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FALTA EMPREGOS MAS AINDA ACREDITAMOS Na PESQUISA MAIS IRAÍ já constatmos o pessimismo. Agora elencamos prioridades e as pistas para buscar soluções. Apesquisa encerra nesta edição, mas o debate continua. Se as forças vivas e entidades legalmente constituídas unirem-se para discutir os assuntos aqui elencados, com certeza, em um prazo médio as soluções apareceriam ao natural. Na nossa cidade falta oportunidades de emprego. Os jovens que procuram um futuro melhor estão indo embora de Iraí por falta de opção.

Mais irai 7 extra

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Projeto de jornalismo cívico / público / de contato com a comunidade realizado em parceria com o jornal FOLHA NATIVA de Iraí - RS

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FALTA EMPREGOS

MAS AINDA ACREDITAMOS

Na pesquisa mais iraí já constatmos o pessimismo. Agora elencamos prioridades e as pistas para

buscar soluções. Apesquisa encerra nesta edição, mas o debate continua.

Se as forças vivas e entidades legalmente constituídas unirem-se para discutir os assuntos aqui elencados, com certeza, em um prazo médio as soluções apareceriam ao natural.

Na nossa cidade falta oportunidades de emprego. Os jovens que procuram um futuro melhor estão indo embora de Iraí por falta de opção.

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CONSEGUIR EMPREGO É MAIOR PREOCUPAÇÃO

Foram 224 respostas válidas, 191 soluções sugeridas, 55 pessoas interessadas em

participar das pesquisas que sur-girão deste projeto e 44 que se disponibilizaram a participar.

Nesta edição você vai saber quais as prioridades para o muni-cípio e as medidas que poderiam ajudar a fazer uma Iraí melhor para todos..

QUEREM VAGAS EM IRAÍA PESQUISA MAIS IRAÍ

não surpreende ao constatar a preocupação dos iraienses com a pouca perspectiva para conseguir emprego na cidade. Não apenas as poucas vagas e opções foi cita-da, mas também a forma como jo-vens sem experiência de trabalho são vistos pelos empregadores.

De um lado, os jovens gosta-riam de encontrar estágio, como o CIEE, cursos profissionalizan-tes, ou mesmo que os empresá-rios e comerciantes fornecessem treinamento para a função. Do outro, há quem constate que falta pessoas capacitadas para os em-pregos que existem aqui.

PRIORIDADESSabemos que a prioriadade é

gerar empregos e oportunidades de capacitação dentro do muni-cípio. O que muda é a forma de fazê-lo. A maioria fala em trazer empresas ou reativar o engarra-famento de água mineral, mas existem outras opções como in-centivar o empreendedorismo ou profissionalizar o turismo, geran-do vagas neste setor.

Para os iraienses, o turismo é o quarto tema em importância, atrás de emprego e capacitação, saneamento e infraestrutura e do cuidado das pessoas com a cida-de. O resultado mostra que a ci-dade precisa resolver problemas mais sérios, ainda que o desejo de que a cidade volte a ser reconhe-cida também exista.

Outras questões, além das elencadas, surgiram. A campeã de citações é a saúde (55,74%).

PESSIMISMOMedimos o nível de otimismo

do iraiense com base na perspec-tiva de futuro para a cidade (grá-fico ao lado). Pessoas na faixa etária dos 30 aos 59 são as mais pessimistas, seguido dos de 12 a 17. Os mais otimistas são os de mais de 60 anos, seguidos dos de idade entre 18 e 29.

RESULTADOS DA PESQUISA

O maior motivo para a visão negativa de metade dos respondentes (47,7% contra 26,15% de visões positivas e 26,15% neutras) é a dificuldade de conseguir trabalho e melhor capacitação na cidade. A falta de cursos e de vagas de trabalho foi a questão mais citada e a com mais alto nível de importância para os iraienses. Também foi a que recebeu mais propostas de soluções, 47,5%.

É interessante observar como a espectativa de um futuro me-lhor ou pior para a cidade afeta o julgamento do que é importante para o município. Se levado em consideração a população da área rural e a urbana na totalidade, percebe-se que o interior dá me-nos importância para o turismo. Porém, analisando a área rural mais a fundo, percebemos que as pessoas do interior que são mais otimistas ou neutras dão impor-tância semelhante aos da área ur-bana à atividade. Os 53,66% mais pessimistas são os que deram as piores classificações (média de 2,86 numa escala de 1 a 5), bai-xando também a média geral.

O turismo rural já foi apresen-tado em palestras na cidade. É uma atividade que movimenta a economia e gera uma renda extra para os agricultores.

DISCURSO PASSIVO Percebe-se nas respostas uma

expectativa passiva de que algo desenvolva a cidade. Uma em-presa que se instale aqui ou os políticos façam algo. Existe a consciência de que há questões que dependem dos cidadãos, porém ações concretas se limitam a cuidados com o lixo e as calça-das e a cobrar dos políticos.

12 a 17Dos 12 a 17 e dos 30 aos 59 anos há mais pessimistas do que otimistas e neutros somados. Os de 60 anos ou mais são mais otimistas, porém apenas 3 pessoas pesquisadas estavam nesta faixa.

O pessimismo é maior na zona rural. Entre os que não moram mais na cidade a maioria (3 de 4) pensa no futuro com cautela.

As pessoas que expressaram interesse em participar de grupos de pesquisa foram as que se mostraram mais otimistas.

geral

18 a 29

30 a 59

60 ou +

urbana

rural

foi embora

quer participar

sem resposta

não quer participar

POSITIVA NEUTRA NEGATIVA26,15% 26,15% 47,69%

27,78% 24,31% 47,92%

24,39% 21,95% 53,66%

25,00% 75,00%

39,22% 29,41% 31,37%

33,33% 20,00% 46,67%

19,79% 21,88% 58,33%

29,91% 19,66% 50,43%

29,27% 36,59% 34,15%

8,33% 33,33% 58,33%

66,67% 33,33%

FUTURO É VISTO COM CAUTELA(iraienses que veem o futuro com otimismo são minoria)

Por faixa etária

Por local de residência

Por interesse em participar de pesquisas futuras

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As empresas poderiam oferecer a capacitação, pois

sempre procuram alguém

capacitado, mas esquecem

que, por ser uma cidade

pequena, não tem cursos

profissionalizantes

acessíveis a todos.

O comércio de Iraí quer pessoas

que tenham experiência, mas

do que adianta se não dão chances para as pessoas que nunca trabalharam ter o

primeiro emprego. Na minha

opinião começa por aí,

já ajudaria bastante.

Não depende só dos políticos

e sim de todos.[...] assim iraí

não será mais tachada como

cidade dos aposentados.

Acredito eu que se apostássemos mais no turismo de nossa cidade traríamos mais dinheiro e, através deste, mais empregos. Mas nós jovens

gostaríamos de empregos fixos

e não provisórios. Iraí tem tudo

para crescer e voltar a ser como

era uma vez.

Para termos indústrias é necessário que o povo seja empreendedor. Não adianta

ficar buscando por meios

externos. Deve haver sim um

incentivo fiscal e educacional

na questão empresarial.

Uns só fazendo a diferença não

adianta em si. Todos tem que fazer sua parte, a prefeitura e também a população iraiense.

Uma geração com mais

evolução na própria cidade natal, fazendo o povo gostar,

elogiar, acima de tudo, se orgulhar da cidade onde vive.

Fácil é todos falarem que

precisa mudança, o difícil é

conscientizar-se que a mudança tem que vir de nós mesmos.

Creio que a cidade deveria ter

mais incentivos, como cursos

preparatórios, buscando

levar capacitação aos jovens,

como mais cursos técnicos,

incentivando os jovens a buscarem um futuro profissional na cidade.

PERCEPÇÕES DOS IRAIENSES

QUEM RESPONDEU À PESQUISA

As constatações a seguir foram retiradas do texto dos iraienses que responderam a pes-quisa. São, portanto, opiniões que, consideradas no conjunto, fornecem informações impor-tantes para pensar soluções. Na próxima fase da pesquisa estas observações deverão ser debatidas em grupos focais realizados com as pessoas que demonstraram interesse em participar de novas pesquisas.

As respostas foram depositadas voluntariamente em urnas espalhadas pela cidade e numa atividade com os alunos do Ensino Médio promovida pela professora Rosane Lima de Oliveira. Essa atividade é responsável por quase 60% dos respondentes vir da faixa dos 12 a 17, mas também garantiu que pessoas de diversas localidades do interior respondessem. O Sindicato dos Trabalhadores Rurais, onde havia uma urna, também contribuiu neste aspecto.

14 respostas apontavam Iraí como cidade de idosos

PROBLEMAS E SOLUÇÕES CITADOSA questão do emprego vai além de abrir indútrias e cursos. Alguns falam sobre a dificuldade de conseguir o primeiro emprego, outros apostam no turismo ou empreendedorismo dos cidadãos para gerar mais empregos em um ciclo virtuoso.

SEGUE >>

» Características naturais podem ser muito melhor aproveitadas.

» Nossa cidade está bonita.

» Uma cidade limpa, calma, turística e bem conservada.

» Gostamos de Iraí e gostaríamos de fazer nossa faculdade aqui.

» Tem a água mineral mais procurada por todos.

» Iraí não precisaria crescer, só ter mais oportunidades.

» Descrença da população.

» A cidade se perdeu no tempo.

» Não se adequou as mudanças que hoje são necessárias para que o turísmo flua.

» Cidade é pouco divulgada.

» Cidade de baixa renda (salários baixos).

» Iraí não oferece oportunidades.

» Não existe emprego nem onde se formar.

» Juventude precisa ir embora por falta de opções.

» Pessoas que empacam a cidade ou “terneiros” que só querem empregos.

» Muitas decisões erradas.

» Rixas partidárias acima do bem comum.

» Não pensar no povo da colônia.

» Cidade “asilo”.

» Como é uma cidade turística, há mais idosos do que jovens.

» Mudança na CULTURA.

» Que o povo seja empreendedor.

» Incentivo fiscal e educacional para empreender.

» Uma geração com mais evolução na cidade natal.

» Investir neste nicho de pessoas (terceira idade, trilheiros e naturistas).

» Identificar qual setor da economia deve ser mais valorizado.

» Investimentos nos setores industriais e comerciais.

» Focar mais na agricultura.

» Parque de eventos e parque aquático.

» Mais fichas no posto, mais atendimentos, mais remédios.

» Melhorar as ruas esburacadas, calçar.

» As pessoas ajudarem a cuidar, preservar.

» Faculdades.

21%

22,8%12,1%

1,3% 1,8%sem resposta sem resposta

cidade

5,8% 3,6%

59,8% 71,9%12 a 17

18 a 29

interior30 a 59

+60 foi embora

IDADE ONDE VIVE

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COLUNA

Passaram oito meses desde que iniciei o trabalho deste projeto. Muito mais se con-

tar desde o surgimento da ideia. Em 2010 já queria que o tra-

balho de conclusão de curso de jornalismo se revertesse em algo bom para a comunidade iraien-se. Os anos de 2012 e 2013 fo-

ram dedicados a lapidar a ideia e torná-la mais possível de realizar e adaptada à realidade iraiense. Nunca pensei que terminaria an-tes do fim de 2014. E não espero que termine.

O MAIS IRAÍ deixa as páginas do jornal, mas encontrará outros espaços para se perpetuar. Ele

continua no Facebook e poderá se expandir para outras platafor-mas, tanto digitais como na rede em constante transformação que é a sociedade.

Sim, quero levar a discussão para espaços cada vez mais pú-blicos e livres. Quero que todo iraiense tenha orgulho não só das belezas naturais da sua cidade, mas também do seu povo. Que-

ro ouvir menos “isso não vai dar certo” e mais “faremos com que dê certo”.

Meu sonho é ver iraienses reerguerem a cidade. Voltarem a acreditar. Quando isso acontecer o MAIS IRAÍ não fará mais sen-tido, mas ficarei feliz em deixá-lo ir. Por hora, ele apenas repousa em uma hibernação fora de épo-ca. Até breve.

Adeus e até breve

IMPORTÂNCIA DADA A CADA QUESTÃO

DESENVOLVIMENTO DO TURISMO

(escala de 1 a 5, sendo 1 menos importante e 5 mais importante)

4,243,69

EMPREGO E CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL

SANEAMENTO E INFRAESTRUTURA

3,94 3,85

2,49

CUIDADO DAS PESSOAS COM

A CIDADE

PARTIDARISMO

TURISMO NA CIDADE E NO INTERIOR TEMAS E IDEIAS (a linha reta indica a média geral, enquanto os pontos mostram a diferença entre otimistas, neutros e pessimistas)

Os temas que receberam mais ideias de soluções não seguiram a mesma ordem da importância dada.

48

86

14 12 12

28 9

OUTROS

QUAL A SOLUÇÃO?O turismo surgiu como ativi-

dade econômica com possibili-dade de desenvolvimento e gera-dor de novas vagas de trabalho e também como atraso para a cida-de, pois nunca foi industrializada pois as fábricas poderiam poluir a água. Porém, a indústria vem aderindo a sistemas para reduzir o impacto ambiental e mesmo substituindo processos e mate-riais poluentes por outros mais seguros e sustentáveis, o que via-bilizaria a coexistência da fonte com indústria limpa. Outra ideia é incentivar o empreendedorismo entre os iraienses, sem depender de empresas de fora da cidade.

Os que defendem o turismo como economia dizem ser neces-sário aproveitar melhor as bele-zas que temos, profissionalizar e investir no nicho de pessoas que Iraí pode receber bem – terceira idade, trilheiros e naturistas, se-gundo os respondentes.

Os que pedem que empresas se instalem aqui falam em subsídios e incentivos para tornar a cidade atrativa e cursos profissionalizan-tes para qualificar a mão de obra.

Para a área rural falou-se em apoio técnico e de infraestrutu-ra ao agricultor, investimento na agroindústria e criação de coope-rativas.

PRÓXIMOS PASSOSAgora que sabemos as priori-

dades e possíveis caminhos, as ideias aqui elencadas precisam ser discutidas e desenvolvidas para que possam se transformar em ações. Também são informa-ções das quais as lideranças do município podem lançar mão.

A Saúde surgiu em outras questões. Foi citada por 34 pessoas e teve 8 soluções apresentadas. Todas dependendem da administração.

» ESTRADAS E CALÇAMENTO

» AGRICULTURA, AGROINDÚSTRIA E PRODUÇÃO FAMILIAR

» FUTEBOL

» INCENTIVO À INDÚSTRIA E AO EMPREENDEDORISMO

» REDUÇÃO DA CARGA TRIBUTÁRIA PARA INDÚSTRIA E COMÉRCIO

» CUIDADO COM CRIANÇAS E IDOSOS

» CRIAÇÃO DE UM CALENDÁRIO ANUAL DE EVENTOS

» CALENDÁRIO DE LAZER ESPECÍFICO PARA OS JOVENS

» COMBATE ÀS DROGAS

» CRIAÇÃO DE DEPARTAMENTO JOVEM NA ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL

» ESGOTO NO RIO DO MEL

» CRIAÇÃO DE GALINHAS DENTRO DA CIDADE

» MANIPULAÇÃO DA ÁGUA MINERAL

» MELHORES LIVROS NA BIBLIOTECA E MELHOR ATENDIMENTO

OUTRAS QUESTÕES OU SUGESTÕES APRESENTADAS NAS RESPOSTAS

Laís Cerutti Scortegagna

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INAUGURAÇÃO DE UM SONHO

Inaugurado há uma semana, o Betão Grill era um sonho de Betão Nienow. Realizado com

apoio da família e amigos, o res-taurante preenche um espaço que faltava nas opções gastronômicas da cidade. Fugindo das opções de lanches rápidos ou de conve-niência, o local é para quem quer apreciar pratos mais elaborados e sem pressa. 120 pessoas compare-ceram na noite de estreia.

O empreendimento gerou 10 empregos. Valorizar os funcio-nários é prioridade do negócio, pois o bom atendimento é o que faz o cliente voltar. Isso e os di-ferenciais, como entrada e sobre-mesa inclusos e os ingredientes selecionados. “Tu sai de casa pra comer igual ou melhor do que em casa. Então tem que servir bem”, acredita Betão.

Betão fez cursos de filés, mo-lhos e comidas triviais no SENAC

e pretende continuar se qualifi-cando. Ele e Leonardo Rippel são os chefs, mas o restaurante é ti-picamente familiar da cozinha à identidade visual, orientada pela sobrinha, Laura. Betão também buscou consultoria do SENAC nas questões econômicas.

– Eu não me vejo como con-corrente. Eu acredito que quanto mais opções a cidade tiver, mais gente de fora vai vir – diz Betão citando cidades como Gramado e Farroupilha que ficaram famo-sas por ter muitas opções de seus produtos (chocolate e malhas, respectivamente).

A referência à Gramado está também nos detalhes em madeira na construção remetem ao estilo alemão usado nas edificações da cidade da serra. E assim como em Gramado, o restaurante é ti-picamente alemão na arquitetura mas a comida é tipica italiana ou,

como ele descreve, “estilo fami-liar”.

PRATO DO DIAO restaurante funcionará sex-

tas, sábados à noite e domingos à noite e ao meio dia. Cada dia um prato diferente. Na sexta o carro chefe são as massas caseiras feita com ovos de colônia.

Sábado é dia de grelhados. As carnes são de gado Angus, reco-nhecido pela qualidade. Os filés são acompanhados de molho es-colhido pelo cliente.

Domingo é dia de pizza no for-no à lenha com massa fresca e borda recheada.

Em breve, haverá opção de pedir apenas o aperitivo (como a polenta frita que foi servida antes do prato principal e outros) e tam-bém chopp para o happy hour. Betão estuda a possibilidade de servir taças de sorvete.

Restaurante Betão Grill mira os amantes da boa mesaLAÍS SCORTEGAGNA

A cozinha é envidraçada, o que aproxima o público e convida a acompanhar o preparo

Nova opção gastronômica em Iraí, Betão Grill atrai pessoas de toda região no fim de semana de estreia

Estilo alemão por fora, comida tipica italiana lá dentro

Detalhes do relógio no primeiro piso