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• Espaços para anotações • Letra maior para uma leitura confortável • Em espiral para facilitar o manuseio • Artigos mais cobrados destacados Coordenação Luiz Otávio Rezende Magistratura Estadual Vade Mecum para estudar 2020 2ª edição

Magistratura Estadual...CADERNO DE ESTUDOS DA LEI SECA COMPLEMENTAR 10 Diploma Estudado Revisto Questões Lei dos Juizados Especiais Lei do Mandado de Segurança Lei 8.112/1990 Lei

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• Espaços para anotações

• Letra maior para uma leitura confortável

• Em espiral para facilitar o manuseio

• Artigos mais cobrados destacados

Coordenação

Luiz Otávio Rezende

Magistratura Estadual

Vade Mecum para estudar

2020

2ª edição

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Como estão seus estudos sobre o conteúdo do Caderno de Estudos da Lei Seca Principal?

Diploma Estudado Revisto Questões

Constituição Federal

LINDB

Código Civil

Código de Processo Civil

Código Penal

Código de Processo Penal

Código Tributário Nacional

Código Eleitoral

Código de Defesa do Consumidor

Código Florestal

Estatuto da Criança e do Adolescente

Estatuto da Cidade

Estatuto do Idoso

Estatuto da Igualdade Racial

Estatuto da Pessoa com Deficiência

Estatuto da Empresa Pública

Estatuto da OAB

Código de Ética da OAB

Lei da Ação Civil Pública

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10CADERNO DE ESTUDOS DA LEI SECA COMPLEMENTARCADERNO DE ESTUDOS DA LEI SECA COMPLEMENTAR

Diploma Estudado Revisto Questões

Lei dos Juizados Especiais

Lei do Mandado de Segurança

Lei 8.112/1990

Lei 8.429/1992

Lei 8.666/1993

Lei 8.987/1995

Lei 9.784/1999

LC 101/2000

Lei 11.079/2004

Súmulas Vinculantes

Súmulas do STF

Súmulas do STJ

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DIREITO CONSTITUCIONAL

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PLANO DE ESTUDO

Diploma Estudado Revisão 1 Revisão 2 Revisão 3 Questões

Lei complementar nº 35/1979

Lei nº 9.507/1997

Lei nº 9.868/1999

Lei nº 11.417/2006

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DIREITO CONSTITUCIONAL

LEI COMPLEMENTAR Nº 35, DE 14 DE MARÇO DE 1979

Dispõe sobre a Lei Orgânica da Magistratura Nacional.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICAFaço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar:

TÍTULO I. DO PODER JUDICIÁRIO

CAPÍTULO I. DOS ÓRGÃOS DO PODER

JUDICIÁRIO

Art. 1º. O Poder Judiciário é exercido pelos seguintes órgãos:I – Supremo Tribunal Federal;II – Conselho Nacional da Magistratura;III – Tribunal Federal de Recursos e juízes fe-derais;IV – tribunais e juízes militares;V – tribunais e juízes eleitorais;VI – tribunais e juízos do trabalho;VII – tribunais e juízes estaduais;VIII – tribunal e juízes do Distrito Federal e dos Territórios.

Art. 2º. O Supremo Tribunal Federal, com sede na Capital da União e jurisdição em todo o território nacional, compõe-se de 11 (onze) ministros vitalícios, nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pelo Senado Federal, dentre cidadãos maiores de 35 (trinta e cinco) anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada.

Art. 3º. O Conselho Nacional da Magistratura, com sede na Capital da União e jurisdição em todo o território nacional, compõe-se de 7 (sete) ministros do Supremo Tribunal Federal, por este escolhidos, mediante votação nominal para um período de 2 (dois) anos, inadmitida a recusa do encargo.§ 1º. A eleição far-se-á juntamente com a do presidente e vice presidente do Supremo Tri-bunal Federal, os quais passam a integrar,

automaticamente, o Conselho, nele exercendo as funções de presidente e vice-presidente, respectivamente.§ 2º. Os ministros não eleitos poderão ser con-vocados pelo presidente, observada a ordem decrescente de antiguidade, para substituir os membros do Conselho, nos casos de impedi-mento ou afastamento temporário.§ 3º. Junto ao Conselho funcionará o Procu-rador-Geral da República.

Art. 4º. O Tribunal Federal de Recursos, com sede na Capital da União e jurisdição em todo o território nacional, compõe-se de 27 (vinte e sete) ministros vitalícios, nomeados pelo Presidente da República, após aprovada a escolha pelo Senado Federal, salvo quanto à dos juízes federais, sendo 15 (quinze) dentre juízes federais, indicados em lista tríplice pelo próprio tribunal; 4 (quatro) dentre membros do Ministério Público Federal; 4 (quatro) den-tre advogados maiores de 35 (trinta e cinco) anos, de notável saber jurídico e de reputação ilibada; e 4 (quatro) dentre magistrados ou membros do Ministério Público dos Estados e do Distrito Federal.

Art. 5º. Os juízes federais serão nomeados pelo Presidente da República, escolhidos, sem-pre que possível, em lista tríplice, organizada pelo Tribunal Federal de Recursos, dentre os candidatos com idade superior a 25 (vinte e cinco) anos, de reconhecida idoneidade moral, aprovados em concurso público de provas e títulos, além da satisfação de outros requisitos especificados em lei.§ 1º. Cada Estado, bem como o Distrito Federal, constitui uma Seção Judiciária, que tem por sede a respectiva Capital, e varas localizadas segundo o estabelecido em lei.§ 2º. Nos Territórios do Amapá, Roraima e Ron-dônia, a jurisdição e as atribuições cometidas aos juízes federais caberão aos juízes da justiça local, na forma que a lei dispuser. O Território de Fernando de Noronha está compreendido na Seção Judiciária do Estado de Pernambuco.

Art. 6º. O Superior Tribunal Militar, com sede na Capital da União e jurisdição em todo o território nacional, compõe-se de 15 (quinze) ministros vitalícios, nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pelo Senado Federal, sendo 3 (três) dentre

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22LEI COMPLEMENTAR Nº 35, DE 14 DE MARÇO DE 1979

oficiais-generais da Marinha, 4 (quatro) dentre oficiais-generais do Exército e 3 (três) dentre oficiais-generais da Aeronáutica, todos da ativa, e 5 (cinco) dentre civis, maiores de 35 (trinta e cinco) anos, dos quais 3 (três) cidadãos de notório saber jurídico e idoneidade moral, com mais de 10 (dez) anos de prática forense, e 2 (dois) juízes-auditores ou membros do Ministério Público da Justiça Militar, de com-provado saber jurídico.

Art. 7º. São órgãos da Justiça Militar da União, além do Superior Tribunal Militar, os juízes--auditores e os Conselhos de Justiça, cujos números, organização e competência são definidos em lei.

Art. 8º. O Tribunal Superior Eleitoral, com sede na Capital da União e jurisdição em todo o território nacional, é composto de 7 (sete) juízes, dos quais 3 (três) ministros do Supre-mo Tribunal Federal e 2 (dois) ministros do Tribunal Federal de Recursos, escolhidos pelo respectivo tribunal, mediante eleição, pelo voto secreto, e 2 (dois) nomeados pelo Presi-dente da República, dentre 6 (seis) advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal.

Art. 9º. Os Tribunais Regionais Eleitorais, com sede na Capital do Estado em que tenham jurisdição e no Distrito Federal, compõem-se de 4 (quatro) juízes eleitos, pelo voto secreto, pelo respectivo Tribunal de Justiça, sendo 2 (dois) dentre desembargadores e 2 (dois) dentre juízes de direito; 1 (um) juiz federal, escolhido pelo Tribunal Federal de Recursos, se na Seção Judiciária houver mais de um, e, por nomeação do Presidente da República, de 2 (dois) dentre 6 (seis) cidadãos de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.

Art. 10. Os juízes do Tribunal Superior Eleitoral e dos Tribunais Regionais Eleitorais, bem como os respectivos substitutos, escolhidos na mes-ma ocasião e por igual processo, salvo motivo justificado, servirão, obrigatoriamente, por 2 (dois) anos, no mínimo, e nunca por mais de dois biênios consecutivos.

� Art. 11. Os juízes de direito exercem as funções de juízes eleitorais, nos termos da lei.§ 1º. A lei pode outorgar a outros juízes com-petência para funções não decisórias.§ 2º. Para a apuração de eleições, constituir--se-ão Juntas Eleitorais, presididas por juiz de direito, e cujos membros, indicados conforme

dispuser a legislação eleitoral, serão aprovados pelo Tribunal Regional Eleitoral e nomeados pelo seu presidente.

Art. 12. O Tribunal Superior do Trabalho, com sede na Capital da União e jurisdição em todo o território nacional, compõe-se de 17 (dezes-sete) ministros, nomeados pelo Presidente da República, 11 (onze) dos quais togados e vitalícios, depois de aprovada a escolha pelo Senado Federal, sendo 7 (sete) dentre magis-trados da Justiça do Trabalho, 2 (dois) dentre advogados no exercício efetivo da profissão, e 2 (dois) dentre membros do Ministério Público da Justiça do Trabalho, maiores de 35 (trinta e cinco) anos, de notável saber jurídico e repu-tação ilibada, e 6 (seis) classistas temporários, em representação paritária dos empregadores e dos trabalhadores, de conformidade com a lei, e vedada a recondução por mais de dois períodos de 3 (três) anos.

Art. 13. Os Tribunais Regionais do Trabalho, com sede, jurisdição e número definidos em lei, compõem-se de dois terços de juízes togados e vitalícios e um terço de juízes classistas e temporários, todos nomeados pelo Presidente da República, observada, quanto aos juízes togados, a proporcionalidade fixada no art. 12 relativamente aos juízes de carreira, advo-gados e membros do Ministério Público da Justiça do Trabalho e, em relação aos juízes classistas, a proibição constante da parte final do artigo anterior.

Art. 14. As Juntas de Conciliação e Julgamen-to têm a sede, a jurisdição e a composição definidas em lei, assegurada a paridade de representação entre empregadores e tra-balhadores, e inadmitida a recondução dos representantes classistas por mais de dois períodos de 3 (três) anos.§ 1º. Nas comarcas onde não for instituída Junta de Conciliação e Julgamento, poderá a lei atribuir as suas funções aos juízes de direito.§ 2º. Poderão ser criados por lei outros órgãos da Justiça do Trabalho.

Art. 15. Os órgãos do Poder Judiciário da União (art. 1º, I a VI) têm a organização e a competência definidas na Constituição, na lei e, quanto aos tribunais, ainda, no respectivo Regimento Interno.

� Art. 16. Os Tribunais de Justiça dos Estados, com sede nas respectivas Capitais e jurisdição no território estadual, e os Tribunais de Alça-da, onde forem criados, têm a composição, a

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ALorganização e a competência estabelecidas na

Constituição, nesta Lei, na legislação estadual e nos seus Regimentos Internos.Parágrafo único. Nos Tribunais de Justiça com mais de vinte e cinco desembargadores, será constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais, da competência do tribunal pleno, bem como para uniformização da ju-risprudência no caso de divergência entre suas seções.

Art. 17. Os juízes de direito, onde não houver juízes substitutos, e estes, onde os houver, serão nomeados mediante concurso público de provas e títulos.§ 1º. (VETADO).§ 2º. Antes de decorrido o biênio do estágio, e desde que seja apresentada a proposta do tribunal ao Chefe do Poder Executivo, para o ato de exoneração, o juiz substituto ficará automaticamente afastado de suas funções e perderá o direito a vitaliciedade, ainda que o ato de exoneração seja assinado após o decurso daquele período.§ 3º. Os juízes de direito e os juízes substitu-tos têm a sede, a jurisdição e a competência fixadas em lei.§ 4º. Poderão os Estados instituir, mediante proposta do respectivo Tribunal de Justiça, ou órgão especial, juízes togados, com inves-tidura limitada no tempo e competência para o julgamento de causas de pequeno valor e crimes a que não seja cominada pena de reclusão, bem como para a substituição dos juízes vitalícios.§ 5º. Podem, ainda, os Estados criar justiça de paz temporária, competente para o processo de habilitação e celebração de casamento.

Art. 18. São órgãos da Justiça Militar esta-dual os Tribunais de Justiça e os Conselhos de Justiça, cujas composição, organização e competência são definidas na Constituição e na lei.Parágrafo único. Nos Estados de Minas Ge-rais, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo, a segunda instância da Justiça Militar estadual é constituída pelo respectivo Tribunal Militar, integrado por oficiais do mais alto posto da Polícia Militar e por civis, sempre em número ímpar, excedendo os primeiros aos segundos em uma unidade.

� Art. 19. O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, com sede na Capital da União, tem a composição, a organização e a competência estabelecidas em lei.

Art. 20. Os juízes de direito e os juízes subs-titutos da Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, vitalícios após 2 (dois) anos de exercício, investidos mediante concurso pú-blico de provas e títulos, e os juízes togados temporários, todos nomeados pelo Presidente da República, têm a sede, a jurisdição e a com-petência prescritas em lei.

CAPÍTULO II. DOS TRIBUNAIS

� Art. 21. Compete aos tribunais, privati-vamente:I – eleger seus presidentes e demais titula-res de sua direção, observado o disposto na presente Lei;II – organizar seus serviços auxiliares, pro-vendo-lhes os cargos, na forma da lei; propor ao Poder Legislativo a criação ou a extinção de cargos e a fixação dos respectivos venci-mentos;III – elaborar seus regimentos internos e neles estabelecer, observada esta Lei, a competência de suas câmaras ou turmas isoladas, grupos, seções ou outros órgãos com funções jurisdi-cionais ou administrativas;IV – conceder licença e férias, nos termos da lei, aos seus membros e aos juízes e ser-ventuários que lhes são imediatamente su-bordinados;V – exercer a direção e a disciplina dos órgãos e serviços que lhes forem subordinados;VI – julgar, originariamente, os mandados de segurança contra seus atos, os dos respectivos presidentes e os de suas câmaras, turmas ou seções.

CAPÍTULO III. DOS MAGISTRADOS

� Art. 22. São vitalícios:I – a partir da posse:a) os ministros do Supremo Tribunal Federal;b) os ministros do Tribunal Federal de Recursos;c) os ministros do Superior Tribunal Militar;d) os ministros e juízes togados do Tribunal Superior do Trabalho e dos Tribunais Regionais do Trabalho;e) os desembargadores, os juízes dos Tribunais de Alçada e dos Tribunais de segunda instância da Justiça Militar dos Estados; II – após 2 (dois) anos de exercício:a) os juízes federais;b) os juízes-auditores e juízes-auditores subs-titutos da Justiça Militar da União;

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c) os juízes do trabalho presidentes de Junta de Conciliação e Julgamento e os juízes do trabalho substitutos;d) os juízes de direito e os juízes substitutos da Justiça dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, bem assim os juízes-auditores da Justiça Militar dos Estados. § 1º. Os juízes mencionados no inciso II deste artigo, mesmo que não hajam adquirido a vitaliciedade, não poderão perder o cargo senão por proposta do tribunal ou do órgão especial competente, adotada pelo voto de dois terços de seus membros efetivos. § 2º. Os juízes a que se refere o inciso II deste artigo, mesmo que não hajam adquirido a vitaliciedade, poderão praticar todos os atos reservados por lei aos juízes vitalícios.

Art. 23. Os juízes e membros de tribunais e Juntas Eleitorais, no exercício de suas funções e no que lhes for aplicável, gozarão de plenas garantias e serão inamovíveis.

Art. 24. O juiz togado, de investidura tem-porária (art. 17, § 4º), poderá ser demitido, em caso de falta grave, por proposta do tribunal ou do órgão especial, adotada pelo voto de dois terços de seus membros efetivos.Parágrafo único. O quorum de dois terços de membros efetivos do tribunal, ou de seu órgão especial, será apurado em relação ao número de desembargadores em condições legais de votar, como tal se considerando os não atingidos por impedimento ou suspeição e os não licenciados por motivo de saúde.

TÍTULO II. DAS GARANTIAS DA

MAGISTRATURA E DAS PRERROGATIVAS DO

MAGISTRADO

CAPÍTULO I. DAS GARANTIAS DA

MAGISTRATURA

SEÇÃO I. DA VITALICIEDADE

� Art. 25. Salvo as restrições expressas na Constituição, os magistrados gozam das ga-rantias de vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos.

� Art. 26. O magistrado vitalício somente perderá o cargo (Vetado):I – em ação penal por crime comum ou de responsabilidade;II – em procedimento administrativo para a perda do cargo nas hipóteses seguintes:a) exercício, ainda que em disponibilidade, de qualquer outra função, salvo um cargo de magistério superior, público ou particular;b) recebimento, a qualquer título e sob qual-quer pretexto, de percentagens ou custas nos processos sujeitos a seu despacho e jul-gamento;c) exercício de atividade político-partidária.§ 1º. O exercício de cargo de magistério su-perior, público ou particular, somente será permitido se houver correlação de matérias e compatibilidade de horários, vedado, em qualquer hipótese, o desempenho de função de direção administrativa ou técnica de esta-belecimento de ensino.§ 2º. Não se considera exercício do cargo o desempenho de função docente em curso oficial de preparação para judicatura ou aper-feiçoamento de magistrados.

� Art. 27. O procedimento para a decretação da perda do cargo terá início por determinação do tribunal, ou do seu órgão especial, a que pertença ou esteja subordinado o magistrado, de ofício ou mediante representação funda-mentada do Poder Executivo ou Legislativo, do Ministério Público ou do Conselho Federal ou seccional da Ordem dos Advogados do Brasil.§ 1º. Em qualquer hipótese, a instauração do processo proceder-se-á da defesa prévia do magistrado, no prazo de 15 (quinze) dias, con-tado da entrega da cópia do teor da acusação e das provas existentes, que lhe remeterá o presidente do tribunal, mediante ofício, nas 48 (quarenta e oito) horas imediatamente seguintes à apresentação da acusação.§ 2º. Findo o prazo da defesa prévia, haja ou não sido apresentada, o presidente, no dia útil imediato, convocará o tribunal ou o seu órgão especial para que, em sessão secreta, decida sobre a instauração do processo, e, caso determinada esta, no mesmo dia distribuirá o feito e fará entregá-lo ao relator.§ 3º. O tribunal ou o seu órgão especial, na sessão em que ordenar a instauração do pro-cesso, como no curso dele, poderá afastar o magistrado do exercício das suas funções, sem prejuízo dos vencimentos e das vantagens, até a decisão final.§ 4º. As provas requeridas e deferidas, bem como as que o relator determinar de ofício, serão produzidas no prazo de 20 (vinte) dias, cientes o Ministério Público, o magistrado ou o procurador por ele constituído, a fim de que possam delas participar.

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AL§ 5º. Finda a instrução, o Ministério Público e

o magistrado ou seu procurador terão, suces-sivamente, vista dos autos por 10 (dez) dias, para razões.§ 6º. O julgamento será realizado em sessão secreta do tribunal ou de seu órgão especial, depois de relatório oral, e a decisão no sentido da penalização do magistrado só será tomada pelo voto de dois terços dos membros do colegiado, em escrutínio secreto.§ 7º. Da decisão publicar-se-á somente a conclusão.§ 8º. Se a decisão concluir pela perda do cargo, será comunicada, imediatamente, ao Poder Executivo, para a formalização do ato.

� Art. 28. O magistrado vitalício poderá ser compulsoriamente aposentado ou posto em disponibilidade, nos termos da Constituição e da presente Lei.

� Art. 29. Quando, pela natureza ou gravida-de da infração penal, se torne aconselhável o recebimento de denúncia ou de queixa contra magistrado, o tribunal, ou seu órgão especial, poderá, em decisão tomada pelo voto de dois terços de seus membros, determinar o afasta-mento do cargo do magistrado denunciado.

SEÇÃO II. DA INAMOVIBILIDADE

Art. 30. O juiz não poderá ser removido ou promovido senão com seu assentimento, ma-nifestado na forma da lei, ressalvado o disposto no art. 45, item I.

Art. 31. Em caso de mudança da sede do juízo será facultado ao juiz remover-se para ela ou para comarca de igual entrância, ou obter a disponibilidade com vencimentos integrais.

SEÇÃO III. DA IRREDUTIBILIDADE DE

VENCIMENTOS

Art. 32. Os vencimentos dos magistrados são irredutíveis, sujeitos, entretanto, aos impostos gerais, inclusive o de renda, e aos impostos extraordinários.Parágrafo único. A irredutibilidade dos ven-cimentos dos magistrados não impede os descontos fixados em lei, em base igual à estabelecida para os servidores públicos, para fins previdenciários.

CAPÍTULO II. DAS PRERROGATIVAS DO

MAGISTRADO

� Art. 33. São prerrogativas do magistrado:I – ser ouvido como testemunha em dia, hora e local previamente ajustados com a autoridade ou juiz de instância igual ou inferior;II – não ser preso senão por ordem escrita do tribunal ou do órgão especial competente para o julgamento, salvo em flagrante de crime inafiançável, caso em que a autoridade fará imediata comunicação e apresentação do magistrado ao presidente do tribunal a que esteja vinculado (Vetado).;III – ser recolhido a prisão especial, ou a sa-la especial de Estado-Maior, por ordem e à disposição do tribunal ou do órgão especial competente, quando sujeito a prisão antes do julgamento final;IV – não estar sujeito a notificação ou a intima-ção para comparecimento, salvo se expedida por autoridade judicial;V – portar arma de defesa pessoal.Parágrafo único. Quando, no curso de inves-tigação, houver indício da prática de crime por parte do magistrado, a autoridade policial, civil ou militar, remeterá os respectivos autos ao tribunal ou órgão especial competente para o julgamento, a fim de que prossiga na investigação.

Art. 34. Os membros do Supremo Tribunal Federal, do Tribunal Federal de Recursos, do Superior Tribunal Militar, do Tribunal Superior Eleitoral e do Tribunal Superior do Trabalho têm o título de ministro; os dos Tribunais de Justiça, o de desembargador; sendo o de juiz privativo dos integrantes dos outros tribunais e da magistratura de primeira instância.

TÍTULO III. DA DISCIPLINA JUDICIÁRIA

CAPÍTULO I. DOS DEVERES DO MAGISTRADO

� Art. 35. São deveres do magistrado:I – cumprir e fazer cumprir, com independên-cia, serenidade e exatidão, as disposições legais e atos de ofício;II – não exceder injustificadamente os prazos para sentenciar ou despachar;III – determinar as providências necessárias para que os atos processuais se realizem nos prazos legais;

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IV – tratar com urbanidade as partes, os mem-bros do Ministério Público, os advogados, as testemunhas, os funcionários e auxiliares da justiça, e atender aos que o procurarem, a qual-quer momento, quando se trate de providência que reclame e possibilite solução de urgência;V – residir na sede da comarca, salvo autori-zação do órgão disciplinar a que estiver su-bordinado;VI – comparecer pontualmente à hora de iniciar-se o expediente ou a sessão, e não se ausentar injustificadamente antes de seu término;VII – exercer assídua fiscalização sobre os subordinados, especialmente no que se refere à cobrança de custas e emolumentos, embora não haja reclamação das partes;VIII – manter conduta irrepreensível na vida pública e particular.

� Art. 36. É vedado ao magistrado:I – exercer o comércio ou participar de socie-dade comercial, inclusive de economia mista, exceto como acionista ou quotista;II – exercer cargo de direção ou técnico de sociedade civil, associação ou fundação, de qualquer natureza ou finalidade, salvo de as-sociação de classe, e sem remuneração;III – manifestar, por qualquer meio de comu-nicação, opinião sobre processo pendente de julgamento, seu ou de outrem, ou juízo depreciativo sobre despachos, votos ou sen-tenças, de órgãos judiciais, ressalvada a crítica nos autos e em obras técnicas ou no exercício do magistério.Parágrafo único. (VETADO).

Art. 37. Os tribunais farão publicar, mensal-mente, no órgão oficial, dados estatísticos sobre seus trabalhos no mês anterior, entre os quais: o número de votos que cada um de seus membros, nominalmente indicado, proferiu como relator e revisor; o número de feitos que lhe foram distribuídos no mesmo período; o número de processos que recebeu em consequência de pedido de vista ou como revisor; a relação dos feitos que lhe foram conclusos para voto, despacho e lavratura de acórdão, ainda não devolvidos, embora decorridos os prazos legais, com as datas das respectivas conclusões.Parágrafo único. Compete ao presidente do tribunal velar pela regularidade e pela exatidão das publicações.

Art. 38. Sempre que, encerrada a sessão, restarem em pauta ou em mesa mais de 20 (vinte) feitos sem julgamento, o presidente fará

realizar uma ou mais sessões extraordinárias, destinadas ao julgamento daqueles processos.

Art. 39. Os juízes remeterão, até o dia 10 de cada mês, ao órgão corregedor competente de segunda instância, informação a respeito dos feitos em seu poder, cujos prazos para despacho ou decisão hajam sido excedidos, bem como indicação do número de sentenças proferidas no mês anterior.

CAPÍTULO II. DAS PENALIDADES

Art. 40. A atividade censória de tribunais e conselhos é exercida com o resguardo devido à dignidade e à independência do magistrado.

� Art. 41. Salvo os casos de impropriedade ou excesso de linguagem, o magistrado não pode ser punido ou prejudicado pelas opini-ões que manifestar ou pelo teor das decisões que proferir.

� Art. 42. São penas disciplinares:I – advertência;II – censura;III – remoção compulsória;IV – disponibilidade com vencimentos pro-porcionais ao tempo de serviço;V – aposentadoria compulsória com venci-mentos proporcionais ao tempo de serviço;VI – demissão.Parágrafo único. As penas de advertência e de censura somente são aplicáveis aos juízes de primeira instância.

Art. 43. A pena de advertência aplicar-se-á reservadamente, por escrito, no caso de negli-gência no cumprimento dos deveres do cargo.

Art. 44. A pena de censura será aplicada reser-vadamente, por escrito, no caso de reiterada negligência no cumprimento dos deveres do cargo, ou no de procedimento incorreto, se a infração não justificar punição mais grave.Parágrafo único. O juiz punido com a pena de censura não poderá figurar em lista de promoção por merecimento pelo prazo de 1 (um) ano, contado da imposição da pena.

� Art. 45. O tribunal ou seu órgão especial poderá determinar, por motivo de interesse

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ALpúblico, em escrutínio secreto e pelo voto de

dois terços de seus membros efetivos:I – a remoção de juiz de instância inferior;II – a disponibilidade de membro do pró-prio tribunal ou de juiz de instância inferior, com vencimentos proporcionais ao tempo de serviço.Parágrafo único. Na determinação de quorum de decisão aplicar-se-á o disposto no parágrafo único do art. 24.

Art. 46. O procedimento para a decretação da remoção ou disponibilidade de magistrado obedecerá ao prescrito no art. 27 desta Lei.

Art. 47. A pena de demissão será aplicada:I – aos magistrados vitalícios, nos casos pre-vistos no art. 26, I e II;II – aos juízes nomeados mediante concurso de provas e títulos, enquanto não adquirirem a vitaliciedade, e aos juízes togados temporários, em caso de falta grave, inclusive nas hipóteses previstas no art. 56.

Art. 48. Os regimentos internos dos tribunais estabelecerão o procedimento para a apuração de faltas puníveis com advertência ou censura.

CAPÍTULO III. DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO

MAGISTRADO

� Art. 49. Responderá por perdas e danos o magistrado, quando:I – no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude;II – recusar, omitir ou retardar, sem justo mo-tivo, providência que deva ordenar de ofício, ou a requerimento das partes.Parágrafo único. Reputar-se-ão verificadas as hipóteses previstas no inciso II somente depois que a parte, por intermédio do escri-vão, requerer ao magistrado que determine a providência, e este não lhe atender o pedido dentro de 10 (dez) dias.

CAPÍTULO IV. DO CONSELHO NACIONAL DA

MAGISTRATURA

Art. 50. Ao Conselho Nacional da Magistra-tura cabe conhecer de reclamações contra membros de tribunais, podendo avocar pro-cessos disciplinares contra juízes de primeira

instância e, em qualquer caso, determinar a disponibilidade ou a aposentadoria de uns e outros, com vencimentos proporcionais ao tempo de serviço.

Art. 51. Ressalvado o poder de avocação, a que se refere o artigo anterior, o exercício das atribuições especificas do Conselho Nacional da Magistratura não prejudica a competência disciplinar dos tribunais, estabelecida em lei, nem interfere nela.

Art. 52. A reclamação contra membro de tribu-nal será formulada em petição, devidamente fundamentada e acompanhada de elementos comprobatórios das alegações.§ 1º. A petição a que se refere este artigo deve ter firma reconhecida, sob pena de arquiva-mento liminar, salvo se assinada pelo procu-rador-geral da República, pelo presidente do Conselho Federal ou Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil ou pelo procurador-geral da Justiça do Estado.§ 2º. Distribuída a reclamação, poderá o relator, desde logo, propor ao Conselho o arquivamento, se considerar manifesta a sua improcedência.§ 3º. Caso o relator não use da faculdade pre-vista no parágrafo anterior, mandará ouvir o reclamado, no prazo de 15 (quinze) dias, a fim de que, por si ou por procurador, alegue, querendo, o que entender conveniente a bem de seu direito.§ 4º. Com a resposta do reclamado, ou sem ela, deliberará o Conselho sobre o arquivamento ou a conveniência de melhor instrução do processo, fixando prazo para a produção de provas e para as diligências que determinar.§ 5º. Se desnecessárias outras provas ou di-ligências, e se o Conselho não concluir pelo arquivamento da reclamação, abrir-se-á vista para alegações, sucessivamente, pelo prazo de 10 (dez) dias, ao reclamado, ou a seu advogado, e ao procurador-geral da República.§ 6º. O julgamento será realizado em sessão secreta do Conselho, com a presença de todos os seus membros, publicando-se somente a conclusão do acórdão.§ 7º. Em todos os atos e termos do processo, poderá o reclamado fazer-se acompanhar ou representar por advogado, devendo o procurador-geral da República oficiar neles como fiscal da lei.

Art. 53. A avocação de processo discipli-nar contra juiz de instância inferior dar-se-á mediante representação fundamentada do procurador-geral da República, do presidente do Conselho Federal ou Seccional da Ordem