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MANUAL TÉCNICOMANUAL TÉCNICOMANUAL TÉCNICOMANUAL TÉCNICO
PLANTIO DE EUCALIPTOPLANTIO DE EUCALIPTOPLANTIO DE EUCALIPTOPLANTIO DE EUCALIPTO
Setor Florestal Brasileiro conta com, aproximadamente, 530 milhões de hectares de Florestas Nativas, 43,5 milhões de hectares em Unidades de Conservação Federal e 4,8 milhões de hectares de Florestas Plantadas com pinus, eucalipto e acácia-negra.
Com a exploração de áreas de Florestas Nativas mais a exploração das Florestas Plantadas gera mais de 2 milhões de empregos, contribui com mais de US $ 20 bilhões para o PIB, exporta mais de US$ 4 bilhões (8% do agro negócio) e contribui com 3 bilhões de dólares em impostos, ao ano, arrecadados de 60.000 empresas.
As Florestas Plantadas estão distribuídas estrategicamente, em sua maioria, nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo.
Essas florestas plantadas visam a garantia do suprimento de matéria-prima para as indústrias de papel e celulose, siderurgia a carvão vegetal, lenha, serrados, compensados e lâminas e, painéis reconstituídos (aglomerados, chapas de fibras e MDF).
Apesar da participação das plantações florestais estarem aumentando em todos os segmentos em relação a das Florestas Nativas, o setor acredita que com base nas expectativas de crescimento de demanda, haverá uma necessidade de plantio em torno de 630 mil hectares ao ano, ao invés dos 200 mil hectares atuais. A Sociedade Brasileira de Silvicultura - SBS distribui essa necessidade de plantio como sendo: 170 mil ha. / ano para celulose, 130 mil ha. / ano para madeira sólida, 250 mil ha. / ano para carvão vegetal e 80 mil ha. / ano para energia.
Com base nesses dados observa-se a importância do eucalipto por ser uma espécie de uso múltiplo com possibilidade de atender a todos os
segmentos acima descritos, principalmente para papel e celulose e energia onde historicamente deu contribuição especial.
O segmento de celulose e papel transformam-se no principal fornecedor de matéria prima para os demais segmentos que usam madeira paras desdobro. Dessa produção a maior demanda é da indústria de madeira serrada, vindo a seguir a produção de celulose de fibra longa e compensados.
O eucalipto foi introduzido no Brasil em 1904, com o objetivo de suprir as necessidades de lenha, postes e dormentes das estradas de ferro na região Sudeste. Na década de 50 passa a ser produzido, como matéria prima, para o abastecimento das fábricas de papel e celulose. Apresenta-se como uma espécie vegetal de rápido crescimento e adaptada para as situações edafobioclimáticas brasileira. Durante o período dos incentivos fiscais, na década de 60, sua expansão foi ampliada. Esses incentivos perduraram até meados dos anos 80. Esse período foi considerado um marco na silvicultura brasileira dado os efeitos positivos que gerou no setor.
A partir do término dos incentivos fiscais houve um crescimento marginal negativo no plantio de eucaliptos. Exceção disso ocorreu naqueles feitos independentes dos investimentos das indústrias de papel e celulose e de siderúrgicas a carvão vegetal. Atualmente a área plantada com eucaliptos atinge 2,9 milhões de hectares
O eucalipto, em 1999, tinha uma área plantada de 2,9 milhões de hectares. As maiores áreas estão localizadas nos Estados de Minas Gerais (51,8%), São Paulo (19,4%), Bahia (7,2%) e Espírito Santo (5,1%).
Segundo a SBS (2001), 70% das áreas com plantio florestais (eucalipto e pinus) pertencem a empreendimentos verticalizados, predominantemente de papel e celulose.
Indicações de Espécies
Segundo dados do Censo Agropecuário de 1995/96, os plantios de eucalipto, nos principais estados produtores, se concentram em áreas superiores a 1,0 mil hectares
tais como nos estados de Minas Gerais (83%), São Paulo (63%), Espírito Santo (79%), a exceção de Santa Catarina e Rio Grande do Sul onde predominam em áreas
inferiores a 50 hectares (52% e 46%, respectivamente).
Os plantios anuais realizados pelas indústrias ligadas a Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa) tendem a crescer de forma significativa, fruto do
crescimento da demanda do próprio setor.
O Brasil em termos climáticos para o cultivo do eucalipto possui duas regiões: tropical e subtropical. A região sudeste, predominantemente tropical e não sujeita a geada de forte intensidade, concentra a maior área de plantio. Esse é primeiro parâmetro que
delimita o uso das espécies de eucalipto para plantio. O outro é a finalidade do uso da matéria-prima do eucalipto.
Para atender demandas regionais, a Embrapa em parceria com empresas privadas e instituições públicas avalia desde 1985, 12 importantes espécies em 172 experimentos
localizados em nove estados. Esse estudo, ao lado do aperfeiçoamento das técnicas silviculturais, vem propiciando, nas últimas décadas, a expansão da produção pelo aumento da área plantada e pela melhoria na produtividade. Cerca de 3 milhões de
hectares já são plantados com Eucaliptos, e em alguns casos, o rendimento se aproxima dos 50 m3 de madeira por hectare/ano.
As espécies indicadas para a região subtropical são E. benthamii (comprovadamente resistente à geada) e E. dunnii (resistência parcial a geadas) (Tabela 1). Para áreas
situadas em regiões acima do paralelo 24º Sul, de clima predominantemente tropical, as mais indicadas são E. grandis, E. urophylla, E. saligna, e E. cloeziana para plantios
com mudas formadas a partir de sementes de pomares e áreas de produção de sementes. Plantios de sementes híbridas das espécies, E. grandis e E. urophylla, podem ser realizados nas regiões tropicais, independente de testes locais. Para
plantios de mudas, formadas por clonagem, são recomendados testes de comportamento do crescimento, e definição do uso da matéria prima.
Em regiões sujeitas a
geadas severas e freqüentes
Fins energéticos (fonte de energia ou carvão vegetal)
e serraria E. dunnii
Apresenta rápido crescimento e boa forma das árvores
Apresenta dificuldades na produção de sementes
Em regiões sujeitas a
geadas severas e freqüentes
Fins energéticos (fonte de energia ou carvão vegetal) E. benthamii
Boa forma do fuste, intensa rebrota, fácil produção de
sementes. Requer volume alto de precipitação pluviométrica
anual
Em regiões livres de geadas
severas
Fins energéticos (fonte de energia ou carvão
vegetal), celulose de fibra curta, construções civis e
serraria
E. grandis
Maior crescimento e rendimento volumétrico das
espécies. Aumenta a qualidade da madeira com a
duração do ciclo Em regiões
livres de geadas severas
Uso geral E. urophylla Crescimento menor que E.
grandis, boa regeneração por brotação das cepas
Em regiões livres de geadas
severas
Fins energéticos laminação, móveis,
estruturas, caixotaria, postes, escoras, mourões,
celulose
E. saligna
Madeira mais densa quando comparada ao E .grandis
;menos suscetível à deficiência de Boro.
Em regiões livres de geadas
Fins energéticos, serraria, postes, dormentes, Árvores mais tortuosas
recomendado para regiões de
severas mourões estruturas, construções
déficit hídrico anual elevado.
Em regiões livres de geadas
severas
Fins energéticos, serraria, postes, dormentes, mourões estruturas,
construções
Tolerante à deficiências
hídricas, boa regeneração por brotação das cepas
Em regiões livres de geadas
severas
Serraria, laminação, marcenaria, dormentes,
postes, mourões
• Postes: E. camaldulensis, E.
citriodora, E.
Apresenta crescimento lento inicial. Indicada para regiões
de elevado déficit hídrico
Excelente forma do fuste, durabilidade natural, alta
resistência a insetos e fungos
Produção de Mudas
Implantação da floresta depende, dentre outros fatores, da utilização de mudas saudáveis, com bom diâmetro de colo, raízes bem formadas, relação parte aérea / sistema radicular adequada, e nutridas adequadamente. Isto garantirá melhor índice de sobrevivência no
plantio, maior resistência a estresses ambientais e maior crescimento inicial, influenciando diretamente na qualidade final da floresta.
As técnicas a serem adotadas para a produção das mudas devem atender às necessidades de cada produtor, em termos de disponibilidade e localização de área, grau de tecnologia e dos
recursos financeiros disponíveis. Existem vários fatores que determinam o método de produção a ser utilizado. Dentre eles,
podem se destacar:
1 - Sementes
2 - Substratos
3 - Recipientes
3.1 - Enchimento de recipientes
4 - Sistema de irrigação
5 - Etapas de formação das mudas
5.1 - Semeadura
5.1.1 - Preparo das semeadura e semeadura
5.1.2 - Repicagem
5.1.3 - Sombreamento
5.1.4 - Irrigação
5.1.5 - Adubação
5.2 - Crescimento
5.2.1 - Densidade de mudas
5.2.2 - Irrigação
5.2.3 - Adubação
5.2.4 - Padronização das mudas
5.3 - Rustificação
5.3.1 - Irrigação
5.3.2 - Adubação
5.3.3 - Padronização das mudas
6 - Controle fitossanitário
7 - Geadas
8 - Expedição das mudas para o campo
1 - Sementes
Sementes
Deve-se escolher sementes de boa procedência, exigindo-se os atestados de fitossanidade e, os resultados analíticos do grau de pureza e germinação. Estes
cuidados devem-se ao fato que o uso de sementes de boa qualidade favorecerá a obtenção de floresta produtivas.
Existem diversos fornecedores que comercializam sementes de boa qualidade, variando a tecnologia de produção e o grau de melhoramento das árvores produtoras
de sementes. Os graus de melhoramento genético admitidos para sementes florestais se subdividem
em:
Área de Coleta de Sementes (ACS)
ACS é um povoamento comercial considerado de boa qualidade, onde algumas árvores de melhor qualidade aparente (melhor fenótipo) são selecionadas para a coleta de
sementes. Como essas árvores matrizes não são selecionadas com base no seu valor genético e, ainda, são polinizadas por qualquer árvore em sua volta, o valor genético
das suas sementes é limitado. Portanto, o viveirista deverá planejar a operação de produção de mudas, considerando que um grande número de delas deverá ser descartado no processo, devido à grande freqüência de plantas de baixo vigor, má formação e com outros defeitos. A vantagem
dessa categoria de semente é o baixo custo e a segurança de maior adaptabilidade ao local de produção.
Área de Produção de Sementes (APS)
APS é um povoamento isolado de outros da mesma ou de espécies afins, de excelente desempenho quanto à produtividade e à qualidade das árvores, que é submetido a
desbastes seletivos, em várias etapas, deixando somente as melhores árvores. Nesse processo, abre-se um amplo espaçamento entre as árvores, proporcionando condições para que as remanescentes desenvolvam suas copas e produzam grandes quantidades de semente. As sementes produzidas na APS são de qualidade genética melhor do que
da ACS porque são produzidas por árvores selecionadas, polinizadas por outras, também, selecionadas na mesma intensidade. Mesmo assim, o grau de melhoramento
obtido ainda é modesto, visto que a intensidade de seleção que se pode aplicar é limitada pela quantidade de árvores existente no povoamento e a quantidade que precisa ser deixada para produção de sementes. A grande vantagem da APS é a
combinação do melhoramento genético na produtividade e qualidade com o melhoramento na adaptabilidade ao local, já que ambos os genitores estão entre os de
melhor adaptabilidade na população. Sementes coletadas de uma APS poderão ser usadas na formação de povoamentos
destinados à formação de APSs de gerações sucessivas de seleções massais, gerando sementes de melhor qualidade genética a cada geração no processo. Assim, é importante que se conheça o histórico da APS de onde se originou a semente.
Pomar de Sementes (PS)
O pomar de sementes é o povoamento constituído de matrizes com alto grau seleção genética, manejado e destinado a produzir sementes melhoradas. Normalmente, ele é composto de clones de um número reduzido de árvores de alto valor genético, ou de mudas produzidas com suas sementes. As árvores matrizes componentes do pomar
são selecionadas para algumas características específicas como alta produtividade em alguma região específica, rápido crescimento, densidade da madeira, tolerância a
fatores adversos do ambiente etc. Portanto, o tipo de cada pomar precisa ser especificado quanto às características de seleção a que seus componentes foram
submetidos. A qualidade genética das sementes produzidas no pomar é da melhor possível, originando mudas com maior vigor e homogeneidade e pequeno número de
descartes. Com esse tipo de semente, aumenta-se a eficiência do viveiro, bem como a produtividade da floresta formada com essas mudas.
Substratos
A definição do substrato a ser utilizado num viveiro florestal, depende da análise de uma série de fatores, dentre eles destacando-se:
a) Espécie a ser semeada,
b) Disponibilidade próxima do local do viveiro de matérias-primas para composição do substrato, caso a decisão seja a produção própria do produto.
c) Sistema de irrigação utilizado nas diferentes etapas da produção da muda (semeadura, crescimento e rustificação)
d) Tipo de embalagem utilizada
e) Relação custo/benefício
Atualmente, o uso do solo puro como substrato para viveiros hoje, não tem sido muito utilizado por diversas razões, podendo-se destacar entre elas, o problema ambiental
criado com a retirada do solo, principalmente em grandes quantidades, e a dificuldade de manuseio do mesmo no viveiro, pois solo é pesado para manuseio, se for de
superfície, pode carregar sementes de plantas invasoras e esporos de patógenos, e é impróprio para a utilização em recipientes como os tubetes plásticos.
Existem vários componentes que podem ser utilizados para a produção de substratos, classificados como inertes: vermiculita (nome comercial de produto a base de mica
expandida), casca de arroz carbonizada, moinha de carvão vegetal e, orgânicos: turfa, bagaço de cana decomposto, fibra de coco, estercos de bovino, aves e suínos, cascas
de pínus ou eucaliptos, compostos derivados de resíduos orgânicos, etc.
Cada um destes componentes, apresenta suas peculiaridades com relação a teor de nutrientes (macros e micros) e a disponibilização dos mesmos às mudas, condutividade elétrica, capacidade de retenção e disponibilização de água,
compactação sob irrigação, granulometria e porosidade, etc.
A produção de substratos normalmente envolve conhecimentos específicos sobre as características físico-químicas de seus componentes, a maneira pela qual interagem
quando misturados, e suas implicações na produção das mudas, variam em função da espécie e tipo de produção (sementes/estaquia), do sistema de irrigação disponível no
viveiro, e da disponibilidade local dos componentes a serem utilizados.
É desejável que o substrato possua características como: Porosidade: é determinada pelo grau de agregação e estruturação das partículas que
compõem o substrato, devendo apresentar um bom equilíbrio entre os microporos que retém água, e os macroporos que retém ar. Esse equilíbrio é que determinará a
capacidade de drenagem do substrato.
Retenção de umidade: de grande importância para se determinar o regime de irrigação, a retenção de umidade é determinada pelo teor e quantidade e qualidade dos componentes do substrato, principalmente a matéria orgânica e alguns tipos de
material inerte, como a vermiculita.
Alguns materiais como a fibra de coco, retém grande quantidade de água , o que pode reduzir substancialmente a necessidade de irrigações ao longo do dia, principalmente
no inverno.
Granulometria: é recomendável que os componentes do substrato apresentem densidade semelhantes, para evitar fracionamento das partes, principalmente no
momento do enchimento das recipientes, quando se utiliza mesa vibradora. Componentes muito finos, também podem interferir na capacidade de drenagem do
substrato, o que é prejudicial para a formação das mudas.
pH: A acidez de um substrato é medida ao final da mistura de componentes, devendo variar entre 6 a 6,5 (medido em H2O). Valores abaixo ou acima desta faixa trazem problemas à formação das mudas devido a indisponibilidade de alguns nutrientes e
fitotoxidez. O ajuste do pH do substrato (acidificação ou calagem) nem sempre fornece bons resultados, por isso, a escolha de componentes da mistura que variem o pH dentro da faixa recomendada, e a mistura resultante mantém-se dentro da faixa de
tolerância, com um bom poder tampão, facilita o manejo deste parâmetro.
Características químicas desejáveis: pH em H2O = 6,0 a 6,5 Fósforo = 300 a 600 g/cm3 Potássio (níveis de (K/T x 100) = 5 a 8% Cálcio + Magnésio (níveis de Ca + Mg/T x 100) = 85 a 95% Obs.: T = capacidade de troca catiônica
Procedimentos de preparo do substrato
Os componentes devem ser acondicionados perto do local onde será realizada a mistura, preferencialmente, previamente peneirados (p. e. terra ou areia) e
beneficiados (p. e. casca de arroz ou húmus). A mistura deve ser realizada após determinação das proporções de cada componente
(peso ou volume), com o uso de pás ou misturadores elétricos (betoneiras ou equipamentos específicos para viveiro) (Figura 1).
O produto final, deverá estar homogeneizado, sem apresentar fracionamento entre os componentes. Para a sua utilização, deverá ser previamente umedecido, porém sem
apresentar escorrimento quando apertado na mão.
No momento da utilização deve-se realizar a adubação do substrato, realizando-se a mistura novamente com a utilização de pás ou equipamento elétrico, para a melhor
homogeneização. Algumas proporções possíveis de misturas:
Tipo 1: Casca de pínus decomposta e moída (triturador de martelo): 33,3%
Húmus: 33,3% Carvão de palha de arroz: 33,3%
Tipo 2: Casca de pínus decomposta e moída: 25%
Carvão de palha de arroz: 25% Vermiculita fina: 25% Turfa ou húmus: 24% Solo vermelho: 1%
Sugestão de adubação (considerando-se 1 m3 de substrato): Sulfato de amônio: 800 g Cloreto de potássio: 200 g
Super fosfato simples: 4000 g
FTE BR 10 *: 1000 g (*) produto comercial para adubação de micronutrientes
Os componentes, proporções e adubações sugeridas, apenas ilustram algumas possibilidades, devendo ser adaptados de acordo com as necessidades de cada
produtor. Outro aspecto que deve ser considerado, no caso da produção de substrato pelo
viveirista, é a necessidade de se processar a desinfecção do mesmo, para eliminação de fungos patogênicos e sementes de invasoras que podem estar misturadas nos
componentes orgânicos do substrato. Uma possibilidade, no caso de pequenas quantidade, é espalhar o substrato em uma camada não maior que 10 cm sobre uma
lona preta, e recobri-lo com esse mesmo material, sob o sol. Decorridos 48 horas, estará pronto para o uso. Para quantidades maiores, pode-se utilizar vapor para a
esterilização, realizada com o uso de equipamentos próprios alimentados com lenha, gás ou óleo combustível, de acordo com a preferência do produtor.
Sistemas de plantio
Considerações gerais sobre o plantio
O plantio e uma das operações mais importantes para o sucesso da implantação de florestas. A adoção do sistema adequado requer uma definição clara de objetivos e usos potenciais dos produtos e subprodutos que se espera da floresta. O sucesso de
um plantio e a obtenção de povoamentos produtivos e com madeira de qualidade deve ser pautado por práticas silviculturais como: a escolha e limpeza da área, controle de
pragas e doenças, definição do método de plantio e tratos culturais.
O plantio se caracteriza pela colocação da muda no campo. Pode ser mecanizado, manual ou semi mecanizado, dependendo da topografia, recursos financeiros e
disponibilidade de mão de obra e/ou equipamentos.
- O plantio mecanizado ou semi mecanizado aplica-se onde a topografia e plana possibilitando o uso de plantadoras traquinadas por tratores. As plantadoras,
normalmente, fazem o sulavento, distribuem o adubo e efetivam o plantio. No sistema semi mecanizado, as operações de preparo de solo e tratos culturais são mecanizados,
o plantio propriamente dito e´ manual.
- O plantio manual e recomendado para áreas declivosas ou em situações onde não e´ viável o uso de maquinas agrícolas.
Os plantios de eucaliptos realizados no sul do Brasil, em sua maioria , adota o sistema manual em função da rusticidade da espécie, da disponibilidade de mão de obra e em
muitas situações pelas condições topográficas.
Alguns fatores importantes devem ser definidos previamente antes do plantio propriamente dito, com destaque para o espaçamento de plantio, as operações de
manejo, os tratos culturais e a adubação das mudas. Constituem-se operações básicas para a implantação de um maciço florestal o preparo de solo e plantio.
Preparo do solo
Os principais itens ligados ao preparo do solo:
Planejamento do plantio
Construções de estradas
Aceiros
Limpeza
Planejamento do plantio
No planejamento definem-se as vias de acesso e o dimensionamento/posicionamento dos talhões, ações que facilitarão as operações de plantio, tratos culturais, operações de proteção, principalmente controle de fogo e as operações de retirada da madeira.
Observe-se que o dimensionamento/posicionamento dos talhões assume importância estratégica, pois as operações de exploração (derrubada e retirada da madeira) são responsáveis por mais de 30% do custo da madeira produzida e colocada no pátio da
fabrica
Construções de estradas
A construção das vias de acesso devem considerar a distancia máxima do arraste ou transporte da madeira no interior da floresta, que por razoes técnicas e econômicas
não devem ultrapassar os 150 m. Assim, os talhões devem ser dimencionados com no máximo 300 m de largura, com cumprimento variando de 500 a l000 m.
A definição do tamanho do talhão é importante também para a proteção da floresta em caso de incêndio, por exemplo, em áreas declivosas, a distância de arraste não deve
exceder a 50 m.
Aceiros
Os aceiros separam os talhões e servem de ligação às estradas de escoamento da produção. Podem ser internos ( com largura de 4 a 5 m) ou de divisa ( com largura de
15 m).
Recomenda-se ainda que a cada 4 ou 5 talhões estabeleça-se aceiros internos de 10 m de largura. É desejável que os aceiros possuam leitos carroçáveis com
aproximadamente 60 % da largura.
A área total ocupada por aceiros, considerando áreas planas ou suavemente onduladas deve ser de 5% da área útil.
Limpeza
A limpeza da área para plantio corresponde às operações de derrubada, remoção e enleiramento da vegetação/resíduos da exploração.
Na limpeza recomenda-se retirar apenas o material lenhoso aproveitável, como por exemplo a lenha ( energia ou carvão) e madeira para serraria, moirões etc, sendo que o restante do material, considerado como resíduo da exploração, deve permanecer no
campo como uma importante reserva de nutrientes.
Dependendo da densidade da vegetação a ser retirada e da topografia do local (observe-se os aspectos legais), pode-se utilizar equipamentos e/ou maquinas
pesadas.
Dentre eles podemos citar o correntão, indicado para áreas de capoeira e cerradões; laminas frontais empuradeiras ou frontais cortadeiras. As laminas frontais cortadeiras
são mais apropriadas pois fazem menor
Preparo do solo propriamente dito
As áreas destinadas ao cultivo de essências florestais devem receber cuidados especiais, visto que dela dependerá, em grande parte, o resultado econômico da
atividade.
O principal objetivo do preparo da área é oferecer condições adequadas ao plantio e estabelecimento das mudas no campo. Como condições adequadas podemos
considerar a redução da competição por ervas daninhas, melhoria das condições físicas do solo ( ausência de compactação) e a presença de resíduos da exploração (folhas e galhos devidamente trabalhados para não prejudicarem as operações que demandam
uso de maquinas).
Estes resíduos são importantes na manutenção da matéria orgânica no solo e consequentemente na ciclagem e disponibilização de nutrientes às plantas.
Recipientes
A escolha do recipiente determina todo o manejo do viveiro, o tipo de sistema de irrigação a ser utilizado e sua capacidade de produção anual.
Dentre os tipos de recipientes que podem ser utilizados na produção de mudas de pínus, podem-se citar:
a) Sacos plásticos: ainda hoje utilizados, porém seu uso vem diminuindo gradualmente, devido a grande quantidade de substrato ou solo necessário ao seu
enchimento, peso final da muda pronta, área ocupada no viveiro, diminuindo a produção/m2, maior necessidade de mão-de-obra em relação à outros tipos de
recipientes e, dificuldades de transporte, além de gerar grande quantidade de resíduos no ato do plantio devido ao seu descarte. Tem como vantagem o baixo custo, a
possibilidade de utilização de sistemas de irrigação simples, e a possibilidade de obter
mudas de maior tamanho, valorizadas para ornamentação, dependendo da espécie semeada.
b) Laminado de pínus: com características semelhantes às dos sacos plásticos, este tipo de embalagem apresenta como vantagem, a possibilidade de utilização de toretes
de madeira, refugo de grandes laminadoras, que ainda podem ser desdobrado em lâminas por pequenos tornos, a custo bastante reduzido. As suas desvantagens são as mesmas dos sacos plásticos, e requer mão-de-obra para a sua confecção. Necessita de um bom controle do tempo de formação das mudas, para que não se degrade antes do
período de plantio devido ao ataque de fungos decompositores de madeira e, requer cuidados no transporte, visto que, por não ter fundo, pode desagregar e perder o
substrato, expondo as raízes e causando o seu ressecamento, o que compromete a sobrevivência das mudas no campo.
c) Tubetes plásticos: utilizados na capacidade de 50 cm3 e acondicionados em bandejas próprias, são as recipientes que melhor aceitação tem no mercado
atualmente. Apresenta como vantagens o uso racional da área do viveiro, permitindo o acondicionamento de um número grande de mudas, a possibilidade de automatização
do sistema de produção de mudas, desde o enchimento das recipientes, até a semeadura e expedição das bandejas para a área de germinação. Os tubetes também possibilitam a sua reutilização, que pode chegar a 5 anos, dependendo da qualidade do
plástico utilizado na sua confecção e do armazenamento adequado à sombra.
O uso de tubetes requer um cronograma rígido de produção e expedição de mudas para o campo. A manutenção das mudas por um período muito além do período de
rustificação pode causar problemas de enovelamento de raízes e deficiências nutricionais, o que se traduz em menor sobrevivência das mudas no campo no plantio,
ou mortes posteriores, por problemas de má capacidade de absorção de água da planta ou tombamentos pelo vento das árvores devido à má distribuição das raízes no
solo em função do enovelamento acontecido na fase de viveiro (fotos 1 e 2).
Enchimento de recipientes
A colocação do substrato nas recipientes, requer cuidados para se evitar que o mesmo torne-se compactado, prejudicando a germinação das sementes e o desenvolvimento
do sistema radicular, o que pode comprometer a sobrevivência das mudas no plantio e o desenvolvimento futuro da árvore. Para recipientes de enchimento manual, como os sacos plásticos e laminados de pínus, apenas a experiência poderá definir o quanto o
substrato poderá ser compactado manualmente de modo a não se desagregar na hora da retirada da muda, e ao mesmo tempo permitir um bom desenvolvimento do
sistema radicular. No caso dos tubetes, existem máquinas próprias para a atividade de enchimento de
substrato, também conhecidas com mesas vibratórias, que permitem dosar a quantidade de substrato e a compactação do mesmo por todo o perfil da embalagem
de maneira adequada (Figura 1).
É importante ressaltar, que para qualquer tipo de embalagem ou substrato, no momento do enchimento, este deve estar umedecido (nunca encharcado), para a
melhor agregação das partículas e a compactação adequada. Substratos secos não agregam as partículas e não permitem compactação, e no caso de recipientes sem
fundo como laminados e tubetes, escoam pela parte de baixo.
Sistemas de irrigação
A irrigação é uma dos fatores de maior importância do viveiro. O excesso e a falta d'água, podem comprometer qualquer uma das fases de formação das mudas.
À escolha do equipamento adequado, associa-se o manejo do sistema como um todo, onde devem ser considerados dentre outros fatores, o tipo de substrato e recipientes
utilizados pelo produtor, a espécie escolhida para a produção de mudas, a fase em que a muda se encontra de desenvolvimento (germinação incluindo repicagem,
crescimento ou rustificação), a época do ano em que se está produzindo, a região onde está instalado o viveiro em função da temperatura e do regime de chuvas e, hora do
dia em que se está realizando a operação de irrigação.
Assim, em regiões calor intenso com inverno ameno, normalmente, a exigência das mudas por água em qualquer fase do desenvolvimento é maior que em regiões de
clima temperado. Por outro lado, alguns tipos de substratos, por terem menor capacidade de retenção de água, exigem que se aplique mais água a cada irrigação, ou
que se aumente a freqüência das mesmas.
As horas do dia em que deverão ocorrer a irrigação também merecem atenção. Nos períodos mais quentes do dia, geralmente entre 12 a 14h30' não se deve praticar a
irrigação, sob pena de queimar as mudas. É recomendável que a mesma se processe nas primeiras horas do dia, após as 15h00' e ao entardecer. O tempo que o sistema
deve permanecer ligado, e o número de irrigações ao longo do dia, deve ser determinado pela experiência, observando-se se após a irrigação se processar o
substrato se encontra suficientemente úmido sem estar encharcado, e se no intervalo entre uma irrigação e outra, não ocorre murchamento das mudas por falta de água.
É importante ressaltar, que para cada etapa de formação das mudas, e para diferentes tipos de recipientes, existem diferentes sistemas de irrigação, com bicos de diferentes
vazões, pressão de trabalho e área de cobrimento (Figura 1).
Existem no mercado empresas especializadas que prestam assessoria e ajudam o produtor a determinar o melhor equipamento para o seu sistema de produção.
Etapas de formação das mudas
A formação das mudas de eucalitpo é uma das fases mais importantes de sua produção e se constitui de etapas às quais devermos dedicar o máximo esmero.
1. Semeadura
2. Crescimento das mudas
3. Rustificação das mudas
Preparo da semeadura e semeio
As sementes de eucaliptos, por seu tamanho, apresentam-se muitas vezes, com uma quantidade alta de material inerte misturado, principalmente sementes não
fecundadas, reduzindo o número de sementes viáveis por kg. É recomendável passar a semente por um separador de ar. Este procedimento aumenta a eficiência da
semeadura, evitando que sementes vazias sejam semeadas no lugar das férteis. Com o uso de peneiras classificadoras (malhas de 2,0 mm; 1,68 mm; 1,41 mm e 1,19 mm)
e agitador mecânico, pode-se separar as sementes do lote a ser semeado por tamanho. Este procedimento aumenta o seu teor de pureza e a velocidade de
germinação das sementes. Recomenda-se semear as sementes grandes em lotes separados das pequenas, de modo a aumentar a eficiência do viveiro.
O processo de semeadura pode ocorrer manualmente ou com o uso de equipamento automático, próprio para esse fim (Figura 1), com diferentes concepções e
produtividades, que podem ser adquiridas no mercado. O que determinará a escolha do método a ser empregado é a quantidade de mudas a ser produzida anualmente, justificando-se ou não a mecanização da atividade e, qual o porte do equipamento a
ser comprado.
A semeadura manual é vantajosa para pequenas quantidades de sementes, porém, alguns cuidados devem ser observados:
Após o enchimento das recipientes, proceder uma cavidade rasa central no substrato com uma pequena haste com diâmetro aproximado de 0,7 cm, que pode ser de madeira. A profundidade da cavidade não deve superar o tamanho da semente
deitada. Este procedimento evita que a semente seja enterrada a uma profundidade que impossibilite a germinação, e ao mesmo tempo que seja sua deposição ocorra de
forma descentralizada, encostada na parede do tubete, o que compromete o desenvolvimento das raízes.
A semeadura manual é feita com a utilização de seringas dosadoras, que permitem regulagem em função do tamanho médio das sementes.
Peneirar sobre os tubetes semeados uma fina camada do próprio substrato ou vermiculita fina pura, estando o material levemente umedecido. Essa camada não deve ser maior que metade da altura da semente deitada (aproximadamente 1 mm), para
permitir a manutenção da umidade sobre a semente, sem contudo enterrá-las.
O uso do semeador automático dispensa a marcação das cavidades, e muitos modelos realizam o recobrimento das sementes com vermiculita em apenas uma operação. A eficiência da máquina aumenta muito com a utilização das sementes previamente
peneiradas e separadas por tamanho.
Repicagem
Normalmente, devido ao pequeno tamanho das sementes de eucaliptos, não se consegue semear apenas uma por embalagem, principalmente no caso da semeadura manual, produzindo-se um número que pode ser grande de plântulas por recipiente, e que necessariamente deverão ser removidas mantendo-se apenas uma. A utilização da repicagem aumenta o aproveitamento das sementes germinadas, reduzindo custos na compra deste insumo e, permitindo um ganho de tempo no cronograma de formação
de novas mudas.
O processo de repicagem deve ser realizado à sombra, quando as plântulas se apresentarem com um tamanho entre 2,5 a 3,0 cm, e o arranque só deverá se
realizado após uma irrigação profunda do substrato, de modo a torná-lo o mais solto possível. Deve-se selecionar para permanecer no recipiente a plântula mais central e
vigorosa, retiradas todas as outras, descartando-se da repicagem as que não apresentarem tamanho adequado, ou não estiverem sadias e vigorosas.
As plântulas selecionadas para a repicagem são transportadas para pequenos recipientes plásticos rasos, cheios de água. Deve-se promover a repicagem o mais
rapidamente possível.
Os recipientes que receberão as novas mudinhas, também deverão estar previamente irrigados. Procede-se então um furo central no substrato, com o uso de um furador de madeira com o diâmetro aproximado de 8 mm, e uma profundidade de 3,5 a 4,0 cm,
onde serão inseridas as plântulas a serem repicadas, após passarem por uma pequena poda de raiz, para a eliminação das radículas laterais. Após a inserção da mudinha no furo, tapá-lo com uma pequena quantidade de substrato fresco e pouco úmido, mas
não totalmente seco. Nesta etapa, deve-se evitar o enovelamento da raiz e, o enterramento excessivo dos caules, mantendo-se as folhas cotiledonares acima do
substrato. Para tanto, é necessário puxar levemente a plântula para cima.
Comprimir levemente o substrato ao redor da muda, evitando-se o esmagamento do caule. Proceder imediatamente uma irrigação, mantendo o substrato sempre úmido, porém sem encharcamento. As mudas permanecerão à sombra (sombrite 50%) por
um período de 10 a 15 dias, até o seu completo pegamento, irrigadas de modo a evitar o tombamento da parte aérea. Após este período, entram na seqüência normal de
produção, recebendo as primeiras adubações de arranque.
Sombreamento
As sementes requerem um período de aproximadamente uma semana de sombra para a sua perfeita germinação, devendo então serem descobertas.
No caso da utilização de sacos plásticos e laminados de pínus que podem ser encanteiradas no chão, pode-se utilizar materiais como capim seco, folhas secas de palmeiras, esteiras rústicas de colmos de bambus para proteger as sementes do sol.
Essas proteções não devem ser muito compactas, para permitir a circulação de ar, e a passagem de um pouco de luz (em torno de 50%).
No caso de sistemas com maior grau de tecnologia, que se utilizem de tubetes, pode-se utilizar de mantas plásticas (sombrite), que podem ser adquiridas com diferentes
graus de interceptação da luz. Geralmente, esses sistemas contemplam o uso de casas de germinação, que nada mais são que estufas plásticas apropriadas para este fim
(Figura 1). Neste caso, consegue-se uma vantagem inicial, que é a proteção contra as geadas, no caso de semeaduras em época de inverno e, das chuvas fortes, que
costumam provocar a perda das sementes por lavagem do substrato
Decorrido o período de germinação, as mudinhas devem ser descobertas do sombrite, sendo transferidas para estufas semelhantes, recobertas apenas com plástico ou,
transferidas para pleno sol.
O processo completo envolvendo as duas fases, requer um tempo aproximado de 7 a 10 dias no verão, e de 10a 15 no inverno.
Irrigação
Durante a de germinação das sementes e do início de crescimento das mudas, a irrigação das mudas requer extremo cuidado, pois são fases muito sensíveis à falta ou
excesso de água. Cuidados como hora ideal para o seu procedimento, freqüência, qualidade da água e encharcamento, já foram discutidos no item Sistemas de
irrigação.
Recomenda-se durante todo esse período o consumo de não mais que 6 l de água/m2 de viveiro/dia. Essa quantidade deve ser ajustada para cada região, tipo de substrato
utilizado, e período do ano em que as mudas estão sendo produzidas.
A Figura 1 é ilustrativa doe efeitos negativos do excesso de água na etapa de germinação, que se torna irregular, além da formação de algas verdes em abundância,
que competem com as plântulas por luz e nutrientes.
Adubação
Na fase de germinação das sementes, não se recomenda o uso de adubações.
Os substratos adquiridos no mercado, normalmente já vem com uma quantidade de nutrientes suficiente para as necessidades nutricionais das plântulas neste período
inicial.
Para os substratos formulados pelo produtor, deve-se proceder a incorporação de adubos conforme mencionado no item 2 - Substratos.
Densidade de mudas
Nesta etapa, as mudas apresentam um aumento das necessidades nutricionais e de consumo de água, devido à aceleração do seu metabolismo. Ocorre também uma
busca mais intensa das plantas por luz solar, resultando na necessidade de modificações no manejo que vinha sendo adotado para a fase de germinação.
No caso de utilização de sacos plásticos ou laminados de pínus, é possível manter as mudas no espaçamento original da montagem dos canteiros (100% de ocupação do
solo), devido ao tamanho dos recipientes. Já para os tubetes, deve-se adotar a intercalação das mudas, com ocupação de 50% da área de cada bandeja. Esta prática
permite aeração melhor entre as mudas, reduzindo o risco de contaminação com fungos fitopatogênicos, possibilita melhor irrigação e aplicação de adubos e, permite
melhor insolação das mudas.
Irrigação
A irrigação das mudas nesta fase deve sofrer um aumento em relação à de germinação ser condizente com o aumento da biomassa das plantas, e de seu maior metabolismo.
As recomendações sobre os horários para se processá-las, bem como os cuidados com encharcamento ou falta d'água, são as mesmas em relação à fase de germinação.
As quantidades de água a serem aplicadas variam em função do período do ano, do tipo de substrato e, da embalagem utilizada. No caso dos tubetes, no verão,
recomenda-se uma aplicação que não deve ultrapassar 13 l/m2 de viveiro/dia. No entanto, os ajustes devem ser feitos pelo viveirista para cada situação, verificando o
estado de turgidez das mudas e o escorrimento de água do substrato quando apertado entre os dedos.
Adubação
Devido ao ritmo acelerado de crescimento nesta fase, as mudas precisam de uma suplementação maior de nutrientes, sob pena de apresentarem deficiências que
comprometem o seu desenvolvimento e podem levar à morte. Imediatamente após a saída da fase de germinação, não se recomenda uma adubação
muito carregada, para que as mudas não tenham os tecidos mais jovens e menos lignificados queimados pelo adubo. Dentre várias possibilidades, sugere-se a separação
da adubação nesta etapa em duas fases distintas:
a) Adubação de arranque (1a a 3a semana após a saída da fase de germinação):
Super fosfato simples: 4,6 g/l Sulfato de amônio: 0,3 g/l Cloreto de potássio: 2,1 g/l
FTE BR 10: 0,5 g/l
Solubilizar os adubos em água e aplicar 3 l dessa solução para cada 1000 tubetes (6 a 8 aplicações intercaladas a cada 3 dias).
Antes da aplicação da solução de adubos, é importante reduzir-se a irrigação das mudas, provocando um pequeno murchamento das mudas, de modo a otimizar o
aproveitamento da solução, que de outra forma se perderia por saturação de água no substrato. As aplicações devem ser realizadas às primeiras horas do dia, ou ao entardecer, e nunca nos horários de maior insolação e calor. Após a adubação,
proceder imediatamente uma irrigação para lavagem da parte aérea, evitando a queima das acículas pelos adubos, especialmente o sulfato de amônio.
O ritmo proposto entre as aplicações, mantém a quantidade de nutrientes no substrato, acelerando o ritmo de crescimento das plantas, ao evitar uma quebra da
disponibilidade dos mesmos se os intervalos de aplicações fossem esparsos.
b) Adubação de crescimento (iniciada após a adubação de arranque):
Uréia: 8,0 g/l Yoorim MG (ou super fosfato simples): 6,0 g/l
Cloreto de potássio: 6,0 g/l FTE BR 10: 0,5 g/l
Solubilizar os adubos em água e aplicar 3 l dessa solução para cada 1000 tubetes (5 a 20 aplicações intercaladas a cada 3 ou 4 dias).
As adubações podem ser processadas manualmente, com a utilização de regadores, o que exige mão-de-obra previamente treinada para se evitar a aplicação irregular dos adubos, ou com o uso de aplicadores automáticos, que processam as adubações nas
concentrações e horas pré estabelecidas
A aquisição destes sistemas é definida em função do tamanho do viveiro e a quantidade de mudas a ser produzida anualmente
Padronização das mudas
Ao final das adubações de crescimento, as mudas devem estar vigorosas, com a copa
bem formada e o sistema radicular abundante, notando-se nas extremidades das raízes secundárias, as formações dicotômicas próprias das micorrizas. Nesta etapa, o
tamanho das copas deve estar se aproximando ao comprimento dos tubetes, mantendo uma relação parte aérea/sistema radicular de 1:1 aproximadamente e, com
o diâmetro de colo aproximando-se de 3 mm. Deve-se processar uma seleção das mudas e, as que estiverem fora de padrão,
Rustificação das mudas
A etapa de rustificação trata da preparar a muda fisiologicamente para o plantio e as primeiras semanas que o sucedem.
Nesta etapa, as mudas deverão ser preparadas para a ida ao campo, com reserva nutricional disponível para o pronto crescimento e, ao mesmo tempo, resistentes ao estresse provocado pelas atividade de plantio (falta de água, retirada dos tubetes e
transporte).
Algumas práticas de rustificação das mudas envolvendo manejo do regime de água e adubação podem minimizar esses problemas.
Durante o processo de rustificação deve-se, portanto, considerar os seguintes pontos:
1. irrigação
2. adubação
3. padronização das mudas separadas do lote, retornando às adubações de crescimento.
Irrigação
A irrigação para rustificação das mudas deve ser paulatinamente diminuída, permitindo um leve murchamento dos ápices, porém, sem crestamento. O processo de
rustificação deve ocorrer num prazo de 10 a 15 dias no máximo, e a freqüência deverá partir de duas até uma vez por dia.
Adubação
Antes de proceder as adubações de rustificação, proceder a lavagem acentuada das acículas para arraste de nitrogênio. Após a lavagem, cortar a irrigação até leve
murchamento dos ápices, porém, sem crestamento.
A formulação apresentada permite que a haja uma diminuição do ritmo do crescimento em altura das mudas, ao mesmo tempo, favorecendo o desenvolvimento do sistema radicular e engrossamento do diâmetro do colo, o que se traduz em menos tecidos
túrgidos e maior reserva nutricional para o período inicial pós plantio, quando as raízes deverão iniciar a exploração do solo ao seu redor. As concentrações e produtos apresentados podem ser ajustadas de acordo com as necessidades do produtor.
Sulfato de amônio: 5,0 g/l Super fosfato simples ou Yoorim MG: 10,0 g/ l
Cloreto de potássio: 4,0 g/l FTE BR 10: 0,5 g/l
Solubilizar os adubos em água e aplicar 3 l dessa solução para cada 1000 tubetes (aplicações intercaladas a cada 3 ou 4 dias para um máximo de ocupação de 500
tubetes/m2).
Na etapa de rustificação, o excesso de chuvas pode acarretar deficiências sérias de nitrogênio e eventualmente potássio. O produtor deve ficar atento aos sintomas de
deficiência nutricional que eventualmente o lote passe a apresentar, e providenciar as correções necessárias.
Padronização das mudas
As mudas após o final da etapa de rustificação, deverão passar por um processo de seleção e padronização. Mudas que estiverem fora dos padrões estabelecidos, deverão
regressar à fase de rustificação ou, eventualmente, para a de crescimento.
Altura da parte aérea: 14 a 15 cm Diâmetro de colo: 3 a 4 mm
Sistema radicular ocupando toda a área interna do tubete com bom desenvolvimento e coloração branca
Nutrição, Adubação e Calagem.
Importância da nutrição mineral
Embora o eucalipto tenha rápido crescimento, este é muito variável. Os principais fatores que interferem no crescimento estão relacionados com o material genético
utilizado e com as condições de solo onde é plantado. Geralmente, são utilizados os solos de baixa fertilidade natural, sendo necessária sua correção com a aplicação de
fertilizantes.
Avaliações nutricionais em plantios de Eucalyptus spp são importantes para recomendações de uso de fertilizantes minerais, pois propiciam melhor aproveitamento
dos nutrientes, resultando em aumento da produtividade florestal. A amostragem correta das árvores é fundamental, para o sucesso dos estudos nutricionais.
Recomendações de amostragem foliar
Recomenda-se coletar amostras, em árvores dominantes, de folhas recém maduras do meio da copa, durante o verão. Dependendo do regime de chuva e temperatura no período, algumas variações podem ocorrer e neste caso as folhas que deverão ser amostradas podem não estar completamente formadas e/ou ainda não totalmente
madura.
As folhas devem estar completamente formadas. Nestas condições as folhas apresentam seguintes características morfológicas: aspecto e cor: lisa e brilhante, com
coloração verde escura na parte superior e verde pálida na inferior; forma: lanceolada.
Recomenda-se que cada amostra seja composta por no mínimo no mínimo 3 árvores dominantes. O número total de amostras compostas, por área, depende entre outros
do local, tipo de solo e do material genético plantando.
Em termos práticos recomenda-se a coleta de 10 a 20 amostras compostas, por gleba.
A interpretação das analises expressas em concentração do elemento nutriente nas folhas nos da idéia da necessidade de reposição do nutriente deficiente.
Tabela. Teores de macro e micronutrientes considerados adequados para o Eucalyptus.
Teores Observados *
Elemento) Mínimos Máximos
Teores Adequandos *
N (mg/g) 8,1 23,0 20,0 - 22,0
P (mg/g) 0,7 1,3 0,9 - 1,4
K (mg/g) 3,8 11,4 7,5 - 8,3
Ca (mg/g) 3,8 15,1 3,8 - 6,0
Mg (mg/g) 1,2 3,4 2,6 - 6,2
B (µg/g) 12,0 104,0 20,0 - 60,0
Fe (µg/g) 62,0 491,0 80,0 - 200,0
Mn (µg/g) 151,0 2875,0 300,0 - 700,0
Zn (µg/g) 2,0 39,0 10,0 - 15,0
Adubção e calagem
Adubo mineral
Os nutrientes mais freqüentemente utilizados nas adubações de espécies florestais são o N, P, K, e com menor freqüência o B e o Zn. O Ca e Mg são aplicados através de calagem. Em plantações florestais é comum o uso de adubo simples, formado por
apenas um composto químico. Neste caso, normalmente são utilizados: Sulfato de amônio e uréia, como fontes de nitrogênio; Superfosfato simples; Superfosfato triplo e
Fosfato natural, como fontes de fósforo; Cloreto de potássio e Sulfato de potássio, como fontes de potássio; - Bórax, como fonte de boro.
Além dos adubos simples, existem os adubos formados a partir da mistura de dois ou mais fertilizantes, os quais, representados por formulações, são denominados de
adubos mistos. A formulação do fertilizante varia de região para região, e de acordo com a cultura que será aplicado. De maneira geral, na atividade florestal, o fósforo é colocado em maior quantidade que os outros elementos, por ser normalmente aquele
presente em menor concentração no solo.
Calagem
O calcário é o corretivo mais usado para a correção do solo. Além de ser o mais disponível, é o mais barato. Normalmente, é recomendada a aplicação de calcário
dolomitico, que contém além do Ca, concentração mais elevada de Mg.
Calcário teor de MgO (%) teor de CaO (%) Cálcico ou calcítico até 5 45 - 55
Magnesiano 5,1 - 12 33 - 44 Dolomitico mais de 12 25 - 32 .
Épocas de aplicação
Identificada a necessidade de se fazer correções no solo, o próximo passo é determinar a época mais adequada para aplicar o calcário e o fertilizante. A calagem é realizada
durante o preparo do solo e a adubação depende da espécie florestal utilizada, do solo, da idade das plantas e da intensidade da colheita. Quando o solo é muito ácido (p./ex.: pH abaixo de 4,0) ou apresenta baixos teores de Ca e Mg, a aplicação de calcário antes
do plantio e durante a rotação da cultura é necessária.
Normalmente, a adubação é realizada em duas etapas. A primeira, chamada de adubação fundamental, é feita antes ou no momento do plantio, utilizando nitrogênio,
fósforo e potássio. A segunda, também chamada de adubação de manutenção, é realizada quando as árvores tem entre 30 a 36 meses de idade. Nesse caso, é
recomendado, para solos de baixa fertilidade, a aplicação de 90 kg/ha de Cloreto de potássio (ou aproximadamente 50 g/ planta) e cerca de 2 toneladas de calcário por
hectare. Em solos com altos teores de cálcio e magnésio, a adubação de manutenção é realizada apenas com o Cloreto de Potássio.
Recomendação de calagem
De uma forma geral, as espécie florestais plantadas no Brasil são tolerantes à acidez do solo. A calagem tem como objetivo maior elevar os teores de Ca e Mg nos solos do
que a correção do pH. Normalmente, as quantidades recomendadas elevam o pH a valores próximos a 5,5. Dois métodos são recomendados para determinar a
quantidade de calcário à ser aplicado. Um método é baseado nos teores de Al no solo e o outro nos teores de Ca e Mg, conforme mostrados a seguir:
A calagem é recomendada para elevar os teores de Ca e Mg no solo. Neste caso deve-se aplica-lo antes do plantio e durante a rotação, juntamente com a adubação de manutenção. É recomendada quando o solo é muito ácido (pH < 5,0) ou quando
apresentar baixos teores de Ca e Mg. O objetivo é elevar o solo a um pH próximo a 5,5 e/ou a Saturação de Bases entre 40 - 50%.
1. Com base nos teores de alumínio do solo: t calcário/ha = 0,2 x mmol (+) Al+³ / dm³ no solo Exemplo: teor de Al+³ no solo = 10 mmol(+) / dm³
t calcário/ha = 0,2 x 10 = 2 Recomendação = aplicação de 2 toneladas de calcáreio/ha
2. Com base nos teores de Ca e Mg do solo t calcário/ha = 2 x [ 20 - (mmol(+) Ca+2 + Mg+2 / dm³ de solo)]
Exemplo: teor de Ca+2 + Mg+2 no solo = 19 mmol(+) / dm³ t calcário/ha = 2 x [20 - 19] = 2
Recomendação = Aplicação de 2 t /ha de calcário
Na prática não é aconselhável aplicar doses muito elevadas de calcário, pois além de se tornar onerosa ela pode interferir na estrutura do solo e na microfauna. Assim, o
ideal é aplicar no máximo 2 toneladas. Caso seja necessário uma aplicação maior, por exemplo 4 toneladas, é aconselhável dividir em 2 aplicações. A primeira aplicação
antes do plantio e a segunda quando o plantio estiver com 30 a 36 meses de idade, isto é, junto a adubação de manutenção.
Recomendação de adubação mineral
Não existem recomendações de adubação baseadas apenas nas análises de solo, e especificas para as diferentes espécies florestais plantadas nos diferentes tipos de solo.
De maneira geral, pode-se recomendar a seguinte adubação:
Interpretação dos teores de P e K no solo, com base nos resultados da análise química
Teores no solo Interpretação Baixo Médio Alto
P (mg/dm³) menor ou igual a 3,0 maior que 3 e menor que 7 maior ou igual a 7 K (mmol(+)/dm³) menor ou igual a 0,5 maior que 0,5 e menor que 1,5 maior ou igual a 1,5
Recomendação de adubação com fertilizante mineral p ara eucaliptos, com base nos teores de P e K do solo.
Interp. Interp. N P205 K20 Fórmula kg/ha g/pl P K B B 30 120 60 08-32-16 375 220 B M/A 30 120 45 10-30-10 400 240 M B 30 90 60 08-30-20 300 180 M M/A 30 90 45 08-28-16 320 190 A B 30 60 60 08-28-16 220 130 A M/A 30 60 30 10-20-10 300 180
B= baixo; M= médio; A=alta
As quantidades de adubos sugeridas são com base em um plantio no espaçamento 3m x 2m, o que representa uma população de 1666 árvores/ha.
Adubação de plantio
A regra é colocar o adubo o mais perto possível da muda. O adubo pode ser aplicado na cova ou no sulco de plantio. No primeiro caso o adubo deve ser colocado no fundo
da cova antes do plantio, bem misturado com a terra para evitar danos à raiz das mudas No segundo caso o adubo é distribuído no fundo do sulco de plantio, aberto
pelo sulcador, ou outro implemento agricola.
Adubação de cobertura
Embora não seja uma prática comum a adubação de cobertura é indicada, pois ela complementa a adubação de plantio. No caso de não se fazer a adubação de
cobertura, a quantidade recomendada para plantio e cobertura devem ser aplicadas no ato do plantio .
A adubação de cobertura é feita aproximadamente 3 meses após o plantio. O adubo é distribuído ao lado das plantas, em faixas ou em coroamento. Após aplicação é
recomendado cobri-lo com terra.
Adubação de manutenção
Tem como objetivo fornecer K, Ca e Mg para as plantas. Deve ser aplicada quando as plantas tiverem de 2,5 a 3,0 anos de idade. Nos caso de solo muito ácido ou baixos
teores de Ca e Mg, é recomendando aplicar juntamente com o potássio, o calcário dolomitico na quantidade de 2,0 toneladas por hectare.
A aplicação é feita distribuindo o adubo e o Calcário entre as linhas de plantio. Após aplicação deve fazer uma incorporação superficial, isto é, a aproximadamente 5,0 cm
de profundidade.
Pragas
O eucalipto foi introduzido no Brasil na década de 40 se adaptando as diferentes regiões do Brasil. Sua proximidade taxonômica com diversas espécies brasileiras
favoreceu a adaptação de muitos insetos, logo após o início dos plantios. Os extensos plantios homogêneos e contínuos, distribuídos por todo o Brasil forneceram grande quantidade de alimentos a estes insetos.Aliada a disponibilidade de alimento a baixa
diversidade interferiu no equilíbrio ecológico destes insetos possibilitando seu aumento populacional descontrolado, tornando-os pragas.
Formigas
Formigas cortadeiras
As formigas cortadeiras, conhecidas desde o século XVI e, já relatadas pelo Jesuíta José de Anchieta em 1560 (Mariconi, 1970), são consideradas até hoje como o
principal problema entomológico das florestas brasileiras. No Brasil estes insetos são chamados de saúvas ou quenquéns. A primeira pertence ao gênero Atta com 10
espécies e 3 subespécies e a segunda aos gêneros Acromyrmex, com 20 espécies e nove subespécies (Della Lucia et. al., 1993, cap. 3), e menos importante, os gêneros Sericomyrmex (9 espécies), Trachymyrmex (12 espécies) e Mycocepurus (3 espécies)
(Anjos et. al., 1998). Segundo Anjos, 1998 há estudos indicando que cerca de 75% dos custos e tempo gastos no manejo integrado de pragas em florestas plantadas, ou 30% dos gastos
totais até o terceiro ciclo eram destinados ao manejo integrado de formigas. O desfolhamento causado por formigas pode reduzir a produção de madeira no ano
seguinte em um terço e, se isto ocorrer no primeiro ano de plantio, a perda total do ciclo pode chegar a 13% da colheita. Em ecossistemas tropicais as formigas consomem
em média 15% da produção florestal. Para o controle de formigas são utilizados principalmente produtos químicos na forma
de iscas. No entanto o manejo adequado dos plantios juntamente com o monitoramento é fundamental para o sucesso deste controle
Formigas Saúvas
Saúvas são formigas cortadeiras do gênero Atta. Diferem-se das quenquéns por serem maiores e possuirem apenas três pares de espinhos no dorso do tórax. Ocorrem
somente na América, sendo sua dispersao do sul dos EUA até a Argentina. Seus ninhos são denominados sauveiros e são facilmente reconhecidos pelo monte de terra solta na
superfície (Gallo et. al. 2002). A seguir serão listadas as espécies de saúvas e sua distribuição no território Nacional de acordo com Della Lucia et. al., (1993).
1. Atta bisphaerica Forel, 1908 - "Saúva-mata-pasto" - SP, MG, RJ, Norte e Sul do Mato Grosso.
2. Atta capiguara Gonçalves, 1944 - "Saúva-parda" - SP, MT e MG. 3. Atta cephalotes (L., 1758)- "Saúva-da-mata" - AM, RO, RR, PA, AP, MA, PE
(Recife e arredores) e Sul da BA. Provavelmente, ocorre no AC e Norte do MT. 4. Atta goiana Gonçalves, 1942 - "Saúva" - GO e MT.
5. Atta laevigata (F. Smith, 1858)- "Saúva-de-vidro" - SP, AM, RR, PA, MA, CE, PE, AL, BA, MG, RJ, MT, GO e Norte do PR. Provavelmente, ocorre em RO, PI e
SE. 6. Atta opaciceps Borgmeier, 1939 - "Saúva-do-sertão-do-nordeste" -PI, CE, RN,
PB, PE, SE e Nordeste da BA. Provavelmente ocorre em AL. 7. Atta robusta Borgmeier, 1939 - "Saúva-preta" - RJ.
8. Atta sexdens piriventris Santschi, 1919 - "Saúva- limão -sulina" - SP, Sul do PR, SC e RS
9. Atta sexdens rubropilosa Forel, 1908- "Saúva-limão" - SP, MG (Sul e centro), ES, RJ, Sul do MT, Sul de GO e Norte e Oeste do PR.
10. Atta sexdens sexdens (L., 1758)- "Formiga-da-mandioca" - AM, AC, RO, RR., PA, AP, Norte do MT, Norte de GO, MA, PI, CE, RN, PB, PE, AL, SE, BA e Norte
de MG. 11. Atta silvai Gonçalves, 1982- "Saúva" - Sul da BA. 12. Atta vollenweideri Forel, 1939 - "Saúva" - RS e MT.
Em Minas Gerais, as espécies mais frequentes e abundantes são: A. sexdens rubropilosa, A. laevigata e A. bisphaerica.
Formigas quenquéns
São formigas cortadeiras, principalmente do genero Acromyrmex. Os formigueiros deste gênero são pequenos e geralmente de poucos compartimentos (panelas). As
operárias variam muito de tamanho, mas geralmente são bem menores que as saúvas.
A ocorrência destas formigas vai desde a Califórnia (EUA) até a Patagônia, encontrando-se espécies deste gênero na América Central, Cuba, Trinidad e América
do Sul, exceto no Chile As únicas espécies que não são da Região Neotropical são Acromyrmex versicolor versicolor (Pergande) e A. versicolor chisosensis (Wheeler).
Comumente, encontram-se variações individuais na proporção dos espinhos do tronco e da cabeça em espécimens pertencentes à mesma colônia. A caracterização
taxonômica realizada com base na proporção forma dos espinhos do tronco, o tipo de esculturação tegumentar e disposição dos tubérculos no gáster (GONÇALVES, 1961)
são sinais facilmente visualizados nas operárias máximas.
Com as modificações nomenclaturais no subgénero Moellerius feitas por FOWLER (1988) e as duas formas neárticas, além da descrição de Acro,nyrmexdiasi
(GONÇALVES, 1983), o gênero conta atualmente com 63 espécies nominais. Dessas, 20 espécies e nove subespécies foram constatadas no Brasil. No Estado de São Paulo, dados sobre a atualização da distribuição geográfica do gênero apontam 11 espécies
seis subespécies (ANDRADE e PORTI, 1993)
Acromyrmex ambiguus Emry, 1887- ?Quenquém-preto-brilhante?- SP, BA e RS. 2. Acromyrmex aspersus (F. Smith, 1858)- ?Quenquém-rajada? - MG, SP, BA, ES, RJ,
MT, PR, SC e RS. 3. Acromyrmex coronatus (Fabricius, 1804) - ?Quenquém-de-árvore? SP, PA, CE, BA,
ES, MG, RJ, MT, GO, SC e MS. 4. Acromyrmex crassispinus Forel, 1909 - ?Quenquém-de-cisco e quenquém? - SP, RJ,
RS, MCI e DF. 5. Acromyrmex diasi (Gonçalves, 1983 - DF (Brasília).
6. Acromyrmex disciger Mayr, 1887 - ?Quenquém-mirim e formiga--carregadeira? - SP?, RJ, MG, PR E SC.
7. Acromyrmex heyeri Forel, 1899- ?Formiga-de-monte-vermelha? PR, SC, RS e SP. 8. Acromyrmex hispidus fallAx Santschi, 1925- ?Formiga-mineira? PR, -SC, SP e RS. 9. Acromyrmex hispidus formosus Santschi, 1925 - PR de acordo com KEMPF (1972). 10. Acromyrmex hystrix (Latreille, 1802) - ?Quenquém-de-cisco-da--amazônia? - AM,
PA, RO, GO, BA e MT. 11. Acromyrmex landolti balzani Emery, 1890- ?Boca-de-cisco, formiga-rapa-rapa, formiga-rapa e formiga-meia-lua? - SP, MG, SC, GO e MS (MAYHÉ-NUNES, 1991).
12. Acromyrmex landolti fracticornis Forel, 1909 - MT e MS. 13. Acromyrmex landolti landolti Forel, 1884- AM, PA, MA, PI, CE, RN, PB, PE, AL, BA,
MG, MT e AC. 14. Acromyrmex laticeps laticeps Emery, 1905 - ?Formiga-mineira e formiga-mineira-
vermelha? - SC, RS e PR 15. Acromyrmex laticeps nigrosetosus Forel, 1908- ?Quenquém-campeira?
16. SP, AM, PA, MG, MA, ,MT, GO, RO, BA e SC 17. Acromyrmex lobicornis Emery, 1887- ?Quenquém-de-monte-preta e formiga-de-
monte- preta? - BA e RS. 18. Acromyrmex lundi carli Santschi, 1925 - AM e PA.
19. Acromyrmex lundi lundi (Guérin, 1838) - ?Formiga-mineira-preta, quenquém-mineira e quenquém-mineira-preta? - RS.
20. Acromyrmex lundi pubescens Emery, 1905 - MT. 21. Acromyrmex muticinodus (Forel 1901)-?Formiga-mineira?- CE, ES, RJ, SP, SC, MG
e PR. 22. Acromyrmex niger (F. Smith, 1858)- SC, SP, CE, MG, RJ, ES e PR.
23. Acromyrmex nobilis Santschi, 1939 - AM. 24. Acromyrmex octospinosus (Reich, 1793) - ?Carieira e quenquém-mineira-da-
amazônia? - AM, PA e RR. 25. Acromyrmex rugosus rochai Forel, 1904 - ?Fortniga-quiçaçá? - SP CE, MT e DF. 26. Acromyrmex rugosus rugosus (F. Smith, 1858) - ?Saúva, formiga-lavradeira e
formiga-mulatinha? - MS, RS, SP, PA, MÁ, PI, CE, RN, PB, PE, SE, BA, MG, MT e GO. 27. Acromyrmex striatus (Roger, 1863)- ?Formiga-de-rodeio e formiga de-eira? - SC e
RS. 28. Acromyrmex subterraneus bruneus Forel, 1911 - ?Quenquém-de-cisco-graúcha.? -
SP, CE, BA, RJ, SC, MG e ES. 29. Acromyrmex subterraneus molestans Santschi, 1925 - ?Quenquém--caiapó-capixaba? - CE, MG, ES, RJ, BA e SP, de acordo com AEDRADE e PORTI (1993).
30. Acromyrmex subterraneus subterraneus Forel, 1893 - ?Caiapó? -SP, AM, CE, RN, MG, RJ, MT, PR, SC e RS
Cupins
Coptotermes spp. Heterotermes spp. Anoplotermes spp. Armitermes spp. Cornitermis spp.
Neocapritermes spp.
Procornitermes spp. Syntermes spp.
Lagartas As Lagartas consideradas pragas do Eucalyptus no Brasil podem ser classificadas em
desfolhadoras e broqueadoras.
As lagarta consideradas pragas do Eucalyptus no Brasil podem ser classificadas em desfolhadoras e broqueadoras
Lagartas desfolhadoras
Lagartas broqueadoras
Besouros Os besouros podem ser classificados como desfolhadores , coleobrocas e besouro de
raízes.
Os besouros constituem um grupo de insetos muito importantes para a silvicultura brasileira. Existem como pragas do eucalipto besouros desfolhadores, besouros
coleobrocas e besouros de raízes
Besouros desfolhadores
Os besouros desfolhadores constituem um grupo de insetos muito importantes para a silvicultura brasileira. Estes estão incluídos em diversas famílias, principalmente as de
Chrysomelidae, Curculionidade, Scarabaeidae, Buprestidae. Dentro deste grupo a principal espécie que apresenta importância para o setor florestal brasileiro é
Costalimaita ferruginea. Gonipterus scutellatus (Coleoptera: Curculionidade) é uma das piores pragas nativa dos eucaliptais na Australia. Ele foi introduzido na Argentina em 1926 e, 30 anos depois, foi encontrado nos eucaliptais do Rio Grande do Sul. Mais
cerca de 30 anos e já está em São Paulo. Não tardará e esta praga chegará aos maciços florestais de Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia. Outros insetos nativos do
Brasil, como as de Naupactus, também atacam as essências florestais. A família Buprestidae apresenta vàrias espécies de besouros que atacam as folhas novas, mas principalmente roem os ponteiros e galhos tenros de eucaliptais jovens. Suas espécias
são ainda mal conhecidas pela Entomologia Florestal brasileira. A família Scarabaeidade apresenta espécies desfolhadoras vorazes em muitos tipos de essências florestais no Brasil, como Bolax flavolineatus, por exemplo. Tanto as larvas quantos os
besouros adultos são pragas de resflorestamentos de eucalipto e de várias culturas agrícolas.
1. Gonipterus gibberus (Boisduval, 1835) (Coleoptera: Curculionidae) - PR, RS e SC.
2. Gonipterus scutellatus (Gyllenhal, 1833) (Coleoptera: Curculionidae) - PR, RS e SC.
3. Sternocolaspis quatuordecimcostata (Lefréve, 1877) (Coleoptera: Chrysomelidae) - PA, RN, MA, BA, SP, SC, PR
4. Costalimaita ferruginea vulgata (Lefréve, 1885) (Coleoptera: Chrysomelidae) - RN, PA, MA, BA, GO, SP e PR
5. Bolax flavolineatus (Mann., 1829) (Coleoptera: Scarabaeidae) 6. Psylloptera spp. (Coleoptera: Buprestidae) SP, PR, BA....
Besouros coleobrocas
Platypus sulcatus (Chapius, 1865) (Coleoptera: Platipodidae) - SP, RS, PR
Phoracantha semipunctata (Fabricius, 1775) (Coleoptera: Cerambycidae) - origem australiana. No Brasil foi detectada em 1950.
Achryson surinamum (L. 1767) (Coleoptera: Cerambycidae)
Mallodon spinibarbis (L. 1758) (Coleoptera: Cerambycidae
Besouro-de-raízes
Migdolus fryanus (Westwood, 1863). (Coleoptera: Cerambycidae)
Sugadores Dentre os insetos que sugam a seiva e provocam danos no eucalipto, podem ser
citados, os psilideos, cigarrinhas, trips e pulgões. Estes primeiros são compostos por insetos de origem australiana com introdução recente no Brasil
Para controle das principais pragas do eucalipto deve-se, sempre, considerar possibilidades de manejo integrado, de controle biológico; inclusive utilizando-se
insetos parasitóides e predadores de pragas .
Sugadores
Os insetos sugadores são de grande importância para o eucaliptos por agrigarem os psilideos, insetos saltadores, semelhante a pequenas cigarrinhas, pertencentes a
Ordem Homoptera, superfamília Psylloidea (Hodkinson, 1988
Sugadores
Psilideos
São chamados ?Psilideos? insetos saltadores, semelhante a pequenas cigarrinhas, pertencentes a Ordem Homoptera, superfamília Psylloidea (Hodkinson, 1988). Dentro deste grupo, são conhecidas em todo o mundo, cerca de 2500 espécies, sendo que a
maioria se desenvolve em plantas lenhosas, dicotiledôneas (Burckhardt, 1994). Grande parte dos insetos da família Psyllidae são de origem Australiana sendo que a maioria
das espécies se desenvolvem em eucaliptos ou outras Mirtaceas. Dentro desta família, o gênero Ctenarytaina Ferris e Klyver tem a mais ampla distribuição natural, indo desde a Índia e Sudeste da Ásia até a Austrália, Nova Zelandia e algumas ilhas do
Pacífico (Burkchardt, 1998). Algumas espécies de Ctenarytaina tem sido introduzidas em outros continentes juntamente com seu hospedeiro, o eucalipto (Taylor, 1997).
A espécie mais conhecida do gênero, Ctenarytaina eucalypti , ocorre naturalmente no sudeste da Austrália e Tasmania e foi introduzida na Nova Zelândia, Papua, Nova
Guine, Sri Lanka, África do Sul, Ilhas Canárias, Califórnia e Europa( França, Itália, Portugal, Espanha, Ilhas Madeira, Inglaterra e Alemanha).
No Brasil foi realizado levantamentos destes psilideos no Estado do Paraná e São Paulo, sendo encontrada três espécies, sendo uma delas também encontrada em
Goiás. Possivelmente estes insetos estejam presentes nas demais regiões, podendo ainda haver também outras espécies ainda não coletadas nos levantamentos
realizados anteriormente. A primeira ocorrência de C. eucalypti, no Brasil, foi relatada por Burckhardt, et. al. (1999), em mudas de E. dunnii, no município de Colombo, PR.
Ctenarytaina sp. foi observada em plantações de Eucalyptus grandis, no município de Arapoti, Norte do Paraná em 1992 (Iede et. all. 1996). Em 1997 foi descrita a espécie Ctenarytaina spatulata (Taylor 1997). Esta espécie de origem australiana se espalhou
por vários países. Foi observada em 1990 nas Ilhas do Sul em Nova Zelândia, em 1991 na Califórnia, USA, 1992 no Norte do Paraná, Brasil e em 1994 próximo a Montevidéu,
no Uruguai.
Para controle das principais pragas do eucalipto deve-se, sempre, considerar possibilidades de manejo integrado, de controle biológico, inclusive utilizando-se
insetos parasitóides e predadores de pragas.
As populações de insetos são reguladas por forças físicas, nutricionais e biológicas. Em condições normais, estas forças contrabalançam a enorme capacidade reprodutiva dos
insetos, que poderiam alcançar populações assustadoras, caso estas forças fossem retiradas.
Na floresta os insetos benéficos estão principalmente em dois grandes grupos: Predadores, que se alimentam externamente e devoram suas presas (Tompson, 1943)
e parasitóides que vivem sobre o hospedeiro ou dentro dele e, gradualmente o consome. As diferenças entre parasitóides e predadores não são rígidas. Os
parasitóides usualmente são capazes de alimentar se e completar seu ciclo de vida em um único hospedeiro, enquanto o predador alimenta-se de vários indivíduos, movendo-
se livremente para procurar outras presas. A maioria dos parasitóides pertence às ordens Hymenoptera e Diptera.
Alguns parasitóides atacam diferentes hospedeiros e outros são limitados a alguns poucos, ou apenas um hospedeiro. Por outro lado, uma única espécie pode servir de hospedeiro para diferentes espécies de parasitóides. Os parasitóides também não estão livres de inimigos naturais, eles podem ser atacados por outros parasitóides
(hiperparasitismo) (Furnis & Carolin,1977).
A manipulação das forças biológicas se constitui numa das ferramentas mais poderosas do Manejo Integrado de Pragas (MIP), na agricultura ou na floresta e que envolve um
grande número de técnicas. No que se refere aos aspectos biológicos do MIP estas técnicas podem ser sintetizadas em três linhas: o uso de técnicas culturais, o controle
biológico e o uso de plantas resistentes. Os estudos de resistência de plantas se aproximaram do MIP em 1950, focado nas estratégias de defesas da planta e seus
efeitos nos insetos herbívoros e em menor extensão, nos efeitos dos insetos na planta. Mais recentemente, estes estudos incluíram as interações entre plantas e o terceiro nível trófico, observando a interação tritrófica da perspectiva de cada componente.
(Vinson, 1999). As técnicas culturais compreendem o manejo da cultura, englobando todas práticas que a beneficiam e, de maneira indireta influencia na dinâmica
populacional dos insetos, tais como capina, roçagem, desbastes, adubação, etc...
Os insetos destrutivos fazem parte dos ecossistemas florestais e tem impacto significativo na produtividade e outros valores da floresta, no entanto estes impactos
adversos podem ser evitados ou mantidos abaixo dos níveis de dano econômico, através de medidas ecológicas, compatíveis com o manejo florestal (Waters & Stark,
1980) e integradas às outras atividades que conduzem a floresta ao seu objetivo final, seja ele a produção de madeira, celulose, papel, paisagístico ou ambiental.
Controle biológico é um fenômeno natural que regula o número de plantas e animais com a utilização de inimigos naturais (agentes de mortalidade biótica) mantendo as
populações (excluindo o homem possivelmente) em estado de equilíbrio com o ambiente (Bosch, et al. 1973), flutuando dentro de certos limites (Berti Filho, 1990). Uma vez que os insetos perfazem um total de 80% (talvez 1-1.5 milhões de espécie) de todos os animais terrestres, a inibição parcial de controle biológico natural geraria conseqüências inimagináveis. O homem poderia não sobreviver à intensa competição
com comida e fibra e ele enfrentaria problemas relacionados à saúde devido a doenças transmitidas por insetos. Nestes termos, o controle biológico, então, é de
grande importância para nós e, provavelmente crítico a nossa sobrevivência. (Bosch, et al. 1973).
O controle biológico no Brasil
Controle biológico é um fenômeno natural que, quando aplicado adequadamente o um problema de praga, pode prover uma solução relativamente permanente, harmoniosa, e econômica. Mas por ser o controle biológico uma manifestação da associação natural
de tipos diferentes de organismos vivos, i.e., parasitóides e patógenos com os hospedeiros e, predadores com as presas, o fenômeno é dinâmico, sujeito às perturbações por fatores outros como, as mudanças no ambiente, processos
adaptativos e, limitações dos organismos envolvidos em cada caso (Huffaker & Mensageiro, 1964 apud. Bosch, et al. 1973).
Quando se discute o manejo de pragas é necessário lembrar que existe mais de um milhão de espécies de insetos, mas apenas um pequeno percentual é considerado
praga. Embora a maior parte do trabalho dos entomologistas concentra-se em matar estas pragas (Pyle et al., 1981), é indiscutível o papel benéfico de muitos insetos para o homem. O fato dos insetos estarem associados com algo maléfico (pragas e vetores)
para a maioria da sociedade, torna difícil conscientizar a população sobre a necessidade de conservá-los.
Dentre as razões citadas por pragas Pyle et al., (1981), do porquê conservar populações de insetos, estão os valores intelectuais, ecológicos e econômicos. Do
ponto de vista econômico, os insetos estão quase sempre associados a prejuízos. No entanto, não está bem claro para a povo as possibilidades de lucros oriundos dos insetos, que podem ser uma enorme fonte de lucros, basta lembrar as abelhas e o
bicho da seda, que mobilizam criadores, indústria e comércio em todo mundo. Um mercado recente, que tem mobilizado um grande número de pessoas é a produção e
comercialização de parasitóides e predadores para uso na agricultura e florestas.
O controle biológico clássico no Brasil iniciou em 1921, com a importação de Prospaltella berlesi (Aphelinidae) dos Estados Unidos para o controle de
Pseudaulacaspis pentagona no pessegueiro. Em 1929, foi introduzido da Uganda o parasitóide Prorops nasuta para controlar a broca do café (Hypothenemus hampei), dentro de um programa que continuou por vários anos, com a criação e distribuição
deste parasitóide (denominada de vespa da Uganda), por mais de duas mil propriedades até 1939.
Após esta data outros inimigos naturais foram introduzidos para o controle desta broca, como o braconideo Heterospilus coffeicola (Gonçalves, 1990) e vários outros para o controle de diversas pragas nas culturas da macieira, café, cana de açúcar, citrus, cacau e outras. (Berti Filho, 1990). Os sucessos alcançados nos primeiros
programas incentivaram vários pesquisadores e instituições a investirem no controle biológico sendo publicados mais de 1400 trabalhos nas últimas duas décadas na área
de entomopatógenos (Alves, 1998), com ênfase aos bioinseticidas virais e bacterianos.
Na área florestal vários projetos com ênfase no controle biológico podem ser referenciados, tais como:
1. O uso de Trichogramma sp. (Hymenoptera Trichogrammtidae) no controle de lagartas desfolhadoras de Eucalyptus spp., coordenado pela Universidade Federal de Minas Gerais -UFMG (Berti Filho, 1990) que em 1982 liberou 168.000 indivíduos de
Trichogramma soaresi na tentativa de controlar um foco de Blera varana Schaus em Eucalyptus cloeziana F. Muell. em Minas Gerais (Zanúncio, et al. 1993).
2. Programa de controle de lagartas desfolhadoras do eucalipto com uso de predadores, como Podisus nigrolimbatus Spínola (Hemiptera: Pentatomidae) e P. connexivus Bergroth, coordenado pela Universidade Federal de Viçosa -UFV, em convênio com diversas empresas florestais em Minas Gerais, Bahia, São Paulo e
Espirito Santo. (Zanúncio, et al. 1993).
3. O controle da vespa da Madeira Sirex noctilio Fabricius com a introdução do nematóide Deladenus siricidicola Bedding seu principal inimigo natural e
posteriormente os parasitóides Megarhyssa nortoni (Cresson) e Rhyssa persuasoria (L.). O parasitóide Ibalia leucospoides Hochenwald foi introduzido naturalmente junto com a praga (Iede & Penteado, 2000). A vespa da madeira foi observada, no Brasil,
pela primeira vez em 1988 (Iede & Penteado, 1988) e no ano seguinte iniciou o programa de controle, coordenado pela Embrapa Florestas, no Paraná, em cooperação com diversas empresas florestais que plantam Pinus sp. no Rio Grande do Sul, Santa
Catarina e Paraná.
Além destes, muitos trabalhos individuais ou em grupos têm apresentado alternativas ao controle de pragas florestais, com a identificação de inimigos naturais, testes de eficiência para predadores, parasitóides e microorganismos, principalmente vírus e
bactérias. Dentro do controle biológico de formigas cortadeiras, principal praga florestal no Brasil, podem ser citados os trabalhos de Alves & Sosa Gomez, 1983;
Anjos, et al. 1993; Della Lucia, et. al., 1993; Silva & Diehl-Fleig, 1995 e Specht, et al., 1994
Insetos parasitóides
No controle de pragas do eucalipto uma das linhas de pesquisa atuais tem sido o uso de parasitóides
Principais espécies de hemipteros predadores utilizados em florestas
• Podisus connexivus Bergroth, 1891 • Podisus nigrolimbatus Spínola, 1852
• Podisus sculptus Distant, 1889 • Supputius cincticeps Stal, 1860
• Alcaeorrhynchus grandis • Reduviídeos
• Montina confusa
Doenças
O eucalipto pode ser atacado por vários patógenos, principalmente fungos, desde mudas até árvores adultas. As doenças causam significativos impactos econômicos, de acordo com a espécie atacada e da época do ano. As principais doenças que ocorrem
nos eucaliptos são:
• Tombamento • Podridão de raízes
• Mofo cinzento • Podridão de estacas
• Esporotricose • Oidio
• Murcha bacteriana • Enfermidade rosada ou rubelose
• Cancro • Ferrugem
• Murcha de cilindrocladium • Podridão do cerne
• Doenças foliares e complexos etiológicos (possuem sintomas de doenças, mais tem origens diversas)
• Seca de ponteiros do Vale do Rio Doce (SPEVRD): • Seca de ponteiros de Arapoti (SPEA) • Seca de ponteiros por falta de Boro
• Seca da saia do Eucalyptus viminalis
Algumas doenças de origem abiótica são importantes, pela intensidade e freqüência com que têm sido verificadas, na cultura do eucalipto. Geralmente, as doenças de
origem abiótica são decorrentes de fatores adversos e estressantes do ambiente. Durante ou após a ação do fator adverso, as árvores podem tornar-se suscetíveis à infecção de patógenos secundários. Os principais patógenos secundários (também
chamados de doenças abióticas) observados são:
• Afogamento do coleto • Enovelamento de raízes
• Gomose • Pau-preto
• Geada • Granizo
Seja qual for o problema, a prescrição de medidas de controle eficientes depende da correto e completo diagnóstico do agente causal. Outro aspecto importante a ser
ressaltado é que a implementação de uma medida de controle precisa ser balizada entre sua viabilidade técnica e a econômica. Por vezes, a medida mais eficiente e econômica pode provocar impactos ambientais indesejáveis, como por exemplo a
contaminação ambiental por agrotóxico.
Tombamento
SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLE
Lesão necrótica na região do colo da plântula;
Murcha, enrolamento e secamento de cotilédones;
Tombamento de plântulas em reboleira e sua morte.
Ataque de fungos na fase de germinação, destruindo as
plântulas; Uso de substratos
contaminados por fungos de solo;
Condições de alta umidade no viveiro.
Cultural: Uso de sementes, substrato e água de
irrigação livres de patógenos; Uso de substratos com boa drenagem; Uso de semeadura direta em tubetes
suspensos; Evitar o sombreamento excessivo das
mudas; Raleio das plântulas, o mais cedo
possível; Seleção e descarte das plantas doentes
e mortas; Retirada de recipientes sem mudas e
com mudas mortas e de folhas caídas e senescentes;
Adubação equilibrada das mudas; Sistema adequado de irrigação
Químico: Fumigação do substrato com produtos
de amplo espectro; Aplicação de fungicidas.
Físico: Desinfestação do substrato com uso de
calor (vapor, água quente ou solarização). Biológico:
Uso de linhagens ou espécies de agentes de controle biológico
Podridão-da-raiz
SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLE
Murcha e morte de mudas; Lesões necróticas em raízes.
Ataque dos fungos Phytophthora sp., Pythium sp. E Fusarium sp.
Cultural: Uso de sementes, substrato e água de irrigação livres de patógenos; Uso de substratos com boa drenagem; Uso de semeadura direta em tubetes suspensos; Evitar o sombreamento excessivo das mudas; Raleio das plântulas, o mais cedo possível; Seleção e descarte das plantas doentes e mortas; Retirada de recipientes sem mudas e com mudas mortas e de folhas caídas e senescentes; Adubação equilibrada das mudas; Sistema adequado de irrigação Químico: Fumigação do substrato com produtos de amplo espectro; Aplicação de fungicidas. Físico: Desinfestação do substrato com uso de calor (vapor, água quente ou solarização). Biológico: Uso de linhagens ou espécies de agentes de controle biológico.
Mofo-cinzento
SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLE
Enrolamento de folhas, seca e queda das mesmas; Formação de mofo acinzentado sobre as plantas afetadas.
Ataque do fungo Botrytis cinerea
Cultural: Uso de sementes, substrato e água de irrigação livres de patógenos; Uso de substratos com boa drenagem; Uso de semeadura direta em tubetes suspensos; Evitar o sombreamento excessivo das mudas; Raleio das plântulas, o mais cedo possível; Seleção e descarte das plantas doentes e mortas; Retirada de recipientes sem mudas e com mudas mortas e de folhas caídas e senescentes; Adubação equilibrada das mudas; Sistema adequado de irrigação Químico: Fumigação do substrato com produtos de
amplo espectro; Aplicação de fungicidas. Físico: Desinfestação do substrato com uso de calor (vapor, água quente ou solarização). Biológico: Uso de linhagens ou espécies de agentes de controle biológico.
Murcha e morte de mudas; Lesões necróticas em raízes.
Podridão-de-estaca
SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLE
Secamento e morte de estacas; Lesões escuras na base ou em outras partes da estaca.
Ataque dos fungos Cylindrocladium candelabrum, Colletotrichum sp., Fusarium sp. e Rhizoctonia solani
Além das medidas anteriormente citadas: Descontaminação de brotações e recipientes com hipoclorito de sódio e/ou fungicidas; Pulverização de estufas com sulfato de cobre.
Esporotricose do eucalipto
SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLE Infecção da haste principal de mudas e porção
apical de brotações de minicepas; Lesões arroxeadas em folhas;
Anelamento e morte de caules e pecíolos.
Ataque do fungo Sporothrix eucalypti
Uso de controle químico
Oídio
SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLE Enrugamento e deformação de folhas jovens e brotações; Aspecto acanoado das folhas adultas; Formação de uma película pulverulenta e esbranquiçada sobre as folhas.
Ataque do fungo Oidium sp.
Aplicação de fungicidas em mudas severamente afetadas
Murcha bacteriana do eucalipto
SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLE Avermelhamento ou amarelecimento da Ataque da bactéria Evitar o plantio de mudas
copa em árvores com idade entre 4 e 8 meses; Murcha da folhagem e queda parcial de folhas; Secamento da copa; Ao cortar-se a planta, ocorre exsudação de pús bacteriano no caule.
Ralstonia solanacearum.
passadas; Usar mudas produzidas em tubetes suspensos; Evitar o dobramento e a compactação da extremidade das raízes no plantio; Evitar preparo de solo que favoreça o afogamento do coleto; Uso de espécies ou procedências resistentes.
Enfermidade rosada ou rubelose
SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLE Lesões e sinais em galhos e na haste principal de árvores com idade entre 2 a 5 anos; Mortalidade de galhos e hastes.
Ataque do fungo Corticium salmonicolor.
Uso de espécies ou procedências resistentes
Cancro-do-eucalipto
SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLE Secamento da copa e morte de árvores jovens (5 meses em diante) por estrangulamento da colo; Fendilhamento da casca e seu intumescimento; Formação de cancro no tronco, com depressão e rompimento da casca em fitas; Aparecimento de gomose (exsudação de quino).
Ataque do fungo Cryphonectria cubensis.
Uso de populações resistentes (espécies, procedências, híbridos e clones).
Ferrugem
SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLE
Pontuações cloróticas em folhas jovens e caule em formação; Formação de pústulas de coloração amarelo-vivo sobre lesões (esporos do fungo); Formação de verrugas nas lesões: Seca e morte de tecidos afetados, com aspecto de queima.
Ataque do fungo Puccinia psidii.
Uso de controle químico em viveiros; Uso de espécies e procedências resistentes
Mancha de cilindrocladium
SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLE Lesões no ápice ou bordos do limbo foliar que podem atingir toda a folha;
Ataque de fungos do gênero Cylindrocladium.
Uso de controle químico em viveiros;
Manchas de coloração marrom-claro a marrom arroxeado e cinza; Queda de folhas lesionadas; Desfolha intensa; Lesões necróticas em ramos.
Uso de espécies e procedências resistentes.
Podridão-de-cerne
SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLE Ausência de sintomas externos; Podridão interna de coloração esbranquiçada ou parda que ocorre mais pronunciadamente na região medular.
Associação de vários grupos de fungos decompositores de madeira.
Uso de espécies resistentes ao problema.
Doenças foliares secundárias
Complexos etiológicos SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLE
Seca de ponteiros do Vale do Rio Doce (SPEVRD): Sintomas em plantas com mais de 1 ano.
Ataque de espécies dos fungos Coniella fragariae, Mycosphaerella spp. e Kirramyces epicocoides, Rhizoctonia solani.
Seca de ponteiros de Arapoti (SPEA): Sintomas em plantas com menos de 7 meses. Secamento das porções apicais dos ramos e galhos; Redução do crescimento; Perda de touças e árvores severamente afetadas.
Fatores ambientais favorecem a ocorrência de distúrbios fisiológicos, predispondo as árvores ao ataque de insetos e a associação de patógenos secundários.
Seca de ponteiros por falta de Boro: Encarquilhamento de folhas jovens; Clorose das bordas do limbo até ocorrer necrose; Ramos flácidos sem forma cilíndrica; Fendilhamento da casca, formação de cancro e estrangulamento da haste; Bifurcação do tronco.
Fatores ambientais favorecem a ocorrência de distúrbios fisiológicos, predispondo as árvores ao ataque de insetos e a associação de patógenos secundários.
O retorno das condições ambientais normais pode promover a recuperação do desenvolvimento normal das árvores; No caso da seca por falta de boro, a aplicação do elemento no solo, durante o plantio pode evitar ou minimizar e os efeitos do problema; Plantio de espécies resistentes ao problema; Existe tolerância das plantas ao problema da SPEVRD E SPEA, a partir do quarto ano.
Seca da saia do Eucalyptus viminalis: Secamento geral da folhagem; Morte de árvores.
Deficiência de boro na planta e associação de fungos do gênero Botryosphaeria em cancros de haste e tronco.
• (possuem sintomas de doenças, mais tem origens diversas) • Seca de ponteiros do Vale do Rio Doce (SPEVRD):
• Seca de ponteiros de Arapoti (SPEA) • Seca de ponteiros por falta de Boro
• Seca da saia do Eucalyptus viminalis
Algumas doenças de origem abiótica são importantes, pela intensidade e freqüência com que têm sido verificadas, na cultura do eucalipto. Geralmente, as doenças de origem abiótica são decorrentes de fatores adversos e estressantes do ambiente.
Durante ou após a ação do fator adverso, as árvores podem tornar-se suscetíveis à infecção de patógenos secundários. Os principais patógenos secundários (também
chamados de doenças abióticas) observados são:
• Afogamento do coleto • Enovelamento de raízes
• Gomose • Pau-preto
• Geada • Granizo
Seja qual for o problema, a prescrição de medidas de controle eficientes depende da correto e completo diagnóstico do agente causal. Outro aspecto importante a ser
ressaltado é que a implementação de uma medida de controle precisa ser balizada entre sua viabilidade técnica e a econômica. Por vezes, a medida mais eficiente e econômica pode provocar impactos ambientais indesejáveis, como por exemplo a
contaminação ambiental por agrotóxico
Afogamento do coleto
SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLE Intumescimento do colo Plantas com pouco desenvolvimento Seca e morte de plantas.
Enterrio de parte do caule das mudas no plantio Aterramento da muda no campo decorrente de tratos culturais ou enxurrada.
Cuidados no plantio e no preparo de solo para evitar o afogamento
Enovelamento das raízes
SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLE
Plantas com pouco Plantio de mudas com sistema Evitar o aproveitamento de mudas
desenvolvimento Seca e morte de plantas.
radicular enovelado Entortamento de raízes no plantio.
passadas e com raízes enoveladas Evitar o entortamento de raízes durante o plantio.
Gomose
SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLE
Escorrimento de quino (goma) em alguns pontos do tronco.
Ferimentos mecânicos Injúrias de insetos Ventos fortes Plantas parasitas Desordens fisiológicas por fatores adversos de clima e solo.
Evitar a ocorrência do fator injuriante, quando possível Uso de espécies ou procedências bem adaptadas à região.
Pau-preto
SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLE
Escorrimento de quino e posterior oxidação em numerosos pontos do tronco.
Sem conhecimento completo de sua origem.
Uso de espécies ou procedências bem adaptadas à região.
Geada
SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLE Desde queima de ponteiros até a perda total da copa Queima e bronzeamento da folhagem Morte de mudas árvores jovens.
Resfriamento brusco da temperatura ambiente e congelamento, com ou sem formação de crosta de gelo sobre a planta.
Proteção de mudas em viveiros Uso de espécies ou procedências tolerantes ou resistentes.
Granizo
SINTOMAS E SINAIS CAUSAS CONTROLE
Desfolhamento e descascamento de ramos, hastes e árvores Surgimento de pequenos cancros em ramos e hastes Seca de ramos e morte de árvores.
Queda de granizo ou chuva de pedra.
Como o problema decorre de um evento climático, ocasional e localizado, não existe meio de se evitar.
Manejo de plantações para desdobro
O volume de madeira, em um determinado sítio em determinado espaço de tempo, aumenta com o aumento do número de árvores por hectare. No entanto, o diâmetro das árvores tende a diminuir com o aumento do número de árvores, e os custos das
mudas e da implantação do povoamento a aumentar.
Portanto, para decisão final em relação a espaçamento inicial e condução do povoamento mais ou menos adensado, é necessário estimar os custos financeiros e
compará-los com a receita esperada. Evidentemente, o produto final desejado e suas dimensões devem igualmente ser levadas em consideração, bem como a qualidade da
madeira que varia em função da idade e do manejo adotado.
Embora, fixando-se o período de tempo, para que maiores volumes sejam obtidos em plantios com espaçamentos mais estreitos, existe tendência de desenvolvimento de árvores mal formadas se o povoamento for mantido excessivamente adensado por período muito longo. Igualmente há aumento do número de árvores suprimidas e
mortas. Isto ocorre devido ao fato de cada sítio comportar um máximo de área basal, levando o crescimento das árvores remanescentes a ocorrer apenas devido à supressão das árvores menos desenvolvidas e morte das árvores dominadas.
Naturalmente, este é um processo lento que pode ser antecipado pela prática do desbaste. O desbaste tem ainda a vantagem de permitir o aproveitamento da madeira
das árvores suprimidas.
Desbaste
Os desbastes de plantios florestais são necessários quando se deseja obter toras de diâmetros elevados ao final da rotação. Este é o caso da produção de toras para serraria e de postes de grandes dimensões. Quando o objetivo for a produção do maior volume possível de madeira de pequenos diâmetros, em espaço de tempo
menor até o corte final, os desbastes não são necessários.
Como cada sítio permite apenas um determinado valor limite de área basal, reduzindo o número de árvores, a área basal máxima se distribuirá por um número menor de
árvores remanescentes que atingirão diâmetros maiores. A estratégia mais recomendável é manter o povoamento crescendo em taxas próximas do máximo
incremento corrente anual em área basal, o que pode ser conseguido por desbastes leves e freqüentes.
O primeiro, ou primeiros desbastes, devem ser pesados para eliminar também árvores mal formadas, tortas, bifurcadas e doentes, mesmo que apresentem dimensões
elevadas. Deve-se evitar a retirada de grupos de árvores e procurar manter uma distribuição uniforme de espaçamento entre as árvores remanescentes. Isto evita a
formação de clareiras e o crescimento de plantas invasoras entre as árvores. Evita-se também o surgimento de número excessivo de brotações de gemas epicórmicas, que podem prejudicar a qualidade da madeira. Este último inconveniente ocorre devido ao estimulo pela luz de gemas dormentes ao longo do fuste e também quando as árvores
entortam devido a desbastes excessivos.
A demarcação do desbaste é uma operação especializada para a qual é necessário treinamento e discernimento para reconhecer as árvores que devem ser retiradas e as que devem permanecer e a importância de uma distribuição adequada de espaço entre
as árvores.
Para assegurar-se que o número de árvores preconizado por hectare permaneça após o desbaste é recomendável indicar-se o comprimento de duas linhas de árvores que
conterão 10 árvores, por exemplo, ao final do desbaste. Um método simples de calcular consiste em multiplicar o número remanescente de árvores pela distância entre linhas, dividir este valor pela área de um hectare (10000 m2 ). Em seguida dividir-se 5 (número de árvores em uma linha) pelo valor anteriormente obtido. O
valor resultante é o comprimento de duas linhas onde devem ser deixadas dez árvores. Aplicando para uma distância entre linhas de 3 m:
3 m X 500 = 1500 m / 10000 m2 = 0,15 m-1 5 / 15 m-1= 33,3 m.
Portanto, para obter-se a densidade de plantas remanescente pretendida (500 árvores/ha) é necessário deixar-se dez árvores a cada 33 m de linha dupla.
Deve ser mencionado que não é necessário deixar-se sempre, por exemplo, cinco árvores em cada linha de 33 m, pode-se se necessário deixar quatro árvores em uma
liDeve ser mencionado que não é necessário deixar-se sempre, por exemplo, cinco árvores em cada linha de 33 m, pode-se se necessário deixar quatro árvores em uma
linha e seis na outra, e assim por diantenha e seis na outra, e assim por diante
Sistemas de desbaste
Do ponto de vista econômico e operacional, em grandes áreas é preferível executar-se o corte e extração de madeira mecanizados ao invés do manual, desta maneira é mais
econômico fazer-se desbaste sistemático e não o seletivo, no primeiro desbaste. Aplica-se também quando não houver interesse no manejo da rebrota das touças, ou então para espécies que não apresentem rebrota satisfatória. Nos demais casos os
desbastes seletivos são os mais recomendáveis.
Em geral, nos desbastes sistemáticos se retira totalmente uma linha a cada três linhas de árvores e se efetua o desbaste seletivo, nas duas linhas remanescentes, nos
desbastes subsequentes.
Este sistema de desbaste é recomendável para plantios muito homogêneos ou seja aqueles plantados com material genético selecionado e com técnicas silviculturais
adequadas.
Produção de madeira para desdobro
As recomendações que serão apresentadas a seguir aplicam-se ao Eucalyptus grandis mas em princípio podem também ser utilizadas para outras espécies de eucalipto.
O aproveitamento das toras para serraria é tanto mais elevado quanto maior for o diâmetro da tora. Assim, quanto mais cedo o povoamento atingir diâmetros elevados
mais lucrativo será o empreendimento florestal. Para atingir este objetivo, os desbastes pesados e precoces são recomendáveis por estimularem precocemente o crescimento em diâmetro. Entretanto, a madeira produzida em idades jovens dos
povoamentos, nos quinze primeiros anos de crescimento de Eucalyptus grandis, é de qualidade inferior com elevadas tensões de crescimento. Para aumentar a proporção de madeira de boa qualidade, e limitar a madeira de qualidade inferior a um pequeno cilindro central, deve-se executar desbastes leves inicialmente. Devem também ser
atrasados, pelo menos para permitirem a retirada de madeira com dimensões adequadas e mais interessantes do ponto de vista comercial. Os desbastes devem ser
leves até o décimo quinto ano e mais pesados após essa idade.
Para evitar fustes deformados e supressão exagerada de copa viva, os demais desbastes devem ser repetidos em intervalos mais curtos.
Os regimes de desbaste que vem sendo adotados na silvicultura brasileira não seguem a proposta apresentada. De modo geral adotam-se desbastes precoces e pesados com o objetivo de produzir toras de 35 a 45 cm de diâmetro em rotações curtas de 15 a 18
anos. Este regime tem o inconveniente de produzir elevada proporção de madeira juvenil, de baixa qualidade, no cilindro central da tora. Entretanto, é mais versátil em
termos de permitir alterar o objetivo para a madeira produzida em função de alterações de mercado. Possibilita ainda maior gama de produtos, em menor tempo, que pode ser interessante comercialmente. Por outro lado, prolongar a rotação para muito mais de 35 anos com o objetivo de aumentar a proporção de madeira de alta
qualidade, aumenta o risco de ocorrência de podridão do cerne.
Visando assegurar a adoção de manejo específico para o povoamento e a região de interesse, considerando o potencial de produção e o sortimento específicos do povoamento florestal, como função da idade e dos regimes de manejo, é necessário utilizar simuladores
de crescimento e produção. Existe no mercado nacional, em fase de implantação, o simulador de crescimento e produção denominado SISEUCALYPTUS. Este simulador, desenvolvido pela EMBRAPA, pode ser uma ferramenta de extrema importância para a definição do regime de desbastes ideal para cada povoamento e situação de mercado.A proposta apresentada acima é apenas uma sugestão que pode ser aplicada em princípio,
entretanto deve ser reconsiderada quando houver disponibilidade de dados de inventário e informações de mercado para cada caso
Condução da brotação das cepas
A eliminação das cepas é a melhor alternativa quando não houver perspectivas de
mercado ou interesse na produção de madeira de menores dimensões que poderiam ser obtidas mantendo-se as brotações das cepas. A produção de madeira das árvores
remanescentes é maior no caso de eliminação das cepas
A condução das cepas, quando desejável, se faz pela retirada dos brotos extranumerários e manutenção de dois a três brotos por cepa. Os brotos a serem
mantidos devem ser bem distribuídos e implantados no tronco o mais próximo possível do solo. Para selecionar corretamente os brotos é necessário aguardar o crescimento
dos brotos por pelo menos um ano ou até que ocorra diferenciação clara entre os brotos
Coeficientes técnico
O modelo típico de sistema de produção apresentado envolve o cultivo do eucaliptos em áreas dobradas e de cerrados o que determina coeficientes técnicom para dois diferentes sistemas de produção. No primeiro, prevalecem as áreas dobradas, mais
dependentes no uso de mão-de-obra, enquanto que no segundo, nas áreas de cerrados, o sistema de produção se desenvolve mais com o uso da mecanização.
Observa-se que a produção em áreas de cerrados permite um maior número de plantas por hectare. Entretanto, na produção final, os retornos financeiros, tanto no cerrados quanto nas áreas dobradas os benefícios econômicos são muito próximos.
Durante o levantamento das informações, optou-se por não colocar os custos de administração. Considerando-se os valores de 2% à 3%, observa-se que as atividades
tem retorno muito pequeno na produção de Eucalipto. Provavelmente, as empresas que utilizam máquinas e equipamentos próprios, bem como terra de baixo custo de
oportunidade, fato que fazem com que os custos sejam menores. Coeficientes técnicos e econômicos dos sistemas de produção
de Eucalyptus no Sudeste do Brasil Especificação Áreas dobradas Áreas de cerrados
Mudas (ha) 1000 1666
Replantio (5 a 10%) 50 166
Vendas raízes/tocos (40 m3) R$ 320,00 (20 m3) R$ 160,00
Vendas do desbaste (165 m3) R$ 1.980,00 235 (m3) R$ 2.820,00
Vendas 7 ano (265 m3) R$ 5.300,.00 (260 m3) R$ 4.680,00
Insumos 739,25 870,05
Serviços 1.451,57 1.286,97
Outros custos 3,737,42 3.842,42
Custo total 5.928,24 5.999,44
Receita (R$/há) 7.400,00 7.620,00
VPL (R$/ha) 436,21 546,81
VPLA (R$/ha) 78,14 97,95
TIR (%) 11,26% 12,08%
Mercado e comercialização
A participação brasileira de produtos florestais no mercado mundial é de 2% considerando-se os dados agregados de diferentes áreas, incluindo o eucaliptos.
No caso do comércio de papel, o Brasil ocupa o 11º produtor mundial, com 2,2% da produção. Já no caso do comércio de celulose, são 4,2% onde o Brasil é o 7º colocado
como produtor mundial.
No caso do comércio de madeira serrada a posição brasileira é de 5º produtor mundial, com uma participação relativa de 4,3%.
Da mesma forma do comércio de compensados a participação brasileira é de 2,9% enquanto de painéis reconstituídos esse valor cresce para 3% e para 11,1% do
comércio de chapas duras.
Nos níveis atuais de plantios de eucalipto há uma expectativa de atendimento da demanda até 2007. Mas, há, ainda, a possibilidade de ampliação da produção nacional
de eucaliptos em 3 milhões de toneladas até 2005. Outra alternativa, é o da necessidade de ser ampliada a produção de celulose em 3 milhões de toneladas até
2005.
Com relação à madeira serrada, espera-se um crescimento, no consumo, de 3% ao ano. Por outro lado, prevê-se um aumento no consumo de eucalipto para a produção
de madeira serrada, através de um maior domínio do processo de secagem e produção de painéis reconstituídos.
Da mesma forma, estima-se um aumento na produção de móveis em 12%, até 2004, com forte potencial técnico para incorporação de eucalipto como fonte de matéria-
prima. Logo, as perspectivas de mercado, para madeira de origem do Eucalyptus, são otimistas
TRANSPORTE E RECEPÇÃO DAS MUDAS
As mudas devem ser transportadas em veículos fechados para evitar a desidratação e demais injúrias causadas pelo vento. Poderão ir diretamente para o plantio ou ainda para um viveiro de espera. A função do viveiro de espera é apenas o de regular o fluxo de mudas enviadas para o
local de plantio.
MANTER AS MUDAS SOB PLENO SOL As mudas devem ser mantidas sob pleno sol, pois é nesta condição que são produzidas e serão plantadas. Não colocá-las em ambientes sombreados, pois isto prejudicará o estabelecimento da muda no campo. Observar também que neste local não existam formigueiros e também a presença de animais que poderão danificar as mudas
Retirada da Muda do tubete
PREPARAÇÃO DO SOLO A preparação do solo é fundamental para o estabelecimento e crescimento das mudas.
Descompactação e práticas de controle da erosão são os principais aspectos a serem observados. A adubação deverá ser feita após análise prévia do solo e recomendada por profissional
competente.
Colocação na cova
PLANTAR O MAIS BREVE POSSÍVEL As mudas não devem ultrapassar quinze dias. Tempos maiores de espera prejudicarão
sensivelmente o estado nutricional da muda, bem como podem causar danos ao sistema radicular.
COMBATER AS FORMIGAS CORTADEIRAS É outra tarefa fundamental e deve ser realizada antes do plantio e repetida pelo menos três vezes
após a realização do mesmo, em intervalos quinzenais. A escolha e a aplicação correta do formicida são chaves para o sucesso no combate a esta, que na maioria dos casos, é a principal
praga a ser controlada.
Ligeira compactação da terra
ADUBAÇÃO O fornecimento de nutrientes no plantio traz resultados muito bons para o desenvolvimento da muda desde que feita de forma correta e na medida certa. Sempre que possível deve-se fazer a análise do solo e seguir as recomendações de um técnico.
ESPAÇAMENTO É importante a definição prévia do espaçamento, tanto para dimensionar a quantidade de mudas a
ser adquirida, quanto para nortear as operações de preparo do solo. Normalmente, para o eucalipto, o espaçamento mais utilizado é o de 3 metros entre as linhas e 2
metros entre as mudas, o que corresponde a 1.666 mudas por hectare.
MANTER A MUDA SEM A PRESENÇA DE COMPETIÇÃO COM O MA TO
É uma medida importante para que a muda possa se estabelecer mais rapidamente através de maior disponibilidade de água e de nutrientes.
A madeira de eucalipto é utilizada para o abastecimento da maior parte da indústria de base florestal no Brasil. Em 2004, de acordo com relatório da Bracelpa, foram
consumidos pelo setor de celulose e papel 34.113.000 m³ de madeira proveniente de reflorestamento com eucalipto, 2.475.000 m³ pelo setor de geração de energia e
340.000 m³ pelo setor de serraria.
Além dos setores industriais, existe grande consumo de madeira, em pequena escala, que não é devidamente quantificado, mas que quando somado representa significativa parcela do consumo total. Trata-se do consumo doméstico de madeira, principalmente como lenha. Segundo Mata (2000), a crise de oferta de lenha no meio rural é resultado da falta de estudos sobre regulação da produção em função do manejo dos estoques
remanescentes e a implantação de florestas para produção de madeira para lenha nas pequenas propriedades. Acrescenta-se, ainda, que a floresta implantada em pequenas
propriedades pode ser utilizada para outros fins, como obtenção de moirões para cerca, estacas, cabos de ferramentas etc.
A escolha do eucalipto para suprir o consumo de madeira, tanto em escala industrial como para pequenos consumidores, está relacionada a algumas vantagens da espécie,
tais como rápido crescimento; características silviculturais desejáveis (incremento, forma, desrama etc.); grande diversidade de espécies, possibilitando a adaptação da cultura às diversas condições de clima e solo; facilidades de propagação, tanto por
sementes como por via vegetativa; e possibilidades de utilização para os mais diversos fins, o que justifica sua aceitação no mercado. Às características desejáveis citadas,
somam-se o conhecimento acumulado sobre silvicultura e manejo do eucalipto e ao melhoramento genético, que favorecem ainda mais a utilização do gênero para os mais
diversos fins.
Apesar de serem descritas cerca de 700 espécies do gênero Eucalyptus, os plantios são restritos a poucas espécies, podendo-se citar, principalmente, Eucalyptus grandis, E. urophylla, E. saligna, E. camaldulensis, E. tereticornis, E. globulus, E. viminalis, E. deglupta, E. citriodora, E. exserta, E. paniculata e E. robusta. Ressalta-se que, no
Brasil, as espécies E. cloezina e E. dunnii são consideradas promissoras para as regiões central e sul, respectivamente.
A possibilidade de uso da madeira de eucalipto para diversos fins tem estimulado a implantação de florestas de uso múltiplo. Dessa forma, muitos estudos estão sendo
realizados para melhor se aproveitar o potencial econômico da floresta, destacando-se melhoramento de material genético e manejo silvicultural (teste de espaçamentos,
idade de corte e técnicas silviculturais). De modo geral, com o uso múltiplo, pretendem-se obter de uma área implantada variados tipos de produtos, ou seja,
diferentes finalidades para uma mesma floresta. Maiores esclarecimentos sobre o uso múltiplo de eucalipto podem ser obtidas no endereço http://www.tume.esalq.usp.br/.
Escolha da espécie
A definição da espécie a ser plantada é a primeira etapa de um projeto de reflorestamento, levando-se em consideração o objetivo da produção (uso da madeira)
e as condições edafoclimáticas (solo e clima) da região. Cada espécie se desenvolve em um ambiente adequado e por isso é indicado, sempre que possível, realizar testes
para averiguar a adaptação do material ao ambiente, tanto para sementes quanto para clones. Entretanto, se não for possível a realização de testes, e tampouco houver
dados experimentais da região, sugere-se que a escolha do material genético seja feita a partir de procedências cujas condições de origem sejam semelhantes ao local do plantio, sobretudo latitude, altitude, temperatura média anual, precipitação média
anual, déficit hídrico e tipos de solos.
O mercado consumidor é um aspecto fundamental durante o planejamento do projeto de reflorestamento. É importante conhecer as exigências do mercado quanto à
característica do produto, assim como as técnicas que otimizam a relação custo/benefício. A obtenção de maior retorno econômico depende da escolha adequada
da espécie. Ainda sobre mercado consumidor, sugere-se que sejam avaliadas as distâncias entre a área de plantio e as unidades de beneficiamento ou utilização, pois o
custo de transporte é um dos componentes mais caros do preço da madeira.
Abaixo segue uma relação de espécies de eucalipto indicadas em função dos usos, do solo e do clima.
Espécies de eucalipto indicadas em função do uso:
• Celulose: E. alba, E. dunnii, E. globulus, E. grandis, E. saligna, E. urophylla e E. grandis x E. urophylla (híbrido).
• Lenha e carvão: E. camaldulensis, E. citriodora, , E. exserta, E. globulus, E. grandis, E. saligna, E. urophylla.
• Serraria: E. camaldulensis, E. citriodora, E. dunnii, E. globulus, E. grandis, E., E. robusta, E. saligna, E. urophylla.
• Móveis: E. camaldulensis, E. citriodoraE. dunnii, E. exserta, E. grandis, E. saligna
• Laminação: E. dunnii, E. grandis, E. robusta, E. saligna.
• Caixotaria: E. dunnii, E. grandis,
• Construções: E. camaldulensis, E. citriodora, , E. robusta, E. tereticornis e E. tesselaris.
• Dormentes: E. camaldulensis, E. citriodora, , E. exserta, , E. robusta e E.
• Postes: E. camaldulensis, E. citriodora, E. cloeziana,
• Estacas e moirões: E. citriodora, E. maculata.
• Óleos essenciais: E. camaldulensis, E. citriodora, E. exserta, E. globulus, E..
• Taninos: E. camaldulensis, E. citriodora,
Espécies de eucalipto indicadas em função do clima:
• Úmido e quente: E. camaldulensis, E. robusta, E. urophylla.
• Úmido e frio: E. dunnii, E. globulus, E. grandis, E. robusta, E. saligna e E. viminalis.
• Subúmido úmido: E. citriodora, E. grandis, E. saligna, E. urophylla.
• Subúmido seco: E. camaldulensis, E. citriodora, E. cloeziana, E. urophylla.
• Semiárido: E. brassiana, E. camaldulensis, , E. exserta,
Espécies de eucalipto indicadas em função do solo:
• Argilosos: E. citriodora, E. cloeziana, E. dunnii, E. grandis, E. saligna, e E. urophylla.
• Textura média: E. citriodora, E. cloeziana, ,E. exserta, E. grandis, E. saligna, E. E. urophylla.
• Arenosos: E. camaldulensis, E. dunnii, E. grandis, E. robusta E. saligna, E. E. urophylla.
• Hidromórficos: E. robusta.
• Distróficos: E. camaldulensis, E. grandis,