Manual de Hatha Yoga - 108 Ásanas - posturas básicas

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    MANUAL

    DE

    HATHA YOGA

    108 ASANAS

    Mtodos Prticos

    Uma Yogini em Seva a Sri Shiva Mahadeva

    Estude Mais Em:

    http://yogaestudoscomplementares.blogspot.com

    Fonte de Consulta

    www.yoganataraja.com.br

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    Editorial

    108 famlias de sanas do Yoga

    Marcos Taccolini

    Copyright 2004:

    Marcos Taccolini

    1 edio 2004

    Diagramao:

    Melina Flores Raschelli, Tatiana Silva

    Fotos:

    Tatiana Silva

    Modelos das fotos:

    Marcos Taccolini e Mara Salomo.

    Reviso de texto:

    Maria Estela de Alcntara

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    Agradecimentos

    Travei contato com muitos instrutores de Brasil, da Argentina e de Portugal

    que colaboraram para o aprimoramento e a reviso dessa sistematizao e com

    meu prprio aprendizado, o que torna impossvel nomear a todos. Sendo assim,

    para registrar meu agradecimento a esse conjunto de profissionais que viabilizou

    esse trabalho, elejo como suas representantes as professoras Cssia Santos e

    Anah Flores que ministraram minhas primeiras prticas de Yoga, Roglia Alba,

    Diretora daquela escola e quem primeiro teve a iniciativa de comear a organizao

    dos sanas em famlias; e s instrutoras Melina Flores e Diana Raschelli, que

    tiveram uma importante participao na reviso da sistematizao e do presente

    livro.

    Um agradecimento especial a Andr De Rose, que alm de pesquisar e

    fotografar as mais de 2000 posies da Sistematizao Universal dos sanas, ainda

    pacientemente tem me ensinado, como meu professor, a executar cada uma delas,

    e tambm ao seu pai, Luis Srgio De Rose que em 1969, com a publicao de seu

    primeiro livro lanou a semente deste trabalho.

    Marcos Taccolini

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    Pj

    Bhavana pj

    Escola de Yoga Natarja da Vila Mariana, representada pela sua equipe,

    quando a primeira verso deste texto foi escrita, Ana, Gandra, Carol, Henrique,

    Gustavo, Rodolfo, Wilson, Mara, Gi e Vivian, que criou um ambiente de contnuo

    crescimento de profissionalismo, seriedade, carinho, lealdade e fidelidade.

    Guru pj

    s professoras Cssia e Anah pelas minhas primeiras prticas de Yoga, e

    Roglia Alba, Diretora da escola onde conheci essa prtica. Ao meu professor,

    Andr De Rose, e demais instrutores das escolas onde fiz meu estudo inicial,

    Instra. Rosana Ortega e Instr. Milton Marino, Prof. Fernanda Neis e Prof. Roberto

    Locatelli.

    Aos demias instrutores e professores de Yoga, pelo conhecimento e

    experincias trocadas em cursos e vivncias Sat guru pj

    Aos professores especiais com quem tive o privilgio de estudar: Luis Srgio

    De Rose, Rosngela de Castro, Edison Moreira, Srgio Santos, Carlos Cardoso e em

    especial a Andr De Rose que me transmitiu os detalhes da maioria das tcnicas

    apresentadas neste compndio.

    Shiva pj

    Ao criador e mentor inicial, vamos manter viva e presente sua memria e

    seu exemplo, para servir de referncia constante e sintonizar o conhecimento que

    transmitimos.

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    Definio

    A referncia mais tradicional para a definio de sana a encontrada no

    livro Yoga Stra de Ptajali. A seguir est o texto original em snscrito e sua

    traduo (segundo o livro A Tradio do Yoga, de Georg Feuerstein,

    Ed.Pensamento)

    Sthira sukham sanam

    O sana (deve ser) estvel e confortvel.

    Sobre a transliterao adotada

    Os termos tcnicos universalmente utilizados no Yoga, em todo o mundo e

    por todas as escolas, provm do idioma snscrito. O captulo Nomenclatura Tcnica

    explana sobre a importncia de utilizar-se os termos originais. Para a representao

    dos termos snscritos, cujo alfabeto original o devangari, no alfabeto latino

    utilizada uma transliterao, ou seja, uma conveno para reproduzir a fontica dos

    termos com outro alfabeto. Desta forma, existe uma transliterao para cada

    idioma, e at dentro do mesmo idioma, vrias convenes distintas podem ser

    utilizadas. Neste livro procuramos utilizar a conveno que mais facilmente induz o

    leitor no familiarizado com o snscrito a obter uma pronncia dos termos prxima

    ao original, basta ler e pronunciar normalmente os fonemas grafados.

    Atente para a s vogais A, I e U: que so pronunciadas sempre abertas,

    curtas; vogais , e so pronunciadas abertas e longas.

    As vogais E e O so pronunciadas sempre fechadas e longas. No se utiliza

    no sanscrito a pronncia aberta ou curta dessas vogais. A letra J pronunciada

    como DJ; letra S, sempre como SS e as letras CH, como em TCH.

    A proposta deste livro

    O objetivo principal deste livro apresentar uma sistematizao de tcnicas

    corporais do Yoga, agrupados em 108 famlias de sanas, com os princpios e

    critrios utilizados nessa codificao e a orientao tcnica para a execuo das

    posies.

    Este estudo permite-lhe expandir seu repertrio de tcnicas e aprimorar sua

    prtica pessoal, alm de esclarecer a nomenclatura tcnica. uma ferramenta

    indispensvel aos instrutores e alunos em formao profissional em Yoga.

    Aos praticantes de Yoga em geral, ou mesmo aos ainda no praticantes,

    este estudo extremamente til para fornecer uma viso da amplitude das tcnicas

    corporais que fazem parte dessa filosofia.

    sana muito mais que uma posio corporal e h vrias abordagens

    possveis para seu estudo, como discorrer sobre os estados de conscincia

    desencadeados pela prtica, sobre a forma de combinar o sana s demais tcnicas

    do Yoga, e assim por diante.

    Neste livro, vamos ater-nos apenas ao primeiro passo, que mostrar a

    forma correta de montar as posies. A proposta primeiramente conhecer em

    detalhes

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    a parte mais densa do sana, sua posio e variaes, para, com o domnio dessa

    etapa, conquistar a liberdade de acrescentar os elementos mais sutis, a atitude

    interior, tcnicas respiratrias, mentalizao e as demais tcnicas do Yoga.

    Este livro um trabalho coletivo. Tudo o que est registrado aqui fruto do

    aprendizado direto com os mais antigos por meio da tradio oral, param-par,

    somado minha vivncia pessoal colocando em prtica esses ensinamentos. Da

    mesma forma, no me cabe o crdito da criao deste conjunto de tcnicas

    corporais que so da tradio cultural do Yoga e domnio pblico (apesar das

    tentativas em curso nos Estados Unidos de uma rede franqueadora patentear

    comercialmente sries de sanas e no Brasil de uma empresa registrar o smbolo

    do hindusmo). A minha proposta apenas colaborar para documentar de forma

    didtica esse conhecimento gregrio e patrimnio cultural do Yoga.

    O presente volume est dividido nas seguintes partes: a primeira apresenta

    a reviso de alguns conceitos sobre o sana e sua atuao dentro da prtica de

    Yoga; a seguir, na segunda parte, encontram-se algumas orientaes gerais para

    seu treinamento prtico; na terceira parte, apresentada a nomenclatura tcnica;

    a quarta parte, que a mais extensa, contm fotos e descries das 108 famlias

    de sanas.

    Espero que, com a leitura deste livro, voc sinta-se ainda mais motivado e

    capacitado a praticar e difundir essa magnfica herana cultural que tivemos o

    privilgio de receber.

    Marcos Taccolini

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    Parte I Introduo

    CONCEITOS

    A prtica de Yoga

    Usualmente a prtica de Yoga est muito associada aos sanas, as tcnicas

    corporais, apesar da proposta desta filosofia estar muito alm disso. O motivo desta

    nfase ao sana por ser a tcnica mais facilmente demonstrvel e ainda produzir

    maior impacto inicial em quem inicia a prtica, mas no a tcnica mais

    importante dentro do Yoga.

    No universo tcnico do Yoga, alm do sana, encontra-se yamas, niyamas,

    mudr, pj, mantra, prnyma, bandhas, kriy, Yoganidr, pratyhra, dhran,

    dhyna, sat-sanga, nysa e, claro, a meta, o samdhi.

    Nesta obra vamos apenas tratar de alguns aspectos do sana, mas

    importante ter em mente que a pratica regular do Yoga abrange muito mais que

    isso e o domnio da execuo dos sanas considerado apenas uma das etapas

    mais bsicas na senda do Yoga.

    A Prtica de sana

    Apesar de na definio formal proposta por Ptajali associarmos o sana

    apenas posio firme e confortvel (sthira sukham sanam), a prtica de sana

    normalmente tambm inclui o acoplamento com tcnicas respiratrias

    (prnyma), uma ao mental (localizao da conscincia e mentalizaes),

    contraes (bandhas) e mudrs (gestos).

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    A SISTEMATIZAO UNIVERSAL DO SANAS

    Durante um perodo de mais de dez anos, o Prof. Andr De Rose realizou um

    trabalho de pesquisa que amealhou o impressionante nmero de 2000 sanas,

    2111 para ser exato. O fruto deste trabalho, batizado de Sistematizao Universal

    dos sanas, foi publicado por seu pai, Luis Srgio De Rose, como um captulo de

    seu livro: Faa Yga Antes que Voc Precise. Nesta mesma publicao, vale ressaltar tambm a incluso do belo trabaho conduzido com a participao da

    Profa. Roglia Alba, Prof. Andr De Rose e Profa. Anah Flores, que resultou no

    captulo sobre mudr, com a publicao de fotos de 108 mudrs, tendo a Prof a

    Roglia Alba como modelo e Prof. Andr De Rose na direo tcnica. Faamos votos

    para que os crditos destes profissionais, que constavam at a oitava edio e

    foram retirados pelo autor na nona edio, sejam brevemente reincluidos na obra.

    Desde a publicao desse importante trabalho, passou a ser um desafio para

    os professores de Yoga encontrar uma forma simples e eficaz de ensinar esse

    universo de tcnicas aos instrutores em formao e aos seus alunos.

    Seguindo esse objetivo didtico, a partir da iniciativa da Prof. Roglia Alba, e

    com a participao de vrios instrutores, essa grande quantidade de sanas foi

    distribuda em famlias de tcnicas que compartilham caractersticas similares.

    Como o nmero resultante estava prximo de 108, optou-se por uttiza-lo

    como um smbolo de reconhecimento tradio do Yoga. Esse nmero 108 tem uma simbologia especial dentro da tradio cultural do hindusmo: citado de

    forma recorrente nos Shstras (textos antigos do hindusmo).

    Aps concluir a reviso de alguns conceitos essenciais, vamos apresentar

    essas 108 famlias de sanas, com os elementos necessrios para sua correta

    execuo e a orientao para explorar variaes.

    CRITRIO UTILIZADO PARA A SISTEMATIZAO

    Como vimos, sana no simplesmente uma posio, mas tambm inclui

    outros elementos como respirao e atitude interior; entretanto, para efeito de

    sistematizao, ser a posio que caracterizar e definir a classificao do sana.

    Apesar das variaes de ritmo respiratrio, mentalizaes e outras tcnicas terem

    impacto profundo no efeito que o sana produz no sdhana, na conveno

    universalmente adotada, se a posio permanece idntica, o sana considerado

    o mesmo.

    Esse critrio, alm de simplificar ou mesmo viabilizar a classificao,

    extremamente coerente, pois, entre os elementos que constituem o sana, a

    posio que tem o impacto mais imediato e denso no seu efeito.

    Quando se muda a posio muda-se tudo! Muda-se a solicitao nos

    msculos e nas articulaes, a circulao sangnea, a presso sobre os rgos

    internos, sobre as glndulas endcrinas e sobre o aparelho respiratrio, muda-se a

    forma de circular a energia nas nds, o estado emocional e o mental.

    No o aspecto externo, visual, mas exatamente essa solicitao interna

    que a referncia utilizada para classificar as posies como execues distintas do

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    mesmo sana, ou variaes do sana dentro da mesma famlia, ou sanas de

    famlias distintas.

    Assim algumas posies, aparentemente prximas ao observar apenas a

    posio do corpo, esto classificadas como famlias distintas de sanas, pois na sua

    execuo a atuao interna bem diferenciada.

    ATUAO DO SANA

    Efeitos dos sanas

    O Yoga no tem como objetivo os efeitos corporais mais externos, mas sim

    o desenvolvimento interior. Apesar da validade humanitria dos profissionais que

    buscam no repertrio de tcnicas do Yoga ferramentas para terapia, melhoria da

    sade ou simplesmente para desenvolvimento de fora e dinamismo, devemos

    lembrar que a proposta original do Yoga ser uma filosofia de autoconhecimento.

    Alm disso, seria um excesso de simplificao dizer "este sana para

    ampliar a abertura plvica". Os sanas no Yoga no so para nada de forma to

    especfica.

    Para sermos mais precisos, poderamos dizer "este sana produz uma vasta

    gama de efeitos sobre o corpo denso e sutil, que variam para cada pessoa e

    tambm de acordo com as demais tcnicas somadas prtica. esperado,

    entretanto, que a maior parte dos praticantes sinta uma solicitao corporal e

    desenvolvimento mais intenso em relao sua abertura plvica".

    Uma vez compreendido esse conceito, para simplificar a sistematizao e o

    aprendizado pelo iniciante, vamos classificar um sana como membro de

    determinada famlia por se tratar de uma tcnica de flexionamento da coluna, pela

    abertura plvica, pelo efeito muscular que produz ou por outro elemento de

    atuao corporal facilmente identificvel. Fica claro que a utilizao dessas

    descries serve para que a execuo da tcnica seja melhor compreendida, e no

    para definir o propsito do sana, que muito mais amplo.

    Importncia da execuo correta do sana

    de fundamental importncia saber executar corretamente uma posio.

    Uma execuo inadequada, na melhor hiptese, transforma um sana forte numa

    posio incua e, na pior hiptese, poder comprometer a sade do praticante.

    Para cada uma das vrias famlias codificadas, o praticante deve verificar

    quais ele consegue executar, identificando com quais tem maior facilidade ou

    dificuldade. Para aquelas que ainda necessita conquistar, o praticante deve saber

    quais so as posies preparatrias de treinamento; para as que j domina, qual a

    melhor forma de combin-las numa prtica.

    O estado de conscincia de sana, no qual o yogin est absolutamente

    identificado com seu corpo, e a utilizao de mentalizaes e tcnicas respiratrias

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    que vo dinamizar ainda mais o sana s podem ser efetivamente alcanados se a

    posio corporal estiver conquistada.

    Apesar do sana estar entre as tcnicas mais elementares do Yoga, quando

    comparado por exemplo ao samyama, a conquista da estabilidade corporal um

    pr-requisito para os vos mais altos. Se o yogin no tem conforto em permanecer

    sentado em dhynsana, numa posio firme e agradvel, no poder sequer

    comear sua prtica de samyama.

    Nossa apologia prtica de sana de forma ampla, utilizando o mximo de

    tcnicas disponveis na codificao, conduz invariavelmente s dvidas abordada na

    seo a seguir.

    SER NECESSRIO EXECUTAR AS 108 FAMLIAS DE SANAS PARA CHEGAR

    AO SAMDHI?

    H linhas de Yoga que usam apenas sanas para meditao. Para ser

    considerada uma linha de Yoga, necessrio que pelo menos uma pessoa dessa

    linha j tenha atingido o samdhi. Logo, em princpio, o sana no seria necessrio

    para alcanar a meta do Yoga. Contudo, o suporte de uma tcnica que trabalhe o

    corpo e a sade de uma forma mais direta, como o sana, essencial at como

    infra-estrutura para outras tcnicas. Sivananda, um dos mais reconhecidos mestres

    de Yoga do sculo XX, recomendava at para os queriam dedicar-se a estudos

    tericos de vednta, que tambm praticassem algumas das tcnicas do Hatha

    Yoga.

    Assim, dominar todos os sanas codificados no um pr-requisito para o

    praticante chegar meta do Yoga; apesar disso, a prtica e o treinamento com

    esse objetivo produzem melhores resultados. Ao travar contato com este desse

    vasto conjunto de tcnicas, possvel determinar as suas necessidades especficas,

    e permitir direcionar suas prticas visando um empuxo evolutivo com incomparvel

    eficincia.

    Como veremos a seguir, ainda que as variaes mais avanadas de algumas

    posies jamais sejam alcanadas, a prtica com esse objetivo reforar e

    transformar a estrutura biolgica, capacitando o praticante aos estgios mais

    avanados no Yoga.

    A DIVERSIDADE CONSISTENTE COM A TRADIO?

    Ao recuarmos no tempo, para o perodo do Yoga Clssico, codificado por

    Ptajali no Sc III a.C; ou mesmo at para antes disso, no perodo Pr-Clssico

    dos Vdas mais antigos, entre 2500 a.c. e 500 a.c., as referncias ao Yoga nos

    shastras e a tradio oral indicavam que este estava muito mais vinculado aos

    conceitos de meditao, iluminao, transcedncia, conhecimento, ao e atitude

    do que com o uso extensivo tcnicas corporais ou sanas. Os sanas centravam-se

    principalmente em tornos dos dhynsanas (sanas de posio sentada para

    meditao) e possivelmente mais um pequeno conjunto de sanas com atuao

    mais direta sobre as energias, densas e sutis, do organismo.

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    Como qualquer atividade humana, ao difundir-se, inevitvel que se amplie

    e se diversifique. Por milhares de anos, geraes de mestres ao procurar a

    evoluo de algum aluno que tinha alguma dificuldade coporal especfica, seu

    professor preenchia esta lacuna atravs do desenvolvimento de novas variaes de

    sanas, que a seguir eram incorporadas pelas geraes seguintes.

    Esse desenvolvimento ganhou um impulso ainda maior a partir do sculo XI

    d.c., quando surgiu o Hatha Yoga que elevou a utilizao dos sanas dentro do

    Yoga um patamar indito, ampliando a diversidade de opes, ao codificar trinta

    e duas posies no Geranda Samhita, dando maior nfase s tcnicas corporais,

    influenciando grande parte das escolas de Yoga posteriores. Essa influncia pode

    ser verificada consultando os shastras anteriores e posteriores a este perodo. Esse

    processo prosseguiu at os dias de hoje, o que permitiu chegar ao grande nmero

    de tcnicas codificadas.

    curioso observar que o interesse crescente pelos sanas a partir do Sec.XI

    talvez tenha at influenciado as representaes mais utilizadas para Shiva, o

    criador do Yoga. Suas citaes mais recuadas nas escrituras frequentemente

    reportam ao seu aspecto de transcendncia e a representao mais antiga,

    encontrada em Harappa, de seu aspecto em meditao (Pashu-Pati, senhor das

    feras). J uma das mais populares no Ocidente atualmente como Shiva Natarja,

    rei dos bailarinos.

    Assim, a diversidade de sanas apesar de estar presente nas orignes

    consistente com a tradio do Yoga, como um desenvolvimento natural. Atualmente

    tambm auxilia muito os que iniciam sua prtica, pois o professor de Yoga conta

    com um ferramental muito mais amplo de tcnicas, podendo escolher as que

    causam melhor efeito, levando em conta a estrutura biolgica e caratersticas

    especficas de seus alunos.

    necessrio que o praticante tome redobrada ateno quanto a adoo

    exagerada de tcnicas, ao procurar ser muito abarcante, visando um Yoga mais

    completo, e no direcionando a execuo e a evoluo das tcnicas para a meta

    real de desenvolvimento dentro do Yoga, o que exige foco e estratgia de longo

    prazo.

    Como o Prof. Andr, cita em seu artigo As tcnicas do Yoga: As peas que compem o Yoga so analogamente relacionadas ao jogo de xadrez: no adianta

    saber como se movimentam os elementos, preciso ser um enxadrista. No

    possvel ser apenas um tcnico de Yoga! Se voc sabe movimentar perfeitamente

    cada pea, mas no sabe o que fazer com seu conjunto e como combinar os seus

    movimentos, visando o desenvolvimento de um objetivo mais sutil, elas no o

    levaro a lugar algum.

    ATUAO DA PRTICA

    Voc j deve ter verificado que suas emoes, esforo mental, estresse,

    tudo o que vivencia a cada dia somatizado no corpo e na musculatura,

    eventualmente gerando contraes ou at mesmo dores localizadas. Se o que

    ocorreu foi um estresse no trabalho, voc pode ter ficado com uma regio do corpo

    contrada; se foi um problema emocional, observar outra reao; se exagerou na

    prtica de esportes, ainda outra reao poder ocorrer. como se fssemos

    mapeados: qualquer coisa que acontece conosco, quer seja na esfera fsica, ou na

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    emocional, ou na mental, ou ainda mais sutil, tem um impacto direto sobre nosso

    veculo mais denso, que o corpo.

    O contrrio tambm ocorre: quando voc coloca o corpo numa certa

    posio, exigindo mais de um msculo, alterando a circulao do sangue e de prna

    pelas nds, voc est atuando em todo o organismo. Ao colocar o corpo numa

    posio e l permanecer, est sendo gerado um efeito reflexo com impacto

    fisiolgico, emocional e mental.

    Cada sana das 108 famlias, incluindo suas milhares de variaes,

    absolutamente nico nesses efeitos. Quando o praticante prope-se a dominar a

    execuo dos sanas, todas as variaes, estimula o corpo de formas distintas,

    chegando muito mais rapidamente a uma transformao evolutiva. O treinamento

    com o objetivo de conquistar as diversas posies, ainda que em alguns casos s se

    alcance a variao mais simples, somado prpria determinao envolvida no

    processo, coloca em marcha uma evoluo ampla, no apenas no anga sana, mas

    tambm nas outras tcnicas do Yoga.

    O Yoga prtico e experimental, ensina como reproduzir os efeitos, no

    procura explicar o porqu dos efeitos. Ainda assim, para o praticante e muito mais

    para o instrutor de Yoga, a compreenso dos seus mecanismos de atuao de

    grande auxlia para elaborar a j mencionada estratgia de longo prazo visando a

    evoluo de seus alunos. Assim, os conceitos comentados a seguir, tm o propsito

    de fornecer elementos para compor um modelo que auxilie a compreender melhor

    esse processo prtico do Yoga e, conseqentemente, planejar de forma mais

    eficiente sua evoluo.

    Efeito sinergia

    Essa diversidade de tcnicas e estmulos, desde corretamente combinados,

    muito importante. Ao treinar essas variaes, em vrias frentes de atuao, ocorre

    um efeito de sinergia.

    Sinergia um fenmeno que ocorre quando a atuao conjunta de vrios

    agentes produz um resultado distinto e mais expressivo que sua ao isolada. Na

    prtica, significa que tcnicas, esforos e aes sero unidos e alcanar-se- um

    resultado final ainda maior que a soma independente dos efeitos das partes

    isoladas.

    As tcnicas utilizadas pelo Yoga foram desenvolvidas ao longo de mais de

    cinco mil anos de experimentao prtica: as combinaes de tcnicas que

    produziam o efeito desejado eram mantidas; as combinaes de tcnicas que no

    produziam efeitos ou geravam efeitos indesejveis eram eliminadas. Assim,

    atualmente o praticante tem a seu dispor um conhecimento muito maior que do

    que nos primrdios do Yoga, cinco mil anos atrs.

    Assim, ao aplicarmos vrios conjuntos de tcnicas totalmente distintas, mas

    consistente com um estratgia definida, no ocorre uma disperso de energia; ao

    contrrio, ocorre uma dinamizao e uma sinergia entre as tcnicas. Ao se praticar

    posies de efeitos mais localizados (como abertura plvica e lateroflexo), o

    resultado final, a transformao biolgica, no pode ser explicado apenas pela

    soma direta das tcnicas praticadas. Novas posies, que no foram treinadas, nem

    mesmo indiretamente na srie, so conquistadas.

    como se voc estivesse fornecendo tantos estmulos para o seu corpo que

    embutem em reforo mtuo, que ele deixasse de interpretar como estmulos

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    localizados sobre um msculo ou rgo, e sim como uma informao sobre a

    necessidade do indivduo de atingir um estado de transformao evolutiva

    completa, de efetiva paranormalidade. No prximo item, vamos falar sobre como se

    processam esses estmulos para o organismo.

    Mensagem biolgica

    Nosso corpo funciona como um autmato: indicamos o que desejamos fazer

    e ele executa sua programao ou cria uma programao para alcanar o resultado

    solicitado. (Alis, no apenas nosso corpo fsico funciona assim, mas isso outro

    tema).

    Para conquistar uma determinada posio, ou transformar o seu corpo, tudo

    que realmente necessrio fornecer essa mensagem de forma clara para o

    organismo, e ele providencia as modificaes na sua prpria constituio para, ao

    longo do tempo, capacitar-se a executar o que lhe foi solicitado.

    Por exemplo, ao permanecer por dois minutos numa posio que demande

    um maior alongamento de determinado msculo, no ser neste pequeno perodo

    de tempo que seu corpo modificar-se-. Nesses dois minutos, no seria fisicamente

    possvel promover uma alterao permanente de sua estrutura biolgica, criando

    novas clulas e tecidos com maior capacidade de alongamento, modificando a

    estrutura interna de msculos e articulaes. A execuo diria da tcnica, com a

    solicitao criada durante a permanncia, desencadeia a emisso de uma

    mensagem biolgica para o organismo indicando que esse espcime tem essa

    necessidade vital, precisa disso em suas atividades regulares. Pela capacidade inata

    dos seres vivos de adaptao e sobrevivncia, a natureza prov ao organismo as

    modificaes para atender essa solicitao da melhor forma possvel.

    Os fatores para desencadear essa reao so a solicitao fsica direta e

    tambm a criao de um arqutipo mental.

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    Parte II Orientao para a prtica

    Pr-requesitos

    Antes de iniciar sua prtica de Yoga, independentemente de estar em plena

    sade, ou at mesmo j exercer outras atividades, faa uma consulta com um

    mdico que conhea as tcnicas utilizadas dentro do Yoga para um avaliao

    prvia.

    A prtica exclusivamente por livros no a ideal. Para a orientao mais

    completa sobre a forma mais adequada para treinamento, recomendamos a

    participao nos cursos prticos promovidos por escolas especializadas na rea.

    Regularidade e permanncia

    A regularidade produz muito mais efeito que um esforo concentrado e

    irregular muito mais efeito! Para qualquer tipo de tcnica alongamento, flexibilidade, tcnicas musculares e outras mais sutis , a regularidade o primeiro e mais importante elemento. A permanncia dinamizar ainda mais a prtica, mas

    s deve ser ampliada na medida que permita manter uma regularidade exacerbada

    nas prticas.

    Mesmo com pouco tempo por dia (por pouco tempo entendemos dezenas de

    segundos, no dezenas de minutos), qualquer posio pode ser conquistada desde

    que a regularidade esteja presente respeitadas, claro, as caractersticas biolgicas do praticante. At os sanas considerados de maior exigncia muscular,

    como um mah kksana e um vrishksana, podem ser alcanados com pouco

    tempo dirio de treinamento, desde que mantida a regularidade por um longo

    perodo.

    Vale ressaltar que, apesar de no ser necessria na fase inicial, a prtica

    com permanncia necessria para uma execuo estvel do sana, especialmente

    para os demonstradores de sanas. E o mais importante, o tempo de

    permanncia que vai desencadear os efeitos desejados dentro do sdhana, visando

    meta do Yoga.

    A Importncia de uma srie regular

    Tenho minha prpria experincia em relao ao forte efeito produzido por

    uma prtica balanceada com regularidade. No meu incio como praticante, nunca

    treinava especificamente tcnicas musculares, mas praticava diariamente,

    mantendo aproximadamente a mesma sequncia de sanas diariamente, atentando

    para a execuo mais intensa de algumas posies e acrescentando algumas

    poucas passagens musculares. Apesar de essas passagens e variaes musculares

    representarem poucos segundos de treinamento por dia durante o sdhana, com a

    prtica regular e o aprimoramento contnuo, em pouco tempo me surpreendi

    conquistando posies consideradas de alto grau de dificuldade.

  • 15

    DESENVOLVIMENTO UNIFORME E BALANCEADO

    Se o iniciante, durante seus primeiros anos de prtica, puder manter uma

    regularidade inabalvel, ainda que com pouca permanncia, a prtica ser muito

    eficaz. Provavelmente ser at melhor do que se aumentar a permanncia, porm

    sem contar com a orientao prxima de um instrutor mais experiente. O

    desenvolvimento dentro do Yoga mais efetivo quando balanceado, combinando

    vrias tcnicas que atuam em sinergia.

    Ao treinar muita permanncia em apenas algumas posies, e no em

    outras, no ocorre um desenvolvimento uniforme do corpo. A aplicao de uma

    maior quantidade de sanas dentro do sdhana conduz a uma evoluo mais

    segura e eficiente, especialmente nos primeiro anos de prtica, desde que claro,

    sejam escolhidos de acordo com as necessidades de seu biotipo e uma

    planejamento de evoluo. Esse princpio vale tambm para as outras tcnicas de

    Yoga. Logo, no se deve treinar apenas sanas, nem praticar muito mais sanas

    que as demais tcnicas. A prtica diria de meditao, pilar fundamental do Yoga,

    tambm deve ter o suporte das demais tcnicas.

    A prtica ideal para seu abhysaya (treinamento regular e determinado do

    yogin) a prtica uniforme e balanceada de vrios feixes de tcnicas, escolhidos de

    acordo seu biotipo, seus propsitos dentro da filosofia e consistentes com a sua

    linhagem de Yoga.

    Conforto e bem-estar

    O sana est conquistado quando o esforo necessrio para sair da

    posio, no para permanecer.

    Marcos Taccolini

    A prtica desbalanceada e o treinamento exagerado de permanncia

    enquanto iniciante tambm produzem estresse e desconforto. Quando iniciei na

    prtica de Yoga, o professor Andr, que tinha (alis, que tem!) um desempenho

    fantstico nas tcnicas corporais, lembrava-me sempre: o tempo no importa; o

    conforto, este sim, fundamental!

    necessria especial ateno com a coluna vertebral e as articulaes dos

    joelhos; qualquer dor nessas regies deve ser evitada e, caso sinta algum

    desconforto, pea orientao imediata a seu instrutor.

    Ultrapassada a fase inicial de adaptao ao comear a praticar Yoga, se a

    prtica regular no est sendo agradvel, se no est dando prazer, se, depois de a

    executar, voc no se sente melhor, com mais energia, ela no pode estar correta.

    H de haver uma outra forma de executar as tcnicas.

    CONCEITO DE ESTTICA

    O sana corretamente executado, alm de ser uma posio corporal estvel

    e confortvel, traz naturalmente tambm a esttica. Para aprofundar o conceito da

    esttica aplicado ao sana, vou comear citando os conceitos de esttica, da

    monografia de formatura de minha aluna e instrutora Flvia Kawazoe, que

    atualmente est atuando em fotografia.

  • 16

    A definio literal de esttica , segundo o dicionrio Larousse Cultural: carter esttico de uma forma; harmonia, beleza, teoria filosfica que se prope

    como objeto para determinar o que provoca, no homem, o sentimento de que

    alguma coisa bela. Vem do grego aisthetike, de aisthetikos que significa relativo

    ao sentimento.

    Desta definio tiramos primeiramente que a esttica relativa ao

    sentimento, sensorial, teoria do saber sensvel, ou seja, no podemos falar de

    esttica simplesmente pela razo. A primeira observao que fazemos de alguma

    coisa que olhamos no de maneira racional, e sim intuicional.

    A esttica uma maneira do homem entender e organizar o mundo em que

    vive. Para a mente humana fundamental alguma ordem. Estamos sempre

    trabalhando dentro de um espao que organizado por ns, inclusive nossas

    mentes. A esttica uma das maneiras que o homem encontrou para organizar

    este mundo que ele vive.

    Algo esttico aquilo que tem a capacidade de produzir no ser humano certa

    sensao que podemos traduzir como beleza, fora, harmonia e ordem e que faz

    com que aquilo que est sendo observado se destaque do resto das coisas que

    esto sendo observadas.

    Assim, se o sana esttico deve, portanto, produzir para o prprio

    praticante essa sensao de beleza, fora, harmonia e ordem; trazendo ateno

    do praticante para sua execuo. Assim o conforto, a permanncia com a

    respirao profunda e consciente e a localizao da conscincia decorrem

    naturalmente do alcance da esttica na posio.

    PRINCPIOS GERAIS PARA A ESTTICA DO SANA

    Pelo conceito apresentado, a esttica envolve parmetros alm do mental e

    cada sana tm sua caracterstica prpria, logo no possvel determinar um

    conjunto simplificado de regras objetivas. Ainda assim, h alguns princpios que

    podem ser aplicados para a maioria dos sanas. Fica registrado que so princpios

    gerais e, dessa forma, passveis de excees na sua aplicao.

    A expresso facial reflete a sensao corporal, assim, reflexologicamente,

    sua expresso facial influencia todo o organismo. A esttica da posio inicia-se

    pela sensao interna de conforto, fora, beleza e sua conseqente manifestao

    na expresso facial.

    A localizao principal da conscincia na regio mais solicitada pelo sana,

    mas mantenha a esttica consciente em todo o corpo, com ateno especial para a

    solicitao sobre a coluna vertebral e tambm sobre as extremidades do corpo.

    Quando o sana permitir, acople mudrs (gestos com as mos). Observe

    como algumas mudrs tm impacto na atuao e permanncia dos sanas.

    Quando a planta do p no estiver apoiada no solo, procure manter o

    calcanhar estendido. Os dedos dos ps podem ficar descontrados, que a situao

    mais normal para a prtica de Yoga, ou estendidos, acompanhando a linha do dorso

    do p, que bastante utilizada em demonstraes.

  • 17

    A variao com o calcanhar fletido (ou puxando os dedos dos ps com os

    mos) desenvolve mais fora e alongamento e pode ser utilizada para treinamento,

    mas menos utilizada para demonstrao. Ao treinar esta variao, inicie sempre

    com a posio com o calcanhar estendido para criar o reflexo automtico durante

    uma apresentao de sanas para fazer o que mais esttico do ponto de vista

    ocidental.

    Normalmente os extremos tm melhor impacto visual, ou seja, ao estender

    ou flexionar uma perna ou brao, faa-o completamente. Nossa sensao de

    esttica aprecia a ordem e o padro. Sendo assim, preferencialmente, mantenha

    ngulos definidos entre os ps (juntos, afastados paralelos ou em um ngulo de

    noventa graus) e posies dos braos e pernas tambm seguindo um alinhamento

    ou angulao consciente.

    Cada sana tem uma linha de fora prpria que envolve o posicionamento

    (em alguns casos, o alinhamento) de tronco, cabea, pernas e braos; procure

    descobrir as linhas de fora do sana e utilzar a trao de corpo ou o repouso

    muscular para reforar essas linhas.

    Mesmo se no executar repetio de sanas na sua prtica regular, sempre

    que a posio permitir, inicie a execuo com uma variao mais simples do sana

    (preferencialmente a variao sukha, em descontrao), executando-a, como

    passagem para as variaes mais avanadas.

    A total segurana na execuo do sana fundamental para sua esttica,

    assim, mesmo tendo conquistado as variaes mais avanadas, continue tambm

    treinando as variaes mais simples. Estas normalmente tm mais exigncia

    muscular do que a posio final e sua prtica regular a base para a execuo com

    segurana das variaes mais avanada.

  • 18

    Parte III - Nomenclatura tcnica

    A importncia de utilizar os termos tcnicos

    Toda arte, cincia, filosofia ou tcnica possui seu prprio acervo de

    nomenclatura tcnica. A utilizao correta desses termos, alm de viabilizar a

    comunicao eficiente entre os profissionais que atuam no setor, necessria para

    o prprio aprendizado e para a evoluo como praticante. A palavra o

    instrumento utilizado pela nossa mente para compor raciocnio e pensamento. Se o

    praticante no tem conhecimento das palavras que conceituam a tcnica que est

    propondo-se a aprender, no conseguir ultrapassar os estgios mais superficiais.

    Assim como a prtica entre os vrios feixes de tcnicas deve ser balanceada

    medida que se evolui na tcnica, tambm a nomenclatura torna-se mais

    necessria para definir o que j se alcanou e o que se est vivenciando e projetar

    os prximos passos.

    SOBRE A TRADUO DA NOMENCLATURA

    Cada termo tcnico embute uma srie de significados e associaes que

    esto muito alm da traduo literal para outro idioma. Jamais um estudioso de

    Fsica, Qumica, Ballet ou Karat cogitaria traduzir os termos tcnicos dessas

    disciplinas, assim como o profissional de dana no utiliza o termo aportuguesado

    bal.

    Imagine propor-se a tentar evoluir nessas atividades utilizando a traduo

    literal para a lngua portuguesa de palavras como quark, spin, pli e kat. O

    mesmo ocorre em relao aos termos tcnicos de Yoga. Os nomes utilizados para

    identificar as tcnicas so palavras provenientes do snscrito e o significado deles

    mais abrangente que a traduo, j que, nesse contexto, o termo embute uma

    srie de conceitos que possuem significados especficos dentro da prtica. Cada

    escola utiliza sua prpria nomenclatura, mas todas utilizam o snscrito, e os

    conceitos mais importantes so comuns s escolas, como utilizar a palavra sana

    para designar as tcnicas corporais ou prnyma para as tcnicas respiratrias.

    Assim, os termos snscritos dos nomes dos sanas no devem ser jamais

    substituidos pela sua traduo durante as aulas e prticas. O nico que sua

    traduo ser apresentada neste estudo que seu conhecimento til para a

    memorizao do nome tcnica, pois mais fcil guadarmos uma palvra de outro

    idioma que conheamos o significado e, em alguns sanas, tambm ser possvel

    criar algum fator mneumnico relacionando o significado do nome com sua

    execuo.

    O aprendizado da nomenclatura tcnica do Yoga, internacionalmente

    utilizada, mais uma das alavancas de evoluo pessoal dos praticantes.

    CRITERIO ADOTADO PARA A NOMENCLATURA

    Os termos principais do Yoga, como sana, prnyma, dhyna, e outros

    so utilizados por todas as linhas e escolas de Yoga. J a para nomeao de cada

    sana ou prnyma h variaes para cada escola.

  • 19

    Esta proposta de nomenclatura para a Sistematizao Universal dos sanas

    foi realizada pelo Prof. Andr aps mais de dez anos de pesquisa em ampla

    bibliografia de vrias escolas. O critrio adotado foi procurar utilizar uma

    nomenclatura prxima da literatura existente e entre as alternativas, procurar

    adotar um nome que identificava a tcnica de uma forma mais simples, como por

    exemplo embutindo no nome do sana as partes do corpo envolvidas com a sua

    execuo.

    Seria de grande valia para as futuras edies deste livro, incluirmos as

    variaes utlizados por cada linha de Yoga. Agradeo muito se voc, como

    professor de alguma modalidade de Yoga, puder contribuir nos enviando a

    referncia com a nomenclatura utilizada por sua escola.

    TERMINOLOGIA UTILIZADA NA SISTEMATIZAO

    Os nomes das tcnicas corporais so compostas de prefixos, radicais e o

    termo sana como sufixo. Por exemplo, em ardha utthita natarjsana, temos:

    Prefixos: ardha utthita. Radical: natarja Sufixo: sana.

    Todas as tcnicas corporais tm o termo sana como sufixo, ao final de seu

    nome, antecedido por outro termo, o radical, que identifica a tcnica em si.

    Normalmente, o radical escrito junto com o sufixo sana, compondo uma s

    palavra.

    Os prefixos contm definies para distinguir as possveis variaes dentro

    de uma mesma famlia.

    Neste exemplo, natarja, faz referncia a Shiva Natarja, um dos aspectos

    de Shiva, o criador do Yoga, onde este apresentando como Natarja, literalmente,

    o Rei dos Bailarinos. Os sanas como natarja como radical so posies de

    equilbrio sobre um dos ps.

    Os prefixos supta e utthita, indicam que a posio deve ser feita com os

    olhos fechados (supta) e na ponta do p (utthita).

    Para o aprendizado completo da nomenclatura basta aprender o siginificado

    dos radicais, que so em nmero de 108, e os prefixos que determinas as variaes

    possveis.

    A CLASSIFICAO DA FAMLIA RADICAIS

    Dentro da sistematizao, todas as posies que compartilham do mesmo

    radical esto agrupadas dentro da mesma famlia. Excepcionalmente, uma famlia

    pode tambm incluir sanas com outro radical em seu nome, mas que tm

    execuo e efeitos muito prximos.

    Os termos utilizados como radicais esto normalmente associados a partes

    do corpo, ou animais, ou elementos da natureza. O conhecimento da traduo

    desses termos pode auxiliar a memorizao, mas, como vimos, a traduo no

    deve ser utilizada em substituio ao nome da tcnica. Para ajudar no processo de

  • 20

    aprendizado dos nomes dos radicais, consulte o captulo Tcnica para memorizao

    da da nomenclatura.

    Para compreender a distino entre as vrias famlias e classificar

    corretamente uma posio, necessrio conhecer a atuao do sana, no apenas

    a aparncia da posio resultante. Um exemplo disso so os sanas das famlias do

    krmsana, yogsana, hamssana e dhransana, que visualmente parecem muito

    semelhantes, mas tm efeitos e propsitos totalmente distintos.

    Cada sana tem uma atuao corporal mais facilmente identificvel. Ao

    associar um sana a uma famlia, ou seja, ao definir o radical de seu nome, essa

    caracterstica principal de atuao que usada como critrio eletivo.

    Pela definio formal, sana posio, contudo algumas passagens entre

    sanas, ou movimentos para sentar-se e levantar-se, dada sua importncia e

    extensa utilizao, tambm esto codificadas e agrupadas como uma famlia de

    sana.

    Na seo seguinte deste livro, para cada famlia so descritos os elementos

    principais da execuo que determinam a classificao do sana. Esse

    conhecimento auxilia bastante o praticante mais iniciante que est estudando pelas

    fotos, pois treinar um sana no tentar reproduzir a posio final da foto, mas

    sim colocar o corpo, a tenso e a descontrao musculares, a inteno dentro do

    propsito daquele sana.

    UTILIZAO DOS PREFIXOS

    A sistematizao para a nomenclatura dos sanas permite que milhares de

    posies, a partir das 108 famlias inicias, possam ser definidas por meio da

    utilizao dos prefixos, que do informaes adicionais sobre a execuo daquela

    variao.

    Conhecendo os radicais dos sanas, em nmero de 108, e o significado

    exato de todos os prefixos, que so poucos e sero todos apresentados aqui, as

    mais de 2.000 posies codificadas, podem ser facilmente nomeadas.

    Com relao complexidade

    Os prefixos mais importantes so os que se referem ao grau de

    complexidade da execuo do sana: sukha = fcil (em relaxamento); ardha =

    metade (incompleto); rja = real (completo); mah = grande (avanado ou mais

    que completo).

    Um desses prefixos est sempre presente no nome completo do sana.

    Quando no mencionado, significa, como padro, que estamos nomeando a

    variao rja, que considerada a variao completa do sana, ou que aquela

    famlia de sanas no comporta variaes.

    muito comum ocorrer uma certa confuso entre essas variaes de nvel

    de adiantamento, pois o que determina se sukha ou ardha no a proximidade

    da posio do corpo em relao variao rja, mas o estado corporal interno do

    praticante.

  • 21

    Vamos entender isso por meio de exemplos prticos. Peguemos o rja

    jnusrshsana (foto 3). Qual das duas fotos (1 ou 2) deve ser a variao ardha, ou

    o segundo nvel de adiantamento? Pela distncia do corpo em relao posio

    final, a foto 1 est mais prxima, mas, pelo significado dos prefixos, a variao

    ardha a foto 2. Observe que, por variao sukha, entende-se que o praticante

    est no estado de mxima descontrao que o sana permite, logo a posio da

    foto 1. Na variao ardha, o praticante est fazendo o sana incompleto; nesse

    caso, a foto 2, na qual o corpo j est na posio para o sana, mas ainda no feita

    a anteflexo frente.

    A variao rja do sana pode ser executada em descontrao ou no; o

    que a caracteriza o fato de a posio estar completa. Por exemplo, na foto 3, de

    acordo com o capacidade de alongamento do praticante, ele pode precisar ou no

    de atuao muscular para manter a posio. Independente disso, desde que a

    cabea ou o trax esteja tocando as pernas, variao rja.

    A definio da variao mah do sana ir alm da variao rja no

    elemento caracterstico da famlia. Por exemplo, no jnusrshsana, como uma

    famlia de anteflexo, a variao mah alcanada quando a cabea toca o solo.

    Tambm nesse caso o praticante pode estar com o corpo descontrado ou no, de

    acordo com sua flexibilidade.

    interessante observar que o grau de adiantamento no est

    necessariamente associado ao grau de esforo necessrio para manter a posio.

    Alis, freqentemente, os mah sanas, quando finalmente conquistados, tm uma

    permanncia muito mais confortvel que a variao rja (como exemplo o mah

    shalabhsana, famlia 81) , assim como a variao ardha de muitas posies pode

    exigir muito mais esforo muscular que a variao rja (como exemplo, o ardha

    bhupdasana, famlia 87).

    Com relao posio das pernas

    sukha = as pernas reproduzem o sukhsana (veja a foto na famlia 6);

    samna = as pernas reproduzem o samnsana (famlia 7) ou uma das pernas

    colocada flexionada frente do corpo;

    vajra = as pernas reproduzem o vajrsana (famlia 12) ou uma das pernas

    colocada flexionada ao lado do corpo;

    siddha = as pernas reproduzem o siddhsana (famlia 9) ou a perna de polaridade

    negativa (esquerda para o homem) colocada sob o perneo;

    bhadra = as pernas reproduzem o bhadrsana (famlia 16);

    padma = as pernas reproduzem o padmsana (famlia 10) ou o dorso de um p

    colocado sobre a perna oposta.

    Com relao aos pontos de apoio

    ekapda = sobre um s p, ou conforme o sana, colocando uma s perna na

    posio caracterstica do sana;

    dwapda = sobre os dois ps;

    tripda = sobre trs apoios;

    chatuspda = sobre quatro apoios;

    utthita = suspenso em frgil apoio (significa que o corpo est suspenso em algum

    apoio menor que a execuo rja do sana; pode significar apoio nas pontas dos

    dedos, nas pontas dos ps ou mesmo sobre os joelhos e mos, de acordo com a

    posio original).

  • 22

    Com relao utilizao das mos ou braos

    nirahasta = sem utilizar as mos;

    ekahasta = com uma s mo;

    dwahasta = com as duas mos;

    baddha = enlaado (pelos braos);

    pdahasta = com uma mo tocando o p;

    jnuhasta = com uma mo tocando o joelho.

    Com relao ao lado de execuo

    vamah = para o lado esquerdo;

    dakshina = para o lado direito.

    Nota: tradicionalmente no Yoga, ao executar sanas que necessitem compensao

    por exemplo, um flexionamento lateral , executa-se primeiro sempre para o lado esquerdo.

    Com relao ao movimento

    tamas = esttico;

    rajas = em movimento.

    Esses prefixos so muito pouco utilizados, pois, por sua prpria natureza,

    sana quando voc alcana uma posio e nela permanece. A execuo com

    repetio, assim como sanas que incluem movimentao, no so caractersticas

    do Yoga mais antigo; ainda assim, a ttulo de referncia tcnica, foram includas na

    sistematizao algumas variaes rajas de sanas, como o rajas dolsana na

    famlia 83.

    O prefixo rajas tambm utilizado para designar algumas passagens entre

    posies, que foram codificadas devido sua importncia e sua utilizao

    freqente na prtica.

    Com relao posio do corpo

    rdhwa = elevado (significa que o corpo est parcialmente ou totalmente elevado

    do solo; tambm utilizado para designar passagens de elevao do solo);

    supta = adormecido (em posies de equilbrio, esse prefixo designa que a posio

    deve ser executada com os olhos fechados; nas demais posies, indica que o

    corpo est deitado, ou indica o movimento para deitar-se);

    parshwa = dorso (significa que a posio deve ser executada com a lateral do

    corpo);

    uttara = deitado com as costas no solo;

    udara = deitado de frente para o solo;

    vakra = toro (significa que posio deve ser feita em toro);

    uttna = extenso ou trao (posio executada com extenso ou trao com

    esforo).

  • 23

    1. No caso de compensao de sanas polarizados, para executar a variao

    siddha, sempre que possvel a perna negativa deve ser mantida sob o perneo,

    mesmo na compensao para o outro lado da tcnica.

    QUANTO ORDEM DE LEITURA DOS PREFIXOS

    Os prefixos modificam a forma de execuo da posio, sempre seguindo a

    ordem de importncia utilizada no snscrito, que da direita para a esquerda.

    Assim, um prefixo vai modificar o sana definido pelo nome sua direita. Tomemos

    por exemplo o utthita mah rdhwa dhanursana e o mah utthita dhanursana.

    Como vemos nesses casos, a ordem dos fatores altera o resultado. No primeiro,

    uma variao mah do rdhwa dhanursana (foto 1) que modificada para

    execuo em utthita, ou seja, na ponta dos ps (foto 2); no segundo, um utthita

    dhanursana, que dhanursana suspenso sobre o ante-brao e perna (foto 3),

    que modificamos para tornar mah utthita, ou seja, um apoio ainda menor

    substituindo-se o antebrao pela mo (foto 4).

    TCNICA PARA MEMORIZAO DA NOMENCLATURA

    Memorizar o nome rja parshwa jnrdhwa srshsana sem ter elementos

    associativos difcil ou to improvvel quanto memorizar

    supercalifragilisticoespialidoso sem ter assistido ao filme Mary Poppins! Mas, se

    voc estabelece vrios pontos de ligao com essa informao, torna-se uma tarefa

    fcil. Nossa capacidade de memorizao to facilitada quanto mais elementos

    esto ligando mente a informao que se deseja memorizar ( como se houvesse

    mais neurnios retendo-a...). Sendo assim, guardar o nome de uma pessoa que

    voc no conhece e a respeito da qual no sabe absolutamente nada difcil, mas,

    se voc tem a associao visual do rosto e a auditiva da voz dessa pessoa, conhece

    elementos de sua vida, hbitos e hobbies, voc guarda no apenas o nome, mas

    tambm todos esses outros elementos.

    Aqui vamos apresentar um procedimento para memorizar, de forma simples

    e permanente, toda a nomenclatura dos sanas. Agradeo aos meus alunos de

    formao profissional na escola Vila Mariana, que durante vrios anos colaboraram

    para lapidar este procedimento. Pr-requisitos:

    Leia em voz alta o ndice com os nomes das 108 famlias, corrigindo a

    pronncia atravs da orientao de seu professor. O objetivo principal dessa etapa

    no memorizar o significado das palavras, mas apenas criar a associao visual-

    auditiva para estar apto a ler termos em snscrito de forma simples.

    Estude o captulo Nomenclatura tcnica deste livro para compreender as

    regras de formao dos nomes na terminologia.

    Estude o glossrio deste livro para aprender o significado dos termos em

    snscrito utilizados nos radicais.

    No pule etapas. Somente aps executar os passos preliminares que se

    deve iniciar o estudo das 108 famlias. O mtodo consiste em associar o maior

    nmero possvel de elementos a cada famlia, executando as seguintes atividades:

  • 24

    leia em voz alta o nome da famlia; escreva o nome da famlia; memorize, quando

    houver, a traduo dos termos em snscrito utilizados no nome

    dos sanas; crie uma associao mnemnica do significado do nome com sua

    execuo; desenhe o andromorfo do sana (andromorfo um desenho simplificado

    representativo da posio); execute o sana com permanncia enquanto lembra o

    nome e observa os efeitos de sua execuo.

    Sobre o desenho de andromorfo, que alguns estudantes tm dificuldade,

    basta seguir um mtodo apropriado: inicie o desenho justamente pela caracterstica

    mais determinante do sana e, a seguir, apenas complete o desenho com as outras

    partes do corpo mais significativas para caracterizar a variao. Por exemplo: num

    rja trikonsana, o elemento determinante so as pernas formando um tringulo, a

    seguir a coluna executando um flexionamento lateral e, finalmente, a posio de

    braos e cabea na variao escolhida. Uma regra equivalente, ainda mais simples,

    sugerida pela Instra. Vivian Hanai, quando eu ministrava um curso na Unidade Vila

    Mariana em So Paulo, consiste em iniciar o desenho sempre pelos pontos de apoio

    e contato do corpo com o solo.

    O aprendizado e o treinamento de desenho das posies auxilia o registro de

    montagem de coreografias, de aula ou a prtica pessoal. Alm disso, ao desenhar

    estamos fazendo uma execuo mental do sana, logo, pode ser at um

    treinamento de sana! Observe que freqentemente alguns erros ou dificuldades

    existentes na execuo do sana tambm ocorrem quando se prope desenhar a

    posio.

    A execuo da posio com permanncia tambm muito importante. Se

    houver algumas famlias que sistematicamente voc confunda, ou esquea, voc

    provavelmente necessita executar mais essas posies e entender a diferena de

    propsito entre elas. Mesmo se os nomes dos sanas, ou a posio do corpo, forem

    muito similares, ao execut-los atento sua atuao, fica clara a distino.

  • 25

    Parte IV Tcnicas

    Estrutura deste guia prtico

    Esta parte do livro contm um guia prtico com as 108 famlias de sanas. Cada

    famlia apresentada com os itens descritos a seguir:

    a) Nmero Nmero de ordem da famlia. A ordenao das famlias foi escolhida para seguir a ordem com que os sanas so apresentados na Sistematizao

    Universal dos sanas.

    b) Nome Nome em snscrito da famlia, radical principal dos sanas deste grupo. c) Caracterstica Elemento comum mais destacado entre os sanas da famlia. d) Traduo dos termos: Traduo dos termos utilizados para compor o nome da

    famlia. Atente para o fato que esta traduo no deve ser utlizada para substituir o

    nome do sana na locuo e descrio da tcnica.

    e) Fotos das variaes mais utilizadas. Eventualmente, de acordo com a famlia,

    podem ser acrescentados tambm os seguintes itens explicativos.

    f) Polaridade Indicao quando a execuo da tcnica solicita que seja utilizada especificamente a perna direita ou esquerda. Neste caso a descrio ser sempre

    feita para a homem. A maior parte das escolas de Yoga utiliza a execuo para a

    mulher seguindo a mesma descrio do que a execuo para os homens, contudo

    algumas escolas adotam a regra que a execuo para a mulher sempre oposta

    do homem.

    g) ngulo didtico O ngulo didtico ser sempre o que foi utilizado na foto; quando houver necessidade de algum esclarecimento adicional, esse item ser

    includo apenas naquela famlia.

    h) Excelncia tcnica Comentrios sobre pontos a serem observados para uma execuo eficiente e para evitar os erros mais freqentes.

    i) Tcnicas preparatrias A variao sukha ou ardha do prprio sana, quando houver, normalmente a melhor tcnica preparatria para o treinamento da

    conquista da posio. A prpria caracterstica da tcnica (flexionamento, abertura,

    toro, etc.) uma indicao de outras famlias de sanas que podem ser

    praticados para alcanar uma boa execuo. Sendo assim, vamos incluir este item

    apenas nas famlias nas quais algumas tcnicas preparatrias possam no ser

    intuitivas para os praticantes.

    j) Sugesto para treinamento Vrios sanas permitem, com uma pequena variao da posio do corpo que nem chega a caracterizar uma variao do sana,

    regular de forma muito efetiva o grau de exigncia de fora muscular ou

    flexibilidade da posio. Quando a famlia tiver essa possibilidade, vamos fornecer

    esses elementos. Essas variaes podem ser utilizadas para facilitar a execuo de

    quem est iniciando-se na tcnica ou para servir como uma variao mais forte e

    treinamento para os praticantes mais adiantados.

    k) Outras variaes Sugesto de variaes, algumas ainda no codificadas, mas cuja atuao coerente com a famlia apresentada. O objetivo da sistematizao

    no criar tcnicas, mas apenas resgatar e organizar o acervo do Yoga. Dessa

    forma, sanas ainda no codificados podem vir a ser includos, desde que sua

    execuo tenha coerncia com as demais tcnicas e sua atuao seja consistente

    com a caracterstica da famlia de sanas na qual ser includo.

    l) Prefixos aplicveis Enumerao dos prefixos aplicveis variao rja. Para saber como cada prefixo altera a posio, consulte o captulo Utilizao de Prefixos

    deste livro. No foram listados neste item os prefixos sukha, ardha ou mah, pois

    essas variaes, quando existentes na famlia, j foram includas nas fotos.

  • 26

    1 - srya namaskra

    2 - vrabhadra namaskra

    3 - shavsana

    4 - purnsana

    5 - purnavajrsana

    6 - sukhsana

    7 - samnsana

    8 - swstiksana

    9 - siddhsana

    10 - padmsana

    11 - vrsana

    12 - vajrsana

    13 - idsana

    14 - pingalsana

    15 - sushumnsana

    16 - bhadrsana

    17 - rdhwsana

    18 - pdsana

    19 - prathansana

    20 - trishlsana

    21 - vrikshsana

    22 - kapda rdhwsana

    23 - vatyansana

    24 - angushthsana

    25 - natarjsana

    26 - dhanursana

    27 - jnrdhwa srshsana

    28 - jnrdhwsana

    29 - grudsana

    30 - pakshsana

    31 - pdaprasransana

    32 - prasrana ekapdsana

    33 - shrapdsana

    34 - dysana

    35 - grivavartnsana

    36 - bhuvartenasana

    37 - nitambsana

    38 - trikonsana

    39 - prishthsana

    40 - prishthakonsana

    41 - jnursana

    42 - shrngushthsana

    43 - upavishtsana

    44 - parighsana

    45 - hanumansana

    46 - prnsana

    47 - hastinsana

    48 - talsana

    49 - chakrsana

    50 - kandharsana

    51 - pdahastsana

    52 - shaktysana

    53 - parshwottnsana

    54 - hastsana

    55 - utksana

    56 - manduksana

    57 - omkrsana

    58 - lolsana

    59 - merudandsana

    60 - paschimottnsana

    61 - upavishta konsana

    62 - vajrolysana

    63 - jnusrshsana

    64 - stambhsana

    65 - vamadevsana

    66 - kapodsana

    67 - vakrsana

    68 - matsyendrsana

    69 - updhansana

    70 - kukkutsana

    71 - samakonsana

    72 - gomukhsana

    73 - prvatsana

    74 - garbhsana

    75 - yogsana

    76 - krmsana

    77 - hamssana

    78 - udarsana

    79 - bhujangsana

    80 - sarpsana

    81 - shalabhsana

    82 - makarsana

    83 - dolsana

    84 - bhgsana

    85 - chatuspdsana

    86 - tripdsana

    87 - bhupdsana

    88 - vytksana

    89 - banchsana

    90 - simhsana

    91 - mayrsana

    92 - kksana

    93 - bhukksana

    94 - natapdsana

    95 - chalansana

    96 - katiksana

    97 - ushtrsana

    98 - natashra vajrsana

    99 - gokarnsana

    100 - viparta karanysana

    101 - halsana

    102 - sarvngsana

    103 - viparta halsana

    104 - matsysana

    105 - grivsana

    106 - srshsana

    107 - vrishksana

    108 - dhransana

    _______________________________

  • 27

    1) SRYA NAMASKRA (Saudao ao Sol)

  • 28

    Caracterstica - Vestgio de coreografia primitiva.

    ngulo didtico - Como em algumas das posies o ngulo didtico frontal e em

    outras lateral, optamos por adotar o ngulo de quarenta e cinco graus para essa

    seqncia.

    Excelncia tcnica - Para utilizar a respirao correta durante a execuo da

    seqncia, execute os movimentos para cima com inspirao e para baixo com

    inspirao. Utilize uma reteno com ar (kmbhaka) na quinta posio da

    seqncia (chatuspdsana) para que a coordenao da respirao com a

    movimentao fique perfeita. A sexta posio (ashtngsana) consiste em tocar o

    corpo no solo com oito partes simultaneamente: dois ps, dois joelhos, duas mos,

    trax etesta. Nas posies 4 e 9, utilizadas como passagem, procure manter o olhar

    frente, os quadris baixos, a coluna ereta e o joelho da perna que est para trs

    permanece elevado sem tocar o solo. As quatro ltimas posies so exatamente

    iguais s quatro primeiras, assim, na execuo mais ortodoxa, a perna que fica

    frente nas posies4 e 9 deve ser sempre a mesma. Para manter a compensao

    dos movi-mentos na prxima vez que for executar a seqncia mantenha a outra

    perna frente.

    Os outros sanas utilizados nesta seqncia j esto descritos em suas respectivas

    famlias, a saber:

    Posies 1 e 12, rja pdsana - famlia 18;

    posies 2 e 11, ardha chakrsana - famlia 49;

    posies 3 e 10, ardha pdahastsana - famlia 51;

    posies 5 e 9, chatuspdsana - famlia 85;

    posio 7, bhujangsana - famlia 79;

    posio 8, uttna chatuspdsana - famlia 85.

  • 29

    2) VRABHADRA NAMASKRA

    Caracterstica - Vestgio de coreografia primitiva.

    ngulo didtico - A seqncia inicia-se de frente e, na segunda posio,ao dar um

    passo frente, ou para trs, o praticante deve girar o corpo paraficar de lado. Esta

    seqncia tambm pode ser utilizada em linhas deYoga que no tm o conceito do

    ngulo didtico; neste caso, a execuoj iniciada de lado.Excelncia tcnica- Nas

    trs primeiras posies, mantenha trao nacoluna e nos braos. Na quarta

    posio, os braos mantm a trao agoraparalelos ao solo. Na quinta posio,

    mantenha o alinhamento da pernacom o joelho estendido, tronco e braos,

    mantendo a trao. Finalmentea sexta posio o ardha natarjsana, descrito na

    famlia 25.

  • 30

    3) SHAVSANA

    uttara shavsana udara shavsana

    mah shavsana

    Caracterstica - Relaxamento deitado.

    ngulo didtico - O melhor ngulo didtico para demonstrao, e que tambm

    melhor utiliza o espao da sala de prtica, de lado. No ocidente, o instrutor pode

    induzir os alunos a executar esta posio com osps apontando em sua direo, a

    fim de que ao se soerguerem j estejamdiretamente, sem movimentos adicionais,

    sentados de frente para oinstrutor. Na ndia, ou dentro do contexto cultural do

    hindusmo, considerado falta de etiqueta apontar as plantas dos ps na direo

    do instrutor, neste caso a posio executada de lado ou com a cabea voltada

    para o instrutor.

    Excelncia tcnica - O sana no consiste apenas em colocar o corpo na posio,

    mas em efetivamente alcanar um estado profundo de completa descontrao

    muscular. Shavsana, como o prprio nome diz, apenasum sana de

    descontrao, no deve ser confundido com yoganidr, que a tcnica de

    descontrao que inclui visualizao e vrios outros elementos. Manter as palmas

    das mos voltadas para cima no obrigatrio,mas a eliminao do tato dos dedos

    com o solo auxilia o praticante aalcanar o estado de pratyhra (abstrao dos

    sentidos externos).

    Prefixos aplicveis - Uttara, udara, parshwa, suhka, vajra, swra, bhadra, padma

  • 31

    4) PURNSANA

    sukha purnsana ardha purnsana

    rja purnsana

    Caracterstica - Posio sentada mais primordial e ancestral.

    Excelncia tcnica - Na variao rja, mantenha a coluna bem ereta,chegando

    mesmo a exercer uma pequena trao. Na variao ardha, os braos servem de

    apoio para as costas. Na variao sukha, os ps esto confortavelmente afastados,

    a coluna forma uma discreta retroflexo para que a cabea fique tombada para

    trs, os braos so colocados de formaa criar uma alavanca e no necessrio

    esforo muscular para sustentara posio.

    Outras variaes - Experimente executar a variao sukha, com osdedos das

    mos apontados na direo do corpo e os cotovelos flexionados. Essa variao,

    alm de ser um excelente exerccio muscular para osbraos, estimula a aquisio

    de conscincia corporal, pois, apesar da ten-so nos braos, como ainda uma

    variao sukha, o yogin deve mantero restante do corpo totalmente descontrado.

  • 32

    5) PURNAVAJRSANA

    rajas purnavajrsana

    Caracterstica - Passagem entre posies sentadas.

    ngulo didtico- Passar as pernas pela frente permite uma visualizaomelhor do

    movimento, mas considerado correto passar as pernas portrs, especialmente se

    estiver dentro de um contexto cultural hindu (con-sulte o livro Boas maneiras no

    Yoga).

    Excelncia tcnica - No faa ajustes da posio. Apie a mo no solopara

    auxiliar no equilbrio j na sua posio definitiva. Faa um movimento nico, fludo

    e coordenado de todo o corpo durante a passagem.

  • 33

    6) SUKHSANA

    Sukhsana

    Caracterstica - Posio sentada, de pernascruzadas, com o calcanhar sob a

    perna.

    Polaridade - Calcanhar esquerdo mais prximodo corpo.

    Excelncia tcnica - Evite utilizar essa posio em sua prtica ou emsuas aulas.

    Como o calcanhar impede que o joelho alcance o solo, a utilizao dessa posio

    dificulta o aprendizado de alguns sanas maisavanados, como o padmsana.

    Assim, instrutores sem formao profis-sional, que no dominam tcnicas mais

    avanadas, costumam sugeriressa posio como forma de segurar o progresso de

    seus incautos alunos. Prefixos aplicveis- rdhwa, utthita, supta.sukhsana

  • 34

    7) SAMNSANA

    samnsana

    Caracterstica - Posio sentada, de pernascruzadas; os calcanhares no

    impedem que aperna oposta toque o solo.

    Polaridade - Calcanhar esquerdo mais prxi-mo do corpo.

    Prefixos aplicveis - Vajra, padma, rdhwa,utthita, supta.samnsana

  • 35

    8) SWSTIKSANA

    Swstiksana

    executado sempre para o mesmo lado. No tem polaridade

    Caracterstica - Posio sentada, de pernas cruzadas, com os dedosdos ps

    protegidos pelas pernas.

    Polaridade - No tem polaridade; uma posio simblica, que fazreferncia a um

    smbolo hindu, logo, tanto para homens quanto mulheres, sempre executada com

    a perna esquerda por cima da direita.

    Excelncia tcnica - Na variao mais completa, os dedos dos ps ficam

    totalmente envoltos pela perna. executado sempre para o mesmo lado.

    No tem polaridade.

  • 36

    9) SIDDHSANA

    Caracterstica - Posio sentada de pernas cruzadas, com o calcanhar

    pressionando a base da coluna.

    Polaridade - Calcanhar esquerdo mais prximo do corpo.

    Excelncia tcnica - Ao montar a posio, no eleve o corpo, simplesmente

    incline-o ligeiramente para trs e encaixe o calcanhar sob a plvis.

  • 37

    10) PADMSANA

    padmsana (outro nome: kamalsana)

    Caracterstica - Posio sentada, com as pernas cruzadas, com maior

    estabilidade.

    Excelncia tcnica - H a execuo apenas esttica do padmsana, na

    qualsomente as extremidades dos ps se posicionam sobre a outra perna, e a

    execuo mais tcnica e funcional, naqual todo o dorso do p (em alguns casos, o

    calcanhar) colocado sobrea perna, pressionando as veias, de forma a concentrar

    a circulao sangunea na regies do corpo que vo dinamizar a prtica.

    Tcnicas preparatrias:

    1. Bhadrsana (famlia 16);

    2. padma katiksana (famlia 96);

    3. ardha padma jnsrshsa: sentado, coloque o dorso do p esquerdo sobrea

    coxa direita, mantendo o joelho direito estendido, auxiliando gentilmente com as

    mos para o joelho esquerdo se aproximar do solo;

    4. padma kapda mdurandsana: deitado com as costas no solo, apie o

    calcanhar do p esquerdo logo abaixo do joelho direito flexionado, segure o joelho

    direito e procure aproximar a testa do joelho;

    5. padma parshwa mdurandsana: com o peito do p esquerdo na coxa direita,

    deite-se sobre o seu lado esquerdo, respeitando sua articulao do joelho para no

  • 38

    a forar, procure manter os quadris e as coxas alinhadas com o prolongamento do

    tronco.

    Sugesto para treinamento - Caso executem permanncia prolongada no

    padmsana, ou suas tcnicas preparatrias, algumas pessoas podem sentir

    necessidade de compensar a articulao do joelho, sentando em vajrsana, com os

    calcanhares afastados para o lado, permitindo que os quadris toquem o solo.

    A execuo regular de jnursana e upavishtsana tambm til para quem utiliza

    bastante o padmsana.

    Prefixos aplicveis - Vajra, rdhwa, utthita, baddha, supta.

  • 39

    11) VIRSANA

    vrsana

    Caracterstica - Posio sentada, de pernascruzadas, com joelhos sobrepostos.

    Tcnicas preparatrias - bhadrsana, padmakapda jnusrsha

    mrudandsana.

    Excelncia tcnica - Os quadris devem per-manecer no solo. Respeitando sua

    flexibilidade, mantenha os joelhos alinhados.

    Sugesto para treinamento - Incline o corpopara frente, mantendo a coluna

    ereta.

    Prefixos aplicveis - rdhwa, utthita.

  • 40

    12) VAJRSANA

    Caracterstica - Posio sentada, com as pernas flexionadas ao lado ou sob o

    corpo.

    Excelncia tcnica - Nesta posio, naturalmente a coluna tende a ficar ereta;

    conseqentemente, indicada como alternativa para iniciantes que tenham

    dificuldade em manter as pernas cruzadas durante muito tempo. Ao executar

    mudr, pj, mantra, prnyma e samyama, o conforto fundamental, logo inicie

    com as pernas cruzadas em swsana, mas varie sua posio sempre que

    necessrio, alternando entre os vrios dhynsanas.

    Sugesto para treinamento - H muitas variaes de vajrsana, variando o

    afastamento dos calcanhares, a posio dos calcanhares (sob ou ao lado dos

    quadris) e o afastamento dos joelhos. Experimente essas vrias alternativas

    buscando as de maior conforto para utilizao posterior no sdhana.

    Particularmente til como dhynsana a variao samnavajrsana que simples

    de montar com um movimento mnimo do corpo.

    Prefixos aplicveis - Padma, samna, siddha, rdhwa, utthita, supta.rja

    vajrsana

  • 41

    13) IDSANA

    Caracterstica - Posio sentada, com a perna de polaridade positiva pressionando

    o trax.

    Polaridade - Calcanhar esquerdo mais prximo do corpo e perna direita elevada.

    Excelncia tcnica - As costas devem permanecer eretas, e os braos auxiliam

    puxando a perna para pressionar o lado de polaridade positiva do trax.

  • 42

    14) PINGALSANA

    Caracterstica - Posio sentada, com a perna de polaridade negativa

    pressionando o trax. Polaridade - Calcanhar esquerdo mais prximo do corpo e

    perna esquerda elevada.

    Excelncia tcnica - As costas devem permanecer eretas, e os braos auxiliam

    puxando a perna para pressionar o lado de polaridade negativa do trax.

  • 43

    15) SUSHUMNSANA

    Caracterstica - Posio sentada, com as pernas pressionando o trax.

    Excelncia tcnica - As costas devem permanecer eretas e os braos auxiliam

    puxando as pernas para pressionar o trax.

  • 44

    16)BHADRSANA

    Caracterstica - Posio sentada, com as plantas dos ps unidas frente do corpo.

    Excelncia tcnica - Utilize as mos para manter os ps unidos; o tronco deve

    estar ereto e os joelhos tocam o solo.

    Tcnicas preparatrias - Padma jnsrshna.

    Sugesto para treinamento - Mantendo as mos segurando os ps unidos, pode-

    se utilizar os cotovelos para aproximar o joelhos do solo.Experimente inclinar o

    corpo frente, inicialmente com ante flexo,trazendo a testa prxima aos ps.

    Outra variao, mais intensa, inclinar o corpo frente mantendo a coluna ereta,

    aproximando o trax dos ps.

    Outras variaes - Como compensao de retroflexes intensas da regio

    cervical, afaste os ps cerca de dois palmos dos quadris e faa uma ante-flexo

    colocando o topo da cabea no solo, atrs dos calcanhares.

    Prefixos aplicveis - rdhwa, utthita, supta, kapda vakra, dwapdavakra.

  • 45

    17) RDHWSANA

    Caracterstica - Movimentos para levantar-se.

    Excelncia tcnica - Na passagem, mantenha o olhar frente, as costas eretas.

    Nas variaes em que a perna est estendida, esta deve permanecer todo o tempo

    paralelo ao solo.

    Sugesto para treinamento - Para conquistar uma boa execuo do

    srdhwsanas, treine diariamente (uma vez ao dia suficiente) a execuo do

    rdhwa pdaprasransana, iniciando com o corpo elevado e flexionando os joelhos

    apenas at o ponto no qual voc tenha certeza de pode relevar-se novamente,

    permanecendo alguns instantes no ponto mximo. Durante o treinamento, no

    importa se voc j consegue chegar at o solo ou no, basta ir diariamente at seu

    ponto mximo e depois retornar. Em algumas semanas, ou meses, quando j puder

    chegar ao solo, inicie o treinamento de outras variaes, com ou sem as mos

    segurando a perna ou com uma perna em padma. Como treinamento, durante a

    sua prtica (e em qualquer ocasio do seu dia), sempre que for elevar o corpo do

    solo, faa-o sem o auxlio das mos.

    Prefixos aplicveis - sukha, vajra, jnuhasta, bhadra, pddottthita, pda-hasta,

    jnusrsha.sukha rdhwsana

  • 46

    18) PDSANA

    Caracterstica - Posio de equilbrio sobre os ps unidos e a coluna ereta.

    Excelncia tcnica - O peso deve estar igualmente distribudo nas plantas dos

    ps; o corpo, absolutamente ereto e estvel. Utilize as pequenas oscilaes

    naturais do corpo para definir seu centro de gravidade. Mudrs com as palmas das

    mos unidas, como kl mudr e prnam mudr, auxiliam a aprimorar o senso de

    equilbrio.

    Sugesto para treinamento - Como reforo maior para o treinamento de

    equilbrio, experimente executar grivavartnsana (famlia 35) em pdsana; a

    seguir, faa com os olhos fechados. Como um exemplo que qualquer sana pode

    permitir desenvolvimento muscular, experimente uma execuo de pdsana,

    tracionando a coluna para cima, pressionando uma palma da mo contra a outra,

    mantendo tenso retraindo os joelhos e pressionando os dedos dos ps contra o

    solo. Outras variaes - A variao de pdsana com os braos estendidos para

    baixo e afastados do corpo, como num tringulo, recebe o nome detadsana.

    Prefixos aplicveis - Supta, utthita.rja pdsana

  • 47

    19) PRATHANSANA

    Caracterstica - Posio de equilbrio, com os ps alinhados e a coluna ereta.

    Excelncia tcnica - O peso deve estar igual-mente distribudo nas plantas dos

    ps; o corpo,ereto e estvel; os ps, perfeitamente alinhados.

    Sugesto para treinamento - Os elementos descritos para excelncia tcnica e

    para treina-mento do pdsana aplicam-se tambm para esta famlia.

    Prefixos aplicveis - Supta, utthita..rja prathansana

  • 48

    20) TRISHLSANA

    Caracterstica - Posio de equilbrio sobre um p, com a simbologia de um

    trishla, smbolo de Shiva.

    Excelncia tcnica - A ponta do p elevado apenas toca a outra perna, sem se

    apoiar. Os braos devem estar paralelos ao solo e os antebraos devem estar num

    ngulo ligeiramente maior que noventa graus, buscando justamente se aproximar

    do formato de um trishla. A perna deve ficar afastada para o lado,no para

    frente, de forma que os braos e o joelho flexionado fiquem num mesmo plano.

    Podem ser utilizados outros mudrs.

    Prefixos aplicveis - Supta, utthitarja trishlsana

  • 49

    21) VRIKSHSANA

    (NO TEM IMAGEM)

    Caracterstica - Posio de equilbrio sobre um p, com o joelho da perna de apoio

    estendido e o outro p apoiado na perna oposta.

    ngulo didtico - De acordo com a variao, h um ngulo didtico prprio; logo,

    para execuo em coreografia, treine para rotacionar o corpo mantendo o equilbrio

    ou execute a quarenta e cinco graus.

    Excelncia tcnica - Ao inclinar o corpo frente, para a execuo de

    rjavrikshsana, mantenha as costas eretas e os braos alinhados com o tronco.

    Somente quando sua flexibilidade o exigir prossiga com o movimento apenas com

    os braos. Ao retornar, no desfaa o sana imediata-mente, primeiro confirme e

    aprimore a estabilidade da posio. Na variao ardha vrikshsana, desenvolva a

    flexibilidade procurando manter os joelhos mais prximos e alinhados. Na variao

    sukha vrikshsana, a perna pode estar apoiada bem prxima aos quadris ou estar

    apoiada coma planta do p na altura do joelho.

    Outras variaes - O treinamento da passagem para o rja vrikshsana,parando

    a movimentao no meio do caminho, com o tronco paralelo ao solo, excelente

    para ganhar mais estabilidade nas posies em p. Outro treinamento a

    passagem deste sana para o kapda angushthsana(famlia 24).

    Prefixos aplicveis - Supta, parshwa, baddha, utthita, jnusrsha, shra-hasta.

  • 50

    22) KAPDA RDHWSANA

    Caracterstica - Equilbrio em p, com o dorso do p apoiado sobre a outra perna

    e o joelho da perna de base flexionado.

    ngulo didtico - Em fotos e materiais didticos, demonstrado a quarenta e

    cinco graus para uma melhor visualizao do joelho flexionado. Em coreografias ou

    prticas de sana pode ser executado de frente ou tambm quarenta e cinco

    graus, como passagem para outro sana(por exemplo, kapda kaksana, famlia

    20).

    Prefixos aplicveis - Supta, utthita, baddha.rja kapdardhwsana

  • 51

    23) VATYANSANA

    Caracterstica - Equilbrio com flexionamento da articulao do joelho.

    Excelncia tcnica - Pode ser montado a partir da posio sentada, mas a forma

    mais tcnica a partir do kapda rdhwsana. Na posio final, mantenha as

    costas eretas.

    Tcnicas preparatrias - Padmsana, vamadvsana, mah matsyndrsana.

    Sugesto para treinamento - O p que est apoiado no solo pode ficar mais

    frente do ponto de apoio do joelho para regular o grau de dificuldade do sana.

    Prefixos aplicveis - Supta, gruda.rja vatyansana

  • 52

    24) ANGUSHTHSANA

    Caracterstica - Equilbrio sentado nos calcanhares, apoiado nas pontas dos ps.

    Excelncia tcnica - Permanecer com as costas eretas, mantendo um esforo de

    trao na perna de apoio, como se estivesse preparando-se para elevar-se, auxilia

    a sustentar a estabilidade. O p, ou os ps, de apoio, a coluna e a cabea devem

    estar alinhados.

    Prefixos aplicveis - Supta, kapda, dwapda, baddha, pdotthita, pdahasta,

    jnusrsha.utthita kapdaangushthsanautthita dwapdaangushthsana

  • 53

    25) NATARJSANA

    Caracterstica - Equilbrio em p,com retroflexo e com uma mo tocando a perna

    elevada.

    Excelncia tcnica - Os quadris permanecem paralelos ao solo, sem girar o corpo,

    e o joelho da perna de apoio permanece estendido. Se h dificuldade para manter o

    equilbrio, pode-se treinar a variao ardhanatarjsana flexionando-se um pouco a

    perna base at reforar a musculatura. Nas variaes Rja e Maha, a inclinao

    para frente a menor que sua flexibilidade e equilbrio permitirem.

    Prefixos aplicveis - Supta, utthita, baddha, rdhwa, jnuhasta, Uttna.ardha

    natarjsanarja natarjsanamah natarjsana

  • 54

    26) DHANURSANA

    Caracterstica - Retroflexo com a elevao da(s) perna(s).

    Excelncia tcnica - Nas variaes rdhwa, a inclinao para frente a menor

    que sua flexibilidade e equilbrio permitirem, e a perna de apoio permanece com o

    joelho estendido. Outthita dhanurnasa sempre executado com braos e pernas

    opostos elevados, a palma de apoio sempre voltada para o corpo. Ao montar o

    utthita Dhanursana, a mo deve primeiro segurar o p (ou calcanhar) e s depois

    elevara perna. Em todas as variaes de dhanursana, as pernas exercem fora,

    tracionando os braos e intensificando a retroflexo. No treinamento, procure

    sempre manter os quadris alinhados, sem os rotar.

    Prefixos aplicveis - Supta, utthita, rdhwa, baddha, nirahasta, jnuhasta,

    Uttna.ardha dhanursanarja dhanursana Maha dhanursana Uttna

    dhanursana

  • 55

    27) JNRDHWA SRSHSANA

    Caracterstica - Equilbrio em p, elevando uma perna com o joelho flexionado

    aproximando-se da cabea.

    Excelncia tcnica - Na variao sukha, o corpo ligeiramente inclinado para

    trs, de forma que os braos estendidos segurando o joelho forneam o contrapeso

    que permite que o corpo fique descontrado na posio. Na variao ardha, os

    braos exercem fora, trazendo a perna para prximo e para o centro do trax. Na

    variao Rja, o joelho deve ser levado direo da cabea com o mnimo de

    anteflexo da coluna.

    Prefixos aplicveis - Supta, utthita, Uttna, vakra, baddha.ardha

    jnrdhwasrshsanasukha jnrdhwasrshsana

  • 56

    28) JNRDHWSAN

    Caracterstica - Equilbrio em p,com toro, elevando-se uma perna com o joelho

    flexionado.

    Tcnicas preparatrias - Jnrdhwa srshsana, baddhamatsyndrsana,

    ekapda chalansana.

    Prefixos aplicveis - Supta, utthita, vakra, baddha, vakra baddhajnrdhwsana

  • 57

    29) GRUDSANA

    Caracterstica - Equilbrio em p, com pernas e braos entrelaados.

    ngulo didtico - A melhor visualizao do sana de lado, mas este sana no

    utilizado em coreografias de demonstrao.

    Prefixos aplicveis - Supta, utthita. rja grudsana

  • 58

    30) PAKSHSANA

    Caracterstica - Equilbrio em p, elevando-se uma perna lateralmente.

    Excelncia tcnica - A coluna, os quadris e a perna elevada devem permanecer

    no mesmo plano. O corpo, dos ps cabea, permanece to vertical quanto

    possvel, evitando o deslocamento dos quadris.

    Prefixos aplicveis - Supta, utthita, baddha, nirahasta, parshwa.rja pakshsana

    rja pakshsana mah pakshsana ardha pakshsana

  • 59

    31) PDAPRASRANSANA

    Caracterstica - Abertura plvica com o corpo elevado do solo.

    Excelncia tcnica - Em todas as variaes, intensifique o grau de adiantamento

    da posio aumentando a solicitao sobre a abertura plvica. H uma proximidade

    visual entre esta famlia e o jnursana (famlia 41),a diferena est no efeito

    interno do sana: nesta famlia, a extenso e a abertura plvica o foco principal,

    assim os quadris aproximam-se o mximo do solo, e o joelho flexionado

    normalmente ultrapassa bastante os noventa graus; no jnursana, que

    muscular, a posio mais eficiente com o joelho formando um ngulo reto.

    Prefixos aplicveis - Supta, utthita, rdhwa, vakra, baddha, nirahasta,uttna.rja

    pdaprasransana

  • 60

    32) PRASRANA EKAPDSANA

    Caracterstica - Equilbrio em p com anteflexo e a outra perna elevada.

    Excelncia tcnica - Na variao ardha a perna eleva-se a noventa graus do solo.

    Na variao mah, a cento e oitenta graus do solo. As mos apiam no tornozelo

    como treinamento de equilbrio.

    Prefixos aplicveis - Supta, utthita, rdhwa.ardha rdhwa prasranakapdsana

    rja rdhwa prasranakapdsana

  • 61

    33) SHRAPDSANA

    Caracterstica - Flexionamento com uma perna na nuca.

    Excelncia tcnica - A coluna deve permanecer ereta. Este sana, por ser pouco

    esttico e ter efeito reduzido em relao meta do Yoga, no deve ser utilizado em

    demonstraes de coreografia e deve ser pouco utilizado em sesses prticas de

    treinamento.

    Tcnicas preparatrias - Upadhansana.

    Prefixos aplicveis - Supta, utthita, rdhwa.rja shrapdsana

  • 62

    34) DYSANA

    Caracterstica - Semi-relaxamento em p.

    Excelncia tcnica - O corpo deve permanecer com o mximo de descontrao

    que a sustentao da posio permitir.dysana

  • 63

    35) GRIVAVARTNSANA

    Caracterstica - Semi-relaxamento em p, com rotao do pescoo.

    Excelncia tcnica - Sempre inicie e conclua o movimento com a cabea

    flexionada para trs. Ao executar o movimento, a cabea fica sempre na direo

    frontal, ou seja, na lateral a cabea est tombada, mas no h rotao para o lado.

    Os ombros permanecem descontrados e a coluna reta.grivavartnsana

  • 64

    36) BHUVARTENASANA

    Caracterstica - Semi-relaxamento em p, com rotao dos ombros.

    Excelncia tcnica - O corpo deve permanecer com o mximo de descontrao

    que a sustentao da posio permitir. Apenas os ombros comandam o

    movimento.Preferencialmente, execute por ltimo o sentido de rotao para cima e

    para trs.bhuvartnsana

  • 65

    37) NITAMBSANA

    Caracterstica - Flexo lateral em p, com os ps unidos.

    Excelncia tcnica - Mantenha os braos sempre paralelos e execute uma trao,

    estendendo todo o corpo no ponto mximo da execuo.

    Prefixos aplicveis - utthita.rja nitambsana

  • 66

    38) TRIKONSANA

    Caracterstica - Flexo da coluna em p,com os ps afastados entre quatro e seis

    palmos.

    Excelncia tcnica - Nas variaes 2 e 3,aproxime o mximo os quadris do solo,

    procurando manter uma linha reta, uma linha de fora, que atravessa o corpo

    desde a perna estendida at a cabea. Nas variaes 4 a 5, os quadris permanecem

    alinhados como solo, todo o movimento deve ser realizado da cintura para cima. Na

    variao 5, execute o mximo de toro combinada com o flexionamento, at

    conquistar o alinhamento do antebrao com o p. Os ps permanecem

    perfeitamente paralelos ou perpendiculares, de acordo com a posio executada.

    Todas as variaes de trikonsana podem ser dinamizadas, exercendo-se uma forte

    trao nos braos, procurando se estender o corpo no ponto culminante do sana.

    Prefixos aplicveis - vakra, baddha, parshwa, uttna, utthita.rja trikonsana

    rja trikonsana rja trikonsana rja trikonsana rja trikonsana rja trikonsana

  • 67

    39) PRISHTHSANA

    Caracterstica - Retroflexo e toro em p, com os ps afastados entre dois e

    trs palmos.

    ngulo didtico - O ngulo de quarenta e cinco graus mais indicado para

    permitir a visualizao do afastamento entre os ps, mas, em coreografia, pode

    tambm ser executado de lado.

    Excelncia tcnica - Mantenha os joelhos estendidos e o pescoo descontrado

    com a cabea tombada para trs. Quanto mais paralelos se mantm os ps, mais

    forte a posio. Nas variaes combinadas com toro da coluna, os quadris

    permanecem alinhados, sem girar.

    Sugesto para treinamento - Os ps paralelos ou inclinados para fora regulam

    tambm a intensidade da posio. Respeitando seu corpo, treine para que os ps

    fiquem paralelos.

    Prefixos aplicveis - ekahasta, dwahasta.

  • 68

    40) PRISHTHAKONSANA

    Caracterstica - Retroflexo e toro em p, com os ps afastados entre quatro e

    seis palmos.

    ngulo didtico - O ngulo de quarenta e cinco graus mais indicado para

    permitir a visualizao do afastamento entre os ps, mas, em coreografia, pode

    tambm ser executado de lado.

    Excelncia tcn