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Parceria CNC/Serasa Com os produtos da parceria CNC/Serasa, os empresários do comércio têm mais segurança na análise de crédito e as federações e sindicatos, mais um serviço para oferecer e gerar receita. Acesso ao maior banco de dados da América Latina sobre consumido- res, empresas e grupos econômi- cos, com cobertura nacional e internacional. Mais informações, na Gerência de Projetos da CNC: (21) 3804-9344 e (21) 3804-9200, ramal 468; ou pelo e-mail [email protected]. Julho de 2009 n° 113, ano IX www.portaldocomercio.org.br CNC NOTÍCIAS Revista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo MINISTRO VISITA ESTANDE DO SISTEMA COMÉRCIO NO SALÃO DO TURISMO E APRESENTA AO SETOR PROPOSTA ESTRATÉGICA DE ORGANIZAÇÃO TURÍSTICA COPA DO MUNDO 2014 PÁGINA 8 Turismo ainda... LEIA AS ENTREVISTAS ESPECIAIS COM GUILHERME PAULUS, JOÃO HAVELANGE E SENADORA IDELI SALVATTI PÁGS 18, 20 E 43 CNC ASSUME NA OIT COMPROMISSO COM PLANO NACIONAL DE TRABALHO DECENTE DO BRASIL PÁGS 46 SPED MUDA RELAÇÃO DAS EMPRESAS COM O FISCO PÁG. 38 Mais informações na Gerência de Projetos da CN consumido- re es s, empresa as s e g gr ru upos ecom mi i- cos, co om m co ob be ertura nacio on na al l l e e i inte er rn nacional.

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P a r c e r i a

CNC/SerasaCom os produtos da parceria

CNC/Serasa, os empresários do comércio têm mais segurança na análise de crédito e as federações e sindicatos, mais um serviço para oferecer e gerar receita.

Acesso ao maior banco de dados da América Latina sobre consumido-res, empresas e grupos econômi-cos, com cobertura nacional e internacional.

Mais informações, na Gerência de Projetos da CNC: (21) 3804-9344 e (21) 3804-9200, ramal 468; ou pelo e-mail [email protected].

Julho de 2009n° 113, ano IX

www.por ta ldocomerc io.org.br

CNCN O T Í C I A S

Revista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo

MINISTRO VISITA ESTANDE DO SISTEMA COMÉRCIO NO SALÃO DO TURISMO E APRESENTA AO SETOR PROPOSTA ESTRATÉGICA DE ORGANIZAÇÃO TURÍSTICA COPA DO MUNDO 2014PÁGINA 8

T u r i s m o

ainda...

LEIA AS ENTREVISTAS

ESPECIAIS COM

GUILHERME PAULUS,

JOÃO HAVELANGE E

SENADORA IDELI SALVATTI

PÁGS 18, 20 E 43

CNC ASSUME NA OIT

COMPROMISSO COM

PLANO NACIONAL

DE TRABALHO

DECENTE DO BRASIL

PÁGS 46

SPED MUDA RELAÇÃO

DAS EMPRESAS COM O

FISCO

PÁG. 38

Mais informações na Gerência de Projetos da CN

consumido-reess, empresaass e ggrruupos econômmii-cos, coomm coobbeertura nacioonnaalll ee iinteerrnnacional.

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HISTÓRIA EM IMAGEM

Xô vírus!Crianças da província chinesa de Anhui brin-

cam protegidas pelas máscaras cirúrgicas que elas mesmas coloriram. Segundo dados da con-sultoria de riscos Marsh, divulgados pelo Jornal do Brasil, empresas em todo o mundo devem perder cerca de US$ 630 milhões somente com a ausência de funcionários, no caso da pande-mia da gripe suína. Mas levantamento do Banco Mundial revela que uma pandemia de gripe tem potencial para provocar queda de até 5% no Pro-duto Interno Bruto do mundo. Apesar disso, 73% das empresas ouvidas pela consultoria, em vá-rios países, admitiram não ter nenhum plano de emergência contra a gripe. Até o dia 9 de julho, o Brasil tinha 977 casos confi rmados da doença.

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A marca de um sistemaEntre os temas abordados nesta edição da CNC Notícias, o turismo ganha

destaque pela realização daquele que é considerado o maior evento do setor na América Latina: o Salão de Turismo – Roteiros do Brasil, que teve sua 4ª edição de 1º a 5 de julho, em São Paulo. Cada vez mais importante para a economia brasileira, o setor turístico é um dos pilares legítimos de atuação do Sistema CNC-SESC-SENAC. Por isto mesmo, a presença da Confede-ração em um evento desta natureza ultrapassa os limites de um estande e transcende os debates sobre os temas de interesse do setor. É a marca de um compromisso estabelecido há mais de seis décadas. “Contamos com a força do Sistema S para a qualificação de mão-de-obra no setor, sem a qual não avançamos em projetos que beneficiam todo o País”, disse o ministro do Turismo, Luiz Barretto, em visita ao estande do Sistema Comércio.

Um sistema que mostra unidade na defesa do trabalho realizado ao longo de todo esse tempo, ao comparecer com presidentes de 16 federações de co-mércio de todo País, diretores do SESC e Senac nacionais, representantes da CNC, diante da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE), onde está tramitando o Projeto de Lei que propõe a criação do Sestur/Senatur. A defesa da integração do turismo ao Sistema Comércio.

Olhando para o futuro, a Copa do Mundo de 2014 já está no horizonte. Os desafios e oportunidades estão mapeados. E ninguém melhor para falar deles do que o homem que presidiu seis copas e contribuiu decisivamente para difundir o futebol pelos quatro cantos do mundo. A experiência do pre-sidente de honra da Fifa, João Havelange, é um dos trunfos do Brasil para 2014. Ele explicou à CNC Notícias porque a Confederação será uma das instituições mais elogiadas com a realização da Copa.

A CNC traz outras duas entrevistas. O empresário Guilherme Paulus, presidente do Conselho de Administração da CVC, a maior operadora tu-rística da América Latina, também fala sobre a preparação da Copa e diz que o segredo do trabalho de 37 anos é aprender com os próprios erros para acertar cada vez mais. A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) defende mudanças no mercado de cartões de crédito, no momento em que o Congresso avalia a questão.

Os empresários do comércio também defendem as mudanças, como ficou claro na reunião da Diretoria de julho. Realizada pela primeira vez na Estân-cia Ecológica SESC Pantanal, no Mato Grosso, a reunião mensal abordou também o lançamento do programa nacional de qualificação profissional do Senac para a Copa do Mundo, as ações do SESC pelo País e as indicações dos quatro novos representantes da CNC na Sudene e na Sudam.

Na agenda legislativa, além das mudanças no mercado de cartões, tra-mitam outros projetos de lei de grande interesse para o comércio. A redução da jornada de trabalho, em relação à qual a CNC se posiciona contra, e a PEC da reforma tributária, que também não satisfaz o setor, são exemplos de pontos de atenção.

Boa leitura!

1CNC NotíciasJulho 2009 n°113

EDITORIAL

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Presidente: Antonio Oliveira Santos.

Vice-Presidentes: 1° - Abram Abe Szajman, 2° - Renato Rossi, 3° - Orlando Santos Diniz; Adelmir Araujo Santana, Carlos Fernando Amaral, José Arteiro da Silva, José Eva-risto dos Santos, José Marconi M. de Souza, José Roberto Tadros, Josias Silva de Alburquerque, Lelio Vieira Carneiro.

Vice-Presidente Administrativo: Flávio Roberto Sabbadini.

Vice-Presidente Financeiro: Luiz Gil Siuffo Pereira.

Diretores: Antonio Airton Oliveira Dias; Antônio Osório; Bruno Breithaup; Canuto Medeiros de Castro; Carlos Marx Tonini; Darci Piana; Euclides Carli; Francisco Teixeira Linhares; Francisco Valdeci de Sousa Cavalcante; Jerfferson Simões; Joseli Angelo Agnolin; Ladislao Pedroso Monte; Laércio José de Oliveira; Leandro Domingos Teixeira Pinto; Luiz Gastão Bittencourt da Silva; Marcantoni Gadelha de Souza; Marco Au-rélio Sprovieri Rodrigues; Norton Luiz Lenhart; Pedro Coêlho Neto; Pedro Jamil Nadaf e Walker Martins Carvalho.

Conselho Fiscal: Hiram dos Reis Corrêa, Arnaldo Soter Braga Cardoso; Antonio Vicente da Silva.

CNC NOTÍCIASRevista mensal da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo

Ano IX, no 113, 2009

Gabinete da presidência: Lenoura Schmidt

Assessoria de Comunicação (Ascom):[email protected]

EdiçãoCristina Calmon (editora responsável),

Luciana Rivoli Dantas (jornalista responsável - Mtb 21622),Andréa Blois, Celso Chagas, Geraldo Roque, Joanna Marini,

Simone Ferreira e Fernanda Falcão (estagiária)

Diagramação e Projeto Gráfico:ASCOM/ Carolina Braga

CDI/Unidade de Programação Visual Marcelo Almeida e Marcelo Vital

Impressão:Gráfica MCE

Colaboradores do CNC Notícias de Julho 2009:Carolina Bessa (Editora Senac São Paulo), Rita Capell (Senac Rio), Denise Oliveira (Sesc-DN), Luciana Corrêa (Senac-DF), Ana Paula Dourado (Fecomercio-DF), Renato Klein (Fecomercio-TO), Lucila Nastassia (Fecomercio-PE), Simone Barañano (Fecomercio-RS), Flávia Barros (Fecomercio-MG), Karen Portela (Fenacon)

Colaboração Especial :Roberto Nogueira Ferreira

Créditos fotográficos:Carolina Braga (capa, páginas 4, 7, 8, 11, 12, 14, 20, 21, 22, 27, 33, 49 e 53), Divulgação CTur (páginas 10 e 12), César Ogata/MTur (páginas 13 e 16), Divulgação/CVC (página 19), Miguel Ângelo (página 23), Sabrina Martins (página 25, 28, 29, 30, 31, 32 e 33), Banco de Imagens - Stock.xchng (página 34, 37, 48 e 61), Wilson Dias/ Agência Brasil (página 35), Christina Bocayuva (páginas 38, 39 e 45), Divulgação/ RP1 Comunicação (página 41), Cristiano Nunes / Photon Imagens (páginas 42, 50 e 51), Rosane Lima (página 43), Divulgação/MTE (página 46), Divulgação/Fecomércio-MT (página 47), Patrick Bertschmann (página 48), Rodolfo Stuckert (página 56 e 57), Divulgação/Fecomercio-ES (página 58), Divulgação/Fecomercio-AL (página 58), Cesar Duarte (páginas 59 e 62), Divulgação/Fecomercio-TO (páginas 60), Divulgação/Sesc DN (página 63), XinHua/Xinhua Press/Corbis (3a capa).

IlustraçãoMarcelo Vital (páginas 24 e 39)

A força do turismoO 4º Salão de Turismo – Roteiros do Brasil destacou a força de um setor e a marca do Sistema CNC-SESC-SENAC, que mostra unidade na defesa da integração do turismo ao Sistema Comércio.

Capa

20Copa do MundoJoão Havelange, presidente de honra da Fifa, e Guilherme Paulus, presidente do Conselho de Administração da CVC , falam sobre a Copa do Mundo de 2014, uma oportunidade de divulgação do SESC/Pantanal, local da reunião de Diretoria de junho.

CNC - BrasíliaSBN Quadra 1 Bl. B - n° 14 CEP.: 70041-902PABX: (61) 3329-9500/3329-9501

08

CNC - Rio de JaneiroAv. General Justo, 307 CEP.: 20021-130PABX: (21) 3804-9200

CNC NotíciasJulho 2009 n°1132

4 FIQUE POR DENTRO

5 BOA DICA

6 OPINIÃO - O turismo, elemento de impulsão

da economia

8 CAPA - Sistema CNC/Sesc/Senac na vitrine do

turismo brasileiro

22 ENTREVISTAS - Guilherme Paulus: “Turismo é a arte

de bem receber” - João Havelange: “Temos que reconhe-

cer e aplaudir o trabalho que a CNC fez”

22 ARTIGO - Copa, turismo e emprego. Por José

Pastore

-41 REUNIÃO DE DIRETORIA - Pantanal sedia encontro de diretores

do Sistema CNC Ecos da Diretoria - Sesc Pantanal transforma a econo-

mia de Poconé

34 EM FOCO - Aprovada redução da jornada de

trabalho. CNC é contra

- Retrato do comércio

- Serviços sustentam expansão do emprego formal em 2009

- SPED: mudanças na relação entre empresas e Receita Federal

- Empreendedor Individual entra em vigor

- CNC defende normas para cartões de crédito

- Entrevista com Ideli Salvatti: sena-dora defende mudanças no mercado de cartões

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46 OITConferência da OIT que contou com a participação da CNC, na Suíça, torna-se um marco para a promoção do trabalho decente no Brasil.

S U M Á R I O

38 SPEDGradativamente, as empresas estão sendo incluídas no Sistema Público de Escrituração Digital, insti-tuído pelo governo federal.

Saiba o que muda na relação entre as empresas e a Receita Federal com a entrada em vigor do SPED.

41Cartões de créditoCNC defende preços diferenciados entre vendas de merca-dorias realizadas a vista e por cartões de crédito e propõe, em audiência pública realizada no Senado, a redução do prazo de repasse dos valores aos lojistas

42

3CNC NotíciasJulho 2009 n°113

- Feira do empreendedor 2009 promete bons negócios

- Ernane Galvêas: “A evolução da crise mundial”

36 ARTIGOS - Brasil estabelece marco para a pro-

moção do trabalho decente

- Darci Piana inicia trabalho no Merco-sul

- CNC desaprova serviço odontológico obrigatório

- PEC da Reforma Tributária não satis-faz Comércio

- Em defesa da integração do Turismo no Comércio

- Comunicação do Sistema Comércio em debate

- A representação da CNC: Conselho Curador do FGTS

- CBCSI apresenta curso a distância e novo portal imobi-liário

- Fecomercio-ES disponibilizará novos serviços aos sindi-catos

- Serasa chega à Fecomercio-AL

-49 SISTEMA COMÉRCIO - Edgar Morin defende reforma do pensamento -ParceriaentreSesceConabreativausinadebenefi-

ciamento de grãos no Tocantins - Fecomercio-PE lança Missão Empresarial à África - Prêmio Sesc de Literatura 2008 - As lições de um craque do futebol em visita à Escola

Sesc - Senac no G1 - Festival de Inverno do Sesc Rio

64 AGENDA/ESPAÇO DO LEITOR

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O Conselho de Turismo (CTur) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) realizou em 24 de junho, no Rio de Janeiro, reunião com Eduardo Vaz, presidente da Líder Táxi Aéreo, que abordou “o futuro da aviação comercial brasileira”. De acordo com o empresário, a aviação executiva tem papel fundamental de integração e complementação dos serviços prestados pela aviação comercial, e um dos desafios do segmento é trabalhar com a atual infraestrutura aeroportuária. “Os principais aeroportos já estão saturados e não há espaço para a aviação executiva. Deveria haver uma adequação comercial e jurídica”, afirmou. O presidente da Líder alertou para a preocupação das empre-sas regulares de aviação em ocupar os vôos de suas aeronaves, gerando preços diferenciados, medida que, a longo prazo, pode ser uma armadilha. “Não pode haver um excesso de oferta desequilibrado e insustentável, que possa levar uma empresa a quebrar. O país precisa ter a visão do governo alinhada com a visão da iniciativa privada”, destacou Eduardo Vaz.

Aviação executiva é tema de reunião do Conselho de Turismo da CNC

Empresa do Rio é a primeira a adotar preceitos do comércio justo

A rede carioca de lanchonetes MegaMatte tornou-se a primeira franquia do Brasil escolhida pelo Se-brae para aderir aos preceitos do comércio justo. O processo está envolvendo diagnóstico e capacitação dos fornecedores da rede, como produtores de chá mate e de laticínios, para que passem a atuar também de acordo com esse sistema. A expectativa é que, em um ano, além da certificação internacional das lo-jas, 70% dos produtos consumidos nas mais de 40 unidades da rede estejam com a certificação.

Entre os princípios que caracterizam as relações baseadas no comércio justo está o contato direto entre comprador e produtor, eliminando a figura do mau intermediário. Além da garantia de pagamento de preços justos aos pequenos produtores, é dada especial atenção à preservação da saúde e do meio ambiente, com a preferência a agricultores que adotem o sistema orgânico, que proíbe, por exemplo, o uso de agrotóxicos no cultivo de alimentos. Além disso, a rede se compromete a apoiar práticas sociais como a erradicação do trabalho infantil e escravo.

No dia 23 de junho, o presidente da CNC, Antonio Oliveira San-tos, recebeu a visita da senadora Kátia Abreu (DEM-TO), presiden-te da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil.

CNC NotíciasJulho 2009 n°1134

FIQUE POR DENTRO

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Moda e sustentabilidadeCulinária japonesa com sabor tropical

A editora Senac Rio acaba de lançar o livro Nao Hara: culinária ja-ponesa, sabores tropicais, que conta a história e tra-jetória de Nao Hara, um dos mais bem-sucedidos chefs brasileiros da nova geração. À frente dos res-taurantes Shin Miura e Nao no Rio de Janeiro, ele con-solidou e revolucionou a culinária japonesa no Brasil com criações excêntricas. A

obra traz receitas do chef, além de textos da crítica gastronômica Danusia Barbara e fotos de Alexan-der Landau.

A cozinha do chef confere a tradicionais pratos japoneses perfumes tipicamente tropicais. Suas criações misturam salmão e coco; atum e melan-cia; foie gras e banana, numa fusão perfeita entre Oriente e Ocidente. O livro conta com depoimen-tos de outros profissionais. “A criatividade de Nao Hara conquistou os gourmets do Rio e é capaz de cativar apreciadores no mundo todo, com sua cozi-nha japonesa plena de sabores tropicais”, diz Clau-de Troisgros. Já Roland Villard o define como um chef completo: “Nao Hara cozinha no ponto certo, preciso, magnífico. Na cozinha, é nitidamente um líder”, observa.

Em Máquina para os deuses, Cyro del Nero, um dos mais experientes cenógrafos brasileiros, registra a evolução da técnica cenográfica e suas tendências atuais. O Sesc São Paulo e o Senac São Paulo publicam o livro, de alto valor documental, destinado a todos os que apreciam, estudam ou tra-balham com as artes que exigem a criação de am-bientes para sua fruição. “Além de construir máquinas para os deuses, Cyro del Nero, provavelmente sem que-rer, nos presenteia com a oportunidade de cons-truir alguns sonhos para os mortais”, afirma Danilo Santos de Miranda, diretor regional do Sesc-SP.

A evolução da cenografia

EconomiaAlém de analisar pormenorizadamente a questão

da qualidade – em campos variados como econo-mia industrial, economia da informação e economia pública –, o livro Economia da qualidade mostra o poder latente do consumidor. Afinal, é por ele e para ele que giram as engrenagens da economia.

Se há uma integração entre moda e meio am-biente, ela se dá no campo da criatividade. O li-vro Ecobags - moda e meio ambiente, assinado por Lilian Pacce e publicado pela editora Senac São Paulo, é resultado da campanha Eu Não Sou de Plástico, realizada pela Secretaria do Verde e do Meio Ambiente da Prefeitura de São Paulo. Com o intuito de incentivar o uso de sacolas não descartáveis, grandes grifes e estilistas foram convidados a confeccionar suas próprias bolsas

para a exposição de ecobags. O livro traz fotos de cada mode-lo criado, ficha téc-nica com as carac-terísticas da bolsa e do material utilizado e um depoimento de cada estilista sobre a questão ambiental.

Um país com consumidores atentos e organizados possui maior quantidade de normas reguladoras e empresas e prestadores de serviços mais éticos e compromissados. Publicado pelo Senac São Pau-lo, tem como autoras as economistas francesas Bénédicte Coestier e Stéphan Marette.

5CNC NotíciasJulho 2009 n°113

BOA DICA

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O turismo, elemento de impulsão da economia

O turismo, como atividade econô-mica, que busca variadas formas de lazer e movimenta grande nú-

mero de pessoas, tem sua origem na Revo-lução Industrial do século XVIII. Graças à máquina a vapor, inicialmente imaginada por Heron de Alexandria e sucessivamen-te aperfeiçoada ao longo dos séculos até chegar à concepção do engenheiro esco-cês James Watt, é que foi possível encurtar o tempo e as distâncias. Com a invenção da locomotiva a vapor e a nova forma de propulsão dos navios, o transporte de lon-ga distância sofreu uma revolução, princi-palmente na travessia dos oceanos.

Ao longo dos séculos, o progresso tecnológico mudou o modo de propulsão tanto dos trens como dos navios. Trens e transatlânticos alcançam, hoje, altas ve-locidades, unindo os continentes. A partir do término da Segunda Guerra Mundial, ganhou vigor o transporte aéreo de pas-sageiros, elevando o deslocamento de pessoas que fazem turismo. São dezenas ou centenas de milhões de turistas, anual-mente.

O turismo, que, em outros tempos, era privilégio das classes abastadas, tornou-se, hoje, acessível a praticamente todas as classes sociais, favorecidas pelas faci-lidades de financiamento. Assim, surgiu o turismo de massa, de maior impacto nas transações correntes dos países. Atividade eminentemente sazonal, o turismo tem sua

maior força principalmente nos períodos de pico dos tempos de férias, que coinci-dem com o verão nos dois hemisférios, além dos eventos culturais, esportivos e religiosos, como os festejos de Natal e Ano Novo e do Carnaval.

Em paralelo com a infra estrutura fí-sica provida pelos meios de transporte, a prosperidade do turismo depende de uma rede hoteleira diversificada e servida por profissionais treinados e qualificados e tem de ser complementada com a atuação das agências de turismo, dos serviços de informação, de promoção de city tours com guias eficientes etc. A uma infra es-trutura física, deve corresponder, ainda, uma infra estrutura humana, formada pe-las diferentes categorias de trabalhadores que, por exemplo, operam os hotéis, desde o gerente e os porteiros até os atendentes na recepção, ao chef na cozinha, garçons e camareiras.

O Brasil esteve, por longo tempo, de-fasado na exploração dos serviços do tu-rismo. Na visão do turista, nacional ou estrangeiro, o foco estava centrado nas be-lezas naturais da cidade do Rio de Janeiro. Nos dias atuais, há uma ampla diversifica-ção de interesses, que vão, desde a Ama-zônia, com suas imensas riquezas naturais e biodiversidade, passando pela cachoeira de Foz do Iguaçu, pelas belezas naturais do Pantanal, pelas praias do Nordeste até as regiões do Sudeste, do Sul e do Cen-

CNC NotíciasJulho 2009 n°1136

OPINIÃO

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Antonio Oliveira SantosPresidente da Confederação Nacional do

Comércio de Bens, Serviços e Turismo

tro-Oeste do país, com destaque para as chapadas do Brasil Central, que exercem enorme fascínio sobre os brasileiros e, a cada verão, atraem cada vez maior núme-ro de turistas estrangeiros, especialmente argentinos.

A atividade do turismo insere-se no setor terciário e está indissoluvelmente ligada ao comércio por ser, como este, uma prestação de serviços.

Na implantação e desenvolvimento dos serviços de turismo, o sistema que gravita em torno da Confederação Na-cional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, abrangendo o SESC e o SE-NAC, tem tido papel de grande relevân-cia, há muitos anos. A definição de estra-tégias flui do Conselho de Turismo, no qual são debatidos, permanentemente, os temas do setor, e da Câmara Brasileira do Turismo, que reúne as Associações Empresariais e atua como um centro de inteligência nesse setor.

A estratégia convertida em ações no Sistema CNC-SESC-SENAC tem várias faces. Uma delas é a do regime de parce-rias com as Casas do Legislativo Federal, bem assim com o Executivo, por intermé-dio do Ministério do Turismo. Para exem-plificar, vale citar o Programa de Regio-nalização do Turismo, intitulado Roteiros do Brasil, no qual se identifica a melhora nas condições de competitividade inter-nacional de mais de 200 polos de atração turística, em nosso País.

Nas ações diretas do Sistema CNC, a informação sobre turismo e temas corre-latos é disseminada através de programas de rádio transmitidos para mais de 700 emissoras comunitárias e, no domínio da teleconferência, há mais de 400 pontos de recepção no País, com audiência média de 3.500 assistentes.

No domínio da hotelaria, o SENAC mantém a maior e mais moderna rede de educação profissional, com mais de 500 unidades de ensino espalhadas pelo territó-rio nacional, além de 21 faculdades e mais de 300 centros de formação profissional sobre o turismo. O SENAC mantém, em diversas unidades da Federação, hotéis e restaurantes-escola, centros voltados para turismo e hospitalidade e unidades móveis para alcançar regiões mais longínquas, in-clusive a Amazônia.

Com enfoque distinto, voltado mais para o aspecto social, o SESC mantém mais de 40 colônias de férias com uma clientela voltada, de preferência, para os comerciários de renda modesta e os da ter-ceira idade, sendo o custo da hospedagem fortemente subsidiado, constituindo, as-sim, o chamado Turismo social.

Para concluir, cabe enfatizar que, indi-ferentemente da conjuntura econômica, é o comércio, com suas diversas facetas, den-tre as quais o turismo, que usa mais inten-sivamente o trabalho de homens e mulhe-res, gerando maior número de empregos.

7CNC NotíciasJulho 2009 n°113

OPINIÃO

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CAPA

8 CNC NotíciasJulho 2009 n°113

Sistema CNC-SESC-SENAC na vitrine do turismo brasileiro

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CAPA

9CNC NotíciasJulho 2009 n°113

Sistema CNC-SESC-SENAC na vitrine do turismo brasileiro

Ter um estande no maior evento de turismo da América Latina e representantes participando de debates profícuos sobre temas de inte-resse do setor pode parecer, à primeira vista, uma coisa comum. Mui-to pelo contrário. No caso da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e de seus braços sociais, o Sesc e o Senac, é resultado de um trabalho contínuo de mais de seis déca-das, já que, historicamente, o segmento é um dos pilares legítimos de atuação das entidades. “Contamos com a força do Sistema S para a qualificação de mão-de-obra no setor, sem a qual não avançamos em projetos que beneficiam todo o País”, disse o ministro do Turismo, Luiz Barretto, em visita ao estande onde as entidades mostraram a força da representatividade que possuem junto a um dos segmentos que mais contribuem para a economia do país.

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Flávio Sabbadini, Paulo Brito Freitas,

Luiz Carlos Nunes e Eraldo Alves da Cruz

Por meio de seus representantes e de um estande montado no evento, as entidades do Sistema Comércio

puderam mostrar a representatividade que possuem junto a um dos segmentos que contribui cada vez mais para a economia do Brasil, e que movimenta trilhões de dó-lares por ano no mundo todo.

O Salão do Turismo é um instrumento de consolidação das políticas públicas do Ministério do Turismo, que reúne os agen-tes que atuam no segmento, articula os setores público e privado, gera negócios e apresenta a diversidade turística brasileira a partir das diretrizes do Programa de Re-gionalização do Turismo - Roteiros do Bra-sil. Além de debates que levaram à reflexão sobre o futuro do turismo no País, serviu para envolver os visitantes e vender a eles os novos roteiros turísticos de cada estado e do Distrito Federal. O Sistema CNC/Sesc/Senac participa do Salão desde que foi cria-do, há quatro anos.

A cerimônia de abertura, dia 1º de julho, reuniu os ministros do Turismo e do Esporte, Luiz Barretto e Orlando Silva, o presidente da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado, Leonardo Quintani-lha e o presidente da Comissão de Turis-mo e Desporto da Câmara dos Deputados, Afonso Hamm. Também estiveram presen-tes à abertura os governadores de Alagoas, Teotônio Vilela Filho, e do Rio Grande do Norte, Wilma de Faria, os vice-governa-dores do Distrito Federal, Paulo Octávio, e do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, além de representantes das entidades de classe do segmento. Da CNC participaram o vice-presidente administrativo, Flávio Sa-bbadini, o presidente da Câmara de Turismo da Confederação, Norton Lenhart, e o vice-presidente do Conselho de Turismo (CTur) da entidade, Eraldo Alves da Cruz.

Durante coletiva concedida à imprensa, logo após a abertura do evento, o ministro

CNC participa do 4º Salão do Turismo

As ações e o conhecimento desenvolvidos em prol do turismo pelo Sistema CNC/Sesc/Senac ao longo de mais 60 anos esti-veram disponíveis aos participantes da 4ª edição do Salão de

Turismo - Roteiros do Brasil, que aconteceu de 1º a 5 de julho no Salão de Exposições do Anhembi, em São Paulo.

CNC NotíciasJulho 2009 n°11310

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Luiz Barretto destacou a importância do Sis-tema S para alcançar a qualidade na presta-ção de serviços que se espera de um País que, por exemplo, vai sediar a Copa do Mundo de Futebol de 2014. “Não faremos nada sem parcerias. O Sistema S é muito importante neste sentido. Queremos aproveitar a experti-se de entidades como o Senac, ouvir o trade, medir as demandas necessárias em cada ci-dade do país. Nossa meta é treinar, daqui até 2014, em torno de 300 mil trabalhadores do setor por ano”, disse. Para Barretto, a parce-ria não é novidade: em 27 de junho do ano passado, o ministro foi recebido pelo pre-sidente da CNC, Antonio Oliveira Santos, na sede da entidade, no Rio de Janeiro. A qualificação profissional na área de turismo foi um dos principais temas da reunião. “A geografia do Brasil oferece possibilidades para diversos tipos de turismo, das praias às montanhas, e o país tem condições para trazer visitantes do mundo inteiro, mas, sem a devida qualificação de mão-de-obra, não há como desenvolver a atividade”, afirmou Oliveira Santos, na ocasião.

O deputado federal Afonso Hamm também destacou a importância da capila-

ridade do Sistema S. “A CNC, por meio do Sesc e do Senac, é a instituição com compe-tência para apresentar gran-des programas e idéias para todos os locais onde haverá campo de expansão do turis-mo em eventos como a Copa do Mundo de 2014”, disse. “A qualificação e a capacitação são itens preponderantes e definidores do sucesso da Copa. Se turistas brasileiros e estran-geiros tiverem excelente acolhida por parte de pessoas capacitadas, nós, a partir da Copa, poderemos alavancar o Brasil como um dos principais destinos interna-cionais. O Brasil ainda não foi descober-to em toda a sua dimensão, seja física ou cultural, pelo resto do mundo”, comple-mentou Hamm.

Também foi realizada uma rodada de negócios na 4ª edição do Salão do Turis-mo - Roteiros do Brasil, durante os dias 2 e 3 de julho, cuja estimativa de rendimento para os envolvidos foi de R$ 81,7 milhões, com base no primeiro dia do módulo. Do total, R$ 30 milhões dizem respeito às ex-pectativas das operadoras de turismo, e R$ 51 milhões das agências de receptivo e meios de hospedagem. O ecoturismo foi o principal segmento negociado entre as empresas que participaram da rodada de negócios na manhã do dia 2, com 35% das preferências.

Afonso Hamm

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Luiz Barretto

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Rafael Guaspari, José Zuquim, Álvaro Bezerra de Mello, Alexandre Zubaran e Norton Luiz Lenhart

Representantes da CNC partici-param ativamente dos debates realizados durante o 4º Salão do

Turismo, no chamado Núcleo de Co-nhecimento, ambiente que promoveu a integração entre Governo, mercado e es-pecialistas, por meio de palestras, mesas-redondas, mini cursos e troca de experiên-cias. O espaço teve como tema central os 5 anos do Programa de Regionalização do Turismo - Roteiros do Brasil.

Norton Lenhart, coordenador da CBTur, participou, no dia de abertura do evento, de um debate realizado sobre ho-telaria e a Copa do Mundo de 2014. “A principal questão discutida foi como o setor hoteleiro deve se comportar antes e depois do evento. Como podemos tirar proveito de todo o processo que envolve um evento como a Copa, e nos beneficiar gerando resultados sustentáveis”, desta-cou. Também compuseram o grupo deba-

tedor: Álvaro Bezerra de Mello, presiden-te da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH Nacional), Rafael Guaspa-ri, do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB), José Zuquim, presidente do Instituto de Marcas Brasil, e Alexandre Zubaran, presidente da Associação Brasi-leira de Resorts (Resorts Brasil).

Eraldo Alves da Cruz participou em 2 de julho da palestra Descentralização do Turismo. O debate foi mediado por Luís Augusto Falcão, do Ministério do Turis-mo. Além de Eraldo, participaram Silvana Bezerra, do Instituto de Assessoria para o Desenvolvimento Humano (IADH), Dei-se Bezerra, da Secretaria de Turismo do Paraná (Setur-PR), Nilde Brun, do For-natur, e Márcio Fávilla, da Secretaria de Assuntos Institucionais da Presidência da República.

A principal conclusão dos participan-tes foi que a descentralização é a melhor

Fomento ao estudo, ao diálogo e às ações no setor

Eraldo Alves da Cruz, Márcio Fávilla e Nilde Brum

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para contar um pouco mais da história do CTur e da Câmara Brasileira de Turismo. O ministro Barretto recebeu de Marcus Vi-nicius Barili Alves, da Editora Senac São Paulo, os principais livros publicados das áreas de turismo e gastronomia, entre ou-tros.

O presidente Antonio Oliveira Santos, destaca no artigo intitulado O Turismo, elemento de impulsão da economia, publi-cado na página 7 e distribuído no 4º Salão do Turismo no dia de sua abertura, 1º de julho, que, além das ações específicas pro-duzidas pelo Sesc e pelo Senac em relação ao turismo, a Entidade conta com a pro-dução contínua de conhecimento de massa crítica que embasa seus posicionamentos e medidas. No Conselho de Turismo da En-tidade, são debatidos os temas de interesse do setor, e a Câmara Brasileira do Turismo atua como um centro de inteligência do trade. Para além do que o Sistema realiza com suas ações, existe conteúdo e produ-ção sendo produzidos de forma constante, contribuindo para indicar, há décadas, os caminhos para o progresso do setor.

forma de integrar todos os envolvidos no desenvolvimento do turismo, sobretudo em um país com as dimensões como do Brasil. Todo o processo deve ser feito com transparência, câmaras temáticas e o apoio de órgãos do Governo, iniciativa privada e organizações da sociedade civil de interes-se público.

Eraldo Alves da Cruz falou sobre as experiências do Conselho Nacional de Turismo (CNT). “Além de ter na compo-sição pessoas do Governo e da iniciativa privada, a divisão em câmaras faz parte do processo descentralizatório, o que é muito importante”, disse. A origem diversa dos participantes do debate foi apontada por Márcio Favila como um bom exemplo de composição de fóruns e conselhos.

O ministro do Turismo, Luiz Barretto, visitou o estande do Sistema CNC/Sesc/Senac, onde foi recebido por Eraldo Alves da Cruz. Na oportunidade, elogiou a atua-ção da Confederação e as parcerias que a entidade mantém, além de ouvir informa-ções detalhadas sobre como o Conselho de Turismo trabalha os macrotemas de inte-resse do setor. Eraldo aproveitou a ocasião

Marcus Vinicius Barili Alves, da Editora Senac São Paulo, Luiz Barretto, ministro do Turismo e Eraldo Alves da Cruz, da CNC

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Livros e lançamentos

O estande da CNC sediou lançamentos da Editora Senac São Pau-lo, que também colocou à disposição dos visitantes mais de 200 títulos de turismo, gastronomia, hotelaria e meio ambiente. No segundo dia do evento, a editora realizou o lançamento dos livros Guia de turismo: o profissional e a profissão, de Silvia Chimenti e Adriana de Menezes Tavares, e Marketing do Entretenimento, de Marcos Cobra. Na noi-te anterior, Norton Lenhart, lançou a publicação Comentários à Lei Geral do Turismo, escrito em parceria com a advogada Lirian Sousa Soares Cavalhero. O livro Direito Internacional do Turismo, escrito por Rui de Lacerda Badaró e publicado pela editora Senac São Paulo, também teve lançamento e sessão de autógrafos em 1º de julho.

Um ponto de encontro. Assim pôde ser definido o estande do Sistema CNC/Sesc/Senac, que ocupou 252 metros quadrados no Salão de Exposições do Anhembi. O espaço, visitado por lideranças políti-cas, empresariais e sociais do turismo, contou com design arrojado, rico em cores, formas e significa-dos. Com o mote O Brasil se encontra aqui, as enti-dades caracterizaram, por meio de símbolos típicos da sinalização turística, a atmosfera de convergên-cia do sistema confederativo do comércio de bens, serviços e turismo. Com o estande, o Sistema CNC/Sesc/Senac mostrou que convive, valoriza e refle-te toda a diversidade brasileira - geográfica, étnica, demográfica, socioeconômica ou cultural.

Três espaços diferenciados compuseram o am-biente: Área Institucional, onde foram expostas informações sobre a atuação da CNC, do Sesc e

do Senac em todo o Brasil; Lounge, espaço de con-vivência social; e Livraria Senac, área dedicada à exposição e comercialização do acervo parcial de publicações do Sistema dedicadas a turismo, gastro-nomia, gestão, meio ambiente e cultura, entre outros temas. No primeiro dia de evento, foi oferecido no estande um coquetel às lideranças empresariais da cadeia produtiva do turismo. Passaram por lá Nestor Tissot, prefeito de Gramado (RS); Luiz Fernando Moraes, secretário municipal de Turismo de Porto Alegre; Marcus Vicente, secretário de Turismo do Espírito Santo; Ivan Garcia Pires, secretário mu-nicipal de Turismo de Caldas Novas (GO); Nilde Brun, presidente do Fórum Nacional dos Secretá-rios e Dirigentes Estaduais de Turismo (Fornatur); Álvaro Bezerra de Mello e Marluce Magalhães, da ABIH Nacional e do Rio de Janeiro; Rafael Guas-pari, presidente do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB); Nan Souza, da Brisamar Hotel; Antônio Xavier, da Abracohr; Clayton Faria Macha-do, do Sindhobar, entre outros.

Setas que indicam caminhos para o

turismo

O estande do Sistema CNC/Sesc/Senac recebeu lideranças de todo o trade turístico

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Norton Lenhart

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Prefeitos das 12 capitais que vão sediar os jogos da Copa do Mundo em 2014 receberam, no dia 2 de ju-

lho, do ministro, Luiz Barretto, a Propos-ta Estratégica de Organização Turística - Copa do Mundo 2014. O estudo traça um diagnóstico da infraestrutura turística nes-sas cidades, sob vários aspectos. “Além de orientar nossas ações nos próximos anos, contribui para o planejamento das cida-des-sedes, no que se refere a serviços e infraestrutura”, disse o ministro. A pesqui-sa – desenvolvida pela Fundação Getulio Vargas (FGV), a pedido do Ministério do Turismo – foi lançada durante a cerimônia de abertura do Núcleo do Conhecimento, realizada no 4º Salão do Turismo – Rotei-ros do Brasil, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo.

A estratégia trabalha com quatro eixos de atuação: estruturação das cidades-sede; qualificação e capacitação profissional dos serviços turísticos; captação de inves-timento em turismo; e promoção da ima-gem do Brasil no exterior.“Estou seguro de que todas as demandas necessárias para a Copa estarão disponíveis até 2014. No que compete ao Ministério do Turismo, vamos continuar trabalhando com afinco para co-brir os gargalos que ainda restam e cumprir as exigências da FIFA”, afirmou Barretto. Segundo ele, “a palavra-chave durante os preparativos deve ser planejamento. Te-mos um prazo para apresentar tudo, e ele não será alterado”.

O diagnóstico segue alguns parâme-tros do Estudo de Competitividade Turís-tica do Ministério do Turismo, que defi-niu os 65 Destinos Indutores do Turismo

Regional.“Como já fazemos no Estudo de Competitividade, esse relatório será revis-to anualmente”, acrescentou o ministro.

O coordenador geral dos levantamen-tos e economista da FGV, Luiz Gustavo Barbosa, ressaltou que a Copa do Mundo é uma grande oportunidade promocional e de desenvolvimento de vários setores do país.

O ministro lembrou as iniciativas rea-lizadas pelo MTur dentro dos quatro eixos de atuação deste mapa estratégico. E citou como exemplo a negociação com institui-ções financeiras, nacionais e internacio-nais, para criar mecanismos de crédito.

“Uma das frentes já bem adiantadas é a que estamos tratando com o Banco Intera-mericano de Desenvolvimento (BID). Pre-tendemos criar uma nova linha de crédito específica para as cidades-sedes, dentro do Programa de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur), no valor de US$ 1 bilhão”.

O ministro lançou durante a soleni-dade o site informativo do Ministério do Turismo para a Copa do Mundo: www.copa2014.turismo.gov.br.

Proposta Estratégica para a Copa do Mundo 2014 O diagnóstico segue alguns parâmetros do Estudo de Competi-tividade Turística do Ministério do Turismo

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Fonte: Ministério do Turismo

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Os organizadores do 4º Salão do Turismo – Roteiros do Brasil acreditam que a expectativa de

público (100 mil visitantes) tenha sido al-cançada durante os cinco dias de evento, que terminou no dia 5 de julho. Os negó-cios gerados no evento devem chegar a R$ 95 milhões. De acordo com o relatório par-cial da pesquisa feita pela FGV a pedido do Ministério do Turismo, com 1.200 par-ticipantes, 66,9% foram ao salão para co-nhecer o evento; 23,3% por motivos pro-fissionais ou a negócios; 4,3% para assistir às palestras; 3,9% para adquirir serviços ou produtos turísticos; 1,4% para comprar artesanato e jóias; 0,2% para trabalhar no evento.

A maioria dos visitantes foi de São Paulo (88,9%), seguida por Minas Gerais (2,1%), Rio de Janeiro (1,3%) e Bahia (1,1%). En-tre o público que visitou o salão a negócios ou por motivo profissional, 26,1% atuam em agências de viagem; 26,1% são de uni-versidades; 15,9% são do setor público; 10,8% de meios de hospedagem; 10,2% de

operadoras de turismo; 8,9% de consulto-ria; e 1,9% de companhias aéreas.

Quando perguntados sobre o que de-sejariam fazer na próxima viagem, 51,1% responderam que querem ir para a praia; 24% pretendem fazer turismo cultural; 23,1% estão em busca de ecoturismo; 10,9% vão praticar atividades de aventu-ra; 11,9% querem fazer turismo náutico (cruzeiros e passeios de barco); 16,5% vi-sitarão a fazendas e campos (turismo ru-ral); e 3,9% farão outro tipo de turismo.

De todos os entrevistados, 74,1% rea-lizaram viagens pelo Brasil no último ano e 25,9% não viajaram pelo país. A maioria que foi ao 4º Salão do Turismo (68,2%) viaja em período de férias, 5,9% nos fins de semana, 12,2% nos feriados prolonga-dos e 24,2% em qualquer período do ano.

Sobre o que chamou mais a atenção nos destinos apresentados durante o even-to, 51,8% disseram que foram os atrati-vos naturais; 40,6% citaram os atrativos culturais, 14,5% a gastronomia, 11,8% o clima, 5,6% os preços e 7,7% outros. A informação está no Portal do MTur.

Salão do Turismo deve gerar R$ 95

milhões em negócios

O 4º Salão de Turismo reuniu em São Paulo visitantes com objetivos variados

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O próximo passo será a entrega do texto à Casa Civil da Presidên-cia da República para que sub-

meta ao Congresso Nacional o decreto de regulamentação da lei. Desde outubro o Ministério do Turismo, em conjunto com a iniciativa privada e o parlamento, trabalha para sua regulamentação e efetivação da Lei Geral do Turismo. No dia 9 de junho, a Câmara Temática de Legislação do Conse-lho Nacional do Turismo realizou reunião, na sede da CNC, em Brasília, para dar continuidade ao processo de elaboração de uma versão final da minuta do decreto regulamentador da Lei Geral do Turismo (Lei 11.771/08).

Sob a coordenação geral de Norton Luiz Lenhart, diretor da CNC e presidente da FNHRBS, a Câmara Temática de Legis-lação fez uma análise detalhada de todas as propostas que foram apresentadas pelo se-tor empresarial turístico nacional, através da Câmara Brasileira de Turismo da CNC, em reunião extraordinária ocorrida no Rio de Janeiro no início de junho. A CBtur da CNC congrega as maiores entidades em-presariais do setor.

Na reunião foi feita uma análise deta-lhada sobre o tratamento jurídico, legislati-vo e executivo que deveria ser dado a cada um dos pontos da Lei 11.771/08. Os traba-lhos técnicos foram conduzidos por Ricar-

do Moesch, coordenador geral de serviços turísticos, do Ministério do Turismo

Em fase final de redação, o decreto traz normas, definições e considerações que dizem respeito a diferentes setores do turismo. Dentre as diversas proposições apresentadas destacam-se as seguintes su-gestões:• inclusão de artigo que isenta a agência

de turismo de responsabilidade solidária pelo não cumprimento do contrato de transporte firmado com as operadoras de transporte, incluindo-se as companhias aéreas;

• definição e diferenciação acerca de par-ques temáticos e parques aquáticos, se-jam outdoors ou indoors;

• elucidação de todas as atividades que são correlatas ao exercício profissional das empresas organizadoras de eventos;

• regulamentação das atividades comer-ciais praticadas pelos meios de hospe-dagem, principalmente no tocante à cobrança de diárias e a elaboração de pacotes de diárias quando de grandes festividades e/ou para a alta temporada turística;

• concessão de flexibilidade de atuação quando da prestação de serviços de transporte de passageiros entre os termi-nais de embarque e desembarque.

Congresso votará decreto que regulamenta a Lei do Turismo A regulamentação da Lei Geral do Turismo, marco regulatório que nor-matiza a atividade turística no Brasil, está em fase final de redação pelo Ministério do Turismo, já contemplando as sugestões do trade turístico.

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A Lei Geral do Turismo, marco regulatório para o setor, atende a todos os setores?

Guilherme Paulus – Agora temos uma lei que nos norteia. Isso dá tranqüilidade ao mercado, uma confiabilidade maior para os usuários dos serviços de turismo e para as próprias entidades, com a defi-nição dos investimentos necessários e de todo o tra-balho que o Ministério do Turismo tem a fazer pela frente. Quando iniciamos a discussão para colocar o tema em pauta até a aprovação da Lei Geral do Turismo em 2008 foi uma luta constante. Reunimos todas as entidades envolvidas com o Ministério do Turismo e fizemos um trabalho excepcional, inclu-sive com o apoio total da própria CNC, por meio da sua Câmara Brasileira de Turismo, que ajudou e co-laborou muito conosco, reunindo todas as entidades e tendo uma participação quase que perfeita. Não tivemos o ótimo, mas tivemos o bom, na primeira etapa já vencida. Agora estamos na fase de regula-mentação da lei. Acredito que as reivindicações fei-tas serão consideradas no decreto regulamentador.

Na última reunião extraordinária da Câmara Brasileira de Turismo da CNC, realizada em ju-nho, para analisar a minuta de decreto de regula-mentação da Lei Geral do Turismo o senhor cha-mou a atenção para a questão da responsabilidade do agente de viagens. Qual é o problema hoje en-frentado?

Guilherme Paulus – A Lei tem que nos ajudar. Uma empresa de turismo não pode ser condenada pelo fechamento de um aeroporto, por um atraso aéreo, um serviço de terceiros de má qualidade ou por um problema de segurança enfrentado por um cliente em uma área pública. No entanto, temos sido condenados pela Justiça a pagar a consumidores por

esses problemas. Propus que seja incluído no texto um artigo sobre a Lei de Responsabilidade, que foi vetado na proposta inicial da Lei Geral do Turismo. Não é justo que o agente de viagens seja responsa-bilizado por um aeroporto fechado por questão cli-mática ou falta de segurança pública.

O Brasil será sede da Copa do Mundo de 2014. Estamos preparados para este grande evento?

Guilherme Paulus – Acredito que sim. O Bra-sil está preparado, principalmente as grandes capi-tais que já recebem número expressivo de turistas e investem muito em serviços. A Copa do Mundo é um dos grandes ícones do turismo. Vamos receber 1 milhão de turistas em menos três meses circulando por todo o país. Mas temos quatro anos e meio para chegarmos em 2014 prontos. É um tempo bastante razoável. Já foram definidas as sedes e agora come-çará um trabalho muito grande de infraestrutura para o país, com obras em portos, aeroportos e rodovias, transportes urbanos e segurança.

A Copa do Mundo traz novas oportunidades para a CVC?

Guilherme Paulus – O turismo interno vai ser muito forte. Estamos bem preparados para fazer a movimentação interna de turistas, que vão querer assistir os jogos do Brasil nas diversas cidades-sede, além dos jogos de outros países que estarão dispu-tando a Copa do Mundo.

O que é mais importante para a CVC, o turismo interno brasileiro ou a venda de pacotes interna-cionais?

Guilherme Paulus – O mercado interno. A CVC é uma operadora que movimentará 1,5 milhão de

“Turismo é a arte de bem receber”

O empresário Guilherme Paulus, presidente do conselho de administra-ção da CVC, a maior operadora turística da América Latina, diz que o segredo do trabalho de 37 anos é aprender com os próprios erros para acertar cada vez mais.

G u i l h e r m e P a u l u s

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ENTREVISTA

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pessoas em 2009 no mercado interno, 500 a 600 mil no exterior e 150 mil em cruzeiros. Nossa meta para o próximo ano é de 2,2 milhões de turistas viajando pelo Brasil.

A CVC é um dos poucos grupos verticalizados? Isso gera algum risco?

Guilherme Paulus – Atuamos em todos os seg-mentos da cadeia de turismo. Temos oito hotéis, a Webjet, companhia aérea com 15 aeronaves próprias (a terceira maior frota aérea do país), além de atuar em parceria com a TAM, GOL, Azul e Oceanair. A verti-calização permite fortalecer nossa imagem e oferecer um serviço completo.

Qual a estratégia para crescer da Webjet?Guilherme Paulus – Wagner Ferreira, o presiden-

te da Webjet está disputando mercado. Voa-se pouco no Brasil. São 65 milhões de passageiros. O país tem capacidade para movimentar o dobro de passageiros, principalmente após os investimentos em infraestru-tura de aeroportos regionais e de grande porte.

Chegou a ser anunciado que sua empresa teria o controle acionário adquirido por um dos maiores fundos de investimentos do mundo, o Carlyle. Como está a negociação?

Guilherme Paulus – Iniciamos a negociação, mas depois não houve interesse das partes em prosse-guir. Mas continuamos abertos a oportunidades. Em janeiro ou fevereiro deste ano a CVC iria fazer uma oferta Pública Inicial de Ações (IPO, da sigla em in-glês), mas suspendemos em face da retração do mer-cado a partir de setembro de 2008. Nossa expectativa era captar R$ 1 bilhão (US$ 500 milhões) para inves-timentos no próprio grupo. Mas ainda poderemos ir ao mercado este ano.

Porque a CVC criou a sua própria Universida-de Corporativa?

Guilherme Paulus – O Turismo é a arte de bem receber. Treinamento e mão de obra qualificada são muito importantes. O Senac, a ABAV e as univer-sidades estão atentas ao mercado. A CVC também. Em parceria com a Universidade Metodista de São Paulo, a universidade CVC está focada na formação de profissionais tecnicamente mais bem qualifica-dos. Temos mais de dois mil alunos em curso.

A carga tributária chega a dificultar o negócio de Turismo?

Guilherme Paulus – As prefeituras poderiam es-timular o turismo regional com Imposto Sobre Ser-viços (ISS) mais baixo. A Lei do Turismo já identifi-cou que o turismo é feito pela intermediação. Já não somos mais tributados pelo valor total dos serviços que vendemos, pois isso encarecia muito os pacotes. Essa mudança foi uma conquista dos operadores, agentes de viagem e do Ministério do Turismo junto ao Ministério da Fazenda. Mas há espaço para mais incentivos ao segmento, que movimenta 52 setores da economia brasileira.

O senhor é um empresário sempre presente nas reuniões da Câmara Brasileira de Turismo da CNC e já fez palestra no Conselho de Turismo. Como o senhor vê a atuação da CNC em prol do turismo?

Guilherme Paulus – Estamos muito represen-tados. A CNC tem uma participação fortíssima no setor e recebemos todas as informações importantes da área de turismo.

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ENTREVISTA

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Por que o senhor afirmou que a CNC será uma das instituições mais elogiadas na próxima Copa do Mundo de 2014?

João Havelange - Entre as 12 cidades definidas para a Copa do Mundo de 2014, duas me chamaram a atenção: Cuiabá, na área do Pantanal, e Manaus, que fica na nossa região mais desejada no mundo. In-discutivelmente, quem teve o grande privi-légio de ter essas duas sedes escolhidas pela FIFA foram os governos do Mato Grosso e do Amazonas. E isto, no meu entender, dar-se ao trabalho que a CNC, sob a pre-sidência de Antonio Oliveira Santos, vem realizando em benefício das duas regiões, fazendo com que elas se desenvolvam e se-jam conhecidas de um modo diferente pelo mundo. Quem pode fazer isso é o turismo. No caso, o futebol se associou ao turismo, a essa grande obra da CNC, com as duas regiões sendo escolhidas para a Copa do

Mundo. O que é um valor importante para a difusão do nosso País e, principalmente, destas duas regiões. Assim, eu não pode-ria deixar de me lembrar do presidente da Confederação, um homem que há muitos anos se dedica ao desenvolvimento do co-mércio e do turismo no nosso País, levando tanto quanto possível ao exterior as regiões mais privilegiadas deste Brasil.

Qual o reflexo para o Pantanal e para

a Amazônia do fato de Cuiabá e Manaus terem sido definidas subsedes da Copa de 2014?

João Havelange - É um impacto inter-no e externo. Principalmente em função daqueles que aqui venham e conheçam que essas regiões podem apresentar, sua flora, fauna. Tudo isso as torna inesquecí-veis para o turista. E isto traria, no decorrer dos anos, mais turismo e mais desenvolvi-mento para cada região. Digo isso porque conheço pessoalmente as duas regiões, não de hoje, mas do tempo em que fui presi-dente da Confederação Brasileira de Des-portos (CBD), nos anos 50. Portanto meio século já se passou. E posso sentir a evolu-ção que as regiões tiveram. Por isso, temos que reconhecer e aplaudir o trabalho que a CNC fez. No meu encontro com o senador (Bernardo Cabral, consultor da Presidên-cia da CNC), eu mencionei não somente

“Temos de reconhecer e aplaudir o trabalho que a CNC fez”O presidente de honra da Fifa, João Havelange, organizou seis copas do mundo. Aos 93 anos, essa experiência é mais um trunfo do Brasil para que a Copa de 2014 seja um sucesso. A revista CNC Notícias foi ouvi-lo sobre os desafios e oportunidades para o País

J o ã o H a v e l a n g e

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ENTREVISTA

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o bem que isso irá representar para as re-giões, mas também a quem nós devíamos isso: no meu entender, à Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo.

A Estância Ecológica SESC-Pantanal poderá servir de concentração para algu-ma equipe de futebol?

João Havelange - Eu conheço o SESC Pantanal. É uma das coisas mais preciosas da região. Principalmente pela organiza-ção, pela maneira como nós somos recebi-dos. Isto é único. E nós sabemos que o tu-rista vem, mas é exigente. E lá pode exigir, porque não vai faltar nada. Existe estrutura para receber seleções e o time que ficasse lá estaria tranqüilo, dentro de uma reserva, privilegiado não somente pela região, mas pela tranqüilidade que se pode oferecer a uma grande seleção de futebol.

O que significaria isso para a região e para o próprio SESC, em termos de reper-cussão mundial?

João Havelange - Aquele que tivesse a felicidade de ir para o Pantanal, quando chegasse ao seu país ou ao seu continen-te, faria conhecer o que aquilo representou para a seleção que ali esteve. De Cuiabá até o hotel é relativamente próximo, não tem maior problema, e eu acho que seria

Eu conheço o SESC Pantanal. É uma das coisas mais preciosas da região. Principalmente pela organização, pela maneira como nós somos recebidos. Isto é único.

uma felicidade para aquelas seleções que tiverem como ponto Cuiabá ou Manaus.

Do ponto de vista da infraestrutura, qual será o maior desafio para o Brasil?

João Havelange - Nas copas que pre-sidi pela FIFA, indiscutivelmente o pon-to principal foi a parte de transporte e de locomoção. Na Europa é possível chegar aos lugares de trem, de automóvel. Em um país-continente como o nosso tem de ser por avião. O governo tem por obrigação, aceitando a Copa do Mundo como acei-tou o governo do presidente Lula, oferecer àqueles que aqui virão aeroportos perfei-tos nas 12 cidades, porque, tanto a entrada como a saída será sempre pelo aeroporto. O segundo ponto é rever todos os meios de locomoção, as estradas por onde temos que passar. E um outro aspecto muito im-portante que o governo não pode esquecer é a segurança.

Que papel cabe à iniciativa privada nesta fase preparatória?

João Havelange - Primeiro refazer os estádios. Atualizar os estádios em cada ci-dade. Mas não fazê-los como estádios de futebol apenas, em que se aplicam 500 ou 600 milhões de reais e depois funcionam uma vez por semana. Eles têm que ter so-brevida. Têm que funcionar pelo menos

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ENTREVISTA

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A íntegra da entrevista com João Havelange pode ser lida no Portal do Comércio: www.portaldocomércio.org.br.

270, 300 dias por ano. Quer dizer, faz-se um supermercado ou uma escola, enfim, que ele tenha vida. Tem também que ter local para estacionamento, que é explora-do e leva gente à permanência. Nós temos que estudar uma forma completamente di-ferente do que foi a nossa Copa do Mundo, em 1950. Em meio século o mundo se mo-dificou, evoluiu, e nós temos que acompa-nhar.

Qual a importância do treinamento e da qualificação da mão-de-obra, e qual o papel a ser cumprido por uma entidade com a tradição do Senac neste campo?

João Havelange - É de uma importân-cia capital. Porque se aquele que vai rece-ber, apresentar, criar, oferecer, não for bom, de qualidade, fica um hiato muito forte. E eu creio que é mais um alento, mais um valor a ser acrescentando para que todos se empenhem, e se apliquem, procurando evoluir para dar o melhor na parte turística durante esta Copa do Mundo.

De que forma os empresários do setor de turismo podem contribuir para o suces-so de um evento deste porte?

João Havelange - Por exemplo, no caso da hotelaria. Apresentar hotéis de três, quatro e cinco estrelas, cada um no seu pa-drão, da melhor qualidade, com o melhor serviço. Porque não é porque alguém está num hotel três estrelas que ele não deva ser bom, limpo, organizado e bem-apresenta-do. Então, é preciso contemplar todas as categorias. O torcedor não vai ao futebol porque é rico, ele vai porque é um apai-xonado, ele quer ver um espetáculo. Outro

aspecto é que o transporte seja fácil e bas-tante eficiente para aquele que dele tenha que se servir. Há também a parte hospita-lar. Não existe cidade aqui que não tenha hospital classe A. Então, é a Confederação Nacional de Futebol (CBF) fazer um acor-do com o hospital e esse hospital ficará à disposição durante os jogos se algo acon-tecer. Veja com quantas coisas se mexe, quantas coisas vão ter que evoluir, vão ter que melhorar. E isto o que é? É um benefí-cio futuro para a comunidade, porque fazer para aquele que chega, será também deixar para aquele que fica.

Saindo da Copa, mas ainda dentro do esporte: quais as chances do Rio na dispu-ta pelas Olimpíadas de 2016?

João Havelange - Eu já estou no Co-mitê Olímpico Internacional há quase 47 anos, por eleição. São 100 membros que vão votar e eu me comprometi com o pre-sidente Nuzman: a cada um dos membros eu fiz uma carta diferente, sob um aspecto pessoal entre mim e a pessoa e, no final, eu peço a ela que ofereça o voto à minha cidade, que é o Rio de Janeiro. A comissão do Comitê Olímpico Internacional (COI) que esteve aqui para fazer as verificações do que nós oferecíamos, eu posso lhe di-zer que saiu encantada. E, quando houve a apresentação nos dias 17 e 18 de junho, eu soube – porque eu não pude viajar por uma questão de saúde – eu soube que o Rio de Janeiro foi muito considerado e aplaudido. Então, tenho esperança.

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ENTREVISTA

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O IBGE acaba de publicar novos dados sobre o as atividades ca-racterísticas do turismo (ACT).

Em 2006, cerca de 5,7 milhões de pes-soas trabalhavam nessas atividades – 6,7% da população economicamente ativa.

Com quase 7% da nossa população trabalhando nas ACT o Brasil não es-taria mal porque a média mundial é de 10%. Ocorre que a classificação uti-lizada pelo IBGE é demasiadamente ampla. Por exemplo, cerca de 50% dos trabalhadores das ACT estão na ali-mentação, o que inclui todos os bares, lanchonetes e restaurantes, não neces-sariamente turísticos.

Quando se consideram apenas as atividades propriamente turísticas (alo-jamento, agências de viagem, cultura, lazer e transporte), o número de tra-balhadores cai para menos de dois mi-lhões. Destes, apenas 900 mil trabalham no mercado formal – apenas 1% da nos-sa força de trabalho. Mesmo quando se considera o pessoal ocupado em ativi-dades indiretas e que sustentam as do turismo – cerca de 800 mil pessoas –, o montante de emprego formal nesse se-tor não chega a 2% (Alfonso R. Arias e Maria Alice C. Barbosa, Caracteriza-

Copa, turismo e emprego

José PastoreProfessor de relações do trabalho

da Universidade de São Paulo

ção da mão-de-obra do mercado formal do turismo, Brasília: IPEA, 2007).

Por aí se vê o quanto estamos longe da média mundial dos campeões do turismo que têm muito mais de 10% da população economicamente ativa empregada nesse setor como é o caso de França, Espanha e Estados Unidos. Em 2006, a França, que ocupa o primeiro lugar, atraiu 82 milhões de turistas estrangeiros; a Espanha (2º lu-gar), 60 milhões; os Estados Unidos (3º lugar), 56 milhões, enquanto que o Brasil ficou com um tímido 41º lugar, com ape-nas cinco milhões de turistas do exterior.

Não há a menor razão para ser assim. É verdade que não dispomos dos belíssi-mos museus do Louvre (Paris) e do Prado (Madrid) ou de uma Disneyworld (Orlan-do), mas, o Brasil possui uma imensidão de belezas naturais e expressões cultu-rais sedutoras para o turismo de lazer e de negócios (convenções e congressos). A própria rede hoteleira cresceu e melhorou muito nos últimos anos.

Será que a Copa do Mundo terá força para virar o quadro atual? Penso que sim, mas há condições.

O certame em si promoverá o Brasil no Planeta, podendo atrair muitos estrangei-ros. Ficando mais conhecido, mais turistas virão, mesmo depois da Copa. Para eles,

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ARTIGO

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o câmbio é um fator importante, embora para a Copa o seu peso diminua. Além do câmbio, o turista só voltará ao Brasil se encontrar limpeza, segurança, bons serviços e facilidade de locomoção.

Para os brasileiros, a Copa será um motivo a mais para viajar, lembrando-se que, até o momento o grosso da recei-ta do turismo vem dos turistas nacio-nais (Wilson A. Rabay e colaboradores, Impacto Econômico do Turismo, FIPE, 2002). Com a Copa, é claro, a movimen-tação aumentará. Além dos fatores aci-ma, o preço dos hotéis e dos ingressos terá um grande peso.

Tanto para estrangeiros como para brasileiros, as obras de infra estrutura serão cruciais para a alavancagem do turismo. Essas obras têm um efeito mui-to positivo para gerar empregos durante sua construção e depois de concluídas.

Imaginem o que será necessário para transformar São Paulo em uma cidade na qual se possam mover, em poucas horas, mil jogadores, 20 mil jornalistas, 50 mil auxiliares e técnicos e 80 mil torcedores – sem contar as avalanches de profissio-nais de segurança, transporte, alojamen-

to e alimentação, e ainda os milhares de espectadores que farão as comemora-ções. Há que se preparar o equipamento urbano e o quadro de serviços para tudo isso.

Os investimentos em infra estrutura têm um colossal impacto na geração de empregos. A construção de uma linha férrea, a duplicação de um aeroporto, a melhoria de rodovias, a expansão das te-lecomunicações e outros criam enormes quantidades de postos de trabalho dire-tos e indiretos. As estimativas do Banco Mundial indicam que, para cada 1% de crescimento nessas áreas, corresponde, em média, um crescimento de 1% do PIB e 0,5% do emprego. Para cada R$ 1 milhão investido em infra estrutura, gera-se, em média, 163 postos de tra-balho! Trata-se de um resultado muito expressivo.

O Brasil tem, em 2014, a oportunida-de de se fixar como um pólo turístico vi-goroso no mapa mundial e de estimular ainda mais o turismo doméstico. Tudo dependerá de uma lição de casa feita com eficiência e baixo endividamento. Quem viver verá.

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ARTIGO

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Reunião de Diretoria

Realizada pela primeira vez no SESC Pantanal, a reunião de diretoria do mês de junho teve como um dos assuntos abordados o programa nacional de qualificação profissional que o Senac lançará com vistas à Copa do Mundo de 2014. Em fase de fina-lização, o programa beneficiará taxistas, vendedo-res, receptivos de agências de viagem, entre outros, contribuindo para a formação de profissionais qua-lificados, um dos fatores críticos para o sucesso na realização da Copa, daqui a cinco anos.

Os diretores também abordaram as diversas ações do SESC pelo Brasil afora, com destaque para o Mesa Brasil, e os bons resultados da Conferência da OIT, realizada na Suiça, da qual a CNC participou. A Confederação indicou ainda quatro de seus diretores como representantes nos conselhos deliberativos da Sudene e da Sudam. Na área legislativa, os assuntos principais foram a defesa da diferenciação de preços para cobrança com cartões de crédito e os aspectos negativos da redução da jornada de trabalho.

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O dia 25 de junho ficará marcado no calendário da Estância Ecoló-gica SESC Pantanal. Neste dia,

pela primeira vez desde a sua inauguração, há 13 anos, a reunião mensal da diretoria da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) foi realizada ali, no complexo turístico que virou referência nacional em preserva-ção ambiental. Entre os principais temas em destaque na reunião, as obras que am-pliarão o SESC Pantanal, finalizando seu projeto original, o projeto do Senac para a qualificação profissional de trabalhadores para a Copa do Mundo de 2014 e as ações realizadas pelo SESC no País, como o tra-balho de combate à fome desenvolvido em todas as regiões do Brasil.

Muitos diretores e presidentes das fe-derações filiadas à CNC estiveram na Estância pela primeira vez. “Saio daqui extremamente feliz por ter conhecido este grande patrimônio, que foi idealizado pela CNC e é gerenciado pelo SESC mas que pertence a toda a Nação. Este é um dos orgulhos dos Ss no Brasil”, afirmou Zildo de Marchi, vice-presidente da Fe-comercio-RS. Outros, como o presidente

da Federação Nacional de Hotéis, Restau-rantes, Bares e Similares, Norton Lenhart, que já conheciam o local, não pouparam elogios: “A Estância Ecológica SESC Pantanal é uma das maiores contribuições que o Sistema CNC/SESC/SENAC pode dar não somente para o País, mas para a humanidade”, disse. Para o presidente da Fecomercio do Pará, Carlos Marx Tonini, o trabalho de preservação ambiental fei-to no SESC Pantanal, que reflete o nível da responsabilidade social do empresário brasileiro do comércio, deve ser mais di-vulgado: “Nenhuma outra entidade priva-da neste país possui uma área de reserva do porte da Estância Ecológica SESC Pantanal, um complexo turístico que deve ser motivo de orgulho para todo empreen-dedor do setor terciário deste País”, disse.

Diante do entusiasmo dos diretores com as dependências do SESC Panta-nal, o presidente do Sistema CNC/SESC/SENAC, Antonio Oliveira Santos, falou sobre a construção de duas outras edifi-cações no SESC Pantanal, que, uma vez concluídas, finalizarão o projeto original. Até 2011 devem ficar prontos um novo edifício com 22 suítes e uma unidade de-

Pantanal sedia encontro dos diretores do

Sistema ComércioNa pauta, as ações da CNC, do SESC e do SENAC que vão

preparar o Brasil para a Copa do Mundo de 2014

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REUNIÃO DEDIRETORIA

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dicada à saúde, que se somarão às cinco unidades já existentes: Base Administrati-va, Reserva Particular do Patrimônio Na-tural, Parque SESC Baía das Pedras, Cen-tro de Atividades de Poconé e Hotel SESC Porto Cercado.

“Um dos objetivos do SESC é promo-ver, além de educação, cultura, esporte e lazer aos comerciários, suas famílias e populações do entorno das unidades, tam-bém saúde, e é bastante conveniente que tenhamos uma unidade dedicada a esta área nesta região”, afirmou o presidente do Sistema CNC/SESC/SENAC, Antonio Oliveira Santos, citando, na área da Saúde, o problema da obesidade, que atinge cerca de 50% da população em todas as faixas etárias, e a necessidade de uma reeducação alimentar nas famílias.

Senac lançará programa na-cional de qualificação profissional

para a Copa do MundoA proximidade da Copa do Mundo de

2014 e a necessidade de qualificação de profissionais para atuar em segmentos di-retamente ligados ao evento também fo-

ram assuntos debatidos na reunião. O Se-nac está finalizando, e divulgará dentro de alguns meses, um programa nacional de qualificação que beneficiará diretamente os profissionais que trabalharão ligados ao mundial de futebol, como taxistas, vende-dores e receptivos de agências de viagens, por exemplo.

O presidente do Sistema CNC/SESC/SENAC, Antonio Oliveira Santos, definiu as bases do projeto. “O programa que será lançado pelo Senac vai ser muito útil para os estados que serão sede de jogos na Copa do Mundo, mas o seu objetivo principal é atender às necessidades dos trabalhadores brasileiros em geral, e não somente dos profissionais que terão contato com turis-tas estrangeiros”, afirmou.

O presidente da Fecomercio do Rio Grande do Norte, Marcelo Fernandes Queiroz, disse que a novidade seria bem recebida pelo Sistema: “As federações já estão sendo demandadas por um programa deste nível. Nestes 12 estados escolhidos para sediar jogos da Copa do Mundo, algu-mas cidades são pequenas, como no caso de Natal, e necessitam de um trabalho ma-ciço de qualificação profissional”, disse.

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REUNIÃO DEDIRETORIA

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O presidente do Sistema Fecomercio/SESC/SENAC Piauí, Valdeci Cavalcante, também fez questão de destacar, durante a reunião da Diretoria da CNC, as ações do SESC no País, sobretudo em seu Es-tado. “O Programa Mesa Brasil SESC foi de fundamental importância no socorro às vítimas das enchentes que devastaram o Piauí. Por meio dele, diversas famílias que estavam desabrigadas, sujeitas a todo tipo de problemas, inclusive de saúde, ti-veram garantido um direito básico do ser humano, que é a alimentação”. Ele expli-cou que o SESC manteve as doações, mes-mo passada a fase mais crítica, e continua atendendo 18 cidades, em parceria com o Senac, por meio do Programa Alimento Seguro (PAS).

O presidente da CNC, Antonio Oliveira Santos, destacou o espírito de solidarie-dade que permeia todos os dirigentes das

entidades filiadas ao Sistema CNC, que permite que, em determinados momentos, como este das enchentes, todos unam-se a favor dos que estão mais necessitados. Oliveira Santos lembrou o caso de Guari-bas, a cidade que era considerada a mais pobre de todo o Brasil. “Fizemos com que ali chegasse água, que as estradas fossem asfaltadas, e ali construímos uma unidade do SESC que mudou as condições de vida da população”, afirmou, complementando que boa parte do sucesso das realizações do Sistema CNC eram provenientes da união das entidades filiadas, que sempre trabalharam pensando no bem comum, e não em necessidades individuais. Carlos Tonini, da Fecomercio do Pará, encerrou o assunto com uma definição entusiasma-da do Programa: “O Mesa Brasil SESC é uma das grandes realizações do Sistema Comércio para o Brasil”.

Sesc: ações diversas em vários cantos do País

Sudene e Sudam têm novos representantes

A CNC indicou quatro de seus diretores para cargos de representantes da entidade nos Conselhos Deliberativos da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sude-ne) e da Superintendência de Desenvolvimento da Ama-zônia (Sudam). Marcelo Fernandes Queiroz, da Feco-mercio-RN, e Wilton Malta, da Fecomercio-AL, serão,

respectivamente, titular e suplente na Sudene; e Carlos Marx Tonini, da Fecomercio-PA, e Ladislao Pedroso Monte, da Fecomercio-AP, titular e suplente, respecti-vamente, na Sudam.

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REUNIÃO DEDIRETORIA

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ECOS DA DIRETORIA

trabalho e igualdade de gêneros nas rela-ções trabalhistas, e falou também sobre a ovação recebida pelo presidente Lula, após seu discurso na Plenária da OIT. “Ele foi aplaudido por toda a assembléia, em pé, durante três minutos ininterruptos. Isto mostra o reconhecimento que o Brasil está recebendo lá fora como uma das grandes potências emergentes no mundo. Foi emo-cionante testemunhar este momento”, con-cluiu.

Bons frutos na reunião da OIT

A presença da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) na 98ª Conferência Internacional do Trabalho, realizada entre os dias 2 a 19 de junho, em Genebra, na Suíça, mereceu destaque na reunião da Diretoria. Veja mais sobre o assunto na página 46 desta edição.

O presidente da Federação do Comér-cio de Bens, Serviços e Turismo de Rorai-ma, Antonio Airton Oliveira Dias, falou sobre o evento. “A CNC marcou um ponto muito importante ao participar desta conferência, que contou com a pre-sença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e resul-tou no estreitamento de relações com diversos parlamentares, que puderam conhecer um pouco mais do trabalho realizado pelo Sistema CNC”, afirmou. Antonio Airton citou os assuntos debatidos no en-contro, como HIV no ambiente de

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REUNIÃO DEDIRETORIA

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ECOS DA DIRETORIA

imposição de utilização de uma máquina de POS diferente para cada bandeira de cartão. “Se eu pudesse vender mais caro no cartão, imagino que eu levaria as em-presas a algum tipo de concorrência, o que faria com que elas tivessem interesse em diminuir suas taxas”, finalizou.

Luiz Gastão Bittencourt da Silva, pre-sidente da Fecomercio-CE, credita à mo-dalidade de débito o maior abuso cometido pelas empresas de cartões. “Se você sacar R$ 1 mil em uma máquina de débito de sua agência, pagará algo em torno de R$ 1,20 a R$ 2, que é a tarifa bancária para aquele serviço. Mas, uma compra de mesmo va-lor em uma loja fará com que o empresário pague de R$ 20 a R$ 30. Não há diferença entre as operações, mas as taxas são abso-lutamente desiguais”, afirmou.

Para o presidente da CNC, Antonio Oliveira Santos, esta diferenciação é uma questão de tempo. Para ele, o comercian-te é quem deve estipular como serão suas vendas. “A lógica da venda de mercado-rias pagas com cartão deve ser a mesma da venda de um automóvel, por exemplo: à vista, ele custará R$ 50 mil; para parcelar este valor em oitenta meses, o preço final será outro”, concluiu.

Empresários defendem diferenciação de preços para cartõesA possibilidade de os lojistas cobrarem

preços diferenciados das mercadorias nas vendas à vista e no cartão de crédito (leia a matéria completa sobre o assunto na pá-gina 41) também ganhou destaque entre os membros da Diretoria da CNC.

O presidente da Fecombustiveis, Paulo Miranda Soares, foi o primeiro a se mani-festar sobre o assunto: “A primeira coisa a ser dita é que ninguém aqui é contra os cartões de crédito – seguramente, o me-lhor meio de pagamento que existe, dada a sua segurança. A questão é que há mais de dez anos trabalhamos com taxas real-mente abusivas, que, ao que tudo indica, não são praticadas em nenhum outro país. Não é razoável que, em determinadas ati-vidades, os cartões fiquem com até 40% da margem bruta do lucro dos comerciantes”, disse. Paulo Miranda citou um estudo en-comendado pela sua federação, em parce-ria com a CNC, que mostra que as duas principais bandeiras em operação no país possuíam 95% do mercado. A pesquisa vai ao encontro de outro trabalho, realizado pelo Banco Central, que demonstra a falta de concorrência no setor. Além das taxas, que variam de 3% a 10% das vendas, outra reclamação dos empresários diz respeito à

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ECOS DA DIRETORIA

go do mundo. “Não podemos ser levados por demagogias que tornarão inviável a situação de um país que está se recu-perando de uma crise econômica tão re-cente”, afirmou. O presidente do Sistema Fecomercio/Sesc/Senac de Goiás, José Evaristo dos Santos, também demonstra preocupação com uma medida que poderá prejudicar a economia do país. “É inviá-vel reduzir as horas trabalhadas sem di-minuir, em igual proporção, o valor que é pago para o empregado”, afirma. Evaristo também classifica como “inviável” o au-mento de 50% para 75% da primeira hora extra. “A questão é realmente preocupan-te”, finaliza.

Diretores falam sobre o lado negativo da redução da jornada de trabalho

A aprovação da redução da jornada de trabalho no Brasil, pela Comissão Especial da Câmara dos Deputados que analisa o assunto, gerou manifestações dos diretores na reunião realizada no Sesc Pantanal. A redução é tema de reportagem publicada na página 34 desta edição. Para o presi-dente da CNC, Antonio Oliveira Santos, isto significará aumento no custo do que é produzido no país. Ele falou sobre a Fran-ça, cuja jornada é de 35 horas semanais, e mencionou a dificuldade dos empresários em lidar com uma legislação trabalhista que, imposta por pressão popular, inviabi-liza a manutenção dos negócios e resulta em uma das mais altas taxas de desempre-

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REUNIÃO DEDIRETORIA

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Na reunião do Conselho de Repre-sentantes da CNC, o presidente da Fecomercio-MT, Pedro Nadaf, fez

uma exposição sobre o desenvolvimento econômico de Mato Grosso e afirmou que o Estado tem uma dívida de gratidão com a atual Diretoria da entidade e seu presi-dente, Antonio Oliveira Santos, por con-ta da instalação, em Poconé, da Estância Ecológica Sesc Pantanal. “A vinda deste empreendimento para cá transformou os contextos econômico e ambiental desta região, que, talvez, já estivesse totalmente degradada se não fosse o Sesc Pantanal. Temos aqui, no chamado Baixo Pantanal, uma área extensa de fazendas em depre-ciação, em queda econômica. Entretanto, nos tornamos referência nas áreas turísti-ca e de preservação ambiental e somos o cartão de visitas do Mato Grosso, o que, sem dúvida, beneficiou economicamente a região”, afirmou Nadaf.

O presidente da CNC, Antonio Oliveira Santos, citou a crescente demanda de em-presas e até de organismos internacionais, como o Banco Mundial, por conhecer o Sesc Pantanal e realizar reuniões, cursos e encontros de seus funcionários nas de-pendências do complexo hoteleiro. “Cada vez mais as empresas, os empresários e até mesmo os parlamentares ligados à causa do meio ambiente nos procuram para vir conhecer estas instalações – onde tudo é ecológico: da água tratada e do aquecimen-to solar da água à separação e tratamento do lixo. Nós nos tornamos conhecidos pelo nobre trabalho de preservar a natureza, e não é à toa que seis universidades realizam projetos de pesquisa aqui dentro”, afirmou Oliveira Santos. De fato, as cinco unidades que compõem o complexo do Sesc Pantanal (Base Administrativa, Reserva Particular do Patrimônio Natural, Parque Sesc Baía das Pedras, Centro de Atividades de Poco-

Sesc Pantanal transforma a economia do Poconé

A Estância Ecológica administrada pelo Sesc tornou-se referência nacional em preservação ambiental e é cada vez mais

procurada por grandes empresas para a realização de eventos

Pedro Nadaf: explanação sobre Mato Grosso

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CONSELHO DEREPRESENTANTES

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né e o Hotel Sesc Porto Cercado) têm sido cada vez mais procuradas. Recentemente, o Sesc Pantanal sediou o Katoomba Meeting, um evento preparatório para o Global Mee-ting, a reunião mundial de ambientalistas.

A escolha do Mato Grosso como uma das sedes da Copa do Mundo de 2014 tam-bém foi abordada no encontro. O Estado, o terceiro maior do país em extensão territo-rial, possui 2,8 milhões de habitantes e uma taxa de crescimento populacional de 1,89% ao ano. A atividade turística é uma das que mais crescem no Mato Grosso, que tem seis rotas turísticas nacionais e internacionais e 55 municípios com potencial turístico. Em 2006, último dado disponível, o número de turistas na região registrou um aumento de 37%.

Em sua explanação, Pedro Nadaf falou sobre o projeto de pavimentação da estra-da que dá acesso à Estância Ecológica Sesc Pantanal, a MT-370 – mais conhecida como Transpantaneira – como uma das medidas de preparação da região para os jogos mun-diais de futebol. A iniciativa é fruto de uma Parceria Público Privada que envolve o go-verno do Estado e a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, e as obras já estão em fase de finalização.

Novo integranteO nome do presidente do Sindi-

cato do Comércio Varejista de Belo Horizonte, Elton de Andrade, foi aprovado na reunião do Conselho de Representantes da CNC para ocupar uma vaga no Conselho Fiscal do Se-nac, em substituição a Marcos Nasci-mento Curi.

Marcelo Queiroz e Antonio Oliveira Santos

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CONSELHO DEREPRESENTANTES

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A comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa a redução da jornada de trabalho, de 44 ho-

ras para 40 horas semanais, aprovou em 30 de junho, no auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados, o relatório fa-vorável à PEC 231/95, apresentado pelo deputado Vicente Paulo da Silva (PT-SP), o Vicentinho. A proposta também aumen-ta o valor da hora extra de 50% do valor normal para 75%.

Para o presidente da CNC, Antonio Oliveira Santos, se a proposta for conver-tida em lei, trará enormes prejuízos para as empresas, sobretudo as micro e pequenas, e para a economia do País, com elevação do desemprego, em função do aumento do custo da mão-de-obra, e aumento nos preços dos produtos, tendo em vista o re-

passe dos custos adicionais da contratação de mais funcionários ou do pagamento de mais horas extras, a valores maiores.

A Fecomércio-DF considera inopor-tuna a aprovação do projeto em comissão especial da Casa. “É uma discussão dese-jável, mas que, num momento em que o setor produtivo trabalha para manter os empregos, pode resultar em aumento do desemprego e retração da economia”, de-clarou seu presidente, senador Adelmir Santana.

O presidente da Fecomércio-RJ, Or-lando Diniz, acredita que a redução da jornada de trabalho, com a manutenção dos salários no patamar atual, onera o custo do fator trabalho e não estimula a queda do desemprego. Ao contrário, aca-bará por induzir a criação de alternativas como ajustes de turnos e folgas, além do aumento do trabalho temporário. “A redu-ção do desemprego é fundamental, mas isto acontecerá com a desoneração tribu-tária, alimentando um ciclo virtuoso for-mado por geração de emprego, aumento da massa salarial e crescimento do consu-mo”, explicou.

A Fecomércio-SP também critica a pro-posta e defende reforma tributária para o es-tímulo ao desenvolvimento econômico. Se-gundo a entidade, a diminuição da jornada de trabalho gera aumento de custo às empre-sas e não resolve o desemprego. “Medidas pontuais não sustentam o crescimento eco-nômico. Seria necessária uma ampla refor-

Aprovada redução da jornada de trabalho.

CNC é contraComissão Especial da Câmara dos Deputados aprovou, por unani-midade, proposta de redução da jornada de trabalho e aumento do

valor da hora extra. Empregadores discordam da proposta e acredi-tam que ela corre contra o crescimento econômico.

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EM FOCO

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ma tributária, além de incentivos aos investi-mentos”, diz Abram Szajman, presidente da Fecomercio. Para ele, a desoneração da folha de pagamento não traz nenhuma segurança jurídica às empresas, já que estas propos-tas em análise pelo governo farão parte de Medida Provisória, que pode ser alterada ou cancelada aleatoriamente.

Também a indústria, não acredita que a proposta em tramitação no Congresso estimulará a criação de empregos, pelo contrário, e elevará os custos da produção. “Estamos especialmente preocupados com o impacto da medida nas micros e peque-nas empresas, que não terão condições de absorver ou repassar os custos provocados pela medida”, afirma Armando Monteiro Neto, o presidente da CNI.

A última redução do período semanal de trabalho no país ocorreu na Constitui-ção de 1988, quando a jornada caiu de 48 horas para 44 horas. Para Vicentinho, a redução da jornada terá pouco impacto nas empresas, pois a média da duração do trabalho no país já é inferior às 44 horas previstas na Constituição.

Em tramitação há 14 anos no Congres-so, a PEC 231/95 deve ser votada pelo ple-nário no início de agosto, segundo o depu-tado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), que

preside a Força Sindical. Se a proposta for aprovada no Plenário da Câmara, a maté-ria também terá que ser votada no Senado. Como se trata de uma alteração da Consti-tuição Federal, a proposta terá de ser apro-vada por quórum qualificado: três quintos dos parlamentares em dois turnos, tanto na Câmara quanto no Senado.

De acordo com o Jornal do Brasil, espe-cialistas acreditam que a mudança só deve ser aprovada mediante contrapartidas aos empresários, como a desoneração da folha de pagamentos, já estudada pelo governo.

A redução da jornada de trabalho ainda não é consenso entre os partidos, embora a maioria dos líderes admita dificuldade po-lítica de votar contra a medida, informou o jornal O Globo, em 02 de julho. Defendida amplamente pelo PT, a proposta divide não só os oposicionistas DEM e PSDB, mas também o aliado PMDB, sob o argumento de que os empresários estão contra (posi-ção já manifestada pela CNC e pela CNI) e de que não há evidências conclusivas de que a mudança vá gerar empregos.

Segundo O Globo as bancadas de PMDB, DEM e PSDB ainda vão se reunir para costurar uma posição sobre a propos-ta. O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), já manifestou disposição de colocar o tema em discussão.

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EM FOCO

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A mais recente Pesquisa Anual de Comércio (PAC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatís-

tica (IBGE) mostra um importante retrato do comércio no Brasil: entre 2003 e 2007, a atividade comercial gerou 2,4 milhões de empregos formais no país, o que represen-ta um aumento de 40,2% no período, se comparado ao imediatamente anterior. O levantamento do Instituto é anual, e divide o comércio em três grandes sub-setores - varejo, atacado e segmento automotivo-, para retratar suas principais variáveis.

A distribuição da população ocupa-da no comércio em 2007 revela que dos 8,4 milhões de empregos do setor, 75,7% encontravam-se no varejo. Entretanto, em quatro anos, a ampliação de vagas foi pu-xada pelo atacado (+42,1%) e comércio automotivo (+41,5%). Neste período, de 2003 a 2007, foram computados 1 milhão 682 mil estabelecimentos comerciais, dos quais 83,7% enquadravam-se no ramo va-rejista. “A pesquisa aponta uma redução na remuneração média do trabalhador do comércio quando medida em salários mínimos, de 2,1 para 1,8, mas devemos considerar a evolução recente do piso sa-larial nacional entre 2003 e 2007, que foi de 71,9%. Descontada a inflação, o salário médio real do comércio acusou variação positiva de 16,2%. Ou seja, houve um ga-nho médio real de salário de quase 4%”,

destaca o economista Fábio Bentes, da Divisão Econômica da Confederação Na-cional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Bentes explioca que, embora defasado, o retrato das vendas totais do comércio em 2007 é particularmente relevante em vir-tude de aquele ano ter registrado o melhor desempenho do volume de vendas do vare-jo (+9,7% em relação a 2006) desde o ano 2000, quando teve início o acompanha-mento conjuntural do comércio pelo pró-prio IBGE por meio da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), levantamento mensal que apura a evolução das vendas nas firmas com vinte ou mais empregados.

Em termos globais, as vendas do co-mércio cresceram 16,6% em 2007 na comparação com o ano anterior sendo, o segmento automotivo o sub-setor de maior destaque (+20,9), seguido pelo ata-cado (+17,5%) e pelo varejo (+14,3%). Descontada a inflação de 2007 as vendas do varejo atingiram variação de 9,4%, va-lor muito próximo ao apurado pela PMC naquele ano (+9,7%), cujo universo cobre apenas 33,4% das vendas nacionais do comércio abatidos os impostos. Por fim, também em 2007, as empresas com me-nos de vinte empregados se destacaram em relação às médias nacionais quanto ao salário real médio (+26,8%) e a receita operacional líquida (+117,1%).

Retrato do comércio

Até 19 funcionários

500 ou mais funcionários

20 a 49 funcionários

50 a 99 funcionários

100 a 249 funcionários

250 a 499 funcionários

29,2%

30,9%

6,5%

11,5%

9,7%

12,2%

Fonte: Pesquisa Anual de ComércioElaboração: Divisão Econômica CNC

Vendas Totais do Comércio Segundo Faixa de Empregados por Empresa em 2007

CNC NotíciasJulho 2009 n°11336

EM FOCO

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E m maio, o emprego formal cresceu 0,4% em relação ao mês anterior, a maior taxa mensal de

2009. Ajustada sazonalmente, o emprego em maio se mostrou praticamente estável após os cinco meses de queda iniciados em novembro do ano passado (+0,04%). Os dados fazem parte do levantamento do Cadastro Geral de Empregados e Desem-pregados (Caged) do Ministério do Traba-lho e Emprego, realizado todo mês.

Foram criados de 131,600 mil postos líquidos de trabalho (admissões menos de-missões) em maio, uma alta de 28,7,% em relação ao mês anterior. Por outro lado, houve uma queda de 35,7% ante o mes-mo mês de 2008. “No acumulado do ano, não fosse o avanço de 1,7% do emprego no setor de serviços e 3,2% na construção civil, ao invés do crescimento de 0,6%, o mercado de trabalho formal teria encolhi-do 0,3%”, analisa Fábio Bentes, da Divisão Econômica da CNC.

Setores industriais, como as indústrias extrativa mineral e de transformação, con-tinuam apresentando retração de 0,9% e 2,0%, respectivamente, no acumulado do ano. Embora o atacado já venha apresen-tando recuperação com um saldo positivo de 1,5 mil empregos, o varejo, responsável por mais de 80% do estoque de emprega-dos da atividade comércio, ainda amargou uma retração de 52 mil vagas no ano, com

uma taxa de 0,9%. Em doze meses, entre-tanto, o crescimento do emprego no comér-cio encontra-se acima da média das demais atividades, com alta de 5,4%, atrás apenas da construção civil (+10,9%).

No universo varejista, as quedas nas contratações nos ramos de tecidos, vestu-ário e calçados (-5,7%), bem como móveis e eletrodomésticos (-2,3%), acompanham consistentemente a retração no volume de vendas, registrando-se de janeiro a maio recuos de 7,5% e 1,6%, respectivamente. “Mesmo assumindo-se um cenário menos favorável ao aumento das vendas, o em-prego no comércio deverá registrar um in-cremento próximo de 2,7% ao final deste ano”, calcula Bentes. Continuarão se des-tacando aqueles setores cujas vendas ainda registram taxas bem elevadas de contrata-ção, como de materiais de escritório e in-formática. Nestes ramos do varejo, o esto-que de postos de trabalho deverá se ampliar em 4,5%.

Outra informação importante detectada pela Divisão Econômica a CNC: o setor do turismo tem acompanhado o ritmo de expansão médio do mercado formal de tra-balho, crescendo 0,5% no ano e 3,8% em doze meses. Em 2009 têm se destacado os ramos de cultura e lazer (+1,8%) e trans-porte (+1,3%). As contratações no segmen-to de agências nas viagens crescem 0,5% até maio.

Serviços sustentam expansão do emprego formal em 2009

37CNC NotíciasJulho 2009 n°113

SERVIÇOS

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No próximo dia 1º de setembro, 53 novos segmentos econômicos es-tarão obrigados a utilizar em seus

negócios a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), um dos três itens que compõem o Sistema Público de Escrituração Digital (SPED). O grupo é extenso e heterogêneo, abran-gendo desde concessionárias de veículos novos e atacadistas de mercadorias em ge-ral a fabricantes de artefatos de joalheria e fabricantes de medicamentos fitoterá-picos para uso humano. Para eles, as tra-dicionais notas fiscais em papel perderão o valor e não poderão mais ser emitidas. Com o novo sistema, antes mesmo de a mercadoria circular, a Receita Federal co-nhecerá todos os agentes envolvidos no fornecimento, compra, venda e distribui-ção do produto.

A Nota Fiscal Eletrônica é um dos itens que compõem o sistema Público de Escritu-ração Digital (SPED). Além dela, estão em implantação no País a Escrituração Contá-bil Digital (ECD) e a Escrituração Fiscal Digital (EFD). Instituído em 2007 por de-creto presidencial e inserido no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do

governo federal, o SPED pretende integrar os fiscos, padronizando e

compartilhando as informações contábeis e fiscais, uniformizar as obrigações acessórias para os contribuintes, estabelecen-do uma transmissão única, e, ainda, agilizar a identificação de ilícitos tributários. Só não estarão sujeitas à obrigatorie-

dade de adoção do novo sistema as empresas

optantes do

Simples.Para o presidente da Federação Nacio-

nal das Empresas de Serviços Contábeis, Valdir Pietrobon, o SEPD vai acabar com a concorrência desleal das empresas que não emitem notas fiscais, além de gerar a integração dos fiscos, compartilhando as informações fiscais e contábeis em formato padrão nas três esferas do governo, e racio-nalizando e uniformizando as obrigações acessórias. O empresário destaca, entretan-to, que o processo de fiscalização continu-ará o mesmo, o que significa que ninguém poderá entrar no sistema e vasculhar as in-formações de uma empresa sem que seja iniciado o processo de fiscalização, com a notificação da empresa. “O que houve foi apenas a migração para um ambiente ele-trônico, diminuindo a utilização do papel, o que torna o processo mais rápido. Os pro-cedimentos legais, entretanto, serão manti-dos”, afirma.

Os três itens do SPED estão sendo im-plementados aos poucos no País. No caso da Nota Fiscal eletrônica, o Conselho Na cional de Política Fazendária (Confaz) ela-borou uma tabela dividida por segmentos econômicos que prevê a entrada gradual dos estabelecimentos. A previsão é de que, até 2010, todas as empresas já estejam uti-lizando as notas fiscais eletrônicas – à ex-ceção das optantes do Simples, que podem adotá-lo, apesar de não serem obrigadas.

A Escrituração Contábil Digital (ECD), ou SPED Contábil, que substituirá os livros da escrituração mercantil, já é realidade para as empresas que têm faturamento anu-al superior a R$ 30 milhões, as sujeitas a acompanhamento econômico-tributário di-ferenciado e as tributadas pelo lucro real.

SPED: Mudanças na relação entre empresas

e Receita FederalO Sistema Público de Escrituração Fiscal será, em breve, uma re-alidade para as empresas de todo o País. Ele promete integração entre os fiscos, agilização de processos e evasão fiscal zero, mas, entre os empresários ainda não é unanimidade

EM FOCO

CNC NotíciasJulho 2009 n°11338

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Por fim, o SPED fiscal, ou Escrituração Fiscal Di-gital (EFD), entrará em vigor em janeiro de 2010 em todo o País. Neste caso, a adoção do EFD – que cor-responde aos livros de entrada, saída e apuração do ICMS, IPI e inventário - não será feita por segmentos econômicos, mas nominalmente, por empresas, numa determinação que caberá a cada Estado.

Novidade divide opinião dos empresários

O presidente da Fecomercio-RJ, Orlando Diniz, encara a mudança como uma modernização do siste-ma atual, algo benéfico para as empresas. “O Sped é uma mudança que pode otimizar o processo gerencial das empresas, sendo um avanço na informatização da relação entre o fisco e os contribuintes. A transfor-mação do papel em arquivos digitais acompanha a evolução dos negócios”, diz. Mas o empresário faz uma ressalva: “Os prazos estabelecidos para sua im-plantação não se adequam à realidade dos estabele-cimentos do comércio de bens e serviços, em grande parte empresas de pequeno porte, que terão que arcar com o custo para aquisição de equipamento, contra-tação e formação de mão-de-obra especializada para a operacionalização do novo sistema”. O diretor de Tecnologia e Negócios da Fenacon, Carlos Roberto Victorino, acredita que a novidade diminuirá os cus-tos das empresas: “Um certificado digital do tipo A3, por exemplo, tem um custo médio de pouco mais de R$ 200 e validade de três anos – um valor que inde-pende do tamanho da empresa. Já o custo papel de uma empresa pequena, neste mesmo período, pode atingir R$ 1 mil”, afirma.

O presidente da Fecomércio-RS, Flávio Sabbadi-ni, acredita na oportunidade de melhoria contínua dos processos, extraindo soluções e oportunidades de um sistema que chega para mudar as relações das empre-sas com o fisco e também com o mercado. “É o fim

de uma era física de ajuste fiscal e contábil. O Estado conhece e domina as relações fiscais dos negócios. À empresa compete ajustar-se para ter vida longa ou encerrar suas atividades. Não haverá outros caminhos e/ou artifícios; apenas adequações”, afirma.

Mas nem todos os empresários estão otimistas com a entrada em vigor do Sistema Público de Escritura-ção Digital. Segundo reportagem especial publicada no final de maio pelo jornal DCI, de São Paulo, um número elevado de empresas não estava preparado para entrar no novo sistema, e, de acordo com dados da Receita Federal apurados pelo veículo, apenas 437 empresas – ou 4% do total previsto – haviam entre-gado o SPED Contábil ao Fisco até meados de maio. No SPED Fiscal, somente 400 estabelecimentos, de 30 mil, fizeram a entrega dos arquivos digitais.

O presidente da Fecomercio-MG, Renato Ros-si, resume a questão: “A preparação do ambiente de infraestrutura de informações tem sido um grande obstáculo enfrentado pelas empresas na instituição do Sped, seja por conta das dificuldades na abertura e compilação de arquivos para a extração ou criação de informações, seja por conta do custo que isso re-presenta quanto a aquisições de novos equipamentos e sistemas de informatização, que ao final, são total-mente custeados pelo contribuinte. Outra questão, talvez a mais difícil sob o ponto de vista operacio-nal, é a complexidade da nossa legislação tributária, no momento em que o SPED exige do contribuinte o ajuste do volume de informações à base de dados a ser transmitida, onde uma falha ou um dado in-consistente pode colocar tudo a perder e ainda sub-meter o contribuinte a pesadas multas. Mas, já que estaremos obrigados ao seu cumprimento, devemos extrair do Sped todo o proveito possível para a me-lhoria da gestão dos nossos negócios, sob o ponto de vista da administração e do perfeito cumprimento das obrigações tributárias”.

Flávio Sabbadini, vice-presidente da CNC, acon-selha: “são mudanças profundas nas relações de ne-gócios envolvendo mercado, concorrência, fisco, estruturas contábeis e de software e investimentos. Preparem-se”.

39CNC NotíciasJulho 2009 n°113

EM FOCO

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Os cerca de 11 milhões de trabalha-dores informais do País têm agora a chance de se legalizar e ganhar

direito a benefícios como aposentadoria, auxílio-doença e salário-maternidade – além de linhas de crédito e financiamento bancário a taxas menores do que as prati-cadas pelo mercado. Entrou em vigor, no dia 1º de julho, o Empreendedor Individu-al, uma nova figura jurídica instituída pela Lei Geral da Micro e Pequena Empresa que englobará empreendedores com renda mensal de R$ 3 mil e receita bruta máxi-ma de R$ 36 mil por ano

A novidade foi lançada pela Frente Parlamentar Mista das Micro e Pequenas Empresas do Congresso Nacional, em ceri-mônia realizada na Câmara dos Deputados, à qual compareceram o ministro da Previ-dência Social, José Pimentel, o presidente da Frente, deputado Cláudio Vignatti, o presidente do Conselho Deliberativo Na-cional do Sebrae e vice-presidente da Con-federação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), senador Adel-mir Santana, e o presidente da Instituição, Paulo Okamotto, além do presidente da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), João Coser, do secretário de Comércio e Ser-viços do Ministério do Desenvolvimento, Edson Lupatini, e do secretário-executivo do Comitê Gestor do Simples Nacional, Silas Santiago, entre outros.

A expectativa do governo federal e do Sebrae é trazer para a economia formal algo em torno de 1,1 milhão de trabalha-dores até o final de 2010, no primeiro ano de funcionamen-to do Empreendedor Individual. Para o mi-

nistro da Previdência, José Pimentel, esta meta pode ser ultrapassada rapidamente, se houver mobilização. “O Empreendedor Individual mostra que vale a pena ser legal porque, assim, os pequenos empreendedo-res poderão crescer e se desenvolver com o Brasil”, afirmou. Embora acredite que a propaganda boca-a-boca é a melhor forma de divulgação da nova figura jurídica, o senador Adelmir Santana defende a parti-cipação das prefeituras no que chama de “divulgação individualizada”, por meio do “Agente de Desenvolvimento”: “Feirantes, marreteiros e ambulantes, entre outros, de-vem ser tratados de forma personalizada para que conheçam os benefícios de sair da informalidade, e, para isto é preciso o envolvimento especial das prefeituras, en-tidades de classe e do empenho pessoal de cada envolvido no processo”, disse Santa-na.

O processo de formalização é simples e rápido: pela internet, o interessado acessa o Portal do Empreendedor (www.portaldo-empreendedor.gov.br), informa seus dados pessoais e já obtém um número de inscri-ção no CNPJ, na Junta Comercial, no INSS e uma autorização provisória de funciona-mento que deve ser validada pela prefeitu-ra e pela Junta Comercial. De início, ape-nas o Distrito Federal poderá se cadastrar pelo site.

Empreendedor Individual entra em vigor

Nova figura jurídica deve formalizar 11 milhões de trabalhadores no país.

CNC NotíciasJulho 2009 n°11340

EM FOCO

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SEBRAE prevê mais de 12 milhões de reais em geração de negócios. A geração de negó-cios com qualidade de vida é um foco da en-

tidade: para divulgação e montagem da Feira será utilizado material reciclado. No dia 30 de junho foi realizado o lançamento da Feira do Empreendedor do Sebrae no DF, no Museu de Gemas da Torre de TV em Brasília, onde foi divulgada a programação oficial da feira, que ocorrerá de 22 a 26 de julho, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília.

Novidades reservadas para o evento foram ante-cipadas aos convidados, pela diretora do Sebrae no DF, Maria Eulalia Franco e a gerente da Unidade de Acesso e Mercados, Lucimar Santos, como, por exemplo, algumas das ações que irão dar suporte aos quatro principais pilares da Feira: acessibili-dade; responsabilidade social; gestão ambiental e inclusão digital. “São conceitos que devem nos acompanhar em todos os momentos. As tendências nacionais e internacionais apontam para a geração de negócios voltados para a qualidade de vida”, afirma Maria Eulalia. “A própria feira deste ano servirá como exemplo, já que todo o material utili-zado para a montagem e divulgação do evento será reciclado e estaremos monitorando a emissão de carbono”, completa a diretora.

Com o objetivo de apresentar boas oportunida-des para quem é e para quem deseja ser empresá-rio, a programação inclui cerca de 100 palestras, 50 oficinas e rodadas de negócios nacionais e inter-nacionais, com uma expectativa de 12 milhões em geração de negócios. Segundo Maria Eulalia Fran-co, “é importante que as pessoas vejam na crise, uma oportunidade“. Durante o evento, consultores do Sebrae no DF estarão à disposição para orien-

tar aqueles investidores que pretendem iniciar um pequeno empreendimento, inclusive para atender à formalização do Empreendedor Individual.

Para os futuros empresários, a Feira apresentará oportunidades de negócios nas áreas de indústria, agronegócios, comércio e serviços. Outra novidade deste ano será a grande oferta de franquias. Estudo de mercado realizado pelo Sebrae no DF apontou as franquias como excelentes oportunidades de ne-gócios. Por isso, a Feira vai contar com uma ilha com mais de 20 franqueadores à disposição dos in-teressados.

Aqueles que desejam se capacitar, podem con-tar com uma programação variada e informações diversas sobre como abrir uma empresa, novas tecnologia, mercado, exportação, crédito, além de consultorias para montar um plano de negócios. A Feira do Empreendedor também apresentará as empresas-modelo que estarão fun-cionando durante o evento.

As capacitações terão início antes da abertura oficial da Feira. A partir de 20 de julho, os interessados já poderão participar de oficinas, cur-sos, palestras sobre gestão e empreendedo- ris-mo, além de temas relacionados às oportunidades de negócios identificadas pelo Sebrae. A progra-mação completa e outras informações estão dispo-níveis no endereço www.df.sebrae.com.br.

Feira do empreendedor 2009 promete bons negócios

41CNC NotíciasJulho 2009 n°113

EM FOCO

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No dia 23 de junho, a CNC partici-pou, representada por Carlos Tha-deu de Freitas, chefe da Divisão

Econômica, de audiência pública na Co-missão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado para debater as questões relaciona-das à administração e regulamentação do uso de cartão de crédito, em atendimento ao requerimento de autoria da senadora Ideli Salvatti (PT-SC). Já em 07 de julho o Plenário do Senado aprovou o Projeto de Lei de Conversão (PLV) 12/2009, autori-zando o comércio a cobrar preços diferen-ciados entre vendas à vista e no cartão de crédito. O projeto agora vai ser reavaliado na Câmara.

Carlos Thadeu de Freitas Gomes co-brou a remoção de obstáculos que hoje impedem lojistas de cobrar do consumidor preço diferenciado entre as vendas a vista e as feitas com cartões de crédito, sem ju-ros, por prazos que podem chegar a 45 dias - pelo Código de Defesa do Consumidor, as compras com cartão de crédito, para pa-gamento em até 30 dias, são consideradas como transações a vista. “Sem isso, conti-nuaremos a subsidiar um lado: quem paga a vista estará subsidiando o usuário de car-tão”, afirmou.

O chefe da Divisão Econômica da CNC chamou atenção para a urgência na solução das questões discutidas, afirmando que no

momento de crise econômica, todo o mun-do tem sofrido com o crédito difícil e a alto custo. Ele classificou a demora dos bancos no repasse dos valores das vendas para os comerciantes como uma das questões de maior importância. “É necessário encur-tar rapidamente o prazo para o repasse dos valores das vendas aos lojistas, feito hoje pelas empresas de cartões em cerca de 30 dias, para apenas dois.

Em benefício dos consumidores, ele cobrou, ainda, que as administradoras di-vulguem com antecipação os aumentos das taxas de juros aplicadas sobre operações financiadas pelo crédito rotativo. “O setor tem urgência na solução dessa questão, sem ter que esperar pela aprovação do marco regulatório que o governo vai propor para esta área”, concluiu. O Banco Central pre-tende apresentar um relatório que servirá de base para projeto de regulamentação do setor no segundo semestre de 2009.

Também estavam presentes à audiência pública na CAE, Marcelo Ramos, repre-sentante do Ministério da Fazenda; José Antônio Marciano, representante do Ban-co Central; Ivo Luiz e Marcelo de Araú-jo, diretores da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (ABECS). A audiência foi presidida pelo senador Garibaldi Alves Filho, presidente da CAE.

CNC defende normas para cartões de crédito Em audiência pública propõe a redução do prazo para o repasse dos valores aos lojistas, bem como preço diferenciado entre as vendas à vista e as que são feitas com cartões de crédito.

CNC NotíciasJulho 2009 n°11342

EM FOCO

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Senadora Ideli Salvatti (PT-SC) defende

mudanças no mercado de cartões

Hoje os comerciantes são obrigados a trabalhar com vá-rias máquinas de cartão de crédito e débito (POS’s) porque cada bandeira opera individual-mente. Quais seriam os benefí-cios para o comerciante se hou-ver o compartilhamento?

Senadora Ideli Salvatti – O compartilhamento reduziria o custo de operação para o lo-jista, já que hoje o comerciante gasta tanto com as operadoras de cartão, quanto com impostos ou salários de funcionários. A tecnologia já permite fazer esse compartilhamento. Essa é uma das questões que julgamos pon-tuais e estamos cobrando essa modificação com urgência. Ou será feita por acordo, com nego-ciação ou será por proibição. É um absurdo precisarmos de lei para isso, mas, se for o caso, va-mos aprovar uma rapidamente.

Ivo Vietas, diretor da ABECS (Associação Brasileira das Em-presas de Cartões de Crédito e Serviço), salientou que as taxas cobradas são diferenciadas por meio do segmento econômico da empresa, e não pelo tamanho do empreendimento. Qual sua opi-nião sobre esse critério?

Senadora Ideli Salvatti – Essa é mais uma questão sem lógica. Temos uma Lei que dife-rencia micro e pequena empresa, permitindo cálculo diferenciado de alíquotas tributárias. A Lei Complementar 123/2006 foi instituída justamente com o ob-

jetivo de estabelecer tratamento diferenciado e favorecido às mi-cro e pequenas empresas, para dar melhores condições a elas. Não é lógico que se aplique ao contrário na questão do cartão de crédito.

A senhora se disse preocupa-da com a questão da indústria de cartões não ser submetida a nenhuma instituição, nenhuma regulamentação, não tendo nor-mas nem parâmetros. Acredita que isso pode ser o motivo das altas taxas aplicadas aos clien-tes, sem critério para alteração de valores, nem informação prévia aos consumidores?

Senadora Ideli Salvatti – Essa é uma situação absurda. Tudo se torna possível já que o setor não está submetido a qualquer fiscalização. Mas, so-bre essa questão, acho melhor aguardarmos o Projeto de Lei do Executivo para regulamentação da Indústria de Cartões de Paga-mento, que está sendo elaborado pelo Banco Central do Brasil, Secretaria de Direito Econômi-co do Ministério da Justiça e Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fa-zenda, e deve ser apresentado no segundo semestre. A partir daí poderemos fazer uma discussão mais aprofundada.

Sobre o Código de Defesa do Consumidor, acha viável que ele seja alterado quanto ao disposi-

tivo que impede a diferenciação de preços e, por isso, acaba por impedir que o consumidor que paga à vista pague menos do que aquele que opta pelo pagamento a prazo

Senadora Ideli Salvatti – Essa é a nossa segunda questão pontual. Nesse caso teremos que fazer por lei e já estamos traba-lhando. O Senado já tinha apro-vado um projeto que foi arqui-vado na Câmara, por conta de interesses econômico. A indústria de cartões movimenta R$ 400 bi-lhões ao ano, tem grande poder de pressão. Depois disso, então, apresentamos a Emenda na MP de número 460/ 2009 para alterar o Código do Consumidor e permi-tir preços diferenciados na venda à vista. O Código do Consumidor proibiu essa diferenciação para proteger o consumidor, mas não é isso que acontece, porque impede que ele pague menos, mesmo se pagar a vista.

O que a senhora acha do au-mento das taxas de juros aplica-das sobre operações (financiadas pelo crédito rotativo) sem que as administradoras divulguem aos clientes os aumentos com ante-cipação?

Senadora Ideli Salvatti – Classifico essa como a terceira questão pontual. É inadmissível que se altere contrato em vigor. Precisamos reverter essas ações antes mesmo da regulamentação do setor de cartões.

I d e l i S a l v a t t i

43CNC NotíciasJulho 2009 n°113

ENTREVISTA

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Ao que tudo indica, a crise econô-mica mundial chegou ao fundo do poço, o que significa o fim do

agravamento, mas não necessariamente o início do processo de recuperação. Segun-do avaliação da Revista “Economist”, a liquidez bancária melhorou ligeiramente, mas está longe da normalização. Por outro lado, a indústria automobilística continua com o “freio de mão puxado” e está man-tendo em recessão a indústria siderúrgica mundial. Esses fatos negativos contradi-zem o otimismo que vem das Bolsas de Valores: até o primeiro semestre deste ano, a Bolsa da China valorizou 60%, a da Rús-sia 52%, a Dow Jones dos Estados Unidos 42% e a do Brasil 57%. No mínimo, há um enorme descolamento entre as Bolsas de Valores e a economia real.

Em nossa opinião, as chances de uma recuperação global são boas, e melhores ainda no Brasil. Simplificadamente, pode-mos avaliar que a recuperação da econo-mia brasileira, a partir de 2010, vai depen-der de três fatores: 1) da continuidade de crescimento da Chi-

na, atualmente sustentado pelo Plano de US$ 586 bilhões em investimentos da infraestrutura no interior do país.

2) da administração do déficit fiscal e mo-netário pelos Estados Unidos e países da União Européia, a mais séria de to-das as dificuldades atuais; e

3) no Brasil, do ritmo de implantação do PAC (leia-se Petro-Sal).Em todas as avaliações, há um consen-

so: o Brasil foi um dos países menos atin-gidos pela crise e será um dos primeiros a sair dela.

O Brasil e a Crise

A crise mundial alcançou em cheio a economia brasileira, a partir do 4º tri-mestre de 2008, o que não impediu que o PIB nacional ainda crescesse 5,1% no ano passado.

A queda nas atividades econômicas fi-cou circunscrita ao agronegócio, à mine-ração, aos combustíveis (petróleo, gás e etanol), celulose e papel e alguns poucos outros, cuja demanda foi substancialmente afetada pela queda nas exportações, princi-palmente para a China. Assim, quando se pergunta quanto tempo vai levar a reces-são, a resposta é de ser dada pela demanda externa: quando ela voltar a crescer, aí co-meça a retomada do crescimento.

A evolução da crise mundial

CNC NotíciasJulho 2009 n°11344

EM FOCO

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As chances de uma recuperação global são boas, e melhores ainda no Brasil

Ernane GalvêasConsultor Econômico da CNC

Os demais setores estão sendo manti-dos em crescimento, como se deduz pela expansão do comércio varejista e consu-mo de serviços, de um modo geral, im-pulsionados pela expansão do crédito (+25% ao ano), anticíclica desoneração fiscal, melhora do salário real e aumento do emprego em setores específicos.

A CNI revisou sua projeção do resul-tado do PIB para 2009 que era de 0%, para menos 0,4%. A projeção para o PIB industrial é de retração de 3,5%, com expansão de 2,1% na agropecuária e um crescimento de serviços de 2%. Já para o consumo das famílias, a CNI está mais otimista e projeta um crescimento de 0,7%. Apesar de ter perdido o ritmo de crescimento nos últimos meses, a massa salarial ainda continua em expansão. Já para o consumo do governo, a entidade manteve a estimativa de crescimento de 3% neste ano.

As exportações devem recuar 10% e as importações 12% com o que a previ-são de superávit da balança comercial em 2009 é de US$ 21,5 bilhões.

Para a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), a CNI projeta queda de 9% no ano.

A Saga do Dólar

Colocado os Estados Unidos no epi-centro da atual recessão econômica, não poderia o dólar sair ileso da crise, mui-to embora a inflação americana tenha se mantido em nível relativamente baixo, em comparação com os demais países industrializados. Nos países emergentes, a inflação é maior do que a americana, certamente porque estão sendo beneficia-das pela elevação dos preços do petróleo (países árabes) e das matérias primas e alimentos (como é o caso do Brasil), o que subverte, do ponto de vista da taxa de câmbio, a teoria da paridade do poder de compra de Cassel.

A desvalorização do dólar transpare-ce em vários indicadores. Por exemplo, a paridade US$/Euro que era de 1,35 em 5/janeiro, subiu a 1,42 em 5/junho e 30/junho; a cotação do ouro estava em US$ 842 a libra peso, em 5/janeiro, chegou a US$ 981 em 5/junho e US$ 940, 7, em 30/junho; em relação ao petróleo, o preço do barril variou de US$ 48,8/b em 5/janeiro, caiu a US$ 33,98 em 12/fevereiro e subiu a US$ 69,3 em 30/junho; a paridade com o real de R$ 2,25/US$ em 5/janeiro, subiu a R$ 2,44 em 2/março e fechou o mês de junho em R$ 1,96/US$.

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EM FOCO

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A 98ª Conferência Internacional do Trabalho, que contou com a parti-cipação da CNC, em Genebra, na

Suíça, teve como um de seus resultados a declaração conjunta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do diretor geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Juan Somavia, sobre a Agenda Na-cional do Trabalho Decente. Redigida no sentido de estabelecer metas de programa de trabalho decente no Brasil, por meio do diálogo social, a declaração tem por es-copo a construção de pacto mundial pelo emprego, como forma de enfrentamento à

crise econômica internacional, tema que predominou na Conferência, realizada no mês de junho.

Representaram a CNC na conferên-cia o vice-presidente Financeiro, Luiz Gil Siuffo Pereira, os diretores Antonio Airton Oliveira Dias, Jerfferson Simões, Laércio José de Oliveira e Pedro Jamil Nadaf, e a consultora-adjunta da Presi-dência, Patrícia Duque. Também integra-ram a delegação brasileira os deputados Nelson Marquezelli (PTB-SP), Albano Franco (PSDB-SE) e Simão Sessim (PP-RJ). Na avaliação dos participantes, ficou

Brasil estabelece marco para a promoção do

trabalho decenteDeclaração assinada pelo Presidente Lula na Conferência da

OIT vai orientar as políticas do setor, no momento em que a criação de empregos ganha prioridade no mundo

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estabelecido um marco de cooperação para o desenvolvimento do Plano Nacional de Trabalho no Brasil, mediante amplo pro-cesso de consulta e diálogo social, de for-ma tripartite, a ser submetido ao Comitê Executivo Interministerial. Integra tam-bém o acordo, como anexo, uma declara-ção da delegação brasileira, na qual as or-ganizações sindicais patronais (CNC, CNI e CNT), as organizações de trabalhadores (CUT, FS, UGT, NCST, CGTB e CTB) e o Ministro de Estado do Trabalho e Empre-go, Carlos Lupi, manifestam-se pela con-tinuidade do diálogo em torno da imple-mentação do Plano Nacional de Trabalho Decente no Brasil.

A prioridade definida neste documento anexo foi direcionar investimentos públi-cos e privados, estímulos fiscais e finan-ceiros a setores estratégicos, intensivos em mão de obra, para a geração de emprego e a promoção do desenvolvimento sus-tentável. O foco principal deverão ser as empresas sustentáveis, empreendimentos para melhoria e conservação da qualida-de ambiental, micro e pequenas empresas, cooperativas e empreendimentos de eco-nomia solidária e a agricultura familiar.

O grande tema de discussão desta 98ª Conferência Internacional do Trabalho da OIT, a crise econômica, motivou a partici-pação e a reação de todos os participantes. “O efeito da crise está preocupando auto-

ridades em todo o mundo”, afirmou Pedro Nadaf, 3º diretor-secretário da CNC e pre-sidente da Fecomércio do Mato Grosso. De acordo com Nadaf, neste período re-cessivo, além da falta de oportunidades de emprego, há um grande risco de aumento da pobreza entre os trabalhadores. Prova é que, no relatório de Tendências Mundiais de Emprego, da OIT, de maio deste ano, a organização aumentou as suas projeções sobre o desemprego. “Um dos pontos que me chamaram a atenção foi que a crise está golpeando de maneira dura os jovens. Há previsão de que a taxa de desemprego nesta faixa etária aumente cerca de 12,2% para 15,1% em 2009”, disse o representan-te da CNC.

O diretor geral da OIT, Juan Somavia, afirmou que a crise de emprego e da pro-

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OIT fará Recomendação sobre o Mundo do Trabalho e a AIDS

Uma dos temas da 98ª Conferência da Organização Internacional do Trabalho (OIT), realizada em Genebra, em junho deste ano, tratou da relação entre o mun-

do do trabalho e a AIDS. A principal conclusão da comissão encarregada foi a necessidade de adotar uma norma internacional de trabalho, na forma de

uma recomendação, que sirva como marco para as ações relativas ao tema. O texto da Recomendação da OIT sobre HIV/AIDS e

o Mundo do Trabalho será discutido e aprovado na próxima conferência em 2010.

teção social provocada pela queda na ati-vidade econômica poderá durar entre seis e oito anos. Juan enfatiza que diante deste panorama há uma série de desafios a se-rem enfrentados. Dentre eles, o aumento do desemprego, o incremento da pobreza e as dificuldades das empresas. A consulto-ra-adjunta da Presidência, Patrícia Duque, concorda, chamando a atenção para as respostas geradas na Conferência. “Hou-ve uma valorização do social de forma responsável e sustentável, dentro de um novo cenário mundial”, observou. É nes-te contexto, explica Patrícia, que o Pacto Mundial pelo Emprego 2009 busca orien-tar políticas nacionais e internacionais. “O objetivo é estimular a recuperação econô-mica, através da criação e manutenção de empresas sustentáveis, e gerar empregos,

protegendo os trabalhadores num cenário de crise que aumenta o desemprego e a po-breza, propiciando o colapso de numerosas empresas”, disse Patrícia Duque.

No receituário de combate à crise, a OIT se baseou nas políticas de promoção do emprego de qualidade para homens e mulheres; de proteção social; no respeito aos princípios e direitos fundamentais do trabalho; no diálogo social; na necessidade de trazer a geração de emprego produtivo e trabalho decente para o centro das polí-ticas econômicas e estratégias de enfren-tamento da crise; e na adoção de políticas anti-cíclicas para assegurar a manutenção dos investimentos, o fluxo de crédito e a ampliação dos estímulos fiscais direciona-dos para atividades produtivas e empresas sustentáveis.

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A XLIV Reunião Plenária do Foro Consultivo Econômico-Social (FCES) do Mercosul foi reali-

zada nos dias 23 e 24 de junho passado, na Câmara de Importadores do Paraguai (CIP), em Assunção, Paraguai. Estiveram presentes representantes das quatro Se-ções Nacionais do FCES do bloco, Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Na oca-sião, foi apresentado o novo Coordenador Empresarial da Seção Brasileira do FCES, e Representante da CNC na Seção Brasi-leira do FCES, Darci Piana, Presidente da Fecomércio Paraná.

De acordo com relato dos assessores econômicos da CNC, Jayme Quintas Pe-rez e Isys Janote Ferreira, o Foro Consul-tivo Econômico Social, antes de dar início à Reunião Plenária, fez uma solenidade, representada por 1 (um) minuto de silêncio, em memória do ex-Coordenador Empresa-rial da Seção Brasileira e Representante da CNC no FCES, Antônio Edmundo Pacheco, ex-Presidente da Fecomércio Santa Catari-na, falecido no dia 02 de fevereiro de 2009.

O representante paraguaio do Parla-mento do Mercosul (Parlasul) Alfonso Gonzáles Núñez fez exposição sobre a cri-se econômica internacional e seus impactos sobre o processo de integração no bloco. O parlamentar informou que o Parlasul tem intenção de ampliar o vínculo de trabalho e cooperação com o FCES, através da rea-lização de reunião conjunta, a qual ocorre-rá nos próximos dias 27 e 28 de junho. Na ocasião, O Parlamento ouvirá sugestões e propostas para expandir a integração regio-nal, além de serem definidos temas comuns e agenda de trabalho conjunta.

O Parlasul está trabalhando para criar as normativas de funcionamento de um Tri-bunal Judicial Supranacional, espécie de corte, como exemplo da União Européia (UE). Os quatro Estados-parte do Merco-sul estarão submetidos ao Tribunal, o qual, entre outros avanços, contribuirá para a harmonização do processo de integração (conforme estabelecido no artigo I, do pro-tocolo de Assunção – “Livre Circulação de Bens, Serviços e Fatores de Produção”), como também para gerar confiabilidade ao Mercosul, de cujo produto interno bruto re-presenta, hoje, apenas 6% do PIB mundial, aproximadamente.

Espera-se, além disso, eliminar, pau-latinamente, as travas ao comércio, tanto tarifárias, quanto não-tarifárias. O repre-sentante da CNC, Darci Piana, defendeu a importância da presença permanente do FCES nos encontros de trabalho do Parla-sul, como também do caráter pró-ativo do Foro para, entre outras coisas, a agenda de trabalho funcionar, na prática.

Quanto à temática da crise econômica mundial e seus impactos para o Mercosul, Darci Piana apresentou dados recentes da economia brasileira e as iniciativas anticí-clicas promovidas pelo governo para com-bater os efeitos da crise. Salientou, ainda, a necessidade do fortalecimento do comércio intrazona, da eliminação de medidas prote-cionistas, do direcionamento de recursos para ampliar o crédito nos Estados-mem-bros e de iniciativas para a manutenção do emprego e do mercado consumidor na re-gião.

Darci Piana inicia trabalho no

Mercosul

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No dia 23 de junho, o Comércio e a Indústria foram convidados a participar de audiência pública na Comissão de Desenvolvimen-

to Econômico, Indústria e Comércio para debater a saúde odontológica do trabalhador, com base no Projeto de Lei 422/2007, que visa o cumprimento do empregador, dar assistência a saúde odontoló-gica, como extensão às ações da saúde geral. O de-bate foi proposto pelo relator da matéria, deputado José Guimarães (PT-CE).

As Confederações Nacionais da Indústria e do Comércio, por meio de seus representantes, não aprovaram o projeto apresentado, advertindo que a proposta de tornar obrigatória a oferta de serviços especializados em odontologia, para todos os tra-balhadores, pode prejudicar o equilíbrio financei-ro das empresas, pois representará uma sobrecarga para os empresários.

Alain Alpin, advogado da Confederação Na-cional do Comércio, de Bens, Serviços e Turismo (CNC), disse que o projeto representará uma so-brecarga para os empresários. Ele argumenta que a obrigatoriedade do serviço odontológico é inade-quada, pois o atendimento é um tipo de proteção específica.

Alain lembrou que o comércio, por meio do SESC, já cumpre, há 50 anos, essas atividades. São

229 clínicas fixas e móveis espalhadas pelo Brasil, congregando 1,9 mil profissionais, como cirurgi-ões-dentistas, técnicos em higiene dental e auxilia-res de consultório, para realizar anualmente cerca de 2,5 milhões de atendimentos, em todo o país. “Com a aprovação deste PL, estaríamos duplamen-te punindo o empregador do Comércio, que já vem cumprindo com essas atividades”, explicou Alain. “Não é correto passar para o empregador responsa-bilidades que são dever do Estado, e, assim, o one-rar ainda mais, o que colocaria em risco o emprego do próprio trabalhador”, finalizou o representante da CNC.

O advogado José Augusto Seabra, da Confede-ração Nacional da Indústria (CNI), afirmou que o impacto da aprovação do projeto nas empresas será significativo e que é necessário analisar a matéria sob o aspecto econômico.

A Comissão levou também para o debate, repre-sentantes de odontólogos, como Arsênio Sales Pe-res, doutor em odontologia preventiva e social; Ai-ton Diogo Rodrigues, vice-presidente do Conselho Federal de Odontologia do Mato Grosso; Ronaldo Radicchi, consultor em Odontologia do Trabalho; Luiz Eugênio Mazzilli, professor da Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Odontologia e Ma-ria Cristina da Rocha Lima, presidente da Associa-ção Brasileira de Odontologia do Trabalho.

CNC desaprova serviço ondotológico obrigatório

Sistema Comércio já presta serviços de odontologia. As ações na área de odontologia no SESC procuram preve-nir e evitar problemas de saúde, anulando os argumentos dos odontólogos de que odontologia do trabalho não é assistência, mas prevenção.

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Representantes da Con-federação Nacional do Comércio de Bens, Ser-

viços e Turismo (CNC) e das federações da indústria de São Paulo (Fiesp) e do Rio de Janei-ro (Firjan), esta última também representando a Confederação Nacional da Indústria (CNI), sugeriram ao relator e deputa-do Sandro Mabel (PR-GO) e ao Secretário Extraordinário de Reformas Econômico-Fiscais do Ministério da Fazenda, Bernardo Appy, alterações no texto da re-forma tributária.

As sugestões foram apresen-tadas em audiência pública da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio (CDEIC) no dia 24 de junho para debater a Reforma Tributária. A PEC 31/2007 tem como objetivo alterar o Sistema Tributário Na-cional, unificar a legislação do Imposto Sobre Operações Relati-vas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Inter-municipal-ICMS, dentre outros.

Roberto Nogueira Ferreira, representando a CNC, Carlos Mariani Bittencourt, pela Firjan e a CNI, e Rodolpho Tourinho, em nome da FIESP disseram

que o modelo apresentado não é suficiente para manter os inves-timentos e o desenvolvimento das atividades nas empresas, e se mostraram temerosos que o comércio e a indústria sejam pre-judicados pela reforma que está sendo discutida no Congresso.

A principal preocupação da indústria é com a demora da tran-sição para o novo modelo tributá-rio, que se completaria apenas em 2021. Para o vice-presidente do Sistema Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, Carlos Maria-ni Bittencourt, o mundo pós-crise deve assistir ao avanço de países do G-20, mais estruturados que o Brasil, nos mercados hoje domi-nados por empresas brasileiras.

As empresas nacionais, se-gundo Bittencourt, podem não conseguir defender suas posições sequer no mercado interno, por causa dos embaraços provocados pela alta carga tributária, inclusi-ve sobre investimentos e salários - situação que a reforma deve re-solver apenas em longo prazo.

O consultor Roberto Noguei-ra, representante da CNC afirmou que a proposta não gera bases reais para competitividade. “O modelo apresentado não dá con-dições de competitividade porque está baseado em previsões, apesar

PEC da Reforma Tributária

não satisfaz Comércio

O Ministério da Fazenda e o relator do projeto dizem que o principal objetivo da Reforma não é reduzir a carga tributária, condição funda-mental para a competitividade, mas corrigir distorções que prejudi-cam o crescimento e a justiça social.

de não se saber o que vai ocorrer em 2021.” Para ele, o foco da reforma deveria ser a competiti-vidade, aproximando o sistema tributário brasileiro ao que é pra-ticado pelos nossos concorrentes externos. Segundo ele, o texto em debate nos afasta ainda mais do modelo tributário da maioria dos países e o IVA-F proposto começa falhando ao não incorporar o IPI, o mais antigo imposto federal so-bre o valor agregado.

Nogueira fez algumas per-guntas que ficaram sem respos-ta, como: Qual será o tamanho do IVA-F? Qual é a sua base de cálculo? Qual será sua alíquota? Como será a sistemática de apu-ração do imposto: base versus base ou imposto versus imposto? Como o crédito será reconhecido: pelo método do crédito físico ou crédito financeiro? Haverá uma “lista negra” de insumos que não gerarão crédito?

O coordenador do Comitê An-ticrise da Fiesp, Rodolpho Tou-rinho, afirmou que a entidade só vai apoiar a reforma se houver garantias reais de redução da car-ga tributária. Isso, segundo ele, não está suficientemente claro no texto: “Não podemos mais admi-tir a cobrança de imposto sobre imposto”, disse, em referência ao cálculo.

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Em defesa da integração do Turismo no Comércio

Representantes do Sistema Comércio se reuniram dia 6 de julho na sede da CNC, em Brasília, para discutir a defesa da integração do turismo no Sistema Comércio.

Na manhã do dia 7 de julho, os presiden-tes de dezesseis federações do comércio de todo o país, diretores do Sesc e Senac

Nacionais e membros da CNC compareceram à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Se-nado, onde está tramitando o Projeto de Lei 174/ 2009, que propõe a criação do Sestur/ Senatur, a fim de defender o trabalho realizado há mais de 60 anos pelo Serviço Social do Comércio (SESC) e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC) na área do Turismo.

O vice-presidente da CNC, Luiz Gil Siuffo, pe-diu a presença dos representantes do setor na reu-nião, com o objetivo de mostrar aos parlamentares que o setor não tem como bandeira somente a defe-sa dos interesses empresariais, mas também prima por contribuir para o bem-estar e a valorização dos trabalhadores do comércio de bens, serviços e tu-rismo. Trabalho que vem sendo feito pelo SESC e SENAC, peças fundamentais no trabalho de forta-lecimento e modernização do setor turístico nacio-nal, desenvolvido ao longo de sua existência.

Durante a reunião deliberativa da CAE, o sena-dor Eduardo Suplicy (PT-SP) enfatizou a importân-cia da realização de audiência pública para que os senadores possam conhecer o trabalho desenvol-vido pelo Sistema CNC/SESC/SENAC, conforme Requerimento 40/2009-CAE, de autoria dos Se-nadores Adelmir Santana (DEM-DF) e Francisco Dornelles (PP-RJ).

O Senador Adelmir Santana, vice-presidente da CNC e presidente da Fecomércio-DF, fez um pe-dido ao presidente da comissão, senador Garibaldi Alves Filho, para que, antes de votada a matéria, seja agendada a audiência pública, a fim de que seja

esclarecido aos senadores como é conduzido o tu-rismo pelo Sistema Comércio, a sua estrutura, os trabalhos realizados e resultados obtidos ao longo das últimas seis décadas.

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) concordou com Adelmir, dizendo que as partes têm o direito de serem ouvidas, para que se tomem decisões cor-retas. Outro senador que defendeu o trabalho das entidades foi Romero Jucá (PMDB-RR). Ele decla-rou conhecer o trabalho do SESC e SENAC no seu estado e defendeu a rejeição do projeto, dizendo que não deixará que um Sistema reconhecido em todo o Brasil seja extinto.

Os senadores presentes, Marcelo Crivella (PRB-RJ), Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), Efraim Morais (DEM-PB) e Expedito Júnior (PR-RO), concordaram com o pronunciamento do Senador Adelmir Santana.

Os Senadores Leomar Quintanilha (PMDB-TO) e César Borges (PR-BA) pediram pressa para a realização da referida audiência, com interesse de brevemente realizar a votação do PLS 174/2009 na comissão. Ao encerrar a reunião, o presidente da CAE, senador Garilbadi, acatou as sugestões dos senadores presentes e declarou que a audiência pú-blica, prevista no Requerimento 40/2009, será rea-lizada em agosto.

Depois de ser votado na CAE, o projeto ainda precisa ser apreciado na Comissão de Desenvolvi-mento Regional e Turismo (CDR) e na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), nesta com poder termi-nativo. Entretanto, existe a possibilidade de recurso para que a proposição seja apreciada pelo Plenário do Senado, antes de seguir à Câmara.

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Profissionais de comunicação e marketing da CNC, das federações e dos departamentos nacionais de SESC e Senac reuniram-se, no

dia 19 de junho, no Rio de Janeiro, no I Encontro de Assessores de Comunicação do Sistema Comércio de Bens, Serviços e Turismo – 1ª Fase. Realizado pela Assessoria de Comunicação (Ascom) da CNC em parceria com Sesc e Senac Nacionais, o encon-tro, aberto pela chefe de gabinete da CNC, Lenoura Schmidt, teve a adesão maciça das federações fi-liadas.

Em um dia de trabalho foram discutidas formas de valorizar a imagem do Sistema Comércio. No início do encontro, cada profissional fez uma rá-pida exposição sobre o trabalho desenvolvido em sua federação e os produtos e serviços oferecidos. A chefe da Ascom/CNC, Cristina Calmon, desta-cou os objetivos do encontro, apresentou a estrutu-ra da assessoria e os produtos desenvolvidos, além de estimular a discussão em torno de um plano de trabalho integrado.

Na parte da tarde, o gerente do Centro de Co-municação Corporativa do Senac Nacional, Jacinto Corrêa, e a gerente da Assessoria de Divulgação e Promoção do Sesc Nacio-nal, Christiane Caetano, falaram, respectivamente, sobre a rede de Marketing e Comunicação do Senac e o jornal Sesc Brasil, fer-ramentas utilizadas para promover a integração entre os departamentos nacionais e os regionais das duas instituições.

O vice-presidente administrativo da CNC, Flávio Sabbadini, destacou o papel “fundamental” da co-municação para o cumprimento de direcionamentos estratégicos: “Há sete anos, nosso presidente trouxe para uma reunião de diretoria a adoção da palavra sistema. Cabe a vocês, profissionais de comunica-ção, difundir permanentemente essa visão que faz parte do Planejamento Estratégico 2007/2020 desta casa”.

No encerramento do encontro, o presidente da CNC, Antonio Oliveira Santos, ratificou a neces-sidade de trabalhar de forma sistêmica. “Precisa-mos adotar uma linguagem comum, única, mas respeitando as particularidades de cada região e de seus interlocutores. Cabe a vocês, comunica-dores, transmitir à sociedade o que nós somos, como trabalhamos e porque trabalhamos”, afir-mou.

Em agosto, durante três dias, os assessores de Comunicação do Sistema Comércio discutirão os principais pontos a serem trabalhados, a fim de construir um planejamento integrado de trabalho para 2010.

Comunicação do Sistema Comércio em debate

Estratégias de comunicação e o desenvolvimento de ações integra-das foram o tema de encontro inédito, realizado no Rio de Janeiro.

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F G T S

O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, criado pela Lei nº 5.107, de 13 de setembro de

1966, vigente a partir de 01 de janeiro de 1967, atualmente regido pela Lei 8.036, de 11 de maio de 1990, é gerido e adminis-trado por um Conselho Curador. Formado por depósitos mensais, efetuados pelas empresas em nome de seus empregados, em valor equivalente a 8% das remune-rações que lhes são pagas ou devidas. Quando se trata de contrato temporário de trabalho com prazo determinado, o percentual é 2%. A contribuição ao FGTS não é descontada do trabalhador, ou seja, é obrigação imposta ao empregador. Todo trabalhador brasileiro com contrato de trabalho formal, regido pela CLT e, tam-bém, trabalhadores rurais, temporários, avulsos, safreiros e atletas profissionais têm direito ao FGTS. O diretor não-em-pregado e o empregado doméstico podem ser incluídos no sistema FGTS, a critério do empregador.

O Conselho Curador do Fundo é um colegiado tripartite não paritário, com-posto por entidades representativas dos trabalhadores, dos empregadores e repre-sentantes do Governo Federal. O Decre-to 6.827 de 2009 aumentou o número de Conselheiros do FGTS de 16 para 24. A

nova composição ampliou participação dos representantes da Sociedade Civil (representantes dos trabalhadores e em-pregadores, de 8 para 12) e do Governo (8 para 12).

Ao contrário do CODEFAT, a presi-dência do Conselho Curador do Fundo de Garantia do tempo de Serviço é exercida permanentemente pelo Ministro do Traba-lho. O Ministro das Cidades é o Vice-Pre-sidente. Também fazem parte do Conselho, representantes da Casa Civil, da Secretaria Geral da Previdência Social, e dos seguintes Ministérios: Desenvolvimento da Indústria e Comércio Exterior, Fazenda, Planejamen-to, Saúde, Transportes, além de represen-tantes da Caixa Econômica Federal e Banco Central do Brasil. Seis Centrais Sindicais têm assento no Conselho Curador. E igual número de Confederações Patronais, dentre as quais a CNC, tem assento no Conselho.

O Ministro das Cidades, Vice-Presidente do CCFGTS, é o gestor das aplicações dos recursos do FGTS em habitação popular, saneamento ambiental e infra-estrutura. O Ministério das Cidades elabora os orçamen-tos anuais e planos plurianuais de aplicação dos recursos e acompanha as metas físicas. O Agente Financeiro operador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço é a Caixa Econômica Federal.

A representação da CNC

Conselho Curador do FGTS

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O que é. O que faz. A relevância da participação empresarial

Criado para proteger o trabalhador de-mitido sem justa causa, o FGTS é constitu-ído de contas vinculadas, abertas em nome de cada trabalhador, quando o empregador efetua o primeiro depósito. Com o FGTS, o trabalhador tem a oportunidade de for-mar um patrimônio, que pode ser sacado em momentos especiais, como o da aqui-sição da casa própria ou da aposentadoria e em situações de dificuldades, que podem ocorrer com a demissão sem justa causa ou em caso de algumas doenças graves.

O trabalhador pode utilizar os recur-sos do FGTS para: Aquisição de unidade habitacional nova. Construção de unidade habitacional. Aquisição de unidade habi-tacional usada. Conclusão, ampliação ou melhoria de unidade habitacional. Aquisi-ção de material de construção. Aquisição de lote urbanizado.

A partir de 2008, o Fundo de Investi-mento FGTS - FI-FGTS ampliou a atua-ção do Fundo, ao direcionar recursos para outros segmentos da infra-estrutura, como a construção, a reforma, a ampliação ou a implantação de empreendimentos de infra-estrutura em rodovias, portos, hidrovias, ferrovias, obras de energia e de saneamen-to. Pelas regras atuais devem ser observa-dos os seguintes percentuais de destinação:

Habitação Popular (60%), Saneamento Bá-sico (30%) e Operações Especiais (10%).

Moradia, obras de saneamento e infra-estrutura, gerando melhorias na qualidade de vida, ao proporcionar água de qualida-de, coleta e tratamento do esgoto sanitário e as aplicações possíveis pelo Fundo de Investimento, acima, fazem do Conselho Gestor do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço um dos mais importantes colegia-dos públicos. Essa característica amplia a responsabilidade dos Conselheiros públi-cos e privados e dá à CNC, por meio de seus representantes, oportunidade de in-fluir na formulação desses programas de financiamento, além da prerrogativa de fiscalizá-los.

Em 2008, os saques do FGTS atingiram R$ 42,68 bilhões, recursos que ajudaram a movimentar a economia. Foram cerca de 29 milhões de liberações de saque, das quais perto de 80% em razão de demissão sem justa causa, uso em moradia (aquisi-ção, etc.) e aposentadoria. O ativo do Fun-do, em 31 de dezembro de 2008, segundo a CEF é da ordem de R$ 217,4 bilhões.

A representação da CNC, atualmente, cabe a Celso Petrucci (Secovi-SP) e Cláu-dio Conz (Sincomaco-SP).

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CBCSI apresenta Curso a Distância e novo Portal Imobiliário

Em mais uma reunião, a câmara debateu as principais proposi-ções legislativas de interesse do setor e apresentou a seus mem-

bros curso de capacitação a distância aplicado a condomínio. Outra novidade é a criação do Portal Imobiliário dos Secovis.

A Câmara Brasileira de Comércio e Serviços Imobiliários (CBSI) da CNC realizou na sede da

Confederação, em Brasília, no dia 16 de junho, sua segunda reunião plenária de 2009, para discutir assuntos de interesse do setor imobiliário.

Dentre as pautas mais discutidas estão os Projetos de Lei que fazem referência aos serviços imobiliários, como o Proje-to de Lei dos Corretores de Imóveis (PL 1872/07); e os Projetos referentes às ativi-dades condominiais, a exemplo, o Projeto sobre Rateio das Contas (611/03), mais dois sobre Segurança (3279/08 e 4305/04) e outro sobre a Possibilidade dos Condo-mínios se constituírem como Pessoa Jurí-dica (4816-09).

Segundo o coordenador da CBCSI, Pe-dro Wähmann, o Projeto 4816 – um dos mais complexos -, veio, pela definição do seu autor, tentar regularizar o que ele chama de pessoa jurídica de fato, e não de direito, dos condomínios, com relação às situações de crédito, situações de responsabilidade e

entre outros. “Ele parte para um viés que, a nosso ver, talvez não seja correto. Seria o registro desses condomínios no cartório de pessoa jurídica”, explicou.

Wähmann explicou o porquê do alto nú-mero de proposições legislativas em torno de condomínios e suas atividades. “Cada vez mais, os condomínios estão na vitrine. São 200 mil condomínios. Imaginem um milhão de empregados, só de empregos diretos! Vemos, em cada estado, que os condomínios, cada vez mais são alvos, são tomadores de serviços, são tomadores de mão-de-obra. Na medida em que o nosso trabalho prospera, nós vamos ser cada vez mais solicitados”.

Para tantas discussões a câmara se orga-nizou criando sete Coordenações, denomi-nadas Coordenações das Áreas de Traba-lho, cada uma sob responsabilidade de um de seus membros, a saber: Coordenação de Comercialização de Imóveis; Política; do Programa de Arrendamento Residencial; de Incorporações; de Condomínios; de De-senvolvimento Urbano e de Locação.

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Parceria com os Secovis para curso por educação a distância

O Secovi-Rio – Sindicato da Habitação -, levou uma proposta de parceria com os Secovis, para divul-gar o EAD - Direito Civil Aplicado ao Condomínio.

Segundo Mônica Rocha, representante do Secovi – Rio, o diferencial no curso é que ele é totalmen-te a distância e não há nenhum módulo presencial, o que facilita divulgá-lo em todo o Brasil. “EAD é educação moderna, porque não fica restrito ao grupo que está assistindo; por mais que se repita mil vezes o mesmo curso, qualquer curso feito pela Internet tem o poder de atingir várias pessoas ao mesmo tempo”, explicou.

Aquele que quiser fazer a adesão, deve entrar em contato com o Centro de Capacitação, que vai ter as melhores informações sobre esse convênio.

Portal Imobiliário dos Secovis

Os Sindicatos do mercado imobiliários estão se organizado para a criação de uma ampla rede de imóveis, para expor unidades ofertadas de venda e locação, em todo o Brasil.

O Portal disponibilizará o sistema de divulgação, geração de estatísticas e suporte tecnológico aos Seco-vis que não tenham portal próprio. O funcionamento se dará da seguinte forma: As imobiliárias, associadas, enviam os dados para o Secovi do seu estado, que continua indepen-dente e com sistema de gestão próprio. Este Se-covi gera e transmite os dados para o portal, que tratará e centralizará as informações.

O Portal Secovi foi criado pelo Secovi-MG. Ele é chamado de Pri-meira Vista e tem por objetivo remeter o clien-te para imobiliária que cadastrou o imóvel, as-sociada à CMI/Secovi.

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INSTITUCIONAL

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No dia 26 de junho, no SESC Praia Formosa, a Federação do Comércio do Espírito Santo reuniu seus sindicatos, aderidos ao SEGS, para a realização da oficina Clientes, do critério 3 do Guia de Excelência, que nesse novo ciclo ganhou uma subdivisão: Representatividade e Produtos e Serviços. No encontro, reali-zado com apoio do assessor do Departa-mento de Planejamento da CNC (Deplan), Leonardo Fonseca, foi iniciado o plano de disponibilização de novos serviços, uma parceria entre a federação e os sindicatos, que será lançado em agosto.

A ideia de criação do plano surgiu a partir da visita que os multiplicadores Re-vieni Zanotelli e Antonio Wilson Rocha fizeram à Fecomercio-CE, onde conhe-ceram os serviços disponibilizados pela entidade aos sindicatos: Plano de Saúde, Odontológico e extensão do Certificado de Origem. Ainda no mês de julho, Re-vieni vai levantar as necessidades dos

empresários de cada base dos sindicatos capixabas, via pesquisa ou levantamento de dados, e após essa etapa será estrutu-rada a carteira com os novos benefícios inclusos.

Além disso, a Fecomercio-ES está es-truturando um projeto de ciclo de pales-tras para empresários, abordando temas como a Defesa do consumidor, Oportuni-dades e demandas do mercado de comér-cio e vendas, Mercado eletrônico, Gestão na qualidade do atendimento, Legislação trabalhista, entre outros.

Fecomercio-ES disponibilizaránovos serviços aos sindicatos

A Federação do Comércio de Alago-as recebeu, em 2 de julho, o assessor de Projetos da CNC, Miguel Nicoletti, para a realização de palestra de sensibilização da parceria CNC/Serasa. Durante a exposi-ção, Nicoletti apresentou os benefícios da

parceria para as federações, como a opor-tunidade de incrementar a carteira de as-sociados. Falou, ainda, sobre os produtos que possibilitam a geração de receita.

De acordo com o presidente da Feco-mercio-AL, Wilton Malta, há uma grande

expectativa para o início da ope-racionalização da parceria: “Es-tamos confiantes de que os sin-dicatos vão adotar esta prestação de serviço”.

Após esta primeira etapa de sensibilização, o próximo passo é aguardar a adesão dos sindica-tos. Em seguida, será realizada a fase de treinamento da opera-cionalização, que será feita por funcionários da própria Serasa.

Serasa chega à Fecomercio-AL

CNC NotíciasJulho 2009 n°11358

SERVIÇOS

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Edgar Morin defende a reforma do pensamento

A Escola SESC de Ensino Médio trouxe para o debate sobre o projeto de reestruturação do En-

sino Médio a visão e experiência de Edgar Morin, que encantou a platéia ao proferir, no dia 6 de julho, a palestra A Religação dos Saberes e o Ensino Médio. O soció-logo e educador francês, um “jovem” de 88 anos, abordou a importância de uma interligação entre os diversos saberes e a necessidade do engajamento do profissio-nal de educação.

Para Edgar Morin, o ensino deve incluir temas globais e para isso é necessário que se busque em cada disciplina uma conexão entre os saberes. “É imperativo uma refor-ma do ensino e uma reeducação dos edu-cadores“, enfatizou Morin. Na platéia, alu-nos, professores e convidados, entre eles o presidente do Conselho Nacional do SESC e presidente da CNC, Antonio Oliveira Santos, o ex-senador Bernardo Cabral, a secretária de Educação Básica do Ministé-rio da Educação, Maria do Pilar Lacerda, e o Diretor de Concepções e Orientações Curriculares, Carlos Artexes Simões.

Foi a segunda vez que o educador mi-nistrou palestra na Escola, projeto que co-nheceu desde antes de sua inauguração, no final de 2007. Entusiasta do trabalho reali-zado na unidade, Morin disse acreditar que a experiência do SESC possa ser um passo

importante para a reforma edu-cacional.

Autor de li-vros como “A Cabeça Bem-Feita” e “Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro”, Edgar Morin defende com veemên-cia a reforma do pensamento, o estímulo à percepção, a capacitação para enfrentar o inesperado e as incertezas, escapar do con-sumismo desnecessário.

Pai da teoria da complexidade, minu-ciosamente explicada nos quatro livros da série “O Método”, ele recomenda a interli-gação de todos os conhecimentos, combate o reducionismo instalado em nossa socie-dade e valoriza o complexo. O ser huma-no, segundo ele, é reducionista por natu-reza e, por isso, é preciso esforçar-se para compreender a complexidade e combater a simplificação.

Além de tocar e cantar os hinos nacio-nal do Brasil e da França (A Marselhesa), os alunos da Escola SESC de Ensino Mé-dio presentearam o educador com um pai-nel pintado por eles.

59CNC NotíciasJulho 2009 n°113

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Parceria entre Sesc e Conab reativa usina de beneficiamento de grãos no Tocantins

Com investimentos de mais de R$ 1,5 milhão, uma parceria entre o Serviço Social do Comércio

(Sesc), por meio do programa Mesa Bra-sil, e a Companhia Nacional de Abasteci-mento (Conab), foi reativada no mês de junho a Usina de Beneficiamento de Arroz do Complexo Armazenador da Conab Rio Formoso, em Formoso do Araguaia, a 323 quilômetros da capital Palmas, que estava inoperante desde 1991. A usina, que tem capacidade para armazenar 20 toneladas de grãos, tem hoje 14 milhões de quilos de arroz para serem beneficiados, quantidade que, de acordo com a superintendência re-gional da Conab, corresponde a um ano de operacionalização ininterrupta.

A solenidade contou com a presença do governador Marcelo Miranda (PMDB); do diretor geral nacional do Sesc, Maron Emi-le Abi-Abib; do diretor nacional da Conab, Rogério Calombini; além do presidente da Federação do Comércio do Estado do To-cantins (Fecomércio), Hugo de Carvalho.

O arroz armazenado na usina vai aten-der a população carente, através de doações que serão feitas utilizando a estrutura logís-tica do Mesa Brasil (de abrangência nacio-nal), que possui certificação oficial do Pro-grama Fome Zero do governo federal.

Para o Presidente da Fecomércio – TO, Hugo Carvalho, a reativação da usina im-plica em desenvolvimento. “Esta unidade irá abastecer todo o Brasil. Vamos produzir à vontade, porque a Conab garante a com-pra”, disse, informando ainda que o Mesa Brasil distribui cerca de 80 mil toneladas de alimentos por mês no Tocantins, bene-ficiando cerca de 75 instituições. Já o dire-tor nacional do Sesc, Abi-Abib, destacou o fortalecimento da parceria entre o Serviço Social do Comércio e a Conab. “A Conab é nossa parceira desde 2003. Esta usina será polo para as Regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste do País”, disse.

Formoso do Araguaia é referência no agronegócio. Naquela região foi implan-tado há anos um projeto de irrigação, re-sultando em surpreendentes colheitas de grãos. O município é o único que desen-volve um projeto de irrigação aplicado à agricultura do Estado, especialmente ao arroz. Todo o produto beneficiado será distribuído com a embalagem constando o nome do programa Fome Zero. E com a parceria entre o Serviço Social do Co-mércio (Sesc) e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a intenção é aumentar o número de toneladas doadas no Tocantins.

Usina vai garantir a compra, pela Conab, do arroz produzido pelos agricultores familiares do Tocantins

CNC NotíciasJulho 2009 n°11360

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Fecomércio-PE lança Missão Empresarial à África

A Federação do Comér-cio de Bens, Serviços e Turismo do Estado

de Pernambuco (Fecomércio-PE), com apoio do Sebrae-PE e

da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), re-alizará a Missão Empresarial Nordeste do Brasil à África - Repúblicas de Angola e da África do Sul, no período de 10 a 22 de outubro. A Fecomércio-PE promove missões empresariais desde 1996 a países da União Européia e da Ásia, como Ho-landa, Espanha, França, Portugal, Itália, Polônia, Alemanha, Rússia, China e Índia. Essas missões vêm proporcionando maior inserção econômica e cultural da Região Nordeste no cenário internacional.

“A expectativa é que essa missão tenha o mesmo êxito das outras já realizadas”, afirma Josias Albuquerque, presidente da Fecomércio-PE. Esta é a 14ª edição da missão, que já carimbou seu passaporte na Índia, China e vários países da Europa.

Segundo a coordenadora geral da mis-são, Margarida Collier, as repúblicas de Angola e da África do Sul foram esco-lhidas por serem as economias em maior crescimento do continente. “Angola, de-pois de 30 anos de uma guerra civil, está se reconstruindo agora”, afirma ela. Já a África do Sul é a nação mais rica e indus-trializada do continente.

O objetivo da viagem é promover o intercâmbio comercial, tecnológico e cultural entre os países, bem como esti-mular as oportunidades de investimento no Nordeste do Brasil. O foco principal dos encontros, proporcionados através da missão, será a prospecção do potencial de comercialização dos produtos do Nordeste na África do Sul e na Angola e das pos-sibilidades de investimentos africanos no

Brasil, iniciando uma relação de negócios que venha proporcionar aos exportadores, importadores e investidores ações poste-riores para o desenvolvimento de seus em-preendimentos.

Na intenção de viabilizar essas nego-ciações, serão realizados seminários (em Angola e na África do Sul) sobre o po-tencial de negócios e de investimentos no Nordeste do Brasil, rodadas de negócios e visitas técnicas.

O continente africano será o destino da 14ª missão empresarial promovida pela Fecomércio-PE em par-ceria com a CNC e o Sebrae-PE

Sabor africano na mesa brasileira

A obra Gula d’África - O sabor africano na mesa brasileira, publicada pela Editora Senac-DF, foi a ganhadora do prêmio Gourmand Awards – Best in the word, em Paris, na categoria Best Fo-rieign Cookery Book in the World (Melhor livro de culinária estrangeira do mundo). Competiram 26 países na categoria. A publicação foi lançada em 2007 e oferece ao leitor a oportunidade de des-cobrir - ou reconhecer - que a culinária brasileira possui muita influência da culinária africana. Or-ganizado por Flávia Portela, o livro apresenta as principais receitas africanas adotadas pelo brasi-leiro e também as principais receitas da culinária africana.

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Quais suas expectativas em relação à carreira lite-rária após a premiação?

Sempre me senti es-critor, o que passa é que não tinha oportunidade de mostrar o meu trabalho. Sempre estou trabalhan-do em algo novo. Escrevo também contos e crônicas. Tenho um romance na gaveta, esperando reforma-tação, e um outro a caminho. Aprendi, ao longo do tempo e maturidade, a esperar minha vez. Se a vida me quer escritor, não a desapontarei. A partir deste Prêmio espero que as portas se abram.

Como avalia o Prêmio SESC de Literatura?A iniciativa do SESC é brilhante. Um portal

para os escritores novatos.

Os vencedores do Prêmio SESC de Literatura 2008 foram Marcio Ribeiro Leite e jornalista Sergio Leo. As inscrições para o próximo Prêmio SESC de Literatura 2009 foram abertas em 5 de maio e serão encerradas no 15 de setembro.

“Sou um fã histórico do SESC. Para o que o SESC me convida e eu não vou correndo? O SESC é um orgulho para este país.” As palavras, do acadêmi-co Moacyr Scliar, seguidas por espirituosa confissão dos primeiros prêmios obtidos pelo escritor no início da carreira literária, preencheram de entusiasmo a ce-rimônia. Além dos novos autores, estavam presentes Mauricio Almeida, vencedor na categoria contos do concurso 2007, do diretor editorial da Record, Sergio França, e do Diretor de Programas Sociais do SESC, Álvaro Salmito. Na platéia o ex-senador Bernardo Cabral, consultor da presidência da CNC.

Emoção - Marcio Ribeiro Leite, baiano, autor do romance O momento mágico, e o jornalista Sergio Leo, carioca, autor do livro de contos Mentiras do Rio, falaram brevemente à audiência. Os dois foram escolhidos dentre os 75 finalistas da última edição do Prêmio – que teve 457 escritores inscritos. Marcio

Ribeiro Leite afirmou que cumpria ali conselho dado por Moacyr Scliar, há alguns anos, que recomenda-ra ao então jovem escritor que buscasse ganhar um prêmio. “Este é realmente um momento mágico, um momento de iniciação”, disse. Moacyr Scliar falou da pouca tradição brasileira em prêmios literários: “Por-tanto, se temos de um lado uma instituição respei-tável como o SESC e, do outro, uma grande editora como a Record, é um Prêmio muito feliz”, enalteceu o escritor.

O diretor editorial da Record classificou o Prêmio SESC como um manancial de matéria-prima para a literatura nacional. A afirmação foi confirmada por Álvaro de Melo Salmito, que apresentou o montante de obras inscritas no Prêmio desde sua criação, em 2003 – no total, foram 2.674 livros, entre romances e contos, vindos de todas as regiões do País.

Para o senador Bernardo Cabral, “a realização do Prêmio SESC de Literatura reflete a preocupação que o Sistema Comércio tem em reconhecer valores para a literatura nacional. Ao ser concedido, com a serie-dade que o caracteriza, o Prêmio permite ao jovem escritor marcar um encontro com a posteridade”.

Prêmio SESC de Literatura 2008A cerimônia de entrega foi realizada no auditório da Academia Brasileira de Letras, em 29 de junho

“Escrevo como um exercício de reflexão”

“Se a vida me quer escritor, não a desapontarei”

O que pensa da iniciativa do concurso?

Espetacular. Uma seleção feita por críticos e escritores para autores iné-ditos é um belo estímulo para quem tem a felicidade de passar por esse cri-

vo. E é um desafio para quem não chegou ao Prêmio. Eu já estava com outro livro adiantado, disposto a apresentar para o Prêmio SESC de Literatura 2009, caso não fosse essa a minha vez.Pretende continuar a carreira de escritor?

Não vejo a idéia de ser escritor como uma carrei-ra, mas uma condição, uma maneira de estar no mun-do. Já escrevo para viver, no jornal, e espero que essa carreira não seja interrompida tão cedo. O fato de que meus contos mereçam alguma atenção, a ponto de ganharem edição em livro, me estimula a publicar outros trabalhos. Meu próximo livro de contos bor-boleteia em torno das idéias da arte contemporânea. Penso também em concluir um livro sobre Mercosul e política comercial, mas esse exige mais pesquisa, e não me sobra muito tempo.

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As lições de um craque do futebol em visita à Escola SESC

Começou a ser veiculada, no dia 1º de julho, a campanha publicitária do Senac na Internet. Até de-zembro, será publicado no G1, o portal de notícias da Globo, um banner eletrônico que, ao ser clicado, leva o internauta para a homepage do Departamen-to Nacional.

A campanha tem o objetivo de fortalecer a ima-gem institucional do Senac e é uma continuidade da ação nacional de divulgação, iniciada em 2007 nos sites Folha Dirigida, Ig, Globo.com, Terra e UOL, quando foram registrados mais de 50 mil acessos num período de quatro meses. Para conhecer, aces-se www.g1.globo.com.

Senac no G1

Com o apoio do Sistema Fecomércio-RJ, o Sesc Rio realiza de 16 de julho e 2 de agosto a oitava edi-ção do Festival de Inverno 2009. O maior evento cul-tural da Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro traça um panorama da produção artística brasileira, abrindo espaço para grandes nomes e novos talentos de teatro, música, dança, literatura, cinema e artes plásticas, com entrada franca.

O festival acontece em Petrópolis e Teresópolis. São espetáculos teatrais como “Piaf”, “A história de nós 2”, “Zé – Zenas Emprovisadas”, “É samba na veia, é Candeia”, “Ensina-me a viver”, entre outros. No set de shows, destaque para nomes como Vanessa da Mata, Toni Garrido, Alcione, Carlos Malta, Marisa Orth, Michel Melamed, Luis Fernando Verissimo e seu grupo de jazz. Em dança, o público vai se encan-tar com Ana Botafogo, Deborah Colker e João Salda-nha, por exemplo.

Ruy Castro, Geraldo Carneiro e Viviane Mosé são alguns dos palestrantes que tratarão de literatura. Oscar Niemeyer e Ziraldo são temas de exposição. A criança-da também tem espaço na programação infantil.

O público também poderá participar de oficinas para aprender as técnicas das manifestações artísticas. João Saldanha (dança), Sura Berditchevsky (teatro), Sueli Mesquita (canto) são alguns dos responsáveis pelas oficinas. As atividades serão realizadas no Sesc Quitandinha, Sesc Teresópolis e Espaço Higino (Te-resópolis). A programação completa do Festival de Inverno pode ser vista em www.sescrio.org.br.

Festival de Inverno do Sesc Rio

Dedicação e empenho foram as chaves do su-cesso de Arthur Antunes Coimbra, o Zico, um dos grandes jogadores da história do futebol brasileiro. Dois fatores que marcam a carreira de profissionais de outras áreas e também a trajetória escolar dos es-tudantes. No dia 24 de junho o eterno craque do Fla-mengo esteve na Escola SESC de Ensino Médio, no Rio de Janeiro, para um bate-papo com os alunos e professores. Entre os vários assuntos abordados, um ponto em comum com a garotada: a dificuldade de viver longe de casa e dos amigos.

“O mais difícil é ter que superar o fato de estar longe de casa, da família, dos amigos”, contou Zico, que vive fora do Brasil há mais de 20 anos, agora como técnico. “Estudei à noite por causa dos treinos. A opção foi fazer o curso técnico em contabilidade. Deixei de fazer muitas coisas que os adolescentes da minha época faziam, porque só pensava no que fazer para conseguir ser um bom jogador. Deus me aben-çoou e eu consegui alcançar meu objetivo”, disse.

Zico respondeu às perguntas dos alunos e, ao término do encontro, fez uma dedicatória em uma camisa da Escola SESC. Ele agradeceu o convite. “Não conhecia o trabalho da escola. Às vezes a gente

tem coisas tão boas, tão perto, mas desconhece por falta de informação. Essa mistura de culturas, essa convivência que se dá aqui, é muito bacana”, afir-mou o craque

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Quero registrar o quanto foi importante a mudança da revista CNC Notícias. Seu formato é moder-no. Evoluímos muito nesse quesito.

Norton Lenhart, presidente da Câmara Brasileira de Turismo da CNC e da Federação Nacional de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (FNHRBS)

Rodada de negócios

A Federação do Comércio do Rio de Janeiro vai sediar, em 29 de julho, a Rodada de Negócios com o Detran, para empresas fornecedoras de diversos se-tores, localizadas no Estado do Rio de Janeiro. Além da federação, promovem a iniciativa a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços do Rio de Janeiro, a Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, (Firjan), o Sebrae/RJ e a Associação de Supermercados do Rio (Asserj). A Rodada de Negócios é um evento idealizado para promover e alavancar a economia do Estado, através da realização de negócios, co-locando em contato direto empresas, potenciais fornecedoras, com o departamento de compras de grandes corporações com interesses afins ou com-plementares.

Uma estratégia para aumentar a competi-tividade e a lucratividade das empresas para-naenses. Com este objetivo, a Federação do Comércio do Paraná e o Sebrae/PR organiza-ram cinco missões para o segundo semestre de 2009: duas para São Paulo, duas para Curitiba e uma para Orlando, nos Estados Unidos. A pri-meira missão acontece para São Paulo, de 26 a 29 de julho. Já a segunda missão, também terá São Paulo como destino, e será realizada entre os dias 16 a 19 de agosto. Na capital paulista, os empresários vão visitar lojas, os principais centros comerciais e shopping centers. Já os empresários que queiram conhecer os modelos de gestão praticados por lojistas de Curitiba terão também duas oportunidades: a primeira acontece de 9 a 11 de agosto e a segunda de 23 a 25 de agosto. Fechando a programação de missões técnicas no ano de 2009, o Sebrae/PR e a Fecomércio-PR fecharam uma missão in-ternacional a Orlando, de 5 a 12 de setembro. Todas as visitas serão acompanhadas por con-sultores do Sebrae/PR, especialistas em varejo, para que as informações adquiridas sejam as-similadas e o conhecimento seja transformado em ações pontuais, que promovam melhorias na gestão empresarial.

Lançamento na CNC

O assessor de Comércio Exterior da Con-federação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Carlos Tavares de Oliveira, lança em 6 de agosto, na sede da enti-dade no Rio de Janeiro, o livro China e os Por-tos do Mundo, pela Editora Batel, com apoio da Confederação.

Missões empresariais

Aproveito para cumprimentar pela reportagem sobre a Estância Ecológica Sesc Pantanal na revis-ta da CNC.

Nivaldo da Costa Pereira, supervisor do Sesc Pantanal

Fiquei muito satisfeito quando li a CNC No-tícias. Ela deixou de ser a revista que trazia as noticias da reunião de Diretoria. Agora, passou a mostrar o Sistema.

Carlos Marx Tonini, presidente do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac-PA

CNC NotíciasJulho 2009 n°11364

AGENDA

E S PA Ç O D O L E I TO R