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Manual de Orientações sobre o Bolsa Família na Saúde MINISTÉRIO DA SAÚDE 3ª Edição Brasília –– DF 2010

Manual de orientações sobre o Bolsa Família na Saúde - 3 ed · (Art. 2º da Portaria Interministerial nº 2.509 de 18 de novembro de 2004) I - indicar um responsável técnico

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Manual de Orientaes

sobre o Bolsa Famlia

na Sade

MINISTRIO DA SADE

3 Edio

Braslia DF2010

MINISTRIO DA SADE

Braslia DF2010

Manual de Orientaes sobreo Bolsa Famlia na Sade

3 edio

MINISTRIO DA SADESecretaria de Ateno Sade

Departamento de Ateno Bsica

Srie A. Normas e Manuais Tcnicos

3 edio

Braslia DF2010

Manual de Orientaes sobreo Bolsa Famlia na Sade

2005 Ministrio da Sade.Todos os direitos reservados. permitida a reproduo parcial ou total desta obra, desde que citada

A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens dessa obra da rea tcnica.A coleo institucional do Ministrio da Sade pode ser acessada, na ntegra, na Biblioteca Virtual em Sade do Ministrio da Sade: http:// www.saude.gov.br/bvs

Srie A. Normas e Manuais Tcnicos

Tiragem: 3 edio 2010 13.000 exemplares

Elaborao, distribuio e informaes:MINISTRIO DA SADESecretaria de Ateno SadeDepartamento de Ateno BsicaCoordenao-Geral de Poltica de Alimentao e NutrioSAF Sul, Quadra 2, Lotes 5/6, Edifcio Premium, Bloco II, SubsoloCEP: 70070-600, Braslia DFE-mail: [email protected] page: www.saude.gov.br/nutricao

Parceria: Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome

Projeto grfco, diagramao e capa:Hosana Seiffert

Impresso no Brasil/Printed in Brazil

_____________________________________________________________________________________________

Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Ateno Sade. Departamento de Ateno Bsica. Manual de orientaes sobre o Bolsa Famlia na Sade / Ministrio da Sade, Secretaria de Ateno Sade, Departamento de Ateno Bsica. 3. ed. Braslia : Ministrio da Sade, 2010. 68 p. : il. (Srie A. Normas e Manuais Tcnicos)

ISBN 978-85-334-1665-9

1. Poltica social. 2. Sade pblica. I. Ttulo. II. Srie.

CDU 613.9-055 _____________________________________________________________________________________________

Catalogao na fonte Coordenao-Geral de Documentao e Informao Editora MS OS 2010/0173

Ttulos para indexao: Em ingls: Bolsa Famlia orientation manualEm espanhol: Manual de orientaciones sobre el Bolsa Famlia

Manual de orientaes sobre o Bolsa Famlia na Sade

SumrioIntroduo.............................................................................................7

1 Papel da Secretaria Municipal de Sade no Programa Bolsa Famlia ......................9

2 Papel da Secretaria Estadual de Sade no Programa Bolsa Famlia ......................10

3 Divulgao s famlias beneficirias sobre seu papel no Programa Bolsa Famlia .....11

4 Oferta das Aes de Sade s Famlias Beneficirias .......................................13

5 Relao entre o Sistema de viilncia Alimentar e Nutricional - SISVAN e o Programa Bolsa Famlia .......................................................................17

6 Orientaes para o correto registro dos dados no mapa de acompanhamento .........19

Em caso de dvida .................................................................................35

Anexos ...............................................................................................37

Manual de orientaes sobre o Bolsa Famlia na Sade

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O Manual de Orientaes sobre o Bolsa Famlia na Sade tem por objetivo orientar os gestores das Secretarias Estaduais e Municipais de Sade e as Coordenaes Estaduais e Munici-pais do Programa Bolsa Famlia sobre o acompanhamento das condicionalidades de sade no Programa Bolsa Famlia - PBF.

Ele detalha sobre: o que , quando foi criado, o objetivo e a quem se destina o PBF; o papel das Secretarias Municipais e Estaduais de Sade; os benefcios do Programa (bsico e varivel); ainda, explica quais so as condicionalidades e seus objetivos; descreve sobre as ofertas das aes de sade s famlias beneficirias; retrata a relao entre o Sistema de Vigilncia Alimentar e Nutricional SISVAN e o Programa Bolsa Famlia; alm de orientar o registro das informaes no Mapa de Acompanhamento.

O Programa Bolsa Famlia foi institudo pela Lei n.o 10.836, de 9 de janeiro de 2004, e regulamentado pelo Decreto n.o 5.209, de 17 de setembro de 2004. A Portaria Interministerial n.o 2.509, de 18 de novembro de 2004, por sua vez, dispe sobre as atribuies e normas para a oferta e o monitoramento das aes de sade relativas ao cumprimento das condicionalidades das famlias beneficiadas. O Programa Bolsa Famlia foi criado para apoiar as famlias mais pobres e garantir o direito aos servios sociais bsicos. Para isso, o Governo Federal transfere renda direto para as famlias, sendo o saque feito mensalmente, alm de promover o acesso sade, edu-cao e assistncia social.

Os benefcios financeiros concedidos s famlias do Programa Bolsa Famlia so:

Introduo

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MINISTRIO DA SADE Secretaria de Ateno SadeDepartamento de Ateno Bsica

As famlias beneficirias que possuem crianas menores de 07 anos e mulheres em idade de 14 a 44 anos devero ser assistidas por uma Equipe de Sade da Famlia ou por uma Unidade Bsi-ca de Sade. fundamental que a equipe de sade esclarea famlia sobre a sua partici-

pao no cumprimento das aes que compem as condicionalidades do Programa Bolsa Famlia, deixando-a ciente de suas responsabilidades na melhoria de suas con-dies de sade e nutrio.

O acompanhamento das aes de sade e nutrio dessas famlias na ateno bsica do Sistema nico de Sade - SUS foi assumido pelos estados e municpios por meio do Pacto pela Vida conforme descrito em Portaria Ministerial GM 325 de 21 de fevereiro de 2008 e revogada na Portaria 2669 de 03 de novembro de 2009 , ao incluir o Indicador sobre o Percentual de famlias com perfil sade beneficirias do Programa acompanhadas pela Ateno Bsica. Portanto, cada vez mais destaca-se o importante papel que o SUS tem na melhoria da qualidade de vida de todos, especialmente, desses cidados que se encontram dentro da linha de pobreza do pas.

Adicionalmente o Governo Federal, por meio do Ministrio da Sade, quando elaborou a Poltica Nacional de Alimentao e Nutrio - PNAN, parte integrante da Poltica Nacional de Sade, reafirmou que a Alimentao Adequada um Direito Hu-mano. A garantia desse direito fundamental, pois, a alimentao e nutrio adequadas so ingredientes bsicos para o desenvolvimento do ser humano, garantindo a ele a realizao de sua capacidade de produo, de sua cidadania e do seu bem-estar.

A equipe de sade deve identificar se uma famlia tem garantido todas as con-dies de acesso aos alimentos bsicos seguros e de qualidade, em quantidade su-ficiente, atendendo aos requisitos nutricionais, de modo permanente e sem compro-meter outras necessidades essenciais, com base em prticas alimentares saudveis, contribuindo, assim, para uma existncia digna, colaborando para o desenvolvimento integral dos indivduos, que so os princpios de Segurana Alimentar e Nutricional.

Para isso, importante que a equipe de sade local, responsvel pela ateno bsica sade firmemente apoiada pela estratgia Sade da Famlia e pelo Programa de Agentes Comunitrios de Sade conhea a situao de sade e da alimentao e nutrio na comunidade e nas famlias em que atua e auxilie na busca de possibilidades de melhor-la, principalmente naquelas famlias que mais precisam.

Manual de orientaes sobre o Bolsa Famlia na Sade

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A Secretaria Municipal de Sade dever conforme Art. 14 do Decreto n 5.209, de 17 de setembro de 2004, indicar um representante para participar da coordenao municipal intersetorial do Programa Bolsa Famlia.

importante destacar que, conforme os documentos legais que regulamentam o Programa Bolsa Famlia, o papel da Secretaria Municipal de Sade :

(Art. 2 da Portaria Interministerial n 2.509 de 18 de novembro de 2004)

I - indicar um responsvel tcnico - profissional de sade - para coordenar o acompanhamento das famlias do Programa Bolsa Famlia, no mbito da sade,sendo recomendado, preferencialmente, um nutricionista;

II - participar da coordenao intersetorial do Programa Bolsa Famlia prevista no

art. 14 do Decreto n 5.209, de 2004, no mbito municipal.

III - implantar a Vigilncia Alimentar e Nutricional, que prover as informaes sobre o acompanhamento das famlias do Programa Bolsa Famlia;

IV - coordenar o processo de insero e atualizao das informaes de acom-panhamento das famlias do Programa Bolsa Famlia nos aplicativos da Vigilncia Ali-mentar e Nutricional;

V - prover as aes bsicas de sade que so mencionadas nos artigos 1 e 6 desta Portaria;

VI - estimular e mobilizar as famlias para o cumprimento das aes mencionadas no artigo 6 desta Portaria;

VII - promover as atividades educativas sobre aleitamento materno e alimen-tao saudvel;

VIII - capacitar as equipes de sade para o acompanhamento de gestantes, nu-trizes e crianas das famlias do Programa Bolsa Famlia, conforme o manual operacional a ser divulgado pelo Ministrio da Sade;

IX - prover, semestralmente, o acompanhamento das famlias atendidas pelo Programa Bolsa Famlia.

X - Informar ao rgo municipal responsvel pelo Cadastramento nico qualquer alterao identificada sobre os dados cadastrais das famlias beneficiadas pelo Programa Bolsa Famlia.

Pargrafo nico. Alm das atribuies descritas anteriormente, as secretarias municipais de sade podero estabelecer parcerias com rgos e instituies munici-pais, estaduais e federais, governamentais e no-governamentais para o fomento de atividades complementares s famlias atendidas pelo Programa Bolsa Famlia.

1 Papel da Secretaria Municipal de Sade no Programa Bolsa Famlia

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MINISTRIO DA SADE Secretaria de Ateno SadeDepartamento de Ateno Bsica

Assim como a Secretaria Municipal de Sade a Secretaria Estadual dever con-forme Art. 14 do Decreto n. 5.209, de 17 de setembro de 2004, indicar um represen-tante para participar da coordenao estadual intersetorial do Programa Bolsa Famlia.

Conforme os documentos legais que regulamentam o Programa Bolsa Famlia, o papel da Secretaria Estadual de Sade :

I - indicar um responsvel tcnico - profissional de sade - para coordenar o acompanhamento das famlias Programa Bolsa Famlia, no mbito da sade, sendo reco-mendado, preferencialmente, um nutricionista;

II - participar da instncia de gesto intersetorial do Programa Bolsa Famlia pre-vista no art. 13 do Decreto n 5.209, de 2004, no mbito estadual;

III - divulgar as normas sobre o acompanhamento das famlias pelo setor pblico de sade aos municpios, em conformidade com as diretrizes tcnicas e operacionais do Ministrio da Sade;

IV - apoiar, tecnicamente, os municpios na implantao da Vi gilncia Alimentar e Nutricional, com vistas ao acompanhamento das famlias do Programa Bolsa Famlia;

V - apoiar tecnicamente os municpios na implementao das aes bsicas de sade previstas nos artigos 1 e 6 desta Portaria;

VI - coordenar e supervisionar, em mbito estadual, a implantao da Vigiln-cia Alimentar e Nutricional, com vistas ao acompanhamento das famlias do Programa Bolsa Famlia;

VII - analisar os dados consolidados de acompanhamento das famlias do Pro-grama Bolsa Famlia, gerados pelos municpios, visando constituir diagnstico para sub-sidiar a poltica estadual de sade e de segurana alimentar e nutricional;

Pargrafo nico. Alm das atribuies descritas anteriormente, as secretarias estaduais de sade podero apoiar o estabelecimento de parcerias com rgos e institu-ies municipais, estaduais e federais, governamentais e no-governamentais para o fo-mento de atividades complementares s famlias atendidas pelo Programa Bolsa Famlia.

2 Papel da Secretaria Estadual de Sade no Programa Bolsa Famlia

Manual de orientaes sobre o Bolsa Famlia na Sade

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Cada responsvel tcnico municipal da Secretaria de Sade deve identificar a re-lao das famlias do seu municpio que recebem o benefcio, as quais precisam ser acompanhadas na sade, atravs do acesso internet, no seguinte endereo eletrnico: bolsafamilia.datasus.gov.br. Com uma senha disponvel pelo Ministrio da Sade o responsvel tcnico ter acesso a todas as telas do Sistema de Informaes do Programa Bolsa Famlia na Sade para inserir o registro como tambm realizar o moni-toramento das aes e condicionalidades da Sade. Os passos para a obteno da senha de acesso esto detalhados no item 5. Os gestores municipais e os coordenadores estad-uais do PBF, tambm, podem consultar informaes referentes ao acompanhamento da sade. necessrio senha de acesso fornecida pelo Ministrio da Sade. Esta ao visa buscar o fortalecimento das aes intersetoriais do Programa. Este acesso restrito no permite incluir ou alterar os dados da famlia, pois essas aes so restritas dos respon-sveis pelo Programa na Sade do Municpio.

Compromissos dos beneficirios com o Programa Bolsa Famlia

O SUS responsvel pelo acompanhamento da sade famlias beneficirias. As famlias pobres e extrem-amente pobres podem ter maior dificuldade de acesso e de freqncia aos servios de Sade. Por este motivo, o objetivo das condicionalidades do Programa garantir a oferta das aes bsicas (sade, educao e assistncia social), potencializando a melhoria da qualidade de vida das famlias e contribuindo para a sua incluso social. Essas condicionalidades so os compromissos que as famlias assumem quando fazem parte do Programa.

No que se refere as condicionalidades deve-se ofertar a todas as gestantes e crianas menores de 7 anos de idade contempladas com o benefcio do Programa as seguintes aes:

3 Divulgao s famlias beneficirias sobre seu papel no Programa Bolsa Famlia

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MINISTRIO DA SADE Secretaria de Ateno SadeDepartamento de Ateno Bsica

As aes de Sade que fazem parte das condicionalidades do Programa Bolsa Famlia, descritas acima, so universais, ou seja, devem ser ofertadas a todas as pes-soas que procuram o SUS.

importante ressaltar que todas as crianas menores de sete anos de idade e mulheres (entre 14 e 44 anos) pertencentes a essas famlias devem ser acompanha-das, independente do valor repassado s mesmas.

Manual de orientaes sobre o Bolsa Famlia na Sade

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Cabe Secretaria Municipal de Sade ofertar as aes de pr-natal, vacinao, acompanhamento do estado nutricional da criana, alm das atividades educa-tivas em sade, alimentao e nutrio. Estas aes fazem parte da Ateno Bsica a Sade e j devem ser rotineiramente ofertadas pelo municpio a toda a populao coberta pelo SUS.

As atividades educativas so de extrema importncia, podendo-se abordar vri-os assuntos sobre sade e nutrio como orientar as famlias para adquirirem alimentos mais saudveis. A Coordenao-Geral da Poltica de Alimentao e Nutrio CGPAN do Ministrio da Sade disponibiliza publicaes de apoio aos profissionais que tra-balham junto s famlias cadastradas no Programa Bolsa Famlia atravs do endereo eletrnico: www.saude.gov.br/nutricao sendo elas:

4 Oferta das Aes de Sade s Famlias Beneficirias

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MINISTRIO DA SADE Secretaria de Ateno SadeDepartamento de Ateno Bsica

Manual de orientaes sobre o Bolsa Famlia na Sade

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MINISTRIO DA SADE Secretaria de Ateno SadeDepartamento de Ateno Bsica

Alm dessas aes, o municpio pode incluir outras atividades que julgar relevan-tes, principalmente as de mbito intersetorial que tenham como objetivo a gerao de emprego e renda, com nfase no desenvolvimento sustentvel, tais como: hortas comu-nitrias, cursos profissionalizantes, entre outras. O estabelecimento de parcerias no m-bito municipal primordial para que as aes tenham maior impacto. Neste sentido, a articulao com outras instituies que atuam na melhoria das condies de vida da populao pode potencializar a qualidade do acompanhamento das famlias do Programa.

Manual de orientaes sobre o Bolsa Famlia na Sade

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Onde fao o registro das condicionalidades da sade das famlias beneficirias do Programa Famlia?

No Sistema de Gesto do Programa Bolsa Famlia disponibilizado via internet pelo Ministrio da Sade (endereo: http://bolsafamilia.datasus.gov.br), especfico para acompanhar as famlias e regis-trar as condicionalidades das crianas e gestantes do Programa Bolsa Famlia. As informaes devem ser registradas no Mapa de Acompanhamento do Bolsa Famlia, uma vez por semestre, no perodo de cada vigncia do Programa. Os dados de estado nu-tricional inseridos neste Sistema so enviados para o SISVAN Web. Os dados transmitidos pelos mu-nicpios so consolidados pelo Ministrio da Sade e encaminhados periodicamente ao Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate a Fome, gestor federal do Programa.

5.1. Registro dos dados no Mapa de Acompanhamento do Bolsa Famlia

O Mapa de Acompanhamento do Bolsa Famlia o formu-lrio proposto pelo Ministrio da Sade para o registro do acom-panhamento dos beneficirios do Programa Bolsa Famlia, para posterior incluso de dados no Sistema Informatizado do Progra-ma na sade. Para que este processo acontea recomenda-se as seguintes etapas:

Capacitar a equipe de sade quanto ao preenchimento do for-mulrio;

Garantir a distribuio do Mapa j preenchido, com a re-lao dos beneficirios para cada unidade de sade e/ou equipe da Sade da Famlia para o acompanhamento;

Orientar a equipe de sade para que anote, no Mapa de Acompanhamento, os dados de todas as crianas menores de sete anos e de todas as mulheres entre 14 e 44 anos informando se estas esto gestantes ou no;

Solicitar que, ao final do dia ou do ms ou no prazo estipulado como rotina, as equipes de sade encaminhem os dados para a Coordenao Municipal

5 Acompanhamento das Famlias do Programa Bolsa Famlia no Sistema de Gesto na Sade

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no Programa na Sade providenciar a insero das informaes no sistema Informatizado do programa na sade. Orienta-se que no haja o acmulo de informaes para a data final do perodo.

Observe os principais passos para acessar a relao das famlias beneficirias do PBF a serem acompanhadas pelo setor sade e registrar as informaes coletadas no mdulo de Gesto do Programa Bolsa Famlia:

Acessar o endereo eletrnico www.saude.gov.br/nutricao.

Clique no item Bolsa Famlia e depois na opo de Acesso Restrito, selecione o item Mapa de Acompanhamento, para obter o formulrio que j preenchido auto-maticamente com os nomes dos membros das famlias beneficirias do PBF do seu mu-nicpio que devem ser acompanhadas pelo setor Sade, ou seja, crianas menores de sete anos e provveis gestantes (mulheres de 10 a 50 anos).

Aps a coleta das informaes das famlias beneficirias do PBF no Mapa de Acom-panhamento, acesse novamente o Mdulo de Gesto do SISVAN, selecione o item Acom-panhamento e digite as informaes das condicionalidades do Programa Bolsa Famlia.

A incluso da informao deve ser feita por famlia que poder ser localizada no s pelo NIS (Nmero de Identificao Social) do responsvel, como tambm pelo NIS de qualquer membro.

Mais informaes podero ser obtidas no endereo eletrnico:

www.saude.gov.br/nutricao

Modelo do Mapa de acompanhamento do Bolsa Famlia na Sade.

Manual de orientaes sobre o Bolsa Famlia na Sade

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Para o preenchimento do Mapa de Acompanhamento, fundamental que a equipe de sade seja capacitada para a coleta de medidas antropomtricas. Por isso, foram distribudos materiais de apoio para a tomada de medidas an-tropomtricas a todos os municpios brasileiros, ilustrados abaixo, tambm estando disponveis no site www.saude.gov.br/nutricao.

Crianas menores de 2 anos:

Crianas maiores de 2 anos, adolescentes e adulos:

6 Orientaes para o correto registro dos dados no mapa de acompanhamento

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A avaliao do estado nutricional de indivduos que no tenham o perfil sade do PBF pode ser realizada pelo SISVAN-WEB. Dessa forma, o municpio, de acordo com a sua capacidade tcnica e/ou operacional, poder optar por estender o acompanhamento a todos os membros das famlias beneficirias, assim como de toda a populao aten-dida pelo SUS no municpio.

6.1 Passos para a insero dos dados do monitoramento das condicionali-dades da sade no Programa Bolsa Famlia no sistema de informaes:

A relao das famlias beneficirias do programa Bolsa Famlia a serem acom-panhadas pelo setor da sade estar disponvel no site http://bolsafamilia.datasus.gov.br, para acess-la basta clicar na opo chamada rea restrita.

As informaes restritas para registro do acompanhamento somente sero aces-sadas pelos gestores estaduais e municipais do programa Bolsa Famlia.

Manual de orientaes sobre o Bolsa Famlia na Sade

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Na rea restrita do sistema o usurio digitar os dados de acesso que forem fornecidos pelas regionais do DATASUS ou pela Coordenao-Geral da Poltica de Alimentao e Nutrio. Caso no possua a senha entrar em contato com a equipe de suporte tcnico nos telefones (61) 3306-8015/8017/8018.

Aps digitao dos dados clicar no boto Confirmar.

A pgina abaixo a principal do programa Bolsa Famlia na Sade que contm informaes gerais como o total de famlias beneficirias com perfil sade.

O menu principal composto das opes de troca de senha, gerenciadores de EAS e bairro, vincular famlias a EAS, reintegrao de mulheres, mapa de acompanha-mento, acompanhamento, relatrios estatsticos, quantitativos e todos os beneficirios, histrico da famlia e a opo desconectar para retornar a pgina inicial do site.

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MINISTRIO DA SADE Secretaria de Ateno SadeDepartamento de Ateno Bsica

A pgina abaixo permite a alterao da senha de acesso do usurio. Caso deseje alterar a prpria senha, o usurio dever preencher a senha antiga (senha atual), a nova senha e confirmar a nova senha, aps clicar na opo trocar senha. Caso o procedi-mento seja executado corretamente, o sistema fornecer a mensagem sua senha foi alterada com sucesso.

A pgina abaixo a tela do Gerenciador de Estabelecimentos de Sade acessvel no menu pela opo Gerenciadores Visualiza EAS. Duas listas so apresentadas ao usurio, esquerda encontram-se as EAS no ativas no sistema e direita encontram-se as EAS que esto em uso no sistema. Para ativar uma EAS basta clicar no nome da mesma e clicar na opo >> e para desativar uma EAS, marcar a EAS escolhida e clicar na opo

Manual de orientaes sobre o Bolsa Famlia na Sade

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A pgina abaixo a tela do Gerenciador de Bairros acessvel no menu pela opo Gerenciadores Nomes de Bairros. O objetivo corrigir os nomes dos bairros com erros de digitao, portanto pode-se marcar no mximo cinco bairros na lista e digitar o nome correto, aps clicar no boto Atualizar. As alteraes j podero ser vistas quando a pgina for carregada novamente.

A pgina abaixo a para Vincular Famlia a EAS. Deve-se digitar o NIS para local-izar a famlia e assim vincular a uma EAS. O responsvel pela famlia j vir preenchido, marcar apenas o estabelecimento de assistncia sade e clicar na opo Vincular Famlia a EAS para efetivar a ao. A mesma famlia poder ser vinculada em outro es-tabelecimento. A localizao da famlia tambm pode ser feita atravs de pesquisa por bairro ou por EAS, caso queira migrar a famlia de uma EAS.

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A pgina abaixo para Reintegrar Mulheres, que tem a funo de trazer para a lista de acompanhamento as mulheres que foram marcadas no acompanhamento com a opo que no podem ser gestantes, mas a pessoa somente voltar a lista na prxima vigncia. Deve-se digitar o NIS ou o nome e clicar no boto Pesquisar, pois assim ser carregada uma lista com as informaes de NIS, nome e responsvel.

Aps o carregamento da lista basta marcar ao lado da opo do NIS todas as mulheres que precisam ser reintegradas no sistema, clicar no boto Reintegrar para efetivar a ao. Na opo mulheres reintegradas ser possvel visualizar num arquivo de bloco de notas todas as mulheres que j foram reintegradas anteriormente.

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A pgina abaixo para impresso do Mapa de Acompanhamento. O usurio poder escolher a impresso do mapa por bairro ou mapa por estabelecimento de sade ou mapa por famlia. Aps a marcao clicar em pesquisar.

Na escolha do mapa por bairro escolha um bairro da lista suspensa, se quiser refinar ainda mais a busca escolher o logradouro, clicar na opo Pesquisar. Todas as informaes podero ser visualizadas em formato PDF atravs do cone de documento do Adobe.

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MINISTRIO DA SADE Secretaria de Ateno SadeDepartamento de Ateno Bsica

Na escolha do mapa por estabelecimento de sade escolha uma EAS da lista sus-pensa, se quiser refinar ainda mais a busca escolher a rea/micro-rea/profissional, clicar na opo Pesquisar. Todas as informaes podero ser visualizadas em formato PDF atravs do cone de documento do Adobe.

Na escolha do mapa por famlia deve-se digitar o NIS, clicar na opo Pesquisar.

A pgina abaixo mostra um modelo de mapa de acompanhamento.Se desejar voltar pgina anterior, clicar em Voltar e se desejar Imprimir, clicar

em Imprimir.

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A pgina abaixo a tela do acompanhamento da famlia.

A marcao do estabelecimento de sade tornou-se dado obrigatrio, mesmo que a famlia no seja localizada.

Os dados obrigatrios so a data de atendimento, mesmo para a famlia que no foi localizada, peso e altura para mulheres gestantes e crianas menores de 7 anos, vacinao em dia para as crianas menores de 7 anos e o campo mulher para marcao se a mulher est gestante, no est gestante, seno poder ser gestante ou ainda sem informao. Clicar na opo Voltar se desejar retornar a pgina anterior ou na opo Confirmar para enviar o acompanhamento.

Ao clicar no boto confirmar na tela acima da pgina de acompanhamento a pgina de ocorrncias apresentada. No caso de ocorrncia que inviabilizou o acom-panhamento deve-se marcar na lista suspensa o motivo (mudana de endereo/munic-pio, famlia ausente, problemas no endereo, falecimento de beneficirio com perfil de sade). Voc pode voltar pgina de acompanhamento para alterar os dados informa-dos ou efetivar o acompanhamento.

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A pgina abaixo a tela do Histrico de Acompanhamento.

Deve-se digitar o NIS ou parte do nome de um beneficirio e clicar na opo Pesquisar. Aguardar o histrico ser carregado na pgina.

A pgina abaixo mostra um exemplo do histrico de uma famlia com todas as informaes pertinentes do acompanhamento. Clicar em Imprimir para salvar o arquivo em PDF.

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A pgina abaixo mostra todos os relatrios estatsticos disponveis no sistema, os quais sero visualizados no menu pela opo Relatrios Estatsticos.

A pgina abaixo a tela de parmetros do Relatrio de Todas as Famlias, somente disponvel o da vigncia atual. Deve-se escolher uma EAS ou um bairro, es-colhendo um logradouro se assim desejar. Clicar na opo Voltar para retornar a tela anterior, Gerar HTML para visualizao na WEB ou Download para Gerar em PDF, de acordo com a opo que mais atenda as suas necessidades.

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MINISTRIO DA SADE Secretaria de Ateno SadeDepartamento de Ateno Bsica

A pgina abaixo a tela de parmetros do Relatrio de Famlias Acompanhadas. Deve-se escolher o tipo de relatrio (famlias parcialmente acompanhadas ou totalmente acompanhadas), a vigncia, uma EAS ou um bairro, escolhendo um logradouro se assim desejar. Clicar na opo Voltar para retornar a tela anterior, Gerar HTML para visualizar na WEB, Download para Gerar em PDF.

A pgina abaixo a tela de parmetros do Relatrio de Famlias a serem acom-panhadas pela sade, somente disponvel o da vigncia atual. Deve-se escolher uma EAS ou um bairro, escolhendo um logradouro se assim desejar. Clicar na opo Voltar para retornar a tela anterior, Gerar HTML para visualizar na WEB, Download para Gerar em PDF.

Manual de orientaes sobre o Bolsa Famlia na Sade

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A pgina abaixo a tela de parmetros do Relatrio de Famlias no localizadas. Deve-se escolher a vigncia, uma EAS ou um bairro, escolhendo um logradouro se assim desejar. Clicar na opo Voltar para retornar a tela anterior, Gerar HTML para visualizar na WEB, Download para Gerar em PDF.

A pgina abaixo a tela de parmetros do Relatrio de Beneficirios que no cumpriram as condicionalidades. Deve-se escolher a vigncia, uma EAS ou um bairro, escolhendo um logradouro se assim desejar. Clicar na opo Voltar para retornar a tela anterior, Download para Gerar em PDF.

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MINISTRIO DA SADE Secretaria de Ateno SadeDepartamento de Ateno Bsica

A pgina abaixo a tela de parmetros do Relatrio de Famlias no vinculadas a EAS somente disponvel o da vigncia atual. Deve-se escolher um bairro, escolhendo um logradouro se assim desejar. Clicar na opo Voltar para retornar a tela anterior, Gerar HTML para visualizar na WEB, Download para Gerar em PDF.

A pgina abaixo a tela de parmetros do Relatrio de Famlias localizadas no acompanhadas. A pesquisa desse relatrio pode ser feita informando a EAS, Micro rea, Bairro ou Logradouro. Clicar na opo Voltar para retornar a tela anterior, Gerar HTML para visualizar na WEB, Download para Gerar em PDF.

Manual de orientaes sobre o Bolsa Famlia na Sade

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A pgina abaixo a tela de parmetros do Relatrio de Famlias no acompan-hadas por INEP. A pesquisa desse relatrio pode ser feita informando a situao da famlia, instituio educacional, bairro da instituio educacional ou bairro de residncia. Clicar na opo Voltar para retornar a tela anterior, Gerar HTML para visualizar na WEB, Download para Gerar em PDF.

A pgina abaixo mostra todos os relatrios quantitativos disponveis no sistema, os quais sero visualizados no menu pela opo Relatrios Quantitativos. Pode ser visualizados Famlias por Bairro ou Famlias por Estabelecimento de sade.

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MINISTRIO DA SADE Secretaria de Ateno SadeDepartamento de Ateno Bsica

necessrio que a Secretaria Municipal de Sade respeite o cumprimento dos prazos de envio dos dados de acompanhamento para no prejudicar o repasse dos benefcios s famlias e do ndice de Gesto descentralizada (IGD).

A Portaria GM/MDS n.o 551, de 09 de novembro de 2005 regulamenta a gesto das condicionalidades do Programa Bolsa Famlia. Assim, importante desta-car que as famlias beneficiadas que tiverem algum membro que no cumpriu as con-dicionalidades ficam sujeitas advertncia e s sanes do Programa. No primeiro registro de inadimplncia quanto s obrigaes previstas no art. 3 desta Portaria, a famlia ser notificada por escrito, em carter preventivo. Posteriormente, poder sofrer a aplicao das seguintes sanes:

I - Bloqueio do benefcio por 30 dias.

II -Suspenso do benefcio por 60 dias.

III - Suspenso o benefcio por mais 60 dias.

IV - Cancelamento do benefcio.

importante ressaltar que as famlias que no cumprem as condicionalidades necessitam de uma abordagem objetivando conhecer os motivos que levaram a(s) famlia(s) a no cumprir com as aes, bem como e incentiv-las na realizao das aes de sade no cumpridas. Esta ao fundamental para a incluso social destas famlias.

ndice de Gesto Descentralizada - IGD

O ndice de Gesto Descentralizada do programa IGD foi criado para apoiar os estados e municpios na gesto do Programa. Os recursos so calculados com base no comprimento das responsabilidades da ao social, educao e sade no programa.

As portarias que estabelecem o IGD so: portaria No. 148 de 27 de abril de 2006. Portaria No. 66 de 03 de maro de 2008, No. 76 de 06 maro de 2008 e Lei 12.058 de 13 de outubro de 2009. Em caso de dvida sobre o IGD entre em contato com o Ministrio do Desenvolvimento Social e combate a Fome pelo telefone: (61) 3433- 1500 e [email protected]

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Em caso de dvida, entrar em contato com:COORDENAO DE ALIMENTAO E NUTRIO DA SECRETARIA ESTADUAL DE SADE OU REGIONAL DO DATASUS DO SEU ESTADO.

SUPORTE TCNICO DA CGPAN:

O Suporte tcnico para a utilizao do Sistema de Gesto prestado pelos telefones (61) 3306 - 8015/8017/8018 ou pelo e-mail: [email protected]

Para solicitar materiais educativos de alimentao e nutrio, envie um e-mail para o endereo eletrnico: [email protected].

PAGAMENTO DO BENEFCIO DO PROGRAMA BOLSA FAMLIA:

Caso as famlias tenham dvidas ou necessitem esclarecimentos sobre o pagamento do Programa Bolsa Famlia, podero entrar em contato com Gestor Municipal do Bolsa Famlia ou ento ligar para: 0800 70 7 2003 ou 0800 57 4 0101. Lembre-se de inform-las de que a ligao gratuita!

Em caso de dvida...

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Anexos

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MINISTRIO DA SADE Secretaria de Ateno SadeDepartamento de Ateno Bsica

Cria o Programa Bolsa Famliae d outras providncias.

O PRESIDENTE DA REPBLICA, Fao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1 Fica criado, no mbito da Presidncia da Repblica, o Programa Bolsa Famlia, destinado s aes de transferncia de renda com condicionalidades.

Pargrafo nico: O Programa de que trata o caput tem por finalidade a unificao dos procedimentos de gesto e execuo das aes de transferncia de renda do Governo Federal, especialmente as do Programa Nacional de Renda Mnima vinculado Educao - Bolsa Escola, institudo pela Lei n 10.219, de 11 de abril de 2001, do Programa Nacional de Acesso Alimentao - PNAA, criado pela Lei n o 10.689, de 13 de junho de 2003, do Programa Nacional de Renda Mnima vinculada Sade - Bolsa Alimentao, institudo pela Medida Provisria n o 2.206-1, de 6 de setembro de 2001, do Programa Auxlio-Gs, institudo pelo Decreto n 4.102, de 24 de janeiro de 2002, e do Cadastramento nico do Governo Federal, institudo pelo Decreto n 3.877, de 24 de julho de 2001.

Art. 2 Constituem benefcios financeiros do Programa, observado o disposto em regulamento:

I - o benefcio bsico, destinado a unidades familiares que se encontrem em situao de extrema pobreza;

II - o benefcio varivel, destinado a unidades familiares que se encontrem em situao de pobreza e extrema pobreza e que tenham em sua composio gestantes, nutrizes, crianas entre 0 (zero) e 12 (doze) anos ou adolescentes at 15 (quinze) anos.

1 Para fins do disposto nesta Lei, considera-se:

I - famlia, a unidade nuclear, eventualmente ampliada por outros indivduos que com ela possuam laos de parentesco ou de afinidade, que forme um grupo domstico, vivendo sob o mesmo teto e que se mantm pela contribuio de seus membros;

II - nutriz, a me que esteja amamentando seu filho com at 6 (seis) meses de idade para o qual o leite materno seja o principal alimento;

III - renda familiar mensal, a soma dos rendimentos brutos auferidos mensalmente pela totalidade dos membros da famlia, excluindo-se os rendimentos concedidos por progra-mas oficiais de transferncia de renda, nos termos do regulamento.

2 O valor do benefcio mensal a que se refere o inciso I do caput ser de R$ 50,00 (cinqenta reais) e ser concedido a famlias com renda per capita de at R$ 50,00 (cinqenta reais).

3 O valor do benefcio mensal a que se refere o inciso II do caput ser de R$ 15,00 (quinze reais) por beneficirio, at o limite de R$ 45,00 (quarenta e cinco reais) por famlia beneficiada e ser concedido a famlias com renda per capita de at R$ 100,00 (cem reais).

Lei N 10.836, de 9 de janeiro de 2004.

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4 A famlia beneficiria da transferncia a que se refere o inciso I do caput poder receber, cumulativamente, o benefcio a que se refere o inciso II do caput, observado o limite estabelecido no 3.

Art. 5 O Conselho Gestor Interministerial do Programa Bolsa Famlia contar com uma Secretaria-Executiva, com a finalidade de coordenar, supervisionar, controlar e avaliar a operacionalizao do Programa, compreendendo o cadastramento nico, a superviso do cumprimento das condicionalidades, o estabelecimento de sistema de monitoramen-to, avaliao, gesto oramentria e financeira, a definio das formas de participao e controle social e a interlocuo com as respectivas instncias, bem como a articulao entre o Programa e as polticas pblicas sociais de iniciativa dos governos federal, es-tadual, do Distrito Federal e municipal.

Art. 6 As despesas do Programa Bolsa Famlia correro conta das dotaes alocadas nos programas federais de transferncia de renda e no Cadastramento nico a que se refere o pargrafo nico do art. 1, bem como de outras dotaes do Oramento da Seguridade Social da Unio que vierem a ser consignadas ao Programa.

Pargrafo nico. O Poder Executivo dever compatibilizar a quantidade de beneficirios do Programa Bolsa Famlia com as dotaes oramentrias existentes.

Art. 7 Compete Secretaria-Executiva do Programa Bolsa Famlia promover os atos administrativos e de gesto necessrios execuo oramentria e financeira dos re-cursos originalmente destinados aos programas federais de transferncia de renda e ao Cadastramento nico mencionados no pargrafo nico do art. 1 .

1 Excepcionalmente, no exerccio de 2003, os atos administrativos e de gesto necessrios execuo oramentria e financeira, em carter obrigatrio, para pagamen-to dos benefcios e dos servios prestados pelo agente operador e, em carter facultativo, para o gerenciamento do Programa Bolsa Famlia, sero realizados pelos Ministrios da Educao, da Sade, de Minas e Energia e pelo Gabinete do Ministro Extraordinrio de Segurana Alimentar e Combate Fome, observada orientao emanada da Secretaria-Executiva do Programa Bolsa Famlia quanto aos beneficirios e respectivos benefcios.

2 No exerccio de 2003, as despesas relacionadas execuo dos Programas Bolsa Escola, Bolsa Alimentao, PNAA e Auxlio-Gs continuaro a ser executadas ora-mentria e financeiramente pelos respectivos Ministrios e rgos responsveis.

3 No exerccio de 2004, as dotaes relativas aos programas federais de transfern-cia de renda e ao Cadastramento nico, referidos no pargrafo nico do art. 1, sero descentralizadas para o rgo responsvel pela execuo do Programa Bolsa Famlia.

Art. 8 A execuo e a gesto do Programa Bolsa Famlia so pblicas e governamentais e dar-se-o de forma descentralizada, por meio da conjugao de esforos entre os entes federados, observada a intersetorialidade, a participao comunitria e o controle social.

Art. 9 O controle e a participao social do Programa Bolsa Famlia sero realizados, em mbito local, por um conselho ou por um comit instalado pelo Poder Pblico municipal, na forma do regulamento.

Pargrafo nico. A funo dos membros do comit ou do conselho a que se refere o caput considerada servio pblico relevante e no ser de nenhuma forma remunerada.

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MINISTRIO DA SADE Secretaria de Ateno SadeDepartamento de Ateno Bsica

Art. 10. O art. 5 da Lei n 10.689, de 13 de junho de 2003, passa a vigorar com a seguinte alterao:

Art. 5 As despesas com o Programa Nacional de Acesso Alimentao cor-rero conta das dotaes oramentrias consignadas na Lei Oramentria Anu-al, inclusive oriundas do Fundo de Combate e Erradicao da Pobreza, institudo pelo art. 79 do Ato das Disposies Constitucionais Transitrias. (NR)

Art. 11. Ficam vedadas as concesses de novos benefcios no mbito de cada um dos programas a que se refere o pargrafo nico do art. 1.

Art. 12. Fica atribuda Caixa Econmica Federal a funo de Agente Operador do Programa Bolsa Famlia, mediante remunerao e condies a serem pactuadas com o Governo Federal, obedecidas as formalidades legais.

Art. 13. Ser de acesso pblico a relao dos beneficirios e dos respectivos benefcios do Programa a que se refere o caput do art. 1.

Pargrafo nico. A relao a que se refere o caput ter divulgao em meios eletrnicos de acesso pblico e em outros meios previstos em regulamento.

Art. 14. A autoridade responsvel pela organizao e manuteno do cadastro referido no art. 1 que inserir ou fizer inserir dados ou informaes falsas ou diversas das que deveriam ser inscritas, com o fim de alterar a verdade sobre o fato, ou contribuir para a entrega do benefcio a pessoa diversa do beneficirio final, ser responsabilizada civil, penal e administrativamente.

1 Sem prejuzo da sano penal, o beneficirio que dolosamente utilizar o benefcio ser obrigado a efetuar o cimento da importncia recebida, em prazo a ser estabelecido pelo Poder Executivo, acrescida de juros equivalentes taxa referencial do Sistema Es-pecial de Liquidao e Custdia - SELIC, e de 1% (um por cento) ao ms, calculados a partir da data do recebimento.

2 Ao servidor pblico ou agente de entidade conveniada ou contratada que concorra para a conduta ilcita prevista neste artigo aplica-se, nas condies a serem estabeleci-das em regulamento e sem prejuzo das sanes penais e administrativas cabveis, multa nunca inferior ao dobro dos rendimentos ilegalmente pagos, atualizada, anualmente, at seu pagamento, pela variao acumulada do ndice de Preos ao Consumidor Amplo - IPCA, divulgado pela Fundao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica.

Art. 15. Fica criado no Conselho Gestor Interministerial do Programa Bolsa Famlia um cargo, cdigo DAS 101.6, de Secretrio-Executivo do Programa Bolsa Famlia.

Art. 16. Na gesto do Programa Bolsa Famlia, aplicar-se-, no que couber, a legislao mencionada no pargrafo nico do art. 1 , observadas as diretrizes do Programa.

Art. 17. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicao.

Braslia, 9 de janeiro de 2004; 183 o da Independncia e 116 da Repblica.

LUIZ INCIO LULA DA SILVAJos Dirceu de Oliveira e Silva

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Regulamenta a Lei n 10.836, de 9 de janeiro de2004, que cria o Programa Bolsa Famlia, e d

outras providncias.

O PRESIDENTE DA REPBLICA, no uso da atribuio que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, alnea a, da Constituio, e tendo em vista o disposto na Lei n 10.836, de 9 de janeiro de 2004,

D E C R E T A:

Art. 1 O Programa Bolsa Famlia, criado pela Lei n 10.836, de 9 de janeiro de 2004, ser regido por este Decreto e pelas disposies complementares que venham a ser estabelecidas pelo Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome.

Art. 2 Cabe ao Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome, alm de outras atribuies que lhe forem conferidas, a coordenao, a gesto e a operacion-alizao do Programa Bolsa Famlia, que compreende a prtica dos atos necessrios concesso e ao pagamento de benefcios, a gesto do Cadastramento nico do Governo Federal, a superviso do cumprimento das condicionalidades e da oferta dos programas complementares, em articulao com os Ministrios setoriais e demais entes federados, e o acompanhamento e a fiscalizao de sua execuo.

CAPTULO I

DAS DISPOSIES PRELIMINARES

Seo I

Da Finalidade do Programa Bolsa Famlia

Art. 3 O Programa Bolsa Famlia tem por finalidade a unificao dos procedi-mentos de gesto e execuo das aes de transferncia de renda do Governo Federal e do Cadastramento nico do Governo Federal, institudo pelo Decreto n 3.877, de 24 de julho de 2001.

1 Os programas de transferncia de renda cujos procedimentos de gesto e execuo foram unificados pelo Programa Bolsa Famlia, doravante intitulados Progra-mas Remanescentes, nos termos da Lei n 10.836, de 9 de janeiro de 2004, so:

I - Programa Nacional de Renda Mnima vinculada educao - Bolsa Escola, institudo pela Lei n 10.219, de 11 de abril de 2001;

II - Programa Nacional de Acesso Alimentao - PNAA - Carto Alimentao, criado pela Lei n 10.689, de 13 de junho de 2003;

III - Programa Nacional de Renda Mnima vinculado sade - Bolsa Alimen-tao, institudo pela Medida Provisria n o 2.206-1, de 6 de setembro de 2001; e

Decreto N - 5.209, de 17 de setembro de 2004

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IV - Programa Auxlio-Gs, institudo pelo Decreto n 4.102, de 24 de janeiro de 2002.

2 Aplicam-se aos Programas Remanescentes as atribuies referidas no art. 2 deste Decreto, cabendo ao Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome disciplinar os procedimentos necessrios gesto unificada desses programas.

Art. 4 Os objetivos bsicos do Programa Bolsa Famlia, em relao aos seus beneficirios, sem prejuzo de outros que venham a ser fixados pelo Ministrio do Desen-volvimento Social e Combate Fome, so:

I - promover o acesso rede de servios pblicos, em especial, de sade, edu-cao e assistncia social;

II - combater a fome e promover a segurana alimentar e nutricional;

III - estimular a emancipao sustentada das famlias que vivem em situao de pobreza e extrema pobreza;

IV - combater a pobreza; e

V - promover a intersetorialidade, a complementaridade e a sinergia das aes sociais do Poder Pblico.

Seo II

Do Conselho Gestor do Programa Bolsa Famlia

Art. 5 O Conselho Gestor do Programa Bolsa Famlia -CGPBF, rgo colegiado de carter deliberativo, vinculado ao Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome, previsto pelo art. 4 da Lei n 10.836, de 2004, e na Lei n 10.869, de 13 de maio de 2004, tem por finalidade formular e integrar polticas pblicas, definir dire-trizes, normas e procedimentos sobre o desenvolvimento e implementao do Programa Bolsa Famlia, bem como apoiar iniciativas para instituio de polticas pblicas sociais visando promover a emancipao das famlias beneficiadas pelo Programa nas esferas federal, estadual, do Distrito Federal e municipal.

Art. 6 O CGPBF ser composto pelos titulares dos seguintes rgos e entidade:

I - Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome, que o presidir;

II - Ministrio da Educao;

III - Ministrio da Sade;

IV - Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto;

V - Ministrio da Fazenda;

VI - Casa Civil da Presidncia da Repblica; e

VII - Caixa Econmica Federal.

Pargrafo nico. O Ministro de Estado do Desenvolvimento Social e Combate Fome poder convidar a participar das reunies representantes de rgos das adminis-

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traes federal, estadual, do Distrito Federal e municipal, de entidades privadas, inclu-sive organizaes no-governamentais, de acordo com a pauta da reunio.

Art. 7 Fica criado o Comit Executivo do CGPBF, integrado por representante do Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome, que o coordenar, e por representantes dos demais rgos e entidade a que se refere o art. 6, com a finalidade de implementar e acompanhar as decises do CGPBF.

Pargrafo nico. Os representantes referidos no caput e seus respectivos su-plentes sero indicados pelos titulares dos respectivos rgos e entidade representados e designados pelo Ministro de Estado do Desenvolvimento Social e Combate Fome.

Art. 8 O CGPBF poder instituir grupos de trabalho, em carter temporrio, para analisar matrias sob sua apreciao e propor medidas especficas necessrias implementao de suas decises.

Art. 9 Ao Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome caber prover apoio tcnico-administrativo e os meios necessrios execuo dos trabalhos do CGPBF e seus grupos de trabalhos.

Art. 10. A participao no CGPBF ser considerada prestao de servio rel-evante e no remunerada.

Pargrafo nico. No ser remunerada a participao no Comit Executivo e nos grupos de trabalho referidos no art. 7 e 8, respectivamente.

Seo III

Das Competncias e das Responsabilidades dos Estados, Distrito Federal e Municpios na Execuo do Programa Bolsa Famlia

Art. 11. A execuo e gesto do Programa Bolsa Famlia dar-se- de forma de-scentralizada, por meio da conjugao de esforos entre os entes federados, observada a intersetorialidade, a participao comunitria e o controle social.

1 Os entes federados podero aderir ao Programa Bolsa Famlia por meio de termo especfico, observados os critrios e as condies estabelecidas pelo Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome.

2 As adeses e os convnios firmados entre os entes federados e a Unio no mbito dos programas remanescentes, que se encontrarem em vigor na data de publi-cao deste Decreto, tero validade at 31 de dezembro de 2005.

Art. 12. Sem prejuzo do disposto no 1 do art. 11, e com vistas a garantir a efetiva conjugao de esforos entre os entes federados, podero ser celebrados termos de cooperao entre a Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios, observada, no que couber, a legislao especfica relativa a cada um dos programas de que trata o art. 3.

1 Os termos de cooperao devero contemplar a realizao, por parte dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, de programas e polticas sociais orienta-das ao pblico beneficirio do Programa Bolsa Famlia que contribuam para a promoo da emancipao sustentada das famlias beneficirias, para a garantia de acesso aos servios pblicos que assegurem o exerccio da cidadania, contemplando a possibilidade

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de aporte de recursos financeiros para ampliao da cobertura ou para o aumento do valor dos benefcios do Programa Bolsa Famlia.

2 Por ocasio da celebrao do termo de que trata o caput, os entes federa-dos podero indicar instituio financeira para realizar o pagamento dos benefcios em sua territorialidade, desde que no represente nus financeiro para a Unio, mediante anlise de viabilidade econmicofinanceira e contrato especfico, a ser firmado entre a instituio indicada e o Agente Operador do Programa Bolsa Famlia.

3 O contrato firmado com base no 2 dever receber a anuncia formal e expressa do Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome, bem assim a anuncia do ente federado a que se relaciona.

Art. 13. Cabe aos Estados:

I - constituir coordenao composta por representantes das suas reas de sade, educao, assistncia social e segurana alimentar, quando existentes, respon-svel pelas aes do Programa Bolsa-Famlia, no mbito estadual;

II - promover aes que viabilizem a gesto intersetorial, na esfera estadual;

III - promover aes de sensibilizao e articulao com os gestores municipais;

IV - disponibilizar apoio tcnico-institucional aos Municpios;

V - disponibilizar servios e estruturas institucionais, da rea da assistncia so-cial, da educao e da sade, na esfera estadual;

VI - apoiar e estimular o cadastramento pelos Municpios;

VII - estimular os Municpios para o estabelecimento de parcerias com rgos e instituies municipais, estaduais e federais, governamentais e no-governamentais, para oferta dos programas sociais complementares; e

III - promover, em articulao com a Unio e os Municpios, o acompanhamento do cumprimento das condicionalidades.

Art. 14. Cabe aos Municpios:

I - constituir coordenao composta por representantes das suas reas de sade, educao, assistncia social e segurana alimentar, quando existentes, respon-svel pelas aes do Programa Bolsa Famlia, no mbito municipal;

II - proceder inscrio das famlias pobres do Municpio no Cadastramento nico do Governo Federal;

III - promover aes que viabilizem a gesto intersetorial, na esfera municipal;

IV - disponibilizar servios e estruturas institucionais, da rea da assistncia social, da educao e de sade, na esfera municipal;

V - garantir apoio tcnico-institucional para a gesto local do programa;

VI - constituir rgo de controle social nos termos do art. 29;

VII - estabelecer parcerias com rgos e instituies municipais, estaduais e

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federais, governamentais e no-governamentais, para oferta de programas sociais com-plementares; e

VIII - promover, em articulao com a Unio e os Estados, o acompanhamento do cumprimento das condicionalidades.

Art. 15. Cabe ao Distrito Federal:

I - constituir coordenao composta por representantes das suas reas de sade, educao, assistncia social e segurana alimentar, quando existentes, respon-svel pelas aes do Programa Bolsa Famlia, no mbito do Distrito Federal;

II - proceder inscrio das famlias pobres no Cadastramento nico do Gov-erno Federal;

III - promover aes que viabilizem a gesto intersetorial;

IV - disponibilizar servios e estruturas institucionais, da rea da assistncia social, da educao e da sade;

V - garantir apoio tcnico-institucional para a gesto local do programa;

VI - constituir rgo de controle social nos termos do art. 29;

VII - estabelecer parcerias com rgos e instituies do Distrito Federal e fed-erais, governamentais e no-governamentais, para oferta de programas sociais comple-mentares; e

VIII - promover, em articulao com a Unio, o acompanhamento do cumpri-mento das condicionalidades.

Seo IVDo Agente Operador

Art. 16. Cabe Caixa Econmica Federal a funo de Agente Operador do Pro-grama Bolsa Famlia, mediante remunerao e condies pactuadas com o Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome, obedecidas s exigncias legais.

1 Sem prejuzo de outras atividades, a Caixa Econmica Federal poder, desde que pactuados em contrato especfico, realizar, dentre outros, os seguintes servios:

I - fornecimento da infra-estrutura necessria organizao e manuteno do Cadastramento nico do Governo Federal;

II - desenvolvimento dos sistemas de processamento de dados;

III - organizao e operao da logstica de pagamento dos benefcios;

IV - elaborao de relatrios e fornecimento de bases de dados necessrios ao acompanhamento, ao controle, avaliao e fiscalizao da execuo do Programa Bolsa Famlia por parte dos rgos do Governo Federal designados para tal fim.

2 As despesas decorrentes dos procedimentos necessrios ao cumprimento das atribuies de que trata o 1, sero custeadas conta das dotaes oramentrias consignadas ao Programa Bolsa Famlia.

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3 A Caixa Econmica Federal, com base no 2 do art. 12 e com a anuncia do Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome, poder subcontratar insti-tuio financeira para a realizao do pagamento dos benefcios.

CAPTULO IIDAS NORMAS DE ORGANIZAO E FUNCIONAMENTO DO

PROGRAMA BOLSA FAMLIA

Seo IDa Seleo de Famlias Beneficirias

Art. 17. O ingresso das famlias no Programa Bolsa Famlia ocorrer por meio do Cadastramento nico do Governo Federal, conforme procedimentos definidos em regulamento especfico.

Art. 18. O Programa Bolsa Famlia atender s famlias em situao de pobreza e extrema pobreza, caracterizadas pela renda familiar mensal per capita de at R$ 100,00 e R$ 50,00, respectivamente.

1 As famlias elegveis ao Programa Bolsa Famlia, identificadas no Cadastra-mento nico do Governo Federal, podero ser selecionadas a partir de um conjunto de indicadores sociais capazes de estabelecer com maior acuidade as situaes de vulnera-bilidade social e econmica, que obrigatoriamente dever ser divulgado pelo Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome.

2 O conjunto de indicadores de que trata o 1 ser definido com base nos dados relativos aos integrantes das famlias, a partir das informaes constantes no Cadastramento nico do Governo Federal, bem como em estudos scio-econmicos.

3 As famlias beneficiadas pelos Programas Remanescentes sero incorpora-das, gradualmente, ao Programa Bolsa Famlia, desde que atendam aos critrios de elegi-bilidade do Programa Bolsa Famlia, observada a disponibilidade oramentria e financeira.

4 As famlias beneficiadas pelos Programas Remanescentes, enquanto no forem transferidas para o Programa Bolsa Famlia nos termos do 3, permanecero recebendo os benefcios no valor fixado na legislao daqueles Programas, desde que mantenham as condies de elegibilidade que lhes assegurem direito per-cepo do benefcio.

Seo IIDos Benefcios Concedidos

Art. 19. Constituem benefcios financeiros do Programa Bolsa Famlia:

I - benefcio bsico: destina-se a unidades familiares que se encontrem em situ-ao de extrema pobreza;

II - benefcio varivel: destinado a unidades familiares que se encontrem em situao de pobreza ou extrema pobreza e que tenham em sua composio:

a) gestantes;

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b) nutrizes;

c) crianas entre zero e doze anos; ou

d) adolescentes at quinze anos; e

III - benefcio varivel de carter extraordinrio: constitui-se de parcela do valor dos benefcios das famlias remanescentes dos Programas Bolsa Escola, Bolsa Alimen-tao, Carto Alimentao e Auxlio Gs que, na data da sua incorporao ao Programa Bolsa Famlia, exceda o limite mximo fixado para o Programa Bolsa Famlia.

1 Para fins do Programa Bolsa Famlia, a Secretaria Nacional de Renda de Cidadania do Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome regulamentar a concesso de benefcios variveis gestante e nutriz, visando disciplinar as regras necessrias operacionalizao continuada desse benefcio varivel.

2 O benefcio varivel de carter extraordinrio de que trata o inciso III ter seu montante arredondado para o valor inteiro imediatamente superior, sempre que necessrio.

Art. 20. Os benefcios financeiros do Programa Bolsa Famlia podero ser comple-mentados pelos Estados, Distrito Federal e Municpios, observado o constante no art. 12.

Art. 21. A concesso dos benefcios do Programa Bolsa Famlia tem carter temporrio e no gera direito adquirido.

Seo IIIDo Pagamento e da Manuteno dos Benefcios

Art. 22. Selecionada a famlia e concedido o benefcio sero providenciados, para efeito de pagamento:

I - pelo Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome, por meio da Secretaria Nacional de Renda de Cidadania, a notificao da concesso Caixa Econmica Federal;

II - pela Caixa Econmica Federal:

a) a emisso, se devida, de carto de pagamento em nome do titular do benefcio;

b) a notificao da concesso do benefcio ao seu titular;

c) a entrega do carto ao titular do benefcio; e

d) a divulgao, para cada ente federado, do calendrio de pagamentos respectivo.

Art. 23. O titular do carto de recebimento do benefcio ser preferencialmente a mulher ou, na sua ausncia ou impedimento, outro responsvel pela unidade familiar.

1 O carto de pagamento de uso pessoal e intransfervel e sua apresentao ser obrigatria em todos os atos relativos ao Programa Bolsa Famlia.

2 Na hiptese de impedimento do titular, ser aceito pela Caixa Econmica Federal declarao da Prefeitura ou do Governo do Distrito Federal que venha a conferir ao portador, mediante devida identificao, poderes especficos para a prtica do rece-bimento do benefcio.

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3 Mediante contrato com o Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome e a Caixa Econmica Federal, os benefcios podero ser pagos por meio de con-tas especiais de depsito vista, observada a legislao aplicvel.

Art. 24. Os valores postos disposio do titular do benefcio, no sacados ou no recebidos por noventa dias, sero restitudos ao Programa Bolsa Famlia, conforme disposto em contrato com o Agente Operador.

Pargrafo nico. Fica suspensa a concesso do benefcio caso a restituio de que trata o caput ocorra por trs vezes consecutivas.

Art. 25. As famlias atendidas pelo Programa Bolsa Famlia permanecero com os benefcios liberados mensalmente para pagamento, salvo na ocorrncia das seg-uintes situaes:

I - comprovao de trabalho infantil na famlia, nos termos da legislao aplicvel;

II - descumprimento de condicionalidade que acarrete suspenso ou cancela-mento dos benefcios concedidos, definida na forma do 4 do art. 28;

III - comprovao de fraude ou prestao deliberada de informaes incorretas quando do cadastramento;

IV - desligamento por ato voluntrio do beneficirio ou por determinao judicial;

V - alterao cadastral na famlia, cuja modificao implique a inelegibilidade ao Programa; ou

VI - aplicao de regras existentes na legislao relativa aos Programas Rema-nescentes, respeitados os procedimentos necessrios gesto unificada, observado o disposto no 2 do art. 3.

Pargrafo nico. Comprovada a existncia de trabalho infantil, o caso em questo dever ser encaminhado aos rgos competentes.

Art. 26. Os atos necessrios ao processamento mensal dos benefcios e das parcelas de pagamento sero editados segundo regras estabelecidas em ato do Ministrio do Desen-volvimento Social e Combate Fome, por meio da Secretaria Nacional de Renda de Cidadania.

CAPTULO IIIDAS NORMAS DE ACOMPANHAMENTO, CONTROLE SOCIAL E FISCALIZAO DO

PROGRAMA BOLSA FAMLIA

Seo IDo Acompanhamento das Condicionalidades

Art. 27. Considera-se como condicionalidades do Programa Bolsa Famlia a par-ticipao efetiva das famlias no processo educacional e nos programas de sade que promovam a melhoria das condies de vida na perspectiva da incluso social.

Pargrafo nico. Caber aos diversos nveis de governo a garantia do direito de acesso pleno aos servios educacionais e de sade, que viabilizem o cumprimento das condicionalidades por parte das famlias beneficirias do Programa.

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Art. 28. So responsveis pelo acompanhamento e fiscalizao do cumprimento das condicionalidades vinculadas ao Programa Bolsa Famlia, previstas no art. 3 da Lei n 10.836, de 2004:

I - o Ministrio da Sade, no que diz respeito ao acompanhamento do crescimen-to e desenvolvimento infantil, da assistncia ao pr-natal e ao puerprio, da vacinao, bem como da vigilncia alimentar e nutricional de crianas menores de sete anos; e

II - o Ministrio da Educao, no que diz respeito freqncia mnima de oitenta e cinco por cento da carga horria escolar mensal, em estabelecimentos de ensino regu-lar, de crianas e adolescentes de seis a quinze anos.

1 Compete ao Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome o apoio, a articulao intersetorial e a superviso das aes governamentais para o cumprimento das condicionalidades do Programa Bolsa Famlia, bem assim a disponibi-lizao da base atualizada do Cadastramento nico do Governo Federal aos Ministrios da Educao e da Sade.

2 As diretrizes e normas para o acompanhamento das condicionalidades dos Programas Bolsa Famlia e Remanescentes sero disciplinadas em atos administrativos conjuntos do Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome e o Ministrio da Sade, nos termos do inciso I, e o Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome e o Ministrio da Educao, nos termos do inciso II.

3 Os Estados, Distrito Federal e Municpios que reunirem as condies tcni-cas e operacionais para a gesto do acompanhamento das condicionalidades do Progra-ma Bolsa Famlia podero exercer essa atribuio na forma disciplinada pelo Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome e o Ministrio da Sade, nos termos do inciso I, e o Ministrio da Educao, nos termos do inciso II.

4 A suspenso ou cancelamento dos benefcios concedidos resultante do acompanhamento das condicionalidades sero normatizados em ato administrativo do Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome.

5 No sero penalizadas com a suspenso ou cancelamento do benefcio s famlias que no cumprirem as condicionalidades previstas, quando no houver a oferta do respectivo servio ou por fora maior ou caso fortuito.

Seo IIDo Controle Social

Art. 29. O controle e participao social do Programa Bolsa Famlia devero ser realizados, em mbito local, por um conselho formalmente constitudo pelo Municpio ou pelo Distrito Federal, respeitada a paridade entre governo e sociedade.

1 O conselho de que trata o caput dever ser composto por integrantes das reas da assistncia social, da sade, da educao, da segurana alimentar e da criana e do adolescente, quando existentes, sem prejuzo de outras reas que o Municpio ou o Distrito Federal julgar conveniente.

2 Por deciso do Poder Pblico municipal ou do Distrito Federal, o controle social do Programa Bolsa Famlia poder ser realizado por conselho ou instncia anterior-

5050

MINISTRIO DA SADE Secretaria de Ateno SadeDepartamento de Ateno Bsica

mente existente, garantidas a paridade prevista no caput e a intersetorialidade prevista no 1.

3 Os Municpios podero associar-se para exercer o controle social do Pro-grama Bolsa Famlia, desde que se estabelea formalmente, por meio de termo de coop-erao intermunicipal, a distribuio de todas as competncias e atribuies necessrias ao perfeito acompanhamento dos Programas Bolsa Famlia e Remanescentes colocados sob sua jurisdio.

Art. 30. O controle social do Programa Bolsa Famlia no nvel estadual poder ser exercido por conselho, institudo formalmente, nos moldes do art. 29.

Art. 31. Cabe aos conselhos de controle social do Programa Bolsa Famlia:

I - acompanhar, avaliar e subsidiar a fiscalizao da execuo do Programa Bolsa Famlia, no mbito municipal ou jurisdicional;

II - acompanhar e estimular a integrao e a oferta de outras polticas pblicas sociais para as famlias beneficirias do Programa Bolsa Famlia;

III - acompanhar a oferta por parte dos governos locais dos servios necessrios para a realizao das condicionalidades;

IV - estimular a participao comunitria no controle da execuo do Programa Bolsa Famlia, no mbito municipal ou jurisdicional;

V - elaborar, aprovar e modificar seu regimento interno; e

VI - exercer outras atribuies estabelecidas em normas complementares do Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome.

Art. 32. Para o pleno exerccio, no mbito do respectivo Municpio ou, quando for o caso, do Estado ou do Distrito Federal, das competncias previstas no art. 31, ao conselho de controle social ser franqueado acesso aos formulrios do Cadastramento nico do Governo Federal e aos dados e informaes constantes em sistema informati-zado desenvolvido para gesto, controle e acompanhamento do Programa Bolsa Famlia e dos Programas Remanescentes, bem como as informaes relacionadas s condicion-alidades, alm de outros que venham a ser definidos pelo Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome.

1 A relao de beneficirios do Programa Bolsa Famlia dever ser ampla-mente divulgada pelo Poder Pblico municipal e do Distrito Federal.

2 A utilizao indevida dos dados disponibilizados acarretar a aplicao de sano civil e penal na forma da lei.

Seo IIIDa Fiscalizao

Art. 33. A apurao das denncias relacionadas execuo dos Programas Bolsa Famlia e

Remanescentes ser realizada pelo Ministrio do Desenvolvimento Social e Com-bate Fome, por meio da Secretaria Nacional de Renda de Cidadania.

Manual de orientaes sobre o Bolsa Famlia na Sade

51

1 Os documentos que contm os registros realizados no Cadastramento ni-co do Governo Federal devero ser mantidos pelos Municpios e Distrito Federal pelo prazo mnimo de cinco anos, contados da data de encerramento do exerccio em que ocorrer a incluso ou atualizao dos dados relativos s famlias cadastradas.

2 A Secretaria Nacional de Renda de Cidadania poder convocar beneficiri-os, bem como agentes pblicos responsveis pela execuo do Programa Bolsa Famlia e dos Programas Remanescentes, os quais ficaro obrigados a comparecer e apresentar a documentao requerida, sob pena de sua excluso do programa ou de responsabili-zao, nos termos da lei.

Art. 34. Sem prejuzo de sano penal, o beneficirio que dolosamente utilizar o benefcio ser obrigado a efetuar o ressarcimento da importncia recebida, no prazo mximo de sessenta dias, contados a partir da data de notificao ao devedor, acrescida de juros equivalentes taxa referencial do Sistema de Liquidao e de Custdia - SELIC, e de um por cento ao ms, calculados a partir da data do recebimento.

Art. 35. Constatada a ocorrncia de irregularidade na execuo local do Pro-grama Bolsa Famlia, conforme estabelecido no art. 14 da Lei n 10.836, de 2004, que ocasione pagamento de valores indevidos a beneficirios do Programa Bolsa Famlia, caber Secretaria Nacional de Renda de Cidadania, sem prejuzo de outras sanes administrativas, civis e penais:

I - determinar a suspenso dos pagamentos resultantes do ato irregular apurado;

II - recomendar a adoo de providncias saneadoras do Programa Bolsa Famlia ao respectivo Municpio ou Distrito Federal, para que providencie o disposto no art. 34;

III - propor ao Poder Executivo Municipal ou do Distrito Federal a aplicao de multa ao agente pblico ou privado de entidade conveniada ou contratada que concorra para a conduta ilcita, cujo valor mnimo ser equivalente a quatro vezes o montante ilegalmente pago, atualizado anualmente at a data do seu pagamento, pela variao acumulada do ndice de Preos ao Consumidor Amplo IPCA da Fundao Instituto Bra-sileiro de Geografia e Estatstica - IBGE; e

IV - propor autoridade competente a instaurao de tomada de contas espe-cial, com o objetivo de submeter ao exame preliminar do Sistema de Controle Interno e ao julgamento do Tribunal de Contas da Unio os casos e situaes identificados nos trabalhos de fiscalizao que configurem a prtica de ato ilegal, ilegtimo ou an-tieconmico de que resulte dano ao Errio, na forma do art. 8 da Lei n 8.443, de 16 de julho de 1992.

1 Os crditos Unio decorrentes da aplicao do disposto nos incisos II e III do caput deste artigo, sero constitudos vista dos seguintes casos e situaes relativos operacionalizao do Programa Bolsa Famlia:

I - apropriao indevida de cartes que resulte em saques irregulares de benefcios;

II - prestao de declarao falsa que produza efeito financeiro;

III - insero de dados inverdicos no Cadastramento nico do Governo Federal de Programas Sociais do Governo Federal que resulte na incorporao indevida de ben-eficirios no programa;

5252

MINISTRIO DA SADE Secretaria de Ateno SadeDepartamento de Ateno Bsica

IV - cobrana de valor indevido s famlias beneficirias por unidades pagadoras dos Programas Bolsa Famlia e Remanescentes; ou

V - cobrana, pelo Poder Pblico, de valor associado realizao de cadastra-mento de famlias.

2 Os casos no previstos no 1 sero objeto de anlise e deliberao do Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome, por meio da Secretaria Na-cional de Renda de Cidadania.

3 Do ato de constituio dos crditos estabelecidos por este artigo, caber recurso ao Ministro de Estado do Desenvolvimento Social e Combate Fome, o qual dever ser fundamentado e apresentado no prazo mximo de trinta dias a contar da data de notificao oficial.

4 O recurso interposto nos termos do 3 o ter efeito suspensivo.

5 A deciso final do julgamento de recurso regularmente interposto dever ser pronunciada dentro de sessenta dias a contar da data de recebimento das alegaes e documentos do contraditrio, endereados Secretaria Nacional de Renda de Cidada-nia, em Braslia - DF.

CAPTULO IVDAS DISPOSIES TRANSITRIAS E FINAIS

Art. 36. As informaes e os procedimentos exigidos nos termos deste Decreto, bem assim os decorrentes da prtica dos atos delegados na forma do art. 8 da Lei n 10.836, de 2004, podero ser encaminhados por meio eletrnico, mediante a utilizao de aplicativos padronizados de utilizao obrigatria e exclusiva.

Pargrafo nico. Os aplicativos padronizados sero acessados mediante a utili-zao de senha individual, e ser mantido registro que permita identificar o responsvel pela transao efetuada.

Art. 37. A partir da data de publicao deste Decreto, o recebimento do benef-cio do Programa Bolsa Famlia implicar aceitao tcita de cumprimento das condicion-alidades a que se referem os arts. 27 e 28.

Art. 38. At a data de publicao deste Decreto, ficam convalidados os quanti-tativos de benefcios concedidos a partir da vigncia da Medida Provisria n 132, de 20 de outubro de 2003, e os recursos restitudos nos termos do art. 24.

Art. 39. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicao.

Braslia, 17 de setembro de 2004; 183 da Independncia e 116 da Repblica.

LUIZ INCIO LULA DA SILVAPatrus Ananias

Manual de orientaes sobre o Bolsa Famlia na Sade

53

Dispe sobre as atribuies e normas para aoferta e o monitoramento das aes de sade

relativas s condicionalidades das famliasbeneficirias do Programa Bolsa Famlia.

O Ministro de Estado da Sade e o Ministro de Estado do Desenvolvimento Social e Combate Fome, com base no disposto na Lei n 10.836, de 9 de janeiro de 2004, que cria o Programa Bolsa Famlia, no uso das atribuies que lhes confere o art. 28 do Decreto n 5.209, de 17 de setembro de 2004, e

- Considerando que uma das principais caractersticas do Programa Bolsa Famlia a associao da transferncia de renda com o acesso aos direitos sociais bsicos de sade e nutrio, constituindo-se como elemento fundamental para a incluso social das famlias;

- Considerando que a concretizao desses direitos compreendem responsabilidades tanto por parte do Estado quanto da sociedade e dos indivduos, cabendo Unio, Es-tados, Distrito Federal e Municpios a responsabilidade de ofertar os servios bsicos de sade, no mbito do Sistema nico de Sade - SUS, de forma digna e com qualidade;

- Considerando que a desnutrio que prevalece no pas atinge, preponderantemente, as crianas de famlias pobres, em localidades de baixo desenvolvimento social e humano, refletindo-se em altas taxas de mortalidade infantil, cuja reverso requer a garantia de ateno sade, numa abordagem familiar; e

- Considerando que imperativo atuar na diminuio das desigualdades e empreender esforos para equalizar as chances de todas as famlias a uma vida digna, resolvem:

Art. 1 Dispor sobre as atribuies e normas para a oferta e o monitoramento das aes de sade relativas s condicionalidades das famlias beneficirias do Programa Bolsa Famlia.

1 Caber ao setor pblico de sade a oferta de servios para o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil, da assistncia ao pr-natal e ao puerprio, da vacinao, bem como da Vigilncia Alimentar e Nutricional de crianas menores de 7 (sete) anos.

2 As famlias beneficirias com gestantes, nutrizes e crianas menores de 7 (sete) anos de idade devero ser assistidas por uma equipe de sade da famlia, por agentes comunitrios de sade ou por unidades bsicas de sade, que provero os servios necessrios ao cumprimento das aes de responsabilidade da famlia.

Art. 2 Compete s Secretarias Municipais de Sade no Programa Bolsa Famlia:

I - indicar um responsvel tcnico - profissional de sade - para coordenar o acompan-hamento das famlias do Programa Bolsa Famlia, no mbito da sade, sendo recomen-dado, preferencialmente, um nutricionista;

Portaria Interministerial N 2.509,de 18 de novembro de 2004

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MINISTRIO DA SADE Secretaria de Ateno SadeDepartamento de Ateno Bsica

II - participar da coordenao intersetorial do Programa Bolsa Famlia prevista no art. 14 do Decreto n 5.209, de 2004, no mbito municipal.

III - implantar a Vigilncia Alimentar e Nutricional, que prover as informaes sobre o acompanhamento das famlias do Programa Bolsa Famlia;

IV - coordenar o processo de insero e atualizao das informaes de acompanha-mento das famlias do Programa Bolsa Famlia nos aplicativos da Vigilncia Alimentar e Nutricional;

V - prover as aes bsicas de sade que so mencionadas nos artigos 1 e 6 desta Portaria;

VI - estimular e mobilizar as famlias para o cumprimento das aes mencionadas no artigo 6 desta Portaria;

VII - promover as atividades educativas sobre aleitamento materno e alimentao saudvel;

VIII - capacitar as equipes de sade para o acompanhamento de gestantes, nutrizes e crianas das famlias do Programa Bolsa Famlia, conforme o manual operacional a ser divulgado pelo Ministrio da Sade;

IX - prover, semestralmente, o acompanhamento das famlias atendidas pelo Programa Bolsa Famlia.

X - Informar ao rgo municipal responsvel pelo Cadastramento nico qualquer alter-ao identificada sobre os dados cadastrais das famlias beneficiadas pelo Programa Bolsa Famlia.

Pargrafo nico. Alm das atribuies descritas anteriormente, as secretarias municipais de sade podero estabelecer parcerias com rgos e instituies municipais, estaduais e federais, governamentais e no-governamentais para o fomento de atividades comple-mentares s famlias atendidas pelo Programa Bolsa Famlia.

Art. 3 Compete s Secretarias Estaduais de Sade no Programa Bolsa Famlia:

I - indicar um responsvel tcnico - profissional de sade - para coordenar o acompan-hamento das famlias Programa Bolsa Famlia, no mbito da sade, sendo recomendado, preferencialmente, um nutricionista;

II - participar da instncia de gesto intersetorial do Programa Bolsa Famlia prevista no art. 13 do Decreto n 5.209, de 2004, no mbito estadual;

III - divulgar as normas sobre o acompanhamento das famlias pelo setor pblico de sade aos

municpios, em conformidade com as diretrizes tcnicas e operacionais do Ministrio da Sade;

IV - apoiar, tecnicamente, os municpios na implantao da Vi gilncia Alimentar e Nu-tricional, com

vistas ao acompanhamento das famlias do Programa Bolsa Famlia;

V - apoiar tecnicamente os municpios na implementao das aes bsicas de sade previstas nos artigos 1 e 6 desta Portaria;

VI - coordenar e supervisionar, em mbito estadual, a implantao da Vigilncia Alimentar e Nutricional, com vistas ao acompanhamento das famlias do Programa Bolsa Famlia;

Manual de orientaes sobre o Bolsa Famlia na Sade

55

VII - analisar os dados consolidados de acompanhamento das famlias do Programa Bolsa Famlia, gerados pelos municpios, visando constituir diagnstico para subsidiar a poltica estadual de sade e de segurana alimentar e nutricional;

Pargrafo nico. Alm das atribuies descritas anteriormente, as secretarias estaduais de sade podero apoiar o estabelecimento de parcerias com rgos e instituies mu-nicipais, estaduais e federais, governamentais e no-governamentais para o fomento de atividades complementares s famlias atendidas pelo Programa Bolsa Famlia.

Art. 4 Compete ao Ministrio da Sade no Programa Bolsa Famlia:

I - designar a Secretaria de Ateno Bsica da Sade, como a rea tcnica respon-svel pela gesto federal do acompanhamento do cumprimento das condicionalidades de sade das famlias do Programa Bolsa Famlia;

II - estabelecer as diretrizes tcnicas e operacionais sobre o acompanhamento das famli-as, no mbito do setor sade, e a sua divulgao aos estados e municpios;

III - elaborar e manter em funcionamento os aplicativos da Vi gilncia Alimentar e Nutri-cional, para o acompanhamento das famlias do Programa Bolsa Famlia;

IV - capacitar os responsveis tcnicos e gestores estaduais para o apoio aos munic-pios na implementao das aes de acompanhamento das famlias do Programa Bolsa Famlia, no mbito da sade;

V - analisar os dados consolidados de acompanhamento das famlias do Programa Bolsa Famlia, gerados pelos municpios e encaminh-los para o Ministrio do Desenvolvi-mento Social e Combate Fome;

VI - disponibilizar os relatrios de acompanhamento das famlias do Programa Bolsa Famlia, no mbito da sade, aos Estados, Distrito Federal, Municpios e Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome.

Pargrafo nico. Alm das atribuies descritas anteriormente, o Ministrio da Sade poder apoiar o estabelecimento de parcerias com rgos e instituies municipais, es-taduais e federais, governamentais e no governamentais para o fomento de atividades complementares s famlias atendidas pelo Programa Bolsa Famlia.

Art. 5 Compete ao Ministrio de Desenvolvimento Social e Combate Fome no Pro-grama Bolsa Famlia:

I - realizar a articulao intersetorial, promover o apoio institucional e supervisionar as aes governamentais para o cumprimento das condicionalidades do Programa Bolsa Famlia;

II - apoiar a descentralizao do acompanhamento das condicionalidades da sade das famlias do Programa Bolsa Famlia, em conformidade com as diretrizes e princpios do Sistema nico de Sade;

III - disciplinar e proceder aos encaminhamentos necessrios repercusso financeira na folha de pagamentos do Programa Bolsa Famlia, quando do no cumprimento pelas famlias da agenda de sade prevista no artigo 6 desta Portaria;

IV - capacitar, em articulao com o Ministrio da Sade, os responsveis tcnicos e gestores estaduais e municipais, no mbito da sade, sobre a gesto do Programa Bolsa Famlia;

V - disponibilizar periodicamente a base do Cadastro nico atualizada ao Ministrio da Sade.

5656

MINISTRIO DA SADE Secretaria de Ateno SadeDepartamento de Ateno Bsica

Art. 6 So definidas como responsabilidades das famlias atendidas no Programa Bolsa Famlia:

I - para as gestantes e nutrizes, no que couber;

a) inscrever-se no pr-natal e comparecer s consultas na unidade de sade mais prxima de sua residncia, portando o carto da gestante, de acordo com o calendrio mnimo preconi-zado pelo Ministrio da Sade;

b) participar de atividades educativas ofertadas pelas equipes de sade sobre aleitamento materno e promoo da alimentao saudvel.

II - para os responsveis pelas crianas menores de 7 (sete) anos:

a) levar a criana Unidade de Sade ou ao local de campanha de vacinao, mantendo, em dia, o calendrio de imunizao, conforme preconizado pelo Ministrio da Sade;

b) levar a criana s unidades de sade, portando o carto de sade da criana, para a reali-zao do acompanhamento do estado nutricional e do desenvolvimento e de outras aes, conforme o calendrio mnimo preconizado pelo Ministrio da Sade;

III - informar ao rgo municipal responsvel pelo Cadastramento nico qualquer alterao no seu cadastro original objetivando a atualizao do cadastro da sua famlia.

Pargrafo nico. A Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios devero informar e orientar as famlias sobre seus direitos e responsabilidades no Programa Bolsa Famlia e sobre a importncia da freqncia aos servios de sade para a melhoria das condies de sade e nutrio de seus membros.

Art. 7 O Ministrio da Sade e o Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome podero celebrar convnios e acordos de cooperao entre si, e com Estados, DF, municpios e entidades civis legalmente constitudas.

Art. 8 Os conselhos municipais, estaduais e nacional de sade, nos seus respectivos nveis de atuao, podero ter acesso aos dados e informaes do acompanhamento da condicion-alidade de sade, objetivando subsidiar a definio de aes e polticas de sade ou nutrio.

Pargrafo nico. Na esfera federal, a atribuio do conselho nacional citada no caput ser exercida por intermdio da Comisso Intersetorial de Alimentao e Nutrio.

Art. 9 O acompanhamento de sade e nutrio previsto na Medida Provisria n 2.206, de 10 de agosto de 2001, para as famlias inscritas no Programa Alimentao ser regido pelos termos desta Portaria.

Art. 10. Fica revogada a Portaria n 1.920, de 22 de outubro de 2002, do Ministrio da Sade.

Art. 11. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicao.

HUMBERTO COSTA

Ministro de Estado da Sade

PATRUS ANANIAS

Ministro de Estado do Desenvolvimento Social e Combate Fome

Manual de orientaes sobre o Bolsa Famlia na Sade

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Regulamenta a gesto das condicionalidades doPrograma Bolsa Famlia.

O MINISTRO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE FOME, no uso das atribuies conferidas pelo conferidas pelo art. 27, inciso II, da Lei n 10.683, de 23 de maio de 2003, modificada pela Lei n 10.869, de 13 de maio de 2004, e no art. 2 do Decreto n 5.209, de 17 de setembro de 2004,

e

CONSIDERANDO:

Que o Programa Bolsa Famlia - PBF, criado pela Lei n 10.836, de 9 de janeiro de 2004, e regulamentado pelo Decreto n 5.209, de 17 de setembro de 2004, tem por objetivos a incluso social das famlias em situao de pobreza e extrema pobreza, por meio da transferncia de renda vinculada a condicionalidades, o desenvolvimento das famlias em situao de vulnerabilidade scioeconmica, e a promoo do acesso aos direitos sociais bsicos de sade e de educao;

Que as condicionalidades so contrapartidas sociais que devem ser cumpridas pelo ncleo familiar para que possa receber o benefcio mensal;

O disposto no art. 3 da Lei n 10.836, de 9 de janeiro de 2004, que deter-mina que a concesso dos benefcios depender do cumprimento, no que couber, de condicionalidades relativas ao exame pr-natal, ao acompanhamento nutricional, ao acompanhamento da sade, freqncia de 85% (oitenta e cinco por cento) em estabe-lecimento de ensino regular, sem prejuzo de outras previstas em regulamento;

Que o objetivo das condicionalidades assegurar o acesso dos beneficirios s polticas sociais bsicas de sade, educao e assistncia social, de forma a promover a melhoria das condies de vida da populao beneficiria e propiciar as condies mnimas necessrias para sua incluso social sustentvel;

Que, em conjunto com o Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome - MDS, o Ministrio da Educao - MEC estabeleceu atribuies e normas para o cumprimento da condicionalidade da freqncia escolar, e o Ministrio da Sade MS estabeleceu atribuies e normas para o cumprimento das condicionalidades de sade, por meio das Portarias Interministeriais MEC/MDS n 3.789, de 17 de novembro de 2004, e MS/MDS n 2.509, de 18 de novembro de 2004; e

A necessidade de regulamentar a gesto e a repercusso do descumprimento das condicionalidades sobre os benefcios financeiros do Programa Bolsa Famlia, defin-indo as sanes aplicveis s famlias beneficirias dessa poltica;

RESOLVE:

Art. 1. Regulamentar a gesto das condicionalidades do PBF, bem como, no que cou-ber, dos Programas Remanescentes, em conformidade com a Lei n 10.836, de 9 de ja-

Portaria GM/MDS N 551, de09 de novembro de 2005

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MINISTRIO DA SADE Secretaria de Ateno SadeDepartamento de Ateno Bsica

neiro de 2004, o Decreto n 5.209, de 17 de setembro de 2004, e as Portarias Intermin-isteriais MEC/MDS n 3.789, de 17 de novembro de 2004, e MS/MDS n 2.509, de 18 de novembro de 2004, editadas pelo Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome - MDS e os Ministrios da Educao MEC e da Sade - MS, respectivamente.

1. A gesto das condicionalidades envolver o exerccio de atribuies complemen-tares e coordenadas no mbito da Unio, Estados, Distrito Federal e municpios.

2. Para efeitos desta Portaria, gesto de condicionalidades o conjunto de aes relativas:

I - Ao acompanhamento peridico das famlias beneficirias, no que se refere ao cumpri-mento das condicionalidades previstas no PBF, de acordo com a legislao e os atos normativos estabelecidos pelo MDS e/ou pelo MEC e MS;

II - Ao registro de informaes referentes ao acompanhamento das condicionalidades, pelo Municpio, nos sistemas disponibilizados pelo MEC e MS;

III - Ao conjunto de medidas adotadas pela Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios no sentido de propiciar que famlias beneficirias do PBF tenham condies de cumprir as condicionalidades previstas, bem como medidas tomadas no sentido de evitar que famlias beneficirias do Programa permaneam em situao de descumprimento de condicionalidades;

IV repercusso gradativa da aplicao de sanes referentes ao descumprimento de condicionalidades sobre a folha mensal de pagamento do Programa.

CAPTULO I

Das Condicionalidades e Atividades que as compem

Art. 2. So condicionalidades do Programa Bolsa Famlia, de acordo com o art. 3 da Lei n 10.836, de 9 de janeiro de 2004, os arts. 27 e 28 do Decreto 5.209, de 17 de setembro de 2004 e as Portarias Interministeriais MEC/MDS n 3.789, de 17 de novem-bro de 2004 e MS/MDS n 2.509, de 18 de novembro de 2004:

I - Na rea de educao, a freqncia mnima de 85% (oitenta e cinco por cento) da carga horria escolar mensal de crianas ou adolescentes de 6 a 15 (seis a quinze) anos de idade que componham as famlias beneficirias, matriculados em estabelecimentos de ensino; e

II - na rea de sade, o cumprimento da agenda de sade e nutrio para famlias beneficiri-as que tenham em sua composio gestantes, nutrizes ou crianas menores de 7 anos.

Art. 3. O cumprimento das condicionalidades de que trata o art. 2 depender da re-alizao, pelas famlias beneficirias do PBF, no que couber, das seguintes atividades:

I No que se refere s condicionalidades da rea de educao:

a) efetivar, observada a legislao escolar vigente, a matrcula escolar das crianas e adolescentes de 6 a 15 anos em estabelecimento regular de ensino;

b) garantir a freqncia escolar de no mnimo 85% (oitenta e cinco por cento) da carga horria mensal do ano letivo, informando sempre escola quando da impossibilidade

Manual de orientaes sobre o Bolsa Famlia na Sade

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de comparecimento do aluno aula, apresentando, se existente, a devida justificativa; e c) informar, de imediato, sempre que ocorrer mudana de escola dos dependentes de 06 a 15 ano