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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA SETOR DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E DE TECNOLOGIA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO RISCOS E AGENTES QUÍMICOS NA PAVIMENTAÇÃO COM CIMENTO ASFÁLTICO DE PETRÓLEO MANOELA SÊCCO RIBAS Ponta Grossa 2012

Manoela - ASFALTO

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA

SETOR DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E DE TECNOLOGIA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO

TRABALHO

RISCOS E AGENTES QUÍMICOS NA PAVIMENTAÇÃO COM CIMENTO

ASFÁLTICO DE PETRÓLEO

MANOELA SÊCCO RIBAS

Ponta Grossa

2012

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MANOELA SÊCCO RIBAS

RISCOS E AGENTES QUÍMICOS NA PAVIMENTAÇÃO COM CIMENTO

ASFÁLTICO DE PETRÓLEO

Ponta Grossa

2012

Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho como requisito parcial à obtenção do Título de ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO. Orientador: Profa. Dra. Célia Regina Carubelli

Page 3: Manoela - ASFALTO

AGRADECIMENTOS

A Deus pelo dom da vida, e pela sua energia que equilibra o mundo em que

vivemos.

Aos meus familiares pelo apoio nos momentos bons e difíceis da minha vida.

Ao meu querido filho Cássio minha razão de viver.

A todos os colegas do curso pelos bons momentos vividos e pelas

experiências trocadas.

Em especial a Professora Célia Regina Carubelli que me orientou e me deu

luz para chegar até aqui. Obrigada por cada palavra, cada lição, cada conselho.

Obrigada por ser tão importante nesse grande passo.

Page 4: Manoela - ASFALTO

RESUMO

Este trabalho tem a finalidade de documentar os possíveis riscos para a

saúde de trabalhadores quando da preparação e aplicação da pavimentação com

asfalto. Diversos agentes químicos deletérios à saúde humana foram identificados

nas emissões provenientes de materiais asfálticos e muitos deles são

comprovadamente cancerígenos, assim reconhecidos até mesmo pelo Ministério do

Trabalho e Emprego. A exposição às emissões de asfalto em pavimentação de ruas

e estradas se dá tanto por gases e vapores, quanto por material particulado. Todos

esses tipos de emissões são prejudiciais à saúde humana.

Palavras-chave: pavimentação; emissões do asfalto; agentes químicos.

Page 5: Manoela - ASFALTO

ABSTRACT

The purpose of this work is documenting the possible risks to the health of

workers in the preparation and implementation of pavement with asphalt.

Several chemical agents deleterious to human health were identified in the emission

from asphalt and many of them are proven carcinogens, thus recognized even by the

Ministry of Labor and Employment .Exposure to emissions from asphalt in paving of

streets and roads of both gases and vapors, and particulate matter.

All these types of emissions are harmful to human health.

Keywords: paving; emissions from asphalt; chemicals.

Page 6: Manoela - ASFALTO

LISTA DE SIGLAS

ACGIH - American Conference of Governmental Industrial Hygenists

CAP – Cimento Asfáltico de Petróleo

CBQU – Concreto Betuminoso Usinado a Quente

CG - Cromatografia Gasosa

EPI – Equipamento de Proteção Individual

FID - Detector de Ionização de Chama

HAP – Hidrocarboneto Aromático Policíclico

NIOSH - National Institute for Occupation Safety and Health

OSHA - Occupational Safety and Health Administration

PAC – Compostos Aromáticos Policíclicos

PCMSO - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional

PEL – Nível de Exposição Permitido

PM – Material Particulado

PPR - Programa de Proteção Respiratória

PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

REL – Limite de Exposição Recomendado

SESMT – Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do

Trabalho

TLV – Valor Limite

TMFE – Taxa Máxima de Fluxo Expiratório

TWA – Média Ponderada de Tempo

USEPA – Agencia de Proteção Ambiental dos Estados Unidos

UV – Radiação Ultravioleta

Page 7: Manoela - ASFALTO

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Representação Esquemática dos componentes do asfalto..................... 04

Figura 2 - Aplicação do Asfalto e Emissões de Vapores. ....................................... 07

Figura 3 - Emissão de vapores de Asfalto............................................................... 07

Figura 4 - Trabalhadores da pavimentação sem roupas de proteção adequadas... 10

Figura 5 - Reciclagem de pavimentação e espalhamento do CBUQ ..................... 21

Figura 6 - Reciclagem de pavimentação asfáltica.................................................... 22

Figura 7 - Preenchimento com CBUQ .................................................................... 22

Figura 8 - Camada de CBUQ para pavimentação asfáltica..................................... 23

Figura 9 - Aplicação de Concreto Betuminoso Usinado à quente............................ 23

Figura 10 - Equipamentos para pavimentação espalhando grande quantidade de gases e vapores.......................................................................................

24

Figura 11 - Laboratorista............................................................................................ 25

Figura 12 - Rolos compactadores em operação......................................................... 26

Figura 13 - Serventes................................................................................................. 27

Figura 14 - Lubrificador de máquinas......................................................................... 28

Figura 15 - Sinalizador de obras e Vigia..................................................................... 29

Figura 16 - Engenheiro Responsável pela obra......................................................... 30

Page 8: Manoela - ASFALTO

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Hidrocarbonetos Aromáticos Policíclicos (HAP) encontrados em estudo da USEPA..............................................................................

08

Tabela 2 - Hidrocarbonetos Aromáticos Policíclicos (HAP) encontrados em estudo da NIOSH...............................................................................

08

Tabela 3 - Estudos Epidemiológicos sobre as exposições aos fumos de asfalto............................................................................................

12

Tabela 4 - Exemplos de métodos de amostragem e métodos analíticos para caracterizar exposição aos fumos de asfalto.....................................

14

Page 9: Manoela - ASFALTO

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 1 01

2. OBJETIVOS ................................................................................................................ 1 01

3. JUSTIFICATIVA .......................................................................................................... 2 02

4. REVISÃO DA LITERATURA ....................................................................................... 2 02

4.1 Pavimentação ............................................................................................................. 2 02

4.2 - O Asfalto ..................................................................................................................... 3 03

4.2.1 - O emprego das emulsões asfálticas ........................................................................... 5 06

4.2.2 - As emissões do asfalto ............................................................................................... 6 06

4.3 - Vias de Ingresso dos Agentes Químicos no Organismo Humano .............................. 9 09

4.3.1 - Inalação ...................................................................................................................... 9 09

4.3.2 - Absorção cutânea ..................................................................................................... 10 10

4.4 - Toxicologia ................................................................................................................ 10 10

4.5 - Exposição ................................................................................................................. 11 13

4.5.1 - Métodos de análise do ar no local de trabalho e exposições dérmicas .................... 11 13

4.5.2 - Particulados Totais como um indicador de fumos de asfalto .................................... 13 13

4.5.3 - Fração de Particulados solúveis em benzeno ........................................................... 14 15

4.5.4 - Hidrocarbonetos aromáticos policíclicos e compostos aromáticos policíclicos ................................................................................................................. 15

15

4.5.5 - Dados de exposição ocupacional......................................................... 16

5. METODOLOGIA ....................................................................................................... 19 20

5.1 - Funções de Trabalhadores na Pavimentação e Uso de EPI’S ................................. 24 24

5.1.1 - Laboratorista ............................................................................................................. 24 24

5.1.2 - Motoristas de Rolo Compressor, Motoristas de Aplicação da Camada Asfáltica, Motoristas de Caminhão Basculante, Operador de Carregadeira, Motorista de Caminhão Pipa .............................................................. 25

25

5.1.3 - Serventes .................................................................................................................. 26 26

5.1.4 - Lubrificador ............................................................................................................... 27 27

5.1.5 - Sinalizador e Vigia .................................................................................................... 28 28

5.1.6 - Engenheiro Responsável .......................................................................................... 28 29

6. RESULTADOS E DISCUSSÕES .............................................................................. 33 30

7. CONCLUSÕES ......................................................................................................... 30 31

8. REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 34

Page 10: Manoela - ASFALTO

1

1 – INTRODUÇÃO

O asfalto tem grande utilidade quando se apresenta na forma de uma rua

asfaltada e nivelada, dando conforto aos cidadãos, sejam eles motoristas,

passageiros ou moradores próximos ao local pavimentado. Mas, apesar dessa

utilidade, para os trabalhadores em pavimentação a história tem sido um pouco

diferente.

Segundo Freitas (2005), observou-se que os pavimentadores – motoristas de

rolo compressor, motoristas da máquina de aplicar a camada asfáltica e motoristas

de caminhão basculante, além, é claro, da equipe de aplicação propriamente dita,

não utilizam proteção respiratória e, assim, inalam compostos químicos tóxicos. A

exposição às emissões de asfalto se dá tanto por gases e vapores, quanto por

material particulado e todos esses tipos de emissões são prejudiciais à saúde

humana. Entre o material particulado, a maioria das partículas possui tamanho

menor que 2,5 μm, o que facilita não apenas a sua inalação, mas também a sua

chegada às partes mais profundas do pulmão (alvéolos), diminuindo a capacidade

respiratória do indivíduo e aumentando os processos inflamatórios.

Alguns estudos confirmam que os compostos químicos tóxicos conseguem se

diluir na região do alvéolo passando para a circulação sanguínea.

Diversos agentes químicos deletérios à saúde humana foram identificados

nas emissões de asfalto, e muitos deles são comprovadamente cancerígenos,

reconhecidos pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) como tais. Além disso,

enquadram-se entre os fatores de insalubridade, como exposto na Norma

Regulamentadora (NR) 15 (NR 15,2008).

Este estudo tem a finalidade de documentar os possíveis riscos para a saúde

de trabalhadores quando da preparação e aplicação da pavimentação com asfalto.

2. OBJETIVOS

Fazer um levantamento dos agentes químicos presentes na emulsão asfáltica

de petróleo, bem como analisar os riscos químicos a que estão expostos os

trabalhadores da pavimentação asfáltica.

Page 11: Manoela - ASFALTO

2

3. JUSTIFICATIVA

O presente trabalho encontra justificativa no fato de que a grande maioria dos

trabalhadores da pavimentação asfáltica desempenham suas atividades sem o

conhecimento dos agentes e dos riscos químicos a que estão expostos, assim como

não fazem uso de EPI´s específicos para os mesmos.

4. REVISÃO DA LITERATURA

4.1- Pavimentação

Pavimento (também conhecido pelo termo menos técnico e menos exato

“chão”) do latim “pavimentu” designa em arquitetura a base horizontal de uma

determinada construção, ou seja, é a camada constituída por um ou mais materiais

que se coloca sobre o terreno natural ou terraplenado. O objetivo principal da

pavimentação é garantir a trafegabilidade em qualquer época do ano e condições

climáticas, além de proporcionar aos usuários conforto ao rolamento e segurança.

Uma vez que o solo natural não é suficientemente resistente para suportar a

repetição de cargas de roda sem sofrer deformações significativas, torna-se

necessária a construção de uma estrutura, denominada pavimento, que é construída

sobre o subleito para suportar as cargas dos veículos, de forma a distribuir as

solicitações às suas diversas camadas e ao subleito (CRONEY, 1977). Os

pavimentos podem ser divididos basicamente em dois grupos: flexível e rígido.

Os pavimentos que são revestidos com materiais betuminosos ou asfálticos

são chamados "flexíveis", uma vez que a estrutura do pavimento "flete” devido às

cargas do tráfego. Uma estrutura de pavimento flexível é composta geralmente de

diversas camadas de materiais que podem acomodar esta flexão da estrutura.

Por outro lado, há os pavimentos rígidos que são compostos de um

revestimento constituído por placas de Concreto de Cimento Portland (CCP). Tais

pavimentos são substancialmente "mais rígidos" do que os pavimentos flexíveis,

devido ao elevado Módulo de Elasticidade do CCP. Eventualmente estes

pavimentos podem ser reforçados por telas ou barras de aço, que são utilizadas

para aumentar o espaçamento entre as juntas usadas ou promover reforço

estrutural.

Page 12: Manoela - ASFALTO

3

A escolha e emprego de cada um dos tipos de pavimento dependem de uma

série de fatores. Os pavimentos rígidos são mais frequentes em áreas de tráfego

urbanas e de maior intensidade, porém na maior parte das aplicações o pavimento

flexível tem menor custo inicial e é executado mais rapidamente.

4.2 - O Asfalto

Definimos asfalto como sendo um produto orgânico composto por

hidrocarbonetos pesados, óleo combustível, graxas, carvão e petrolato, oriundos de

resíduos da destilação fracionada do petróleo, os quais contêm uma mistura de

hidrocarbonetos alifáticos, parafínicos, aromáticos, compostos contendo carbono,

hidrogênio, oxigênio e nitrogênio, dentre eles, hidrocarbonetos aromáticos

policíclicos (HAP). Encontrado livre na natureza, em afloramentos naturais, como por

exemplo, o "Asfalto de Trinidad" (obtido no lago de mesmo nome), puros ou

misturados em minerais e outras substâncias, ou ainda, impregnado em estruturas

porosas denominadas de rochas asfálticas.

Genericamente, podemos dizer tratar-se de material composto principalmente

de hidrocarbonetos não voláteis, possuidor de uma elevada massa molecular com

propriedades que variam dependendo da origem do petróleo e do processo de sua

obtenção. No Brasil, o principal processo para refino é da destilação a vácuo e, em

menor proporção, o de desasfaltação por solvente. É do resíduo desses dois

processos que se obtém o (CAP) Cimento Asfáltico de Petróleo tendo como

característica física encontrar-se no estado semissólido ou sólido (dependendo da

temperatura ambiente), com cor variando do negro até o pardo. Trata-se de material

termossensível e viscoelástico, solúvel em dissulfeto e tetracloreto de carbono,

possuidor de propriedades aglutinantes e impermeabilizantes com características de

flexibilidade, durabilidade e alta resistência à ação da maioria dos ácidos, sais e

álcalis.

Os asfaltos podem ser encontrados em estado sólido, pastoso e líquido

quando diluídos e aquecidos. Há duas classificações básicas para os asfaltos:

industrial e de pavimentação.

O asfalto de uso industrial, mais voltado para impermeabilização e

revestimento de dutos, é conhecido como asfalto oxidado, ou seja, com injeção de ar

na massa asfáltica, durante sua fabricação e é acrescido de pó de asfalto no

revestimento externo. É muito resistente à corrosão e à água

Page 13: Manoela - ASFALTO

4

O asfalto em estado pastoso ou líquido, usado em pavimentação, é obtido

com a diluição em querosene e nafta tendo de ser aquecido em tanques antes de

sua aplicação.

Os CAP´s podem ser classificados segundo a viscosidade e a penetração. A

viscosidade dinâmica ou absoluta indica a consistência do asfalto e a penetração

indica a medida que uma agulha padronizada penetra em uma amostra em décimos

de milímetro. No ensaio penetração se a agulha penetrar menos de 10 mm o asfalto

é considerado sólido. Se penetrar mais de 10 mm é considerado semi-sólido

(PIZZORNO, 2010).

A Resolução ANP Nº 19, de 11 de julho de 2005 estabeleceu as novas

Especificações Brasileiras dos Cimentos Asfálticos de Petróleo definindo que a

classificação dos asfaltos se dará exclusivamente pela penetração. Os quatro tipos

disponíveis comercialmente são o CAP 30/45, CAP 50/70, CAP 85/100 e CAP

150/200. A antiga classificação por viscosidade ficou suprimida a partir desta

resolução. Os antigos asfaltos CAP 7, CAP 20 e CAP 40 passaram a ser

denominados pelo parâmetro penetração e não mais a viscosidade.

O CAP tem uma composição química muito complexa com número de átomos

de carbono por molécula variando de 20 a 120. (DNIT, 2004)

Figura 1 - Representação esquemática dos componentes dos asfaltos.

Fonte: SHELL, 2003

O fracionamento do CAP se processa na presença de éter ou heptano, sendo

a fase dispersa (insolúvel nesses solventes) constituída de asfaltenos envolvidos por

Page 14: Manoela - ASFALTO

5

uma resina e a fase dispersante (solúvel nesses solventes) constituídas de

maltenos.

Os asfaltenos concedem rigidez e a coloração típica do produto

correspondendo entre 5 a 30% do CAP e possui alto peso molecular (da ordem de

3000µ ). As resinas envolvem os asfaltenos impedindo a floculação, enquanto que

os maltenos, que é a parte oleosa do CAP ou veículo, possui cor marrom escura e é

responsável pelas propriedades plásticas e de viscosidade.

Em presença de quantidade suficiente de resinas e aromáticos, os asfaltenos

formam micelas com boa mobilidade e resultam em ligantes conhecidos como sol.

Porém, se as frações não estão bem balanceadas, há formação de estruturas de

pacotes de micelas com vazios internos que resultam em ligantes de comportamento

conhecido como gel, sendo um exemplo desse tipo os asfaltos oxidados utilizados

em impermeabilizações. Esse comportamento gel pode ser minimizado com o

aumento da temperatura.

Os CAP´s são usados diretamente na construção de revestimentos asfálticos,

sendo que, em suas aplicações deve ser homogêneo e estar livre de água e, para

que sua utilização seja adequada, recomenda-se o conhecimento prévio da curva de

viscosidade/temperatura do mesmo. O CAP é aplicado em misturas a quente, tais

como pré-misturados, areia-asfalto e concreto asfáltico, sendo recomendados o uso

dos tipos 20 e 40, bem como os do tipo 30/45, 50/60 e 85/100, classificados por

penetração, com teor de asfalto de acordo com o projeto respectivo.

O cimento asfáltico pode ser encontrado em diversos graus de viscosidade e

penetração, de acordo com sua consistência. Os CAP's que são produzidos e

comercializados no Brasil seguem a classificação por penetração e viscosidade.

Os requisitos técnicos e de qualidade de um pavimento asfáltico serão

atendidos com um projeto adequado de estrutura do pavimento e de dosagem da

mistura asfáltica compatível com as outras camadas escolhidas. Esta dosagem

passa pela escolha adequada de materiais dentro dos requisitos proporcionados, de

forma a atenderem padrões e critérios pré-estabelecidos de comportamento

mecânico e desempenho.

Page 15: Manoela - ASFALTO

6

4.2.1 - O Emprego das Emulsões Asfálticas

As emulsões asfálticas são enquadradas pela ONU (3082), como substância

de risco (9), e subclasse N.E. (substâncias líquidas que apresentam risco ao meio

ambiente) (BRASQUÍMICA, 2012).

O produto não deverá sofrer aquecimento para o seu emprego.

Eventualmente (problema de bomba/usina) poderá ser aquecido até no máximo

55°C, para a sua aplicação. A emulsão viscosa poderá ser aquecida para aplicação

em até 70°C.

As emulsões asfálticas permitem a utilização de equipamentos de estocagem

e de produção de menor custo, pois dispensam o aquecimento do ligante asfáltico e

secagem dos agregados. Apresentam as seguintes vantagens:

evitam gastos de combustível para aquecimento;

eliminam os riscos de incêndios e explosões;

tornam mais fáceis o manuseio e a distribuição de ligante;

evitam o superaquecimento do ligante;

reduzem o tempo de construção das obras rodoviárias (em condições

climáticas adversas);

permitem o emprego de equipamentos para estocagem e de produção

de menor custo;

permitem o uso de agregados lavados e em estado de umidade.

4.2.2 - As Emissões do Asfalto

Em obras de pavimentação de ruas ou estradas, ocorre a geração de

“nuvens” que são formadas durante a aplicação do asfalto no piso, geralmente de

cor azulada. Essas “nuvens” são misturas de fumos de asfalto com vapores de

asfalto que são produzidos quando do aquecimento do asfalto na sua aplicação.

Quando os vapores esfriam, eles se condensam na forma de fumos de

asfalto. Assim, os trabalhadores da pavimentação que usam asfalto aquecido estão

expostos a estes fumos e vapores.

O contato com o produto a frio, não causa irritação à pele, mas provoca

ardência nos olhos quando atingidos. O produto frio em contato com a pele pode ser

removido com água e sabão, enquanto que o resíduo asfáltico aderido, poderá ser

removido com óleo mineral ou vegetal.

Page 16: Manoela - ASFALTO

7

Durante a utilização do asfalto líquido em temperatura ambiente, não há

exposição a fumos, apenas após o aquecimento do mesmo. Os vapores contêm

particulados e, quando condensados, ficam viscosos.

Dentre as emissões gasosas destacam-se o metano, o dióxido de enxofre, o

monóxido de carbono e o dióxido de nitrogênio.

Como diluentes do asfalto geralmente se usam a querosene ou a nafta. A

querosene é uma mistura de hidrocarbonetos alifáticos, olefínicos e aromáticos

tendo como principais componentes os alifáticos (87%), com faixa entre 10 a 16

átomos de carbono (GUIMARÃES, 2003).

Figura 2 – Aplicação do Asfalto e Emissões de Vapores

FONTE: GUIMARÃES, 2003.

Figura 3 – Emissão de vapores de asfalto

FONTE: LUTES,1994.

A nafta é uma mistura de hidrocarbonetos na faixa de 4 a 12 átomos de

carbono, na qual são encontradas parafinas cíclicas e olefinas, além de

hidrocarbonetos aromáticos numa proporção de até 18%.

Também são encontrados outros solventes aromáticos, como o BTX

(benzeno, tolueno e xileno), mas os agentes químicos que mais se destacam

negativamente nas emissões do asfalto são os HAP, dada sua ação carcinogênica.

Page 17: Manoela - ASFALTO

8

Eles representam os de maior risco para a saúde dos trabalhadores diretamente

envolvidos nas operações de pavimentação (GUIMARÃES, 2003).

Em 1994, Lutes et all. publicaram um estudo sobre as emissões do asfalto

aplicado a quente, tendo apontado resultados quanto às emissões tóxicas de HAP.

Esse estudo também detectou exposição a vapores de benzeno e fumos contendo

chumbo.

Estudos realizados em dezembro de 2000 e publicado pela NIOSH (NIOSH,

2000), trouxeram uma ampla relação de HAP, após a retirada de 131 amostras de

limpeza da pele da testa e das palmas das mãos de trabalhadores em pavimentação

de ruas, na aplicação de mantas asfálticas em telhados e nos que operam tanques

na transferência de asfalto para caminhões.

Como entre um estudo e outro se passaram alguns anos, a metodologia para

detecção do HAP evoluiu, sendo possível a detecção de um maior número de

agentes (Tabelas 1 e 2.)

Benzopireno Fluoranteno

Benzoantraceno Indeno (1,2,3) pireno

Benzo (k) fluoranteno Naftaleno

Criseno Pireno

Tabela 1 – Hidrocarbonetos Aromáticos Policíclicos (HAP) encontrados em estudo da USEPA

FONTE: LUTES, 1994

Acenafteno Criseno

Antraceno Dibenzo (a,h)-antraceno

Benzo (a) antraceno Fenantreno

Benzo (a) pireno Fluoranteno

Benzo (b) fluoranteno Fluoreno

Benzo (e) pireno Indo (1,2,3cd)-pireno

Benzo (g,h,i) perileno Naftaleno

Benzo (k) fluoranteno Pireno

Tabela 2 - Hidrocarbonetos Aromáticos Policíclicos (HAP) encontrados em estudo da NIOSH

FONTE: NIOSH, 2000.

Outro estudo, Cancer Risk Following Exposure to Polycyclic Aromatic

Hidrocarbons – PAHs: a meta-analysis, (ARMSTRONG et al., 2003), desenvolvido

Page 18: Manoela - ASFALTO

9

pela London School of Hygiene and Tropical Medicine, indicaram que as avaliações

quantitativas junto aos trabalhadores apontam exposição excessivas aos fumos de

asfalto e ao benzo(a)pireno.

É importante destacar que o material particulado emitido durante a

pavimentação com asfalto apresenta partículas PM10 e PM2,5, ou seja, material

particulado fino, respectivamente inferior a 10 e a 2,5 m, que consegue entrar nos

pulmões, atingir os alvéolos e, em se tratando de PM2,5, passar para a corrente

sanguínea e linfática.

Como os HAP ficam adsorvidos nesses particulados, percebe-se o risco que

correm os trabalhadores, ao terem tais agentes químicos circulando em seu sangue.

Estes dados balizam o profissional da área de Higiene do Trabalho em

perceber que há a necessidade do uso de respiradores dotados de filtros químicos

por parte desses trabalhadores, tanto para material particulado, quanto para vapores

orgânicos. Tal medida deve ser precedida da implantação de um PPR, conforme

prevê a Instrução Normativa 01/94 do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

4.3 - Vias de Ingresso dos Agentes Químicos no Organismo Humano

Os diversos agentes químicos encontrados nas emissões do asfalto, que

podem poluir um local de trabalho e entrar em contato com o organismo dos

trabalhadores, podem apresentar uma ação localizada ou podem ser distribuídos

aos diferentes órgãos e tecidos. As principais vias de ingresso destas substâncias

no organismo são por inalação e por absorção cutânea.

4.3.1 - Inalação

Constitui a principal via de ingresso de tóxicos, já que os alvéolos pulmonares

representam, no homem adulto, uma superfície entre 80 a 90m2. Essa grande

superfície facilita a absorção de gases e vapores, os quais passam para o sangue,

que por sua vez as distribui às outras regiões do organismo. Alguns sólidos e

líquidos ficam retidos nesses tecidos podendo produzir uma ação localizada, ou

ainda, dissolverem-se para ser distribuídos através do aparelho circulatório.

Considerando-se que o consumo de ar de uma pessoa adulta é de 10 a 20 kg

diários, dependendo do esforço físico realizado, pode-se concluir que mais de 90%

das intoxicações generalizadas têm essa origem (SOTO et al., 1985).

Page 19: Manoela - ASFALTO

10

4.3.2 - Absorção Cutânea

Quando uma substância entra em contato com a pele podem acontecer as

seguintes situações:

• a pele e a gordura, geralmente, atuam como uma barreira protetora

efetiva;

• agem na superfície da pele, provocando uma irritação primária;

• combinam-se com as proteínas da pele e provocar uma sensibilização;

• penetram através da pele, atingem o sangue e atuam como um tóxico

generalizado.

Assim, por exemplo, o ácido cianídrico, mercúrio, chumbo tetraetila (usado em

algumas gasolinas como antidetonante), alguns defensivos agrícolas, dentre outros,

são substâncias que podem ingressar através da pele, produzindo uma ação

generalizada.

Apesar dessas considerações, normalmente a pele é uma barreira eficiente

para os diferentes tóxicos, sendo poucas as substâncias que conseguem ser

absorvidas em quantidades perigosas. Mesmo assim, as medidas de prevenção de

doenças, nesses casos, devem incluir a proteção da superfície do corpo (SOTO et

all., 1985).

4.4 – Toxicologia

Os HAP representam risco à saúde humana, pois alguns jsão

comprovadamente carcinogênicos, como já citado anteriormente. A Organização

Mundial da Saúde (OMS), conforme seu Critério Ambiental 202, de 1998, alerta para

tal fato (GUIMARÃES, 2003).

No Brasil, o Ministério da Saúde, desde 2001, já indica referências

bibliográficas com estudos sobre as emissões de asfalto e também relaciona a

atividade de pavimentação com asfalto como de risco para a formação de câncer de

pulmão e dos brônquios, os epiteliomas (câncer de pele) e o câncer de bexiga.

Estes dados constam do manual Doenças Relacionadas ao Trabalho (2001) e

também da Portaria 1.339/99 do Ministério da Saúde, na lista de doenças

relacionadas ao trabalho.

O benzopireno é um dos HAP que se destacam na toxicologia humana. As

vias de penetração do benzopireno no organismo são duas: por inalação e pela

Page 20: Manoela - ASFALTO

11

epiderme. Quando os trabalhadores estão no local aplicando o asfalto quente, não

apenas inalam esse agente químico, mas também sua pele é atingida por ele.

Além disso, o benzopireno é um agente químico causador de câncer de pele,

portanto, os trabalhadores que atuam na pavimentação de ruas não deveriam

trabalhar, em hipótese alguma, de camiseta e bermuda como muitas vezes pode ser

observado em obras de pavimentação.

(a) (b)

Figura 4: Trabalhadores da pavimentação sem roupas de proteção adequadas

(a) Fonte: Agência de Notícias São Joaquim On Line

(b) Fonte: FlorianoNews

Também o benzoantraceno e os benzofluorantenos são reconhecidos como

carcinogênicos, além de possuírem propriedades mutagênicas. Ambos os

compostos são encontrados nas emissões do asfalto.

As manifestações agudas dos pavimentadores envolvem: irritação ocular,

irritação nas mucosas do trato respiratório superior (nariz e garganta), tosse,

dispnéia, asma química, bronquite, dor de cabeça, irritação, ressecamento e

queimaduras da pele, pruridos, rachaduras e feridas. Também já foram indicados,

em menor escala, sintomas agudos, tais como enjoo, náuseas, diminuição de

apetite, dor de estômago e fadiga.

Quanto aos efeitos crônicos, há estudos, como o da NIOSH - Health Effects of

Occupational Exposure to Asphalt (NIOSH, 2000) - relatando o risco de câncer,

dentre eles: leucemia, câncer na boca, faringe e pulmão. Também há relatos de

câncer gastrointestinal e de próstata/bexiga (tabela 3).

Page 21: Manoela - ASFALTO

12

Abreviações: CI: intervalo de confiança, ICD: classificação internacional de doenças; NR: não reportado; NS: estatística não significativa; PMR: taxa de mortalidade proporcional; SIR: taxa de incidência padronizada; SMR: taxa de mortalidade padronizada.

Tabela 3 – Estudos Epidemiológicos sobre as exposições aos fumos de asfalto (NIOSH, 2000)

Autor, País e Ocupação

Nº de Casos

Estudados Período Doença ou Condição

Nº de Mortes ou de Casos

Taxa de Risco

95% CI ou Pvalor

Hansen 1989, Dinamarca,

trabalhadores do asfalto

679 1959-1986 Câncer Câncer de Pulmão Câncer na boca,

Câncer no esôfago Câncer no reto.

74 27 2 3 7

SIR 1,95 SIR 3,44

SIR 11,11 SIR 6,98 SIR 3,18

1,53-2,44 2,27-5,01 1,35-40,14 1,44-20,39 1,28-6,56

Hansen 1991, Dinamarca,

trabalhadores do asfalto

679 1959-1986 Câncer Câncer

Câncer de pulmão Câncer (exceto de

pulmão) Bronquite, enfisema, asma

Cirrose hepática.

148 62 25 37 9 7

SMR 1,57 SMR 2,29 SMR 2,90 SMR 2,00 SMR 2,07 SMR 4,67

1,34-1,85 1,75-2,93 1,88-4,29 1,41-2,76 0,95-3,93 1,88-9,62

Engholm,1991,Suécia,

pavimentadores

2,572 1971-1985 Câncer Câncer

Câncer estômago Câncer estômago Câncer pulmão Câncer pulmão

96 47 5 6 7 8

SMR 0,69 SMR 0,86 SMR 2,01 SMR 2,07 SMR 1,10 SMR 1,24

NR NR NR NR NR NR

Maizilish et al, 1988, Estados

Unidos, trabalhadores da manutenção de

rodovias

1,570 1970-1983 Enfisema Câncer no sistema

digestivo Câncer no estômago

Câncer de pele Câncer próstata Câncer cérebro

Câncer linfopoiético.

8 25 6 2 7 4 8

PMR 2,50 PMR 1,51 PMR 2,27 PMR 1,22 PMR 2,26 PMR 1,60 PMR 1,15

1,80-4,92 0,97-2,23 0,83-4,95 0,12-4,93 0,91-4,66 0,40-4,10 0,50-2,26

Bender,1989, Estados Unidos, trabalhadores da manutenção de

rodovias

4,849 1945-1984 Câncer Câncer

Câncer pulmão Câncer Faríngeo bucal Câncer gastrointestinal

Câncer próstata. Câncer no rim, na bexiga e outros órgão urinários

Leucemia

1,530 274 57 2 3

11* 7**

8***

SMR 0,9 SMR 0,83 SMR 0,69

SMR 11,10 SMR 5,82 SMR 2,98 SMR 2,92

SMR 4,49

0,86-0,96 0,73-0,94 0,52-0,90 1,30-40,10 1,20-17,00 P < 0,01 1,17-6,02

1,94-8,84

Partanen,1997, Finlândia,

pavimentadores de rodovias

(somente homens)

Câncer no pulmão NR NR

SMR 1,5 SMR 1,4

1,2-1,9 0,9-1,9

Milham,1997 Estados Unidos,

niveladores, pavimentadores, operadores de

máquinas, escavadeiras e

engenheiros operacionais.

Engenheiros Operacionais

niveladores, pavimentadores, operadores de

máquinas e escavadores.

7,266 1950-1989 Sistema respiratório Câncer na traquéia, brônquios, pulmões.

Câncer sistema respiratório

Brônquios, traquéia e pulmão (ICD 162)

Brônquios, pulmão (ICD 162.1 E 163)

Asma Linfático ,hematopoiético

Reticulosarcoma Linfosarcoma

Doença de Hodgki Outros linfomas

Acidentes com veículos

Câncer nos brônquios, pulmão (ICD 162.1 E 163)

Acidentes com veículos

614 558

136 122

76 5

43 7 6 4

10 47

288

249

PMR 1,1 PMR 1,20

PMR 1,21 PMR 1,21

PMR 1,42

PMR 1,60 PMR 1,42 PMR 1,37 PMR 1,88 PMR 1,58 PMR 2,00 PMR 1,59

PMR 1,24

PMR 1,39

P<0,05 P<0,05

P<0,01 NS

P< 0,05

NS

P<0,05 NS NS NS

P<0,05 P<0,05

P<0,01

P<0,01

Page 22: Manoela - ASFALTO

13

4.5 – Exposição

4.5.1 - Métodos de Análise do Ar no Local de Trabalho e Exposições

Dérmicas

Uma variedade de formas de coletar amostras e métodos analíticos estão

disponíveis para avaliar a exposição aos fumos de asfalto no local de trabalho. Dois

métodos frequentemente empregados na medição, são o de partículas totais e da

fração solúvel destas em benzeno. Infelizmente, nenhum destes métodos mede a

exposição aos componentes químicos distintos, ou mesmo a uma classe distinta de

produtos químicos, tornando difícil relacionar os componentes específicos com os

possíveis efeitos sobre a saúde.

Numa tentativa para caracterizar os fumos de asfalto com maior precisão, os

investigadores desenvolveram métodos para medir HAP´s insubstituídos, tal como

acenaftileno, antraceno e naftaleno; compostos aromáticos policíclicos totais e

outras substâncias potencialmente irritantes, tais como compostos contendo enxofre.

Estes métodos são descritos na tabela 4.

4.5.2 - Particulados Totais Como um Indicador de Fumos de Asfalto

Particulados totais são uma medida de todas as partículas transportadas pelo

ar que podem ser recolhidos num filtro amostrado tarado (pesado). Vários limites de

exposição ocupacionais para fumos de asfalto são expressos como partículas totais.

Em um estudo em local de aplicação de mistura asfáltica quente, a

distribuição de tamanho de aproximadamente 95% a 98% das partículas mostrou-se

entre 1 e 5 m de diâmetro, enquanto que num local de pavimentação onde as

amostras foram recolhidas acima do veículo pavimentador, aproximadamente 76%

das partículas tinham entre 1 e 5 µm de diâmetro (HICKS, 1995). Estes dados

indicam que os fumos de asfalto são compostos de partículas relativamente

pequenas e podem ser recolhidas uniformemente usando o método de amostragem

mais tradicional (cassetes amostradores faciais fechados de 37 mm) ou

amostradores inaláveis. No entanto, mais estudos são necessários para definir as

diversas frações de fumos de asfalto na pavimentação e outros locais de trabalho

onde o asfalto é utilizado.

Em um documento de 1977, a NIOSH estabeleceu um REL de 5 mg/m3 com

um limite teto de 15 min. para fumos de asfalto medidos como partículados totais. O

Page 23: Manoela - ASFALTO

14

Substância Forma de Amostragem Método Analítico Informação Adicional

Particulados Totais Partículas solúveis em benzeno Compostos aromáticos policíclicos e compostos sulfurados

Filtro de PVC tarado ( 37mm, tamanho de poro 0.8-μm) ou filtro Zefluor

tarado ( 37mm, tamanho de poro 1μm)

Filtro PTFE ( 37-mm diam, tamanho de poro 1μm)

Filtro PTFE ( 37-mm diam, tamanho de poro 2μm) seguido por um tubo sorvente ORBO 42

Filtro tarado (PVC ou PTFE) analisado gravimetricamente. Nota: os filtros devem ser deixados equilibrar em uma área ou câmara de pesagem controlada. O LOD e o LOQ para particulados totais foram 0.04 e 0.13 mg por amostra, respectivamente. Os filtros PTFE são lavados com benzeno, os lixiviados coletados e evaporados. Os resíduos são pesados para determinar a fração solúvel em benzeno. O LOD e o LOQ para os solúveis em benzeno foram 0.04 e 0.14 mg por amostra, respectivamente. Após a coleta, as amostras de fumos de asfalto são extraídos com hexano e, em seguida, eluídos através de uma coluna de extração em fase sólida para separar compostos alifáticos e aromáticos a partir de compostos com grupos funcionais polares. PAC´s são quantificados usando cromatografia líquida de fase reversa com detecção de fluorescência. Uma vez que comprimentos de onda de excitação e de emissão não são os mesmos para todos os PACs, dois conjuntos comprimentos de onda de excitação e de emissão são utilizados. Compostos de enxofre são subsequentemente analisados por CG com detecção por quimioluminescência de enxofre.

Amostragem NIOSH e Método Analítico n

o. 5042 para a fração TP e

solúveis em benzeno (fumos de asfalto) o uso de filtro PTFE um tarado é recomendada. Isto permite a medição simultânea de TP e BSP. Os compostos orgânicos são geralmente solúveis em benzeno. Amostragem para BSP (ou TP) assume-se que o processo de produção de fumos de asfalto é o contribuinte predominante para a poluição do ar no local de trabalho. Amostragem NIOSH e Método Analítico n

o 5800 contém mais

detalhes sobre a coleta e análise de PACs. Este método é semelhante à Amostragem NIOSH e Método Analítico n

o 5506, hidrocarbonetos

aromáticos polinucleares. Cassetes de filtros e suportes de tubos sorventes opacos são recomendados para prevenir a degradação de PAC´s por UV.

Abreviações: BSP = partículas solúveis em benzeno; CG = cromatografia gasosa; cromatografia; LOD = limite de detecção; LOQ = limite de quantificação; PTFE = politetrafluoroetileno (Teflon

®); PVC = cloreto de polivinila; TP = partículas totais; UV = radiação ultravioleta

Tabela 4 – Exemplos de amostragem e métodos analíticos para caracterização da

exposição ocupacional a fumos de asfalto (NIOSH, 2000)

REL da NIOSH tinha a intenção de proteger os trabalhadores contra os efeitos

agudos da exposição aos fumos de asfalto, incluindo irritação das membranas

serosas da conjuntiva e das membranas mucosas do trato respiratório.

Em 1988, a NIOSH (em depoimento ao Ministério do Trabalho Americano)

recomendou que os fumos de asfalto devem ser considerados como um potencial

carcinógeno ocupacional (NIOSH, 1988). Entretanto, até o ano de 2000, não existia

nenhuma norma OSHA para vapores de asfalto. Em 1988 em uma norma proposta

sobre contaminantes do ar, a OSHA propôs um REL de 5 mg/m³, com TWA de 8

horas para exposições de fumos de asfalto na indústria em geral. Esta proposta foi

baseada em uma constatação preliminar de que os fumos de asfalto devem ser

considerados carcinogênicos em potencial (53 Fed. Reg. 21193,1988). Em 1989, a

OSHA anunciou que adiaria uma decisão final sobre a proposta de 1988 em virtude

Page 24: Manoela - ASFALTO

15

de questões complexas e conflitantes apresentadas para o registro (54 Fed. Reg.

2679,1989). Em 1992, publicou outra proposta para fumos de asfalto que incluíram

um REL de 5 mg/m3 (partículas totais) para a indústria geral, construção, transporte

marítimo e agricultura (57 Fed. Reg. 26182,1992). Posteriormente, estabeleceu um

REL de 5 mg/m3 (partículas totais) com base na prevenção de efeitos adversos

respiratórios.

A ACGIH estabelece um TLV para fumos de asfalto de 0,5 mg/m3 (TWA 8-hr)

para um aerossol solúvel em benzeno (fração inalável) ou método equivalente com

uma designação A4, indicando que não é classificável como um carcinogéneo

humano (ACGIH, 2000). O efeito mais crítico considerado é o de irritação.

4.5.3 – Fração de Particulados Solúveis em Benzeno

Os compostos orgânicos são geralmente solúveis em benzeno, enquanto que

os compostos inorgânicos não são. Historicamente, esta fração particulada tem sido

utilizado para diferenciar entre os fumos de asfalto e de partículas não asfálticas

presentes, tais como pó de estrada, no local de pavimentação. Claro que, na

amostragem das partículas solúveis em benzeno, ou das partículas totais, assume-

se que os fumos de asfalto são os contribuintes predominantes, ou exclusivos, para

a poluição do ar em um canteiro de obras. Devido a preocupações com a

carcinogenicidade de benzeno, outros solventes (tais como ciclo-hexano, acetonitrila

e cloreto de metileno) têm sido utilizados para medir a fração solúvel de uma matriz

em particular. Quanto a amostragem de fumos de asfalto, no entanto, é difícil

comparar os resultados, porque a capacidade de extração destes solventes varia.

Por exemplo, dissulfeto de carbono pode não ser tão eficaz como o benzeno para

extrair alguns compostos presentes nos fumos. Pesquisadores do NIOSH acreditam

que o benzeno proporciona a melhor solubilidade global dos vapores de asfalto,

apesar de seus malefícios à saúde.

4.5.4 - Hidrocarbonetos Aromáticos Policíclicos e Compostos

Aromáticos Policíclicos

Em muitos estudos de fumos de asfalto, os investigadores têm tentado

analisar HAP´s indivíduais usando CG/UV/FID ou GC/FID. Embora esta abordagem

tem sido bem sucedida em muitas matrizes que contêm HAP, os estudos de fumos

de asfalto têm demonstrado que estes contêm uma mistura complexa de PAC´s,

Page 25: Manoela - ASFALTO

16

uma classe de compostos químicos que contêm dois ou mais anéis aromáticos

fundidos. Pesquisadores do NIOSH acreditam que, numa base individual, os PACs

não podem ser facilmente separadós ou quantificados.

Em resposta a este dilema analítico, os investigadores NIOSH desenvolveram

um método de injeção em fluxo (NIOSH, Método 5800) para medir PAC´s contidos

nos fumos de asfalto (MILLER e BURR, 1998). Depois que os fumos são recolhidos,

a amostra é extraída do filtro de amostragem com hexano. Este extrato é então

eluído através de uma coluna de extração em fase sólida para separar os compostos

alifáticos e aromáticos. Os compostos aromáticos são, então, separados dos

compostos alifáticos, utilizando um procedimento de extração líquido-líquido. Porém,

apesar de todo esse esforço dos pesquisadores em quantificar esses compostos,

ainda não há limites de exposição ocupacional estabelecidos para PAC´s totais

associados com vapores de asfalto.

4.5.5 - Dados de Exposição Ocupacional

A comparação de dados de exposição a partir de estudos de fumos de asfalto

pode ser complicado por muitos fatores, incluindo a natureza complexa e variável do

asfalto em si, a falta de uma única substância química que represente a exposição a

fumos de asfalto e à utilização de amostragem e métodos analíticos diferentes. Por

exemplo, estudos de fumos de asfalto podem relatar HAP´s individuais ou totais,

mas os métodos analíticos utilizados para obter os resultados podem variar quanto à

precisão e, assim, a identificações desses compostos não são confiáveis. Além

disso, quando outros solventes que não o benzeno, tais como ciclo-hexano ou

acetonitrila, são usados para obter a fração solúvel das partículas totais, os

resultados não podem ser comparados facilmente porque a capacidade de extração

destes solventes varia consideravelmente.

Por causa dos possíveis problemas encontrados ao combinar os resultados

dos estudos em que os métodos de amostragem e de análise são diferentes, dados

obtidos a partir de estudos de refino de asfalto, fábricas de mistura quente de

asfalto, pavimentação, coberturas, pisos, impermeabilização são encontrados de

forma resumida na literatura específica (NIOSH, 2000). Uma análise destes dados

indicam que as maiores exposições à partículas totais ocorrem nas seguintes

atividades:

Page 26: Manoela - ASFALTO

17

revestimento de asfalto e atividades de impermeabilização (1,1-42

mg/m3),

fabricação de telhas asfálticas (0,07-15 mg/m3),

refino de asfalto (0,3-14 mg/m3),

aplicação de asfalto em telhados (0,04-13 mg/m3),

fábricas de mistura de asfalto quente (0,1-7,2 mg/m3),

pavimentação de estradas (0,1-5,6 mg/m3).

Estudos sobre as exposições a partículas solúveis em benzeno seguiram

padrão semelhante.

Em um estudo realizado na Noruega, (NORSETH et all., 1991) avaliou a

incidência de sintomas relatados entre 333 trabalhadores expostos à pavimentação

asfáltica e 247 “pessoas controle”. Para isso, os trabalhadores foram divididos em

três grupos:

Grupo I: composto de 79 pavimentadores de asfalto que foram

submetidos a monitoramento da exposição pessoal durante 5 dias de pavimentação,

Grupo II: consistiu de 254 pavimentadores de asfalto que não foram

submetidos ao monitoramento da exposição pessoal,

Grupo III: consistiu de 247 trabalhadores de manutenção, sem

exposição ao asfalto.

Sintomas subjetivos de um período de uma semana foram determinados por

questionários padronizados entregues a todos os trabalhadores no fim da semana.

Dados de exposição de asfalto, condições meteorológicas e densidade de tráfego

foram monitorados nos três grupos. Os resultados foram analisados separadamente

para (1) fumantes e não fumantes; (2) outras variáveis como idade, número de horas

trabalhadas na semana anterior e tempo de trabalho.

A análise dos sintomas relatados baseou-se quantidade de sintomas que

tiveram sua frequência aumentada significativamente entre os trabalhadores nos

grupos que tiveral contato com o asfalto. As taxas de resposta para os grupos I, II, e

III foram 100%, 57% e 70%, respectivamente. Os sintomas: fadiga, diminuição do

apetite, irritação nos olhos, laringe e faringe foram notificadas mais frequentemente

entre os trabalhadores expostos a fumos de asfalto do que entre os não expostos.

Page 27: Manoela - ASFALTO

18

Não foram encontradas diferenças para sintomas como dor de cabeça,

tonturas, náuseas, dor abdominal, perturbação do sono, reações cutâneas ou

sensação de "cheiro adocicado."

Trabalhadores expostos ao asfalto apresentaram uma quantidade de

sintomas significativamente maior o que os trabalhadores da manutenção não

expostos. Estas diferenças não puderam ser explicadas pelo hábito de fumar, pelas

horas trabalhadas durante a semana anterior, pelo tempo de trabalho, pela

densidade de tráfego ou pelas condições meteorológicas. A quantidade de sintomas

correlacionados subiu significativamente com o aumento das temperaturas do

asfalto, sendo que o aumento mais marcante foi registrado quando as temperaturas

atingiram 146°C e aumentaram ainda mais quando a temperatura atingiu 175 °C

Em outro estudo, sete avaliações de risco à saúde foram concluídas como

parte de um acordo interinstitucional entre a NIOSH e a Federal Highway

Administration (FHWA), do Departamento de Transportes dos EUA. As avaliações

foram realizadas durante as operações de pavimentação de rodovias

em Michigan (HANLEY e MILLER, 1996a), Flórida (ALMAGUER et al., 1996),

Indiana [MILLER e BURR, 1996a), Arizona (MILLER e BURR, 1996b),

Massachusetts (MILLER e BURR, 1998), e dois na Califórnia, em Sacramento

(HANLEY e MILLER, 1996b) e San Diego (KINNES et al., 1996).

O objetivo foi avaliar exposições ocupacionais e efeitos à saúde entre os

trabalhadores de pavimentação com asfalto emborrachado e o asfalto convencional.

Para cada avaliação foram escolhidos de 6 a 10 trabalhadores (“pavers”) cujas

tarefas envolviam a exposição direta ao asfalto durante as operações de

pavimentação. Um grupo controle de “não-pavers” consistiu de trabalhadores da

mesma área que não foram expostos às operações de pavimentação. Os “pavers”

foram avaliados durante 2 dias de pavimentação com asfalto emborrachado e 2 dias

de pavimentação com asfalto convencional. “Não-pavers” foram avaliados durante

os mesmos 4 dias de período. As temperaturas do asfalto variaram pouco de dia

para dia e local para local.

O maior número de sintomas, como: irritação nos olhos, nariz, garganta e na

pele, falta de ar e chiado no peito foram relatados em maior número pelos “pavers”

do que pelos “não-pavers”. Os sintomas mais freqüentemente relatados, em ordem

decrescente, foram: irritação na garganta, irritação nasal, irritação nos olhos e tosse.

Page 28: Manoela - ASFALTO

19

Dadas as opções de leve, moderada e grave, mais de 90% dos sintomas relatado

por “pavers” foram classificadas como leves.

Durante uma avaliação de riscos à saúde da NIOSH, avaliações médicas

foram realizadas durante a jornada de trabalho em única noite em duas equipes

distintas de pavimentação (grupo 1 e grupo 2) que trabalhavam dentro de um túnel

em Boston, MA (SYLVAIN e MILLER, 1996). Asfalto convencional foi aplicado a

154°C e as exposições dos trabalhadores foram avaliados durante a jornada de

trabalho na zona de respiração pessoal. Nove trabalhadores participaram da

avaliação, que incluiu um questionário sobre a saúde geral, o histórico ocupacional,

além de perguntas sobre sintomas e testes de TMFE para avaliar alterações agudas

na função pulmonar.

Os cinco trabalhadores no grupo 1 relataram uma série de sintomas agudos

de saúde associados com a exposição de seu trabalho. No entanto,

a ausência de sintomas agudos foram relatadas pelos quatro trabalhadores do grupo

2. Os sintomas mais frequentemente relatados foram irritação nos olhos, tosse,

irritação nasal e falta de ar. Dos sintomas relatados, 84% foram classificados como

leves nas opções fornecidas de gravidade: leve, moderada ou grave. Medições de

TMFE indicaram que três funcionários (um da equipe 1 e dois da equipe 2)

experimentaram problemas brônquicos, sendo que apenas um deles tinha um

histórico de tabagismo.

A partir desse estudos, os investigadores da NIOSH concluíram que:

1 – as exposições pessoais (partículas totais em ou solúveis em benzeno)

foram até 10 vezes superiores aos encontrados durante pavimentações ao ar livre,

mas ainda estavam abaixo de 2,2 mg/m3 TWA calculada para um turno integral de

trabalho;

2 - alguns trabalhadores apresentaram irritação ocular e nasal, tosse e falta

de ar associados com a pavimentação;

3 - sob certas condições, como durante pavimentação em ambientes

fechados, os trabalhadores podem estar em risco aumentado de apresentar

problemas brônquicos.

Estudos relativos à exposição a fumos de asfalto e mortalidade por câncer

foram considerados inconclusivos por causa de problemas metodológicos, tais como

dados de exposição incompletos, discrepâncias na terminologia, períodos de

latência insuficientes e outras variáveis (tabagismo e exposição a outros potenciais

Page 29: Manoela - ASFALTO

20

agentes carcinogênicos, como produtos de alcatrão de hulha) (NIOSH, 1977a).

Estes problemas tornaram impossível determinar a causa da alta incidência de

câncer em trabalhadores expostos a vapores de asfalto durante as operações de

pavimentação.

Desde o lançamento do documento de critérios NIOSH, estudos adicionais

epidemiológicos têm sido realizados para avaliar a possível associação entre a

exposição aos fumos de asfalto e o risco de câncer (HANSEN, 1989a, 1989b, 1991;

ENGHOLM et al., 1991; WILSON, 1984; MAIZLISH et al., 1988; BENDER et al.,

1989; MOMMSEN et al., 1983; RISCH et al., 1988; BONASSI et al., 1989).

Os resultados desses estudos estão resumidos na tabela 3, apresentada

anteriormente.

5. METODOLOGIA

Este estudo iniciou-se pela análise do trabalho de profissionais ligados à

pavimentação asfáltica, bem como pelo estudo do PPRA de uma empresa

pavimentadora na cidade de Ponta Grossa-PR.

Foram reunidas informações sobre as funções desempenhadas, bem como

sobre os EPI´s utilizados pelos trabalhadores em questão.

Conforme Norma Regulamentadora nº.6, EPI é todo dispositivo de uso

individual utilizado pelo empregado, destinado à proteção de riscos suscetíveis de

ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.

A fiscalização do uso dos EPI´s estabelecidos é feita pelo engenheiro

responsável pela obra e se efetiva no local da mesma, através de visitas periódicas,

tantas quantas forem necessárias para o acompanhamento de todas as etapas da

obra. O engenheiro responsável deve se fazer presente por ocasião da execução

dos serviços de maior responsabilidade e atuar desde o início dos trabalhos até o

recebimento definitivo da obra. A fiscalização será exercida no interesse exclusivo

do contratante, não excluindo nem reduzindo a responsabilidade da contratada,

inclusive de terceiros, por qualquer irregularidade.

A fiscalização pode exigir a substituição de qualquer empregado da

contratada ou de seus contratados no interesse dos serviços, assim como aceitar a

substituição dos integrantes da equipe técnica contratada, através de solicitação por

escrito da mesma.

Page 30: Manoela - ASFALTO

21

Para cada EPI entregue ao trabalhador é preenchido um formulário com o

“Contrato de Entrega do EPI”, constando o tipo de EPI entregue, data, e assinatura

do funcionário. Além disso, todo funcionário deve passar por um treinamento de

utilização correta dos EPI´S nas seguintes circunstâncias; item 6.2- NR- 6 :

A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI

adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas

seguintes circunstâncias:

a) sempre que as medidas de proteção coletiva forem tecnicamente inviáveis

ou não oferecerem completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho e/ou

de doenças profissionais e do trabalho;

b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas;

c) para atender a situações de emergência.

A seguir encontram-se fotografias que ilustram o trabalho com asfalto, onde

pode ser observada a utilização de alguns EPI´s:

Figura 5 – Reciclagem de pavimentação e espalhamento do CBUQ. Fonte: A autora

Page 31: Manoela - ASFALTO

22

Figura 6 - Reciclagem de pavimentação asfáltica. Fonte: A autora

Figura 7 – Preenchimento com CBUQ. Fonte: A autora

Page 32: Manoela - ASFALTO

23

Figura 8 - Camada de CBUQ para pavimentação asfáltica. Fonte: A autora

Figura 9 – Aplicação de CBQU. Fonte: A autora

Page 33: Manoela - ASFALTO

24

Figura 10 - Equipamentos para pavimentação espalhando grande quantidade de gases e vapores. Fonte: A autora

5.1 - Funções de Trabalhadores na Pavimentação e Uso de EPI’S

As funções descritas a seguir, bem como os EPI´s a serem utilizados são os

que constam no PPRA da empresa como Luvas, óculos de segurança, protetores

respiratórios, coletes refletivos etc.

5.1.1 – Laboratorista

Função:

Realizar o controle tecnológico do asfalto e solos. Realizar manipulação de

pequenas amostras no laboratório e repassar os resultados obtidos para a gerência.

EPI’s:

Luvas de proteção com borracha nitrílica para proteção das mãos e braços

contra choque em trabalhos e atividades com circuitos elétricos energizados e

proteção das mãos e punhos do empregado contra agentes químicos e biológicos.

Óculos de segurança para proteção dos olhos contra impactos mecânicos,

partículas volantes e raios ultravioletas.

Proteção respiratória com filtro utilizada para atividades e locais que

apresentem tal necessidade, em atendimento a Instrução Normativa Nº1 de

Page 34: Manoela - ASFALTO

25

11/04/1994 – (Programa de Proteção Respiratória - Recomendações/ Seleção e Uso

de Respiradores).

Botinas para coletas em campo.

Figura 11 - Laboratorista

Fonte: A autora

5.1.2 - Motoristas de Rolo Compressor, Motoristas de Aplicação da

Camada Asfáltica, Motoristas de Caminhão Basculante, Operador de

Carregadeira, Motorista de Caminhão Espargidor de Asfalto.

Função:

Operar equipamentos de arrasto, elevação e deslocamento de materiais,

como: pás carregadeiras, retroescavadeiras, tratores e outros similares, controlando

a velocidade de tração e freando para movimentar diversas cargas. Zelar pela

manutenção da máquina, lubrificando, abastecendo e executando pequenos

reparos, para assegurar o bom funcionamento e a segurança das operações.

Auxiliar nos trabalhos de carga e descarga de materiais diversos. Registrar as

operações realizadas, bem como os processos utilizados para permitir o controle

dos resultados.

EPI’s:

Uso obrigatório de capacete para proteção da cabeça contra agentes

meteorológicos (trabalho a céu aberto) e trabalho em local confinado, impactos

provenientes de queda ou projeção de objetos, queimaduras, choque elétrico e

irradiação solar quando da circulação na usina de asfalto

Page 35: Manoela - ASFALTO

26

Botina de segurança de borracha para proteção dos pés e pernas contra

umidade, derrapagens e agentes químicos agressivos.

Colete refletivo ou camisa com refletivo para sinalizações em rodovias, sendo

esses em tecidos impermeáveis para chuva.

Protetor auricular tipo concha para proteção dos ouvidos nas atividades e nos

locais que apresentem ruídos excessivos, como as máquinas operadas.

Creme de proteção solar para a proteção contra ação dos raios solares.

Figura 12 – Rolos compactadores em operação. Fonte: A autora

5.1.3 – Serventes (inclui aplicadores de asfalto, terraplenagem, etc)

Função:

Fazer a limpeza do local e ajudar em diversos serviços como auxiliar geral.

EPI’s:

Uso obrigatório de capacete para proteção da cabeça do empregado contra

agentes meteorológicos (trabalho a céu aberto) e trabalho em local confinado,

impactos provenientes de queda ou projeção de objetos, queimaduras, choque

elétrico e irradiação solar, quando da circulação na usina de asfalto.

Botina de segurança de borracha para proteção dos pés e pernas contra

umidade, derrapagens e agentes químicos agressivos.

Colete refletivo ou camisa com refletivo para sinalização em rodovias, sendo

em tecidos impermeáveis para chuva.

Page 36: Manoela - ASFALTO

27

Óculos de segurança para proteção dos olhos contra impactos mecânicos,

partículas volantes e raios ultravioletas.

Luva de proteção em raspa para proteger mãos e braços contra agentes

abrasivos e escoriantes.

Creme de proteção solar para a proteção contra ação dos raios solares.

Figura 13 - Serventes Fonte: A autora

5.1.4 – Lubrificador

Função:

Lubrificar máquinas e equipamentos, sinalizar pontos de lubrificação,

interpretar desenhos de máquinas, avaliar situação de equipamentos.

EPI’s:

Botina de segurança de borracha para proteção dos pés e pernas contra

umidade, derrapagens e agentes químicos agressivos.

Colete refletivo ou camisa com refletivo para sinalização em rodovias, sendo

em tecidos impermeáveis para chuva.

Proteção respiratória com filtro utilizada para atividades e locais que

apresentem tal necessidade, em atendimento a Instrução Normativa Nº1 de

11/04/1994 – (Programa de Proteção Respiratória - Recomendações/ Seleção e Uso

de Respiradores).

Page 37: Manoela - ASFALTO

28

Cinturão de segurança para proteção contra quedas de níveis.

Óculos de segurança para proteção dos olhos contra impactos mecânicos,

partículas volantes e raios ultravioletas.

Luva de proteção em raspa para proteger mãos e braços contra agentes

abrasivos e escoriantes.

Creme especial para pele quando em contato com óleos e graxas.

Figura 14 - Lubrificador de máquinas Fonte: A autora

5.1.5 - Sinalizador e Vigia

Função:

Ajudar na sinalização da rodovia devido ao seu tráfego intenso de transportes

e auxiliar na segurança do local com os equipamentos utilizados.

EPI’s:

Colete refletivo ou camisa com refletivo para sinalização em rodovias, sendo

em tecidos impermeáveis para chuva.

Botina de segurança de borracha para proteção dos pés e pernas contra

umidade, derrapagens e agentes químicos agressivos.

Page 38: Manoela - ASFALTO

29

Figura 15 - Sinalizador de obras Fonte: A autora

5.1.6 - Engenheiro Responsável

Função:

Executar a obra e a supervisionar trabalhos executados com as unidades de

serviços de pavimentação.

EPI’s:

Uso obrigatório de capacete para proteção da cabeça contra agentes

meteorológicos (trabalho a céu aberto).

Colete refletivo ou camisa com refletivo para sinalização em rodovias, sendo

em tecidos impermeáveis para chuva;

Creme de proteção solar para a proteção contra ação dos raios solares;

Protetor auricular para proteção dos ouvidos nas atividades e nos locais que

apresentem ruídos excessivos, como as máquinas operadas a serem fiscalizadas.

Botina de borracha para fiscalização e trabalho em campo.

Page 39: Manoela - ASFALTO

30

Figura 16 - Engenheiro responsável prela obra Fonte: A autora

6. RESULTADOS E DISCUSSÕES

A exposição às emissões de asfalto em pavimentação se dá tanto por gases e

vapores, quanto a material particulado e essas de emissões são prejudiciais à saúde

humana. São numerosos os gases e vapores que podem estar presentes na

atmosfera dos ambientes de trabalho e que, quando inalados, desenvolvem efeitos

irritantes, principalmente nas vias respiratórias.

O local de ação é em geral determinado pela sua solubilidade. Aqueles que

são muito solúveis na água são rapidamente absorvidos pelas vias aéreas

superiores onde agem como irritantes. Os de baixa solubilidade agem mais adiante,

no pulmão. A ação daqueles de solubilidade intermediária se faz ao longo de todo o

aparelho respiratório.

Dentre o material particulado, a maioria das partículas é de um tamanho

minúsculo (< 2,5 μm), o que facilita não apenas a sua inalação, mas também a sua

chegada às partes mais profundas do pulmão (alvéolos), diminuindo a capacidade

respiratória do indivíduo e aumentando os processos inflamatórios.

Alguns estudos indicam que os compostos químicos presentes no material

particulado conseguem se diluir na região do alvéolo e passam para a circulação

sanguínea. No caso de hidrocarbonetos aromáticos, que são os compostos

Page 40: Manoela - ASFALTO

31

presentes em maior quantidade nas emissões do asfalto, o tamanho das partículas

se situa entre 1 e 3 μm, portanto conseguem entrar na corrente sangüínea e se fixar

nos glóbulos vermelhos.

Muitos dos agentes químicos que foram identificados, por pesquisadores, nas

emissões de asfalto são comprovadamente carcinogênicos, reconhecidos pelo

Ministério do Trabalho e Emprego.

A presença de vários HAP´s reconhecidamente tóxicos (sendo alguns

também mutagênicos e/ou carcinogênicos) é agravada pela presença de outros

HAP´s diferentes (HAP´s com cadeias alifáticas laterais) daqueles usualmente

estudados pelos padrões analíticos, o que dificulta a quantificação e o

estabelecimento de limites de exposição dos mesmos.

Além disso, eles também podem agir, quando no estado líquido, sobre a pele

determinando queimaduras ou inflamações. O controle dos riscos causados por

estas substâncias se faz através da detecção de sua presença no ambiente de

trabalho e das observações clínicas de seus sintomas em trabalhadores expostos.

Foram identificadas funções (serventes e motoristas) que obviamente se

encontram mais expostas às emissões de asfalto e que merecem uma grande

atenção por parte do SESMT das empresas, pois é esperada a ocorrência de um

maior número de doenças respiratórias nesses trabalhadores por se encontrarem

em tal situação. Os exames clínicos e laboratoriais também devem receber maior

atenção, pois dentro de alguns anos ou décadas, casos de câncer podem surgir

entre esses trabalhadores, o que tem implicações jurídicas evidentes às empresas.

O PPRA e o PCMSO devem também sofrer uma revisão, pois tais riscos

químicos ainda não são reconhecidos pelo SESMT da maioria das empresas.

A proteção respiratória para estes trabalhadores deve ser implantada.

7. CONCLUSÕES

Atualmente, a legislação que trata da exposição ocupacional a produtos

químicos no Brasil é a Norma Regulamentadora 15 (NR-15, 2008) da Portaria nº

3.214/78 do MTE.

O Anexo 13 dessa NR traz alguns enquadramentos de insalubridade para

trabalhadores expostos a alguns dos produtos químicos que foram citados aqui, mas

devemos lembrar que ele é qualitativo e não quantitativo. Outro parâmetro é o

Page 41: Manoela - ASFALTO

32

Quadro 1 do ANEXO Nº 11 da mesma NR, que estabelece limites de tolerância,

valor teto. Porém, os agentes químicos apresentados no subitem 6.5, na sua

maioria, não apresentam limite de tolerância no âmbito brasileiro.

Neste caso, utiliza-se o subitem 9.3.5.1 do Programa de Prevenção de Riscos

Ambientais (PPRA) da Norma Regulamentadora 9 (NR 9), que diz: “Quando não se

tem parâmetros nacionais, podem-se utilizar os parâmetros internacionais da ACGIH

(American Conference of Governmental Industrial Hygienist)”.

O Benzo(a)pireno, que é citado no Anexo 13 como Benzopireno, é

enquadrado como insalubre em grau máximo (40%) pelo item “Operações Diversas”.

O Betume, sinônimo de asfalto no Brasil, também é enquadrado como insalubre em

grau máximo (40%), mas pelo item “Hidrocarbonetos e outros compostos de

carbono”. O Antraceno detectado no estudo da NIOSH citado anteriormente,

também é enquadrado como insalubre em grau máximo (40%), pelo mesmo item

“Hidrocarbonetos e outros compostos de carbono”. Tanto o betume quanto o

antraceno são textualmente apontados pelo item “Hidrocarbonetos e outros

compostos de carbono” como “substâncias cancerígenas”.

Um PPR com os respectivos equipamentos de proteção deve ser implantado

para esses trabalhadores, uma vez que há anos os que se dedicam a essas

atividades permanecem sem nenhum tipo de respirador purificador.

Os uniformes devem merecer atenção do SESMT das empresas, uma vez

que não se pode permitir trabalho com exposição a agentes que causam câncer de

pele, entre outros.

Os trabalhadores expostos à radiação solar correm maior risco de

desenvolver câncer de pele. No caso dos pavimentadores, esse risco é ampliado,

pois se trata de uma combinação de fatores que se associam, ou seja, HAP com

radiação solar, merecendo maior atenção nesse aspecto. Os trabalhadores devem,

portanto, utilizar uniformes apropriados e o creme de proteção para a pele, com

banho logo após o término do trabalho.

A empresa que contratar terceiros para a prestação de serviços em seus

estabelecimentos deve estender aos trabalhadores da contratada as mesmas

condições de higiene e conforto oferecidas aos seus próprios empregados (NR-24),

Item 24.6.1.1.

Page 42: Manoela - ASFALTO

33

O conjunto dos trabalhos aqui apresentados traz à tona um questionamento

fundamental: o que realmente se alcançou na saúde do trabalhador no tocante à

exposição a agentes químicos?

Ainda se confere um valor maior às medidas individuais de proteção contra

agentes físicos, que não condizem com o seu papel efetivo na garantia da proteção

integral à saúde do trabalhador.

Os trabalhadores ainda executam suas atividades em condições precárias,

não apenas no que diz respeito à segurança e à higiene do trabalho, mas também

no que tange às garantias de um trabalho digno e decente.

Enfim, ainda há muito que fazer para proteger esses trabalhadores dos riscos

químicos a que estão continuamente expostos.

Page 43: Manoela - ASFALTO

34

8. REFERÊNCIAS

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