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RS BIODIVERSIDADE
SECRETARIA ESTADUAL DE MEIO AMBIENTE
MAPEAMENTO DA “QUALIDADE E DISPONIBILIDADE
DOS RECURSOS HÍDRICOS” E RESPECTIVO
ZONEAMENTO TEMÁTICO – ÁREA 4 DO PROJETO
RS BIODIVERSIDADE – LITORAL MÉDIO
- PROGNÓSTICO -
Consultor:
Eng. Civil Marcio Ferreira Paz
MARÇO / 2014
MAPEAMENTO DA “QUALIDADE E DISPONIBILIDADE DOS RECURSOS
HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO TEMÁTICO – ÁREA 4 DO
PROJETO RS BIODIVERSIDADE – LITORAL MÉDIO
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SUMÁRIO
1. SENSIBILIDADE AMBIENTAL DOS RECURSOS HÍDRICOS ............................... 3
1.1.1 Sensibilidade dos mananciais subterrâneos frente ao potencial de contaminação. ........................................................................................ 3
1.1.2 Sensibilidade das subbacias frente ao comprometimento da disponibilidade hídrica em relação as demandas e consumos anuais. .. 8
1.1.3 Sensibilidade das subbacias frente ao comprometimento da disponibilidade hídrica em relação as demandas e consumos de verão. 13
2. PROGNÓSTICOS A CERCA DOS RECURSOS HÍDRICOS ................................ 18
2.1 Cenários ......................................................................................................... 18
2.1.1 Cenário Tendencial .............................................................................. 19
2.1.2 Cenário Rio Grande do Sul .................................................................. 20
2.1.3 Cenário Rio Grande do Brasil .............................................................. 22
2.1.4 Cenário Rio Grande do Mundo ............................................................ 23
2.2 Visões setoriais ............................................................................................... 25
2.3 Demandas futuras .......................................................................................... 28
3. ZONEAMENTO TEMÁTICO DOS RECURSOS HÍDRICOS ................................. 38
3.1 Zona 1 – Proteção de lagos, lagoas e reservatórios ....................................... 38
3.1.1 Subzona 1.1 ......................................................................................... 38
3.1.2 Subzona 1.2 ......................................................................................... 40
3.1.3 Subzona 1.3 ......................................................................................... 41
3.2 Zona 2 – Proteção dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos ............ 41
3.2.1 Subzona 2.1 ......................................................................................... 42
3.2.2 Subzona 2.2 ......................................................................................... 42
3.2.3 Subzona 2.3 ......................................................................................... 42
3.2.4 Subzona 2.4 ......................................................................................... 43
3.2.5 Subzona 2.5 ......................................................................................... 43
3.2.6 Subzona 2.6 ......................................................................................... 44
3.3 Zona 3 – Proteção de Áreas úmidas e Banhados .......................................... 44
MAPEAMENTO DA “QUALIDADE E DISPONIBILIDADE DOS RECURSOS
HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO TEMÁTICO – ÁREA 4 DO
PROJETO RS BIODIVERSIDADE – LITORAL MÉDIO
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1. SENSIBILIDADE AMBIENTAL DOS RECURSOS HÍDRICOS
A sensibilidade ambiental pode ser entendida como uma propriedade do
meio natural em sofrer determinado risco de degradação ambiental. Este risco pode
ser determinado a partir das características intrínsecas de determinado recurso
ambiental (água, solo, cobertura vegetal, etc.), independentemente das suas
condições de uso e apropriação.
A análise da sensibilidade ambiental dos Recursos Hídricos no escopo do
ZEE do Litoral Médio para fins de apoio ao zoneamento temático dos recursos
hídricos fez uso de três indicadores: a sensibilidade dos mananciais subterrâneos ao
potencial de contaminação, a sensibilidade das sub-bacias frente ao
comprometimento da disponibilidade hídrica em relação as demandas e consumos
anuais, e sensibilidade das sub-bacias frente ao comprometimento da
disponibilidade hídrica em relação as demandas e consumos de verão. Valendo-se
de técnicas de álgebra de mapas em ambiente de SIG, foi possível realizar o
cruzamento de planos de informação para a obtenção de cada indicador específico
de sensibilidade ambiental, adotando-se cinco níveis distintos de intensidade,
conforme demonstra o Quadro 1-1.
Quadro 1-1 - Níveis, valores e legenda da sensibilidade ambiental.
Valor Legenda
Muito Baixa 1
Baixa 2
Média 3
Alta 4
Muito Alta 5
1.1.1 Sensibilidade dos mananciais subterrâneos frente ao potencial de
contaminação.
Dada a importância que os mananciais subterrâneos possuem na área 4 do
litoral médio buscou-se avaliar o quanto a qualidade deste compartimento formado
por diferentes sistemas aquíferos pode vir a ser comprometida em função de
atividades diversas.
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HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO TEMÁTICO – ÁREA 4 DO
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Assim, para avaliação deste indicador valeu-se de dois planos de informação
distintos: a capacidade específica dos sistemas aquíferos e a altura do lençol
freático (a partir do mapa de solos).
A capacidade específica dos sistemas aquíferos foi ponderada admitindo-se
que quanto maior esta capacidade maior seria o seu potencial de contaminação,
pois esta informação carrega intrinsecamente uma maior capacidade de recarga. A
altura do lençol freático da mesma forma, quanto mais superficial esta for, maior o
seu potencial de contaminação e sua propagação para as camadas mais profundas
do solo.
Estes planos de informação foram reclassificados quanto a sensibilidade
ambiental de Muito Baixa a Muito Alta, através da atribuição de um valor
correspondente ao aspecto em análise, conforme o Quadro 1-2.
Quadro 1-2 – Matriz de sensibilidade ambiental do cruzamento da capacidade específica dos
sistemas aquíferos com a altura do lençol freático.
Sensibilidade Ambiental Altura do freático
1 3 4 5
Capacidade Específica Ausente Suspenso Alto Superficial
1 muito baixa 1.0 2.0 2.5 3.0
2 0,1 1.5 2.5 3.0 3.5
3 < 0,5 2.0 3.0 3.5 4.0
4 0,5 - 1,5 2.5 3.5 4.0 4.5
5 > 4 3.0 4.0 4.5 5.0
As inter-relações da sensibilidade dos planos de informação utilizados na
composição deste indicador foram agregadas através de uma média simples. Assim,
o cruzamento destes dois planos de informação permite inferir áreas onde a
ocorrência de contaminação do freático poderiam levar ao comprometimento da
qualidade dos aquíferos localizados abaixo. Para o cruzamento valeu-se da
ferramenta “Union” no ArcGis, e adicionando-se um campo a tabela de atributos
contendo o valor da média dos planos de informação, conforme o Quadro 1-2.
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1.1.2 Sensibilidade das subbacias frente ao comprometimento da
disponibilidade hídrica em relação as demandas e consumos anuais.
Para a composição deste indicador utilizou-se dois planos de informação
distintos, quais sejam: as espacializações das relações entre demandas hídricas
anuais vrs disponibilidades hídricas anuais, e os consumos hídricos anuais vrs
disponibilidades hídricas anuais aplicadas as condições atuais determinadas no
diagnóstico.
O resultado dessa divisão (coeficiente - Quadro 1-4), expresso em termos
percentuais, retrata a quantidade da água disponível que está sendo efetivamente
utilizada quanto à captação (demandas), expressando situações específicas em
determinados pontos das bacias hidrográficas, aproximando a situação real
verificada à beira do curso de água, enquanto o segundo, retrata a quantidade da
água disponível que está sendo efetivamente utilizada quanto ao uso efetivo
(consumos) retratando a situação geral da bacia hidrográfica, no seu todo, visto que
os consumos consideram somente a parcela efetivamente utilizada da água e que
não retorna aos cursos de água, após o uso.
Para a ponderação dos indicadores utilizou-se as seguintes faixas de valores
orientativos conforme PERH/RS (Quadro 1-3).
Quadro 1-3 – Faixas de valores de classificação das relações de demandas e consumos anuais
com as disponibilidades anuais.
Classificação Demanda Anual / Disponibilidade
Anual (%)
Consumo Anual / Disponibilidade
Anual (%)
Muito Baixa 0 – 5 0 – 2,5
Baixa 5 - 10 2,5 – 5
Normal 10 - 15 5 – 7,5
Alerta 15 - 20 7,5 – 10
Crítica > 20 > 10
Importante destacar que as disponibilidades hídricas utilizadas nos cálculos
dos balanços hídricos consideraram integralmente tanto a parcela de água fluente
nos cursos de água, quanto a parcela armazenada em reservatórios artificiais
(barragens) ou naturais (lagos e lagoas) calculada na fase de diagnóstico.
Quadro 1-4 - Relações das demandas e consumos anuais com as disponibilidades anuais.
SubBacias
Demanda Anual / Disponibilidade
Anual
Consumo Anual / Disponibilidade
Anual
(%) Classificação (%) Classificação
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SubBacias
Demanda Anual / Disponibilidade
Anual
Consumo Anual / Disponibilidade
Anual
(%) Classificação (%) Classificação
Litoral Médio 5.7 Baixa 3.6 Baixa
Sanga do Quarenta 10.5 normal 6.6 normal
Arroio Sabão 47.6 Crítica 10.9 Crítica
Arroio Lami 18.5 alerta 7.0 normal
Arroio Estância 16.1 alerta 6.0 normal
Arroio Araça 18.9 alerta 10.2 Crítica
Médio Gravataí 6.9 Baixa 2.9 Baixa
Tramandaí 31.7 Crítica 19.8 Crítica
Arroio Petim 20.7 Crítica 11.2 Crítica
Arroio das Capivaras 24.4 Crítica 12.9 Crítica
Arroio Ribeiro 18.1 alerta 8.3 alerta
Arroio Chico Barcelos 17.1 alerta 6.3 normal
Praia Pombas, Araça e Pedreira 18.5 alerta 7.0 normal
Arroio Xambú 13.4 normal 5.0 normal
Baixo Gravataí 22.3 Crítica 6.2 normal
Alto Gravataí - Banhado Grande 4.5 Muito Baixa 2.4 Muito Baixa
Sanga Capão Alto 8.6 Baixa 5.4 normal
Arroio Teixeira 13.4 normal 8.4 alerta
Arroio Capivari 10.2 normal 6.4 normal
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Estes planos de informação foram então reclassificados quanto a
sensibilidade ambiental de Muito Baixa a Muito Alta, através da atribuição de um
valor correspondente ao aspecto em análise, conforme o Quadro 1-5.
Quadro 1-5 – Matriz de sensibilidade ambiental do cruzamento das relações das demandas e
consumos anuais com as disponibilidades anuais.
Sensibilidade Ambiental Consumo Anual / Disponibilidade Anual
1 2 3 4 5
Demanda Anual / Disponibilidade Anual Muito Baixa Baixa Normal Alerta Crítica
1 Muito Baixa 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0
2 Baixa 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5
3 Normal 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0
4 Alerta 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5
5 Crítica 3.0 3.5 4.0 4.5 5.0
Assim, o cruzamento destes dois planos de informação permitem inferir em
quais subbacias tendem a ocorrer situações de maior pressão sobre os mananciais
decorrentes das demandas e consumos de água necessárias para a realização de
atividades diversas anualmente. Para o cruzamento valeu-se da ferramenta “Union”
no ArcGis, e adicionando-se um campo a tabela de atributos contendo o valor da
média dos planos de informação, conforme o Quadro 1-6.
Quadro 1-6 – Sensibilidade ambiental resultante do cruzamento das relações das demandas e
consumos anuais com as disponibilidades anuais.
SubBacias
Sensibilidade Ambiental
Demanda Anual /
Disponibilidade Anual
Consumo Anual /
Disponibilidade Anual Cruzamento
Litoral Médio 2 2 2 Baixa
Sanga do Quarenta 3 3 3 Média
Arroio Sabão 5 5 5 Muito Alta
Arroio Lami 4 3 3.5 Alta
Arroio Estância 4 3 3.5 Alta
Arroio Araça 4 5 4.5 Muito Alta
Médio Gravataí 2 2 2 Baixa
Tramandaí 5 5 5 Muito Alta
Arroio Petim 5 5 5 Muito Alta
Arroio das Capivaras 5 5 5 Muito Alta
Arroio Ribeiro 4 4 4 Alta
Arroio Chico Barcelos 4 3 3.5 Alta
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SubBacias
Sensibilidade Ambiental
Demanda Anual /
Disponibilidade Anual
Consumo Anual /
Disponibilidade Anual Cruzamento
Praia Pombas, Araça e Pedreira
4 3 3.5 Alta
Arroio Xambú 3 3 3 Média
Baixo Gravataí 5 3 4 Alta
Alto Gravataí - Banhado Grande
1 1 1 Muito Baixa
Sanga Capão Alto 2 3 2.5 Média
Arroio Teixeira 3 4 3.5 Alta
Arroio Capivari 3 3 3 Média
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1.1.3 Sensibilidade das subbacias frente ao comprometimento da
disponibilidade hídrica em relação as demandas e consumos de verão.
Para a composição deste indicador utilizou-se dois planos de informação
distintos, quais sejam: as espacializações das relações entre demandas hídricas de
verão vrs disponibilidades hídricas de verão, e os consumos hídricos de verão vrs
disponibilidades hídricas de verão aplicadas as condições atuais determinadas no
diagnóstico.
O resultado dessa divisão (coeficiente - Quadro 1-8), expresso em termos
percentuais, conforme o item anterior, mas centrado em uma condição de estresse
hídrico (período de verão), retrata a quantidade da água disponível que está sendo
efetivamente utilizada quanto à captação (demandas), expressando situações
específicas em determinados pontos das bacias hidrográficas, aproximando a
situação real verificada à beira do curso de água, enquanto o segundo, retrata a
quantidade da água disponível que está sendo efetivamente utilizada quanto ao uso
efetivo (consumos) retratando a situação geral da bacia hidrográfica, no seu todo,
visto que os consumos consideram somente a parcela efetivamente utilizada da
água e que não retorna aos cursos de água, após o uso.
Para a ponderação dos indicadores utilizou-se as seguintes faixas de valores
orientativos conforme PERH/RS (Quadro 1-7).
Quadro 1-7 – Faixas de valores de classificação das relações de demandas e consumos de
verão com as disponibilidades de verão.
Classificação Demanda Verão / Disponibilidade
Verão (%)
Consumo Verão / Disponibilidade
Verão (%)
Muito Baixa 0 – 20 0 -15
Baixa 20 - 35 15 – 30
Normal 35 - 60 30 – 45
Alerta 60 - 100 45 – 60
Crítica > 100 > 60
Importante destacar que as disponibilidades hídricas utilizadas nos cálculos
dos balanços hídricos consideraram integralmente tanto a parcela de água fluente
nos cursos de água, quanto a parcela armazenada em reservatórios artificiais
(barragens) ou naturais (lagos e lagoas) calculada na fase de diagnóstico.
Quadro 1-8 - Relações das demandas e consumos de verão com as disponibilidades de verão.
SubBacias Demanda Verão / Disponibilidade
Verão
Consumo Verão / Disponibilidade
Verão
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(%) Status (%) Status
Litoral Médio 22.86 Baixa 14.40 Muito Baixa
Sanga do Quarenta 50.65 normal 31.90 normal
Arroio Sabão 63.53 alerta 16.98 Baixa
Arroio Lami 51.59 normal 24.20 Baixa
Arroio Estância 41.33 normal 19.48 Baixa
Arroio Araça 70.92 alerta 42.62 normal
Médio Gravataí 31.61 Baixa 17.21 Baixa
Tramandaí 124.47 Crítica 78.23 Crítica
Arroio Petim 79.07 alerta 47.60 alerta
Arroio das Capivaras 96.42 alerta 57.68 alerta
Arroio Ribeiro 60.44 alerta 33.81 normal
Arroio Chico Barcelos 45.25 normal 21.22 Baixa
Praia Pombas, Araça e Pedreira 51.81 normal 24.70 Baixa
Arroio Xambú 31.42 Baixa 14.76 Muito Baixa
Baixo Gravataí 72.23 alerta 28.45 Baixa
Alto Gravataí - Banhado Grande 26.09 Baixa 15.74 Baixa
Sanga Capão Alto 39.86 normal 25.11 Baixa
Arroio Teixeira 75.26 alerta 47.28 alerta
Arroio Capivari 54.43 normal 34.21 normal
Estes planos de informação foram então reclassificados quanto a
sensibilidade ambiental de Muito Baixa a Muito Alta, através da atribuição de um
valor correspondente ao aspecto em análise, conforme o Quadro 1-9.
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Quadro 1-9 – Matriz de sensibilidade ambiental do cruzamento das relações das demandas e
consumos de verão com as disponibilidades de verão.
Sensibilidade Ambiental Consumo Verão / Disponibilidade Verão
1 2 3 4 5
Demanda Verão / Disponibilidade Verão Muito Baixa Baixa Normal Alerta Crítica
1 Muito Baixa 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0
2 Baixa 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5
3 Normal 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0
4 Alerta 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5
5 Crítica 3.0 3.5 4.0 4.5 5.0
Assim, o cruzamento destes dois planos de informação permitem inferir em
quais subbacias tendem a ocorrer situações de maior pressão sobre os mananciais
decorrentes das demandas de água necessárias para a realização de atividades
diversas. Para o cruzamento valeu-se da ferramenta “Union” no ArcGis, e
adicionando-se um campo a tabela de atributos contendo o valor da média dos
planos de informação, conforme o Quadro 1-10.
Quadro 1-10 – Sensibilidade ambiental resultante do cruzamento das relações das demandas
e consumos de verão com as disponibilidades de verão.
SubBacias
Sensibilidade Ambiental
Demanda Verão /
Disponibilidade Verão
Consumo Verão /
Disponibilidade Verão Cruzamento
Litoral Médio 2 1 1.5 Baixa
Sanga do Quarenta 3 3 3 Média
Arroio Sabão 4 2 3 Média
Arroio Lami 3 2 2.5 Média
Arroio Estância 3 2 2.5 Média
Arroio Araça 4 3 3.5 Alta
Médio Gravataí 2 2 2 Baixa
Tramandaí 5 5 5 Muito Alta
Arroio Petim 4 4 4 Alta
Arroio das Capivaras 4 4 4 Alta
Arroio Ribeiro 4 3 3.5 Alta
Arroio Chico Barcelos 3 2 2.5 Média
Praia Pombas, Araça e Pedreira
3 2 2.5 Média
Arroio Xambú 2 1 1.5 Baixa
Baixo Gravataí 4 2 3 Média
Alto Gravataí - Banhado Grande
2 2 2 Baixa
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SubBacias
Sensibilidade Ambiental
Demanda Verão /
Disponibilidade Verão
Consumo Verão /
Disponibilidade Verão Cruzamento
Sanga Capão Alto 3 2 2.5 Média
Arroio Teixeira 4 4 4 Alta
Arroio Capivari 3 3 3 Média
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2. PROGNÓSTICOS A CERCA DOS RECURSOS HÍDRICOS
2.1 Cenários
A construção dos cenários está inserida no contexto da etapa de prognóstico
e servirá de subsídio à formulação do zoneamento e das diretrizes de gestão da
Região 4 do Projeto RS Biodiversidade.
A construção de cenários prospectivos representa uma das atividades
previstas nas diretrizes metodológicas para o Zoneamento Ecológico-Econômico no
Brasil, bem como um processo sistemático e estruturado de antecipação de futuros
alternativos, de modo a fornecer subsídios para os agentes e atores regionais
formularem suas escolhas. Portanto, o processo é responsável pela identificação
dos entraves ao desenvolvimento sustentável e pela proposta de soluções para os
atuais problemas diagnosticados. A técnica de cenarização tem sido utilizada,
crescentemente, no planejamento estratégico regional, para descrever as
possibilidades de desenvolvimento futuro de determinada região. Visto o acelerado
processo de mudança da realidade e as grandes incertezas do contexto, a reflexão
em torno das alternativas de futuro é fundamental para subsidiar o processo de
tomada de decisão (SEMA/DF, 2012).
Os cenários futuros delineados neste capítulo tem origem no PERH/RS e
são traduzidos na forma de demandas e consumos hídricos projetados para a região
de interesse. No âmbito do PERH/RS foram concebidas diferentes visões de futuro
em nível de Estado, País e Mundo, atreladas a tendências tanto de crescimento
econômico quanto de estagnação econômica, permitindo que sejam prognosticadas
condições futuras tanto em termos socioeconômicos como ambientais e suas inter-
relações. A contextualização dos cenários futuros setoriais (saneamento,
agropecuária, etc...) contou com a participação dos principais setores usuários de
água através de oficinas setoriais. A utilização da base de cenarização do PERH/RS
para o presente trabalho acata recomendação deste, buscando a convergência entre
ambos os processos no contexto da SEMA/RS.
Na sequência são contextualizados os cenários futuros que permitirão
identificar potencialidades e fragilidades referentes aos recursos hídricos em estudo
frente aos rumos que a diferentes estruturas de desenvolvimento e seus
desdobramentos no contexto da área de interesse. São quatro os cenários
considerados: Cenário Tendencial, Cenário Rio Grande do Sul, Cenário Rio Grande
do Brasil e Cenário Rio Grande do Mundo.
Conforme discorre SEMA/DF (2012), considerando o mundo de incertezas
sobre o futuro, é importante salientar que os cenários são imagens alternativas que
MAPEAMENTO DA “QUALIDADE E DISPONIBILIDADE DOS RECURSOS
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facilitam a tomada de decisão, que invocam a reflexão e questionam os possíveis
desdobramentos destas decisões, não apenas em termos dos objetivos postos, mas
em toda a interação entre os sistemas sociais, econômicos e ambientais. Por mais
que excelentes trabalhos de Cenarização possam ser realizados, é fato que o
conhecimento é fruto da experiência do passado e que todas as decisões tratam dos
possíveis desdobramentos no futuro. Desta forma, é preciso olhar para o momento
presente e captar as lições, causas e consequências que levaram ao estado atual,
compreendendo e verificando as condições do meio em que se vive, no intuito não
de se assegurar que esteja certo sobre o futuro, mas, sobretudo, que não se esteja
errado com relação a futuro que se quer.
2.1.1 Cenário Tendencial
Neste cenário as demandas de água estão baseadas em tendências
históricas e não incorporam contribuições setoriais. As estimativas das demandas
hídricas futuras foram baseadas nas tendências de evolução previstas nos
diferentes usos consuntivos (usos da água implicam na retirada – derivação - de
água do manancial, diminuindo, por consequência, a disponibilidade de água a
jusante.) identificados nas bacias hidrográficas do Rio Grande do Sul (irrigação,
abastecimento humano, criação animal e uso industrial) para o ano de 2026,
horizonte de planejamento (20 anos) estabelecido para os estudos do Plano
Estadual de Recursos Hídricos.
As demandas futuras de abastecimento humano e criação animal derivam
de equações de tendência de crescimento com base em dados históricos obtidos de
censos populacionais e agrícolas. No caso da irrigação de arroz, as demandas
futuras foram determinadas através da análise da tendência de crescimento da área
irrigada, também com base em dados históricos de safras passadas. A demanda
específica considerou 12.000 m³/ha/safra, sem considerar, desta forma, possíveis
melhorias na eficiência dos sistemas de irrigação por inundação (como a
sistematização das lavouras e o controle de perdas de água nos canais de
condução).
A evolução do setor industrial foi determinada através da análise do Valor
Adicionado Bruto do setor industrial e de suas taxas de crescimento. A projeção das
demandas hídricas industriais baseou-se no crescimento do Valor Adicionado Bruto
(VAB) industrial do Estado do Rio Grande do Sul. Sobre a evolução do VAB
industrial, de acordo com dados da FEE, foi ajustada uma reta para a estimativa da
tendência de crescimento. Assim, através da reta, estimou-se o aumento do VAB
industrial para 2026 em cerca de 130% do VAB industrial de referência.
MAPEAMENTO DA “QUALIDADE E DISPONIBILIDADE DOS RECURSOS
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Quadro 2-1 - Crescimento do Cenário Tendencial (2026) em Relação ao Cenário Atual (2006).
Fonte: PERH/RS.
Crescimento Esperado em 2026 em relação ao Cenário Atual*
Bacia Hidrográfica Urbano Rural Industrial Irrigação m³/ha Animal
Rio Gravataí G010 21% 8% 132% 10% 12000 4%
Lago Guaíba G080 15% 9% 132% 10% 12000 4%
Rio Tramandaí L010 1% 4% 132% 10% 12000 3%
Litoral Médio L020 1% 5% 132% 10% 12000 4%
Rio Camaquã L030 1% 20% 132% 10% 12000 4%
* Ano base 2006.
2.1.2 Cenário Rio Grande do Sul
Este cenário é representado pela situação do Estado se manter imerso em
seus problemas estruturais diante de uma crise econômica nacional, agravada ou
não por um ambiente de instabilidade global. A sua lógica decorre, externamente, de
que o Brasil não consegue superar os gargalos que possibilitam um crescimento
sustentado da economia, seja em um cenário mundial de estabilidade e
desenvolvimento ou em uma situação de instabilidade e recessão mundial.
Imerso em seus problemas, o governo federal não tem capacidade de ajudar
o Rio Grande do Sul a superar os seus próprios gargalos, resultando em um cenário
gaúcho de estagnação. O Rio Grande do Sul se mantém no processo de perder a
competitividade de sua economia diante dos demais Estados brasileiros.
Com as dificuldades de uma infraestrutura de transporte deteriorada que
aumenta o custo de colocação dos produtos gaúchos fora de suas fronteiras, resta o
mercado regional, com alguns poucos produtos conseguindo atingir competitividade
que permita suas colocações no mercado nacional e mundial. O mercado mundial
receberá algumas poucas commodities agrícolas – soja, essencialmente –
dependendo de sua situação. No entanto, carências da vigilância sanitária e de
investimentos em controle de poluição ambiental permitirão a criação de barreiras
sanitárias aos produtos gaúchos.
Caso ocorra o Cenário Mundial Estabilidade e Desenvolvimento se pode
esperar uma situação menos dramática para a economia gaúcha. Um Cenário
MAPEAMENTO DA “QUALIDADE E DISPONIBILIDADE DOS RECURSOS
HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO TEMÁTICO – ÁREA 4 DO
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Mundial de Instabilidade e Estagnação resultará em uma crise da economia regional
muito severa.
A mitigação desta grande crise talvez possa ocorrer em função de
preocupações geopolíticas do governo central, devido à vulnerabilidade
representada por um estado fronteiriço em grave recessão econômica. Mas o
governo central pouca capacidade terá de resolver esses problemas, face aos que
enfrenta em todo o seu território. O Estado do Rio Grande do Sul estará à mercê de
si mesmo, fechado em seus próprios problemas e na incapacidade de reagir para
resolvê-los: daí vem o nome do cenário: Rio Grande do Sul, significando um Estado
que se encolhe e encapsula em suas fronteiras, sem capacidade de transcender os
seus problemas.
Quadro 2-2 - Crescimento do Cenário Rio Grande do Sul (2025). Fonte: PERH/RS.
Bacia Hidrográfica
Abastecimento
Urbano -
Crescimento em
relação ao cenário
atual*
Abastecimento
Rural -
Crescimento em
relação ao cenário
atual*
Indústria -
Crescimento em
relação ao
cenário atual*
Variação
na área
irrigada -
em relação
ao cenário
atual*
Taxa de
utilização
de água
(m³/ha)
Animal - Taxa
de variação
em relação ao
Cenário
Tendencial
Rio Gravataí G010 21% 8% 46% 0% 12000 -10%
Lago Guaíba G080 15% 9% 46% 0% 12000 -10%
Rio Tramandaí L010 1% 4% 46% 0% 12000 -10%
Litoral Médio L020 1% 5% 46% 0% 12000 -10%
Rio Camaquã L030 1% 20% 46% 0% 12000 -10%
* Ano base 2006.
Na área de recursos hídricos a estagnação econômica e a contenção do
aumento populacional reduzirá as demandas hídricas permitindo que em algumas
bacias os conflitos atuais ou potenciais no aspecto quantitativo sejam atenuados.
Porém, a desestruturação da gestão de recursos hídricos e a falta de investimentos
em um sistema de outorga de direitos de uso de água poderá em alguns casos levar
ao agravamento dos conflitos quantitativos de uso de água.
A falta de investimentos e a incapacidade de controle levará à degradação
da qualidade de água, pela depreciação das estruturas de tratamento de efluentes.
Estas não poderão ser evitadas devido ao desmonte do setor público, que não terá
capacidade de regulação dos agentes. O processo de licenciamento ambiental será
MAPEAMENTO DA “QUALIDADE E DISPONIBILIDADE DOS RECURSOS
HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO TEMÁTICO – ÁREA 4 DO
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fortemente desestruturado, dentro da assertiva de que a crise econômica requer
investimentos, mesmo que a custo da degradação ambiental.
2.1.3 Cenário Rio Grande do Brasil
Ante um mundo em convulsão o Brasil, ao resolver os gargalos ao seu
desenvolvimento, aproveita o seu mercado interno para manter o crescimento da
economia, apoiado pelo surgimento de uma classe média produtiva e consumidora,
com força política para exigir serviços públicos adequados, especialmente na
segurança, saúde e educação. Ao resolver os seus problemas estruturais o país tem
condições de também ajudar aos Estados a resolver os seus, e o Rio Grande do Sul
é beneficiado por políticas públicas do governo federal que o ajudam a encaminhar a
modernização da sua infraestrutura produtiva e regulatória, e a solução das crises
previdenciária e fiscal.
Nesse novo contexto o Rio Grande do Sul tem seu crescimento baseado na
produção voltada ao mercado interno e também ao mercado externo formado por
países que dependem de importações, especialmente de commodities. No entanto,
a crise mundial derruba os preços das commodities, e suas relevâncias nas
exportações brasileiras e gaúchas se reduz. Produtos semimanufaturados e
manufaturados aumentam a sua participação na pauta exportadora relativamente ao
percentual do total das divisas geradas, embora o valor total das exportações seja
reduzido devido à crise mundial.
O Rio Grande do Sul, resolvido parte dos seus problemas estruturais,
avança sua economia na produção de alimentos, voltado a mercados que
demandam qualidade, e de produtos com maior tecnologia, explorando sinergias
facultadas pela diversificação de seus setores industrial e de serviços. O cenário
brasileiro induz uma grande atividade turística e o Rio Grande do Sul aproveita essa
demanda para se tornar um dos polos de maior procura no país, voltado ao turismo
cultural, étnico, ecológico e de aventura, e de inverno. O Rio Grande do Sul passará
por um processo de desenvolvimento atrelado ao mercado brasileiro, de onde se
origina o nome do cenário: Rio Grande do Brasil.
Quadro 2-3 - Crescimento do Cenário Rio Grande do Brasil (2025). Fonte: PERH/RS.
Bacia Hidrográfica
Abastecimento
Urbano -
Crescimento em
relação ao cenário
atual*
Abastecimento
Rural -
Crescimento em
relação ao cenário
atual*
Indústria -
Crescimento em
relação ao
cenário atual*
Variação
na área
irrigada -
em relação
ao cenário
atual*
Taxa de
utilização
de água
(m³/ha)
Animal - Taxa
de variação
em relação ao
Cenário
Tendencial
MAPEAMENTO DA “QUALIDADE E DISPONIBILIDADE DOS RECURSOS
HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO TEMÁTICO – ÁREA 4 DO
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Bacia Hidrográfica
Abastecimento
Urbano -
Crescimento em
relação ao cenário
atual*
Abastecimento
Rural -
Crescimento em
relação ao cenário
atual*
Indústria -
Crescimento em
relação ao
cenário atual*
Variação
na área
irrigada -
em relação
ao cenário
atual*
Taxa de
utilização
de água
(m³/ha)
Animal - Taxa
de variação
em relação ao
Cenário
Tendencial
Rio Gravataí G010 21% 8% 124% 0% 10000 0%
Lago Guaíba G080 15% 9% 124% 0% 10000 0%
Rio Tramandaí L010 1% 4% 124% 0% 10000 0%
Litoral Médio L020 1% 5% 124% 0% 10000 0%
Rio Camaquã L030 1% 20% 124% 0% 10000 0%
* Ano base 2006.
Na área de recursos hídricos estas circunstâncias exigem um gerenciamento
adequado, especialmente visando à melhoria da qualidade das águas do Estado.
Esta é condição essencial para atração de boa parte do tipo de turismo que busca o
Estado, além de fixar uma imagem de qualidade ambiental que possa ser passada
aos produtos que envia ao mercado nacional, especialmente alimentos. No aspecto
de quantidade de água haverá necessidade de adequado gerenciamento ante o
desenvolvimento da irrigação visando o aumento da produtividade e da qualidade de
produtos com maiores valores agregados: frutas de clima temperado, por exemplo.
Isto será possível pela conversão dos sistemas atuais de irrigação, que usam o
método de inundação, para métodos mais hidroeficientes, como aspersão e
gotejamento.
2.1.4 Cenário Rio Grande do Mundo
Este é o cenário mais favorável no qual os cenários mundial e nacional
favorecem a superação dos problemas estruturais nacionais e gaúchos. O Rio
Grande do Sul, tendo resolvido com auxílio do governo federal os seus gargalos,
ante um mundo em desenvolvimento e ávido pelo consumo de alimentos, apresenta
franco crescimento tendo por base a produção primária e a agroindústria de
exportação. O preço favorável das commodities, especialmente alimentos, direciona
o Estado no desenvolvimento de sua vocação de produção de produtos de
qualidade diferenciada, envolvendo proteína animal, alimentos brutos e
processados.
MAPEAMENTO DA “QUALIDADE E DISPONIBILIDADE DOS RECURSOS
HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO TEMÁTICO – ÁREA 4 DO
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Porém, as vantagens comparativas que o Estado e o Brasil apresentam
nesses mercados são comprometidas por tentativas de criar barreiras sanitárias e
ambientais aos produtos brasileiros e gaúchos. Isto exige ao governo do Estado
capacidade de desenvolver um competente sistema de regulação sanitária e
ambiental, incluindo os recursos hídricos nos aspectos qualitativos, algo que será
atingido com eventuais ajudas do governo federal.
Pode ser esperado, igualmente, que nesse cenário ocorra maior
desenvolvimento industrial, atendendo às demandas do mercado nacional e
mundial. A indústria estará centrada na produção de alimentos processados, na
cadeia do agronegócio, e também de produtos com maior valor agregado.
Considerando os aspectos acima, este cenário pode ser considerado uma
extensão do cenário Rio Grande do Brasil ao âmbito mundial, com óbvia
intensificação dos fluxos de comércio e de desenvolvimento do Estado. O seu nome,
Rio Grande do Mundo, insere a ideia de um Estado aberto para o comércio mundial,
aproveitando as suas vantagens competitivas.
Quadro 2-4 - Crescimento do Cenário Rio Grande do Brasil (2025). Fonte: PERH/RS.
Bacia Hidrográfica
Abastecimento
Urbano -
Crescimento em
relação ao cenário
atual*
Abastecimento
Rural -
Crescimento em
relação ao cenário
atual*
Indústria -
Crescimento em
relação ao
cenário atual*
Variação
na área
irrigada -
em relação
ao cenário
atual*
Taxa de
utilização
de água
(m³/ha)
Animal - Taxa
de variação
em relação ao
Cenário
Tendencial
Rio Gravataí G010 21% 8% 178% -20% 8000 10%
Lago Guaíba G080 15% 9% 178% -20% 8000 10%
Rio Tramandaí L010 1% 4% 178% -20% 8000 10%
Litoral Médio L020 1% 5% 178% -20% 8000 10%
Rio Camaquã L030 1% 20% 178% -20% 8000 10%
* Ano base 2006.
Na área de recursos hídricos se espera a ocorrência das mesmas demandas
que ocorrem no cenário Rio Grande do Brasil, porém mais intensificadas. Isto ocorre
especialmente por estarem respondendo a pressões do comércio internacional
voltadas a manter os privilégios de produtores dos países importadores, menos
competitivos. O sistema estadual de gerenciamento de recursos hídricos e de
licenciamento ambiental estarão atuantes no sentido de mitigar os conflitos de
MAPEAMENTO DA “QUALIDADE E DISPONIBILIDADE DOS RECURSOS
HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO TEMÁTICO – ÁREA 4 DO
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quantidade e, especialmente, a poluição hídrica.
2.2 Visões setoriais
Conforme o PERH/RS, o Rio Grande do Sul melhor se inserirá nos cenários
nacional e mundial ao se valer do seu diferencial de qualidade, já que os demais
fatores restringem sua afirmação em termos quantitativos, concentrando esforços no
seu Capital Humano na busca de qualificação da produção e não na busca de uma
maior escala quantitativa.
2.2.1.1 Setor saneamento
Em todos os cenários a demanda hídrica por habitante para abastecimento
deverá se manter estável ou até apresentar redução da ordem de 10 a 20%, gerada
pela redução nas perdas físicas e pela desaceleração do crescimento populacional,
compensando o acréscimo no consumo por melhoria socioeconômica, nos cenários
Rio Grande do Brasil e Rio Grande do Mundo. A grande inflexão ocorrerá nos
índices de tratamento de esgotos, que aumentará substancialmente, especialmente
no cenário Rio Grande do Mundo e também no cenário Rio Grande do Brasil. A
busca de um “Estado de qualidade” deverá repercutir na demanda de saneamento e,
portanto, de um “ambiente de qualidade”. No cenário Rio Grande do Sul, porém,
deve-se esperar aumento insignificante desses índices e, até mesmo, sua redução,
pela incapacidade do governo do Estado e do país fomentarem esses serviços
públicos, e estabelecerem regulação ambiental e dos recursos hídricos.
2.2.1.2 Setor industrial
Crescimento da atividade nos cenários Rio Grande do Mundo e Rio Grande
do Brasil, e redução no cenário Rio Grande do Sul. Há em qualquer cenário a
tendência de redução no uso de água, face ao seu custo e às novas tecnologias
hidroeficientes e ecoeficientes de produção, mas intensa no cenário Rio Grande do
Mundo, e na busca de um “Estado de qualidade”. No cenário Rio Grande do Sul a
redução de uso se dará pautada pela recessão econômica e a redução da atividade
industrial. Nos aspectos ambientais haverá grande preocupação com tecnologias
limpas, ou no “ambiente de qualidade” no cenário Rio Grande do Mundo, para evitar
as barreiras ambientais dos países importadores e para afirmar a busca de um
“Estado de qualidade” que norteará qualquer estratégia robusta. Isto também
existirá, mas com alguma atenuação, no cenário Rio Grande do Brasil. No cenário
Rio Grande do Sul se pode esperar aumento da poluição industrial devido tanto às
falhas de regulação hidroambiental, como maior leniência com a poluição hídrica,
justificada pela ânsia de não se criar obstáculos às atividades econômicas, em um
período recessivo. Nessa situação, a estratégia de “Estado de qualidade” será
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HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO TEMÁTICO – ÁREA 4 DO
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prejudicada em função de visões imediatistas.
2.2.1.3 Setor agropecuário
Este setor continuará sendo o carro-chefe da economia gaúcha, pelo
comércio nacional e mundial, e fomentando a agroindústria. Nos cenários Rio
Grande do Mundo e Rio Grande do Brasil ele terá desenvolvimento destacado; no
cenário Rio Grande do Sul haverá certa estagnação, diante das dificuldades
impostas por uma infraestrutura de transporte depreciada, e um sistema de controle
sanitário sucateado, que prejudica a inserção dos produtos gaúchos além de suas
fronteiras.
2.2.1.4 Arroz irrigado
Em todos os cenários existe uma tendência de redução na demanda hídrica
específica para cultivo do arroz, que será mais intensa nos cenários Rio Grande do
Brasil e Rio Grande do Mundo, podendo atingir valores entre 10.000 e 8.000
m³/ha/safra. Em todos os cenários a área cultivada não deve aumentar, podendo
inclusive ser reduzida, seja pela redução do consumo nacional de arroz – uma
tendência que têm se afirmado nos últimos anos, seja pela redução do estímulo aos
agricultores diante de preços pouco atraentes, especialmente no cenário Rio Grande
do Sul, onde a política de manutenção de preços mínimos não poderá ser
implementada. Nos cenários Rio Grande do Brasil e Rio Grande do Mundo poderá
ocorrer pequeno aumento da produção, apesar da redução da área cultivada, por
incremento de produtividade, visando atingir a taxa de 10 toneladas de arroz por
hectare. Deverá haver nesses cenários mais auspiciosos, que buscam o “Estado e
qualidade” a conversão de sistemas de arroz irrigado em sistemas de irrigação de
culturas que agreguem maior valor ao produto, por volume de água consumido, com
uso de técnicas de irrigação mais hidroeficientes.
2.2.1.5 Criação Animal
A área ocupada com a pecuária bovina apresenta tendência à redução
devido às pressões da silvicultura e da agricultura nas terras onde é praticada,
especialmente na Metade Sul, em todos os cenários. Nos cenários Rio Grande do
Brasil e Rio Grande do Mundo esta redução do rebanho, tanto na pecuária de corte,
quanto na leiteira, será compensada por uma melhor qualidade da carne produzida,
no primeiro caso, e maior produtividade leiteira, no segundo. Desta forma, o Estado
produzirá menos carne, mas com maior valor de mercado, e mais leite, com menor
rebanho, nesses cenários mais auspiciosos, em que se busca o “Estado de
qualidade”. No cenário Rio Grande do Sul a pressão da agricultura e da silvicultura
permanecerá, mas sem que ocorra a qualificação dos rebanhos previamente
enunciada. No cenário Rio Grande do Mundo, com a valorização da carne e do leite,
MAPEAMENTO DA “QUALIDADE E DISPONIBILIDADE DOS RECURSOS
HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO TEMÁTICO – ÁREA 4 DO
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poderá ser viabilizada a irrigação de pastagens em sistemas produtivos altamente
tecnificados, aumentando o uso de água na cadeia produtiva. Nos demais cenários o
sistema produtivo permanecerá nos moldes atuais no que se refere ao uso de água,
não havendo impactos nos balanços hídricos.
2.2.1.6 Navegação
Em qualquer cenário não existem perspectivas de aumento significativo na
extensão das hidrovias – especificamente a do Taquari-Jacuí-Guaíba-Lagoa dos
Patos-Lagoa Mirim, única hidrovia de relevância do Estado quanto ao transporte de
cargas. Nos cenários Rio Grande do Brasil e Rio Grande do Mundo haverá
expansão da carga transportada, especialmente por hidrovias, quando um sistema
multimodal de transporte integrará as malhas rodoviária, ferroviária e hidroviária.
Em termos de gerenciamento de recursos hídricos não existirão problemas
significativos de conflitos a não ser em eventos mais rigorosos de estiagem quando,
entretanto, os conflitos entre irrigação e abastecimento público serão
preponderantes sobre os de navegação.
2.2.1.7 Mineração
No que se refere aos interesses do PERH/RS sobressai-se a mineração de
areia e cascalho em rios e estuários. Esta atividade depende das demandas do setor
de construção civil, devendo aumentar nos cenários Rio Grande do Brasil e Rio
Grande do Mundo. Os impactos ambientais da mineração no meio hídrico serão a
principal preocupação o que poderá estabelecer exigências de controle bastante
rigorosas ao setor, especialmente no cenário Rio Grande do Mundo. No cenário Rio
Grande do Sul o setor estará estagnado, como a economia, mantendo-se a situação
presente de exploração, com alguma redução.
2.2.1.8 Geração de Energia
Nos cenários Rio Grande do Brasil e Rio Grande do Mundo deverá haver
continuidade do processo de instalação das grandes hidrelétricas na calha principal
do rio Uruguai. Os impactos ambientais deverão ser gerenciados pela agenda
ambiental. Na agenda de recursos hídricos não haverá maiores dificuldades de
controle dos impactos, em qualquer cenário, devido às grandes vazões do rio
Uruguai.
As Pequenas Centrais Hidrelétricas e Centrais Geradoras Eólicas serão
instaladas em grande número no cenário Rio Grande do Brasil, e em número um
pouco menor no cenário Rio Grande do Mundo, devido às exigências ambientais
mais restritivas e à busca de um “Estado de qualidade”. No cenário Rio Grande do
Sul não haverá aumento expressivo no número de PCHs, devido à recessão
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HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO TEMÁTICO – ÁREA 4 DO
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econômica.
2.3 Demandas futuras
As projeções realizadas para o Cenário Futuro Tendencial em termos de
abastecimento são mantidas em qualquer cenário proposto, devido a fatores de
compensação, tanto no meio urbano quanto no meio rural. No que se refere ao
retorno das águas usadas utilizou-se o seguinte: em todos os cenários, seja no meio
urbano ou rural, a taxa se mantém em 80% com exceção se aplicando ao cenário
Rio Grande do Mundo em que metas de eco e hidroeficiência reduzem o retorno a
70%, algo que representa um aumento adicional de consumo de água, nesse
cenário.
Quanto ao uso industrial, suas projeções foram realizadas no Cenário
Tendencial tendo por hipótese um aumento na mesma proporção do aumento do
VAB estimado em 4,3% ao ano (PERH/RS). Mantendo-se a mesma premissa, este
aumento de 4,3% foi aplicado ao cenário Rio Grande do Brasil. No cenário Rio
Grande do Sul adotou-se um aumento da demanda hídrica na indústria a taxas de
2,0% ao ano apenas, devido à recessão econômica prevista, e no cenário Rio
Grande do Mundo a taxas de 5,5% ao ano, coerentes com a expectativa de
crescimento econômico em situação de maior dinâmica. Para os retornos adotou-se
uma taxa de 70%, como no Cenário Futuro Tendencial, para os cenários Rio Grande
do Sul e Rio Grande do Brasil. No cenário Rio Grande do Mundo a busca de
ecoeficiência em um “Estado de Qualidade” reduzirá o retorno a 60%, devido ao
reuso e à recirculação.
No caso do uso de água na irrigação do arroz foi suposto que a área
cultivada nos cenários Rio Grande do Sul e Rio Grande do Brasil seria a mesma
estimada no Cenário Tendencial; enquanto, porém, no primeiro cenário a demanda
de água seria mantido na mesma taxa do ano de referência dos estudos do
PERH/RS, 12.000 m³/ha por safra, no cenário Rio Grande do Brasil ele se reduziria
a 10.000 m³/ha, em atendimento à hidroeficiência. No cenário Rio Grande do Mundo
a busca de eco e hidroeficiências resultaria em uma demanda de água ainda menor,
de 8.000 m³/ha, e a área seria reduzida em 20% da estimada no ano de referência
dos estudos do PERH/RS, pela introdução de outros tipos de exploração e outras
culturas irrigadas na região. As taxas de retorno, que dependem mais do clima e do
solo, manter-se-iam idênticas à estimada, em 63%.
Quanto a Criação Animal, no cenário Tendencial adotaram-se estimativas
baseadas em projeções de tendências do rebanho, considerando-se os principais
animais criados na área em estudo. A estimativa das demandas animais nos demais
cenários e seus respectivos retornos adotaram as seguintes hipóteses:
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HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO TEMÁTICO – ÁREA 4 DO
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Cenário Rio Grande do Sul: é suposto que diante da crise econômica e fiscal
o rebanho animal total diminua em 10% em relação ao estimado no Cenário
Futuro Tendencial; o retorno é mantido em 30%, como nesse cenário;
Cenário Rio Grande do Brasil: é suposto que neste cenário se aplique a
estimativa do Cenário Futuro Tendencial, mantendo-se a mesma taxa de
retorno, de 30%;
Cenário Rio Grande do Mundo: neste cenário de maior dinâmica econômica,
supõe-se que ocorra um aumento de 10% e que, metas de eco e
hidroeficiência determinem uma taxa de retorno menor, da ordem de 20%.
MAPEAMENTO DA “QUALIDADE E DISPONIBILIDADE DOS RECURSOS HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO TEMÁTICO –
ÁREA 4 DO PROJETO RS BIODIVERSIDADE – LITORAL MÉDIO
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Quadro 2-5 - Demandas (m³/s) - CENÁRIO TENDENCIAL – 2026.
SubBacias Demandas (m³/s) - CENÁRIO TENDENCIAL - 2026
Abastecimento Animal Irrigação Anual Irrigação Verão Industrial Total Anual Total Verão
Litoral Médio 0.08052 0.15144 32.99883 133.82858 0.12546 33.356 134.186
Sanga do Quarenta 0.00171 0.00039 2.49014 10.09888 0.00125 2.493 10.102
Arroio Sabão 0.24283 0.00040 0.00964 0.03910 0.06296 0.316 0.345
Arroio Lami 0.00024 0.00046 0.01104 0.04477 0.07208 0.084 0.118
Arroio Estância 0.00061 0.00119 0.02848 0.11551 0.18597 0.216 0.303
Arroio Araça 0.00557 0.00081 4.09238 16.59687 2.70752 6.806 19.311
Médio Gravataí 0.25976 0.01354 0.32329 1.31111 0.21756 0.814 1.802
Tramandaí 0.00077 0.00108 0.45584 1.84870 0.01225 0.470 1.863
Arroio Petim 0.00023 0.00052 0.31393 1.27315 0.20159 0.516 1.475
Arroio das Capivaras 0.00116 0.00181 1.45948 5.91902 1.07217 2.535 6.994
Arroio Ribeiro 0.02715 0.00123 1.34055 5.43667 2.46223 3.831 7.927
Arroio Chico Barcelos 0.00051 0.00101 0.02401 0.09739 0.15679 0.182 0.256
Praia Pombas, Araça e Pedreira 0.00025 0.00049 0.01170 0.04745 0.07640 0.089 0.125
Arroio Xambú 0.00024 0.00047 0.01130 0.04583 0.07379 0.086 0.120
Baixo Gravataí 0.25392 0.00202 0.04830 0.19588 0.03250 0.337 0.484
Alto Gravataí - Banhado Grande 0.00061 0.00121 0.02900 0.11759 0.01951 0.050 0.139
Sanga Capão Alto 0.00125 0.00026 2.26650 9.19192 0.00107 2.269 9.195
Arroio Teixeira 0.01387 0.00029 0.91447 3.70868 0.00061 0.929 3.723
Arroio Capivari 0.01280 0.00039 1.01133 4.10149 0.00077 1.025 4.115
MAPEAMENTO DA “QUALIDADE E DISPONIBILIDADE DOS RECURSOS HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO TEMÁTICO –
ÁREA 4 DO PROJETO RS BIODIVERSIDADE – LITORAL MÉDIO
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Quadro 2-6 - Consumos (m³/s) - CENÁRIO TENDENCIAL – 2026.
SubBacias Consumos (m³/s) - CENÁRIO TENDENCIAL - 2026
Abastecimento Animal Irrigação Anual Irrigação Verão Industrial Total Anual Total Verão
Litoral Médio 0.01610 0.10601 20.78926 84.31201 0.03764 20.949 84.472
Sanga do Quarenta 0.00034 0.00028 1.56879 6.36230 0.00037 1.570 6.363
Arroio Sabão 0.04857 0.00028 0.00607 0.02464 0.01889 0.074 0.092
Arroio Lami 0.00005 0.00032 0.00696 0.02821 0.02162 0.029 0.050
Arroio Estância 0.00012 0.00084 0.01794 0.07277 0.05579 0.075 0.130
Arroio Araça 0.00111 0.00057 2.57820 10.45603 0.81226 3.392 11.270
Médio Gravataí 0.05195 0.00948 0.20367 0.82600 0.06527 0.330 0.953
Tramandaí 0.00015 0.00076 0.28718 1.16468 0.00367 0.292 1.169
Arroio Petim 0.00005 0.00036 0.19777 0.80209 0.06048 0.259 0.863
Arroio das Capivaras 0.00023 0.00126 0.91948 3.72898 0.32165 1.243 4.052
Arroio Ribeiro 0.00543 0.00086 0.84455 3.42510 0.73867 1.590 4.170
Arroio Chico Barcelos 0.00010 0.00070 0.01513 0.06136 0.04704 0.063 0.109
Praia Pombas, Araça e Pedreira 0.00005 0.00034 0.00737 0.02990 0.02292 0.031 0.053
Arroio Xambú 0.00005 0.00033 0.00712 0.02888 0.02214 0.030 0.051
Baixo Gravataí 0.05078 0.00142 0.03043 0.12340 0.00975 0.092 0.185
Alto Gravataí - Banhado Grande 0.00012 0.00085 0.01827 0.07408 0.00585 0.025 0.081
Sanga Capão Alto 0.00025 0.00019 1.42789 5.79091 0.00032 1.429 5.792
Arroio Teixeira 0.00277 0.00020 0.57612 2.33647 0.00018 0.579 2.340
Arroio Capivari 0.00256 0.00027 0.63714 2.58394 0.00023 0.640 2.587
MAPEAMENTO DA “QUALIDADE E DISPONIBILIDADE DOS RECURSOS HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO TEMÁTICO –
ÁREA 4 DO PROJETO RS BIODIVERSIDADE – LITORAL MÉDIO
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Quadro 2-7 - Demandas (m³/s) - CENÁRIO RIO GRANDE DO SUL – 2025.
SubBacias Demandas (m³/s) - CENÁRIO RIO GRANDE DO SUL - 2025
Abastecimento Animal Irrigação Anual Irrigação Verão Industrial Total Anual Total Verão
Litoral Médio 0.08052 0.13267 32.99883 133.82858 0.07398 33.286 134.116
Sanga do Quarenta 0.00171 0.00034 2.49014 10.09888 0.00073 2.493 10.102
Arroio Sabão 0.24283 0.00035 0.00964 0.03910 0.03712 0.290 0.319
Arroio Lami 0.00024 0.00040 0.01104 0.04477 0.04250 0.054 0.088
Arroio Estância 0.00061 0.00104 0.02848 0.11551 0.10966 0.140 0.227
Arroio Araça 0.00557 0.00071 4.09238 16.59687 1.59650 5.695 18.200
Médio Gravataí 0.25976 0.01181 0.32329 1.31111 0.12828 0.723 1.711
Tramandaí 0.00077 0.00098 0.45584 1.84870 0.00722 0.465 1.858
Arroio Petim 0.00023 0.00045 0.31393 1.27315 0.11887 0.433 1.393
Arroio das Capivaras 0.00116 0.00157 1.45948 5.91902 0.63221 2.094 6.554
Arroio Ribeiro 0.02715 0.00107 1.34055 5.43667 1.45186 2.821 6.917
Arroio Chico Barcelos 0.00051 0.00088 0.02401 0.09739 0.09245 0.118 0.191
Praia Pombas, Araça e Pedreira 0.00025 0.00043 0.01170 0.04745 0.04505 0.057 0.093
Arroio Xambú 0.00024 0.00041 0.01130 0.04583 0.04351 0.055 0.090
Baixo Gravataí 0.25392 0.00176 0.04830 0.19588 0.01917 0.323 0.471
Alto Gravataí - Banhado Grande 0.00061 0.00106 0.02900 0.11759 0.01151 0.042 0.131
Sanga Capão Alto 0.00125 0.00023 2.26650 9.19192 0.00063 2.269 9.194
Arroio Teixeira 0.01387 0.00025 0.91447 3.70868 0.00036 0.929 3.723
Arroio Capivari 0.01280 0.00034 1.01133 4.10149 0.00045 1.025 4.115
MAPEAMENTO DA “QUALIDADE E DISPONIBILIDADE DOS RECURSOS HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO TEMÁTICO –
ÁREA 4 DO PROJETO RS BIODIVERSIDADE – LITORAL MÉDIO
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Quadro 2-8 - Consumos (m³/s) - CENÁRIO RIO GRANDE DO SUL – 2025.
SubBacias Consumos (m³/s) - CENÁRIO RIO GRANDE DO SUL - 2025
Abastecimento Animal Irrigação Anual Irrigação Verão Industrial Total Anual Total Verão
Litoral Médio 0.01610 0.09287 20.78926 84.31201 0.02219 20.920 84.443
Sanga do Quarenta 0.00034 0.00024 1.56879 6.36230 0.00022 1.570 6.363
Arroio Sabão 0.04857 0.00025 0.00607 0.02464 0.01114 0.066 0.085
Arroio Lami 0.00005 0.00028 0.00696 0.02821 0.01275 0.020 0.041
Arroio Estância 0.00012 0.00073 0.01794 0.07277 0.03290 0.052 0.107
Arroio Araça 0.00111 0.00049 2.57820 10.45603 0.47895 3.059 10.937
Médio Gravataí 0.05195 0.00827 0.20367 0.82600 0.03849 0.302 0.925
Tramandaí 0.00015 0.00068 0.28718 1.16468 0.00217 0.290 1.168
Arroio Petim 0.00005 0.00032 0.19777 0.80209 0.03566 0.234 0.838
Arroio das Capivaras 0.00023 0.00110 0.91948 3.72898 0.18966 1.110 3.920
Arroio Ribeiro 0.00543 0.00075 0.84455 3.42510 0.43556 1.286 3.867
Arroio Chico Barcelos 0.00010 0.00061 0.01513 0.06136 0.02774 0.044 0.090
Praia Pombas, Araça e Pedreira 0.00005 0.00030 0.00737 0.02990 0.01351 0.021 0.044
Arroio Xambú 0.00005 0.00029 0.00712 0.02888 0.01305 0.021 0.042
Baixo Gravataí 0.05078 0.00124 0.03043 0.12340 0.00575 0.088 0.181
Alto Gravataí - Banhado Grande 0.00012 0.00074 0.01827 0.07408 0.00345 0.023 0.078
Sanga Capão Alto 0.00025 0.00016 1.42789 5.79091 0.00019 1.428 5.792
Arroio Teixeira 0.00277 0.00017 0.57612 2.33647 0.00011 0.579 2.340
Arroio Capivari 0.00256 0.00024 0.63714 2.58394 0.00014 0.640 2.587
MAPEAMENTO DA “QUALIDADE E DISPONIBILIDADE DOS RECURSOS HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO TEMÁTICO –
ÁREA 4 DO PROJETO RS BIODIVERSIDADE – LITORAL MÉDIO
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Quadro 2-9 - Demandas (m³/s) - CENÁRIO RIO GRANDE DO BRASIL – 2025.
SubBacias Demandas (m³/s) - CENÁRIO RIO GRANDE DO BRASIL - 2025
Abastecimento Animal Irrigação Anual Irrigação Verão Industrial Total Anual Total Verão
Litoral Médio 0.08052 0.15144 24.74912 100.37144 0.12113 25.102 100.725
Sanga do Quarenta 0.00171 0.00039 1.86760 7.57416 0.00120 1.871 7.577
Arroio Sabão 0.24283 0.00040 0.00723 0.02933 0.06078 0.311 0.333
Arroio Lami 0.00024 0.00046 0.00828 0.03358 0.06960 0.079 0.104
Arroio Estância 0.00061 0.00119 0.02136 0.08663 0.17956 0.203 0.268
Arroio Araça 0.00557 0.00081 3.06928 12.44765 2.61416 5.690 15.068
Médio Gravataí 0.25976 0.01354 0.24247 0.98333 0.21005 0.726 1.467
Tramandaí 0.00077 0.00108 0.34188 1.38652 0.01183 0.356 1.400
Arroio Petim 0.00023 0.00052 0.23545 0.95486 0.19464 0.431 1.150
Arroio das Capivaras 0.00116 0.00181 1.09461 4.43927 1.03520 2.133 5.477
Arroio Ribeiro 0.02715 0.00123 1.00541 4.07750 2.37732 3.411 6.483
Arroio Chico Barcelos 0.00051 0.00101 0.01801 0.07304 0.15139 0.171 0.226
Praia Pombas, Araça e Pedreira 0.00025 0.00049 0.00878 0.03559 0.07376 0.083 0.110
Arroio Xambú 0.00024 0.00047 0.00848 0.03438 0.07125 0.080 0.106
Baixo Gravataí 0.25392 0.00202 0.03622 0.14691 0.03138 0.324 0.434
Alto Gravataí - Banhado Grande 0.00061 0.00121 0.02175 0.08819 0.01884 0.042 0.109
Sanga Capão Alto 0.00125 0.00026 1.69987 6.89394 0.00103 1.702 6.896
Arroio Teixeira 0.01387 0.00029 0.68585 2.78151 0.00059 0.701 2.796
Arroio Capivari 0.01280 0.00039 0.75849 3.07612 0.00074 0.772 3.090
MAPEAMENTO DA “QUALIDADE E DISPONIBILIDADE DOS RECURSOS HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO TEMÁTICO –
ÁREA 4 DO PROJETO RS BIODIVERSIDADE – LITORAL MÉDIO
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Quadro 2-10 - Consumos (m³/s) - CENÁRIO RIO GRANDE DO BRASIL – 2025.
SubBacias Consumos (m³/s) - CENÁRIO RIO GRANDE DO BRASIL - 2025
Abastecimento Animal Irrigação Anual Irrigação Verão Industrial Total Anual Total Verão
Litoral Médio 0.01610 0.10601 15.59195 63.23401 0.03634 15.750 63.392
Sanga do Quarenta 0.00034 0.00028 1.17659 4.77172 0.00036 1.178 4.773
Arroio Sabão 0.04857 0.00028 0.00456 0.01848 0.01824 0.072 0.086
Arroio Lami 0.00005 0.00032 0.00522 0.02116 0.02088 0.026 0.042
Arroio Estância 0.00012 0.00084 0.01346 0.05458 0.05387 0.068 0.109
Arroio Araça 0.00111 0.00057 1.93365 7.84202 0.78425 2.720 8.628
Médio Gravataí 0.05195 0.00948 0.15275 0.61950 0.06302 0.277 0.744
Tramandaí 0.00015 0.00076 0.21539 0.87351 0.00355 0.220 0.878
Arroio Petim 0.00005 0.00036 0.14833 0.60156 0.05839 0.207 0.660
Arroio das Capivaras 0.00023 0.00126 0.68961 2.79674 0.31056 1.002 3.109
Arroio Ribeiro 0.00543 0.00086 0.63341 2.56883 0.71320 1.353 3.288
Arroio Chico Barcelos 0.00010 0.00070 0.01135 0.04602 0.04542 0.058 0.092
Praia Pombas, Araça e Pedreira 0.00005 0.00034 0.00553 0.02242 0.02213 0.028 0.045
Arroio Xambú 0.00005 0.00033 0.00534 0.02166 0.02137 0.027 0.043
Baixo Gravataí 0.05078 0.00142 0.02282 0.09255 0.00941 0.084 0.154
Alto Gravataí - Banhado Grande 0.00012 0.00085 0.01370 0.05556 0.00565 0.020 0.062
Sanga Capão Alto 0.00025 0.00019 1.07092 4.34318 0.00031 1.072 4.344
Arroio Teixeira 0.00277 0.00020 0.43209 1.75235 0.00018 0.435 1.756
Arroio Capivari 0.00256 0.00027 0.47785 1.93795 0.00022 0.481 1.941
MAPEAMENTO DA “QUALIDADE E DISPONIBILIDADE DOS RECURSOS HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO TEMÁTICO –
ÁREA 4 DO PROJETO RS BIODIVERSIDADE – LITORAL MÉDIO
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Quadro 2-11 - Demandas (m³/s) - CENÁRIO RIO GRANDE DO MUNDO – 2025.
SubBacias Demandas (m³/s) - CENÁRIO RIO GRANDE DO MUNDO - 2025
Abastecimento Animal Irrigação Anual Irrigação Verão Industrial Total Anual Total Verão
Litoral Médio 0.08052 0.15920 15.83944 64.23772 0.15034 16.229 64.628
Sanga do Quarenta 0.00171 0.00041 1.19527 4.84746 0.00149 1.199 4.851
Arroio Sabão 0.24283 0.00042 0.00463 0.01877 0.07544 0.323 0.337
Arroio Lami 0.00024 0.00048 0.00530 0.02149 0.08637 0.092 0.109
Arroio Estância 0.00061 0.00125 0.01367 0.05545 0.22284 0.238 0.280
Arroio Araça 0.00557 0.00082 1.96434 7.96650 3.24435 5.215 11.217
Médio Gravataí 0.25976 0.01417 0.15518 0.62933 0.26069 0.690 1.164
Tramandaí 0.00077 0.00117 0.21880 0.88738 0.01468 0.235 0.904
Arroio Petim 0.00023 0.00002 0.15069 0.61111 0.24156 0.393 0.853
Arroio das Capivaras 0.00116 0.00021 0.70055 2.84113 1.28476 1.987 4.127
Arroio Ribeiro 0.02715 0.00119 0.64346 2.60960 2.95042 3.622 5.588
Arroio Chico Barcelos 0.00051 0.00105 0.01153 0.04675 0.18788 0.201 0.236
Praia Pombas, Araça e Pedreira 0.00025 0.00051 0.00562 0.02278 0.09155 0.098 0.115
Arroio Xambú 0.00024 0.00050 0.00542 0.02200 0.08842 0.095 0.111
Baixo Gravataí 0.25392 0.00212 0.02318 0.09402 0.03895 0.318 0.389
Alto Gravataí - Banhado Grande 0.00061 0.00127 0.01392 0.05644 0.02338 0.039 0.082
Sanga Capão Alto 0.00125 0.00028 1.08792 4.41212 0.00128 1.091 4.415
Arroio Teixeira 0.01387 0.00030 0.43895 1.78017 0.00073 0.454 1.795
Arroio Capivari 0.01280 0.00039 0.48544 1.96871 0.00092 0.500 1.983
MAPEAMENTO DA “QUALIDADE E DISPONIBILIDADE DOS RECURSOS HÍDRICOS” E RESPECTIVO ZONEAMENTO TEMÁTICO –
ÁREA 4 DO PROJETO RS BIODIVERSIDADE – LITORAL MÉDIO
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Quadro 2-12 - Consumos (m³/s) - CENÁRIO RIO GRANDE DO MUNDO – 2025.
SubBacias Consumos (m³/s) - CENÁRIO RIO GRANDE DO MUNDO - 2025
Abastecimento Animal Irrigação Anual Irrigação Verão Industrial Total Anual Total Verão
Litoral Médio 0.02415 0.12736 9.97885 40.46976 0.06013 10.190 40.681
Sanga do Quarenta 0.00051 0.00033 0.75302 3.05390 0.00060 0.754 3.055
Arroio Sabão 0.07285 0.00034 0.00292 0.01183 0.03018 0.106 0.115
Arroio Lami 0.00007 0.00039 0.00334 0.01354 0.03455 0.038 0.049
Arroio Estância 0.00018 0.00100 0.00861 0.03493 0.08914 0.099 0.125
Arroio Araça 0.00167 0.00066 1.23754 5.01889 1.29774 2.538 6.319
Médio Gravataí 0.07793 0.01134 0.09776 0.39648 0.10428 0.291 0.590
Tramandaí 0.00023 0.00094 0.13785 0.55905 0.00587 0.145 0.566
Arroio Petim 0.00007 0.00002 0.09493 0.38500 0.09663 0.192 0.482
Arroio das Capivaras 0.00035 0.00017 0.44135 1.78991 0.51390 0.956 2.304
Arroio Ribeiro 0.00815 0.00095 0.40538 1.64405 1.18017 1.595 2.833
Arroio Chico Barcelos 0.00015 0.00084 0.00726 0.02945 0.07515 0.083 0.106
Praia Pombas, Araça e Pedreira 0.00007 0.00041 0.00354 0.01435 0.03662 0.041 0.051
Arroio Xambú 0.00007 0.00040 0.00342 0.01386 0.03537 0.039 0.050
Baixo Gravataí 0.07618 0.00169 0.01461 0.05923 0.01558 0.108 0.153
Alto Gravataí - Banhado Grande 0.00018 0.00102 0.00877 0.03556 0.00935 0.019 0.046
Sanga Capão Alto 0.00038 0.00022 0.68539 2.77964 0.00051 0.686 2.781
Arroio Teixeira 0.00416 0.00024 0.27654 1.12151 0.00029 0.281 1.126
Arroio Capivari 0.00384 0.00031 0.30582 1.24029 0.00037 0.310 1.245
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3. ZONEAMENTO TEMÁTICO DOS RECURSOS HÍDRICOS
O processo de construção das zonas ecológico-econômicas no contexto dos
recursos hídricos partiu inicialmente da compreensão da estrutura física da
paisagem, onde foram delimitados planos de informação a partir da análise
integrada de conjuntos de características intrínsecas aos recursos hídricos, em
especial os sistemas aquíferos, a disponibilidade hídrica superficial, as demandas e
consumos hídricos das sub-bacias hidrográficas em análise assim como
preservação dos aspectos quali-quantitativos dos corpos hídricos da área,
possibilitando reconhecer áreas que possuem estrutura e funcionamento
semelhantes.
3.1 Zona 1 – Proteção de lagos, lagoas e reservatórios
A partir dos estudos de diagnóstico da Área 4 – Litoral Médio verificou-se
que esta é, em termos de recursos hídricos superficiais, caracterizada por uma
grande diversidade de lagos, lagoas e barragens, que desempenham diferentes
funções ecológicas e socioeconômicas no contexto da área em estudo.
Os dados qualitativos apresentados no diagnóstico ambiental oriundos de
campanhas de monitoramento realizados pela Fepam indicam que os lagos e lagoas
avaliados apresentam predominantemente águas de boa qualidade caracterizando
mananciais naturais de classe 1 conforme a Resolução Conama Nº 357/2005. Da
mesma forma, a partir do diagnóstico (outorgas de água) verifica-se que estes
mananciais desempenham papel importante no contexto da área de estudo na
medida em que permitem o fornecimento de água para comunidades locais
desenvolverem suas atividades socioeconômicas, predominantemente a
agropecuária traduzida na irrigação de lavouras.
Deste modo, a função desta zona é garantir a preservação dos aspectos
qualitativos e quantitativos destes mananciais hoje e futuramente frente as diferentes
visões de futuro elencadas no item prognóstico. Destaca-se que o zoneamento
deste compartimento foi baseado puramente nos dados do diagnóstico não sendo
determinados indicadores de sensibilidade, pois este zoneamento limita-se apenas
ás áreas que limitam os mananciais avaliados valendo-se de suas características
quali-quantitivas e de uso de suas águas.
Para esta zona propõem-se as seguintes subzonas:
3.1.1 Subzona 1.1
Na Área 4 – Litoral Médio verificam-se duas unidades de conservação que
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abrigam mananciais hídricos naturais de destacada importância ecológica, quais
sejam:
Parque Estadual de Itapuã, localizado no município de Viamão, a 57 Km de Porto Alegre, é uma Unidade de Conservação de Proteção Integral e abriga uma das últimas amostras dos ambientes originais da Região Metropolitana da capital gaúcha. Nesta UC está localizada a lagoa Negra caracterizada por possuir águas bastante ácidas, com altos conteúdos de matéria orgânica, o que a tornam a única lagoa de águas escuras existente na Planície Costeira do Estado.
Parque Nacional da Lagoa do Peixe, abrange áreas dos municípios de Tavares (80%), Mostardas (17%) e São José do Norte (3%). É abrigo para grandes concentrações de aves migratórias do Hemisfério Norte (no verão) e Sul (no inverno). Na área do PARNA destaca-se a presença da Lagoa do Peixe, na verdade uma laguna, pois apresenta na maior parte do ano, uma comunicação com o mar, e as lagoas Veiana e Pai João de águas doces.
Assim, esta subzona de proteção foi criada para resguardar os aspectos
ecológicos de todos os mananciais hídricos localizados/inseridos nos limites destas
unidades de conservação, assim como aqueles que, mesmo fora dos limites das UC
apresentam importância indissociável na hidrodinâmica dos mananciais inseridos no
interior destas, como a Lagoa do Fundo associada as lagoas Veiana e Pai João que
drenam para a Lagoa do Peixe.
Nesta subzona as metas a serem estabelecidas deverão garantir a
manutenção dos ecossistemas e a preservação da dinâmica hidrológica natural dos
mananciais, controlar a ocupação urbana e o estabelecimento e desenvolvimento de
atividades antrópicas diversas.
Restrições
Deverá ser mantido o padrão de drenagem natural;
Não será permitido o lançamento de efluentes nestes mananciais.
Não deverá ser permitida a realização de obras que alterem a hidrodinâmica ou o balanço de sedimentos, especialmente obras de retificação, salvo para recomposição do ambiente natural.
Atividades de mineração não serão admitidas.
As áreas inundáveis destes mananciais não deverão ser ocupadas.
A disposição de resíduos sólidos deverá ser impedida.
Potencialidades – atividades a serem estimuladas
Turismo e ecoturismo.
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Conservação natural.
Exploração dos valores paisagísticos.
Atividades educacionais e de pesquisa científica.
3.1.2 Subzona 1.2
Esta subzona abrange mananciais localizados em áreas fora das UCs
Parque Nacional da Lagoa do Peixe e Parque Estadual de Itapuã, e que constituem-
se de lagos e lagoas naturais fundamentalmente.
Nesta subzona as metas a serem estabelecidas deverão permitir a
harmonização dos diferentes usos possíveis destes recursos hídricos
compatibilizando-os com a manutenção dos ecossistemas, a preservação de suas
dinâmicas hidrológicas naturais e o desenvolvimento de atividades antrópicas de
baixo impacto.
Restrições
Deverá ser mantido o padrão de drenagem natural;
Não será permitido o lançamento de efluentes não tratados nestes mananciais, devendo-se proceder a estudos de capacidade suporte devido ao lançamentos destes.
Não deverá ser permitida a realização de obras que alterem a hidrodinâmica ou o balanço de sedimentos, especialmente obras de retificação, salvo para recomposição do ambiente natural.
Atividades de mineração deverão ser evitadas.
A atividade agropecuária deverá ser restringida, adequando-se aos requisitos de conservação e suporte do ambiente.
As áreas inundáveis destes mananciais não deverão ser ocupadas.
Atividades de navegação a motor e esportes náuticos somente poderão ocorrer em áreas regulamentadas.
A disposição de resíduos sólidos deverá ser impedida.
Potencialidades – atividades a serem estimuladas
Agropecuária sustentável.
Captação d’água para abastecimento urbano e uso agropecuário de forma restrita.
Pesca.
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Navegação.
Lazer, recreação, turismo e ecoturismo.
Conservação natural.
Exploração dos valores paisagísticos.
Atividades educacionais e de pesquisa científica.
3.1.3 Subzona 1.3
Esta subzona abrange os mananciais localizados fora das UCs Parque
Nacional da Lagoa do Peixe e Parque Estadual de Itapuã, e que constituem-se de
reservatórios artificiais fundamentalmente, utilizados para sustentar atividades
agropecuárias predominantemente.
Nesta subzona as metas a serem estabelecidas deverão permitir a
harmonização dos diferentes usos possíveis destes recursos hídricos frente ao
desenvolvimento de atividades antrópicas potencialmente impactantes.
Restrições
Não será permitido o lançamento de efluentes sem tratamento nestes mananciais.
A disposição de resíduos sólidos deverá ser impedida.
Potencialidades – atividades a serem estimuladas
Agropecuária sustentável.
Captação d’água para abastecimento urbano e uso agropecuário.
Pesca.
Lazer, recreação, turismo e ecoturismo.
Conservação natural.
3.2 Zona 2 – Proteção dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos
Esta zona é resultante da integração dos indicadores de sensibilidade
ambientais descritos anteriormente. Estes indicadores foram agregados em
conjuntos de classes afins de sensibilidade ambiental, resultando nas subzonas
descritas na sequência:
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3.2.1 Subzona 2.1
Abrange áreas de sistemas aquíferos de baixo a médio potencial de
contaminação assim como sub-bacias onde ocorrem índices de comprometimento
das disponibilidades em relação as demandas de baixo a média, e cujos consumos
são reduzidos.
Restrições
Atividades minerárias junto a área costeira deverão ser objeto de estudos mais detalhados devido a ocorrência de ambientes de dunas.
Potencialidades – atividades a serem estimuladas
Agropecuária;
Mineração;
Conservação natural;
3.2.2 Subzona 2.2
Abrange áreas de sistemas aquíferos de baixo a médio potencial de
contaminação, assim como sub-bacias onde os índices de comprometimento das
disponibilidades em relação as demandas são medianos, e cujos consumos variam
de baixo a médio.
Potencialidades – atividades a serem estimuladas
Agropecuária;
Conservação natural;
3.2.3 Subzona 2.3
Abrange áreas de sistemas aquíferos de alto potencial de contaminação
assim como sub-bacias onde os índices de comprometimento das disponibilidades
em relação as demandas e consumos variam de baixo a médio.
A utilização de projetos eficientes do ponto de vista do uso da água deverão
ser incentivados nesta área.
Potencialidades – atividades a serem estimuladas
Agricultura irrigada sustentável;
Lavoura diversificada;
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Abastecimento humano;
Conservação natural;
3.2.4 Subzona 2.4
Abrange áreas de sistemas aquíferos de baixo a médio potencial de
contaminação assim como sub-bacias onde os índices de comprometimento das
disponibilidades em relação as demandas são elevados, e cujos consumos variam
de médio a alto.
A utilização de projetos eficientes do ponto de vista do uso da água deverão
ser incentivados nesta área.
Potencialidades – atividades a serem estimuladas
Pastagem;
Lavoura diversificada;
Conservação natural;
3.2.5 Subzona 2.5
Abrange áreas de sistemas aquíferos de alto potencial de contaminação
assim como sub-bacias onde os índices de comprometimento das disponibilidades
em relação as demandas e consumos são reduzidos.
Restrições
Atividades minerárias deverão ser restringidas devido a ocorrência de aquíferos de boa capacidade específica e lençol freático de alto a superficial.
Potencialidades – atividades a serem estimuladas
Pastagem e pecuária bovina;
Pastagem e agricultura irrigada sustentável;
Lavoura diversificada;
Abastecimento humano;
Conservação natural;
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3.2.6 Subzona 2.6
Abrange áreas de sistemas aquíferos de alto potencial de contaminação
assim como sub-bacias onde os índices de comprometimento das disponibilidades
em relação as demandas e consumos variam de médio a alto. A utilização de
projetos eficientes do ponto de vista do uso da água deverão ser incentivados nesta
área.
Restrições
Atividades minerárias deverão ser restringidas devido a ocorrência de aquíferos de grande capacidade específica e áreas onde o lençol freático varia de alto a superficial.
Potencialidades – atividades a serem estimuladas
Pastagem e pecuária bovina;
Pastagem e agricultura irrigada sustentável;
Lavoura diversificada;
Abastecimento humano;
Conservação natural;
3.3 Zona 3 – Proteção de Áreas úmidas e Banhados
As áreas úmidas e banhados constituem-se em ambientes indissociáveis da
paisagem e estrutura ambiental da Área 4 – Litoral Médio, aspectos que motivaram a
criação desta zona de proteção e restrição de usos.
Os banhados e áreas úmidas correspondem a zonas de transição terrestre-
aquáticas que são periodicamente inundadas por reflexo lateral de rios e lagos e/ou
pela precipitação direta ou pela água subterrânea e que resultam num ambiente
físico-químico particular que leva a biota a responder com adaptações morfológicas,
anatômicas, fisiológicas, fenológicas e/ou etológicas e a produzir estruturas de
comunidades características para estes sistemas.
Deste modo, a função desta zona é garantir a preservação e possibilitar a
recuperação destes ambientes hoje e futuramente frente as diferentes visões de
futuro elencadas no item prognóstico, onde a expansão agrícola e a urbanização
constituem-se nos principais fatores que concorrem para a degradação destes
ambientes. Para o zoneamento deste compartimento não foram determinados
indicadores de sensibilidade, limitando-se apenas às áreas que limitam estes os
ambientes de áreas úmidas e banhados já mapeados (dados espaciais da Fepam).
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Restrições
Não será permitido o lançamento de efluentes nestes ambientes.
Não deverá ser permitida a realização de obras que alterem a hidrodinâmica ou o balanço de sedimentos, especialmente obras de retificação, salvo para recomposição do ambiente natural.
Atividades de mineração não serão admitidas.
As áreas inundáveis por estes elementos não deverão ser ocupadas.
A disposição de resíduos sólidos deverá ser impedida.
As atividades agropecuárias devem ser restringidas, adequando-se aos requisitos de conservação e suporte.
Potencialidades – atividades a serem estimuladas
Turismo e ecoturismo.
Conservação natural.
Exploração dos valores paisagísticos.
Atividades educacionais e de pesquisa científica.
Agropecuária ecológica.
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