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MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA

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MANUAL DO CANDIDATO

E DA CANDIDATA

MANUAL DO CANDIDATO

E DA CANDIDATA

PARTIDO POPULAR SOCIALISTA

Presidente Nacional do PPSRoberto Freire

1º Vice-PresidenteRubens Bueno

2º Vice-PresidenteWober Junior

Secretário-GeralDavi Zaia

TesoureiroRegis Cavalcante

SCS Quadra 7, Bloco A, Salas 825 e 828Edifício Executive Tower

CEP 70307-901 – Brasília-DFPátio Brasil Shopping – Setor Comercial Sul

Fone: (61) 3218-4123www.pps.org.br | [email protected]

FUNDAÇÃO ASTROJILDO PEREIRA (FAP)

Presidente da FAPCristovam Buarque

Diretor-GeralLuiz Carlos Azedo

Organização e editoração: Francisco Inácio de Almeida

Colaboradores:Eliezer Junior, Renato Gallupo, Robéria Balbino, Romero Coelho da Rocha Wilson Vilela

SEPN 509 – Bloco D – Lojas 27/28 Ed. Isis CEP 70750-504 – Brasília-DFFones: (61) 3224-2269/3045-6916Fax: (61) 3226-9756www.fundacaoastrojildo.org.brfundacao@fundacaoastrojildo.org.br

Brasília-DF | 2018

MANUAL DO CANDIDATO

E DA CANDIDATA

MANUAL DO CANDIDATO

E DA CANDIDATA

Dando continuidade a nossas atividades e publicações de atualização política, apresentamos o Manual do/a Candidato/a do PPS para o pleito de 2018. Trata-se de mais uma ferramenta sobre questões gerais da política, abordadas resumidamente, mas com foco dedicado à realidade brasileira e com os olhos voltados para quantos vão enfrentar a difícil disputa de outubro próximo.

Além de nos atualizarmos sobre o Brasil e seus problemas, so-bretudo após mais de uma década dos governos petistas, vamos conhecer os valores e princípios que norteiam as ações formadoras dos candidatos do PPS. Há um resumo das ideias que dão rumo a uma candidatura consciente, com base na missão que cada repre-sentante político deve ter para contribuir na ampliação e aprofun-damento da democracia, lutar pela vigência da res publica (coisa pública) e, em contato com a realidade em que vive, atuar no sen-tido de aperfeiçoá-las.

No bojo deste material, encontram-se também ricas ideias ex-postas durante a Conferência Nacional A Nova Agenda do Brasil, promovida pela FAP, em março último, além de trechos da proposta do PPS para um Programa de Governo.

Em um cenário de corrupção e irresponsabilidade no trato da coisa pública, os cidadãos e as cidadãs necessitam de opções de candidaturas que possam representá-los, estejam conscientes de sua situação e lutem para dar novos rumos ao país. O PPS ofe-rece assim uma proposta capaz de inserir, entre os seus candi-datos e as suas candidatas, as ideias emancipadoras da demo-

APRESENTAÇÃO

cracia, da república, de um real desenvolvimento, da equidade social e da sustentabilidade.

A caminhada pelas questões mais importantes da pauta na-cional exige conhecimentos que vão além do convívio e intimi-dade com as demandas do país. Para que a pessoa devidamente eleita apresente um sistema de conceitos e sugestões que busque êxito na relação entre governantes e governados, necessitará ainda de ferramentas outras para compor esta trajetória.

Imprescindível, por exemplo, um planejamento consistente da campanha, que vá além do conhecimento acerca do partido e do processo eleitoral. Assim, nas páginas deste Manual, o/a candida-to/a vai encontrar as informações necessárias para entender e uti-lizar os mais diversos e modernos recursos, que auxiliarão a sua atividade em busca do voto. Os alicerces de uma campanha sau-dável estão justamente em montar uma equipe competente, co-nhecer seu público-alvo e saber como chegar até ele. As atribuições e os passos para cada etapa da campanha estão expostos aqui, assim como leis e resoluções do TSE sobre o seguro caminho de agir legalmente. Inserimos também a Resolução Eleitoral e as normas para as convenções que se realizarão de 20 de julho a 5 de agosto.

As eleições de 7 de outubro deste ano, além de ser uma opor-tunidade para, mais uma vez, se provocar o debate em torno de candidaturas mais focadas no dever social, sustentável e compatível com a realidade do Brasil, tem ainda um valor estratégico, orientado pelo princípio de que a consolidação e o aprofundamento da demo-cracia e a implantação dos valores republicanos requerem partidos fortes e representativos do eleitorado e cidadãos e cidadãs cada vez mais conscientes e participantes da sua nobre missão.

Deputado Roberto FreirePresidente Nacional do PPS

Senador Cristovam BuarquePresidente do Conselho Curador da Fundação Astrojildo Pereira

Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

Uma missão nobre do cidadão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9Que país é o nosso? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14Do que é para o que precisa ser . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21O Brasil quer mudanças. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24Os partidos e o processo eleitoral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33Mais mulheres no poder e gestões transpassadas pela questão de gênero . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35Planejamento e gestão da campanha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38Legislação eleitoral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51Calendário simplificado das eleições de 2018 . . . . . . . . . . . . . 54Diretrizes Eleitorais do PPS para 2018 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59Resolução Orgânica nº 010/2018 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61Resolução Orgânica nº 011/2018 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63Como organizar a Convenção Eleitoral Estadual . . . . . . . . . . . 66Condutas permitidas e vedadas aos candidatos . . . . . . . . . . . 78Das Condutas Vedadas a Agentes Públicos em Campanhas Eleitorais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90Financiamento da campanha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95Prestação de contas da campanha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118

SUMÁRIO

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A política deve ser entendida como a arte ou a ciência de go-vernar ou organizar as questões públicas, objetivando regular e me-lhorar as condições existenciais dos cidadãos. Ela é importante porque modela a vida em sociedade e tenta garantir que os interesses da co-munidade sejam preservados e os direitos individuais ampliados.

No Brasil, como resultado de uma cultura política elitista e au-toritária, o atual sistema político partidário fomenta o apareci-mento de grande número de pessoas sem nenhum compromisso com os sonhos e os interesses do conjunto da sociedade e com as grandes questões republicanas, agindo como se o Estado e suas instituições fossem meros espaços de seus interesses. Cria-se, então, um campo propício para a demagogia e a enganação, assim como para constantes atos de corrupção, envolvendo políticos, empresários e funcionários públicos, e a consequente impunidade dos seus autores.

Daí a política ser considerada, pela maioria dos brasileiros, como algo nocivo e pernicioso, como ação corrupta e corruptora, indigna de ser praticada por uma pessoa séria e responsável. Em todas as pesquisas que medem o grau de confiança da população em diferentes instituições, as organizações políticas – partidos, par-lamento e governo – ocupam as posições mais baixas. Repulsa, des-prezo e indignação são sentimentos comuns quando se pensa ou se comenta a política. É que, de um lado, vê-se a política como uma atividade específica de elites e figurões, de gente graúda ou de seus apadrinhados, e, de outro, é vista como um trampolim para certas

UMA MISSÃO NOBRE DO CIDADÃO

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pessoas “vencerem na vida”. Nada mais seria que um vale-tudo, em que não há princípios nem escrúpulos, os fins justificando todo e qualquer meio, por mais desonesto e absurdo que seja.

As distorções do regime político e do sistema partidário, que sempre levaram milhões de brasileiros à apatia política frente aos governos, aos processos eleitorais, à atividade partidária e à própria deterioração da situação social, desde junho de 2013, provocaram algumas grandes mobilizações de massas, em todo o país. Os brasi-leiros estão mostrando que não aguentam mais ser um dos povos que mais paga impostos no mundo e não consegue ter assegurados seus direitos mais elementares, em termos de serviços de educação de qualidade, de saúde, de segurança e de mobilidade urbana.

Um dado positivo a destacar é que muitas pessoas honradas e qualificadas que antes evitavam a política, criaram e estão atuando em movimentos cívicos como o Agora!, RenovaBr, Livres, Acredito, Brasil 21, Roda Democrática, dentre outros. Desta forma, o envolvi-mento com a política transformou-se em uma decisão crescente para homens e mulheres comprometidos com o bem coletivo.

Trata-se de um comportamento extraordinário, considerando-se a pouca vivência democrática (após o regime militar, o país tem apenas 30 anos de democracia, o maior período contínuo de sua história) e ainda o fato de que, historicamente, a criação do Estado precedeu à formação da nação brasileira. Parece-nos essencial re-pisar este ponto, pois qualquer exame sério da nossa realidade po-lítica deve levar em conta esta circunstância essencial: em mais de cinco séculos, o Brasil foi colônia de um país absolutista (1500-1822), situação a que se seguiu um regime político e socioeconô-mico que tinha como pilar central a escravidão (1822-1889), e viveu três períodos republicanos de restrição maior ou menor à demo-cracia política: a República Velha (1889-1930);  o Estado Novo, de Vargas (1937-1945); e a ditadura militar (1964-1985).

Somente após o fim da Segunda Guerra Mundial é que vi-vemos nossa primeira experiência democrática-liberal (1945-1964),

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ainda assim sob algumas restrições, como a proibição do funciona-mento legal do Partido Comunista Brasileiro em quase todo esse período, experiência que criou condições para o crescimento das reivindicações populares e democráticas, e viu governos democrá-ticos e tolerantes, como o de Juscelino Kubitscheck. As promessas de associar mudança social às liberdades civis foram sufocadas pelo golpe de 1º de abril de 1964, que instaurou um regime militar que perdurou mais de duas décadas. A plena democracia política somente foi restaurada com a promulgação da Constituição de 1988, marcada pela definição do Estado democrático de direito, aberto às transformações sociais.

Como fruto deste avanço fundamental, resultaram duas im-portantes conquistas: a democracia política e uma certa estabili-dade econômico-financeira, além da abertura para políticas sociais distributivistas. Logo em seguida, entretanto, o imenso peso de nosso passado patrimonialista harmonizou-se, sem maiores dificul-dades, nos governos FHC e Lula, a uma política econômica de viés neoliberal, marcada pela predominância dos interesses do setor fi-nanceiro, e a ausência de projetos realmente estruturadores de novos rumos para a sociedade brasileira (como as chamadas re-formas de base), mesmo que tenha havido avanços importantes.

Este cenário de profundo distanciamento entre a política que desejamos e a atualmente existente, após o desgoverno de Dilma e o comportamento pouco democrático e pouco republi-cano do Partido dos Trabalhadores, está deixando claro para todos que a hora é de mudar e nos faz refletir sobre os caminhos que devemos tomar. Diante desta realidade e frente a tamanho desafio, cresce nossa responsabilidade. Cresce porque não temos o direito de nos negar à participação efetiva em relação aos as-suntos que dizem respeito a nossa gente e a nossas vidas. Cresce porque não podemos nos conformar com o quadro de desigual-dade e miséria, de corrupção e de insegurança, que se abate sobre milhões de brasileiros e o país.

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Porém, precisa-se dar um primeiro passo: cada brasileiro se convencer da necessidade de fazer política, arregaçar as mangas e se lançar na luta. Ao lado disso, que se desenvolvam esforços para devolver à política seu caráter ético e de serviço para o bem da sociedade. Querer fazer política é, antes de tudo, abdicar de pro-jetos somente pessoais em prol de servir ao público. De desejar, a partir da nossa efetiva participação, influenciar na construção dos destinos de todos. Homens e mulheres de bem, que não se ape-quenam diante de suas responsabilidades, devem abraçar a política como um forte instrumento para a concretização das aspirações que não são apenas de uma pessoa ou de um grupo ou de um par-tido, mas de todos, na busca de construção de um país mais demo-crático, republicano e com oportunidades para todos.

Para melhor entender o papel da política numa determinada sociedade, tem-se que considerar, por exemplo, que: a) a ativi-dade do sindicato ou da associação se vincula à busca de soluções para os problemas profissionais, de melhores condições de tra-balho e de vida para os trabalhadores; b) a da associação de mo-radores se preocupa com as questões ligadas ao local de moradia, e de um determinado bairro; c) a da paróquia ou do templo reli-gioso se relaciona com os aspectos espirituais, numa área de abrangência específica. E assim por diante. Como se pode per-ceber facilmente, a atividade política é a única que solda todas as demais ações humanas em prol do encaminhamento das ques-tões maiores e essenciais da sociedade, desde as do município, passando pelas do estado e as da União. É a mediadora das es-feras fundamentais da vida coletiva.

Nada fazer não é uma opção. Sendo omisso ou alheio às ques-tões políticas, o cidadão está também fazendo política, pois está permitindo que pessoas descomprometidas com a sociedade con-tinuem usando a política em seu benefício, único e exclusivo, ou do seu grupo. A apatia e o desprezo com que muitos brasileiros en-caram o funcionamento do nosso sistema político é o principal

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combustível que alimenta a corrupção, o desmando, o desres-peito às autoridades. Daí a importância e a necessidade de todos fazerem política. É como num jogo de futebol. Ficar na arquiban-cada – torcendo pelo seu time – ajuda, mas quem decide o resul-tado da partida é quem está no campo jogando. É também como num incêndio. Tem importância gritar e pedir socorro, mas para apagar as chamas precisa-se agir.

Para resolver o jogo da vida e apagar o incêndio dos pro-blemas é preciso agir. É preciso fazer política. E isso pressupõe desenvolver atividades política e partidária em prol da comuni-dade, mas também agir para evitar que pessoas deixem de com-parecer aos locais de votação ou mesmo que, indo cumprir seu dever de cidadão, no dia das eleições, queiram apenas então votar em branco ou nulo.

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QUE PAÍS É O NOSSO?

O Brasil é um país-continente, uma nação múltipla e unitária, complexa e dinâmica. É a quinta maior população mundial (com cerca de 207 milhões de habitantes), o segundo país mais populoso do continente americano e de todo o hemisfério ocidental, supe-rado apenas pelos Estados Unidos, e também a quinta maior super-fície em extensão do planeta (8,514 milhões de km2).

É uma das dez maiores economias do mundo (seu PIB alcançou R$ 6,6 trilhões, em 2017) e é dono de um parque produtivo diversifi-cado, de um sistema financeiro e bancário dos mais modernos (em-bora concentrado) e, sobretudo, de vastos recursos naturais (maior produtor mundial de minério de ferro, soja, cana-de-açúcar, suco de laranja, café, mandioca, etanol e frutas tropicais e o segundo maior produtor de feijão e carne de frango), de potencialidades imensas e com uma boa interligação com a economia mundial. Neste particular, nossas exportações, compostas sobretudo de commodities (pro-dutos de origem vegetal ou natural enviados em seu estado natural, sem serem industrializados) atingiram a marca dos US$ 217,74 bi-lhões, enquanto as importações subiram para US$ 150,74 bilhões, com um saldo positivo da balança comercial (diferença entre expor-tações e importações) em US$ 67 bilhões.

Ao mesmo tempo, o Brasil situa-se na ridícula 50ª posição mundial em termos de renda per capita, (R$ 13.670 ou US$ 10.328) e faz 25 anos que é campeão mundial absoluto em concentração de renda e de riqueza (ativos financeiros, fábricas, terras, imóveis em geral etc.), mesmo quando comparado com nações pobres da África. Para se ter uma ideia, apenas 1% dos brasileiros detém cerca de 53% do estoque de bens do país e a renda dos 10% mais ricos é 28 vezes a obtida pelos 40% mais pobres (na Argentina é de dez vezes, em Portugal de oito, nos EUA de 5,5 e no Japão de quatro vezes). Destaque-se que os brasileiros pobres, cuja renda mensal é insuficiente para o atendimento do conjunto de suas necessidades

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básicas, constituem 1/4 da população (segundo o IBGE, em 2017, 25,4% da nossa população vivia na linha de pobreza). E o programa Bolsa Família, como já era esperado, pelo seu caráter assistencia-lista e eleitoreiro, não tem reduzido a gigantesca desigualdade exis-tente em nossa sociedade.

Segundo o Índice de Gini,1 apenas Namíbia, África do Sul, Bo-lívia e Haiti apresentam padrão de concentração de renda pior do que o brasileiro. Mas, se forem comparadas apenas as nações de alto desenvolvimento humano, o país apresenta a maior desigual-dade medida por este índice. Por sua vez, é campeão mundial em taxa de juros praticada (para depósitos e empréstimos).

Há muitos déficits sociais no Brasil. Apesar de ser a sétima economia do mundo, o Brasil ocupa o 79º lugar no que diz res-peito ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), índice que uti-liza indicadores de renda, saúde e educação, e temos a 112ª po-sição (nosso índice é 0,581) em um conjunto de 200 países, do mais ao menos desenvolvido, no quesito saneamento básico, abaixo de países cuja renda média é inferior ao da população bra-sileira – entre eles o Equador (0,707), o Chile (0,686) e a Argentina (0,667). No concreto, apenas 82,4% da população tem acesso à água potável, sendo que 17,6%, isto é, mais de 30 milhões de pes-soas, não. Quanto à coleta de esgotos, ela chega a 48,1% da popu-lação, significando que mais de 100 milhões de brasileiros ainda não possuem este serviço básico.

Segundo advertem os organizadores do estudo, “a situação do saneamento tem reflexos imediatos nos indicadores de saúde”. Eles citam que, em 2011, a taxa de mortalidade infantil no Brasil chegou a 12,9 mortes por 1.000 nascidos vivos, superando as regis-

1 É um importante índice de medição das desigualdades sociais e do nível de concentração de renda. Trata-se de um dado estatístico utilizado para avaliar a distribuição das riquezas de um determinado lugar.

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tradas em Cuba (4,3%), no Chile (7,8%) e na Costa Rica (8,6%). Outro efeito direto refere-se à expectativa de vida da população (75,8 anos) em 2017, que ficou abaixo da média apurada na América La-tina (na Argentina e no Chile).

No Brasil, cerca de quatro milhões de pessoas moram em fa-velas. Em maio de 2017, o déficit habitacional brasileiro atingiu a marca de 7,7 milhões de domicílios, o terceiro pior índice da his-tória, segundo um estudo realizado pela Fundação Getulio Vargas.

De acordo com o Censo Escolar da Educação Básica, do Minis-tério da Educação, o Brasil conta com 184,1 mil escolas – sendo que a maior parte (112,9 mil, o que equivale a dois terços) é de respon-sabilidade municipal. Do total de colégios, 21,7% são particulares. 116 mil instituições oferecem ensino fundamental (tem 48,6 mi-lhões de matriculados, e a taxa de alunos em período integral é de 13,9%). O ensino médio é oferecido em 28,5 mil instituições de en-sino que atendem 7,9 milhões de matriculados, dos quais 7,9% têm atividades em tempo integral. Vem caindo o número de matricu-lados no ensino médio e vem aumentando o índice de jovens ina-tivos, ou seja, aqueles que não trabalham nem estudam. Outro grande problema é a questão de que muitos alunos estão na es-cola, mas na idade escolar errada. Isto ocorre tanto pela reprovação quanto pela alta taxa de abandono escolar, principalmente após o ensino fundamental. Temos 13,2 milhões de analfabetos, com 15 anos ou mais de idade; 54,5 milhões, com mais de 25 anos, não terminaram o Ensino Fundamental e 70 milhões o Ensino Médio. Grave também é que nosso ensino médio possui um déficit de 250 mil professores, especialmente das disciplinas de química, física, matemática e biologia, áreas cruciais para transitar para a chamada “sociedade do conhecimento”.

Nos últimos 20 anos, também passamos de 1,66 milhão para 7,04 milhões de matrículas nos cursos superiores, mas quase 40% de nossos universitários sabem ler e escrever medíocremente e poucos sabem a matemática necessária para um bom curso nas áreas de

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ciências ou engenharias. Nossa situação é tal que ocupamos o 50º lugar, entre 57 nações, no Programa Internacional de Avaliação de Aluno (Pisa), que avalia o desempenho de estudantes em matemá-tica, ciências e leitura.

A divulgação do resultado saiu em fins de 2016 – estamos entre os dez últimos do ranking em ciências (63º) e matemática (65º); em leitura, a modesta 59ª posição. No total, 841 escolas bra-sileiras e 23.141 dos nossos alunos foram avaliados. Os dados apontam que o Brasil está muito aquém das grandes potências educacionais, como Cingapura, China e Finlândia. No tocante à nossa média de escolaridade, é simplesmente vergonhosa – o bra-sileiro não vai além de 6,7 anos de frequência à escola, índice três vezes inferior ao da Argentina.

Trata-se também de um país que ainda maltrata suas crianças, estando o Brasil entre os países com maiores índices de exploração do trabalho infantil. Calcula-se que cerca de 4 milhões de crianças, entre 5 e 16 anos, tenham atividades na área rural, nos lixões – como catadores de papel – nos serviços de carvoarias e nas olarias e até mesmo na exploração sexual, especialmente nas regiões de maior fluxo de turismo. Dados colhidos pelo IBGE dão conta que 20% dos brasileirinhos já trabalham antes dos 10 anos de idade e 65,7%, antes dos 15 anos.

Um contingente de 61,3 milhões de brasileiros de 14 anos ou mais não trabalha nem procura ocupação – e, portanto, não entra nas estatísticas do desemprego. Trata-se de 38,5% da população considerada em idade de trabalhar pelo IBGE, o que equivale à soma do total de habitantes dos estados de São Paulo e do Rio. Mesmo tirando da conta os menores de 18 e os maiores de 60 anos, são 27,7 milhões de pessoas fora da força de trabalho, seja porque desistiram de procurar emprego, seja porque nem tentaram, seja porque são amparados por benefícios sociais. O grau de instrução da maioria dos que não trabalham nem procuram emprego, previ-sivelmente, é baixo: 55,4% não chegaram a concluir o ensino funda-

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mental. Porém, quase um quarto do total conta com ensino médio completo ou mais escolaridade. Considerando toda a população em idade de trabalhar, de 159,1 milhões, as proporções dos grupos menos e mais escolarizados são semelhantes, na casa dos 40%.

O Brasil possui cerca de 15,7 milhões de pessoas trabalhando na zona rural, o que representa 17% de toda a mão de obra ocu-pada no país. Destes, aproximadamente 4 milhões são assalariados rurais, dos quais 60% – cerca de 2,4 milhões – atuam na informali-dade e com salários menores que os formais, segundo pesquisa do IBGE realizada em 2012. Trata-se de um problema grave, exemplo concreto de abandono e exclusão, que precisa ser enfrentado, pois muitos deles ficam sem os direitos trabalhistas e previdenciários, como aposentadoria, auxílio-doença, pensão por morte, férias, descanso semanal remunerado, 13º salário, hora extra, licença-ma-ternidade e paternidade, aviso prévio, Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e seguro-desemprego. Além da perda de garan-tias trabalhistas, os baixos salários são preocupantes. Segundo pes-quisa do IBGE, 78,5% dos trabalhadores assalariados rurais infor-mais têm rendimento médio mensal de até um salário mínimo, sendo que quase metade desse total, 33,9%, recebe menos de um salário. A informalidade também aumenta o risco de o trabalhador ser exposto a situações de trabalho escravo.

A inserção da mulher no mercado de trabalho se diferencia da do homem. Mesmo representando 52,3% da população em idade ativa, as mulheres são apenas 43,3% da população economica-mente ativa. Este maior número de inativas está relacionado a donas de casa, mulheres grávidas ou mães solteiras que optam por não estar no mercado de trabalho. A menor taxa de participação, somada à maior taxa de desemprego feminino, leva a uma taxa de ocupação menor das mulheres. Entretanto, entre os ocupados, a taxa de assalariamento (aqueles cuja remuneração é na forma de salários) das mulheres é maior do que a dos homens. A taxa de for-malização (com carteira assinada) é mais baixa para as mulheres

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(71,1%) do que para os homens (76,8%), indicando uma inserção mais precária delas. Ademais, as mulheres estão mais inseridas nas ocupações que apresentam remuneração menor, como no trabalho doméstico, especialmente o sem carteira. Por fim, os rendimentos médios são menores para as mulheres do que para os homens em todas as ocupações, sendo mais próximos no trabalho doméstico com carteira (média feminina equivale a 87,8% da média masculina) e mais distantes no setor público com carteira (média feminina equivale a 67,4% da média masculina). Esta diferença se dá a des-peito do maior nível de instrução das mulheres ocupadas. De fato, a porcentagem de mulheres com instrução, a partir do ensino médio completo ou equivalente, é maior do que dos homens (60,5% e 46,0% respectivamente).

Segundo o Mapa da Violência, a taxa de homicídios no país é a maior desde 1980. O Brasil teve 59.121 pessoas assassinadas em 2017 (um aumento de 2,7% em relação ao ano anterior), uma a cada 9 minutos, em média. A taxa de mortes a cada 100 mil habitantes subiu e está em 28,5. Os homens jovens (entre 15 e 29 anos) conti-nuam sendo as principais vítimas: mais de 92% dos homicídios aco-metem essa parcela da população. A cada 100 pessoas assassinadas no Brasil, 71 são negras. De acordo com informações do Atlas, os negros possuem chances 23,5% maiores de serem assassinados em relação a brasileiros de outras raças, já descontado o efeito da idade, escolaridade, do sexo, estado civil e bairro de residência.

Tal número de assassinatos e o índice de mortes por 100 mil habitantes rompe o teto fixado pela Organização Mundial da Saúde para indicar situação de violência epidêmica: 10 homicídios por 100 mil pessoas. Nossas taxas são de 50 a 100 vezes maiores do que a de países como o Japão. Com taxa de homicídios crescente, é com-preensível a apreensão dos cidadãos. Sobretudo porque a violência não se restringe à perda de vidas. Furtos, roubos, estupros, seques-tros relâmpagos se tornaram rotina no dia a dia do cidadão. Grades, muros altos, prisão domiciliar não afastam nem inibem criminosos.

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Com 1,09 milhão de homicídios entre 1980 e 2010, o Brasil tem uma média anual de mortes violentas superior à de diversos conflitos armados internacionais, apontam cálculos do “Mapa da Violência 2012”, produzido pelo Instituto Sangari.

São estarrecedores os dados de uma pesquisa do Ibope, di-vulgada em setembro de 2014, os quais revelam que 42% dos bra-sileiros não praticam atividades culturais com frequência. Ela foi aplicada em 74 municípios, com 1.620 entrevistados entre 16 e 75 anos, de outubro a novembro de 2013. As respostas deram origem à divisão dos entrevistados em quatro perfis diferentes: o não con-sumidor (42% da população), o consumidor de cinema (33%), o consumidor de festas (15%) e o praticante cultural (10%). Em 2007, o IBGE havia divulgado dados ainda mais alarmantes: os 10% de brasileiros mais ricos são responsáveis por cerca de 40% de todo o consumo cultural no país, cuja concentração (41% desse consumo) se dá nas regiões metropolitanas. Apenas 7,3% dos municípios possuem cinemas (menos de 10% dos brasileiros vão pelo menos uma vez por ano ao cinema, e os que frequentam as salas com mais regularidade não chegam a totalizar 5%, sendo que cerca de 87% dos brasileiros nunca foram a um cinema). 90% dos municí-pios não têm equipamentos culturais, e 18,8% das cidades têm teatros ou casas de espetáculo. Cerca de 92% da população nunca entrou em um museu. Na área de literatura, as tiragens de livros são de apenas cinco mil exemplares, para um país de 200 milhões de habitantes, e 73% dos livros estão concentrados em 16% da população. O brasileiro lê, em média, 4,7 livros por ano. No en-tanto, quando contabilizada apenas a leitura feita por pessoas que não estão mais na escola, a conta fica em 1,3 livro por ano. Já a média de livros comprados pelos brasileiros fica em 1,1 livro por ano. Tão grave quanto esses dados é que apenas 0,2% do gasto público do país tem sido aplicado no setor cultural. Ou seja, de cada R$ 1 milhão de recursos públicos gastos no país, somente R$ 2 mil são investidos na área cultural.

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DO QUE É PARA O QUE PRECISA SER

A ninguém é estranho o fato de que o Brasil, no último século, começou a vivenciar importantes transformações. De uma socie-dade agrária passamos a ser uma sociedade também industrial, um país razoavelmente moderno social, cultural e economicamente, que constitui um sistema econômico nacionalmente integrado e com fortes vínculos internacionais. Ressalte-se também que ven-cemos a inflação (de 40% mensais para em torno de 3%), estabili-dade sempre defendida pelo PPS e conquista a ser preservada.

Foram também consideráveis, nesse período, os avanços no social. O índice de urbanização saltou de menos de 50% para 82,82%. A melhoria da qualidade de vida nos centros urbanos, com o avanço da industrialização aliada à expansão da produção agrí-cola de caráter intensivo, com baixo uso de mão-de-obra, acabou por atrair grandes contingentes populacionais, anteriormente fi-xados no campo, num processo vertiginoso que ao mesmo tempo em que nos dá um ar de modernidade cria problemas críticos nos grandes e médios municípios.

O Brasil construiu também um processo democrático que se amplia e se consolida, com eleições regulares, livres, baseadas no sufrágio universal. Mais que isso, entre um período eleitoral e outro, as instituições democráticas vêm funcionando relativamente bem. O eleitorado que, em 1950, somava 11 milhões que corres-pondiam a 21% da população, hoje alcança cerca de 142 milhões, correspondendo a 2/3 da população. Houve importante cresci-mento de associações de todo tipo através das quais a sociedade se organiza e procura influenciar e obter maior controle sobre a ação do Poder Executivo, do Legislativo e mesmo do Judiciário.

Assinale-se que o país adentrou o século XXI em uma situação nova, almejando por profundas reformas, amplamente e há muito

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tempo reclamadas. E uma delas diz respeito à própria política e à cidadania, no sentido da ampliação das liberdades e de novos rumos para o país. Porém, para seguir nessa trilha é necessário ter clareza quais os obstáculos a enfrentar.

Nos últimos vinte anos, se a estabilidade da moeda foi direcio-nada para preparar as bases de um novo ciclo de progresso, os go-vernos Lula e Dilma, assim como o de FHC, não se preocuparam em moldar um projeto transformador para o país. Nem fizeram nada para romper com os componentes históricos estruturais que im-pedem o desenvolvimento social com a generalização da cidadania, incorporação e organização de milhões de excluídos, reforma de-mocrática do Estado, combinar crescimento econômico com em-prego e distribuição de renda, modernização produtiva com equi-dade e respeito ao meio ambiente, e integração competitiva da economia brasileira à economia mundial.

No pleito de 2002, o povo votou nas alternativas que bus-cavam integrar a maioria dos brasileiros na vida econômica e os incluir socialmente. Acreditou que para alcançar uma forma rea-lista de superação das desigualdades, em condições como as nossas, impunham-se agressivas políticas sociais e a revisão do mo-delo econômico – as instituições econômicas e as relações entre Estado e produtores – convicto de que a garantia de patamares mínimos de qualidade de vida a todo cidadão e o combate à con-centração de propriedade e renda, bem como a toda forma de de-sigualdade social, constituem, por si sós, importantes, porém não suficientes, fatores de estímulo ao desenvolvimento econômico.

Como é de todos sabido, assim como o governo Lula, o de Dilma, além de se apoiar em uma política social de fundo assisten-cialista e eleitoreiro, manteve o mesmo modelo macroeconômico, o qual impediu a retomada do crescimento nacional a taxas capazes de absorver o contingente de novos demandantes por trabalho e ir reduzindo, sistematicamente, o estoque de desempregados, que hoje chega a 13 milhões. Modelo que, ao privilegiar o equilíbrio fi-

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nanceiro em detrimento dos equilíbrios social e econômico, levou o país a um impasse ao exigir taxas elevadas de juros para garantir o equilíbrio cambial, nossas reservas, e, por conseguinte, a estabili-dade da moeda. Por conta disso, a poupança privada dirige-se ao mercado financeiro e não à produção, enquanto a poupança pú-blica esgota-se no pagamento do serviço da dívida: o estoque total da dívida pública federal atingiu a marca de R$ 3,6 trilhões, em de-zembro de 2017. Isso significou uma elevação superior a 14% na comparação aos R$ 3,1 trilhões do final de 2016. Encerramos 2017 com a dívida líquida representando algo em torno de 52% de nosso PIB e a despesa efetuada com juros da dívida alcançou R$ 402 bi-lhões, no período de 12 meses entre dezembro de 2016 e novembro de 2017, segundo o Banco Central.

Para nós, a política social, entendida como política de desen-volvimento social, é tão estratégica quanto a política econômica. Combater a pobreza e a exclusão social não é transformar pes-soas e comunidades em beneficiários passivos e permanentes de programas assistenciais, mas fortalecer as capacidades de pes-soas e comunidades de satisfazer suas necessidades, resolver seus problemas e melhorar sua qualidade de vida.

Daí porque entendemos que compartilhar com a sociedade as tarefas de formulação e implementação de uma estratégia de desen-volvimento social não é apenas uma possibilidade, mas uma necessi-dade na sociedade contemporânea. É preciso contar com a partici-pação de todos na tarefa de promover o desenvolvimento social e, sobretudo, é preciso contar com o protagonismo da sociedade.

As reformas estruturais, de caráter democrático, devem ir ao encontro do estabelecimento de políticas inovadoras sobre-tudo em áreas como as de educação (formação, qualificação e treinamento dos brasileiros é o investimento de mais alta taxa social de retorno a médio e longo prazos que um país pode fazer) e de ciência e tecnologia, bases principais dos novos padrões de desenvolvimento. Repousam particularmente nestes dois

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campos as maiores esperanças nacionais na formatação de um novo espírito empreendedor que possa romper com velhos pa-radigmas do passado e assim trazer uma nova energia às princi-pais demandas da sociedade.

O BRASIL QUER MUDANÇAS

A eleição de outubro deste ano será crucial para a definição do rumo do país, seu desempenho econômico e social, assim como do papel que ocupará numa ordem mundial caracterizada pela in-terdependência crescente entre os países. Não é o momento de escolhas tímidas e conservadoras, nem da opção por candidatos/as e propostas que estão aquém das exigências da conjuntura. Num mundo em mudança acelerada, o custo da inércia, da acomodação intelectual, do refúgio nas fórmulas consagradas é pesado. Para avançar, é preciso mudar.

O Partido Popular Socialista empenha-se, agora, junto com os partidos com os quais poderá se coligar, na construção de um instrumento político capaz de levar a alternativa da mudança ao embate eleitoral. Daí ter apresentado sua contribuição para o ela-borar de um programa comum de governo à Presidência da Repú-blica. Nossa proposta ancora-se em nossa história e tem como norte uma sociedade que atenda padrões elevados de demo-cracia, equidade e sustentabilidade.

Este objetivo converge para o consenso formado nos foros internacionais: desenvolvimento não é redutível a crescimento eco-nômico, mas abriga como dimensões necessárias a ampliação da democracia, a redução das desigualdades e a diretriz da sustentabi-lidade. A história recente mostrou a um tempo a necessidade e a insuficiência dos mecanismos de mercado e do Estado para a regu-lação das relações econômicas e sociais. A lacuna que resta só pode ser ocupada pela cidadania organizada, pela transparência, pelo

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controle e participação do cidadão. Neste sentido, a qualidade da democracia hoje é condição do desenvolvimento e é preciso um ganho expressivo de qualidade para que a democracia brasileira tenha condições de responder à altura aos desafios do presente.

Na mesma perspectiva, está claro que desenvolvimento é ta-refa complexa que exige o concurso das potencialidades de todos. Manter grande parte da população à margem da produção e do consumo, como faz ainda o Brasil, apesar dos ganhos obtidos, é um desperdício criminoso de trabalho e talento, que causa perdas a todos nós. Daí a urgência do avanço no rumo da equidade social. E, neste sentido, devemos trabalhar com o cruzamento da equi-dade geracional com a equidade intergeracional. É que garantir a equidade, dentro das gerações, não tem qualquer sentido, se não formos capazes de garanti-la às gerações futuras, que têm o mesmo direito aos serviços ecossistêmicos como as gerações atuais.

No tocante à sustentabilidade, nossa aposta é numa socie-dade de transição – do insustentável para o sustentável, tendo em vista que é preciso um longo processo de transição. Uma das ques-tões que são colocadas hoje pela realidade é como chegaremos à sociedade de transição e quais elementos são estruturantes para nos levar a ela, já que não acreditamos que o sustentável virá por gravidade. Este é um ato intencional e de vontade.

Sustentabilidade, por sua vez, não mais pode ser vista como um acréscimo politicamente correto ao sistema anterior de pro-dução. O fim da economia baseada no carbono é fato e o desen-volvimento seguirá a trilha aberta pela mudança da matriz ener-gética. O Brasil, apesar das enormes vantagens comparativas de que goza neste campo, está atrasado na formulação e imple-mentação desta mudança.

Democracia, equidade e sustentabilidade são os eixos da so-ciedade que emerge – a sociedade do conhecimento.

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O atendimento às demandas simultâneas destes eixos impõe educação, ciência, tecnologia e inovação como tarefas centrais na agenda da política.

Nosso desempenho no que se refere à ciência e tecnologia ainda está aquém do necessário, particularmente em relação à tecnologia e inovação. Mas o desempenho do Brasil em educação, na formação do cidadão e do trabalhador da sociedade do conhecimento, é calami-toso, conforme as comparações internacionais disponíveis.

Num mundo de interdependência crescente, as relações inter-nacionais, políticas, comerciais e culturais assumem importância inédita. Ganham destaque, em especial, os processos de integração regional e a construção e o aperfeiçoamento dos organismos res-ponsáveis pela governança mundial.

Ambas as dimensões merecem atuação mais incisiva por parte do Brasil. Afinal, é cada vez maior o número de decisões vitais para os interesses brasileiros, positivas e negativas, tomadas ou poster-gadas nesses organismos.

Com base nessas diretrizes, o PPS apresenta as seguintes propostas:

Ampliação da democraciaA ampliação progressiva da democracia é central para o Par-

tido Popular Socialista. Não a vemos apenas como um objetivo nor-mativo, mas como uma necessidade imposta pelas condições do desenvolvimento hoje.

Muito há a caminhar, em termos de aumentar a transparência dos atos governamentais e a participação do cidadão, melhorar a qualidade da representação política, sanar os desequilíbrios enormes entre os poderes da República e os níveis da Federação.

A reforma política é, para nós, um processo demorado, de acumulação de ganhos. O ponto inicial, contudo, que deve ser en-frentado na primeira hora do novo governo é a mudança da legis-

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lação eleitoral e partidária. Para haver partidos efetivos e legisla-tivos atuantes, a regra deve mudar.

Para tanto, o PPS propõe:

5.1.1. Reforma Política imediata em torno do voto distrital misto, com lista fechada, com alternância de sexos e financiamento público de campanha.

Uma condição essencial para que a lista fechada não sirva a uma farsa é a adoção de legislação que garanta o exercício da de-mocracia interna e dos princípios da transparência, do pluralismo e da alternância de poder no interior dos partidos políticos.

Se a mudança da regra eleitoral é o ponto inicial da Reforma, a mudança de sistema de governo é seu horizonte. Propomos, portanto:

5.1.2. O retorno do parlamentarismo à agenda, com a pers-pectiva de sua adoção em caráter experimental em municípios e estados, sujeita à aprovação popular posterior.

A partir da reforma eleitoral e partidária torna-se possível avançar na reforma democrática do Estado, considerando-se que o acréscimo de um componente gerencial em determinados seg-mentos do Estado deve ser acompanhado pelo incremento da parti-cipação da sociedade civil organizada.

Assim, propomos:

5.1.3. A Reforma Democrática do Estado, com a redução ime-diata de 50% do número de cargos de livre provimento e fortaleci-mento simultâneo dos instrumentos gerenciais e participativos da gestão pública, dotando-a de uma necessária transparência ao es-crutínio da cidadania.

Além do aumento da eficiência e da participação, está em jogo o caráter dos instrumentos utilizados pelo poder público. Há ins-tâncias e organizações submetidas de forma direta à vontade po-

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pular, cujos titulares dependem da indicação dos eleitos, e instân-cias e organizações outras cujo bom funcionamento depende do alinhamento a regras de caráter técnico, cujos titulares, aprovados pelos representantes do povo, dispõem de autonomia e mandato.

O PPS propõe:

5.1.4. A rediscussão da estrutura do Estado brasileiro, com redução no mínimo pela metade do atual número de ministérios (hoje são 29 pastas ministeriais, sendo 23 ministérios, duas secreta-rias e quatro órgãos equivalentes a ministérios, para atender ao esquema do chamado “presidencialismo de coalizão”), assim como definição clara dos limites de atuação de agências reguladoras e outras organizações relativamente autônomas e os demais órgãos do Poder Executivo.

A mudança na regra eleitoral enseja o fim da corrupção estru-tural que comanda nossas eleições, bem exemplificada pela prática generalizada do chamado “caixa dois”. Será o momento de prosse-guir nesse rumo e avançar nas exigências de transparência, de can-didatos/as, partidos e governantes, bem como no fortalecimento dos mecanismos de fiscalização e controle. Propomos:

– A generalização do e-governo, com exceção apenas das ma-térias com implicações em termos de segurança nacional.

– Considerando a crise fiscal pela qual estamos passando, talvez fosse o momento para se discutir que tipo de Federação nós queremos ou se manteremos as políticas públicas descen-tralizadas onde estados e, sobretudo os municípios, arcam com a maior parte das obrigações, sem a respectiva contrapartida em termos de recursos.

A Constituição de 1988 tentou corrigir este problema am-pliando a fatia do bolo para estados e municípios, mas a União, para cobrir suas despesas, criou vários tributos não partilhados, bem como praticou desonerações fiscais e concessões seletivas de incentivos e subsídios para determinados setores da economia,

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sem a aprovação de governadores e prefeitos, ou seja, dava bene-fício fiscal com o dinheiro dos outros entes federativos.

Se considerarmos sobretudo as áreas da saúde e da educação, em que estados e municípios são responsáveis pela quase totali-dade dos seus gastos, sem a contrapartida de recursos pela União, teremos ingredientes suficientes para iniciarmos o debate sobre a necessidade de discutirmos com seriedade e rapidez um novo Pacto Federativo para definirmos qual instância faz o que, com quais recursos.

Redução das desigualdadesNos 30 anos de democracia, particularmente nos 16 últimos

anos de estabilidade econômica, conseguimos no Brasil avanços significativos em termos de inclusão social e redução das desi-gualdades. Porém, é preciso reconhecer que ainda estamos longe da situação de equidade mínima necessária. Pobreza e indigência caíram, mas seus percentuais continuam elevados. Além disso, parte importante dos egressos da indigência alcançou uma si-tuação de consumo nova, compatível com a sobrevivência, mas não foi incluída de forma plena em termos de inserção produtiva nem de autonomia cidadã.

Para prosseguir nesse rumo, precisamos de instrumentos novos de política econômica e social. O Partido Popular Socialista propõe, em primeiro lugar:

– A continuidade das políticas de transferência de renda existentes, com controle maior sobre a seleção de beneficiários e a partilha de responsabilidades por sua implementação com os governos municipais. Estas políticas têm o mérito de manter a vida dos cidadãos beneficiados. Responderam, com os aumentos conti-nuados do salário mínimo, pela redução do percentual de indi-gentes da população brasileira. Não enfrentam, contudo, as ques-tões da pobreza e da desigualdade, que exigem políticas de mudança estrutural para seu enfrentamento.

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Trata-se de criar as condições para o início de um círculo vir-tuoso de acumulação de capital social.

Para tanto, o PPS propõe:

– Educação de qualidade e igual para todos, independente-mente da renda da família. A educação em tempo integral como meta nacional, acompanhada de uma política rigorosa de avaliação de resultados, base para o incremento progressivo da qualidade do ensino. E que sejam garantidos a todos os professores uma carreira de alto nível, com bons salários e o uso de equipamentos modernos, para o correto cumprimento de sua missão.

A inserção produtiva é dimensão indispensável à inclusão do cidadão.

Na sociedade nova, na economia do conhecimento, sob a di-retriz da sustentabilidade, o mundo do trabalho se transforma. A questão laboral é cada vez menos redutível ao emprego.

O trabalho autônomo, o trabalho familiar, as pequenas em-presas, as cooperativas, respondem em conjunto por um número cada vez maior de trabalhadores, no Brasil e no mundo. O traba-lhador de novo tipo participa, em maior medida que o assalariado, dos riscos e dos ganhos do empreendimento.

O PPS propõe:

– A formulação e implementação de uma política nacional de trabalho, que contemple o aumento do emprego, o apoio à pe-quena e microempresa, o estímulo ao associativismo e a promoção do empreendedorismo, com participação importante dos governos municipais, e forte viés de transferência e renovação tecnológica, além de políticas específicas de capacitação profissional.

No Brasil de hoje, as cidades concentram a população, a po-breza e as desigualdades.

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O combate a estes problemas não pode prescindir da conside-ração da questão urbana. Sucessivos governos têm tratado esta questão apartada da questão da desigualdade.

Caberá ao novo governo retomar o papel da cidade enquanto lugar de afirmação das políticas públicas de promoção social e da conexão destas políticas com a questão da sustentabilidade.

É prioritário que o novo governo invista em cidades sustentá-veis, e que também promova a equidade. Da mesma forma, será necessário que haja uma política nacional de estímulo às políticas municipais de desenvolvimento, em seu sentido mais amplo.

O PPS propõe:

– A reforma urbana como política nacional, com incidência sobre a propriedade do solo, a reorganização do espaço urbano, a mudança radical do sistema de transportes e a reestruturação da oferta de serviços públicos, e

– O fortalecimento da governança local, com o empodera-mento dos municípios e o estímulo à participação dos cidadãos na formulação de políticas, na gestão e controle dos serviços.

O PPS defende ainda a continuidade e aprofundamento das políticas de combate às desigualdades de gênero, de raça e de região. Para esta última questão propõe:

– A definição e implantação de uma política de desenvolvi-mento regional, com prioridade para a Amazônia e a região Nor-deste, nos marcos da nova economia da sustentabilidade.

A premissa da sustentabilidadeA controvérsia em torno da sustentabilidade como premissa

do desenvolvimento está vencida. A mudança da matriz energética, o caminho na direção de uma economia não dependente do con-sumo de carbono é irreversível e o grau de ousadia do engajamento

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dos diferentes países nesta mudança será fator relevante na com-petição internacional.

O Brasil detém vantagens excepcionais nesta conjuntura, com destaque para a matriz energética limpa e o estoque de biodiver-sidade que o território nacional abriga. Falta-nos, ainda, clareza na definição política do rumo a tomar. Todas as decisões da política econômica, inclusive aquelas relativas à velha matriz, como o pro-jeto do pré-sal, devem tomar como norte o futuro do pós-carbono. Neste cenário, fica clara a centralidade da política de ciência, tecno-logia e inovação.

O PPS propõe:

– Uma política de Ciência & Tecnologia, voltada para as exi-gências do novo tempo, que aumente de forma notável os investi-mentos no setor, priorize a articulação com o setor produtivo e su-pere o gargalo hoje existente em termos de inovação.

Impõe-se, também, acelerar o processo de mudança da matriz energética.

O PPS propõe:

– Prioridade para a expansão do uso de energias alternativas como o etanol, a eólica, a solar, a biomassa, as hidroelétricas de pequeno e médio porte, a energia nuclear, bem como para pro-gramas de aumento da eficiência no transporte e uso da energia.

Esta é uma opção política que implica mudança radical na ma-triz de transportes brasileira.

O PPS propõe:

– A transição acelerada para uma nova matriz de transportes, com prioridade para a ferrovia e a hidrovia, em detrimento da rodovia; para o transporte coletivo, em detrimento da loco-moção individual.

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A agropecuária brasileira, em boa parte graças ao investi-mento público em ciência e tecnologia, encontra-se na vanguarda da produção mundial.

Cumpre superar a oposição entre agropecuária e sustentabi-lidade e caminhar na direção de uma agropecuária sustentável. Para tanto, é necessário prosseguir no desenvolvimento científico e tecnológico com o objetivo simultâneo de aumentar a produtivi-dade e preservar adequadamente a terra e os recursos naturais, notadamente os recursos hídricos.

O PPS propõe:

– Elevar o investimento em pesquisa e transferência de tec-nologia, com ênfase na sustentabilidade e foco especial na agri-cultura familiar.

Estes os pontos sobre os quais devemos centrar nossa inter-venção política, visando contribuir para um efetivo desenvolvimento econômico centrado na sustentabilidade ambiental e socialmente justo, fruto da inclusão produtiva de nossos cidadãos e cidadãs.

OS PARTIDOS E O PROCESSO ELEITORAL

A Constituição brasileira impõe a qualquer pessoa, como condição de elegibilidade, a filiação partidária. Por exigência legal, o partido endossa a ascensão do/a candidato/a à vida pública, acolhendo-o em suas fileiras, escolhendo-o em convenção, regis-trando-o na Justiça Eleitoral com numeração identificadora de um partido, orientando-o e apoiando-o no processo da campanha eleitoral e criando as condições eleitorais para a sua vitória. Isto basta para dizer que a filiação a um partido é condição indispen-sável para concorrer a qualquer eleição. E, aí, ser eleito. Porém, até bem pouco, este detentor de mandato, que o exerce em nome

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do partido pelo qual é eleito, virava as costas a quem lhe abrigara, assim como aos eleitores que acreditaram em suas palavras e propostas. Destaque-se também que, além da infidelidade, esta atitude, como é natural, modifica o equilíbrio político oriundo da vontade dos/as eleitores/as.

Nas eleições proporcionais – de deputados – a quantidade de cadeiras na Casa legislativa é definida pelos votos conseguidos não pelo candidato, mas pelo partido ou coligação, originando o cha-mado quociente eleitoral.

Outro fato importante e pouco conhecido dos brasileiros em geral é que, entre os 513 deputados federais eleitos, não chegam a duas dezenas aqueles que, sozinhos, conseguiram mais votos que o coeficiente eleitoral exigido. Isto significa que a quase totalidade da Câmara depende dos votos da legenda partidária para garantir os seus mandatos, não tendo condições de se eleger por conta própria, apenas com os votos obtidos por cada um deles, individualmente.

Fidelidade é uma via de mão dupla. Não é só o filiado que tem que ser fiel ao partido por cuja legenda concorreu, porque o par-tido também quer ser fiel a seus filiados. E como poderemos com-provar esta fidelidade? Não é muito complicado.

O Partido tem um programa. Tem instâncias decisórias na sua cidade – o Diretório Municipal; no seu estado – o Diretório Esta-dual; e, finalmente, o Diretório Nacional. A cada uma e a todas essas instâncias cabe a obrigação de verificar se o programa vem sendo cumprido, se estão sendo respeitadas as decisões coletivas adotadas, respeitado o direito de cada filiada ou filiado manifestar sua opinião pessoal publicamente e propor a mudança que quiser.

Integrar-se à atividade partidária significa não apenas parti-cipar das reuniões da sua organização, cumprir as tarefas que lhe são designadas ou tomar iniciativas de conquistar novos filiados,

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mas é imprescindível procurar atuar no seu local de trabalho, de estudo, de moradia ou onde pratica o seu lazer.

É importante também participar dos congressos e convenções e das reuniões da direção, sempre que possível, para garantir a li-sura das decisões partidárias, impedindo que caciques eleitorais, ainda por seu discutível poder de voto, acabem por levar a tais pleitos a impressão digital de uma vontade que quer ser maior que a vontade coletiva.

Veja você que, a partir daí, sua responsabilidade aumenta. Você não vai impor sua ideia. Nem sua vontade. Você vai discutir esta ideia com quem, de dentro do partido, quer, também, insistir nas modificações que o poder coletivo entender necessárias.

MAIS MULHERES NO PODER E GESTÕES TRANSPASSADAS PELA QUESTÃO DE GÊNERO

Além da fundamental presença das mulheres nos espaços de poder e decisão, precisamos de políticas que enfrentem as desi-gualdades existentes em nosso país, bem como de mulheres e ho-mens comprometidos com plataformas de igualdade, que asse-gurem orçamentos para sua implementação.

A seguir, elencamos eixos de políticas para serem incorpo-radas nas plataformas de candidatas e candidatos identificados com o enfrentamento ao racismo e à discriminação de gênero e com os princípios da igualdade e respeito à diversidade, à equi-dade, à laicidade do Estado, à justiça social e à transparência dos atos públicos.

Estas propostas de programas/ações devem ser incorpo-radas pelos eleitos aos cargos dos executivos federal, estadual e distrital, por meio das leis do ciclo orçamentário – Plano Pluria-

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nual (PPA), Lei das Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Lei Orçamen-tária Anual (LOA) – e também podem ser examinadas e ampliadas pelos respectivos legislativos.

Defesa e promoção das mulheres nos espaços de poder ga-rantindo condutas éticas e de responsabilidade social, eliminando práticas clientelistas, assistencialistas e corruptas, apoiando instru-mentos que garantam financiamento público exclusivo das campa-nhas eleitorais, financiamento das candidaturas femininas, além de assegurar recursos para capacitação e formação política das mu-lheres e capacitação em gênero, dentre outros.

Defesa e promoção dos direitos civis e integridade pessoal por meio da não discriminação por sexo/gênero, orientação sexual, etnia, condição física/mental ou social, idade, estado civil, religião, ideologia, e origem e combate aos crimes de discriminação e de preconceito, garantindo a parceria civil entre pessoas do mesmo sexo, e a descriminalização do aborto, dentre outros.

Defesa e promoção da educação pública e de qualidade em todos os níveis, implantando a educação sexual nas escolas, com ênfase na prevenção da gravidez na infância e adolescência, DST/Aids; a prevenção ao uso indevido de drogas; a criação e implemen-tação de medidas de ações afirmativas e a capacitação de profes-sores de todos os níveis sobre questões de gênero, dentre outros.

Defesa e promoção da saúde sexual e reprodutiva por meio da prevenção e tratamento das DST/Aids; do câncer nos órgãos reprodutivos e de mama; programa de humanização do pré-natal e nascimento; assistência à concepção, garantia de todas as formas de contracepção e interrupção da gravidez. Implantação, pelo SUS, de programas voltados para a saúde mental, em espe-cial de tratamento psicológico às mulheres em situação de vio-lência e depressão pós-parto; consolidação pelo SUS, do serviço de aborto nos casos previstos em lei (gravidez decorrente de es-tupro ou com risco de vida para a mulher) ou por decisão judicial

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(anomalias fetais), acolhimento da mulher frente à gravidez inde-sejada, dentre outros.

Defesa e promoção de medidas e programas de prevenção à violência de gênero tais como: Centros de Referência da Mulher com atendimento social, jurídico e psicológico às mulheres em si-tuação de violência; Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (Deam); abrigos temporários para as mulheres em si-tuação de violência, acompanhadas de seus filhos; criação/forta-lecimento das Defensorias Públicas, em todos os estados brasi-leiros, com núcleos de atendimento à mulher em situação de violência doméstica; combate ao tráfico interno de pessoas e o internacional de mulheres ao turismo sexual, que atinge particu-larmente as crianças e os/as adolescentes, com políticas públicas e ao combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adoles-centes em âmbito doméstico e extra familiar, dentre outros, com ênfase e apoio integral à Lei Maria da Penha.

Defesa e Promoção de medidas e programas de trabalho/ge-ração de renda/trabalho doméstico, como, por exemplo: Combate às discriminações contra as mulheres no mercado de trabalho; pro-moção, capacitação, ocupação de cargos de chefia e saúde da mu-lher; reconhecimento e valorização do trabalho doméstico não re-munerado; elaboração/implantação de programas de formação, capacitação e aperfeiçoamento profissional para as mulheres (com inclusão à tecnologia digital); garantia da valorização e do aproveita-mento do conhecimento das mulheres no manejo, utilização e con-servação dos produtos naturais e aplicação de valores socioambien-tais ecologicamente corretos; erradicação do trabalho escravo e do trabalho infantil (com atenção especial na área do trabalho domés-tico) com denúncias e exigências de punições, dentre outros.

Necessário e imprescindível é o compromisso do PPS em as-sumir gestões governamentais transpassadas pelas perspec-tivas de gênero, raça/etnia, orientação sexual, geração e direitos humanos.

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PLANEJAMENTO E GESTÃO DA CAMPANHA

Assim como no esporte, a política tem sua lógica, apesar das crenças em contrário. E esta lógica, no futebol, é comprovada em qualquer tipo de campeonato.

Eles são, em sua maioria, decididos por um número reduzido de times.

Geralmente são os mesmos clubes que chegam às finais, graças, sobretudo à (i) capacidade de organização, criada por uma série de fatores, entre eles o dinheiro; e (ii) capacidade de moti-vação dos jogadores e das torcidas. Na política, também a capaci-dade de se organizar e de motivar a torcida, no caso a militância e o eleitorado, é fator decisivo quando chega a hora da decisão.

Nosso objetivo aqui é contribuir com os/as candidatos/as do PPS nessa árdua, porém gratificante, jornada em busca de espaço nos poderes federal e estaduais nas eleições de 2018. Porém, longe de nós a pretensão de ensinar candidato/a a ser candidato/a. Nada mais desejamos que colaborar para iluminar caminhos, contribuindo para racionalizar campanhas, economizar recursos escassos e, desta forma, ajudar a conquistar a simpatia desta pessoa arisca chamada eleitor(a) e, consequentemente, lugares ao sol para nossos/as candi-datos/as e nosso partido.

A vitória começa em casa e cedoVocê se colocou como pré-candidato/a e está disposto/a a se

apresentar à convenção do partido pleiteando uma vaga nas chapas que vão se formar. Campanhas eleitorais são muito envolventes. Nelas, o/a candidato/a vai, aos poucos, perdendo o controle sobre o seu tempo. As rotinas conhecidas desaparecem e são substituídas por outras muitas vezes inesperadas. Portanto, é no início da cam-panha que algumas iniciativas fundamentais devem ser tomadas.

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1) Uma delas, importantíssima, é o envolvimento de toda a família. No caso, estes esclarecimentos são fundamentais. Filhos e filhas devem estar convencidos do caminho tomado pelo pai ou pela mãe. O apoio da família é essencial. A campanha tem de co-meçar com essa questão bem resolvida.

2) A questão financeira: Eu tenho dinheiro para bancar a cam-panha ou tenho onde buscá-lo? A resposta a esta pergunta é cru-cial. Campanha sempre exige algum dinheiro. Estes recursos têm de estar garantidos até uns sessenta dias antes da eleição. Mas nin-guém deve ficar enxergando o diabo mais feio do que ele é na rea-lidade. As campanhas nem sempre são o sorvedouro de dinheiro que muitos imaginam.

Tudo depende do/a candidato/a, suas relações, o tipo de tra-balho que desenvolve na comunidade. E, à medida que o trabalho eleitoral começa e o/a candidato/a vai crescendo, os apoios vão aparecendo.

É impossível definir custos em termos de material, redes sociais, publicidade etc. Isso depende do tamanho do eleito-rado, sua distribuição pela base eleitoral etc. Mas, por mais ba-rata que seja a campanha, algum dinheiro terá de ficar à mão.

3) Minha saúde aguentará o ritmo de campanha, com os dias cada vez mais longos e noites cada vez mais curtas, e comidas muitas vezes indigestas? A esta pergunta a resposta até pode ser o mais ou menos, pois, dependendo da situação, dá para se conciliar algumas escapadas para descanso, mesmo no auge da campanha.

4) Eu sou um/a candidato/a pragmático/a, buscando na política possibilidades de enriquecimento material ou atendi-mento a vaidades pessoais ou sou do tipo idealista, que pre-tende contribuir para o bem do país e da comunidade onde vivo? A resposta a essa pergunta pode ser fundamental em um par-tido como o PPS, comprometido com um programa de mudanças

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para a nação. O entrosamento entre o/a candidato/a e o con-junto partidário é muito importante.

5) Eu tenho condições de reunir em torno de meu nome um número suficiente de pessoas que ajudem na campanha?

Público-alvoSão homens e mulheres de uma determinada área geográfica,

bairro ou distrito ou segmento social ou profissional, acima de 16 anos, com título de eleitor em dia. No início da campanha, esta é um das primeiras escolhas, pois ela determina todas as outras.

Preparando o timeFeito o exame de consciência, agora é entrar em campanha,

dividida em três fases em termos de envolvimento do/a candida-to/a – fria, morna e quente. Estamos em plena fase fria. Os con-tatos em busca de apoios estão sendo feitos – lideranças comunitá-rias e religiosas, amigos, familiares, vizinhos e todos que estejam dispostos a ceder lugares para futuras aplicações das peças de cam-panha, espaço para comitês, a enviar cartas ou mensagens pela in-ternet ou celular aos seus círculos de relações, pedindo votos e apoios, sempre observando o que rege a Resolução do TSE nº 23.551, de 18 de dezembro de 2017, que dispõe sobre propaganda eleitoral, utilização e geração do horário gratuito e condutas ilícitas em campanha eleitoral nas eleições.

Começam também os contatos financeiros em busca de apoio. Agora também começa a estruturação das equipes de campanha, pagas ou voluntárias (estas cada vez mais difíceis).

Divisão da equipeMesmo sem o saber, um/a candidato/a, independente da di-

mensão de sua campanha, desempenha, ou tem alguém desempe-nhando para ele/a, algumas funções cujos nomes podem até as-sustar à primeira vista e que passamos a enumerar.

41MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 2018 |

Assessor/a de marketing: uma pessoa com ótimos conheci-mentos a respeito do marketing, da comunicação e também, da propaganda, que tenha ideias claras, com visão do conjunto e de cabeça fria, que dará as linhas gerais da campanha e definirá o comportamento do/a candidato/a (se radical ou suave, se deve bater ou afagar os adversários etc.), coordenará debates e opi-nará até no tipo de roupa do/a assessorado/a. Em resumo, ele embrulha o/a candidato/a para presente, de forma a agradar o eleitor. Além disso, o que irá caracterizar esse profissional como sendo do ramo da política será sua paixão pelo assunto, seu inte-resse pela área, seu comprometimento com o entendimento da situação política do partido, do país e do mundo como um todo e, sobretudo, sua capacidade de conseguir ler nas entrelinhas do que está sendo dito e prevenir as armadilhas e antecipações de comportamento do/a(s) candidato/a(s) adversário/a(s).

Assessor/a político/a: uma pessoa que goze de ampla confiança do/a candidato/a e com experiência para a função. Vai articular alianças políticas, atender reivindicações, definir a agenda do/a can-didato/a e administrar o trabalho de cabos eleitorais, militantes e simpatizantes.

Assessor/a de administração e finanças: além das fundamen-tais questões de dinheiro, concentram-se nele/a responsabilidades como organizar comícios, panfletagens, transportes, recebimento e despacho de materiais e toda a infinidade de tarefas que mantém a campanha em andamento.

Assessor/a jurídico/a: advogado/a eficiente e, principal-mente, ágil, para não perder prazos e oportunidades de con-quistar espaços na mídia, bem como resguardar o/a candidato/a de qualquer inobservância que possa acarretar no descumpri-mento da legislação eleitoral.

Assessor/a de comunicação: redator/a de textos para faixas, folhetos, definição de pontos para panfletagens e internet, cui-dando também das relações com a mídia (rádio, jornal, blogs e TV),

| MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 201842

que precisa de notícias. Se o/a candidato/a não for capaz de produ-zi-las, não há assessoria que consiga conquistar espaços, por mais prestígio que tenha.

Gerente de comitê: pessoa organizada, de trato ameno, mas firme, que lidará com gente de todo tipo, muitas delas voluntárias.

Coordenador/a de campanha: pessoa com visão geral do con-junto que articula o trabalho da equipe e que tomará todas as deci-sões relativas à burocracia em nome do/a candidato/a.

Organizando o comitêDefinida a equipe, é hora de se começar a pensar no comitê de

campanha, lugar onde acontecerão muitas das coisas mais impor-tantes que contribuirão para o sucesso ou não da candidatura. O ideal é que se localize em local de passagem de muita gente, em praças e ruas de grande movimento. No auge do processo eleitoral, deve ficar o mais agitado e alegre possível, mostrando que a cam-panha decolou.

Além de ser o centro burocrático e financeiro, o comitê é um bom meio para se motivar e envolver visitantes e simpatizantes na campanha. Muitas vezes, a pessoa passa para uma visitinha rápida a alguém, se empolga com o ambiente e passa a integrar a equipe voluntariamente.

A divisão física de um comitê depende das dimensões da cam-panha, mas no mínimo tem de ter uma recepção para cercar os chatos e desocupados que infestam sempre esses lugares, uma te-lefonista para atender, anotar e triar recados, espaço para arma-zenar e conferir material, um lugar reservado para o/a candidato/a descansar e receber convidados, uma copa/cozinha, banheiros, mesa telefônica e uma área para atendimento a panfleteiros.

A participação das pessoas no comitê também é uma boa re-ferência para o andamento da campanha. Vamos supor que, numa campanha modesta, existam no início umas cinco pessoas agindo.

43MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 2018 |

Esse número deve pelo menos dobrar até o final. Caso isso não ocorra, é porque as coisas vão mal.

Propaganda, a alma do negócioEscolhida a equipe, montado o comitê, começa a fase de co-

meçar a trabalhar a imagem do/a candidato/a, preparando-se o tal do marketing político.

A primeira coisa a fazer nessa fase é definir qual será a abrangência da campanha, se o/a candidato/a buscará votos pingados em toda a co-munidade ou se terá um eleitorado específico.

Estabelecido seu público principal, é hora de elaborar a plata-forma eleitoral, aquilo que será apresentado aos eleitores como meta da candidatura, se eleito/a. Se seu público, por exemplo, forem os ambientalistas, poderá se comprometer, sinceramente, a defender os cursos de água da região.

Depois de estabelecida a plataforma, elaboram-se o slogan e a logomarca da campanha, símbolo que passará a compor todo o ma-terial de propaganda do/a candidato/a, visando marcar bem, identi-ficar de pronto, visualmente, sua candidatura.

A definição da plataforma deve ser precedida de uma pes-quisa, de um estudo que tenha por base a atuação que o/a candida-to/a se propõe a fazer no seu futuro mandato, observando por meio de informações oficiais dos órgãos competentes as necessi-dades do seu público-alvo ou promover bate-papos com as fontes habituais de informação em comunidades pequenas – barbeiro, farmacêutico, padre etc. ou reuniões com grupos de pessoas em seu bairro. Nesta pesquisa, devem ser apuradas as aspirações prin-cipais da comunidade-alvo e, também, a imagem que essa comuni-dade tem do/a candidato/a, em termos pessoais – se é simpático, boa praça, ou se é considerado agressivo, arrogante etc.

É a partir deste trabalho preliminar que será desenvolvido todo o esquema de propaganda.

| MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 201844

Tecnologia nas campanhas eleitoraisCom a rápida ampliação do número de usuários, a internet e o

telefone celular passaram a ser considerados, a cada ano, significa-tivos e indispensáveis meio de comunicação e de organização para auxiliar nas campanhas eleitorais. O Brasil já tem 116 milhões de usuários de internet, dados que também confirmam tendências mundiais, como a onipresença dos celulares como dispositivo prefe-rido para acesso à rede, sendo citado por 94,6% dos entrevistados.

A informação é fácil de ser obtida, produzida e repercutida. O poder sobre o conteúdo é compartilhado. Os usuários deixam de ser consumidores passivos para se tornarem produtores ativos de conteúdo. Sob esta nova realidade, surgiu a web 2.0 que promove nos sites a maximização da interatividade permitindo que o/a can-didato/a promova a conversação entre eleitores dentro do seu site.

A Resolução Eleitoral do TSE nº 23.551/17, art. 22 e seguintes, e 81, § 1º, prevê o uso das redes sociais, de mensagem eletrônica, de blogs, sítios de mensagens instantâneas e aplicações de internet assemelhadas como meios de promoção da campanha na internet, além do site oficial do/a candidato/a, do partido político ou da coli-gação, a partir do dia 16 de agosto do ano da eleição.

O recente exemplo das eleições americanas provou que o bom uso da internet pode fazer grande diferença no resultado elei-toral e apesar da realidade brasileira ser outra, nossos/as candi-datos/as devem constituir equipes especializadas para atuar no ci-berespaço, identificando falsas notícias que implicam os/as candidatos/as, respondendo e denunciando as mesmas, mobili-zando a militância em momentos decisivos e, principalmente, man-tendo as bases partidárias informadas dos acontecimentos em tempo real.

Utilização da internet na pré-campanhaNo período pré-eleitoral, é necessário que os/as pré-candi-

datos/as estejam presentes na rede, com seus sites, blogs, partici-

45MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 2018 |

pando das redes sociais, produzindo conteúdos que explicitem suas ideias, atuação político-partidária com o objetivo de forta-lecer seus laços e formar suas redes de contatos. No entanto, devem tomar o cuidado de não ferir a legislação eleitoral de-clarando-se candidatoa ou pedindo voto antes do período legal permitido para a campanha.

A seguir, algumas das principais ferramentas que podem ser usadas em pré-campanha:

a) Site ou Portal temático colaborativo

Durante o período pré-eleitoral é permitido manter um site pessoal, ou seja, um espaço virtual do/a pré-candidato/a que per-mita divulgar informações sobre sua atividade política, ideias, no-tícias, currículo e conteúdos audiovisuais, criar enquetes, recolher e-mails de seus amigos e visitantes (futuros eleitores), sem que seja caracterizado como site de campanha. Não se pode pedir voto nem dizer explicitamente que se é candidato/a.

Os portais temáticos, por sua vez, são usados geralmente para a discussão de temas específicos como, por exemplo, “Solu-ções para o desemprego”. Neste modelo, geralmente adotado por partidos, abre-se uma ferramenta colaborativa para a sugestão de soluções para problemas do dia a dia. As pessoas informam o pro-blema seu ou da comunidade e podem sugerir a solução de outros. Há possibilidade dos outros usuários avaliarem se aquela proposta é boa ou ruim. Tudo isso, aliado a outros recursos, faz com que os maiores responsáveis pelo conteúdo do portal sejam os usuários. O objetivo é auxiliar na criação de um programa de candidato/a identificado/a com a população, baseado nas sugestões de me-lhoria dos próprios internautas.

b) Blogs

São como jornais diários virtuais, em que a informação fica disposta linearmente, e organizada automaticamente em arquivos de fácil recuperação.

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Populares por serem de fácil operação, manutenção e de possuírem um enorme poder mobilizador por meio de vínculos criados com outros blogs, o/a candidato/a pode centralizar toda a sua atividade de pré-campanha escrevendo artigos, postando textos, sons e vídeos com periodicidade definida, que ficam dis-poníveis para os comentários e distribuição dos visitantes.

c) Redes sociais

São uma forma de relacionamento interpessoal que a in-ternet possibilita. Estar presente nas comunidades, facebook, ins-tagram, twitter etc., ajuda os usuários a se organizarem por afini-dades e assuntos de interesse comum, para discutirem e se mobilizarem a respeito de temas que lhes pareçam importantes.

Neste caso, o pré-candidato deve participar das “comunidades virtuais” ligadas a sua cidade ou área de atuação e criar a sua pró-pria rede de apoiadores.

d) Os sites de disponibilização de conteúdo audiovisual, como youtube e flickr, se tornaram de uso cotidiano devido ao baratea-mento e popularização dos telefones celulares, conhecidos como smartphones.

Desta forma, ganham visibilidade na internet e fortalecem sua presença on-line;

e) Microblog (twitter)

O twitter é uma ferramenta criada em 2006 que permite uma massiva mobilização de pessoas. Praticamente todos os/as candi-datos/as deverão usar os recursos do twitter para divulgar em tempo real a atividade de pré-campanha.

Com o twitter, o/a pré-candidato/a pode avisar seus “segui-dores” o que está fazendo naquele exato momento. Trata-se de um eficaz meio de divulgação da atividade política de pré-campanha, cobrindo os encontros comunitários, reuniões com grupos políticos e articulações de alianças para a campanha, por exemplo.

47MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 2018 |

O uso concertado de todos estes recursos dará ao/à pré-can-didato/a uma maior visibilidade pública e também servirá de canal para auscultar as demandas e sugestões dos/as eleitores/as para uma melhor formatação dos materiais programáticos e de propaganda.

Utilização da internet na campanhaPara a campanha de 2018, o portal do PPS (www.pps.org.br)

terá uma área exclusiva de apoio ao/à candidato/a.

Quem levanta cedo bebe água limpaTradicionalmente, quando as campanhas começam a pegar

fogo, a partir de julho, os preços dos materiais sobem às nuvens. Daí a necessidade de se prevenir, antecipando compra de mate-riais permitidos em lei e que ajudam o/a candidato/a a vencer.

Importante: acertar antecipadamente os serviços gráficos, com empresas idôneas. No auge das campanhas, este setor fica com serviço “saindo pelo ladrão”.

Ferramentas para o sucessoHoje em dia, campanha política virou um negócio altamente

profissional. Consequentemente, foi incorporada uma parafernália muito grande ao processo de se fazer um/a candidato/a vitorioso/a. Listamos aqui algumas delas.

Informática: o computador hoje é essencial em um comitê eleitoral. É usado desde a fase preliminar da campanha no cadas-tramento de apoios, cabos eleitorais, eleitores, até a fase de apu-ração dos votos, para um acompanhamento paralelo da contagem. A Justiça Eleitoral fornece programas para isso aos/às candidatos/as. E até depois das eleições ele será útil, quando da prestação de contas financeiras ao TRE.

Pesquisas: Existem dois tipos – qualitativa e quantitativa. A primeira mede, em números, o tamanho provável do eleitorado

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do/a candidato/a, quantas pessoas o conhecem e o tamanho de sua base e a outra define as suas qualidades e defeitos junto ao eleito-rado. Essas duas pesquisas são muito importantes no início da cam-panha, quando será definido o programa do/a candidato/a.

Propaganda: Aí está o grande nó das campanhas eleitorais mo-dernas. É por onde sai quase todo o dinheiro, embora por si só não eleja o/a candidato/a, é a grande arma para isso. O primeiro requisito é a criatividade. Milhares de candidatos/as estarão inundando a cidade com suas mensagens. Funcionará melhor aquela que fugir ao lugar comum e não desapareça em meio a uma enxurrada de coisas iguais.

Além disso, criatividade significa economia. Pense nisso ao elaborar suas faixas, botões, cartazes, folhetos, jornais etc.

É praticamente infinito o universo de coisas que podem ser usadas como peças publicitárias. Mas, apesar da diversidade, existem aqueles recursos tradicionais – faixas, cartazes, botões de lapelas, adesivos, carros com jingles, internet, out-doors etc. Mas, atenção, a propaganda só pode começar depois de realizadas as convenções para escolha dos/as candidatos/as, o que se dará entre os dias 20 de julho e 5 de agosto.

Boca-a-boca: é importantíssimo numa campanha e pode ser feito ainda na fase de pré-convenção, quando o/a possível candi-dato/a reúne-se com amigos, familiares, conhecidos, amigos dos amigos, vizinhos dos vizinhos, informando que espera contar com apoios, caso venha a ser o escolhido. Isto é feito em visitas, al-moços, jantares, batizados, casamentos e em todas as oportuni-dades de encontros sociais. Nesses encontros são feitos ainda contatos financeiros, em busca de dinheiro para a campanha. Mesmo depois de iniciado o período da propaganda, ela é cheia de restrições, devendo o/a candidato/a observar as leis e resolu-ções vigentes.

Produtores de rádio e TV: É a turma que produz programas e jingles para o rádio e a TV.

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Clipagem: os/as candidatos/as devem contar com um serviço de clipagem, com o fornecimento diário de notícias sobre o desen-rolar da campanha. Sua e dos adversários. Nem que seja para poder responder, em tempo, a eventuais ataques. E os que concorrem a eleições majoritárias devem, eventualmente, comprar serviços de clipagem eletrônica, quando derem entrevistas a TVs, ou rádios, ou participarem de debates.

Treinamento: candidatos/as e equipes devem passar por trei-namentos para aprenderem a encarar microfones, jornalistas, falar horas sem arrebentar a garganta, e os colaboradores de uma deter-minada área geográfica, bairro ou distrito ou segmento social ou profissional devem também aprender a lidar com o público. Por exemplo, todo mundo que entra em um comitê merece tratamento atencioso, pois pode significar um bom punhado de votos. Não im-porta como a pessoa esteja vestida ou fale.

Faixas: São importantes não só pelo retorno em termos de visibi-lidade, como pelo fato de, quando colocada em residências, deixarem claro que a família daquela casa apoia o/a candidato/a.

Visitas, almoços, reuniões domésticas: Excelentes oportuni-dades para o/a candidato/a expor suas ideias junto a formadores de opinião, possíveis financiadores, militantes e colaboradores de um modo geral, e, ao mesmo tempo, conquistar votos.

Importante: o recurso mais eficiente, mesmo numa cam-panha, é a velha sola de sapato, que leva o/a candidato/a até onde o voto está: o eleitor.

O time entra em campoEscolhido o/a candidato/a, registrada a chapa na Justiça Elei-

toral, o que deve ser feito no máximo dez dias após a convenção, é hora de colocar a campanha nas ruas.

| MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 201850

Além do núcleo coordenador da campanha, que deve ser pe-queno, coeso e de absoluta afinidade com o/a candidato/a, os ele-mentos básicos de campanha na rua são:

Equipe precursora: Esse pessoal vai se antecipar às visitas do/a candidato/a para apurar nomes das lideranças locais, principais pro-blemas (a ponte que está caindo etc.) para que o/a candidato/a tenha condições de conversar com os eleitores tendo conhecimento de causa.

Cabos eleitorais: Depois dos financiadores da campanha, são os elementos mais importantes. De um modo geral, são pessoas com lideranças em suas comunidades, com aspirações políticas, mas que não dispõem de votos suficientes para se elegerem. Traba-lham por idealismo (raramente) ou por razões pragmáticas (futuro emprego para si ou para familiares no gabinete, dinheiro, troca de favores etc.).

Militantes: Em termos de importância, equiparam-se aos cabos eleitorais. São apaixonados e dispostos ao trabalho. Seu fervor pode compensar a falta de cabos eleitorais. É o pessoal que vai balançar bandeiras, atender no comitê, distribuir panfletos, fazer boca de urna e fiscalizar apurações. Eles e elas podem ser encontrados no partido, na família, no grupo profissional.

Simpatizantes: São pessoas que gostam do/a candidato/a, con-cordam com suas ideias e acreditam no seu trabalho, mas indispostas para o trabalho de rua. Podem dar uma força, de vez em quando, no comitê, colaboram com algum dinheiro e chegam até a pedir algum voto na família e no círculo de amigos. Podem também servir de li-gação entre o/a candidato/a e esse círculo, oferecendo almoços, chur-rascos, ou criando outras oportunidades de encontros. Além disso, podem ser bons formadores de opinião favorável ao/à candidato/a.

Pessoal de rua: Vai para as esquinas distribuir panfletos, san-tinhos, balançar bandeiras. De um modo geral, é pago, mas há ainda os militantes que atuam por idealismo. CUIDADO: esse pes-soal tem de andar de roupa limpa, ser treinado e fiscalizado para

51MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 2018 |

evitar que fique o tempo todo onde há sombra e não onde passam os eleitores, além de evitar abordagens agressivas que importunem as pessoas, evitar conflitos com grupos adversários e comporta-mentos constrangedores, quando em serviço.

LEGISLAÇÃO ELEITORAL

Além do que consta na Constituição Federal de 1988, as re-gras que compõem o ordenamento jurídico eleitoral e disciplinam a realização dos pleitos são as seguintes:

Código Eleitoral – Lei nº 4.737, de 15 de julho de 1965. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L4737.htm>.

Este Código contém normas destinadas a assegurar a organi-zação e o exercício de direitos políticos precipuamente os de votar e ser votado.

Lei de Inegibilidade – Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990. Disponível em: Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp64.htm>.

Estabelece, de acordo com o art. 14, § 9º da Constituição Fe-deral, casos de inelegibilidade, prazos de cessação, e determina ou-tras providências.

Lei dos Partidos Políticos – Lei nº 9.096, de 19 de setembro de 1995. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9096.htm>.

Dispõe sobre partidos políticos, regulamenta os arts. 17 e 14, § 3º, inciso V, da Constituição Federal.

Lei das Eleições – Lei nº 9.504, de 30 de setembro de 1997. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9504.htm>.

Estabelece normas para as eleições.

| MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 201852

Fundo Eleitoral – Lei nº 13.487, de 6 de outubro de 2017. Dis-ponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/L13487.htm>.

Institui o Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) e extinguir a propaganda partidária no rádio e na televisão.

Reforma Eleitoral – Lei nº 13.488, de 6 de outubro de 2017. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/L13488.htm>.

Altera a Lei das Eleições, o Código Eleitoral, e revoga disposi-tivos da Minirreforma Eleitoral de 2015, promovendo reforma no ordenamento político-eleitoral.

Cabe ainda observar as resoluções do Tribunal Superior Elei-toral (TSE).

Resolução nº 23.547, de 18 de dezembro de 2017. Disponível em: <http://www.tse.jus.br/legislacao-tse/res/2017/RES235472017.html>.

Dispõe sobre representações, reclamações e pedidos de res-posta previstos na Lei nº 9.504/1997 para as eleições.

Resolução nº 23.548, de 18 de dezembro de 2017. Disponível em: <http://www.tse.jus.br/legislacao-tse/res/2017/RES235482017.html>.

Dispõe sobre a escolha e o registro de candidatos/as para as eleições.

Resolução nº 23.549, de 18 de dezembro de 2017. Disponível em: <http://www.tse.jus.br/legislacao-tse/res/2017/RES235492017.html>.

Dispõe sobre pesquisas eleitorais para as eleições.

Resolução nº 23.550, de 18 de dezembro de 2017. Disponível em: <http://www.tse.jus.br/legislacao-tse/res/2017/RES235502017.html>.

Dispõe sobre a cerimônia de assinatura digital e fiscalização do sistema eletrônico de votação, do registro digital do voto, da auditoria de funcionamento das urnas eletrônicas e dos procedimentos de segu-rança dos dados dos sistemas eleitorais.

53MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 2018 |

Resolução nº 23.551, de 18 de dezembro de 2017. Disponível em: <http://www.tse.jus.br/legislacao-tse/res/2017/RES235512017.html>.

Dispõe sobre propaganda eleitoral, utilização e geração do ho-rário gratuito e condutas ilícitas em campanha eleitoral nas eleições.

Resolução nº 23.552, de 18 de dezembro de 2017. Disponível em: <http://www.tse.jus.br/legislacao-tse/res/2017/RES235522017.html>.

Dispõe sobre os modelos de lacres para urnas e envelopes com lacres de segurança e seu uso nas eleições de 2018.

Resolução Nº 23.553, de 18 de dezembro de 2017. Disponível em: <http://www.tse.jus.br/legislacao-tse/res/2017/RES235532017.html>.

Dispõe sobre a arrecadação e os gastos de recursos por par-tidos políticos e candidatos/as e sobre a prestação de contas nas eleições.

Resolução nº 23.554, de 18 de dezembro de 2017. Disponível em: <http://www.tse.jus.br/legislacao-tse/res/2017/RES235542017.html>.

Dispõe sobre os atos preparatórios para as Eleições 2018.

Resolução nº 23.555, de 18 de dezembro de 2017. Disponível em: <http://www.tse.jus.br/legislacao-tse/res/2017/RES235552017.html>.

Calendário Eleitoral (Eleições 2018).

Resolução nº 23.556, de 18 de dezembro de 2017. Disponível em: <http://www.tse.jus.br/legislacao-tse/res/2017/RES235562017.html>.

Dispõe sobre o Cronograma Operacional do Cadastro para as Eleições 2018 e dá outras providências.

| MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 201854

CALENDÁRIO SIMPLIFICADO DAS ELEIÇÕES DE 2018

18 de junho – segunda-feiraData em que a Justiça Eleitoral divulgará o valor do Fundo Es-

pecial de Financiamento de Campanha.

5 de julho a 5 de agostoPeríodo de propaganda intrapartidária. Os políticos, com

vistas à indicação de seu nome pelo partido, podem se autopro-mover, junto aos filiados de seu partido político, para que o esco-lham como candidato.

7 de julho – sábado (3 meses antes)Data a partir da qual são vedadas aos agentes públicos as se-

guintes condutas (Lei nº 9.504/1997, art. 73, incisos V e VI, alínea a):

I – nomear, contratar ou de qualquer forma admitir, demitir sem justa causa, suprimir ou readaptar vantagens ou por outros meios dificultar ou impedir o exercício funcional e, ainda, ex officio, remover, transferir ou exonerar servidor público, na circunscrição do pleito, até a posse dos eleitos, sob pena de nulidade de pleno direito, ressalvados os casos de:

a) nomeação ou exoneração de cargos em comissão e desig-nação ou dispensa de funções de confiança;

b) nomeação para cargos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos Tribunais ou Conselhos de Contas e dos órgãos da Pre-sidência da República;

c) nomeação dos aprovados em concursos públicos homolo-gados até 7 de julho de 2018;

d) nomeação ou contratação necessária à instalação ou ao funcionamento inadiável de serviços públicos essenciais, com prévia e expressa autorização do chefe do Poder Executivo;

55MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 2018 |

e) transferência ou remoção ex officio de militares, de policiais civis e de agentes penitenciários;

II – realizar transferência voluntária de recursos da União aos estados e municípios e dos estados aos municípios, sob pena de nuli-dade de pleno direito, ressalvados os recursos destinados a cumprir obrigação formal pré-existente para execução de obra ou de serviço em andamento e com cronograma prefixado e os destinados a atender situações de emergência e de calamidade pública.

Data a partir da qual é vedado aos agentes públicos das esferas administrativas cujos cargos estejam em disputa na eleição (Lei nº 9.504/1997, art. 73, inciso VI, alíneas b e c, e § 3º):

I – com exceção da propaganda de produtos e serviços que te-nham concorrência no mercado, autorizar publicidade institucional dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos pú-blicos municipais ou das respectivas entidades da administração indi-reta, salvo em caso de grave e urgente necessidade pública, assim reconhecida pela Justiça Eleitoral;

II – fazer pronunciamento em cadeia de rádio e de televisão, fora do horário eleitoral gratuito, salvo quando, a critério da Justiça Eleitoral, tratar-se de matéria urgente, relevante e característica das funções de governo.

3. Data a partir da qual é vedada, na realização de inaugura-ções, a contratação de shows artísticos, pagos com recursos pú-blicos (Lei nº 9.504/1997, art. 75).

4. Data a partir da qual é vedado a qualquer candidato compa-recer a inaugurações de obras públicas (Lei nº 9.504/1997, art. 77).

5. Data a partir da qual órgãos e entidades da Administração Pública direta e indireta poderão, quando solicitados, em casos es-pecíficos e de forma motivada, pelos Tribunais Eleitorais, ceder fun-cionários à Justiça Eleitoral (Lei nº 9.504/1997, art. 94-A, inciso II).

| MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 201856

17 de julho a 23 agosto Período de habilitação do/a eleitor/a para voto em trânsito.

20 de julho a 5 de agostoPeríodo para as convenções partidárias escolherem as coliga-

ções e os/as candidatos/as.

20 de julho – sexta-feiraInício da proibição de enquetes relacionadas ao processo

eleitoral.

20 de julho a 15 de agosto Período para requerimento de registro de candidaturas à Jus-

tiça Eleitoral.

15 de agosto – quarta-feiraData a partir da qual os recursos oriundos da “vaquinha” elei-

toral podem ser gastos.

15 a 24 de agostoPeríodo para elaboração do plano de mídia pelo TSE e TREs.

16 de agosto – quinta-feiraData a partir da qual será permitida a propaganda eleitoral

(Lei nº 9.504/1997, art. 36, caput).

Data a partir da qual os/as candidatos/as, os partidos ou as coligações podem fazer funcionar, das 8h às 22h, alto-falantes ou amplificadores de som, nas suas sedes ou em veículos (Lei nº 9.504/1997, art. 39, § 3º).

Data a partir da qual os/as candidatos/as, os partidos políticos e as coligações poderão realizar comícios e utilizar aparelhagem de sonorização fixa, das 8h às 24h, podendo o horário ser prorrogado por mais duas horas quando se tratar de comício de encerramento de campanha (Lei nº 9.504/1997, art. 39, § 4º).

57MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 2018 |

Data a partir da qual será permitida a propaganda eleitoral na internet, vedada a veiculação de qualquer tipo de propaganda paga (Lei nº 9.504/1997, arts. 57-A e 57-C, caput).

Data a partir da qual, independentemente do critério de prio-ridade, os serviços telefônicos, oficiais ou concedidos, farão ins-talar, nas sedes dos diretórios devidamente registrados, telefones necessários, mediante requerimento do respectivo presidente e pagamento das taxas devidas (Código Eleitoral, art. 256, § 1º).

Data a partir da qual, até às 22 horas do dia 6 de outubro, po-derá haver distribuição de material gráfico, caminhada, carreata, passeata ou carro de som que transite pela cidade divulgando jin-gles ou mensagens de candidatos/as, observados os limites e as ve-dações legais (Lei nº 9.504/1997, art. 39, § 9º).

Data a partir da qual, até 5 de outubro, serão permitidas a divulgação paga, na imprensa escrita, e a reprodução na internet do jornal impresso, de até dez anúncios de propaganda eleitoral, por veículo, em datas diversas, para cada candidato, no espaço máximo, por edição, de um oitavo de página de jornal padrão e de um quarto de página de revista ou tabloide (Lei n° 9.504/1997, art. 43, caput).

16 de agosto a 5 de setembroPeríodo da propaganda eleitoral nas ruas e na internet.

16 de agosto a 6 de outubro (até 22h)Período para distribuição de material gráfico, caminhada, car-

reata e carro de som.

31 de agosto a 4 de outubroPeríodo da propaganda eleitoral gratuita em rádio e TV.

7 de setembro – sexta-feiraÚltimo dia para preenchimento das vagas remanescentes para

as eleições proporcionais.

| MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 201858

9 de setembro – domingoData da 1º parcial da prestação de contas.

17 de setembro – segunda-feiraData do julgamento de todos os pedidos de registro de

candidatura.

22 de setembro a 7 de outubroPeríodo em que nenhum candidato poderá ser detido ou

preso, salvo em flagrante delito.

De 2 a 9 de outubro (após as 17h)Período em que nenhum eleitor poderá ser detido ou preso,

salvo em flagrante delito, por sentença por crime inafiançável ou desrespeito a salvo-conduto.

4 de outubro – quinta-feiraÚltimo dia para debates, comícios, reuniões públicas ou pro-

moção de comícios.

7 de outubro – domingoVotação do primeiro turno (Lei nº 9.504/1997, art. 1º, caput)

28 de outubro – domingoVotação do segundo turno (Lei nº 9.504/1997, art. 2º, § 1º)

Observação: para maior detalhamento das datas dos eventos eleitorais de 2018, veja a Lei nº 9.504/1997, ou acesse o calendário oficial das eleições de 2018, no site do TSE (www.tse.jus.br).

59MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 2018 |

DIRETRIZES ELEITORAIS DO PPS PARA 2018

Resolução Orgânica nº 004/2018)Considerando que o art. 7º, da Lei nº 9.504/97, estabelece que

cabe ao órgão nacional do Partido estabelecer diretrizes eleitorais para as eleições, publicando-as no Diário Oficial da União, em até 180 dias da data do pleito;

Considerando que o Congresso é a instância máxima decisória do Partido, nos termos do Estatuto, a ele se subordinando todas as demais instâncias partidárias;

Considerando que o Partido tem como prioridade estratégica para as eleições de 2018 a eleição do maior número possível de deputados federais, sem prescindir da necessária atenção e engaja-mento para as eleições presidenciais e dos governos estaduais;

O Congresso Nacional do Partido Popular Socialista, reunido em São Paulo entre os dias 23 e 25 de março de 2018, aprova as seguintes diretrizes:

Art. 1º – As convenções eleitorais nas unidades da federação devem priorizar, nas respectivas composições de coligações majori-tárias, a aliança nacional que for deliberada pela convenção elei-toral nacional.

Art. 2º – Os Diretórios e Comissões Provisórias Estaduais, em qualquer hipótese, deverão requerer a anuência expressa da Co-missão Executiva Nacional acerca das coligações a serem cele-bradas nas respectivas unidades da federação.

Parágrafo único – Recebido o pedido de anuência, o presi-dente da Comissão Executiva Nacional deverá decidir, ad refe-rendum, sobre o pedido de anuência em até 72 horas, importando o silêncio em aprovação.

| MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 201860

Art. 3º – Caso alguma coligação seja celebrada sem a anuência prevista no art. 2º, poderá o presidente da Comissão Executiva Na-cional, ad referendum, anular a convenção estadual e determinar a dissolução do Diretório Estadual, nomeando-se Comissão Provi-sória com poderes para proceder a nova escolha de candidatos/as e coligação.

Art. 4º – Os deputados federais e estaduais da atual legisla-tura que pretendam ser candidatos/as à reeleição têm assegurado o direito de se candidatar pelo partido, sendo que o descumpri-mento de tal direito sujeitará o respectivo Diretório Estadual à dis-solução, nomeação de Comissão Provisória com poderes para pro-ceder à indicação do parlamentar preterido.

São Paulo, 25 de março de 2018

Roberto FreirePresidente Nacional

61MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 2018 |

RESOLUÇÃO ORGÂNICA Nº 010/2018

Considerando-se as convenções para a escolha de candidatos e a celebração de coligações, bem como demais assuntos concer-nentes às eleições de 2018,

A Comissão Executiva Nacional, reunida, RESOLVE:

Art. 1º – A convenção nacional eleitoral do PPS ocorrerá no dia 04 de agosto de 2018, na cidade de Brasilia/DF, em local e horário a ser informado no site do PPS.

§ 1º – As convenções estaduais do PPS se reunirão no período de 20 de julho a 05 de agosto de 2018, para escolha de candidatos, celebração de coligações e demais assuntos concernentes às elei-ções, conforme as deliberações de cada instância.

§ 2º – A convocação será feita, com antecedência mínima de 07 dias, pela Comissão Executiva de cada instância por meio de Edital, publicado no site do Diretório Estadual ou Comissão Provi-sória Estadual, e a Nacional no portal do partido na internet, de-vendo constar, no mínimo, a pauta dos trabalhos, o local e o horário da Convenção.

§ 3º – De acordo com as diretrizes eleitorais aprovadas no úl-timo Congresso Nacional do PPS e publicadas no Diário Oficial da União, no dia 09 de abril de 2018, caberá aos Diretórios e Comis-sões Provisórias nos Estados e no Distrito Federal comunicar à Co-missão Executiva Nacional sobra a coligação celebrada na respec-tiva circunscrição para a devida aprovação.

Art. 2º – Constituem as convenções eleitorais:

I – Em nível nacional: os detentores de mandato eletivo fe-deral, os membros do Diretório Nacional, do Conselho de Ética Na-cional e do Conselho Fiscal Nacional;

| MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 201862

II – Em nível estadual: os detentores de mandato eletivo esta-dual e federal da respectiva unidade da federação, os membros do respectivo Diretório ou Comissão Provisória Estadual, do Conselho de Ética Estadual e do Conselho Fiscal Estadual.

§ 1º – Nos termos do Art. 18, § 2º, letra ‘a’, do Estatuto, as convenções estaduais poderão, desde que ocorram antes da na-cional, indicar um delegado por Estado para a convenção nacional, mediante elaboração de uma ata específica a ser remetida à Co-missão Executiva Nacional.

§ 2º – Não é admitido o voto cumulativo.

Art. 3º – Esta Resolução entrará em vigor após a publicação no portal do PPS na internet, devendo ser remetida cópia a todos os presidentes estaduais.

Brasília, 11 de julho de 2018.

Roberto Freire Presidente Nacional do PPS

63MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 2018 |

RESOLUÇÃO ORGÂNICA Nº 011/2018

Considerando o Art. 16-C, § 7º, da Lei nº 9.504/1997, acres-centado pela Lei nº 13.487/2017, bem como a Resolução TSE nº 23.568/2018, que condicionam a disponibilidade dos recursos do fundo especial de financiamento de campanha à prévia definição de critérios para a sua distribuição pelas executivas nacionais dos partidos políticos, com divulgação pública;

Considerando que o PPS tem como absoluta prioridade estra-tégica para o ano de 2018 a eleição da maior bancada possível de deputados federais e senadores;

Considerando a decisão do TSE, na Consulta nº 0600252-18.2018.6.00.0000, que decidiu que os partidos deverão reservar pelo menos 30% dos recursos do fundo especial de financiamento de campanha para candidaturas femininas;

A Comissão Executiva Nacional, reunida, RESOLVE:

Art. 1º – O PPS não destinará recursos do fundo especial de financiamento de campanha para candidatos às eleições majoritá-rias, ressalvada a candidatura à reeleição de senador que se en-contre no exercício do mandato ou de deputado federal da atual legislatura que seja candidato ao Senado.

Art. 2º – Os critérios para a distribuição dos recursos do fundo especial de financiamento de campanha entre os candidatos são os seguintes:

I – Candidatos do sexo masculino a deputado federal ou a senador:

a) Deputados federais e senadores da atual legislatura, es-tando ou não no exercício do mandato, receberão 4% (quatro por cento) do total de recursos a que tem direito o PPS;

| MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 201864

b) Deputados estaduais da atual legislatura no exercício do mandato receberão 2,0% (dois por cento) do total de recursos a que tem direito o PPS;

II – Candidatas do sexo feminino a deputada federal ou a senadora:

a) Deputadas federais da atual legislatura, estando ou não no exercício do mandato receberão 4% (quatro por cento) do total de recursos a que tem direito o PPS;

b) Deputadas estaduais da atual legislatura no exercício do mandato receberão 3,0% (três por cento) do total de recursos a que tem direito o PPS;

Art. 3º – Os candidatos a deputado federal dos movimentos da sociedade que se integraram recentemente ao PPS (Agora, Li-vres e Acredito), de ambos os sexos, receberão conjuntamente 2% (dois por cento) do total de recursos a que tem direito o PPS, me-diante transferência eletrônica em favor de suas respectivas contas de campanha eleitoral específica do fundo especial de financia-mento de campanha, após a indicação conjunta dos candidatos à Comissão Executiva Nacional feita por escrito pelos referidos movimentos.

Art. 4º – Atendidos os candidatos nas situações previstas nos Artigos 2º e 3º, os recursos remanescentes do fundo especial de financiamento de campanha serão distribuídos aos demais candi-datos por decisão da Comissão Executiva Nacional, de acordo com a avaliação política local de viabilidade eleitoral.

§ 1º – A distribuição prevista no caput poderá ser feita por etapas, de forma a avaliar as necessidades ao longo da campanha.

§ 2º – Podem receber recursos extras do fundo especial de finan-ciamento de campanha, previstos neste artigo, candidatos já contem-plados pela distribuição prevista nos Artigos 2º e 3º, de acordo com a avaliação política de viabilidade e necessidade. Art. 5º – Para o

65MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 2018 |

cumprimento da decisão do Tribunal Superior Eleitoral na Consulta 0600252-18.2018.6.00.0000, será abatido o montante que já tiver sido repassado para mulheres candidatas que atendam aos requisitos pre-vistos nos Artigos 2º e 3º desta Resolução, sendo garantido às candida-turas femininas o valor remanescente necessário para garantir que o mínimo de 30% (trinta por cento) do total de recursos a que tem di-reito o PPS seja aplicado em candidaturas de mulheres.

Art. 6º – Para ter direito aos recursos do fundo especial de fi-nanciamento de campanha os candidatos deverão fazer um reque-rimento por escrito, com firma reconhecida, à Comissão Executiva Nacional, devendo constar os dados bancários da conta eleitoral específica para a movimentação do fundo em questão (Banco, Agência e Conta) e o CNPJ da campanha.

Parágrafo único – Ao fazer o requerimento previsto no caput, o candidato assume a inteira responsabilidade pela correta aplicação dos recursos do fundo especial de financiamento de campanha, com-prometendo-se a prestar contas à Justiça Eleitoral e eximindo o par-tido de qualquer responsabilidade por ilegalidades cometidas pelo próprio candidato na aplicação dos recursos em questão.

Art. 7º – Os casos omissos serão resolvidos pelo Presidente Nacional.

Art. 8º – Publique-se a presente Resolução no Portal do PPS na internet, para os efeitos do Art. 54 do Estatuto do Partido e do Art. 6º, § 2º, da Resolução TSE nº 23.568/2018.

Brasília, 11 de julho de 2018.

Roberto Freire Presidente Nacional do PPS

Davi Zaia Regis Cavalcanti Secretário Geral Nacional do PPS Tesoureiro Nacional do PPS

| MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 201866

COMO ORGANIZAR A CONVENÇÃO ELEITORAL ESTADUAL E NO DF

As orientações, a seguir, destinam-se a dirigentes e militantes do Partido Popular Socialista, para servir como modelo na organi-zação das Convenções partidárias que escolherão os/as nossos/as candidatos/as a governador/a, vice-governador/a, senador/a, depu-tados/as federais e estaduais, ou distritais, e as coligações que estão sendo construídas. Procuramos seguir as normas estatutá-rias, resoluções partidárias e textos legais, além disto elaboramos modelos de edital, de ata e de ofícios, visando facilitar e evitar que venham a ser cometidos erros que possam prejudicar o Partido e os/as próprios/as candidatos/as. No mais, é arregaçarmos as mangas e irmos à luta em busca da vitória.

O período da realização das Convenções é entre os dias 20 de julho a 5 de agosto deste ano eleitoral.

Prazos a considerar:

30 dias antesI – É o limite máximo permitido para que o/a eleitor/a possa

ter sua filiação deferida a fim de participar da Convenção com di-reito a voz e voto. Os já filiados podem se recadastrar até o início da Convenção;

II – O Diretório (ou a Comissão Provisória) deverá organizar a lista dos possíveis candidatos/as e das hipóteses de partidos com quem poderemos nos coligar para as disputas majoritária e proporcional;

III – Deve-se solicitar a quem de direito o local para realizar Convenção, a fim de evitar atropelos de última hora.

67MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 2018 |

08 dias antesI – Último dia para divulgar o Edital de Convocação, assinado

pelo presidente, e que deverá constar além do dia, horário e local, a pauta da Convenção.

Este Edital deverá ser afixado na sede do Partido, no quadro de avisos do Cartório Eleitoral e no site do partido (modelo 2);

II – Encaminhar ofício ao Tribunal Regional Eleitoral comuni-cando dia, horário e local da realização da Convenção (modelo 2);

III – Sempre que possível, todos os filiados com direito à ativa participação deverão ser comunicados pessoalmente (mo-delo 3), o que poderá ser feito em uma notificação coletiva na qual serão apostas as assinaturas na mesma, tomando conheci-mento (modelo 4);

IV – Convém lembrar que os filiados só terão direito a voto se estiverem recadastrados e em dia com a contribuição financeira fi-xada pelo respectivo Diretório;

V – Deve-se dar ampla divulgação do evento à imprensa local (rádio, jornal, TV, blog etc.).

Providências necessárias:

I – A relação atualizada dos filiados com direito a voto;

II – O livro de ata;

III – Convites aos partidos com quem faremos coligação ou temos afinidades políticas;

IV – Convites às autoridades políticas e sociais e a pessoas com destaque na sociedade;

V – A confecção da(s) chapa(s) para ser(em) colocada(s) à dis-posição dos convencionais.

O processo de votação:

| MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 201868

I – Após verificar-se na lista se o/a filiado/a está apto a votar, passa-se à assinatura na lista de presença, que será feita no próprio livro de atas e a antecederá (modelo 6);

II – O período de votação será o constante no Edital de Convo-cação e não deverá ser inferior a duas horas;

III – O quorum a ser atingido para que sejam considerados os efeitos legais da Convenção é a maioria absoluta dos convencionais presentes;

IV – Os votos nulos e em branco serão considerados apenas para efeito de quorum.

Outras observações:

I – A Convenção partidária deverá ser realizada num clima de festa que demonstre a força do partido e dos/as candidatos/as;

II – No caso de serem celebradas coligações, pode ser acer-tado que os partidos realizem suas Convenções no mesmo horário e lugar, embora cada um redigirá a sua própria ata, em seus respec-tivos livros;

III – Solicitar, com antecedência, aos(às) pré-candidatos/as a documentação necessária para o pedido de registro, lembrando-se que os órgãos que fornecerão as certidões estarão sobrecarre-gados neste período (ver o Modelo V, com a autorização para in-cluir o nome como candidato/a);

IV – Com organização e capacidade chegaremos à vitória. SUCESSO!

69MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 2018 |

M O D E LO 01

Edital

Nos termos da Lei nº 9.504, de 30 de setembro de 1997, ficam convocados, pelo presente edital, todos os filiados ao Partido Po-pular Socialista (PPS) aptos a votar, para a Convenção Eleitoral que será realizada no dia .. de julho (ou agosto) de 2018, com início às . . . . . . horas e encerramento às . . . . . . horas, na rua . . . . . . n° .. , nesta cidade, com a seguinte Ordem do Dia:

I – Estratégia eleitoral a ser adotada;

II – Deliberação sobre coligação;

III – Denominação da coligação (se aprovada);

IV – Escolha de candidatos/as a governador/a, vice-governa-dor/a, senador/a, deputados/as federais, estaduais ou distritais;

V – Sorteio dos números dos/as candidatos/as a deputado fe-deral e estadual ou distrital.

Local e data,

Presidente da Comissão Executiva (ou Organizadora) Estadual ou do DF

| MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 201870

M O D E LO 0 2

Comunicado ao Tribunal Regional Eleitoral

Local e data.

Exmo. Sr. Dr. Presidente do Tribunal Regional Eleitoral

Em cumprimento à legislação eleitoral, estamos comuni-cando a este Tribunal que o Partido Popular Socialista (PPS) reali-zará, no dia .. de julho (ou agosto) de 2018, a sua Convenção Elei-toral, com início às .. h e término às .. h, na rua . . . . . . n° . . . . . . , nesta capital. A referida Convenção deliberará sobre coligação e escolherá candidatos/as a governador/a, vice-governador/a, se-nador/a, deputados federais, estaduais ou distritais para as elei-ções de 7 de outubro do corrente ano.

Comunicamos ainda que foram convocados, por edital, todos os filiados ao partido com direito a voz e voto.

Respeitosamente,

Presidente da Comissão Executiva (ou Organizadora) Estadual

71MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 2018 |

M O D E LO 0 3

Ofício de Notificação ao Filiado

(A convocação poderá ser feita individual ou coletivamente, sempre que possível, já que não é obrigatória)

Local e data.

Companheiro/a Fulano/a de tal,

Pelo presente, fica o companheiro notificado da realização da Convenção Estadual do nosso partido, para a escolha dos/as candi-datos/as a governador/a, vice-governador/a, senador/a, deputados/as federais e estaduais, ou distritais, assim como da definição da(s) coligação(ções) para o pleito de 7 de outubro, marcada para o dia .. de julho (ou agosto) de 2018, das .. h às .. h, na rua . . . . . . , nº ..., nesta capital, e, ao mesmo tempo, fica convocado para sua efetiva participação, sem a qual não alcançaremos o êxito necessário.

Saudações Democráticas,

Presidente da Comissão Executiva (ou Organizadora) Estadual ou do DF

Nome e endereço do destinatário

| MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 201872

M O D E LO 0 4

Notificação Coletiva aos Filiados

(Fazer esta convocação sempre que possível. Ela não é obriga-tória. A convocação individual exclui a coletiva e vice-versa)

Notificação

Pelo presente, os filiados do Partido Popular Socialista (PPS), neste estado, ficam notificados da realização da Convenção Esta-dual para a escolha dos/as candidatos/as a governador/a, vice-go-vernador/a, senador/a, deputados/as federais e estaduais, ou dis-tritais, assim como para a definição da(s) coligação(ções) para a disputa eleitoral do dia 7 de outubro, marcada para o dia .. de julho (ou agosto) de 2018, das ..h às .. h, na rua . . . . . . n° .. e, ao mesmo tempo, ficam convocados para dela participar, esclarecendo que, para maior brilhantismo do evento, é indispensável a presença de todos.

Presidente da Comissão Executiva (ou Organizadora) Estadual

_________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

(os filiados vão assinando à medida que forem notificados)

73MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 2018 |

M O D E LO 0 5

Autorização para Inclusão do Nome como Candidato/a

Autorização

Local e data.

Sr. Presidente do Diretório (ou Comissão Organizadora) Estadual ou do DF

Pelo presente documento, autorizo o Diretório (ou Comissão Organizadora) Estadual ou do DF a submeter meu nome à Con-venção Eleitoral Estadual desta agremiação partidária para con-correr a (uma) vaga de candidato/a a ..., nas eleições de 7 de ou-tubro próximo vindouro.

Caso tenha meu nome aprovado, solicitarei que seja regis-trado com as seguintes variações:

_________________________________________

_________________________________________

Reafirmo estar de pleno acordo com o Programa e o Estatuto do PPS, bem como com as normas emanadas dos órgãos partidários.

Saudações,

Fulano de tal

(A autorização deve ser encaminhada à Comissão Executiva Estadual ou do DF no ato da inscrição do/a pré-candidato/a. Tratando-se de pré-can-didato/a à eleição majoritária, deverá receber o apoio de um terço dos membros do Diretório Estadual ou de 20% dos filiados no Estado ou no DF).

| MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 201874

M O D E LO 0 6

Modelo de Ata

Ata da Convenção Eleitoral do Partido Popular Socialista (PPS), no estado de .................... (ou no DF), realizada no dia ..... de julho (ou agosto) de 2018.

Lista de Presença

_________________________________________

_________________________________________ (assinaturas dos filiados com direito a voto)

Aos .... dias do mês de julho (ou agosto) do ano de dois mil e dezoito (../07/2018 ou ../07/2018), às .. h, na rua............. n° ... (prédio da Câmara de Vereadores ou . . . . . . ), nesta capital, no estado de......., sob a presidência de ... (Fulano de Tal) que convidou o com-panheiro.................... (Sicrano) para secretariar os trabalhos, foi aberta a Convenção Eleitoral Estadual. O sr. presidente, após veri-ficar que havia quorum legal para deliberar, solicitou ao/à sr./a se-cretário(a) que fizesse a leitura do Edital de Convocação e passou à ordem do dia. Em primeiro lugar, comunicou aos presentes que havia proposta de coligação para a eleição majoritária, devida-mente apoiada por .. (tantos) membros do Diretório Estadual ou do DF (ou por .... tantos filiados ao partido no Estado ou no Distrito Federal) com os partidos PXB, PQP, PKC, e que o PPS indicaria o/a candidato/a a governador e o partido tal faria a indicação do vice (ou como for a realidade estadual). Após caloroso e fraterno debate e colocada em votação, foi aprovada a coligação com os partidos X, Y, Z, W e que o/a seu/sua candidato/a a governador/a será o/a sr./a

75MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 2018 |

Fulano/a de Tal, do PPS, identificado/a pelo n° 23 e o/a candidato/a a vice a sra. Maria das Graças, do PQP, (ou como for aprovado), e que os/as candidatos/as a senador serão Fulano, do PRS, e Sicrano, do PL. Em seguida, foram analisadas as sugestões de nomes para a coligação. Após colocada em votação, escolheu-se o nome, por exemplo, “Sem mudança não há esperança”. Dando prossegui-mento, passou-se a examinar a condição de coligações para a eleição proporcional, decidindo-se que o PPS lançará chapa com-pleta de deputados federais e estaduais ou distritais, não se coli-gando com nenhum partido para esta eleição (ou então, se coligará com os partidos PQP e PRS). Analisando-se os nomes dos pré-can-didatos à Câmara Federal e à Assembleia Legislativa ou Câmara Dis-trital e o número de cadeiras a ser disputadas para federal e para estadual (ou distrital), o partido decidiu lançar 14 candidatos, sendo de considerar que 30% obrigatoriamente serão de outro sexo. O sr. presidente apresentou aos convencionais o resultado da análise da comissão designada para avaliar as condições dos pré-candidatos, esclarecendo que foram considerados os critérios de atuação e de-sempenho nos diversos setores da sociedade, a atuação comuni-tária, o nível de conhecimento, o comprometimento partidário, a integridade moral e social, o entendimento da nova realidade po-lítico-partidária e a clareza sobre a formação de um bloco político democrático e reformista. Após criteriosa avaliação da proposta da comissão e aprovação dos nomes dos/as candidatos/as, foi feito o sorteio dos números e a chapa aprovada para concorrer tanto à Câmara Federal como à Assembleia Legislativa ou Câmara Distrital é a seguinte: Jorge Carreiro de Pinho, Jorge Carreiro e Jorge Pinho n° 23.456; Astrojildo Luiz Bezerra, Astrogildo Bezerra e Gildo n° 23.234; Raimunda Ribeiro Leite, Raimunda Ribeiro e Rai n° 23.666; Maria das Dores Xavier, Maria Xavier e Das Dores n° 23.210; João Mendonça Alves, João Boquinha, João Alves nº 23.024 (pros-seguir a relação com os nomes completos de todos os escolhidos, as variações de nome para registro e o número atribuído. Anotar inclusive, se for o caso, a falta de candidatos para preencher a cota

| MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 201876

dos sexos). Foram escolhidos como delegados do PPS, com a res-ponsabilidade de representar o partido perante o TRE, os compa-nheiros Gilderley, Franco e Saboia (três delegados/as), tendo fi-cada autorizada a Comissão Executiva Estadual para que, junto com os demais partidos, designem um(a) representante que terá atribuições equivalentes às de presidente de partido, no trato dos interesses e na representação da coligação junto à Justiça Elei-toral. Usaram da palavra, saudando e parabenizando os recém-es-colhidos os companheiros Fulano, Beltrana, Sicrano e as represen-tantes dos partidos X, Y, W, Q. (Depois de terem sido anotadas todas as deliberações adotadas, registrar os fatos que desejarem). O sr. presidente, após saudar os partidos presentes e os/as compa-nheiros/as escolhidos/as candidatos/as, e verificando que nada mais havia a tratar, deu por encerrada a Convenção. Para constar, eu, fulano de tal, lavrei a presente ata que vai assinada pelo sr. presidente dos trabalhos.

Providências após a ConvençãoSão importantes as providências administrativas e burocrá-

ticas por parte dos novos dirigentes partidários:I – xerocopiar a ata da Convenção, em duas vias e autenticá

-las no Cartório Eleitoral. II – comunicar, por ofício, ao Tribunal Regional Eleitoral as de-liberações da Convenção quanto a candidaturas e coligações.

III – encaminhar à instância partidária imediatamente superior uma cópia da ata da Convenção.

IV – encaminhar também à instância partidária imediata-mente superior a relação nominal de todos os/as candidatos/as, constando endereços (postal e eletrônico) e telefones.

V – tornar público, por meio da imprensa e das redes sociais, a relação dos/as candidatos/as e das coligações feitas.

77MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 2018 |

Registro de Candidatos/asNão havendo nenhum tipo de coligação, o presidente do par-

tido fará o pedido.

Havendo coligação, o pedido de registro será formulado pelos presidentes dos partidos coligados ou pelo representante da coli-gação e ser instruído pelos seguintes documentos:

01 – cópias das atas das convenções de todos os partidos coligados;

02 – autorização dos/as candidatos/as, por escrito;

03 – prova de filiação partidária (pode ser uma declaração do/a presidente ou secretário/a do partido, cópia da ficha de fi-liação ou da carteira de identidade partidária);

04 – declaração de bens, assinada pelo/a candidato/a (pode ser a Declaração de Renda);

05 – cópia do título de eleitor/a ou certidão fornecida pelo cartório eleitoral em que se comprove um ano de inscrição como eleitor/a;

06 – certidão de quitação eleitoral (fornecida pelo Cartório Elei-toral que, na mesma certidão, pode incluir a do item 05);

07 – certidões criminais fornecidas pelos órgãos de distri-buição das Justiças Eleitoral, federal e estadual;

08 – fotografia do/a candidato/a, nas dimensões estabelecidas pela Justiça Eleitoral.

09 – certificado de participação no Curso para Pré-candidatos/as, se tiver sido realizado.

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CONDUTAS PERMITIDAS E VEDADAS AOS CANDIDATOS

Como nos outros âmbitos do mundo jurídico, as leis e resolu-ções eleitorais serão interpretadas por juízes, devemos ter por norte as normativas que seguem, sabendo que, se qualquer ação for judicializada, caberá a interpretação do juízo compe-tente, no caso concreto.

PROPAGANDA ELEITORAL

Conduta permitidaAntes do dia 16 de agosto, é permitida (desde que não haja

pedido explícito de votos) a menção à pretensa candidatura, a exal-tação das qualidades pessoais dos pré-candidatos e os seguintes atos, que poderão ter cobertura dos meios de comunicação social, inclusive via internet:

I – a participação de filiados a partidos políticos ou de pré-can-didatos em entrevistas, programas, encontros ou debates no rádio, na televisão e na internet, inclusive com a exposição de plataformas e projetos políticos, observado pelas emissoras de rádio e de tele-visão o dever de conferir tratamento isonômico;

II – a realização de encontros, seminários ou congressos, em ambiente fechado e a expensas dos partidos políticos, para tratar da organização dos processos eleitorais, da discussão de políticas públicas, dos planos de governo ou das alianças partidárias visando às eleições, podendo tais atividades ser divulgadas pelos instru-mentos de comunicação intrapartidária;

III – a realização de prévias partidárias e a respectiva distri-buição de material informativo, a divulgação dos nomes dos filiados que participarão da disputa e a realização de debates entre os/as pré-candidatos/as;

79MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 2018 |

IV – a divulgação de atos de parlamentares e de debates legis-lativos, desde que não se faça pedido de votos;

V – a divulgação de posicionamento pessoal sobre questões políticas, inclusive em redes sociais, blogs, sítios eletrônicos pes-soais e aplicativos (apps);

VI – a realização, a expensas de partido político, de reuniões de iniciativa da sociedade civil, de veículo ou meio de comunicação ou do próprio partido, em qualquer localidade, para divulgar ideias, objetivos e propostas partidárias.

Conduta vedadaA convocação, por parte do Presidente da República, dos Pre-

sidentes da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do Su-premo Tribunal Federal, de redes de radiodifusão para divulgação de atos que denotem propaganda política ou ataques a partidos políticos e seus filiados ou instituições.

– Lei nº 9.504/97, arts. 36 e 36-A.– Res. TSE nº 23.551/17, art.2º.

COMÍCIO

Conduta permitidaA partir do dia 16 de agosto, até 48h antes do dia das eleições

(4 de outubro), das 8h às 24h, com exceção do comício de encerra-mento da campanha, que poderá ser prorrogado por mais duas horas. Também pode ser utilizada aparelhagem de sonorização fixa e trio elétrico, desde que este permaneça parado durante o evento, servindo como mero suporte para sua sonorização. Não é neces-sária a licença da polícia para a realização deste tipo de propa-ganda. Entretanto, as autoridades policiais devem ser comunicadas em, no mínimo, 24h antes de sua realização. Os/As candidatos/as profissionais da classe artística (cantores, atores e apresentadores) poderão realizar as atividades normais de sua profissão durante o

| MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 201880

período eleitoral, exceto para promover sua candidatura, ainda que de forma dissimulada.

Conduta vedadaCom a realização de show ou de evento assemelhado e apresen-

tação, remunerada ou não, de artistas com a finalidade de animação.

– Código Eleitoral, Art.240, Parágrafo Único.– Lei nº 9.504/97, art. 39, §§ 4º e 5º, Inciso I.– Res. TSE nº 23.551/17, Arts. 5º, 9º, 11, 12 e 81, I.

USO DE ALTO-FALANTES E AMPLIFICADORES DE SOM

Conduta permitidaA partir do dia 16 de agosto até à véspera da eleição, entre 8h

e 22h (exceto o comício de encerramento de campanha), desde que observadas as limitações descritas abaixo.

Conduta vedadaA menos de 200 metros das sedes dos Poderes Executivo e

Legislativo da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municí-pios; das sedes dos Tribunais Judiciais; dos quartéis e de outros es-tabelecimentos militares; dos hospitais e casas de saúde; bem como das escolas, bibliotecas públicas, igrejas e teatros, quando em funcionamento.

– Lei nº 9.504/97, art. 39, §§ 3º e 5º, I.

– Res. TSE nº 23.551/17, Arts. 11 e 81, I.

CAMINHADA, PASSEATA E CARREATA

Conduta permitidaA partir do dia 16 de agosto até às 22h do dia que antecede

as eleições. Também são permitidos a distribuição de material gráfico e o uso de carro de som e mini trios (apenas em carreatas,

81MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 2018 |

caminhadas e passeatas ou durante reuniões e comícios).2 No dia das eleições: é permitida apenas a manifestação individual e si-lenciosa da preferência do/a eleitor/a por determinado partido ou candidato, revelada pelo uso exclusivamente de bandeiras, bro-ches, dísticos e adesivos.

Conduta vedadaA utilização dos microfones do evento para transformar o

ato em comício. Além disso, as vedações sobre distância mínima de órgãos públicos são as mesmas para alto-falantes e amplifica-dores de som.

– Lei nº 9.504/97, art. 39, §§ 9º, 9º-A e 11.– Res. TSE nº 23.551/17, arts. 11, §§ 3º e 5º, e 81, I.

CAMISETAS, CHAVEIROS, BONÉS, CANETAS E BRINDES

Conduta vedadaA confecção, utilização ou distribuição realizada por comitê de

candidato ou com a sua autorização durante a campanha eleitoral. Esta vedação também vale para quaisquer outros bens ou mate-riais que possam proporcionar vantagem ao eleitor.

– Código Eleitoral, arts. 222 e 237.

– Lei nº 9.504/97, arts. 39, § 6º e 41-A.

– Lei nº 11.300/06, art. 1º (revogou o texto do art. 26, XIII, da Lei nº 9.504/97).

– Res. TSE nº 23.551/17, art. 13.

2 Embora o art. 39, § 11, da Lei nº 9.504/97 – incluído pela última reforma po-lítica – disponha que os carros de som e mini-trios apenas são permitidos em carreatas, caminhadas e passeatas ou durante reuniões e comícios, alertamos que foram mantidos na mencionada lei os §§ 9º e 9º-A do mesmo artigo, per-mitindo, até às 22h do dia que antecede a eleição, carros de som que transi-tem pela cidade, divulgando jingles ou mensagens de candidato.

| MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 201882

BANDEIRAS E MESAS PARA DISTRIBUIÇÃO DE MATERIAIS

Conduta permitidaAo longo das vias públicas, desde que móveis e não dificultem

o bom andamento do trânsito de pessoas e veículos.

Conduta vedadaOcorrer a afixação de tais propagandas em local público

e ali permanecer durante todo o período da campanha. Devem ser colocados e retirados diariamente, entre 6h e 22h.– Lei nº 9.504/97, art. 37, § 6º.– Res. TSE nº 23.551/17, art. 14, §§ 4º e 5º.

BENS PÚBLICOS E BENS PARTICULARES DE USO COMUM

Conduta vedadaNos bens cujo uso dependa de cessão ou permissão do poder

público, ou que a ele pertençam, e nos bens de uso comum, inclu-sive postes de iluminação pública, sinalização de tráfego, viadutos, passarelas, pontes, paradas de ônibus e outros equipamentos ur-banos, é vedada a veiculação de propaganda de qualquer natureza, inclusive pichação, inscrição a tinta exposição de placas, estan-dartes, faixas, cavaletes, bonecos e assemelhados.

Atenção: Bens de uso comum, para fins eleitorais, são aqueles a que a população em geral tem acesso, tais como cinemas, clubes, lojas, centros comerciais, templos, ginásios, estádios, muros, ainda que de propriedade privada.

– Lei nº 9.504/97, art. 37, caput e § 4º.

– Res. TSE nº 23.551/17, art. 14, caput e § 2º.

83MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 2018 |

BENS PARTICULARES

Conduta permitidaNão depende de licença municipal nem de autorização da Jus-

tiça Eleitoral. Mas a propaganda deve ser feita apenas por meio de adesivo plástico em automóveis, caminhões, bicicletas, motoci-cletas e janelas residenciais, desde que não exceda a 0,5 m².

Conduta vedadaEm troca de dinheiro ou de qualquer tipo de pagamento pelo

espaço utilizado. A propaganda deve ser feita espontânea e gratui-tamente. Não é permitida a justaposição de adesivos se a dimensão total da propaganda extrapolar 0,5 m². Também não é permitida a pintura de muros e paredes, ainda que em dimensões inferiores ao limite estabelecido.

– Lei nº 9.504/97, art. 37, § 2º (alerte-se que foi mantido na mencionada lei o art. 38, § 3º, permitindo a distribuição de ade-sivos com limite máximo de 50 cm x 40 cm).

– Res. TSE nº 23.551/17, art. 15, caput e §§ 1º, 2º e 5º.

FOLHETOS, VOLANTES, ADESIVOSE OUTROS IMPRESSOS (SANTINHOS)

Conduta permitidaAté às 22h do dia que antecede as eleições e não depende da

obtenção de licença municipal e de autorização da Justiça Eleitoral. Os adesivos devem ter a dimensão máxima de 50 cm x 40 cm.

Conduta vedadaApenas com a estampa da propaganda do/a candidato/a.

Todo material impresso de campanha deverá conter também o número de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) ou o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do responsável pela confecção, bem como de quem a con-tratou, e a respectiva tiragem.

| MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 201884

No dia das eleições: é vedada a arregimentação de eleitor ou a propaganda de boca de urna e distribuição de santinhos) e a di-vulgação de qualquer espécie de propaganda de partidos políticos ou de seus/suas candidatos/as. É proibido também espalhar mate-rial de campanha, no local de votação ou nas vias próximas, ainda que realizado na véspera da eleição, sujeitando-se os infratores à multa e apuração criminal.

– Lei nº 9.504/97, arts. 38 e 39, § 9º.

– Res. TSE nº 23.551/17, arts. 16, § 2º, 14, § 7º e 81, § 2º.

(*) Alertamos que foi mantido na mencionada Lei o art. 38, § 3º, permi-tindo a distribuição de adesivos com limite máximo de 50 cm x 40 cm.

OUTDOOR

Conduta vedadaIndependentemente do local, sendo estático ou digital, su-

jeitando-se a empresa responsável, os partidos, as coligações e os/as candidatos/as às penalidades cabíveis (retirada imediata e paga-mento de multa). Incluem-se na vedação os outdoors eletrônicos e demais engenhos, equipamentos publicitários ou conjunto de peças de propaganda que justapostas se assemelhem ou causem efeito visual de outdoor.

– Lei nº 9.504/97, art. 39, § 8º.

– Res. TSE nº 23.551/17, art. 21.

ADESIVOS EM VEÍCULOS

Conduta permitidaÉ permitido colar adesivos microperfurados até a extensão

total do para-brisa traseiro e, em outras posições, até a dimensão máxima de 0,5 m².

85MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 2018 |

Conduta vedadaEm troca de dinheiro ou de qualquer tipo de pagamento pelo

espaço utilizado. Os adesivos também deverão conter o número de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) ou o nú-mero de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do respon-sável pela confecção, bem como de quem a contratou, e a respec-tiva tiragem.

– Lei nº 9.504/97, art. 38.

– Res. TSE nº 23.551/17, arts. 15, § 3º e 16.

Alerta-se que foi mantido na mencionada lei o art. 38, § 3º, que permite a distribuição de adesivos com limite máximo de 50 cm x 40 cm.

TELEMARKETING

Conduta vedadaVedada a propaganda via telemarketing, em qualquer

horário.

– Res. TSE nº 23.551/17, art. 29.

JORNAIS E REVISTAS

Conduta permitidaAté a antevéspera das eleições, para divulgação paga de pro-

paganda eleitoral na imprensa escrita. É permitida também a divul-gação de opinião favorável a candidato, a partido político ou a coli-gação pela imprensa escrita, desde que não seja matéria paga. Entretanto, eventuais abusos ou o uso indevido dos meios de co-municação estarão sujeitos a punições.

Conduta vedadaPara publicação de propaganda eleitoral que exceda a 10

anúncios, por veículo, em datas diversas, para cada candidato, num espaço máximo, por edição, de 1/8 (um oitavo) de página de jornal

| MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 201886

padrão e 1/4 (um quarto) de página de revista ou tabloide. Também não pode deixar de constar no anúncio, de forma visível, o valor pago pela inserção.

– Lei nº 9.504/97, art. 43.

– Res. TSE nº 23.551/17, art. 36.

RÁDIO E TELEVISÃO

Conduta permitidaApenas para a propaganda eleitoral gratuita, a ser veiculada

nos 35 dias anteriores à antevéspera das eleições (de 31 de agosto a 4 de outubro), para o primeiro turno, e entre 12 de outubro e 26 de outubro, para o segundo turno. As emissoras poderão, ainda, transmitir debates entre os/as candidatos/as, até 4 de outubro (ad-mitida a extensão do debate cuja transmissão se inicie nesta data e se estenda até as 7h do dia 5 de outubro), para o primeiro turno, e até a meia-noite do dia 26 de outubro, para o segundo turno.

Conduta vedadaCom exceção da propaganda eleitoral gratuita, é vedada às

emissoras transmitir, a partir de 30 de junho, programa apresentado ou comentado por pré-candidato. A partir de 6 de agosto, transmitir, ainda que sob a forma de entrevista jornalística, imagens de reali-zação de pesquisa ou qualquer outro tipo de consulta popular de natureza eleitoral em que seja possível identificar o entrevistado ou em que haja manipulação de dados; dar tratamento privilegiado a candidato, partido político ou coligação; veicular ou divulgar filmes, novelas, minisséries ou qualquer outro programa com alusão ou crí-tica a candidato ou a partido político, mesmo que dissimuladamente, exceto programas jornalísticos ou debates políticos; divulgar nome de programa que se refira a candidato escolhido em convenção, ainda quando preexistente, inclusive se coincidente com o nome do/a candidato/a ou o nome por ele indicado para uso na urna ele-

87MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 2018 |

trônica, e, sendo o nome do programa o mesmo que o do/a candida-to/a, fica proibida a sua divulgação.

– Lei nº 9.504/97, art. 36, § 2º, e arts. 45 e seguintes.

– Res. TSE nº 23.551/17, art. 42 e seguintes.

INTERNET

Conduta permitidaApós o dia 15 de agosto, em sites de partidos e candidatos/as,

com os endereços eletrônicos comunicados à Justiça Eleitoral e hospedados em provedores estabelecidos no Brasil. Após essa data é permitida também a veiculação de propaganda eleitoral por meio de blogs, sites de relacionamento (facebook, twitter etc.) e sites de mensagens instantâneas, cujo conteúdo seja gerado ou editado por candidatos/as, partidos políticos, coligações ou pessoa natural, desde que esta não contrate impulsivismo eletrônico. As propa-gandas eleitorais veiculadas por e-mail são permitidas, mas de-verão conter mecanismo que possibilite ao destinatário solicitar seu descadastramento. É permitida ainda, até 5 de outubro, a re-produção do jornal impresso na internet, desde que seja feita no site do próprio jornal, respeitado integralmente o formato e o con-teúdo da versão impressa. A propaganda eleitoral na internet pode ser mantida no dia da eleição, desde que tenha sido disponibilizada antes (não é permitido conteúdo novo no dia).

Conduta vedadaQualquer tipo de propaganda eleitoral paga, exceto o impulsi-

vismo de conteúdos, desde que identificado de forma inequívoca como tal e contratado exclusivamente por candidatos/as, partidos políticos, coligações e seus representantes. Não é admitida a veicu-lação de conteúdos de cunho eleitoral mediante cadastro de usuário de aplicação de internet com a intenção de falsear identi-dade, nem propaganda em sites de pessoas jurídicas, com ou sem fins lucrativos, e em sites oficiais ou hospedados por órgãos ou en-

| MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 201888

tidades da administração pública. O provedor de aplicação de in-ternet que possibilite o impulsionamento pago de conteúdos de-verá contar com canal de comunicação com seus usuários e somente poderá ser responsabilizado por danos decorrentes do conteúdo impulsionado se, após ordem judicial específica, não tomar as providências para, no âmbito e nos limites técnicos do seu serviço e dentro do prazo assinalado, tornar indisponível o con-teúdo apontado como infringente pela Justiça Eleitoral. Constitui crime a contratação direta ou indireta de grupo de pessoas com a finalidade específica de emitir mensagens ou comentários na In-ternet para ofender a honra ou denegrir a imagem de candidato, de partido ou de coligação.

– Lei nº 9.504/97, art. 57-A e seguintes.

– Res. TSE nº 23.551/17, art. 22 e seguintes e 81, § 1º.

FAKE NEWS (FALSAS NOTÍCIAS)

O Brasil ainda não tem uma legislação específica para punir quem produz e compartilha notícias falsas ou sem embasamento (as chamadas fake news), mas isso não quer dizer que quem não checa a veracidade das informações compartilhadas está livre de ser responsabilizado.

Existem instrumentos legais para acionar produtores e divul-gadores de fake news nas justiças civil e criminal. Para as eleições, especificamente, também existem parâmetros para enquadrar quem tenta prejudicar os/as candidatos/as.

No entanto, há uma brecha nessas legislações, já que não há punição para as notícias falsas que não ataquem diretamente a re-putação de uma pessoa, partido ou coligação.

Para sanar essa lacuna, há pelo menos oito projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional, que estão sendo analisados pelo Conselho de Comunicação Social do Senado.

89MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 2018 |

Existe a possibilidade de acionar a justiça civil e solicitar que o conteúdo seja retirado do ar pelo provedor, por meio de autori-zação judicial.

O Marco Civil da Internet, Lei n° 12.965/14, no art. 19, prevê que “com o intuito de assegurar a liberdade de expressão e im-pedir a censura, o provedor de aplicações de internet somente poderá ser responsabilizado civilmente por danos decorrentes de conteúdo gerado por terceiros se, após ordem judicial específica, não tomar as providências para, no âmbito e nos limites técnicos do seu serviço e dentro do prazo assinalado, tornar indisponível o conteúdo apontado como infringente, ressalvadas as disposições legais em contrário”.

Para pleitear uma indenização, é preciso recorrer à justiça cri-minal e alegar que houve calúnia, injúria ou difamação. A pena para esse tipo de crime varia de 3 meses a 3 anos (que, dependendo do caso, podem ser trocados por serviços à comunidade) e o paga-mento de uma indenização.

Por fim, se a divulgação de notícias falsas ocorrer em época de eleição visando desqualificar um candidato, partido ou coligação, aplica-se os parágrafos do art. 57-H da Lei nº 12.891, de 2013:

§ 1º Constitui crime a contratação direta ou indireta de grupo de pessoas com a finalidade específica de emitir mensagens ou comen-tários na internet para ofender a honra ou denegrir a imagem de can-didato, partido ou coligação, punível com detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa de R$ 15.000,00 (quinze mil reais) a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais).

§ 2º Igualmente incorrem em crime, punível com detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, com alternativa de prestação de serviços à comunidade pelo mesmo período, e multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 30.000,00 (trinta mil reais), as pessoas contratadas na forma do § 1º. (NR)

| MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 201890

O Ministério Público e a Polícia Federal passarão a integrar o Con-selho Consultivo montado no TSE para estudar soluções para o tema.

O Conselho atuará dentro do TSE com estudos de inteligência para se antecipar à disseminação de conteúdo indevido por meio de robôs, por exemplo.

DAS CONDUTAS VEDADAS A AGENTES PÚBLICOS EM CAMPANHAS ELEITORAIS

Definição de agente público para fins eleitoraisDe acordo com § 1º do art. 73, da Lei nº 9.504, de 1997:

“Reputa-se agente público quem exerce, ainda que transitoria-mente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nos órgãos ou entidades da administração pública direta, indireta ou fundacional”. Verifica-se que a definição dada pela Lei é a mais ampla possível, de forma que estão compreendidos:

• os agentes políticos (presidente da República, governadores, prefeitos e respectivos vices, ministros de Estado, secretários, senadores, deputados federais e estaduais, vereadores etc.);

• os servidores titulares de cargos públicos, efetivos ou em co-missão, em órgão ou entidade pública (autarquias e fundações);

• os empregados, sujeitos ao regime estatutário ou celetista, permanentes ou temporários, contratados por prazo deter-minado ou indeterminado, de órgão ou entidade pública (au-tarquias e fundações), empresa pública ou sociedade de eco-nomia mista;

• as pessoas requisitadas para prestação de atividade pública (p. ex.: membro de Mesa receptora ou apuradora de votos, recrutados para o serviço militar obrigatório etc.);

91MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 2018 |

• os gestores de negócios públicos;• os estagiários;• os que se vinculam contratualmente com o Poder Público

(prestadores terceirizados de serviço, concessionários ou per-missionários de serviços públicos e delegados de função ou ofício público).

Vedações de condutas As condutas vedadas aos agentes públicos em campanhas

eleitorais estão contidas no art. 73 da Lei nº 9.504, de 30 de se-tembro de 1997.

Art. 73. São proibidas aos agentes públicos, servidores ou não, as seguintes condutas tendentes a afetar a igualdade de oportuni-dades entre candidatos/as nos pleitos eleitorais:

I – ceder ou usar, em benefício de candidato, partido político ou coligação, bens móveis ou imóveis pertencentes à adminis-tração direta ou indireta da União, dos estados, do Distrito Fe-deral, dos Territórios e dos municípios, ressalvada a realização de convenção partidária;

II – usar materiais ou serviços, custeados pelos governos ou Casas Legislativas, que excedam as prerrogativas consignadas nos regimentos e normas dos órgãos que integram;

III – ceder servidor público ou empregado da administração di-reta ou indireta federal, estadual ou municipal do Poder Executivo, ou usar de seus serviços, para comitês de campanha eleitoral de can-didato, partido político ou coligação, durante o horário de expe-diente normal, salvo se o servidor ou empregado estiver licenciado;

IV – fazer ou permitir uso promocional em favor de candi-dato, partido político ou coligação, de distribuição gratuita de bens e serviços de caráter social custeados ou subvencionados pelo poder público;

| MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 201892

V – nomear, contratar ou de qualquer forma admitir, demitir sem justa causa, suprimir ou readaptar vantagens ou por outros meios dificultar ou impedir o exercício funcional e, ainda, ex officio, remover, transferir ou exonerar servidor público, na circunscrição do pleito, nos três meses que o antecedem e até a posse dos eleitos, sob pena de nulidade de pleno direito, ressalvados:

a) a nomeação ou exoneração de cargos em comissão e desig-nação ou dispensa de funções de confiança;

b) a nomeação para cargos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos Tribunais ou Conselhos de Contas e dos órgãos da Pre-sidência da República;

c) a nomeação dos aprovados em concursos públicos homolo-gados até o início daquele prazo;

d) a nomeação ou contratação necessária à instalação ou ao funcionamento inadiável de serviços públicos essenciais, com prévia e expressa autorização do Chefe do Poder Executivo;

e) a transferência ou remoção ex officio de militares, policiais civis e de agentes penitenciários;

VI – nos três meses que antecedem o pleito:

a) realizar transferência voluntária de recursos da União aos es-tados e municípios, e dos estados aos municípios, sob pena de nuli-dade de pleno direito, ressalvados os recursos destinados a cumprir obrigação formal preexistente para execução de obra ou serviço em andamento e com cronograma prefixado, e os destinados a atender situações de emergência e de calamidade pública;

b) com exceção da propaganda de produtos e serviços que te-nham concorrência no mercado, autorizar publicidade institucional dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos pú-blicos federais, estaduais ou municipais, ou das respectivas entidades da administração indireta, salvo em caso de grave e urgente necessi-dade pública, assim reconhecida pela Justiça Eleitoral;

93MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 2018 |

c) fazer pronunciamento em cadeia de rádio e televisão, fora do horário eleitoral gratuito, salvo quando, a critério da Justiça Elei-toral, tratar-se de matéria urgente, relevante e característica das funções de governo;

VII – realizar, no primeiro semestre do ano de eleição, des-pesas com publicidade dos órgãos públicos federais, estaduais ou municipais, ou das respectivas entidades da administração indireta, que excedam a média dos gastos no primeiro semestre dos três últimos anos que antecedem o pleito; (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015)

VIII – fazer, na circunscrição do pleito, revisão geral da remu-neração dos servidores públicos que exceda a recomposição da perda de seu poder aquisitivo ao longo do ano da eleição, a partir do início do prazo estabelecido no art. 7º desta Lei e até a posse dos eleitos.

§ 1º Reputa-se agente público, para os efeitos deste artigo, quem exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nos órgãos ou entidades da administração pública direta, indireta, ou fundacional.

§ 2º A vedação do inciso I do caput não se aplica ao uso, em campanha, de transporte oficial pelo Presidente da República, obe-decido o disposto no art. 76, nem ao uso, em campanha, pelos/as candidatos/as a reeleição de presidente e vice-presidente da Repú-blica, governador e vice-governador de estado e do Distrito Fe-deral, prefeito e vice-prefeito, de suas residências oficiais para rea-lização de contatos, encontros e reuniões pertinentes à própria campanha, desde que não tenham caráter de ato público.

§ 3º As vedações do inciso VI do caput, alíneas b e c, aplicam-se apenas aos agentes públicos das esferas administrativas cujos cargos estejam em disputa na eleição.

| MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 201894

§ 4º O descumprimento do disposto neste artigo acarretará a suspensão imediata da conduta vedada, quando for o caso, e sujei-tará os responsáveis a multa no valor de cinco a cem mil UFIR.

§ 5º Nos casos de descumprimento do disposto nos incisos do caput e no § 10, sem prejuízo do disposto no § 4o, o/a candidato/a beneficiado, agente público ou não, ficará sujeito à cassação do re-gistro ou do diploma. (Redação dada pela Lei nº 12.034, de 2009)

§ 6º As multas de que trata este artigo serão duplicadas a cada reincidência.

§ 7º As condutas enumeradas no caput caracterizam, ainda, atos de improbidade administrativa, a que se refere o art. 11, inciso I, da Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, e sujeitam-se às disposi-ções daquele diploma legal, em especial às cominações do art. 12, inciso III.

§ 8º Aplicam-se as sanções do § 4º aos agentes públicos res-ponsáveis pelas condutas vedadas e aos partidos, coligações e can-didatos/as que delas se beneficiarem.

§ 9º Na distribuição dos recursos do Fundo Partidário (Lei nº 9.096, de 19 de setembro de 1995) oriundos da aplicação do dis-posto no § 4º, deverão ser excluídos os partidos beneficiados pelos atos que originaram as multas.

§ 10 No ano em que se realizar eleição, fica proibida a distri-buição gratuita de bens, valores ou benefícios por parte da Ad-ministração Pública, exceto nos casos de calamidade pública, de estado de emergência ou de programas sociais autorizados em lei e já em execução orçamentária no exercício anterior, casos em que o Ministério Público poderá promover o acompanha-mento de sua execução financeira e administrativa. (Incluído pela Lei nº 11.300, de 2006).

§ 11 Nos anos eleitorais, os programas sociais de que trata o § 10 não poderão ser executados por entidade nominalmente vincu-

95MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 2018 |

lada a candidato ou por esse mantida. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009).

§ 12 A representação contra a não observância do disposto neste artigo observará o rito do art. 22, da Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990, e poderá ser ajuizada até a data da diplo-mação. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009).

§ 13 O prazo de recurso contra decisões proferidas com base neste artigo será de 3 (três) dias, a contar da data da publicação do julgamento no Diário Oficial. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009).

FINANCIAMENTO DA CAMPANHA

Resolução TSE nº 23.553, de 2 de fevereiro de 2018O Tribunal Superior Eleitoral aprovou a Resolução nº 23.553,

de 2 de fevereiro de 2018, que regulamenta a arrecadação, os gastos eleitorais e a prestação de contas das eleições de 2018.

15.1. Origens de recursos, arrecadação, gastos e prestação de contas

15.1.1. Fundo oriundo do Partido15.1.2. Fundo eleitoral15.2. Doação de pessoa física ou Financiamento coletivo

De acordo com a Resolução Nº 23.553, de 18 de dezembro de 2017, as doações serão limitadas a 10% do rendimento bruto do doador no ano anterior ao da eleição.

A doação acima dos limites fixados sujeita o infrator ao paga-mento de multa no valor de até 100% (cem por cento) da quantia em excesso, sem prejuízo de o/a candidato/a responder por abuso do poder econômico.

| MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 201896

Além disso, doações a partir de R$ 1.064,10 só poderão ser feitas por transferência eletrônica entre as contas bancárias do doador e do beneficiário.

O TSE definiu as seguintes formas de a pessoa doar para campanhas:

Transação bancária na qual o CPF do doador seja obrigatoria-mente identificado;

Doação ou cessão temporária de bens e/ou serviços estimá-veis em dinheiro, com a demonstração de que o doador é proprie-tário do bem ou é o responsável direto pela prestação de serviços;

Instituições que promovam técnicas e serviços de financia-mento coletivo por meio de sites da internet, aplicativos eletrô-nicos e outros recursos similares.

15.3. Crowdfunding eleitoral (“vaquinha”)

A reforma eleitoral de 2017 incluiu o financiamento coletivo como uma nova modalidade de arrecadação de recursos para cam-panhas eleitorais. De acordo com a Lei nº 9.504/1997, art. 23, § 4º, Inciso IV, entidades que promovam técnicas e serviços de financia-mento coletivo por meio de sites na internet, aplicativos eletrônicos e outros recursos similares, podem oferecer este serviço, desde que observadas as instruções da Justiça Eleitoral.

Fonte: <http://www.tse.jus.br/eleitor-e-eleicoes/eleicoes/eleicoes-2018/prestacao-de-contas-1/financiamento-coletivo>.

Desde o dia 15 de maio, está aberto o prazo para arrecadação antecipada de doações de pessoas físicas, por meio das chamadas “vaquinhas on-line” (crowdfunding). As eleições deste ano serão as primeiras a contar com esta ferramenta, como forma oficial de ar-recadação. Desde 2015, as doações empresariais para campanhas estão proibidas e, com isto, somente pessoas físicas podem doar.

97MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 2018 |

Passo a passo:

1 – O candidato lança um site, hospedado em uma empresa especializada, solicitando recursos para sua campanha. Nele apre-senta propostas e estipula meta de arrecadação.

2 – O interessado clica em contribuir e escolhe se deseja doar em dinheiro, em material ou em serviços (será possível doar horas de trabalho voluntário, por exemplo).

3 – Após fazer sua opção, o doador deve informar seus dados pessoais e escolher a forma de pagamento. A doação pode ser efe-tivada via cartão de crédito ou débito e ainda boleto.

4 – Os recursos arrecadados são poupados até a confirmação do registro da candidatura e início da campanha, em 15 de agosto. Só a partir daí, as doações poderão ser gastas.

5 – Se o pré-candidato resistir a participar da eleição, todas as doações feitas a ele devem ser devolvidas a quem doou.

Do Limite de GastosNas eleições para presidente da República, o limite de gastos

de campanha de cada candidato será de R$ 70.000.000,00 (se-tenta milhões de reais). Na campanha para o segundo turno, se houver, o limite de gastos de cada candidato será de 50% (cin-quenta por cento) deste valor.

O limite de gastos nas campanhas dos/as candidatos/as às eleições de governador e senador foi definido de acordo com o número de eleitores de cada unidade da Federação, apurado no dia 31 de maio de 2018.

Nas campanhas para o segundo turno de governador, onde houver, o limite de gastos de cada candidato será de 50% (cin-quenta por cento) dos limites fixados.

| MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 201898

Para Senador:

Quantidade de eleitores no estado Limite de gastos de cada candidato

Até dois milhões de eleitores R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais)

Mais de dois milhões de eleitores e até quatro milhões de eleitores

R$ 3.000.000,00 (três milhões de reais)

Mais de quatro milhões de eleitores e até dez milhões de eleitores

R$ 3.500.000,00 (três milhões e quinhentos mil reais)

Mais de dez milhões de eleitores e até vinte milhões de eleitores

R$ 4.200.000,00 (quatro milhões e duzentos mil reais)

Mais de vinte milhões de eleitores R$ 5.600.000,00 (cinco milhões e seiscentos mil reais)

Deputado Federal:

Limite de gastos R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais)

Deputado Estadual ou Distrital:

Limite de gastos R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais)

Extrapolação do limite de gastosPara apuração dos gastos, é importantíssimo saber que:

• Integram o total de gastos, para efeito de aferição dos li-mites, valores gastos por partido político com o/a candidato/a, desde que possam ser individualizados;

• As doações estimadas (empréstimos de veículos, doação de serviços etc.) somam-se à movimentação financeira para totali-zação do limite.

99MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 2018 |

Candidato que gastar recursos além dos limites estabelecidos está sujeito ao pagamento de multa no valor equivalente a 100% (cem por cento) da quantia que exceder o limite, podendo ainda os responsáveis responder por abuso do poder econômico, na forma do art. 22 da Lei Complementar nº 64/1990, sem prejuízo de outras sanções cabíveis (Lei nº 9.504/1997, art. 18-B).

Dos Recibos EleitoraisSão documentos oficiais imprescindíveis que legitimam os re-

cursos arrecadados para a campanha, sejam eles de qualquer natu-reza, ainda que do próprio candidato, não se eximindo desta obri-gação aquele que, por qualquer motivo, não disponha dos recibos.

Toda doação, inclusive as de valor estimado e de recursos do próprio candidato, exigem a emissão de Recibos Eleitorais.

Emissão dos Recibos EleitoraisOs partidos políticos deverão utilizar os recibos emitidos

pelo Sistema de Prestação de Contas Anual (SPCA) e os/as candi-datos/as deverão imprimir o recibo eleitoral, em ordem cronoló-gica dos fatos e no ato do recebimento da doação, diretamente do Sistema de Prestação de Contas Eleitorais (SPCE), quando da arrecadação dos recursos:

– próprios;

– financeiros;

– estimáveis em dinheiro;

– arrecadados por meio da internet.

No caso das doações com cartão de crédito, o recibo elei-toral deverá ser emitido no ato da doação, devendo ser cancelado na hipótese de estorno, desistência ou não confirmação da des-pesa do cartão.

Ficam desobrigadas de emissão de recibo eleitoral, as se-guintes arrecadações:

| MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 2018100

– cessão de bens móveis estimáveis em dinheiro, até o valor de R$ 4.000,00 (quatro mil reais), por cedente;

– doações estimáveis em dinheiro, entre partidos e candi-datos/as decorrentes do compartilhamento de espaço físico idên-tico onde esteja sendo desenvolvidas as atividades de campanha eleitoral (sede);

– a locação e a manutenção do espaço físico conjunto, exceto despesas com pessoal e o material impresso de propaganda elei-toral conjunta.

Os recibos eleitorais conterão referência aos limites de doação, com advertência de que a doação destinada às campanhas eleitorais acima de tais limites poderá gerar a aplicação de multa de 100% do valor excedido.

A dispensa de emissão de recibo eleitoral não afasta a obriga-toriedade de serem registrados na prestação de contas dos doa-dores e na de seus beneficiários os valores das operações.

Obs. No caso de compartilhamento de locais ou materiais, o gasto será registrado apenas na prestação de contas do respon-sável pelo pagamento da despesa.

Valores arrecadados pelo candidato a vice-governador utili-zarão recibos eleitorais do/a candidato/a a governador/a.

Da Conta Bancária EleitoralA abertura de três contas bancárias específicas para a eleição

são obrigatórias para os partidos políticos e os candidatos, mesmo que não haja arrecadação de recursos e a realização de gastos de campanha eleitoral, com o propósito de registrar todo o movi-mento financeiro da campanha, inclusive dos recursos próprios dos candidatos e dos oriundos da comercialização de produtos e/ou realização de eventos. Uma conta receberá recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), uma segunda re-ceberá recursos do Fundo de Assistência Financeira aos Partidos

101MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 2018 |

Políticos (Fundo Partidário) e uma terceira receberá doações di-retas e oriundas do financiamento coletivo.

A conta bancária eleitoral deverá ser aberta na Caixa Econô-mica Federal, no Banco do Brasil ou em outra instituição financeira com carteira comercial reconhecida pelo Banco Central do Brasil, excetuando-se em circunscrição onde não haja agência bancária ou posto de atendimento bancário (Lei nº 9.504/1997, art. 22, § 2º).

É vedado o uso de conta bancária preexistente para os/as can-didatos/as e seus vices.

O uso de recursos financeiros para pagamentos de gastos elei-torais que não provenham da conta bancária específica para a cam-panha eleitoral, implicará a desaprovação da prestação de contas do partido político ou do/a candidato/a.

Prazo de Abertura da ContaO candidato, no prazo de 10 dias a contar da data de con-

cessão da inscrição no CNPJ, deve abrir as contas bancárias antes citadas, mesmo que não ocorra arrecadação de recursos finan-ceiros. Este prazo não incide na conta de doações diretas e oriundas do financiamento coletivo que foram habilitadas desde 15 de junho.

O Partido Político, em todas as esferas, que optar por arre-cadar recursos e aplicá-los nas campanhas eleitorais deve provi-denciar a abertura da conta até o dia 15 de agosto de 2018, utili-zando o CNPJ próprio já existente, caso ainda não tenham aberto a conta “Doações para Campanha”, disciplinada no art. 6º, II, da Re-solução-TSE nº 23.464/2015.

Os bancos são obrigados a acatar, no prazo de até três dias, o pedido de abertura de conta de partido político ou candidato esco-lhido em convenção, sendo-lhes vedado condicioná-la a depósito mí-nimo e a cobrança de taxas e/ou outras despesas de manutenção. No entanto, serviços bancários avulsos serão cobrados normalmente.

| MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 2018102

Tipo de Conta BancáriaOs partidos políticos e os/as candidatos/as devem abrir contas

bancárias distintas e específicas para o recebimento e a utilização de recursos oriundos do Fundo de Assistência Financeira aos Par-tidos Políticos (Fundo Partidário) e para aqueles provenientes do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), na hipótese de repasse de recursos dessas espécies.

Os/As candidatos/as a vice e suplente não são obrigados a abrir conta bancária específica, mas, se o fizerem, os respectivos extratos bancários deverão compor a prestação de contas dos titulares.

Partido politico Tipo de conta

Doações para Campanha

Fundo de Assistência Financeira aos Partidos Políticos (Fundo Partidário)

Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC)

Candidatos/as Tipo de conta

Doações para Campanha

Fundo de Assistência Financeira aos Partidos Políticos (Fundo Partidário)

Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC)

103MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 2018 |

A Conta Bancária Eleitoral deverá ser do tipo depósito à vista e que restringe depósitos/créditos não identificados por nome ou razão social completo e número de inscrição no CPF ou CNPJ.

Documentos Necessários à Abertura da ContaOs/As candidatos/as deverão apresentar os seguintes docu-

mentos para abertura da conta bancária eleitoral:

– Requerimento de Abertura de Conta Bancária Eleitoral (RACE);

– Comprovante de inscrição no CNPJ (www.receita.fazenda.gov.br);

– Nome dos responsáveis pela movimentação da conta ban-cária com endereço atualizado.

Os partidos políticos deverão apresentar:

– Requerimento de Abertura de Conta Bancária;

– Comprovante de inscrição no CNPJ (www.receita.fazenda.gov.br);

– Certidão de Composição Partidária, disponível na página do TSE (www.tse.jus.br);

– Nome dos responsáveis pela movimentação da conta ban-cária com endereço atualizado.

Os representantes, mandatários ou prepostos autorizados a movimentar a conta devem ser identificados e qualificados, con-forme regulamentação específica do Banco Central do Brasil, além daqueles exigidos, os bancos devem exigir a apresentação dos se-guintes documentos:

– Documento de identificação pessoal;

– Comprovante de endereço atualizado;

– Comprovante de inscrição no CPF.

| MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 2018104

As contas bancárias específicas de campanha eleitoral devem ser identificadas pelos partidos políticos e pelos/as candidatos/as, de acordo com o nome constante no CNPJ fornecido pela Secre-taria da Receita Federal do Brasil.

Movimentação e Encerramento da Conta Bancária EleitoralMovimentarão a conta bancária eleitoral as pessoas autori-

zadas nos requerimentos de abertura.

As instituições financeiras somente aceitarão depósitos/cré-ditos de origem identificada e são obrigadas a identificar, na emissão dos extratos bancários da conta eleitoral, o nome e o CPF ou razão social e o CNPJ do doador.

As contas bancárias de candidatos/as deverão ser encer-radas até final do ano da eleição, sendo eventuais saldos trans-feridos para o órgão de circunscrição do pleito, conforme origem dos recursos e, na ausência deste, para a conta bancária do órgão nacional do partido.

ArrecadaçãoA origem dos recursos destinados às campanhas eleitorais so-

mente são admitidos quando provenientes de:

– recursos próprios dos/as candidatos/as;

– doações financeiras ou estimáveis em dinheiro de pessoas físicas;

– doações de outros partidos políticos e de outros/as candi-datos/as;

– comercialização de bens e/ou serviços ou promoção de eventos de arrecadação realizados diretamente pelo candidato ou pelo partido político,

– recursos próprios dos partidos políticos, desde que identifi-cada a sua origem e que sejam provenientes:

105MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 2018 |

a) do Fundo Partidário, de que trata o art. 38 da Lei nº 9.096/1995 (a Direção Nacional do PPS vai definir quanto será re-passado às Direções Estaduais e do Distrito Federal, considerando se já existe militante com mandato federal ou não, e outros as-pectos relevantes);

b) do Fundo Especial de Financiamento de Campanha – FEFC (a Direção Nacional do PPS vai definir o repasse, considerando vá-rios aspectos relevantes);

c) de doações de pessoas físicas efetuadas aos partidos polí-ticos (o repasse será feito considerando se há indicativo de nome de candidato ou se deixou a critério da Direção Nacional a distribuição);

d) de contribuição de seus filiados (idêntico ao da alínea anterior);

e) da comercialização de bens, serviços ou promoção de eventos de arrecadação;

– receitas decorrentes da aplicação financeira dos recursos de campanha.

Importante:

O Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) será disponibilizado pelo Tesouro Nacional ao Tribunal Superior Eleitoral e distribuído aos diretórios nacionais dos partidos políticos, na forma disciplinada pelo Tribunal Superior Eleitoral (Lei nº 9.504/1997, art. 16-C, § 2º).

Inexistindo candidatura própria ou em coligação, é vedada a distribuição dos recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) para outros partidos políticos ou candidaturas desses mesmos partidos.

Os recursos deste Fundo que não forem utilizados nas campa-nhas eleitorais deverão ser devolvidos ao Tesouro Nacional, inte-

| MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 2018106

gralmente, por meio de Guia de Recolhimento da União (GRU), no momento da apresentação da respectiva prestação de contas.

Os partidos políticos devem destinar no mínimo 5% (cinco por cento) e no máximo 15% (quinze por cento) do montante do Fundo Partidário, destinado ao financiamento das campanhas eleitorais, para aplicação nas campanhas de suas candidatas, incluídos nesse valor os recursos a que se refere o inciso V do art. 44 da Lei nº 9.096/1995 (Lei nº 13.165/2015, art. 9º).

No ano da eleição, a parcela do Fundo Partidário, prevista no inciso V do art. 44 da Lei nº 9.096/1995, relativa à criação e manu-tenção de programas de promoção e difusão da participação polí-tica das mulheres, pode ser integralmente destinada ao custeio de campanhas eleitorais de mulheres candidatas, a ser apurado por ocasião da prestação de contas anual do partido político, a ser en-tregue no exercício subsequente (Lei nº 9.096/1995, art. 44, § 7º).

DoaçõesDesde 2015, as doações empresariais para campanhas

estão proibidas e, com isso, somente pessoas físicas podem doar. As doações de pessoas físicas e de recursos próprios somente po-derão ser realizadas, inclusive pela internet, por meio de:

– transação bancária com a obrigatória identificação do doador;

– doação ou cessão temporária de bens e/ou serviços estimá-veis em dinheiro;

– instituições que promovam técnicas e serviços de financia-mento coletivo por meio de sites da internet, aplicativos eletrô-nicos e outros recursos similares.

As doações financeiras de valor igual ou superior a R$ 1.064,10 (mil e sessenta e quatro reais e dez centavos) só poderão ser reali-zadas mediante transferência eletrônica entre as contas bancárias do doador e do beneficiário da doação.

107MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 2018 |

O financiamento coletivoA reforma eleitoral de 2017 incluiu o financiamento coletivo po-

pularmente conhecido como “vaquinha eleitoral” como uma nova modalidade de arrecadação de recursos para campanhas eleitorais. De acordo com a Lei nº 9.504/1997, art. 23, § 4º, inciso IV, entidades que promovam técnicas e serviços de financiamento coletivo por meio de sites na internet, aplicativos eletrônicos e outros recursos similares, podem oferecer este serviço, desde que observadas as ins-truções da Justiça Eleitoral.

A arrecadação de recursos pela modalidade de financiamento coletivo foi regulamentada pelo TSE, nos termos do art. 23 da Reso-lução nº 23.553, de 2 de fevereiro de 2018.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no dia 15 de maio, abriu o prazo para arrecadação antecipada de doações de pessoas físicas por meio das chamadas vaquinhas on-line. As eleições deste ano serão as primeiras a contar com esta ferramenta como forma ofi-cial de arrecadação.

Passo a passo:

1 – Candidato/a lança um site hospedado em uma empresa especializada solicitando recursos para sua campanha. Nele, apre-senta propostas e estipula meta de arrecadação.

2 – Interessado clica em contribuir e escolhe se deseja doar em dinheiro, em material ou em serviços (será possível doar horas de trabalho voluntário, por exemplo).

3 – Após fazer sua opção, o doador deve informar seus dados pessoais e escolher a forma de pagamento. A doação pode ser efe-tivada via cartão de crédito ou débito e ainda boleto.

4 – Os recursos arrecadados são poupados até a confirmação do registro da candidatura e início da campanha, em 15 de agosto. Só a partir daí as doações poderão ser gastas.

| MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 2018108

5 – Se o/a pré-candidato/a resistir a participar da eleição, todas as doações feitas a ele/a devem ser devolvidas a quem doou.

Somente as empresas habilitadas pelo TSE poderão captar re-cursos, a lista completa destas empresas pode ser consultada no site do TSE.

Bens estimáveis em dinheiroSão considerados bens estimáveis em dinheiro fornecidos pelo

próprio candidato apenas aqueles integrantes do seu patrimônio em pe-ríodo anterior ao pedido de registro da candidatura.

Partidos políticos e candidatos/as podem doar entre si bens próprios ou serviços estimáveis em dinheiro, ou ceder seu uso, ainda que não constituam produto de seus próprios serviços ou de suas atividades, não se aplicando à aquisição de bens ou serviços que sejam destinados à manutenção da estrutura do partido du-rante a campanha eleitoral, hipótese em que deverão ser devida-mente contratados pela agremiação e registrados na sua prestação de contas de campanha.

Os bens e/ou serviços estimáveis doados por pessoas físicas devem constituir produto de seu próprio serviço, de suas atividades econômicas e, no caso dos bens permanentes, deverão integrar o patrimônio do doador.

Limites de doaçãoAs doações referidas ficam limitadas:

– a 10% dos rendimentos brutos auferidos no ano anterior à eleição, no caso de pessoa física, excetuando-se as doações estimá-veis em dinheiro relativas à utilização de bens móveis ou imóveis de propriedade do doador ou à prestação de serviços próprios desde que o valor estimado da doação não ultrapasse R$ 40.000,00 (qua-renta mil reais), apurados conforme o valor de mercado;

109MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 2018 |

– o/a candidato/a poderá usar recursos próprios em sua cam-panha até o limite de gastos estabelecido para o cargo ao qual con-corre conforme (Lei nº 9.504/1997, art. 23, §1°).

A doação de quantia acima dos limites fixados sujeita o infrator ao pagamento de multa no valor de 100% da quantia em excesso, sem prejuízo de responder o/a candidato/a por abuso do poder eco-nômico, nos termos do art. 22, da Lei Complementar nº 64/90 (Lei nº 9.504/1997, art.23, §3º)

Doações entre candidatos/as e partidos políticosAs doações de recursos realizadas entre partidos políticos,

entre partido político e candidato e entre candidatos/as deverão ser efetuadas mediante recibo eleitoral e não estão sujeitas aos li-mites fixados no art. 29 da Resolução TSE nº 23.553/2017.

As doações, caso oriundas de recursos próprios do/a candida-to/a, para outro candidato ou partido, deverão respeitar o limite legal estabelecido do art. 4º para o cargo ao qual concorre (Lei nº 9.504/1997, art. 23, §1°).

Os empréstimos bancários contraídos pela pessoa física do/a candidato/a serão considerados doação de recursos próprios se aplicados na campanha eleitoral desde que:

– tenham sido contratados em instituições financeiras ou equiparadas autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil;

– estejam caucionados por bem que integre seu patrimônio no momento do registro de candidatura;

– não ultrapassem a capacidade de pagamento decorrente dos rendimentos de sua atividade econômica;

– serem comprovados por meio de documentação legal e idônea, assim como os pagamentos que se realizarem até o mo-mento da entrega da sua prestação de contas.

| MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 2018110

Comercialização de Bens e Realização de EventosPara a comercialização de bens ou a promoção de eventos

que se destinem a arrecadar recursos para campanha eleitoral, o/a candidato/a deverá:

– comunicar a sua realização, formalmente e com antece-dência mínima de cinco dias úteis, ao Tribunal Eleitoral competente, que poderá determinar a sua fiscalização;

– comprovar a sua realização na prestação de contas, apre-sentando todos os documentos a ela pertinentes, inclusive os de natureza fiscal.

Os valores arrecadados com a venda de bens ou com a reali-zação de eventos destinados a angariar recursos para a campanha eleitoral constituem doação e estão sujeitos aos limites legais e à emissão de recibos eleitorais.

O montante bruto dos recursos arrecadados deverá, antes de sua utilização, ser depositado na conta bancária específica.

Nos trabalhos de fiscalização de eventos a Justiça Eleitoral po-derá nomear, dentre seus servidores, fiscais ad hoc para a execução do serviço, devidamente credenciados para sua atuação.

Fontes VedadasOs recursos de fontes vedadas, mesmo que indiretos, estimá-

veis em dinheiro ou mesmo por meio de publicidade, são os seguintes:

– De origem estrangeira: governos, empresas, entidades, pes-soas físicas etc.;

– De pessoa jurídica: qualquer doação de pessoa jurídica (ex-ceto direções partidárias ou outros partidos) é proibida, tanto em dinheiro, quanto em valor estimado ou prestação de serviços. Exemplo: pessoas jurídicas não podem prestar serviços gratuitos, emprestar veículos, imóveis, imprimir santinhos gratuitamente etc.

111MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 2018 |

Além disso, valores doados por empresas a partidos antes desta proibição, não podem ser utilizados em campanha;

– De pessoa física que exerça atividade comercial decorrente de concessão ou permissão: proprietários ou gestores de empresas que realizem serviços públicos sob concessão ou permissão;

– Bem/serviço doado que não pertença ao patrimônio/pro-fissão do doador.

O uso de recursos recebidos de fontes vedadas constitui irregula-ridade e podem ser causa para desaprovação das contas.

O recurso recebido por candidato ou partido oriundo de fontes vedadas deve ser imediatamente devolvido ao doador, sendo vedada sua utilização ou aplicação financeira.

A devolução ou a determinação de devolução de recursos re-cebidos de fonte vedada não impedem, se for o caso, a reprovação das contas, quando constatado que o/a candidato/a se beneficiou, ainda que temporariamente, dos recursos ilícitos recebidos, assim como a apuração do fato.

O comprovante de devolução pode ser apresentado em qual-quer fase da prestação de contas ou até cinco dias após o trânsito em julgado da decisão que julgar as contas.

Em havendo transferência de recursos de fontes vedadas, o beneficiário responde solidariamente pela irregularidade, não isenta o donatário da obrigação de devolvê-lo ao doador e as con-sequências serão aferidas por ocasião do julgamento das respec-tivas contas.

Recursos de Origens Não IdentificadasSão considerados recursos de origem não identificada cré-

ditos que tenham sido efetuados na conta do/a candidato/a ou par-tido político onde não seja possível identificar:

– CPF ou CNPJ (partidos ou candidatos/as) não informados;

| MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 2018112

– Nome ou razão social (partidos ou candidatos/as) não informados;

– CPF/CNPJ e nome/razão social conflitantes;

– CPF ou CNPJ cancelados;

– Ausência de identificação do doador originário nas doações financeiras.

Sendo possível a identificação do doador, o/a candidato/a/partido deve providenciar o estorno. Não sendo possível, deve re-colher a GRU (Guia de Recolhimento da União), a qual pode ser emi-tida através do link: <http://consulta.tesouro.fazenda.gov.br/gru_novosite/gru_simples.asp>.

As guias podem ser geradas com o auxílio do manual do pró-prio TSE: <http://www.justicaeleitoral.jus.br/arquivos/tse-instru- coes-para-preenchimento-dagru>.

Devem ser devolvidos em qualquer fase da prestação de contas ou em até cinco dias após a decisão definitiva que julgar a prestação de contas de campanha, com a apresentação do respectivo compro-vante de recolhimento ou comprovante de devolução, dentro desse mesmo prazo, sob pena de encaminhamento das informações à re-presentação estadual ou municipal da Advocacia Geral da União para fins de cobrança.

Data Limite para a Arrecadação e DespesasOs candidatos/as e partidos políticos poderão arrecadar re-

cursos e contrair obrigações até o dia da eleição.

Excepcionalmente, será permitida a arrecadação de recursos após o prazo fixado, exclusivamente para quitação de despesas já contraídas e não pagas até o dia da eleição, as quais deverão estar integralmente quitadas até a data da entrega da prestação de contas à Justiça Eleitoral.

113MANUAL DO CANDIDATO E DA CANDIDATA DO PPS 2018 |

Eventuais débitos de campanha não quitados até a data de apresentação da prestação de contas poderão ser assumidos pelo partido político, por decisão do seu órgão nacional de direção par-tidária com cronograma de pagamento e quitação que não ultra-passe o prazo fixado para a prestação de contas da eleição subse-quente para o mesmo cargo.

Nesse caso, o órgão partidário da respectiva circunscrição eleitoral passará a responder por todas as dívidas, solidariamente com o/a candidato/a, hipótese em que a existência do débito não poderá ser considerada como causa para a rejeição das contas.

Os valores arrecadados para quitação dos débitos de cam-panha devem:

– observar os requisitos no que se refere aos limites legais de aplicação e às fontes lícitas de arrecadação;

– transitar necessariamente pela conta bancária específica de campanha, a qual somente poderá ser encerrada após a quitação de todos os débitos.

As despesas já contraídas e não pagas até o dia da eleição de-verão ser comprovadas por documento fiscal emitido na data de sua realização. Devem-se exigir todas as Notas Fiscais de fornece-dores até o dia da eleição, tendo atenção especial para as Notas Fiscais Eletrônicas, que não aceitam emissão com data retroativa.

Gastos eleitoraisVia de regra, os gastos eleitorais estão estabelecidos no artigo

37, da Resolução nº 23.553/2017 (http://www.tse.jus.br/legislacao-tse/res/2017/RES235532017.html) de onde transcrevemos.

“Art. 37. São gastos eleitorais, sujeitos ao registro e aos limites fixados nesta resolução (Lei nº 9.504/1997, art. 26):

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I – confecção de material impresso de qualquer natureza, ob-servado o tamanho fixado no § 2º do art. 37 e nos §§ 3º e 4º do art. 38 da Lei nº 9.504/1997;

II – propaganda e publicidade direta ou indireta, por qualquer meio de divulgação;

III – aluguel de locais para a promoção de atos de campanha eleitoral;

IV – despesas com transporte ou deslocamento de candidato e de pessoal a serviço das candidaturas;

V – correspondências e despesas postais;

VI – despesas de instalação, organização e funcionamento de comitês de campanha e serviços necessários às eleições, obser-vadas as exceções previstas no § 5º do art. 63 desta Resolução;

VII – remuneração ou gratificação de qualquer espécie paga a quem preste serviço a candidatos/as e a partidos políticos;

VIII – montagem e operação de carros de som, de propaganda e de assemelhados;

IX – realização de comícios ou eventos destinados à promoção de candidatura;

X – produção de programas de rádio, televisão ou vídeo, inclu-sive os destinados à propaganda gratuita;

XI – realização de pesquisas ou testes pré-eleitorais;

XII – custos com a criação e inclusão de páginas na internet e com a impulsividade de conteúdos contratados diretamente de provedor da aplicação de internet com sede e foro no país;

XIII – multas aplicadas, até as eleições, aos/às candidatos/as e partidos políticos por infração do disposto na legislação eleitoral;

XIV – doações para outros partidos políticos ou outros/as can-didatos/as;

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XV – produção de jingles, vinhetas e slogans para propaganda eleitoral”.

Uma observação importante:

A consultoria extrajudicial por advogados e contadores, pres-tada na campanha, é gasto eleitoral e deverá ser pago com recursos provenientes da conta de campanha. Já a prestação de serviços de advocacia e contabilidade em juízo, para defender interesses de candidato ou de partido político, não é considerado gasto eleitoral e não poderá ser pago com recursos de campanha, devendo ser pago pela pessoa física do/a candidato/a ou pelo partido político, conforme o serviço prestado.

Material impressoTodo material impresso de campanha eleitoral deverá conter

o número de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) ou o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do responsável pela confecção, bem como de quem a con-tratou e, a respectiva tiragem.

Gastos de candidato/partido em benefício de outro candidato/partido

Os gastos efetuados por candidato/a ou partido em benefício de outro/a candidato/a ou partido constituem doações estimáveis em dinheiro e serão computados no limite de gastos do doador.

O beneficiário das doações deverá registrá-las como receita es-timável em dinheiro, emitindo o correspondente recibo eleitoral.

Na veiculação de material impresso de propaganda conjunta de diversos/as candidatos/as e do uso de espaço físico comum, os gastos serão computados unicamente na prestação de contas de quem houver arcado com os custos e dispensa a emissão de recibo eleitoral pelo beneficiado.

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Os gastos eleitorais de natureza financeira só poderão ser efe-tuados por meio de cheque nominal ou transferência bancária, res-salvadas as despesas de pequeno valor.

O pagamento dos gastos eleitorais contraídos pelos/as candi-datos/as será de sua responsabilidade, cabendo aos partidos polí-ticos responder apenas pelos gastos que realizarem e por aqueles que, após o dia da eleição, forem assumidos.

Os gastos destinados à preparação da campanha e à insta-lação física ou de página de Internet de comitê de campanha de candidatos/as e de partidos políticos poderão ser contratados da data efetiva da realização de convenção partidária, desde que devi-damente formalizados e que desembolso financeiro somente ocorra após cumpridos todos os requisitos exigidos.

Gastos com PessoalOs gastos efetuados por candidato/a ou partido para contra-

tação direta ou terceirizada de pessoal para prestação de serviços referentes a atividades de militância e mobilização de rua nas cam-panhas eleitorais, observarão critérios para aferição do limite de número de contratações.

– em municípios com até trinta mil eleitores, não poderá ex-ceder a 1% do eleitorado;

– nos demais municípios, corresponderá ao número máximo apurado, a 1% do eleitorado, acrescido de uma contratação para cada mil eleitores que exceder o número de trinta mil.

“As contratações observarão ainda os seguintes limites nas candidaturas aos cargos a (Lei nº 9.504/1997, art. 100-A, § 1º):

I – Presidente da República e eenador: em cada estado, o nú-mero estabelecido para o município com o maior número de eleitores;

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II – Governador de Estado e do Distrito Federal: no estado, o dobro do limite estabelecido para o município com o maior número de eleitores, e, no Distrito Federal, o dobro do número alcançado no inciso II do caput;

III – Deputado Federal: na circunscrição, 70% do limite estabele-cido para o município com o maior número de eleitores, e, no Distrito Federal, esse mesmo percentual aplicado sobre o limite calculado na forma do inciso II do caput, considerado o eleitorado da maior região administrativa;

IV – Deputado Estadual ou Distrital: na circunscrição, 50% do limite estabelecido para deputados federais;”

O descumprimento dos limites previstos sujeita o/a candidato/a às penas previstas e não impede a apuração de eventual abuso de poder pela Justiça Eleitoral, por meio das vias próprias.

A contratação de pessoal para prestação de serviços nas cam-panhas eleitorais não gera vínculo empregatício com o/a candidato/a ou partido contratantes, aplicando-se à pessoa física contratada o disposto na alínea H do inciso V do art. 12 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991 (Lei nº 9.504/1997, art. 100).

Com relação ao total dos gastos da campanha contratados, ficam estabelecidos os seguintes limites:

– 10% com alimentação do pessoal que presta serviços às can-didaturas ou aos comitês de campanha; e

– 20% com aluguel de veículos automotores.

Devem ser excluídos dos limites fixados a militância não remu-nerada, pessoal contratado para apoio administrativo e opera-cional, fiscais e delegados credenciados para trabalhar nas eleições e advogados dos/as candidatos/as ou dos partidos e das coligações. (Lei nº 9.504/1997, art.100-A, § 6º).

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Com a finalidade de apoiar candidato de sua preferência, qualquer eleitor pode realizar pessoalmente gastos totais até o valor de R$ 1.064,10, não sujeitos à contabilização, desde que não reembolsados (Lei nº 9.504/1997, art. 27) neste caso o compro-vante da despesa deve ser emitido em nome do/a eleitor/a.

Comprovação dos gastos eleitoraisA documentação fiscal relacionada aos gastos eleitorais reali-

zados pelos partidos políticos e candidatos/as deverá ser emitida em nome destes, inclusive com a identificação do número de ins-crição no CNPJ, observada a exigência de apresentação, em original ou cópia, da correspondente nota fiscal ou recibo, este último apenas nas hipóteses permitidas pela legislação fiscal.

Os documentos fiscais dos gastos eleitorais realizados com os recursos do Fundo Partidário e para a comercialização de bens e realização de eventos, deverão ser entregues por ocasião da apre-sentação da prestação de contas.

PRESTAÇÃO DE CONTAS DA CAMPANHA

Deverão prestar contas à Justiça Eleitoral:

– todo e qualquer candidato, inclusive o vice;

– os diretórios nacionais, estaduais/distritais e municipais dos partidos políticos, sem prejuízo da prestação de contas prevista na Lei nº 9.096/95.

A prestação de contas dos/as candidatos/as a vice serão pres-tadas em conjunto com as prestações de contas de seus titulares.

O candidato que renunciar à candidatura, dela desistir, for substituído ou tiver o seu registro indeferido pela Justiça Elei-

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toral deverá prestar contas correspondentes ao período em que participou do processo eleitoral, mesmo que não tenha reali-zado campanha.

Se o/a candidato/a falecer, a obrigação de prestar contas, re-ferente ao período em que realizou campanha, será de responsabi-lidade de seu administrador financeiro, ou, na sua ausência, no que for possível, da respectiva direção partidária.

Prestação de contas sem movimentação de recursosA ausência de movimentação de recursos de campanha, finan-

ceiros ou estimáveis em dinheiro, não isenta o/a candidato/a ou o partido político do dever de prestar contas, com a prova dessa au-sência, através de extratos bancários legais, sem prejuízo de outras provas que a Justiça Eleitoral entenda necessárias.

Sobras de campanhaSe, ao final da campanha, ocorrer sobra de recursos finan-

ceiros, bens ou materiais permanentes, em qualquer montante, de-verá ser declarada na prestação de contas e comprovada, também neste momento, a sua transferência ao órgão partidário, na cir-cunscrição do pleito, até 06 de novembro de 2018, em primeiro turno, e, em segundo turno, até 20 dias posterior a sua realização, conforme a origem dos recursos.

Constituem sobras de campanha:

– a diferença positiva entre os recursos arrecadados e os gastos realizados em campanha;

– os bens e materiais permanentes.

DestinaçãoAs sobras de campanhas eleitorais devem ser transferidas ao

órgão partidário, na circunscrição do pleito, conforme a origem dos recursos, até a data prevista para a apresentação das contas à Jus-tiça Eleitoral.

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O comprovante de transferência das sobras de campanha deve ser juntado à prestação de contas do responsável pelo reco-lhimento, sem prejuízo dos respectivos lançamentos na contabili-dade do partido político.

As sobras financeiras de recursos oriundos do Fundo Parti-dário devem ser transferidas para a conta bancária do partido po-lítico destinada à movimentação de recursos dessa natureza.

As sobras financeiras de origem diversa devem ser deposi-tadas na conta bancária do partido político destinada à movimen-tação de “Outros Recursos”, prevista na resolução que trata das prestações de contas anuais dos partidos políticos.

Os valores do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) eventualmente não utilizados não constituem sobras de campanha e devem ser recolhidos ao Tesouro Nacional integral-mente por meio de Guia de Recolhimento da União (GRU) no mo-mento da prestação de contas.

As sobras de campanha serão utilizadas pelos partidos polí-ticos, devendo tais valores ser declarados em suas prestações de contas anuais perante a Justiça Eleitoral, com a identificação dos/as candidatos/as.

Elaboração da prestação de contasA prestação de contas deverá ser elaborada por meio do Sis-

tema de Prestação de Contas Eleitorais (SPCE), instituído pelo Tri-bunal Superior Eleitoral.

Os documentos integrantes da prestação de contas deverão ser obrigatoriamente assinados:

– pelo candidato e vice e respectivo administrador financeiro de campanha, caso constituído;

– no caso de partido político, pelo seu presidente e pelo tesoureiro;

– pelo profissional habilitado em contabilidade.

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É obrigatória a constituição de advogado para a prestação de contas.

Prazo de entrega da prestação de contas

Prestação de contas parcial – Os/As candidatos/as e os partidos políticos são obrigados a entregar, no período de 9 a 13 de setembro de 2018, dela constando o registro da movimentação financeira de campanha ocorrida desde seu início até o dia 08 de setembro.

Prestação de contas final – As contas dos/as candidatos/as e par-tidos políticos, referentes ao primeiro turno, deverão ser prestadas à Justiça Eleitoral competente até 06 de novembro de 2018.

O/A candidato/a e o partido político que disputarem o se-gundo turno deverão apresentar as contas referentes aos dois turnos até o vigésimo dia após a realização da eleição.

Os/As candidatos/as e os partidos que disputarem o segundo turno da eleição devem informar à Justiça Eleitoral as doações e os gastos que tenham realizado em favor dos/as candidatos/as eleitos no primeiro turno, até 06 de novembro de 2018, utilizando formu-lário próprio disponível no SPCE, e transmiti-lo à Justiça Eleitoral pelo mesmo sistema.

A inobservância do prazo para encaminhamento das presta-ções de contas impede a diplomação dos eleitos enquanto perdurar a omissão.

Ausência da prestação de contasA não apresentação de contas impede a obtenção de cer-

tidão de quitação eleitoral no curso do mandato ao qual o interes-sado concorreu.

Também se consideram não apresentadas as contas quando a respectiva prestação estiver desacompanhada de documentos que possibilitem a análise dos recursos arrecadados e dos gastos de cam-

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panha e cuja falta não seja suprida após o prazo de 72 horas, contado da intimação do responsável.

Prestação de Contas SimplificadaA Justiça Eleitoral adotará sistema simplificado de prestação de

contas para candidatos/as que apresentem movimentação finan-ceira correspondente a, no máximo, R$ 20.000,00.

A prestação de contas simplificada será composta exclusiva-mente pelas informações prestadas diretamente no SPCE e pelos documentos descritos abaixo:

– extratos das contas bancárias;

– comprovantes de recolhimento (depósitos/transferências) à respectiva direção partidária das sobras financeiras de campanha;

– declaração firmada pela direção partidária comprovando o recebimento das sobras de campanha constituídas por bens e/ou materiais permanentes, quando houver;

– instrumento de mandato para constituição de advogado para a prestação de contas.

Exame da prestação de contasA Justiça Eleitoral poderá receber informações de doadores

e fornecedores, no curso da campanha, sobre doações aos/às candidatos/as e aos partidos políticos e, ainda, sobre gastos por eles efetuados.

Durante o período da campanha, a unidade técnica respon-sável pelo exame das contas poderá circularizar fornecedores e doadores e fiscalizar andamento da campanha, a fim de obter infor-mações prévias ao exame das contas.

As informações prestadas à Justiça Eleitoral poderão ser utili-zadas para subsidiar o exame das prestações de contas de cam-panha eleitoral.

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Havendo indício de irregularidade na prestação de contas, o relator ou, por delegação, a unidade técnica responsável pelo exame das contas, poderá requisitar diretamente do/a candidato/a ou do partido político informações adicionais, bem como deter-minar diligências para a complementação dos dados ou para o sa-neamento das falhas.

Sempre que o cumprimento de diligências implicarem a al-teração das peças, será obrigatória a apresentação da prestação de contas retificadora, impressa e em nova mídia gerada pelo SPCE e acompanhada dos documentos que comprovem a alte-ração realizada.

As diligências devem ser cumpridas no prazo de 72 horas, a contar da intimação realizada na pessoa do advogado constituído pelo partido político ou pelo candidato.

Na fase de exame técnico, a Justiça Eleitoral poderá promover circularizações, fixando o prazo máximo de 72 horas para cumpri-mento. Determinada a diligência, decorrido o prazo fixado para o saneamento de falhas sem manifestação, ou tendo sido prestadas informações, ainda que insuficientes ao seu saneamento, será emi-tido o parecer conclusivo, salvo na hipótese em que se considerar necessária a expedição de nova diligência.

Emitido parecer técnico pela desaprovação das contas ou pela aprovação com ressalvas, o relator abrirá vista dos autos ao candi-dato ou ao partido político, para manifestação em 72 horas, a contar da intimação, por edital eletrônico ou por fax.

Consequências da não apresentação das contasA decisão que julgar as contas eleitorais como não prestadas

acarretará:– ao candidato, a diplomação em caso de eleito e o impedi-

mento de obter a certidão de quitação eleitoral durante o curso do mandato ao qual concorreu, persistindo os efeitos da restrição até a efetiva apresentação das contas;

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– ao partido político, a perda do direito ao recebimento da quota do Fundo Partidário no ano seguinte ao da decisão, de forma proporcional ou razoável, pelo período de um a doze meses, ou será aplicada por meio do desconto no valor a ser repassado da importância apontada como irregular.

A Justiça Eleitoral divulgará os nomes dos candidatos que não apresentaram as contas referentes às campanhas e encaminhará cópia dessa relação ao Ministério Público.

PARTIDO POPULAR SOCIALISTA

Presidente Nacional do PPSRoberto Freire

1º Vice-PresidenteRubens Bueno

2º Vice-PresidenteWober Junior

Secretário-GeralDavi Zaia

TesoureiroRegis Cavalcante

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Presidente da FAPCristovam Buarque

Diretor-GeralLuiz Carlos Azedo

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Colaboradores:Eliezer Junior, Renato Gallupo, Robéria Balbino, Romero Coelho da Rocha Wilson Vilela

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