Upload
jaqueline-gomes
View
214
Download
0
Embed Size (px)
DESCRIPTION
MAQUIAVEL E SUA TEORIA DE ESTADO MODERNO
Citation preview
MAQUIAVEL E SUA TEORIA DE ESTADO MODERNO
Maérlio Machado de Oliveira
Aluno do curso de Direito da Faculdade Integrada da Grande Fortaleza
www.alumac.com.br/maerlio.htm
Vivenciamos hoje a antevisão de Maquiavel quando, ao refletir a
realidade de sua época, elaborou a teoria de como se formam os Estados,
dando início ali, ao que foi chamado de ciência política, onde, através da
técnica aplicada, esta passou a ser entendida como uma disciplina
autônoma, separada, portanto, da moral e da religião.
Para Maquiavel, o Estado perde a função de assegurar a felicidade e
a virtude aristotélica, deixando ainda, como para os pensadores da Idade
Média, de ser preparativo dos homens ao Reino de Deus.
Sendo assim, o Estado passa a ter características próprias, seguindo,
portanto, suas técnicas e suas próprias leis.
Daí, a advertência de Maquiavel logo no início do livro “O príncipe”
quando escreve: “como minha felicidade é a de escrever coisa útil para
quem a entender, julguei mais conveniente acompanhar a realidade
efetiva do que a imaginação sobre esta”. Observamos o viés quando ele
escreve mais adiante: “Muitos imaginam repúblicas e principados que
nunca foram vistos nem conhecidos realmente” que, não existirão
estados ideais tal como a República de Platão.
Significa dizer que devemos estudar as coisas como elas são e o que
se pode e é necessário fazer, ao contrário daquilo que seria certo fazer,
pois, adverte Maquiavel mais uma vez que quem quiser ser bom entre os
maus fica arruinado. É, então, necessário levar em consideração a
natureza do homem e atuar na realidade efetiva.
Apropria-se Maquiavel, dessa forma, da frase de Aristóteles: “A
política é a arte do possível”, quando aí a realidade pode ser efetivada
levando em conta como as coisas estão e não como deveriam estar.
Percebe-se ao que foi dito alhures, a clara distinção entre política e
moral, sendo esta, a que se ocupa do que “deveria ser”.
Maquiavel deixa claro que a natureza dos homens é imutável e,
sendo desta forma, a história teria seus altos e baixos, mas seria sempre a
mesma.
Deixando de lado a moral da alma individual, Maquiavel passa a
tratar a política aprofundando-se no estudo das leis específicas,
alicerçando a ciência política.
Percebemos a astúcia de Maquiavel quando na verdade, como disse
Hegel, ele, ao deixar de lado aquela moral da alma, funda uma “nova
moral” que é a do cidadão, uma moral imanente, mundana, do homem
que constrói o Estado.
Trata Maquiavel, no entanto, de nos fornecer uma teoria realista
considerando assim, a política de maneira científica, crítica e
experimental, onde, dessa forma considerando, ele, ao tentar fornecer
uma teoria do Estado Moderno, passa a ministrar como se constrói um
Estado.