MADEIRA COMO MATÉRIA-PRIMA PARA FABRICAÇÃO DE PASTA CELULÓSICA

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    MADEIRA COMO MATÉRIA-PRIMA PARA FABRICAÇÃO DEPASTA CELULÓSICA

    1. PROCEDÊNCIA E ABASTECIMENTO

     No Brasil, a madeira utilizada como matéria prima para a produção de pastacelulósica provém, principalmente, de várias espécies arbóreas de eucalipto (Eucalyptusspp) e pinus (Pinus spp)

    Essas espécies começaram a ser introduzidas no Brasil neste século, emdecorr!ncia da diminuição dos povoamentos das espécies nativas "as, #oi somentecom a lei dos $ncentivos %iscais, em &', ue o re#lorestamento dessas espécies tomouimpulso, #ormando maciços #lorestais para os mais diversos #ins

    * escol+a dessas espécies para o re#lorestamento #oi baseada, principalmente,em seu rápido crescimento, aproimadamente tr!s a uatro vezes mais do ue em seus

     pa-ses de ori.em*s primeiras espécies introduzidas no Brasil #oram de  Eucalyptus  e

     posteriormente de  Pinus *tualmente estima/se ue os plantios de eucalipto no Brasilcobrem uma área superior a tr!s mil+0es de +ectares, e calcula/se ue a área de plantiosde Pinus spp. se1a superior a '2 mil +ectares

    3utras espécies são utilizadas como matéria prima para a produção de pastacelulósica, embora utilizadas em peuena escala

     ESPÉCIES MAIS UTILIZADAS NO BRASIL

    Para a ind4stria de celulose e papel, as espécies ue são mais utilizadascorrespondem a5  Eucalyptus grandis, E. saligna, E. urophylla, E. x urophylla, E.robusta, sendo ue as espécies E. deanei, E. dunil e  E. cleoziana, tem potencialidade

     para tal #inalidade

    6uanto ao pinus, os mais usados para a #abricação de pasta celulósica são5 Pinuselliottii, P. taeda e P. caribae. No Brasil a 4nica espécie nativa de con-#eras é o pin+o do

     paraná ( Araucária angustifólia), ue é empre.ada em peuena escala na #abricação de pasta celulósica

    CARACTERIZAÇÃO BOTÂNICA DAS ESPÉCIES UTILIZADAS 

    Eucalip!

    3 eucalipto corresponde ao .!nero  Eucaliptus, da #am-lia bot7nica das"yrtaceae, abran.endo cerca de 28 espécies 9ão plantas arbóreas, variando de :8 a 8;m de altura, dependendo da espécie * determinação bot7nica das espécies, emboradi#-cil devido < .rande semel+ança ue possuem, pode ser #eira através da mor#olo.ia*s madeiras cultivadas no Brasil possuem madeira, cu1a massa espec-#ica a &8= deumidade varia de 22 a 2,2 >.?m@A a cor do cerne varia do amarelo ao pardoacinzentado ou ainda, róseo avermel+ado

    Pi"u#

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    3 pinus é uma con-#era do .!nero Pinus, da #am-lia bot7nica das Pinaceae 9ão plantas len+osas, em .eral arbóreas, de alturas variando de a 82 m, dependendo daespécie 9eu tronco é reto e ereto, mais ou menos cil-ndrico, e sua copa em #orma decone Possuem #ol+as, caracteristicamente em #orma de ac-culas, a.rupadas em#asc-culos * determinação bot7nica das espécies, apesar de ser di#-cil, pode ser #eita

    através de caracteres, tais como n4mero, disposição e coloração das ac-culasA #orma ecoloração das sementesA taman+o e #orma dos estróbilos (C Pin+as) * madeira possuimassa espec-#ica a &8= de umidade, ue varia de ;22 a 8:2 >.?m@, e a cor do cernevaria do amarelo claro ao alaran1ado ou castan+o avermel+ado

    Pi"$! %! pa&a"'

    3 pin+o do paraná ( Araucária angustifólia) é uma con-#era arbórea pertencente <#am-lia bot7nica das *raucariaceae, ue varia de :2 a 82 m de altura 9eu tronco é reto ecil-ndrico, com casca .rossa e ru.osa D uma espécie de #ácil recon+ecimento na#loresta por apresentar uma copa com a #orma semel+ante a um candelabro * madeira

     possui massa especi#ica a &8= de umidade, ue varia de 8:2 a &2 >.?m@, e a cor docerne amarelada com tonalidades rósea, vermel+a ou levemente pardacenta

    ORI(EM DAS ESPÉCIES UTILI)ADAS

    * uase totalidade das espécies produtoras de madeira como matéria prima para#abricação de pasta celulósica são eóticas, sendo nativas apenas o pin+o do paraná e a

     bracatin.a

    3 eucalipto é proveniente principalmente da *ustrália e asm7nia, sendo poucasespécies ori.inárias da Nova Fuiné, imor e $l+as "olucas %oi introduzido em outros

    continentes, inicialmente, como planta ornamental, passando, posteriormente, a ser utilizado para re#lorestamentos em .eral *tualmente é plantado em pa-ses de uasetodos os continentes

    3 pinus é umas das con-#eras mais utilizadas comercialmente como madeiramaciça e pasta celulósica para papel *s espécies de pinus introduzidas no Brasil são

     provenientes principalmente dos Estados Gnidos, embora inicialmente #ossem oriundasda Europa

    3 pin+o do paraná é uma con-#era encontrada principalmente na parte lestecentral do planalto meridional do Brasil, abran.endo os estados do Paraná, 9anta

    Hatarina e Iio Frande do 9ul 3corre ainda como manc+as esparsas, no sul do estadode 9ão Paulo e na 9erra da Hantareira, c+e.ando até o sul de "inas Ferais e Iio deJaneiro

     REFLORESTAMENTO COM PINUS E EUCALIPTO

    * eecução de um re#lorestamento pode ser dividida nas se.uintes etapas5

    / produção de mudasA

    / preparo do soloA

    / sulcamento e marcação do soloA/ plantioA

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    / proteção e cuidados posteriores ao plantioA

    / mane1o, eploração e transporte de matéria prima

    P&!%u*+! %, u%a#

    3 método de produção de mudas mais utilizado é a semeadura direta emrecipientes Porém, vem/se di#undindo rapidamente o método de produção por enraizamento por estaca

    Semeadura direta em recipientes

    Esta técnica é bastante utilizada, pois permite a produção de mudas em .randeescala, podendo ser aproveitada tanto para o eucalipto como para pinus

    Em s-ntese, o método consiste na .erminação de sementes de uma destasespécies em recipientes com terra adubada

     Recipientes

    Eistem no mercado, recipientes de vários materiais, tais como papelãoimpermeabilizado, #ol+ar de madeira, tubetes de bambu, bande1as de isopor etc, sendoos mais utilizados os sauin+os plásticos

    Substrato

    * terra de enc+imento dos recipientes deve estar livres de #un.os pato.!nicos ede semente com plantas invasorasA por esse motivo, .eralmente etrai/se a terra dosubsolo Homo esta terra tem pouca #ertilidade, é adicionado #ertilizante composto de

    nitro.!nio, #ós#oro e potássio (NPK)Semeadura

    * semeadura pode ser realizada manualmente ou com semeador Em ambos oscasos, os recipientes são depositados em canteiros e a1ustados entre si No caso doeucalipto, são colocadas de ; a sementes por recipiente ratando/se de pinus, ue temsementes maiores, são colocadas de & a : por unidade *ntes de semear a terra, está ére.ada abundantemente com á.ua isenta de sementes invasoras de plantas invasoras*pós a semeadura, aplica/se uma #ina camada de terra peneirada e sobre esta uma outracamada de pal+a de arroz *mbos desin#etados previamente com .ás de brometo de

    metila ou outros produtos u-micos esbaste das mudinhas

    6uando as mudin+as atin.em 8 cm de altura, eecuta/se o desbaste, deiandoapenas uma por recipiente *s mudin+as etra-das são colocadas (repicadas) em outrosrecipientes, desde ue ten+am vi.or e a adeuada ualidade para re#lorestar

     En!io para o campo

    6uando as mudas atin.irem :8 cm de altura, são encaiotadas e enviadas aolocal do re#lorestamento, onde são retiradas as plantas dos recipientes e colocadas no

    local de#initivo

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    Sulcamento e marca"#o do solo

      Gm pouco antes de se iniciar o plantio das mudas, é realizado o sulcamento e amarcação do lu.ar onde se instalará a muda Este trabal+os são usualmente e#etuadoscom um trator contendo um arado simples, trabal+ando em direç0es cruzadas 3 ponto

    de cruzamento é o lu.ar onde #icará a mudaEsta operação também é aproveitada para #azer a separação entre plantios e

    deiar as estradas e aceiros de proteção contra os poss-veis inc!ndios

     Plantio

    Esta operação consiste em enterrar a raiz das mudas no lu.ar de#initivo *ssimno caso do eucalipto, as mudas são despo1adas de embala.em de plástico e plantadascom o pouco de terra proveniente do viveiro Por outro lado, o pinus pode ser plantadocom a raiz nua, permitindo, com isso, ue seu plantio possa ser eecutado de #ormamecanizada

    3 plantio manual é utilizado uando eiste boa disponibilidade de mão de obra,ou uando as super#-cies a re#lorestar t!m muita declividade, impossibilitando o uso demáuinas

    P&!,*+! , cui%a%!# p!#,&i!&,# a! pla"i!

     Replantio

    6uando necessário, as mudas são re.adas, principalmente nos dias posterioresao seu plantio 9e este é eecutado cuidadosamente e em condiç0es #avoráveis, alcança/

    se uma alta sobreviv!ncia das mudas Haso contrário, é necessário e#etuar a substituiçãodas mudas secas Feralmente, estes trabal+os são e#etuados uando as perdas superam&2= do total das mudas plantadas

    $ontrole de pragas

    *s in#ormaç0es dispon-veis indicam ue os pre1u-zos provocados pelas #ormi.assa4va ( Atta spp) são altos, tanto em #loretas de eucalipto como de pinus, mesmo 1á#ormadas, c+e.ando/se até &8= do rendimento do maciço 3 controle sistemático eadeuado das #ormi.as cortadeiras é, portanto de #undamental import7ncia 3 combatetem seu in-cio lo.o após a derrubada da ve.etação eistente antes do plantio,

     prolon.ando/se por vários dias, sendo ue os maiores cuidados são nos dois primeirosanos de plantio * base deste combate são os #ormicidas aplicados, periodicamente, em#orma direta nos #ormi.ueiros

    3s cupins atacam também os plantios, porém, em menor escala ue as #ormi.as9eu controle é mais barato e #ácil, sendo realizado com inseticidas

    3 aparecimento de ve.etação invasora, estran+a ao plantio, pre1udica seudesenvolvimento pela concorr!ncia por luz, á.ua, espaço e nutrientes Por isso, éconveniente sua eliminação Esta limpeza, ou capina, é #eita u-mica, mec7nica oumanualmente

     Poda

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    Gm outro cuidado com a cultura é a poda, ue consiste na eliminação dos ramos,.eralmente secos, da parte in#erior de cada árvore al procedimento é necessário, poisos ramos contribuem para #ormar nós na madeira * poda é e#etuada em pinus e nuncaem eucalipto, porue este perde os ramos in#eriores naturalmente, através da podanatural

     esbaste

    3 desbaste é outra prática, ue consiste no corte e etração de árvores em povoamentos arti#iciais, com o ob1etivo de diminuir a concorr!ncia entre árvores Daplicado tanto em eucalipto como em pinus, uando são destinados < produção de toras

     para a serraria *s árvores etra-das podem ser aproveitadas para a #abricação de pastacelulósica

    $ontrole de inc%ndios

    Estradas internas e aceiros entre tal+0es devem ser limpos da ve.etaçãoinvasora, principalmente em épocas de seca, com o ob1etivo de se evitar o per-odo deinc!ndio

    * eliminação dessa ve.etação pode ser #eita manualmente, com #oice e enada,ou mecanicamente, com arado de discos ou rolo #aca

    Em épocas de altas temperaturas e de baia umidade relativa do ar, o peri.o deinc!ndio aumenta Por este motivo, as compan+ias de re#lorestamento t!m desenvolvidosistemas de prevenção contra inc!ndios, baseados na temperatura e umidade relativa doar *l.umas empresas de re#lorestamento utilizam torres de observação, ue permitem adetecção rápida de pontos de inc!ndios Messa maneira, o combate ao inc!ndio pode ser realizado antes ue atin1a .randes proporç0es

    Ma",!/ ,0pl!&a*+! , &a"#p!&,

     &ane'o

    3s povoamentos podem ser administrados de acordo com dois sistemas5 alto#uste ou tal+adia

     No primeiro sistema, as árvores crescem até aduirirem .randes dimens0esFeralmente esta prática é aplicada em espécies cu1os tocos não podem rebrotar depois

    de cortados, como é o caso do pinus ue é encontrado no Brasil, embora também possaser aplicado no eucalipto

    Já os eucaliptos ue se caracterizam pelo rebrotamento depois do corte,normalmente são mane1adas pelo sistema de tal+adia, ou se1a todas as árvores sãocortadas depois de uma certa idade ( a O anos) 3s eucaliptos orientados para seremutilizados como matéria prima para pasta celulósica, c+apas de part-culas, len+a ocarvão, e mane1ados no sistema de tal+adia, são cortados a cada ou O anos, durante um

     per-odo de tempo de :2 anos

     Explora"#o e transporte

    Menomina/se eploração aos vários trabal+os de manuseio da madeira, e#etuadosdesde o abate da árvore até a sua c+e.ada < porta da #ábrica

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     Não eiste uma 4nica solução para um problema de eploração, e por esta razão,sempre serão encontrados diversos sistemas de eploração * solução depende de vários#atores, tais como o uso #inal do produto, dimens0es das toras, caracter-sticatopo.rá#icas do local em ue se encontra a #loresta, disponibilidade de mão de obra,custos das máuinas e #erramentas, clima etc

    Me#ine/se como sistema de eploração a um .rupo or.anizado de #unç0es outrabal+os, nos uais são inclu-dos di#erentes tipos e n4meros de máuinas ou pessoasEsses .rupos são5 corte ou derrubada da árvore, traçamento, derrama, descascamento,

     pré/transporte, empil+amento, cuba.em, carre.amento e transporte principal

    * eploração #lorestal é, normalmente, e#etuada na seu!ncia descrita acima, podendo ocorrer, ocasionalmente, al.umas alteraç0es, tais como derrubada, traçamento,derrama, pré/transporte, carre.amento e transporte neste caso o pré/transporte não énecessário, pois o terreno é muito plano e o camin+ão pode entrar #acilmente no

     povoamento Em cada etapa da eploração podem, ainda, ser empre.ados vários tiposde máuinas e n4mero de pessoas, acarretando a .rande variabilidade dos sistemas deeploração encontrados

     Res(duos de explora"#o

     Nas operaç0es de traçamento, derrama e descascamento, partes da árvore, taiscomo .al+os, ramos, cascas e #ol+as são abandonadas no local de eploração odo essecon1unto é c+amado de res-duo de eploração sendo ue apenas os .al+os mais .rossossão usados como len+aA o restante é ueimado *tualmente, estes res-duos são utilizados

     para .erar ener.ia sob a #orma de carvão, ou, mesmo, combustão direta

     RE)*&E)+S E E-$A*P+ E P*)-S

    Iendimento de uma #loresta, em termos .erais, é a uantidade de materiallen+oso produzido como col+eita #lorestal, em determinada época do crescimento daárvore 3 rendimento é variável, mesmo para uma mesma espécie, em #unção dascondiç0es do meio ambiente em ue a árvore se desenvolve

     No desenvolvimento das árvores in#luem, portanto, os se.uintes #atores5

    / clima (temperatura, c+uvas etc)A

    / solo (pro#undidade, nutrientes dispon-veis, permeabilidade < passa.em de á.ua, penetrabilidade, conte4do de matéria or.7nica etc)A

    / topo.ra#ia (altura, eposição ao sol, declividade etc,)A

    3 rendimento é, normalmente, medido em volume de madeira produzido emuma unidade de super#-cie * unidade de medida mais utilizada é o metro c4bico de

    madeira produzida em um +ectare plantado (m@?+a).

    3 cálculo do volume empre.ado para o caso de madeira #ina, toretes de 8 a :8cm de di7metro, é #eito com base no metro c4bico empil+ado ou estere, ue correspondea uma pil+a de madeira de um metro de comprimento, por um metro de lar.ura e um

    metro de altura 3 coe#iciente aproimado de trans#ormação do metro c4bico para oestere é &,: para madeira de eucalipto e &, para madeira de pinus

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