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SUPERINTENDÊNCIA DE GOVERNANÇA REGULATÓRIA – SUREG GERÊNCIA DE MELHORIA DA QUALIDADE REGULATÓRIA – GEMEQ COORDENAÇÃO DE ANÁLISE DE IMPACTO E MONITORAMENTO - COIMP MANUAL DE ANÁLISE DE IMPACTO REGULATÓRIO Campo de Aplicação: Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT Público Alvo: Todos os servidores da ANTT que venham a realizar análise de ações regulatórias 2ª Edição Brasília, 2016

MANUAL DE ANÁLISE DE IMPACTO REGULATÓRIOgovernanca.antt.gov.br/AgendaRegulatoria/Documents/Manual de AIR - Nível 1.pdfSetor de Clubes Esportivos Sul – SCES, lote 10, trecho 03,

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  • SUPERINTENDÊNCIA DE GOVERNANÇA REGULATÓRIA – SUREG

    GERÊNCIA DE MELHORIA DA QUALIDADE REGULATÓRIA – GEM EQ

    COORDENAÇÃO DE ANÁLISE DE IMPACTO E MONITORAMENTO - COIMP

    MANUAL DE ANÁLISE DE IMPACTO REGULATÓRIO

    Campo de Aplicação: Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT

    Público Alvo: Todos os servidores da ANTT que venham a realizar análise de ações regulatórias

    2ª Edição

    Brasília, 2016

  • Manual de Análise de Impacto Regulatório

    1

    AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES – ANTT

    SUPERINTENDÊNCIA DE GOVERNANÇA REGULATÓRIA – SUREG

    GERÊNCIA DE MELHORIA DA QUALIDADE REGULATÓRIA – GEMEQ

    COORDENAÇÃO DE ANÁLISE DE IMPACTO E MONITORAMENTO – COIMP

    Setor de Clubes Esportivos Sul – SCES, lote 10, trecho 03,

    Projeto Orla Polo 8 – Brasília – DF – CEP: 70200-003

    Telefone (61) 3410.1616 – [email protected]

    DIRETORIA

    Jorge Luiz Macedo Bastos

    Marcelo Vinaud Prado

    Sérgio de Assis Lobo

    EQUIPE TÉCNICA

    Alexandre Pereira da Silva

    Carlos Eduardo Veras Neves

    Márcia Lika Mon-Ma

    Mariana Lombardo de Lima

    Nara Kohlsdorf

    Renata Batista Junqueira Nogueira

    2ª Edição

    FICHA CATALOGRÁFICA

    Manual de Análise de Impacto Regulatório – 2016. Brasília, Agência Nacional de

    Transportes Terrestres.

    1. Regulação. 2. Transportes Terrestres. 3. Tomada de decisão

  • Manual de Análise de Impacto Regulatório

    2

    Sumário

    PARTE 1 – INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 4

    PARTE 2 – DOCUMENTO PARA REGISTRAR A ANÁLISE DE IMPACTO

    REGULATÓRIO – NÍVEL 1 ................................................................................................... 10

    SEÇÃO 1 – IDENTIFICAÇÃO DA ANÁLISE .................................................................. 12

    SEÇÃO 2 – DIAGNÓSTICO E MAPEAMENTO DA SITUAÇÃO-PROBLEMA ........... 14

    Situação-Problema ............................................................................................................ 14

    Falha de Mercado .............................................................................................................. 15

    Competência para Atuação ............................................................................................... 19

    Objetivo ............................................................................................................................ 20

    Base Legal ......................................................................................................................... 21

    Recomendações ou Determinações Externas .................................................................... 22

    Diretrizes e Premissas ....................................................................................................... 23

    Dados de Outras Áreas ...................................................................................................... 25

    Consulta aos Atores .......................................................................................................... 26

    SEÇÃO 3 – ANÁLISE DAS ALTERNATIVAS ................................................................. 26

    SEÇÃO 4 – CONCLUSÃO .................................................................................................. 33

    Tomada de Decisão ........................................................................................................... 33

    Acompanhamento da Ação Regulatória ........................................................................... 34

    Considerações Finais ........................................................................................................ 35

  • Manual de Análise de Impacto Regulatório

    3

    SEÇÃO 5 – ASSINATURAS ............................................................................................... 36

    SEÇÃO 6 – SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO ............................................................... 37

    PARTE 3 – PRÓXIMAS ETAPAS .......................................................................................... 38

    PARTE 4 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 40

  • Manual de Análise de Impacto Regulatório

    4

    PARTE 1 – INTRODUÇÃO

    A Análise de Impacto Regulatório (AIR) é um instrumento de melhoria da qualidade regulatória

    utilizado para embasar decisões da Diretoria que incidam sobre a sociedade, os usuários dos

    serviços de transportes terrestres, os prestadores de serviço regulado, a Administração Pública,

    a competitividade nacional ou o meio ambiente, entre outros aspectos relevantes. Embora a AIR

    não seja capaz de determinar, por si só, as decisões a serem tomadas, ela fornece dados e

    explicita a posição dos agentes envolvidos, provendo informações importantes que podem

    esclarecer pontos relevantes e melhor orientar as opiniões acerca de determinados processos

    decisórios, legitimando as ações adotadas pela Agência.

    Em suma, a AIR é um procedimento ordenado de auxílio à tomada de decisão no âmbito da

    atividade regulatória do Estado, pois subsidia o agente regulador com dados e informações

    relevantes sobre os possíveis impactos das opções aventadas (VALENTE, 2013).

    Dentre os benefícios resultantes da aplicação da AIR destacam-se, além da melhoria da

    qualidade regulatória e do suporte ao processo de decisão, os seguintes: a coordenação entre

    políticas públicas que estão inter-relacionadas; a participação da sociedade no processo

    regulatório; a provisão de transparência e accountability às ações de quem a implementa.

    Ademais, fortalece as decisões e confere mais segurança ao ambiente regulatório, dois dos

    principais motivos que ensejaram a criação de Agências Reguladoras pelo direito brasileiro na

    década de 1990. Desta feita, esta análise deve ser realizada antes da tomada de decisões, de

    modo a embasar tanto o processo decisório quanto o monitoramento e a avaliação ex post da

    das ações regulatórias implementadas.

    A Organização para o Desenvolvimento e Cooperação Econômica (Organisation for Economic

    Co-operation and Development – OCDE, 1997) definiu dez boas práticas para estabelecer a

    AIR, quais sejam:

    1. Garantir o comprometimento político com a AIR;

    2. Alocar responsabilidades cuidadosamente para cumprimento das etapas da AIR;

    3. Treinar reguladores;

    4. Utilizar um método analítico, porém, flexível;

  • Manual de Análise de Impacto Regulatório

    5

    5. Desenvolver e implementar estratégias de coleta de dados;

    6. Concentrar esforços em objetivos precisos;

    7. Integrar a AIR com os processos de elaboração de políticas, dando início o mais

    cedo possível;

    8. Conferir publicidade aos resultados;

    9. Envolver o público extensivamente; e

    10. Aplicar AIR tanto a novas propostas regulatórias como à revisão de regulação

    existente.

    A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), visando à constante melhoria da

    qualidade regulatória, e com vistas à aderência às boas práticas da OCDE, elegeu a

    implementação da análise do impacto regulatório como um dos projetos estruturantes

    constantes do Planejamento Estratégico iniciado em 2009. Tal ação veio ao encontro de sua

    nova missão, qual seja: “Assegurar aos usuários adequada prestação de serviços de transporte

    terrestre e exploração de infraestrutura rodoviária e ferroviária outorgada”.

    Em 2011, foi lançada a 1ª edição do Manual para Uso do Formulário de Análise Preliminar de

    Impacto Regulatório na ANTT. Em um primeiro momento, a ANTT pretendia implementar

    imediatamente apenas a fase preliminar da AIR, embora existisse previsão para o

    desenvolvimento posterior de etapas mais aprofundadas de AIR.

    Ao longo do tempo, foram diversas as tentativas da Superintendência de Governança

    Regulatória (Sureg) no sentido de inserir a AIR no ciclo regulatório da ANTT. Contudo,

    conforme salientado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) no relatório que integra o

    Acórdão nº 240/2015-TCU-Plenário,

    “[...] a ANTT afirma ter iniciado os estudos sobre alternativas de

    implementação da AIR em 2009, quando foi desenvolvido o

    Formulário de Análise Preliminar de Impacto Regulatório

    (FAPIR), o qual é de preenchimento obrigatório. Ocorre que, até

    a data de conclusão deste relatório, a ferramenta foi utilizada

    como auxílio somente em decisões não regulatórias e a

    obrigatoriedade de uso não consta de resolução ou do próprio

  • Manual de Análise de Impacto Regulatório

    6

    regimento interno da agência, a exemplo das demais agências

    citadas. Do lado positivo tem-se que a agência participa dos

    treinamentos do PRO-REG sobre a ferramenta”.

    É oportuno ressaltar que não é somente a ANTT que, segundo o TCU, não incorporou a AIR à

    sua prática regulatória. Novamente, no relatório que integra o Acórdão nº 240/2015-TCU-

    Plenário, a equipe de auditoria do TCU afirma:

    “É preciso destacar que, desde o princípio da análise

    empreendida nesse trabalho, identificou-se a incapacidade das

    agências reguladoras de infraestrutura realizar a AIR nos moldes

    das melhores práticas estabelecidas internacionalmente. Essa

    incapacidade deve-se: à falta de cultura das nossas entidades

    públicas em expor os motivos de suas ações regulatórias; à

    ausência da sociedade como agente participante das decisões

    públicas; e a inexistência de um levantamento sistêmico de dados

    que pudessem embasar as avaliações de custos e benefícios das

    alternativas regulatórias propostas”.

    Verifica-se a grande preocupação do órgão de controle quanto ao grau de incorporação da AIR

    no processo de tomada de decisão das Agências Reguladoras, conforme as melhores práticas

    regulatórias internacionais. Isso porque a AIR não é apenas mais um requisito burocrático a ser

    cumprido; na verdade, a AIR constitui-se uma ferramenta de apoio essencial à garantia da

    qualidade na tomada de decisão no processo regulatório.

    Como apontado pelo TCU (2014), explicitar os motivos para a tomada de decisão e a exposição

    destes para a avaliação da sociedade são ações que aduzem maior legitimidade, equidade,

    responsabilidade, eficiência, probidade, transparência e accountability para o processo

    regulatório, ou seja, faz como que todos os princípios da boa governança sejam devidamente

    observados.

    Contudo, não basta os motivos estarem devidamente explicitados pelo regulador; afinal toda

    regulação tende a suscitar dúvidas por parte do mercado, conforme assevera Dias (2014):

  • Manual de Análise de Impacto Regulatório

    7

    “Não somente os custos de uma regulação que levam os

    indivíduos a questionarem a sua validade e pertinência, e nem

    uma cabal demonstração dos seus benefícios convencerá todas

    as pessoas envolvidas que uma determinada opção regulatória

    irá melhorar a sociedade. Valores não monetizáveis também

    orbitam o quadro de referência da população e, em defesa desses

    valores, igual ou maior empenho poderá ser observado do que

    aquele que é empregado simplesmente para que o Estado

    regulador siga editando normas economicamente equilibradas.

    Pode estar fadada à sucumbência, no entanto, uma sociedade que

    persistentemente se oriente por normas cuja aplicação sequer

    está dotada de recursos para implementar, seja (i) do ponto de

    vista dos gastos necessários à manutenção de autoridades

    públicas responsáveis pela fiscalização; seja (ii) do ponto de

    vista das pessoas e das empresas cuja riqueza é deslocada das

    atividades produtivas para atividades de cumprimento ineficiente

    de comandos normativos.

    Ademais, a AIR apresenta-se como um instrumento não só de comunicação com a sociedade

    quanto às razões de uma decisão regulatória, mas principalmente de reflexão por parte do

    Estado Regulador, conforme afirma Aragão (2012):

    “O âmago da Análise de Impacto Regulatório (AIR) é fazer com

    que as liberdades das pessoas e empresas, como o bem mais

    sagrado em um estado democrático de direito, não sejam

    sacrificadas desnecessariamente, por incompetência, paixões

    pessoais, desconhecimento da realidade a ser regulada, pressa

    ou amor aos holofotes das pessoas que ocasionalmente estiverem

    exercendo a função de regulador.”

    A AIR, portanto, pode funcionar, no mínimo, como um redutor de deficiência. Mais

    otimistamente, ela pode promover valores positivos, como a eficiência e a equidade, ao modular

  • Manual de Análise de Impacto Regulatório

    8

    intervenções governamentais que visem a suprir a ausência de circunstâncias ideais de

    racionalidade, informação e competitividade no mercado (STIGLITZ, 2009).

    Além disso, a AIR reserva para si o relevante papel institucional de trazer para o campo

    científico aquilo que muitas vezes é marcado por simples impressões gerais sobre um

    determinado conteúdo normativo. Também a AIR pode auxiliar na identificação de algumas

    complicações que permanentemente ameaçam os bons resultados que uma determinada política

    regulatória deve e pode, frequentemente, alcançar, tais como:

    “ [...] dificuldades geradas em matéria de compliance com os

    comandos positivos e negativos emanados na norma; criação de

    restrições à pura inovação dos agentes econômicos e sociais;

    surgimento de riscos em função de desdobramentos não previstos

    do conteúdo regulatório; aparecimento de distorções

    mercadológicas perpetradas por agentes econômicos

    interessados em prejudicar competidores por meio da regulação;

    possibilidade de equívocos por partes dos reguladores, ou de que

    ignorem os efeitos adversos de suas escolhas; possibilidade de

    reguladores buscarem engrandecer o seu próprio poder; de

    servirem aos interesses de um pequeno grupo, em vez de

    diligenciar pelo interesse público; introdução de novos riscos no

    mercado regulado ou alocação dos riscos existentes a cargo de

    grupos diferentes, em razão da limitação nas informações de que

    dispõem quanto à decisão que devam tomar ou em razão da

    ausência de manifestação das pessoas afetadas pela regulação”

    (WIENER e ALEMANNO, 2010, apud DIAS, 2014).

    A “AIR – Nível 1” corresponde a uma análise inicial, que não enseja a aplicação de métodos

    complexos como análise multicritério, custo-benefício ou custo-efetividade, embora implique

    a realização de estudos e levantamentos de dados e de evidências para melhor auxiliar o

    tomador de decisões ou até mesmo contribuir com o planejamento dos estudos mais avançados.

    De acordo com a complexidade do problema, pode ser identificada a necessidade de

    desenvolver uma análise mais aprofundada. Nesses casos, é recomendável realizar a AIR –

  • Manual de Análise de Impacto Regulatório

    9

    Nível 2, esboçada na Parte 3 deste Manual – Próximos passos. A realização da AIR – Nível 2

    pode ser sugerida pela Unidade Organizacional ou ser demandada pela Diretoria Colegiada.

    Com o intuito de orientar a realização da AIR – Nível 1, foi elaborado um modelo de documento

    que tem por objetivo auxiliar o técnico a identificar o problema que solicita a ação regulatória,

    bem como na estruturação das suas possíveis soluções. Por fim, a AIR – Nível 1 permite aos

    tomadores de decisão uma visão mais ampla do problema, no que concerne às implicações das

    propostas de solução, especialmente quanto à sua eficiência, eficácia e efetividade, a fim de

    atingir um maior benefício público.

  • Manual de Análise de Impacto Regulatório

    10

    PARTE 2 – DOCUMENTO PARA REGISTRAR A ANÁLISE DE

    IMPACTO REGULATÓRIO – NÍVEL 1

    O documento de Análise de Impacto Regulatório – Nível 1 deve ser preenchido sempre que for

    necessária uma decisão quanto à determinada ação regulatória, pois seu objetivo é subsidiar a

    escolha da melhor opção. Recomenda-se a realização da Análise de Impacto Regulatório para

    proposições de atos normativos e decisórios de repercussão geral e de maior impacto

    regulatório. Assim, é aconselhável que os projetos da Agenda Regulatória sejam subsidiados

    pelo documento em comento, se obrigatória nos seguintes casos:

    a) edição e alteração de atos normativos, que envolvam duas ou mais opções regulatórias; e

    b) atos regulatórios que impliquem edição ou alteração de modelos de outorga e

    prorrogação de prazos de outorgas.

    As análises de impacto devem ser realizadas, de preferência, antes de iniciar qualquer projeto

    ou ação regulatória. Quando a análise é desenvolvida em fase avançada do projeto,

    provavelmente a escolha da solução já estará consolidada e, consequentemente, o risco de

    enviesamento das ponderações e enumeração dos impactos é maior.

    Ademais, é aconselhável submeter a AIR em sua versão inicial à tomada de subsídio e reuniões

    participativas para verificar se a concepção quanto às expectativas e demandas dos atores

    interessados está coerente. Na sequência, propõe-se que a AIR seja submetida à Consulta

    Pública ou Audiência Pública, para validação da análise e fundamentação da proposta, bem

    como para coleta de novos subsídios. Ao final de cada PPCS, se necessário, deve-se revisar a

    AIR. A equipe técnica responsável pelo projeto também pode estabelecer outros marcos de

    revisão da AIR, por exemplo, quando houver um fato superveniente relevante tais como

    alterações em leis, decretos, cenários econômicos ou diretrizes das políticas públicas, entre

    outros. Assim sendo, um processo pode conter diferentes versões de AIR – Nível 1, sendo

    inclusive importante documentar e historicizar tais alterações.

    A AIR – Nível 1 pode acompanhar e complementar a Nota Técnica ou pode ter existência

    isolada de outros documentos. Para auxiliar na apresentação da análise, podem ser inseridos

  • Manual de Análise de Impacto Regulatório

    11

    anexos. Outra opção é realizar a AIR em formato de Nota Técnica, desde que contenha todos

    os itens tratados na parte 2 deste Manual.

    Embora a forma de linguagem a ser adotada deva ser formal e técnica, recomenda-se o uso de

    vocabulário acessível ao público alvo de cada tema. Demais orientações para a AIR encontram-

    se descritas a seguir, as quais devem ser apagadas quando do preenchimento do documento,

    bem como os exemplos constantes dos quadros. Cumpre ressaltar que compete à Sureg, por

    meio da Coordenação de Análise de Impacto e Monitoramento (Coimp), prestar permanente

    auxílio às demais unidades organizacionais no desenvolvimento da análise.

    CABEÇALHO

    AIR – NÍVEL 1

    Nº de controle/ano/Área/ANTT/Assunto

    Área:

    Versão:

    Data:

    Nº de controle/ano/Área/ANTT/Assunto

    [Preencher com o número relativo ao controle interno da Superintendência Gestora do

    Processo, da mesma forma das Notas Técnicas, com acréscimo do Tema analisado.]

    Exemplo: AIR nº 01/2015/SUREG/ANTT/Declaração de Regularidade.

    Área

    [Informar a Superintendência gestora do processo.]

    A Área é a Superintendência gestora do processo, que corresponde àquela que iniciou o

    processo em função de suas competências regimentais ou em decorrência de delegação de

    competências.

  • Manual de Análise de Impacto Regulatório

    12

    Versão

    [Inserir o número da versão da Análise de Impacto.]

    Tendo em vista que a AIR é dinâmica, poderão existir várias versões de AIR ao longo do

    processo. O dígito antes do ponto deve corresponder aos números de processos de participação

    realizados que geraram alteração na AIR, iniciando-se pelo 1, e o dígito após o ponto, registra

    o número de atualizações da AIR, iniciando pelo 0. Caso a análise esteja sendo realizada quando

    o tema não foi submetido a nenhum processo de participação social, a versão será 1.0. Na

    atualização da primeira versão, sem utilização de participação social, a versão será 1.1. Se

    houver um processo de participação social, a análise a versão será alterada para 2.0 em relação

    à versão anterior e assim por diante.

    Exemplo: A primeira versão 1.0 de AIR do tema Declaração de Regularidade Contratual foi

    iniciada antes de realizar processos de participação social. Posteriormente, realizou-se a

    atualização da AIR, com os subsídios de uma Tomada de Subsídio, portanto, essa será a

    versão 2.0. Caso a AIR seja novamente alterada, porém sem novo processo de participação

    social, a versão será 2.1.

    Data

    [Inserir a data do documento.]

    SEÇÃO 1 – IDENTIFICAÇÃO DA ANÁLISE

    1. Quais as palavras-chave para facilitar pesquisas sobre esta AIR?

    [Inserir três palavras-chave referentes ao objeto de análise.]

    Estas palavras devem ser representativas do conteúdo do documento, evitando-se gírias,

    jargões, estrangeirismos e palavras de sentido muito amplo.

  • Manual de Análise de Impacto Regulatório

    13

    Exemplo: Perdimento de veículos.

    Palavra-chave 1: transporte interestadual e internacional de passageiros

    Palavra-chave 2: transporte clandestino

    Palavra-chave 3: penalidades

    2. Quais são os processos relacionados ao tema?

    [Preencher com números e os assuntos de processos cujo objeto tenha relação com o

    objeto em questão.]

    Orientação: Ver exemplo de interpelação de temas na questão 3.

    3. Quais são as AIRs relacionadas?

    [Indicar outras Análises de Impacto Regulatório realizadas anteriormente ou

    concomitantemente com o processo em análise cujo objeto tratado relacione-se com o objeto

    em questão.]

    Exemplo: Uma AIR relacionada às características veiculares de ônibus está associada à uma

    AIR sobre acessibilidade. Uma AIR sobre depreciação de ativos ferroviários está relacionada

    a uma AIR sobre reversibilidades de bens ferroviários. Uma AIR sobre os veículos que

    devem ser inseridos no Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas está

    relacionada a uma AIR sobre o Pagamento Eletrônico de Frete.

    5. Em qual etapa está sendo concluída a presente versão da AIR? Antes do início, no

    início, no meio ou no final do Projeto?

    [Indicar a etapa do Projeto em que está sendo realizada a presente versão da AIR]

  • Manual de Análise de Impacto Regulatório

    14

    Exemplo: Declaração de Regularidade Contratual. Essa versão da AIR foi concluída no início

    do projeto, fase de estudos (pacote 1.1 da EAP) do cronograma do Plano de Projeto PET 1.13

    da AR 2015/2016.

    SEÇÃO 2 – DIAGNÓSTICO E MAPEAMENTO DA SITUAÇÃO-PROB LEMA

    Situação-Problema

    1. Qual o problema a ser solucionado ou a oportunidade a ser explorada?

    [Informar o problema ou a oportunidade que provocou a necessidade de ação

    regulatória. Explicar também o motivo de uma ação regulatória ser necessária, lembrando que

    a não intervenção também é uma ação regulatória.

    Caso exista(m) Plano(s) de Projetos(s) relativo(s) ao tema, recomenda-se verificar o

    problema mapeado no Plano(s) de Projeto(s). Se julgar adequado, pode-se inserir o mesmo

    texto.]

    A definição correta do problema é a chave para o desenvolvimento de propostas adequadas e

    coerentes com a missão da ANTT. Portanto, somente será possível encontrar soluções efetivas

    se a definição do problema for realizada de forma correta. Tendo em vista que essa definição é

    a base para a análise de impacto, a delimitação do problema será importante para o

    monitoramento dos resultados esperados e para o sucesso da ação regulatória.

    Portanto, nessa parte, deve-se descrever o problema ou oportunidade que ensejou a análise, ou

    seja, a dificuldade com a qual o corpo técnico se defronta e pretende enfrentar. Tem-se, assim,

    que o problema é uma situação indesejada, que requer uma solução, ou uma oportunidade que

    pode ser aproveitada, do ponto de vista do interesse público.

    Para identificar o problema ou a oportunidade, recomenda-se a consulta aos atores envolvidos

    e reuniões com o grupo de trabalho, na qual se deve responder a pergunta “O que a ANTT,

    como Agência reguladora de Transportes Terrestres, precisa resolver?”

  • Manual de Análise de Impacto Regulatório

    15

    É importante a clara descrição da natureza e magnitude do problema ou oportunidade, para

    orientar posteriormente no levantamento de alternativas. Se possível, identificar os atores que

    provocaram a discussão do tema.

    Ainda neste campo, se for o caso, pode-se informar se o problema foi detectado pelo não

    atingimento de metas de algum indicador estratégico da Agência.

    Exemplos:

    1) No transporte rodoviário interestadual de passageiros, um problema poderia ser a criação

    de gratuidades sem a indicação da fonte de custeio.

    2) Por outro lado, “Regulamentar o Serviço de Atendimento ao Consumidor – SAC” apenas

    para obedecer a dispositivos supralegais não caracteriza um problema. A melhoria de

    determinado serviço também não caracteriza um problema, mas sim, um objetivo a ser

    alcançado. Porém, o fato de os usuários não disporem de canais de comunicação para solicitar

    informações e registrar reclamações ou o longo tempo de espera para tal atendimento são

    exemplos de fatos-problema que justificam o tratamento da matéria.

    3) No tema “Pedidos de Anuência para Concessão de Garantias em Financiamentos pelas

    Concessionárias Reguladas pela ANTT”: o problema é que, caso a concessionária não

    consiga honrar o financiamento, a continuidade dos serviços delegados pela ANTT estará

    comprometida, e a delegatária não conseguirá atingir os padrões de desempenho

    estabelecidos no contrato. Além disso, há falta de transparência e publicidade quanto às

    regras de análise desses pedidos.

    Falha de Mercado

    2. A ação regulatória visa corrigir falhas de mercado? Quais?

    [Destacar e descrever os problemas que se caracterizam como falha de mercado, como

    concorrência imperfeita, assimetria de informação, entre outras]

  • Manual de Análise de Impacto Regulatório

    16

    Devem-se analisar as características do setor econômico ao qual a análise se aplica, no sentindo

    de identificar se a ação regulatória se justifica pela existência de fatores que prejudicam a

    eficiência do mercado. Dessa forma, o mercado, por si só, não alcança a economia do bem estar,

    sendo necessárias ações regulatórias por parte da Agência.

    Pindyck e Rubinfeld (2002) definem o bem estar econômico da seguinte forma: “[...] se todos

    fazem transações em um mercado competitivo, todas as transações mutuamente serão

    realizadas e o equilíbrio na alocação dos recursos resultante será economicamente eficiente”.

    No entanto, constata-se que essa eficiência não consegue ser mantida quando existem falhas

    como externalidades, bens públicos, assimetria de informação e poder de mercado. Nesse caso,

    a ação regulatória visa corrigir estas falhas de mercado e maximizar a eficiência/qualidade do

    serviço e o bem estar social, como ocorreria se o mercado fosse perfeitamente competitivo.

    Importante ressaltar que, para tratar essas falhas, é sempre preciso obter informações de

    qualidade sobre o mercado, e esse esforço impõe um aumento de custos administrativos1 por

    parte da ANTT e dos agentes envolvidos que devem ser considerados no quadro de impacto da

    seção 3. Outra possível solução é utilizar as negociações entre as partes, definindo os direitos

    de propriedades dos agentes econômicos por contrato, para mitigar as falhas de mercado.

    Também podem ser utilizados sistemas de incentivos de aumento da eficiência e da

    produtividade, como mecanismos de repasse de percentuais de aumento da eficiência e

    incorporação de tecnologia para a remuneração da concessionária (ex: o Fator X, que é um

    instrumento regulatório utilizado para estimular ganhos de eficiência no setor de

    telecomunicações), ou estipular metas de produtividades.

    Quanto às externalidades, estas existem sempre que houver bens com os quais as pessoas se

    importam, mas não são disponibilizados no mercado, como ar puro, rio limpo, silêncio

    (VARIAN, 2012). Nas palavras de Pindyck e Rubinfeld (2002): “[...] alguma atividade de

    produção ou de consumo possui um efeito indireto sobre outras atividades de consumo ou de

    1 Como exemplos de custos administrativos podemos citar: estudo do fluxo de caixas das empresas, sistema de

    processamento da informação, estudos de custos, informações alternativas para verificar a autenticidade das

    informações, entre outras.

  • Manual de Análise de Impacto Regulatório

    17

    produção, que não reflete diretamente os preços de mercado”. A externalidade negativa

    concerne aos efeitos produzidos pelo mercado que afetam negativamente o bem estar social,

    tais como poluição dos meios de transporte, impactos ambientais de uma concessão, entre

    outros. Para Lopes Rodrigues (2010), “uma externalidade negativa ocorre sempre que quem

    provoca os seus efeitos, não paga os preços correspondentes a quem sofre esses mesmos

    efeitos”. No caso da externalidade positiva, a falha de mercado manifesta-se na impossibilidade

    de apropriação privada do retorno feito a um investimento que acaba por beneficiar a todos os

    produtores, inclusive os que não tiveram o ônus do investimento (Viegas e Macedo, 2010).

    Como exemplo de externalidade positiva, podemos citar o aumento do preço da propriedade

    rural pela qual passa uma rodovia.

    Em relação aos bens ou serviços públicos, podem ser identificados quando não há meios de

    impedir que outros agentes os utilizem. Assim, apesar de socialmente desejável, podem não

    estar sendo suficientemente ofertados. Se constada a insuficiência desses bens ou serviços, o

    Estado pode optar por fornecê-los diretamente, estimular que empresas o façam, delegá-los ou

    realizar parcerias público privadas para resolver esse problema.

    Pindyck e Rubinfeld (2002) definem bens públicos da seguinte maneira: “[...] é uma

    mercadoria que pode ser disponibilizada a baixo custo para muitos consumidores, mas, assim

    que é ofertada para alguns torna-se difícil evitar que outros também a consumam. Por sua vez,

    Varian (2012) considera os bens públicos uma externalidade quando todos são obrigados a

    consumirem a mesma quantidade do bem, como é o caso da defesa nacional e poluição. De

    acordo com Viegas e Macedo (2010), os bens públicos podem ser classificados em “não rival”,

    quando o consumo de um bem ou serviço por um indivíduo não impede o consumo do mesmo

    bem ou serviço por outro (por exemplo, iluminação pública); e em “não exclusivo”, quando não

    é possível excluir um consumidor pela sua capacidade de pagar o bem ou serviço (por exemplo,

    defesa nacional).

    A assimetria de informação existe quando o regulador não tem as mesmas informações e

    conhecimento que a regulada sobre os custos, demanda e outros fatores que influenciam na

    produtividade. Quando essas informações são passadas para ANTT pela própria regulada, é

    necessária uma verificação quanto à veracidade. Como exemplo, no caso de anuência prévia

    para garantias de financiamento, as delegatárias têm informações sobre o risco da insolvência

  • Manual de Análise de Impacto Regulatório

    18

    e descontinuidade de serviço que devem ser repassadas para a ANTT quando da análise para

    concessão de anuência prévia dessas garantias. Outro exemplo é a revisão tarifária: as

    delegatárias possuem informações detalhadas sobre custos e demanda de seus serviços, que

    devem ser utilizadas para o cálculo correto da tarifa. No caso de registro de acidentes e assaltos,

    como o número desses eventos é utilizado no indicador de qualidade do serviço, pode não haver

    estímulo para as empresas do transporte de passageiros encaminharem essa informação.

    Por sua vez, as barreiras para entrada no setor são caracterizadas como fatores que tornam mais

    difícil a um agente econômico iniciar a atuação em um mercado, como, por exemplo, altos

    investimentos iniciais, ou quando o serviço requerer muito conhecimento tecnológico de difícil

    aquisição. Neste caso, como existem poucos ofertantes, pode ocorrer um preço mais alto do que

    na concorrência perfeita e/ou o serviço menos eficiente e de pior qualidade e com menor

    incentivo à inovação tecnológica. Um exemplo de mercado com barreiras à entrada é a

    infraestrutura rodoviária e ferroviária, com altos investimentos iniciais que são remunerados

    em longo prazo, de forma que os primeiros anos da concessão tendem a apresentar resultados

    negativos no fluxo de caixa, e os últimos anos, resultados positivos. Portanto, esses serviços

    são prestados por poucos ofertantes; por isso, a necessidade de regulamentação das tarifas

    cobradas.

    Exemplos:

    1) O limitado número de ofertantes de serviços de operações acessórias no transporte

    ferroviário de cargas corresponde a falha de mercado do tipo “concorrência imperfeita”, o

    que pode refletir nos preços dessas operações, que não são controlados no momento pela

    ANTT. Caso fossem detectados abusos nos preços em razão da concorrência imperfeita, a

    ANTT poderia definir regras para as operações acessórias. Além disso, poderiam ocorrer

    “vendas casadas” dessas operações com o serviço de transporte ferroviário e “assimetria das

    informações” sobre os custos dessas operações, que eventualmente poderiam demandar

    ações repressivas da ANTT.

    2) O tema de defesa da concorrência visa aplicar metodologias e ferramentas para evitar as

    consequências negativas de “poder de mercado” de uma empresa.

  • Manual de Análise de Impacto Regulatório

    19

    3) A regulamentação do registro de acidente e assaltos no transporte rodoviário de cargas

    visa diminuir a “assimetria de informação” sobre esses eventos, tendo em vista que são

    importantes para a verificação da boa qualidade e segurança do serviço prestado, bem como

    para a prestação de apoio às vítimas.

    Competência para Atuação

    3. A ANTT tem competência para regulamentar o assunto? Se sim, quais são os

    dispositivos legais que dispõem sobre essa competência?

    [Verificar se a ANTT pode atuar sobre aquele objeto. Nesse caso, citar os atos

    normativos que legitimam e fundamentam a atuação da Agência. Caso tenham sido

    identificados órgãos externos com esta competência, citá-los. Caso a ANTT não possua

    competência para regulamentar o tema, indicar se seria preciso conferir tal poder à Agência]

    Para justificar a existência ou inexistência de competência da ANTT e de suas unidades

    organizacionais para tratar o objeto, deve-se, sempre que possível, citar os dispositivos de leis,

    decretos, regimento interno e outros documentos normativos que versem sobre tais

    competências.

    Não deve ser excluída a possibilidade de existência de competência concorrente ou

    complementar, mesmo com órgãos ou entidades de outras esferas de Governo. Nesse caso,

    devem ser citadas todas as unidades que possuem competência concorrente e quais as

    competências de cada uma delas, justificando-se, como já citado acima, com dispositivos de

    Leis, Decretos, outros atos normativos ou documentos.

    Cabe ainda destacar que a ausência de competência da ANTT para tratar o objeto não impede

    a Análise de Impacto Regulatório, uma vez que uma possível solução seria trabalhar para

    conferir a competência necessária para atuação da Agência, caso tal medida seja justificável.

    Do mesmo modo, se houver competências concorrentes ou conflitantes, pode-se trabalhar para

    alterar a norma de modo a sanar eventuais indefinições ou divergências de competências ou,

    ainda, provocar os entes públicos competentes.

  • Manual de Análise de Impacto Regulatório

    20

    Exemplo: Transporte Multimodal de Cargas: Sim, de acordo com o art. 24 da Lei nº 10.233,

    de 05 de junho de 2001, cabe à ANTT, entre outras atribuições, habilitar o Operador do

    Transporte Multimodal, em articulação com as demais agências reguladoras de transportes.

    Por sua vez, o Art. 3º do Decreto nº 4.130, de 13 de fevereiro de 2002, reitera esta

    competência sem acrescentar outras determinações no que se refere ao transporte multimodal

    de cargas. Finalmente, no Regimento Interno da ANTT, aprovado pela Resolução nº 3.000,

    de 28 de janeiro de 2009, dispõe sobre a competência de articular com entidades de classe,

    transportadores, embarcadores, agências reguladoras de outros modais, órgãos de governo e

    demais envolvidos com a movimentação de bens para promover o transporte multimodal.

    Objetivo

    4. Quais os objetivos da ação regulatória?

    [O objetivo é o que se pretende alcançar ou propósito que se quer garantir com a ação

    regulatória, e devem ser coerentes com o problema que se pretende resolver. Explicitar

    também, se for o caso, a linha de iniciativa estratégica relacionada ao objetivo. Indicar o

    resultado que se pretende atingir.]

    Devem ser ressaltados, nesta parte, os objetivos a serem atingidos. O objetivo consiste em uma

    declaração clara e explícita do que se pretende alcançar ou ainda do cenário final ou propósito

    que se quer garantir. Não pode corresponder a um ideal inatingível e deve configurar uma

    resposta satisfatória para resolver o problema.

    Uma opção para definir o objetivo é citar os resultados aos quais se aspira chegar. São esses

    resultados que serão monitorados quando da implementação da proposta. Tais resultados devem

    ser coerentes com o problema identificado inicialmente.

    Na formulação de objetivos deve-se evitar o emprego de verbos que sejam de difícil verificação,

    tais como abrandar, aperfeiçoar, melhorar, facilitar, capacitar, aproveitar, compreender,

    conhecer, cooperar, entender, pensar, perceber, etc.

  • Manual de Análise de Impacto Regulatório

    21

    Exemplos:

    1) No tema “Comissões Tripartites”, o objetivo é “instituir regras para estruturação das

    Comissões Tripartites para as concessões rodoviárias e ferroviárias e para os serviços

    regulares de transporte rodoviário e ferroviário de passageiros regulados pela ANTT, uma

    vez que a Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, estabelece a obrigatoriedade de criação

    dessas comissões”.

    2) No tema de “Avaliação de Desempenho das Concessionárias de Rodovias Federais”, o

    objetivo geral poderia ser “desenvolver um método para avaliação de desempenho das

    concessionárias de rodovias federais”. Como objetivos específicos poderiam ser citados: (i)

    identificar parâmetros de desempenho obrigatórios estabelecidos em Leis e Contratos; (ii)

    levantar métodos de análise qualitativa de dados; (iii) levantar métodos de análise

    quantitativa de dados.

    3) No tema “Percentual de Recolhimento Relativo às Receitas Alternativas nos Contratos de

    Concessão”, o objetivo é “preencher lacuna regulatória existente relacionada ao

    disciplinamento do procedimento e do percentual que deve ser recolhido aos cofres da União

    nos contratos em que há tal previsão, com o intuito de sanar dúvidas e facilitar o trabalho

    fiscalizatório da ANTT”.

    Base Legal

    5. Foram identificados atos normativos, pareceres da PRG ou notas técnicas relevantes

    para o estudo do tema? Quais?

    [Citar atos normativos que tratam do assunto, como leis, decretos, resoluções, portarias,

    manuais, pareceres da PRG, notas técnica, entre outros, e que sejam relevantes para o objeto

    em estudo]

    Devem-se informar, nesta parte, as leis, decretos, regulamentos, pareceres da PRG e outras

    normas técnicas identificadas que afetem ou são afetadas pelo objeto em análise, inclusive as

  • Manual de Análise de Impacto Regulatório

    22

    normas internacionais. É importante verificar a existência de legislação correlacionada à parte

    específica do assunto tratado como, por exemplo, a Lei complementar nº 147, de 7 de agosto

    de 2014, quando o tema abranger microempresas ou empresas de pequeno porte. Uma síntese

    ou transcrições dos pontos mais importantes de cada documento podem ser feitas neste tópico.

    Exemplo: No tema “pedidos de anuência para concessão de garantias em financiamentos

    pelas concessionárias reguladas pela ANTT”: o art. 1º e 28 da Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro

    de 1995, contratos de concessão, Nota Técnica nº 001/GEAFI/2009, de 08 de abril de 2009

    e Nota Técnica nº 028/2012/Sureg, de10 de maio de 2012, Voto da diretoria DCN

    nº 059/2012, Relatório de Consulta Pública nº 1/2012 aprovado por meio da Deliberação

    nº 172, de 18 de julho de 2013, Plano de Projeto PET 1.3 – Análise de pedido de anuência

    para concessão de garantias em financiamento pelas concessionárias reguladas pela ANTT –

    versão 1.2 e a Nota Técnica nº 39/2014/SUFER/ANTT, de 14 de agosto de 2014.

    Recomendações ou Determinações Externas

    6. Foram identificadas recomendações ou determinações de órgãos externos? Se sim,

    quais?

    [Verificar se existem recomendações ou determinações relevantes de outros órgãos como

    o Ministério do Transporte, Ministério Público, Tribunal de Contas da União, Corregedoria

    Geral da União, entre outros. Caso existam, citar os pareceres, acórdãos, recomendações,

    entre outros documentos que formalizam essas recomendações ou determinações.]

    Exemplo: Na regulamentação do tema “receitas alternativas”, deve-se considerar as

    recomendações do Acórdão nº 6324/TCU/2ª Câmara: “9.5.3. com fundamento no art. 25, II,

    da Lei 10.233/2001 e nos termos do disposto na Cláusula Primeira do Contrato de

    Concessão celebrado com a Ferrovia Centro-Atlântica S.A. (FCA), adote providências para

    regularizar a questão referente às receitas alternativas auferidas com a exploração do

    Terminal Intermodal de Pirapora, em especial quanto à fixação do percentual de

    participação da União e ao recolhimento das quantias devidas pela concessionária;”

  • Manual de Análise de Impacto Regulatório

    23

    Diretrizes e Premissas

    7. Existem diretrizes da Diretoria Colegiada sobre o tema? Se sim, quais?

    [Verificar se existem diretrizes da Diretoria Colegiada que orientam a ação regulatória.

    Nesse caso, indicar o documento formalizando a diretriz da Diretoria Colegiada e descrever

    como a ANTT deve agir em relação a determinado assunto]

    As diretrizes gerais de atuação referem-se a um conjunto de instruções e indicações que devem

    ser observadas para a construção das opções de solução do problema ou aproveitamento de uma

    oportunidade. De maneira geral, essas diretrizes indicam como a ANTT deve agir em relação a

    determinado assunto. Cumpre ressaltar a necessidade de indicação dos documentos que

    formalizam as diretrizes gerais de atuação.

    É importante que esse preenchimento ocorra após alinhamento entre técnico(s), gerente,

    superintendente e Diretoria, sendo que a Superintendência gestora do processo deve buscar

    formalizar as diretrizes definidas pela Diretoria a fim de gerar as evidências a serem

    incorporadas nesta parte.

    Exemplos:

    1) Hipotético: A concessão de uma rodovia ou de uma ferrovia pode ser conduzida a partir

    da diretriz da modicidade tarifária ou do maior valor de outorga. Segundo documento

    nº XXX do Ministério dos Transporte a diretriz será a modicidade tarifária.

    2) No Projeto de análise de pedidos de anuência para a concessão de garantias em

    financiamentos pelas concessionárias reguladas pela ANTT, não há diretrizes formalizadas

    pela Diretoria Colegiada, mas são diretrizes legais: a publicidade e eficiência (art. 37 da

    Constituição Federal/1988) e garantir a continuidade do serviço público (Lei nº 8.987/1995).

    8. Quais as premissas utilizadas na ação regulatória? Essas premissas foram validadas

    pela Diretoria Colegiada?

  • Manual de Análise de Impacto Regulatório

    24

    [Citar as suposições que possuem riscos associados, mas que são assumidas como

    verdadeiras e sustentam a Análise de Impacto Regulatório. Se possível, citar o documento que

    formaliza a aprovação dessas premissas pela Diretoria Colegiada.

    Caso exista(m) Plano(s) de Projetos(s) relativo(s) ao tema, recomenda-se verificar as

    premissas preenchidas no Plano(s) de Projeto(s). Caso julgue adequado, pode-se inserir o

    mesmo texto]

    Uma premissa é uma situação considerada hipoteticamente verdadeira. Premissa significa uma

    proposição que serve de base para a análise de impacto e para conclusão da ação regulatória. É

    importante a identificação das premissas, pois será o alicerce para o sucesso da proposta

    escolhida e para o levantamento das opções.

    Deve-se verificar se há premissas validadas pela Diretoria da ANTT. Na ausência de premissas

    da Diretoria, o(s) técnico(s) pode(m) formular premissas segundo sua experiência ou baseadas

    em bibliografias técnicas da área. Deve-se, contudo, explicitar neste segundo caso que a

    premissa é de autoria do(s) técnico(s).

    Exemplos:

    1) Na regulamentação de “Declaração de Regularidade Contratual”, uma das premissas é que

    haverá a aceitação das superintendências envolvidas em alterarem a sistemática atual de

    emissão da Declaração. Caso essa hipótese não se concretize, o projeto não terá sucesso. As

    premissas estão formalizadas no voto DCN 242, de 25 de novembro de 2015, processo nº

    50500.089018/2014-93.

    2) No tema “reversibilidade de bens” que se encontra em desenvolvimento por uma

    determinada equipe de projeto, uma das premissas poderia ser a publicação da

    regulamentação das regras de depreciação que esteja sob responsabilidade de outra equipe,

    visto que que a reversibilidade de bens necessita da definição das taxas de depreciação. Outra

    premissa seria a conclusão do sistema para registro de todos os bens inventariados pela

    concessionária, que está sendo construído por uma terceira equipe de trabalho. Essas

    premissas ainda não foram validadas formalmente pela Diretoria Colegiada.

  • Manual de Análise de Impacto Regulatório

    25

    3) Constam no projeto “Percentual de recolhimento relativo às receitas alternativas nos

    Contratos de Concessão”, as seguintes premissas que ainda não foram validadas pela

    Diretoria da ANTT:

    • Serão observados os Pareceres nº 1.821/2015/PF-ANTT/PGF/AGU e nº

    3.514/2015/PF-ANTT/PGF/AGU quanto à não legitimidade e legalidade de

    qualquer percentual de recolhimento, senão para o Caixa Único do Tesouro;

    • Não haverá prejuízo no tratamento em separado da modelagem da reversão à

    modicidade tarifária e do montante que deverá ser objeto de reversão,

    consideradas ou não as receitas oriundas das atividades acessórias,

    dependendo de como estas serão vistas, se como receitas tarifárias ou não

    tarifárias; e

    • É possível definir um percentual para o recolhimento de parte das receitas

    alternativas para a União.

    Dados de Outras Áreas

    9. Foram identificados estudos, pesquisas, teses, relatórios ou informações relevantes

    da Agência ou de fontes externas que podem contribuir para a análise? Quais?

    [Se for o caso, citar áreas, como a Ouvidoria, Geduc/Sureg, Geaut/Sufis, que não

    necessariamente são afetadas pela decisão, mas podem contribuir com insumos para a análise

    do problema e das alternativas. Verificar se existem bibliografias, pesquisas, relatórios ou

    trabalhos acadêmicos de instituições nacionais e internacionais, que possam colaborar com a

    discussão do tema]

    Este questionamento visa verificar se existem dados e informações em outras áreas da Agência

    ou de instituições nacionais e internacionais que possam ser utilizados na AIR – Nível 1.

  • Manual de Análise de Impacto Regulatório

    26

    Exemplo: Nos temas que afetam os usuários, além das informações da Ouvidoria e outras

    áreas internas, os dados da Pesquisa de Satisfação dos Usuários, desenvolvida pela

    Geduc/Sureg, podem ser utilizados na AIR.

    Consulta aos Atores

    10. Os atores internos e externos já foram consultados? Qual foi ou será a estratégia de

    consulta?

    [Explicitar como foi ou poderá ser formalizada, para cada ator, essa participação, como

    ata de reunião, ofício, memorando, relatório de tomada de subsídio, entre outros. Caso já

    tenham sido realizados, citar os números dos documentos]

    Dada a importância de se conhecer a visão de cada ator envolvido, deve-se definir uma

    estratégia de consulta para participação efetiva desses atores, assim como a formalização dos

    posicionamentos destes sobre o tema. As formas de participação podem ser reuniões com as

    áreas ou entidades, registradas em ata; tomadas de subsídios, formalizadas por relatório;

    consultas via memorandos, ofícios ou mensagens eletrônicas; pesquisas; entre outras.

    Importante registrar que a tomada de subsídio e a reunião participativa podem ser realizadas

    quantas vezes for necessário e servirão de apoio para a construção da AIR. Recomenda-se que

    a cada processo de participação social a AIR seja revisada.

    Exemplo: No tema “Regras de Operações Acessórias”, os atores internos serão consultados

    mediante reunião, a ser registrada em ata, e os atores externos mediante Tomada de Subsídio

    nº 3/2015.

    SEÇÃO 3 – ANÁLISE DAS ALTERNATIVAS

    Nesta seção, deve-se fazer um levantamento das opções que podem ser adotadas para atingir

    aos objetivos traçados, considerando-se, inclusive, a opção de “manter a situação atual”.

  • Manual de Análise de Impacto Regulatório

    27

    Recomenda-se que sejam elencadas pelo menos mais 3 alternativas. Essas opções devem estar

    alinhadas com a política pública e com as diretrizes institucionais desenhadas para o setor.

    Primeiramente, recomenda-se delimitar os grupos de atores de acordo com a importância do

    delineamento desse grupo para a escolha das alternativas, conforme quadro a seguir.

    Ator Delimitação/recorte adotado na análise

    No processo de mapeamento dos atores, a Comissão Européia (2015) oferece algumas

    orientações: diferenciar entes que são impactados, direta ou indiretamente, de maneiras distintas

    (por exemplo, transportadores de cargas vs concessionárias rodoviárias); separar aqueles que

    serão beneficiados daqueles que terão que pagar ou alterar suas ações ou comportamentos (por

    exemplo, veículos pagantes vs veículos isentos nas praças de pedágio); diferenciar os atores

    pelo seu porte (por exemplo, transportadores rodoviários de carga de grande, médio e pequeno

    porte); pela localização (por exemplo, pontos de parada do transporte rodoviário interestadual

    de passageiros localizados no norte/nordeste e pontos de parada localizados no sul/sudeste do

    país); se são públicos ou privados (por exemplo, terminais rodoviários de passageiros públicos

    e terminal rodoviário privado); se são operadores já atuantes no mercado ou se são novos

    entrantes; entre outros. No mínimo, podem ser destacados os seguintes atores externos:

    prestador de serviço, administração pública e usuários.

  • Manual de Análise de Impacto Regulatório

    28

    Exemplo: Em um projeto cujo tema fosse o “Vale-Pedágio obrigatório”, os atores, com os respectivos recortes, poderiam ser:

    Atores Delimitação/recorte adotado na Análise

    Transportadores autônomo de cargas

    Somente os transportadores autônomo de cargas ou seus equiparados

    Demais transportadores rodoviários de cargas

    Empresas com mais de três veículos automotores de cargas e cooperativas

    Embarcadores Usuários/clientes do transporte rodoviário de cargas

    Instituições de pagamento eletrônico de pedágio

    Sociedade empresarial que atua como intermediadora da transação do pagamento do Vale-Pedágio, recebendo os recursos do embarcador e repassando-os aos transportadores

    Concessionárias Rodoviárias

    Concessionárias rodoviárias federais, estaduais e municipais

    ANTT Suroc, Suinf e Sufis

    Sociedade Sociedade, incluindo usuários das rodovias concedidas que não transportam cargas

    Quanto às opções, é fundamental que se mapeiem todas as alternativas possíveis. Além disso,

    a identificação do problema/oportunidade, de restrições e limitações, incentiva e orienta esse

    levantamento de alternativas. Um bom mecanismo é a realização de reuniões com os atores

    interessados e com o grupo de trabalho, nas quais o problema seja bem caracterizado e se

    procure responder as seguintes perguntas “quais são as possíveis soluções para esse problema?

    Essa solução resolve realmente o problema? Ela atende ao objetivo do projeto?”

    Para cada alternativa, deve-se identificar todos os atores internos e externos, indicando quais

    seriam os impactos negativos e positivos para cada ator. Os atores internos são as unidades

    organizacionais da ANTT que possuem competência para tratar a matéria ou serão impactadas

    pelas opções regulatórias aventadas. Também devem ser listados todos os atores externos que

    tenham relação com o objeto em discussão.

    Deve-se, ainda, apontar de que forma as alternativas resolveriam o problema.

  • Manual de Análise de Impacto Regulatório

    29

    Alternativa “ n”

    [Inserir título da Alternativa, sendo “n” o número da alternativa. Opcionalmente, a fim

    de facilitar a compreensão, pode-se apresentar uma breve descrição da alternativa].

    Resolve o problema da seguinte forma:

    [Descrever qual o resultado esperado desta alternativa para a solução do problema].

    IMPACTOS REGULATÓRIOS

    [Citar os impactos que a opção regulatória irá gerar no mercado para cada um dos

    atores, sendo que, neste momento, não há necessidade de classificá-los em positivos ou

    negativos. Não é necessário quantificar ou dimensionar os impactos, mas caso existam

    dados quantitativos, estes podem ser inseridos. Caso ache pertinente, é possível utilizar uma

    escala subjetiva de modo que sejam atribuídos pesos e pontuações para cada efeito, de modo

    que seja possível avaliar efeitos e alternativas. Por fim, considerando importante a

    realização de outras pesquisas, estudos, construção de dados, coleta de informações etc.,

    inserir essa necessidade de aprofundamento na seção 4]

    • Ator 1.

    - Impacto 1.

    - Impacto 2.

    - .....

    • Ator 2.

    - Impacto 1.

    - Impacto 2.

    - .....

    • .....

  • Manual de Análise de Impacto Regulatório

    30

    Os impactos podem ser, entre outros, relacionados aos seguintes fatores:

    a. econômicos: na competição, na oferta ou na demanda e na tarifa/frete;

    b. fiscais: na arrecadação de impostos;

    c. contratuais: no equilíbrio econômico-financeiro;

    d. operacionais: nos recursos disponíveis para a sua implementação;

    e. sociais: no emprego e na saúde;

    f. ambientais: no ar, na água, no solo, quanto à emissão de ruído, etc.; e

    g. normativos: quanto a outros atos normativos, etc.

    Quaisquer informações adicionais relativas a detalhamentos ou a quantificações devem ser

    inseridas como anexo da AIR, bem como as fontes consultadas e pesquisadas que indicaram os

    custos, os benefícios e os riscos descritos, se houverem.

    Para o levantamento ou confirmação do impacto é importante a consulta aos atores interessados.

    Deve-se buscar o mapeamento do maior número de impactos diretos e indiretos possíveis, em

    conjunto com as entidades envolvidas com o tema. Essa fase é essencial para uma análise mais

    aprofundada, se for necessária, ou para a escolha da opção recomendada pelo corpo técnico

    (vide Parte 3 deste Manual).

  • Manual de Análise de Impacto Regulatório

    31

    Exemplo: Problema (fictício) de falta de recursos humanos nos Postos de Pesagem

    Veicular – (PPVs) e sensação de insegurança dos fiscais da ANTT.

    Alternativa 2 – Implantar centro de fiscalização remota dos postos de pesagem veicular

    Resolveria o problema da seguinte forma: os centros de fiscalização remota

    demandaria menor quantidade de agentes da ANTT e não haveria a sensação de insegurança

    pelos técnicos.

    IMPACTOS REGULATÓRIOS

    � ANTT

    - Haverá ganho na eficiência da gestão dos PPVs, evitando-se paralisações

    por falta de agentes da ANTT (por motivos de férias, afastamento médico,

    participação de cursos de capacitação e treinamento, etc.). Atualmente, os agentes

    da ANTT lotados nos PPVs atuam em pequenas equipes (não raro, um fiscal por

    turno). Se implantado o centro de fiscalização remoto, os agentes serão reunidos

    em uma única instalação, facilitando o gerenciamento de pessoal.

    - Haverá possível redução no quadro de agentes, uma vez que um único

    agente poderá fiscalizar mais de um PPV por turno.

    - Haverá economia nos custos administrativos, evitando-se a necessidade de

    contratar para cada PPV serviços de telefonia, internet, correios (inclusive serviço

    de caixa postal, já que em muitos casos os correios não fazem entrega nos PPVs),

    clínicas médicas (quando houver necessidade de realizar os exame periódicos da

    ANTT), entre outros. Inclusive o centro de operação poderia ser nas Sedes

    Regionais ou mesmo na Sede da ANTT, em Brasília.

    - Haverá impacto positivo na qualidade de vida dos agentes, visto que uma

    das queixas é o sentimento de falta de segurança nos PPVs, principalmente no

    período noturno (alguns PPVs foram construídos em locais ermos).

  • Manual de Análise de Impacto Regulatório

    32

    - Necessitará de estudo para avaliar o seu impacto nas tarifas de pedágio e

    realizar as alterações no Programa de Exploração da Rodovia (PER), nos casos

    em que este sistema não esteja previsto no PER original.

    - Fortalecimento da atividade fiscalizatória decorrente do trabalho em

    equipe, uma vez que o fiscal não estará mais atuando de forma isolada no PPV

    � Concessionárias rodoviárias

    - Será necessário levantar os custos para adaptar os postos de pesagem para

    o sistema de fiscalização remota, bem como para a construção e conservação do

    centro de controle.

    - Será necessário adaptar os postos de pesagem para o sistema de

    fiscalização remota e construir o centro de controle.

    - Os funcionários necessitarão de treinamento para atuar como

    intermediários entre motoristas e agentes da ANTT.

    - Considerando-se que o sistema de comunicação delineado será baseado na

    rede de fibra ótica, será necessário implantar sistema de comunicação alternativa

    para sanar eventuais interrupções na comunicação em razão de

    falhas/rompimentos da rede de fibra ótica.

    - Partindo-se da premissa de que haverá maior fiscalização dos veículos

    pesados, haverá redução dos veículos com excesso de peso trafegando nas

    rodovias, melhorando as condições dos pavimento. Também reduziria custos

    operacionais, para atendimento a acidentes cuja causa esteja relacionado ao

    excesso ou má distribuição da carga nos caminhões.

    � Usuário geral da rodovia

    - Haverá aumento da tarifa de pedágio, em razão do repasse dos custos da

    adaptação dos postos de pesagem existentes e implantação e conservação do

  • Manual de Análise de Impacto Regulatório

    33

    centro de controle remoto.

    - Partindo-se da premissa que haverá maior fiscalização dos veículos

    pesados, haverá redução dos veículos com excesso de peso trafegando nas

    rodovias, melhorando a fluidez do tráfego e das condições dos pavimento.

    � Transportador/Motorista do veículo pesado

    - Haverá maior transparência, já que se pretende informar, em tempo real, a

    placa do veículo e o peso medido em painel de mensagem variável a ser afixado

    na saída da balança de precisão.

    � Sociedade

    - Partindo-se do pressuposto que haverá maior fiscalização dos veículos

    pesados, haverá redução dos acidentes nas rodovias, inclusive daqueles que

    envolvem caminhões transportando produtos perigosos, cuja causa esteja

    relacionado à má distribuição da carga nos caminhões, por exemplo.

    .

    SEÇÃO 4 – CONCLUSÃO

    Tomada de Decisão

    1. A Análise de Impacto Regulatório realizada é suficiente para embasar uma tomada

    de decisão? Caso negativo, justificar.

    [Embora o julgamento quanto à suficiência da AIR para a tomada de decisão seja da

    Diretoria, o(s) técnico(s) pode(m), com base na avaliação realizada na Seção 3, sugerir o

    aprofundamento da análise, explicitando os motivos. O aprofundamento pode utilizar

    diferentes técnicas, tais como análise multicritério, custo-benefício, custo-efetividade, etc.]

  • Manual de Análise de Impacto Regulatório

    34

    Exemplo: No tema “anuência prévia para autorização de financiamento das concessionárias”,

    o aprofundamento da análise de impacto poderia ser desejável, pois uma análise dos dados

    de fluxo de caixa das concessionárias e levantamento dos custos administrativos, tanto para

    a obtenção da documentação e das informações requeridas por parte das concessionárias

    quanto para a análise dessa documentação pela ANTT, permitiria uma comparação

    quantitativa entre custos e benefícios, o que resultaria em uma tomada de decisão mais

    acurada.

    Acompanhamento da Ação Regulatória

    2. Caso esta Análise de Impacto seja suficiente para tomada de decisão, é recomendada

    uma das alternativas? Se sim, qual a opção escolhida e como seria feita a implantação da

    ação regulatória?

    [Não obstante a decisão da escolha seja da Diretoria Colegiada, o(s) técnico(s) pode(m)

    recomendar uma alternativa. Neste caso, explicitar quais serão os mecanismos e recursos

    empregados para a implantação da ação regulatória e como se dará o acompanhamento das

    consequências para os atores abrangidos pela aplicação da solução sugerida. Apresentar

    também qual unidade organizacional acompanhará a implantação.]

    Deve-se levantar os fatores que caracterizarão o sucesso da opção preferida, sem os quais os

    objetivos traçados não serão atingidos.

    Para tanto, deve-se informar se a iniciativa proposta possui duração temporária ou permanente.

    A duração é considerada temporária quando o ato tem data certa para acabar, e permanente

    quando não há o estabelecimento de data para encerramento. Dentre as medidas que podem ser

    necessárias, destacam-se: capacitação, constituição de um sistema e constituição de

    metodologia. Deve-se também indicar, nessa parte, se há necessidade de adoção de algum

    período de adaptação ou transição para que a medida proposta passe a gerar seus efeitos.

  • Manual de Análise de Impacto Regulatório

    35

    Exemplo: No problema (fictício) de “falta de recursos humanos nos Postos de Pesagem

    Veicular – (PPVs)”: recomenda-se a alternativa 2. Para a implantação desta alternativa

    seriam necessárias as seguintes ações, caso a obra não esteja prevista no Programa de

    Exploração da Rodovia (PER):

    • Solicitar orçamento e cronograma de obras às Concessionárias para adaptar os

    postos de pesagem e construção do centro de controle remoto;

    • Solicitar análise da Suinf sobre o impacto deste custo nas tarifas de pedágio e,

    se aprovado pela Diretoria, realizar as alterações no PER;

    • Também seria da Suinf a responsabilidade de acompanhar a execução das obras

    pela Concessionária;

    • Realizar treinamento os servidores da ANTT (de responsabilidade da Sufis e

    Gepes/Sudeg), sobre o uso do sistema eletrônico de autuação;

    • Providenciar a remoção dos servidores para o novo local de trabalho (de

    responsabilidade da Sufis e Gepes/Sudeg), entre outros.

    Considerações Finais

    3. Considerações finais.

    [Podem ser apresentados outros elementos não tratados nas perguntas anteriores, assim

    como as conclusões decorrentes da análise realizada ou quaisquer recomendações que se

    apresentem necessárias para o adequado andamento do processo]

    Devem ser explicitados outros aspectos relevantes para a compreensão do impacto do objeto

    em discussão, mas que não foram discutidos anteriormente em função da estrutura das

    perguntas.

    Ainda, cabe especificar, nesta parte, as conclusões decorrentes da análise realizada, bem como

    quaisquer recomendações que se apresentem necessárias para o bom andamento do processo.

    Caso deseje, pode-se recomendar a revisão da ação regulatória em períodos pré-determinados.

  • Manual de Análise de Impacto Regulatório

    36

    SEÇÃO 5 – ASSINATURAS

    Nesta seção da AIR, deve-se incluir a assinatura, o cargo e a lotação de todos os técnicos que

    elaboraram a análise, bem como dos responsáveis pela Unidade Organizacional de lotação dos

    técnicos. Caso a AIR seja realizada por mais de uma unidade organizacional, deve-se incluir o

    nome e o “de acordo” de todas as chefias imediatas envolvidas.

    Exemplo:

    Nome Cargo Lotação Data Assinatura

    De acordo, em / / .

    _____________________

    Gerente XXX

    De acordo, em / / .

    _____________________

    Superintendente YYY

    Em caso de desacordo entre o(s) técnico(s) e a(s) chefia(s) imediata(s), manter o formulário

    preenchido sem o “de acordo” da chefia, e incluir um anexo com a exposição de motivos do

    desacordo assinado pela chefia.

  • Manual de Análise de Impacto Regulatório

    37

    SEÇÃO 6 – SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO

    Esta seção deve ser preenchida pelo Gestor da Informação. Verificar se a AIR deve ser de acesso

    restrito, conforme normas vigentes da Política de Segurança da Informação e Comunicações2.

    Deve-se ponderar, inclusive, se a divulgação destas informações pode gerar efeitos indesejáveis

    ao mercado e se seria pertinente manter o documento em sigilo por tempo determinado ou até

    o evento que defina o seu termo final. Indicar, ainda, os servidores e/ou órgãos com autorização

    para acesso ao documento no campo “credenciamento”.

    Exemplo:

    Este documento é de acesso restrito?

    Fundamentação:

    Prazo máximo para a restrição do acesso:

    Credenciamento:

    Brasília (DF), ____ de __________ de ______.

    _____________________

    Gestor da Informação YYY

    2 PoSIC/ANTT – Deliberação nº 364/2013 e Deliberação nº 280/2015.

  • Manual de Análise de Impacto Regulatório

    38

    PARTE 3 – PRÓXIMAS ETAPAS

    Tendo em vista a proporcionalidade e a economicidade do tempo e outros recursos dispendidos,

    bem como a finalidade das análises de impacto, é recomendável estabelecer níveis de

    aprofundamento da AIR de acordo com o grau de impacto potencial da decisão regulatória.

    Nesse sentido, após a consolidação deste Manual e da AIR – Nível 1, será desenhado o modelo

    e o manual de AIR – Nível 2.

    A Análise de Impacto Regulatório no nível 1 configura o mínimo de elementos para subsidiar

    a ação regulatória. A partir das ponderações levantadas nesse documento, o corpo técnico

    deverá diagnosticar o nível de análise necessária a ser apresentada para a tomada de decisão,

    ou seja, se a AIR – Nível 1 é suficiente ou se é necessário realizar também a AIR –Nível 2.

    Dessa forma, a base para decidir quanto ao aprofundamento ou não da AIR será fornecida pelo

    corpo técnico que preenche a AIR – Nível 1 (seção 4, pergunta 2), cabendo a decisão aos

    superiores de acordo com a competência das unidades organizacionais. Os critérios para optar

    pelo nível de complexidade da AIR podem considerar o efeito da falha de mercado para o

    usuário, os custos sociais e econômicos, o grau de conflito de interesses entre os agentes

    envolvidos, a abrangência, a complexidade técnica ou política, o efeito na concorrência, na

    produtividade, no grau de inovação do setor decorrentes da ação regulatória, entre outros.

    Em linhas gerais, a AIR –Nível 2 deverá abranger uma avaliação mais detalhada das alternativas

    propostas, avaliação pormenorizada dos impactos negativos/positivos e pesquisa sobre as

    experiências internacionais e de outras agências em relação ao assunto.

    Para isso, é recomendável uma sistemática de coleta de dados sobre o setor e a contínua

    participação dos atores envolvidos. Além disso, requer uma metodologia de avaliação entre os

    efeitos positivos e negativos das alternativas que indique uma das opções regulatórias como

    mais apropriada segundo os critérios definidos. Essa metodologia pode envolver apenas

    informações econômicas (valoração em R$ dos efeitos pelo preço do mercado e pelo custo de

    oportunidade, por exemplo, para realizar a análise custo/benefício), ou também dados

    quantitativos e qualitativos (utilizando análises multicritérios ou análise custo/efetividade, por

    exemplo).

  • Manual de Análise de Impacto Regulatório

    39

    O manual da AIR – Nível 2 deverá abordar os critérios para escolha do nível de AIR apropriado,

    as ferramentas de auxílio de coleta e avaliação de dados, como utilizar os processos de

    participação social para obter insumo para análise, metodologias de avaliação das alternativas

    e as etapas da análise, assim como os conceitos dos elementos que devem ser considerados. O

    delineamento dessa próxima etapa será construído em conjunto com todas as Superintendências

    da ANTT.

  • Manual de Análise de Impacto Regulatório

    40

    PARTE 4 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

    ARAGÃO, A. S. Regulação mais eficiente e menos invasiva. Artigo publicado no jornal Valor

    Econômico de 24.03.2012. Disponível em http://www.valor.com.br/arquivo/878993/regulacao-mais-

    eficiente-e-menos-invasiva. Acesso em 14.04.2015.

    DIAS, B. F. Análise de Impacto Regulatório: notas sobre a OCDE e sobre o Brasil. Revista Digital de

    Direito Administrativo, Faculdade de Direito de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo, agosto de

    2014. Disponível em www.revistas.usp.br/rdda/article/download/85316/pdf_8. Acesso em 14.04.2015.

    COMISSÃO EUROPÉIA. Better Regulation Guidelines – Guidelines on Stakeholder Consultation.

    http://ec.europa.eu/smart-regulation/guidelines/ug_chap7_en.htm. Acesso em 26.10.2015.

    LOPES RODRIGUES, E. R. Instituições e Políticas de Regulação – Incluindo o Quadro Institucional

    de Tratado de Lisboa. Universidade Técnica de Lisboa. Novembro de 2010.

    OCDE - Organisation for Economic Co-operation and Development, Regulatory Impact Analysis: Best

    Practices in OECD Countries. 1997.

    PINDYCK, R. S.; RUBINFELD, D.L. Microeconomia. 5 ed. São Paulo: ABDR, 2002.

    STIGLITZ, J. Regulation and Failure. In: New Perspective on Regulation. The Tobin Project, 2009.

    Disponível em: http://www.tobinproject.org/sites/tobinproject.org/files/assets/

    New_Perspectives_Ch1_Stiglitz.pdf. Acesso em 14.04.2015.

    TCU - Tribunal de Contas da União. Referencial Básico de Governança do TCU - 2ª versão. Brasília,

    2014. Disponível em: http://portal2.tcu.gov.br/portal/page/portal/TCU/imprensa/noticias/

    noticias_arquivos/031.996-2013-2%20Ag%C3%AAncias%20Reguladoras%20-%20ANTT%20-

    %20Antaq%20-%20An.pdf. Acesso em 13.07.2015

    VALENTE, P. P. Análise de Impacto Regulatório – Uma ferramenta à disposição do Estado. Belo

    Horizonte: Fórum, 2013.

    VARIAN, H. R. Microeconomia: uma abordagem moderna. 8 ed. São Paulo: Campus, 2012

    VIEGAS, C. e MACEDO, B. Capítulo2 – Falhas de Mercado: Causas, Efeitos e Controle. Série GVLaw.

    Direito Econômico Regulatório. Editora Saraiva. 2010.

  • Manual de Análise de Impacto Regulatório

    41

    WIENER, J. B; ALEMANNO, A. Comparing regulatory oversight bodies across the Atlantic: the Office

    of Information and Regulatory Affairs in the US and the Impact Assessment Board in the EU. Disponível

    em http://scholarship.law.duke.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=2939&context=faculty_scholarship.

    Citado por DIAS (2014).