de e-mail, para 90 endereços eletrônicos
dos Contabilistas que têm ficha de cadastro atualizada no CRC de Juazeiro. Sendo
que desses 90 e-mail’s, 63 questionários foram devidamente respondidos. Também
foram aplicados, de forma presencial, 58 questionários, sendo os mesmos
respondidos e devolvidos no mesmo momento.
Com os questionários coletados, inicia-se a fase da tabulação dos dados e
definições percentuais dos itens constantes nas questões, representando esses
números através de gráficos. Posteriormente, foi feita a análise e a interpretação das
informações coletadas.
65
4. ANÁLISE DOS DADOS
A constante atualização dos conhecimentos para o Contabilista é uma necessidade
e uma exigência imposta por esta área de atuação, devido a todas as inovações
tecnológicas existentes, levando-se em consideração a atual tecnologia da
informação até o Sistema Público de Escrituração Digital (SPED).
Os Contabilistas têm um papel muito importante durante todo o processo de
implantação do SPED, pois o sistema traz muitas vantagens aos serviços contábeis,
incluindo toda a praticidade com a redução de retrabalhos de escrituração até a
redução de custos com a emissão e armazenamento de documentos em papéis.
A profissão contábil passa por uma transformação muito significativa. O Contabilista
é obrigado a estabelecer um novo perfil profissional para se adequar às mudanças
do cenário mundial, devendo estar sempre atualizado, investindo numa educação
continuada, buscando constantemente novos conhecimentos e possuindo uma
melhor visão empresarial.
4.1. Analisando os Dados
A pesquisa demonstrou que a quantidade de profissionais com idade até 35 anos é
bem considerável, somando 60% dos entrevistados, indicando uma Classe Contábil
jovem na cidade de Juazeiro.
Já a quantidade de Contabilistas que tem acima de 35 anos soma 40% da
quantidade de entrevistados, conforme demonstrado no gráfico abaixo:
66
Gráfico 1 – Faixa Etária
Fonte: Da Autora
Diante de um cenário de mudanças tecnológicas, globalização e geração de novas
oportunidades no mercado de trabalho, o crescimento da participação feminina se
destaca cada vez mais em meio a todas essas mudanças e inovações. Na presente
pesquisa ficou demonstrado que a participação feminina é bastante representativa
na área Contábil, na cidade de Juazeiro. Do total de entrevistados, 45% dos
Contabilistas são mulheres.
Gráfico 2 – Sexo
Fonte: Da Autora
5%
20%
10%
30%
35%
Entre 21 e 25 anosEntre 26 e 30 anosEntre 31 e 35 anosEntre 36 e 40 anosAcima de 41 anos
55%
45%
Masculino Feminino
67
A partir do ano de 2005, as Instituições de Cursos Técnicos de Contabilidade
diminuíram consideravelmente, devido ao Art. 1º da Res. CFC 948/02, modificada
pela Res. CFC 991/03, onde ficou estabelecido a concessão do Registro Profissional
nos CRC’s, na categoria de Técnico em Contabilidade, aos que ingressaram ou
estiveram no Curso Técnico somente até o exercício de 2004, aumentando-se,
então, a procura pelas Instituições de Nível Superior.
A pesquisa demonstrou que a quantidade de profissionais devidamente graduados
corresponde a 75% do total de entrevistados, levando-se em consideração até
mesmo que a formação técnica do profissional não atende aos requisitos exigidos
para a formação Contabilista, o que o impede de exercer adequadamente as suas
atividades e usufruir de todas as prerrogativas previstas na legislação profissional.
Gráfico 3 – Formação
Fonte: Da Autora
Dos Contabilistas atuantes na cidade de Juazeiro, deduz-se que há profissionais
bastante experientes, pois um total de 45% dos entrevistados já trabalha na área há
mais de 11 anos.
Somente 20% dos entrevistados trabalham na área há menos de 5 anos, conforme
demonstrado no gráfico abaixo.
75%
25%
Graduação em Ciências Contábeis
Curso Técnico em Contabilidade
68
Gráfico 4 – Há quanto tempo trabalha com Contabilidade?
Fonte: Da Autora
O SPED é o Sistema Público de Escrituração Digital instituído pelo Governo Federal
através do Decreto nº 6.022/07. O SPED é baseado no envio de movimentos
contábeis e fiscais para uma base de dados compartilhada por diversas entidades
brasileiras, como por exemplo, a RFB, as Secretarias da Fazenda dos Estados,
CVM, entre outras entidades, sendo formado basicamente pela Escrituração
Contábil Digital (ECD), a Escrituração Fiscal Digital (EFD), Nota Fiscal Eletrônica
(NF-e), Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e), entre outros.
Dessa forma, as autoridades fiscais terão acesso às informações contábeis de forma
muito mais rápida. O trabalho dos Contabilistas se torna muito mais eficiente e
prático. E ainda, uma terceira característica marcante do SPED, é a redução de
custos com a impressão e armazenamento de documentos em papel.
Na cidade de Juazeiro, a maioria dos Contabilistas já conhece o SPED, perfazendo
um total de 95% dos entrevistados. Isso devido a diversas obrigatoriedades já
existentes do Sistema, como por exemplo, a obrigatoriedade da NF-e a diversas
empresas existentes na cidade, tendo o Contabilista a obrigação de informar e
20%
35%20%
25%
Menos de 5 anos
De 5 a 10 anos
De 11 a 15 anos
Há mais de 15 anos
69
orientar às empresas sobre como funciona o projeto, para a empresa não sofrer
futuras penalidades.
Gráfico 5 – Você conhece o Sistema Público de Escrituração Digital – SPED?
Fonte: Da Autora
Desde a implantação do SPED, em 2007, os CRC’s, a RFB e outros órgãos,
promoveram cursos, treinamentos e várias formas de capacitação voltadas aos
Contabilistas, para se adequarem ao SPED.
Dos profissionais entrevistados, nota-se que 80% participou de eventos promovidos
pelos órgãos acima citados, procurando cada vez mais buscar o conhecimento do
SPED e acompanhar as mudanças que interferem tanto na vida profissional do
Contabilista quanto nas empresas que ele presta serviços.
45%
50%
5%
Razoavelmente
Sim
Não
70
Gráfico 6 – Você participou de cursos, palestras ou workshops para se adequar ao SPED? Fonte: Da Autora
Na presente pesquisa, ficou demonstrado que a maioria dos Contabilistas, num total
de 80%, concorda que o SPED influencia positivamente o exercício da profissão
Contábil, transformando-os em profissionais mais qualificados e ligando-os à área de
gestão e controladoria da empresa que ele representa. O conhecimento que o
Contabilista possui se torna indispensável para o seu crescimento e sucesso
profissional.
O Contabilista que somente emite guias de recolhimento de tributos praticamente já
não existe mais. Nos tempos atuais, toda a tecnologia existente requer um novo
perfil do profissional, pois o Contabilista precisa estar atualizado, ter uma visão
ampla do que acontece em torno das empresas, para saber das necessidades do
mercado em que atua.
45%
35%
20%
Sim, poucos
Sim, diversos
Não
71
Gráfico 7 – De que modo você acha que o SPED irá influenciar no mercado de trabalho do Contabilista na região? Fonte: Da Autora
O SPED trouxe vários benefícios aos profissionais contábeis e para as empresas,
como por exemplo:
• redução de custos com a racionalização e simplificação das inúmeras
obrigações acessórias que os Contabilistas prestam de seus clientes,
eliminando redundâncias de informações
• redução de custos com a dispensa de emissão de Notas Fiscais, eliminando o
uso do papel e consequentemente custos com impressões e manutenção de
impressoras, além da preservação do meio ambiente com a redução do
consumo de papel;
• redução de custos com o armazenamento das Notas Fiscais em arquivos.
Na pesquisa feita com os Contabilistas em Juazeiro, cerca de 40% deixou de
responder essa questão, alegando que seus clientes ainda não se utilizam do SPED.
35%45%
20%
Qualificando os profissionais atuantes
Retirando do mercado o profissional que somente emiteguias de recolhimento de tributos
Capacitando os profissionais mais qualificados, ligando-osá área de gestão e controladoria da empresa que elerepresenta
72
Mas dos 60% que responderam essa questão, um total de 40% já percebe algum
tipo de redução de custos que o SPED e seus subprojetos trouxeram. Sendo que a
maioria ainda não visualizou nenhuma redução de custos.
Gráfico 8 – Se você já utiliza o SPED, houve alguma redução dos custos do escritório/empresa? Fonte: Da Autora
Como demonstrado no gráfico 8, 40% dos entrevistados já identificou algum tipo de
redução de custos.
De alguns exemplos de redução de custos citados na presente questão, 70% dos
Contabilistas apuraram essa redução na aquisição de papel e no armazenamento
dos documentos em papel, em arquivos. Existindo tão somente a versão digital dos
documentos.
Devido à exigência dos Fiscos, os Escritórios de Contabilidade e as empresas
precisam manter a guarda dos documentos em papel, em perfeito estado por vários
anos e até décadas. Os escritórios e as empresas precisam dedicar espaços físicos
exclusivamente a arquivos que não param de crescer fisicamente, exigindo cuidados
nas instalações e o emprego de pessoal dedicado e especializado em seu
manuseio. Existe também o custo com as impressoras matriciais carregadas com
notas fiscais em formulários contínuos de várias vias ocupando boa parte do espaço
físico do escritório ou empresa, esperando o comando para imprimir uma nova série
de comprovantes. Além da vulnerabilidade dos arquivos, há a dificuldade em
40%
60%
Sim Não
73
recuperar documentos, principalmente quando acondicionados em grandes volumes.
Então, com o SPED, como a existência da Nota Fiscal é exclusivamente digital,
passa a ser eliminada a utilização de papéis e o arquivo físico dos mesmos.
E finalmente, a consciência ecológica despertada nos últimos anos é um fator muito
importante a ser ressaltado, devido à preservação do meio ambiente através da
redução do consumo de papel.
A redução de custos com pessoal e infraestrutura ainda é pequena, devido à
manutenção dos documentos preexistentes, que ainda precisam ser mantidos em
arquivos e devidamente manuseados, quando solicitados pelos Fiscos ou por algum
outro tipo de necessidade.
Gráfico 9 – Caso tenha havido redução dos custos, em qual(is) área(s) você identificou tal redução? Fonte: Da Autora
10%5%
35%
15%
35%
PessoalInfraestruturaAquisição de papelArmazenamento de documentos em papel (arquivo)Outro
74
A Escrituração Contábil e Fiscal de qualquer empresa ou organização é uma
obrigação, conforme determinado pelo Código Civil Brasileiro – Lei 10.406/02, no art.
1.179, que diz que o empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir
um Sistema de Contabilidade, mecanizado ou não, com base na Escrituração
uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva.
Os Contabilistas entrevistados consideraram que realmente há uma melhoria dos
serviços contábeis e fiscais. Sendo que 40% dos entrevistados consideraram que o
SPED aperfeiçoou os serviços de Escrituração, já que evita o retrabalho, ou seja,
digitar novamente a Nota Fiscal. Pois com a NF-e, os arquivos das Notas Fiscais são
importados da empresa para o software que o Contabilista utiliza, devendo o mesmo
somente conferir o resultado da importação.
Outro percentual bastante significativo é em relação ao sistema de cumprimento de
obrigações acessórias. Sendo que 30% dos entrevistados considerou que há
melhoria desse sistema, pois evita a redundância de informações, tornando prática a
uniformização das inúmeras obrigações acessórias que são declaradas aos Fiscos.
Gráfico 10 – Em sua opinião, o SPED contribui para a melhoria dos serviços contábeis e fiscais? Fonte: Da Autora
5%13%
30%40%
12%
Não, pois ainda não conheço esse sistema
Não, pois os programas existentes são muito caros
Sim, pois modernizou o sistema de cumprimento de obrigações acessórias, uniformizando-as,evitando redundâncias de informaçõesSim, pois aperfeiçoou os serviços de escrituração, evitando retrabalhos
Sim, pois simplificou e acelerou o acesso às informações
75
Atualmente existem diversos tipos de softwares contábeis, então com a necessidade
dos escritórios de Contabilidade e das empresas se adequarem ao SPED, os
fornecedores desses softwares estão correndo para customizar seus sistemas e
atender as necessidades de seus clientes, pois os Contabilistas precisam de
softwares preparados para a inclusão do SPED, bem como de uma boa consultoria
para auxiliá-los.
De acordo com a pesquisa, metade dos entrevistados já possui um sistema apto a
gerar o SPED e com profissionais prestando uma boa consultoria.
Gráfico 11 – Relativamente ao sistema atualmente utilizado, qual a forma de adaptação ao leiaute exigido pelo SPED? Fonte: Da Autora
Ratificando o disposto na questão anterior, a maioria dos fornecedores desses
softwares já estão preparados com sistemas customizados, aptos ao SPED e com
equipes de consultoria prestando um efetivo auxílio aos seus clientes. É o que 70%
dos entrevistados já considera dos sistemas que utilizam.
10%
50%
20%
20%
O sistema não está apto a gerar os padrões legais do SPED
O sistema está apto a gerar o SPED e há profissionais especializadosdando o suporte necessário ao usuárioO sistema está apto a gerar o SPED, mas ainda não há profissionaisespecializados dando o devido suporte ao usuárioO sistema ainda contém falhas a serem solucionadas
76
Gráfico 12 – Qual o suporte que a empresa que implantou o SPED disponibiliza para a empresa/escritório? Fonte: Da Autora
Indagados sobre a quantidade de clientes que cada Contabilista presta serviços,
verificou-se que 40% dos entrevistados presta serviços para 2 até 10 empresas,
podendo ser, por exemplo, um grupo de empresas, com matriz e filiais, ou até
mesmo um pequeno escritório de Contabilidade.
Já 30% dos entrevistados presta serviço para mais de 20 empresas, provavelmente
são os profissionais que trabalham em escritórios de Contabilidade.
70%
30%
O sistema disponibilizou à empresa/ escritório efetivo auxílio de comoutilizar a nova tecnologia implantada de NF-e, ECD e EFD.
O sistema não está apto à implantação do SPED
77
Gráfico 13 – Qual a quantidade de clientes que você presta serviços?
Fonte: Da Autora
O Protocolo ICMS nº 10/07 estabeleceu a obrigatoriedade da utilização da Nota
Fiscal Eletrônica (NF-e) para os setores de fabricação de cigarros e distribuição de
combustíveis líquidos. Logo após, o Protocolo ICMS 24/08 estendeu esta
obrigatoriedade para diversos contribuintes, como por exemplo:
• fabricantes de cigarros;
• distribuidores ou atacadistas de cigarros;
• produtores, formuladores e importadores de combustíveis líquidos, assim
definidos e autorizados por órgão federal competente;
• distribuidores de combustíveis líquidos, assim definidos e autorizados por
órgão federal competente;
• fabricantes de automóveis, camionetes, utilitários, caminhões, ônibus e
motocicletas;
10%
40%
20%
30%
Apenas 1
De 2 a 10
De 11 a 20
Acima de 20
78
• fabricantes de cimento;
• fabricantes, distribuidores e comerciantes atacadistas de medicamentos
alopáticos para uso humano;
• frigoríficos e atacadistas que promoverem as saídas de carnes frescas,
refrigeradas ou congeladas das espécies bovinas, suínas, bufalinas e avícola;
• fabricantes de bebidas alcoólicas inclusive cervejas e chopes;
• fabricantes de refrigerantes.
Sendo que diversos Protocolos publicados posteriormente já atualizaram a lista
acima e ampliaram ainda mais o número de contribuintes obrigados a emitir a NF-e.
O último Protocolo publicado foi o nº 42/2009, que ampliou ainda mais a
obrigatoriedade para diversos setores da economia, de forma que até o final de
2010, estejam alcançados por esta obrigatoriedade todos os contribuintes do ICMS,
tendo estipulado quatro etapas: dividindo as atividades de indústria, comércio
atacadista e distribuição ao longo de três períodos (respectivamente, abril, julho e
outubro de 2010), através de descrições baseadas na Codificação Nacional de
Atividade Econômica (CNAE), tendo estabelecido uma quarta etapa, em dezembro
de 2010, para as operações interestaduais e de venda para a Administração Pública.
Então, diversas empresas da cidade de Juazeiro, que se enquadram nos setores
acima citados em tópicos, já estão obrigadas a emitir a NF-e, e até o final do ano de
2010 estarão obrigados os demais setores referentes ao Protocolo 42/09.
Sendo que 45% dos Contabilistas entrevistados já possuem até 25% do total de
seus clientes obrigados a emitir NF-e, conforme demonstrado no gráfico a seguir.
79
Gráfico 14 – Quantos de seus clientes já emitem Nota Fiscal Eletrônica – NF-e?
Fonte: Da Autora
25%
45%
10%
5%
15%
Nenhum
Até 25% do total de clientes
Entre 26% até 50% do total de clientes
Entre 51% até 75% do total de clientes
Entre 76% e 100% dos clientes
80
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O sucesso da profissão Contábil, na atual conjuntura, depende de alguns fatores
importantes, como por exemplo: capacidade de interpretar corretamente a
legislação, incluindo a societária e a tributária; senso de organização e controle;
conhecimento em informática e visão gerencial. Por meio desses fatores, o
Contabilista é detentor de diversos conhecimentos, podendo auxiliar a administração
da empresa, de forma considerável, na tomada de decisões importantes.
Em virtude das novas exigências do mercado, surgiram especializações que
transformaram o perfil dos Contabilistas. Antes eles ocupavam boa parte de seu
tempo preenchendo ou conferindo guias, elaborando balancetes e outros relatórios
contábeis. Atualmente, eles analisam mais do que executam. O profissional ganhou
status de Controller em algumas organizações, passando a ter mais participação nas
decisões da alta administração da empresa, sendo, consequentemente, bastante
requisitado e valorizado.
Em relação à mais nova mudança da área Contábil, o SPED é um sistema
revolucionário que busca, através da informatização, aproximar a relação entre os
contribuintes e o Fisco.
Relativamente ao SPED, uma das grandes preocupações atuais refere-se ao
armazenamento de dados de forma ordenada e segura, visto que as empresas
produzem informações em um ritmo crescente cada vez maior. O modelo proposto
pelo SPED integra as necessidades dos gestores com as exigências legais, usando
atuais tecnologias de assinatura digital relativamente à segurança da operação
realizada. O SPED traz diversos benefícios, como, por exemplo: a redução
significativa de diversos custos; a desburocratização e a simplificação de vários
processos, incluindo principalmente o processo de Escrituração, pois evita a perca
de tempo com o retrabalho na digitação das notas fiscais, fazendo simplesmente a
importação dos arquivos da empresa; e também o processo das obrigações
81
acessórias, pois com a racionalização e simplificação das inúmeras obrigações
acessórias existentes, que os Contabilistas prestam de seus clientes, são eliminadas
as redundâncias das informações.
O uso exclusivo de documentos digitais nos processos contábeis é um caminho sem
volta. O processo veio para coroar a Era do Conhecimento, possibilitando a
comunicação rápida e direta entre os contribuintes e os órgãos governamentais,
além de oferecer segurança e validade jurídica, transformando o Contabilista
devidamente atualizado num profissional que traduza as informações digitais em
conhecimentos para auxiliar a tomada de decisões das empresas.
Conclui-se, então, com a pesquisa de campo realizada, que realmente os
Profissionais Contábeis da cidade de Juazeiro-BA estão acompanhando
adequadamente a nova sistemática implantada através do SPED, comprovando-se a
hipótese levantada no presente trabalho. Cerca de 80% dos Contabilistas de
Juazeiro, de uma amostra de 121, que foram entrevistados buscaram conhecer o
sistema e a nova tecnologia proposta pelo SPED, participando de capacitações
promovidas pela RFB, CRC, Secretaria da Fazenda e diversos outros órgãos, a fim
de acompanhar as mudanças que interferem tanto na vida profissional do
Contabilista quanto nas empresas em que ele presta serviços, transformando assim
o perfil dos profissionais, tornando-os cada vez mais qualificados e ligados à área de
gestão da empresa que ele representa, tornando praticamente extinto o Contabilista
que somente emite guias de recolhimento de tributos.
Atingindo-se, então, os objetivos do estudo, ficando demonstrado que, de acordo
com a tecnologia do SPED, onde a existência de documentos é exclusivamente
digital, com toda segurança devida, os serviços de Escrituração Contábil e Fiscal dos
Contabilistas torna-se cada vez mais prático e eficiente, evitando o retrabalho. Além
de toda a redução de custos que o SPED trouxe, principalmente com a emissão e
armazenamento de documentos em papel.
82
REFERÊNCIAS
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da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro
de 1976, e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à
elaboração e divulgação de demonstrações financeiras. DOU de 28/12/2007.
Disponível em:
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