Manual de Perícia Oficial em Saude do Servidor Publico Federal 2011

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Manual de Percia Oficial em Sade do Servidor Pblico Federal

MINISTRIO DO PLANEJAMENTO, ORAMENTO E GESTO

Braslia . 2010

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Presidente da Repblica: Lus Incio Lula da Silva Ministro do Planejamento, Oramento e Gesto: Paulo Bernardo Silva Secretrio de Recursos Humanos: Duvanier Paiva Ferreira Diretor do Departamento de Sade, Previdncia e Benefcios do Servidor - DESAP: Srgio Antonio Martins Carneiro

Edio e Distribuio Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto Secretaria de Recursos Humanos Departamento de Sade, Previdncia e Benefcios do Servidor - DESAP Esplanada dos Ministrios, Bloco C CEP: 70.046-900 Braslia / Distrito Federal Telefone: (61) 2020-1043

O presente Manual foi institudo pela Portaria n de 797 de 22 maro de 2010, publicada do Dirio Oficial da Unio de 23 de maro de 2010

Impresso no Brasil / Printed in Brazil permitida a reproduo total ou parcial desta obra desde que citada a fonte 2

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CORDENAO GERAL DO MANUAL Srgio Antonio Martins Carneiro Samara Douets Vasconcelos Cunha Dias

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COORDENAO DE REVISO TCNICA Eugnio Cesar Fonteles Cabral

REVISORES TCNICOS Ana Maria Botelho Alkimim Cunha Carlos Cezar Soares Batista ris Paula de Santana Ramos Morais Jaqueline Gomes de Jesus Jos Emdio Albuquerque e Silva Mrcia de Olinda Masson dos Reis Maringela Davis Maria Raquel Stacciarini Otvio Correa Paes Renata Vila Nova de Moura Holanda Yandra Ribeiro Torres

PROJETO GRFICO E SUPERVISO EDITORIAL: Rosil Jacques Pereira Criao: Assessoria de Comunicao do Ministrio do Planejamento Oramento e Gesto Reviso e Diagramao: Njobs Grfica: Floriprint APOIO TCNICO-OPERACIONAL Claudia Coura Moreira Campos Edilce Jane Lima Cassiano Estanislau Nascimento de Couto Silva Gleysson George Alves Mendes Karine Vinagre de Brito Slvio Romero Pereira Botelho Snia Maria Silva Borges

AGRADECIMENTOS equipe do DESAP/SRH/MP. equipe do DENOP/SRH/MP. equipe da CAS/CGRH/MS. A todas e todos que contriburam na construo coletiva no portal do SIASS.

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APRESENTAO A sociedade brasileira exige um novo modelo de gesto pblica capaz de viabilizar a construo do Brasil como uma sociedade mais justa e igualitria para todos. O fortalecimento do Estado Brasileiro pressupe a utilizao de todos os instrumentos e recursos disponveis para dar a sustentabilidade indispensvel manuteno do desenvolvimento, em suas mais diversas dimenses. Promover a ateno sade dos servidores pblicos civis federais, como um dos eixos de atuao na democratizao das relaes de trabalho, uma orientao estratgica com vistas a valorizar o servidor pblico federal, partcipe direto e ativo na construo de uma sociedade melhor Foram promovidas reformulaes essenciais no modelo de gesto de pessoas, com destaque para a sade e a seguridade social dos servidores pblicos, com mudanas de paradigma na seguridade dos servidores. Destaca-se a iniciativa de implantao de uma poltica de ateno sade do servidor, construda com a participao dos profissionais de sade e tcnicos dos diversos rgos pblicos. Buscando a consolidao de uma poltica de sade para o servidor pblico, em 2009 foi criado o Departamento de Sade, Previdncia e Benefcios do Servidor da Secretaria de Recursos Humanos do Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto. Um dos desafios o de superar as distores de direitos existentes entre os diversos rgos do SIPEC e implementar uma poltica de ateno sade baseada na equidade e na universalidade de garantias fundamentais. A Poltica de Ateno Sade do Servidor PASS vem sendo construda de forma coletiva, por meio de encontros, oficinas e reunies com as reas de recursos humanos, os tcnicos de sade e entidades sindicais, com o escopo de compartilhar experincias, dificuldades e projetos, assim construindo uma poltica transversal, de implantao descentralizada e coletiva, com os diferentes rgos da Administrao Pblica Federal. A fim de consolidar essa poltica, vrias aes estratgicas foram tomadas, dentre elas a publicao deste Manual de Percia Oficial em Sade, cujo objetivo orientar os rgos do Sistema de Pessoal Civil da Administrao Federal SIPEC quanto aos procedimentos relativos percia mdica e odontolgica, de que trata o Regime Jurdico dos Servidores Pblicos Civis da Unio (Lei 8.112/90). com muita satisfao que apresento o Manual de Percia Oficial em Sade, feito com o intuito de alinhar as prticas dos profissionais peritos em todo o Brasil. Este um marco histrico, dado que o tema nunca foi tratado com tamanha transparncia e participao, tanto dos profissionais da sade como tambm com a colaborao de tcnicos de diversas reas do conhecimento, que construram, de forma coletiva e luz dos mais altos princpios democrticos, os conceitos, postulados e princpios aqui dispostos. A expectativa do Governo Federal que este Manual seja utilizado em todo o seu potencial, e promova isonomia e segurana, princpios indispensveis para a percia mdica.

Duvanier Paiva Ferrreira

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INTRODUO O presente manual - Percia Oficial em Sade para os Servidores Pblicos Civis Federais - destina-se aos gestores pblicos, aos tcnicos em recursos humanos, aos profissionais da rea de sade, aos peritos em sade e aos servidores pblicos em geral. O manual foi construdo num processo coletivo com a contribuio de diversos tcnicos e reflete um conjunto de consensos construdos ao longo de 1 ano e meio de trabalho. Avanamos num modelo de avaliao da capacidade laborativa que transcende o aspecto da legalidade e do controle, pois busca aproximar a percia da realidade e do cenrio do mundo do trabalho que vive o servidor pblico federal. O conceito de percia em sade elimina as avaliaes centradas unicamente no ato mdico e abre espao para o entendimento das diversas faces que compem a avaliao pericial. Tratamos das relaes ticas no ato pericial, do sigilo profissional, de aes transdisciplinares e, sobretudo do respeito e da humanizao nas relaes administrao, perito, assistente e servidor. Importante ressaltar que a organizao da percia em sade integra um conjunto de iniciativas que compe a Poltica de Ateno Sade do Servidor, que tem como objetivo ltimo promover sade. A existncia de regras claras e de critrios transparentes so requisitos essenciais ao Estado de Direito. O cumprimento da legislao e o funcionamento harmnico da gesto de concesses de benefcios, de que trata o Regime Jurdico dos Servidores, evita desconfianas, conflitos e perdas para todas as partes periciados, peritos e Administrao Pblica Federal. A avaliao pericial dos servidores e seus dependentes legais ato imprescindvel nos processos de licenas, remoes, aposentadorias, readaptaes, nexos de acidentes e doenas relacionadas ao trabalho. Nesse contexto, as contribuies daqueles que esto envolvidos com os atos tcnicos periciais e com a concesso de benefcios, relativos s questes de sade do servidor, so sempre bem vindas, desde que tenham por objetivo regular as relaes entre as partes e no o de proteger esta ou aquela parte e, muito menos, de engessar as regras que devero ser exequveis em mbito nacional. O Manual editado em papel reciclvel sob a forma de fichrio para facilitar a troca de captulos, quando da necessidade de alterar procedimentos em decorrncia de mudana na lei. Pretende-se que o manual seja um importante instrumento de referncia para auxiliar a interpretao da legislao no momento das decises periciais. Por fim, destacamos quo importantes so as informaes de sade produzidas pela percia, pois constituem base de dados epidemiolgicos que contribuem para a consolidao da Poltica de Ateno Sade do Servidor Pblico Federal, aes de vigilncia aos ambientes e processos de trabalho e para a criao de programas de promoo sade que tenham impacto no processo sade, doena e trabalho. O manual de todos, faam um bom proveito.

Srgio Carneiro

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De tudo ficaram trs coisas: a certeza de que estamos comeando, a certeza de que preciso continuar e a certeza de que podemos ser interrompidos antes de terminar. Fazer da interrupo um novo caminho, da queda um passo de dana, do medo uma escola, do sonho uma ponte, da procura um encontro. E assim ter valido a pena." Fernando Sabino

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ndiceCaptulo I Conceitos Bsicos em Percia de Sade Percia Oficial em Sade Perito Oficial em Sade Capacidade Laborativa Incapacidade Laborativa Doena Incapacitante Atividades da Vida Diria Invalidez Deficincia Acidente em Servio Doena Profissional Doena Relacionada ao Trabalho Readaptao. Reabilitao Funcional Restrio de Atividade Laboral Licenas por Motivo de Sade Captulo II Princpios da Percia em Sade Conhecimento Tcnico-Cientfico tica Sigilo Profissional e Documentos Oficiais Relao do Perito Oficial em Sade com a Instituio Relao do Perito Oficial em Sade o Servidor ou seu Dependente Legal Relao do Perito Oficial em Sade com o Profissional de Sade Assistente Captulo III Procedimentos da Percia Oficial em Sade Avaliao Pericial Oficial em Sade Atestados Mdico e Odontolgico e Laudos Periciais A Percia Odontolgica Oficial Dados Periciais, Perfil Epidemiolgico e a Promoo da Sade Captulo IV Equipe de Percia em Sade Mdico Perito Cirurgio-Dentista Perito Psiclogo Assistente Social Tcnico de Enfermagem ou de Sade Bucal Atribuies e Composio da Equipe Multiprofissional na Avaliao dos Candidatos Portadores de Deficincia Aprovados em Concurso Pblico Captulo V Atribuies Gerais da Percia Oficial em Sade a) Licena para Tratamento de Sade do Servidor (arts. 202, 203 e 204 da Lei 8.112/90) 7

351 352 353 354 355 356 357 358 359 360 361 362 363 364 365 366 367 368 369 370 371 372 373 374 375 376 377 378 379 380 381 382 383 384 385 386 387 388 389 390 391 392 393 394 395 396 397 398 399 400

b) Licena por Motivo de Doena em Pessoa da Famlia (arts. 81 82 e 83 da Lei 8.112/90) c) Licena Gestante (art. 207 da Lei 8.112/90) d) Licena por Motivo de Acidente em Servio ou Doena Profissional (arts. 212 da Lei 8.112/90 e art. 20 da Lei 8.2013/91) e) Aposentadoria por Invalidez (art. 186 da Lei 8.112/90) f) Constatao de Invalidez de Dependente ou Pessoa Designada (arts. 217 e 222 da Lei 8.112/90) e Comprovao de Deficincia de Dependente (art. 217 da Lei 8.112/90) g) Remoo de Servidor por Motivo de Sade (art. 36 da Lei 8.112/90) h) Horrio Especial para Servidor Portador de Deficincia ou seu Dependente (art. 98 da Lei 8.112/90) i) Constatao de Deficincia dos Candidatos Aprovados em Concursos Pblico nas Vagas de Pessoas com Deficincia (arts. 3 e 4 do Decreto 3.298/99, alterados pelo Decreto 5.296/2004) j) Avaliao de Sanidade Mental para fins de Processo Administrativo Disciplinar (art. 160 da Lei 8.112/90) k) Recomendao para Tratamento de Acidentados em Servio em Instituio Privada, Conta de Recursos Pblicos (art. 213 da Lei 8.112/90) l) Readaptao (art. 24 da Lei 8.112/90) m) Reverso de Servidor Aposentado por Invalidez (arts. 25 e 188 da Lei 8.112/90) n) Avaliao do Servidor Aposentado para Constatao de Invalidez por Doena Especificada em Lei (art. 190 da Lei 8.112/90) o) Aproveitamento de Servidor em Disponibilidade (art. 32 da Lei 8.112/90) p) Exame para Investidura em Cargo Pblico (art. 14 da Lei 8.112/90) q) Pedido de Reconsiderao e Recurso (arts. 106, 107 e 108 da Lei 8.112/90) r) Avaliao para Iseno de Imposto de Renda (art. 6 da lei 7.713/88, alterada pela Lei11.052/04) s) Avaliao da Idade Mental de Dependente para Concesso de Auxlio Pr-Escolar (art. 4 do Decreto 977/93) t) Comunicao de Doena de Notificao Compulsria ao rgo de Sade Captulo VI Laudo Pericial Oficial Concluso Pericial Laudos de Percia Oficial em Sade Captulo VII Doenas Especificadas em Lei Doenas Especificadas no Artigo 186 da Lei 8.112/90 Alienao Mental Cardiopatia Grave Cegueira Posterior ao Ingresso no Servio Pblico Doena de Parkinson Esclerose Mltipla Espondilartrose Anquilosante Formas Avanadas da Doena de Paget Hansenase Nefropatia Grave Neoplasias Malignas Paralisia Irreversvel e Incapacitante 8

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Sndrome da Imunodeficincia Adquirida (SIDA/AIDS) Tuberculose Ativa Doenas Especificadas no Artigo 1 da Lei 11.052/04 Hepatopatia Grave Contaminao por Radiao Captulo VIII Outras Disposies Referncias Bibliogrficas

Anexos Anexo I: Parmetros de Afastamentos por Motivos de Doena Parmetros de Afastamentos por Motivos Mdicos Parmetros de Afastamentos por Motivos Odontolgicos Anexo II: Modelos de Laudos de Percia Oficial em Sade Anexo III: Modelos de Registros de Licenas Inferiores a 15 Dias Anexo IV: Modelo de Comunicao de Acidente de Trabalho no Servio Pblico Anexo V: Orientaes Legais e Outras Referncias

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CAPTULO ICONCEITOS BSICOS DE PERCIA OFICIAL EM SADE

PERCIA OFICIAL EM SADE: o ato administrativo que consiste na avaliao tcnica de questes relacionadas sade e capacidade laboral, realizada na presena do servidor por mdico ou cirurgiodentista formalmente designado. A percia oficial em sade produz informaes para fundamentar as decises da administrao no tocante ao disposto na Lei n 8.112, de 11 de dezembro de 1990 e suas alteraes posteriores. De acordo com o Decreto n 7.003, de 09/11/2009, a Percia Oficial em Sade compreende duas modalidades: 1) Junta Oficial em Sade: Percia Oficial em Sade realizada por grupo de trs mdicos ou de trs cirurgies-dentistas; e, 2) Percia Oficial Singular em Sade: Percia Oficial em Sade realizada por apenas um mdico ou um cirurgio-dentista. Os Peritos Oficiais em Sade e a composio da Junta Oficial em Sade tm que ser, obrigatoriamente, designados em documento legal. PERITO OFICIAL EM SADE o mdico ou cirurgio-dentista, que realiza ato pericial com o objetivo de subsidiar a Administrao Pblica Federal na formao de juzos a que est obrigada. responsvel pelo estabelecimento da correlao entre o estado mrbido e a capacidade laborativa do servidor, assim como, o nexo entre a morbidade e o trabalho. Tem o dever precpuo de ajudar a fundamentar as decises administrativas. CAPACIDADE LABORATIVA a condio fsica e mental para o exerccio de atividade produtiva. a expresso utilizada para habilitar o examinado para desempenhar as atividades inerentes ao cargo, funo ou emprego. O indivduo considerado capaz para exercer uma determinada atividade ou ocupao quando rene as condies morfopsicofisiolgicas compatveis com o seu pleno desempenho. A capacidade laborativa no implica na ausncia de doena ou leso. Na avaliao da capacidade deve ser considerada a repercusso da doena ou leso no desempenho das atividades laborais. INCAPACIDADE LABORATIVA a impossibilidade de desempenhar as atribuies definidas para os cargos, funes ou empregos, decorrente de alteraes patolgicas consequente a doenas ou acidentes. A avaliao da incapacidade deve considerar o agravamento da doena, bem como o risco vida do servidor ou de terceiros, que a continuao do trabalho possa acarretar. O conceito de incapacidade deve compreender em sua anlise os seguintes parmetros: o grau, a durao e a abrangncia da tarefa desempenhada. 1) Quanto ao grau: a incapacidade laborativa pode ser parcial ou total:

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considera-se como parcial o grau de incapacidade que permite o desempenho das atribuies do cargo, sem risco de vida ou agravamento;. b. considera-se como incapacidade total a que gera impossibilidade de desempenhar as atribuies do cargo, no permitindo atingir a mdia de rendimento, alcanada em condies normais pelos servidores detentores de cargo, funo ou emprego. Quanto durao: a incapacidade laborativa pode ser temporria ou permanente: a. considera-se temporria a incapacidade para a qual se pode esperar recuperao dentro de prazo previsvel; b. considera-se permanente a incapacidade insuscetvel de recuperao com os recursos da teraputica, readaptao e reabilitao disponveis poca da avaliao pericial. Quanto abrangncia profissional: a incapacidade laborativa pode ser classificada a. b. c. uniprofissional - aquela em que o impedimento alcana apenas uma atividade especfica do cargo, funo ou emprego; multiprofissional - aquela em que o impedimento abrange diversas atividades do cargo, funo ou emprego; omniprofissional - aquela que implica na impossibilidade do desempenho de toda e qualquer atividade laborativa que vise o prprio sustento ou de sua famlia.

a.

A presena de uma doena, por si s, no significa a existncia de incapacidade laborativa. O que importa na anlise do Perito Oficial em Sade a sua repercusso no desempenho das atribuies do cargo. DOENA INCAPACITANTE a enfermidade que produz incapacidade para desempenhar as tarefas da vida diria e as atividades laborais do ser humano. A doena incapacitante pode ser passvel de tratamento e controle com recuperao total ou parcial da capacidade laborativa, no resultando obrigatoriamente em invalidez. ATIVIDADES DA VIDA DIRIA Atividades da Vida Diria - AVD so as tarefas pessoais, concernentes aos autocuidados, e tambm a outras habilidades pertinentes ao cotidiano de qualquer pessoa. So consideradas - AVD: 1) autocuidados: escovar os dentes, pentear os cabelos, vestir-se, tomar banho, calar sapatos, alimentar-se, beber gua, fazer uso do vaso sanitrio, dentre outros; 2) tarefas dirias: cozinhar, lavar loua, lavar roupa, arrumar a cama, varrer a casa, passar roupas, usar o telefone, escrever, manipular livros, sentar-se na cama, transferir-se de um lugar ao outro, dentre outras. INVALIDEZ No mbito da Administrao Pblica Federal, entende-se por invalidez do servidor a incapacidade total, permanente e omniprofissional para o desempenho das atribuies do cargo, funo ou emprego. Considera-se tambm como invalidez quando o desempenho das atividades acarrete risco vida do servidor ou de terceiros, ou o agravamento da sua doena, ou quando a

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produtividade do servidor no atender ao mnimo exigido para as atribuies do cargo, funo ou emprego. Considera-se invlido o dependente ou pessoa designada quando constatada a incapacidade de prover seu prprio sustento, em consequncia de doena ou leso. DEFICINCIA a perda parcial ou total, bem como ausncia ou anormalidade de uma estrutura ou funo psicolgica, fisiolgica ou anatmica, que gere limitao ou incapacidade parcial para o desempenho de atividade, dentro do padro considerado normal para o ser humano. A deficincia pode ser enquadrada nas seguintes categorias: fsica, auditiva, visual, mental e mltipla. ACIDENTE em SERVIO aquele que ocorre com o servidor federal, pelo exerccio do cargo, funo, ou emprego no ambiente de trabalho ou no exerccio de suas atividades a servio da Administrao Pblica Federal, provocando leso corporal, perturbao funcional ou mental. So tambm considerados acidentes em servio os eventos que ocorrem no percurso da residncia para o trabalho ou vice-versa. DOENA PROFISSIONAL So as doenas decorrentes, desencadeadas ou agravadas pelo exerccio de trabalho peculiar a determinada atividade profissional ou adquirida em funo de condies ambientais especficas em que se realiza o trabalho. A causa da ocorrncia necessariamente a atividade laboral. DOENA RELACIONADA AO TRABALHO Consiste na doena em que a atividade laboral fator de risco desencadeante, contributivo ou agravante de um distrbio latente ou de uma doena pr-estabelecida. A doena relacionada ao trabalho estar caracterizada quando, diagnosticado o agravo, for possvel estabelecer uma relao epidemiolgica com a atividade laboral. As doenas endmicas, contradas no exerccio do trabalho, tambm sero caracterizadas como doenas relacionadas ao trabalho. READAPTAO a investidura do servidor, indicada por avaliao pericial, em cargo de atribuies e responsabilidades compatveis com a limitao que tenha sofrido em sua capacidade fsica ou mental. REABILITAO FUNCIONAL o processo de durao limitada, com objetivo definido, destinado a permitir que a pessoa com incapacidade adquirida alcance os nveis fsicos e mentais funcionais que possibilitem o seu retorno ao trabalho. Todo servidor que apresente reduo de sua capacidade funcional ter direito a beneficiar-se de reabilitao necessria recuperao da sua capacidade laborativa.

RESTRIO DE ATIVIDADE LABORAL a recomendao para no realizao de uma ou mais atribuies do cargo, funo ou emprego, cuja continuidade do exerccio possa acarretar o agravamento da doena do servidor ou risco a terceiro. 13

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LICENAS POR MOTIVO DE SADE o direito do servidor de ausentar-se, sem prejuzo da remunerao a que fizer jus, por motivo de tratamento da prpria sade ou de pessoa de sua famlia, enquanto durar a limitao laborativa ou a necessidade de acompanhamento ao familiar, dentro dos prazos previstos, conforme a legislao vigente. Espcies de licena por motivo de sade (Lei n 8.112/1990): 1) licena por motivo de doena em pessoa da famlia (art.83); 2) licena para tratamento de sade (art.202, 203, 204); 3) licena gestante (art.207); 4) licena por acidente em servio (art.211 e 212). Para efeito de contagem das licenas, sero sempre considerados os somatrios dos perodos concedidos dentro da mesma espcie de licena.

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CAPTULO IIPRINCPIOS DA PERCIA OFICIAL EM SADE

CONHECIMENTO TCNICO-CIENTFICO O perito deve conhecer o tipo de trabalho do avaliado e, sobretudo, investigar em quais condies so desenvolvidas as atividades laborais, envolvendo condies ambientais de trabalho, organizao do trabalho, relacionamento social e profissional, podendo inclusive realizar visitas ou inspees ao posto de trabalho. A anlise da capacidade laboral do servidor frente a uma doena ou enfermidade requer competncia tcnica, habilidade ao olhar para o estado geral do servidor, noes de epidemiologia, conhecimentos da relao sade e trabalho e urbanidade/habilidade. Ao elaborar o laudo, o Perito Oficial em Sade deve se valer de conhecimento tcnico e fundamentos legais para dirimir questes relacionadas ao direito. TICA A tica no processo de avaliao da capacidade laborativa, aqui discutida, est pautada nas argumentaes, no respeito s diferenas e no dilogo com o outro. Portanto, os princpios que devem reger as relaes nos atos periciais precisam transcender os cdigos, os controles e os mtodos para individualizar o periciado. A percia oficial em sade na administrao pblica federal est a servio de interesses sociais, seja para assegurar o exerccio de um direito do servidor, seja para defender a Administrao Pblica Federal. O perito deve ter senso de justia, realizando os procedimentos necessrios para o exerccio do direito, assim como, fidelidade coisa pblica de forma a no permitir favorecimentos indevidos ou negao de direitos legtimos. A iseno uma obrigao tica do perito, tambm referendada nos Cdigos de tica Mdica e Odontolgica. No pode haver suspeio no ato pericial, por isso vedado qualquer tipo de relao de proximidade entre Perito Oficial em Sade e o servidor ou seu dependente legal, pois se presume prejudicada a imparcialidade. Tambm vedado qualquer tipo de ingerncia administrativa no ato tcnico pericial. O perito oficial em sade, atuando na percia singular ou em junta, fica impedido de participar de ato pericial quando: 1) for parte interessada; 2) tenha tido participao como mandatrio da parte, ou sido designado como assistente tcnico de rgo do Ministrio Pblico, ou tenha prestado depoimento como testemunha; 3) for cnjuge ou a parte for parente, consanguneo ou afim, em linha reta ou colateral, at o segundo grau; 4) a parte for paciente, ex-paciente ou qualquer pessoa que tenha ou teve relaes sociais, afetivas, comerciais ou administrativas, capazes de comprometer o carter de imparcialidade do ato pericial.

SIGILO PROFISSIONAL E DOCUMENTOS OFICIAIS Todos os profissionais que trabalham nas unidades de ateno sade do servidor devem, quando do manuseio dos documentos periciais, guardar sigilo. 15

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Revelar fato de que tem cincia em razo do cargo e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelao, in verbis, art. 325 do Cdigo Penal, que prev punio para a quebra de sigilo funcional. vedado ao perito assinar laudos periciais se no tiver realizado ou participado pessoalmente do exame. Assinar laudos falsos constitui crime previsto no Cdigo Penal Brasileiro (arts. 299; 302), alm de infrao tica grave. RELAO DO PERITO OFICIAL EM SADE COM A INSTITUIO Os Peritos Oficiais em Sade cumprem importante atribuio de defesa dos interesses do Estado e dos servidores no mbito da Administrao Pblica Federal. O perito, gozando de plena autonomia, tem o dever de informar aos setores prprios da Administrao Pblica Federal sobre os resultados da Percia Oficial em Sade e instru-la no que for necessrio. Sua atuao deve ser pautada pelo Cdigo de tica e pelas leis que regem a Administrao Pblica, sendo vedado sujeitar-se a demandas administrativas que se contraponham ao seu parecer. O perito deve ainda satisfao ao preceito jurdico da autotutela, ou seja, um servidor com autoridade constituda para chamar a si a responsabilidade de corrigir ato sob a sua alada que gerou privao de direito ou leso coisa pblica. No caso de ato de privao de direito ou leso coisa pblica praticado por outro perito, o fato dever ser comunicado autoridade competente e ser objeto de investigao nos moldes previstos na Lei n 8.112/90. RELAO DO PERITO OFICIAL EM SADE COM O SERVIDOR OU SEU DEPENDENTE LEGAL preciso distinguir a atuao do profissional que examina a pessoa com o objetivo de trat-la, daquele que a examina na qualidade de perito. Na assistncia, o paciente escolhe o profissional livre e espontaneamente e confia-lhe o tratamento da sua enfermidade. Na percia, o servidor ou seu dependente legal solicitado por uma autoridade a comparecer diante de um perito ou de uma junta , escolhido por essa autoridade, para verificar o estado de sade, com fins de deciso de direitos ou aplicao de leis. Na relao assistencial, o paciente tem todo o interesse de informar ao profissional que o assiste seus sintomas e as condies de seu aparecimento, tendo a convico de que somente assim o profissional poder chegar a um diagnstico correto e subsequente tratamento. H um clima de mtua confiana e empatia. Na assistncia, a confidncia uma necessidade imperiosa para a eficcia do tratamento. O sigilo construdo numa relao particular de confiana, quase que compulsria. A legislao brasileira exige um compromisso do cuidador. A violao uma ofensa ao direito do outro que pode gerar consequncia devastadora sobre a integridade fsica, mental ou moral do paciente. Na relao pericial, pode haver mtua desconfiana. O periciado tem o interesse de obter um benefcio, o que pode lev-lo a prestar, distorcer ou omitir informaes que levem ao resultado pretendido e o perito pode entender que existe simulao.

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Na relao pericial no existe a figura de paciente, o periciado no est sob os cuidados do perito. O periciado no deve esperar do Perito Oficial em Sade um envolvimento de cuidador, o que no significa perda de cortesia, ateno e educao. O perito no deve se referir ao periciado pelo termo paciente, mas sim como examinado, periciado ou servidor. O profissional deve estar preparado para exercer sua funo pericial observando sempre o rigor tcnico e tico para que no pairem dvidas em seus pareceres. Deve ter em mente que a avanada tecnologia atual no pode se sobrepor abordagem humanizada. Ao perito caber uma escuta que deve ir alm do que verbaliza o servidor ou seu dependente legal, na tentativa de desvendar o que no foi revelado e avaliar as informaes fornecidas. Deve ainda o perito ficar alerta para uma boa observao clnica com o intuito de identificar simulaes. O senso crtico apurado deve ser fator determinante na atuao do perito para questionar sempre o que for necessrio. Fica a critrio do perito a presena de acompanhante durante a percia, desde que este no interfira nem seja motivo de constrangimento, presso ou ameaa aos peritos. garantido o acompanhamento do assistente tcnico na avaliao pericial. vedada a filmagem ou gravao da avaliao pericial. (processo-consulta CFM n 1829/2006, Parecer CFM N 9/2006, Captulo IV, do Cdigo de tica Odontolgica e art. 6, da Resoluo CFO n 87/2009). Durante o exame pericial singular que envolva exame fsico do servidor ou seu dependente legal, o perito dever, sempre que possvel, ser acompanhado por atendente de consultrio da instituio, visando resguardar tanto o examinado quanto o perito. RELAO DO PERITO OFICIAL EM SADE COM O PROFISSIONAL DE SADE ASSISTENTE O exame pericial para fins de avaliao do direito de concesso de licena por incapacidade laboral da competncia e atribuio do perito que utiliza os seus conhecimentos para avaliar o servidor ou seu dependente legal quanto sua capacidade laborativa, seguindo as normas legais. Alm dos conhecimentos clnicos e legais, h a necessidade de critrios que observem a legislao e os aspectos judiciais. Cabe ao profissional assistente prestar as informaes necessrias para complementar o exame pericial devendo constar obrigatoriamente o diagnstico da doena, sua evoluo, a durao, as condutas e respostas teraputicas, os exames comprobatrios e, se possvel, o prognstico. O profissional assistente pode sugerir, inclusive, o tempo estimado de afastamento do trabalho para a recuperao de seu paciente, sem, contudo estender-se sobre as possveis consideraes legais ou administrativas, que esto fora do seu campo de atuao. tecnicamente recomendvel que a investigao pericial se inicie pela informao prestada pelo profissional de sade assistente do servidor ou seu dependente legal. Cabe ao perito, depois de confirmada a existncia de enfermidade, consultar o perfil profissiogrfico em relao atividade exercida pelo servidor e emitir a concluso sobre a limitao para a atividade laborativa. O pleito poder ser deferido ou negado, independentemente de apresentao de atestado do assistente.

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H uma diferena de postura entre o perito e o assistente. O perito no pratica a clnica, uma vez que no trata de pacientes. O assistente, por outro lado, vivencia o dia-a-dia do paciente, faz o atendimento, a avaliao, o diagnstico e o tratamento do assistido. Diante disso, cabe a ele prestar ao perito as informaes clnicas sobre o estado de sade do paciente. No cabe ao assistente emitir parecer sobre os possveis benefcios ou tecer consideraes legais ou administrativas, que esto fora do seu campo de atuao, conforme previsto nas Resolues do CFM n 1851/2008 e CFO n 87/2009.

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CAPTULO IIIPROCEDIMENTOS DA PERCIA OFICIAL EM SADE

AVALIAO PERICIAL OFICIAL EM SADE A avaliao pericial imprescindvel nos processos de licena de sade, aposentadoria por invalidez, readaptao, nexo de acidente, doena profissional e doena relacionada ao trabalho, entre outros previstos na legislao. No entanto, a concesso do direito, prevista em ato especfico, atribuio da autoridade administrativa. A Percia Oficial em Sade se inicia com a identificao do servidor, seu local de trabalho, sua funo e sua atividade real. Uma anamnese completa, acompanhada de um criterioso exame fsico, constituem bases importantes para a avaliao pericial e so elementos essenciais para a formao da opinio do perito. O conhecimento do curso das doenas, da sua etiologia e das suas manifestaes clnicas so indispensveis para uma boa avaliao pericial. Os exames complementares, os relatrios de especialistas e de outros profissionais de sade contribuem para avaliao da capacidade laborativa. Na histria da doena, o perito deve apurar as condies do afastamento do trabalho e se ele consequncia direta ou no do estado mrbido apresentado. Nos casos de suspeita de acidente em servio, doena profissional e /ou doena relacionada ao trabalho, o perito dever se valer ou solicitar avaliao ambiental, que inclui avaliao do posto e/ou processo de trabalho do servidor e a caracterizao do acidente de trabalho por parte da equipe de vigilncia e promoo sade. O diagnstico, pea fundamental no modelo assistencial, uma das referncias para a percia, que avalia as repercusses sobre a capacidade laborativa. Olhar para o estado geral do examinado fundamento que deve ser aplicado a todo ato pericial. preciso analisar o reflexo da doena ou do conjunto das doenas no indivduo. Em geral, o examinado traz informaes do profissional assistente e exames complementares que ajudam na avaliao pericial. Entretanto, os achados colhidos pelo perito, sua impresso e um referencial tcnico, como por exemplo, os parmetros de afastamento, devem ser os determinantes no parecer. As informaes epidemiolgicas sobre a distribuio das doenas mais frequentes nas diversas categorias profissionais e por local de trabalho, somadas s informaes obtidas a partir de relatos da chefia ou mesmo da equipe multidisciplinar so fatores que ajudam na avaliao pericial. Na percia possvel fazer um acompanhamento e uma evoluo do servidor ou seu dependente legal por meio do pronturio construdo pela unidade de sade, histria esta que constitui importante ajuda na avaliao pericial, utilizando-se da participao da equipe multiprofissional. A interpretao ponderada da anamnese, do exame fsico, de outras informaes da sade e da atividade profissional, alm de parmetros cientficos, o que separa uma boa avaliao pericial de apenas um ato de enquadramento administrativo. Nas juntas oficiais em sade, os especialistas cumprem um importante papel ao trazer para discusso conhecimentos especficos, porm a deciso da junta deve ser resultado do conhecimento construdo coletivamente.

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Ao avaliar o servidor para a concesso de licenas de que trata a Lei n 8.112/90, o perito deve propor o nmero adequado de dias para a recuperao da sade. A percia deve estar integrada a outras aes que visem recuperao da sade do servidor e o seu retorno ao trabalho. Os elementos apurados ao exame devero ser registrados em pronturio, com linguagem clara, objetiva e adequada. O laudo pericial compe pea legal que servir de base a todo o processo e, portanto, no poder conter: a) insuficincia e impreciso nos dados; b) incoerncia entre os dados semiticos encontrados e o diagnstico firmado; c) indeciso, prejudicando o julgamento da concluso; d) espaos em branco ou traos. Quando nada for encontrado, devero ser usadas expresses que traduzam a ausncia de anormalidade; e) diagnsticos, exceto os que a lei determina que sejam especificados. As unidades e servios de ateno sade do servidor mantero arquivados em pastas individuais os documentos, impressos em papel, relativos aos antecedentes periciais dos servidores (pronturio pericial), anteriores a implantao do Sistema Informatizado SIAPE Sade. ATESTADOS MDICO E ODONTOLGICO E LAUDOS PERICIAIS Para fins de embasamento das licenas citadas acima, o perito poder solicitar ao servidor ou seu dependente legal, a apresentao de pareceres, exames e atestados. No atestado dever constar, minimamente e de maneira legvel: 1) a identificao do servidor ou seu dependente legal; 2) o tempo de afastamento sugerido; 3) o cdigo da Classificao Internacional das Doenas (CID) ou o diagnstico (quando expressamente autorizado pelo paciente); 4) local e data; 5) identificao do emitente com assinatura e registro no conselho de classe. Quando necessrio, e considerando as resolues do Conselho Federal de Medicina (CFM) n 1851/2008 e do Conselho Federal de Odontologia (CFO) n 87/2009, podero os peritos solicitar relatrios/atestados conforme as orientaes a seguir: Quando o atestado for solicitado pelo paciente ou seu representante legal para fins de percia mdica ou odontolgica dever observar: 1) o diagnstico; 2) os resultados dos exames complementares; 3) a conduta teraputica; 4) o prognstico; 5) as consequncias sade do paciente; e 6) o tempo de repouso estimado necessrio para a sua recuperao. Esses dados complementaro o parecer do perito, a quem cabe legalmente fundamentar a concesso do benefcio previdencirio, tais como: aposentadoria, invalidez definitiva e readaptao. Somente os atestados emitidos por mdicos ou cirurgies dentistas sero aceitos, para fins de justificativa de faltas ao trabalho..

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O atestado um documento legal, em que o mdico ou cirurgio-dentista assistente, perante a lei, a sociedade e a tica registram, no mbito de sua responsabilidade profissional, estados mrbidos e outros, inclusive para justificar falta ao servio gerando a presuno de um direito, que s se configurar com a avaliao por percia. As informaes oriundas da relao do paciente com seus assistentes pertencem ao prprio paciente, sendo o assistente fiel depositrio das informaes. O atestado do assistente no rene, por si s, os elementos suficientes para a concesso de licenas motivadas por incapacidade resultante de doena ou leso. Cabe ao perito retirar do atestado as informaes que serviro de base para orientar seu trabalho. Na licena dispensada de percia, o servidor poder entregar o atestado mdico ou odontolgico, em envelope lacrado, classificado como confidencial e identificado com nome, matrcula, lotao e tipo de documento ao RH que dever encaminhar unidade ou servio de ateno a sade do servidor (art. 204 da Lei n 8.112/1990, Decreto 7.003/2009 e ON SRH/MP n 3/2010). O servidor tambm poder entregar o atestado diretamente unidade de ateno sade do servidor. Nas demais licenas, o servidor apresentar o atestado no momento da percia. No compete chefia imediata ou aos setores de Recursos Humanos terem acesso aos documentos periciais do pronturio do servidor, por conterem dados sigilosos. O laudo pericial ser encaminhado unidade de recursos humanos do rgo e fornecido fotocpia ao servidor, devendo constar apenas as informaes necessrias aos assentamentos funcionais do servidor, resguardando o servidor ou seu dependente legal. O laudo pericial no se referir ao nome ou natureza da doena, salvo quando se tratar de leses produzidas por acidente em servio, doena profissional ou qualquer das doenas especificadas no art. 186, 1 da Lei n 8.112/1990. Durante a realizao do exame pericial sero registradas as informaes necessrias para a concluso pericial, inclusive de exames e diagnsticos. Os laudos periciais, resultantes da junta oficial em sade, devero conter espao destinado ao voto divergente, sendo registrado o nome do perito oficial em sade que divergir.

A PERCIA ODONTOLGICA OFICIAL: A avaliao da incapacidade laborativa do servidor por motivos odontolgicos se restringe ao complexo bucomaxilofacial, o que no necessariamente se refere apenas ao captulo XI das Doenas do Aparelho Digestivo e especificamente ao contido nas doenas da cavidade oral, das glndulas salivares e dos maxilares (K00K14). Assim, importante esclarecer que a percia odontolgica oficial se remete tambm a outras doenas previstas na Classificao Estatstica Internacional de Doenas e Problemas Relacionados Sade CID, que podem manter interfaces com a rea da odontologia. Nesse sentido, o perito cirurgio-dentista deve, tambm, considerar, para fins de percia odontolgica de que trata este manual, doenas e problemas relacionados sade, considerados em outros captulos da CID. Nessa avaliao, o cirurgio-dentista, alm de ater-se aos princpios e conceitos norteadores da percia, abordados neste manual, deve considerar tambm as normas de 21

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proteo e biossegurana e estar atento qualidade e sistematizao dos registros odontopericiais. Os campos destinados aos registros odontolgicos na percia contemplam as regies que podem sediar eventos nosolgicos ou infortunsticos na rea de abrangncia da odontologia. Estes campos esto representados pelas seguintes regies anatmicas, a saber: 1) regies dentrias e peridentrias - odontograma; 2) regies das mucosas de revestimento da boca; 3) regies de bases sseas; 4) regies das articulaes temporomandibulares; 5) regies das glndulas salivares. O registro nos campos da rea do complexo bucomaxilofacial da percia odontolgica possibilitar a construo do histrico odontopericial do servidor, considerando especificidades importantes que auxiliaro no s em demandas processuais, judiciais e administrativas, bem como podero servir em circunstncias especiais de eventos infortunsticos, onde registros odontolgicos so fundamentais em procedimentos de identificao de vtimas. DADOS PERICIAIS, PERFIL EPIDEMIOLGICO E A PROMOO DA SADE Os dados resultantes das avaliaes periciais e das licenas inferiores a quinze dias, normatizadas pelo Decreto n 7003/ 2009 que podem ser dispensadas da avaliao pericial, se revestem de importante papel para o entendimento do binmio sade/doena no mbito da Administrao Pblica Federal. A recepo pelas unidades de ateno sade do servidor dos atestados de curta durao que no passaram por percia oficial em sade uma atividade interna que requer preciso na migrao dos dados para o sistema informatizado. O comprometimento com a fidedignidade da gesto dessa informao permitir avaliaes mais crticas no s quanto ao perfil do conjunto de servidores que adoecem por razes mdico-odontolgicas, como tambm orientaro programas e aes de promoo sade e preveno de doenas para os servidores pblicos federais. O sistema de informaes SIAPE Sade coletar dados das doenas e agravos que afetam os servidores, possibilitando a construo de um perfil epidemiolgico que sinalize possveis doenas em fase inicial.

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CAPTULO IVEQUIPE DE PERCIA OFICIAL EM SADE

A equipe de percia oficial em sade o grupo de profissionais designados para auxiliar a Administrao Pblica Federal em questes administrativas e legais relacionadas sade. Todos os profissionais da rea de sade e segurana no trabalho podero contribuir para a avaliao pericial com pareceres tcnicos especficos de sua rea de atuao, compondo uma equipe multiprofissional. Em especial, deve compor a equipe de percia: 1) mdico; 2) cirurgio-dentista; 3) psiclogo; 4) assistente social; 5) tcnico de enfermagem ou de sade bucal. A atividade pericial oficial em sade inerente ao mdico e ao cirurgio-dentista, designados peritos, cabendo aos outros profissionais de sade subsidi-la por meio de parecer especfico. So atribuies da equipe multiprofissional de percia, dentre outras: 1) fornecer parecer especializado, privilegiando a clareza e a conciso, para subsidiar as decises periciais;. 2) propor capacitao e atualizao de profissionais em percia; 3) encaminhar o servidor, quando houver indicao ou necessidade, aos programas de promoo de sade e preveno de doenas, tais como: dependentes qumicos, incluso de deficientes, reduo de estresse, controle de hipertenso arterial e de obesidade dentre outros; 4) avaliar do ponto de vista social e psicolgico os servidores que apresentem problemas de relacionamento no local de trabalho, assim como o absentesmo ou o presentesmo no justificado; 5) avaliar os candidatos aprovados em concurso pblico quanto s aptides para o exerccio do cargo, funo ou emprego, caracterizao de deficincia fsica e sugestes de lotao, quando necessrio; 6) acompanhar o tratamento de sade do servidor ou de pessoa de sua famlia, quando necessrio e indicado pela percia; 7) aivulgar informaes para o desenvolvimento de programas de preveno; 8) promover a integrao da equipe pericial com aes de vigilncia e com programas de promoo sade e preveno de doenas; 9) avaliar as atividades do servidor no local de trabalho; 10) acompanhar o cumprimento das recomendaes em caso de restrio de atividades; 11) orientar os gestores na adequao do ambiente e do processo de trabalho; 12) outras que lhe forem delegadas. Atestados, laudos ou pareceres emitidos por psiclogos, fisioterapeutas, fonoaudilogos, terapeutas ocupacionais, e outros profissionais de sade, podero ser usados, 23

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para fins de embasamento pericial, como documentos complementares. Estes documentos, por si s, no so suficientes para justificativa de faltas ao trabalho por motivo de doena. So funes especficas dos profissionais da equipe de percia oficial em sade: MDICO PERITO 1) realizar percias singulares, hospitalares, domiciliares e participar de juntas; 2) atuar como assistente tcnico em percias judiciais, se a Administrao Pblica Federal for uma das partes; 3) participar, junto equipe multidisciplinar de promoo de sade, da discusso dos procedimentos, atribuies e atividades a serem desenvolvidas; 4) realizar exame mdico pericial para caracterizar deficincia nos aprovados em concurso em vagas de deficientes e participar da equipe multiprofissional que ir adequar e acompanhar o deficiente; 5) solicitar pareceres de outros especialistas; 6) outras que lhe forem delegadas, no seu mbito de atuao. CIRURGIO-DENTISTA PERITO 1) realizar percias singulares, hospitalares, domiciliares e participar de juntas odontolgicas; 2) aAtuar como assistente tcnico em percias judiciais, se a Administrao Pblica Federal for uma das partes; 3) participar, junto equipe multidisciplinar de promoo de sade, da discusso dos procedimentos, atribuies e atividades a serem desenvolvidas; 4) solicitar pareceres de outros especialistas; 5) outras que lhe forem delegadas, no seu mbito de atuao. PSICLOGO 1) elaborar laudos e pareceres; 2) efetuar o exame psicolgico, com instrumentos padronizados, considerando a autonomia profissional e encaminhar o parecer unidade de ateno sade do servidor; 3) encaminhar o servidor ou seu dependente legal para atendimento por outras especialidades; 4) realizar orientao psicolgica ao servidor e a familiares; 5) orientar e dar suporte psicolgico ao servidor em seu retorno ao trabalho; 6) realizar visita domiciliar, hospitalar ou ao local de trabalho para subsidiar o estudo de caso em anlise; 7) outras que lhe forem delegadas, no seu mbito de atuao. ASSISTENTE SOCIAL 1) emitir parecer social visando anlise dos aspectos sociais que interfiram na situao de sade do servidor e/ou de pessoa da famlia, considerando a autonomia profissional na definio de instrumentos tcnicos como visitas e entrevistas; 2) conhecer os indicadores scio-profissional, econmico e cultural, dentre outros, dos servidores em tratamento de sade, utilizando instrumentos tcnicos como entrevistas, visitas e pesquisas sociais; 3) proceder avaliao social para subsidiar o estudo do caso em anlise.

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4) realizar atendimento ao servidor e sua famlia, por meio de orientao social nas questes relacionadas sade, visando insero dos mesmos em aes e programas desenvolvidos pela instituio assim como encaminhamentos aos recursos sociais disponveis na comunidade; 5) realizar orientao sobre os direitos sociais do servidor; 6) proceder avaliao social para subsidiar a deciso pericial sobre a presena indispensvel do servidor em caso de licena para tratamento de pessoa da famlia; 7) outras que lhe forem delegadas, no seu mbito de atuao. TCNICO DE ENFERMAGEM OU DE SADE BUCAL 1) acompanhar o Perito Oficial em Sade nos exames periciais; 2) outras que lhe forem delegadas, no seu mbito de atuao.

ATRIBUIES E COMPOSIO DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL NA AVALIAO DOS CANDIDATOS PORTADORES DE DEFICINCIA APROVADOS EM CONCURSO PBLICO O rgo responsvel pela realizao do concurso ter a assistncia de equipe multiprofissional composta de trs profissionais: sendo um integrante da carreira almejada pelo candidato, um integrante atuante nas reas das deficincias em questo, e um mdico. A caracterizao ou constatao da deficincia por se tratar de um ato mdico ser atribuio exclusiva do mdico perito. Uma vez caracterizada a deficincia, o candidato aprovado passar a ser avaliado por equipe multiprofissional. A equipe multiprofissional far aferio da compatibilidade entre a deficincia diagnosticada pela junta oficial em Sade e o exerccio normal das atribuies do cargo, funo ou emprego e emitir parecer observando: 1) as informaes prestadas pelo candidato no ato da inscrio; 2) a natureza das atribuies e tarefas essenciais do cargo, funo ou emprego a desempenhar; 3) a viabilidade das condies de acessibilidade e as adequaes do ambiente de trabalho na execuo das tarefas; 4) a possibilidade de uso, pelo candidato, de equipamentos ou outros meios que habitualmente utilize; 5) a CID e outros padres reconhecidos nacional e internacionalmente. A equipe multiprofissional avaliar a compatibilidade entre as atribuies do cargo, funo ou emprego e a deficincia do candidato durante o estgio probatrio.

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CAPTULO VATRIBUIES GERAIS DA PERCIA OFICIAL EM SADE

A percia oficial em sade, aps a realizao dos exames periciais necessrios, emitir laudos ou pareceres que serviro de fundamentao nas decises da Administrao Pblica Federal, nos casos indicados a seguir, respeitados os limites das reas de atuao mdica ou odontolgica, conforme a Lei n 8.112/1990: 1) licena para tratamento de sade do servidor (art. 202, 203 e 204); 2) licena por motivo de doena em pessoa da famlia (art. 81, inciso I 1, arts. 82 e 83, alterados pela MP 479/2009); 3) licena gestante (art.207); 4) licena por motivo de acidente em servio ou doena profissional (arts. 211 e 212); 5) aposentadoria por invalidez (art. 186, inciso I); 6) Constatao de invalidez de dependente ou pessoa designada (art. 217, inciso II, alneas a e d) e constatao de deficincia do dependente (Art. 217, inciso I, alnea e); 7) emoo por motivo de sade do servidor ou de pessoa de sua famlia (art. 36, inciso III, alnea b); 8) horrio especial para servidor portador de deficincia e para o servidor com familiar portador de deficincia (art. 98, 2 e 3); 9) constatao de deficincia dos candidatos aprovados em concurso pblico nas vagas de portador de deficincia (arts. 3 e 4, do Decreto 3.298/1999 alterado pelo Decreto 5.296/2004); 10) avaliao de sanidade mental do servidor para fins de Processo Administrativo Disciplinar (art. 160); 11) recomendao para tratamento de acidentados em servio em instituio privada conta de recursos pblicos (art.213); 12) readaptao funcional de servidor por reduo de capacidade laboral (art. 24); 13) reverso de servidor aposentado por invalidez (art.25, inciso I e Art. 188, 5); 14) avaliao de servidor aposentado para constatao de invalidez por doena especificada no 1 do arts. 186 e 190; 15) aproveitamento de servidor em disponibilidade (art.32); 16) exame para investidura em cargo pblico (art. 14); 17) pedido de reconsiderao e recursos (arts. 106, 107 e 108); 18) avaliao para iseno de imposto de renda (art. 6, inciso XIV e XXI da Lei n 7.713/1988, alterada pela Lei n 11.052/2004); 19) avaliao de idade mental de dependente para concesso de auxlio pr-escolar (Decreto n 977/1993); 20) comunicao de doena de notificao compulsria ao rgo de sade pblica;

A) LICENA PARA TRATAMENTO DE SADE DO SERVIDOR (ARTS. 202, 203, 4, 204 da LEI n 8.112/1990, DECRETO n 7.003 DE 09/11//2009 e ON SRH/MP n 03, de 23/02/2010, republicada em 18/03/2010). Competncia: percia oficial singular em sade ou junta oficial em sade. 26

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O prazo de licena para tratamento de sade do servidor ser considerado como de efetivo exerccio at o limite de vinte e quatro meses, cumulativo ao longo do tempo de servio pblico prestado Unio, em cargo de provimento efetivo. Aps esse prazo, poder ser concedida licena para tratamento da prpria sade, ressaltando-se que o referido tempo contar-se- apenas para efeito de aposentadoria e disponibilidade. A licena para tratamento da prpria sade do servidor ou por motivo de doena em pessoa de sua famlia de 1 a 14 dias, poder ser dispensada de percia, desde que sejam atendidos os seguintes pr-requisitos: 1) o nmero total de dias de licena, consecutivos ou no, seja inferior a 15 dias, a contar da data do primeiro afastamento no perodo de doze meses, na mesma espcie (licena para tratamento da prpria sade ou licena por motivo de doena em pessoa da famlia); 2) a data de referncia para o incio do cmputo do perodo de doze meses destas licenas, se inicia na data da publicao do Decreto N 7.003/ 2009, portanto, dia 10 de novembro de 2009; 3) os atestados mdicos ou odontolgicos sejam de at cinco dias corridos, computados fins de semana e feriados e conste no atestado, o nome da doena ou agravo, codificado ou no, de forma legvel. O atestado deve ser apresentado unidade competente do rgo ou entidade no prazo mximo de cinco dias, contados da data do incio do afastamento do servidor. Deve ainda ser colocado em envelope lacrado, identificado e marcado como confidencial, constando o ltimo dia trabalhado e telefone para contato com o servidor. Caso o prazo para entrega do atestado exceda os cinco dias, o servidor dever ser submetido a exame pericial presencial. O atestado deve ser entregue na Unidade de Ateno Sade do Servidor, que registrar no SIAPE Sade e comunicar rea administrativa o perodo de afastamento e a espcie de licena, para os procedimentos necessrios. No caso do atestado no atender s regras estabelecidas no Decreto 7.003/2009, ou no caso do servidor optar por no especificar o diagnstico de sua doena no atestado, o servidor dever se submeter a exame pericial ainda que se trate de atestados inferiores ou iguais a cinco dias. A licena de at 120 dias, ininterruptos ou no, no perodo de 12 meses, ser avaliada por percia singular e acima deste nmero de dias, obrigatoriamente, por junta composta por trs mdicos ou trs cirurgies-dentistas. O servidor dever comparecer unidade de ateno sade do servidor at 5 (cinco) dias do incio do afastamento, munido de documento de identificao com foto e documentos comprobatrios de seu estado de sade e tratamento. Caso no seja comprovada a incapacidade laborativa, o servidor no ter sua licena concedida, no todo ou em parte. Nos casos em que houver suspeita de falsidade do atestado, ser feito comunicado rea administrativa para providencias. Em se tratando de atestado gracioso, o perito, aps fundamentar a irregularidade, dever notificar ao conselho regional do respectivo profissional para investigao. Encontrando-se o servidor impossibilitado de locomover-se ou estando hospitalizado, o exame pericial poder ser realizado em sua residncia ou na entidade nosocomial (percia externa).

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O incio da licena por motivo de sade do servidor dever corresponder data do incio do afastamento de suas atividades laborais, independentemente do tipo de jornada de trabalho. Os dados do exame do servidor sero registrados de forma completa e precisa no pronturio pericial. A concluso do exame pericial ser comunicada por meio do laudo pericial de licena para tratamento de sade que ser impresso e entregue ao servidor. Se a concluso pericial exigir reavaliao da capacidade de trabalho, o servidor dever retornar percia na data agendada, antes do trmino da licena, com os documentos solicitados. No caso de haver prorrogao da licena para tratamento de sade ser emitido um novo laudo de licena para tratamento de sade. O servidor que no curso da licena julgar-se apto a retornar atividade solicitar unidade de ateno sade do servidor, o reexame de seu caso e ser submetido a exame pericial. Caso no se configure mais a limitao de sade, a percia emitir laudo de reassuno fixando a data do retorno ao trabalho. Quando necessrio, o servidor ser encaminhado para avaliao pela equipe multidisciplinar em sade. A licena concedida dentro de 60 (sessenta) dias do trmino de outra da mesma espcie ser considerada como prorrogao, independentemente do diagnstico (Art. 82 da Lei n 8.112/1990). O servidor que apresentar indcios de leses orgnicas ou funcionais ser submetido avaliao da capacidade laborativa por inspeo mdica (Art. 206 da Lei n 8.112/1990). A convocao para esta inspeo ser indicada pelo servio de sade ou autoridade competente e formalizada pela unidade de recursos humanos do rgo do servidor. Ser punido com suspenso de at 15 (quinze) dias o servidor que, injustificadamente, recusar-se a ser submetido inspeo mdica determinada pela autoridade competente, cessando os efeitos da penalidade uma vez cumprida a determinao (Art. 130, 1o da Lei n 8112/1990). Os servidores de cargos comissionados sem vnculo com o servio pblico e os contratados por tempo determinado vinculam-se ao Regime Geral de Previdncia SocialRGPS, em razo de sua condio de segurado obrigatrio pela Lei n 8.213/1991, 8.647/1993, 8.745/1993 e 13 do art. 40 da Constituio Federal.. Apenas os primeiros quinze dias de licena sero remunerados pelo rgo empregador, conforme prev a Lei n 8.213/1991, sendo necessrio o exame pericial para concesso deste afastamento. O comparecimento em uma consulta de sade no gera licena e dever ser comprovada por meio da declarao de comparecimento emitida pelo profissional assistente. Esta declarao de comparecimento deve ser tratada como justificativa de afastamento, ficando a critrio da chefia imediata do servidor a sua compensao de horrio conforme a legislao em vigor (pargrafo nico do art. 44 da Lei n 8112/1990). B) LICENA POR MOTIVO DE DOENA EM PESSOA DA FAMLIA (ART. 83, LEI N 8.112/1990 E DECRETO N 7.003 DE 09/11//2009 e ON SRH/MP n 03, de 23/02/2010, republicada em 18/03/2010). 28

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Competncia: percia oficial singular em sade ou junta oficial. Para efeito de concesso da licena prevista neste captulo, considera-se pessoa da famlia: 1) cnjuge ou companheiro; 2) padrasto ou madrasta; 3) pais; 4) filhos; 5) enteados; 6) dependente que viva suas expensas e conste de seu assentamento funcional. A licena somente ser deferida se a assistncia pessoal do servidor for indispensvel e no puder ser prestada, simultaneamente, com o exerccio do cargo ou mediante compensao de horrio. A avaliao psicossocial, sempre que possvel, dever ser realizada para subsidiar essa deciso. A licena para acompanhamento de pessoa da famlia, includas as prorrogaes, poder ser concedida a cada perodo de doze meses nas seguintes condies: I - por at sessenta dias, consecutivos ou no, mantida a remunerao do servidor; II - por at noventa dias, consecutivos ou no, sem remunerao. O incio do interstcio de doze meses ser contado a partir da data do deferimento da primeira licena concedida. A soma das licenas remuneradas e das licenas no remuneradas no poder ultrapassar os limites estabelecidos nos incisos I e II, includas as respectivas prorrogaes, concedidas em um mesmo perodo de doze meses, observado o disposto acima. (Medida Provisria n 479, de 30 de dezembro de 2009). De acordo com o Decreto n 7.003/2009, a licena por motivo de doena em pessoa da famlia poder ser dispensada de percia, desde que sejam atendidos os seguintes requisitos: 1) o nmero total de dias de licena consecutivos ou no seja inferior a 15 dias, ou seja, at 14 dias, a contar da data do primeiro afastamento no perodo de doze meses; 2) os atestados mdicos ou odontolgicos sejam de at trs dias corridos, computados fins de semana e feriados; 3) conste no atestado, o nome da doena ou agravo, codificado ou no, de forma legvel. Nessas situaes, o atestado dever ser apresentado unidade competente do rgo ou entidade no prazo mximo de cinco dias, contados da data do incio do afastamento do servidor, mantido em envelope lacrado, identificado e marcado como confidencial, constando o ltimo dia trabalhado e telefone para contato com o servidor.. Caso o prazo para entrega do atestado exceda os cinco dias, o servidor dever ser submetido a exame pericial presencial. O atestado dever ser entregue na Unidade de Ateno Sade do Servidor, que registrar e comunicar rea administrativa o perodo de afastamento e a espcie de licena, para os procedimentos necessrios, conforme modelos de registros de licenas inferiores a 15 dias, constantes no Anexo III. No caso do atestado no atender s regras estabelecidas no Decreto n 7.003/2009, ou no caso do servidor optar por no especificar o diagnstico de seu dependente no atestado, torna-se obrigatrio o exame pericial, ainda que se trate de atestado inferior ou igual a trs dias. Os servidores ocupantes de cargos comissionados sem vnculo com o rgo pblico, os contratados por tempo determinado e os empregados pblicos no faro jus licena por 29

1262 1263 1264 1265 1266 1267 1268 1269 1270 1271 1272 1273 1274 1275 1276 1277 1278 1279 1280 1281 1282 1283 1284 1285 1286 1287 1288 1289 1290 1291 1292 1293 1294 1295 1296 1297 1298 1299 1300 1301 1302 1303 1304 1305 1306 1307 1308 1309 1310

motivo de doena em pessoa da famlia uma vez que no h previso legal para concesso da referida licena. C) LICENA GESTANTE (ART. 207, 2, 3 E 4, LEI N 8.112/1990). Competncia: percia oficial singular em sade A licena gestante destina-se proteo da gravidez, recuperao ps-parto, amamentao e relao do binmio me-filho, a partir do primeiro dia do nono ms de gestao (correspondente a 36 semanas), salvo antecipao por prescrio mdica. A durao do afastamento prevista de 120 (cento e vinte) dias consecutivos, devendo ser observados os seguintes aspectos: 1) no caso de qualquer intercorrncia clnica proveniente do estado gestacional, verificada no transcurso do nono ms de gestao, dever ser concedida, de imediato, a licena gestante; 2) no caso de nascimento prematuro, a licena, se ainda no concedida, ter incio na data do evento; 3) nos casos de natimorto, a servidora ser submetida a exame mdico 30 (trinta) dias aps o parto, e, se julgada apta, reassumir o exerccio de seu cargo, funo ou emprego. Para esse fim, a percia singular dever emitir novo laudo pericial. O parto, para os fins previstos acima, a expulso, a partir do quinto ms de gestao, de feto vivo ou morto. No caso de aborto (art. 207, 4, da Lei n 8.112/1990) comprovado por mdico perito, a servidora far jus a 30 (trinta) dias de repouso remunerado improrrogveis. Decorrido esse perodo de afastamento, a servidora que se julgar incapaz de reassumir suas funes dever requerer licena para tratamento de sade. Aborto a expulso do concepto, vivo ou morto, com menos de 500 gramas ou antes da 20. (vigsima) semana de gestao. Na hiptese de surgirem intercorrncias geradoras de incapacidade durante a gravidez ou aps a licena gestante, ainda que dela decorrentes, o afastamento ser processado como licena para tratamento de sade, observado o que dispe o item sobre licena para tratamento de sade do servidor. A licena gestante e a licena para tratamento de sade so consideradas de espcies diferentes, no podendo ser concedidas concomitantemente. A licena gestante no pode ser interrompida, exceto nos casos de natimorto. As servidoras ocupantes de cargos comissionados, sem vnculo efetivo com a administrao pblica federal, as contratadas por tempo determinado, as empregadas pblicas anistiadas (seguradas do RGPS Lei n 8213/1991), sero periciadas pelo rgo de exerccio e a licena gestante concedida com a posterior compensao do pagamento pelo RGPS. A licena gestante poder ser solicitada e concedida administrativamente quando tiver seu incio na data do parto comprovada pelo aviso ou registro de nascimento ou atestado mdico, sem que seja necessria a avaliao mdico pericial. A prorrogao da licena gestante por mais 60 dias ser concedida administrativamente, desde que requerida pela servidora at o final de 30 dias a contar do dia do parto (pargrafo 1, do artigo 2, do Decreto n 6.690/2008). D) LICENA POR MOTIVO DE ACIDENTE EM SERVIO OU DOENA PROFISSIONAL (ART. 212 DA LEI N 8.112/1990 E ART. 20 DA LEI N 8.213/1991 e ON SRH/MP n 03, de 23/02/2010, republicada em 18/03/2010).

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Competncia: percia oficial singular ou junta oficial em sade, dependendo do perodo de afastamento. Acidente em servio aquele ocorrido no exerccio do cargo, que se relacione direta ou indiretamente com as atribuies a ele inerentes, provocando leso corporal ou perturbao funcional ou que possa causar a perda ou reduo, permanente ou temporria, da capacidade para o trabalho. Equiparam-se ao acidente de servio, o acidente que, embora no tenha sido a causa nica, haja contribudo diretamente para a reduo ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido leso que exija ateno mdica para a sua recuperao. So tambm acidentes em servio: 1) a doena proveniente de contaminao acidental no exerccio das atribuies do servidor e o acidente sofrido no local e no horrio do trabalho, em consequncia de: agresso, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de servio; 2) ofensa fsica intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao servio; 3) ato de imprudncia, de negligncia ou de impercia de terceiro ou de companheiro de servio; 4) desabamento, inundao, incndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de fora maior. So ainda considerados acidentes: 1) aqueles sofridos, fora do local e horrio de servio na execuo de ordem ou na realizao de servio relacionado s atribuies do servidor, ou: na prestao espontnea de qualquer servio Unio para lhe evitar prejuzo ou proporcionar proveito; 2) em viagem a servio, inclusive para estudo, com nus ou com nus limitado, independentemente do meio de locomoo utilizado; 3) no percurso da residncia para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoo, inclusive veculo de propriedade do servidor; 4) os acidentes ocorridos nos perodos destinados refeio ou descanso, estando o servidor no cumprimento de sua jornada de trabalho. O nexo causal entre quadro clnico e a atividade parte indissocivel do diagnstico pericial e se fundamenta numa boa anamnese ocupacional, em dados epidemiolgicos, em relatrios das condies de trabalho e em visitas aos ambientes de trabalho, permitindo a correlao do quadro clnico com a atividade. No sero equiparadas s doenas relacionadas ao trabalho, as doenas degenerativas, as inerentes a grupo etrio e as doenas endmicas adquiridas por habitante de regio em que elas se desenvolvam, salvo comprovao de que so resultantes de exposio ou contato direto determinado pela natureza do trabalho. A determinao dos mecanismos envolvidos na gnese/ causa dos acidentes de trabalho importante para prticas de preveno aos agravos e promoo sade dos servidores. Os acidentes e as doenas relacionadas ao trabalho ocorrem em espao sujeito interveno do poder pblico por meio de: vigilncia, assistncia e previdncia e geram conseqncias individuais, sociais e financeiras. So fenmenos que indicam condies de trabalho, sejam ambientais ou organizacionais, ocasionam invalidez ou limitaes que, em geral, poderiam ser evitadas por medidas preventivas. 31

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Orienta-se que todo e qualquer acidente de trabalho que provoque ou no leses no servidor, deve ter registro obrigatrio, mediante formulrio de Comunicao de Acidente de Trabalho do Servio Pblico - CAT/SP, para que sejam analisadas as condies em que ocorreu o acidente e se intervenha de forma a reduzir ou mesmo impedir novos casos, alm de se resguardar os direitos do servidor acidentado em servio. A caracterizao do acidente em servio poder, tambm, ser feita por perito com o apoio da equipe de vigilncia e promoo sade, de acordo com os critrios legais estabelecidos. Os afastamentos por motivo de acidente em servio ou por doena profissional devero ser submetidos percia oficial em sade, independentemente do quantitativo de dias de licena. Considera-se como data do acidente em servio a da ocorrncia do fato. No caso de doena do trabalho, ser considerada a data da comunicao (CAT/SP) instituio ou a data de entrada do pedido de licena. A prova do acidente ser feita em dez dias, prorrogvel quando as circunstncias assim o exigirem (art.214, da Lei n 8112 /1990). O formulrio Comunicao de Acidente em Trabalho do Servio Pblico CAT/SP de preenchimento obrigatrio em casos de suspeita de acidente em servio, devendo seguir modelo constante no Anexo IV. A CAT/SP poder ser preenchida pelo prprio servidor, sua chefia imediata, a equipe de vigilncia sade do servidor, a famlia, o perito ou qualquer outra pessoa e encaminhada respectiva chefia ou a Unidade de Ateno Sade do Servidor ou ainda unidade de recursos humanos a qual o servidor estiver vinculado. A CAT/SP ser analisada pela equipe de vigilncia e promoo sade do servidor para proceder s audincias que julguem necessrias. Caso a CAT/SP no tenha sido preenchida, o profissional que primeiro atender o servidor fica responsvel pelo seu preenchimento. O servidor ou seu preposto anexar, quando couber, o Boletim de Ocorrncia Policial. Cabe equipe de promoo e vigilncia orientar e promover as intervenes necessrias no ambiente de trabalho do servidor onde ocorreu o acidente. Os servidores ocupantes de cargos em comisso, sem vnculo efetivo com a Administrao Pblica Federal, os contratados por tempo determinado e os empregados pblicos anistiados, quando vitimados por acidente de trabalho, devero ser encaminhados ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) a partir do 15 (dcimo quinto) dia de afastamento do trabalho, (conforme art.75, 2, do Decreto n 3.048/1999). A CAT de segurados do RGPS, obrigatoriamente tem de ser emitida em 24 horas do evento, independentemente do acidente gerar afastamento ou no. Nos casos de afastamento, os primeiros 15 dias so pagos pela empresa (rgo) e a partir do 15 dia avaliado pela percia mdica do INSS por encaminhamento de requerimento prprio. Cabe ao Sistema de Previdncia Social (INSS) a realizao de percia e a responsabilidade pela remunerao do perodo que exceder aos 15 dias. No caso de Acidente do Trabalho de segurado do RGPS, a empresa dever comunicar o acidente do trabalho Previdncia Social at o primeiro dia til seguinte ao da ocorrncia e, em caso de morte, de imediato autoridade competente, sob pena de multa varivel entre o limite mnimo e o limite mximo do salrio de contribuio, aplicada e cobrada pela Previdncia Social. (art. 22, da Lei n 8213/1991).

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1411 1412 1413 1414 1415 1416 1417 1418 1419 1420 1421 1422 1423 1424 1425 1426 1427 1428 1429 1430 1431 1432 1433 1434 1435 1436 1437 1438 1439 1440 1441 1442 1443 1444 1445 1446 1447 1448 1449 1450 1451 1452 1453 1454 1455 1456 1457 1458 1459

O segurado dever ser encaminhado ao INSS pelo RH do rgo por meio do preenchimento do formulrio de CAT do INSS, cabendo ao rgo emitir uma cpia da CAT/INSS a ser entregue ao acidentado ou seu familiar e ao sindicato correspondente. As licenas por acidente em servio sero realizadas por percia singular por at 120 dias no perodo de doze meses a contar do primeiro dia de afastamento e, a partir de ento, por junta (art.203, 4 e 5, da Lei n 8112/1990). O servidor acidentado em servio, que necessite de tratamento especializado que no exista em instituio pblica, poder ser tratado em instituio privada, custa de recursos pblicos, desde que seja constatada a necessidade por junta oficial em sade (art. 213, da Lei n 8112/1990). O referido tratamento considerado medida de exceo. E) APOSENTADORIA POR INVALIDEZ (ART. 186, INCISO I, 1 E 3, ART. 188, 1, 2, 3 4 E 5, DA LEI N 8.112/1990, ALTERADA PELA LEI N 11.907/2009). Competncia: junta oficial em Sade A invalidez ocorre quando o servidor for acometido de uma doena que o incapacite para o desempenho das atribuies do cargo. As doenas podem impor limitaes s atividades da vida diria e /ou laborais do indivduo, sem, contudo, torn-lo totalmente incapaz. A invalidez pode ser considerada de carter temporrio, quando h possibilidade de recuperao, aps tratamento especfico. Nesses casos, a junta dever indicar um prazo aps o qual proceda a reavaliao da capacidade laborativa do servidor. A invalidez total e permanente para o trabalho a incapacidade definitiva para o exerccio do cargo, funo ou emprego em decorrncia de alteraes provocadas por doena ou acidente com a impossibilidade de ser reabilitado, levando em conta os recursos tecnolgicos existentes. Quando o servidor no tiver as condies de sade necessrias execuo das atividades do cargo, funo ou emprego dever ser afastado para tratamento de sade. Caso seja constatada, a qualquer tempo, a impossibilidade de reverso da condio e no for possvel a readaptao, ou ainda, expirado o prazo de 24 meses de afastamento pela mesma enfermidade, ininterruptos ou no, ser sugerida a sua aposentadoria por invalidez. A enfermidade ensejadora da invalidez deve ser a mesma que motivou as licenas para tratamento de sade nesses 24 meses, ou doenas correlatas. Em todos os casos de aposentadoria por invalidez, a junta poder determinar prazo para reavaliao do caso. No caso de limitaes de atividades, pode ser sugerida a restrio de atividades para uma recolocao funcional dentro do mesmo cargo, funo ou emprego. No caso de servidor nomeado na vaga de deficiente, a limitao que levou ao seu ingresso em rgo pblico no poder ser motivo de aposentadoria, exceto quando o exerccio do cargo, funo ou emprego levar ao seu agravamento ou invalidez. A junta oficial em sade, para os fins ora previsto emitir o Laudo de Aposentadoria por Invalidez que dever ser corretamente preenchido e assinado pelos 03(trs) membros participantes. Nos casos de doena enquadrada no pargrafo 1, do art. 186 da Lei n 8.112/1990 e nos acidentes de trabalho e/ou doena profissional, dever constar no Laudo o nome da doena por extenso (art. 205, Lei n 8.112/1990).

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1460 1461 1462 1463 1464 1465 1466 1467 1468 1469 1470 1471 1472 1473 1474 1475 1476 1477 1478 1479 1480 1481 1482 1483 1484 1485 1486 1487 1488 1489 1490 1491 1492 1493 1494 1495 1496 1497 1498 1499 1500 1501 1502 1503 1504 1505 1506 1507

O lapso de tempo compreendido entre o trmino da licena e a publicao do ato da aposentadoria ser considerado como prorrogao da licena (art. 188, 3, da Lei 8.112/ 1990). F) CONSTATAO DE INVALIDEZ DE DEPENDENTE OU PESSOA DESIGNADA (ART. 217, INCISO II, ALNEA C E D e ART. 222 DA LEI N 8112/1990) E COMPROVAO DE DEFICINCIA DE DEPENDENTE (ART 217, INCISO I, ALINEA E). Competncia: junta oficial em sade sempre que a unidade de ateno sade do servidor dispuser deste recurso. Nas demais situaes, percia oficial singular. No caso de dependentes ou pessoa designada, que precisem da constatao para fins de recebimento de penso ou outro benefcio, a junta dever especificar o tipo de invalidez, o seu carter e a data do seu incio. Dever tambm expressar a necessidade ou no de reavaliao, e o referido prazo. CONSTATAO DE INVALIDEZ A constatao de invalidez de que tratam os itens E e F realizada por percia mediante avaliao de servidor, seu dependente ou pessoa designada, para fins de aposentadoria por invalidez, penso temporria, manuteno da condio de dependente, de aposentadoria por invalidez ou reverso desta. G) REMOO DE SERVIDOR POR MOTIVO DE SADE (ART. 36 DA LEI N 8112/1990) Competncia: junta oficial em sade O exame para concesso de remoo ao servidor por motivo de sua sade ou de pessoa de sua famlia ser realizado a pedido do interessado. Considera-se pessoa da famlia, para efeito de remoo por motivo de acompanhamento: 1) cnjuge; 2) companheiro; 3) dependente que viva s suas expensas e conste de seu assentamento funcional. O servidor, munido de parecer do assistente que indique necessidade de remoo por motivo de sade, dever requerer a sua remoo ao titular da unidade de recursos humanos ou na unidade de ateno sade do servidor. O laudo, emitido por junta, indispensvel anlise do pedido de remoo e dever, necessariamente, atestar a doena que fundamenta o pedido, bem como informar: 1) as razes objetivas para a remoo; 2) se a localidade onde reside o servidor ou seu dependente legal agravante de seu estado de sade ou prejudicial sua recuperao; 3) se na localidade de lotao do servidor no h tratamento adequado; 4) se a doena preexistente lotao do servidor na localidade e, em caso positivo, se houve evoluo do quadro que justifique o pedido; 5) quais os benefcios do ponto de vista mdico, que adviro dessa remoo com justificativas detalhadas; 6) quais as caractersticas das localidades recomendadas; 7) se a mudana de domiclio pleiteada ter carter temporrio e, em caso positivo, qual o prazo para nova avaliao mdica;

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1508 1509 1510 1511 1512 1513 1514 1515 1516 1517 1518 1519 1520 1521 1522 1523 1524 1525 1526 1527 1528 1529 1530 1531 1532 1533 1534 1535 1536 1537 1538 1539 1540 1541 1542 1543 1544 1545 1546 1547 1548 1549 1550 1551 1552 1553 1554 1555 1556

8) qual o prejuzo ou agravo para a sade do servidor ou seu cnjuge, companheiro ou dependente caso residam em localidades distintas, da localidade de lotao do servidor; 9) se o tratamento sugerido de longa durao e se no pode ser realizado na localidade de lotao do servidor; 10) se o servidor o nico parente do seu dependente legal com condies de dar-lhe assistncia, devendo ser ouvido, neste caso, o parecer do servio social e ser observada a indissolubilidade da unidade familiar.

O laudo dever ser conclusivo quanto necessidade da mudana pretendida pelo servidor. Reserva-se Administrao Pblica Federal indicar qualquer localidade de lotao que satisfaa as necessidades de sade do servidor e resguarde os interesses da Administrao. Os servidores sem vnculo efetivo no fazem jus remoo. H) HORRIO ESPECIAL PARA SERVIDOR PORTADOR DE DEFICINCIA OU SEU DEPENDENTE (ART.98, 2 E 3 DA LEI N 8.112/1990). Competncia: junta oficial em sade. As deficincias devero ser comprovadas por pareceres e exames especializados, indicados para cada caso. A percia solicitada a fazer avaliao para fins de constatao de deficincia nas seguintes situaes: 1) deficincia do servidor, com vistas concesso de horrio especial (art. 98, 2 da Lei n 8.112/1990); 2) deficincia de cnjuge, filho ou dependente do servidor, com vistas concesso de flexibilizao de horrio do servidor, sujeita compensao. (art. 98, 3 da Lei n 8.112/1990). A constatao da deficincia ser feita de acordo com o previsto no 1, do art. 5, do Decreto n 5.296/2004 e no inciso I, do art. 3 do Decreto n 3.298/99. Dever ser registrado o tipo e a data de incio da deficincia, se permanente ou temporria e se h necessidade de reavaliao por perodo a ser determinado pela junta oficial. I) CONSTATAO DE DEFICINCIA DOS CANDIDATOS APROVADOS EM CONCURSO PBLICO NAS VAGAS DE PESSOAS COM DEFICINCIA (ARTS. 3 E 4 DO DECRETO N 3.298/1999 ALTERADO PELO DECRETO N 5.296/2004): Competncia: junta oficial em sade sempre que a unidade dispuser deste recurso. Nas demais situaes, percia singular.. Os candidatos aprovados por concurso pblico na condio de deficientes, conforme Decretos n 3.298/1999 e n 5.296/2004 sero avaliados por percia mdica para fins de constatao de deficincia. Para concorrer a uma das vagas destinadas a pessoas portadoras de deficincia, o candidato dever: a) no ato da inscrio, declarar-se portador de deficincia; b)encaminhar laudo mdico original ou cpia autenticada, no ato da inscrio, emitido nos ltimos doze meses, atestando a espcie e o grau ou nvel da deficincia, com

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1557 1558 1559 1560 1561 1562 1563 1564 1565 1566 1567 1568 1569 1570 1571 1572 1573 1574 1575 1576 1577 1578 1579 1580 1581 1582 1583 1584 1585 1586 1587 1588 1589 1590 1591 1592 1593 1594 1595 1596 1597 1598 1599 1600 1601 1602 1603 1604 1605 1606

expressa referncia ao cdigo correspondente da Classificao Internacional de Doenas (CID-10), bem como a causa provvel da deficincia. Compete percia a qualificao do candidato aprovado como portador de deficincia, nos termos das categorias definidas pela legislao vigente sobre a matria. Os candidatos devero comparecer percia munidos de laudo mdico que ateste a espcie e o grau ou nvel de deficincia, com expressa referncia ao cdigo correspondente da Classificao Internacional de Doenas (CID-10), conforme especificado no Decreto n 3.298/1999 e suas alteraes, bem como provvel causa da deficincia. A no observncia aos dispositivos legais, assim como, a reprovao na percia ou o no comparecimento percia acarretar a perda do direito s vagas reservadas aos candidatos portadores de deficincia. Aps a avaliao mdica, os candidatos sero avaliados por equipe multiprofissional quanto acessibilidade, recomendao de equipamentos, natureza das atribuies e tarefas, e compatibilidade com o cargo, funo ou emprego e deficincia apresentada. Durante o estgio probatrio a equipe multiprofissional far o acompanhamento do candidato para verificar sua adaptao s atribuies do cargo, funo ou emprego. As orientaes esto descritas no captulo sobre a equipe multiprofissional e so baseadas no artigo 43 do Decreto n 3.298/1999. CONSTATAO DE DEFICINCIA Nos termos do Decreto n3. 298/1999, deficincia toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou funo psicolgica, fisiolgica ou anatmica que gere incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padro considerado normal para o ser humano, podendo ser classificada como: 1) deficincia fsica: alterao completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da funo fsica, apresentandose sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputao ou ausncia de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade congnita ou adquirida. No se incluem as deformidades estticas e as que no produzam dificuldades para o desempenho de funes. Tambm, aplica-se a pessoa com mobilidade reduzida, aquela que, no se enquadrando no conceito de pessoa portadora de deficincia, tenha, por qualquer motivo, dificuldade de movimentar-se, permanente ou temporariamente, gerando reduo efetiva da mobilidade, flexibilidade, coordenao motora e percepo. 2) deficincia visual: cegueira, na qual a acuidade visual igual ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correo ptica; a baixa viso, que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correo ptica; os casos nos quais a somatria da medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor que 60o; ou a ocorrncia simultnea de quaisquer das condies anteriores; 3) deficincia auditiva: perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas frequncias de 500HZ, 1.000HZ, 2.000Hz e 3.000Hz 4) deficincia mental: funcionamento intelectual significativamente inferior mdia, com manifestao antes dos dezoito anos e limitaes associadas a duas ou mais reas de habilidades adaptativas, tais como: comunicao; cuidado pessoal; habilidades sociais; utilizao dos recursos da comunidade; sade e segurana; habilidades acadmicas; lazer; e trabalho. 5) deficincia mltipla: associao de duas ou mais deficincias. 36

1607 1608 1609 1610 1611 1612 1613 1614 1615 1616 1617 1618 1619 1620 1621 1622 1623 1624 1625 1626 1627 1628 1629 1630 1631 1632 1633 1634 1635 1636 1637 1638 1639 1640 1641 1642 1643 1644 1645 1646 1647 1648 1649 1650 1651 1652 1653 1654 1655 1656

J) AVALIAO DE SANIDADE MENTAL PARA FINS DE PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR (ART. 160, da Lei n 8.112/1990); Competncia: Junta Oficial em Sade Em caso de servidor acusado em Processo Administrativo Disciplinar, a junta pode ser solicitada a avali-lo quanto a sua sanidade mental, devendo essa Junta ter a participao de pelo menos um mdico psiquiatra. K) RECOMENDAO PARA TRATAMENTO DE ACIDENTADOS EM SERVIO, EM INSTITUIO PRIVADA, A CONTA DE RECURSOS PBLICOS (ART. 213, da Lei n 8.112/90): Competncia: junta oficial em sade O servidor acidentado em servio que necessite de tratamento especializado poder ser tratado em instituio privada, conta de recursos pblicos. O tratamento recomendado pela junta constitui medida de exceo e somente ser admissvel quando inexistirem meios e recursos adequados em instituio pblica. L) READAPTAO (ART.24, DA LEI N 8.112/1990). Competncia: junta oficial em sade A readaptao a investidura do servidor em cargo de atribuies e responsabilidades compatveis com a limitao que tenha sofrido em sua capacidade fsica ou mental, verificada em inspeo mdica. Aps constatao da incapacidade do servidor para as atribuies do seu cargo, ser solicitada a lista das atribuies inerentes ao cargo rea de recursos humanos, para fins de avaliao dos itens que podem ou no ser realizados pelo servidor. A junta oficial em sade, de posse da listagem das atribuies do cargo, sugerir os itens que podero e os que no podero ser realizados pelo servidor, devido limitao imposta pela sua doena ou leso. Caso o servidor seja capaz de executar mais de 70% das atribuies de seu cargo, configura-se caso de restrio de atividades e dever retornar ao trabalho no seu prprio cargo, mesmo que seja necessrio evitar algumas atribuies. A junta orientar a chefia imediata quanto s atividades que devero ser evitadas. Caso o servidor no consiga atender a um mnimo de 70 % das atribuies de seu cargo, dever ser sugerida a sua readaptao para um