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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA Manutenção da capacidade da produção em um setor de embalagem através da metodologia TPM. CARINA ALINE PRADO Lorena 2015

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA

Manutenção da capacidade da produção em um setor de

embalagem através da metodologia TPM.

CARINA ALINE PRADO

Lorena

2015

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CARINA ALINE PRADO

Manutenção da capacidade da produção em um setor de

embalagem através da metodologia TPM.

Trabalho de Graduação apresentado à Escola de Engenharia de Lorena da Universidade de São Paulo para obtenção de título de Engenheiro Químico.

Orientador: Prof. Dr. Eduardo Ferro dos Santos.

Lorena

2015

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AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIOCONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE

Ficha catalográfica elaborada pelo Sistema Automatizadoda Escola de Engenharia de Lorena,

com os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

Prado, Carina Aline Manutenção da capacidade da produção em um setor deembalagem através da metodologia TPM. / Carina Aline Prado; orientador Dr. Eduardo Ferro dos Santos. -Lorena, 2015. 57 p.

Monografia apresentada como requisito parcialpara a conclusão de Graduação do Curso de EngenhariaQuímica - Escola de Engenharia de Lorena daUniversidade de São Paulo. 2015Orientador: Dr. Eduardo Ferro dos Santos

1. Produção enxuta. 2. Total produção manufatura.3. Defeitos. I. Título. II. Santos, Dr. EduardoFerro dos , orient.

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AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE

TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA

FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADO A FONTE.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço a Deus por permitir a finalização desse trabalho.

Agradeço à Universidade de São Paulo por contribuir com grandes professores para

me ensinarem tudo sobre engenharia.

Aos meus pais Hélio José do Prado e Maria Aparecida Gomes Prado, pelo

apoio e estimulo para conclusão desse trabalho.

Agradeço à toda minha familia, amigos e ao meu namorado Uilians Jairo Ventura Jr.

pelo companheirismo durante o desenvolvimento de todo trabalho.

Agradeço à Indústria Farmacêutica que contribuiu para que os estudos se

realisasem. Agradeço ao meu professor e orientador Dr. Eduardo Ferro dos Santos,

pela paciência e ensinamentos aprendidos durante este trabalho.

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RESUMO

O processo de embalagem de medicamentos na indústria farmacêutica

contém diferentes etapas. Há diversos tamanhos de comprimidos, diferentes tipos de

frascos, e também há diversidade na apresentação dos itens. Diferentes

configurações de blísteres (cartela de alumínio onde são embalados comprimidos).

Isso traz uma complexidade em seus processos, sendo caracterizado por diversos

ajustes. Existe um grande número de paradas por defeitos de embalagem ao longo

do fluxo, por isso foi necessário identificar as oportunidades de melhoria. A

metodologia TPM – Manutenção Produtiva Total tem como objetivo eliminar

desperdícios ao longo da cadeia produtiva e permitir um produto com maior

qualidade, confiabilidade e lucratividade. O objetivo deste trabalho foi de reduzir o

número de perdas no processo de embalagem de medicamentos através da

aplicação do TPM, visando à redução de estoques intermediários, a maior

autonomia dos operadores e aumento da flexibilidade da produção, buscando

alternativas para tornar o fluxo mais enxuto e com menor número de paradas devido

ao material. Além destas melhorias, foi realizado também um estudo de viabilidade

econômica e técnica da aplicação proposta. Nesse trabalho foram levantados os

tipos de defeitos que as embalagens apresentam, e foram propostas melhorias para

que aumente a flexibilidade da produção.

PALAVRAS-CHAVE: Produção enxuta, total perfeição de manufatura, redução de

defeitos.

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ABSTRACT

The process of packing of drugs in the pharmaceutical industry contains

different steps. There are different sizes of tablets, different types of bottles, and

there are differences in the presentation of items different types of blister (tablets of

blister), this causes a process complexity, characterized by different adjustments.

There are a large number of stops because of defects through the process

packaging, so it is evident appearance of opportunities for improvement. The TPM

methodology - Total Productive Maintence aims to eliminate waste throughout the

supply chain and allow a product with higher quality, reliability and things if smaller

coast. The objective of this work was to decrease the number of losses by applying

this methodology in a pharmaceutical industry, specifically in the packaging section,

aiming at the reduction of intermediate stocks, majority autonomy for operators and

increase flexibility production, searching alternatives to become the leaner and with

less number of stops due to the material flow. Of defects which the package show,

and this work proposed improvements to raise production flexibility.

KEYWORDS: Total productive maintence, methodology, packing.

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LISTAS DE FIGURAS

Figura 1- Os Oito Pilares do TPM ............................................................................. 18

Figura 2- As 12 etapas do TPM ................................................................................. 21

Figura 3- Esquema de análise da linha de tempo para trazer recursos ................... 30

Figura 4- Imagem ilustrativa da linha de embalagem de remédios ........................... 32

Figura 5- Representação de embalagens de Frascos e Tampas .............................. 37

Figura 6- Representação de embalagem de Frascos e Tampas ............................... 37

Figura 7- Embalagens de Rótulos e Caixas de Embarque ........................................ 38

Figura 8- Defeito em linha de tampas com diâmetro irregular .................................. 39

Figura 9- Gráfico relacionado a não conformidades nos frascos .............................. 45

Figura 10- Esquema representativo da parede da Caixa de Embarque .................... 48

Figura 11- Gráfico do crescimento do índice de produtividade ................................. 52

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LISTAS DE QUADROS

Quadro 1- Quadro Informativo das Novas Responsabilidades das áreas ................ 34

Quadro 2- Quadro de Informações a respeito de Perdas no Processo ..................... 34

Quadro 3- Esquema de análise da linha de tempo para trazer recursos .................. 35

Quadro 4- Quadro de Perdas da Linha produtiva ...................................................... 38

Quadro 5- Programa de Instrução ao Operador ........................................................ 39

Quadro 6- Defeito de Embalagens Secundárias ....................................................... 41

Quadro 7- Quadro de Captura de Dados da área de envase de cosméticos ............ 42

Quadro 8- Quadro de Captura de Defeitos de Embalagens ...................................... 43

Quadro 9- Relatórios de Defeitos ............................................................................. 44

Quadro 10- Os Tipos de Ondas de caixas de embarque ......................................... 48

Quadro 11- Quadro de Indicadores referentes a Paradas ......................................... 50

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LISTA DE SIGLAS:

TPM - Total Perfeição na Manufatura

RTO - Rótulo

FRO - Frasco

CX EM - Caixa de Embarque

JIPE - Japan Institute of Plant Maintence

SEG - Segurança e Meio Ambiente

MANUT - Manutenção da Qualidade

LPP - Lição Ponto a Ponto

PET - Polietileno

PVC - Poli Cloreto de Vinila

KRAFT - Material para confecção de caixas de embarque.

RECAL - Site de Reclamações

OEE - Eficiência Geral de Equipamento

BP15 - Planejamento para ano de 2015

SITE - Indústria Farmacêutica de Cosméticos

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 12

1.1. Justificativa ........................................................................................... 13

1.2. Objetivos .............................................................................................. 14

1.3.1.Gerais ........................................................................................... 14

1.3.2. Específicos .................................................................................. 14

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................................... 15

2.1. A Ferramenta de Melhoria Continua TPM ............................................ 15

2.2. Histórico ............................................................................................... 16

2.3. Pilares do TPM ..................................................................................... 17

2.4. Implantação do TPM ............................................................................ 21

2.5. TPM e Setor de Embalagens ............................................................... 24

3. METODOLOGIA DA PESQUISA ................................................................... 27

4. PROCESSO DE EMBALAGEM ..................................................................... 31

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................... 33

5.1. Implantação da Ferramenta TPM ......................................................... 33

5.2. Estudo de Perdas ................................................................................. 35

5.3. Utilização da Ferramenta TPM na Área de Embalagem ...................... 36

5.4. Defeitos de Embalagem Secundária .................................................... 40

5.5. Captura de Dados ................................................................................ 41

5.6. Metas Estabelecidas ............................................................................ 45

5.7. Plano de Ação ...................................................................................... 46

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5.8. Consolidação da Ferramenta ............................................................... 49

6. CONCLUSÃO ................................................................................................. 53

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 54

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1. INTRODUÇÃO

As indústrias japonesas sempre trabalharam com manutenção corretiva até

1950, quando foi introduzida a ideia da manutenção preventiva. Aonde a

manutenção vem antes da falha das máquinas.

O TPM (Manutenção Produtiva Total) é uma ferramenta de melhoria

continua com o objetivo de beneficiar o rendimento da empresa, quanto aos seus

materiais (máquinas, equipamentos, ferramentas, matéria-prima, produtos) e tem a

função de aprimorar a capacitação pessoal dos funcionários. A meta a ser alcançada

é o maior rendimento da linha produtiva (IMAI, 2000).

O processo de embalagem na indústria farmacêutica contém várias etapas

de mudança em seu desenvolvimento. As diferenças estão nos tamanhos de

comprimidos, no formato de frascos, e também na apresentação dos itens (como o

tamanho de blísteres, diferentes cartuchos e número de comprimidos por blister).

Isso faz com que cada processo contenha uma distinção em seus ajustes. Há um

acúmulo de embalagens ao longo do fluxo o que é inevitável, devido ao número de

ajustes, o que traz enumeras perdas.

TPM é uma ferramenta com a qual é possível identificar e eliminar perdas

em qualquer processo produtivo. Assim é viável para a indústria usa-la e garantir a

qualidade em seu processo de produção. (SENA, 2012).

A metodologia TPM tem o intuito de eliminar desperdícios e reduzir perdas.

Porém ela deve ser aplicada corretamente, visando aumentar a produtividade pelas

grandes organizações mundiais. Tendo em vista sua inovação e mudança de cultura

no sistema produtivo que pode gerar grandes benefícios à organização, seja qual for

o ramo de atuação. (PAULINO, 2012).

Este trabalho foi elaborado com o objetivo de diminuir o número de

desperdícios causados por ajustes indevidos relacionados a embalagens dos

cosméticos.

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1.2- JUSTIFICATIVA

A maior justificativa para a implantação do Total Perfeição na Manufatura em

uma indústria farmacêutica está interligada ao aumento dos números de produtos

que são lançados ao mercado, pois com isso a fábrica engloba uma maior

quantidade de processos, o que contribui para o avanço na complexidade dos

ajustes nas linhas produtivas. Isso mostra a necessidade de um trabalho que foque

na redução de paradas em máquinas e que ao mesmo tempo contribua para garantir

a qualidade do produto.

Dessa forma, é possível utilizar o TPM para resolver todos os problemas

encontrados, além de poder controlar a entrada e saída de material, deixa de gerar

grandes estoques, pois o TPM tem o objetivo de reduzir o número de defeitos e de

fazer com que os clientes recebam seus pedidos na data exata previamente

determinada.

O sucesso da implantação depende fundamentalmente do desempenho dos

colaboradores que indicam os defeitos de embalagens em sua linha de produção e

sugerem inovações para melhorar o processo, promovendo assim uma ação que os

interligue ao desenvolvimento do TPM. Isso facilita o trabalho de melhoria continua,

pois os novos treinamentos são feitos pelos próprios operadores e são relacionados

à suas funções de rotinas (os ajustes). Isso é de grande importância, pois com as

novas práticas irão diminuir o número de paradas, o que contribui para produzir de

acordo com a programação da fabrica é atingindo as metas estabelecidas e evitando

todo o retrabalho com as embalagens, que podem apresentar não conformidades.

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1.3 OBJETIVOS

1.3.1. GERAL

Este trabalho tem como objetivo descrever a implantação da metodologia

TPM na área de embalagens em uma indústria farmacêutica, demonstrando as

etapas necessárias e os resultados obtidos.

1.3.2. ESPECÍFICOS

Além do objetivo geral, esse trabalho também tem o intuito de:

o Estudar a análise das principais causas de paradas em máquina no

setor de embalagens da indústria farmacêutica.

o Eliminar os principais defeitos de embalagem do setor de cosméticos

da empresa farmacêutica.

o Investigar as perdas reais de um processo de embalagens da indústria

em questão.

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1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. A FERRAMENTA DE MELHORIA CONTINUA TPM

O Total Productive Maintenance ou Manutenção Produtiva Total (TPM) visa

principalmente maximizar o processo produtivo ao resgatar as condições básicas do

equipamento e, a partir disso, evitar perdas identificadas no processo para garantir a

sua confiabilidade. A essa técnica sugere-se o desenvolvimento de trabalhadores

capazes de doar o seu conhecimento para reeducar as pessoas da área com a

finalidade de desenvolver ações de prevenção e de melhoria continua, (IMAI, 2000).

Segundo Sakaguchi (2001), as atividades valiosas do TPM têm sido

importantes para eliminar os fatores que aumentem o custo e que impossibilitam os

baixos preços dos produtos e, consequentemente, impedem o lucro. Neste sentido,

o TPM vem sendo uma indispensável sistemática para a criação de práticas para um

sistema lucrativo.

Assim, para investigar as perdas reais de um processo, devem-se observar

alguns indicadores como tamanho do estoque, índice de utilização do material em

processo e o quanto é utilizado de embalagem na linha de produção. Devem-se

observar os índices de qualidade dos produtos gerados.

Em boas empresas são considerados alguns dos princípios aplicados ao

TPM para a avaliação das principais perdas da produção. Ao tocar à gestão de

ativos industriais, o TPM ganhou sinônimos contínuos como a “Perda Zero” e o

“Defeito Zero”, devido à eliminação de desperdícios, ao aumento do índice de

qualidade e produtividade e também pela busca do “Acidente Zero” (SUZUKI, 1994).

As maiores perdas são aquelas pouco analisadas. Elas estão ligadas ao

processo de retrabalhos, manutenção, problemas operacionais, gastos com energia

desnecessária, perdas de produtos de embalagens na linha de envase. Se for

analisada de forma sistêmica, a soma de todas elas gera um volume de capital, o

qual poderia ser investido em outra área. A manufatura enxuta tem como base, um

planejamento para sua tomada de decisão. Assim, deve-se estudar o processo (da

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tomada de decisão) juntamente com o conhecimento de todas as variáveis

envolvidas, que são expostas por um gráfico de fluxo de valor, ferramenta base da

manufatura. Também é importante estudar o planejamento da produção com toda a

demanda, pois está se relacionada ao TPM corretamente, serão eliminados todos os

desperdícios (ROLDAN, MIYAKE, 2004).

MONTEIRO (2005), destaca as perdas por potencial humano que não é

utilizado adequadamente, ou por sistemas ultrapassados e todas as outras formas

de desperdício como a eliminação de poluição; design errado e informação

desnecessária.

2.2. HISTÓRICO

Nos Estados Unidos da América nos finais dos anos quarenta a

Manutenção Produtiva teve inicio. Este conceito de técnicas de manutenção

preventiva foi desenvolvido de forma sistemática para melhorar a confiabilidade dos

equipamentos. A Manutenção Produtiva Total (TPM) aplicada pelos norte americano

não é mais do que um conceito melhorado e ajustado do modelo Japonês, porém foi

levado ao ambiente industrial. Um grupo de vinte empresários Japoneses, no ano de

1953, fez uma investigação, deslocaram-se aos Estados Unidos da América em para

observar a “Manutenção Produtiva Americana”. Surgindo à criação do Japan Institute

of Plant Engineers (JIPE), anterior ao Japan Institute of Plant Maintenance, criado

em 1969. A empresa fornecedora de componentes à Toyota (Nippondenso) foi a

primeira a introduzir a manutenção preventiva, no Japão sendo introduzida a técnica

aos equipamentos das suas linhas de produção (MURÇA, 2012).

A ferramenta TPM é uma filosofia ou uma forma de pensar da manutenção.

Assim como Willmott e Mccarth (2001) dizem ela traz um novo conceito de como

manter de forma adequada uma instalação ou um equipamento. O TPM através de

uma gestão é possível de identificar e eliminar perdas existentes nos processos

produtivos, assim maximiza a produção industrial e garante a geração de produtos

de alta qualidade com maior competitividade e a custos menores. Para promover o

bom uso dos equipamentos e aumentar a capacidade dos processos, são

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desenvolvidos novos conhecimentos capazes de tornar as pessoas motivadas a

ações de prevenção e melhoria contínua, isso tudo sem prever novos investimentos.

Assim, para o autor Ribeiro (2007), ao traduzir TPM para a língua inglesa

Total Productive Maintenance:

Total – quer dizer que o objetivo é eliminar todos os acidentes,

defeitos e desperdícios assim todos os colaboradores são envolvidos

em todas as atividades.

Productive – as falhas são minimizadas para a produção.

Maintenance – manter os equipamentos em boa condição com

reparos e limpeza. Com estes procedimentos será aumentado o

índice de produtividade e a satisfação no trabalho dos colaboradores.

As maiores perdas são as pouco analisadas. Elas estão ligadas a processo

de retrabalhos, manutenção, indisponibilidade operacional, gastos com energia,

perdas de embalagens no procedimento. Se for analisada de forma detalhada, a

soma desses fatores equivale a uma perda de investimento.

Os tempos de parada são planejados para a manutenção. Assim pretende-

se transformar ou reduzir ao mínimo possível à manutenção de urgência, ou

manutenção corretiva (RIBEIRO, 2007).

Para proceder-se à manutenção dos equipamentos é feito um acordo com o

processo produtivo e em conjunto encontra-se o tempo ideal para interromper a

produção. Ao ser implantado o TPM, primeiro deve-se providenciar aos

trabalhadores uma boa formação, tanto na área da manutenção como na área

produtiva, para trabalhar com a ferramenta é importante envolver todos e manter um

diálogo entre eles. Os operadores podem descrever todas as anormalidades, pois os

melhores conhecedores dos equipamentos são eles, e são os quais podem prever

os defeitos muito antes de acontecerem (NAKAJIMA, 1989).

A indústria evita gastos desnecessários, com a aplicação da ferramenta TPM

é possível melhorar a qualidade dos processos, reduzir custos e produzir maior

quantidade em menor tempo. Assim os produtos entregues aos clientes não contêm

defeitos (MURÇA, 2012).

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2.3. PILARES DO TPM

Segundo Sobral (2011), a filosofia TPM é desenvolvida e suportada por

atividades que podem ser representados por oito pilares. Cada pilar é inserido num

sistema de gestão integrado, conforme a Figura 1.

Figura 1 – Os oitos pilares do TPM

Fonte: SOBRAL (2011, p.12)

Pilar 1 – Educação e Treinamento – É o mais importante, pois se os

operadores não estiverem em constante aprendizagem o trabalho não será

eficiente. O pilar tem como objetivo aperfeiçoar a habilidade de todos os

operadores para que possam contribuir na melhoria continua da organização.

É utilizada a técnica do LPP (Lição Ponto a Ponto) e a matriz de habilidades.

O LPP é feito pelos trabalhadores para transmitir o conhecimento de cada um

sobre um ponto específico a outro colaborador no próprio local de trabalho, de

uma forma clara, rápida e o mais prático possível. O ideal para esta

ferramenta não é treinar o trabalhador que não tem formação, mas partilhar

importantes conhecimentos ou detalhes sobre a regulagem do equipamento

ou o desenvolvimento de um processo (SOBRAL, 2011).

Pilar 2 – Manutenção Autónoma – Ao organizar os trabalhadores em

pequenos grupos eles se tornam responsáveis por um equipamento e terão a

função de cuidar dos mesmos, identificar perdas e implantar melhorias. Ao

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realizar atividades de limpeza, inspeção e lubrificação os funcionários se

desenvolvem e sentem-se mais autônomos (MURÇA, 2012). Os operadores

ao serem capacitados podem se responsabilizar por reajustes pequenos em

seu setor. Ao decorrer do tempo as maiores perdas são identificadas pelos

próprios, os quais sugerem melhorias para que ocorra uma redução no tempo

morto e o índice de produtividade aumente.

Pilar 3 - Manutenção Planejada – O intuito desse pilar é obter esforços de

realizar algo para antecipar o problema. A manutenção planeada tem a

postura de reagir antes do dano sofrido pela máquina (GODINHO e

FERNANDES, 2005). Ao aplicar a cada equipamento a manutenção correta, o

resultado é de obter “zero defeito”. A melhora na produção, o fato de reduzir

os custos e obter peças de reserva com disponibilidade para algum infortúnio

são consequências da aplicação da manutenção correta. Os operadores

serão treinados pelos lideres de área, eles também irão atuar nas pequenas

ações de manutenção preventiva. Deve-se incluir o fator de degradação e a

melhoria de pontos fracos na avaliação previa dos equipamentos. Para reter o

número de recursos adequados, há um sistema com informações onde se

prepara as paradas para cada equipamento, cumprindo programas e

remanejando os insumos necessários (materiais e humanos). Os recursos,

momentos de paradas, custos e outros indicadores e todas as ações deverão

estar sujeitas a um ciclo de controle (SOBRAL, 2011).

Pilar 4 - Melhorias específicas – O objetivo é diagnosticar e agir de forma que

toda perda seja tratada. São constituídos grupos de trabalho para evitar o

grande número de reprocesso de um equipamento ou trabalho (produtivo ou

administrativo), deve-se agir para que todas as perdas sejam tratadas

sistemáticamente até que a mesma seja extinta. São verificadas as etapas

com maiores gastos de tempo e recursos e, se necessário é consultada a

ajuda de especialistas (equipe multidisciplinar) para identificar os defeitos. O

formulário de perdas é a ferramenta mais utilizada neste pilar. Ao verificar o

estado atual, como estão os problemas, deve-se traçar uma meta para que a

perda não aconteça, e pode planejar uma ação e executá-la (MURÇA, 2012).

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Pilar 5 – Segurança e Meio Ambiente – Nesse caso o objetivo é ter ações que

são centradas nos próprios operadores, para a prevenção de acidentes, e

para cuidar do ambiente. As atividades devem eliminar atos inseguros. As

condições de risco para as pessoas referem-se a questões físicas que gere

acidentes. À falta de proteções pode estar relacionada aos equipamentos,

sensores de proteção danificados o que torna um ambiente de risco aos

operadores da máquina. Tudo isso pode ser eliminado através de reparações

ou melhorias. O não cumprimento de regras ou normas geram as ações

inseguras (ex. trabalhador desliga um sensor de segurança). Atos esses que

devem ser identificados, as melhorias desenvolvidas baseiam-se em

programas de consciencialização e distribuição de informação. Sendo uma

das tarefas dos grupos de trabalho.

Pilar 6 – Manutenção da qualidade – Nesse pilar são realizadas ações que

encontram os defeitos e os eliminam. Assim ao trabalhar nas condições

corretas, os equipamentos operam de forma eficiente, o que melhora a

qualidade dos produtos. As garantias para priorizar a qualidade dos produtos

no processo produtivo estão em primeiro investigar o equipamento e depois

eliminar a causa da sua perda, para só assim atingir a meta “zero defeitos”. A

garantia da qualidade responde por eliminar as reclamações nos processos,

sabendo a relação das peças com os problemas dos equipamentos

(regulagem, peça, ferramenta) define-se um plano de ação (SOBRAL, et. al.,

2011).

Pilar 7 – Controle inicial – São necessárias, algumas análises para identificar

as perdas nos processos produtivos. Nos projetos, antes dos mesmos serem

colocados em pratica, a manutenção é simples e de baixo custo. Assim, deve-

se analisar a facilidade das operações e se não geram rejeitos. O pilar

designado por “Controle inicial” eleva o poder de resposta ao mercado, e

aumenta ao cliente a concepção de novos produtos (MURÇA, 2012). Devem

ser estudadas as empresas que fazem produtos de consumo rápido, pois seu

ciclo é menor tendo uma resposta maior na implantação da ferramenta, assim

é analisado todo o ciclo de vida dos equipamentos e integrada a novas

tecnologias de modo que essas novas instalações podem favorecer o menor

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custo na produção. Os equipamentos são analisados nas seguintes fases:

Especificação; Projeto; Fabricação; Instalação; Teste; Operação; Substituição;

Pilar 8 – Gestão Administrativa – Além de eliminar as perdas no tempo de

projeto administrativo o objetivo também será melhorar a eficiência do

processo. O TPM pode ser realizado de forma rápida na área administrativa,

assim ele deve ser feito com maior qualidade. A área deve ser dividida em

pequenos grupos de trabalho para facilitar o processo, a missão de cada

grupo é definir quais as atividades e a forma de medir a sua eficiência e

perdas. As doze maiores perdas será analisada e se possível eliminadas. As

doze maiores perdas administrativas são no processamento; econômicas

(custos), contabilidade, marketing; na comunicação; espera; no início de cada

atividade; falta de precisão; ineficiência dos equipamentos de escritório

(computador, impressoras); quebra nos canais de comunicação (telefone, fax,

mail, etc.); tempo gasto para encontrar a informação; indisponibilidade de

material de escritório; queixa dos clientes por existir uma logística ineficiente;

despesas de compras urgentes. (MURÇA, 2012).

2.4. IMPLANTAÇÃO DO TPM

A implantação da filosofia TPM numa organização engloba doze etapas

(Figura 2), divididas por quatro fases. Dentre os vários estágios, do TPM a etapa de

preparação é a de maior importância para o sucesso do processo de implantação da

filosofia. É onde se realiza o planejamento de toda a estratégia e se define a

estrutura para obter o comprometimento de todos. As fases da implantação do TPM

são:

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Figura 2 – As 12 etapas do TPM

Fonte: Adaptado de SOBRAL (2011, p 34)

As etapas são:

1ª Etapa - Declarar a intenção de introduzir a filosofia TPM: Quando a

iniciativa parte de outros níveis hierárquicos o sucesso ou o fracasso

da filosofia TPM está ligado à escala da determinação dos

administradores da empresa, normalmente o resultado é uma limitação

da abrangência das iniciativas, uma vez que mudará a forma de

trabalho das pessoas (ou até a própria estrutura da organização)

(GOLDRATT, 1997).

2ª Etapa – Forma de introduzir a filosofia TPM: Primeiro é preciso

capacitar os operadores que serão responsáveis pelos processos de

planejamento e por coordenar a implantação da filosofia TPM. Por

questões de prioridade os cursos de formação deverão ser

abrangentes, mas não intensos, ter diferenciados conteúdos,

adequados ao nível de cada função dos operadores. A ideia é dar uma

visão geral de toda a metodologia, e permitir que cada operador possa

conduzir a primeira fase da implantação. Os níveis de formação inicial

são normalmente os cargos mais altos como: Diretores e gestores;

Supervisores do processo inicial (facilitadores) e membros das equipes

de implantação. Assim poderá à medida que os trabalhos forem

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evoluindo ser estabelecidas parcerias com empresas especializadas

em TPM para ajudar em determinados pontos específicos da

consolidação dessa ferramenta.

3ª Etapa – A elaboração de uma estrutura para iniciar a filosofia TPM:

Devem-se criar oito subcomissões e uma secretaria para dirigir o

programa dentro da organização. Assim alguém será eleito o

responsável pelo TPM. Serão formadas as subcomissões, nas quais as

equipes designadas para implantar a filosofia deverão ser constituídas

por pessoas da área produtiva sendo que cada pilar é de

responsabilidade de uma pessoa da supervisão. O que dificulta a

implantação, um dos erros mais comuns, é criar uma estrutura paralela

dedicada ao TPM nesta fase inicial. Deve-se entender que o programa

é como uma nova cultura da organização. O objetivo desta etapa é

criar uma estrutura para promover o TPM, e juntar a estrutura vertical

com a horizontal da indústria (MURÇA, 2012).

4ª Etapa - Determinar as diretrizes, indicadores e metas: “Se não

sabemos onde queremos chegar, qualquer caminho leva a algum

lugar” (SOBRAL, 2011). A administração logo quer começar a implantar

a filosofia TPM no setor, porém é um equivoco, pois a produção e a

manutenção deve fazer um planejamento prévio para definir os

objetivos de forma clara. As diretrizes do TPM serão as próprias regras

da organização. Devem-se definir os objetivos de cada uma das

atividades (grupos de trabalho) dos oito pilares e não olhar só para a

manutenção. O planejamento estratégico da organização precisa estar

alinhado ao resultado esperado com a consolidação da filosofia TPM e

deverá ser coerente (SOBRAL, 2011).

5ª Etapa - Elaborar o plano para implantar a filosofia TPM: “Vários

caminhos podem levar ao mesmo lugar” (SOBRAL, 2011). Essa é a

etapa mais indicada por alguns autores, pois é preparado um plano

direcional (master plan), nela são definidas as metas da etapa anterior

e as atividades e os recursos necessários para atingi-las. O tempo de

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implantação depende muito da empresa e do apoio dado nesta

atividade. A filosofia TPM deverá ser implantada como sendo um

processo autossustentável, porém o desconhecimento dos obstáculos

que surgem, faz com que ocorra uma desmotivação dos trabalhadores,

acontecendo que nesta fase parte dos recursos economizados com a

redução das perdas seja revertida para a própria melhoria do processo

de implantação (DENNIS, 2008).

6ª Etapa - Início do Programa TPM: Nessa etapa ocorre uma reunião

onde é apresentado todo o planejamento realizado anteriormente. São

estipulados os objetivos e demostrados os resultados de um projeto-

piloto. No qual já é encontrado algum ganho referente às metas do

TPM. Através deste projeto-piloto já foram desenvolvidas muitas

atividades interessantes, algumas dificuldades sentidas e alguns

resultados alcançados. Toda esta informação será utilizada na

expansão horizontal da filosofia TPM (MURÇA, 2012).

7ª Etapa - Melhoria do processo produtivo: Começou a implantação do

TPM, é verificado se há uma expansão da filosofia a todos os setores

da organização. As atividades são desenvolvidas ao mesmo tempo, os

quatro pilares (Melhorias específicas; Manutenção planeada;

Manutenção autônoma; Educação e Treino) são considerados

prioritários na ótica do desempenho do processo produtivo e da

melhoria (GOLDRATT, 1997).

8ª Etapa - Sistema de preservação da segurança e do meio ambiente:

Nesta etapa as atividades são implantadas com atenção às normas de

higiene e meio ambiente. O nível de responsabilidade com os

equipamentos e funcionários da manutenção, é agora maior,

aumentando também a exposição aos perigos e consequentemente o

risco de acidente. Nesta etapa necessita especial atenção às normas

de segurança. Assim os indicadores de desempenho estão

relacionados a cada área.

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9ª Etapa a 12ª Etapa - Consolidação do TPM: Os valores reconhecidos

pelos clientes é um dos principais objetivos a ser atingido nesse

estagio. Assim o chamado “zero defeitos” esta relacionado às

atividades de consolidação, onde a eliminação de defeitos e a

manutenção da qualidade dependem não só da precisão dos

equipamentos como da atividade dos operadores. Para alcançar a

meta devem-se contabilizar as falhas do setor e implantar todas as

melhorias. Todas as perdas devem ser eliminadas, ficando apenas as

remanescentes as quais são difíceis de tratar (IMAI, 2000).

2.5. TPM E O SETOR DE EMBALAGENS

O cenário industrial farmacêutico torna-se mais competitivo, devido

principalmente à criação dos genéricos, e com a preocupação de aumentar seus

ganhos e sobreviver no mercado, são procurados métodos para melhorar o índice de

produção. Assim, para reduzir os custos, não basta apenas aumentar a

produtividade e sim é preciso eliminar as perdas de processo. Os recursos do TPM

tratam de minimizar o que há de excesso. Porém se existirem constantemente falhas

nos equipamentos, a estratégia da empresa estará cada vez mais com declínios

produtivos.

Hoje em dia, encontram-se nesse ramo grandes mudanças, pois em muitos

casos há fusões e compras entre empresas. Estas fusões são resultado da

saturação do ramo dos medicamentos, que já não cresce tanto como nos anos

anteriores. Com isto, as maiores empresas e líderes de vendas acabam englobando

os menores, aumentando assim a sua participação no mercado.

O desafio da indústria farmacêutica está em adaptar e implantar ferramentas

que originaram em outras indústrias como a de manufatura, sem deixar de cumprir

as normas sanitárias. Assim para atender as reais necessidades de seus

consumidores não são permitidas perdas geradas de defeitos de material ou do mau

uso de equipamentos. Portanto é de extrema importância para a sobrevivência das

empresas a manutenção do sistema de produção para evitar esses desperdícios.

Por isso vários grupos no momento faz uso da Manutenção Produtiva Total.

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É importante destacar que o risco de mudar os processos e deixar de

atender as boas práticas não é mais um problema. Vale esclarecer que o objetivo do

trabalho não se relaciona a alterações de fórmulas, ou de métodos de análise, ou

outra mudança qualquer que gere um grande impacto na segurança e qualidade dos

medicamentos. Aqui as modificações são para aperfeiçoar os processos produtivos

tornando‐os sem grandes paradas. As mudanças que vão ser implantadas trazem

melhorias principalmente nas atividades, que se relacionam aos operadores, as

quais irão tornar seu trabalho mais estável, seguro e fácil.

A Manutenção Produtiva Total se torna uma ferramenta importante para as

empresas. Esta metodologia ao ser aplicado na indústria traz retornos, como

melhoria na qualidade do produto, redução de desperdícios (retrabalho) e

organização nas instalações. Além disso, desenvolve conhecimentos capazes de

reeducar as pessoas para ações de prevenção e melhoria contínua (OHNO, 1997).

As etapas nos processos de fabricação farmacêutica não são similares. A

desigualdade no tamanho dos comprimidos, ou a variação de frascos, a divergência

nos tipos de blísteres (devido à quantidade de comprimidos por cartela), faz com que

as trocas de processos sejam complexas no sentido de ter diferentes ajustes. O

tempo de troca e os estoques ao longo do fluxo são pontos críticos nas linhas de

embalagens de fármacos. É importante destacar que nesse procedimento o fato de

algumas máquinas serem compartilhadas por diversos produtos, também é um

ponto o qual foi desenvolvido.

Ao ser utilizada a ferramenta TPM é possível estudar os planos estratégicos

traçados na empresa (DENNIS, 2008); tais como o aumento no giro do estoque,

disponibilização de produtos, cumprimento de prazos com o cliente e realização do

Budget de produtos (orçamento de vendas previstas para a indústria). Esses planos

são o que traz uma maior competência à empresa.

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3. METODOLOGIA DA PESQUISA

Foi utilizada nesse trabalho a metodologia do estudo de caso, para recolher

todos os dados referentes aos defeitos de embalagem encontrados em linha de

produção. Assim foi possível identificar as causas e preveni-las. Após ser utilizada a

ferramenta do TPM foi realizado um gráfico com o intuito de mostrar o quanto foi

possível melhorar o índice de produção das linhas de envase da indústria

farmacêutica.

O estudo de caso é um método de abordar e investigar adequadamente

quando é procurado entender, compreender ou analisar contextos complexos, nos

quais são envolvidos mais de um fator. Essa abordagem se adapta a investigar e

confrontar situações as quais não são simples, de tal maneira que as variáveis

importantes são consideradas difíceis complexas. De maneira essa sua identificação

não se torna fácil. O investigador procura respostas de “como?”, “por quê?” , quando

o objetivo é analisar o fenômeno que é anterior a situação global, e entender sua

dinâmica (COUTINHO, 2003).

O método em questão é uma investigação que se assume como particular,

isto é, que se debruça deliberadamente sobre uma situação específica que supõe

ser única, pelo menos em certos aspectos, se procura descobrir o que há de

essencial e característico e, desse modo, contribui para a compreensão global de

certo fenômeno de interesse (PONTE, et al, 2006).

Também pode ser definido o estudo de caso como um problema que

reproduz questionamentos, as incertezas e oportunidades de um contexto

empresarial que dissipa a necessidade de tomada de decisão. O processo de

chegar a uma decisão, por meio da análise e discussão das informações expostas

no estudo, promove o raciocínio crítico e argumentativo (BELL, 1984).

Assim, fica evidente que o estudo de caso para Coutinho (2003) se trata o

problema com base nas suas características e com base em um conjunto de

informações associadas ao problema. Para Ponte (1991) o estudo de caso é um

conjunto de métodos de pesquisa que desenvolve a interação do indivíduo com os

fatos e eventos. Por outro lado, para Bell (1984), esse método de estudo é

especifico para estudos de campos, investigações de eventos de uma organização.

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No estudo de caso deve ser realizado em uma perspectiva única da

empresa, em que a observação (da área de embalagens) desta situação específica

analisa o fenômeno dentro da sua realidade.

O mesmo pode ser usado para determinar fenômenos que ocorrem dentro

de uma empresa. É utilizado como ferramenta de melhoria, onde é necessário fazer

uma análise dos assuntos discutidos e ver se a experiência real condiz com o plano

de ação determinado. Nesse contexto industrial, se procurou em entender como o

fenômeno ocorria e onde uma análise sem uma experiência real seria empregada. O

estudo do setor de embalagens estava nesse contexto, pois fazia parte do

desenvolvimento desta filosofia enxuta, o fato de ser realizados estudos com dados

reais.

A vantagem do estudo de caso é ser um trabalho mais especifico com o qual

pode ser comparados resultados com experiências teóricas e o foco está nos

esforços do operário o qual tem oportunidades para desenvolver-se e criar com a

pesquisa. Em situações improvisadas é onde o estudo se torna mais rico (Yin-

2005). Dessa maneira o estudo de caso foi dividido nas seguintes etapas (BELL,

1984):

Definição da estratégia: A estratégia de implantação corresponde ao

planejamento do projeto. O planejamento é a atividade que envolve a

identificação das alternativas potenciais de ação que possam satisfazer

um objetivo e a avaliação dos meios necessários para sua

implementação (Ghinato,1996). Para a definição da estratégia de

implantação do estudo de caso precisa definir o coordenador. O qual

deve conhecer a estratégia e também ter um conhecimento técnico no

assunto, e da área a ser estudada. Ele deve acompanhar as atividades

de cada grupo e descreve-las em um formulário (BELL, 1984).

Definição do produto a ser estudado: Nessa etapa foi definido o

problema a ser estudado, no caso da indústria farmacêutica são as não

conformidades encontradas na área de embalagens. Toda a redução

de defeitos e a sua classificação foi realizado nessa etapa. Essa etapa

quis identificar o quadro atual da empresa nesse setor e apontou um

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possível ganho financeiro futuro o que motivou a empresa investir

nessa ferramenta (BELL, 1984).

Estágio operacional: Nessa fase deve-se estabelecer uma operação

para dar início à aplicação prática do estudo. Todas as atividades

inertes ao processo de embalagem foram abordadas e relacionadas

através de uma lista com a descrição de cada etapa e sua importância

para o processo. Essa lista permitiu analisar o tempo gasto em cada

atividade e o seu grau de importância para o processo. Sendo assim

ficou mais fácil identificar os defeitos das embalagens separando suas

etapas e o impacto que ela tem no processo (BELL, 1984).

Identificação das operações internas e externas: Nessa etapa foram

identificados os problemas de embalagens e sua origem, para saber se

essa atividade que gerou o defeito foi uma atividade interna ou

externa. Assim foi direcionada a solução da não conformidade aos

fornecedores, caso essa atividade fosse externa. Para as analise

técnicas da operação também foi usado de ferramentas auxiliares

como uma análise complementar feita pelo controle de qualidade.

Assim após ser reexaminado o processo não teria duvidas da origem

do defeito e se interno poderia ser tratado dentro da empresa (BELL,

1984).

Consolidação da ferramenta: No processo de implantação são

verificados os esforços para a redução de defeitos. O trabalho

realizado por todos da equipe alinhando seus esforços contribuiu para

evitar o desperdício em todas as áreas de embalagem e manufatura da

empresa. Ao final do estudo ficaram claros quais são as atividades que

precisão de capital para que ocorra a melhoria global do processo de

embalagem. Não devem ser direcionados os novos investimentos a

equipamentos ou processos que serão eliminados. Assim outras

tecnologias poderão ser implantadas para melhorar os processos

críticos os quais tem maior impacto no processo. Nessa etapa fica

claro o quanto de investimento vai para cada área (BELL, 1984).

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No presente trabalho, para ser mensurado os resultados da utilização do

TPM na melhoria do processo de desenvolvimento de embalagens, foi realizada uma

pesquisa exploratória através de um estudo de caso da linha de envase,

investigando os principais pontos onde se encontraram defeitos responsáveis por

paradas na linha de produção. Ao analisar o fluxo detalhadamente conforme

proposto pelo método, foi avaliado as oportunidades de eliminar os desperdícios,

através da redução da linha de tempo, tal como propõe OHNO (1997). Segundo este

autor, olhar a linha do tempo (Figura 4) é perceber o momento que o cliente nos

entrega um pedido até o ponto em que se recebe o dinheiro. Reduzindo essa linha

do tempo e removendo os desperdícios, traz mais rápido os lucros à empresa

(OHNO, 1997). Uma das atividades que propõe este estudo é o TPM, com o qual

podem-se analisar o tempo morto de etapa em etapa, da matéria-prima até sua

transformação em produto acabado. O processo sistemático de identificação e

eliminação dos desperdícios é feito pela análise das operações (OHNO, 1997).

Figura 3 - Esquema de análise da linha de tempo para trazer recursos à empresa

Fonte: OHNO, (1997, p. 32)

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4. PROCESSO DE EMBALAGEM

O processo de embalagem na empresa é suficientemente automatizado, de

maneira a conter três máquinas em cada linha de produção (como exemplo há

máquinas do fornecedor Bosch), que compõe as três fases da Embalagem. O

processo é interligado e seu arranjo físico é linear. Estas três fases são:

Primeira fase: Etapa de formação do blísteres para a embalagem de

componentes sólidos. Na área de líquidos, essa fase é a da

esterilização dos frascos de PET (Polietileno) ou de vidro. No caso da

linha de sólidos, o processo de formação dos blísteres é feito para

comprimido (poderia ser comprimidos revestidos). O equipamento une

o material PVC (Policloreto de Vinila) com o laminado (bobina de

alumínio) conformando o blíster. Em líquidos o frasco passa por um

jato de ar estéril para seguir o processo para o envase. Os processos

possuem pouca interferência humana para evitar contato excessivo

com os produtos. O que se restringe à supervisão do operador para

verificar a eficiência do processo.

Segunda fase: etapa de colocação dos blísteres em pequenas caixas

denominadas de cartuchos (ou envase do produto líquido), seguido de

encartuchamento. Nesta etapa o cartucho é colocado

automaticamente, sendo que contém um braço-robô que une os

blísteres, ou frascos, acumulados em calhas, e os encaixa em um

cartucho, montado e colado na própria máquina. A seguir a bula é

inserida e em algumas linhas ela é dobrada automaticamente. Há

linhas onde o fornecedor já envia a bula dobrada e esta também é

colocada em um cartucho junto com os blísteres ou frascos.

Terceira fase: esta é a fase de encaixotamento, isto é, colocação dos

cartuchos em caixas-padrão, que por sua vez, irão formar paletes

(suporte de madeira onde se colocam as caixas de embarque). Para a

apresentação do item sólido cada palete possui vinte e sete caixas, e

cada caixa-padrão contém vinte cartuchos. Para a outra apresentação,

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sendo o item líquido, cada palete possui vinte e cinco caixas e cada

caixa-padrão contém cem cartuchos.

Dentro desse vasto campo, foram identificados todos os problemas que uma

embalagem pode causar, sendo que a cada parada na linha (Figura 5) representa

um maior custo de produção para o produto em questão.

Figura 4- Imagem da linha de embalagem de remédios

Fonte: Do Autor

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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nesse tópico foram discutidos os resultados obtidos após a implantação da

ferramenta TPM na indústria farmacêutica na linha de embalagens.

5.1. IMPLANTAÇÃO DA FERRAMENTA TPM

O passo primário para iniciar esse projeto foi o conhecimento da ferramenta

por parte das pessoas que compõe a liderança da empresa. Nesse ponto, foi

elaborado pela empresa um comitê para ser responsável por disseminar a

ferramenta aos seus encarregados. Num primeiro momento, foi oferecido um

treinamento apenas paras os líderes de área, num segundo momento esses líderes

treinaram seus encarregados, eles tiveram a responsabilidade de disseminar essa

cultura para que assim o estudo tivesse o devido resultado.

O importante dessa etapa foi que cada operador entendesse que a sua

participação no programa é essencial para que o mesmo funcione bem. Assim, o

primeiro desafio foi vencer à resistência dos operadores a mudança de cultura.

Após o treinamento, foi decidido que a ferramenta deveria alcançar a

linguagem dos operadores. Para treina-los, usou-se de linguagem simples e

motivadora. Foram feitos slogans como, por exemplo: “Para garantir a qualidade é

necessário zerar defeitos”.

A ideia foi convencer de que com um menor número de ajustes na área se

tornava mais fácil o trabalho, o que gerou um rendimento maior dos próprios

operadores por evitar paradas indevidas. Aumentando a qualidade de vida dos

mesmos. O ganho final não foi apenas para a empresa com a queda de custos. Mas

sim do operador que trabalha com uma boa disposição e com menor índice de

stress.

Após o treinamento oferecido para todos os níveis foram definidas as ações

expostas no Quadro1:

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Quadro 1- Quadro informativo das novas responsabilidades das áreas.

Fonte - Do Autor

Assim, após os funcionários serem treinados e serem feitas faixas com

frases motivadoras a próxima tarefa foi fazer um levantamento dos indicadores do

programa. Para isso, levantaram-se os motivos das paradas nas áreas de

embalagens. Essas paradas estão representadas e explicadas no Quadro 2:

Quadro 2- Quadro de informações a respeito de perdas no processo

Indicadores Unidade medida de Indicadores Ciclo

OEE Tempo de operacional reduzido do Tempo de

parada. Mensal

Reclamações de

Mercado Site de reclamações (RECAL). Mensal

Numero de Rejeitos Porcentagem de material eliminado como

rejeito (Incineração). Mensal

Custo Material de

Embalagem Custo Gasto reduzido do Custo Planejado. Mensal

Numero de Perdas Número de perdas de produtos finalizados. Mensal

Acidentes Número de Incidentes. Anual

Fonte: Do Autor

Após ter sido estabelecido os indicadores, os quais são responsáveis por

mostrar o quanto o desenvolvimento do estudo forneceu melhorias, fica fácil medir a

eficiência do projeto e de estabelecer metas que foram necessárias para cada área

medir seu desempenho.

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5.2. ESTUDO DE PERDAS

Na segunda etapa do processo de implantação da ferramenta foi

desenvolvido um estudo das perdas que são mais críticas para direcionar o

programa em um primeiro momento para as paradas em linha produtiva que são

mais críticas.

No Quadro 3 as perdas essas estão relacionadas com seu tempo de parada,

ficando assim explicito as mais importantes causas de desperdício.

Nessa altura foi necessário direcionar qual a meta alcançada e para isso é

preciso saber qual produto iria ser estudado e melhorado.

Quadro 3 - Quadro de Perdas da Linha Produtiva

Perdas Definição Exemplo

Porcentagem

do Impacto na

Linha:

Quebra de equipamento Parada inesperada por quebra

superior a 10 minutos.

Quebra no

vibrador 10%

Ajuste indevido por falha

na embalagem.

Ajustes devido à variação da

embalagem ou embalagens com

defeitos

Tampa

Colapsada 8%

Troca de ferramental Troca de fios. Liner da

Rotuladeira 10%

Por paradas pequenas Tempo inferior a 10 minutos devido a

ajustes errados de embalagens

Enrosco de

tampas. 10%

Por baixa eficiência da

linha

Perda da velocidade padrão da linha

devido a ajustes errados

Caixas com

vincos variáveis 17%

Perdas para verificar

defeitos de embalagens

Troca de lotes de embalagens por

difícil ajuste

Frasco com

paredes finas 7%

Falhas administrativas Espera para liberar embalagens Falta de material

de embalagem 3%

Fonte - Do Autor.

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Quadro 3, continuação - Quadro de Perdas da Linha Produtiva:

Perdas Definição Exemplo

Porcentagem

do Impacto

na Linha:

Falhas operacionais Falha na operação Liberação errada

de material 5%

Tempo gasto com

qualidade do material de

Embalagem

Embalagens com defeitos Frascos com

boca obstruída 23%

Reprocesso Processos que devem ser corrigidos Falha na

rotulagem 5%

Erro na programação da

linha Sem programação

Programar

material de

baixa demanda 2%

Fonte - Do Autor

Após ser feito o levantamento das perdas geradas na área produtiva, ficou

claro para a equipe produtiva que o produto a ser estudado sem dúvida é o material

de embalagem o qual responsável por 40% do tempo de paradas da linha. No

quadro mostra que frascos e caixas são elementos com alto índice de defeitos.

Sendo essa uma porcentagem alarmante para a área produtiva de um setor o qual é

o mais rentável para a empresa por ele ser relacionado a bens de consumo.

Feita essa análise, foram traçados as metas relacionadas à melhoria de

embalagens, sendo que o objetivo foi diminuir o número de paradas relacionadas a

defeitos de embalagens. Para continuar esse estudo, foram elaboradas etapas com

o objetivo de resgatar tipos de defeitos e frequência que cada um deles ocorre para

depois ser elaborado um plano de ação para aqueles que causam maior impacto na

área de envase.

As próximas etapas estão relacionadas à captação de defeitos e a criação

de planos de ação para assim ser consolidada a ferramenta na indústria

farmacêutica.

5.3. UTILIZAÇÃO DA FERRAMENTA TPM NA ÁREA DE EMBALAGEM

No início dessa etapa foi necessário definir a linha pela qual iria iniciar o

estudo de caso. Assim, ficou definido que iria ser utilizada a linha de líquidos por

essa apresentar diversos tipos de embalagem como frascos, tampas e rótulos.

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A linha de líquidos é dividida em duas: a linha de fármacos e a de

cosméticos, na qual são produzidos sabonetes entre outros. A segunda é de grande

importância para a indústria por produzir bens de consumo, o qual tem um alto

índice de vendas. Por isso, foi escolhida essa linha como sendo a piloto do

programa de implantação da ferramenta TPM. O próximo passo foi fazer um

levantamento das embalagens as quais foram estudadas e determinadas os tipos de

defeitos encontrados no seu processo de envase.

Nessa linha são usados dois tipos de embalagens, as chamadas primárias,

que são aquelas que entram em contato com o produto. Um exemplo desse tipo de

embalagem são os frascos e tampas. E as secundárias que apenas têm contato com

embalagens primárias, como por exemplo, a caixa de embarque. A seguir têm-se

alguns modelos de embalagens primárias e secundárias exemplificadas nas Figuras

6, 7,8:

Figura 5 - Representação de embalagens primárias: Frascos e Tampas

Fonte - Do Autor

Figura 6 - Representação de embalagens Frascos e Tampas

Fonte-Do Autor

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Figura 7- Embalagens Rótulo e Caixa de Embarque

Fonte - Do Autor

Após serem definidos os tipos de embalagens, foi preciso levantar todos os

tipos de defeitos encontrados na área de embalagem da indústria farmacêutica,

especificamente na linha de cosméticos, por ser essa a mais complexa dentre as

outras. Num primeiro momento, foram selecionados os defeitos das embalagens

primárias, para estudar qual a melhor forma de capturar a incidência dessas não

conformidades. No Quadro 4 apresentam-se os principais defeitos, que são os

responsáveis por paradas na linha de produção.

Quadro 4 - Defeitos de embalagem primária

Onde Ocorre Defeitos

Frasco

Frascos Deformados

Falha na aplicação tampa

Furos

Boca obstruída ou ovalizada

Parede Colapsada

Parede Fina

Tampa

Rebarbas

Falha na Montagem da tampa

Falha na aplicação no frasco

Tampa deformada (diâmetro irregular)

Tampa pulando (não fecha)

Fonte - Do Autor

Após o levantamento de todos os defeitos das embalagens, foram

comprendidos e acompanhados quais deles são os responsáveis por produzir maior

impacto na linha de produção relacionada ao envase de cosméticos. Na Figura 8

está representado um desses defeitos e seu efeito em linha. Com esses dados, foi

possivel analisar o impacto na linha de produção de cada defeito para com isso

verificar quais deles deveriam ser tratados primeiro e qual traria maior beneficio ao

ser eliminado.

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Figura 8 - Defeito em linha de tampas com diâmetro irregular

Fonte: Do Autor

A implantação da ferramenta TPM na linha de embalagens possibilitou a

identificação de melhorias que poderiam ser feitas para minimizar a ocorrência de

paradas principalmente por defeitos de embalagens. Essas melhorias foram

identificadas pelos próprios operadores das linhas de produção.

Foi necessário o treinamento dos trabalhadores da área de produção dessa

linha para eles utizarem a ferramenta de forma correta, com isso os mesmos

selecionaram algumas ações para eles realizarem afim de que todos conseguissem

trocar informações a respeito dos problemas identificados. O Quadro 5 mostra

algumas propostas estabelecidas.

Quadro 5 - Programa de Instrução ao Operador

Instruções:

São identificados quais os defeitos de embalagem mais ocorrem.

São feitas instruções de trabalho pelo operador de máquina.

Cada operador responsável pelo menor tempo em sua função promove o treinamento aos

demais que desempenham o mesmo papel.

São desenvolvidas ideias de melhoria para aprimorar o desempenho da produtividade.

As melhores ideias são desenvolvidas como projetos.

Fonte - Do Autor

A implantação do primeiro estágio da ferramenta do TPM na área de

embalagens possibilitou a identificação de cinco possíves boas praticas,

selecionadas em uma ordem que torna o ajuste mais rápido e adequado para os

frascos e tampas. Essas atividades são relacionadas abaixo:

1- Estabelecer o mesmo lote de embalagens de frascos e tampas, pois

esses apresentam melhor encaixe.

2- Estabelecer um maior prazo para o ajuste de frascos, relacionado a

outros ajustes.

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3- Diferenciar o tipo de ajuste para cada tipo de tampa, como por

exemplo, tampas menores deve ter um maior tempo de ajuste.

4- Realizar o ajuste de rótulo apos os ajustes de frascos, para evitar

perda de tempo, pois o problema original pode estar no mau ajuste de

frasco.

5- Repassar o tempo de ajuste e eventuais falhas para os operadores do

próximo turno, assim evitar perda de tempo com problemas de ajustes.

Assim, ao estabelecer essa boa prática ganhou-se tempo na área sendo

essa uma ação de melhoria continua, pois se tornou claro os problemas

relacionados à má qualidade da embalagem em si, com isso não são feitas

reclamações indevidas ao fornecedor do material, visto que foi embutida a primeira

verificação estabelecida pelo fornecedor ao receber uma reclamação de não

conformidade.

Nessa primeira etapa, foi necessário direcionar a área de produção para um

trabalho de busca de causas reais dos problemas no material de embalagem, na

próxima etapa foram feitos os devidos levantamentos dos números de perdas de

frascos e tampas devido a não conformidades e as paradas em máquinas. Essa

etapa ficou direcionada a expor para a área produtiva, como era a ferramenta TPM,

e o quanto é importante o uso da mesma para o propósito de melhoria continua.

Assim cada operador entendeu a sua autonomia para compartilhar suas ideias e dar

novas sugestões.

5.4. DEFEITOS DE EMBALAGENS SECUNDÁRIAS

Foi desenvolvida uma operação para consolidar a implantação da

ferramenta TPM. Assim, foi projetado e realizado um levantamento dos defeitos das

embalagens secundárias, essas são assim chamadas por não terem contato com o

produto sendo essas as caixas de embarque e os rótulos, exemplos esses de

embalagens secundárias na linha de cosméticos.

Estabelecida à metodologia da ferramenta TPM, foi feito o mesmo estudo

da primeira etapa de levantar os principais defeitos das embalagens em questão.

Assim ficou evidente se os operadores conseguem trabalhar com a ferramenta e

treinamentos foram realizados para aqueles os quais não dominavam a técnica.

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Com a ajuda dos trabalhadores da área produtividade foi feito a tabela dos

principais defeitos relacionados a paradas de máquinas na área do evase com

material secundário. E estão espostos no Quadro 6 as principais não conformidades

e seu material de embalagem.

Quadro 6 - Defeitos de embalagem

Onde Ocorre Defeitos

Rótulo

Falha na Impressão

Rasgados

Amassados

Excesso de Cola no Liner

Onde Ocorre Defeitos

Caixa de Embarque

Parede Colapsada

Falha de Impressão

Pingo de Cola

Falha no Esquadro

Falha na Colagem

Caixa Deslocada

Má formação de Vinco

Falha no

Acondicionamento

Fonte - Do Autor

5.5. CAPTURA DE DADOS

Esta etapa teve como objetivo monitorar de forma permanente e sistêmica o

desempenho dos materiais de embalagem e permitiu identificar toda e qualquer não

conformidade no material de envase, e essa pode ser detectada em qualquer área

da empresa, dessa forma foram apontados os defeitos que trazem maior perda de

produtividade. Ficando expostas nesse contexto as ações internas da linha

produtiva. Num segundo momento, foram desenvolvidas ações externas como o

contato com o fornecedor para o conhecimento dos problemas identificados em suas

embalagens.

Com esse intuito, foi selecionada com os operadores a melhor maneira de

captura de dados para resgatar todas as informações que são perdidas ao longo da

rotina de envase do produto.

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Foi feito um programa intitulado de Dados Capturados para reter todas as

não conformidades da área de cosméticos. Para isso foi desenvolvido um quadro

com alguns defeitos mais reconhecidos na área e os operadores marcam o número

de sua ocorência e o lote a qual pertece essa embalagem com problemas, assim foi

possível um controle sistêmico dos defeitos.

Encontram-se nos Quadros 7 e 8 os modelos de dados capturados utilizado

na área:

Quadro 7- Quadro de captura de dados da área de envase de cosméticos

Fonte – Do Autor

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Fonte - Do Autor

Nessa etapa, foram estabelecidos os prazos para a implantação da

ferramenta. Ao conhecer a sistêmica dos defeitos de forma detalhada foi possível

estabelecer metas e planos de ação para minimizar cada não conformidade. Com a

captura do lote das embalagens defeituosas, foi possível relatar isso aos

fornecedores e esses puderam verificar e mapear a origem dessas embalagens.

Para isso foi realizada uma parceria com o forecedor para entender as raízes do

problema.

Foi estabelecido que fossem necessárias reuniões mensais com os

fornecedores para definir planos de ação e expor problemas rotineiros, com isso foi

possivel acompanhar a evolução da habilidade em linha das embalagens. Abaixo

está representado no quadro 9 o relatório enviado ao fornecedor com os dados

capturados:

Quadro 8: Quadro de captura de defeitos de embalagem

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Quadro 9: Relatório Defeitos:

Relatório

1.FORNECEDOR

De Frascos

2 – Linha Cosméticos 10/06/2013 até 28/06/2013

3- Objetivo:

Monitorar de forma permanente e sistêmica o desempenho dos materiais de embalagem e permitir melhoria contínua da sua qualidade.

4 - Tabela de defeitos: Quantidade utilizada

(Mês)

Frasco 2.463.810

Tampa 2.032.720

Onde ocorre Defeitos Incidência

Área Reservada Para Anotações:

Frasco

Frasco Deformado 25

Falha na aplicação da tampa 630

Fundo abaulado, não funcional. 52

Furos 203

Gargalo obstruído ou ovalizado 0

Parede colapsada 40

Parede fina 116

Tampa

Rebarbas 100

Falha na montagem da tampa 277

Falha na aplicação no frasco 405

Tampa deformada (gordinha magrinha) 694

Tampa pulando (não fecha) 0

Frasco

Lotes Qtde

034976 181

035104 250

035187 460

Tampa

Lotes Qtde

033435 85

034196 299

034734 100

Fonte- Do Autor

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Enfim, com os dados da frequência das ocorrências de cada defeito e o

número do seu lote ficou fácil relatar o problema para cada fornecedor

estabelecendo uma parceria. Para assim criar planos de ação e solucionar os

problemas.

5.6. METAS ESTABELECIDAS

A fase seguinte foi responsável por estudar as não conformidades e

estabelecer metas relacionadas a cada tipo de embalagem, criando assim ações

para eliminar os defeitos obtidos nessa etapa. Foi exposto o problema aos

fornecedores de embalagens para que em conjunto fosse possível desvendar as

possíveis causas raízes das não conformidades.

Alguns gráficos foram criados para representar a incidência dos principais

problemas na linha de envase. Na Figura 9 um exemplo de gráfico representando

um dos problemas em questão.

Figura 9 - Gráfico relacionado a não conformidades no frasco

Fonte - Do Autor

Nesse gráfico foi possível observar que o defeito que causa maior impacto

na linha é o de irregularidades nas tampas, levando a outro problema de falha na

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aplicação da tampa. A meta foi diminuir o número de defeitos. A tampa deformada

foi o grande problema o que deu origem a outro tipo de parada no frasco, o de falha

na aplicação. Nesse gráfico mostra que a meta era entender o porquê da tampa não

estar homogênea e assim, ao identificar a causa do problema pode-se levantar uma

ação para ele. Muitos outros exemplos como esse, foram estudados a fundo nessa

etapa para poder configurar um plano de ação que abrangesse várias das não

conformidades.

Esses estudos realizados tiveram a participação de várias áreas da

empresa, como além da área de produção, a de qualidade e de desenvolvimento de

materiais de embalagens. Pois ao estudar esse tipo de parada foi realizado um

projeto de melhoria que esteja além da embalagem em si. Descobrindo assim quais

são as necessidades na prática nas mudanças de embalagens.

5.7. PLANOS DE AÇÃO

Após a análise dos defeitos, foi desenvolvido um plano de ação para atuar

em cada um deles. Para cada tipo de embalagem e para cada fornecedor foi feito

um estudo e desenvolvido um trabalho com os planos elaborados em conjunto com

a empresa e seu fornecedor, a seguir estão à síntese de cada um deles:

Plano A: Para frascos e tampas juntamente com o fornecedor foi

identificado à causa raiz que se encontrava na área produtiva da

embalagem em si. Cada variação como paredes finas e falha na

aplicação da tampa, correspondia a uma variação de cada molde,

pois o fornecedor usa três moldes distintos, porém iguais em tamanho

e formato, para fazer o sopro do material e torna-lo no formato

adequado para o envase. Assim, é necessário identificar cada tampa

correspondente ao frasco de mesmo lote, pois, ambos foram feitos no

mesmo molde. Com isso diminui a incidência de defeitos e diminue

horas de ajustes na hora do envase.

Plano B: Para os rótulos a variabilidade de defeitos encontrada era

menor, porém juntamente com o fornecedor foi necessário fazer um

estudo para descobrir a causa raíz do problema mais incidente. Foi

desenvolvida a ferramenta TPM na área produtiva do fornecedor. Ao

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estudar o processo de produção do rótulo e ser identificada as suas

variáveis, foi direcionado o problema para apenas duas causas raizes.

A variabilidade na espessura do mesmo (de 2 mm até 4 mm) e o tipo

de polímero usado como adesivo pra a adesão do rótulo no frasco.

Com isso, foi necessário realizar um estudo de qual a melhor

espessura para o processo em questão e determinar o melhor tipo de

adesivo. Ao minimizar essas variáveis o processo de rotulagem se

tornou estável e com menor índice de paradas na produção. Para o

defeito classificado como falha na impressão ficou alinhada a ação de

devolução da bobina que apresentasse esse problema, pois essa é

uma falha pontual.

Plano C: Esse plano foi desenvolvido com o fornecedor de caixas de

embarque. Foi identificado pelo estudo que essa era a embalagem

com maior índice de irregularidades, as quais ocorriam com maior

frequência. Assim, por ser o produto em questão um líquido (esse

apresenta maior peso que outros tipos de medicamentos produzidos

na indústria farmacêutica). Foi identificada a necessidade de produzir

outro tipo de caixa de embarque para essa linha.

A caixa atual era elaborada de papel reciclado, com ondas do tipo C (Figura

10). Para um melhor aproveitamento da embalagem foi determinado juntamente com

o fornecedor à troca do material da caixa de embarque para uma matéria prima de

melhor qualidade como, por exemplo, caixas produzidas de papel KRAFT, que é um

papel mais resitente e de melhor qualidade. Esse tipo de papel é assim, por ser um

papel virgem com menor processamento em sua fabricação. Isso o torna um

material com maior resitência mecânica. O tipo de onda também foi alterado para um

tipo de onda B, a qual é caracterizada por se encontrar na parede interna da caixa

com um menor espasso entre elas. Chamadas assim de ondas menores.

No Quadro 10 estão relacionados os tipos de ondas das caixas de

embarque:

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Figura 10 - Esquema representativo da parede da caixa de embarque

Fonte - Do Autor

Quadro 10- Tipos de ondas das caixas de embarque

Tipos de Ondas Espessuras

de Ondas

Número de

Ondas em 10

cm.

Representação

A 4,5/5,0 mm De 11 a 13

B 2,5/3,0 mm De 16 a 18

C 3,5/4,0 mm De 13 a 15

E 1,2/1,5 mm De 31 a 38

Fonte - Do Autor

Acima, pode-se perceber que a onda C contém menor número de

ondulações e que essas são bem espalhadas. A onda B contém duas camadas de

ondas com menores distâncias entre elas. Sendo assim, para aumentar a resistência

mecanica da caixa o tipo de onda B é o mais indicado.

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Essas ações trouxeram uma maior resitência ao material, resitência ao

impacto entre uma caixa e outra. Esse plano de ação foi desenvolvido juntamente

com o fornecedor do material, para assim identificar a melhor solução para o

problema, sendo essa ação responsável por atuar no maior número de defeitos e

nos mais frequêntes.

Ao mudar o material muitos dos problemas continuaram a existir com

frequência, como por exemplo, defeitos como o pingo de cola, falha na impressão e

a falha na colagem. Esses foram indicados como variáveis do processo produtivo do

fornecedor. Para isso foi realizado um levantamento desses recorentes problemas e

apresentado ao fornecedor. E ficou determinado ao fornecedor que ele deveria,

estudar o seu processo e desenvolver um plano de ação para essa melhoria. Sendo

assim estipulado um prazo para esse fornecedor apresentar seu plano de ação.

Nesse tópico os problemas e suas respectivas melhorias são feitsa de forma

gradual. Para isso é essencial utilizar a ferramenta TPM que é uma ferramenta de

mehoria continua no processo produtivo. Pois sempre serão encontradas melhorias.

Após criar os planos de ação foram implantadas na área produtiva as ações

selecionadas para cada defeito com o intuito de verificar o número de paradas

Com esse estudo foi desenvolvido melhorias para eliminar os primeiros

defeitos que traziam um maior índice de paradas. O próximo passo foi tratar os

defeitos cujo índice de incidência é menor.

5.8. CONSOLIDAÇÃO DA FERRAMENTA

Nessa etapa foi feito um balanço para verificar quais foram os problemas

levantados e solucionados e confirmar a eficiência da ferramenta. Após apontar os

defeitos com maior impacto foi possível criar metas acionar planos de ação e tratar

dessas falhas. Assim, foi novamente feito um estudo do quadro atual da linha para

saber o que será tratado e o que causa ainda impacto na linha de envase.

Dessa forma, para ser eficiênte no combate aos defeitos, foi necessário que

os operadores realizassem algumas ações de melhoria juntamente com os

fabricantes do material de embalagem. No Quadro 11 é retratado o novo índice de

produtividade da indústria.

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Quadro 11- Quadro de Índicadores referentes a Paradas

Fonte- Do Autor

Perdas Definição Exemplo Dados

Iniciais:

Dados

Finais do

Impacto na

Linha:

Quebra de

equipamento

Parada inesperada por quebra

superior a 10 minutos. Quebra no vibrador

10% 7%

Ajuste indevido

por falha na

embalagem

Ajustes devido à variação da

embalagem ou embalagens com

defeitos.

Tampa Colapsada

8% 6%

Troca de

ferramental Troca de fios, ou liner. Liner da Rotuladeira

10% 7%

Por paradas

pequenas

Tempo inferior a 10 minutos

devido a ajustes errados de

embalagens.

Enrosco de tampas

na tampadora

10% 6%

Perdas para

verificar

defeitos de

embalagens

Troca de lotes de embalagens

por difícil ajuste.

Frasco com paredes

finas

17% 8%

Falhas

operacionais Falha na operação.

Liberação errada de

material

7% 4%

Reprocesso Processos que devem ser

corrigidos. Falha na rotulagem

3% 9%

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Após a análise feita desse quadro comparando ao quadro do ínicio do

projeto ficou evidente a redução das paradas em máquinas por problemas de

embalagem. No primeiro quadro, a soma dos problemas por defeitos de embalagem

representavam 40 por cento do total das paradas. No segundo quadro, essas

paradas representam apenas 17 por cento das paradas em máquinas. O que traz

uma redução de 23 por cento das falhas de material de embalagem após um ano de

implantação da ferramanta TPM. Esses dados comprovam a eficiência do programa

e também mostram que todos os operadores se envolveram com a ferramenta, a

qual foi consolidada em um ano após sua implantação.

Essa etapa mostra um aumento do rendimento da produção. Para isso foi

implantado os planos de ações com a participação ativa dos funcionários, pois esses

são responsáveis por identificar os erros que ocorrem na linha de produção e

distinguir qual a área que causa parada.

Para que os planos funcionem bem, foi necessária uma parceria com a área

produtiva da indústria de embalagens e área de envase dos fármacos, por isso foi

frequente as visitas técnicas dos fornecedores na área. Durante a aplicação da

ferramenta foi possível observar facilitade dos operadores com a identificação de

defeitos.

Ao ser realizado o projeto do TPM na área de embalagem é preciso à

aplicação correta dos conceitos, tanto para a área de envase de cosméticos, como

para o fornecedor de embalagens, e não necessáriamente um alto número de

investimentos. Na Figura 11 esses dados foram representados no gráfico.

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Figura 11 - Crescimento do índice de produtividade

Fonte - Do Autor

O Gráfico mostra o crescimento do índice de produtividade da linha de

cosméticos, que teve um aumento de 10 por cento na sua produção no período de

um ano, em que foi implantada a ferramenta. Para outras linhas houve um aumento,

porém não tão siginificativo. E na empresa como um todo a produtividade cresceu

em torno de 5 por cento. Esses dados foram devido à eliminação de defeitos de

embalagem.

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6. CONCLUSÃO

A Indústria Farmacêutica em estudo consolidou o uso da ferramenta TPM.

Os dados capturados no estudo de caso, o qual teve a função de identificar os

motivos das paradas em máquina, comprovam que a ferramenta é eficiente e

contribui para a melhoria na área produtiva. Após o uso da ferramenta ficou

comprovado à redução de custos do produto final devido à eliminação das paradas

em máquinas, por ajustes indevidos relacionados a defeitos de embalagens.

A ferramenta de Total Gerenciamento Produtivo (TPM) contribuiu

positivamente para o desenvolvimento da capacidade produtiva da linha de envase

de cosméticos, o que se comprova que ao implantar uma nova cultura o

determinante não é apenas a filosofia em si, mas o quanto as pessoas estão

dispostas a engajar nessa cultura para torná-la eficiênte. A empresa conseguiu com

a ferramenta reduzir custos, aumentar índices de produtividade, diminuir tempos de

paradas em máquinas e aumentar a qualidade do trabalho dos operadores.

Conclui-se que a ferramenta contém todos os passos para estabelecer

metas e conquista-las. Nesse estudo, a alta produtividade está interligada à

eficiência do processo de produção, e para isso é necessário reduzir defeitos e

verificar a qualidade das embalagens a serem usadas no envase de produtos. Pode-

se ter como perspectiva para um futuro trabalho, o uso da ferramenta TPM para

atuar nesses pontos de melhoria da indústria farmacêutica.

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