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Manual Tributário para Cooperativas Educacionais de Pais e Responsáveis de Alunos
2019
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Todos os direitos reservados ao Sescoop/SP. Nenhuma parte deste manual poderá ser reproduzida indevidamente.
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COOPERATIVISMO
Cooperativismo é um modelo econômico que preconiza a cooperação e associação de pessoas,
unindo-as em um só propósito: partilhar resultados benéficos e comuns a todos. Vai além de um mero
modelo de negócio, mas uma forma de organizar a operação e promover o trabalho, ou consumo, sob
a ótica de colaboração individual, para alcançar benefícios coletivos. Uma organização dessa natureza
caracteriza-se por ser administrada de forma democrática, participativa, transparente e de acordo com
o pretendido por seus associados mediante decisões assembleares. Suas ações também são
alicerçadas em valores éticos de honestidade, equidade, responsabilidade social e ambiental; além dos
princípios cooperativistas, que são: adesão livre e voluntária; gestão democrática; participação
econômica dos cooperados; autonomia e independência; educação, formação e informação;
intercooperação; interesse pela comunidade.
Dentre os diversos segmentos do cooperativismo nacional, o cooperativismo educacional, sob o
aspecto das cooperativas formadas por pais e responsáveis, ligado ao Ramo Consumo, tem como
principal propósito a oferta de melhores condições de ensino para filhos e/ou propostos dos seus
cooperados1. Nesse ímpeto, para que este propósito se concretize, as cooperativas educacionais de
pais e responsáveis absorvem o papel de mantenedoras de escolas particulares organizadas a partir
das exigências do Ministério da Educação, Lei de Diretrizes e Bases da Educação, Leis municipais, Leis
estaduais, Normas e demais Regulações que regem as instituições de ensino regular.
Quando nos voltamos ao diferencial destes empreendimentos, além do aspecto ligado à gestão
democrática que permite seus cooperados definirem questões estratégicas e específicas voltadas ao
objeto da cooperativa, os pais e responsáveis (assim como os professores) têm oportunidade de
participar do conselho pedagógico e outras instâncias que possibilitam planejar, colaborar e propor
ações, métodos, sistema de ensino, entre outras questões relevantes para funcionamento e
longevidade da Escola. Tais feitos imprimem um diferencial diante dos demais empreendimentos de
ensino tradicional.
Segundo a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), já existem mais de 260 cooperativas
educacionais em todo o Brasil, reunindo cerca de 60 mil cooperados e congregando mais de 3.400
colaboradores. Tal contexto demonstra que o cooperativismo educacional se apresenta como uma
alternativa e importante instrumento de organização econômica, política, cultural e social, fomentando
um ensino de qualidade e preço justo, promovendo remuneração digna aos professores e nutrindo
papel primordial na disseminação do modelo cooperativista com cunho competitivo, inclusivo,
sustentável e democrático.
1 É vedada a matrícula de alunos que não estejam vinculados à um cooperado.
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SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 9
OBJETIVO.................................................................................................................... 11
CONCEITOS, FUNDAMENTOS E APLICABILIDADE ................................................. 13
Conceitos e fundamentos ............................................................................................................... 13
Aplicabilidade .................................................................................................................................. 13
COOPERATIVAS DE PAIS E RESPONSÁVEIS DE ALUNOS .................................... 14
SEGREGAÇÃO E ENQUADRAMENTO TRIBUTÁRIO ................................................ 16
Segregação dos atos cooperativos e não cooperativos ................................................................ 16
CNAE ............................................................................................................................................. 17
Lucro Real ..................................................................................................................................... 18
Lucro Presumido ............................................................................................................................ 18
Lucro Arbitrado .............................................................................................................................. 18
TRIBUTAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA ....................................................................... 20
IRPJ – Imposto de Renda Pessoa Jurídica ................................................................................... 20
Lucro Real – Apuração da Base de Cálculo.................................................................................. 21
Adições e Exclusões ...................................................................................................................... 21
Proporcionalização das receitas e despesas ................................................................................ 22
Resultado das aplicações financeiras ........................................................................................... 22
Compensação de Prejuízos Fiscais .............................................................................................. 23
Lucro Real Trimestral .................................................................................................................... 24
Lucro Real Anual ........................................................................................................................... 24
Balanço de Suspensão e Redução ................................................................................................ 25
Lucro Presumido ............................................................................................................................. 26
CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido ........................................................................ 29
PIS – Programa de Integração Social e COFINS – Contribuição para o Financiamento da
Seguridade Social ........................................................................................................................... 34
PIS – Folha de Pagamento ............................................................................................................ 37
Contribuição Previdenciária ............................................................................................................ 39
Retenção da Contribuição Previdenciária de Empregados ............................................................ 40
Retenção da Contribuição Previdenciária de Contribuinte Individual ............................................ 40
Contribuição Patronal ..................................................................................................................... 42
Desoneração da Folha de Pagamento ........................................................................................... 42
FAP/GILRAT ................................................................................................................................... 42
7
Outras entidades ............................................................................................................................ 43
Retenção da Contribuição Previdenciária de Terceiros ................................................................. 45
IRRF – Imposto de Renda Retido na Fonte folha de pagamento .................................................. 50
IRRF – Imposto de Renda Retido na Fonte sobre Serviços .......................................................... 51
Retenção na Fonte de Contribuições Sociais (PIS/Pasep, COFINS e CSLL) ............................... 52
OCB – Contribuição Cooperativista ................................................................................................ 55
ISS – Imposto sobre Serviços ........................................................................................................ 56
IPTU – Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbano.................................................... 57
OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS ..................................................................................... 61
ECD – Escrituração Contábil Digital ............................................................................................... 62
ECF – Escrituração Contábil Fiscal ................................................................................................ 64
EFD-Contribuições ......................................................................................................................... 66
EFD-Reinf ....................................................................................................................................... 69
DIRF - Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte ............................................................ 70
DCTF - Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais .................................................... 71
DCTF Web ...................................................................................................................................... 72
eSOCIAL ......................................................................................................................................... 74
RAIS................................................................................................................................................ 75
CAGED ........................................................................................................................................... 76
SEFIP/GFIP .................................................................................................................................... 78
PER/DCOMP .................................................................................................................................. 79
RELAÇÃO COOPERATIVA X COOPERADO .............................................................. 82
Vínculo trabalhista .......................................................................................................................... 82
Tributação incidente sobre as sobras distribuídas ......................................................................... 82
Tributação incidente sobre os juros sobre capital próprio .............................................................. 83
Riscos tributários ............................................................................................................................ 84
GLOSSÁRIO ................................................................................................................ 86
REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 92
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INTRODUÇÃO
Por serem entidades com características específicas, tanto juridicamente quanto contabilmente, as
sociedades cooperativas possuem particularidades na sua área fiscal. Também chamado de
“Contabilidade Tributária”, este setor é responsável por controlar obrigações tributárias em consonância
com a legislação brasileira vigente, de forma a possibilitar o correto cumprimento das determinações
fixadas pelo fisco.
A escrituração contábil das cooperativas de pais e responsáveis é a base de informações usadas pelo
setor fiscal para apurar, gerar e conciliar os tributos, bem como para analisar a viabilidade tributária e
transmitir as obrigações acessórias.
Considerando tais características, este Manual Tributário tem como objetivo facilitar o trabalho dos
profissionais de contabilidade que atuam na área fiscal, e também instruir os associados, evidenciando
as práticas fiscais que são aplicadas nas cooperativas de pais e responsáveis. O intuito é auxiliar a
correta apuração dos tributos incidentes sobre as atividades desenvolvidas e o respectivo atendimento
das obrigações acessórias instituídas.
O Manual também orienta o cumprimento de obrigações acessórias no meio digital, tanto pelo Sistema
Público de Escrituração Digital (SPED) quanto pelo eSocial, alertando inclusive sobre o cruzamento de
dados entre projetos em vigor ou publicados pela Secretaria da Receita Federal (SRF).
Diante do exposto, o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado de São Paulo
(Sescoop/SP) visa, através deste projeto, transmitir de maneira simplificada a aplicação das normas a
serem adotadas pelas cooperativas de pais e responsáveis em suas transações tributárias, evitando
assim passivos tributários que possam comprometer a atividade cooperativista.
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OBJETIVO
O presente Manual foi elaborado visando atender os seguintes objetivos:
• padronizar os procedimentos adotados pelas cooperativas de pais e responsáveis, na
apuração e no recolhimento dos tributos devidos;
• proporcionar segurança na apuração e no recolhimento dos tributos devidos, bem como o
correto atendimento das obrigações acessórias inerentes, evitando possíveis autuações
fiscais com incidência de multas e juros;
• orientar os dirigentes, conselheiros fiscais e demais interessados sobre a responsabilidade
no caso de eventuais autuações fiscais, e, com isso, assegurar a proteção do patrimônio das
entidades cooperativas e de seus administradores;
• evitar o recolhimento indevido de impostos e contribuições, ou o não cumprimento de
obrigações acessórias, em função do desconhecimento dos profissionais da área contábil e
responsáveis pela apuração dos tributos, sobre as particularidades da legislação aplicável às
sociedades cooperativas.
No processo de elaboração deste Manual foram consideradas as contribuições e sugestões do grupo
de profissionais do segmento pais e responsáveis, bem como da equipe técnica do Sescoop/SP.
Assim, recomenda-se a adoção deste Manual pelos benefícios que ele proporcionará às partes
envolvidas, sejam administradores, cooperados ou profissionais responsáveis pela escrituração contábil
e fiscal das cooperativas de pais e responsáveis.
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CONCEITOS, FUNDAMENTOS E APLICABILIDADE
Conceitos e fundamentos
Para a elaboração deste Manual foram consideradas as normas tributárias aplicáveis às cooperativas
de pais e responsáveis, das quais fazem parte a União, estados e municípios. Além dos regimes
tributários, são descritos os tipos de tributo, obrigações acessórias e demais situações pertinentes e
significativas para este segmento.
Consideraram-se, ainda, informações das cooperativas e do Sescoop/SP, levantadas em visitas
técnicas durante o período de coleta de dados, as quais abrangem amplamente as operações
realizadas pelos usuários deste Manual.
Aplicabilidade
A adoção do presente Manual, seguindo as práticas tributárias recomendadas, resultará no
fortalecimento das cooperativas de pais e responsáveis, pois o entendimento aqui expresso revela o
consenso dos profissionais que atuam no setor e, ainda, a elaboração deste documento conta com
respaldo do Sescoop/SP.
Ademais, a padronização dos procedimentos na apuração e no recolhimento dos tributos devidos
possibilitará maior sustentação na defesa dos procedimentos aplicados, seja na esfera administrativa,
na administração pública, ou perante o Poder Judiciário no caso de inconformidade das regras aplicadas
em relação às decisões no âmbito administrativo.
Na elaboração deste Manual foram consideradas as disposições e normas julgadas aplicáveis,
provenientes dos seguintes documentos e entidades:
• Constituição da República Federativa do Brasil;
• Código Tributário Nacional;
• Lei nº 5.764, de 16 de dezembro de 1971;
• Legislação Tributária Federal, Estadual e Municipal;
• Atos Normativos Interpretativos;
• Sescoop/SP;
• Pareceres e Orientações técnicas.
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Cooperativas de pais e responsáveis de alunos
As cooperativas existem com o intuito de prestar serviços a seus associados, a fim de possibilitar o
exercício de uma atividade comum econômica, sem propósito de obter lucro.
Sendo assim, o movimento cooperativista é relevante às relações econômicas por diminuir o impacto
tributário para seus associados e, consequentemente, os custos da operação.
A cooperativa de pais e responsáveis de alunos atua no segmento educacional, exercendo atividade
organizada e profissional a fim de oferecer educação de qualidade aos filhos dos associados e
possibilitar a participação desses pais e responsáveis na elaboração e no direcionamento das diretrizes
educacionais.
Por sua natureza cooperativa, possui relação tributária distinta das demais entidades. Como o ato
cooperativo está relacionado à execução de suas atividades-fim, a cooperativa de pais e responsáveis
obtém tratamento diferenciado tanto na apuração da movimentação financeira, quanto nos impostos e
contribuições, podendo até mesmo receber isenção do Imposto de Renda e Contribuição Social.
O reconhecimento fidedigno das movimentações econômico-financeiras dos atos cooperativos,
segregados dos atos não cooperativos, é fundamental não somente para atender as destinações legais,
mas também para constituir a base de cálculo dos impostos incidentes.
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SEGREGAÇÃO E ENQUADRAMENTO TRIBUTÁRIO
Na administração, os escritórios de contabilidade têm papel fundamental no processo de gestão das
cooperativas, desde a criação da entidade até o levantamento das sobras e perdas, com posterior
apuração dos tributos e envio das obrigações acessórias.
Um dos grandes desafios da escrituração contábil e fiscal nas cooperativas em geral é apurar
corretamente o resultado do ato cooperativo em separado dos demais resultados, no qual a análise e
segregação dessa movimentação econômico-financeira é de extrema importância para o cumprimento
da legislação tributária específica das entidades cooperativas.
Desta maneira, o regime tributário regulamenta o enquadramento das entidades em relação ao Imposto
de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL),
determinando a base para o cálculo desses impostos.
O Código Tributário Nacional, ao dispor sobre as regras gerais do Imposto de Renda, denominadas de
enquadramento tributário, estabeleceu três regimes de apuração: lucro real, presumido ou arbitrado.
Desde que não se enquadrem na obrigatoriedade de apuração do lucro real, as sociedades
cooperativas poderão escolher tributar pelas regras deste ou do lucro presumido. A opção pelo regime
de tributação deverá ser manifestada com o pagamento da primeira ou única quota do imposto devido,
correspondente ao primeiro período de apuração de cada ano-calendário, e será definitiva em relação
a todo o ano-calendário.
Existe, ainda, o Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidas pelas
Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional). As cooperativas em geral, exceto
as de consumo, estão impedidas de adotar esse regime de tributação, conforme o art. 3º, § 4º, inciso
VI, da Lei Complementar (LC) 123/2006.
SEGREGAÇÃO DOS ATOS COOPERATIVOS E NÃO COOPERATIVOS
Como já apontado, entre os maiores desafios da escrituração contábil e fiscal em cooperativas,
especialmente nas de pais e responsáveis, está a apuração correta do resultado do ato cooperativo em
separado dos demais resultados, o que se deve a duas razões básicas, a saber:
• o resultado das operações do ato cooperativo, quando positivo, deve ser excluído da base de
cálculo da tributação para fins de Imposto de Renda e Contribuição Social. Devendo tal ajuste
ser evidenciado, com o respectivo apontamento da(s) conta(s) relacionada(s), no Livro de
Apuração do Lucro Real (Lalur), presente na Escrituração Contábil Fiscal (ECF);
• o ganho líquido das operações com terceiros deve ser destinado integralmente ao Fundo de
Assistência Técnica, Educacional e Social (Fates), e o resultado negativo deve ser levado à
Reserva Legal; se insuficiente para sua cobertura, deve ser rateado entre os cooperados.
Em síntese, o ato cooperativo corresponde aqueles praticados entre a cooperativa e seus associados
para a consecução dos objetivos sociais, segundo definido pelo artigo 79 da Lei n.º 5.764/71.
Os atos não cooperativos, a contrário sensu, são aqueles praticados com não associados, mas que
guardam relação com os objetivos sociais da cooperativa – por exemplo, ganhos líquidos na alienação
de bens do ativo permanente; locação de espaços da cooperativa a terceiros (quadras, cantina, entre
outros), entre outros. Na prática de tais atos a sociedade cooperativa atua de igual forma as demais
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pessoas jurídicas, devendo a receita gerada servir de base de tributação, consoante preconiza o art.
111 da Lei n.º 5.764/71.
Para existir ato cooperativo, em uma das extremidades da operação – seja como prestador ou
consumidor dos bens e serviços – deve estar presente o cooperado.
A sociedade cooperativa que praticar atos não cooperativos diferentes daqueles legalmente permitidos
descaracteriza-se como sociedade cooperativa, ficando submetida ao regime tributário comum a
qualquer sociedade civil ou comercial.
Desde janeiro de 1993, o Imposto de Renda e adicional das pessoas jurídicas, inclusive das
equiparadas, das sociedades civis em geral e das sociedades cooperativas, em relação aos resultados
obtidos em suas operações ou atividades estranhas à sua finalidade, é devido mensalmente, à medida
que se auferem os lucros.
Na prática, amplia-se a base de cálculo do imposto nas cooperativas, excluindo da incidência tão
somente o resultado direto das operações entre cooperativas e seus cooperados. As transações com
não cooperados devem ser contabilizadas separadamente, de forma a permitir o cálculo para incidência
dos tributos.
A Coordenação do Sistema de Tributação definiu que a base de cálculo do Imposto de Renda será
determinada por escrituração contábil que destaque receitas tributárias e custos correspondentes,
despesas e encargos; na falta desse registro, o cálculo será feito mediante arbitramento, em
conformidade com os critérios estabelecidos pela legislação fiscal.
É exigível a perfeita segregação de receitas, custos e despesas oriundas das atividades estranhas ao
objeto social, para que o resultado dessas atividades seja apurado corretamente, a fim de atender ao
aspecto societário e fiscal.
Este Manual não abordará detalhadamente os critérios para segregação dos atos cooperativos e não
cooperativos, pois ela deve ser realizada na contabilidade. Para isso, o Manual de Contabilidade para
as Cooperativas de Pais e responsáveis apresenta a questão técnica de forma adequada.
CNAE
A Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) é uma ferramenta aplicada a todas as
pessoas jurídicas, do setor público e privado, com ou sem fins lucrativos, além de pessoas físicas
autônomas, com o intuito de padronizar os códigos das atividades econômicas e os critérios de
enquadramento utilizados pelos órgãos da Administração Tributária no Brasil.
Sua estrutura é composta por níveis hierárquicos com sete dígitos, que têm a finalidade de facilitar a
busca por atividade econômica, divididos da seguinte maneira:
• Seção: agrupa todas as classes, indo da letra A até a U;
• Divisão: separa a seção em atividades;
• Grupo: segrega a divisão em grupos;
• Classe: segmenta os grupos em classes;
• Subclasse: contempla a atividade específica e o código completo a ser utilizado para registro.
O código da CNAE deve ser compatível com o objeto social, no caso, atividades de educação, sendo
de suma importância a especificação dos níveis de ensino ministrados pela cooperativa; caso contrário,
essas receitas poderão ser consideradas ato não cooperativo perante a Receita Federal.
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LUCRO REAL
Denomina-se lucro real o regime de tributação cuja base para cálculo do Imposto de Renda e da CSLL
é o lucro efetivamente apurado mensalmente na escrituração comercial da entidade. Ou seja, o lucro
real da movimentação econômico-financeira realizada pela cooperativa tem influência direta na
apuração e no recolhimento dos impostos.
Contudo, a legislação que rege o Imposto de Renda e a CSLL estabelece alguns ajustes ao lucro
contábil, na forma de adições, exclusões ou compensações para fins de determinação da base de
cálculo destes tributos.
Estão obrigadas a apurar o IRPJ e a CSLL pela modalidade do lucro real as cooperativas de pais e
responsáveis que auferirem, no ano-calendário anterior, receita bruta total superior a R$ 78 milhões ou
proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses. Da mesma forma, fica
obrigada ao lucro real a cooperativa que durante o ano-calendário efetuar pagamento mensal pelo
regime de estimativa.
LUCRO PRESUMIDO
No regime de tributação pelo lucro presumido, conforme sugere a nomenclatura, a base de cálculo do
Imposto de Renda e da contribuição social é determinada por percentuais de presunção de lucro,
conforme atividade exercida. Esses percentuais são aplicados à receita bruta da cooperativa,
decorrente de atos não cooperativos, deduzindo devoluções, cancelamentos e descontos
incondicionais, com o objetivo de determinar a base de cálculo de incidência do Imposto de Renda e da
CSLL.
Nessa modalidade, o Imposto de Renda e a CSLL serão pagos mesmo na inexistência de sobras em
determinado período de apuração, visto que a base de cálculo dos tributos não é o lucro contábil, mas
as receitas auferidas, oriundas dos atos não cooperativos.
As sociedades cooperativas de pais e responsáveis podem optar pela apuração do lucro presumido
desde que a receita bruta anual seja igual ou inferior a R$ 78 milhões.
LUCRO ARBITRADO
O lucro arbitrado é o regime de tributação aplicado às entidades já optantes pelo lucro real e que não
mantiveram a escrituração contábil e fiscal na forma da lei ou deixaram de elaborar as demonstrações
financeiras exigidas pela legislação fiscal.
Na tributação dessa modalidade, a autoridade fiscal determina a base de cálculo a partir de situações
estabelecidas pela legislação tributária. Pode-se dizer que a base de cálculo do lucro arbitrado também
é presumida, mas considerando situações expressamente previstas na legislação.
As sociedades cooperativas não estão imunes à tributação pelo lucro arbitrado, inclusive aquelas que
realizam apenas atos cooperativos. Caso a cooperativa se enquadre nas situações previstas na
legislação tributária para arbitramento do lucro, a SRF poderá realizá-lo.
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TRIBUTAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA
As sociedades cooperativas estão reguladas pela Lei 5.764/1971, que definiu a Política Nacional de
Cooperativismo e instituiu o regime jurídico das cooperativas. No art. 91, para efeitos trabalhistas e
previdenciários, são equiparadas às pessoas jurídicas. Para efeitos previdenciários, equiparam-se a
empresas, com base no art. 15, Parágrafo Único, da Lei 8.212/1991.
IRPJ – Imposto de Renda Pessoa Jurídica
O Regulamento do Imposto de Renda (RIR) é taxativo ao definir que, nas cooperativas que operam
com associados, praticando assim o ato cooperativo, as sobras por acaso existentes no encerramento
do balanço não são tributadas, considerando que a cooperativa não é sociedade comercial.
Conforme art. 194, Seção V, do RIR/2018, as sociedades cooperativas que obedecerem à legislação
específica pagarão tributo calculado sobre os resultados positivos das operações e atividades estranhas
à sua finalidade (Lei 5.764/1971, arts. 85-88 e art. 111; e Lei 9.430/1996, arts. 1º e 2º), tais como:
I – comercialização ou industrialização, pelas cooperativas agropecuárias ou de pesca, de produtos adquiridos de não associados, agricultores, pecuaristas ou pescadores, para completar lotes destinados ao cumprimento de contratos ou para suprir capacidade ociosa de suas instalações industriais; II – fornecimento de bens ou serviços a não associados para atender aos objetivos sociais; ou III – participação em sociedades não cooperativas para atender aos próprios objetivos e de outros, de caráter acessório ou complementar.
As cooperativas podem praticar operações com não cooperados. No entanto, ao realizarem atos não
cooperativos, devem contabilizar em separado essas operações, de modo a permitir apuração do
resultado inerente a estas transações e o respectivo cálculo da incidência de tributos.
A não incidência se aplica as cooperativas que atendam a legislação específica.
Fato Gerador
Conceitualmente, o fato gerador do imposto sobre a renda é a aquisição da disponibilidade econômica
ou jurídica de renda ou de proventos de qualquer natureza. Nas cooperativas de pais e responsáveis o
fato gerador dependerá do registro de atividades consideradas como atos não cooperativos.
O momento da ocorrência do fato gerador está relacionado à modalidade tributária adotada pela
cooperativa de pais e responsáveis. Quando estiver sujeita ao lucro real anual, o fato gerador será o
lucro apurado em 31 de dezembro de cada ano. Caso esteja sujeita à apuração por lucro real trimestral
ou lucro presumido, o fato gerador será o lucro real apurado ou presumido no fim do trimestre-
calendário: 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano.
Base de Cálculo
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A base de cálculo do IRPJ será determinada na data de ocorrência do fato gerador, conforme a
modalidade tributária adotada pela cooperativa, ou seja, será o lucro real, o lucro presumido ou o lucro
arbitrado correspondente ao período de apuração.
Lucro Real – Apuração da Base de Cálculo
A apuração do Imposto de Renda com base no lucro real poderá ser trimestral ou anual.
As cooperativas que forem obrigadas a tributar pelo regime do lucro real ou que optarem por essa
modalidade deverão manter escrituração completa de todos os seus custos e despesas, de forma a
apurar o lucro líquido do exercício, sobre o qual deverão ser adicionadas ou excluídas diversas parcelas,
com vistas à apuração do lucro fiscal. Este, sim, servirá de base para calcular o IRPJ e a CSLL; no
contexto das cooperativas de pais e responsáveis, o principal ajuste está relacionado à adição ou
exclusão dos resultados dos atos cooperativos.
As cooperativas tributadas pelo lucro real poderão determinar o lucro mediante balanço anual levantado
no dia 31 de dezembro ou por balancetes trimestrais, na forma da Lei 9.430/1996. As cooperativas de
pais e responsáveis que se enquadrarem em qualquer dos incisos do art. 14 da Lei 9.718/1998 deverão,
obrigatoriamente, ser tributadas com base no lucro real; para as demais, essa modalidade é opcional.
O encargo com o Imposto de Renda deve ser reconhecido e contabilizado no próprio período da
ocorrência do lucro, embora seja pago em período seguinte ao de sua apuração e declarado
oficialmente no exercício fiscal seguinte.
Adições e Exclusões
Multas, custos e despesas indedutíveis e demais ajustes ao lucro real e à base de cálculo da CSLL
submetem-se às mesmas regras válidas para todas as pessoas jurídicas, conforme Parecer
Normativo/Código de Situação Tributária (PN CST) 114/1975.
Deverão ser adicionadas ao resultado contábil as receitas tributáveis que, por alguma particularidade,
não foram lançadas na contabilidade. Também deverão ser adicionadas as despesas que reduziram o
resultado, mas que são indedutíveis, nos termos das legislação fiscal.
Por meio da Instrução Normativa da Receita Federal do Brasil (IN RFB) 1.881/2019 (Anexos I e II),
publicada no Diário Oficial da União (DOU) em 5 de abril de 2019, foram atualizadas as tabelas de
adições e exclusões do lucro real e da base de cálculo da CSLL.
A legislação do Imposto de Renda é extensa e detalhada, mas, em suma, pode-se considerar como
adições ao lucro líquido os custos, despesas, encargos, perdas, provisões, participações e quaisquer
outros valores deduzidos na apuração do lucro líquido que, de acordo com a legislação tributária, não
sejam dedutíveis. Dentre os quais, merecem destaque:
• débitos relativos à constituição de provisões não dedutíveis, como a provisão para garantia e
para riscos fiscais;
• resultados negativos de participações societárias avaliadas pelo método de equivalência
patrimonial;
• encargos de depreciação, apropriados contabilmente, correspondentes ao bem já
integralmente depreciado em virtude de gozo de incentivos fiscais;
• despesas com brindes; e
• amortização de ágio pago na aquisição de participações societárias sujeitas à avaliação pela
equivalência patrimonial.
22
Já as exclusões ao lucro líquido, para determinar o lucro real, referem-se a:
• valores cuja dedução seja autorizada pela legislação tributária e que não tenham sido
computados na apuração do lucro líquido do período de apuração, por exemplo, depreciação
acelerada incentivada; provisões não dedutíveis, constituídas e adicionadas ao lucro real de
período de apuração anterior, que tenham sido utilizadas para absorver os gastos
provisionados;
• resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores incluídos na apuração do lucro
líquido que, de acordo com a legislação tributária, não sejam computados no lucro real, dentre
os quais merecem destaque os dividendos recebidos de participações societárias não sujeitas
à avaliação pela equivalência patrimonial; os resultados positivos de participações societárias
avaliadas pelo método de equivalência patrimonial; lucro na venda de ativo permanente a
receber em longo prazo (que deve ser registrado integralmente na contabilidade no mês da
venda, mas que poderá ser tributado somente quando do recebimento); e lucro na alienação
de bens desapropriados. Tal lucro é reconhecido na contabilidade quando da desapropriação,
mas, atendidos certos quesitos, o pagamento do Imposto de Renda pode ser postergado.
Definido o valor do lucro real, após os devidos ajustes, o cálculo do IR a pagar será estipulado com a
aplicação da alíquota sobre essa base, considerando os adicionais do imposto a que estiver sujeita a
pessoa jurídica, após compensação do prejuízo fiscal originado em períodos de apuração anteriores.
Proporcionalização das receitas e despesas
Conforme o item 4.I do PN CST 49/1987, “as cooperativas que exerçam atividades com resultados
tributáveis devem oferecer à tributação uma parcela, proporcionalmente determinada, do valor dos
custos, despesas encargos, perdas, provisões, participações e quaisquer outros valores deduzidos na
apuração do resultado tributável que não sejam dedutíveis na determinação do lucro real das pessoas
jurídicas em geral”.
Então, se a cooperativa contabilizou custos e despesas indedutíveis e deduziu tais custos
integralmente, na apuração do resultado tributável, deverá somá-los no lucro real e, consequentemente,
na base de cálculo da CSLL, quando pertinente.
Na hipótese de as despesas ou custos indedutíveis serem atribuídos a operações com associados e
não associados, a parcela indedutível corresponderá à proporcionalização das referidas despesas ou
custos deduzidos na apuração do resultado tributável.
Resultado das aplicações financeiras
Nos termos da Lei 5.764/1971 (arts. 3º e 4º), as cooperativas são sociedades de pessoas, criadas para
possibilitar a prestação de serviços aos seus associados, com forma e natureza jurídica próprias, sem
objetivo de lucro.
O art. 111 da mesma lei estabelece que serão considerados como renda tributável os resultados
positivos obtidos pelas cooperativas nas operações de que tratam os arts. 85, 86 e 88.
Com base nessas premissas, a Solução de Consulta da Coordenação-Geral de Tributação (Cosit) nº
102, de 17 de agosto de 2018, concluiu que os rendimentos obtidos pelas sociedades cooperativas em
aplicações financeiras estão sujeitos à tributação pelo IRPJ e pela CSLL, pois não têm natureza de ato
cooperativo, não se aplicando o tratamento de não incidência do imposto sobre a renda a essas
operações.
23
Esse entendimento, em verdade, já havia sido pacificado no âmbito do Superior Tribunal de Justiça
(STJ), na Súmula nº 262, a qual determina que “Incide o Imposto de Renda sobre o resultado das
aplicações financeiras realizadas pelas cooperativas”.
As aplicações financeiras, por constituírem operações realizadas com terceiros não associados (ainda
que, indiretamente, em busca da consecução do objeto social da cooperativa), consubstanciam “atos
não cooperativos”, cujos resultados positivos devem integrar a base de cálculo do Imposto de Renda e
da contribuição social.
No que se refere a destinação de tais resultados, a ITG 2004 em seu item 10, estabelece que os
resultados decorrentes das aplicações financeiras serão destinados de acordo com norma estatutária
ou deliberação da assembleia geral.
Compensação de Prejuízos Fiscais
A legislação do Imposto de Renda permite à pessoa jurídica reduzir o lucro real apurado no período
mediante compensação de prejuízos fiscais apurados em períodos anteriores (mensais, trimestrais ou
anuais). O prejuízo fiscal compensável com o lucro real é aquele apurado e registrado no Lalur,
observando-se que:
a) os prejuízos somente poderão ser compensados se a pessoa jurídica mantiver a escrituração
e os documentos comprobatórios do montante do prejuízo fiscal a compensar;
b) desde o ano-calendário 1995 são compensáveis os prejuízos fiscais apurados em períodos
encerrados a partir do ano de 1991, independentemente de prazo.
Os prejuízos apurados antes de 31 de dezembro de 1994 somente poderão ser compensados se,
naquela data, fossem ainda passíveis de compensação, na forma da legislação então aplicável (art. 35,
§ 2º, da IN SRF 11/1996).
O lucro real apurado em cada período poderá ser reduzido pela compensação de prejuízos fiscais de
períodos anteriores, em no máximo 30%. Dessa forma, a compensação de prejuízos fiscais exige da
cooperativa a adequada escrituração de seus saldos na Parte “B” do Lalur.
Prejuízos fiscais operacionais e não operacionais
A legislação tributária criou dois tipos de prejuízos fiscais: os operacionais e os não operacionais. Os
primeiros são aqueles decorrentes das atividades normais da pessoa jurídica. Quanto ao segundo,
somente podem ser compensados nos períodos subsequentes ao de sua apuração, com lucros de
mesma natureza, observando o disposto no art. 205, subseção II da IN RFB nº 1700, de 14 de março
de 2017:
a) consideram-se não operacionais os resultados decorrentes da alienação de bens e direitos do
ativo não circulante imobilizado, investimento e intangível, ainda que reclassificados para o
ativo circulante com a intenção de venda;
b) o resultado não operacional será igual à diferença, positiva ou negativa, entre o valor pelo qual
o bem ou direito for alienado e seu valor contábil, assim entendido o que estiver registrado na
escrituração do contribuinte, diminuído, se for o caso, da depreciação, amortização ou exaustão
acumulada e das perdas estimadas no valor de ativos;
c) os resultados não operacionais de todas as alienações ocorridas durante o período de
apuração deverão ser apurados englobadamente entre si;
d) no período de apuração de ocorrência, os resultados não operacionais, positivos ou negativos,
integrarão o lucro real.
24
Ressalte-se que a restrição à compensação de prejuízos não operacionais não se aplica às perdas
decorrentes de baixa de bens ou direitos em virtude de terem se tornado imprestáveis, obsoletos ou
terem caído em desuso, ainda que posteriormente venham a ser alienados como sucata.
O prejuízo fiscal não operacional poderá ser compensado nos períodos subsequentes somente com
lucros não operacionais, limitado a 30% do lucro real não operacional (art. 205, § 9, subseção II da IN
RFB n.º 1700/2017).
Nas sociedades cooperativas, o prejuízo fiscal que poderá ser compensado corresponde ao prejuízo
das operações com atos não cooperativos (prejuízo fiscal não operacional), após as adições e
exclusões determinadas pela legislação. Em termos práticos, é o lucro real após as adições e exclusões
de determinado período de apuração.
Lucro Real Trimestral
A apuração do Imposto de Renda será realizada com base em períodos trimestrais, encerrados no
último dia de cada trimestre-calendário, quais sejam: 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31
de dezembro de cada ano-calendário (art. 1º da Lei n.º 9.430/1996).
O imposto e a contribuição a pagar, apurados em cada trimestre, poderão ser pagos em quota única no
mês seguinte ao trimestre, sem qualquer acréscimo, ou em três quotas mensais com juros pela taxa do
Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) até o mês anterior ao do pagamento e de 1%
nesse mês.
Lucro Real Anual
As cooperativas de pais e responsáveis que optarem pela apuração do lucro real anual deverão pagar
mensalmente o Imposto de Renda e a contribuição social sobre o lucro calculados por estimativa, com
base na receita bruta de atos não cooperativos, ou quando a apuração com base no balanço de redução
ou suspensão resultar positiva.
O imposto e a contribuição sobre as operações do mês devem ser pagos até o último dia útil do mês
seguinte.
Base de Cálculo – Estimativa Mensal
No caso das sociedades cooperativas, as receitas que compõem a base de cálculo do pagamento da
estimativa mensal são apenas aquelas resultantes das operações de atos não cooperativos.
A base de cálculo do Imposto de Renda a ser pago mensalmente resulta do somatório de um percentual
aplicado sobre a receita bruta do mês, acrescido de ganhos de capital, demais receitas e resultados
positivos, excetuados os rendimentos ou ganhos tributados como de aplicações financeiras. Os
percentuais aplicáveis sobre a receita bruta variam de acordo com a atividade da pessoa jurídica e, no
caso das cooperativas de pais e responsáveis, se aplicariam 32%, conforme consta do art. 15 da
Lei n.º 9.249/1995.
Não devem ser acrescentados à base de cálculo os rendimentos tributados pertinentes às aplicações
financeiras de renda fixa e renda variável, nem os lucros, dividendos ou o resultado positivo decorrente
da avaliação de investimento pela equivalência patrimonial (art. 222, § 7º do Decreto 9.580/2018).
Os rendimentos e ganhos líquidos produzidos por aplicações financeiras de renda fixa e variável serão
considerados na determinação da base de cálculo do Imposto de Renda mensal quando não tiverem
25
sido submetidos à incidência na fonte ou ao recolhimento mensal obrigatório, como disposto nos arts.
65 a 75 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, e nos arts. 35 e 28, § 9º, da Lei n.º 9.532/1997.
Caso a cooperativa tenha apenas as receitas de aplicações financeiras reconhecidas como atos não
cooperativo, no pagamento do imposto por estimativa mensal com base na receita bruta, as receitas
financeiras não irão compor a base de cálculo. Dessa forma, se a cooperativa de pais e responsáveis
praticar apenas atos cooperativos, não haverá base de cálculo para recolhimento de estimativa mensal.
Para exemplificar a apuração do IRPJ na modalidade do lucro real com estimativa mensal pela receita
bruta, apresentam-se a seguir dados e composições dos respectivos valores a serem pagos por
cooperativas de pais e responsáveis:
Dados Valor
Ingressos – ato cooperativo com mensalidades/matrículas R$ 125.000,00
Receita de aluguel da cantina escolar R$ 3.500,00
Receita líquida da venda de ativo imobilizado R$ 5.700,00
Rendas das aplicações financeiras R$ 1.300,00
Receitas de eventos extracurriculares R$ 2.100,00
COOPERATIVA DE PAIS E RESPONSÁVEIS
APURAÇÃO DO IRPJ – ESTIMATIVA PELA RECEITA BRUTA
COMPOSIÇÃO DA BASE DE CÁLCULO Receita Base de Cálculo
Base de cálculo do IRPJ – receita bruta (32%) R$ 11.300,00 R$ 3.616,00
Total R$ 11.300,00 R$ 3.616,00
IMPOSTO DE RENDA APURADO
Alíquota de 15% - R$ 542,40
Adicional - -
IMPOSTO DE RENDA A PAGAR - R$ 542,40
A apuração do IRPJ pelo lucro real com estimativa pela receita bruta é bastante simples. Cabe observar
que apenas as receitas correspondentes às operações consideradas como atos não cooperativos estão
sujeitas à tributação, e que as receitas oriundas de aplicações financeiras não compõem a base de
cálculo, nos termos da legislação já apresentada.
Balanço de Suspensão e Redução
Alternativamente ao recolhimento da estimativa mensal com base na receita bruta, as cooperativas
podem apurar a estimativa mensal com base no balanço de suspensão ou redução.
O pagamento da estimativa mensal do Imposto de Renda com base no balanço de suspensão ou
redução implica na escrituração mensal do Lalur, no qual deverá apurar o lucro real com todas as
adições, exclusões e compensações previstas na legislação tributária.
A vantagem dessa modalidade de apuração é que a cooperativa recolherá o imposto efetivamente
devido. No recolhimento da estimativa com base na receita bruta, o tributo pode ser maior do que o
valor devido na apuração anual, o que pode provocar relevante desembolso financeiro para a
cooperativa.
26
Para exemplificar, de forma resumida, a composição mensal do lucro real com base no balanço de
suspensão ou redução, apresentam-se na sequência as informações necessárias para elaboração do
Lalur e apuração do imposto devido.
Dados Valor
Resultado líquido antes do IRPJ R$ 105.000,00
Multas não dedutíveis R$ 2.500,00
Prejuízo fiscal acumulado R$ 35.000,00
Resultado positivo dos atos cooperativos R$ 75.120,00
APURAÇÃO DO IRPJ – BALANÇO DE SUSPENSÃO E REDUÇÃO
COMPOSIÇÃO DO LUCRO REAL VALOR
Resultado líquido antes do IRPJ R$ 105.000,00
ADIÇÕES
Provisões não dedutíveis -
Despesas operacionais – Despesas não dedutíveis R$ 2.500,00
Resultados negativos com atos cooperativos -
SOMA DAS ADIÇÕES R$ 2.500,00
EXCLUSÕES
(-) Reversões dos saldos das provisões não dedutíveis -
(-) Resultados não tributáveis de sociedades cooperativas R$ 75.120,00
SOMA DAS EXCLUSÕES R$ 75.120,00
LUCRO REAL ANTES DAS COMPENSAÇÕES DE PREJUÍZO R$ 32.380,00
(-) Compensação de prejuízos fiscais R$ 9.714,00
LUCRO REAL R$ 22.666,00
BASE DE CÁLCULO PARA O IRPJ R$ 22.666,00
IMPOSTO DE RENDA APURADO
Alíquota de 15% R$ 3.399,90
Adicional R$ 266,60
TOTAL IRPJ DEVIDO NO MÊS R$ 3.666,50
Nesse exemplo de apuração do IRPJ pela modalidade do lucro real, com as estimativas mensais
apuradas a partir do balanço de suspensão e redução, tomaram-se como base os dados apurados no
mês de janeiro de um ano-calendário, no qual se iniciou a apuração pelo resultado líquido antes do
IRPJ daquele mês; na sequência, foram apontados os valores passíveis de adição e exclusão na base
de cálculo do imposto.
É importante lembrar que, por se tratar de apuração a partir do balanço de suspensão e redução, o
valor do imposto recolhido para o mês de janeiro poderá ser compensado do valor apurado no mês de
fevereiro, e assim sucessivamente, até dezembro de cada ano.
Lucro Presumido
O art. 13 da Lei 9.718/1998, na redação dada pelo art. 7º da Lei 12.814/2013, dispõe que a pessoa
jurídica cuja receita bruta total no ano-calendário anterior tenha sido igual ou inferior a R$ 78 milhões
ou a R$ 6,5 milhões multiplicado pelo número de meses de atividade do ano-calendário anterior, quando
inferior a doze meses, poderá optar pelo regime de tributação com base no lucro presumido.
27
Conforme o § 1º do art. 13 da Lei 9.718/1998, a opção pela tributação com base no lucro presumido
será definitiva em relação a todo o ano-calendário, e será manifestada com o pagamento da primeira
ou única quota do imposto devido correspondente ao primeiro período de apuração de cada ano-
calendário (§ 1º, art. 587 do RIR/2018).
A base de cálculo do Imposto de Renda calculado pela modalidade do lucro presumido será
determinada, em cada trimestre, mediante aplicação de percentuais estabelecidos em lei, de acordo
com a atividade da pessoa jurídica, sobre a receita bruta auferida no trimestre. Além disso, devem ser
incluídos na base de cálculo os ganhos de capital, rendimentos e ganhos líquidos auferidos em
aplicações financeiras e demais receitas.
O percentual a ser utilizado pelas cooperativas de pais e responsáveis estabelecido em lei é:
ATIVIDADE PERCENTUAL BASE LEGAL
Serviços em geral 32% art. 15, inciso III, da Lei 9.249/1995
Nas sociedades cooperativas, para determinar a base de cálculo conforme os percentuais expostos,
deverão ser consideradas apenas as receitas de atos não cooperativos, observando, como já citado, a
não incidência do IRPJ sobre as operações de ato cooperativo.
Inicialmente, na declaração do IRPJ presente na ECF deverá ser informada toda a receita bruta auferida
pela cooperativa, junto ao código que representa o percentual presumido para a atividade. Após o
cálculo geral da presunção do lucro, o montante correspondente às operações do ato cooperativo
poderá ser excluído da base de cálculo do imposto devido no trimestre, em código específico para tal
fim.
Os rendimentos em aplicações financeiras devem ser incluídos na base de cálculo do imposto. Por
consequência, o Imposto de Renda retido na fonte ou pago separadamente poderá ser considerado
como antecipação do montante devido no trimestre.
Na sequência, exemplifica-se a composição da apuração do IRPJ na modalidade do lucro presumido
para cooperativas de pais e responsáveis, seguindo as orientações de preenchimento constantes na
ECF.
Dados – 1 TRIMESTRE Valor
Ingressos – ato cooperativo com mensalidades/matrículas R$ 375.000,00
Total de ingressos brutos – atos cooperativos R$ 375.000,00
Receita de aluguel da cantina escolar R$ 10.500,00
Receita líquida da venda de ativo imobilizado R$ 5.700,00
Receitas de eventos extracurriculares R$ 2.100,00
Total de receita bruta – atos não cooperativos R$ 18.300,00
Rendas das aplicações financeiras R$ 4.200,00
Total de outras receitas R$ 4.200,00
COOPERATIVA DE PAIS E RESPONSÁVEIS
APURAÇÃO DO IRPJ – LUCRO PRESUMIDO
COMPOSIÇÃO DA BASE DE CÁLCULO Receita Base de Cálculo
Base de cálculo do IRPJ – receita bruta (32%) R$ 393.300,00 R$ 125.856,00
Resultado da aplicação dos % na receita bruta R$ 125.856,00
(+) Rendimentos e ganhos de aplicações financeiras R$ 4.200,00
(-) Resultado não tributado de sociedades cooperativas R$ 375.000,00 R$ (120.000,00)
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Ingressos sujeitos a alíquota 32% R$ 10.056,00
Base de cálculo do imposto sem lucro presumido
IMPOSTO DE RENDA APURADO - R$ 1.508,40
Alíquota de 15% - -
Adicional - R$ 1.508,40
IMPOSTO DE RENDA A PAGAR R$ 393.300,00 R$ 125.856,00
Receita bruta – Regime de competência
Considera-se a receita bruta pelo regime de competência, quando a receita é auferida,
independentemente da data de seu pagamento. O item 6 da ITG 2004, deixa claro que “A escrituração
contábil é obrigatória e deve ser realizada de forma segregada em ato cooperativo e não cooperativo,
por atividade, produto ou serviço”, de modo sendo vedada a escrituração por regime de caixa.
Alíquotas
A alíquota do Imposto de Renda em vigor desde o ano-calendário 1996 é de:
• 15% sobre o lucro real, presumido ou arbitrado apurado pelas pessoas jurídicas em geral,
seja seu objeto comercial ou civil;
• 10% sobre a parcela do lucro real que exceder ao resultado da multiplicação de R$ 20 mil
pelo número dos meses do respectivo período de apuração;
No lucro real trimestral, o limite de isenção será de R$ 60 mil, enquanto no anual será de R$ 240 mil.
Penalidades
Os tributos e contribuições administrados pela Receita Federal que não forem pagos até a data do
vencimento ficarão sujeitos a juros e multa de mora.
Conforme art. 58 da IN RFB n.º 1.700/2017, a falta ou insuficiência de pagamento do IRPJ ou da CSLL
sujeita a pessoa jurídica aos seguintes acréscimos legais:
I – multa de mora, calculada à taxa de 0,33% (trinta e três centésimos por cento) por dia de atraso, limitada a 20% (vinte por cento), calculada a partir do 1º (primeiro) dia subsequente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento, até o dia em que ocorrer o seu pagamento; e II – juros de mora, equivalentes à taxa referencial do Selic, para títulos federais, acumulada mensalmente, calculados a partir do 1º (primeiro) dia do 2º (segundo) mês subsequente ao do encerramento do período de apuração até o último dia do mês anterior ao do pagamento e de 1% (um por cento) no mês do pagamento.
A cooperativa, diante de situação que implique incidência de multa e juros, deve utilizar o programa
SICALC, disponível no site da Receita Federal, para calcular os acréscimos legais e emitir o Documento
de Arrecadação de Receitas Federais (DARF) atualizado para pagamento.
Prazos e forma de recolhimento
A guia para recolhimento do Imposto de Renda é o DARF. O imposto apurado poderá ser pago ou
compensado com outros créditos tributários, observadas as regras da legislação tributária referente às
compensações.
O código de recolhimento será determinado conforme a modalidade de apuração do Imposto de Renda.
Os códigos atualmente estabelecidos pela Receita Federal do Brasil são:
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MODALIDADE DE APURAÇÃO CÓDIGO
Lucro real – Estimativa mensal – Receita total anual superior a R$ 78 milhões 2362
Lucro real – Ajuste anual – Receita total anual superior a R$ 78 milhões 2430
Lucro real – Estimativa mensal – Receita total anual igual ou inferior a R$ 78 milhões 5993
Lucro real – Ajuste anual – Receita total anual igual ou inferior a R$ 78 milhões 2456
Lucro real – Apuração trimestral – Receita total anual superior a R$ 78 milhões 0220
Lucro real – Apuração trimestral – Receita total anual inferior a R$ 78 milhões 3373
Lucro presumido 2089
O prazo de pagamento depende da modalidade de tributação adotada pela cooperativa, assim:
Prazos de recolhimento – Modalidades de apuração
Lucro real anual Lucro real trimestral e lucro presumido
O prazo para pagamento das estimativas mensais do
Imposto de Renda, estabelecido pelo art. 6º da Lei
9.430/1996, é até o último dia útil do mês subsequente ao
período de apuração.
Na apuração anual, com data-base em 31 de dezembro,
caso o saldo do imposto seja positivo, deverá ser pago em
quota única, até o último dia útil do mês de março do ano
subsequente, com acréscimo pela taxa Selic conforme o §
2º do art. 6º da Lei 9.430/1996.
Se o saldo apurado em 31 de dezembro for negativo, este
poderá ser objeto de restituição ou compensação com
Imposto de Renda devido nos períodos subsequentes ou
outros tributos administrados pela SRF do Brasil, nos termos
da IN RFB n.º 1.300/2012.
É importante não confundir a estimativa do Imposto de
Renda de dezembro com o ajuste anual. Na maioria dos
casos, o pagamento da estimativa de dezembro é realizado
com base no balanço de suspensão e redução encerrado
em 31 de dezembro.
O Imposto de Renda apurado com base no
lucro real trimestral e no lucro presumido será
pago em quota única, até o último dia útil do
mês subsequente ao do encerramento do
período de apuração.
Alternativamente, a cooperativa poderá optar
por pagar o imposto em até três quotas
mensais, iguais e sucessivas, vencíveis no
último dia útil dos três meses subsequentes ao
encerramento do período de apuração, desde
que a quota mensal não seja inferior a R$
1.000,00 (mil reais).
Nesse caso, a pessoa jurídica deverá atualizar
as quotas do imposto pela taxa Selic,
conforme § 3º do art. 5º da Lei 9.430/1996.
O imposto de valor inferior a R$ 2.000,00 (dois
mil reais) deverá ser pago em quota única.
CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
A CSLL, instituída pela Lei n.º 7.689, de 15 de dezembro de 1988, foi estabelecida para obtenção de
recursos para financiar a seguridade social, segundo dispositivo constitucional (art. 195 da Constituição
Federal do Brasil).
Conforme acórdão, o Conselho de Contribuinte decidiu que o resultado positivo obtido pelas sociedades
cooperativas nas operações realizadas com seus associados (atos cooperativos) não integram a base
de cálculo da contribuição social. Portanto, as sociedades cooperativas que obedecerem ao disposto
na legislação específica relativamente aos atos cooperativos, ficam isentas da CSLL.
A CSLL não incide sobre a atividade cooperativista, pois as cooperativas não auferem lucros em suas
atividades, conforme prevê a própria Lei n.º 5.764/1971, art. 3º. Tal entendimento foi consolidado e
confirmado pela Lei nº 10.865, de 30 de abril de 2004 (Versão Consolidada em 20 de março de 2013),
que no seu art. 39 diz:
30
Art. 39. As sociedades cooperativas que obedecerem ao disposto na legislação específica, relativamente aos atos cooperativos, ficam isentas da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL. (Vide art. 48 da Lei nº 10.865, de 2004) Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo não se aplica às sociedades cooperativas de consumo de que trata o art. 69 da Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997.
Embora a CSLL tenha características de apuração similares ao IRPJ, algumas regras são diferentes, a
seguir descritas.
Fato Gerador
O fato gerador da CSLL é o lucro líquido apurado antes do Imposto de Renda, na data de ocorrência
do fato gerador.
Essa data é 31 de dezembro de cada ano, exceto em relação à apuração trimestral, quando o fato
gerador ocorre ao final de cada trimestre-calendário, e em eventos especiais de incorporação, fusão,
cisão ou encerramento de atividades, cuja data de ocorrência do fato gerador é a data do evento.
Base de Cálculo
A base de cálculo da CSLL é o valor do resultado do exercício, antes da provisão para o Imposto de
Renda, ajustado pelas adições e exclusões previstas na legislação tributária em cada período de
apuração, seja trimestral ou anual.
A exceção abrange pessoas jurídicas optantes pela apuração do Imposto de Renda e contribuição
social com base no lucro presumido e arbitrado, ocorrendo a presunção ou o arbitramento da base de
cálculo.
Lucro Real – Apuração da Base de Cálculo
Para as cooperativas de pais e responsáveis sujeitas à apuração do IRPJ e da CSLL com base no lucro
real, a base de cálculo da CSLL será o resultado do exercício, antes do Imposto de Renda, ajustado
pelas adições e exclusões previstas na legislação tributária, assim como pela compensação de base
de cálculo negativa da contribuição apurada em exercícios anteriores.
Na IN RFB n.º 1.881/2019, precisamente nos Anexos I e II, constam as tabelas atualizadas de adições
e exclusões do lucro real e da base de cálculo da CSLL. No quadro a seguir estão os principais valores
que devem ser adicionados ou excluídos da base de cálculo da CSLL, discriminados em lei:
ADIÇÕES E EXCLUSÕES NA APURAÇÃO DA CSLL
Adições Exclusões
• Resultado negativo de avaliação de investimentos pelo valor de patrimônio líquido;
• Qualquer provisão, exceto as constituídas para o pagamento de férias de empregados e de 13º salário, de que trata o art. 43 da Lei 8.981/1995, com as alterações da Lei nº 9.065, de 20 de junho de 1995, e as provisões técnicas das companhias de seguro e de capitalização, bem como das entidades de previdência privada, cuja constituição é exigida pela legislação especial a elas aplicáveis;
• Contraprestações de arrendamento mercantil e do aluguel de bens móveis ou imóveis, não relacionados intrinsicamente com a produção ou comercialização dos bens e serviços;
• Resultado positivo de atos cooperativos;
• Resultado positivo da avaliação de investimentos pelo valor de patrimônio líquido;
• Lucros e dividendos derivados de participações societárias em pessoas jurídicas domiciliadas no Brasil que tenham sido computados como receita;
• Provisões adicionadas anteriormente, que tenham sido baixadas no curso de período-base;
• Doações e subvenções para investimento que tenham sido computadas como receita, desde que observadas as regras específicas da legislação tributária.
31
• Despesas de depreciação, amortização, manutenção, reparo, conservação, impostos, taxas, seguros e quaisquer outros gastos com bens móveis ou imóveis, não relacionados intrinsecamente com a produção ou comercialização dos bens e serviços;
• Contribuições não compulsórias, exceto as destinadas a custear seguros e planos de saúde, e benefícios complementares assemelhados aos da previdência social, instituídos em favor dos empregados e dirigentes da pessoa jurídica;
• Doações, exceto as expressamente previstas no § 2º do art. 13 da Lei 9.249/1995;
• Despesas com brindes.
Importa ratificar que deve ser adicionada à base de cálculo da CSLL somente a parcela das despesas
indedutíveis registradas como atos não cooperativos na contabilidade da cooperativa. Algumas
despesas, como doações, podem ser submetidas a rateio com base na receita bruta de atos
cooperativos e não cooperativos para fins de segregação do resultado desses atos. Assim, deverá ser
adicionada à base de cálculo da CSLL somente a parcela que reduziu o resultado tributável,
correspondente à parcela contabilizada como atos não cooperativos.
As despesas a adicionar na base de cálculo da CSLL não são necessariamente as mesmas que devem
ser incluídas na base de cálculo do IRPJ. Um exemplo prático são as multas por infrações fiscais de
natureza não compensatória, que devem compor o cálculo do Imposto de Renda, mas não há
determinação legal para acrescentá-las à base de cálculo da CSLL.
Compensação de Base de Cálculo Negativa
A base de cálculo da CSLL poderá ser reduzida pela compensação da base de cálculo negativa,
apurada em períodos-base anteriores. A compensação está limitada a 30% do lucro líquido ajustado.
Em outros termos, trata-se do lucro líquido após as adições e exclusões.
A compensação de base de cálculo negativa apurada em anos anteriores depende de correta
escrituração dos saldos na parte B do Lalur, e a partir da ECF, escrituração na parte B do Livro de
Apuração da CSLL (Lacs).
Nas sociedades cooperativas, a base de cálculo negativa que poderá ser compensada é aquela
resultante das operações com atos não cooperativos, após as adições e exclusões legais.
Base de Cálculo – Estimativa Mensal
As cooperativas que optarem pelo pagamento mensal do IRPJ por estimativa com base na receita bruta
deverão também pagar a CSLL pelo mesmo critério, conforme o art. 28 da Lei n.º 9.430/1996.
A partir de 1º de setembro de 2003, por força do art. 22 da Lei n.º 10.684/2003, a base de cálculo da
CSLL devida pelas pessoas jurídicas optantes pela sistemática de recolhimento mensal (estimativa)
corresponderá a 32% nas empresas prestadoras de serviços em geral, aplicável as cooperativas de
pais e responsáveis.
Devem ser adicionados à base de cálculo da CSLL/Estimativa os seguintes valores:
• ganhos de capital (lucros) obtidos na alienação de bens do ativo permanente e de aplicações
em ouro não caracterizado como ativo financeiro;
32
• rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa e ganhos líquidos de operações
financeiras de renda variável (ações, swap etc.);
• demais receitas e resultados positivos não abrangidos anteriormente (como juros e descontos
obtidos, aluguéis etc.), inclusive juros remuneratórios do capital próprio recebidos pela empresa
da qual seja sócia ou acionista.
No caso das sociedades cooperativas, as receitas que irão compor a base de cálculo do pagamento da
estimativa mensal são apenas aquelas resultantes das operações de atos não cooperativos. Dessa
forma, se a cooperativa de pais e responsáveis praticar apenas atos cooperativos, não haverá base de
cálculo para recolhimento de estimativa mensal, exceto se houver receitas de aplicações financeiras.
Apresenta-se adiante um exemplo de apuração da estimativa mensal da CSLL com base na receita
bruta, observando-se que, para apurar a base de cálculo da referida estimativa em relação aos dados
disponibilizados, deve-se somar o lucro calculado pela aplicação de 12% sobre a receita bruta das
operações com não cooperados e o valor dos rendimentos das aplicações financeiras.
Dados Valor
Ingressos – ato cooperativo com mensalidades/matrículas R$ 125.000,00
Receita de aluguel da cantina escolar R$ 3.500,00
Receita líquida da venda de ativo imobilizado R$ 5.700,00
Rendas das aplicações financeiras R$ 1.300,00
Receitas de eventos extracurriculares R$ 2.100,00
COOPERATIVA DE PAIS E RESPONSÁVEIS
APURAÇÃO DA CSLL – ESTIMATIVA PELA RECEITA BRUTA
COMPOSIÇÃO DA BASE DE CÁLCULO Receita Base de Cálculo
Base de cálculo da CSLL – receita bruta (32%) R$ 11.300,00 R$ 3.616,00
Rendimentos de aplicação financeira R$ 1.300,00
Total R$ 11.300,00 R$ 4.916,00
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL APURADA
Alíquota de 9% - R$ 442,44
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL A PAGAR - R$ 442,44
Assim como no Imposto de Renda, alternativamente ao recolhimento da estimativa mensal com base
na receita bruta, a pessoa jurídica poderá apurar a estimativa mensal com base no balanço de
suspensão ou redução, conforme o art. 227 do RIR/2018.
Base de Cálculo – Lucro Presumido
A base de cálculo da CSLL pela modalidade do lucro presumido será determinada em cada trimestre,
mediante aplicação de percentuais estabelecidos em lei, de acordo com a atividade da pessoa
jurídica, sobre a receita bruta auferida no trimestre. Além disso, devem ser incluídos na base de
cálculo os ganhos de capital, os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras
e as demais receitas.
Em relação à principal atividade desenvolvida pelas cooperativas de pais e responsáveis, o percentual
de que trata o art. 20 da Lei 9.249/1995 para determinar a base de cálculo sobre a receita bruta é de
32%, definidos assim para Serviços em Geral.
33
Nas sociedades cooperativas, para fins de determinação da base de cálculo, deverão ser
consideradas apenas as receitas de atos não cooperativos, observando as mesmas regras de
escrituração da ECF apresentadas na apuração do IRPJ.
Caso a cooperativa tenha sofrido retenção da contribuição social na fonte sobre algum serviço
prestado, poderá deduzir, do montante apurado, a retenção acumulada no trimestre.
Apresenta-se na sequência a composição da apuração da CSLL na modalidade do lucro presumido.
A principal diferença em relação ao exemplo de apuração apresentado para o IRPJ consiste no fato
de o percentual de presunção ser o mesmo para todas as receitas apontadas.
COOPERATIVAS DE PAIS E RESPONSÁVEIS
APURAÇÃO DA CSLL – LUCRO PRESUMIDO
COMPOSIÇÃO DA BASE DE CÁLCULO Receita Base de cálculo
Receita bruta sujeita a alíquota de 32% R$ 1.900.000,00 R$ 608.000,00
Resultado da aplicação dos % sem receita bruta - R$ 608.000,00
(+) Rendimentos e ganhos de aplicações financeiras R$ 28.500,00 R$ 28.500,00
(-) Resultado não tributado de sociedade cooperativas R$ 1.900.000,00 R$ 608.000,00
Base de cálculo do imposto sem lucro presumido - R$ 28.500,00
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL APURADA
Alíquota de 9% - R$ 2.565,00
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL A PAGAR - R$ 2.565,00
Alíquota
Para as empresas e cooperativas em geral, a alíquota da CSLL é de 9%, aplicável também para as
sociedades cooperativas de pais e responsáveis.
Prazos e forma de recolhimento
O recolhimento da CSLL deve ser efetuado através do DARF. O imposto apurado poderá ser pago ou
compensado com outros créditos tributários, observadas as regras da legislação tributária referente às
compensações.
O código de recolhimento será determinado conforme a modalidade de apuração da pessoa jurídica.
Os códigos atualmente estabelecidos pela Receita Federal do Brasil são:
MODALIDADE DE APURAÇÃO CÓDIGO
Lucro real – Estimativa mensal – Receita total anual superior a R$ 78 milhões 2484
Lucro real – Ajuste anual – Receita total anual superior a R$ 78 milhões 6773
Lucro real – Estimativa mensal – Receita total anual igual ou inferior a R$ 78 milhões 2484
Lucro real – Ajuste anual – receita total anual igual ou inferior a R$ 78 milhões 6773
Lucro real – Apuração trimestral – Receita total anual superior a R$ 78 milhões 6012
Lucro real – Apuração trimestral – Receita total anual inferior a R$ 78 milhões 6012
Lucro presumido 2372
O prazo de pagamento da CSLL é o mesmo aplicável para o IRPJ, e ambos dependem da modalidade
de tributação adotada pela cooperativa.
34
PIS – Programa de Integração Social e COFINS – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social
O Programa de Integração Social (PIS), o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público
(Pasep) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) são tributos citados
nos arts. 195 e 239 da Constituição Federal e relacionados ao financiamento da seguridade social por
toda a sociedade.
O PIS/Pasep tem como objetivo específico financiar o seguro-desemprego e o abono para empregados
que receberam em média até dois salários-mínimos de remuneração mensal de empregadores que
contribuem para o PIS/Pasep. Esse imposto também é destinado ao financiamento de programas de
desenvolvimento econômico, através do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES).
Já a COFINS é destinada às despesas com atividades-fim das áreas de saúde, previdência e
assistência social.
Regime de tributação
A contribuição para o PIS/Pasep e a COFINS possui dois sistemas de tributação: regime cumulativo e
regime não cumulativo. As sociedades cooperativas devem observar as disposições na Instrução
Normativa SRF n.º 635/06, para a apuração do PIS/Pasep e da COFINS.
As sociedades cooperativas seguimento pais e responsáveis, independente do regime tributário
escolhido, deverão adotar o regime cumulativo de PIS e COFINS (Art. 33, IN/SRF n.º 635/06).
Fato gerador
A legislação tributária federal que estabelece diretrizes para determinar a base de cálculo das
contribuições para PIS/Pasep e COFINS devidas pelas pessoas jurídicas considera como fato gerador
o aferimento de receitas, tanto as relacionadas com o objetivo principal da entidade, quanto as demais
que possam surgir no decorrer do exercício social.
A receita, comumente chamada de faturamento, compreende os ingressos e receitas brutas das
cooperativas. Em outros termos, o fato gerador do PIS/Pasep e da COFINS corresponde ao montante
relacionado aos serviços de ensino prestados pelas cooperativas de pais e responsáveis, obedecendo
às determinações presentes na legislação de apuração do IRPJ.
Em suma, as cooperativas de pais e responsáveis devem calcular o PIS/Pasep e a COFINS sobre seu
ingresso e receita bruta auferida no mês, incluindo, quando houver, a receita decorrente da cobrança
de taxa de administração de cooperados.
Base de cálculo
35
A base de cálculo das contribuições para o PIS/Pasep e para a COFINS das cooperativas de pais e
responsáveis corresponde ao ingresso e à receita bruta auferida por elas, podendo ser excluídas deste
valor as importâncias correspondentes aos serviços cancelados e descontos incondicionais concedidos.
A lei ainda prevê possibilidade de excluir da base de cálculo das contribuições: descontos incondicionais
concedidos, as receitas decorrentes de reversões de provisões; a recuperação de créditos baixados
como perdas; o resultado positivo da avaliação de investimento pelo valor do patrimônio líquido; os
lucros e dividendos derivados de participações societárias e as receitas decorrentes da venda de bens
do ativo não circulante, como a venda de bens do ativo imobilizado.
As sociedades cooperativas em geral também podem deduzir da base de cálculo da contribuição para
o PIS/Pasep e a COFINS o valor das sobras apuradas na Demonstração do Resultado do Exercício,
destinadas à constituição do Fundo de Reserva e do Fates, previstos no art. 28 da Lei n.º 5.764/71 (Art.
10, Instrução Normativa SRF nº 635/06).
Alíquotas
No regime de incidência cumulativa, as alíquotas são de 0,65% para PIS/Pasep e de 3% para COFINS
(Art. 5, inciso I da IN/SRF n.º 635/06).
Prazo e forma de recolhimento
Os valores correspondentes ao PIS/Pasep e à COFINS calculados sobre o faturamento devem ser
recolhidos até o 25º dia do mês subsequente ao mês de ocorrência dos fatos geradores. Se o dia de
vencimento não for dia útil, o pagamento deverá ser antecipado para o primeiro dia útil anterior.
O recolhimento do PIS/Pasep e da COFINS sobre faturamento deverá ocorrer através do DARF,
mediante os seguintes códigos de recolhimento:
• 8109 – PIS FATURAMENTO, para o PIS/Pasep cumulativo;
• 2172 – CONTRIBUIÇÃO PARA FINANCIAMENTO SEGURIDADE SOCIAL, para a COFINS
cumulativa.
Neste exemplo de apuração das contribuições para o PIS/Pasep e para a COFINS das cooperativas de
pais e responsáveis utilizaram-se os seguintes dados:
APURAÇÃO PIS E COFINS VALOR
RECEITAS TRIBUTADAS (CST 1)
INGRESSO – ATO COOPERATIVO R$ 300.500,00
Mensalidades R$ 300.000,00
Doações de quotas R$ 500,00
RECEITA – ATO NÃO COOPERATIVO R$ 3.500,00
Eventos extra curriculares R$ 2.000,00
Aluguel da cantina R$ 1.500,00
INGRESSO E RECEITA BRUTA R$ 304.000,00
DEDUÇÕES R$ 6.137,00
Descontos incondicionais R$ 237,00
Cancelamentos e devoluções R$ 100,00
Destinação à Reserva Legal (10%) R$ 4.500,00
Destinação para o Fates (5%) R$ 1.300,00
BASE DE CÁLCULO R$ 297.863,00
CÁLCULO IMPOSTO CUMULATIVO
PIS/Pasep (0,65%) R$ 1.936,11
36
COFINS (3%) R$ 8.935,89
RECEITAS NÃO TRIBUTADAS (CST 8)
Rendas de aplicações financeiras R$ 720,00
TOTAL R$ 720,00
TOTAL DAS RECEITAS DECLARADAS R$ 304.000,00
Foram agrupados os ingressos e receitas tributadas integralmente pelo PIS/Pasep e pela COFINS,
relacionados respectivamente com atos cooperados e não cooperados, os quais, para fins de
escrituração no arquivo da EFD-Contribuições, devem ser classificadas com CST 01 – Operação
Tributável com Alíquota Básica.
Na sequência foram apontados os montantes passíveis de exclusão de base de cálculo das
contribuições nas cooperativas de pais e responsáveis: descontos incondicionais e o valor
correspondente às sobras destinadas ao Fates (Rates) e à composição do Fundo de Reserva do
exercício anterior, sendo estas exclusões permitidas apenas para as cooperativas.
Da mesma forma, apontaram-se as receitas financeiras correspondentes aos rendimentos com
aplicações financeiras, que, para fins de apuração de PIS/Pasep e COFINS no regime cumulativo, não
caracterizam fato gerador, já que não se classificam como receita bruta. Entretanto, devem ser
escrituradas na EFD-Contribuições, com código CST 08 – Operação sem Incidência da Contribuição.
Atualizações jurídicas
Em Recurso Especial Repetitivo do STJ nº 1.353.111 e na Nota Técnica PGFN/CRJ n. 333/2016,
emitidos em abril de 2016, STJ e PGFN votaram por maioria pela não incidência da COFINS sobre
as receitas auferidas a título de mensalidade dos alunos de instituições de ensino sem fins
lucrativos, pelo entendimento de que são decorrentes de “atividades próprias da entidade”. De tal
forma exige a isenção estabelecida no art. 14, X, da Medida Provisória n.º 1.858, de 1999 (atual
MP n.º 2.158-35, de 2001), sendo evidente a ilegalidade do art. 47, §2º, da IN/SRF n.º 247/2002.
O entendimento firmado pelo STJ deveria, ainda, ser observado no âmbito da Secretaria da
Receita Federal do Brasil, nos termos dos §§ 4º, 5º e 7º do art. 19, da Lei nº 10.522, de 2002,
cumprindo-lhe promover a adequação do disposto no art. 47, §2º, da IN/SRF nº 247, de 2002. O
objeto da decisão judicial foi analisado pela Solução de Consulta Cosit nº 206, de 16 de novembro
de 2018 (que também possui caráter vinculante em virtude da IN RFB nº 1.396, de 2013). No
documento declara que:
“ (...) as instituições de educação que preencham as condições e requisitos do art. 12 da Lei nº 9.532, de 1997, são isentas da Cofins (art. 14, inciso X, c/c com o art. 13, ambos da Medida Provisória nº 2.158- 35, de 2001), exclusivamente com relação às receitas derivadas de suas atividades próprias. A receita da atividade própria de uma entidade, cuja finalidade social é a difusão do ensino, é composta pelas doações, contribuições, mensalidades e anuidades recebidas de associados, mantenedores e colaboradores, sem caráter contraprestacional direto, além das mensalidades dos alunos como contraprestação de serviços educacionais, destinadas ao custeio e manutenção das suas atividades sem fins lucrativos.”
O conceito legal de sociedade cooperativa encontra-se no caput do art. 4º da Lei Federal Nº
5.764/71, complementado, naturalmente, pelas características da sociedade.
“Art. 4º - As cooperativas são sociedades de pessoas, com forma e natureza jurídica próprias, de natureza civil, não sujeitas à falência, constituídas para prestar serviços aos associados, distinguindo-se das demais sociedades (...).”
37
De forma complementar, o objeto de decisão judicial foi citado na Solução de Consulta n.º 105 de
25 de março de 2019, no caso a consulente pessoa jurídica do tipo Cooperativa Educacional, com
ramo de atividade em Ensino Fundamental, tendo em vista o resultado do Recurso Especial
Repetitivo do STJ nº 1.353.111 e a Nota Técnica PGFN/CRJ n. 333/2016, interrompeu o
pagamento da Cofins e, solicitou restituição dos valores indevidamente pagos. Os quais foram
posteriormente aprovados e restituídos pela receita Federal.
Considerando que nenhuma publicação posterior modificativa sobre o tema tenha sido
realizada até a data de divulgação deste manual, destinado especificamente às
Cooperativas Educacionais, orienta-se que as Cooperativas mantenham o recolhimento
dos referidos impostos e recorram sobre a ilegalidade das contribuições junto a justiça
comum.
PIS – Folha de Pagamento
A contribuição de PIS sobre a folha de salários é regulamentada pelas seguintes legislações:
• Medida Provisória nº 2.158-35, de 24 de agosto de 2001;
• Instrução Normativa SRF n.º 247 de 21 de novembro de 2002;
• Decreto nº 4.524, de 17 de dezembro de 2002;
• Lei n.º 10.676 de 22 de maio de 2003;
• Instrução Normativa SRF n.º 635 de 24 de março de 2006;
De acordo com o art. 9, parágrafo único e art. 33, § 5º da IN/SRF n.º 247/02, são contribuintes do
PIS/Pasep incidente sobre a folha de salários as Sociedades Cooperativas que fizerem uso das
seguintes deduções da base de cálculo do PIS/Pasep e da COFINS sobre faturamento:
Art. 33 (...) podem excluir da receita bruta o valor: I - repassado ao associado, decorrente da comercialização, no mercado interno, de produtos por eles entregue à cooperativa, observado o disposto no § 1º; II - das receitas de venda de bens e mercadorias a associados; III - das receitas decorrentes da prestação, aos associados, de serviços especializados, aplicáveis na atividade rural, relativos a assistência técnica, extensão rural, formação profissional e assemelhadas; IV - das receitas decorrentes do beneficiamento, armazenamento e industrialização de produção do associado; V - das receitas financeiras decorrentes de repasse de empréstimos rurais contraídos junto a instituições financeiras, até o limite dos encargos a estas devidos; e VI - das sobras apuradas na Demonstração do Resultado do Exercício, antes da destinação para a constituição do Fundo de Reserva e do Fundo de Assistência Técnica Educacional e Social, previstos no art. 28 da Lei nº 5.764, de 16 de dezembro de 1971.
A Instrução Normativa SRF n.º 247/02, e o Decreto n.º 4.524/02, compartilham da mesma interpretação
acerca da exigência da Contribuição para o PIS/Pasep incidente sobre a folha de pagamento de toda e
qualquer cooperativa que se beneficie da exclusão de base de cálculo “das sobras apuradas na
Demonstração do Resultado do Exercício, antes da destinação para a constituição do Fundo de
Reserva e do Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social, previstos no art. 28 da Lei nº 5.764,
de 1971”.
O Art. 1 da Lei n.º 10.676/03 e o Art. 10 da IN/SRF n.º 635/06, destacam igualmente ao art. 33, da
IN/SRF n.º 247/02, sobre a possibilidade da utilização do valor das sobras apuradas. Porém a IN/SRF
38
n.º 635/06 considera contribuinte do PIS/Pasep incidente sobre folha de salários os seguintes
contribuintes:
Art. 28 (...) I - a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB); II - as Organizações Estaduais de Cooperativas previstas no art. 105 e seu § 1º da Lei nº 5.764, de 1971; III - a sociedade cooperativa de produção agropecuária que fizer uso das deduções e exclusões da base de cálculo de que tratam os incisos I a VII do art. 11; IV - a sociedade cooperativa de eletrificação rural que fizer uso das exclusões da base de cálculo de que tratam os incisos I a III do caput do art. 12; V - a sociedade cooperativa de crédito que fizer uso das exclusões da base de cálculo de que tratam os incisos I a VI do art. 15; e VI - a sociedade cooperativa de transporte rodoviário de cargas que fizer uso das exclusões da base de cálculo de que tratam os incisos I a V do art. 16.
Verifica-se que, de fato, a Instrução Normativa SRF n.º 635/06, não contempla o recolhimento conjunto
(com a Contribuição para o PIS/Pasep incidente sobre receita) da Contribuição para o PIS/Pasep
incidente sobre a folha de salários por alguns segmentos de cooperativas, na hipótese de estas
excluírem, na apuração da base de cálculo das contribuições, os valores das sobras apuradas em seu
resultado destinadas à formação do Fundo de Reserva e do Fundo de Assistência Técnica, Educacional
e Social (Fates).
A Solução de Divergência n.º 2 – Cosit de 26 de junho de 2018 também tratou sobre o tema no âmbito
das Cooperativas de trabalho e concluiu-se que:
A sociedade a cooperativa de trabalho prestadora de serviços que fizer uso, na forma do art. 1º Lei nº 10.676, de 2003, da exclusão da base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins incidentes sobre a receita de sobras apuradas em seus resultados sujeita-se ao recolhimento da Contribuição para o PIS/Pasep incidente sobre a folha de salários em relação ao período de apuração em que houve a mencionada exclusão de base de cálculo.
O relatório discorre que em análise a Solução de Consulta SRRF07/Disit nº 290, de 8 de novembro de
2007, e a Solução de Consulta SRRF08/Disit nº 247, de 15 de julho de 2009, cujas ementas foram
publicadas no Diário Oficial da União em 19 de março de 2008 e 12 de agosto de 2009, respectivamente,
sujeitam-se ao recolhimento da Contribuição para o PIS/Pasep incidente sobre a folha de salários
apenas as entidades taxativamente elencadas no art. 28 da Instrução Normativa RFB nº 635/06, que
fizerem uso das deduções e exclusões da base de cálculo de que trata o mesmo art. 28 da mesma
Instrução Normativa.
Contudo quando analisada a Solução de Consulta SRRF06/Disit nº 183, de 27 de dezembro de 2007,
que teve sua ementa publicada no Diário Oficial da União em 28 de janeiro de 2008, ao examinar
consulta interposta por cooperativa de médicos, proferiu o entendimento de que a IN/SRF n.º 635/06,
não revogou, tácita ou expressamente, os arts. 9º e 33 da Instrução Normativa SRF nº 247, de 21 de
novembro de 2002, pelo que, segundo essa decisão, todas as cooperativas, independentemente de
sua classificação, que fizerem uso de qualquer das exclusões previstas no art. 33 da Instrução
Normativa SRF nº 247, de 2002, sujeitam-se, cumulativamente, ao recolhimento da Contribuição para
o PIS/Pasep incidente sobre a folha de salários.
Verifica-se que as Cooperativas Educacionais não são identificadas no art. 28 da Instrução Normativa
RFB nº 635/06, porém baseado na análise conjunta da legislação e nas soluções de divergências
interpostas por cooperativas que igualmente não foram listadas na referida instrução normativa, podem
ser equiparadas e consideradas contribuintes. Por conservadorismo, caso a cooperativa efetue
qualquer exclusão ou dedução da base de cálculo do PIS /COFINS, recomenda-se para pacificação
sobre a ocorrência em Cooperativas Educacionais a interposição de solução a RFB para
esclarecimentos.
39
Contribuição Previdenciária
Conforme art. 15 da Lei 8.212/1991, a legislação previdenciária equipara as sociedades cooperativas
às demais empresas quando se trata das contribuições devidas pelas empresas ou pessoas jurídicas.
A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos do art.
195 da Constituição Federal, mediante contribuições de empresa e entidade a ela equiparada, na forma
da lei, incidentes sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados a
pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício, a receita ou o faturamento e
sobre o lucro.
Fato gerador
O fato gerador das contribuições previdenciárias é regulamentado pelo art. 51 da IN RFB n.º 971/2009,
estabelecendo que, em relação às operações realizadas pelas cooperativas de pais e responsáveis,
corresponde à prestação de serviços remunerados por segurado empregado, trabalhador avulso e
contribuinte individual.
O momento da ocorrência do fato gerador das contribuições devidas pela cooperativa corresponde, de
modo geral, o mês em que for paga, devida ou creditada a remuneração (o que ocorrer primeiro) a
segurado empregado, trabalhador avulso ou segurado contribuinte individual em decorrência da
prestação de serviços. No caso da contribuição previdenciária sobre o 13º salário, o fato gerador ocorre
quando do pagamento ou crédito da última parcela, e no caso de férias, no mês a que se referirem as
férias.
No § 1º do art. 52 da IN RFB n.º 971/2009, a Receita Federal esclarece que se considera creditada a
remuneração na competência em que a empresa contratante for obrigada a reconhecer contabilmente
a despesa ou o dispêndio.
Dessa forma, no caso de uma cooperativa que efetua o pagamento da folha dos empregados até o 5º
dia útil do mês seguinte à competência e na contabilidade reconheceu a despesa da folha de pagamento
no mês de competência, ocorre o fato gerador da contribuição previdenciária sobre a remuneração dos
empregados no mesmo mês da competência contábil, uma vez que ocorreu antes do pagamento da
remuneração aos funcionários.
Base de cálculo
A base de cálculo das contribuições sociais previdenciárias das empresas e equiparadas, e desta forma
também das cooperativas de pais e responsáveis, conforme art. 22, inciso I e II da Lei n.º 8.212/1991,
corresponde ao total da remuneração paga, devida ou creditada a qualquer título, durante o mês, aos
segurados empregados e trabalhadores avulsos, assim como aos segurados contribuintes individuais
que lhe prestam serviços.
A cooperativa como empresa deverá realizar o recolhimento patronal a contribuição previdenciária, bem
como a parte repassada dos segurados registrados na condição de empregado, os quais:
Tabela Exemplificativa:
Contribuição previdenciária Base legal
20% sobre a folha de pagamento Art. 22, inciso I, da Lei n° 8.212/1991
Alíquota GILRAT 1% a 3% Art. 22, inciso II, da Lei n° 8.212/1991
Outras entidades/terceiros até 5,5% Art. 109 da IN RFB n° 971/2009
40
Segurados de 8% a 11% Art. 198 do RPS - Decreto n° 3.048/1999
As alíquotas a serem aplicadas sobre o salário dos empregados, respeitará os índices atualizados
anualmente mediante Portaria Interministerial previsto no artigo 198 do RPS - Decreto n° 3.048/1999.
O salário de contribuição do empregado da cooperativa também irá respeitar o disposto no artigo 214,
inciso I, do RPS - Decreto n° 3.048/1999.
Retenção da Contribuição Previdenciária de Empregados
Conforme art. 30 da Lei 8.212/1991, a cooperativa é obrigada a arrecadar as contribuições
previdenciárias dos segurados empregados e trabalhadores avulsos a seu serviço, descontando-as da
respectiva remuneração.
Desta forma, a cooperativa de pais e responsáveis deverá calcular a contribuição devida por seus
empregados e descontar o respectivo valor de suas remunerações.
Fato gerador
O fato gerador das contribuições previdenciárias é o pagamento da remuneração ao empregado e aos
trabalhadores avulsos.
Base de cálculo
A base de cálculo da contribuição devida pelos empregados será o salário de contribuição, conforme
definido no art. 28 da Lei 8.212/1991. A cooperativa deve desconsiderar da base de contribuição as
importâncias pagas ao empregado listadas no parágrafo § 9º do art. 28, como abono de férias, vale-
transporte, licença-prêmio indenizada, entre outros.
Alíquota
A contribuição do empregado deverá ser calculada, conforme art. 63 da IN n.º 971/2009, mediante
aplicação das alíquotas de 8%, 9% ou 11% sobre o salário de contribuição, de acordo com a faixa
salarial constante da tabela publicada periodicamente pelo Ministério da Economia. A cooperativa deve
acompanhar regularmente as possíveis mudanças nas alíquotas ou nas faixas de contribuição que
sejam publicadas.
Retenção da Contribuição Previdenciária de Contribuinte Individual
As sociedades cooperativas serão administradas por uma Diretoria ou Conselho de Administração, e
sua fiscalização será exercida por meio da constituição de Conselho Fiscal, membros que
exclusivamente pertençam ao quadro de associados. Estes membros componentes da Administração
e do Conselho fiscal, quando previsto, podem ser remunerados por meio de fixação de valor de
honorários e/ou gratificações (Arts. 47 e 56 da Lei n.º 5.764/71).
De acordo com o Regime Geral da Previdência – RGPS, estes membros, quando remunerados, serão
considerados contribuintes individuais e, portanto, deverão filiar-se obrigatoriamente ao Regime Geral
da Previdência, na qualidade de contribuinte individual (Inciso V e parágrafo 15, do artigo 9º, do
Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n.º 3.048/99).
41
A partir da competência de abril de 2003, nos termos do artigo 4° da Lei n° 10.666/2003, a
responsabilidade pelo recolhimento do contribuinte individual que presta serviço para pessoa jurídica
passou a ser da empresa, que deverá efetuar o desconto e o recolhimento previdenciário sobre a
remuneração paga ao contribuinte individual que lhe prestar serviço, devendo informar a prestação de
serviço bem como efetuar o recolhimento por meio do programa GFIP/SEFIP. A contribuição, em razão
da dedução prevista no § 4° do artigo 30 da Lei 8.212/1991, corresponde a 11% (onze por cento) do
total da remuneração paga, devida ou creditada, a qualquer título, no decorrer do mês, ao segurado
contribuinte individual, observado o limite máximo do salário-de-contribuição.
Nos casos em que o contribuinte individual que presta serviço para mais de uma empresa, ou ainda
que além de trabalhador autônomo, é segurado empregado para outra empresa ou trabalhador avulso
deverá informar na SEFIP-GFIP a ocorrência de múltiplas fontes pagadoras, bem como observar o total
da remuneração recebida no mês por todas as fontes pagadoras, para aplicação da correta alíquota
sobre sua remuneração, nos termos do artigo 28, inciso III, da Lei n° 8.212/1991.
Adicionalmente, em regra, sobre a remuneração paga, devida ou creditada ao contribuinte individual,
ficará a cargo da empresa uma contribuição de 20% a título de contribuição previdenciária patronal,
conforme dispõe o artigo 22, inciso III, da Lei n° 8.212/1991.
O valor descontado do contribuinte individual deverá ser recolhido, juntamente com as contribuições a
cargo da empresa contratante até o dia 20 do mês seguinte ao da competência, ou até o dia útil
imediatamente anterior quando não houver expediente bancário naquele dia, nos termos do artigo 30,
§ 2°, inciso II, da Lei n° 8.212/91.
A contribuição a ser efetuada pela cooperativa no caso de registro de contribuinte individual, será
efetuada da seguinte forma:
Honorários Base de
cálculo Alíquota
Valor
devido
Alíquota
patronal
Valor
patronal
Honorários
a pagar
Valor
total da
GPS
2.000,00 2.000,00 11% 220,00 20% 400,00 1.780,00 620,00
Nos casos em que os contribuintes individuais registrados na cooperativa tenham prestado serviço ou
mantenham vínculo empregatício a outra empresa, o cálculo da contribuição a ser retida e recolhida,
será calculada da seguinte forma:
1ª Empresa - Valor do salário
contribuição:
R$ 4.800,00
2ª Empresa (Cooperativa de Pais
e responsáveis) - Valor do
salário contribuição:
R$ 2.000,00
A cooperativa não poderá
efetuar o desconto sobre os
R$ 2.000,00, pois caso o
faça descontará acima do
limite máximo permitido de
R$ 5.645,80 (valor vigente a
partir da competência Janeiro
de 2018).
Portanto ela deverá
descontar apenas sobre a
diferença que falta para
chegar ao teto.
Comprovante 1ª empresa
Serviços................R$ 4.800,00
(-) INSS (11%)......R$ 528,00
Líquido..................R$ 4.272,00
Comprovante 2ª
empresa/cooperativa
Serviços...................R$ 2.000,00
Base de cálculo........R$ 845,80
(-) INSS (11%).........R$ 93,04
Líquido.....................R$ 1.906,96
42
Os códigos para recolhimento, em GPS, das contribuições do contribuinte individual são: 1007 -
Contribuinte Individual – Mensal e a respectiva cota patronal pode ser elaborada em GPS única somada
a quota patronal sobre a remuneração dos empregados, utilizando o código 2100 - Empresas em Geral
– CNPJ.
Contribuição Patronal
A contribuição a cargo da cooperativa, destinada à seguridade social, conforme art. 22 inciso I, II e III
da Lei 8.212/1991, é de 20% do total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a qualquer título
durante o mês, aos segurados empregados, trabalhadores avulsos e aos segurados contribuintes
individuais.
Desoneração da Folha de Pagamento
A desoneração da folha trata da substituição da contribuição previdenciária patronal de 20% sobre a
folha de pagamento para aplicação de percentual sobre o valor da receita bruta. A Lei nº 12.546, de 14
de dezembro de 2011 estabelece normas sobre a desoneração da folha de pagamento, abrangendo
vários setores de atividade, em sua última alteração dada pela Lei n.º 13.670, de 30 de maio de 2018,
o Art. 9º, inciso VIII traz informações acerca do tema às Cooperativas:
VIII - para as sociedades Cooperativas, a metodologia adotada para a contribuição sobre a receita bruta, em substituição às contribuições previstas nos incisos I e III do caput do art. 22 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, limita-se às previsões constantes do art. 8º desta Lei e somente às atividades abrangidas pelos códigos nele referidos; (Inciso acrescido pela Lei nº 12.844, de 19/7/2013,com redação dada pela Lei nº 13.670, de 30/5/2018, publicada no DOU Edição Extra de 30/5/2018, em vigor no primeiro dia do quarto mês subsequente ao de sua publicação).
De modo que para os CNAE’s de 8511-2/00 - Educação infantil – creche, 8512-1/00 - Educação infantil
- pré-escola, 8513-9/00 - Ensino fundamental e 8520-1/00 - Ensino médio, não há previsão até a
publicação deste manual do enquadramento na regra da "Desoneração da Folha de Pagamento", ou
seja, continua-se recolhendo as contribuições previstas nos incisos I e III do art. 22 da Lei n° 8.212/91.
FAP/GILRAT
O FAP (Fator Acidentário de Prevenção) é um multiplicador da alíquota do GILRAT básico (1%, 2% ou
3%) concedidas em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos
ambientais do trabalho, podendo reduzir ou majorar a contribuição (reduzir em até 50% ou aumentar
em até 100%) devida pela Cooperativa em razão do desempenho em relação à respectiva atividade
econômica, apurado em conformidade com os resultados obtidos a partir dos índices de frequência,
gravidade e custo, calculados segundo metodologia aprovada pelo Conselho Nacional de Previdência
Social.
Na ocorrência de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais, o acidentado ou seus dependentes
têm direito às prestações e serviços previstos na legislação previdenciária. Trata-se de um seguro pago
pela cooperativa mediante uma contribuição adicional, o qual se destina a cobrir eventuais acidentes
de trabalho. Portanto, tem o objetivo de financiar os benefícios concedidos pelo INSS.
A alíquota do GILRAT é definida pelo CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômica) em uma
tabela de acordo com a atividade econômica desenvolvida pela Cooperativa. Essa alíquota incide sobre
o total da remuneração paga pela cooperativa aos segurados empregados e trabalhadores avulsos,
conforme o grau de risco de acidente do trabalho relativo à atividade preponderante.
43
O Fator Acidentário de Prevenção (FAP) está vigente desde 2010 e pode ser consultado pelo
empregador na página eletrônica da Previdência Social
(https://www2.dataprev.gov.br/FapWeb/pages/login.xhtml) através de senha específica, conforme
determina o artigo 2°, parágrafo único, da Portaria MF n.º 420/2017.
O enquadramento da atividade nos correspondentes graus de risco é de responsabilidade da
Cooperativa, e deve ser feito mensalmente, com base em sua atividade econômica preponderante,
observados o código CNAE da atividade e a alíquota correspondente ao grau de risco, constantes do
Anexo I e II da IN n.º 1.867/2019.
Para a operacionalização do FAP no Sistema Empresa de Recolhimento do FGTS e Informações à
Previdência Social (Sefip), o empregador deverá aplicar o índice do período sobre as alíquotas de
contribuição do GIL-RAT, com quatro casas decimais.
Outras entidades
O Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop), conforme art. 10 inciso I, da MP
2.168-40/2001, estabelece contribuição mensal compulsória, a ser recolhida a partir de 1º de janeiro de
1999 pela Previdência Social, correspondente a 2,5% sobre o montante da remuneração paga a todos
os empregados pelas cooperativas, nos mesmos prazos, condições, sanções e privilégios, inclusive no
que se refere à cobrança judicial, aplicáveis às contribuições para a seguridade social.
A contribuição foi instituída em substituição a outras de mesma espécie, destinadas ao:
• Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai);
• Serviço Social da Indústria (Sesi);
• Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac);
• Serviço Social do Comércio (Sesc);
• Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat);
• Serviço Social do Transporte (Sest);
• Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).
Cabe à pessoa jurídica, para fins de recolhimento da contribuição devida a terceiros, classificar a
atividade por ela desenvolvida e atribuir o código do Fundo de Previdência e Assistência Social (FPAS)
correspondente.
Para as entidades de ensino, inclusive sociedades cooperativas, que exploram atividades econômicas
relacionadas, exclusivamente em relação à folha de pagamento dos empregados envolvidos
diretamente na atividade de ensino, deverá ser informado no Sefip o código FPAS 574/566 e o código
de outras entidades nº 4163, que corresponde à soma dos códigos de cada entidade para qual há
contribuição, ou seja, código 0001 + 0002 + 0064 + 4096 = 4163, conforme o seguinte detalhamento da
contribuição para outras entidades:
• Salário Educação: código 0001 – 2,5%
• Incra: código 0002 – 0,2%
• Sebrae: código – 0064 – 0,3%
• Sescoop: código – 4096 – 2,5%
O total a recolher de outras entidades e fundos é de 5,5%.
Prazo e forma de recolhimento
44
O recolhimento da contribuição previdenciária deve ocorrer até o dia 20 do mês seguinte àquele a que
se refere a contribuição, e a do 13º salário até o dia 20 de dezembro. Por exemplo, a contribuição
referente ao mês de janeiro deverá ser paga até o dia 20 de fevereiro. Quando não houver expediente
bancário no dia 20, o prazo será até o último dia útil imediatamente anterior.
A contribuição devida pela cooperativa, como aquela descontada dos funcionários deverá ser recolhida
em Guia da Previdência Social (GPS), no código 2100 – Empresas em Geral – CNPJ. A GPS será
gerada para cada estabelecimento da pessoa jurídica.
Exemplo prático:
O cálculo da Guia da Previdência Social inicia-se a partir do valor bruto total do salário em folha,
considerando os descontos e os benefícios. Importante ressaltar que, conforme entendimento
majoritário da doutrina e da jurisprudência, em que se inclui o STF, apenas as verbas de natureza
remuneratória das folhas de salário, ou seja, as que se destinam a retribuir o trabalho, compõem a base
de cálculo da contribuição previdenciária patronal.
Isso significa que as verbas de natureza indenizatória, assim entendida como as que se destinam a
reparar danos ou a restituir valores descontados do empregado, não integram a base de cálculo.
Além das parcelas indenizatórias, não compõem a base de cálculo as prestações previdenciárias, como
salário-família.
Total da Remuneração (folha de pagamento): R$100.000,00
Cálculo da Guia de Recolhimento do INSS
Contribuição Previdenciária (20%) R$ 20.000,00
SAT (até 3% sujeito ao adicional do FAP)* R$ 1.000,00
Salário Educação (2,5%) R$ 2.500,00
SESCOOP, INCRA e SEBRAE (3%) R$ 3.000,00
Total de custo da cooperativa com INSS R$ 26.500,00
*O código FPAS e o GIL-RAT podem ser consultados pela cooperativa de pais e responsáveis nos Anexos I e II da IN RFB n.º 971/2009, alterados pela IN RFB n.º 1.867/2019.
Dentre as atividades desenvolvidas pelas cooperativas, destacam-se os principais FPAS e GIL-RAT relacionados:
CNAE GIL-RAT FPAS Descrição da atividade
8511-2/00 2% 566 Educação infantil – creche
8512-1/00 1% 566 Educação infantil – pré-escola
8513-9/00 1% 574 Ensino fundamental
8520-1/00 1% 574 Ensino médio
Penalidades:
Os acréscimos para contribuições recolhidas fora do prazo seguem a consideração dos seguintes
aspectos:
Juros: equivalente à Selic - taxa básica de juros da economia -, sendo que o cálculo é feito a partir do
1º dia do mês seguinte ao vencimento até ao mês anterior ao pagamento, mais 1% no mesmo intervalo
de 30 dias; e
45
Multa: corresponde a 0,33% por dia de atraso. A multa começa a valer a partir do dia seguinte ao do
vencimento até o pagamento. O limite é de 20%.
Retenção da Contribuição Previdenciária de Terceiros
As contribuições previdenciárias de terceiros são divididas entre retenções na contratação de pessoas
físicas e jurídicas, cada qual com regras próprias. As disposições quanto a arrecadação e
enquadramento também estão reguladas na IN RFB n.º 971, de 13 de novembro de 2009 (última
alteração vigente dada pela IN RFB n.º 1.867, de 25 de janeiro de 2019).
RETENÇÕES NA CONTRATAÇÃO DE PESSOA FÍSICA (AUTÔNOMOS)
A contratação de pessoa física pela cooperativa de pais e responsáveis para prestação de serviços está
sujeita à retenção da contribuição previdenciária, de acordo com inciso III do art. 78 da IN RFB n.º
971/2009. O autônomo deverá ter inscrição municipal e, para cobrar o seu serviço, deverá apresentar
uma nota fiscal emitida pela Prefeitura Municipal. Alternativamente, o contratante pode fornecer ao
autônomo um Recibo de Pagamento Autônomo (RPA) como comprovante de pagamento ao final da
contratação.
A contribuição será calculada sobre a remuneração paga no mês, a qualquer título, ao trabalhador
autônomo, observando o desconto limite sobre o valor teto do salário de contribuição. A alíquota para
cálculo, conforme art. 65 da IN RFB n.º 971/2009, será de 11%, e o fato gerador ocorre no momento da
liquidação da despesa, quando se dará o desconto da contribuição previdenciária.
Caso o prestador de serviço já tenha sofrido retenção da contribuição previdenciária em outra
empresa/cooperativa, ele deverá apresentar comprovante ou declaração que comprove a respectiva
retenção para fins de dispensa ou redução da base de cálculo, respeitando o valor máximo do salário
de contribuição.
O recolhimento da contribuição retida será efetuado em GPS, por estabelecimento, junto com as
contribuições retidas dos empregados e devidas pelas cooperativas de pais e responsáveis sobre a
remuneração dos empregados e contribuintes individuais.
A cooperativa também deverá descontar do autônomo o Imposto de Renda na Fonte, caso o valor do
serviço prestado seja superior à faixa de contribuição mínima da tabela de progressão do IR.
O Imposto Sobre Serviços é um tributo municipal, logo, as regras sobre seu recolhimento no RPA são
definidas por cada prefeitura. Como prática, caso o autônomo tenha cadastro junto à autoridade
municipal, ele deverá recolher o ISS anualmente e, assim, estaria dispensado de nova retenção no
recibo. Mas quando não há cadastro e o serviço é prestado, o evento passa a gerar uma obrigação
tributária, tendo a alíquota máxima de 5%.
O RPA, quando emitido, trará o nome ou a razão social da cooperativa que é a fonte pagadora, seu
CNPJ, dados do profissional autônomo contratado (como CPF e seu número de inscrição no INSS) e
informações sobre o pagamento, com o valor do serviço prestado (bruto e líquido, já com os devidos
descontos). O RPA deve estar assinado pelo responsável da cooperativa. No campo “descontos” devem
ser informadas as retenções de IRRF, INSS e ISS (se aplicável).
O recolhimento dos impostos se dará em guias individuais: o IRRF no DARF, no código 0588; e o INSS
na GPS, com o código 2100, pois a cooperativa fará o recolhimento não apenas do valor relativo à
alíquota do contribuinte individual (autônomo), como dos 20% devidos por ela sobre o salário de
contribuição (no caso, a remuneração do autônomo), assim como o faz para os demais funcionários
contratados via CLT.
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RETENÇÕES NA CONTRATAÇÃO DE PESSOA JURÍDICA
Conforme previsto no inciso VI do art. 78 da IN RFB n.º 971/2009, a cooperativa contratante de serviços
executados mediante cessão de mão de obra ou empreitada, inclusive em regime de trabalho
temporário, deverá reter 11% do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços da
empresa cedente da mão de obra. Nas hipóteses de contratação, a cooperativa de pais e responsáveis
se torna responsável pela retenção e o recolhimento da importância retida até o dia 20 do mês
subsequente ao da emissão da respectiva nota fiscal ou fatura.
Entende-se como cessão de mão de obra a colocação à disposição do contratante, em suas
dependências ou nas de terceiros, de segurados que realizem serviços contínuos, relacionados ou não
com a atividade-fim da empresa, quaisquer que sejam a natureza e a forma de contratação.
Serviços sujeitos à retenção
Estão sujeitos à retenção os serviços listados nos arts. 117 e 118 da IN RFB n.º 971/2009, observando
o disposto no art. 149.
De acordo com o art. 224-A do Decreto 3.048/1999, não se aplica retenção de INSS sobre a nota fiscal
ou fatura de prestação de serviço por intermédio da cooperativa de trabalho.
Conforme o art. 126, a contratada deverá destacar o valor da retenção com o título de “RETENÇÃO
PARA A PREVIDÊNCIA SOCIAL”, quando da emissão da nota fiscal, da fatura ou do recibo de
prestação de serviços, destacando o valor retido logo após a descrição dos serviços prestados, apenas
para produzir efeito como parcela dedutível no ato da quitação dos serviços prestados, sem alteração
do valor bruto do documento.
Base de cálculo
Além de identificar se o serviço está sujeito à retenção, é muito importante também que a cooperativa
apure corretamente a base de cálculo sobre a qual incidirá a retenção, considerando que a legislação
apresenta alguns itens que não integram a base de cálculo, por exemplo, os valores correspondentes
ao uso de materiais e equipamentos utilizados na prestação de serviços.
➢ Como regra geral, a base de cálculo da retenção de 11% é o valor referente ao total bruto do
serviço prestado.
➢ O art. 121 da IN RFB n.º 971/2009 estabelece que os valores de materiais ou de equipamentos,
próprios ou de terceiros, exceto os equipamentos manuais, fornecidos pela contratada,
discriminados no contrato e na nota fiscal, na fatura ou no recibo de prestação de serviços, não
integram a base de cálculo da retenção, desde que comprovados. Neste caso a base de cálculo
corresponderá apenas ao valor da mão de obra. Exemplo:
Item Discriminação Referência Valor (R$)
1 Valor bruto dos serviços 100% 10.000,00
2 Redução legal ou contratual 6.000,00
3 Valor da base de cálculo (1 – 2) 4.000,00
4 Valor da retenção INSS 11% 440,00
5 Valor líquido a pagar ao contratado (1 – 4) 9.560,00
➢ Quando o serviço envolver a utilização de materiais ou de equipamentos e esses custos estiverem
previstos no contrato sem os respectivos valores, estando discriminados somente na nota fiscal, na fatura ou no recibo de prestação de serviços, os valores dos materiais ou dos
47
equipamentos, próprios ou de terceiros, exceto os equipamentos manuais, fornecidos pela contratada, não integram a base de cálculo da retenção, desde que comprovados, devendo-se observar alguns limites percentuais, conforme art. 122 da IN RFB n.º 971/2009. A base de cálculo deverá ser o maior valor entre o montante consignado no documento fiscal como prestação de serviços (mão de obra), com a aplicação dos seguintes percentuais:
I. 50% do valor bruto da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços para
serviços em geral; II. 30% do valor bruto da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços para os
serviços de transporte de passageiros; III. 65% do valor bruto da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços para os
serviços de limpeza hospitalar; IV. 80% do valor bruto da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços para os
demais serviços de limpeza.
Exemplo, item I:
Item Discriminação Referência Valor (R$)
1 Valor bruto dos serviços 100% 10.000,00
2 Redução legal ou contratual 5.000,00
3 Valor da base de cálculo (1 – 2) 5.000,00
4 Valor da retenção INSS 11% 550,00
5 Valor líquido a pagar ao contratado (1 – 4) 9.450,00
Exemplo, item II:
Item Discriminação Referência Valor (R$)
1 Valor bruto dos serviços 100% 10.000,00
2 Redução legal ou contratual 7.000,00
3 Valor da base de cálculo (1 – 2) 3.000,00
4 Valor da retenção INSS 11% 330,00
5 Valor líquido a pagar ao contratado (1 – 4) 9.670,00
Exemplo, item III:
Item Discriminação Referência Valor (R$)
1 Valor bruto dos serviços 100% 10.000,00
2 Redução legal ou contratual 3.500,00
3 Valor da base de cálculo (1 – 2) 6.500,00
4 Valor da retenção INSS 11% 715,00
5 Valor líquido a pagar ao contratado (1 – 4) 9.285,00
Exemplo, item IV:
Item Discriminação Referência Valor (R$)
1 Valor bruto dos serviços 100% 10.000,00
2 Redução legal ou contratual 2.000,00
3 Valor da base de cálculo (1 – 2) 8.000,00
4 Valor da retenção INSS 11% 880,00
5 Valor líquido a pagar ao contratado (1 – 4) 9.120,00
➢ Quando a utilização de equipamentos for inerente à prestação dos serviços e esses valores não
estiverem discriminados no contrato, independentemente da previsão contratual do
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fornecimento de equipamento, mas estiverem discriminados na nota fiscal, na fatura ou no recibo de prestação de serviços, a base de cálculo da retenção corresponderá, no mínimo, para a prestação de serviços em geral, a 50% do valor bruto da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços e, na área da construção civil, aos percentuais determinados nas alíneas do inciso II, do parágrafo 1º do art. 122. Exemplo 1, serviços em geral:
Item Discriminação Referência Valor (R$)
1 Valor bruto dos serviços 100% 20.000,00
2 Redução legal ou contratual 10.000,00
3 Valor da base de cálculo (1 – 2) 10.000,00
4 Valor da retenção INSS 11% 1.100,00
5 Valor líquido a pagar ao contratado (1 – 4) 18.900,00
➢ Quando o contrato não prevê o fornecimento de materiais ou a utilização de equipamentos e o
uso desses equipamentos não seja inerente à prestação dos serviços, mesmo que discriminados no documento fiscal, a base de cálculo da retenção deverá ser o valor total do documento fiscal, com exceção do serviço de transporte de passageiros em que a base será de, no mínimo, 30% por valor bruto (art. 123 da IN RFB n.º 971/09).
Exemplo 1:
Item Discriminação Referência Valor (R$)
1 Valor bruto dos serviços 100% 10.000,00
2 Redução legal ou contratual -------
3 Valor da base de cálculo (1 – 2) 10.000,00
4 Valor da retenção INSS 11% 1.100,00
5 Valor líquido a pagar ao contratado (1 – 4) 8.900,00
Exemplo 2, serviços de transporte:
Item Discriminação Referência Valor (R$)
1 Valor bruto dos serviços 100% 10.000,00
2 Redução legal ou contratual 7.000,00
3 Valor da base de cálculo (1 – 2) 3.000,00
4 Valor da retenção INSS 11% 330,00
5 Valor líquido a pagar ao contratado (1 – 4) 9.670,00
➢ Quando não houver a discriminação dos valores no documento fiscal, ainda que exista previsão
e/ou discriminação dos valores relativos ao fornecimento de materiais ou utilização de equipamentos no contrato, a base de cálculo da retenção deverá ser o valor total do documento fiscal. Exemplo 1:
Item Discriminação Referência Valor (R$)
1 Valor bruto dos serviços 100% 10.000,00
2 Redução legal ou contratual --------
3 Valor da base de cálculo (1 – 2) 10.000,00
4 Valor da retenção INSS 11% 1.100,00
5 Valor líquido a pagar ao contratado (1 – 4) 8.900,00
Quando na mesma nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços constar a execução de mais de um serviço cujos valores não constem individualmente discriminados no documento, deverá ser aplicado o percentual correspondente a cada tipo de serviço, conforme disposto em contrato, ou o percentual maior, se o contrato não permitir identificar o valor de cada serviço (§2º do Art. 122 da IN RFB n.º 971/2009).
49
Outras deduções
Conforme art. 124 da IN RFB n.º 971/2009, poderão ser deduzidas da base de cálculo da retenção as parcelas que estiverem discriminadas na nota fiscal, na fatura ou no recibo de prestação de serviços, que correspondam ao:
• custo da alimentação in natura fornecida pela contratada e, a partir de 11 de novembro de 2017, ao custo do auxílio alimentação, desde que este não seja pago em dinheiro; e
• fornecimento de vale-transporte, de conformidade com a legislação própria.
Retenção na Prestação de Serviços em Condições Especiais
Quando a atividade dos segurados na empresa contratante, conforme art. 145 da IN RFB n.º 971/2009, for exercida em condições especiais que prejudiquem sua saúde ou integridade física, de modo a permitir a concessão de aposentadoria especial após 15, 20 ou 25 anos de trabalho, o percentual da retenção aplicado sobre o valor dos serviços prestados por estes segurados deve ser acrescido de 4%, 3% ou 2%, respectivamente, perfazendo o total de 15%, 14% ou 13%.
Para identificar o percentual adicional a ser acrescido à base de cálculo da retenção, a empresa contratada deverá emitir nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços específica para os serviços prestados em condições especiais pelos segurados ou discriminar o valor desses no documento que acobertar a cobrança dos serviços prestados.
Prazo e forma de recolhimento
O valor retido deverá ser recolhido pela contratante, conforme art. 129 da IN RFB n.º 971/2009, até o
dia 20 do mês seguinte ao da emissão da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços.
No campo identificador do documento de arrecadação deverá ser informado o CNPJ do estabelecimento da contratada ou a matrícula CEI da obra de construção civil, conforme o caso e, no campo nome ou denominação social, a denominação social desta, seguida da denominação social da contratante.
Dispensa da Retenção das Contribuições Previdenciárias
A cooperativa de pais e responsáveis contratante está dispensada de efetuar a retenção da contribuição
previdenciária, e a contratada, de efetuar o destaque da retenção na nota fiscal, fatura ou recibo,
conforme art. 120 da IN RFB n.º 971/2009, quando:
• o valor da retenção for inferior ao limite mínimo estabelecido pela RFB para recolhimento em
documento de arrecadação;
• o contratado não possuir empregados, os serviços forem prestados pessoalmente pelo titular ou
sócios e o seu faturamento no mês anterior tiver sido até duas vezes o limite máximo do salário
de contribuição;
• os serviços forem relativos ao exercício de profissão regulamentada por lei federal; e
• os serviços forem de treinamento e ensino na forma do art. 118, inciso X da IN RFB n.º 971/2009
e prestados diretamente pelos sócios.
As microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional não estão sujeitas à
retenção da contribuição previdenciária, exceto as empresas que prestam os serviços tributados na
forma do Anexo IV da LC 123/2006:
a) construção de imóveis e obras de engenharia em geral;
b) vigilância, limpeza ou conservação; e.
c) advocatícios.
50
Obrigações da Empresa Contratante
A cooperativa, como empresa contratante, fica obrigada conforme art. 138 e 139 da IN RFB n.º
971/2009, a manter em arquivo, por empresa contratada, em ordem cronológica, à disposição da RFB,
até que ocorra a prescrição relativa aos créditos decorrentes das operações a que se refiram, as
correspondentes notas fiscais, faturas ou recibos de prestação de serviços, cópia das GFIP e, se for o
caso, os documentos relacionados à subcontratação de serviços, bem como registrar mensalmente, em
contas contábeis individualizadas, todos os fatos geradores de contribuições sociais.
Conforme art. 140 da IN RFB n.º 971/2009, o lançamento contábil da retenção deverá discriminar:
• o valor bruto dos serviços;
• o valor da retenção; e
• o valor líquido a pagar.
Na contabilidade em que houver lançamento pela soma total das notas fiscais, das faturas ou dos
recibos de prestação de serviços e pela soma total da retenção, por mês, por contratada, a empresa
contratante deverá manter em registros auxiliares a discriminação desses valores, individualizados por
contratada.
A partir da utilização dos módulos do SPED (eSocial e EFD-Reinf) e da DCTFWeb, os contribuintes
deverão observar as regras definidas pela IN RFB n.º 1.717/2017, atualizada pela IN RFB n.º
1.810/2018, para fins da apuração, compensação ou restituição dos créditos previdenciários.
IRRF – Imposto de Renda Retido na Fonte folha de pagamento
Instituído pela Lei n.º 7.713/1988, os rendimentos e ganhos de capital percebidos a partir de 1° de janeiro de 1989, por pessoas físicas residentes ou domiciliados no Brasil, serão tributados pelo imposto de renda.
Conforme o artigo 115 da Lei n° 8.213/1991, que trata dos benefícios da previdência social, poderá ser deduzido dos benefícios dos segurados os seguintes descontos delimitados por lei:
I - contribuições devidas pelo segurado à Previdência Social; II - pagamento administrativo ou judicial de benefício previdenciário ou assistencial indevido, ou além do devido, inclusive na hipótese de cessação do benefício pela revogação de decisão judicial, nos termos do disposto no Regulamento; III - Imposto de Renda retido na fonte - IRPF; IV - pensão de alimentos decretada em sentença judicial;
O imposto de renda incidente sobre os rendimentos de que tratam os arts. 7°, 8° e 12 da Lei n° 7.713, de 22 de dezembro de 1988, será calculado de acordo com a tabela e as disposições vigentes nas normas estabelecidas pela Receita Federal do Brasil.
A retenção do IR incide sobre a remuneração do funcionário, excetuando algumas verbas que não são
alcançadas pelo imposto. Conforme exposto no Título V, Capítulo II do Regulamento do Imposto de
Renda (Decreto n.º 9.580/2018) serão deduzidas da base de cálculo do imposto de renda:
a) as importâncias pagas a título de pensão alimentícia, quando em cumprimento de decisão judicial
ou acordo homologado judicialmente, inclusive a prestação de alimentos provisionais (Art. 72);
b) dependentes (Art. 71); e
c) as contribuições para a Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios (Art. 67).
51
O valor mensal por dependente, desde abril do ano-calendário de 2015 é de R$ 189,59, conforme artigo
3° da Lei n° 13.149/2015. São considerados dependentes aqueles abrangidos no § 3° do art. 3° e no
parágrafo único do art. 4° (Lei n° 9.250, de 1995, art. 35).
No caso de salário de férias e do 13º salário, também é necessário calcular o IRRF na folha de
pagamento. É uma obrigação da Cooperativa reter o valor, como em todos os meses de trabalho. O
Código de Recolhimento a ser utilizado pela Cooperativa é: 0561 – IRRF/Rendimento do Trabalho
Assalariado.
Os valores pagos a prestadores de serviços autônomos/contribuintes individuais também estão sujeitos
à retenção do imposto de renda na fonte nos mesmos moldes aplicáveis aos empregados, pois
decorrem do trabalho. O Código de Recolhimento a ser utilizado pela Cooperativa é: 0588 –
IRRF/Rendimento do Trabalho sem Vínculo Empregatício.
Para os fatos geradores ocorridos a partir de 01.11.2008, recolhe-se o IRRF até o último dia útil do
segundo decêndio do mês subsequente ao mês de ocorrência (prazo estipulado pela MP 447/2008,
convertida na Lei n.º 11.933/2009).
A falta de retenção ou recolhimento, pela fonte pagadora, fará com que sejam devidos da mesma o
imposto, a multa de ofício e os juros de mora.
IRRF – Imposto de Renda Retido na Fonte sobre Serviços
Conforme os Arts. 714 e 719 a 723 do Decreto 9.580/2018, ficam sujeitas à incidência do imposto sobre
renda na fonte (à alíquota de 1,5%) as importâncias pagas ou creditadas por pessoas jurídicas a outras
pessoas jurídicas, civis ou mercantis, pela prestação de serviços caracterizadamente de natureza
profissional, representação comercial ou mediação de negócios, propaganda e publicidade,
pagamentos a cooperativas de trabalho e associações profissionais ou assemelhadas, pagamentos
efetuados por órgãos e entidades da administração pública federal e assessoria creditícia,
mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber.
Para serviços de limpeza, conservação, segurança, vigilância e pela locação de mão de obra, a alíquota
aplicável, conforme art. 716 do Decreto 9.580/2018, é de 1%.
A IN RFB n.º 1.234/2012 destaca que a retenção do Imposto de Renda na fonte quando da contratação
de serviços prestados por empresas enquadradas no Simples Nacional está dispensada, e a fonte
pagadora – no caso, a cooperativa de pais e responsáveis – deverá requisitar do prestador de serviço
a Declaração de Optante pelo Simples, arquivá-la e, para sua proteção, consultar se de fato a empresa
contratada está habilitada neste sistema de tributação.
Fato gerador
O fato gerador das retenções na fonte do Imposto de Renda corresponde ao pagamento ou crédito do
rendimento a outra pessoa jurídica, o que ocorrer primeiro.
Em relação ao crédito do rendimento, a Receita Federal se posicionou através do Ato Declaratório
Interpretativo (ADI) 8/2014, considerando ocorrido o fato gerador do imposto sobre a renda retido na
fonte, no caso de importâncias creditadas na data do lançamento contábil efetuado por pessoa jurídica,
nominal ao fornecedor do serviço, a débito de despesas e em contrapartida o crédito de conta do
passivo, à vista da nota fiscal ou fatura emitida pela contratada e aceita pela contratante.
Base de cálculo
52
A base de cálculo para retenção do IRRF é o total de rendimentos pagos ou creditados por pessoas
jurídicas a outras pessoas jurídicas.
Alíquota
Aplica-se para o imposto sobre a renda na fonte a alíquota de 1,5% sobre importâncias pagas ou
creditadas por pessoas jurídicas a outras pessoas jurídicas, exceto quanto aos serviços de limpeza,
conservação, segurança, vigilância e pela locação de mão de obra, em que se aplica 1%.
Prazo e forma de recolhimento
O IRRF devido pelas cooperativas de pais e responsáveis deve ser recolhido até o último dia útil do
segundo decêndio do mês subsequente àquele mês em que tiver ocorrido o fato gerador.
Os códigos de recolhimento para os serviços comumente utilizados pelas cooperativas de pais e responsáveis estão segregados da seguinte forma:
Serviço prestado Alíquota Código Denominação
Serviços de natureza profissional 1,50% 1708 IRRF – Remuneração de serviços prestados por pessoa jurídica
Serviços de limpeza, conservação, segurança, vigilância e locação de mão de obra
1,00% 1708 IRRF – Remuneração de serviços prestados por pessoa jurídica
Cooperativas de trabalho, associação de profissionais e assemelhadas
1,50% 3280 IRRF – Pagamento pessoa jurídica a cooperativa de trabalho
Assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e risco, administração de contas a pagar e a receber, inclusive quando o serviço for prestado por empresa de factoring
1,50% 5944 IRRF – Pagamento de pessoa jurídica a pessoa jurídica por serviços de factoring
Mediação de negócios, propaganda e publicidade 1,50% 8045 IRRF – Demais rendimentos
Aluguel de imóvel de pessoa física * 3208 IRRF – Aluguéis e royalties pagos à pessoa física
*Neste caso, aplica-se a tabela progressiva.
Dispensa em relação ao valor do pagamento
Conforme § 3º do art. 721 do Decreto 9.580/2018, fica dispensada a retenção de valor igual ou inferior a R$ 10,00, exceto na hipótese do DARF eletrônico efetuado por meio do SIAFI.
Retenção na Fonte de Contribuições Sociais (PIS/Pasep, COFINS e CSLL)
O art. 30 da Lei n.º 10.833/2003 e a IN RFB n.º 459/2004 definem que os pagamentos efetuados pelas
pessoas jurídicas a outras pessoas jurídicas de direito privado pela prestação de serviços de limpeza,
conservação, manutenção, segurança, vigilância, transporte de valores e locação de mão de obra,
serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de
contas a pagar e a receber, bem como serviços profissionais, estão sujeitos à retenção na fonte da
CSLL, da COFINS e da contribuição para o PIS/Pasep.
O parágrafo 1º do art. 30 da Lei n.º 10.833/2003 é claro quanto à necessidade de reter as contribuições
para o PIS/Pasep, COFINS e CSLL, em decorrência de pagamentos realizados por associações,
entidades sindicais, federações, confederações, centrais sindicais e serviços sociais autônomos,
53
sociedades simples, inclusive sociedades cooperativas, fundações de direito privado ou condomínios e
edifícios.
Exceção da exigência de retenção
A retenção das contribuições sociais, conforme art. 32 da Lei n.º 10.833/2003 e arts. 3º ao 5º da IN RFB n.º 459/2004, não será exigida na hipótese de pagamentos efetuados a:
PIS/Pasep, COFINS e CSLL, em relação aos pagamentos de serviços a:
• empresas estrangeiras de transporte de valores; e
• pessoas jurídicas optantes pelo Simples Nacional, de que trata o art. 12 da LC n.º 123/2006, em
relação às suas receitas próprias, devendo a pessoa jurídica optante por este regime de
tributação apresentar à pessoa jurídica tomadora dos serviços uma declaração, na forma do
Anexo I da IN RFB n.º 459/2004, em duas vias, assinadas pelo seu representante legal.
PIS/Pasep e COFINS, em relação aos pagamentos:
• a título de transporte internacional de valores efetuados por empresa nacional; e
• aos estaleiros navais brasileiros nas atividades de conservação, modernização, conversão e
reparo de embarcações pré-registradas ou constantes no registro especial brasileiro (REB),
instituído pela Lei n.º 9.432, de 8 de janeiro de 1997.
CSLL, nos pagamentos efetuados:
• às cooperativas em relação aos atos cooperados, exceto às sociedades cooperativas de
consumo.
Fato gerador
O fato gerador das retenções na fonte das contribuições sociais é o pagamento do rendimento a outra
pessoa jurídica.
Assim, deverá ser observado o momento de efetuar as referidas retenções, para também registrá-las
corretamente na Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) e na DIRF, e
posteriormente junto aos eventos do eSocial e Retenções e Informações da Contribuição Previdenciária
Substituída (EFD-Reinf).
Base de cálculo
O valor da retenção da CSLL, COFINS e PIS/Pasep será determinado, conforme art. 2º da IN RFB n.º
459/2004, mediante a aplicação sobre o valor bruto da nota ou documento fiscal que acobertar o serviço
prestado.
Alíquota
A alíquota da CSLL, COFINS e PIS/Pasep totaliza 4,65%, correspondente à soma das alíquotas de 1%,
3% e 0,65% respectivamente, conforme destacado no art. 31 da Lei 10.833/2003 e no art. 2º da IN RFB
n.º 459/2004.
54
Os parágrafos 1º e 2º do art. 2º da IN RFB n.º 459/2004 destacam que as alíquotas de retenção de 3% e 0,65%, relativas às contribuições para a COFINS e para o PIS/Pasep, aplicam-se inclusive na hipótese de as receitas da prestadora dos serviços estarem sujeitas ao regime não cumulativo ou regime de alíquotas diferenciadas destes tributos.
Prazo e forma de recolhimento
Os valores retidos no mês, conforme art. 35 da Lei n.º 10.833/2003, deverão ser recolhidos pelo órgão
público que efetuar a retenção ou, de forma centralizada, pelo estabelecimento matriz da pessoa
jurídica, até o último dia útil do segundo decêndio do mês subsequente àquele mês em que tiver ocorrido
o pagamento à pessoa jurídica fornecedora dos bens ou prestadora do serviço, ou seja, o valor das
retenções na fonte deve ser recolhido até o dia 20 do mês subsequente ao pagamento dos serviços
sujeitos à retenção.
O valor total da retenção, conforme art. 2º da IN RFB n.º 459/2004, deve ser recolhido mediante o
código de arrecadação 5952.
Nos casos de pessoa jurídica ou de receitas beneficiárias de isenção ou de alíquota zero, de uma ou mais contribuições, a retenção dar-se-á por aplicação da alíquota específica correspondente às contribuições não alcançadas pelo benefício, sendo seu recolhimento realizado mediante códigos específicos apontados no art. 10 da IN RFB n.º 459/2004:
• 5987, no caso de CSLL;
• 5960, no caso de COFINS; e
• 5979, no caso de contribuição para o PIS/Pasep.
DEMAIS CONSIDERAÇÕES
Dispensa em relação ao valor do pagamento
Conforme parágrafo 3º do art. 31 da Lei n.º 10.833/2003, fica dispensada a retenção de valor igual ou inferior a R$10,00, exceto na hipótese de DARF eletrônico efetuado por meio do SIAFI.
Comprovante Anual de Retenções
As pessoas jurídicas que efetuarem a retenção na fonte das contribuições sociais deverão fornecer à pessoa jurídica beneficiária do pagamento comprovante anual de retenção, até o último dia útil de fevereiro do ano subsequente, conforme destacado no art. 12 da IN RFB n.º 459/2004.
Para entender os cálculos de retenção, apresentamos abaixo um exemplo para ilustração:
A cooperativa de pais e responsáveis possui contrato mensal de prestação de serviços com empresa
de vigilância, o valor cobrado mensalmente via nota fiscal de serviços pela empresa prestadora é de
R$ 6.000,00. A empresa prestadora de serviços não é optante pelo Simples Nacional e o munícipio do
tomador é igual ao do prestador do serviço.
O serviço de vigilância, se enquadra na lista de serviços com retenção de IR a alíquota de 1%, conforme
Art. 716, RIR/2018, a retenção de PIS/COFINS e CSLL a alíquota de 4,65% de acordo com a Lei n.º
10.833/2003, art. 31 e a contribuição previdenciária conforme previsto no Art. 143 da Instrução
Normativa n.º 971/09.
Os impostos a serem retidos na nota fiscal de serviço e pagos pela Cooperativa são:
Imposto Alíquota Valor retido
INSS 11% R$ 660,00
55
PIS 0,65% R$ 39,00
COFINS 3% R$ 180,00
CSLL 1% R$ 60,00
IR 1% R$ 60,00
Total de impostos retidos R$ 999,00
Valor líquido a ser pago R$ 5.001,00
Caso a empresa de vigilância fosse optante pelo Simples Nacional, ocorre a inaplicabilidade da retenção
do imposto de renda (Art. 1º da Instrução Normativa n.º 765/2007) e do PIS/COFINS e CSLL (Inciso II
do art. 3º da Instrução Normativa n.º 459/2004), restando apenas a retenção do valor devido de
contribuição previdenciária (INSS), considerando que a empresa prestadora de serviços de vigilância
se enquadra na forma do anexo IV do simples, hipótese em que o simples nacional recolhe a
Contribuição Patronal Previdenciária na forma da legislação aplicada aos demais contribuintes.
OCB – Contribuição Cooperativista
A Contribuição Cooperativista foi instituída pela Lei n.º 5.764/1971 e é recolhida uma vez ao ano, após
o encerramento do exercício social da cooperativa, a favor da Organização das Cooperativas Brasileiras
(OCB), que representa o sistema cooperativista nacional. A OCB utiliza-se dessa contribuição para
cumprir seu propósito legal de defesa e representação do sistema cooperativo.
A contribuição é obrigatória e sua arrecadação é dividida entre a unidade nacional e as unidades
estaduais da OCB, sendo 50% para cada.
Fato gerador
O fato gerador para a Contribuição Cooperativista é a execução do objeto da cooperativa de pais e
responsáveis, durante o exercício social.
Base de cálculo
Corresponde à soma dos valores do capital social integralizado e fundos da Sociedade Cooperativa, no
exercício social do ano anterior.
Nos casos de cooperativas centrais ou federações, a contribuição cooperativista será calculada sobre
os fundos e reservas existentes ao final do exercício social do ano anterior.
O Balanço Patrimonial é o documento-base para calcular esse tributo, devendo ser enviado para gerar
a contribuição no prazo máximo de 31 de maio de cada ano, data limite para pagamento.
Alíquota
Não existe um valor fixo, pois o cálculo é feito com base no capital social de cada cooperativa. A
contribuição cooperativista é de 0,2% do valor do capital integralizado e fundos da sociedade
cooperativa, referente ao exercício social do ano anterior.
A OCB poderá, com base em estudos elaborados pelo seu corpo técnico, estabelecer um valor de teto
à Contribuição Cooperativista (§ 3º do art. 108 da Lei 5.764/1971).
Prazo e forma de recolhimento
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O recolhimento da Contribuição Cooperativista normalmente ocorre via boleto, enviado pelas
organizações cooperativistas estaduais, junto com os prazos e forma de pagamento da respectiva
contribuição.
ISS – Imposto sobre Serviços
A LC n.º 116/2003 dispõe sobre o Imposto Sobre Serviços (ISS), e determina que a prestação dos
serviços constantes na lista anexa à LC constitui fato gerador para a incidência do ISS.
O item 8 da lista de serviços prevê a incidência de ISS sobre serviços de educação, ensino, orientação
pedagógica e educacional, instrução, treinamento e avaliação pessoal de qualquer grau ou natureza.
Entretanto, a prestação de serviços a cooperados não caracteriza operação tributável pelo ISS, já que
expressamente a Lei n.º 5.764/1971, em seu art. 79, especifica que os atos cooperativos não implicam
operação de mercado, nem contrato de compra e venda.
Neste sentido, o Supremo Tribunal Federal (STF) se posicionou quanto à não incidência do ISS sobre
atividades cooperativas:
ISS. Cooperativa. Não incidência sobre a atividade desta do disposto no Decreto-lei 406/68 número 16 da lista a ele anexa, uma vez que, em face da interpretação, dada pelas instâncias ordinárias, e a cláusula estatutária, não exerce a mencionada entidade qualquer espécie de recrutamento, colocação ou fornecimento de mão-de-obra. (Recurso Extraordinário 81966, Rel. Min. Leitão de Abreu, julgado em 01.03.1977, 1a. Turma, votação unânime).
Contudo, para maior segurança tributária, é recomendável que as cooperativas efetuem consulta, por
escrito, ao órgão fazendário do seu município, responsável pela fiscalização do ISS, para que confirmar
o alcance da não incidência sobre atos cooperativos.
As operações realizadas pela cooperativa com terceiros e que não possam ser caracterizadas como
atos cooperativos, incluídas na lista de serviços de que trata a LC n.º 116/2003, situam-se no campo
de incidência do ISS.
Fato gerador
A prestação do serviço constitui o fato gerador para incidência do ISS, ainda que este não corresponda
a atividade preponderante da cooperativa de pais e responsáveis.
Base de cálculo
A base de cálculo para o ISS é o preço do serviço prestado, conforme definido no art. 7º da LC n.º
116/2003.
Alíquota
Os arts. 8º da LC n.º 116/2003 e 8º-A, incluído pela LC n.º 157/2016, definem a alíquota mínima de 2%
e máxima de 5% para o ISS.
As alíquotas variam entre os municípios, de modo que a cooperativa deve consultar a legislação
municipal do seu estabelecimento para identificar em que alíquota o serviço por ela prestado se
enquadra.
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Considera-se estabelecimento da cooperativa o local onde se prestam serviços, de modo permanente
ou temporário, e que configure unidade econômica ou profissional.
Prazo e forma de recolhimento
Cabe a cada município legislar quanto ao prazo e forma de recolhimento.
ORIENTAÇÕES GERAIS QUANTO AO ISS
Nota Fiscal
Conforme abordado neste Manual, a competência para legislar sobre o ISS é dos municípios, cabendo
a eles definir o momento e as situações em que deve ser emitida a Nota Fiscal de Serviço (NFS) ou
Nota Fiscal Eletrônica (NF.e).
De modo geral, em concordância com as orientações operacionais e administrativas dispostas em
Manual para o ramo, as cooperativas de pais e responsáveis devem emitir a NFS sempre que prestarem
serviços sujeitos a este imposto.
Retenção do ISS
O ISS é um tributo de competência dos municípios e do Distrito Federal, sendo disciplinado pela LC
116/2003, intitulado como ISS. O valor arrecadado é destinado ao município no qual a cooperativa está
estabelecida, mas há exceções que preveem o recolhido onde a atividade foi prestada.
A retenção acontece quando o serviço é realizado em local diferente do estabelecimento prestador, de
acordo com as exceções previstas em lei. Nesse caso, ele é devido no local de prestação, usualmente
recolhido pelo tomador.
Os municípios e o Distrito Federal, mediante lei, poderão atribuir a responsabilidade pelo crédito
tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a
responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou
parcial da referida obrigação, inclusive no que se refere à multa e aos acréscimos legais.
As cooperativas de pais e responsáveis, de modo geral, estarão obrigadas à retenção na fonte e ao
devido recolhimento do ISS nas operações elencadas na referida lei, caso haja previsão na legislação
do município em que foi prestado o serviço.
Declaração ISS
Os municípios instituíram em suas legislações o Livro de Apuração ou a Declaração de Apuração do
ISS, muitos deles inclusive permitindo a emissão de NFS e a consequente composição da escrituração
da Declaração do ISS de forma eletrônica, mediante acesso a sites ou instalação de softwares
disponibilizados pelos municípios.
A forma de apresentação e composição da Declaração ou Livro de Apuração do ISS deverá ser
verificada em cada município de atuação da cooperativa de pais e responsáveis.
IPTU – Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbano
O Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbano (IPTU) é previsto no inciso I do art. 156 da
Constituição Federal de 1988. Este dispositivo determina que os municípios possuem competência para
58
instituir esse tributo, previsto no §1º, art. 32 da Constituição Federal e no inciso II, art. 18 do Código
Tributário Nacional. O IPTU é composto pelo Imposto Predial e pelo Imposto Territorial Urbano. O
primeiro é cobrado sobre imóveis construídos (parte do terreno que pode ser habitada ou utilizada para
exercício de atividades), enquanto o segundo recai sobre terrenos não edificados (excesso de área,
terrenos com obra paralisada, edificação condenada, em ruína, construções inadequadas ou
temporárias). O valor do imposto pode apresentar progressividade em razão do valor do imóvel e ter
alíquotas diferentes de acordo com a localização e uso do imóvel.
Fato gerador
O art. 32 do Código Tributário Nacional dispõe que o IPTU tem como fato gerador a propriedade, o
domínio útil ou a posse de imóvel, por natureza ou por acessão física, localizado na zona urbana do
município.
Proprietário é aquele que tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, configurando o direito real
mais amplo. O domínio útil, por sua vez, configura o direito de usufruir do imóvel da maneira mais ampla
possível, podendo inclusive transmiti-lo a terceiro.
Base de cálculo
O valor do IPTU, de acordo com o disposto no art. 33 do Código Tributário Nacional, é baseado no valor
venal do imóvel, aquele que o bem atingiria se fosse colocado à venda e cujo preço seria equivalente
ao apurado na venda à vista.
Caso o contribuinte entenda que o valor venal de seu imóvel é diferente do constante no cadastro de
seu município, pode requerer a revisão junto ao órgão municipal competente. A Administração deve
apurar a correção do valor declarado considerando a localidade do imóvel, bem como existência de
serviços públicos e potencial de comércio e valor de mercado de imóveis semelhantes da localidade,
podendo arbitrar o valor que entender adequado segundo esses parâmetros.
Alíquota
A alíquota do IPTU é previamente determinada em Lei Orgânica Municipal e corresponde a um
percentual que incidirá sobre a base de cálculo, ou seja, poderá variar a cada município.
Neste contexto, caso a cooperativa de pais e responsáveis possua bens imóveis em seu nome, a
qualquer título, deverá recolher ao tesouro municipal de localização desses bens os valores
correspondentes ao IPTU.
Inclusive nos casos de locação de imóveis próprios, em que é bastante comum a transferência
contratual do pagamento do IPTU ao inquilino, esta condição contratual entre as partes não altera o
sujeito passivo da obrigação tributária. Logo, caso o inquilino não efetue o pagamento do IPTU, a
prefeitura poderá inscrever a cooperativa na Dívida Ativa do Município.
Vale acrescentar que podem existir situações que determinem a isenção do pagamento do imposto.
Cada município confere a isenção por meio de lei municipal e dependem do cumprimento de certas
condições; de tal forma, cabe às cooperativas consultar nos municípios a obrigatoriedade do
recolhimento.
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Reforma tributária
Considerada urgente pelo governo e pelo setor produtivo, a reforma tributária discutida no
Congresso Nacional, embora não reduza a carga tributária, em linhas gerais, propõe simplificar
o sistema tributário por meio da unificação de vários tributos.
Hoje existem pelo menos três propostas de reforma tributária. Uma na Câmara, a segunda no
Senado e uma terceira a ser apresentada pelo governo federal, sendo que todas são bastante
diferentes.
Os principais pontos deste processo versam sobre a desoneração da folha de pagamento,
alteração nas regras do imposto de renda e unificação de impostos federais.
As propostas, portanto, vão na direção de aprimorar o sistema tributário brasileiro promovendo,
concomitantemente, eficiência e equidade, simplificação da legislação tributária tanto por meio
da redução das legislações do ICMS, quanto pela eliminação de tributos, trazendo maior
racionalidade econômica e reduzindo as obrigações acessórias das empresas com custos de
apuração e recolhimento de impostos.
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61
OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS
Estabelecidas pelo Código Tributário Nacional, as obrigações acessórias representam um dever
administrativo da cooperativa, com a finalidade de controlar o cumprimento da obrigação tributária de
exigência do tributo, oferecendo ao fisco dados para comprovar o pagamento da obrigação principal.
São considerados instrumentos auxiliares necessários para a apuração, fiscalização e arrecadação de
tributos. Seu descumprimento, na maioria dos casos, resulta em multas que refletem em prejuízos para
as organizações.
As principais obrigações acessórias às quais as cooperativas de pais e responsáveis estão sujeitas são:
• EFD-Contribuições;
• Escrituração Contábil Digital (ECD);
• Escrituração Contábil Fiscal (ECF);
• EFD-Reinf;
• DIRF;
• DCTF;
• eSocial;
• RAIS;
• CAGED;
• SEFIP;
62
ECD – Escrituração Contábil Digital
A Escrituração Contábil Digital (ECD), atualmente regulamentada pela IN RFB n.º 1.774/2017 (e
alterações), é parte integrante do projeto SPED – Sistema Público de Escrituração Digital, e tem por
objetivo substituir a escrituração em papel pela escrituração digital dos seguintes livros (Art. 2, incisos
I, II e III da IN RFB n.º 1.774/2017):
a) Diário e seus auxiliares, se houver;
b) Razão e seus auxiliares, se houver;
c) Balancetes Diários, Balanços e fichas de lançamento comprobatórias dos assentamentos neles
transcritos.
Estão obrigadas à ECD, nos termos da IN RFB n.º 1.774/2017, as sociedades cooperativas:
(a) Que tenham optado pela tributação com base no lucro real.
(b) Tributadas com base no Lucro Presumido que NÃO se utilizem da prerrogativa de escrituração
do Livro Caixa previsto no artigo 45, parágrafo único da Lei n° 8.981/95.
(c) Tributadas com base no Lucro Presumido que distribuíram lucros ou dividendos sem incidência
do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (IRRF) em montante superior ao valor da base de
cálculo do imposto sobre a renda apurado diminuída dos impostos e contribuições a que estiver
sujeita (lucro fiscal).
(d) ME ou EPP que receber aporte de capital de Investidor Anjo, na forma prevista nos artigos 61-A
a 61-D da Lei Complementar n° 123/2006, independente do regime de tributação.
A geração e autenticação da ECD será realizada por meio do Programa Gerador de Escrituração (PGE),
sendo possível pelo programa efetuar a criação e edição do arquivo, importação, validação, assinatura,
visualização, transmissão para o SPED e recuperação do recibo de transmissão.
Preenchimento
A escrituração contábil, contendo a movimentação/lançamentos, econômico-financeiras decorrentes do
ato cooperativo (ingressos e dispêndios) e do ato não cooperativo (receitas e despesas), deve estar
detalhadamente segregada na Escrituração Contábil Digital – ECD. As informações da escrituração
contábil serão recuperadas junto a Escrituração Contábil Fiscal – ECF, para composição da base de
cálculo do IRPJ e da CSLL.
O arquivo da ECD é necessário para registrar o conjunto de Demonstrações Contábeis do exercício,
através de registros próprios do Bloco J – Demonstrações Contábeis, referente ao período que contiver
os dados do mês de encerramento social.
As Demonstrações Contábeis ou as informações complementares às Demonstrações Contábeis, para
as quais não existem campos próprios na estrutura padrão do arquivo da ECD, como notas explicativas,
pareceres ou outras demonstrações específicas, devem ser inseridas na escrituração eletrônica através
do Registro J800 – Outras Informações.
O programa e os manuais de orientação para preenchimento e entrega da declaração são publicados
e permanecem disponíveis no site do próprio SPED no endereço:
http://sped.rfb.gov.br/pasta/show/1273 e também no site da Receita federal:
http://receita.economia.gov.br/orientacao/tributaria/declaracoes-e-demonstrativos/sped-sistema-
publico-de-escrituracao-digital/escrituracao-contabil-digital-ecd/escrituracao-contabil-digital-ecd.
63
Prazos
A ECD será transmitida anualmente ao SPED até o último dia útil do mês de maio do ano seguinte ao
ano-calendário a que se refira a escrituração (art. 5º da IN RFB n.º 1.774/2017).
Nos casos de extinção, cisão parcial, cisão total, fusão ou incorporação, a ECD deverá ser entregue
pelas pessoas jurídicas extintas, cindidas, fusionadas, incorporadas e incorporadoras até o último dia
útil do mês subsequente ao do evento se a operação tenha sido realizada entre maio e dezembro do
exercício social. Disposições em contrário deverão ser entregues considerando o prazo previsto no Art.
5 (art. 5º, § 3º, inciso I e II da IN RFB n.º 1.774/2017).
Retificações
A ECD autenticada somente pode ser substituída caso contenha erros que não possam ser corrigidos
por meio de lançamento contábil extemporâneo, conforme previsto nos itens 31 a 36 da Interpretação
Técnica Geral (ITG) 2000 (R1) - Escrituração Contábil, do Conselho Federal de Contabilidade.
Na hipótese de substituição da ECD, sua autenticação será cancelada e deverá ser apresentada ECD
substituta, à qual deve ser anexado o Termo de Verificação para Fins de Substituição que passará a
integrá-la.
Penalidades
A não apresentação da Escrituração Contábil Digital (ECD) no prazo previsto ou sua apresentação com
incorreções ou omissões submete o contribuinte às multas previstas no art. 12 da Lei 8.218/1991 (Art.
11, IN RFB n.º 1.774/2017).
A multa por atraso na entrega da ECD não é gerada automaticamente pelo programa no momento da
transmissão do arquivo em atraso. A cooperativa pode utilizar o programa Sicalcweb, disponível no site
da Receita Federal do Brasil, para calcular a multa e gerar o DARF.
O código de receita da multa por atraso na entrega da ECD é 1438.
Período de Apuração: mês da entrega em atraso da ECD.
Vencimento: 30 dias após a data de entrega em atraso da ECD.
Atualizações
De acordo com o Decreto nº 9.555, de 6 de novembro de 2018, e com a IN RFB n.º 1.856/2018, todas
as pessoas jurídicas que transmitirem a ECD terão seus arquivos automaticamente autenticados no
momento da transmissão.
64
ECF – Escrituração Contábil Fiscal
A Escrituração Contábil Fiscal (ECF) foi criada pela IN RFB n.º 1.422/2013, instituindo a obrigatoriedade
da apresentação por todas as empresas tributadas pelo lucro real, presumido e arbitrado, a partir do
ano-calendário de 2014 de forma centralizada pela matriz. A ECF é uma obrigação acessória que
conecta os dados contábeis e fiscais do IRPJ e da CSLL.
Sua obrigatoriedade não se estende as empresas:
• Optantes pelo Simples Nacional (regime não permitido para Cooperativas, exceto as de
consumo);
• Aos órgãos públicos, às autarquias e às fundações públicas; e
• Às pessoas jurídicas inativas durante todo o ano-calendário.
A Cooperativa, assim como as demais pessoas jurídicas, é obrigada à entrega da ECF – Escrituração
Contábil Fiscal. O fato de operar com operações de origem de ato cooperado (não tributáveis pelo
Imposto de Renda) não a desobriga de apresentar a respectiva declaração.
Prazos
A ECF será transmitida anualmente ao SPED até o último dia útil do mês de julho do ano seguinte ao
ano-calendário a que se refira a escrituração a partir da alteração dada pela IN RFB n.º 1.633/2016 na
IN RFB n.º 1.422/2013. Nos casos de extinção, cisão parcial, cisão total, fusão ou incorporação, deverá
ser entregue pelas pessoas jurídicas extintas, cindidas, fusionadas, incorporadas e incorporadoras, até
o último dia útil do 3º mês subsequente ao do evento.
Preenchimento
A composição inicial de dados da ECF provém da recuperação de informações previamente gerada,
assinada e transmitida da ECD, de onde se restauram principalmente a composição do plano de contas
da cooperativa, o saldo contábil das referidas contas e, quando presente, o plano de contas referencial
vinculado ao plano de contas interno.
O arquivo digital da ECF é dividido por blocos, e as informações indicadas devem ser descritas pela
cooperativa. Apesar de conter informações diferentes, a ECF precisa ser alinhada com a ECD, que
transmite o Livro Diário, o Livro Razão, os Balancetes Diários e as fichas comprobatórias.
Suprida a composição de informações relacionadas à recuperação do plano de contas interno e
referencial e aos saldos contábeis das referidas contas, caberá proceder aos ajustes para determinar o
lucro real ou a base de cálculo do IRPJ e da CSLL.
Por conta da segregação entre atos cooperados e atos não cooperados, na ECF a receita oriunda dos
atos cooperados deve ser lançado na Linha 24 do Registro do Registro P200 – Apuração da Base de
Cálculo do Imposto de Renda Sobre o Lucro Presumido, e na Linha 20 do Registro P400 – Apuração
da base de Cálculo da Contribuição Social.
O registro segregado dos atos cooperados, ingressos e dispêndios, é fundamental para composição e
detalhamento do resultado do ato cooperativo a ser ajustado, via adição ou exclusão, no e.LALUR e
e.LACS, presente na ECF.
65
Sendo a cooperativa tributada pelo lucro real, na ECF, Registro M300 – Demonstração do Lucro Real
(e-Lalur) através da Linha 111, deve-se proceder a seleção de todas as contas que compõem o
resultado com atos cooperativos, representando assim as exclusões.
As cooperativas de pais e responsáveis que apuram o IRPJ e a CSLL pelo lucro real deverão compor
os ajustes da base de cálculo dos tributos em tela, de acordo com as disposições da legislação vigente,
junto aos registros correspondentes à Parte A do e.Lalur e e.Lacs, de acordo com os códigos próprios
de adições e exclusões, previstos em tabelas publicadas em Ato Declaratório Executivo da COFINS e
presentes no programa validador da ECF.
A ECF deverá conter duas assinaturas digitais, uma do contabilista e outra da pessoa jurídica. O
contabilista deverá obrigatoriamente assinar como pessoa física, utilizando certificado digital e.PF ou
e.CPF, enquanto a assinatura da pessoa jurídica poderá ocorrer pelo uso do certificado digital de
pessoa física, e.PF ou e.CPF, do representante legal da pessoa jurídica, ou também por certificado
digital da pessoa jurídica que contenha a mesma base da raiz do CNPJ do arquivo que será transmitido,
e.PJ ou e.CNPJ.
Lançamentos extemporâneos na ECD e seus reflexos na ECF
A partir do leiaute 7 da ECD (ano-calendário 2018 e situações especiais de 2019), foram criados no
registro I200 os lançamentos do tipo “X” (lançamentos extemporâneos), que abrangem, entre outros,
os lançamentos previstos nos itens 31 a 36 da Interpretação Técnica Geral (ITG) 2000 (R1) –
Escrituração Contábil, do Conselho Federal de Contabilidade, publicada em 12 de dezembro de 2014.
De acordo com o art. 6º-C da IN RFB n.º 1.422/2013, no caso de lançamentos extemporâneos em ECD
que alterem a base de cálculo do IRPJ ou da CSLL da ECF de ano calendário anterior, a pessoa jurídica
deverá efetuar o ajuste apresentando ECF retificadora relativa ao respectivo ano-calendário, mediante
adições ou exclusões ao lucro líquido.
Retificação
A retificação da ECF poderá ser realizada em até 5 anos.
Caso a cooperativa venha a entregar ECF retificadora que altere valores de apuração do IRPJ ou da
CSLL que haviam sido informados na DCTF, deverá apresentar DCTF retificadora elaborada com
observância das normas específicas relativas a esta declaração (Art. 6º-D, IN RFB n.º 1.422/2013).
66
EFD-Contribuições
A EFD-Contribuições (Escrituração Fiscal Digital das Contribuições incidentes sobre a Receita)
corresponde à instituição do Livro Eletrônico destinado à apuração do PIS, da COFINS e da
Contribuição Previdenciária sobre a Receita, sendo este arquivo uma obrigação acessória instituída a
partir da Instrução Normativa RFB n.º 1.252/2012.
A EFD-Contribuições contém, em arquivo digital, o registro do conjunto de documentos e outras
informações representativas das receitas auferidas, bem como dos custos, despesas, encargos e
aquisições geradores de créditos, relacionados às operações praticadas pelos contribuintes durante o
período de apuração. Estas receitas, bem como despesas e custos, são apurados a partir de todo e
quaisquer tipos de documentos fiscais emitidos ou recebidos durante o exercício fiscal. Embora algumas
receitas “não sejam tributadas” por conta de alguma autorização legal, a cooperativa deve informar seu
valor na EFD-Contribuições, sob pena de incorrer em sonegação fiscal.
Obrigatoriedade
A IN RFB n.º 1.252/2012, que institui a obrigatoriedade de entrega da EFD-Contribuições, dispõe que
todas as pessoas jurídicas submetidas à apuração do PIS e da COFINS, nos regimes cumulativo e não
cumulativo, são sujeitas a escrituração.
As sociedades cooperativas de pais e responsáveis são contribuintes do PIS e COFINS sobre o
faturamento, PIS-Importação (se operações forem realizadas) e COFINS-Importação (se operações
forem realizadas) e PIS sobre a folha de salários. Os valores apurados a título de PIS/Pasep sobre folha
de salários não constituem fato gerador da referida obrigação tributária acessória e não são objeto da
escrituração fiscal digital.
Prazos
Segundo o art. 7º da IN RFB n.º 1.252/2012, a EFD-Contribuições será transmitida mensalmente ao
SPED até o 10º dia útil do 2º mês subsequente ao que se refira a escrituração, inclusive nos casos de
extinção, incorporação, fusão e cisão total ou parcial.
Preenchimento
As cooperativas devem escriturar na EFD-Contribuições todas as suas receitas, tanto as que constituem
fato gerador (faturamento/receita bruta) quanto as demais receitas operacionais que não correspondem
à receita bruta, as quais, como fato gerador das contribuições para o PIS/Pasep e para o COFINS,
devem figurar no arquivo da EFD-Contribuições junto ao Registro F100 – Demais Documentos e
Operações Geradoras de Contribuições e Créditos, com código CST 08 – Operação sem Incidência da
Contribuição.
Por serem enquadradas como sem incidência das contribuições, essas receitas também devem ser
detalhadas junto aos Registros M410 e M810 – Detalhamento das Receitas Isentas, Não Alcançadas
pela Incidência da Contribuição, sujeitas à Alíquota Zero ou Vendas com Suspensão, sob código 901 –
Regime Cumulativo – Demais receitas não classificadas como faturamento, não enquadradas como
receita bruta.
Quando a pessoa jurídica não tiver auferido ou recebido receita bruta da venda de bens e serviços, ou
de outra natureza, sujeita ou não ao pagamento das contribuições (inclusive no caso de isenção, não
incidência, suspensão ou alíquota zero) ou não tiver realizado operações sujeitas à apuração de
créditos, e mesmo assim transmitir a EFD-Contribuições “zerada”, deverá preencher o registro 0120
para informar o motivo da entrega “zerada”.
67
A IN RFB n.º 995/2010 trouxe a obrigatoriedade, a partir de 2010, de apresentar declarações e
demonstrativos à RFB com assinatura digital, efetivada por certificado digital válido por todas as
pessoas jurídicas, exceto as optantes pelo Simples Nacional.
Poderá ser assinada com certificado digital válido, do tipo A1 ou A3, do e.PJ ou e.CNPJ que contenha
a base do CNPJ da pessoa jurídica que está apresentando o arquivo, pelo representante legal da
empresa ou pelo procurador constituído, com procuração eletrônica cadastrada no site da Receita
Federal do Brasil.
A geração, o armazenamento e o envio do arquivo digital não dispensam o contribuinte de guardar os
documentos que deram origem às informações nele constantes, na forma e prazos estabelecidos pela
legislação aplicável. O arquivo a ser mantido é em formato TXT, gerado e transmitido (localizado em
diretório definido pelo usuário), não se tratando, pois, da cópia de segurança.
A cooperativa deverá armazenar o arquivo digital da EFD-Contribuições transmitido, observando os
requisitos de segurança, autenticidade, integridade e validade jurídica, pelo mesmo prazo estabelecido
pela legislação para a guarda dos documentos fiscais.
Penalidades
A não apresentação da EFD-Contribuições no prazo previsto ou sua apresentação com incorreções ou
omissões submete o contribuinte às multas previstas no art. 12 da Lei n.º 8.218/1991, sem prejuízo das
sanções administrativas, cíveis e criminais cabíveis, inclusive aos responsáveis legais (Art. 10, IN RFB
n.º 1.252/2012).
Dispensa de apresentação
Dentre as diversas possibilidades de dispensa na apresentação da EFD-Contribuições, a referida
legislação alcança a seguinte situação em toda e qualquer empresa em que:
(…) as pessoas jurídicas imunes e isentas do Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), cuja soma dos valores mensais das contribuições apuradas, objeto de escrituração nos termos desta Instrução Normativa, seja igual ou inferior a R$ 10.000,00 (dez mil reais) – Instrução Normativa RFB nº 1.252/2012.
O art. 5º, § 5º da IN RFB n.º 1.252/2012 esclarece que a pessoa jurídica imune ou isenta ao IRPJ, que
estiver dispensada de apresentar a EFD-Contribuições por não ultrapassar aquele limite, passará a ter
a obrigação de apresentá-la a partir do mês do ano em curso em que o valor das contribuições nele
apuradas for superior a R$ 10 mil, permanecendo assim obrigada por todos os meses subsequentes,
ainda que o montante apurado em qualquer deles seja igual ou inferior ao limite.
Conforme art. 5º, § 8º da IN RFB n.º 1.252/2012, a dispensa de entrega da EFD-Contribuições para
pessoa jurídica sujeita à tributação do Imposto sobre a Renda com base no lucro real ou presumido não
alcança o mês de dezembro do ano-calendário correspondente, devendo a pessoa jurídica, em relação
a esse mês, proceder à entrega regular da escrituração digital, na qual deverá indicar os meses do ano-
calendário em que não auferiu receitas e não realizou operações geradoras de crédito no registro 0120
– Identificação de EFD-Contribuições sem dados a escriturar.
Retificação
A EFD-Contribuições poderá ser substituída mediante transmissão de novo arquivo digital validado e
assinado, para inclusão, alteração ou exclusão de documentos ou operações da escrituração fiscal, ou
para alterar registros representativos de créditos e contribuições e outros valores apurados.
68
O direito do contribuinte de pleitear a retificação da EFD-Contribuições extingue-se em 5 anos contados
do 1º dia do exercício seguinte àquele a que se refere a escrituração substituída.
A pessoa jurídica que transmitir arquivo retificador da EFD-Contribuições alterando valores que tenham
sido informados na DCTF deverá apresentar também DCTF retificadora.
Notas técnicas
A IN RFB n.º 1.876/2019 altera a IN RFB n.º 1.252/2012, estabelecendo que a obrigatoriedade de
escrituração da Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta na EFD-Contribuições não é
aplicável aos fatos geradores ocorridos a partir dos prazos de obrigatoriedade da EFD-Reinf.
A IN RFB nº 1.876, de 14 de março de 2019, foi publicada no Diário Oficial da União em 15 de março
de 2019. Agora, a informação da CPRB deve ser entregue na EFD-Reinf e não mais na EFD-
Contribuições.
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EFD-Reinf
A Escrituração Fiscal Digital de Retenções e Outras Informações Fiscais EFD-Reinf, instituída pela IN
RFB n.º 1.701/2017, é um dos módulos do Sistema Público de Escrituração Digital - SPED, a ser
utilizado pelas pessoas jurídicas e físicas, em complemento ao Sistema de Escrituração Digital das
Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas – eSocial.
A EFD-Reinf é um documento digital com informações não somente sobre serviços prestados e
tomados, mas também sobre rendimentos pagos a pessoas físicas e jurídicas, informações sobre a
receita bruta para apuração das contribuições previdenciárias substituídas, retenções de Imposto de
Renda, PIS/Pasep e COFINS e Contribuição Social, exceto aquelas relacionadas ao trabalho.
Esta escrituração está modularizada por eventos de informações, contemplando a possibilidade de
múltiplas transmissões em períodos distintos, de acordo com a obrigatoriedade legal.
Prazo de entrega
A EFD-Reinf será transmitida ao SPED mensalmente até o dia 15 do mês subsequente ao que se refira
a escrituração. Entretanto, caso o último dia do prazo não seja dia útil, a entrega deverá ser antecipada
para o dia útil imediatamente anterior (§ 2º, Art. 3º da IN RFB n.º 1.701/2017 - Redação dada pelo(a)
Instrução Normativa RFB nº 1842, de 29 de outubro de 2018).
De acordo com o § 1º da IN RFB n.º 1.701/2017 e alterações posteriores, a obrigatoriedade de
apresentação será escalonada, entre maio de 2018 e janeiro de 2020, para os quatro grupos de
contribuintes:
I - para o 1º grupo, que compreende as entidades integrantes do “Grupo 2 - Entidades Empresariais”, do anexo V da Instrução Normativa RFB nº 1.634, de 6 de maio de 2016, com faturamento no ano de 2016 acima de R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais), a partir das 8 (oito) horas de 1º de maio de 2018, em relação aos fatos geradores ocorridos a partir dessa data; (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1767, de 14 de dezembro de 2017)
II - para o 2º grupo, que compreende as demais entidades integrantes do “Grupo 2 - Entidades Empresariais” do Anexo V da Instrução Normativa RFB nº 1.634, de 2016, exceto as optantes pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional), instituído pelo art. 12 da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, desde que a condição de optante conste do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) em 1º de julho de 2018, e as entidades empresariais pertencentes ao 1º grupo, referidos no inciso I, a partir das 8 (oito) horas de 10 de janeiro de 2019, referentes aos fatos ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2019; (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1842, de 29 de outubro de 2018)
III - para o 3º grupo, que compreende os obrigados não pertencentes ao 1º, 2º e 4º grupos, a que se referem os incisos I, II e IV, respectivamente, a partir das 8 (oito) horas de 10 de janeiro de 2020, em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2020; e (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1900, de 17 de julho de 2019)
IV - para o 4º grupo, que compreende os entes públicos, integrantes do “Grupo 1 - Administração Pública” e as organizações internacionais, integrantes do “Grupo 5 - Organizações Internacionais e Outras Instituições Extraterritoriais”, ambas do Anexo V da Instrução Normativa RFB nº 1.634, de 2016, em data a ser fixada em ato da RFB. (Incluído(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1842, de 29 de outubro de 2018)
As cooperativas de pais e responsáveis devem analisar o faturamento do ano-calendário informado na
respectiva IN e avaliar o enquadramento de entrega da obrigação acessória, considerando que de
70
acordo com o Anexo V da Instrução Normativa RFB nº 1.863/2018, as Cooperativas são classificadas
no Grupo 2 - Entidades Empresariais.
Retificação
Até o presente momento não foram divulgadas instruções sobre a hipótese de retificação/cancelamento
ou substituição da EFD-Reinf.
Penalidades
A não apresentação da EFD-Reinf no prazo previsto ou sua apresentação com incorreções ou omissões
submete o contribuinte às multas dispostas no Art. 2º-A da IN RFB n.º 1.701/2017.
DIRF - Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte
A DIRF – Declaração do imposto de Renda Retido na Fonte é uma obrigação tributária acessória devida
para todas as pessoas jurídicas e físicas, que recolhem ou retém o tributo na fonte, independente do
regime de tributação em que se enquadra a empresa para fins de Imposto de Renda.
A DIRF tem por objetivo informar:
a) os rendimentos pagos a pessoas físicas domiciliadas no país;
b) o valor do imposto sobre a renda e contribuições retidos na fonte, dos rendimentos pagos ou
creditados para seus beneficiários;
c) o pagamento, crédito, entrega, emprego ou remessa a residentes ou domiciliados no exterior;
d) os pagamentos a plano de assistência à saúde – coletivo empresarial.
As cooperativas de pais e responsáveis, de modo geral, estão obrigadas a apresentar a DIRF em
relação às retenções de IRRF e das contribuições PIS, COFINS e CSLL sobre pagamentos efetuados
a outras pessoas jurídicas, nos termos do § 3º do Art. 3 da Lei n.º 10.485/2002, e dos Arts. 30, 33 e 34
da Lei n.º 10.833/2003, ainda que a retenção tenha ocorrido em apenas um único mês do ano-
calendário (§ 4º, Art. 2, IN RFB n.º 1.836/2018).
As regras para declaração são publicadas pela Receita Federal anualmente, por isso, é essencial
que as cooperativas se atentem a publicação das instruções normativas atualizadas para
conferência de possíveis alterações em relação a declaração entregue no ano anterior.
A DIRF é preenchida em um sistema próprio da Receita Federal, o chamado Programa Gerador de
Declarações (PGD). Anualmente, esse sistema é atualizado pelo órgão e disponibilizado gratuitamente
aos contribuintes.
Para realizar a transmissão, as cooperativas são obrigadas à assinatura digital da declaração com
certificado digital válido, conforme o Art. 1º da IN RFB n.º 995/2010. Através da assinatura digital, a
cooperativa poderá acompanhar o processamento da declaração por intermédio do Centro Virtual de
Atendimento ao Contribuinte (e-CAC) (§ 5º, Art. 5, IN RFB n.º 1.836/2018).
Os valores referentes a rendimentos tributáveis, isentos ou com alíquota zero, bem como os relativos a
deduções do imposto sobre a renda ou de contribuições retidos na fonte, deverão ser informados em
reais e com centavos (Art. 9, IN RFB n.º 1.836/2018).
O rendimento tributável de aplicações financeiras informado na DIRF deverá corresponder ao valor que
tenha servido de base de cálculo do IRRF (Art. 18, IN RFB n.º 1.836/2018).
Prazo de entrega
71
Usualmente, o prazo de entrega dessa obrigação se dá entre o 15º e o último dia útil do mês de fevereiro
do exercício subsequente. Essa data é regulada por meio de instruções normativas ou alterada por
medidas provisórias. A cooperativa deve estar atenta às mudanças anualmente.
Retificação
A declaração retificadora substituirá integralmente as informações apresentadas na declaração anterior.
Com isso, deverá conter todas as informações anteriormente declaradas, alteradas ou não, exceto
aquelas que se pretenda excluir e as informações a serem adicionadas.
Penalidades
Para efeito de penalidade, são consideradas não entregues todas as declarações fora das
especificações técnicas fixadas pela SRF. Nesse caso, o contribuinte será intimado a apresentar a
declaração correta em 10 dias, sob pena de multas nos termos da IN SRF n.º 197/2002.
A DIRF relativa ao ano-calendário de 2018 e situações especiais ocorridas em 2019, prevista na IN RFB
n.º 1.836/2018, deve ser entregue à SRF, pelas cooperativas que pagaram ou creditaram rendimentos
que tenham sofrido retenção do Imposto de Renda, ainda que em um único mês do ano-calendário –
inclusive, em alguns casos que não tenham sofrido retenção do imposto.
DCTF - Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais
A Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais - DCTF tem sua regulamentação disciplinada
na Instrução Normativa RFB n.º 1.599 de 11 de dezembro de 2015 (Alterado(a) pelo(a) Instrução
Normativa RFB nº 1.787, de 07 de fevereiro de 2018). Considerada uma obrigação tributária acessória,
a DCTF reúne dados relativos aos tributos e demais pagamentos governamentais feitos pela
cooperativa.
Para a elaboração e transmissão da DCTF, a cooperativa deve usar o Programa Gerador da Declaração
(PGD). Para que o envio seja feito, além do PGD, é necessário instalar o programa da Receitanet, que
também pode ser baixado no site da Receita. O programa tem por finalidade permitir ao declarante o
preenchimento, a validação do conteúdo e a gravação da DCTF para entrega à Secretaria da Receita
Federal do Brasil – SRF. As instruções de preenchimento da DCTF encontram-se disponíveis em
qualquer ponto do programa, mediante uso da tecla F1, podendo ser consultadas ou impressas, a partir
de opção do menu Ajuda.
O programa permite imprimir a declaração, o recibo de entrega, tabelas, instruções de preenchimento
e instruções de importação. Para a apresentação da DCTF, é obrigatória a assinatura digital da
declaração com certificado digital válido, emitido por autoridade certificadora reconhecida pelo ICP-
Brasil.
Prazo de entrega
A Declaração deve ser apresentada mensalmente pelas cooperativas de pais e responsáveis até o 15º
(décimo quinto) dia útil do 2º (segundo) mês subsequente ao mês de ocorrência dos fatos geradores.
Na DCTF devem ser apresentadas informações correspondentes a débitos e créditos tributários
relacionados a IRPJ, IRRF, IPI, IOF, CSLL, PIS/Pasep, COFINS, Cide-Combustíveis, Cide-Remessa,
CPSS e CPRB.
Depois do envio, também é possível consultar, via Portal e-CAC, o processamento da entrega, além da
relação das últimas declarações.
72
Retificação
Conforme Art. 9º da IN RFB n.º 1.599/2015:
Art. 9º A alteração das informações prestadas em DCTF, nas hipóteses em que admitida, será efetuada mediante apresentação de DCTF retificadora, elaborada com observância das mesmas normas estabelecidas para a declaração retificada.
A DCTF retificadora terá a mesma natureza da declaração originariamente apresentada e servirá para
declarar novos débitos, aumentar ou reduzir os valores de débitos já informados ou efetivar qualquer
alteração nos créditos vinculados. O direito do contribuinte de pleitear a retificação da DCTF extingue-
se em 5 anos contados a partir do 1º dia do exercício seguinte àquele ao qual se refere a declaração.
Penalidades
Os saldos a pagar relativos a cada imposto ou contribuição informados na DCTF, bem como os valores
das diferenças apuradas em procedimentos de auditoria interna (Art. 8º, IN RFB n.º 1.599/2015),
relativos às informações indevidas ou não comprovadas prestadas na DCTF sobre pagamento,
parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, poderão ser objeto de cobrança
administrativa com os acréscimos moratórios devidos e, caso não liquidados, serão enviados para
inscrição em Dívida Ativa da União (DAU).
A Cooperativa que deixar de apresentar a DCTF no prazo fixado ou que a apresente com incorreções
ou omissões é intimado a apresentar declaração original, no caso de não apresentação, ou a prestar
esclarecimentos, nos demais casos, no prazo estipulado pela RFB, e sujeita-se às seguintes multas
(Art. 7º, IN RFB n.º 1.599/2015):
• 2% (dois por cento) ao mês-calendário ou fração, incidente sobre o montante dos impostos e
contribuições informados na DCTF, ainda que integralmente pago, no caso de falta de entrega
dessa declaração ou de entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o
valor mínimo; e
• R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas.
A implementação da DCTFWeb não substitui a obrigação de entrega da DCTF convencional até a data
de divulgação deste Manual.
DCTF Web
A DCTFWeb, instituída pela IN RFB n.º 1.787/2018 (Alterado(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº
1.906, de 14 de agosto de 2019), é a Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais
Previdenciários e de Outras Entidades e Fundos. Trata-se, portanto, da obrigação tributária acessória
por meio da qual o contribuinte comprovará débitos de contribuições previdenciárias e de contribuições
destinadas a terceiros. DCTFWeb é também o nome dado ao sistema utilizado para editar a declaração,
transmiti-la e gerar o documento de arrecadação.
A DCTFWeb é gerada a partir das informações prestadas no eSocial e na EFD-Reinf, escriturações
digitais integrantes do SPED. Transmitidas as apurações, o sistema DCTFWeb recebe
automaticamente os respectivos débitos e créditos, realiza vinculações, calcula o saldo a pagar e, após
o envio da declaração, possibilita a emissão do DARF para pagamento.
A DCTFWeb e seu sistema substituem a GFIP e o Sefip. Essa substituição se dá em conjunto com as
escriturações eSocial e EFD-Reinf. Ambos os sistemas de escrituração são integrados com a
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DCTFWeb. Dessa forma, antes de transmiti-la, a cooperativa deve preencher o eSocial e a EFD-Reinf
com suas respectivas informações. Depois, basta entrar no e-CAC com um certificado digital do tipo A1
ou A3 para consolidar os dados e transmitir a DCTFWeb.
O cronograma vigente até a data de publicação deste manual, reflete a redação dada no § 1º do Art. 13
da IN RFB n.º 1.787/2018:
§ 1º A entrega da DCTFWeb será obrigatória em relação aos tributos cujos fatos geradores ocorrerem: I - a partir do mês de agosto de 2018, para as entidades integrantes do “Grupo 2 - Entidades Empresariais”, do Anexo V da Instrução Normativa RFB nº 1.634, de 6 de maio de 2016, com faturamento no ano-calendário de 2016 acima de R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais); (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1819, de 26 de julho de 2018) II - a partir do mês de abril de 2019, para as demais entidades integrantes do “Grupo 2 - Entidades Empresariais”, do Anexo V da Instrução Normativa RFB nº 1.634, de 2016, com faturamento no ano-calendário de 2017 acima de R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais), exceto aquelas de que trata o § 3º; e (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1884, de 17 de abril de 2019) III - em data a ser estabelecida em norma específica, para os contribuintes não enquadrados nos casos de obrigatoriedade previstos nos incisos I e II deste parágrafo e no § 3º. (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1906, de 14 de agosto de 2019). § 3º Os sujeitos passivos que optarem pela utilização do eSocial na forma especificada no § 3º do art. 2º da Resolução do Comitê Diretivo do eSocial nº 2, de 30 de agosto de 2016, ainda que imunes e isentos, ficam obrigados à entrega da DCTFWeb em relação aos tributos cujos fatos geradores ocorrerem a partir do mês de agosto de 2018. (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1819, de 26 de julho de 2018)
As cooperativas de pais e responsáveis devem analisar o faturamento do ano-calendário informado na
respectiva IN e avaliar o enquadramento de entrega da obrigação acessória, considerando que de
acordo com o Anexo V da Instrução Normativa RFB nº 1.863/2018, as Cooperativas são classificadas
no Grupo 2 - Entidades Empresariais.
Prazo de entrega
O envio da DCTFWeb é mensal e deve ser feito até o 15º dia útil do mês seguinte ao de ocorrência dos
fatos geradores, mas vale salientar que também existe a DCTFWeb anual, que também é aplicável às
cooperativas.
• Declaração Anual: nela prestam-se informações sobre os valores de 13º salário pagos aos
seus trabalhadores, devendo ser transmitida até o dia 20 de dezembro. E se o prazo final não
for um dia útil, é obrigatório enviá-la antes (artigo 7°, § 1°, da IN/RFB n° 1.787/2018).
Conforme IN RFB n.º 971/2009, a empresa que utiliza o eSocial/EFD-Reinf/DCTFWeb está dispensada
de enviar cópia do comprovante de retenção (DARF) para o prestador de serviços.
A partir do início da obrigatoriedade de entrega da DCTFWeb, as cooperativas não devem efetuar
nenhum recolhimento em GPS. Em caso de dificuldades no fechamento do eSocial e/ou EFD-Reinf, o
recolhimento das contribuições previdenciárias deve ser efetuado em DARF avulso.
Retificação
Caso o contribuinte identifique erro no valor dos débitos apurados, que estão exibidos na DCTFWeb,
deverá retornar na escrituração (eSocial ou EFD-Reinf) e efetuar os ajustes necessários. A alteração
do valor dos débitos somente é possível a partir da escrituração.
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No caso de retificação da escrituração e da DCTFWeb com geração de novos valores de débitos, o
sistema dispõe de uma funcionalidade para apropriar os pagamentos referentes ao mesmo período de
apuração, gerando o saldo a pagar apenas da diferença. Para isto o sistema importa o documento de
arrecadação do sistema de pagamentos da RFB.
A declaração ficará disponível para a cooperativa no portal da DCTFWeb, por meio do e-CAC, onde
será possível ter acesso a relatórios, fazer download do recibo, emitir DARF e efetuar a retificação de
informações;
Penalidades
A Cooperativa que deixar de apresentar a DCTFWeb no prazo legalmente estabelecido, ou
apresentando a mesma com incorreções ou omissões será intimado a apresentar declaração original,
no caso de não apresentação, ou a prestar esclarecimentos, nos demais casos, no prazo estipulado
pela RFB, e estará sujeito a multas conforme previstas no artigo 8° da IN RFB n° 1.787/2018.
eSOCIAL
O eSocial - Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas,
instituído pelo Decreto nº 8.373/2014, é um sistema instituído pelo Governo Federal no qual as pessoas
jurídicas, empregadoras ou não, passarão a comunicar obrigatoriamente informações do âmbito
trabalhista, previdenciário e fiscal, de forma unificada, visando padronizar a transmissão, a validação, o
armazenamento e a distribuição para os órgãos competentes.
O objetivo principal desta ferramenta digital é garantir os direitos dos trabalhadores, por intermédio da
simplificação do cumprimento das obrigações acessórias já existentes, eliminando as redundâncias
contidas nas declarações e resultando na qualidade das informações prestadas.
O eSocial é gerido por comitê estabelecido por decreto, do qual fazem parte os seguintes órgãos e
instituições:
• Ministério do Trabalho e Emprego;
• Ministério da Previdência Social;
• Secretaria da Receita Federal do Brasil;
• Instituto Nacional do Seguro Social (INSS); e
• Caixa Econômica Federal – representando o Conselho Curador do FGTS.
Esse Comitê Gestor foi o responsável por estabelecer as diretrizes para a criação e o desenvolvimento
do eSocial, promovendo a integração das informações entre si.
Para auxiliar na implantação do eSocial, as entidades foram divididas em grupos, as cooperativas de
pais e responsáveis se enquadram no Grupo 1 e 2 distinguindo-se pelo faturamento auferido no ano-
calendário de 2016 (Portaria SEPREVT 716/2019, Art. 2º, inciso II). Os dados gerados pelas entidades,
tais como cadastros, folha de pagamento, aviso prévio e escriturações fiscais, foram divididos em fases,
sendo elas:
• Fase 1 (em vigência): envio das informações relativas aos órgãos e às pessoas físicas, ou seja,
cadastros dos empregadores e tabelas.
• Fase 2 (em vigência): envio das informações relativas aos servidores e seus vínculos com órgãos
e pessoas físicas quanto aos seus empregados, como admissões, afastamentos e
desligamentos, denominados de “eventos não periódicos”.
• Fase 3 (a partir de 2020): envio das folhas de pagamento, denominado de “eventos periódicos”.
• Fase 4 (a definir): substituição da GFIP para recolhimento de Contribuições Previdenciárias e do
FGTS.
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• Fase 5 (a partir de 2021): envio dos dados de segurança e saúde no trabalho (SST).
Por se tratar de um projeto em fase de implantação, as cooperativas de pais e responsáveis devem
atentar para as possíveis alterações de prazos e atualização no sistema do eSocial periodicamente.
RAIS
A Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) é um instrumento de coleta de dados voltado para o
setor do trabalho, no qual a gestão governamental controla as informações relativas às atividades
trabalhistas desenvolvidas no país para posteriormente gerar dados estatísticos e diversas demandas
na utilização destas informações.
Instituída pelo Decreto nº 76.900, de 23 de dezembro de 1975, a RAIS tem por objetivo:
• o suprimento às necessidades de controle da atividade trabalhista no País,
• o provimento de dados para a elaboração de estatísticas do trabalho, e
• a disponibilização de informações do mercado de trabalho às entidades governamentais.
Estão obrigados a declarar a RAIS pelo Art. 2º da Portaria ME n° 039/2019:
I - empregadores urbanos e rurais, conforme definido no art. 2° da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT e no art. 3° da Lei n° 5.889, de 8 de junho de 1973, respectivamente; II - filiais, agências, sucursais, representações ou quaisquer outras formas de entidades vinculadas à pessoa jurídica domiciliada no exterior; III - autônomos ou profissionais liberais que tenham mantido empregados no ano-base; IV - órgãos e entidades da administração direta, autárquica e fundacional dos governos federal, estadual, do Distrito Federal e municipal; V - conselhos profissionais, criados por lei, com atribuições de fiscalização do exercício profissional, e as entidades paraestatais; VI - condomínios e sociedades civis; e VII - cartórios extrajudiciais e consórcios de empresas. § 1° O estabelecimento inscrito no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica - CNPJ que não manteve empregados ou que permaneceu inativo no ano-base está obrigado a entregar a RAIS - RAIS NEGATIVA - preenchendo apenas os dados a ele pertinentes.
As Cooperativas obrigadas à entrega da RAIS deverão utilizar o Programa Gerador de Declaração
RAIS. Ele servirá para declarar e transmitir a declaração pela Internet. O programa é atualizado
anualmente e fica disponível nos endereços eletrônicos do Ministério do Trabalho e Emprego:
http://portal.mte.gov.br/rais ou http://www.rais.gov.br para download.
As informações exigidas para o preenchimento da RAIS encontram-se no Manual de Orientação da
RAIS, edições publicadas anualmente e disponíveis nos mesmos endereços de download do programa.
É obrigatória a utilização de certificado digital válido padrão ICP Brasil para a transmissão da declaração
da RAIS por todos os estabelecimentos que possuem a partir de 11 vínculos, exceto para a transmissão
da RAIS Negativa e para os estabelecimentos que possuem menos de 11 vínculos (Art. 5º da Portaria
ME n° 039/2019).
As declarações poderão ser transmitidas com o certificado digital de pessoa jurídica, emitido em nome
do estabelecimento, ou com certificado digital do responsável pela entrega da declaração, sendo que
este pode ser um CPF ou um CNPJ.
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Prazo de entrega
As cooperativas de pais e responsáveis estão obrigadas a declarar a RAIS, que é transmitida
eletronicamente, por meio do programa gerador de arquivos da RAIS, com prazo de entrega
estabelecido anualmente pelo Governo Federal.
O recibo estará disponível para impressão em até 5 dias úteis após a entrega da declaração, bem como
a Cooperativa é obrigada a manter arquivados, durante cinco anos, à disposição do trabalhador e da
Fiscalização do Trabalho, o relatório impresso ou a cópia dos arquivos e o Recibo de Entrega da RAIS,
documentos comprobatórios do cumprimento das obrigações relativas ao Ministério da Economia.
Retificação
Caso o(a) estabelecimento/entidade necessite retificar declarações da RAIS de exercícios anteriores,
deverá consultar os procedimentos constantes no endereço http://www.rais.gov.br, menu “Declaração
já Entregue” e, em seguida, selecionar a opção desejada.
Penalidades
O atraso na entrega da declaração, omissão ou declaração falsa ou inexata, sujeita o estabelecimento
à multa, conforme determina a Portaria MTE n.º 14, de 10 de fevereiro de 2006, alterada pela Portaria
MTE n.º 688, de 24 de abril de 2009.
A Declaração da RAIS será substituída em decorrência da obrigatoriedade de envio dos eventos
relacionados ao eSocial. Contudo, até o momento da elaboração do presente Manual, não há nenhum
ato legal publicado que determine a extinção dessa obrigação.
CAGED
O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) é uma ferramenta utilizada pelo
Ministério do Trabalho para controlar os dados relativos aos vínculos trabalhistas, como admissão e
dispensa de empregados, e outros programas sociais. Foi instituído pela Lei n.º 4.923 de 23 de
dezembro de 1965.
O envio do CAGED é obrigatório por toda Cooperativa que tenha admitido, desligado ou transferido
empregado com contrato de trabalho regido pela CLT, ou seja, que tenha efetuado qualquer tipo de
movimentação em seu quadro de empregados.
O manual do CAGED (2017) estabelece quais empregados devem ser informados:
a) empregados contratados por empregadores, pessoa física ou jurídica, sob o regime da CLT, por prazo indeterminado ou determinado, inclusive a título de experiência, ou para prestação de trabalho intermitente; b) trabalhadores com Contrato de Trabalho por Prazo Determinado, regido pela Lei nº 9.601, de 21 de janeiro de 1998; c) trabalhadores regidos pelo Estatuto do Trabalhador Rural (Lei nº 5.889, de 8 de junho de 1973); d) aprendiz (maior de 14 anos e menor de 24 anos), contratado nos termos do art. 428 da CLT, regulamentado pelo Decreto nº 5.598, de 1º de dezembro de 2005; e) trabalhadores temporários, regidos pela Lei nº 6.019, de 3 de janeiro de 1974 e alterações (opcional).
Os cooperados não devem ser informados no CAGED conforme exposto pelo mesmo manual (item 4.
Quem não deve ser declarado), bem como os diretores sem vínculo empregatício para os quais não é
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recolhido FGTS, diretores sem vínculo empregatício, para os quais o estabelecimento/entidade tenha
optado pelo recolhimento do FGTS (Circular CEF n° 46/1995), autônomos e outros.
A declaração do CAGED pode ser enviada das seguintes maneiras:
1. Opção “Transmitir CAGED”, no endereço:
https://caged.maisemprego.mte.gov.br/portalcaged/paginas/home/home.xhtml
2. Por meio do aplicativo CAGED Net; e
3. Também está disponível opção de declaração On-line, através do Formulário Eletrônico do
CAGED – FEC: no endereço:
https://caged.maisemprego.mte.gov.br/portalcaged/paginas/home/home.xhtml, opção
“Formulário Eletrônico”
Prazo de entrega
O prazo de entrega é no mesmo dia para as Admissões de que trata o inciso II, Art 1º, da Portaria
1.129/2014 e para os demais movimentos até o dia 07 do mês subsequente ao mês de referência das
informações. E a guarda dos arquivos é dada conforme Art. 2, § 1º:
§ 1º O arquivo gerado deve ser enviado ao MTE via Internet. A cópia do arquivo, o recibo de entrega e o Extrato da Movimentação Processada, devem ser mantidos no estabelecimento a que se referem, pelo prazo de 5 anos a contar da data do envio, para fins de comprovação perante a fiscalização do trabalho.
O recibo é emitido em PDF imediatamente após a entrega da declaração e no endereço eletrônico:
http://www.caged.gov.br – opção “Recibo CAGED”. A Cooperativa deve preservar o Protocolo de
Transmissão de Arquivo, fornecido no ato da transmissão do mesmo, onde consta o número do Código
de Recebimento, que, juntamente com a inscrição CNPJ/CEI, será obrigatório para emissão do recibo
de Entrega do CAGED pela Internet.
O extrato será disponibilizado após o dia 20 de cada mês, para todos as Cooperativas que informaram
Admissões ou Desligamentos ao CAGED via meio magnético, espelhando as informações enviadas.
Retificação
A Cooperativa que transmitir alguma informação incorreta, deverá corrigir por meio do CAGED acerto,
esta regra é aplicada também para o CAGED enviado em tempo real, ou seja, no ato da contratação,
se existirem erros no envio do CAGED.
Até que as correções sejam efetuadas o CAGED, será considerado como não enviado, conforme
determina o manual do CAGED.
Penalidades
A omissão ou atraso da declaração sujeita o estabelecimento a multa automática conforme tabela
estabelecida. Neste caso, é necessário preencher o Documento de Arrecadação de Receitas Federais
- DARF em duas vias, informando no campo 04 (código da Receita), 2877”, Número de Referência
3800165790300843-7, no campo 14 (Outras Informações), "Multa Automática Lei Nº 4.923/65". A multa
é calculada de acordo com o tempo de atraso e a quantidade de empregados omitidos. Para o período
de atraso de até 30 dias o valor é de R$ 4,47 por empregado, se o atraso for de 31 a 60 dias, o valor é
de R$ 6,70, e caso o atraso seja superior a 60 dia o valor será de R$ 13,40.
O CAGED também engloba o rol de obrigações acessórias a serem extintas com implantação final do
eSocial, mas cabe observar que, até o momento, nenhum ato legal foi publicado a respeito.
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SEFIP/GFIP
O Sistema Empresa de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social (Sefip) é uma
obrigação acessória na qual são enviadas informações relativas ao INSS e FGTS, através de geração
e envio de arquivo por intermédio do programa disponibilizado pela Caixa Econômica Federal em
parceria com o Ministério do Trabalho e a Receita Federal.
Como as empresas, as sociedades cooperativas poderão contratar empregados, nos termos da
legislação trabalhista vigente à data da contratação. No Sefip deverão constar os dados cadastrais e
financeiros das cooperativas e dos trabalhadores, bem como as remunerações pagas, o valor
correspondente ao desconto da contribuição previdenciária na folha de pagamento e o valor total a ser
recolhido de FGTS e INSS. O aplicativo permite a geração da GFIP (Guia de Recolhimento do FGTS e
Informações à Previdência Social) e da GPS (Guia da Previdência Social).
Os arquivos gerados pelo SEFIP devem ser transmitidos pela internet, por meio do Conectividade
Social, e a GRF emitida deve ser recolhida até o 7º dia do mês seguinte àquele em que a remuneração
do trabalhador foi paga.
O valor a ser creditado na conta vinculada do trabalhador é calculado com base na remuneração do
empregado, de acordo com o tipo de contrato:
• Menor Aprendiz: quota de 2% sobre a remuneração.
• Demais Trabalhadores: quota de 8% sobre a remuneração.
O associado que presta serviços para a própria cooperativa deve ser informado com o código de
categoria de trabalhador 11, juntamente com os demais trabalhadores contratados para prestar serviços
à cooperativa.
11 Contribuinte individual - Diretor não empregado e demais empresários sem FGTS;
A GFIP/SEFIP deve ser entregue com o código de recolhimento 115.
As Cooperativas são obrigadas a entregar a GFIP (Guia de Recolhimento de FGTS e de Informações
à Previdência Social gerada pelo sistema Sefip) ainda que não haja recolhimento para o FGTS, de
caráter declaratório, contendo todas as informações cadastrais e financeiras de interesse da
Previdência Social.
Inexistindo recolhimento ao FGTS e informações à Previdência Social, o empregador/contribuinte deve
transmitir pelo Conectividade Social um arquivo SEFIPCR.SFP com indicativo de ausência de fato
gerador (sem movimento), que é assinalado na tela de abertura do movimento, para o código 115.
O arquivo deve ser transmitido para a primeira competência da ausência de informações, dispensando-
se a transmissão para as competências subsequentes até a ocorrência de fatos determinantes de
recolhimento ao FGTS e/ou fato gerador de contribuição previdenciária.
Retificação
No caso de retificação da declaração, os fatos geradores omitidos devem ser informados mediante a
transmissão de novo arquivo SEFIPCR.SFP, contendo todos os fatos geradores, inclusive os já
informados, com as respectivas correções e confirmações, conforme estabelecido no Capítulo V do
Manual da GFIP aprovado pela IN RFB nº 880, de 16/10/2008 e pela Circular CAIXA nº 451, de
13/10/2008.
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Penalidades
O contribuinte que apresentar a GFIP fora do prazo, que deixar de apresentá-la ou que a apresentar
com incorreções ou omissões está sujeito às multas previstas na Lei n.º 8.212/1991 e às sanções
previstas na Lei n.º 8.036/1990.
A multa por atraso na entrega da GFIP correspondente a 2% (dois por cento) ao mês-calendário ou
fração, incidente sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas,
respeitados o percentual máximo de 20% (vinte por cento) e os valores mínimos de R$ 200,00, no caso
de declaração sem fato gerador, ou de R$500,00, nos demais casos.
O Sefip também engloba o rol de obrigações acessórias a serem extintas com a implantação do eSocial,
mas, até o momento, nenhum ato legal foi publicado a respeito.
A Receita Federal disponibiliza orientações, manuais e formulários em sua página da internet, acesso
em: http://receita.economia.gov.br/orientacao/tributaria/declaracoes-e-demonstrativos/gfip-sefip-guia-
do-fgts-e-informacoes-a-previdencia-social-1
PER/DCOMP
O Pedido Eletrônico de Restituição, Ressarcimento ou Reembolso e Declaração de Compensação
(PER/DCOMP) poderá ser utilizado pelas cooperativas de pais e responsáveis quando da apuração de
créditos tributários administrados pela SRF, passíveis de restituição ou ressarcimento, para o
encaminhamento de seu respectivo pedido de restituição ou ressarcimento e/ou para declaração de
compensação de débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos também a tributos administrados
pela RFB, exceto em relação às contribuições previdenciárias.
As regras relacionadas às possibilidades de restituição, ressarcimento e compensação de tributos
administrados pela SRF são disciplinadas pela Instrução Normativa RFB nº 1.717/2017.
Conforme § 1º do art. 65 e art. 66 da IN RFB n.º 1.717/2017, as compensações declaradas à RFB via
programa PER/DCOMP ou, na impossibilidade de sua utilização, mediante apresentação à RFB do
formulário de Declaração de Compensação, encontrado no Anexo IV da IN RFB n.º 1.717/2017,
extinguem o crédito tributário, sob condição resolutória de subsequente homologação do procedimento.
O artigo 75 da Instrução Normativa RFB n° 1.717/2017 dispõe sobre os créditos que não podem ser
objeto de compensação mediante entrega da declaração de compensação, como por exemplo, seja
decorrente de decisão judicial não transitada em julgado, neste caso a Cooperativa deve aguardar e
somente após o referido fato realizado, poderá solicitar a compensação dos impostos pagos.
A autoridade administrativa poderá solicitar a comprovação do alegado crédito informado no
PER/DCOMP, e se ele, por exemplo, for um pagamento e estiver perfeitamente disponível nos sistemas
da RFB, pode ser considerado apto a ser objeto de restituição ou de compensação, sem prejuízo de
ser solicitado da declarante comprovação de que se trata de fato de indébito.
A Receita Federal do Brasil tem até 5 anos para analisar o pedido, contados da data da entrega da
Declaração de Compensação. Uma vez analisado o pedido, verificada a veracidade e legalidade, a
homologação é realizada ou não.
O prazo estipulado para a referida homologação é previsto no art. 150, § 4° do CTN:
§ 4° Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.
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Conforme art. 135 da IN RFB n.º 1.717/2017, em caso de indeferimento de pedidos de restituição,
ressarcimento ou reembolso, ou ainda, nas situações de não homologação de declarações de
compensação de créditos, a Cooperativa no prazo de 30 dias, a contar da data da ciência da decisão
ou do despacho, poderá manifestar inconformidade, e, no caso de julgamento improcedente, ainda
caberá recurso ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF).
A consulta da situação do pedido será realizada pelo E-CAC, com utilização por meio de código de
acesso ou certificado digital, o serviço de Consulta Análise Preliminar PER/DCOMP.
Vale destacar que caso seja necessário retificar o pedido realizado, a retificação não será admitida
quando formalizada depois da intimação para apresentação de documentos comprobatórios. No caso
de cancelamento, da mesma forma somente poderão ser cancelados pela Cooperativa caso se
encontrem pendentes de decisão administrativa à data do encaminhamento do pedido de
cancelamento.
A Cooperativa também pode acessar essa e outras funcionalidade, como também efetuar a baixa do
programa no seguinte endereço eletrônico:
http://receita.economia.gov.br/orientacao/tributaria/restituicao-ressarcimento-reembolso-e-
compensacao/perdcomp.
O PER/DCOMP é uma ferramenta para recuperação de créditos tributários. Os responsáveis pelas
áreas tributárias das cooperativas devem conhecer e dominar o programa para que os créditos
tributários federais sejam efetivamente recuperados em favor das entidades, quando passíveis deste
direito.
PER/DCOMP WEB
A fim de simplificar os processos de pedido de restituição e da declaração de compensação, a Receita
Federal disponibiliza desde Janeiro de 2018 (Nota RFB/Suara/Corec nº 2, de 9 de janeiro de 2018), a
Versão Web do programa. Esta é denominada de PER/DCOMP Web que pode ser acessada pelo Portal
e-CAC.Com a PERD/COMP Web é possível recuperar automaticamente informações constantes na
base de dados da SRF; consultar rascunhos e documentos transmitidos em qualquer computador com
acesso à internet; imprimir em PDF a segunda via do PER/DCOMP e o recibo de transmissão; consultar,
retificar e cancelar documentos transmitidos; além de dispensar a instalação e atualização das tabelas
do programa no computador do usuário.
A cooperativa pode utilizar tanto o PER/DCOMP Web, com acesso no portal e-CAC, quanto do
programa PGD PER/DCOMP, não havendo até o momento qualquer restrição ao uso de ambos. O PGD
PER/DCOMP está disponível no site da Receita Federal para download.
O novo aplicativo tem por objetivo facilitar o preenchimento do PER/DCOMP pelo contribuinte e reduzir
a possibilidade de erros e inconsistências, diminuindo intimações, despachos decisórios e litígios. A
RFB disponibilizada o manual de preenchimento, com exemplos práticos no link:
http://receita.economia.gov.br/orientacao/tributaria/restituicao-ressarcimento-reembolso-e-
compensacao/perdcomp/perdcomp-web
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RELAÇÃO COOPERATIVA X COOPERADO
Todo associado pode cooperar com a gestão da instituição, participando de suas assembleias e
colaborando na tomada de decisões. Cooperativas são geridas democraticamente por todos os seus
associados. Assim, todos têm o mesmo poder de voto, independentemente de suas participações.
Vínculo trabalhista
Cooperar é uma forma de crescer em consonância com pessoas que possuem o mesmo objetivo, o
que se traduz em melhores resultados com menores custos. Isso permite que os ganhos sejam
partilhados de forma proporcional entre os associados, o que comumente se chama de distribuição
das sobras.
Portanto, não há pagamento de salários nem de valores fixos aos cooperados, nem aos associados
eleitos para os órgãos administrativos, conselho fiscal e presidência, pois a Lei 5.764/1971, em seu
art. 90, dispõe que “qualquer que seja o tipo de cooperativa, não existe vínculo empregatício entre ela
e seus associados”. Isso vai ao encontro do disposto na CLT, incluindo-se a relação da
responsabilidade empregatícia para com os tomadores de serviços e os associados:
Parágrafo único – Qualquer que seja o ramo de atividade da sociedade cooperativa, não existe vínculo empregatício entre ela e seus associados, nem entre estes e os tomadores de serviços daquela (art. 442 – DECRETO-LEI º 5.452, DE 1º DE MAIO DE 1943).
Contudo, por se igualarem às demais empresas em relação aos empregados por intermédio de
contrato de trabalho, é permitido às cooperativa de pais e responsáveis contratar funcionários,
obedecendo a legislação trabalhista e previdenciária (Art. 91, Lei 5.764/71). Existirá, então, vínculo
empregatício entre professores, auxiliares etc.
Tributação incidente sobre as sobras distribuídas
Nas cooperativas de pais e responsáveis que realizam operações de vendas ou prestação de serviços
a terceiros, às sobras são acrescidos os recursos obtidos pela sociedade como resultado das
transações com o mercado (produto dos serviços prestados e das vendas, reduzido dos tributos,
despesas administrativas e de vendas etc.). Neste caso, o retorno das sobras tem duas naturezas
distintas:
1. devolução de recursos não utilizados, não correspondendo, portanto, a acréscimo patrimonial
para o associado (PN CST 522/1970);
2. resultado de operações mercantis realizadas pela cooperativa, em nome de seus associados,
podendo resultar em acréscimo patrimonial para o associado, após deduzidas as despesas
e custos inerentes, tributável na fonte e na declaração do associado, quando da respectiva
distribuição.
Assim, destaque-se que é relativa à “isenção” que as cooperativas gozam de seus resultados, pois as
respectivas sobras são tributadas nas pessoas dos associados cooperados.
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Devido à não incidência do Imposto de Renda sobre as sociedades cooperativas que obedecerem ao
disposto na legislação específica quanto aos atos cooperativos, visto que o retorno pertence aos
cooperados e não à pessoa jurídica, é coerente que a tributação recaia aos associados, caso contrário,
seria este um rendimento de capital ou de trabalho, livre de tributação.
Portanto, para fins de Imposto de Renda Pessoa Física, as sobras distribuídas são consideradas fato
gerador incidente para este imposto, por constituírem rendimento tributável o produto do capital, do
trabalho ou a combinação de ambos (§ 1º, art. 3, Lei n.º 7.713/1988).
No caso das cooperativas de pais e responsáveis, as sobras decorrem dos serviços de ensino, sendo
estes não executados pelos pais associados, não caracterizados assim como cooperativa de trabalho.
Logo, pode-se dizer que não constituem fato gerador para incidência da Contribuição Previdenciária.
A distribuição de resultados oriundos de operações de atos não cooperativos (limitado ao resultado
obtido de aplicações financeiras e de equivalência patrimonial), que foram tributadas pelo IRPJ e CSLL,
não se sujeita a qualquer retenção na fonte e também não integra o lucro tributável do beneficiário,
conforme o art. 10 da Lei n.º 9.249/1995.
Desta forma, os resultados recebidos pelo cooperado, decorrentes de sobras líquidas oriundas de
operações cooperativadas com o mercado, devem ser submetidos à tributação pelo Imposto de Renda
da pessoa física (segundo a tabela de IR Fonte) e, no caso de associado pessoa jurídica, serão
tributados nesta, tanto pelo IRPJ como pela CSLL.
Tributação incidente sobre os juros sobre capital próprio
A IN RFB n.º 1.869/2019, publicada no DOU em 28 de janeiro de 2019, altera a tributação dos juros
pagos pelas cooperativas aos seus associados.
Por força da nova redação dada aos mencionados dispositivos, os juros pagos pelas cooperativas a
seus associados como remuneração do capital social, que até então estavam sujeitos à tributação
exclusiva na fonte, passarão a ser tributados pelo IRRF, calculado por tabela progressiva mensal, a
título de antecipação do devido na Declaração de Ajuste Anual. A base de cálculo e o limite legal
adotado pelas cooperativas tem respaldo no §3º, art. 24 da Lei n.º 5.764/1971:
Art. 24. O capital social será subdividido em quotas- partes, cujo valor unitário não poderá ser superior ao maior salário mínimo vigente no País. (...) § 3º É vedado às cooperativas distribuírem qualquer espécie de benefício às quotas-partes do capital ou estabelecer outras vantagens ou privilégios, financeiros ou não, em favor de quaisquer associados ou terceiros excetuando-se os juros até o máximo de 12% (doze por cento) ao ano que incidirão sobre a parte integralizada.
O efetivo pagamento ou crédito dos juros fica condicionado à existência de lucros, computados antes
da dedução dos juros, ou de lucros acumulados e reservas de lucros, em montante igual ou superior ao
valor de duas vezes os juros a serem pagos ou creditados (§ 1º).
O RIR/2018 em seu Art. 357, deixa claro que os juros pagos ou capitalizados pelas cooperativas de até
12% ao ano são dedutíveis para fins de Imposto de Renda. Entretanto, considerando que nas
cooperativas a tributação recai somente sobre os resultados dos atos não cooperativos, a dedutibilidade
dos juros fica limitada à parcela classificada no ato não cooperativo com base em rateio pela
proporcionalidade das receitas.
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Riscos tributários
Todos os pontos abordados na relação entre cooperativa e cooperado, de modo geral, convergem para
o risco principal relacionado à descaracterização da cooperativa, refletindo em impactos tributários, civis
e criminais que consequentemente podem levar ao encerramento das atividades da cooperativa.
Dessa forma, a regular constituição, a observação dos princípios cooperativos, o cuidado com os
requisitos operacionais, a correta e íntegra escrituração contábil e o atendimento tempestivo das
obrigações tributárias apresentadas neste Manual correspondem à melhor forma de gerir riscos fiscais
inerentes às atividades das cooperativas de pais e responsáveis.
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86
GLOSSÁRIO
A
ADE – Ato Declaratório Executivo
ADI – Ato Declaratório Interpretativo
ASO – Atestado de Saúde Ocupacional
B
BNDES – Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social
C
Cade – Conselho Administrativo de Defesa Econômica
Caged – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
CAT – Comunicado de Acidente de Trabalho
Ceco – Conselho Consultivo Nacional do Ramo Crédito da OCB
CEI – Cadastro Específico do INSS
CF – Constituição Federal
CIAP – Controle de Crédito de ICMS do Ativo Permanente
Cide – Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico
CLT – Consolidação das Leis do Trabalho
CNAE – Classificação Nacional de Atividades Econômicas
CNCOOP – Confederação Nacional das Cooperativas
CNPJ – Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica
Codac – Coordenação-Geral de Arrecadação e Cobrança
Cofins – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social
Cofis – Coordenação Geral de Fiscalização
Confaz – Conselho Nacional de Política Fazendária
Cosit – Coordenação-Geral de Tributação
CPF – Cadastro de Pessoa Física
CPMF – Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira
CPRB – Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta
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CPSS – Contribuição de Plano de Seguridade do Servidor Público
CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
CST – Código de Situação Tributária
CTN – Código Tributário Nacional
D
Dacon – Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais
Darf – Documento de Arrecadação de Receitas Federais
DCTF – Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais
DCTFWEB – Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais, Contribuições Previdenciárias, de Outras Entidades e Fundos e IRRF
DF – Distrito Federal
Difal – Diferencial de Alíquotas
Dime – Declaração de Informações do ICMS e Movimento Econômico
DIPJ – Declaração de Informações Econômico-fiscais da Pessoa Jurídica
Dirf – Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte
DOU – Diário Oficial da União
E
E.Lacs – Livro de Apuração da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido Eletrônico
E.Lalur – Livro de Apuração do Lucro Real Eletrônico
eSocial – Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas
ECD – Escrituração Contábil Digital
ECF – Escrituração Contábil Fiscal
EFD – Escrituração Fiscal Digital
F
FAP – Fator Acidentário de Prevenção
Fates – Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social
FCONT – Controle Fiscal Contábil de Transição
FGTS – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
FPAS – Fundo de Previdência e Assistência Social
88
G
GFIP – Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social
GIA – Guia de Informação e Apuração
GIL-RAT – Grau de Incidência de Incapacidade Laborativa Decorrente dos Riscos do Ambiente de Trabalho
GPS – Guia da Previdência Social
GRCS – Guia de Recolhimento da Contribuição Sindical
I
IN – Instrução Normativa
Incra – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agraria
INSS – Instituto Nacional do Seguro Social
IOF – Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro.
IPTU – Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana
IRPJ – Imposto de Renda da Pessoa Jurídica
IRRF – Imposto de Renda Retido na Fonte
ISSQN – Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza
L
Lacs – Livro de Apuração da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
Lalur – Livro de Apuração do Lucro Real
LC – Lei Complementar
M
MP – Medida Provisória
MTPS – Ministério do Trabalho e Previdência Social
N
89
NBCT – Normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas
NFS – Nota Fiscal de Serviço
NFS.E – Nota Fiscal de Serviço Eletrônica
O
OCB – Organização das Cooperativas Brasileiras
P
PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
PER/DCOMP – Programa Pedido Eletrônico de Ressarcimento ou Restituição e Declaração de Compensação
PF – Pessoa Física
PGD – Programa Gerador da Declaração
PIS/Pasep – Programa de Integração Social e Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público
PLC – Projeto de Lei Complementar
PN – Parecer Normativo
R
Rais – Relação Anual de Informações Sociais
RAT – Risco Ambiental do Trabalho
REB – Registro Especial Brasileiro
Reinf – Retenções e Informações da Contribuição Previdenciária Substituída
RFB – Receita Federal do Brasil
RIR – Regulamento do Imposto de Renda
RTT – Regime Tributário de Transição
S
SAT – Seguro de Acidente do Trabalho
Sebrae – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
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Sefip – Sistema Empresa de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações a Previdência Social
Senac – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial
Senai – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Senar – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural
Senat – Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte
Sesc – Serviço Social do Comércio
Sescoop – Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo
Sesi – Serviço Nacional da Indústria
SEST – Serviço Social do Transporte
Siafi – Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal
Sinief – Sistema Nacional de Informações Econômicas e Fiscais
Siscomex – Sistema Integrado de Comércio Exterior
Siscoserv – Sistema Integrado de Comércio Exterior de Serviços, Intangíveis e Outras Operações que produzam Variações no Patrimônio
Sped – Sistema Público de Escrituração Digital
SRF – Secretaria da Receita Federal
ST – Substituição Tributária
STF – Supremo Tribunal Federal
STJ – Superior Tribunal de Justiça
U
UF – Unidade da Federação
91
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei 5.764, de 16 de dezembro de 1971. Define a Política Nacional de Cooperativismo, institui
o regime jurídico das sociedades cooperativas, e dá outras providências. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5764.htm. Acesso em: mai/2019.
______. Decreto n.º 9.580, de 22 de novembro de 2018. Regulamenta a tributação, a fiscalização, a arrecadação e a administração do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/decreto/D9580.htm. Acesso em: mai/2019.
______. Decreto-Lei nº 5.452, de 01 de maio de 1943. Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm. Acesso em: mai/2019.
______. Instrução Normativa RFB nº 1.869, de 25 de janeiro de 2019. Altera a Instrução Normativa RFB nº 1.500, de 29 de outubro de 2014, que dispõe sobre normas gerais de tributação relativas ao Imposto sobre a Renda das Pessoas Físicas. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 28 jan. 2019. Seção 1, p. 84. Disponível em: http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=98305. Acesso em: mai/2019.
______. Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995. Altera a legislação do imposto de renda das pessoas jurídicas, bem como da contribuição social sobre o lucro líquido, e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9249.htm. Acesso em: mai/2019.
______. Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988. Altera a legislação do imposto de renda e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7713.htm. Acesso em: mai/2019..
______. Parecer Normativo CST nº 522, de 08 de dezembro de 1970. a) Não são considerados como rendimentos, importâncias devolvidas pelas cooperativas aos seus associados como retorno ou sobra, não sendo, portanto, tributáveis nas pessoas físicas dos associados beneficiados com a restituição. b) quanto à prestação de informações às repartições da Secretaria da Receita Federal é dispensável a indicação dos nomes dos beneficiários com o retorno ou sobra, de vez que trata-se de rendimento não sujeito à imposto. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 21 dez. 1970. Seção 1, p. 1. Disponível em: http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=31009. Acesso em: mai/2019.
______. Nota RFB/Suara/Corec nº 2, de 9 de janeiro de 2018. PER/DCOMP Web. Disponível em: https://receita.economia.gov.br/interface/lista-de-servicos/restituicao-e-compensacao/per-dcomp/acessar-perdcomp-web/nota-corec-no-02-2018.pdf. Acesso em: mai/2019.
______. Instrução Normativa RFB nº 1.717, de 17 de julho de 2017 (Alterado(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1810, de 13 de junho de 2018). Estabelece normas sobre restituição, compensação, ressarcimento e reembolso, no âmbito da Secretaria da Receita Federal do Brasil. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 18 jul. 2017. Seção 1, p. 25. Disponível em: http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=84503. Acesso em: mai/2019.
______. Lei nº 5.172, de 22 de outubro de 1996. Código Tributário Nacional. Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5172.htm. Acesso em: mai/2019.
93
______. Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1981. Dispõe sobre a organização da Seguridade Social, institui Plano de Custeio, e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/l8212cons.htm. Acesso em: mai/2019.
______. Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990. Dispõe sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8036consol.htm. Acesso em: mai/2019.
______. Instrução Normativa RFB nº 880, de 16 de outubro de 2008 (Alterado(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1805, de 04 de maio de 2018). Altera o Manual da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social (GFIP) e do Sistema Empresa de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social (SEFIP). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 17 out. 2008. Seção, p. 25. Disponível em: http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=15840. Acesso em: mai/2019.
______. Lei nº 4.923, de 23 de dezembro de 1965. Institui o Cadastro Permanente das Admissões e Dispensas de Empregados, Estabelece Medidas Contra o Desemprego e de Assistência aos Desempregados, e dá outras Providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4923.htm. Acesso em: mai/2019.
______. PORTARIA MTE Nº 1.129, de 23 de julho de 2014. Aprova instruções para a prestação de informações pelo empregador, relativas a movimentações de empregados. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 24 jul. 2014. Disponível em: http://www.normaslegais.com.br/legislacao/Portaria-mte-1129-2014.htm. Acesso em: mai/2019.
______. PORTARIA MTE Nº 688, de 24 de abril de 2009. Altera a Portaria MTE nº 14, de 10 de fevereiro de 2006, que aprova normas para a imposição da multa administrativa variável prevista no art. 25 da Lei nº 7.998, de 11 de janeiro de 1990, pelo descumprimento da obrigação de declaração da Relação Anual de Informações Sociais - RAIS. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 27 abr. 2009. Disponível em: https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=218547. Acesso em: mai/2019.
______. PORTARIA ME Nº 39, de 14 de fevereiro de 2019. Aprova instruções para a declaração da Relação Anual de Informações Sociais - RAIS ano-base 2018. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 15 fev. 2019. Disponível em: https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=374842. Acesso em: mai/2019.
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______. Decreto n.º 8.373, de 11 de dezembro de 2014. Institui o Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas - eSocial e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/decreto/d8373.htm. Acesso em: mai/2019.
______. Instrução Normativa RFB n.º 1.787, de 07 de fevereiro de 2018. Dispõe sobre a Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais Previdenciários e de Outras Entidades e Fundos (DCTFWeb). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 08 fev. 2018. Seção 1, p. 54. Disponível em: http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=89949. Acesso em: mai/2019.
94
______. Instrução Normativa RFB n.º 971, de 13 de novembro de 2009. Dispõe sobre normas gerais de tributação previdenciária e de arrecadação das contribuições sociais destinadas à Previdência Social e as destinadas a outras entidades ou fundos, administradas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 17 nov. 2009. Seção, p. 35. Disponível em http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?idAto=15937. Acesso em: mai/2019.
______. Instrução Normativa RFB n.º 1.599, de 11 de dezembro de 2015. (Alterado(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1787, de 07 de fevereiro de 2018). Dispõe sobre a Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 14 dez. 2015. Seção 1, p. 32. Disponível em http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?idAto=70249. Acesso em: mai/2019.
______. Instrução Normativa RFB n.º 1.863, de 27 de dezembro de 2018. Dispõe sobre o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 28 dez. 2018. Seção 1, p. 354. Disponível em http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=97729. Acesso em: mai/2019.
______. Instrução Normativa RFB n.º 1.836, de 03 de outubro de 2018. Dispõe sobre a Declaração do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte relativa ao ano-calendário de 2018 e a situações especiais ocorridas em 2019 (Dirf 2019) e sobre o Programa Gerador da Dirf 2019 (PGD Dirf 2019). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 08 out. 2018. Seção 1, p. 56. Disponível em http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=95544. Acesso em: mai/2019.
______. Instrução Normativa RFB n.º 197, de 10 de setembro de 2002. Dispõe sobre as multas
aplicáveis aos casos de atraso, falta de apresentação e irregularidades no preenchimento da
Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte (Dirf). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 12 set.
2002. Seção, p. 20. Disponível em
http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=15065. Acesso
em: mai/2019.
______. Instrução Normativa RFB n.º 995, de 22 de janeiro de 2010. Altera a Instrução Normativa
RFB nº 969, de 21 de outubro de 2009, que dispõe sobre a obrigatoriedade de apresentação de
declarações com assinatura digital, efetivada mediante utilização de certificado digital válido, nos casos
em que especifica. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 26 jan. 2010. Seção, p. 68. Disponível em
http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=15961. Acesso
em: mai/2019.
______. Instrução Normativa RFB n.º 1.701, de 14 de março de 2017. Alterada pelas Instrução
Normativa RFB nº 1767, de 14 de dezembro de 2017 e Instrução Normativa RFB nº 1842, de 29 de
outubro de 2018. Institui a Escrituração Fiscal Digital de Retenções e Outras Informações Fiscais (EFD-
Reinf). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 16 mar. 2017. Seção 1, p. 54. Disponível em
http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=81226. Acesso
em: mai/2019.
______. Instrução Normativa RFB n.º 1.876, de 14 de março de 2019. Altera a Instrução Normativa
RFB nº 1.252, de 1 de março de 2012, que dispõe sobre a Escrituração Fiscal Digital das Contribuições
Incidentes sobre a Receita (EFD-Contribuições). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 15 mar. 2019.
Seção 1, p. 20. Disponível em
http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=99224. Acesso
em: mai/2019.
______. Instrução Normativa RFB n.º 1.252, de 01 de março de 2012. Alterada pela Instrução
Normativa RFB nº 1280, de 13 de julho de 2012, Instrução Normativa RFB nº 1305, de 26 de dezembro
95
de 2012, Instrução Normativa RFB nº 1387, de 21 de agosto de 2013 e Instrução Normativa RFB nº
1876, de 14 de março de 2019. Dispõe sobre a Escrituração Fiscal Digital da Contribuição para o
PIS/Pasep, da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e da Contribuição
Previdenciária sobre a Receita (EFD-Contribuições). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 02 mar. 2012.
Seção, p. 31. Disponível em
http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=37466. Acesso
em: mai/2019.
______. Instrução Normativa RFB n.º 1.422, de 19 de dezembro de 2013. Alterada pelas Instrução
Normativa RFB nº 1489, de 13 de agosto de 2014, Instrução Normativa RFB nº 1524, de 08 de
dezembro de 2014, Instrução Normativa RFB nº 1574, de 24 de julho de 2015, Instrução Normativa
RFB nº 1595, de 01 de dezembro de 2015, Instrução Normativa RFB nº 1633, de 03 de maio de 2016,
Instrução Normativa RFB nº 1659, de 13 de setembro de 2016, Instrução Normativa RFB nº 1770, de
18 de dezembro de 2017 e Instrução Normativa RFB nº 1821, de 30 de julho de 2018. Dispõe sobre a
Escrituração Contábil Fiscal (ECF). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 20 dez. 2013. Seção 1, p. 38.
Disponível em
http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=48711. Acesso
em: mai/2019.
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dezembro de 2017 e Alterada pelas Instrução Normativa RFB nº 1856, de 13 de dezembro de 2018 e
Instrução Normativa RFB nº 1894, de 16 de maio de 2019. Dispõe sobre a Escrituração Contábil Digital
(ECD). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 27 dez. 2017. Seção 1, p. 45. Disponível em
http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=88912. Acesso
em: mai/2019.
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contábeis de pessoas jurídicas não sujeitas ao Registro do Comércio. Diário Oficial da União, Brasília,
DF, 07 nov. 2018. Disponível em http://www.normaslegais.com.br/legislacao/decreto-9555-2018.htm.
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mai/2019.
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de Qualquer Natureza, de competência dos Municípios e do Distrito Federal, e dá outras providências.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp116.htm. Acesso em: mai/2019.
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mai/2019.
______. Instrução Normativa RFB n.º 459, de 17 de outubro de 2004. Retificada em 10 de dezembro
de 2004 e alterada pelas Instrução Normativa RFB nº 765, de 02 de agosto de 2007, Instrução
Normativa RFB nº 791, de 10 de dezembro de 2007 e Instrução Normativa RFB nº 1151, de 03 de maio
de 2011. Dispõe sobre a retenção de tributos e contribuições nos pagamentos efetuados pelas pessoas
jurídicas de direito privado a outras pessoas jurídicas pela prestação de serviços. Diário Oficial da União,
Brasília, DF, 24 out. 2004. Seção, p. 21. Disponível em
http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=15365. Acesso
em: mai/2019.
______. Instrução Normativa RFB n.º 765, de 02 de agosto de 2007. Alterada pela Instrução
Normativa RFB nº 1234, de 11 de janeiro de 2012. Dispõe sobre a dispensa de retenção do imposto de
96
renda na fonte sobre as importâncias pagas ou creditadas a pessoas jurídicas inscritas no Regime
Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e
Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional), e altera o art. 3º da Instrução Normativa SRF nº 480,
de 15 de dezembro de 2004, e o art. 3º da Instrução Normativa SRF nº 459, de 18 de outubro de 2004.
Diário Oficial da União, Brasília, DF, 09 ago. 2007. Seção, p. 32. Disponível em
http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=15713. Acesso
em: mai/2019.
______. Instrução Normativa RFB n.º 1.234, de 11 de janeiro de 2012. Alterada pelas Instrução
Normativa RFB nº 1244, de 30 de janeiro de 2012, Instrução Normativa RFB nº 1540, de 05 de janeiro
de 2015, Instrução Normativa RFB nº 1552, de 02 de março de 2015, Instrução Normativa RFB nº 1636,
de 06 de maio de 2016 e Instrução Normativa RFB nº 1663, de 07 de outubro de 2016. Dispõe sobre a
retenção de tributos nos pagamentos efetuados pelos órgãos da administração pública federal direta,
autarquias e fundações federais, empresas públicas, sociedades de economia mista e demais pessoas
jurídicas que menciona a outras pessoas jurídicas pelo fornecimento de bens e serviços. Diário Oficial
da União, Brasília, DF, 12 jan. 2012. Seção 1, p. 22. Disponível em
http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=37200. Acesso
em: mai/2019.
______. Lei n.º 11.933, de 28 de abril de 2009. Altera a Medida Provisória no 2.158-35, de 24 de
agosto de 2001, as Leis nos 10.637, de 30 de dezembro de 2002, 10.833, de 29 de dezembro de 2003,
8.383, de 30 de dezembro de 1991, 11.196, de 21 de novembro de 2005, 8.212, de 24 de julho de 1991,
10.666, de 8 de maio de 2003, e 11.907, de 2 de fevereiro de 2009; revoga dispositivos das Leis nos
11.033, de 21 de dezembro de 2004, 11.488, de 15 de junho de 2007, e 8.850, de 28 de janeiro de
1994, para alterar o prazo de pagamento dos impostos e contribuições federais que especifica, reduzir
a base de cálculo da contribuição do produtor rural na venda dos produtos que especifica e efetuar
ajustes na tributação do cigarro; e dá outras providências. Disponível em
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11933.htm. Acesso em: mai/2019.
______. Lei n.º 9.250, de 26 de dezembro de 1995. Altera a legislação do imposto de renda das
pessoas físicas e dá outras providências. Disponível em
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9250.htm. Acesso em: mai/2019.
______. Lei n.º 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência
Social e dá outras providências. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8213cons.htm.
Acesso em: mai/2019.
______. Decreto n.º 3.048, de 06 de maio de 1999. Aprova o Regulamento da Previdência Social, e
dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/decreto/D3048.htm.
Acesso em: mai/2019.
______. Medida Provisória n.º 2.168-40, de 24 de agosto de 2001. Dispõe sobre o Programa de
Revitalização de Cooperativas de Produção Agropecuária - RECOOP, autoriza a criação do Serviço
Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo - SESCOOP, e dá outras providências. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/2168-40.htm. Acesso em: mai/2019.
______. Instrução Normativa n.º 1.867, de 25 de janeiro de 2019. Altera a Instrução Normativa RFB
nº 971, de 13 de novembro de 2009, que dispõe sobre normas gerais de tributação previdenciária e de
arrecadação das contribuições sociais destinadas à Previdência Social e das destinadas a outras
entidades e fundos, administradas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. Diário Oficial da União,
Brasília, DF, 28 jan. 2019. Seção 1, p. 64. Disponível em
http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=98303. Acesso
em: mai/2019.
97
______. Portaria n.º 420, de 27 de setembro de 2017. Divulga os róis dos percentis de frequência,
gravidade e custo, por Subclasse da Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE 2.0,
calculados em 2017; fixa a data e a forma de disponibilização do resultado do processamento do Fator
Acidentário de Prevenção - FAP em 2017, com vigência para o ano de 2018; e dispõe sobre o
processamento e julgamento das contestações e recursos apresentados pelas empresas em face dos
índices FAP a elas atribuídos. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 28 set. 2017. Seção 1, p. 50.
Disponível em
http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=28/09/2017&jornal=1&pagina=50&total
Arquivos=164. Acesso em: mai/2019.
______. Lei n.º 13.670, de 30 de maio de 2018. Altera as Leis nºs 12.546, de 14 de dezembro de 2011,
quanto à Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta, 8.212, de 24 de julho de 1991, 8.218, de
29 de agosto de 1991, 9.430, de 27 de dezembro de 1996, 10.833, de 29 de dezembro de 2003, 10.865,
de 30 de abril de 2004, e 11.457, de 16 de março de 2007, e o Decreto-Lei nº 1.593, de 21 de dezembro
de 1977. Diário Oficial da União, Brasília, DF - Edição Extra de 30/05/2018. P. 1, col. 1. Disponível em
https://legis.senado.leg.br/norma/26918796/publicacao/26921098. Acesso em: mai/2019.
______. Lei n.º 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Dispõe sobre a legislação tributária federal, as
contribuições para a seguridade social, o processo administrativo de consulta e dá outras providências.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9430.htm. Acesso em: mai/2019.
______. Parecer Normativo CST n.º 114, de 29 de dezembro de 1978. IMPOSTO SOBRE A RENDA
E PROVENTOS MNTPJ – 2.20.04.00 – Lucro da Exploração 2.20.12.00 – Resultados Não
Operacionais. Além dos casos expressamente previstos na legislação, são não operacionais os
resultados decorrentes de alienação, baixa ou liquidação de bens ou direitos integrantes do ativo
permanente da pessoa jurídica. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 11 jan. 1979. Seção 1, p. 0.
Disponível em
http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=80806. Acesso
em: mai/2019.
______. Instrução Normativa RFB n.º 1.881, de 03 de abril de 2019. Altera a Instrução Normativa
RFB nº 1.700, de 14 de março de 2017, que dispõe sobre IRPJ, CSLL, Contribuição para o PIS/Pasep
e Cofins. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 05 abr. 2019. Seção 1, p. 65. Disponível em
http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=99916. Acesso
em: mai/2019.
______. Solução de Consulta COSIT n.º 102, de 17 de agosto de 2018. ASSUNTO: Imposto sobre a
Renda de Pessoa Jurídica – IRPJ EMENTA: SOCIEDADES COOPERATIVAS - ATOS NÃO
COOPERATIVOS – RENDIMENTOS DE APLICAÇÕES FINANCEIRAS - INCIDÊNCIA. ASSUNTO:
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL EMENTA: SOCIEDADES COOPERATIVAS - ATOS
NÃO COOPERATIVOS – RENDIMENTOS DE APLICAÇÕES FINANCEIRAS - INCIDÊNCIA.
Disponível em:
http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=94271. Acesso
em: mai/2019.
______. Instrução Normativa SRF n.º 11, de 21 de fevereiro de 1996. Dispõe sobre a apuração do
imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro das pessoas jurídicas a partir do ano-calendário
de 1996. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 22 fev. 1996. Seção, p. 2856. Disponível em:
http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?idAto=13034&visao=anotado. Acesso
em: mai/2019.
98
______. Instrução Normativa RFB n.º 1.700, de 14 de março de 2017. Dispõe sobre a determinação
e o pagamento do imposto sobre a renda e da contribuição social sobre o lucro líquido das pessoas
jurídicas e disciplina o tratamento tributário da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins no que se
refere às alterações introduzidas pela Lei nº 12.973, de 13 de maio de 2014. Diário Oficial da União,
Brasília, DF, 16 mar. 2017. Seção 1, p. 23. Disponível em:
http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=81268. Acesso
em: mai/2019.
______. Lei n.º 9.532, de 10 de dezembro de 1997. Altera a legislação tributária federal e dá outras
providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9532.htm. Acesso em: mai/2019.
______. Lei n.º 8.981, de 20 de janeiro de 1995. Altera a legislação tributária federal e dá outras
providências. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8981.htm. Acesso em:
mai/2019.
______. Lei n.º 9.718, de 27 de novembro de 1998. Altera a Legislação Tributária Federal. Disponível
em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9718.htm. Acesso em: mai/2019.
______. Lei n.º 12.814, de 16 de maio de 2013. Altera a Lei nº 12.096, de 24 de novembro de 2009,
quanto à autorização para concessão de subvenção econômica em operações de financiamento
destinadas a aquisição e produção de bens de capital e a inovação tecnológica e em projetos de
infraestrutura logística direcionados a obras de rodovias e ferrovias objeto de concessão pelo Governo
federal; altera a Lei nº 11.529, de 22 de outubro de 2007, quanto à concessão de subvenção econômica
em operações destinadas a financiamentos a diferentes setores da economia; altera a Lei nº 12.409,
de 25 de maio de 2011, quanto à concessão de subvenção econômica em financiamentos destinados
a beneficiários localizados em Municípios atingidos por desastres naturais; altera as Leis nºs 12.487,
de 15 de setembro de 2011, 9.718, de 27 de novembro de 1998, e 11.491, de 20 de julho de 2007;
prorroga os prazos previstos nas Leis nºs 12.249, de 11 de junho de 2010, e 11.941, de 27 de maio de
2009. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12814.htm. Acesso
em: mai/2019.
______. Lei n.º 7.689, de 15 de dezembro de 1988. Institui contribuição social sobre o lucro das
pessoas jurídicas e dá outras providências. Disponível em
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7689.htm. Acesso em: mai/2019.
______. Lei n.º 10.865, de 30 de abril de 2004. Dispõe sobre a Contribuição para os Programas de
Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público e a Contribuição para o
Financiamento da Seguridade Social incidentes sobre a importação de bens e serviços e dá outras
providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-
2006/2004/Lei/L10.865.htm. Acesso em: mai/2019.
______. Lei n.º 10.684, de 30 de maio de 2003. Altera a legislação tributária, dispõe sobre
parcelamento de débitos junto à Secretaria da Receita Federal, à Procuradoria-Geral da Fazenda
Nacional e ao Instituto Nacional do Seguro Social e dá outras providências. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.684.htm. Acesso em: mai/2019.
______. Instrução Normativa SRF n.º 635, de 24 de março de 2006. Dispõe sobre a Contribuição
para o PIS/Pasep e a Cofins, cumulativas e não-cumulativas, devidas pelas sociedades cooperativas
em geral. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 17 abr. 2006. Seção , p. 27. Disponível em:
http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=15573. Acesso
em: mai/2019.
______. Instrução Normativa SRF n.º 247, de 21 de novembro de 2002. Dispõe sobre a Contribuição
para o PIS/Pasep e a Cofins, devidas pelas pessoas jurídicas de direito privado em geral. Diário Oficial
99
da União, Brasília, DF, 26 nov. 2002. Seção , p. 47. Disponível em:
http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=15123. Acesso
em: mai/2019.
______. Solução de Consulta COSIT n.º 206, de 16 de novembro de 2018. ASSUNTO:
CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL – COFINS INSTITUIÇÃO DE
EDUCAÇÃO. ISENÇÃO. RECEITA DA ATIVIDADE PRÓPRIA. Disponível em:
http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=97172. Acesso
em: mai/2019
______. Solução de Consulta COSIT n.º 105, de 25 de março de 2019. Assunto: Imposto sobre a
Renda de Pessoa Jurídica – IRPJ e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL. RESTITUIÇÃO.
JUROS SELIC. INCIDÊNCIA. Disponível em:
http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=99738. Acesso
em: mai/2019
______. Medida Provisória n.º 2.158-35, de 24 de agosto de 2001. Altera a legislação das
Contribuições para a Seguridade Social - COFINS, para os Programas de Integração Social e de
Formação do Patrimônio do Servidor Público - PIS/PASEP e do Imposto sobre a Renda, e dá outras
providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/2158-35.htm. Acesso em:
mai/2019.
______. Decreto n.º 4.524, de 17 de dezembro de 2002. Regulamenta a Contribuição para o
PIS/Pasep e a Cofins devidas pelas pessoas jurídicas em geral. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/D4524.htm. Acesso em: mai/2019.
______. Lei n.º 10.676, de 22 de maio de 2003. Dispõe sobre a contribuição para o Programa de
Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público - PIS/PASEP e da Contribuição
para Seguridade Social - COFINS devidas pelas sociedades cooperativas em geral. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.676.htm. Acesso em: mai/2019.
______. Lei n.º 12.546, de 14 de dezembro de 2011. Institui o Regime Especial de Reintegração de
Valores Tributários para as Empresas Exportadoras (Reintegra); dispõe sobre a redução do Imposto
sobre Produtos Industrializados (IPI) à indústria automotiva; altera a incidência das contribuições
previdenciárias devidas pelas empresas que menciona; altera as Leis nº 11.774, de 17 de setembro de
2008, nº 11.033, de 21 de dezembro de 2004, nº 11.196, de 21 de novembro de 2005, nº 10.865, de 30
de abril de 2004, nº 11.508, de 20 de julho de 2007, nº 7.291, de 19 de dezembro de 1984, nº 11.491,
de 20 de junho de 2007, nº 9.782, de 26 de janeiro de 1999, e nº 9.294, de 15 de julho de 1996, e a
Medida Provisória nº 2.199-14, de 24 de agosto de 2001; revoga o art. 1º da Lei nº 11.529, de 22 de
outubro de 2007, e o art. 6º do Decreto-Lei nº 1.593, de 21 de dezembro de 1977, nos termos que
especifica; e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-
2014/2011/Lei/L12546.htm. Acesso em: mai/2019.
______. Parecer Normativo CST n.º 49, de 25 de agosto de 1987. Disponível em:
https://www.normasbrasil.com.br/norma/parecer-normativo-49-1987_92910.html. Acesso em:
mai/2019.
______. Solução de Consulta DISIT/SRRF05 nº 5001, de 28 de janeiro de 2019. Assunto: Imposto
sobre a Renda Retido na Fonte – IRRF. REMUNERAÇÃO DO CAPITAL SOCIAL. JUROS.
COOPERATIVA. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 07 fev. 2019. Seção 1, p. 19. Disponível em:
http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=98533. Acesso
em: mai/2019.
100
______. Solução de Consulta COSIT n.º 18, de 01 de março de 2016. ASSUNTO: NORMAS GERAIS
DE DIREITO TRIBUTÁRIO. EMENTA: ATO COOPERATIVO. DEFINIÇÃO. ASSUNTO:
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO – CSLL. EMENTA: PRESTAÇÃO DE
SERVIÇOS POR COOPERATIVA A NÃO ASSOCIADOS. TRIBUTAÇÃO PELA CSLL. Diário Oficial da
União, Brasília, DF, 30 mar. 2016. Seção 1, p. 25. Disponível em:
http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=72572. Acesso
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CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. ITG 2004 - Entidade Cooperativa. NORMA
BRASILEIRA DE CONTABILIDADE ITG/CFC Nº 2004 DE 24 DE NOVEMBRO DE 2017. Disponível
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CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. Circular nº 694, de 25 de setembro de 2015. Estabelece os
procedimentos referentes a obrigatoriedade de recolhimento do FGTS pelo empregador doméstico e
divulga a versão 2 do Manual de Orientação ao Empregador – Recolhimentos Mensais e Rescisórios
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circulares-caixa-fgts2015/CIRCULAR_CAIXA_694_2015.pdf. Acesso em: mai/2019.
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Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social. Receita Federal do Brasil, por Subsecretaria de Arrecadação e Atendimento — publicado 22/05/2015 14h44, última modificação 08/02/2018 16h06. Disponível em: http://receita.economia.gov.br/orientacao/tributaria/declaracoes-e-demonstrativos/gfip-sefip-guia-do-fgts-e-informacoes-a-previdencia-social-1. Acesso em: mai/2019.