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MINISTÉRIO DA JUSTIÇA Secretaria Nacional de Segurança Pública Departamento de Pesquisa, Análise da Informação e Desenvolvimento de Pessoal em Segurança Pública Coordenação Geral de Análise e Desenvolvimento de Pessoal RELATÓRIO FINAL MAPEAMENTO DOS PROGRAMAS DE ATENÇÃO À SAÚDE DAS INSTITUIÇÕES ESTADUAIS DE SEGURANÇA PÚBLICA Projeto BRA/04/029 – Segurança Cidadã Programa das Nações Unidas Para o Desenvolvimento - PNUD Brasília-DF Janeiro de 2009

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RELATÓRIO FINAL

MAPEAMENTO DOS PROGRAMAS DE ATENÇÃO À

SAÚDE DAS INSTITUIÇÕES ESTADUAIS DE

SEGURANÇA PÚBLICA

Projeto BRA/04/029 – Segurança Cidadã

Programa das Nações Unidas Para o Desenvolvimento - PNUD

Brasília-DFJaneiro de 2009

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Luiz Inácio Lula da SilvaPresidente da República

Tarso GenroMinistro da Justiça

Ricardo BalestreriSecretário Nacional de Segurança Pública

Ficha Técnica

Juliana BarrosoDiretora do Departamento de Pesquisa, Análise da Informação e Desenvolvimento de Pessoal em Segurança Pública

Melissa PongeluppiCoordenação Geral de Ensino

Roberta S. Alves de OliveiraCoordenadora / SENASP

Tatiana S. de VasconcelosEspecialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental – Responsável Técnico

Ariane Ribeiro PinhoDanilo Stocco de SouzaEdileuza MagalhãesMarcel Sebastião Campos MartinsTânia de Cássia Rodrigues Soares NascimentoVander Ferreira de AndradeConsultores PNUD

Juliana PradoMaira CauchioliAssessoras/Psicologia - Revisão

Ficha Institucional

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Capítulo 1

Resultados Gerais

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Apresentação

Este relatório apresenta os resultados de uma pesquisa nacional realizada no

segundo semestre de 2008 acerca dos Programas de Atenção à Saúde e Qualidade de Vida

nas Instituições Estaduais de Segurança Pública. Os dados foram coletados em 18 (dezoito)

estados da Federação e no Distrito Federal, nas 05 (cinco) regiões do país. O objetivo

principal consistiu na identificação dos projetos relacionados à Qualidade de Vida e Saúde

Coletiva, da metodologia utilizada e das estruturas existentes com o intuito de subsidiar a

elaboração do Plano Nacional de Qualidade de Vida para os Profissionais de Segurança

Pública. Esse Plano pretende desenvolver ações de ampla abrangência como promoção de

saúde, segurança, atendimento às necessidades físicas, promoção da auto-estima e do

desenvolvimento de capacidades pessoais e profissionais, criação de oportunidades de

lazer, esportes e cultura e valorização do relacionamento da organização com os servidores.

Ressalta-se previamente que as conclusões deste relatório não se constituem em

críticas com o simples objetivo de evidenciar os pontos fracos das instituições, mas sim

aproveitar o momento propício e indicar, além dos programas bem sucedidos, quais as

potencialidades que devem ser fomentadas e desenvolvidas, visando a valorização

profissional com vistas a melhorar a eficiência da segurança pública no Brasil.

Como órgão de âmbito nacional, a Secretaria Nacional de Segurança Pública –

SENASP tem por finalidade assessorar o Ministro de Estado na definição e implementação

da política nacional de segurança pública e, em todo o território nacional, acompanhar as

atividades dos órgãos responsáveis pela segurança pública, por meio das seguintes ações:

- Desenvolver e apoiar projetos de modernização das instituições de Segurança Pública do

País;

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- Manter e ampliar o Sistema Nacional de Informações de Justiça e Segurança Pública -

INFOSEG;

- Efetivar o intercâmbio de experiências técnicas e operacionais entre os serviços policiais;

- Estimular a capacitação dos profissionais da área de segurança pública;

- Fomentar políticas de valorização profissional; e

- Realizar estudos e pesquisas e consolidar estatísticas nacionais de crimes.

A SENASP é responsável por contribuir para a qualificação, padronização e

integração das ações executadas pelas instituições de Segurança Pública de todo o país, em

um contexto caracterizado pela autonomia dessas organizações.

Reconhecendo a gravidade do problema da segurança pública no Brasil, o Governo

Federal, por meio do Ministério da Justiça, iniciou, em 2003, uma nova etapa na história da

segurança pública brasileira, tendo como foco principal de ação a implantação do Sistema

Único de Segurança Pública – SUSP. Nesse sentido, a SENASP se consolidou como o

órgão central no planejamento e indutor das ações de segurança pública em todo o Brasil.

Com a implantação da Matriz Curricular Nacional, fomentamos a padronização dos

processos de capacitação dos profissionais de segurança pública em todas as unidades da

Federação, sendo um dos eixos a valorização dos Direitos Humanos e a promoção da

cidadania. De forma sistêmica, a Rede Nacional de Altos Estudos em Segurança Pública -

RENAESP e o Projeto Bolsa-Formação passaram a garantir um processo de formação

contínua para todos os profissionais de segurança pública

Dentre os princípios e metas do SUSP, destacamos:

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- Policiais são seres humanos, trabalhadores e cidadãos, titulares, portanto, dos direitos

humanos e dos benefícios constitucionais correspondentes às suas funções;

- Valorizar as polícias e os policiais, reformando-as e requalificando-os, levando-os a

recuperar a confiança popular e reduzindo o risco de vida a que estão submetidos.

A Pesquisa Nacional sobre os Programas de Qualidade de Vida, um dos

instrumentos para se atingir tal meta, foi concebida no âmbito do Projeto Segurança

Cidadã, uma parceria do Ministério da Justiça, por meio da SENASP, com o Programa para

o Desenvolvimento das Nações Unidas – PNUD. O projeto tem por metas formular

políticas públicas, implementar ações e estratégias para prevenção da violência e

criminalidade, e garantir a inclusão social e a igualdade de oportunidades. A disseminação

do conhecimento em segurança cidadã, a capacitação dos agentes implementadores das

políticas públicas de segurança e a prevenção da violência e criminalidade por meio do

resgate da cidadania, também são metas do Projeto Segurança Cidadã. A finalidade do

Projeto Segurança Cidadã é consolidar, de forma efetiva e duradoura, esse novo conceito de

segurança pública no Brasil e na América Latina.

Nesse contexto, os profissionais de segurança pública deixariam de praticar ações

isoladas que identificam o cidadão como potencial inimigo, passando a admitir que, em um

ambiente democrático, a segurança pública só pode operar articulada com as comunidades

organizadas. O sentido da segurança cidadã se traduz pela parceria dos órgãos de segurança

com as comunidades na análise, planejamento e controle das intervenções. Atribui-se,

assim, um papel fundamental à cidadania no funcionamento das organizações de segurança

pública que deve estar presente, controlando o cumprimento de metas, a lisura

administrativa e, principalmente, a justiça na aplicação das medidas punitivas contra atos de

abuso de poder e de violência cometidos por servidores da segurança.

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Pautada no Programa de Segurança Pública para o Brasil, a SENASP estipulou que

a implantação do SUSP seria realizada pela dedicação às ações convergentes em sete eixos

estratégicos: gestão do conhecimento; reorganização institucional; formação e valorização

profissional; prevenção; estruturação da perícia; controle externo e participação social; e

programas de redução da violência.

Nesse sentido, uma das propostas do Sistema Único de Segurança Pública é a

implementação do Plano Nacional de Qualidade de Vida para a Segurança Pública com

o objetivo de: a) planejar, implementar, monitorar e avaliar políticas que tenham por objeto

a promoção da qualidade de vida dos servidores públicos da segurança pública; b) produzir,

gerenciar e difundir conhecimentos relativos à qualidade de vida destes servidores; c)

estabelecer parcerias com organizações da sociedade civil, organismos internacionais e

governos estrangeiros para a implementação de políticas públicas atinentes ao programa.

Não há como pensar um novo conceito de segurança pública sem voltar também a

atenção para a questão dos recursos humanos. O Governo Federal é ciente de que a

capacitação não constitui um fim em si mesmo, mas possibilita aos profissionais analisar

criticamente as propostas de serviços de Segurança Pública e de desenvolvimento de

recursos humanos face às reais necessidades da população, à criação de novas tecnologias e

à participação dos treinados na construção de modelos alternativos.

Além da capacitação e formação, a atenção à saúde dos profissionais de segurança

pública é tema urgente no Eixo de Valorização Profissional e deve ser desenvolvido, tanto

no momento da formação do Servidor de Segurança Pública, como durante o desempenho

de sua atividade. A forma atual de organização do trabalho das instituições de Segurança

Pública, as condições de trabalho que acarretam sobrecarga física e emocional e as pressões

da sociedade por eficiência afetam a saúde, geram desgaste, insatisfação e provocam

estresse e sofrimento psíquico.

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A SENASP vislumbra o Plano Nacional de Qualidade de Vida para a Segurança

Pública como um componente estratégico de uma política destinada a diminuir a

significante lacuna na valorização profissional com um ambiente promotor de saúde e de

cidadania para o Servidor da Segurança Pública com sofrimento psíquico.

A primeira etapa para implementação do Plano consistiu no levantamento das

experiências de Programas de Saúde Mental, Qualidade de Vida ou Saúde Coletiva já

existentes nos Estados. A partir dos dados coletados, visa-se à construção e ao

aperfeiçoamento de um Plano Nacional, viabilizando a sua extensão a todas as Unidades

Federativas, na área de Segurança Pública.

O Plano Nacional tem como objetivo, dentre outros, criar, em todas as Unidades da

Federação, Núcleos de Assistência Psicossocial, para atuarem de maneira participativa e

envolvente na promoção da saúde mental dos Servidores da Segurança Pública. Os núcleos

deverão oportunizar melhores condições emocionais para o enfrentamento das situações de

trabalho, tornando-os policiais menos susceptíveis aos problemas relacionados à pressão

profissional e aos riscos constantes inerentes às suas atividades, objetivando a valorização

profissional, qualidade de vida, cidadania, melhoria do ambiente de trabalho, das relações

interpessoais e do desempenho profissional.

Este primeiro capítulo refere-se à apresentação dos dados gerais coletados nos 19

estados. A análise qualitativa e detalhada de cada instituição estadual será apresentada nos

capítulos seguintes. Os capítulos 2 a 7 deste documento abrangem o relato dos consultores

PNUD acerca dos resultados qualitativos da pesquisa, de acordo com a região do país. A

Região Nordeste abrange dois capítulos por possuir maior número de estados, dessa forma

está dividida em Nordeste 1 (Alagoas Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Norte) e

Nordeste 2 (Ceará, Maranhão e Paraíba). O capítulo 8 trata das sugestões dos consultores

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para elaboração de um Programa de Qualidade de Vida, considerando-se sua implantação

em um estado que ainda não contasse com nenhuma estrutura voltada para tais atividades.

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Metodologia

Para o levantamento de dados acerca dos Programas de Qualidade de Vida

existentes nas Instituições Estaduais de Segurança Pública, procedeu-se à contratação de

consultoria especializada por meio do Programa das Nações Unidas para o

Desenvolvimento - PNUD.

Considerando que o trabalho seria realizado em todas as regiões do país,

participaram dessa etapa do projeto seis consultores, sendo 1 (um) para a Região Sul, 1

(um) para a Região Norte, 1 (um) para a Região Centro-Oeste, 1 (um) para a Região

Sudeste e 2 (dois) para a Região Nordeste, devido ao maior número de estados.

O passo seguinte foi o envio de ofício às Secretarias Estaduais de Segurança

Pública, Comandos Gerais da Polícia Militar-PM e do Corpo de Bombeiros Militar – CBM

e Chefias Gerais da Polícia Civil - PC, solicitando a indicação de um profissional

responsável pelos programas de atenção à saúde ou qualidade de vida para receber o

consultor e repassar os dados solicitados.

Ressalva-se que as entrevistas foram realizadas com os profissionais indicados pelas

próprias instituições. Dessa forma, caso alguma estrutura organizacional ou programa tenha

deixado de ser pesquisado, isso se deve à indicação do Comando Geral ou Diretoria1.

A partir das indicações dos profissionais, as visitas a cada um dos 19 (dezenove)

estados foram agendadas, e ocorreram entre os meses de outubro e novembro de 2008.

1 A Coordenação da Pesquisa na SENASP encontrou dificuldades para obter a indicação dos profissionais de saúde em alguns estados. Em algumas Corporações Militares foi indicada apenas a Diretoria de Saúde, deixando de ser visitadas as estruturas de apoio psicossocial e Diretorias de Pessoal. Do mesmo modo, algumas Secretarias Estaduais de Segurança Pública possuem estruturas integradas de assistência aos profissionais de segurança pública que não foram pesquisados. Tais informações foram repassadas à SENASP somente ao término da pesquisa, impossibilitando-nos de realizar visitas adicionais para a realização das entrevistas complementares.

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Durante as visitas, foi aplicado o formulário padrão Instrumento de Coleta de Dados

(anexo) a ser preenchido em conjunto pelos consultores e pelos profissionais das

instituições. Os estados participantes da pesquisa estão listados na tabela a seguir.

Tabela 1.1 - Estados participantes da pesquisa. Região Estado

Centro-Oeste

Distrito Federal /DF

Goiás/GO

Mato Grosso/MT

Nordeste

Alagoas/AL

Bahia/BA

Ceará/CE

Maranhão/MA

Paraíba/PB

Pernambuco/PE

Rio Grande do Norte/RN

Norte

Amazonas/AM

Pará/PA

Roraima/RR

Sudeste

Minas Gerais/MG

Rio de Janeiro/RJ

São Paulo/SP.

Sul

Paraná/PR

Rio Grande do Sul/RS

Santa Catarina/SC

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Resultados Gerais

Entre as instituições visitadas, 96,2% possuem algum tipo de Programa de Atenção

à Saúde do Servidor. Apenas a PC de Roraima e a PC do Rio Grande do Norte informaram

não possuir nenhuma ação dessa natureza.

Apesar da existência de iniciativas de programas biopsicossociais na grande maioria

dos estados, os relatos qualitativos indicam inúmeras necessidades de aprimoramento e de

apoio para que esses projetos possam ser efetivos. Os programas ainda não são

regulamentados em grande parte dos estados e há uma grande carência de recursos

humanos e de infra-estrutura. Além disso, não há um mapeamento formal dos problemas

para decisão das estratégias de ação e não é avaliado o impacto das intervenções realizadas.

O gráfico a seguir detalha a freqüência dos principais tipos de programas

estruturados nas instituições estaduais de segurança pública.

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Gráfico 1.1 – Principais programas de atenção à saúde existentes nas instituições estaduais de Segurança Pública.

Principais Programas

75,47%

69,81%

88,68%

71,70%

49,06%

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

90,00%

100,00%

1

Atendimento médico Atendimento odontológicoAtendimento psicológico Atendimento socialQualidade de vida

Os resultados indicam uma maior freqüência de programas de atendimento

psicológico (88,68%), atendimento médico (75,47%) e social (71,70%). O atendimento

psicológico configura-se basicamente em atendimento clínico individual. Quanto aos

programas de Qualidade de Vida, apenas 49,06% das instituições informaram possuir

atividades dessa natureza.

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Gráfico 1.2 – Ações específicas existentes nas instituições estaduais de Segurança Pública.

Ações Específicas

18,87%

35,85%

64,15%

26,42%

69,81%

18,87%

22,64%

28,30%

41,51%

32,08%

18,87%

1,89%

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

1

Programa habitacional Valorização da Vida Assist Fam Vitimado Prev. Manif. Suicidas Acomp Apoio Policial Adm Fin. FamAssist IdosoPrep Inativ.Assist InativosDep QuímicaNutriçãoAcuidade visual/auditiva

Dentre as ações específicas destacam-se como mais freqüentes as de

Acompanhamento e Apoio ao Policial e Assistência à Família do Policial Vitimado. As

ações de acompanhamento e apoio abrangem ações de prevenção e restabelecimento da

saúde mental do profissional envolvido em ocorrências de risco, além de estágios

supervisionados para retorno às atividades. Já as atividades de assistência à família

contemplam apoio psicológico e assistência social, tais como provimento de cesta básica,

visitas domiciliares, auxílio no recebimento de seguros e entrada de documentos para

requerimento de pensões.

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Gráfico 1.3 – Ações específicas existentes nas instituições estaduais de Segurança Pública (continuação).

Ações Específicas

3,77% 3,77%

26,42%

13,21%

3,77%

9,43%

7,55%

18,87%

9,43%

7,55%

3,77%

15,09%

0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%

25,00%

30,00%

1

Planej FamiliarTabagismoClínica PsicológicaPrevenção saúde mentalLazerAtividade FísicaAtendimento em grupoFisio/ReabilitaçãoVacinaçãoNucleo Assistência BiopsicossocialPrevenção DSTAssistência Religiosa

As ações menos freqüentes mostradas pelos gráficos 1.2 e 1.3, incluem

Planejamento Familiar, Prevenção ao Tabagismo, Atividades de lazer, Prevenção às DST’s/

AIDS e Apuração da Acuidade Visual/Auditiva.

Os indicadores das ações específicas adotadas nas Instituições revelam que há uma

maior preocupação com atividades de tratamento, tais como apoio ao policial vitimado e à

sua família, em detrimento das atividades de prevenção e promoção da saúde, visto que

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estas últimas categorias são as menos freqüentes em todas as instituições visitadas. Esse

resultado reforça a necessidade de aperfeiçoamento dos programas já existentes e da

criação de um Plano Nacional de Qualidade de Vida com foco também na prevenção e

promoção da saúde desse trabalhador.

Figura 1.1 – Número de ações específicas de assistência psicossocial nas instituições estaduais de Segurança Pública.

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Os estados e instituições com maior número de ações específicas de atenção

psicossocial são a PM de Goiás (13 ações); as PM’s do Paraná e de Santa Catarina, ambas

com 12 ações; a PM de São Paulo (11 ações); e as PM’s da Bahia e de Pernambuco (10

ações). Tradicionalmente, a PM é a instituição que mais se preocupa com a saúde física de

seus profissionais. Além disso, possui em seus quadros os cargos de oficiais de diversas

especialidades da área de saúde. Isso permite que as ações de saúde, inclusive de

prevenção, sejam mais bem estruturadas, apesar dessa não ser a realidade da maioria dos

estados. Possivelmente, a maior preocupação com a saúde dos policiais militares se deve ao

fato desse grupo encontrar-se mais exposto a risco no exercício profissional de suas

atividades de policiamento ostensivo. Ressalva-se, porém, que um grande número de ações

não significa necessariamente que os serviços atendam a toda a demanda do efetivo ou que

não existam carências no seu funcionamento e implementação.

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Figura 1.2. Quantidade de Corporações que possuem Assistência médico-odontológica.

A figura 1.2 representa a implementação de programas de assistência

médico-odontológica nos estados. Para compor o índice foi considerado se as instituições

possuíam os dois tipos de assistência, caso possuísse apenas assistência médica, ou apenas

odontológica, não foi computado o ponto. Nos estados onde o Corpo de Bombeiros é

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integrado à Polícia Militar, foram atribuídos dois pontos para a existência de assistência na

Brigada Militar ou Polícia Militar (Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo e Bahia).

Observa-se que os estados com assistência médico-odontológica nas três corporações são

Pará, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul e o Distrito Federal.

Figura 1.3. Quantidade de Corporações que possuem Assistência Psicossocial.

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A Figura 1.3 demonstra a implementação de programas psicossociais nas

instituições de Segurança Pública dos estados pesquisados. O critério para composição do

índice foi o mesmo da figura anterior, ou seja, para o ponto ser atribuído era necessário

possuir tanto assistência psicológica quanto assistência social. Os estados que possuem

assistência nas três corporações são Amazonas, Ceará, Pernambuco, Bahia, Rio Grande do

Sul e o Distrito Federal.

Gráfico 1.4 – Dificuldades relatadas em relação à implementação de novos programas e funcionamento dos programas existentes.

Dificuldades

79,25%

73,58%71,70%

86,79%

5,66%

30,19%

11,32%

18,87%

5,66%

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

90,00%

100,00%

1

Infra-estrutura Espaço Físico Equipamento Recursos Humanos Falta de Apoio Superior Necessidade de CapacitaçãoDif. Financeira e Adm.Viatura / ambulância Outros

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As maiores dificuldades relatadas referem-se à necessidade de Recursos Humanos e

precariedade da Infra-estrutura. Cerca de 30% das instituições visitadas revelaram a

necessidade de capacitação para a equipe de atenção à saúde dos profissionais de Segurança

Pública. Esses dados apontam as áreas de prioridade de investimento nessas instituições:

contratação de profissionais especializados, aquisição de equipamentos e materiais de

trabalho, reserva de espaço físico e propostas de planos de capacitação para seus

profissionais.

Tabela 1.2 – Número de profissionais, por especialidade, atuando nos programas de atenção à saúde das instituições estaduais de Segurança Pública.Especialidade Média Mínimo Máximo Psicólogos 7,46 1 61 Médicos 34,56 0 416 Assistentes Sociais 3,95 0 17Odontólogos 23,89 0 209Pedagogos 0,83 0 2Nutricionistas 2,32 0 17Enfermeiros 7,65 0 98Fisioterapeutas 4,10 0 24Farmaceuticos 2,94 0 22Administrativos 16,89 0 128Fonoaudiólogos 1,82 0 8Educadores Físicos 2,83 1 9Outros profissionais 41,67 0 460Total 96,54 3 847

Quanto ao número de profissionais que atuam nos programas, a média é de 96,54.

Esse valor é alterado pelo grande número de profissionais atuando nos Hospitais da Polícia

Militar. Observa-se uma maior média de Médicos, seguida dos profissionais Odontólogos e

Administrativos. Esse número evidencia a precariedade dos serviços psicológicos e

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assistenciais, visto que são mais freqüentes que o atendimento médico e psicológico, mas

funcionam com um número quatro vezes menor de profissionais.

Entre as PM’s, observa-se um maior número de profissionais de saúde no Rio de

Janeiro, com 847 (oitocentos e quarenta e sete) e um menor número no Maranhão, com

4(quatro), que apesar do número reduzido de profissionais e das condições precárias de

funcionamento, possui iniciativas como Acompanhamento e Apoio ao Policial, Assistência

à Família do Policial Vitimado e Grupo de Auto-Ajuda e Superação.

No âmbito da PC, o estado com maior número de profissionais atuando em

programas biopsicossociais também é o Rio de Janeiro, com 281 (duzentos e oitenta e um),

enquanto o com menor número é Santa Catarina, com 6 (seis) profissionais. A PC do Rio

de Janeiro possui um hospital próprio, o que explica o elevado número de profissionais de

saúde na corporação. Os profissionais de saúde da PC de Santa Catarina desenvolvem suas

atividades com inúmeras dificuldades. Mesmo assim, possuem ações de Acompanhamento

e Apoio ao Policial, avaliações psicológicas para porte de armas de policiais aposentados e

pesquisa sobre temas relacionados à saúde do policial.

Quanto ao CBM, o estado com maior número de profissionais de saúde é Minas

Gerais, que conta com 76 (setenta e seis) pessoas. Já o CBM da Paraíba conta com apenas 4

(quatro) profissionais para realizar cerca de 76 (setenta e seis) atendimentos mensais,

exclusivamente na área de atendimento médico e odontológico. Vale ressaltar que na quase

totalidade dos estados, os militares do CBM podem usufruir os atendimentos dos hospitais

da PM.

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Gráfico 1.5 – Tipo de vínculo institucional dos profissionais que atuam nos programas de saúde.

Vínculo dos Profissionais

507

3634

68

1607

46 81 81

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

1

ContratadoConcursadoCargo comissionadoPolicial/CBMVoluntárioEstagiárioOutros

A maioria dos profissionais de atenção à saúde das instituições são concursados ou

profissionais de segurança pública (policiais civis, militares ou bombeiros militares). Esse

segundo índice aponta para a necessidade de avaliação dos casos de desvio de função nas

instituições, já que muitos policias ou bombeiros que atuam na área de saúde têm como

atribuição as atividades-fim de segurança pública, e não atividades de assistência médica ou

psicossocial. Contudo, caso não ocorresse tal prática, os atendimentos provavelmente

seriam inviabilizados em algumas instituições.

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Tabela 1.3 – Indicadores de atendimentos mensais.

Atendimentos MensaisMédia 2.206,18 Moda 1.000 D.P 3.372,16

Mínimo 65 Máximo 15.739

A média de atendimentos mensais, considerando-se todas as instituições, é de 2.206

(dois mil duzentos e seis), sendo o mínimo de 65 (sessenta e cinco) e o máximo de 15.739

(quinze mil setecentos e trinta e nove). O número mínimo é encontrado na PC de Alagoas,

que não possui em seu organograma uma estrutura destinada a prestar assistência

psicossocial a seus servidores. Ainda assim, a Academia de Polícia conta com 1 (uma)

Psicóloga que atende demandas espontâneas dos servidores. A PC nos estados de Roraima

e do Rio Grande do Norte não possui nenhum atendimento na área. A PC de Roraima

promoveu o primeiro concurso público no ano de 2005, onde não foram contemplados

cargos de psicólogos, assistentes sociais ou médicos. Provavelmente, por isso ainda não foi

possível estruturar nenhum programa nessa área. O Rio Grande do Norte, por sua vez,

possui o Centro Integrado de Apoio Social ao Policial ligado à Secretaria da Segurança e da

Defesa Social/SESED, criado em 2001, que tem como objetivo proporcionar um

atendimento multidisciplinar aos integrantes da PC, PM, CBM e do Instituto Técnico e

Científico de Polícia/ITEP. No entanto, não atende a toda demanda reprimida de 13.000

(treze mil) servidores.

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Conclusões Preliminares

A forma atual de organização do trabalho das instituições de Segurança Pública, as

condições de trabalho que acarretam sobrecarga física e emocional e as pressões da

sociedade por eficiência afetam a saúde, geram desgaste, insatisfação e provocam estresse e

sofrimento psíquico, com implicações no desempenho individual e coletivo dos

profissionais. Nesse contexto, urge a necessidade de um trabalho específico em Saúde

Mental aplicado no desenvolvimento dos profissionais da Segurança Pública. É necessário

investir no profissional e valorizar seu trabalho, além de prover apoio e atenção aos

interesses e dificuldades pessoais que estes servidores, por ventura, estejam enfrentando,

buscando alternativas e soluções viáveis.

A estreita relação entre trabalho e adoecimento vem sendo objeto de inúmeros

estudos científicos. O trabalho pode ser fonte de prazer ou sofrimento a depender de suas

condições de organização, das relações socioprofissionais estabelecidas e do modo de

enfrentamento do indivíduo frente às demandas cotidianas, dentre outros fatores. Por suas

peculiaridades, as atividades de Segurança Pública impõem aos profissionais o

enfrentamento de situações-limite. Para esses, o fator risco é inerente e estruturante de suas

condições de trabalho. Já as situações concretas de perigo e confronto desencadeiam

alterações fisiológicas no organismo que se prepara para reagir. Todas essas alterações são

agravadas pelas escalas de serviço, atividades extra, escassez de sono, repetitividade das

ocorrências, exposição ao risco, situações de emergência e ausência de segurança para si

próprio.

Evidências indicam que respostas individuais satisfatórias de enfrentamento desses

aspectos podem minimizar o impacto negativo das condições e organização do trabalho e

diminuir o risco de adoecimento. Diante disto, intervenções para manejo de estresse

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ocupacional que busquem promover um repertório saudável de estratégias de

enfrentamento devem ser fomentadas e desenvolvidas. Essas intervenções visam

diversificar as estratégias para lidar com situações estressoras e ampliar o controle do

trabalhador sobre a sua saúde. Além das intervenções individuais, também devem ser

fomentadas as intervenções de interface (participação na organização do trabalho,

autonomia e melhoria de trabalho em equipe) e intervenções organizacionais (identificação

de fontes organizacionais estressoras e modificação no ambiente de trabalho, tais como

estrutura organizacional, condições de segurança, treinamento e desenvolvimento).

Os dados gerais apresentados na seção anterior indicam que, a despeito da

existência de algum tipo de estrutura voltada à atenção à saúde do profissional de segurança

pública na grande maioria dos estados (96,2%) e do empenho dos profissionais de saúde

envolvidos, em muitos casos, o funcionamento é precário devido à carência de recursos

humanos e materiais e falta de apoio superior. Há maior atenção exclusivamente à saúde

física e as atividades não têm um caráter preventivo. Observa-se, portanto, que o sofrimento

psíquico faz parte da rotina de trabalho desses profissionais e que as ações de prevenção e

tratamento são dificultadas pela pressão dos colegas e da sociedade em sustentar uma

imagem de “homem forte e corajoso” que não sucumbe frente às dificuldades.

Frente ao cenário apresentado pela pesquisa, a SENASP pretende elaborar diretrizes

para os Estados para os projetos de qualidade de vida; pactuar com os estados as

regulamentações necessárias para o adequado funcionamento dos programas; elaborar

planos de capacitação; realizar encontros e oficinas para os profissionais de saúde das

instituições estaduais de segurança pública; realizar reuniões de sensibilização nos níveis

estratégicos das instituições, com o intuito de atentar as autoridades para a necessidade de

transformação das condições de trabalho; e propor parcerias com o Ministério da Saúde

(programas de educação e prevenção de DST’s/AIDS) e com a Secretaria Nacional de

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Políticas sobre Drogas – SENAD (capacitação em tratamento e prevenção de dependência

química).

Vale ressaltar que ao final do ano de 2008 a SENASP firmou convênio para a

implementação de Programas de Prevenção e Gerenciamento do Estresse nas instituições

estaduais de segurança pública de 10 (dez) estados: Amazonas, Rondônia, Roraima,

Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe, Mato Grosso, Tocantins e Santa Catarina.

Alguns destes já identificados nesta pesquisa como os mais carentes em termos de recursos

e estruturas para atenção à saúde e qualidade de vida de seus profissionais. Os convênios

em pauta destinaram cerca de R$ 1 milhão para cada estado e preveem a estruturação de

Núcleos integrados de Estudos, Prevenção e Gerenciamento do Estresse. O objetivo

consiste em contribuir para a implementação de políticas de saúde coletiva que possam

atenuar a exposição desses profissionais a uma situação de desgaste e estimular parceria

com os órgãos ou diretorias de saúde existentes nas Polícias Militares, Polícias Civis e

Corpos de Bombeiros Militares.