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MINISTÉRIO DA SAÚDE Brasília DF Manual de Controle de Escorpiões

Manual de controle de escorpiões

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Page 1: Manual de controle de escorpiões

ISBN 978-85-334-1573-7

9 7 8 8 5 3 3 4 15 7 73

www.saude.gov.br/svs

www.saude.gov.br/bvs

disque saúde: 0800.61.1997

Manual de C

ontrole de Escorpiões

Ministério da saúdE

Brasília•dF

Manual de Controle de Escorpiões

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Brasília/DF • 2009

Ministério Da saúDesecretaria de Vigilância em saúde

Departamento de Vigilância epidemiológica

série B. textos Básicos de saúde

Manual de Controle de Escorpiões

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Elaboração, edição e distribuição

Ministério Da saúDesecretaria de Vigilância em saúdeDepartamento de Vigilância epidemiológicaorganização: Coordenação-Geral das Doenças transmissíveis por Vetores e a antropozoonoses/CGDt/Devep/sVs/MsProdução: núcleo de Comunicação

Endereço

esplanada dos Ministérios, Bloco Gedifício sede, 1º andarCeP: 70058-900, Brasília – DFE-mail: [email protected]ço eletrônico: http://www.saude.gov.br/svs

Equipe Técnica

Coordenação: ana nilce silveira Maia elkhoury

organização: Daniel nogoceke sifuentes e Fan Hui Wen

elaboração de texto: Denise Maria Candido, emanuel Marques da silva, Vânia Dutra amorim Cerbino e William Henrique stutz

revisão textual e ortográfica: sabrina Lázaro Mendes

Colaboradores: andreia de Pádua Careli Dantas, rosely Cerqueira de oliveira, adriana amantino de Melo Martins, angela Guimarães Pinto Dias Brandão, anna Paula Menezes

Vianna de assis, Daniele oliveira abrão Leal, Jeane Cristina Menezes alves, Luciane rodrigues Coutinho, Magda de Miranda Ladeira, Maria da Consolação Magalhães Cunha, Patrícia iria anderegg, Valdelaine etelvina Miranda de araú-jo, edílson Medeiros de Macedo, Francisco Leopoldo Lemos, Gisele agostini Cotta, ricardo Maciel, rômulo antônio righi de toledo, Gisélia Burigo Guimarães rubio, irene Knysak, sylvia Marlene Lucas, secretaria Municipal de saúde de Bandeirantes/Prefeitura Municipal de Bandeirantes/Pr e Prefeitura do Município de Prata /MG.

Produção editorial

Projeto gráfico: Fabiano Camilo e sabrina Lopes

Diagramação: sabrina Lopes

normalização: Karla Gentil

Figuras

Ângela Midori: 1

ione nogoceke e Daniel nogoceke sifuentes: 26

Denise Maria Candido: 2 a 9, 11 a 22, 27-b, 27-c, 32, 33 e encarte

Fábio Colombini: 10, 23

William Henrique stutz: 25-b, 25-c, 27-a, 28 e 29

emanuel Marques da silva: 24 e 25-a

secretaria Municipal de saúde de Bandeirantes/Pr: 35

© 2009. Ministério da saúde

todos os direitos reservados. é permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada à fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial.

a responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens desta obra é da área técnica.

a coleção institucional do Ministério da saúde pode ser acessada, na íntegra, na Biblioteca Virtual em saúde do Ministério da saúde: http://www.saude.gov.br/bvs

série B. textos Básicos de saúde

tiragem: 1ª edição – 2009 – 20.000 exemplares

impresso no Brasil /Printed in Brazil

Ficha Catalográfica

Brasil. Ministério da saúde. secretaria de Vigilância em saúde. Departamento de Vigilância epidemiológica. Manual de controle de escorpiões / Ministério da saúde, secretaria de Vigilância em saúde, Departamento de Vigilância epidemiológica. – Brasília : Ministério da saúde, 2009.

72p. : il. – (série B. textos Básicos de saúde)

isBn 978-85-334-1573-7

1. animais peçonhentos. 2. Vigilância ambiental em saúde. 3. Fatores de risco. i. título. ii. série.

CDU 614.47:591.145

Catalogação na fonte – Coordenação-Geral de Documentação e informação – editora Ms – os 2009/0396

Títulos para indexação

em inglês: Manual of scorpions controlem espanhol: Manual de control de escorpiones

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Sumário

Apresentação 5

Capítulo1•Biologiadoescorpião 7

1.1 Oqueéumescorpião? 7 1.1.1Morfologiaeanatomia 7 1.1.2Reprodução 8 1.1.3Histórianatural 9

1.2 Quaisasespéciesdeimportânciaemsaúdeeondesãoencontradas? 9 1.2.1 Tityus serrulatus 9 1.2.2Tityus bahiensis 11 1.2.3Tityus stigmurus 12 1.2.4Tityus paraensis 12

1.3 Outrasespéciescomuns,demenorrelevânciaparasaúdepública 14 1.3.1Gênero Tityus 14 1.3.2GêneroAnanteris 18 1.3.3GêneroRhopalurus 19 1.3.4GêneroBothriurus 20 1.3.5GêneroThestylus 21 1.3.6GêneroBroteas 22

Capítulo2•Controledeescorpiões 23

2.1 Porquefazerocontroledeescorpiões? 23

2.2 Aquemcompetefazerocontrole? 23

2.3 Comoorganizarasatividadesdecontroledeescorpiões? 24

2.4 Quandodesencadearumaaçãodecontroledeescorpiões? 25

2.5 Comoprocedernabuscaativa? 26

2.6 Oquefazerparacontrolaraocorrênciadeescorpiões? 30

2.7 Comomonitorareavaliarasaçõesdecontrole? 32 2.7.1Infestaçãodomiciliar 32 2.7.2Intensidadedeinfestação 33

2.8 Controlequímicofunciona? 36

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Capítulo3•Capturadeescorpiões 39

3.1 Legislaçãovigente 393.2 Comocapturarescorpiõescomsegurança? 403.3 Quedestinodaraosescorpiõescapturados? 413.4 Comotransportarescorpiõescomsegurança? 42

Capítulo4•Sistemadeinformação 45

4.1 Comocoletarainformação? 454.2 Comodeveserofluxodeinformações? 464.3 Comoenvolveracomunidadenasaçõesdecontrole? 474.4 Crendiceseperguntasfreqüentes 48

Capítulo5•Escorpionismo 51

5.1 Porqueoescorpionismoéumproblemadesaúdepública? 515.2 Comoocorreoacidente? 555.3 Oqueocorrequandoalguémépicadoporumescorpião? 555.4 Comoprocederemcasodeacidente? 565.5 Oquefazerparaevitaroacidenteescorpiônico? 57

Referências 58

Anexos 59

AnexoA–Ibama:Instruçãonormativanº141,de19dedezembrode2006 61

AnexoB–RegistrodeOcorrênciadeEscorpiões /AnimaisPeçonhentos 65

AnexoC–FichadeBuscaAtivadeEscorpiões 67

AnexoD–ComunicadodeVisita 68

AnexoE–BoletimdeEncaminhamentodeEscorpiões 69

AnexoF–ConsolidadodeAtividadesdeControledeEscorpiões 70

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Apresentação

Aimportânciadosacidentesporanimaispeçonhentosparaasaúdepúblicapodeserexpressapelosmaisde100milacidentesequase200óbitosregistradosporano,decorrentesdosdiferentestiposdeenvenenamento.Destes,oescorpionismovemadquirindomagnitudecrescente,correspondendoem2007a30%dasnotificações,esuperandoemnúmerosabsolutososcasosdeofidismo.

Explicaçõesparaoaumentonaincidênciaestãodiretamenterelacionadasaoagentecausal,comohábitosalimentares,formadereprodução,proliferaçãodasespéciesecomportamento.Aliadoàscir-cunstânciasgeradaspelohomem,essascaracterísticaspodemserextremamenteadaptadas,oquetemlevadoaumgrandeaumentodaspopulaçõesdeescorpiões.Comoagravante,medidasdecontrolere-alizadasdemaneiraerrôneapodemcausarresultadoopostoaodesejado,emespecialemsituaçõesemquenãosãobemconhecidososhábitosdoescorpião,potencializandosuaproliferação,notadamenteemambientesurbanos.

Paraaabordagemdoescorpionismo,asorientaçõescontidasnoManual de Diagnóstico e Tratamen-to dos Acidentes por Animais Peçonhentossupremasnecessidadesdaassistênciamédicaaosacidenta-dos.Noentanto,osserviçosdesaúdecarecemdematerialinstrucionalqueestabeleçanormasepro-cedimentosparaomanejocorretodessesanimais.Organizadosobaformadeperguntaserespostas,estemanualcontemplaoconhecimentobiológiconecessárioparaqueocontrolesefaçademaneiraadequada(incluindoosaspectoslegaisenvolvidos),sobreoenvenenamento,alémdeumanovaorgani-zaçãodevigilânciadosescorpiõesdeimportânciaemsaúdeenvolvendodiferentesesferasdeatuação.

Opúblico-alvodestemanualsãoosprofissionaisdasaúdequeatuamemserviçosmunicipaiseesta-duaisdevigilânciaemsaúdeecontroledeanimaispeçonhentos,sendoestemanualoprimeirodeumasériequesepretendeproduzirvisandoreduziroimpactodosacidentes,respeitando-seolimiteentreohomemeosanimaispeçonhentos.

GersonOliveiraPennaSecretáriodeVigilânciaemSaúde

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Capítulo1

biologia do escorpião

1.1Oqueéumescorpião?

Oescorpiãoéumartrópodequelicerado,pertencenteaoFiloArthropoda(arthro:articuladas/podos:pés),classeArachnida(porteremoitopernas)eordemScorpiones.Adenominaçãoescorpiãoéderi-vadadolatimscorpio/scorpionis.EmcertasregiõesdoBrasil,tambéméchamadodelacrau.

Afaunaescorpiônicabrasileiraérepresentadaporcincofamílias:Bothriuridae,Chactidae,LiochelidaeeButhidae.Estaúltimarepresenta60%dototal,incluindoasespéciesdeinteresseemsaúdepública.

1.1.1MorfologiaeanatomiaOcorpodoescorpiãoédivididoem:▶ Carapaça (prossoma), onde estão inseridos um par de quelíceras (utilizadas para triturar alimen-

to), um par de pedipalpos (pinças ou mãos) e quatro pares de pernas;

▶ Abdômen(opistossoma), formado por: •tronco (mesossoma) onde, na face ventral, se encontram o opérculo genital e os apêndices

sensoriaisemformadepentesquepermitemacaptaçãodeestímulosmecânicosequímicosdomeio,alémdeespiráculosquesãoaberturasexternasdospulmões;

•cauda(metassoma)quepossuinaextremidadeumartículochamadotelsonqueterminaemumferrãousadoparainocularsuapeçonha;otelsoncontémumpardeglândulasprodutorasdevenenoquedesembocamemdoisorifíciossituadosdecadaladodapontadoferrão(figura1).

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Figura 1. Morfologia do escorpião

1.1.2ReproduçãoOsescorpiõessãoanimaisvivíparos.Operíododegestaçãoévariadomas,emgeral,duratrêsmeses

paraogêneroTityus.Duranteoparto,afêmeaelevaocorpoefazum“cesto”comaspernasdianteiras,apoiando-senasposteriores.Osfilhotesrecém-nascidossobemnodorsodamãeatravésdo“cesto”ealipermanecemporalgunsdiasquando,então,realizamaprimeiratrocadepele.Passadosmaisalgunsdias,abandonamodorsodamãeepassamatervidaindependente.Operíodoentreonascimentoeadispersãodosfilhotesvariabastante.ParaTityus bahiensiseTityus serrulatusédeaproximadamente14dias.Osescorpiõestrocamdepeleperiodicamente,emumprocessodenominadoecdise;apeleantigaéaexúvia.Passamporumnúmerolimitadodemudasatéamaturidadesexual,quandoentãoparamdecrescer.

AespécieT. serrulatus(escorpiãoamarelo)reproduz-seporpartenogênese.Assim,sóexis-temfêmeasetodoindivíduoadultopodeparirsemanecessidadedeacasalamento.Estefe-nômenofacilitasuadispersão;porcausadaadaptaçãoaqualquerambiente,umaveztrans-portadodeumlocalaoutro(introduçãopassiva),instala-seeproliferacommuitarapidez.Alémdisso,aintroduçãodeT. serrulatusemumambientepodelevaraodesaparecimentodeoutrasespéciesdeescorpiõesdevidoàcompetição.

espinho sob o ferrão

telson

Carapaça (prossoma)

tronco (mesossoma)

Cauda (metassoma)

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1.1.3HistórianaturalAorigemdosescorpiõesremontaamaisde400milhõesdeanos.Anotóriacapacidadeevolutivae

adaptativapermitiuqueessesanimaisresistissematodososgrandescataclismos.Parasobreviverpormilênios,osescorpiõesseadaptaramaosmaisvariadostiposdehabitat,dosdesertosàsflorestastropi-caisedoníveldomaraaltitudesdeaté4.400metros.Entretanto,amaioriadasespéciestempreferênciaporclimastropicaisesubtropicais.

Atualmente,osescorpiõespossuemexigênciasespecíficastantoemrelaçãoaohabitatemicro-ha-bitatqueocupam,quantoemrelaçãoàscondiçõesdomeioambiente.Dessamaneira,amaioriadasespéciesapresentapadrõesecológicosebiogeográficosprevisíveise localizados.Porém,existemex-ceções,emparticular,nafamíliaButhidae,emqueexistemespéciesdentrodosgênerosTityus,Cen-truroideseIsometrus,queapresentamaltacapacidadedeadaptação,acarretandopadrõesirregularesdedistribuiçãogeográfica.Porisso,podemserencontradosemambientesmodificadospelohomem,principalmenteemáreasurbanas.

Todososescorpiõesatuaissãoterrestres.Podemserencontradosnosmaisvariadosambientes,emesconderijosjuntoàshabitaçõeshumanas,construçõesesobosdormentesdaslinhasdostrens.Pro-curamlocaisescurosparaseesconder.Ohábitonoturnoéregistradoparaamaioriadasespécies.Sãomaisativosduranteosmesesmaisquentesdoano(emparticularnoperíododaschuvas).Devidoàsalteraçõesclimáticasdoglobo,emalgumasregiões,estesanimaistêmseapresentadoativosduranteoanotodo.Sãocarnívoros,alimentam-seprincipalmentedeinsetosearanhas,tornando-osumgrupodeeficientespredadoresdeumgrandenúmerodeoutrospequenosanimais,àsvezesnocivosaoho-mem.Entreosseuspredadoresestãocamundongos,quatis,macacos,sapos,lagartos,corujas,seriemas,galinhas,algumasaranhas,formigas,lacraiaseosprópriosescorpiões.

1.2 Quaisasespéciesdeimportânciaemsaúde eondesãoencontradas?

Das1.600espéciesconhecidasnomundo,apenascercade25sãoconsideradasdeinteresseemsaú-de.NoBrasil,ondeexistemcercade160espéciesdeescorpiões,asresponsáveispelosacidentesgravespertencemaogêneroTityus quetemcomocaracterística,entreoutras,apresençadeumespinhosoboferrão.Asprincipaisespéciescapazesdecausaracidentesgravessão:

1.2.1 Tityus serrulatus Conhecidocomoescorpiãoamarelo (figuras2,3e4),éaprincipalespéciequecausaacidentesgra-

ves,comregistrodeóbitos,principalmenteemcrianças.

▶Principaiscaracterísticas:possuiaspernasecaudaamarelo-clara,eotroncoescuro.Adeno-minaçãodaespécieédevidaàpresençadeumaserrilhanos3ºe4ºanéisdacauda.Medeaté7cmdecomprimento.Suareproduçãoépartenogenética,naqualcadamãetemaproximadamentedoispartoscom,emmédia,20filhotescada,porano,chegandoa160filhotesduranteavida.

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▶Distribuiçãogeográfica:antesrestritaaMinasGerais,devidoàsuaboaadaptaçãoaambientesurbanosesuarápidaegrandeproliferação,hojetemsuadistribuiçãoampliadaparaBahia,Ceará,MatoGrossodoSul,MinasGerais,EspíritoSanto,RiodeJaneiro,SãoPaulo,Paraná,Pernambuco,Sergipe,Piauí,RioGrandedoNorte,Goiás,DistritoFederale,maisrecentemente,algunsregistrosforamrela-tadosparaSantaCatarina.

Figura 2. Tityus serrulatus

Figura 3. T. serrulatus fêmea com filhotes no dorso

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Figura 4. T. serrulatus filhotes no dorso da fêmea

1.2.2 Tityus bahiensisConhecidoporescorpiãomarromoupreto(figura5).▶Principaiscaracterísticas:temotroncoescuro,pernasepalposcommanchasescurasecauda

marrom-avermelhado.Nãopossuiserrilhanacauda,eoadultomedecercade7cm.Omachoédife-renciadoporpossuirpedipalposvolumososcomumvãoarredondadoentreosdedosutilizadoparaconterafêmeadurantea“dançanupcial”queculminacomaliberaçãodeespermatóforonosoloeafecundaçãodafêmea.Cadafêmeatemaproximadamentedoispartoscom20filhotesemmédiacada,porano,chegandoa160filhotesduranteavida.

▶Distribuiçãogeográfica:éaespéciequecausamaisacidentesemSãoPaulo,sendoencontradoaindaemMinasGerais,Goiás,Bahia,EspíritoSanto,RiodeJaneiro,MatoGrosso,MatoGrossodoSul,Paraná,SantaCatarina,eRioGrandedoSul.

Figura 5. Tityus bahiensis

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1.2.3Tityus stigmurus▶Principaiscaracterísticas:oescorpiãoamarelodoNordeste,assemelha-seaoT. serrulatus noshá-

bitosenacoloração,porémapresentaumafaixaescuralongitudinalnapartedorsaldoseumesossoma,seguidodeumamanchatriangularnoprossoma.Tambémpossuiserrilha,porém,menosacentuada,nos3oe4ºanéisdacauda(figura6).

▶Distribuiçãogeográfica:éaespéciequecausamaisacidentesnoNordeste,presenteemPernam-buco,Bahia,Ceará,Piauí,Paraíba,Alagoas,RioGrandedoNorteeSergipe.

Figura 6. Tityus stigmurus

1.2.4Tityus paraensisConhecidoporescorpiãopretodaAmazônia(figuras7,8e9).▶Principaiscaracterísticas:quandoadultos,possuemcoloraçãonegra,podendochegara9cmde

comprimento,porémquandojovens,suacoloraçãoébemdiferente,comocorpoeapêndicescastanhosetotalmentemanchadosdeescuro,podendoserconfundidocomoutrasespéciesdaRegiãoAmazônica.Macho(figura8)efêmea(figura7)sãobemdistintos,sendoqueoprimeiroapresentaospedipalposbastantefinosealongados,assimcomootroncoeacaudaemrelaçãoàfêmea.

▶Distribuiçãogeográfica:espéciecomumnaRegiãoNorte,principalmentenoParáeAmapá.Re-centementeexemplarestêmsidoencontradosnoMatoGrosso.

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Figura 7. Tityus paraensis: fêmea adulta

Figura 8. Tityus paraensis: macho adulto

Figura 9. Tityus paraensis: fêmea com filhotes

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1.3 Outrasespéciescomuns,demenorrelevância parasaúdepública

1.3.1Gênero Tityus

TambémsãoregistradosacidentescausadosporoutrasespéciesdogêneroTityus, porém,suainci-dênciaegravidadesãomenores.

Tityusmetuendus

▶Principaiscaracterísticas:de7a9cmdecomprimento;coloridovermelho-escuro,quasenegrocomdiscretasmanchasnotrocoepernas;4oe5osegmentosdacaudamaisespessoscomrelaçãoaosdemais;presençadeumespinhosoboferrão(figura10).

▶Distribuiçãogeográfica:Acre,Amazonas,Pará,RondôniaeRoraima.

Figura 10. Tityus metuendus

Tityussilvestris

EspéciecomumemtodaRegiãoAmazônicaecausadoradeacidentessemgravidade,principalmen-tenoPará.

▶Principaiscaracterísticas:de2,5a4,5cmdecomprimento;coloridogeralmarromamareladocommanchasemtodoocorpo,pernasepalpos,comexceçãodoúltimosegmentodacaudaedotelson;presençadeumespinhosoboferrão(figura11).

▶Distribuiçãogeográfica:Acre,Amapá,Amazonas,Goiás,MatoGrosso,Pará,RondôniaeTocantins.

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Figura 11. Tityus silvestris

Tityusbrazilae

▶Principaiscaracterísticas:de5a7cmdecomprimento;coloridogeralamarelovermelhado,commanchasescurasnaspernasepalpos;troncocomtrêsfaixasescuraslongitudinaisnodorso;omachopossuiacaudaeospalposmaisfinoselongosqueasfêmeas;presençadeumespinhosoboferrão(figura12).

▶Distribuiçãogeográfica:Bahia,EspíritoSantoeSergipe.

Figura 12. Tityus brazilae

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Tityusconfluens

▶Principaiscaracterísticas:de4a6cmdecomprimento;coloridogeralamareloescuro;pernasepalpossemmanchasetroncoescuro;muitosemelhanteaoTityus serrulatus,porémsemserrilhanacauda;presençadeumespinhosoboferrão(figura13).

▶Distribuiçãogeográfica:MatoGrosso,MatoGrossodoSul,ParanáeTocantins.

Figura 13. Tityus confluens

Tityuscostatus

▶Principaiscaracterísticas:5a7cmdecomprimento;coloridogeralcastanhoamareladocommanchasnaspernasepalpos,asespéciesencontradasnaRegiãoSulapresentamumacoloraçãomaisescura;presençadetrêsfaixaslongitudinaisnafacedorsaldotroncoedeumespinhosoboferrão(figura14).

▶Distribuiçãogeográfica:Bahia,EspíritoSanto,MatoGrosso,MatoGrossodoSul,MinasGerais,Paraná,RioGrandedoSul,RiodeJaneiro,SantaCatarinaeSãoPaulo.

Figura 14. Tityus costatus

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Tityusfasciolatus

▶Principaiscaracterísticas:4,5a7cmdecomprimento;coloridogeralmarrom-amareladocomtrêsfaixaslongitudinaisnafacedorsaldotronco;manchasnaspernasepalpos;presençadeumespi-nhosoboferrão(figura15).

▶Distribuiçãogeográfica:DistritoFederal,Goiás,MatoGrossoeMinasGerais.

Figura 15. Tityus fasciolatus

Tityusneglectus

▶Principaiscaracterísticas:5,5a7,5cmdecomprimento;coloridogeralmarrom-amarelado,porvezesavermelhado;presençadeumtriânguloescuronaregiãoanteriordoprossoma;ausênciademan-chasnaspernasepalpos;presençadeumespinhosoboferrão(figura16).

▶Distribuiçãogeográfica:RioGrandedoNorte,Pernambuco,Sergipe,BahiaeAlagoas.

Figura 16. Tityus neglectus

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Tityusmattogrossensis

▶Principaiscaracterísticas:3a3,5cmdecomprimento;coloridogeralcastanhoamareladototal-mentemanchadonocorpo,pernasepalpos;quartoequintosegmentoscaudaisescurecidosemsuaporçãoposterior;presençadeumespinhosoboferrão(figura17).

▶Distribuiçãogeográfica:Bahia,DistritoFederal,Goiás,MatoGrosso,MatoGrossodoSul,MinasGerais,SãoPauloeTocantins.

Figura 17. Tityus mattogrossensis

1.3.2GêneroAnanteris

Escorpiãocomumemtodasasregiõesdopaís,comrepresentantesdeváriasespécies,sendoasprin-cipaisA. balzanii,A. franckei,A. mauryi eA. luciae(figura18).

▶Principaiscaracterísticas:de2a4cmdecomprimento;coloridogeralmarromclaro,porvezesavermelhado,comváriasmanchasportodocorpo,pernasepalpos;presençadeumespinhosoboferrão.

▶Distribuiçãogeográfica:DistritoFederal,Goiás,MatoGrosso,MatoGrossodoSul,MinasGe-rais,Pará,Paraná,SãoPaulo,Tocantins,Bahia,Paraíba,Sergipe,Pernambuco,RioGrandedoNorte,AmazonaseMaranhão.

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Figura 18. Ananteris balzanii

1.3.3GêneroRhopalurus

Rhopalurusagamemnon

▶Principaiscaracterísticas:de10a11cmdecomprimento;coloridogeralmarrom-escuro,comaspernasamareladasepalposamarelo-escuro;ausênciadeespinhosoboferrão(figura19).

▶Distribuiçãogeográfica:Goiás,Piauí,Bahia,Ceará,MatoGrosso,Pernambuco,Tocantins,Ma-ranhão,MinasGeraiseSergipe.

Figura 19. Rhopalurus agamemnon

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Manual de Controle de escorpiões

Rhopalurusrochai

▶Principaiscaracterísticas:de6a8cmdecomprimento;coloridogeralamarelo-palha,semman-chas;presençadeespinhosoboferrão(figura20).

▶Distribuiçãogeográfica:Ceará,Bahia,Pernambuco,Piauí,RioGrandedoNorte,Alagoas,Paraí-baeSergipe.

Figura 20. Rhopalurus rochai

1.3.4GêneroBothriurus

Bothriurusaraguayae

▶Principaiscaracterísticas:de2,7a3,6cmdecomprimento;coloridogeralmarrom-clarocomdiscretasmanchasescuras;pernasamareladas,tambémcommanchas;presençadegrânulosformandoumarco,nemsemprefechado,nafaceventralposteriordo5osegmentocaudal;ausênciadeespinhosoboferrão.

▶Distribuiçãogeográfica:DistritoFederal,Goiás,MatoGrossodoSul,MinasGerais,Pará,RiodeJaneiro,SãoPauloeSantaCatarina.

Bothriurusasper

▶Principaiscaracterísticas:2a4cmdecomprimento;coloraçãomarromcomumafaixalongitu-dinalamarelanaregiãodorsaldotronco;ausênciadeespinhosoboferrão(figura21).

▶Distribuiçãogeográfica:Alagoas,Bahia,Ceará,Maranhão,Paraíba,Pernambuco,RioGrandedoNorteeSergipe.

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Manual de Controle de escorpiões

Figura 21. Bothriurus sp.

1.3.5GêneroThestylus

Thestylusaurantiurus

▶Principaiscaracterísticas:de3,5a4,5cmdecomprimento;coloridogeralnegro;ausênciadegrânulosformandooarconafaceventilardo5osegmentocaudal;ausênciadeespinhosoboferrão(figura22).

▶Distribuiçãogeográfica:RiodeJaneiro,EspíritoSanto,MinasGerais,SantaCatarinaeSãoPaulo.

Figura 22. Thestylus aurantiurus

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Manual de Controle de escorpiões

1.3.6GêneroBroteas

Broteasamazonicus

▶Principaiscaracterísticas:de6a7cmdecomprimento;coloridogeralmarromescurocomtelsonvemelhoamarelado;ausênciadeespinhosoboferrão(figura23).

▶Distribuiçãogeográfica:Amazonas,RoraimaeRondônia.

Figura 23. Broteas sp.

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Manual de Controle de escorpiões

capítulo2

Controle de escorpiões

2.1Porquefazerocontroledeescorpiões?

Énecessáriocontrolaraspopulaçõesdeescorpiõespeloriscoquerepresentamparaasaúdehumana,jáqueaerradicaçãodessasespéciesnãoépossívelenemviável.Noentanto,ocon-trolepodediminuironúmerodeacidentese,conseqüentemente,amorbi-mortalidade.

Algumasespéciesdeescorpiõessãoextremamenteadaptadasaambientesalteradospelohomem.Essesanimaisdesempenhampapelimportantenoequilíbrioecológicocomopredadoresdeoutrosseresvivos,devendoserpreservadosnanatureza.Jánasáreasurbanas,medidasdevemseradotadasparaquesejaevitadaasuaproliferação,pormeiodeaçõesdecontrole,captura(buscaativa)ema-nejoambiental.

Destamaneira, identificareconheceradistribuiçãodeescorpiõesprevalentespermitiráplanejaredimensionarasestratégiasmaisadequadasdecontroleparaumadeterminadaárea.Dessaforma,épossívelrealizaroserviçodeconscientizaçãodapopulaçãoeprevençãodosacidentesporescorpião.

2.2Aquemcompetefazerocontrole?

Deacordocomoinciso10doart.3ºdaPortariaMS/GMnº1.172,de15dejunhode2004,referenteàorganizaçãodoSistemaÚnicodeSaúde(SUS)eàsatribuiçõesrelacionadasàvigilânciaemsaúde,compete ao município o registro, a captura, a apreensão e a eliminação de animais que representem risco à saúde do homem, cabendo ao estado a supervisão, acompa-nhamento e orientação dessas ações.

Portanto, os estados e municípios devem promover a organização de um programa de controledosanimaispeçonhentosdeimportânciaemsaúde,definindoasatribuiçõeseresponsabilidadesdossetoresquecompreendemavigilânciaemsaúde,juntamentecomoserviçodecontroledezoonoses,núcleosdeentomologiaeoutroscentrosdereferênciaemanimaispeçonhentos.

Asensibilizaçãodeautoridadesegestoresdesaúdeparaaimplementaçãodeparceriasentreórgãosligadosàlimpezaurbana,aosaneamento,àsobraspúblicaseàeducação,éimprescindívelparaaim-

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plementaçãodasmedidasdecontrole.Aliadoaisso,açõescontinuadasdeeducaçãoambientaleemsaúdegarantemaperenidadedasmudançasgeradasapartirdasmedidasdecontrole,demaneiraqueestassejamincorporadasnodia-a-diadapopulação.

2.3 Comoorganizarasatividadesdecontroledeescorpiões?

Aaltacapacidadedeinfestaçãoeproliferaçãodasespéciesdeinteresseemsaúdepúblicadevelevaraodesencadeamentodemedidasdecontroleapartirdaocorrênciaaindaquedeumúnicoexemplarem áreas povoadas, principalmente se este for um escorpião invasor de áreas urbanas como, porexemplo,oT. serrulatus.

Fazeradistribuiçãoespacialdasocorrênciasdosescorpiõesnomunicípioéimportanteparaplane-jarasintervenções,racionalizandocustos,recursoshumanosetempo,garantindomaioreficácianasaçõesdecontrole.Alémdisso,auxilianadelimitaçãodeáreasinfestadasaseremtrabalhadas,onúmerodeimóveiseonúmerodehabitantesexpostosaoriscodeacidente(figura24).

Figura 24. Mapeamento de áreas de risco no município de Bandeirantes/Paraná em ações de controle de escorpiões realizadas entre agosto e dezembro de 2006.

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Asaçõesdecontroledeescorpiõesconsistemem:

▶ Intervenção nas áreas de risco

Asáreasderiscoserãodefinidaspormeiode:1.Notificaçãodeacidente;2.Demandaespontâneadapopulação.

▶ Identificação de áreas prioritárias

Éfeitapormeiodelevantamento,monitoramentoeavaliação,comomapeamentodeáreasdemaiorconcentraçãodeocorrênciaouacidentesporescorpião,pesquisandoinformaçõesprovenientesde:

•Dados do Sinan: mapa de todos os acidentes causados por escorpiões, que foram notificados (via Sinan), ano a ano;

•Registro de Ocorrência de Escorpiões em Residências ou Imóveis Limítrofes; •Registros anteriores dos animais coletados e identificados: mapa de todos os imóveis com registro

de escorpião coletado, identificados em gênero e/ou espécie, ano a ano; levantamento simultâneo de todos os endereços e localidades com a quantidade de animais capturados por imóvel.

Osregistrosgeradosportodasasfontesdeinformaçãodomunicípio(Sinaneregistrosdeocorrên-ciadeescorpiões)devemsermarcadosnomesmomapa,depreferênciadepadrõesdiferentesparatipoderegistroeano.

Combasenaavaliaçãodasituaçãodaocorrênciadeescorpiões,agerênciadoServiçoMunicipaldeSaúdedecontroledeacidentesporanimaispeçonhentosplanejaráasintervenções,aseremrealizadascomopropostoadiante.

Essa situação tambémdeverá ser apresentadaaos segmentosdaadministraçãopública (prefeito,secretáriosmunicipais,etc.),principalmenteaquelesdiretamenterelacionadosàsaçõesaseremefetu-adas,taiscomosecretariadeobras,urbanismo,educação,agricultura,etc.

2.4 Quandodesencadearumaaçãodecontroledeescorpiões?

Aintervençãoparaocontroledeescorpiõesconsistenabuscaativaemtodoequalquerimóvel(áreainternaeexterna)visandoacapturadeexemplares,conhecimentoemanejodosambien-tespropíciosàocorrênciaeproliferaçãodessesanimaiseconscientizaçãodapopulação.

Essabuscaativadeveserdesencadeadaapartirdasseguintessituações:1.Notificaçãodeacidente:devedesencadearvisitadomiciliarparabuscaativaem100%

doscasosocorridosemzonaurbana;2.Demandaespontâneadapopulaçãolevandoemcontaasáreasprioritárias;

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3. Identificaçãodeáreasprioritárias1:abuscaativanessecasodeveráacontecer,nomínimoacadaseismeses.

Emambasassituações,devemservisitadosalémdosimóveisdeocorrência,oslimítrofes(direita,esquerdaefundos)eemfrente.

Nocasodeocorrênciaemzonarural,deve-seestabelecerumraiode100mparabuscaativa.

2.5Comoprocedernabuscaativa?

Havendoocorrênciadeescorpiões,causadordeacidenteounão,ounomonitoramentodeáreasprioritárias,deveserrealizadaabuscaativa.

Devidoaotipodeserviçoqueabuscaativaenvolve–manipulaçãodeentulho,materialdeconstru-ção,etc,estanãodeveserrealizadaporapenasumprofissional,sendonecessárionomínimodois.

Pararealizarasatividadesdebuscaativa,osprofissionaisdevemfazerusodosequipamentosdesegurança(EPI),conformeitem3.2(figura25).

Figura 25. Técnicos de saúde em campo, coletando escorpiões, e utilizando luvas

com raspa de couro e pinça longa.

Oregistrodetodasasatividadesrealizadasdeveserfeitoeminstrumentosprópriosparacadafina-lidade(anexosdeIIaIV).

Otécnicodesaúdedevesolicitaroacompanhamentodoresponsávelpeloimóvelduranteabuscaativaparaqueelesejaconscientizadodoproblemaedasmedidasdeprevenção.

Oslocaisescuros,úmidosecompoucomovimento,tantonaáreaexternacomointernadoimóvel,devemserexaminadoscomespecialatenção.

1Áreasprioritáriassãoaquelasondeháumfavorecimentoambientalparaaproliferaçãodeescorpiões,ondejátenhasidoencontradopelomenosumexemplar.Exemplos:cemitérios,margensdegaleriaspluviais,canais,linhasférreas,terrenosbaldios,olarias,construçõescivis,armazéns,silos,áreascomesgotoacéu-aberto,etc.

a b c

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Abuscaativadeveráserrealizadanasáreasinternaeexternadosimóveis,principalmentenosse-guinteslocais:

Área interna (figuras 26 e 27)

1. assoalhos e rodapés soltos 7. Vigas e telhados em porões, sótãos e forros no teto

2. ralos de cozinha, banheiros e área de serviço 8. Móveis, cortinas, estantes, quadros, lareiras

3. Frestas e vãos de paredes 9. roupas e sapatos

4. Batentes de portas e de janelas 10. objetos empilhados ou jogados

5. Caixas e pontos de energia 11. armários sob pias ou gavetas

6. sistema de refrigeração de ar 12. Panos de chão e toalhas penduradas

Figura 26. Locais de ocorrência provável de escorpiões, a serem observados durante a busca ativa em áreas internas.

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Figura 27. Áreas internas de imóveis propícias para a ocorrência de escorpiões.

Área externa (figura 28)

Locais com material de construção (pilhas de telhas e tijolos, blocos de cimento, entulho, pedras, amontoados de madeira, placas de concreto)

Lixo domiciliar

troncos, galhos e folhas secas caídas

objetos descartados, garrafas empilhadas

Frestas e vãos de muros, tanques, fornos de barro e barrancos, galpões, depósitos, viveiros de mudas e plantas

Caixas de gordura, canalizações de água, caixas de esgoto, de energia

Verificaratentamenteondehámatojuntoaosmurosenascamadasdemateriaisempilhadosqueficamemcontatocomosolo.

a b c

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Figura 28. Áreas externas de imóveis propícios à ocorrência e proliferação de escorpiões

com empilhamento de madeira, tijolos, telhas; terreno baldio e frestas em paredes e janelas.

Áreaspúblicaspróximasaoimóvel,comomargensderios,córregoseriachos,galeriasdeáguasplu-viais,canais,egaleriasdeesgotoebocasdelobopróximasaosimóveistambémsãofocosdeocorrênciadeescorpiões.Contudo,énecessáriaaautorizaçãopréviadosórgãoscompetenteseequipamentosdeproteçãoadequadosparaarealizaçãodeatividadesdecontrolenessasáreas.

Emcasodeprédios,énecessárioverificartodasasáreascomuns,principalmente:fossodoelevador,caixasdepassagemedegordura,caixasepontosdeenergia,lixeirase/oufossodelixo.Deve-secomu-

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nicarocondomíniodosprédiosparaconscientizaçãodosmoradores.Oresponsávelpeloimóveldeveserorientadoaentraremcontatocomoserviçodecontrolecasoencontrenovosescorpiõesnolocal.

2.6Oquefazerparacontrolaraocorrênciadeescorpiões?

As medidas de controle e manejo populacional de escorpiões baseiam-se na retirada/coleta dosescorpiõesemodificaçãodascondiçõesdoambienteafimdetorná-lodesfavorávelàocorrência,per-manênciaeproliferaçãodestesanimais.

Naáreaexternadodomicílio

•Manterlimposquintaisejardins,nãoacumularfolhassecaselixodomiciliar;•Acondicionarlixodomiciliaremsacosplásticosououtrosrecipientesapropriadosefechados,

eentregá-losparaoserviçodecoleta.Nãojogarlixoemterrenosbaldios;•Limparterrenosbaldiossituadosacercadedoismetros(aceiro)dasredondezasdosimóveis;•Eliminarfontesdealimentoparaosescorpiões:baratas,aranhas,griloseoutrospequenos

animaisinvertebrados;•Evitaraformaçãodeambientesfavoráveisaoabrigodeescorpiões,comoobrasdeconstrução

civileterraplenagensquepossamdeixarentulho,superfíciessemrevestimento,umidadeetc;•Removerperiodicamentemateriaisdeconstruçãoelenhaarmazenados,evitandooacúmulo

exagerado;•Preservarosinimigosnaturaisdosescorpiões,especialmenteavesdehábitosnoturnos(corujas,

joão-bobo,etc.),pequenosmacacos,quati,lagartos,saposegansos(galinhasnãosãoeficazesagentescontroladoresdeescorpiões);

•Evitarqueimadasemterrenosbaldios,poisdesalojamosescorpiões;•Removerfolhagens,arbustosetrepadeirasjuntoàsparedesexternasemuros;•Manterfossassépticasbemvedadas,paraevitarapassagemdebarataseescorpiões;•Rebocarparedesexternasemurosparaquenãoapresentemvãosoufrestas.

Naáreainterna

•Rebocar paredes para que não apresentem vãos ou frestas;•Vedar soleiras de portas com rolos de areia ou rodos de borracha;•Reparar rodapés soltos e colocar telas nas janelas;•Telar as aberturas dos ralos, pias ou tanques;•Telar aberturas de ventilação de porões e manter assoalhos calafetados;•Manter todos os pontos de energia e telefone devidamente vedados.

Observação:emáreasrurais,apreparaçãodosoloparaplantiopodepromoverodesalojamentode escorpiões de seu habitat natural (barranco, cupinzeiros, troncos de árvores abandonadas porlongosperíodos).

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VerificaçãoemcemitériosPoroferecerabrigoealimentoemabundância,oscemitériosconstituemexcelentes locaisparaa

proliferaçãoepermanênciadosescorpiões(figura29).Asaçõesdecontrolenessesambientessãone-cessáriasevisamevitarainfestaçãodosimóveisdasáreasdeseuentorno.

Figura 29. Túmulos mal conservados, propícios para proliferação de escorpiões.

Atividades de controle em cemitérios

•Realizar levantamento dos túmulos mal-conservados e comunicar a gerência do cemitério para providenciar a vedação adequada dos mesmos;

•Inspecionar objetos e outros materiais que sirvam de abrigo para escorpiões como: material de construção, lixo, folhas secas, troncos e galhos caídos, objetos descartados, garrafas, vasos, etc.;

•Examinar galpões e depósitos; •Solicitar a remoção de restos de material de construção fora de uso e outros que sirvam de abrigo

de escorpiões;•Examinar frestas, vãos dos muros, canaletas de escoamento de água de chuva.

Nãosedeve,emhipótesealguma,violartúmulospararealizarcapturadeescorpiões,poisconstituicrimeprevistonoCódigoPenalBrasileiro(TítuloV,capítuloII,Artigo210).

Aconfecçãodecroquicontendodivisãodasquadras,númerodejazigosporquadra,setorizaçãodaáreaporagente,permitirádimensionaronúmeroderecursoshumanosnecessáriospararealizaçãodasatividadesemelhororganizaçãodotrabalho.

Casonãosejapossívelrealizarabuscaativaeacapturasemanal,recomenda-secapacitareequiparosfuncionáriosdocemitério,afimdequeessasatividadessejamrealizadasrotineiramente.

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Manual de Controle de escorpiões

2.7Comomonitorareavaliarasaçõesdecontrole?

Paramonitorareavaliaraeficiênciadasaçõesdecontroleénecessárioconstruirindicadoresquepermitamestabeleceroníveldeinfestaçãodomiciliareaintensidadedessainfestação.Essesindica-doresdevemserconstruídosapartirdo levantamentodedadosobtidosnasvisitasdomiciliaresdebuscaativadeescorpiõesouinquéritossobreaocorrênciadeescorpiões,comaparticipaçãodeoutrosprofissionais,comoagentescomunitáriosdesaúdee/ouagentesdeendemias.

2.7.1InfestaçãodomiciliarÉdefinidacomoapresençadeescorpiãodeinteresseemsaúde,ouvestígiosdesuapresençacomo

suaexúvia,detectadadurantearealizaçãodavisita.Podeserreferidaaqualquerlocalemrelaçãoaototaldeunidadesinvestigadasporvigilância.

Oparâmetroaserutilizadoéaunidadedomiciliar(UD),constituídapelahabitaçãohumana,seusanexoseespaçopróximoàhabitação.

Índice de Infestação Domiciliar = nº de UD positivas x 100 nº de UD pesquisadas ou sob vigilância

ApositividadenaUDédadapelapresençadeexemplaresvivosoumortosdeescorpiões,ouvestí-giosdesuapresença(exúvia).ÉtambémconsideradaUDpositivaaquelaemqueomoradorestiverdepossedoescorpião.

Ograudeinfestaçãodomiciliarrepresentaaproporçãodeunidadesdomiliciaresnasquaisforamencontradosescorpiõesemrelaçãoàsunidadesdomiciliaresvisitadas.

Deacordocomaproporçãodeunidadesdomiciliarespositivas,sãoestabelecidososníveisdeinfes-taçãodomiciliar,devendoomonitoramentoserfeitocomoobjetivodereduzirem,pelomenos,umníveloíndiceobtido.

Tabela 1. Classificação dos níveis de infestação/dispersão

Níveis (%) Classificação

> 50 altíssima

26 – 50 alta

1 – 25 Média

zero Baixa

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Manual de Controle de escorpiões

2.7.2Intensidadedeinfestação

Avaliaaquantidadedeescorpiõesencontradaemumconjuntodeunidadesdomiciliarespositivas.

Índice de Intensidade de Infestação = nº de escorpiões encontrados nº de UDs positivas

Sãocontabilizadososescorpiões,ousuasexúvias,coletadospelotécnicodesaúdeduranteabuscaativa,ounocasodoescorpiãoestardepossedomorador.

Exemplo 1 (figura 30)NomunicípiodeSãoMiguelumachamadatelefônicaemumbairrodaperiferiadeslocouaequipe

paravisita.Acasadomoradorsolicitante(H)tem,comolimítrofes,casasresidenciaisdeambososla-dos,porémofundofazlimitecomumterrenoaberto;nafrente(dooutroladodarua)háumaescola.

Figura 30. Planejamento de visita e busca ativa a partir de solicitação para controle de escorpiões.

Etapa1.VisitaaodomicilioelimítrofesAotodo,foramvisitadas,alémdaunidadedomiciliardosolicitante[1],asquefazemlimiteàdireita

[2]eàesquerda[3],eaqueladefrentedooutroladodarua[4],alémdoterrenoqueficaaosfundos

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Manual de Controle de escorpiões

dacasasolicitante[5].Aáreademarcadaembrancoindicaoespaçoterritorialinspecionadonabuscaativadeescorpiões,tantonointracomoperidomicílio.

Omoradorsolicitantehaviacoletadoumescorpiãopróximoaoralodaáreadeserviço,quefoien-treguemortoaotécnicodesaúde,acondicionadoemrecipienteplásticocomumpoucodeálcool.Ainvestigaçãoresultounoencontrodemaisumexemplarnacasadoprópriosolicitante.

Etapa2.Cálculodosindicadoresna1ªvisita

Infestação Domiciliar = 1 casa com escorpiões x 100 = 20%

5 casas visitadas

Intensidade de Infestação = 2 escorpiões encontrados = 2

1 casa em que foi encontrado

Etapa3.AvaliaçãoeencaminhamentosConsiderouassimumaáreademédiainfestaçãoeasorientaçõesparaseevitarapresençadeescor-

piõesforamrepassadasparaomorador.

Etapa4.RevisitaQuatromesesapós,aequipedasecretariamunicipaldesaúdefoinovamentechamada,destavez

pelomoradordacasavizinhaàesquerda[3],devidoaoencontrodemaisseisescorpiõeseminteriordaresidência.Voltandoaolocalapósasegundasolicitação,constatou-seque,alémdosseisescorpiõescapturados,outrosquatrohaviamsidocoletadosnoterrenolocalizadonosfundosdacasa,cujalimpe-zanãoincluiuaremoçãodeentulho.

Etapa5.Cálculodeindicadoresna2ªvisita

Infestação Domiciliar = 2 casas com escorpiões x 100 = 40%

5 casas visitadas

Intensidade de Infestação = 10 escorpiões encontrados = 5

2 casas em que escorpiões foram encontrados

Etapa6.ReavaliaçãoAocontráriodoqueseesperava,oníveldeinfestaçãodomiciliaraumentou,bemcomoasuainten-

sidade.Aáreavisitada,queanteshaviasidoconsideradacomodemédiainfestação,passouaserdealtainfestação,de25para40%,aumentandoemtrêspontosasuaintensidade,de2para5.

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Manual de Controle de escorpiões

Etapa7.EncaminhamentosApósnovaorientaçãoaosmoradoresdascasas,buscou-seidentificaroproprietáriodoterrenosen-

doumanotificaçãoenviadapelasecretariadeinfra-estruturadomunicípioparaomesmoprocedesseàlimpezadoterreno.

Exemplo 2 (figura 31)EmumaglomeradodacidadedeNovaLimeira,doisacidentesporescorpiãoforamregistradosno

Sinanemummês.Avisitaaolocaldosacidentesocorreutrêssemanasapósainclusãodosdadosnosis-tema.Asinformaçõessãorepassadassemanalmentepelaequipedevigilânciaresponsávelpeloagravo.

Figura 31. Planejamento de busca ativa a partir de acidentes por escorpiões.

Etapa1.VisitaaodomicílioelimítrofesNocasoA( áreademarcadaemvermelho):foramencontradosdoisescorpiõesnaparedeexter-

na,emfrestasdemadeira,dacasaondeoacidentehaviaocorrido(1).Ainspeçãonaárearesultounacoletadeoutroscincoescorpiões,doisnacasaemfrente(7)etrêsnacasalimítrofeàdireita(2).

NocasoB( áreademarcadaemverde):dezescorpiõesforamcoletadosdeumburaconaparededealvenaria,ondebaratas tambémseencontravamalojadas.Todos foramretiradosdo terrenoemfrente(7)dacasaondeoacidenteocorreu.

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Etapa2.Cálculodeindicadores

ÁreaA:

Infestação Domiciliar área 1 = 3 casas com escorpiões encontrados x 100 = 43%

7 casas visitadas

Intensidade de Infestação área 1 = 7 escorpiões encontrados = 2,3

3 casas onde escorpiões foram encontrados

ÁreaB:

Infestação Domiciliar área B = 2* x 100 = 28,5%

7

Intensidade de Infestação área B = 10 = 5,3

2*

*Duas unidades domiciliares (uma referente ao local do acidente e outra ao do encontro de escorpiões). Para fins de cálculo dos indicadores, considerar o terreno como uma unidade domiciliar.

Etapa3.AvaliaçãoeencaminhamentoAáreaAapresentaumamaiorexpansãonaocorrênciadeescorpiões,traduzidapeloíndicedein-

festaçãomaiselevado.Poroutrolado,aconcentraçãonaáreaBpropiciaummaiorriscodeacidentes.Ambasdevemsertrabalhadasnosentidodereduzirosindicadores.

2.8Controlequímicofunciona?

Não,ohábitodosescorpiõesdeseabrigarememfrestasdeparedes,embaixodecaixas,pape-lões,pilhasdetijolos,telhas,madeiras,emfendaserachadurasdosolo,juntamentecomsuacapacidadedepermanecermesessemsemovimentar,tornaotratamentoquímicoineficaz.

Oquetambémtornaosescorpiõesresistentesaosvenenoséofatodepossuíremohábitodeper-maneceremlongosperíodosemabrigosnaturaisouartificiaisqueimpedemqueoinseticidaentreemcontatocomoescorpião.Alémdisso,possuemcapacidadedepermanecercomseusestigmaspulmo-naresfechadosporumlongoperíodo.Aaplicaçãodeprodutosquímicosdehigienizaçãodomésticacompostosporformaldeídos,cresóiseparacloro-benzenosedeprodutosutilizadoscomoinseticidas,raticidas,mata-baratasourepelentesdogrupodospiretróideseorganofosforadosnãosãoindicados

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Manual de Controle de escorpiões

porcausaremodesalojamentodosescorpiõesparalocaisnãoexpostosàaçãodessesprodutos,aumen-tandooriscodeacidentes.Alémdisso,cria-seafalsasensaçãodeproteçãoporpartedosmoradoresqueacreditamqueoproblemafoiresolvido,passandoanegligenciarotratocomoambiente.

Atéopresentemomentonãofoidefinidacientificamenteaeficáciadosprodutosquímicosnocon-troleescorpiônicoemambientenatural.Invariavelmente,porocasiãodolançamentodenovosprodu-tosnomercado,aindicaçãodeseuusonãovemrespaldadaporexperimentosconfiáveis.Ilustrandooexpostopodemoscitaraausênciaquaseabsoluta,deregistrosderótulodosprodutosnomercadonacionaleinternacionalparatalfinalidade.

Nocasodanecessidadedecontrolarbaratasemlocaiscompresençadeescorpiões,recomenda-seousodeformulaçõestipogeloupó.Estaatividadedeveserexecutadasomenteporprofissionaisdeempresasespecializadas.

Emáreasavaliadascomoprioritárias,éimportantelembrarqueaaplicaçãodeinseticidasparacon-troledeoutrosagravos(dengue,malária,leishmaniose,chagas,etc.)poderáaumentaraprobabilidadedeacidenteporescorpiãodevidoaoefeitoirritantedessesprodutosqueprovocadesalojamento,eli-minaçãodefontedealimentoepredadores.Porisso,énecessárioqueapopulaçãodesseslocaissejadevidamenteconscientizadaquantoàsmedidasdeprevençãodeacidentes,previamenteàaplicaçãodestesprodutos.

importante:Oagentedesaúdenãodeverealizarnemrecomendaraoproprietáriodoimóvelaaplicaçãodeprodutosquímicos.

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Manual de Controle de escorpiões

CAPÍTULO3

CAPTURA DE ESCORPIÕES

3.1Legislaçãovigente

AcoletaecriaçãodeanimaissilvestressãoregulamentadaspeloEstado,devendoserautorizadaspeloInstitutoBrasileirodoMeioAmbienteedosRecursosNaturaisRenováveis(Ibama):

Art.1ºOsanimaisdequaisquerespécies,emqualquerfasedoseudesenvolvimentoequevivemnaturalmenteforadocativeiro,constituindoafaunasilvestre,bemcomoseusninhos,abrigosecriadourosnaturaissãopropriedadedoEstado,sendoproibidaasua

utilização,perseguição,destruição,caçaouapanha.(BRASIL,1967)

Omanejodeescorpiõesexigeumasériedecuidados,nãosócomoambienteemquevivem,mastambémnomanuseio,quedeveserfeitoporprofissionalcomexperiência.Nocasodemanutençãoemcativeirocomfinscientíficos,todasasnormasdispostasnaPortariaIbamanº016,de4demarçode1994,devemserseguidas,deformaapreservarasaúdedosanimaisedohomem.

Assimcomoacriaçãoemcativeiro,acaptura,acoletaeotransportedematerialzoológicotambémsãoregulamentados,sendodecompetênciadoIbama,conformePortarianº332/90eInstruçãoNor-mativa109/97.Porissosomenteseustécnicosouprofissionaisautorizadoselicenciadossãohabilita-dosacoletarosescorpiões.

Osanimaiscapturadosdevemserenviadosparainstituiçõesdepesquisacomouniversidades,zoo-lógicosouinstitutosqueproduzemsoro,poisrepresentamimportantematerialcientíficoeparapro-duçãodosantivenenos:

Observadaa legislaçãoeasdemais regulamentaçõesvigentes, sãoespéciespassíveisde controle por órgãos de governo da Saúde, da Agricultura e do Meio Ambiente,semanecessidadedeautorizaçãoporpartedoIbama(...):(...)artrópodespeçonhentos

einvertebrados(...).(BRASIL,2006)

Ouseja,havendoprogramasespecíficosdosreferidosórgãosparacontroledeescorpiõesecom-provaçãodaimportânciadacoletaedaparticipaçãodocoletornoprograma,éautorizadaacoleta.Nessecaso,estãoincluídososCentrosdeControledeZoonoses,órgãosmunicipaisresponsáveispelocontroledeagravosedoençastransmitidasporanimais(zoonoses).

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Manual de Controle de escorpiões

Animaissilvestres,entreosquaisseincluemosescorpiões,têmsidoalvodebiopiratariaetráficoconstante.Umavezcapturados,têmsidomantidosilegalmenteemcativeirocomfinscomerciais,sejaparaobtençãodoveneno,sejaparavendaemanutençãocomoanimaisdeestimação.Nocasodedetec-çãodevendadestesanimaissemadevidaautorização,oIbamadevesernotificadopormeiodaLinhaVerde:0800618080.

3.2Comocapturarescorpiõescomsegurança?

Quandodevidamentehabilitado,oprofissionalpodecoletaroescorpiãocomoauxíliodealgunsequipamentos.Ousodeequipamentosdeproteçãoindividual(EPI)éobrigatórioduranteasatividadesdevistoriaecapturadeescorpiões.

Osmateriaisparaarealizaçãodasatividadesdecampoincluem:• Bota ou sapato fechados;• Calça comprida (colocar a boca da calça para dentro da meia);• Camisa de manga curta ou longa com pulso justo; • Luvas de “vaqueta” (luva de eletricista) ou raspa de couro; • Pinça anatômica de aço inoxidável com aproximadamente 20 cm (a pinça de bambu pode ser uma

alternativa);• Boné ou chapéu (cabelos longos devem ser mantidos presos);• Crachá com identificação do agente;• Recipiente transparente, preferencialmente de plástico (ex.: coletor universal), com boca larga e

tampa rosqueada;• Para manter os escorpiões vivos, pote com tampa perfurada e algodão umedecido com água;• Álcool etílico (70%) para fixação e conservação dos animais;• Prancheta, caneta e lápis;• Boletins de campo (sugestões em anexo);• Etiqueta adesiva ou fita crepe para identificação dos recipientes;• Lanterna com pilhas;• Material educativo contendo as medidas de prevenção de acidentes e manejo ambiental;• Bolsa de lona ou similar para transporte dos materiais.

Em locais propícios à presença de roedores silvestres associados ao hantavírus, utilizar máscaradescartávelP3contrainalaçãodepoeira.

Osescorpiõesdevemserapreendidos,compinçaadequada,pelometassoma(cauda)ecolocadoemumrecipientequedeverásermantidoemlocalprotegidodosoledachuva.Éimportanteprovidenciarseutransporteparaumdos locaisderecepção.Devemsermantidosemlocaisondeascriançasoupessoascuriosasnãotenhamacesso.

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secretaria de Vigilância em saúde/Ms • 41

Manual de Controle de escorpiões

3.3Quedestinodaraosescorpiõescapturados?

Duranteasatividadesdecontroleemanejopopulacionaldeescorpiões,osexemplarescoletadosnosimóveisvistoriadospodemterdiferentesdestinos.

AnimaismortosOdestinodosescorpiõesmortospodeser:1.Coleção didática: exemplares representativos da região, identificados pelo local e data de coleta

ou captura e acondicionados em vidros com álcool, constituem ferramenta útil para orientar a população quanto ao reconhecimento dos animais;

2.Identificação de espécies: exemplares de ocorrência não registrada para a região, ou que suscitem dúvidas em sua identificação devem ser enviados a um serviço de referência para confirmação;

3.Descarte: exemplares não utilizados nas situações acima, que apresentem mau estado de conser-vação devem ser desprezados seguindo regras para descarte de material biológico.

Osanimaiscapturadosdevemseracondicionadosemfrascoscomálcoolcomidentificaçãopreen-chidaalápis,dentrodofrasco,conformeetiquetaabaixo:

Nº Ficha ____________________ Data de coleta ______/______/________

Nome do coletor _________________________________________________________________________

Local de coleta (endereço) _________________________________________________________________

Bairro _____________________________ Município _________________________________ UF _______

Onºdaficharefere-seaomesmonúmerodafichadebuscaativadeescorpiões;adataéadatadacoleta;onomeéodocoletor;olocalrefere-seaologradouroondeocorreuacoletadoescorpião,bemcomoomunicípioeaUF.

AnimaisvivosOdestinodosescorpiõesvivospodeser:1. Identificação de espécies: exemplares de ocorrência não registrada para a região, ou que suscitem

dúvidas em sua identificação devem ser enviados a um serviço de referência para confirmação;2.Produção de soros: desde que em segurança, os animais podem ser encaminhados para os labo-

ratórios produtores de soro antiescorpiônico e antiaracnídico.

Recomenda-sequeaidentificaçãodeumaespécienãoautóctonesejainformadaimediatamenteaosdiferentesníveishierárquicos,paraomonitoramentodaáreaeeventuaismedidasdecontroleadicionais.

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42 • secretaria de Vigilância em saúde/Ms

Manual de Controle de escorpiões

3.4Comotransportarescorpiõescomsegurança?

Osanimaiscoletadospelapopulaçãooucapturadosduranteavisitadevemseracondicionadosempotesindividuaisparacadaimóvel,eidentificadoscomnumeraçãorelativaaorespectivoBoletimdeBuscaAtiva.

Otransportedeanimaisvivoséumaoperaçãoqueexigecuidadopeloriscodeacidente.Asem-balagens deverão estar firmes e rotuladas com avisos bem visíveis, alertando sobre a natureza domaterialtransportado.

Folhassecasoubolasdepapelnãodevemserusadascomosubstratoporaumentaroriscodeacidenteduranteomanuseio.Osanimaisnãodevemnuncaseracomodadosemrecipientesdepapel/papelãopois,seestematerialmolhar,podeserasgare/oudesmanchareosescorpiõesescaparem.

Osescorpiõespodemseracomodadosemcaixasdeplástico,comsuperfícielisaparanãosubiremecomtampafurada.Asdimensõespodemvariarconformeaquantidadedeanimais.Para30animais,sãorecomendadascaixasde22x12x14cm;paramaisdecemanimaisascaixaspodemserde40x25x35cm(figura32).

Dentrodelasdevesercolocadoalgodão,papel,oupedaçodepano/gaze,umedecidocomágua,fixa-docomfitaadesivaaofundodacaixaparaevitarochoqueentreosanimaisduranteotransporte.

Figura 32. Caixas de plástico com furos na tampa para transporte de escorpiões vivos.

Paraaumentaracapacidadedorecipiente,eevitarochoqueentreosanimaisoumesmocontraasparedesdoreservatórioduranteotransporte,recomenda-secolocarbandejasdeovossobrepostas,oqueevitainclusiveocanibalismo.Pedaçosdepapelãooutubosdepapelhigiênicoepapeltoalhatam-bémpodemserutilizados.Estetipodesubstratofacilitaavisualizaçãodosescorpiõesereduzoriscodeacidentesaomanuseá-los.

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Manual de Controle de escorpiões

Paraumarmazenamentoetransportemaisadequado,podemserconfeccionadascaixasdevidro(40/25/30cm)quedevemseracomodadasemumacaixadeisoporparaisolamentotérmico,paraserutilizadaemcasosdeviagenslongasemuitoquentes.Internamente,oprocedimentoéigualàscaixasdeplástico.Nestascaixas,podemseracomodadosatécercade400animaisvivos(figura33).

Figura 33. Seqüência de organização de caixa de vidro e isopor para transporte de escorpiões vivos.

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Manual de Controle de escorpiões

CAPÍTULO4

SISTEMA DE INFORMAÇÃO

4.1Comocoletarainformação?

Paracadaetapadaatividade sãonecessários instrumentosparacoletae consolidaçãodosdadosquecontenhamelementosespecíficosparacadaatividadeenívelhierárquico,seguindoosmodelospropostosabaixo:

RegistrodeOcorrênciadeEscorpiões(AnexoB)Destinadoaosserviçosmunicipaisencarregadosdaexecuçãodasvisitasdomiciliares.Esteregistro

visaconstituirumarelaçãocontendoasdemandasgeradas,sejaporacidenteoureclamação,duranteumdeterminadoperíodo.Destemodo,oplanejamentodasaçõespoderáserfeitodeacordocomasprioridadesestabelecidaspeloserviço,taiscomoaconcentraçãodesolicitaçõesemumcurtoperíododetemponumamesmalocalidadeoubairro.

A identificação dos locais, por meio de mapeamento, facilita a definição das áreas prioritárias aseremvisitadas.

FichadeBuscaAtivadeEscorpiões(AnexoC)Apartirdospontosprioritários,determinadosnoregistrodeocorrência,oserviçodesaúdeencar-

regadoderealizarocontroledeescorpiõesnoâmbitomunicipalvaiacampoparaavisita.Encontrandoomoradordodomicílioouoresponsávelpeloimóvelquesolicitouaação,éaplicadoumquestionárioparaseconhecerascondiçõesdehabitaçãoeusodoimóvel.

Averificaçãodasáreasinternaseexternasérealizadaaseguir;internamente,devemserinspecio-nadostodososcômodos,comênfasenoslocaisdeterminadosemumroteiropré-estabelecido(figuras26e27).Asimpressõessobreavisitadevemserregistradas,bemcomooencontrodeanimaisvivosoumortos.Afichadeveserpreenchidaemduasvias,umaparaoproprietárioouresponsávelpeloimóveleaoutraparaosetorresponsávelpelocontrole.

Aconsolidaçãodosdadosreferentesàsatividadesdecapturadeescorpiõeselevantamentosobreolocalsefarápormeiodaalimentaçãodeumabasededadosemmeioeletrônico.Umaplanilhaele-trônicacontendoasinformaçõespertinentesparaonívelregionalereferênciaserágeradaapartirdadigitaçãodasfichasindividuaisdebuscaativa.

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46 • secretaria de Vigilância em saúde/Ms

Manual de Controle de escorpiões

ComunicadodeVisita(AnexoD)Casooproprietárioouresponsávelpeloimóvelestejaausentenomomentodavisita,inviabilizando

assimarealizaçãodaaçãodecontrole,umcomunicadodevisitaserápreenchidoecolocadoàvistadosolicitanteparaciênciadoocorrido.Deveserdestacadoedepositadoemlocalacessível(nacaixadocorreioousobaporta),mantendo-seocanhotoempoderdoserviçoresponsávelpelavisita.Noregis-trodeocorrênciadeescorpiõesumreagendamentodeveráserfeito,levandoemcontaaorganizaçãodoserviçoeadisponibilidadedostécnicosparaoretornodolocal.

BoletimdeEncaminhamentodeEscorpiões(AnexoE)Registraosdadosreferentesaosanimaiscoletadosporocasiãodavisitaedestinadosaolaboratório

dereferênciaparaaidentificação.Nopreenchimentodoscamposessenciaisdevemconstaronúmerodafichadebuscaativadeescorpiões,onúmerodeescorpiõescoletadosduranteabuscaativaquege-rouavisita,obairroondefoirealizadaacoletaeadatadacoleta.Umaplanilhacontendooscamposessenciaisdeveserorganizadaparapreenchimentodoúltimocampo(Identificação)pelolaboratóriodereferênciaquandodoretornodasinformações.

ConsolidadodeAtividadesdeControledeEscorpiões(AnexoF)Registra todos os dados referentes às atividades de controle de escorpiões desempenhadas no

trimestre.

4.2Comodeveserofluxodeinformações?

Ofluxodeinformaçõesdeveterperiodicidadetrimestral,apartirdoscentrosquerealizamasaçõesdecontroleemanejodepopulaçõesdeescorpiõesatéonívelfederal.

Estefluxoéorganizadoemduaspartes:ofluxodeinformaçõeseofluxodeencaminhamentodeanimais,tantoparaidentificação,comopararegistrodeocorrência.

Ofluxodeinformações(figura34)deveráocorrerconformedescritoaseguir:1.O setor da Secretaria Municipal de Saúde responsável pela vigilância e controle de animais pe-

çonhentos deverá encaminhar cópias do anexo I à Regional de Saúde, de preferência por via eletrônica, contendo o consolidado das ações de controle de escorpiões realizadas no trimestre (anexo VI), ou conforme demanda;

2.A Regional de Saúde deve então consolidar as informações dos municípios e repassá-las ao nível central da Secretaria de Estado da Saúde em planilha semelhante;

3.Da mesma forma, a Secretaria de Estado da Saúde deve consolidar os dados referentes ao estado e repassar à gerência do programa de vigilância de acidentes por animais peçonhentos do Minis-tério da Saúde em uma planilha com a mesma estrutura dos demais níveis.

Ofluxodeanimaisdeveráocorrerconformedetalhadonocapítulo4,item4.3destemanual.

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Manual de Controle de escorpiões

notificação de ocorrência acidente de escorpião

regional de saúde

análise e divulgação das informações para órgãos

de interesse

Coleta e captura

secretaria estadual de saúdenúcleos de entomologia aracnologia estadual

secretaria de Vigilância em saúdeMinistério da saúde

supervisão de atividades de identificação – nacionais

Laboratórios produtores Coleções científicas Material didático

secretaria Municipal de saúdeVisita técnica

informaçãoescorpiões capturados

Figura 34. Fluxograma do sistema de controle de escorpiões.

4.3Comoenvolveracomunidadenasaçõesdecontrole?

Asaçõesdeeducaçãoemsaúdeeeducaçãoambientaldevemser realizadasdurante todooano,principalmentenasáreasavaliadascomoprioritárias.AparceriacomaSecretariadeEducaçãoéfun-damentalparaaconscientizaçãodasmedidasdeprevençãodeacidentesporescorpiõeseseucontrole,einserçãodestetemanoconteúdodosdiversosníveisescolares.Issopodeserfeitodemaneiramaiseficientepormeiodacapacitaçãodeprofessores,deáreasrelacionadas,deescolassobreabiologia,ecologia,manejo,prevenção,econtroledeescorpiões.

Paraosucessodasaçõesdecontrole,éimprescindívelqueacomunidadesejainformadadasatividadesaseremdesenvolvidasequeparticipeativamente,colaborandoparamodificarascondiçõesdeprolifera-çãodeescorpiões.Utilizarosmeiosdecomunicação(rádio,televisão,jornal)éumaeficienteestratégiaparaconseguirasensibilizaçãoemobilizarapopulaçãoaparticiparativamentenasaçõesdecontrole.

Açõeseducativasemrelaçãoaoriscodeacidentes,primeirossocorrosemedidasdecontroleindi-vidualeambientalfazempartedasatividadesaseremdesenvolvidasduranteasvisitas.Namedidadopossível,oenvolvimentodediversosoutrosníveiscomoescolas,igrejaseoutrasassociaçõescomunitá-rias,paraarealizaçãodeatividadesdeeducaçãoambientaleconscientizaçãopodemelhoraroalcancedessasações(figura35).

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48 • secretaria de Vigilância em saúde/Ms

Manual de Controle de escorpiões

Figura 35. Ações de educação em saúde, incluindo exposição de cartazes, folhetos e animais, maquete de ambiente propício à ocorrência de escorpiões. Feira de saúde no município de Bandeirantes/Paraná, 2007.

4.4Crendiceseperguntasfreqüentes

Oescorpiãoataca?Não,oescorpiãosedefende.Ferroaapenasquandoémolestado,parasedefender,ouseja,quando

alguémcolocaamãoouencosta-seneleintencionalmenteousemperceber.

Seeuencontrarumescorpiãonaminhacasasignificaqueencontrareioutros?Provavelmentesim,masnãoéobrigatório,poisnemsemprevivememgrupos.Sãoanimaissolitá-

rios,porémemáreasurbanasconcentram-seemlocaisdefácilacessoàcomidaeaoabrigo.

Osescorpiõesformamninhos?Não,masexistemlocais,principalmenteemáreasurbanas,quefavorecemoseuaparecimentoem

maiorquantidade.Poroutrolado,deslocam-seotempointeiro,semnecessariamenteretornaraomes-molocal.

Oescorpiãosobenovidro?Não,osescorpiõesnãosobememsuperfíciestotalmentelisas.

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Manual de Controle de escorpiões

Seumescorpiãoperderumapartedeseucorpo(pernas,cauda),eleconsegueseregenerar?Não,somentealgunsexemplares,quandomuitojovens,regenerampartedaspernas.Nafaseadulta,

nãotrocammaisdepele,portantonãoconseguemregenerarpartesperdidas.Nocasodeperdadacau-da,oanimalmorreporperdadehemolinfaouporobstruçãodoseuintestinoqueterminanofinaldacauda.Otelsonnãoéumórgãovitalparaoescorpiãomasamorteporfaltadealimentopodeocorrernasespéciesquedependemdovenenoparaparalisarapresa.

Oescorpião,quandocolocadoemumarodadefogo,cometesuicídio?Não.Narealidade,oescorpiãomorredesidratadopelaaçãodocalorintenso.Osmovimentosque

simulamumaferroadanadamaissãoquereaçãodedefesaaumagressor,nocaso,ofogo.

Todoescorpiãoévenenoso?Sim,todososescorpiõespossuemvenenoeacapacidadedeinjetaresteveneno.Adiferençaentreas

espéciesperigosasenãoperigosasestánaaçãodestevenenonohomem.

Oescorpiãosempreusaovenenoparasealimentar?Não,oescorpiãosóutilizaovenenoparasealimentarquandoapresaémuitograndeeprecisaserimo-

bilizada.Nessecaso,aquantidadedevenenoinjetadaécontroladadeacordocomotamanhodaspresas.

Oescorpiãousatodooseuvenenonumaúnicapicada?Elenuncautilizatodoseuvenenoemumaúnicapicadaepodecausarumsegundoacidenteime-

diatamenteapósoprimeiro.Podetambémpicarenãoinocularveneno,causandoumacidenteassin-tomáticoou“picadaseca”.

Doquedependeatoxicidadedovenenodeescorpião?Atoxicidadedovenenoédiferenteparacadaespéciedeescorpião,podendovariardentrodeuma

mesmaespécie.Acredita-sequeasdiferençasestejamrelacionadas:àdistribuiçãogeográficadosani-maiseàscondiçõesambientaisquedeterminamumtipoespecíficodealimentação,variaçõesgenéticasousimplesmentevariaçõesfisiológicasentreespécimes.

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Manual de Controle de escorpiões

CAPÍTULO5ESCORPIONISMO

5.1Porqueoescorpionismoéumproblemadesaúdepública?

OescorpionismoéumproblemadesaúdepúblicadevidoàelevadaincidênciaemváriasregiõesdoPaís,commaisde36.000casosnotificadosem2006.Apesardabaixaletalidade,algunsestadosmos-tramletalidademuitoacimadamédianacionalde0,17%(tabela1).

Os óbitos por escorpionismo estão mais fortemente associados à faixa etária pediátricaeaenvenenamentosporTityus serrulatus.

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52 • secretaria de Vigilância em saúde/Ms

Manual de Controle de escorpiões

Tabela 1. Número de casos, incidência (x 100.000 hab.) do escorpionismo, óbitos e letalidade por escorpionismo, por UF de ocorrência, em 2006.

UF Casos Óbitos

nº inc. nº letal.

RO 140 9,0 1 0,71

AC 48 7,0 - -

AM 200 6,0 - -

RR 34 8,4 - -

PA 1.268 17,8 3 0,24

AP 149 24,2 - -

TO 216 16,2 1 0,46

MA 159 2,6 - -

PI 297 9,8 - -

CE 555 6,8 - -

RN 1.551 51,0 - -

PB 899 24,8 - -

PE 6.899 81,1 1 0,01

AL 2.586 84,8 - -

SE 131 6,5 - -

BA 6.041 43,3 12 0,2

MG 9.955 51,1 10 0,1

ES 757 21,9 - -

RJ 238 1,5 - -

SP 4.576 11,1 1 0,02

PR 561 5,4 - -

SC 149 2,5 - -

RS 59 0,5 - -

MS 160 7,0 - -

MT 321 11,2 1 0,31

GO 761 13,3 - -

DF 122 5,1 - -

Brasil 38.878 20,8 30 0,08

Arápidaprogressãodonúmerodecasosnosúltimosanosfezcomqueultrapassasseoofidismoemnúmerosabsolutos(figura35).

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secretaria de Vigilância em saúde/Ms • 53

Manual de Controle de escorpiões

7082 8031 8403 11007 12377 11728

10862 12982 15908 18097 19530 17388

18658 23748 26761 27685 28676 27386

18179 22934 24545 30286 35916 33577

2001 2002 2003 2004 2005 2006

120000

100000

80000

60000

40000

20000

0

outros acidentes

araneísmo

ofidismo

escorpionismo

Fonte: sinan – animais Peçonhentos /sVs/Ms

Figura 35. Freqüência comparativa dos acidentes por animais peçonhentos. Brasil, 2001 a 2006.

Esseaumentorefleteosaltosíndicesdeinfestaçãoporescorpiões,originadopeloencontrodecon-diçõesfavoráveisparaqueespéciessedomiciliemcomfacilidadeemregiõesdensamentepovoadas.Praticamente70%doscasosocorrememzonaurbana,no intraouperidomicílio,comdistribuiçãosazonalnosestadosdoSuleSudestenosmesesquentesechuvosos,porémpraticamenteuniformeaolongodoanonoNorte,NordesteeCentro-Oeste.

Apresenta incidênciacrescentecoma idadee ligeiropredomíniodecasosem indivíduosdosexomasculino(figura36),sendoosmenoresde14anosogrupoetáriomaisvulnerávelaoóbito(figura37).

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Manual de Controle de escorpiões

no masc. no fem. inc. masc. inc. fem.

nº c

asos

inci

dênc

ia (

x100

.000

)

4000

3500

3000

2500

2000

1500

1000

500

0

30,0

25,0

20,0

15,0

10,0

5,0

0,0<1a 1 a 4 5 a 9 10 a 14 15 a 19 20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 a 69 70 a 79 80 a e+

Fonte: sinan – animais Peçonhentos/sVs/Ms (dados até fev. 2007)

Figura 36. Distribuição, por faixa etária, de casos e incidência do escorpionismo. Brasil, 2001 a 2006.

300

250

200

150

100

50

0

freq

uênc

ia c

umul

ativ

a (n

)

<1a 1 a 4 5 a 9 10 a 14 15 a 19 20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 a 69 70 a 79 80 a e+

Fonte: sinan – animais Peçonhentos/sVs/Ms (dados até fev. 2007)

Figura 37. Freqüência cumulativa de óbitos, por grupo etário, por escorpionismo.

Brasil, 2006.

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Manual de Controle de escorpiões

5.2Comoocorreoacidente?

Todasasespéciesdeescorpiõespossuemvenenoepodeminjetá-loparacapturarsuaspresas,atra-vésdoferrãolocalizadonaextremidadedotelson.Osescorpiõesnãoatacamohomemintencional-mente,eoacidentegeralmenteocorrenomomentoemqueoindivíduoencostaamão,opéououtrapartedocorponoanimal.

Oambientenaturalmodificadopelodesmatamentoepelaocupaçãodohomemcausaumaquebranacadeiaalimentar,acabandotambémcomseuslocaisdeabrigo.Comaescassezdealimento,essesanimaispassamaprocuraralimentoeabrigoemresidências,terrenosbaldioseáreasdeconstrução.

Locaisondeháacúmulodematériaorgânica,entulhos,lixos,depósitosearmazénsatraembaratas(Periplanetaamericana,eoutrasespécies)peladisponibilidadedealimentoeumidade.Osescorpiõestêmporalimentoprincipalasbaratas,esedeslocamaoslugaresondeháabundânciadestealimento.Por issoosescorpiõesocorremcomtanta freqüênciadentrodas residências.Comumenteos locaisondeháproliferaçãointensadeescorpiõespossuemumhistóricodepresençaabundantedebaratas.

Osgruposmaisexpostossãoosdepessoasqueatuamnaconstruçãocivil,assimcomocriançasedonasdecasaquepermanecemomaiorperíodonointraouperi-domicílio.Aindanasáreasurbanas,sãosujeitosostrabalhadoresdemadeireiras,transportadorasedistribuidorasdehortifrutigranjeiros,pormanusearobjetosealimentosondepodemestaralojados(escondidos)osescorpiões.

Osescorpiõesprocuramalimentoduranteanoite,podendoentrarnasresidênciasatravésdetu-bulaçõesparafiaçãoeencanamentosdeesgoto,alémdefrestasdeparedes,portasejanelas.Podemesconder-sedaclaridadedodiaemlugaresescuroseescondidoscomodentrodecalçados,armários,gavetas,panosetoalhasemáreasdeserviçoebanheiros.

5.3Oqueocorrequandoalguémépicadoporumescorpião?

Ovenenoescorpiônico,aoestimularterminaçõesnervosassensitivas,motorasedosistemanervosoautônomo,podeprovocarefeitosquepodemsurgirnaregiãodapicadae/ouadistância.

QuadroclínicolocalCaracteriza-se por dor de intensidade variável, com sinais inflamatórios pouco evidentes, sendo

incomumavisualizaçãodamarcadoferrão.Deevoluçãobenignanamaioriadoscasos,temduraçãodealgumashorasenãorequersoroterapia.Representaagrandepartedosacidentesescorpiônicos,principalmenteemadultos.

QuadroclínicosistêmicoPoroutrolado,éodesbalançoentreossistemasnervosossimpáticoeparassimpáticooresponsável

pelasformasgravesdoescorpionismoquesemanifestaminicialmentecomsudoreseprofusa,agitaçãopsicomotora,hipertensãoetaquicardia.Podemseseguiralternadamentecommanifestaçõesdeexcitaçãovagaloucolinérgica,nosquaissonolência,náuseasevômitosconstituemsinaispremonitóriosdeevolu-çãoparagravidadeeconseqüenteindicaçãodesoroterapia.

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Manual de Controle de escorpiões

OenvenenamentoporT. paraensis emalgumasregiõesdaAmazôniapodeocasionarmanifestaçõessistêmicas,taiscomomioclonias,fasciculaçõesesensaçãodechoque,nãosendoobservadosemoutraspartesdoPaís.

Osóbitos,quandoocorrem,têmrápidaevoluçãoeestãoassociadosàhipotensãoouchoque,disfun-çãoelesãocardíaca,bemcomoedemapulmonaragudo.

5.4Comoprocederemcasodeacidente?

Asmedidasdevemseradotadasdeimediatoeotratamentoinstituídoomaisrápidopossívelapósoacidente.

Oquefazer?•Limparolocalcomáguaesabão;•Procurarorientaçãomédicaimediataemaispróximadolocaldaocorrênciadoacidente(UBS,

postodesaúde,hospitaldereferência).•Seforpossível,capturaroanimalelevá-loaoserviçodesaúdepoisaidentificaçãodoescorpião

causadordoacidentepodeauxiliarodiagnóstico.

Oquenãofazer?•Nãoamarraroufazertorniquete;•Nãoaplicarnenhumtipodesubstânciassobreolocaldapicada(fezes,álcool,querosene,fumo,er-

vas,urina)nemfazercurativosquefechemolocal,poispodemfavoreceraocorrênciadeinfecções;•Nãocortar,perfurarouqueimarolocaldapicada;•Nãodarbebidasalcoólicasaoacidentado,ououtroslíquidoscomoálcool,gasolina,querosene,

etc,poisnãotêmefeitocontraovenenoepodemagravaroquadro.

Emadultos,adoréosintomamaiscomumeseualíviopodeserconseguidopormeiodecompressasmornasquandooquadronãoémuitointenso.Compressascomgeloouáguageladacostumamacentu-arasensaçãodolorosanãosendo,portanto,indicadas.Qualqueroutramedidaouprocedimentolocalestácontra-indicado.

Adornolocaldapicada,porsisó,nãoéindicaçãodeusodeantiveneneno.

Emcasodecrianças,principalmenteseapicadaforporT. serrulatus,apresençadenáuseasevômitosrequeroencaminhamentoimediatoaumserviçodesaúde,paraqueasoroterapiasejainstituídaomaisrapidamentepossível,dadaarápidaprogressãodoenvenenamento.

Nãodeveserdescartadaapossibilidadedecasosgravesenvolvendoacidentescomoutrasespécies,comojádescritocomT. paraensis.

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secretaria de Vigilância em saúde/Ms • 57

Manual de Controle de escorpiões

Aaplicaçãodesoro,casonecessária,éfeitapreferencialmenteemambientehospitalar,podendoserrealizadacomosoroantiescorpiônicoouantiaracnídico,emquantidadeproporcionalàgravidadedoenvenenamento.

Éimportanteaindaconsiderarapossibilidadedeacidentesporescorpiõesnãoautóctonesdeumadeterminadaregião,dadaàfacilidadedeproliferaçãodoT. serrulatusoutransporteemcargasdema-teriaisnosquaisseencontramessesanimais.

5.5Oquefazerparaevitaroacidenteescorpiônico?

•Examinar roupas (inclusive as de cama), calçados, toalhas de banho e de rosto, panos de chão e tapetes, antes do usar;

•Usar luvas de raspa de couro ou similar e calçados fechados durante o manuseio de materiais de construção, transporte de lenha, madeira e pedras em geral;

•Manter berços e camas afastados, no mínimo 10 cm, das paredes e evitar que mosquiteiros e rou-pas de cama esbarrem no chão;

•Tomar cuidado especial ao encostar-se a locais escuros e úmidos e com presença de baratas.

Alémdessasmedidas,vertambémasrecomendaçõesparasecontrolaraocorrênciadeescorpiões.

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58 • secretaria de Vigilância em saúde/Ms

Manual de Controle de escorpiões

ReferênciasBRASIL.Instruçãonormativanº141,de19dedezembrode2006.Regulamentaocontroleeomane-joambientaldafaunasinantrópicanociva.Diário Oficial da República Federativa do Brasil,Brasília,DF,19dez.2006.

______________.Leinº5.197,de3dejaneirode1967.Dispõesobreaproteçãoàfaunaedáoutrasprovidências.Diário Oficial da República Federativa do Brasil,Brasília,DF,7jan.1967.

______________.MinistériodaSaúde.FundaçãoNacionaldeSaúde.Manual de Diagnóstico e Trata-mento de Acidentes por Animais Peçonhentos.Brasília,1998.p.131.

CANDIDO,D.M.Escorpiões.In:BRANDãO,C.R.F.;CANCELLO,E.M.(Ed.).Biodiversidade do Estado de São Paulo:vol.5:InvertebradosTerrestres.SãoPaulo:Fapesp,1999.v.5,p.23-34.

CARDOSO,I.L.C.etal.Animais Peçonhentos no Brasil:Biologia,ClínicaeTerapêuticadosAciden-tes.SãoPaulo:Sarvier:Fapesp,2003.p.468.

FET,V.etal. Catalog of the scorpions of the world (1758–1998).NewYork:TheNewYorkEntomologi-calSociety,2000.p.690.

LIRA-DA-SILVA,R.M.;AMORIM,A.M.;BRAZIL,T.K.EnvenenamentoporTityusstigmurus(Scorpiones,Buthidae)noEstadodaBahia,Brasil.Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropi-cal, [S.l.],v.33,n.3,p.239-245,2000.

LOURENçO,W.R.RevisãoCríticadasEspéciesdeTityusdoEstadodoPará(Scorpiones,Buthidae).Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi:Zoologia,[S.l.],v.1,n.1,p.5-18,1984.

______________.Scorpions of Brazil.Paris:LesÉditionsdel’If,2002.p.308.

MATTHIESEN,F.A.O Escorpião.SãoPaulo:Edart,1976.p.72.

PARDAL,P.P.O.etal.Aspectos Epidemiológicos e clínicos do escorpionismo na região de Santarém, Estado do Pará, Brasil.R.Soc.bras.Med.trop.,[S.l.],v.36,n.3,p.349-353,2003.

POLIS,G.A.The Biology of Scorpions.California:StanfordUniversityPress,p.587,1990.

PRENDINI,L.;WHEELER,W.C.Scorpionhigherphylogenyandclassifcation,taxonomicanarchy,andstandardsforpeerreviewinonlinepublishing.Cladistics,[S.l.],v.21,n.5,p.446-494,2005.

SãOPAULO(Estado).SecretariadeEstadodaSaúdedeSãoPaulo.Manual de Diretrizes para Ativi-dades de Controle de Escorpiões.SãoPaulo,1994.p.48.

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anexos

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Manual de Controle de escorpiões

AnexoAIbama: Instrução normativa nº 141, de 19 de dezembro de 2006

Nº243,quarta-feira,20dedezembrode2006DiárioOficialdaUnião–Seção1ISSN1677-7042pág.13

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

Instrução Normativa nº 141, de 19 de dezembro de 2006

Regulamentaocontroleeomanejoambientaldafaunasinantrópicanociva

OPRESIDENTEDOINSTITUTOBRASILEIRODOMEIOAMBIENTEEDOSRECURSOSNA-TURAISRENOVÁVEIS–IBAMA,nousodasatribuiçõeslegaisprevistasnoart.26,incisoV,doAne-xoI,daEstruturaRegimental,aprovadapeloDecretonº5.718,de13demarçode2006,eoart.95,itemVI,doRegimentoInterno,aprovadopelaPortariaGM/MMAnº230,de14demaiode2002;

Considerandooart.3º,§2ºeart.8º,parágrafoúnicodaLeinº5.197,de03dejaneirode1967,quedispõesobreaproteçãoàfaunaedáoutrasprovidênciaseoart.37,IncisoIV,daLeinº9.605,de12defevereirode1998,LeidosCrimesambientais;

Considerandoanecessidadedeordenaros critériosdemanejoecontroleda fauna sinantrópicanociva,e;

ConsiderandoasproposiçõesapresentadaspelaDiretoriadeFaunaeRecursosPesqueiros–DIFAPnoprocessoIbamanº02001.005076/2005-90,resolve:

Art.1º–Regulamentarocontroleeomanejoambientaldafaunasinantrópicanociva.

§1º–Declaraçõeslocaisetemporaisdenocividadedepopulaçõesdeespéciesdafaunadeverão,semprequepossível,serbaseadasemprotocolosdefinidospelosMinistériosdaSaúde,daAgriculturaoudoMeioAmbiente.

§2º–Combasenoprotocoloreferidonoparágrafoanterior,populaçõesdeespéciessinantrópicaspodemserdeclaradasnocivaspelosórgãos federalouestaduaisdomeioambienteou,ainda,pelosórgãosdaSaúdeeAgricultura,quandoassimacordadocomoórgãodomeioambiente.

Page 63: Manual de controle de escorpiões

62 • secretaria de Vigilância em saúde/Ms

Manual de Controle de escorpiões

Art.2º–ParaosefeitosdestaInstruçãoNormativa,entende-sepor:I. controle da fauna: captura de espécimes animais seguida de soltura, com intervenções de marca-

ção, esterilização ou administração farmacológica; captura seguida de remoção; captura seguida de eliminação; ou eliminação direta de espécimes animais.

II. espécies domésticas: espécies que, por meio de processos tradicionais e sistematizados de ma-nejo ou melhoramento zootécnico, tornaram-se dependentes do homem apresentando caracte-rísticas biológicas e comportamentais em estreita relação com ele, podendo apresentar fenótipo variável, diferente da espécie silvestre que as originaram;

III. fauna exótica invasora: animais introduzidos a um ecossistema do qual não fazem parte origi-nalmente, mas onde se adaptam e passam a exercer dominância, prejudicando processos naturais e espécies nativas, além de causar prejuízos de ordem econômica e social;

IV. fauna sinantrópica: populações animais de espécies silvestres nativas ou exóticas, que utilizam recursos de áreas antrópicas, de forma transitória em seu deslocamento, como via de passagem ou local de descanso; ou permanente, utilizando-as como área de vida;

V.fauna sinantrópica nociva: fauna sinantrópica que interage de forma negativa com a população humana, causando-lhe transtornos significativos de ordem econômica ou ambiental, ou que re-presente riscos à saúde pública;

VI. manejo ambiental para controle da fauna sinantrópica nociva: eliminação ou alteração de re-cursos utilizados pela fauna sinantrópica, com intenção de alterar sua estrutura e composição, e que não inclua manuseio, remoção ou eliminação direta dos espécimes;

Art.3º–Excluem-sedestaInstruçãoNormativaatividadesdecontroledeespéciesqueconstemnaslistasoficiaismunicipais,estaduaisoufederaldefaunabrasileiraameaçadadeextinçãoounosAnexosIeIIdaConvençãosobreoComércioInternacionaldeEspéciesdaFaunaedaFloraAmeaçadasdeExtinção–CITES.

Art.4º–Oestudo,manejooucontroledafaunasinantrópicanociva,previstosemprogramasdeâmbitonacionaldesenvolvidospelosórgãosfederaisdaSaúdeedaAgricultura,bemcomopelosór-gãosaelesvinculados,serãoanalisadoseautorizadosDIFAPoupelasSuperintendênciasdoIbamanosestados,deacordocomaregulamentaçãoespecíficavigente.

§1º–Observadaalegislaçãoeasdemaisregulamentaçõesvigentes,sãoespéciespassíveisdecon-troleporórgãosdegovernodaSaúde,daAgriculturaedoMeioAmbiente,semanecessidadedeauto-rizaçãoporpartedoIbama:

a) invertebrados de interesse epidemiológico, previstos em programas e ações de governo, tal como: insetos hematófagos, (hemípteros e dípteros), ácaros, helmintos e moluscos de interesse epide-miológico, artrópodes peçonhentos e invertebrados classificados como pragas agrícolas pelo Mi-nistério da Agricultura;

b) artrópodes nocivos: abelhas, cupins, formigas, pulgas, piolhos, mosquitos, moscas e demais es-pécies nocivas comuns ao ambiente antrópico, que impliquem transtornos sociais ambientais e econômicos significativos;

Page 64: Manual de controle de escorpiões

secretaria de Vigilância em saúde/Ms • 63

Manual de Controle de escorpiões

c) animais domésticos ou de produção, bem como quando estes se encontram em situação de aban-dono ou alçados (e.g. Columba livia, Canis familiaris, Felis catus) e roedores sinantrópicos comen-sais (e.g. Rattus rattus, Rattus norvegicus e Mus musculus);

d) quirópteros em áreas urbanas e peri-urbanas e quirópteros hematófagos da espécie Desmodus rotundus em regiões endêmicas para a raiva e em regiões consideradas de risco de ocorrência para a raiva, a serem caracterizadas e determinadas por órgãos de governo da Agricultura e da Saúde, de acordo com os respectivos planos e programas oficiais;

e) espécies exóticas invasoras comprovadamente nocivas à agricultura, pecuária, saúde pública e ao meio ambiente.

§2º–Paraasdemaisespéciesquenãoseenquadramnoscritériosestabelecidosnositensanteriores,omanejoecontrolesomenteserãopermitidosmedianteaprovaçãoeautorizaçãoexpressadoIbama.

§3º–Aeliminaçãodiretadeindivíduosdasespéciesemquestãodeveserefetuadasomentequandotiveremsidoesgotadasasmedidasdemanejoambientaldefinidasnoart.2º.

Art. 5º – Pessoas físicas ou jurídicas interessadas no manejo ambiental ou controle da fauna si-nantrópicanociva,devemsolicitarautorizaçãojuntoaoórgãoambientalcompetentenosrespectivosEstados.

§1º–Observadaalegislaçãoeasdemaisregulamentaçõesvigentes,sãoespéciessinantrópicasnoci-vaspassíveisdecontroleporpessoasfísicasejurídicasdevidamentehabilitadasparatalatividade,semanecessidadedeautorizaçãoporpartedoIbama:

a) artrópodes nocivos: abelhas, cupins, formigas, pulgas, piolhos, mosquitos, moscas e demais es-pécies nocivas comuns ao ambiente antrópico, que impliquem em transtornos sociais ambientais e econômicos significativos.

b) Roedores sinantrópicos comensais (Rattus rattus, Rattus norvegicus e Mus musculus) e pombos (Columba livia), observada a legislação vigente, especialmente no que se refere à maus tratos, translocação e utilização de produtos químicos.

§2º–Paraasdemaisespéciesquenãoseenquadramnoscritériosestabelecidosnositensanteriores,omanejoecontrolesomenteserãopermitidosmedianteaprovaçãoeautorizaçãoexpressadoIbama.

Art.6º–Osvenenoseoutroscompostosquímicosutilizadosnomanejoambientalecontroledefaunadevemterregistroespecíficojuntoaosórgãoscompetentes,emobservânciaàregulamentaçãoespecíficavigente:Leinº7.802,de11dejulhode1989;Decretonº4.074,de4dejaneirode2002.

Art.7º–FicafacultadaaçãoemergencialaosMinistériosdaSaúdeeaodaAgricultura,noquedizrespeitoaomanejoambientalecontroledafaunasinantrópicanociva,observadasalegislaçãoeasde-maisregulamentaçõesespecíficasvigentes.

Page 65: Manual de controle de escorpiões

64 • secretaria de Vigilância em saúde/Ms

Manual de Controle de escorpiões

§1º–AçãoEmergencialcaracteriza-sepelanecessidadeprementedeadoçãodemedidasdema-nejooucontroledefauna,motivadasporriscodevidaiminenteousituaçãodecalamidadeedevesercomunicadapreviamenteaoIbamapormeiodeofício,viapostaloueletrônica,deformaquelhesejafacultadoindicarumtécnicoparaacompanharasatividades.

§2º–Asatividadeseresultadosdasaçõesemergenciaisdevemserdetalhadosemrelatórioespecí-ficoencaminhadoaoIbama30diasapóssuaexecução.

Art.8º–Fica facultadoaosórgãosdesegurançapública,PolíciaMilitar,CorpodeBombeiroseDefesaCivil,omanejoeocontroledafaunasinantrópicanociva,semprequeestasrepresentaremriscoiminenteparaapopulação.

Art.9º–Aspessoas físicase jurídicasatuandosemadevidaautorizaçãoouutilizandométodosemdesacordocomapresenteInstruçãoNormativaserãoinclusasnaspenalidadesprevistasnaLeinº9.605,de12defevereirode1998enoDecretonº3.179,de21desetembrode1999,semprejuízosdeoutraspenalidadescivisecriminais.

Art.10–OscasosomissosserãoresolvidospelaPresidênciadoIbama.

Art.11–EstaInstruçãoNormativaentraemvigornadatadesuapublicação,revogando-seaIns-truçãoNormativanº109de3deagostode2006easdisposiçõesemcontrário.

MARCUSLUIZBARROSOBARROS

Page 66: Manual de controle de escorpiões

secretaria de Vigilância em saúde/Ms • 65

Manual de Controle de escorpiões

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66 • secretaria de Vigilância em saúde/Ms

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secretaria de Vigilância em saúde/Ms • 67

Manual de Controle de escorpiões

AnexoCFicha de busca ativa de escorpiões

Ficha de busca ativa de escorpiões nº

Data da solicitação ______/______/______ Meio de comunicação | pessoal | telefone |eletrônico | imprensa

solicitante: _____________________________________________________________________________________________________

endereço: _______________________________________________________________________________________________________

Bairro:______________________telefone: ( ___ ) ________________ Município _________________________________ UF ______

tipo de imóvel: | casa | apartamento | escola | comércio | escritório | indústria | terreno baldio

| outro ____________________________________

Data da visita _____/ _____/ ______ início às ____h____ término às ____h____

Perguntas ao morador ou solicitante

Houve acidente? | sim | não se sim, data acidente ______/______/______ Procurou atendimento | sim | não

nome do acidentado _____________________________________________________________________________________________

Há quanto tempo encontra escorpiões no local: _____ | dias | meses | anos

em que horário os escorpiões são mais observados: entre ____h____ e ____h____

onde | sala | copa/cozinha | banheiro | dormitório | depósito/despensa | corredor | garagem

| porão | sótão | jardim/quintal | outro local _________________________________________________________________

Houve visita anterior? | sim | não se sim, foram adotadas as recomendações? | sim | não

Há quanto tempo? _____ | dias | meses | anos as recomendações foram efetivas? | sim | não | parcialmente

o imóvel dispõe de: rede de água | sim | não rede de esgoto | sim | não coleta de lixo | sim | não

Dados de coleta/captura de escorpião

Houve coleta/captura | sim | não nº _________ os animais foram coletados/capturados | mortos | vivos

Descrição do local de coleta/captura ________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________________________________________

Condições favoráveis a escorpiões e recomendações ao morador:

telar ralos nas áreas internas e externas Controlar a presença de baratas e outros insetos

Vedar frestas nas paredes, janelas, portas e piso acondicionar bem alimentos e lixo

instalar tampa em pontos de luz e caixas de fiação Providenciar limpeza de terrenos, quintais e jardins

rebocar paredes e muros recompor tampas de caixas de gordura e de passagem

Limpar e organizar depósito de materiais retirar entulhos, pedras, madeira ou tijolos acumulados

outras(s)

responsável pela execução: ____________________________ assinatura do morador: _____________________________________

assinatura do solicitante: _________________________________________________________________________________________

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68 • secretaria de Vigilância em saúde/Ms

Manual de Controle de escorpiões

AnexoDComunicado de visita

Ficha Nº SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE

COMUNICADO DE VISITA Ficha Nº Com unicado de Visita:

Nome :

En dereço :

Bairro:

Motivo:

Horário:

Resp. p/ v isita :

Comunicamos a V.S ª . que estivemos neste local às h,

para realizar atividade de e, pelo seguinte

motivo não conseguimos efetuá - la:

entre novamente em contato com o serviço de controle, no endereço ou telefone:

Técnico

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secretaria de Vigilância em saúde/Ms • 69

Manual de Controle de escorpiões

AnexoEBoletim de encaminhamento de escorpiões

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70 • secretaria de Vigilância em saúde/Ms

Manual de Controle de escorpiões

AnexoFConsolidado de atividades de controle de escorpiões

Para o Município:

Município UF Período | | a | |

Bairro/DistritoNº

acidentesNº demandas espontâneas

Nº inspeções por demanda

Nº animais capturados

Nº exemplares p/ identificação

Espécies identificadas

Para a Regional de Saúde substituir a coluna de bairro por município:

Regional Período | | a | |

MunícipioNº

acidentesNº demandas espontâneas

Nº inspeções por demanda

Nº animais capturados

Nº exemplares p/ identificação

Espécies identificadas

Para a Secretaria Estadual de Saúde substituir a coluna de município por regional de saúde:

UF Período | | a | |

Regional de Saúde

Nº acidentes

Nº demandas espontâneas

Nº inspeções por demanda

Nº animais capturados

Nº exemplares p/ identificação

Espécies identificadas

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tiragem: 20.000 exemplaresimpresso na Quality Fotolito Digital

siBs - Quadra 3 - Conjunto 57núcleo Bandeirante - Brasília - DF

Brasília, abril de 2009

Page 74: Manual de controle de escorpiões

ISBN 978-85-334-1573-7

9 7 8 8 5 3 3 4 15 7 73

www.saude.gov.br/svs

www.saude.gov.br/bvs

disque saúde: 0800.61.1997

Manual de C

ontrole de Escorpiões

Ministério da saúdE

Brasília•dF

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