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ESTADO DE SANTA CATARINA TRIBUNAL DE JUSTIÇA MANUAL DE PROCEDIMENTOS DO CARTÓRIO JUDICIAL CRIMINAL Versão Provisória IV

Manual Criminal

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ESTADO DE SANTA CATARINATRIBUNAL DE JUSTIÇA

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DO CARTÓRIO JUDICIAL CRIMINAL

Versão Provisória IV

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ESTADO DE SANTA CATARINATRIBUNAL DE JUSTIÇA

PRESIDÊNCIA

Des. Pedro Manoel AbreuPresidente

Des. Eládio Torret RochaPrimeiro Vice-Presidente

Des. Cláudio Barreto DutraSegundo Vice-Presidente

Des. Wilson Augusto do Nascimento Terceiro Vice-Presidente

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ESTADO DE SANTA CATARINATRIBUNAL DE JUSTIÇA

CORREGEDORIA-GERAL DA JUSTIÇA

Des. Newton TrisottoCorregedor-Geral da Justiça

Des. José Volpato de SouzaVice-Corregedor-Geral da Justiça

Soraya Nunes Lins BianchiniJuiza Corregedora

Samir Oseas SaadJuiz Corregedor

Luiz Henrique Martins PortelinhaJuiz Corregedor

Roberto Lucas PachecoJuiz Corregedor

Dinart Francisco MachadoJuiz Corregedor

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ESTADO DE SANTA CATARINATRIBUNAL DE JUSTIÇA

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Des. Pedro Manoel AbreuPresidente

Des. Eládio Torret RochaPrimeiro Vice-Presidente

Des. Newton TrisottoCorregedor-Geral da Justiça

Des. Cláudio Barreto DutraSegundo Vice-Presidente

Des. Wilson Augusto Nascimento Terceiro Vice-Presidente

Des. José Volpato de SouzaVice-Corregedor-Geral da Justiça

Des. Alcides dos Santos AguiarPresidente do Conselho Gestor do Fundo de Reaparelhamento da Justiça

Des. José Trindade dos SantosPresidente do Conselho Gestor do Sistema de Conta Única de Depósitos Judiciais

Des. Sérgio Torres PaladinoConselheiro de Desenvolvimento Humano

Des. César Mimoso Ruiz AbreuConselheiro de Planejamento e Orçamento

Des. José Antônio Torres MarquesConselheiro de Patrimônio e Edificações

Des. Marco Aurélio Gastaldi BuzziConselheiro de Justiça e Cidadania

Des. Carlos PrudêncioConselheiro de Informática

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ESTADO DE SANTA CATARINATRIBUNAL DE JUSTIÇA

ACADEMIA JUDICIAL

Presidente

Des. Newton Trisotto

Diretor Executivo

Des. Antônio Fernando do Amaral e Silva

Vice-Diretor Executivo

Des. Luiz Cézar Medeiros

Coordenador Pedagógico da Academia Judicial

Des. Sérgio Roberto Baasch Luz

Coordenador Pedagógico da Escola de Serviços Judiciários

Juiz Paulo Roberto Froes Toniazzo

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ESTADO DE SANTA CATARINATRIBUNAL DE JUSTIÇA

COMISSÃO DE GESTÃO DE INFORMÁTICA

Presidente

Des. Carlos Prudêncio

Membros

Juiz Luiz Henrique Martins Portelinha

Juiz Odson Cardoso Filho

Juiz Dinart Francisco Machado

Juiz André Alexandre Happke

Juíza Janine Stiehler Martins

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ELABORAÇÃO

Emanuel Schenkel do Amaral e SilvaJuiz Coordenador – Escola de Serviços Judiciários

Marcelo De Déa RoglioAssessor Especial – Escola de Serviços Judiciários

Marco Túlio de Camargo DolberthAssessor Especial da Presidência do Tribunal de Justiça

Clarissa dos Santos VianaAssessora para Assuntos Específicos – Tribunal de Justiça

Juliano Teixeira de AndradeTécnico Judiciário – Comarca de Tubarão

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REVISÃO

Janice Goulart Garcia UbialliJuíza de Direito - Comarca de Criciúma

José Carlos Carstens KohlerJuiz de Direito Substituto de 2º Grau - Tribunal de Justiça

Luiz Henrique Martins Portelinha Juiz Corregedor - Tribunal de Justiça

Júlio Cesar Machado Ferreira de Melo Juiz de Direito - Comarca de Araranguá

Luiz Felipe Siegert Schuch Juiz de Direito - Comarca de Blumenau

Paulo Roberto Froes Toniazzo Juiz de Direito - Comarca de Camboriú

Ana Cristina Borba Alves Juíza de Direito - Comarca de Capivari de Baixo

Marcelo Carlin Juiz de Direito - Comarca de Sombrio

Antônio Colzani Escrivão Judicial - Comarca de Gaspar

Antônio Julião da Silva Escrivão Judicial - Comarca da Capital

David Schuch de Oliveira Escrivão Judicial - Comarca de Xanxerê

Dilso José da Silva Escrivão Judicial - Comarca de Concórdia

Marilene Granemann de Mello Técnica Judiciária - Comarca de Videira

Perla Maria Fusinatto Schappo Escrivã Correicional - Tribunal de Justiça

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Rita de Cássia Pacheco Escrivã Judicial - Comarca da Capital

Sérgio Zitta Escrivão Judicial - Comarca de Pinhalzinho

Alex Sandro SommarivaRepresentante da OAB/SC - n° 12.016

Ricardo Gonçalves LeãoRepresentante da OAB/SC - n° 15.319

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APOIO

Adriano ZanottoPresidente da OAB/SC

Ademar CoradiniAdvogado – OAB/SC nº 13539

João Paulo BitencourtAdvogado – OAB/SC nº 4584

Maria Nilta Ricken OtenfenAdvogada – OAB/SC nº 8602

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APRESENTAÇÃO

Os avanços dos trabalhos desenvolvidos pelo Projeto de Racionalização da Justiça Catarinense, capitaneado pela Escola de Serviços Judiciários, indicaram já ser possível aproveitar a maturidade conquistada no desenvolvimento do “Manual de Procedimentos do Cartório Judicial Cível” e seus respectivos treinamentos para iniciar a elaboração de novos compêndios afetos a outras escrivanias judiciais.

Diante da carência de treinamento apresentada pelos servidores da justiça ficou patente a necessidade de abrangência também da esfera criminal, outro grande ramo do trabalho cartorário, suprindo assim a lacuna existente e garantindo aos funcionários o conhecimento destes importantes conceitos do direito.

Foi então que juízes e servidores, auxiliados por representantes da Presidência e Corregedoria-Geral da Justiça, uniram forças novamente no grande esforço de condensar conhecimentos teóricos e práticos para a elaboração do presente documento.

O resultado denominamos “Manual de Procedimentos do Cartório Judicial Criminal” que entregamos agora a toda comunidade judiciária para treinamento e orientação, desejando que seja útil àqueles que pretendem uma Justiça organizada, desburocratizada e ágil.

Des. Solon d’Eça NevesVice-Diretor Executivo da Academia JudicialSupervisor da Escola de Serviços Judiciários

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JUSTIFICATIVA

O desenvolvimento do Manual de Procedimentos do Cartório Judicial Criminal tornou-se uma urgência tanto quanto a necessidade de outros compêndios dedicados aos cartórios da família, infância e juventude, fazenda pública, juizados especiais e setores administrativos como distribuição, contadoria, secretaria do foro, comissariado da infância e juventude e oficialato de justiça.

Os treinamentos realizados pela da Escola de Serviços Judiciários em função do Projeto de Racionalização da Justiça Catarinense revelaram um quadro triste e sombrio acerca da qualificação dos servidores da Justiça.

Na sua grande maioria nunca tinham recebido qualquer treinamento, aprendiam o trabalho através da observação e, quando muito, pela boa vontade dos colegas mais experientes. Nesse contexto, a repetição de praxes antigas e viciosas, que não se coadunam com a realidade atual, tornara-se uma rotina.

O volume assombroso de processos, aliado a inexistência de programas de atualização e valorização do servidor e a falta de observância de normas básicas de gerência de processos e recursos humanos, resultou na completa saturação do elemento humano e seu esfacelamento diante da Instituição.

Atos simples tornaram-se difíceis e complicados, procedimentos foram unificados desprezando-se suas peculiaridades, sucumbindo numa massa interminável de processos que a todos angustiava, mas que, sem qualificação e incentivo ao estudo, criatividade, participação e progresso funcional, acabou por tolher qualquer reação contra a escabrosa situação.

Apesar disso, juízes e servidores, atentos aos objetivos da Escola de Serviços Judiciários e conscientes da função social que exercem, participaram ativamente do Projeto de Racionalização, colhendo excelentes frutos em prol da Justiça bem organizada, funcional e produtiva, melhorando a auto-estima de todos e a qualidade da prestação jurisdicional.

A boa receptividade do público interno e externo ocorreu em função da segurança das normas procedimentais padronizadas, garantidoras de um andamento regular e quase único dos processos, expurgando dúvidas, atos desnecessários, formalismos exagerados, melhorando sensivelmente o trâmite dos feitos e servindo, ainda, de material de capacitação.

Daí porque, não existe melhor justificativa para a continuidade das atividades do Projeto de Racionalização, com o conseqüente fortalecimento da Escola de Serviços Judiciários.

Emanuel Schenkel do Amaral e SilvaJuiz Coordenador

Projeto de RacionalizaçãoEscola de Serviços Judiciários

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Í N D I C E

PARTE GERAL

1. ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA..................................17

1.1 ESCRIVÃO JUDICIAL...........................................................................................................................171.2 TÉCNICO JUDICIÁRIO AUXILIAR.....................................................................................................281.3 OFICIAL DE JUSTIÇA...........................................................................................................................311.4 MINISTÉRIO PÚBLICO.........................................................................................................................381.5 DISTRIBUIÇÃO......................................................................................................................................411.6 CONTADORIA........................................................................................................................................431.7 PERITO JUDICIAL.................................................................................................................................441.8 ASSISTENTE SOCIAL...........................................................................................................................481.9 CENTRAL DE EXECUÇÃO DAS MEDIDAS E PENAS ALTERNATIVAS (CEMPA)....................501.10 LEILOEIRO OFICIAL..........................................................................................................................511.11 ATENDIMENTOS ÀS PARTES E ADVOGADOS.............................................................................571.12 PLANTÃO JUDICIÁRIO......................................................................................................................591.13 LIVROS OBRIGATÓRIOS E OUTROS DOCUMENTOS..................................................................601.14 PROCESSOS COM PREFERÊNCIA....................................................................................................631.15 PROCESSOS EM SEGREDO DE JUSTIÇA........................................................................................661.16 CONCLUSÃO AO MAGISTRADO.....................................................................................................671.17 ATOS ORDINATÓRIOS.......................................................................................................................681.18 FICHA DE CONFERÊNCIA PROCESSUAL......................................................................................731.19 SEPARADORES DE ATOS PROCESSUAIS......................................................................................79

1.19.1 SEPARADORES DO PROCEDIMENTO COMUM.....................................................................791.20 CONSERVAÇÃO DE AUTOS.............................................................................................................791.21 RECICLAGEM DE PAPEL...................................................................................................................791.22 SISTEMA DE AUTOMAÇÃO DO JUDICIÁRIO DE PRIMEIRO GRAU (SAJ/PG)........................80

2. ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA..............................................82

2.1 VISTA DOS AUTOS E RETIRADA DOS PROCESSOS EM CARGA................................................822.1.1 CARGA RÁPIDA.............................................................................................................................85

2.2 COBRANÇA DE AUTOS.......................................................................................................................862.3 DEFENSORIA DATIVA.........................................................................................................................902.4 RENÚNCIA DO PROCURADOR..........................................................................................................942.5 PETIÇÕES INTERMEDIÁRIAS............................................................................................................962.6 INCLUSÃO, EXCLUSÃO OU RETIFICAÇÃO DE NOMES DE RÉUS.............................................992.7 JUNTADA DE DOCUMENTOS E DESAVOLUMAMENTO DE AUTOS.......................................1002.8 DESENTRANHAMENTO DE DOCUMENTOS E DIVISÃO DE PROCESSOS..............................1022.9 EMISSÃO DE EXPEDIENTES.............................................................................................................105

2.9.1 SOLICITAÇÕES DA PRESIDÊNCIA DO TRIBUNAL E DA CORREGEDORIA....................1082.9.2 EXPEDIENTES RECEBIDOS.......................................................................................................111

2.10 CERTIDÕES CARTORÁRIAS...........................................................................................................1112.10.1 CERTIDÃO NO PROCESSO.......................................................................................................1112.10.2 REQUERIMENTO DE CERTIDÃO............................................................................................1122.10.3 CERTIDÃO DE ANTECEDENTES CRIMINAIS.......................................................................113

2.10.3.1 CERTIDÃO DE ANTECEDENTES CRIMINAIS PARA FINS JUDICIAIS.........................1132.11 MANDADOS.......................................................................................................................................114

2.11.1 MANDADO DE PRISÃO.............................................................................................................118

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2.11.2 ALVARÁ DE SOLTURA.............................................................................................................1232.12 CITAÇÕES...........................................................................................................................................1252.13 INTIMAÇÕES.....................................................................................................................................136

2.13.1 INTIMAÇÃO DO DEFENSOR CONSTITUÍDO........................................................................1362.13.2 INTIMAÇÃO DO DEFENSOR DATIVO...................................................................................1422.13.3 INTIMAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO...............................................................................1422.13.4 INTIMAÇÃO DO ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO...................................................................1442.13.5 INTIMAÇÕES DIVERSAS..........................................................................................................1452.13.6 TESTEMUNHAS..........................................................................................................................150

2.14 CARTAS PRECATÓRIAS..................................................................................................................1592.14.1 PRECATÓRIAS EXPEDIDAS.....................................................................................................1592.14.2 PRECATÓRIAS RECEBIDAS.....................................................................................................1682.14.3 PRECATÓRIAS DEVOLVIDAS.................................................................................................174

2.15 AUDIÊNCIAS......................................................................................................................................1752.16 BUSCA E APREENSÃO.....................................................................................................................1842.17 BENS APREENDIDOS.......................................................................................................................188

2.17.1 RESTITUIÇÃO DOS BENS APREENDIDOS............................................................................1962.17.2 BENS PERECÍVEIS.....................................................................................................................2012.17.3 CONFISCO...................................................................................................................................204

2.18 MEDIDAS ASSECURATÓRIAS........................................................................................................2052.18.1 SEQÜESTRO................................................................................................................................2062.18.2 HIPOTECA LEGAL.....................................................................................................................211

2.19 VENDA JUDICIAL.............................................................................................................................2172.19.1 AVALIAÇÃO...............................................................................................................................2182.19.2 DESIGNAÇÃO DE DATA E HORA PARA O LEILÃO............................................................2192.19.3 EXPEDIÇÃO DO EDITAL DE LEILÃO....................................................................................2202.19.4 TRANSFERÊNCIA DO LEILÃO................................................................................................2232.19.5 ARREMATAÇÃO........................................................................................................................223

2.20 PRISÕES PROVISÓRIAS OU CAUTELARES.................................................................................2242.20.1 PRISÃO EM FLAGRANTE.........................................................................................................2252.20.2 PRISÃO PREVENTIVA...............................................................................................................2292.20.3 PRISÃO TEMPORÁRIA..............................................................................................................234

2.21 LIBERDADE PROVISÓRIA, COM OU SEM FIANÇA...................................................................2402.22 INCIDENTE DE INSANIDADE MENTAL.......................................................................................2462.23 INCIDENTE DE DEPENDÊNCIA TOXICOLÓGICA......................................................................2522.24 PRAZOS...............................................................................................................................................254

2.24.1 PRAZOS PROCESSUAIS............................................................................................................2542.24.1.1 PRINCIPAIS PRAZOS NO PROCESSO PENAL.........................................................256

2.24.2 PRAZOS PENAIS.........................................................................................................................2582.25 TRÂNSITO EM JULGADO................................................................................................................258

2.25.1 TRÂNSITO EM JULGADO NA ABSOLVIÇÃO.......................................................................2602.25.2 TRÂNSITO EM JULGADO NA CONDENAÇÃO A PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE. 2622.25.3 TRÂNSITO EM JULGADO NA CONDENAÇÃO A PENA RESTRITIVA DE DIREITOS....2672.25.4 TRÂNSITO EM JULGADO NA CONDENAÇÃO A PENA DE MULTA................................268

2.26 CUSTAS E DESPESAS PROCESSUAIS...........................................................................................2702.26.1 CUSTAS E DESPESAS PROCESSUAIS NA AÇÃO PENAL PÚBLICA.................................2762.26.2 CUSTAS E DESPESAS PROCESSUAIS NA AÇÃO PENAL PRIVADA................................277

2.27 ARQUIVAMENTO E DESARQUIVAMENTO DE AUTOS............................................................279

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PARTE ESPECIAL

1. INQUÉRITO POLICIAL........................................................282

2. AÇÃO PENAL..........................................................................288

3. PROCEDIMENTOS COMUNS.............................................290

3.1 PROCEDIMENTO ORDINÁRIO.........................................................................................................2903.1.1 DENÚNCIA OU QUEIXA-CRIME...............................................................................................2913.1.2 SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO.........................................................................2933.1.3 INTERROGATÓRIO DO RÉU......................................................................................................2953.1.4 DEFESA PRÉVIA...........................................................................................................................2973.1.5 AUDIÊNCIA DE INQUIRIÇÃO DE TESTEMUNHAS...............................................................2993.1.6 REQUERIMENTO DE DILIGÊNCIAS.........................................................................................3073.1.7 ALEGAÇÕES FINAIS...................................................................................................................3083.1.8 SENTENÇA....................................................................................................................................310

3.2 PROCEDIMENTO SUMÁRIO.............................................................................................................312

4. PROCEDIMENTOS ESPECIAIS.........................................315

4.1 PROCEDIMENTO NOS CRIMES DE COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI........................3154.1.1 ALEGAÇÕES FINAIS...................................................................................................................3174.1.2 DILIGÊNCIAS DETERMINADAS PELO JUIZ...........................................................................3174.1.3 PRONÚNCIA..................................................................................................................................3184.1.4 LIBELO ACUSATÓRIO................................................................................................................3194.1.5 CONTRARIEDADE AO LIBELO ACUSATÓRIO......................................................................3234.1.6 DESIGNAÇÃO DE DATA PARA JULGAMENTO.....................................................................3244.1.7 COMPOSIÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO TRIBUNAL DO JÚRI.................................................3244.1.8 SESSÃO DE JULGAMENTO PELO TRIBUNAL DO JÚRI.......................................................331

4.2 PROCEDIMENTO NOS CRIMES DE RESPONSABILIDADE DO FUNCIONÁRIO PÚBLICO....3474.3 PROCEDIMENTO NOS CRIMES CONTRA A HONRA...................................................................350

5. HABEAS CORPUS..................................................................352

6. MANDADO DE SEGURANÇA..............................................355

7. RECURSOS..............................................................................358

7.1 RECURSO EM SENTIDO ESTRITO...................................................................................................3607.2 APELAÇÃO CRIMINAL......................................................................................................................3667.3 AGRAVO EM EXECUÇÃO.................................................................................................................369

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8. EXECUÇÃO PENAL..............................................................372

8.1 JUÍZO DA EXECUÇÃO.......................................................................................................................3738.2 MINISTÉRIO PÚBLICO NA EXECUÇÃO PENAL...........................................................................3758.3 DEFENSOR NA EXECUÇÃO PENAL................................................................................................3768.4 CONSELHO PENITENCIÁRIO...........................................................................................................3778.5 PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE.............................................................................................378

8.5.1 REGRAS PARA CONTAGEM DAS PENAS...............................................................................3788.5.1.1 CONTAGEM DA PENA NO CASO DE PROGRESSÃO DE REGIME..............................3798.5.1.2 CONTAGEM DA PENA NO CASO DE REMIÇÃO PENAL............................................3808.5.1.3 CONTAGEM DA PENA NO CASO DE DETRAÇÃO PENAL..........................................381

8.5.2 REGIMES DE CUMPRIMENTO DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE.....................3828.5.2.1 REGIME FECHADO.................................................................................................3858.5.2.2 REGIME SEMI-ABERTO...........................................................................................3868.5.2.3 REGIME ABERTO....................................................................................................3878.5.2.4 SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE..........................390

8.5.3 GUIA DE RECOLHIMENTO........................................................................................................3978.5.4 FORMAÇÃO DO PROCESSO DE EXECUÇÃO CRIMINAL (PEC).........................................4018.5.5 EXECUÇÃO DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE......................................................402

8.5.5.1 EXECUÇÃO PROVISÓRIA........................................................................................4038.5.6 SUPERVENIÊNCIA DE DOENÇA MENTAL.............................................................................407

8.6 INCIDENTES DA EXECUÇÃO PENAL.............................................................................................4088.6.1 DETRAÇÃO PENAL.....................................................................................................................4128.6.2 PROGRESSÃO DE REGIME........................................................................................................4138.6.3 SAÍDA TEMPORÁRIA..................................................................................................................4168.6.4 PERMISSÃO DE SAÍDA...............................................................................................................4188.6.5 LIVRAMENTO CONDICIONAL..................................................................................................4198.6.6 LIBERAÇÃO DO PECÚLIO..........................................................................................................4258.6.7 UNIFICAÇÃO COM SOMA DE PENAS......................................................................................4268.6.8 INDULTO OU COMUTAÇÃO DE PENA....................................................................................4288.6.9 REMIÇÃO PENAL.........................................................................................................................4308.6.10 PRISÃO DOMICILIAR................................................................................................................4328.6.11 PEDIDO DE TRANSFERÊNCIA................................................................................................4348.6.12 REGRESSÃO DE REGIME.........................................................................................................436

8.7 PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS...............................................................................................4398.7.1 CARTA DE GUIA..........................................................................................................................4408.7.2 PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA.........................................................................................................4418.7.3 PERDA DE BENS OU VALORES................................................................................................4438.7.4 PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE OU ENTIDADES PÚBLICAS....................4438.7.5 INTERDIÇÃO TEMPORÁRIA DE DIREITOS............................................................................448

8.7.5.1 PROIBIÇÃO DO EXERCÍCIO DE CARGO, FUNÇÃO OU ATIVIDADE PÚBLICA E DE MANDATO ELETIVO...........................................................................................................4488.7.5.2 PROIBIÇÃO DO EXERCÍCIO DE PROFISSÃO, ATIVIDADE OU OFÍCIO.......................4508.7.5.3 SUSPENSÃO DE AUTORIZAÇÃO OU DE HABILITAÇÃO PARA DIRIGIR VEÍCULO......4528.7.5.4 PROIBIÇÃO DE FREQÜENTAR DETERMINADOS LUGARES......................................453

8.7.6 LIMITAÇÃO DE FIM DE SEMANA............................................................................................4548.8 PENA DE MULTA................................................................................................................................4568.9 MEDIDAS DE SEGURANÇA..............................................................................................................461

8.9.1 GUIA DE INTERNAMENTO OU DE TRATAMENTO AMBULATORIAL.............................464

DISPOSIÇÕES FINAIS..............................................................468

ANEXOS.......................................................................................469

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Page 18: Manual Criminal

PARTE GERAL

1. ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

1.1 ESCRIVÃO JUDICIAL

CONCEITO

Escrivão: “Oficial público que, junto a uma autoridade judiciária, escreve ou subscreve as atas, os termos e os atos processuais que correm no seu Cartório. Trata-se do serventuário da justiça que, além de escrever os processos, atos e termos, pratica todas as diligências ordenadas pelo órgão judicante; atende o expediente do juízo; comparece às audiências em que tiver de funcionar com o juiz; fornece certidões; cuida do arquivo da escrivania; faz as citações, intimações e notificações que não forem da incumbência do oficial de justiça; dá informações sobre o andamento do processo etc.”.1

Cartório Judicial: “Ofício ou escrivania judicial”2; “local onde o Escrivão exerce seu cargo, praticando atos sob a dependência e direção de um magistrado”.3

Art. 799 do CPP

Art. 799 – O escrivão, sob pena de multa de cinqüenta a quinhentos mil-réis e, na reincidência, suspensão até 30 (trinta) dias, executará dentro do prazo de 2 (dois) dias os atos determinados em lei ou ordenados pelo juiz.

Art. 144 do CPC

Art. 144 – O escrivão e o oficial de justiça são civilmente responsáveis:I – quando, sem justo motivo, se recusarem a cumprir, dentro do prazo, os

atos que lhes impõe a lei, ou os que o juiz, a que estão subordinados, lhes compete;

II – quando praticarem ato nulo com dolo ou culpa.

O escrivão judicial é o diretor do cartório judicial, a quem cabe velar pela regularidade do andamento dos feitos e do funcionamento da unidade jurisdicional, fiscalizando os trabalhos dos técnicos judiciários e mantendo sob sua guarda os processos, livros e papéis da escrivania. Deve manter o cartório sempre organizado, evitando colocar processos e papéis em locais inadequados.

Atribuições do escrivão:1 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. v. 2. São Paulo: Saraiva, 1998, p. 378.2 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. v. 1, São Paulo: Saraiva, 1998, p. 515.3 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. v. 2, p. 378.

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Arts. 141 e 162, § 4 º, do CPC

Art. 141 – Incumbe ao escrivão:I – redigir, em forma legal, os ofícios, mandados, cartas precatórias e mais

atos que pertencem ao seu ofício;II – executar as ordens judiciais, promovendo citações e intimações, bem

como praticando todos os demais atos, que lhe forem atribuídos pelas normas de organização judiciária;

III – comparecer às audiências, ou, não podendo fazê-lo, designar para substituí-lo escrevente juramentado, de preferência datilógrafo ou taquígrafo;

IV – ter, sob sua guarda e responsabilidade, os autos, não permitindo que saiam de cartório, exceto:

a) quando tenham de subir à conclusão do juiz;b) com vista aos procuradores, ao Ministério Público ou à Fazenda Pública;c) quando devam ser remetidos ao contador ou ao partidor;d) quando, modificando-se a competência, forem transferidos a outro juízo;V – dar, independentemente de despacho, certidão de qualquer ato ou termo

do processo, observado o disposto no art. 155.

Art. 162, § 4º – Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessários.

Arts. 124, 125 e 127, do CDOJESC

Art. 124 – Aos escrivães, em geral, compete: I – escrever, legivelmente e em devida forma, todos os termos e demais atos

próprios do juízo a que servir, ou datilografá-los, autenticando-lhes as folhas, sendo as de depoimento rubricadas pelas partes;

II – lavrar procuração mediante termo nos autos; III – executar as intimações e praticar os demais atos que lhes forem

atribuídos pelas leis processuais; IV – entregar, com carga no protocolo, a juiz, promotor ou advogado, autos

conclusos, com vista ou nos casos permitidos em lei, e cobrá-los logo que findo o prazo legal;

V – comparecer às audiências, ou, não podendo fazê-lo, designar para substituí-lo escrevente juramentado, de preferência datilógrafo ou taquígrafo;

VI – registrar, antes da intimação às partes ou a seus advogados, as sentenças do juiz a que servir;

VII – cotar emolumento e custas; VIII – proceder à cobrança das custas devidas a juiz, promotor e servidor da

Justiça e recolher à repartição fiscal competente, dentro de 24 (vinte e quatro) horas, as que forem contadas para a Fazenda, providenciando, se for o caso, a sua cobrança judicial;

IX – ter em boa guarda os autos, papéis e livros a seu cargo e os que, por força do ofício, receber das partes, mantendo-os agrupados em classes, pela ordem cronológica, e dos mesmos organizar índices ou fichários, trazendo-os organizados;

X – fazer o expediente do juiz; XI – zelar pela arrecadação da taxa judiciária e demais exigências fiscais; XII – exercer as funções de partidor, nas comarcas em que este cargo não

tiver sido criado;

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XIII – dar certidões, ou reprodução autenticada, sem dependência de despacho do que constar nos autos, papéis e livros de seu cartório, salvo quando a certidão se referir a processos:

a) de interdição, antes de publicada a sentença; b) de arresto ou seqüestro, ou de busca e apreensão, antes de realizados; c) de nulidade ou anulação de casamento, separações judiciais e divórcio

(art. 2º da Lei nº 6.515, de 26 de dezembro de 1977); d) formados em segredo de justiça; e) penais, antes da pronúncia ou sentença definitiva; f) especiais, contra menor acusado da prática de ato definido como infração

penal; XIV – realizar à sua custa as diligências que forem renovadas por erro ou

culpa cuja responsabilidade lhes caiba; XV – atender com presteza, e de preferência depois de ouvido o juiz da

causa, as requisições de informações ou certidão feitas por autoridade; XVI – acompanhar o juiz nas diligências do ofício; XVII – elaborar e fornecer ao juiz de direito os mapas estatísticos a que se

refere o art. 417; XVIII – dar às partes, obrigatoriamente, recibo de custas pagas; XIX – propor a nomeação de oficial maior e escrevente juramentado; XX – depositar dentro de 24 (vinte e quatro) horas, sob pena de suspensão

por 90 (noventa) dias, em estabelecimento bancário indicado pelo magistrado, em nome da parte ou do interessado, em conta especial movimentada por ordem do juiz, em todos os casos em que houver recolhimento de importância em dinheiro (Código de Processo Civil, art. 1.219).

§ 1º – Nos casos do item XIII o escrivão não poderá fornecer informações verbais sobre o estado ou andamento dos processos, salvo às partes e seus procuradores.

§ 2º – Onde houver mais de um ofício ou vara cível incumbe, privativamente, ao escrivão do 1º ofício receber as precatórias por telefone. (Ver art. 108, deste Código.)

Art. 125 – Em caso de urgência, não podendo realizar a intimação fora do cartório, nos limites da sede do juízo, sem prejuízo do serviço, o escrivão, autorizado pelo juiz, extrairá o competente mandado para que essas diligências sejam feitas pelo oficial de justiça que funcione no processo.

Art. 127 – Ao escrivão do crime incumbe as funções de escrivão do Júri, praticando os atos que lhe competirem por determinação da lei ou em razão de ofício.

Arts. 186, 189 e 287 do CNCGJ

Art. 186 - Na área criminal, aplica-se o disposto no artigo anterior (independem de despacho judicial e deverão ser realizados pelo escrivão ou servidores devidamente autorizados) em relação aos seguintes atos:

I – intimação do réu para recolher custas judiciais, multa e eventuais diligências. Decorridos trinta dias sem atendimento, certificar a respeito e fazer conclusão dos autos;

II – intimação do defensor para juntar documentos visando a instrução processual;

III – vista ao interessado para falar sobre testemunha não localizada e que por ele tenha sido arrolada;

IV – notificação do acusado para contratar novo defensor quando aquele que constituiu renunciar ao mandato;

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V – vista aos interessados para manifestarem-se sobre o laudo do perito, em cinco dias;

VI – intimação do perito para apresentar o laudo em dez dias, na hipótese de estar vencido o prazo fixado pelo magistrado;

VII – expedição de ofício ou correio eletrônico ao escrivão do juízo deprecado ou oficiado, solicitando informações, quando decorrido o prazo fixado para cumprimento ou resposta. Caso não haja prazo estabelecido, será considerado o período máximo de três meses;

VIII – resposta ao juízo deprecante, por intermédio de ofício subscrito pelo juiz, sempre que solicitadas informações acerca do andamento de carta precatória ou de ofício;

IX – vista ao Ministério Público e ao defensor quando o procedimento assim o exigir;

X – remessa dos autos à contadoria nas hipóteses previstas em lei e no momento oportuno;

XI – protocolado documento ou peça relativos a processos já arquivados, promover o desarquivamento dos autos e a juntada respectiva, efetuando o encaminhamento do processo, conforme o teor do aludido documento ou peça;

XII – intimação para restituição de processo com vista, não devolvido no prazo legal;

XIII – intimação de perito ou meirinho para entregar ou devolver, em vinte e quatro horas, laudo ou mandado não devolvido no prazo legal, após o que o fato será levado ao conhecimento do juiz;

XIV – desentranhamento de mandados e seus aditamentos quando já houver despacho para a prática do ato ou este independer de despacho;

XV – juntada de petições, sendo que as intempestivas o magistrado poderá determinar o desentranhamento, certificando-se o fato nos autos;

XVI – afixação de documentos de pequena dimensão em folha de papel tamanho ofício, limitando-se o seu número de modo que não impeça a visualização e leitura. Os telex recebidos e as cópias dos expedidos serão anexados em folha branca e só após juntados aos autos;

XVII – proceder, ainda, a juntada dos seguintes documentos, promovendo a imediata conclusão dos autos, se houver necessidade de qualquer providência judicial:

a) guias de depósitos em contas judiciais;b) procurações e substabelecimentos;c) guias de recolhimentos de custas, diligências e alvarás de levantamento;d) respostas de ofícios relativos a diligências determinadas pelo juízo;e) rol de testemunhas; ef) requerimento de desarquivamento ou de vista dos autos;XVIII – no processo que atingir duzentas folhas, providenciar o seu

encerramento e a imediata abertura de novo volume, observadas as disposições contidas neste Código;

XIX – na hipótese de juntada de volume excessivo de documentos, abrir volume de apensos que serão arquivados em cartório, procedendo as devidas anotações no rosto dos autos;

XX – certificar nos autos a ocorrência de feriado local e qualquer outro fato que possa influir na contagem de prazo processual;

XXI – recebido inquérito policial, estando preso o indiciado, havendo pedido de prisão ou outra circunstância que exija pronunciamento judicial, os autos serão conclusos. Nos demais casos, serão desde logo encaminhados ao Ministério Público;

XXII – se o indiciado não estiver preso e houver pedido de dilação do prazo para a conclusão do inquérito, com a concordância do Ministério Público, o inquérito será imediatamente encaminhado à delegacia de polícia de origem,

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com prazo de trinta dias para devolução. Não atendido o prazo ora assinalado, desde logo será expedido ofício solicitando a restituição;

XXIII – no procedimento comum, encerrada a produção da prova, dar vista às partes para os fins do art. 499 do Código de Processo Penal. Decorrido o prazo, se não houver requerimento, certificar e abrir vista para alegações finais (Código de Processo Penal, art. 500);

XXIV – se forem requeridos apenas os antecedentes do acusado, será certificado ou solicitado ao juízo competente;

XXV – caso nas alegações finais da defesa sejam acostados documentos novos, abrir vista ao Ministério Público; e

XXVI – intimar o interessado para complementar, com a precisão possível, a qualificação (nome completo, nacionalidade, estado civil, profissão, RG, CPF) e o endereço (logradouro, número da casa ou do apartamento, bairro, código de endereçamento postal, telefone para contato) das pessoas indicadas nos autos.

Art. 189 - Os mandados poderão ser assinados pelo escrivão, desde que nele conste a observação de que o faz sob autorização do juiz, com indicação do número do ato autorizatório.

Parágrafo único. É vedado ao escrivão subscrever: I - os mandados de prisão; II - os mandados para cumprimento de liminar; III - os alvarás de soltura; IV - os salvo-condutos; V - as requisições de réu preso; VI - as guias de recolhimento, de internação ou de tratamento; VII - os ofícios e alvarás para levantamento de depósito; VIII - os mandados de busca e apreensão, penhora, remoção, arresto,

seqüestro e depósito; eIX - os demais atos processuais onde há necessidade da assinatura pessoal

do juiz, pelo alcance e repercussão jurídica da medida, ou qualidade do destinatário.

Art. 287 – Se necessário, o depósito dos bens apreendidos e vinculados a inquérito ou processo-crime poderá ser feito, por analogia, na conformidade dos arts. 666, incisos I e II, c/c 148, do Código de Processo Civil.

Arts. 148 e 666, I e II, do CPC Art. 148 – A guarda e conservação de bens penhorados, arrestados,

seqüestrados ou arrecadados serão confiadas a depositário ou a administrador, não dispondo a lei de outro modo.

Art. 666 – Se o credor não concordar em que fique como depositário o devedor, depositar-se-ão:

I – no Banco do Brasil, na Caixa Econômica Federal, ou em um banco, de que o Estado-Membro da União possua mais de metade do capital social integralizado; ou, em falta de tais estabelecimentos de crédito, ou agências suas no lugar, em qualquer estabelecimento de crédito, designado pelo juiz, as quantias em dinheiro, as pedras e os metais preciosos, bem como os papéis de crédito;

II – em poder do depositário judicial, os móveis e os imóveis urbanos.

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Page 23: Manual Criminal

Anexo I da Resolução nº 2/98 – GP

Descrição sumária das atribuições da categoria de escrivão judicial

Atividades relacionadas com coordenação e supervisão dos serviços de cartório, de natureza administrativa, e acompanhamento e execução de serviços inerentes a processos judiciais.

Descrição detalhada das atribuições da categoria

1) Expedir os termos e demais atos próprios do juízo a que servir;2) Executar intimações e praticar os demais atos que lhe forem atribuídos

pelas leis processuais;3) Entregar os autos com carga ao juiz, promotor ou advogado, nos casos

permitidos em lei;4) Registrar, antes da intimação das partes ou a seu advogado, as

sentenças do juiz a que servir;5) Realizar, a sua custa as diligências que forem renovadas por erro ou

culpa cuja responsabilidade lhe caiba;6) Acompanhar o juiz nas diligências de ofício;7) Secretariar o juiz durante os despachos de processos;8) Secretariar as sessões do júri;9) Assinar os mandados, por determinação do juiz e de acordo com a

legislação pertinente;10) Emitir certidões de acordo com a legislação pertinente;11) Cumprir os despachos proferidos pelo juiz;12) Coordenar e supervisionar todas as atividades relacionadas com

serviços de cartório;13) Emitir rol de culpados e rol da Lei 9.099;14) Emitir e/ou comunicar a geração dos mapas estatísticos e demais

informações solicitadas pela Corregedoria-Geral da Justiça;15) Executar outras tarefas correlatas a critério de seu superior imediato.

Além dessas atribuições, incumbe-lhe, regularmente:

a) cobrar os mandados em atraso;b) cobrar os inquéritos em atraso (na delegacia de polícia);c) fiscalizar os livros e pastas;d) cobrar os autos com vista ou em carga;e) proceder ao arquivamento dos processos findos;f) cobrar as movimentações e localizações do SAJ/PG;g) ler e interpretar os despacho judiciais;h) pedir explicações sobre informações incompletas ou faltosas;i) conferir prazos;j) remeter à Diretoria Judiciária do Tribunal de Justiça as informações

requeridas em mandados de segurança, habeas corpus e agravos, prestadas pelo juiz;

k) autenticar as cópias e documentos originais que constem dos autos;l) fazer relação de mandados de prisão e cobrar seu cumprimento;m) fazer as anotações necessárias quando houver desmembramento e

retificação em processos ou substituição de partes e advogados;n) cobrar as custas processuais;

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Page 24: Manual Criminal

o) devolver o valor das diligências não realizadas;p) comunicar ao juiz o decurso do prazo legal para que os bens

apreendidos possam ser vendidos em hasta pública;q) comunicar à secretaria do foro o destino a ser dado às armas e

munições apreendidas;r) arquivar os apensos que forem desnecessários aos autos;s) eliminar os autos e documentos dispensáveis, ultrapassado o prazo

legal;t) zelar pela regularidade dos mapas estatísticos;u) ter o controle do número de presos vinculados aos processos do

cartório;v) identificar nos processos de réu preso quando porventura este for

solto e nos de réu solto quando ocorrer a sua prisão, ainda que esta ocorra em razão de outro processo;

x) zelar pelo segredo de justiça nos processos em que o juiz determinar;

y) delegar atribuições aos funcionários, sob sua supervisão.

Para tanto, deve o escrivão tomar as seguintes providências:

a) sempre que chegarem processos ou petições ao cartório, fazer a seleção, separando os casos urgentes e dando-lhes a tramitação adequada segundo as normas deste manual;

b) consultar a caixa postal do cartório (correio eletrônico), diariamente, imprimindo as mensagens e documentos;

Arts. 79 e 80 do CNCGJ

Art. 79 - As caixas de correio eletrônico dos cartórios e das comarcas serão consultadas diariamente.

Art. 80 - As mensagens e documentos serão impressos no dia de sua recepção ou no dia útil seguinte, podendo, após, ser deletados.

c) fiscalizar mensalmente os mandados em atraso, advertindo o oficial de justiça responsável para que cumpra ou justifique o atraso no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, certificando ao juiz no caso de descumprimento;

Art. 411 do CNCGJ

Art. 411 - No último dia do mês o servidor responsável verificará os mandados não devolvidos dentro do prazo assinalado neste Código, apresentando relação ao juiz para a adoção das medidas administrativas pertinentes.

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Page 25: Manual Criminal

d) cobrar, mensalmente, os processos que estão com carga para os advogados, promotores de justiça, peritos, contadoria, delegacia de polícia ou outras repartições;

Art. 465 do CNCGJ

Art. 465 - O escrivão deve manter controle sobre o cumprimento do prazo de carga de autos, procedendo verificação mensal.

e) autenticar as cópias reprográficas ou obtidas por outro meio de reprodução de documentos originais que constem dos autos;

Art. 181 do CNCGJ

Art. 181 - O escrivão autenticará as cópias reprográficas ou obtidas por outro meio de reprodução de documentos originais que constem dos autos. Em cada cópia constará certidão de que “o documento confere com o original que consta dos autos”.

Parágrafo único - Caso o documento a ser autenticado seja reprodução de cópia constante dos autos, constará da certidão que “o documento confere com a cópia que consta dos autos”.

f) fiscalizar as movimentações e localizações lançadas no SAG/PG, conferindo se estão consonantes com o andamento processual;

Art. 202 do CNCGJ

Art. 202 - Os servidores são responsáveis pela manutenção atualizada das informações no SAJ/PG, de forma a manter o sistema em inteira consonância com a situação dos respectivos autos, sob pena de sanção disciplinar.

§ 1º - Incumbe ao escrivão fiscalizar o cumprimento do disposto no caput deste artigo.

§ 2º - A Corregedoria-Geral da Justiça, por ocasião das correições ou inspeções e mesmo via rede, efetuará fiscalização sobre o conteúdo e qualidade das informações constantes do SAJ/PG.

g) fiscalizar o cumprimento das cartas precatórias;

Arts. 186, VII e 246 do CNCGJ

Art. 186 - Na área criminal, aplica-se o disposto no artigo anterior (independem de despacho judicial e deverão ser realizados pelo escrivão ou servidores devidamente autorizados) em relação aos seguintes atos:

VII - expedição de ofício ou correio eletrônico ao escrivão do juízo deprecado ou oficiado, solicitando informações, quando decorrido o prazo fixado para cumprimento ou resposta. Caso não haja prazo estabelecido, será considerado o período máximo de três meses.

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Art. 246 - Nas cartas precatórias deve ser fixado o prazo para cumprimento.Parágrafo único - Transcorrido o lapso temporal consignado, a autoridade

judiciária diligenciará o seu cumprimento junto ao juízo deprecado e, negativa a diligência, comunicará ao Órgão Correicional.

h) havendo requerimento de informações pelo Tribunal de Justiça, confirmar o recebimento. Após prestadas pelo juiz, remeter as informações à Diretoria Judiciária por e-mail (se não houver documentos para instruí-las) ou por malote, neste caso, comunicando por e-mail a expedição;

Arts. 471 e 476, caput, do CNCGJ

Art. 471 – As informações referentes a habeas corpus, mandados de segurança e agravos deverão ser redigidas pelo próprio juiz e prestadas com a máxima prioridade e celeridade.

Parágrafo único – Na hipótese da inexistência de documentos para instruí-las, serão encaminhadas por correio eletrônico, para o endereço [email protected], cujo recebimento deverá ser confirmado por idêntico meio de comunicação. Caso contrário, será utilizado o serviço postal via malote, endereçando-se à Diretoria Judiciária.

Art. 476 – A remessa da requisição de informações será feita pela Diretoria Judiciária, por serviço postal via malote. Concomitantemente, o destinatário será comunicado da expedição por correio eletrônico e, pela mesma via, confirmará o recebimento.

i) transitada em julgado a sentença, intimar pessoalmente o réu para pagamento da pena pecuniária, se houver;

Art. 353 do CNCGJ

Art. 353 – Após o trânsito em julgado da decisão que aplicou pena de multa, deverá ser elaborado o cálculo respectivo, intimando-se o réu, pessoalmente, para o pagamento, no prazo legal.

§ 1º – Não procedido o pagamento, o processo será arquivado administrativamente desde que o valor da multa seja igual ou inferior a setecentos reais.

§ 2º – Não ocorrerá o arquivamento quando, em face do mesmo devedor, sobrevierem outras dívidas cujo somatório ultrapasse o referido valor.

j) no início de cada mês, fazer relatório dos feitos arquivados sem pagamento da multa, remetendo à Procuradoria Geral do Estado;

Art. 354 do CNCGJ

Art. 354 – Mensalmente, deverá ser feita relação dos novos feitos arquivados nessas condições, indicando o número do processo, o nome do réu e o valor da multa, repassando-se à Procuradoria Geral do Estado de Santa Catarina, órgão responsável pela execução das multas penais.

Parágrafo único – Os processos ficarão à disposição da autoridade legitimada para requerer o que entender adequado para a satisfação do crédito.

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Page 27: Manual Criminal

k) após o trânsito em julgado da sentença, comunicar à secretaria do foro as armas e munições não reclamadas ou dadas como perdidas para encaminhamento às unidades militares;

Art. 285 do CNCGJ

Art. 285 – Salvo determinação judicial em contrário, transcorridos seis meses do arquivamento dos autos de inquérito policial ou do trânsito em julgado da sentença, o escrivão comunicará à secretaria do foro a fim de que as armas e munições não reclamadas sejam encaminhadas às unidades militares habilitadas ao recebimento, a saber:

14ª BRIGADA DE INFANTARIA MOTORIZADA – Rua Bocaiúva, 60, Florianópolis – SC (fone: 048 224 9477);

62º BATALHÃO DE INFANTARIA MOTORIZADO – Rua Ministro Calógeras, 1.200, Joinville – SC (fone: 047 433 2399);

23º BATALHÃO DE INFANTARIA – Rua Amazonas, s/n, Blumenau – SC (fone: 047 324 2299);

63º BATALHÃO DE INFANTARIA MOTORIZADO – Rua Lauro Müller, 2.327, Tubarão – SC (fone: 048 626 0709);

28º GRUPO DE ARTILHARIA – Rodovia Luiz Rosso, s/n, Criciúma – SC (fone: 048 437 4555);

1º BATALHÃO FERROVIÁRIO – Rua Marechal Rondon, s/n, Lages – SC (fone: 049 225 2233);

5º BATALHÃO DE ENGENHARIA DE COMBATE – Avenida Expedicionário Edmundo Arrarar, 2.338, Porto União – SC (fone: 042 522 1693);

14º REGIMENTO DE CAVALARIA MECANIZADO – Rua Willy Barth, 67, São Miguel do Oeste – SC (fone: 049 821 1981).

§ 1º – As armas pertencentes às polícias civil e militar do Estado e Forças Armadas serão entregues à Delegacia Regional ou ao Comando da Polícia Militar da Região ou à Arma respectiva.

§ 2º – As armas brancas poderão ser cedidas a entidades assistenciais ou sindicais, incineradas ou destruídas, lavrando-se de tudo auto circunstanciado.

l) transcorridos 6 (seis) meses do trânsito em julgado da sentença, comunicar ao juiz a existência de bens apreendidos ou confiscados para alienação em hasta pública;

Art. 286 do CNCGJ

Art. 286 – Os demais bens apreendidos ou confiscados, após seis meses do trânsito em julgado, deverão ser alienados em hasta pública, com recolhimento do valor apurado ao Tribunal de Justiça, por meio de guia de recolhimento, podendo ser cedidos ou incinerados os imprestáveis e os de inexpressivo valor econômico, lavrando-se de tudo auto circunstanciado, salvo substâncias tóxicas, entorpecentes, estupefacientes ou capazes de determinar dependência física ou psíquica, que terão a destinação prevista neste Código.

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m) fazer levantamento, no primeiro dia útil de janeiro, dos processos e documentos que possam ser eliminados em virtude do decurso do prazo de 5 (cinco) anos;

Arts. 122, 123, II e 124 do CNCGJ *artigos suspensos por força da circular nº 15/2004*

Art. 122 – Fica autorizada a eliminação de autos de processos cíveis e criminais, decorridos cinco anos do trânsito em julgado, mediante supervisão do juiz e responsabilidade do escrivão, por picotagem, trituração ou outro meio que assegure a sua desintegração.

Art. 123 – Não se eliminarão os feitos a seguir elencados, que serão mantidos em arquivo até que possam ser conservados por outro modo (ex.: microfilmagem ou digitalização):

II – Área criminal – processos relativos a:a) ações penais em que o réu tenha sido condenado;b) inquéritos policiais e termos circunstanciados arquivados enquanto não

decorrido o prazo da prescrição em abstrato estabelecido na legislação penal para o delito objeto de investigação; e

c) ações penais absolutórias em que tenha sido aplicada medida de segurança.

Parágrafo único – Deverá constar, na capa dos inquéritos policiais, a data da prescrição da pena em abstrato, a partir da qual os autos poderão ser destruídos.

Art. 124 – Autoriza-se também a eliminação, observado o mesmo prazo (cinco anos), de autos suplementares, livros de carga encerrados, papéis, cópias de ofícios expedidos e recebidos.

n) certificar as diligências não realizadas para devolução de valores:

Art. 504 do CNCGJ

Art. 504 – Quando alguma diligência não se efetivar, o valor correspondente inicialmente recolhido deverá ser colocado à disposição do depositante.

Parágrafo único – Decorridos trinta dias sem que o interessado solicite o levantamento, o numerário será transferido para a conta única do Poder Judiciário.

o) até o dia 9 (nove) de cada mês lançar as informações que tenham

repercussão no mapa estatístico.

Arts. 55 e 56 do CNCGJ

Art. 55 – As informações que tenham repercussão no mapa estatístico a ser captado deverão ser lançadas até o dia 9 de cada mês, impreterivelmente.

Parágrafo único – As movimentações posteriores que implicarem na modificação dos mapas já gerados serão de pronto comunicadas à Divisão Judiciária da Corregedoria-Geral da Justiça, com a devida justificativa.

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Art. 56 – Os escrivães devem verificar mensalmente os dados dos mapas gerados, comunicando à Divisão Judiciária da Corregedoria-Geral da Justiça eventual descompasso.

p) elaborar quinzenalmente a relação dos presos vinculados ao cartório, a qual deve conter o nome do preso, o número do processo e a fase em que se encontra;

Art. 166, caput e § 1º, do CNCGJ

Art. 166 – Os processos com réu preso terão preferência na tramitação, daí porque as providências a serem tomadas serão imediatas.

§ 1º – Os escrivães expedirão, no mínimo quinzenalmente, relação atualizada dos feitos nessas condições, indicando o número do processo, o nome do acusado e a fase em que se encontra, encaminhando cópia ao magistrado.

q) assinalar no calendário do cartório, no início do ano forense, os feriados nacionais, estaduais e municipais.

1.2 TÉCNICO JUDICIÁRIO AUXILIAR

CONCEITO

Técnico judiciário auxiliar: É o funcionário encarregado de cumprir as determinações do juiz de direito e do escrivão judicial, dando andamento aos atos processuais, zelando pelo trâmite regular dos processos e pela organização do cartório, seguindo as normas e diretrizes deste manual, no setor em que estiver designado.

Ao técnico judiciário auxiliar cabe realizar as atividades de natureza administrativa do cartório (digitação e registro de documentos, atendimento ao público, guarda e partilha de bens, distribuição de processos e cálculo de custas judiciais), além de dar cumprimento aos atos processuais que lhe forem delegados/autorizados pelos escrivão judicial. Deve zelar pelo trâmite regular dos processos e pela organização do cartório, seguindo as normas e diretrizes deste manual.

Atribuições do técnico judiciário auxiliar:

Art. 123 do CDOJSC

Art. 123 – Os funcionários encarregados dos serviços administrativos nos juízos de direito, se outra compatível não lhes for determinada pelo juiz a que estiverem subordinados, exercerão atribuição especificamente resultante da denominação do cargo ou função.

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Anexo I da Resolução nº 19/99 – GP

Descrição sumária das atribuições da categoria de técnico judiciário auxiliar

Atividades relacionadas com serviços de cartório, de natureza administrativa, envolvendo registros através de digitação, redação de documentos, atendimento ao público, guarda e partilha de bens, distribuição de processos e cálculo de custas judiciais.

Descrição detalhada das atribuições da categoria

A – Atribuições gerais:

1) Atender aos advogados e ao público, prestando as informações solicitadas;

2) Elaborar atas de julgamento e de sorteios de jurados; 3) Autuar inquéritos, cartas precatórias, ações, execuções fiscais e demais

processos; 4) Fazer juntada de documentos nos processos; 5) Digitar audiências, quando indicado pelo escrivão, e demais expedientes

do cartório; 6) Realizar o cadastramento dos processos em andamento, partes e

testemunhas, vinculando-as ao processo; 7) Registrar e acompanhar a movimentação de processos e respectiva

localização no cartório; 8) Providenciar o acondicionamento físico dos processos no cartório, de

acordo com o respectivo registro lançado no sistema; 9) Elaborar e controlar a carga e remessa de processos; 10) Emitir carga de mandado e expedientes diversos; 11) Receber e remeter petição intermediária; 12) Providenciar o apensamento, desapensamento e reunião de processos; 13) Executar mudança de classe de processos; 14) Cadastrar e emitir pauta de audiência; 15) Conferir registro de objetos e valores apreendidos; 16) Manter atualizados os registros no sistema, pertinentes as suas

atribuições; 17) Executar outras tarefas correlatas a critério de seu superior imediato.

B – Na função de distribuidor:

1) Efetuar serviços de cadastramento e distribuição de processos aos cartórios e oficiais de justiça;

2) Cadastrar processos dependente e petição intermediária; 3) Cadastrar e vincular as partes e advogados ao processo; 4) Emitir certidões; 5) Efetuar redistribuição de processo e de Oficiais de Justiça vinculados ao

processo; 6) Elaborar e emitir carga de petição inicial e petição intermediária; 7) Executar correção de classe de processo; 8) Registrar e encaminhar os objetos e valores apreendidos; 9) Efetuar distribuição de títulos, através de sorteio informatizado, entre os

tabeliães e recolher taxa de escritura pública; 10) Providenciar recebimento e remessa de documentos referentes ao

protocolo unificado entre as comarcas; 11) Emitir etiquetas de identificação para processos;

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12) Manter os registros atualizados no sistema, pertinentes as suas atribuições;

13) Executar outras tarefas correlatas a critério de seu superior imediato.

C – Na função de contador:

1) Organizar a conta de emolumentos, custas e salários dos processos e atos judiciais;

2) Contar, discriminadamente, o capital e os juros de títulos; 3) Calcular honorários, comissões, rendimentos e prêmios, quando for o

caso; 4) Efetuar o cálculo para pagamento de impostos, taxas e quaisquer outros

tributos; 5) Apurar a receita e a despesa nas prestações de contas de tutor, curador,

depositário e administrador judicial; 6) Verificar e conferir créditos e contas em falência, concordata e concursos

creditórios; 7) Glosar emolumentos, custas e salários indevidos ou excessivos; 8) Reduzir papéis de crédito, títulos de dívida pública, ações de companhias

ou de estabelecimentos bancários ou de crédito, e moeda estrangeira à moeda nacional e vice-versa;

9) Providenciar o preenchimento da guia de recolhimento judicial - GRJ; 10) Executar outras tarefas correlatas a critério de seu superior imediato.

D – Na função de depositário público:

1) Guardar, conservar e administrar os bens a si confiados; 2) Requerer a cautela dos bens deterioráveis e sujeitos a depreciação; 3) Sugerir a locação dos imóveis desocupados sob sua administração; 4) Promover, com a renda dos imóveis sob sua guarda, as reparações dos

mesmos, mantendo-os segurados contra o fogo e pagar os tributos, com autorização do juiz da causa;

5) Diligenciar despejo dos prédios confinados à sua guarda, e cobrança judicial dos aluguéis em mora;

6) Efetuar a inscrição no registro competente, do ato determinante do depósito de imóveis, quando omissas as partes;

7) Prestar informação ao juiz e aos interessados, quando solicitado, permitindo o exame dos objetos depositados;

8) Submeter os livros ao exame do juiz e do órgão do Ministério Público; 9) Registrar, em livro próprio, os depósitos recebidos e entregues, bem como

os deixados em mãos de particulares; 10) Escriturar, em livro especial para cada vara, a receita e despesa dos

depósitos, remetendo o balanço mensal da escrituração ao juiz competente no prazo legal;

11) Executar outras tarefas correlatas a critério de seu superior imediato.

E – Na função de partidor:

1) Fazer o esboço de partilha ou sobrepartilhas judiciais; 2) Executar outras tarefas correlatas a critério de seu superior imediato.

F – Na função de porteiro de auditórios:

1) Apregoar a abertura e encerramento das sessões do júri; 2) Apregoar as pessoas chamadas às audiências e sessões do júri;

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3) Apregoar os bens nas hastas públicas e vendas judiciais, animando os respectivos atos;

4) Cumprir as determinações do juiz para a manutenção da ordem, disciplina e fiscalização do foro;

5) Afixar e desafixar editais; 6) Executar outras tarefas correlatas a critério de seu superior imediato.

1.3 OFICIAL DE JUSTIÇA

CONCEITOS

Oficial de Justiça: Funcionário do juízo que se encarrega de cumprir os mandados relativos a diligências fora de cartório. “Os oficiais de justiça que, geralmente, são também os porteiros do juízo (não assim no tribunal do júri), e, por isso, fazem pregões, têm a especial incumbência de efetuar as citações, intimações, prisões, buscas e apreensões, bem como todas as diligências de execução”.4

Mandado: “É a ordem escrita, corporificada em um instrumento e emitida pela autoridade competente para o cumprimento de determinado ato. Quando a ordem for proveniente do juiz, denominar-se-á mandado judicial”. 5

Citação: “É o ato oficial pelo qual, ao início da ação, dá-se ciência ao acusado de que, contra ele, se movimenta esta ação, chamando-o a vir a juízo, para se ver processar e fazer a sua defesa. Compõe-se a citação de dois elementos básicos: a cientificação do inteiro teor da acusação e o chamamento do acusado para vir apresentar a sua defesa”.6

Intimação: “Na doutrina, chama-se intimação à ciência dada à parte, no processo, da prática de um ato, despacho ou sentença e notificação à comunicação à parte ou outra pessoa, do lugar, dia e hora de um ato processual a que deve comparecer. Na lei processual há confusão dos conceitos e o art. 370 refere-se às intimações quando, na verdade, diz respeito às notificações e intimações”.7

Prisão: “Ato ou efeito de prender”.8 “Ato em razão do qual alguém perde a liberdade”.9

Seqüestro: Consiste na retenção judicial dos bens móveis (quando não cabível a busca e apreensão) ou imóveis adquiridos pelo indiciado ou acusado com o produto ou com os proventos da infração penal, ainda que já tenham sido transferidos a terceiro.

Arresto: “Consiste na constrição de bens móveis pertencentes ao agente, para garantir a satisfação da pretensão indenizatória do ofendido. Podem ser objeto de arresto aqueles bens suscetíveis de penhora”.10

4 ESPÍNOLA FILHO, Eduardo. Código de processo penal brasileiro anotado, v. III, Campinas: Bookseller, 2000, p. 209.5 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, 7º ed, São Paulo: Saraiva, 2001, p. 523.6 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 521.7 MIRABETE, Julio Fabbrini. Código de processo penal interpretado, 8ª ed., São Paulo:

Atlas, 2001, p. 808.8 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. v. 3, p. 746.9 RODRIGUES, Maria Stella V. Souto Lopes. ABC do processo penal. 9ª ed., São Paulo: Revista dos Tribunais, 1996, p. 105.10 REIS, Alexandre Cebrian Araújo e GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Coleção Sinopses Jurídicas, vol. 14 – Processo penal: parte geral, p. 101.

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Busca e apreensão: “Providência destinada a encontrar e conservar pessoas ou bens que interessem ao processo criminal”.11

Art. 144 do CPC

Art. 144 – O escrivão e o oficial de justiça são civilmente responsáveis:I – quando, sem justo motivo, se recusarem a cumprir, dentro do prazo, os

atos que lhes impõe a lei, ou os que o juiz, a que estão subordinados, lhes compete;

II – quando praticarem ato nulo com dolo ou culpa.

Art. 75 do CDOJSC

Art. 75 – Haverá em cada comarca ou vara um oficial de justiça. Parágrafo único – Nas comarcas ou varas, onde se fizer necessário, a lei

poderá criar maior número de cargos de oficial de justiça, mediante proposta do Diretor do Foro ao Tribunal.

Atribuições do oficial de justiça:

Art. 143 do CPC

Art. 143 – Incumbe ao oficial de justiça:I – fazer pessoalmente as citações, prisões, penhoras, arrestos e mais

diligências próprias do seu ofício, certificando no mandado o ocorrido, com menção de lugar, dia e hora. A diligência, sempre que possível, realizar-se-á na presença de duas testemunhas;

II – executar as ordens do juiz a que estiver subordinado;III – entregar, em cartório, o mandado, logo depois de cumprido;IV – estar presente às audiências e coadjuvar o juiz na manutenção da

ordem.

Arts. 175 e 178 do CDOJSC

Art. 175 – Compete aos oficiais de justiça:I – fazer citações, prisões, arrestos, seqüestros, penhoras e demais

diligências próprias do ofício;II – lavrar autos e as certidões respectivas, e dar contrafé;III – certificar quando desconhecido ou incerto o citando, ou ignorado, incerto

ou inacessível o lugar em que se encontre;IV – convocar pessoas idôneas que testemunhem atos de seu ofício, nos

casos exigidos por lei;V – efetuar as intimações, na forma e nos casos previstos na lei;VI – devolver a cartório, após comunicar ao distribuidor, para a baixa

respectiva, os mandados de cujo cumprimento tenha sido incumbido, até o dia seguinte em que findar o prazo marcado na lei processual para execução da diligência, ou quando houver audiência, até, se for o caso, quarenta e oito (48) horas antes de sua realização;

VII – comparecer a juízo, diariamente, e aí permanecer durante o expediente do foro, salvo quando em diligência;

11 REIS, Alexandre Cebrian Araújo e GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Coleção Sinopses Jurídicas, vol. 14 – Processo penal: parte geral, p. 129/130.

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VIII – auxiliar o porteiro na manutenção da ordem, disciplina e fiscalização do foro;

IX – servir nas correições;X – entregar, incontinenti, a quem de direito, as importâncias e bens

recebidos em cumprimento de ordem judicial;XI – executar as ordens do juiz;XII – exercer as funções de porteiro de auditórios onde não houver privativo.

Art. 178 – Os porteiros dos auditórios, em suas faltas e impedimentos, serão substituídos pelo oficial de justiça que o diretor do foro designar.

Anexo II da Resolução nº 19/99 – GP

Descrição sumária das atribuições da categoria de oficial de justiça

Atividades relacionadas com atos que exijam fé pública no que diz respeito a processos judiciais.

Descrição detalhada das atribuições da categoria

1) Fazer citações, prisões, arresto, seqüestro, penhoras e demais diligências próprias do ofício;

2) Lavrar autos e certidões respectivas, e dar contrafé;3) Avaliar os bens imóveis, semoventes, móveis e os respectivos

rendimentos, direitos e ações, descrevendo cada coisa com a precisa individualização e fixando-lhes separadamente o seu valor e, em se tratando de imóveis, computar-lhes ainda, no valor, os acessórios dependências;

4) Avaliar os bens em execução, de conformidade com o disposto na lei processual;

5) Registrar as avaliações a que proceder;6) Certificar, quando desconhecido ou incerto o citando, ou ignorado, incerto

ou inacessível o lugar em que se encontre;7) Convocar pessoas idôneas que testemunham atos de seu ofício, nos

casos exigidos por lei;8) Efetuar intimações, na forma e nos casos previstos na lei;9) Devolver ao cartório, após comunicar ao distribuidor, para a baixa

respectiva, os mandados de cujo cumprimento tenha sido incumbido, até o dia seguinte em que findar o prazo na lei processual para a execução da diligência, ou quando houver audiência, até, se for o caso, quarenta e oito (48) horas antes de sua realização;

10) Comparecer ao juízo, diariamente, e aí permanecer durante o expediente do foro, salvo quando em diligência;

11) Servir nas correições;12) Entregar, incontinenti, a quem de direito, as importâncias e bens

recebidos em cumprimento de ordem judicial;13) Executar as ordens do juiz;14) Exercer, na ausência do Técnico Judiciário Auxiliar, as funções de

Porteiro de Auditório.

Incumbe ao oficial de justiça proceder às citações, intimações, prisões, seqüestros, arrestos, buscas e apreensões e outras diligências determinadas pelo juízo, entregando em cartório os mandados logo após seu cumprimento. (vide itens 2.11, 2.12, 2.13, 2.16, 2.18 e 2.20 da parte especial deste manual).

Arts. 351, 357, 370, caput, do CPP

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Art. 351 – A citação inicial far-se-á por mandado, quando o réu estiver no território sujeito à jurisdição do juiz que a houver ordenado.

Art. 357 – São requisitos da citação por mandado:I – leitura do mandado ao citando pelo oficial e entrega da contrafé, na qual

se mencionarão dia e hora da citação;II – declaração do oficial, na certidão, da entrega da contrafé, e sua

aceitação ou recusa.

Art. 370 – Nas intimações dos acusados, das testemunhas e demais pessoas que devam tomar conhecimento de qualquer ato, será observado, no que for aplicável, o disposto no Capítulo anterior.

Art. 403 do CNCGJ

Art. 403 - Os mandados atribuídos ao oficial de justiça são intransferíveis e somente com autorização da autoridade judiciária poderá ocorrer sua substituição.

A data da entrega do mandado ao oficial de justiça ou à Central de Mandados deverá ser certificada nos autos.

Os mandados que não se referirem a audiências deverão estar cumpridos no prazo máximo de 30 (trinta) dias.

Art. 405 do CNCGJ

Art. 405 – Ressalvado prazo expressamente determinado em lei ou fixado pela autoridade judiciária, os mandados serão cumpridos em até trinta dias.

Os mandados relativos à intimação de audiências deverão ser entregues até 48 (quarenta e oito) horas úteis antes da data designada, ou, em casos especiais, com 24 (vinte e quatro) horas de antecedência.

Art. 406 do CNCGJ

Art. 406 – Na hipótese de intimação para audiência, à exceção de determinação legal ou judicial em contrário, os mandados deverão ser devolvidos em até quarenta e oito horas úteis antes da data designada.

Havendo circunstância relevante que justifique o atraso no cumprimento do mandado, o oficial de justiça deverá relatá-la detalhadamente ao juiz.

Art. 408 do CNCGJ

Art. 408 – Ocorrendo circunstância relevante que justifique o atraso no cumprimento do mandado, o oficial de justiça fará exposição detalhada ao juiz, que decidirá de plano acerca da procedência ou não da justificativa, tomando as providências pertinentes.

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O oficial de justiça deverá certificar sempre, e com a maior precisão possível, todas as circunstâncias do ato, devendo promover todas as diligências possíveis visando ao cumprimento do mandado.

O resultado do ato tem de estar destacado do texto e em letras maiúsculas.

Estando incompleta ou ininteligível a certidão, o cartório pedirá explicações visando esclarecer o ato.

Tratando-se de intimação de sentença, momento da intimação pessoal do réu, ser-lhe-á indagado se deseja ou não recorrer da decisão.

A cada 30 (trinta) dias o escrivão procederá ao levantamento dos mandados em atraso, advertindo o oficial de justiça responsável para que cumpra ou justifique o atraso no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, certificando ao juiz no caso de descumprimento.

Art. 411 do CNCGJ

Art. 411 – No último dia do mês o servidor responsável verificará os mandados não devolvidos dentro do prazo assinalado neste Código, apresentando relação ao juiz para a adoção das medidas administrativas pertinentes.

Salvo os casos de assistência judiciária, o pagamento das diligências do processo é encargo do interessado, que o fará por meio de guia de recolhimento fornecida pelo juízo, sendo vedado ao oficial de justiça a contratação ou intermediação dos valores.

Arts. 412 a 414 e 510 do CNCGJ

Art. 412 – Se o ato judicial demandar diligência, deverá o interessado efetuar o depósito da importância correspondente na conta indicada pela autoridade judiciária, juntando comprovante nos autos.

Art. 413 – É vedada ao oficial de justiça a cobrança de despesas de condução diretamente das partes ou de seus procuradores.

Art. 414 – Compete às partes fornecer os meios necessários para cumprimento de arrestos, despejos e outras medidas previstas em lei, vedada a contratação ou intermediação pelos oficiais de justiça.

Parágrafo único – Os oficiais de justiça deverão comunicar ao juiz o dia e hora em que cumprirão a diligência, permitindo a intimação da parte para o fornecimento dos meios necessários.

Art. 510 – Todo pagamento deverá ser feito por meio de guia de recolhimento fornecida pelo Poder Judiciário.

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Havendo Central de Mandados na comarca, deverão ser observadas as regras previstas pelo CNCGJ:

Arts. 417 a 419, 422, 424, 425 e 427 a 431, do CNCGJ

Art. 417 – Os mandados serão emitidos pelos cartórios e entregues à Central de Mandados, mediante carga (eletrônica ou manual), para cumprimento.

§ 1º – Os mandados serão expedidos ou fotocopiados em número correspondente ao de zonas atingidas.

§ 2º – Serão cumpridos independentemente de zoneamento, com exceção dos mandados executivos (citação e penhora), os demais mandados complexos (busca e apreensão e citação, reintegração de posse e citação no leasing etc.), considerando-se para fins de distribuição da ordem, o local indicado para a efetivação do primeiro ato.

§ 3º – Os mandados com caráter de urgência, a critério do juiz a quem couber o feito, serão imediatamente distribuídos aos oficiais de justiça de plantão.

§ 4º – Os oficiais de justiça de plantão, exclusivamente para os mandados de urgência, permanecerão na Central durante o expediente, devendo a ela retornar imediatamente após o cumprimento dos mandados que lhes couberem, assinando a folha de presença ao início e término do expediente.

Art. 418 – Os oficiais de justiça serão designados por escala elaborada pela direção do foro para servir nas diversas zonas, por período não superior a seis meses, findo o qual será realizado rodízio.

Art. 419 – O registro dos mandados expedidos e entregues aos oficiais será feito no sistema informatizado – SAJ/PG.

Art. 422 – Caberá ao oficial de justiça verificar, dentro de vinte e quatro horas do recebimento, se o mandado está dentro dos limites de sua zona de atuação e se contém os documentos que devam acompanhá-lo.

Parágrafo único – Verificada eventual irregularidade, o oficial de justiça devolverá o mandado à Central, sob pena de cumprimento independentemente de zoneamento.

Art. 424 – Sempre que houver necessidade de dois oficiais de justiça para cumprimento de diligência, o segundo será designado pelo Coordenador da Central de Mandados, de forma alternada e preferencialmente entre os integrantes da mesma zona.

Art. 425 – Os mandados distribuídos antes do ato de instituição do sistema na comarca serão cumpridos independentemente de zoneamento e devolvidos pelos oficiais de justiça ao cartório.

Art. 427 – O valor das diligências recolhidas após o início das atividades da Central na comarca deverá ser depositado em conta única, aberta exclusivamente para este fim, expedindo a direção do foro, a cada quinze dias, alvará de rateio a cada um dos oficiais de justiça que tenham atuado na respectiva quinzena.

§ 1º – O mesmo procedimento deverá ser observado quando do recolhimento das custas finais no que pertinente aos processos iniciados sob a égide deste sistema, ficando excetuados aqueles cujo cumprimento do mandado efetivou-se em data anterior.

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§ 2º – O alvará respectivo, subscrito pelo diretor do foro, somente será entregue pela Central de Mandados ao meirinho que tiver devolvido, devidamente cumpridos, todos os mandados que recebeu no correspondente período, inclusive aqueles em que há isenção do recolhimento de diligências, ou for acolhida, pela direção do foro, a justificativa apresentada.

Art. 428 – Não será distribuído qualquer mandado aos oficiais de justiça dez dias antes do início do rodízio estabelecido na comarca, exceto aqueles considerados urgentes ou com audiência designada para até vinte dias após a data da distribuição.

Art. 429 – Efetivado novo rodízio, o oficial de justiça permanecerá com os mandados que recebeu na zona em que atuava, devendo cumpri-los no prazo de dez dias, sob pena de responsabilidade.

Art. 430 – Os serviços judiciários que contem com oficiais de justiça próprios (ex.: executivos fiscais e unidades de justiça avançada) poderão ficar excluídos do sistema por solicitação do magistrado interessado à Corregedoria-Geral da Justiça.

Art. 431 – Os casos omissos serão resolvidos pelo diretor do foro, ciente a Corregedoria-Geral da Justiça.

Caso a parte indique alteração de residência da testemunha, o escrivão deverá comunicar ao oficial de justiça ou à Central de Mandados para as providência cabíveis.

O oficial de justiça devolverá todos os mandados que estiverem sob sua responsabilidade até o dia anterior ao início das suas férias e licenças, as quais devem ter sido comunicadas ao cartório ou à Central de Mandados com antecedência mínima de 10 (dez) dias (exceto as licenças para tratamento de saúde), para fins de suspensão da distribuição de mandados.

Arts. 409 e 410 do CNCGJ

Art. 409 – Até o dia imediatamente anterior ao início de suas férias ou licença, o oficial de justiça restituirá, devidamente cumpridos, todos os mandados que lhe forem distribuídos ou justificará o não cumprimento.

Art. 410 – As férias e licenças, salvo para tratamento de saúde, serão comunicadas pelo oficial de justiça, com antecedência de dez dias, ao cartório/central de mandados, sendo suspensa, a partir daí, a distribuição de mandados.

CERTIDÃO

Certifico que entreguei o mandado de fls. ............ para o ( ) oficial de justiça ( ) Central de Mandados.Local e data

..................................................Escrivão

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CERTIDÕES DE ATOS ORDINATÓRIOS

Certifico que a certidão de fls. ......... está ( ) incompleta ( ) ininteligível.Fica intimado o oficial de justiça, para ( ) complementar ( ) esclarecer a certidão de fls. ........., no prazo de 5 (cinco) dias.Local e data

..................................................Escrivão

Certifico que o mandado nº .........., está fora do prazo.Fica intimado o oficial de justiça, para ( ) cumpri-lo ( ) justificar o atraso, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas.Local e data

..................................................Escrivão

1.4 MINISTÉRIO PÚBLICO

CONCEITOS

Ministério Público: “É a instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (CF, art. 127, caput). Na esfera penal, o ministério Público é a instituição de caráter público que representa o Estado-Administração, expondo ao Estado-Juiz a pretensão punitiva. A Constituição Federal atribuiu-lhe, no art. 129, I, com exclusividade, a função de propor a ação penal pública, seja condicionada ou incondicionada, excetuando a regra apenas no art. 5º, LIX, ao conferir ao ofendido a titularidade da ação penal privada subsidiária da pública, em caso de desídia do órgão ministerial. A Lei Maior atribui ao Ministério Público, ainda, a função de exercer o controle externo da atividade policial (art. 129, VII), requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial (art. 129, VIII)”. 12

Ação penal pública incondicionada: “É a regra no direito penal. O oferecimento da denúncia independe de qualquer condição específica. No silêncio da lei, o crime é de ação pública incondicionada (art. 100, caput, do CP)”. 13

Ação penal pública condicionada: “Quando o oferecimento da denúncia depende de prévia existência de alguma condição específica. A ação pública pode ser condicionada à representação da vítima ou à requisição do Ministro da Justiça. A titularidade da ação continua a ser do Ministério Público, mas este somente poderá oferecer a denúncia se estiver presente a representação ou a requisição, que constituem, em verdade, autorização para o início da ação. Em face disso, representação e requisição do Ministro da Justiça têm natureza jurídica de condição de procedibilidade”. 14

12 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 152.13 REIS, Alexandre C. Araújo e GONÇALVES, Victor E. Rios. Coleção Sinopses Jurídicas,

vol. 14 – Processo penal: parte geral, p. 15.14 REIS, Alexandre C. Araújo e GONÇALVES, Victor E. Rios. Coleção Sinopses Jurídicas,

vol. 14 – Processo penal: parte geral, p. 15.

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Ação penal privada subsidiária da pública: “O Ministério Público, ao receber o inquérito policial que apura crime de ação pública (condicionada ou incondicionada), possui prazo para oferecer a denúncia. Entretanto, findo esse prazo, sem que o Ministério Público tenha se manifestado, surge para o ofendido o direito de oferecer queixa subsidiária em substituição à denúncia não apresentada pelo titular da ação”. 15

“Impossível é negar ao Ministério Público a natureza de parte no processo penal, eis que exerce atividade postulatória, probatória e qualquer outra destinada a fazer valer a pretensão estatal em juízo. Todavia, há que se reconhecer que o mesmo não é uma parte qualquer, porquanto age animado não por interesses privados, mas por interesses públicos, coincidentes com os escopos da atividade jurisdicional (atuação do direito material, pacificação social e asseguramento da autoridade do ordenamento jurídico). Por isso se diz, com propriedade, que o Ministério Público exerce acusação pública, não mera acusação de parte. Daí algumas peculiaridades lhe são inerentes, como a possibilidade de impetrar habeas corpus, recorrer em favor do réu, encontrarem-se os seus membros sujeitos à disciplina das suspeições e impedimentos dos juízes e intérpretes etc.” 16

A intimação do promotor de justiça será sempre pessoal, dando-se vista dos autos, não se permitindo, pois, seja realizada pela imprensa ou por correspondência.

Art. 370, § 4º, última parte e 800, § 2º, do CPP

Art. 370, § 4º – A intimação do Ministério Público e do defensor nomeado será pessoal.

Art. 800, § 2º – Os prazos do Ministério Público contar-se-ão do termo de vista, salvo para interposição do recurso (art.798, § 5º).

Art. 41 da Lei nº 8.625/93

Art. 41 – Constituem prerrogativas dos membros do Ministério Público, no exercício de sua função, além de outras previstas na Lei Orgânica:

IV – receber intimação pessoal em qualquer processo e grau de jurisdição, através da entrega dos autos com vista.

Os autos com vista ao Ministério Público serão remetidos diariamente à secretaria do Ministério Público (onde houver) ou ao gabinete do promotor de justiça acompanhados de termo de vista, que conterá os números dos processos no SAJ/PG e a data de remessa, colhendo-se a assinatura do secretário ou do promotor.

15 REIS, Alexandre C. Araújo e GONÇALVES, Victor E. Rios. Coleção Sinopses Jurídicas, vol. 14 – Processo penal: parte geral, p. 17.

16 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 153.

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Em caso de recusa no recebimento, o cartório certificará nos autos e oficiárá à Corregedoria-Geral do Ministério Público informando o ocorrido.

Arts. 199 e 201, caput, do CNCGJ

Art. 199 – O controle da remessa de autos para o juiz, promotor, contador, distribuidor, avaliador e oficiais de justiça será procedido eletronicamente no SAJ/PG, mediante a identificação e senha do usuário, ficando dispensada a impressão do comprovante de remessa.

Art. 201 – Nos termos de "conclusão" ao magistrado e de "vista" ao promotor, constará a data do efetivo encaminhamento dos autos, sendo inadmissíveis a conclusão e a vista sem data ou a permanência dos autos em cartório nessas condições.

Todas as manifestações do Ministério Público serão protocoladas na distribuição, ficando a cargo do cartório fazer a movimentação no SAJ/PG, com descrição resumida do seu teor.

REMESSA

Em ......./......./......., remeto estes autos ao Ministério Público, conforme lote nº .......... do SAJ/PG, tendo recebido a carga ................................................... .

..................................................Escrivão

CERTIDÃO DE ATO ORDINATÓRIO

Fica intimado o Ministério Público do despacho / decisão de fls. .......... .Local e data

..................................................Escrivão

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1.5 DISTRIBUIÇÃO

CONCEITOS

Distribuição: “Ato administrativo pelo qual se registram e repartem entre os juízes processos apresentados em cada juízo ou tribunal, obedecendo aos princípios de publicidade, alternatividade e sorteio”.17

Distribuidor: “Diz-se do cartório ou serventuário encarregado de registrar as petições iniciais e de encaminhá-las às varas ou câmaras”. 18

Arts. 486 a 489, 493 e 494, do CNCGJ

Art. 486 – Ao distribuidor compete o protocolo, distribuição, redistribuição e remessa de documentos e feitos ao destino no prazo máximo de quarenta e oito horas, procedidas as necessárias anotações no SAJ/PG.

Parágrafo único – Tratando-se de medida de caráter urgente o distribuidor promoverá o imediato encaminhamento.

Art. 487 – O distribuidor deverá verificar, antes da distribuição de peças cíveis ou criminais, se os advogados subscritores não estão impedidos para o exercício da profissão, acessando, via intranet do Tribunal de Justiça, no site da Corregedoria-Geral da Justiça, o link “Advogados Suspensos e Excluídos (Diária)”.

Art. 488 – Não havendo impedimento ao exercício profissional, o ato de distribuição se consumará; caso contrário, o distribuidor certificará o ocorrido, encaminhando a petição inicial ao diretor do foro e a intermediária ao juiz do processo, para as determinações pertinentes.

Art. 489 – As petições iniciais e intermediárias e cartas precatórias serão protocoladas por meio de relógio datador, entregando-se a segunda via ao apresentante.

§ 1º – Na hipótese de incidência de custas e/ou despesas, serão encaminhadas à contadoria, para confecção da guia de recolhimento.

§ 2º – Em se tratando de precatórias, se vencido o prazo de seu cumprimento, serão desde logo devolvidas à origem, por meio de ofício da direção do foro.

Art. 493 – A distribuição será eqüitativa, em número e valores.

Art. 494 – O distribuidor providenciará a baixa do registro: a) por ordem judicial; b) mediante comunicação formal da serventia de protesto acerca de

pagamento, anulação, retirada ou cancelamento do protesto; ec) por requerimento do interessado ou de procurador com poderes

específicos dirigido ao distribuidor, comprovando por certidão o cancelamento ou a anulação do protesto.

Todas as petições iniciais ou intermediárias, cartas precatórias, manifestações do Ministério Público e demais peças que interessem aos processos serão previamente protocoladas na distribuição.17 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. v. 2, p. 205.18 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. v. 2, p. 206.

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Page 43: Manual Criminal

A carga dos autos ao distribuidor será registrada no SAJ/PG e o processo será colocado em escaninho próprio, sendo remetido à distribuição no final do dia. Os autos serão remetidos acompanhados do termo de carga, que conterá o número do processo no SAJ/PG e a data de remessa.

Art. 199 do CNCGJ

Art. 199 – O controle da remessa de autos para o juiz, promotor, contador, distribuidor, avaliador e oficiais de justiça será procedido eletronicamente no SAJ/PG, mediante a identificação e senha do usuário, ficando dispensada a impressão do comprovante de remessa.

O cartório certificará no processo as datas em que os autos foram remetidos à distribuição e por ela devolvidos.

As certidões de antecedentes criminais, serão expedidas pela seção de distribuição da comarca (vide item 2.10.16 da parte geral deste manual).

Art. 107 do CNCGJ

Art. 107 – A certidão de antecedentes criminais deverá ser requerida diretamente ao distribuidor, mesmo nas comarcas providas de vara única.

REMESSA

Em ......./......./......, remeto estes autos ao distribuidor.

..................................................Escrivão

DEVOLUÇÃO

Em ......./......./......, foram devolvidos estes autos do distribuidor.

..................................................Escrivão

1.6 CONTADORIA

CONCEITO

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Contadoria: ”Repartição pública ou seção onde é feita a contabilidade. Tesouraria”.19

Arts. 495 a 500 do CNCGJ

Art. 495 – O contador, no prazo máximo de cinco dias, elaborará as contas e os cálculos e, se for o caso, entregará a guia de recolhimento ao interessado.

Art. 496 – Na impossibilidade de elaborar o cálculo, por deficiência ou inexistência de elementos essenciais, os autos ou documentos serão imediatamente devolvidos à origem, com os devidos esclarecimentos.

Art. 497 – Passados trinta dias da entrega da guia ao interessado e não havendo recolhimento, a petição e documentos que a acompanham serão devolvidos ao causídico por meio de ofício da direção do foro, comunicando-se o fato ao distribuidor para o cancelamento do protocolo.

§ 1º – O teor do cálculo relativo a cartas precatórias remetidas diretamente pelo juízo deprecante será a este comunicado, a fim de que o interessado seja intimado para proceder o recolhimento no prazo assinalado no caput deste artigo, sob as penas ali inseridas.

§ 2º – Sempre que aportar deprecata acompanhada de cheque que não corresponda ao valor exato a ser recolhido, este será devolvido e solicitado outro no valor correto ao advogado da parte, no prazo de trinta dias, sob pena das providências estabelecidas no caput deste artigo. Não constando o endereço do advogado na precatória, esta será devolvida ao juízo deprecante.

Art. 498 – As contadorias devem manter um exemplar do Regimento de Custas e Emolumentos do Estado de Santa Catarina e da tabela de diligências à disposição das partes e afixados em lugar visível, franqueado ao público.

Art. 499 – Os contadores providenciarão, ainda, cartaz em letras de fácil

leitura indicando que os interessados em reclamar contra percepção ou exigência de custas e despesas excessivas ou indevidas devem dirigir suas reclamações ao juiz a que estiver subordinado o reclamado, por escrito ou oralmente, em reclamação a ser reduzida a termo.

Art. 500 – É vedado às contadorias efetuar preenchimento e cobrança de guias não autorizadas pelo Tribunal de Justiça, bem como a elaboração de cálculos extrajudiciais ou de liquidação de sentença sem expressa determinação judicial.

A carga dos autos ao contador será registrada no SAJ/PG e o processo será colocado em escaninho próprio, sendo remetido à contadoria no final do dia. Os autos serão remetidos acompanhados do termo de carga, que conterá o número do processo no SAJ/PG e a data de remessa.

Art. 199 do CNCGJ

19 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. v. 1, p. 822.

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Page 45: Manual Criminal

Art. 199 – O controle da remessa de autos para o juiz, promotor, contador, distribuidor, avaliador e oficiais de justiça será procedido eletronicamente no SAJ/PG, mediante a identificação e senha do usuário, ficando dispensada a impressão do comprovante de remessa.

O cartório certificará no processo as datas em que os autos foram remetidos à contadoria e por ela devolvidos.

REMESSA

Em ......./......./......, remeto estes autos ao contador.

..................................................Escrivão

DEVOLUÇÃO

Em ......./......./......, foram devolvidos estes autos do contador.

..................................................Escrivão

1.7 PERITO JUDICIAL

CONCEITOS

Perito judicial: “É um auxiliar da justiça, devidamente compromissado, estranho às partes, portador de um conhecimento técnico altamente especializado e sem impedimentos ou incompatibilidades para atuar no processo”. 20 No âmbito criminal, o perito deve examinar todo material sensível relativo às infrações penais, na busca da constatação se ocorreu o delito e da prova material de sua prática.

Perito “ad hoc”: É o profissional nomeado para realizar uma perícia específica, na falta de perito oficial.

Laudo pericial: “Nada mais é do que o documento elaborado pelos peritos, o qual deve conter: descrição minuciosa do objeto examinado; respostas aos quesitos formulados; fotografias, desenhos etc., sempre que possível”. 21

As perícias criminais são realizadas por peritos oficiais (dois para cada exame).

Na falta de peritos oficiais, são nomeados profissionais de reconhecida capacidade técnica (peritos “ad hoc”), que prestam compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo.

Em regra, as perícias criminais se dão na fase pré-processual (inquérito policial), entretanto, durante o trâmite judicial, constatada omissão, obscuridade ou contradição nos exames realizados, o juiz pode determinar a renovação.

20 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 268.21 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 266.

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Da mesma forma, surgindo durante o processo fatos novos ou alegações das partes que dependam de avaliação técnica para esclarecimento da verdade, poderá ser determinada a realização de prova pericial.

Arts. 159, 160, 180 a 184, do CPP

Art. 159 – Os exames de corpo de delito e as outras perícias serão feitos por dois peritos oficiais.

§ 1º – Não havendo peritos oficiais, o exame será realizado por duas pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior, escolhidas, de preferência, entre as que tiverem habilitação técnica relacionada à natureza do exame.

§ 2º – Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo.

Art. 160 – Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão minuciosamente o que examinarem, e responderão aos quesitos formulados.

Parágrafo único – O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 (dez) dias, podendo este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos.

Art. 180 – Se houver divergência entre os peritos, serão consignadas no auto do exame as declarações e respostas de um e de outro, ou cada um redigirá separadamente o seu laudo, e a autoridade nomeará um terceiro; se este divergir de ambos, a autoridade poderá mandar proceder a novo exame por outros peritos.

Art. 181 – No caso de inobservância de formalidades, ou no caso de omissões, obscuridades ou contradições, a autoridade judiciária mandará suprir a formalidade, complementar ou esclarecer o laudo.

Parágrafo único – A autoridade poderá também ordenar que se proceda a novo exame, por outros peritos, se julgar conveniente.

Art. 182 – O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte.

Art. 183 – Nos crimes em que não couber ação pública, observar-se-á o disposto no art. 19.

Art. 184 – Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade policial negará a perícia requerida pelas partes, quando não for necessária ao esclarecimento da verdade.

Arts. 112 e 113 do CNCGJ

Art. 112 - Nos autos criminais, as perícias obedecerão ao disposto nos arts. 158 e seguintes do Código de Processo Penal, utilizando-se os órgãos oficiais.

Art. 113 - Tratando-se de justiça gratuita, somente em casos excepcionais é que será feito exame técnico por especialistas ou institutos particulares, mediante prévia autorização da Presidência do Tribunal de Justiça.

Determinada a realização de perícia pelo juiz, o cartório intimará as partes.

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Nomeado o perito pelo juiz, expedir-se-á ofício cientificando o experto da nomeação, juntando cópia dos quesitos (se houver), certificando nos autos.

Se o perito não aceitar o encargo por incompatibilidade para realização da perícia, impedimento legal, suspeição, falta de especialidade ou motivo de força maior, deverá apresentar a escusa em juízo no prazo de 5 (cinco) dias, devendo o cartório remeter os autos conclusos ao juiz.

Arts. 275 a 280 do CPP

Art. 275 - O perito, ainda quando não oficial, estará sujeito à disciplina judiciária.

Art. 276 - As partes não intervirão na nomeação do perito.

Art. 277 - O perito nomeado pela autoridade será obrigado a aceitar o encargo, sob pena de multa de cem a quinhentos mil-réis, salvo escusa atendível.

Parágrafo único - Incorrerá na mesma multa o perito que, sem justa causa, provada imediatamente:

a) deixar de acudir à intimação ou ao chamado da autoridade;b) não comparecer no dia e local designados para o exame;c) não der o laudo, ou concorrer para que a perícia não seja feita, nos prazos

estabelecidos.Art. 278 - No caso de não-comparecimento do perito, sem justa causa, a

autoridade poderá determinar a sua condução.

Art. 279 - Não poderão ser peritos:I - os que estiverem sujeitos à interdição de direito mencionada nos ns. I e IV

do art. 69 do Código Penal;II - os que tiverem prestado depoimento no processo ou opinado

anteriormente sobre o objeto da perícia;III - os analfabetos e os menores de 21 (vinte e um) anos.

Art. 280 - É extensivo aos peritos, no que Ihes for aplicável, o disposto sobre suspeição dos juízes.

Aceito o encargo, tratando-se se perícia requerida pela defesa, não sendo caso de assistência judiciária gratuita, o perito apresentará proposta de honorários.

Apresentada a proposta, intimar-se-á a defesa para que se manifeste.Em caso de concordância, deverá fazer o depósito em 5 (cinco) dias.

Na hipótese de divergência, os autos irão conclusos ao juiz.Depositados os honorários, o perito será intimado para a efetivação dos

trabalhos. Não depositados os honorários, será feita conclusão ao juiz.Apresentado o laudo, as partes serão intimadas.Após, os autos serão conclusos ao juiz.Enquanto não estiver implementado o “Rol Central de Peritos” na

página da Corregedoria-Geral da Justiça na internet, o cartório deverá manter lista organizada dos expertos do juízo, por especialidade, com os respectivos currículos e dados necessários aos atos de comunicação.

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Art. 114 do CNCGJ

Art. 114 - A escolha de perito recairá sobre profissional devidamente inscrito no órgão de classe.

§ 1º - Para perícias médicas, o Conselho Regional de Medicina do Estado de Santa Catarina disponibiliza na home page da instituição (www.cremesc.org.br) um rol de médicos e suas especialidades.

§ 2º - O Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Estado de Santa Catarina remeterá periodicamente à direção dos foros relação indicando os profissionais qualificados para a realização das perícias. Na hipótese de arbitramento ou avaliação de imóvel, não sendo possível a realização pelo avaliador judicial, poderá a designação recair sobre corretor de imóveis regularmente inscrito no respectivo órgão de classe (Provimento n. 01/99 e Ofício-Circular n. 03/2003).

CERTIDÕES

Certifico que expedi ofício cientificando o Sr. .................................................. da sua nomeação como perito, juntando cópia dos quesitos. Local e data

..................................................Escrivão

CERTIDÕES DE ATOS ORDINATÓRIOS

Certifico que o perito apresentou proposta de honorários.Fica intimado o réu, para manifestar-se sobre os honorários do perito. Concordando, deverá fazer o depósito, no prazo de 5 (cinco) dias.Local e data

..................................................Escrivão

Certifico que foram depositados os honorários do perito.Fica intimado o perito, para realizar a perícia.Local e data

..................................................Escrivão

Certifico que o perito entregou o laudo pericial.Ficam intimadas as partes da apresentação do laudo pericial.Local e data

..................................................Escrivão

1.8 ASSISTENTE SOCIAL

CONCEITO

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Assistente social: “Técnico especializado, de nível universitário, formado em serviço social, que tem a tarefa de auxiliar pessoas, grupos e comunidades a utilizarem suas iniciativa, procurando ajustar as necessidades humanas ao meio ambiente”.22

O assistência social procederá levantamento (estudo social) das instituições sociais aptas ao recebimento dos apenados com penas restritivas de direitos.

Arts. 326 a 330 e 345 a 348 do CNCGJ

Art. 326 – Para a execução da pena restritiva de direito, em consonância com o preceito do art. 149 da Lei de Execução Penal, há de se pressupor o conhecimento das aptidões e condições pessoais do apenado, o conhecimento das instituições onde os serviços poderão ser prestados e controle eficaz do cumprimento da pena.

Art. 327 – Para a implantação do Programa de Prestação de Serviços à Comunidade ou a Entidades Públicas, é necessário:

a) levantamento das instituições existentes na comarca, de caráter assistencial, particular ou pública, e sem fins lucrativos, aptas para a recepção dos apenados;

b) conhecimento das condições pessoais do condenado, quanto à natureza dos serviços que poderá prestar; e

c) serviço de apoio para o recolhimento de informações e acompanhamento de resultados.

Art. 328 – O levantamento das instituições com possibilidade de serem conveniadas será realizado pelo Serviço de Assistência Social.

§1º – O assistente social coletará informações sobre a natureza das atividades da instituição, o número eventual de vagas, a habilitação exigida para o trabalho a ser realizado pelo prestador, condições físicas e de pessoal para acompanhar o cumprimento, restrições quanto ao tipo de delito, horários para a prestação do serviço, tudo conforme formulário de código SIPJ/1594.

§2º – Os dados obtidos pelo assistente social, nos termos do parágrafo anterior, deverão compor um fichário, que instrumentará a escolha do local onde o prestador de serviço deverá cumprir a pena.

Art. 329 – Feito o levantamento de que trata o artigo antecedente, e procedida a escolha da instituição beneficiária, deverá ser firmado um convênio entre o juízo da execução e o estabelecimento de prestação de serviço, com regulação do modo de cumprimento da pena, definição do número de vagas e do sistema de controle, conforme formulário de código SIPJ/1592.

Art. 330 – Caberá ao juiz da execução, na conformidade do art. 149 da Lei de Execução Penal, a designação da entidade ou programa comunitário ou estatal, devidamente credenciado ou conveniado, que dará cumprimento à pena.

§1º – O Serviço de Assistência Social deverá previamente entrevistar o apenado, utilizando formulário de código SIPJ/1596, para conhecer as suas aptidões e condições pessoais, visando subsidiar o juiz de elementos para a sua decisão e para que o prestador possa ser encaminhado para a instituição mais adequada.

22 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. v. 1, p. 294.

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§2º – Deverá, também, fiscalizar o cumprimento da pena, acompanhando a execução e visitando periodicamente a instituição conveniada, emitindo relatórios regulares, conforme formulário de código SIPJ/1597.

§3º – Nas comarcas onde não houver assistente social do Poder Judiciário, o programa poderá ser implantado com a colaboração da Prefeitura Municipal.

§4º – A entidade beneficiada com a prestação de serviços encaminhará mensalmente, ao juiz da execução, relatório circunstanciado das atividades do condenado, bem como, a qualquer tempo, comunicação sobre ausência ou falta disciplinar (Lei de Execução Penal, art. 150).

Art. 345 – O Serviço de Assistência Social fará um levantamento das instituições assistenciais sem fins lucrativos existentes na comarca, particulares ou públicas, aptas para a recepção dos beneficiados.

§ 1º – Serão colhidas informações sobre a natureza das atividades da instituição, o número eventual de vagas, a habilitação exigida para o trabalho a ser realizado pelo prestador, condições físicas e de pessoal para acompanhar o cumprimento e restrições quanto ao horário para a prestação do serviço.

§ 2º – Os dados obtidos deverão compor um fichário, que instrumentará a escolha do local onde será prestado o serviço.

Art. 346 – Após o levantamento de que trata o artigo antecedente e, procedida a escolha da instituição beneficiária, deverá ser firmado um convênio entre a CEMPA e o estabelecimento de prestação de serviço, regulando-se o modo de cumprimento da pena, definição do número de vagas e sistema de controle.

Art. 347 – O Serviço de Assistência Social deverá previamente entrevistar o beneficiado para conhecer as suas aptidões e condições pessoais, a fim de subsidiar a autoridade judiciária com elementos para a sua decisão e para que o prestador possa ser encaminhado para a instituição mais adequada.

Art. 348 – O Serviço de Assistência Social deverá, também, fiscalizar o cumprimento da pena, acompanhando a execução e visitando periodicamente a instituição conveniada, emitindo relatórios regulares.

Realizado o levantamento referido, o assistente social fará um relatório que será encaminhado ao juiz encarregado.

Em virtude da possível necessidade de intimação para audiências, constarão do relatório o nome e qualificação das pessoas que participaram do estudo. Não o fazendo, o cartório devolverá o documento para complementação.

No caso de prestação de serviços à comunidade, decorrente de pena ou transação penal, o assistente social deve proceder à entrevista e providenciar o encaminhamento do infrator à entidade conveniada, juntamente com modelo de relatório de acompanhamento.

A cada 3 (três) meses o assistente social fará levantamento da situação dos infratores sujeitos às medidas acima, remetendo o relatório ao cartório, que fará a juntada no processo respectivo.

Informando o relatório que houve descumprimento da medida, o cartório abrirá vista ao promotor de justiça.

Caso não sejam apresentados os relatórios no prazo estabelecido, o cartório oficiará solicitando informações ao assistente social.

Não havendo resposta, o cartório certificará e fará conclusão ao juiz.

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CERTIDÃO

Certifico que no estudo social de fls. ........ não consta o ..................................................................., motivo pelo qual devolvi o estudo ao serviço social para complementação.Local e data

..................................................Escrivão

1.9 CENTRAL DE EXECUÇÃO DAS MEDIDAS E PENAS ALTERNATIVAS (CEMPA)

Com o intuito de melhor prover a execução e fiscalização das penas e medidas não privativas de liberdade, faculta-se as comarcas a instalação de uma Central de Execução das Medidas e Penas Alternativas, que reger-se-á de acordo com as normas previstas no CNCGJ:

Arts. 332 a 334, 339, 342 a 346, 349, 351 e 352 do CNCGJ

Art. 332 – Faculta-se a instalação de uma Central de Execução das Medidas e Penas Alternativas – CEMPA, com competência para promover a execução das penas e medidas não privativas de liberdade e condições impostas pelos Juízos Criminais e Juizados Especiais Criminais.

Art. 333 – Nas comarcas com mais de uma vara, os magistrados com competência para a execução e interessados em adotar a nova modalidade expedirão portaria conjunta para instituir a CEMPA e regulamentar o seu funcionamento, observadas as regras aqui estabelecidas.

§ 1º – O ato deverá fazer menção ao magistrado responsável pela CEMPA, facultado rodízio, observando-se um período mínimo de quatro meses.

§ 2º – Cópia da portaria será encaminhada à Presidência do Tribunal que, estando de acordo, expedirá o competente ato de designação.

Art. 334 – A execução consiste na fiscalização do cumprimento do benefício concedido.

Art. 339 – Recebida a carta de guia na CEMPA, o magistrado designado para responder pela unidade passará a ter competência para todos os atos da execução, fiscalização e acompanhamento do infrator beneficiado.

Art. 342 – A sentença que impuser prestação de serviços à comunidade ou entidade pública deverá especificar as condições em que a atividade será desenvolvida, ficando a critério da autoridade judiciária que atuar na CEMPA a designação da entidade.

Art. 343 – A CEMPA manterá cadastro de entidades públicas ou privadas capacitadas para receber os infratores.

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Art. 344 – A autoridade judiciária fará a designação da entidade à vista dos elementos colhidos pelo Serviço de Assistência Social da comarca, tendo em conta atividade que melhor se ajuste às caraterísticas, condições pessoais e individualidade do infrator beneficiado e, ainda, a natureza da infração praticada.

Art. 345 – O Serviço de Assistência Social fará um levantamento das instituições assistenciais sem fins lucrativos existentes na comarca, particulares ou públicas, aptas para a recepção dos beneficiados.

§ 1º – Serão colhidas informações sobre a natureza das atividades da instituição, o número eventual de vagas, a habilitação exigida para o trabalho a ser realizado pelo prestador, condições físicas e de pessoal para acompanhar o cumprimento e restrições quanto ao horário para a prestação do serviço.

§ 2º – Os dados obtidos deverão compor um fichário, que instrumentará a escolha do local onde será prestado o serviço.

Art. 346 – Após o levantamento de que trata o artigo antecedente e, procedida a escolha da instituição beneficiária, deverá ser firmado um convênio entre a CEMPA e o estabelecimento de prestação de serviço, regulando-se o modo de cumprimento da pena, definição do número de vagas e sistema de controle.

Art. 349 – A entidade beneficiada com a prestação de serviços encaminhará, mensalmente, à CEMPA, relatório circunstanciado das atividades do beneficiado, bem como, a qualquer tempo, comunicação sobre ausência ou falta disciplinar.

Art. 351 – A autoridade judiciária responsável pela CEMPA expedirá ordem de serviço disciplinando a atividade dos agentes de fiscalização e demais profissionais que atuarem na unidade.

Art. 352 – A execução dos processos em andamento será feita pela CEMPA.

1.10 LEILOEIRO OFICIAL

CONCEITO

Leiloeiro: Agente comercial, cadastrado na Junta Comercial do Estado, que, designado pelo juízo e mediante remuneração de lei ou por aquele estipulada, serve ao processo exercendo os atos tendentes a alienar, em hasta pública, os bens apreendidos, confiscados ou seqüestrados que não tiverem sido restituídos aos interessados.

Art. 705 do CPC

Art. 705 – Cumpre ao leiloeiro:I – publicar o edital, anunciando a alienação;II – realizar o leilão onde se encontrem os bens, ou no lugar designado pelo

juiz;III – expor aos pretendentes os bens ou as amostras das mercadorias;IV – receber do arrematante a comissão estabelecida em lei ou arbitrada

pelo juiz;V – receber e depositar, dentro em vinte e quatro 24 (vinte e quatro) horas, à

ordem do juízo, o produto da alienação;

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VI – prestar contas nas 48 (quarenta e oito) horas subseqüentes ao depósito.

O leiloeiro oficial, onde houver, será designado independentemente de compromisso, pelo juiz da vara, ou por portaria conjunta dos juízes da comarca, para a concretização das hastas públicas.

Arts. 222 a 224 do CNCGJ

Art. 222 – A intervenção de leiloeiro público não é obrigatória nas alienações judiciais, facultando-se à parte sua livre contratação, hipótese em que a autoridade judiciária observará a área de atuação do profissional.

Art. 223 – Havendo adesão ao "Programa de Hastas Públicas" (praças e leilões), aplicável inclusive às execuções fiscais, serão observadas, na medida do possível, as diretrizes aqui estabelecidas.

Art. 224 – Inicialmente, o leiloeiro oficial da respectiva região será contatado pelo magistrado da vara ou magistrados da comarca com competência cível, visando entendimentos sobre a preparação do programa, que poderá redundar em ato administrativo conjunto dos julgadores, sempre observadas as peculiaridades locais e regionais.

Parágrafo único – Os magistrados poderão credenciar mais de um leiloeiro oficial com atribuição geral ou mesmo por área (cível e execução fiscal).

A sua remuneração será no percentual de 5% (cinco por cento) sobre o valor da arrematação ou adjudicação (art. 24 do Dec. n. 21.981/32).

Art. 24 do Dec. n. 21.981/32

Art. 24 – A taxa da comissão dos leiloeiros será regulada por convenção escrita que, sobre todos ou alguns dos efeitos a vender, eles estabelecerem com os comitentes. Em falta de estipulação prévia, regulará a taxa de 5% (cinco por cento), sobre móveis, mercadorias, jóias, e outros efeitos e a 3% (três por cento), sobre bens imóveis de qualquer natureza.

Parágrafo único – Os compradores pagarão obrigatoriamente 5% (cinco por cento) sobre quaisquer bens arrematados.

Os bens objetos da hasta pública, na medida do possível, serão removidos para as mãos do leiloeiro oficial mediante despacho do juízo, a fim de que sejam colocados em exposição aos possíveis lançadores e garantir uma arrematação eficaz.

O leiloeiro oficial, a quem o acesso aos autos será facilitado, fica encarregado da divulgação do ato, nada impedindo que o juízo, em forma de notícia, publique ou divulgue a ocorrência do evento.

Nos processos que pendem exclusivamente de realização de praça/leilão, já atualizados o débito exeqüendo e a avaliação, havendo designação de leiloeiro oficial pelo juízo, o cartório lhe encaminhará os autos (mediante carga em livro próprio) e os bens (mediante termo de entrega).

Recebidos os autos e os bens, o leiloeiro deverá:

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a) designar, com antecedência mínima de 40 (quarenta) dias, as datas e horários para os leilões, que serão realizados no átrio do fórum, no local onde se encontrarem os bens, ou em outro local designado pelo juízo;

b) expedir e fazer publicar os editais, observados os requisitos do art. 686 do CPC;

c) comunicar ao cartório judicial respectivo, mediante entrega de cópia dos editais, as datas e horários designados para a hasta pública, possibilitando a sua publicação na sede do juízo;

d) encaminhar a intimação pessoal das partes e demais interessados, respeitado o prazo mínimo de 10 (dez) dias anteriores à praça, anexando aos autos os respectivos comprovantes;

e) dar ampla publicidade à realização da hasta pública, podendo, para tanto, a seu custo, servir-se de avisos ou chamadas pela imprensa;

f) anexar aos autos o comprovante da publicação dos editais, bem como dos valores orçados e despendidos para tal fim;

g) proceder à alienação dos bens, expedindo e subscrevendo, em seqüência, os respectivos autos – de arrematação ou de hasta negativa;

h) caso positiva a hasta pública, encaminhar imediatamente o arrematante ao cartório judicial, que providenciará o preenchimento da respectiva guia de recolhimento judicial;

i) não havendo lançadores, remeter o processo ao cartório judicial.

Art. 225 do CNCGJ

Art. 225 – Nos processos que pendem exclusivamente de realização de praça ou leilão, já atualizado o débito exeqüendo e a avaliação, o juiz designará leiloeiro oficial, objetivando a concretização das hastas públicas, independentemente de compromisso.

§ 1º – Havendo número suficiente de processos, o leiloeiro oficial, após devidamente autorizado por despacho ou portaria anexada nos respectivos autos, poderá designar datas e horários para as praças e leilões, a se realizarem em local único, providenciar edital comum e enviá-lo ao cartório para intimação das partes (com antecedência mínima de quarenta dias), anunciar no processo o valor (proporcional) das despesas com a publicação do edital e, inclusive, confeccionar o auto e a carta de arrematação.

§ 2º – O leiloeiro, a quem o acesso aos autos será facilitado, com as cautelas de praxe, fica encarregado da divulgação do ato, nada impedindo que o magistrado, em forma de notícia, publique a ocorrência do evento ou o divulgue em emissora radiofônica local, buscando atrair o maior número de concorrentes.

§ 3º – Positiva a primeira ou a segunda hasta pública, ao leiloeiro oficial cabe a imediata comunicação ao juízo (após depósito e prestação de contas) para lavratura do auto e a expedição da carta de arrematação (Código de Processo Civil, art. 707), se a ele não couber este encargo; negativa a segunda hasta pública, o mesmo procedimento deverá adotar, agora para posterior pronunciamento judicial.

§ 4º – O magistrado poderá, observadas as cautelas legais, autorizar a remoção dos bens objeto da hasta pública para depósito próprio, facilitando o acesso dos interessados.

Decorridos 60 (sessenta) dias da entrega dos autos ao leiloeiro, o

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cartório expedirá ofício solicitando informações acerca do estado do processo.Caso a venda judicial não tenha sido feita após 90 (noventa) dias da

entrega, o cartório certificará e fará conclusão ao juiz.

CERTIDÕES

Certifico que remeti os autos ao leiloeiro para a realização da hasta pública.Local e data

..................................................Escrivão

Certifico que, informadas as datas pelo leiloeiro para a realização da hasta pública, providenciei a publicação na sede do juízo.Local e data

..................................................Escrivão

Certifico que, passados 60 (sessenta) dias da entrega dos autos ao leiloeiro, expedi ofício solicitando informações acerca do estado do processo. Local e data

..................................................Escrivão

Certifico que, passados 90 (noventa) dias da entrega dos autos ao leiloeiro, a venda judicial não foi realizada. Local e data

..................................................Escrivão

REMESSA

Em ......./......./......, remeto estes autos ao leiloeiro.

..................................................Escrivão

EXPEDIENTES

Recibo de entrega da peça:

PODER JUDICIÁRIO

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Page 56: Manual Criminal

ESTADO DE SANTA CATARINA<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

TERMO DE ENTREGA E RECEBIMENTO

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor: <<Nome da Parte>> Réu: <<Nome da Parte>>

Dados do(s) Objeto(s) Entregue(s)

Objeto 01 .........Objeto 02 .........

Dados do Recebedor

Nome Completo .........Nacionalidade ......... Estado Civil .........Profissão ......... Data Nascimento .........Número da CI ......... Número do CPF .........Outro Documento .........

Em <<C<[30]<<P<[14]DataExtenso>P>>>C>>, procedi a entrega do(s) objeto(s) à pessoa acima identificada, a qual bem ciente ficou sobre seus deveres de posse e guarda, do que, para constar, lavrei o presente termo. Eu, ________, <<Nome do Escrivão>>, Escrivã(o) Judicial, o subscrevi.

.........

Recebedor

<<Nome do Escrivão>>Escrivã(o) Judicial

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Page 57: Manual Criminal

Ofício ao leiloeiro solicitando informações acerca do estado do processo:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

Ofício nº <<Nome da Comarca e data por extenso>>

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor/Requerente: <<Nome da Parte>> Réu/Requerido: <<Nome da Parte>> .........

Senhor(a) .........:

Pelo presente, solicito a Vossa Senhoria informações acerca do estado do processo de nº .............................., que lhe foi remetido para realização de praça / leilão.

Agradecendo as providências tomadas no sentido do pronto atendimento do presente, desejo reiterar a Vossa Excelência os mais elevados protestos de consideração.

<<Nome do Juiz>>Juiz(a) de Direito

Excelentíssimo(a) Senhor(a).........

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Page 58: Manual Criminal

1.11 ATENDIMENTOS ÀS PARTES E ADVOGADOS

CONCEITOS

Partes: “No processo penal, parte é aquele sujeito processual que deduz ou contra o qual é deduzida uma relação de direito material-penal. São partes, portanto, o autor e o réu. A parte ativa é o autor (parte acusadora) e a parte passiva é o réu ou acusado (parte acusada). Sem uma delas não se forma a relação processual”. 23

Advogado: “Profissional legalmente habilitado e devidamente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil para atuar na tutela de interesses particulares”.24

Art. 418 do CDOJSC

Art. 418 – Os juízes são obrigados a cumprir o expediente no local onde

fizerem suas audiências, durante uma hora pelo menos, nos dias úteis e dentro do período de funcionamento do foro.

§ 1º – Ao assumir o exercício de suas funções na comarca, o juiz anunciará por edital a hora de seu expediente, procedendo da mesma forma e com antecedência de 30 (trinta) dias, sempre que entender conveniente alterá-lo.

§ 2º – Em caso de urgência, é o juiz obrigado a atender o expediente, em qualquer dia e hora, ainda que fora dos auditórios.

§ 3º – O juiz que não comunicar por editais o lugar e a hora do seu expediente, ou alterá-lo sem aviso prévio, incorrerá na pena de advertência e, nas reincidências, em censura, aplicada pelo Corregedor-Geral.

§ 4º – O tempo destinado às audiências de instrução dos processos cíveis e criminais não poderá ser inferior a 3 (três) horas diárias.

Arts. 29 e 210 do CNCGJ

Art. 29 - Os juízes, ao entrarem em exercício, devem encaminhar à Corregedoria-Geral da Justiça cópia do edital de anúncio do expediente, que especificará o horário reservado à prolação de despachos, sentenças, realização de audiências e atendimento das partes e advogados, sempre ressalvados os casos urgentes (Conselho da Magistratura, Consulta n. 487).

Art. 210 - O livre acesso dos advogados à repartição judicial não significa, nem assim deve ser entendido, como a faculdade de manuseio de livros, documentos, papéis e processos do cartório, o que somente ocorrerá mediante autorização do escrivão ou servidor competente.

As partes e advogados serão atendidos por ordem de chegada. Aqueles com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos terão atendimento prioritário.

Arts. 167 e 168 do CNCGJ

Art. 167 – Nos processos em que figure como parte ou interveniente pessoa com idade igual ou superior a sessenta anos, será afixada etiqueta na capa com os dizeres “PREFERENCIAL SEGUNDO A LEI N. 10.741/2003”.

23 MIRABETE, Julio Fabbrini. Processo Penal, p. 324.24 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. v. 1, p. 120.

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Page 59: Manual Criminal

Art. 168 – Aos advogados com idade igual ou superior a sessenta anos é recomendável tratamento prioritário no atendimento pessoal.

Haverá sempre um funcionário – obedecendo-se a uma escala diária ou semanal, a critério do escrivão – para atendimento no balcão. Em caso de fila, serão distribuídas senhas.

Arts. 477 a 481 do CNCGJ:

Art. 477 – Deve ser evitada a edição de atos administrativos restringindo, em caráter genérico, a prestação de informações ou de esclarecimentos por telefone, a pedido das partes ou advogado, a respeito de processo ou de serviço forense.

Art. 478 – Ao pedido de informações de advogados de outras comarcas ou municípios, deverá ser dispensada atenção especial, quando a solicitação for razoável, atentando-se para o fato de que a exigência para o comparecimento ao fórum, em situações tais, pode representar ônus demasiado para a parte.

Art. 479 – Aos advogados, militantes na comarca ou não, deve-se recusar pedido de informação acerca do conteúdo de despacho ou de decisão proferidos em processo, de modo a não antecipar o conhecimento da intimação.

§ 1º – A informação deverá sempre ter caráter genérico e ser restrita à fase do processo ou de seu paradeiro (ex.: concluso para o juiz, com vista para a parte ou para o promotor, aguardando fluência de prazo ou audiência designada etc.).

§ 2º – Não será negada informação sobre audiências já realizadas ou não, sobre montantes de cálculos omitidos em intimações ou sobre a prolação ou não de decisão, ainda que não se deva referir a solução dada à espécie, antes da intimação.

Art. 480 – A prestação de informação deve ser adequada às condições operacionais do cartório, de modo a não causar prejuízo ao serviço forense. O servidor deverá incentivar o uso da internet ou mesmo dos totens ou centrais de informações existentes nas comarcas, cujo procedimento além de mais célere, evita a utilização de mão-de-obra dos cartórios.

Parágrafo único – Quando a solicitação demandar busca de autos e não sendo possível a consulta imediata, recomenda-se ao cartório, para não haver ocupação da linha telefônica por longo período, tampouco desorganizar o serviço interno com a mobilização de outros servidores para o mesmo intento, que a resposta seja prestada ao final da tarde ou noutro horário do expediente, cabendo aos advogados ou partes telefonarem novamente, na hora avençada, para a obtenção da informação pretendida.

Art. 481 – A prestação de informações, por evidente, não pode prejudicar o sigilo necessário, quando se tratar de processo que tramita em segredo de justiça ou nas hipóteses de citações, intimações e cientificações pelos meios legais, quando o conhecimento prévio possa prejudicar ou frustar a execução da medida ou da diligência determinada.

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1.12 PLANTÃO JUDICIÁRIO

CONCEITO

Plantão judiciário: “Ato de o funcionário ficar à disposição do público, em dia preestabelecido, ou fora do expediente normal, resolvendo os problemas que surgirem”.25

Arts. 31 a 38 do CNCGJ

Art. 31 – O serviço de plantão na Justiça de Primeiro Grau destina-se ao atendimento de medidas judiciais urgentes – assim consideradas aquelas destinadas a evitar o perecimento de direito ou assegurar a liberdade de locomoção –, nos dias e horas em que não houver expediente forense normal.

§ 1º – O plantão será semanal e funcionará das dezenove horas da quarta-feira até às nove horas da quarta-feira seguinte, prorrogando-se até às dezenove horas se nesse dia não houver expediente forense.

§ 2º – As decisões proferidas pelo juiz de plantão não o vincularão ao respectivo feito.

Art. 32 – O plantão compreenderá as comarcas integrantes da circunscrição judiciária, observada a escala elaborada pelo diretor do foro da comarca que lhe servir de sede, devendo dela participar todos os juízes com exercício na circunscrição, independentemente da natureza de sua jurisdição, os quais deverão ser previamente ouvidos.

Parágrafo único – Os servidores que integrarão a escala de plantão serão designados pelos juízes diretores de foro das suas respectivas comarcas.

Art. 33 – Na Comarca da Capital haverá uma escala de plantão para atendimento dos feitos da jurisdição do cível, família e feitos da Fazenda, e outra para a jurisdição do crime, infância e juventude.

§ 1º – No interesse do serviço forense, poderá ser estendido para outras comarcas o plantão conforme a natureza da jurisdição.

§ 2º – Para preservar o equilíbrio no rodízio entre os juízes que participarão dos plantões, os juízes especiais e os substitutos deverão ser designados para a escala em que houver menor rotatividade.

Art. 34 – Os servidores que participarem do plantão semanal terão direito a um dia de folga, a ser gozado oportunamente, observado o critério fixado pelo juiz da vara em que estiver lotado, quando for o caso.

Art. 35 – Para a hipótese de não ser localizado o juiz de plantão – o que deverá ser comprovado por certidão passada pelo servidor plantonista –, a competência referida no artigo 31 será estendida a outro juiz da própria comarca, naquelas em que houver mais de uma vara, ou da comarca mais próxima.

§ 1º – O juiz que prestar a jurisdição deverá comunicar a ocorrência à Corregedoria-Geral da Justiça, por escrito, no primeiro dia útil seguinte.

§ 2º – No prazo de quarenta e oito horas o juiz plantonista não encontrado deverá justificar plenamente essa falta à Corregedoria-Geral da Justiça.

Art. 36 – A falta de recolhimento das custas iniciais não impedirá o conhecimento de medidas urgentes pelo juiz de plantão. Neste caso, deverá ser fixado prazo de quarenta e oito horas para o recolhimento respectivo, sob pena

25 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. v. 3, p. 608.

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de cancelamento da distribuição (Código de Processo Civil – Lei federal n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973, art. 257).

Art. 37 – A escala dos juízes e servidores de plantão, com os seus respectivos endereços ou telefones, deverá ser remetida à Presidência do Tribunal de Justiça e à Corregedoria-Geral da Justiça até o dia vinte e cinco do mês anterior a que se referir.

Parágrafo único – Cópias da escala semanal do plantão com as alterações, se houver, deverão ser afixadas nos átrios dos fóruns e remetidas ao Ministério Público, às autoridades policiais locais e às subseções da OAB da circunscrição com antecedência mínima de três dias úteis.

Art. 38 – Nas férias forenses (2 a 31 de janeiro), os juízes plantonistas serão designados pelo Presidente do Tribunal, competindo-lhes designar os servidores que farão parte do plantão.

Ao receber a escala de plantão, o escrivão deverá imediatamente entrar em contato com o magistrado e demais funcionários designados, a fim de tomar ciência dos seus respectivos endereços e telefones, prevenindo eventuais desencontros.

1.13 LIVROS OBRIGATÓRIOS E OUTROS DOCUMENTOS

Arts. 192, 194, 195, 196, 197, II e 198 do CNCGJ

Art. 192 – Os procedimentos de registro e documentação serão efetivados diretamente no sistema informatizado ou em livros ou pastas, conforme dispuser este Código.

Art. 194 – O desaparecimento e a danificação de qualquer livro ou documento deverá ser comunicado imediatamente ao magistrado, que determinará desde logo a restauração à vista dos elementos existentes.

Art. 195 – Os livros serão abertos e encerrados pelo escrivão, que rubricará as suas folhas.

§ 1º – No termo de abertura constará o número de série do livro, a sua finalidade, o número de folhas, a declaração de estarem rubricadas e o cartório, bem como a data, o nome e a assinatura do auxiliar e, ainda, o visto do juiz.

§ 2º – Nos livros constituídos pelo sistema de impressão por computação ou folhas soltas, o juiz lançará o visto no termo de abertura, independentemente da apresentação das demais folhas.

§ 3º – Lavrar-se-á o termo de encerramento somente por ocasião do seu término, consignando-se qualquer fato relevante, como folha em branco, certidões de cancelamento de atos, dentre outros.

§ 4º – Após a lavratura do termo de encerramento, o livro deverá ser apresentado ao juiz, o qual lançará o seu visto, podendo determinar providências que se fizerem necessárias.

§ 5º – Considerando-se a natureza dos atos escriturados, os livros poderão ser organizados em folhas soltas, datilografadas, impressas por sistema de computação ou por fotocópias, e não ultrapassarão o número de duzentas folhas, numeradas e rubricadas.

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Art. 196 – Os livros da direção do foro, contadoria, distribuição e demais unidades que não estiverem vinculadas diretamente a um juiz, mas com atuação comum às diversas varas, serão de responsabilidade do servidor que atende o ofício e fiscalizados pelo diretor do foro.

Art. 197 – Nos cartórios são de uso obrigatório os seguintes livros:II – Área Criminal:1 – Protocolo de Correspondências – de folhas soltas, em forma de pastas,

uma para inserção de cópias das correspondências expedidas pelo juízo e outra para as recebidas, desde que não sejam destinadas aos processos;

2 – Registro de Atos Administrativos Expedidos pelo Magistrado – de folhas soltas, preferencialmente em forma de pasta, na qual serão acostadas cópias de todos os atos administrativos expedidos pela autoridade judiciária (ex.: portarias e ordens de serviço);

3 – Exercício dos Juízes – destinado ao registro dos períodos em que os magistrados atuaram na unidade, abrangendo colunas para anotação das datas em que os respectivos juízes assumiram e deixaram o cargo, inclusive nos afastamentos temporários;

4 – Visitas e Correições – de folhas soltas, preferencialmente em forma de pasta, destinado ao registro das atas e relatórios que dizem respeito a inspeções ou correições;

5 – Carga para Advogado – destinado ao registro de carga de autos aos advogados, com colunas abrangendo as seguintes informações:

a) número do processo (referência a eventuais apensos);b) data da carga;c) número de folhas;d) nome do advogado e número de inscrição na OAB, facultado ao servidor,

se necessário, solicitar a apresentação do documento de identidade;e) assinatura do causídico;f) data da descarga; eg) identificação do servidor que anotou a devolução;6 – Carga para Perito – destinado ao registro de carga de autos aos peritos,

com colunas abrangendo as seguintes informações:a) número do processo (referência a eventuais apensos);b) data da carga;c) número de folhas;d) nome do perito;e) assinatura;f) data da descarga; eg) identificação do servidor que anotou a devolução;7 – Termos de Audiência – em forma de pasta, destinado a guarda de cópia

dos termos das audiências realizadas, dispensados os depoimentos;8 – Registro de Sentença – destinado ao registro de todas as sentenças,

observada a ordem cronológica. Formado por folhas soltas, datilografadas, impressas ou por fotocópias (não autenticadas), conterá numeração renovável anualmente, até o limite de duzentas folhas, devendo o registro iniciado ser encerrado no mesmo livro, ainda que ultrapasse o limite antes referido. As decisões proferidas em Embargos de Declaração receberão o mesmo número do registro da sentença a que se referem, acrescido da letra "A", e devem ser objeto de averbação no verso da sentença já registrada.

9 – Registro de Fiança – destinado ao registro dos depósitos relativos a fiança. Conterá as seguintes informações:

a) número do processo ou inquérito;b) nome do depositante;c) valor;d) destino; e

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e) observações;10 – Armas e Objetos Apreendidos – destinado ao registro de armas e

objetos apreendidos. Conterá as seguintes informações:a) número de ordem;b) data de entrada;c) espécie;d) características;e) processo;f) nome do proprietário (réu, vítima ou terceiro);g) destino; eh) observações; e11 – Atas de Julgamento do Tribunal do Júri – de folhas soltas,

preferencialmente em forma de pasta, na qual serão acostadas cópias das atas de julgamento.

Art. 198 – O uso de outros livros torna-se facultativo, a critério da autoridade judiciária.

À medida que forem sendo instituídos livros obrigatórios “virtuais” pelo SAJ/PG, os livros escriturados serão extintos.

Além dos livros obrigatórios, devem ser abertas as seguintes pastas de arquivos:

a) instruções da Presidência do Tribunal de Justiça;b) instruções da Corregedoria-Geral da Justiça;c) peritos à disposição do juízo, com separação de especialidades;d) certidões requeridas;e) processos com pena de multa inferior a R$ 700,00 (setecentos

reais);f) anotações de contas judiciárias;g) endereços de entidades sociais;h) endereços de repartições públicas e órgãos de interesse do Poder

Judiciário;i) carga rápida;j) suspensões condicionais da pena (fichas de apresentação dos

apenados);k) telefones e endereços do juízo;l) informações sigilosas da Receita Federal (Provimento nº 04/89);m) informações sigilosas do programa de proteção a vítimas e

testemunhas ameaçadas (Provimento nº 14/03).

Arts. 2º e 3º do Provimento nº 14/03 da CGJ

Art. 2º – Os dados pessoais da vítima e/ou da testemunha deverão ser anotados em documentos distintos dos de seus depoimentos e depositados em pasta própria, sob a guarda do Escrivão Policial ou Judicial, no âmbito de suas atribuições.

§ 1º – Os documentos deverão ser remetidos, com o devido destaque de seu caráter sigiloso (carimbo ou etiqueta), pela Autoridade Policial ao Juiz competente após a conclusão do inquérito policial.

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§ 2º – Aportando na distribuição, feitos com essas características, deverá o distribuidor comunicar o Escrivão Judicial que fará conclusão imediata dos autos ao magistrado, para análise da adequação da medida.

§ 3º – O pedido de acesso a tais documentos deverá ser formulado ao Delegado de Polícia ou ao Magistrado condutor do feito, na âmbito esfera de suas competências, que decidirá a respeito.

§ 4º – É proibida a cópia ou reprodução dos documentos supramencionados.§ 5º – As pastas deverão ser abertas e encerradas pelo Escrivão, tendo no

máximo duzentas folhas, devidamente numeradas e rubricadas. Após o termo de encerramento, deverá ser lacrada e arquivada, ressalvadas as regras contidas nos artigos 122 a 138 do Código de Normas da Corregedoria Geral de Justiça, que se referem à eliminação de autos e documentos.

Art. 3º – Os processos de que trata este provimento deverão conter identificadores da pasta onde se encontram depositados os dados reservados.

1.14 PROCESSOS COM PREFERÊNCIA

CONCEITOS

Processo: “Para a resolução da lide ‘entra em atividade o poder jurisdicional do Estado, cujo órgão se coloca eqüidistante dos titulares em choque, para dar a cada um o que é seu, o que o faz mediante a aplicação de norma ditada, para o caso, pela ordem jurídica’. A solução da lide é realizada através de atos em que cada uma das partes tem oportunidade de demonstrar a prevalência de seu interesse sobre o da outra: a acusação em obter o reconhecimento da pretensão punitiva; a defesa em não sofrer restrição ao seu direito de liberdade. Ao conjunto desses atos, que visam à aplicação da lei ao caso concreto se dá o nome de ‘processo’. O processo soluciona a lide, ou seja, compõe o litígio”. 26

Procedimento: “É a forma como o processo se exterioriza e materializa no mundo jurídico. É através do procedimento que o processo age. Basicamente consiste ele numa seqüência de atos que deve culminar com a declaração do Judiciário sobre quem tem o direito material (bem da vida) na lide submetida à sua apreciação”.27 Trata-se da “cadeia de atos e fatos coordenados, juridicamente relevantes, vinculados por uma finalidade comum, qual a de preparar o ato final, ou seja, o provimento jurisdicional, que, no processo de conhecimento, é a sentença de mérito”. 28

Conclusão: é a “remessa dos autos do cartório ao juiz, para despacho ou sentença”.29

Denúncia: “peça acusatória iniciadora da ação penal, consistente em uma exposição por escrito de fatos que constituem, em tese, ilícito penal, com a manifestação expressa da vontade de que se aplique a lei penal a quem é presumivelmente seu autor e a indicação das provas em que se alicerça a pretensão punitiva. A denúncia é a peça acusatória inaugural da ação penal pública (condicionada ou incondicionada)”.30

Queixa-crime: “é uma petição inicial, com a qual se dá início à ação penal privada. Equivale à denúncia e como esta deve ser formulada, juntando-se o inquérito policial ou outro elemento

26 MIRABETE, Julio Fabbrini. Processo Penal, p. 28.27 BARROSO, Carlos Eduardo Ferraz de Mattos. Coleção Sinopses Jurídicas, vol. 11 – Processo civil: teoria geral do processo de conhecimento, p. 04.28 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 13.29 FÜHRER, Maximilianus Cláudio Américo. Coleção Resumos, v. 4 - Resumo de Processo Civil. 18ª ed., São Paulo: Malheiros, 1998, p. 139.30 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 127.

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informativo. É subscrita por advogado, devendo a procuração conter poderes especiais e menção expressa ao fato criminoso”.31

Antecedentes: “são os fatos bons ou maus da vida pregressa do autor do crime (...). A doutrina vem entendendo, também, que a existência de várias absolvições por falta de provas ou de inúmeros inquéritos arquivados constitui maus antecedentes”.32

Medidas assecuratórias: “São providências cautelares de natureza processual, urgentes e provisórias, determinadas com o fim de assegurar a eficácia de uma futura decisão judicial, seja quanto à reparação do dano decorrente do crime, seja para a efetiva execução da pena a ser imposta. Ex. hipoteca legal, seqüestro, arresto, fiança, busca e apreensão e, relativamente às pessoas, prisão provisória”.33

Incidentes de execução da pena: Embora a Lei de Execução Penal, em seu Título VII (arts. 180 a 193), defina como incidentes de execução (em sentido estrito) apenas os procedimentos instaurados nos casos de conversões, excesso ou desvio, anistia e indulto, são considerados incidentes da execução penal (em sentido amplo) todos os acontecimentos, no processo de execução, que visem a concessão de um benefício ao condenado ou impliquem em qualquer modificação da sua situação prisional e que, conseqüentemente, exigem a atuação jurisdicional.

As denúncias ou queixas-crime, bem como os processos referidos abaixo, devem ser trazidas ao magistrado em pilhas distintas, sendo que, no cartório devem ter tramitação preferencial:

a) réu preso;b) processos em que figure como parte ou interveniente pessoa com

idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos (art. 71 da Lei nº 10.741/2003);

c) incidentes em execução de pena;d) tóxicos (arts. 12 a 19, da Lei nº 6.368/76);e) estupro e atentado violento ao pudor (arts. 213 e 214, do CP);f) roubo (art. 157 do CP);g) crimes de competência do Tribunal do Júri (arts. 121, caput e § 2º;

122, 123, 124, 125 e 126, do CP);h) crimes contra a administração pública (arts. 312 a 359-H, do CP);i) crimes contra o meio ambiente (arts. 29 a 69, da Lei nº 9.605/98);j) crimes contra a ordem tributária (arts. 1º a 3º, da Lei nº 8.137/90);k) crimes contra a ordem econômica (arts. 4º a 6º, da Lei nº 8.137/90);l) crimes contra as relações de consumo (art. 7º da Lei nº 8.137/90 e

arts. 61 a 74 da Lei nº 8.078/90);m) homicídios culposos praticados na direção de veículo automotor (art.

302 da Lei nº 9.503/97);n) indiciados e réus com antecedentes;o) medidas assecuratórias;

31 FÜHRER, Maximilianus Cláudio Américo e FÜHRER, Maximiliano Roberto Ernesto. Coleção Resumos, v. 6 - Resumo de Processo Penal. 13ª ed., São Paulo: Malheiros, 2001, p. 22.32 GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Coleção Sinopses Jurídicas, vol. 7 – Direito penal: parte geral. 4ª ed., São Paulo: Saraiva, 2000, p.125.33 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 353.

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Art. 166, caput, do CNCGJ

Art. 166 – Os processos com réu preso terão preferência na tramitação, daí porque as providências a serem tomadas serão imediatas.

Art. 71,caput, da Lei nº 10.741/2003

Art. 71 – É assegurada prioridade na tramitação dos processos e procedimentos e na execução dos atos e diligências judiciais em que figure como parte ou interveniente pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, em qualquer instância.

Nos processos com réu preso deverá constar na capa do processo, na parte superior direita, etiqueta adesiva com os dizeres “RÉU PRESO” (se a prisão se deu no mesmo processo) ou “RÉU PRESO EM OUTRO PROCESSO” (caso a prisão se deva a outro processo).

Art. 165 do CNCGJ

Art. 165 – Faculta-se a adoção de etiquetas ou carimbos para assinalar certas situações especiais (ex.: assistência judiciária, réu preso, segredo de justiça, intervenção do Ministério Público e curador).

Da mesma forma, nos processos em que figure como parte ou interveniente pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos deverá constar na capa do processo etiqueta adesiva com os dizeres “PREFERENCIAL SEGUNDO A LEI N. 10.741/2003”.

Art. 167do CNCGJ

Art. 167 – Nos processos em que figure como parte ou interveniente pessoa com idade igual ou superior a sessenta anos, será afixada etiqueta na capa com os dizeres “PREFERENCIAL SEGUNDO A LEI N. 10.741/2003”.

ETIQUETAS

RÉU PRESO

RÉU PRESOEM OUTRO PROCESSO

PREFERENCIALsegundo a Lei nº 10.741/2003

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1.15 PROCESSOS EM SEGREDO DE JUSTIÇA

CONCEITO

Segredo de justiça: Proibição legal de publicidade dos atos processuais, em casos excepcionais, para resguardar o interesse social ou preservar a intimidade das pessoas envolvidas.

A regra no processo penal é a publicidade dos atos processuais, entretanto, em situações excepcionais, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento das partes, determinar que o processo tramite em segredo de justiça.

Art. 5º, LX e 93, IX, da CF

Art. 5º, LX – A lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou interesse social exigirem.

Art. 93, IX – Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão

públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei, se o interesse público o exigir, limitar a presença em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes.

Art. 792, caput e § 1º, do CPP

Art. 792 – As audiências, sessões e os atos processuais serão, em regra, públicos e se realizarão nas sedes dos Juízos e tribunais, com assistência dos escrivães, do secretário, do oficial de justiça que servir de porteiro, em dia e hora certos, ou previamente designados.

§ 1º – Se da publicidade da audiência, da sessão ou do ato processual, puder resultar escândalo, inconveniente grave ou perigo de perturbação da ordem, o juiz, ou o tribunal, câmara ou turma, poderá, de ofício ou a requerimento da parte ou do Ministério Público, determinar que o ato seja realizado a portas fechadas, limitando o número de pessoas que possam estar presentes.

Havendo requerimento de segredo de justiça, os autos serão conclusos ao juiz.

Acolhido o requerimento ou determinado de ofício pelo juiz, o cartório deverá afixar na capa dos autos, no canto superior direito, etiqueta adesiva com os dizeres “SEGREDO DE JUSTIÇA”, conforme modelo sugerido.

Art. 165 do CNCGJ

Art. 165 – Faculta-se a adoção de etiquetas ou carimbos para assinalar certas situações especiais (ex.: assistência judiciária, réu preso, segredo de justiça, intervenção do Ministério Público e curador).

Os processos que tramitam em segredo de justiça somente poderão ser consultados ou retirados em carga pelas partes e seus procuradores, ressalvado ao terceiro que demonstre interessa jurídico na demanda o direito de requerer certidão.

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Art. 204 do CNCGJ

Art. 204 – Tratando-se de processos que tramitam em segredo de justiça, o seu exame e eventual carga, será restrito aos procuradores, ressalvado ao terceiro, que demonstrar interesse jurídico, o direito de requerer ao juiz certidão.

ETIQUETA

SEGREDO DEJUSTIÇA

1.16 CONCLUSÃO AO MAGISTRADO

CONCEITOS

Despachos: Atos do juiz, praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte, a fim de dar-lhe andamento, a cujo respeito a lei não estabelece forma (art. 162, § 3º, do CPC).

Decisão interlocutória: “É o ato pelo qual o juiz, no curso do processo, resolve questão incidente” (art. 162, § 2º, do CPC).

Sentença: “Em sentido estrito (ou em sentido próprio) é a decisão definitiva que o juiz profere solucionando a causa. O art. 162, § 1º, do Código de Processo Civil assim a define: ‘é o ato pelo qual o juiz põe termo ao processo, decidindo ou não o mérito da causa’. Melhor dizendo, é o ato pelo qual o juiz encerra o processo no primeiro grau de jurisdição, bem como o seu respectivo ofício”. 34

Os processos conclusos deverão ser encaminhados diariamente (salvo determinação em contrário) ao juiz, constando sempre a data da conclusão. Deverão ser separados em pilhas distintas, observando-se:

a) processos urgentes;b) denúncia ou queixa-crime;c) assinaturas;d) decisões interlocutórias;e) sentenças.

Art. 201 do CNCGJ

Art. 201 – Nos termos de "conclusão" ao magistrado e de "vista" ao promotor, constará a data do efetivo encaminhamento dos autos, sendo inadmissíveis a conclusão e a vista sem data ou a permanência dos autos em cartório nessas condições.

Parágrafo único – No caso de transferência, substituição, promoção, remoção e férias, não será necessária a renovação da conclusão, devendo, todavia, por ocasião da manifestação da autoridade judiciária haver referência a data da assunção ao cargo.

34 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 368.

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Os casos de efetiva urgência serão conclusos imediatamente à hora da chegada em cartório e as decisões neles proferidas terão cumprimento preferencial.

Os processos conclusos, enquanto não despachados, só serão retirados do gabinete mediante prévia autorização do magistrado.

CONCLUSÃO

Em ......./......./......., faço estes autos conclusos ao Juiz de Direito.

..................................................Escrivão

1.17 ATOS ORDINATÓRIOS

CONCEITOS

Atos meramente ordinatórios: “São os que se limitam a pôr o processo ou os autos em ordem, sem que neles exista qualquer conteúdo decisório relevante ou irreversível, já que apenas encerram deliberação quanto à seqüência do feito, adrede estabelecida, explícita ou implicitamente, nas normas que lhe regulam o desenvolvimento. O legislador da Lei nº 8.952, de 13.12.94, cujo art. 1º acrescentou o § 4º ao art. 162, tomou o cuidado de exemplificar, sem exaurir, pelo uso da conjunção subordinativa conformativa como, oferecendo dois exemplo: a juntada e a vista obrigatória. Esses atos e outros semelhantes (v.g. correção de errônea numeração das folhas dos autos, troca da sua capa, intimação ao perito para ciência da sua nomeação, publicação corretiva da anterior) não dependem de despacho. Praticam-nos de ofício, independentemente de despacho judicial, o escrivão, o chefe da secretaria, o serventuário, qualquer funcionário encarregado do processo, como indica o emprego do substantivo servidor. A norma alivia o juiz de atividade puramente burocrática, poupando-lhe o tempo, tantas vezes desperdiçado, por exemplo, no contacto com advogados e estagiários, em busca de uma simples ordem de juntada.” 35

Processo: “Para a resolução da lide ‘entra em atividade o poder jurisdicional do Estado, cujo órgão se coloca eqüidistante dos titulares em choque, para dar a cada um o que é seu, o que o faz mediante a aplicação de norma ditada, para o caso, pela ordem jurídica’. A solução da lide é realizada através de atos em que cada uma das partes tem oportunidade de demonstrar a prevalência de seu interesse sobre o da outra: a acusação em obter o reconhecimento da pretensão punitiva; a defesa em não sofrer restrição ao seu direito de liberdade. Ao conjunto desses atos, que visam à aplicação da lei ao caso concreto se dá o nome de ‘processo’. O processo soluciona a lide, ou seja, compõe o litígio”. 36

Procedimento: “É a forma como o processo se exterioriza e materializa no mundo jurídico. É através do procedimento que o processo age. Basicamente consiste ele numa seqüência de atos que deve culminar com a declaração do Judiciário sobre quem tem o direito material (bem da vida) na lide submetida à sua apreciação”.37 Trata-se da “cadeia de atos e fatos coordenados,

35 MIRANDA, Pontes. Comentários ao código de processo civil, tomo III, 3ª ed., Rio de Janeiro: Forense, 1996, p. 82.36 MIRABETE, Julio Fabbrini. Processo Penal, 13ª ed, São Paulo: Atlas, 2002, p. 28.37 BARROSO, Carlos Eduardo Ferraz de Mattos. Coleção Sinopses Jurídicas, vol. 11 – Processo civil: teoria geral do processo de conhecimento, p. 04.

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juridicamente relevantes, vinculados por uma finalidade comum, qual a de preparar o ato final, ou seja, o provimento jurisdicional, que, no processo de conhecimento, é a sentença de mérito”. 38

Art. 162, § 4º, do CPC

Art. 162, § 4º – Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessários.

Arts. 186 a 188, do CNCGJ

Art. 186 – Na área criminal, aplica-se o disposto no artigo anterior (independem de despacho judicial e deverão ser realizados pelo escrivão ou servidores devidamente autorizados) em relação aos seguintes atos:

I – intimação do réu para recolher custas judiciais, multa e eventuais diligências. Decorridos trinta dias sem atendimento, certificar a respeito e fazer conclusão dos autos;

II – intimação do defensor para juntar documentos visando a instrução processual;

III – vista ao interessado para falar sobre testemunha não localizada e que por ele tenha sido arrolada;

IV – notificação do acusado para contratar novo defensor quando aquele que constituiu renunciar ao mandato;

V – vista aos interessados para manifestarem-se sobre o laudo do perito, em cinco dias;

VI – intimação do perito para apresentar o laudo em dez dias, na hipótese de estar vencido o prazo fixado pelo magistrado;

VII – expedição de ofício ou correio eletrônico ao escrivão do juízo deprecado ou oficiado, solicitando informações, quando decorrido o prazo fixado para cumprimento ou resposta. Caso não haja prazo estabelecido, será considerado o período máximo de três meses;

VIII – resposta ao juízo deprecante, por intermédio de ofício subscrito pelo juiz, sempre que solicitadas informações acerca do andamento de carta precatória ou de ofício;

IX – vista ao Ministério Público e ao defensor quando o procedimento assim o exigir;

X – remessa dos autos à contadoria nas hipóteses previstas em lei e no momento oportuno;

XI – protocolado documento ou peça relativos a processos já arquivados, promover o desarquivamento dos autos e a juntada respectiva, efetuando o encaminhamento do processo, conforme o teor do aludido documento ou peça;

XII – intimação para restituição de processo com vista, não devolvido no prazo legal;

XIII – intimação de perito ou meirinho para entregar ou devolver, em vinte e quatro horas, laudo ou mandado não devolvido no prazo legal, após o que o fato será levado ao conhecimento do juiz;

XIV – desentranhamento de mandados e seus aditamentos quando já houver despacho para a prática do ato ou este independer de despacho;

XV – juntada de petições, sendo que as intempestivas o magistrado poderá determinar o desentranhamento, certificando-se o fato nos autos;

XVI – afixação de documentos de pequena dimensão em folha de papel tamanho ofício, limitando-se o seu número de modo que não impeça a

38 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 13.

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Page 71: Manual Criminal

visualização e leitura. Os telex recebidos e as cópias dos expedidos serão anexados em folha branca e só após juntados aos autos;

XVII – proceder, ainda, a juntada dos seguintes documentos, promovendo a imediata conclusão dos autos, se houver necessidade de qualquer providência judicial:

a) guias de depósitos em contas judiciais;b) procurações e substabelecimentos;c) guias de recolhimentos de custas, diligências e alvarás de levantamento;d) respostas de ofícios relativos a diligências determinadas pelo juízo;e) rol de testemunhas; ef) requerimento de desarquivamento ou de vista dos autos;XVIII – no processo que atingir duzentas folhas, providenciar o seu

encerramento e a imediata abertura de novo volume, observadas as disposições contidas neste Código;

XIX – na hipótese de juntada de volume excessivo de documentos, abrir volume de apensos que serão arquivados em cartório, procedendo as devidas anotações no rosto dos autos;

XX – certificar nos autos a ocorrência de feriado local e qualquer outro fato que possa influir na contagem de prazo processual;

XXI – recebido inquérito policial, estando preso o indiciado, havendo pedido de prisão ou outra circunstância que exija pronunciamento judicial, os autos serão conclusos. Nos demais casos, serão desde logo encaminhados ao Ministério Público;

XXII – se o indiciado não estiver preso e houver pedido de dilação do prazo para a conclusão do inquérito, com a concordância do Ministério Público, o inquérito será imediatamente encaminhado à delegacia de polícia de origem, com prazo de trinta dias para devolução. Não atendido o prazo ora assinalado, desde logo será expedido ofício solicitando a restituição;

XXIII – no procedimento comum, encerrada a produção da prova, dar vista às partes para os fins do art. 499 do Código de Processo Penal. Decorrido o prazo, se não houver requerimento, certificar e abrir vista para alegações finais (Código de Processo Penal, art. 500);

XXIV – se forem requeridos apenas os antecedentes do acusado, será certificado ou solicitado ao juízo competente;

XXV – caso nas alegações finais da defesa sejam acostados documentos novos, abrir vista ao Ministério Público; e

XXVI – intimar o interessado para complementar, com a precisão possível, a qualificação (nome completo, nacionalidade, estado civil, profissão, RG, CPF) e o endereço (logradouro, número da casa ou do apartamento, bairro, código de endereçamento postal, telefone para contato) das pessoas indicadas nos autos.

Art. 187 – Todos os atos que independem de despacho serão consignados nos autos, podendo ser revistos de ofício pelo juiz ou a requerimento das partes.

Art. 188 – Os magistrados poderão delegar outros atos, observados os princípios da legalidade, economia processual e racionalidade dos serviços judiciários.

Por orientação do presente manual os atos meramente ordinatórios (sem conteúdo decisório) necessários ao andamento do feito denominar-se-ão “certidões de atos ordinatórios” e serão praticados diretamente pelo escrivão ou por servidor devidamente autorizado, em folhas separadas, para melhor visualização.

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Page 72: Manual Criminal

Nos atos em que seja necessário atestar previamente alguma ocorrência processual constará a certidão respectiva, seguida da determinação relacionada ao impulso processual (ato ordinatório).

Sendo desnecessária a certidão, expedir-se-á apenas o ato ordinatório propriamente dito.

Dessa forma a certidão de ato ordinatório conterá:

a) primeira parte: menção à autorização legal que legitima o ato;

b) segunda parte: certidão que justifica a realização do ato (quando necessária);

c) terceira parte: ato ordinatório que impulsiona o processo.

Importante: Nos demais itens deste manual, serão exemplificados apenas os comandos lógicos das certidões de atos ordinatórios, devendo o cartório adequá-las ao modelo padrão proposto.

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Page 73: Manual Criminal

EXPEDIENTE

MODELO DE CERTIDÃO DE ATO ORDINATÓRIO

CERTIDÃO DE ATO ORDINATÓRIO

Em conformidade com as diretrizes instituídas pelo Manual de Procedimentos do Cartório Judicial Criminal, pratiquei o seguinte ato ordinatório:

Certifico que não houve apresentação de alegações finais pelo advogado constituído pelo réu ..................................................................... .

Fica intimado o réu, para que constitua novo defensor.

Local e data

Escrivão

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Page 74: Manual Criminal

1.18 FICHA DE CONFERÊNCIA PROCESSUAL

O cartório deverá afixar no início de cada processo, sem qualquer numeração, respeitando o procedimento respectivo, um formulário denominado “ficha de conferência processual”, contemplando os principais atos do andamento processual, conforme os modelos propostos neste manual.

Na medida em que o processo seja impulsionado, ocorrendo algum dos atos previstos na ficha de conferência, o cartório fará a respectiva anotação, facilitando assim a identificação do estado em que se encontra o procedimento e a tomada de eventuais medidas para o regular andamento dos autos.

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Page 75: Manual Criminal

EXPEDIENTESFICHA DE CONFERÊNCIA PROCESSUAL

PROCEDIMENTO COMUM

Autos: Capitulação legal:Data recebimento: Data sentença:

Réu(s) Inquirição Delegacia

Citação Prisão Interrog. Revel. 366 CPP Cisão Def. Prév.

Mand. Edital1) Fl. Fl. Fl. Fl. Fl. Fl.2) Fl. Fl. Fl. Fl. Fl. Fl.3) Fl. Fl. Fl. Fl. Fl. Fl.4) Fl. Fl. Fl. Fl. Fl. Fl.5) Fl. Fl. Fl. Fl. Fl. Fl.

DEFENSORES

Réu(s) Nome Advogado Dativo Constituído1)2)3)4)5)

TESTEMUNHAS

Nomes Ministério Público

Réu(s) Polícia Juízo Não encontrada

Desistência

Fl. Fl.Fl. Fl.Fl. Fl.Fl. Fl.Fl. Fl.Fl. Fl.Fl. Fl.Fl. Fl.Fl. Fl.Fl. Fl.

Intimação sentença Sentença

Ministério Público

Réu(s) Defensor(es) Absolutória Condenatória Restritiva direitos

Fl. 1) Fl. Fl. Fl. Fl. Fl.Fl. 2) Fl. Fl. Fl. Fl. Fl.Fl. 3) Fl. Fl. Fl. Fl. Fl.Fl. 4) Fl. Fl. Fl. Fl. Fl.Fl. 5) Fl. Fl. Fl. Fl. Fl.

Recurso

Réu: Razões Contra-razões1) Fl. Fl.2) Fl. Fl.3) Fl. Fl.4) Fl. Fl.5) Fl. Fl.Ministério Público Fl. Fl.

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Page 76: Manual Criminal

FICHA DE CONFERÊNCIA PROCESSUALPROCEDIMENTO DOS CRIMES DE COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI

Autos: Capitulação legal:Data recebimento: Data sentença:

Réu(s) Inquirição Delegacia

Citação Prisão Interrog. Revel. 366 CPP Cisão Def. Prév.

Mand. Edital1) Fl. Fl. Fl. Fl. Fl. Fl.2) Fl. Fl. Fl. Fl. Fl. Fl.3) Fl. Fl. Fl. Fl. Fl. Fl.4) Fl. Fl. Fl. Fl. Fl. Fl.5) Fl. Fl. Fl. Fl. Fl. Fl.6) Fl. Fl. Fl. Fl. Fl. Fl.

DEFENSORES

Réu(s) Nome Advogado Dativo Constituído1)2)3)4)5)5)

TESTEMUNHASNomes Ministério

Público Réu(s) Polícia Juízo Não

encontradaDesistência

Fl. Fl.Fl. Fl.Fl. Fl.Fl. Fl.Fl. Fl.Fl. Fl.Fl. Fl.Fl. Fl.Fl. Fl.Fl. Fl.Fl. Fl.Fl. Fl.

ALEGAÇÕES FINAIS SENTENÇAMinistério Público

Réu(s) Defensor(es) Pronúncia Impronúncia Absolvição sumária

Fl. 1) Fl. Fl. Fl. Fl. Fl.Fl. 2) Fl. Fl. Fl. Fl. Fl.Fl. 3) Fl. Fl. Fl. Fl. Fl.Fl. 4) Fl. Fl. Fl. Fl. Fl.

INTIMAÇÃO SENTENÇA INTIMAÇÃO SENTENÇA Réu(s) Defensor(es) Ministério Público Fl.1) Fl. Fl.2) Fl. Fl.3) Fl. Fl.4) Fl. Fl.5) Fl. Fl.6) Fl. Fl.

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Page 77: Manual Criminal

RECURSORéu: Razões Contra-razões Descida TJSC

1) Fl. Fl. Fl.2) Fl. Fl. Fl.3) Fl. Fl. Fl.4) Fl. Fl. Fl.5) Fl. Fl. Fl.6) Fl. Fl. Fl.Ministério Público Fl. Fl. Fl.

Réu(s) Libelo acusatório

Contrariedade ao libelo

Data

julgamento

Data sorteio jurados

Ata julgamento

Resultado julgamento

1) Fl. Fl. Fl. Fl. Fl. Fl.2) Fl. Fl. Fl. Fl. Fl. Fl.3) Fl. Fl. Fl. Fl. Fl. Fl.4) Fl. Fl. Fl. Fl. Fl. Fl.5) Fl. Fl. Fl. Fl. Fl. Fl.6) Fl. Fl. Fl. Fl. Fl. Fl.

RECURSORéu: Razões Contra-razões Descida TJSC

1) Fl. Fl. Fl.2) Fl. Fl. Fl.3) Fl. Fl. Fl.4) Fl. Fl. Fl.5) Fl. Fl. Fl.6) Fl. Fl. Fl.Ministério Público Fl. Fl. Fl.

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Page 78: Manual Criminal

FICHA DE CONFERÊNCIA PROCESSUALPROCEDIMENTO DOS CRIMES CONTRA A HONRA

Autos: Capitulação legal:Data recebimento: Data sentença:

Querelado(s) Notif. M.P. aditamento

Citação Aud. de reconc.

Interrog Revel. 366 CPP

Cisão Def. Prév.

Mand. Edital1) Fl. Fl. Fl. Fl. Fl. Fl. Fl. Fl. Fl.2) Fl. Fl. Fl. Fl. Fl. Fl. Fl. Fl. Fl.3) Fl. Fl. Fl. Fl. Fl. Fl. Fl. Fl. Fl.4) Fl. Fl. Fl. Fl. Fl. Fl. Fl. Fl. Fl.

DEFENSORESQuerelante(s) Nome Advogado Dativo Constituído

1)2)3)4)

DEFENSORESQuerelado(s) Nome Advogado Dativo Constituído

1)2)3)4)

TESTEMUNHASNomes Querelante Querelado Polícia Juízo Não

encontradaDesistência

Fl. Fl.Fl. Fl.Fl. Fl.Fl. Fl.Fl. Fl.Fl. Fl.Fl. Fl.Fl. Fl.

ALEGAÇÕES FINAIS SENTENÇA INTIMAÇÃO SENTENÇA

Querelante Querelado M.P. Absolutória Condenatória Restritiva direitos

M. P. Defesa

1) Fl. Fl. Fl. Fl. Fl.2) Fl. Fl. Fl. Fl.3) Fl. Fl. Fl. Fl.4) Fl. Fl. Fl. Fl.

RECURSO

Querelante Razões Contra-razões Querelado Razões Contra-razões1) Fl. Fl. 1) Fl. Fl.2) Fl. Fl. 2) Fl. Fl.3) Fl. Fl. 3) Fl. Fl.4) Fl. Fl. 4) Fl. Fl.

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Page 79: Manual Criminal

FICHA DE CONFERÊNCIA PROCESSUALPROCEDIMENTO DOS CRIMES DE TÓXICOS – LEI Nº 6.368/76

Autos: Capitulação legal:Data recebimento: Data sentença:

Réu(s) Inquirição Delegacia

Citação Prisão Interrog. Revel. 366 CPP Cisão Def. Prév.

Mand. Edital1) Fl. Fl. Fl. Fl. Fl. Fl.2) Fl. Fl. Fl. Fl. Fl. Fl.3) Fl. Fl. Fl. Fl. Fl. Fl.4) Fl. Fl. Fl. Fl. Fl. Fl.

DEFENSORES

Réu(s) Nome Advogado Dativo Constituído1)2)3)4)

Réu(s) Exame dependência toxicológica Grau de dependênciaSim Não Leve/moderado inimputável

1) Fl. Fl.2) Fl. Fl.3) Fl. Fl.4) Fl. Fl.

TESTEMUNHAS

Nomes Ministério Público

Réu(s) Polícia Juízo Não encontrada

Desistência

Fl. Fl.Fl. Fl.Fl. Fl.Fl. Fl.Fl. Fl.Fl. Fl.Fl. Fl.Fl. Fl.

ALEGAÇÕES FINAIS SENTENÇA INTIMAÇÃO SENTENÇA

Réu(s) Absolutória Condenatória Desclassificação M. P. Defesa1) Fl. Fl. Fl.2) Fl. Fl. Fl.3) Fl. Fl. Fl.4) Fl. Fl. Fl.Ministério Público Fl.

RECURSO

Réu: Razões Contra-razões1) Fl. Fl.2) Fl. Fl.3) Fl. Fl.4) Fl. Fl.Ministério Público Fl. Fl.

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Page 80: Manual Criminal

1.19 SEPARADORES DE ATOS PROCESSUAIS

Os “separadores de atos processuais” são etiquetas adesivas contendo cada uma o nome de um ato processual relevante para o processo e que serão afixados pelo cartório na parte lateral da folha correspondente ao ato referido, de forma a destacá-lo nos autos, facilitando sua localização.

1.19.1 SEPARADORES DO PROCEDIMENTO COMUM

No procedimento comum os separadores serão colocados logo após a ocorrência/ juntada dos seguintes atos/peças processuais:

- procuração - prisão- recebimento da denúncia - liberdade provisória- interrogatório do réu - alvará de soltura- defesa prévia - recurso em sentido estrito- audiência de testemunhas da denúncia - sentença- audiência de testemunhas da defesa - embargos de declaração- alegações finais - apelação- laudo pericial - contra-razões de apelação- agravo - mandado de segurança

1.20 CONSERVAÇÃO DE AUTOS

O cartório manterá os processos rigorosamente apresentáveis, mediante conserto ou substituição de capas rasgadas, recolocação de folhas soltas e desentranhando de quaisquer objetos anexados aos autos, que serão guardados em local próprio do cartório, em envelope com número e identificação.

1.21 RECICLAGEM DE PAPEL

Nas serventias do fórum, cada departamento ou secretaria deve separar as folhas utilizadas em uma só face e colocá-las em local apropriado, a fim de que sejam aproveitadas para rascunhos e anotações.

Fica vedado o uso de folhas brancas para rascunhos e anotações, salvo inexistência de folhas já utilizadas.

Sempre que possível, devem ser ocupados os dois lados da folha.Após a utilização completa, os papéis serão encaminhados ao

secretário do foro, que dará a destinação própria.

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Page 81: Manual Criminal

1.22 SISTEMA DE AUTOMAÇÃO DO JUDICIÁRIO DE PRIMEIRO GRAU (SAJ/PG)

O Sistema de Automação do Judiciário do Primeiro Grau – SAJ/PG – oferece rapidez, segurança e o máximo de eficiência aos trabalhos da justiça de primeiro grau, pois informatiza os procedimentos jurisdicionais cíveis e criminais de forma completa e abrangente, desde o cadastramento e a distribuição dos processos até o acompanhamento nas varas e cartórios, bem como permite o registro e controle da pauta de audiências, controle de carga, a emissão automática de documentos como certidões, mandados judiciais, ofícios e decisões; além de outros expedientes e publicações legais.

Fundamentado em uma filosofia de integração total, os dados nele registrados estão imediatamente disponíveis para os usuários. Nesse sentido, o banco de dados do SAJ/PG também permite a elaboração de estatísticas e prestação de informações ao público, de forma extremamente facilitada e com as devidas restrições de segurança de acesso.

Arts. 192, 193, 199, 200, 202, 232, 419, 455 e 483 do CNCGJ

Art. 192 – Os procedimentos de registro e documentação serão efetivados diretamente no sistema informatizado ou em livros ou pastas, conforme dispuser este Código.

Art. 193 – Qualquer irregularidade no SAJ/PG será comunicada ao técnico de suporte operacional e, caso não resolvida, ao magistrado a quem o servidor estiver subordinado.

Art. 199 – O controle da remessa de autos para o juiz, promotor, contador, distribuidor, avaliador e oficiais de justiça será procedido eletronicamente no SAJ/PG, mediante a identificação e senha do usuário, ficando dispensada a impressão do comprovante de remessa.

Art. 200 – A critério da Corregedoria-Geral da Justiça, poderão ser adotadas outras formas de controle eletrônico previsto no SAJ/PG.

Art. 202 – Os servidores são responsáveis pela manutenção atualizada das informações no SAJ/PG, de forma a manter o sistema em inteira consonância com a situação dos respectivos autos, sob pena de sanção disciplinar.

§ 1º – Incumbe ao escrivão fiscalizar o cumprimento do disposto no caput deste artigo.

§ 2º – A Corregedoria-Geral da Justiça, por ocasião das correições ou inspeções e mesmo via rede, efetuará fiscalização sobre o conteúdo e qualidade das informações constantes do SAJ/PG.

Art. 232 – Os editais para publicação dos atos judiciais serão elaborados no cartório respectivo e observarão os modelos existentes no SAJ/PG, previamente aprovados pela Corregedoria-Geral da Justiça.

Art. 419 – O registro dos mandados expedidos e entregues aos oficiais será feito no sistema informatizado – SAJ/PG.

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Page 82: Manual Criminal

Art. 455 – As certidões de remessa e publicação das intimações no Diário da Justiça obedecerão os modelos disponibilizados no SAJ/PG e aprovados pela Corregedoria-Geral da Justiça.

Art. 483 – No que concerne ao SAJ/PG, ocorrendo motivo de força maior como a falta prolongada de energia elétrica, quebra do computador servidor, perda das informações contidas no banco de dados e casos congêneres, precedida de notificação formal do técnico de suporte operacional ao magistrado, será expedida portaria suspendendo os prazos na forma das disposições anteriores.

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Page 83: Manual Criminal

2. ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA

2.1 VISTA DOS AUTOS E RETIRADA DOS PROCESSOS EM CARGA

CONCEITOS

Autos: “Conjunto de peças processuais, ou seja, dos atos e dos termos do processo. (...) Na capa ou rosto dos autos devem ser colocados os seguintes dados: espécie da ação, forma do procedimento, nome das partes, vara, nome do titular do ofício e data do início da autuação”. 39

Vista dos autos: “Diligência em que os autos são levados ao conhecimento dos interessados para que possam defender-se ou impugnar algo. Ato pelo qual o advogado recebe os autos processuais para deles tomar ciência ou para pronunciamento”.40

Vista em cartório: “Simples exame ou consulta aos autos processuais, concedida ao representante judicial do interessado ou advogado no próprio cartório por onde corre o feito, por não haver permissão de sua retirada do local onde se encontram”.41

Procuração: “Instrumento de mandato, contendo as especificações dos poderes conferidos ao mandatário para que este, em seu nome, pratique atos ou administre interesses. Instrumento pelo qual uma pessoa, física ou jurídica, outorga a outrem poder de representação (Pontes de Miranda)”.42

Prazo comum: Que corre simultaneamente para as partes, tal como quando houver assistente de acusação ou se houver co-réus com defensores distintos.

Segredo de justiça: Proibição legal de publicidade dos atos processuais, em casos excepcionais, para resguardar o interesse social ou preservar a intimidade das pessoas envolvidas.

Perito judicial: “É um auxiliar da justiça, devidamente compromissado, estranho às partes, portador de um conhecimento técnico altamente especializado e sem impedimentos ou incompatibilidades para atuar no processo”. 43

Arts. 205 e 207 do CNCGJ

Art. 205 – As partes têm direito de consultar os autos e de pedir certidões de seus atos, ainda que tramitem em segredo de justiça.

Art. 207 – Existindo nos autos documentos originais de difícil restauração ou ocorrendo circunstância relevante que justifique a sua permanência no cartório, reconhecida pela autoridade judiciária em despacho motivado, proferido de ofício, mediante representação ou mediante requerimento do interessado, a vista e retirada, ainda que de processos findos, é proibida, admitido apenas o exame em cartório pelos advogados com procuração nos autos (Estatuto da Advocacia – Lei federal n. 8.906, de 04 de julho de 1994, art. 7o, § 1o, item 2).

39 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. v. 1, p. 353.40 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. v. 4, p. 747.41 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. v. 4, p. 747.42 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. v. 3, p. 771.43 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 268.

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Page 84: Manual Criminal

Caso o advogado ou estagiário regularmente inscrito na OAB requeira vista ou carga de processo em andamento, o cartório deverá conferir a procuração, sem a qual o solicitante não poderá levar o processo em carga, salvo na hipótese de autorização prévia pelo magistrado.

Estando regular a representação e sendo o prazo de até 5 (cinco) dias, conceder-se-á a carga do processo. Requerido prazo superior, será feita conclusão ao juiz.

Tratando-se de processo findo, o prazo será de 10 (dez) dias, dispensada a apresentação de procuração.

Arts. 203 e 210 do CNCGJ

Art. 203 – Ao advogado ou estagiário regularmente inscrito na OAB, com procuração nos autos, além de pessoas expressamente autorizadas por escrito pelo advogado, sob sua responsabilidade e mediante a apresentação de documento de identidade, cujo número será anotado, é permitido retirar em carga processo cível ou criminal pelo prazo de cinco dias, salvo se outro for fixado em lei ou pela autoridade judiciária.

§ 1º – A retirada de autos em andamento, quando não houver procuração outorgada ao interessado, será precedida de autorização do magistrado.

§ 2º – Os autos findos poderão ser retirados pelo prazo de dez dias, ainda que na ausência de procuração, mediante a exibição da carteira da OAB.

§ 3º – Ao advogado, mesmo sem procuração nos autos, é assegurado o exame de processos cíveis ou criminais em cartório judicial, quando não sujeitos ao sigilo.

Art. 210 – O livre acesso dos advogados à repartição judicial não significa, nem assim deve ser entendido, como a faculdade de manuseio de livros, documentos, papéis e processos do cartório, o que somente ocorrerá mediante autorização do escrivão ou servidor competente.

Havendo audiência designada ou na fluência de prazo comum às partes, os advogados e o promotor de justiça somente poderão retirar os autos em carga em conjunto ou mediante prévio ajuste por petição, após despacho do juiz.

Art. 206 do CNCGJ

Art. 206 – Quando houver audiência designada ou na fluência de prazo comum os autos só poderão sair do cartório nas hipóteses previstas em lei ou mediante autorização judicial.

O advogado receberá carga de processo mediante assinatura no livro próprio, anotando-se na última folha dos autos.

Arts. 197, II, 5 e 208 do CNCGJ

Art. 197 – Nos cartórios são de uso obrigatório os seguintes livros:II – Área Criminal:5 – Carga para Advogado – destinado ao registro de carga de autos aos

advogados, com colunas abrangendo as seguintes informações: a) número do processo (referência a eventuais apensos);

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Page 85: Manual Criminal

b) data da carga; c) número de folhas; d) nome do advogado e número de inscrição na OAB, facultado ao servidor,

se necessário, solicitar a apresentação do documento de identidade; e) assinatura do causídico; f) data da descarga; eg) identificação do servidor que anotou a devolução.

Art. 208 – No livro respectivo será anotada a carga, permitido seu registro no sistema informatizado, quando instituída tal modalidade no SAJ/PG.

Os autos com vista ao Ministério Público serão remetidos diariamente à secretaria do Ministério Público (onde houver) ou ao gabinete do promotor de justiça acompanhados de termo de vista, que conterá os números dos processos no SAJ/PG e a data de remessa, colhendo-se a assinatura do secretário ou do promotor.

Em caso de recusa no recebimento, o cartório certificará nos autos e oficiárá à Corregedoria-Geral do Ministério Público informando o ocorrido.

Arts. 199 e 201, caput, do CNCGJ

Art. 199 – O controle da remessa de autos para o juiz, promotor, contador, distribuidor, avaliador e oficiais de justiça será procedido eletronicamente no SAJ/PG, mediante a identificação e senha do usuário, ficando dispensada a impressão do comprovante de remessa.

Art. 201 – Nos termos de "conclusão" ao magistrado e de "vista" ao promotor, constará a data do efetivo encaminhamento dos autos, sendo inadmissíveis a conclusão e a vista sem data ou a permanência dos autos em cartório nessas condições.

Tratando-se de processo que tramita em segredo de justiça, somente poderão consultar os autos e pedir certidão as partes e seus procuradores, e, excepcionalmente, terceiro que demonstre interesse jurídico.

Art. 204 do CNCGJ

Art. 204 – Tratando-se de processos que tramitam em segredo de justiça, o seu exame e eventual carga, será restrito aos procuradores, ressalvado ao terceiro, que demonstrar interesse jurídico, o direito de requerer ao juiz certidão.

O perito poderá ter vista dos autos, para elaboração do laudo, por prazo fixado pelo juiz, mediante assinatura no livro próprio:

Arts. 197, II, 6, do CNCGJ

Art. 197 – Nos cartórios são de uso obrigatório os seguintes livros:II – Área Criminal:6 – Carga para Perito – destinado ao registro de carga de autos aos peritos,

com colunas abrangendo as seguintes informações: a) número do processo (referência a eventuais apensos);

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Page 86: Manual Criminal

b) data da carga; c) número de folhas; d) nome do perito; e) assinatura; f) data da descarga; e g) identificação do servidor que anotou a devolução.

CERTIDÃO

Certifico que o processo foi levado em carga pelo ( ) advogado ( ) perito, no dia ....../....../...... e devolvido no dia ....../......./...... .Local e data

..................................................Escrivão

CERTIDÃO DE ATO ORDINATÓRIO

Fica intimado o Ministério Público do despacho / decisão de fls. .......... .Local e data

..................................................Escrivão

REMESSA

Em ......./......./......., remeto estes autos ao Ministério Público, conforme lote nº .......... do SAJ/PG, tendo recebido a carga ................................................... .

..................................................Escrivão

2.1.1 CARGA RÁPIDA

Para os casos de retirada momentânea dos autos do cartório (para realização de fotocópias, por exemplo), será criado livro próprio para documentação do ato, enquanto não for possível fazê-lo pelo SAJ/PG.

Ao advogado que pretenda obter a carga rápida do processo, será solicitada a entrega de documento de identificação, que ficará retido no cartório, sendo restituído após a devolução dos autos.

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Page 87: Manual Criminal

2.2 COBRANÇA DE AUTOS

CONCEITO

Autos: “Conjunto de peças processuais, ou seja, dos atos e dos termos do processo. (...). Na capa ou rosto dos autos devem ser colocados os seguintes dados: espécie da ação, forma do procedimento, nome das partes, vara, nome do titular do ofício e data do início da autuação”. 44

O cartório verificará mensalmente o cumprimento dos prazos de carga ou remessa de autos aos advogados, promotores de justiça, delegados de polícia, peritos e contadores.

Havendo algum prazo expirado, deverá certificar a ocorrência e proceder à intimação para devolução, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas.

A certidão será emitida em folha apartada, e a intimação efetuada preferencialmente por telefone ou via Diário da Justiça.

Igual procedimento será adotado se a parte interessada protocolar petição informando retenção indevida de autos.

Arts. 186, XII, 465 e 466, do CNCGJ

Art. 186 – Na área criminal, aplica-se o disposto no artigo anterior (independem de despacho judicial e deverão ser realizados pelo escrivão ou servidores devidamente autorizados) em relação aos seguintes atos:

XII - intimação para restituição de processo com vista, não devolvido no prazo legal.

Art. 465 – O escrivão deve manter controle sobre o cumprimento do prazo de carga de autos, procedendo verificação mensal.

Art. 466 – Na hipótese de indevida retenção de autos, o escrivão intimará o responsável, primeiro pessoalmente e de preferência por telefone e após pelo Diário da Justiça, para proceder a devolução em vinte e quatro horas, sob as penas da lei, certificando em folha avulsa a providência envidada.

Caso os autos não sejam restituídos o cartório expedirá mandado de exibição e entrega dos autos, que será assinado pelo juiz. Persistindo a falta, deverá comunicar ao juiz.

Arts. 467 a 469 do CNCGJ

Art. 467 – Não surtindo efeito a medida, o escrivão apresentará a documentação ao juiz para que seja determinada a expedição de ofício ao órgão de classe do responsável, comunicando o fato e solicitando a instauração de procedimento disciplinar, conforme disposição legal, bem assim a expedição de mandado de exibição e entrega, sob pena de caracterização do crime de sonegação de autos.

Art. 468 – Em se tratando de advogado, poderá o magistrado, ainda, determinar a perda do direito de vista dos autos em questão fora de cartório.

44 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. v. 1, p. 353.

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Page 88: Manual Criminal

Art. 469 – Como derradeira providência no caso da não devolução dos autos, o magistrado determinará a remessa de peças ao Ministério Público para os fins devidos.

Todo processo devolvido ao cartório fora do prazo deverá conter a certidão do fato, informando inclusive os dias excedentes.

Art. 470 do CNCGJ

Art. 470 – Após a devolução dos autos, o escrivão, depois de seu minucioso exame, certificará a data e o nome de quem os retirou e devolveu. Diante da constatação ou suspeita de alguma irregularidade, o fato será pormenorizadamente certificado e submetido à apreciação do magistrado.

CERTIDÕES

Certifico que o advogado levou os autos em carga no dia ....../....../...... e os devolveu no dia ....../......./......, permanecendo com eles ............ dias em excesso.Local e data

..................................................Escrivão

Certifico que o ( ) advogado ( ) promotor de justiça ( ) delegado ( ) perito, apesar de intimado, não devolveu os autos, expedindo-se mandado de exibição e entrega de autos.Local e data

..................................................Escrivão

CERTIDÃO DE ATO ORDINATÓRIO

Certifico que o processo está em carga com o ( ) advogado ( ) promotor de justiça ( ) delegado ( ) perito, desde ....../......./....... .Fica intimado, para devolver o processo, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas.Local e data

..................................................Escrivão

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Page 89: Manual Criminal

EXPEDIENTES

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

MANDADO DE INTIMAÇÃO PARA RESTITUIÇÃO DE AUTOS

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor/Requerente: <<Nome da Parte>> Réu/Requerido: <<Nome da Parte>> Oficial de Justiça: <<Nome do Oficial de Justiça>> Mandado nº

O(A) Senhor (a) <<Nome do Juiz>>, Juiz(a) de Direito da <<Vara>>, da <<Nome da Comarca>>, na forma da lei, etc.

MANDA o Senhor Oficial de Justiça que, em cumprimento ao presente, extraído do processo acima indicado, EFETUE A INTIMAÇÃO da pessoa a seguir descrita para que, no prazo improrrogável de ............... , proceda à devolução dos autos em epígrafe a este Cartório, sob as penas de Lei.

Destinatário(s)

<<Qualificação>>

Eu, _________, o digitei, e eu, ________, <<Nome do Escrivão>>, Escrivã(o) Judicial, o conferi e subscrevi. <<Nome da Comarca>> (SC), <<Data por extenso>>.

<<Nome do Juiz>>Juiz de Direito

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Page 90: Manual Criminal

PODER JUDICIÁRIOESTADO DE SANTA CATARINA<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

MANDADO DE EXIBIÇÃO E ENTREGA DE AUTOS

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor/Requerente: <<Nome da Parte>> Réu/Requerido: <<Nome da Parte>> Oficial de Justiça: <<Nome do Oficial de Justiça>> Mandado nº

O(A) Senhor (a) <<Nome do Juiz>>, Juiz(a) de Direito da <<Vara>>, da <<Nome da Comarca>>, na forma da lei, etc.

MANDA o Senhor Oficial de Justiça que, em cumprimento ao presente, extraído do processo acima indicado, EFETUE A INTIMAÇÃO da pessoa a seguir descrita para que, de imediato, proceda à exibição e entrega dos autos em epígrafe a este Cartório, sob a pena de caracterizar o crime de sonegação de autos (art. 356, do Código Penal).

Destinatário(s)

<<Qualificação >>

Eu, _________, o digitei, e eu, ________, <<Nome do Escrivão>>, Escrivã(o) Judicial, o conferi e subscrevi. <<Nome da Comarca>> (SC), <<Data por extenso>>.

<<Nome do Juiz>>Juiz de Direito

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Page 91: Manual Criminal

2.3 DEFENSORIA DATIVA

CONCEITOS

Defensor: “Defensor, procurador ou representante da parte, é o advogado, sujeito especial no processo porque sua atuação é obrigatória, uma vez que o direito de defesa é um direito indisponível. Seja constituído ou nomeado, cabe ao advogado representar e assistir tecnicamente o acusado, apresentando ao órgão jurisdicional tudo o que possa contribuir para absolvê-lo ou, ao menos, favorecer de alguma forma sua condição do processo”.45

Defensoria dativa: É a exercida pelo defensor dativo, que é o nomeado para suprir a ausência de advogado, sem que se leve em conta as condições econômicas do réu, pois, se este não for pobre, deverá pagar os honorários daquele, estipulados pelo juiz.

Revelia: “É efeito imediato da contumácia (inércia em atender ao chamado), assim o processo seguirá sem a presença do acusado que, citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo justificado, ou no caso de mudança de residência, não comunicar o novo endereço ao juízo (CPP, art. 367, com a redação dada pela Lei n. 9.217/96). Com a revelia, deixará de ser comunicado dos atos processuais posteriores, porém, contra ele não recairá a presunção de veracidade quanto aos fatos que lhe foram imputados, ante o princípio da verdade real, que norteia o processo penal”.46

O advogado é indispensável no processo criminal, mesmo se decretada a revelia do réu, ocasião em que ser-lhe-á nomeado defensor dativo.

Arts. 261 e 263, do CPP

Art. 261 – Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado ou julgado sem defensor.

Parágrafo único – A defesa técnica, quando realizada por defensor público ou dativo, será sempre exercida através de manifestação fundamentada.

Art. 263 – Se o acusado não o tiver, ser-lhe-á nomeado defensor pelo juiz, ressalvado o seu direito de, a todo tempo, nomear outro de sua confiança, ou a si mesmo defender-se, caso tenha habilitação.

Parágrafo único – O acusado, que não for pobre, será obrigado a pagar os honorários do defensor dativo, arbitrados pelo juiz.

Por outro lado, quando o ofendido, ou quem de direito, pretender apresentar queixa-crime, sendo pessoa que não possa prover as despesas do processo sem privar-se dos recursos indispensáveis ao próprio sustento ou da sua família, ser-lhe-á nomeado defensor dativo para promover a ação penal ou requerer a instauração de inquérito policial.

Art. 32 do CPP

Art. 32 – Nos crimes de ação privada, o juiz, a requerimento da parte que comprovar a sua pobreza, nomeará advogado para promover a ação penal.

45 MIRABETE, Julio Fabbrini. Código de processo penal interpretado. 8ª ed., São Paulo: Atlas, 2001, p. 573.

46 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 523.

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Page 92: Manual Criminal

§ 1º – Considerar-se-á pobre a pessoa que não puder prover às despesas do processo, sem privar-se dos recursos indispensáveis ao próprio sustento ou da família.

§ 2º – Será prova suficiente de pobreza o atestado da autoridade policial em cuja circunscrição residir o ofendido.

O pedido de defensoria dativa deve vir instruído com declaração do interessado de que não está em condições de pagar as custas do processo e os honorários do advogado, sob as penas da lei.

Verificada a falta da declaração, o requerente será intimado para que providencie, no prazo de 10 (dez) dias.

Estando em ordem o pedido, o cartório encaminhará o interessado ao assistente social, que providenciará o cadastramento e verificação das condições e, após, remeterá o pedido ao promotor de justiça.

Retornando da promotoria, o pedido será concluso ao juiz.Quando a nomeação de advogado dativo se der durante o curso do

processo, o interessado não será encaminhado à assistência social.O juiz titular oficiará à subseção da OAB local solicitando a confecção

de lista dos advogados aptos a exercer a defensoria dativa.Recebida a listagem, esta terá de ser homologada pelo juiz.Após, o cartório deverá elaborar um quadro contendo o nome de todos

os advogados aptos, em ordem alfabética, fazendo a indicação seqüencial nas causas previstas em lei e neste manual.

Caso o defensor dativo deixe de apresentar alguma peça essencial (alegações finais, razões ou contra-razões de apelação, etc), outro será indicado em substituição, certificando-se nos autos e intimando-se o destituído por mandado.

Transitada em julgado a sentença, será expedida certidão de URHs, que será entregue ao advogado nomeado.

CERTIDÕES DE ATOS ORDINATÓRIOS

Fica intimada a ....................................., para juntar declaração de pobreza.Local e data

..................................................Escrivão

Certifico que o defensor dativo do réu ..................................................., deixou de manifestar-se acerca do despacho de fl. .......... .Indico o Dr. ................................... em substituição, ficando intimado para ................................................... .Local e data

..................................................Escrivão

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Page 93: Manual Criminal

EXPEDIENTES

Certidão de URHs:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

CERTIDÃO

Autos nº <<Número do Processo>> Espécie: <<Tipo de Ação>> Autor: << Nome da Parte >> Endereço: Réu: << Nome da Parte >> Endereço:

CERTIFICO, a pedido da pessoa interessada, para os devidos fins, que revendo em Cartório os autos supracitados, verifiquei que o(a) Sr(a). <<Qualificação>>, inscrito(a) na Ordem dos Advogados do Brasil, Seção de Santa Catarina, sob o nº ........., exerceu o encargo de ........., tendo sido nomeado(a) em ........., nos interesses de ........., fazendo jus a remuneração de <<Valor da remuneração>>, por atuar nos seguintes atos processuais: ......... .

CERTIFICO, ainda, que a decisão foi prolatada em data de ........., ......... interposição de recurso ao órgão ad quem, operando-se o trânsito em julgado no dia de ..........

CERTIFICO, por fim, que foram cumpridas as exigências expressas nos artigos 7º, 8º e 16 da Lei Complementar Estadual nº 155, de 15 de abril de 1997, acrescentando que no tocante ao último artigo, especificamente os incisos II e III, a certidão é embasada nas declarações do procurador nomeado.

O referido é verdade, do que dou fé.

<<Nome da Comarca>> (SC), <<Data por extenso>>.

<<Nome do Escrivão>> Escrivã(o) Judicial

VISTO

<<Nome do Juiz>> Juiz(a) de Direito

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Page 94: Manual Criminal

Requerimento de Defensor Dativo:

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Juiz(a) de Direito da <<Nome da Comarca>>

ATO ORDINÁTÓRIO

Vista ao Ministério Público. <<Nome da Comarca>> (SC), <<Data Abreviada>>

<<Nome do Escrivão>>Escrivã(o) Judicial

Dados da(o) Requerente

Nome CompletoFinalidadeNacionalidade Estado CivilProfissão Data NascimentoNúmero de Filhos Renda MensalNúmero da CI Número do CPFNúmero do TE Número CTPS

Outros Dados

Valor do AluguelEntidade SindicalValor do Imóvel

A(O) requerente acima identificada(o), declaro para os fins e sob responsabilidade, nos termos das Leis Federais 1060/50, 7115/83 e 7510/86, da Lei Estadual 5387/77, e Decretos Estaduais 7037/79 e 1642/92, não ter condições financeiras para pagar honorários de advogado e as custas legais, sem privar dos recursos indispensáveis ao sustento próprio e/ou familiar, e diante disto, venho a presença de Vossa Excelência para requerer a nomeação de assistente judiciário/defensor dativo ou curador, para atuar neste Juízo, propondo ou contestando ações judiciais ou defendendo meus interesses, em especial para o fim supra referido.

Assumindo plena e total responsabilidade, inclusive criminal, pelo inteiro teor deste pedido e declarações nele constantes, pede deferimento.

<<Nome da Comarca>> (SC), <<Data por extenso>>.

Assinatura da(o) Requerente

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Page 95: Manual Criminal

2.4 RENÚNCIA DO PROCURADOR

CONCEITO

Renúncia ao mandato judicial: Ato pelo qual o procurador abdica o mandato.

A petição informando a renúncia do procurador deverá ser instruída com a prova de que o mandante foi cientificado.

Art. 45 do CPC

Art. 45 – O advogado poderá, a qualquer tempo, renunciar ao mandato, provando que cientificou o mandante a fim de que este nomeie substituto. Durante os 10 (dez) dias seguintes, o advogado continuará a representar o mandante, desde que necessário para lhe evitar prejuízo.

Art. 5º, § 3º da Lei nº 8.906/94

Art. 5º – O advogado postula, em Juízo ou fora dele, fazendo prova do mandato.

§ 3º – O advogado que renunciar ao mandato continuará, durante os 10 (dez) dias seguintes à notificação da renúncia, a representar o mandante, salvo se for substituído antes do término deste prazo.

Não havendo comprovação, o advogado deverá ser intimado para fazê-lo, no prazo de 5 (cinco) dias.

Novamente não comprovada a cientificação, o mandante será intimado para regularizar a sua representação, no prazo de 15 (quinze) dias.

Art. 186, IV, do CNCGJ

Art. 186 – Na área criminal, aplica-se o disposto no artigo anterior (independem de despacho judicial e deverão ser realizados pelo escrivão ou servidores devidamente autorizados) em relação aos seguintes atos:

IV – notificação do acusado para contratar novo defensor quando aquele que constituiu renunciar ao mandato.

Juntada a nova procuração, o processo prosseguirá normalmente. Caso contrário, será indicado defensor dativo pelo cartório.

Arts. 263 e 564, III, c, do CPP

Art. 263 – Se o acusado não o tiver, ser-lhe-á nomeado defensor pelo juiz, ressalvado o seu direito de, a todo tempo, nomear outro de sua confiança, ou a si mesmo defender-se, caso tenha habilitação.

Parágrafo único – O acusado, que não for pobre, será obrigado a pagar os honorários do defensor dativo, arbitrados pelo juiz.

Art. 564 – A nulidade ocorrerá nos seguintes casos:III – por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:c) a nomeação de defensor ao réu presente, que o não tiver, ou ao ausente,

e de curador ao menor de 21 (vinte e um) anos;

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Page 96: Manual Criminal

CERTIDÕES DE ATOS ORDINATÓRIOS

Certifico que não houve comprovação de que a parte ..................................... foi cientificada da renúncia do seu procurador.Fica intimado o advogado para comprovar a cientificação da parte.................................. em relação à renuncia do mandato, no prazo de 5 (cinco) dias.Local e data

..................................................Escrivão

Fica intimada a parte ............................, para constituir novo advogado, no prazo de 5 (cinco) dias.Local e data

..................................................Escrivão

Certifico que, apesar de intimada, a parte ............................................... não constituiu novo advogado.Indico o Dr. ................................... em substituição, ficando intimado para ................................................... .Local e data

..................................................Escrivão

Certifico que o defensor constituído pelo réu revel ......................................., renunciou ao mandato.Indico o Dr. ................................... em substituição, ficando intimado para ................................................... .Local e data

..................................................Escrivão

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Page 97: Manual Criminal

2.5 PETIÇÕES INTERMEDIÁRIAS

CONCEITO

Petição: “Ato de pedir; requerimento escrito dirigido ao magistrado solicitando a execução de um ato forense; pretensão”.47

As petições intermediárias poderão ser protocoladas pessoalmente pelo advogado, encaminhadas por via postal, pelo correio eletrônico (e-mail), ou ainda por fax.

Arts. 489, caput, 73 a 88 do CNCGJ

Art. 489 – As petições iniciais e intermediárias e cartas precatórias serão protocoladas por meio de relógio datador, entregando-se a segunda via ao apresentante.

Art. 73 – Ficam autorizados os advogados, exclusivamente no primeiro grau de jurisdição, a enviar petições iniciais e intermediárias pela via postal.

Art. 74 – A petição deverá ser remetida em envelope lacrado, acompanhado de aviso de recebimento (AR).

§ 1º – As petições intermediárias deverão ser endereçadas à distribuição do foro da comarca de destino.

§ 2º – As petições iniciais deverão ser endereçadas à contadoria do foro da comarca de destino, tendo em vista a necessidade do preparo para sua protocolização e distribuição.

Art. 75 – No caso de petições iniciais, os advogados deverão primeiramente entrar em contato com a contadoria da comarca de destino para que seja elaborado o cálculo das custas.

Parágrafo único – Elaborado o cálculo pela contadoria, o advogado deverá encaminhar cheque nominal ao juízo da comarca, no valor exato a ser recolhido, juntamente com a petição.

Art. 76 – As petições iniciais ou intermediárias deverão ser remetidas acompanhadas de cópia que, após sua protocolização, será remetida ao advogado remetente, no endereço que declinar.

Art. 77 – Excluídas as petições de interposição de recurso que estejam sujeitas a preparo, é facultado aos advogados, exclusivamente no primeiro grau de jurisdição, nos âmbitos cível e criminal, utilizarem o correio eletrônico (e-mail) para o envio de petições, sem prejuízo dos meios já existentes.

Art. 78 – A petição será remetida em forma de "anexo" à correspondência eletrônica – documento em formato RTF, em software compatível com o utilizado pelo Poder Judiciário.

§ 1º – O assunto da mensagem será: "petição eletrônica". § 2º – No corpo da mensagem constará o nome completo do advogado

subscritor e seu número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil;§ 3º – Tratando-se de petição intermediária, é necessário inserir, no corpo da

mensagem, informações relativas aos autos (vara e número do processo). 47 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. v. 3, p. 590.

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Page 98: Manual Criminal

Art. 79 – As caixas de correio eletrônico dos cartórios e das comarcas serão consultadas diariamente.

Art. 80 – As mensagens e documentos serão impressos no dia de sua recepção ou no dia útil seguinte, podendo, após, ser deletados.

Art. 81 – As petições iniciais serão remetidas ao endereço eletrônico do cartório distribuidor da comarca que, após o necessário registro, os encaminhará à vara competente.

Parágrafo único – O preparo, se necessário, será realizado por ocasião da apresentação dos originais.

Art. 82 – As petições intermediárias serão remetidas ao endereço eletrônico do cartório.

Parágrafo único – O escrivão judicial, ou servidor por ele indicado, será o responsável pelo recebimento e impressão do documento.

Art. 83 – As petições recebidas por este sistema serão imediatamente lançadas no SAJ/PG, e, após juntadas ou autuadas, serão submetidas à apreciação do magistrado, que poderá praticar todos os atos de sua competência, mesmo antes do recebimento dos originais.

Art. 84 – Ao apresentar os originais das petições, o interessado mencionará, por escrito, que aquele teor já foi enviado pelo correio eletrônico, indicando a data da remessa.

§ 1º – Não sendo apresentados os originais no prazo de cinco dias, será lançada a certidão pelo cartório, com imediata remessa dos autos ao magistrado.

§ 2º – Os originais serão encaminhados pela distribuição à vara competente no prazo máximo de quarenta e oito horas.

Art. 85 – Fica autorizado o uso de fac-símile (fax) para encaminhamento de petições aos cartórios do foro judicial, observadas as seguintes condições:

I – o recebimento será por equipamento instalado no juízo que se destina; II – atendimento às exigências das normas processuais; III – assinatura do advogado da parte; IV – transmissão do instrumento de mandato, se inexistente nos autos.

Art. 86 – Tão logo recebido, o fax deverá ser fotocopiado e distribuído ao cartório competente, providenciando-se a juntada de ambos aos autos.

Parágrafo único – A autenticação produzida pelo equipamento constitui prova da transmissão e recebimento, devendo ser anexada à petição.

Art. 87 – Os despachos e decisões judiciais proferidos em petições transmitidas por fax somente deverão ser cumpridos após o recebimento dos originais, salvo quando a espera puder acarretar dano à parte ou tornar ineficaz a providência requerida, caso em que o juiz determinará o imediato cumprimento.

Art. 88 – O original da transmissão deverá ser apresentado no respectivo cartório no prazo de cinco dias e substituirá a fotocópia, evitando-se a renumeração das folhas, certificando-se o ocorrido.

Parágrafo único – Cessará a eficácia da decisão se o original da petição não for apresentado no prazo assinalado no caput.

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Page 99: Manual Criminal

O escrivão deverá verificar diariamente a caixa postal eletrônica do cartório para constatar a entrada das petições eletrônicas.

As petições recebidas pelo correio eletrônico serão impressas e remetidas ao distribuidor.

Nos demais casos, tão logo recebidas em cartório, as petições serão juntadas aos autos independentemente de despacho, intimando-se a parte interessada quando necessário.

Art. 186, IX e XV, do CNCGJ

Art. 186 – Na área criminal, aplica-se o disposto no artigo anterior (independem de despacho judicial e deverão ser realizados pelo escrivão ou servidores devidamente autorizados) em relação aos seguintes atos:

IX – vista ao Ministério Público e ao defensor quando o procedimento assim o exigir;

XV – juntada de petições, sendo que as intempestivas o magistrado poderá determinar o desentranhamento, certificando-se o fato nos autos.

Não subscrita a petição, a parte será intimada para regularização, no prazo de 5 (cinco) dias.

Ausente qualquer manifestação, o cartório certificará e fará conclusão ao juiz.

JUNTADA

Em ......./......./......., junto a estes autos a petição que segue.

..................................................Escrivão

REMESSA

Em ......./......./......, remeto estes autos ao distribuidor.

..................................................Escrivão

CERTIDÕES

Certifico que substituí o fax / e-mail pelos originais de fls. ..........Local e data

..................................................Escrivão

Certifico que, decorridos 5 (cinco) dias do envio do fax / e-mail de fls. .........., não foram apresentados os originais,

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Page 100: Manual Criminal

motivo pelo qual faço o desentranhamento e remessa à distribuição para respectiva baixa.Local e data

..................................................Escrivão

CERTIDÃO DE ATO ORDINATÓRIO

Fica intimado o advogado do ( ) autor ( ) réu, para subscrever a petição de fls. .........., no prazo de 5 (cinco) dias.Local e data

..................................................Escrivão

2.6 INCLUSÃO, EXCLUSÃO OU RETIFICAÇÃO DE NOMES DE RÉUS

O cartório deve tomar todas as providências necessárias para regularização de autuação e registros, quando for determinada pelo juiz a inclusão, exclusão* ou retificação de nomes de réus, certificando os antecedentes em caso de inclusão ou correção, obtendo também os dados da distribuição.

Da mesma forma, quando verificar a existência de várias condutas do mesmo réu, deverá proceder à unificação de partes no SAJ.

*Importante: A exclusão referida trata-se apenas da atualização no histórico de partes (SAJ/PG).

CERTIDÃO

Certifico que houve ( ) inclusão ( ) exclusão ( ) retificação do ..................................................., motivo pelo qual procedi às anotações necessárias.Local e data

..................................................Escrivão

2.7 JUNTADA DE DOCUMENTOS E DESAVOLUMAMENTO DE AUTOS

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Page 101: Manual Criminal

CONCEITOS

Documento: “Qualquer escrito oferecido em juízo que forneça prova de alegação do litigante; qualquer fato que possa comprovar ou testemunhar algo; prova documental; qualquer escrito que tenha relevância jurídica”.48

Trânsito em julgado: “Estado da decisão judicial irrecorrível por não mais estar sujeita a recurso, dando origem à coisa julgada”.49

Exceção: “Em sentido estrito, a exceção pode ser conceituada como o meio pelo qual o acusado busca a extinção do processo sem o conhecimento do mérito, ou tampouco um atraso no seu andamento”. 50

Liberdade provisória: “Instituto processual que garante ao acusado o direito de aguardar em liberdade o transcorrer do processo até o trânsito em julgado, vinculado ou não a certas obrigações, podendo ser revogado a qualquer tempo, diante do descumprimento das condições impostas”.51

Prisão temporária: “Prisão cautelar de natureza processual destinada a possibilitar as investigações a respeito de crimes graves, durante o inquérito policial”.52

Prisão preventiva: “Prisão cautelar de natureza processual decretada pelo juiz durante o inquérito policial ou processo criminal, antes do trânsito em julgado, sempre que estiverem preenchidos os requisitos legais e ocorrerem os motivos autorizadores”.53

Restituição de coisa apreendida: “Restituição feita pelo juiz criminal: A restituição somente será possível em se tratando de coisa restituível, cuja retenção, pela Justiça seja absolutamente desnecessária”.54

Exame de sanidade mental: Incidente “instaurado quando há dúvidas acerca da integridade mental do autor de um crime. Pode ser instaurado em qualquer fase da persecução penal, seja durante a ação penal, seja no inquérito policial”.55

Exame de dependência toxicológica: Incidente instaurado para constatar se o acusado era, ao tempo da prática delituosa, inteiramente incapaz de verificar a ilicitude do fato praticado, ou de determinar-se de acordo com esse entendimento, devendo ser feito sempre que o agente declarar-se viciado, independente do delito imputo, conforme o disposto no artigo 19, caput, da Lei n. 6.368/76.

Os documentos soltos apresentados pelas partes, antes de juntados aos autos, deverão ser afixados em folhas brancas tamanho ofício, se menores, ou dobrados neste formato, se maiores.

Art. 186, XVI, do CNCGJ

48 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. v. 2, p. 224.49 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. v. 4, p. 609.50 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 323.51 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 240.52 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 237.53 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 232.54 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 345 e 347.55 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 361.

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Page 102: Manual Criminal

Art. 186 – Na área criminal, aplica-se o disposto no artigo anterior (independem de despacho judicial e deverão ser realizados pelo escrivão ou servidores devidamente autorizados) em relação aos seguintes atos:

XVI – afixação de documentos de pequena dimensão em folha de papel tamanho ofício, limitando-se o seu número de modo que não impeça a visualização e leitura. Os telex recebidos e as cópias dos expedidos serão anexados em folha branca e só após juntados aos autos.

Em nenhuma hipótese serão anexados documentos ou manifestações na contracapa dos autos, mas arquivados em local próprio no cartório. Se o volume de documentos juntados for excessivo, abrir-se-á um volume de apensos.

Art. 186, XIX, do CNCGJ

Art. 186, XIX – na hipótese de juntada de volume excessivo de documentos, abrir volume de apensos que serão arquivados em cartório, procedendo as devidas anotações no rosto dos autos.

Quando o processo atingir o volume de 200 (duzentas) folhas, abrir-se-á um novo volume.

Arts. 174 e 186, XVIII, do CNCGJ

Art. 174 – Os autos do processo não excederão de duzentas folhas em cada volume, salvo determinação expressa em contrário.

§ 1º – O encerramento e a abertura dos volumes serão certificados em folhas suplementares e sem numeração.

§ 2º – Os novos volumes serão identificados numericamente de forma bem destacada e a sua formação também será anotada na autuação do primeiro volume.

Art. 186, XVIII – no processo que atingir duzentas folhas, providenciar o seu encerramento e a imediata abertura de novo volume, observadas as disposições contidas neste Código.

No caso de autos apensados, quando a decisão neles proferida tornar-se imutável, o cartório procederá ao desapensamento e baixa no SAJ/PG, certificando o fato, mencionando a pendência ou não de custas, e anexando cópia da decisão referida nos autos principais (caso não tenha ocorrido no momento da decisão).

Art. 175 do CNCGJ

Art. 175 – Os autos de incidentes e exceções (ex.: impugnação ao valor da causa, pedido de alvará, exceções de incompetência, incidente de falsidade e embargos à execução), com sentença transitada em julgado, serão desapensados do processo principal, no qual será certificada a providência, mencionando-se a pendência ou não de custas, além de se fazer juntar cópia da decisão ou do acórdão desapensado.

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Page 103: Manual Criminal

Os processos em andamento também deverão obedecer a esses procedimentos de racionalização.

CERTIDÕES

Certifico que procedi à baixa estatística dos presentes autos.Local e data

..................................................Escrivão

Certifico que, transitada em julgado a sentença referente a(o)(s) ................................................................., procedi ao desapensamento daqueles autos para arquivamento, e juntei cópia da referida decisão e cálculo das custas, a cobrar neste processo. Local e data

..................................................Escrivão

Certifico que a decisão do incidente tornou-se imutável, motivo pelo qual procedi ao desapensamento daqueles autos para arquivamento, e juntei cópia da referida decisão e cálculo das custas, a cobrar neste processo. Local e data

..................................................Escrivão

2.8 DESENTRANHAMENTO DE DOCUMENTOS E DIVISÃO DE PROCESSOS

CONCEITOS

Desentranhamento: “Ato ou efeito de retirar peça processual ou documento do corpo dos autos, substituindo-o por certidão ou reprodução autenticada”.56

Desmembramento/Divisão de processo: É o ato por cujo intermédio se procede a separação ou cisão do processo com relação a um ou mais réus, formando-se autos autônomos, com tramitação independente.

No caso de desentranhamento de documento ou peça dos autos, o cartório deverá colocar uma folha em branco no seu lugar, na qual será certificada a diligência. Havendo necessidade, juntar-se-á também uma cópia do documento ou peça desentranhado.

Art. 180 do CNCGJ

56 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. v. 2, p. 94.

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Art. 180 – Somente por determinação judicial serão desentranhadas peças dos autos.

§ 1º – No lugar das peças desentranhadas será colocada uma folha em branco na qual será certificado o fato, a decisão que o determinou e o número das folhas antes ocupadas, evitando-se a renumeração, facultada a substituição por fotocópias autenticadas.

§ 2º – A autoridade judiciária poderá determinar que nas peças desentranhadas seja certificado, em lugar visível e sem prejudicar a leitura de seu conteúdo, o número e a natureza do processo de que foram retiradas.

Se o pedido de desentranhamento de documentos referir-se a processo findo, será concluso ao juiz.

Deferida a solicitação, o cartório deverá entregá-los mediante recibo, permanecendo fotocópia nos autos. Havendo custas pendentes, a entrega será feita somente após o pagamento.

Nos casos em que for determinado o desmembramento ou divisão de processos, o cartório fará certidão da diligência nos autos respectivos, procedendo à atualização no histórico de partes (SAJ/PG) e tirará cópia integral dos autos para formação do novo processo, atentando para a existência de eventuais anotações no verso das folhas.

CERTIDÕES

Certifico que houve desentranhamento do documento de fls. ..........., do qual anexei fotocópia nos autos. Local e data

..................................................Escrivão

Certifico que houve divisão do processo em relação ao réu ........................................................, o que resultou no processo n° ......... . Local e data

..................................................Escrivão

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Page 105: Manual Criminal

EXPEDIENTE

Recibo de entrega da peça:

PODER JUDICIÁRIOESTADO DE SANTA CATARINA<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

TERMO DE ENTREGA E RECEBIMENTO

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor: <<Nome da Parte>> Réu: <<Nome da Parte>>

Dados do(s) Objeto(s) Entregue(s)

Objeto 01 .........Objeto 02 .........

Dados do Recebedor

Nome Completo .........Nacionalidade ......... Estado Civil .........Profissão ......... Data Nascimento .........Número da CI ......... Número do CPF .........Outro Documento .........

Em <<C<[30]<<P<[14]DataExtenso>P>>>C>>, procedi a entrega do(s) objeto(s) à pessoa acima identificada, a qual bem ciente ficou sobre seus deveres de posse e guarda, do que, para constar, lavrei o presente termo. Eu, ________, <<Nome do Escrivão>>, Escrivã(o) Judicial, o subscrevi.

.........

Recebedor

<<Nome do Escrivão>>Escrivã(o) Judicial

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2.9 EMISSÃO DE EXPEDIENTES

CONCEITOS

Expedientes: São as correspondências, ofícios, requerimentos, certidões, mandados, editais etc., emitidos e recebidos pelos cartórios.

Certidão: “Documento autêntico, fornecido ao interessado, constante do Cartório ou dos arquivos da repartição, fazendo fé pública e tendo efeito probatório, uma vez que é o atestado ou a declaração relativos a um fato ou a um ato”.57

Mandado: “Ordem ou despacho de autoridade administrativa ou judicial para que se cumpra uma diligência ou se dê ciência à realização ou não de algo”.58

Edital: “Ato oficial contendo aviso, citação, determinação etc., que a autoridade competente ordena seja publicada em imprensa oficial ou não, ou afixada em lugar público ou na sede do Juízo para conhecimento geral ou do interessado”.59

As comunicações/pedidos/solicitações entre as comarcas do Poder Judiciário do Estado de Santa Catarina devem sempre ser feitas pelo correio eletrônico (e-mail), havendo ainda a possibilidade de ser utilizado o fax.

Arts. 89 a 91 do CNCGJ

Art. 89 – Fica autorizado o uso do fax para encaminhamento e recebimento de cartas precatórias, ofícios e outros expedientes do juízo, bem como para o envio de certidões e documentos, quando a urgência do ato recomendar, mediante autorização do magistrado.

Parágrafo único – Poderá ser efetivada confirmação telefônica nos casos que importem na liberação de presos e medidas urgentes.

Art. 90 – É vedado o uso do fax para efetuar quaisquer convites ou outras comunicações estranhas ao foro.

Art. 91 – No âmbito da justiça estadual de primeiro grau, as comunicações devem ser efetivadas, preferencialmente, por correio eletrônico, no endereço eletrônico @tj.sc.gov.br, de uso restrito ao serviço judiciário.

Parágrafo único – Recebida a mensagem, o destinatário providenciará sua impressão e adotará as medidas pertinentes.

Quanto à forma, os expedientes emitidos pelo cartório devem obedecer às diretrizes traçadas pelo CNCGJ:

Arts. 169 a 173, 177 e 178, do CNCGJ

Art. 169 – Na lavratura dos atos judiciais serão utilizados papéis com fundo inteiramente branco ou com timbre do Poder Judiciário, se for o caso, salvo disposição expressa em contrário.

57 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. v. 1, p. 555.58 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. v. 3, São Paulo: Saraiva, 1998, p. 193.59 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. v. 2, p. 263.

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Art. 170 – A escrituração será sempre em vernáculo e sem abreviaturas, utilizando-se tinta indelével, de cor preta ou azul. Os algarismos e datas serão expressos também por extenso.

Art. 171 – Na escrituração não se admitem entrelinhas, procurando-se evitar erros de digitação, omissões, emendas e rasuras. Caso ocorram, deverá ser feita a respectiva ressalva antes do encerramento do ato e da aposição das assinaturas.

Art. 172 – É vedado o uso de raspagem por borracha ou outro meio mecânico, assim como a utilização de corretivo ou de outro meio químico.

Art. 173 – Não serão permitidas anotações a lápis, mesmo que a título provisório.

Art. 177 – Os servidores deverão consignar seu nome completo e legível, bem assim sua respectiva matrícula, nos atos que subscreverem ou assinarem.

Art. 178 – Nos termos e atos em geral, a qualificação das pessoas será a mais completa possível, contendo o nome por inteiro, o número do RG ou do CPF, a naturalidade, o estado civil, a profissão, a filiação, a residência e o domicílio especificados (rua, número, bairro e cidade).

Ressalvadas as hipóteses em que, pelo alcance e repercussão jurídica da medida, é indispensável a assinatura pessoal do juiz, o escrivão, ou serventuário por ele designado, fica autorizado a assinar os ofícios e mandados emitidos pelo cartório, sempre mencionando que o faz por determinação do juiz.

Art. 190, segunda parte, do CNCGJ

Art. 190 – (...). Os (ofícios) dirigidos a outros cartórios e a pessoas físicas e jurídicas em geral, poderão ser assinados pessoalmente pelo escrivão, com a observação de que o ato é praticado por autorização do juiz, mencionando o respectivo ato autorizatório.

É vedado ao escrivão assinar os mandados de prisão; os mandados para cumprimento de liminar; os alvarás de soltura; os salvo-condutos; as requisições de réu preso; as guias de recolhimento, de internação ou de tratamento; os ofícios e alvarás para levantamento de depósito; os mandados de busca e apreensão, penhora, remoção, arresto, seqüestro e depósito.

Art. 189 do CNCGJ

Art. 189 – Os mandados poderão ser assinados pelo escrivão, desde que nele conste a observação de que o faz sob autorização do juiz, com indicação do número do ato autorizatório.

Parágrafo único – É vedado ao escrivão subscrever: I – os mandados de prisão;II – os mandados para cumprimento de liminar;III – os alvarás de soltura;IV – os salvo-condutos;V – as requisições de réu preso;VI – as guias de recolhimento, de internação ou de tratamento;

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Page 108: Manual Criminal

VII – os ofícios e alvarás para levantamento de depósito.VIII – os mandados de busca e apreensão, penhora, remoção, arresto,

seqüestro e depósito; eIX – os demais atos processuais onde há necessidade da assinatura pessoal

do juiz, pelo alcance e repercussão jurídica da medida, ou qualidade do destinatário.

Tratando-se de ofícios dirigidos a outro juízo, a Tribunal ou às demais autoridades constituídas (integrantes do Ministério Público, integrantes dos Poderes Legislativo e Executivo, seus secretários ou detentores de cargos assemelhados, reitores, diretores de faculdade, bispos e seus superiores, comandantes de unidades militares das Forças Armadas etc.), será indispensável a assinatura do juiz.

Art. 190, primeira parte, do CNCGJ

Art. 190 – Os ofícios dirigidos a outro juízo, a Tribunal ou às demais autoridades constituídas, deverão ser assinados pelo magistrado remetente.

Na emissão para outro juízo ou repartição, os expedientes deverão ser sempre impessoais, ou seja, endereçados ao juízo ou repartição e não à autoridade ou funcionário, ainda que conhecidos os nomes destes.

Art. 250 do CNCGJ

Art. 247 – No caso de correspondência dirigida às comarcas com mais de uma vara deverá ser indicado expressamente o juízo destinatário.

Havendo autorização prévia da Corregedoria-Geral da Justiça, poderá ser adotado o sistema de chancela mecânica, que valerá como assinatura do juiz ou do escrivão.

Art. 191 do CNCGJ

Art. 191 – Mediante prévia autorização da Corregedoria-Geral da Justiça, poderá ser adotado o sistema de chancela mecânica, que valerá como assinatura do magistrado ou escrivão.

§ 1º – O requerimento, devidamente fundamentado, será remetido ao Órgão Correicional para análise e eventual deferimento, sendo requisito indispensável a firma reconhecida do interessado pelo notário, bem assim a descrição pormenorizada da chancela, com o dimensionamento do clichê.

§ 2º – A autorização para o uso da chancela mecânica poderá ser suspensa ou revogada de ofício pela Corregedoria-Geral da Justiça.

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2.9.1 SOLICITAÇÕES DA PRESIDÊNCIA DO TRIBUNAL E DA CORREGEDORIA

CONCEITOS

Presidente do Tribunal de Justiça: Desembargador eleito por seus pares para administrar o Tribunal, dirigindo-o e representando-o, na forma estabelecida pelo Regimento Interno.

Corregedor: “Magistrado superior que tem a incumbência de fiscalizar o andamento dos serviços auxiliares da justiça, a polícia judiciária, a distribuição da justiça e os presídios, adotando todas as medidas que forem necessárias para tanto e aplicando penas disciplinares cabíveis”.60

Quando a Presidência do Tribunal de Justiça ou a Corregedoria-Geral da Justiça solicitar providências relativas apenas a informações cartorárias, o cartório deverá cumprir a diligência e, observando o prazo do expediente, fazer o respectivo ofício para o juiz assinar.

Art. 190 do CNCGJ

Art. 190 – Os ofícios dirigidos a outro juízo, a Tribunal ou às demais autoridades constituídas, deverão ser assinados pelo magistrado remetente. Os dirigidos a outros cartórios e a pessoas físicas e jurídicas em geral, poderão ser assinados pessoalmente pelo escrivão, com a observação de que o ato é praticado por autorização do juiz, mencionando o respectivo ato autorizatório.

Após certificar o cumprimento da diligência, o ofício será arquivado em pasta própria.

CERTIDÃO

Certifico que tomei as providências determinadas no Ofício nº ..................... Local e data

..................................................Escrivão

60 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. v. 1, p. 897.

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Page 110: Manual Criminal

EXPEDIENTES

Ofício à Presidência do Tribunal de Justiça

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

Ofício nº <<Local e data por extenso>>

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor/Requerente: <<Nome da Parte>> Réu/Requerido: <<Nome da Parte>> .........

Senhor Presidente,

Tenho a honra de ................... a Vossa Excelência ...........

Valho-me do ensejo para reiterar os mais elevados protestos de consideração.

<<Nome do Juiz>> Juiz(a) de Direito

Excelentíssimo SenhorDESEMBARGADOR (Nome do Presidente)Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Santa CatarinaRua Álvaro Millen da Silveira, nº 208, 9º andar – CentroCEP: 88.020-901 – Florianópolis/SC

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Page 111: Manual Criminal

Ofício à Corregedoria-Geral da Justiça

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

Ofício nº <<Local e data por extenso>>

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor/Requerente: <<Nome da Parte>> Réu/Requerido: <<Nome da Parte>> .........

Senhor Corregedor,

Tenho a honra de ................... a Vossa Excelência ...........

Valho-me do ensejo para reiterar os mais elevados protestos de consideração.

<<Nome do Juiz>> Juiz(a) de Direito

Excelentíssimo SenhorDESEMBARGADOR (Nome do Corregedor-Geral)Corregedor-Geral da Justiça do Estado de Santa CatarinaRua Álvaro Millen da Silveira, nº 208, 8º andar – CentroCEP: 88.020-901 – Florianópolis/SC

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Page 112: Manual Criminal

2.9.2 EXPEDIENTES RECEBIDOS

O correio eletrônico do cartório deverá ser consultado diariamente pelo escrivão ou serventuário responsável, que imprimirá as mensagens e documentos recebidos.

Arts. 79 e 80 do CNCGJ

Art. 79 – As caixas de correio eletrônico dos cartórios e das comarcas serão consultadas diariamente.

Art. 80 – As mensagens e documentos serão impressos no dia de sua recepção ou no dia útil seguinte, podendo, após, ser deletados.

Tratando-se de correspondência postal endereçada ao juízo, o escrivão ou serventuário encarregado deverá abri-la, desde que não haja ressalva de “reservado”, “confidencial”, ou equivalente.

Referindo-se a processos, o serventuário certificará nos autos o que for necessário, prestará a informação solicitada ou tomará as providências adequadas quando meramente impulsionadoras do feito (ex.: intimação de partes, designação de audiência em juízo deprecado etc.).

2.10 CERTIDÕES CARTORÁRIAS

CONCEITO

Certidão cartorária: É a certificação feita pelo escrivão ou serventuário do cartório, atestando a prática de algum ato ou a ocorrência de algum fato relevante para o processo.

2.10.1 CERTIDÃO NO PROCESSO

A certidão cartorária a ser juntada no processo deve estar, preferencialmente, em folha separada, para melhor visualização.

O ato informativo ou o resultado da diligência certificada devem estar em destaque.

Deverá conter a palavra CERTIDÃO – em maiúscula e negrito – como cabeçalho (vide exemplos de certidões ao longo deste manual).

Quando da certidão decorrer necessidade de impulso processual (ato ordinatório), este virá logo em seguida à atestação da condição processual, sendo que o expediente denominar-se-á certidão de ato ordinatório (vide item 1.16 da parte geral deste manual).

Importante: Nos demais itens deste manual, apenas será exemplificado o comando lógico da certidão, devendo o cartório adequá-lo ao modelo citado neste tópico.

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Page 113: Manual Criminal

2.10.2 REQUERIMENTO DE CERTIDÃO

Havendo requerimento de certidão de fatos ocorridos em determinado processo, o cartório verificará se é caso de segredo de justiça. Se for, o pedido será concluso ao juiz.

Não se tratando de segredo de justiça, o cartório lavrará a certidão, fornecendo-a ao interessado, arquivando uma cópia na pasta de certidões requeridas.

Arts. 93, 94, 97 e 98, do CNCGJ

Art. 93 – A cobrança de custas das certidões observará o disposto na Lei Complementar estadual n. 156, de 15 de maio de 1997 – Regimento de Custas e Emolumentos do Estado de Santa Catarina.

Parágrafo único – As certidões para fins empregatícios serão isentas de custas (Circular n. 67, de 21 de julho de 1998).

Art. 94 – As certidões serão expedidas no prazo máximo de cinco dias, contados da data do recebimento do respectivo pedido.

Art. 97 – Nas certidões deverá constar a seguinte observação: "Esta certidão é emitida em uma única via, sem rasuras e mediante assinatura do servidor."

Art. 98 – As certidões narrativas serão expedidas exclusivamente pelo cartório da vara respectiva.

O prazo de validade das certidões será de 60 (sessenta) dias, a contar da data da expedição, o que deverá constar do documento, ficando a disposição do interessado para retirada pelo prazo de 30 (trinta) dias, findo o qual, serão inutilizadas.

Arts. 95 e 96 do CNCGJ

Art. 95 – As certidões não retiradas pelos interessados dentro de trinta dias, contados da sua expedição, serão inutilizadas.

Art. 96 – Será de sessenta dias o prazo de validade das certidões judiciais, o que constará, obrigatoriamente, do respectivo escrito oficial.

Quando não houver elementos suficientes para distinção da pessoa da qual se expedirá a certidão, constará do documento a menção de que os dados constantes poderão referir-se a homônimo.

Art. 108 do CNCGJ

Art. 108 – Nas certidões expedidas em nome de pessoa que não tenha outros elementos de identificação como filiação, RG e CPF, deverá ser expressamente anotado que "Em razão da inexistência de elementos de identificação pessoal, esta certidão poderá referir-se a homônimo.".

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Page 114: Manual Criminal

2.10.3 CERTIDÃO DE ANTECEDENTES CRIMINAIS

CONCEITOS

Certidão de antecedentes criminais: Documento autêntico expedido pelo distribuidor da comarca ou pelo cartório (se for narrativa) acerca dos antecedentes criminais de uma determinada pessoa. Dependendo da finalidade a que se destina – civis, eleitorais, registro e porte de arma de fogo, inscrição em concurso público, judiciais – conterá informações mais abrangentes ou mais restritas. Antecedentes: “São os fatos bons ou maus da vida pregressa do autor do crime (...). A doutrina vem entendendo, também, que a existência de várias absolvições por falta de provas ou de inúmeros inquéritos arquivados constitui maus antecedentes”.61

Reincidência: “Nos termos do art. 63 do Código Penal, considera-se reincidente aquele que comete novo crime depois do trânsito em julgado de sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior”.62

As certidões de antecedentes criminais, em regra, serão expedidas no prazo de 5 (cinco) dias, independentemente de despacho judicial, pela seção de distribuição da comarca.

Art. 107 do CNCGJ

Art. 107 – A certidão de antecedentes criminais deverá ser requerida diretamente ao distribuidor, mesmo nas comarcas providas de vara única.

2.10.3.1 CERTIDÃO DE ANTECEDENTES CRIMINAIS PARA FINS JUDICIAIS

Havendo necessidade de certificar os antecedentes criminais de pessoa que está sendo processada criminalmente, o cartório consultará o banco de dados da Corregedoria-Geral da Justiça, lavrando a respectiva certidão.

Art. 69 do CNCGJ

Art. 69 – O juízo que necessitar de informações acerca da vida pregressa daquele que estiver respondendo a processo criminal poderá consultar as informações constantes do banco de dados da Corregedoria-Geral da Justiça, por meio da intranet, passando o escrivão, após a pesquisa, certidão positiva ou negativa.

A certidão de antecedentes criminais requerida pelo juiz será completa, contendo a data do trânsito em julgado da decisão condenatória (sentença ou acórdão), a data do cumprimento da pena, a data da extinção da pena e a data do

61 GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Coleção Sinopses Jurídicas, vol. 7 – Direito penal: parte geral, p.125.

62 GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Coleção Sinopses Jurídicas, vol. 7 – Direito penal: parte geral, p.128.

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Page 115: Manual Criminal

término do período de prova da suspensão condicional da pena ou do livramento condicional (se houver), ainda que arquivados definitivamente os feitos.

Art. 105 do CNCGJ

Art. 105 – Nas certidões de antecedentes criminais requisitadas por autoridade judiciária a informação deverá ser obrigatoriamente completa, ainda que arquivados definitivamente os feitos.

Quando não houver elementos suficientes para distinção da pessoa da qual se expedirá a certidão, constará do documento a menção de que os dados constantes poderão referir-se a homônimo.

Art. 108 do CNCGJ

Art. 108 – Nas certidões expedidas em nome de pessoa que não tenha outros elementos de identificação como filiação, RG e CPF, deverá ser expressamente anotado que "Em razão da inexistência de elementos de identificação pessoal, esta certidão poderá referir-se a homônimo.".

2.11 MANDADOS

CONCEITOS

Mandado: “É a ordem escrita, corporificada em um instrumento e emitida pela autoridade competente para o cumprimento de determinado ato. Quando a ordem for proveniente do juiz, denominar-se-á mandado judicial”.63

Citação: “É o ato oficial pelo qual, ao início da ação, dá-se ciência ao acusado de que, contra ele, se movimenta esta ação, chamando-o a vir a juízo, para se ver processar e fazer a sua defesa. Compõe-se a citação de dois elementos básicos: a cientificação do inteiro teor da acusação e o chamamento do acusado para vir apresentar a sua defesa”.64

Intimação: “Na doutrina, chama-se intimação à ciência dada à parte, no processo, da prática de um ato, despacho ou sentença e notificação à comunicação à parte ou outra pessoa, do lugar, dia e hora de um ato processual a que deve comparecer. Na lei processual há confusão dos conceitos e o art. 370 refere-se às intimações quando, na verdade, diz respeito às notificações e intimações”.65

Prazo: “É o lapso de tempo em que é ordenada, proibida ou facultada a prática de um ato”. 66

63 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 524.64 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 521.65 MIRABETE, Julio Fabbrini. Código de processo penal interpretado, 8ª ed., São Paulo:

Atlas, 2001, p. 808.66 MIRABETE, Julio Fabbrini. Código de processo penal interpretado, p. 1556.

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Arts. 403, 405 e 406 do CNCGJ

Art. 403 – Os mandados atribuídos ao oficial de justiça são intransferíveis e somente com autorização da autoridade judiciária poderá ocorrer sua substituição.

Art. 405 – Ressalvado prazo expressamente determinado em lei ou fixado pela autoridade judiciária, os mandados serão cumpridos em até trinta dias.

Art. 406 – Na hipótese de intimação para audiência, à exceção de determinação legal ou judicial em contrário, os mandados deverão ser devolvidos em até quarenta e oito horas úteis antes da data designada.

Caso a parte indique alteração de residência da testemunha, o cartório deverá comunicar ao oficial de justiça ou à Central de Mandados para as providência cabíveis.

A cada 30 (trinta) dias o cartório procederá ao levantamento dos mandados em atraso, advertindo o oficial de justiça responsável para que cumpra ou justifique o atraso no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, certificando ao juiz no caso de descumprimento.

Art. 411 do CNCGJ

Art. 411 – No último dia do mês o servidor responsável verificará os mandados não devolvidos dentro do prazo assinalado neste Código, apresentando relação ao juiz para a adoção das medidas administrativas pertinentes.

Na juntada dos mandados aos autos, o cartório verificará o seu cumprimento e tomará as medidas necessárias ao prosseguimento do feito, de acordo com as normas desse manual.

Referindo-se o mandado a várias pessoas, o cartório deverá conferir se abaixo de cada assinatura há identificação do subscritor. Em caso negativo, o mandado será devolvido para complementação, no prazo de 5 (cinco) dias.

Art. 404 do CNCGJ

Art. 404 – Abaixo de toda assinatura colhida nos mandados será identificado o subscritor.

Havendo Central de Mandados na comarca, serão observadas as regras previstas pelo CNCGJ:

Arts. 415 a 431 do CNCGJ

Art. 415 – A adoção nas comarcas do Estado do sistema da Central de Mandados depende de autorização da Corregedoria-Geral da Justiça e, para o seu funcionamento, observar-se-á o disposto neste Código.

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Page 117: Manual Criminal

Art. 416 – O território da comarca em que for instituído o sistema ficará dividido em zonas, em número suficiente para atender as necessidades do serviço, a serem definidas pelo diretor do foro, após ouvidos os magistrados da comarca.

Art. 417 – Os mandados serão emitidos pelos cartórios e entregues à Central de Mandados, mediante carga (eletrônica ou manual), para cumprimento.

§ 1º – Os mandados serão emitidos pelos cartórios e entregues à Central de Mandados, mediante carga (eletrônica ou manual), para cumprimento.

§ 2º – Serão cumpridos independentemente de zoneamento, com exceção dos mandados executivos (citação e penhora), os demais mandados complexos (busca e apreensão e citação, reintegração de posse e citação no leasing etc.), considerando-se para fins de distribuição da ordem, o local indicado para a efetivação do primeiro ato.

§ 3º – Os mandados com caráter de urgência, a critério do juiz a quem couber o feito, serão imediatamente distribuídos aos oficiais de justiça de plantão.

§ 4º – Os oficiais de justiça de plantão, exclusivamente para os mandados de urgência, permanecerão na Central durante o expediente, devendo a ela retornar imediatamente após o cumprimento dos mandados que lhes couberem, assinando a folha de presença ao início e término do expediente.

Art. 418 – Os oficiais de justiça serão designados por escala elaborada pela direção do foro para servir nas diversas zonas, por período não superior a seis meses, findo o qual será realizado rodízio.

Art. 419 – O registro dos mandados expedidos e entregues aos oficiais será feito no sistema informatizado – SAJ/PG.

Art. 420 – Será responsável pela Central de Mandados, de preferência, um técnico judiciário auxiliar ou servidor lotado na comarca, designado Coordenador pela direção do foro, e que terá as seguintes atribuições:

I – receber os mandados mediante carga eletrônica ou manual, entregando-os, da mesma forma, aos oficiais de justiça;

II – receber os mandados devolvidos pelos oficiais de justiça, entregando-os imediatamente aos respectivos cartórios;

III – fiscalizar o cumprimento dos mandados pelos oficiais de justiça, comunicando à direção do foro qualquer irregularidade; e

IV – supervisionar e fiscalizar todas as atividades da Central, mantendo atualizados os registros no SAJ/PG e demais papéis sob sua responsabilidade, procedendo as baixas respectivas.

Art. 421 – O escrivão, ao receber despacho judicial que altere a situação processual com relação a mandados já entregues (ex.: mudança de endereço, acordo entre partes, desnecessidade de cumprimento etc.), fará a imediata comunicação à Central de Mandados acerca da alteração ocorrida.

Parágrafo único – Quando o mandado envolver penhora ou medidas correlatas, os oficiais de justiça somente deixarão de efetivar a constrição legal por determinação expressa da autoridade judiciária.

Art. 422 – Caberá ao oficial de justiça verificar, dentro de vinte e quatro horas do recebimento, se o mandado está dentro dos limites de sua zona de atuação e se contém os documentos que devam acompanhá-lo.

Parágrafo único – Verificada eventual irregularidade, o oficial de justiça devolverá o mandado à Central, sob pena de cumprimento independentemente de zoneamento.

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Page 118: Manual Criminal

Art. 423 – Nos processos de execução em que os devedores residirem em endereços diversos, será respeitada para fins de distribuição de mandados, a zona correspondente ao endereço de cada devedor.

Parágrafo único – Efetivada a citação, o mandado deverá permanecer em poder do oficial de justiça durante o prazo legal. Decorrido este e não havendo comunicação pelo cartório acerca do pagamento ou oferecimento de bens, proceder-se-á à penhora e respectiva intimação. Caso contrário, o mandado será imediatamente devolvido.

Art. 424 – Sempre que houver necessidade de dois oficiais de justiça para cumprimento de diligência, o segundo será designado pelo Coordenador da Central de Mandados, de forma alternada e preferencialmente entre os integrantes da mesma zona.

Art. 425 – Os mandados distribuídos antes do ato de instituição do sistema na comarca serão cumpridos independentemente de zoneamento e devolvidos pelos oficiais de justiça ao cartório.

Art. 426 – O cartório apenas encaminhará à Central os mandados cujo recolhimento das despesas judiciais tenha sido efetuado, se devidas.

Art. 427 – O valor das diligências recolhidas após o início das atividades da Central na comarca deverá ser depositado em conta única, aberta exclusivamente para este fim, expedindo a direção do foro, a cada quinze dias, alvará de rateio a cada um dos oficiais de justiça que tenham atuado na respectiva quinzena.

§ 1º – O mesmo procedimento deverá ser observado quando do recolhimento das custas finais no que pertinente aos processos iniciados sob a égide deste sistema, ficando excetuados aqueles cujo cumprimento do mandado efetivou-se em data anterior.

§ 2º – O alvará respectivo, subscrito pelo diretor do foro, somente será entregue pela Central de Mandados ao meirinho que tiver devolvido, devidamente cumpridos, todos os mandados que recebeu no correspondente período, inclusive aqueles em que há isenção do recolhimento de diligências, ou for acolhida, pela direção do foro, a justificativa apresentada.

Art. 428 – Não será distribuído qualquer mandado aos oficiais de justiça dez dias antes do início do rodízio estabelecido na comarca, exceto aqueles considerados urgentes ou com audiência designada para até vinte dias após a data da distribuição.

Art. 429 – Efetivado novo rodízio, o oficial de justiça permanecerá com os mandados que recebeu na zona em que atuava, devendo cumpri-los no prazo de dez dias, sob pena de responsabilidade.

Art. 430 – Os serviços judiciários que contem com oficiais de justiça próprios (ex.: executivos fiscais e unidades de justiça avançada) poderão ficar excluídos do sistema por solicitação do magistrado interessado à Corregedoria-Geral da Justiça.

Art. 431 – Os casos omissos serão resolvidos pelo diretor do foro, ciente a Corregedoria-Geral da Justiça.

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Page 119: Manual Criminal

A data da entrega do mandado ao oficial de justiça ou à Central de Mandados deverá ser certificada nos autos.

CERTIDÕES

Certifico que entreguei o mandado de fls. ............ para o ( ) oficial de justiça ( ) Central de Mandados.Local e data

..................................................Escrivão

Certifico que o mandado a seguir foi juntado nesta dataLocal e data

..................................................Escrivão

CERTIDÃO DE ATO ORDINATÓRIO

Certifico que no mandado de fls. ........., referente a ....................................., não há identificação da assinatura.Fica intimado o oficial de justiça, para complementá-lo, no prazo de 5 (cinco) dias.Local e data

..................................................Escrivão

2.11.1 MANDADO DE PRISÃO

CONCEITOS

Mandado de prisão: É o mandado judicial destinado à repartição policial para executar a prisão do indivíduo.Prescrição penal: É a perda do poder-dever de punir do Estado pelo não exercício da pretensão punitiva ou da pretensão executória durante certo tempo.Pretensão punitiva do Estado: É a exigência de que o poder-dever de punir do Estado subordine o direito de liberdade do cidadão.Pretensão executória do Estado: Transitado em julgado a sentença condenatória, segue a pretensão executória, pelo que o Estado adquire o direito de executar a sanção imposta pelo Poder Judiciário.Pena em abstrato: É a cominada no preceito secundário da norma incriminadora. Ex: no homicídio simples a pena abstrata é a reclusão, de seis a vinte anos.Pena em concreto: É a imposta pelo juiz na sentença.

Decretada a prisão pelo juiz, o cartório expedirá o respectivo mandado de prisão obedecendo a todos os requisitos previstos no Código de Processo Penal.

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Art. 285 do CPP

Art. 285 – A autoridade que ordenar a prisão fará expedir o respectivo mandado.

Parágrafo único – O mandado de prisão:a) será lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade;b) designará a pessoa, que tiver de ser presa, por seu nome, alcunha ou

sinais característicos;c) mencionará a infração penal que motivar a prisão;d) declarará o valor da fiança arbitrada, quando afiançável a infração;e) será dirigido a quem tiver qualidade para dar-lhe execução.

O cartório fixará o prazo de validade do mandado. Dependendo do momento em que for decretada a prisão, a validade da

ordem terá parâmetros distintos: – Prisão anterior à condenação (preventiva): será o prazo de prescrição

do crime, considerando-se a pena máxima cominada no tipo penal (em abstrato);

– Prisão posterior à condenação: o prazo de prescrição do crime, considerando-se a pena aplicada (em concreto).

Art. 295 do CNCGJ

Art. 295 – Recomenda-se a inserção em todos os mandados, cartas precatórias ou requisições telegráficas (Código de Processo Penal, art. 289, parágrafo único) que tenham por objetivo a prisão de alguém, expedidos em procedimentos cíveis ou criminais, além dos requisitos do art. 285, parágrafo único e suas alíneas, do Código de Processo Penal, o tempo de validade da ordem de segregação e, especialmente nos casos de processos penais, a data em que ocorrer a prescrição da pretensão executória da reprimenda irrogada.

Parágrafo único – A recomendação constante neste artigo não se aplica aos casos de decretação da prisão em virtude de pronúncia, prisão preventiva ou outros casos em que a lei não estabelece o tempo de duração do confinamento.

Após assinados pelo magistrado, os mandados serão remetidos à delegacia de polícia para cumprimento.

Arts. 286 a 288 e 297 a 299, do CPP

Art. 286 – O mandado será passado em duplicata, e o executor entregará ao preso, logo depois da prisão, um dos exemplares com declaração do dia, hora e lugar da diligência. Da entrega deverá o preso passar recibo no outro exemplar; se recusar, não souber ou não puder escrever, o fato será mencionado em declaração, assinada por duas testemunhas.

Art. 287 – Se a infração for inafiançável, a falta de exibição do mandado não obstará à prisão, e o preso, em tal caso, será imediatamente apresentado ao juiz que tiver expedido o mandado.

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Art. 288 – Ninguém será recolhido à prisão, sem que seja exibido o mandado ao respectivo diretor ou carcereiro, a quem será entregue cópia assinada pelo executor ou apresentada a guia expedida pela autoridade competente, devendo ser passado recibo da entrega do preso, com declaração de dia e hora.

Parágrafo único – O recibo poderá ser passado no próprio exemplar do mandado, se este for o documento exibido.

Art. 297 – Para o cumprimento de mandado expedido pela autoridade judiciária, a autoridade policial poderá expedir tantos outros quantos necessários às diligências, devendo neles ser fielmente reproduzido o teor do mandado original.

Art. 298 – Se a autoridade tiver conhecimento de que o réu se acha em território estranho ao da sua jurisdição, poderá, por via postal ou telegráfica, requisitar a sua captura, declarando o motivo da prisão e, se afiançável a infração, o valor da fiança.

Art. 299 – Se a infração for inafiançável, a captura poderá ser requisitada, à vista de mandado judicial, por via telefônica, tomadas pela autoridade, a quem se fizer a requisição, as precauções necessárias para averiguar a autenticidade desta.

Caso o réu encontre-se em comarca distinta, será deprecada a sua prisão. Nesse caso, juntamente com a carta precatória o cartório deprecante expedirá o mandado de prisão, fazendo constar o número do processo a que se refere.

Art. 289, caput, do CPP

Art. 289 – Quando o réu estiver no território nacional, em lugar estranho ao da jurisdição, será deprecada a sua prisão, devendo constar da precatória o inteiro teor do mandado.

Efetuada a prisão, o cartório registrará o evento no histórico de partes (SAJ/PG) e afixará na capa do processo, na parte superior direita, etiqueta adesiva com os dizeres “RÉU PRESO”.

Art. 165 do CNCGJ

Art. 165 – Faculta-se a adoção de etiquetas ou carimbos para assinalar certas situações especiais (ex.: assistência judiciária, réu preso, segredo de justiça, intervenção do Ministério Público e curador).

A Corregedoria-Geral da Justiça manterá banco de dados contendo todos os mandados de prisão expedidos no Estado, sendo indispensável para tanto que os cartórios informem no SAJ/PG tanto a data da expedição como a do cumprimento dos mandados de prisão.

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Arts. 61, 65 e 297, do CNCGJ

Art. 61 – A Divisão Judiciária da Corregedoria-Geral da Justiça manterá banco de dados acerca de Rol de Culpados, Registros de Ocorrência da Lei federal n. 9.099, de 26 de setembro de 1995, Registro Geral de Processos Suspensos (Código de Processo Penal – Decreto-lei federal n. 3.689, de 3 de outubro de 1941, art. 366 e Lei n. 9.099/95, art. 89) e Registros de Mandados de Prisão, sendo de sua responsabilidade o gerenciamento e controle do sistema.

§ 1º – O acesso às informações se dará mediante senha, a ser fornecida após requerimento endereçado à Divisão Judiciária da Corregedoria-Geral da Justiça ([email protected]).

§ 2º – A senha provisória, fornecida pela Divisão Judiciária, deverá ser alterada pelo usuário, sendo de sua responsabilidade a guarda e o uso das informações obtidas nos bancos.

Art. 65 – O Registro de Mandados de Prisão conterá informações acerca dos mandados destinados a tal finalidade, lançados no SAJ/PG imediatamente após a sua expedição.

Parágrafo único – Cumprido o mandado, serão procedidas as alterações no SAJ/PG, cientificando-se outros juízos que possuam mandados expedidos contra o mesmo procurado.

Art. 297 – As Unidades Judiciárias manterão registro dos mandados de prisão expedidos, inclusive por intermédio de carta precatória ou telegrama, assegurando o êxito das determinações punitivas.

ETIQUETA

RÉU PRESO

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EXPEDIENTE

Mandado de prisão:

ESTADO DE SANTA CATARINA

PODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

MANDADO DE PRISÃO

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor: <<Nome da Parte>> Réu: <<Nome da Parte>> Oficial de Justiça: <<Nome do Oficial de Justiça>> Mandado nº

O(A) Senhor (a) <<Nome do Juiz>>, Juiz(a) de Direito da <<Vara>>, da <<Nome da Comarca>>, na forma da lei, etc.

MANDA o Senhor Oficial de Justiça, ou a Autoridade Policial, a quem este for apresentado, que, em cumprimento ao presente, extraído dos autos acima indicados, EFETUE A PRISÃO da pessoa abaixo mencionada, cientificando-o do motivo da prisão, e observando-se as disposições do art. 5º, incisos LXII, LXIII e LXIV da Constituição Federal, consoante decisão junto ao feito em referência.

MOTIVO DA PRISÃO: ......... VALIDADE: .........

Destinatário

<<Qualificação>>

Eu, _________, o digitei, e eu, ________, <<Nome do Escrivão>>, Escrivã(o) Judicial, o conferi e subscrevi. <<Nome da Comarca>> (SC), <<Data por extenso>>

<<Nome do Juiz>> Juiz(a) de Direito

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2.11.2 ALVARÁ DE SOLTURA

CONCEITO

Alvará de soltura: É o instrumento de ordem judicial assinado pelo magistrado para colocar em liberdade o acusado que, estando preso, obteve liberdade provisória, foi absolvido, cumpriu a pena ou obteve habeas corpus.

Art. 298 do CNCGJ

Art. 298 – Não será permitida a saída ou soltura de preso, senão mediante alvará de soltura ou com ordem escrita da autoridade competente.

O alvará de soltura será expedido pelo cartório e assinado pelo juiz, devendo conter todos os requisitos previstos na lei, destacando-se os motivos da soltura e a advertência para que se verifique se o réu não está preso por outro motivo.

Arts. 299 a 301 do CNCGJ

Art. 299 – Os alvarás de soltura deverão ser assinados pelo juiz, deles constando o nome completo, sem abreviaturas, a naturalidade, o estado civil, a data de nascimento ou a idade, a filiação, a profissão, o endereço da residência e do trabalho, o número do inquérito policial, do processo ou precatória, o número do RG e do CIC, os sinais característicos da pessoa a ser solta, a data da prisão e sua natureza (ex.: flagrante, preventiva ou em virtude de sentença condenatória etc.), a pena imposta, a natureza da infração, o motivo da soltura, bem como a advertência “se por al não estiver preso”.

Parágrafo único – Quando o alvará for preenchido com omissão de dados essenciais à identificação, será devolvido ao juízo expedidor, que procederá às retificações necessárias à complementação, de sorte a evitar o risco de solturas indevidas.

Art. 300 – Os alvarás de soltura serão expedidos em três vias, uma das quais ficará nos autos.

§ 1º – Quando a pessoa a ser posta em liberdade encontrar-se recolhida em estabelecimento da rede do Departamento de Administração Penal – DEAP, em qualquer dos distritos policiais da Capital, ou não constar dos autos onde ela encontra-se presa, o alvará de soltura será enviado ao juízo das execuções penais.

§ 2º – Se estiver recolhida na cadeia pública da comarca, o alvará será enviado à autoridade policial para cumprimento, por intermédio de servidor judicial.

§ 3º – Encontrando-se recolhida em cadeia pública de outra comarca, deprecar-se-á a medida.

§ 4º – A remessa será feita sob a responsabilidade do escrivão, mediante carga.

§ 5º – Sempre que o responsável pelo órgão prisional tiver qualquer dúvida em relação ao cumprimento do alvará que lhe foi encaminhado, comunicar-se-á, imediatamente, com o juiz que expediu a ordem, solicitando instruções.

Caso o réu encontre-se preso em comarca distinta, será deprecada a medida. Nesse caso, juntamente com a carta precatória, o cartório deprecante expedirá também o alvará de soltura.

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EXPEDIENTE

Alvará de soltura:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

ALVARÁ DE SOLTURA

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor: <<Nome da Parte>> Réu: <<Nome da Parte>> Oficial de Justiça: <<Nome do Oficial de Justiça>>

O(A) Senhor (a) <<Nome do Juiz>>, Juiz(a) de Direito da <<Vara>>, da <<Nome da Comarca>>, na forma da lei, etc.

MANDA a Autoridade responsável ou a quem a substituir que em cumprimento ao presente coloque "incontinenti" em liberdade, se por AL não estiver presa, a pessoa a seguir qualificada:

NOME: <<Qualificação>> MOTIVO DA PRISÃO: ......... PENA IMPOSTA: ......... DATA DA PRISÃO: .........LOCAL DA PRISÃO: ......... MOTIVO DA SOLTURA: .........

Eu, _________, o digitei, e eu, ________, <<Nome do Escrivão>>, Escrivã(o) Judicial, o conferi e subscrevi. <<Nome da Comarca>> (SC), <<Data por extenso>>.

<<Nome do Juiz>> Juiz(a) de Direito

Certifico que, na data de ___/___/___, às _____ horas, em cumprimento ao presente, coloquei a pessoa acima em liberdade.

Responsável Liberado

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2.12 CITAÇÕES

CONCEITOS

Citação: “É o ato oficial pelo qual, ao início da ação, dá-se ciência ao acusado de que, contra ele, se movimenta esta ação, chamando-o a vir a juízo, para se ver processar e fazer a sua defesa. Compõe-se a citação de dois elementos básicos: a cientificação do inteiro teor da acusação e o chamamento do acusado para vir apresentar a sua defesa”.67

Citação por mandado: “Destina-se à citação do réu em local certo e sabido, dentro do território do juízo processante”.68

Lugar certo: “Diz respeito ao país, estado e cidade”.69

Lugar sabido: “Refere-se ao bairro, rua e número”.70

Mandado: “É a ordem escrita, corporificada em um instrumento e emitida pela autoridade competente para o cumprimento de determinado ato. Quando a ordem for proveniente do juiz, denominar-se-á mandado judicial”.71

Oficial de Justiça: “é o antigo meirinho, o funcionário do juízo que se encarrega de cumprir os mandados relativos a diligências fora de cartório, como citações, intimações, notificações, penhoras, seqüestros, busca e apreensão, imissão de posse, condução de testemunhas etc.”.72

Citação por carta precatória: “Destina-se à citação do acusado que estiver no território nacional, em lugar certo e sabido, porém fora da comarca do juízo processante (CPP, art. 353). Constitui na realidade um pedido formulado pelo juízo processante ao juízo da localidade em que se encontra o réu, no sentido de que este último proceda o ato citatório”.73

Carta precatória: ”É a expedida por um juiz a outro, de igual ou superior categoria funcional, mas sediado em comarca diversa, solicitando-lhe a prática de um ato processual ou diligência que só pode realizar-se no território cuja jurisdição lhe está afeta. O juiz deprecante (o que envia a carta) solicita ao juiz deprecado (o que recebe) que providencie, em sua comarca, a citação de alguém, a realização de execução de bens, a oitiva de testemunhas, a efetivação de vistorias ou exames periciais etc.”.74

Citação por carta de ordem: “São as citações determinadas pelos tribunais nos processos de sua competência originária, vale dizer, o tribunal determina ao magistrado de primeira instância que cite o acusado residente em sua comarca e que goze de prerrogativa de foro”.75

Carta de ordem: “Documento em que o juiz de um tribunal determina ao de outro, de categoria funcional inferior, a prática de ato processual”.76

Prerrogativa de foro: “Trata-se de competência ratione personae (em razão da pessoa), ditada pela função da pessoa, bem como a dignidade do cargo exercido e não o indivíduo que a merece.

67 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 521.68 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 524.69 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 524.70 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 524.71 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 524.72 THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de direito processual civil, v. I, p. 209.73 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 525.74 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. v. 1, p. 510.75 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 529.76 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. v. 1, p. 507.

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Page 127: Manual Criminal

Há pessoas que exercem cargos e funções de especial relevância para o Estado, devendo ser julgadas por órgãos superiores da Justiça, como medida de utilidade pública”. 77

Citação por edital: “Consiste na citação por meio da publicação ou afixação na entrada do fórum da ordem judicial de citação”.78

Relação de edital: lista que contém a relação de despachos e intimações a serem publicados no Diário da Justiça originário de um unidade jurisdicional (Vara).

Diário da Justiça: é parte integrante do Diário Oficial responsável pela divulgação dos atos oficiais do Poder Judiciário.

Citação por carta rogatória: “Encontrando-se o acusado no estrangeiro, em local certo e sabido, será sempre citado por carta rogatória, mesmo que a infração seja afiançável”.79

Carta Rogatória: “É a expedida pelo juiz requisitando à justiça de outro país a realização de atos que devam ser praticados em território estrangeiro, como citação das partes, realização de alguma prova, intimação, efetivação de ato necessário à instrução da causa, informação sobre o direito estrangeiro aplicável ao caso sub judice etc”.80

Funcionário Público: Para fins penais, considera-se funcionário público “aquele que, embora transitoriamente, ou sem remuneração, exerce cargo ou função pública, inclusive em entidade paraestatal”.81

Militar: “servidor público que integra as Forças Armadas, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiro, sujeitando-se às normas e disciplinas militares”.82

A regra, no processo penal, é a citação por mandado, que poderá ser feita em qualquer dia e a qualquer hora.

Art. 351 do CPP

Art. 351 – A citação inicial far-se-á por mandado, quando o réu estiver no território sujeito à jurisdição do juiz que a houver ordenado.

Art. 438, caput, do CNCGJ

Art. 438 – Na esfera criminal não será utilizada a via postal para as citações e intimações haja vista a vedação contida na legislação processual penal.

O mandado de citação expedido pelo cartório conterá todos os requisitos legais.

77 MIRABETE, Julio Fabbrini. Código de processo penal interpretado, p. 285.78 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 529.79 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 529.80 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. v. 1, p. 511.81 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. v. 2, p. 615.82 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. v. 3, p. 273.

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Page 128: Manual Criminal

Art. 352 do CPP

Art. 352 – O mandado de citação indicará: I – o nome do juiz; II – o nome do querelante nas ações iniciadas por queixa; III – o nome do réu, ou, se for desconhecido, os seus sinais característicos; IV – a residência do réu, se for conhecida; V – o fim para que é feita a citação; Vl – o Juízo e o lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer; Vll – a subscrição do escrivão e a rubrica do juiz.

Acompanhará o mandado cópia da denúncia ou da queixa-crime, bem como da proposta de suspensão condicional do processo (quando houver). (vide item 3.1.2 da parte especial deste manual).

A citação feita pelo oficial de justiça dar-se-á em conformidade com os requisitos previstos na legislação processual penal

Art. 357 do CPP

Art. 357 – São requisitos da citação por mandado:I – leitura do mandado ao citando pelo oficial e entrega da contrafé, na qual

se mencionarão dia e hora da citação;II – declaração do oficial, na certidão, da entrega da contrafé, e sua

aceitação ou recusa.

Caso o oficial de justiça não encontre o citando na sua residência ou outro endereço constante do mandado, mas obtenha informações sobre seu paradeiro, deverá procurá-lo nos limites do território da jurisdição do juiz processante e, se o encontrar, realizar a citação, certificando tal circunstância. Na hipótese de não encontrá-lo, consignará tal fato na certidão, juntamente com as informações colhidas durante a diligência, declarando o acusado em lugar “incerto e não sabido”.

Cumprido o mandado de citação com a assinatura do citando no corpo do instrumento, o oficial de justiça deverá proceder à identificação do subscritor.

Art. 404 do CNCGJ

Art. 404 – Abaixo de toda assinatura colhida nos mandados será identificado o subscritor.

Estando incompleta a certidão, o cartório a devolverá ao oficial de justiça para complementação.

Quando o réu estiver fora do território da jurisdição do juiz processante, será citado por carta precatória (vide item 2.14 da parte geral deste manual).

Arts. 353 a 356, do CPP

Art. 353 – Quando o réu estiver fora do território da jurisdição do juiz processante, será citado mediante precatória.

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Page 129: Manual Criminal

Art. 354 – A precatória indicará:I – o Juiz deprecado e o juiz deprecante;II – a sede da jurisdição de um e de outro;Ill – o fim para que é feita a citação, com todas as especificações;IV – o Juízo do lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer.

Art. 355 – A precatória será devolvida ao juiz deprecante, independentemente de traslado, depois de lançado o "cumpra-se” e de feita a citação por mandado do juiz deprecado.

§ 1º – Verificado que o réu se encontra em território sujeito à jurisdição de outro juiz, a este remeterá o juiz deprecado os autos para efetivação da diligência, desde que haja tempo para fazer-se a citação.

§ 2º – Certificado pelo oficial de justiça que o réu se oculta para não ser citado, a precatória será imediatamente devolvida, para o fim previsto no art. 362.

Art. 356 – Se houver urgência, a precatória, que conterá em resumo os requisitos enumerados no art. 354, poderá ser expedida por via telegráfica, depois de reconhecida a firma do juiz, o que a estação expedidora mencionará.

A citação do militar far-se-á por intermédio do chefe do respectivo serviço. Não há expedição de mandado, mas apenas um ofício (contendo todas as indicações indispensáveis ao mandado de citação) requisitando ao chefe do serviço, que dê ao subordinado ciência de todos os termos da citação.

Art. 358 do CPP

Art. 358 – A citação do militar far-se-á por intermédio do chefe do respectivo serviço.

O acusado que estiver preso será citado por oficial de justiça em cumprimento de mandado de citação, devendo ocorrer também notificação ao estabelecimento prisional para a apresentação do preso na data designada para seu interrogatório.

Art. 360 do CPP

Art. 360 – Se o réu estiver preso, será pessoalmente citado.

A citação do funcionário público será feita por mandado, entretanto, o chefe da repartição a que pertence também será notificado, a fim de que se providencie para que o serviço não sofra com a ausência do funcionário, nem este sofra as conseqüências de sua falta ao serviço. Não é, por isso, necessária tal comunicação se o funcionário estiver afastado do cargo temporariamente (férias, licença, suspensão, etc.) ou em definitivo (aposentadoria, exoneração, etc.).

Art. 359 do CPP

Art. 359 – O dia designado para funcionário público comparecer em Juízo, como acusado, será notificado assim a ele como ao chefe de sua repartição.

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Page 130: Manual Criminal

Os Tribunais, nos processos de sua competência originária, determinam a citação por carta de ordem, que é dirigida pelo relator ao magistrado de primeira instância, para citar o réu que, gozando de prerrogativa de foro, resida na área de sua jurisdição.

Na hipótese de o oficial de justiça declarar na certidão que o acusado em lugar “incerto e não sabido”, o cartório dará vista ao promotor de justiça ou ao querelante.

Se o promotor ou o querelante fornecer novo endereço, expedir-se-á novo mandado de citação.

A citação far-se-á por edital em caso de força maior e quando desconhecida a identidade por inteiro ou a qualificação do acusado.

Arts. 361 a 364, do CPP

Art. 361 – Se o réu não for encontrado, será citado por edital, com o prazo de 15 (quinze) dias.

Art. 362 – Verificando-se que o réu se oculta para não ser citado, a citação far-se-á por edital, com o prazo de 5 (cinco) dias.

Art. 363 – A citação ainda será feita por edital:I – quando inacessível, em virtude de epidemia, de guerra ou por outro

motivo de força maior, o lugar em que estiver o réu;II – quando incerta a pessoa que tiver de ser citada.

Art. 364 – No caso do artigo anterior, nº I, o prazo será fixado pelo juiz entre 15 (quinze) e 90 (noventa) dias, de acordo com as circunstâncias, e, no caso de nº II, o prazo será de 30 (trinta) dias.

O edital, que será afixado na porta do fórum ou em outro lugar de costume e publicado no Diário de Justiça, conterá todos os requisitos previstos no art. 365 do CPP, além do resumo da denúncia ou queixa-crime e a menção dos dispositivos de lei atinentes à imputação.

Art. 365 do CPP

Art. 365 – O edital de citação indicará:I – o nome do juiz que a determinar;II – o nome do réu, ou, se não for conhecido, os seus sinais característicos,

bem como sua residência e profissão, se constarem do processo;III – o fim para que é feita a citação;IV – o Juízo e o dia, a hora e o lugar em que o réu deverá comparecer;V – o prazo, que será contado do dia da publicação do edital na imprensa,

se houver, ou da sua afixação.Parágrafo único – O edital será afixado à porta do edifício onde funcionar o

Juízo e será publicado pela imprensa, onde houver, devendo a afixação ser certificada pelo oficial que a tiver feito e a publicação provada por exemplar do jornal ou certidão do escrivão, da qual conste a página do jornal com a data da publicação.

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Page 131: Manual Criminal

O cartório certificará a publicação do edital mencionando a página e a data da publicação ou juntará cópia da página do jornal onde foi publicado.

A citação por edital somente se completa com a fruição do prazo estabelecido, a contar da publicação.

Se o acusado comparece ou é preso após a citação mas antes do término do prazo da convocação, será providenciada a citação por mandado.

Estando o réu no estrangeiro, mas em lugar certo e sabido, a citação se fará mediante carta rogatória.

Art. 368 do CPP

Art. 368 – Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, será citado mediante carta rogatória, suspendendo-se o curso do prazo de prescrição até o seu cumprimento.

Arts. 242 e 243, do CNCGJ

Art. 242 – A expedição de cartas rogatórias observará o disposto no manual elaborado pelo Ministério da Justiça, cujo conteúdo poderá ser acessado via intranet, na página da Corregedoria-Geral da Justiça (http://www.tj.sc.gov.br/corregedoria), no campo “pesquisas”.

Art. 243 – Sendo necessária a tradução e não dispondo as partes de recursos para tal desiderato, a autoridade judiciária requisitará previamente ao Tribunal de Justiça – Coordenadoria de Material e Patrimônio, o pagamento da remuneração do tradutor (Conselho da Magistratura, Consulta n. 510/98).

Caso o réu citado por edital não compareça nem constitua advogado, o processo será concluso. Se o juiz suspender o processo, este será imediatamente arquivado.

Art. 366 do CPP

Art. 366 – Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o Juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312.

§ 1º – As provas antecipadas serão produzidas na presença do Ministério público e do defensor dativo.

§ 2º – Comparecendo o acusado, ter-se-á por citado pessoalmente, prosseguindo o processo em seus ulteriores atos.

CERTIDÕES

Certifico que a certidão de fls. .......... está incompleta, motivo pelo qual devolvi ao oficial de justiça para complementação.Local e data

....................................................Escrivão

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Page 132: Manual Criminal

Certifico que a citação constante da relação de nº .......... foi publicada no Diário da Justiça nº ........., do dia ......./....../......., às fls. .......... . Certifico ainda, que referido jornal circulou no dia ......./......./......., iniciando o prazo no dia ......./......./......., e tendo seu término no dia ......./......./....... .Local e data

..........................................................Escrivão

Certifico que expedi edital de citação, conforme manifestação do ( ) promotor de justiça ( ) querelante de fls. .......... .Local e data

....................................................Escrivão

CERTIDÃO DE ATO ORDINATÓRIO

Fica intimado o ( ) promotor de Justiça ( ) querelante, para manifestar-se sobre a certidão de fls. .......... .Local e data

..................................................Escrivão

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Page 133: Manual Criminal

EXPEDIENTES

Mandado de citação:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

MANDADO DE CITAÇÃO - INTERROGATÓRIO

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor: <<Nome da Parte>> Réu: <<Nome da Parte>> Oficial de Justiça: <<Nome do Oficial de Justiça>> Mandado nº

O(A) Senhor (a) <<Nome do Juiz>>, Juiz(a) de Direito da <<Vara>>, da <<Nome da Comarca>>, na forma da lei, etc.

MANDA o Senhor Oficial de Justiça que, em cumprimento ao presente, extraído do processo acima indicado, PROCEDA A CITAÇÃO DO ACUSADO para comparecer perante o Juízo no dia, hora e local abaixo mencionados, a fim de ser interrogado e acompanhar todos os termos do processo até final sentença, não podendo mudar de endereço sem comunicação ao Juízo do processo, tudo sob as penas impostas à revelia, conforme decisão prolatada e diante da petição inicial, cujas cópias seguem em anexo, como parte integrante deste.

INTERROGATÓRIO: Local: Sala de audiências da <<Vara>>, <<Nome da Comarca>> - Endereço: <<Endereço do Fórum/Vara>> - Data: ......... - Horário: .........ADVERTÊNCIA: Deverá comparecer ao ato munido de documento de identidade e acompanhado de advogado, ciente de que não dispondo de recursos para constituí-lo, lhe será designado defensor dativo. OBSERVAÇÃO: .........

Destinatário

<<Qualificação>>

Eu, _________, o digitei, e eu, ________, <<Nome do Escrivão>>, Escrivã(o) Judicial, o conferi e subscrevi. <<Nome da Comarca>> (SC), <<Data por extenso>>

<<Nome do Juiz>> Juiz(a) de Direito

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Page 134: Manual Criminal

Requisição de funcionário público:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

Ofício nº <<Nome da Comarca e data por extenso>>

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor: <<Nome da Parte>> Réu: <<Nome da Parte>> .........

Senhor(a) .........:

Dentro do que preceitua o art. 221, § 2º, do CPP, REQUISITO a Vossa Senhoria a apresentação do (a) Sr. (a) ...................................... , com o fim de comparecer(em) à audiência designada para o próximo dia ......./....../......, às ................. horas, onde será(ão) ouvido(a)(s) como testemunha.

Agradecendo as providências tomadas no sentido do pronto atendimento do presente, desejo reiterar os mais elevados protestos de consideração.

<<Nome do Juiz>>Juiz(a) de Direito

.........

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Page 135: Manual Criminal

Notificação do chefe da repartição do funcionário público:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

Ofício nº <<Nome da Comarca e data por extenso>>

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor: <<Nome da Parte>> Réu: <<Nome da Parte>> .........

Senhor(a) .........:

Dentro do que preceitua o art. 221, § 3º, do CPP, COMUNICO a Vossa Senhoria que o Servidor Público ........., no dia ....../....../......, às ................. horas, será ouvido como testemunha/vítima no processo epigrafado.

Agradecendo as providências tomadas no sentido do pronto atendimento do presente, desejo reiterar os mais elevados protestos de consideração.

<<Nome do Juiz>>Juiz(a) de Direito

.........

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Requisição de réu preso:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

Ofício nº <<Nome da Comarca e data por extenso>>

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor: <<Nome da Parte>> Réu: <<Nome da Parte>> .........

Senhor(a) .........:

Dentro do que preceitua o art. 360, do CPP, REQUISITO a Vossa Senhoria a apresentação de <<Nome do Réu>>, com o fim de comparecer à audiência designada para o próximo dia ....../....../......, às ................ horas, visando a instrução do processo onde figura como acusado.

Agradecendo as providências tomadas no sentido do pronto atendimento do presente, desejo reiterar os mais elevados protestos de consideração.

<<Nome do Juiz>>Juiz(a) de Direito

.........

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2.13 INTIMAÇÕES

CONCEITO

Intimação: “Na doutrina, chama-se intimação à ciência dada à parte, no processo, da prática de um ato, despacho ou sentença e notificação à comunicação à parte ou outra pessoa, do lugar, dia e hora de um ato processual a que deve comparecer. Na lei processual há confusão dos conceitos e o art. 370 refere-se às intimações quando, na verdade, diz respeito às notificações e intimações”.83

2.13.1 INTIMAÇÃO DO DEFENSOR CONSTITUÍDO

CONCEITOS

Defensor: “Defensor, procurador ou representante da parte, é o advogado, sujeito especial no processo porque sua atuação é obrigatória, uma vez que o direito de defesa é um direito indisponível. Seja constituído ou nomeado, cabe ao advogado representar e assistir tecnicamente o acusado, apresentando ao órgão jurisdicional tudo o que possa contribuir para absolvê-lo ou, ao menos, favorecer de alguma forma sua condição do processo”.84

Advogado: “Profissional legalmente habilitado e devidamente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil para atuar na tutela de interesses particulares”.85

Querelante: É o autor da ação penal privada.

Relação de intimação: Lista que contém a relação de intimações a serem publicados no Diário da Justiça originário de uma unidade jurisdicional (Vara).

Diário da Justiça: É parte integrante do Diário Oficial responsável pela divulgação dos atos oficiais do Poder Judiciário.

Defesa prévia: “No prazo de 3 dias a contar do interrogatório ou da ciência da nomeação (no caso de defensor dativo), poderá o próprio réu ou seu defensor apresentar a defesa prévia (art. 395), que é o momento oportuno para que a defesa arrole as testemunhas, sob pena de preclusão. É também o momento adequado para que sejam opostas determinadas exceções ou argüidas nulidades relativas, sob pena de se considerarem sanadas”86; “a apresentação da defesa prévia não é obrigatória, mas mera faculdade derivada do princípio da ampla defesa. Sendo peça dispensável, a critério do defensor, a omissão da defesa prévia, ou a ausência de rol de testemunhas, não constitui nulidade por ausência de defesa. O que anula o processo é a ausência de concessão de prazo para o defensor apresentá-la”.87

Interrogatório: “É o ato judicial no qual o juiz ouve o acusado sobre a imputação contra ele formulada. É ato privativo do juiz e personalíssimo do acusado, possibilitando a este último o exercício da sua defesa, da sua autodefesa”.88

83 MIRABETE, Julio Fabbrini. Código de processo penal interpretado, p. 808.84 MIRABETE, Julio Fabbrini. Código de processo penal interpretado. 8ª ed., São Paulo:

Atlas, 2001, p. 573.85 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. v. 1, p. 120.86 REIS, Alexandre Cebrian Araújo e GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Coleção Sinopses

Jurídicas, vol. 15 – Processo penal: procedimentos, nulidades e recursos. 2ª ed., São Paulo: Saraiva, 1999, p. 08.

87 MIRABETE, Julio Fabbrini. Código de processo penal interpretado, p. 885.88 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 271.

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Sentença condenatória: “Aquela que reconhece a culpabilidade do réu, impondo-lhe pena, privativa ou não de liberdade”.89

Os defensores constituídos, assim como os advogados dos querelantes, serão intimados para os atos do processo pela imprensa, através de publicação no Diário da Justiça.

Art. 370, § 1º, do CPP

Art. 370, § 1º – A intimação do defensor constituído, do advogado do querelante e do assistente far-se-á por publicação no órgão incumbido da publicidade dos atos judiciais da comarca, incluindo, sob pena de nulidade, o nome do acusado.

Arts. 438, caput e § 1º, 440 e 456, do CNCGJ

Art. 438 – Na esfera criminal não será utilizada a via postal para as citações e intimações haja vista a vedação contida na legislação processual penal.

§ 1º – A intimação do defensor constituído, do advogado do querelante e do assistente será procedida por publicação no Diário da Justiça.

Art. 440 – A intimação de advogado, mesmo de outro Estado, na jurisdição cível e criminal, será efetuada pelo Diário da Justiça do Estado, salvo expressa disposição legal em contrário.

Art. 456 – Para efeito de contagem dos prazos é considerada sempre a sede do órgão jurisdicional do qual emanou o ato e não o do domicílio do advogado.

Exceta a regra a intimação para apresentação da defesa prévia ao advogado que esteve presente ao interrogatório (caso em que o prazo para defesa começa a fluir da data do ato).

Art. 395 do CPP

Art. 395 – O réu ou seu defensor poderá, logo após o interrogatório ou no prazo de 3 (três) dias, oferecer alegações escritas e arrolar testemunhas.

Art. 450 do CNCGJ

Art. 450 – Para a intimação da sentença criminal, deverão ser observadas as normas processuais próprias (Código de Processo Penal, art. 392).

Deverão constar da publicação:a) o nome do juiz e da respectiva vara;b) o número da ação penal;c) o nome completo das partes e de seus procuradores;d) a finalidade da intimação, de modo que o destinatário tenha ciência

exata do despacho judicial.89 MILHOMENS, Jônatas e ALVES, Geraldo Magela. Vocabulário prática de direito. Rio de

Janeiro: Forense, 2000, p. 876.

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Arts. 442, 445, 449 e 457 do CNCGJ

Art. 442 – As intimações constarão de relações que deverão ser encaminhadas para o endereço eletrônico [email protected], observados, além dos requisitos estabelecidos na Resolução n. 29/02–GP, os seguintes:

I – na parte superior do documento e em forma de destaque, constará a identificação do juízo e o nome do magistrado, nada se inserindo ao final da relação;

II – em primeiro plano, em negrito e letra maiúscula, preferencialmente em ordem alfabética, o nome e a inscrição do causídico na OAB;

III – o número dos autos, a natureza do processo e o nome das partes; eIV – o conteúdo do ato que, de forma precisa, deva ser dado conhecimento

ao advogado.Parágrafo único – As relações deverão conter o maior número possível de

intimações, mas não se retardará sua remessa para publicação sob a justificativa de inclusão de novos atos.

Art. 445 – Serão tomadas cautelas no sentido de evitar violação ao princípio do segredo de justiça, casos em que, na publicação, deverá constar apenas as iniciais dos nomes das partes.

Art. 449 – Na jurisdição criminal, ressalvadas as exceções legais (art. 370, CPP), considerar-se-ão feitas as intimações pela simples publicação dos atos no órgão oficial, sendo indispensável, sob pena de nulidade, que da publicação constem os nomes das partes e seus Advogados, suficientes para a sua identificação.

Art. 457 – Ocorrendo erro ou omissão evidente de elemento indispensável na publicação efetuada, far-se-á a renovação da publicação, independentemente de despacho ou de reclamação da parte.

Feita a publicação, o cartório fará certidão nos autos.

Art. 454 do CNCGJ

Art. 454 – Feita a publicação, o escrivão, após conferi-la, deverá lançar a correspondente certidão nos autos, mencionando:

I – o teor do ato, os números da relação e do jornal, a data e a indicação da página;

II – o início e o término dos prazos; eIII – superveniência de feriado municipal, nas suas diversas modalidades, ou

suspensão do expediente forense, declinando as razões.Parágrafo único – Na comarca da Capital certificar-se-á, também, a data da

circulação do jornal.

Havendo oportunidade, o escrivão ou serventuário autorizado deverá intimar o advogado pessoalmente, no cartório, colhendo o ciente do intimando, dispensada, neste caso, a publicação na imprensa.

Art. 370, § 3º, do CPP

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Page 140: Manual Criminal

Art. 370, § 3º – A intimação pessoal, feita pelo escrivão, dispensará a aplicação a que alude o § 1º.

Em caso de recusa na aposição do ciente, tal fato constará da certidão.O cartório deve atentar para a prática de qualquer ato por parte do

intimando que importe no conhecimento inequívoco do ato judicial objeto da intimação (por exemplo: levar o processo em carga), certificando nos autos.

Havendo autorização expressa dos defensores constituídos e advogados dos querelantes – através de requerimento à Corregedoria-Geral da Justiça –, estes poderão ser intimados por meio do correio eletrônico (e-mail).

Arts. 458 a 464 do CNCGJ

Art. 458 – Pode o advogado autorizar o envio de intimações via correio eletrônico, ao endereço eletrônico que deverá indicar em requerimento endereçado à Corregedoria-Geral da Justiça, no qual deverá assentar seu interesse em receber intimações por aquele sistema, que se estenderá necessariamente a todas as ações cíveis e criminais em que estiver habilitado.

Parágrafo único – O requerimento atestará autorização para o envio de intimações via correio eletrônico por todos os cartórios cíveis e criminais ao advogado subscritor daquele, cabendo à Corregedoria-Geral da Justiça a divulgação dos advogados inscritos.

Art. 459 – Os correios eletrônicos emitidos pelos cartórios conterão a espécie de ação, número do processo e o nome das partes ou interessado. Após impressos e juntada cópia nos autos respectivos, os correios eletrônicos serão deletados.

Art. 460 - O prazo começará a fluir, mesmo para os advogados militantes na Capital, após o transcurso de três dias úteis contados a partir da transmissão do correio eletrônico pelos cartórios, excluído o dia da emissão e incluído o do término, independentemente de comunicação de recebimento pelo advogado.

Art. 461 – O servidor responsável pelo envio das mensagens juntará aos autos folha contendo o inteiro teor do texto enviado, após a necessária impressão.

Art. 462 – A responsabilidade pela remessa adequada das mensagens será inteiramente do advogado autorizador, não podendo ser atribuído ao cartório o ônus por eventuais erros decorrentes de problemas com o provedor do endereço eletrônico utilizado por aquele operador do sistema.

Art. 463 – Será mantida na internet, página do Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina (www.tj.sc.gov.br), link da Corregedoria-Geral da Justiça, na opção “Advogados – Intimação por correio eletrônico”, relação atualizada dos advogados aptos a utilizarem o sistema.

Art. 464 – A intimação feita por correio eletrônico não exclui as demais formas legais existentes.

CERTIDÕES

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Certifico que o despacho / decisão de fls. .........., consta da relação de nº .........., a ser publicada no Diário da Justiça. Do que dou fé. Local e data

....................................................Escrivão

Certifico que a intimação constante da relação de nº .......... foi publicada no Diário da Justiça nº ........., do dia ......./....../......., às fls. .......... . Certifico ainda, que referido jornal circulou no dia ......./......./......., iniciando o prazo no dia ......./......./......., e tendo seu término no dia ......./......./....... .Local e data

....................................................Escrivão

Certifico que nesta data intimei pessoalmente o(a) Dr.(a) ........................................................, do inteiro teor do despacho / decisão de fls. .......... .Local e data

....................................................Escrivão

Certifico que nesta data intimei pessoalmente o(a) Dr.(a) ........................................................, do inteiro teor do despacho / decisão de fls. .........., tendo ele se recusado a apor o seu ciente nos autos.Local e data

....................................................Escrivão

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Page 142: Manual Criminal

EXPEDIENTE

Relação de intimação:

<<Nome da Comarca>>JUÍZO DE DIREITO DA <<Vara>>JUIZ(A) DE DIREITO: <<Nome do Juiz>>ESCRIVÃ(O): <<Nome do Escrivão>>

RELAÇÃO Nº ..................

ADV: <<Nome do Advogado>>, OAB nº ........... – Processo nº <<Número do Processo>> – Ação Penal – Comum / Comum – Autor: <<Nome da Parte>> - Réu: <<Nome da Parte>> – Fls. – À defesa para os fins do art. 500 do CPP.

ADV: <<Nome do Advogado>>, OAB nº ............. – Processo nº <<Número do Processo>> – Ação Penal – Sumário / Sumário – Autor: <<Nome da Parte>> - Réu: <<Nome da Parte>> – Fls. – Vistos etc. Em face do cumprimento de todas as condições impostas ao autor da infração, expirando-se o prazo sem revogação do benefício e, diante da manifestação Ministerial favorável, JULGO EXTINTA a punibilidade de <<Nome da parte>>, já melhor qualificado, nos termos do art. 89 da Lei 9099/95. Sem custas. Publique-se. Registre-se. Intime-se.

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Page 143: Manual Criminal

2.13.2 INTIMAÇÃO DO DEFENSOR DATIVO

CONCEITO

Defensor dativo: É o nomeado para suprir a ausência de advogado, sem que se leve em conta as condições econômicas do réu, pois, se este não for pobre, deverá pagar os honorários daquele, estipulados pelo juiz.

Tratando-se de defensor nomeado (dativo), as intimações serão sempre pessoais, mediante certidão e ciência nos autos.

Art. 370, § 4º, última parte, do CPP

Art. 370, § 4º – A intimação do Ministério Público e do defensor nomeado será pessoal.

CERTIDÃO

Certifico que nesta data intimei pessoalmente o(a) Dr.(a) ........................................................, do inteiro teor do despacho / decisão de fls. .......... .Local e data

....................................................Escrivão

2.13.3 INTIMAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO

CONCEITO

Ministério Público: “É a instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (CF, art. 127, caput). Na esfera penal, o ministério Público é a instituição de caráter público que representa o Estado-Administração, expondo ao Estado-Juiz a pretensão punitiva. A Constituição Federal atribuiu-lhe, no art. 129, I, com exclusividade, a função de propor a ação penal pública, seja condicionada ou incondicionada, excetuando a regra apenas no art. 5º, LIX, ao conferir ao ofendido a titularidade da ação penal privada subsidiária da pública, em caso de desídia do órgão ministerial. A Lei Maior atribui ao Ministério Público, ainda, a função de exercer o controle externo da atividade policial (art. 129, VII), requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial (art. 129, VIII)”. 90

A intimação do promotor de justiça será sempre pessoal, dando-se vista dos autos, não se permitindo, pois, seja realizada pela imprensa ou por correspondência.

90 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 152.

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Page 144: Manual Criminal

Art. 370, § 4º, última parte e 800, § 2º, do CPP

Art. 370, § 4º – A intimação do Ministério Público e do defensor nomeado será pessoal.

Art. 800, § 2º – Os prazos do Ministério Público contar-se-ão do termo de vista, salvo para interposição do recurso (art.798, § 5º).

Art. 41 da Lei nº 8.625/93

Art. 41 – Constituem prerrogativas dos membros do Ministério Público, no exercício de sua função, além de outras previstas na Lei Orgânica:

IV – receber intimação pessoal em qualquer processo e grau de jurisdição, através da entrega dos autos com vista.

Os autos com vista ao Ministério Público serão remetidos diariamente à secretaria do Ministério Público (onde houver) ou ao gabinete do promotor de justiça acompanhados de termo de vista, que conterá os números dos processos no SAJ/PG e a data de remessa, colhendo-se a assinatura do secretário ou do promotor.

Em caso de recusa no recebimento, o cartório certificará nos autos e oficiárá à Corregedoria-Geral do Ministério Público informando o ocorrido.

Arts. 199 e 201, caput, do CNCGJ

Art. 199 – O controle da remessa de autos para o juiz, promotor, contador, distribuidor, avaliador e oficiais de justiça será procedido eletronicamente no SAJ/PG, mediante a identificação e senha do usuário, ficando dispensada a impressão do comprovante de remessa.

Art. 201 – Nos termos de "conclusão" ao magistrado e de "vista" ao promotor, constará a data do efetivo encaminhamento dos autos, sendo inadmissíveis a conclusão e a vista sem data ou a permanência dos autos em cartório nessas condições.

REMESSA

Em ......./......./......., remeto estes autos ao Ministério Público, conforme lote nº .......... do SAJ/PG, tendo recebido a carga ................................................... .

..................................................Escrivão

CERTIDÃO DE ATO ORDINATÓRIO

Fica intimado o Ministério Público do despacho / decisão de fls. .......... .Local e data

..................................................Escrivão

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Page 145: Manual Criminal

2.13.4 INTIMAÇÃO DO ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO

CONCEITO

Assistente de acusação: Auxilia a acusação nas ações penais públicas. “O ofendido pode habilitar-se como assistente do Ministério Público, através de advogado, para reforçar a acusação e acautelar a reparação civil (art. 268). Na falta do ofendido, podem habilitar-se seu cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (art. 31)”.91

Arts. 268 a 273, do CPP

Art. 268 – Em todos os termos da ação pública, poderá intervir, como assistente do Ministério Público, o ofendido ou seu representante legal, ou, na falta, qualquer uma das pessoas mencionadas no art. 31.

Art. 269 – O assistente será admitido enquanto não passar em julgado a sentença e receberá a causa no estado em que se achar.

Art. 270 – O co-réu no mesmo processo não poderá intervir como assistente do Ministério Público.

Art. 271 – Ao assistente será permitido propor meios de provas, requerer perguntas às testemunhas, aditar o libelo e os articulados, participar do debate oral e arrazoar os recursos interpostos pelo Ministério Público, ou por ele próprio, nos casos dos arts. 584, § 1º, e 598.

§ 1º – O juiz, ouvido o Ministério Público, decidirá acerca da realização das provas propostas pelo assistente.

§ 2º – O processo prosseguirá independentemente de nova intimação do assistente, quando este, intimado, deixar de comparecer a qualquer dos atos da instrução ou do julgamento, sem motivo de força maior devidamente comprovado.

Art. 272 – O Ministério Público será ouvido previamente sobre a admissão do assistente.

Art. 273 – Do despacho que admitir, ou não, o assistente, não caberá recurso, devendo, entretanto, constar dos autos o pedido e a decisão.

O co-réu no mesmo processo não poderá intervir como assistente do Ministério Público.

Quando houver assistente de acusação admitido no processo, a sua

intimação será feita pela imprensa (Diário da Justiça), logo após o término do prazo para o Ministério Público, antes da intimação da defesa.

Art. 370, § 1º, do CPP

Art. 370, § 1º – A intimação do defensor constituído, do advogado do querelante e do assistente far-se-á por publicação no órgão incumbido da publicidade dos atos judiciais da comarca, incluindo, sob pena de nulidade, o nome do acusado.

91 FÜHRER, Maximilianus Cláudio Américo e FÜHRER, Maximiliano Roberto Ernesto. Coleção Resumos, v. 6 - Resumo de Processo Penal, p. 43.

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Page 146: Manual Criminal

Arts. 438, caput e § 1º, do CNCGJ

Art. 438 – Na esfera criminal não será utilizada a via postal para as citações e intimações haja vista a vedação contida na legislação processual penal.

§ 1º – A intimação do defensor constituído, do advogado do querelante e do assistente será procedida por publicação no Diário da Justiça.

2.13.5 INTIMAÇÕES DIVERSAS

CONCEITOS

Mandado: “É a ordem escrita, corporificada em um instrumento e emitida pela autoridade competente para o cumprimento de determinado ato. Quando a ordem for proveniente do juiz, denominar-se-á mandado judicial”.92

Oficial de Justiça: “É o antigo meirinho, o funcionário do juízo que se encarrega de cumprir os mandados relativos a diligências fora de cartório, como citações, intimações, notificações, penhoras, seqüestros, busca e apreensão, imissão de posse, condução de testemunhas etc.”.93

Pronúncia: “Decisão processual de conteúdo declaratório em que o juiz proclama admissível a imputação, encaminhando-a para julgamento perante o Tribunal do Júri”.94

Crimes inafiançáveis: São aqueles que, pela natureza ou gravidade da infração ou exclusivamente pelas condições pessoais do agente, não permitem a concessão de liberdade provisória por meio do pagamento de fiança.

Sentença condenatória: “Aquela que reconhece a culpabilidade do réu, impondo-lhe pena, privativa ou não de liberdade”.95

Independe de determinação judicial a intimação às partes dos atos de que devam tomar conhecimento e/ou adotar providência.

Nas intimações dos réus, testemunhas e demais pessoas que devam tomar conhecimento de qualquer ato processual, serão observadas, no que forem aplicáveis, as regras previstas para a citação por mandado (vide item 2.12 da parte geral deste manual).

A intimação da decisão de pronúncia e a da sentença obedecem a regras especiais.

Arts. 391, 392, 414 e 415, do CPP

Art. 391 – O querelante ou o assistente será intimado da sentença, pessoalmente ou na pessoa de seu advogado. Se nenhum deles for encontrado no lugar da sede do juízo, a intimação será feita mediante edital com prazo de 10 (dez) dias, afixado no lugar de costume.

Art. 392 – A intimação da sentença será feita:I – ao réu, pessoalmente, se estiver preso;

92 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 524.93 THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de direito processual civil, v. I, p. 209.94 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 573.95 MILHOMENS, Jônatas e ALVES, Geraldo Magela. Vocabulário prática de direito, p. 876.

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Page 147: Manual Criminal

II – ao réu, pessoalmente, ou ao defensor por ele constituído, quando se livrar solto, ou, sendo afiançável a infração, tiver prestado fiança;

III – ao defensor constituído pelo réu, se este, afiançável, ou não, a infração, expedido o mandado de prisão, não tiver sido encontrado, e assim o certificar o oficial de justiça;

IV – mediante edital, nos casos do nº II, se o réu e o defensor que houver constituído não forem encontrados, e assim o certificar o oficial de justiça;

V – mediante edital, nos casos do nº III, se o defensor que o réu houver constituído também não for encontrado, e assim o certificar o oficial de justiça;

VI – mediante edital, se o réu, não tendo constituído defensor, não for encontrado, e assim o certificar o oficial de justiça.

§ 1º – O prazo do edital será de 90 (noventa) dias, se tiver sido imposta pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a 1 (um) ano, e de 60 (sessenta) dias, nos outros casos.

§ 2º – O prazo para apelação correrá após o término do fixado no edital, salvo se, no curso deste, for feita a intimação por qualquer das outras formas estabelecidas neste artigo.

Art. 414 – A intimação da sentença de pronúncia, se o crime for inafiançável, será sempre feita ao réu pessoalmente.

Art. 415 – A intimação da sentença de pronúncia, se o crime for afiançável, será feita ao réu:

I – pessoalmente, se estiver preso;II – pessoalmente, ou ao defensor por ele constituído, se tiver prestado

fiança antes ou depois da sentença;III – ao defensor por ele constituído se, não tendo prestado fiança, expedido

o mandado de prisão, não for encontrado e assim o certificar o oficial de justiça;IV – mediante edital, no caso do nº II, se o réu e o defensor não forem

encontrados e assim o certificar o oficial de justiça;V – mediante edital, no caso do nº III, se o defensor que o réu houver

constituído também não for encontrado e assim o certificar o oficial de justiça;VI – mediante edital, sempre que o réu, não tendo constituído defensor, não

for encontrado.§ 1º – O prazo do edital será de 30 (trinta) dias.§ 2º – O prazo para recurso correrá após o término do fixado no edital, salvo

se antes for feita a intimação por qualquer das outras formas estabelecidas neste artigo.

Às hipóteses de intimação por edital serão aplicadas as regras da citação editalícia (vide item 2.12 da parte geral deste manual).

Tratando-se de intimação de militar, funcionário público ou réu preso, serão aplicadas as regras especiais previstas para as citações.

Arts. 358, 359 e 360 do CPP

Art. 358 – A citação do militar far-se-á por intermédio do chefe do respectivo serviço.

Art. 359 – O dia designado para funcionário público comparecer em Juízo, como acusado, será notificado assim a ele como ao chefe de sua repartição.

Art. 360 – Se o réu estiver preso, será pessoalmente citado.

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Page 148: Manual Criminal

Estando o intimando fora do território da jurisdição do juiz processante, mas dentro do território nacional, expedir-se-á carta precatória. Encontrando-se no estrangeiro, em lugar certo e sabido, será intimado por carta rogatória.

Arts. 353 e 368, do CPP

Art. 353 – Quando o réu estiver fora do território da jurisdição do Juiz processante, será citado mediante precatória.

Art. 368 – Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, será citado mediante carta rogatória, suspendendo-se o curso do prazo de prescrição até o seu cumprimento.

Na hipótese de ser adiada, por qualquer motivo, a instrução criminal (audiência), sendo designada nova data para o ato, as partes e testemunhas que estiverem presentes sairão devidamente intimadas, conforme termo de audiência.

Art. 372 do CPP

Art. 372 – Adiada, por qualquer motivo, a instrução criminal, o Juiz marcará desde logo, na presença das partes e testemunhas, dia e hora para seu prosseguimento, do que se lavrará termo nos autos.

CERTIDÕES

Certifico que nesta data intimei pessoalmente o(a) Sr.(a) ........................................................, do inteiro teor do despacho / decisão de fls. .......... .Local e data

....................................................Escrivão

Certifico que expedi edital de intimação, conforme manifestação do ( ) promotor de justiça ( ) querelante de fls. .......... .Local e data

....................................................Escrivão

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Page 149: Manual Criminal

EXPEDIENTES

Mandado de intimação:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

MANDADO DE INTIMAÇÃO

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor: <<Nome da Parte>> Réu: <<Nome da Parte>> Oficial de Justiça: <<Nome do Oficial de Justiça>> Mandado nº

O(A) Senhor(a) <<Nome do Juiz>>, Juiz(a) de Direito da <<Vara>>, da <<Nome da Comarca>>, na forma da lei, etc.

MANDA o Senhor Oficial de Justiça que, em cumprimento ao presente, extraído dos autos acima indicados, EFETUE A INTIMAÇÃO da(s) pessoa(s) a seguir relacionada(s) para ..........

Destinatário(s)

<<Qualificação>>

Eu, _________, o digitei, e eu, ________, <<Nome do Escrivão>>, Escrivã(o) Judicial, o conferi e subscrevi. <<Nome da Comarca>> (SC), <<Data por extenso>>

<<Nome do Juiz>> Juiz(a) de Direito

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Page 150: Manual Criminal

Requisição de réu preso:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

Ofício nº <<Nome da Comarca e data por extenso>>

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor: <<Nome da Parte>> Réu: <<Nome da Parte>> .........

Senhor(a) .........:

Dentro do que preceitua o art. 360, do CPP, REQUISITO a Vossa Senhoria a apresentação de <<Nome do Réu>>, com o fim de comparecer à audiência designada para o próximo dia ....../....../......, às ................ horas, visando a instrução do processo onde figura como acusado.

Agradecendo as providências tomadas no sentido do pronto atendimento do presente, desejo reiterar os mais elevados protestos de consideração.

<<Nome do Juiz>>Juiz(a) de Direito

.........

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Page 151: Manual Criminal

2.13.6 TESTEMUNHAS

CONCEITOS

Testemunha: “É pessoa idônea, diferente das partes, capaz de depor, convocada pelo juiz, por iniciativa própria ou a pedido das partes, para depor em juízo sobre os fatos sabidos e concernentes à causa”.96

Testemunha referida: É a testemunha que vem ao processo em razão de referência feita no depoimento de outra testemunha, pela qual se tem notícia de que é ela, também, conhecedora, ou sabedora dos fatos, cuja prova se pretende produzir.

Rol de testemunha: “Lista de pessoas admitidas para depor na instrução do processo penal, no máximo oito se testemunhas de acusação, e até oito, se de defesa (Othon Sidou); relação de cinco testemunhas, no máximo, que o órgão do Ministério Público apresenta juntamente com o libelo”.97

Informante: É pessoa, diferente das partes, que depõe no processo mas sem prestar compromisso. Dispõe o art. 208 do CPP que não prestarão compromisso: os doentes e deficientes mentais, os menores de 14 (quatorze) anos e as pessoas a que se refere o art. 206 do CPP, quais sejam, o ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado.

Rito processual: “Procedimento legal pelo qual se exteriorizam os atos processuais; conjunto de atos processuais estabelecidos legalmente, que devem ser seguidos para o exercício de uma ação, a solução de uma causa ou para a execução de diligências”.98

Arts. 202 a 208 e 218 a 225, do CPP

Art. 202 – Toda pessoa poderá ser testemunha.

Art. 203 – A testemunha fará, sob palavra de honra, a promessa de dizer a verdade do que souber e Ihe for perguntado, devendo declarar seu nome, sua idade, seu estado e sua residência, sua profissão, lugar onde exerce sua atividade, se é parente, e em que grau, de alguma das partes, ou quais suas relações com qualquer delas, e relatar o que souber, explicando sempre as razões de sua ciência ou as circunstâncias pelas quais possa avaliar-se de sua credibilidade.

Art. 204 – O depoimento será prestado oralmente, não sendo permitido à testemunha trazê-lo por escrito.

Parágrafo único – Não será vedada à testemunha, entretanto, breve consulta a apontamentos.

Art. 205 – Se ocorrer dúvida sobre a identidade da testemunha, o juiz procederá à verificação pelos meios ao seu alcance, podendo, entretanto, tomar-lhe o depoimento desde logo.

Art. 206 – A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Poderão, entretanto, recusar-se a fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado, salvo quando não for possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias.

96 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 283.97 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. v. 4, p. 220.98 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. v. 4, p. 216.

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Art. 207 – São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho.

Art. 208 – Não se deferirá o compromisso a que alude o art. 203 aos doentes e deficientes mentais e aos menores de 14 (quatorze) anos, nem às pessoas a que se refere o art. 206.

Art. 218 – Se, regularmente intimada, a testemunha deixar de comparecer sem motivo justificado, o juiz poderá requisitar à autoridade policial a sua apresentação ou determinar seja conduzida por oficial de justiça, que poderá solicitar o auxílio da força pública.

Art. 219 – O juiz poderá aplicar à testemunha faltosa a multa prevista no art. 453, sem prejuízo do processo penal por crime de desobediência, e condená-la ao pagamento das custas da diligência.

Art. 220 – As pessoas impossibilitadas, por enfermidade ou por velhice, de comparecer para depor, serão inquiridas onde estiverem.

Art. 221 – O Presidente e o Vice-Presidente da República, os senadores e deputados federais, os ministros de Estado, os governadores de Estados e Territórios, os secretários de Estado, os prefeitos do Distrito Federal e dos Municípios, os deputados às Assembléias Legislativas Estaduais, os membros do Poder Judiciário, os ministros e juízes dos Tribunais de Contas da União, dos Estados, do Distrito Federal, bem como os do Tribunal Marítimo serão inquiridos em local, dia e hora previamente ajustados entre eles e o juiz.

§ 1º – O Presidente e o Vice-Presidente da República, os presidentes do Senado Federal, da Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal poderão optar pela prestação de depoimento por escrito, caso em que as perguntas, formuladas pelas partes e deferidas pelo juiz, Ihes serão transmitidas por ofício.

§ 2º –Os militares deverão ser requisitados à autoridade superior.§ 3º –Aos funcionários públicos aplicar-se-á o disposto no art. 218, devendo,

porém, a expedição do mandado ser imediatamente comunicada ao chefe da repartição em que servirem, com indicação do dia e da hora marcados.

Art. 222 – A testemunha que morar fora da jurisdição do juiz será inquirida pelo juiz do lugar de sua residência, expedindo-se, para esse fim, carta precatória, com prazo razoável, intimadas as partes.

§ 1º –A expedição da precatória não suspenderá a instrução criminal.§ 2º –Findo o prazo marcado, poderá realizar-se o julgamento, mas, a todo

tempo, a precatória, uma vez devolvida, será junta aos autos.

Art. 223 – Quando a testemunha não conhecer a língua nacional, será nomeado intérprete para traduzir as perguntas e respostas.

Parágrafo único - Tratando-se de mudo, surdo ou surdo-mudo, proceder-se-á na conformidade do art. 192.

Art. 224 – As testemunhas comunicarão ao juiz, dentro de 1 (um) ano, qualquer mudança de residência, sujeitando-se, pela simples omissão, às penas do não-comparecimento.

Art. 225 – Se qualquer testemunha houver de ausentar-se, ou, por enfermidade ou por velhice, inspirar receio de que ao tempo da instrução

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criminal já não exista, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, tomar-lhe antecipadamente o depoimento.

Em regra, as oportunidades para as partes arrolarem testemunhas são a denúncia, para a acusação, e a defesa prévia, para a defesa.

Arts. 41 e 395, do CPP

Art. 41 – A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.

Art. 395 – O réu ou seu defensor poderá, logo após o interrogatório ou no prazo de 3 (três) dias, oferecer alegações escritas e arrolar testemunhas.

Caso forem arroladas testemunhas fora dos prazos legais, ainda que por defensor dativo, os autos serão conclusos ao juiz.

O Código de Processo Penal e a legislação complementar fixam o número máximo de testemunhas que podem ser arroladas pela acusação e pela defesa conforme o rito processual, não se incluindo neste número as testemunhas que não prestam compromisso e as referidas:

a) processo comum = 8 (oito) testemunhas

Art. 398 do CPP

Art. 398 – Na instrução do processo serão inquiridas no máximo oito testemunhas de acusação e até oito de defesa.

Parágrafo único – Nesse número não se compreendem as que não prestaram compromisso e as referidas.

b) plenário do Tribunal do Júri = 5 (cinco) testemunhas

Arts. 417, § 2º e 421, parágrafo único, do CPP

Art. 417, § 2º – Com o libelo poderá o promotor apresentar o rol das testemunhas que devam depor em plenário, até o máximo de 5 (cinco), juntar documentos e requerer diligências.

Art. 421, parágrafo único – Ao oferecer a contrariedade, o defensor poderá apresentar o rol de testemunhas que devam depor no plenário, até o máximo de 5 (cinco), juntar documentos e requerer diligências.

c) processo sumário = 5 (cinco) testemunhas

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Art. 539, caput, e § 1º, do CPP

Art. 539 – Nos processos por crime a que não for, ainda que alternativamente, cominada a pena de reclusão, recebida a queixa ou a denúncia, observado o disposto no art. 395, feita a intimação a que se refere o art. 534, e ouvidas as testemunhas arroladas pelo querelante ou pelo Ministério Público, até o máximo de cinco, prosseguir-se-á na forma do disposto nos arts. 538 e segs.

§ 1º – A defesa poderá arrolar até cinco testemunhas.

d) delitos de tóxicos = 5 (cinco) testemunhas

Art. 22 da Lei nº 6.368/76

Art. 22 – Recebidos os autos em Juízo será vista ao Ministério Público para, no prazo de 3 (três) dias, oferecer denúncia, arrolar testemunhas até o máximo de 5 (cinco) e requerer as diligências que entender necessárias.

Art. 37, III, da Lei nº 10.409/02

Art. 37 – Recebidos os autos do inquérito policial em juízo, dar-se-á vista ao Ministério Público para, no prazo de 10 (dez) dias, adotar uma das seguintes providências:

(...);III – oferecer denúncia, arrolar até 5 (cinco) testemunhas e requerer as

demais provas que entender pertinentes.

e) delitos contra a economia popular = 5 (cinco) testemunhas

Art. 10 da Lei nº 1.521/51

Art. 10 – Terá forma sumária, nos termos do Capítulo V, Título II, Livro II, do Código de Processo Penal, o processo das contravenções e dos crimes contra a economia popular, não submetidos ao julgamento pelo Júri.

f) delitos falimentares = 8 (oito) testemunhas

Art. 512 do CPP

Art. 512 – Recebida a queixa ou a denúncia, prosseguir-se-á no processo, de acordo com o disposto nos Capítulos I e III, Título I, deste Livro. (procedimento comum)

g) delitos de abuso de autoridade = 3 (três) testemunhas

Art. 2º, parágrafo único, da Lei nº 4.898/65

Art. 2º, parágrafo único – A representação será feita em duas vias e conterá a exposição do fato constitutivo do abuso de autoridade, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado e o rol de testemunhas, no máximo de três, se as houver.

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h) delitos de responsabilidade de Prefeitos e Vereadores = 8 (oito) testemunhas

Art. 2º do Decreto-lei nº 201/67

Art. 2º – O processo dos crimes definidos no artigo anterior é o comum do juízo singular, estabelecido pelo Código de Processo Penal, (...).

i) delitos de responsabilidade do funcionário público = 8 (oito) testemunhas

Art. 518 do CPP

Art. 518 – Na instrução criminal e nos demais termos do processo, observar-se-á o disposto nos Capítulos I e III, Título I, deste Livro.

O número máximo de testemunhas refere-se a cada fato criminoso, e, no caso de concurso de pessoas, a cada réu.

Arts. 209 e 404, do CPP

Art. 209 – O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir outras testemunhas, além das indicadas pelas partes.

§ 1º – Se ao juiz parecer conveniente, serão ouvidas as pessoas a que as testemunhas se referirem.

§ 2º – Não será computada como testemunha a pessoa que nada souber que interesse à decisão da causa.

Art. 404 – As partes poderão desistir do depoimento de qualquer das testemunhas arroladas, ou deixar de arrolá-las, se considerarem suficientes as provas que possam ser ou tenham sido produzidas, ressalvado o disposto no art. 209.

Frustrando-se total ou parcialmente o cumprimento do mandado de intimação das testemunhas, o cartório deverá juntá-lo aos autos e intimar a parte para, no prazo de 3 (três) dias, indicar outras em substituição as não encontradas ou fornecer novo endereço.

Arts. 397 e 405 do CPP

Art. 397 – Se não for encontrada qualquer das testemunhas, o juiz poderá deferir o pedido de substituição, se esse pedido não tiver por fim frustrar o disposto nos arts. 41, in fine, e 395.

Art. 405 – Se as testemunhas de defesa não forem encontradas e o acusado, dentro em 3 (três) dias, não indicar outras em substituição, prosseguir-se-á nos demais termos do processo.

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Havendo substituição ou fornecimento de novo endereço dentro do prazo, o cartório providenciará a intimação. Se ultrapassado o prazo, os autos serão conclusos ao juiz.

CERTIDÃO DE ATO ORDINATÓRIO

Certifico que a diligência de intimação da testemunha ....................................., não foi exitosa.Fica intimado o ( ) promotor de justiça ( ) réu, para ( ) fornecer novo endereço ( ) indicar outra testemunha, no prazo de 3 (três) dias.Local e data

................................................Escrivão

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EXPEDIENTES

Mandado de notificação para comparecimento em audiência:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO PARA COMPARECIMENTO NA AUDIÊNCIA

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor: <<Nome da Parte>> Réu: <<Nome da Parte>> Oficial de Justiça: <<Nome do Oficial de Justiça>> Mandado nº

O(A) Senhor (a) <<Nome do Juiz>>, Juiz(a) de Direito da <<Vara>>, da <<Nome da Comarca>>, na forma da lei, etc.

MANDA o Senhor Oficial de Justiça que, em cumprimento ao presente, extraído dos autos acima indicados, EFETUE A NOTIFICAÇÃO das pessoas a seguir relacionadas para que compareçam perante este Juízo no dia, hora e local abaixo mencionados.

AUDIÊNCIA: Local: Sala de audiências da <<Vara>>, <<Nome da Comarca>> - Endereço: <<Endereço do Fórum/Vara>> - Data: ......... - Local: ......... ADVERTÊNCIA: Caso deixem as testemunhas de comparecer, sem motivo justificado, serão conduzidas pelo Oficial de Justiça, respondendo pelas despesas do eventual adiamento.

Destinatário(s)

<<Qualificação>>

Eu, _________, o digitei, e eu, ________, <<Nome do Escrivão>>, Escrivã(o) Judicial, o conferi e subscrevi. <<Nome da Comarca>> (SC), <<Data por extenso>>.

<<Nome do Juiz>> Juiz(a) de Direito

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Requisição de funcionário público:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

Ofício nº <<Nome da Comarca e data por extenso>>

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor: <<Nome da Parte>> Réu: <<Nome da Parte>> .........

Senhor(a) .........:

Dentro do que preceitua o art. 221, § 2º, do CPP, REQUISITO a Vossa Senhoria a apresentação do (a) Sr. (a) ...................................... , com o fim de comparecer(em) à audiência designada para o próximo dia ......./....../......, às ................. horas, onde será(ão) ouvido(a)(s) como testemunha.

Agradecendo as providências tomadas no sentido do pronto atendimento do presente, desejo reiterar os mais elevados protestos de consideração.

<<Nome do Juiz>>Juiz(a) de Direito

.........

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Notificação do chefe da repartição do funcionário público:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

Ofício nº <<Nome da Comarca e data por extenso>>

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor: <<Nome da Parte>> Réu: <<Nome da Parte>> .........

Senhor(a) .........:

Dentro do que preceitua o art. 221, § 3º, do CPP, COMUNICO a Vossa Senhoria que o Servidor Público ........., no dia ....../....../......, às ................. horas, será ouvido como testemunha/vítima no processo epigrafado.

Agradecendo as providências tomadas no sentido do pronto atendimento do presente, desejo reiterar os mais elevados protestos de consideração.

<<Nome do Juiz>>Juiz(a) de Direito

.........

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Page 160: Manual Criminal

2.14 CARTAS PRECATÓRIAS

CONCEITO

Carta Precatória: ”É a expedida por um juiz a outro, de igual ou superior categoria funcional, mas sediado em comarca diversa, solicitando-lhe a prática de um ato processual ou diligência que só pode realizar-se no território cuja jurisdição lhe está afeta. O juiz deprecante (o que envia a carta) solicita ao juiz deprecado (o que recebe) que providencie, em sua comarca, a citação de alguém, a realização de execução de bens, a oitiva de testemunhas, a efetivação de vistorias ou exames periciais etc.”99

Comarcas integradas: São comarcas que, considerada a proximidade das sedes municipais, a facilidade de comunicação e a intensa a movimentação populacional entre elas, foram reunidas pelo Tribunal de Justiça somente para efeito de comunicação de atos processuais, realização de diligências e atos probatórios.

2.14.1 PRECATÓRIAS EXPEDIDAS

Expedir-se-á carta precatória quando o ato determinado pelo juiz tiver de ser praticado em território de qualquer outra comarca brasileira, desde que de igual categoria jurisdicional.

Se a comarca destinatária tiver mais de uma vara, a carta precatória será encaminhada diretamente ao distribuidor, o qual procederá a distribuição, informando, em seguida, seu paradeiro ao juízo deprecante.

Art. 245 do CNCGJ

Art. 245 – O distribuidor, por meio do correio eletrônico, informará ao juízo deprecante a data e a vara para a qual foi distribuída a deprecata.

Parágrafo único – Para as comarcas de outros Estados o diretor do foro fará a comunicação mediante ofício.

Tratando-se de comarcas integradas, será desnecessária a expedição de carta precatória entre elas, salvo no caso de inquirição de testemunha quando esta não compareça perante o juízo processante na data determinada. Nesse caso, expedir-se-á carta precatória a fim de que a testemunha seja ouvida no juízo em que reside.

Art. 255 do CNCGJ

Art. 255 – Nas comarcas integradas é dispensável o uso de cartas precatórias, devendo haver cooperação entre os juízes a fim de se realizar o escopo da lei, ou seja, facilitar a justiça e dar celeridade aos atos processuais. Ressalta-se que na hipótese de inquirição de testemunha, caso esta não compareça, deverá ser expedida carta precatória (Conflito de Jurisdição n. 240, da Capital).

99 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. v. 1, p. 510.

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Art. 7º, §§ 2º a 5º, do CDOJSC

Art. 7, § 2º – O Tribunal de Justiça, para efeito de comunicação de atos processuais, realização de diligências e atos probatórios, poderá reunir duas ou mais comarcas para que constituam uma “comarca integrada”, desde que próximas às sedes municipais, fáceis as vias de comunicação e intensa a movimentação populacional entre as comarcas contíguas.

§ 3º – Passam a constituir, desde já, comarcas integradas, as seguintes:a) Capital, São José, Palhoça e Biguaçu;b) Araranguá, Sombrio e Turvo; c) Blumenau e Gaspar;d) Chapecó e Xaxim;e) Criciúma e Içara;f) Itajaí e Balneário Camburiú;g) Jaraguá do Sul e Guaramirim;h) Joinville e São Francisco do Sul;i) Laguna, Imbituba e Imaruí;j) Orleans e Urussanga;k) Piçarras e Barra Velha;l) Tubarão e Braço do Norte;m) Xanxerê e Xaxim;n) Timbó, Indaial e Pomerode;o) Rio do Sul e Ituporanga;p) Rio do Sul e Trombudo Central;q) Orleans e Braço do Norte.§ 4º – As citações, intimações, notificações e outras diligências serão feitas

livremente, nos territórios das comarcas integradas, pelo oficial de justiça da comarca interessada.

§ 5º – Os incidentes ocorridos no cumprimento do mandado judicial ou diligência serão decididos pelo juiz diretor do foro da comarca onde ocorrer o fato.

Art. 1º, da Resolução nº 03/2003 – CM

Art. 1º – Ficam criadas as seguintes comarcas integradas:I – Joinville, Garuva, Itapoá e AraquariII – Itajaí, Balneário Camboriú, Camboriú e NavegantesIII – Timbó, Indaial, Pomerode e AscurraIV – Ibirama e Presidente Getúlio

Em se tratando de réu preso, o cartório colocará na parte superior direita do expediente etiqueta adesiva com os dizeres: RÉU PRESO, conforme modelo sugerido.

Art. 253 do CNCGJ

Art. 253 – Em se tratando de réu preso, tal circunstância deverá ser destacada, imprimindo-se urgência à tramitação.

As cartas precatórias citatórias deverão conter:

a) indicação do juiz deprecado (aquele que receberá a carta) e do juiz deprecante (aquele que expede a carta);

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b) indicação da sede da jurisdição (comarca) de ambos;c) indicação do nome do acusado, ou sinais pelos quais se possa

identificá-lo, e do lugar onde o acusado possa ser encontrado;d) indicação do fim para que é feita a citação;e) indicação do juízo, lugar, dia e hora em que o acusado deverá

comparecer para ser interrogado;f) indicação do prazo para cumprimento da citação (réu preso = 5 dias /

réu solto = 30 dias);g) cópia da denúncia ou queixa-crime;h) requisição de certidão dos antecedentes do acusado na comarca

deprecada.

Art. 353 e 354 do CPP

Art. 353 – Quando o réu estiver fora do território da jurisdição do juiz processante, será citado mediante precatória.

Art. 354 – A precatória indicará:I – o Juiz deprecado e o Juiz deprecante;II – a sede da jurisdição de um e de outro;Ill – o fim para que é feita a citação, com todas as especificações;IV – o Juízo do lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer.

Referindo-se a crimes de trânsito, as cartas precatórias serão instruídas com cópia do boletim de ocorrência policial (BO), laudo ou croqui.

Quando for deprecado o interrogatório do réu, além de cópia da denúncia ou queixa-crime, juntar-se-á ainda cópia dos depoimentos na fase policial, se houver.

Poderá o juiz deprecante anexar as perguntas que julgar pertinentes a serem respondidas pelo réu.

Art. 254 do CNCGJ

Art. 254 – Compete ao juízo deprecante, segundo seu prudente arbítrio e critério de conveniência, na amplitude da defesa, autorizar seja o réu interrogado por carta precatória, inclusive com o recebimento da defesa prévia, sem prejuízo de outro prazo processual.

§ 1º – Devem ser anexadas às cartas precatórias criminais cópias da denúncia, da portaria, da queixa ou representação e da defesa prévia, bem como, se necessário for, o instrumento do crime.

§ 2º – É recomendável que a autoridade deprecante faça constar as perguntas que entender necessárias à formação de seu juízo.

Assim que for determinada a produção de prova testemunhal, o cartório expedirá as precatórias necessárias para ouvida das testemunhas residentes em outras comarcas que não forem integradas.

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Page 163: Manual Criminal

Art. 222 do CPP

Art. 222 – A testemunha que morar fora da jurisdição do juiz será inquirida pelo juiz do lugar de sua residência, expedindo-se, para esse fim, carta precatória, com prazo razoável, intimadas as partes.

§ 1º – A expedição da precatória não suspenderá a instrução criminal.§ 2º – Findo o prazo marcado, poderá realizar-se o julgamento, mas, a todo

tempo, a precatória, uma vez devolvida, será junta aos autos.

As cartas precatórias para ouvida das testemunhas deverão conter:

a) indicação do juiz deprecado (aquele que receberá a carta) e do juiz deprecante (aquele que expede a carta);

b) indicação da sede da jurisdição (comarca) de ambos;c) indicação dos nomes de todos os réus ou querelados;d) indicação do nome e endereço das testemunhas a serem inquiridas,

informando se foram arroladas pela acusação ou pela defesa;e) indicação do prazo para cumprimento do ato (réu preso = 20 dias /

réu solto = 90 dias);f) cópias da denúncia ou queixa, da defesa prévia, do interrogatório e

dos depoimentos na fase policial, se houver;g) certos documentos como perícias, laudos ou croquis que ajudem no

descobrimento da verdade.

O cartório providenciará a intimação das partes acerca da expedição da carta precatória para inquirição de testemunhas.

As cartas precatórias destinadas ao cumprimento de mandado de prisão serão expedidas à autoridade do lugar onde se presuma esteja o capturando. Esta carta, além dos requisitos gerais das precatórias, deverá conter cópia do mandado de prisão e, quando cabível, o tempo de validade da segregação.

Art. 289 do CPP

Art. 289 – Quando o réu estiver no território nacional, em lugar estranho ao da jurisdição, será deprecada a sua prisão, devendo constar da precatória o inteiro teor do mandado.

Parágrafo único – Havendo urgência, o juiz poderá requisitar a prisão por telegrama, do qual deverá constar o motivo da prisão, bem como, se afiançável a infração, o valor da fiança. No original levado à agência telegráfica será autenticada a firma do juiz, o que se mencionará no telegrama.

Art. 295 do CNCGJ

Art. 295 – Recomenda-se a inserção em todos os mandados, cartas precatórias ou requisições telegráficas (Código de Processo Penal, art. 289, parágrafo único) que tenham por objetivo a prisão de alguém, expedidos em procedimentos cíveis ou criminais, além dos requisitos do art. 285, parágrafo único e suas alíneas, do Código de Processo Penal, o tempo de validade da

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ordem de segregação e, especialmente nos casos de processos penais, a data em que ocorrer a prescrição da pretensão executória da reprimenda irrogada.

Parágrafo único – A recomendação constante neste artigo não se aplica aos casos de decretação da prisão em virtude de pronúncia, prisão preventiva ou outros casos em que a lei não estabelece o tempo de duração do confinamento.

Havendo urgência no cumprimento, as cartas precatórias poderão ser expedidas por e-mail, telegrama, radiograma, telefone, fax, ou outro meio que possibilite a verificação da autenticidade da carta, com declaração de reconhecimento da firma do juiz, quando houver.

Art. 356 do CPP

Art. 356 – Se houver urgência, a precatória, que conterá em resumo os requisitos enumerados no art. 354, poderá ser expedida por via telegráfica, depois de reconhecida a firma do juiz, o que a estação expedidora mencionará.

Arts. 89 e 91 do CNCGJ

Art. 89 – Fica autorizado o uso do fax para encaminhamento e recebimento de cartas precatórias, ofícios e outros expedientes do juízo, bem como para o envio de certidões e documentos, quando a urgência do ato recomendar, mediante autorização do magistrado.

Parágrafo único – Poderá ser efetivada confirmação telefônica nos casos que importem na liberação de presos e medidas urgentes.

Art. 91 – No âmbito da justiça estadual de primeiro grau, as comunicações devem ser efetivadas, preferencialmente, por correio eletrônico, no endereço eletrônico @tj.sc.gov.br, de uso restrito ao serviço judiciário.

Parágrafo único – Recebida a mensagem, o destinatário providenciará sua impressão e adotará as medidas pertinentes.

Para a expedição de carta precatória por telefone, o cartório fará certidão contendo todos os dados necessários para o cumprimento do ato, que será lida integralmente para o recebedor do telefonema. O recebimento da carta será confirmado pelo cartório destinatário através do retorno da ligação ao telefone originário. Os documentos pertinentes serão remetidos por fax, no prazo de 5 (cinco) dias.

Findo o prazo sem o recebimento dos documentos, o cartório deprecado certificará e fará conclusão ao juiz.

Nas cartas precatórias para o cumprimento de suspensão condicional do processo ou execução da pena, o cartório deverá solicitar informações ao juízo deprecado a cada 3 (três) meses. Havendo informações de descumprimento, dar-se-á vista ao promotor de justiça (ver itens 3.1.2 e 8.5 da parte especial deste manual).

Tratando-se de ação penal privada, não sendo caso de assistência judiciária, a expedição de carta precatória de interesse da acusação ou da defesa ficará condicionada ao pagamento antecipado das custas e diligências (vide item 2.25.2 da parte geral deste manual).

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Art. 806, caput e § 1º, do CPP

Art. 806 – Salvo o caso do art. 32, nas ações intentadas mediante queixa, nenhum ato ou diligência se realizará, sem que seja depositada em cartório a importância das custas.

§ 1º – Igualmente, nenhum ato requerido no interesse da defesa será realizado, sem o prévio pagamento das custas, salvo se o acusado for pobre.

Art. 30 do RCE

Art. 30 – O interessado depositará no juízo deprecante a importância estimada para as custas e despesas com precatória, rogatória e carta de ordem, cuja expedição requerer, observadas as tabelas aplicáveis.

Parágrafo único – As cartas acima referidas serão expedidas acompanhadas de cheque ou ordem de pagamento em favor do diretor do foro onde será cumprida a diligência, que os endossará ao contador, para a imediata destinação das custas.

Não havendo cálculo, os autos serão remetidos à contadoria.Após, o interessado será intimado para efetuar o pagamento. Ausente o depósito, o cartório certificará a ocorrência, dando

seguimento ao processo sem expedição da carta, salvo se o juiz, reputando a diligência indispensável ao completo conhecimento da verdade, determinar a sua realização de ofício.

Arts. 806, § 2º e 807, do CPP

Art. 806, § 2º – A falta do pagamento das custas, nos prazos fixados em lei, ou marcados pelo juiz, importará renúncia à diligência requerida ou deserção do recurso interposto.

Art. 807 – O disposto no artigo anterior não obstará à faculdade atribuída ao juiz de determinar de ofício inquirição de testemunhas ou outras diligências.

Pagas as custas, expedir-se-á a carta precatória.Na ação penal pública não haverá adiantamento de custas, as quais

serão devidas, juntamente com as demais, pelo vencido, após o trânsito em julgado da sentença (vide item 2.25.1 da parte geral deste manual).

Caso a carta precatória não tenha retornado após decorrido o prazo para cumprimento, expedir-se-á ofício à comarca deprecada requisitando informações.

Art. 186, VII, do CNCGJ

Art. 186 – Na área criminal, aplica-se o disposto no artigo anterior (independem de despacho judicial e deverão ser realizados pelo escrivão ou servidores devidamente autorizados) em relação aos seguintes atos:

VII – expedição de ofício ou correio eletrônico ao escrivão do juízo deprecado ou oficiado, solicitando informações, quando decorrido o prazo

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Page 166: Manual Criminal

fixado para cumprimento ou resposta. Caso não haja prazo estabelecido, será considerado o período máximo de três meses.

Chegando ofício do juízo deprecado referindo que a testemunha não foi encontrada, a parte interessada será intimada.

Art. 186, III e XXVI, do CNCGJ

Art. 186 – Na área criminal, aplica-se o disposto no artigo anterior (independem de despacho judicial e deverão ser realizados pelo escrivão ou servidores devidamente autorizados) em relação aos seguintes atos:

III – vista ao interessado para falar sobre testemunha não localizada e que por ele tenha sido arrolada;

XXVI – intimar o interessado para complementar, com a precisão possível, a qualificação (nome completo, nacionalidade, estado civil, profissão, RG, CPF) e o endereço (logradouro, número da casa ou do apartamento, bairro, código de endereçamento postal, telefone para contato) das pessoas indicadas nos autos.

Caso informe novo endereço, o cartório comunicará o Juízo Deprecado.

CERTIDÃO

Certifico que, apesar de intimado, o ..................................... não efetuou o pagamento das custas da carta precatória de fls. .........., motivo pelo qual a carta não foi remetida. Local e data

..................................................Escrivão

CERTIDÕES DE ATOS ORDINATÓRIOS

Fica intimado o ( ) querelante ( ) querelado, para efetuar o pagamento das custas de expedição da carta precatória de fls. ........... .Local e data

..................................................Escrivão

Ficam intimadas as partes da expedição da carta precatória de fls. ....Local e data

..................................................Escrivão

ETIQUETA

RÉU PRESO

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EXPEDIENTES

Carta Precatória:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

CARTA PRECATÓRIA

PRAZO PARA CUMPRIMENTO: ......... dias

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor/Requerente: <<Nome da Parte>> Réu/Requerido: <<Nome da Parte>>

OBJETO: .........

O(A) Sr(a). <<Nome do Juiz>>, Juiz(a) de Direito da <<Vara>>, da <<Nome da Comarca>>, na forma da lei, etc.

FAZ SABER

A(o) Exmo(a). Sr(a). Sr(a). Juiz(a) de Direito da Comarca de ........., que do processo acima indicado foi extraída a presente, deprecando o seu cumprimento e devolução como de direito. Eu, _________, o digitei, e eu, ________, <<Nome do Escrivão>>, Escrivã(o) Judicial, o conferi e subscrevi. <<Nome da Comarca>> (SC), <<Data por extenso>>.

<<Nome do Juiz>> Juiz(a) de Direito

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Page 168: Manual Criminal

Ofício de pedido de informações sobre Carta Precatória:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

Ofício nº <<Local e data por extenso>>

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor/Requerente: <<Nome da Parte>> Réu/Requerido: <<Nome da Parte>> .........

Senhor(a) Juiz(a):

Pelo presente, solicito a Vossa Excelência informações acerca do cumprimento da carta precatória expedida por este Juízo de Direito, com a finalidade de .........

Agradecendo as providências tomadas no sentido do pronto atendimento do presente, desejo reiterar a Vossa Excelência os mais elevados protestos de consideração.

<<Nome do Juiz>> Juiz(a) de Direito

Excelentíssimo(a) Senhor(a).........

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2.14.2 PRECATÓRIAS RECEBIDAS

Arts. 244, 245 e 489, caput, do CNCGJ

Art. 244 – As cartas precatórias serão distribuídas, registradas e autuadas independentemente de despacho.

Art. 245 – O distribuidor, por meio do correio eletrônico, informará ao juízo deprecante a data e a vara para a qual foi distribuída a deprecata.

Parágrafo único – Para as comarcas de outros Estados o diretor do foro fará a comunicação mediante ofício.

Art. 489 – As petições iniciais e intermediárias e cartas precatórias serão protocoladas por meio de relógio datador, entregando-se a segunda via ao apresentante.

As cartas precatórias que se refiram a réu preso ou a cumprimento de mandados de prisão serão imediatamente conclusas ao juiz.

Art. 253 do CNCGJ

Art. 253 – Em se tratando de réu preso, tal circunstância deverá ser destacada, imprimindo-se urgência à tramitação.

Os autos das cartas precatórias serão numerados na parte inferior direita da página, a fim de evitar confusão com a numeração do processo, quando da juntada.

Ainda que não tenham sido solicitados, deverão ser certificados os antecedentes criminais do réu na comarca.

Ao receber a carta precatória, o cartório deverá conferir se veio instruída com os documentos necessários.

Se for o caso de interrogatório, verificar se estão anexados a denúncia ou queixa e o depoimento na fase policial, se houver.

Se para ouvida de testemunhas, conferir se estão anexados a denúncia ou queixa, o interrogatório, a defesa prévia e o depoimento na fase policial, se houver.

Tratando-se de execução de pena, conferir se constantes todos os documentos necessários à formação do PEC (vide item 8.5.4 da parte especial deste manual).

Referindo-se a crimes de trânsito, verificar se constam o boletim de ocorrência policial (BO), laudo ou croqui.

Faltando qualquer documento, o cartório remeterá ofício (via correio eletrônico) ao juízo deprecante solicitando a remessa.

No caso de precatória inquiritória, será preciso conferir se o endereço da testemunha pertence à jurisdição da comarca. Não pertencendo, o cartório deverá certificar e remeter à comarca correta (caráter itinerante das cartas precatórias), informando ao juízo deprecante, mediante ofício assinado pelo juiz.

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Art. 355, § 1º, do CPP

Art. 355, § 1º – Verificado que o réu se encontra em território sujeito à jurisdição de outro juiz, a este remeterá o juiz deprecado os autos para efetivação da diligência, desde que haja tempo para fazer-se a citação.

Nas ações penais privadas deverá constar da carta a comprovação do pagamento das custas. Não havendo comprovante, o cartório fará certidão e devolverá a carta precatória à origem, para suprimento da omissão.

Art. 30 do RCE.

Art. 30 – O interessado depositará no juízo deprecante a importância estimada para as custas e despesas com precatória, rogatória e carta de ordem, cuja expedição requerer, observadas as tabelas aplicáveis.

Parágrafo único – As cartas acima referidas serão expedidas acompanhadas de cheque ou ordem de pagamento em favor do diretor do foro onde será cumprida a diligência, que os endossará ao contador, para a imediata destinação das custas.

Caso o prazo estipulado para cumprimento da precatória já tenha vencido, será comunicado o fato ao juízo deprecante para que manifeste interesse no prosseguimento, no prazo de 10 (dez) dias. Não havendo resposta, a carta será devolvida à origem.

Estando em ordem a carta precatória, o cartório marcará data e horário para a audiência (desde que haja autorização normatizada do juiz neste sentido), conforme pauta diária já pré estabelecida (vide item 2.15 da parte geral deste manual).

Marcada a realização da audiência ou diligência solicitada, o cartório oficiará ao juízo deprecante informando a data prevista.

As precatórias que tenham por objeto a mera comunicação de atos processuais (citações, intimações, notificações, interpelações), serão cumpridas independentemente de despacho judicial, podendo a própria carta servir como mandado para realização do ato deprecado, entregando-se como contrafé cópia ou xerox daquelas.

Tratando-se de intimação para audiência, passada a data marcada para o ato sem cumprimento, será comunicado ao juízo deprecante para manifestação, no prazo de 10 (dez) dias. Não havendo resposta, a carta será devolvida à origem.

Vindo resposta comunicando nova data para a audiência, o cartório fará a intimação.

Art. 371 do CPP

Art. 371 – Será admissível a intimação por despacho na petição em que for requerida, observado o disposto no art. 357.

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Art. 249 do CNCGJ

Art. 249 – Quando o cumprimento da diligência deprecada independer de formalidade específica, constituindo-se em ato de simples ciência, intimação ou notificação, ou ato assemelhado, a própria carta precatória poderá servir como mandado, a critério do juízo deprecado, dispensada a autuação, sem prejuízo, todavia, das cautelas para evitar o extravio das peças que a integram.

Em caso de frustração do ato deprecado em virtude da inconsistência dos dados constantes da carta (ex. endereço inexistente ou não encontrado), será oficiado ao juízo deprecante solicitando a resolução dos problemas verificados. Não havendo resposta, a precatória será devolvida à origem.

Regularizada a carta, o cartório providenciará o novo ato, se necessário designando audiência.

Após o cumprimento, a carta precatória será devolvida à origem, independentemente de despacho, providenciando-se a baixa, inclusive na distribuição.

Havendo solicitação de informações pelo juízo deprecante acerca do andamento da precatória, a resposta será dada por ofício ou por e-mail, conforme o caso.

Art. 186, VIII, do CNCGJ

Art. 186 – Na área criminal, aplica-se o disposto no artigo anterior (independem de despacho judicial e deverão ser realizados pelo escrivão ou servidores devidamente autorizados) em relação aos seguintes atos:

VIII – resposta ao juízo deprecante, por intermédio de ofício subscrito pelo juiz, sempre que solicitadas informações acerca do andamento de carta precatória ou de ofício.

CERTIDÕES

Certifico que não houve pagamento das custas da carta precatória nº .........., motivo pelo qual procedi à devolução.Local e data

..................................................Escrivão

Certifico que não houve envio da peça ..................................., motivo pelo qual procedi à devolução da carta precatória.Local e data

..................................................Escrivão

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Page 172: Manual Criminal

Certifico que ( ) passou a data do ato deprecado,( ) transcorreu o prazo de cumprimento da carta precatória,motivo pelo qual procedi à comunicação ao juízo deprecante.Local e data

..................................................Escrivão

Certifico que a carta precatória não foi cumprida porque o endereço referido ( ) não existe ( ) não foi encontrado por estar incompleto, motivo pelo qual procedi à comunicação ao juízo deprecante .Local e data

..................................................Escrivão

Certifico que o endereço não pertence à comarca de ............................, motivo pelo qual remeti à comarca de .............. ....................................... Local e data

..................................................Escrivão

CERTIDÕES DE ATOS ORDINATÓRIOS

Fica designado o dia ......./......./......, às .......... horas, para cumprimento do ato deprecado.Local e data

..................................................Escrivão

Siga a carta para cumprimento da ( ) intimação ( ) notificação ( ) comunicação correspondente, sem expedição de mandado.Local e data

..................................................Escrivão

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Page 173: Manual Criminal

EXPEDIENTES

Ofício comunicando ocorrências em Carta Precatória/avisando da data do ato deprecado:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

Ofício nº <<Foro e data por extenso>>

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor: <<Nome da Parte>> Réu: <<Nome da Parte>> .........

Senhor(a) Juiz(a):

Pelo presente, comunico a Vossa Excelência a ocorrência da situação descrita, em relação ao cumprimento da carta precatória acima indicada:

( ) - Sem tempo hábil para cumprimento, pelo que solicito nova designação;( ) - Encaminhada ao Juízo ........., competente para os atos deprecados;( ) - Designado o dia ......./......./......., às ......... horas, para a realização do ato deprecado;( ) - Favor remeter cópias das peças adiante relacionadas: .........;( ) - Favor remeter a soma de R$ .............., para pagamento de custas e/ou diligências;( ) - Devolvida a esse respeitável Juízo em data de ......./......./......;( ) - ..........

Valho-me do ensejo para reiterar a Vossa Excelência os mais elevados protestos de consideração.

<<Nome do Juiz>> Juiz(a) de Direito

Excelentíssimo(a) Senhor(a).........

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Page 174: Manual Criminal

Ofício avisando o recebimento da precatória:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> Cartório da Distribuição

Ofício nº <<Nome da Comarca e data por extenso>>

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor: <<Nome da Parte>> Réu: <<Nome da Parte>> Vara: <<Vara>>

Senhor(a) Escrivã(o):

Pelo presente, comunico a Vossa Senhoria o recebimento, cadastro e distribuição da carta precatória acima indicada, oriunda desse Respeitável Juízo, extraída dos autos de ................ , nº ................., em que são partes: ....................

No futuro, para qualquer comunicação, queira por gentileza encaminhar expediente diretamente à unidade jurisdicional mencionada.

Aproveito o ensejo para reiterar os mais elevados protestos de consideração.

...........................Distribuidor(a) Judicial

.........

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Page 175: Manual Criminal

2.14.3 PRECATÓRIAS DEVOLVIDAS

Devolvida a carta precatória, com ou sem cumprimento, deve-se observar o disposto no artigo 248 do CNCGJ.

Art. 248 do CNCGJ

Art. 248 – Ressalvada determinação judicial em contrário, devolvida a carta precatória, cumprida ou não, o escrivão juntará aos autos apenas as peças indispensáveis (carta propriamente dita; documentos comprobatórios do seu cumprimento: termo de inquirição, mandados de citação, intimação, notificação etc.; conta de custas e eventuais novos documentos ou petições que a acompanharem).

As peças dispensáveis deverão ser submetidas ao “Programa de Reciclagem de Papel” (vide item 1.19 da parte geral deste manual), mediante certidão nos autos.

No caso de retorno sem cumprimento, juntada a carta, o interessado será intimado para manifestar-se, no prazo de 5 (cinco) dias.

Os feitos em andamento devem ser adaptados a estes procedimentos de racionalização.

CERTIDÃO

Certifico que encaminhei para a reciclagem a precatória n° ............. fazendo a juntada da peça .................. . Local e data

..................................................Escrivão

CERTIDÃO DE ATO ORDINATÓRIO

Fica intimado o .................................................................., sobre o resultado da precatória nº .......... .Local e data

..................................................Escrivão

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Page 176: Manual Criminal

2.15 AUDIÊNCIAS

CONCEITOS

Audiência: “Sessão solene em que o juiz, na sede do juízo ou em local por ele designado, interroga as partes, ouve os advogados e pronuncia o julgamento. Ato processual no qual se tem, sob a presidência do magistrado, a instrução, o debate dos fatos e do direito e a decisão da causa. Ato de ouvir, em juízo, os litigantes ou o órgão do Ministério Público. Oportunidade que se dá ao litigante para arrazoar verbalmente ou por escrito. Ação do órgão judicante de escutar as partes, peritos ou testemunhas”.100

Termo ou Ata de audiência: “Termo que, sob ditado do juiz, e lavrado pelo escrivão, deve documentar por escrito e resumidamente não só todos os atos ocorridos na audiência de instrução e julgamento, como também despachos e sentença, se esta for prolatada no ato”.101

Arts. 791 a 797, do CPP

Art. 791 – Em todos os Juízos e tribunais do crime, além das audiências e sessões ordinárias, haverá as extraordinárias, de acordo com as necessidades do rápido andamento dos feitos.

Art. 792 – As audiências, sessões e os atos processuais serão, em regra, públicos e se realizarão nas sedes dos Juízos e tribunais, com assistência dos escrivães, do secretário, do oficial de justiça que servir de porteiro, em dia e hora certos, ou previamente designados.

§ 1º – Se da publicidade da audiência, da sessão ou do ato processual, puder resultar escândalo, inconveniente grave ou perigo de perturbação da ordem, o juiz, ou o tribunal, câmara, ou turma, poderá, de ofício ou a requerimento da parte ou do Ministério Público, determinar que o ato seja realizado a portas fechadas, limitando o número de pessoas que possam estar presentes.

§ 2º – As audiências, as sessões e os atos processuais, em caso de necessidade, poderão realizar-se na residência do juiz, ou em outra casa por ele especialmente designada.

Art. 793 – Nas audiências e nas sessões, os advogados, as partes, os escrivães e os espectadores poderão estar sentados. Todos, porém, se levantarão quando se dirigirem aos juízes ou quando estes se levantarem para qualquer ato do processo.

Parágrafo único – Nos atos da instrução criminal, perante os juízes singulares, os advogados poderão requerer sentados.

Art. 794 – A polícia das audiências e das sessões compete aos respectivos juízes ou ao presidente do tribunal, câmara, ou turma, que poderão determinar o que for conveniente à manutenção da ordem. Para tal fim, requisitarão força pública, que ficará exclusivamente à sua disposição.

Art. 795 – Os espectadores das audiências ou das sessões não poderão manifestar-se.

Parágrafo único – O juiz ou o presidente fará retirar da sala os desobedientes, que, em caso de resistência, serão presos e autuados.

100 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. v. 1, p. 339.101 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. v. 4, p. 537.

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Page 177: Manual Criminal

Art. 796 – Os atos de instrução ou julgamento prosseguirão com a assistência do defensor, se o réu se portar inconvenientemente.

Art. 797 – Excetuadas as sessões de julgamento, que não serão marcadas para domingo ou dia feriado, os demais atos do processo poderão ser praticados em período de férias, em domingos e dias feriados. Todavia, os julgamentos iniciados em dia útil não se interromperão pela superveniência de feriado ou domingo.

Arts. 403 a 414, do CDOJSC

Art. 403 – As audiências e sessões se realizarão nos edifícios ou locais para esse fim destinados, em horas e dias determinados, e, quando for feriado, no dia útil imediato.

Parágrafo único – Em casos extraordinários ou de força maior as audiências poderão se realizar em outro local.

Art. 404 – As audiências e sessões serão públicas, salvo nos casos em que a lei, o Regimento Interno do Tribunal ou o interesse da Justiça determinar o contrário.

§ 1º – A presença das partes e de seus procuradores será sempre assegurada, exceto quando houver expressa proibição legal.

§ 2º – Quando entender conveniente a autoridade judiciária mandará retirar os menores.

Art. 405 – As audiências serão abertas e encerradas por pregão do oficial de Justiça ou do porteiro dos auditórios.

Art. 406 – Ao lado direito do juiz assentar-se-á o representante do Ministério Público, quando tiver de oficiar em audiência ou exercer suas funções perante tribunais.

Art. 407 – Nas audiências os membros do Ministério Público e os advogados poderão falar sentados ou em pé, nos juízos e tribunais.

Art. 408 – Durante a audiência ou sessão, os oficiais de Justiça devem se conservar de pé, junto ao juiz, para receberem e transmitirem as ordens deste.

Art. 409 – Os escrivães devem conservar-se de pé enquanto falarem ou procederem a alguma leitura.

Art. 410 – Sem consentimento expresso do juiz, ninguém pode transpor os cancelos privativos do pessoal do Juízo.

Art. 411 – Cada escrivão terá um livro, para nele consignar tudo o que ocorrer na audiência, a respeito dos processos em que funcionar, sendo os termos assinados pelo juiz e pelo escrivão, e, sempre que presentes, pelos procuradores e pelo órgão do Ministério Público.

Parágrafo único – O livro a que se refere este artigo poderá ser organizado com as segundas vias dos termos de audiências, datilografados, assinados na forma acima e encadernados ao fim de cada ano.

Art. 412 – O juiz manterá a ordem e o respeito nas audiências ou sessões, fazendo retirar quem lhe perturbe os trabalhos, prendendo os desobedientes,

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Page 178: Manual Criminal

remetendo-os, depois de autuados, à autoridade competente, e requisitando, se for necessário, a força armada.

Art. 413 – Nas audiências ou sessões, os espectadores podem conservar-se sentados, devendo, porém, levantar-se quando o fizer o juiz. Manter-se-ão respeitosamente e em silêncio, sendo-lhes vedada qualquer manifestação de aquiescência ou reprovação.

Art. 414 – Nas audiências e sessões, o juiz de direito, os advogados e os membros do Ministério Público usarão vestes talares.

Parágrafo único – Os escrivães usarão pequena capa preta.

No âmbito penal as audiências serão as seguintes:

a) Interrogatório do réu;

Art. 394 do CPP

Art. 394 – O juiz, ao receber a queixa ou denúncia, designará dia e hora para o interrogatório, ordenando a citação do réu e a notificação do Ministério Público e, se for caso, do querelante ou do assistente.

b) Inquirição de testemunhas;

Art. 396, caput, do CPP

Art. 396 – Apresentada ou não a defesa, proceder-se-á à inquirição das testemunhas, devendo as da acusação ser ouvidas em primeiro lugar.

c) De julgamento (procedimento sumário);

Art. 538 do CPP

Art. 538 – Após o tríduo para a defesa, os autos serão conclusos ao juiz, que, depois de sanadas as nulidades, mandará proceder às diligências indispensáveis ao esclarecimento da verdade, quer tenham sido requeridas, quer não, e marcará para um dos 8 (oito) dias seguintes a audiência de julgamento, cientificados o Ministério Público, o réu e seu defensor.

d) Conciliatória (procedimento dos crimes contra a honra);

Art. 520 do CPP

Art. 520 – Antes de receber a queixa, o juiz oferecerá às partes oportunidade para se reconciliarem, fazendo-as comparecer em juízo e ouvindo-as, separadamente, sem a presença dos seus advogados, não se lavrando termo.

e) Admonitória para aceitação pelo condenado do programa e das condições do regime aberto de cumprimento da pena;

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Art. 113 da LEP

Art. 113 – O ingresso do condenado em regime aberto supõe a aceitação do seu programa e das condições impostas pelo juiz.

f) Admonitória da suspensão condicional da pena;

Art. 698 do CPP

Art. 698 – Concedida a suspensão, o juiz especificará as condições a que fica sujeito o condenado, pelo prazo previsto, começando este a correr da audiência em que se der conhecimento da sentença ao beneficiário e Ihe for entregue documento similar ao descrito no art. 724.

Art. 160 da LEP

Art. 160 – Transitada em julgado a sentença condenatória, o juiz a lerá ao condenado, em audiência, advertindo-o das conseqüências de nova infração penal e do descumprimento das condições impostas.

g) Admonitória da suspensão condicional do processo.

Art. 89, caput, e §§ 1º e 2º, da Lei nº 9.099/95.

Art. 89 – Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a 1 (um) ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal).

§ 1º – Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do juiz, este, recebendo a denúncia, poderá suspender o processo, submetendo o acusado a período de prova, sob as seguintes condições:

I – reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;II – proibição de freqüentar determinados lugares;III – proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do

juiz;IV – comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para

informar e justificar suas atividades.§ 2º – O juiz poderá especificar outras condições a que fica subordinada a

suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado.

O escrivão designará as audiências (desde que haja autorização normatizada do juiz nesse sentido) respeitando as seguintes diretrizes:

a) o número de audiências por dia não pode ultrapassar “x” (nº desejado pelo magistrado);

b) o número de testemunhas a ser ouvidas por dia não pode ultrapassar “x” (nº desejado pelo magistrado);

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Page 180: Manual Criminal

c) as audiências serão realizadas de “terça-feira a quinta-feira, no período vespertino” (sugestão), salvo casos urgentes, a critério do magistrado, ficando o escrivão autorizado a trazer o processo para resolução da questão.

Designada a audiência, o cartório afixará na capa do processo, na parte superior, etiqueta com a indicação da data, horário e tipo da audiência, bem como das partes, procuradores e testemunhas, conforme modelo sugerido.

A pauta de audiências será afixada no mural da vara e na porta da sala de audiências, ou em outro local de ampla visibilidade para as partes e advogados.

Art. 237 do CNCGJ

Art. 237 – Relação das audiências designadas para o mês deverá ser afixada em local apropriado.

O réu, o promotor de justiça e o advogado dativo serão intimados pessoalmente da data e hora da audiência, enquanto que, tratando-se de advogado constituído, este será intimado pela imprensa.

Com antecedência mínima de 15 (quinze) dias antes da audiência, o cartório verificará a regularidade dos autos, conferindo se foram expedidos todos os mandados e se as partes e testemunhas foram devidamente intimadas.

Art. 238 do CNCGJ

Art. 238 – No mínimo quinze dias antes da audiência, o escrivão examinará o processo a fim de verificar se todas as providências para a sua realização foram tomadas, suprindo eventuais falhas.

Estando em ordem o processo, deverá ser encaminhado ao juiz, com antecedência mínima de 24 (vinte e quatro) horas da audiência.

Na data e horário da audiência, o serventuário responsável por secretariá-la, de posse dos autos, apregoará as partes, advogados e demais pessoas intimadas (testemunhas, peritos, informantes, intérpretes etc.).

As partes, devidamente identificadas, ingressarão na sala de audiências imediatamente após o pregão, sendo que as demais pessoas intimadas deverão aguardar a chamada para depor na sala de testemunhas, onde houver, ou em local para tanto destinado.

A seguir, o serventuário iniciará a lavratura da ata da audiência, em duas vias, mencionando as partes – réu / querelado, Ministério Público / querelante, assistente de acusação (se houver) –, os advogados e as demais pessoas arroladas, bem como as que, devidamente intimadas, não tenham comparecido, informando ao juiz, para o início dos trabalhos.

Havendo tomada de depoimentos, será suspensa momentaneamente a realização da ata, pois serão registrados em termos apartados (interrogatório ou assentada), em duas vias.

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No caso de testemunha faltante sem justificativa, se houver insistência na ouvida desta, será expedido mandado de condução, consignando o valor da diligência e intimação, para recolhimento da multa em audiência.

Encerrados os depoimentos, prosseguir-se-á com a ata da audiência, mediante a orientação do juiz, que determinará o destino dos autos.

Finda a audiência, uma via dos termos de depoimento e da ata será juntada ao processo, o qual será encaminhado ao escrivão, no cartório, para as providências cabíveis, arquivando-se a outra via em pasta própria.

CERTIDÃO DE ATO ORDINATÓRIO

Fica designado o dia ......./......./......., às ....... horas, para a audiência de.......................................................................... .Local e data

..................................................Escrivão

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Page 182: Manual Criminal

ETIQUETA DA AUDIÊNCIA

AUDIÊNCIA MARCADA PARA O DIA

TIPO: Intimações:( ) promotor de justiça _____________________________________( ) assistente de acusação _________________________________ ( ) advogado ____________________________________________( ) testemunhas de acusação _______________________________( ) réu __________________________________________________ ( ) advogado ____________________________________________( ) testemunhas de defesa _________________________________Obs. ______________________________ autos nº xxx.xx.xxxxx-x

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Page 183: Manual Criminal

EXPEDIENTES Termo de ouvida de testemunha:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>><<Vara>>

TERMO DE ASSENTADA

Autos nº <<Número do Processo>>

Ação nº <<Tipo de Ação>>Autor: <<Nome da Parte>>Réu: <<Nome da Parte>>

Nome: .........Filiação: .........Data de Nascimento: .........Estado Civil: .........Profissão: .........Endereço: .........

.........Advertida do impedimento e da suspeição, tal qual estabelecido à legislação, a pessoa acima qualificada disse ......... , sendo, então, .......... Às perguntas formuladas, passou a responder: .........

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Page 184: Manual Criminal

Termo de suspensão condicional do processo:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

TERMO DE AUDIÊNCIA ADVERTÊNCIA

SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO

Autos nº <<Número do Processo>>

Ação nº <<Tipo de Ação>>Autor: <<Nome da Parte>>Réu: <<Nome da Parte>>

Data: .........Local: Sala de Audiências da <<Vara>> da <<Nome da Comarca>>.

PRESENÇAS:Juiz(a) de Direito: <<Nome do Juiz>>Promotor(a) de Justiça: .........Autor(a) do Fato: <<Nome da Parte>>Advogado(a)(s): .........

Aberta a audiência, e constatada a presença das pessoas acima arroladas, pelo(a) MM(a). Juiz(a), foi procedida a leitura da proposta formulada pelo Ministério Público, de fls. ___/___, que concede a suspensão condicional do processo pelo prazo de ___ ( ________ ) anos, e em seguida, advertiu o(a) autor(a) do fato das conseqüências da prática de nova infração penal e da transgressão das condições impostas. Indagado(a) o(a) autor(a) do fato se aceitava e prometia cumprir as obrigações fixadas, tendo respondido positivamente, foi-lhe outorgada a suspensão condicional do processo nesta própria audiência.

Condições Impostas

( ) Obrigação de reparar o dano( ) Proibição de freqüentar determinados lugares( ) Proibição de ausentar-se da Comarca onde reside, sem autorização do Juízo( ) Comparecimento pessoal e obrigatório a Juízo, MENSALMENTE, para informar e justificar

suas atividades( ) .........

Em seguida, pelo(a) MM(a). Juiz(a), foi proferida a seguinte decisão: “Vistos, etc. HOMOLOGO por sentença, a proposta formulada pelo Ministério Público, para que surta os seus jurídicos e legais efeitos e, por conseqüência, DECLARO SUSPENSO o presente feito, até o cumprimento final das condições impostas, nos termos do art. 89, da Lei 9099/95. Transcorrido o período de prova, retornem os autos ao Ministério Público para as providências cabíveis. Lance-se o nome do(a) autor(a) do fato no livro de beneficiados pela Lei 9099/95 e procedam-se as demais comunicações de praxe. Dada e publicada em audiência, ficam os presentes intimados”. Nada mais havendo, do que, para constar, lavrei o presente termo. Eu, ________, <<Nome do Escrivão>>, Escrivã(o) Judicial, o subscrevi.

<<Nome do Juiz>>Juiz(a) de Direito

.........Promotor(a) de Justiça

<<Nome da Parte>> .........

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Autor(a) do Fato Advogado(a) do(a) Autor(a) do Fato2.16 BUSCA E APREENSÃO

CONCEITO

Busca e apreensão: “A busca é a diligência destinada a encontrar-se a pessoa ou coisa que se procura e a apreensão é a medida que a ela se segue. Para a nossa lei, é ela meio de prova, de natureza acautelatória e coercitiva, consubstanciado no apossamento de elementos instrutórios, quer relacionados com objetos, quer com as pessoas do culpado e da vítima, quer, ainda, com a prática criminosa que tenha deixado vestígios. Entretanto, embora a busca e a apreensão estejam inseridas no capítulo das provas, a doutrina as considera mais como medida acautelatória, liminar, destinada a evitar o perecimento das coisas e das pessoas”. 102

Art. 240 do CPP

Art. 240 – A busca será domiciliar ou pessoal.§ 1º – Proceder-se-á à busca domiciliar, quando fundadas razões a

autorizarem, para:a) prender criminosos;b) apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos;c) apreender instrumentos de falsificação ou de contrafação e objetos

falsificados ou contrafeitos;d) apreender armas e munições, instrumentos utilizados na prática de crime

ou destinados a fim delituoso; e) descobrir objetos necessários à prova de infração ou à defesa do réu;f) apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado ou em seu

poder, quando haja suspeita de que o conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à elucidação do fato;

g) apreender pessoas vítimas de crimes;h) colher qualquer elemento de convicção.§ 2º – Proceder-se-á à busca pessoal quando houver fundada suspeita de

que alguém oculte consigo arma proibida ou objetos mencionados nas letras b a f e letra h do parágrafo anterior.

Chegando pedido de busca e apreensão por parte da autoridade policial, durante o inquérito ou processo, o cartório fará a juntada e remeterá os autos ao promotor de justiça.

Havendo pedido de busca e apreensão sem inquérito policial instaurado, o cartório fará o respectivo registro e autuação. Originando-se do delegado de polícia o pedido será encaminhando ao promotor de justiça. Tratando-se de busca e apreensão solicitada diretamente pelo promotor de justiça o cartório fará conclusão ao juiz.

Deferida a diligência, o cartório expedirá o mandado de busca e apreensão, com o prazo determinado pelo juiz, submetendo-o à assinatura do magistrado.

Após, o mandado será remetido à autoridade policial para cumprimento.

102 MIRABETE, Julio Fabbrini. Processo Penal, p. 318.

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Page 186: Manual Criminal

Arts. 241 a 250, do CPP

Art. 241 – Quando a própria autoridade policial ou judiciária não a realizar pessoalmente, a busca domiciliar deverá ser precedida da expedição de mandado.

Art. 242 – A busca poderá ser determinada de ofício ou a requerimento de qualquer das partes.

Art. 243 – O mandado de busca deverá:I – indicar, o mais precisamente possível, a casa em que será realizada a

diligência e o nome do respectivo proprietário ou morador; ou, no caso de busca pessoal, o nome da pessoa que terá de sofrê-la ou os sinais que a identifiquem;

II – mencionar o motivo e os fins da diligência;III – ser subscrito pelo escrivão e assinado pela autoridade que o fizer

expedir.§ 1º – Se houver ordem de prisão, constará do próprio texto do mandado de

busca.§ 2º – Não será permitida a apreensão de documento em poder do defensor

do acusado, salvo quando constituir elemento do corpo de delito.

Art. 244 – A busca pessoal independerá de mandado, no caso de prisão ou quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou de objetos ou papéis que constituam corpo de delito, ou quando a medida for determinada no curso de busca domiciliar.

Art. 245 – As buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo se o morador consentir que se realizem à noite, e, antes de penetrarem na casa, os executores mostrarão e lerão o mandado ao morador, ou a quem o represente, intimando-o, em seguida, a abrir a porta.

§ 1º – Se a própria autoridade der a busca, declarará previamente sua qualidade e o objeto da diligência.

§ 2º – Em caso de desobediência, será arrombada a porta e forçada a entrada.

§ 3º – Recalcitrando o morador, será permitido o emprego de força contra coisas existentes no interior da casa, para o descobrimento do que se procura.

§ 4º – Observar-se-á o disposto nos §§ 2º e 3º, quando ausentes os moradores, devendo, neste caso, ser intimado a assistir à diligência qualquer vizinho, se houver e estiver presente.

§ 5º – Se é determinada a pessoa ou coisa que se vai procurar, o morador será intimado a mostrá-la.

§ 6º – Descoberta a pessoa ou coisa que se procura, será imediatamente apreendida e posta sob custódia da autoridade ou de seus agentes.

§ 7º – Finda a diligência, os executores lavrarão auto circunstanciado, assinando-o com duas testemunhas presenciais, sem prejuízo do disposto no § 4º.

Art. 246 – Aplicar-se-á também o disposto no artigo anterior, quando se tiver de proceder a busca em compartimento habitado ou em aposento ocupado de habitação coletiva ou em compartimento não aberto ao público, onde alguém exercer profissão ou atividade.

Art. 247 – Não sendo encontrada a pessoa ou coisa procurada, os motivos da diligência serão comunicados a quem tiver sofrido a busca, se o requerer.

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Page 187: Manual Criminal

Art. 248 – Em casa habitada, a busca será feita de modo que não moleste os moradores mais do que o indispensável para o êxito da diligência.

Art. 249 – A busca em mulher será feita por outra mulher, se não importar retardamento ou prejuízo da diligência.

Art. 250 – A autoridade ou seus agentes poderão penetrar no território de jurisdição alheia, ainda que de outro Estado, quando, para o fim de apreensão, forem no seguimento de pessoa ou coisa, devendo apresentar-se à competente autoridade local, antes da diligência ou após, conforme a urgência desta.

§ 1º – Entender-se-á que a autoridade ou seus agentes vão em seguimento da pessoa ou coisa, quando:

a) tendo conhecimento direto de sua remoção ou transporte, a seguirem sem interrupção, embora depois a percam de vista;

b) ainda que não a tenham avistado, mas sabendo, por informações fidedignas ou circunstâncias indiciárias, que está sendo removida ou transportada em determinada direção, forem ao seu encalço.

§ 2º – Se as autoridades locais tiverem fundadas razões para duvidar da legitimidade das pessoas que, nas referidas diligências, entrarem pelos seus distritos, ou da legalidade dos mandados que apresentarem, poderão exigir as provas dessa legitimidade, mas de modo que não se frustre a diligência.

Expirado o prazo, o cartório certificará e expedirá ofício à delegacia requisitando o resultado da diligência.

Vindo a resposta ou na sua ausência, os autos serão conclusos ao juiz.Cumprido o mandado, juntar-se-á cópia do resultado da busca e

apreensão no incidente ou no inquérito, abrindo-se vista ao interessado.Após, o incidente será arquivado, se for o caso.

CERTIDÃO

Certifico que decorreu o prazo para cumprimento do mandado de busca e apreensão de fls. .............., motivo pelo qual oficiei à delegacia de polícia requisitando o resultado da diligência.Local e data

..................................................Escrivão

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EXPEDIENTE

Mandado de busca e apreensão:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

MANDADO DE BUSCA E APREENSÃO

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor: <<Nome da Parte>> Réu: <<Nome da Parte>> Oficial de Justiça: <<Nome do Oficial de Justiça>> Mandado nº

O(A) Senhor(a) <<Nome do Juiz>>, Juiz(a) de Direito da <<Vara>>, da <<Nome da Comarca>>, na forma da lei, etc.

MANDA a Autoridade Policial ou o Senhor Oficial de Justiça que, em cumprimento ao presente, extraído do processo acima indicado, EFETUE A BUSCA E APREENSÃO dos bens abaixo descritos, depositando-os, em seqüência, nas mãos da pessoa mencionada.

Rol de Bens e Depositário

.........

Eu, _________, o digitei, e eu, ________, <<Nome do Escrivão>>, Escrivã(o) Judicial, o conferi e subscrevi. <<Nome da Comarca>> (SC), <<Data por extenso>>

<<Nome do Juiz>>Juiz(a) de Direito

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2.17 BENS APREENDIDOS

CONCEITOS

Objetos apreendidos: “O art. 240, §1º, b, c, d, e, f e h, cuida dos objetos sobre os quais pode incidir a diligência de busca e apreensão; portanto, estes objetos podem ser apreendidos. São eles: coisas achadas ou obtidas por meios criminosos, instrumentos de falsificação ou de contrafação e objetos falsificados ou contrafeitos; armas e munições, instrumentos utilizados na prática de crime ou destinados a fim delituosos, objetos destinados à prova da infração ou à defesa do réu; cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado ou em seu poder, quando haja suspeita de que o conhecimento do conteúdo possa ser útil a elucidação do fato; qualquer elemento de convicção”.103

Autoridade policial: “Atribuída no âmbito estadual às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, sem prejuízo de outras autoridades”.104

Sentença: “Em sentido estrito (ou em sentido próprio) é a decisão definitiva que o juiz profere solucionando a causa. O art. 162, § 1º, do Código de Processo Civil assim a define: ‘é o ato pelo qual o juiz põe termo ao processo, decidindo ou não o mérito da causa’. Melhor dizendo, é o ato pelo qual o juiz encerra o processo no primeiro grau de jurisdição, bem como o seu respectivo ofício”.105

Trânsito em julgado: : “Estado da decisão judicial irrecorrível por não mais estar sujeita a recurso, dando origem à coisa julgada”.106

Em caso de apreensão dos instrumentos empregados para a prática da infração penal ou de qualquer outro bem que interesse à prova, eles deverão acompanhar os autos do inquérito policial quando de sua remessa a juízo.

Art. 11 do CPP

Art. 11 – Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à prova, acompanharão os autos do inquérito.

As substâncias entorpecentes ou explosivas, não serão remetidas para o fórum, permanecendo em depósito na delegacia ou no órgão médico legal. Se houver a remessa, o cartório devolverá imediatamente, mediante ofício assinado pelo juiz.

Arts. 290 a 292, do CNCGJ

Art. 290 – As substâncias entorpecentes ou explosivas não serão recebidas nos cartórios, seja com inquérito policial, separadamente, ou com os laudos de constatação ou toxicológicos, permanecendo em depósito na delegacia ou no órgão médico legal.

Art. 291 – A autoridade policial procederá a retirada da quantidade necessária para a realização da perícia, acondicionando a substância ou

103 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 342.104 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 67.105 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 368.106 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. v. 4, p. 609.

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medicamento em saco plástico, de papel ou outro recipiente apropriado, lacrando a seguir.

§ 1º – Se a guarda da substância ou medicamento tornar-se inconveniente ou perigosa, como no caso de apreensão de grande quantidade, pode o juiz, mediante decisão fundamentada, preservada a quantidade suficiente para a realização da perícia e da contraprova, ouvido o Ministério Público, determinar ou autorizar a destruição.

§ 2º – Da destruição será lavrado auto circunstanciado, juntando-se cópia aos autos.

Art. 292 – Após o trânsito em julgado da sentença, a autoridade judiciária comunicará o fato, por ofício, à autoridade responsável pelo depósito das substâncias entorpecentes e explosivas, para as providências cabíveis, as quais serão comunicadas ao juízo.

Ao receber os bens, o cartório registrará o recebimento e o estado em que se encontram.

Arts. 280 e 288, do CNCGJ

Art. 280 – O recebimento de armas e objetos em juízo deverá ser devidamente registrado no sistema informatizado, procedendo-se a identificação precisa dos instrumentos do crime ou contravenção, com perfeita indicação de suas características, tais como número de série, cor, marca, dimensões, calibre etc.

Art. 288 – Incumbe ao escrivão proceder à identificação dos valores que acompanham os inquéritos ou processos e efetuar o devido registro no livro próprio.

Tratando-se de valores em moeda nacional, serão depositados em conta vinculada ao juízo.

Art. 289 do CNCGJ

Art. 289 – Recaindo a apreensão sobre moeda nacional, o escrivão deverá, de imediato, depositar o respectivo valor em conta vinculada ao juízo, juntando comprovante nos autos.

No caso de apreensão de cheque ou moeda estrangeira, os autos serão conclusos ao juiz.

Art. 289, parágrafo único, do CNCGJ

Art. 289, Parágrafo único – Tratando-se de cheques ou moeda estrangeira, o escrivão submeterá o fato à apreciação do juiz, para adoção das devidas providências.

Enquanto interessarem ao processo ou até o trânsito em julgado da sentença, os bens apreendidos ficarão custodiados na secretaria do foro, à disposição do juízo. Após, poderão ser restituídos aos interessados por meio de ação incidental própria.

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Page 191: Manual Criminal

Art. 118 do CPP

Art. 118 – Antes de transitar em julgado a sentença final, as coisas apreendidas não poderão ser restituídas enquanto interessarem ao processo.

Arts. 281 a 284, do CNCGJ

Art. 281 – Até o trânsito em julgado da decisão, as armas e objetos apreendidos devem ficar sob a guarda do secretário do foro, com a fiscalização direta do juiz do processo e do diretor do foro.

Art. 282 – O secretário manterá as armas e objetos devidamente classificados e registrados em livros próprios (manual ou informatizado), nos quais constarão todos os dados necessários à rápida identificação e localização.

Art. 283 – No decorrer da instrução criminal os juízes poderão requisitar as armas e os objetos relacionados com o processo-crime, devolvendo-os quando cessados os motivos da requisição.

Art. 284 – Competirá ao juiz da causa a decisão sobre eventual pedido de devolução dos referidos bens a interessado que o requeira, ainda que findo o processo.

Sobrevindo absolvição do réu ou extinção do processo sem julgamento do mérito, o cartório intimará a pessoa com quem se encontravam os bens apreendidos para a devida restituição, sob pena de doação ou destruição dos mesmos.

Havendo condenação, passados 6 (seis) meses do trânsito em julgado sem que haja interesse na restituição dos bens, o cartório tomará as seguintes providências:

a) tratando-se de armas e munições, certificará e fará comunicação à secretaria do foro para encaminhamento às unidades militares habilitadas;

Art. 285 do CNCGJ

Art. 285 – Salvo determinação judicial em contrário, transcorridos seis meses do arquivamento dos autos de inquérito policial ou do trânsito em julgado da sentença, o escrivão comunicará à secretaria do foro a fim de que as armas e munições não reclamadas sejam encaminhadas às unidades militares habilitadas ao recebimento, a saber:

14ª BRIGADA DE INFANTARIA MOTORIZADA – Rua Bocaiúva, 60, Florianópolis – SC (fone: 048 224 9477);

62º BATALHÃO DE INFANTARIA MOTORIZADO – Rua Ministro Calógeras, 1.200, Joinville – SC (fone: 047 433 2399);

23º BATALHÃO DE INFANTARIA – Rua Amazonas, s/n, Blumenau – SC (fone: 047 324 2299);

63º BATALHÃO DE INFANTARIA MOTORIZADO – Rua Lauro Müller, 2.327, Tubarão – SC (fone: 048 626 0709);

28º GRUPO DE ARTILHARIA – Rodovia Luiz Rosso, s/n, Criciúma – SC (fone: 048 437 4555);

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Page 192: Manual Criminal

1º BATALHÃO FERROVIÁRIO – Rua Marechal Rondon, s/n, Lages – SC (fone: 049 225 2233);

5º BATALHÃO DE ENGENHARIA DE COMBATE – Avenida Expedicionário Edmundo Arrarar, 2.338, Porto União – SC (fone: 042 522 1693);

14º REGIMENTO DE CAVALARIA MECANIZADO – Rua Willy Barth, 67, São Miguel do Oeste – SC (fone: 049 821 1981).

§ 1º – As armas pertencentes às polícias civil e militar do Estado e Forças Armadas serão entregues à Delegacia Regional ou ao Comando da Polícia Militar da Região ou à Arma respectiva.

§ 2º – As armas brancas poderão ser cedidas a entidades assistenciais ou sindicais, incineradas ou destruídas, lavrando-se de tudo auto circunstanciado.

b) quanto aos demais bens, certificará e fará conclusão ao juiz.

Art. 286 do CNCGJ

Art. 286 – Os demais bens apreendidos ou confiscados, após seis meses do trânsito em julgado, deverão ser alienados em hasta pública, com recolhimento do valor apurado ao Tribunal de Justiça, por meio de guia de recolhimento, podendo ser cedidos ou incinerados os imprestáveis e os de inexpressivo valor econômico, lavrando-se de tudo auto circunstanciado, salvo substâncias tóxicas, entorpecentes, estupefacientes ou capazes de determinar dependência física ou psíquica, que terão a destinação prevista neste Código.

CERTIDÕES

Certifico que, decorridos 6 (seis) meses do trânsito em julgado, não houve reclamação das armas e munições apreendidas, motivo pelo qual comuniquei à secretaria do foro para encaminhamento à unidade militares habilitada.Local e data

..................................................Escrivão

Certifico que, decorridos 6 (seis) meses do trânsito em julgado, não houve reclamação dos objetos apreendidos.Local e data

..................................................Escrivão

CERTIDÃO DE ATO ORDINATÓRIO

Fica intimado o (a) ................................ .............................., para retirar os bens apreendidos, sob pena de doação ou destruição.Local e data

..................................................Escrivão

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Page 193: Manual Criminal

EXPEDIENTES

Ofício encaminhando armas para o exército:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

Ofício nº ......... <<Local e data por extenso >>

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor: <<Nome da Parte>> Réu: <<Nome da Parte>> .........

Senhor(a) Comandante:

Pelo presente, encaminho a Vossa Senhoria as armas abaixo indicadas, em face de perdimento decretado por este Juízo de Direito, visando as providências que a Lei estabelece.

Rol de Armas

Registro Arma Proprietário......... ......... .................. ......... .................. ......... .........

Agradecendo as providências tomadas no sentido do pronto atendimento do presente, desejo reiterar os mais elevados protestos de consideração.

<<Nome do Juiz>> Juiz(a) de Direito

Ao (À) Senhor(a).........<Endereço>

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Page 194: Manual Criminal

Termo de entrega de bens apreendidos:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

TERMO DE ENTREGA DE BEM

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor: <<Nome da Parte>> Réu: <<Nome da Parte>>

Em <<Data por extenso>>, nesta cidade e <<Nome da Comarca>>, Estado de Santa Catarina, no(a) <<Cartório/Vara>>, compareceu ........., a quem foi deferida a entrega do(s) bem(ns) a seguir descrito(s), sendo, então, dado integral cumprimento à decisão prolatada às fls. ........., dos autos acima indicados.

DESCRIÇÃO DO(S) BEM(NS): .........

E, para constar, foi determinada a lavratura do presente termo. Eu, _________, o digitei, e eu, ________, <<Nome do Escrivão>>, Escrivã(o) Judicial, o conferi e subscrevi.

<<Nome do Juiz>> Juiz(a) de Direito

......... Beneficiário(a)

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Page 195: Manual Criminal

Auto circunstanciado de destruição:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

AUTO DE DESTRUIÇÃO DE BENS ÀPREENDIDOS

Aos <<Data por extenso>>, nesta cidade e <<Nome da Comarca>>, Estado de Santa Catarina, no(a) <<Cartório>>, presentes o(a) Sr(a). <<Nome do Juiz>>, Juiz(a) de Direito, e o(a) Sr(a). ........., Secretário(a) do Foro, comigo adiante identificado(a), nos termos da Lei e de acordo com os arts. 161 e seguintes, do Código de Normas da Corregedoria-Geral da Justiça, foi procedida a destruição dos bens apreendidos ou confiscados, conforme rol abaixo.

Rol de Bens

Registro Objeto Proprietário Processo......... ......... ......... .................. ......... ......... .................. ......... ......... .................. ......... ......... .........

Eu, _________, o digitei, e eu, ________, <<Nome do Escrivão>>, Escrivã(o) Judicial, o conferi e subscrevi. <<Nome da Comarca>> (SC), <<Data por extenso>>.

<<Nome do Juiz>>Juiz(a) de Direito

.........Secretário(a) do Foro

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Page 196: Manual Criminal

Ofício pedindo a destruição de material tóxico e remessa do auto circunstanciado:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

Ofício nº <<Nome da Comarca e data por extenso>>

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor: <<Nome da Parte>> Réu: <<Nome da Parte>> .........

Senhor(a) .........:

Dentro do que preceitua a legislação vigente, SOLICITO a Vossa Senhoria a designação de data, não superior a 30 (trinta) dias, para a destruição do material tóxico apreendido que se encontra em depósito de sua responsabilidade, tendo em vista o trânsito em julgado da sentença proferida no processo epigrafado, tudo conforme cópias reprográficas que seguem anexas, deste fazendo parte integrante.

Ademais, SOLICITO mais a Vossa Senhoria que tão logo fixada data, seja este Juízo de Direito devidamente cientificado, através de ofício, para acompanhar o ato.

Desde já, para melhor instruir o processo epigrafado, SOLICITO por fim a Vossa Senhoria a remessa de cópia do competente auto circunstanciado lavrado quando da destruição, além de comprovantes de cientificação do Ministério Público e do representante local da Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina.

Agradecendo as providências tomadas no sentido do pronto atendimento do presente, desejo reiterar os mais elevados protestos de consideração.

<<Nome do Juiz>>Juiz(a) de Direito

.........

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Page 197: Manual Criminal

2.17.1 RESTITUIÇÃO DOS BENS APREENDIDOS

CONCEITO

Restituição de objetos apreendidos: “A restituição somente será possível em se tratando de coisa restituível, cuja retenção, pela Justiça seja absolutamente desnecessária. Na hipótese de dúvida quanto ao direito do reclamante, o requerimento deverá ser autuado à parte, formando-se um incidente”.107

A restituição será determinada pela autoridade policial, durante o inquérito, ou pelo juiz, após o encerramento daquele, mediante termo nos autos.

Art. 120 do CPP

Art. 120 – A restituição, quando cabível, poderá ser ordenada pela autoridade policial ou juiz, mediante termo nos autos, desde que não exista dúvida quanto ao direito do reclamante.

§ 1º – Se duvidoso esse direito, o pedido de restituição autuar-se-á em apartado, assinando-se ao requerente o prazo de 5 (cinco) dias para a prova. Em tal caso, só o juiz criminal poderá decidir o incidente.

§ 2º – O incidente autuar-se-á também em apartado e só a autoridade judicial o resolverá, se as coisas forem apreendidas em poder de terceiro de boa-fé, que será intimado para alegar e provar o seu direito, em prazo igual e sucessivo ao do reclamante, tendo um e outro 2 (dois) dias para arrazoar.

§ 3º – Sobre o pedido de restituição será sempre ouvido o Ministério Público.§ 4º – Em caso de dúvida sobre quem seja o verdadeiro dono, o juiz

remeterá as partes para o juízo cível, ordenando o depósito das coisas em mãos de depositário ou do próprio terceiro que as detinha, se for pessoa idônea.

§ 5º – Tratando-se de coisas facilmente deterioráveis, serão avaliadas e levadas a leilão público, depositando-se o dinheiro apurado, ou entregues ao terceiro que as detinha, se este for pessoa idônea e assinar termo de responsabilidade.

Chegando pedido de restituição de bens apreendidos, o cartório fará o registro, autuando-o em separado.

Após, dar-se-á vista ao representante do Ministério Público.Se o promotor de justiça requerer diligências, o requerente será

intimado para providenciá-las. Cumpridas as diligências, os autos serão encaminhados novamente ao

Ministério Público e, após, conclusos ao juiz.Caso o promotor de justiça requeira a designação de audiência, os

autos serão conclusos ao magistrado.Decidido o incidente, as partes serão intimadas.Deferido o pedido de restituição, o cartório verificará se foi o caso de

devolução dos bens apreendidos ou de designação de depositário.No caso de devolução, o cartório expedirá o termo de restituição.Se o juiz designar o requerente como depositário dos bens

apreendidos, será expedido o termo de compromisso de fiel depositário, intimando-o para assinar em cartório.107 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 347.

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Page 198: Manual Criminal

Após o trânsito em julgado, o incidente será arquivado, juntando-se cópia da decisão e do termo nos autos principais.

CERTIDÃO

Certifico que, transitado em julgado o presente, fiz cópia da decisão e termos, juntando-as nos autos principais.Local e data

..................................................Escrivão

CERTIDÕES DE ATOS ORDINATÓRIOS

Fica intimado o requerente, para atender à solicitação do Ministério Público.Local e data

..................................................Escrivão

Fica intimado o requerente para comparecer em cartório e assinar o termo de compromisso de fiel depositário.Local e data

....................................................Escrivão

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Page 199: Manual Criminal

EXPEDIENTES

Termo de restituição:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

TERMO DE ENTREGA DE BEM

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor: <<Nome da Parte>> Réu: <<Nome da Parte>>

Em <<Data por extenso>>, nesta cidade e <<Nome da Comarca>>, Estado de Santa Catarina, no(a) <<Cartório>>, compareceu ........., a quem foi deferida a entrega do(s) bem(ns) a seguir descrito(s), sendo, então, dado integral cumprimento à decisão prolatada às fls. , dos autos acima indicados.

DESCRIÇÃO DO(S) BEM(NS): .........

E, para constar, foi determinada a lavratura do presente termo. Eu, _________, o digitei, e eu, ________, <<Nome do Escrivão>>, Escrivã(o) Judicial, o conferi e subscrevi.

<<Nome do Juiz>> Juiz(a) de Direito

......... Beneficiário(a)

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Page 200: Manual Criminal

Mandado de entrega de bens:

PODER JUDICIÁRIOESTADO DE SANTA CATARINA<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

MANDADO DE ENTREGA DE BENS APREENDIDOS

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor: <<Nome da Parte>> Réu: <<Nome da Parte>> Oficial de Justiça: <<Nome do Oficial de Justiça>> Mandado nº

O(A) Senhor(a) <<Nome do Juiz>>, Juiz(a) de Direito da <<Vara>>, da <<Nome da Comarca>>, na forma da lei, etc.

MANDA o Senhor Oficial de Justiça que, em cumprimento ao presente, extraído do processo acima indicado, EFETUE A EXIBIÇÃO E ENTREGA dos bens abaixo descritos ao acusado, consoante cópia que seguem, com obediência às formalidades legais.

Rol de Bens e Destinatário

.........

Eu, _________, o digitei, e eu, ________, <<Nome do Escrivão>>, Escrivã(o) Judicial, o conferi e subscrevi. <<Nome da Comarca>> (SC), <<Data por extenso>>.

<<Nome do Juiz>>Juiz(a) de Direito

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Page 201: Manual Criminal

Termo de responsabilidade/de compromisso de fiel depositário:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

TERMO DE COMPROMISSO DE FIEL DEPOSITÁRIO

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor: <<Nome da Parte>> Réu: <<Nome da Parte>>

Em <<Data por extenso>>, nesta cidade e <<Nome da Comarca>>, Estado de Santa Catarina, no(a) <<Cartório>>, compareceu <<Nome do depositário>>, sendo por este(a) informado que vinha, nos termos da Lei, firmar o compromisso de fiel depositário(a), em relação aos bens abaixo relacionados. Com isto, comprometeu-se a ter na guarda e conservação das coisas depositadas o cuidado e diligência que costuma com o que lhe pertence, bem como a restituí-las, com todos os frutos e acréscimos, quando lhe for exigido (art. 1.266, do Código Civil).

Rol de Bens

.........

E, para constar, foi determinada a lavratura do presente termo. Eu, _________, o digitei, e eu, ________, <<Nome do Escrivão>> Escrivã(o) Judicial, o conferi e subscrevi.

<<Nome do Juiz>> Juiz(a) de Direito

......... Depositário(a)

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Page 202: Manual Criminal

2.17.2 BENS PERECÍVEIS

CONCEITO

Bens perecíveis: Bens facilmente deterioráveis.

Verificando que os bens apreendidos são facilmente deterioráveis (ex: produtos alimentícios), o cartório deverá certificar e informar imediatamente ao juiz.

Art. 120, § 5º, do CPP

Art. 120 – A restituição, quando cabível, poderá ser ordenada pela autoridade policial ou juiz, mediante termo nos autos, desde que não exista dúvida quanto ao direito do reclamante.

§ 5º – Tratando-se de coisas facilmente deterioráveis, serão avaliadas e levadas a leilão público, depositando-se o dinheiro apurado, ou entregues ao terceiro que as detinha, se este for pessoa idônea e assinar termo de responsabilidade.

Art. 287 do CNCGJ

Art. 287 – Se necessário, o depósito dos bens apreendidos e vinculados a inquérito ou processo-crime poderá ser feito, por analogia, na conformidade dos arts. 666, incisos I e II, c/c 148, do Código de Processo Civil.

Arts. 148 e 666, I e II, do CPC

Art. 148 – A guarda e conservação de bens penhorados, arrestados, seqüestrados ou arrecadados serão confiadas a depositário ou a administrador, não dispondo a lei de outro modo.

Art. 666 – Se o credor não concordar em que fique como depositário o devedor, depositar-se-ão:

I – no Banco do Brasil, na Caixa Econômica Federal, ou em um banco, de que o Estado-Membro da União possua mais de metade do capital social integralizado; ou, em falta de tais estabelecimentos de crédito, ou agências suas no lugar, em qualquer estabelecimento de crédito, designado pelo juiz, as quantias em dinheiro, as pedras e os metais preciosos, bem como os papéis de crédito;

II – em poder do depositário judicial, os móveis e os imóveis urbanos.

Se determinada a venda dos bens, o cartório procederá ao leilão (vide item 2.19 da parte geral deste manual).

Optando por entregar os objetos a terceiro ou ao proprietário, o cartório intimará o interessado, fazendo o termo de responsabilidade.

202

Page 203: Manual Criminal

CERTIDÃO

Certifico que foram apreendidos bens perecíveis, conforme termo de apreensão de fls. ........ .Local e data

..................................................Escrivão

203

Page 204: Manual Criminal

EXPEDIENTE

Termo de depositário:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

TERMO DE COMPROMISSO DE FIEL DEPOSITÁRIO

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor/Requerente: <<Nome da Parte>> Réu/Requerido: <<Nome da Parte>>

Em <<Data por extenso>>, nesta cidade e <<Nome da Comarca>>, Estado de Santa Catarina, no(a) <<Cartório>>, compareceu ........., sendo por este(a) informado que vinha, nos termos da Lei, firmar o compromisso de fiel depositário(a), em relação aos bens abaixo relacionados. Com isto, comprometeu-se a ter na guarda e conservação das coisas depositadas o cuidado e diligência que costuma com o que lhe pertence, bem como a restituí-las, com todos os frutos e acréscimos, quando lhe for exigido (art. 1.266, do Código Civil).

Rol de Bens

.........

E, para constar, foi determinada a lavratura do presente termo. Eu, _________, o digitei, e eu, ________, <<Nome do Escrivão>>, Escrivã(o) Judicial, o conferi e subscrevi.

<<Nome do Juiz>> Juiz(a) de Direito

......... Depositário(a)

SAJ/PG – Categoria Termo – Modelo 4 – Compromisso de Fiel Depositário

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Page 205: Manual Criminal

2.17.3 CONFISCO

CONCEITO

Confisco: Consiste na perda, em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou terceiro de boa-fé, dos instrumentos do crime, quando coisas de fabricação, uso, alienação, porte ou guarda ilegais e do produto ou proveito auferido pelo condenado com a prática do crime. Trata-se de um efeito extrapenal da condenação transitada em julgado (art. 91, II, do CP).

Os bens objeto de confisco não podem ser restituídos, mesmo depois de transitar em julgado a sentença final, salvo casos excepcionais em que o lesado ou terceiro de boa-fé poderão reclamá-los. Tais bens passam para o domínio da União automaticamente, como efeito da sentença condenatória transitada em julgado.

Art. 91, II, do CP

Art. 91 – São efeitos da condenação: (...);II – a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro

de boa-fé: a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico,

alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito;b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito

auferido pelo agente com a prática do fato criminoso.

Art. 119 do CPP

Art. 119 – As coisas a que se referem os arts. 74 e 100 do Código Penal não poderão ser restituídas, mesmo depois de transitar em julgado a sentença final, salvo se pertencerem ao lesado ou a terceiro de boa-fé.

O confisco visa a impedir que o produto do crime enriqueça o patrimônio do criminoso e que instrumentos para delinqüir caiam em mãos de pessoas que possam utilizá-los no cometimento de novos crimes.

Não sendo caso de devolução ao lesado ou terceiro de boa-fé, os instrumentos do crime confiscados serão inutilizados ou recolhidos a museu criminal, se houver interesse na sua conservação.

Arts. 124 e 779, do CPP

Art. 124 – Os instrumentos do crime, cuja perda em favor da União for decretada, e as coisas confiscadas, de acordo com o disposto no art. 100 do Código Penal, serão inutilizados ou recolhidos a museu criminal, se houver interesse na sua conservação.

Art. 779 – O confisco dos instrumentos e produtos do crime, no caso previsto no art. 100 do Código Penal, será decretado no despacho de arquivamento do inquérito, na sentença de impronúncia ou na sentença absolutória.

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Page 206: Manual Criminal

Os bens ou valores que constituam proveito auferido pelo agente com a prática do fato delituoso serão avaliados e vendidos em leilão no caso de sentença condenatória ou devolvidos em caso de absolvição ou extinção da punibilidade.

Transitada em julgado a sentença condenatória, o cartório certificará a existência de bens confiscados, fazendo conclusão ao juiz.

Arts. 121 e 133, do CPP

Art. 121 – No caso de apreensão de coisa adquirida com os proventos da infração, aplica-se o disposto no art. 133 e seu parágrafo.

Art. 133 – Transitada em julgado a sentença condenatória, o juiz, de ofício ou a requerimento do interessado, determinará a avaliação e a venda dos bens em leilão público.

Parágrafo único – Do dinheiro apurado, será recolhido ao Tesouro Nacional o que não couber ao lesado ou a terceiro de boa-fé.

Havendo pedido de devolução, proceder-se-á como no caso de restituição de bens apreendidos.

2.18 MEDIDAS ASSECURATÓRIAS

CONCEITO

Medidas assecuratórias: “São providências cautelares de natureza processual, urgentes e provisórias, determinadas com o fim de assegurar a eficácia de uma futura decisão judicial, seja quanto à reparação do dano decorrente do crime, seja para a efetiva execução da pena a ser imposta”.108

Sempre que o ofendido sofrer prejuízo decorrente de uma infração penal surge a pretensão de ressarcimento, possibilitando ao ofendido prevenir-se com relação a reparação do dano sofrido.

Para tanto, poderá valer-se das medidas assecuratórias, que constituem questões incidentais, processadas em autos apartados para não tumultuar o andamento normal dos autos principais.

Art. 91, I, do CP

Art. 91 – São efeitos da condenação: I – tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime.

108 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 353.

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Page 207: Manual Criminal

2.18.1 SEQÜESTRO

CONCEITO

Seqüestro: Consiste na retenção judicial dos bens móveis (quando não cabível a busca e apreensão) ou imóveis adquiridos pelo indiciado ou acusado com o produto ou com os proventos da infração penal, ainda que já tenham sido transferidos a terceiro.

O seqüestro destina-se, prioritariamente, a assegurar o ressarcimento do dano causado ao lesado e ao terceiro de boa-fé, evitando que o acusado, aproveitando-se da natural demora na prestação jurisdicional, dissipe os bens adquiridos com o produto ou com os proventos do crime, vendendo-os ou transferindo-os para terceiros durante o processo criminal.

Arts. 125, 126 e 132, do CPP

Art. 125 – Caberá o seqüestro dos bens imóveis, adquiridos pelo indiciado com os proventos da infração, ainda que já tenham sido transferidos a terceiro.

Art. 126 – Para a decretação do seqüestro, bastará a existência de indícios veementes da proveniência ilícita dos bens.

Art. 132 – Proceder-se-á ao seqüestro dos bens móveis se, verificadas as condições previstas no art. 126, não for cabível a medida regulada no Capítulo Xl do Título Vll deste Livro (busca e apreensão).

O seqüestro será decretado pelo juiz em qualquer fase da ação penal ou ainda no inquérito policial, agindo de ofício, a requerimento do promotor de justiça ou do ofendido e, no último caso, mediante representação da autoridade policial.

Art. 127 do CPP

Art. 127 – O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou do ofendido, ou mediante representação da autoridade policial, poderá ordenar o seqüestro, em qualquer fase do processo ou ainda antes de oferecida a denúncia ou queixa.

No caso de requerimento do ofendido ou de representação do delegado, os autos serão remetidos ao promotor de justiça.

Após a manifestação, os autos serão conclusos ao juiz. Se a iniciativa partir do representante do Ministério Público, o processo

será imediatamente concluso.Determinado o seqüestro, o cartório expedirá mandado contendo a

descrição e localização do bem seqüestrado, o motivo e os fins da diligência, submetendo-o à assinatura do juiz.

Recebido o pedido, os autos serão processados em apartado.

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Page 208: Manual Criminal

Art. 129, primeira parte, do CPP

Art. 129 – O seqüestro autuar-se-á em apartado e admitirá embargos de terceiro.

Os bens seqüestrados ficarão à disposição do juízo criminal durante a ação penal, mas estarão sujeitos ao regime de depósito e administração previstos para o processo civil, devendo o cartório proceder às anotações necessárias (vide item 2.17 da parte geral deste manual).

Art. 139 do CPP

Art. 139 – O depósito e a administração dos bens seqüestrados ficarão sujeitos ao regime do processo civil.

Arts. 148 a 150, do CPC

Art. 148 – A guarda e conservação de bens penhorados, arrestados, seqüestrados ou arrecadados serão confiadas a depositário ou a administrador, não dispondo a lei de outro modo.

Art. 149 – O depositário ou administrador perceberá, por seu trabalho, remuneração que o juiz fixará, atendendo à situação dos bens, ao tempo do serviço e às dificuldades de sua execução.

Parágrafo único – O juiz poderá nomear, por indicação do depositário ou do administrador, um ou mais prepostos.

Art. 150 – O depositário ou o administrador responde pelos prejuízos que, por dolo ou culpa, causar à parte, perdendo a remuneração que lhe foi arbitrada; mas tem o direito a haver o que legitimamente despendeu no exercício do encargo.

Tratando-se de bem imóvel, expedir-se-á oficio ao Cartório de Registro de Imóveis da situação do bem, comunicando a constrição.

Art. 128 do CPP

Art. 128 – Realizado o seqüestro, o juiz ordenará a sua inscrição no Registro de Imóveis.

O seqüestro perderá a eficácia (levantamento do seqüestro) nas hipóteses previstas nos arts. 131 e 141, do CPP.

arts. 131 e 141, do CPP

Art. 131 – O seqüestro será levantado:I – se a ação penal não for intentada no prazo de 60 (sessenta) dias,

contado da data em que ficar concluída a diligência;II – se o terceiro, a quem tiverem sido transferidos os bens, prestar caução

que assegure a aplicação do disposto no art. 74, II, b, segunda parte, do Código Penal;

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Page 209: Manual Criminal

III – se for julgada extinta a punibilidade ou absolvido o réu, por sentença transitada em julgado.

Art. 141 – O seqüestro será levantado ou cancelada a hipoteca, se, por sentença irrecorrível, o réu for absolvido ou julgada extinta a punibilidade.

Verificando a ocorrência de qualquer dessas hipóteses, o cartório deverá lavrar certidão e intimar o promotor de justiça e a parte lesada (se a decretação foi a seu requerimento).

Após, com ou sem manifestação, os autos serão conclusos ao juiz.Não havendo embargos ou se forem improcedentes os propostos,

determinada a venda judicial, o cartório remeterá os autos ao leiloeiro oficial, onde houver, ou procederá ao leilão dos bens seqüestrados (vide item 2.19 da parte geral deste manual).

Art. 133 do CPP

Art. 133 – Transitada em julgado a sentença condenatória, o juiz, de ofício ou a requerimento do interessado, determinará a avaliação e a venda dos bens em leilão público.

Parágrafo único – Do dinheiro apurado, será recolhido ao Tesouro Nacional o que não couber ao lesado ou a terceiro de boa-fé.

Caso positivo o leilão, serão realizadas as indenizações devidas. Havendo sobra, o cartório fará certidão e remeterá os autos conclusos ao juiz.

Art. 140 do CPP

Art. 140 – As garantias do ressarcimento do dano alcançarão também as despesas processuais e as penas pecuniárias, tendo preferência sobre estas a reparação do dano ao ofendido.

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Page 210: Manual Criminal

EXPEDIENTES

Mandado de seqüestro:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

MANDADO DE SEQÜESTRO

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor: <<Nome da Parte>> Réu: <<Nome da Parte>> Oficial de Justiça: <<Nome do Oficial de Justiça>> Mandado nº

O(A) Senhor(a) <<Nome do Juiz>>, Juiz(a) de Direito da <<Vara>>, da <<Nome da Comarca>>, na forma da lei, etc.

MANDA o Senhor Oficial de Justiça que, em cumprimento ao presente, extraído do processo acima indicado, EFETUE O SEQÜESTRO dos bens abaixo descritos, depositando-os, em seqüência, nas mãos da pessoa mencionada.

Rol de Bens e Depositário

.........

Eu, _________, o digitei, e eu, ________, <<Nome do Escrivão>>, Escrivã(o) Judicial, o conferi e subscrevi. <<Nome da Comarca>> (SC), <<Data por extenso>>

<<Nome do Juiz>>Juiz(a) de Direito

210

Page 211: Manual Criminal

Ofício ao Cartório de Registro de Imóveis comunicando o seqüestro:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

Ofício nº <<Foro e data por extenso>>

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor: <<Nome da Parte>> Réu: <<Nome da Parte>> .........

Senhor(a) .........:

Pelo presente, comunico a Vossa Senhoria que, no processo acima indicado, foi imposto gravame ao bem adiante descrito, não podendo, assim, ser alienado ou transferido sem a prévia aquiescência deste Juízo de Direito.

GRAVAME: ......... DESCRIÇÃO DO BEM: .........

Agradecendo as providências tomadas no sentido do pronto atendimento do presente, desejo reiterar os mais elevados protestos de consideração.

<<Nome do Juiz>>Juiz(a) de Direito

.........

211

Page 212: Manual Criminal

2.18.2 HIPOTECA LEGAL

CONCEITO

Hipoteca legal: “É o direito real de garantia que tem por objeto bens imóveis pertencentes ao devedor que, embora continuem em seu poder, asseguram, precipuamente, a satisfação do crédito. Destina-se a assegurar a reparação do dano causado à vítima, bem assim o pagamento de eventual pena de multa e despesas processuais, tendo a primeira preferência sobre estas últimas”.109

A hipoteca legal está estabelecida na legislação civil.

Art. 1.489, III, do CC

Art. 1.489 – A lei confere hipoteca:III – ao ofendido, ou aos seus herdeiros, sobre os imóveis do delinqüente,

para a satisfação do dano causado pelo delito e pagamento das despesas judiciais;

Para que a hipoteca sobre os imóveis do acusado tenha validade contra terceiros é indispensável a sua especialização e posterior inscrição no Cartório de Registro de Imóveis.

Arts. 1.492 e 1.497 do CC

Art. 1.492 – As hipotecas serão registradas no cartório do lugar do imóvel, ou no de cada um deles, se o título se referir a mais de um.

Art. 1.497 – As hipotecas legais, de qualquer natureza, deverão ser registradas e especializadas.

§ 1º – O registro e a especialização das hipotecas legais incumbem a quem está obrigado a prestar a garantia, mas os interessados podem promover a inscrição delas, ou solicitar ao Ministério Público que o faça.

§ 2º – As pessoas, às quais incumbir o registro e a especialização das hipotecas legais, estão sujeitas a perdas e danos pela omissão.

A especialização da hipoteca legal será cabível em qualquer fase do processo, desde que haja certeza da infração e indícios suficientes da autoria.

O processo tramitará em autos apartados e em apenso aos autos principais.

Art. 138 do CPP

Art. 138 – O processo de especialização da hipoteca legal e do seqüestro correrão em auto apartado.

109 REIS, Alexandre Cebrian Araújo e GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Coleção Sinopses Jurídicas, vol. 14 – Processo penal: parte geral, p. 99.

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Page 213: Manual Criminal

Estão legitimados a requerer a especificação da hipoteca legal o ofendido, seu representante legal ou seus herdeiros, bem como o promotor de justiça, no caso de haver interesse da Fazenda Pública ou se o ofendido for pobre e o requerer.

Arts. 134 e 142, do CPP

Art. 134 – A hipoteca legal sobre os imóveis do indiciado poderá ser requerida pelo ofendido em qualquer fase do processo, desde que haja certeza da infração e indícios suficientes da autoria.

Art. 142 – Caberá ao Ministério Público promover as medidas estabelecidas nos arts. 134 e 137, se houver interesse da Fazenda Pública, ou se o ofendido for pobre e o requerer.

A petição de requerimento deverá individualizar os imóveis do réu sobre os quais se pretende a incidência da medida, mencionando também, se possível, os demais imóveis que porventura lhe pertençam (para o caso de haver necessidade de reforço), apresentando documentação comprobatória do domínio. Constará, também, a estimativa do valor da responsabilidade civil do réu.

Art. 135, caput, e § 1º, do CPP

Art. 135 – Pedida a especialização mediante requerimento, em que a parte estimará o valor da responsabilidade civil, e designará e estimará o imóvel ou imóveis que terão de ficar especialmente hipotecados, o juiz mandará logo proceder ao arbitramento do valor da responsabilidade e à avaliação do imóvel ou imóveis.

§ 1º – A petição será instruída com as provas ou indicação das provas em que se fundar a estimação da responsabilidade, com a relação dos imóveis que o responsável possuir, se outros tiver, além dos indicados no requerimento, e com os documentos comprobatórios do domínio.

Faltando a indicação dos bens, a comprovação da propriedade ou a estimativa da responsabilidade civil do réu, o cartório intimará o requerente para providenciar, no prazo de 10 (dez) dias.

Esgotado o prazo, suprida ou não a omissão, os autos serão conclusos ao juiz.

Estando em ordem o processo, proceder-se-á ao arbitramento do valor da responsabilidade e avaliação do imóvel.

Art. 135, § 2º, do CPP

Art. 135, § 2º – O arbitramento do valor da responsabilidade e a avaliação dos imóveis designados far-se-ão por perito nomeado pelo juiz, onde não houver avaliador judicial, sendo-lhe facultada a consulta dos autos do processo respectivo.

Procedida à diligência, as partes serão intimadas para manifestarem-se, no prazo comum de 2 (dois) dias.

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Page 214: Manual Criminal

Após, os autos serão remetidos ao promotor de justiça. Ouvidas as partes e o Ministério Público, os autos serão conclusos ao

juiz, que, se entender presentes os requisitos legais, determinará a inscrição da hipoteca legal.

Art. 135, §§ 3º e 4º, do CPP

Art. 135, § 3º – O juiz, ouvidas as partes no prazo de 2 (dois) dias, que correrá em cartório, poderá corrigir o arbitramento do valor da responsabilidade, se Ihe parecer excessivo ou deficiente.

§ 4º – O juiz autorizará somente a inscrição da hipoteca do imóvel ou imóveis necessários à garantia da responsabilidade.

A inscrição da hipoteca legal no Cartório de Registro de Imóveis se dará à vista de certidão contendo todos os requisitos previstos pelo Decreto n. 4.857/39, que será expedida pelo cartório a pedido do requerente.

Art. 259 do Decreto n. 4.857/39, modificado pelo Decreto n. 5.318/40

Art. 259 – Serão os seguintes os requisitos para a inscrição: 1º – número de ordem e o da transcrição do imóvel: 2º – data; 3° – nome, domicílio, estado, profissão e residência do devedor; 4º – nome, domicílio, profissão, estado e residência do credor; 5º – título, data e nome do tabelião, ou do juiz e do escrivão; 6º – valor do crédito e do imóvel, ou sua estimativa, por acordo entre as

partes; 7º – prazo; 8º – juros, penas e mais condições necessárias: 9º – circunscrição onde está situado o imóvel; 10 – denominação do imóvel, se rural, rua e número, se urbano; 11 – característicos e confrontações.

Se a especificação da hipoteca deu-se a requerimento do Ministério Público, o cartório oficiará diretamente ao Cartório de Registro de Imóveis, informando todos os dados especificados acima.

No caso de oferecimento de caução pelo réu, os autos serão conclusos ao juiz.

Art. 135, § 6º, do CPP

Art. 135, § 6º – Se o réu oferecer caução suficiente, em dinheiro ou em títulos de dívida pública, pelo valor de sua cotação em Bolsa, o juiz poderá deixar de mandar proceder à inscrição da hipoteca legal.

Aceita a garantia, o cartório lavrará termo que será juntado aos autos da especialização.

Caso a hipoteca já tiver sido inscrita, oficiar-se-á ao Registro de Imóveis para retirada da restrição.

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Page 215: Manual Criminal

Da mesma forma, sobrevindo absolvição ou extinção da punibilidade do réu, transitada em julgado a decisão, o cartório oficiará ao Registro de Imóveis para retirada da restrição.

Art. 141 do CPP

Art. 141 – O seqüestro será levantado ou cancelada a hipoteca, se, por sentença irrecorrível, o réu for absolvido ou julgada extinta a punibilidade.

REMESSA

Em ......./......./......, remeto estes autos ao avaliador.

..................................................Escrivão

CERTIDÕES DE ATOS ORDINATÓRIOS

Certifico que o requerente não: ( ) indicou os imóveis a serem hipotecados; ( ) comprovou a propriedade dos imóveis; ( ) estimou a responsabilidade civil do réu. Fica intimado o requerente, para ( ) indicar os imóveis a serem hipotecados; ( ) comprovar a propriedade dos imóveis; ( ) estimar a responsabilidade civil do réu, no prazo de 10 (dez) dias.Local e data

..................................................Escrivão

Certifico que foi arbitrado o valor da responsabilidade civil do réu e que foram avaliados os imóveis indicados. Ficam intimadas as partes, para manifestarem-se sobre o arbitramento e a avaliação, no prazo comum de 2 (dois) dias.Local e data

..................................................Escrivão

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Page 216: Manual Criminal

EXPEDIENTES

Ofício ao Cartório do Registro de Imóveis comunicando a hipoteca:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

Ofício nº <<Foro e data por extenso>>

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor: <<Nome da Parte>> Réu: <<Nome da Parte>> .........

Senhor(a) .........:

Pelo presente, comunico a Vossa Senhoria que, no processo acima indicado, foi imposto gravame ao bem adiante descrito, não podendo, assim, ser alienado ou transferido sem a prévia aquiescência deste Juízo de Direito.

GRAVAME: ......... DESCRIÇÃO DO BEM: .........

Agradecendo as providências tomadas no sentido do pronto atendimento do presente, desejo reiterar os mais elevados protestos de consideração.

<<Nome do Juiz>>Juiz(a) de Direito

.........

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Page 217: Manual Criminal

Termo de caução:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

TERMO DE CAUÇÃO

Autos nº <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor: <<Nome da Parte>> Réu: <<Nome da Parte>>

Em <<Data por extenso>>, nesta cidade e <<Comarca>>, Estado de Santa Catarina, no(a) <<Cartório>>, compareceu <<Qualificação>>, sendo por este informado que vinha, nos termos da Lei e de acordo com a petição de fls. ........., que deste fica fazendo parte integrante, dar em caução, guardando-os sob depósito, os bens abaixo relacionados. Com isto, comprometeu-se a ter na guarda e conservação das coisas depositadas o cuidado e diligência que costuma com o que lhe pertence, bem como a restituí-las, com todos os frutos e acrescidos, quando lhe for exigido (art. 1.266 do Código Civil).

Rol de Bens

.........

E, para constar, foi determinada a lavratura do presente termo. Eu, _________, o digitei, e eu, ________, <<Nome do Escrivão>>, Escrivã(o) Judicial, o conferi e subscrevi.

<<Nome do Juiz>> Juiz(a) de Direito

......... Caucionante

......... Depositário

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Page 218: Manual Criminal

2.19 VENDA JUDICIAL

CONCEITOS

Venda judicial: É a alienação que se dá em razão de ordem judicial.

Hasta pública: Solenidade empregada pelo Estado para oferecer em licitação pública os bens apreendidos, seqüestrados ou confiscados.

Transcorridos 6 (seis) meses do trânsito em julgado da sentença, o cartório certificará a existência de bens apreendidos ou confiscados e fará conclusão ao juiz.

Arts. 121 e 133, do CPP

Art. 121 – No caso de apreensão de coisa adquirida com os proventos da infração, aplica-se o disposto no art. 133 e seu parágrafo.

Art. 133 – Transitada em julgado a sentença condenatória, o juiz, de ofício ou a requerimento do interessado, determinará a avaliação e a venda dos bens em leilão público.

Parágrafo único – Do dinheiro apurado, será recolhido ao Tesouro Nacional o que não couber ao lesado ou a terceiro de boa-fé.

Art. 285 do CNCGJ

Art. 286 – Os demais bens apreendidos ou confiscados, após seis meses do trânsito em julgado, deverão ser alienados em hasta pública, com recolhimento do valor apurado ao Tribunal de Justiça, por meio de guia de recolhimento, podendo ser cedidos ou incinerados os imprestáveis e os de inexpressivo valor econômico, lavrando-se de tudo auto circunstanciado, salvo substâncias tóxicas, entorpecentes, estupefacientes ou capazes de determinar dependência física ou psíquica, que terão a destinação prevista neste Código.

Havendo determinação por parte do juiz de que os bens sejam levados à hasta pública, o cartório formará um incidente em apartado, com registro e autuação próprios.

Serão juntadas cópia do termo de busca e apreensão ou auto de seqüestro, bem como do despacho que determinou a venda judicial.

Após, dar-se-á vista ao Ministério Público e intimar-se-á o réu ou a pessoa com a qual foram apreendidos os bens.

Efetuadas as intimações, os autos serão conclusos ao juiz.

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Page 219: Manual Criminal

CERTIDÃO

Certifico que, decorridos 6 (seis) meses do trânsito em julgado da sentença, existem bens ( ) apreendidos ( ) confiscados, conforme ( ) o termo ( ) a certidão de fls. ........ .Local e data

..................................................Escrivão

ATO ORDINATÓRIO

Fica intimado o ( ) réu ( ) pessoa com a qual foram apreendidos os bens, sobre a determinação de venda judicial dos bens ( ) apreendidos ( ) seqüestrados.Local e data

................................................Escrivão

2.19.1 AVALIAÇÃO

CONCEITO

Avaliação: Exame pericial que tem por fim determinar o valor, em dinheiro, de alguma coisa. Visa determinar o justo preço da coisa.

Decididos os eventuais incidentes ocorridos com as intimações, o cartório remeterá os autos ao avaliador.

Feita a avaliação, dar-se-á vista ao Ministério Público e intimar-se-á o réu ou a pessoa com a qual foram apreendidos os bens.

Não havendo concordância com a avaliação, os autos serão conclusos ao juiz.

Caso todos concordem com o resultado da avaliação, os autos serão encaminhados ao leiloeiro oficial, onde houver, mediante carga em livro próprio.

Caso contrário, o escrivão designará data e horário para realização do leilão.

Passados mais de 90 (noventa) dias da avaliação, havendo necessidade, o cálculo poderá ser atualizado para a realização do leilão.

CERTIDÕES

Certifico que, decorridos mais de 90 dias da avaliação, remeti o processo à contadoria, para atualização do cálculo. Local e data

..................................................Escrivão

219

Page 220: Manual Criminal

Certifico que remeti os autos ao leiloeiro para a realização da hasta pública.Local e data

..................................................Escrivão

REMESSAS

Em ......./......./......, remeto estes autos ao avaliador.

..................................................Escrivão

Em ......./......./......, remeto estes autos ao contador, para atualização do valor da avaliação.

..................................................Escrivão

Em ......./......./......, remeto estes autos ao leiloeiro.

..................................................Escrivão

CERTIDÃO DE ATO ORDINATÓRIO

Certifico que os bens foram avaliados. Ficam intimadas as partes, para manifestarem-se sobre a avaliação de fls. ......... . Local e data

................................................Escrivão

2.19.2 DESIGNAÇÃO DE DATA E HORA PARA O LEILÃO

CONCEITO

Leilão: Venda pública de objetos a quem oferecer maior lanço.

Nas comarcas em que não haja leiloeiro oficial, aceita a avaliação dos bens, o escrivão, juntamente com o secretário do foro, examinando atentamente o processo, fará a conferência dos bens e procederá a sua separação.

Após, o escrivão designará data, hora e local para a realização do leilão, em duas oportunidades, com intervalo de 10 (dez) a 20 (vinte) dias entre um e outro.

Ato contínuo, o cartório expedirá mandado de intimação pessoal do réu ou pessoa com a qual foram apreendidos os bens, dando-lhe ciência do leilão, com antecedência mínima de 10 (dez) dias de sua realização.

220

Page 221: Manual Criminal

CERTIDÕES DE ATOS ORDINATÓRIOS

Fica Designo o dia ......./......./......., às ..... horas, para a primeira praça/leilão e o dia ......./......./......., às ..... horas, para a segunda praça/leilão.Local e data

..................................................Escrivão

Fica intimado pessoalmente o ( ) réu ( ) pessoa com a qual foram apreendidos os bens de que foi designado o dia ......./......./......., às ..... horas, para a primeira praça/leilão e o dia ......./......./......., às ..... horas, para a segunda praça/leilão.Local e data

..................................................Escrivão

2.19.3 EXPEDIÇÃO DO EDITAL DE LEILÃO

CONCEITO

Edital: “Ato oficial contendo aviso, citação, determinação etc., que a autoridade competente ordena seja publicada em imprensa oficial ou não, ou afixada em lugar público ou na sede do juízo para conhecimento geral ou do interessado”.110 “Aviso ao público convocando todos os interessados para que venham participar da licitação.” 111

Encaminhados os autos ao leiloeiro oficial, onde houver, este será encarregado da divulgação do ato.

Nas comarcas onde não haja leiloeiro oficial, após as intimações relativas à designação da data e horário do leilão, o cartório providenciará a expedição e publicação do edital.

O edital deverá conter:

a) a descrição dos bens e suas características;b) o valor dos bens;c) o lugar onde se encontram os bens;d) os dias, o local e a hora do leilão;e) a existência de ônus ou recurso pendente de julgamento sobre os

bens;f) a comunicação de que, se os bens não alcançarem lanço superior à

importância da avaliação, serão vendidos, em segundo leilão, a quem mais der, excetuado o preço vil.

110 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. v. 2, p. 263.111 THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de direito processual civil, v. II, p. 205.

221

Page 222: Manual Criminal

Expedido o edital, o cartório providenciará as cópias necessárias, afixando o original no átrio do edifício do fórum.

Será enviada uma cópia do edital para publicação no Diário da Justiça, juntando outra aos autos.

Quando o valor dos bens não exceder ao correspondente a 60 (sessenta) vezes o maior salário mínimo, será dispensada a publicação do edital, não podendo, nesse caso, o preço da arrematação ser inferior ao da avaliação.

CERTIDÃO

Certifico que expedi o edital de leilão, afixando o original no átrio do edifício do fórum, e enviei cópia para publicação no Diário da Justiça.Local e data

.....................................................Escrivão

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Page 223: Manual Criminal

EXPEDIENTE

Edital de praça/leilão:

ESTADO DE SANTA CATARINA / PODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> / <<Vara>> <<Endereço da Vara>> Juiz(a) de Direito: <<Nome do Juiz>> Escrivã(o) Judicial: <<Nome do Escrivão>> EDITAL DE LEILÃO / PRAÇA - COM PRAZO DE __________ DIASEspécie e Número do Processo: <<Tipo de Ação>>, <<Número do Processo>> Autor/Requerente: <<Nome da Parte>> Réu/Requerido: <<Nome da Parte>> Hasta Pública: Local: ......... - Data(s): ......... - Horário(s): .......... Descrição do(s) Bem(ns): .......... Ônus: .......... Recursos ou Pendências: ..........Por intermédio do presente, as partes, seus cônjuges, se casadas forem, e os eventuais interessados, ficam cientes de que, neste Juízo de Direito, tramitam os autos do processo epigrafado, bem como da realização da venda judicial do(s) bem(ns) descrito(s), no local, data(s) e horário(s) fixados. OBSERVAÇÃO: O(s) valor(es) atribuído(s) ao(s) bem(ns) será(ão) corrigido(s) monetariamente até a data da hasta pública, como também o débito exigido. Não comparecendo lançador à primeira ocasião, ou se os bens não alcançarem lanço superior ao da avaliação, seguir-se-á a sua alienação na segunda data, pelo maior preço, desde que não se oferte quantia vil. Quando os bens penhorados não excederem o valor correspondente a 60 (sessenta) vezes o maior salário mínimo, e, dispensada a publicação do edital pela imprensa, não poderá, neste caso, o preço da arrematação ser inferior ao da avaliação (art. 686, inciso VI, e § 3º, do CPC). Caso não encontrado(s) o(s) executado(s), fica(m) o(s) mesmo(s) ciente(s), por meio do presente, da realização da hasta pública acima descrita. E, para que chegue ao conhecimento de todos, partes e terceiros, foi expedido o presente edital, o qual será afixado no local de costume e publicado na forma da lei.<<Nome da Comarca>> (SC), <<Data por extenso>>.

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Page 224: Manual Criminal

2.19.4 TRANSFERÊNCIA DO LEILÃO

A transferência da data ou do local do leilão não realizado exige a publicação de edital de transferência, que se restringirá à informação do novo dia, horário e local.

O cartório adotará para a publicação do edital de transferência as mesmas providências tomadas com o edital do leilão, inclusive quanto à intimação do réu ou da pessoa com a qual foram apreendidos os bens.

2.19.5 ARREMATAÇÃO

CONCEITOS

Arrematação: Ato que concretiza a venda judicial ao concorrente que der o maior lance, mediante recebimento do respectivo preço.

Pregão: É o ato pelo qual “o agente do juízo (porteiro ou leiloeiro) anuncia, publicamente e em alta voz, os bens a alienar, convocando os interessados a fazer seus lanços”. 112

Pregoeiro: Agente do juízo (serventuário do cartório ou leiloeiro oficial, onde houver) que realiza o pregão, conduzindo os atos de arrematação dos bens no leilão.

Preço vil: Valor muito inferior ao estimado na avaliação.

Auto de arrematação: Ato processual que consigna a aquisição do bem, lavrado em vinte e quatro horas depois da realização do leilão.

Na data designada para o leilão, o cartório deverá verificar se o processo está em ordem para a realização do leilão e se os editais foram publicados corretamente.

Estando em ordem o processo, o agente do juízo (serventuário ou leiloeiro oficial, onde houver) fará o pregão, anunciando os bens a alienar e convocando os interessados a fazer seus lanços.

No primeiro leilão, as ofertas hão de ser superiores à avaliação. À medida que os interessados forem formulando seus lanços, o

pregoeiro os repetirá em voz alta para conhecimento de todos. Quando um lanço não for mais superado por outro, estará concluída a

venda judicial, sendo considerado arrematante o autor da última e maior oferta.Não havendo licitantes, o pregoeiro lavrará o auto de leilão negativo,

caso em que os autos aguardarão a realização do segundo leilão.No segundo leilão, a arrematação caberá a quem mais der (desprezada

a avaliação), excetuado o preço vil.Sendo negativo o leilão, o cartório certificará e fará conclusão ao juiz.O aperfeiçoamento da arrematação ocorre com a assinatura do auto

respectivo, que será lavrado pelo escrivão 24 (vinte e quatro) horas depois de realizado o leilão. Além do escrivão, o juiz, o arrematante e o leiloeiro oficial ou serventuário encarregado também assinarão o auto.112 THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de direito processual civil, v. II, p. 207.

224

Page 225: Manual Criminal

Após, será expedido o mandado de entrega de bens, juntando-se uma cópia nos autos.

Tratando-se de veículo automotor, navio ou aeronave, além da expedição do mandado deverão também ser solicitados à autoridade competente a transferência da titularidade do bem para o arrematante.

CERTIDÕES

Certifico que o segundo leilão foi negativo.Local e data

.....................................................Escrivão

Certifico que foi expedido mandado de entrega de bens, em favor de ....................................................................... .Local e data

..................................................Escrivão

2.20 PRISÕES PROVISÓRIAS OU CAUTELARES

CONCEITO

Prisão provisória: “Prisão sem pena ou prisão processual: é a prisão cautelar, também conhecida como prisão provisória; inclui a prisão em flagrante (CPP, arts. 301 a 310), a prisão preventiva (CPP, arts. 311 a 316), a prisão resultante de pronúncia (CPP, arts. 282 e 408, §1º), a prisão resultante de sentença penal condenatória não transitada em julgado (CPP, art. 393, I) e a prisão temporária (Lei n. 7960, de 21-12-1989)”.113

Art. 5º, LXI e LXII, da CF

Art. 5º, LXI – Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei.

LXII – A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada.

Arts. 282, 283, 284, 295 e 300, do CPP

Art. 282 – À exceção do flagrante delito, a prisão não poderá efetuar-se senão em virtude de pronúncia ou nos casos determinados em lei, e mediante ordem escrita da autoridade competente.

Art. 283 – A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a qualquer hora, respeitadas as restrições relativas à inviolabilidade do domicílio.

113 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 219.

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Page 226: Manual Criminal

Art. 284 – Não será permitido o emprego de força, salvo a indispensável no caso de resistência ou de tentativa de fuga do preso.

Art. 295 – Serão recolhidos a quartéis ou a prisão especial, à disposição da autoridade competente, quando sujeitos a prisão antes de condenação definitiva:

I – os ministros de Estado;II – os governadores ou interventores de Estados ou Territórios, o prefeito do

Distrito Federal, seus respectivos secretários, os prefeitos municipais, os vereadores e os chefes de Polícia;

III – os membros do Parlamento Nacional, do Conselho de Economia Nacional e das Assembléias Legislativas dos Estados;

IV – os cidadãos inscritos no "Livro de Mérito";V – os oficiais das Forças Armadas e do Corpo de Bombeiros;VI – os magistrados;VII – os diplomados por qualquer das faculdades superiores da República;VIII – os ministros de confissão religiosa;IX – os ministros do Tribunal de Contas;X – os cidadãos que já tiverem exercido efetivamente a função de jurado,

salvo quando excluídos da lista por motivo de incapacidade para o exercício daquela função;

XI – os delegados de polícia e os guardas-civis dos Estados e Territórios, ativos e inativos.

Art. 300 – Sempre que possível, as pessoas presas provisoriamente ficarão separadas das que já estiverem definitivamente condenadas.

Os pedidos de prisão só devem ser movimentados no SAJ/PG após o cumprimento da medida, para evitar a fuga da pessoa a ser detida.

2.20.1 PRISÃO EM FLAGRANTE

CONCEITOS

Prisão em flagrante: “Medida restritiva de liberdade, de natureza cautelar e processual, consistente na prisão, independente de ordem escrita do juiz competente, de quem é surpreendido cometendo, ou logo após ter cometido, um crime ou uma contravenção”.114

Liberdade provisória: “Instituto processual que garante ao acusado o direito de aguardar em liberdade o transcorrer do processo até o trânsito em julgado, vinculado ou não a certas obrigações, podendo ser revogado a qualquer tempo, diante do descumprimento das condições impostas”.115

Arts. 301, 302, 304, 306 e 310, do CPP

Art. 301 – Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito.

Art. 302 – Considera-se em flagrante delito quem:I – está cometendo a infração penal;II – acaba de cometê-la;

114 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 224.115 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 240.

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Page 227: Manual Criminal

III – é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração;

IV – é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.

Art. 304 – Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o condutor e as testemunhas que o acompanharam e interrogará o acusado sobre a imputação que Ihe é feita, lavrando-se auto, que será por todos assinado.

§ 1º – Resultando das respostas fundada a suspeita contra o conduzido, a autoridade mandará recolhê-lo à prisão, exceto no caso de livrar-se solto ou de prestar fiança, e prosseguirá nos atos do inquérito ou processo, se para isso for competente; se não o for, enviará os autos à autoridade que o seja.

§ 2º – A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de prisão em flagrante; mas, nesse caso, com o condutor, deverão assiná-lo pelo menos duas pessoas que hajam testemunhado a apresentação do preso à autoridade.

§ 3º – Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder fazê-lo, o auto de prisão em flagrante será assinado por duas testemunhas, que Ihe tenham ouvido a leitura na presença do acusado, do condutor e das testemunhas.

Art. 306 – Dentro em 24 (vinte e quatro) horas depois da prisão, será dada ao preso nota de culpa assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das testemunhas.

Parágrafo único – O preso passará recibo da nota de culpa, o qual será assinado por duas testemunhas, quando ele não souber, não puder ou não quiser assinar.

Art. 310 – Quando o juiz verificar pelo auto de prisão em flagrante que o agente praticou o fato, nas condições do art. 19, I, II e III, do Código Penal, poderá, depois de ouvir o Ministério Público, conceder ao réu liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a todos os atos do processo, sob pena de revogação.

Parágrafo único – Igual procedimento será adotado quando o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, a inocorrência de qualquer das hipóteses que autorizam a prisão preventiva (arts. 311 e 312).

Vindo comunicação da prisão em flagrante, o cartório fará o registro, autuação e, se possível, certificará os antecedentes criminais do preso (vide item 2.10.3.1 da parte geral deste manual), fazendo conclusão imediata ao juiz.

Se a comunicação for recebida durante o plantão judiciário (vide item 1.11 da parte geral deste manual), o plantonista deverá comunicar o fato ao juiz.

Com a chegada do auto de prisão em flagrante, o cartório procederá à evolução de classe no SAJ/PG, certificando no próprio auto a data e hora do recebimento da comunicação pelo juiz e se o réu está solto ou preso.

Ato contínuo, caso não tenha sido possível realizar anteriormente, o cartório certificará os antecedentes criminais do preso.

Art. 69 do CNCGJ

Art. 69 – O juízo que necessitar de informações acerca da vida pregressa daquele que estiver respondendo a processo criminal poderá consultar as informações constantes do banco de dados da Corregedoria-Geral da Justiça,

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Page 228: Manual Criminal

por meio da intranet, passando o escrivão, após a pesquisa, certidão positiva ou negativa.

Caso o preso resida ou trabalhe em comarca de outro Estado, o cartório solicitará certidão de antecedentes.

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Page 229: Manual Criminal

EXPEDIENTE

Ofício pedindo antecedentes:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

Ofício nº <<Nome da Comarca e data por extenso>>

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor: <<Nome da Parte>> Réu: <<Nome da Parte>> .........

Senhor(a) .........:

Pelo presente, solicito a Vossa Excelência o encaminhamento dos antecedentes criminais de <<Nome do réu>>, com o fim de instruir o processo epigrafado.

Agradecendo as providências tomadas no sentido do pronto atendimento do presente, desejo reiterar os mais elevados protestos de consideração.

<<Nome do Juiz>>Juiz(a) de Direito

.........

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Page 230: Manual Criminal

2.20.2 PRISÃO PREVENTIVA

CONCEITOS

Prisão preventiva: “Prisão cautelar de natureza processual decretada pelo juiz durante o inquérito policial ou processo criminal, antes do trânsito em julgado, sempre que estiverem preenchidos os requisitos legais e ocorrerem os motivos autorizadores. A prisão preventiva é uma espécie de prisão provisória, possuindo natureza tipicamente cautelar, pois visa garantir a eficácia de um futuro provimento jurisdicional, o qual poderá tornar-se inútil em algumas hipóteses, se o acusado permanecer em liberdade até que haja um pronunciamento jurisdicional definitivo”.116

Crime doloso: Se dá quando o agente quer o resultado criminoso (dolo direto ou determinado) ou assume o risco de produzi-lo (dolo indireto ou indeterminado).

Crime culposo: “No crime culposo, o agente não quer nem assume o risco de produzir o resultado, mas a ele dá causa, nos termos do art. 18, II, do Código Penal, por imprudência, negligência ou imperícia. (...) é aquele resultante da inobservância de um cuidado necessário, manifestada na conduta produtora de um resultado objetivamente previsível, através de imprudência, negligência ou imperícia”.117

Querelante: É o autor da ação penal privada.

A prisão preventiva poderá ser decretada de ofício pelo juiz, ou em virtude de requerimento do promotor de justiça ou do querelante, e de representação da autoridade policial.

Arts. 311 a 317, do CPP

Art. 311 – Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal, caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público, ou do querelante, ou mediante representação da autoridade policial.

Art. 312 – A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria.

Art. 313 – Em qualquer das circunstâncias, previstas no artigo anterior, será admitida a decretação da prisão preventiva nos crimes dolosos:

I – punidos com reclusão;II – punidos com detenção, quando se apurar que o indiciado é vadio ou,

havendo dúvida sobre a sua identidade, não fornecer ou não indicar elementos para esclarecê-la;

III – se o réu tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 46 do Código Penal.

Art. 314 – A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verificar pelas provas constantes dos autos ter o agente praticado o fato nas condições do art. 19, I, II ou III, do Código Penal.

116 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 232.117 GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Coleção Sinopses Jurídicas, vol. 7 – Direito penal:

parte geral, p. 50/51.

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Page 231: Manual Criminal

Art. 315 – O despacho que decretar ou denegar a prisão preventiva será sempre fundamentado.

Art. 316 – O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no correr do processo, verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.

Art. 317 – A apresentação espontânea do acusado à autoridade não impedirá a decretação da prisão preventiva nos casos em que a lei a autoriza.

Caso o pedido de prisão não tenha partido do Ministério Público, o cartório dará vista dos autos ao promotor de justiça. Após, os autos serão conclusos ao juiz.

Decretada a prisão, o cartório providenciará a expedição do mandado de prisão contendo todos os requisitos legais (vide item 2.11.1 da parte geral deste manual).

Art. 285 do CPP

Art. 285 – A autoridade que ordenar a prisão fará expedir o respectivo mandado.

Parágrafo único – O mandado de prisão:a) será lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade;b) designará a pessoa, que tiver de ser presa, por seu nome, alcunha ou

sinais característicos;c) mencionará a infração penal que motivar a prisão;d) declarará o valor da fiança arbitrada, quando afiançável a infração;e) será dirigido a quem tiver qualidade para dar-lhe execução.

Na hipótese da pessoa contra qual se expediu o mandado de prisão não se encontrar na comarca do juiz que a decretou, caso conhecido o seu paradeiro, expedir-se-á carta precatória acompanhada de 2 (duas) vias originais do mandado.

Art. 286 do CPP

Art. 286 – O mandado será passado em duplicata, e o executor entregará ao preso, logo depois da prisão, um dos exemplares com declaração do dia, hora e lugar da diligência. Da entrega deverá o preso passar recibo no outro exemplar; se recusar, não souber ou não puder escrever, o fato será mencionado em declaração, assinada por duas testemunhas.

Caso não seja conhecido o paradeiro da pessoa a ser presa mas existam indícios de que se encontre em determinado lugar, expedir-se-á carta precatória.

Art. 289, caput, do CPP

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Page 232: Manual Criminal

Art. 289 – Quando o réu estiver no território nacional, em lugar estranho ao da jurisdição, será deprecada a sua prisão, devendo constar da precatória o inteiro teor do mandado.

Havendo urgência, a precatória poderá ser expedida por e-mail, telegrama, radiograma, telefone, fax, ou outro meio que possibilite a verificação da autenticidade da carta, com declaração de reconhecimento da firma do juiz, quando houver (vide item 2.14.1 da parte geral deste manual).

Arts. 289, parágrafo único, e 356, do CPP

Art. 289, parágrafo único – Havendo urgência, o juiz poderá requisitar a prisão por telegrama, do qual deverá constar o motivo da prisão, bem como, se afiançável a infração, o valor da fiança. No original levado à agência telegráfica será autenticada a firma do juiz, o que se mencionará no telegrama.

Art. 356 – Se houver urgência, a precatória, que conterá em resumo os requisitos enumerados no art. 354, poderá ser expedida por via telegráfica, depois de reconhecida a firma do Juiz, o que a estação expedidora mencionará.

Art. 89 do CNCGJ

Art. 89 – Fica autorizado o uso do fax para encaminhamento e recebimento de cartas precatórias, ofícios e outros expedientes do juízo, bem como para o envio de certidões e documentos, quando a urgência do ato recomendar, mediante autorização do magistrado.

Parágrafo único – Poderá ser efetivada confirmação telefônica nos casos que importem na liberação de presos e medidas urgentes.

Salvo orientação expressa em contrário por parte do juiz, no mínimo a cada 6 (seis) meses, o cartório fará levantamento dos mandados de prisão não cumpridos.

CERTIDÃO

Certifico que, decorridos 6 (seis) meses sem notícia do cumprimento do mandado de prisão de fls. ........, expedi ofício solicitando informações à autoridade policial.Local e data

.....................................................Escrivão

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Page 233: Manual Criminal

EXPEDIENTES

Mandado de prisão:

ESTADO DE SANTA CATARINA

PODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

MANDADO DE PRISÃO

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor: <<Nome da Parte>> Réu: <<Nome da Parte>> Oficial de Justiça: <<Nome do Oficial de Justiça>> Mandado nº

O(A) Senhor (a) <<Nome do Juiz>>, Juiz(a) de Direito da <<Vara>>, da <<Nome da Comarca>>, na forma da lei, etc.

MANDA o Senhor Oficial de Justiça, ou a Autoridade Policial, a quem este for apresentado, que, em cumprimento ao presente, extraído dos autos acima indicados, EFETUE A PRISÃO da pessoa abaixo mencionada, cientificando-o do motivo da prisão, e observando-se as disposições do art. 5º, incisos LXII, LXIII e LXIV da Constituição Federal, consoante decisão junto ao feito em referência.

MOTIVO DA PRISÃO: ......... VALIDADE: .........

Destinatário

<<Qualificação>>

Eu, _________, o digitei, e eu, ________, <<Nome do Escrivão>>, Escrivã(o) Judicial, o conferi e subscrevi. <<Nome da Comarca>> (SC), <<Data por extenso>>

<<Nome do Juiz>> Juiz(a) de Direito

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Page 234: Manual Criminal

Ofício pedindo informações sobre mandado de prisão não cumprido:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

Ofício nº <<Foro e data por extenso>>

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor: <<Nome da Parte>> Réu: <<Nome da Parte>> .........

Senhor(a) .........:

Pelo presente, solicito a Vossa ......... que, no prazo de 10 (dez) dias, informe acerca do cumprimento do mandado de prisão expedido em desfavor de <<Qualificação>>, datado de ......./......./......., conforme ordenado por este Juízo de Direito.

Agradecendo as providências tomadas no sentido do pronto atendimento do presente, desejo reiterar os mais elevados protestos de consideração.

<<Nome do Juiz>> Juiz(a) de Direito

.........

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Page 235: Manual Criminal

2.20.3 PRISÃO TEMPORÁRIA

CONCEITO

Prisão temporária: “Prisão cautelar de natureza processual destinada a possibilitar as investigações a respeito de crimes graves, durante o inquérito policial”.118 Nos crimes em geral, o prazo de duração da prisão temporária será de apenas 5 (cinco) dias, prorrogáveis por igual período. Tratando-se de crimes hediondos e equiparados, o prazo será de 30 (trinta) dias, prorrogáveis por igual período.

Arts. 1º a 3º, da Lei nº 7.960/89

Art. 1º – Caberá prisão temporária:I – quando imprescindível para as investigações do inquérito policial;II – quando o indiciado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos

necessários ao esclarecimento de sua identidade; III – quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova

admitida na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes:

a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2º);b) seqüestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1º e 2º);c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1º, 2º e 3º);d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1º e 2º);e) extorsão mediante seqüestro (art. 159, caput, e seus §§ 1º, 2º e 3º);f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e

parágrafo único);g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combinação com o art.

223, caput, e parágrafo único);h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223, caput, e

parágrafo único);i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1º);j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal

qualificado pela morte (art. 270, caput, combinado com o art. 285);l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal;m) genocídio (arts. 1º, 2º e 3º da Lei nº 2.889, de 1º de outubro de 1956), em

qualquer de suas formas típicas;n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei nº 6.368, de 21 de outubro de 1976);o) crimes contra o sistema financeiro (Lei nº 7.492, de 16 de junho de 1986).

Art. 2° – A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da representação da autoridade policial ou de requerimento do Ministério Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade.

§ 1° – Na hipótese de representação da autoridade policial, o Juiz, antes de decidir, ouvirá o Ministério Público.

§ 2° – O despacho que decretar a prisão temporária deverá ser fundamentado e prolatado dentro do prazo de 24 (vinte e quatro) horas, contadas a partir do recebimento da representação ou do requerimento.

§ 3° – O Juiz poderá, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público e do Advogado, determinar que o preso lhe seja apresentado, solicitar informações e esclarecimentos da autoridade policial e submetê-lo a exame de corpo de delito.

§ 4° – Decretada a prisão temporária, expedir-se-á mandado de prisão, em duas vias, uma das quais será entregue ao indiciado e servirá como nota de culpa.

118 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 237.

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Page 236: Manual Criminal

§ 5° – A prisão somente poderá ser executada depois da expedição de mandado judicial.

§ 6° – Efetuada a prisão, a autoridade policial informará o preso dos direitos previstos no art. 5° da Constituição Federal.

§ 7° – Decorrido o prazo de cinco dias de detenção, o preso deverá ser posto imediatamente em liberdade, salvo se já tiver sido decretada sua prisão preventiva.

Art. 3º - Os presos temporários deverão permanecer, obrigatoriamente, separados dos demais detentos.

Art. 2º, caput e § 3º, da Lei nº 8.072/90

Art. 2º – Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de:

I – anistia, graça e indulto;II – fiança e liberdade provisória.§ 3º – A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei nº 7.960, de 21 de

dezembro de 1989, nos crimes previstos neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade.

Chegando representação da autoridade policial pela prisão temporária do indiciado o cartório abrirá vista dos autos ao Ministério Público. Após, o pedido será concluso ao juiz.

Caso a custódia tenha sido requerida diretamente pelo promotor de justiça, o pedido será imediatamente concluso ao juiz.

Decretada a prisão, o cartório providenciará a expedição do mandado contendo todos os requisitos legais (vide item 2.11.1 da parte geral deste manual).

Art. 285 do CPP

Art. 285 – A autoridade que ordenar a prisão fará expedir o respectivo mandado.

Parágrafo único – O mandado de prisão:a) será lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade;b) designará a pessoa, que tiver de ser presa, por seu nome, alcunha ou

sinais característicos;c) mencionará a infração penal que motivar a prisão;d) declarará o valor da fiança arbitrada, quando afiançável a infração;e) será dirigido a quem tiver qualidade para dar-lhe execução.

Na hipótese da pessoa contra qual se expediu o mandado de prisão não se encontrar na comarca do juiz que a decretou, expedir-se-á carta precatória contendo o inteiro teor do mandado à autoridade do lugar onde se presuma possa ser encontrado.

Art. 289, caput, do CPP

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Page 237: Manual Criminal

Art. 289 – Quando o réu estiver no território nacional, em lugar estranho ao da jurisdição, será deprecada a sua prisão, devendo constar da precatória o inteiro teor do mandado.

Havendo urgência, a precatória poderá ser expedida por e-mail, telegrama, radiograma, telefone, fax, ou outro meio que possibilite a verificação da autenticidade da carta, com declaração de reconhecimento da firma do juiz, quando houver (vide item 2.14.1 da parte geral deste manual).

Arts. 289, parágrafo único, e 356, do CPP

Art. 289, parágrafo único – Havendo urgência, o juiz poderá requisitar a prisão por telegrama, do qual deverá constar o motivo da prisão, bem como, se afiançável a infração, o valor da fiança. No original levado à agência telegráfica será autenticada a firma do juiz, o que se mencionará no telegrama.

Art. 356 – Se houver urgência, a precatória, que conterá em resumo os requisitos enumerados no art. 354, poderá ser expedida por via telegráfica, depois de reconhecida a firma do Juiz, o que a estação expedidora mencionará.

Art. 89 do CNCGJ

Art. 89 –Fica autorizado o uso do fax para encaminhamento e recebimento de cartas precatórias, ofícios e outros expedientes do juízo, bem como para o envio de certidões e documentos, quando a urgência do ato recomendar, mediante autorização do magistrado.

Parágrafo único – Poderá ser efetivada confirmação telefônica nos casos que importem na liberação de presos e medidas urgentes.

Comunicada a prisão, se decorrido o prazo da temporária sem pedido de manutenção da prisão cautelar e sem notícia da soltura do indiciado, o cartório deverá solicitar informações por telefone à autoridade policial do local onde se encontra segregado.

Havendo pedido de dilação da prisão temporária, se feito pelo delegado de polícia, o cartório encaminhará ao promotor de justiça, tratando-se de pedido do Ministério Público, os autos serão conclusos ao juiz.

CERTIDÕES

Certifico que não há pedido de dilação da prisão temporária do indiciado ............................................................. .Local e data

.....................................................Escrivão

Certifico que não há pedido de

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Page 238: Manual Criminal

decretação da prisão preventiva do indiciado .............................................. .Local e data

.....................................................Escrivão

Certifico que, decorrido o prazo da prisão temporária sem notícia da soltura do preso, expedi ofício solicitando informações à autoridade policial.Local e data

.....................................................Escrivão

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Page 239: Manual Criminal

EXPEDIENTES

Mandado de prisão temporária:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

MANDADO DE PRISÃO

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor: <<Nome da Parte>> Réu: <<Nome da Parte>> Oficial de Justiça: <<Nome do Oficial de Justiça>> Mandado nº

O(A) Senhor (a) <<Nome do Juiz>>, Juiz(a) de Direito da <<Vara>>, da <<Nome da Comarca>>, na forma da lei, etc.

MANDA o Senhor Oficial de Justiça, ou a Autoridade Policial, a quem este for apresentado, que, em cumprimento ao presente, extraído dos autos acima indicados, EFETUE A PRISÃO da pessoa abaixo mencionada, cientificando-o do motivo da prisão, e observando-se as disposições do art. 5º, incisos LXII, LXIII e LXIV da Constituição Federal, consoante decisão junto ao feito em referência.

MOTIVO DA PRISÃO: ......... VALIDADE: .........

Destinatário

<<Qualificação>>

Eu, _________, o digitei, e eu, ________, <<Nome do Escrivão>>, Escrivã(o) Judicial, o conferi e subscrevi. <<Nome da Comarca>> (SC), <<Data por extenso>>

<<Nome do Juiz>> Juiz(a) de Direito

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Page 240: Manual Criminal

Ofício pedindo explicações sobre se o réu ainda está presos ou se foi posto em liberdade:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

Ofício nº <<Foro e data por extenso>>

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor: <<Nome da Parte>> Réu: <<Nome da Parte>> .........

Senhor(a) .................:

Pelo presente, solicito a Vossa Senhoria informações informe acerca do cumprimento do mandado de prisão provisória expedido em desfavor de <<Qualificação do réu>>, datado de ......./......./......., conforme ordenado por este Juízo de Direito.

Agradecendo as providências tomadas no sentido do pronto atendimento do presente, desejo reiterar a Vossa Excelência os mais elevados protestos de consideração.

<<Nome do Juiz>> Juiz(a) de Direito

.........

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Page 241: Manual Criminal

2.21 LIBERDADE PROVISÓRIA, COM OU SEM FIANÇA

CONCEITOS

Liberdade provisória: “Instituto processual que garante ao acusado o direito de aguardar em liberdade o transcorrer do processo até o trânsito em julgado, vinculado ou não a certas obrigações, podendo ser revogado a qualquer tempo, diante do descumprimento das condições impostas”.119

Fiança: “É uma caução destinada a garantir o cumprimento das obrigações processuais do réu”.120

Detenção: Uma das formas de cumprimento da pena privativa de liberdade, reservada ao regime semi-aberto. “Pena de prisão sem isolamento diurno e noturno no início de seu cumprimento”.121

Reclusão: “É a pena privativa de liberdade pessoal do condenado, mais severa ou rigorosa por haver um período inicial de isolamento noturno e diurno. Tal pena é aplicada a delitos mais graves, podendo ser cumprida em regime: a) fechado em estabelecimento de segurança máxima ou média; b) semi-aberto, em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar; c) aberto, em casa de albergado”.122

Prisão simples: Pena privativa de liberdade aplicável às contravenções penais.

Contravenção Penal: “Ação ou omissão voluntária que, por constituir ofensa menos grave que o crime, é punida com pena mais leve (prisão simples ou multa, ou ambas alternativa ou cumulativamente). É também chamada ‘delito-anão’”.123

Alvará de soltura: É o instrumento de ordem judicial assinado pelo magistrado para colocar em liberdade o acusado que, estando preso, obteve liberdade provisória, foi absolvido, cumpriu a pena ou obteve habeas corpus.

Art. 5º, LXVI, da CF

Art. 5º, LXVI – Ninguém será levado à prisão ou nela mantido quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança.

Arts. 321 a 324, 329 e 350 do CPP

Art. 321 – Ressalvado o disposto no art. 323, III e IV, o réu livrar-se-á solto, independente de fiança:

I – no caso de infração, a que não for, isolada, cumulativa ou alternativamente, cominada pena privativa de liberdade;

II – quando o máximo da pena privativa de liberdade, isolada, cumulativa ou alternativamente cominada, não exceder a 3 (três) meses.

Art. 322 – A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração punida com detenção ou prisão simples.

Parágrafo único – Nos demais casos do art. 323, a fiança será requerida ao juiz, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas.

Art. 323 – Não será concedida fiança:

119 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 240.120 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 242.121 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. v. 2, p. 117.122 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. v. 4, p. 278.123 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. v. 1, p. 865.

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Page 242: Manual Criminal

I – nos crimes punidos com reclusão em que a pena mínima cominada for superior a 2 (dois) anos;

II – nas contravenções tipificadas nos arts. 59 e 60 da Lei das Contravenções Penais;

III – nos crimes dolosos punidos com pena privativa da liberdade, se o réu já tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado;

IV – em qualquer caso, se houver no processo prova de ser o réu vadio;V – nos crimes punidos com reclusão, que provoquem clamor público ou que

tenham sido cometidos com violência contra a pessoa ou grave ameaça.

Art. 324 – Não será, igualmente, concedida fiança:I – aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormente

concedida ou infringido, sem motivo justo, qualquer das obrigações a que se refere o art. 350;

II – em caso de prisão por mandado do juiz do cível, de prisão disciplinar, administrativa ou militar;

III – ao que estiver no gozo de suspensão condicional da pena ou de livramento condicional, salvo se processado por crime culposos ou contravenção que admita fiança;

IV – quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva (art. 312).

Art. 329 – Nos juízos criminais e delegacias de polícia, haverá um livro especial, com termos de abertura e de encerramento, numerado e rubricado em todas as suas folhas pela autoridade, destinado especialmente aos termos de fiança. O termo será lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade e por quem prestar a fiança, e dele extrair-se-á certidão para juntar-se aos autos.

Parágrafo único – O réu e quem prestar a fiança serão pelo escrivão notificados das obrigações e da sanção prevista nos arts. 327 e 328, o que constará dos autos.

Art. 350 – Nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando ser impossível ao réu prestá-la, por motivo de pobreza, poderá conceder-lhe a liberdade provisória, sujeitando-o às obrigações constantes dos arts. 327 e 328. Se o réu infringir, sem motivo justo, qualquer dessas obrigações ou praticar outra infração penal, será revogado o benefício.

Parágrafo único – O escrivão intimará o réu das obrigações e sanções previstas neste artigo.

Chegando pedido de liberdade provisória o cartório providenciará a autuação em apensado.

Caso o crime seja afiançável, os autos serão conclusos ao juiz.Tratando-se de crime inafiançável os autos serão enviados ao promotor

de justiça. Após, os autos serão conclusos ao juiz.Deferido o pedido e fixada a fiança, o cartório providenciará a abertura

da subconta e expedirá a guia de depósito na conta única.Após, o indiciado/réu ou seu defensor será intimado para pagar. Feito o depósito, o cartório anotará no livro de registro de fiança e

expedirá o alvará de soltura contendo todos os requisitos legais, submetendo-o à assinatura do juiz.

Arts. 298 a 301 do CNCGJ

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Page 243: Manual Criminal

Art. 298 – Não será permitida a saída ou soltura de preso, senão mediante alvará de soltura ou com ordem escrita da autoridade competente.

Art. 299 – Os alvarás de soltura deverão ser assinados pelo juiz, deles constando o nome completo, sem abreviaturas, a naturalidade, o estado civil, a data de nascimento ou a idade, a filiação, a profissão, o endereço da residência e do trabalho, o número do inquérito policial, do processo ou precatória, o número do RG e do CIC, os sinais característicos da pessoa a ser solta, a data da prisão e sua natureza (ex.: flagrante, preventiva ou em virtude de sentença condenatória etc.), a pena imposta, a natureza da infração, o motivo da soltura, bem como a advertência “se por al não estiver preso”.

Parágrafo único – Quando o alvará for preenchido com omissão de dados essenciais à identificação, será devolvido ao juízo expedidor, que procederá às retificações necessárias à complementação, de sorte a evitar o risco de solturas indevidas.

Art. 300 – Os alvarás de soltura serão expedidos em três vias, uma das quais ficará nos autos.

§ 1º – Quando a pessoa a ser posta em liberdade encontrar-se recolhida em estabelecimento da rede da Departamento de Administração Penal – DEAP, em qualquer dos distritos policiais da Capital, ou não constar dos autos onde ela encontra-se presa, o alvará de soltura será enviado ao juízo das execuções penais.

§ 2º – Se estiver recolhida na cadeia pública da comarca, o alvará será enviado à autoridade policial para cumprimento, por intermédio de servidor judicial.

§ 3º – Encontrando-se recolhida em cadeia pública de outra comarca, deprecar-se-á a medida.

§ 4º – A remessa será feita sob a responsabilidade do escrivão, mediante carga.

§ 5º – Sempre que o responsável pelo órgão prisional tiver qualquer dúvida em relação ao cumprimento do alvará que lhe foi encaminhado, comunicar-se-á, imediatamente, com o juiz que expediu a ordem, solicitando instruções.

Art. 301 – Ao liberar o preso, a autoridade responsável anotará o endereço de sua residência ou de outro lugar em que possa ser encontrado.

No mesmo ato será lavrado o termo de liberdade provisória, no qual

constará o compromisso de comparecimento aos autos, devendo o cartório informar ao indiciado/réu das restrições as quais ficará submetido.

Arts. 327, 328 e 329, parágrafo único, do CPP

Art. 327 – A fiança tomada por termo obrigará o afiançado a comparecer perante a autoridade, todas as vezes que for intimado para atos do inquérito e da instrução criminal e para o julgamento. Quando o réu não comparecer, a fiança será havida como quebrada.

Art. 328 – O réu afiançado não poderá, sob pena de quebramento da fiança, mudar de residência, sem prévia permissão da autoridade processante, ou ausentar-se por mais de 8 (oito) dias de sua residência, sem comunicar àquela autoridade o lugar onde será encontrado.

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Page 244: Manual Criminal

Art. 329, parágrafo único – O réu e quem prestar a fiança serão pelo escrivão notificados das obrigações e da sanção previstas nos arts. 327 e 328, o que constará dos autos.

Concedida a liberdade provisória sem fiança ou paga esta quando fixada, o cartório solicitará o preso no mesmo dia, para dar cumprimento ao alvará de soltura.

No caso de fixação do valor da fiança pela autoridade policial na lavratura do flagrante, efetuado o pagamento e remetido o dinheiro ao juízo, o cartório fará recibo do valor e o remeterá à contadoria para as providências legais.

CERTIDÃO

Certifico que, depositado o valor da fiança (documento de fls. ........), expedi o alvará de soltura, assinado pelo juiz, e solicitei a apresentação do preso, fazendo as anotações de estilo.Local e data

.....................................................Escrivão

CERTIDÃO DE ATO ORDINATÓRIO

Fica intimado o indiciado/réu para depositar o valor da fiança. Local e data

.....................................................Escrivão

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Page 245: Manual Criminal

EXPEDIENTES

Alvará de soltura:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

ALVARÁ DE SOLTURA

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor: <<Nome da Parte>> Réu: <<Nome da Parte>> Oficial de Justiça: <<Nome do Oficial de Justiça>>

O(A) Senhor (a) <<Nome do Juiz>>, Juiz(a) de Direito da <<Vara>>, da <<Nome da Comarca>>, na forma da lei, etc.

MANDA a Autoridade responsável ou a quem a substituir que em cumprimento ao presente coloque "incontinenti" em liberdade, se por AL não estiver presa, a pessoa a seguir qualificada:

NOME: <<Qualificação>> MOTIVO DA PRISÃO: ......... PENA IMPOSTA: ......... DATA DA PRISÃO: .........LOCAL DA PRISÃO: ......... MOTIVO DA SOLTURA: .........

Eu, _________, o digitei, e eu, ________, <<Nome do Escrivão>>, Escrivã(o) Judicial, o conferi e subscrevi. <<Nome da Comarca>> (SC), <<Data por extenso>>.

<<Nome do Juiz>> Juiz(a) de Direito

Certifico que, na data de ___/___/___, às _____ horas, em cumprimento ao presente, coloquei a pessoa acima em liberdade.

Responsável Liberado

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Page 246: Manual Criminal

Termo de liberdade provisória:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

TERMO DE LIBERDADE PROVISÓRIA

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor: <<Nome da Parte>> Réu: <<Nome da Parte>>

Em <<Data por extenso>>, nesta cidade e <<Nome da Comarca>>, Estado de Santa Catarina, no(a) <<Cartório/Vara>>, compareceu <<Qualificação>>, a quem foi deferido o benefício da liberdade provisória, sendo por este(a) informado que vinha, nos termos da Lei, firmar o compromisso de comparecer em juízo todas as vezes em que for intimado(a) para os atos processuais e procedimentais, em especial para a sessão de julgamento, ciente ainda de que não poderá, sem prévia permissão, mudar de residência ou dela ausentar-se por mais de 8 (oito) dias, sob pena de quebramento da benesse concedida.

E, para constar, foi determinada lavratura do presente termo. Eu, _________, o digitei, e eu, ________, <<Nome do Escrivão>>, Escrivã(o) Judicial, o conferi e subscrevi.

<<Nome do Juiz>> Juiz(a) de Direito

......... Liberado(a)

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Page 247: Manual Criminal

2.22 INCIDENTE DE INSANIDADE MENTAL

CONCEITOS

Incidente de insanidade mental: “Incidente instaurado quando há dúvidas acerca da integridade mental do autor de um crime. Pode ser instaurado em qualquer fase da persecução penal, seja durante a ação penal, seja no inquérito policial”.124

Exame de sanidade mental: Exame médico-legal realizado por peritos nomeados pelo juiz para aferição do estado de sanidade mental do acusado.

Imputabilidade: Para que alguém possa ser punido pela prática de uma infração penal é preciso que apresente, no momento da ação ou omissão, certo grau de capacidade psíquica que lhe permita ter consciência do caráter ilícito do fato e de determinar-se de acordo com esse entendimento. A esse conjunto de condições pessoais do agente denomina-se imputabilidade.

Art. 26 do CP

Art. 26 – É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

Parágrafo único – A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

Arts. 149 a 153, do CPP

Art. 149 – Quando houver dúvida sobre a integridade mental do acusado, o juiz ordenará, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, do defensor, do curador, do ascendente, descendente, irmão ou cônjuge do acusado, seja este submetido a exame médico-legal.

§ 1º – O exame poderá ser ordenado ainda na fase do inquérito, mediante representação da autoridade policial ao juiz competente.

§ 2º – O juiz nomeará curador ao acusado, quando determinar o exame, ficando suspenso o processo, se já iniciada a ação penal, salvo quanto às diligências que possam ser prejudicadas pelo adiamento.

Art. 150 – Para o efeito do exame, o acusado, se estiver preso, será internado em manicômio judiciário, onde houver, ou, se estiver solto, e o requererem os peritos, em estabelecimento adequado que o juiz designar.

§ 1º – O exame não durará mais de 45 (quarenta e cinco) dias, salvo se os peritos demonstrarem a necessidade de maior prazo.

§ 2º – Se não houver prejuízo para a marcha do processo, o juiz poderá autorizar sejam os autos entregues aos peritos, para facilitar o exame.

Art. 151 – Se os peritos concluírem que o acusado era, ao tempo da infração, irresponsável nos termos do art. 22 do Código Penal, o processo prosseguirá, com a presença do curador.

124 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 361.

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Page 248: Manual Criminal

Art. 152 – Se se verificar que a doença mental sobreveio à infração o processo continuará suspenso até que o acusado se restabeleça, observado o § 2º do art. 149.

§ 1º – O juiz poderá, nesse caso, ordenar a internação do acusado em manicômio judiciário ou em outro estabelecimento adequado.

§ 2º – O processo retomará o seu curso, desde que se restabeleça o acusado, ficando-lhe assegurada a faculdade de reinquirir as testemunhas que houverem prestado depoimento sem a sua presença.

Art. 153 – O incidente da insanidade mental processar-se-á em auto apartado, que só depois da apresentação do laudo, será apenso ao processo principal.

O exame de insanidade mental poderá ser determinado, de ofício, pelo juiz, ou a requerimento do promotor de justiça, do defensor, do curador, cônjuge, ascendente, descendente ou irmão do acusado, ou, ainda, por representação da autoridade policial, se a dúvida acerca da integridade mental do acusado surgir na fase do inquérito.

Havendo vários réus no processo, o juiz poderá determinar a separação daquele sobre o qual suscitou-se a insanidade, a fim de não atrasar nem dificultar a ação penal contra os demais co-réus, devendo o cartório proceder às diligências necessárias.

Art. 80 do CPP

Art. 80 – Será facultativa a separação dos processos quando as infrações tiverem sido praticadas em circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes, ou, quando pelo excessivo número de acusados e para não Ihes prolongar a prisão provisória, ou por outro motivo relevante, o juiz reputar conveniente a separação.

Instaurado o incidente de insanidade mental, o cartório fará o registro e autuará em apenso aos autos principais.

Ato contínuo, serão intimados o promotor de justiça ou o querelante, a defesa e o curador (se nomeado outro que não o próprio defensor) para apresentarem quesitos, no prazo de 5 (cinco) dias.

Constarão do incidente:

1 -Quesitos do Juízo; 2 -Quesitos das partes; 3 -Cópia do despacho que determinou a instauração do incidente; 4 -Cópia da denúncia; 5 -Cópia dos laudos periciais (se houver); 6 -Cópia de fotografias (se houver); 7 -Cópia dos depoimentos (fase indiciária e judicial).

Decorrido o prazo, com ou sem apresentação dos quesitos, o cartório certificará e oficiará ao HCTP (Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico), solicitando a designação de data e horário para realização do exame de insanidade mental.

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Page 249: Manual Criminal

Passados 30 (trinta) dias sem resposta por parte do hospital, o pedido será reiterado pelo cartório. Não havendo resposta nos 15 (quinze) dias seguintes, os autos serão conclusos ao juiz.

Chegando comunicação informando a data e horário de realização do exame, estando solto o réu, será intimado para comparecer ao hospital. Se estiver preso, expedir-se-á ofício ao estabelecimento prisional requisitando sua apresentação.

Art. 274 do CNCGJ

Art. 274 – Concedida vaga no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico, na data designada o paciente deverá ser apresentado aos peritos daquele nosocômio, acompanhado de processo-crime, bem como do incidente respectivo.

Realizadas as intimações e comunicações, o incidente será desapensado da ação principal (fisicamente e no SAJ) e remetido ao HCTP.

Decorridos 30 (trinta) dias da realização do exame sem comunicação do resultado, o cartório certificará a ocorrência e expedirá ofício, assinado pelo juiz, solicitando o seu envio.

Voltando o incidente com o resultado do exame, será imediatamente trasladado o laudo original para o processo principal, mantendo cópia no incidente que será baixado no SAJ e arquivado (vide item 2.27 da parte geral deste manual).

As cobrança das custas do incidente será efetuada no processo principal.

Art. 175 do CNCGJ

Art. 175 – Os autos de incidentes e exceções (ex.: impugnação ao valor da causa, pedido de alvará, exceções de incompetência, incidente de falsidade e embargos à execução), com sentença transitada em julgado, serão desapensados do processo principal, no qual será certificada a providência, mencionando-se a pendência ou não de custas, além de se fazer juntar cópia da decisão ou do acórdão desapensado.

Juntado o laudo na ação penal, dar-se-á vista às partes. Após, os autos serão conclusos ao juiz.

CERTIDÕES DE ATOS ORDINATÓRIOS(nos autos do incidente)

Ficam intimadas as partes para apresentarem quesitos, no prazo de 5 (cinco) dias.Local e data

..................................................Escrivão

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Page 250: Manual Criminal

Certifico que foi marcado o dia ....../....../......, as .......... horas, para realização do exame de sanidade mental.Fica intimado o réu para comparecer ao hospital de custódia e tratamento psiquiátrico no dia ....../....../......, as .......... horas, para realização do exame de sanidade mental.Local e data

..................................................Escrivão

CERTIDÃO

Certifico que, decorridos 30 (trinta) dias da realização do exame de fls. .........., expedi ofício solicitando informações acerca do resultado.Local e data

.....................................................Escrivão

250

Page 251: Manual Criminal

EXPEDIENTES

Exame de Sanidade e perguntas do juízo:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

EXAME PERICIAL DE SANIDADE MENTAL Autos nº <<Número do Processo>>Ação: <<Tipo de Ação>>Autor: <<Nome da Parte>>Réu: <<Nome da Parte>>

Dados do PericiadoNome Completo .........Endereço .........Nacionalidade ......... Estado Civil .........Profissão ......... Data Nascimento .........Número da CI ......... Número do CPF .........Outro Documento .........Observações .........

Quesitos do Juízo01 O periciado sofre de algum distúrbio psiquiátrico?02 Caso afirmativo, de que espécie?03 Desde que época?04 Causa incapacidade para todos os atos?05 O periciado, por doença mental, era ao tempo da infração, inteiramente incapaz de entender o caráter

criminoso do fato?06 O periciado, por doença mental, era ao tempo da infração, inteiramente incapaz de determinar-se de

acordo com esse entendimento?07 O periciado, por desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era ao tempo da infração, inteiramente

incapaz de entender o caráter criminoso do fato?08 O periciado, por desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era ao tempo da infração, inteiramente

incapaz de determinar-se de acordo com esse entendimento?09 O periciado, por desenvolvimento mental incompleto ou retardado, não possuía, ao tempo da infração, a

plena capacidade de entender o caráter criminoso do fato?10 O periciado, por desenvolvimento mental incompleto ou retardado, não possuía, ao tempo da infração, a

plena capacidade de determinar-se de acordo com esse entendimento?11 O periciado, por perturbação da saúde mental, não possuía, ao tempo da infração, a plena capacidade de

entender o caráter criminoso do fato?12 O periciado, por perturbação da saúde mental, não possuía, ao tempo da infração, a plena capacidade de

determinar-se de acordo com esse entendimento?13 Há necessidade de tratamento?14 Qual a espécie de tratamento?15 Qual o prognóstico?16 Pode ser considerado perigoso o periciado, porque a sua personalidade e antecedentes, bem como os

motivos e circunstâncias do crime autorizam a suposição de que venha ou torne a delinqüir?17 Quais as recomendações e conclusões finais?

<<Foro e data por extenso>>

<<Nome do Juiz>>

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Page 252: Manual Criminal

Juiz(a) de DireitoOfício encaminhando o incidente de insanidade:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

Ofício nº <<Foro e data por extenso>>

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor: <<Nome da Parte>> Réu: <<Nome da Parte>> .........

Senhor(a) Diretor(a):

Pelo presente, REQUISITO a Vossa Senhoria vaga para a realização de exame criminológico na pessoa de <<Qualificação>>, com o fim de instruir o processo acima indicado.

Agradecendo as providências tomadas no sentido do pronto atendimento do presente, desejo reiterar os mais elevados protestos de consideração.

<<Nome do Juiz>>Juiz(a) de Direito

Ao(À) Sr(a).........Diretor (a) do Hospital de Custódia e Tratamento PsiquiátricoRua Delminda da Silveira, s/nº – AgronômicaCEP: 88025-5000 – Florianópolis/SC

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Page 253: Manual Criminal

2.23 INCIDENTE DE DEPENDÊNCIA TOXICOLÓGICA

CONCEITOS

Exame de Dependência toxicológica: Exame médico-legal realizado por peritos nomeados pelo juiz para aferição se o acusado é dependente ou não de substâncias entorpecentes.

Para o exame de dependência toxicológica o cartório seguirá as mesmas orientações referidas para o exame de insanidade mental (vide item 2.22 da parte geral deste manual), observando-se que os quesitos do juízo serão emitidos diretamente no SAJ/PG.

O ofício solicitando a designação de data e horário para realização do exame ao HCTP (Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico) deverá mencionar que trata-se de Exame de Dependência Toxicológica.

CERTIDÕES DE ATOS ORDINATÓRIOS(nos autos do incidente)

Ficam intimadas as partes para apresentarem quesitos, no prazo de 5 (cinco) dias.Local e data

..................................................Escrivão

Certifico que foi marcado o dia ....../....../......, as .......... horas, para realização do exame de dependência toxicológica.Fica intimado o réu para comparecer ao hospital de custódia e tratamento psiquiátrico no dia ....../....../......, as .......... horas, para realização do exame de sanidade mental.Local e data

..................................................Escrivão

CERTIDÃO

Certifico que, decorridos 30 (trinta) dias da realização do exame de fls. .........., expedi ofício solicitando informações acerca do resultado.Local e data

.....................................................Escrivão

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Page 254: Manual Criminal

EXPEDIENTES

Ofício encaminhando o incidente de dependência toxicológica:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

Ofício nº <<Foro e data por extenso>>

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor: <<Nome da Parte>> Réu: <<Nome da Parte>> .........

Senhor(a) Diretor(a):

Pelo presente, REQUISITO a Vossa Senhoria vaga para a realização de exame de dependência toxicológica na pessoa de <<Qualificação>>, com o fim de instruir o processo acima indicado.

Agradecendo as providências tomadas no sentido do pronto atendimento do presente, desejo reiterar os mais elevados protestos de consideração.

<<Nome do Juiz>>Juiz(a) de Direito

Ao(À) Sr(a).........Diretor (a) do Hospital de Custódia e Tratamento PsiquiátricoRua Delminda da Silveira, s/nº – AgronômicaCEP: 88025-5000 – Florianópolis/SC

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Page 255: Manual Criminal

2.24 PRAZOS

CONCEITOS

Prazo: “É o lapso de tempo em que é ordenada, proibida ou facultada a prática de um ato. Segundo a doutrina, o prazo pode ser legal, determinado em lei (arts. 476, 395, 401, 406, 499, 500 etc.); judicial, fixado pelo juiz (arts. 10, § 3º, 364, 787 etc.); ou convencional, ajustado entre as partes. No processo penal não há prazo convencional, não podendo o prazo legal ou judicial ser prorrogado sequer por vontade das partes”. 125

Prazo comum: É o que corre simultaneamente para as partes, tal como quando houver assistente de acusação ou se houver co-réus com defensores distintos.

Prazo particular: É o que corre para uma das partes apenas. Trata-se da regra no processo penal.

Prazo peremptório: “Lapso de tempo dentro do qual algo deve ser feito sob pena de não mais poder ser praticado. Prazo inalterável. Prazo fatal. Prazo improrrogável”. 126

Dias úteis: “Períodos dedicados ao trabalho produtivo, onde se exercem as atividades civis, industriais, comerciais etc. Dia útil é uma acepção que se opõe à de domingo e feriado” .127

Existem no direito penal dois tipos de prazos: os materiais, mais conhecidos como prazos penais e os prazos processuais, sendo diversa a sua forma de contagem (vide os próximos subitens).

Quando o mesmo prazo estiver previsto no CP e no CPP (ex: exercício da queixa ou representação pelo ofendido ou seu representante legal – art. 38 do CPP e art. 103 do CP), utilizar-se-á a contagem mais favorável ao acusado, ou seja, a prevista para os prazos penais (vide item 2.24.2 da parte geral deste manual).

2.24.1 PRAZOS PROCESSUAIS

CONCEITOS

Prazos processuais: Consideram-se prazos processuais os previstos na legislação processual penal.

Termo inicial: É o momento em que o prazo começa a fluir.

Termo final: É o momento em que o prazo termina.

No processo penal, os prazos são fixados em minutos, horas, dias e anos.

Quando o prazo for fixado em minutos, conta-se de minuto a minuto.

125 MIRABETE, Julio Fabbrini. Código de processo penal interpretado, p. 1556.126 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. v. 3, p. 673.127 GIORGIS, José Carlos Teixeira. Prazos no Processo Penal. 2ª ed., Rio de Janeiro: AIDE Editora, 2002, p. 17.

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Page 256: Manual Criminal

O prazo fixado em horas será contado minuto a minuto apenas quando for inferior a 24 horas. Se igual ou superior considera-se como de 1 ou 2 dias, respectivamente, os prazos de 24 ou 48 horas, e assim sucessivamente. Há uma única exceção em que o prazo de 24 horas será contado minuto a minuto, que é a da entrega da nota de culpa ao preso em flagrante.

Art. 306 do CPP

Art. 306 – Dentro em 24 (vinte e quatro) horas depois da prisão, será dada ao preso nota de culpa assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das testemunhas.

Na hipótese de fixação de prazo processual em dias, este começará a fluir a partir do primeiro dia útil seguinte ao seu termo inicial, ou seja, não se considera o dia do começo, incluindo-se, porém, o do vencimento.

O último dia do prazo processual, que não se exclui da contagem, ficará prorrogado para o primeiro dia útil seguinte se cair em dia que não houver expediente forense regular.

Se o Fórum abrir mais tarde, ou fechar mais cedo, por qualquer motivo, esse dia será considerado feriado para efeito de contagem dos prazos processuais.

Os prazos processuais que tiverem início numa sexta-feira, começarão a contar a partir da segunda-feira imediata, salvo se não houver expediente, caso em que o termo inicial se dará no primeiro dia útil seguinte (Súmula 310 do STF).

O término de prazo processual que der-se em dia não útil, será prorrogado para o primeiro dia útil seguinte.

Art. 798, §§ 1º a 4º, do CPP

Art. 798 – Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e peremptórios, não se interrompendo por férias, domingo ou dia feriado.

§ 1º – Não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se, porém, o do vencimento.

§ 2º – A terminação dos prazos será certificada nos autos pelo escrivão; será, porém, considerado findo o prazo, ainda que omitida aquela formalidade, se feita a prova do dia em que começou a correr.

§ 3º – O prazo que terminar em Domingo ou dia feriado considerar-se-á prorrogado até o dia útil imediato.

§ 4º – Não correrão os prazos, se houver impedimento do juiz, força maior, ou obstáculo judicial oposto pela parte contrária.

Caso a unidade de tempo utilizada na fixação do prazo for mensal, considerar-se-á como 1 mês o período de tempo contado do dia do início do prazo ao dia correspondente do mês seguinte.

Por fim, quando o prazo for fixado em anos, cada ano corresponderá ao período de 12 meses, contados do dia do início ao dia e mês correspondentes do ano seguinte.

Quando no ano ou mês do vencimento não houver o dia correspondente ao início do prazo, este findará no primeiro dia subseqüente.

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Page 257: Manual Criminal

O termo inicial dos prazos processuais é o dia da intimação, ou o dia da audiência em que for proferida a decisão (se a ela estiver presente a parte), ou, ainda, o dia em que a parte manifestar ciência inequívoca nos autos.

Art. 798, § 5º, do CPP

§ 5º – Salvo os casos expressos, os prazos correrão:a) da intimação;b) da audiência ou sessão em que for proferida a decisão, se a ela estiver presente a parte;c) do dia em que a parte manifestar nos autos ciência inequívoca da sentença ou despacho.

Assim, diferentemente do que ocorre no processo civil, no processo penal inicia-se a contagem dos prazos no primeiro dia útil seguinte à data em que efetivamente foi realizado o ato, não importando a data de juntada do mandado, AR ou carta precatória aos autos (Súmula 710 do STF).

Na fluência de prazo comum à defesa, os advogados somente poderão retirar os autos em carga em conjunto, mediante prévio ajuste por petição ou mediante autorização judicial.

Art. 206 do CNCGJ

Art. 206 – Quando houver audiência designada ou na fluência de prazo comum os autos só poderão sair do cartório nas hipóteses previstas em lei ou mediante autorização judicial.

2.24.1.1 PRINCIPAIS PRAZOS NO PROCESSO PENAL

Para a finalização do inquérito policial: — indiciado solto: 30 (trinta) dias – art. 10 do CPP— indiciado preso: 10 (dez) dias – art. 10 do CPP

Para o exercício da queixa ou representação pelo ofendido ou seu representante legal:

— 6 (seis) meses – art. 38 do CPP e art. 103 do CP

Para o oferecimento da denúncia:— réu solto: 15 (quinze) dias – art. 46 do CPP— réu preso: 5 (cinco) dias – art. 46 do CPP

Para a finalização da instrução criminal: — geral: 81 (oitenta e um) dias – entendimento jurisprudencial— art. 12, 13 e 14, da Lei n. 6.368/76: 76 (setenta e seis) dias –

entendimento jurisprudencial c/c o art. 35, parágrafo único da lei— demais crimes da Lei n. 6.368/76: 38 (trinta e oito) dias –

entendimento jurisprudencial

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Page 258: Manual Criminal

Prazo do edital de citação: — lugar inacessível em virtude de epidemia, guerra ou outro motivo de

força maior: entre 15 (quinze) e 90 (noventa) dias – art. 364 do CPP— pessoa incerta: 30 (trinta) dias – art. 364 do CPP— réu não encontrado: 15 (quinze) dias – art. 361 do CPP— ocultação do réu: 5 (cinco) dias – art. 362 do CPP

Para o oferecimento da defesa prévia: — 3 (três) dias – art. 395 do CPP

Para ouvida de testemunhas de acusação:— réu solto: 40 (quarenta) dias – art. 401 do CPP— réu preso: 20 (vinte) dias – art. 401 do CPP

Para ouvida de testemunhas de defesa:— réu solto: 40 (quarenta) dias – entendimento jurisprudencial— réu preso: 20 (vinte) dias – entendimento jurisprudencial

Para requerer diligências:— 24 (vinte e quatro) horas – art. 499 do CPP

Para o oferecimento das alegações finais:— procedimento ordinário: 3 (três) dias – art. 500 do CPP— procedimento do júri: 5 (cinco) dias – art. 406 do CPP

Para o oferecimento do libelo acusatório:— 5 (cinco) dias – art. 416 do CPP

Para interposição de recurso em sentido estrito:— 5 (cinco) dias – art. 586 do CPP

Para interposição de recurso de apelação:— 5 (cinco) dias – art. 593 do CPP

Para interposição de embargos de declaração:— 2 (dois) dias – art. 619 do CPP

Para interposição de carta testemunhável:— 48 (quarenta e oito) horas – art. 640 do CPP

Para interposição de protesto por novo júri:— 5 (cinco) dias – art. 607, § 2º, do CPP

Para interposição de embargos infringentes ou de nulidade:— 10 (dez) dias – art. 609, parágrafo único, do CPP

Para interposição de agravo em execução:— 5 (cinco) dias – art. 586 do CPP

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Page 259: Manual Criminal

2.24.2 PRAZOS PENAIS

CONCEITO

Prazos penais: Consideram-se prazos penais os previstos na legislação penal material.

Art. 10 do CP

Art. 10 – O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum.

Ao contrário do que se dá com os prazos processuais, na contagem dos prazos penais materiais (ex: prescrição, decadência, perempção, duração das penas, sursis, livramento condicional, apresentação de representação ou queixa etc.) o próprio dia do começo inclui-se no cálculo, sendo computado como um dia inteiro, independentemente da hora que se deu o fato que originou a contagem.

A contagem é feita pelo calendário usual (gregoriano), de forma que os meses e anos têm sempre o seu número real de dias. Assim, o prazo de 1 mês será contado de determinado dia de certo mês até a véspera do mesmo dia do mês subseqüente, e, o de 1 ano, será contado de certo dia do mês à véspeta do mesmo dia daquele mês do ano seguinte.

Os prazos penais não são se interrompem nem se suspendem por férias, domingos ou feriados, sendo irrelevante que o dia do início ou final do prazo seja domingo ou feriado nacional ou que o ano seja ou não bissexto.

2.25 TRÂNSITO EM JULGADO

CONCEITO

Trânsito em julgado: “Estado da decisão judicial irrecorrível por não mais estar sujeita a recurso, dando origem á coisa julgada. Imodificabilidade da decisão devido à preclusão dos prazos recursais”.128

Os prazos para o trânsito em julgado da sentença contar-se-ão de forma individual para cada acusado, sendo considerado como termo inicial a data da intimação do acusado ou do respectivo defensor (a que ocorreu por último).

Arts. 122*, 123*, II, 124*, 285, 286 e 292, do CNCGJ

Art. 122 – Fica autorizada a eliminação de autos de processos cíveis e criminais, decorridos cinco anos do trânsito em julgado, mediante supervisão do juiz e responsabilidade do escrivão, por picotagem, trituração ou outro meio que assegure a sua desintegração.

Art. 123 – Não se eliminarão os feitos a seguir elencados, que serão mantidos em arquivo até que possam ser conservados por outro modo (ex.: microfilmagem ou digitalização):

II – Área criminal – processos relativos a:

128 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. v. 4, p. 609.

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Page 260: Manual Criminal

a) ações penais em que o réu tenha sido condenado;b) inquéritos policiais e termos circunstanciados arquivados enquanto não

decorrido o prazo da prescrição em abstrato estabelecido na legislação penal para o delito objeto de investigação; e

c) ações penais absolutórias em que tenha sido aplicada medida de segurança.

Art. 124 – Autoriza-se também a eliminação, observado o mesmo prazo (cinco anos), de autos suplementares, livros de carga encerrados, papéis, cópias de ofícios expedidos e recebidos.

Art. 285 – Salvo determinação judicial em contrário, transcorridos seis meses do arquivamento dos autos de inquérito policial ou do trânsito em julgado da sentença, o escrivão comunicará à secretaria do foro a fim de que as armas e munições não reclamadas sejam encaminhadas às unidades militares habilitadas ao recebimento, a saber:

14ª BRIGADA DE INFANTARIA MOTORIZADA – Rua Bocaiúva, 60, Florianópolis – SC (fone: 048 224 9477);

62º BATALHÃO DE INFANTARIA MOTORIZADO – Rua Ministro Calógeras, 1.200, Joinville – SC (fone: 047 433 2399);

23º BATALHÃO DE INFANTARIA – Rua Amazonas, s/n, Blumenau – SC (fone: 047 324 2299);

63º BATALHÃO DE INFANTARIA MOTORIZADO – Rua Lauro Müller, 2.327, Tubarão – SC (fone: 048 626 0709);

28º GRUPO DE ARTILHARIA – Rodovia Luiz Rosso, s/n, Criciúma – SC (fone: 048 437 4555);

1º BATALHÃO FERROVIÁRIO – Rua Marechal Rondon, s/n, Lages – SC (fone: 049 225 2233);

5º BATALHÃO DE ENGENHARIA DE COMBATE – Avenida Expedicionário Edmundo Arrarar, 2.338, Porto União – SC (fone: 042 522 1693);

14º REGIMENTO DE CAVALARIA MECANIZADO – Rua Willy Barth, 67, São Miguel do Oeste – SC (fone: 049 821 1981).

§ 1º – As armas pertencentes às polícias civil e militar do Estado e Forças Armadas serão entregues à Delegacia Regional ou ao Comando da Polícia Militar da Região ou à Arma respectiva.

§ 2º – As armas brancas poderão ser cedidas a entidades assistenciais ou sindicais, incineradas ou destruídas, lavrando-se de tudo auto circunstanciado.

Art. 286 – Os demais bens apreendidos ou confiscados, após seis meses do trânsito em julgado, deverão ser alienados em hasta pública, com recolhimento do valor apurado ao Tribunal de Justiça, por meio de guia de recolhimento, podendo ser cedidos ou incinerados os imprestáveis e os de inexpressivo valor econômico, lavrando-se de tudo auto circunstanciado, salvo substâncias tóxicas, entorpecentes, estupefacientes ou capazes de determinar dependência física ou psíquica, que terão a destinação prevista neste Código.

Art. 292 – Após o trânsito em julgado da sentença, a autoridade judiciária comunicará o fato, por ofício, à autoridade responsável pelo depósito das substâncias entorpecentes e explosivas, para as providências cabíveis, as quais serão comunicadas ao juízo.

*OBS: Os artigos 122 a 138 do CNCGJ estão suspensos pela circular n° 15/2004 de 20/07/2004, não havendo possibilidade de eliminação de autos!

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Page 261: Manual Criminal

CERTIDÕES

Certifico que em ..../..../.... a sentença de fls. ..... transitou em julgado para as partes, ausente de qualquer recurso.Local e data

.....................................................Escrivão

Certifico que em ..../..../.... a sentença de fls. ..... transitou em julgado para a acusação, ausente de qualquer recurso.Local e data

.....................................................Escrivão

2.25.1 TRÂNSITO EM JULGADO NA ABSOLVIÇÃO

CONCEITOS

Absolvição: “Ato judicial que reconhece a improcedência da acusação ou da ação penal intentada isentando o acusado de toda pena, por considerá-lo inocente ante as provas apresentadas”. 129

Objetos apreendidos: “O art. 240, §1º, b, c, d, e, f e h, cuida dos objetos sobre os quais pode incidir a diligência de busca e apreensão; portanto, estes objetos podem ser apreendidos. São eles: coisas achadas ou obtidas por meios criminosos, instrumentos de falsificação ou de contrafação e objetos falsificados ou contrafeitos; armas e munições, instrumentos utilizados na prática de crime ou destinados a fim delituosos, objetos destinados à prova da infração ou à defesa do réu; cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado ou em seu poder, quando haja suspeita de que o conhecimento do conteúdo possa ser útil a elucidação do fato; qualquer elemento de convicção”. 130

Art. 386 do CPP

Art. 386 – O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça:

I – estar provada a inexistência do fato;II – não haver prova da existência do fato;III – não constituir o fato infração penal;IV – não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal;V – existir circunstância que exclua o crime ou isente o réu de pena (arts. 17,

18, 19, 22 e 24, § 1º, do Código Penal);Vl – não existir prova suficiente para a condenação.Parágrafo único – Na sentença absolutória, o juiz:I – mandará, se for o caso, pôr o réu em liberdade;II – ordenará a cessação das penas acessórias provisoriamente aplicadas;III – aplicará medida de segurança, se cabível.

Da sentença absolutória serão intimados o promotor de justiça e a defesa, sendo desnecessária a intimação pessoal do réu.129 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 342.130 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. v. 1, p. 28.

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Page 262: Manual Criminal

Após o trânsito em julgado da sentença absolutória, o cartório procederá à restituição dos bens apreendidos ou seqüestrados, mediante certidão nos autos. Para tanto, intimar-se-á a pessoa com quem se encontravam para retirá-los, sob pena de doação ou destruição (vide item 2.17 da parte geral deste manual).

Art. 141 do CPP

Art. 141 – O seqüestro será levantado ou cancelada a hipoteca, se, por sentença irrecorrível, o réu for absolvido ou julgada extinta a punibilidade.

Tendo sido prestada fiança, está será devolvida mediante alvará expedido pelo cartório e assinado pelo juiz.

Art. 337 do CPP

Art. 337 – Se a fiança for declarada sem efeito ou passar em julgado a sentença que houver absolvido o réu ou declarado extinta a ação penal, o valor que a constituir será restituído sem desconto, salvo o disposto no parágrafo do artigo anterior.

O Cartório deverá efetuar o lançamento da “absolvição” e outros eventos no histórico de partes (SAJ/PG).

Cumpridas as disposições retro, o processo será arquivado.

CERTIDÕES DE ATOS ORDINATÓRIOS

Fica intimado o (a) ................................ .............................., para retirar os bens ( ) apreendidos ( ) seqüestrados, sob pena de doação ou destruição.Local e data

..................................................Escrivão

Em face da certidão de absolvição de fls. ........, procedidas as diligências de ( ) restituição ( ) venda ( ) encaminhamento de ofício necessários, ficam arquivados estes autos.Local e data

..................................................Escrivão

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Page 263: Manual Criminal

2.25.2 TRÂNSITO EM JULGADO NA CONDENAÇÃO A PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE

CONCEITOS

Pena privativa de liberdade: “Consiste na segregação do condenado do convívio social. No nosso Código Penal são as penas de reclusão e de detenção (CP, art. 33) e a prisão simples nas contravenções penais (art. 5º,I)”.131

Rol dos culpados: Listagem efetuada em livro próprio, contendo o nome e qualificação dos condenados, bem como a indicação dos processos em que ocorreram as condenações.

Unidade Referencial de Honorários (URH): Corresponde à unidade de valor fixada pela OAB para fins de remuneração dos serviços prestados pelos advogados.

Processo de Execução Criminal (PEC): “É aquele que visa à concretização do consignado na sentença penal condenatória (pena privativa de liberdade, pena restritiva de direitos e pena de multa) ou na sentença penal que aplicou medida de segurança, como a última fase do processo penal. (...). Neste processo, além de concretizar-se o que ficou consignado na sentença, tem o executado inúmeros direitos subjetivos ou inúmeras expectativas de direitos, como postular por antecipação condicional provisória da liberdade ou pugnar por benefício que minore os efeitos do cárcere, com arrimo no sistema progressivo de cumprimento da sanção penal”. 132

Transitada em julgado a sentença que condenou o réu a pena privativa de liberdade (reclusão ou detenção), o cartório lançará o nome do réu nos rol dos culpados (comunicação à Corregedoria-Geral da Justiça), remeterá ofício ao juiz eleitoral (com cópia do cadastro do réu e do rol dos culpados), encaminhará a carteira de habilitação do condenado ao DETRAN (caso decretada a interdição do direito de dirigir veículos automotores) e expedirá certidão de URH’s, quando cabível ao advogado dativo.

Tratando-se de condenado estrangeiro, tal fato será comunicado à Corregedoria-Geral da Justiça.

Arts. 311 a 314, do CNCGJ

Art. 311 – Deverão ser encaminhadas à Corregedoria-Geral da Justiça cópia das sentenças em que haja condenação de estrangeiro.

Art. 312 – Todo estrangeiro que cumprir pena e se livrar solto deve ser apresentado ao Serviço de Polícia Marítima, Aérea e de Fronteira, do Departamento da Polícia Federal, na Capital, Itajaí ou Dionísio Cerqueira, tendo em vista o cumprimento do disposto nos arts. 26, 56, 57, 59, 60, 64, 66 e 68 da Lei federal n. 6.815, de 19 de agosto de 1980.

Art. 313 – Sempre que o réu for condenado a pena privativa da liberdade, o juiz comunicará a condenação ao juiz eleitoral da circunscrição em que residir o réu.

131 NOGUEIRA, Paulo Lúcio. Curso completo de processo penal. 11ª ed., São Paulo: Saraiva, 2000, p. 528.132 LIMA, Roberto Gomes e PERALLES, Ubiracyr. Teoria e prática da execução penal. Rio de

Janeiro: Forense, 2001, p. 16.

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Page 264: Manual Criminal

§ 1º – A comunicação será feita por ofício, do qual constarão o nome e qualificação do condenado, a zona eleitoral em que está inscrito e o número de sua inscrição, a natureza e a pena imposta, a data e trânsito em julgado da sentença condenatória e, quando for o caso, a data do acórdão do Tribunal que houver reexaminado a sentença.

§ 2º – Cumprida ou extinta a pena, o juiz comunicará, por ofício, à autoridade referida no caput deste artigo, a cessação dos efeitos da sentença condenatória.

Art. 314 – Nos casos de aplicação da pena acessória de interdição do direito de dirigir veículos automotores, a carteira de habilitação deve ser encaminhada ao Departamento Estadual de Trânsito – DETRAN/SC, Rua Ursulina de Senna Castro, 254, Estreito, Florianópolis – SC, CEP 88.020-290, acompanhada de uma cópia da sentença, a fim de evitar que o apenado venha a obter uma segunda via do documento.

Realizadas as comunicações acima, e incluídos os eventos no histórico de partes, o cartório fará a autuação do Processo de Execução Criminal – PEC (vide item 8.5.4 da parte especial deste manual).

Os objetos apreendidos e o valor eventualmente dado em fiança, serão destinados ao pagamento das custas, da indenização do dano e da multa.

Caso o valor da fiança seja superior às despesas citadas, a diferença será devolvida mediante alvará expedido pelo cartório e assinado pelo juiz.

Havendo algum bem apreendido, passados 6 (seis) meses do trânsito em julgado da sentença sem manifestação de interessados na restituição, o cartório certificará e fará conclusão ao juiz.

As informações acerca do destino dado à fiança, bens apreendidos, e custas deverão ser certificadas no PEC respectivo.

Arts. 118 e 119, do CPP

Art. 118 – Antes de transitar em julgado a sentença final, as coisas apreendidas não poderão ser restituídas enquanto interessarem ao processo.

Art. 119 – As coisas a que se referem os arts. 74 e 100 do Código Penal não poderão ser restituídas, mesmo depois de transitar em julgado a sentença final, salvo se pertencerem ao lesado ou a terceiro de boa-fé.

CERTIDÃO

Certifico que, decorreram 6 (seis) meses do trânsito em julgado da sentença condenatória sem manifestação de interessados na restituição dos bens apreendidos.Local e data

.....................................................Escrivão

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Page 265: Manual Criminal

EXPEDIENTES

Termo de entrega de bens apreendidos:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

TERMO DE ENTREGA DE BEM

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor: <<Nome da Parte>> Réu: <<Nome da Parte>>

Em <<Data por extenso>>, nesta cidade e <<Nome da Comarca>>, Estado de Santa Catarina, no(a) <<Cartório/Vara>>, compareceu ........., a quem foi deferida a entrega do(s) bem(ns) a seguir descrito(s), sendo, então, dado integral cumprimento à decisão prolatada às fls. ........., dos autos acima indicados.

DESCRIÇÃO DO(S) BEM(NS): .........

E, para constar, foi determinada a lavratura do presente termo. Eu, _________, o digitei, e eu, ________, <<Nome do Escrivão>>, Escrivã(o) Judicial, o conferi e subscrevi.

<<Nome do Juiz>> Juiz(a) de Direito

......... Beneficiário(a)

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Page 266: Manual Criminal

Alvará de levantamento de fiança:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

ALVARÁ JUDICIAL

Autos n° <<Número do Processo>>

O(A) Senhor(a) <<Nome do Juiz>> , Juiz(a) de Direito,

AUTORIZA a pessoa abaixo indicada que, em cumprimento ao presente, EFETUE o levantamento do valor abaixo descrito:

Número do Alvará:Valor autorizado:

Número subconta:Beneficiário:

Dados bancáriosBanco:

Agência:Conta:

* Incluir rendimentos do período. Deduzir valor da CPMF.

COMPROVANTE DE LIBERAÇÃO

Nesta data, às __:__ horas, pelo(a) MM(a). Juiz(a) de Direito <<Nome do Juiz>> , foi requisitada a transferência de valores da Conta Única conforme acima descrito.

Eu, <<Nome do Escrivão>>, Escrivã(o) Judicial, o digitei, conferi e subscrevi.

<<Nome da Comarca>> (SC), <<Data por extenso>>.

Juiz(a) de Direito Escrivã(o) Judicial

Sistema de Conta Única Impresso em: 00/00/0000

Modelo gerado a partir do Sistema Conta Única

266

Page 267: Manual Criminal

Ofício a Justiça Eleitoral:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

Ofício nº ......... <<Foro e data por extenso>>

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor: <<Nome da Parte>> Réu: <<Nome da Parte>> .........

Senhor(a) Juiz(a) Eleitoral:

Pelo presente, comunico a Vossa Excelência que a pessoa de <<Qualificação>>, foi condenada por este Juízo de Direito, isto em feito criminal aforado em seu desfavor, tendo a sentença transitado em julgado em data de ......................

Outrossim, segue inclusa a respectiva certidão, com detalhes acerca de aludido decreto condenatório, para exame e tomada de providências que entender necessárias.

Valho-me do ensejo para reiterar a Vossa Excelência os mais elevados protestos de consideração.

<<Nome do Juiz>> Juiz(a) de Direito

Excelentíssimo(a) Senhor(a).........

267

Page 268: Manual Criminal

2.25.3 TRÂNSITO EM JULGADO NA CONDENAÇÃO A PENA RESTRITIVA DE DIREITOS

CONCEITO

Pena restritiva de direitos: “Consiste na suspensão ou cassação de certos direitos individuais, e constitui a grande inovação do Código Penal em vigor, que a adotou (art. 32, II)”.133

Se a pena privativa de liberdade for substituída por pena restritiva de direitos, após transitada em julgado da sentença, o cartório expedirá o PEC.

O PEC será processado na própria vara de origem. Apenas no caso de pena privativa de liberdade deverá ser encaminhado para a Vara de Execuções Penais.

Art. 44 do CP

Art. 44 – As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando:

I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo;

II – o réu não for reincidente em crime doloso; III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do

condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente.

§ 1º – (Vetado);§ 2º – Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser

feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos.

§ 3º – Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime.

§ 4º – A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão.

§ 5º – Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao condenado cumprir a pena substitutiva anterior.

133 NOGUEIRA, Paulo Lúcio. Curso completo de processo penal. 11ª ed., São Paulo: Saraiva, 2000, p. 529.

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Page 269: Manual Criminal

CERTIDÃO DE ATO ORDINATÓRIO

Fica designado o dia ......./......./......., às .... horas, para a audiência admonitória.Local e data

..................................................Escrivão

2.25.4 TRÂNSITO EM JULGADO NA CONDENAÇÃO A PENA DE MULTA

CONCEITO

Pena de multa: “Quantia pecuniária, fixada em sentença, a ser paga pelo condenado ao Estado, em forma de dia-multa, para a formação do Fundo Penitenciário”.134

Tendo sido aplicada pena de multa isolada, transitada em julgado a sentença, o cartório remeterá os autos à contadoria para o cálculo, inclusive das custas, e após, intimará o réu para pagamento.

Se o sentenciado não pagar ou comparecer e pedir parcelamento, dar-se-á vista ao promotor de justiça.

Após, os autos serão conclusos ao juiz.Os processos em que ficar pendente multa com valor igual ou inferior a

R$ 700,00 (setecentos reais), serão arquivados administrativamente. O cartório manterá relação dos processos que se encontram nessas

condições, arquivando-a em pasta própria.

Art. 51 do CP

Art. 51 – Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será considerada dívida de valor, aplicando-se-lhe as normas da legislação relativa à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição.

Arts. 353 a 355, do CNCGJ

Art. 353 – Após o trânsito em julgado da decisão que aplicou pena de multa, deverá ser elaborado o cálculo respectivo, intimando-se o réu, pessoalmente, para o pagamento, no prazo legal.

§ 1º – Não procedido o pagamento, o processo será arquivado administrativamente desde que o valor da multa seja igual ou inferior a setecentos reais.

§ 2º – Não ocorrerá o arquivamento quando, em face do mesmo devedor, sobrevierem outras dívidas cujo somatório ultrapasse o referido valor.

Art. 354 – Mensalmente, deverá ser feita relação dos novos feitos arquivados nessas condições, indicando o número do processo, o nome do réu e o valor da multa, repassando-se à Procuradoria Geral do Estado de Santa Catarina, órgão responsável pela execução das multas penais.

134 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. v. 3, p. 556.

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Page 270: Manual Criminal

Parágrafo único – Os processos ficarão à disposição da autoridade legitimada para requerer o que entender adequado para a satisfação do crédito.

Art. 355 – Caso o valor seja superior ao referido, será adotado o procedimento previsto no art. 51 do Código Penal.

Caso a pena de multa seja cumulativa, formar-se-á o PEC unicamente para execução da pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos. Com relação à pena de multa será procedida na forma acima.

REMESSA

Em ......./......./......, remeto estes autos ao contador, para cálculo do valor da pena de multa.

..................................................Escrivão

CERTIDÕES

Certifico que o condenado requereu o parcelamento da pena de multa.Local e data

..................................................Escrivão

Certifico que, apesar de intimado, o condenado não pagou a multa.Local e data

..................................................Escrivão

Certifico que o condenado efetuou o pagamento da multa.Local e data

..................................................Escrivão

2.26 CUSTAS E DESPESAS PROCESSUAIS

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Page 271: Manual Criminal

CONCEITOS

Custas processuais: “São as taxas remuneratórias autorizadas em lei e cobradas pelo poder público em decorrência dos serviços prestados pelos serventuários da justiça para a realização dos atos processuais e emolumentos devidos ao juiz”.135

Diligência: “Execução de serviços judiciais ou prática de atos processuais fora da sede do juízo feita pelo serventuário de justiça por ordem do juiz de ofício ou a requerimento dos litigantes e, às vezes, pelo magistrado, tais como seqüestro, penhora, busca e apreensão, intimação, citação; (...) qualquer ato indispensável para instruir o processo em direção à sentença de mérito; cumprimento de uma determinação judicial, realizada por um auxiliar da justiça”.136

Preparo: “Depósito de quantia para pagamento de custas processuais, para que o processo prossiga em seu andamento”.137

Guia de Recolhimento Judicial - GRJ: “Formulário para recolhimento de custas e emolumentos cujo pagamento efetua-se em agências bancárias ou caixa econômica estadual, antes da distribuição do feito, pois deve estar anexado à petição inicial, juntamente com a procuração ad judicia”.138

Procuradoria-Geral do Estado: “Órgão que, integrando Poder Executivo estadual, representa o Estado em juízo ou fora dele, agindo em defesa dos interesses públicos”.139

Art. 805 do CPP

Art. 805 – As custas serão contadas e cobradas de acordo com os regulamentos expedidos pela União e pelos Estados.

Arts. 498, 499, 503, 510 e 511 do CNCGJ

Art. 498 – As contadorias devem manter um exemplar do Regimento de Custas e Emolumentos do Estado de Santa Catarina e da tabela de diligências à disposição das partes e afixados em lugar visível, franqueado ao público.

Art. 499 – Os contadores providenciarão, ainda, cartaz em letras de fácil

leitura indicando que os interessados em reclamar contra percepção ou exigência de custas e despesas excessivas ou indevidas devem dirigir suas reclamações ao juiz a que estiver subordinado o reclamado, por escrito ou oralmente, em reclamação a ser reduzida a termo.

Art. 503 – O pedido de restituição de valor recolhido deve ser formulado ao juiz do processo que, em o acolhendo, requisitará a devolução à Diretoria Financeira do Tribunal de Justiça.

Art. 510 – Todo pagamento deverá ser feito por meio de guia de recolhimento fornecida pelo Poder Judiciário.

Art. 511 – O pagamento das custas e/ou despesas (nestas incluídas as diligências do oficial de justiça), iniciais, intermediárias ou finais, será realizado

135 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. v. 1, p. 978.136 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. v. 2, p. 134.137 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. v. 3, p. 695.138 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. v. 2, p. 697.139 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. v. 3, p. 774.

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Page 272: Manual Criminal

mediante guia de recolhimento, nas agências bancárias autorizadas a proceder o recolhimento.

No processo penal, em regra, as custas processuais serão pagas ao final, pelo vencido.

Art. 804 do CPP

Art. 804 – A sentença ou o acórdão, que julgar a ação, qualquer incidente ou recurso, condenará nas custas o vencido.

Quando várias pessoas forem vencidas, a obrigação pelas custas será solidária, salvo determinação judicial em contrário.

No caso de paralisação da rede bancária no Estado, deve-se observar o disposto no Código de Normas da Corregedoria-Geral da Justiça.

Art. 484 do CNCGJ

Art. 484 – Tratando-se de paralisação da instituição bancária responsável pelo recolhimento de valores em processos judiciais, o interessado entregará ao contador cheque nominal ao juízo, no valor consignado na guia de recolhimento, para posterior depósito.

§ 1º – No caso de recurso, o procedimento será idêntico, permanecendo em cartório o cheque nominal ao juízo, mas certificando o escrivão o recebimento do valor do preparo, por intermédio do cheque, indicando o respectivo número e a justificativa do ato.

§ 2º – Não se aplicam as disposições supra quando se tratar de encerramento do horário de atendimento bancário.

O representante do Ministério Público é isento do pagamento de custas e despesas processuais.

Art. 35, a, do RCE

Art. 35 – São isentos de custas e emolumentos:a) o processo criminal, se devidas pela Fazenda do Estado, ou qualquer

outro, inclusive incidente e recurso, quando decair o Ministério Público;

Após o trânsito em julgado de decisão que pôs fim ao processo ou ao incidente processual, os autos serão remetidos à contadoria para o cálculo das custas.

As custas referentes aos incidentes de insanidade mental e de dependência toxicológica serão cobradas no processo principal.

Havendo custas pendentes, sem manifestação do vencido não isento, o advogado deverá ser intimado para promover o depósito. Infrutífero o chamado, intimar-se-á o devedor, pessoalmente, para pagamento, no prazo de 10 (dez) dias.

Arts. 514 e 515 do CNCGJ

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Page 273: Manual Criminal

Art. 514 – Antes do arquivamento dos autos o escrivão fará levantamento preliminar de custas pendentes.

Parágrafo único – Se não houver pendência encaminhará o feito para arquivamento. Caso contrário ou mesmo na dúvida pela complexidade do processo, deverá remeter ao contador para o levantamento dos valores.

Art. 515 – Apurado o valor devido, será intimado o advogado da parte sucumbente, pelo Diário da Justiça, para promover o depósito. Infrutífero o chamado, será renovado o expediente, desta feita na pessoa do devedor, de preferência por carta, para pagamento no prazo de dez dias.

Decorrido o prazo sem pagamento, o cartório certificará o valor do débito e fará conclusão ao juiz.

Sobrevindo decisão homologatória das custas devidas, o cartório remeterá cópia da conta e da respectiva sentença à Procuradoria-Geral do Estado.

Art. 26 do RCE

Art. 26 – Os autos findos não podem ser arquivados sem que o escrivão certifique estarem integralmente pagas as custas e a taxa judiciária devidas ou, em caso contrário, sem que faça extrair certidão para fins de inscrição como dívida ativa, quando se tratar de receita do Estado.

Arts. 516 e 517 do CNCGJ

Art. 516 – Não ocorrendo a quitação, após homologação da conta pela autoridade judiciária, o escrivão fará extrair certidão para fins de inscrição como dívida ativa (Regimento de Custas e Emolumentos do Estado de Santa Catarina, art. 26), a qual indicará o nome das partes, o número do processo, a quantia devida (principal, multa, juros de mora e correção monetária), o nome e endereço do devedor, e, quando informado nos autos, o respectivo CPF/CNPJ/Inscrição Estadual, assim como as datas do cálculo, da intimação para pagamento das custas e do trânsito em julgado da sentença ou acórdão que condenou o devedor ao pagamento, a natureza do débito e o fundamento legal da dívida (ex.: Código de Processo Civil, art. 20 e Código de Processo Penal, art. 804), remetendo-a, em seguida, com cópia da conta homologada e da respectiva sentença/acórdão, à Coordenadoria Fiscal – Procuradoria-Geral do Estado (Avenida Prefeito Osmar Cunha, 220, Edifício Bancário J.J. Cupertino, Caixa Postal 441, Centro, Florianópolis – SC, CEP 88.015-100), com posterior arquivamento dos autos.

Art. 517 – Os serventuários ou auxiliares da Justiça que tiverem direito às custas poderão promover a competente execução do título (Código de Processo Civil, art. 584, inciso V).

CERTIDÃO

Certifico que foi homologada a conta de

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Page 274: Manual Criminal

custas pendentes, motivo pelo qual remeti cópia da conta e da respectiva sentença à Procuradoria-Geral do Estado.Local e data

..................................................Escrivão

CERTIDÕES DE ATOS ORDINATÓRIOS

Certifico que não houve pagamento das custas finais.Fica intimado o ( ) réu ( )assistente de acusação, na pessoa de seu advogado, para pagamento das custas finais de fls. .... no valor de R$ ............ .Local e data

..................................................Escrivão

Certifico que, apesar de intimado na pessoa de seu advogado, o ( ) réu ( ) assistente de acusação, não pagou as custas finais.Fica intimado o ( ) réu ( ) assistente de acusação, pessoalmente, para pagar as custas finais de fls. .., no valor de R$ ........, no prazo de 10 (dez) dias.Local e data.

....................................................Escrivão

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Page 275: Manual Criminal

EXPEDIENTES

Mandado de pagamento de custas:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

MANDADO DE INTIMAÇÃO

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor/Requerente: <<Nome da Parte>> Réu/Requerido: <<Nome da Parte>> Oficial de Justiça: <<Nome do Oficial de Justiça>> Mandado nº

O(A) Senhor (a) <<Nome do Juiz>>, Juiz(a) de Direito da <<Vara>>, da <<Nome da Comarca>>, na forma da lei, etc.

MANDA o Senhor Oficial de Justiça que, em cumprimento ao presente, extraído do processo acima indicado, EFETUE A INTIMAÇÃO da(s) pessoa(s) a seguir relacionada(s) para providenciar o recolhimento das custas/multa relativas aos autos em epígrafe, no prazo de ......... dias, sob pena de execução. VALOR DAS CUSTAS: R$ ......... DATA DO CÁLCULO: .........

Destinatário(s)

<<Qualificação>>

Eu, _________, o digitei, e eu, ________, <<Nome do Escrivão>>, Escrivã(o) Judicial, o conferi e subscrevi. <<Nome da Comarca>> (SC), <<Data por extenso>>.

<<Nome do Juiz>>Juiz(a) de Direito

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Page 276: Manual Criminal

Ofício encaminhando o valor das custas à Procuradoria do Estado:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

Ofício nº <<Local e data por extenso>>

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor/Requerente: <<Nome da Parte>> Réu/Requerido: <<Nome da Parte>> .........

Senhor(a) Coordenador(a) Fiscal:

Pelo presente, em cumprimento ao disposto no art. 516, do Código de Normas da Corregedoria-Geral da Justiça, Foro Judicial, encaminho a Vossa Excelência a inclusa certidão, com cálculo e decisão homologatória, diante do inadimplemento das despesas processuais, visando as necessárias providências para a sua cobrança.

Valho-me do ensejo para reiterar os mais elevados protestos de consideração.

<<Nome do Juiz>> Juiz(a) de Direito

Excelentíssimo(a) Senhor(a)Coordenador(a) FiscalA/C da Procuradoria Geral do EstadoAv. Prefeito Osmar Cunha, 220, Ed. Bancário J. J. CupertinoCaixa postal 441 - Centro88015-100 - FLORIANÓPOLIS - SC

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Page 277: Manual Criminal

2.26.1 CUSTAS E DESPESAS PROCESSUAIS NA AÇÃO PENAL PÚBLICA

CONCEITO

Ação penal pública: “A ação pública, nos termos do art. 129, I, da Constituição, é de iniciativa exclusiva do Ministério Público (órgão do Estado, composto por promotores e procuradores de justiça no âmbito estadual, e por procuradores da República, no federal). Na ação pública vigora o princípio da obrigatoriedade, ou seja, havendo indícios suficientes, surge para o Ministério Público o dever de propor a ação. A peça processual que dá início à ação pública é a denúncia”. 140

Nas ações penais públicas, somente serão devidas custas processuais pelo réu ou pelo assistente de acusação quando estes ficarem vencidos e não forem beneficiários de assistência judiciária.

Art. 35, d, do RCE

Art. 35 – São isentos de custas e emolumentos:d) o processo, inclusive criminal, em que a parte que decaiu obteve o

benefício da justiça gratuita.

Em nenhuma hipótese haverá adiantamento de custas para realização de diligências durante o processo. Estas despesas, juntamente com as demais, serão devidas pelo vencido, após o trânsito em julgado da sentença e serão cobradas de acordo com o previsto no item anterior.

CERTIDÃO DE ATO ORDINATÓRIO

Fica intimado o ( ) réu ( ) assistente de acusação para pagamento das custas finais.Local e data

..................................................Escrivão

140 REIS, Alexandre C. Araújo e GONÇALVES, Victor E. Rios. Coleção Sinopses Jurídicas, vol. 14 – Processo penal: parte geral, p. 15.

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Page 278: Manual Criminal

2.26.2 CUSTAS E DESPESAS PROCESSUAIS NA AÇÃO PENAL PRIVADA

CONCEITOS

Ação penal privada: “A ação penal privada é de iniciativa do ofendido ou, quando este é menor ou incapaz, de seu representante legal. O legislador, atento ao fato de que determinados ilícitos atingem a intimidade das vítimas, deixa a critério delas o início da ação penal. Na ação privada, portanto, vigora o princípio da oportunidade ou conveniência, ou seja, ainda que existam provas cabais de autoria e de materialidade, pode a vítima optar por não ingressar com a ação penal, para evitar que aspectos de sua intimidade sejam discutidos em juízo. A peça inicial da ação privada é a queixa-crime”. 141

Querelante: É o autor da ação penal privada.

Querelado: É a parte passiva da ação penal privada.

Na ação penal privada, não sendo caso de assistência judiciária, a queixa-crime será protocolada acompanhada do comprovante de pagamento das custas iniciais do processo (GRJ).

Verificada a falta de pagamento, o cartório fará certidão e intimará o querelante para providenciar o recolhimento, no prazo de 30 (trinta) dias.

Não o fazendo, os autos serão conclusos ao juiz.Durante o processo, ressalvada a hipótese de assistência judiciária,

nenhuma diligência requerida pelo querelante ou pelo querelado será realizada, bem como nenhum recurso será processado sem o prévio preparo, devendo o cartório intimar a parte requerente para a providência.

Art. 806, caput, e § 1º, do CPP

Art. 806 – Salvo o caso do art. 32, nas ações intentadas mediante queixa, nenhum ato ou diligência se realizará, sem que seja depositada em Cartório a importância das custas.

§ 1º – Igualmente, nenhum ato requerido no interesse da defesa será realizado, sem o prévio pagamento das custas, salvo se o acusado for pobre.

Ausente o depósito, o cartório dará andamento ao processo sem a realização da diligência.

Art. 806, § 2º, do CPP

Art. 806, § 2º – A falta do pagamento das custas, nos prazos fixados em lei, ou marcados pelo Juiz, importará renúncia à diligência requerida ou deserção do recurso interposto.

141 REIS, Alexandre C. Araújo e GONÇALVES, Victor E. Rios. Coleção Sinopses Jurídicas, vol. 14 – Processo penal: parte geral, p. 16.

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Page 279: Manual Criminal

CERTIDÕES

Certifico que não houve pagamento das custas iniciais.Local e data

..................................................Escrivão

Certifico que não houve pagamento da diligência de fls. .........., motivo pelo qual o feito prossegue sem a sua realização.Local e data

..................................................Escrivão

CERTIDÕES DE ATOS ORDINATÓRIOS

Certifico que não houve pagamento das custas iniciais.Fica intimado o querelante, para pagamento das custas iniciais, no prazo de 30 (trinta) dias.Local e data

..................................................Escrivão

Fica intimado o ( ) querelante ( ) querelado, para pagamento da diligência de fls. .......... .Local e data

..................................................Escrivão

Fica intimado o ( ) querelante ( ) querelado, para pagamento das custas finais.Local e data

..................................................Escrivão

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Page 280: Manual Criminal

2.27 ARQUIVAMENTO E DESARQUIVAMENTO DE AUTOS

CONCEITOS

Arquivamento: “Encerramento do andamento de um processo”.142

Segredo de justiça: Proibição legal de publicidade dos atos processuais, em casos excepcionais, para resguardar o interesse social ou preservar a intimidade das pessoas envolvidas.

Pena de multa: “Quantia pecuniária, fixada em sentença, a ser paga pelo condenado ao Estado, em forma de dia-multa, para a formação do Fundo Penitenciário”.143

Transitada em julgado a sentença e recolhidas as custas processuais, independentemente de despacho, o escrivão procederá ao arquivamento dos autos.

Art. 26 do RCE

Art. 26 – Os autos findos não podem ser arquivados sem que o escrivão certifique estarem integralmente pagas as custas e a taxa judiciária devidas ou, em caso contrário, sem que faça extrair certidão para fins de inscrição como dívida ativa, quando se tratar de receita do Estado.

Art. 514 do CNCGJ

Art. 514 – Antes do arquivamento dos autos o escrivão fará levantamento preliminar de custas pendentes.

Parágrafo único – Se não houver pendência encaminhará o feito para arquivamento. Caso contrário ou mesmo na dúvida pela complexidade do processo, deverá remeter ao contador para o levantamento dos valores.

Arts. 261 a 265 do CNCGJ

Art. 261 – O arquivamento de autos só se efetivará quando houver determinação nesse sentido, cientes os interessados e após as anotações no sistema informatizado – SAJ/PG.

Art. 262 – Os processos serão acondicionados em caixas próprias, numeradas pelo critério ordinal crescente e sem interrupção, com a indicação da vara respectiva.

Parágrafo único – Na hipótese de desdobramento (apensamento ou aumento de volumes), anotar-se-ão as baixas de estilo, certificando-se nos autos o expediente.

Art. 263 – Será anotado no processo o número da caixa correspondente, procedido o registro no SAJ/PG.

Art. 264 – Onde houver Arquivo Central, determinado o arquivamento, serão observadas as regras anteriores, remetidos os autos respectivos pelo escrivão da vara.

142 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. v. 1, p. 270.143 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. v. 3, p. 556.

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Page 281: Manual Criminal

§ 1º – Quando necessário, os cartórios requisitarão os processos por meio de impresso próprio e, no ato do recebimento, assinarão a carga respectiva.

§ 2º – A devolução ao Arquivo Central, que também será operada por meio de recibo, ocorrerá no prazo máximo de sessenta dias, sendo que eventual apensamento em outra demanda será comunicado ao responsável pelo Arquivo Central, para conhecimento e registro pertinente.

§ 3º – Não será admitida reiteração de requisição devidamente atendida antes de decorridos dez dias contados da data da primeira solicitação.

§ 4º – Na hipótese da não localização do processo requisitado, o responsável fará constar do requerimento a circunstância, elencando as informações pertinentes.

Art. 265 – O pedido de vista e carga de autos arquivados deverá ser formulado ao juiz da vara, sendo vedado às partes e aos advogados a consulta e retirada diretamente no arquivo.

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Page 282: Manual Criminal

EXPEDIENTE

Ofício a Fazenda sobre multas:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

Ofício nº <<Foro e data por extenso>>

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor: <<Nome da Parte>> Réu: <<Nome da Parte>> .........

Senhor(a) Procurador(a):

Pelo presente, encaminho a Vossa Excelência a inclusa certidão, com cálculo e decisão homologatória, diante do inadimplemento da pena pecuniária aplicada a <<Qualificação>>, visando as necessárias providências para a sua cobrança.

Valho-me do ensejo para reiterar a Vossa Excelência os mais elevados protestos de consideração.

<<Nome do Juiz>> Juiz(a) de Direito

Excelentíssimo(a) Senhor(a)............Procurador(a)-Geral da Fazenda Nacional em Santa CatarinaPraça 15 de Novembro, 336 - Centro88.010-400 - FLORIANÓPOLIS - SC

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Page 283: Manual Criminal

PARTE ESPECIAL

1. INQUÉRITO POLICIAL

FLUXOGRAMA

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CONCEITO

Inquérito Policial: “É o conjunto de diligências realizadas pela polícia judiciária para a apuração de uma infração penal e de sua autoria, a fim de que o titular da ação penal possa ingressar em juízo (CPP, art. 4º)”.144

Arts. 9º a 12 e 17 a 19, do CPP

Art. 9º – Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.

Art. 10 – O inquérito deverá terminar no prazo de 10 (dez) dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 (trinta) dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.

§ 1º – A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz competente.

§ 2º – No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas.

§ 3º – Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz.

Art. 11 – Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à prova, acompanharão os autos do inquérito.

Art. 12 – O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra.

Art. 17 – A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.

Art. 18 – Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.

Art. 19 – Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito serão remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu representante legal, ou serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante traslado.

Se o indiciado estiver solto (mediante fiança ou sem ela), o prazo para conclusão do inquérito policial será de 30 (trinta) dias, contando-se da data do recebimento da requisição ou requerimento pela autoridade policial ou, em geral, da portaria expedida quando da notitia criminis. Estando preso, o prazo será de 10 (dez) dias, contados da data da prisão (em flagrante ou decorrente do cumprimento de mandado de prisão preventiva).

Recebido o inquérito policial em juízo, o cartório verificará se o indiciado está preso, se há representação pela prisão preventiva ou temporária e/ou algum outro requerimento (busca e apreensão, quebra de sigilo bancário, fiscal ou telefônico, etc.). Havendo requerimento, anotar-se-á a ocorrência na capa dos 144 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 66.

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autos (bilhete conforme modelo sugerido), fazendo conclusão ao juiz. Após, serão certificados os antecedentes criminais do indiciado, remetendo-se os autos ao Ministério Público.

Não havendo incidentes, o cartório certificará os antecedentes criminais do indiciado e encaminhará os autos diretamente ao promotor de justiça, independentemente de despacho judicial.

Arts. 186, XXI, do CNCGJ

Art. 186 – Na área criminal, aplica-se o disposto no artigo anterior (independem de despacho judicial e deverão ser realizados pelo escrivão ou servidores devidamente autorizados) em relação aos seguintes atos:

XXI – recebido inquérito policial, estando preso o indiciado, havendo pedido de prisão ou outra circunstância que exija pronunciamento judicial, os autos serão conclusos. Nos demais casos, serão desde logo encaminhados ao Ministério Público.

Sempre que o indiciado estiver preso, será afixada, no canto superior direito da capa dos autos, etiqueta adesiva com os dizeres INDICIADO PRESO, conforme modelo sugerido.

Tendo sido informada pela autoridade policial a pendência de alguma diligência do inquérito (ex. precatória expedida que não retornou), o cartório deverá solicitá-la, no prazo de 15 (quinze) dias.

Estando preso o indiciado, decorridos 5 (cinco) dias sem oferecimento da denúncia, nem devolução do inquérito pelo promotor de justiça, o cartório informará ao juiz.

Caso o promotor de justiça manifeste-se pela complementação de alguma diligência já requisitada ou pela realização de novas, o cartório remeterá diretamente os autos à autoridade policial, com o prazo de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver solto, e de 10 (dez) dias, se estiver preso. Tendo sido pleiteados prazos diferentes dos estabelecidos, os autos serão conclusos ao juiz.

Art. 16 do CPP

Art. 16 – O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à autoridade policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia.

Retornando da delegacia, os autos serão enviados ao promotor de justiça. Havendo requisição de nova diligência, o cartório fará conclusão ao juiz.

No caso de pedido de dilação de prazo para a conclusão do inquérito por parte do delegado, estando o indiciado em liberdade, o cartório remeterá os autos ao Ministério Público. Havendo concordância do promotor de justiça, os autos retornarão à delegacia, com o prazo de 30 (trinta) dias, independentemente de despacho judicial.

Referindo-se a indiciado preso, o prazo será de 5 (cinco) dias.

Arts. 186, XXII, do CNCGJ

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Art. 186, XXII – se o indiciado não estiver preso e houver pedido de dilação do prazo para a conclusão do inquérito, com a concordância do Ministério Público, o inquérito será imediatamente encaminhado à delegacia de polícia de origem, com prazo de trinta dias para devolução. Não atendido o prazo ora assinalado, desde logo será expedido ofício solicitando a restituição.

Sobrevindo novo pedido de dilação de prazo, os autos serão conclusos ao juiz.

A cada 3 (três) meses, o cartório procederá ao levantamento de inquéritos com indiciado solto que estiverem em carga para a delegacia de polícia e para o Ministério Público, informando ao juiz.

Estando preso o indiciado, a diligência far-se-á a cada 15 (quinze) dias.Constatando atraso por parte da autoridade policial, o cartório expedirá

ofício solicitando informações, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas. Com ou sem resposta, far-se-á conclusão ao juiz.

CERTIDÕES

Certifico que o inquérito n° ........... está com ( ) Ministério Público ( ) Delegacia de Polícia por mais de 5 (cinco) dias, estando o indiciado preso.Local e data

..................................................Escrivão

Certifico que, havendo pedido de dilação de prazo para a conclusão do inquérito e concordando o Ministério Público, faço remessa à Delegacia de Polícia com prazo de ( ) 5 (cinco) dias (réu preso) ( ) 30 (trinta) dias (réu solto).Local e data

..................................................Escrivão

Certifico que, decorridos 30 (trinta) dias, a carta precatória policial n° .......... não foi juntada ao inquérito, motivo pelo qual expedi ofício solicitando informações à autoridade policialLocal e data

..................................................Escrivão

BILHETE

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AVISO:

Há requerimento/representação de:

( ) prisão preventiva( ) prisão temporária( ) busca e apreensão( ) quebra de sigilo bancário( ) quebra de sigilo fiscal( ) quebra de sigilo telefônico( ) ..............................................

ETIQUETA

INDICIADOPRESO

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EXPEDIENTE

Ofício pedindo a precatória policial:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

Ofício nº <<Nome da Comarca e data por extenso>>

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor: <<Nome da Parte>> Réu: <<Nome da Parte>> .........

Senhor(a) Delegado(a):

Pelo presente, solicito a Vossa Senhoria a tomada das providências cabíveis no sentido de ser devolvida a carta precatória expedida por essa Delegacia, com a finalidade de ........., datada de ....../....../....., devidamente cumprida, a fim de instruir o processo epigrafado.

Agradecendo as providências tomadas no sentido do pronto atendimento do presente, desejo reiterar os mais elevados protestos de consideração.

<<Nome do Juiz>>Juiz(a) de Direito

.........

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Page 290: Manual Criminal

2. AÇÃO PENAL

CONCEITOS

Ação penal pública: “A ação pública, nos termos do art. 129, I, da Constituição, é de iniciativa exclusiva do Ministério Público (órgão do Estado, composto por promotores e procuradores de justiça no âmbito estadual, e por procuradores da República, no federal). Na ação pública vigora o princípio da obrigatoriedade, ou seja, havendo indícios suficientes, surge para o Ministério Público o dever de propor a ação. A peça processual que dá início à ação pública é a denúncia”. 145

Ação penal pública incondicionada: “É a regra no direito penal. O oferecimento da denúncia independe de qualquer condição específica. No silêncio da lei, o crime é de ação pública incondicionada (art. 100, caput, do CP)”. 146

Ação penal pública condicionada: “Quando o oferecimento da denúncia depende de prévia existência de alguma condição específica. A ação pública pode ser condicionada à representação da vítima ou à requisição do Ministro da Justiça. A titularidade da ação continua a ser do Ministério Público, mas este somente poderá oferecer a denúncia se estiver presente a representação ou a requisição, que constituem, em verdade, autorização para o início da ação. Em face disso, representação e requisição do Ministro da Justiça têm natureza jurídica de condição de procedibilidade”. 147

Ação penal privada: “A ação penal privada é de iniciativa do ofendido ou, quando este é menor ou incapaz, de seu representante legal. O legislador, atento ao fato de que determinados ilícitos atingem a intimidade das vítimas, deixa a critério delas o início da ação penal. Na ação privada, portanto, vigora o princípio da oportunidade ou conveniência, ou seja, ainda que existam provas cabais de autoria e de materialidade, pode a vítima optar por não ingressar com a ação penal, para evitar que aspectos de sua intimidade sejam discutidos em juízo. A peça inicial da ação privada é a queixa-crime”. 148

Ação penal privada subsidiária da pública: “O Ministério Público, ao receber o inquérito policial que apura crime de ação pública (condicionada ou incondicionada), possui prazo para oferecer a denúncia. Entretanto, findo esse prazo, sem que o Ministério Público tenha se manifestado, surge para o ofendido o direito de oferecer queixa subsidiária em substituição à denúncia não apresentada pelo titular da ação”. 149

Art. 100 do CP

Art. 100 – A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido.

§ 1º – A ação pública é promovida pelo Ministério Público, dependendo, quando a lei o exige, de representação do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça.

§ 2º – A ação de iniciativa privada é promovida mediante queixa do ofendido ou de quem tenha qualidade para representá-lo.

145 REIS, Alexandre C. Araújo e GONÇALVES, Victor E. Rios. Coleção Sinopses Jurídicas, vol. 14 – Processo penal: parte geral, p. 15.

146 REIS, Alexandre C. Araújo e GONÇALVES, Victor E. Rios. Coleção Sinopses Jurídicas, vol. 14 – Processo penal: parte geral, p. 15.

147 REIS, Alexandre C. Araújo e GONÇALVES, Victor E. Rios. Coleção Sinopses Jurídicas, vol. 14 – Processo penal: parte geral, p. 15.

148 REIS, Alexandre C. Araújo e GONÇALVES, Victor E. Rios. Coleção Sinopses Jurídicas, vol. 14 – Processo penal: parte geral, p. 16.

149 REIS, Alexandre C. Araújo e GONÇALVES, Victor E. Rios. Coleção Sinopses Jurídicas, vol. 14 – Processo penal: parte geral, p. 17.

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§ 3º – A ação de iniciativa privada pode intentar-se nos crimes de ação pública, se o Ministério Público não oferece denúncia no prazo legal.

§ 4º – No caso de morte do ofendido ou de ter sido declarado ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou de prosseguir na ação passa ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.

Arts. 24, 29, 30, 31, 33 e 34, do CPP

Art. 24 – Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.

§ 1º – No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.

§ 2º – Seja qual for o crime, quando praticado em detrimento do patrimônio ou interesse da União, Estado e Município, a ação penal será pública.

Art. 29 – Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.

Art. 30 – Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-lo caberá intentar a ação privada.

Art. 31 – No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.

Art. 33 – Se o ofendido for menor de 18 (dezoito) anos, ou mentalmente enfermo, ou retardado mental, e não tiver representante legal, ou colidirem os interesses deste com os daquele, o direito de queixa poderá ser exercido por curador especial, nomeado, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, pelo juiz competente para o processo penal.

Art. 34 – Se o ofendido for menor de 21 (vinte e um) e maior de 18 (dezoito) anos, o direito de queixa poderá ser exercido por ele ou por seu representante legal.

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3. PROCEDIMENTOS COMUNS

3.1 PROCEDIMENTO ORDINÁRIO

FLUXOGRAMA

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CONCEITO

Procedimento ordinário: “O procedimento ordinário, previsto nos arts. 394 a 405 e 498 a 502 do Código de Processo Penal, aplica-se aos crimes apenados com reclusão para os quais não exista rito especial”.150

Aplica-se o procedimento ordinário no julgamento dos crimes punidos com reclusão, desde que a legislação não estabeleça procedimento especial para o caso.

3.1.1 DENÚNCIA OU QUEIXA-CRIME

CONCEITOS

Ação penal: “É o direito de pedir ao Estado-Juiz, a aplicação do direito penal objetivo a um caso concreto. É também o direito público subjetivo do Estado-Administração, único titular do poder-dever de punir, de pleitear ao Estado-Juiz a aplicação do direito penal objetivo, com a conseqüente satisfação da pretensão punitiva”.151

Denúncia: “Peça acusatória iniciadora da ação penal, consistente em uma exposição por escrito de fatos que constituem, em tese, ilícito penal, com a manifestação expressa da vontade de que se aplique a lei penal a quem é presumivelmente seu autor e a indicação das provas em que se alicerça a pretensão punitiva. A denúncia é a peça acusatória inaugural da ação penal pública (condicionada ou incondicionada)”.152

Denúncia subsidiária: “Proposta nos crimes de ação pública, condicionada ou incondicionada, quando o Ministério Público deixar de fazê-lo no prazo legal”.153

Queixa-crime: “É uma petição inicial, com a qual se dá início à ação penal privada. Equivale à denúncia e como esta deve ser formulada, juntando-se o inquérito policial ou outro elemento informativo. É subscrita por advogado, devendo a procuração conter poderes especiais e menção expressa ao fato criminoso”.154

Instrução criminal: “Fase processual destinada à apuração da existência do crime, e à averiguação de suas circunstâncias e autoria, preparando o órgão judicante para julgar, no que diz respeito às provas”.155

A ação penal inicia-se pela denúncia (se pública) ou pela queixa-crime (se privada).

150 REIS, Alexandre Cebrian Araújo e GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Coleção Sinopses Jurídicas, vol. 15 – Processo penal: procedimentos, nulidades e recursos, p. 01.

151 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 98.152 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 127.153 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 122.154 FÜHRER, Maximilianus Cláudio Américo e FÜHRER, Maximiliano Roberto Ernesto.

Coleção Resumos, v. 6 - Resumo de Processo Penal, p. 22.155 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. v. 2, p. 866.

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Arts. 41 e 46 do CPP

Art. 41 – A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.

Art. 46 – O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 5 (cinco) dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos do inquérito policial, e de 15 (quinze) dias, se o réu estiver solto ou afiançado. No último caso, se houver devolução do inquérito à autoridade policial (art. 16), contar-se-á o prazo da data em que o órgão do Ministério Público receber novamente os autos.

Oferecida a denúncia ou queixa-crime, o cartório fará o registro e a autuação, colocando a peça na frente do inquérito policial.

Tratando-se de queixa-crime, não sendo caso de assistência judiciária, o cartório verificará se foram recolhidas as custas iniciais do processo (vide item 2.26.2 da parte geral deste manual).

Ausente o pagamento, o cartório fará certidão e intimará o querelante para providenciar o recolhimento, no prazo de 30 (trinta) dias.

Não o fazendo, os autos serão conclusos ao juiz.Rejeitada a denúncia ou queixa-crime, intimar-se-á o promotor de

justiça ou o querelante da decisão.Recebida a denúncia ou queixa-crime, o cartório providenciará a citação

do réu ou querelado.

Art. 394 do CPP

Art. 394 – O juiz, ao receber a queixa ou denúncia, designará dia e hora para o interrogatório, ordenando a citação do réu e a notificação do Ministério Público e, se for caso, do querelante ou do assistente.

Caso não conste dos autos, serão certificados os antecedentes criminais do réu ou querelado.

Sendo deferidas outras diligências, o cartório tomará as providências necessárias para a sua realização.

CERTIDÃO

Certifico que não houve pagamento das custas iniciais.Local e data

..................................................Escrivão

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CERTIDÃO DE ATO ORDINATÓRIO

Certifico que não houve pagamento das custas iniciais.Fica intimado o querelante, para pagamento das custas iniciais, no prazo de 30 (trinta) dias.Local e data

..................................................Escrivão

3.1.2 SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO

Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a 1 (um) ano, o promotor de justiça, ao oferecer a denúncia, poderá propor que o acusado não seja submetido ao processo, desde que se obrigue ao cumprimento de determinadas exigências pelo período de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, nos termos e condições previstos na Lei dos Juizados Especiais.

Art. 89 da Lei nº 9.099/95

Art. 89 – Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a 1 (um) ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal).

§ 1º – Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do juiz, este, recebendo a denúncia, poderá suspender o processo, submetendo o acusado a período de prova, sob as seguintes condições:

I – reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;II – proibição de freqüentar determinados lugares;III – proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do

juiz;IV – comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para

informar e justificar suas atividades.§ 2º – O juiz poderá especificar outras condições a que fica subordinada a

suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado.§ 3º – A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier

a ser processado por outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano.

§ 4º – A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser processado, no curso do prazo, por contravenção, ou descumprir qualquer outra condição imposta.

§ 5º – Expirado o prazo sem revogação, o juiz declarará extinta a punibilidade.

§ 6º – Não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão do processo.§ 7º – Se o acusado não aceitar a proposta prevista neste artigo, o processo

prosseguirá em seus ulteriores termos.

Aceita a proposta de suspensão condicional do processo pelo acusado e seu advogado, o juiz a homologará, esclarecendo as condições a que ficará

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Page 296: Manual Criminal

submetido o beneficiado durante o prazo, advertindo-o da possibilidade de revogação caso não as cumpra integralmente.

Caso haja mais réus no mesmo processo, o cartório procederá o desmembramento em relação ao suspenso, certificando nos autos principais e fazendo as anotações necessárias no SAJ/PG (Andamento/desmembramento – lançamentos automáticos pelo sistema).

No caso de rejeição da benesse, o processo prosseguirá nos seus ulteriores termos.

A cada 3 (três) meses, o cartório procederá ao levantamento da situação dos processos suspensos condicionalmente, conferindo o cumprimento das condições impostas.

Havendo descumprimento de condição ou sobrevindo proposta de suspensão condicional em outro processo, após certificar, o cartório remeterá os autos ao promotor de justiça.

Caso o Ministério Público requisite audiência de justificação pelo não cumprimento das condições impostas, intimar-se-á o acusado para comparecer em cartório a fim de justificar a infração. Após dar-se-á vista ao promotor de justiça. Vindo a manifestação, os autos serão conclusos ao juiz.

Decorrido o prazo sem revogação, intimar-se-á o Ministério Público para se manifestar acerca da extinção da punibilidade.

Sendo favorável o parecer ministerial e havendo fiança, os autos serão conclusos ao juiz.

Nas comarcas onde houver CEMPA, a fiscalização e acompanhamento do acusado será à ela submetida (vide item 1.9 da parte geral deste manual).

CERTIDÕES

Certifico que o acusado ............................................ não cumpriu as condições impostas na suspensão condicional do processo.Local e data

..................................................Escrivão

Certifico que foi proposta a suspensão condicional para o acusado ............................ em outro processo (nº ..............).Local e data

..................................................Escrivão

CERTIDÃO DE ATO ORDINATÓRIO

Fica designado o dia ......./......./......., às ......... horas, para a audiência de justificação.Local e data

..................................................Escrivão

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3.1.3 INTERROGATÓRIO DO RÉU

CONCEITOS

Interrogatório: “É o meio pelo qual o juiz ouve do pretenso culpado esclarecimentos sobre a imputação que lhe é feita e, ao mesmo tempo, colhe dados importantes para o seu convencimento".156

Revelia: “É efeito imediato da contumácia (inércia em atender ao chamado), assim o processo seguirá sem a presença do acusado que, citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo justificado, ou no caso de mudança de residência, não comunicar o novo endereço ao juízo (CPP, art. 367, com a redação dada pela Lei n. 9.217/96). Com a revelia, deixará de ser comunicado dos atos processuais posteriores, porém, contra ele não recairá a presunção de veracidade quanto aos fatos que lhe forram imputados, ante o princípio da verdade real, que norteia o processo penal”.157

Arts. 185 a 196, do CPP

Art. 185 – O acusado que comparecer perante a autoridade judiciária, no curso do processo penal, será qualificado e interrogado na presença de seu defensor, constituído ou nomeado.

§ 1º – O interrogatório do acusado preso será feito no estabelecimento prisional em que se encontrar, em sala própria, desde que estejam garantidas a segurança do juiz e auxiliares, a presença do defensor e a publicidade do ato. Inexistindo a segurança, o interrogatório será feito nos termos do Código de Processo Penal.

§ 2º – Antes da realização do interrogatório, o juiz assegurará o direito de entrevista reservada do acusado com seu defensor.

Art. 186 – Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro teor da

acusação, o acusado será informado pelo juiz, antes de iniciar o interrogatório, do seu direito de permanecer calado e de não responder perguntas que lhe forem formuladas.

Parágrafo único – O silêncio, que não importará em confissão, não poderá ser interpretado em prejuízo da defesa.

Art. 187 – O interrogatório será constituído de duas partes: sobre a pessoa do acusado e sobre os fatos.

§ 1º – Na primeira parte o interrogando será perguntado sobre a residência, meios de vida ou profissão, oportunidades sociais, lugar onde exerce a sua atividade, vida pregressa, notadamente se foi preso ou processado alguma vez e, em caso afirmativo, qual o juízo do processo, se houve suspensão condicional ou condenação, qual a pena imposta, se a cumpriu e outros dados familiares e sociais.

§ 2º – Na segunda parte será perguntado sobre:I – ser verdadeira a acusação que lhe é feita;II – não sendo verdadeira a acusação, se tem algum motivo particular a que

atribuí-la, se conhece a pessoa ou pessoas a quem deva ser imputada a prática do crime, e quais sejam, e se com elas esteve antes da prática da infração ou depois dela;

III – onde estava ao tempo em que foi cometida a infração e se teve notícia desta;

156 TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Manual de processo penal. São Paulo: Saraiva, 2001, p. 384.157 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 523.

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IV – as provas já apuradas;V – se conhece as vítimas e testemunhas já inquiridas ou por inquirir, e

desde quando, e se tem o que alegar contra elas;VI – se conhece o instrumento com que foi praticada a infração, ou qualquer

objeto que com esta se relacione e tenha sido apreendido;VII – todos os demais fatos e pormenores que conduzam à elucidação dos

antecedentes e circunstâncias da infração;VIII – se tem algo mais a alegar em sua defesa.

Art. 188 – Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das partes se restou algum fato para ser esclarecido, formulando as perguntas correspondentes se o entender pertinente e relevante.

Art. 189 – Se o interrogando negar a acusação, no todo ou em parte, poderá

prestar esclarecimentos e indicar provas. Art. 190 – Se confessar a autoria, será perguntado sobre os motivos e

circunstâncias do fato e se outras pessoas concorreram para a infração, e quais sejam.

Art. 191 – Havendo mais de um acusado, serão interrogados separadamente.

Art. 192 – O interrogatório do mudo, do surdo ou do surdo-mudo será feito pela forma seguinte:

I – ao surdo serão apresentadas por escrito as perguntas, que ele responderá oralmente;

II – ao mudo as perguntas serão feitas oralmente, respondendo-as por escrito;

III – ao surdo-mudo as perguntas serão formuladas por escrito e do mesmo modo dará as respostas.

Parágrafo único – Caso o interrogando não saiba ler ou escrever, intervirá no ato, como intérprete e sob compromisso, pessoa habilitada a entendê-lo.

Art. 193 – Quando o interrogando não falar a língua nacional, o interrogatório será feito por meio de intérprete.

Art. 194 – (artigo revogado pela Lei n. 10.792, de 1º de dezembro de 2003).

Art. 195 – Se o interrogado não souber escrever, não puder ou não quiser assinar, tal fato será consignado no termo.

Art. 196 – A todo tempo o juiz poderá proceder a novo interrogatório de ofício ou a pedido fundamentado de qualquer das partes.

O interrogatório do réu poderá ser feito através de carta precatória, inclusive com o recebimento da defesa prévia no juízo deprecado.

Art. 254 do CNCGJ

Art. 254 – Compete ao juízo deprecante, segundo seu prudente arbítrio e critério de conveniência, na amplitude da defesa, autorizar seja o réu interrogado por carta precatória, inclusive com o recebimento da defesa prévia, sem prejuízo de outro prazo processual.

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§ 1º – Devem ser anexadas às cartas precatórias criminais cópias da denúncia, da portaria, da queixa ou representação e da defesa prévia, bem como, se necessário for, o instrumento do crime.

§ 2º – É recomendável que a autoridade deprecante faça constar as perguntas que entender necessárias à formação de seu juízo.

Caso o réu, citado pessoalmente (citação real), deixe de comparecer, sem motivo justificado, na data designada para o interrogatório, será decretada sua revelia, indicando-se-lhe defensor dativo (vide item 2.3 da parte geral deste manual).

Art. 367 do CPP

Art. 367 – O processo seguirá sem a presença do acusado que, citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo justificado, ou, no caso de mudança de residência, não comunicar o novo endereço ao juízo.

Por outro lado, se a citação se deu por edital (citação ficta) e o réu não comparecer ao interrogatório, nem constituir advogado, o processo e o curso do prazo prescricional poderão ser suspensos por decisão judicial.

Art. 366 do CPP

Art. 366 – Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312.

§ 1º – As provas antecipadas serão produzidas na presença do Ministério público e do defensor dativo.

§ 2º – Comparecendo o acusado, ter-se-á por citado pessoalmente, prosseguindo o processo em seus ulteriores atos.

3.1.4 DEFESA PRÉVIA

CONCEITO

Defesa prévia: “No prazo de 3 dias a contar do interrogatório ou da ciência da nomeação (no caso de defensor dativo), poderá o próprio réu ou seu defensor apresentar a defesa prévia (art. 395), que é o momento oportuno para que a defesa arrole as testemunhas, sob pena de preclusão. É também o momento adequado para que sejam opostas determinadas exceções ou argüidas nulidades relativas, sob pena de se considerarem sanadas”158; “a apresentação da defesa prévia não é obrigatória, mas mera faculdade derivada do princípio da ampla defesa. Sendo peça dispensável, a critério do defensor, a omissão da defesa prévia, ou a ausência de rol de testemunhas, não constitui nulidade por ausência de defesa. O que anula o processo é a ausência de concessão de prazo para o defensor apresentá-la”.159

158 REIS, Alexandre Cebrian Araújo e GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Coleção Sinopses Jurídicas, vol. 15 – Processo penal: procedimentos, nulidades e recursos, p. 08.

159 MIRABETE, Julio Fabbrini. Código de processo penal interpretado, p. 885.

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Art. 395 do CPP

Art. 395 – O réu ou seu defensor poderá, logo após o interrogatório ou no prazo de 3 (três) dias, oferecer alegações escritas e arrolar testemunhas.

Se o defensor (constituído ou nomeado) estiver presente ao interrogatório, o prazo para apresentação da defesa prévia começará a fluir daquela data, independentemente de intimação.

Apresentada a defesa prévia, o cartório deverá certificar a tempestividade, procedendo à juntada, independentemente de despacho. Após, os autos serão conclusos ao juiz.

Sendo caso de advogado constituído, será conferido, também, se há procuração ou nomeação por temo nos autos (interrogatório). Em caso negativo, intimar-se-á o advogado para providenciar. Não o fazendo, os autos serão conclusos ao juiz.

CERTIDÕES

Certifico que a defesa prévia de fls. .......... é tempestiva, posto que o prazo teve início em ......./....../....... e término em ......./......./......., tendo sido ajuizada em ......./......./....... .Local e data

..................................................Escrivão

Certifico que a defesa prévia de fls. .......... é intempestiva, posto que o prazo teve início em ......./....../....... e término em ......./......./......., tendo sido ajuizada em ......./......./....... .Local e data

..................................................Escrivão

CERTIDÃO DE ATO ORDINATÓRIO

Certifico que o advogado do réu ............................ não apresentou procuração.Fica intimado o advogado do réu ..........................., para juntar procuração.Local e data

..................................................Escrivão

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3.1.5 AUDIÊNCIA DE INQUIRIÇÃO DE TESTEMUNHAS

CONCEITOS

Audiência de inquirição de testemunhas de acusação: “Essa audiência deverá ser realizada no prazo de 20 dias, se o réu estiver preso, e de 40 dias, se solto. O prazo começa a correr depois de findo o tríduo da defesa prévia, ou, se tiver havido desistência, da data do interrogatório”.160

Audiência de inquirição de testemunhas de defesa: “Pela sistemática do Código deve haver uma outra audiência para serem ouvidas as testemunhas de defesa arroladas na defesa prévia. Os prazos e o número máximo de testemunhas evidentemente são os mesmos em relação às testemunhas de acusação”.161

Termo de depoimento: Termo lavrado pelo escrivão, sob ditado do juiz, documentado por escrito e resumidamente o depoimento da testemunha inquirida. Concluído o depoimento, deverão todos os presentes (juiz, testemunha, promotor de justiça, defensor, assistente de acusação) assinar o respectivo termo.

Arts. 210 a 217, 220 a 225, do CPP

Art. 210 – As testemunhas serão inquiridas cada uma de per si, de modo que umas não saibam nem ouçam os depoimentos das outras, devendo o juiz adverti-las das penas cominadas ao falso testemunho.

Art. 211 – Se o juiz, ao pronunciar sentença final, reconhecer que alguma testemunha fez afirmação falsa, calou ou negou a verdade, remeterá cópia do depoimento à autoridade policial para a instauração de inquérito.

Parágrafo único – Tendo o depoimento sido prestado em plenário de julgamento, o juiz, no caso de proferir decisão na audiência (art. 538, § 2º), o tribunal (art. 561), ou o conselho de sentença, após a votação dos quesitos, poderão fazer apresentar imediatamente a testemunha à autoridade policial.

Art. 212 – As perguntas das partes serão requeridas ao juiz, que as formulará à testemunha. O juiz não poderá recusar as perguntas da parte, salvo se não tiverem relação com o processo ou importarem repetição de outra já respondida.

Art. 213 – O juiz não permitirá que a testemunha manifeste suas apreciações pessoais, salvo quando inseparáveis da narrativa do fato.

Art. 214 – Antes de iniciado o depoimento, as partes poderão contraditar a testemunha ou argüir circunstâncias ou defeitos, que a tornem suspeita de parcialidade, ou indigna de fé. O juiz fará consignar a contradita ou argüição e a resposta da testemunha, mas só excluirá a testemunha ou não Ihe deferirá compromisso nos casos previstos nos arts. 207 e 208.

Art. 215 – Na redação do depoimento, o juiz deverá cingir-se, tanto quanto possível, às expressões usadas pelas testemunhas, reproduzindo fielmente as suas frases.

160 REIS, Alexandre Cebrian Araújo e GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Coleção Sinopses Jurídicas, vol. 15 – Processo penal: procedimentos, nulidades e recursos, p. 09.

161 REIS, Alexandre Cebrian Araújo e GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Coleção Sinopses Jurídicas, vol. 15 – Processo penal: procedimentos, nulidades e recursos, p. 09.

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Art. 216 – O depoimento da testemunha será reduzido a termo, assinado por ela, pelo juiz e pelas partes. Se a testemunha não souber assinar, ou não puder fazê-lo, pedirá a alguém que o faça por ela, depois de lido na presença de ambos.

Art. 217 – Se o juiz verificar que a presença do réu, pela sua atitude, poderá influir no ânimo da testemunha, de modo que prejudique a verdade do depoimento, fará retirá-lo, prosseguindo na inquirição, com a presença do seu defensor. Neste caso deverão constar do termo a ocorrência e os motivos que a determinaram.

Art. 220 – As pessoas impossibilitadas, por enfermidade ou por velhice, de comparecer para depor, serão inquiridas onde estiverem.

Art. 221 – O Presidente e o Vice-Presidente da República, os senadores e deputados federais, os ministros de Estado, os governadores de Estados e Territórios, os secretários de Estado, os prefeitos do Distrito Federal e dos Municípios, os deputados às Assembléias Legislativas Estaduais, os membros do Poder Judiciário, os ministros e juízes dos Tribunais de Contas da União, dos Estados, do Distrito Federal, bem como os do Tribunal Marítimo serão inquiridos em local, dia e hora previamente ajustados entre eles e o juiz.

§ 1º – O Presidente e o Vice-Presidente da República, os presidentes do Senado Federal, da Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal poderão optar pela prestação de depoimento por escrito, caso em que as perguntas, formuladas pelas partes e deferidas pelo juiz, Ihes serão transmitidas por ofício.

§ 2º – Os militares deverão ser requisitados à autoridade superior.§ 3º – Aos funcionários públicos aplicar-se-á o disposto no art. 218, devendo,

porém, a expedição do mandado ser imediatamente comunicada ao chefe da repartição em que servirem, com indicação do dia e da hora marcados.

Art. 222 – A testemunha que morar fora da jurisdição do juiz será inquirida pelo juiz do lugar de sua residência, expedindo-se, para esse fim, carta precatória, com prazo razoável, intimadas as partes.

§ 1º – A expedição da precatória não suspenderá a instrução criminal.§ 2º – Findo o prazo marcado, poderá realizar-se o julgamento, mas, a todo

tempo, a precatória, uma vez devolvida, será junta aos autos.

Art. 223 – Quando a testemunha não conhecer a língua nacional, será nomeado intérprete para traduzir as perguntas e respostas.

Parágrafo único – Tratando-se de mudo, surdo ou surdo-mudo, proceder-se-á na conformidade do art. 192.

Art. 224 – As testemunhas comunicarão ao juiz, dentro de 1 (um) ano, qualquer mudança de residência, sujeitando-se, pela simples omissão, às penas do não-comparecimento.

Art. 225 – Se qualquer testemunha houver de ausentar-se, ou, por enfermidade ou por velhice, inspirar receio de que ao tempo da instrução criminal já não exista, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, tomar-lhe antecipadamente o depoimento.

Art. 239 do CNCGJ

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Art. 239 – A inquirição de testemunhas em processo-crime deverá observar o que dispõe o art. 203 do Código de Processo Penal, não sendo recomendável a mera ratificação de depoimento anterior.

Apresentada a defesa prévia, ou escoado o prazo para fazê-lo, o escrivão marcará a data para audiência de inquirição de testemunhas de acusação e defesa (desde que haja autorização normatizada do juiz nesse sentido), que deverão, se possível, ocorrer no mesmo dia , expedindo as precatórias, se necessário (vide item 2.15 da parte geral deste manual).

A critério do juiz, poderão ser designadas datas diferentes para a audiência das testemunhas de acusação e de defesa, diligenciando o cartório para que não fiquem muito distantes.

Art. 396, caput, do CPP

Art. 396 – Apresentada ou não a defesa, proceder-se-á à inquirição das testemunhas, devendo as da acusação ser ouvidas em primeiro lugar.

Designada a data para a audiência, o cartório intimará as partes (promotor de justiça, réu, defensor e assistente de acusação, se houver).

Se alguma testemunha não comparecer à audiência injustificadamente, havendo insistência na sua ouvida, o cartório expedirá mandado de condução, do qual deverão constar o valor da diligência e a intimação para recolhimento da multa na audiência, marcando-se nova data.

Independentemente de remessa à Contadoria, o Cartório obterá o valor da diligência no SAJ/Custas ou na intranet.

Art. 218 do CPP

Art. 218 – Se, regularmente intimada, a testemunha deixar de comparecer sem motivo justificado, o juiz poderá requisitar à autoridade policial a sua apresentação ou determinar seja conduzida por oficial de justiça, que poderá solicitar o auxílio da força pública.

CERTIDÕES DE ATOS ORDINATÓRIOS

Fica designado o dia ......./......./......., às ....... horas, para a audiência de.......................................................................... .Local e data

..................................................Escrivão

Certifico que a testemunha ...................

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........................, regularmente intimada, não compareceu à audiência injustificadamente, motivo pelo qual expedi mandado de condução, consignando o valor das custas da diligência para cobrança na audiência. Fica designado o dia ......./......./......., às ....... horas, para ouvida da testemunha ......................................... .Local e data

..................................................Escrivão

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EXPEDIENTES

Requisição de funcionário público:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

Ofício nº <<Nome da Comarca e data por extenso>>

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor: <<Nome da Parte>> Réu: <<Nome da Parte>> .........

Senhor(a) .........:

Dentro do que preceitua o art. 221, § 2º, do CPP, REQUISITO a Vossa Senhoria a apresentação do (a) Sr. (a) ...................................... , com o fim de comparecer(em) à audiência designada para o próximo dia ......./....../......, às ................. horas, onde será(ão) ouvido(a)(s) como testemunha.

Agradecendo as providências tomadas no sentido do pronto atendimento do presente, desejo reiterar os mais elevados protestos de consideração.

<<Nome do Juiz>>Juiz(a) de Direito

.........

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Page 306: Manual Criminal

Notificação do chefe da repartição do funcionário público:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

Ofício nº <<Nome da Comarca e data por extenso>>

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor: <<Nome da Parte>> Réu: <<Nome da Parte>> .........

Senhor(a) .........:

Dentro do que preceitua o art. 221, § 3º, do CPP, COMUNICO a Vossa Senhoria que o Servidor Público ........., no dia ....../....../......, às ................. horas, será ouvido como testemunha/vítima no processo epigrafado.

Agradecendo as providências tomadas no sentido do pronto atendimento do presente, desejo reiterar os mais elevados protestos de consideração.

<<Nome do Juiz>>Juiz(a) de Direito

.........

Page 307: Manual Criminal

Requisição de réu preso:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

Ofício nº <<Nome da Comarca e data por extenso>>

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor: <<Nome da Parte>> Réu: <<Nome da Parte>> .........

Senhor(a) .........:

Dentro do que preceitua o art. 360, do CPP, REQUISITO a Vossa Senhoria a apresentação de <<Nome do Réu>>, com o fim de comparecer à audiência designada para o próximo dia ....../....../......, às ................ horas, visando a instrução do processo onde figura como acusado.

Agradecendo as providências tomadas no sentido do pronto atendimento do presente, desejo reiterar os mais elevados protestos de consideração.

<<Nome do Juiz>>Juiz(a) de Direito

.........

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Page 308: Manual Criminal

Mandado de condução:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

MANDADO DE CONDUÇÃO

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor: <<Nome da Parte>> Réu: <<Nome da Parte>> Oficial de Justiça: <<Nome do Oficial de Justiça>> Mandado nº

O(A) Senhor (a) <<Nome do Juiz>>, Juiz(a) de Direito da <<Vara>>, da <<Nome da Comarca>>, na forma da lei, etc.

MANDA a autoridade policial e/ou o Senhor Oficial de Justiça que, em cumprimento ao presente, extraído do processo acima indicado, PROCEDA A CONDUÇÃO da(s) pessoa(s) abaixo, para que se apresente(m) a este Juízo de Direito, com a finalidade de ..........

DATA DA APRESENTAÇÃO: ......... OBSERVAÇÃO: Caso necessário, poderá o Sr. Oficial de Justiça requisitar o emprego da força pública, visando o efetivo cumprimento da diligência.

Destinatário

<<Qualificação >>

Eu, _________, o digitei, e eu, ________, <<Nome do Escrivão>>, Escrivã(o) Judicial, o conferi e subscrevi. <<Nome da Comarca>> (SC), <<Data por extenso>>

<<Nome do Juiz>> Juiz(a) de Direito

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Page 309: Manual Criminal

3.1.6 REQUERIMENTO DE DILIGÊNCIAS

CONCEITO

Fase das diligências: “Trata-se de fase em que se pode pedir esclarecimentos, colher elementos complementares ou novos, juntar, solicitar ou requisitar folha de antecedentes e certidões etc. Mas o dispositivo não permite requerimento de produção ampla de provas, mas apenas de diligências que se originam da convicção ditada pelo apurado na instrução criminal, como se prevê no dispositivo. Não se pode, assim, requerer a ouvida de novas testemunhas, a não ser as referidas durante a instrução e, assim mesmo, a critério do juiz”.162

Após a inquirição das testemunhas, serão intimadas as partes, primeiramente o promotor de justiça ou o querelante, e depois o assistente de acusação (se houver) e o defensor do réu, para os fins do art. 499 do CPP.

Art. 499 do CPP

Art. 499 – Terminada a inquirição das testemunhas, as partes - primeiramente o Ministério Público ou o querelante, dentro de 24 (vinte e quatro) horas, e depois, sem interrupção, dentro de igual prazo, o réu ou réus - poderão requerer as diligências, cuja necessidade ou conveniência se origine de circunstâncias ou de fatos apurados na instrução, subindo logo os autos conclusos, para o juiz tomar conhecimento do que tiver sido requerido pelas partes.

Art. 186, XXIII, primeira parte, do CNCGJ

Art. 186 – Na área criminal, aplica-se o disposto no artigo anterior (independem de despacho judicial e deverão ser realizados pelo escrivão ou servidores devidamente autorizados) em relação aos seguintes atos:

XXIII – no procedimento comum, encerrada a produção da prova, dar vista às partes para os fins do art. 499 do Código de Processo Penal. Decorrido o prazo, se não houver requerimento, certificar e abrir vista para alegações finais (Código de Processo Penal, art. 500);

Quando for requerido apenas certificação de antecedentes criminais, o cartório dará cumprimento imediato e em seguida abrirá vista para alegações finais.

Art. 186, XXIV, do CNCGJ

Art. 186 – Na área criminal, aplica-se o disposto no artigo anterior (independem de despacho judicial e deverão ser realizados pelo escrivão ou servidores devidamente autorizados) em relação aos seguintes atos:

XXIV – se forem requeridos apenas os antecedentes do acusado, será certificado ou solicitado ao juízo competente.

Sendo outra a diligência requerida, o cartório fará conclusão ao juiz.Em caso de indeferimento, intimar-se-á a parte requerente.

162 MIRABETE, Julio Fabbrini. Código de processo penal interpretado, p. 1.081.

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Page 310: Manual Criminal

Havendo deferimento, o cartório providenciará a realização da diligência.

Concluída a diligência, as partes serão intimadas do resultado. Caso não concordem com o resultado da diligência, os autos serão

conclusos ao juiz.Havendo concordância, o cartório abrirá vista para alegações finais.

CERTIDÃO

Certifico que decorreu o prazo legal, sem pedido de diligências das partes.Local e data

..................................................Escrivão

CERTIDÕES DE ATOS ORDINATÓRIOS

Ficam intimadas as partes, para os fins do art. 499 do CPP, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, sucessivamente.Local e data

..................................................Escrivão

Certifico que a diligência de fls. ........ foi concluída.Ficam intimadas as partes, sobre o resultado da diligência de fls. .......... . Local e data

..................................................Escrivão

3.1.7 ALEGAÇÕES FINAIS

CONCEITO

Alegações finais: “A fase das alegações é a final da instrução criminal. Nas alegações, devem as partes argüir nulidades, mormente aquelas que, não argüidas nessa fase, ficarão sanadas (...). No mérito, devem as partes analisar os depoimentos , os documentos, as perícias, enfim, toda a prova colhida e fazer ver ao juiz a procedência da tese sustentada”.163

Esgotados os prazos para requerimento de diligências sem que tenham sido requeridas ou, concluídas as deferidas pelo juiz, o cartório procederá à intimação das partes, primeiramente o promotor de justiça ou o querelante, em seguida o assistente de acusação (se houver), e, por fim, o defensor do réu, para apresentarem as alegações finais no prazo de três (3) dias, sucessivamente.

Art. 500 do CPP

163 TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Prática de processo penal. 19ª ed., São Paulo: Saraiva, 1997, p. 346.

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Page 311: Manual Criminal

Art. 500 – Esgotados aqueles prazos, sem requerimento de qualquer das partes, ou concluídas as diligências requeridas e ordenadas, será aberta vista dos autos, para alegações, sucessivamente, por 3 (três) dias:

I – ao Ministério Público ou ao querelante;II – ao assistente, se tiver sido constituído;III – ao defensor do réu.§ 1º – Se forem dois ou mais os réus, com defensores diferentes, o prazo

será comum.§ 2º – O Ministério Público, nos processos por crime de ação privada ou nos

processos por crime de ação pública iniciados por queixa, terá vista dos autos depois do querelante.

Art. 186, XXIII, segunda parte, do CNCGJ

Art. 186 – Na área criminal, aplica-se o disposto no artigo anterior (independem de despacho judicial e deverão ser realizados pelo escrivão ou servidores devidamente autorizados) em relação aos seguintes atos:

XXIII – no procedimento comum, encerrada a produção da prova, dar vista às partes para os fins do art. 499 do Código de Processo Penal. Decorrido o prazo, se não houver requerimento, certificar e abrir vista para alegações finais (Código de Processo Penal, art. 500);

Se o advogado constituído, regularmente intimado, não apresentar as alegações finais no prazo legal, intimar-se-á o réu para que constitua outro defensor, sob pena de ser-lhe indicado defensor dativo (vide item 2.3 da parte geral deste manual).

Partindo a omissão de defensor dativo, será nomeado novo defensor (vide item 2.3 da parte geral deste manual).

Em qualquer hipótese, havendo necessidade de nomeação de defensor dativo, este será intimado pessoalmente para oferecimento da alegações finais.

Havendo mais de um réu, o cartório deverá verificado se todos apresentaram as alegações finais e, após certificar, remeter os autos conclusos ao juiz.

CERTIDÕES DE ATOS ORDINATÓRIOS

Fica intimado o ( ) promotor de justiça ( ) querelante ( ) assistente de acusação ( ) réu, para apresentarem as alegações finais, no prazo de 3 (três) dias.Local e data

..................................................Escrivão

Certifico que não houve apresentação

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Page 312: Manual Criminal

de alegações finais pelo advogado constituído pelo réu ............................... Fica intimado o réu para que constitua novo defensor.Local e data

...................................Escrivão

Certifico que não houve apresentação de alegações finais pelo advogado dativo do réu ....................................... .Indico o Dr. ................................... em substituição, ficando intimado para apresentação das alegações finais.Local e data

...................................Escrivão

3.1.8 SENTENÇA

CONCEITO

Sentença: “Em sentido estrito (ou em sentido próprio) é a decisão definitiva que o juiz profere solucionando a causa. O art. 162, § 1º, do Código de Processo Civil assim a define: ‘é o ato pelo qual o juiz põe termo ao processo, decidindo ou não o mérito da causa’. Melhor dizendo, é o ato pelo qual o juiz encerra o processo no primeiro grau de jurisdição, bem como o seu respectivo ofício”.164

Art. 502 do CPP

Art. 502 – Findos aqueles prazos, serão os autos imediatamente conclusos, para sentença, ao juiz, que, dentro em 5 (cinco) dias, poderá ordenar diligências para sanar qualquer nulidade ou suprir falta que prejudique o esclarecimento da verdade.

Parágrafo único – O juiz poderá determinar que se proceda, novamente, a interrogatório do réu ou a inquirição de testemunhas e do ofendido, se não houver presidido a esses atos na instrução criminal.

Recebida a sentença do juiz, o cartório fará o registro no SAJ/PG e providenciará a intimação das partes e advogados.

Art. 392 do CPP

Art. 392 – A intimação da sentença será feita:I – ao réu, pessoalmente, se estiver preso;II – ao réu, pessoalmente, ou ao defensor por ele constituído, quando se

livrar solto, ou, sendo afiançável a infração, tiver prestado fiança;III – ao defensor constituído pelo réu, se este, afiançável, ou não, a infração,

expedido o mandado de prisão, não tiver sido encontrado, e assim o certificar o oficial de justiça;

164 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 368.

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Page 313: Manual Criminal

IV – mediante edital, nos casos do nº II, se o réu e o defensor que houver constituído não forem encontrados, e assim o certificar o oficial de justiça;

V – mediante edital, nos casos do nº III, se o defensor que o réu houver constituído também não for encontrado, e assim o certificar o oficial de justiça;

VI – mediante edital, se o réu, não tendo constituído defensor, não for encontrado, e assim o certificar o oficial de justiça.

§ 1º – O prazo do edital será de 90 (noventa) dias, se tiver sido imposta pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a 1 (um) ano, e de 60 (sessenta) dias, nos outros casos.

§ 2º – O prazo para apelação correrá após o término do fixado no edital, salvo se, no curso deste, for feita a intimação por qualquer das outras formas estabelecidas neste artigo.

As intimações da sentença ao promotor de justiça, réu e defensor dativo serão pessoais (pelo escrivão ou por mandado). Tratando-se de defensor constituído, a intimação se dará pela imprensa (publicação no Diário da Justiça).

Ainda que a sentença seja absolutória, é indispensável a intimação do réu e de seu defensor.

No momento da intimação pessoal do réu, ser-lhe-á indagado se deseja ou não recorrer da decisão.

Sendo condenatória a sentença o cartório deverá verificar se foi concedido ou negado o direito de recorrer em liberdade ao réu. Em caso de negação ao direito, o cartório expedirá, além do mandado de intimação da sentença, o mandado de prisão.

Caso não seja encontrado, após conferir se o oficial de justiça diligenciou a todos os endereços do réu constantes do processo, o cartório procederá à intimação editalícia.

O edital, que deverá conter o inteiro teor da sentença, terá o prazo de 90 (noventa) dias, se a pena privativa de liberdade for igual ou superior a um ano, e de 60 (sessenta) dias, nos demais casos.

Transcorridos os prazos sem interposição de recurso, o cartório certificará o trânsito em julgado e tomará as providências necessárias de acordo com o tipo de pena aplicada (vide item 2.25 da parte geral deste manual).

3.2 PROCEDIMENTO SUMÁRIO

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Page 314: Manual Criminal

FLUXOGRAMA

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CONCEITO

Procedimento sumário: “Tal rito é relativo única e tão-somente aos crimes apenados com detenção, e cujo máximo da pena privativa de liberdade seja superior a um ano”.165

Arts. 539, 538 e 540, do CPP

Art. 539 – Nos processos por crime a que não for, ainda que alternativamente, cominada a pena de reclusão, recebida a queixa ou a denúncia, observado o disposto no art. 395, feita a intimação a que se refere o art. 534, e ouvidas as testemunhas arroladas pelo querelante ou pelo Ministério Público, até o máximo de cinco, prosseguir-se-á na forma do disposto nos arts. 538 e segs.

§ 1º – A defesa poderá arrolar até cinco testemunhas.§ 2º – Ao querelante ou ao assistente será, na audiência do julgamento,

dada a palavra pelo tempo de 20 (vinte) minutos, prorrogável por mais 10 (dez), devendo o primeiro falar antes do órgão do Ministério Público e o último depois.

§ 3º – Se a ação for intentada por queixa, observar-se-á o disposto no art. 60, Ill, salvo quando se tratar de crime de ação pública (art. 29).

Art. 538 – Após o tríduo para a defesa, os autos serão conclusos ao juiz, que, depois de sanadas as nulidades, mandará proceder às diligências indispensáveis ao esclarecimento da verdade, quer tenham sido requeridas, quer não, e marcará para um dos 8 (oito) dias seguintes a audiência de julgamento, cientificados o Ministério Público, o réu e seu defensor.

§ 1º – Se o réu for revel, ou não for encontrado no domicílio indicado (arts. 533, § 3º, e 534), bastará para a realização da audiência a intimação do defensor nomeado ou por ele constituído.

§ 2º – Na audiência, após a inquirição das testemunhas de defesa, será dada a palavra, sucessivamente, ao órgão do Ministério Público e ao defensor do réu ou a este, quando tiver sido admitido a defender-se, pelo tempo de 20 (vinte) minutos para cada um, prorrogável por mais 10 (dez), a critério do juiz, que em seguida proferirá a sentença.

§ 3º – Se o juiz não se julgar habilitado a proferir decisão, ordenará que os autos Ihe sejam imediatamente conclusos e, no prazo de 5 (cinco) dias, dará sentença.

§ 4º – Se, inquiridas as testemunhas de defesa, o juiz reconhecer a necessidade de acareação, reconhecimento ou outra diligência, marcará para um dos 5 (cinco) dias seguintes a continuação do julgamento, determinando as providências que o caso exigir.

Art. 540 – No processo sumário, observar-se-á, no que Ihe for aplicável, o disposto no Capítulo I do Título I deste Livro.

Aplica-se o procedimento sumário no julgamento dos crimes punidos com detenção, desde que a legislação não estabeleça procedimento especial para o caso.

As etapas iniciais do rito sumário são idênticas às do procedimento comum ordinário, valendo as mesmas orientações relacionadas à denúncia ou queixa-crime, interrogatório do réu e defesa prévia já expostas para aquele procedimento.

165 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 517.

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Page 316: Manual Criminal

A diferença reside no fato de que as partes poderão arrolar no máximo 5 (cinco) testemunhas.

Apresentada a defesa prévia, ou escoado o prazo para fazê-lo, o escrivão marcará a data para audiência de inquirição de testemunhas de acusação (desde que haja autorização normatizada do juiz nesse sentido), intimando as partes (vide item 2.15 da parte geral deste manual).

Após a ouvida da última testemunha de acusação, poderá o juiz, de ofício, ou a requerimento das partes, determinar a realização de diligências visando o esclarecimento da verdade.

Determinada diligência, o cartório providenciará a sua realização.Concluída a diligência, as partes serão intimadas do resultado. Caso não concordem com o resultado da diligência, os autos serão

conclusos ao juiz.Havendo concordância, o escrivão marcará a data para audiência de

julgamento (desde que haja autorização normatizada do juiz nesse sentido), intimando as partes e as testemunhas de defesa (vide item 2.15 da parte geral deste manual).

CERTIDÕES DE ATOS ORDINATÓRIOS

Fica designado o dia ......./......./......., às ....... horas, para a audiência de .................................................................. .Local e data

..................................................Escrivão

Certifico que a diligência de fls. ........ foi concluída.Ficam intimadas as partes, sobre o resultado da diligência de fls. .......... . Local e data

..................................................Escrivão

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Page 317: Manual Criminal

4. PROCEDIMENTOS ESPECIAIS

4.1 PROCEDIMENTO NOS CRIMES DE COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI

CONCEITOS

Tribunal do Júri: “O Tribunal do Júri é um órgão colegiado heterogêneo e temporário, constituído por um juiz togado, que o preside, e de vinte e um cidadãos escolhidos por sorteio (CPP, art. 433)”.166

Crime doloso: “Para o CP, o crime é doloso quando: a. o agente quis o resultado; b. (o agente) assumiu o risco de produzi-lo (o resultado). A primeira parte (a) é o dolo direto (ou determinado); a segunda (b) é o chamado dolo indireto (ou indeterminado), que tem duas formas (eventual e alternativo)”. 167

Conexão: “É o nexo, a dependência recíproca que os fatos guardam entre si. A conexão existe quando duas ou mais infrações estiverem entrelaçadas por um vínculo, um nexo, um liame que aconselha a junção dos processos, propiciando, assim, ao julgador perfeita visão do quadro probatório”.168

Continência: “Na continência, duas ou mais pessoas são acusadas da mesma infração, ou o comportamento do sujeito representa concurso formal (CP, art. 70), aberratio ictus (CP, art. 73) ou aberratio delicti (CP, art. 74)”.169

Art. 5º, XXXVIII, da CF

Art. 5º, XXXVIII – é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:

a) a plenitude de defesa;b) o sigilo das votações;c) a soberania dos veredictos;d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida.

Serão julgados pelo tribunal do júri os crimes dolosos contra a vida, consumados ou tentados.

Art. 74, § 1º, do CPP

Art. 74, § 1º – Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes previstos nos arts. 121, §§ 1º e 2º, 122, parágrafo único, 123, 124, 125, 126 e 127 do Código Penal, consumados ou tentados.

166 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 570.167 DELMANTO, Celso e outros. Código penal comentado, p. 32.168 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 204.169 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 205/206.

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Art. 114 do CDOJSC

Art. 114 – O Tribunal do Júri funcionará em cada comarca com a competência para julgamento dos crimes dolosos contra a vida, consumados ou tentados e definidos no Código Penal.

São considerados crimes dolosos contra a vida:

a) homicídio (simples ou qualificado) – art. 121, §§ 1º e 2º, do CP;b) induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio – art. 122, parágrafo

único, do CP;c) infanticídio – art. 123 do CP;d) aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento – art. 124

do CP;e) aborto provocado por terceiro com ou sem o consentimento da

gestante (simples ou qualificado) – arts. 125, 126 e 127, do CP.

No caso de haver conexão ou continência entre crime doloso contra a vida e outra espécie de crime, prevalecerá a competência para julgamento do Tribunal do Júri.

Art. 78, I, do CPP

Art. 78 – Na determinação da competência por conexão ou continência, serão observadas as seguintes regras:

I – no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum, prevalecerá a competência do júri.

O rito processual dos processos de competência do tribunal do júri divide-se em duas fases distintas:

a) primeira fase: inicia com a denúncia ou queixa-crime e encerra com a pronúncia, impronúncia, desclassificação ou absolvição sumária;

b) segunda fase: tem início com o libelo acusatório e termina com a sessão de julgamento em plenário.

A instrução criminal dos processos afetos ao tribunal do júri é idêntica à do procedimento comum ordinário, ou seja, do recebimento da denúncia ou queixa-crime até a audiência de inquirição das testemunhas, valem as mesmas orientações já expostas para aquele procedimento (vide item 3.1 da parte especial deste manual).

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4.1.1 ALEGAÇÕES FINAIS

Ultrapassada a fase de instrução criminal, o cartório procederá à intimação das partes para apresentarem as alegações finais, no prazo de 5 (cinco) dias.

Art. 406 e § 1º, do CPP

Art. 406 – Terminada a inquirição das testemunhas, mandará o juiz dar vista dos autos, para alegações, ao Ministério Público, pelo prazo de 5 (cinco) dias, e, em seguida, por igual prazo, e em cartório, ao defensor do réu.

§ 1º – Se houver querelante, terá este vista do processo, antes do Ministério Público, por igual prazo, e, havendo assistente, o prazo Ihe correrá conjuntamente com o do Ministério Público.

Caso a defesa não apresente alegações finais, os autos serão conclusos ao juiz.

CERTIDÃO DE ATO ORDINATÓRIO

Fica intimado o ( ) promotor de justiça ( ) querelante ( ) assistente de acusação ( ) réu, para apresentarem as alegações finais, no prazo de 5 (cinco) dias.Local e data

..................................................Escrivão

4.1.2 DILIGÊNCIAS DETERMINADAS PELO JUIZ

Apresentadas as alegações finais das partes, ou na ausência das razões da defesa, o cartório certificará e fará conclusão dos autos ao juiz presidente do tribunal do júri (normalmente será o mesmo que presidiu a instrução), no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, o qual poderá ordenar as diligências que julgar pertinentes.

Art. 407, primeira parte, do CPP

Art. 407 – Decorridos os prazos de que trata o artigo anterior, os autos serão enviados, dentro de 48 (quarenta e oito) horas, ao presidente do Tribunal do Júri, que poderá ordenar as diligências necessárias para sanar qualquer nulidade ou suprir falta que prejudique o esclarecimento da verdade inclusive inquirição de testemunhas (art. 209), (...).

Ordenada alguma diligência, o cartório providenciará a sua realização, intimando as partes do resultado e, após, fará conclusão dos autos ao juiz.

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CERTIDÃO DE ATO ORDINATÓRIO

Certifico que a diligência de fls. ........ foi concluída.Ficam intimadas as partes, sobre o resultado da diligência de fls. .......... . Local e data

..................................................Escrivão

4.1.3 PRONÚNCIA

CONCEITO

Pronúncia: “Decisão processual de conteúdo declaratório em que o juiz proclama admissível a imputação, encaminhando-a para julgamento perante o Tribunal do Júri”.170 “Convencido da existência do crime e de haver indícios da autoria, o juiz deve proferir a sentença de pronúncia”.171

Realizadas as diligências, ou não tendo sido ordenadas, o juiz, caso tenha se convencido da existência do crime e de indícios suficientes de que o réu seja o seu autor, proferirá sentença de pronúncia, submetendo-o ao julgamento pelo tribunal do júri.

Art. 408, caput, do CPP

Art. 408 – Se o juiz se convencer da existência do crime e de indícios de que o réu seja o seu autor, pronunciá-lo-á, dando os motivos do seu convencimento.

Pronunciado o réu, o cartório intimará as partes.O réu e seu defensor serão intimados pessoalmente (pelo escrivão ou

por mandado). Caso não sejam encontrados pelo oficial de justiça, o cartório procederá

à intimação editalícia.

Arts. 414 e 415 do CPP

Art. 414 – A intimação da sentença de pronúncia, se o crime for inafiançável, será sempre feita ao réu pessoalmente.

Art. 415 – A intimação da sentença de pronúncia, se o crime for afiançável, será feita ao réu:

I – pessoalmente, se estiver preso;II – pessoalmente, ou ao defensor por ele constituído, se tiver prestado

fiança antes ou depois da sentença;III – ao defensor por ele constituído se, não tendo prestado fiança, expedido

o mandado de prisão, não for encontrado e assim o certificar o oficial de justiça;

170 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 573.171 MIRABETE, Julio Fabbrini. Código de processo penal interpretado, p. 915.

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IV – mediante edital, no caso do nº II, se o réu e o defensor não forem encontrados e assim o certificar o oficial de justiça;

V – mediante edital, no caso do nº III, se o defensor que o réu houver constituído também não for encontrado e assim o certificar o oficial de justiça;

VI – mediante edital, sempre que o réu, não tendo constituído defensor, não for encontrado.

§ 1º – O prazo do edital será de 30 (trinta) dias.§ 2º – O prazo para recurso correrá após o término do fixado no edital, salvo

se antes for feita a intimação por qualquer das outras formas estabelecidas neste artigo.

Enquanto o réu não for regularmente intimado da sentença de pronúncia, os autos permanecerão no cartório até que seja realizada, sem o que os atos posteriores não poderão ser efetivados

Art. 413, caput, do CPP

Art. 413 – O processo não prosseguirá até que o réu seja intimado da sentença de pronúncia.

Realizadas as intimações, os autos serão conclusos ao juiz.

4.1.4 LIBELO ACUSATÓRIO

CONCEITO

Libelo acusatório: “Exposição escrita e articulada do fato criminoso reconhecido na pronúncia, com a indicação do nome do réu, das circunstâncias agravantes previstas na lei penal e dos fatos e circunstâncias que devam influir na fixação da sanção penal, bem como do pedido de procedência da pretensão penal”.172 É assinado pelo promotor de Justiça.

Transitada em julgado a sentença de pronúncia, o cartório intimará o promotor de justiça para que ofereça o libelo acusatório, no prazo de 5 (cinco) dias.

Art. 416 do CPP

Art. 416 – Passada em julgado a sentença de pronúncia, que especificará todas as circunstâncias qualificativas do crime e somente poderá ser alterada pela verificação superveniente de circunstância que modifique a classificação do delito, o escrivão imediatamente dará vista dos autos ao órgão do Ministério Público, pelo prazo de 5 (cinco) dias, para oferecer o libelo acusatório.

Se a ação for privada, o prazo para o querelante apresentar o libelo será de 2 (dois) dias.

172 MIRABETE, Julio Fabbrini. Código de processo penal interpretado, p. 953.

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Art. 420 do CPP

Art. 420 – No caso de queixa, o acusador será intimado a apresentar o libelo dentro de 2 (dois) dias; se não o fizer, o juiz o haverá por lançado e mandará os autos ao Ministério Público.

No caso de haver mais de um réu, elaborar-se-á um libelo para cada. Verificando a falta de libelo para algum dos réus, o cartório certificará e remeterá os autos conclusos ao juiz.

Art. 417, § 1º, do CPP.

Art. 417, § 1º – Havendo mais de um réu, haverá um libelo para cada um.

Juntamente com o libelo, poderá o promotor de justiça ou o querelante apresentar o rol de testemunhas que deverão depor em plenário, até o máximo de 5 (cinco), juntar documentos e requerer diligências.

Art. 417, § 2º, do CPP

Art. 417, § 2º – Com o libelo poderá o promotor apresentar o rol das testemunhas que devam depor em plenário, até o máximo de 5 (cinco), juntar documentos e requerer diligências.

As testemunhas apresentadas serão intimadas assim que for designada a data da sessão de julgamento.

Havendo pedido de diligência, os autos serão conclusos ao juiz.Se houver assistente de acusação já admitido no processo, deverá ser

intimado para, querendo, aditar o libelo, no prazo de 2 (dois) dias.

Art. 271, caput, do CPP

Art. 271 – Ao assistente será permitido propor meios de prova, requerer perguntas às testemunhas, aditar o libelo e os articulados, participar do debate oral e arrazoar os recursos interpostos pelo Ministério Público, ou por ele próprio, nos casos dos arts. 584, § 1º, e 598.

CERTIDÃO

Certifico que não houve apresentação do libelo acusatório em relação ao réu ........................................................... .Local e data

..................................................Escrivão

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CERTIDÕES DE ATOS ORDINATÓRIOS

Fica intimado o promotor de justiça, para oferecer o libelo acusatório, no prazo de 5 (cinco) dias.Local e data

..................................................Escrivão

Fica intimado o querelante, para oferecer o libelo acusatório, no prazo de 2 (dois) dias.Local e data

..................................................Escrivão

Fica intimado o assistente de acusação, para, querendo, aditar o libelo acusatório, no prazo de 2 (dois) dias.Local e data

..................................................Escrivão

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EXPEDIENTE

Recibo de entrega do libelo:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

CERTIDÃO DE ENTREGA – LIBELO ACUSATÓRIO

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor: <<Nome da Parte>> Réu: <<Nome da Parte>>

CERTIFICO, para os devidos fins, que, na presente data, compareceu perante este Juízo, às ............. horas, o(a) Sr.(a) <<Qualificação>>, oportunidade em que procedi a entrega de cópia reprográfica do libelo de fls. ........., a qual foi aceita, tendo exarado sua nota de ciente. O referido é verdade, do que dou fé.

<<Nome da Comarca>> (SC), <<Data por extenso>>.

<<Nome do Escrivão>>Escrivã(o) Judicial

RECIBO

Recebi a cópia do libelo, pelo qual sou acusado(a).Data supra.

<<Nome da Parte>>Acusado(a)

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4.1.5 CONTRARIEDADE AO LIBELO ACUSATÓRIO

CONCEITO

Contrariedade ao libelo: Apresentado o libelo, ”o defensor será intimado para oferecer sua contrariedade, também no prazo de cinco dias, onde poderá arrolar testemunhas, em número máximo de cinco, e requerer diligências que reputar imprescindíveis, valendo as mesmas regras do libelo”.173

Recebido o libelo acusatório, cumpre ao cartório, no prazo de 3 (três) dias, entregar ao réu, pessoalmente, uma cópia, intimando o seu defensor para oferecer a contrariedade, no prazo de 5 (cinco) dias.

Art. 421 do CPP

Art. 421 – Recebido o libelo, o escrivão, dentro de 3 (três) dias, entregará ao réu, mediante recibo de seu punho ou de alguém a seu rogo, a respectiva cópia, com o rol de testemunhas, notificado o defensor para que, no prazo de 5 (cinco) dias, ofereça a contrariedade; se o réu estiver afiançado, o escrivão dará cópia ao seu defensor, exigindo recibo, que se juntará aos autos.

Parágrafo único – Ao oferecer a contrariedade, o defensor poderá apresentar o rol de testemunhas que devam depor no plenário, até o máximo de 5 (cinco), juntar documentos e requerer diligências.

Findo o prazo, apresentada ou não a contrariedade, os autos serão conclusos ao juiz.

CERTIDÃO

Certifico que não houve apresentação de contrariedade ao libelo acusatório em relação ao réu ............................... .Local e data

..................................................Escrivão

CERTIDÃO DE ATO ORDINATÓRIO

Fica intimado o defensor do réu .................................., para, querendo, oferecer contrariedade ao libelo acusatório, no prazo de 5 (cinco) dias.Local e data

..................................................Escrivão

173 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 583.

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4.1.6 DESIGNAÇÃO DE DATA PARA JULGAMENTO

Superada as fases do libelo e contrariedade ao libelo, o juiz poderá determinar a realização das diligências eventualmente requeridas pelas partes, ou outras, que ele próprio entender necessárias, devendo o cartório providenciar a sua realização.

Art. 425 do CPP

Art. 425 – O presidente do Tribunal do Júri, depois de ordenar, de ofício, ou a requerimento das partes, as diligências necessárias para sanar qualquer nulidade ou esclarecer fato que interesse à decisão da causa, marcará dia para o julgamento, determinando sejam intimadas as partes e as testemunhas.

Realizadas as diligências, o escrivão designará a data para o julgamento em plenário (desde que haja autorização normatizada do juiz nesse sentido), providenciando a intimação das partes, do assistente, se houver, e das testemunhas arroladas.

CERTIDÃO DE ATO ORDINATÓRIO

Fica designado o dia ......./......./......., às ....... horas, para a sessão de julgamento pelo tribunal do júri.Local e data

..................................................Escrivão

4.1.7 COMPOSIÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO TRIBUNAL DO JÚRI

O tribunal do júri é constituído por um corpo de 21 (vinte e um) jurados, sorteados entre os inscritos na lista geral e anual, e presidido pelo Juiz de Direito da vara criminal responsável pelo julgamento dos processos afetos ao júri da comarca.

Art. 433 do CPP

Art. 433 – O Tribunal do Júri compõe-se de um juiz de direito, que é o seu presidente, e de vinte e um jurados que se sortearão dentre os alistados, sete dos quais constituirão o conselho de sentença em cada sessão de julgamento.

Arts. 48 e 49, caput, do CDOJSC

Art. 48 – Haverá em cada comarca um Tribunal do Júri, que será constituído e funcionará de acordo com o disposto no Código de Processo Penal.

Art. 49 – As sessões ordinárias do Tribunal do Júri serão mensais, devendo instalar-se mediante convocação do juiz-presidente.

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O serviço do júri é obrigatório, e será exercido por cidadãos maiores de 21 (vinte e um) anos, com notória idoneidade.

Arts. 434 e 436, caput, do CPP

Art. 434 – O serviço do júri será obrigatório. O alistamento compreenderá os cidadãos maiores de 21 (vinte e um) anos, isentos os maiores de 60 (sessenta).

Art. 436 – Os jurados serão escolhidos dentre cidadãos de notória idoneidade.

Anualmente, o juiz-presidente do tribunal do júri elaborará uma lista de 80 (oitenta) a 500 (quinhentas) pessoas, conforme a comarca, para servirem como jurados, anotando-se os nomes dos alistados em cartões, depositados numa urna geral.

Art. 439, caput, do CPP

Art. 439 – Anualmente, serão alistados pelo juiz-presidente do júri, sob sua responsabilidade e mediante escolha por conhecimento pessoal ou informação fidedigna, 300 (trezentos) a 500 (quinhentos) jurados no Distrito Federal e nas comarcas de mais de 100.000 (cem mil) habitantes, e 80 (oitenta) a 300 (trezentos) nas comarcas ou nos termos de menor população. O juiz poderá requisitar às autoridades locais, associações de classe, sindicatos profissionais e repartições públicas a indicação de cidadãos que reunam as condições legais.

A lei prevê a exclusão do serviço do júri de determinadas pessoas, quer pelo exercício de suas funções, quer por incompatibilidade com as atividades por elas exercidas.

Art. 436, parágrafo único, do CPP

Art. 436, parágrafo único – São isentos do serviço do júri:I – o Presidente da República e os ministros de Estado;II – os governadores ou interventores de Estados ou Territórios, o prefeito do

Distrito Federal e seus respectivos secretários;III – os membros do Parlamento Nacional, do Conselho de Economia

Nacional, das Assembléias Legislativas dos Estados e das Câmaras Municipais, enquanto durarem suas reuniões;

IV – os prefeitos municipais;V – os magistrados e órgãos do Ministério Público;VI – os serventuários e funcionários da justiça;VII – o chefe, demais autoridades e funcionários da Polícia e Segurança

Pública;VIII – os militares em serviço ativo;IX – as mulheres que não exerçam função pública e provem que, em virtude

de ocupações domésticas, o serviço do júri Ihes é particularmente difícil;X – por 1 (um) ano, mediante requerimento, os que tiverem efetivamente

exercido a função de jurado, salvo nos lugares onde tal isenção possa redundar em prejuízo do serviço normal do júri;

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Xl – quando o requererem e o juiz reconhecer a necessidade da dispensa: a) os médicos e os ministros de confissão religiosa;b) os farmacêuticos e as parteiras.

A relação de isenção é taxativa, podendo ser alistadas todas as demais pessoas que preencham os requisitos necessários.

Após o alistamento, no mês de novembro de cada ano, o cartório providenciará a publicação provisória da lista contendo os nomes, profissão e endereço dos alistados, na Imprensa Oficial ou no átrio do Fórum. Essa listagem poderá ser alterada de ofício, pelo juiz, ou em virtude de reclamação de “qualquer do povo”, até a publicação definitiva, que se dará na segunda quinzena de dezembro daquele ano.

Art. 439, parágrafo único, e 440, do CPP

Art. 439, parágrafo único – A lista geral, publicada em novembro de cada ano, poderá ser alterada de ofício, ou em virtude de reclamação de qualquer do povo, até à publicação definitiva, na segunda quinzena de dezembro, com recurso, dentro de 20 (vinte) dias, para a superior instância, sem efeito suspensivo.

Art. 440 – A lista geral dos jurados, com indicação das respectivas profissões, será publicada pela imprensa, onde houver, ou em editais afixados à porta do edifício do tribunal, lançando-se os nomes dos alistados, com indicação das residências, em cartões iguais, que, verificados com a presença do órgão do Ministério Público, ficarão guardados em urna fechada a chave sob a responsabilidade do juiz.

A relação dos 21 (vinte e um) jurados que integrarão o tribunal do júri para cada reunião será elaborada mediante sorteio dentre os inscritos na lista geral anual da comarca.

O sorteio será realizado de 10 (dez) a 15 (quinze) dias antes da data estabelecida para a reunião mensal do júri, devendo o cartório designar data e horário para a solenidade, intimando o promotor de justiça.

Para realizar o sorteio o cartório providenciará a presença de um menor de 18 (dezoito) anos.

Art. 428 do CPP

Art. 428 – O sorteio far-se-á a portas abertas, e um menor de 18 (dezoito) anos tirará da urna geral as cédulas com os nomes dos jurados, as quais serão recolhidas a outra urna, ficando a chave respectiva em poder do juiz, o que tudo será reduzido a termo pelo escrivão, em livro a esse fim destinado, com especificação dos 21 (vinte e um) sorteados.

Art. 49, § 2º, do CDOJSC

Art. 49, § 2º – O sorteio realizar-se-á de 10 (dez) a 15 (quinze) dias antes da data designada para a reunião.

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Realizado o sorteio, o cartório expedirá edital de convocação do tribunal do júri, fazendo dele constar a data em que se realizará a reunião e o convite nominal dos jurados sorteados para comparecerem, sob as penas da lei. O edital será fixado no átrio do Fórum e publicado pela Imprensa Oficial.

Arts. 427, primeira parte, e 429 e seu § 1º, do CPP

Art. 427 – A convocação do júri far-se-á mediante edital, depois do sorteio dos 21 (vinte e um) jurados que tiverem de servir na sessão. (...).

Art. 429 – Concluído o sorteio, o juiz mandará expedir, desde logo, o edital a que se refere o art. 427, dele constando o dia em que o júri se reunirá e o convite nominal aos jurados sorteados para comparecerem, sob as penas da lei, e determinará também as diligências necessárias para intimação dos jurados, dos réus e das testemunhas.

§ 1º – O edital será afixado à porta do edifício do tribunal e publicado pela imprensa, onde houver.

Art. 49, § 1º, do CDOJSC

Art. 49, § 1º – A convocação do Júri far-se-á mediante edital, depois de sorteio dos jurados que tiverem de servir na sessão.

Convocado o tribunal do júri, expedir-se-á mandado de intimação pessoal dos réus, dos jurados e das testemunhas e peritos que serão ouvidos em plenário.

Caso o jurado não seja encontrado em sua residência, o oficial de justiça deixará cópia do mandado para que tome conhecimento, ficando efetivada a intimação.

Art. 429, § 2º, do CPP

Art. 429, § 2º – Entender-se-á feita a intimação quando o oficial de justiça deixar cópia do mandado na residência do jurado não encontrado, salvo se este se achar fora do município.

O cartório afixará, antes da data do primeiro julgamento, no átrio do Fórum, a lista dos processos que serão julgados, dando-se preferência aos processos de réus presos e, dentre eles, os de prisão mais antiga.

Arts. 431 e 432, do CPP

Art. 431 – Salvo motivo de interesse público que autorize alteração na ordem do julgamento dos processos, terão preferência:

I – os réus presos;II – dentre os presos, os mais antigos na prisão;III – em igualdade de condições, os que tiverem sido pronunciados há mais

tempo.

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Art. 432 – Antes do dia designado para o primeiro julgamento, será afixada na porta do edifício do tribunal, na ordem estabelecida no artigo anterior, a lista dos processos que devam ser julgados.

CERTIDÃO DE ATO ORDINATÓRIO

Fica designado o dia ......./......./......., às ....... horas, para o sorteio do conselho de sentença.Local e data

..................................................Escrivão

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EXPEDIENTES

Edital de intimação dos jurados:

ESTADO DE SANTA CATARINA / PODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> / <<Vara>> <<Endereço da Vara>> Juiz(a) de Direito: <<Nome do Juiz>> Escrivã(o) Judicial: <<Nome do Escrivão>> EDITAL DE CONVOCAÇÃO DE JURADOS - TRIBUNAL DO JÚRIEspécie e Número do Processo: <<Tipo de Ação>>, <<Número do Processo>> Autor: <<Nome da Parte>> Réu: <<Nome da Parte>> Jurados: <<Qualificação>>

Julgamento: Local: ......... - Data: ......... - Horário: .......... Descrição: ......... Sessão Ordinária do Tribunal do Júri. Por intermédio do presente, os que virem ou dele conhecimento tiverem, e os eventuais interessados, em especial as pessoas acima identificadas, jurados sorteados para comporem o Conselho de Sentença da Sessão Ordinária do Tribunal do Júri descrita na parte superior deste edital, ficam cientes de que, neste Juízo de Direito, tramitam os autos do processo epigrafado, bem como INTIMADAS para comparecerem no local, data e horário fixados, a fim de tomarem parte da aludida sessão, sob pena de multa a ser imposta de conformidade com a legislação vigente. E, para que chegue ao conhecimento de todos, partes e terceiros, foi expedido o presente edital, o qual será afixado no local de costume e publicado na forma da lei.<<Nome da Comarca>> (SC), <<Data por extenso>>.###

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ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

Ofício nº <<Foro e data por extenso>>

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor: <<Nome da Parte>> Réu: <<Nome da Parte>> .........

Senhor(a) Diretor(a):

Pelo presente, encaminho a Vossa Senhoria o edital incluso, com o fim de ser publicado no Diário da Justiça, por uma única vez, esclarecendo tratar-se de feito criminal, onde inocorrente a antecipação das despesas.

Agradecendo as providências tomadas no sentido do pronto atendimento do presente, desejo reiterar os mais elevados protestos de consideração.

<<Nome do Juiz>> Juiz(a) de Direito

Ao (à) Senhor(a)........Diretor(a) Administrativo(a) da Imprensa Oficial do Estado de Santa Catarina - IOESCFLORIANÓPOLIS - SC

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4.1.8 SESSÃO DE JULGAMENTO PELO TRIBUNAL DO JÚRI

No dia e hora designados para a sessão do tribunal do júri, estando presentes o juiz e o promotor de justiça, o escrivão conferirá os nomes dos 21 (vinte e um) jurados sorteados, fazendo a chamada e colocando-os em local separado, na primeira fila.

Estando presentes ao menos 15 (quinze) jurados, será possível a realização da sessão, caso contrário, o escrivão informará imediatamente ao juiz.

Art. 442 do CPP

Art. 442 – No dia e à hora designados para reunião do júri, presente o órgão do Ministério Público, o presidente, depois de verificar se a urna contém as cédulas com os nomes dos vinte e um jurados sorteados, mandará que o escrivão Ihes proceda à chamada, declarando instalada a sessão, se comparecerem pelo menos quinze deles, ou, no caso contrário, convocando nova sessão para o dia útil imediato.

Da mesma forma, o escrivão fará a chamada do réu e o colocará em local separado. Caso o réu não esteja presente, o escrivão informará imediatamente ao juiz.

Art. 451 e § 1º, do CPP

Art. 451 – Não comparecendo o réu ou o acusador particular, com justa causa, o julgamento será adiado para a seguinte sessão periódica, se não puder realizar-se na que estiver em curso.

§ 1º – Se se tratar de crime afiançável, e o não-comparecimento do réu ocorrer sem motivo legítimo, far-se-á o julgamento à sua revelia.

Ato contínuo, o escrivão deverá conferir a intimação das testemunhas de acusação e defesa, separando-as e recolhendo-as a lugar onde não possam ouvir os depoimentos e os debates, cientificando-as de que não serão dispensadas até o encerramento dos debates, eis que poderão ser novamente inquiridas.

Arts. 454 e 473, do CPP

Art. 454 – Antes de constituído o conselho de sentença, as testemunhas, separadas as de acusação das de defesa, serão recolhidas a lugar de onde não possam ouvir os debates, nem as respostas umas das outras.

Art. 473 – O acusador poderá replicar e a defesa treplicar, sendo admitida a reinquirição de qualquer das testemunhas já ouvidas em plenário.

Verificado o não comparecimento de alguma testemunha, o escrivão informará imediatamente ao juiz o motivo da falta, de acordo com a certidão do oficial de justiça no mandado de intimação.

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Art. 455 do CPP

Art. 455 – A falta de qualquer testemunha não será motivo para o adiamento, salvo se uma das partes tiver requerido sua intimação, declarando não prescindir do depoimento e indicando seu paradeiro com a antecedência necessária para a intimação. Proceder-se-á, entretanto, ao julgamento, se a testemunha não tiver sido encontrada no local indicado.

§ 1º – Se, intimada, a testemunha não comparecer, o juiz suspenderá os trabalhos e mandará trazê-la pelo oficial de justiça ou adiará o julgamento para o primeiro dia útil desimpedido, ordenando a sua condução ou requisitando à autoridade policial a sua apresentação.

§ 2º – Não conseguida, ainda assim, a presença da testemunha no dia designado, proceder-se-á ao julgamento.

Se o juiz declarar instalada a sessão do tribunal do júri, o escrivão anunciará o processo a ser julgado, determinando ao oficial de justiça que proceda ao pregão das partes e das testemunhas arroladas.

Art. 447, caput, do CPP

Art. 447 – Aberta a sessão, o presidente do tribunal, depois de resolver sobre as escusas, na forma dos artigos anteriores, abrirá a urna, dela retirará todas as cédulas, verificando uma a uma, e, em seguida, colocará na urna as relativas aos jurados presentes e, fechando-a, anunciará qual o processo que será submetido a julgamento e ordenará ao porteiro que apregoe as partes e as testemunhas.

Feito o pregão, e comparecendo o réu, o juiz perguntará seu nome, idade e se tem defensor.

Art. 449 do CPP

Art. 449 – Apregoado o réu, e comparecendo, perguntar-lhe-á o juiz o nome, a idade e se tem advogado, nomeando-lhe curador, se for menor e não o tiver, e defensor, se maior. Em tal hipótese, o julgamento será adiado para o primeiro dia desimpedido.

Parágrafo único – O julgamento será adiado, somente uma vez, devendo o réu ser julgado, quando chamado pela segunda vez. Neste caso a defesa será feita por quem o juiz tiver nomeado, ressalvado ao réu o direito de ser defendido por advogado de sua escolha, desde que se ache presente.

Após, o juiz verificará a urna, conferindo se contém apenas as cédulas dos jurados presentes, e anunciará o sorteio de 7 (sete) deles para formação do conselho de sentença.

Art. 457 do CPP

Art. 457 – Verificado publicamente pelo juiz que se encontram na urna as cédulas relativas aos jurados presentes, será feito o sorteio de 7 (sete) para a formação do conselho de sentença.

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Page 335: Manual Criminal

Na medida em que os jurados forem sorteados, tendo sido aceitos pelas partes, o escrivão deverá encaminhá-los ao local reservado ao conselho de sentença.

Art. 459, § 2º e 462, do CPP

Art. 459, § 2º – À medida que as cédulas forem tiradas da urna, o juiz as lerá, e a defesa e, depois dela, a acusação poderão recusar os jurados sorteados, até três cada uma, sem dar os motivos da recusa.

Art. 462 – São impedidos de servir no mesmo conselho marido e mulher, ascendentes e descendentes, sogro e genro ou nora, irmãos, cunhados, durante o cunhadio, tio e sobrinho, padrasto ou madrasta e enteado.

Formado o conselho de sentença com os 7 (sete) jurados sorteados, o juiz tomar-lhes-á o compromisso por termo nos autos.

Art. 464 do CPP

Art. 464 – Formado o conselho, o juiz, levantando-se, e com ele todos os presentes, fará aos jurados a seguinte exortação:

Em nome da lei, concito-vos a examinar com imparcialidade esta causa e a proferir a vossa decisão, de acordo com a vossa consciência e os ditames da justiça.

Os jurados, nominalmente chamados pelo juiz, responderão:Assim o prometo.

Compromissados os jurados, proceder-se-á ao interrogatório do réu.

Art. 465 do CPP

Art. 465 – Em seguida, o presidente interrogará o réu pela forma estabelecida no Livro I, Título Vll, Capítulo III, no que for aplicável.

Feito o interrogatório, o juiz, sem manifestar-se sobre o mérito da acusação ou da defesa, fará o relatório.

Art. 466, caput, do CPP

Art. 466 – Feito e assinado o interrogatório, o presidente, sem manifestar sua opinião sobre o mérito da acusação ou da defesa, fará o relatório do processo e exporá o fato, as provas e as conclusões das partes.

Se qualquer das partes ou dos jurados requerer o leitura de peças dos autos, o juiz determinará que o escrivão o faça.

335

Page 336: Manual Criminal

Art. 466, §§ 1º e 2º, do CPP

Art. 466, § 1º – Depois do relatório, o escrivão lerá, mediante ordem do presidente, as peças do processo, cuja leitura for requerida pelas partes ou por qualquer jurado.

§ 2º – Onde for possível, o presidente mandará distribuir aos jurados cópias datilografadas ou impressas, da pronúncia, do libelo e da contrariedade, além de outras peças que considerar úteis para o julgamento da causa.

Após o relatório e a leitura das peças, serão ouvidas as testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem.

Arts. 468 e 469, do CPP

Art. 468 – Ouvidas as testemunhas de acusação, o juiz, o advogado do réu, o acusador particular, o promotor, o assistente e os jurados que o quiserem, inquirirão sucessivamente as testemunhas de defesa.

Art. 469 – Os depoimentos das testemunhas de acusação e de defesa serão reduzidos a escrito, em resumo, assinado o termo pela testemunha, pelo juiz e pelas partes.

Ao final da ouvida das testemunhas, o escrivão deverá consultar o juiz acerca da possibilidade de serem dispensadas as testemunhas. Em havendo concordância, as testemunhas poderão deixar o Fórum.

Concluída a inquirição das testemunhas, passa-se para a fase dos debates em plenário.

Arts. 471 e 472, do CPP

Art. 471 – Terminada a inquirição das testemunhas o promotor lerá o libelo e os dispositivos da lei penal em que o réu se achar incurso, e produzirá a acusação.

§ 1º – O assistente falará depois do promotor.§ 2º – Sendo o processo promovido pela parte ofendida, o promotor falará

depois do acusador particular, tanto na acusação como na réplica.

Art. 472 – Finda a acusação, o defensor terá a palavra para defesa.

Os prazos serão de 2 (duas) horas para a acusação e 2 (duas) horas para a defesa, nesta ordem. Na hipótese de haver mais de um réu, os prazos serão de 3 (três) horas.

Encerrada a defesa, a acusação, querendo, terá novamente a palavra para a réplica, pelo prazo de 30 (trinta) minutos ou 1 (uma) hora, dependendo do número de réus. Proferida a réplica, surge para a defesa o direito de tréplica, pelo mesmo tempo.

336

Page 337: Manual Criminal

Arts. 473 e 474, do CPP

Art. 473 – O acusador poderá replicar e a defesa treplicar, sendo admitida a reinquirição de qualquer das testemunhas já ouvidas em plenário.

Art. 474 – O tempo destinado à acusação e à defesa será de 2 (duas) horas para cada um, e de meia hora a réplica e outro tanto para a tréplica.

§ 1º – Havendo mais de um acusador ou mais de um defensor, combinarão entre si a distribuição do tempo, que, na falta de entendimento, será marcado pelo juiz, por forma que não sejam excedidos os prazos fixados neste artigo.

§ 2º – Havendo mais de um réu, o tempo para a acusação e para a defesa será, em relação a todos, acrescido de 1 (uma) hora e elevado ao dobro o da réplica e da tréplica, observado o disposto no parágrafo anterior.

Encerrados os debates, qualquer dos membros do conselho de sentença poderá pedir esclarecimentos acerca de questões de fato.

Art. 478 do CPP

Art. 478 – Concluídos os debates, o juiz indagará dos jurados se estão habilitados a julgar ou se precisam de mais esclarecimentos.

Parágrafo único – Se qualquer dos jurados necessitar de novos esclarecimentos sobre questão de fato, o juiz os dará, ou mandará que o escrivão os dê, à vista dos autos.

O juiz formulará os quesitos, com base no libelo e nas teses referentes à defesa.

Art. 484 do CPP

Art. 484 – Os quesitos serão formulados com observância das seguintes regras:

I – o primeiro versará sobre o fato principal, de conformidade com o libelo;II – se entender que alguma circunstância, exposta no libelo, não tem

conexão essencial com o fato ou é dele separável, de maneira que este possa existir ou subsistir sem ela, o juiz desdobrará o quesito em tantos quantos forem necessários;

III – se o réu apresentar, na sua defesa, ou alegar, nos debates, qualquer fato ou circunstância que por lei isente de pena ou exclua o crime, ou o desclassifique, o juiz formulará os quesitos correspondentes, imediatamente depois dos relativos ao fato principal, inclusive os relativos ao excesso doloso ou culposo quando reconhecida qualquer excludente de ilicitude;

IV – se for alegada a existência de causa que determine aumento de pena em quantidade fixa ou dentro de determinados limites, ou de causa que determine ou faculte diminuição de pena, nas mesmas condições, o juiz formulará os quesitos correspondentes a cada uma das causas alegadas;

V – se forem um ou mais réus, o juiz formulará tantas séries de quesitos quantos forem eles. Também serão formuladas séries distintas, quando diversos os pontos de acusação;

Vl – quando o juiz tiver que fazer diferentes quesitos, sempre os formulará em proposições simples e bem distintas, de maneira que cada um deles possa ser respondido com suficiente clareza.

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Page 338: Manual Criminal

Parágrafo único – Serão formulados quesitos relativamente às circunstâncias agravantes e atenuantes, previstas nos arts. 44, 45 e 48 do Código Penal, observado o seguinte:

I – para cada circunstância agravante, articulada no libelo, o juiz formulará um quesito;

II – se resultar dos debates o conhecimento da existência de alguma circunstância agravante, não articulada no libelo, o juiz, a requerimento do acusador, formulará o quesito a ela relativo;

III – o juiz formulará, sempre, um quesito sobre a existência de circunstâncias atenuantes, ou alegadas;

IV – se o júri afirmar a existência de circunstâncias atenuantes, o juiz o questionará a respeito das que Ihe parecerem aplicáveis ao caso, fazendo escrever os quesitos respondidos afirmativamente, com as respectivas respostas.

O juiz deverá ler os quesitos aos presentes, explicando seu significado.

Art. 479 do CPP

Art. 479 – Em seguida, lendo os quesitos, e explicando a significação legal de cada um, o juiz indagará das partes se têm requerimento ou reclamação que fazer, devendo constar da ata qualquer requerimento ou reclamação não atendida.

Em seguida os jurados se reunirão na sala secreta, onde se procederá à votação dos quesitos, assegurado o sigilo do voto. Ficam na sala secreta o juiz, os jurados, os acusadores, os defensores, o escrivão e dois oficias de justiça.

Arts. 480 e 481, do CPP

Art. 480 – Lidos os quesitos, o juiz anunciará que se vai proceder ao julgamento, fará retirar o réu e convidará os circunstantes a que deixem a sala.

Art. 481 – Fechadas as portas, presentes o escrivão e dois oficiais de justiça, bem como os acusadores e os defensores, que se conservarão nos seus lugares, sem intervir nas votações, o conselho, sob a presidência do juiz, passará a votar os quesitos que Ihe forem propostos.

Parágrafo único – Onde for possível, a votação será feita em sala especial.

Nas comarcas em que não há sala secreta a votação dos quesitos será feita no próprio salão do tribunal do júri, devendo o escrivão providenciar para que todos os presentes à sessão se retirem nesse momento.

O oficial de justiça velará para que os jurados não discutam ou manifestem suas impressões sobre o processo para os demais. Verificando qualquer ocorrência nesse sentido, deverá comunicá-la imediatamente ao juiz.

A votação se dará de acordo com os preceitos legais.

Arts. 485 e 486, do CPP

Art. 485 – Antes de proceder-se à votação de cada quesito, o juiz mandará distribuir pelos jurados pequenas cédulas, feitas de papel opaco e facilmente

338

Page 339: Manual Criminal

dobráveis, contendo umas a palavra sim e outras a palavra não, a fim de, secretamente, serem recolhidos os votos.

Art. 486 – Distribuídas as cédulas, o juiz lerá o quesito que deva ser respondido e um oficial de justiça recolherá as cédulas com os votos dos jurados, e outro, as cédulas não utilizadas. Cada um dos oficiais apresentará, para esse fim, aos jurados, uma urna ou outro receptáculo que assegure o sigilo da votação.

Concluído o julgamento e apurados os votos, o escrivão lavrará o termo de votação, com o resultado de todos os quesitos, devendo dele constar as respostas a cada quesito, com os votos sim e não, o qual será assinado pelo juiz e pelos jurados.

Arts. 487 e 491, do CPP

Art. 487 – Após a votação de cada quesito, o presidente, verificados os votos e as cédulas não utilizadas, mandará que o escrivão escreva o resultado em termo especial e que sejam declarados o número de votos afirmativos e o de negativos.

Art. 491 – Finda a votação, será o termo a que se refere o art. 487 assinado pelo juiz e jurados.

A sentença será elaborada pelo juiz, de acordo com a votação dos jurados.

Elaborada a sentença, voltam todos para o plenário e ali dar-se-á a publicação da mesma, a portas abertas.

Art. 493 do CPP

Art. 493 – A sentença será fundamentada, salvo quanto às conclusões que resultarem das respostas aos quesitos, e lida pelo juiz, de público, antes de encerrada a sessão do julgamento.

Se o réu for absolvido, será imediatamente solto (se estiver aguardando o julgamento preso), mesmo que seja interposta apelação pela acusação, devendo o escrivão providenciar a expedição de alvará de soltura.

Art. 596 do CPP

Art. 596 – A apelação da sentença absolutória não impedirá que o réu seja posto imediatamente em liberdade.

Compete ao escrivão lavrar ata circunstanciada de todo o julgamento, onde deverão constar todas as circunstâncias, incidentes e movimentos do julgamento, desde a abertura até o encerramento, com menção aos termos essenciais que devem ser lavrados.

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Page 340: Manual Criminal

Arts. 494, 495 e 496, do CPP

Art. 494 – De cada sessão de julgamento o escrivão lavrará ata, assinada pelo juiz e pelo órgão do Ministério Público.

Art. 495 – A ata descreverá fielmente todas as ocorrências e mencionará especialmente:

I – a data e a hora da instalação dos trabalhos;II – o magistrado que a presidiu e os jurados presentes;III – os jurados que deixarem de comparecer, com escusa legítima ou sem

ela, e os ofícios e requerimentos a respeito apresentados e arquivados;IV – os jurados dispensados e as multas impostas;V – o sorteio dos suplentes;Vl – o adiamento da sessão, se houver ocorrido, com a declaração do

motivo;Vll – a abertura da sessão e a presença do órgão do Ministério Público;Vlll – o pregão das partes e das testemunhas, o seu comparecimento, ou

não, e as penas impostas às que faltaram;IX – as testemunhas dispensadas de depor;X – o recolhimento das testemunhas a lugar de onde não pudessem ouvir os

debates, nem as respostas umas das outras;Xl – a verificação das cédulas pelo juiz;Xll – a formação do conselho de sentença, com indicação dos nomes dos

jurados sorteados e das recusas feitas pelas partes;Xlll – o compromisso, simplesmente com referência ao termo;XIV – o interrogatório, também com a simples referência ao termo; XV – o relatório e os debates orais; XVI – os incidentes; XVII – a divisão da causa;XVIII – a publicação da sentença, na presença do réu, a portas abertas.

Art. 496 – A falta da ata sujeita o responsável a multa, de duzentos a quinhentos mil-réis, além da responsabilidade criminal em que incorrer.

340

Page 341: Manual Criminal

EXPEDIENTES

Termo de compromisso do conselho de sentença:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

TERMO DE COMPROMISSO DO CONSELHO DE SENTENÇA

Processo

Autos n° <<Número do Processo>>Ação <<Tipo de Ação>>Autor <<Nome da Parte>>Réu <<Nome da Parte>>

Data, Hora e Local

Data <<Data por extenso>> Hora 00:00 hLocal Sala de Reuniões do Tribunal do Júri da <<Nome da Comarca>>

Presenças

Juiz(a) de Direito <<Nome do Juiz>>Promotor(a) de Justiça .........Escrivã(o) Judicial .........Oficiais de Justiça .........Acusado(a)(s) <<Nome da Parte>>Advogado(a)(s) .........

Na data, hora e local aprazados, concluído o sorteio para a formação do corpo de jurados, o(a) MM(a). Juiz(a) Presidente, levantando-se, e com ele(a) todos os presentes, deferiu o compromisso legal ao Conselho de Sentença, fazendo aos jurados a seguinte exortação: “Em nome da lei, concito-vos a examinar com imparcialidade esta causa e a proferir a vossa decisão, de acordo com a vossa consciência e os ditames da justiça”. Os jurados, nominalmente chamados pelo(a) MM(a). Juiz(a) Presidente, responderam: “Assim o prometo”. Nada mais havendo, do que, para constar, lavrei o presente termo. Eu, ________, <<Nome do Escrivão>>, Escrivã(o) Judicial, o subscrevi.

<<Nome do Juiz>>Juiz(a) de Direito

.........Promotor(a) de Justiça

<<Nome da Parte>>Acusado(a)

.........Advogado(a) do(a) Acusado(a)

........Jurado(a)

.........Jurado(a)

.........Jurado(a)

.........Jurado(a)

.........Jurado(a)

.........Jurado(a)

.........

341

Page 342: Manual Criminal

Jurado(a)Termo de julgamento:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

TERMO DE JULGAMENTO

Processo

Autos n° <<Número do Processo>>Ação <<Tipo de Ação>>Autor <<Nome da Parte>>Réu <<Nome da Parte>>

Data, Hora e Local

Data <<Data por extenso>> Hora 00:00 hLocal Sala de Reuniões do Tribunal do Júri da <<Nome da Comarca>>

Presenças

Juiz(a) de Direito

<<Nome do Juiz>>

Promotor(a) de Justiça

.........

Escrivã(o) Judicial

.........

Oficiais de Justiça

.........

Acusado(a)(s) <<Nome da Parte>>Advogado(a)(s) .........

Na data, hora e local aprazados, concluídos os debates, e estando recolhidos à Sala de Votação, com a presença do Ministério Público e do(a) Advogado do(a) Acusado(a), que se conservaram em seus lugares, os jurados foram indagados pelo(a) MM(a). Juiz(a) Presidente se estavam habilitados a julgar a causa ou se precisavam de mais esclarecimentos, obtendo resposta negativa. Em seguida, o(a) MM(a). Juiz(a) Presidente passou a ler novamente os quesitos formulados, explicando a significação legal de cada um, e indagou das partes se tinham requerimento ou reclamação a fazer; e, como obtivesse resposta negativa, anunciou que iria proceder ao escrutínio secreto. Pelos Oficiais de Justiça foram distribuídas ao Conselho de Sentença 07 (sete) pequenas cédulas dobráveis, feitas de papel opaco, contendo palavra “sim”, e outras 07 (sete) pequenas cédulas, de igual tamanho e composição, contendo a palavra “não”. Submetido a julgamento os quesitos, chegou-se aos seguintes resultados:

342

Page 343: Manual Criminal

1º QUESITO (Autoria): O(A) acusado(a) <<Nome do réu>>, em data de ........., produziu na vítima ........., com o uso de arma de fogo, as lesões corporais descritas no Auto de Exame Cadavérico de fls. ___?

RESPOSTA 00 SIM 00 NÃO

2º QUESITO (Materialidade): Tais lesões corporais foram causa determinante para a morte da vítima?

RESPOSTA 00 SIM 00 NÃO

3º QUESITO (.........): .........

RESPOSTA 00 SIM 00 NÃO

Concluída a votação, mandou o(a) MM(a). Juiz(a) Presidente o retorno à Sala de Sessões. Nada mais havendo, do que, para constar, lavrei o presente termo. Eu, ________, <<Nome do Escrivão>>, Escrivã(o) Judicial, o subscrevi.

<<Nome do Juiz>>Juiz(a) de Direito

.........Promotor(a) de Justiça

.........Advogado(a) do(a) Acusado(a)

.........Jurado(a)

.........Jurado(a)

.........Jurado(a)

.........Jurado(a)

.........Jurado(a)

.........Jurado(a)

.........Jurado(a)

343

Page 344: Manual Criminal

Ata de julgamento pelo tribunal do júri:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

ATA DE REUNIÃO DO TRIBUNAL DO JÚRI

Processo

Autos n° <<Número do Processo>>Ação <<Tipo de Ação>>Autor <<Nome da Parte>>Réu <<Nome da Parte>>

Data, Hora e Local

Data <<Data por extenso>> Hora 00:00 hLocal Sala de Reuniões do Tribunal do Júri da <<Nome da Comarca>>

Presenças

Juiz(a) de Direito

<<Nome do Juiz>>

Promotor(a) de Justiça

.........

Escrivã(o) Judicial

.........

Oficiais de Justiça

.........

Acusado(a)(s) <<Nome da Parte>>Advogado(a)(s) .........

Jurados

P F Nome

01 .........02 .........03 .........04 .........05 .........06 .........07 .........08 .........09 .........10 .........11 .........12 .........13 .........14 .........

344

Page 345: Manual Criminal

15 .........16 .........17 .........18 .........19 .........20 .........21 .........

Na data, hora e local aprazados, reuniu-se o corpo de jurados sob a presidência do(a) MM(a). Juiz(a) de Direito, com a presença do Ministério Público e serventuários acima indicados. Aberta a sessão, conforme havia sido anunciado pelo respectivo edital, ao toque da campainha, pelo(a) MM(a). Juiz(a) Presidente foi aberta a urna das cédulas com os nomes dos 21 (vinte e um) jurados, contou-as em voz alta e à vista de todos, tendo verificado que ali estavam todas, oportunidade em que as recolheu outra vez à mencionada urna, fechando-a. Em seguida, o(a) MM(a). Juiz(a) Presidente ordenou-me que procedesse à chamada, o que fiz, tendo respondido presente todos os 21 (vinte e um) jurados. Diante disso, o(a) MM(a). Juiz(a) Presidente declarou instalada a sessão e anunciou que estava em pauta para julgamento o processo epigrafado, ordenando ao porteiro de auditórios que apregoasse as partes e testemunhas, o que foi feito, tendo sido as testemunhas de acusação separadas das de defesa e recolhidas a diferentes lugares, de onde não podiam ouvir os debates nem as respostas umas das outras. Havendo comparecido o(a) acusado(a), e lhe perguntando o(a) MM(a). Juiz(a) Presidente o nome, a idade e se tinha advogado, respondeu chamar-se <<Nome do réu>>, ter ___ ( _______________ ) anos de idade e defensor na pessoa do Sr(a). ........., advogado(a) militante que tomou assento na tribuna de defesa. Instadas, as partes afirmaram não ter interesse em argüir quaisquer nulidades porventura ocorridas após a pronúncia. Disse então o(a) MM(a). Juiz(a) Presidente que iria constituir o Conselho de Sentença, lendo e advertindo, os jurados dos impedimentos constantes do art. 462, do Código de Processo Penal, bem como das incompatibilidades legais por suspeição, e de que, depois de sorteados, não poderiam comunicar-se com outrem nem manifestar sua opinião sobre o processo. Aberta novamente a urna das cédulas com os nomes dos 21 (vinte e um) jurados, dentro do que preceitua a legislação vigente, foram retiradas tantas quantas necessárias para compor o Conselho de Sentença, que foram lidas, sendo sorteados, na ordem que se segue: 1) .........; 2) .........; 3) .........; 4) .........; 5) .........; 6) .........; e 7) .......... Durante o sorteio foram recusados pela acusação os jurados .........; .........; .........; .........; e, .......... Pela defesa houve a recusa dos seguintes jurados: .........; .........; .........; e, .......... Concluído o sorteio dos jurados, que ficaram desde logo incomunicáveis, o(a) MM(a). Juiz(a) Presidente, levantando-se e com ela todos os presentes e os jurados, tomou o compromisso legal do Conselho de Sentença, conforme se vê do termo respectivo que se lavrou. Feito e assinado o interrogatório do réu, o(a) MM(a). Juiz(a) Presidente, sem manifestar a sua opinião sobre o mérito da acusação ou da defesa, fez o relatório do processo, expondo os fatos e as conclusões das partes. Em seguida, eu, Escrivã(o) Judicial, por ordem do(a) MM(a). Juiz(a) Presidente, em face de requerimento oral da acusação, procedi a leitura das peças processuais de fls. ........... , respectivamente. Ouvidas as testemunhas de acusação e de defesa, conforme se vê de termos em apartado, foi dada a palavra ao Ministério Público que, tendo ocupado a tribuna das ........ hs. às ......... hs., leu o libelo e os dispositivos da lei penal em que o(a) acusado(a) se acha incurso, produzindo a acusação. Após breve intervalo, a tribuna foi ocupada pelo(a) advogado(a) do(a) acusado(a), das ........ hs. às ......... hs., que produziu a defesa deste. Consultado o Ministério Público se pretendia usar a réplica, este respondeu negativamente. Concluídos os debates, o(a) MM(a). Juiz(a) Presidente consultou as partes se tinham algum requerimento a fazer, recebendo resposta negativa. Em seguida, consultou-se aos membros do Conselho de Sentença se necessitavam de algum esclarecimento ou se estavam habilitados a julgar. Como nada lhe foi perguntado, passou a ler os quesitos, explicando os efeitos da resposta positiva ou negativa de cada um. Consultadas as partes se havia algum reparo a fazer aos quesitos, responderam que não. Anunciou, então, que ia proceder ao julgamento da causa e, recolheram-se à Sala de Votação, o(a) MM(a). Juiz(a) Presidente, o Conselho de Sentença, o Ministério Público, o(a) advogado(a) do acusado(a), os Oficiais de Justiça e eu, Escrivã(o) Judicial, permanecendo na Sala de Sessões o(a) acusado(a), bem como os presentes. Em seguida os quesitos foram submetidos à votação, na ordem em que estavam formulados, explicando o(a) MM(a). Juiz(a) Presidente aos jurados o sentido de cada um e a sua relação com os outros. A votação se fez pôr escrutínio secreto, por meio de pequenas cédulas dobráveis, feitas de papel opaco, contendo umas a palavra “sim” e outras a palavra “não”, distribuídas aos jurados. Terminada a votação, cujos resultados parciais, eu, Escrivã(o) Judicial, fui anotando à medida em que o(a) MM(a). Juiz(a) Presidente os ia anunciando, lavrou-se e assinou-se o respectivo termo e, em seguida,

345

Page 346: Manual Criminal

o(a) MM(a). Juiz(a) Presidente determinou que fosse restabelecida a publicidade normal da sessão, franqueada a sala e reconduzido(a) o(a) acusado(a) perante o Tribunal. Publicou, então, sua sentença na qual o(a) acusado(a) restou absolvido(a) por cinco votos a dois, diante do reconhecimento da excludente da legítima defesa própria. Durante todo o julgamento e até que se anunciasse a sentença, os jurados do Egrégio Conselho não se manifestaram e nem se comunicaram entre si e nem com pessoa alguma estranha ao mesmo Conselho. Terminado o julgamento, o(a) MM(a). Juiz(a) Presidente agradeceu a colaboração de todos e mandou que eu, Escrivã(o) Judicial, lavrasse esta ata, da qual será extraída cópia para ser juntada aos autos. Dada e publicada em sessão, ficam os presentes intimados. Nada mais havendo, do que, para constar, lavrei a presente ata. Eu, ________, <<Nome do Escrivão>>, Escrivã(o) Judicial, o subscrevi.

<<Nome do Juiz>>Juiz(a) de Direito

.........Promotor(a) de Justiça

<<Nome da Parte>>Acusado(a)

.........Advogado(a) do(a) Acusado(a)

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Page 347: Manual Criminal

Ata de julgamento pelo tribunal de júri com multa para jurados faltantes:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

ATA DE REUNIÃO DO TRIBUNAL DO JÚRI

Processo

Autos n° <<Número do Processo>>Ação <<Tipo de Ação>>Autor <<Nome da Parte>>Réu <<Nome da Parte>>

Data, Hora e Local

Data <<Data por extenso>> Hora 00:00 hLocal Sala de Reuniões do Tribunal do Júri da <<Nome da Comarca>>

Presenças

Juiz(a) de Direito

<<Nome do Juiz>>

Promotor(a) de Justiça

.........

Escrivã(o) Judicial

.........

Oficiais de Justiça

.........

Acusado(a)(s) <<Nome da Parte>>Advogado(a)(s) .........

Jurados

P F Nome

01 .........02 .........03 .........04 .........05 .........06 .........07 .........08 .........09 .........10 .........11 .........12 .........13 .........14 .........

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Page 348: Manual Criminal

15 .........16 .........17 .........18 .........19 .........20 .........21 .........

Na data, hora e local aprazados, reuniu-se o corpo de jurados sob a presidência do(a) MM(a). Juiz(a) de Direito, com a presença do Ministério Público e serventuários acima indicados. Aberta a sessão, conforme havia sido anunciado pelo respectivo edital, ao toque da campainha, pelo(a) MM(a). Juiz(a) Presidente foi aberta a urna das cédulas com os nomes dos 21 (vinte e um) jurados, contou-as em voz alta e à vista de todos, tendo verificado que ali estavam todas, oportunidade em que as recolheu outra vez à mencionada urna, fechando-a. Em seguida, o(a) MM(a). Juiz(a) Presidente ordenou-me que procedesse à chamada, o que fiz, verificando acharem-se presentes somente ___ ( _______________ ) jurados. Passou, então, o(a) MM(a). Juiz(a) Presidente a tomar conhecimento das faltas e escusas dos jurados que haviam deixado de comparecer, tendo anunciado que havia dispensado da multa os jurados ........., à vista de seus requerimentos instruídos com documentos comprobatórios da impossibilidade de presença, multando, porém, em R$ 0.000,00 (......... ), os jurados ........., por não terem apresentado prova de justificado impedimento. Ato contínuo, declarou o(a) MM(a). Juiz(a) Presidente que, não havendo número legal de jurados, ia proceder ao sorteio de ___ ( _______________ ) suplentes, para completar esse número. Aberta a urna que continha as cédulas dos suplentes dentro do que preceitua a legislação vigente, foram retiradas aquelas contendo os nomes dos suplentes, na ordem que se segue: 1) .........; 2) .........; 3) .......... Concluído o sorteio, pelo(a) MM(a). Juiz(a) Presidente após realizar a devida alteração na urna das cédulas com os nomes dos 21 (vinte e um) jurados, substituindo os nomes dos faltosos pelos dos suplentes sorteados, convocou nova sessão para o dia útil imediato, ordenando que se fizessem as intimações necessárias. Dada e publicada em sessão, ficam os presentes intimados. Nada mais havendo, do que, para constar, lavrei a presente ata. Eu, ________, <<Nome do Escrivão>>, Escrivã(o) Judicial, o subscrevi.

<<Nome do Juiz>>Juiz(a) de Direito

.........Promotor(a) de Justiça

<<Nome da Parte>>Acusado(a)

.........Advogado(a) do(a) Acusado(a)

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4.2 PROCEDIMENTO NOS CRIMES DE RESPONSABILIDADE DO FUNCIONÁRIO PÚBLICO

CONCEITO

Funcionário Público: “Considera-se funcionário público, para efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública” (art. 327 do CP). “Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para execução de atividade típica da Administração Pública” (§ 1º do art. 327 do CP).

O procedimento especial no julgamento do funcionário público aplica-se aos crimes funcionais típicos (art. 312 a 326, do CP), apenados tanto com detenção como com reclusão.

Art. 513 do CPP

Art. 513 – Nos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, cujo processo e julgamento competirão aos juízes de direito, a queixa ou a denúncia será instruída com documentos ou justificação que façam presumir a existência do delito ou com declaração fundamentada da impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas.

Oferecida a denúncia ou queixa-crime, o cartório providenciará a autuação do processo, fazendo conclusão ao juiz.

Determinada a defesa preliminar, o cartório fará a notificação do acusado para responder por escrito, no prazo de 15 (quinze) dias, instruindo-a com cópia da denúncia ou queixa-crime.

Art. 514 do CPP

Art. 514 – Nos crimes afiançáveis, estando a denúncia ou queixa em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do acusado, para responder por escrito, dentro do prazo de 15 (quinze) dias.

Parágrafo único – Se não for conhecida a residência do acusado, ou este se achar fora da jurisdição do juiz, ser-lhe-á nomeado defensor, a quem caberá apresentar a resposta preliminar.

A resposta será apresentada pelo próprio acusado ou por advogado por ele constituído, podendo conter documentos e justificações, arrolando até 8 (oito) testemunhas.

Art. 515, parágrafo único, do CPP

Art. 515, Parágrafo único – A resposta poderá ser instruída com documentos e justificações.

Oferecida a resposta, o cartório fará conclusão ao juiz.

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Art. 516 do CPP

Art. 516 – O juiz rejeitará a queixa ou denúncia, em despacho fundamentado, se convencido, pela resposta do acusado ou do seu defensor, da inexistência do crime ou da improcedência da ação.

Havendo rejeição da denúncia ou queixa-crime, as partes serão intimadas.

Art. 517 do CPP

Art. 517 – Recebida a denúncia ou a queixa, será o acusado citado, na forma estabelecida no Capítulo I do Título X do Livro I.

A partir do recebimento ou rejeição da denúncia, o processo seguirá o procedimento comum (vide item 3 da parte especial deste manual)

Art. 518 do CPP

Art. 518 – Na instrução criminal e nos demais termos do processo, observar-se-á o disposto nos Capítulos I e III, Título I, deste Livro.

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EXPEDIENTE

Notificação para defesa preliminar:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor: <<Nome da Parte>> Réu: <<Nome da Parte>> Oficial de Justiça: <<Nome do Oficial de Justiça>> Mandado nº

O(A) Senhor (a) <<Nome do Juiz>>, Juiz(a) de Direito da <<Vara>>, da <<Nome da Comarca>>, na forma da lei, etc.

MANDA o Senhor Oficial de Justiça que, em cumprimento ao presente, extraído dos autos acima indicados, EFETUE A NOTIFICAÇÃO das pessoas a seguir relacionadas para que, de acordo com o art. 514 do CPP, no prazo de 15 (quinze) apresente, por escrito, defesa preliminar.

Destinatário(s)

<<Qualificação>>

Eu, _________, o digitei, e eu, ________, <<Nome do Escrivão>>, Escrivã(o) Judicial, o conferi e subscrevi. <<Nome da Comarca>> (SC), <<Data por extenso>>.

<<Nome do Juiz>> Juiz(a) de Direito

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4.3 PROCEDIMENTO NOS CRIMES CONTRA A HONRA

CONCEITO

Crimes contra a honra: “São: a) calúnia; b) injúria c)difamação. Honra é o conjunto de atributos morais, físicos e intelectuais de uma pessoa, que a tornam merecedora de apreço no convívio social e que promovem a sua auto-estima”.174

Os crimes contra a honra estão previstos nos arts. 138 a 145, do Código Penal: calúnia, injúria e difamação.

Tais crimes, em regra, são apurados mediante ação penal privada, iniciando-se com a apresentação de queixa-crime pelo ofendido ou seu representante legal.

Protocolada a queixa-crime, o cartório verificará se foram pagas as custas iniciais do processo (vide item 2.26.2 da parte geral deste manual) e se há procuração com poderes especiais e com menção ao fato criminoso.

Art. 44 do CPP

Art. 44 – A queixa poderá ser dada por procurador com poderes especiais, devendo constar do instrumento do mandato o nome do querelante e a menção do fato criminoso, salvo quando tais esclarecimentos dependerem de diligências que devem ser previamente requeridas no juízo criminal.

Constatando a falta do pagamento ou algum vício na representação (falta de procuração ou ausência de poderes especiais), intimar-se-á querelante para regularização, no prazo de 30 (trinta) dias.

Em caso de dúvida ou na falta de regularização, os autos serão conclusos ao juiz.

Estando em ordem a queixa-crime, o escrivão marcará a audiência conciliatória (desde que haja autorização normatizada do juiz nesse sentido), notificando o querelante e o querelado para comparecimento (vide item 2.15 da parte geral deste manual).

Art. 520 do CPP

Art. 520 – Antes de receber a queixa, o juiz oferecerá às partes oportunidade para se reconciliarem, fazendo-as comparecer em juízo e ouvindo-as, separadamente, sem a presença dos seus advogados, não se lavrando termo.

Havendo conciliação, os autos serão arquivados (vide item 2.27 da parte geral deste manual).

Art. 522 do CPP174 GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Coleção Sinopses Jurídicas, vol. 8 – Dos crimes

contra a pessoa. São Paulo: Saraiva, 1998, p.83.

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Art. 522 – No caso de reconciliação, depois de assinado pelo querelante o termo da desistência, a queixa será arquivada.

Não sendo possível a conciliação, intimar-se-á o promotor de justiça para, querendo, aditar a queixa-crime.

Após, os autos serão conclusos ao juiz.A partir do recebimento ou rejeição da denúncia, o processo seguirá o

procedimento comum (vide item 3 da parte especial deste manual).

Art. 519 do CPP

Art. 519 – No processo por crime de calúnia ou injúria, para o qual não haja outra forma estabelecida em lei especial, observar-se-á o disposto nos Capítulos I e III, Titulo I, deste Livro, com as modificações constantes dos artigos seguintes.

CERTIDÃO DE ATO ORDINATÓRIO

Fica intimado o querelante para ( ) recolher as custas iniciais ( ) regularizar a sua representação, no prazo de 30 (trinta) dias.Local e data

..................................................Escrivão

Fica designado o dia ......./......./......., às ......... horas, para a audiência de conciliação.Local e data

..................................................Escrivão

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5. HABEAS CORPUS

CONCEITOS

Habeas corpus: “Remédio judicial que tem por finalidade evitar ou fazer cessar a violência ou a coação à liberdade de locomoção decorrente de ilegalidade ou abuso de poder”. 175

Habeas corpus liberatório ou repressivo: “Destina-se a afastar constrangimento ilegal já efetivado à liberdade de locomoção”. 176

Habeas corpus preventivo: “Destina-se a afastar uma ameaça à liberdade de locomoção”. 177

O habeas corpus destina-se precipuamente a afastar constrangimento ilegal ou ameaça à liberdade de locomoção do indivíduo, decorrente de abuso de poder ou ilegalidade.

Art. 5º, LXVIII, da CF

Art. 5º, LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.

Arts. 647, 648, 651 e 654, do CPP

Art. 647 – Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos casos de punição disciplinar.

Art. 648 – A coação considerar-se-á ilegal:I – quando não houver justa causa; II – quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei;III – quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo;IV – quando houver cessado o motivo que autorizou a coação;V – quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei

a autoriza;Vl – quando o processo for manifestamente nulo;Vll – quando extinta a punibilidade.

Art. 651 – A concessão do habeas corpus não obstará, nem porá termo ao processo, desde que este não esteja em conflito com os fundamentos daquela.

Art. 654 – O habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer pessoa, em seu favor ou de outrem, bem como pelo Ministério Público.

§ 1º – A petição de habeas corpus conterá:a) o nome da pessoa que sofre ou está ameaçada de sofrer violência ou

coação e o de quem exercer a violência, coação ou ameaça;b) a declaração da espécie de constrangimento ou, em caso de simples

ameaça de coação, as razões em que funda o seu temor;c) a assinatura do impetrante, ou de alguém a seu rogo, quando não souber

ou não puder escrever, e a designação das respectivas residências.

175 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 469.176 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 470.177 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 470.

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§ 2º – Os juízes e os tribunais têm competência para expedir de ofício ordem de habeas corpus, quando no curso de processo verificarem que alguém sofre ou está na iminência de sofrer coação ilegal.

O cartório deverá tomar todas as cautelas para a rápida tramitação dos processos de habeas corpus, que terão preferência sobre os demais processos.

Chegando petição de habeas corpus o cartório fará conclusão imediata ao juiz.

Havendo determinação judicial, o cartório solicitará informações à autoridade coatora, no prazo determinado pelo juiz.

Caso a autoridade não apresente as informações solicitadas, o cartório fará certidão e remeterá à conclusão.

Retornando as informações, os autos serão conclusos ao juiz.Concedida a ordem, o cartório expedirá o salvo-conduto ou alvará de

soltura, conforme o caso, apresentando para assinatura do juiz.No processo de habeas corpus não haverá pagamento de custas e

emolumentos.

Art. 35, I, do RCE.

Art. 35 – São isentos de custas e emolumentos:(...);l) o processo de habeas corpus, habeas data, e na forma da lei, os atos

necessários ao exercício da cidadania;

Chegando ao cartório pedido de informações em habeas corpus impetrado no Tribunal de Justiça contra a Autoridade Judiciária, far-se-á conclusão imediata ao juiz.

Prestadas as informações, o cartório providenciará a remessa via fax, enviando os originais pelo correio e juntando cópia aos autos.

Caso não haja documentos a serem enviados, as informações serão prestadas por e-mail.

Vindo comunicação do deferimento da ordem pelo Tribunal, o cartório fará conclusão ao juiz, já com o respectivo alvará de soltura e com a informação do local onde está o preso, para apresentação imediata.

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EXPEDIENTE

Ofício requisitando informações da autoridade:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

Ofício nº <<Foro e data por extenso>>

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor: <<Nome da Parte>> Réu: <<Nome da Parte>> .........

Senhor(a) .........:

A fim de instruir o julgamento do processo epigrafado, solicito de Vossa ......... a gentileza de enviar, com a urgência possível, informações pormenorizadas sobre as alegações constantes da petição inicial, de que faço juntar cópia.

Comunico, ainda, que exarei despacho indeferindo a liminar, cuja cópia segue em anexo, deste fazendo parte integrante.

Valho-me do ensejo para reiterar os mais elevados protestos de consideração.

<<Nome do Juiz>>Juiz(a) de Direito

.........

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6. MANDADO DE SEGURANÇA

CONCEITO

Mandado de segurança: “Ação de natureza civil, de rito sumaríssimo, e fundamento constitucional, destinada a proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público”. 178

Art. 5º, LXIX, da CF

Art. 5º, LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.

Art. 1º da Lei nº 1.533/51

Art. 1º – Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, alguém sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte da autoridade, seja de que categoria for ou sejam quais forem as funções que exerça.

§ 1º – Consideram-se autoridades, para os efeitos desta Lei, os representantes ou administradores das entidades autárquicas e das pessoas naturais ou jurídicas com funções delegadas do Poder Público, somente no que entender com essas funções.

§ 2º – Quando o direito ameaçado ou violado couber a várias pessoas, qualquer delas poderá requerer o mandado de segurança.

No processo penal, o mandado de segurança é manejado quando não existe recurso específico contra o ato judicial que se quer atacar, ou quando o recurso cabível não possui efeito suspensivo e a demora no julgamento possa acarretar dano de reparação impossível ou incerta.

A competência para conhecer e decidir do mandado de segurança contra ato de juiz é do Tribunal que seria competente para conhecer de eventual recurso.

Se o ato impugnado for emanado da autoridade policial, será julgado pelo juiz.

O prazo para impetrar mandado de segurança é de 120 (cento e vinte) dias, a contar do dia que o interessado tiver conhecimento oficial do ato a ser impugnado.

Art. 18 da Lei nº 1.533/51

Art. 18 – O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 (cento e vinte) dias contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado.

178 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 481.

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Page 358: Manual Criminal

O mandado de segurança terá tratamento preferencial aos demais processos, devendo o cartório tomar todas as cautelas para tramite rapidamente.

Chegando petição de mandado de segurança o cartório fará conclusão imediata ao juiz.

Havendo determinação judicial, o cartório solicitará informações à autoridade coatora, no prazo determinado pelo juiz.

Arts. 7º e 9º, da Lei nº 1.533/51

Art. 7º – Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:I – que se notifique o coator do conteúdo da petição, entregando-lhe a

segunda via apresentada pelo requerente com as cópias dos documentos a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias, preste as informações que achar necessárias;

II – que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido quando for relevante o fundamento e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja deferida.

Art. 9º – Feita a notificação, o serventuário em cujo cartório corra o feito juntará aos autos cópia autêntica do ofício endereçado ao coator, bem como a prova da entrega a este ou de sua recusa em aceitá-lo ou dar recibo.

Caso a autoridade não apresente as informações solicitadas, o cartório fará certidão e remeterá à conclusão.

Retornando as informações, os autos serão conclusos ao juiz.Após, os autos serão remetidos ao Ministério Público.A decisão no mandado de segurança, seja liminar ou definitiva,

consistirá em mandado para que o coator cesse a ilegalidade, devendo ser transmitida por ofício ao impetrado, valendo como ordem legal para o imediato cumprimento do que nela se determina.

Art. 11 da Lei nº 1.533/51

Art. 11 – Julgado procedente o pedido, o juiz transmitirá em ofício, por mão do oficial do juízo ou pelo correio, mediante registro com recibo de volta, ou por telegrama, radiograma ou telefonema, conforme o requerer o peticionário, o inteiro teor da sentença à autoridade coatora.

Parágrafo único – Os originais, no caso de transmissão telegráfica, radiofônica ou telefônica, deverão ser apresentados à agencia expedidora com a firma do juiz devidamente reconhecida.

Chegando ao cartório pedido de informações em mandado de segurança impetrado no Tribunal de Justiça contra a Autoridade Judiciária, far-se-á conclusão imediata ao juiz.

Prestadas as informações, o cartório providenciará a remessa via fax, enviando os originais pelo correio e juntando cópia aos autos.

Caso não haja documentos a serem enviados, as informações serão prestadas por e-mail.

Vindo comunicação do deferimento da ordem pelo Tribunal, o cartório fará imediata conclusão ao juiz.

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Page 359: Manual Criminal

EXPEDIENTE

Ofício requisitando informações da autoridade:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

Ofício nº <<Foro e data por extenso>>

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor: <<Nome da Parte>> Réu: <<Nome da Parte>> .........

Senhor(a) .........:

A fim de instruir o julgamento do processo epigrafado, solicito de Vossa ......... a gentileza de enviar, com a urgência possível, informações pormenorizadas sobre as alegações constantes da petição inicial, de que faço juntar cópia.

Comunico, ainda, que exarei despacho indeferindo a liminar, cuja cópia segue em anexo, deste fazendo parte integrante.

Valho-me do ensejo para reiterar os mais elevados protestos de consideração.

<<Nome do Juiz>>Juiz(a) de Direito

.........

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7. RECURSOS

CONCEITOS

Recurso: “É a providência legal imposta ao juiz ou concedida à parte interessada, consistente em um meio de se obter nova apreciação da decisão ou situação processual, com o fim de corrigi-la, modificá-la ou confirmá-la. Trata-se do meio pelo qual se obtém o reexame de uma decisão”. 179

Recursos voluntários: “Constituem a regra no processo penal (art. 574). São aqueles em que a interposição do recurso fica a critério exclusivo da parte que se sente prejudicada pela decisão do juiz”. 180

Recursos necessários: “Também chamados de recursos de ofício ou anômalos, porque, em determinadas hipóteses, o legislador estabelece que o juiz deve recorrer de sua própria decisão, sem a necessidade de ter havido impugnação por qualquer das partes. Trata-se, portanto, de obrigação do juiz, sendo certo, também, que se não for interposto o recurso de ofício a decisão não transitará em julgado (Súmula 423 do STF). Trata-se, pois, de um reexame necessário. O juiz, entretanto, não arrazoa tal recurso”. 181

Termo nos autos: “A interposição por termo nos autos do recurso ocorre quando a parte manifesta verbalmente a vontade de recorrer e esta é registrada nos autos pelo escrivão”. 182

Assinatura a rogo: “Se o réu não souber, ou não puder assinar o nome, o termo será assinado por alguém, a seu rogo, na presença de duas testemunhas”. 183

Preparo do recurso: “Prévio pagamento das custas, requisito extrínseco exigido para a admissão e conhecimento do recurso, sob pena de abandono ou deserção.”184 No processo penal incide somente nas ações penais privadas.

Deserção: “A forma normal de extinção de um recurso é o seu julgamento. A deserção é forma anômala, que ocorre no caso de fuga do réu após ter apelado ou devido à falta de pagamento das despesas recursais”. 185

Razões recursais: Formalidade essencial ao recurso, consiste na explanação dos motivos do inconformismo pela parte recorrente.

Contra-razões recursais: Formalidade essencial ao recurso, consiste na impugnação, por parte do recorrido, aos motivos explanados nas razões recursais.

Tempestividade: “O recurso deve ser interposto dentro do prazo previsto na lei. Os prazos são peremptórios e a perda implica o não-recebimento do recurso”. 186

179 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 384.180 REIS, Alexandre Cebrian Araújo e GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Coleção Sinopses

Jurídicas, vol. 15 – Processo penal: procedimentos, nulidades e recursos, p. 105.181 REIS, Alexandre Cebrian Araújo e GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Coleção Sinopses

Jurídicas, vol. 15 – Processo penal: procedimentos, nulidades e recursos, p. 105.182 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 397.183 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 397.184 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. v. 3, p. 695.185 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 418.186 REIS, Alexandre Cebrian Araújo e GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Coleção Sinopses

Jurídicas, vol. 15 – Processo penal: procedimentos, nulidades e recursos, p.108.

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Efeito devolutivo: “É um efeito comum a todos os recursos. Significa que a interposição reabre a possibilidade de análise da questão combatida no recurso, através de um novo julgamento”. 187

Efeito suspensivo: “Significa que a interposição de determinado recurso impede a eficácia (aplicabilidade) da decisão recorrida. Veja-se, porém, que a regra no processo penal é a não existência do efeito suspensivo. Assim, um recurso somente terá tal efeito quando a lei expressamente o declarar”. 188

Arts. 574 a 580 do CPP

Art. 574 – Os recursos serão voluntários, excetuando-se os seguintes casos, em que deverão ser interpostos, de ofício, pelo juiz:

I – da sentença que conceder habeas corpus;II – da que absolver desde logo o réu com fundamento na existência de

circunstância que exclua o crime ou isente o réu de pena, nos termos do art. 411.

Art. 575 – Não serão prejudicados os recursos que, por erro, falta ou omissão dos funcionários, não tiverem seguimento ou não forem apresentados dentro do prazo.

Art. 576 – O Ministério Público não poderá desistir de recurso que haja interposto.

Art. 577 – O recurso poderá ser interposto pelo Ministério Público, ou pelo querelante, ou pelo réu, seu procurador ou seu defensor.

Parágrafo único – Não se admitirá, entretanto, recurso da parte que não tiver interesse na reforma ou modificação da decisão.

Art. 578 – O recurso será interposto por petição ou por termo nos autos, assinado pelo recorrente ou por seu representante.

§ 1º – Não sabendo ou não podendo o réu assinar o nome, o termo será assinado por alguém, a seu rogo, na presença de duas testemunhas.

§ 2º – A petição de interposição de recurso, com o despacho do juiz, será, até o dia seguinte ao último do prazo, entregue ao escrivão, que certificará no termo da juntada a data da entrega.

§ 3º – Interposto por termo o recurso, o escrivão, sob pena de suspensão por 10 (dez) a 30 (trinta) dias, fará conclusos os autos ao juiz, até o dia seguinte ao último do prazo.

Art. 579 – Salvo a hipótese de má-fé, a parte não será prejudicada pela interposição de um recurso por outro.

Parágrafo único – Se o juiz, desde logo, reconhecer a impropriedade do recurso interposto pela parte, mandará processá-lo de acordo com o rito do recurso cabível.

Art. 580 – No caso de concurso de agentes (Código Penal, art. 25), a decisão do recurso interposto por um dos réus, se fundado em motivos que não sejam de caráter exclusivamente pessoal, aproveitará aos outros.

187 REIS, Alexandre Cebrian Araújo e GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Coleção Sinopses Jurídicas, vol. 15 – Processo penal: procedimentos, nulidades e recursos, p. 112.

188 REIS, Alexandre Cebrian Araújo e GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Coleção Sinopses Jurídicas, vol. 15 – Processo penal: procedimentos, nulidades e recursos, p. 112/113.

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7.1 RECURSO EM SENTIDO ESTRITO

Recurso em sentido estrito: “Recurso mediante o qual se procede o reexame de uma decisão nas matérias especificadas em lei, possibilitando ao próprio juiz recorrido uma nova apreciação da questão, antes da remessa dos autos à segunda instância”. 189

Juízo de retratação: “Característica própria do recurso em sentido estrito é o efeito regressivo, ou seja, o reexame pelo juiz da sua decisão, chamado de ‘juízo de retratação’. Recebendo os autos conclusos, dentro de dois dias deverá ele reformar ou sustentar seu despacho. Esse pronunciamento judicial deve ser fundamentado, quer o juiz mantenha a decisão, quer a altere, total ou parcaialmente”. 190

Os casos em que caberá o recurso em sentido estrito, também chamado de recurso criminal são os seguintes:

a) da sentença que rejeitar a denúncia ou queixa;b) da decisão que concluir pela incompetência do juízo;c) da decisão que julgar procedentes as exceções, salvo a de

suspeição;d) da decisão que pronunciar ou impronunciar o réu;e) da decisão que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a

fiança;f) da decisão que indeferir requerimento de prisão preventiva ou

revogá-la;g) da decisão que conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em

flagrante;h) da decisão que absolver o réu sumariamente;i) da decisão que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor;j) da decisão que julgar extinta a punibilidade do acusado;k) da decisão que denegar a apelação ou julgá-la deserta;l) da decisão que ordenar a suspensão do processo, em virtude de

questão prejudicial;m) da decisão que decidir o incidente de falsidade.

Art. 581 do CPP

Art. 581 – Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença:

I – que não receber a denúncia ou a queixa;II – que concluir pela incompetência do juízo; III – que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição; IV – que pronunciar ou impronunciar o réu; V – que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança,

indeferir requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante;

Vl – que absolver o réu, nos casos do art. 411;

189 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 424.190 MIRABETE, Julio Fabbrini. Código de processo penal interpretado, p. 1232.

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VII – que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor;VIII – que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a

punibilidade; IX – que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra

causa extintiva da punibilidade;X – que conceder ou negar a ordem de habeas corpus;Xl – que conceder, negar ou revogar a suspensão condicional da pena;Xll – que conceder, negar ou revogar livramento condicional;Xlll – que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte;XIV – que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir;XV – que denegar a apelação ou a julgar deserta;XVI – que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão

prejudicial;XVII – que decidir sobre a unificação de penas;XVIII – que decidir o incidente de falsidade;XIX – que decretar medida de segurança, depois de transitar a sentença em

julgado; XX – que impuser medida de segurança por transgressão de outra;XXI – que mantiver ou substituir a medida de segurança, nos casos do art.

774;XXII – que revogar a medida de segurança;XXIII – que deixar de revogar a medida de segurança, nos casos em que a

lei admita a revogação;XXIV – que converter a multa em detenção ou em prisão simples.

O prazo para a interposição do recurso em sentido estrito é de 5 (cinco) dias, exceto no caso de inclusão ou exclusão de nome na lista geral de jurados do Tribunal do Júri, que é de 20 (vinte) dias, contados da publicação definitiva da lista de jurados.

Art. 586 do CPP

Art. 586 – O recurso voluntário poderá ser interposto no prazo de 5 (cinco) dias.

Parágrafo único – No caso do art. 581, XIV, o prazo será de 20 (vinte) dias, contado da data da publicação definitiva da lista de jurados.

Regra geral, o recurso subirá em autos apartados, mediante a formação do instrumento, que conterá a petição de interposição, as razões e contra-razões do recurso, bem como cópias das peças do processo indicadas pelo recorrente na petição recursal ou, no caso de interposição verbal, no próprio termo ou em requerimento avulso.

Art. 587, caput, do CPP

Art. 587 – Quando o recurso houver de subir por instrumento, a parte indicará, no respectivo termo, ou em requerimento avulso, as peças dos autos de que pretenda traslado.

Por outro lado, subirão nos próprios autos os recursos em sentido estrito interpostos contra a rejeição de denúncia ou queixa; contra decisão que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição; contra decisão que pronunciar ou impronunciar o réu; contra decisão de absolvição sumária; contra

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decisão que julgar extinta a punibilidade e que conceder ou denegar ordem de habeas corpus.

Art. 583 do CPP

Art. 583 – Subirão nos próprios autos os recursos:I – quando interpostos de oficio;II – nos casos do art. 581, I, III, IV, Vl, Vlll e X;III – quando o recurso não prejudicar o andamento do processo.

Excepcionalmente, referindo-se o inconformismo à sentença de pronúncia em que haja dois ou mais réus, se qualquer deles se conformar com a decisão ou se não tiverem sido ainda intimados todos os pronunciados, o recurso em sentido estrito será remetido instrumentadamente (em autos separados).

Art. 583, parágrafo único, do CPP

Art. 583, parágrafo único – O recurso da pronúncia subirá em traslado, quando, havendo dois ou mais réus, qualquer deles se conformar com a decisão ou todos não tiverem sido ainda intimados da pronúncia.

Apresentado o recurso, o cartório verificará a tempestividade e adotará as seguintes providências:

a) se intempestivo, certificará nos autos e fará conclusão ao juiz;

b) se tempestivo, certificará nos autos e fará conclusão ao juiz, providenciado em seguida, caso necessário, a formação do instrumento, no prazo de 5 (cinco) dias, com as peças indicadas pelo recorrente, incluindo-se a decisão recorrida, a certidão de sua intimação e, se existente, o termo de interposição.

Arts. 587, parágrafo único, e 590 do CPP

Art. 587, parágrafo único – O traslado será extraído, conferido e concertado no prazo de 5 (cinco) dias, e dele constarão sempre a decisão recorrida, a certidão de sua intimação, se por outra forma não for possível verificar-se a oportunidade do recurso, e o termo de interposição.

Art. 590 – Quando for impossível ao escrivão extrair o traslado no prazo da lei, poderá o juiz prorrogá-lo até o dobro.

Após a formação do traslado, o cartório intimará o recorrente para apresentar as razões do inconformismo, no prazo de 2 (dois) dias.

Apresentadas as razões, intimar-se-á o recorrido para apresentar as contra-razões, também em 2 (dois) dias.

Art. 588 do CPP

Art. 588 – Dentro de 2 (dois) dias, contados da interposição do recurso, ou do dia em que o escrivão, extraído o traslado, o fizer com vista ao recorrente,

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Page 365: Manual Criminal

este oferecerá as razões e, em seguida, será aberta vista ao recorrido por igual prazo.

Parágrafo único – Se o recorrido for o réu, será intimado do prazo na pessoa do defensor.

Vindo a manifestação do recorrido, ou na sua falta, os autos serão conclusos ao juiz.

Art. 589, caput, do CPP

Art. 589 – Com a resposta do recorrido ou sem ela, será o recurso concluso ao juiz, que, dentro de 2 (dois) dias, reformará ou sustentará o seu despacho, mandando instruir o recurso com os traslados que Ihe parecerem necessários.

Processado o recurso, se o juiz mantiver a decisão, os autos serão remetidos ao Tribunal de Justiça.

No caso de retratação, o cartório juntará cópia da decisão nos autos principais e providenciará a intimação da parte afetada.

Se esta requerer a subida para o Tribunal de Justiça, o cartório fará a remessa.

Art. 589, parágrafo único, do CPP

Art. 589, parágrafo único – Se o juiz reformar o despacho recorrido, a parte contrária, por simples petição, poderá recorrer da nova decisão, se couber recurso, não sendo mais lícito ao juiz modificá-la. Neste caso, independentemente de novos arrazoados, subirá o recurso nos próprios autos ou em traslado.

CERTIDÃO

Certifico que houve interposição de recurso em sentido estrito da decisão de fls. .........., sendo tempestiva posto que o prazo teve início em ....../....../...... e término em ....../....../......, tendo sido ajuizado em ....../....../...... .Local e data

..................................................Escrivão

CERTIDÕES DE ATOS ORDINATÓRIOS

Certifico que a decisão recorrida foi mantida.

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Page 366: Manual Criminal

Ao Tribunal de Justiça, com as homenagens de estilo.Local e data

..................................................Escrivão

Certifico que a decisão recorrida foi reformada.Fica intimada, a parte prejudicada.Local e data

..................................................Escrivão

Certifico que a parte prejudicada recorreu da reforma da decisão recorrida.Ao Tribunal de Justiça, com as homenagens de estilo.Local e data

..................................................Escrivão

REMESSA

Em ......./......./......, remeto estes autos ao Tribunal de Justiça.

..................................................Escrivão

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Page 367: Manual Criminal

EXPEDIENTE

Termo de interposição de recurso em sentido estrito:

PODER JUDICIÁRIOESTADO DE SANTA CATARINA<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

TERMO DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO (Art. 578 do CPP)

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor: <<Nome da Parte>> Réu: <<Nome da Parte>>

Dados da Decisão RecorridaDecisão .........Folhas .........Juiz(a) Prolator(a) .........

Razões do DescontentamentoMotivação .........Fundamento Legal Art. 581, inciso ......... , do Código Processo Penal

Dados do RecorrenteNome Completo .........Endereço .........Nacionalidade ......... Estado Civil .........Profissão ......... Data Nascimento .........Número da CI ......... Número do CPF .........Outro Documento .........Observações .........

Em <<Data por extenso>>, em cartório, compareceu o acusado acima qualificado, e por ele me foi dito que, não se conformando com a respeitável decisão proferida no processo epigrafado, vinha manifestar o desejo de interpor o presente RECURSO EM SENTIDO ESTRITO ao egrégio Tribunal de Justiça do Estado, do que, para constar, lavrei o presente termo. Eu, ________, <<Nome do Escrivão>>, Escrivã(o) Judicial, o subscrevi.

.........Recorrente

<<Nome do Escrivão>>Escrivã(o) Judicial

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Page 368: Manual Criminal

7.2 APELAÇÃO CRIMINAL

CONCEITOS

Apelação: “Recurso interposto da sentença definitiva ou com força de definitiva, para a segunda instância, com o fim de que se proceda ao reexame da matéria, com a conseqüente modificação parcial ou total da decisão”. 191

Sentença condenatória: “Aquela que reconhece a culpabilidade do réu, impondo-lhe pena, privativa ou não de liberdade”.192

Sentença absolutória: “Quando não acolhe o pedido de condenação. Pode ser própria: quando não acolhe a pretensão punitiva, não impondo qualquer sanção ao acusado; ou imprópria: quando não acolhe a pretensão punitiva, mas reconhece a prática da infração penal e impõe ao réu medida de segurança”. 193

Assistente de acusação: Auxilia a acusação nas ações penais públicas. “O ofendido pode habilitar-se como assistente do Ministério Público, através de advogado, para reforçar a acusação e acautelar a reparação civil (art. 268). Na falta do ofendido, podem habilitar-se seu cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (art. 31)”.194

Prazo comum: “Prazos comuns são os que fluem para ambas as partes, ao mesmo tempo a partir do mesmo termo”.195

Arts. 593, 595 a 598, 600 e 601, do CPP

Art. 593 – Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias:I – das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por

juiz singular; II – das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juiz

singular nos casos não previstos no Capítulo anterior; III – das decisões do Tribunal do Júri, quando: a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia; b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos

jurados; c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de

segurança;d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos.§ 1º – Se a sentença do juiz-presidente for contrária à lei expressa ou

divergir das respostas dos jurados aos quesitos, o tribunal ad quem fará a devida retificação.

§ 2º – Interposta a apelação com fundamento no nº III, c, deste artigo, o tribunal ad quem, se Ihe der provimento, retificará a aplicação da pena ou da medida de segurança.

§ 3º – Se a apelação se fundar no nº III, d, deste artigo, e o tribunal ad quem se convencer de que a decisão dos jurados é manifestamente contrária à prova dos autos, dar-lhe-á provimento para sujeitar o réu a novo julgamento; não se admite, porém, pelo mesmo motivo, segunda apelação.

191 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 403.192 MILHOMENS, Jônatas e ALVES, Geraldo Magela. Vocabulário prática de direito, p. 876.193 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 368.194 FÜHRER, Maximilianus Cláudio Américo e FÜHRER, Maximiliano Roberto Ernesto.

Coleção Resumos, v. 6 - Resumo de Processo Penal, p. 43.195 GIORGIS, José Carlos Teixeira. Prazos no processo penal. Rio de Janeiro: Aide, 1991, p.45.

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Page 369: Manual Criminal

§ 4º – Quando cabível a apelação, não poderá ser usado o recurso em sentido estrito, ainda que somente de parte da decisão se recorra.

Art. 595 – Se o réu condenado fugir depois de haver apelado, será declarada deserta a apelação.

Art. 596 – A apelação da sentença absolutória não impedirá que o réu seja posto imediatamente em liberdade.

Parágrafo único – A apelação não suspenderá a execução da medida de segurança aplicada provisoriamente.

Art. 597 – A apelação de sentença condenatória terá efeito suspensivo, salvo o disposto no art. 393, a aplicação provisória de interdições de direitos e de medidas de segurança (arts. 374 e 378), e o caso de suspensão condicional de pena.

Art. 598 – Nos crimes de competência do Tribunal do Júri, ou do juiz singular, se da sentença não for interposta apelação pelo Ministério Público no prazo legal, o ofendido ou qualquer das pessoas enumeradas no art. 31, ainda que não se tenha habilitado como assistente, poderá interpor apelação, que não terá, porém, efeito suspensivo.

Parágrafo único – O prazo para interposição desse recurso será de 15 (quinze) dias e correrá do dia em que terminar o do Ministério Público.

Art. 600 – Assinado o termo de apelação, o apelante e, depois dele, o apelado terão o prazo de 8 (oito) dias cada um para oferecer razões, salvo nos processos de contravenção, em que o prazo será de 3 (três) dias.

§ 1º – Se houver assistente, este arrazoará, no prazo de 3 (três) dias, após o Ministério Público.

§ 2º – Se a ação penal for movida pela parte ofendida, o Ministério Público terá vista dos autos, no prazo do parágrafo anterior.

§ 3º – Quando forem dois ou mais os apelantes ou apelados, os prazos serão comuns.

§ 4º – Se o apelante declarar, na petição ou no termo, ao interpor a apelação, que deseja arrazoar na superior instância serão os autos remetidos ao tribunal ad quem onde será aberta vista às partes, observados os prazos legais, notificadas as partes pela publicação oficial.

Art. 601 – Findos os prazos para razões, os autos serão remetidos à instância superior, com as razões ou sem elas, no prazo de 5 (cinco) dias, salvo no caso do art. 603, segunda parte, em que o prazo será de 30 (trinta) dias.

§ 1º – Se houver mais de um réu, e não houverem todos sido julgados, ou não tiverem todos apelado, caberá ao apelante promover extração do traslado dos autos, o qual deverá ser remetido à instância superior no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data da entrega das últimas razões de apelação, ou do vencimento do prazo para a apresentação das do apelado.

§ 2º – As despesas do traslado correrão por conta de quem o solicitar, salvo se o pedido for de réu pobre ou do Ministério Público.

O prazo para interposição de apelação é de 5 (cinco) dias.Tratando-se de Tribunal do Júri, o prazo para apelar conta-se da data

da sessão de julgamento em que foi lida a sentença.

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Page 370: Manual Criminal

Interposta a apelação, o cartório verificará a tempestividade e adotará as seguintes providências:

a) se intempestiva, certificará e fará conclusão ao juiz;

b) se tempestiva, certificará e intimará o apelante para oferecer as razões (caso não vierem juntamente com a petição), no prazo de 8 (oito) dias e, em seguida, o apelado para contra-arrazoar, com prazo idêntico.

Caso a defesa, regularmente intimada, não apresente as razões ou contra-razões recursais (conforme o caso), intimar-se-á o réu acerca da desídia de seu defensor para que nomeie outro para apresentar as razões, sob pena de ser-lhe nomeado defensor dativo. Se o defensor já era dativo, o escrivão indicará outro para apresentar a peça faltante (vide item 2.3 da parte geral deste manual).

A seguir os autos serão conclusos e posteriormente remetidos ao Tribunal de Justiça.

CERTIDÕES DE ATOS ORDINATÓRIOS

Certifico que a apelação é tempestiva, posto que o prazo teve início em ....../....../...... e término em ....../....../......, tendo sido ajuizado em ....../....../...... .Fica intimado o apelante para apresentar as razões recursais, no prazo de 8 (oito) dias.Local e data

..................................................Escrivão

Fica intimado o apelado para apresentar as contra-razões recursais, no prazo de 8 (oito) dias.Local e data

..................................................Escrivão

Certifico que a apelação foi devidamente processada.Ao Tribunal de Justiça, com as homenagens de estilo.Local e data

..................................................Escrivão

REMESSA

Em ......./......./......, remeto estes autos ao Tribunal de Justiça.

..................................................Escrivão

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Page 371: Manual Criminal

7.3 AGRAVO EM EXECUÇÃO

CONCEITO

Agravo em execução: É o recurso cabível contra todas as decisões proferidas pelo juiz da execução penal. Regra geral, não possui efeito suspensivo, salvo quando interposto da decisão que declara cessada a periculosidade do internado.

As decisões proferidas pelo juiz da execução penal são impugnáveis por via do agravo em execução.

Art. 197 da LEP

Art. 197 – Das decisões proferidas pelo juiz caberá recurso de agravo, sem efeito suspensivo.

Não estando ainda regulamentado em lei o processamento do agravo em execução, considerando a aplicação subsidiária do Código de Processo Penal ao processo executivo, deverá seguir as normas pertinentes ao recurso em sentido estrito (vide item 7.1 da parte especial deste manual).

Assim, o prazo para a interposição do recurso de agravo é de 5 (cinco) dias.

Art. 586, caput, do CPP

Art. 586 – O recurso voluntário poderá ser interposto no prazo de 5 (cinco) dias.

O recurso será remetido à superior instância em autos apartados, mediante a formação do instrumento, que conterá as peças do PEC indicadas pelo agravante.

Art. 587, caput, do CPP

Art. 587 – Quando o recurso houver de subir por instrumento, a parte indicará, no respectivo termo, ou em requerimento avulso, as peças dos autos de que pretenda traslado.

Apresentado o agravo em execução, o cartório verificará a tempestividade e adotará as seguintes providências:

a) se intempestivo, certificará nos autos e fará conclusão ao juiz;

b) se tempestivo, certificará nos autos e fará conclusão ao juiz, providenciado em seguida a formação do instrumento, no prazo de 5 (cinco) dias, com as peças indicadas pelo agravante, incluindo-se a decisão recorrida, a certidão de sua intimação e, se existente, o termo de interposição.

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Page 372: Manual Criminal

Arts. 587, parágrafo único, e 590 do CPP

Art. 587, parágrafo único – O traslado será extraído, conferido e concertado no prazo de 5 (cinco) dias, e dele constarão sempre a decisão recorrida, a certidão de sua intimação, se por outra forma não for possível verificar-se a oportunidade do recurso, e o termo de interposição.

Art. 590 – Quando for impossível ao escrivão extrair o traslado no prazo da lei, poderá o juiz prorrogá-lo até o dobro.

Após a formação do translado o cartório intimará o agravante para apresentar as razões do inconformismo, no prazo de 2 (dois) dias.

Apresentadas as razões, intimar-se-á o agravado para apresentar as contra-razões, também em 2 (dois) dias.

Art. 588 do CPP

Art. 588 – Dentro de 2 (dois) dias, contados da interposição do recurso, ou do dia em que o escrivão, extraído o traslado, o fizer com vista ao recorrente, este oferecerá as razões e, em seguida, será aberta vista ao recorrido por igual prazo.

Parágrafo único – Se o recorrido for o réu, será intimado do prazo na pessoa do defensor.

Vindo a manifestação do recorrido, ou na sua falta, os autos serão conclusos ao juiz.

Art. 589, caput, do CPP

Art. 589 – Com a resposta do recorrido ou sem ela, será o recurso concluso ao juiz, que, dentro de 2 (dois) dias, reformará ou sustentará o seu despacho, mandando instruir o recurso com os traslados que Ihe parecerem necessários.

Processado o recurso, se o juiz mantiver a decisão, os autos serão remetidos ao Tribunal de Justiça.

No caso de retratação, o cartório juntará cópia da decisão nos autos principais e providenciará a intimação da parte afetada.

Se esta requerer a subida para o Tribunal de Justiça, o cartório fará a remessa.

Art. 589, parágrafo único, do CPP

Art. 589, parágrafo único – Se o juiz reformar o despacho recorrido, a parte contrária, por simples petição, poderá recorrer da nova decisão, se couber recurso, não sendo mais lícito ao juiz modificá-la. Neste caso, independentemente de novos arrazoados, subirá o recurso nos próprios autos ou em traslado.

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Page 373: Manual Criminal

CERTIDÃO

Certifico que houve interposição de agravo em execução da decisão de fls. .........., sendo tempestivo posto que o prazo teve início em ....../....../...... e término em ....../....../......, tendo sido ajuizado em ....../....../...... .Local e data

..................................................Escrivão

CERTIDÕES DE ATOS ORDINATÓRIOS

Certifico que a decisão recorrida foi mantida.Ao Tribunal de Justiça, com as homenagens de estilo.Local e data

..................................................Escrivão

Certifico que a decisão recorrida foi reformada.Fica intimada, a parte prejudicada.Local e data

..................................................Escrivão

Certifico que a parte prejudicada recorreu da reforma da decisão recorrida.Ao Tribunal de Justiça, com as homenagens de estilo.Local e data

..................................................Escrivão

REMESSA

Em ......./......./......, remeto estes autos ao Tribunal de Justiça.

..................................................Escrivão

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Page 374: Manual Criminal

8. EXECUÇÃO PENAL

CONCEITOS

Execução penal: “Definimos a execução penal, como um conjunto de normas e princípios jurídicos, de natureza complexa, isto é, de direitos: constitucional, penal, processual penal e administrativo, que regulam e ensejam a concretização das sentenças condenatórias ou das que impuseram medidas de segurança, aos condenados, internados ou sujeitos a tratamento ambulatorial, respectivamente”.196

Sentença condenatória: “Aquela que reconhece a culpabilidade do réu, impondo-lhe pena, privativa ou não de liberdade”.197

Sentença absolutória: “Quando não acolhe o pedido de condenação. Pode ser própria: quando não acolhe a pretensão punitiva, não impondo qualquer sanção ao acusado; ou imprópria: quando não acolhe a pretensão punitiva, mas reconhece a prática da infração penal e impõe ao réu medida de segurança”. 198

Trânsito em julgado: “Estado da decisão judicial irrecorrível por não mais estar sujeita a recurso, dando origem à coisa julgada. Imodificabilidade da decisão devido à preclusão dos prazos recursais”.199

Medidas de segurança: “São providências de caráter preventivo, fundadas na periculosidade do agente, aplicadas pelo juiz na sentença, por prazo indeterminado (até a cessação da periculosiodade), e que têm por objeto os inimputáveis e os semi-imputáveis.200

Arts. 1º a 4º, da LEP

Art. 1º – A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado.

Art. 2º – A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da Justiça ordinária, em todo o Território Nacional, será exercida, no processo de execução, na conformidade desta Lei e do Código de Processo Penal.

Parágrafo único – Esta Lei aplicar-se-á igualmente ao preso provisório e ao condenado pela Justiça Eleitoral ou Militar, quando recolhido a estabelecimento sujeito à jurisdição ordinária.

Art. 3º – Ao condenado e ao internado serão assegurados todos os direitos não atingidos pela sentença ou pela lei.

Parágrafo único – Não haverá qualquer distinção de natureza racial, social, religiosa ou política.

Art. 4º – O Estado deverá recorrer à cooperação da comunidade nas atividades de execução da pena e da medida de segurança.

196 LIMA, Roberto Gomes e PERALLES, Ubiracyr. Teoria e prática da execução penal, p. 13.197 MILHOMENS, Jônatas e ALVES, Geraldo Magela. Vocabulário prática de direito, p. 876.198 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 368.199 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. v. 4, p. 609.200 GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Coleção Sinopses Jurídicas, vol. 7 – Direito Penal:

parte geral. 3ª ed., São Paulo: Saraiva, 1999, p. 160.

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Page 375: Manual Criminal

A fase de conhecimento do processo penal se encerra com o trânsito em julgado da sentença, passando-se, então, para a última fase, que é a execução penal, consistente na concretização do mandamento contido na sentença, visando torná-la efetiva, com o cumprimento de pena ou medida de segurança pelo condenado ou internado.

A execução penal é regida pela Lei de Execução Penal – LEP (Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984).

8.1 JUÍZO DA EXECUÇÃO

CONCEITOS

Processo de Execução Criminal (PEC): “É aquele que visa à concretização do consignado na sentença penal condenatória (pena privativa de liberdade, pena restritiva de direitos e pena de multa) ou na sentença penal que aplicou medida de segurança, como a última fase do processo penal. (...). Neste processo, além de concretizar-se o que ficou consignado na sentença, tem o executado inúmeros direitos subjetivos ou inúmeras expectativas de direitos, como postular por antecipação condicional provisória da liberdade ou pugnar por benefício que minore os efeitos do cárcere, com arrimo no sistema progressivo de cumprimento da sanção penal”. 201

Incidentes de execução da pena: Embora a Lei de Execução Penal, em seu Título VII (arts. 180 a 193), defina como incidentes de execução (em sentido estrito) apenas os procedimentos instaurados nos casos de conversões, excesso ou desvio, anistia e indulto, são considerados incidentes da execução penal (em sentido amplo) todos os acontecimentos, no processo de execução, que visem a concessão de um benefício ao condenado ou impliquem em qualquer modificação da sua situação prisional e que, conseqüentemente, exigem a atuação jurisdicional.

Função jurisdicional: “A natureza jurídica da execução penal é complexa, isto é, jurisdicional e administrativa. Jurisdicional, com relação aos incidentes – processos executivos -, livramento condicional, sursis, prisão-albergue domiciliar, indulto, progressão de regime aberto, progressão de regime semi-aberto, remição de pena etc., em que emerge a efetivação do princípio do contraditório (art. 5º, item LV, CF)”. 202

Função administrativa: “A natureza jurídica da execução penal é complexa, isto é, jurisdicional e administrativa. (...). Administrativa, quando visa à integração social do condenado ou internado, à fiscalização dos presídios e institutos penais, à obtenção de pareceres técnicos (exame criminológico multidisciplinar, parecer da comissão técnica de classificação, relatório social, histórico disciplinar e parecer do Conselho Penitenciário) e, finalmente, documentos, como folha penal, guia de recolhimento de preso e ficha de término de pena junto ao Desipe”. 203

Extinção da punibilidade: “Com a prática da infração penal, surge para o Estado o direito de punir o agente, ou seja, a punibilidade, que nada mais é do que a possibilidade jurídica de o Estado impor a sanção ao autor do delito. O legislador, entretanto, estabelece uma série de causas subseqüentes que extinguem essa punibilidade, impossibilitando, pois, a imposição da pena”. 204

Arts. 65, 66 e 194 da LEP201 LIMA, Roberto Gomes e PERALLES, Ubiracyr. Teoria e prática da execução penal, p. 16.202 LIMA, Roberto Gomes e PERALLES, Ubiracyr. Teoria e prática da execução penal, p. 13.203 LIMA, Roberto Gomes e PERALLES, Ubiracyr. Teoria e prática da execução penal, p. 13/14.204 GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Coleção Sinopses Jurídicas, vol. 7 – Direito Penal:

parte geral, p. 167.

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Page 376: Manual Criminal

Art. 65 – A execução penal competirá ao juiz indicado na lei local de organização judiciária e, na sua ausência, ao da sentença.

Art. 66 – Compete ao juiz da execução:I – aplicar aos casos julgados lei posterior que de qualquer modo favorecer o

condenado;II – declarar extinta a punibilidade;III – decidir sobre:a) soma ou unificação de penas;b) progressão ou regressão nos regimes;c) detração e remição da pena;d) suspensão condicional da pena;e) livramento condicional;f) incidentes da execução.IV – autorizar saídas temporárias;V – determinar:a) a forma de cumprimento da pena restritiva de direitos e fiscalizar sua

execução;b) a conversão da pena restritiva de direitos e de multa em privativa de

liberdade;c) a conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos;d) a aplicação da medida de segurança, bem como a substituição da pena

por medida de segurança;e) a revogação da medida de segurança;f) a desinternação e o restabelecimento da situação anterior;g) o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra comarca;h) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1º, do artigo 86, desta

Lei.VI – zelar pelo correto cumprimento da pena e da medida de segurança;VII – inspecionar, mensalmente, os estabelecimentos penais, tomando

providências para o adequado funcionamento e promovendo, quando for o caso, a apuração de responsabilidade;

VIII – interditar, no todo ou em parte, estabelecimento penal que estiver funcionando em condições inadequadas ou com infringência aos dispositivos desta Lei;

IX – compor e instalar o Conselho da Comunidade;X – emitir anualmente atestado de pena a cumprir.

Art. 194 – O procedimento correspondente às situações previstas nesta Lei será judicial, desenvolvendo-se perante o Juízo da execução.

O Juízo da execução é o foro natural para o conhecimento e julgamento de todos os conflitos de interesses entre o direito de punir do Estado e os direitos subjetivos do preso ou da pessoa submetida a medida de segurança (função jurisdicional), bem como para a regularização da execução penal, ajustando-a às prescrições normativas a ela inerentes (função administrativa).

Nas comarcas onde não houver vara especializada na execução penal, o juiz competente para a execução será o da condenação, salvo quando o cumprimento da pena se der em local diverso da condenação.

A competência do juiz encarregado da execução penal, seja especializado ou não, inicia-se somente após o trânsito em julgado da sentença.

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Page 377: Manual Criminal

Transitada em julgado a sentença, todos os pedidos do condenado e as manifestações do promotor de justiça que versarem sobre execução da pena privativa de liberdade ou medida de segurança, deverão ser apresentadas ao Juízo da execução.

8.2 MINISTÉRIO PÚBLICO NA EXECUÇÃO PENAL

CONCEITO

Capacidade postulatória: Consiste na capacidade de postular em Juízo, agindo como parte no processo de execução.

Arts. 67 e 68 da LEP

Art. 67 – O Ministério Público fiscalizará a execução da pena e da medida de segurança, oficiando no processo executivo e nos incidentes da execução.

Art. 68 – Incumbe, ainda, ao Ministério Público:I – fiscalizar a regularidade formal das guias de recolhimento e de

internamento;II – requerer:a) todas as providências necessárias ao desenvolvimento do processo

executivo;b) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de execução;c) a aplicação de medida de segurança, bem como a substituição da pena

por medida de segurança;d) a revogação da medida de segurança;e) a conversão de penas, a progressão ou regressão nos regimes e a

revogação da suspensão condicional da pena e do livramento condicional;f) a internação, a desinternação e o restabelecimento da situação anterior.III – interpor recursos de decisões proferidas pela autoridade judiciária,

durante a execução.Parágrafo único – O órgão do Ministério Público visitará mensalmente os

estabelecimentos penais, registrando a sua presença em livro próprio.

No processo de execução, o promotor de justiça pode ser parte ou atuar como órgão fiscalizador da aplicação da lei, impedindo eventuais abusos, excessos ou irregularidades na execução das penas e medidas de segurança.

O promotor de justiça será intimado pessoalmente de todas as decisões exaradas no curso do processo de execução, tanto jurisdicionais quanto administrativas.

Art. 370, § 4º, do CPP

Art. 370, § 4º – A intimação do Ministério Público e do defensor nomeado será pessoal.

Nos procedimentos judiciais, as partes e o promotor de justiça terão o prazo de 3 (três) dias para se manifestar, quando não forem os requerentes.

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Page 378: Manual Criminal

Art. 196, caput, da LEP

Art. 196 – A portaria ou petição será autuada ouvindo-se, em 3 (três) dias, o condenado e o Ministério Público, quando não figurem como requerentes da medida.

8.3 DEFENSOR NA EXECUÇÃO PENAL

CONCEITOS

Advogado: “Profissional legalmente habilitado e devidamente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil para atuar na tutela de interesses particulares”.205

Defensor constituído: É o advogado nomeado pela parte para representá-la em juízo.

Defensor dativo: É o advogado nomeado pelo juízo para suprir a ausência de defensor constituído, sem que se leve em conta as condições econômicas do réu, pois, se este não for pobre, deverá pagar os honorários daquele, estipulados pelo juiz.

Assim como na fase de conhecimento, os defensores constituídos que atuam na execução penal serão intimados para os atos do processo pela imprensa, através de publicação no Diário da Justiça (vide item 2.13.1 da parte geral deste manual).

Art. 370, § 1º, do CPP

Art. 370, § 1º – A intimação do defensor constituído, do advogado do querelante e do assistente far-se-á por publicação no órgão incumbido da publicidade dos atos judiciais da comarca, incluindo, sob pena de nulidade, o nome do acusado.

Havendo oportunidade, o escrivão ou serventuário autorizado deverá intimar o advogado pessoalmente, no cartório, colhendo o ciente do intimando, dispensada, neste caso, a publicação na imprensa.

Art. 370, § 3º, do CPP

Art. 370, § 3º – A intimação pessoal, feita pelo escrivão, dispensará a aplicação a que alude o § 1º.

Em caso de recusa na aposição do ciente, tal fato constará da certidão.O cartório deve atentar para a prática de qualquer ato por parte do

intimando que importe no conhecimento inequívoco do ato judicial objeto da intimação (por exemplo: levar o processo em carga), certificando nos autos.

205 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. v. 1, p. 120.

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Page 379: Manual Criminal

Por outro lado, quando tratar-se de defensor nomeado pelo juízo (dativo), as intimações serão sempre pessoais, mediante certidão e ciência nos autos.

Art. 370, § 4º, última parte, do CPP

Art. 370, § 4º – A intimação do Ministério Público e do defensor nomeado será pessoal.

8.4 CONSELHO PENITENCIÁRIO

CONCEITO

Conselho Penitenciário: “Dentre os órgãos de execução da pena, sobressai-se, por sua importância e relevantes funções, o Conselho penitenciário. Cabe-lhe acompanhar a evolução do comportamento do recluso durante o cumprimento da pena, dar pareceres e, ao mesmo tempo fiscalizar a observância da lei na instituição”.206

Arts. 69 e 70, da LEP

Art. 69 – O Conselho Penitenciário é órgão consultivo e fiscalizador da execução da pena.

§ 1º – O Conselho será integrado por membros nomeados pelo Governador do Estado, do Distrito Federal e dos Territórios, dentre professores e profissionais da área do Direito Penal, Processual Penal, Penitenciário e ciências correlatas, bem como por representantes da comunidade. A legislação federal e estadual regulará o seu funcionamento.

§ 2º – O mandato dos membros do Conselho Penitenciário terá a duração de 4 (quatro) anos.

Art. 70 – Incumbe ao Conselho Penitenciário:I – emitir parecer sobre indulto e comutação de pena, excetuada a hipótese

de pedido de indulto com base no estado de saúde do preso;II – inspecionar os estabelecimentos e serviços penais;III – apresentar, no primeiro trimestre de cada ano, ao Conselho Nacional de

Política Criminal e Penitenciária, relatório dos trabalhos efetuados no exercício anterior;

IV – supervisionar os patronatos, bem como a assistência aos egressos.

O Conselho Penitenciário é órgão consultivo e fiscalizador da execução da pena, cabendo-lhe zelar pelos interesses da Justiça e, ao mesmo tempo, pelos interesses e direitos dos condenados, presos ou egressos.

A enumeração das atribuições do Conselho Penitenciário prevista no art. 70 da LEP não é exaustiva, existindo outras funções dispersas entre as demais previsões daquele diploma legal.

O Conselho Penitenciário de Santa Catarina localiza-se na Rua Trajano, nº 168, Edifício. Bornhausen, 7º andar, Centro – Florianópolis/SC, CEP 88010-080 – fone (48) 3224-5589.

8.5 PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE206 ROSA, Antonio José M. Feu. Execução Penal. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1995, p. 190.

379

Page 380: Manual Criminal

CONCEITOS

Pena privativa de liberdade: “Consiste na segregação do condenado do convívio social. No nosso Código Penal são as penas de reclusão e de detenção (CP, art. 33) e a prisão simples nas contravenções penais (art. 5º,I)”.207

Prisão simples: Pena privativa de liberdade aplicável às contravenções penais.

Crime doloso: “Para o CP, o crime é doloso quando: a. o agente quis o resultado; b. (o agente) assumiu o risco de produzi-lo (o resultado). A primeira parte (a) é o dolo direto (ou determinado); a segunda (b) é o chamado dolo indireto (ou indeterminado), que tem duas formas (eventual e alternativo)”. 208

Crime culposo: “No crime culposo, o agente não quer nem assume o risco de produzir o resultado, mas a ele dá causa, nos termos do art. 18, II, do Código Penal, por imprudência, negligência ou imperícia. (...) é aquele resultante da inobservância de um cuidado necessário, manifestada na conduta produtora de um resultado objetivamente previsível, através de imprudência, negligência ou imperícia”. 209

As penas privativas de liberdade aplicáveis aos crimes podem ser de reclusão ou detenção, a primeira destina-se apenas aos crimes dolosos, enquanto que a segunda é aplicável tanto aos crimes dolosos como aos culposos.

Para as contravenções penais, a pena privativa de liberdade será a prisão simples.

8.5.1 REGRAS PARA CONTAGEM DAS PENAS

Na contagem das penas privativas de liberdade e restritivas de direitos, o dia da prisão ou do início do cumprimento da pena inclui-se no cálculo, sendo computado como um dia inteiro, independentemente da hora que aconteceu (vide item 2.24.2, da parte geral deste manual).

Quando o cálculo da pena resultar em números fracionados, as frações de mês devem ser reduzidas a dias (divisão por trinta) e as frações de ano a meses (divisão por doze) para obtenção da pena correta.

Caso a redução ou aumento da pena importe em frações de dia, que são as horas, estas serão desprezadas, reduzindo-se a pena para o número inteiro.

Arts. 10 e 11 do CP

Art. 10 – O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum.

207 NOGUEIRA, Paulo Lúcio. Curso completo de processo penal. 11ª ed., São Paulo: Saraiva, 2000, p. 528.208 DELMANTO, Celso e outros. Código penal comentado, p. 32.209 GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Coleção Sinopses Jurídicas, vol. 7 – Direito Penal:

parte geral, p. 50.

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Page 381: Manual Criminal

Art. 11 – Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro.

8.5.1.1 CONTAGEM DA PENA NO CASO DE PROGRESSÃO DE REGIME

CONCEITOS

Progressão de regime: Consiste na “transferência do condenado de regime mais rigoroso a outro menos rigoroso quando demonstra condições de adaptação ao mais suave”. 210

Regressão de regime: “Em caso de não se adaptar o condenado ao regime semi-aberto ou aberto, demonstrando a inexistência de sua reintegração social, fica o condenado também sujeito à regressão. Constitui-se esta na transferência do condenado para qualquer dos regimes mais rigorosos (...)”.211

O requisito objetivo para a progressão de regime é o cumprimento de pelo menos 1/6 da pena no regime anterior (vide item 8.6.2 da parte especial deste manual).

Art. 112, caput, da LEP

Art. 112 – A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão.

Assim, para a ocorrência da primeira progressão de regime será necessário que o condenado tenha cumprido 1/6 do total da pena aplicada no regime anterior.

Após a primeira transferência, a progressão será determinada, quanto ao quesito temporal, considerado o saldo restante da pena, ou seja, 1/6 da pena que o condenado teria a cumprir a partir do momento em que obteve a primeira progressão.

Em caso de regressão, o condenado terá de cumprir 1/6 do saldo restante da pena no regime mais rigoroso para satisfazer o requisito temporal da progressão, contando-se a partir do fato que ensejou a punição (vide item 8.6.11 da parte especial deste manual).

8.5.1.2 CONTAGEM DA PENA NO CASO DE REMIÇÃO PENAL210 MIRABETE, Julio Fabbrini. Execução penal: comentários à Lei nº 7.210, de 11/07/1984,

p. 327.211 MIRABETE, Julio Fabbrini. Execução penal: comentários à Lei nº 7.210, de 11/07/1984,

p. 397.

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Page 382: Manual Criminal

CONCEITO

Remição penal: “Pode-se definir a remição, nos termos da lei brasileira, como um direito do condenado em reduzir pelo trabalho prisional o tempo de duração da pena privativa de liberdade cumprida em regime fechado ou semi-aberto. Trata-se de um meio de abreviar ou extinguir parte da pena. Oferece-se ao preso um estímulo para corrigir-se, abreviando o tempo de cumprimento da sanção para que possa passar ao regime de liberdade condicional ou à liberdade definitiva”. 212

O trabalho no regime fechado ou semi-aberto, interno ou externo, dá ao condenado o direito à remição de parte da pena.

Para cada 3 (três) dias trabalhados, será descontado 1 (um) dia da pena. Trata-se da remição penal (vide item 8.6.8 da parte especial deste manual).

Arts. 126 e 127 da LEP

Art. 126 – O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semi-aberto poderá remir, pelo trabalho, parte do tempo de execução da pena.

§ 1º – A contagem do tempo para o fim deste artigo será feita à razão de 1 (um) dia de pena por 3 (três) de trabalho.

§ 2º – O preso impossibilitado de prosseguir no trabalho, por acidente, continuará a beneficiar-se com a remição.

§ 3º – A remição será declarada pelo juiz da execução, ouvido o Ministério Público.

Art. 127 – O condenado que for punido por falta grave perderá o direito ao tempo remido, começando o novo período a partir da data da infração disciplinar.

O tempo remido será computado para a concessão dos benefícios de indulto, livramento condicional e progressão de regime.

Arts. 111 e 128 da LEP

Art. 111 – Quando houver condenação por mais de um crime, no mesmo processo ou em processos distintos, a determinação do regime de cumprimento será feita pelo resultado da soma ou unificação das penas, observada, quando for o caso, a detração ou remição.

Art. 128 – O tempo remido será computado para a concessão de livramento condicional e indulto.

Em virtude da omissão legislativa quanto à forma de contagem do tempo remido, surgiram divergências de ordem doutrinária e jurisprudencial acerca do tema. Uns preconizam que o tempo remido deve ser somado à pena já cumprida, ou seja, será contado como tempo de execução da pena, enquanto outros entendem que deve ser abatido do total da pena imposta na sentença.

Homologada a remição, o cartório, ciente da forma de contagem adotada pelo juiz da vara, fará a retificação na guia de recolhimento, remetendo

212 MIRABETE, Julio Fabbrini. Execução penal: comentários à Lei nº 7.210, de 11/07/1984, p. 425.

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Page 383: Manual Criminal

cópia à autoridade administrativa incumbida da execução (vide item 8.5.3 da parte especial deste manual).

8.5.1.3 CONTAGEM DA PENA NO CASO DE DETRAÇÃO PENAL

CONCEITO

Detração penal: É o cômputo na execução da pena privativa de liberdade e na medida de segurança do tempo de recolhimento anterior ao trânsito em julgado da sentença, ou seja, da prisão provisória ou administrativa e da internação em hospital ou manicômio.

O tempo que o condenado tiver sido privado de sua liberdade por prisão provisória, administrativa ou internação será computado na execução da pena (vide item 8.6.1 da parte especial deste manual).

Arts. 41 e 42 do CP

Art. 41 – O condenado a quem sobrevêm doença mental deve ser recolhido a hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, a outro estabelecimento adequado.

Art. 42 – Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anterior.

Em virtude da omissão legislativa quanto à forma de contagem do tempo detraído, surgiram divergências de ordem doutrinária e jurisprudencial acerca do tema. Uns preconizam que o tempo detraído deve ser somado à pena já cumprida, ou seja, será contado como tempo de execução da pena, enquanto outros entendem que deve ser abatido do total da pena imposta na sentença.

Homologada a detração, o cartório, ciente da forma de contagem adotada pelo juiz da vara, fará a retificação na guia de recolhimento, remetendo cópia à autoridade administrativa incumbida da execução (vide item 8.5.3 da parte especial deste manual).

8.5.2 REGIMES DE CUMPRIMENTO DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE

CONCEITOS

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Page 384: Manual Criminal

Progressão de regime: Consiste na “transferência do condenado de regime mais rigoroso a outro menos rigoroso quando demonstra condições de adaptação ao mais suave”. 213

Regressão de regime: “Em caso de não se adaptar o condenado ao regime semi-aberto ou aberto, demonstrando a inexistência de sua reintegração social, fica o condenado também sujeito à regressão. Constitui-se esta na transferência do condenado para qualquer dos regimes mais rigorosos (...)”.214

Crimes hediondos: “Com o fim de tornar mais eficientes os instrumentos jurídicos de combate às infrações penais mais graves, dispôs a Constituição Federal de 1988 que são considerados inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia os crimes definidos como hediondos (art. 5º, inc. XLIII). Tais crimes que, por sua natureza ou pela forma de execução, se mostram repugnantes, causando clamor público e intensa repulsa, são relacionados no art. 1º da Lei nº 8.072, de 25-7-90”. 215

A pena de reclusão pode ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto, enquanto que a de detenção será cumprida somente nos regimes semi-aberto ou aberto (salvo posterior transferência ao regime fechado em razão da regressão).

Art. 33, caput, do CP

Art. 33 – A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado.

A prisão simples será cumprida sem rigor penitenciário, ou seja, pode ser cumprida no regime semi-aberto ou aberto, mas separado dos condenados à pena de reclusão e detenção.

Art. 6º e § 1º, do Decreto-lei nº 3.688/41

Art. 6º – A pena de prisão simples deve ser cumprida, sem rigor penitenciário, em estabelecimento especial ou seção especial de prisão comum, em regime semi-aberto ou aberto.

§ 1º – O condenado à pena de prisão simples fica sempre separado dos condenados à pena de reclusão ou de detenção.

§ 2º – O trabalho é facultativo, se a pena aplicada não excede a 15 (quinze) dias.

As mulheres e os idosos (maiores de 60 anos) condenados a pena privativa de liberdade serão submetidos a regime especial, devendo cumprir a reprimenda em estabelecimento próprio e adequado a sua condição pessoal.

213 MIRABETE, Julio Fabbrini. Execução penal: comentários à Lei nº 7.210, de 11/07/1984, p. 327.

214 MIRABETE, Julio Fabbrini. Execução penal: comentários à Lei nº 7.210, de 11/07/1984, p. 397.

215 MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de direito penal – parte geral, vol. 1. 15ª ed., São Paulo: Atlas, 1999, p. 137.

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Page 385: Manual Criminal

Art. 5º, L, da CF

Art. 5º, L – às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação.

Art. 37 do CP

Art. 37 – As mulheres cumprem pena em estabelecimento próprio, observando-se os deveres e direitos inerentes à sua condição pessoal, bem como, no que couber, o disposto neste Capítulo.

Arts. 82, § 1º e 83, § 2º, da LEP

Art. 82, § 1º – A mulher e o maior de sessenta anos, separadamente, serão recolhidos a estabelecimento próprio e adequado à sua condição pessoal.

Art. 83, § 2º – Os estabelecimentos penais destinados a mulheres serão dotados de berçário, onde as condenadas possam amamentar seus filhos.

A legislação pátria adotou o sistema progressivo para o cumprimento das penas privativas de liberdade, ou seja, tais penas estarão sujeitas a progressões e regressões de regime durante a sua execução.

Art. 33, § 2º, do CP

Art. 33, § 2º – As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso:

a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado;

b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;

c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.

Excetuam a regra as condenações por crimes hediondos e equiparados (leia-se apenas o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, já que inexiste lei de terrorismo e considerando que a lei de tortura permite progressão de regime), que deverão ser cumpridas integralmente em regime fechado.

Art. 2º, § 1º, da Lei nº 8.072/90

Art. 2º – Os crimes hediondos, a prática de tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de:

I – anistia, graça e indulto;II – fiança e liberdade provisória.§ 1º – A pena por crime previsto neste artigo será cumprida integralmente

em regime fechado.

Art. 1º, § 7º, da Lei nº 9.455/97

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Page 386: Manual Criminal

Art. 1º, § 7º – O condenado por crime previsto nesta Lei (crime de tortura), salvo a hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em regime fechado.

A progressão se dá com a transferência para regime menos rigoroso, de acordo com o mérito do condenado, após o cumprimento de 1/6 (um sexto) da pena, ao menos, no regime anterior (vide item 8.6.2 da parte especial deste manual).

Art. 112 da LEP

Art. 112 – A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão.

§ 1º – A decisão será sempre motivada e precedida de manifestação do Ministério Público e do defensor.

§ 2º – Idêntico procedimento será adotado na concessão de livramento condicional, indulto e comutação de penas, respeitados os prazos previstos nas normas vigentes.

Na regressão, o condenado é transferido para regime mais rigoroso quando se verificarem determinadas condições previstas na lei (vide item 8.6.11 da parte especial deste manual).

Art. 118 da LEP

Art. 118 – A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado:

I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave;II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da

pena em execução, torne incabível o regime (artigo 111).§ 1º – O condenado será transferido do regime aberto se, além das

hipóteses referidas nos incisos anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar, podendo, a multa cumulativamente imposta.

§ 2º – Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior, deverá ser ouvido previamente o condenado.

8.5.2.1 REGIME FECHADO

CONCEITOS

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Page 387: Manual Criminal

Regime fechado: “O regime fechado caracteriza-se por uma limitação das atividades em comum dos presos e por maior controle e vigilância sobre eles. Devem cumprir pena nesse regime os presos de periculosidade extrema, assim considerados na valoração de fatores objetivos: quantidade de crimes, penas elevadas no período inicial do cumprimento, presos reincidentes etc.”. 216

Exame criminológico: “Consiste em uma perícia realizada no sentenciado pelos membros da ComissãoTécnica de Classificação (CTC), com preponderância para os exames psiquiátrico e psicológico, além de outros critérios reveladores da personalidade do reeducando (entrevistas da assistente social com familiares, requisição de informações a repartições, etc.), para constatar a ausência de periculosidade e adaptabilidade para a vida social”. 217

O cumprimento da pena em regime fechado será efetuado em estabelecimento de segurança máxima ou média (penitenciária), sendo vedado o seu cumprimento em cadeia pública, devendo o condenado ser alojado em cela individual com condições mínimas de habitabilidade.

Art. 33, § 1º, a, do CP

Art. 33, § 1º – Considera-se: a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança

máxima ou média;

Arts. 87 e 88 da LEP

Art. 87 – A penitenciária destina-se ao condenado à pena de reclusão, em regime fechado.

Parágrafo único – A União Federal, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios poderão construir Penitenciárias destinadas, exclusivamente, aos presos provisórios e condenados que estejam em regime fechado, sujeitos ao regime disciplinar diferenciado, nos termos do art. 52 desta Lei.

Art. 88 – O condenado será alojado em cela individual que conterá dormitório, aparelho sanitário e lavatório.

Parágrafo único – São requisitos básicos da unidade celular:a) salubridade do ambiente pela concorrência dos fatores de aeração,

insolação e condicionamento térmico adequado à existência humana;b) área mínima de 6,00m2 (seis metros quadrados).

8.5.2.2 REGIME SEMI-ABERTO

CONCEITO

216 MIRABETE, Julio Fabbrini. Execução penal: comentários à Lei nº 7.210, de 11/07/1984, p. 247.

217PACHECO, Rita de Cássia, “Manual de instruções sobre o procedimento judicial dos pedidos”.

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Page 388: Manual Criminal

Regime semi-aberto: O regime semi-aberto caracteriza-se pela vigilância reduzida, com estímulo e valorização do sentido de responsabilidade do preso. Tanto pode ser uma fase de transição para o regime aberto no processo de reinserção social do condenado inicialmente a prisão em regime fechado (progressão de regime), como constituir a primeira etapa de cumprimento das penas de curta ou média duração.

No regime semi-aberto a pena será cumprida em colônia agrícola, industrial ou similar, onde o condenado ficará sujeito ao trabalho em comum no período diurno e recolhimento durante o repouso noturno.

Arts. 33, § 1º, b, e 35, § 1º, do CP

Art. 33, § 1º – Considera-se: b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou

estabelecimento similar;

Art. 35, § 1º – O condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o período diurno, em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar.

Arts. 91 e 92, da LEP

Art. 91 – A Colônia Agrícola, Industrial ou Similar destina-se ao cumprimento da pena em regime semi-aberto.

Art. 92 – O condenado poderá ser alojado em compartimento coletivo, observados os requisitos da letra a, do parágrafo único, do artigo 88, desta Lei.

Parágrafo único – São também requisitos básicos das dependências coletivas:

a) a seleção adequada dos presos;b) o limite de capacidade máxima que atenda os objetivos de

individualização da pena.

Os condenados em regime semi-aberto poderão ser beneficiados com as autorizações de saída temporária. Nelas, o condenado poderá, sem vigilância direta, visitar a família, freqüentar cursos supletivos profissionalizantes ou de instrução de segundo grau ou superior, bem como participar de atividades outras que concorram para a ressocialização, desde que atendidos os requisitos legais.

Arts. 122 a 125 da LEP

Art. 122 – Os condenados que cumprem pena em regime semi-aberto poderão obter autorização para saída temporária do estabelecimento, sem vigilância direta, nos seguintes casos:

I – visita à família;II – freqüência a curso supletivo profissionalizante, bem como de instrução

do 2º grau ou superior, na Comarca do Juízo da Execução;III – participação em atividades que concorram para o retorno ao convívio

social.Art. 123 – A autorização será concedida por ato motivado do juiz da

execução, ouvidos o Ministério Público e a administração penitenciária e dependerá da satisfação dos seguintes requisitos:

I – comportamento adequado;

388

Page 389: Manual Criminal

II – cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena, se o condenado for primário, e 1/4 (um quarto), se reincidente;

III – compatibilidade do benefício com os objetivos da pena.

Art. 124 – A autorização será concedida por prazo não superior a 7 (sete) dias, podendo ser renovada por mais 4 (quatro) vezes durante o ano.

Parágrafo único – Quando se tratar de freqüência a curso profissionalizante, de instrução de 2º grau ou superior, o tempo de saída será o necessário para o cumprimento das atividades discentes.

Art. 125 – O benefício será automaticamente revogado quando o condenado praticar fato definido como crime doloso, for punido por falta grave, desatender as condições impostas na autorização ou revelar baixo grau de aproveitamento do curso.

Parágrafo único – A recuperação do direito à saída temporária dependerá da absolvição no processo penal, do cancelamento da punição disciplinar ou da demonstração do merecimento do condenado.

8.5.2.3 REGIME ABERTO

CONCEITO

Regime aberto: “Destina-se ao regime aberto os condenados aptos para viver em semiliberdade, ou seja, aqueles que, por não apresentarem periculosidade, não desejarem fugir, possuírem autodisciplina e senso de responsabilidade, estão em condições de dele desfrutar sem pôr em risco a ordem pública por estarem ajustados ao processo de reintegração social”. 218

No regime aberto a pena será cumprida em casa do albergado ou estabelecimento adequado, onde o condenado permanecerá recolhido no período noturno e nos dias de folga, trabalhando, freqüentando cursos ou exercendo outra atividade autorizada, fora do estabelecimento e sem vigilância, durante o dia.

Para o ingresso no regime aberto, é necessário que o condenado comprove que está trabalhando ou que tem possibilidade de fazê-lo imediatamente, bem como apresente, pelos seus antecedentes (no caso de fixação do regime inicial) ou pelo resultado dos exames a que foi submetido (no caso de progressão prisional), fundados indícios de que irá ajustar-se, com autodisciplina e senso de responsabilidade, ao novo regime.

Art. 36 e § 1º, do CP

Art. 36 – O regime aberto baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do condenado.

§ 1º – O condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, trabalhar, freqüentar curso ou exercer outra atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o período noturno e nos dias de folga.

Art. 114 da LEP

218 MIRABETE, Julio Fabbrini. Execução penal: comentários à Lei nº 7.210, de 11/07/1984, p. 255.

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Page 390: Manual Criminal

Art. 114 – Somente poderá ingressar no regime aberto o condenado que:I – estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade de fazê-lo

imediatamente;II – apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo resultado dos exames a

que foi submetido, fundados indícios de que irá ajustar-se, com autodisciplina e senso de responsabilidade, ao novo regime.

Poderão ser dispensados do trabalho os condenados maiores de 70 (setenta) anos ou acometidos de doença grave, assim como as condenadas gestantes ou com filho menor ou deficiente físico ou mental.

Art. 114, parágrafo único, da LEP

Art. 114, parágrafo único – Poderão ser dispensadas do trabalho as pessoas referidas no artigo 117 desta Lei.

O regime aberto impõe ao condenado o cumprimentos de determinadas condições, que possibilitam um maior controle da execução.

Arts. 115 e 116 da LEP

Art. 115 – O juiz poderá estabelecer condições especiais para a concessão de regime aberto, sem prejuízo das seguintes condições gerais e obrigatórias:

I – permanecer no local que for designado, durante o repouso e nos dias de folga;

II – sair para o trabalho e retornar, nos horários fixados;III – não se ausentar da cidade onde reside, sem autorização judicial;IV – comparecer a Juízo, para informar e justificar as suas atividades,

quando for determinado.

Art. 116 – O juiz poderá modificar as condições estabelecidas, de ofício, a requerimento do Ministério Público, da autoridade administrativa ou do condenado, desde que as circunstâncias assim o recomendem.

Tanto no caso de progressão do regime semi-aberto para o aberto, quanto para o início do cumprimento da pena em regime aberto, o cartório marcará audiência admonitória (desde que haja autorização normatizada do juiz nesse sentido) para aceitação do programa e das condições do regime, intimando pessoalmente o condenado e o promotor de justiça para comparecerem.

Art. 113 da LEP

Art. 113 – O ingresso do condenado em regime aberto supõe a aceitação de seu programa e das condições impostas pelo juiz.

Se o condenado que cumpre pena em regime aberto praticar fato definido como crime doloso, frustrar os fins da execução ou sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execução, torne incabível o regime aberto, estará sujeito à regressão de regime, devendo o cartório marcar audiência de justificação (desde que haja autorização normatizada do juiz nesse sentido).

390

Page 391: Manual Criminal

Art. 118 da LEP

Art. 118 – A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado:

I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave;II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da

pena em execução, torne incabível o regime (artigo 111).§ 1º – O condenado será transferido do regime aberto se, além das

hipóteses referidas nos incisos anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar, podendo, a multa cumulativamente imposta.

§ 2º – Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior, deverá ser ouvido previamente o condenado.

CERTIDÕES DE ATOS ORDINATÓRIOS

Fica designado o dia ......./......./......., às ......... horas, para a audiência admonitória.Local e data

..................................................Escrivão

Fica designado o dia ......./......./......., às ......... horas, para a audiência de justificação.Local e data

..................................................Escrivão

8.5.2.4 SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE

CONCEITOS

391

Page 392: Manual Criminal

Sursis: “A suspensão condicional da pena, mais conhecida pelo nome de sursis, significa a suspensão parcial da execução de certas penas privativas de liberdade, durante um período de tempo e mediante certas condições. (...). A lei se refere ao sursis como benefício porque, apesar da execução parcial, é ainda mais favorável ao acusado do que a pena privativa de liberdade que substitui”. 219

Audiência admonitória: É a realizada com o objetivo de perguntar ao preso se aceita a benesse concedida, informá-lo das condições da aceitação, bem como adverti-lo das causas de revogação.

Audiência de justificação: É a realizada como expressão do contraditório e ampla defesa, em sede de execução, antes da revogação de alguma benesse ou regressão de regime.

O condenado a pena privativa de liberdade não será submetido a sua execução se atender aos requisitos objetivos e subjetivos previstos na lei e se cumprir, durante prazo determinado, as obrigações a ele impostas pelo juiz.

Arts. 77 a 80, do CP

Art. 77 – A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que:

I – o condenado não seja reincidente em crime doloso; II – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do

agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício;

III – Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste Código.

§ 1º – A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do benefício.

§ 2º – A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro anos, poderá ser suspensa, por quatro a seis anos, desde que o condenado seja maior de setenta anos de idade, ou razões de saúde justifiquem a suspensão.

Art. 78 – Durante o prazo da suspensão, o condenado ficará sujeito à observação e ao cumprimento das condições estabelecidas pelo juiz.

§ 1º – No primeiro ano do prazo, deverá o condenado prestar serviços à comunidade (art. 46) ou submeter-se à limitação de fim de semana (art. 48).

§ 2º – Se o condenado houver reparado o dano, salvo impossibilidade de fazê-lo, e se as circunstâncias do art. 59 deste Código lhe forem inteiramente favoráveis, o juiz poderá substituir a exigência do parágrafo anterior pelas seguintes condições, aplicadas cumulativamente:

a) proibição de freqüentar determinados lugares; b) proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do

juiz; c) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para

informar e justificar suas atividades.

Art. 79 – A sentença poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do condenado.

Art. 80 – A suspensão não se estende às penas restritivas de direitos nem à multa.

219 DELMANTO, Celso e outros. Código penal comentado, pp. 142, 143.

392

Page 393: Manual Criminal

Art. 156 da LEP

Art. 156 – O juiz poderá suspender, pelo período de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, a execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, na forma prevista nos artigos 77 a 82 do Código Penal.

Transitada em julgado a sentença condenatória, o cartório expedirá a carta de guia, anotando no SAJ/PG (histórico de partes) e marcará audiência admonitória para aceitação das condições impostas (desde que haja autorização normatizada do juiz nesse sentido), intimando pessoalmente o réu e o promotor de justiça para comparecerem.

Art. 698 do CPP

Art. 698 – Concedida a suspensão, o juiz especificará as condições a que fica sujeito o condenado, pelo prazo previsto, começando este a correr da audiência em que se der conhecimento da sentença ao beneficiário e Ihe for entregue documento similar ao descrito no art. 724.

Arts. 160 e 163, da LEP

Art. 160 – Transitada em julgado a sentença condenatória, o juiz a lerá ao condenado, em audiência, advertindo-o das conseqüências de nova infração penal e do descumprimento das condições impostas.

Art. 163 – A sentença condenatória será registrada, com a nota de suspensão, em livro especial do juízo a que couber a execução da pena.

§ 1º – Revogada a suspensão ou extinta a pena, será o fato averbado à margem do registro.

§ 2º – O registro e a averbação serão sigilosos, salvo para efeito de informações requisitadas por órgão judiciário ou pelo Ministério Público, para instruir processo penal.

Art. 335, caput, do CNCGJ

Art. 335 – Impostas penas alternativas autônomas ou substitutivas (Código Penal, art. 43 e seguintes), especialmente prestação de serviços à comunidade ou entidades públicas (Código Penal, art. 46), interdição temporária de direitos (Código Penal, art. 47) e limitação de fim de semana (Código Penal, art. 48); concessão de suspensão condicional do processo (Lei federal n. 9.099/95, art. 89); suspensão condicional da pena (Código Penal, art. 77) e livramento condicional (Código Penal, art. 83, c/c Lei de Execução Penal, arts. 131 e seguintes), a demandar fiscalização e acompanhamento do beneficiado, após o trânsito em julgado da decisão, se for o caso, será expedida “CARTA DE GUIA PARA EXECUÇÃO DE PENAS E MEDIDAS NÃO PRIVATIVAS DE LIBERDADE”.

Caso o réu não seja encontrado, o cartório fará remessa ao Ministério Público.

Fornecido novo endereço expedir-se-á novo mandado de intimação.

393

Page 394: Manual Criminal

Certificando o oficial de justiça que o réu está em lugar incerto e não sabido, o cartório expedirá edital de intimação, com prazo de 20 (vinte) dias, informando a data da audiência admonitória.

Art. 161 da LEP

Art. 161 – Se, intimado pessoalmente ou por edital com prazo de 20 (vinte) dias, o réu não comparecer injustificadamente à audiência admonitória, a suspensão ficará sem efeito e será executada imediatamente a pena.

Após a realização da audiência admonitória, fixadas e aceitas as condições, o cartório expedirá a ficha de apresentação, arquivando-a em pasta própria, bem como a carteira de sursis, que será entregue ao apenado.

O cartório realizará, a cada 3 (três) meses, levantamento da situação dos condenados beneficiados com a suspensão condicional da pena, averiguando o cumprimento das condições impostas.

Detectado eventual descumprimento, deverá expedir certidão e encaminhar ao promotor de justiça.

Se o Representante do Ministério Público requisitar audiência de justificação pelo não cumprimento das condições impostas, o cartório designará a data (desde que haja autorização normatizada do juiz nesse sentido), intimando pessoalmente o condenado para comparecer em cartório a fim de justificar a infração. Em qualquer outro caso, os autos serão conclusos ao juiz.

Vencido o período de prova, o cartório fará a juntada aos autos da ficha de apresentação do apenado, certificando o cumprimento das condições e remeterá o processo ao promotor de justiça.

Art. 82 do CP

Art. 82 – Expirado o prazo sem que tenha havido revogação, considera-se extinta a pena privativa de liberdade.

Após a manifestação do Ministério Público, os autos serão conclusos ao juiz.

Nas comarcas onde houver CEMPA, após a realização da audiência admonitória, o juízo da condenação remeterá a carta de guia, juntamente com o processo, à Central para fiscalização e acompanhamento do apenado, anotando no SAJ/PG (vide itens 1.9 da parte geral deste manual).

Arts. 338 a 340 do CNCGJ

Art. 338 – Concedido o livramento condicional (Código Penal, art. 83 c/c Lei de Execução Penal, arts. 131 e seguintes), o processo deverá ser remetido à CEMPA, juntamente com a carta de guia, anotando-se no SAJ/PG.

Art. 339 – Recebida a carta de guia na CEMPA, o magistrado designado para responder pela unidade passará a ter competência para todos os atos da execução, fiscalização e acompanhamento do infrator beneficiado.

394

Page 395: Manual Criminal

Art. 340 – Revogada a suspensão condicional do processo (Lei federal n. 9.099/95, art. 89, §§ 3o e 4o), o fato será comunicado ao juízo de origem para o prosseguimento da ação penal, promovidas as devidas anotações no SAJ/PG.

CERTIDÕES

Certifico que o condenado não vem cumprindo as seguintes condições da suspensão condicional da pena: ........... ............................................................. .Local e data

..................................................Escrivão

Certifico que o condenado terminou o prazo de suspensão condicional da pena.Local e data

..................................................Escrivão

CERTIDÕES DE ATOS ORDINATÓRIOS

Fica designado o dia ......./......./......., às ......... horas, para a audiência preliminar admonitória.Local e data

..................................................Escrivão

Fica designado o dia ......./......./......., às ......... horas, para a audiência de justificação.Local e data

..................................................Escrivão

395

Page 396: Manual Criminal

EXPEDIENTES

Termo de audiência admonitória:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

TERMO DE AUDIÊNCIA ADMONITÓRIA

SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA

Autos nº <<Número do Processo>>Ação nº <<Tipo de Ação>>Autor: <<Nome da Parte>>Réu: <<Nome da Parte>>Data: .........Local: Sala de Audiências da <<Vara>> da <<Nome da Comarca>>.PRESENÇAS:Juiz(a) de Direito: <<Nome do Juiz>>Promotor(a) de Justiça: .........Acusado(a): <<Nome da Parte>>Advogado(a)(s): .........

Aberta a audiência, e constatada a presença das pessoas acima arroladas, pelo(a) MM(a). Juiz(a), foi procedida a leitura da sentença condenatória de fls. ___/___, que concedeu a suspensão condicional da pena pelo prazo de ___ ( ________ ) anos, e em seguida, advertiu o(a) acusado(a) das conseqüências da prática de nova infração penal e da transgressão das condições impostas. Indagado(a) o(a) acusado(a) se, sem prejuízo do direito de recorrer, aceitava e prometia cumprir as obrigações fixadas, tendo respondido positivamente, foi-lhe outorgado o sursis nesta própria audiência.

Condições Impostas

( ) Proibição de freqüentar determinados lugares( ) Proibição de ausentar-se da Comarca onde reside, sem autorização do Juízo( ) Proibição de mudar de endereço informado nos autos, sem prévia comunicação ao Juízo do

novo local onde irá residir( ) Comparecimento pessoal e obrigatório a Juízo, MENSALMENTE, para informar e justificar

suas atividades( ) Recolhimento, durante os finais de semana, à sua residência ou outro local indicado pelo

Juízo( ) Inclusão no Programa de Prestação de Serviços à Comunidade - PSC, pelo prazo de ___

( ________ ) meses, no equivalente a ___ ( ________ ) horas para cada mês, perante a instituição filantrópica indicada pelo Juízo

( ) .........Dada e publicada em audiência, ficam os presentes intimados. Nada mais havendo, do que, para constar, lavrei o presente termo. Eu, ________, <<Nome do Escrivão>>, Escrivã(o) Judicial, o subscrevi.

<<Nome do Juiz>>Juiz(a) de Direito

.........Promotor(a) de Justiça

<<Nome da Parte>>Ré(u)

.........Advogado(a) do(a) Ré(u)

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Page 397: Manual Criminal

Edital de intimação para audiência admonitória:

ESTADO DE SANTA CATARINA / PODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> / <<Vara>> <<Endereço da Vara>> Juiz(a) de Direito: <<Nome do Juiz>> Escrivã(o) Judicial: <<Nome do Escrivão>> EDITAL DE INTIMAÇÃO - AUDIÊNCIA ADMONITÓRIA - COM PRAZO DE ........... DIASEspécie e Número do Processo: <<Tipo de Ação>>, <<Número do Processo>> Autor: <<Nome da Parte>> Réu: <<Nome da Parte>> Intimando(a)(s): <<Qualificação >>

Audiência: Local: Sala de Audiências do(a) <<Vara>> - Data: ......... - Horário: ..........Por intermédio do presente, a(s) pessoa(s) acima identificada(s), atualmente em local incerto ou não sabido, fica(m) ciente(s) de que, neste Juízo de Direito, tramitaram os autos do processo epigrafado, até sentença condenatória final, bem como INTIMADA(S) para comparecer(em) à audiência admonitória designada, face a concessão do benefício da suspensão condicional da pena. ADVERTÊNCIA: Se, intimado pessoalmente ou por edital com prazo de 20 (vinte) dias, o réu não comparecer injustificadamente à audiência admonitória, a suspensão ficará sem efeito e será executada imediatamente a pena (art. 161, da Lei de Execução Penal). E, para que chegue ao conhecimento de todos, partes e terceiros, foi expedido o presente edital, o qual será afixado no local de costume e publicado na forma da lei.<<Nome da Comarca>> (SC), <<Data por extenso>>.###

397

Page 398: Manual Criminal

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

Ofício nº <<Foro e data por extenso>>

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor: <<Nome da Parte>> Réu: <<Nome da Parte>> .........

Senhor(a) Diretor(a):

Pelo presente, encaminho a Vossa Senhoria o edital incluso, com o fim de ser publicado no Diário da Justiça, por uma única vez, esclarecendo tratar-se de feito criminal, onde inocorrente a antecipação das despesas.

Agradecendo as providências tomadas no sentido do pronto atendimento do presente, desejo reiterar os mais elevados protestos de consideração.

<<Nome do Juiz>> Juiz(a) de Direito

Ao (à) Senhor(a).......................Diretor(a) Administrativo(a) da Imprensa Oficial do Estado de Santa Catarina - IOESCFLORIANÓPOLIS - SC

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Page 399: Manual Criminal

8.5.3 GUIA DE RECOLHIMENTO

CONCEITO

Guia de Recolhimento: É o instrumento da sentença penal condenatória transitada em julgado, ou seja, trata-se do documento que formaliza o início da execução da pena privativa de liberdade.

A guia de recolhimento será expedida pelo juízo da condenação, logo após o trânsito em julgado da sentença penal condenatória.

Art. 106, da LEP

Art. 106 – A guia de recolhimento, extraída pelo escrivão, que a rubricará em todas as folhas e a assinará com o juiz, será remetida à autoridade administrativa incumbida da execução e conterá:

I – o nome do condenado;II – a sua qualificação civil e o número do registro geral no órgão oficial de

identificação;III – o inteiro teor da denúncia e da sentença condenatória, bem como

certidão do trânsito em julgado;IV – a informação sobre os antecedentes e o grau de instrução;V – a data da terminação da pena;VI – outras peças do processo reputadas indispensáveis ao adequado

tratamento penitenciário.

Expedida a guia de recolhimento, dar-se-á ciência ao promotor de justiça.

Arts. 68, I e 106, § 1º, da LEP

Art. 68 – Incumbe, ainda, ao Ministério Público:I – fiscalizar a regularidade formal das guias de recolhimento e de

internamento.

Art. 106, § 1º – Ao Ministério Público se dará ciência da guia de recolhimento.

Após, o cartório remeterá cópia da guia de recolhimento à autoridade administrativa competente (diretor do estabelecimento penal a que for destinado o condenado).

Art. 107 da LEP

Art. 107 – Ninguém será recolhido, para cumprimento de pena privativa de liberdade, sem a guia expedida pela autoridade judiciária.

§ 1º – A autoridade administrativa incumbida da execução passará recibo da guia de recolhimento para juntá-la aos autos do processo, e dará ciência dos seus termos ao condenado.

§ 2º – As guias de recolhimento serão registradas em livro especial, segundo a ordem cronológica do recebimento, e anexadas ao prontuário do condenado, aditando-se, no curso da execução, o cálculo das remições e de outras retificações posteriores.

399

Page 400: Manual Criminal

Arts. 273 e 315 do CNCGJ

Art. 273 – Na oportunidade de encaminhamento de presos ao Sistema Penitenciário do Estado, deverão ser apresentados os seguintes documentos:

a) guia de recolhimento, devidamente preenchida;b) cópia da sentença;c) cópia da denúncia;d) certidão do cartório cível, que mencionará a existência ou não de ação de

reparação de danos;e) boletim de vida carcerária; ef) atestado médico, no qual constará se o apenado sofre ou não de doença

infecto-contagiosa.

Art. 315 –O cumprimento da pena privativa da liberdade em penitenciária está subordinado a prévia expedição da guia de recolhimento, fornecendo a autoridade administrativa o devido recibo.

Sobrevindo qualquer modificação quanto ao início da execução ou ao tempo de duração da pena (reconhecimento da detração, nova condenação, comutação da pena, etc.), a guia de recolhimento deverá ser corrigida nos autos da execução penal, remetendo-se cópia à autoridade administrativa.

Art. 106, § 2º, da LEP

Art. 106, § 2º – A guia de recolhimento será retificada sempre que sobrevier modificação quanto ao início da execução ou ao tempo de duração da pena.

Se o condenado era, ao tempo do fato, funcionário da Administração da Justiça Criminal, essa circunstância será mencionada na guia de recolhimento, eis que tais pessoas terão direito à prisão especial durante a execução da pena.

Arts. 84, § 2º e 106, § 3º, da LEP

Art. 84, § 2º – O preso que, ao tempo do fato, era funcionário da Administração da Justiça Criminal ficará em dependência separada.

Art. 106, § 3º – Se o condenado, ao tempo do fato, era funcionário da Administração da Justiça Criminal, far-se-á, na guia, menção dessa circunstância, para fins do disposto no § 2°, do artigo 84, desta Lei.

400

Page 401: Manual Criminal

EXPEDIENTE

Guia de recolhimento:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

GUIA DE RECOLHIMENTO

Dados do ProcessoAutos n° <<Número do Processo>>Ação <<Tipo de Ação>>Autor <<Nome da Parte>>Réu <<Nome da Parte>>

Dados do ApenadoNome Completo .........Alcunha .........Filiação - Pai .........

Mãe .........Endereço .........Sexo ......... Nacionalidade .........Naturalidade ......... Estado Civil .........Profissão ......... Data Nascimento .........Cútis ......... Grau de Instrução .........Número da CI ......... Número do CPF .........Número do TE ......... Seção / Zona .........Outros Dados ......... (Nome do cônjuge, local de trabalho, etc.)Outros Nomes .........Outros Endereços .........

AntecedentesSituação ......... (Primário, Reincidente, Reincidente Específico, etc.)Outros Processos em Andamento

.........

Outras Condenações .........

Informações ComplementaresData e Local do Delito

.........

Data do Recebimento da Denúncia

.........

Data Prevista para o Término da Pena

.........

Prisão

401

Page 402: Manual Criminal

Início Término Tipo de Prisão Tipo de Local Local

Interrupção da PrisãoInício Término Motivo

PenaSentença de 1º Grau ......... (Data e Movimentação respectiva do SAJ/PG)Juiz(a) de Direito .........Decisão de 2º Grau ......... (Data e Movimentação respectiva do SAJ/PG)Órgão Julgador .........Trânsito em Julgado .........Capitulação .........Pena – PRIVATIVAReclusão ANOS MESES DIASDetenção ANOS MESES DIASPrisão Simples ANOS MESES DIASRegime Inicial .........Pena –RESTRITIVA

( ) – Substitui pena privativa

Apresentação à Justiça

ANOS MESES DIAS

Interdição Temporária de Direitos

ANOS MESES DIAS

Limitação de Final de Semana

ANOS MESES DIAS

Proibição de Freqüentar Determinados Lugares

ANOS MESES DIAS

Proibição de Sair da Comarca Sem Autorização

ANOS MESES DIAS

Prestação de Serviços à Comunidade

ANOS MESES DIAS

Entidade .........Complemento .........Periodicidade .........Pena – PECUNIÁRIA

( ) – Substitui pena privativa

Valor Base Dias Multa Fração Multiplicador Valor Total Parcelas

O(A) Senhor (a) <<Nome do Juiz>>, Juiz(a) de Direito da <<Vara>>, da <<Nome da Comarca>>, na forma da lei, etc.

FAZ SABER a todos os órgãos do Poder Judiciário e Autoridades Administrativas que, perante este Juízo de Direito, processaram-se os atos e termos do processo epigrafado, até final sentença, com trânsito em julgado, sendo, para fins de execução, foi extraída a presente que é formada por cópias reprográficas dos seguintes documentos: ......... .

Eu, _________, o digitei, e eu, ________, <<Nome do Escrivão>>, Escrivã(o) Judicial, o conferi e subscrevi. <<Nome da Comarca>> (SC), <<Data por extenso>>.

402

Page 403: Manual Criminal

<<Nome do Juiz>>Juiz(a) de Direito

.........Promotor(a) de Justiça

8.5.4 FORMAÇÃO DO PROCESSO DE EXECUÇÃO CRIMINAL (PEC)

CONCEITOS

Processo de Execução Criminal (PEC): “É aquele que visa à concretização do consignado na sentença penal condenatória (pena privativa de liberdade, pena restritiva de direitos e pena de multa) ou na sentença penal que aplicou medida de segurança, como a última fase do processo penal. (...). Neste processo, além de concretizar-se o que ficou consignado na sentença, tem o executado inúmeros direitos subjetivos ou inúmeras expectativas de direitos, como postular por antecipação condicional provisória da liberdade ou pugnar por benefício que minore os efeitos do cárcere, com arrimo no sistema progressivo de cumprimento da sanção penal”. 220

Trânsito em julgado: “Estado da decisão judicial irrecorrível por não mais estar sujeita a recurso, dando origem á coisa julgada. Imodificabilidade da decisão devido à preclusão dos prazos recursais”.221

Havendo sentença condenatória transitada em julgado, após feitas as anotações e comunicações necessárias, o cartório fará a autuação do Processo de Execução Criminal (PEC) instruindo-o com a Guia de Recolhimento (pena privativa de liberdade) ou Carta Guia (pena restritiva de direitos), bem como de cópias autenticadas dos seguintes documentos:

a) denúncia; b) sentença;c) acórdão (se houver);d) certidão do trânsito em julgado;e) laudo psiquiátrico (caso de incidente de insanidade mental);f) comprovante (relatório) de lançamento no Rol dos Culpados

(SAJ/PG);g) outros documentos que importem à contagem da pena (ex.: prisão,

alvará de soltura, etc.);h) cópia da procuração do defensor do acusado (se constituído) ou do

termo dos autos em que foi constituído.

Havendo juízo especializado na execução penal, nos casos de penas privativas de liberdade, o cartório remeterá o PEC à vara de execuções penais, permanecendo os autos principais na origem, para cobrança das custas e despesas processuais (vide item 2.26 da parte geral deste manual).

Art. 105 da LEP

Art. 105 – Transitando em julgado a sentença que aplicar pena privativa de liberdade, se o réu estiver ou vier a ser preso, o juiz ordenará a expedição de guia de recolhimento para a execução.

220 LIMA, Roberto Gomes e PERALLES, Ubiracyr. Teoria e prática da execução penal, p. 16.221 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. v. 4, p. 609.

403

Page 404: Manual Criminal

Arts. 316 a 318 do CNCGJ

Art. 316 – Remeter-se-á, em definitivo, ao juízo de execuções penais, fotocópias autenticadas da denúncia, sentença, acórdão (se houver), certidão do trânsito em julgado, da guia de recolhimento, bem como do laudo psiquiátrico, quando existir incidente de insanidade mental, e outras reputadas indispensáveis, as quais serão registradas e autuadas sob a denominação PROCESSO DE EXECUÇÃO CRIMINAL, recebendo a sigla "PEC".

Art. 317 – Os autos do processo-crime originais permanecerão no cartório da comarca de origem, para atender às requisições de informes que possibilitem a imediata análise de pedidos de revisão criminal, habeas corpus ou outro recurso.

Art. 318 – A documentação destinada a instruir o PEC será devolvida à comarca de origem sempre que não se efetivar a prévia prisão do condenado, ou quando for remetida com ausência de cópia da guia de recolhimento, ou, ainda, quando restar impossibilitada, sob qualquer forma, a execução da pena.

8.5.5 EXECUÇÃO DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE

Recebido o PEC na vara de execuções penais, os autos irão conclusos ao juiz para determinar o cumprimento da sentença.

Tratando-se de regime aberto, o cartório marcará audiência admonitória para aceitação do programa e das condições do regime (desde que haja autorização normatizada do juiz neste sentido), requisitando o réu, se estiver preso, ou intimando-o para comparecimento na audiência, caso solto.

Art. 113 da LEP

Art. 113 – O ingresso do condenado em regime aberto supõe a aceitação de seu programa e das condições impostas pelo juiz.

Sendo inviabilizada a intimação do réu ou no caso de falta injustificada à audiência, o cartório certificará a ocorrência e remeterá os autos ao Ministério Público.

Realizada a audiência com a aceitação do programa e das condições do regime pelo condenado, o cartório fará as anotações necessárias no SAJ/PG (histórico de partes), fazendo as comunicações legais.

404

Page 405: Manual Criminal

8.5.5.1 EXECUÇÃO PROVISÓRIA

CONCEITO

Guia de Recolhimento Provisória: É a guia de recolhimento expedida para formalizar a execução provisória da pena, antes do trânsito em julgado da sentença recorrida exclusivamente pela defesa, desde que o condenado esteja preso provisoriamente e que satisfaça os requisitos que lhe dariam direito a obtenção de benefícios prisionais.

A execução provisória será possível nos casos em que o condenado a pena privativa de liberdade por sentença não transitada em julgado, pendente apenas recurso defensivo (trânsito em julgado para a acusação), esteja preso provisoriamente e satisfaça os requisitos objetivos e subjetivos que lhe dariam direito de obter benefícios prisionais (progressão, remição, livramento condicional, indulto, etc.) se o processo de execução penal definitivo já estivesse em curso.

Nestes casos, o cartório, antes de remeter os autos ao Tribunal, expedirá guia de recolhimento para a execução provisória da pena que, juntamente com fotocópias autenticadas da denúncia, da sentença, das certidões de interposição do recurso da defesa e do trânsito em julgado para a acusação, formará o PEC provisório.

Arts. 321 e 322 do CNCGJ

Art. 321 – É possível, em matéria criminal, determinar a extração, por cópia, dos atos processuais necessários à formação do PROCESSO DE EXECUÇÃO CRIMINAL PROVISÓRIO – "PEC PROVISÓRIO", antes da remessa dos respectivos autos de processo-crime ao Tribunal de Justiça, em grau de recurso, com trânsito em julgado para a acusação, viabilizando execução provisória.

Art. 322 – O PEC PROVISÓRIO será formado com peças previstas para o PEC, sendo obrigatória a inserção de certidão referente ao recurso da defesa e o trânsito em julgado para a acusação.

Transitada em julgado a sentença, havendo alteração na aplicação da pena, os registros serão ajustados.

Se não houver modificação ou se, após operada a alteração, o condenado tiver que permanecer segregado, o PEC provisório, acrescido dos documentos necessários, será aproveitado para a execução definitiva, realizando-se as devidas anotações na autuação e registros.

Art. 323 do CNCGJ

Art. 323 – Após o julgamento do recurso interposto e mantida a condenação, o PEC PROVISÓRIO será convertido em definitivo, acrescentando-se os documentos necessários e realizadas as devidas anotações na autuação e registros.

405

Page 406: Manual Criminal

CERTIDÃO

Certifico que ocorreu o trânsito em julgado para a acusação em ......./......./......., motivo pelo qual formei o PEC provisório.Local e data

..................................................Escrivão

406

Page 407: Manual Criminal

EXPEDIENTE

Guia de recolhimento provisória:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

GUIA DE RECOLHIMENTO – EXECUÇÃO PROVISÓRIA

Dados do ProcessoAutos n° <<Número do Processo>>Ação <<Tipo de Ação>>Autor <<Nome da Parte>>Réu <<Nome da Parte>>

Dados do ApenadoNome Completo .........Alcunha .........Filiação - Pai .........

Mãe .........Endereço .........Sexo ......... Nacionalidade .........Naturalidade ......... Estado Civil .........Profissão ......... Data Nascimento .........Cútis ......... Grau de Instrução .........Número da CI ......... Número do CPF .........Número do TE ......... Seção / Zona .........Outros Dados ......... (Nome do cônjuge, local de trabalho, etc.)Outros Nomes .........Outros Endereços .........

AntecedentesSituação ......... (Primário, Reincidente, Reincidente Específico, etc.)Outros Processos em Andamento .........Outras Condenações .........

Informações ComplementaresData e Local do Delito .........Data do Recebimento da Denúncia .........Data do Recebimento do Recurso da Defesa

.........

Órgão Julgador .........Data Prevista para o Término da Pena

.........

PrisãoInício Término Tipo de Prisão Tipo de Local Local

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Page 408: Manual Criminal

Interrupção da PrisãoInício Término Motivo

PenaSentença de 1º Grau ......... (Data e Movimentação respectiva do SAJ/PG)Juiz(a) de Direito .........Trânsito em Julgado para a Acusação

.........

Capitulação .........Pena – PRIVATIVAReclusão ANOS MESES DIASDetenção ANOS MESES DIASPrisão Simples ANOS MESES DIASRegime Inicial .........Pena – RESTRITIVA ( ) – Substitui pena privativaApresentação à Justiça ANOS MESES DIASInterdição Temporária de Direitos

ANOS MESES DIAS

Limitação de Final de Semana

ANOS MESES DIAS

Proibição de Freqüentar Determinados Lugares

ANOS MESES DIAS

Proibição de Sair da Comarca Sem Autorização

ANOS MESES DIAS

Prestação de Serviços à Comunidade

ANOS MESES DIAS

Entidade .........Complemento .........Periodicidade .........Pena – PECUNIÁRIA ( ) – Substitui pena privativaValor Base Dias

MultaFração Multiplicador Valor Total Parcelas

O(A) Doutor(a) <<Nome do Juiz>>, Juiz(a) de Direito da <<Vara>>, da <<Nome da Comarca>>, na forma da lei, etc.

FAZ SABER a todos os órgãos do Poder Judiciário e Autoridades Administrativas que, perante este Juízo de Direito, processaram-se os atos e termos do processo epigrafado, até final sentença, com trânsito em julgado, sendo, para fins de execução, foi extraída a presente que é formada por cópias reprográficas dos seguintes documentos: ......... .

Eu, _________, o digitei, e eu, ________, <<Nome do Escrivão>>, Escrivã(o) Judicial, o conferi e subscrevi. <<Nome da Comarca>> (SC), <<Data por extenso>>.

<<Nome do Juiz>>Juiz(a) de Direito

.........Promotor(a) de Justiça

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Page 409: Manual Criminal

8.5.6 SUPERVENIÊNCIA DE DOENÇA MENTAL

CONCEITOS

Detração penal: É o cômputo na execução da pena privativa de liberdade e na medida de segurança do tempo de recolhimento anterior ao trânsito em julgado da sentença, ou seja, da prisão provisória ou administrativa e da internação em hospital ou manicômio.

Medida de segurança: “São providências de caráter preventivo, fundadas na periculosidade do agente, aplicadas pelo juiz na sentença, por prazo indeterminado (até a cessação da periculosiodade), e que têm por objeto os inimputáveis e os semi-imputáveis.”222

Se o condenado plenamente capaz ao tempo do crime for acometido de

doença mental durante o cumprimento da pena, deverá ser internado em Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico ou, à falta, em outro estabelecimento adequado, para tratamento.

Nesse caso, o tempo de internação será computado como de cumprimento da pena, em decorrência da detração.

Arts. 41 e 42 do CP

Art. 41 – O condenado a quem sobrevêm doença mental deve ser recolhido a hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, a outro estabelecimento adequado.

Art. 42 – Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anterior.

Art. 108 da LEP

Art. 108 – O condenado a quem sobrevier doença mental será internado em Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico.

Há também a possibilidade de conversão da pena em medida de segurança por superveniência de doença mental ou perturbação da saúde mental do condenado.

Art. 183 da LEP

Art. 183 – Quando, no curso da execução da pena privativa de liberdade, sobrevier doença mental ou perturbação da saúde mental, o juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou da autoridade administrativa, poderá determinar a substituição da pena por medida de segurança.

Assim, havendo notícia de que a sanidade mental do condenado está abalada, o cartório certificará a circunstância e fará conclusão imediata do PEC ao juiz.222 GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Coleção Sinopses Jurídicas, vol. 7 – Direito Penal:

parte geral, p. 160.

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Page 410: Manual Criminal

8.6 INCIDENTES DA EXECUÇÃO PENAL

CONCEITO

Incidentes da Execução Penal: São considerados incidentes da execução penal (em sentido amplo) todos os acontecimentos, no processo de execução, que visem a concessão de um benefício ao condenado ou impliquem em qualquer modificação da sua situação prisional.

Os incidentes da execução constituem procedimentos acessórios ao processo de execução, devendo ser a este apensados.

“I - Da comprovação dos requisitos (documentos que devem instruir a petição):

“São os seguintes os documentos que, conforme cada caso, acompanham um pedido na fase de execução da pena:

“a) ‘boletim penal’ ou ‘relatório carcerário’: fornecido pela autoridade prisional, onde constam o nome e a qualificação do requerente, o processo ou processos cuja pena, ou penas, está cumprindo, o ‘quantum’ total da pena, as datas de prisão, interrupções, faltas disciplinares, informações sobre eventuais processos em andamento e outros dados que possam influenciar na decisão do juiz (remição, redução de pena, unificação, etc.). Pela análise das informações contidas no ‘boletim’, em confronto com os elementos existentes nos autos, o juiz poderá verificar se já está satisfeito o requisito de ordem temporal, se há alguma falta disciplinar anotada, que possa prejudicar o mérito do apenado, ou qualquer outra evidência que mereça atenção. O ‘boletim penal ou ‘relatório carcerário’ é muito importante e, praticamente, indispensável em qualquer pedido, exceto naqueles que não dependam de sua análise, como os casos de remição, regressão e liberações de pecúlio.

“b) Parecer da CTC (Comissão Técnica de Classificação): Tal Comissão é formada por profissionais que lidam com o sentenciado e podem aferir seu mérito (é presidida pelo Diretor do estabelecimento penal, e composta por 2 chefes de serviço, 1 psiquiatra, 1 psicólogo e 1 assistente social – art. 7º, da LEP). Nos estabelecimentos penais onde, por falha do sistema penitenciário, não exista a CTC, o sentenciado não pode ser prejudicado. Nesses casos, o juiz deve verificar quais daqueles profissionais mencionados no art. 7º da LEP acompanham a execução da pena, e solicitar o parecer respectivo, ou, na pior das hipóteses, contentar-se com o parecer da Direção Prisional. O parecer da CTC é exigido nos pedidos de livramento condicional.” 223

Art. 7º, da LEP

223PACHECO, Rita de Cássia, “Manual de instruções sobre o procedimento judicial dos pedidos”.

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Page 411: Manual Criminal

Art. 7º – A Comissão Técnica de Classificação, existente em cada estabelecimento, será presidida pelo diretor e composta, no mínimo, por 2 (dois) chefes de serviço, 1 (um) psiquiatra, 1 (um) psicólogo e 1 (um) assistente social, quando se tratar de condenado à pena privativa de liberdade.

Parágrafo único – Nos demais casos a Comissão atuará junto ao Juízo da Execução e será integrada por fiscais do serviço social.

“c) Exame Criminológico (quando necessário): Consiste em uma perícia realizada no sentenciado pelos membros da CTC, com preponderância para os exames psiquiátrico e psicológico, além de outros critérios reveladores da personalidade do reeducando (entrevistas da assistente social com familiares, requisição de informações a repartições, etc.), para constatar a ausência de periculosidade e adaptabilidade para a vida social. O Exame Criminológico é exigido nos pedidos de livramento condicional para os condenados por crime cometido com violência ou grave ameaça a pessoa e, a critério do juiz, nos pedidos de progressão de regime.

“d) Parecer do Conselho Penitenciário: O Conselho Penitenciário é um órgão consultivo e fiscalizador da execução da pena, formado por profissionais da área jurídica e representantes da comunidade, que se reúne semanalmente e analisa os processos e pedidos submetidos à sua apreciação por imposição legal, emitindo o respectivo parecer. O parecer do Conselho Penitenciário é exigido nos pedidos de indulto e nos pedidos de redução ou comutação de pena (excetuada a hipótese de pedido de indulto com base no estado de saúde do preso). Exige-se também a manifestação do Conselho nos casos de suspensão do livramento condicional.” 224

Arts. 69 e 70, da LEP

Art. 69 – O Conselho Penitenciário é órgão consultivo e fiscalizador da execução da pena.

§ 1º – O Conselho será integrado por membros nomeados pelo Governador do Estado, do Distrito Federal e dos Territórios, dentre professores e profissionais da área do Direito Penal, Processual Penal, Penitenciário e ciências correlatas, bem como por representantes da comunidade. A legislação federal e estadual regulará o seu funcionamento.

§ 2º – O mandato dos membros do Conselho Penitenciário terá a duração de 4 (quatro) anos.

Art. 70 – Incumbe ao Conselho Penitenciário:I – emitir parecer sobre indulto e comutação de pena, excetuada a hipótese

de pedido de indulto com base no estado de saúde do preso;II – inspecionar os estabelecimentos e serviços penais;III – apresentar, no 1º (primeiro) trimestre de cada ano, ao Conselho

Nacional de Política Criminal e Penitenciária, relatório dos trabalhos efetuados no exercício anterior;

IV – supervisionar os patronatos, bem como a assistência aos egressos.

224PACHECO, Rita de Cássia, “Manual de instruções sobre o procedimento judicial dos pedidos”.

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Page 412: Manual Criminal

“e) Parecer da administração penitenciária: a administração opinará sobre o pedido, esclarecendo se o sentenciado postulante preenche ou não os requisitos legais. Exige-se nos pedidos de saída temporária, e outros que dispensem o parecer da CTC.

“f) Declaração ou proposta de emprego (art. 114, da LEP): Deve ser firmada pelo empregador ou representante da firma, contendo o carimbo do CGC, ou, a assinatura de duas testemunhas, ficando claro, o endereço onde será exercido o trabalho, a função e o salário. Exige-se nos casos de progressão para o regime aberto e nos casos de livramento condicional.”225

Art. 114, I, da LEP

Art. 114 – Somente poderá ingressar no regime aberto o condenado que:I – estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade de fazê-lo

imediatamente.

“g) Declaração da reparação do dano ou da impossibilidade de fazê-lo: firmada pelo sentenciado, e duas testemunhas. Exige-se nos casos de livramento condicional.

“h) Fichas do controle da remição ou certidão sobre o trabalho: são documentos que comprovam o trabalho do preso para efeito de remição, registrando o tempo trabalhado, o período e a tarefa realizada. Indispensáveis nos pedidos de homologação da remição.

“i) Parecer do representante do Ministério Público (art. 67, da LEP): O promotor de Justiça deve oficiar em todos os processos executivos e poderá requerer o que entender necessário para sanar dúvidas e possibilitar um parecer acertado.”226

O procedimento de cada incidente da execução da pena deverá obedecer a regras e formalidades específicas em função do seu objeto. Não obstante, em linhas gerais, serão processados de acordo o procedimento padrão previsto na LEP.

Arts. 194 a 197 da LEP

Art. 194 – O procedimento correspondente às situações previstas nesta Lei será judicial, desenvolvendo-se perante o Juízo da execução.

Art. 195 – O procedimento judicial iniciar-se-á de ofício, a requerimento do Ministério Público, do interessado, de quem o represente, de seu cônjuge, parente ou descendente, mediante proposta do Conselho Penitenciário, ou, ainda, da autoridade administrativa.

225PACHECO, Rita de Cássia, “Manual de instruções sobre o procedimento judicial dos pedidos”.226PACHECO, Rita de Cássia, “Manual de instruções sobre o procedimento judicial dos pedidos”.

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Page 413: Manual Criminal

Art. 196 – A portaria ou petição será autuada ouvindo-se, em 3 (três) dias, o condenado e o Ministério Público, quando não figurem como requerentes da medida.

§ 1º – Sendo desnecessária a produção de prova, o juiz decidirá de plano, em igual prazo.

§ 2º – Entendendo indispensável a realização de prova pericial ou oral, o juiz a ordenará, decidindo após a produção daquela ou na audiência designada.

Art. 197 – Das decisões proferidas pelo juiz caberá recurso de agravo, sem efeito suspensivo.

Art. 319 do CNCGJ

Art. 319 – Os requerimentos de unificação de penas, mudança de regime e livramento condicional e providências afins devem ser decididos com a maior brevidade possível.

Sendo expedida portaria pelo juiz ou protocolada petição inicial por pessoa legitimada, o pedido será registrado no SAJ/PG e autuado em apenso ao PEC, se for o caso, intimando-se o condenado e o promotor de justiça para manifestarem-se no prazo de 3 (três) dias, quando não forem estes os requerentes da instauração do procedimento.

Após, requeridas diligências, os autos serão conclusos ao juiz. Caso deferida alguma diligência, o cartório providenciará a sua

realização.Concluída a diligência, se requerida pelo promotor de justiça, ser-lhe-á

dada vista. Após, o incidente será concluso ao juiz.Em caso de deferimento do pedido, o cartório comunicará à autoridade

administrativa, enviando ofício com cópia da decisão. Após, fará a retificação no PEC (SAJ/PG – histórico de partes) e expedirá nova guia de recolhimento.

Se o pedido for indeferido, o cartório intimará pessoalmente o condenado, que poderá recorrer.

Em todos os casos, esgotando-se o prazo para eventual recurso, o cartório fará certidão, juntando cópia da decisão no PEC. Ato contínuo, o incidente será arquivado.

Art. 175 do CNCGJ

Art. 175 – Os autos de incidentes e exceções (ex.: impugnação ao valor da causa, pedido de alvará, exceções de incompetência, incidente de falsidade e embargos à execução), com sentença transitada em julgado, serão desapensados do processo principal, no qual será certificada a providência, mencionando-se a pendência ou não de custas, além de se fazer juntar cópia da decisão ou do acórdão desapensado.

8.6.1 DETRAÇÃO PENAL

CONCEITOS

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Page 414: Manual Criminal

Detração penal: É o cômputo na execução da pena privativa de liberdade e na medida de segurança do tempo de recolhimento anterior ao trânsito em julgado da sentença, ou seja, da prisão provisória ou administrativa e da internação em hospital ou manicômio.

Prisão provisória: “Prisão sem pena ou prisão processual: é a prisão cautelar, também conhecida como prisão provisória; inclui a prisão em flagrante (CPP, arts. 301 a 310), a prisão preventiva (CPP, arts. 311 a 316), a prisão resultante de pronúncia (CPP, arts. 282 e 408, §1º), a prisão resultante de sentença penal condenatória não transitada em julgado (CPP, art. 393, I) e a prisão temporária (Lei n. 7960, de 21-12-1989)”.227

O tempo que o condenado tiver sido privado de sua liberdade por prisão provisória, administrativa ou internação será computado na pena a ser executada, independentemente de qualquer condição subjetiva (mérito), salvo se já considerado no cumprimento de outra pena.

Art. 42 do CP

Art. 42 – Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anterior.

Vindo pedido de homologação da detração o cartório autuará em apartado, dando vista ao promotor de justiça e, após, fazendo conclusão ao juiz.

Em virtude da omissão legislativa quanto à forma de contagem do tempo detraído, surgiram divergências de ordem doutrinária e jurisprudencial acerca do tema. Uns preconizam que o tempo detraído deve ser somado à pena já cumprida, ou seja, será contado como tempo de execução da pena, enquanto outros entendem que deve ser abatido do total da pena imposta na sentença.

Deferido o pedido, o cartório intimará o réu e o Ministério Público e, ciente da forma de contagem adotada pelo juiz da vara, fará a retificação na guia de recolhimento, remetendo cópia à autoridade administrativa incumbida da execução.

Sendo indeferido o pedido, o cartório intimará o réu e o Ministério Público.

Em qualquer caso, esgotando-se o prazo para eventual recurso, o cartório fará certidão, juntando cópia da decisão no PEC. Ato contínuo, o incidente será arquivado.

Art. 175 do CNCGJ

Art. 175 – Os autos de incidentes e exceções (ex.: impugnação ao valor da causa, pedido de alvará, exceções de incompetência, incidente de falsidade e embargos à execução), com sentença transitada em julgado, serão desapensados do processo principal, no qual será certificada a providência, mencionando-se a pendência ou não de custas, além de se fazer juntar cópia da decisão ou do acórdão desapensado.

227 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal, p. 219.

414

Page 415: Manual Criminal

8.6.2 PROGRESSÃO DE REGIME

CONCEITOS

Progressão de regime: Consiste na “transferência do condenado de regime mais rigoroso a outro menos rigoroso quando demonstra condições de adaptação ao mais suave”. 228

Audiência admonitória: É a realizada com o objetivo de perguntar ao preso se aceita a benesse concedida, informá-lo das condições da aceitação, bem como adverti-lo das causas de revogação.

Audiência de justificação: É a realizada como expressão do contraditório e ampla defesa, em sede de execução, antes da revogação de alguma benesse ou regressão de regime.

Art. 112, caput e § 1º, da LEP

Art. 112 – A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão.

§ 1º – A decisão será sempre motivada e precedida de manifestação do Ministério Público e do defensor.

“É a mudança de regime do fechado para o semi-aberto ou do semi-aberto para o aberto – prisão-albergue. A mudança de regime deve ocorrer de forma progressiva, etapa por etapa (não é possível que passe diretamente do fechado para o aberto).

“Para que o juiz possa decidir sobre a progressão de regime, o pedido deve se fazer acompanhar de:

“a) Boletim penal ou relatório da vida carcerária: (vide o item I, “a”, retro). Permite verificar se está preenchido o lapso temporal, que no caso de progressão, é de 1/6 do total da pena, para a primeira mudança de regime, ou 1/6 do saldo devido, no caso de segunda progressão ou de já ter havido regressão. Neste caso, conta-se o saldo a partir da falta que ensejou a regressão. Também pela análise do ‘boletim’, o juiz poderá verificar a disciplina do apenado, observando o registro de suas faltas; e mesmo se há óbice ao deferimento do pedido, como no caso de possuir decreto de prisão preventiva em vigor em processo em andamento;

“b) Exame Criminológico: (vide item I, “c”, retro). Trata-se de uma faculdade do juiz, que determinará a sua realização nos casos que julgar relevante, como nos crimes cometidos com violência ou grave ameaça contra a pessoa;

“c) Declaração ou proposta de emprego: (vide item I, “f”, retro). Só nos casos de progressão para o regime aberto (prisão-albergue). Pode ser dispensada a exigência para os maiores de 70 anos, doentes, mães de filhos menores ou deficientes, e gestantes. Devido à crise de emprego, alguns juízes dispensam a

228 MIRABETE, Julio Fabbrini. Execução penal: comentários à Lei nº 7.210, de 11/07/1984, p. 327.

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Page 416: Manual Criminal

comprovação anterior à concessão do benefício e concedem um prazo, após, para que o sentenciado arrume uma colocação no mercado de trabalho;

“d) Parecer do Ministério Público: (vide item I, “i”, retro).”229

PROCESSAMENTO PELO CARTÓRIO:

Vindo pedido de progressão de regime, o cartório verificará se o sentenciado já cumpriu 1/6 (um sexto) da pena (requisito objetivo). Em caso negativo, emitirá relatório de controle de pena, remetendo os autos conclusos ao juiz.

Preenchido o requisito objetivo, o cartório conferirá se estão presentes todos os instrumentos necessários ao incidente (itens “a” a “c”, retro). Faltando algum, deverá solicitá-lo.

Após, os autos serão remetidos ao Ministério Público.Solicitada diligência pelo promotor de justiça, os autos serão conclusos

ao juiz.Deferida a diligência, o cartório providenciará a sua realização.Concluída a diligência, dar-se-á vista ao promotor de justiça. Após, o

incidente será concluso ao juiz.Determinada a realização do exame criminológico, o cartório

providenciará cópia do PEC e enviará para a Comissão Técnica de Classificação (CTC).

Se, passados 30 (trinta) dias, não houver resposta da CTC, será enviado ofício solicitando a realização do exame no prazo de 15 (quinze) dias. Não havendo resposta, os autos serão conclusos ao juiz.

Deferido o pedido, o cartório intimará o réu e o Ministério Público, retificará a guia de recolhimento e fará as anotações necessárias ao novo regime de pena.

No caso de progressão para o regime aberto, o cartório designará audiência admonitória (desde que haja autorização normatizada do juiz neste sentido), requisitando o réu.

Sendo indeferido o pedido, o cartório intimará o réu e o Ministério Público.

Em qualquer caso, esgotando-se o prazo para eventual recurso, o cartório fará certidão, juntando cópia da decisão no PEC. Ato contínuo, o incidente será arquivado.

Art. 175 do CNCGJ

Art. 175 – Os autos de incidentes e exceções (ex.: impugnação ao valor da causa, pedido de alvará, exceções de incompetência, incidente de falsidade e embargos à execução), com sentença transitada em julgado, serão desapensados do processo principal, no qual será certificada a providência, mencionando-se a pendência ou não de custas, além de se fazer juntar cópia da decisão ou do acórdão desapensado.

229 PACHECO, Rita de Cássia, “Manual de instruções sobre o procedimento judicial dos pedidos”.

416

Page 417: Manual Criminal

CERTIDÕES

Certifico que o condenado ainda não cumpriu 1/6 da pena que lhe foi imposta. Local e data

..................................................Escrivão

Certifico que não consta do pedido de progressão de regime:( ) boletim penal ou relatório da vida carcerária;( ) exame criminológico;( ) declaração / proposta de emprego;motivo pelo qual solicitei ao requerente a sua complementação. Local e data

..................................................Escrivão

Certifico que enviei cópia do processo para a Comissão Técnica de Classificação para realização do exame criminológico.Local e data

..................................................Escrivão

Certifico que, passados mais de 30 (trinta) dias sem a realização do exame criminológico, expedi ofício, assinado pelo juiz, solicitando à Comissão Técnica de Classificação a sua realização, no prazo de 15 (quinze) dias.Local e data

..................................................Escrivão

CERTIDÃO DE ATO ORDINATÓRIO

Fica designado o dia ......./......./......., às ......... horas, para a audiência preliminar admonitória.Local e data

..................................................Escrivão

8.6.3 SAÍDA TEMPORÁRIA

417

Page 418: Manual Criminal

CONCEITO

Saída temporária: “Consiste na permissão para que o preso possa sair temporariamente do estabelecimento sem vigilância direta nos casos especificados em lei: visita à família, freqüência a cursos supletivos profissionalizantes e de instrução de segundo grau ou superior; e participação em atividades que concorram para o retorno ao convívio social”. 230

Arts. 122 a 125 da LEP

Art. 122 – Os condenados que cumprem pena em regime semi-aberto poderão obter autorização para saída temporária do estabelecimento, sem vigilância direta, nos seguintes casos:

I – visita à família;II – freqüência a curso supletivo profissionalizante, bem como de instrução

do 2º grau ou superior, na Comarca do Juízo da Execução;III – participação em atividades que concorram para o retorno ao convívio

social.

Art. 123 – A autorização será concedida por ato motivado do juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a administração penitenciária e dependerá da satisfação dos seguintes requisitos:

I – comportamento adequado;II – cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena, se o condenado for

primário, e 1/4 (um quarto), se reincidente;III – compatibilidade do benefício com os objetivos da pena.

Art. 124 – A autorização será concedida por prazo não superior a 7 (sete) dias, podendo ser renovada por mais 4 (quatro) vezes durante o ano.

Parágrafo único – Quando se tratar de freqüência a curso profissionalizante, de instrução de 2º grau ou superior, o tempo de saída será o necessário para o cumprimento das atividades discentes.

Art. 125 – O benefício será automaticamente revogado quando o condenado praticar fato definido como crime doloso, for punido por falta grave, desatender as condições impostas na autorização ou revelar baixo grau de aproveitamento do curso.

Parágrafo único – A recuperação do direito à saída temporária dependerá da absolvição no processo penal, do cancelamento da punição disciplinar ou da demonstração do merecimento do condenado.

“Consiste na autorização para regalias externas sem vigilância, por até sete dias, com finalidade especificada na lei, podendo ser renovada por mais quatro vezes durante o ano.

“Requisitos objetivos (externos): estar em regime semi-aberto (ou, por extensão, aberto); cumprimento de 1/6 da pena (para os primários) ou 1/4 (para os reincidentes); Requisitos subjetivos (internos): mérito – demonstração de senso de responsabilidade e disciplina; e compatibilidade do benefício com os objetivos da pena (finalidade da regalia).

“Para que o juiz possa decidir sobre a saída temporária, o pedido deve se fazer acompanhar de:

“a) Boletim penal ou relatório da vida carcerária: (vide o item I, “a”, retro). Permite verificar se está preenchido o lapso temporal, e se há alguma falta 230 MIRABETE, Julio Fabbrini. Execução penal: comentários à Lei nº 7.210, de 11/07/1984,

p. 200.

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Page 419: Manual Criminal

disciplinar ou informação que impeça ou não recomende a concessão do benefício;

“b) Parecer da administração penitenciária: (vide item I, “e” , retro);“c) Parecer do Ministério Público: (vide item I, “i”, retro)”. 231

PROCESSAMENTO PELO CARTÓRIO:

Vindo pedido de saída temporária, o cartório verificará se o sentenciado já cumpriu 1/6 (um sexto) ou 1/4 (um quarto) da pena, conforme o caso (requisito objetivo), emitindo o relatório de cumprimento da pena. Em caso negativo, fará certidão, remetendo os autos conclusos ao juiz.

O cartório deverá verificar ainda se o pedido já foi deferido outras 5 (cinco) vezes durante o ano. Em caso positivo, fará certidão, remetendo os autos serão conclusos ao juiz.

Preenchido o requisito objetivo, o cartório conferirá a presença dos instrumentos necessários ao incidente (itens “a” e “b”, retro). Faltando algum, deverá solicitá-lo.

Estando em ordem o pedido, dar-se-á vista ao promotor de justiça e, após, os autos serão conclusos ao juiz.

Deferido o pedido, o cartório intimará o réu e o Ministério Público, anotando o benefício e a sua duração na guia de recolhimento e expedirá ofício à administração penitenciária comunicando as datas de saída e retorno do apenado.

Sendo indeferido o pedido, o cartório intimará o réu e o Ministério Público.

Em qualquer caso, esgotando-se o prazo para eventual recurso, o cartório fará certidão, juntando cópia da decisão no PEC. Ato contínuo, o incidente será arquivado.

Art. 175 do CNCGJ

Art. 175 – Os autos de incidentes e exceções (ex.: impugnação ao valor da causa, pedido de alvará, exceções de incompetência, incidente de falsidade e embargos à execução), com sentença transitada em julgado, serão desapensados do processo principal, no qual será certificada a providência, mencionando-se a pendência ou não de custas, além de se fazer juntar cópia da decisão ou do acórdão desapensado.

CERTIDÕES

Certifico que o condenado ainda não cumpriu ( ) 1/6 ( ) 1/4 da pena que lhe foi imposta. Local e data

..................................................Escrivão

231PACHECO, Rita de Cássia, “Manual de instruções sobre o procedimento judicial dos pedidos”.

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Page 420: Manual Criminal

Certifico que o condenado já gozou de 5 (cinco) saídas temporárias durante este ano. Local e data

..................................................Escrivão

Certifico que não consta do pedido de saída temporária:( ) boletim penal ou relatório da vida carcerária;( ) parecer da administração penitenciária;motivo pelo qual solicitei ao requerente a sua complementação. Local e data

..................................................Escrivão

8.6.4 PERMISSÃO DE SAÍDA

CONCEITO

Permissão de saída: Trata-se da permissão concedida administrativamente aos condenados que cumprem pena em regime fechado ou semi-aberto e aos presos provisórios, destinada a breves ausências do estabelecimento penal, pelas razões taxativamente previstas no art. 120 da LEP, sempre mediante escolta.

Por tratar-se de medida de natureza administrativa, o pedido de concessão da permissão de saída é apreciado e concedido ou não pelo diretor do estabelecimento onde se encontrar o preso.

A permissão de saída fundamenta-se em razões humanitárias, sendo concedida aos condenados que cumprem pena em regime fechado ou semi-aberto e aos presos provisórios, somente em caso de comprovação do falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira ou companheiro, ascendente, irmão ou irmã, ou em caso de necessidade de tratamento médico não disponível no estabelecimento em que se encontra.

A duração da permissão de saída será a necessária à sua finalidade.

Arts. 120 e 121, da LEP

Art. 120 – Os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semi-aberto e os presos provisórios poderão obter permissão para sair do estabelecimento, mediante escolta, quando ocorrer um dos seguintes fatos:

I – falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão;

II – necessidade de tratamento médico (parágrafo único do artigo 14).Parágrafo único – A permissão de saída será concedida pelo diretor do

estabelecimento onde se encontra o preso.

420

Page 421: Manual Criminal

Art. 121 – A permanência do preso fora do estabelecimento terá a duração necessária à finalidade da saída.

8.6.5 LIVRAMENTO CONDICIONAL

CONCEITO

Livramento condicional: “O livramento condicional é o instituto pelo qual se concede a liberdade antecipada ao condenado, frente à existência de pressupostos e condicionada a determinadas exigências durante o restante da pena que deveria cumprir”. 232

Arts. 83 a 87, 89 e 90, do CP

Art. 83 – O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que:

I – cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes;

II – cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso;

III – comprovado comportamento satisfatório durante a execução da pena, bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para prover à própria subsistência mediante trabalho honesto;

IV – tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela infração;

V – cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza.

Parágrafo único – Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também subordinada à constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a delinqüir.

Art. 84 – As penas que correspondem a infrações diversas devem somar-se para efeito do livramento.

Art. 85 – A sentença especificará as condições a que fica subordinado o livramento.

Art. 86 – Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a pena privativa de liberdade, em sentença irrecorrível:

I – por crime cometido durante a vigência do benefício; II – por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste Código.

Art. 87 – O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o liberado deixar de cumprir qualquer das obrigações constantes da sentença, ou for irrecorrivelmente condenado, por crime ou contravenção, a pena que não seja privativa de liberdade.

232 MIRABETE, Julio Fabbrini. Execução penal: comentários à Lei nº 7.210, de 11/07/1984, p. 198.

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Art. 89 – O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não passar em julgado a sentença em processo a que responde o liberado, por crime cometido na vigência do livramento.

Art. 90 – Se até o seu término o livramento não é revogado, considera-se extinta a pena privativa de liberdade.

Arts. 131 a 146, da LEP

Art. 131 – O livramento condicional poderá ser concedido pelo juiz da execução, presentes os requisitos do artigo 83, incisos e parágrafo único, do Código Penal, ouvidos o Ministério Público e Conselho Penitenciário.

Art. 132 – Deferido o pedido, o juiz especificará as condições a que fica subordinado o livramento.

§ 1º – Serão sempre impostas ao liberado condicional as obrigações seguintes:

a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para o trabalho;

b) comunicar periodicamente ao juiz sua ocupação;c) não mudar do território da comarca do Juízo da execução, sem prévia

autorização deste.§ 2º – Poderão ainda ser impostas ao liberado condicional, entre outras

obrigações, as seguintes:a) não mudar de residência sem comunicação ao juiz e à autoridade

incumbida da observação cautelar e de proteção;b) recolher-se à habitação em hora fixada;c) não freqüentar determinados lugares.

Art. 133 – Se for permitido ao liberado residir fora da comarca do Juízo da execução, remeter-se-á cópia da sentença do livramento ao Juízo do lugar para onde ele se houver transferido e à autoridade incumbida da observação cautelar e de proteção.

Art. 134 – O liberado será advertido da obrigação de apresentar-se imediatamente às autoridades referidas no artigo anterior.

Art. 135 – Reformada a sentença denegatória do livramento, os autos baixarão ao Juízo da execução, para as providências cabíveis.

Art. 136 – Concedido o benefício, será expedida a carta de livramento com a cópia integral da sentença em 2 (duas) vias, remetendo-se uma à autoridade administrativa incumbida da execução e outra ao Conselho Penitenciário.

Art. 137 – A cerimônia do livramento condicional será realizada solenemente no dia marcado pelo Presidente do Conselho Penitenciário, no estabelecimento onde está sendo cumprida a pena, observando-se o seguinte:

I – a sentença será lida ao liberando, na presença dos demais condenados, pelo Presidente do Conselho Penitenciário ou membro por ele designado, ou, na falta, pelo juiz;

II – a autoridade administrativa chamará a atenção do liberando para as condições impostas na sentença de livramento;

III – o liberando declarará se aceita as condições.

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§ 1º – De tudo em livro próprio, será lavrado termo subscrito por quem presidir a cerimônia e pelo liberando, ou alguém a seu rogo, se não souber ou não puder escrever.

§ 2º – Cópia desse termo deverá ser remetida ao juiz da execução.

Art. 138 – Ao sair o liberado do estabelecimento penal, ser-lhe-á entregue, além do saldo de seu pecúlio e do que lhe pertencer, uma caderneta, que exibirá à autoridade judiciária ou administrativa, sempre que lhe for exigida.

§ 1º – A caderneta conterá:a) a identificação do liberado;b) o texto impresso do presente Capítulo;c) as condições impostas.§ 2º – Na falta de caderneta, será entregue ao liberado um salvo-conduto,

em que constem as condições do livramento, podendo substituir-se a ficha de identificação ou o seu retrato pela descrição dos sinais que possam identificá-lo.

§ 3º – Na caderneta e no salvo-conduto deverá haver espaço para consignar-se o cumprimento das condições referidas no artigo 132 desta Lei.

Art. 139 – A observação cautelar e a proteção realizadas por serviço social penitenciário, Patronato ou Conselho da Comunidade terão a finalidade de:

I – fazer observar o cumprimento das condições especificadas na sentença concessiva do benefício;

II – proteger o beneficiário, orientando-o na execução de suas obrigações e auxiliando-o na obtenção de atividade laborativa.

Parágrafo único – A entidade encarregada da observação cautelar e da proteção do liberado apresentará relatório ao Conselho Penitenciário, para efeito da representação prevista nos artigos 143 e 144 desta Lei.

Art. 140 – A revogação do livramento condicional dar-se-á nas hipóteses previstas nos artigos 86 e 87 do Código Penal.

Parágrafo único – Mantido o livramento condicional, na hipótese da revogação facultativa, o juiz deverá advertir o liberado ou agravar as condições.

Art. 141 – Se a revogação for motivada por infração penal anterior à vigência do livramento, computar-se-á como tempo de cumprimento da pena o período de prova, sendo permitida, para a concessão de novo livramento, a soma do tempo das 2 (duas) penas.

Art. 142 – No caso de revogação por outro motivo, não se computará na pena o tempo em que esteve solto o liberado, e tampouco se concederá, em relação à mesma pena, novo livramento.

Art. 143 – A revogação será decretada a requerimento do Ministério Público, mediante representação do Conselho Penitenciário, ou, de ofício, pelo juiz, ouvido o liberado.

Art. 144 – O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público, ou mediante representação do Conselho Penitenciário, e ouvido o liberado, poderá modificar as condições especificadas na sentença, devendo o respectivo ato decisório ser lido ao liberado por uma das autoridades ou funcionários indicados no inciso I, do artigo 137, desta Lei, observado o disposto nos incisos II e III e §§ 1º e 2º do mesmo artigo.

Art. 145 – Praticada pelo liberado outra infração penal, o juiz poderá ordenar a sua prisão, ouvidos o Conselho Penitenciário e o Ministério Público,

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suspendendo o curso do livramento condicional, cuja revogação, entretanto, ficará dependendo da decisão final.

Art. 146 – O juiz, de ofício, a requerimento do interessado, do Ministério Público ou mediante representação do Conselho Penitenciário, julgará extinta a pena privativa de liberdade, se expirar o prazo do livramento sem revogação.

“Consiste na concessão da liberdade antes do término da pena, após o cumprimento de determinado tempo, mediante a observância de determinadas condições.

“Requisitos objetivos: “1) estar cumprindo pena privativa de liberdade igual ou superior a dois

anos, devendo e podendo ser somadas as diversas penas;“2) cumprimento de parte da pena: mais de 1/3, quando não reincidente

em crime doloso e possuir bons antecedentes; mais de 1/2, quando reincidente em crime doloso; mais de 2/3, para o condenado por crime hediondo ou equiparado, que não seja reincidente específico;

“3) ter reparado o dano causado pela infração, salvo impossibilidade de fazê-lo;

“Requisitos subjetivos: “1) deve comprovar comportamento satisfatório durante a execução da

pena;“2) deve comprovar bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído;“3) deve comprovar aptidão para prover a própria subsistência mediante

trabalho honesto;“4) nos crimes cometidos com grave ameaça ou violência contra a

pessoa, deve demonstrar que não voltará a delinqüir, o que será constatado, normalmente, através do exame criminológico;

“5) no caso de ser estrangeiro, deve comprovar que não foi decretada sua expulsão do país, ou que não há decreto de prisão administrativa para ser expulso. Também deve comprovar que está no Brasil em situação regular e pode exercer atividade remunerada (declaração da Polícia Federal).

“Para que o juiz possa decidir sobre o livramento condicional, o pedido deve se fazer acompanhar de:

“a) Boletim penal ou relatório da vida carcerária: (vide o item I, “a”, retro). Permite verificar se está preenchido o lapso temporal. Também pela análise do “boletim”, o juiz poderá verificar a disciplina do apenado, observando o registro de suas faltas; e mesmo se há óbice ao deferimento do pedido, como no caso de possuir decreto de prisão preventiva em vigor em processo em andamento;

“b) Parecer da Comissão Técnica de Classificação: (vide item I, “b”, retro);

“c) Exame Criminológico: (vide item I, “c”, retro). Exige-se o exame criminológico para os presos que cumprem pena por crime cometido com violência ou grave ameaça contra a pessoa;

“d) Declaração ou proposta de emprego: (vide item I, “f”, retro). Pode ser dispensada a exigência para os maiores de 70 anos, doentes, mães de filhos menores ou deficientes, e gestantes; Devido à crise de emprego, alguns juízes dispensam a comprovação anterior à concessão do benefício e concedem um

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prazo, após, para que o sentenciado arrume uma colocação no mercado de trabalho;

“e) Declaração da reparação do dano ou da impossibilidade de fazê-lo: (vide item I, “g”, retro);

“f) Parecer do Ministério Público: (vide item I, “i”, retro).”233

PROCESSAMENTO PELO CARTÓRIO:

Vindo pedido de livramento condicional, o cartório verificará se o sentenciado já cumpriu o tempo de pena necessário à concessão do benefício (requisito objetivo), emitindo o relatório de cumprimento da pena. Em caso negativo, fará certidão, remetendo os autos conclusos ao juiz.

Preenchido o requisito objetivo, o cartório conferirá a presença dos instrumentos necessários ao incidente (itens “a” a “e”, retro). Faltando algum, deverá solicitá-lo.

Após, os autos serão remetidos ao Ministério Público.Solicitada diligência pelo promotor de justiça, os autos serão conclusos

ao juiz.Deferida a diligência, o cartório providenciará a sua realização.Concluída a diligência, dar-se-á vista ao promotor de justiça. Após, o

incidente será concluso ao juiz.Determinada a realização do exame criminológico, o cartório

providenciará cópia do PEC e enviará para a Comissão Técnica de Classificação (CTC).

Se, passados 30 (trinta) dias, não houver resposta da CTC, será enviado ofício solicitando a realização do exame no prazo de 15 (quinze) dias. Não havendo resposta, os autos serão conclusos ao juiz.

Deferido o pedido, o cartório intimará o réu e o Ministério Público e designará a audiência admonitória (desde que haja autorização normatizada do juiz neste sentido).

Sendo indeferido o pedido, o cartório intimará o réu e o Ministério Público.

Em qualquer caso, esgotando-se o prazo para eventual recurso, o cartório fará certidão, juntando cópia da decisão no PEC. Ato contínuo, o incidente será arquivado.

Art. 175 do CNCGJ

Art. 175 – Os autos de incidentes e exceções (ex.: impugnação ao valor da causa, pedido de alvará, exceções de incompetência, incidente de falsidade e embargos à execução), com sentença transitada em julgado, serão desapensados do processo principal, no qual será certificada a providência, mencionando-se a pendência ou não de custas, além de se fazer juntar cópia da decisão ou do acórdão desapensado.

CERTIDÕES

233 PACHECO, Rita de Cássia, “Manual de instruções sobre o procedimento judicial dos pedidos”.

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Certifico que o condenado ainda não cumpriu o tempo de pena necessário à obtenção de livramento condicional. Local e data

..................................................Escrivão

Certifico que não consta do pedido de livramento condicional:( ) boletim penal ou relatório da vida carcerária;( ) parecer da Comissão Técnica de Classificação;( ) exame criminológico;( ) declaração / proposta de emprego;( ) declaração da reparação do dano ou da impossibilidade de fazê-lo;motivo pelo qual solicitei ao requerente a sua complementação. Local e data

..................................................Escrivão

Certifico que enviei cópia do processo para a Comissão Técnica de Classificação para realização do exame criminológico.Local e data

..................................................Escrivão

Certifico que, passados mais de 30 (trinta) dias sem a realização do exame criminológico, expedi ofício, assinado pelo juiz, solicitando à Comissão Técnica de Classificação a sua realização, no prazo de 15 (quinze) dias.Local e data

..................................................Escrivão

CERTIDÃO DE ATO ORDINATÓRIO

Fica designado o dia ......./......./......., às ......... horas, para a audiência preliminar admonitória.Local e data

..................................................Escrivão

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8.6.6 LIBERAÇÃO DO PECÚLIO

CONCEITO

Pecúlio: É a parcela da remuneração do trabalho do preso ou internado que é depositada em caderneta de poupança e entregue ao condenado quando posto em liberdade.

“Consiste na autorização para retirar do pecúlio determinada quantia a fim de custear alguma despesa. Requisitos: ter dinheiro depositado em seu nome; necessitar suprir alguma carência de ordem material (ajudar a família, comprar alguma coisa, fazer algum tratamento de saúde, etc.).

“Para que o juiz possa decidir sobre a liberação do pecúlio, o pedido deve se fazer acompanhar de:

“a) Parecer do serviço social da penitenciária, onde conste a finalidade da retirada;

“b) Declaração do montante disponível;“c) Parecer do Ministério Público: (vide item I, “i”, retro).” 234

PROCESSAMENTO PELO CARTÓRIO:

Vindo pedido de liberação do pecúlio, o cartório conferirá se estão presentes todos os instrumentos necessários ao incidente (itens “a” e “b”, retro). Faltando algum, deverá solicitá-lo.

Após, os autos serão remetidos ao Ministério Público.Solicitada diligência pelo promotor de justiça, os autos serão conclusos

ao juiz.Deferida a diligência, o cartório providenciará a sua realização.Concluída a diligência, dar-se-á vista ao promotor de justiça. Após, o

incidente será concluso ao juiz.Decidido o pedido, o cartório intimará o réu e o Ministério Público.Em qualquer caso, esgotando-se o prazo para eventual recurso, o

cartório fará certidão, juntando cópia da decisão no PEC. Ato contínuo, o incidente será arquivado.

Art. 175 do CNCGJ

Art. 175 – Os autos de incidentes e exceções (ex.: impugnação ao valor da causa, pedido de alvará, exceções de incompetência, incidente de falsidade e embargos à execução), com sentença transitada em julgado, serão desapensados do processo principal, no qual será certificada a providência, mencionando-se a pendência ou não de custas, além de se fazer juntar cópia da decisão ou do acórdão desapensado.

234PACHECO, Rita de Cássia, “Manual de instruções sobre o procedimento judicial dos pedidos”.

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Page 428: Manual Criminal

CERTIDÃO

Certifico que não consta do pedido de liberação do pecúlio:( ) parecer do serviço social da penitenciária;( ) declaração do montante disponível;motivo pelo qual solicitei ao requerente a sua complementação. Local e data

..................................................Escrivão

8.6.7 UNIFICAÇÃO COM SOMA DE PENAS

CONCEITOS

Concurso material de crimes: Segundo dispõe o art. 69 do Código Penal, há concurso material (ou real) quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não. Concurso formal de crimes: Segundo o art. 70, caput, do Código Penal, há concurso formal (ou ideal) quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não.

Crime continuado: Segundo o art. 71, caput, do Código Penal, tem-se o crime continuado (ou continuidade delitiva) quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, em razão de determinadas circunstâncias (condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhanças) devam os delitos subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro.

Arts. 70 e 71, do CP

Art. 70 – Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.

Parágrafo único – Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste Código.

Art. 71 – Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços.

Parágrafo único – Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código.

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Page 429: Manual Criminal

“Consiste no reconhecimento pelo juiz da execução, da continuidade delitiva ou do concurso formal, nos casos de continência, quando não tenha havido a reunião dos processos em uma única ação penal pela avocação do juízo prevalente e tenham sido proferidas várias sentenças e expedidas várias guias de recolhimento.

“Requisitos: as sentenças devem ter transitado em julgado; as condições de tempo, lugar, maneira de execução, e outras que tenham envolvido os crimes, devem demonstrar que, realmente, houve a continuidade delitiva ou o concurso formal.”235

PROCESSAMENTO PELO CARTÓRIO:

Havendo mais de um PEC para o mesmo réu e não havendo requerimento, o cartório fará o apensamento, autuando um incidente de soma/unificação de penas, com cópia dos relatórios “Ficha do Réu” de cada um dos PECs, encaminhando ao defensor do apenado e, após, ao Ministério Público.

Ao receber requerimento de unificação/soma de penas, o cartório encaminhará ao defensor do apenado e/ou ao promotor de justiça, conforme o caso.

Solicitada diligência pelo promotor de justiça, os autos serão conclusos ao juiz.

Deferida a diligência, o cartório providenciará a sua realização.Concluída a diligência, dar-se-á vista ao promotor de justiça. Após, o

incidente será concluso ao juiz.Julgada procedente a soma/unificação de penas, o cartório deverá fazer

a retificação na guia de recolhimento do condenado (SAJ/PG – histórico de partes), emitindo nova e encaminhando para autoridade administrativa.

Em qualquer caso, esgotando-se o prazo para eventual recurso, o cartório fará certidão, juntando cópia da decisão no PEC. Ato contínuo, o incidente será arquivado.

Art. 175 do CNCGJ

Art. 175 – Os autos de incidentes e exceções (ex.: impugnação ao valor da causa, pedido de alvará, exceções de incompetência, incidente de falsidade e embargos à execução), com sentença transitada em julgado, serão desapensados do processo principal, no qual será certificada a providência, mencionando-se a pendência ou não de custas, além de se fazer juntar cópia da decisão ou do acórdão desapensado.

8.6.8 INDULTO OU COMUTAÇÃO DE PENA

235 PACHECO, Rita de Cássia, “Manual de instruções sobre o procedimento judicial dos pedidos”.

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CONCEITOS

Indulto: É ato de clemência do Poder Público. “Exclui apenas a punibilidade e não o crime. Pressupõe, em regra, condenação com trânsito em julgado. Compete ao Presidente da República (art. 84, XII, da CF), abrangendo grupo de sentenciados. Não afasta a reincidência, se já houver sentença com trânsito em julgado”. 236 Pode ser pleno, quando extingue totalmente a punibilidade e parcial quando concede diminuição da pena ou sua comutação ou substituição por outra de menor gravidade.

Comutação de pena: É o indulto parcial. “O indulto individual pode ser total (ou pleno), alcançando todas as sanções impostas ao condenado, ou parcial (ou restrito), com a redução ou substituição da sanção, caso em que toma o nome de comutação. A Constituição Federal, entretanto, refere-se especificamente ao indulto e à comutação (art. 84, XII) atendendo à distinção formulada na doutrina: no indulto há perdão da pena; na comutação dispensa-se o cumprimento de parte da pena, reduzindo-se a aplicada, ou substituindo-se esta por outra menos severa”. 237

Art. 84, XII, da CF

Art. 84 – Compete privativamente ao Presidente da República:XII – conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos

órgãos instituídos em lei;

Arts. 192 e 193 da LEP

Art. 192 – Concedido o indulto e anexada aos autos cópia do decreto, o juiz declarará extinta a pena ou ajustará a execução aos termos do decreto, no caso de comutação.

Art. 193 – Se o sentenciado for beneficiado por indulto coletivo, o juiz, de ofício, a requerimento do interessado, do Ministério Público, ou por iniciativa do Conselho Penitenciário ou da autoridade administrativa, providenciará de acordo com o disposto no artigo anterior.

“É ato de clemência do Poder Público. Consiste na extinção da punibilidade ou redução do quantum da pena, se preenchidos determinados requisitos previstos no Decreto concessivo.

“Requisitos: variam conforme o decreto, porém, normalmente, referem-se à duração da pena aplicada, cumprimento de parte da pena, primariedade, boa conduta, espécie do crime, etc.

“Para que o juiz possa decidir sobre o indulto ou redução, o pedido deve se fazer acompanhar de:

“a) Boletim penal ou relatório da vida carcerária: (vide o item I, “a”, retro). Permite verificar se está preenchido o lapso temporal. Também pela análise do “boletim”, o juiz poderá verificar a disciplina do apenado, observando o registro

236 FÜHRER, Maximilianus Cláudio Américo e FÜHRER, Maximiliano Roberto Ernesto. Coleção Resumos, v. 5 - Resumo de Direito Penal. 12ª ed., São Paulo: Malheiros, 1998, p. 123.

237 MIRABETE, Julio Fabbrini. Execução penal: comentários à Lei nº 7.210, de 11/07/1984, p. 656.

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de suas faltas ou se há óbice à concessão do benefício, como, por exemplo, estar respondendo por processo pela prática de determinada espécie de crime.

“b) Parecer do Conselho Penitenciário: (vide item I, “d”, retro);“c) Parecer do Ministério Público: (vide item I, “i”, retro).”238

PROCESSAMENTO PELO CARTÓRIO:

Vindo pedido de indulto ou comutação de pena, o cartório verificará se o sentenciado já cumpriu o tempo de pena necessário ao benefício, definido no decreto concessivo (requisito objetivo), emitindo o relatório de cumprimento da pena. Em caso negativo, fará certidão, remetendo os autos conclusos ao juiz.

Preenchido o requisito objetivo, o cartório conferirá a presença dos instrumentos necessários ao incidente (itens “a” e “b”, retro). Faltando algum, deverá solicitá-lo.

Após, os autos serão remetidos ao Ministério Público.Solicitada diligência pelo promotor de justiça, os autos serão conclusos

ao juiz.Deferida a diligência, o cartório providenciará a sua realização.Concluída a diligência, dar-se-á vista ao promotor de justiça. Após, o

incidente será concluso ao juiz.Decidido o pedido, o cartório intimará o réu e o Ministério Público.Em qualquer caso, esgotando-se o prazo para eventual recurso, o

cartório fará certidão, juntando cópia da decisão no PEC. Ato contínuo, o incidente será arquivado.

Art. 175 do CNCGJ

Art. 175 – Os autos de incidentes e exceções (ex.: impugnação ao valor da causa, pedido de alvará, exceções de incompetência, incidente de falsidade e embargos à execução), com sentença transitada em julgado, serão desapensados do processo principal, no qual será certificada a providência, mencionando-se a pendência ou não de custas, além de se fazer juntar cópia da decisão ou do acórdão desapensado.

CERTIDÕES

Certifico que o condenado ainda não cumpriu o tempo de pena necessário à obtenção do indulto concedido pelo decreto nº ................................... . Local e data

..................................................Escrivão

238 PACHECO, Rita de Cássia, “Manual de instruções sobre o procedimento judicial dos pedidos”.

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Page 432: Manual Criminal

Certifico que não consta do pedido de indulto:( ) boletim penal ou relatório da vida carcerária;( ) parecer do Conselho Penitenciário; motivo pelo qual solicitei ao requerente a sua complementação. Local e data

..................................................Escrivão

8.6.9 REMIÇÃO PENAL

CONCEITO

Remição penal: “Pode-se definir a remição, nos termos da lei brasileira, como um direito do condenado em reduzir pelo trabalho prisional o tempo de duração da pena privativa de liberdade cumprida em regime fechado ou semi-aberto. Trata-se de um meio de abreviar ou extinguir parte da pena. Oferece-se ao preso um estímulo para corrigir-se, abreviando o tempo de cumprimento da sanção para que possa passar ao regime de liberdade condicional ou à liberdade definitiva”. 239

Arts. 126 a 129 da LEP

Art. 126 – O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semi-aberto poderá remir, pelo trabalho, parte do tempo de execução da pena.

§ 1º – A contagem do tempo para o fim deste artigo será feita à razão de 1 (um) dia de pena por 3 (três) de trabalho.

§ 2º – O preso impossibilitado de prosseguir no trabalho, por acidente, continuará a beneficiar-se com a remição.

§ 3º – A remição será declarada pelo juiz da execução, ouvido o Ministério Público.

Art. 127 – O condenado que for punido por falta grave perderá o direito ao tempo remido, começando o novo período a partir da data da infração disciplinar.

Art. 128 – O tempo remido será computado para a concessão de livramento condicional e indulto.

Art. 129 – A autoridade administrativa encaminhará mensalmente ao Juízo da execução cópia do registro de todos os condenados que estejam trabalhando e dos dias de trabalho de cada um deles.

Parágrafo único – Ao condenado dar-se-á relação de seus dias remidos.

“Consiste na declaração pelo juiz de que, para cada 3 (três) dias trabalhados pelo sentenciado durante a execução da pena, terá remido 1 (um) dia de sua pena.

“Requisitos: ter trabalhado em setor determinado pela administração prisional, quando em regime fechado ou semi-aberto.

239 MIRABETE, Julio Fabbrini. Execução penal: comentários à Lei nº 7.210, de 11/07/1984, p. 425.

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Page 433: Manual Criminal

“Para que o juiz possa decidir sobre a remição, o pedido deve se fazer acompanhar de:

“a) Fichas do controle da remição ou certidão sobre o trabalho: (vide item I, “h”, retro);

“b) Parecer do Ministério Público: (vide item I, “i”, retro).”240

PROCESSAMENTO PELO CARTÓRIO:

Vindo pedido de homologação da remição o cartório verificará se está instruído com a ficha de controle da remição ou certidão sobre o trabalho. Faltando, deverá solicitar.

Estando em ordem o pedido, dar-se-á vista ao promotor de justiça e, após, os autos serão conclusos ao juiz.

Em virtude da omissão legislativa quanto à forma de contagem do tempo remido, surgiram divergências de ordem doutrinária e jurisprudencial acerca do tema. Uns preconizam que o tempo remido deve ser somado à pena já cumprida, ou seja, será contado como tempo de execução da pena, enquanto outros entendem que deve ser abatido do total da pena imposta na sentença.

Deferido o pedido, o cartório intimará o réu e o Ministério Público e, ciente da forma de contagem adotada pelo juiz da vara, fará a retificação na guia de recolhimento (SAJ/PG – histórico de partes, inclusive constando o período de que trata a remição), remetendo cópia à autoridade administrativa incumbida da execução.

Sendo indeferido o pedido, o cartório intimará o réu e o Ministério Público.

Em qualquer caso, transcorrido o prazo para recurso, o cartório providenciará a baixa do incidente (vide item 2.7 da parte geral deste manual).

Em qualquer caso, esgotando-se o prazo para eventual recurso, o cartório fará certidão, juntando cópia da decisão no PEC. Ato contínuo, o incidente será arquivado.

Art. 175 do CNCGJ

Art. 175 – Os autos de incidentes e exceções (ex.: impugnação ao valor da causa, pedido de alvará, exceções de incompetência, incidente de falsidade e embargos à execução), com sentença transitada em julgado, serão desapensados do processo principal, no qual será certificada a providência, mencionando-se a pendência ou não de custas, além de se fazer juntar cópia da decisão ou do acórdão desapensado.

CERTIDÃO

240 PACHECO, Rita de Cássia, “Manual de instruções sobre o procedimento judicial dos pedidos”.

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Page 434: Manual Criminal

Certifico que o pedido de homologação da remição não está instruído com as fichas de controle ou certidão sobre o trabalho, motivo pelo qual solicitei ao requerente a sua complementação. Local e data

..................................................Escrivão

8.6.10 PRISÃO DOMICILIAR

Art. 117 da LEP

Art. 117 – Somente se admitirá o recolhimento do beneficiário de regime aberto em residência particular quando se tratar de:

I – condenado maior de 70 (setenta) anos;II – condenado acometido de doença grave;III – condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental;IV – condenada gestante.

“Consiste na autorização para recolhimento em residência particular, conferida a presos do regime aberto que estejam em situação prevista na lei, mediante condições fixadas.

“Requisitos: estar em regime aberto e: I. ter mais de setenta anos; ou II. estar acometido de doença grave; ou III. condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental; ou IV. condenada gestante.

“Obs. Em casos excepcionais, de doenças incuráveis ou contagiosas, com quadro debilitante, devidamente comprovados, quando o Estado não disponha de meios de oferecer o tratamento médico recomendável, tem sido concedida a prisão domiciliar para sentenciados em regime semi-aberto ou mesmo fechado. Em alguns casos, por tempo determinado, com a imposição de condições mais rigorosas, inclusive visita periódica da assistente social. Em tais situações, mormente quando trata-se de preso do regime fechado, poderá o magistrado, exigir o parecer da CTC ou mesmo, exame criminológico.

“Para que o juiz possa decidir sobre a prisão domiciliar, o pedido deve se fazer acompanhar de:

“a) Boletim penal ou relatório da vida carcerária: (vide o item I, “a”, retro);

“b) Parecer da administração penitenciária: (vide item I, “e”, retro);“c) Comprovante da situação autorizadora do benefício: certidão de

nascimento ou atestado médico;“d) Parecer do Ministério Público: (vide item I, “i”, retro).”241

PROCESSAMENTO PELO CARTÓRIO:

241 PACHECO, Rita de Cássia, “Manual de instruções sobre o procedimento judicial dos pedidos”.

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Page 435: Manual Criminal

Vindo pedido de prisão domiciliar o cartório conferirá a presença dos instrumentos necessários ao incidente (itens “a” a “c”, retro). Faltando algum, deverá solicitá-lo.

Estando em ordem o pedido, dar-se-á vista ao promotor de justiça e, após, os autos serão conclusos ao juiz.

Deferido o pedido, o cartório intimará o réu e o Ministério Público, fazendo a anotação na guia de recolhimento.

Sendo indeferido o pedido, o cartório intimará o réu e o Ministério Público.

Em qualquer caso, esgotando-se o prazo para eventual recurso, o cartório fará certidão, juntando cópia da decisão no PEC. Ato contínuo, o incidente será arquivado.

Art. 175 do CNCGJ

Art. 175 – Os autos de incidentes e exceções (ex.: impugnação ao valor da causa, pedido de alvará, exceções de incompetência, incidente de falsidade e embargos à execução), com sentença transitada em julgado, serão desapensados do processo principal, no qual será certificada a providência, mencionando-se a pendência ou não de custas, além de se fazer juntar cópia da decisão ou do acórdão desapensado.

CERTIDÃO

Certifico que não consta do pedido de prisão domiciliar:( ) boletim penal ou relatório da vida carcerária;( ) parecer da administração penitenciária;( ) certidão de nascimento;( ) atestado médico;motivo pelo qual solicitei ao requerente a sua complementação. Local e data

..................................................Escrivão

8.6.11 PEDIDO DE TRANSFERÊNCIA

Arts. 302 a 307 do CNCGJ

Art. 302 – A transferência de réus presos de uma comarca para outra, no Estado, deverá atender às disposições seguintes.

Art. 303 – Os magistrados não deverão efetuar transferência de réus presos de uma comarca para outra sem prévia consulta ao juiz-corregedor das execuções penais da jurisdição destinatária.

Parágrafo único – Não sendo respondida a consulta em dez dias e havendo urgência na remoção, a transferência poderá efetivar-se sem a concordância do consultado.

435

Page 436: Manual Criminal

Art. 304 – A transferência de presos que afete o regime carcerário ou importe em troca da jurisdição da vara das execuções criminais, somente será levada a efeito após autorização judicial.

Art. 305 – A transferência só deve realizar-se em caso de necessidade, observado, tanto quanto possível, que o réu preso aguarde o julgamento ou cumpra a pena, até ser transferido para estabelecimento penitenciário, em cárcere próximo de seu núcleo familiar.

Art. 306 – A transferência ou remoção de presos entre casas prisionais sob a jurisdição da mesma vara de execuções penais poderá efetivar-se por determinação da autoridade administrativa.

Art. 307 – Na hipótese do artigo anterior, a movimentação deverá ser comunicada, no prazo de vinte e quatro horas, à autoridade judiciária competente, que poderá revogar o ato, por decisão motivada.

“Consiste na autorização para ser removido de um estabelecimento penal para outro, em virtude de motivo justificado, transferindo-se a execução da pena.

“Requisitos: existência de vaga, e, no caso de transferência para cadeia ou presídio, ou ainda para estabelecimento penal de outro Estado da Federação, anuência do juiz Corregedor que irá receber o sentenciado.

“Obs. A transferência se rege por critérios de conveniência e oportunidade, porém, deve ser considerado, também, o interesse pessoal do sentenciado. Assim, se o requerimento tiver sido assinado apenas pela autoridade prisional, é importante que se faça acompanhar de declaração do preso, onde conste que aceita a remoção.

“Para que o juiz possa decidir sobre a transferência, o pedido, devidamente fundamentado, deve se fazer acompanhar de:

“a) Boletim penal ou relatório da vida carcerária: (vide o item I, “a”, retro);

“b) Parecer da administração penitenciária: (vide item I, “e” , retro);“c) Atestado de vaga: fornecido pela DIAP – Diretoria de Administração

Penal, ou órgão similar em outros Estados;“d) Declaração de anuência do Juiz Corregedor do Presídio para onde

pretende ser transferido o sentenciado (ofício ou certidão): nos casos de remoção para cadeias ou presídios, ou para outros Estados da Federação;

“e) Declaração de anuência do juiz responsável por eventual processo-crime em andamento: no caso de sentenciado que possua processo em andamento, é conveniente, também, que o juiz do Processo seja consultado, para que avalie se a transferência acarretará algum prejuízo à instrução, mormente nos casos de júri;

“f) Parecer do Ministério Público: (vide item I, “i”, retro).”242

PROCESSAMENTO PELO CARTÓRIO:

242 PACHECO, Rita de Cássia, “Manual de instruções sobre o procedimento judicial dos pedidos”.

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Page 437: Manual Criminal

Vindo pedido de transferência, o cartório conferirá a presença dos instrumentos necessários ao incidente (itens “a” a “e”, retro). Faltando algum, deverá solicitá-lo.

O cartório deverá verificar ainda se o condenado está respondendo a outro processo na vara. Em caso positivo, fará certidão, remetendo os autos conclusos ao juiz.

Estando em ordem o pedido, os autos serão remetidos ao Ministério Público.

Solicitada diligência pelo promotor de justiça, os autos serão conclusos ao juiz.

Deferida a diligência, o cartório providenciará a sua realização.Concluída a diligência, dar-se-á vista ao promotor de justiça. Após, o

incidente será concluso ao juiz.Deferido o pedido, o cartório intimará o réu e o Ministério Público,

anotando a transferência na guia de recolhimento. Após, oficiará à administração penitenciária em que se encontra o apenado autorizando a transferência, bem como ao estabelecimento que deverá receber o transferido.

Em qualquer caso, esgotando-se o prazo para eventual recurso, o cartório fará certidão, juntando cópia da decisão no PEC. Ato contínuo, o incidente será arquivado.

Art. 175 do CNCGJ

Art. 175 – Os autos de incidentes e exceções (ex.: impugnação ao valor da causa, pedido de alvará, exceções de incompetência, incidente de falsidade e embargos à execução), com sentença transitada em julgado, serão desapensados do processo principal, no qual será certificada a providência, mencionando-se a pendência ou não de custas, além de se fazer juntar cópia da decisão ou do acórdão desapensado.

CERTIDÕES

Certifico que o condenado está respondendo ao processo nº ..............., em andamento nesta vara.Local e data

..................................................Escrivão

Certifico que não consta do pedido de transferência:( ) boletim penal ou relatório da vida carcerária;( ) parecer da administração penitenciária;

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Page 438: Manual Criminal

( ) atestado de vaga;( ) declaração de anuência do juiz corregedor do presídio destinatário;( ) declaração de anuência do juiz do processo em andamento;motivo pelo qual solicitei ao requerente a sua complementação. Local e data

..................................................Escrivão

8.6.12 REGRESSÃO DE REGIME

CONCEITO

Regressão de regime: É a transferência do condenado que cumpre pena em regime semi-aberto ou aberto para regimes mais rigoroso.

Art. 118 da LEP

Art. 118 – A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado:

I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave;II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da

pena em execução, torne incabível o regime (artigo 111).§ 1º – O condenado será transferido do regime aberto se, além das

hipóteses referidas nos incisos anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar, podendo, a multa cumulativamente imposta.

§ 2º – Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior, deverá ser ouvido previamente o condenado.

“Consiste em uma espécie de punição, com a transferência do sentenciado para um regime mais rigoroso, em virtude de falta cometida por ele, ou mesmo pela superveniência de nova condenação, por crime anterior, que torne incabível o regime. Normalmente ocorre por representação da autoridade administrativa ou de ofício, por ato do próprio juiz, após ouvido o promotor de Justiça. Nos casos de regressão por falta grave ou prática de crime doloso, deve ser ouvido previamente o sentenciado.

“Para que o juiz possa decidir sobre a regressão do regime, deve observar:

“a) Se foi instaurado o incidente disciplinar para a apuração da falta grave, cuja cópia deve constar nos autos, não importando se houve ou não aplicação de sanção disciplinar;

“b) No caso de prática de novo delito, se foi oferecida a denúncia, não importando se houve ou não decisão condenatória;

“c) No caso de falta grave ou prática de crime doloso, a oitiva prévia do sentenciado;

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Page 439: Manual Criminal

“d) Parecer do Ministério Público: (vide item I, “i”, retro).”243

PROCESSAMENTO PELO CARTÓRIO:

Vindo pedido de regressão de regime, o cartório conferirá a presença dos instrumentos necessários ao incidente (itens “a” a “c”, retro). Faltando algum, deverá solicitá-lo.

Estando em ordem o pedido, o cartório fará a intimação do condenado e do promotor de justiça (quando não forem este o requerente da instauração do procedimento).

Após, requeridas diligências, os autos serão conclusos ao juiz. Caso deferida alguma diligência, o cartório providenciará a sua

realização.Concluída a diligência, se requerida pelo promotor de justiça, ser-lhe-á

dada vista. Após, o incidente será concluso ao juiz.Após, o cartório designará data para a audiência de oitiva do

condenado (desde que haja autorização normatizada do juiz neste sentido), procedendo as devidas intimações (promotor de justiça, condenado e seu defensor).

Deferida a regressão, o cartório intimará o réu, seu defensor e o Ministério Público, retificando a guia de recolhimento e fazendo as anotações necessárias ao novo regime de pena.

Sendo indeferido o pedido, o cartório intimará o réu, seu defensor e o Ministério Público.

Em qualquer caso, esgotando-se o prazo para eventual recurso, o cartório fará certidão, juntando cópia da decisão no PEC. Ato contínuo, o incidente será arquivado.

Art. 175 do CNCGJ

Art. 175 – Os autos de incidentes e exceções (ex.: impugnação ao valor da causa, pedido de alvará, exceções de incompetência, incidente de falsidade e embargos à execução), com sentença transitada em julgado, serão desapensados do processo principal, no qual será certificada a providência, mencionando-se a pendência ou não de custas, além de se fazer juntar cópia da decisão ou do acórdão desapensado.

CERTIDÃO

Certifico que não consta do pedido de regressão de regime:( ) cópia do incidente disciplinar instaurado contra o sentenciado;

243 PACHECO, Rita de Cássia, “Manual de instruções sobre o procedimento judicial dos pedidos”.

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Page 440: Manual Criminal

( ) cópia da denúncia oferecida pelo cometimento de novo delito;motivo pelo qual solicitei ao requerente a sua complementação. Local e data

..................................................Escrivão

CERTIDÃO DE ATO ORDINATÓRIO

Fica designado o dia ......./......./......., às ......... horas, para a audiência de oitiva do condenado ..................................... .Local e data

..................................................Escrivão

8.7 PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS

CONCEITOS

Pena restritiva de direitos: “Consiste na suspensão ou cassação de certos direitos individuais, e constitui a grande inovação do Código Penal em vigor, que a adotou (art. 32, II)”.244

Pena privativa de liberdade: “Consiste na segregação do condenado do convívio social. No nosso Código Penal são as penas de reclusão e de detenção (CP, art. 33) e a prisão simples nas contravenções penais (art. 5º,I)”.245

244 NOGUEIRA, Paulo Lúcio. Curso completo de processo penal. 11ª ed., São Paulo: Saraiva, 2000, p. 529.245 NOGUEIRA, Paulo Lúcio. Curso completo de processo penal. 11ª ed., São Paulo: Saraiva, 2000, p. 528.

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Page 441: Manual Criminal

Art. 43 do CP

Art. 43 – As penas restritivas de direitos são: I – prestação pecuniária; II – perda de bens e valores; III – (Vetado);IV – prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas; V – interdição temporária de direitos; VI – limitação de fim de semana.

As penas restritivas de direitos são autônomas, aplicáveis em substituição à pena privativa de liberdade, não podendo ser cominadas cumulativamente com estas nem ser aplicadas diretamente, devendo o juízo da condenação primeiramente aplicar a pena privativa de liberdade e, após, presentes os requisitos legais, substituí-la pela pena restritiva de direitos.

Arts. 44, caput, e § 3º e 59, IV, do CP

Art. 44 – As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando:

I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo;

II – o réu não for reincidente em crime doloso; III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do

condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente.

§ 1º – (Vetado);§ 2º – Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser

feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos.

§ 3º – Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime.

Art. 59 – O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime:

(...);IV – a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie

de pena, se cabível.

A duração das penas restritivas de direitos (exceto nos casos de prestação pecuniária e perda de bens ou valores), em regra, será a mesma da pena privativa de liberdade substituída.

Art. 55 do CP

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Page 442: Manual Criminal

Art. 55 – As penas restritivas de direitos referidas nos incisos III, IV, V e VI do art. 43 terão a mesma duração da pena privativa de liberdade substituída, ressalvado o disposto no § 4º do art. 46.

A ressalva no final do art. 55 do CP se refere à pena de prestação de serviços à comunidade ou entidades públicas (vide item 8.7.4 da parte especial deste manual).

A competência para fiscalizar a imposição de pena restritiva de direitos é do Juízo da condenação e não do Juízo de execuções penais, ao qual compete a aplicação das penas corporais impostas (Circular nº 42/98 da CGJ).

Nas comarcas onde houver CEMPA, havendo condenação a as penas restritivas de direitos o Juízo da condenação expedirá carta de guia, remetendo-a ao CEMPA para execução, anotando no SAJ/PG (vide itens 1.9 da parte geral e 8.7.1 da parte especial deste manual).

8.7.1 CARTA DE GUIA

CONCEITO

Carta de Guia para execução de penas e medidas não privativas de liberdade: É o instrumento da sentença penal condenatória transitada em julgado que tenha aplicado pena não privativa de liberdade, ou seja, trata-se do documento que formaliza o início da execução das referidas penas.

Em caso de concessão de suspensão condicional do processo (item 3.1.2 da parte especial), suspensão condicional da pena (item 8.5.2 da parte especial) e livramento condicional (item 8.6.5 da parte especial) ou imposição de penas alternativas autônomas ou substitutivas de prestação de serviços à comunidade ou entidades públicas, interdição temporária de direitos e limitação de fim de semana, após o trânsito em julgado da decisão, se for o caso, será expedida carta de guia para execução de penas e medidas não privativas de liberdade.

A carta de guia será expedida pelo juízo da condenação, logo após o trânsito em julgado da decisão, sendo instruída com os documentos necessários à execução da medida.

Arts. 335 a 337, do CNCGJ

Art. 335 – Impostas penas alternativas autônomas ou substitutivas (Código Penal, art. 43 e seguintes), especialmente prestação de serviços à comunidade ou entidades públicas (Código Penal, art. 46), interdição temporária de direitos (Código Penal, art. 47) e limitação de fim de semana (Código Penal, art. 48); concessão de suspensão condicional do processo (Lei federal n. 9.099/95, art. 89); suspensão condicional da pena (Código Penal, art. 77) e livramento condicional (Código Penal, art. 83, c/c Lei de Execução Penal, arts. 131 e seguintes), a demandar fiscalização e acompanhamento do beneficiado, após o trânsito em julgado da decisão, se for o caso, será expedida “CARTA DE GUIA PARA EXECUÇÃO DE PENAS E MEDIDAS NÃO PRIVATIVAS DE LIBERDADE”.

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Page 443: Manual Criminal

Parágrafo único – Idêntico procedimento será utilizado em relação aos Juizados Especiais Criminais, na hipótese de sentença penal condenatória ou transação penal (Lei federal n. 9.099/95, arts. 72 e 76, § 4o), cuja sanção ou condição tenha a mesma natureza e necessite de fiscalização e acompanhamento.

Art. 336 – A carta de guia será instruída com os documentos necessários à execução.

Art. 337 – Após a sua expedição o processo será arquivado em relação ao beneficiado, anotando-se no sistema informatizado – SAJ/PG.

Nas comarcas onde houver CEMPA, a carta de guia será para lá remetida para execução, anotando-se no SAJ/PG (vide item 1.9 da parte geral deste manual).

8.7.2 PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA

CONCEITO

Audiência de justificação: É a realizada como expressão do contraditório e ampla defesa, em sede de execução, antes da revogação de alguma benesse ou regressão de regime.

A primeira modalidade de pena restritiva de direitos é a prestação pecuniária, consistente no pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social, de importância fixada pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior a 360 (trezentos e sessenta) salários mínimos.

Art. 45, § 1, do CP

Art. 45, § 1º – A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social, de importância fixada pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior a 360 (trezentos e sessenta) salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se coincidentes os beneficiários.

Transitada em julgado a sentença condenatória, o cartório expedirá a carta de guia e remeterá o processo para a contadoria para o cálculo do valor da pena.

Art. 147 da LEP

Art. 147 – Transitada em julgado a sentença que aplicou a pena restritiva de direitos, o Juiz da execução, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, promoverá a execução, podendo, para tanto, requisitar, quando necessário, a colaboração de entidades públicas ou solicitá-la a particulares.

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Page 444: Manual Criminal

Após, o condenado será intimado para efetuar o pagamento da prestação pecuniária fixada, ou, não podendo fazê-lo, apresentar suas razões.

Se requerida a substituição por prestação de outra natureza, intimar-se-á o beneficiário e, após, o promotor de justiça, para manifestação. Em seguida, os autos serão conclusos ao juiz.

Art. 45, § 2º, do CP

Art. 45, § 2º – No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do beneficiário, a prestação pecuniária pode consistir em prestação de outra natureza.

Não satisfeita a prestação sem justificativa pelo condenado, o cartório designará data para a audiência de justificação (desde que haja autorização normatizada do juiz neste sentido), procedendo as devidas intimações (promotor de justiça, condenado e seu defensor).

Efetuado o pagamento, o cartório dará vista ao promotor de justiça.Após, os autos serão conclusos ao juiz.Nas comarcas onde houver CEMPA, o juízo da condenação remeterá a

carta de guia à Central para execução, anotando no SAJ/PG (vide itens 1.9 da parte geral deste manual).

CERTIDÃO DE ATO ORDINATÓRIO

Fica designado o dia ......./......./......., às ......... horas, para a audiência de justificação.Local e data

..................................................Escrivão

8.7.3 PERDA DE BENS OU VALORES

A segunda modalidade de pena restritiva de direitos é a perda de bens ou valores, consistente no confisco em favor do Fundo Penitenciário Nacional de quantia que pode atingir até o valor referente ao prejuízo causado ou do provento obtido pelo agente ou por terceiro, em conseqüência da prática do crime, prevalecendo aquele que for maior.

Art. 45, § 3º, do CP

Art. 45, § 3º – A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á, ressalvada a legislação especial, em favor do Fundo Penitenciário Nacional, e seu valor terá como teto – o que for maior – o montante do prejuízo causado ou do provento obtido pelo agente ou por terceiro, em conseqüência da prática do crime.

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A execução da pena de perda de bens e valores, constituindo verdadeiro confisco, é de efeito imediato.

Arts. 147 a 149, I, da LEP

Art. 147 – Transitada em julgado a sentença que aplicou a pena restritiva de direitos, o juiz da execução, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, promoverá a execução, podendo, para tanto, requisitar, quando necessário, a colaboração de entidades públicas ou solicitá-la a particulares.

Após o trânsito em julgado da sentença condenatória, o cartório expedirá a carta de adjudicação dos bens confiscados em favor do Fundo Penitenciário Nacional.

8.7.4 PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE OU ENTIDADES PÚBLICAS

CONCEITOS

Audiência admonitória: É a realizada com o objetivo de perguntar ao preso se aceita a benesse concedida, informá-lo das condições da aceitação, bem como adverti-lo das causas de revogação.

Audiência de justificação: É a realizada como expressão do contraditório e ampla defesa, em sede de execução, antes da revogação de alguma benesse ou regressão de regime.

A terceira modalidade de pena restritiva de direitos é a prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas, aplicável em substituição às penas privativas de liberdade superiores a 6 (seis) meses, consistente na atribuição de tarefas a serem desenvolvidas gratuitamente pelo condenado em entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimentos similares, ou em programas comunitários ou estatais.

Art. 46, caput e §§ 1º e 2º, do CP

Art. 46 – A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicável às condenações superiores a seis meses de privação da liberdade.

§ 1º – A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas consiste na atribuição de tarefas gratuitas ao condenado.

§ 2º – A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou estatais.

As tarefas serão atribuídas pelo juiz da condenação de acordo com as aptidões do condenado, devendo ser cumpridas, normalmente, à razão de 1 (uma) hora de tarefa por dia de condenação, fixadas de forma a não prejudicar sua jornada de trabalho.

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Page 446: Manual Criminal

Art. 46, § 3º, do CP

Art. 46, § 3º – As tarefas a que se refere o § 1º serão atribuídas conforme as aptidões do condenado, devendo ser cumpridas à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação, fixadas de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho.

Arts. 326 e 331 do CNCGJ

Art. 326 – Para a execução da pena restritiva de direito, em consonância com o preceito do art. 149 da Lei de Execução Penal, há de se pressupor o conhecimento das aptidões e condições pessoais do apenado, o conhecimento das instituições onde os serviços poderão ser prestados e controle eficaz do cumprimento da pena.

Art. 331 – A execução da pena de prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é atividade inserida na competência da Vara de Execuções Penais da comarca da Capital, cabendo-lhe assumir o programa, por meio de pessoal próprio e de outros setores administrativos do foro, além de outros órgãos da administração pública.

§ 1º – Nas comarcas do interior a coordenação e execução do programa incumbirá aos juízes criminais.

§ 2º – Nas comarcas providas de duas varas, com competência genérica para o cível e para o crime, a coordenação do programa incumbirá ao juiz da 1ª Vara.

§ 3º – Nas comarcas providas de mais de uma vara criminal, a coordenação incumbirá ao juiz da 2ª Vara Criminal (Código de Divisão e Organização Judiciárias do Estado de Santa Catarina, art. 103, § 2o).

Em regra, a prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas terá a mesma duração da pena privativa de liberdade substituída. Todavia, se esta for superior a 1 (um) ano, faculta-se a execução da pena substitutiva em menor tempo, nunca inferior, porém, à metade da pena substituída.

Arts. 46, § 4º, e 55, do CP

Art. 46, § 4º – Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao condenado cumprir a pena substitutiva em menor tempo (art. 55), nunca inferior à metade da pena privativa de liberdade fixada.

Art. 55 – As penas restritivas de direitos referidas nos incisos III, IV, V e VI do art. 43 terão a mesma duração da pena privativa de liberdade substituída, ressalvado o disposto no § 4º do art. 46.

Transitada em julgado a sentença condenatória, o cartório expedirá a carta de guia e formará o PEC, marcando data para a audiência admonitória (desde que haja autorização normatizada do juiz nesse sentido), intimando pessoalmente o condenado e o promotor de justiça para comparecerem.

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Page 447: Manual Criminal

Na audiência admonitória o condenado conhecerá as condições impostas, sendo encaminhado em seguida ao CEMPA (onde houver) ou ao serviço social da comarca para entrevista e designação da entidade conveniada (vide itens 1.8 e 1.9 da parte geral deste manual).

Arts. 147 a 149, I, da LEP

Art. 147 – Transitada em julgado a sentença que aplicou a pena restritiva de direitos, o juiz da execução, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, promoverá a execução, podendo, para tanto, requisitar, quando necessário, a colaboração de entidades públicas ou solicitá-la a particulares.

Art. 148 – Em qualquer fase da execução, poderá o juiz, motivadamente, alterar, a forma de cumprimento das penas de prestação de serviços à comunidade e de limitação de fim de semana, ajustando-as às condições pessoais do condenado e às características do estabelecimento, da entidade ou do programa comunitário ou estatal.

Art. 149 – Caberá ao juiz da execução:I – designar a entidade ou programa comunitário ou estatal, devidamente

credenciado ou convencionado, junto ao qual o condenado deverá trabalhar gratuitamente, de acordo com as suas aptidões;

Arts. 342, 343, 344, 347 e 348 do CNCGJ

Art. 342 – A sentença que impuser prestação de serviços à comunidade ou entidade pública deverá especificar as condições em que a atividade será desenvolvida, ficando a critério da autoridade judiciária que atuar na CEMPA a designação da entidade.

Art. 343 – A CEMPA manterá cadastro de entidades públicas ou privadas capacitadas para receber os infratores.

Art. 344 – A autoridade judiciária fará a designação da entidade à vista dos elementos colhidos pelo Serviço de Assistência Social da comarca, tendo em conta atividade que melhor se ajuste às caraterísticas, condições pessoais e individualidade do infrator beneficiado e, ainda, a natureza da infração praticada.

Art. 347 – O Serviço de Assistência Social deverá previamente entrevistar o beneficiado para conhecer as suas aptidões e condições pessoais, a fim de subsidiar a autoridade judiciária com elementos para a sua decisão e para que o prestador possa ser encaminhado para a instituição mais adequada.

Art. 348 – O Serviço de Assistência Social deverá, também, fiscalizar o cumprimento da pena, acompanhando a execução e visitando periodicamente a instituição conveniada, emitindo relatórios regulares.

A execução terá início com o primeiro comparecimento do condenado à entidade indicada para a prestação dos serviços.

Art. 149, § 2º, da LEP

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Page 448: Manual Criminal

Art. 149, § 2º – A execução terá início a partir da data do primeiro comparecimento.

A entidade beneficiada com a prestação de serviços deverá encaminhar ao Juízo, mensalmente, relatório circunstanciado das atividades do condenado, bem como, a qualquer tempo, comunicar a ausência ou a ocorrência de eventual falta disciplinar.

Art. 150, da LEP

Art. 150 – A entidade beneficiada com a prestação de serviços encaminhará mensalmente, ao juiz da execução, relatório circunstanciado das atividades do condenado, bem como, a qualquer tempo, comunicação sobre ausência ou falta disciplinar.

Arts. 330, § 4º e 349 do CNCGJ

Art. 330, § 4º – A entidade beneficiada com a prestação de serviços encaminhará mensalmente, ao juiz da execução, relatório circunstanciado das atividades do condenado, bem como, a qualquer tempo, comunicação sobre ausência ou falta disciplinar (Lei de Execução Penal, art. 150).

Art. 349 – A entidade beneficiada com a prestação de serviços encaminhará, mensalmente, à CEMPA, relatório circunstanciado das atividades do beneficiado, bem como, a qualquer tempo, comunicação sobre ausência ou falta disciplinar.

Caso a entidade social não remeta o boletim de acompanhamento, o cartório oficiará solicitando. Não havendo resposta, os autos serão remetidos ao promotor de justiça, e após conclusos.

Havendo notícias de que o condenado não vêm cumprindo as condições impostas, o cartório certificará e dará vista ao promotor de justiça.

Se o Representante do Ministério Público requisitar audiência de justificação, o cartório designará a data (desde que haja autorização normatizada do juiz nesse sentido), intimando pessoalmente o condenado.

Por outro lado, vindo notícias de que o condenado cumpriu todas as condições impostas, o cartório dará vista ao promotor de justiça e, após, fará conclusão ao juiz.

Art. 350 do CNCGJ

Art. 350 – Declarada extinta a punibilidade pelo integral cumprimento da alternativa penal imposta, o magistrado determinará o arquivamento e anotação no SAJ/PG, cientificando o juízo de origem.

CERTIDÕES

Certifico que o condenado não vem cumprindo as condições impostas na pena restritiva de direitos.

448

Page 449: Manual Criminal

Local e data..................................................

Escrivão

Certifico que, passados mais de 30 (trinta) dias sem recebimento do boletim de acompanhamento do condenado, expedi ofício à entidade designada, solicitando o envio.Local e data

..................................................Escrivão

CERTIDÕES DE ATOS ORDINATÓRIOS

Fica designado o dia ......./......./......., às ......... horas, para a audiência preliminar admonitória.Local e data

..................................................Escrivão

Fica designado o dia ......./......./......., às ......... horas, para a audiência de justificação.Local e data

..................................................Escrivão

8.7.5 INTERDIÇÃO TEMPORÁRIA DE DIREITOS

CONCEITOS

Audiência admonitória: É a realizada com o objetivo de perguntar ao preso se aceita a benesse concedida, informá-lo das condições da aceitação, bem como adverti-lo das causas de revogação.

Audiência de justificação: É a realizada como expressão do contraditório e ampla defesa, em sede de execução, antes da revogação de alguma benesse ou regressão de regime.

Outra modalidade de pena restritiva de direitos é a interdição temporária de direitos, consistente na limitação da capacidade jurídica do condenado, destituindo-o temporariamente de um ou mais direitos.

São modalidades de interdição temporária de direitos:

449

Page 450: Manual Criminal

1 - Proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública e de mandato eletivo;

2 - Proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício; 3 - Suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo; 4 - Proibição de freqüentar determinados lugares.

Art. 47 do CP

Art. 47 – As penas de interdição temporária de direitos são: I – proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como

de mandato eletivo; II – proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de

habilitação especial, de licença ou autorização do poder público; III – suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo. IV – proibição de freqüentar determinados lugares.

8.7.5.1 PROIBIÇÃO DO EXERCÍCIO DE CARGO, FUNÇÃO OU ATIVIDADE PÚBLICA E DE MANDATO ELETIVO

Aplica-se essa espécie de interdição temporária de direitos ao condenado pela prática de infração penal cometida no exercício do cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo, sempre que houver violação dos deveres que lhe são inerentes.

Arts. 56 e 327 do CP

Art. 56 – As penas de interdição, previstas nos incisos I e II do art. 47 deste Código, aplicam-se para todo o crime cometido no exercício de profissão, atividade, ofício, cargo ou função, sempre que houver violação dos deveres que lhes são inerentes.

Art. 327 – Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.

§ 1º – Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública.

Transitada em julgado a sentença condenatória que aplicou como pena restritiva de direitos a proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública ou de mandato eletivo, o cartório expedirá a carta de guia e formará o PEC.

Ato contínuo, expedir-se-á ofício comunicando à autoridade administrativa competente da proibição determinada, intimando-se também o condenado.

Art. 154, caput, da LEP

450

Page 451: Manual Criminal

Art. 154 – Caberá ao juiz da execução comunicar à autoridade competente a pena aplicada, determinada a intimação do condenado.

A autoridade administrativa deverá, em 24 (vinte e quatro) horas, baixar o ato (portaria, resolução, decreto) formalizando a suspensão do condenado. A execução somente terá início a partir da emissão do ato, com o efetivo afastamento do condenado do exercício de suas funções.

Art. 154, § 1º, da LEP

Art. 154, § 1º – Na hipótese de pena de interdição do artigo 47, inciso I, do Código Penal, a autoridade deverá, em 24 (vinte e quatro) horas, contadas do recebimento do ofício, baixar ato, a partir do qual a execução terá seu início.

Passados 30 (trinta) dias sem a comunicação da autoridade competente dando conta da interdição do direito, o cartório expedirá novo ofício. Sem resposta, fará certidão e remeterá os autos ao promotor de justiça. Após, os autos serão conclusos ao juiz.

Cumprindo integralmente o período de restrição, poderá o condenado retomar o exercício de suas funções, exceto se houver óbice de natureza administrativa.

Havendo notícias de alguma falta cometida pelo condenado, o cartório certificará e dará vista ao promotor de justiça.

Se o Representante do Ministério Público requisitar audiência de justificação, o cartório designará a data (desde que haja autorização normatizada do juiz nesse sentido), intimando pessoalmente o condenado.

Por outro lado, terminado o prazo da proibição, o cartório dará vista ao promotor de justiça e, após, fará conclusão ao juiz.

Nas comarcas onde houver CEMPA, o juízo da condenação remeterá a carta de guia à Central para execução, anotando no SAJ/PG (vide itens 1.9 da parte geral deste manual).

CERTIDÕES

Certifico que o condenado cometeu a seguinte falta: ......................................., durante o período de proibição do exercício de ........................... aplicado.Local e data

..................................................Escrivão

Certifico que, passados mais de 30 (trinta) dias sem comunicação do implemento da proibição aplicada, expedi ofício à autoridade competente solicitando o envio.Local e data

451

Page 452: Manual Criminal

..................................................Escrivão

CERTIDÃO DE ATO ORDINATÓRIO

Fica designado o dia ......./......./......., às ......... horas, para a audiência de justificação.Local e data

..................................................Escrivão

8.7.5.2 PROIBIÇÃO DO EXERCÍCIO DE PROFISSÃO, ATIVIDADE OU OFÍCIO

Essa modalidade de interdição temporária de direitos é aplicável ao condenado cuja profissão dependa de habilitação especial, de licença ou autorização do Poder Público (advogados, engenheiros, médicos, despachantes, corretores de valores e de seguros, etc.), sempre que houver violação dos deveres afetos sua atividade profissional.

Art. 56 do CP

Art. 56 – As penas de interdição, previstas nos incisos I e II do art. 47 deste Código, aplicam-se para todo o crime cometido no exercício de profissão, atividade, ofício, cargo ou função, sempre que houver violação dos deveres que lhes são inerentes.

Transitada em julgado a sentença condenatória que aplicou como pena restritiva de direitos a proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício, o cartório expedirá a carta de guia e formará o PEC.

Ato contínuo, expedir-se-á ofício comunicando à autoridade administrativa competente a pena aplicada, bem como mandado de busca e apreensão dos documentos que autorizam o exercício do direito interditado, intimando-se também o condenado.

Art. 154, caput e § 2º, da LEP

Art. 154 – Caberá ao Juiz da execução comunicar à autoridade competente a pena aplicada, determinada a intimação do condenado.

(...)§ 2º – Nas hipóteses do artigo 47, incisos II e III, do Código Penal, o Juízo da

execução determinará a apreensão dos documentos, que autorizam o exercício do direito interditado.

Passados 30 (trinta) dias sem a comunicação da autoridade competente dando conta da interdição do direito, o cartório expedirá novo ofício.

452

Page 453: Manual Criminal

Sem resposta, fará certidão e remeterá os autos ao promotor de justiça. Após, os autos serão conclusos ao juiz.

Cumprindo integralmente o período de restrição, o documento apreendido será devolvido ao condenado, que poderá retomar o exercício de suas atividade profissional, exceto se houver óbice de natureza administrativa.

Havendo notícias de alguma falta cometida pelo condenado, o cartório dará vista ao promotor de justiça.

Se o Representante do Ministério Público requisitar audiência de justificação, o cartório designará a data (desde que haja autorização normatizada do juiz nesse sentido), intimando pessoalmente o condenado.

Por outro lado, terminado o prazo da proibição, o cartório dará vista ao promotor de justiça e, após, fará conclusão ao juiz.

Nas comarcas onde houver CEMPA, o juízo da condenação remeterá a carta de guia à Central para execução, anotando no SAJ/PG (vide itens 1.9 da parte geral deste manual).

CERTIDÕES

Certifico que o condenado cometeu a seguinte falta: ......................................., durante o período de proibição do exercício de ........................... aplicado.Local e data

..................................................Escrivão

Certifico que, passados mais de 30 (trinta) dias sem comunicação do implemento da proibição aplicada, expedi ofício à autoridade competente solicitando o envio.Local e data

..................................................Escrivão

CERTIDÃO DE ATO ORDINATÓRIO

Fica designado o dia ......./......./......., às ......... horas, para a audiência de justificação.Local e data

..................................................Escrivão

8.7.5.3 SUSPENSÃO DE AUTORIZAÇÃO OU DE HABILITAÇÃO PARA DIRIGIR VEÍCULO

453

Page 454: Manual Criminal

A interdição temporária de direitos consistente na suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo destina-se aos condenados a pena privativa de liberdade por crimes culposos de trânsito.

Transitada em julgado a sentença condenatória que aplicou como pena restritiva de direitos a suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo, o cartório expedirá a carta de guia e formará o PEC.

Ato contínuo, expedir-se-á ofício comunicando à autoridade administrativa competente a suspensão aplicada, bem como expedirá mandado de busca e apreensão do documento de habilitação para dirigir veículo, intimando-se também o condenado.

Art. 154, caput e § 2º, da LEP

Art. 154 – Caberá ao Juiz da execução comunicar à autoridade competente a pena aplicada, determinada a intimação do condenado.

(...)§ 2º – Nas hipóteses do artigo 47, incisos II e III, do Código Penal, o Juízo da

execução determinará a apreensão dos documentos, que autorizam o exercício do direito interditado.

Passados 30 (trinta) dias sem a comunicação da autoridade competente dando conta da interdição do direito, o cartório expedirá novo ofício. Sem resposta, fará certidão e remeterá os autos ao promotor de justiça. Após, os autos serão conclusos ao juiz.

Cumprindo integralmente o período de restrição, o documento apreendido será devolvido ao condenado, que estará novamente habilitado a dirigir veículos, exceto se houver óbice de natureza administrativa.

Havendo notícias de alguma falta cometida pelo condenado, o cartório dará vista ao promotor de justiça.

Se o Representante do Ministério Público requisitar audiência de justificação, o cartório designará a data (desde que haja autorização normatizada do juiz nesse sentido), intimando pessoalmente o condenado.

Por outro lado, terminado o prazo da proibição, o cartório dará vista ao promotor de justiça e, após, fará conclusão ao juiz.

Nas comarcas onde houver CEMPA, o juízo da condenação remeterá a carta de guia à Central para execução, anotando no SAJ/PG (vide itens 1.9 da parte geral deste manual).

CERTIDÕES

Certifico que o condenado cometeu a seguinte falta: ......................................., durante o período de suspensão da autorização ou habilitação para dirigir veículo.Local e data

..................................................Escrivão

454

Page 455: Manual Criminal

Certifico que, passados mais de 30 (trinta) dias sem comunicação do implemento da suspensão aplicada, expedi ofício à autoridade competente solicitando o envio.Local e data

..................................................Escrivão

CERTIDÃO DE ATO ORDINATÓRIO

Fica designado o dia ......./......./......., às ......... horas, para a audiência de justificação.Local e data

..................................................Escrivão

8.7.5.4 PROIBIÇÃO DE FREQÜENTAR DETERMINADOS LUGARES

Consistente na restrição à liberdade de locomoção do condenado, que não poderá comparecer em determinados estabelecimentos, desde que haja relação com a infração cometida, como também poderá ser proibido de circular em determinada região, bairro ou logradouro, desde que a medida seja necessária.

Transitada em julgado a sentença condenatória que aplicou como pena restritiva de direitos a proibição de freqüentar determinados lugares, o cartório expedirá a carta de guia e formará o PEC.

Ato contínuo, o cartório marcará data para a audiência admonitória (desde que haja autorização normatizada do juiz nesse sentido), intimando pessoalmente o condenado e o promotor de justiça para comparecerem.

Havendo notícias de alguma falta cometida pelo condenado, o cartório dará vista ao promotor de justiça.

Se o Representante do Ministério Público requisitar audiência de justificação, o cartório designará a data (desde que haja autorização normatizada do juiz nesse sentido), intimando pessoalmente o condenado.

Por outro lado, terminado o prazo da proibição, o cartório dará vista ao promotor de justiça e, após, fará conclusão ao juiz.

Nas comarcas onde houver CEMPA, o juízo da condenação remeterá a carta de guia à Central para execução, anotando no SAJ/PG (vide itens 1.9 da parte geral deste manual).

CERTIDÃO

Certifico que o condenado cometeu a seguinte falta: ......................................., durante o período de proibição de freqüentar o ......................................... .

455

Page 456: Manual Criminal

Local e data..................................................

Escrivão

CERTIDÕES DE ATOS ORDINATÓRIOS

Fica designado o dia ......./......./......., às ......... horas, para a audiência preliminar admonitória.Local e data

..................................................Escrivão

Fica designado o dia ......./......./......., às ......... horas, para a audiência de justificação.Local e data

..................................................Escrivão

8.7.6 LIMITAÇÃO DE FIM DE SEMANA

Consiste na obrigação do condenado de permanecer, aos sábados e domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa do albergado ou outro estabelecimento adequado, ocasião em que poderão ser ministrados cursos e palestras ao condenado ou a ele atribuídas atividades educativas.

Art. 48 do CP

Art. 48 – A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado.

Parágrafo único – Durante a permanência poderão ser ministrados ao condenado cursos e palestras ou atribuídas atividades educativas.

Art. 152 da LEP

Art. 152 – Poderão ser ministrados ao condenado, durante o tempo de permanência, cursos e palestras, ou atribuídas atividades educativas.

Transitada em julgado a sentença que aplicou como pena restritiva de direitos a limitação de fim de semana, expedida a carta de guia, o cartório marcará data para a audiência admonitória (desde que haja autorização normatizada do juiz nesse sentido), intimando pessoalmente o condenado e o promotor de justiça para comparecerem.

Na audiência admonitória o condenado será cientificado do local, dias e horários em que deverá cumprir a pena.

Art. 151, caput, da LEP

456

Page 457: Manual Criminal

Art. 151 – Caberá ao juiz da execução determinar a intimação do condenado, cientificando-o do local, dias e horário em que deverá cumprir a pena.

A execução terá início com o primeiro comparecimento do condenado ao estabelecimento designado.

Art. 151, parágrafo único, da LEP

Art. 151, parágrafo único – A execução terá início a partir da data do primeiro comparecimento.

O estabelecimento designado deverá encaminhar ao Juízo, bimestralmente, relatório das atividades do condenado, bem como, a qualquer tempo, comunicar a ausência ou a ocorrência de eventual falta disciplinar.

Art. 153, da LEP

Art. 153 – O estabelecimento designado encaminhará, mensalmente, ao Juiz da execução, relatório, bem assim comunicará, a qualquer tempo, a ausência ou falta disciplinar do condenado.

Caso o relatório das atividades do condenado não seja encaminhado, o cartório oficiará solicitando. Não havendo resposta, os autos serão remetidos ao promotor de justiça. Após, os autos serão conclusos ao juiz.

Havendo notícias de que o condenado não vêm cumprindo as condições impostas, o cartório certificará e dará vista ao promotor de justiça.

Se o Representante do Ministério Público requisitar audiência de justificação, o cartório designará a data (desde que haja autorização normatizada do juiz nesse sentido), intimando pessoalmente o condenado.

Por outro lado, vindo notícias de que o condenado cumpriu todas as condições impostas, o cartório dará vista ao promotor de justiça e, após, fará conclusão ao juiz.

Nas comarcas onde houver CEMPA, o juízo da condenação remeterá a carta de guia à Central para execução, anotando no SAJ/PG (vide itens 1.9 da parte geral deste manual).

CERTIDÕES

Certifico que o condenado não vem cumprindo as condições impostas na pena restritiva de direitos.Local e data

..................................................Escrivão

Certifico que, passados mais de 2 (dois) meses sem recebimento do relatório de atividades do condenado,

457

Page 458: Manual Criminal

expedi ofício ao estabelecimento designado, solicitando o envio.Local e data

..................................................Escrivão

CERTIDÕES DE ATOS ORDINATÓRIOS

Fica designado o dia ......./......./......., às ......... horas, para a audiência preliminar admonitória.Local e data

..................................................Escrivão

Fica designado o dia ......./......./......., às ......... horas, para a audiência de justificação.Local e data

..................................................Escrivão

8.8 PENA DE MULTA

CONCEITO

Pena de multa: “Quantia pecuniária, fixada em sentença, a ser paga pelo condenado ao Estado, em forma de dia-multa, para a formação do Fundo Penitenciário”.246

A pena de multa consiste na imposição ao condenado da obrigação de pagar ao Fundo Penitenciário a quantia em dinheiro fixada na sentença, calculada na forma de dias-multa, sendo, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa.

Arts. 49, caput, e 58, caput, do CP

Art. 49 – A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa.

Art. 58 – A multa, prevista em cada tipo legal de crime, tem os limites fixados no art. 49 e seus parágrafos deste Código.

Transitada em julgado a sentença que impôs pena de multa, o cartório remeterá os autos à contadoria para a atualização de seu valor.

Art. 49, § 2º, do CP

246 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico. v. 3, p. 556.

458

Page 459: Manual Criminal

Art. 49, § 2º – O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices de correção monetária.

Arts. 341 do CNCGJ

Art. 341 – Imposta pena de multa isoladamente, a execução será feita no juízo de origem.

Vindo os autos da contadoria, o condenado deverá ser intimado pessoalmente para que, no prazo de 10 (dez) dias, efetue o pagamento ou, caso não tenha condições financeiras para pagar de uma só vez, requeira o parcelamento (mediante petição ou simples termo nos autos).

Art. 50, caput, do CP

Art. 50 – A multa deve ser paga dentro de 10 (dez) dias depois de transitada em julgado a sentença. A requerimento do condenado e conforme as circunstâncias, o juiz pode permitir que o pagamento se realize em parcelas mensais.

Art. 169 da LEP

Art. 169 – Até o término do prazo a que se refere o artigo 164 desta Lei, poderá o condenado requerer ao juiz o pagamento da multa em prestações mensais, iguais e sucessivas.

§ 1º – O juiz, antes de decidir, poderá determinar diligências para verificar a real situação econômica do condenado e, ouvido o Ministério Público, fixará o número de prestações.

§ 2º – Se o condenado for impontual ou se melhorar de situação econômica, o juiz, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, revogará o benefício executando-se a multa, na forma prevista neste Capítulo, ou prosseguindo-se na execução já iniciada.

Se o condenado não pagar ou requerer o parcelamento, o cartório certificará e encaminhará ao promotor de justiça. Após, os autos serão conclusos ao juiz.

Os processos em que ficar pendente multa com valor igual ou inferior a R$ 700,00 (setecentos reais), serão arquivados administrativamente.

O cartório manterá relação dos processos que se encontram nessas condições, arquivando-a em pasta própria.

Art. 51 do CP

Art. 51 – Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será considerada dívida de valor, aplicando-se-lhe as normas da legislação relativa à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição.

Arts. 353 a 355, do CNCGJ

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Page 460: Manual Criminal

Art. 353 – Após o trânsito em julgado da decisão que aplicou pena de multa, deverá ser elaborado o cálculo respectivo, intimando-se o réu, pessoalmente, para o pagamento, no prazo legal.

§ 1º – Não procedido o pagamento, o processo será arquivado administrativamente desde que o valor da multa seja igual ou inferior a setecentos reais.

§ 2º – Não ocorrerá o arquivamento quando, em face do mesmo devedor, sobrevierem outras dívidas cujo somatório ultrapasse o referido valor.

Art. 354 – Mensalmente, deverá ser feita relação dos novos feitos arquivados nessas condições, indicando o número do processo, o nome do réu e o valor da multa, repassando-se à Procuradoria Geral do Estado de Santa Catarina, órgão responsável pela execução das multas penais.

Parágrafo único – Os processos ficarão à disposição da autoridade legitimada para requerer o que entender adequado para a satisfação do crédito.

Art. 355 – Caso o valor seja superior ao referido, será adotado o procedimento previsto no art. 51 do Código Penal.

Efetuado o pagamento, o cartório certificará, remetendo o processo ao promotor de justiça. Após, os autos serão conclusos ao juiz.

Caso a pena de multa seja cumulativa, formar-se-á o PEC unicamente para execução da pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos. Com relação à pena de multa será procedida na forma acima.

REMESSA

Em ......./......./......, remeto estes autos ao contador, para cálculo do valor da pena de multa.

..................................................Escrivão

CERTIDÕES

Certifico que o condenado requereu o parcelamento da pena de multa.Local e data

..................................................Escrivão

Certifico que, apesar de intimado, o condenado não pagou a multa.Local e data

..................................................Escrivão

Certifico que o condenado efetuou o pagamento da multa.Local e data

..................................................Escrivão

460

Page 461: Manual Criminal

461

Page 462: Manual Criminal

EXPEDIENTE

Intimação para pagamento da multa:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

Ofício nº <<Foro e data por extenso>>

Autos n° <<Número do Processo>>

Ação: <<Tipo de Ação>> Autor: <<Nome da Parte>> Réu: <<Nome da Parte>> .........

Através da presente carta de intimação com aviso de recebimento (AR), fica o destinatário desta INTIMADO para providenciar o recolhimento das custas/multa, relativas aos autos em epígrafe, no prazo de dias, sob pena de execução.

VALOR DAS CUSTAS/MULTA: DATA DO CÁLCULO:

<<Nome do Escrivão>>Escrivã(o) Judicial

.........

462

Page 463: Manual Criminal

8.9 MEDIDAS DE SEGURANÇA

CONCEITOS

Medida de segurança: “São providências de caráter preventivo, fundadas na periculosidade do agente, aplicadas pelo juiz na sentença, por prazo indeterminado (até a cessação da periculosiodade), e que têm por objeto os inimputáveis e os semi-imputáveis.”247

Imputabilidade: “É a possibilidade de se atribuir a alguém a responsabilidade por algum fato, ou seja, o conjunto de condições pessoais que dá ao agente a capacidade para lhe ser juridicamente imputada a prática de uma infração penal”. 248

Inimputáveis: “Em princípio, todos são imputáveis, exceto aqueles abrangidos pelas hipóteses de inimputabilidade enumeradas na lei, que são as seguintes: a) doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado; b)menoridade; c) embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior; d) dependência de substância entorpecente”. 249

Semi-imputáveis: “Nos termos do art. 26, parágrafo único, do Código Penal, se em razão da doença mental ou do desenvolvimento mental incompleto ou retardado, o agente, ao tempo da ação ou omissão, estava parcialmente privado de sua capacidade de entender o caráter ilícito do fato e de determinar-se de acordo com tal entendimento, a pena será reduzida de 1/3 a 2/3. Nesse caso, o agente é chamado de semi-imputável, pois perde apenas parcialmente a capacidade de entendimento e de autodeterminação”. 250

Periculosidade: A periculosidade consiste na probabilidade de o sujeito vir ou tornar a praticar crimes, sendo presumida por lei quando tratar-se de inimputável ou reconhecida pelo juiz quando o sujeito for semi-imputável, mas necessitar de especial tratamento curativo.

Processo de Execução Criminal (PEC): “É aquele que visa à concretização do consignado na sentença penal condenatória (pena privativa de liberdade, pena restritiva de direitos e pena de multa) ou na sentença penal que aplicou medida de segurança, como a última fase do processo penal. (...). Neste processo, além de concretizar-se o que ficou consignado na sentença, tem o executado inúmeros direitos subjetivos ou inúmeras expectativas de direitos, como postular por antecipação condicional provisória da liberdade ou pugnar por benefício que minore os efeitos do cárcere, com arrimo no sistema progressivo de cumprimento da sanção penal”. 251

Transitada em julgado a sentença que aplicou medida de segurança, o cartório formará o PEC, tirando fotocópias autenticadas da denúncia, sentença, acórdão (se houver), certidão do trânsito em julgado, da guia de internamento ou de tratamento ambulatorial, bem como do laudo psiquiátrico do incidente de insanidade mental, e outras reputadas indispensáveis, autuando-as e registrando no livro próprio.

247 GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Coleção Sinopses Jurídicas, vol. 7 – Direito Penal: parte geral, p. 160.

248 GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Coleção Sinopses Jurídicas, vol. 7 – Direito Penal: parte geral, p. 87.

249 GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Coleção Sinopses Jurídicas, vol. 7 – Direito Penal: parte geral, p. 87.

250 GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Coleção Sinopses Jurídicas, vol. 7 – Direito Penal: parte geral, p. 88.

251 LIMA, Roberto Gomes e PERALLES, Ubiracyr. Teoria e prática da execução penal, p. 16.

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Page 464: Manual Criminal

Se e execução da medida de segurança for da competência de Juízo especializado, o PEC será formado com os documentos que foram remetidos pelo Juízo da sentença.

Art. 358 do CNCGJ

Art. 358 – Remeter-se-á, em definitivo, ao Juízo de Direito da Vara de Execuções Penais respectiva, fotocópias autenticadas da denúncia, sentença, acórdão (se houver), certidão do trânsito em julgado, da guia de recolhimento, bem como do laudo psiquiátrico, quando existir incidente de sanidade mental, e outras reputadas indispensáveis, as quais serão registradas e autuadas, em livro próprio, sob a denominação PROCESSO DE EXECUÇÃO CRIMINAL, recebendo a sigla "PEC".

Ao receber a documentação o cartório conferirá se não faltou nenhum requisito para a formação do PEC. Havendo pendência, devolver-se-á à origem, para regularização.

Art. 360 do CNCGJ

Art. 360 – A documentação referida no art. 358 será devolvida à Comarca de origem sempre que não se efetivar a prévia prisão do condenado, ou quando for remetida com ausência de cópia da guia de recolhimento, ou, ainda, quando restar impossibilitada, sob qualquer forma, a execução da pena.

Formado o PEC, o cartório solicitará vaga no estabelecimento onde deverá ser executada a medida – hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou congênere.

Confirmada a vaga, remeter-se-á cópia da guia de internamento ou de tratamento ambulatorial à autoridade administrativa competente (Diretor do estabelecimento a que for destinado o sentenciado) para início da execução da medida.

Findo o prazo mínimo de duração da internação ou da submissão a tratamento ambulatorial, o cartório expedirá certidão, remetendo os autos conclusos ao juiz.

Art. 175 da LEP

Art. 175 – A cessação da periculosidade será averiguada no fim do prazo mínimo de duração da medida de segurança, pelo exame das condições pessoais do agente, observando-se o seguinte:

I – a autoridade administrativa, até 1 (um) mês antes de expirar o prazo de duração mínima da medida, remeterá ao juiz minucioso relatório que o habilite a resolver sobre a revogação ou permanência da medida;

II – o relatório será instruído com o laudo psiquiátrico;III – juntado aos autos o relatório ou realizadas as diligências, serão ouvidos,

sucessivamente, o Ministério Público e o curador ou defensor, no prazo de 3 (três) dias para cada um;

IV – o juiz nomeará curador ou defensor para o agente que não o tiver;

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V – o juiz, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, poderá determinar novas diligências, ainda que expirado o prazo de duração mínima da medida de segurança;

VI – ouvidas as partes ou realizadas as diligências a que se refere o inciso anterior, o juiz proferirá a sua decisão, no prazo de 5 (cinco) dias.

Se o juiz determinar a perícia, o cartório expedirá ofício ao estabelecimento onde se encontra o sentenciado, contendo os quesitos legais.

Passados 30 (trinta) dias sem que haja resposta acerca da perícia, o cartório certificará e fará conclusão ao juiz.

CERTIDÕES

Certifico que transcorreu o transcorreu o prazo mínimo de duração da ( ) internação ( ) submissão a tratamento ambulatorial.Local e data

..................................................Escrivão

Certifico que, determinada a realização de perícia no sentenciado, expedi ofício, assinado pelo juiz, comunicando ao estabelecimento em que se encontra, contendo os quesitos legais.Local e data

..................................................Escrivão

Certifico que se passaram mais de 30 (trinta) dias sem comunicação do resultado da perícia.Local e data

..................................................Escrivão

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8.9.1 GUIA DE INTERNAMENTO OU DE TRATAMENTO AMBULATORIAL

CONCEITO

Guia de Internamento ou de Tratamento Ambulatorial: “Como se anota na exposição de motivos da Lei nº 7.210/84, a guia expedida pela autoridade judiciária constitui o documento indispensável para a execução de qualquer das medidas de segurança. Trata-se de reafirmar a garantia individual da liberdade que deve existir para todas as pessoas, independentemente de sua condição, salvo as exceções legais”. 252

Da mesma forma como ocorre com as penas privativas de liberdade, a execução das medidas de segurança somente terá início após a expedição da guia de execução correspondente.

Após o trânsito em julgado da sentença em que foi aplicada medida de segurança, o cartório expedirá a guia para a execução do internamento em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou do tratamento ambulatorial.

Arts. 171 a 173, da LEP

Art. 171 – Transitada em julgado a sentença que aplicar medida de segurança, será ordenada a expedição de guia para a execução.

Art. 172 – Ninguém será internado em Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico, ou submetido a tratamento ambulatorial, para cumprimento de medida de segurança, sem a guia expedida pela autoridade judiciária.

Art. 173 – A guia de internamento ou de tratamento ambulatorial, extraída pelo escrivão, que a rubricará em todas as folhas e a subscreverá com o juiz, será remetida à autoridade administrativa incumbida da execução e conterá:

I – a qualificação do agente e o número do registro geral do órgão oficial de identificação;

II – o inteiro teor da denúncia e da sentença que tiver aplicado a medida de segurança, bem como a certidão do trânsito em julgado;

III – a data em que terminará o prazo mínimo de internação, ou do tratamento ambulatorial;

IV – outras peças do processo reputadas indispensáveis ao adequado tratamento ou internamento.

§ 1º – Ao Ministério Público será dada ciência da guia de recolhimento e de sujeição a tratamento.

§ 2º – A guia será retificada sempre que sobrevier modificações quanto ao prazo de execução.

No caso de conversão da pena privativa de liberdade em medida de segurança pela superveniência de doença mental ou perturbação da saúde mental, bem como no de conversão do tratamento ambulatorial em internação, a expedição da guia de internamento caberá ao juízo da execução.

Expedida a guia, dar-se-á ciência ao promotor de justiça.

Arts. 68, I e 173, § 1º, da LEP252 MIRABETE, Julio Fabbrini. Execução penal: comentários à Lei nº 7.210, de 11/07/1984,

p. 626.

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Page 467: Manual Criminal

Art. 68 – Incumbe, ainda, ao Ministério Público:I – fiscalizar a regularidade formal das guias de recolhimento e de

internamento.

Art. 173, § 1º – Ao Ministério Público será dada ciência da guia de recolhimento e de sujeição a tratamento.

Sobrevindo qualquer modificação quanto ao prazo de execução da

medida de segurança, a guia de recolhimento deverá ser retificada.

Art. 173, § 2º, da LEP

Art. 173, § 2º – A guia será retificada sempre que sobrevier modificações quanto ao prazo de execução.

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EXPEDIENTE

Guia de internamento ou tratamento ambulatorial:

ESTADO DE SANTA CATARINAPODER JUDICIÁRIO<<Nome da Comarca>> <<Vara>>

GUIA DE EXECUÇÃO DE MEDIDA DE SEGURANÇA

Dados do Processo

Autos n° <<Número do Processo>>Ação <<Tipo de Ação>>Autor/Requerente <<Nome da Parte>>Réu/Requerido <<Nome da Parte>>

Dados do Sentenciado

Nome Completo .........Alcunha .........Filiação - Pai .........

Mãe .........Endereço .........Sexo ......... Nacionalidade .........Naturalidade ......... Estado Civil .........Profissão ......... Data Nascimento .........Cútis ......... Grau de Instrução .........Número da CI ......... Número do CPF .........Número do TE ......... Seção / Zona .........Outros Dados ......... (Nome do cônjuge, local de trabalho, etc.)Outros Nomes .........Outros Endereços .........

Antecedentes

Situação ......... (Primário, Reincidente, Reincidente Específico, etc.)Outros Processos em Andamento .........Outras Condenações e/ou Medidas de Segurança

.........

Informações Complementares

Data e Local do Delito .........Data do Recebimento da Denúncia .........Data Prevista para o Término do Prazo Mínimo da Medida de Segurança

.........

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PrisãoInício Término Tipo de Prisão Tipo de Local Local

Interrupção da PrisãoInício Término Motivo

Cumprimento de Medidas de SegurançaInício Término Tipo de Medida Tipo de Local Local

Interrupção Cumprimento de Medidas de SegurançaInício Término Motivo

Medida de Segurança

Sentença de 1º Grau ......... (Data e Movimentação respectiva do SAJ/PG)Juiz(a) de Direito .........Decisão de 2º Grau ......... (Data e Movimentação respectiva do SAJ/PG)Órgão Julgador .........Trânsito em Julgado .........Capitulação .........Medida de Segurança ( ) – Substitui pena privativaINTERNAMENTOPeríodo Mínimo ANOS MESES DIASInstituição .........Periodicidade .........TRATAMENTO AMBULATORIALPeríodo Mínimo ANOS MESES DIASInstituição .........Periodicidade .........

O(A) Doutor(a) <<Nome do Juiz>>, Juiz(a) de Direito da <<Vara>>, da <<Nome da Comarca>>, na forma da lei, etc.

FAZ SABER a todos os órgãos do Poder Judiciário e Autoridades Administrativas que, perante este Juízo de Direito, processaram-se os atos e termos do processo epigrafado, até final sentença, com trânsito em julgado, sendo, para fins de execução, foi extraída a presente que é formada por cópias reprográficas dos seguintes documentos: ......... .

Eu, _________, o digitei, e eu, ________, <<Nome do Escrivão>>, Escrivã(o) Judicial, o conferi e subscrevi. <<Nome da Comarca>> (SC), <<Data por extenso>>.

<<Nome do Juiz>>Juiz(a) de Direito

.........Promotor(a) de Justiça

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DISPOSIÇÕES FINAIS

1 - O Cartório deve ter disponível para consultas, no mínimo, um exemplar dos seguintes diplomas:

a) Constituição Federal (CF); b) Código Penal (CP); c) Código de Processo Penal (CPP);d) Lei de Execuções Penais (LEP);e) Código de Normas da Corregedoria-Geral da Justiça (CNCGJ);f) Código de Divisão e Organização Judiciárias (CDOJSC);g) Regimento de Custas e Emolumentos (RCE).

2 - O Cartório deve afixar na contracapa dos processos a ficha de conferência de acordo com os modelos em anexo.

3 - O Cartório deve se adequar aos novos procedimentos instituídos por este manual no prazo de 60 (sessenta) dias, a contar do final do treinamento que será proporcionado pelo Tribunal de Justiça.

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ANEXOS

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