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Maquinas 67

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Setembro 2007

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Rodando por aí

Penetrógrafo eletrônico e compactação

Técnica 4x4 - Uso da prancha

Visão “raio x” no acamamento do arroz

Manutenção de roçadeiras

Passo-a-passo - Cuidados com tratores novos

Teste Drive - Hércules 10.000

Ficha Técnica - Valtra BM 125i

Semeadora Prima

Empresas - Toyota na Expointer

Farm Progress Show 2007

Prêmio Melhores da Terra

Índice Nossa Capa

Stara

Destaques

Distribuição avaliadaDistribuidor Hércules 10.000, da Stara, é testadopor Cultivar Máquinas com diferentes produtos eem diversas condições de velocidades e regulagens

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Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadaspelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessadospodem solicitá-las à redação pelo e-mail: [email protected]

Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos quetodos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitosirão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foramselecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemosfazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões,para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidosnos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a opor-tunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.

NOSSOS TELEFONES: (53)

• GERAL3028.2000• ASSINATURAS3028.2070

• RedaçãoGilvan QuevedoCharles Echer

• RevisãoAline Partzsch de Almeida

• Design Gráfico e DiagramaçãoCristiano Ceia

• ComercialPedro Batistin

Sedeli Feijó• Gerente de Circulação

Cibele Costa• Assinaturas

Simone Lopes• Gerente de Assinaturas Externa

Raquel Marcos• Expedição

Dianferson Alves

Grupo Cultivar de Publicações Ltda.

www.cultivar.inf.brwww.grupocultivar.com

Cultivar MáquinasEdição Nº 67

Ano VI - Setembro 2007ISSN - 1676-0158

[email protected]

Assinatura anual (11 edições*): R$ 119,00(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)

Números atrasados: R$ 15,00

Assinatura Internacional:US$ 80,00

EUROS 70,00

Terra descompactadaO uso do penetrógrafo eletrônicono diagnóstico do grau de resis-tência do solo à penetração

Ficha TécnicaAs características do BM 125i, otrator da Valtra com quatrocilindros e 125 cavalos de potência

Matéria de capa

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• Impressão:Kunde Indústrias Gráficas Ltda.

• REDAÇÃO3028.2060• MARKETING3028.2065

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Eduardo Martini (esq.)

FalkerA Falker apresentou oClorofiLog, medidoreletrônico de clorofilanas folhas das plantas.O equipamentopermite o acompanha-mento do estadonutricional e ofereceelementos para oemprego racional daadubação.

AgraleSílvio Rigoni, gerente de

vendas de tratores,comandou o estande daAgrale na Expointer. Aempresa apresentou a

linha movida a biodieselB5, com modelos de

pequeno, médio e grandeportes. Um dos destaques

foi o 5085.4 Arrozeirocom motor de 85 cv de

potência e transmissão de10 velocidades à frente,

com sistema reversor, quepermite a inversão detodas as marchas à ré.

LogimatecArlete De Cesaro, do

Departamento deMarketing e Comercialda Logimatec, apresen-

tou durante a Expointera linha de empilhadeirase acessórios da empresa.

Entre os produtos emdestaque estiveram a

empilhadeira hidráulicapara tratores, a prensacaixas, a prensa bins, o

tombador de bins e aempilhadeira manual

elétrica.

Massey FergusonA Massey Ferguson levou novidades à Expointer. O evento marcou o lançamento dacolheitadeira axial MF 9790 ATR, cuja ficha técnica foi mostrada com exclusividadepor Cultivar Máquinas, na edição de agosto. A feira serviu ainda para a montadoraapresentar o trator MF 8480, com 290 cavalos.

Agritech LavraleNa Expointer 2007 a Agri-tech Lavrale destacou, entreoutros produtos, seu recen-te lançamento, o trator com-pacto 1175, com 70 cavalosde potência e o primeiro domercado com 16 válvulas,projetado para o trabalho emculturas perenes, comomaçã, manga, uva e nectari-na; lavouras de citros, café ecereais; além do manejo nu-tricional para gado leiteiro ede corte, em sistemas de con-finamento.

John DeereQuatro novos modelos de tratores foram destaques da John Deere na Expoin-ter 2007. O 7715, com motor de 182 cv, e o 7815, de 202 cv, são os primeirosproduzidos no município gaúcho de Montenegro. Já o 5303, de 57 cv, e o 5403,de 65 cv, com motores de três cilindros, reforçam a presença da marca na faixade tratores de baixa potência. “Temos tecnologia disponível para todos os seg-mentos, do pequeno ao grande produtor”, lembra o gerente de vendas PauloKowalski.

Sílvio Rigoni

Arlete De Cesaro

KOA KO tambémparticipou daExpointer, com sualinha de produtosvoltada para aaplicação dedefensivos einsumos. Instaladaem Jaboticabal,estado de São Paulo,a empresa produzpulverizadores eatomizadores para osmais diversos tiposde cultura, atenden-do as principaisregiões brasileiras epaíses da América doSul, AméricaCentral e Ásia.

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Eduardo Martini (esq.)

Setembro 07 • 05

New HollandLuiz Feijó, diretor comercial, e Marcos Arbex, gerente de marketing da New HollandAmérica Latina, apresentaram durante a Expointer os números da retomada do mer-cado de máquinas agríco-las após a crise do segmen-to de grãos em 2005 e2006 e os lançamentos daempresa na feira. No even-to a montadora lançou acolheitadeira TC 5090 edois modelos de tratores daSérie 30, o 8030 e o 7630.Só em 2007 a empresa járealizou mais de 30 even-tos, denominados carava-nas de lançamentos regio-nais, para que o agricultorpossa conhecer melhor osnovos produtos.Kuhn Metasa

A Kuhn Metasatambém participou daExpointer. CristianeBecker, assistente deMarketing da empresa,destacou o pulverizadorhidráulico rebocadoTrainer 2200.

Santiago & CintraA Santiago & Cintratambém marcou presen-ça na Expointer. RodrigoPellegrini Tamani, geren-te comercial, e RinaldoLorenzi, promotor devendas, deram ênfase aopiloto automático elétri-co Ag500 Drive.

MontanaCarlos Magno Ben-feita, diretor comerci-al da Montana, mos-trou o Landini Mis-tral, de 50 cavalos,para o segmento daagricultura familiar.O trator foi um dosdestaques no estandeda empresa durante aExpointer, em setem-bro, em Esteio, noRio Grande do Sul. Omodelo conta commotor Yanmar de in-jeção direta (euro2/tier2).

UsinasA LB de Sertãozinho,

SP, deu início a umnovo formato de

trabalho caracteriza-do pelos projetos

Turnkeys. Com isso,a implantação de

usinas dos setores deaçúcar e álcool, papele celulose e alimentí-cio, ganha cara nova,já que a empresa fica

responsável por todosos processos de

instalação e monta-gem do empreendi-

mento, desde a basecivil finalizada até a

entrega em funciona-mento.

TramontiniA Tramontini tam-bém mostrou sua li-nha de tratores. En-tre eles, o T50454,com motor de qua-tro cilindros, 50 ca-valos, 2.545 cilin-dradas, bloqueio nodiferencial traseiro,tomada hidráulicaauxiliar, embrea-gem duplo estágio,TDP 540 – 1.000rpm, direção hi-drostática e tração4x4.

Cristiane Becker

Carlos Magno Benfeita

Marcos Arbex e Luiz Feijó

Rodrigo Pellegrini Tamani e Rinaldo Lorenzi

UsibiosulA Usibiosul, especializa-

da em projetos depequeno e médio portespara produção de usinas

de biodiesel tambémesteve presente na

Expointer. A empresa jáconta com oito usinas

instaladas comcapacidade total de

produção 91,5 mil litrosde biodiesel por dia e

apresentou aosvisitantes as diversas

possibilidades deconstrução de usinas

em fazendas e coopera-tivas de produtores.

ValtraA Valtra mostrou sua

linha de tratoresGeração II. Entre os

destaques esteve oBH185i Intercooler,com 190 cavalos de

potência, nova cabinee design diferenciado.

Bons negóciosA Massey Fergusonencerrou sua participaçãona Expointer 2007 combons resultados. SegundoFábio Piltcher, diretor demarketing da empresa, odesempenho na feiraconfirmou a tendência deaumento da demandapor colheitadeiras e portratores de maior porte,acima de 150 cavalos depotência. A rápidarecuperação do setor,com o aumento do preçodas commodities, e aabertura do Finame sãodois fatores quecontribuíram para ocenário. De janeiro ajulho, a Massey vendeu5.260 máquinas no país,50% a mais do que nomesmo período de 2006.

Fábio Piltcher

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06 • Setembro 07

Na agricultura atual, as técnicas depreparo do solo, semeadura, ma-nejo e colheita são altamente me-

canizadas para praticamente todas as culturas,o que envolve o tráfego de máquinas conside-ravelmente pesadas sobre o solo agrícola.

Nos sistemas conservacionistas, apesar daeliminação de algumas operações de preparodo solo, ainda permanecem as movimentaçõesde máquinas para a realização das demais ope-rações que, aliadas ao não-revolvimento do solo,contribuem para formação de camadas com-pactadas.

A compactação leva ao aumento dos da-nos físicos, químicos e biológicos ao solo, exer-cendo influência direta na sua degradação,ocasionando redução de produtividade, au-mento da erosão e do escoamento superficialdo solo. Obviamente, a compactação não éfator isolado em relação às perdas de produ-tividade das culturas, pois, diversos fatoresagem conjuntamente para que essa reduçãovenha a ocorrer, como por exemplo, as con-dições climáticas, teor de água no solo e dis-ponibilidade de nutrientes durante o desen-volvimento das culturas.

Para a escolha das operações agrícolas sercorretamente empregada nos sistemas produ-tivos, bem como para avaliar os efeitos das téc-

nicas empregadas, faz-se necessário saber o graude compactação das camadas superficiais. De-finir o grau de compactação do solo que permi-ta o desenvolvimento das plantas não é tarefafácil, pois envolve características físicas, quími-cas e biológicas do solo, que possuem variabili-dade em função do perfil do solo e ainda, cada

cultura possui uma necessidade diferente e,portanto, o grau de compactação tolerável de-pende do objetivo pretendido.

AGRICULTURA DE PRECISÃONa agricultura tradicional, as áreas produ-

tivas são tomadas como homogêneas em suas

Gráfico de resistência mecânica do solo à penetração versus profundidade, gerado pelo programa do penetrógrafo: PNTView

Terramacia

compactação

A antiga e difícil tarefa de lidarcom a compactação ganha novasferramentas como o penetrógrafo

eletrônico, que auxilia nodiagnóstico do grau de

resistência do solo à penetração,a fim de facilitar a escolha das

operações agrícolas a seremimplementadas

Massey Ferguson

TerramaciaA antiga e difícil tarefa de lidar

com a compactação ganha novasferramentas como o penetrógrafo

eletrônico, que auxilia nodiagnóstico do grau de

resistência do solo à penetração,a fim de facilitar a escolha das

operações agrícolas a seremimplementadas

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características, levando ao conceito da necessi-dade média da aplicação dos insumos e realiza-ção de operações para toda a área, o que fazcom que, no caso específico da compactaçãodo solo, toda a área seja descompactada, quan-do essa necessidade pode estar somente locali-zada em uma região menor. Em outras pala-vras, o agricultor acaba por realizar o que nãoprecisava onde não deveria, e não faz comple-tamente e no local correto, o que realmente se-ria necessário.

Dessa forma atendem-se apenas às neces-sidades médias, e não são consideradas as ne-cessidades específicas de cada parte do campo.O mesmo acontece para as demais operações,causando como resultado a produtividade de-suniforme, o aumento de custos de produção eaté o aumento dos impactos ambientais.

A agricultura de precisão (AP) é uma téc-nica que emprega a utilização de informaçõesexatas e precisas, complementada com decisõesexatas. O princípio básico da AP é identificarespacialmente quais as necessidades no campoprodutivo e gerenciá-lo localmente, consideran-do pequenas áreas e suas exigências específicas.

Os mapas de atributos são ferramentas deavaliação inseridos na AP, obtidos com o auxí-lio de outra importante ferramenta, o GPS –Global Positioning System (Sistema de posici-onamento global). Esses mapas estão sendo

amplamente utilizados para predizer espacial-mente as características e necessidades do soloe da cultura. A geração desses mapas envolve adeterminação desses atributos utilizando dis-tintas técnicas para os diversos atributos envol-vidos no processo agrícola.

RESISTÊNCIA MECÂNICA DO SOLOEm se tratando da compactação do solo,

um método prático, rápido e eficiente para suaindicação é a avaliação da resistência mecânicado solo à penetração (RMSP) por meio de pe-netração de uma haste. A RMSP é proprieda-de característica de cada tipo de solo e seu teorde água e contribui para representar a condi-ção física do solo.

O conceito deste método consiste em me-dir a força resistiva exercida pelo solo, por uni-dade de área, à penetração de uma haste deponteira cônica em velocidade constante, cal-culando-se assim a pressão exercida sobre operfil do solo.

Essa metodologia parte do princípio deque as raízes das culturas devem imprimirforça suficiente para penetrarem no solo ese desenvolver. Portanto, camadas com va-lores excessivos de RMSP são indesejáveis,pois, dificultam o desenvolvimento das cul-turas, movimento da água no perfil, entreoutras propriedades.

Mapas de resistência mecânica do solo à penetração para as camadasde 0-10, 10-20, 20-30, 30-40 e 40-50 cm de profundidade (kgf/cm 2)

“A compactação leva ao aumento dos danos físicos, químicos e biológicos ao solo,exercendo influência direta na sua degradação, ocasionando redução de produtividade”

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PENETRÓGRAFO ELETRÔNICOA função básica do penetrógrafo é a

aquisição automática de dados de resistên-cia mecânica do solo à penetração, para pre-dizer o nível de compactação do solo pormeio de gráficos gerados a partir desses da-dos, considerando também outros fatores,como umidade e tipo de solo.

Conectado ao GPS, o penetrógrafo for-nece as informações georreferenciadas decada ponto analisado, permitindo dessa for-ma a elaboração dos mapas de atributos deRMSP. Além desta informação, com o sen-soriamento por coleta de amostras em cam-po, fornece os valores de força aplicada aosolo, e em função da haste escolhida, o va-lor de pressão aplicada a cada centímetrodo perfil do solo.

Com as informações de localização ob-tidas pelo GPS e de RMSP diretamente como penetrógrafo, torna-se passível a elabora-ção de mapas desse atributo, por meio damanipulação dos dados em programas com-putacionais específicos. Após a elaboraçãodestes, é possível correlacioná-los com ma-pas de diferentes propriedades, os de pro-dutividade por exemplo.

Realizada esta correlação e identificadosos pontos deficientes, podem ser ainda ge-rados mapas de correção dos atributos queestão interferindo nos objetivos pretendidos.Se investigado e identificado que houve res-trição de produtividade em área com altos

valores de RMSP, por exemplo, uma das me-didas que podem ser tomadas é realizar adescompactação dessa área.

DETERMINAÇÕES EM CAMPOAvaliações de campo foram realizadas

em área experimental do Laboratório de Má-quinas e Mecanização Agrícola do Depar-tamento de Engenharia Rural, (Lamma –Unesp/Jaboticabal), em Latossolo VermelhoEscuro eutrofico típico. O teor de água noperfil do solo durante as avaliações foi de20% para toda a área.

A área, destinada à produção de amen-doim, foi manejada em preparo convencio-nal, uma aração (arado de discos) e duasgradagens niveladoras.

A coleta de dados referentes à RMSP foirealizada em 40 pontos espacializados emmalha regular de 4x10 pontos, eqüidistan-tes em 10 m. Os dados foram obtidos utili-zando-se penetrômetro que segue a normaASAE S313.3, coletando-se dados até a pro-fundidade de 50 cm com intervalo de leitu-ras de um centímetro.

Em cada ponto adquiriu-se, com o au-xílio de GPS, as coordenadas geodésicas, ar-mazenadas no sistema do próprio penetró-grafo. Esses dados auxiliaram na elabora-ção dos mapas e espacialização dos valoresde RMSP, ferramenta fundamental na agri-cultura de precisão.

Os mapas de RMSP estão dispostos con-forme as camadas de profundidade do solo, decima para baixo: 0-10, 10-20, 20-30, 30-40 e

40-50 cm, representando o grau de compacta-ção do perfil do solo em kgf/cm². As áreas nastonalidades de vermelho representam valoresde RMSP superiores a 40 kgf cm ² considera-dos críticos, em se tratando de solo mobilizadoe para a cultura do amendoim.

Observa-se que logo abaixo de 10 cm deprofundidade já se encontram áreas com va-lores de RMSP acima de 40 kgf/cm², esten-dendo-se até profundidades de 40 cm no per-fil do solo. Estes valores estão dispostos nosmesmos pontos distribuídos na área, indican-do que nesses pontos existem camadas com-pactadas, o que, aliada a outros fatores comoumidade do solo, pode ser prejudicial ao de-senvolvimento radicular.

Com estas avaliações, sugere-se investigarquais os fatores que estão gerando estas cama-das compactadas, e se necessário, realizar a des-compactação destas áreas, de forma localizada.

O penetrógrafo mostrou-se eficiente e prá-tico na aquisição dos dados referentes à RMSP,e com o auxílio do GPS, foi possível a geraçãode mapas de atributos para essa variável, con-tribuindo com as técnicas de agricultura deprecisão para avaliação da compactação do soloe tomada de decisões.

Penetrógrafo eletrônicoem operação em lavoura,

onde foi cultivado amendoim

Anderson de Toledo,Rubens Andre Tabile,Carlos Eduardo Angeli Furlani,Rouverson Pereira da Silva,UnespCarlos Augusto Ribeiro,DLG Automação

Com os dados da análise em mãos, épossível planejar a operação de correção nos

pontos com maior índice de compactação

M

Carlos Furlani

New

Hol

land

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prancha

Setembro 07 • 09

Como o imprevisto é coisa comumem um deslocamento off-road,estar preparado para o que “der

e vier” pode ser bastante aconselhável. Umdos equipamentos indispensáveis é a pran-cha, encontrada no mercado em aço, alu-mínio e fibra de vidro. A função da pranchaé dar piso firme para o carro, seja em umatoleiro, facão ou para desencalhar o carrona areia.

No Brasil, devido ao preço elevado, ain-da é pouco usada em trilhas, mas no exteri-or ela tem grande aceitação e é normal sever veículos com pares de pranchas em in-cursões pelo deserto e florestas. Surgida naSegunda Guerra, chamava-se “MarstonMat”, com tamanho de 3 m de comprimentopor 40 cm de largura, não foi projetada ini-cialmente para uso em off-road e sim parase construir rapidamente aeroportos. A co-nexão de milhares de pranchas deixava umapista de pouso e decolagem pronta em ques-tão de dias. Depois disto o equipamento caiunas graças do universo 4x4 e é usado nomundo todo.

Sua utilização é muito simples e servepara se montar uma base firme para o veí-

culo atravessar trechos com muito barro,areia e até um facão mais ameaçador. É pre-visível que as pranchas se dobrem com opeso do carro, mas para colocá-las de novoem ordem basta deitá-las ao chão firme epassar novamente com o carro em cima de-las, o material desentorta e fica pronto paraser usado novamente.

Ao utilizar a prancha, não acelere comforça para sair da encrenca, os pneus vãogirar muito rapidamente e a prancha vai sairdebaixo do pneu, podendo se chocar contrao chassi, diferenciais e até contra a carroce-

ria, impedindo a manobra e podendo atéamassar a carroceria. Use o equipamentocom calma e atenção.

Em algumas situações é possível se cons-truir uma pequena ponte. A prancha de fi-bra de vidro não pode ser usada para estafinalidade, mas as pranchas de aço e alumí-nio quebram um bom galho desde que usa-das aos pares ou em jogos de três peças paracada pneu.

Em algumas situações, as pranchas podemservir para construir pequenas pontes

A prancha é um equipamento indispensável paraquem gosta de off-road e não pretende ficar atolado

João Roberto de Camargo Gaiotto,www.tecnica4x4.com.br

M

PisofirmePiso

firme

Fotos Técnica 4x4

A prancha, oferecidano mercado em aço,

alumínio ou fibra devidro, é equipamento

indispensável paraaventuras fora

de estrada

A prancha, oferecidano mercado em aço,

alumínio ou fibra devidro, é equipamento

indispensável paraaventuras fora

de estrada

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mapas de produtividade

Seguidamente ouvimos produto-res e técnicos se perguntarem:“Estamos usando alta tecnolo-

gia, mas nossa produtividade não aumentacomo gostaríamos. Onde estão os proble-mas?”.

Este questionamento faz coro commuitos outros, que reconhecem a impor-tância e a necessidade de se ter mais in-formações que auxiliem na tomada dedecisão sobre a lavoura. Que facilitem odiagnóstico dos problemas e a sua corre-ção. Esta pergunta é difícil de responderquando se têm lavouras bastante produ-tivas, que parecem um padrão único, masque escondem problemas que muitas ve-zes não são visualizados facilmente.

Agora imagine como seria mais fácil

se nada escapasse aos seus olhos? Cadaparte da lavoura aonde você não iria amenos que tivesse uma boa razão paraisto? Onde o olho do dono poderia “en-gordar o boi”?

Na medicina, a exigência por diagnós-ticos mais precisos e rápidos faz com queos médicos utilizem-se de um arsenal deexames para embasar e direcionar os tra-tamentos. Dificilmente um diagnóstico éfeito somente palpando, auscultando eouvindo-se as queixas do paciente. Neces-sita-se de mais informações. Radiografi-as, tomografias etc. são ferramentas de in-formação utilizadas para enxergar o paci-ente “por dentro”.

Já na agronomia, carecíamos de uma

ferramenta que nos auxiliasse no plane-jamento da lavoura e na avaliação da qua-lidade dos processos, de modo que facil-mente pudéssemos detectar onde estão osproblemas, identificá-los e corrigi-los, deforma prática e direcionada, e ainda for-masse um histórico da lavoura servindocomo uma base sólida sobre a qual plane-jar a safra seguinte.

É inegável que quanto mais informa-ções de qualidade tivermos à disposição,melhores serão as decisões. A análise desolo é a informação mais comumente uti-lizada. Auxilia na tomada de decisão refe-rente à adubação, que embora seja um fa-tor de produção importante, é apenas umdentre muitos outros que contribuirão

Visão de “raio X”Novas ferramentas na Agricultura de Precisão ajudam a conhecer as deficiências

nutricionais da lavoura e até mesmo a prever situações de possíveis acamamentosna cultura do arroz, , sem que o produtor precise colocar os pés na plantação

Page 11: Maquinas 67

“É comum encontrarmos diferenças de mais de 100%, de uma zonamenos produtiva para uma mais produtiva numa mesma lavoura”

para o sucesso final da lavoura, como aprópria irrigação, fundamental na produ-ção de arroz.

É sabido que há uma grande variabili-dade de produtividade dentro da lavoura,devido tanto a questões de fertilidade dosolo quanto de manejo. É comum encon-trarmos diferenças de mais de 100%, deuma zona menos produtiva para uma maisprodutiva numa mesma lavoura. Levar emconta esta variabilidade potencializa aspossibilidades de ganhos sem que, neces-sariamente, mais investimentos sejam fei-tos. Podem-se obter excelentes resultadosapenas distribuindo de forma mais inte-ligente os recursos e corrigindo problemasque muitas vezes passam despercebidos,mas que podem ser facilmente soluciona-dos se diagnosticados e registrados de for-ma georreferenciada.

Além disso, muitas falhas acabam serepetindo pelo fato de ser impossível lem-brar de tudo o que precisa ser corrigidoem cada canto da lavoura. Se você tiverum mapa mostrando claramente ondevocê está perdendo dinheiro, a menos quevocê se sinta confortável com esta situa-

Setembro 07 • 11

O Mapa de Zonas para Amostragem Inteligente, dividido em 03 classes de potencial de produtividade: Baixo (amarelo claro), Médio(verde), Alto (verde-escuro), facilita o levantamento e o registro de uma série de informações sobre a lavoura

John Deere

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AMOSTRAGEM INTELIGENTEConhecendo a variabilidade da lavou-

ra, pode-se dividi-la em zonas de alta, mé-dia e baixa produtividade, por exemplo,para se proceder uma amostragem inteli-gente, a fim de identificar as causas dasdiferenças, fazendo a mais pura e velhaagronomia, só que de forma mais direcio-nada, eficaz, e objetiva.

A amostragem inteligente consiste em irdireto aos pontos onde se enxergam diferen-ças no mapa, ao invés de andar aleatoriamen-te, podendo-se realizar um check-list com-pleto da lavoura com amostragem de solo,mostragem de folhas para análise foliar, pre-sença de pragas, doenças e invasoras, densi-dade de plantas, qualidade da irrigação, de-senvolvimento das plantas, componentes dorendimento e a produtividade etc.

A divisão da lavoura em zonas tambémfacilita a correção direcionada dos proble-mas, tenha o agricultor um equipamentopara aplicação a taxas variáveis ou não. Atémesmo porque a adubação será apenas umdos fatores a serem corrigidos. As correçõesde problemas de drenagem, a sistematiza-ção do solo etc. serão feitas com os própriosequipamentos já existentes na granja, ape-nas com o auxílio de um GPS de mão, senecessário.

PREVENÇÃO DO ACAMAMENTOComo o acamamento está diretamen-

ção, não há porquê não agir para melho-rar. Sem um registro, muita coisa fica paratrás e oportunidades de ganho são des-prezadas.

Como posso mapear, então, de formaprática e acessível, as diferenças de pro-dutividade da lavoura, para identificar ascausas e corrigir os problemas?

O VECTIS VISIONUma das ferramentas existentes para

auxiliar os produtores e técnicos no servi-ço de mapeamento de variabilidade de po-tencial produtivo é o Vision, fabricado pelaempresa Vectis, que funciona como se fos-se um “raio-x” da lavoura, mostrandoonde esta é mais produtiva e onde é me-nos produtiva.

Os mapas são confeccionados atravésdo processamento de imagens especiais dalavoura obtidas por um sensor acopladoem um avião. O imageamento é feito du-rante o ciclo e mostra diferenças de vigorde plantas e de produtividade.

O sensor capta a intensidade do com-primento de onda do infravermelho pró-ximo refletido pelas plantas. Quanto maisvigorosas e produtivas elas estão, mais in-fravermelho próximo elas refletem. Pro-cessando estas imagens, geram-se índicesde vegetação que correlacionam com ovigor das plantas e com a sua produtivi-dade.

Uma das vantagens da tecnologia é que

ela permite a visualização de estresses nãovisíveis ao olho nu. É comum vermos la-vouras que parecem bastante uniformes,mas que os mapas gerados pelo equipamen-to mostram diferenças. Quando se vai atéos pontos mostrados no mapa, então, cons-tata-se que as diferenças realmente exis-tem, mas não estavam sendo percebidas.

Além disso, esses mapas são georrefe-renciados e medem a área cultivada da la-voura, excluindo valos, condutos, estra-das, matos etc. Permitem, também, que opróprio produtor possa medir áreas, deli-mitar manchas etc, através de programaespecífico, com o qual a maioria dos pro-dutores que possui GPS de mão está fa-miliarizada.

Os dados podem ser visualizadosno programa TrackMaker, permitindo

troca de dados com o GPS

O mapa Vision de risco de acamamento foi feito dois meses an-tes da colheita. Na época, não havia acamamento. A parte emverde é a de menor risco, a amarela tem 40% a mais de risco ea vermelha, 100% a mais de risco. As partes em vermelho fo-ram as primeiras a acamar. Note que o acamamento mostradonas fotos foi perfeitamente delimitado no mapa

Dio

go F

erre

ira

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te relacionado ao vigor de plantas, os ma-pas gerados pelo Vision ajudam a preveronde há maior chance de haver acama-mento, auxiliando no manejo da aduba-ção de cobertura e na redução dos riscos.

O Vision arroz pode auxiliar na toma-da de decisão em relação à segunda apli-cação de uréia. Neste caso, o imageamen-to da lavoura é feito entre a primeira e asegunda aplicação. Antes da segunda apli-cação, o cliente recebe os mapas que mos-tram onde há maior risco de ocorrer aca-mamento e o quanto esse risco é maior.De posse desta informação, pode ir a cam-po, avaliar a lavoura de forma direciona-da e decidir por não realizar a aplicaçãoou por reduzir a dose em determinadasregiões da lavoura, reduzindo as perdaspor acamamento.

O agronegócio está exigindo, cada vezmais, uma visão multidisciplinar, para agirnos detalhes, aumentando a eficiência di-ante da redução das margens. Equipamen-tos como esse permite que colaboradores,sócios e/ou técnicos qualifiquem a discus-são sobre a lavoura e possam identificar emconjuntos os problemas de cada zona, pla-nejando também em conjunto, numa dis-cussão muito mais proveitosa. As decisões

Diogo explica as possibilidadesde aplicação do sistema Vision

nas principais culturas

Diogo Ferreira eLedison Roberto Fialho Fagundes,Vectis

são tomadas com muito mais propriedadee o planejamento deste grupo que trabalhaem cima da área pode ser feito com muitomais adequação, com metas, objetivos econferindo seus resultados. M

“O agronegócio está exigindo, cada vez mais, uma visão multidisciplinar, paraagir nos detalhes, aumentando a eficiência diante da redução das margens”

New Holland

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manutenção

As roçadeiras motorizadas são má-quinas providas de um motor,geralmente a dois tempos, e rea-

lizam o trabalho de roçada quando operamcom disco ou faca. Podem também receberno lugar da faca outros dispositivos que co-lhem café, esqueletam e/ou podam os cafe-eiros.

Devido à variabilidade de atividades querealizam, principalmente nas lavouras ca-feeiras, vêm sendo muito usadas pelos pro-dutores.

Este texto pretende ajudar a orientar ousuário quanto à manutenção preventivaque deve ser executada nessas máquinas.

A MÁQUINASão vários os fabricantes de roçadeiras

no mercado, no entanto poucas são as di-ferenças com relação à constituição e fun-cionamento das mesmas. Os maiores fa-bricantes de roçadeiras são Stihl, Shin-daiwa, Husqvarna, Honda, Dakimaq,Nakashi etc.

No entanto, são basicamente dois os ti-pos existentes: as laterais e as costais. As la-terais são construídas para trabalharem aolado do operador, possuem cardan rígido esão suportadas por alças colocadas nos om-bros ou na cintura, manejadas por guidãoou volante. Já as costais são fixadas em es-

truturas acopladas às costas do operador,possuem além de um cardan rígido um fle-xível para permitir a movimentação da faca.

A desvantagem das máquinas costais éo cabo flexível que danifica com freqüênciapor ser operado além do ângulo permitido,exigindo trocas freqüentes. Limitam, tam-bém a movimentação do operador em ter-renos declivosos e com obstáculos, poden-do lesar a coluna ou joelhos em caso de que-das. São, no entanto, boas para trabalhosem áreas planas, como parques e jardins.

As máquinas laterais podem ser opera-das com ou sem alça. No caso do uso com aalça, o peso da máquina ficará sobre os om-bros do operador e não nos braços, no en-tanto para manejo da máquina o operadorprecisará movimentar o corpo uma vez que amáquina estará presa ao mesmo. Certos ope-radores preferem segurar e manejar a máqui-na semente pelas mãos e braços, cansandomais os braços. Por manejarem somente comos braços, não precisam movimentar o cor-po, tendo mais liberdade para levarem a má-quina onde quiserem, sendo o ideal para áre-as declivosas e com muitos obstáculos (to-cos, troncos, pedras, valas, barrancos etc).

Sem paradasSem paradas

Os filtros de ar são extremamenteimportantes nesse tipo de equipamento

e merecem atenção especial do operador

A manutenção preventivanas máquinas roçadeirasé muito importante paraprolongar a vida últil do

equipamento e evitarsurpresas desagradáveis,

como quebra decomponentes durante arealização do trabalho

Charles Echer

A manutenção preventivanas máquinas roçadeirasé muito importante paraprolongar a vida últil do

equipamento e evitarsurpresas desagradáveis,

como quebra decomponentes durante arealização do trabalho

Page 15: Maquinas 67

“Este texto pretende ajudar a orientar o usuário quanto àmanutenção preventiva que deve ser executada nessas máquinas”

MANUTENÇÃOInfelizmente os manuais que acompa-

nham as máquinas não esclarecem bem osserviços que devem ser realizados nas mes-mas e é grande a confusão entre os opera-dores, há também diferenças entre os fabri-cantes quanto aos serviços e periodicidadedos mesmos. O ideal é procurar um técnicoque entenda do assunto ou a própria fábri-ca para cuidar bem da máquina e tirar omáximo proveito da mesma. Insituiçõescomo Senar, por exemplo, oferecem treina-mentos em operação e manutenção de ro-çadoeiras.

TANQUE DE COMBUSTÍVELDeve merecer atenção principalmente

com relação à mistura na proporção corretado combustível com o óleo dois tempos. AStihl recomenda um lubrificante específicona proporção de 50:1, ou seja, 50 partes degasolina e uma parte de lubrificante. Usan-do outro lubrificante a recomendação é queobedeça a proporção de 25:1. Há no merca-do um recipiente dosador que facilita a mis-tura, pois possui a graduação para cada pro-porção desejada.

Outros fabricantes de roçadeiras reco-mendam a proporção de 25:1 e 30:1, o im-portante é seguir a recomendação do fabri-cante e não acreditar em leigos que dizem oque acham sem fundamento técnico. A mis-tura do lubrificante ao combustível deve serfeita todo dia, não se deve usar o combustí-vel misturado no dia anterior, assim o ope-rador mistura apenas o que vai gastar emcada dia.

Outra recomendação com relação aotanque é o seu completo esvaziamento aofinal da jornada de serviço, devendo o ope-rador, após esgotar o tanque deixar o motorfuncionando até que todo combustível docarburador seja consumido. O combustívelmisturado ao óleo 2T que permanece nocarburador vai causar, com o tempo, entu-pimentos nos orifícios e componentes do

carburador.

FILTRO DE ARÉ o responsável pela filtragem do ar, re-

tirando a poeira que poderia entrar pelo car-burador e danificar partes internas do mo-tor como anéis, camisa, rolamentos, etc.Deve ser mantido sempre limpo e bem co-locado em seu compartimento. Algumasmáquinas da Stihl possuem dois elementosfiltrantes, um de feltro e outro de espuma.O de espuma deve ser lavado diariamentecom água e detergente neutro, secado compano limpo, embebido em óleo (cuidar paraque o óleo não fique em excesso). O de fel-tro só deve ser limpo se houver acúmulo desujeira. Se limpa o de feltro com ar. Cuida-do também deve ser observado com o posi-cionamento do filtro de feltro que possuiinscrição mostrando o lado interno, que deveficar sempre para o lado do carburador.

VELA DE IGNIÇÃOE responsável pela formação da cente-

lha para que haja a queima do combustível.Devido à mistura do combustível com o óleodois tempos, há formação de grande quan-tidade de carvão no pé da vela, o que com-

Antônio Donizette de Oliveira,Ufla

promete o seu funcionamento e eficiência,levando o motor a apresentar dificuldadespara pegar e funcionamento irregular (ra-teia). A vela deve ser retirada uma vez porsemana e limpa com um instrumento queremova todo o carvão da sua base. (pode seruma ponta de serra preparada no esmeril).Também deve ser verificada a abertura doeletrodo e regulado se necessário. Não serecomenda trocar a vela se a mesma estáfuncionando perfeitamente.

PONTEIRAA ponteira é a responsável pela trans-

missão do movimento do motor à faca ouferramenta de trabalho. É composta poruma caixa com engrenagens que devido aoalto giro do motor, (geralmente em tornode 10.000 rpm) sofre grande desgaste e pre-cisa receber manutenção correta. Na pon-teira há um parafuso para colocação de gra-xa periodicamente. Nas máquinas que nãopossuem retentor junto ao eixo o fabricanterecomenda colocar apenas cinco gramas degraxa a cada 25 horas de serviço. Em má-quinas que possuem o retentor (caso daShindaiwa) deve-se retirar a faca, e colocargraxa até a graxa usada sair pelo eixo da faca.Deve-se evitar o excesso de graxa em má-quinas que não possuem o retentor, pois amesma em excesso vai subir pelo tubo docardan e lubrificar a embreagem prejudican-do seu funcionamento.

As ponteiras são diferentes em cada máquina, masobedecem o mesmo princípio de construção. A

lubrificação nesse ponto deve estar sempre em dia

A vela de ignição deve ser retirada uma vezpor semana e limpa com um instrumento queremova o carvão existente na sua base

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Setembro 07 • 15

Fotos Antônio Donizette de Oliveira

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16 • Setembro 07

passo a passo

Manutençãoem novos

Períodos da primeira trocaTroca de óleo e filtro de motor

Troca de óleo da transmissão, diferencial, freios esistema hidráulico

Troca ou limpeza dos filtros de controle, bomba dedireção, bomba isyp e do filtro tela das bombas

auxiliaresTroca óleo direção – nos tratores com circuito

hidráulico exclusivo para direçãoTroca óleo redutores traseiros

Troca óleo redutores finais e diferencial

Nº de horas50

100

100

50

100100Ao contrário do que muitas pessoas possam pensar,

tratores novos também necessitam de manutençãoperiódica, que deve ser feita regularmente, a fim deevitar possíveis danos nos sistemas da máquina

Otrator é uma ferramenta detrabalho e sua manutenção éfundamental. Para que ele se

mantenha em condições de utilizar todoo seu potencial, você deve seguir as ori-entações da fábrica. Com alguns minu-tos dedicados à manutenção você vai per-ceber que os tratores realmente vão su-perar as suas expectativas. A execuçãodos serviços de manutenção dentro dosintervalos previstos proporciona retornoseguro, mas que muitas vezes não é leva-do em conta pelo operador, que prefere“ganhar tempo”. Essa manutenção, tam-bém evita perda de tempo e prejuízosdecorrentes de quebras ou desgastes pre-

maturos.Até as primeiras 100 horas de traba-

lho, para efeito de manutenção o trator

é considerado novo. Nesse período ocor-re aquilo que definimos como período deamaciamento, o que exige alguns cuida-dos extras de manutenção, pois algunsitens de serviço ocorrem com uma fre-qüência diferenciada dos serviços de pe-ríodo e manutenção posteriores (ver ta-bela). A principal é com as respectivastrocas de óleo e de filtros. A razão dasprimeiras trocas de óleo e filtros seremfeitas num período menor de trabalho éque nas primeiras horas de uso do tratorocorre o assentamento dos diversos com-ponentes móveis e lubrificáveis do mes-mo. E a troca de óleo nada mais é que aremoção de partículas metálicas despren-didas nas primeiras horas de trabalho dotrator, fato esse considerado normal, porisso recomendamos que a drenagem dosóleos deve ser feita na temperatura detrabalho do trator.

Nas primeiras 100 horas de uso, es-tes são os períodos de troca recomenda-dos pela fábrica: a cada 50 horas, faça atroca do óleo do motor, filtro do motor eóleo de direção. A cada 100 horas, tro-que o óleo da transmissão, óleo do dife-rencial, óleo dos freios, óleo do sistemahidráulico, óleo redutores traseiros, finaise do diferencial. A cada 100 horas tam-bém troque ou limpe os filtros de con-trole, bomba de direção, bomba isyp efiltro tela das bombas auxiliares.

OUTROS SERVIÇOSNos tratores com folga no pedal da

embreagem, verifique a cada dez horas

Faça o teste de folga nos freios e regule-os sempreque a folga for maior que 4 ou 5 cm

Ao contrário do que muitas pessoas possam pensar,tratores novos também necessitam de manutençãoperiódica, que deve ser feita regularmente, a fim deevitar possíveis danos nos sistemas da máquina

O filtro de ar deve ser trocado regularmentetanto em máquinas novas quanto nas usadas

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“Até as primeiras 100 horas de trabalho, para efeitode manutenção o trator é considerado novo”

de trabalho o curso livre e ajuste se ne-cessário. A cada dez horas de trabalhoreaperte as porcas das rodas e verifique atensão e o estado das correias do ventila-dor e do compressor do ar-condicionadoe ajuste se necessário. Verifique tambéma cada dez horas de trabalho o curso li-vre dos pedais dos freios, regule se ne-cessário. Para ajustar, aplique um dospedais e, com uma régua verifique o des-locamento do mesmo em relação ao ou-tro. Essa diferença é considerada a folga,que deve ser entre 4 e 5 cm. Se for dife-rente, faça a regulagem através da porcaexistente junto às trombetas do eixo tra-seiro. Para diminuir a folga do pedal, girea porca no sentido horário; para aumen-tar a folga, gire-a no sentido anti-horá-rio. Proceda da mesma forma com o pe-dal do outro lado. Feita a regulagem dos

A primeira troca do óleo do cárter deve ser realizadaao completar as primeiras 100 horas de trabalho

Óleos da transmissão, diferencial e redutorestambém têm a primeira troca antecipada

A cada dez horas de trabalho, verifique ereaperte todas as porcas das rodas

Os filtros devem ser trocados de acordo comespecificações do manual de cada máquina

É comum que o nível de óleo baixe mais rápidono período de amaciamento do motor

M

dois lados proceda o teste de aplicaçãosimultânea dos freios. Faça também osoutros serviços de manutenção confor-me a periodicidade recomendada pelafábrica.

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18 • Setembro 07

test drive - Stara Hércules 10.000

Recentemente tivemos a oportunida-de de avaliar o distribuidor de pro-dutos sólidos, de dois discos, da

marca Stara, modelo Hércules 10.000. Este dis-tribuidor é equipado com rodado simples, mon-tado em eixo único. O acoplamento da máqui-na ao trator se realiza através da barra de tra-ção, sendo o acionamento dos discos distribui-dores do produto feito pela tomada de potên-cia (TDP) do trator através de árvore cardânicae o acionamento da esteira alimentadora deproduto feito pelo sistema hidráulico auxiliar(controle remoto) ou roda auxiliar.

A avaliação foi realizada no Campus daUniversidade Federal de Santa Maria (UFSM),no município de Santa Maria (RS), sendo a

parte de laboratório e estática executada nasdependências do Núcleo de Ensaios de Má-quinas Agrícolas (Nema) e a parte de avaliaçãode pista (dinâmica) no Parque de Exposiçõesda UFSM.

É evidente que o desempenho de uma má-quina distribuidora está relacionado com ascaracterísticas físicas dos produtos utilizados naavaliação. Segundo os procedimentos recomen-dados pelas normas mundiais, devem-se utili-zar quatro tipos de produtos com diferentescaracterísticas para realização destas avaliações.São necessárias avaliações com pelo menos umproduto em pó (ex.: calcário), um produto gra-nulado (ex.: adubo NPK), um produto perola-do (ex.: uréia) e um produto diferente dos de-

mais em características físicas (ex.: sementesde aveia).

Avaliamos este distribuidor com vários pro-dutos de diferentes características como semen-tes de aveia preta e milheto, calcário seco eúmido, gesso agrícola, adubo NPK 00-20-30 e00-20-20, adubo NPK no grão, cloreto de po-tássio, fosmag 567, nitrato de amônia, super-fosfato simples e triplo, uréia fina (prill) e gros-sa (plus).

TESTE DE DISTRIBUIÇÃOTodos os produtos passaram por uma ca-

racterização física realizada em laboratório e queconsistiu na determinação do teor de umida-de, densidade (peso específico) e granulome-tria. A umidade é a medida gravimétrica destefator e representa o peso percentual de águapresente na amostra no momento da avaliação.O peso específico representa o peso do volumede um litro do produto expresso em gramas. Agranulometria é o resultado da passagem doproduto por peneiras de diâmetro conhecido epadronizado. A Norma ISO 5690/1 recomen-da utilizar as seguintes malhas de peneiras:0,125; 0,250; 0,500; 0,710; 1,000; 2,000; 2,800e 4,000 mm.

Não foi possível determinar a granulome-tria do gesso agrícola devido à formação de grâ-nulos (aglomerados) no momento da agitação

Os testes com pó, como calcário, foramrealizados com ventos abaixo de 7,2 km/h

para evitar distorções na distribuição

Máquina sendoregulada para realização de

testes com calcário seco

Distribuição emDistribuição em

Test Drive avalia o desempenho do distribuidor Hércules 10.000, da Stara, com15 produtos diferentes sob diversas condições de velocidades e regulagensTest Drive avalia o desempenho do distribuidor Hércules 10.000, da Stara, com15 produtos diferentes sob diversas condições de velocidades e regulagens

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“Segundo os procedimentos recomendados pelas normas mundiais, devem-se utilizar quatro tipos de produtoscom diferentes características para realização destas avaliações. Neste teste, foram utilizados 15 produtos.”

das peneiras.Uma boa medida de qualidade de um dis-

tribuidor centrífugo é a determinação da vazãomédia dos produtos que passam pelo seu me-canismo dosador e distribuidor.

Esta determinação foi realizada de formaestática, em superfície adequada (horizontal efirme), a qual se constituiu no recolhimentodas doses aplicadas (kg/min-1) para cada pro-duto analisado. Para facilitar o recolhimento,foram retirados os discos distribuidores. Como auxílio de recipientes coletores, foram reco-lhidas as quantidades de produto aplicadas narotação padrão da TDP (540 rpm), em 30 ou60 segundos (dependendo das quantidades apli-cadas), para cada posição da alavanca de aber-tura do mecanismo dosador (comporta).

O trator utilizado para acionamento do dis-tribuidor foi o Massey Ferguson modelo MF275, com rotação do motor de 1.850 rpm, aqual proporcionou uma rotação de 540 rpmna saída para a caixa de acionamento da estei-ra. Para os produtos granulados (fertilizantes)e sementes foi utilizada a velocidade da esteira1 e para os produtos em pó (calcário) e farelado(gesso agrícola) foi utilizada a velocidade daesteira 2.

Após a coleta, os produtos foram pesados eos valores obtidos tabulados em uma ficha comespecificação do equipamento, produto avalia-

do, abertura do mecanismo dosador e particu-laridades verificadas durante a determinaçãoda vazão.

A representação do perfil transversal de dis-tribuição de produto é outra avaliação realiza-da para determinar a qualidade de um distri-buidor centrífugo.

Como há uma indicação de outra norma(ISO 500 e UNE 68-003) que estipula que osensaios com utilização da tomada de potência(TDP) devem ser feitos com uma rotação domotor que proporcione 540 rpm no eixo daTDP, foram feitas algumas avaliações no senti-do de encontrar a condição de utilização ade-quada. A rotação do motor descrita acima foiencontrada com o trator a 1.850 rpm, obten-do-se uma velocidade de deslocamento de 12,4km/h-1 em 2a marcha do regime direto, porqueé esta velocidade em que se obtém 540 rpm naTDP. A velocidade de rotação dos discos foi de790 rpm. Este ensaio foi realizado em pista ho-rizontal nivelada, condição necessária para evi-tar saltos e vibrações que pudessem afetar o de-sempenho do equipamento.

Nos ensaios desta natureza não se admitea presença de ventos constantes superiores a 2m/s-1 (7,2 km/h-1). Neste sentido, foi utilizadoum anemômetro portátil, onde foi medida cons-tantemente a velocidade do vento no sentidodo eixo da pista e também transversalmente,cancelando-se a realização dos trabalhos sem-pre que este limite era ultrapassado.

Para a avaliação do perfil transversal de dis-tribuição dos produtos foram utilizadas ban-dejas de polietileno, com medida padronizadade 500 mm de lado e 100 mm de profundida-de. Para evitar o rebote dos produtos foram uti-lizados “favos” no interior das bandejas.

Estas bandejas foram distribuídas perpen-dicularmente ao sentido de deslocamento doconjunto mecanizado, cobrindo a largura totalde trabalho. Foram utilizadas 100 bandejas,sendo 50 para cada lado, com o eixo centraltransversal estando em acordo com o eixo dedeslocamento do conjunto.

Na avaliação do perfil transversal de distri-buição de produtos granulados (fertilizantes) e

sementes foram avaliados os seguintes discos ealetas: Disco 24-36 com aletas 24-36; Disco 18-24 com aletas 10-18 e aletas 18-24. As regula-gens quanto à posição de aletas avaliadas e asrespectivas posições das mesmas estão descri-tas abaixo:

Na avaliação do perfil transversal de distri-buição de produtos em pó (calcário) e farelado(gesso agrícola) foram avaliados os discos e ale-tas específicos para estes produtos nas seguin-tes situações: seis aletas fixas; seis aletas variá-veis nas posições atrasada, radial e adiantada;três aletas fixas; três aletas variáveis nas posi-ções atrasada, radial e adiantada.

A abertura da comporta dosadora, a qualproporcionou doses próximas à recomendaçãopara cada produto avaliado, encontra-se na Ta-bela 2.

Para os produtos granulados (fertilizantes)e sementes foi utilizada a velocidade da esteira1 e para os produtos em pó (calcário) e farelado(gesso agrícola) foi utilizada a velocidade daesteira 2.

DADOS DA DISTRIBUIÇÃOImediatamente após a aplicação, o produto

foi recolhido das bandejas e colocado em sacosplásticos com a identificação do produto, daposição (número) da bandeja no perfil e a res-pectiva regulagem utilizada no equipamento.A pesagem das amostras de produto contidasnos sacos foi feita em laboratório com empregode balança eletrônica com precisão de 0,1 g para

Comprimento máximoAltura totalLargura máximaPeso vazioRotação da TDPCapacidade de carga e volumeNúmero de posições de regulagem da alimentação

Altura do ponto de engate à barra de tração (nivelado)

Altura mínima sobre o solo

Largura da esteira de alimentaçãoLargura da comporta registroAltura máxima da abertura

Número de discos

Fertilizantes e sementesProdutos em póNúmero de posições das aletasAltura dos discos ao solo (face superior)Distância entre discos (centros)

6500 mm2500 mm2600 mm2000 kg540 RPM

10.000 kg e 5 m3

94

450 mm400 mm

815 mm730 mm300 mm

2

23 ou 6

Variável840 mm650 mm

Dimensões Gerais

Sistema de transporte e deslocamento

Mecanismo de dosagem

Mecanismo de distribuição

Número de aletas por disco

Tabela 1 - Especificações técnicas(1) do distribuidor centrífugode produtos sólidos utilizado nas avaliações

(1) Todas as medidas foram obtidas com a máquina nivelada em repouso em superfí-cie firme e plana.

Para facilitar a verificação da vazão dosprodutos aplicados, foram retirados os discosdistribuidores e colocados recipientes coletores

Setembro 07 • 19

testetesteStara

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20 • Setembro 07

0% do curso da aleta (Atrasada)25% do curso da aleta (Atrasada)50% do curso da aleta (Radial)

75% do curso da aleta (Adiantada)100% do curso da aleta (Adiantada)

Lateral Interna Aleta: Grande=35; Pequena=5Centro da Aleta: Grande=39; Pequena=10Centro da Aleta: Grande=44; Pequena=16Centro da Aleta: Grande=49; Pequena=21

Lateral Interna Aleta: Grande=55Pequena=28

Tabela 2 - Dose prevista de cada produto para aplicaçãona avaliação do perfil transversal e respectiva aberturade comporta utilizada

Produtos

Calcário secoCalcário úmidoGesso agrícola

Aveia pretaMilheto

Uréia fina (Prill)Uréia grossa (Plus)Cloreto de potássioSuper fosfato triplo

Super fosfato simplesAdubo NPK 00-20-20Adubo NPK 00-20-30

Fosmag 567Adubo NPK no grãoNitrato de amônia

Dose Prevista(kg/ha-1)

1890189050090258080

100100150300300350300150

AberturaComporta

30303030415151010153030203020

cada dez gramas.A partir dos dados obtidos na coleta e pesa-

gem do produto aplicado no perfil transversal,é realizada a análise dos mesmos para a verifi-cação das características da faixa de deposição.O primeiro passo consiste na elaboração de umhistograma de distribuição, tendo como refe-rência a posição de cada coletor e expresso emtermos de dosagem ou quantidade coletada.

A deposição cumulativa representa a somada quantidade de produto lançado num mes-mo ponto (mesmo coletor), em duas passadasadjacentes da máquina. Trata-se de fazer umrecobrimento entre as faixas de deposição depassadas adjacentes, de forma que a deposiçãocumulativa torne a dosagem de aplicação uni-forme para cada ponto de toda a extensão doterreno. A avaliação da deposição cumulativa,em uma aplicação de campo, depende do tipode percurso adotado no manejo da máquina.No circuito contínuo, o lado esquerdo de parteda faixa de deposição numa passada, recobre olado direito de parte da faixa de deposição dapassada anterior. No circuito alternado, o ladodireito de parte da faixa de deposição numa pas-

sada, recobre o lado direito de parte dafaixa de deposição da passada anterior,sendo que o mesmo acontece com o ladoesquerdo.

Para a elaboração dos histogramasde aplicação, determinação do coefici-

ente de variação e largura de trabalho nos dife-rentes sistemas de aplicação foi utilizado o pro-grama informático Adulanço, versão 2.0.14(Molin et al., 1992).

A faixa de deposição efetiva (largura de tra-balho recomendada na aplicação) é determina-da através do ensaio utilizando-se o critério dograu de regularidade de distribuição transver-sal (perfil) representado pelo Coeficiente deVariação (CV), expresso em porcentagem (%),conforme se estabelece na norma ISO 3534 ouUNE 66-002.

Na avaliação da resposta da dose do produ-to à abertura da comporta que determina aquantidade de produto que cai sobre o disco,este equipamento mostrou bastante qualida-de, pois com a maioria dos produtos avaliadosa representação deste comportamento era umalinha reta, isto é, quanto mais se abre a com-porta mais produto cai sobre o disco e de formagradual. Principalmente nos produtos AduboNPK no grão, Fosmag 567, nitrato de amônia,superfosfato simples, superfosfato triplo, uréiafina (prill) e uréia grossa (plus) este comporta-mento foi linear.

Quanto ao perfil transversal de distribui-ção de produto, em que se analisa a distribui-ção dos produtos para os dois lados do distri-buidor, com as diferentes regulagens e que decerta forma é o parâmetro de determinação dacapacidade de trabalho do equipamento, poisnesta avaliação é determinada a largura de tra-balho limite, dentro dos padrões estabelecidosde variação, esta máquina teve um comporta-mento bastante qualificado.

Mesmo adotando coeficientes de variação,em relação aos que se aceitam na prática, tive-mos larguras de trabalho bastante interessan-tes e amplas. Para exemplificar colocamos oexemplo do superfosfato simples, em três siste-

mas de trabalho, contínuo, alternado esquerdoe alternado direito.

RESULTADOS FINAISAo final das avaliações pode-se concluir que

o distribuidor apresenta boa distribuição depeso, não sobrecarregando a barra de tração, oque diminui em muito o impacto sobre a barraquando operando em terreno irregular e quehá grande praticidade para fazer as regulagensdos discos e de fácil remoção, o que garanteuma boa operacionalidade.

Quanto ao acoplamento do distribuidor aotrator, este oferece um sistema muito vantajo-so, que permite ajustar a altura do cabeçalhodo distribuidor à altura da barra de tração, semo operador realizar o mínimo esforço, com omenor risco de queda devido à existência deoutro suporte, o qual somente é recolhido após

Nos testes com produtos granulados foramdistribuídas bandejas para coletar e definir a

uniformidade da distribuição transversal

Regulagens quanto à posição de aletas avaliadas e suas respectivas posições

Detalhe da vazão do gesso agrícola.Para cada produto, foi necessário realizar

regulagens diferentes

Fotos José Fernando Schlosser

Page 21: Maquinas 67

“Este modelo apresenta um sistema alternativo de acionamento daesteira muito interessante, o qual pode acioná-la diretamente na TDP”

Nos testes com calcário, foi verificada aformação de túneis dentro do tanque,

problema que já foi resolvido pelo fabricante

ter sido realizado o acoplamento.Vimos neste modelo uma solução criativa

que é a colocação, na saída da mangueira docontrole remoto de acionamento da roda auxi-liar que movimenta a esteira, um registro, queinterrompe o fluxo do óleo hidráulico, garan-tindo que não ocorra perda de produto ao lon-go do deslocamento.

Quanto à regulagem da comporta dosado-ra de produto, concluímos ser bastante fácil parao operador ajustar o volume a ser aplicado con-forme a necessidade.

Não encontramos dificuldade no acesso àparte superior do distribuidor em função daexistência de uma escada lateral, o que garanteao operador subir e descer com bastante facili-dade e rapidez. Além deste item ergonômicona parte traseira encontra-se um arco de segu-rança, que impede a aproximação direta de pes-soas aos discos evitando acidentes.

Este modelo apresenta um sistema alter-nativo de acionamento da esteira muito inte-ressante, o qual pode acioná-la diretamente naTDP, sendo de fácil acoplamento apenas com atroca da árvore cardânica de acionamento da

esteira e acoplar-se na espera ao lado da árvorecardânica de acionamento dos discos.

Quase não encontramos pontos negati-vos nesta avaliação, a não ser quanto ao re-dutor de carga (chapéu), quando utilizadocom calcário úmido, apresentou um proble-ma muito sério de formação de “túneis”, ouseja, o calcário não descia normalmente àmedida que a esteira ia retirando, ficandoenormes buracos que necessitavam a todo omomento uma intervenção para que fossem

desfeitos. Embora este problema tenha ine-xistido com outros produtos, o fabricante,com base nos resultados deste ensaio, já alte-rou essa peça no projeto, resolvendo comple-tamente esse inconveniente.José Fernando Schlosser,Alexandre Russini,Eder Dornelles Pinheiro,Leonardo Basso Brondani eReges Durigon,UFSM

Schlosser e equipe do Núcleo de Ensaios deMáquinas Agrícolas da UFSM realizaram

os testes com o Hércules 10.000

Superfosfato triplo (50%) Radial disco 24-36

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Adubo NPK no grão

Culti

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22 • Setembro 07

Valtra BM 125i

Nesta edição Cultivar Máquinasapresenta a Ficha Técnica dotrator Valtra BM 125i, o primei-

ro na versão quatro cilindros com motorturbo-intercooler de 125 cavalos. O mode-lo integra a Linha Média de tratores Gera-ção II da montadora e entra numa faixa depotência onde normalmente se trabalha com

motores de 6 cilindros. Trata-se de um tra-tor médio, com potência equilibrada e efici-ência de tração, o motor está posicionadoexatamente sobre o eixo dianteiro, o quefavorece a melhor distribuição de peso econseqüentemente a transferência de potên-cia do motor transformando potência emforça de tração.

O trator vem equipado com motor SisuDiesel 420 DSRA, de 125 cv com um tor-que máximo de 450 Nm – 1.400 rpm (nor-ma ISO 1585). Este motor trabalha comdiesel ou biodiesel B20, ou seja, 80% de di-esel e 20% de biodiesel na mistura, desdeque o biodiesel siga a especificação segundoa resolução da ANP 42/2004.

Entre os diferenciais do modelo está ointercooler, cuja principal função é a de bai-xar a temperatura do ar de admissão e comisso obter melhor eficiência na combustão,resultando em economia no consumo e bai-xos níveis de emissões de poluentes. Segun-do o fabricante a redução de consumo decombustível, neste caso, pode chegar a até

Nova geraçãoConheça as características técnicas do Valtra BM 125i, o primeiro tratorna versão quatro cilindros com motor turbo-intercooler de 125 cavalos

O motor vem equipado com intercooler, sistema que usa um trocador de calor (radiador) na dianteira dotrator para reduzir a temperatura do ar antes de ser comprimido, resultando em economia de combustível

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Setembro 07 • 23

“Entre os diferenciais do modelo está o intercooler, cuja principal função é a de baixara temperatura do ar de admissão e com isso obter melhor eficiência na combustão”

5%, além de ampliar a vida útil dos tratorese dotá-los de mais potência, força e torque.

INTERCOOLERO intercooler, também denominado af-

tercooler ar/ar, é um sistema que utiliza umtrocador de calor (radiador) localizado nadianteira do trator que reduz a temperatu-ra do ar admitido antes de ser comprimido.Mais denso, o ar frio ocupa menos espaço.Com isso, uma quantidade duas vezes mai-or de ar pode ser comprimida dentro de cadapistão, o que se traduz em aumento de efi-ciência e combustão ao motor, gerando mai-or potência. Além dos benefícios econômi-cos o sistema reduz significativamente astaxas de emissões de gases e ajuda a preser-var o ambiente.

No caso dos motores Sisu Diesel, o inter-cooler troca calor com o ambiente e, por isso,consegue uma redução de temperatura bemmaior que os outros sistemas que utilizama troca de calor entre ar (admissão) e água(do radiador do motor). Isso se explica peladiferença de temperatura entre o ar ambi-ente e a temperatura da água num motor, que está entre 90 e 100 graus.

VANTAGENSO motor turbo-intercooler aplicado

no trator BM 125i consegue atingir umapotência maior com menor consumo decombustível. Além disso, como a com-bustão é mais eficiente a temperaturade escape é mais baixa, a carga térmicado motor também é menor, preservan-do assim a vida útil do motor e redu-zindo os custos operacionais.

De fácil acesso, a localização das alavancas de acionamento e de comandofavorece o trabalho e aumenta o conforto do operador

TRANSMISSÃOAlém da transmissão com multitorque

de acionamento eletro-hidráulico, o BM125i possui a super-redução como opção decaixa de câmbio. A velocidade mínima des-ta caixa é de 297 m/h (0,2 km/h – marchaL1Tartaruga) a 1.860 rpm (rotação da TDPde 540 rpm) com rodagem traseira 18.4-30.Essa caixa é utilizada para trabalhos comvaletadoras, forrageiras, colheita de abacaxi

Fotos Valtra

Page 24: Maquinas 67

24 • Setembro 07

e melão, compostadoras, trituradores, extra-tores de turfa etc.

A nova caixa de câmbio é alojada nomesmo local onde habitualmente é monta-do o multitorque, porém a super-redução éacionada mecanicamente, através de umaalavanca do lado esquerdo do operador quefaz o engrenamento desta caixa, o que per-mite contar com uma caixa com 16 mar-chas à frente e oito para trás.

O modelo possui embreagem simples eTDP de acoplamento independente, atra-vés de um pacote de discos de acionamentoeletro-hidráulico, ou seja, não é necessárioparar o trator para ligar ou desligar a TDP,fator importante para desembuchar forra-geiras, por exemplo.

SISTEMA HIDRÁULICOEquipado com uma bomba de engre-

nagem exclusiva para a direção e outra parao sistema hidráulico, que é acionada dire-tamente pelo motor, o BM 125i possui con-trole de posição, tração e profundidade,com capacidade de levante de 4.760 quilosno olhal.

O controle remoto independente comaté três válvulas de dupla ação e fluxo de51,8 l/min, garante operações simultâneasdo sistema de levante de três pontos e dasválvulas de dupla ação.

CABINEO design do modelo, com frente incli-

nada e a posição elevada da cabine garan-tem mais visibilidade ao operador, em re-lação aos modelos anteriores, com fácilacesso às alavancas de acionamento e con-troles. O acabamento interno possui boa

O acabamento interno possui boa vedação,o que reduz ruídos e poeira

Em relação aos modelos anteriores, o novo design, com frente inclinada,garante mais visibilidade ao operador

Fotos Valtra

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Setembro 07 • 25

“O modelo possui embreagem simples e TDP de acoplamento independente,através de um pacote de discos de acionamento eletro-hidráulico”

Homologada como ROPS, a estrutura da cabineoferece mais segurança em caso de acidentes

vedação, o que reduz ruídos e a poeira. Aestrutura reforçada oferece mais seguran-ça em caso de capotagem e é homologadacomo ROPS.

OPCIONALPara este modelo e os demais que com-

põem a Linha Média, o fabricante oferececomo opcional o kit hidráulico com fluxoconstante, composto por uma terceira bom-ba hidráulica (bomba tripla) na lateral domotor, que proporciona vazão adicional defluxo constante de até 36,8 l/min a 2.300 rpmno motor com a pressão máxima de 130 bar.

Além de oferecer fluxo constante, o “kit flu-xo constante” permite a regulagem de fluxopara semeadoras e implementos com motorhidráulico que necessitem de fluxo constan-te e regulável. O fluxo constante é ligado atra-vés de botão, localizado no console da plata-forma ou cabine do operador.

ModeloVersão

ModeloCombustível

Potência máxima cv-rpm (Norma)Torque máximo N.m - rpm (Norma)

Cilindrada (cm³)N. de cilindros – aspiração

Sistema de Injeção

TipoDiâmetro disco (mm)

Acionamento

TipoAcionamento

Velocidade (rpm)Potência máxima (cv) - rot. motor

Tipo de transmissãoPosição das alavancasNúmero de marchas

Rodagem/rpm no motor

Pressão Máxima (kgf/cmVazão de bomba (l/min)

Capacidade de levante máx. Olhal (kgf)610 mm do olhal (kgf)

Válvula de controle remotoOpcional

TipoAcionamento

Tipo

Distância entre eixos (mm)Comprimento total (mm)

Altura (Teto) (mm)Raio de giro s/freio (mm)

Peso de embarque lastrado (kgf)Bitolas traseira min - Máx (mm)

Tanque de combustível (l)Pneus (Standard)

Alto vão livre

TipoCabine

Valtra BM 125i 4x4

Sisu diesel 420DRSADiesel ou biodiesel B05 - ANP 42/2004

125 cv - 2300 (ISO/NBR 1585) 132 hp - 2300 (ISO 14396)450 N.m - 1400 (ISO/NBR 1585) 459 N.m - 1400 (ISO 14396)

4400 4 - Turbo intercooler

Bomba rotativa, injeção direta

Disco simples independente330

Mecânico

IndependenteEletro-hidráulico

540 ou 540 + 1000 ou 540 + proporcional111 – 2300

Sincronizada com multitorque eletro-hidráulico ou super-redutorLateral

16F+8R multitorque ou 16F+8R super-redutor

18.4 - 34 R1 / 2300

18051,847602820

1, 2 e 3 válvulas dupla açãoFluxo constante com regulagem de 36,8 l/min de vazão a 2300 rpm no motor

Multidiscos a banho de óleoHidráulico

Hidrostática

25104715280046506070

1525 - 2125

18014.9 - 24 R1 / 18.4 - 34 R1 230/95 R40 + 320/90 R50

Plataforma integradaComfort cab

MOTOR

EMBREAGEM

TOMADA DE POTÊNCIA

TRANSMISSÃO

VELOCIDADES TEÓRICAS (km/h)

SISTEMA HIDRÁULICO

FREIOS

DIREÇÃO

DIMENSÕES 4x4 c/ Pneus Std

CAPACIDADES

PLATAFORMA DO OPERADOR

M

Page 26: Maquinas 67

26 • Setembro 07

características

Primeiro olharEnsaio avalia a semeadora Prima 3910 com seis tipos de sementes para inverno everão, e mostra o desempenho da máquina recém-lançada no mercado brasileiro

Oato de semear é sem dúvidaum dos mais importantes pro-cessos da atividade agrícola.

Com a evolução desta atividade, surgiu anecessidade de mecanizar esta etapa doprocesso produtivo, desenvolvendo-se má-quinas capazes de alocar a semente no lei-to de semeadura em profundidade adequa-da, cobri-la com quantidade ideal de soloe promover um contato solo/semente ca-paz de tornar possível os processos fisioló-gicos de germinação e emergência. Embusca de competitividade as indústrias lan-çam constantemente inovações em termosde semeadura, visto que hoje o Brasil temgrande potencial para absorver tais tecno-logias.

Este relato trata das primeiras impres-sões técnicas de uma avaliação de desem-penho agronômico da semeadora Stara/Prima 3910, com o objetivo oferecer infor-mações sobre essa máquina disponível no

mercado brasileiro.O design arrojado da Prima 3910 é o

que mais chama atenção logo à primeiravista. Os reservatórios de adubo e semen-te são em polietileno, o que é desejávelprincipalmente em reservatórios de ferti-lizante, evitando a oxidação do mesmopelo adubo, o que pode ocorrer em reser-vatórios metálicos. O projeto dos reserva-tórios tem ângulo vertical que visa favo-recer o escoamento de fertilizante até omecanismo dosador. A capacidade do re-servatório de sementes, por exemplo, se-meando-se em média 50 kg/ha de soja,pode oferecer uma autonomia de 15 hec-tares. Um trabalho feito recentemente naUniversidade de Campinas analisou umuniverso de 250 modelos nacionais, cons-tatou que a autonomia média de semen-tes dos modelos foi de 12 hectares. O au-tor utilizou um parâmetro de compara-ção que denominou Índice e Adequação

(IA) de semeadoras que leva em conside-ração itens de catálogo da máquina emrelação à média dos exemplares, com IAmáximo de 1,80, dado este próximo aocalculado por nós para a Prima 3910 uti-lizando a mesma metodologia. Simplifi-cando, em comparação com modelos na-cionais a Prima 3910 parece estar acimada média em características quanti e qua-litativas.

Por tratar-se de uma semeadora múl-tipla, a gama de culturas recomendadas ébastante grande: três culturas de invernoe seis de verão. Os primeiros testes foramconduzidos com trigo e aveia, no municí-pio de Vacaria (RS). Os dados de distri-buição de sementes foram bastante posi-tivos, mesmo em velocidades de até 12,6km/h. O mecanismo dosador de semen-tes finas é o tradicional rotor acanaladohelicoidal, que embora historicamenteseja bastante criticado, apresentou bons

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“Em busca de competitividade as indústrias lançam constantemente inovações em termosde semeadura, visto que hoje o Brasil tem grande potencial para absorver tais tecnologias”

Os reservatórios de adubo e sementesão em polietileno, o que é desejávelporque evita a oxidação pelo adubo

Reservatórios de aduboe semente

Culturas recomendadas

Possibilidade de espaçamentosx

Número de linhas

Sistema de distribuição fertilizanteSistema de distribuição

de sementeSistema de acoplamento

Sistema de rodadoSistema

de transmissãoTipo de

sulcadoresTipo de linha

Polietileno alta densidade, capacidade de 1.500 kg para fertilizante e 750 kg para semente;Na linha da semente, inclui-se reservatório individual (pipoqueira) com capacidade de 3,5 kg;

Soja, milho, feijão, algodão, sorgo, girassol, aveia, trigo e cevada24 Linhas de 17 cm

23 Linhas de 17,5 cm12 Linhas de 35 cm10 Linhas de 40 cm09 Linhas de 45 cm08 Linhas de 50 cm07 Linhas de 60 cm06 Linhas de 70 cm05 Linhas de 80 cm05 Linhas de 90 cm

Rosca-sem-fim, montada paralelamente à linha de plantioGrãos finos: rotor acanalado helicoidal

Grãos grossos: distribuídos através de disco alveolado (distribuidor horizontal)Cabeçalho articulável com fuso para regulagem de altura, caixa de ferramentas acoplada no mesmoArticulável, com pressão constante no solo e acionado por cilindro, dispensando o uso de alternador

Acionada através de correntes de rolos. Possui caixa detransmissão com 50 regulagens para adubo e semente

Verão: facão afastado e disco de corte para adubo e disco duploInverno: discos duplos defasados e desencontrados de 15,5” e 16”

Pantográfica

Quadro 1 - Principais características da Stara/Prima 3910

resultados nestes primeiros testes. O tri-go, por ser uma gramínea com grande ca-pacidade de perfilhamento, possui umafaixa ampla de populações de plantas, oque de certa forma torna um pouco me-nos importante a precisão na dosagem desementes. Mesmo assim, os dados eviden-ciaram freqüência de quase 70% de umamesma dose com pequenos desvios pa-drões da média. Estão na pauta dos pes-

quisadores, ensaios com culturas de ve-rão, para determinar, entre outras carac-terísticas, a precisão na dosagem de soja emilho, esta última merece atenção espe-cial, pois a densidade de semeadura é bemmais baixa, e uma série de pesquisas temmostrado a necessidade de se semear mi-lho com precisão.

Para culturas de verão, a semeadoravem equipada com dosador de sementes,

Detalhe da pantográfica, quefacilita a adequação da linhaàs irregularidades do terreno

Fotos Vilnei de Oliveira Dias

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28 • Setembro 07

disco alveolado horizontal com reservató-rio tipo “pipoqueira”, sendo a alimentaçãofeita diretamente do reservatório principal.O dosador fica próximo ao solo, o que éapontado por diversos estudos ser caracte-rística desejável, por diminuir o trajeto dasemente até o local no solo. As linhas sãodo tipo pantográfico, em sistema de para-lelogramo para facilitar a adequação da li-nha às irregularidades do terreno, caracte-rística importante em semeadoras de gran-de porte que poderão trabalhar sobre áreasterraceadas ou de superfície com microre-levo desuniforme.

O dosador de adubo que equipa a se-meadora é do tipo helicoidal, modelo Fer-tisytem®, o qual tem se tornado conceitoem dosagem de fertilizante. De acordo comos fabricantes, o dosador elimina o efeitopulsante de alguns outros modelos; emtempos de agricultura de manejo localiza-do, esse tipo de característica é favorável,pois deposita o fertilizante na quantidadecerta, no local certo. Uma promessa domodelo é a futura instalação do “kit” deaplicação de fertilizantes e/ou sementes emtaxa variável, o que pode ser uma grandeinovação no mercado nacional. O sulcadortipo duplo disco defasado vem com o localdestinado para que seja acoplado o sensorde sementes.

Quanto a regulagens, somente nas cai-xas de transmissões dianteiras a Prima ofere-ce 50 diferentes velocidades de mecanismosdosadores, tanto de sementes quanto de adu-bo. Para culturas de grãos finos, ainda existea possibilidade de regulagens diretamente norotor, com maior ou menor abertura da jane-la de trabalho do mecanismo.

Outro aspecto interessante é a altura damáquina quando fora de operação, a Primaé relativamente alta, o que favorece o deslo-camento em estradas e manobras em locaisfora da lavoura que possam apresentar obs-táculos, como tocos e pedras. O raio de girodo conjunto trator-semeadora ficou em 7,40m, limitado pelo ângulo de giro do trator, enão pelo cabeçalho da máquina.

Os primeiros testes para semeadura dotrigo foram realizados sobre cobertura deazevém com cerca de 5,7 t de matéria secapor hectare, sendo que a dessecação pré-semeadura havia sido feita há menos decinco dias. As condições adversas servirampara realmente por em prova a máquina.Nos dias de teste a umidade do solo eraalta (37%), mas mesmo assim não ocorre-ram embuchamentos. Uma variável impor-tante é cobertura do sulco, sendo que nosdias de teste não foram observadas semen-tes expostas, e a regularidade de deposiçãode sementes foi relativamente boa, e maisuniforme na maior velocidade experimen-tada, de 12,6 km/h.

A Prima 3910 mostra-se uma boa opçãoem termos de semeadura para culturas anu-ais. Alia simplicidade, robustez e característi-cas técnicas desejáveis em uma máquina parasemear. Os testes futuros com culturas de ve-rão irão fornecer o subsídio desejado para ava-liação final da semeadora, inclusive com ava-liações de demanda de tração. Por enquanto,ficam boas impressões e expectativa para aentrada do modelo no mercado.Vilnei de Oliveira Dias eAirton dos Santos Alonço,UFSM

Detalhe das linhas edos condutores de

sementes e fertilizantes

M

Fotos Vilnei de Oliveira Dias

Alonso e Vilnei mostram resultadosdos primeiros trabalhos realizados

com a semeadora Prima 3910

Page 29: Maquinas 67

Toyota

Setembro 07 • 29

AToyota marcou presença duran-te a 30ª edição da Expointer, emsetembro, no município de Es-

teio, no Rio Grande do Sul. Em um estan-de de 700 metros quadrados foi apresenta-da toda a linha de veículos da marca, comdestaque para a picape Hilux SW4, o Coro-lla e Fielder Flex, os utilitários esportivosLand Cruiser Prado e RAV4, além do sedãde luxo Camry.

A empresa também montou, dentro dafeira, uma pista off-road, com aclives acen-tuados e muita lama, onde os visitantes pu-deram testar, em condições severas de uso,veículos como a picape Hilux SW4 e o uti-litário esportivo Land Cruiser Prado.

A picape Hilux SW4 vem equipada comtransmissão automática com ECT, tração4x4 permanente e motor turbo diesel inter-cooler, com 163 cavalos e 3,4 mil rpm depotência. O modelo conta com airbag du-plo, freios dianteiros com discos ventiladosABS e nas rodas traseiras tambor e ABS.

Já na linha de utilitários esportivos oLand Cruiser Prado 2007 possui motor tur-bo diesel intercooler 3.0 l, com 131 cavalose 3,6 mil rpm de potência. A tração é 4x4

permanente, com reduzida e bloqueio dodiferencial central, os freios dianteiros pos-suem discos ventilados e os traseiros discossólidos, ambos com ABS, EBD e BAS (BrakeAssist System). No item segurança o mode-

lo conta, ainda, com airbag frontal de doisestágios para motorista e passageiro, alémde airbag lateral e de cortina. O teto solarvem com sistema antiesmagamento e acio-namento com um toque.

Valentes no barro

O utilitário esportivo Land Cruiser Prado chamou a atenção dos visitantes que puderam realizarteste em condições severas numa pista com muita lama, aclives e obstáculos

M

Toyota apresenta linha completa, com destaque para picapes eutilitários esportivos durante a Expointer, no Rio Grande do SulToyota apresenta linha completa, com destaque para picapes eutilitários esportivos, durante a Expointer, no Rio Grande do Sul

Valentes no barroFotos Toyota

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Farm Progress Show 2007

30 • Setembro 07

OFarm Progress Show deste anoocorreu em Decatur, Illinois, aaproximadamente 300 quilômetros

de Chicago, completando sua 54ª edição. Situa-do em uma sede bianual permanente é promo-vido por um grupo editorial responsável por re-vistas com muita credibilidade e circulação diri-gida aos produtores por estado.

Como toda a agricultura norte-america-na atualmente, o principal foco do Farm Pro-gress Show é o milho. A produção desta cul-tura visando a produção de álcool combustí-vel alavanca os negócios, e mantém a indús-tria e o comércio em movimento, incremen-tando os negócios e a oferta de tecnologia eprodutos ajustados à demanda local.

A par de cerca de 450 expositores de máqui-nas e equipamentos, o segmento de sementes esua dependência da genética, fortemente repre-sentados por grandes e pequenos fornecedores,uma diversidade de produtos e serviços destina-dos ao agronegócio trazem mais de 100 mil visi-tantes – com significativa participação de estran-geiros, especialmente da América Latina - emtrês dias de evento.

Nossas impressões da visita são destaca-das a seguir.

O GRANDE E O PEQUENOJá havíamos constatado na edição anterior

do FPS: a agricultura norte-americana tem sedividido em duas vertentes nos últimos anos. A)as propriedades vêm se tornando cada vez maisprofissionalizadas e crescendo em tamanho com

menos de 2% da população vivendo no campo.Isto enseja, conforme pode ser verificado nas ima-gens que colhemos no evento, a fabricação demáquinas cada vez maiores e mais sofisticadas.Quanto menos mão-de-obra envolvida nas ope-rações, melhor. B) existe também uma deman-da de máquinas pequenas, menos especificadas,baratas, para servir aos weekend farmers pessoasque têm suas atividades nas cidades, mas queaos finais de semana vão às propriedades paraexercer a agricultura em pequena escala. Isto ex-plica tratores e demais máquinas de pequenoporte, bastante numerosos na feira.

TRATORESAlgumas das mais conhecidas marcas mun-

diais estiveram representadas no evento. Desta-que para as nossas conhecidas, a família AGCO,com os AGCO, Massey Ferguson, Challenger eFendt, a John Deere, a Case e New Holland dafamília CNH, embora em estandes separados.

A Challenger (AGCO) mostrou o maior tra-tor do mundo, um articulado de pneus, com 560

HP (MT 965 B). Também um Challenger deesteiras de borracha, pintado de branco, em co-memoração aos 25 anos destes tratores. Outranovidade que chamou a atenção no estande daAGCO foram os tratores indianos 2605 e 3645.Embora com a estrutura típica MF, um novodesenho de lataria e habitáculo, indicando a ten-dência mundial de design desta marca. Certa-mente mais suaves e bonitos.

A John Deere apresentou toda sua linha, masdestacamos o 9630 T, maior modelo da marca,com 530 HP e esteiras de borracha.

A Case destaca na nomenclatura a marcaSteiger, origem dos articulados 4x4 da marca, comuma série especial comemorando 50 anos. Tam-bém nos modelos menores reintroduzindo a sub-marca Farmall, que veio junto com a aquisiçãoda International-Harvester, há mais de 20 anos.

Uma marca não conhecida do grande públi-co, mas sim dos apreciadores de bons tratores, a

A Challenger (AGCO) mostrou o maior trator domundo, o articulado de pneus MT 965 B

Modelo com esteiras de borracha marcou os 25anos de tratores Challenger

Tecnologia emexposição

A 54ª edição do Farm Progress Showesbanja novidades em Decatur,

Illinois, nos Estados Unidos

A 54ª edição do Farm Progress Showesbanja novidades em Decatur,

Illinois, nos Estados Unidos

Tecnologia emexposição

Fotos Arno e Fabiano Dallmeyer

Page 31: Maquinas 67

“Como toda a agricultura norte-americana atualmente,o principal foco do Farm Progress Show é o milho”

A John Deere mostrou o 9630 T, com 530 HP eesteiras de borracha

Versatile, atualmente em mãos da Bühler. Trato-res de grande porte, originalmente canadenses.

A New Holland com uma ampla gama demodelos, em destaque o belo e funcional designda série TG. Que infelizmente deve demorar aaportar em terras brasileiras...

COLHEDORASOs grandes fabricantes locais e internacio-

nais continuam marcando presença com suasmaiores e mais sofisticadas máquinas.

A Claas com sua marca Lexion, comerci-alizada com a licenciamento e motor Caterpi-llar, mostrando a 595 R, dita a maior colhedorado mundo, possibilitando o uso de plataformasde até 40 pés de corte (12 m). A Challenger,com cores e identidade de própria marca daAGCO, tem um modelo similar na Massey Fer-guson e Gleaner, com rotor longitudinal de tri-lha, recentemente lançado aqui no Brasil. AJohn Deere com suas gigantescas STS e a CaseIH com suas Axial Flow, sem esquecer das NewHolland. Todas as marcas evidenciando a quea tendência da presença dos rotores axiais nomercado está consolidada.

IMPLEMENTOSNão se pode tirar conclusões de uma mos-

tra, mas a tendência ao gigantismo se man-tém neste segmento. Vimos semeadoras comdistribuição pneumática e até 40 linhas de soja.Pulverizadores com barras de 36 ou 40 me-tros como os da Hagie já estão presentes, na-turalmente com os depósitos de calda equiva-lentes: 5 mil, 6 mil litros.

Em função das condições locais de solos fran-cos, e invernos frios ainda pode-se ver muitosequipamentos, notadamente conjugados de pre-paro reduzido do solo. Os agricultores utilizamvários níveis de tecnologia, por isto são encon-trados desde equipamentos para preparo do soloaté as semeadoras de plantio direto.

VEÍCULOS UTILITÁRIOSParece que uma “febre” acometeu os agri-

cultores e os admiradores da vida rural, pois de-zenas de modelos de veículos utilitários de pe-queno porte (quadriciclos, carrinhos motoriza-dos, ATVs) podem ser vistos tanto expostos quan-to circulando nos caminhos do evento. Marcas

conhecidas e outras locais disputam avidamen-te este mercado em crescimento.

As caminhonetes, picapes, cabines duplase minicaminhões também são expostos e ofe-recem test drives aos visitantes. Aparentemen-te a preocupação com o aquecimento global,economia de combustível etc. não atingiu es-tes fabricantes, pois são oferecidas diferentesmotorizações, com predominância dos V8 eaté V10, beirando os 400 HP. Ah, e com câm-bio automático!

DINÂMICAS DE CAMPOUm dos pontos fortes do Farm Progress

Show são as demonstrações de campo, divididasem preparo do solo, semeadura e colheita. Esteformato vem sendo aplicado em muitos outroseventos no mundo, sempre com o mesmo su-cesso deste precursor. Facilidade de transporteao campo, demonstrações bem organizadas ehonestas, garantem o sucesso.

SEGMENTOS AGREGADOSObjetivando o atendimento de todas as ne-

cessidades dos produtores, distintos fornecedo-res apresentam seus produtos e inovações: insta-lações para pecuária, galpões, material para fe-nação e forragem, informática, fertilizantes, ser-

viços educacionais, dezenas de produtores desementes de milho, a maioria apresentando mo-dificação genética para a proteção contra insetose/ou herbicidas.

Visitantes estrangeiros são atendidos em umatenda específica, com bastante conforto e sim-patia.

CONCLUSÃOUma feira que sempre vale a pena ser visita-

da. As inovações vão estar representadas aí. Pode-se ter uma radiografia da agricultura norte-ame-ricana e a dos países sob sua influência, bem comoas tendências tecnológicas.

Modelo da Versatile, pouco conhecida do grande pú-blico mas familiar aos apreciadores de bons tratores

Arno Dallmeyer,Centro de Tecnologia da UFSM.O autor viajou a convite da Agritours Brasil(www.agritoursbrasil.com.br)

Setembro 07 • 31

Pulverizadores com barras de 36 e 40 metros,como o da Hagie, chamaram a atenção

Equipamentos para pulverizações específicasforam mostrados na feira

M

chegou no sábado a Chicago, onde pôde vi-sitar o Navy Píer, alguns monumentos nocentro da cidade e a Sears Tower, atualmenteo mais imponente edifício dos Estados Uni-dos e o terceiro mais alto do mundo, cons-truído na década de 1970.

A semana de trabalho começou com umavisita à Fair Oaks Dairy, em Indiana, uma em-presa de produção de leite com um total de 30mil vacas. A terça e a quarta-feira foram dedi-cadas ao Farm Progress Show, em Decatur, Illi-nois. Ainda na quarta à tarde e na quinta hou-ve visitas na região de Princeton, passando porum centro de pesquisa (melhoramento) de sojae milho, uma empresa de fertilizantes e recu-peração biológica de solos, e alguns produto-res de médio porte. Na quinta à noite Cruzet-ta embarcou de volta ao Brasil.

“Valeu a pena”Márcio Cruzetta, engenheiro agrônomo,

empresário do interior do Paraná, nãoescondeu o entusiasmo ao comentar o resul-tado da viagem que ganhou na promoção Culti-var/ Agritours Brasil realizada durante o Show

Rural Coopavel, emfevereiro: “Valeu apena ter vindo. Am-pliei meus conheci-mentos, conheci situ-ações e pessoas dife-rentes. Agora tenhomais elementos paraentender a agricultu-ra norte-americana”.

Após embarcarna sexta-feira, 24 deagosto Cruzetta

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32 • Setembro 07

Melhores da Terra

A25ª edição do Prêmio GerdauMelhores da Terra, evento queacontece todos os anos com o

intuito de premiar os melhores equipamen-tos e máquinas desenvolvidos no último ano,apresentou seus 11 vencedores no final deagosto, entre eles nove máquinas e equipa-mentos agrícolas e dois trabalhos científi-

cos, escolhidos entre os 600 participantes.Nesta edição, a comissão julgadora percor-reu mais de 60 mil quilômetros em propri-edades rurais do Brasil, Chile e Argentina eentrevistou 592 usuários dos equipamentos,até chegar ao resultado final.

O contato direto com os produtores é oprincipal diferencial do prêmio, segundo oprofessor Luiz Fernando Coelho de Souza,

da Universidade Federal do Rio Grande doSul (UFRGS) e coordenador da comissãojulgadora da premiação. “O produtor ruralsabe exatamente o que quer. É exigente emtermos de máquinas, equipamentos e tec-nologias. Suas demandas por conhecimen-to e assistência técnica, em todos os níveis,é muito grande”, explica.

Os vencedores foram divididos em cin-

O pulverizador Tarran, da Stara, foi o grandevencedor da 25ª edição do prêmio

Plataforma para colheita de milho da GTS do Brasil recebeu o troféu pratana categoria Destaque, pela durabilidade e segurança ao usuário

Mais vencedoresAo chegar à 25ª edição, o Prêmio Gerdau Melhores da Terra

contemplou este ano 11 vencedores, entre eles nove máquinas eequipamentos agrícolas e dois trabalhos científicos

Divulgação

Page 33: Maquinas 67

Setembro 07 • 33

“Os vencedores foram divididos em cinco categorias, destaque Ouro,destaque Prata, Novidade e Prêmio Especial e Desenvolvimento”

co categorias, destaque Ouro, destaquePrata, Novidade e Prêmio Especial e De-senvolvimento. Os equipamentos premi-ados foram selecionados pelo destaque emalgumas características de desempenho oude projeto.

DESTAQUE OUROO troféu ouro foi conferido para o pul-

verizador arrozeiro Tarran 3000, da StaraS/A Indústria de Implementos Agrícolas, doRio Grande do Sul. Segundo as avaliações,o equipamento destaca-se pela tecnologiaavançada, que proporciona maior proteçãoao meio ambiente e segurança ao produtor– o pulverizador é preciso na aplicação deprodutos agroquímicos em lavouras de ar-roz irrigado. Além disso, o equipamentoapresenta grande mobilidade, superando asdificuldades do terreno e causando danosmínimos às taipas de contenção de água naslavouras.

DESTAQUE PRATAOs ganhadores do troféu prata na cate-

goria Destaque foram a Plataforma para Co-lheita de Milho da GTS do Brasil (SantaCatarina) e a Semeadora Hidráulica Múlti-pla SHM 15/17, da Semeato Indústria e Co-mércio (Rio Grande do Sul). O equipamentoda GTS foi escolhido pela sua capacidadede aliar segurança para o usuário, durabili-dade e desempenho na colheita. A platafor-ma é leve e sua forma adapta-se a qualquertipo de colhedora. Suas características ope-racionais proporcionam alto rendimen-to para o produtor, evitando perdas no pro-cesso de colheita do milho.

Já a Semeadora Hidráulica MúltiplaSHM 15/17 foi reconhecida pela qualidadena fabricação, desempenho no campo, qua-lidade das informações prestadas na entre-ga da máquina e assistência técnica. O equi-pamento ajudou a consolidar o sistema deplantio direto de culturas de inverno e ve-rão no Mercosul (grãos finos, graúdos e pas-tagem).

PRÊMIO ESPECIALNessa edição, a comissão julgadora da

premiação concedeu dois prêmios especiaispara as indústrias argentina e chilena, comoforma de reconhecer os avanços do setor eincentivar as indústrias de máquinas e equi-pamentos destes países.

O Cabezal para Cosecha de Maiz, mo-delo 2000, do fabricante Carlos Mainero yCia. (província de Córdoba), foi o equipa-mento destaque da indústria argentina. Aplataforma para colheita de milho foi des-tacada pelos usuários pela facilidade de ope-ração, qualidade, alta capacidade operacio-nal, simplicidade e baixa manutenção. Oproduto também opera de forma eficaz emcondições adversas, como, por exemplo,quando há alta incidência de ervas daninhasna lavoura.

O equipamento Rodillo Moldeador, fa-bricado pela empresa familiar do engenhei-ro agrônomo Jaime Quijada, de Santiago,foi o destaque do Chile. É utilizado para pre-parar o leito para semear em camalhões, ele-vações semelhantes a canteiros para plantiode hortaliças e batatas, um sistema muitoutilizado no país. O prêmio especial foi con-cedido pelo empenho da empresa em de-senvolver o setor de máquinas e equipamen-tos agrícolas no Chile.

NOVIDADEQuatro equipamentos mereceram o re-

conhecimento na categoria Novidade: umcom o troféu ouro, dois com o troféu pratae um prêmio especial. A empresa ganhado-ra do troféu ouro foi a AGCO do Brasil Co-

mércio e Indústria, do Rio Grande do Sul,fabricante da Colhedora Autopropelida deGrãos MF 9790 ATR. O produto conta cominovações consistentes, principalmente nauniformidade do corte, na alimentação e nomecanismo de trilha, movido por um mo-tor hidráulico.

O equipamento inclui ainda recursos in-formatizados de medição da umidade dosgrãos e cálculo da produtividade por áreacolhida e é ambientalmente correto: seuspneus são capazes de minimizar potenciaisdanos ao solo, em função da compactaçãoproporcionada pelo peso da máquina, e seumotor eletrônico é de baixa emissão, aten-dendo à legislação internacional de prote-ção ambiental.

Já o Trator Agrícola TT3880F, produzi-do pela CNH Latin América (Paraná), re-cebeu um troféu prata. O equipamentoapresenta novo design, desenvolvido espe-cialmente para a operação em pomares elavouras de café. Suas dimensões reduzidas,aliadas à direção hidráulica, resultam numpequeno raio de giro e boa dirigibilidade emáreas restritas.

Além disso, o TT3880F pode operarcom tração nas quatro rodas, oferecendomais segurança em áreas em declive, comunsem pomares e cafezais. O veículo opera emvelocidades reduzidas (até 0,7 km/hora) eapresenta um baixo consumo para sua faixade potência.

O outro troféu prata da categoria Novi-dade foi concedido à Colhedora de Forra-gens de Área Total CAT 1200, da NogueiraIndústria e Comércio de Implementos e Má-

Desempenho no campo deu o troféu prata nacategoria Destaque para a SHM 15/17 da Semeato

A primeira axial da Massey no Brasil, a MF 9790 ATR, recebeu o troféu ouro nacategoria Novidade, pelas inovações no seu sistema de corte e trilha

Fotos Cultivar

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quinas Agrícolas (São Paulo). O equipamen-to adapta-se a diferentes culturas, permi-tindo a colheita em qualquer sentido noscultivos em linha (milho, sorgo, cana) e emdiferentes espaçamentos, com grande capa-cidade operacional.

A colhedora oferece a possibilidade dareversão do acionamento, o que permite aoperação em marcha à ré para a colheita dasprimeiras linhas da plantação. Isso dispen-sa o tradicional corte e alimentação manu-ais. Além disso, ela pode quebrar os grãosna colheita de milho, o que melhora a qua-lidade da ração fornecida aos animais – essaforragem é muito utilizada para a alimen-tação do gado.

A Balança para Pesagem de Aves Inte-gra-PRO SP-22, da Agromarau Indústriae Comércio (Rio Grande do Sul), foi con-templada com o prêmio especial em razãode sua importância estratégica. Qualquerredução de perdas nesse setor é positivapara a cadeia produtiva – o Brasil produznove milhões de t de carne de frango porano. O sistema da Agromarau inova ao pro-

porcionar o acompanhamento dos dadosde pesagem das aves em tempo real, facili-tando a obtenção da uniformidade dos lo-tes, uma requisição dos mercados interna-cionais. É um bom exemplo de como a zoo-tecnia de precisão pode otimizar os pro-cessos produtivos e aumentar a produtivi-dade da empresa.

PESQUISA E DESENVOLVIMENTOEm 2007, as inscrições para a categoria

Pesquisa e Desenvolvimento foram amplia-

das para todas as áreas da engenharia agrí-cola. Isso resultou num recorde de inscri-ções, com 516 participantes divididos emcategorias estudante e profissional.

Entre os profissionais, foi escolhido otrabalho Unidade Móvel de Auxílio à Co-lheita (Unimac) para tomate de mesa, daFaculdade de Engenharia Agrícola da Uni-camp (São Paulo), dos autores Marcos Da-vid Ferreira, Oscar A. Braunbeck e AugustoCésar Sanchez.

O estudo, já publicado pela Cultivar Má-quinas (páginas 28 e 29, edição 61, março/07), apresenta o projeto de construção deuma máquina para auxiliar na colheita detomate, a Unimac. O equipamento realizaas operações de colheita, classificação e em-balagem e é capaz de reduzir significativa-mente as perdas de produto. Além disso, elediminui em até oito vezes o tempo gasto noprocesso, quando comparado ao métodoconvencional. Sua capacidade produtiva éestimada em duas t/hora de tomates colhi-dos, classificados e embalados. O trabalhovencedor entre os estudantes vem da Uni-versidade Federal do Ceará (UFC) e é inti-tulado Desenvolvimento de sistema de rá-dio aquisição de dados para sensoriamentode umidade e temperatura do solo e atua-ção em sistemas de irrigação. O estudo foielaborado pelo estudante de mestrado Cle-milson C. Santos, orientado pelo professorAdunias dos S. Teixeira.

Os pesquisadores desenvolveram um sis-tema de aquisição e controle de dados, viaradiofreqüência, para o monitoramento deirrigação pressurizada. O objetivo é otimi-zar o uso da água na agricultura.

O projeto da máquina para colher tomate recebeuo troféu na categoria Pesquisa e Desenvolvimento

A colhedora de forragem CAT 1200, da Nogueira,recebeu o troféu prata na categoria Novidade

M

O TT3880F, produzido pela CNH Latin América recebeu um troféu prata na categoria Novidade, pelo novodesign, desenvolvido especialmente para a operação em pomares e lavouras de café

Fotos Cultivar

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