Mapas Mentais - Enriquecendo Inteligências · Mapas Mentais e, de acordo com convenções já estabelecidas, torná-los mais facilmente legíveis, embora muitas delas possam ser

MAPAS MENTAIS

Enriquecendo Inteligências

Manual de aprendizagem e desenvolvimento de inteligências:captação, seleção, organização, síntese, criação e

gerenciamento de conhecimentos

Walther Hermann&

Viviani Bovo

2005

2a Edição

Capa: Kellyn Yuri Teruya, Gilson da Silva Domingues ePietro Teruya Domingues

Editoração e fotolitos: Join Bureau

Impressão: Art Color

Mapas mentais: Walther Hermann e Viviani Bovo

Ilustrações: Viviani Bovo, Rafael Bovo, Anderson Freitas dos Passose Bruna Meirelles

Foto: Rafael Bovo (2a capa)

Revisões: 1a revisão: Cleide Vieira de Queiroz Cabral2a revisão: Hebe Ester Lucas3a revisão: Danae Stephan

Elaboração e edição: Walther Hermann e Viviani Bovo

Direitos reservados: Walther Hermann e Viviani Bovo

2a Edição

Hermann, WaltherMapas mentais : enriquecendo inteligências : captação, seleção, or-

ganização, síntese, criação e gerenciamento de informação / WaltherHermann, Viviani Bovo. – Campinas, SP, 2005.

ISBN: 85-87778-07-2

1. Aprendizagem 2. Psicologia da aprendizagem I. Hermann,Walther. II. Título.

05-4079 CDD-370.1523

Índice para catálogo sistemático:

1. Mapas mentais : aprendizagem : Psicologia educacional 370.1523

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Índice

Abertura

Prefácio da Segunda Edição .............................................................. IX

Prólogo ................................................................................................ XIII

Dedicatória .......................................................................................... XV

Primeira Parte – Fundamentos

Introdução .......................................................................................... 3

Aprendendo a Aprender ................................................................... 21

Mapas Mentais – Apresentação e Exemplos ................................... 79

Segunda Parte – Desenvolvendo Habilidades

Memorização ...................................................................................... 109

Comparação, Classificação, Analogias e Metáforas ...................... 147

Ordenação e Hierarquia de Informações ....................................... 165

Refinando sua Capacidade de Síntese ............................................. 189

Ilustrações ........................................................................................... 213

Resgatando sua Criatividade ............................................................ 237

Mapas Mentais – Elaboração ........................................................... 265

Índice • VII

Terceira Parte – Conteúdos Complementares

Apêndice 1 – Para Pais, Educadores e Professores ......................... 303

Apêndice 2 – Elaborar Mapas Mentais:Melhor à Mão ou em Software? .............................. 313

Apêndice 3 – Programa de Enriquecimento Instrumental .......... 323

Apêndice 4 – Inteligências Múltiplas .............................................. 333

Apêndice 5 – Autocinética – Focalizando sua Mente .................. 337

Conclusão ................................................................................................... 345

Encerramento

Bibliografia ......................................................................................... XVII

Links úteis na Internet ...................................................................... XX

Sobre os autores ................................................................................. XXI

Atividades do IDPH .......................................................................... XXVI

Obs.: Para compreender melhor como ler este livro fora da ordem seqüencial,consulte previamente o fluxograma da página 83.

Segunda Parte

Desenvolvendo Habilidades

Mapas Mentais

Elaboração

Agora que você já refletiu um pouco sobre a importância do aprendiza-do permanente e do enriquecimento instrumental na aprendizagem, foi devi-damente apresentado aos mapas mentais e passou pelo trabalho com ashabilidades anteriores desta seção, chegou a oportunidade de começar a pra-ticar a construção de seus próprios mapas mentais, caso ainda não tenha ten-tado por iniciativa própria.

Caso esteja desenhando seu mapa à mão livre, há algumas dicas sobre asquais falaremos adiante. Elas poderão abreviar seu aprendizado. Se você esti-ver fazendo uso de um software de construção de mapas, certamente poderádeixar de lado algumas das próximas sugestões, pois os softwares que sugeri-mos possuem muitas delas inseridas em sua estrutura.

De um modo geral, é importante lembrar que essa “ferramenta” é pri-meiramente de uso pessoal, isto é, seu próprio mapa não precisa ser igual aode outra pessoa, mesmo que seja sobre o mesmo assunto – será uma “anota-ção” sua. Por isso, você talvez queira escolher um dos seguintes assuntos paraelaborar o seu primeiro mapa: planejamento para os próximos dias da sema-na, objetivos do ano, memórias de um fato ou evento, estratégias e recursospara realizar algum projeto, interesses e hobbies, tópicos importantes de al-gum livro que tenha lido, entre inúmeros outros.

Além disso, as regras das quais falaremos a seguir não são como uma“camisa-de-força”... São parte de um conjunto de procedimentos que torna-rão os seus mapas mais funcionais e mais legíveis e, em alguns casos, compre-ensíveis para outras pessoas, mesmo sem o texto ao qual deram origem ou apartir do qual foram construídos.

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Mapas Mentais – Elaboração • 267

Basicamente, a construção de um mapa mental é extremamente simples,pois o fluxo de informações é muito semelhante ao nosso fluxo de pensamen-to ou à organização de nossa memória em “cachos” de informações relaciona-das por alguns critérios: as piadas, as tragédias, as conquistas, os fracassosetc. Ou seja, ela é ordenada em categorias: “diretórios”, “gavetas”, “arquivos”ou “pastas”.

Sugerimos que os seus primeiros mapas sejam elaborados sem muitocompromisso. Nesse caso, as melhores experiências são com a construção demapas de geração de idéias ou de criatividade, como no Brain Storming. Vocêdeve escolher um tema ou uma idéia interessante para você e colocar no pa-pel tanto a palavra quanto uma ilustração ou símbolo que a represente; aseguir, comece a anotar em volta dela todas as idéias e pensamentos que vieremà mente, mesmo que aparentemente desordenados. Aqueles pensamentos quevierem à mente na forma de símbolos ou imagens podem ser aproveitadosexatamente dessa forma.

Você não deve julgar previamente as idéias ou desenhos. Esse é apenasum exercício de encadeamento do pensamento com a linguagem dos mapas eserá tanto mais útil quanto mais fluidez você obtiver nesse “despejar” de seusconteúdos no mapa. Futuramente, você poderá utilizar essa estratégia paraelaborar mapas criativos em grupo, ou seja, junto com outras pessoas. Saibaainda que esse exercício, sem muitas regras, lhe permitirá perceber melhorcomo suas conexões entre informações e conhecimentos podem ser identi-ficadas facilmente através dessa “ferramenta” simples.

Caso você fique sem idéias exatamente nesse momento de liberdade tãoimportante, então comece tratando de sua própria dificuldade. Ou você podeapenas criar espaços no mapa para serem preenchidos a seguir, ou pode co-meçar a fazer perguntas: “o quê?”, “onde?”, “quando?”, “como?”, “por quê?”,“quem?”, “quem mais?” etc. Também pode fingir que é alguém cuja expressivi-dade seja até inconveniente, aquelas pessoas que não param de falar nem pararespirar, que falam mais do que a boca. Você sabe...

Uma analogia que pode ajudá-lo nessa construção de seu primeiro mapaé ter a representação de uma árvore em mente, de modo que você possa par-tir da raiz, a base que contém a idéia central, e ir agregando informações deacordo com sua importância, como se fossem troncos, galhos, ramos e folhas.


Mãos à obra! Agora é tempo de fazer...Depois que tiver feito o primeiro mapa espontâneo, sem regras, sem

compromissos, apenas com a finalidade de ativar sua expressividade à frentede uma folha de papel em branco, experimente ler as informações que colo-cou no mapa, mesmo que sejam poucas. Fique bastante atento a outras idéiasque venham à sua mente enquanto estiver lendo, percorrendo o mapa. Cadanova idéia pode ser agora acrescentada sem corromper o mapa, apenas adicio-nando mais linhas, vínculos, flechas, símbolos, palavras-chave ou mesmo fra-ses que enriqueçam seu mapa.

Nancy Margulies, uma americana especialista no assunto, sugere que assessões iniciais de elaboração de mapas não tenham duração inferior a meiahora. Nossa experiência acrescenta que essas sessões iniciais de construçãotambém não devem ultrapassar 50 minutos sem intervalos, por razões que jámencionamos nas seções Aprendendo a Aprender e Memorização. Vale maisa pena elaborar e depois retornar e reformar o mapa do que ficar exaustiva-mente debruçado sobre o trabalho.

Agora, nossa próxima sugestão é que você faça isso e mais uns três ou qua-tro mapas diferentes, utilizando-se de outros temas. Escolha assuntos com os quaisvocê tem grande familiaridade: especialmente aqueles que as pessoas com quemconvive valorizam muito em você. Aqueles conhecimentos nos quais você é exce-lente! Talvez seja de sua vida pessoal, culinária, profissional, esportiva etc.

Vamos lá, mãos à obra outra vez!Agora que você já tem um repertório inicial de experiências dessas pri-

meiras explorações, sugiro que pegue cada um desses quatro ou cinco mapase os reconstrua aplicando as sugestões a seguir (caso não entenda todas as in-formações, não se preocupe, utilize apenas aquelas que compreender):



Assim que você tiver aplicado tais sugestões aos mapas construídos pre-viamente sem critérios, você ainda poderá fazer isso mais uma ou duas vezescom cada um deles, de modo que comece a identificar, aos poucos, as catego-rias mais gerais às quais determinadas informações pertencem, isto é, nas quaisvocê poderia incluir ou vincular informações de maior grau de detalhamen-to. Como exemplo, vamos supor que você estivesse trabalhando com a listade compras da página 140 do texto de Memorização. Talvez seu primeiro mapa,com a inclusão livre de informações (formato de livre associação ou BrainStorming), fosse parecido com o gráfico a seguir:

Portanto, ao fazer uma reorganização das informações, talvez você te-nha usado o seguinte critério de agrupamento: se fôssemos a um centro decompras para obter tais produtos, poderíamos agrupá-los de acordo com osestabelecimentos nos quais os acharíamos, conforme mapa abaixo:


Vamos supor que, apenas para brincar um pouco mais, o melhor trajetopara passarmos nesses estabelecimentos comerciais, respeitando-se a ordem ea mão de cada rua pela qual passaremos, seja o seguinte: primeiro passare-mos na padaria, que fica ao lado da papelaria, e que fica distante da farmá-cia, que por sua vez fica próxima da loja de materiais de limpeza e construção.Caso o dia esteja muito, muito quente, seria útil comprar as frutas em últimolugar, para evitar que “cozinhem” no carro. Então, no nosso mapa podería-mos inserir números que nos indicassem a ordem em que devemos nos dirigiraos estabelecimentos, tal como segue:

Assim, uma nova reforma de nosso mapa pode torná-lo mais atraente,levando em conta essa questão logística, sendo que sua ordem de leituracorresponde à seqüência das tarefas (sentido horário):


Bem, aí está. Começamos a fazer uso dos mapas para organizar nossoroteiro de compras.

Vamos um pouco mais adiante. Agora detalharemos ainda mais nossassugestões.

Sugestões

As próximas sugestões têm a finalidade de facilitar a elaboração dosMapas Mentais e, de acordo com convenções já estabelecidas, torná-los maisfacilmente legíveis, embora muitas delas possam ser desprezadas, de acordocom sua necessidade, disponibilidade ou estilo de elaboração:

❑ Para começar a elaborar um mapa, é recomendável que a folha depapel em branco e sem pautas seja utilizada na posição horizontal,isto é, no formato de paisagem. Isso é aconselhável porque o nossocampo visual é mais extenso na direção horizontal (pois os olhosestão dispostos lado a lado) do que na posição vertical. Para com-provar isso, basta você esticar os braços à sua frente e balançar osdedos, enquanto vai lentamente afastando as mãos, até o ponto emque ainda consiga ver ambas as mãos ao mesmo tempo, podendoavaliar a amplitude de sua visão periférica. Quando tiver alcançadoo limite de percepção de seu campo visual na horizontal, comece ago-ra a explorar diferentes direções, até que as mãos em movimentoestejam uma acima e outra abaixo – perceba que o ângulo de visãoé menor na vertical do que na horizontal.

❑ Tendo o papel pronto e algumas canetas coloridas à sua disposição,o próximo passo é selecionar uma idéia ou tema que queira desen-volver: você pode começar colocando uma palavra ou duas no cen-tro do papel ou, melhor ainda, desenhar uma ilustração que arepresente, bem no meio da página, de preferência colorida – lem-bre-se de que uma imagem vale por mil palavras. Além de exercitarsua habilidade criativa de codificação, estará aprofundando as raízesdesse conceito em sua memória.


❑ O mapa deverá ter uma estrutura semelhante às partes constituintesde uma árvore (vista de cima), com a raiz, no centro, contendo aidéia principal; os troncos principais no formato de linhas mais es-pessas, suportando as categorias mais gerais daquilo que você desejaregistrar; os galhos irradiados desses troncos agrupando os atribu-tos de cada tronco, e os ramos e folhas guardando as informaçõesem grau crescente de detalhamento – cuide para que cada parte dessaárvore tenha sempre um segmento horizontal, sobre o qual vocêpoderá escrever palavras na posição horizontal que sejam facilmentelegíveis.

❑ As palavras que forem colocadas no mapa devem estar escritas emletra de fôrma; isso facilitará uma leitura mais rápida, fotográfica ea fácil identificação.

❑ Use muitos códigos, símbolos, vínculos entre informações, associa-ções, flechas, setas, muitas cores – nesse caso, talvez você tenha umsignificado prévio para cada cor, como por exemplo, sempre que usara cor verde, isso significa que a informação foi criada; o vermelhopode indicar a importância ou a atenção que tal informação mere-ce; talvez o azul possa representar uma idéia simples, ou quem sabemuito bem fundamentada, e assim por diante; dessa forma, quantomais recursos gráficos você utilizar, mais informação poderá incluire processar adequadamente.

❑ Não faça um mapa só com desenhos, use também palavras-chavepara complementar o sentido, pois um desenho pode ter vários signi-


ficados, então, quando você for relembrar as informações do mapa,após algum tempo, poderá ter alguma dificuldade de lembrar-se exa-tamente daquilo que o seu desenho desejava representar no mapa.

❑ As palavras devem ser utilizadas com muita economia, já que a fun-ção do mapa é facilitar: utilize apenas palavras-chave, ou palavrasde acesso, preferencialmente uma única palavra por linha – dessemodo você conseguirá gerenciar o espaço de uma forma mais livre eflexível, permitindo uma conexão com outras palavras e deixandoespaço para incluir ilustrações posteriormente.

❑ Aproveite também aquelas idéias que lhe vierem à consciência naforma de símbolos ou ilustrações, e agradeça, imediatamente, essespresentes de seu hemisfério cerebral direito!

❑ Conforme você queira destacar uma idéia ou palavra, faça isso gra-ficamente – utilize muitas cores por todo o mapa e use também di-mensão e profundidade, pois isso estimula o funcionamento maisequilibrado do seu cérebro, é mais alegre e facilita a memorização – vocêainda pode variar as dimensões das letras, das figuras, dos símbolos,criar indicações de movimento ou de vibração, definir setores conti-

dos dentro de linhas fechadas (círculos, elipses ou figuras geométri-cas ou irregulares) de acordo com a importância das informações.

❑ Deixe a mente livre. Nessa fase inicial, não há necessidade de ser muitocrítico, fazer muitas perguntas ou pensar profundamente; todas es-sas operações serão bem-vindas um pouco mais adiante; você ape-nas deve fazer as perguntas certas, caso ainda não esteja no estadomental adequado, para deixar fluir suas idéias livremente.

❑ Conforme tiver colocado algumas idéias e conceitos, caso sua flui-dez de idéias tenha desacelerado, então pode ser muito útil começara fazer algumas ilustrações e inserir símbolos, pois essa operação o(a)coloca num estado mais adequado para a livre associação – comonos estados de relaxamento –, então aproveite para colocar muitasimagens espalhadas por todo o mapa, continuando o processo decriatividade e ativação da memória.

❑ Por uma questão de convenção, conforme já mencionamos algumasvezes, existe uma região para iniciar e outra para finalizar o mapa;há também um sentido (horário) que dá seqüência ao fluxo de idéias,que você pode ou não utilizar, caso seja de uso exclusivo seu ou váutilizar esse mapa para trocar informações com outras pessoas – na


prática, todas essas sugestões são apenas para você começar a utili-zar essa “ferramenta”; no futuro, você terá um estilo próprio e tal-vez crie suas próprias regras e convenções.

❑ Especialmente no caso de conferências, palestras ou aulas, pode serinteressante numerar cada tronco do mapa, ou mesmo seus ramos efolhas, seja para dar uma ordenação complementar, seja para hierar-quizar as informações em função do tempo disponível para a apre-sentação – nesse caso, fica muito mais fácil gerenciar as informaçõesque podem caber dentro do tempo restante.

❑ A numeração ainda pode ser muito útil na fase de reconstrução deum mapa prévio, um mapa rápido ou de rascunho, sendo que omapa antigo pode receber os números como índices de ordenaçãodas informações a serem “passadas a limpo” no novo mapa já naordem adequada.

❑ Quando desejar fazer uso de frases inteiras e citações, você poderáinseri-las no mapa, delimitando-as por uma caixa de texto, um ba-lão ou circunferência, de modo que não interfiram no fluxo e velo-cidade normais de leitura e visualização.

❑ Há muitos usuários dos mapas mentais que têm sempre à mão umbloco de post it, aqueles papeizinhos com cola adesiva que nos ser-vem de lembretes nas mais diversas circunstâncias; dessa forma,muitas idéias podem ser anotadas para seleção posterior sem seremimediatamente colocadas no seu mapa.

❑ Durante o trabalho com resumos, uma caneta marca-texto, aquelaque pinta as palavras importantes sem comprometer a legibilidade,também pode ser muito útil.

❑ Para sua própria orientação no tempo e no espaço, lembre-se de co-locar no mapa data e local.



Roteiro de elaboração

Agora, mãos à obra novamente! Assim, vamos simular um mapa quepossamos fazer juntos.

Vamos supor que estamos numa sala de curso de mapas mentais, comvários outros leitores que estejam lendo este mesmo livro, no mesmo instanteque você. Esse é, ainda, um grupo de pessoas desconhecidas para você. Cadaum dos participantes da sala de seminário imaginária recebeu a tarefa inicialde apresentar-se. Nesse grupo existe um participante que se chama Júlio. Va-mos avaliar como seria uma possível apresentação do Júlio?

Para que o Júlio não se esqueça, na hora H, tudo aquilo que gostaria defalar sobre si mesmo aos demais colegas, resolveu utilizar-se de um MapaMental para ajudá-lo.

O papel deve ser branco para contrastar com as cores das canetas, e deveser utilizado na horizontal para aproveitar melhor nosso campo de visão(nosso campo visual possui maior amplitude para os lados do que para cimae para baixo; talvez pelas necessidades humanas e pela localização dos olhos,um ao lado do outro).


As canetas devem ser coloridas para estimular o lado direito do cérebro,podendo ser de espessuras diferentes para diferenciar temas e sub-temas ou,ainda, marcar ou realçar textos.

Modo de Fazer

Vamos relacionar como está dividida a vida do Júlio:

❑ Ele trabalha como carteiro, então tem uma profissão.❑ Ele tem uma família: esposa e três filhos.❑ Ele estuda odontologia para ter um diploma e talvez uma nova pro-

fissão.❑ Ele pratica esportes andando de bicicleta e diverte-se com os amigos

jogando cartas.

Então vamos fazer um mapa de apresentação do Júlio.



Aí está! Agora faça a sua apresentação.


Talvez você não encontre muito sentido em fazer isso aqui, durante sualeitura, já que não está numa situação de fazer sua apresentação. Porém, oexercício pode contribuir para que você crie uma forma sintética de apresen-tar-se em ocasiões oportunas. Assim como, quando adolescentes, exercitamosuma assinatura para que ela esteja treinada no momento em que precisarmosdela. Evidentemente, podem haver muitas formas ou roteiros diferentes deapresentação dependentes do contexto, isto é, nossa apresentação em situa-ção profissional é muito distinta de outra em situação esportiva ou social.Portanto, a decisão é sua.

Caso sinta falta de alguns símbolos neste começo, incluímos alguns aseguir para que você se familiarize aos poucos com suas novas habilidades.Esperamos que você esteja suficientemente motivado(a) para enriquecer essalista com muitos outros ícones, de acordo com a sua própria compreensãodas palavras.

Como você pode perceber rapidamente, essa história toda de construirmapas mentais é muito simples! Embora isso possa não significar que sejamuito fácil no começo, até que nos acostumemos a essa nova sintaxe das idéiasque, no entanto, é exatamente como nosso pensamento funciona. Ter a habi-lidade é agora apenas uma questão de prática.

Existem três fases distintas nesse processo: a primeira corresponde à cria-ção ou geração do mapa, é uma etapa de muita liberdade e descompromissona qual devemos permitir que nossas idéias fluam para o papel; a segundafase é de organização e refinamento das informações e enriquecimento deconceitos, palavras-chave, ilustrações e símbolos; a terceira fase consiste nacolocação de novas idéias e informações, fase esta que pode ser recorrente notempo e acontecer repetidas vezes, além de estar destinada a revisões periódi-cas de conteúdos verdadeiramente importantes (para refrescar a memória) eàs operações de adição, subtração e reforma de conteúdos, à medida que nossaprópria compreensão daqueles conteúdos evolua ao longo do tempo – é a fasedas novas idéias.

Não incluímos aqui um item sobre memorização, pois os mapas, por sipróprios, já se constituem numa “ferramenta” de armazenamento de infor-mações em diferentes graus de profundidade, conforme sejam elaborados commais cuidado e sejam mais ricos em referências e vínculos de informações. Po-demos afirmar que o uso desses recursos para planejamento de aulas e pales-tras faz com que nem necessitemos utilizar os mapas de resumo ou de consultarápida durante as apresentações, devido à sua eficiência em inserir seus con-teúdos na nossa memória (assim como no caso daqueles alunos que elabo-ram “colas” com tanto afinco, que já não precisam delas durante as provas).



Assim, chegou a hora de tratarmos dos casos mais comuns de mapea-mento mental: na página 96, na seção de Apresentação dos Mapas Mentais,você encontrará um mapa com várias possibilidades. Agora vamos tratar dealgumas dicas específicas para cada caso.

Gerenciamento de Tempo

Os mapas mentais constituem-se numa excelente “ferramenta” para ogerenciamento de agenda, quer seja diária, semanal, mensal ou de objetivosfuturos. Para estar mais apto a obter essa desenvoltura na organização da suaagenda, é interessante que você leve em conta a hierarquia de seus valores, asrespostas às perguntas e os seus mapas pessoais das páginas 175 a 187.

Em seguida, você poderá utilizar-se do seguinte modelo para começar aorganizar seus afazeres, sejam diários, semanais ou mensais. Experimente clas-sificar seus compromissos neste modelo, isso o(a) ajudará a ter mais foco eefetividade em suas ações.

Evidentemente, essas categorias falam por si mesmas. Resta-nos apenas atarefa de preencher os espaços em branco e gerenciar nosso tempo para rea-lizar todos os compromissos. Você ainda poderia dividir este mapa, ou cons-truir outros para contemplar cada setor de sua vida. Tê-los em local visívelnos oferece melhores condições de decisão e ação, sem corrermos o risco dedeixar de lado algo que possa ser de valor.



Trabalhando com livros

Tratando-se de livros, devemos pensar principalmente em duas direções,primeiramente no uso mais comum – o aproveitamento das informações lidasou estudadas (resumos, pesquisas, consultas etc.) –, em segundo lugar, na pos-sibilidade de você escrever o seu próprio livro. Enfim, muitos de nós aprende-mos tantas coisas em nossa vida, que certamente algumas delas podem ser úteispara outras pessoas.

O mapeamento mental de livros, para gerenciar a busca e a obtenção deinformações, foi a primeira abordagem desenvolvida por Tony Buzan. Em pri-meiro lugar, vamos tratar da estratégia de como lidar com livros. A ilustra-ção a seguir apresenta um roteiro simples no formato de paisagem mental:

Segundo a opinião de Ron Gross, autor de livros e conferencista famosonos países de língua inglesa, devemos aprender a ler de uma forma mais inte-ligente. Isso significa que não há necessidade de lermos palavra por palavrade cada livro, pois há muito mais livros do que tempo disponível para lê-los,isto é, ler a todos – lembre-se de que você poderá obter as idéias e informa-ções essenciais de um livro em apenas 10% ou 20% das palavras contidas nele!Esse método nos permite identificar e localizar onde estão as informações re-levantes do livro, evitando o desperdício de tempo na leitura daquilo que jásabemos. Vamos descrever a seguir um roteiro de sugestões para aumentar oseu desempenho de aproveitamento da leitura ou do estudo de livros:


1. Antes mesmo de ler um livro, você pode fazer um mapa dele: issoservirá para determinar sua estrutura geral, cuja função é lhe ofere-cer uma percepção global do seu conteúdo.

2. Esse primeiro mapa, que servirá como um guia de informações, de-verá ser principalmente estruturado a partir do índice, tomando-ocomo um esqueleto, semelhante àquele que você pode encontrar napágina V deste livro. Utilizam-se o sumário e a ordem previamenteestabelecida das informações do livro, incluindo-se o tema e as par-tes, as seções, os capítulos e os conteúdos como se fossem a raiz, ostroncos, os galhos, os ramos e as folhas de nosso mapa geral – nor-malmente, aí estão as idéias-chave do trabalho.

3. Para enriquecer esse primeiro mapa, você ainda deverá pesquisar eincluir as informações gerais sobre o livro mostradas na segundacapa, prefácio, apresentação, introdução, resumos de capítulos, ilus-trações, conclusões de seções ou conclusão final, pois, geralmente,nessas seções estarão contemplados os objetivos do livro, aspectosgerais e informações úteis para a compreensão do trabalho.

4. Esse mapa, ou roteiro do livro, poderá ser guardado futuramentejunto às páginas iniciais, no índice ou anexado à capa para futurasconsultas e resgate de informações; além disso, você poderá colocarnas páginas cartões marcando aquelas que contêm informações úteis,utilizar post it (lembretes auto-adesivos) para anotações complemen-tares, destacar com canetas marca-texto, sublinhar palavras ou fra-ses, indicar parágrafos importantes etc.

5. Esse mapa construído previamente também poderá receber os postit (lembretes) contendo anotações relevantes com a indicação das pá-ginas (como um índice de informações importantes) e o que maisvocê considerar interessante.

6. Agora, de posse dessas referências, sugerimos que você comece a leitu-ra do livro (caso deseje lê-lo) ou inicie a busca e aprofundamento deinformações que considerou importantes para os seus objetivos, fa-zendo ainda uso de recursos de realce de informações importantes.

7. Por último, construa um novo mapa desse livro, redesenhando suasformas para destacar as relações entre informações, na sua perspec-tiva pessoal de compreensão do conteúdo, inserindo ilustrações co-loridas nos tópicos principais que desejar memorizar de forma maisduradoura. Lembre-se de retornar a esses esquemas nos intervalosde estimulação da memória já citados para que sua mente possa me-morizar e sintetizar as informações mais adequadamente, principal-mente se esse livro for muito importante para o seu estudo.


Essa é uma forma simples, inteligente, eficaz e criativa de relacionar-secom conteúdos escritos, de modo que obtenhamos melhores dividendos dotempo investido em leitura. Evidentemente, essas estratégias podem não seras mais adequadas para leitura de lazer, como no exemplo da leitura de ro-mances, na qual o “sabor” das palavras, dos detalhes e da leitura mais demo-rada tem a finalidade de entretenimento.


Agora que você já obteve condições de otimizar suas estratégias de captação,seleção, organização, hierarquia, síntese, memorização e criação de informações, talvezvocê sinta-se apto(a) e motivado(a) a escrever o seu próprio livro! Se não ago-ra, talvez um pouco mais adiante, quando estiver bastante afiado(a) no assunto.

Então o mapa a seguir, adaptado do fluxograma do jornalista Jorge Mar-cos Lopes, citado no livro Aprendizagem Acelerada, de Rousseau Leão


Castello Filho e Maurício Aguiar, deve servir para você saber por onde come-çar a sonhar com o seu próprio livro. Para se aprofundar ainda mais nesseempreendimento, você poderá também consultar o livro de Ryoki Inoue (vejabibliografia), maior recordista mundial de títulos publicados, que trata doprocesso de elaboração de livros.

Evidentemente, nossa proposta de aprender a escrever livros não serveapenas para quem a deseja, mas pode enriquecer consideravelmente a nossahabilidade de processar informações e expressar-nos através da linguagemescrita: aprendemos muito mais quando experimentamos ensinar. Portanto,esse pode ser um desafio muito interessante para que você o assuma, princi-palmente dentro daquela perspectiva de manter-se em permanente aprendi-zado, quer você queira publicá-los (atualmente os recursos da informáticatornaram isso muito mais viável) ou apenas incluí-los em seu portifólio decriações e, quem sabe, disponibilizá-los gratuitamente na Internet.

Planejando Conversas, Palestras, Aulas, Negociações,Artigos e Relatórios

Existe uma valiosa regra dos profissionais de propaganda que propõe anecessidade de conseguirmos expor a essência de nossas idéias e despertar ointeresse pelo nosso produto ou raciocínio num tempo máximo de apenas 30segundos (conforme já comentamos na seção de Síntese, página 189). Casocontrário, dificilmente seremos capazes de ser claros ou de persuadir nossointerlocutor de sua importância em tempo mais longo. Se, porém, conseguir-mos tal concisão, então seremos capazes de atrair adequadamente a curiosi-dade do cliente, despertando seu interesse por saber detalhes daquilo quedesejamos expor.

Embora essa regra não deva necessariamente orientar o planejamentode uma aula, de uma conversa ou mesmo de uma negociação, comumente podeser utilizada em uma palestra. Esse recurso pode enriquecer consideravelmenteo aproveitamento dos ouvintes, sejam eles interlocutores, platéias ou negoci-antes, à medida que lhes oferece uma perspectiva global do assunto a ser tra-tado. Isso é bastante compatível com as proposições dos mapas mentais.

Caso você esteja elaborando um artigo, uma matéria, um relatório ou umprojeto, ainda assim, tais idéias podem ser aproveitadas se conseguir imaginarum título bastante adequado, um subtítulo, um primeiro ou segundo parágrafoque contenha uma síntese de tudo o que virá a seguir – essa é uma valiosaestratégia dos jornalistas na criação de suas manchetes e apelos para que o


leitor se interesse pelo conteúdo a ponto de prosseguir com a leitura – comoexemplo, vide a matéria que despertou nosso interesse sobre “O Homem queVende Ignorância”.

De um modo geral, há um roteiro que também pode auxiliar bastantena construção da argumentação e na ordenação das informações dispostasno material. Esse esqueleto pode ser facilmente obtido ao respondermos o pró-ximo roteiro de perguntas (evidentemente, você pode mudar a ordem das per-guntas de acordo com a necessidade, ignorar algumas delas ou acrescentaroutras, dependendo do público com o qual está se comunicando):

❑ Do que se trata?❑ O que é?❑ Por quê?❑ Quem?

❑ Como funciona?❑ Quando?❑ Onde?❑ Quanto?

Quanto mais espaço houver para desenvolver as idéias, mais específicosdevemos ser. Por outro lado, se tivermos que condensar nossa apresentaçãoou texto, basta reduzir-se os graus de detalhamento, retirando do conteúdoprimeiramente as “folhas”, depois os “ramos” e assim por diante. Ocasional-mente, podemos substituir tais detalhes pela indicação de fontes de consultae aprofundamento de tais informações ou argumentos.

Várias vezes utilizamos apenas mapas mentais como material de apoiodistribuído em palestras, não somente porque podem conter as palavras-ga-


tilho que acionam a memória de nossos ouvintes durante um possível processode recordação dos conteúdos, mas também por serem muito mais atraentes edivertidos, sendo que isso pode despertar o interesse de consulta. Ocasional-mente, também utilizamos apenas o mapa mental do conteúdo da palestra pro-jetado simultaneamente pelo retroprojetor, data-show ou na forma de banners,contemplando o assunto para ativar leituras paralelas e relacionamentos de in-formações entre os participantes.

Solução de Problemas ou Geração de Idéias

No livro Revolucionando o Aprendizado, os autores mencionam que, sehouvesse uma única palavra da língua japonesa a ser aprendida por um oci-dental, a mais importante de todas seria a palavra Kaizen. No que concerne àhabilidade de elaborar mapas mentais que você busca desenvolver, esse con-ceito é realmente valioso: a melhoria contínua! Podemos estender tal com-preensão também à criação de novas idéias e relações entre conhecimentosdecorrente do uso dos mesmos mapas. Evidentemente, apenas a prática regu-lar pode proporcionar a excelência. Além disso, a busca de novas soluções,mesmo que empreendida para problemas já resolvidos, também pode serbastante valiosa, nem que seja como um exercício de raciocínio, pesquisa oude busca da própria excelência (Kaizen).

Os exemplos corporativos da indústria japonesa podem rapidamentevalidar a importância do Kaizen (das atitudes e procedimentos de melhoriacontínua), já que todos os colaboradores de uma empresa vivem comprome-tidos com esse paradigma. Na Nissan Motors, na época de redação do livromencionado acima, qualquer sugestão que pudesse poupar pelo menos 6 dé-cimos de segundo era seriamente considerada. De forma semelhante, naToyota, os funcionários produziam um milhão e meio de sugestões por ano,das quais 95% eram implementadas. Na Matsushita, gigante do ramo eletro-eletrônico, 6 milhões e meio de idéias e sugestões oferecidas pelos seus colabo-radores eram geradas anualmente.

Entretanto, tais princípios são raramente encontrados na “indústria” daeducação. Caso os diretores, coordenadores pedagógicos e professores pedis-sem aos seus alunos idéias e sugestões a respeito da melhoria dos métodos eprocedimentos educacionais, surpreender-se-iam com as soluções de melhorade desempenho e economia que poderiam obter, já que os próprios clientesdas instituições de ensino, públicas ou privadas, são os maiores interessadosem obter os conhecimentos pelos quais tanto se empenham.


Os métodos de solução de problemas propostos pelas doutrinas de KaoruIshikawa (um dos maiores especialistas japoneses em Controle de Qualidade eQualidade Total) constituem um rico conteúdo do qual extraímos algumas idéiaspara uma reflexão rápida. São sete instrumentos propostos, sendo alguns delesde análise estatística. Os mais interessantes para os nossos objetivos são o Diagra-ma de Causa-Efeito (Diagramas Espinha de Peixe ou Diagramas de Ishikawa) e oBrain Storming, cujas semelhanças estruturais com os mapas mentais nos per-mitem adaptar tais idéias para o nosso contexto (veja uma adaptação de umDiagrama Espinha de Peixe na Seção de Apresentação e Exemplos, pág. 85).

Basicamente, consiste num método de análise de causas potenciais de umproblema (considerado efeito), sendo que sua manipulação deve sempreobjetivar as causas, e não apenas os efeitos. O objetivo principal dessa meto-dologia é identificar todas as causas relevantes e obter uma visão global deuma situação, levando em conta que um mesmo problema pode ser geradopor uma ou por várias causas concomitantes.

Seus critérios de análise de causas incluem o grupo dos cinco emes (M): mãode obra, máquina, material, método e meio (ambiente). No nosso caso, incluímosum sexto fator, a “medição”, uma possível causa relevada em doutrinas derivadasdas idéias de Ishikawa, como, por exemplo, a metodologia Six Sigma (uma das re-centes perdas da NASA, de uma sonda espacial que explorava Marte, foi devido aodesencontro das escalas de padrão internacional e inglesa, ambas utilizadas nummesmo projeto). Veja a seguir um mapa e em seguida uma “espinha de peixe”:


Aqui está um exemplo típico do Diagrama Espinha de Peixe:

Cada um dos espaços vazios acima, tanto as linhas horizontais como asinclinadas do diagrama de Ishikawa, poderá receber mais linhas associadas,de acordo com a quantidade de detalhes adicionais que possa vir a ser in-cluída. Aqui, a quantidade de níveis (raiz, troncos, galhos etc.) pode crescertanto quanto for necessário.

Quanto ao processo criativo utilizado para gerar as soluções, comumenteconhecido como Brain Storming, dentro da metodologia da Qualidade Total,é definido como uma técnica de grupo para gerar idéias construtivas e criati-vas, com a contribuição de todos os participantes do grupo sobre algum as-sunto específico. O objetivo principal desse procedimento é identificar causase soluções para problemas dados num curto intervalo de tempo.

O método consiste em reunir o grupo de trabalho, definir o problema eregistrá-lo. A seguir, registrar sem questionamento ou crítica as sugestões e idéiasoferecidas por cada participante, durante uma etapa criativa de livre associação.O processo deve prosseguir até que o tempo da sessão, previamente determi-nado, tenha acabado ou até que os participantes tenham esgotado suas pos-sibilidades. Em seguida, discute-se e clarificam-se todas as idéias apresentadas.

Posteriormente, numa fase de análise minuciosa, as idéias devem recebero seguinte tratamento: Organização e Classificação (agrupamento de soluçõessemelhantes ou relacionadas), Filtragem (rejeição de idéias inúteis), Revisãodos Resultados e, por último, Planejamento e Implementação de Soluções.


O fluxograma simplificado do método está a seguir:

Como tratamos na seção de Memorização, se a dupla ou múltipla codi-ficação de uma determinada informação é uma valiosa estratégia para aumen-tar seus vínculos e conseqüentemente nossa capacidade de recuperá-la, entãoa transcodificação de conhecimentos é um dos mais valiosos recursos paraacessar as profundezas de nosso poder criativo. A transcodificação é a repre-sentação de uma questão qualquer em diferentes sistemas de representação,isto é, linguagem verbal, metáforas, analogias, ilustrações, fantasias, símbo-los, sons, sensações etc.

No caso da solução de problemas, os mapas mentais constituem umavaliosa forma de representação gráfica que nos oferece uma percepção globaldo assunto. Muitos tipos de problemas, conforme a experiência mostra, pos-suem soluções óbvias quando são representados num mapa mental. Se a cons-trução de um mapa com o objetivo de solucionar um problema não for suficientepara encontrarmos uma resposta ou solução satisfatória, no mínimo estaremosestimulando outras áreas de nossa mente, convocando-as a empenhar-se nabusca de soluções.

Especialmente na organização de tensões emocionais, sentimentos, dúvi-das existenciais, além dos problemas cotidianos, a expressão e representação


de tais questões em outros códigos têm uma função terapêutica inimaginável,revelando nuances de percepção muitas vezes obscurecidas pela análise racio-nal dos fatos. Parece-nos que todas as abordagens de arte-terapia estão basea-das nesse benefício que a transcodificação nos proporciona, cujas estatísticasde sucesso não podem mais descartar tal caminho como uma vertente tera-pêutica eficaz.

O uso de mapas mentais com a finalidade de solucionar problemas pos-sui ainda outra qualidade: é a possibilidade de transitarmos das extremidadespara o centro e vice-versa, isto é, ordenarmos e compararmos a importânciade cada nível hierárquico do mapa (após a seleção, a ordenação e a classifica-ção dos dados iniciais). Evidentemente isso é feito depois do processo de ge-ração de idéias (Brain storming), no qual as idéias podem apresentar-se maisdesordenadamente.

Se você colheu bons “frutos” do trabalho com a hierarquia de valores,tendo seu processo criativo inconsciente ativado por tal vivência, então com-preenderá muito bem o que tal “movimentação” através das idéias, pensamen-tos, sentimentos, símbolos etc. pode lhe proporcionar na solução de problemasutilizando não somente os mapas mentais, mas também diferentes formas derepresentação e expressão de informações. Esses artifícios podem levá-lo(a)dos processos criativos de terceira ordem para os de segunda ou mesmo deprimeira ordem.

Tenha em mente que as maiores revoluções de paradigmas na ciência ena indústria normalmente provêm de curiosos ou pesquisadores transdisci-plinares que arrastam consigo uma compreensão de um campo do conheci-mento quando migram para uma nova área, em que são reconhecidos comorebeldes, revolucionários e reformadores.

Gerenciamento de Informações

De uma forma geral, como já foi dito algumas vezes, a metodologia deMapeamento Mental é uma simples e poderosa “ferramenta” de gerenciamen-to de dados e informações. Qualquer idéia ou tema que possa ser tratadoatravés da linguagem escrita também poderá ser reorganizado na forma deum mapa mental.

Funcionando como um método complementar e associado à escrita, osmapas mentais estimulam um processo de raciocínio de associação de idéiassuplementares que, via de regra, não seriam despertadas num processo deraciocínio linear e seqüencial. Essa abertura para o estabelecimento de novas


associações, mesmo que com assuntos aparentemente não relacionados (excetoem nossa mente) é o que Tony Buzan chama de pensamento radiante – ilimi-tado. Este, por sua vez, além de se constituir num valioso recurso criativo,promove estados mentais e de atenção muito produtivos no aprendizado ena solução de problemas, conforme mencionamos há pouco.

Mapas coletivos (co-elaborados)

Por todas as razões já descritas, especialmente no tocante à organizaçãoespacial das informações (quer lhe atribuamos sentido ou não), este métodopermite que várias pessoas trabalhem juntas em um único mapa mental. Se afolha de papel for suficientemente grande, ela poderá aceitar mapas com maisde um centro de irradiação de informações (ou vários mapas vinculados),mais detalhes, isto é, mais subníveis (além das folhas, em nossa analogia es-trutural das partes da árvore), ou mesmo uma mescla de diferentes métodosgráficos de registro de informações: mapas conceituais, paisagens mentais,clustering etc., como apêndices do mapa mental (embora isso não faça partedas regras originais.

O mapa de aproximadamente oito metros de comprimento, contendoum resumo das informações de um manual de engenharia da Boeing Aircraft,é um excelente exemplo da utilidade do método, conforme descrito na pági-na 92. Esse mapa permitiu que uma equipe de cem engenheiros aeronáuticosaprendesse em semanas o que levaria anos – com uma economia de mais de10 milhões de dólares.

Para isso, você poderá trabalhar com folhas de papel coladas ou blocos dedesenhos próprios de ilustrações artísticas, tamanhos A3 ou A2, ou mesmo maio-res, folhas de flipper-chart etc., dependendo da funcionalidade e da necessidade.

Mapas Rápidos

Assim que você se habituar à utilização de formas gráficas e ilustrativasde registro de informações, seu julgamento daqueles estudantes que ficamdesenhando durante as aulas poderá mudar completamente, principalmentese aproveitar a oportunidade para orientá-los a utilizar seus hábitos para algoútil para os colegas, pois compreenderá que isso é apenas uma estratégia defocalização de atenção. Tais alunos poderiam ser convidados a construir ma-teriais de estudo para toda a turma!


Além disso, seja como rascunho, seja como uma tentativa de lembrar-sepreviamente de conhecimentos ou mapas já elaborados, a construção de mapasmentais simplificados, com menos detalhes e mais indicações ou abreviações,pode constituir um excelente hábito de focalização de atenção e de ativaçãoprévia da memória nas suas sessões de estudo. Essa busca de representar nomapa aquilo que já foi estudado, antes de uma nova sessão de recordação,permite que exercitemos nossas “ferramentas” cognitivas de comparação.Conforme já tratado na seção de Memorização, há pesquisas que indicam quea comparação dos conteúdos de nossa memória com os conteúdos registradosem papel ou computador é uma excelente forma de fixar tais informações oureforçá-las em nossa lembrança. Isso justifica o antigo método dos pais de“tomarem” as lições de seus filhos em suas tentativas de ajudá-los a estudar eterem bom aproveitamento nos exames.

Vale ainda ressaltar a importância dos Mapas Mentais no processo dememorização, conforme já mencionamos na página 120. Tratávamos das pes-quisas de Endel Tulving naquele experimento clássico sobre o processamentodas informações. Outro pesquisador, o psicólogo George Mandler, citado nolivro Insult to Intelligence, de Frank Smith (págs. 45 e 46), descreve uma outraversão do mesmo experimento realizada na década de 1970, que vale ser lem-brada aqui.

Trata-se da importância da compreensão como condição para o apren-dizado, sendo que o esforço de memorização (sem as estratégias apropriadas– algumas delas mencionadas neste livro), pode não ser eficaz.

O experimento consistiu no seguinte: foram dados 52 cartões contendouma palavra diferente em cada um, para três grupos de estudantes de níveluniversitário. Cada grupo tinha uma tarefa diferente, porém o mesmo perío-do de tempo para realizá-la, conforme segue:

1o grupo: deveria ordenar os cartões em pilhas distintas, de modo queclassificasse as palavras de acordo com qualquer critério queescolhesse – os participantes poderiam gerar quantas classesde informações desejassem, atendo-se ao significado, quanti-dade de letras, letras iniciais, categorias das palavras etc. (en-fim, deveriam determinar algum sentido para a tarefa). Essegrupo não foi previamente avisado que seria submetido a umteste de memória subseqüente à tarefa.

2o grupo: este grupo recebeu as mesmas instruções do primeiro e foiavisado do teste de memória posterior, para avaliar o quan-to conseguiria lembrar do conjunto de palavras dos cartões.


3o grupo: não foi convidado a classificar ou ordenar as palavras, po-rém foi avisado de que teria os testes de memória, como osoutros dois grupos, depois que não tivesse mais os cartões àdisposição para consulta.

Talvez você pense que o terceiro grupo tenha sido favorecido pelo fatode ter todo o tempo para empenhar-se na tarefa de memorizar as palavras.Porém esse terceiro grupo foi o que obteve pior desempenho! Diferente doque se imagina, os dois primeiros grupos obtiveram resultados superiores aoterceiro e equivalentes! Isto é, não fez diferença alguma serem ou não avisa-dos de um teste de memória posterior. A atividade de ordenação, classifica-ção ou processamento das palavras foi o que garantiu o melhor desempenhodos dois primeiros grupos.

Revisões

De acordo com as considerações tratadas na seção de Memorização, osmapas mentais servem especialmente para otimizar nossos esforços de reten-ção de informações na memória. Portanto, lembrando agora das sucessivasrevisões que nos permitem inserir os conhecimentos na memória de longoprazo, tenha em mente que aqueles conhecimentos que você mais desejarmanter na memória, depois de estudados e utilizados para a construção demapas bem ilustrados e repletos de símbolos e cores, deverão ser revisadosem sessões de estudo com os seguintes intervalos de tempo:

1a revisão: 10 minutos após a sessão de estudo (a.s.e.)2a revisão: 1 hora a.s.e.3a revisão: 1 dia após a sessão de revisão anterior (a.s.r.a)4a revisão: 1 semana (a.s.r.a)5a revisão: 2 semanas (a.s.r.a) [opcional, dependendo da

complexidade dos conteúdos]6a revisão: 1 mês (a.s.r.a)7a revisão: 3 meses (a.s.r.a)8a revisão: 6 meses (a.s.r.a) [opcional, dependendo da

complexidade dos conteúdos]9a revisão: 1 ano (a.s.r.a)


Resumo

Enfim, como você bem pode avaliar, as sugestões e técnicas tratadas nes-ta seção de Elaboração dos Mapas Mentais estão intimamente relacionadascom os objetivos das seções anteriores, nas quais desejávamos que você de-senvolvesse ou aprimorasse algumas dessas competências que podem enrique-cer suas estratégias de construção de mapas mentais, seja seu domínio dalinguagem e a habilidade de síntese, seja a desenvoltura com as ilustrações ouas dicas sobre memorização, o uso da imaginação e de associação de idéiasetc., contempladas nas páginas anteriores.

Por outro lado, o uso regular dos mapas mentais também estimula odesenvolvimento de cada uma daquelas habilidades, de modo que esta “ferra-menta” aprofundará sua compreensão da importância de tais competências.Assim sendo, a principal mensagem desta unidade é que, com a prática, vocêdesenvolverá seu próprio estilo de trabalho e facilmente encontrará aindaoutros procedimentos que podem ser muito úteis.

Em princípio, quer você esteja elaborando um mapa de informaçõesexclusivamente para uso pessoal, quer seja para uso coletivo, para memori-zar ou para utilizar como esqueleto de uma palestra ou aula, o essencial é quese acostume com um estilo de organização o mais claro possível, de modo queaquilo que tenha anotado ou registrado no mapa possa ser fácil e rapidamenteresgatado quando houver interesse ou necessidade.

O método mais simples para obter essa clareza é utilizar os recursos deassociação de informações (por meio de flechas, setas, cores, caixas de texto,vínculos e linhas de conexão) e de destaque de informações (cores, ilustra-ções, letras garrafais ou estilizadas, símbolos e figuras de realce e profundida-de das imagens, entre os mais comuns).


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Mapas Mentais - Enriquecendo Inteligências · Mapas Mentais e, de acordo com convenções já estabelecidas, torná-los mais facilmente legíveis, embora muitas delas possam ser