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Mercados Boletim Sebrae 1 Mais um termo novo!? O marketing, como o próprio nome o explica “fazendo mercado”, vem tendo incorporado a ele novos termos, ações e táticas. Não é de se estranhar, pois o mercado é mutante e quase turbulento. Assim, nesta edição vamos conhecer alguns desses novos termos e estudar um pouco sobre as estratégias usadas pelo Cirque Du Soleil, que aplica todas as novas tendências comerciais e não deixa de lado os sonhos, as sensações e as fantasias buscadas pelos novos consumi- dores. Também iremos consagrar um pouco de Cris Anderson, na sua teoria tão comentada, Cauda Longa! E ainda sobre o primeiro carro elétrico do país, o OBVIO!: não agride o meio ambiente, tem seu valor agregado e é pequeno. Boa leitura! Alessandra Mendes Durante Edição 35 . Ano VI . setembro de 2010 O que é Marketing Holístico? Um tema novo e importante na 12ª edição de Administração de marketing é o marketing holístico. Definido como o desenvolvimento, o projeto e a implemen- tação de programas, processos e atividades de marketing, com o reconhecimento da amplitude e das interdependên- cias envolvidas no ambiente de marketing atual, ele consi- dera ‘tudo importante’ — os consumidores, os funcionários, os fornecedores, a concorrência e a sociedade como um todo.O nome holístico, segundo Aurélio:adj. Relativo a holismo, que busca tudo abranger, que é totalizante. Indicação de Livro Livro: Marketing 3.0 A dica de hoje é o novo livro do pai do Marketing, Philip Kotler, em parceria com Hermawan Kartajaya e Iwan Setiawan, lançado pela editora Elsevier. Sua nova obra trata sobre a revolução vivida pelo Marketing nos últi- mos anos, os novos rumos que serão toma- dos e as novas aborda- gens utilizadas. Esta importante revolução é chamada pelos autores de Marketing 3.0. Segundo a obra revela, os clientes modernos não são mais induzidos a comprar apenas pelo valor pago pelo produto ou pela marca do fabricante. Hoje em dia, eles são capazes de ver os produtos e comparar os benefícios e valores gerados por eles. Por isso, é preciso que os profissionais de marketing tratem os clientes como seres humanos completos, dotados de corpo, mente e espírito. de

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Mercados Boletim Sebrae 1

Mais um termo novo!?O marketing, como o próprio nome o explica “fazendo mercado”, vem tendo incorporado a ele novos termos, ações e

táticas. Não é de se estranhar, pois o mercado é mutante e quase turbulento. Assim, nesta edição vamos conhecer

alguns desses novos termos e estudar um pouco sobre as estratégias usadas pelo Cirque Du Soleil, que aplica todas as

novas tendências comerciais e não deixa de lado os sonhos, as sensações e as fantasias buscadas pelos novos consumi-

dores. Também iremos consagrar um pouco de Cris Anderson, na sua teoria tão comentada, Cauda Longa! E ainda sobre

o primeiro carro elétrico do país, o OBVIO!: não agride o meio ambiente, tem seu valor agregado e é pequeno.

Boa leitura! Alessandra Mendes Durante

Edição 35 . Ano VI . setembro de 2010

O que é Marketing Holístico?

Um tema novo e importante na 12ª edição de

Administração de marketing é o marketing holístico.

Definido como o desenvolvimento, o projeto e a implemen-

tação de programas, processos e atividades de marketing,

com o reconhecimento da amplitude e das interdependên-

cias envolvidas no ambiente de marketing atual, ele consi-

dera ‘tudo importante’ — os consumidores, os funcionários,

os fornecedores, a concorrência e a sociedade como um

todo.O nome holístico, segundo Aurélio:adj. Relativo a

holismo, que busca tudo abranger, que é totalizante.

Indicação de Livro

Livro: Marketing 3.0

A dica de hoje é o novo livro do pai do Marketing,

Philip Kotler, em parceria com Hermawan Kartajaya e

Iwan Setiawan, lançado

pela editora Elsevier.

Sua nova obra trata

sobre a revolução vivida

pelo Marketing nos últi-

mos anos, os novos

rumos que serão toma-

dos e as novas aborda-

gens utilizadas. Esta

importante revolução é

chamada pelos autores

de Marketing 3.0.

Segundo a obra revela, os clientes modernos não são

mais induzidos a comprar apenas pelo valor pago pelo

produto ou pela marca do fabricante. Hoje em dia,

eles são capazes de ver os produtos e comparar

os benefícios e valores gerados por eles. Por isso, é

preciso que os profissionais de marketing tratem os

clientes como seres humanos completos, dotados de

corpo, mente e espírito.

de

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Boletim Sebrae Mercados

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Visão & TendênciaCirque Du Soleil

Por Letícia Faguntes, Jornal Carreira & Sucesso da Catho Online

Teoria da Cauda Longa, Cris Anderson

Chris Anderson tem 44 anos e escreveu o livro A Cauda Longa

(Campus/Elsevier), no qual defende o crescimento dos mercados de

nicho. É formado em Física, trabalhou nas revistas Science, Nature

e The Economist. Hoje é editor-chefe da revista americana Wired.

Atualmente,

duas coisas são

indispensáveis

nas apresenta-

ções em empre-

sas americanas,

principalmente as

do Vale do Silício: uma exibição em Power Point e a menção

ao conceito "Long Tail". Criada em 2004 pelo jornalista Chris

Anderson, editor-chefe da revista Wired, a expressão surgiu

por causa do gráfico matemático que lembra uma "cauda

longa" e demonstra que a cultura e a economia estão rapida-

mente mudando seu foco - de um relativamente pequeno

número de hits (produtos que vendem muito no grande mer-

cado) para um grande número de produtos de nicho. No mês

passado, Anderson lançou o livro Long Tail nos Estados

Unidos, no qual explica a teoria. Agora a obra, traduzida como

A Cauda Longa (Campos/Elsevier), é lançada no Brasil. A

seguir, o autor fala da teoria e suas aplicações. Chris

Anderson - A teoria da Cauda Longa diz que nossa cultura e

economia estão mudando do foco de um relativo pequeno

número de 'hits" (produtos que vendem muito no grande

mercado) no topo da curva de demanda, para um grande

número de nichos na cauda. Como o custo de produção e

distribuição caiu, especialmente nas transações online, agora

é menos necessário massificar produtos em um único forma-

to e tamanho para consumidores. Em uma era sem problema

de espaço nas prateleiras e sem gargalos de distribuição,

produtos e serviços segmentados podem ser economicamen-

te tão atrativos quanto produtos de massa.

Com exatos 24 anos de vida, a jovem companhia fun-

dada pelo artista canadense Guy Laliberté, em 1984, já é

uma realidade de sucesso estrondoso. Vamos a apenas

alguns dados. Atualmente são:

• Oito espetáculos em turnê;

• Seis espetáculos fixos residentes;

• Um sazonal, em Nova York;

• 4 mil funcionários de 40 nacionalidades diferentes;

• Mil artistas apresentando-se diariamente pelo mundo.

Vamos dar um intervalo aos números para não "assustar" tanto. Em turnê no Brasil pela segunda vez, o Cirque du Soleil representa um mix de fanta-sia, beleza e poesia, com uma boa pitada de lucro, emprego e negócios. Para Marco D’Amico, vice-presi-dente sênior de Marketing do grupo, esse é realmen-te um dos segredos do fenômeno Cirque du Soleil. "A primeira chave para a abertura do nosso sucesso foi sempre estabelecer e manter um equilíbrio entre arte e comércio. É extremamente difícil ter essa balança hoje em dia. E pouquíssimas empresas conseguem, especialmente aquelas que lidam com sentimento e entretenimento ao vivo.", afirmou ele, em palestra realizada na FGV/SP – Fundação Getúlio Vargas para alunos do curso de Administração.

Com o tema "Criação, Desempenho e Cidadania", D’Amico

deu uma verdadeira aula de como criar e, acima de tudo,

manter uma grande empresa muito bem-sucedida e

estruturada. E quem diria: um grupo que começou a partir de

sonhos tão despretensiosos de seu grande fundador. "Guy

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Mercados Boletim Sebrae 3

Laliberté tinha 14

anos quando

resolveu sair de

casa. Ele não

tinha um plano

diretor, queria

apenas conhecer

o mundo, se

divertir e, claro,

conhecer muitas

garotas."

A história do

Cirque começou

em 1982, em Quebec, com um grupo de malabaristas, engo-

lidores de fogo e acrobatas. A receptividade do público foi

tanta que resultou num festival. Apenas dois anos depois,

para celebrar o descobrimento do Canadá, Guy Laliberté fun-

dou oficialmente a companhia, que tinha na época 73 funcio-

nários. Era uma nova concepção de espetáculo nascendo em

um tempo de decadência para o circo tradicional. Era o show

que deixava de ser apenas feito para crianças para entrar no

imaginário dos adultos. "Nós sabemos que o público não quer

apenas ser entretido. Eles querem ser tocados, mexidos. É

claro que eles querem fugir um pouco da realidade dos seus

mundos. Mas na verdade eles querem que suas pretensões,

sonhos e esperança sejam renovados."

Justamente no quesito inovação está o outro fator apon-

tado por D’Amico como fundamental para o crescimento do

Cirque. "Estudos mostram que competir em indústrias

saturadas não é o melhor caminho para sustentar um bom

negócio. A oportunidade real é criar os chamados ‘oceanos

azuis’, abrir espaços, descobrir mercados ainda não dispu-

tados." Ele explica que os ideais de Laliberté estavam

diretamente relacionados à beleza e à perfeição. O novo

circo não usaria animais, nem tradicionais conceitos. Era

um risco. Ninguém sabia se daria certo, afinal era algo

desconhecido.

E chegamos então a uma posição adotada desde o início por

todos os gestores do Cirque: arriscar é preciso. "Nós temos muito

mais a perder hoje em dia do que há 24 anos. Mas nós ainda

tomamos decisões de riscos todos os dias. Porque escolhemos

isso, queremos assim, não apenas por ser um bom negócio, mas

por ser a única maneira de fazer negócio que conhecemos."

Os riscos são praticamente uma lei dentro do grupo.

Segundo D’Amico, é assim que o negócio tem dado certo:

apostando em idéias, sem medo de investir milhões,

jamais economizando nem criatividade, nem dinheiro. "Nós

realmente entendemos que criar qualquer coisa, seja ela

um show ou uma linha de produção, envolve descer em

ambientes escuros, desconhecidos. Perder semanas, ou

até meses, investindo em uma atração, em uma idéia, e

não dar em nada. Nós acreditamos que sem arte e sem

criatividade nós não teríamos um bom negócio, definitiva-

mente. E reconhecemos que é natural que essa criativida-

de envolva riscos. Nós jamais vamos manter algo em um

show apenas porque gastamos muito dinheiro nele. Se não

estiver funcionando criativamente, vai sair."

Pensando a companhia como um grande sistema, "onde

cada componente afeta outro componente", D’Amico afirma

ainda que basta uma visita à sede oficial do Cirque, em

Montreal (Canadá),

para ver como cada

depa r t amen to ,

cada pessoa traba-

lha com os mesmos

ideais. "O Cirque é

uma incubadora de

criatividade. As

idéias borbulham

por todos os lados,

idéias que chegam

de todo e qualquer

lugar, e de qualquer

pessoa."

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Boletim Sebrae Mercados

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Mercado & InovaçãoOito cidades disputam fábrica do Obvio!

O grupo Cappadocia Investments negocia com pelo menos

oito municípios do Rio de Janeiro o local onde vai instalar a

fábrica dos minicarros Obvio!, entre os quais estão Magé,

Xerém e Itaguaí. A instalação anterior, um galpão que abrigou

a antiga linha de caminhões FNM, era uma concessão do

governo carioca e foi devolvida.

Serão investidos R$ 70 milhões na fábrica para uma capaci-

dade anual de 10 mil veículos. Na segunda fase serão mais R$

140 milhões para elevar a capacidade para 70 mil unidades.

Essa expansão, porém, vai depender de contratos que serão

negociados para exportar os minicarros para mercados fora da

América Latina, como Estados Unidos, Europa e Japão.

A empresa euro-

péia de investimen-

tos também tem um

projeto de conver-

são de carros, que

consiste em substi-

tuir motores a com-

bustão por sistemas elétricos, mercado estimado em 100 mil

automóveis ao ano. A empresa oferecerá kits de conversão.

O carro elétrico brasileiro não vai ser barato, ao menos no

início, quando a escala de produção ainda será baixa. A

Obvio! calcula entre R$ 60 mil - quase o valor que a General

Motors cobrará pelo Volt, em fase de início de comercialização

nos EUA - e R$ 120 mil, dependendo da versão.

O preço oficial do Volt é de US$ 41 mil (cerca de R$ 72,5

mil), mas cairá para US$ 33,5 mil (R$ 59,2 mil) se descontado

o incentivo que o governo americano oferece aos carros elé-

tricos, que pode chegar a US$ 7,5 mil (R$ 13,2 mil). O Leaf,

Por Cleide Silva - O Estado de S.Paulo

Ricardo Machado, fundador da Obvio!

Foto

: Pa

ulo

Vito

r/A

E

da Nissan, está cotado a US$ 32,7 mil (R$ 58 mil) e pode

baixar para US$ 25,3 mil (R$ 44,8 mil) com o incentivo.

Subsídios. O presidente do Cappadocia Funds Brazil,

Ricardo Machado, ressalta que o projeto da Obvio! só será

concretizado se o governo brasileiro, a exemplo do que vêm

fazendo os demais países, também adotar um programa de

incentivo à produção e venda de carros elétricos, com subsí-

dios que compensem o elevado custo inicial enquanto não

houver escala produtiva.

"Se até o fim do ano o País ainda não tiver um programa

definido, o grupo Cappadocia vai optar por instalar a fábrica

no México, Costa Rica ou Curaçau, países com os quais já

estamos negociando", avisa Machado.

O governo brasileiro ainda não conseguiu chegar a um

entendimento em relação ao programa de incentivo ao

desenvolvimento e à produção de carros elétricos. Em duas

recentes ocasiões, o ministro de Ciência e Tecnologia, Sérgio

Rezende, avisou que o programa seria anunciado, o que não

ocorreu. Fontes do governo dizem que uma das medidas que

devem estar no programa é igualar o Imposto sobre Produtos

Industrializados (IPI) do carro elétrico - hoje de 25% - ao do

carro flex popular, de 7%. Isolada, a medida não alivia muito

o custo do carro elétrico, dizem analistas.

Machado diz que um programa similar ao americano e ao

europeu, que incentive desde o desenvolvimento da tecnolo-

gia até a venda ao consumidor, somado a uma escala produ-

tiva anual de 100 mil carros, pode derrubar o preço do

modelo mais simples para algo próximo a R$ 22 mil. O valor,

porém, não inclui a bateria, cujo preço depende do que o

governo oferecer em subsídios.

O professor da Escola Politécnica da Universidade

Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), José Stokler Canabrava

Filho, vê como um grande desafio a redução de custos das

baterias de lítio/íon, as mais eficientes até o momento. Ele

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Mercados Boletim Sebrae 5

concorda que o automóvel só será viável "quando tiver

economia de escala".

Segundo Stokler, alunos da UFRJ trabalham no desenvolvi-

mento de um veículo movido a eletricidade, um utilitário com três

rodas e capacidade para duas pessoas, que inicialmente será

utilizado para vigilância do câmpus da universidade. "Futuramente,

o objetivo é evoluir para automóveis comerciais."

Estratégico. O

Cappadocia considera

o mercado brasileiro

estratégico para inves-

timentos em transpor-

te sustentável por ser

o único no continente

latino-americano que

tem grande parte da frota movida a combustível alternativo,

o etanol.

Segundo Machado, o recente acidente na plataforma de

petróleo da BP nos EUA deixou os investidores ainda mais

preocupados com a questão ambiental. "O Brasil ganhou mais

pontos na lista dos queridinhos da vez dos fundos com foco

sustentável, por ter uma matriz energética diferente de todo

o resto do mundo", afirma.

Foi ele quem intermediou as negociações entre a Vrooom,

a dona anterior da Obvio!, e o Cappadocia, que desde 2008

avaliava projetos na América Latina. Na sequência, foi contra-

tado para presidir a subsidiária brasileira do fundo, que tem

como vice-presidente Thomas Wittur, economista alemão que

há 20 anos trabalha em operações de estruturação de inves-

timentos e parcerias público-privadas na área ambiental na

África, Colômbia, Alemanha e Brasil.

Segundo o fundo, projetos de transporte limpo vão gerar

crédito de carbono que serão vendidos a empresas que precisam

atingir metas de redução de emissões, especialmente europeias.

Parte interna do protótipo do carro elétrico

Foto

: Pa

ulo

Vito

r/A

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G3 Comunicação e Marketing

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