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Piracicaba2012
ISSN 1414-4530Universidade de São PauloEscola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”Divisão de Biblioteca
Série Produtor Rural - nº 53
Manejo da agressividade deabelhas africanizadas
Maria Emilene Correia-Olivieira1
Lorena Andrade Nunes2
Talita Antonia da Silveira3
Luis Carlos Marchini4
José Wilson Pereira da Silva5
1,2 Doutorandas do Programa de PG em Entomologia - ESALQ/USP3 Mestranda do Programa de PG em Entomologia - ESALQ/USP4 Prof. Titular do Depto de Entomologia e Acarologia - ESALQ/USP5 Doutor do Depto. de Entomologia e Acarologia - ESALQ/USP
DIVISÃO DE BIBLIOTECA - DIBDAv. Pádua Dias, 11 - Caixa Postal 9
13.418-900 - Piracicaba - [email protected] • www.esalq.usp./biblioteca
Revisão e Edição
Foto Capa
Composição das Fotos
Layout Capa
Editoração Eletrônica e
Digitalização de Imagens
Impressão e Acabamento
Tiragem
Eliana Maria Garcia
Maria Emilene Correia-Oliveira
Maria Emilene Correia-Oliveira
Lorena Andrade Nunes
José Adilson Milanêz
Maria Clarete Sarkis Hyppolito
Serviço de Produções Gráficas - ESALQ
300 exemplares
1 INTRODUÇÃO..................................................................................
2 COMUNICAÇÃO DAS ABELHAS ..........................................................2.1 Comunicação química para a defesa da colmeia ...........................
3 PROCESSO DE ENXAMEAÇÃO.............................................................
4 CONSEQUÊNCIAS DE ENXAMEAÇÃO..................................................
5 NIDIFICAÇÃO.......................................................................................
6 ACIDENTES COM ABELHAS AFRICANIZADAS..................................
7 APITOXINA OU VENENO DAS ABELHAS AFRICANIZADAS ...............
8 MANEJO DA AGRESSIVIDADE DE ABELHAS AFRICANIZADAS........
9 INDUMENTÁRIAS E EQUIPAMENTOS PARA MANEJO DE ABELHAS.......................................................................................9.1 Indumentárias.................................................................................9.2 Equipamentos...............................................................................9.2.1 Fumegador ...................................................................................9.2.2 Caixa de captura ...........................................................................9.2.3 Tela excluidora ..............................................................................
10 CAPTURA SEGURA DE ENXAMES VIAJANTES OU JÁ INSTALADOS .......................................................................
11 USO DA FUMAÇA E SEU EFEITO SOBRE AS ABELHAS ..............
REFERÊNCIAS .................................................................................
SUMÁRIO
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As primeiras abelhas melíferas com ferrão foramintroduzidas no Brasil pelo Padre Antônio Carneiro em marçode 1839, oriundas da Europa, sendo que antes desta datasó existiam no país as abelhas sem ferrão.
Acredita-se que a abelha Apis mellifera mellifera foiintroduzida em 1845 por imigrantes alemães no sul do Brasile a Apis mellifera liguistica (italiana) entre 1870 e 1880 nosul e na Bahia. Ambas as subespécies eram mansas e assimfacilmente manejáveis.
A introdução da abelha africana Apis mellifera scutellataem 1956, teve por finalidade realizar estudos sobre umpossível cruzamento com as já existentes abelhas europeiaspara fins de melhoramento genético, almejando uma abelhamais produtiva como a abelha africana, contudo dócil comoas europeias. No entanto, a abelha africana possuia compor-tamento diferenciado das européias e pouco era conhecidodo seu manejo pelos apicultores brasileiros.
Acidentalmente rainhas de algumas colmeias africanasforam liberadas no ambiente, realizando assim cruza-mentos naturais com zangões europeus originando umaabelha mestiça, denominada africanizada. Essas abelhasprovocaram ainda acidentes com pessoas e animais tantoem ambiente rural como urbano, devido principalmenteao desconhecimento de manejo.
Com a africanização tornou-se necessária uma adaptaçãodo manejo, pois, as características das abelhas africanasprevalecem. Atualmente as abelhas Apis melifera encon-tradas no Brasil são africanizadas.
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2.1 Comunicação química para defesada colmeia
A comunicação entre os indivíduos de A. mellifera, érealizada por meio de sons, substâncias químicas, tato e danças.
A abelha africanizada, semelhante à africana, possui altacapacidade de defesa, adaptação a ambientes inóspitos ealta capacidade reprodutiva, com ciclo de vida mais curtoque as demais abelhas européias permitindo sua rápidaampliação de biomassa e aumento populacional.
Estas abelhas estão bem adaptadas no Brasilprincipalmente nas áreas urbanas, bordas de florestas eformações vegetativas abertas.
Comumente quando nos reportamos a uma situação emque pessoas ou animais foram vítimas de abelhas falamosque um enxame atacou e para isso usamos o termo “agres-sividade”. Contudo, para quem estuda comportamento deanimais sabe que a agressividade é típica de predadoressendo assim inadequado para abelhas, pois o correto seriadenominar defensividade, devido o ataque estar comumenteassociado a resposta de alguma perturbação sofrida pelacolmeia.
Dentre os diferentes meios de comunicação de abelhas,o meio químico é o que afeta diretamente no comportamentode defesa interferindo prontamente em um maior ou menorgrau na “agressividade” da colmeia.
A comunicação química é realizada por substânciaspróprias do indivíduo denominadas de feromônios, os quais,após liberados externamente, produzem um efeito ouresposta, levando os indivíduos da colmeia a uma reação
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8 Manejo da agressividade de abelhas africanizadas
específica e imediata, estimulando ou inibindo certoscomportamentos dos insetos.
Um dos feromônios utilizados pelas abelhas é o de alarme,que é liberado quando a abelha se sente ameaçada ou ferroaum inimigo. Esses insetos podem ainda marcar o inimigo,estimulando, assim, o ataque dos demais indivíduos dacolônia.
A enxameação é um processo natural que permite oaumento e a dispersão dos enxames no ambiente. Em abelhasafricanizadas, este processo ocorre em maior escala secomparamos com as abelhas europeias. No Brasil o processode enxameação ocorre por cerca de 3 a 4 vezes no ano.
Para que ocorra a enxameação por crescimento da colônia,ocorre a formação de realeiras (células onde sãodesenvolvidas as rainhas), normalmente no centro do favo.A rainha velha deixará a colônia com parte das abelhasoperárias e uma parte do mel estocado.
Na busca por um novo local para estabelecer a colônia asabelhas “batedoras” buscam um abrigo apropriado para ainstalação da colônia. Ao encontrarem o local adequado essasabelhas retornam para onde as demais estão agrupadas e asinformam sobre as condições e a localização do abrigoescolhido (Figura 1).
Durante o processo de enxameação os locais escolhidossão os mais variados possíveis embora muitas vezespossamos observar enxames viajantes que pousam nos locaisapenas para um descanso momentâneo e depois seguemviagem. Neste momento as abelhas representam um grandeperigo para pessoas e animais, pois qualquer tipo deperturbação que venham a sofrer poderá acarretar em gravesacidentes (Figuras 2 A-D).
O fato dos locais mais freqüentes de instalação dosenxames serem construções confere certo grau de sinan-tropia, o qual reflete a adaptação desses insetos às condiçõesimpostas pela cidade, como poucas áreas verdes e muitasedificações.
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Figura 1 - Enxame em descanso antes da escolha do local paranidificação.
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Figura 2 - Enxames viajantes em descanso. A.Carro; B.Bicicleta; C.Parede; D.Porta
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O Para os apicultores a enxameação reduz significativa-mente a produção no apiário, pois com a divisão dos enxameso número de abelhas campeiras responsáveis pela coleta denéctar e pólen torna-se reduzido e consequentemente ovolume de mel acumulado diminui.
O processo de enxameação também pode trazerproblemas para a sociedade, pois, com o crescimento urbanoe a redução de áreas naturais, as abelhas acabam frequen-temente colonizando ambientes onde podem ocasionarproblemas de ordem pública. A preferência por essas áreasestá relacionada à maior abundância de locais paranidificação, bem como facilidade de localização de fontes dealimento.
Com a enxameação de colônias para áreas urbanas, torna-se necessária sua remoção para locais onde não ofereçamrisco à sociedade. Nesse momento as abelhas podemoferecer perigo, pois na maioria das vezes as pessoasenvolvidas na remoção dos enxames não possuemconhecimento nem experiência no manejo de abelhas.
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Após a enxameação, a nova colônia em formaçãonecessita de um abrigo para sua instalação. Comumenteestes enxames constroem suas moradias nos mais variadoslocais, tais como, muros, bueiros, ocos de árvores, postes,pneus velhos, telhados, caixas de luz e muitas vezes atéinvadindo casas e apartamentos (Figuras 3 A-B), diferindoassim da maioria das espécies de abelhas nativas quenecessitam de um ambiente adequado para nidificar. Por seuhábito generalista em relação a locais de nidificação asabelhas africanizadas algumas vezes tornam-se problemasem áreas urbanas e rurais.
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Figura 3 - Exemplos de locais comuns de nidificação das abelhas africanizadas emambiente urbano. A. Enxame instalado em uma tampa de sistema deescoamento pluvial. B. Entre muros de uma residência
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Os acidentes, decorrentes do contato direto, geralmenteocorrem quando as abelhas de alguma forma são per-turbadas. Essas perturbações podem ser provenientes deatividades nas proximidades ou diretamente sobre ascolônias. O comportamento defensivo por parte das abelhasguarda inicia o desencadeamento de uma reação de defesaem massa, com a liberação de feromônio contido nasmandíbulas e ferrão.
Em São Paulo desde o ano 1993, as abelhas passaram aser vistas como “animal agressor” na ficha de investigaçãode acidentes por animais peçonhentos do Centro de Vigi-lância Epidemiológica (CVE) “Prof. Alexandre Vranjac”, daSecretaria de Estado da Saúde de São Paulo (MELO; SILVA;NATAL, 2003). Verificou-se que desde sua criação até o ano2011, o CVE registrou aproximadamente 10.000 casos deacidentes com abelhas africanizadas.
Em humanos, a reação tóxica sistêmica provocada pelaapitoxina ou veneno de abelhas, caracteriza-se inicialmentepor manifestações dermatológicas típicas de intoxicaçãohistamínica, que pode ou não evoluir e levar a um quadro dechoque anafilático e culminar em morte.
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O ferrão da Apis mellifera é formado por farpas contrárias(Figura 4), que conferem sua fixação na pele, de modo queao ferroar a abelha o perde juntamente com parte do tratodigestivo, morrendo em seguida (Figura 5). Diferentementedas vespas que possuem o ferrão liso podendo assim ferroardiversas vezes. A apitoxina ou veneno de abelhas é umcomplexo de substâncias, composto por água e uma gamade aminoácidos, enzimas, e outros componentes, que sãoinjetados na vítima durante a ferroada. O veneno possuiatividades tóxicas que atuam principalmente no sistemanervoso.
Figura 4 - Detalhes da região terminal do abdome da abelha A. mellifera: a. Ferrãorecolhido; b. Ferrão exposto; c. Um ferrão extraído; d. Detalhe da parteapical do ferrão, mostrando as extremidades serrilhadas
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Os sintomas apresentados por vítimas de ferroadas(Figuras 6A-D) podem variar de pequenos inchaçoslocalizados, a casos de hipersensibilidade, hemorragias,inflamação de vias aéreas e provável choque anafilático,podendo levar ao óbito. A intensidade das reações varia depessoa para pessoa. Dentre os principais componentes daapitoxina, acredita-se que os mais importantes são:hialuronidases, fosfolipases, peptídeos ativos como amelitina, apamina e a histamina.
As hialuronidases são responsáveis pela disseminaçãodos componentes do veneno nos tecidos após as ferroadas,enquanto as fosfolipases estão associadas ao processoalérgico do veneno juntamente com a melitina (que
Figura 5 - Sequência de uma ferroada: A e B. Ferrão sendo introduzido; C. Abelhaperdendo o ferrão; D. Ferrão já introduzido na pele
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Figura 6 - Exemplos de acidentes com abelhas e suas diferentes reações. A.Cachorro atacado por abelhas africanizadas. B. Reação geralmente ob-servada após uma ferroada. C. Diferença entre uma mão ferroada euma normal
representa 50% do peso seco do veneno, sendo altamentetóxica o que pode causar hemólise) e a apamina que atuacomo agente bloqueador neuromuscular, podendo provocarparalisia respiratória.
Ataques massivos por abelhas podem provocar aobstrução das estruturas renais e causar danos como,necrose tubular aguda, insuficiência renal e crise hemolítica,que destruirá os glóbulos vermelhos, causando dessa formauma anemia aguda que além de provocar uma sobrecargados rins pode ser fatal.
Atualmente uma linha de pesquisa sobre o veneno dasabelhas, aponta que apesar de sua letalidade em deter-minadas situações, o veneno quando ministrado de formacontrolada é um potente medicamento, pois seus compostosatuam no organismo estimulando a pressão arterial e aresistência vascular.
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A resposta defensiva de um enxame é bastanteinfluenciada por uma série de fatores, tais como:
· Herança genética, onde quanto maior o grau deafricanização nas abelhas, maior será o grau deagressividade (defensividade);
· Fatores ambientais, tais como temperatura e umidaderelativa do ar;
· Fatores comportamentais humanos, tais como: movi-mentos bruscos, barulhos etc, poderá aumentar aagressividade.
Existe uma correlação bastante positiva de que quantomaior for a quantidade de alimento armazenado, maior seráo número de crias e abelhas operárias, o que aumenta opoder de defesa de um enxame. As abelhas quandomolestadas produzem feromônios tanto pelas glândulasmandibulares como por glândulas do ferrão que conferem orecrutamento e ataque. Contudo, outros fatores tambéminfluenciam o comportamento defensivo das abelhas taiscomo odores, cores, sons, movimentação intensa nasproximidades da colmeia, idade das operárias bem como oseu estado fisiológico. Alguns procedimentos que podempassar desapercebido pelo apicultor, agravam o comporta-mento defensivo das abelhas, são as realizações excessivasde revisões, aplicação de fumaça ou ainda o costume depassar ou parar na frente da entrada da colmeia, atrapalhandoa linha de vôo das abelhas campeiras.
A agressividade ou defensividade das abelhas pode serminimizadas com o uso de indumentárias e equipamentosque conferem segurança às pessoas, sendo assim sãoessenciais para qualquer um que deseje trabalhar oumanipular as abelhas (Figura 7). Esses materiais sãofacilmente adquiridos em casas especializadas em produtosapícolas.
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Figura 7 - Esquema de equipamentos de segurança e apetrechos básicospara captura de enxames de abelhas africanizadas
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O macacão ou o jaleco e calça podem ser confeccionadosem diversos tecidos tais como, algodão, albene etc, e sãoconsiderados peças fundamentais de proteção do apicultor.Cores claras devem ser utilizadas, pois, como se sabe coresescuras influenciam negativamente no comportamento dasabelhas. A finalidade desta indumentária juntamente combotas e luvas é impedir o contato do ferrão das abelhas epartes do corpo da pessoa que as manipula. A bota e asluvas podem ser de couro ou de borracha e tambémpreferencialmente de cor clara.
As Indumentárias e equipamentos de manejo e proteçãosão imprescindíveis para qualquer pessoa que desejemanipular estes insetos.
9.1 Indumentárias
Figura 8 -Indumentárias neces-sárias para o manejode abelhas africa-nizadas. A. e B
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É o equipamento de proteção do apicultor que tem porfunção básica diminuir o comportamento defensivo dasabelhas, sendo obrigatório para o manejo de abelhasafricanizadas. É constituido de um fole, acoplado a umafornalha dotada de grelha, onde se queima o material vegetalque produzirá a fumaça (Figura 9).
9.2 Equipamentos
9.2.1 Fumegador
Figura 9 - Fumegador e suas partes. A. Tampa e bico direcionador de fumaça; B.Fole; C. Fornalha; D. Grelha; E. Bico de pato
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A colmeia Langstroth ou padrão que é a mais usada, éconstituída por fundo móvel (555 x 410 mm), que abriga oalvado (entrada da colmeia); ninho (medidas internas) 465 x370 x 240 mm (com dez quadros), nos quais serãodesenvolvidas as crias; melgueira (medidas internas) 465 x370 x 140 mm e tampa (545 x 440 mm) (figura 10).
9.2.2 Caixa de captura
Encontrando um enxame de abelhas africanizadasnecessita-se ter em mãos caixas de captura para o seu abrigode forma segura. As caixas utilizadas para captura e transportede abelhas podem ser feitas de madeira e devem tercapacidade de acondicionamento menor que a quantidadeda caixa padrão.
Caixa padrão ou Langstroth
Figura 10 - Colmeia Langstroth
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Possui comprimento e altura igual ao ninho padrãoporém somente a metade da sua largura, comportando assim,apenas cinco quadros. Este tamanho de caixa facilita acaptura e o transporte (figura 11).
Núcleo
Figura 11 - Núcleo de caputra de enxames de abelhas. A. Vista frontal; B. Vistasuperior
É uma tela de ferro em uma moldura de madeira quepermite apenas a passagem de abelhas operárias. Existemdois tipos de telas usados: uma que é colocado na partesuperior da colônia (entre o ninho e a melgueira) impedindoo acesso da rainha a outras partes da colônia, como técnicade produção de rainhas ou geléia real. O outro tipo de tela éutilizado na parte frontal do ninho (alvado), prendendo arainha no seu interior. É utilizada normalmente na capturade enxames viajantes ou nidificados, para manter a rainhano interior do ninho durante a captura, auxiliando naaceitação da nova habitação pelas abelhas (Figura 12).
9.2.3 Tela excluidora
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Figura 12 - Tela excluidora para rainhas: a. Tela utilizada para impedir a passagemda rainha para outras partes do ninho; b. Tela utilizada para impedir asaída da rainha após a captura do enxame
Os apicultores utilizam a captura de enxames deabelhas africanizadas, como forma de repor e/ou aumentaro número de colônias de seus apiários. E para tal, utilizamcaixas padrão (ninhos) ou núcleos com quadros e algumaslâminas de cera, para um melhor aceite do novo abrigopor parte das abelhas. Quando deparamos com umenxame viajante a captura é facilitada, pois este enxameestá em busca de abrigo, não tendo favos de mel e cria.Nessas condições, ao oferecermos um abrigo adequadoe com condições que agradem as abelhas, facilmente oenxame entrará ou se instalará.
Com a caixa de captura pronta, contendo algumaslâminas de cera, a pessoa com a vestimenta adequada efumegador aceso, aproxima-se do enxame lentamentedando algumas baforadas de fumaça sobre as abelhas.
Para enxames viajantes, deve-se somente abrir a tampada caixa de captura e tentar colocar o enxame dentro,derrubando-o ou permitindo que as abelhas por sí só passempara os quadros de cera. Logo após a passagem total ou degrande parte das abelhas para a caixa, coloca-se a tampa,fecha-se parte do alvado com uma espuma, e na parte abertacoloca-se uma tela excluidora para que a rainha não saía e asabelhas de fora entrem. Com o enxame acomodado, énecessário o transporte deste para um local adequado,devendo-se assim fechar todo o alvado com espuma, o quepossibilita efetuar o transporte com segurança.
Para enxames já instalados, onde verifica-se a existênciade favos de mel e crias, o procedimento é um pouco maisdetalhado, pois, existe a necessidade da coleta do maiornúmero possível dos favos de cria, bem como da captura darainha, quando possível. Após as baforadas de fumaça inicia-se a retirada dos favos de cria, os quais são recortados notamanho do quadro do ninho e presos com elástico, barbante
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ou arame de aço inox para sua fixação provisoria (Figura 13)e imediatamente são depositados dentro da caixa.
As abelhas que vierem junto dos favos também devemser sacodidas dentro da caixa, pois, existe a possibilidadede que a rainha esteja junto, sendo assim, é aconselhável acolocação de tela excluidora para uma maior eficiência nacaptura do enxame. Após todo o material ser coletado, atampa da caixa deve ficar bem fixa para evitar que as abelhasescapem. Se o enxame está nidificado, a caixa poderá serdeixada até o escurecer para a captura de todas as abelhascampeiras, fechando totalmente com espuma etransportando para o local adequado. As abelhas que porventura ficarem, geralmente, não mais oferecerão perigo.
30 Manejo da agressividade de abelhas africanizadas
Figura 13 - Transferência de enxame de um abrigo natural para uma colmeiaracional; A. Enxame nidificado em lavanderia; B. Retirada de favo decria para acondicionar em quadro de colmeia racional; C. Ajuste dofavo de cria ao quadro; D. Colocação de elástico para fixação dosfavos de cria
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A fumaça deve ser branca, fria e empregada corretamente,devendo ser aplicada de forma suave e moderada. Quandoaplicada de forma excessiva acaba provocando efeitocontrário ao desejado, irritando ainda mais as abelhas e asincitando ao ataque. Os materiais utilizados para a produçãode fumaça são comumente a serragem de madeira, palha dearroz, palhas e sabugos de milho, folhas secas, gravetos,cascas de árvores entre outros. Deve-se evitar, no entanto, ouso de produtos de forte odor tais como querosene egasolina, pois, estes podem irritar ainda mais as abelhas eagravar o manejo.
A aplicação da fumaça deve ser direcionada suamentepara o local onde as abelhas estão instaladas, observandodessa forma seu comportamento (Figura 14) .
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Figura 14 - Uso da fumaça no manejo de enxame (A) Em captura; (B) Em manejode colmeia
A fumaça tem a função de dificultar a comunicaçãoquímica entre os insetos da colônia. A sua aplicação simulauma situação de incêndio, fazendo com que as operáriasencham o papo de mel, o que dificulta o ato de curvar oabdome e consequentemente ferroar.
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38 Manejo da agressividade de abelhas africanizadas
A Série Produtor Rural é editada desde 1997 pela Divisão de Biblioteca daEscola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”/USP e tem como objetivopublicar textos acessíveis aos produtores com temas diversificados einformações práticas, contribuindo para a Extensão Rural.
INFORMAÇÕES AOS AUTORES
Pode publicar
• Pesquisadores e docentes da ESALQ e CENA;• Alunos cujos textos serão revisados por orientadores ou
quem o Presidente da Comissão de Cultura e Extensãodesignar;
• Demais pesquisadores, porém, com a chancela da Comis-são de Cultura e Extensão que avaliará os textos previa-mente.
www.esalq.usp.br/biblioteca/publicacao.php
Requisitos para publicação
• Texto redigido em Word, com linguagem simples,acessível e didática a ser encaminhado para:[email protected]
• Ilustrações e figuras em alta resolução, facilitando acompreensão do texto.
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